Revista ArtSind nº 03 - 12º CONCUT - Outubro/2015

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Foto: Roberto Parizotti

Edição Outubro 2015

ARTICULAÇÃO SINDICAL DA CUT

Lula e Mujica: dois ícones da América Latina no 12º Congresso da Central Pags. 8 e 9

Eleitos e eleitas para presidir as 27 Estaduais da CUT até 2019 falam de seus desafios Pags. 54 a 69

FIZEMOS UMA CUT DE TOD S Vagner exalta unidade cutista e faz alerta: “Momento é de resistência, a direita quer nos derrotar a qualquer custo, mesmo que para isso quebre o País” Pags. 10 a 15



Uma contribuição à formação e à informação

Articulação Sindical

Terceira edição da revista traz eleitos e eleitas nos CECUT A Coordenação da Executiva Nacional da Articulação Sindical apresenta o terceiro número da Revista ArtSind, que circulou pela primeira vez em julho de 2014, com um retrato da 4ª Conferência, realizada em abril daquele ano. Como nas edições anteriores, o objetivo desta publicação é contribuir com informação formativa, essencial a dirigentes e militância de todas as instâncias da nossa corrente, principalmente em face à conjuntura nacional que,além de difícil, vem sendo deturpada pela mídia comercial, em nome dos interesses da elite e das forças conservadoras, em detrimento da classe trabalhadora. A Revista consolida-se dessa forma como mais um importante espaço de comunicação,

um meio de contato e divulgação das ações da ArtSind, assim como o Portal na internet e o boletim informativo, que também passaram a existir a partir do 4ª Conferência. Com textos assinados por dirigentes, especialistas, jornalistas, pelo coordenador da Articulação Nacional, Sérgio Nobre, e o presidente da CUT, Vagner Freitas, além de análises do Dieese, do Diap e de números, infográficos e fotos, a terceira edição da Revista traz conteúdo a respeito da pauta, ações, realizações, desafios e perspectivas da Central sob a ótica da Articulação Sindical. A Revista traz também uma novidade: pela primeira vez, uma publicação cutista reúne e divulga todos os 27 presidentes

e presidentas eleitos (as) e reeleitos (as) às Estaduais da CUT (24 são da ArtSind), com foto, Executiva completa e aspas sobre a prioridade do mandato por Estado. Conjuntura nacional, o momento econômico, a agenda internacional, a guerra da mídia contra o projeto democrático-popular estão entre os vários temas abordados nesta edição. Destaque para a entrevista nas Páginas Vermelhas com o presidente nacional da CUT que elogia o planejamento estratégico que “aproximou a Central das suas bases” e alerta para a investida das forças conservadoras contra a esquerda e o projeto democrático-popular. • Banco de Imagens ArtSind

Dirigentes eleitos à Direção Nacional da Articulação, durante a 4ª CONARTSIND, em 2014

Revista ARTSIND

Outubro 2015

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Expediente

Roberto Parizotti

Articulação Sindical Coordenação da Executiva Nacional Coordenador Nacional Sérgio Nobre

Coordenação Antônio Lisboa Amâncio do Vale, Carmen Helena Ferreira Foro, Jacy Afonso de Melo, Maria Júlia Reis Nogueira, Quintino Marques Severo, Rosane Bertotti

Direção Executiva

Admirson Medeiros Ferro Júnior (Greg) (Processamento de Dados-PE) Antônio Lisboa Amâncio do Vale (Educação-DF) Aparecido Donizeti da Silva (Químico-SP) Carmen Helena Ferreira Foro (Trabalhadora Rural-PA) Eduardo Guterra (Portuário-ES) Elisângela dos Santos Araújo (Agricultora Familiar-BA) Fabiana Uehara Proscholdt (Bancária-DF) Jacy Afonso de Melo (Bancário-DF) Jasseir Alves Fernandes (Rural-ES) João Felício (Educação-SP) José Celestino Lourenço (Tino) (Educação-MG) Junéia Martins Batista (Servidora Municipal-SP) Maria das Graças Costa (Municipal-CE) Maria Godói de Faria (Seguridade Social-SP) Maria Júlia Reis Nogueira (Seguridade Social-MA) Paulo de Souza Bezerra (Químico-PE) Pedro Armengol de Souza (Servidor Federal-PI) Quintino Marques Severo (Metalúrgico-RS) Rogério Pantoja (Urbanitário-PA) Roni Barbosa (Petroleiros-PR) Rosane Bertotti (Rural-SC) Sérgio Nobre (Metalúrgicos-ABC) Vagner Freitas de Moraes (Bancário-SP) Valeir Ertle (Comerciário-SC) Vítor Carvalho (Petroleiro-RJ)

Expediente Revista ARTSIND Edição Outubro de 2015 Esta publicação é uma produção da Coordenação da Executiva Nacional Coordenação Sérgio Nobre Produção, textos e edição geral Vanilda Oliveira (jornalista responsável/MTb 17.117) Assessoria política e colaboração Nelson Canesin, Carlos Balduíno (Babu), Walter Souza e Andreia Oliveira

Projeto Gráfico e Diagramação MGiora Comunicação Impressão Bangraf Tiragem: 2000 exemplares

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Índice

Índice

Roberto Parizotti

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Rumos apontados pela Articulação

8e9 12º CONCUT que vem da base

10 a 15 Vagner: momento é de resistência à direita

16 a 19 Paridade: uma conquista para todos

20 a 23 Cenário econômico e a pauta da classe trabalhadora

24 a 27 PNE precisa do movimento sindical

28 a 31 Parlamento conservador ignora trabalhadores

32 a 35 A luta dos trabalhadores no campo

36 a 39 O difícil cenário internacional

40 e 41 Lula vai para cima da imprensa

44 e 45 Movimento sindical retoma protagonismo

46 a 49 Juventude busca espaço e formação

50 e 53 Central avança sobre o racismo

54 a 69 Conheça os 27 presidentes eleitos nos CECUT Revista ARTSIND

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Coordenação

Articulação apontou rumos à Plenária e ao Congresso Planejamento, ações e debates em todos os Estados, nos Ramos e com a base marcaram o triênio Desde o 11º CONCUT, em julho de 2012, sabíamos que a gestão eleita da CUT enfrentaria muitos desafios e dificuldades, como realmente aconteceu. Era necessário termos uma Articulação Sindical mais bem organizada em nível nacional e, para superar esse desafio, começamos a construir a 4ª Conferência Nacional da ArtSind. A primeira versão do texto base foi concretizada já no primeiro semestre de 2013, antecedida por cinco reuniões preparatórias da Executiva Nacional da Articulação Sindical e das contribuições (emendas) enviadas pelas coordenações nos Estados e nos Ramos. Essa primeira versão foi debatida em oito reuniões da Executiva e duas oficinas da Direção Nacional da ArtSind. Após quase um ano de debates, o texto final foi enviado para ser discutido nos Ramos e nos Estados, em 7 de janeiro de 2014, e recebeu 208 emendas que foram discutidas na 4ª Conferên6

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cia, realizada em Atibaia (SP), entre 10 a 12 de abril de 2014, com mais de 300 delegados. Foram raras as propostas de emendas votadas em plenário, pois a maioria foi incorporada ao texto e o restante recebeu nova redação ou foi retirado pelos proponentes. Dentre as principais propostas da ArtSind à CUT, aprovamos a definição de quatro anos de mandato; que o/a mesmo/a dirigente não possa ocupar mais do que dois mandatos consecutivos na mes-

ma função, além da elaboração de uma nova proposta para a distribuição de recursos e definição de critérios mais rígidos (regularização financeira e cadastral seis meses antes e após a atividade) para a participação de delegados/as nos congressos e plenárias da Central. A Conferência da Articulação Sindical aprovou um Código de Ética, que ganhou versão impressa e online para ser discutida e implementada em todo o País. Em alguns debates internos

Sérgio Nobre: “Um ano de debates precedeu a maior conferência nacional da Articulação”

Roberto Parizotti 04-03-2015

Sérgio Nobre*

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na ArtSind, o Código de Ética foi decisivo para solucionar impasses, mas esse é um processo ainda em construção e a implementação do documento segue ainda um desafio. Após a 4ª Conferência, publicamos duas edições da Revista ArtSind. O primeiro número trouxe um resgate da 4ª CONARTSIND e suas deliberações e a segunda publicação abordou as demais correntes da Central e temas da conjuntura. O site na internet foi outro espaço de comunicação conquistado, aprovado e criado após a 4ª Conferência. No endereço www.articulacaosindical.com. br é possível obter informações sobre a história e razão de existir da corrente, seus dirigentes, publicações como o Código de Ética, pesquisas, informações e agendas dos movimentos sociais e sindical, além de opções de download e de cadastro para receber periodicamente boletins informativos do conteúdo do portal.

Eleições As propostas aprovadas na 4ª Conferência da Articulação Sindical foram apresentadas e aprovadas na 14ª Plenária Nacional da CUT, realizada em agosto de 2014, em Guarulhos (SP), com a participação do expresidente Lula e da presidenta Dilma, que recebeu o apoio dos/ as delegados/as à sua reeleição.

Corrente definiu 4 anos de mandato, proposta que foi aprovada na 14ª Plenária da CUT

O texto da CUT “Avançar com Dilma - por uma Democracia Participativa” apontava as dificuldades que seriam enfrentadas durante a campanha eleitoral; a tentativa da mídia para barrar a continuidade do

projeto democrático-popular e a necessidade de lutar pela conquista de mais avanços nos campos sindical e popular. É inegável que a CUT foi decisiva para a reeleição de Dilma, em uma campanha marcada por denúncias baseadas em “delações premiadas” vazadas de forma direcionada à imprensa; de ataques diários à Petrobras e pela cobertura de uma mídia que agiu como partido de oposição de forma sem precedentes. No segundo turno, diante da possibilidade de o País sofrer com a retomada da agenda neoliberal, a militância de esquerda, petista ou não, foi às ruas para garantir a continuidade do projeto em curso desde 2003. Bastou para a direita fascista “mostrar a cara”e fazer manifestações com objetivo de desestabilizar a candidatura Dilma. Mas a garra da militância nas ruas foi maior e garantiu a vitória da petista • ____________________________________ *Sérgio Nobre é coordenador nacional da Direção Executiva da Articulação Sindical e secretário-geral nacional da CUT Banco de Imagens ArtSind

Dirigentes durante votação na 4ª Conferência da Articulação Sindical, em abril de 2014, em SP

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Adonis Guerra/Tribunal Metalúrgica/SMABC/Agosto 2015

Organização

José Mujica, ex-presidente do Uruguai, participará de debate sobre democracia na abertura do Congresso

12º CONCUT: uma construção democrática e participativa Congresso foi organizado a partir das bases da Central O 12º CONCUT acontece em um momento crucial para a classe trabalhadora e para a Central. Será um evento excepcional em que cerca 2.500 delegados e delegadas, representando sindicatos cutistas de 27 Estados, discutirão o papel da CUT na atual conjuntura, afetada por uma profunda crise política e econômica, de desfecho imprevisível e que pode colocar em risco conquistas importantes acumuladas nos últimos 12 anos e meio de governo democrático-popular. 8

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O Congresso será também espaço para se fazer uma análise da ação da CUT no mandato 2012-2015, de aprofundar a discussão e apontar propostas para os desafios político-organizativos que precisam ser enfrentados para que a Central continue cumprindo seu papel na defesa dos interesses históricos e imediatos da classe trabalhadora. Outra defesa, a da democracia, será um dos pontos altos do Congresso. A abertura do evento, na noite do dia 13, será feita com um ato político e a participação de cerca de

cinco mil pessoas, entre autoridades, representantes de partidos políticos de esquerda, 232 delegados/as internacionais, vindos de 71 países, representantes de movimentos sociais e delegados/as do próprio Congresso. O debate do tema terá continuidade no dia seguinte (14/10), com duas mesas. Na primeira, o ex-presidente e hoje senador do Uruguai José Mujica fará uma abordagem sobre conjuntura internacional e o papel das organizações de esquerda na construção e Outubro 2015


Roberto Parizotti/Março 2015

Coordenador do 12º CONCUT, o secretário-geral nacional da CUT, Sérgio Nobre, na abertura política do Congresso

na defesa da democracia. Na segunda mesa, a CUT fará debate sobre o mesmo tema, porém, com os movimentos sociais, com os quais vem construindo uma trajetória de lutas e de elaboração de propostas para a crise política que o País atravessa. A abordagem da crise econômica dará continuidade ao debate, momento em que a CUT, além de reafirmar sua crítica à atual política econômica, de caráter neoliberal e recessivo, apontará propostas de saídas que viabilizem a continuidade de um modelo de desenvolvimento que combine crescimento com combate às desigualdades sociais, democratização do Estado e ampliação da participação social na construção e gestão de políticas públicas. Esse debate servirá de referência para a construção da estratégia da CUT ao próximo período e a subsequente definição de diretrizes às suas políticas permanentes de ação, à sua política organizativa e a seu plano de lutas. Revista ARTSIND

O Congresso também será o momento de eleger a nova Direção da CUT. A paridade entre homens e mulheres, aprovada no 11º CONCUT, em 2012, será efetivada na Direção Nacional e na Direção Executiva, dando continuidade ao processo que já se concretizou nos 27 congressos estaduais. Inovação Um longo caminho foi percorrido para se chegar ao 12ª CONCUT, desta vez organizado de forma inovadora, envolvendo toda a estrutura da Central, a partir de suas bases. Em vez de enviar para as entidades um texto base, a direção enviou subsídios para dinamizar o debate sobre temas locais e nacionais nas assembleias que escolheram os/ as delegados/as para o CONCUT. Esse processo alimentou os congressos estaduais que foram levados a trazer para o debate as questões nacionais e regionais que desafiam a ação da CUT nos Estados.

O Congresso será o coroamento dessa trajetória democrática e participativa de construção do debate e de elaboração de propostas para as grandes questões que as trabalhadoras e os trabalhadores terão de enfrentar para se fortalecer como sujeitos de sua própria história. •

Fique por dentro do 12º CONCUT

27 Congressos Estaduais

2.500 Delegadas e Delegados eleitos

5.000 Convidados para a abertura

71 Países representados por dirigentes sindicais

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A Central

Fizemos uma CUT de todos Vagner Freitas, presidente da CUT “Nossa Central é um exemplo de resistência vitoriosa da classe trabalhadora em escala global. E o momento agora é de resistência, porque a direita vai querer nos derrotar a qualquer custo”

Roberto Parizotti

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Vanilda Oliveira À frente de uma gestão que inovou e ousou no planejamento estratégico para se aproximar das bases em todos os Estados e Ramos, Vagner Freitas destaca essa proximidade como principal fator desse mandato bem sucedido e fundamental às conquistas dos/as trabalhadores/as. Foram três anos de mobilizações e enfrentamentos com patrões e setores conservadores para evitar retrocessos. Período em que a CUT foi decisiva para a vitória do projeto democrático-popular nas eleições de 2014. O momento, agora,“é de resistência e o eixo principal da nossa luta é a defesa dos direitos da classe trabalhadora, pois a direita vai querer nos derrotar a qualquer custo, mesmo que para isso quebre o País”. Aclamado pela Direção Nacional da Articulação Sindical, em 31 de agosto, para presidir a CUT no próximo período (2015 a 2019), esse bancário de 49 anos, casado e pai de dois filhos já soma quase 25 anos no movimento sindical. Trajetória que começou em 1991, nos Bancários de SP, o levou à presidência da Contraf e, em 2012, à presidência da Central.

• REVISTA - O 12° CONCUT marca o final deste mandato, que enfrentou dois momentos diferentes: o pleno emprego e, agora, a crise econômica e a turbulência política ‘capitalizadas’ pelas forças conservadoras e a mídia. Como esse cenário influenciou na atuação e lutas da Central no período? VAGNER FREITAS - Antes, negociávamos ampliação de conquistas sociais e trabalhistas, como a política de valorização do salário mínimo, o piso salarial do Magistério, a inclusão previdenciária para trabalhadores e trabalhadoras de baixa renda, política agrícola para agricultura familiar e investimentos em políticas públicas para inclusão social. Hoje, temos de fazer enfrentamentos para derrotar políticas econômicas recessivas e de ataques aos direitos da classe trabalhadora. O momento é de resistência e o eixo principal da luta é a defesa das conquistas. Essas conquistas que nos Revista ARTSIND

fortaleceram fazem com que a direita queira nos derrotar a qualquer custo, mesmo que, para isso, eles quebrem o País. • REVISTA - Apesar do cenário desfavorável, o saldo é positivo. Que avanços e conquistas você destaca nessa direção? VAGNER FREITAS - Conquistamos a isenção do impos-

to de renda na PLR - até o limite de R$ 6 mil; adicional de periculosidade para os vigilantes, a extensão aos empregados domésticos dos mesmos direitos da CLT, a aposentadoria para pessoas com deficiência e até a emenda que expropria propriedades urbanas e rurais onde sejam encontrados trabalhadores em condição análoga à escravidão, a regra 85/95 que Lula Marques / Agência PT

Vagner entre Dilma e Carina, da UNE: CUT mais próxima dos movimentos sociais

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propicia aposentadoria melhor para mais de um milhão de trabalhadores/as. Também consideramos conquista a luta que fizemos contra a aprovação do PL 4330, da terceirização, que, apesar de ter passado no Plenário na gestão de Eduardo Cunha, está parado no Senado e, lá, faremos outro enfrentamento pesado para impedir essa excrescência. • REVISTA - Uma das ações marcantes dessa direção foi o planejamento estratégico, por meio do Plano Nacional de Ação desenvolvido pela Secretaria Geral, que envolveu secretarias nacionais, as Estaduais da Central e os Ramos. Como essa iniciativa inédita contribuiu com o fortalecimento do sindicalismo CUT? Os objetivos foram atingidos? Roberto Parizotti

Vagner vê a CUT mais próxima da base

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VAGNER FREITAS - Com o planejamento estratégico, nós conseguimos unificar toda a CUT no mesmo projeto, tanto nos Ramos quanto nos Estados. Fomos, de maneira democrática e plural, a cada Estado do Brasil construir o planejamento diretamente com a base. O mesmo aconteceu com os Ramos. Essa proximidade com a base orientou e propiciou o sucesso da gestão. Outro mérito foi reconhecer as diversidades regionais no planejamento das ações da Central e, com isso, fizemos uma CUT para todos. ____________________________

Continuaremos mudando para melhor a vida da classe trabalhadora ____________________________ • REVISTA - O jornal ‘O Globo’ publicou recentemente uma série de matérias negativas e preconceituosas sobre o movimento sindical. Como combater essa ‘desinformação’ e garantir o crescimento da base sindical no País? VAGNER FREITAS - Parte da grande imprensa brasileira é formada por grandes grupos empresariais que, evidentemente, não têm interesse em melhorar as condições de trabalho e de vida da classe trabalhadora; prova disso é que têm colaboradores, jornalistas terceirizados e outros contratados via empresas, os famosos PJs -, ataca os representantes dos trabalhadores, mas nunca sequer

questiona os sindicalistas ligados a instituições patronais. O objetivo é claro: desqualificar os sindicalistas perante os trabalhadores e a sociedade, desestimular a sindicalização, a organização sindical. É a forma que encontraram para combater a liberdade e os avanços trabalhistas e sociais. O fato é que essa estrutura permite a criação de sindicatos fantasmas, criados apenas para arrecadar impostos, isso vale tanto para entidades patronais como dos trabalhadores. A única forma de combatê-los é coibindo o “banditismo” sindical, renovando o movimento sindical brasileiro. Uma coisa é defender o sindicato, outra é defender o trabalhador e nem sempre as duas coisas andam juntas. O corporativismo sindical sempre foi um problema gravíssimo e nós sempre alertamos e combatemos isso.Todos sofrem com a falta de mudança da estrutura sindical arcaica que existe hoje. • REVISTA - A CUT representou e representa até hoje a possibilidade concreta de melhoria da vida dos/as trabalhador/as? Por quê? VAGNER FREITAS - Segundo a ONU, a CUT foi “o único exemplo de resistência vitoriosa da classe trabalhadora em escala global”. A afirmação está no relatório “O Protesto Social na América Latina”, de 2013, que fez uma análise das desigualdades e das lutas sociais. O texto do PNUD, que pertence a ONU, diz o seguinOutubro 2015


te: “A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e os sindicatos setoriais resistiram e fortaleceram sua ação coletiva, combinando greves e protestos com negociações. A unidade e a autonomia dos sindicatos e sua crescente vinculação com a política nacional, através do Partido dos Trabalhadores (PT), alcançaram um novo status de autonomia em um país onde a crise não provocou fortes processos de desindustrialização”. Isso é resultado do acerto de nossas decisões, políticas, organização e ações. Mudamos e continuaremos mudando para melhorar a vida dos/as trabalhadores/as que representamos. Não estou falando apenas da melhoria da qualidade de vida e condições de trabalho, mas, fundamentalmente, da disputa da sociedade. Ajudamos a eleger um presidente operário, trabalhador, pela primeira vez na história deste País. E, com Lula, fizemos uma revolução social que a história, com certeza, reconhecerá. • REVISTA - A paridade marcou positivamente os congressos estaduais da CUT e chega com destaque ao do 12º CONCUT. Você pode fazer uma análise sobre a importância da equidade de gênero na Central? VAGNER FREITAS - Em todo o mundo, as mulheres ocupam os mais importantes cargos nas empresas. Mas, lamentavelmente, os capitalistas se apropriam da alta qualificação Revista ARTSIND

Roberto Parizotti

Política de valorização do salário mínimo elevou piso de quase todas categorias no Brasil

profissional e da força da mão de obra feminina pagando salários mais baixos para mulheres do que os que ganham os homens nas mesmas funções. Se a competência é igual, os salários e as condições de trabalho têm de ser os mesmos. Com a paridade, a CUT demonstra que as oportunidades têm de ser iguais. No mundo moderno não faz sentido ter discriminação entre homens e mulheres, entre etnias e nacionalidades. Quando a CUT cria a paridade, ela estimula a sociedade a refletir sobre a igualdade a que todas as mulheres do mundo têm direito. ____________________________

Ao aprovar a paridade, a CUT estimula a sociedade a refletir sobre a igualdade

• REVISTA - A CUT avançou na sua relação com os movimentos sociais nesse mandato, que importância tem essa parceria? VAGNER FREITAS - A CUT e os movimentos sociais de esquerda são as únicas entidades deste País com poder, capacidade de mobilização da militância para enfrentar e impedir que essa avalanche de políticas conservadoras e retrocessos democráticos continuem prosperando e destruindo tudo que construímos nos últimos anos. Desde 2005, quando o ex-parlamentar Jorge Bornhausen disse que era preciso ‘destruir essa raça’, a direita vem tentando destruir o PT e o legado do ex-presidente Lula. Enganam-se os que acham que eles vão parar por aí. Se conseguirem destruir o PT, virão com tudo para tentar nos destruir também. Outubro 2015

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A unidade da CUT e dos movimentos sociais é fundamental para o sucesso do enfrentamento de classe contra a direita. Não é à toa que lançamos o Fórum Nacional de Esquerda, que junta entidades sindicais e partidos políticos de esquerda para disputar uma agenda na sociedade. ____________________________

Somos uma Central forte porque temos estratégia para o presente e estudos para futuro ____________________________ • REVISTA - Uma das mais importantes ações de distribuição da renda do Brasil foi a política de valorização do salário mínimo - passou R$ 200 reais, em 2002, a R$ 724 reais em 2014 –, com um aumento real (acima da inflação) de mais de 72%. Essa segue sendo a maior conquista da classe trabalhadora nas últimas décadas? VAGNER FREITAS - Sim. A Política de Valorização do Salário Mínimo, construída pela CUT em parceria com o governo Lula, é fundamental para manter o poder de compra dos/ as trabalhadores/as e, assim, contribuir para o aquecimento do mercado interno, o que é decisivo para o desenvolvimento do Brasil. É importante lembrar também que a valorização do Salário Mínimo elevou o piso de praticamente todas as categorias profissionais do País, gerando um efeito cascata de elevação dos salários médios. 14

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• REVISTA - Você já afirmou que o pleno emprego foi o principal ganho que o PT (no governo) garantiu à classe operária brasileira, que, assim, conseguiu enfrentar a burguesia de igual para igual. O momento atual é diferente, apesar do índice de desemprego ser inferior ao de países europeus. A desigualdade pode voltar ou a classe operária poderá continuar enfrentando a burguesia com o que aprendeu durante o pleno emprego? VAGNER FREITAS - Faz parte das relações de trabalho o conflito entre trabalhadores e patrões porque as prioridades e interesses são diferentes. Enquanto um visa o lucro, o outro tem como prioridade a qualidade de vida familiar. Isso justifica a existência do sindicalismo. Os trabalhadores, para se contrapor ao poder patronal, precisam se unificar enquanto classe, enquanto categoria profissional. Portanto, os trabalhadores se organizam enquanto classe trabalhadora para enfrentar a classe patronal, também conhecida como burguesia. A classe operária sempre vai enfrentar a burguesia, seja em momentos de alto desemprego, como nos anos 1990, seja em momentos de crescimento econômico do País e das empresas, como ocorreu no governo Lula - nunca os empresários ganharam tanto dinheiro. Naquele período, a luta foi por emprego decente e melhores condições de trabalho e renda.

A prioridade da política econômica deve ser o setor produtivo e não especuladores ____________________________ • REVISTA - A CUT está afiada ou terá de ajustar estratégias e ações para enfrentar esta interrupção do ciclo virtuoso de pleno emprego e o consequente desemprego? VAGNER FREITAS - Somos a maior e mais combativa central do Brasil e da América Latina porque temos estratégias para o presente e estudos e análises sobre o futuro que queremos construir para a classe trabalhadora. Além disso, temos capacidade de organização, mobilização e luta para conquistar nossos objetivos. No momento (setembro/2015), por exemplo, estamos elaborando sugestões para apresentar ao governo e à sociedade brasileira um programa econômico alternativo com o objetivo claro de retomar o ciclo virtuoso de crescimento econômico, geração de empregos e distribuição de renda que tivemos nos últimos 12 anos e que deve continuar. A prioridade da política econômica deve ser o setor produtivo e o desenvolvimento econômico e não a vontade dos especuladores e dos banqueiros. • REVISTA - Historicamente, a CUT é contra a elevação da taxa de juros para Outubro 2015


controlar a inflação. O Brasil vem praticando altas taxas de juros. Além de paralisar a economia e travar investimentos na produção, com consequências para o nível de emprego, que outros problemas a taxa alta gera para a classe trabalhadora e a conquista de direitos. VAGNER FREITAS - Quando o Banco Central eleva a taxa Selic – referência para as taxas que os bancos cobram e para os indexadores – os/as trabalhadores/as são penalizados/as porque têm de pagar mais pelo crédito e pelos bens que consomem: compra do carro, bens eletroeletrônicos, casa própria ou em construção, reformas, aluguéis, material escolar etc. Como fica mais caro comprar, afeta também o mercado interno, fator central no crescimento econômico que tivemos nos últimos anos.

Com Lula fizemos uma revolução social que a história, com certeza, reconhecerá ____________________________ • REVISTA - Em resumo, como você vê o seu mandato e dessa diretoria? VAGNER FREITAS - Desde 2012, vivemos momentos marcantes da história da CUT, do movimento sindical e do Brasil. Isso porque tivemos de fazer uma luta enorme em defesa do que a classe trabalhadora conquistou no governo Lula. Essas conquistas foram ameaçadas pela pauta conservadora nas eleições de 2014. Passada a eleição, tivemos que lutar mais ainda para impedir ataques aos nossos direitos e combater o golpe contra o projeto democrático-popular, que ajudamos a eleger. Ataques vindos tanto da bancada mais conservado-

ra desde a redemocratização do País eleita para o Congresso Nacional, quanto do candidato à Presidência da República derrotado nas eleições (Aécio Neves, do PSDB) e de todos os partidos de oposição ao governo, além da equipe econômica escolhida pela presidenta Dilma Rousseff. Essa luta continua porque os ataques são diários. Mesmo assim, tivemos uma vitória universal: pela primeira vez na história da América Latina, elegemos um brasileiro, o companheiro João Felício, ex-presidente da CUT, para a presidência da CSI, central sindical internacional dos/as trabalhadores/as. E para fechar o mandato, vamos realizar um seminário internacional, onde estarão presidentes e representantes de 71 países de todos os continentes, entre eles, o ex-presidente do Uruguai e hoje senador José Mujica. • Roberto Parizotti

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Roberto Parizotti/30-03-2015

Avanço histórico

A igualdade entre homens e mulheres é fundamental para o desenvolvimento do País

Paridade é conquista das mulheres e de toda Central CUT é a primeira do País a ter 50% de mulheres na Direção “Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana sempre. Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria mistura a dor e a alegria”. Foi com a música de Milton Nascimento e Fernando Brant “Maria Maria” que as mulheres da maior central sindical da América Latina comemoraram a histórica conquista da paridade, há três anos. O 11º Congresso da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT), em 2012, com o tema “Liberdade e Autonomia se constrói com igualdade”, aprovou a obrigatoriedade estatutária de as direções da CUT nacional e em todos os Estados do Brasil ter 50% de mulheres e 50% de homens, a partir do 12º CONCUT. 16

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A atual conjuntura do País nos coloca o desafio de pensar ações e políticas para enfrentar a luta de classes e de ódio da elite, que não aceita que, desde 2003, um projeto democrático-popular vem governando o País, com sucesso, e, entre outros avanços sem precedentes, implementou políticas específicas e inéditas para mulheres. Ao mesmo tempo em que a CUT coloca em prática a paridade, polêmicas no Plano Nacional de Educação (PNE) e também no documento elaborado por estados e municípios, para combater a discriminação e a desigualdade de gênero, têm provocado intenso debate. No Congresso Nacional, onde as mulheres são pouco mais de

10% dos parlamentares, bancadas conservadoras que reúnem empresários, ruralistas e religiosos não querem ouvir a palavra gênero. A maioria da população, por sua vez, desconhece a importância dessa discussão, também historicamente ignorada pela mídia tradicional. Além de garantir o que está determinado na lei, a igualdade de gênero na educação possibilita diálogo e atividades sobre temas e conflitos no dia a dia, dentro e fora das salas de aulas, como a discriminação nos locais de trabalho. O número de mulheres no mercado de trabalho mundial aumentou em 200 milhões na última década. O crescimento foi considerado o mais alto da Outubro 2015


história, mas, ao mesmo tempo, as mulheres ocupam as funções mais vulneráveis, segundo dados são da OIT (Organização Internacional do Trabalho). No Brasil, as desigualdades encontradas pelas mulheres no mercado de trabalho ainda são grandes: maior desemprego, menos participação e mais informalidade, salariais desiguais, segmentação ocupacional, dupla jornada e escassez de políticas que ajudem a conciliar o trabalho de reprodução social e aquele voltado ao mercado, quando as mulheres optam por ser mães e trabalhadoras. A participação feminina no mercado de trabalho formal atingiu 43% em 2013, um aumento de apenas 1,1 ponto percentual desde 2009, quando o índice era de 41,9%. Apesar dos avanços, há muito o que ser feito. É o caso da presença feminina em postos de comando, ou seja, os empregos mais valorizados, com mais poder e mais bem remunerados continuam sendo majoritariamente masculinos.

Dados do IBGE e da Fundação Getúlio Vargas apontam que apenas de 6% a 7% de mulheres chegam aos cargos mais altos de direção nas empresas. Outro dado revelador: nove em cada dez trabalhadores domésticos são mulheres As desigualdades de gênero historicamente têm relegado as mulheres a uma realidade de inferioridade. Mesmo sendo mais da metade da população brasileira, com maior nível da escolaridade e mais anos de estudo que os homens, ainda assim recebemos salários menores. Na média, as mulheres ganham 30% menos do que os homens para exercer a mesma função, de acordo com pesquisas.

Presença da mulher torna a agenda da CUT mais rica e solidária A ONU preconiza em seu estudo “Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016: transformar as economias para realizar os direi-

Mercado de trabalho Taxa de desemprego por sexo, cor e raça

Fonte: Retrato das desigualdades de gênero e raça - 4ª edição

tos”, que trabalho decente deve ser “adequadamente remunerado, exercido com condições de liberdade, igualdade e segurança, capaz de garantir uma vida digna para os trabalhadores e as trabalhadoras”. No movimento sindical, a participação das mulheres segue os padrões da sociedade. Elas estão participando mais das direções dos sindicatos e da Central. Os 27 congressos estaduais da CUT demonstram o acerto, o quanto foi acertada a decisão de aplicar a paridade nos Estados. É evidente que para alcançarmos este resultado tivemos de fazer muitas articulações e vencer Roberto Parizotti

Mulheres: no mercado de trabalho, no campo, no movimento sindical, na luta em defesa da classe trabalhadora

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fortes resistências. O novo sempre assusta e dividir poder nem sempre é aceito com muita tranquilidade, mas provamos que é possível construir a paridade em nossas direções, que é possível distribuir responsabilidades e poder entre homens e mulheres que têm o mesmo objetivo: a defesa dos direitos da classe trabalhadora. A CUT já entrou para a história do movimento sindical como a primeira central a entender que o caminho é esse: a paridade é uma responsabilidade de toda a CUT e a composição da direção é a primeira etapa. O machismo e o patriarcado refletem no mundo sindical. As mulheres sindicalistas estão sempre resistindo a esse círculo vicioso presente na sociedade, tanto em suas casas, superando as desigualdades nas tarefas domésticas e responsabilidades familiares, quanto no movimento sindical, no enfrentamento diário do machismo e da falta de reconhecimento do empoderamento das mulheres dos últimos anos. Há muita luta e desafios pela frente, portanto, é preciso garantir as condições necessárias para que, de fato, a igualdade de gêneros aconteça no mundo do trabalho e em todos os espaços de representação. O começo de tudo A questão de gênero entrou na história dos sindicatos a partir da presença das mulheres nas direções. Em 1986, com as mobilizações das trabalhadoras e lideranças sindicais 18

Revista ARTSIND

Roberto Parizotti/ 08-03-2015

Mulheres são 43% do mercado de trabalho, mas ganham 30% menos que homens

é aprovada, no 2º CONCUT, a criação da Comissão Nacional sobre a Questão da Mulher Trabalhadora da CUT, vinculada à Secretaria de Política Sindical. Vinte anos depois da fundação da Central, no 8º CONCUT, em 2003, foi criada a Secretaria Nacional sobre a Mulher Trabalhadora da CUT – SNMT. O debate sobre a política de uma cota mínima de 30% e máxima de 70% para ambos os sexos nas instâncias de direção da CUT, em âmbitos nacional, regional e estadual, colocou em xeque a discussão do poder no movimento sindical cutista, a partir 1994. O tema dividiu opiniões de homens e mulheres, tendências políticas e sindicatos. Segundo documento da CUT, a cota vem “como medida inicial para construir relações políticas igualitárias” . O aumento do número de mulheres nas direções da CUT mostra o quanto é positivo realizar uma política que enfrente as desigualdades e procure alavancar um processo educativo para que, paulatinamente, as oportu-

nidades entre homens e mulheres sejam iguais e as direções sindicais representem, no mínimo, o percentual que cada um dos sexos têm nas suas categorias. A presença das mulheres nas diferentes instâncias da CUT tem trazido uma nova dinâmica para a agenda política: mais rica e mais solidária. Mas outra afirmação também se faz necessária: as mulheres não podem deixar esfriar a luta pela igualdade neste espaço. Pois ainda temos muito caminho a percorrer nessa “jovem mulher” que é a organização das trabalhadoras. A SNMT foi uma grande vitória da classe trabalhadora e nasceu pautada na construção de políticas que reconhecem a importância da igualdade de gêneros para a consolidação da democracia e o desenvolvimento econômico com inclusão e justiça social do Brasil. • ____________________________________ Mulheres da Direção Executiva Nacional da Articulação Sindical: Carmem Foro, Elizangela dos Santos Araújo, Fabiana Uehara, Junéia Martins Batista, Maria Julia Reis Nogueira, Maria das Graças Costa, Maria Godói de Faria, Rosane Bertotti.

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Avanço entra para a história do movimento sindical A paridade conquistada na CUT é histórica não apenas para a Central e o movimento sindical brasileiro, mas para todas as mulheres do País, além de um marco mundial. O relatório das Nações Unidas divulgado em março de 2015, que avaliou a questão de gênero em 167 países, comprova o tamanho da conquista. Segundo o documento, ainda pode demorar 81 anos para que as mulheres conquistem a equidade com os homens no mercado de trabalho em nível mundial. O documento destaca que, no ritmo atual, serão necessárias mais de oito décadas para se alcançar a paridade de gênero na economia e 50 anos para que seja atingida a igualdade na representação parlamentar.

O levantamento é um balanço da aplicação das normas adotadas pelos países na 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, em Pequim, na China, em 1995, data em que foi pactuada uma plataforma de ação para ser cumprida por 189 países, iniciativa privada e sociedade.

ONU faz alerta: igualdade ainda pode demorar 81 anos Nesse período, porém, segundo a ONU, houve poucos progressos para acabar com leis discriminatórias, aprovar

legislações contra a violência dirigida a mulheres e meninas. No Brasil, a Lei Maria da Penha, sancionada em agosto de 2006 pelo então presidente Lula, se tornou exemplo e referência mundial. Com a lei, foram instituídos mecanismos para combater a violência doméstica e familiar contra as mulheres, além de medidas de prevenção e punições para as agressões. A Maria da Penha se tornou, assim, o principal instrumento legal de enfrentamento da violência doméstica contra a mulher no Brasil. Como atesta a própria ONU, mais investimentos em igualdade de gênero são vitais para o mundo alcançar crescimento econômico e desenvolvimento sustentável. • Dino Santos/Julho 2012

Delegadas do 11º Congresso Nacional da CUT, em 2012, comemoraram a aprovação da paridade

Revista ARTSIND

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Adonis Guerra/Tribuna Metalúrgica-SMABC/26.08.2015

Emprego e Renda

Trabalhadores em greve fizeram passeata em São Bernardo, montadora aderiu ao PPE e cancelou 1.500 demissões

Cenário econômico e a pauta da classe trabalhadora Movimento sindical precisa disputar opinião pública sobre importância do emprego para o crescimento do País Clemente Ganz Lúcio* Faltando menos de quatro meses para o fim 2015, o quadro econômico do País não é dos mais promissores: queda da atividade econômica e da arrecadação fiscal, pressão inflacionária e diminuição dos investimentos, com consequências negativas no mercado de trabalho e na negociação coletiva. Um dos principais fatores dessa crise é o cenário internacional de forte retração e insta20

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bilidade econômica, no entanto, a opção de política econômica feita pelo governo federal, com um forte viés recessivo, tem aprofundando a crise. A conjuntura internacional sem muitas perspectivas de uma retomada sustentada do crescimento e com muitos pontos de incertezas expostos pode evoluir rapidamente para fortes turbulências e até novas fases dessa crise que se estende desde 2008. Nem a China, com seu vigor econômico, conseguiu

permanecer imune às instabilidades da economia internacional, apresentando crise em seu mercado acionário e projeções mais modestas de crescimento. Os próximos acontecimentos demonstrarão o quanto esse cenário poderá impactar a economia brasileira, já que somos grandes exportadores para aquele país. Já em relação às questões internas, a justificativa utilizada é a necessidade de um ajuste imediato para voltar a crescer Outubro 2015


nos próximos anos, “corrigindo o excesso de gastos” e diminuindo a pressão inflacionária. Com o objetivo principal de manter o “grau de investimento” das agências de risco, as medidas adotadas, somadas à crise política instalada no país, têm gerado redução da arrecadação e perspectivas futuras negativas, colocando a economia brasileira em uma trajetória recessiva. Era o gasto público que mantinha a economia brasileira “girando”, visto que há duas décadas a indústria de transformação vem se deteriorando e não consegue fazer seu papel de alavancagem do desenvolvimento nacional. Basicamente, todas as medidas de redução de gastos aprovadas até aqui impactaram diretamente os trabalhadores e foram inócuas para os objetivos, uma vez com a política monetária implementada de aumento da taxa básica de juros para controlar a inflação, a dívida com pagamento de juros do governo federal cresceu muito mais do que a economia feita. Outro aspecto complexo neste início de ano foi à aceleração dos índices de inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA-IBGE), que é o indicador oficial de inflação do país, atingiu 9,56% no acumulado de 12 meses em julho de 2015, acima do teto da meta inflacionária, de 6,50%. A trajetória inflacionária desses primeiros meses de 2015 foi marcada por alguns elementos que, atuando de forma conjunta, colocaram o índice nos maiores Revista ARTSIND

patamares desde 2004: instabiliCampanhas 1º semestre de 2015 dade dos preços agropecuários (nos alimentos em especial), conquistaram aumento das tarifas de energia aumentos reais elétrica e no preço dos combustíveis, além de uma desvaloobtiveram reajustes rização acelerada do real, que iguais à inflação encareceu os produtos impordo período tados, base de custo de muitos produtos finais. Portanto, não é não conseguiram uma “inflação de demanda”. sequer a reposição da inflação

69% 17% 15%

Massa salarial sustenta 75% do mercado interno de consumo do Brasil Apesar do diagnóstico inflacionário apontar uma combinação de choque de oferta agrícola, com um choque de custos (energia elétrica e combustíveis) e desvalorização cambial, o governo novamente adotou a estratégia de subida dos juros básicos da economia brasileira, visando principalmente

1%

acima da inflação foi o aumento real conquistado pela maioria Fonte: Dieese

comprimir a demanda e, assim, reduzir a velocidade de repasse aos preços finais, além de buscar uma valorização da moeda brasileira frente ao dólar. O efeito dessa política foi uma desaceleração rápida e acentuada da economia, com queda do consumo, queda da produção, consequente queda da arrecadação governamental e aumento da taxa de desemprego. Dino Santos/03-05-2015

Trabalhadores na educação de SP fizeram greve mais longa da história da categoria

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A expectativa é de uma “tempestade perfeita”, em que ajuste fiscal, pressão inflacionária, política monetária restritiva, falta de água no Sul e sobretudo no Sudeste, e excesso no Norte e em alguns estados do Nordeste, Operação Lava-Jato, entre outros, contribuam para queda no nível de atividade econômica e uma recessão que pode chegar a um PIB negativo de 2% neste ano e comprometimento de 2016. Não pode ser descartado o risco real de iniciar um processo de reversão de todas as conquistas obtidas pelo mercado de trabalho desde 2004, em especial no aumento do trabalho assalariado formal e nos ganhos reais nas negociações coletivas. Mercado de trabalho Depois de uma década, o desemprego volta a atormentar a vida dos trabalhadores. Sem crescimento econômico, não há geração de emprego. Os indicadores de mercado de trabalho indicam crescimento expressivo da taxa de desemprego, com-

Saldo mensal do emprego formal, Brasil, 2012-2015* 400.000 300.000 200.000 100.000 0 -100.000 -200.000 -300.000 -400.000 -500.000 -600.000

Jan

Fev

Mar

Abr 2012

parada com os mesmos meses de anos anteriores. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o acumulado dos sete primeiros meses de 2015 apresentou um saldo negativo de 547 mil empregos. Em julho foram eliminados 157,9 mil postos de trabalho, o pior resulto do ano (Veja mais dados nos gráficos). Esse movimento tende a se agravar ao longo do ano. Assim, no momento em que o traba-

Campanhas salariais destacam a importância da manutenção do emprego

Revista ARTSIND

2013

Jun

Jul 2014

Ago

Set

Out

Nov

Dez

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Fonte: Caged 2014. Elaboração: Subseção DIEESE – CUT Nacional. *2015 dados de janeiro a julho.

Wilson Dias/Agência Brasil/05-05-2015

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Mai

lhador mais precisa de proteção social do Estado e a economia mais necessita de renda preservada pelo emprego, o país escolhe caminhos e faz mudanças que agravam problemas. Negociação Coletiva: salário e preservação do emprego As entidades sindicais que protagonizam as negociações coletivas de salários começam a se deparar com problemas causados pela conjuntura macroeconômica. Além dos problemas em razão do fraco desempenho da economia,desde 2004,a inflação, um dos fatores determinantes para o alcance de reajustes salariais favoráveis, não apresenta comportamento tão desfavorável às campanhas salariais. No primeiro semestre de 2015, aproximadamente 69% das negociações analisadas pelo SAS-Dieese conquistaram aumentos reais. Os reajustes acima da inflação se concentraram na faixa de até 1% de ganho real. Um Outubro 2015


Temos pela frente um tempo de adversidades, em que o movimento sindical deve unir forças para lutar pela retomada do crescimento com geração de emprego e aumento dos salários. Revista ARTSIND

da inovação que modifica, mas preserva o meio ambiente. Há, portanto, um enorme espaço para o crescimento com sustentabilidade ambiental. Isso exige aumento dos investimentos público e privado, que geram emprego e renda, melhoram a capacidade fiscal do Estado, enfim, abrem espaço para um movimento virtuoso de crescimento sustentado pelo investimento e pela capacidade distributiva do Estado e dos sindicatos. O movimento sindical tem o desafio de recolocar no centro da estratégia econômica de crescimento e de desenvolvimento o emprego e os salários como elementos dinamizadores de um grande mercado interno de consumo em permanente formação, expansão e disputa. •

Atividade produtiva deve gerar qualidade de vida

Há um país a ser reconstruído! É preciso criar demanda para uma atividade produtiva que propicie condições para gerar o bem-estar social e a qualidade de vida. O tipo de crescimento, que é também uma oportunidade estratégica, pode e deve ser mobilizador

____________________________________ *Clemente Ganz Lúcio é diretor técnico do Dieese

Evolução do emprego formal no Brasil, 2003 a 2015

49.101.147

48.948.433

47.458.712

46.310.631

41.207.546

39.441.566

37.607.430

35.155.249

33.238.617

0,3

-1,1

48.553.709

6,9

7,0

44.068.355

6,3

31.407.576

Movimento sindical

É preciso disputar, para se formar,a opinião pública sobre o papel do emprego e dos salários na mobilização do crescimento do país, condição essencial para se superar as graves desigualdades sociais existentes na cidade e no campo brasileiro.

29.544.927

número significativo de negociações obteve reajustes iguais à inflação medida pelo INPC-IBGE, correspondendo a quase 17% do painel elaborado pelo Dieese. Os reajustes salariais que não repuseram a inflação alcançaram quase 15% das negociações. Quando comparados aos reajustes obtidos pelas mesmas categorias nos últimos oito anos, é possível notar um aumento na proporção de reajustes iguais e abaixo do INPC-IBGE. O cenário de recessão, desemprego e queda dos salários coloca constrangimentos reais aos processos negociais. Sem dúvida, o movimento sindical deverá encarar com prioridade a preservação dos empregos, pleiteando a adoção de medidas que visem preservá-los. Nessa frente de luta, há um desafio fundamental: desenvolver campanhas salariais que coloquem no debate, com o empresariado, a comunidade e os governos, a importância da manutenção dos empregos e dos salários para a constituição da massa salarial, que sustenta ¾ do mercado interno de consumo, parte essencial da formação da demanda que anima o investimento empresarial e incrementa o nível de atividade econômica.

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014* 2015** *Estoque estimado a partir da RAIS 2013 e do saldo do CAGED de janeiro a dezembro de 2014. **Estoque estimado para 2014 e o CAGED de janeiro a maio de 2014. Fonte: Rais 2002 a 2013, Caged 2014. Elaboração: Subseção DIEESE – CUT Nacional.

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Wilson Dias/Agência Brasil/05-05-205

Educação

Em greve, trabalhadores na educação de vários Estados tomaram ruas e até estádios de futebol, como no Paraná, para fazer a luta

CUT é fundamental para tirar o PNE do papel Metas para mudar Educação dependem de royalties do Pré-Sal e pressão social Vanilda Oliveira Não foi por acaso que o governo adotou Brasil, Pátria Educadora como lema do atual mandato nem que o 12º Congresso Nacional da CUT tenha como mote Educação, Trabalho e Democracia. Direito não se reduz, se amplia. Desde a década passada, a Central, orientada pelas mudanças políticas no País, assumiu a estratégia de disputar os rumos do desenvolvimento nacional. Essa disputa exige ações para combater as desigualdades de classe e a educação, assim como o trabalho decente é um dos instrumentos 24

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e caminhos fundamentais para atingir a igualdade, a inclusão e a justiça social. “O fato de a educação estar em destaque no Congresso da CUT demonstra como o tema é importante para a Central e não somente para os trabalhadores no setor, mas para toda a classe trabalhadora, toda a sociedade”, afirma o presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação), Roberto Leão. O que melhora a Educação e a vida dos trabalhadores é estratégico e importante para a CUT, por isso, a aprovação do PNE (Plano Nacional de Educação),

em 2014, mereceu comemoração, apesar das ressalvas e mudanças no texto. É justamente o PNE que define as principais metas que o Brasil deve atingir no ensino durante os próximos dez anos. E como não há educação sem professor. O Plano é considerado decisivo para modificar a realidade dos alunos e dos professores brasileiros, diz Roberto Leão. Basta passar os olhos por algumas pesquisas para confirmar com estatísticas porque tantas lutas têm de ser feitas pela CUT e outros entes que representam os trabalhadores na Educação. Outubro 2015


O professor brasileiro recebe um dos piores salários da categoria entre 40 países, segundo estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho). A média salarial do docente brasileiro, em início de carreira, no ensino fundamental, é a terceira mais baixa do mundo, a menor de todos os trabalhadores com nível superior no País, atesta relatório da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). Dados como esses, desestimulam o ingresso na profissão: os jovens que procuram a carreira de professor no Brasil são dos estratos de menor renda e fizeram sua formação na escola pública. Somente 2% dos alunos do ensino médio pensam em seguir carreira no Magistério. Se as metas do PNE forem devidamente cumpridas nos prazos estabelecidos, essa realidade vai mudar e melhorar a vida de trabalhadores na Educação, dos alunos e de toda a sociedade. “O grande documento norteador da educação brasileira é o PNE, por isso é preciso que ele saia do papel”, afirma o presidente da CNTE sobre o texto, com 20 diretrizes, aprovado em 2014 no Congresso Nacional, depois de mais de quatro anos de tramitação. Para o dirigente, os trabalhadores da educação precisam que a sociedade em geral assuma o PNE e que o governo se empenhe em garantir que haja Revista ARTSIND

Valter Campanato/ Agência Brasil/09-04-2014

Para o presidente da CNTE, Roberto Leão, toda a sociedade tem de assumir o PNE

financiamento necessário à concretização do Plano”. E destaca: “PNE deve nortear o Pátria Educadora, porque educação é essencial ao País, por isso os prazos devem ser cumpridos, as metas devem ser cumpridas”.

Plano Nacional de Educação traz 20 metas para a próxima década

Concretizar a meta do PNE, que estabelece que em seis anos o salário médio dos professores deve ser igual ao salário médio dos que têm a mesma formação acadêmica exige aporte. Hoje, diz Roberto Leão, esse salario médio é 53% maior que o da nossa categoria”. Outra meta crucial é a que estabelece piso salarial e de carreira.

O Plano estabelece que pelo menos 10% do PIB ddevem ser investidos na educação. “Sabemos que esse percentual possibilita colocar o PNE em prática e que não é exorbitante. O Brasil é grande e educação é cara, por conta das realidades diferentes.” A discussão em pauta hoje, segundo Roberto Leão, é a dos royalties do petróleo e o prejuízo ao País que representaria uma eventual aprovação do projeto do senador tucano José Serra. “O governo precisa se empenhar a fundo, o problema é que temos um Congresso Nacional conservador, vingativo, sem comprometimento com o desenvolvimento do País. Precisamos de verba para garantir o financiamento das metas, por isso é imprescindível que a lei que estipula royalties do petróleo permaneça”. De cada um real gasto na educação, o governo federal arca Outubro 2015

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com 20 centavos. O restante é de responsabilidade dos Estados e dos municípios, que arcam com as etapas mais caras. As cifras comprovam que a Lei de Responsabilidade Fiscal precisa ser discutida, alterada, para não atrapalhar o PNE, de acordo com a CNTE. Hoje, explica Roberto Leão, essa legislação tem servido de argumento para muitos prefeitos justificarem a não ampliação dos investimentos em educação. Um exemplo do problema é o Programa Brasil Carinhoso, no qual o governo federal constrói instalações para creches, mas a manutenção cabe às prefeituras, que acabam extrapolando os limites de gastos estipulados pela lei É preciso que os movimentos sociais e sindical assumam essa luta e pressionem a Câmara dos Deputados, Senado, prefeituras, assembleias legislativas para que exijam adequações na Lei de Responsabilidade Fiscal. Para

isso, é necessário que haja mo- dados são de 2013, pois a totalibilização social e que o governo dade do Censo 2014 ainda não federal assuma essa bandeira foi publicada. como dele. O Brasil tem dois milhões de professores e trabalhadores na rede pública, 400 mil cursam o Perfil ensino superior, indicador do Os números impressionam aumento do número de docene confirmam a importância da tes com formação universitária. De cada dez professores, oito Educação e do PNE para o País. Mais de 50 milhões de estudan- (81%) são mulheres; 58% têm tes estão matriculados nas redes até 40 anos de idade e 23% trapúblicas estaduais e municipais balham em mais de uma escola de ensino em todo o Brasil, in- para conseguir complementar a renda. cluindo creche e educação proO Plano Nacional da Educafissional, de acordo com Censo ção, em seu diagnóstico, afirma Escolar 2014/Inep) que “a qualidade do ensino só As redes municipais são poderá acontecer se houver a responsáveis por quase meta- valorização dos trabalhadores de das matrículas (46,4%), o do Magistério, que apenas será equivalente a 23,3 milhões de alcançada por meio de uma poalunos, seguida pela rede es- lítica global capaz de articular a tadual, que atende a 35,8% do formação inicial, as condições total, 17,9 milhões. A rede fede- de trabalho, o salário, a carreira ral, com 290.796 matrículas, par- e a formação continuada”. Que ticipa com 0,6% do total. Esses assim seja. • Roberto Parizotti

Em SP, categoria desafia governo que ignora os trabalhadores, a sociedade e principalmente os alunos

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Orlado Kissner/Fotos Públicas

Polícia do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB): truculência, intransigência e desrespeito à categoria e à educação

Categoria enfrenta intransigência dos tucanos O primeiro semestre de 2015 foi marcado por greves de trabalhadores na educação em vários Estados, mas em São Paulo e Curitiba (PR), a intransigência dos governos estaduais, ambos tucanos, e a violência policial, revelaram, mais uma vez, como os trabalhadores do setor são (mal) tratados no País. “Tivemos no período movimentos grevistas no Brasil inteiro e pudemos ver como esses mandatários se comportam. O governo tucano de São Paulo não negociou, ficou assistindo a greve mais longa da história da categoria, mas não discutiu com os trabalhadores, fez ameaças, e cortou ponto. Uma prática do tucanato”, avalia o presidente da CNTE. Roberto Leão destaca, porém, que a greve da categoria em São Paulo foi uma grande vitória da Apeoesp, entidade “exemplar Revista ARTSIND

no trabalho de mobilização e correta nas decisões que tomou, pois fez uma paralisaçãode resistência, que mostrou a determinação dos professores e profissionais na Educação no maior Estado brasileiro”. “A categoria em São Paulo enfrenta uma maneira de governar que ignora os trabalhadores na educação, ignora toda a sociedade, principalmente os alunos, ao se recusar a negociar para promover bons salários”, critica o dirigente. No Paraná, o presidente da CNTE destaca o “massacre horroroso” dos trabalhadores, que mostrou mais uma vez o modelo de governo intransigente e truculento que não se preocupa com a educação.“São exemplos do que não se deve ser feito.” O presidente da CNTE lembra que os funcionários públicos não têm direito à negociação

coletiva, por isso, a Convenção 151 da OIT precisa ser regulamentada e o governo federal tem de se empenhar para que isso aconteça.“Somos obrigados a decretar greve para apresentar e fazer cumprir a nossa pauta, porque as condições de trabalho e os salários são muito ruins.” A luta histórica da CNTE pela valorização dos trabalhadores é também a luta para assegurar o direito à educação à maioria da população por meio de escola pública, gratuita e de qualidade. Somente dessa forma, ocorrerá a universalização do ensino, com igualdade de condições para todos. Por isso, a Confederação defende políticas públicas com caráter de políticas de Estado em educação, capazes de assegurar a superação das inúmeras deficiências do sistema educativo brasileiro.• Outubro 2015

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Parlamento

Um Congresso conservador e contra a pauta dos trabalhadores Legislativo aprova projetos que precarizam relações de trabalho Neuriberg Dias * A conjuntura em 2015 tem sido francamente desfavorável aos trabalhadores, tanto na esfera legislativa, quanto na área econômica. A correlação de forças no interior da coalizão governamental também não é boa. Isso vai requerer muita capacidade de diálogo, pressão e mobilização dos trabalhadores e suas entidades representativas. No campo legislativo, a ofensiva sobre os direitos trabalhistas e previdenciários dos

trabalhadores, infelizmente, tem partido dos poderes Executivo, por meio das medidas provisórias 664 e 665, e do Legislativo, por intermédio do PL 4330/2004, atualmente PLC 30 no Senado, que generaliza a terceirização, institui a pejotização e a precarização das relações de trabalho e os outros projetos, como o simples trabalhista. Até no Supremo Tribunal Federal, instância maior do Poder Judiciário, onde foi reduzido de 30 para cinco anos o prazo prescricional para reclamar de-

pósitos do FGTS, há novos riscos de retrocesso, caso se confirme a tendência de declarar inconstitucional a norma que proíbe a terceirização na atividade-fim da empresa. No Congresso Nacional, houve uma conjunção de fatores contrários aos trabalhadores. A bancada sindical diminuiu e as bancadas empresarial, ruralista, da segurança e evangélica voltaram mais coesas, mais motivadas e com novos quadros. O presidente da Câmara tem compromisso com as duas on-

Polícia isola o acesso ao Congresso Nacional em dia de manifestação nacional contra projeto da terceirização

Augusto (Cau) Coelho/ComuniCamera/08-04-2015

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das em curso no Legislativo: uma conservadora, liderada pela bancada evangélica e de segurança ou da bala, e outra neoliberal, liderada pela bancada empresarial e sustentada pela ruralista. Além da terceirização foi aprovada a redução da maioridade, sendo as principais bandeiras dessas bancadas informais. E colocando em risco a questão indígena do trabalho escravo, também bandeiras dessa bancada. Na economia, vivemos um momento de retração, com queda na atividade econômica, aumento do desemprego, inflação em alta, juros altos e escassez de crédito, com a consequente redução dos investimentos. O governo da presidente Dilma, que historicamente sempre defendeu os direitos dos trabalhadores, se encontra na defensiva, tendo que patrocinar um ajuste fiscal, cuja conta recai em grande medida sobre os trabalhadores e servidores públicos. A correlação no interior do governo, neste segundo mandato da presidente Dilma, como já afirmado, é desfavorável aos trabalhadores. Os ministros que deveriam atuar prioritariamente ao lado da classe trabalhadora – caso da Secretaria Geral da Presidência e Ministério do Trabalho e Emprego – priorizam a defesa do ajuste fiscal e agora poderão ser vítimas dele (ajuste), já que se cogita a incorporação de seus ministérios a outras Pastas. Enquanto os que poderiam defender os trabalhadores dedicaram boa parte de suas energias à defesa do ajuste, os quatro Revista ARTSIND

Salário mínimo médio e desemprego Salário Mínimo Real (INPC) e Nominal, em R4, Desemprego, em %

representantes do poder econômico no governo agiam livremente em favor da agenda dos setores que representam, inclusive em relação à flexibilização de direitos trabalhistas.

Empresários e ruralistas impõem pauta neoliberal à Câmara e ao Senado São os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, que foi indicado pelo sistema financeiro; Armando Monteiro, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que representa o empresariado urbano e industrial; Katia Abreu, da Agricultura, que representa o agronegócio; e Afif Domingos, das Micro e Pequenas empresas, que representa o comércio ou as associações comerciais. Com exceção do primeiro, todos os demais fo-

ram ou são dirigentes classistas da área empresarial e, portanto, adeptos da desregulamentação dos direitos trabalhistas. Além disso, a mudança na coordenação política do governo, na perspectiva dos trabalhadores, está dificultando o trabalho de resistência no Congresso. Quando a coordenação política esteve sob direção do PT, a Secretaria de Relações Institucionais incluía os temas do mundo do trabalho entre aqueles acompanhados pelo governo. Valter Campanato / Agência Câmara

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Roberto Parizotti/14-04-2015

Foto do ator Danny Glover feita no Congresso da CNM rodou o mundo

Na coordenação do vice-presidente Michel Temer houve a separação entre o que seriam assuntos de interesse do governo e os temas supostamente de interesse dos partidos ou da sociedade. Com isso, os temas de interesse dos trabalhadores sempre caiam na cota de interesse da sociedade, o que desobrigava a coordenação política do governo de promover sua defesa perante o Parlamento.

Em m governo enfraquecido, sem unidade política nem recursos para conter a investida empresarial sobre os direitos dos trabalhadores, restará exclusivamente à classe trabalhadora e suas entidades a tarefa de promover a resistência e evitar retrocessos em seus direitos. O setor empresarial, por sua vez, tendo como eixo a pauta da CNI, que reuniu e divulgou

em 2012,“as 101 Propostas para Modernização Trabalhista” irá cobrar dos parlamentares eleitos com recursos doados pelas empresas durante a campanha eleitoral, que aprovem esse conjunto de medidas voltadas para a redução, supressão ou flexibilização de direitos. Não é por outra razão que chegaram a ganhar urgência os projetos de decretos legislativos, na Câmara e no Senado, que propõem a revogação de NR 12, uma norma fundamental de proteção do trabalhador. É nesse cenário, claramente desfavorável, que os trabalhadores e suas entidades deverão atuar no Congresso Nacional. A Agenda Legislativa divulgada pela CUT será um importante aliado dos trabalhadores, para orientar a atuação dos dirigentes junto a suas bases eleitorais. • ____________________________________ * Neuriberg Dias, Jornalista e assessor parlamentar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP). Wilson Dias/abr/04-07-2015

Dirigentes e militância tratados com violência e truculência policial em Brasília, durante ato contra o PL 4330

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Vitórias: política do salário mínimo e fórmula 85/95 Em geral, o início de legislatura é sempre muito produtivo, mas 2015, em função da crise política, ficou aquém da média, apesar da percepção de forte ativismo dos presidentes da Câmara e do Senado. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), liderou uma agenda conservadora e neoliberal, dando impulso a matérias que há muito tramitavam na Casa, mas ninguém ousava pautá-las, dado o grau de polêmica e complexidade dos temas. Estão nessa categoria, por exemplo, o projeto que regulamenta a terceirização em bases precarizantes, a proposta que reduz a maioridade penal para alguns crimes, a PEC que reduz, de 16 para 14 anos, a idade para ingresso no mercado de trabalho, o financiamento empresarial de

campanha, o projeto de decreto que revoga a NR 12, entre outros com impacto sobre os direitos trabalhistas ou direitos humanos. Algumas matérias, claramente contrárias ao governo foram transformadas em norma jurídica. Foi o caso das emendas à Constituição que instituíram o Orçamento Impositivo e a que aumentou a idade limite para a aposentadoria compulsória de 70 para 75 anos, retirando da presidenta Dilma Rousseff o direito de indicar os ministros de tribunais superiores. Mas o primeiro semestre de 2015 não foi marcado apenas por atrasos ou retrocessos. Houve avanços, como a aprovação da adoção da fórmula 85/95, que reduziu os efeitos perversos do fator previdenciário; a política de recuperação do salário mínimo, que foi renovada

por mais quatro anos; a regulamentação do trabalho doméstico e a correção da tabela do imposto de renda. Resultado da resistência dos trabalhadores, iniciativas aprovadas na Câmara dos Deputados nocivas à classe trabalhadora, ainda não foram transformadas em lei. Ou porque a votação nas comissões não foi concluída ou será reformulada pelo Senado, casos da terceirização, do financiamento empresarial de campanha e da redução da maioridade penal. Embora a conjuntura seja desfavorável, é fundamental lutar e criar mecanismos que protejam os trabalhadores nesse período de crise e de investida em bases neoliberais. O PPE (Programa de Proteção ao Emprego) é um exemplo de iniciativa que evita desemprego. • (ND) Roberto Parizotti/24-02-2015

No Senado, projetos da oposição tentam entregar ao setor privado a Petrobras e o Pré-Sal

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Brasil rural

Avançamos e mudamos a cara do campo no País Valorização da agricultura familiar, trabalho decente e reforma agrária para uma vida digna Carmem Foro e Rosane Bertotti* Maior ramo da CUT, com 1.491 entidades filiadas, os rurais foram dos que mais observaram mudanças em 12 anos de governo democrático-popular, em especial, quando analisados os investimentos destinados à agricultura familiar. Uma prova de sua importância é a liberação de R$ 28,9 bilhões para o Plano Safra da

Agricultura Familiar 2015/2016, mesmo em um momento de ajuste fiscal. O investimento anunciado pela presidenta Dilma Rousseff é 20% maior do que o de 2014 e 700% superior ao de 2002 (R$ 2 bilhões), último ano do governo tucano de FHC. Tão importante quanto esses, recursos são outras políticas que acompanham o plano, como a orientação para que, ao menos, 30% dos produtos

adquiridos por órgãos federais venham da agricultura familiar por meio do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). O investimento não é mero apreço. Dados do Ministério do Desenvolvimento agrário apontam que 84% dos estabelecimentos rurais no Brasil são de agricultores familiares (4,3 milhões), setor responsável por 70% dos alimentos na mesa dos brasileiros. Para um governo que Roberto Parizotti/CUT

Poder de mobilização: rurais reuniram mais de 70 mil pessoas na 5ª Marcha das Margaridas, em Brasília

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tem como prioridade combater a fome, essa forma de produção deve exercer papel fundamental. Mas os avanços não estão restritos à alimentação. Tão importante quanto combater a miséria, é enfrentar a desigualdade, que se manifesta também na violência sexista. A titulação conjunta obrigatória da terra, resultado de uma portaria de 2003, faz com que 70% dos títulos de terra hoje sejam emitidos com a mulher como primeiro titular. Em outra frente, o Pronaf /Mulher garante, ao menos, destinação de 30% do total de recursos do programa exclusivamente às mulheres. Ações como essas são conquistas de um movimento que luta e que, em 2015, promoveu mais uma edição da Marcha das Margaridas. Levar 70 mil pessoas a Brasília, como fizemos em agosto deste ano, em um contexto de retrocessos e ataques violentos à organização da classe trabalhadora, não é para qualquer um e mostra a capacidade de mobilização e de resistência da CUT e de organizações parceiras. Avançamos em políticas públicas para crédito fundiário, para habitação rural e, acima de tudo,para valorização do campo como um espaço de vida, não apenas de produção, conceito que conseguimos disseminar também dentro das instâncias da Central nos últimos três anos. Por meio da luta dos/as camponeses/as, representados em uma diversidade de frentes que vai de quilombolas a ribeirinhos, de pescadores/as a organizações da Via Campesina, de agricultoRevista ARTSIND

res/as a assalariados/as rurais, organizados/as na Contag e na Fetraf, e unificados no Macrossetor Rural, conseguimos mostrar que o campo tem impacto direto para a vida da cidade.

Unidos no Macrossetor Rural mostramos a nossa importância

Quando o Pronaf investe para atender 230 mil famílias com assistência técnica focada na agroecologia, permite que os agricultores preservem sementes diante do avanço dos transgênicos do agronegócio. É de saúde que falamos. Quando o programa destina 25% dos recursos públicos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para jovens, mira no combate ao êxodo para a cida-

de, justamente um dos grandes desafios para o próximo período. Porque sem a valorização do campo como espaço de vida, para além do ambiente de produção, não reverteremos essa tendência. Há um processo bastante significativo de envelhecimento das propriedades e isso se deve à falta de políticas adequadas. A educação, mesmo quando dirigida para a escola rural, ainda não tem o/a camponês/sa como protagonista. Os livros não discutem a importância da produção de alimentos para o País e costumam trazer a cidade como o espaço do desenvolvimento, enquanto o interior é retratado como o oposto disso. Faltam espaços de lazer, cultura, acesso à internet. Aquilo que já é considerado direito adquirido na cidade vira supérfluo no ambiente rural e faz com que o jovem se depare com a ideia de que o desenvolvimento é restrito ao urbano. O resultado é o encolhimento do campo e o inchaço da cidade, Carlos Alberto/Fotos Públicas/12-05-2015

Investimento na agricultura familiar é 700% maior no governo Dilma que em 2002

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conforme aponta estudo do Dieese de 2014. Segundo levantamento da entidade, em 1950, 63,8% da população viviam no meio rural. Trinta anos depois, são 32,3% dos/as brasileiros/as, com estimativa para que em 2050 sejam somente 8%, o equivalente a 18,1 milhões de pessoas. Uma transformação que é resultado, além da maior demanda por trabalhadores/as nas áreas urbanas, das mudanças no processo produtivo na agricultura (maior especialização e mecanização) e também da fuga diante da precariedade do trabalho no meio rural. Indicador disso é a taxa de trabalhadores/as sem carteira assinada -59,4% ou 2,4 milhões de rurais -, bem acima da média geral do País, em torno de 50%. Nas regiões Norte e Nordeste, a situação é ainda pior, os índices atingem 77,1% e, em Estados como Acre, Ceará e Sergipe, ultrapassam os 90%. Esse cenário afeta diretamente o movimento sindical, pois a informalidade afasta o/a trabalhador/a do sindicato, enfraquece a capacidade de lutar por melhores condições e inviabiliza acordos coletivos qualificados. Com isso, os pisos negociados mal ultrapassam o valor de um salário mínimo: entre 2007 e 2013, a média salarial ficou em 1,1 salário. Não há passe de mágica e a fórmula é sempre pressão, que é igual a conquista. Portanto, com baixa sindicalização, a vida no campo não melhora. Parte desse problema está na formação. 34

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Evolução do mercado de trabalho agrícola segundo a posição na ocupação Brasil - 2004 a 2013 (em mil pessoas)

Fonte: IBGE. Pnad (2004 a 2012). Elaboração: DIEESE. Subseção Contag

Nos últimos 15 anos – e isso não é exclusividade da classe trabalhadora – deixamos de fazer a formação de base, limitando-nos ao aperfeiçoamento de dirigentes para a linha de frente.

Setor garante 70% dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro Ainda assim, muitos deles/as sem entender a necessidade de estimular a organização associativa mais política que era cumprida por sindicatos e pastorais. Esse vácuo acaba preenchido por órgãos oficiais, que se limitam à qualificação do trabalhador. Avançamos, sim, mudamos a cara do campo, mas essa transformação demanda ações para impedir que seja uma política de governo e se consolida como programa de Estado.

Isso inclui uma verdadeira reforma agrária que não empurre a distribuição de terra para debaixo do tapete. Sem pressão do movimento, a concentração de propriedade de terra cresce violentamente. Exemplo disso é a queda do número de empregadores no País, de 559 mil para 267 mil, entre 2004 e 2013, inclusive com participação de investimento estrangeiro. O cenário requer da CUT a ousadia na articulação e de pautas que avancem por mais direitos dos/as trabalhadores/as do campo, no acesso a políticas públicas e na consolidação de um modelo sustentável de desenvolvimento. • ____________________________________ *Carmem Foro é vice-presidente da CUT e Rosane Bertotti é secretária nacional de Comunicação

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Pesquisa revela população rural duas vezes maior O Brasil tem uma população rural duas vezes maior do que mostram os levantamentos oficiais. Pesquisa revela que 36% dos/as brasileiros/as moram em área rural. O percentual é muito superior aos 15,6% apontados pelo censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2011, e considera a aplicação de um conceito de rural defendido por pesquisadores. De acordo com o levantamento, como só existe o conceito de urbano na legislação, a ruralidade acaba sendo definida por exclusão. A pesquisa que aponta o número maior de rurais foi realizada por uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, o Ministério do Planejamento e o BNDES (Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Segundo a coordenação da pesquisa “Repensando o Conceito de Ruralidade no Brasil: Implicações para as Políticas Públicas”, é essencial ter a compreensão certa do que é o mundo rural para o desenvolvimento adequado de políticas públicas à população dessas regiões. Por isso, a pesquisa tenta identificar o que é o Brasil rural de hoje e mostrar que, muitas vezes, as políticas públicas desenvolvidas para quem vive em cidades não são adequadas para quem vive no campo. Conforme o levantamento, 90% dos mais de 5.700 municípios brasileiros têm menos de cinco mil habitantes e, sociologicamente, deveriam ser considerados zonas rurais, e não urbanas.

Dados Oficiais A presença rural no Brasil é de 29,3 milhões de pessoas, segundo o IBGE. A base de dados é de 2011 e mostra que a população residente rural representa 15,6% da população total no País, 195,24 milhões de pessoas à época (hoje já ultrapassa os 200 milhões). Pelo IBGE, a população rural entre 15 e 54 anos corresponde a cerca de 16 milhões de pessoas e abrange, em termos percentuais, 54,8% da população rural. Pesquisa do Dieese, mostra que, em 2013, o número de ocupados no meio rural era 15,2 milhões. Outro levantamento, da Assessoria de Planejamento do Ministério da Agricultura, aponta que a maioria dos trabalhadores rurais é empregado, 28,4 %. Já 29,6% são autônomos. • Augusto Coelho/Comunicamara/17-04-2015

População Brasileira 15,6% RURAL 84,4% URBANO Fonte: IBGE/2012

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Contag e Fetraf unidas no Macrossetor Rural da CUT conquistaram avanços

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UNRWA /Fotos Públicas

Mundo

Mar de refugiados: as grandes potências só pensam em obter lucros, sem se importar com os direitos humanos

“Classe trabalhadora quer desenvolvimento e paz” Para sermos vitoriosos no combate ao retrocesso, é decisiva a ação conjunta do movimento popular: nas ruas e nas urnas Antonio Lisboa* Vivemos um momento decisivo em que o futuro da Humanidade depende da ação consciente e coletiva para virarmos a página do individualismo exacerbado e doentio, reflexo de uma brutal concentração de mais da metade da riqueza do Planeta nas mãos de apenas 1% 36

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da população. Esta irracionalidade põe em xeque a democracia e se impõe como ameaça à própria sobrevivência da espécie humana, pois multiplica conflitos e provoca guerras. Ao ampliarem de forma desmesurada o seu poder econômico, bancos e transnacionais passam a chantagear, pressionar e coagir governos e parlamentos

para que respondam aos seus comandos, em uma grave ameaça à ordem interna e à própria estabilidade internacional. O atentado ao direito de greve e ao caráter normativo da OIT (Organização Internacional do Trabalho) faz parte dessa estratégia. Este receituário perverso é previamente traçado desde suas matrizes no exterior, que desOutubro 2015


Syriza Grécia/ 21-09-2015

Grécia sofreu investida da Troika, Tsipras renunciou, mas conseguiu vencer as eleições à presidência grega

prezam a soberania nacional e ignoram o interesse público. Assim são ditadas as medidas recessivas, de arrocho fiscal, de juros estratosféricos, de superávits primários, de cortes nas áreas sociais, de “enxugamento” do papel do Estado,com brutais ataques a direitos, salários e empregos, medidas que multiplicam a fome, a miséria e as agressões. Como há governos que não se curvam a esses ditames, a desestabilização da ordem democrática passa a estar na ordem do dia, com a promoção de golpes de Estado onde for necessário. Isso começa a ser então algo corriqueiro, um instrumento do vale tudo das grandes potências para a obtenção e potencialização do lucro máximo. Pouco importa se este caminho é pavimentado em cima da negação de direitos humanos e da morte de centenas de milhares de homens, mulheres Revista ARTSIND

e crianças, como ocorreu na guerra do Iraque, para gerar alegria ao cartel petrolífero e armamentista dos Estados Unidos.

Dominação incentiva submissão política e ideológica às transnacionais

Quando a resistência ocorre e governos se negam a trair os compromissos assumidos, o imperialismo intervém, mobilizando o conjunto do seu arsenal. Seja com a instrumentalização da Troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), como ocorreu na Grécia; com a utilização da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico

Norte) no Oriente Médio e, mais recentemente, na Ucrânia; com o uso da CIA (agência americana de inteligência), na Bolívia, Equador e Venezuela; ou com o bombardeio desinformativo das agências internacionais. A fim de sistematizarmos o debate sobre questões tão relevantes e complexas para a vida dos nossos países e povos, a CUT realizará, durante o seu 12º Congresso, o Seminário Internacional “A concentração da riqueza e o ataque aos direitos e à democracia”. Para este evento, em 13 de outubro, contaremos com a contribuição do cientista político americano Michael Fichter, professor da Universidade Global do Trabalho (GLU) e da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, e da secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI), Sharan Burrow, com a particiOutubro 2015

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Carlos Barrios/ABI/22-01-2015

Investidas imperialistas contra a Venezuela, de Maduro, e a Bolívia, de Morales

pação de convidados de cerca de uma centena de países. Com vasto repertório de pesquisas e projetos na área de relações trabalhistas globais e estratégias sindicais, Fichter debaterá com Sharan, que tem imenso acúmulo sobre as lutas da classe trabalhadora pelo Planeta. Nossa compreensão é que o neoliberalismo se assentou nas últimas três décadas sobre o tripé da privatização, liberalização e financeirização, o que acabou possibilitando que as grandes corporações transnacionais, ao fim e ao cabo, subjugassem muitos estados-nação. Dessa forma, os interesses de um punhado de cartéis privados acabam se sobrepondo ao interesse nacional, público, seja via Acordos de Livre Comércio (ALCs) ou Tratados Bilaterais de Investimento (TBI), que limitam o papel 38

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do Estado, desindustrializam e estrangulam o parque produtivo para transformar o mercado interno em mero apêndice de suas economias. O Acordo sobre Comércio de Serviços (TISA, Trade in Services Agreement, por sua sigla em inglês) é esclarecedor, pois – conforme as negociações clandestinas, divulgadas pelo WikiLeaks - passará por cima de todas as regulações e normativas estatais e parlamentares, em benefício de grandes empresas. O caldo de cultura para justificar e “naturalizar” esta dominação econômico-financeira é engrossado e temperado pelo incentivo à submissão política e ideológica às transnacionais. É um sentimento de prostração que vai sendo lapidado pelas agências internacionais de notícias, que multiplicam alienação, apatia e conformismo.

Daí porque defendemos a democratização da comunicação, o rompimento com a ditadura do monopólio midiático que impõe as “verdades” dos poderosos anunciantes enquanto mente, manipula ou simplesmente cala sobre as vozes dissonantes. Investir em nossas próprias redes de comunicação é chave para impedir a criminalização dos protestos e dar voz e visibilidade às nossas propostas. Outro ponto igualmente fundamental que debateremos em nosso Seminário é sobre a necessidade de ampliarmos a unidade dos movimentos sindical e social para realizarmos as profundas transformações necessárias ao avanço das nossas sociedades. Afinal, como tem nos demonstrado a experiência brasileira, para sermos vitoriosos no combate ao retrocesso, mais do que nunca é decisiva a atuação conjunta do movimento popular: nas ruas e nas urnas. • ____________________________________ Antonio Lisboa é secretário de Relações Internacionais da CUT Roberto Parizotti

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CSI: mobilização contra devastação neoliberal temos adotado uma prática que tem por objetivo o fortalecimento de ações pela integração regional; impulsionar o BRICs Sindical - com a compreensão da importância da atuação conjunta desses países que somam mais de 40% da população mundial – para abrir uma alternativa desenvolvimentista comum.

dicais. Diante da magnitude Em nossa atuação na predos problemas colocados, o sidência da Confederação sindicalismo não pode ficar restrito à sua pauta trabalhisSindical Internacional (CSI) ta. É preciso ideologizar o temos nos empenhado para debate e relacionar as reivinconsolidar as resoluções dedicações da classe social que mocraticamente aprovadas representamos com o projeto pelos/as delegados/as de de sociedade e Estado mais mais de 130 países, represenigualitário, que defendemos. tantes de 180 milhões de traSomos de uma classe perbalhadores/as, presentes no manentemente atacada por Congresso realizado em 2014. outra, que ainda conta com o Se a plataforma aprovada apoio dos grandes meios de em Berlim já apontava para comunicação para nos presa necessidade de maior arO sindicalismo sionar e chantagear governos ticulação e mobilização da com sua pauta de retrocessos. classe trabalhadora frente à não pode ficar Por isso, temos defendido que devastação neoliberal, a fim restrito à sua é fundamental que cada cende ampliar a pressão para a tral sindical debata o projeto pauta trabalhista garantia de empregos, saláde país que mais lhe convém, rios e direitos, o que dizer agocom soberania e autonomia. ra frente ao agravamento das Defender a desconcentracondições de vida e trabalho? ção de renda, com a taxação Também temos somado É inaceitável a manutendas transações financeiras e a ção de uma lógica altamente nossa voz à luta contra o de- adoção de uma política proexcludente que, para manter semprego e os ataques da gressiva de impostos sobre nas mãos de 1% da popula- Troika (Comissão Europeia, grandes fortunas, neste conção mais de 50% das riquezas Banco Central Europeu e texto de abusos e atropelos do Planeta, faz com que meta- Fundo Monetário Interna- do capital especulativo e das de das famílias trabalhadoras cional), além do combate à transnacionais, é, sem dúvida, tenha de conviver com a dor terceirização e à informali- um primeiro passo. • ____________________________________ do desemprego ou do subem- dade e o acompanhamento *João Felício é presidente da CSI prego e fazer com que 1,2 bi- e participação nos debates Roberto Parizotti/19-07-2014 lhão de pessoas sobrevivam que se darão rumo à Conferência da ONU sobre muem extrema pobreza. Neste mandato como pre- danças climáticas. Vivemos um momento de sidente da CSI, tenho privilegiado a participação em ataque frontal a conquistas congressos e eventos das cen- históricas dos/as trabalhatrais sindicais filiadas, visando dores/as, com políticas de aproximar ainda mais a CSI “ajustes fiscais” que buscam e fortalecer a relação extre- permanentemente consolimamente importante entre dar a hegemonia do capital os Continentes. Além disso, por meio de práticas antissinJoão Felício*

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Roberto Parizotti/05-09-2015

Companheiro

Lula, com Vagner e Sérgio, durante uma das várias ações da CUT em que foi convidado a falar a dirigentes e militância

Lula. Mexeu com ele, mexeu com a gente “Se alguém acha que eu vou baixar a crista, eu chamo pra briga” Vanilda Oliveira “Pega todos os jornalistas da Veja e da Época, enfia um no meio do outro, e não dá nem 10% da minha honestidade”. Essa fala de Lula durante discurso aos 50 mil trabalhadores e trabalhadoras de São Paulo, no 1º Maio da CUT, foi um dos muitos desabafos públicos do petista contra o bombardeio de mentiras da mídia comercial brasileira. O metalúrgico do ABC, que se elegeu e reelegeu presidente da República, tem sido cada vez mais contundente nas respostas a essa mídia partidária travestida de “quarto poder” e 40

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instrumentalizado pelos interesses da elite e dos donos dos meios de comunicação. Lula não atacou a imprensa, apenas se defendeu dos ataques sistemáticos recheados de mentiras que vêm sendo feitos por jornais, revistas, sites e emissoras de rádio e televisão. O ex-presidente nunca foi queridinho da imprensa, mas o tour de force virulento piorou com o aprofundamento da crise político-econômica e a possibilidade real e já admitida do nome de Lula constar na cédula das eleições de 2018. E vencer. A ideia de Lula candidato historicamente apavora os barões

da comunicação no Brasil e faz aflorar o que eles têm de pior: um arsenal de mentiras, com pitadas de rancor e preconceito de classe. Desde o início de 2015, o petista voltou a ser a bola da vez. A mídia acredita que se conseguir “encaçapar” o ex-presidente atingirá outras bolas preciosas do campo da esquerda e ganhará um jogo que vem perdendo desde 2002. Usando uma expressão celebrizada por Lula, que a imprensa faz questão de ironizar, “nunca antes na história deste País” um ex-presidente da República foi tão covardemente atacado pela mídia comercial. Vale tudo para atingir Outubro 2015


o petista: boatos, denúncias anônimas, meros indícios. Os ataques desse jornalismo partidário, sem escrúpulos nem limites, tem calibre elevado de injúria, calúnia e difamação. Contra Lula, um tsunami de notícias falsas, mal apuradas, vazadas de forma direcionada por “fontes sempre ocultas” nos subterrâneos do Parlamento, Judiciário e operações policiais, afoga de mentiras a opinião pública. Não passa uma semana sem que revistas dos conglomerados de comunicação estampem a (pior) foto do petista na capa sob manchetes que o acusam sem provas. O objetivo é ligar o nome de Lula a escândalos de corrupção e desmandos. O abuso midiático é tamanho que resulta em vexames como o da Folha de S. Paulo, obrigada a admitir publicamente seu erro, em junho passado, por ter publicado que Lula havia pedido habeas-corpus preventivo na Lava Jato. Foi um dos raros mea-culpa da mídia. A regra é atacar e ignorar os desmentidos de Lula e até de juízes e delatores citados nas reportagens. Repetida à exaustão nas manchetes e chamadas na tevê, a campanha contra Lula descortina e incita o ódio das forças conservadoras contra o petista, o governo, o pensamento de esquerda. Em julho, esse ódio virou um artefato explosivo lançado na porta do Instituto Lula, em São Paulo. A bomba caseira explodiu, mas a mídia fingiu que não viu o atentado político. Revista ARTSIND

Ricardo Stuckert /Instituto Lula/12-05-2014

Ex-presidente vai à Justiça contra mentirosos da mídia que tentam incriminá-lo

Antes da bomba, o Instituto Lula já havia adotado a estratégia do “bateu levou”, na qual, publicou notícia falsa contra o ex-presidente, jornal e jornalista são denunciados em nota oficial e à Justiça. Desde janeiro, o Instituto publicou em seu site mais de 40 desmentidos à imprensa, além de ingressar com queixa-crime, interpelações e ações judiciais. A presidenta Dilma, governo federal, PT, líderes de movimentos sociais e sindicais também são alvos da mídia comercial com o mesmo padrão de jornalismo partidário e destrutivo. Aos tucanos, só omissão ou espaço positivo. Não se trata de censurar a imprensa ou reivindicar cobertura “chapa-branca”. Informação e liberdade de expressão são direitos constitucionais e imprescindíveis à democracia. A imprensa, historicamente, presta serviços à população, à humanidade. Isso quando denuncia, investiga, apura e informa com isenção, imparcialidade, de forma

plural e apartidária, em vez de fazer a versão editorializada dos fatos. Estatísticas e estudos que analisam o comportamento da mídia confirmam a disparidade escancarada na cobertura política e econômica feita pela imprensa brasileira, que ignora as agendas positivas e investe nos boatos e off record de fontes suspeitas. Não poderia ser diferente em um País onde os meios de comunicação de massa estão concentrados nas mãos de poucas empresas privadas, cujo objetivo é o lucro. Lula sabe de tudo isso e não se dobra. É um sobrevivente vitorioso. “Se alguém acha que eu cheguei até onde cheguei, que fez o que eu fiz e que vou baixar minha crista por conta de insinuação, eu chamo para a briga”, disse Lula aos 50 mil trabalhadores e trabalhadoras que foram ao Anhangabaú no 1º de Maio para ver e ouvir o presidente mais popular que o Brasil já teve. • Outubro 2015

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Roberto Parizotti

Comunicação

Monopólio excludente: uma dezena de famílias controla emissoras de rádio, televisão, jornais e revistas no Brasil

Seleção midiática dos fatos incentiva ódio contra a esquerda Mídia defende interesses de seus donos e criminaliza trabalhadores Rosane Bertotti* Manipular, omitir, mentir, desinformar, distrair com assuntos irrelevantes e fazer denúncias seletivas são práticas antigas da mídia corporativa brasileira, que se acirram contra governos trabalhistas. Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek foram alvos, assim como Lula e Dilma são hoje. A maioria da produção jornalística tem como resultado um jornalismo preguiçoso, incompetente, que faz política o tempo todo. Prega defender o 42

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interesse público, mas só busca assegurar os interesses dos donos dos meios de comunicação. Faz política conservadora e reacionária, mesmo quando o tema não é a política. Faz de tudo, menos jornalismo. Em um momento tão delicado da política brasileira, a mídia corporativa tem grande papel na formação da opinião pública. E, como abre mão dos fatos para fazer política partidária e conservadora, o resultado é o recrudescimento do pensamento reacionário na sociedade.

Pesquisas apontam, por exemplo, que a maioria da população brasileira apoia a redução da maioridade penal influenciada por políticos proselitistas que culpam jovens com menos de 18 anos pelo aumento da violência. Se a mídia monopolizada fizesse o seu real papel, especialistas seriam convidados para debater a questão, dados seriam fornecidos e a população saberia que apenas 1% dos crimes graves é cometido por menores. Possivelmente, a população braOutubro 2015


sileira cobraria, das autoridades, políticas voltadas aos adolescentes em vez de querer reduzir a maioridade. Direitos Não se vê a mesma intensidade de cobertura da mídia quando envolvem temas sobre direitos. A luta pela reforma agrária, pela democratização das comunicações, das reformas política, judiciária e tributária não têm espaço nas emissoras de rádios e televisão nem em jornais e revistas controlados por uma dezena de famílias. Ao contrário, a luta dos(as) trabalhadores(as) e dos movimentos sociais são sempre criminalizadas: os protestos atrapalham o trânsito, os trabalhadores em luta são retratados como baderneiros e suas reinvindicações nunca são ouvidas nem divulgadas. A estratégia é sempre a mesma: o uso de termos negativos associados à luta da classe trabalhadora, pouca ou nenhuma importância dada às bandeiras dos movimentos sociais e a exclusão de seus protagonistas como fontes. A pesquisa “Democratização da Mídia” da Fundação Perseu Abramo mostra que há em todos os setores midiáticos um domínio quase absoluto dos conglomerados empresariais e do discurso de direita, inclusive na internet. É urgente a necessidade de avançarmos na desconstrução do modelo de mídia que sustenta esse controle e no fortalecimento da mídia Revista ARTSIND

contra hegemônica, enquanto alternativa real de discurso e construção social. O acesso aos meios de comunicação é um direito constitucional, mas mesmo sob governos petistas não conseguimos regulamentar o monopólio midiático, que nega ao povo brasileiro o direito a comunicação a informação.

Nenhum país pode avançar sem democratizar os meios de comunicação Para mudar esse quadro, a CUT participa ativamente do FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação) e dos Conselhos de Comunicação, como o da EBC, seguindo resoluções da primeira Conferência Nacional de Comunicação.

Também estamos na luta para constituir e ampliar, em níveis municipal e estadual, os conselhos de comunicação, como determina a Constituição Federal. Estratégias como o recolhimento de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular- Lei de Mídia Democrática (PLIP) contam com o protagonismo da Central, com o entendimento de que nenhuma democracia avança sem democratizar os meios de comunicação e sem liberdade de expressão. Além disso,a CUT acredita na potencialidade das ações sindicais das redes sociais e desde o começo de 2015 investe na formação de uma rede virtual de sindicalistas, inserção das pautas trabalhistas nas redes sociais e cobertura jornalística dos atos nacionais da Central de forma colaborativa com os Estados e movimentos sociais de todo o País. • ____________________________________ *Rosane Bertotti é secretária nacional de Comunicação da CUT Roberto Parizotti

Conglomerados empresariais e discurso da direita dominam a mídia

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Dino Santos

Classe trabalhadora

As ações em 2015 retomaram a iniciativa política dos trabalhadores, nos fortaleceram para embates importantes

Organização Sindical: perspectivas e desafios Movimento sindical retoma o seu protagonismo Jacy Afonso de Melo* Vivenciamos no Brasil um momento que exige reflexão e ação. Ameaçados por forças conservadoras e pelo neoliberalismo, sofremos retrocessos nas liberdades democráticas e ameaças aos direitos da classe trabalhadora. Guardadas as devidas proporções, estamos revivendo a década de 1980, quando também havia uma crise política e econômica. Os partidos de esquerda tinham pouca representação parlamentar. Havia uma forte organização social. O movimento sindical ocupava um amplo e significativo espaço na sociedade. 44

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Em 1987, fruto do exercício do diálogo aprofundado, nasce, motivada pela criação de uma corrente sindical ampla e representativa, a Articulação Sindical. Naquele momento, o papel de Luiz Gushiken, então secretário sindical do PT, foi fundamental; estimulando o diálogo promovia o debate e a formulação de novas concepções e práticas sindicais para enfrentar a fragmentação do movimento sindical cutista. Com a percepção de que os trabalhadores também precisavam de representantes no Congresso Nacional para defender seus interesses e enfrentar o patronato, a classe trabalhado-

ra passou a eleger suas lideranças para compor a Câmara e o Senado. Atualmente, parece ocorrer uma inversão da década de 80. Ser governo, exercer funções no Legislativo e Executivo, representar trabalhadores geram conflitos e contradições. Provocam o movimento sindical para que retome seu papel de protagonista. Ações desenvolvidas desde o início deste ano comprovam a retomada da iniciativa política dos trabalhadores, nos fortaleceu para embates importantes: contra o PL da terceirização, o desemprego e o ajuste fiscal. Outubro 2015


Para um maior avanço, é necessária uma autocrítica sobre a organização que valoriza categorias específicas e fortalece o corporativismo em detrimento da construção do sentido de pertencimento à classe trabalhadora. O trabalhador não se vê como parte do grupo e não tem o sindicato como instrumento de conquista coletiva. A fragmentação sindical também contribui para uma visão hierarquizada da sociedade. Nosso mea-culpa precisa passar pela forma organizativa interna. Ao reforçarmos a organização vertical em detrimento da horizontal, perdemos o conceito de classe. Temos, inclusive, uma dissociação organizativa que faz com que, por exemplo, um sindicato de base seja filiado à CUT e também seja filiado a uma federação de outra central sindical. E esta federação pode estar filiada a uma Confederação de uma terceira central. Isso gera contradições internas, enviesa encaminhamentos, enfraquece ações. A disputa ideológica exige também a ampliação e o aprofundamento da formação sindical, que hoje atinge um pequeno grupo, em geral, formado por dirigentes. Os sindicatos precisam ser estimulados a resgatar sua atribuição formativa, atingindo amplas massas. São as entidades de base que fazem o contato direto com o trabalhador. Estratégias combinadas de formação e comunicação são fundamentais. As mídias sociais podem propiciar espaços importantes para a disputa da hegemonia. Nossos adversários, além de serem donos dos grandes meios Revista ARTSIND

de comunicação, usam muito bem as redes sociais e demais instrumentos tecnológicos para disseminar e fortalecer suas ideologias. Glauber Rocha dizia que, com “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” se podia revolucionar o cinema. E o fez. Possuímos muitas maneiras para levar a efeito ações significativas que nos levem a uma verdadeira revolução no movimento sindical.

Disputa ideológica exige ampliação e aprofundamento da formação sindical

A organização do trabalhador no local de trabalho é aspecto fundamental que precisa ser resgatado. A ousadia organizativa pode nos levar a organizar os trabalhadores que fazem parte de sindicatos cujas direções não compõem nossas fileiras. As CIPAS, as quais temos abdicado de atuar, são espaços importantes para uma organização ampla e forte. Para a OLT, é fundamental, ainda, a territorialização, a interiorização, o enraizamento da CUT. Não pode ser pensada e articulada apenas nas grandes cidades. Para contribuir com essa tarefa, é fundamental resgatarmos as CUTs regionais. A onda conservadora e neoliberal, combinada com nossas dificuldades, fez com que entrássemos em um círculo vicioso que nos levou a vítimas de uma operação de cerco e aniquila-

mento. Ajustes fiscais não revertem as dificuldades financeiras do governo e trouxeram consequências desastrosas como o desemprego e a diminuição de direitos. O círculo se fecha, e as campanhas salariais não trazem resultados econômicos. Precisamos encontrar as ferramentas para quebrar a corrente. Sair do imobilismo, continuar o movimento para a construção de um círculo virtuoso, construir alianças com os movimentos sociais é estratégico para mudar a política econômica, barrar o conservadorismo, avançar em direitos e cidadania. Essas reflexões somente terão sentido se formos capazes de organizar uma metodologia de amplo e profundo debate entre nós. Ao inviabilizarmos qualquer debate que se nos apresenta, perdemos a chance de fortalecer os trabalhadores e suas organizações e de reafirmar o caráter classista, democrático, de luta e pela base da Central Única dos Trabalhadores para fortalecer a luta pela construção de uma sociedade socialista. • ____________________________________ Jacy Afonso de Melo é secretário nacional de Organização Sindical da CUT Dino Santos

Outubro 2015

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Marcelo Camargo/Agência Brasil/26-03-2014

Futuro Já

Juventude conquista espaço e protagonismo na Articulação

JUVART passou a compor a Direção Nacional da Corrente Fabiana Uehara Proscholdt e Paulo de Souza Bezerra* A Juventude da Articulação Sindical, ao integrar a Direção Executiva Nacional da corrente, no 4º CONARTSIND, em 2014, conquistou um protagonismo sem precedentes. Ampliou o espaço para propor a implementação de políticas voltadas aos jovens, além de também passar a fazer parte das decisões estratégicas da ArtSind. 46

Revista ARTSIND

Um retrospecto revela que são inegáveis as ações da Articulação para a transformação da classe trabalhadora, porém, muito ainda tem de ser feito à transição geracional e à garantia do debate desse importante tema dentro da CUT. Pesquisa realizada pela Central com seus dirigentes aponta que a juventude não ocupa cargos considerados de “poder”. Essa realidade, no entanto, não impede que a JUVART ve-

nha se solidificando como protagonista na organização da Juventude da CUT. Hoje, mais de 90% dos secretários de Juventude nas Estaduais e nos Ramos da Central são integrantes da Articulação Sindical. A Juventude da Articulação Sindical tem acompanhado as mudanças no mundo do trabalho relativas às demandas específicas dos/as jovens trabalhadores/as.Os avanços vieram com as ações do governo democráticoOutubro 2015


-popular dos últimos 12 anos, em iniciativas como a criação da Secretaria Nacional de Juventude, na esfera federal, e o Conselho Nacional de Juventude, além de mecanismos de formulação, acompanhamento e fiscalização das Políticas Publicas voltadas à juventude. Também merecem destaques programas que ampliaram as oportunidades de acesso à Educação, como ProJovem, Pronatec, Reuni e ProUni, todos implementados pelos governos populares. Esses programas foram e são fundamentais para a formação da juventude, assim como a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da Juventude e o Estatuto da Juventude, sancionado em 2013, marcos legais que significam avanços sem precedentes nas garantias dos direitos dos jovens. A classe trabalhadora, e em especial os jovens, segundo especialistas, não associam a sua melhoria de vida ou acesso a bens e serviços como fruto das mudanças ocorridas na sociedade e a luta dos movimentos sociais e sindical, e sim como resultado exclusivo de esforço pessoal. Os jovens são centrais para o desenvolvimento do País, por isso, a JUVART, a Articulação e a CUT devem contribuir para mudar esse pensamento e construir soluções e respostas para este grande contingente populacional (25% dos brasileiros), como educação, moradia, mobilidade, trabalho decente, sustentabilidade, segurança, justiça ambiental, cultura, descanso e espaços públicos. Revista ARTSIND

É preciso preparar as futuras lideranças Diante da atual conjuntura política e econômica do País, a Juventude da Articulação Sindical tem detectado retrocessos nos direitos conquistados que atingem toda a classe trabalhadora, mas, em especial, os mais jovens. Entre eles, a aprovação pela Câmara dos Deputados, dominada por forças conservadoras, de projetos que ampliam a terceirização, reduzem a maioridade penal, diminuem a maioridade laboral, além de promover cortes nos orçamentos de programas sociais voltados aos jovens. A JUVART existe não apenas para abrigar os jovens da Articu-

lação Sindical, mas para preparar as futuras lideranças à tarefa de assumir a Central e as ações inerentes a essa responsabilidade, dando continuidade à CUT e a todos os desafios em busca de melhores condições e direitos para a classe trabalhadora. Como Juventude cutista, temos como meta mostrar aos jovens trabalhadores/as que o movimento sindical é agente de transformação. E isso reforça a necessidade de maior diálogo com os movimentos sociais, estudantis e até partidários.• ____________________________________ *Fabiana Uehara e Paulo de Souza Bezerra são da Direção Nacional da Articulação Sindical

Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Estudantes protestam na Câmara dos Deputados contra PEC da Maioridade

Outubro 2015

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Joka Madruga/Fotos Públicas/04-03-2015

O que quer a juventude brasileira Saber como vive, age, pensa e o quer a juventude é um desafio para os Poderes Públicos e também para a sociedade em geral. Dar respostas às demandas de quem tem entre 19 e 35 anos (faixa usada pela Central) nas áreas de trabalho, educação, cultura deve estar pautado nos debates, nas direções e nas prioridades do movimento sindical.

Os jovens são os principais atingidos pelos revezes em um sistema capitalista e dividido por classes como é o do Brasil, por isso conhecer um pouco deles, apesar das diferenças inerentes a um País continental, é essencial para planejar lutas específicas do trabalho e reivindicar políticas públicas. Entre os vários estudos e levantamentos sobre esse contin-

gente populacional, a “Agenda Juventude Brasil: Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros”, da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), lançada em agosto e atualizada em dezembro de 2014, ajuda a conhecer as realidades, questões e opiniões dessa faixa etária. Os dados são muitos, mas vale destacar alguns:

Perfil jovem brasileiro

60% 34%

6%

de cor branca

75% 89%

48

83%

Revista ARTSIND

começam a trabalhar antes dos 18 anos

têm na violência a sua principal preocupação se preocupam mais em encontrar emprego

acham que política é importante Jovens de cor branca têm 30% mais chances de ter emprego formal do que jovens negros

dos jovens de baixa renda se informam pela TV

Os homens jovens possuem 25% mais chances de ter uma ocupação formal do que as mulheres

compõem o PEA: 53% trabalham e 21% procuram trabalho

34%

dizem se informar vendo televisão aberta

se informam pela internet

dos que têm de 25 a 29 anos chegaram à faculdade

65% 43%

têm celular

91%

74%

amarelo/indígena

usam computador e internet

83% 56%

19%

(15% e 45%, respectivamente), declaram-se de cor preta ou parda

45%

dizem que mudanças exigem “participação e mobilização nas ruas”

Outubro 2015


Wilson Dias/ABr/14-09-2015

País nunca teve tantos jovens Organizar a juventude é uma ação estratégica para disputar a hegemonia na sociedade porque os jovens são os mais afetados pelos processos de reestruturação produtiva, pelas políticas de austeridade adotadas nos Estados como resposta às sucessivas crises econômicas das últimas décadas. E o Mundo nunca foi tão jovem como agora. Metade das 7 bilhões de pessoas do Planeta tem menos de 25 anos de idade, segundo o UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas). No Brasil, o número também é recorde histórico. O País tem hoje uma Espanha ou uma Argentina somente de jovens: são 52,2 milhões de brasileiros e brasileiras com idades entre 15 e 29, de acordo com o IBGE-2012. Essa juventude que representa mais de um quarto da população nacional precisa ter acesso à educação e entrar no mercado de trabalho. Na maioria das vezes tem de fazer isso ao mesmo tempo. Precisam de infraestrutura, transporte, escolas, universidades, moradia, saúde. E, principalmente, segurança pública, pois a população jovem está entre as principais vítimas da violência. Se forem pobres e negros, então, ocupam o primeiro lugar no ranking de vítimas. Dados do SIM/Datasus do MiRevista ARTSIND

Metade da população mundial tem menos de 25 anos, segundo a ONU

nistério da Saúde e do Mapa da Violência mostram que mais da metade dos 56.337 mortos por homicídios em 2012, no Brasil, era jovem e, desses, 77% negros (pretos e pardos) e 93,30% do sexo masculino.

Brasil tem 52,2 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos Não por acaso, enfrentar a violência letal que atinge jovens negros e pobres foi a primeira resposta à prioridade número um votada nos processos das duas conferências nacionais da juventude. Especialistas e ativistas reconhecem que os governos populares de Lula e Dilma garantiram

avanços inéditos às demandas da população jovem, mas ainda são insuficientes. A 1ª Conferência Nacional de Juventude, em 2008, e a 2ª, em 2011, além da aprovação, em agosto de 2013, da Lei nº 12.852, que institui o Estatuto da Juventude são exemplos de conquistas históricas no período. Política de Cotas, ProUni, ProJovem, Pronatec e outros programas federais também contribuíram com a melhoria do cenário para essa faixa etária sempre vulnerável. Mas os jovens de famílias de baixa renda, moradores de áreas metropolitanas pobres ou de determinadas áreas rurais, as mulheres jovens e os jovens negros de ambos os sexos seguem sofrendo de forma mais crítica as dificuldades de acesso à infraestrutura, à educação pública de qualidade a trabalho decente.• ____________________________________ Vanilda Oliveira

Outubro 2015

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ONU

Igualdade

Brasil é 2º país com a maior população negra do mundo; mais de 50% dos brasileiros são negros, segundo o IBGE

População negra avança e faz racismo mostrar sua cara Mobilizações da CUT e dos movimentos sociais levaram à construção de políticas públicas afirmativas Uma retrospectiva nesta reta final do segundo mandato à frente da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo, especialmente com foco nos desafios e conquistas dos últimos três anos, revela que a nossa Central conseguiu caminhar bastante em termos de políticas públicas, na forma de políticas afirmativas como as cotas. Também é fato, porém, que o avanço da população negra fez com que houvesse um recrudescimento do 50

Revista ARTSIND

racismo, não só no Brasil, mas no mundo de uma forma geral. Estamos em pleno século 21 e, até hoje, milhões de brasileiros e brasileiras iludidos(as) por um discurso veiculado incessantemente nos principais meios de comunicação reforçam a ideologia de que vivemos em uma democracia racial, de que não existe racismo no Brasil e que qualquer tentativa de resolver as desigualdades estruturais verificadas entre negros

e brancos, com base em ações afirmativas, trata-se, na verdade, de racismo. Este é um discurso que não podemos aceitar, pois sabemos das desigualdades que seguem existindo entre negros e não negros. Pesquisas de emprego e desemprego apontam que os negros representam 48,2% dos trabalhadores nas regiões metropolitanas, mas a média salarial chega a ser 36,1% menor do que a de não negros. Para essa Outubro 2015


população, as oportunidades de ascensão são barradas por questões econômicas, sociais e racismo institucional. Embora essa desigualdade tenha diminuído nos últimos dez anos, ainda continua bastante alta. Segundo dados retrospectivos do IBGE, desde 2003, os salários pagos a trabalhadores de cor preta ou parda aumentaram, em média, 51,4%, enquanto os dos brancos aumentaram 27,8%. Essa diferença observada nos últimos dez anos fez com que diminuísse a desigualdade de rendimentos médios recebidos por trabalhadores pretos e pardos em comparação com os mesmos rendimentos recebidos por trabalhadores brancos. Reduzimos a desigualdade, mas não conseguimos reduzir a violência. Das 56 mil vítimas de homicídio no Brasil em 2012, 30 mil eram jovens de 15 a 29 anos. Desse total, 23 mil (77%) eram negros (considerada a soma de pretos e pardos). Durante os últimos anos, vimos casos graves de racismo, mas não vimos ninguém ser punido. Atribui-se como causas à impunidade, a cultura da violência e a tolerância institucional. As leis e políticas existentes não foram suficientes para barrar os crimes raciais no Brasil. Temos ainda o Congresso Nacional eleito em 2014 que acena com a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da redução da maioridade penal e também a da idade mínima para trabalhar. Sabemos o resultado disso, mais negros sofrerão com essas políticas retrogradas. Revista ARTSIND

Dino Santos/Nov.2014

Júlia, no lançamento de revista: instrumento na luta contra o racismo

Nesse sentido, é importante que sigamos lutando contra esta chaga que segue dividindo a sociedade pela cor da pele.

PEC das Domésticas: uma grande vitória Apesar de retrocesso que verificamos, também tivemos muitas vitórias. O último período foi marcado pelo mandato da primeira mulher a presidir o País, a presidenta Dilma Rousseff, e várias políticas públicas de ação afirmativa foram aprovadas: o Estatuto da Igualdade Racial; cotas que reservam 20% de vagas para negros e negras no serviço público federal; a realização da 3ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial; a

PEC das Domésticas, que libertou da escravidão moderna milhares de trabalhadores/as negros e negras; a Resolução 746 do CODEFAT, que estabelece o preenchimento obrigatório do campo cor ou raça em todas as contratações feitas por programas que foram financiados pelo fundo. Todas essas políticas públicas trouxeram enormes ganhos para a população negra e foram resultados da mobilização e pressão da sociedade impulsionadas pela CUT e movimentos sociais. Na Secretaria, realizamos atividades marcantes. Fomos titulares do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial-CNPIR; fundadores e apoiadores do Instituto Sindical pela Igualdade Racial-INSPIR, atuantes nos debates sobre diversos temas voltados à população negra, além de atividades de formação sindical. Outubro 2015

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Durante o mês de novembro, as Estaduais, Ramos e Sindicatos trabalham o Mês da Consciência negra, época em que tingimos o Portal da CUT Nacional com as cores do movimento negro. Em 2013, para dialogar não só com o movimento sindical, mas com a sociedade em geral, a Secretaria lançou um encarte especial na ‘Revista Raça’, de circulação nacional, sobre os 30 anos da CUT na luta contra a discriminação e o combate ao racismo. Durante a 14ª Plenária Nacional, a CUT realizou uma pesquisa sobre a presença de mulheres, negros e jovens em suas estruturas e constatou que a presença de negros e negras nas direções representa 65,8% na Direção Nacional e de 69,8% nas direções estaduais. Em 2014, juntamente com os macrossetores representados pela CNM, CNTSS, CONTRAF, CONTRACS, CNTE e Fenadados, lançamos a campanha ‘Basta de Racismo no Trabalho

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Revista ARTSIND

e na Vida’ que, além de um material de divulgação para todas as atividades, também lançou a revista ‘CUT com Raça’, em parceria com a Fundação Friedrich Ebert (FES).

A cor da pele não pode decidir que oportunidades terá um trabalhador Pudemos ainda, em parceria com a SRI e a central sindical italiana CGIL, participar de um projeto de reforma de uma escola para meninas na Ilha de Gorée, no Senegal, e ser membro da Comunidade Países Língua Portuguesa – CPLP. Para o próximo período, é de suma importância acompanhar as ações da Década Internacional dos Afrodescendentes, que se iniciou em 1º de janeiro de 2015 e terminará em 31 de dezembro de 2024. Esta década

foi declarada pela ONU, que constatou que ainda falta muito para que o mundo respeite e garanta os direitos dos povos afrodescendentes. Este decênio também nos abre muitas possibilidades, pois não é só um momento para lembrar os crimes cometidos contra os povos africanos que foram escravizados, e sim o momento de, junto com o governo e outras organizações da sociedade civil, criar políticas públicas para pagar esta dívida histórica e, mais do que isso, buscar uma mudança de mentalidade na sociedade brasileira. A CUT e sua Secretaria Nacional de Combate ao Racismo continuarão o seu trabalho buscando uma sociedade mais justa e mais fraterna, onde a cor da pele não decida quais oportunidades um/a trabalhador/a terá na vida. • ____________________________________ *Maria Julia Reis Nogueira é secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT

Outubro 2015


ONU

Próximos dez anos terão ações coordenadas entre a ONU e dezenas de países, inclusive Brasil. CUT também participará

Década de Afrodescendentes já é realidade O Brasil teve três séculos de escravidão, sistema que deixou marcas e sequelas na população negra e na sociedade resistentes até hoje. O fato de mais de 73% dos cadastrados no Bolsa Família (2013) se autodeclararem pretos ou pardos sinaliza as sequelas. A Década Internacional de Afrodescendentes (2015 a 2024), declarada pela Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) e lançada oficialmente no Brasil em 22 de julho deste ano, é oportunidade sem precedentes para que os países-membros reflitam e proponham medidas para o combate e a superação de todas as formas de racismo e promovam a inclusão e a igualdade racial. Outra oportunidade apresentada pela Década é promover o reconhecimento e respeito ao patrimônio diversificado, à cultura e à contribuição significativa dos povos afrodescendentes ao desenvolvimento da sociedade. Revista ARTSIND

Com o tema“Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento”, a Década também servirá para reforçar as cooperações nacional, regional e internacional para o pleno aproveitamento dos direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos de afrodescendentes.

Até 2024, ONU e países-membros unidos pela igualdade racial Isso será possível porque a declaração da Década garantirá uma estrutura sólida às Nações Unidas, Estados-membros, sociedade civil e todos os outros atores relevantes para tomar medidas eficazes à implementação do programa de atividades no espírito de reconhecimento, justiça e desenvolvimento.

O Programa de Atividades da Década Internacional de Afrodescendentes será implementado em vários níveis. No nacional, os Estados devem tomar medidas concretas e práticas, por meio da efetiva implementação, nacional e internacional, de quadros jurídicos, políticas e programas de combate ao racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata enfrentados por afrodescendentes. Nos níveis regional e internacional, as comunidades e as organizações internacionais e regionais são chamadas para, entre outras ações, sensibilizar e disseminar a Declaração e Programa de Ação de Durban e a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, recolher dados estatísticos, incorporar os direitos humanos nos programas de desenvolvimento e preservar a memória histórica de pessoas afrodescendentes. • Outubro 2015

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CECUT

Desafio das Estaduais é levar a CUT para o interior Conheça as prioridades dos 27 presidentes eleitos nos Estados Vanilda Oliveira Um olhar na conjuntura nacional e outro na realidade regional. É sob essas duas perspectivas boa parte dos 27 presidentes e presidentas das Estaduais da CUT vão planejar suas ações para os próximos quatro anos. Sem esquecer por um segundo sequer que a defesa dos direitos da classe trabalhadora é a luta histórica da CUT, os dirigentes eleitos e reeleitos para o mandato 2015-2019 afirmam ter como principal desafio “expandir a CUT para dentro”, ”Interiorizar”, “regionalizar” a ação das Estaduais. O desafio, afirmam, é levar a bandeira cutista ao interior para tornar a maior Central deste Brasil continental ainda mais forte e unida. Outra prioridade, não menos importante que a interiorização, é a luta pela democracia, contra a ofensiva dos setores conservadores, e em defesa do projeto democrático-popular que, nos últimos 12 anos, garantiu con54

Revista ARTSIND

quistas sem precedentes à classe trabalhadora e a toda a população brasileira, principalmente a mais carente. Apesar das críticas à política econômica do governo federal, todos foram unânimes em rechaçar a tentativa de golpe por parte da direita.

Cerca de 2.500 delegados e delegadas foram eleitos nos CECUT

Buscar mais proximidade e parcerias com os movimentos sociais, ampliar a comunicação, influir nas decisões dos governos sobre políticas públicas e dos Parlamentos estaduais e Federal, além de ampliar conquistas dos trabalhadores no campo e na cidade são outros, desafios importantes elencados pelos/as presidentes/as das Estaduais da CUT.

Essa lista de prioridades não surgiu do nada. Foi resultado do trabalho da Direção Nacional, que buscou conhecer e respeitar as diferentes realidades regionais do Brasil. Como nunca, essa diversidade estará contemplada na 12ª CONCUT. Um Congresso que teve início quando cada uma das 27 Estaduais da CUT deu a largada à construção de seu congresso local e à discussão de propostas sob a perspectiva da realidade de suas regiões. O CONCUT 2015 nasceu, assim, sob a experiência inovadora da sua construção, que foi iniciada em março, em Brasília, com debate sobre economia e reforma política, além de atividades de planejamento e oficinas metodológicas As contribuições das assembleias de base seguiram para os CECUTs e deles retornaram para a elaboração do documento nacional. Embora ainda não absorvido totalmente por algumas Estaduais, essa nova experiência se mostrou exitosa. Outubro 2015


Dino Santos/Agosto 2015

Nos 27 congressos estaduais, foram eleitos cerca de 2.500 delegados e delegadas. Dos presidentes eleitos, 24 são da Articulação Sindical, oito são mulheres, 16 foram reeleitos/as. Em 24 dos 27 CECUT, a chapa foi única, o que demonstra o grau de unidade construído em um momento conjuntural interno e externo difícil para o País. Os presidentes eleitos às Estaduais da CUT foram convidados a responder a pergunta: “Além da luta história da CUT em defesa dos direitos da classe trabalhadora, qual é a prioridade /desafio do seu mandato?” “Além dos direitos da classe trabalhadora, neste mandato vamos intensificar e estender a formação sindical para a base dos sindicatos. Faremos a aproximação com os sindicatos que não envolvem a CUT em suas agendas e focaremos na disputa por uma sociedade mais justa e igualitária. A CUT precisa mudar a estratégia de disputa; somente formação não é suficiente. Colocar o trabalhador na rua não é o suficiente. As manifestações de rua iniciadas em 2013 mostram que o movimento sindical precisa mudar a estratégia e se aproximar da população e ter uma comunicação direta em linguagem acessível para que o que defendemos seja compreendido, para além dos direitos trabalhistas.” Rosana Souza do Nascimento

Revista ARTSIND

Delegados e delegadas aprovam chapa no Congresso da CUT de São Paulo

• Presidência

ACRE

Rosana Souza do Nascimento

• Vice-presidência

Heliton Freira da Silva

• Secretaria-Geral

Manoel da Silva Lima

• Secretaria de Adm. e Finanças

CUT-AC

Maria das Graças Alves França

• Secretaria de Comunicação

João Reis Almeida

• Secretaria de Formação

Zenilda Alves Barboza da Silva

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Pedro da Silva Mourão

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Maria da Conceição Alves

• Secretaria de Relações do Trabalho

Edimar Batista Tonelly

• Secretaria de Política Sociais

Evandilson Alves da Costa

• Secretaria de Juventude

Sidilene Silva Lima

• Secretaria de Combate ao Racismo

Zuila dos Santos Assef

Rosana Souza do Nascimento

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Adônidas Feitosa R. Junior

• Secretaria de Meio Ambiente

Regina Rodrigues de Freitas

Outubro 2015

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ALAGOAS

CUT-AL

Rilda Maria Alves

“O grande desafio do nosso mandato será dialogar com o governo do Estado de Alagoas, que é do PMDB e tem tornado as negociações dos servidores públicos muito difíceis. Outro desafio prioritário é a unificação da nossa luta, enquanto dirigentes e entidades, para fortalecer a CUT no Estado e resgatar a autoestima dos trabalhadores da nossa base em relação à conjuntura econômica nacional e ao governo local.Também vamos ampliar o diálogo com os nossos representantes no Estado, além de estreitar o relacionamento das entidades na Central. Com relação aos trabalhadores rurais e sindicatos urbanos, vamos fazer um trabalho conjunto, unificando as lutas do campo e da cidade.” Rilda Maria Alves

AMAZONAS

CUT-AM

Valdemir de Souza Santana

“Em vista da situação conjuntural pela qual passamos nos últimos meses, nossa tarefa imediata será defender o projeto democrático-popular que ajudamos a construir para condução do Estado brasileiro.Temos de nos preparar para os embates com o Legislativo diante dos ataques aos direitos da classe trabalhadora e garantias constitucionais, preparando as bases do movimento sindical para o enfrentamento de forma consciente e qualificada, investindo mais em formação. No plano regional, precisamos fortalecer o movimento sindical na área rural, ampliar a articulação com os movimentos sociais de defesa do meio ambiente e da economia sustentável.” Valdemir Santana

• Presidência

Rilda Maria Alves

• Vice-presidência

José Cícero da Silva

• Secretaria-Geral

Maria Mônica da Silva

• Secretaria de Adm. e Finanças

Luciano da Silva Santos

• Secretaria de Comunicação

Luiz Gomes da Rocha

• Secretaria de Formação

Francisco Ricardo Correia Mata

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Isca Jacson Ferreira Cavalcanti

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Girlene Lázaro

• Secretaria de Relações do Trabalho

Cícero Lourença da Silva

• Secretaria de Política Sociais

Magda Matos de Oliveira

• Secretaria de Juventude

José Robério de Jesus Oliveira

• Secretaria de Combate ao Racismo

Maria Ap. de Almeida Lourenço

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Emanuelle de Araújo Vanderlei

• Secretaria de Meio Ambiente

Rosilene Bezerra da Silva

• Presidência

Valdemir de Souza Santana

• Vice-presidência

José Alfredo Maia Pontes

• Secretaria-Geral

Waldir de Azevedo Guimarães

• Secretaria de Adm. e Finanças

Luiz Jorge Garcia de Sena

• Secretaria de Comunicação

Walter Matos de Moraes

• Secretaria de Formação

Dulce Rodrigues Sena Mendonça

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Berenicio de Souza Lima

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Ana Isabel Guimarães de Souza

• Secretaria de Relações do Trabalho

Simone Ferreira de Souza

• Secretaria de Política Sociais

Pedro Hamilton Prado Brasil

• Secretaria de Juventude

Silene da Silva Barroso

• Secretaria de Combate ao Racismo

Geralda de Souza Oliveira

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Maria Rita Teixeira dos Santos

• Secretaria de Meio Ambiente

Maria do Rosário Fernandes Barba

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Revista ARTSIND

Outubro 2015


“A prioridade do nosso mandato nos próximos anos será interiorizar mais a CUT. A realidade da Região Amazônica exige atenção das nossas representações nos municípios do interior do Estado, para atender demandas dos trabalhadores e das trabalhadoras naquelas localidades. Por outro lado, em uma conjuntura de recessão, precisamos redobrar a atenção para evitar que direitos da classe trabalhadora sejam retirados. Por isso, teremos de jogar peso nas mobilizações, buscando articulação com os movimentos sociais e aproximação com outras centrais sindicais. Esses são alguns dos desafios colocados para esse próximo quadriênio.” Geovane Grangeiro da Silva

• Presidência

Geovane Grangeiro da Silva

AMAPÁ

• Vice-presidência

Luiz Pereira da Silva

• Secretaria-Geral

Ivaneia de Souza Alves

• Secretaria de Adm. e Finanças

CUT-AP

Maria Neuziane Tavares Castro

• Secretaria de Comunicação

Katia Cilene Neres Domingos

• Secretaria de Formação

Francisco Ricardo Correia Mata

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Francinaldo Flexa da Costa

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Idelcy Maria dos Santos Nunes

• Secretaria de Relações do Trabalho

Edson Azevedo dos Anjos Gomes

• Secretaria de Política Sociais

Jorcilândia Lima Costa

• Secretaria de Juventude

Cleidiane Alves Pereira Rodrigues

• Secretaria de Combate ao Racismo

Josiel da Silva Coutinho

Geovane Grangeiro da Silva

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

José Antonio Cabral Pereira

• Secretaria de Meio Ambiente

Rosilene Bezerra da Silva

“Considerando que a CUT jamais poderá se furtar de ser protagonista das grandes lutas pelos direitos da classe trabalhadora, planejamos para esse segundo mandato uma Estadual muito mais atuante na Capital e no Interior, com a interiorização da CUT. Também vamos buscar, a todo custo, o pagamento das receitas estatutárias da nossa Central. Vamos fazer um trabalho muito importante em cima disso com os sindicatos para que venham contribuir com a nossa luta num débito em conta. Além da defesa das bandeiras históricas da classe trabalhadora, há a conjuntura nacional que exige, cada vez mais, nossa defesa da democracia e contra esse pauta regressiva do Congresso Nacional em prol de uma agenda positiva.” Cedro Silva

Revista ARTSIND

• Presidência

Cedro Costa e Silva

BAHIA

• Vice-presidência

Conceição Borges

• Secretaria-Geral

Leonicio Filho

• Secretaria de Adm. e Finanças

Roberto Parizotti

Alfredo Santos

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Lucíola Conceição dos Santos Simião

• Secretaria de Juventude

Marília Santos Paixão

• Secretaria de Meio Ambiente

Danillo Liberino Assunção

• Secretaria de Comunicação

Lucivaldina Brito

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Josenilton Conceição Ferreira

• Secretaria de Formação

Cristina Brito

• Secretaria de Igualdade Racial

Maria Suzan

• Secretaria de Relações do Trabalho

Derlan Queiroz

Cedro Silva

• Secretaria de Política Sociais

Vladimir Santos

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Sara Reis Lima

Outubro 2015

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CEARÁ

MS Studio/Agosto 2015

Francisco Wil e Silva Pereira

“Fortalecer a interiorização da Central e ampliar a relação com os movimentos sociais são prioridades que fazem parte de legado de conquistas da gestão anterior, agora transformadas em desafios do meu mandato. A aliança com os movimentos sociais deve ter vida longa, porque há projeto e compromisso com a classe trabalhadora. Também ampliaremos a parceria já existente com a base rural.Temos aprofundado a discussão dos projetos políticos em disputa e o papel da CUT-CE nesse momento decisivo de lutas e consolidação democrática do País. Nos próximos quatro anos, continuaremos criando condições para organizar, mobilizar e atuar desde as bases em defesa do projeto democrático-popular.” Francisco Wil e Silva Pereira

DISTRITO FEDERAL

CUT-DF

Rodrigo Lopes Brito

“No plano nacional,a prioridade será a defesa da democracia e da liberdade de direitos, além da luta contra o golpismo. Também a defesa da pauta da classe trabalhadora no Congresso Nacional, como o PL da terceirização e Fator 85/95, além da vigília das emendas ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego), já que a maioria veio do setor patronal, e questões relacionadas a terra como a reforma agrária, PEC 215, terras indígenas e quilombolas. No plano regional, as lutas serão pela manutenção de direitos, diante do governo do DF que não cumpre acordos, e contra a criminalização dos movimentos sociais e sindical, ignorados pelo governador e tratados como baderneiros e bandidos.” Rodrigo Lopes Britto

58

Revista ARTSIND

• Presidência

Francisco Wil e Silva Pereira

• Vice-presidência

Eduardo Honorato Paulo

• Secretaria-Geral

Carmem Sílvia Ferreira Santiago

• Secretaria de Adm. e Finanças

Helder Nogueira Andrade

• Secretaria de Comunicação

Emanuel Alves Lima

• Secretaria de Formação

Lúcia Maria Silveira de Queiroz

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Helenira de Sousa Pinheiro

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Maria Ozaneide de Paula

• Secretaria de Relações do Trabalho

Antônio Ricardo Lima

• Secretaria de Política Sociais

Roberto Luque de Sousa

• Secretaria de Juventude

Adryely de Sousa Silvino

• Secretaria de Combate ao Racismo

Gardênia Pereira Baima

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Hernesto Luz Cavalcante

• Secretaria de Meio Ambiente

Lilian Araújo Pinto

• Presidência

Rodrigo Lopes Brito

• Vice-presidência

Magnete Barbosa Guimaraes

• Secretaria-Geral

Rodrigo Rodrigues

• Secretaria de Adm. e Finanças

Julimar Roberto de Oliveira Nonato

• Secretaria de Comunicação

Marcos Junio Duarte Nouzinho

• Secretaria de Formação

Nilza Cristina Gomes dos Santos

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Douglas de Almeida Cunha

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Izaura Oliveira Santos

• Secretaria de Relações do Trabalho

Juliana da Silva Ferreira

• Secretaria de Política Sociais

Ismael José Cesar

• Secretaria de Juventude

Maria do Socorro Neves dos Santos

• Secretaria de Combate ao Racismo

André Luiz da Conceição

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Selene Siman

• Secretaria de Meio Ambiente

Vanessa Sobreira Pereira

Outubro 2015


“Entre as prioridades da Estadual Espírito Santo está consolidar a relação da Central com os/as trabalhadores/as no campo, já bastante fortalecida sob o ponto de vista do projeto político. Outra tarefa prioritária é descentralizar a estratégia da CUT para fazermos no interior do Estado o que já vem sendo feito na área urbana e, dessa forma, consolidar o nome e a presença cutista no interior. Também atuaremos para ampliar o quadro de sindicatos rurais e ajudar a influenciar o bloco contaguiano. Estaremos atentos às orientações da Nacional para fazer com que elas cheguem ao interior e daremos continuidade às ações da CUT e da Articulação Sindical, corrente que nos orienta.” Jasseir Alves Fernandes

“Num Estado onde a realidade é adversa, a sociedade muito conservadora e os trabalhadores constantemente atacados, é prioritário enfrentar o processo de privatizações dos serviços públicos estaduais, como já ocorreu na saúde e agora avança sobre a educação. Enfrentamos hoje a possibilidade real de ver a distribuição de energia elétrica do Estado ser privatizada. Outro desafio é combater em nível estadual o preconceito, a intolerância e a violência racial e contra mulheres. Também precisamos intensificar o modo cutista de defender os trabalhadores, para garantir que a CUT continue sendo a principal referência à classe trabalhadora. Mauro Rubem

• Presidência

Jasseir Alves Fernandes

ESPÍRITO SANTO

• Vice-presidência

Noemia Simonassi

• Secretaria-Geral

Max Celio de Carvalho

• Secretaria de Adm. e Finanças

Roberto Parizotti

Clemilde Cortes Pereira

• Secretaria de Comunicação

Ernani Pereira Pinto

• Secretaria de Formação

Eloiza Beatriz do Rosário Abreu

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Obadias de Souza Filho

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Maria da Penha Barreto Gomes

• Secretaria de Relações do Trabalho

Nildo Antonio Leite de Mendonça

• Secretaria de Política Sociais

José Christovam de Mendonça Filho

• Secretaria de Juventude

Janaina de Freitas Moraes

• Secretaria de Combate ao Racismo

Vera Lucia da Silva

Jasseir Alves Fernandes

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Elci Miranda Lobão

• Secretaria de Meio Ambiente

Aguiberto Oliveira de Lima

• Presidência

Mauro Rubem

• Vice-presidência

GOIÁS

Iêda Leal

• Secretaria-Geral

Terezinha de Jesus Aguiar

• Secretaria de Adm. e Finanças

CUT-GO

Omar Roni da Silva

• Secretaria de Comunicação

Elizeu Pereira da Silva

• Secretaria de Formação

Maria Cristina Rodrigues Evangelista

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Alair Luiz dos Santos

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Marlene Raimunda de Oliveira

• Secretaria de Relações do Trabalho

Carlos Roberto dos Passos

• Secretaria de Política Sociais

Welison Araujo

• Secretaria de Juventude

Eliane Rosa

• Secretaria de Combate ao Racismo

Roseane Ramos

Mauro Rubem

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Dulce Oliveira Costa

• Secretaria de Meio Ambiente

Antonio Pereira Chagas

Revista ARTSIND

Outubro 2015

59


MARANHÃO

Roberto Parizotti

Maria Adriana Oliveira

“A prioridade da CUT Maranhãoé ampliar e trazer os/as trabalhadores/as rurais e também servidores/as municipais para dentro da CUT, para a vida da Estadual. Esses são dois ramos que têm como crescer. Vamos criar um espaço amplo para fazer a discussão e conseguir que a Central se interiorize. Além disso, o combate à rotatividade tem de ser priorizado, porque no Maranhão ela é alta.Também precisamos dar atenção especial às questões dos trabalhadores na educação e no comércio. Outra ação importante é combater o trabalho escravo. Nosso Estado ‘exporta’ trabalhadores e trabalhadoras escravos/as entre seus municípios e a CUT-MA tem grande espaço para desenvolver ações nessas questões.” Maria Adriana Oliveira

MINAS GERAIS

CUT-MG

Beatriz Cerqueira

“Temos como desafios intensificar a luta contra o ajuste fiscal e a precarização do mundo do trabalhador, fortalecer as lutas das categorias em campanha salarial neste segundo semestre, defender a Petrobras, a democracia, combater o golpismo, lutar pela Constituinte Exclusiva da reforma do sistema político. Precisamos nos organizar mais, ampliando as nossas Regionais. Investir mais no diálogo e parceria com os movimentos sociais para as lutas. Sabemos que os cenários são de disputa, em Minas e no País. Sem mobilização, união, organização e pressão, não teríamos derrotado o projeto neoliberal em Minas, tanto na eleição para governador, quanto nos dois turnos da eleição presidencial.” Beatriz Cerqueira

60

Revista ARTSIND

• Presidência

Maria Adriana Oliveira

• Vice-presidência

Moacir Santos

• Secretaria-Geral

Nivaldo Araujo

• Secretaria de Adm. e Finanças

Jucelina Vale

• Secretaria de Comunicação

Joanilde Pires

• Secretaria de Formação

Novarck Oliveira

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Valter Cesar

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Andrea Pereira Diniz Sousa

• Secretaria de Relações do Trabalho

Jose Carlos Rodrigues

• Secretaria de Política Sociais

Valmira Carneiro Martins

• Secretaria de Juventude

Silvana do Nascimento Santos

• Secretaria de Combate ao Racismo

Cleinaldo Castro Lopes

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Solange Rodrigues

• Secretaria de Meio Ambiente

Nivaldo Vilaça Lima

• Presidência

Beatriz Cerqueira

• Vice-presidência

Carlos Magno de Freitas

• Secretaria-Geral

Jairo Nogueira Filho

• Secretaria de Adm. e Finanças

Carlos Alberto de Freitas

• Secretaria de Comunicação

Rosangela Gomes da Costa

• Secretaria de Formação

Gilmar de Souza Pinto

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Lourdes Ap. de Jesus Vasconcelos

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Lucimar de Lourdes G. Martins

• Secretaria de Relações do Trabalho

Marcos de Jesus Leandro

• Secretaria de Política Sociais

Neusa Pereira de Freitas

• Secretaria de Juventude

Sabina Teixeira Ribeiro

• Secretaria de Combate ao Racismo

Elaine Cristina Ribeiro

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Djalma de Paula Rocha

• Secretaria de Meio Ambiente

José Maria dos Santos

Outubro 2015


“O grande desafio da CUT em um Estado continental como o Mato Grosso é levar a Central aos municípios, interiorizar a representatividade dialogando com trabalhadores do campo e cidade. Para concretizar essa interiorização, precisamos de estrutura maior e parceria com sindicatos filiados fortes que tenham base no interior. Outro desafio é construir agenda para o trabalhador debater o desenvolvimento estadual, que hoje prioriza o agronegócio, sufoca a agricultura familiar, concentra renda, polui o meio ambiente e adoece o trabalhador. MT precisa de outro modelo de desenvolvimento, que industrialize o Estado, valorize trabalhadores e distribua renda. Também precisamos construir logística e mecanismo para fortalecer a agricultura familiar.” João Luiz Dourado

“Uma das prioridades do mandato é efetivamente lutar por um Estado mais social, contra a repressão e as milícias organizadas por fazendeiros, situação agravada pela participação da força policial, ou seja, o Estado protegendo o latifúndio. O outro grande desafio é interiorizar a nossa Central. Hoje, a CUT-MS consegue ter boa participação na capital e cidades maiores, mas é preciso levar a bandeira cutista para todos outros municípios do Estado, o que é um grande desafio porque as cidades são distantes umas das outras, o que demanda mais recursos para fazer a luta.Temos conseguido manter um crescimento constante de 5% de sindicatos filiados, isso é bom, mas temos dificuldade de acompanhar de perto as ações, daí a importância da interiorização” Genilson Duarte

Revista ARTSIND

• Presidência

João Luiz Dourado

MATO GROSSO

• Vice-presidência

Maria Celma de Oliveira

• Secretaria-Geral

Guelda Cristina de Oliveira Andrade

• Secretaria de Adm. e Finanças

Roberto Parizotti

Orlando Francisco

• Secretaria de Comunicação

Robinson Ciréia de Oliveira

• Secretaria de Formação

João Eudes da Anunciação

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Marly Terezinha Ferreira

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Marli Keller

• Secretaria de Relações do Trabalho

Edésio Martins da Silva

• Secretaria de Política Sociais

Maria Luiza Bartmeyer Zanirato

• Secretaria de Juventude

Rafael Nauer

• Secretaria de Combate ao Racismo

Joacira Santana de Almeida

João Luiz Dourado

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Italina Facchini

• Secretaria de Meio Ambiente

João de Deus da Silva Filho

• Presidência

Genilson Duarte

MATO GROSSO DO SUL

• Vice-presidência

José Erivaldo Lima

• Secretaria-Geral

Dilma Gomes da Silva CUT-MS

• Secretaria de Adm. e Finanças

Vilson Gimenes Gregório

• Secretaria de Comunicação

Giovano Midon Braga

• Secretaria de Formação

Sueli Veiga Melo

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Nivaldo da Silva Moreira

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Aldiney Moura Matos

• Secretaria de Relações do Trabalho

Ricardo Alexandre Bueno

• Secretaria de Juventude

Aline Chaves Ferle

• Secretaria de Combate ao Racismo

Idalina da Silva

Genilson Duarte

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Lucelia Aparecida Moreira Soares

• Secretaria de Meio Ambiente

Robson Wilian Souza Freitas

Outubro 2015

61


PARÁ

Roberto Parizotti

Euci Ana da Costa Gonçalves

“Nossa luta prioritária,aprovada no CECUT, é a regionalização política da Central, a CUT pela base.Vamos dialogar mais e melhor com a base, atentos a novas categorias, novos elementos que a sociedade traz, e vivenciar esse processo de construção e ampliação da classe trabalhadora. É primordial a Estadual estar mais perto dos seus trabalhadores, por conta da dimensão geográfica do Estado.Temos de regionalizar ação política e sindical de base, a mobilização e fazer a inclusão de reconhecimento e escuta da nossa base. Para isso, precisamos de contrapartida e do envolvimento da Nacional, que já reconhece essa necessidade, mas precisa colocar em prática, estar na região e dar atenção diferenciada para a Norte do País.” Euci Ana da Costa Gonçalvez

PARAÍBA

CUT-PB

Paulo Marcelo de Lima

“A CUT tem de estar antenada com as bandeiras que beneficiam diretamente toda a sociedade e que não são específicas da classe trabalhadora. Precisamos nos preocupar com os jovens, os idosos, as crianças.A Central tem esse desafio pela frente e não pode desprezá-lo. Como dirigente da CUT em um Estado do Nordeste, na parte mais pobre, tenho o grande desafio de provocar os dirigentes das demais Estaduais da Central Única dos Trabalhadores na Região para dar continuidade à discussão de agir de forma colegiada, ou seja, para que trabalhemos em bloco no debate e na defesa de pautas regionais, como a questão hídrica, a seca, a migração e a agricultura familiar.” Paulo Marcelo de Lima

• Presidência

Euci Ana da Costa Gonçalves

• Vice-presidência

Manoel Edivaldo Santos Matos

• Secretaria-Geral

Josilene Lucia dos Santos

• Secretaria de Adm. e Finanças

Carlos Augusto Santos Silva

• Secretaria de Comunicação

Vera Lúcia dos Remédios Paoloni

• Secretaria de Formação

Paulo André Nogueira Silva

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Martinho Afonso da Cruz Souza

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Tatiana Cibeli da Silva Oliveira

• Secretaria de Relações do Trabalho

Glauber Savio Nascimento Silva

• Secretaria de Política Sociais

Eduardo Nazaré Ribeiro Falconi

• Secretaria de Juventude

Moises de Souza Santos

• Secretaria de Combate ao Racismo

Roseane da Silva Borcem

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Jurema Maria do Amparo

• Secretaria de Meio Ambiente

Cinthia do Nascimento de Moraes

• Presidência

Paulo Marcelo de Lima

• Vice-presidência

Claudia Luciana Cavalcanti

• Secretaria-Geral

Joel Nascimento

• Secretaria de Adm. e Finanças

Marcos Henrique

• Secretaria de Comunicação

Lucia de Fatima Figueiredo

• Secretaria de Formação

Gilberto Paulino

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Paulo Tavares

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Luzenira Linhares

• Secretaria de Relações do Trabalho

Rogerio Bras

• Secretaria de Política Sociais

Elinete Lourencio

• Secretaria de Juventude

Jessica Andrade

• Secretaria de Combate ao Racismo

Mauro Placido

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Maria das Dores Mota

• Secretaria de Meio Ambiente

Maria da Penha

62

Revista ARTSIND

Outubro 2015


“Nossa prioridade é lutar pelo fortalecimento do “Fórum 29 de Abril’, instância criada após o massacre de professores e trabalhadores/as na educação, pela polícia do governo tucano de Beto Richa. Este fórum é composto pela CUT-PR, MST e movimentos sociais. Outra luta prioritária será o combate à iminente privatização da Copel (energia elétrica) e Sanepar (água), pois o governador colocou à venda as ações dessas duas empresas, que são bens públicos. A defesa dos empregos dos/as trabalhadores/as do HSBC, banco que foi vendido e cuja sede fica em Curitiba, é outra prioridade do mandato,que também lutará, em nível regional, pela Petrobras e por educação pública de qualidade, bandeira nacional da CUT.” Regina Perpétua Cruz

“A defesa da democracia e a luta contra o Congresso Nacional mais atrasado que este País já viu estarão na linha de frente do mandato, além da luta contra o ajuste fiscal, que coloca em risco importantes conquistas. O Congresso vem pautando a retirada de direitos da classe trabalhadora e a reversão de políticas públicas inclusivas, com apoio da grande mídia. Isso reforça a luta do mandato por uma Constituinte Exclusiva e pela democratização da mídia.Vamos lutar pela melhoria da qualidade dos serviços públicos, conquista que contribuirá à melhoria da qualidade de vida da população. A unidade da classe trabalhadora e dos movimentos sociais é ainda essencial, pois nossas diferenças são menores que nossas convergências.” José Carlos Veras

• Presidência

Regina Perpétua Cruz

PARANÁ

• Vice-presidência

Edilson Jose Gabriel

• Secretaria-Geral

Marcio Mauri Kieller Goncalves

• Secretaria de Adm. e Finanças

CUT-PR

Neveraldo da Silva Oliboni

• Secretaria de Comunicação

Daniel Keller Mittelbach

• Secretaria de Formação

Aparecida Reis Barbosa

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Simone Babosa

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Anacelie de Assis Azevedo

• Secretaria de Relações do Trabalho

José de Oliveira Lima

• Secretaria de Política Sociais

Hermes Gonçalves

• Secretaria de Juventude

Denila Coelho

• Secretaria de Combate ao Racismo

Jefferson Leandro Gomes Palhao

Regina Perpétua Cruz

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Silvana Prestes de Araujo

• Secretaria de Meio Ambiente

Clair Simoes Rodrigues

• Presidência

José Carlos Veras

PERNAMBUCO

• Vice-presidência

Paulo Rocha

• Secretaria-Geral

Augusto Cesar Barros

• Secretaria de Adm. e Finanças

Roberto Parizotti

Sergio Goiana

• Secretaria de Comunicação

Fabiano Moura

• Secretaria de Formação

Ana Isabel Cavalcanti

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Jeane Ezy Carly G. de Souza

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Liana Mary

• Secretaria de Relações do Trabalho

Helionice Faustino Nascimento

• Secretaria de Política Sociais

Expedito Solaney

• Secretaria de Juventude

Wellington Gleybson Maciel Neves

• Secretaria de Combate ao Racismo

Maria Joana Cavalcanti

José Carlos Veras

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Luiza Batista Pereira

• Secretaria de Meio Ambiente

Maria Vera dos Santos

Revista ARTSIND

Outubro 2015

63


PIAUÍ

Roberto Parizotti

Paulo de Oliveira Bezerra

“Nossa missão nesse segundo mandato continua sendo a defesa de um projeto político, por isso, vamos buscar a sociedade organizada para fazer o enfrentamento em defesa de políticas mais amplas em benefício do trabalhador e da população carente. Avançamos muito nos últimos anos, mas ainda precisamos buscar a compreensão de que nossas lutas têm de ir além da defesa dos direitos dos trabalhadores. No Nordeste, há realidades diferentes, por isso é preciso criar uma frente evolutiva na economia para que surjam mais vagas na Região, no Estado e políticas que gerem emprego e renda. Dá para fazer a luta sindical e defender o projeto democrático-popular, o que exigirá participação no debate e formação política, porém, regionalizada. Vamos investir e ampliar nossa comunicação, que é fundamental.” Paulo de Oliveira Bezerra

RIO DE JANEIRO

Roberto Parizotti

Marcelo Rodrigues

“Temos quatro prioridades para este primeiro mandato. A interiorização da CUT, tanto estruturalmente quanto politicamente, para uma atuação mais incisiva. Vamos fincar a bandeira da Central no interior, nos municípios do interior do Rio de Janeiro. Ampliar a relação com a juventude, o movimento estudantil, preparar nossos futuros dirigentes e levar a CUT-RJ para dentro das universidades, para dialogar com os estudantes. Outra prioridade é ampliar e fortalecer a relação com os movimentos sociais, estar mais presente na pauta desses entes. E, por fim, investir em Cultura para construir novas formas de diálogo com os/as trabalhadores/as, dirigentes, população em geral. Vamos jogar bastante na relação com pessoal da cultura popular” Marcelo Rodrigues

64

Revista ARTSIND

• Presidência

Paulo de Oliveira Bezerra

• Vice-presidência

Odeni de Jesus da Silva

• Secretaria-Geral

Jose Gomes Marques

• Secretaria de Adm. e Finanças

Ajuri Dias

• Secretaria de Comunicação

Paulina Silva de Almeida

• Secretaria de Formação

Josivaldo Martins de Oliveira

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Marcelino Claucione de Moura Paz

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Antonia Ribeiro Cardoso

• Secretaria de Relações do Trabalho

Joao Pereira dos Santos Neto

• Secretaria de Política Sociais

Maria do Socorro Cruz Silva

• Secretaria de Juventude

Antonio Herbert Marinho

• Secretaria de Combate ao Racismo

Edimar Maria do Nascimento

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Maria da Trindade Ribeiro da Silva

• Secretaria de Meio Ambiente

Luzemir de Sousa Carvalho

• Presidência

Marcelo Rodrigues

• Vice-presidência

Neuza Luzia Pinto

• Secretaria-Geral

Keila Machado Faria

• Secretaria de Adm. e Finanças

Sergio Magalhães Gianneto

• Secretaria de Comunicação

Maria Eduarda Q. Pereira Fernandes

• Secretaria de Formação

Juarez Antunes Pinto

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Marcelo Rodrigues da Silva

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Marlene Silva de Miranda

• Secretaria de Relações do Trabalho

Verginia Dirami Berriel

• Secretaria de Política Sociais

Elizabeth Paradela da Silva

• Secretaria de Juventude

Cristiane da Silva Patinho

• Secretaria de Combate ao Racismo

Gloria Maria Alves Ramos

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Edison Munhoz Filho

• Secretaria de Meio Ambiente

Indalécio Wanderley Silva

Outubro 2015


“Para enfrentar a ofensiva conservadora em âmbitos nacional e estadual, nosso maior desafio é reconstruir um novo bloco histórico para disputar a hegemonia com concepção de Estado indutor de desenvolvimento democrático e garantidor de direitos. Esse bloco deve ser constituído a partir dos movimentos sociais e de novas e diversas organizações, com agendas de direitos, hoje distantes das nossas organizações. Precisamos fortalecer a prática de gestão conectada com as regionais, federações e sindicatos da base no RS, por meio das representações regionais da CUT e realizar forte movimento de politização das bases sindicais, além de reestruturar nossos mecanismos de comunicação para torná-los mais populares e investir em ferramentas e formas de comunicação mais abrangentes.” Claudir Nespolo

“A Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Norte realizou nos dias 2 e 3 de setembro, o 13º CECUT. Professora da rede estadual de ensino e diretora de Organização do SINTE-RN, fui eleita para um mandato de quatro anos, período no qual a nova direção terá o papel de organizar a classe trabalhadora no enfrentamento dos desafios postos pela conjuntura nacional de recessão e de ajuste fiscal. Uma das tarefas, no curto prazo, é construir a unidade de todos os/as trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade para garantir os direitos e a democracia, além de somar forças ao lado de diversas categorias que estão com suas pautas de reivindicações perante o governo do Estado.” Eliane Bandeira e Silva

Revista ARTSIND

• Presidência

Claudir Nespolo

• Vice-presidência

RIO GRANDE DO SUL

Marizar Mansilha de Melo

• Secretaria-Geral

Simone Goldschmidt

• Secretaria de Adm. e Finanças

Roberto Parizotti

Vitalina C. Marques Goncalves

• Secretaria de Comunicação

Ademir Jose Wiederkeher

• Secretaria de Formação

Maria Helena de Oliveira

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Osmar Prestes Padilha

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Isis Garcia Marques

• Secretaria de Relações do Trabalho

Antonio Guntzel

• Secretaria de Política Sociais

Cleonice Fabiane Back

• Secretaria de Juventude

Leticia Raddatz

• Secretaria de Combate ao Racismo

Angelica Maria Sewaldo do Nascimento

Claudir Nespolo

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Dary Beck Filho

• Secretaria de Meio Ambiente

Paulo Fernando A. de Farias

• Presidência

Eliane Bandeira e Silva

RIO GRANDE DO NORTE

• Vice-presidência

Maria Avanael Simão

• Secretaria-Geral

Marcelo Dantas da Silva

• Secretaria de Adm. e Finanças

CUT-RN

José Teixeira da Silva

• Secretaria de Comunicação

José Nogueira Filho

• Secretaria de Formação

Ionaldo Tomaz da Silva

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Maria Elizabeth Fernandes

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Francisca Luzia da Silva

• Secretaria de Relações do Trabalho

Eduardo Martins de Moura

• Secretaria de Política Sociais

José Rodrigues Sobrinho

• Secretaria de Juventude

Amanda Ravena V. de Oliveira

• Secretaria de Combate ao Racismo

Gildenia Barbosa da Silva Freitas

Eliane Bandeira e Silva

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Francisco Jonaci de Almeida

• Secretaria de Meio Ambiente

Eliete Vieira da Silva

Outubro 2015

65


RONDÔNIA

CUT-RO

Itamar dos Santos Ferreira

“Temos duas prioridades neste segundo mandato: ampliar a representação da CUT, por meio da filiação de sindicatos, da organização de categorias sem representação sindical e também de disputas eleitorais e interiorizar a ação da Central. Numa primeira etapa, vamos levar a politica da CUT a cidades que ficam a 500/600 quilômetros da capital, Porto Velho. Já temos dois diretores da Executiva que moram em municípios no interior do Estado, onde a maior representação é rural e de servidores municipais. A partir da metade do mandato, além da ação política, queremos levar infraestrutura e trabalhar para erguer uma subsede em Ji-Paraná, a 380 quilômetros da capital”. Itamar dos Santos Ferreira​

RORAIMA

CUT-RR

Gilberto Rosas

Na gestão anterior, priorizamos o resgate de sindicatos filiados, interiorização da CUT e ampliação da base. Resgatamos todos os sindicatos de rurais e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura, além da filiar sindicatos de municipais. Nesses três anos, nossa base passou de 20 para 31 sindicatos. Na composição do novo mandato, todos os ramos e categorias estiveram representados e, a partir das reivindicações da base no 7º CECUT-RR, nossos principais desafios são: regularizar todos os sindicatos no Ministério do Trabalho; desenvolver ações conjuntas com a Escola Sindical e sindicatos para formação da base e de dirigentes; organizar o movimento da juventude cutista e ter maior envolvimento com movimentos sociais. Gilberto Rosas

66

Revista ARTSIND

• Presidência

Itamar dos Santos Ferreira

• Vice-presidência

Célio Alberto Barros de Lima

• Secretaria-Geral

José Cicero Alves

• Secretaria de Adm. e Finanças

Elzilene do Nascimento Pereira

• Secretaria de Comunicação

Marcia Moreira de Souza

• Secretaria de Formação

João Ramão Chaves Zarate

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Sandra Alves Felicio

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Rosenilda Ferreira de Souza

• Secretaria de Relações do Trabalho

Antonio de Paula Freitas

• Secretaria de Política Sociais

Dioneida Castoldi

• Secretaria de Juventude

Luizmar Olveira das Neves

• Secretaria de Combate ao Racismo

Rosimar Nunes

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Ana Iris Arraes Rolim

• Secretaria de Meio Ambiente

Marco Antonio Alves Farias

• Presidência

Gilberto Rosas

• Vice-presidência

Maria Alves da Silva

• Secretaria-Geral

Rosiclei dos Santos Alencar

• Secretaria de Adm. e Finanças

Antonia Maria Matias da Silva

• Secretaria de Comunicação

Rubenildo Pereira Oliveira

• Secretaria de Formação

FRobson Avelino de Carvalho

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Elildes Cordeiro de Vasconcelos

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Claudiana Alves de Oliveira

• Secretaria de Relações do Trabalho

Ricardo Loureto de Oliveira

• Secretaria de Política Sociais

Flaviney Almeida Pereira

• Secretaria de Juventude

Cristiana Paiva Gomes

• Secretaria de Combate ao Racismo

Antonia Pedrosa Vieira

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Roberto Rodrigues Morais

• Secretaria de Meio Ambiente

Marilene da Silva de Oliveira

Outubro 2015


“Além da luta histórica em defesa dos direitos da classe trabalhadora, assumo o primeiro mandato de uma mulher à frente da CUT-SC com o grande desafio que a atual conjuntura nos coloca: ataques aos direitos das/os trabalhadoras/es e ofensivas às organizações de classe. Temos como principal objetivo o fortalecimento da unidade e a relação com os movimentos sociais, que junto com a CUT estão defendendo direitos dos trabalhadores e a democracia do País. Outro é a ampliação do número de sindicatos filiados em Santa Catarina e a aproximação dos entes já cutistas nas atividades da Estadual. Precisamos transformar a pauta das categorias em pauta de toda a classe trabalhadora.”

• Presidência

Anna Julia Rodrigues

• Vice-presidência

Mario Antonio da Silva

• Secretaria-Geral

Renaldo Pereira

• Secretaria de Adm. e Finanças • Secretaria de Comunicação

Adriana Maria Antunes de Souza

• Secretaria de Formação

Cleverson Valdir de Oliveira

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Vilmar Osovsky

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Sueli Silvia Adriano

• Secretaria de Relações do Trabalho

Ana Claudia da Silva

• Secretaria de Política Sociais

Elivane Secchi

• Secretaria de Juventude

Tatiane de Castro

• Secretaria de Combate ao Racismo

Evaldo Esidio Barbosa Filho

Anna Julia Rodrigues

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Elizandra Rodrigues Anselmo

• Secretaria de Meio Ambiente

“A prioridade do nosso mandato será combater o desemprego, um problema que a CUT, em nível nacional, está sabendo enfrentar muito bem com respostas à altura, inclusive com a apresentação de propostas ao governo federal. Nós vamos dar continuidade às grandes mobilizações que a Central realizou este ano para garantir os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. O grande desafio da Estadual da CUT São Paulo é organizar a luta dos sindicatos e também dos movimentos sociais para construir um projeto popular-democrático para o Estado, que represente um rompimento com a política do estado mínimo que, por sua vez, rompeu com a política estatal , trazendo prejuízos imensos aos serviços públicos oferecidos a toda a classe trabalhadora e a toda a população.”

• Presidência

Revista ARTSIND

Roberto Parizotti

Neudi Antonio Giachini

Anna Julia Rodrigues

Douglas Izzo

SANTA CATARINA

Jacir Antonio Zimmer

Douglas Izzo

• Vice-presidência

SÃO PAULO

Sebastiao Cardozo

• Secretaria-Geral

Joao Cayres

• Secretaria de Adm. e Finanças

Renato Zulato

Roberto Parizotti

• Secretaria de Comunicação

Adriana Magalhaes

• Secretaria de Formação

Telma Victor

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Ana Lucia Firmino

• Secretaria de Relações do Trabalho

Ademilson Terto da Silva

• Secretaria de Política Sociais

Kelly Domingos

• Secretaria de Juventude

Cibele Vieira

• Secretaria de Combate ao Racismo

Rosana Aparecida da Silva

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Vagner Menezes

• Secretaria de Meio Ambiente

Solange Cristina Ribeiro

• Secretaria de Organização

Élcio Marcelino

Douglas Izzo

• Secretaria de Política Sindical

Sonia Auxiliadora

• Secretaria de Mobilização

João Batista Gomes

Outubro 2015

67


SERGIPE

CUT-SE

Rubens Marques de Sousa

“Nosso desafio é manter a CUT como protagonista das lutas da classe trabalhadora de Sergipe, como tem sido desde a sua fundação, em 1983, mesmo num cenário em que as nossas bases estão sendo assediadas com métodos repudiáveis pelas demais centrais. Outro grande desafio é continuar sendo uma central que não fica restrita à pauta imediata (valorização dos salários e condições de trabalho), que vá além, ao atuar em outras trincheiras de luta, a exemplo da Frente Brasil Popular; Comissão do Direito à Memória e à Verdade; democratização do Judiciário e dos meios de comunicação etc.Como toda luta deve ter um horizonte, o nosso é classista e caminha em direção à construção de uma sociedade socialista. Rubens Marques de Sousa

TOCANTINS

Roberto Parizotti

Jose Roque Rodrigues Santiago

“Nesse mandato vamos organizar a CUT no interior do Estado, para levar nossa mensagem aos/às trabalhadores/as. Também precisamos de estrutura física para a concretização da sede própria, para abrigar os sindicatos que necessitam da CUT para fazer a representação politica que precisa ser feita. Como o nosso Estado é um dos mais novos da Federação (26 anos), a organização sindical é uma carência em todo o território, e vamos focar no que a companheirada precisa. No interior, ainda não há proximidade com os trabalhadores rurais. Também trabalharemos para criar sindicatos de categorias que estão soltas, são trabalhadores de grandes empresas que estão chegando no Tocantins, como a Petrobras (centro de distribuição), por exemplo. E a CUT que precisa organizar esse pessoal.” José Roque Rodrigues Santiago

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Revista ARTSIND

• Presidência

Rubens Marques de Sousa

• Vice-presidência

Plínio Pugliese

• Secretaria-Geral

Sílvia Maria Lima

• Secretaria de Adm. e Finanças

Ivonia Aparecida Ferreira

• Secretaria de Comunicação

Caroline Rejane Sousa Santos

• Secretaria de Formação

Roberto Silva dos Santos

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Jairo de Jesus

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Ângela Maria de Melo

• Secretaria de Relações do Trabalho

Dílson Gama dos Santos

• Secretaria de Política Sociais

Itanamara Guedes

• Secretaria de Juventude

Saullo Guedes

• Secretaria de Combate ao Racismo

Márcia Martins

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Álvaro Luiz

• Secretaria de Meio Ambiente

Iara Nascimento

• Presidência

Jose Roque Rodrigues Santiago

• Vice-presidência

Antônio Batista de Sá

• Secretaria-Geral

Mario Benicio dos Santos

• Secretaria de Adm. e Finanças

Manoel Pereira de Miranda

• Secretaria de Comunicação

Antonio Gonçalves da Costa

• Secretaria de Formação

Maria Francisca Rocha dos Santos

• Secretaria de Organização e Política Sindical

Iata Andreson Pio de Freitas Vilarinho

• Secretaria da Mulher Trabalhadora

Cleide Diamantino Lopes

• Secretaria de Relações do Trabalho

Manoel Reis Campos

• Secretaria de Política Sociais

Zenilda Leonardo da Silva Fonseca

• Secretaria de Juventude

Simone Resplandes Borges de Morais

• Secretaria de Combate ao Racismo

Railma Martins da Silva

• Secretaria de Saúde do Trabalhador

Iara Maria Cavalcante Teixeira

• Secretaria de Meio Ambiente

Maria Ednalva Ribeiro da Silva

Outubro 2015


Homenagem Homenagem

Dirigentes deixaram comando das Estaduais da CUT e seguem na luta pela classe trabalhadora

Aos companheiros e companheiras que presidiram a Central em seus Estados e que agora partem para outros desafios, todo o reconhecimento, respeito e agradecimento da Articulação Sindical CUT-ES

CUT-AL

CUT-GO CUT-CE

CUT-PA

José Carlos Nunes presidiu a CUT Espírito Santo

Amélia Fernandes oas presidiu a CUT Alag

Bia de Lim a presidiu a CUT Goiá s

Joana Almeida presidiu a CUT Ceará

CUT-SC

Martinho Souz a presidiu a CUT Pa

Nando Naves 28 -04-2015

CUT-RN

i Neudi Giachin T U presidu a C Santa Catarina

Darby de Lem os Igayara presidiu a CUT RJ

José Rod rigues presidiu a CUT R. G. do N orte

Revista ARTSIND

CUT-SP

Adi dos Santos presidiu a CUT São Paulo

Outubro 2015

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O seu espaço

Da fundação, há 28 anos, à era digital Por um sindicalismo de massa, classista, democrático, autônomo e unitário Com a missão de fortalecer a CUT, a Articulação Sindical surgiu há 28 anos, durante Encontro Nacional da Central, em Taboão da Serra (SP). Um grupo de sindicalistas independentes que integrava o chamado Novo Sindicalismo de Lula, no ABC Paulista, e integrava a recém-criada Central, assumiu o compromisso de construir uma instância para mobilizar, organizar e liderar as lutas da classe trabalhadora, e não somente agir como um movimento. Uma das principais características da Articulação era e continua sendo a grande diversidade, pois a corrente foi construída de forma plural, com sindicalistas do campo e da cidade e sob o signo da unidade de concepção e práticas sindicais, e não do combate a outras concepções. Desde a sua criação, a trajetória da ArtSind se funde à da CUT, ancorada no sindicalismo classista, cujo objetivo prioritário é a defesa dos/as trabalha70

Revista ARTSIND

dores/as, tarefa que deve sempre se sobrepor aos interesses corporativos na construção da estratégia de ação da Central. Por isso, um dos maiores patrimônios da corrente é o consenso progressivo, com votação apenas quando inevitável. A Articulação tem como prática tornar públicas as experiências e informações que contribuam para a conscientização política e o resgate da história. Daí a importância de criar, ampliar e consolidar espaços e canais de comunicação com seus dirigentes e a militância, como fez a Coordenação na 4ª CONARTSIND. Desde julho de 2014, com a primeira edição da revista impressa (está é a terceira) e, em dezembro, com o lançamento do portal (www.articu-

laçãosindical.com.br), a direção da Articulação busca estar mais próxima e interagir com os/as sindicalistas da corrente em todo o País. Revista e site estão em construção e aprimoramento para atender mais e melhor a corrente, a CUT e, principalmente, os interesses da classe trabalhadora. E para isso, precisamos da contribuição de todos vocês. •

Outubro 2015




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