Nhanderudson – no coração da América do Sul
Arthur Scovino 2015
"Nhanderudson - num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico III", 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 100x70 cm
"Nhanderudson - num ponto equidistante entre o Atlântico e o PacĂfico I, 2015, pigmento mineral s/papel de algodĂŁo, 100x70 cm
"Nhanderudson - num ponto equidistante entre o Atlântico e o PacĂfico V", 2015, pigmento mineral s/papel de algodĂŁo, 100x70 cm
"Nhanderudson - num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico II", 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 100x70 cm
"Nhanderudson - num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico IV", 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 100x70 cm
“Nhanderudson – num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico” Expografia para a exposição “Novos Talentos – Fotografia Contemporânea no Brasil” Curadoria: Vanda Klabin Caixa Cultural Rio de Janeiro e Brasilia, 2015
"O seu pensar artístico traz uma espécie de tonalidade experiencial e atua como um conjunto visual que configura diferentes áreas estéticas. Scovino mergulha em um território ambíguo , uma imersão quase litúrgica, como uma oferenda, um ato religioso que mescla erotismo, rituais e incorporação de mitologias como um meio de conhecimento e como uma forma de estar no mundo. Busca um olhar interativo com o espectador e ativa uma pulsão pelo caráter híbrido de seu trabalho pois é uma forma de atuação estética vinculada ao campo da performance. As fotos da sequência aqui apresentadas são como uma estética em repouso, parecem estar numa inesperada serenidade, como se estivessem ali, paralisando a mobilidade do mundo. Inertes, estáticas, inanimadas, talvez pressentindo alguma mudança. O olhar fica imerso nesse vácuo, nessa espécie de vazio contido. Evocam um silêncio e uma oscilação como se quisessem reagir, adquirir uma súbita musculatura e afirmar a sua realidade física. O artista esclarece a respeito dessa série Nhanderudson - num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico, frase da música "um índio" de Caetano Veloso que inspirou esse projeto: "O que permeia minha pesquisa é o Centro Geodésico da América do Sul. Escolhi uma imagem central que representa o ritual do Caboclo Meio-Dia bem no meio desse ponto, na Chapada dos Guimarães, MT. Um autorretrato. Esse ponto marca 1600km entre os oceanos Atlântico e Pacífico. As outras imagens falam de rituais para a água. Água doce responsável pela vida na América do Sul. Rios que desaguam nos dois oceanos e os ciclos das chuvas. Como se fosse prever o que o índio dirá, que terá sido o óbvio. A falta de chuva em SP e o excesso de chuva na Bahia e a poluição dos rios.“ Vanda Klabin
¿Quem é Nhanderudson¿ Revolucioneira cultária brasilura, que uns chamam de puramente visual branco... era mais poesia experimental envolvendo signos correspondentes, quentes... o maior era outra coisa para se sonhar além de projetos ambientais. Uma participação específica. Um comportamento. Então, a rua... campos, negócios. Vivência cósmica. Experiências/experimentá-las cada vez mais. Deve ser uma coisa só: uma relação afetiva com o mundo todo. (Oráculo Caboclo – 2015)
“Nhanderudson – Carambola I", 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 100x70 cm
"Nhanderudson – carambola II” 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 100x70 cm
"Nhanderudson – pena branca", 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 100x70 cm
"Nhanderudson – dança da água doce I, II, III", 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 40x60 cm
"Nhanderudson – dança da água doce IV, V, VI", 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 40x60cm
"Nhanderudson – dança da água doce VII” 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 100x70 cm
"Nhanderudson – dança da água doce VIII” 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 40x60cm
"Nhanderudson – dança da água doce IX, X” 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 40x60cm
"Nhanderudson – cabaça I, II” 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 40x60 cm
“Nhanderudson – as coisas que eu sei que ele dirá”, 2015 pigmento mineral s/papel de algodão, 100x70 cm
"Nhanderudson – estrada de Vera II” 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 100x70 cm
"Nhanderudson – estrada de Vera", 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 100x70 cm
“Nhanderudson – preservado em pleno corpo físico” 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 100x70 cm
“Nhanderudson – preservado em pleno corpo físico II” 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 100x70 cm
"Nhanderudson – oráculo Caboclo no mirante” 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 100x70 cm
"Nhanderudson – ave-maria / pantanal” 2015, pigmento mineral s/papel de algodão, 100x70 cm
“Nhanderudson – Ave-Maria / Floresta ” Vídeo: 14minutos
Nhanderudson - no coração da América do Sul Nhanderudson foi o primeiro Caboclo que surgiu em experimentos fotográficos ainda em 2006. Inspirado na música “um índio” de Caetano Veloso, imagens de paisagens, animais, objetos, pessoas, foram compartilhadas no flickr até 2012 quando fiz uma exposição no saudoso Café & Cognac em Salvador. O projeto “Nhanderudson – no coração da América do Sul” foi realizado entre março e junho de 2015 durante residência artística no Estúdio Motta em Cuiabá, MT. Contou com dedicada colaboração de Fábio Motta e Luiz Felício e apoio do Estúdio Motta, R e L Produtores Associados e Sesc Pantanal e conta com fotografias, vídeos , objetos e desenhos. A série "Nhanderudson – num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico” foi feita para a exposição “Novos talentos – Fotografia Contemporânea no Brasil” com curadoria de Vanda Klabin, exibida na Caixa Cultural do Rio de janeiro e Brasília em 2015. Compõe cinco fotografias: no meio a aparição do Caboclo Meio-Dia no Centro Geodésico da América do Sul, e em cada extremidade, duas imagens de rituais para a água doce realizados em cachoeiras da Chapada dos Guimarães. No Estado de Mato Grosso, está localizado o Centro Geodésico da América do Sul. Um ponto equidistante marcando 1600km entre os oceanos Atlântico e Pacífico. O objetivo era ir até esse lugar para tentar descobrir o que “um índio” dirá num futuro trágico profetizado em uma canção de Caetano da década de 70. Observando a mudança climática e do ciclo das chuvas. A monocultura da soja e os grandes pastos que justificam o crescimento econômico da região e do país. Os desvios artificiais de rios para as grandes plantações. Os trágicos e infinitos embates nos limites das reservas indígenas. O caboclo Meio-Dia sugere possíveis causas para a escassez da água doce responsável pela vida no Continente Sul Americano. O desaparecimento dos “rios subterrâneos”, grandes lençóis d’água que permeiam essa região. Também dos “rios aéreos”, onde o ciclo das chuvas já está fortemente comprometido , vide a falta de chuva em São Paulo e excesso de chuva na Bahia no ano de 2014. Esse tema foi fortemente discutido com as pessoas que visitavam a “Casa de Caboclo”, instalação que fez parte da 31ª Bienal de SP onde eu estive presente conduzindo a mudança proposta na obra e recebendo o público em encontros diários entre conversas, musica e performances.
Arthur Scovino 2015
Arthur Scovino (São Gonçalo, RJ. 1980) Nascido na região metropolitana do Rio de Janeiro, mudou-se para Salvador em 2008 para estudar na Escola de Belas Artes da UFBA. Desde então, desenvolve suas pesquisas artísticas em torno do ambiente, da cultura e das relações afetivas e sociais na Bahia, sobretudo em Salvador. Trabalha com performance, instalação, fotografia, objeto, vídeo e desenho. Investiga estética e pensamento artísticos contemporâneos através de ações performáticas e relacionais. Participou de mostras de performances, exposições individuais e coletivas. Em 2013 recebeu dois prêmios dos Salões de Artes Visuais da Bahia (Feira de Santana e Teixeira de Freitas) e em 2014 participou da 3ª Bienal da Bahia e da 31ª Bienal de São Paulo. Nos dois últimos anos foi indicado ao Prêmio PIPA. É representado pela Galeria Triângulo em São Paulo. Atualmente investiga símbolos do imaginário religioso e da miscigenação brasileira. Vive e trabalha em Salvador, BA.