Lets Go Bahia Edição 44

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Restaurante veleiro: Lugar de Infinitos...

Infinito é não ter limite que o defina. A memória de um prazer desfrutado. Um sabor que surpreende ou uma música que encanta. A paisagem que suspende o fôlego. O sussurro ritmado das ondas. Infinitos são os prazeres que você pode descobrir.

Sempre um novo momento, dentro de um eterno convite.

ABERTO AO PÚBLICO

AV. SETE DE SETEMBRO, 3.252 – LADEIRA DA BARRA 71 2105-9131



Editorial

D

esde que a V2M assumiu o comando da Let’s Go Bahia, decidiu-se que, a cada edição, a publicação teria um espírito que nortearia as suas pautas. Seguindo esta linha, “Love is in the air” é o espírito desta edição. Assim, inspiramo-nos no amor de mãe; no amor fresco e transbordante das noivas; no amor dos namorados; no amor duradouro dos casais; no amor-próprio; no amor pelo outro; enfim, a revista traz em suas páginas a tradução desse sentimento tão sublime. Falando em inspiração, a matéria de capa está imperdível; conta a história de uma mulher surpreendente, plena, feliz consigo mesma e realizada no seu trabalho. Ela é Mônica Burgos, uma mulher que alimenta com amor tudo o que se propõe a fazer e alcança o sucesso em tudo o que realiza. Um exemplo e uma referência para qualquer pessoa. O editorial de moda revela outra mulher linda. Trata-se da nossa Miss Bahia, Maria Isabel, de 19 anos, como a New Face da edição. Ela vem em um editorial belíssimo, vestida de noiva e com roupas de festa. Nossos colunistas, jornalistas e articulistas também chegam inspirados à nossa segunda edição do ano. Em gastronomia, não deixe de conferir a coluna de Tereza Paim com o tema “Comida para Seduzir” e uma receita para deixar todo mundo com água na boca e o coração fervendo; além de uma matéria deliciosa falando sobre Cozinha Afetiva e a emoção de reviver lembranças de família através do ato de carinho que é cozinhar para quem amamos. Com o tema “Destino para os Apaixonados”, Mario Bruni presen-

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teou a seção Turismo com dicas imperdíveis de destinos para os casais celebrarem o amor. A articulista Ligia Baruch, por sua vez, divide conosco um olhar sobre os encontros; Izabelle Nossa, no seu artigo, nos faz refletir quanto ao que realmente buscamos: companhia ou amor de verdade; Fernando Machado vem ainda mais provocador, trazendo uma reflexão sobre o prazer sexual e o espírito. Irreverente, Ildazio Tavares se supera nesta edição e aborda na sua coluna “Conectados” o amor de mãe sob a ótica dos pais que cumprem esse papel. Entre as novidades desta edição, Fabiano Lacerda, estrela da capa da edição anterior, passa a assinar a coluna Life Coach. O sucesso da sua história de desafio e o quanto ele tem para dividir com as pessoas e ajudá-las a mudar as suas vidas nos inspirou a convidá-lo para assinar a coluna que, com certeza, será um sucesso. Na sua estreia como colunista, ele aborda o amor-próprio no texto “Amese”. Sandra Teschner também chega com a coluna Expressão e vem com o tema disrupção. Nesta edição, temos, também, uma coluna assinada pela Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP-BA), na qual mostraremos o movimento e as novidades do mercado publicitário. É uma honra tê-los conosco. Ainda como novidade na nossa revista, nesta edição inauguramos a seção Esporte com três matérias bem descoladas sobre o universo do surf, modalidade que virou a nova paixão nacional e, especialmente, baiana. Nossos meninos de ouro continuam fazendo bonito no cenário mundial do surf com o Brazilian Storm, e a Bahia não

fica atrás com os corajosos Mad Dogs. A seção é arrematada com uma entrevista com o surfista veterano Lapo Coutinho. A partir de agora, a cada edição, teremos sempre notícias dos nossos garotos e vamos poder acompanhar o desfaio deles mundo afora, além, claro, de abordarmos outras modalidades de esportes. Outro destaque desta edição é a entrevista com o publicitário Nizan Guanaes, que, em uma rápida visita a Salvador, reservou um tempinho para receber a Let’s Go e nos concedeu uma entrevista exclusiva! O mínimo que ouvimos desse guru foi que o “mercado é para os competentes”. A Let’s Go Bahia está uma delícia e cheia de novidades. Mas isso não seria possível sem o apoio dos nossos anunciantes, leitores, colaboradores e de todos os que compõe a sua equipe. Agradeço, mais uma vez, a vocês que estão conosco de alguma forma. Boa leitura!


Índice

Expediente

Decoração de mesas

14

Augusto Rocha Editorial de Moda

20

PUBLISHER

CONSELHO EDITORIAL

Verônica Villas Bôas

DIRETORA - Monique Melo

veronica.villasboas@letsgobahia.com.br

CONSELHEIROS

REDAÇÃO DIRETORA - Monique Melo

monique.melo@letsgobahia.com.br

24

A vitória dos cachos

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Escola e sustentabilidade

61

Com que pet eu vou?

66

EDITORA - Aleile Moura aleile@letsgobahia.com.br

71

Portugal

78

Daniel Oliveira Luciana Accioly Redacao@letsgobahia.com.br

DIRETORA - Mani Monteiro mani.monteiro@letsgobahia.com.br

JORNALISTAS CONVIDADOS

COMERCIAL

Andréa Castro Laís Matos Matheus Pastori de Araújo Simone Ribeiro Roberto Nunes Sandra Teschner

DIRETORA - Verônica Villas Bôas veronica.villasboas@letsgobahia. com.br comercial@letsgobahia.com.br

PUBLICIDADE

Mônica Burgos

82

Carro do futuro

92

Polarização das informações

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Andrea Castro Adriana Cravo Aline Hermida Claudia Giudice Daniel Oliveira Diego Oliveira Fernando Machado Gabriela Ponce Ildazio Tavares Leonardo Salgado Luciana Accioly Marcelo Sampaio Márcia Damasceno Mário Bruni Renata Dias Renata Rangel Roberto Nunes Stefano Dias Tereza Paim Priscila Reis Patrícia Zanotti Fabiano Lacerda Sandra Teschner Karla Borges

Entrevista Nizan Guanaes

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ARTICULISTAS CONVIDADOS

Brazilian Storm

114

Entrevista Lapo Coutinho

119

Mad Dog

122

Sabor de nostalgia

126

Decoracao Life Style Jardinagem Plano B Música Spot Reflexões Sessão Pipoca Conectados Saúde De olho nas telas Garimpando Beleza Turismo Entrelinhas Moda Autos & Motos Social & Eventos Gastrô Direito & Inovaçao Luxo Life Coach Expressão VIP

130

Rocha Comunicaçao www.rochacomunicacao.com.br

ASSESSORIA DE IMPRENSA & RP Texto & Cia Assessoria www.textoecia.com.br

IMPRESSÃO Gráfica Nywgraf www.nywgraf.com.br

DISTRIBUIÇÃO JR Logística www.jrlogisticaserv.com.br

Izabelle Nossa Rosana Boaventura Lígia Baruch Adolpho Neto Kika Gama Lobo José Petroski Michael Meirelles

FOTOGRAFIA

V2M EDITORA LTDA

Capa: Guilherme Burgos Editorial de Moda: Josefa Coimbra

Av. Tancredo Neves, 909 Edf. Andre Guimarães Business, sala 1.213 Caminho das Árvores Salvador/BA Tel.: 071 3599-7258

Foto Jornalismo: Studio Jotta contato@jottafotografia.com.br

REVISÃO

Cozinha afetiva

Claudia Giudice Diego Oliveira Fabio Lima Waleska Rochaat Tereza Paim

MKT & MÍDIAS DIGITAIS

JORNALISTAS

COLUNISTAS

Festejos juninos

monique.melo@letsgobahia.com.br

www.letsgobahia.com.br

Gabriela Ponce

DEP. DE EDITORAÇÃO E ARTE

Rio Vermelho

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DIRETOR - Luiz Artur de Sá Menezes artur@letsgobahia.com.br

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Plano B

A vergonha é o mal

do mundo O exercício libertador de perder a vergonha e exibir, sem pudor, a fraqueza, o fracasso e a vulnerabilidade que existe em todos nós Que vergonha! Sujou a roupa limpa. Parece um menino! Que vergonha, bebeu a limonada direto na boca da garrafa! Nem ofereceu antes aos coleguinhas. Que vergonha ficar assim de perna aberta! Senta direito, menina! Que vergonha dizer palavrão, parece moleque de rua! Começou assim. A minha vergonha foi cultivada com pequenas reprimendas relacionadas a comportamentos infantis. Era moleca. Era sapeca. Era agitada. Era uma vergonha porque não tinha modos de princesa, não gostava de brincar de boneca e me divertia muito mais brincando com a turma da pesada da rua. Era uma vergonha porque era abusada, ousada e atrevida. Era uma vergonha porque eu não obedecia às ordens. Fiquei sócia da vergonha. Sempre que aprontava uma e era reprimida, eu sentia profundamente. Me recolhia e sofria. Repetia mentalmente as pequenas besteiras que havia feito e me punia remoendo, remoendo, remoendo. Repisava o mal para doer, doer tanto até conseguir esquecê-lo. Como a vergonha é prima da culpa e da profunda humilhação, desenvolvi um método cênico de autoflagelo. Na frente do espelho do banheiro, sem nin6 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

guém me ver, potencializava a minha vergonha repetindo a situação que provocara o sentimento e o sofrimento. Ali, me via ridícula e me envergonhava de novo, de novo e de novo.

A vergonha pega, principalmente, em quem se considera superior, invulnerável e extraordinário. O meu antídoto para me livrar da vergonha, além de caretear na frente do espelho, era ser perfeita do meu jeito. Adolescente, quando repetia esse ritual infantil com mais frequência e intensidade, descobri que eu não estava só. Lendo o livro “As Palavras”, do filósofo francês Jean Paul Sartre, eu descobri a mania em comum. “Desapareci, fui caretear diante de um espelho. Quando me lembro, hoje, daqueles trejeitos, compreendo que asseguravam minha proteção; contra as fulgurantes descargas da vergonha, eu me defendia com um bloqueio muscular. Além disso, levando ao extremo meu infortúnio, livravam-me dele: eu me precipitava na humilda-

Claudia Giudice Jornalista, escritora e mãe de Chico de a fim de esquivar a humilhação…”, descreve Sartre, em sua autobiografia que narra a sua infância dos 4 aos 11 anos. Eu não estava só e tinha um parceiro à altura do meu orgulho, loucura e vaidade. Explico. A vergonha pega, principalmente, em quem se considera superior, invulnerável e extraordinário. O meu antídoto para me livrar da vergonha, além de caretear na frente do espelho, era ser perfeita do meu jeito. Se um dia sentei de perna aberta, hoje eu seria a primeira a cumprir o trabalho. Seria o exemplo de eficiência e performance. Ser a melhor também ajudava a superar a vergonha de ser a mais alta da classe, de não ter seios fartos, de ter cabelo fino, de receber a cobrança atrasada da mensalidade da escola das mãos da madre superiora. Por causa da vergonha, me tornei olimpiana. Não podia errar. Não podia falhar. Não podia perder. Não queria sentir vergonha mais uma vez. Doía, doía muito. Viver com vergonha não é fácil. A nossa sociedade consumista, espetacularizada e exibicionista propaga a ver-


Plano B gonha. Nossos pais, gestores, professores (com exceções) estimulam as pessoas a vincularem a sua autoestima ao que elas produzem como riqueza; ao cargo que ocupam. Esse modelo é duro, frio e solitário. Buscamos o isolamento. Sentimos culpa e medo. Enfrentamos a estagnação, a falta de criatividade e de renovação. Paralisamos.

lorida de seis pneumotórax espontâneos. Hoje, fazendo engenharia de obra feita, reconheço que a dor maior não era pela perda do cargo nem pela perda do aumento de salário. A dor maior foi provocada pela vergonha de ter sido preterida. Como justificar o fracasso? Como explicar a derrota? Como justificar não ter sido “a escolhida”?

As perguntas que Lúcifer, o anjo mau, vive sibilando em nossos ouvidos: Para que inventar moda se pode dar errado? Para que correr o risco de passar aquela vergonha que você odeia outra vez? Perigo. Perigo. Perigo. Na visão do escritor norte-americano Peter Sheahan, consultor global da ChangeLabs, uma empresa que executa projetos de mudança de comportamento para gigantes como Apple e IBM, a vergonha é o serial killer da inovação e do empreendedorismo. Sempre que alguém deixa de compartilhar uma nova ideia, que aborta um ponto de vista disruptivo, pode crer, a vergonha mora no ato. De quatro, calamos por causa da vergonha de errar. De ser depreciado, gozado, de parecer mais burro do que o outro.

Rodei meio-mundo. Fiz e aconteci. Sempre com vergonha. Sempre achando que poderia driblá-la com a minha invulnerabilidade. Comecei a perder a vergonha quando decidi ser mãe. Seria a supermãe, certo? Errado. A natureza foi generosa comigo. Levei mais de um ano para engravidar. Exames, consultas, vexames, montanha-russa hormonal. Por meu filho valia a pena chorar na frente do chefe. Pedir ajuda, pelo amor de Deus.

Me deixa, vergonha!

Por causa da vergonha, me submeti a abusos e humilhações. Por causa da vergonha, não disse não inúmeras vezes. Por causa da vergonha, fiz o que não queria milhares de vezes. Por causa da vergonha, sofri e chorei.

Ali, na mesa de parto, com as pernas abertas, parindo o meu Francisco, a minha melhor obra, a minha revolução, esqueci a danada e fiz toda a força que eu podia. Ao virar mãe, fui gerundiando a vergonha e a compostura. Por ele, liguei de madrugada para o pediatra. Por ele, me borrei, me babei, me sujei. Por ele, paguei mico. Por ele, fui ficando menos besta, menos orgulhosa, menos perfeita. Mas ainda não estava livre. O meu trabalho com crachá sempre consumiu a minha alma e a minha vida.

Pensando na minha vergonha crônica, lembrei de uma vez em que fui preterida e não recebi uma desejada promoção. Chorei, chorei até ficar com dó de mim. Adoeci. Meu pulmão, órgão da tristeza, decidiu explodir em uma sequência do-

Minha transformação, curiosamente, aconteceu a partir do momento de vergonha maior da minha vida. Foi a demissão e a consequente perda do meu tão prestigiado emprego que promoveram a minha alforria. Fui abatida em

uma segunda-feira de agosto, o mês do cachorro louco. Tomei um pé na bunda. Chorei, sofri e escancarei. Percebi que só teria felicidade com o meu plano B, se abrisse a janela da alma e contasse para todo o mundo toda a dor que eu sentia. Me expus de modo quase pornográfico. Amigos queridos chegaram a temer pela minha sanidade. Agradeço. Graças ao compartilhamento de sentimentos e ao despudor, a mais alta categoria de falta de vergonha, descobri muitas coisas: que a solidão é o mal do mundo; que a vergonha é o mal da alma; que aceitar a própria vulnerabilidade é libertador e dificílimo; que o melhor lugar do mundo é aqui e agora; que apesar de o melhor lugar do mundo ser aqui e agora, é imprescindível planejar; que ter planos B é um jeito saudável de levar a vida. Descobri recentemente, graças à indicação de uma querida amiga, o livro “A Coragem de Ser Imperfeito”, da pesquisadora norte-americana Brené Brown. É um documento fascinante sobre a vergonha. Lê-lo é uma forma de lidar, encarar e, por que não, se livrar dela. Ainda sinto vergonha às vezes, mas cada vez menos e de menos coisas. Falar sobre o que me envergonhava antes também é curativo. Não estranhe, leitor, se eu tiver momentos de “Confissões de uma Senhora de Meia-Idade”. Ainda não é demência nem Alzheimer, mas uma revisão caseira, minha terapia de botequim sem álcool, para reduzir o peso da bagagem e seguir a minha viagem. Sem pudor. Sem vergonha. Com alegria. Com prazer. 7 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Life Coach

Ame-se

A

ntes de começarmos, eu gostaria de explicar de forma clara e direta três nomenclaturas que normalmente deixam a maioria das pessoas em dúvida. Coach é o profissional, coaching é o processo e coachee é o cliente. Coach é uma palavra em inglês que significa treinador ou instrutor. Quando usada como verbo, a palavra coach significa treinar ou ensinar. E como eu já disse, trata-se de um profissional que exerce o coaching, que pode ter nichos diferentes, mas isto eu explicarei melhor ao longo do nosso papo.

Através de metodologias e ferramentas, o coach tem a capacidade de ajudar você a encontrar o melhor caminho até o seu objetivo, em um curto espaço de tempo, acelerando assim os seus resultados, ou seja, se você não conseguiu atingir as suas metas por medo, insegurança ou qualquer outro comportamento limitante, ele tem a capacidade de te ajudar a eliminar as suas crenças sabotadoras e, assim, fortalecer o seu mindset, construindo hábitos adequados através do autoconhecimento. Talvez você esteja se perguntando: será que este método serve para mim ou não? Posso afirmar que o processo serve para qualquer pessoa que esteja disposta e decidida a fazer diferente para atingir os seus próprios objetivos. Para iniciar um coaching você precisa ter em mente quais são os seus objetivos; e fazer 8 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

uma autoavaliação é o primeiro passo para identificar em que área da sua vida você está mais satisfeito e qual área precisa ser melhorada. Certamente, o campo da sua vida que precisa de melhoria é o que pode estar afetando os outros e, desta forma, criando um círculo vicioso de resultados indesejados. A autoavaliação não é uma tarefa fácil, até mesmo porque podemos deixar de enxergar algumas situações por estarmos emocionalmente envolvidos nelas, por isso a importância de realizar um processo de coaching.

Fabiano Lacerda

Coach de vida, palestrante e influenciador digital

O coach tem a capacidade de ajudar você a encontrar o melhor caminho até o seu objetivo, em um curto espaço de tempo.

voltada para o desenvolvimento pessoal e dentro desta área existem inúmeros segmentos, cada um deles parte para um objetivo específico. Por fim, existe o Business Coaching, que é voltado para o desenvolvimento de profissionais e empresas. Nesta categoria são inúmeras as segmentações, que podem ir desde o desenvolvimento de carreira de uma pessoa específica até a aplicação do coaching em grupo. Durante o processo, independente da categoria, são necessárias dez sessões que duram, em média, 1 hora cada, entretanto isso não é um padrão, pois cada caso é diferente e quase sempre o coachee leva tarefas para casa e à medida que as “fichas vão caindo”, os resultados vão aparecendo.

Como eu havia prometido, quero explicar os nichos de coaching e para isso é preciso entender que existem três categorias principais: Self Coaching, Life Coaching e Business Coaching. No Self Coaching, você vivenciará o processo para se potencializar como ser humano e profissional. Já no Life Coaching a metodologia é

Nesses três anos que venho transformando completamente a minha vida, volta e meia ouço pessoas dizendo que estão esperando o amor chegar às suas vidas e muitas das vezes esse tal “amor” não chega! De uma coisa eu sei, o amor pode sim acontecer na sua vida, mas para isso ele precisa existir primeiro dentro de você. Concorda?


Life Coach Vá por mim, para experimentar as maravilhas de uma vida repleta de amor intenso e verdadeiro, você precisa cultivar o amor por você mesmo. Buscar esse sentimento do lado de fora, como forma de evitar a solidão ou de suprir esse vazio que existe aí dentro, é uma grande furada, uma fonte certa de frustração e sofrimento. Se você não se conhece, não se ama e, consequentemente, não se valoriza nem se respeita, o outro não tem condições de realizar uma tarefa que é apenas sua. E, por mais que ele insista com todo o empenho do mundo, você nunca ficará satisfeito e sempre terá aquela sensação de que está faltando alguma coisa. Isso sem falar em todos os prejuízos que a falta de amor-próprio provoca em um relacionamento, tais como o ciúme desenfreado, a inveja, a intolerância. Observe, o amor-próprio é o primeiro amor que uma pessoa deve ter, não é mesmo? Pode parecer um velho clichê, mas não é, pois amar a si mesmo é reconhecer os seus limites, as suas qualidades, talentos e dons. O seu jeito único é um valor importante e a melhor forma de se relacionar com quem você é. Perguntese: “Quando me amei de verdade?”, e será pensando sobre isso que você trará importantes reflexões sobre amar a si mesmo, sobre saber dizer não para as coisas que te perturbam e livrar-se do medo dos julgamentos, que, muitas vezes, é o que verdadeiramente impede que façamos mudanças em nossas vidas. Como coach, tenho encontrado pessoas que têm quase tudo, menos o amor-próprio. Isso as impede de assumir

as suas vontades. E assim vivem enterrando, literalmente, os seus desejos, sonhos e até mesmo as suas metas em uma enorme vala de crenças limitantes que lhes impendem de sair. E mais uma vez talvez você esteja se questionando e perguntando como, então, uma pessoa que não tem amor-próprio pode reconhecer-se como alguém merecedor de sucessos, resultados, de ser amado pelos outros? Como um ser sem amor-próprio pode não ser escravizado por pensamentos sabotadores e comportamentos negativos? A resposta é apenas uma: amando-se verdadeiramente! E no processo de coaching a pessoa tem a oportunidade de conhecer os seus talentos, os seus pontos fortes, fracos, as suas qualidades e até os setores que precisam de melhoria, ou seja, um verdadeiro reconhecimento. Para isso, logo no início o processo atua de tal forma que ajuda o coachee com problemas de autoestima identificando, assim, as causas de sua baixa confiança para, em seguida, atuar no sentido de eliminar comportamentos e crenças que o prejudicam de

ter o seu amor-próprio. Tudo isso através de ferramentas, técnicas e metodologias de um mix de diversas ciências. Ao eliminar esses bloqueios, o indivíduo tem a chance de compreender quais são os seus desejos, vontades, sonhos e metas; de olhar para si mesmo e enxergar as suas qualidades e orgulhar-se de quem é. O processo de coaching ajuda a pessoa a apaixonar-se por si mesma e a viver realmente uma relação de amor consigo mesma. Isso traz o empoderamento que todo ser humano precisa para se amar de verdade e também para ser mais feliz como merece. Garanto que você tem o potencial para chegar aonde quiser, só precisa saber como acessar as suas habilidades, competências e identificar como alocar a sua energia e o seu esforço na direção correta. Em palavras mais concretas, nada te impede de ir além, acelere os seus resultados pessoais e profissionais! Ter amor-próprio fará bem para o corpo e para a alma! Experimente amar-se mais! 9 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Todos querem ter alguém,

mas poucos querem amar

Izabelle Nossa

Psicóloga e psicoterapeuta de casal e família

E

u aposto todas as minhas fichas que você conhece alguém que reclama da vida por não ter um par amoroso, que não encontra ninguém que queira um compromisso sério, que só aparecem crushes para um flerte ou sexo casual. Tanta gente solteira, tanta gente buscando relacionamentos sérios, mas por que tantos desencontros? A cultura de consumo mudou a forma como a gente se relaciona. As pessoas, hoje, viraram mercadorias, e isso é perceptível em aplicativos como Tinder, Grindr, Scruff, Happn etc., em que você vai clicando na pessoa que você tem interesse e, se der match, coloca no carrinho para o consumo imediato. As conexões virtuais nos tornam mais próximos e deixam mais intensas, mais banais e mais breves as conexões humanas. Não que a tecnologia seja a grande vilã da história, mas, conforme Zygmunt Bauman, sociólogo polonês falecido recentemente, e que pensava, dentre outras coisas, acerca do amor líquido, termo cunhado por ele, inclusive, “é fácil conectar, fazer amigos, mas o maior atrativo é a facilidade de se desconectar”. Não curtiu, não correspondeu à minha sedução? Cai fora, unfollow, próximo “contatinho”, por favor!, nada de “DRs”. Vivemos tempos consumistas, individualistas, em que o limite é o desejo e a potência

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próprios, em que as pessoas vivem em uma solidão e multidão ao mesmo tempo. Estar conectado dá menos trabalho que estar engajado. Os tempos são outros; e muito fatigantes para quem busca o amor romântico, o mais conhecido dos amores. Mas será que o que você almeja é mesmo um amor romântico ou busca por ele por hábito e convenções sociais? Eu recomendaria que você refletisse sobre ele: é idealizado, baseado na fantasia da completude, dificilmente resiste à convivência diária de um casamento, é normalmente fugaz e costuma terminar em tragédia (lembrase do mais famoso dos amores, Romeu e Julieta?). “Até que a morte nos separe” é uma ideia tida como démodé, que é repelida a qualquer custo nos tempos atuais. “Que seja eterno enquanto dure” (Salve, Vinicius de Moraes!) nunca esteve tão em voga. É o que o sociólogo Anthony Giddens chama de “relacionamento puro”, ou seja, um relacionamento que permanece no tempo enquanto houver recompensas e satisfações recíprocas, podendo chegar ao fim a qualquer momento. Muitas pessoas querem relacionamento, mas não querem compromisso a qualquer custo. São tempos difíceis para os românticos! A rarefação de relacionamen-

conexões “ Asvirtuais nos tornam mais próximos e deixam mais intensas, mais banais e mais breves as conexões humanas

tos na pós-modernidade é um fato, os amores líquidos, uma constatação, mas sempre há espaço para quem deseja solidificar uma relação. Um vínculo afetivo duradouro pode não oferecer a mesma excitação que uma noite de sexo apenas, mas pode oferecer benefícios outros se você estiver disposto a entrar em uma relação sem idealizações e sem se privar da sua individualidade, das suas necessidades, atentandose para não confundi-lo com uma dependência afetiva. A vida é mesmo ambivalente, e a “sorte” no amor é a justa medida entre segurança e liberdade. Como nos diz Bauman, com toda a sapiência: “Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é um completo caos”. Compreender isso é saber como seguir adiante.


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Reflexões

Que tal ir mais além?

O prazer sexual e o espírito O amor está no ar! Uma excelente metáfora para o cada vez mais curto prazo de validade do amor romântico. O que lembra a pergunta e resposta clássicas. “Sua mulher está com você por amor ou por interesse? Deve ser por amor, porque interesse mesmo ela não demonstra nenhum”. Todos concordam que o amor romântico é um ingrediente fundamental para a relevância do amor em nossas vidas. Como estender a sua durabilidade? Na vida, nada mais transcendental que o encontro com a espiritualidade, a essência original e última. Como você marca os seus encontros com a espiritualidade? Meditações, viagens anuais a Lourdes, sessões do Santo Daime? Já sentiu que pode acessá-la através do encontro de espíritos de duas ou mais pessoas? Os espíritos livres são os únicos que podem se encontrar. E essa liberdade tem que ser algo vivo e resiliente, tal como um rio ou o fogo, desprovida de barreiras, e deve residir no coração. Só assim consegue-se liberar o prazer sexual pleno, o qual tem demonstrado ser um grande impulsor do encontro de espíritos, o que prolonga a vida do amor romântico. Não se tenta aqui reeditar os princípios do movimento hippie, nem as práticas de Osho (Bhagwan Rajneesh) da primeira metade dos anos 1980, 12 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

recém-popularizadas no documentário “Wild Wild Country”, disponível na Netflix. Nem ofender ninguém. A atividade de expressar emoções e pensamentos sempre implica em arriscar ofender alguém, mas ela constitui parte importante do que significa ser humano. Assim, solicita-se aos hemofílicos emocionais que não coloquem medos e sensibilidades exageradas por cima das verdades.

Os espíritos livres são os únicos que podem se encontrar. E essa liberdade tem que ser algo intensamente vivo, assim como um rio ou o fogo, desprovida de barreiras, e deve residir no coração. Hoje, sabemos que o sexo é a ferramenta central para a sobrevivência e a evolução das espécies. Promove a diversidade genética indispensável, faz criaturas novas e estabelece a requerida conexão entre a vida e a morte. Se os seus genes recompensam as suas corridas com prazerosas descargas de endorfinas, qual seria a recompensa adequada para o sexo? Não teria que ser, ao menos, um vislumbre do universo, da realidade última, do espírito? Entretanto com que frequência, nas suas

Fernando Machado

Consultor Internacional - inovação e competitividade

relações, você detecta o medo da intimidade, o medo de amar e sofrer, e o assalto da vergonha? Questões não conscientizadas se transformaram em um beco escuro no seu interior, onde vivem esses obstáculos ao seu prazer e, portanto, aos seus encontros espirituais. Essas sensações castradoras não se relacionam necessariamente com as reais ou imaginadas deficiências do seu corpo. São questões não resolvidas que você carrega dentro de si e receia que sejam descobertas. A intimidade sexual profunda, que produz o prazer liberador do espírito, representa uma ameaça para você. Aquilo que você trata de esconder pode ser revelado em um descontrole qualquer. É sempre muito difícil manter as couraças de proteção e se entregar à intimidade sexual verdadeira. Carregar essas couraças te impossibilita de relaxar e se entregar ao amor desprovido de tempo, ao prazer libertador do espírito. Para experimentar o verdadeiro prazer, você precisa reconhecer e se livrar da carga de seu constrangimento. Isso inclui


Reflexões a superação das camadas de repressão e de valores morais ultrapassados, provenientes de regras sociais, religiosas e familiares que foram válidas para um contexto passado; todas colocadas sub-repticiamente dentro de você e que te impedem de sentir de forma plena. Associada a essas questões está o que é, sem dúvida, a principal barreira ao seu pleno sentir e aos seus encontros espirituais: o seu sentimento de culpa. Guardada fora da vista, no seu subconsciente, a culpa pode ser consequência de alguma repressão, situação ou trauma que te marcou no decorrer de sua vida, que reduziu a sua autoestima e te fez ter vergonha do seu corpo, do prazer. A culpa pode também ser fruto do imaginado descumprimento de regras familiares, sociais e religiosas, do seu uso involuntário do seu próprio corpo e das suas próprias inverdades na comunicação com o seu parceiro (a) ou parceiros. A culpa bloqueia o seu fluxo vital de energia, reduzindo o prazer no seu próprio corpo e desencadeando uma série de consequências negativas na sua vida. No sexo, gozar é uma arte. Gozar melhor, mais vezes, mais longamente, gozar com cada uma das 37 trilhões de células do seu corpo e intercambiar essa energia com a pessoa ao lado é uma experiência transcendental. Canalizado livremente, o êxtase sexual catalisa a liberação do espírito e torna possível o verdadeiro encontro espiritual, indutor da conexão com a espiritualidade, no seu sentido mais amplo. E a maior frustração sempre será a de não poder se conectar com quem se ama, porque quem se ama não tem como receber essa conexão. Longa vida ao amor romântico! 13 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Jardinagem

Rosa do Deserto: um estímulo à sua alma de jardineiro N

Fotos: rosadodeserto.com.br

esta edição, vamos falar da Rosa do Deserto. Ela entra na categoria de plantas que estimulam a sua alma de jardineiro, pois etapas devem ser respeitadas. Plantas de cultivo simples vão criando esses estágios gratificantes que desmistificam o dedo verde. Nosso pequeno jardim funciona como um espelho dos nossos estados de ânimo, então, vale a pena apostar em espécies que nos retribuam rapidamente e que nos eduquem para ir cada vez mais longe. Aprendemos com o tempo das plantas e temos um horizonte bem longo para aperfeiçoar os nossos conhecimentos e técnicas sobre esse vasto mundo botânico.

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Acho que a Rosa do Deserto já não é novidade para muita gente. Ela é uma planta que chegou ao Brasil e encantou logo muitos corações. Originária da África e de países árabes, o Adenium Obesum tem admiradores em várias partes. Na França, também é conhecida como falso Baobá. A Tailândia impressiona pela sua variedade e difusão de cores. Por aqui, digamos que já virou uma planta obrigatória na coleção de qualquer aprendiz de jardineiro. Já não é de “boa família” quem não tenha um exemplar para chamar de seu. Mas o hit mesmo é ter uma coleção delas. Trabalhadas como bonsais ou deixadas ao seu desenvolvimento natural, elas encan-

Aline Hermida Paisagista @deco__green

tam pela generosidade em florações e pelo design dos seus caules. Como ela é de crescimento lento, plantas de tamanho maior ou trabalhadas para engrossar o seu caule e desenvolver as admiradas raízes aéreas podem alcançar preços bastante elevados que ultrapassam mil reais. Mas como a graça da jardinagem é ver a sua plantinha crescer, a partir de R$ 30 já podemos contar com a sua presença em casa. Ainda mais para aqueles que têm vontade de curtir o desenvolvimento de bonsais. Confesso que ainda não aderi a essa prática, mas é uma cultura que eu pretendo inserir nas minhas habilidades muito em breve. É uma planta de seiva tóxica, portanto use luvas ao manipulá-la e a mantenha longe de crianças e animais. As Rosas do Deserto são lindas sem manipulação, mas deixaremos dicas e links para quem quiser se aventurar em um cultivo intensivo.


Jardinagem Cuidados básicos Essa planta necessita de, no mínimo, quatro horas de exposição solar para florescer.

Fotos: rosadodeserto.com.br

É similar às suculentas em termos de irrigação. Ou seja, quem ainda não conseguiu encontrar uma rotina de regar, não vai ter dificuldade com os seus exemplares.

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O substrato tem que ser arejado: 50% de areia, 20% de terra, 20% de casca de pinus triturada e 10% de esterco ou a quantidade adequada de adubo específico para elas. Uma medida entre outras para preservar as raízes.

Levantamento do caudex (raízes):

Adubar a sua Rosa do Deserto:

Existe uma rivalidade de beleza entre as flores e o desenho do caudex/raíz. Quanto mais rebuscado e aéreo, o caudex vira protagonista. Acho que melhor do que palavras, o vídeo no youtube (youtu. be/2wwmqNHZvYc) e o material disponível no site (www. planterosadodeserto.com.br) ensinam o passo a passo.

Existem produtos específicos para essa planta no mercado que oferecem segurança, indicando quantidades e periodicidade exatas para as suas plantas. A Vitaplan oferece um fertilizante mineral NPK, na dosagem certa para a Rosa do Deserto. Obtenha mais informações acessando o site: www.nutriplan.com.br

Apesar de não ser o método mais rápido, isso te dará acesso a mais variedades. A germinação ocorre, em média, em 10 dias. Use uma sementeira com fundo drenante, argila expandida ou cacos de cerâmica, 70% de areia de jardim, 20% de terra e 10% de carvão moído. Plante as sementes deitadas. Quando tiverem entre cinco e seis pares de folhas podem ser transplantadas para um vaso individual com o substrato citado acima.

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Faça germinar as suas próprias mudas:

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Decoração

Recebendo

com amor Seja em um lindo casamento ou no aconchego do lar, o amor e a decoração não podem destoar. Os símbolos da afetividade estão em cada detalhe Por Andréa Castro

Garden Party com Boho Chic Para falar sobre o que está mais em alta quando o assunto é o enlace matrimonial, chamamos Fernanda Brinço, produtora e decoradora de eventos. Ela produziu o casamento de uma psicóloga que, desde o início, queria um estilo garden par-

Raoni Libório/ 1.2 Imagem

Em um momento em que se ouve falar tanto em gastronomia afetiva – aquela que busca valorizar os laços de amor, sobretudo os familiares, nos pratos e quitutes nada mais justo que lembrarmos que a decoração das mesas, onde celebramos os encontros, também deve ser

cercada de amor. Trazemos nesta edição uma mesa de casamento, outra para uma reunião em família inspirada no Dia das Mães - lembrando que qualquer tempo é tempo de se reunir com os entes queridos - e uma bem romântica que pode inspirar um jantar apaixonado em pleno Dia dos Namorados.

Fernanda Brinço priorizou elementos artesanais na decoração, que mesclou os estilos Garden Party e Boho Chic 16 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Decoração Sustentabilidade em alta

Bolo com delicada pintura de pássaros desenhada à mão

ty com toques de boho chic. “Demos um ar descontraído à decoração, com elementos mais rústicos, passarinhos, ferro galvanizado, meio anos 1970, e com muitos objetos artesanais”, descreve Fernanda. Segundo Brinço, a própria noiva produz algumas coisas artesanais e adora fazer macramê. Essa técnica de tecelagem manual, que está muito em alta, esteve bastante presente na decoração, desde o convite, passando pelo altar até chegar ao detalhe do bolo. Aliás, vale ressaltar que o bolo foi uma obra de arte à parte. Além do macramê em tom sobre tom, a sua decoração trouxe uma pintura de pássaros feita à mão. Os convites também foram feitos um a um, à mão, por uma tia artesã da noiva. “A decoração afetiva tem sido muito utilizada hoje em dia. Agregamos objetos do casal, da família”, informa.

Nas mesas dos convidados, foram utilizados arranjos com um mix de flores nobres e flores do campo, respeitando à altura, não somente em relação ao horário da festa (final de tarde), como também para deixar os convidados confortáveis para conversarem. “Atualmente, não ficamos muito engessados nos conceitos,

Muito amor envolvido Para inspirar ainda mais os apaixonados, pedimos a Patrícia Camacho para produzir uma mesa especialmente para o Dia dos Namorados. Diretamente de Boston, Estados Unidos, Patrícia elaborou uma decoração carregada de paixão, com direito a corações e muito vermelho. Ela também utilizou louças com uma nuance barroca, que retratam um período romântico da história. A máxima de que os opostos se atraem esteve presente em suas escolhas. “A junção dos

Patrícia Camacho/Arquivo pessoal

Raoni Libório/ 1.2 Imagem

Outro aspecto bastante valorizado na decoração do casamento foi o verde. Além de ser uma tendência muito forte, sobretudo nesse estilo garden party, faz uma associação com a busca pela sustentabilidade. Algumas flores foram especialmente preparadas para que as pessoas as levassem para casa em vasos. Além de moderno, alinhado com a questão ecológica, o verde deixa a decoração mais suave.

tudo está muito democrático, misturamos muitas coisas, o clássico e o moderno”, garante Fernanda. As cores usadas foram do marsala ao rosa-chá, com toques de azul, tudo muito colorido.

Patrícia Camanho abusou do romantismo nas cores e objetos da mesa dedicada ao dia dos namorados 17 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Decoração pratos com detalhes em dourado e o sousplat de cor prata faz uma alusão aos opostos. Além disso, utilizei vela com xícara, uma referência à história da Bela e a Fera, que eu amo e tem a ver também com essa ideia de opostos”, afirma. Patrícia Camacho utilizou, ainda, tons contrastantes, como o preto e o branco, embora tenha priorizado o vermelho, representando o amor. Trabalhou o elemento coração no pratinho de entrada, e na dobradura do guardanapo fez a forma de uma rosa. Para fechar em clima total de romance, utilizou na mesa flores vermelhas e castiçais com elementos em cristal. Veja mais em no seu perfil no Instagram: @charming_table_by_pat_camacho.

Como costumamos dizer em nossas pautas de mesas, não existe ocasião específica para caprichar em uma linda decoração. Basta que haja o afeto envolvido. Por isso, pedimos a Vilma Palomino que produzisse especialmente para a Let´s Go uma mesa inspirada no Dia das Mães, para retratar o puro e simples prazer de reunir-se no convívio familiar. Dentista e mãe de Júlia, Vilma pensou nos mínimos detalhes, desde os placements até o menu, impressos com a mesma estampa das louças e flores. Jogos americanos com bordados Richelieu foram selecionados para dar um ar de descontração e contrapor-se ao requinte das louças. 18 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

Jotta Fotografia/Divulgação

Mamma mìa

Na mesa inpirada no Dia das Mães, Vilma Palomino utilizou o tom azul-marinho mesclado aos tons pink e laranja

De acordo com Vilma, quando se pensa em Dia das Mães, a primeira ideia que surge para a produção de uma mesa é abusar do rosa e do vermelho, tons que remetem ao romantismo e à delicadeza que a data sugere. “Então, o meu desejo foi inovar. Utilizei o tom azul-marinho mesclado aos tons quentes e calorosos das flores pink e laranja. Cores que trazem a sensação de alegria, amor e muito carinho dessa data tão especial”, declara.

Além da parceria com a Empório Flores na produção dos arranjos, Vilma teve como parceira na decoração dessa mesa a loja Decore in Home, que possui um projeto social pelo qual eles designam um percentual de suas vendas para o Hospital Aristides Maltez. Portanto, por que não unir o útil ao agradável? @byvilmapalomino Parceiros: @emporioflores e a @decoreinhome


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Decoração

O espaço do nosso tempo E

versus moradia aconchegante”. Resultado: soluções criativas que pudessem oferecer o melhor aproveitamento de cada metro quadrado. A designer de interiores Cátia Bacellar, mestra no assunto, traz dois projetos bem distintos e igualmente inspiradores. O primeiro, uma copa-cozinha, com a mesa de refeições e uma porta espelhada que corre para um lado e paro o outro. Quando se quer mexer no for-

Divulgação

m tempos de escassez, seja de energia, água, espaço e até mesmo do próprio tempo, buscamos cada vez mais otimizar o uso de todo e qualquer recurso. Pegando o gancho da edição, “love is in the air”, pensei: quem casa quer casa, mas nem sempre o tamanho desse sonho cabe no orçamento. Daí, decidi recorrer à preciosa colaboração de profissionais da arquitetura e do design de interiores para fechar a conta “pouco espaço

Cátia Bacelar utilizou na copa-cozinha uma porta móvel com espelho para separar e dar profundidade ao ambiente

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Andréa Castro Jornalista e apaixonada por decoração dea_castro4@hotmail.com

no, no micro-ondas ou no refrigerador, a porta corre para a direita; já quando o intuito é usar a bancada, uma cuba ou a torneira, a porta corre para a esquerda. Assim, Cátia conseguiu inserir uma divisória criativa, preservando os espaços, além de criar uma perspectiva de profundidade, proporcionada pelo espelho que cobre a porta móvel. Para finalizar, Cátia utilizou nichos rasos embutidos na parede para colocar objetos de decoração. Agora, imaginem um casal já com três filhos e um apartamento pequeno para acolher todo mundo? A mágica da multiplicação precisou ser feita. No quarto das crianças foi colocada uma cama com cabeceira retrátil. Um dos filhos ficou com uma cama aérea, o segundo, na cama normal e o terceiro, na cama embaixo da segunda. Ufa! Todos a postos, Cátia propôs uma escada de gavetas, onde, além de subir para a cama aérea, eles poderiam guardar os seus objetos. E embaixo da cama aérea ainda foram criadas uma penteadeira e uma bancada de estudo.


Decoração

Mila Caramelo e Mila Saraiva conseguiram compor a varanda da família de 2 metros de largura com tudo o que tinham direito

Loft

No quarto infantil, Cátia Bacelar aproveitou a cama aérea para criar uma escada de gavetas e montar um espaço para a penteadeira e a bancada de estudo

Convenhamos, existe ambiente mais charmoso que um loft? Além de esteticamente interessante, o loft pode – e deve – ser extremamente funcional e versátil. A designer de interiores Dolores Landeiro sabe como ninguém transformar esse ambiente descontraído em um espaço de descanso, diversão e trabalho, com personalidade e requinte. O loft de uma fotógrafa teve a cozinha integrada à sala, e esta, integrada ao home office. Esse espaço para trabalho ganhou uma estante de nichos abertos, dando leveza à decoração, além de acolher os livros e objetos da profissional liberal. A janela no fundo do sofá, exibindo a paisagem externa, serviu como um quadro, preservando o ambiente arejado e extremamente acolhedor. Viva a criatividade!

Divulgação

Gabriela Daltro/Divulgação

E quando a varanda é pequena, mas a vontade de receber os amigos é grande, a ideia é a mesma: abusar da criatividade! As arquitetas Mila Caramelo e Mila Saraiva tinham um espaço limitado para idealizar um ambiente familiar na CASACOR. Então, elas criaram uma varanda multiuso, que oferece suporte para as refeições em família, o encontro com amigos ou para apenas um momento de relaxamento. Apesar da largura reduzida, apenas 2 metros, o ambiente ganhou um espaço gourmet superfuncional, com adega de 28 garrafas, frigobar de 88 l, cuba, cooktop por indução de 5 bocas e uma coifa embutida na bancada. O espaço de maior contato com a natureza se tornou ainda mais agradável e bem aproveitado.

Fotos: Xico Diniz/Divulgação

Na varanda

Dolores Landeiro apostou na versatilidade do loft, acoplando cozinha, sala de estar e home office

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Moda

Augusto Rocha: um baiano do jeito que a gente gosta

Augusto Rocha é publicitário, modelo, artista e um superesportista. Influencia nas redes sociais milhares de pessoas com a sua rotina de saúde (e beleza!), mas, principalmente, se destaca pelo bom humor, carisma e uma alegria de viver tão autoral que parece ter patente para ela.

Fotos Demian Golovaty/ Profashional Editora

Por Sandra Teschner

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Há que se começar a falar desse baiano que brilha na capital paulista desde 2005 usando as palavras que ele defende todos os dias: força, foco e fé! Nascido em Salvador, mais precisamente no bairro de Mussurunga (ele é daquelas pessoas que fazem questão de ressaltar a sua origem!), foi vencedor do primeiro concurso Beleza Black, em 2002, quando então completou o Ensino Médio e, posteriormente, foi para Sampa cursar a faculdade de Comunicação Social, com ênfase em Marketing Esportivo, e para trabalhar com moda, o seu grande sonho. Parece fácil, uma consequência natural de quem veio ao mundo com o DNA de sucesso da imagem. Mas sabemos que a realidade é outra e o baiano não nega que os desafios foram muitos, porém desistir não faz parte “de quem tem fé na vida, força para lutar e foco para persistir no caminho desejado”. Cada desafio o motivou ainda mais e o seu currículo é recheado de participações em grandes marcas nas cenas de moda. Nas passarelas, desfilou para Amir Slama, Alexandre Herchcovitch, Lino Villaventura, Osklen, Cavalera, Ellus, Colcci, entre tantas outras. No esporte, não é diferente: ultramaratonista, ciclista de Speed


Moda

Prezo por estar bem de corpo e alma. A alimentação também é essencial para que todo esse ‘sistema’ funcione a contento, afinal, o nosso corpo é o nosso primeiro e último lar. Temos que cuidar muito bem dele

e Mountain Bike, participa de inúmeras provas e é, também, membro do Mahamudra, desde a sua criação; para quem não sabe, trata-se de uma filosofia envolvendo corpo, mente e espírito, que conta com adeptos célebres em todo o Brasil. O resultado de tanto esforço faz-se notar muito além do seu corpo perfeito, mas no seu jeito manso e equilibrado de ser e de levar a vida. “Sempre pratiquei muito esporte e o grupo Mahamudra contribuiu trazendo mais estabilidade no eixo: mente, corpo e espírito. Tudo isso aliado a uma alimentação saudável e ao meu jeito leve de encarar a vida, pois prezo por estar bem de corpo e alma. A alimentação também é essencial para que todo esse ‘sistema’ funcione a contento, afinal, o nosso corpo é o nosso primeiro e último lar. Temos que cuidar muito bem dele”, ressalta Augusto.

Digital influencer Considerado por muitos um influenciador que performa muito bem, ou seja, tem um alto engajamento nas redes sociais com excelente conversão de resultados, ele credita tal fato a só aceitar trabalhar com marcas e produtos que ele realmente aprecia e usa, pois o “consumidor de hoje é bombardeado todo o tempo pelos chamados ‘publis’ e eu não aceito trazer algo para o meu dia a dia que não faça parte da minha vida. E quem me segue reconhece isso. Portanto, tenho parceiros de longo prazo e o que eu como, uso e pratico pode ser percebido realmente na minha vida”, ensina, lembrando, ainda, que “hoje, qualquer um pode vender qualquer coisa e ‘nunciar’ consigo mesmo para isso, mas a decisão de compra do produto ou serviço pelo seguidor vai depender da credibilidade que ele dá a quem o está influenciando. Eu sou eu mesmo, o tempo todo”.

Seu lado artístico faz com que transite em diversas apresentações de grandes eventos, como o da Harley Davidson. Na TV, ele participou de diversos comerciais bem marcantes com empresas como Bombril, Vale do Rio Doce, Hellmann’s, Open English e Banco do Brasil. Participou também da novela “Escrava Mãe”, da Record. No teatro, fez parte do Grupo Pandega na SP Escola de Teatro, também no Grupo Sensus de teatro interativo. E não para por aí, a sua voz poderosa fez dele backing vocal de uma turnê de Edson Cordeiro, mas neste ponto ele discorda com a fala mansa, o sorriso cheio de baianidade e brinca: “Acredito ter sido convidado não por ter uma entonação perfeita, mas pela performance final da música ‘It’s Raining Man’, em que eu rasgava a camisa ao final do show”. De uma coisa não temos dúvida, seja pela voz, aparência ou pelo conteúdo, Augusto Rocha é um baiano do jeito que a gente gosta! Siga @augustorocha.mbt 23 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Expressão

Disrupção:

à modada vida

A interrupção do curso esperado de um processo tem o seu conceito expandido; espera-se de atitudes disruptivas verdadeiras revoluções. O resultado dessa revolução deve gerar performances capazes de romperem o curso da história, trazendo inovações que não demandávamos, até porque nem sabíamos que seriam possíveis. No mundo fashion, as tentativas envolvendo a economia circular se propõem a romper o curso da cadeia produtiva e do descarte de uma das indústrias mais fascinantes, mas também mais poluentes do planeta. Mesmo com o crescimento dos brechós, dos desapegos, dos bancos de tecidos, dos processos ecofriendly, biotecnologias como biosoftness, além das tecnologias 24 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

vestíveis (wearable), ainda estamos longe de soluções realmente disruptivas. No campo da imagem de moda também há sinais claros de quebras radicais de padrões tanto visuais quanto comportamentais, como o faz Ronaldo Fraga em seus desfiles na semana de moda ou a Osklen, que acaba de desfilar uma coleção com 98% de peças produzidas com materiais sustentáveis. Criativos, tecnológicos ou não, há uma forma de disrupção que você pode star-

No mundo fashion, as tentativas envolvendo a economia circular, upcycling, se propõem a romper o curso da cadeia produtiva e do descarte de uma das indústrias mais fascinantes, mas também mais poluentes do planeta.

Sandra Teschner Escritora e publisher da Profashional Editora instagram: @sandrateschner

tar agora. A sua revolução pessoal, você como agente transformador, trilhando um caminho escolhido por você que se retroalimenta de insumos que te guiam aos seus propósitos. Uma boa experiência é identificar pessoas com vidas passíveis de serem contadas com entusiasmo, aquelas que se jogam no abismo acolchoado das crenças embasadas em autoconhe-

Agência Fotosite/Divulgação

O termo virou o queridinho dos mais inovadores e já entrou em metamorfose com o ultramoderno, agindo como sinônimo de mudança radical, ou o “Zeitgeist” do agora em que vivemos. É mais comumente conhecido em ligação com o marketing digital ou empresas que trouxeram propostas que respondem por mudanças significativas nos processos praticados há gerações.

Marília Gabriela para Ronaldo Fraga SPFW45


Expressão

anuncio Shopping Paseo familia.pdf

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cimento e até mensuram riscos, mas agem como se soubessem que dará certo, até porque conceituam diferente o que isso vem a ser. O certo e o errado, o sucesso depende da perspectiva daquele ponto através da vista daquela pessoa. Achamos diferentes aquelas que gostam de outros diferentes delas mesmas, reconhecem uma paixão com o próprio corpo. Quer saber mais dessas pessoas que podem ter um você dentro delas? Elas zeram o tempo porque se sentem íntimas do senhor das horas, lidam bem com o seu passar, pois estão cientes que a outra alternativa, não viver mais, não é uma opção. Com gente interessante pode ser difícil de lidar; não seguem scripts, mudam a direção da história. Arquétipos sim, estereótipos não. Ninguém passa incólume por uma pessoa dessas. Peitam o rótulo e fazem do que acreditam um lugar bacana para se viver. E quando se cansam? Começam tudo outra vez. Você, com certeza, conhece pessoas disruptivas, quiçá é uma delas escondida no medo da descoberta. Awakening, termo budista que remete a coragem para mudar, vem sendo muito falado junto à proposta de revolução que começa em nós e termina no conjunto de todos nós, reeditando o agora. Nada existirá além do que construirmos; uma vez dado o primeiro passo do você se sabendo você! Seu olhar se abrirá ao próximo e “aquela velha ideia formada sobre tudo” se rompe, e o novo? O novo, bem à moda da vida, sempre vem! 25 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


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Dona de uma beleza ímpar, Maria Isabel, eleita a Miss Bahia BE Emotion 2018, foi escolhida pela Let’s Go Bahia, parceira do evento, como a New Face desta edição. Ao longo deste editorial de moda, vamos revelar aos nossos leitores um pouco sobre a nossa representante no Miss Brasil 2018. Quem é Maria Isabel? Quais são os seus planos para esta nova fase e como é ser Miss?

Stylish: Márcia Damasceno

Locação: Salão Ricardois

Vestido de festa: Elcimar Badu

Make: Cícero Allouza

Vestidos de noiva: Un-Rêve Cymbeline Grinaldas e brincos: Chalhoub Acessórios Sapatos: Vila5 Bem-casados: Fátima Bem Casados

Hair: Maielen Saadia Fotografia: Josefa Coimbra Texto: Luciana Accioly Direção de fotografia e direção-geral: Verônica Villas Bôas

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Quem é Maria Isabel? Maria Isabel Santos nasceu em Salvador, é moradora do bairro de Santa Cruz, no Nordeste de Amaralina, e mora com a sua mãe, Zuleide Oliveira, e sua irmã, Suzana. A modelo conta que foi uma criança “muito pintona” e gostava de brincar na rua com outras crianças da sua idade. Muito apegada à mãe, adorava os passeios que ela inventava, levando sempre um grupo de amiguinhos. “Eu tive uma infância muito boa e feliz”, contou a Miss. Isabel sempre quis ser independente e poder ajudar em casa. Aos quinze anos, uma amiga disse que ela tinha “jeito de modelo” e contou que sua prima fazia parte de uma agência e deu o número para que ela entrasse em contato. Essa foi a sua primeira experiência nesse mun-

do. Ela marcou a entrevista e foi bem despretensiosa em companhia da mãe. Para a sua surpresa, foi aprovada. Com a ajuda da genitora, fez cursos e participou de workshops. A Miss conta que chegou a receber alguns “nãos” no decorrer da caminhada, mas nunca se desanimou. Nem mesmo quando precisou cortar o cabelo bem curtinho. Hoje, como modelo profissional, já participou de programas de TV e desfiles como o da marca Iódice e as duas últimas edições do “Afro Fashion Day”. Maria Isabel ainda quer estudar, cursar Engenharia. Adora dançar, é fã da cantora Anitta, gosta de caminhar e não abre mão do crossfit, pelo menos, três vezes por semana, mas ela garante que são aqueles cuidados na medida certa, sem exageros. Ultimamente, para a preparação do Miss Brasil, ela optou por uma alimentação mais saudável. A modelo também gosta de estar em companhia da família e de amigos, de ir ao cinema, curtir um dia de sol, tomar banho de mar, beber sua água de coco e confessa que é louca por acarajé. Haja crossfit para manter esse corpinho de Miss!

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Ser Miss

Maria Isabel decidiu participar do concurso no último dia de inscrição graças ao incentivo de uma amiga. Ela nunca havia participado de um concurso de beleza, ainda mais com essa relevância. Foi classificada e relatou que dali para frente viveu uma intensa maratona de preparação, fotos oficiais, gravação de VT, confinamento, ensaios, coreografia, até o dia do evento. Sempre muito focada e dedicada, preencheu todos os requisitos para se tornar a nova Miss Bahia. Ela é linda, autêntica e de uma simplicidade que conquistou os jurados. “Esta experiência já tem me ensinado muito. Como Miss Brasil, quero ter voz para ajudar as pessoas e dizer a elas para nunca desistirem dos seus sonhos”.

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Expectativas “Até hoje quando eu coloco a coroa e me olho no espelho me pergunto se isto tudo é real”, conta Isabel. Ela fala que receber a coroa das mãos da presidente do corpo de jurados, a baiana e eterna Miss Universo de 1968, Martha Vasconcellos, cinquenta anos depois do seu título, foi um momento indescritível. A nossa Miss Bahia, que agora se prepara para o Miss Brasil, que acontece no dia 26 de maio, no Rio de Janeiro, já está entre as Top Five no ranking das candidatas. Agora, ela tem a possibilidade de representar não somente o seu Estado, mas um país inteiro, e isso a faz querer melhorar cada vez mais. Sua rotina está totalmente voltada para os preparativos para o concurso, que envolvem desde a prática de passarela às aulas de teatro, pilates... e garra é o que não falta a essa jovem. Suas musas inspiradoras são Monalysa Alcântara, a atual Miss Brasil, e a modelo internacional baiana Laís Ribeiro. Questionada sobre a possibilidade de concorrer ao título de Miss Universo, a so-

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teropolitana acredita ser uma grande responsabilidade; é ser projetada para o mundo como representante de uma nação. Um título que daria a ela a visibilidade que precisa para atuar como uma verdadeira porta-voz de todas as mulheres. Isabel quer, futuramente, dar continuidade à sua carreira no universo da moda, seguir desfilando, fazendo campanhas e editoriais de moda e, quem sabe, uma carreira internacional. Nós, da Revista Let’s Go Bahia, desejamos sucesso à nossa Miss Bahia.


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Estilo Noiva 35 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


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Miss Bahia Be Emotion

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Ficha técnica Idade: 19 anos Altura: 1,78 m Busto: 80 cm Cintura: 65 cm Quadril: 94 cm

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Moda

LOOKS

MONOCROMÁTICOS: passe livre na estação

Fotos: Divulgação

mantôs, abuse das sobreposições, das silhuetas modernas e das transparências para imprimir a sua personalidade ao look, garantindo um contraste sofisticado, feminino e atual.

Com espaço garantido nos visuais das fashionistas, os looks monocromáticos são práticos, versáteis, além de alongarem a silhueta e garantirem um ar sofisticado e elegante à composição. A tendência vem se renovando com frequência e os looks cobertos de uma mesma cor podem, também, agregar texturas diversas para tornar a combinação ainda mais interessante. Chique e moderno, o full look poderá transitar entre diversas ocasiões, variando entre tons vibrantes ou neutros, sendo que o look total white, os tons pastéis e os tons terrosos são grandes apostas. A grande sacada é o mix de elementos, cortes, texturas e shapes. Misture plumas, babados, tricôs, 44 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

O ideal para criar uma produção em uma cor única é usar todas as peças na mesma tonalidade – incluindo bolsas e sapatos –, sendo comum para as mais conservadoras optar por um calçado ou bolsa em tons mais neutros, principalmente quando a cor escolhida for mais chamativa. Outra opção para quebrar a rigidez do look monocromático é se valer de acessórios em cores distintas, que também causam um efeito interessante. O ton sur ton é um truque de styling que brinca com nuances de uma mesma tonalidade, gerando um efeito bem interessante.

OVERSIZED: GO BIG OR GO HOME Os shapes mais amplos e a mistura de comprimentos e volumes garantem uma diversidade de proporções e um resultado moderno e contemporâneo, prova disso são as peças desfiladas por marcas como Balenciaga, Stella McCartney e Céline. Para se familiarizar de uma vez com a tendência da estação, vale buscar uma opção que se

Renata Rangel

Advogada, digital influencer e apaixonada por moda

adeque ao seu estilo, se valendo de peças urbanas e outras mais delicadas. Invista nas modelagens amplas com pernas retas ou pantalona, em um estilo que mais se aproxima do ar boyfriend, e até mesmo peças de tamanhos maiores do que aquele que você costuma vestir, justamente para estar por dentro da proposta que pede mais volume, na via oposta da calça skinny, que reinou durantes tantas temporadas. O contraste de feminilidade e a tendência larga e longa têm o viés de inspiração no guarda-


Moda -roupa masculino e nas peças de alfaiataria (com blazers e calças mais amplos), enquanto que o uso dos acessórios de forma equilibrada é a chave para garantir sofisticação na medida certa. Aposte em formatos que fujam do óbvio, abuse da versatilidade dos tricôs mais largos com saias mais leves e delicadas, além das listras e das estampas geométricas.

A queridinha da estação é a bota-meia, que poderá se apresentar em cores, saltos, materiais e texturas diversas, sendo uma opção confortável e cheia de estilo para os dias mais frios: são fáceis de inserir nos outfits, já que permeiam e se encaixam nos comprimentos longos, curtos e mídis, além de conferirem um toque feminino e sofisticado na medida certa.

Incremente a composição com cintos coloridos marcando a cintura e conferindo um acabamento, minibags usadas na transversal e acessórios statement, tudo junto e misturado.

Fotos: Divulgação

SHOES LOVER: ENCONTRE UM MODELO PARA CHAMAR DE SEU NESTE INVERNO

Para compor com casacos longos e trench coats, nada melhor do que uma bota incrível para entrar no clima invernal, e as marcas têm investido cada vez mais nos modelos versáteis e nas combinações e materiais que, certamente, garantem atitude e transformam a produção.

Outras apostas: as botas tipo coturno com solado tratorado e as botas no estilo western (estilo dos caubóis do Velho Oeste americano) com os seus shapes, tachas e bordados. Eleito pelas fashionistas como o must-have do verão, o polêmico e controverso sapato branco está a todo vapor nas coleções de outono/inverno, inclusive com botas brancas para criar produções descoladas e modernas. Com a máxima do “menos é mais”, a tendência que foi hit nos anos 1980 é urbana e confere contraste na medida certa aos looks invernais.

ACESSÓRIOS: MIX AND MATCH

O universo dos acessórios com a sua diversidade de cores, texturas e brilhos é composto por formatos e características que se reinventam a cada temporada. Através de um acessório, é possível garantir aquele toque pessoal e construir um visual ainda mais autêntico. As chockers (gargantilhas com shape mais justo) permanecem com propostas diversas de elos, pedras, formas e combinações metálicas e elegantes; opções em couro e gorgurão apareceram novamente nos desfiles internacionais, reflexo da tendência western. Maxi brincos também foram vistos com frequência, protagonizando as composições: com franjas, redondos maxi com inspiração em Coco Chanel (a pegada vintage é outra influência forte nos modelos), não existe mais a regra de escolher um único acessório: sinta-se livre para misturar e brincar com elementos, com tamanhos e formatos diversos, inspirando-se na década de 1970, quando o brilho, a pedraria e as curvas dos metais eram vistos com frequência.

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Beleza

Assumir os cabelos naturais faz parte de um processo de reconhecimento, amorpróprio e, sobretudo, de resistência Por Laís Matos Imagem: Jotta Fotografia

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Beleza Em Salvador, basta um passeio atento pelas ruas movimentadas da cidade para perceber o número cada vez maior de cacheadas e crespas. Mais do que uma tendência, assumir os cabelos naturais faz parte de um processo de reconhecimento, amor-próprio e, sobretudo, de resistência. Ainda pequena, lá pelos seis anos, Lara Doria tinha os cabelos cacheados e cuidava deles do modo mais natural. “Era um cabelo de criança”. Na infância, os seus fios ficaram mais lisos e ela aprendeu a cuidá-los dessa maneira. “Minha mãe tinha cabelo liso e era o exemplo que eu tinha”. Quando ela entrou na puberdade, no início dos seus 11 anos, as transformações no corpo vieram acompanhadas de outras mudanças na vida da menina. “Tudo começou a ficar mais complicado nesse período”, destaca Lara. “Foi quando mudei de escola e entrei em uma fase diferente da minha vida. Meu cabelo começou a ficar cacheado, mas eu não conseguia assumir os cachos, porque, na verdade, eu não sabia que o meu cabelo era assim e continuei cuidando dele como se fosse liso. A diferença é que ele ficava com um aspecto muito maltratado”. Depois de quase um ano mantendo os fios opacos e sem forma, a mãe de Lara decidiu levá-la ao salão que frequentava e o cabeleireiro indicou uma selagem para resolver o “problema”. “Ele disse que ia deixar meu cabelo menos cheio e menos ressecado, mas o que a selagem realmente faz é deixar o cabelo liso. E foi isso

que aconteceu”. Como Lara e os pais são contra os processos químicos no cabelo, eles decidiram esperar que o produto saísse dos fios para procurar outro profissional. A ausência de produtos e profissionais especializados em cachos fez com que meninas e meninos, desde cedo, submetessem os seus fios a tratamentos e receitas de alisamento. Além disso, a ditadura do liso, muitas vezes, nem dá a possibilidade de escolha. “Na minha escola, todas as meninas tinham o cabelo alisado ou liso natural. Na minha casa também. Então, foi muito difícil para mim entender o que estava acontecendo com o meu cabelo. Por que o das minhas amigas é liso se eu cuido da mesma maneira e o meu fica maltratado?”. Lara procurou outro profissional, dessa vez um especializado em cachos, e descobriu que o seu cabelo era cacheado. O cabeleireiro fez um tratamento natural e, quando acabou, o cabelo de Lara estava completamente cacheado, de uma maneira que a menina nunca havia visto. “Quando me olhei no espelho foi um choque muito grande. Eu não conseguia me reconhecer. Foi muito difícil”, conta emocionada. “Lembro-me da minha mãe olhando para mim, vendo como eu estava diferente e como doía muito me reconhecer. Nesse dia, me tranquei no quarto e fiquei horas olhando no espelho, tentando entender aquela nova imagem”. A transformação assustou a menina que, no início da adolescência, ainda lidava com os processos de aceita 47 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Beleza Nova onda A dificuldade para encontrar salões e profissionais especializados vem diminuindo cada vez mais nos últimos anos. Em julho de 2017, o Google BrandLab divulgou um dossiê sobre as pesquisas por cabelos mostrando que a busca por cabelos cacheados cresceu 232% no último ano, ultrapassando as buscas por cabelos lisos. A busca geral por cabelos afro também cresceu significativamente, somando 309% nos últimos dois anos. A pesquisa reflete o que se vê nas ruas, na moda e nas prateleiras das lojas de cosméticos.

ção dos próprios fios. Junto com a mãe, Lara buscou um profissional que cuidasse de quem estivesse passando pela transição e encontrou a cabeleireira Mellany Becher. “Achamos Mel e lhe contamos a história do meu cabelo. Ela entendeu que precisávamos fazer mudanças sutis até eu me encontrar e me libertar”. Mel apresentou a ela o tratamento Deva Curl, uma linha de produtos voltada para os cachos, e, pouco a pouco, Lara passou a entender que o seu cabelo era cacheado. Com quase 12 anos de profissão, Mellany entrou no mundo das cacheadas há, aproximadamente, dois. “Antes, quase não existia procura e nem se ouvia falar em cursos e cosméticos especializados em cabelos crespos e cacheados”, explica. “Fico muito triste quando vejo crianças com cabelos alisados, mães 48 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

desesperadas para reduzir o volume da forma mais rápida, porém mais prejudicial. É um caminho sem volta, pois quando aplicados alisantes em crianças antes da puberdade, a última camada de queratina do cabelo ainda não foi formada, e depois disso não dá para recuperar”, revela a cabeleireira. “Quando o meu cabelo começou realmente a cachear, bem cuidado, eu não conseguia assumir o volume. Prendia o meu cabelo. Fiz isso durante um ano, todos os dias, e somente no meio do ano passado percebi que o meu cabelo precisava se soltar, ganhar forma e vida. Resolvi assumir o volume, os próprios cachos e ele começaram a crescer, a ganhar brilho. Eu ganhei brilho, os meus olhos ganharam brilho e fiquei mais feliz. Sou um exemplo das milhares de meninas que se reencontraram”.

O crescimento de marcas e produtos pensados para cacheadas e crespas, apesar de principiante, já é considerado uma tendência de mercado. Pioneira na revolução dos cachos, a Deva Curl, marca usada por Lara, é responsável por trazer uma nova perspectiva no tratamento dos cacheados e crespos. Criada em 2007 nos Estados Unidos pela cabeleireira Lorraine Massey, a marca trouxe os conceitos de low poo e no poo, técnicas mais indicadas para cuidar dos cabelos crespos por serem livres de componentes químicos agressivos como sulfatos e parabenos (responsáveis por fazer espuma). No Brasil, a primeira marca a vender produtos voltados para crespas e cacheadas foi a Lola Cosmetics. Uma das representantes da bandeira sustentável, a Lola começou a aparecer nas prateleiras


Beleza em meados de 2011, destacando-se pelos rótulos bem-humorados, de cores fortes e contrastantes, por ser vegana e vender produtos no/ low poo. Depois disso, várias marcas se uniram nessa empreitada de valorização dos cachos, como Seda, Salon Line, Amávia e O Boticário, que recentemente lançou a linha Match Cachos, com uma série de produtos pensados para cada tipo de fio, ondulado, cacheado ou crespo.

Acho que é um ensaio de libertação em que você se encontra de verdade. É um sentimento incrível se olhar no espelho e se ver ali. Por muito tempo eu não me via. Era uma pessoa no espelho e outra dentro de mim, encurralada

Para Lara, a sua maior felicidade é ver que influenciadores digitais, revistas e artistas de televisão estão incentivando meninas e meninos a deixarem os seus cabelos naturais. “Acho que é um ensaio de libertação em que você se encontra de verdade. É um sentimento incrível se olhar no espelho e se ver ali. Por muito tempo eu não me via. Era uma pessoa no espelho e outra dentro de mim, encurralada. Acho muito importante que este movimento esteja acontecendo e que os salões estejam se especializando em cachos”.

O Rei dos Cachos e uma trajetória de resistência Para o cabeleireiro Edy Rios, que começou a carreira es-

pecializado em loiros, o estopim para que começasse a estudar cabelos crespos foi quando, há cinco anos, uma modelo negra pediu que ele pintasse o seu cabelo de loiro e ele se recusou. “Nunca tinha feito cabelo crespo, ela insistiu, éramos amigos, mas acabou fazendo em outro lugar e ficou horrível. Quando nos encontramos, falei que estava ruim e que o ajeitaria, que faria do meu jeito. Levamos quase cinco horas e ficou lindo, uma obra de arte, parecia que Deus tinha desenhado aquele cabelo”. Depois dela, outros foram à procura de Edy, sempre para tingir. Como estava recebendo um grande público de crespas e cacheadas, Edy intensificou os seus estudos. “Encontrei uma técnica americana desenvolvi

Baiana, a Amávia Cosméticos desenvolveu, após estudar os mais variados tipos de cabelos cacheados, a linha Make Curl, especializada em produtos específicos para cada desenho de cacho. “Pois entendemos que não existem dois cabelos cacheados exatamente iguais um ao outro. Os produtos proporcionam hidratação eficaz, da raiz às pontas, reposição lipídica, cachos mais definidos, controle do frizz e brilho”, explica Ericka Gordiano, responsável pelo departamento de Marketing da marca.

Reprodução/Instagram @edyriosoreidoscachos

Daniela Mercury e Edy Rios

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Beleza da por um brasileiro. Quando fiz esse curso, há cinco anos, a sensação era que eu nunca tinha estudado cabelo na vida”. Depois da formação, Edy não parou mais. O sucesso crescente e a clientela fiel deram ao cabeleireiro o título de Rei dos Cachos e a missão de ajudar mulheres e homens em processo de reconhecimento e aceitação. “Meu trabalho, hoje, não é considerado uma questão estética. Para mim, é uma questão social. Comprei a briga e não atendo cabelo liso porque o tempo acabou e acabei ganhando o título de Rei dos Cachos”.

O crescimento de marcas e produtos pensados para cacheadas e crespas, apesar de principiante, já é considerado uma tendência de mercado. Com a agenda lotada e uma rotina de viagens para atender em outros Estados, Edy recebe artistas e celebridades como a jornalista Rita Batista e a blogueira e influenciadora digital Jessica Dantas (@Faladantas), que possui um canal no YouTube com receitas caseiras, dicas de moda e de produtos de beleza. “Grande parte do meu conteúdo é de receitas caseiras para cabelos porque os salões não sabiam cuidar de cabelo cacheado. Se eu ia ao cabeleireiro, ele falava para fazer escova ou passar selante. Embora o fio seja parecido, os cuidados são diferentes. Quem se especializa em cabelo cacheado hoje é referência, porque são poucos os que procuram esse conhecimento”, explica Jessica. 50 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

Jessica procurou os serviços de Edy quando quis descolorir o cabelo, há três anos, e, desde então, não o largou mais. “É comum uma cacheada descolorir o cabelo e perder os cachos, ficar sem definição e brilho”, conta a influenciadora. O procedimento químico da descoloração interfere na estrutura dos cachos. Por ter se especializado em loiros e em crespos, Edy consegue manter o aspecto saudável e o volume dos cabelos naturais. Na maioria das vezes, para crespas e cacheadas iniciarem o processo de aceitação dos próprios fios, é necessário fazer a transição, interromper o alisamento e deixar os cabelos crescerem naturais. “Só depois que elas fazem o big chop, que é um corte grande para retirar a parte alisada, que elas percebem, por menor que seja, que fizeram a melhor coisa, que elas vão florescer. É um processo muito difícil e doloroso”, destaca Edy, que costuma receber muitas crianças para fazer a transição. “Tenho um carinho enorme pelas crianças porque quando elas começam a cuidar dos cabelos se apaixonam e, assim, fica mais difícil cair na tentação. A química foi imposta, foi determinada e obrigada por muito tempo”. Hoje, a diferença já pode ser vista nas ruas e para Jessica o mais importante é que todas podem ter a oportunidade de escolher. “É uma questão de resistência e de autoafirmação. O que não sou a favor é da ditadura das pessoas quererem obrigar todo mundo a ter o cabelo natural. Você deve ter o cabelo que te faz feliz, seja ele liso, crespo, cacheado ou loiro”.

Onde cuidar dos cachos: Edy Rios @edyriosoreidoscachos (71) 3038-0222 / (71) 99336-1936 Rev Cachos Local: Av. Orlando Gomes, Costa Verde Tennis Clube, Piatã. Salvador-BA @revcachos Studio Alberto Alves @studio_albertoalves (71) 99267-3918 Local: Rua da Paciência, 127, Rio Vermelho. Salvador-BA Fátima Campos Salão e Beleza Local: Plaza Shopping Cabula (71) 98785-8801 Instagram: fatima.campos. conceitodebeleza IBEC Essência dos Cachos Local: Liberdade @essenciadoscachos (71) 98847-7350 / (71) 3019-9663 Salão Beleza Negra (71) 98723-9674 / 98671-5038 99138-3204 Local: Brotas Lella’s Coiffeur Instagram: @lellascoiffeur Locais: Ondina, Caixa D’Água (71) 3237-6703 / (71) 98358-9050 Salão Descabelado Instagram: @soudescabelado Local: Ondina (71) 3018-1821 Atelier dos Cachos Local: Garcia (71) 99197-1318 / 3026-0105 Ialodê Cabelos Naturais Shopping Liberdade Instagram: @yalode.naturais (71) 3242-8771


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Beleza

Maio: mês preferido das noivas N

ão se sabe exatamente quando a tradição de se casar no mês de maio começou, sabemos apenas que, mesmo com o passar dos anos, continua sendo a preferência de muitas noivas em diversos lugares do mundo. Há quem acredite que a escolha surgiu na Grécia antiga, outros na Europa, por ser época de primavera por lá, temporada das flores, muito usadas na decoração. Ao pensar em um casamento, ainda que os preparativos sejam organizados com antecedência, sempre surgem dúvidas e questionamentos: penteado preso ou solto? Véu curto ou longo? Grinalda ou tiara? Make-up suave ou marcante?

Fotos: Divulgação

Kal Nascimento, que é especialista em noivas, campeão do reality show de maquiagem “Desafio da Beleza”, patrocinado pelo O Boticário, onde atua como maquiador e porta-voz em todo o Brasil, nos revela quais as principais tendências de make e cabelo para quem vai subir ao altar. Confira!

Kal Nascimento: make e hair

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Beleza: quando se trata de beleza da noiva, uma das coisas que mais me chama a atenção é a personalidade. Seja clássica ou moderna, romântica ou fashion, cada noiva é única e traz a sua expressão através do conjunto formado pelo vestido, cabelo e maquiagem.

Modelo Aline Di Credico, make e hair por Kal Nascimento

Penteado: na dúvida, cabelo preso sempre! É um cabelo que deixa a noiva linda do início ao fim do casamento. Mas existem, por exemplo, cerimônias na praia ou no campo em que ficam lindos os semipresos ou soltos. Há a opção de dupla face, que é muito recomendado para festas próximas à praia, com vento, ou para cerimônias durante o dia, que são mais quentes. Recomendo que se casem com o cabelo solto e o prendam na festa. Nunca o contrário, pois com poucos minutos de dança a noiva já está toda descabelada.

Márcia Damasceno

Empresária e relações públicas

Véu: curto fica bem em mulheres mais altas e magras, pois tende a dividir a silhueta da noiva. Em mulheres mais baixas, o efeito dessa divisão fica mais visível. Véus curtos ficam mais harmônicos com cabelos presos. De acordo com o estilo do penteado, soltos ou semipresos ficam melhores com grinaldas, enquanto os coques ficam melhores com tiaras ou também com os chamados porta-coques, que são peças que envolvem o coque formando uma moldura nesse penteado. Make: De acordo o estilo da noiva, sempre a conscientizo de que ela precisa de uma make que daqui a vinte anos ela veja as fotos e continue achando linda e atemporal. Por isso evito excessos e modismos, a exemplo de batons coloridos ou traços de delineadores exóticos. Uma tendência de makes cada vez mais suaves em noivas tem sido vista nos principais casamentos de celebridades como Marina Ruy Barbosa e Kate Middleton, por exemplo. Entre os casamentos mais badalados do Brasil, vemos muitos looks bem suaves e muitos cabelos soltos, ainda que penteados de maneira muito sofisticada.


Beleza Cachos em alta Assumir os cabelos cacheados deixou de ser algo apenas estético e passou a ser uma questão da identidade e autoestima atrelada ao movimento em prol do cabelo natural. Confira dicas do especialista em cabelos cacheados, Ed Santana, que se inspirou a criar no Brasil a sua própria forma de ajudar as pessoas que gostariam de ir ao salão de beleza para se sentirem bem e felizes com o seu cabelo natural, sem o uso de químicas de transformação. Assim, nasceu o Salão Descabelado, que traz o conceito de beleza sistêmica há mais de dez anos em Salvador, e agora também em São Paulo.

Cuidando dos cabelos sem ficar refém de processos químicos:

Fotos: Divulgação

Creme de limpeza cleasing cream, da L’anza

Para lavar o cabelo sem ressecá-lo. Pode ser usado para intercalar as lavagens com o shampoo.

Super sculpting da Paul Mitchell Uma loção moderadora para ajudar a definir e manter a forma dos cachos.

All soft heavy cream da Redken Uma máscara de hidratação de ação rápida. Linhas específicas para cachos, da Natura A linha SOU Cachos Modelados e a linha Plant Curvas Envolventes. Match, marca expert em cabelos de O Boticário As fórmulas da nova linha contam com dois ingredientes especiais: colágeno vegetal & karité. O karité possui uma ação altamente emoliente que trata e previne o ressecamento, garantindo que os fios fiquem sedosos, nutridos, macios e com a porosidade reduzida.

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O apelo do mundo

fitness

A

sociedade ambientada no cenário midiático e da estética, potencializada pelas novas tecnologias, coloca no pódio, em todas as latitudes do planeta, a autonomia da beleza. O mundo globalizado, de fato, está estetizado. O culto ao corpo é uma realidade inconteste, redundando em um investimento de valor elevado. A indústria do mundo fitness, potencializada pelas academias de ginástica, por exemplo, valoriza a imagem corporal, concorrendo para o crescimento da economia mundial. Na qual todos querem ganhar visibilidade e reconhecimento. As marcas, os produtos e, principalmente, as pessoas querem ser identificadas ou diferenciadas pela forma do corpo ideal. Fitness é uma palavra de origem inglesa que correu o mundo contemporâneo, significando “estar em boa forma física”. O termo está associado à prática de atividade física e se refere ao bom condicionamento físico ou, ainda, ao bem-estar físico e mental, diferentemente do que a grande maioria pensa, priorizando

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Fernando Farias Escritor, palestrante & articulista www.blog.fernandofarias.com.br fernando.farias@fernandofarias.com.br

a beleza corporal, em busca de padrões estéticos, muitas vezes, inatingíveis. De fato, a proposta é conseguir a resistência ou a condição do corpo para funcionar com eficiência e manter-se saudável, com flexibilidade, força aeróbica e muscular, bem como cardiovascular e sem excessos na percentagem de gordura e, por conseguinte, um bom índice de massa magra. Em um verdadeiro conceito de qualidade de vida, como um todo, abrangendo a saúde mental e emocional, ajudando na superação dos conflitos internos tais como a depressão e a ansiedade. Todo ser humano tem sonhos! Embora, muitas vezes, não possua metas. A atividade física exige disciplina, cuidados alimentares, dedicação e muita força de vontade. Muitos se matriculam em academias e não são constantes nos treinos, por falta de objetivos, ou se espelham nos outros, além de serem influenciados pela mídia, que prega o discurso do padrão do corpo ideal, revelando a ideia de independência, força de vontade, autodisciplina e segurança. Em uma reação em cadeia à qual o mundo corporativo responde valorizando a imagem corporal no processo de recrutamento e seleção, passando a ser esse quesito uma vantagem competitiva; é a estética corporal em detrimento de valores, competências e habilidades humanas no processo final de escolha. Ao vivenciarmos o mundo fitness, devemos focar

Ao vivenciarmos o mundo fitness, devemos focar em sua essência, na busca pela qualidade de vida, estimulando hábitos saudáveis, os cuidados com o corpo e priorizando a saúde

em sua essência, na busca pela qualidade de vida, estimulando hábitos saudáveis, os cuidados com o corpo e priorizando a saúde, contestando o poder abusivo à cultura do corpo, colocando a estética em seu devido lugar.

O importante é não buscar a felicidade no corpo ideal, muitas vezes inatingível para a grande maioria. Pois o mundo é lugar das pessoas concretas. O corpo e as suas variadas formas serão sempre um grande espetáculo. Percebê-lo é como admirar uma joia. Exige sensibilidade, emoção e sedução. A diferença estará no olhar de cada um de nós. As pessoas deveriam ser avaliadas não pelos padrões estéticos, e, sim, respeitadas em toda a sua dignidade humana, e por suas qualidades essenciais: autenticidade, caráter, talento e habilidades. Assim, independentemente, dos tamanhos P, M, G, GG ou “Plus Size”, lembramos que pesos e medidas são, apenas, números. E que malhar é preciso!



Saúde

Feminino: sexo frágil. Será? Que homens e mulheres são diferentes e que fatores genéticos e hormonais determinam este fato nós já sabemos, mas as mulheres são realmente mais frágeis que os homens? As diferenças biológicas entre homens e mulheres se iniciam no ventre materno e permanecem presentes por todas as fases da vida. Essas diferenças, associadas a fatores ambientais e a hábitos de vida, fazem com que tenhamos diferenças nos tipos de doenças que acometem os sexos, além de determinar que as mulheres vivam mais do que os homens. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, a expectativa de vida dos homens é de 69,1 anos e a das mulheres é de 73,8 anos. Já no Brasil, os dados do IBGE apontam a expectativa de vida dos homens em 71,9 e a das mulheres em 79,1 anos. Dentre os fatores ambientais, é muito relevante o fato de que as mulheres em todo o mundo se cuidam muito mais do que os homens. Elas fumam e bebem menos, além de procurarem mais serviços médicos e gerenciarem melhor a sua saúde. Já do ponto de vista biológico, o estrógeno (hormônio sexual feminino) tem propriedades antioxidantes e acaba funcionando como um fator protetor do sexo feminino para as doenças cardiovasculares como o “infarto do coração e o derrame cerebral”, que são as doenças 56 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

que mais matam na vida adulta. Após a menopausa, os níveis de estrógeno diminuem drasticamente e, com isso, aquela proteção cardiovascular extra se perde. Na medida em que envelhecem, as mulheres se igualam aos homens na incidência dessas doenças, além de desenvolver outras como osteoporose, sarcopenia etc. A diminuição dos níveis de estrógeno provoca uma verdadeira metamorfose na vida da

Acredito que quando se trata de sobrevivência, definitivamente, a mulher não é o sexo frágil, e quando se trata de convivência os homens têm muito a aprender com elas. mulher, parece o fim de uma era gloriosa e o início de uma era de adoecimento, mudanças corporais indesejadas e uma tempestade de emoções associadas a variações de humor frequentes e imprevisíveis. Sentimentos como angústia e a diminuição da autoestima são comuns nessa fase. O acompanhamento médico e o psicológico são boas ferramentas para ajudar a atravessar essa fase de transição. A reposição dos hormônios em queda, o uso de outros medicamentos e outras estratégias terapêuticas não farmacológicas podem ser adotadas.

Dr. Leonardo Salgado Médico geriatra, gerontólogo e clínico médico Os homens não têm uma fase de transição para a velhice tão marcante, diferente da passagem da infância para a idade adulta, quando a adolescência, apesar de apresentar características diferentes, foi comum aos dois gêneros. Apesar de sofrer mais perdas biológicas, as mulheres apresentam uma melhor capacidade adaptativa para a fase da velhice. Acredito que pelo fato de a mulher poder ter vivido a experiência da maternidade e ter um papel de proteção e cuidado da prole mais evidente em nossa cultura ela desenvolve características fundamentais para essa adaptação, conseguindo mais do que os homens, cuidar e aceitar ser cuidada, ter mais interação social e se relacionar melhor com outras gerações. Bem, acredito que quando se trata de sobrevivência, definitivamente, a mulher não é o sexo frágil, e quando se trata de convivência os homens têm muito a aprender com elas.


Saúde

Maternidade adiada Satisfação profissional e estabilidade econômica fazem com que mulheres adiem a maternidade

Foi em busca de uma vida financeira e amorosa estabilizadas que a administradora Flávia dos Santos Afonso adiou o sonho da maternidade. Grávida aos 45 anos, ela conta que sempre postergou o seu desejo de ser mãe e quando se deu conta já tinha passado da idade ideal indicada pelos médicos para ter uma gestação – entre os 20 e 30 anos. “Tinha uma preocupação em me estabilizar para poder dar uma educação de qualidade para o meu filho, assistência à saúde e para amadurecer também”, explica Flávia, que conversou com a Let’s Go Bahia quando estava com sete meses de uma gestação concebida naturalmente. Dados do Ministério da Saúde indicam que a gravidez após os 40 anos tem sido uma tendência entre as mulheres na atualidade. Entre 2006 e 2016, o aumento do número de mães nessa condição na Bahia

foi de 15%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os avanços na Medicina e nas técnicas de reprodução assistida também têm impulsionado esses números em todo o país. “Ter 40 anos hoje não tem o mesmo peso que nas gerações anteriores, porque as mulheres têm a saúde melhor e mais qualidade de vida”, reflete a ginecologista e especialista em Reprodução Humana Genevieve Coelho. A médica, no entanto, alerta para a necessidade de se realizar um aconselhamento reprodutivo antes da decisão de adiar a gestação. “A recomendação médica é que essas mulheres que querem engravidar mais tarde realizem o congelamento de óvulos até os 32 anos, mas poucas pessoas decidem congelá-los”, avalia a especialista em Reprodução Humana, Larissa Quintela. Se-

gundo a médica, depois dos 35 anos, o processo de retirada de óvulos com qualidade fica mais difícil, por isto, é preciso que as mulheres se preparem para esse momento. A corrida do relógio traz impactos opostos para a mulher que decide engravidar mais tarde. Flávia se sente mais tranquila e segura sobre a criação do seu filho. Segundo a ginecologista e obstetra Ludmila Andrade, geralmente, as mulheres acima dos 40 anos chegam mais corajosas, independentes, lidam melhor com adversidades, estudam bastante e passam pela gravidez de modo planejado e com menos sofrimento. Por outro lado, o relógio biológico nem sempre é tão favorável. A gravidez tardia pode demorar de acontecer naturalmente por conta da menor produção de óvulos pelas mulheres. A empresária Miriam 57 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Saúde dos como a alimentação saudável, a atividade física e a diminuição do estresse também ajudam a reduzir complicações na gestação.

Nunes, de 45 anos, tenta engravidar há cinco anos e já planeja fazer uma fertilização in vitro em cerca de dois anos se não conseguir naturalmente. “Praticamente não estava ovulando, por isto, a médica passou uma medicação para aumentar a ovulação”, explica.

Cuidados antes e depois da gravidez Para a ginecologista Genevieve Coelho, alguns riscos podem ser evitados por mulheres que decidem adiar a maternidade. No aconselhamento reprodutivo, avalia-se a reserva ovariana da mãe para indicar o congelamento de óvulos. Além disso, para diminuir riscos de alterações cromossômicas no desenvolvimento do bebê, o tra-

Arquivo pessoal

Outras questões alertadas por médicos e especialistas sobre a maternidade tardia são o maior risco de aborto e o bebê que pode ter mais chances de desenvolver doenças genéticas, como Síndrome de Down e de Asperger. Além disso, a mãe pode ter doenças associadas à gravidez como hipertensão e diabetes.

Progenitoras idosas?

Genevieve Coelho, ginecologista

tamento de fertilização in vitro pode ser acompanhado de um estudo genético do embrião antes da sua transferência ao útero materno. Depois da gravidez, é preciso fazer um pré-natal que é enquadrado como de alto risco por conta da idade. “Já tive sangramentos, sinto dores e não posso andar muito, por isto preciso ter mais cuidado. No início, ia mais vezes buscar atendimento médico”, explica Flávia, que há um ano sofreu um aborto espontâneo no início da gestação. Segundo a ginecologista Ludmila Andrade, outros cuida-

Aos 64 anos, a mineira Norma Maria de Oliveira foi destaque em todo o país ao dar à luz a primeira filha no mês de abril. A mineira, que seria classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como idosa, desde os 35 anos tentava ser mãe. Mas somente em 2017 realizou uma fertilização in vitro com óvulos doados para realizar o seu sonho. Em reportagem concedida à TV Globo, Norma conta que a sua decisão é alvo de preconceito por conta da idade avançada. Assim como para a mineira Norma, a idade não é vista como um problema por Flávia. Com um sorriso constante no rosto, a nova mamãe só reclama de um termo médico que viu em um dos relatórios durante o pré-natal que a descrevia como “progenitora idosa”. “Poderiam atualizar este termo. Isto arrasa a gente!”, brinca.

Outras questões alertadas por médicos e especialistas sobre a maternidade tardia são o maior risco de aborto e o bebê que pode ter mais chances de desenvolver doenças genéticas, como Síndrome de Down e de Asperger.

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Saúde

Positividade acima de tudo

Como o otimismo e o alto astral ajudam famílias a lidarem com filhos diagnosticados com Síndrome de Down e autismo Atividades ajudam no desenvolvimento

Arquivo pessoal

Os pais são unânimes em apontar que o desenvolvimento e a autonomia dos filhos é um importante combustível para que eles se mantenham positivos. “É necessário haver muita estimulação no cotidiano e uma das formas de superar essas questões é realizar atividades no dia a dia”, declara Jayme. O garoto Nicholas surfa, faz stand up paddle, rema no caiaque, anda de bicicleta e nada em alto-mar, tudo com a ajuda do pai.

Giovana Ribeiro tem 19 anos e coleciona várias conquistas

Os obstáculos, os preconceitos e o despreparo de vários segmentos da sociedade em lidar com crianças diagnosticadas pela a Síndrome de Down ou pelo autismo são tão diversos que podem ser desanimadores. Porém o que as experiências dos pais apontam é que a positividade é o melhor caminho para lidar com as limitações. “Nunca me vitimizei. Passamos por dores e agora são muitas alegrias. Giovana é tão determinada e independente que nem enxergamos a deficiência”, declara Daniela Ribeiro, mãe de Giovana, que hoje tem 19 anos e tem Síndrome de Down.

Coordenadora da Associação de Amigos do Autista na Bahia (AMA-BA) e mãe de um jovem de 25 anos com autismo, Rita Brasil enfrenta com otimismo os dois lados do transtorno genético. “Compreendo mais profissionalmente as limitações, mas ouço as mães também de modo diferente, porque sei o que elas estão sentindo”, compara. Segundo Jayme Cordova, o pai de Nicholas, um garoto de 8 anos que tem Síndrome de Down, cada resultado ou avanço alcançado pelo filho e por jovens na mesma condição que ele servem como estímulo para enfrentar os desafios diários.

Daniela também se orgulha da evolução de Giovana, que já fez cursos profissionalizantes, namora, sai para festas com os amigos, já atuou como atriz e faz teatro. Por conta da demora no diagnóstico do autismo, o filho de Rita, Vinícius, tem relativa autonomia, consegue pedir o que gosta, recebe orientação e terapia na AMA. Os problemas e obstáculos enfrentados são muitos. Um dos principais é na escola, ambiente que pode ser hostil e nada inclusivo. Algumas até se recusam a receber alunos com esses diagnósticos. Porém o que esses pais deixam claro é que com otimismo e perseverança é possível oferecer um futuro feliz para os seus filhos.

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Conectados

“Pãe” F

ui pai aos 44 anos, me separei aos 47 e, apesar de ter me divorciado, nunca deixei de ter a certeza que seria pai “o tempo todo”! O mais estapafúrdio é, em dias atuais, quando conceitos e pré-conceitos de cor, credo, gênero, família se desconstroem em segundos diante de uma nova realidade de mundo, ter que justificar a um juíz o seu direito inalienável de exercer o ser PAI; isto é, no mínimo, estranho! Algo inexplicável no meu entender, pois o pai deve ter o mesmo direito que a mãe, ou seja, ter todo o direito de perpetrar a esse fruto o que gerações antes dele realizaram, o seu currículo familiar lateral e oculto como o da mãe, os dois lados e não apenas um! Educar é muito difícil, agora, imagine aí só a mulher ou o homem atuando, quanto erro pode ocorrer em um processo de socialização de uma criança? Uma mulher contemporânea sabe que são muitas as exigências para se estabelecer neste mundo, cada vez mais sexista, misógino e machista. Por isso, impor-se e realizarse que Mateus deve ser balançado da mesma maneira por todos, afinal, ele foi feito por um casal, é um fato! Quem das partes se omitir que arque com a justiça rigorosa, que se aplique a lei severamente a quem a descumprir, homem ou mulher!

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Bom, este texto se dá porque para ser pãe (pai + mãe), o que me tornei, é necessário apenas um fator motivador – que esquece e passa por cima de qualquer desavença, de qualquer atividade árdua, trabalhosa ou vá lá o que seja, – que é o AMOR! Para assumir esse compromisso tem que ser altivo, assertivo e sabedor de suas “responsas”; pena que o que se vê na prática é cada um querendo adiantar o seu lado, viver de redes sociais e ter menos responsabilidades com a cria, muitas vezes, entregando a educação para a escola, um erro, pois o conhecimento não forma caráter!

Para ser “pãe” (pai + mãe) é necessário apenas um fator motivador – que esquece e passa por cima de qualquer desavença, de qualquer atividade árdua, trabalhosa ou vá lá o que seja – que é o AMOR! Uma hora você percebe que você, pai de menina, na segunda, na terça e na quarta-feira, tem uma agenda punk, pois acorda mais cedo para poder preparar a lancheira, co-

Ildazio Tavares Jr. Administrador de empresas e radialista

locá-la no chuveiro, ajudar a enxugá-la (pois ela está ainda dormindo, por incrível que pareça), penteá-la e passar creme, escolher entre passadeira, laço ou presilha no cabelo, que pode ser partido de lado ou no meio, vestir a farda da escola, forçá-la a comer o ovo com cuscuz, banana-da-terra ou aipim, e que tudo isso é muito bom! Nada paga o prazer e a seriedade em tratar alguém que você pretende e irá entregar à sociedade melhor que você, aperfeiçoada e mais preparada para este mundo voraz de tantas cobranças. Por isso, convoco a todos os que tenham atenção em como encaminhar e dar andamento às suas crias, que as percebam, que lhes passem todas as possibilidades de conhecimento lúcido, independente se a sua família é assim ou assado! Sejamos felizes, atuais, entendedores que o mundo mudou para todos e uniões ao bem comum sempre serão bem-vindas! Viva a quem cria as suas crias!

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61 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Dia das

Mães Tenho 53 anos. Sou mãe há quase 21. Nesta equação de ter ficado 32 anos sem filhos e, aos olhos da minha geração, ter tido filho em uma idade mezzo madura, hoje isso me confere certo distanciamento da data. Estamos em maio, em plena comemoração do Dia das Mães. E eu, mais do que balzaca uso a minha plataforma de YouTube e redes sociais, o ATITUDE50, para pensar a maternidade madura. Achei que não fosse ter filhos. Nasci meio masculina, apesar de ter um semblante de princesinha. Inventei um personagem estilo Mulher-Maravilha para cumprir a minha régua do tempo, sobretudo a biológica, de forma diferente. Namorei tout Rio, a famosa “dadeira”. Hoje, celebro, mas fui chamada de fácil, vulgar, rodada... Caseime aos 26 anos. Na verdade, eu já morava sozinha, ele entrou no meu apartamento e ficou por 24 anos. Durante nove anos, eu não quis ter filhos. A grana era curta, a carreira estava sendo traçada, ele – bem outsider – nunca me cobrou filhos, até que comecei a entender que a vida era, de fato, finita. Engravidei sem muita pompa e tive uma gravidez lotada de trabalho. Nasceu a primogênita Anna Catharina; um ano e meio depois, veio Maria Valentina. Para quem não pensava em ser mãe, entrei no modo “coelho” e me vi com duas filhotas no colo. Não foi fácil. Mamadeiras, chupetas, leite em pó, carrinhos, berços. Como caminhei, Jesus? Todas nós sobrevivemos. 62 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

Kika Gama Lobo Jornalista, executiva de Comunicação e criadora do projeto #ATITUDE50 atitude50.com

Escrevi um texto lá atrás, nunca publicado, batizado de “Maternidade, uma mentira maravilhosa”. Foquei na maldade feminina sobre a gravidez e o parto, mas, sobretudo, na omissão de outras mulheres sobre esse período. O bico do peito ficou imenso e negro. Uma linha escura dividia a minha barriga como uma melancia passada. Estrias, enxaqueca, medo; além da vagina, que virou do avesso com o peso da barriga. Dormia sentada nas últimas semanas, nunca tive desejos, vomitei em todos os postes de Copacabana e quando compartilhava as minhas “caraminholanças”, me taxavam de louca. Nasceram. Dormir era artigo de luxo, babás caríssimas, um túnel escuro sobre o futuro e um leque de opiniões diversas sobre alimentação, qualidade do sono, roupinhas, joias, decoração de quarto, batizados, “mesversário” e mil e uma condutas sociais que nos impõem seguirmos. E o tempo passou. Sobrevivi a essa fase da vida. As meninas cresceram saudáveis com os seus momentos bem marcados. Adaptação na creche, queda dos dentes, ballet, natação, escola de verdade, piolho, ida a hospitais e shoppings com a mesma frequência, o primeiro beijo, perversões na amizade juvenil, a transa com o namorado, a entrada na faculdade, a primeira viagem internacional. Olhando para trás parece aquela canção “Eduardo e Mônica”, da Legião Urbana, mas entre

Achei que não fosse ter filhos. Nasci meio masculina, apesar de ter um semblante de princesinha

mães e filhas.

E, hoje, me tornei uma ouvidora de fases da maturidade. Muitas estão no momento de serem avós. Novas avós. Saradas, amadas, livres, trabalhando, viajando, transando. Acho que a maior mudança foi aí. Não foi bem na maternidade, mas na segunda maternidade. Ser avó (ainda não sou e espero que demore) é um presente para muitas amigas. Oportunidade de se religarem com a própria maternidade, mas sem a tal obrigação. Querem ninar netas modernas e autônomas. Querem ajudar na criação dos netos homens quebrando o padrão daquele que passa o rodo e não respeita as mulheres. É na criação dos meninos que se pode provar se somos boas mulheres. E eu, nesta roda da vida, vejo que já caminhei um bocado. Permita Deus que eu esteja por aqui para comentar a delícia de ser bisavó e comemorar o Dia das Mães com a autoridade de uma matriarca e tanto. Parabéns, mulherada, sejam seus filhos naturais, adotados, de proveta, fruto de barriga de aluguel, herdados de novas relações; afinal, conjugar o verbo amar é o que o mundo precisa.


Educação

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Engana-se quem pensa que a sustentabilidade ambiental é assunto tratado na sala de aula apenas nas proximidades do Dia Internacional do Meio Ambiente, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) no dia 5 de junho, desde o ano de 1972. A temática já faz parte da rotina dos estudantes baianos durante o ano inteiro com ações nas escolas que estimulam a formação de cidadãos conscientes da necessidade de preservar os recursos naturais do planeta. A coleta seletiva de lixo, a reciclagem, o plantio de árvores e a economia de água são apenas algumas ações práticas do dia a dia vivenciadas pelos alunos. Um Núcleo Ambiental e uma Política Ambiental própria foram as soluções criadas no Colégio Antônio Vieira, desde 2009, para incluir a temática socioambiental como um dos pilares da instituição. “Acreditamos que discutir e refletir sobre as questões ambientais, no contexto atual, é de suma importância”, explica a coordenadora do Núcleo Ambiental e professora Maria Goretti Sousa. O Núcleo atua de forma integrada às diversas áreas de conhecimento para desenvolver ações relacionadas à temática em defesa do meio ambiente.

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Divulgação

Educação

A Escola Concept desenvolve ações significativas de cuidado com o meio ambiente entre seus alunos

Já os estudantes da Escola Concept receberam no Dia Internacional das Florestas, 21 de março, um lápis um pouco diferente. Dentro do instrumento de trabalho dos alunos estavam algumas sementes de embaúba, considerada uma joia da Mata Atlântica, que serão plantadas uma vez que o lápis for utilizado. “Conscientizamos a nossa comunidade escolar sobre a importância do cuidado para com o meio ambiente através de ações simples, porém significativas”, defende Iryna Podusovska, coordenadora pedagógica da instituição.

Os lápis especiais estão ligados apenas a uma das ações voltadas para o meio ambiente realizadas pela Concept. A tecnologia também tem sido explorada pela escola tendo em vista a sustentabilidade. O projeto arquitetônico do prédio destinou um espaço interno que prioritariamente utiliza iluminação natural. A entrada de luz solar também foi prevista na estrutura de espaços localizados no térreo inferior do prédio.

Por uma cultura da sustentabilidade A mudança de hábitos é um desafio encarado de modo estratégico pela Escola Pan Americana da Bahia (PASB). “Não vemos muitas famílias que praticam a coleta seletiva em suas casas. Os hábitos sustentáveis não são muito comuns e estamos trabalhando para reverter esta realidade”, destaca Jackie Keepers, professora de Ciências do Ambiente.


Educação

Fotos: Divulgação

Para o diretor pedagógico do Colégio Villa, Alexandre Marins, o maior desafio para uma mudança de consciência com relação às questões ambientais está na superação do consumismo desenfreado. “Há um impacto social danoso que se manifesta nas relações de consumo, criando uma hierarquia a partir do poder de compra de cada indivíduo”, reflete. Segundo ele, o Projeto Político Pedagógico da escola, que tem a sustentabilidade como um dos seus principais pilares, e projetos específicos, como o Villa Green Planet e o Saving the World, têm como objetivo fazer os alunos entenderem o valor do meio ambiente para a sobrevivência dos seres vivos e incentivar a preservação do planeta.

No PASB, a participação dos alunos é fundamental para o êxito das ações

Semanalmente, a escola promove um mutirão de coleta de lixo reciclável e, recentemente, os alunos participaram de uma coleta nas praias de Salvador. Assim como a PASB, que mantém uma parceria com a Cooperativa de Catadores Agentes Ecológicos de Canabrava (CAEC).

O projeto pedagógico do Villa tem a sustentabilidade como um dos seus principais pilares

As ações da Concept em prol da sustentabilidade também visam iniciar mudanças na sociedade começando pelos próprios alunos, por suas casas, familiares e amigos. Segundo Iryna, a ideia é formar uma rede de conscientização para uma vida mais equilibrada. Já é possível visualizar algumas iniciativas neste sentido como o compartilhamento de materiais didáticos para o estímulo ao consumo consciente e a adesão às lixeiras ecológicas que incentivam a reciclagem através da separação de materiais.

Engajamento dos alunos A participação dos alunos é fundamental para o êxito das ações de sustentabilidade. Neste sentido, os coordenadores e professores são unânimes em dizer que o engajamento acontece de forma intensa. Na PASB, além das coletas seletivas, os alunos aceitaram o desafio de não usar copos descartáveis na escola. Eles levam garrafinhas que são abastecidas nos filtros de água. Na

Concept, foram distribuídas canecas personalizadas para estudantes e colaboradores também para a redução do uso de copos plásticos. Outro resultado prático de como as ações de preservação do meio ambiente executadas na Concept atraem a atenção dos alunos são as mudas de Neem – árvore frutífera típica da nossa região, que ajuda no combate aos insetos. As mudas, que foram plantadas em 2017, no Dia da Árvore, 21 de setembro, continuam sendo cuidadas de perto pelos estudantes. “A sustentabilidade não pode ser feita de teoria, ela precisa ser vivida”, defende Iryna. No Villa, os alunos participam de oficinas de reciclagem, com a confecção de ecobags com camisetas velhas e brinquedos, e ajudam a coletar materiais recicláveis. No Colégio Antônio Vieira, além do plantio de mudas frutíferas no Sítio Loyola e da coleta seletiva, jogos de tabuleiro construídos com a reutilização de materiais também fizeram parte das ações de sustentabilidade da instituição em 2018. 65 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Direito e Inovação

Educação Digital:

o novo desafio parental

E

nsinar a comer, andar, falar, deixar de usar fraldas, agradecer, respeitar os mais velhos, ser paciente com os irmãos, dentre tantas outras atividades, faz parte das obrigações primárias dos pais. Ninguém nasce sabendo tudo isso e cabe às mamães, papais, avós e familiares ensinar aos pequenos essas coisas. A educação escolar tradicional já vem sendo moldada há anos e segue um padrão, ainda que em constante transformação. Hoje, já sabemos como criar os nossos filhos (pelo menos, é o que achamos). Parece que existe uma cartilha invisível que dita as regras, já largamente discutidas pela sociedade e aceitas pela maioria. Mas o que fazer quando não há cartilhas a serem seguidas? Quando nem mesmo entendemos sobre aquilo que devemos ensinar? Quando as crianças já parecem nascer sabendo, ainda que por intuição, manusear um iPhone, mexer no tablet, usar o computador... talvez até mais que os adultos! E está aí o maior desafio parental de todos os tempos: saber educar os filhos sobre como se comportar no universo da internet; ao mesmo tempo em que os próprios pais estão se educando também. Afinal, estamos na era da geração Z, da geração Alpha. Em tempos de uma nova forma de educação

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extremamente necessária: a educação digital. Já parou para pensar que você está contribuindo para que o seu filho tenha uma impressão “digital” virtual, mesmo sem o consentimento dele? Antes mesmo de nascerem, já postamos fotos do ultrassom nas redes sociais. “Ai que lindo! Vai ser a cara da mãe”, diz o papai babão, postando a foto intrauterina no Instagram.

O maior desafio parental de todos os tempos: saber educar os filhos sobre como se comportar no universo da internet; ao mesmo tempo em que os próprios pais estão se educando também. Esses mesmos pais postam em excesso toda a vida dos seus filhos, desde o momento do seu nascimento. E aquela foto do bebê mais fofo do mundo, cheio de dobrinhas, sem roupa, que é compartilhada em um dos diversos grupos de WhatsApp da família e acaba caindo nas mãos daquela tia que posta tudo no Facebook? Pois, de tão fofa, a foto acaba viralizando na internet, e esse mesmo bebê um dia cresce e pode não querer ter virado meme anos atrás. Já pensou como fica o direito à imagem

Priscila Reis

Advogada especialista em Direito Digital e consultora de Negócios On-line. @advocaciadofuturo

dessa criança? Este é apenas um dos pontos que ainda serão largamente discutidos pela Justiça mundo afora. Diante de tantas transformações, está na hora dos pais tomarem aulas de educação digital, para que possam formar cidadãos do mundo, conscientes dos seus próprios atos. É bom saber que a internet não é terra sem lei. Que a Justiça já aceita demissão por justa causa em diversos países, inclusive no Brasil, por conta de determinadas postagens da internet; que a polícia já prendeu pessoas devido ao que postaram na internet, seja com conteúdo racista ou até mesmo devido a ameaças; que se faz pesquisa do perfil social antes de preencher vagas para determinados concursos públicos; que algumas empresas e universidades, principalmente fora do Brasil, consideram extremamente relevante a imagem que a pessoa tem na web e é fator muito importante na hora de escolher o candidato (a) para aquela vaga tão sonhada. Realmente, muita coisa nova para se pensar.


Algumas dicas para começar a ter educação digital: •

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Aprenda a nova linguagem da internet. Seus filhos se comunicam assim, e você precisa falar a mesma língua deles. Não sabe o que são acrônimos? Então, já tem um dever de casa para hoje! Proteja a sua privacidade e a dos outros. Lembre-se que o mal existe, e que na web ele pode ser ainda mais sombrio. Fique atento ao cyberbullying, assunto de extrema importância hoje em dia. Crianças e adolescentes o praticam o tempo todo e, às vezes, nem sabem o que estão fazendo. Esteja presente, eduque, alerte. É melhor prevenir do que remediar, pois, na internet, o bullying tem um poder multiplicador devastador. Conheça os programas que seus filhos estão assistindo. É aquele canal do YouTube que ensina a

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montar o brinquedo; aquele outro que ensina a fritar um nugget gigante; ou mesmo um canal superinteressante que ensina Matemática. Eles estão vendo muita coisa e você precisa saber “o quê”! Fique atento aos desafios. São extremamente perigosos. Lembra-se da Baleia Azul? Pois esse foi apenas um dos milhares que virão por aí. Nudes. Cuidado! Essa nova forma de paquera está dominando o universo dos jovens, e é um dos grandes perigos da internet. Saiba que o botão “Delete” não existe na internet! Quanto mais você quiser apagar, mais em evidência ficará. Na dúvida, não poste! Enquanto menores, procure catalogar e guardar as senhas dos seus filhos para monitorá-los, sempre que possível. Fique atento à idade permitida para o uso daquela determinada aplicação. Instale o controle parental. Converse abertamente e comente sobre as consequências danosas de pensar que a internet é uma terra sem lei. Ajude as crianças a reconhecerem situações de risco.

Para finalizar as dicas, deixo a última em forma de pergunta: Qual impressão digital você quer deixar? Isso vale para você e para os seus filhos também. Quando o assunto é educação digital, o aprendizado é constante. Até porque as mudanças acontecem a todo instante. E como já dizia o filósofo grego Sócrates: “Só sei que nada sei”!

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Direito e Inovação

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Pets

Com que

Pet eu vou?

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Pets

O cuidado que se deve ter no momento de escolher um pet para chamar de seu deve ir além da afinidade e do sentimento de “cute cute”. Alguns critérios de adequação são fundamentais para que essa relação possa ser duradoura, saudável e feliz. Por Andréa Castro

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Pets

É

lógico que no momento de escolher o bichinho de estimação é importante deixar o coração falar. É fundamental que haja uma empatia com o animal que vai fazer parte do seu novo “círculo de amizades” ou até se tornar um “membro da família” - como muitos preferem chamá-lo. No entanto, nem sempre essa escolha leva em consideração outras questões que pesam muito na relação, sobretudo do que se espera de uma adoção ou da aquisição de um novo animal. E os especialistas garantem: isso não deve ser negligenciado!

A primeira coisa que um tutor deve pensar ao escolher um pet é sobre a responsabilidade exigida por um animal de estimação. “Em muitos anos de prática clínica, já pude ouvir todo tipo de afirmação como: ‘gostaria de ter um animal que ficasse sempre fofinho como um filhote’ ou ‘queria um cão que não latisse’”, conta a veterinária responsável pela empresa Planeta Animal, Gabriela Azevedo. Segundo a especialista, um animal de estimação demanda grande responsabilidade e consequente levantamento de informações relevantes como espécie, raça, tipo de atenção necessária como exercícios físicos e cuidados com saúde e alimentação, estética, além dos cuidados com a ambiência do pet.

Tal pai, tal pet

Há quem diga que o animal de estimação costuma ficar com o jeito e até características físicas semelhantes às dos seus donos. O temperamento, certamente. Mas para que haja essa sinergia é importante levar em conta o estilo de vida de cada pessoa que vai assumir um animal. Se vive em casa ou apartamento, se possui área externa ou não para passear, o tamanho mais

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apropriado, o tipo de pelagem mais adequado para o clima frio ou quente; tudo deve ser colocado na balança. Alguns animais como os gatos, por exemplo, são mais independentes que a maioria dos cães, que exigem mais dedicação. “Incompatibilidade com pelagens (alergias) e temperamentos lideram as causas de devolução de animais, sobretudo quando a família tem crianças e idosos”, garante a veterinária. Durante a sua experiência com a comercialização de animais, o caso mais gritante foi a devolução de um cão da raça Chihuahua, cujo argumento foi o animal ter passado 5 cm da altura padronizada pela raça. “Já tivemos em nossa trajetória outras situações também adversas como embates judiciais pela guarda de um animal. Imagino

que hoje para se pensar em adquirir, adotar ou mesmo resgatar um animal de qualquer raça ou espécie é muito importante se levar em consideração de que se trata de uma vida cuja duração pode variar de 2 anos, como um hamster ou um porquinho da Índia, até 18 ou 20 anos, como muitos felinos”, pondera.

Seguindo tendências

Hoje, tem aumentado o número de pesquisas sobre pelagem, porte, personalidade, comportamento, alimentação, entre outros assuntos pertinentes ao mundo dos pets, tanto pela internet quanto em consultas a profissionais especializados como médicos veterinários, criadores ou profissionais de estética animal. No entanto, ainda é gritante a quantidade de animais que são adquiridos em função de


Pets desejos de infância ou por influência da mídia cinematográfica ou televisiva. “Cães da raça Pug, por exemplo, bateram recordes na época do filme “MIB Homens de Preto”, Beagles são comprados por conta do Snoopy, não se considera que a raça é de caça”, alerta a veterinária Gabriela Azevedo. Quando acontece uma escolha equivocada, sem levar em conta as características do animal, muitas vezes, o resultado é a devolução ou o abandono do mesmo. Existem famílias, por exemplo, que podem preferir um animal mais agitado, que goste de brincar, cheio de energia e, nesse caso, o ideal seria um animal com esse tipo de temperamento. “Infelizmente, muitas pessoas compram, adotam ou mesmo acolhem nas ruas por impulso, por desejo momentâneo, por comoção, mas definitivamente estes não são sentimentos que devam direcionar uma escolha que demande tamanha dedicação”, defende a veterinária. Portanto, fica a dica! Animais de estimação não são como roupas, que podemos escolher pela aparência ou porque estão na moda e, depois, se não cair bem, a gente devolve. O cuidado no momento da escolha é fundamental para que o seu novo partner possa ter e trazer felicidade.

APP para o seu pet se sentir em casa! Pense em um aplicativo bom para cachorro. O DogHero pode salvar a sua saída ou viagem. Trata-se de um app desenvolvido especialmente para os donos de pets que precisam de uma hospedagem provisória paro o seu animalzinho de estimação, mas não querem deixá-lo em um ambiente convencional, frio ou pouco acolhedor. Através do DogHero é possível escolher um anfitrião, que receberá o seu pet na residência dele, fazendo todas as honras da casa. “No caso de Dom, o meu Bulldog francês, eu procuro por anfitriões que não tenham outros animais em casa, que só aceitem um hóspede por vez e que sejam bem avaliados por outros hóspedes”, revela a engenheira civil Lucila Calmon de Sá, que já utilizou o DogHero diversas vezes, sempre satisfeita com o serviço. Além de Dom, de 2 anos, Lucila possui Duke, um Boxer de 1 ano, e Espot, um Boxer de 12 anos. Ela já utilizou o DogHero por até 8 dias seguidos. “O serviço fornece seguro veterinário, o que me deixa mais tranquila em caso de alguma emergência, e o preço, geralmente, é o mesmo de clínicas e creches, mas eu considero a hospedagem mais humanizada, já que os animais ficam em um ambiente familiar”, afirma. Caso o cachorro precise de atendimento veterinário durante

a estadia ou passeio, o DogHero reembolsa as despesas com consulta, medicação, internação e exames em até R$ 5 mil. Laços afetivos Lucila costuma deixar o seu pet sempre com a mesma anfitriã (@petsitter_anne) e percebe que o animal já criou um grau de afetividade com ela. “Dom sempre volta para casa superfeliz, e eu recebo fotos dele muito bem e tranquilo enquanto está com Anne”, garante. Vale ressaltar que mais de 80% dos clientes do aplicativo, antes, não utilizavam nenhum outro serviço profissional para pets: deixavam de viajar ou conseguiam alguém para ficar com eles. De acordo com informações do DogHero, o aplicativo já acumula cerca de 15 mil anfitriões e mais de 450 mil cães cadastrados, em mais de 600 cidades brasileiras - inclusive Salvador, e 20 argentinas. A startup de economia colaborativa já cresceu tanto que pretende se expandir pela América Latina, a começar pelo México. Desde que foi criado, o aplicativo já recebeu mais de R$ 18 milhões dos fundos de investimento da Kaszek Ventures, Monashees Capital, Ignia Partners e Global Founders Capital. Em 2018, o DogHero passou a oferecer também o serviço de dog walker – de passeio com os pets, ainda como projeto-piloto, em São Paulo.

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Pets

O momento da procriação O momento para a maternidade ou paternidade dos pets deve ser planejado e cuidado para que tudo ocorra bem, tanto para os progenitores quanto para os filhotinhos. O período mais adequado, os exames antes da concepção, a escolha do parceiro para o cruzamento, tudo isso deve ser levado em conta, sem perder de vista o bem-estar e a saúde dos animais envolvidos. De acordo com a veterinária Tamires Vieira Satyro, da Vila Cani, o período mais apropriado para a gestação de cães e gatos se dá após eles atingirem a maturidade sexual. Nos cães pode variar entre 6 e 20 meses de idade. Cadelas de pequeno porte tendem a apresentar o primeiro cio entre 6 e 10 meses de idade, já as de médio a grande porte podem demorar de 18 a 20 meses, com exceções. “Cadelas da raça Greyhounds podem apre-

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sentar o primeiro cio aos 20 e 24 meses de idade. Porém, caso não apresentem até os 24 meses, deve ser feita uma avaliação reprodutiva”, ressalta. Os felinos têm um tempo de maturidade sexual similar. As gatas estão prontas para a reprodução entre 6 e 9 meses de idade ou quando atingem o peso corporal de 2,3 kg a 2,5 kg. Porém são animais poliéstricas sazonais, ou seja, o cio é influenciado por um período do ano, neste caso, por fotoperíodo (períodos de mais luz).

Os preparativos Ao decidir o momento para a reprodução, existem alguns tipos de cuidados que devem ser tomados visando ao bem-estar dos animais que irão cruzar e ao dos filhotes. “O animal deve estar sadio, vacinado, vermifugado e livre de ectoparasitas. Além disso, podem ser feitos alguns exames como citologia vaginal, dosagem hormonal ou

endoscopia vaginal”, destaca a veterinária. Segundo Tamires, esses exames auxiliam a definir em qual período reprodutivo o animal se encontra, se está em fase de proestro ou estro (cio). A escolha do parceiro ideal também é uma questão que deve ser considerada. Essa decisão depende muito do que o tutor deseja daquela reprodução. Se ele possui um animal de raça, por exemplo, e deseja perpetuar as suas características, deve procurar por um animal da mesma raça. O tutor pode tanto procurar outro tutor que tenha um animal daquela mesma raça, no caso de fazer a monta natural, como ir a algum centro de reprodução veterinária, universidades ou clínicas que trabalhem com a reprodução de cães e gatos. Importante ressaltar que sempre deve ser levado em conta o estado de saúde desse animal, que deve estar hígido, vacinado, vermifugado e livre de doenças infecciosas.


ê i r r Ana

Turismo

Os festejos juninos estão chegando e com eles os preparativos para curtir o friozinho do interior do Estado e o forró pé de serra Por Daniel Oliveira


Turismo

O

s festejos juninos estão chegando. Enquanto o Carnaval é, para muitos, sinônimo de litoral, praia, verão e calor, o São João, especialmente, é o momento de seguir para o interior da Bahia, na busca do friozinho; do forró pé de serra, atualmente já bastante misturado e transformado com novas roupagens; das bandeirolas; e dos fogos de artifício. O cenário é cheio de licor, canjica, amendoim cozido e outras comidas típicas. Municípios já tradicionais pela organização de festas se preparam para receber milhares de visitantes e promover esses grandes eventos. São muitos. De quatro em quatro anos, o São João coincide com a Copa do Mundo, o que deixa o clima ainda mais animado. As bandeirolas ganham o verde e amarelo das cores do Brasil e as festas também comemoram as vitórias da seleção. Algumas das cidades mais procuradas, Amargosa, Senhor do Bonfim, Cruz das Almas, Santo Antônio de Jesus, Ibicuí e Irecê, têm grandes programações, já muito conhecidas pelos baianos. Para você se programar, a Let’s Go Bahia preparou um guia com alguns dos principais eventos que vão ocorrer em junho no interior baiano, com grandes shows de artistas brasileiros variados, do sertanejo, do forró e até do axé music e pagode. Amargosa Localizada na belíssima região do Vale do Jiquiriçá, com muito verde e cachoeiras próximas, a cidade tem como principal atrativo turístico a sua cultura junina. Lá, a feira e praças como a Lourival Monte, onde está a Catedral Nossa Senhora do Bom Conselho, valem a pena serem visita-

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das. É no São João, portanto, o período em que recebe o maior número de visitantes. Forró do Piu-Piu Prometendo estrutura completa para garantir segurança e conforto a quem for curtir o São João na cidade, o Forró do Piu-Piu vai ter três áreas: arena (open bar), camarote (open bar com whisky e vodka) e o espaço premium (open bar com whisky e vodka e buffet de comidas típicas). Entre as atrações, nomes como Wesley Safadão, Léo Santana, além de Dorgival Dantas, Gabriel Diniz, Danniel Vieira e Forró do Tico. Quando: 23 de junho, às 17h. Onde: Hotel Fazenda Colibri. Vendas: Ticketmix. Cruz das Almas No Recôncavo baiano, Cruz das Almas é um município relativamente próximo (146 km) de Salvador. É conhecido pela tradição junina, em especial pela guerra de espadas, prática popular da cidade. Forró do Bosque Festa de camisa com shows de Mano Walter, Devinho Novaes, Harmonia, Maiara e Maraisa, Saia Rodada, Tripé do Salomão, Kart Love, Forrójão e Pau na Muleira. Quando: 23 de junho, às 14h. Onde: Villa Vip. Ingressos: R$ 280 e R$ 140 (pista), R$ 700 e R$ 350 (Camarote All Inclusive). Vendas: Central do Carnaval. Ibicuí No centro-sul baiano, a pequena e pacata cidade é conhecida, principalmente, pela sua festa de São João. Dizem que até Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, já se apresentou por lá.

Ticomia Com o objetivo de manter a tradição do forró, a dança e o ritmo típicos da região, a festa de camisa vai ter entre as atrações Dorgival Dantas, Gabriel Diniz, Calcinha Preta, Mastruz com Leite, Mano Walter, Lordão e Luan Estilizado. Quando: 23 de junho, às 12h. Onde: Fazenda Eldorado. Vendas: Ticketmix. Brega Light Realizado desde 2002, atualmente com dois dias e mais de dez atrações, o Brega Light é eclético em sua programação. Traz, nesta edição, de Jorge & Mateus, Wesley Safadão, Solange Almeida, Aviões e Gusttavo Lima até o pagode de Parangolé e Léo Santana. Quando: 22 e 24 de junho, horário a definir. Onde: local não informado. www.bregalight.com.br. Santo Antônio de Jesus Centro comercial e de serviços da região do Recôncavo, cerca de 190 km distante da capital baiana, o município também é muito conhecido pelos seus festejos juninos, principalmente o São João.


Turismo

Forró do Lago Com uma grade de atrações extensa, a festa promete ter uma dimensão de festival. Além do anfitrião Bell Marques, o evento vai ter shows de Wesley Safadão, Rafa e Pipo Marques, Marília Mendonça, Simone e Simaria, entre outros. Quando: 23 de junho, 14h. Onde: área externa do Villa Music. Vendas: Central do Carnaval. Senhor do Bonfim No centro-norte da Bahia, o município é considerado por alguns habitantes e também visitantes a capital do forró. As serras também são utilizadas para a prática de trilhas, motocross e esportes radicais. Forró do Sfrega A festa chega em 2018 a sua 19ª edição com mudanças na estrutura. Segundo a organização, os camarotes foram ampliados, incluindo área com visão para os camarins. A pista mantém o mesmo padrão. A lista de atrações inclui Aviões do Forró, Henrique e Juliano, Mano Walter, Solange Almeida, Léo Santana, Saulo e Chiclete com Banana. Quando: 23 e 24 de junho, às 14h. Onde: Fazenda do Sfrega. Vendas: Ticketmix. Além desses eventos privados, os governos municipais organizam festas de São João abertas ao público em todos esses municípios. Escolha a programação que mais te agrada, muitas delas ainda não foram fechadas, e pé na estrada! 75 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Garimpando

Índia e Maldivas: espiritualidade e belezas

unidas em um só garimpo

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onhecer a Índia sempre foi um sonho. Realizei agora ao completar 50 anos junto das pessoas que mais amo: minha família. Já que iria tão longe, aproveitei e também conheci as Ilhas Maldivas. Assim fizemos. A Kangaroo, uma das maiores agências especialistas em viagens de experiências de luxo, desenhou comigo essa jornada com uma hotelaria local especial, um turismo altamente culturizado e repleto de experiências. A Emirates Airlines abriu e fechou a nossa viagem com a nota máxima em satisfação através de seu especialíssimo A380, onde o melhor começa desde o primeiro instante, ao sermos levados por um chofer particular até o aeroporto. Um conceito business incomparável, único por seu conforto, atendimento e segurança.

Fotos: Arquivo pessoal

A hotelaria indiana foi surpreendente. O Hotel The Leela, cadeia Triple A indiana, em Nova Délhi, foi um dos palácios

Piscina do rooftop do Hotel The Leela

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deslumbrantes em que ficamos hospedados. Ali pudemos dar início ao contato com a alta qualidade hoteleira que o país possui. Uma construção clássica remodelada aos padrões dos “hypes” internacionais de hoje. Elementos em prata de lei e cristais Baccarats mesclados a outros contemporâneos deram o tom do luxo atual. Um mix de altíssimo bom gosto. A piscina com borda infinita no rooftop nos apresentou um olhar magnífico sobre Nova Délhi. Curtimos ali um belíssimo pôr-do-sol com drinks sensacionais. Agra, cidade do Taj Mahal, é um dos pontos mais esperados, afinal, ali está uma das sete maravilhas do mundo moderno. É impressionante visitar esse monumental túmulo, uma ode ao amor. Outra cadeia que nos impressionou muito foi a ITC Hotéis, com grandiosos jardins, decorações suntuosas, SPAs escandalosamente lindos e, claro, funcionários altamente profissionais. Ficamos, em Jaipur e em Agra, na rede ITC, que hoje se tornou, em minha opinião, uma referência hoteleira na Índia. Jaipur, uma cidade encantadora, é, para mim, o destino que mais representa a Índia autêntica. Seu Palácio dos Ventos e o Forte de Amber foram experiências impressionantes e emocionantes. Passeamos de elefante, uma tradição milenar na cidade.

Marcelo Sampaio

Apresentador e influenciador digital @garimpandolife

Em Khajuraho, berço do Kama Sutra, o Hotel The Lalit trouxe o autêntico aconchego indiano, com elegância e bom gosto. Tivemos um atendimento do staff surpreendente, sem falar no conforto do hotel. Uma cidade inteira com esse olhar sensual, magnífico! A gastronomia indiana traz um DNA baseado em aromas e sabores e é, claramente, uma vertente das diversidades do local. Um país, onde as castas possuem vidas e costumes distintos, que apresenta diferenças na alimentação entre os núcleos sociais. A comida indiana, assim como todas as

Marcelo e família no Taj Mahal, Agra


Garimpando comidas pelo mundo, é o resumo do modo de vida desse povo e de suas buscas. Hoje, entendo que a pimenta, exageradamente utilizada, seja uma forma facilitadora para um equilíbrio de sabores diante das dificuldades locais. A seda, uma das pérolas do país, é reconhecida por sua alta qualidade e o modo como é trabalhada é exuberante e encantador. Sem falar nos lindíssimos tapetes, todos feitos à mão. Mulheres simples trajam pelas ruas seus “saris” com tonalidades e brilhos diversos e mulheres sofisticadas elaboram os mesmos com bordados e fios de prata e ouro. Um luxo para todas as classes. A Índia é uma quebra de valores. Ao sairmos dos suntuosos hotéis e templos, encaramos uma realidade cruel e dura, mágica mas agressiva. Inexplicável, mas belo e doce ao mesmo tempo. As celebrações espirituais à beira do Rio Ganges, Varanasi, impressionam em todos os sentidos e

Andando de elefante no Forte de Jaipur

Praia do Hotel COMO Maalafush, Maldivas

nos apresentam uma realidade oposta à que vivemos, recheada de crenças e cores, dores e flores. O caos lado a lado com o sublime! Visitar a Índia é, sem dúvida, uma experiência única. Repleta de momentos chocantes e bem reais, em que recebemos “tapas na cara”, fazendo-nos acordar para o universo autêntico e sem maquiagem. Por isso, alguns amam a Índia e outros a odeiam. Amei viver essa oportunidade. Ao partirmos da Índia vivemos o luxo simples e com alma própria, em que a natureza é a principal característica da mais pura elegância. Seguimos para as Ilhas Maldivas, lugar encantador, elegante e autêntico. Uma beleza infinita e poderosa que chegamos a perder o ar no primeiro instante ao desembarcarmos em Male. Lá, pegamos um hidroavião e voamos em direção ao nosso destino, o Hotel COMO Maalifushi, dentro desse imenso arquipélago. Que espetáculo visual esse voo! No hotel, fomos recebidos por um staff encantador com águas geladas de coco e sucos naturais. Um carrinho de golfe levou-nos até o quarto onde, de verdade, o queixo caiu. Foi uma das surpresas mais alucinantes que tive em minha vida como garimpeiro na hotelaria.

Imaginem o quarto mais lindo de sua vida no lugar mais incrível que você já foi, suspenso sobre águas absolutamente cristalinas, recheado de gostosuras como frutas, chocolates, vinhos e uma piscina particular digna de marajá? Todos os ambientes do hotel são apaixonantes, além de muito confortáveis. Espaços elegantemente simples. Passar o dia mergulhando naquele mar dos sonhos ou nas diversas piscinas do hotel frente a cenários de cinema foi algo fora do comum. Realizamos alguns passeios em barcos de encontro a uma infinidade de golfinhos e outros habitantes submarinos. A gastronomia era assinada por chefs megacompetentes e os sabores altamente elaborados. Por fim, conto a vocês do SPA que, com instalações focadas no relaxamento total, atingiu, a meu ver, a sua nota máxima nas terapias aplicadas. Fiz uma massagem por dia e se desse teria feito muitas mais. As Maldivas são um destino para namorar, curtir com a família, passar férias com os amigos, enfim, a beleza está ao alcance de todos, seja qual for a sua tribo e o seu estilo. Palmas para Deus que criou esse paraíso dentro de um infinito e absoluto mar azul do Oriente. Viva! 77 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Turismo

Destinos para os

apaixonados mar, celebrar cada conquista, cada ocasião especial com a nossa família, assim como poder viajar com quem amamos para um novo destino é sempre uma aventura, um sonho realizado. Nesta edição, na qual celebramos o amor, trazemos alguns destinos que são verdadeiros paraísos na terra, lugares onde os casais apaixonados, em lua de mel ou aqueles que querem renovar os votos da união poderão vivenciar momentos únicos de prazer, diversão, emoção, além de ter contato com pessoas de diferentes culturas e prontas para fazer um atendimento com grande profissionalismo. Para começar, apresento-lhes a Polinésia Francesa: um dos destinos mais exclusivos e cobiçados do mundo, sendo Papeete, no Taiti, a capital, com a sua sede do governo e porta de entrada através do seu aeroporto internacional. Embora seja o Taiti a mais famosa das ilhas da Polinésia, não é a que oferece mais atrativos e belezas naturais aos visitantes. São as ilhas de Bora Bora, Moorea, Tahaá, Raiatea, Huahine, Tikehau, Manihi e a exclusiva Tetiaroa, que pertenceu ao ator hollywoodiano Marlon Brando, que oferecem dias de muita exclusividade, contemplação, prazer, mar e sol. Marlon Brando conheceu a Ilha de Tetiaroa em 1962, quando gravou o filme “O Grande Motim”. Ela é uma das mais exclusivas e desejadas, em função do exclusivíssimo resort The Brando. 78 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

Todas as ilhas oferecem espetaculares belezas naturais, vistas por poucos seres humanos, além de resorts, hotéis incríveis e o melhor da gastronomia internacional, através dos seus restaurantes e renomados chefs de cozinha. O melhor voo para Papeete, no Taiti, parte de Santiago do Chile. Bora Bora é um dos destinos preferidos dos casais apaixonados para passarem a lua de mel ou renovarem os votos da união, celebrando, através das diferentes cerimônias oferecidas pelos hotéis que organizam tudo – desde o sacerdote taitiano até a decoração no local da praia onde se celebrará a cerimônia. Outra opção é Manihi, ilha toda plana, com uma vastidão de palmeiras, produtora de pérolas negras e que oferece visuais incríveis, com praias paradisíacas, excelentes para curtir o seu amor.

Divulgação

A

Mario Bruni Engenheiro e empresário do turismo

Do Pacífico vamos para o Oceano Índico, até as Ilhas Maldivas, país situado ao sul do continente asiático, formado por 1.196 ilhas, sendo apenas 203 habitadas. A água que rodeia as ilhas é da cor azul-turquesa, transparente, e as praias possuem areia branca. As Maldivas possuem maravilhosos hotéis e resorts de redes internacionais para atender os mais exigentes viajantes. O melhor voo para as Maldivas parte de Dubai.

Bora Bora é um dos destinos preferidos dos casais apaixonados para a lua de mel


Turismo

Alamy

Outra opção é Manihi, ilha toda plana, com uma vastidão de palmeiras, produtora de pérolas negras e que oferece visuais incríveis, com praias paradisíacas, excelentes para curtir o seu amor. Manihi oferece visuais incríveis, com praias paradisíacas, excelentes para curtir o seu amor

Férias e aprendizado em família? Que tal Orlando, a terra da magia? Aproximam-se os meses de junho e julho, férias escolares no Brasil, sempre uma oportunidade para viajar e se divertir em família, mas, então, por que não otimizar e rentabilizar a viagem e incluir um curso de imersão em inglês? A ideia é viajar e curtir o melhor da Disney, da Universal, do Epcot, do Animal Kingdom, dos outlets, aproveitar o melhor da cidade de Orlando e ainda estudar inglês, com acompanhamento local.

Shutterstock

No Atlântico, temos também uma ilha muito exclusiva para os namorados e apaixonados de plantão e ela se chama Turks and Caicos, no território britânico, localizada no Caribe. Turks and Caicos é formada por 40 ilhas, sendo Providenciales a mais importante e onde se encontram lindíssimas praias, como Grace Bay, eleita como a 2ª melhor praia do mundo. O lugar é puro luxo. O melhor acesso é através dos voos desde Miami, mas lembre-se: é necessário o visto americano para embarcar em Miami.

O Programa de Imersão permite aprimorar o inglês e aproveitar o melhor da cidade de Orlando

A dica é experimentar essa nova forma de viajar e estudar, acessando um novo programa elaborado para a aprendizagem no menor tempo possível para que toda a família aprimore o seu inglês. O Programa de Imersão permite muito tempo para aprofundar o estudo de todos os aspectos do idioma inglês, incluindo a oportunidade de fazer atividades fora da sala de aula, onde os participantes vão aprender em situações da vida real. As aulas acontecem de segunda a sextafeira, em 4 horas diárias em confortáveis instalações. O programa inclui 14 noites de hospedagem no hotel de preferência conveniado, aulas em classe e visitas com ingressos incluídos ao Magic Kingdom, I-Drive 360 (Orlando Eye), Epcot Center, Museu de Ciência de Orlando, Animal Kingdom, Sea World, Bush Gardens, Disney Springs, Universal Studios, Premium Outlet, Islands of Adventure, Millenia Mall, jantar de confraternização e todos os transfers necessários para as visitas. Contatenos e iremos te orientar a acessar essa nova forma de viajar. 79 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Conexão Bahia | Portugal

Lisboa: um caldeirão

cultural Lugares que você não pode deixar de conhecer na capital lusitana

Foto: Shuiterstock

Por Laís Matos

80 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018 Praça do Comércio


S

olar, cosmopolita, rica em história e um caldeirão cultural. Lisboa está na moda e não somente entre os turistas. Nos últimos anos, tem crescido o número de baianos que, em busca de trocar Salvador por outra cidade, a escolheram para morar. Além de abrigar um patrimônio cultural e arquitetônico considerado um museu a céu aberto, a capital lusitana é um centro de efervescência de múltiplas linguagens artísticas, da street art aos restaurantes badalados que exalam pelas ruas o cheiro singular da gastronomia regional. Em 2017, Portugal atingiu uma taxa média de ocupação de 71%, marcando o melhor ano para o setor de Hotelaria do país, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo Observatório de Turismo de Lisboa. A empresária baiana Andréa Couto faz parte dos brasileiros que decidiram se aventurar pelas terras portuguesas e trouxe para a Let’s Go Bahia um pouquinho de suas experiências e do seu olhar sobre a cidade.

Museus Nem só de caminhadas no Chiado e pelo Bairro Alto é que se conhece Lisboa. Às margens do Rio Tejo, o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) é uma nova proposta cultural que, segundo a instituição, cruza três áreas em um espaço de debate: de descoberta, de pensamento crítico e de diálogo internacional. “O projeto, assinado pela britânica Amanda Levete, impressiona. O prédio tem formato de concha, com escamas de cerâmica que refletem a luz, sempre com exposições interessantes para visitar”, relata Andréa.

Já o Museu Calouste Gulbenkian, um dos preferidos dela, possui duas coleções de arte: Coleção do Fundador e Coleção Moderna. Tem também uma extensa programação temporária. “O jardim é belíssimo, vale muito a pena conhecê-lo. A exposição do fundador é surpreendente e fascinante, uma das maiores coleções privadas do mundo”, comenta, acrescentando que não pode ficar de fora do roteiro o trabalho de joalheria de René Lalique. “Ele fez peças especiais para esse grande investidor armênio, que não teve herdeiros e deixou esse belíssimo patrimônio para a cidade que adotou”.

Passeios Um dois bairros mais frequentados pela exigente empresária é o Príncipe Real, repleto de parques e com um ótimo centro de compras. “Considerado o mais trendy da cidade, é lá que encontro amigos e onde estão os meus lugares favoritos”. Já para quem gosta de descobertas ao ar livre, uma boa dica é o passeio de barco no Tejo. “ Já reunimos um grupo de baianos e saímos à tarde. Apreciamos um lindo pôr-do-sol e vimos a cidade de outra perspectiva”, destaca. Para ela, um espaço descolado é o LX Factory, coworking onde empreendedores e artistas dividem o lugar, antes ocupado por uma antiga gráfica nacional, com lojinhas, restaurantes, cafés e nightclubs. Um dos destaques é o Rio Maravilha, um bar e restaurante com um lindo terraço.

Arquivo pessoal

Conexão Bahia | Portugal

Andréa Couto O emblemático Bairro Alto fica bem movimentado à noite, é frequentado, principalmente, por jovens na faixa de 18 a 25 anos. “Confesso que vou pouco ao Bairro Alto, apesar de ser uma linda região. Tem restaurantes bacanas, mas é bom pegar referência antes de escolher”, recomenda.

Mercados Andréa indica dois mercados municipais. “O Mercado da Ribeira, sempre cheio de turistas, e outro em Campo de Ourique, um bairro charmoso, bem frequentado pelos lisboetas”. Neste útimo, inaugurado em 1934 e remodelado em 2013, a tradição e a modernidade se combinam, oferecendo muitas opções de restaurantes. “O que mais gostei foi a Carpacceria, para amantes de carpaccio e ceviches. Há também sushis, hambúrgueres, pastelaria, massas, pizzas, carnes, vinhos e até cocktails”. Para a Let’s Go Bahia, Andréa Couto selecionou os seus bares e restaurantes favoritos, frisando que não são lugares turísticos, mas que ofereceram excelentes experiências. Veja a seguir. 81 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Conexão Bahia | Portugal •Tapas Bar 52 É um bar de culinária ibérica, com boa comida e boa música, de segunda a segunda, sempre bem movimentado e bem frequentado pelos lisboetas. É um agito. •Bonsai O restaurante japonês mais antigo de Lisboa, com uma espetacular culinária nipônica. No seu comando está um brasileiro, o sushiman Lucas Azevedo que, além de surpreender nos sabores, chama a atenção pela simpatia com os baianos que lá frequentam.

Rosshelen/Dreamstime.com

Rua D. Pedro V, no bairro Príncipe Real

Time Out Market, localizado no Mercado da Ribeira, no Cais do Sodré

Rua do Alecrim, em direção ao Cais do Sodré

•Cevicheria Tomar um pisco no final da tarde, na janela da Cevicheria, próxima à Praça Príncipe Real, é uma experiência única. Muita gente jovem e descolada frequenta o local. Não deixem de provar os tacos de ceviche.

•Tapas Bar 47 Outro bar de tapas com uma cozinha ibérica de babar. Lá dentro você encontra uma garrafeira onde pode escolher o seu vinho e tomá-lo na hora ou levá-lo para casa já embalado para viagem.

•Gin Lovers Os amantes de gin não podem deixar de conhecer. Lá, bebese os melhores gins com muito estilo e as melhores águas tônicas. O bar fica localizado dentro da Embaixada. Outro local que indico uma visita. A Embaixada é um palacete com estilo neoárabe que foi transformado em uma galeria comercial com muita moda cool e muito design.

•Pensão do Amor Final de noite agitado com muita gente bonita. Às vezes, tem banda ao vivo e sempre tem um DJ. Local de paquera e bem animado.

•Pizzaria Zero Zero Ótima opção para comer boas pizzas. •Zazah Bistrô Bar e restaurante que conta com a animação de um DJ carioca às sextas-feiras e um ambiente descontraído. 82 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

Bairro Alto •Izaykai Tokkuri Bar japonês e grill, é o primeiro nesse estilo em Lisboa. Localizado na Travessa dos Fiéis de Deus, o local é um charme, todo em madeira com três cabines privadas tipicamente japonesas. O bom é ficar sentado no balcão e tomar várias rodadas de saquê. O menu está pendurado na parede para facilitar e você pode pedir uma opção de cada coisa para compartilhar e provar.

•Garrafeira Alfaia Local para tomar vinhos a copo com o atendimento de Paunho, um brasileiro supersimpático. Lugar pequeno e aconchegante, ideal para beber vinho e beliscar. •Tasca do Chico Lá, acontece o “Fado Vadio”, onde cantores amadores se revezam em uma noite mágica de fados que foge do tradicional. •Casanostra Pequeno restaurante italiano com uma qualidade de peso. É de uma italiana que abriu o espaço em 1986. O espaço não é típico, tem decoração simples em tons claros e é muito aconchegante para quem deseja ter um boa experiência italiana em Lisboa. A burrata é espetacular, assim como o tagliolini al mascarpone e tartufonero. •Tantura O restaurante israelita é uma grata surpresa no Bairro Alto, ótimo restaurante e com excelente preço. Os proprietários são israelitas de Tel Aviv e muito simpáticos. A cozinha é um interpretação dessa cultura combinada com a culinária mediterrânea. O hummus com o pão pita não pode ser deixado de pedir à mesa.


Nova rota Veneza Dois vôos diários de Madri Madri - Veneza

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Capa

Mônica Burgos As várias faces de uma mesma mulher 84 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

Por Luciana Accioly

Imagem: Guilherme Burgos


Capa A história de Mônica Burgos é inspiradora. Conheça as suas várias faces: filha, mãe, mulher e empresária.

A filha de Dona Dilma Mônica nasceu em Itabuna, região cacaueira da Bahia, e sempre foi uma criança muito curiosa, comunicativa e multifacetada. Na escola, fez aulas de balé, participou do corpo de baile, tocava percussão na banda do colégio, participou de concursos como o de Rainha do Milho e de todas as gincanas, sempre preenchendo o seu tempo com alguma atividade. Ela conta que a sua mãe perguntava em que momento ela fazia os deveres de casa; mas ela aproveitava o encerramento das aulas para fazê-los na própria sala, tudo para não perder sequer um minuto do seu dia. Dona Dilma foi a sua grande incentivadora. Ela costurava, bordava (apesar de

não comercializar), era dona de casa e, certo dia, começou a levá-la para fazer cursos de costura, bordado, ponto de cruz, tapeçaria e crochê. Mônica tinha apenas nove anos e conta como era engraçado quando chegava ao armarinho (onde aconteciam as aulas) e encontrava várias senhoras sentadinhas, reunidas, e ela era a única criança. Ela adorava, queria mesmo era aprender de tudo, tinha paixão por vivenciar novas experiências, chegou até a fazer pinturas em cerâmica e porcelana, peças que a sua irmã mais velha tem até hoje em casa. Ela se lembra dos momentos em que a família estava reunida e sua mãe já lhe dava ali uma agulha e um pedacinho de pano. Mônica, que dos irmãos era a mais habilidosa com os trabalhos manuais, percebeu que era uma forma também de ajudar, contribuir, participar mais efetivamente, e enfatiza que é um ensinamento que leva para a vida, o de contribuir e ajudar o outro. Achou que ela parou por aí? Mônica praticou durante anos judô, participou de campeonatos brasileiros e conta que muito de sua determinação, valores e disciplina veio do aprendizado com o esporte. “Aprendi a competir com igualdade. Nem sempre a gente ganha, a disputa me ensinou a persistir e a recomeçar. Além de me mostrar a importância de trabalhar em equipe, a humildade para reconhecer o erro e melhorar; e eu levei isso para a minha vida profissional. Quando existem pessoas que têm o mesmo objetivo e lutam com você é possível chegar a algum lugar. Sozinha não, eu preciso de todo mundo”. Ah! E ela só não chegou à faixa-preta porque o exame coincidiu com o dia do seu vestibular.

Supermãe Mônica entrou na faculdade aos dezoito anos, cursou Direito e, pouco antes de concluir o curso, engravidou do seu primeiro filho, Nagi, e se casou. Apesar de não ter sido uma gravidez planejada, revelou que sempre teve o sonho de ser mãe. Ela se casou com o seu primeiro namorado, pai dos seus três filhos, e foi ela quem o pediu em casamento (que mulher determinada!). Nagi nasceu com algumas dificuldades, portador de Síndrome de Down, mas, apesar dele requerer cuidados especiais, ela não desistiu dos estudos e se formou com ele no colo. Era um momento em que ela estava voltada para a formatura, o início da sua carreira de advogada e também dedicada à sua família. Ela cita o bom exemplo que teve em casa: “A Mônica que faz tudo ao mesmo tempo talvez seja assim pela referência que eu sempre tive da minha mãe, que dava conta de tudo; cuidar dos filhos nunca a atrapalhou em nada”.

Ele foi recebido com muito amor, nunca com pesar por ele ter nascido com Síndrome de Down, nem por mim, nem pelo pai e nem pela nossa família, ele foi muito abraçado

Quando Nagi nasceu ela passou a se alimentar de forma mais saudável, deixou de comer carne vermelha e frango por cinco anos. Pela primeira vez, Mônica contou a um veículo de comunicação como foi 85 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Capa a chegada do seu primogênito: “Ele foi recebido com muito amor, nunca com pesar por ele ter nascido com Síndrome de Down, nem por mim, nem pelo pai e nem pela nossa família, ele foi muito abraçado. A médica chegou ao quarto dizendo que o meu filho estava com suspeita de Síndrome de Down e precisava submetê-lo a alguns exames. Eu estava ansiosa para vê-lo e dar de mamar”, contou. Ela perguntava à médica se ele estava bem, afinal, havia nascido de oito meses, e a doutora, sempre resistente, dizia que sim, que ele ainda estava no respirador, mas que crianças que nascem com esse tipo de problema de saúde têm dificuldade de mamar, não têm força para sugar. A sua irmã, que tinha acabado de ter um bebê, contou que passou no berçário e deu de mamar rapidamente ao sobrinho recém-nascido e disse: “Mônica, o seu filho pode, sim, mamar”. Então, ao voltar para casa, com o apoio do seu marido, iniciou uma verdadeira caminhada que durou cerca de quarenta dias pelas comunidades da cidade. “Batia de porta em porta ofertando o meu seio para amamentar os filhos de outras mulheres e pedia para que elas amamentassem o meu. Eu precisava de estímulo para que o meu seio pudesse ser formado e amamentar o meu filho”. Ao final da jornada, os seus esforços valeram a pena e ela amamentou Nagi durante oito meses. Ainda no período da faculdade, estagiou no escritório do seu pai e, no início, seguiu os passos dele, que era advogado criminalista. Quando concluiu os estudos ela já havia feito três júris bem-sucedidos. Advogou por oito anos, sempre

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administrando o seu tempo entre a sua rotina profissional e a de mãe e esposa, mas então já com Bianca e o caçula Igor. Mônica passou por uma fase de questionamentos, de amadurecimento e chegou à conclusão de que aquela etapa “mãe” havia sido cumprida, no sentido de que já vivia um momento mais tranquilo com as crianças mais crescidas, Nagi também já não requeria tanto a sua atenção, então, ela começou a enxergar a “Mônica”. Ela já não sentia prazer na sua rotina de trabalho, estava na hora de mudar, de buscar outros caminhos, e seguiu para o Rio de Janeiro com a sua família. Dois anos depois se divorciou e retornou a Itabuna, para a casa dos seus pais, com os seus três filhos.

Empresária Depois de ter passado o último ano em Itabuna e retomado a Advocacia, Mônica percebeu que era a hora de mudar completamente o rumo de sua vida. Foi então que buscou referências de cursos profissionalizantes, indicações, e se mudou novamente para o Rio de Janeiro, com o apoio de “um babá”, conhecido como Dido, quem a ajudou a cuidar das crianças. Lá, ela cursou Cenografia, História da Moda e Produção de Moda. Durante um dos cursos, Mônica foi convidada a participar de um trabalho sobre os cinco sentidos. Era um projeto custeado por um shopping que consistia na orientação dos lojistas: organizar a sua loja desde a pa-


Capa leta de cores à exposição dos produtos e como a loja deveria estar perfumada. Aquele foi o primeiro contato de Mônica com o mundo dos cheiros. Ao final de dois anos, ela concluiu os cursos e voltou à Bahia, mas já fascinada com a possibilidade de trabalhar com cheiros. Faltando dois dias para o seu voo de volta, ela recebeu uma ligação de um amigo que lhe apresentou a Almir, que fabricava aromatizantes de forma artesanal e então eles marcaram um encontro no estacionamento de um shopping. “Quando ele abriu o porta-malas do carro subiu um cheiro fantástico. Os produtos eram de excelente qualidade”. Mônica encomendou logo 20 tipos de fragrâncias. Sua nova etapa coincidiu com uma proposta que a sua irmã havia recebido para trabalhar em Salvador e a convidou para dividirem um apartamento. Era chegada a hora de testar os seus produtos. Comprou uma bolsa na qual coubessem as vinte fragrâncias com os borrifadores, um talão de pedidos, fez tiras olfativas de uma folha de ofício e foi às ruas, visitando lojas. O sucesso foi tão grande que ela voltou para casa com todos os produtos vendidos. Foi aí que ela percebeu o potencial do negócio e se tranquilizou mais. Ela fez um cálculo de quanto precisaria vender para se manter em uma nova cidade, eram dez litros por dia. “Vender cheiros é sensitivo e prazeroso e eu procurava trazer o conhecimento que eu tinha adquirido nos cursos, vendia o conceito de identidade olfativa para a loja, mostrando a importância do marketing olfativo”.

Mônica ia de loja em loja para vender consultoria de moda e depois mostrar os produtos. Sobre a consultoria, contou que os lojistas ficavam um pouco reticentes, mas ela argumentava: “Então, que tal começar a melhorar o movimento da sua loja?” e quando ela tirava os provadores todos os compravam. “Eu nunca fui a um escritório ou a uma loja para não vender. Com o tempo, a demanda era tanta que eu passei a selecionar os locais para visitar e quando uma loja estava perfumada outro lojista ia lá e perguntava que cheiro era aquele. Virou um verdadeiro boca a boca, até o dia em que não dei mais conta de fazer tudo sozinha”.

Seus fornecedores precisam compartilhar da sua visão, da ideia de sustentabilidade. Na fábrica existe um forte trabalho de reciclagem e separação do lixo, a fim de diminuir os riscos ao meio ambiente e controlar a produção de resíduos sólidos e químicos, realizando um descarte responsável da matéria-prima. Existe também uma área de estocagem de frascos quebrados e um projeto de reaproveitamento desse material. Ela começou a recrutar pessoas para trabalhar com ela porta a porta, mas sempre com o foco empresarial. Duas dessas pessoas trabalham com ela até hoje,

inclusive, são parceiros antes mesmo de criar a Avatim. Mônica montou o seu novo QG em uma pequena sala que ficava no bairro de Brotas, em Salvador, comprou um computador e um sistema de gestão bem simples para o controle das vendas. Naquele momento, ela já contava com uma equipe de cinco pessoas trabalhando com ela. Cesar Fávero, parceiro de longas datas, propôs, ali, uma sociedade para profissionalizar o negócio. As embalagens na época não eram nada atrativas e precisavam de um upgrade. Em pouco tempo, a empresária já havia conquistado uma carteira com mais de quinhentos clientes, possuía uma estrutura, uma equipe de vendedores, um canal de vendas direto. Cesar, que era designer, propôs desenvolver, além de embalagens mais bonitas, um produto personalizado e de qualidade superior. Maria das Graças, a irmã de Mônica, é bioquímica e ofereceu ajuda para desenvolver as formulações e assinar como responsável técnica da empresa. Tudo se encaixava. A Avatim teve o seu início em 2002, em um local pequeno, com estrutura laboratorial. Hoje, a Avatim, nome inspirado no tupi-guarani, que significa “cheiros da terra”, está presente em 25 dos 27 Estados brasileiros e a meta para 2018 é atingir um número de 140 lojas em todo o Brasil. Pioneira no mercado de aromatizantes, a marca também tem investido no segmento de produtos de bem-estar e perfumaria. Recentemente, a Avatim arrematou, na categoria de Melhor Perfume Latino-Americano, o troféu do 25º Prêmio Atualidade Cosmética, com o perfume “Gigi”, inspirado na elegância e sofisticação da própria Mônica Burgos. 87 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Capa Engajada

Projetos desenvolvidos pela Avatim:

Arquivo Pessoal

Amigos na escola – Um trabalho educativo, em parceria com o SESI, de acompanhamento de 320 crianças de escolas municipais, das comunidades aos arredores da fábrica. Consiste em fomentar ações nas escolas, a fim de enriquecer o conteúdo trabalhado pelos professores. Há, ainda, uma ação, uma experiência promovida fora da escola: grande parte dessas crianças quando atinge uma idade para trabalhar é absorvida pela empresa.

Projeto Crianças da Terra

“O nosso diferencial é que boa parte da nossa manufatura é feita à mão, há a participação de pessoas desde os laços, nas dobraduras, no reaproveitamento das nossas peças e no trabalho de manufatura realizado pela população ribeirinha. É o calor humano que equilibra o frio das máquinas”, afirma Mônica. A preocupação com os valores socioambientais vão desde a seleção dos seus parceiros; se a fabricação da matéria-prima não estiver atrelada a trabalhos sociais nas comunidades e à preservação do meio ambiente, eles não a compram. Seus fornecedores precisam compartilhar da sua visão, da ideia de sustentabilidade. Na fábrica existe um forte trabalho de reciclagem e separação do lixo, a fim de diminuir os riscos ao meio ambiente e controlar a produção de resíduos sólidos e químicos, realizando um descarte responsável da matéria-prima. 88 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

Casa dos sonhos - O projeto consiste no financiamento da casa própria. A Avatim compra o terreno ou realiza a reforma do imóvel, descontando do salário as parcelas que cabem somente ao valor do investimento, sem juros. Seja Universitário – Projeto de incentivo à educação continuada dos colaboradores, financiando cursos de graduação, pós-graduação, técnicos e profissionalizantes. Trabalhando Down – Um trabalho de inclusão social para portadores da Síndrome de Down, estimulando a autoconfiança e o convívio em sociedade. Crianças da Terra: O futuro plantamos agora – Replantio de duas mil mudas de árvores nativas aos arredores da fábrica. A ideia é conscientizar essas crianças sobre a importância do meio ambiente. Elas são orientadas na escola a como cuidar das plantinhas em casa. Ao final do projeto elas retornam com as mudas para o replantio.

Mulher Mônica Burgos é um exemplo de mulher forte, elegante, segura, confiante. Aquele tipo de mulher que não deixa a peteca cair jamais, que dá conta do recado, mesmo com os seus milhões de compromissos e a agenda apertada, que se desdobra quando o assunto é família e os seus 11 cachorros. É aquela que sai para jantar com os amigos, que sabe identificar o que é prioridade e reserva um tempo para ficar com quem ama. Mônica é intensa, verdadeira, decidida, determinada. Teve poucos relacionamentos na vida, casou-se com o seu primeiro namorado, pai dos seus três filhos. Suas relações sempre foram intensas e duradouras. Uma mulher bem resolvida, que soube separar a vida pessoal da vida profissional após o término do seu relacionamento com o seu sócio; hoje, eles construíram juntos uma relação de amizade e parceria de sucesso. Ela é ou não é uma mulher 360°? Uma mulher de muitas faces, cada uma delas um exemplo a ser seguido.


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INVESTIDOR-ANJO

Ele pode te ajudar O

investidor-anjo nasceu no início do século 20, nos Estados Unidos, nas peças da Broadway. Era necessário um investimento no crescente movimento das superproduções musicais e entre as alternativas estavam os investidores de altíssimo risco que aportassem capital financeiro para os custos de produção e assumissem o alto risco do negócio. Eles eram atraídos pela participação com um excelente retorno financeiro. A popularização do termo aumentou com o nascimento de grandes empresas de tecnologia que conhecemos atualmente. Dois grandes jovens em uma garagem estavam por criar uma tecnologia que iria revolucionar o mundo e necessitavam de investimento financeiro para a produção e o marketing. Estamos falando de Steve Jobs e Steve Wozniack. Tudo mudou quando eles conheceram Mike Markkula, um investidor e empresário norte-americano. Além do aporte financeiro, Mike foi mentor da Apple, transformando uma pequena empresa em um grande negócio. Com esse cenário, podemos agora definir melhor o investimento-anjo: alguém disposto a correr um alto risco investindo em uma empresa muito iniciante, mas com alto poder de crescimento. Mais do que isso: um investidor que traga não apenas o dinheiro, mas também conhecimento, experiências e redes

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Michael Meirelles Investidor-anjo, fundador da Rocket Aceleradora de Startups

de relacionamento. Esse tipo de investidor é conhecido como smart-money, dinheiro inteligente em inglês. Sua participação, ainda sendo minoritária, não age ativamente no negócio. Ele atua apenas como conselheiro e mentor. Geralmente o investidor-anjo é um ex-empreendedor que já percorreu um caminho muito difícil para conseguir o sucesso, acumulando diversas experiências, noites sem dormir e, principalmente, erros. O apoio e as experiências anteriores são passos importantes para jovens empreendedores que estejam iniciando em um mercado de total incerteza como o mundo das startups. Ao final das palestras que ministro, eu sempre recebo participantes que gostariam de tirar mais dúvidas e a frase mais comum que escuto é: “Tenho uma boa ideia, preciso somente de um sócio-investidor!”. Os candidatos a empreendedores têm uma visão deturpada de um investidor-anjo pelo simples fato dele acreditar em uma startup em uma fase muito inicial. O investidor-anjo realmente investe em startups early stage, mas com algumas ressalvas, já que é necessário diminuir o risco do investimento. A primeira delas é o problema que a startup pretende resolver. A segunda ressalva é o público-alvo. A terceira é o tamanho do problema no mercado. A quarta é o mer-

O investidor-anjo é alguém disposto a correr um alto risco investindo em uma empresa muito iniciante, mas com alto poder de crescimento. Mais do que isso: um investidor que traga não apenas o dinheiro, mas também conhecimento, experiências e redes de relacionamento

cado endereçável, ou seja, em quanto tempo você consegue atingir uma fatia desse mercado. A quinta é a equipe que precisa ser multidisciplinar. E, por fim, como a startup vai ganhar dinheiro com a ideia. O que analisamos também é se a startup já possui MVP (Minimum Viable Product), em português Produto Mínimo Viável, ou seja, ela já precisa ter um piloto funcionando e testado nesse mercado no qual ela pretende resolver o problema. Uma startup nesse estágio se encontra no que chamamos de Estágio de Validação. Outra técnica que utilizamos para mitigar o risco é pulverizar os investimentos. As estatísticas mostram que 95% das startups falham, e por diversos motivos. Seguindo esse raciocínio, o investidor-anjo aporta menos valores em mais startups com a perspectiva de que apenas 5% do seu portfólio de investimento tenham sucesso.



A Bolsa

Adolpho Ribeiro Neto

em ano de eleição T

odo ano de eleição presidencial é comum os investidores tentarem associar as oscilações das pesquisas com o “sobe e desce” da bolsa de valores. A tese parece lógica, pois o próximo presidente será responsável pelo direcionamento econômico do país, podendo afetar diretamente o resultado de setores e empresas. Para o mercado, o processo eleitoral é mais um elemento que dificulta a construção de cenários, tornando as projeções mais difíceis; é como se a neblina tomasse conta do espaço prejudicando e dificultando o trabalho do piloto de colocar o avião em solo. Na última eleição presidencial de 2014 essa relação ficou muito evidente, a polarização da disputa, contribuiu com o aumento da volatilidade, fazendo com que a montanha-russa do IBOVESPA ficasse ligada. No primeiro trimestre, a bolsa chegou a cair 13%, no segundo trimestre recuperou 21%, no terceiro trimestre subiu mais 12% e com a confirmação da eleição da ex-presidente Dilma voltou a cair 25%. Neste ano, pelo menos por enquanto, o cenário está mais suave, no primeiro trimestre tivemos uma alta de 10%, depois disso, os preços caíram 3% e têm andado lateralmente no mês de abril. Claro que o processo ainda está se configurando, a disputa política está fragmentada com vários can-

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Profissional de investimentos, com atuação na área de renda variável, há mais de 30 anos www.rgcinvest.com.br

didatos, sem nenhum grande nome despontando, até outubro teremos muitas idas e como dizia um importante político baiano: “as eleições são resolvidas em seis meses”. Por outro lado, a nossa situação econômica está muito mais estável do que em 2014. O Banco Central recuperou a credibilidade, os juros estão baixos, a inflação está em queda e a economia vem dando sinais de recuperação. Nossa leitura é que o mercado está confiante na vitória de um candidato que levará adiante as esperadas reformas que reduzirão o deficit fiscal do Estado e trarão a economia de volta ao crescimento. “Caso o cenário previsto pelo mercado se concretize e o ano de 2019 comece com sinalizações claras de melhoria na área econômica e fiscal, é muito provável que vejamos o IBOVESPA nos 160 mil pontos”, esta foi a previsão feita por Marcio Appel, um dos principais gestores do Brasil, na sua apresentação no Investor Day, promovido pela XP Investimentos, em março deste ano. Mas para vencer o mercado é preciso fazer apostas, quem estiver acreditando em um cenário positivo terá uma bela oportunidade de rentabilizar o seu capital. Já aqueles que não acreditam na recuperação do país e montaram um cenário negativo para 2018 o

Para vencer o mercado é preciso fazer apostas, quem estiver acreditando em um cenário positivo terá uma bela oportunidade de rentabilizar o seu capital

mais seguro é manter a “certeza” da baixa rentabilidade da renda fixa, atualmente em torno de 6,25% ao ano, com viés de baixa.

Nesse quesito vale lembrar que em 2014 a taxa SELIC estava em 11,75% aa, o dobro da taxa de hoje, aqueles que fugiram do risco e buscaram aplicações mais seguras foram generosamente recompensados, atualmente, com o juros a 6,25%, a situação é outra: se buscar risco, o bicho pega, se fugir do risco, o bicho come. Enfim, para quem formou popança e está desejando melhorar a rentabilidade está na hora de tomar uma decisão, é claro que o caminho da bolsa é repleto de surpresas e terão realizações que vão afugentar os mais inexperientes, contudo, os mais resilientes, que tiverem uma boa assessoria e seguirem firme na estratégia, têm boas chances de ver o seu capital se rentabilizar nos próximos anos.


Business

Mercado em movimento

Jotta Fotografia/Divulgação

O diretor-geral da Air Europa no Brasil, Enrique Martín-Ambrosio, recebeu o título de cidadão baiano. Figura conhecida em Salvador por adotar a cidade como o seu lar, ele foi homenageado pelo deputado estadual Rosemberg Pinto. O título é concedido a cidadãos que colaboraram com a Bahia e contribuem para o desenvolvimento local.

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Enrique MartínAmbrosio recebe título de cidadão baiano

Vila Galé Marés recebe prêmio Guest Review Awards da plataforma Booking O Vila Galé Marés recebeu o prêmio “Guest Review Awards 2017” da plataforma Booking. com. Com este resultado, o resort ganhou o título de exemplo de hospitalidade.

Band Mulher estreia na tela da TV Band

O primeiro Clube de Remo Indoor do Nordeste chega a Salvador O Clube chegou a Salvador, no bairro de Ondina. O Row Ville é um programa de condicionamento físico geral, que utiliza movimentos do corpo inteiro.

Baiana é eleita melhor docente de Relações Internacionais da América Latina

O bairro da Graça vai ganhar uma nova casa de chá. Com inspiração europeia, a Leonila promete encantar os visitantes com bom gosto, produtos diferenciados e excelência na qualidade. Os doces de chocolate serão elaborados com o belga Callebaut, reconhecido mundialmente por sua qualidade. Idealizada por Cássia Lima, o novo espaço tem previsão de abertura para o final do primeiro semestre.

Band Mulher

Chegou à tela da TV Band o Band Mulher, um programa que trata de assuntos do cotidiano vistos pela ótica do público feminino e que tem à frente a apresentadora Pamela Lucciola. Temas como carreira, relacionamento, moda, negócios e música estão entre os assuntos que estarão na pauta da atração que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 13:15h às 14h, para a Bahia e Sergipe, e transmissões diárias via YouTube e Facebook.

Arquivo Pessoal

Casa de chá Leonila traz requinte europeu para Salvador

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Enrique Martin-Ambrosio

Vanessa Borges

Vanessa Borges recebeu o prêmio pela International Studies Association (ISA). A premiação aconteceu na Califórnia (EUA). O reconhecimento é resultado do trabalho desenvolvido pela professora na UNIJORGE, que une teoria à prática, fazendo a diferença na sociedade. 93 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Autos

O automóvel já anda sozinho, freia sozinho e estaciona sozinho. Em situação de risco, o volante faz leves correções com base nas faixas da pista. Por Roberto Nunes 94 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Autos

rescimento da oferta de carros com motor elétrico ou híbrido, veículos cada vez mais conectados via smartphone/ multimídia e automóveis que andam – quase ou praticamente – sozinhos. É o carro do futuro ou o futuro do automóvel? Não há mais como negar: os carros semiautônomos, conectados e sustentáveis já fazem parte do presente. É o automóvel no gosto e no perfil do consumidor. Há quem queira espelhar o seu celular nos apps via multimídia; os mais exigentes desejam aliar potência a baixas emissões de CO² no meio ambiente; e os modernos usam a tecnologia embarcada para auxiliar no momento de dirigir. O carro, em algumas situações, anda sozinho, freia sozinho e até avisa quando há obstáculos à frente, fazendo leves correções de direção e seguindo as placas de sinalização ou até mesmo as

faixas na pista. É a tecnologia auxiliando o motorista no ato de guiar um automóvel. Hoje, boa parte das fabricantes de veículos já oferece modelos com sistemas de segurança e de condução semiautônoma. Marcas como a Mercedes-

-Benz, Land Rover, Chevrolet, Ford e a sueca Volvo estão um passo à frente neste assunto. Já estão no mercado brasileiro modelos como o Mercedes-Benz Classe E, o Chevrolet Cruze e a Volkswagen Amarok, com vasto pacote de tecnologia de auxílio ao condutor.

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Chevrolet Cruze Sedan

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Autos O sedã Cruze faz correções no volante por meio de sensores de leitura das faixas na pista. Caso o motorista tenha uma desatenção por frações de segundo (uma leve cochilada, por exemplo), o volante fica mais rígido ou treme, alertando o condutor para ter mais atenção ou assumir de vez a direção. É o carro auxiliando o motorista, para que ele não se descuide e não sofra um acidente fatal. Em março deste ano, um carro do serviço Uber atropelou uma mulher no Arizona, nos Estados Unidos. Ainda há sérias discussões sobre as leis que serão aplicadas e o avanço dos estudos com veículos sem o uso do motorista em todo o mundo. No entanto, a indústria de automóveis anda a passos largos. Nos Estados Unidos, a General Motors aguarda a aprovação do governo para apresentar um veículo totalmente autônomo, sem volante e sem pedais, cheio de dispositivos de auxílio ao condutor. E outras marcas seguem o mesmo caminho, com o apoio de grandes corporações, entre elas a Google. Hoje, os carros já freiam sem o auxílio do motorista, estacionam sozinhos em vagas apertadas de shopping centers e, inclusive, seguem o veículo à frente, através de sensores anticolisão e de leitura de placas de sinalização e das faixas nas pistas. De acordo com Herbert Dias, gerente da revenda Rodobens Salvador, o Mercedes-Benz Classe E é um desses carros futuristas já no mercado brasileiro. O sedã traz uma série 96 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

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Acidentes

Mercedes-Benz Classe E

Hoje, boa parte das fabricantes de veículos já oferece modelos com sistemas de segurança e de condução semiautônoma. Marcas como a Mercedes-Benz, Land Rover, Chevrolet, Ford e a sueca Volvo estão um passo à frente neste assunto. de dispositivos semiautônomos, como o assistente ativo de ponto cego, o detector de pedestres, a proteção contra colisão traseira, o controle de distância e os faróis de alta resolução, cada um com 84 LEDs de alta performance, controlados eletronicamente e que iluminam o caminho automaticamente, com uma distribuição de luz que não ofusca outros usuários da via. O carro alemão vem com câmera e sistema de monitoramento de curta, média e longa distâncias, para mapear a área à frente do automóvel. Em situação de colisão, o sistema da Mercedes-Benz emite alertas visuais e sonoros ao condutor, acionando o sistema de frenagem adaptativa. Caso o condutor não esboce reação, a

frenagem autônoma é ativada. Mas o assistente é suspenso se o motorista mover o volante ou pressionar o pedal do freio.

Volvo e os seus carros Nem pense que isso é ousadia ou excesso de confiança. A indústria automotiva já investiu bilhões de dólares em pesquisas para desenvolver o carro do futuro. A sueca Volvo, por exemplo, tem um portfólio completo de veículos com pacote de tecnologia semiautônoma. Do hatch V40 ao grande SUV tecnológico XC90, todos já oferecem plena confiança ao condutor, que recebe alertas e indicativos de que o carro saiu da faixa de rolamento ou encontrou uma vaga para estacionar no shopping.


Autos

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Níveis de condução do carro autônomo

Volvo XC40 O gerente de Marketing da Volvo Cars Brasil, Leandro Teixeira, garante que é uma via sem volta. “Todos os nossos veículos já têm a tecnologia. Isso não é mais o futuro. É o presente”, adianta Teixeira, explicando que o novíssimo XC40 vem com uma lista extensa de tecnologia embarcada e inclui controle de cruzeiro adaptativo, que mantém uma distância constante do carro à frente, acelerando ou freando automaticamente. O crossover é o menor de todos os SUVs da marca sueca. Produzido na

Bélgica, o XC40 é ofertado nas configurações T5 Momentum (R$ 194.950) e T5 R-Design (R$ 215.950). A mais equipada vem com tração integral permanente e a tecnologia de condução semiautônoma já ofertada nos demais modelos Volvo em todo o mundo. É possível instalar um opcional de condução semiautônoma na versão mais barata, com o custo de R$ 5 mil. Assim, o preço do Volvo XC40 T4 sobe para R$ 174.950.

NÍVEL 1 – O carro tem apenas sistemas de assistência à condução. O mais comum é o “controle automático”, que permite manter uma velocidade de cruzeiro estabilizada, com alertas de ultrapassagem da faixa de rodagem ou alerta da presença de outros veículos. NÍVEL 2 – As tecnologias e os sensores trabalham já de forma combinada para a inteligência do automóvel poder tomar algumas decisões. O “travamento de emergência” alerta o condutor da aproximação de um obstáculo. NÍVEL 3 – O automóvel já é capaz de circular sozinho, mudar de faixa, acelerar ou parar em função da fluidez do trânsito. O motorista vira quase um passageiro, mas ainda pode intervir em uma situação de risco. O carro informa quando o condutor deve assumir o controle do volante. NÍVEL 4 – O carro já tem condução autônoma. O nível de automação é elevado, podendo ainda ter situações – como em condições meteorológicas adversas – em que cabe ao homem tomar a direção do veículo. NÍVEL 5 – Define os veículos nos quais qualquer um dos ocupantes é um mero passageiro. A inteligência artificial assume na totalidade o controle do automóvel. São veículos desprovidos, inclusive, de pedais e volante.

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Vamos blindar?

Autos

Com os números da violência cada vez mais expressivos, a procura pela blindagem de veículos deixa de ser um luxo para se tornar uma necessidade Por Andréa Castro

Segundo a Associação Brasileira de Blindagens (ABRABLIN), a cada ano, há um aumento nos números de veículos blindados em torno de 10% a 15% no país. Isso se dá devido ao crescimento da violência em alguns Estados como o Rio de Janeiro, onde o crescimento chegou a 60% em dois anos. Já a Bahia lidera em números absolutos, de acordo com o Anuário de Segurança Pública, divulgado no final de 2017, mais de 7,1 mil pessoas foram mortas no ano anterior. Na Bahia, a empresa SBI Blindagens é a única em atuação que possui homologação do Exército Brasileiro. De acordo com o proprietário da blindadora, João Ricardo Araújo, o serviço tem tido um aumento de procura em torno de 15%

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Que a sensação de insegurança e os índices de violência no Estado são assustadores ninguém tem dúvida. O que nem todo mundo se atenta – digase de passagem, entre aqueles que têm poder aquisitivo para tal – é que a blindagem de um veículo tornou-se uma necessidade cada vez mais urgente. Um investimento por algo que não tem preço: a vida.

Na SBI Blindagens, o serviço tem tido um aumento de procura em torno de 15% a 17%

a 17%, no Estado. “Não é tão acelerado em relação ao nível de violência, mas temos uma média de 20 carros por mês fazendo a blindagem, e a tendência é aumentar”, afirma. A SBI também atende bastante outros mercados próximos,

como o de Sergipe. De acordo com o gerente de vendas da loja Haus, concessionária da BMW, Alexandre Cabral, o número de clientes que tem se interessado pelo serviço de blindagem em Salvador tem aumen99 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


tado gradativamente, mas ainda está muito aquém do esperado, em relação a outras capitais. O gerente do Grupo GNC ressalta a importância da blindagem. “É fundamental no sentido de oferecer ao motorista, e a todos que estão dentro do veículo, segurança, principalmente quando estão parados em sinaleiras e em um trânsito congestionado, quando há mais possibilidades de assaltos à mão armada”, alerta.

Mercado em expansão De olho nesse filão de mercado, a blindadora Target se prepara para desembarcar na Bahia. A previsão de início de suas operações é no segundo semestre deste ano. “Desde sempre, olhamos o Estado da Bahia com bons olhos. O Estado é altamente promissor e atrai investimentos em diversas áreas”, afirma um dos sócios da Target, Leonardo Cavalcanti. Segundo ele, a Target traz um serviço de qualidade premium, para atender um público mais exigente que, muitas vezes, manda blindar os carros em São Paulo, onde está concentrado o maior número de blindadoras. A Target será instalada na Rodovia BR-324, KM 625. O grupo já tinha uma atuação comercial no Estado, que se iniciou em 2011, quando a Hyundai CAOA - empresa na qual são homologados - chegou à Bahia. “Isso nos permitiu criar uma boa carteira de clientes, bons relacionamentos e ótimas parcerias. Além disso, um dos sócios é baiano”, revela Cavalcanti.

Que tiro foi esse? Os carros blindados têm como principal vantagem as100 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

Jotta Fotografia/Divulgação

Autos

Alexandre Cabral, gerente de vendas da Haus, concessionária da BMW, tem notado uma busca crescente do seu público pela blindagem

segurar a proteção de todos os seus ocupantes, revestindo em 100% o habitáculo do veículo. O nível balístico mais procurado é o Nível 3A, que protege contra qualquer tipo de armas curtas - pistolas, revólveres, espingarda 12, submetralhadora 9 mm até a Magnum 44. “São essas armas que abastecem a violência urbana”, afirma o proprietário da Target. A Target passou a oferecer blindagem Nível 3, que protege contra disparos de fuzil, acompanhando o surgimento dessa demanda, para Estados mais violentos e clientes que possuem uma maior necessidade de proteção. “Também temos a divisão de blindagem arquitetônica e veículos blindados novos e seminovos para pronta entrega, com garantia”, explica Leonardo Cavalcanti. Além da segurança total dentro do veículo, garantida pela blindagem, o proprietário da SBI, João Ricardo Araújo, afirma que há uma preocupação em orientar os clientes em situações de risco. “Após o serviço de blindagem, passamos todo

um script, uma entrega técnica de como proceder em uma situação de risco e emergência, e de como utilizar o veículo blindado, o que não tem muito segredo”, afirma.

Qual o preço de uma vida? Araújo lembra que a blindagem é um investimento na segurança e tranquilidade da família, e isso não tem valor. Segundo ele, há cerca de 6 anos, quando a SBI chegou ao mercado, a blindagem fazia parte de um mercado de alto luxo, só quem tinha acesso eram milionários, artistas. “Hoje em dia, os empresários, de um modo geral, têm procurado cada vez mais proteger as suas famílias. O público feminino e até um público mais jovem também tem aumentado bastante a demanda”, afirma. O sócio da Target acrescenta que, além de empresários, mulheres e jovens, muitos magistrados, médicos, advogados, profissionais liberais de um modo geral, políticos, dentre outros, têm utilizado mais esse


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Autos

João Ricardo Araújo, proprietário da SBI, na linha de produção da blindadora

tipo de serviço. “Estamos notando um aumento significativo, na procura feita por mulheres, por exemplo, que vêm à nossa empresa conhecer todo o processo, os materiais balísticos e negociar a blindagem do seu carro. Elas são bem exigentes com a qualidade”, afirma Leonardo Cavalcanti. De acordo com João Ricardo, da SBI, a blindagem de um veículo sedan médio, como o Corolla ou o Civic, por exemplo, custa em torno de R$ 50 mil, no Nível 3A. “É o máximo permitido pelo Exército na Bahia, e nos atende muito bem”, garante. Pode haver alguns custos adicionais quando o carro possui itens opcionais como teto solar panorâmico ou funcionamento de mala elétrica. O proprietário da SBI explica que a blindagem hoje em dia é bem mais leve. A tecnologia avançou e o veículo não fica tão pesado. “Um SW4 da Toyota acrescenta cerca de 200 kg, um Corolla uns 170 kg, no máximo. Não agride

o carro como antigamente e hoje temos um custo menor”, revela. Vale lembrar que há ainda proteção nos paralamas dianteiros, no capô do veículo e nos pneus. Em caso de acidente ou de um tiro no pneu, o carro consegue rodar por um determinado tempo.

Cuidados extras João Ricardo Araújo explica que o serviço de blindagem é extremamente controlado e fiscalizado, e que o cliente não deve perder de vista também a necessidade de revisão e manutenção do veículo blindado. O proprietário da Target salienta que é importante estar atento a algumas blindagens baratas encontradas no mercado não regularizado. “Utilizam produtos de baixa qualidade, às vezes, sem a autorização do Exército e nenhuma engenharia de aplicação dos mesmos, pondo em risco a eficiência na hora de uma necessidade”, ressalta. 101 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Autos e Motos

BMW G 310 GS

a pequena notável Roberto Nunes

Jornalista automotivo mr.robertonunes@autosemotos.com

Fotos: Divulgação

gem com o 5008 nas versões Griffe e Griffe Pack, com valores sugeridos de R$ 157.500 e R$ 166.500, respectivamente.

Única marca do segmento premium de duas rodas na Bahia, a BMW Motorrad reina praticamente sozinha. Entre as pequenas esportivas, a marca bávara posiciona a novíssima G 310 GS. Produzida em Manaus para o mercado brasileiro, a BMW G 310 ganhou avant première mundial no Salão Duas Rodas, evento bianual realizado em São Paulo. Nada como uma moto de pegada esportiva para boas aceleradas. Já disponível em Salvador, o modelo tem preço de R$ 24.900 mais o frete (são R$ 3 mil a mais que a Street 310 R) nas cores vermelho, preto e cinza. A 310 GS é a segunda versão da linha de baixa cilindrada 102 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

da BMW. Divide a base de chassi e motor e outras partes, como o painel com a 310 R. Da irmã maior R 1200 GS ganhou a inspiração de para-lamas, desenho do tanque e rabeta. Seu motor é monocilíndrico de 313 cm³ com 34 cavalos e 2,8 mkgf. O câmbio é de cinco marchas.

Peugeot 5008: mais parece uma nave A Peugeot é reconhecida em todo o mundo. Com modelos de design marcante e altamente tecnológico, a marca do leão aposta as suas fichas no 5008. Após o sucesso do crossover médio 3008, a francesa Peugeot reforça a sua ima-

Rubens dos Anjos, gerente da Danton Salvador, garante que a Peugeot acertou na dose. “Agora, temos três modelos neste segmento de crossovers, o que mais cresce no país. Temos o 2008, o 3008 e este tecnológico 5008, veículo com motor 1.6 THP, turbo com 165 cavalos, e câmbio automático de seis velocidades. Ele surpreende pelo desenho da carroceria e, principalmente, pelo que oferece de conforto para o motorista e os passageiros. Esse, sim, é um SUV para o brasileiro”, acredita.


Autos e Motos

Godzilla GT-R, o japonês nervosinho O Nissan GT-R é conhecido como Godzilla no Japão. Apelido inspirado no monstro do desenho japonês, o “Godzilla GT-R” salta aos olhos tanto pelo visual como também pelo seu raivoso motor. Sob o capô, há um “coração” biturbo V6 3.8 24 válvulas com 572 cavalos e câmbio automático de seis velocidades. Tudo é construído na medida certa para quem gosta de aceleradas. O carro usa agora maior pressão com atuador e um sistema de temporização da ignição que é controlado individualmente por cada cilindro, uma tecnologia anteriormente exclusiva do GT-R NISMO de competição. O esportivo Nissan GT-R é vendido por encomenda em todo o Brasil. Tem valor inicial de R$ 900 mil. A personalização do seu interior custa mais R$ 20 mil.

Ducati traz Panigale para o Brasil Sem ponto de venda na região Nordeste do Brasil, a Ducati anuncia a chegada da exclusiva Panigale V4 Speciale. São apenas 1.500 unidades numeradas e fabricadas no mundo. O modelo está com três unidades disponíveis para o mercado brasileiro. Tem motor de 1.103 cm³, com seus 214 cavalos de potência e relação peso/potência de 1,1 cv/kg.

ASSOVEBA une grupo de lojistas na Bahia

Aceleradas

Daniela Peres, presidente da ASSOVEBA

Mobília importada

O VW Gol é o campeão de vendas entre os modelos seminovos mais vendidos na Bahia. Maior mercado do Nordeste do Brasil, a Bahia fechou com 128.460 unidades comercializadas de janeiro a abril de 2018. Daniela Peres, presidente da Associação dos Revendedores Independentes de Veículos (ASSOVEBA), adianta que os bancos voltaram a financiar com taxa de juros de 0,89% ao mês para carros com quatro anos de uso. O mandato da atual gestão da associação encerra em outubro deste ano. Sobre a reeleição à frente da instituição, Daniela garante: “Estamos com a engrenagem pronta e muitos projetos que precisam ser implementados, mas demandam tempo”.

Asiático renovado Manoel Geremias, revendedor exclusivo da SSangYong, iniciou a venda do novo portfólio de veículos da marca sul-coreana em Salvador. A MG já tem os novos modelos Tivoli e XLV. O Tivoli é um crossover urbano, bem equipado e com motor 1.6 a gasolina, de 128 cv, e transmissão automática de seis velocidades. Sai por R$ 84.990.

A GNC Suécia, nova revenda Volvo em Salvador, recebeu o seu mobiliário vindo da Escandinávia. Dentro do padrão Volvo Cars, a concessionária já oferece o novíssimo crossover XC40. A partir de junho, chega a versão XC40 T4 2.0 turbinado de 190 cavalos com opcional de condução semiautônoma que fica por R$ 174.950.

Chinesa do Brasil Bastou o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, conhecido pelo seu império no setor de automóveis, comprar parte da chinesa Chery para tudo mudar. Ele lançou a fabricante Caoa Chery com o pequeno crossover Tiggo 2 feito em Jacareí (SP). Tem motor 1.5 flex, de 115 cv, e câmbio manual de cinco marchas, nas versões Look e ACT (R$ 59.990 e R$ 66.490). 103 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Polarização

Spot

das informações

Especialistas afirmam que uma das maiores causas da polarização nas redes, a militância digital, é uma realidade e uma tendência no mundo político Por Matheus Pastori de Araújo Basta que você abra o seu Facebook. É certo, entre uma foto e outra, encontrar declarações das mais diversas sobre os mais variados e polêmicos temas. A liberdade das novas mídias, como tudo na vida, tem o seu lado negativo. Se assumida em demasia, é quase certo que o senso de responsabilidade sobre o que é dito será comprometido e diluído em uma espécie de catarse - causada pela sensação de empoderamento e proteção. As armas desta guerra são as letras, e o escudo de todos é a tela - aquela que nos distancia do

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que seria um verdadeiro embate corpo a corpo. As batalhas, portanto, se tornam confortáveis de se travar. “No quê você está pensando?”: nunca uma pergunta foi levada tão a sério. Como jamais as respostas a ela geraram tantos duelos virtuais como se vê, cotidianamente, pelas timelines afora. Seja sobre aborto, igualdade salarial, reforma trabalhista ou, claro, se foi ou não golpe. Todos têm uma opinião a dar nesta era em que tudo é discutível e passível de toda sorte de protestos – muitos terminados tal qual começaram. Em nada.

A superexposição, que virou comum e quase de praxe, nos deixa como que de braços abertos - à espera da primeira pedra, do primeiro like ou de um comentário que nos refute. Para estes, as nossas respostas já estão prontas. As agressões, mais ainda. E, assim, de pouco em pouco, cada vez mais libertos e ferinos, vamos nos esquecendo do que o outro sente; ou pior: vamos esquecendo que o outro sente tanto quanto ou mais do que nós.


Spot

Em abril, um áudio atribuído ao jornalista Chico Pinheiro, âncora do telejornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, voltou a trazer à tona o dilema ético que a polarização de opiniões gera no próprio Jornalismo nesta era digital. Em um grupo de amigos no WhatsApp, o apresentador fala, cheio de paixão, contra a própria emissora e a favor de determinado partido político. “Realizaram o fetiche”, disse Pinheiro ao se referir à prisão do ex-presidente Lula. A repercussão da coisa fez com que Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo da Globo, emitisse um memorando aos colaboradores lembrando do que, na teoria, todos deveriam ter em mente: o princípio da isenção.

Há menos de 10 anos, no entanto, o comentário de Chico seria feito em uma mesa de bar. E lá ficaria. O perigo da polarização não está apenas na divergência das opiniões - o que sempre existiu -, mas sim em sua intensidade e potencial repercussão. Algo que, atualmente, ninguém consegue prever ou controlar.

Para Veras, as relações interpessoais são muito mais complexas e sutis. “Diante da impossibilidade de debates com o meu interlocutor, eu já me coloco nas redes sociais em uma posição defensiva, já entro na rede hipnotizado pela necessidade de impor as minhas opiniões a qualquer preço”, diz.

Neste sentido, além da alta dos embates digitais, o que se verifica nessas discussões são características do que é chamado discurso de ódio – ou seja, a deliberada e inescrupulosa intenção de ferir, denegrir, desmoralizar aqueles que se posicionam desta ou daquela maneira.

Contudo ambos os especialistas ouvidos pela reportagem consideram que as interações digitais são inerentes e imprescindíveis ao convívio moderno. Afinal, a convergência das novas mídias se torna cada vez mais ressoante na comunicação pessoal e profissional. “As redes sociais, hoje, são a fonte primordial de produção e circulação de informações e mensagens. O presidente do país mais poderoso do mundo, os Estados Unidos, basicamente, comunica as suas posições e decisões ao mundo via Twitter”, lembra Felippe Ramos.

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Para Felippe Ramos, sociólogo e professor de Gestão da Informação, da Universidade Salvador (UNIFACS), uma das maiores causas da polarização nas redes, a militância digital, é uma realidade e uma tendência no mundo político. “Há três formas de militância: a espontânea de massas – na qual todo mundo é meio militante, como aquele seu parente que fica mandando memes políticos e contra a corrupção no grupo de WhatsApp da família; a militância ideológica – mais profissional, de pessoas próximas ou filiadas a partidos, movimentos sociais ou grupos de interesse, o que provoca a polarização (“petralhas” vs. “coxinhas”) nas redes; e, finalmente, a falsa militância – que, na verdade, é a produção de respostas automáticas em larga escala por robôs em perfis falsos”, diz o professor, completando: “Somadas e misturadas, as três formas de militância carregam o ambiente virtual e confundem os indivíduos, incapazes de mapear, separar e analisar os conteúdos.

Marcelo Veras, psicanalista

“As redes sociais introduziram nas relações pessoais a mesma contração temporal que se exige dos computadores no século XXI, máxima resposta e alcance no mínimo de tempo. O que morre com a pressa é o diálogo, a dialética que nos permite - o que nunca é fácil - tentar ouvir o outro. Quando reduzimos o outro a um traço, por exemplo, ‘petralha’ ou ‘coxinha’, tornamos ele alvo de nosso amor ou de nosso ódio simplesmente por nos identificarmos e nos encontrarmos sob o manto de uma marca comum”, afirma o psicanalista Marcelo Veras.

Lembrando o escândalo envolvendo o Facebook e a empresa de comunicação estratégica Cambridge Analytica, o sociólogo destaca, ainda, que as grandes corporações e potências político-econômicas mundiais têm na cyber-segurança um elemento considerado de segurança nacional. O professor de Gestão da Informação, Felippe Ramos, é taxativo: “As mudanças trazidas pela internet e pelos novos padrões de comunicação têm se consolidado e se tornado cada vez mais complexas. É algo estrutural e veio para ficar”. 105 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


&

Spot

Propaganda Negócios Fortalecimento do setor. Atualização de conhecimentos. Compartilhamento das melhores práticas do mercado de Publicidade e Propaganda. Estes são alguns dos objetivos que a Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP-Bahia) vem buscando com a agenda de eventos promovidos nos primeiros meses deste ano. Ano, aliás, especial para a entidade: em 2018, a ABAP Bahia comemora 40 anos de existência. E os eventos organizados pela associação refletem exatamente o seu compromisso e posicionamento ao longo desses anos de promover cada vez mais o aumento de visibilidade para a atividade publicitária, o desenvolvimento e a valorização dos profissionais do setor. “A realização de eventos pela ABAP nos últimos meses é uma demanda dos próprios associados. Realizamos uma pesquisa e identificamos junto a eles essa necessidade de ações que possam gerar conteúdo útil e diversificado para o dia a dia das agências”, afirma Américo Neto, presidente da ABAP Bahia. “Além disso, a nossa participação em eventos organizados por parceiros é uma forma de fortalecer o segmento, contribuindo para colocar o mercado mais em evidência e mostrar a importância da publicidade para a economia”, complementa. 106 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

A seguir, você encontra uma panorâmica desses eventos que já aconteceram. Mas a agenda não para. Novos projetos estão em curso e, ao longo do ano, outros eventos prometem continuar aquecendo o mercado publicitário.

O mundo é digital Com o advento dos smartphones, o boom das redes sociais e a popularização dos memes e aplicativos de conversas instantâneas, o comportamento do consumidor mudou de forma significativa nos últimos anos. Pensando na necessidade de adaptação do mercado para entender e alcançar o consumidor final neste contexto, a ABAP realizou o Digital Day Nordeste, etapa Bahia e Sergipe, durante todo o dia 1º de fevereiro, no auditório da Casa do Comércio.

A programação do evento contou com palestras, apresentação de cases de sucesso e rodas de debate sobre a influência do marketing on e off-line no comportamento do consumidor e a necessidade de investimentos em marketing para acompanhar essa

Américo Neto

Sócio da Viamídia Comunicação e presidente da ABAP-BA

evolução, com mudanças no treinamento de colaboradores e nas relações estabelecidas com clientes. Participaram do encontro representantes de marcas reconhecidas como líderes ou com posições de destaque em suas áreas de atuação como Google, Waze Brasil e OLX.

A hora e a vez do compliance A rapidez com que o mundo dos negócios vem mudando faz com que a cada dia o vocabulário corporativo ganhe novos termos. Compliance é um deles. E no mundo da propaganda não é diferente. O termo significa agir de acordo com uma regra. Assim, quando uma organização está em compliance é sinal de que ela está agindo de acordo com as leis e os regulamentos, sejam eles internos ou externos. Para discutir esse assunto no mercado publicitário, a ABAP realizou no dia 5 de abril o Café com Compliance. Especialistas discutiram sobre a aplicação do compliance na publicidade, o que é feito em associação com as regras estabelecidas


Spot durante o ABA Marketing in Salvador, organizado pela Associação Brasileira de Anunciantes.

pelo Conselho Executivo de Normas Padrão e o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (CONAR), com o objetivo de estabelecer limites em campanhas e promoções feitas por agências da área. O encontro contou com a participação dos advogados Anne Caroline Prudêncio e Luiz Navarro, do Hage, Navarro, Fonseca, Suzart & Prudêncio, um dos maiores escritórios de consultoria especializada em compliance do país, situado em Brasília e com atuação nacional e internacional. Na ocasião, quem também falou sobre o tema foi o advogado David Rechulski, do escritório de mesmo nome, localizado na capital paulista.

ABAP por aí Além de promover uma agenda diversificada de eventos, nos últimos meses, a ABAP Bahia tem participado também de eventos organizados por parceiros do setor. Um exemplo disso foi a apresentação do painel “Marketing de Entretenimento – Engajamento por Meio de Conteúdo”, realizada por Américo Neto, na manhã do dia 4 de abril,

No painel, entre outras questões, foi abordada a importância de atrair o consumidor final com estratégias inovadoras, além de experiências diferenciadas para promover uma marca como patrocínio de shows ou a criação de jogos e aplicativos específicos, em um cenário de mudanças do perfil do público com o advento das novas tecnologias. As transformações que têm impactado o mundo da comunicação também foram mote de outro evento que contou com a participação da ABAP ainda no dia 4 de abril, dessa vez à noite. Foi a 5º edição do Fórum de Comunicação da Unidade de Ensino Superior de Feira de Santana, organizado por estudantes do oitavo semestre do curso de Publicidade e Propaganda da universidade. Discutindo temas emergentes na área de Comunicação como a chamada “experiência digital”, que diz respeito à convergência entre o mundo físico e o mundo digital, o encontro foi direcionado a estudantes das áreas de Comunicação (Publicidade, Relações Públicas, Jornalismo), profissionais, pesquisadores e demais interessados no assunto. No fórum, o presidente da ABAP integrou, ao lado de Lucas de Ouro, da Agência Tuppi Criatividade, e de Filipe Ratz, da Agência Califórnia, a mesa de debates “O Mercado Publicitário na Experiência Digital”. 107 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Entrevista

Entrevista: Nizan Guanaes

“O mercado é para os competentes” Por Luciana Accioly

Nizan Guanaes é empresário, publicitário baiano, sóciofundador do grupo ABC, que reúne diversas empresas na área de produção de conteúdo, publicidade e marketing, dentre elas DM9DDB e África. De passagem por Salvador, Guanaes recebeu a equipe da Revista Let’s Go Bahia no Restaurante Amado e falou sobre os assuntos em pauta na atualidade, como fake news, futuro da comunicação, mercado publicitário, entre outros temas. Confira, na íntegra, a entrevista a seguir: “Enquanto eles choram, eu vendo lenços” (título de um livro sobre Nizan Guanaes). Qual é o seu olhar sobre o mercado publicitário brasileiro e baiano neste cenário de crise? Nós vivemos a crise econômica, não saímos ainda dela, então é um cenário desafiador e há uma disrupção no mundo, no mercado de publicidade, no mercado editorial. As coisas no mundo estão em transformação, então, hoje em dia, você tem que se disruptar, se vai haver uma revolução, então, que ela comece pela gente.

108 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Entrevista Você acredita que o Brasil já vive um momento de reação? Sim. Eu acho que o Brasil está saindo de uma retração, os números ainda são tímidos, mas eles são consistentes, a menos que na próxima eleição a pauta econômica dê para trás, o que seria uma insensatez. O Brasil precisa ainda avançar nas reformas, reforma da previdência, uma reforma tributária consistente; se a gente avançar, temos tudo pra entrar nesse ciclo de crescimento. No cenário político, como você vê a polarização de opiniões? É natural que exista isso. Eu só acho que se perde muito tempo em busca de uma única verdade. A verdade tem vários donos e, às vezes, custa muito mais caro ser o dono da verdade e ter razão. É mais barato aprender com os outros e com os erros dos outros. É importante estar aberto a ouvir o outro lado. É mais enriquecedor, mais plural. É mais fácil. Sobre fake news, o que podemos esperar nas campanhas políticas deste ano? O pior das coisas. Mas eu acho que as fake news são grandes amigas do bom jornalismo, e cada vez mais estamos entrando na era do jornalista. Notícia, imprensa é para quem é do ramo, não é para livre atirador. Acho que as fake news são um mau problema que vai trazer uma boa solução.

Você é um profissional que, podemos dizer, já experimentou de tudo, está à frente de vários projetos. Das suas experiências, muitas estão ligadas às mídias digitais. Em sua opinião, há espaço para tudo? Mídia digital e mídia impressa? O mercado é para os competentes. Não importa se a mídia é digital ou impressa, é ser competente na produção de conteúdo de qualidade, seja para o lado publicitário, seja para o lado de entretenimento, seja para o lado jornalístico.

“ O potencial da Bahia é enorme, é global; a Bahia é um lugar abençoado

formação cujo fato vai chegar muito mais rapidamente na sua mão do que o digital. A exemplo da Vogue, as pessoas têm uma aderência, um engajamento muito grande. Hoje, engajamento é mais importante do que audiência. Como você enxerga o mercado baiano publicitário hoje? Muito difícil. A Bahia já teve bancos privados e públicos, a Bahia já teve indústrias. Este é um o momento desafiador por causa do que aconteceu na economia nacional que se centralizou, pela disrupção das mídias, e enfim, o mercado brasileiro é muito concentrado em São Paulo, a Bahia tem muito talento e pouca verba. O mercado de agências da Bahia é de extrema qualidade, mas faltam anunciantes.

O que falta para termos um mercado e uma Bahia fora da curva?

O que você pensa a respeito das revistas direcionadas a um público específico, como a Let’s Go Bahia?

Incluirmos uma pauta ambiciosa, diferente, fora da curva, porque o potencial da Bahia é enorme, é global; a Bahia é um lugar abençoado.

Eu acho que essas revistas têm mais chances de sobreviverem do que aquelas que são de “primeira necessidade”, claro que sempre vai haver espaço para os bons. Esta revista, para mim, é uma experiência, então, talvez ela tenha mais espaço do que aquela revista de in-

Como o mercado publicitário brasileiro é visto lá fora? - É genial. O Brasil é um país muito criativo. A gente só precisa de uma economia que suporte essa criatividade toda.

109 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Spot

Mídia virou tudo,

ou tudo virou mídia? Q

ual é a preocupação do profissional de mídia, hoje, no Brasil? Seria o que os veículos fazem com o público ou o contrário? Antes, uma breve definição sobre o que é mídia, para que possamos ter um ponto de partida. Mídia é a área da Propaganda que analisa as necessidades de comunicação de um produto ou serviço e, fundamentada por pesquisas de audiência, define a maneira mais eficaz de atingir um público-alvo através dos meios de comunicação. Esta é uma definição clássica da atividade e, dependendo de quem a lê, bastante prolixa. Neste começo de século, diante de tantas transformações, a função da atividade permanece a mesma, mas a sua essência – o seu sumo, o seu suco – é outra. Vamos tentar definir a mídia de um modo mais simples: observar o cotidiano é a melhor forma de compreender o mundo e se inspirar. Aqueles que possuem ou adquirem o talento de observar aquilo que interessa em meio a tantas tarefas e a tanto frenesi tecnológico, como esse mar de informações, estarão mais alinhados com as demandas do futuro. Fazer mídia é tratar de criar estratégias para falar com as pessoas e, como tal, para fazer mídia também é necessário um planejamento, que nada mais é do que compartilhar os mesmos escopos e as mesmas finalidades com profissionais de outra expertise e trazer uma riqueza ini-

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gualável. O modelo brasileiro de propaganda é um privilégio que generosamente nos é concedido, tanto para profissionais de mídia quanto para profissionais de outras áreas, além dos veículos e dos anunciantes. A mídia desenvolveu uma expertise própria e um conjunto de ferramentas que confere confiabilidade às suas recomendações e consistência aos investimentos. E, por envolver a maior parte dos budgets de comunicação dos anunciantes, a mídia também ganhou fama como área geradora de negócios, desenvolvendo gerações de profissionais que entendem as variáveis envolvidas

É preciso acreditar no poder das boas ideias, na capacidade de repercutir e potencializar as audiências atingidas. nos processos de negociação. O domínio da técnica e o talento para os negócios não são diferenciais decisivos, são, na verdade, suportes fundamentais que pedem um constante aprimoramento, pois estão relacionados ao retorno dos investimentos dos anunciantes. Porém toda essa evolução pode acabar induzindo as agências ao

Diego Oliveira CEO da Youpper

erro, sendo o maior deles o de usar os recursos da máquina e não saber interpretar os dados de maneira correta. Fazer mídia pede outras habilidades. É um exercício de pensamento, criatividade e observação. Em um mundo tão nervoso e volátil, com tanta gente querendo falar, saber ouvir é importante, além disso, não apenas ver, mas enxergar é fundamental. Sempre foi assim, e continuará sendo, agora que as alternativas se multiplicaram e as pessoas mudaram. É preciso acreditar no poder das boas ideias, na capacidade de repercutir e potencializar as audiências atingidas. Acreditar que cada vez mais iremos planejar pensando em criar estratégias em torno de ambientes editoriais conectados com os valores e as intenções de uma marca. Hoje, as ligações e mensagens de texto para programas televisivos basicamente não existem. Porém a interação acontece através das redes sociais, em aplicativos nos smartphones. E boa parte das análises de audiência é medida pelos comentários feitos por telespectadores na web. Hashtags são criadas para facilitar a interação entre as partes, usando o Twitter como principal meio, o


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Já outros programas, como o Domingão do Faustão (Rede Globo), não utilizam tanto esse recurso, apesar de também serem alvo de comentários nas redes sociais. Aliás, todos os programas são comentados, mesmo que não haja interação com o público. Há 28 anos, Fausto Silva aparece nos televisores dos brasileiros todos os domingos, ininterruptamente. O apresentador tem um grau altíssimo de autenticidade e não deixa de expressar a sua opinião em assuntos polêmicos, mesmo que isso o faça criticar a própria empresa em que trabalha. Além disso, Faustão participa ativamente de todas as atividades envolvendo a produção do programa, inclusive nos acordos de patrocínio que são fechados. As recentes participações da cantora Ivete Sangalo aumentaram a interação do público com a atração, o que faz com que anunciantes optem por expor os seus produtos ao longo da exibição do Domingão do Faustão. A mídia programática sempre existiu. A diferença é que agora ela é digital, mais fácil de ser utilizada e muito mais dinâmica e rápida para entregar seja lá o que tenha sido designada para fazer. Ao mesmo tempo, desinformações podem chegar ao público, sejam elas por erros de apuração, fontes não confiáveis ou até mesmo influência do governo. Mas será que com toda esta era digital tudo virou mídia? A mídia, hoje, não fica mais restrita

iStock

que tem funcionado muito bem em programas esportivos e nas transmissões de jogos de algumas emissoras, como ESPN e FOX Sports, que mostram as opiniões do público ao vivo, além de responderem algumas dúvidas.

aos canais tradicionais - existe um diálogo com o consumidor por meio de inúmeros canais chamados atualmente de “novas arenas da comunicação” como o uso de eventos, patrocínios, mídia alternativa e inúmeras plataformas de mídia. Como o mercado atual passa pela comunicação digital em rede, a tecnologia de hoje nos dá várias possibilidades para pensar no novo, sair da mesmice e parar de insistir nos mesmos – e falidos – modelos de negócio. O universo mobile é um caminho bom e extremamente viável. Ao final de 2018, o número de smartphones em uso no país atingirá a impressionante marca de 168 milhões de aparelhos. Este número contrasta com os 160 milhões de dispositivos, entre notebooks, tablets ou desktops. Estes números nos dão uma base de 1,6 dispositivos por habitante, que podem chegar a dois dispositivos por habitante nos próximos dois anos. É necessário considerar diversas áreas para formar um objetivo de mídia e poder comprar espaço e tempo publicitários, e essas áreas incluem alcance e frequência, continuidade no decorrer do tempo, abordagem da concorrência, exigências de apoio e ações de merchandising, exigências criativas da mensagem e considerações políticas e conec-

tando essas informações aos números dados acima sobre o uso do mobile, integrar a força que o celular possui hoje é fundamental em qualquer plano de mídia. O papel que o celular está exercendo na comunicação interpessoal, como veículo de propaganda, além de ferramenta de venda e compra de produtos e serviços, é muito grande. A internet rompeu a barreira entre as classes sociais, chegou o momento das marcas repensarem sobre a experiência, conectando o consumidor à marca, saber como ele se comporta naquele ambiente mobile; a comunicação e as métricas da jornada do consumidor e medir apenas o último clique não é mais suficiente. Assim sendo, a estratégia e a tática no planejamento de mídia têm, atualmente, um desafio: não se perder entre discursos modernosos nem ficar parado como se nada estivesse acontecendo. O profissional precisa andar para frente, olhando com atenção para o mundo à sua volta, para que metas possam ser traçadas e o público-alvo desejado seja alcançado, saindo da mesmice do “AB 25+”. Além, é claro, de mensurar quais foram as reações do público, para que não haja preocupações como o que os receptores podem fazer com os veículos. 111 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Como crescem

as marcas

José Petroski

Gerente de Planejamento e Marketing da TV Globo

S

ob o título “Como As Marcas Crescem” (How Brands Grow), Byron Sharp e mais três pesquisadores reuniram suas constatações empíricas sobre a realidade de Marketing em um amplo leque de categorias e mercados ao redor do mundo, um trabalho realizado com a contribuição de um grande número de marcas e empresas e aos grupos de estudo do Ehrenberg-Bass Institute. O primeiro ponto desenvolvido no livro é sobre o Marketing baseado em evidências, e não em teorias ou “experiências” que vão sendo transferidas de geração em geração de executivos e de categoria a categoria, sem a necessária comprovação pela observação de suas ações práticas e reais e suas consequências mensuradas. Como tema central, a obra aborda a questão de como as marcas crescem, e para entender melhor como se dá esse crescimento, é necessário observar alguns pontos como a fidelidade dos consumidores. A observação da realidade sobre esse tema levou os autores a formularem a lei do duplo risco: marcas com menor market share têm menos compradores, e esses compradores são um pouco menos fiéis. Assim, a vida delas é sempre bem mais difícil que a das marcas líderes. E a solução não está no aumento da fidelidade, como muitos pensam, simplesmente

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porque há um limite no volume e na frequência de consumo da categoria. A chave do crescimento está no aumento da penetração da marca. Em outro ponto da obra, os autores destacam que os profissionais de Marketing mais competentes sabem que as marcas devem falar com todos os seus possíveis consumidores – os light e os heavy buyers –, de modo a reforçar a propensão de compra e conquistar novas vendas. Também falam sobre o Marketing de Consumo de Massa e a sua anunciada morte, tese corrente desde o final do século passado, disseminada por Kotler e por outros autores famosos, de que era preciso mudar da perspectiva de falar com todos os consumidores para concentrar os esforços nos targets mais prováveis de comprar a marca promovida. Com isso, a mídia digital e outras práticas de “maior precisão” foram valorizadas em detrimento de meios, estratégias e táticas que fizeram por muitas décadas o sucesso e a riqueza das marcas mais poderosas do mundo. “Nunca foi tão importante recuperar os conceitos e instrumentos do Marketing de Massa para falar com o maior número possível de consumidores”. Mas a verdade é oposta a isso, e nunca foi tão importante recuperar os conceitos e instrumentos do Marketing de Consumo de Massa para convencer o maior número

Como tema central, a obra aborda a questão de como as marcas crescem, e para entender melhor como se dá esse crescimento, é necessário observar alguns pontos

possível de consumidores, cada vez mais disputados, a estabelecer ou manter o seu padrão de compra de determinada marca. Dados levantados por pesquisas e observação da realidade nas últimas décadas forneceram aos profissionais de Marketing constatações como a que aqueles consumidores considerados como compradores eventuais realmente importam muito para as marcas líderes. Como observam os autores, raramente os profissionais de Marketing têm consciência de quão baixa é a frequência e o volume médio de consumo da maioria dos compradores de sua marca e quão relevante esses light buyers são para manter a sua posição no mercado.

É claro que a outra ponta desse espectro, a dos heavy buyers, é bastante significativa e representa uma parcela expressiva das vendas – mas, em geral, não tanto que se possa viver exclusivamente deles.


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Surf

Por Verônica Villas Bôas

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Há algum tempo, uma nova geração de surfistas brasileiros vem roubando a cena no surf mundial. Muitos tentam achar uma explicação para este fenômeno, e é isso que o vídeo “What’s Behind the Brazilian Fire Storm?”, produzido pela Oakley, tenta fazer. No vídeo, referências mundiais no surf como Kolohe Andino, Mike Parsons, Fred Patacchia, Sebastian Zietz, C.J. Hobgood, entre outros, dão o seu ponto de vista para essa ascensão meteórica do surf brasileiro. Para eles, os brasileiros são um povo aguerrido e que tem sede de vitória, o que os torna destemidos e focados em vencer as baterias. Chama a atenção dos seus adversários o jeito latino dos brasileiros, que têm a tendência de ficar juntos e de torcer uns pelos outros, o que, na opinião dos seus adversários, os fortalece ainda mais. Já para Elsior Coutinho Neto, conhecido no meio como Lapo, a explicação é bem diferente e vai muito além do que pensam os concorrentes dos atletas brasileiros. “Raça, garra, união e competitividade são importantes em qualquer esporte, mas não são suficientes para explicar o surgimento do fenômeno Brazilian Storm (tempestade brasileira). Há uma razão muito mais consistente por trás desse sucesso e ascensão que não é percebida pelos seus concorrentes. Somente nos últimos quatro ou cinco anos, os brasileiros passaram a ter reais condições de competir de igual para igual com os surfistas internacionais. No surf,

como em qualquer outro esporte, existe todo um investimento de tempo e dinheiro que prepara o atleta para a competição. A verdade é que nossos surfistas não contavam com a visibilidade necessária para fazer desse esporte um investimento atrativo para patrocinadores e, com isso, competiam em condições muito difíceis. Era algo absurdamente desproporcional”, explica Lapo.

O fato é que os brasileiros que vêm se destacando e ditando o rumo na elite do surf mundial atingiram o seu ápice em 2014, quando Gabriel Medina conquistou o primeiro título mundial para o Brasil, e Adriano de Souza, conhecido como “Mineirinho”, repetiu o feito em 2015. De lá para cá, o fenômeno Brazilian Storm se consolidou ainda mais e os brasileiros chegaram em 2018 dominando o cenário do surf de forma ainda mais inédita.

Keale Lemos/Divulgação

Surf

Gabriel Medina - Pipemaster, 2014

Pela primeira vez, o Brasil será a nação com mais atletas na elite do campeonato mundial. Com 11 competidores, o Brasil superou os norte-americanos e australianos, iniciando o circuito com ótimas chances de brilhar. “Com essa quantidade de brasileiros na temporada, certamente, teremos, no mínimo, um brasileiro na final de cada evento, o que é ótimo para o surf nacional, especialmente se eles conseguirem desbancar o havaiano John John Florence, campeão nas duas últimas temporadas”, afirma Lapo.

Clube dos 11 Yago Dora Tomas Hermes Willian Cardoso Jessé Mendes Michael Rodrigues Gabriel Medina Adriano de Souza Filipe Toledo Caio Ibeli Italo Ferreira Ian Gouveia

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Surf Essa geração que despontou e, hoje, domina o cenário brasileiro e mundial colhe os frutos de um período áureo no surf nacional. Tudo começou no ano 2000, com a realização do ISA World Surfing Games, quando conquistamos o título mundial por equipes, no evento realizado em Maracaípe, Pernambuco. Um campeonato de grande visibilidade no próprio país, que permitiu aos brasileiros ter um desempenho melhor. O resultado dos brasileiros foi traduzido em números: o Brasil somou 31.532 pontos, o Havaí 22.805 e a Austrália 22.332. Essa conquista colocou os nossos surfistas debaixo dos holofotes que realmente interessavam e os patrocinadores passaram a enxergar e compreender que eles valiam o investimento. Entre os anos 2000 e 2009, o circuito brasileiro conhecido como Supersurf tinha o apoio de marcas como Volkswagen e Nova Schin. Na época, o Brasil tinha um dos melhores circuitos em estrutura e premiação. Em 2010, nasceu o Brasil Surf Pro, que tinha como patrocinador máster a Petrobras. “O movimento local em torno do surf chamava a atenção e marcas de diversas multinacionais investiam no esporte, o que fazia com que grandes nomes do surf internacional viessem participar, atraídos pela visibilidade e boas premiações. A presença deles trazia a mídia e isso valorizava os eventos. Todos ganharam notoriedade. O país começou a ter circuitos internos fortes, dando uma enorme 118 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

Bruno Lemos/Divulgação

Na crista da onda

Gabriel Medina

visibilidade aos garotos daquela geração que despontavam no cenário nacional como Gabriel Medina, Adriano de Souza, Filipe Toledo, Ítalo Ferreira, Wiggoly Dantas, Jadson André e Miguel Pupo”, lembra Lapo, que, na época, veio como juiz representando o Havaí.

Novidades Tentando sempre melhorar a os campeonatos, a WSL (Liga Mundial de Surfe) lançou algumas novidades para este ano. A primeira foi a mudança em duas etapas. Logo depois do evento realizado em Saquarema, no

Brasil, os atletas foram para a Indonésia disputar os pontos nas ondas de Keramas. Em setembro, a disputa acontecerá na piscina de ondas de Kelly Slater, no Surf Ranch, quando, pela primeira vez, os surfistas vão competir no circuito de ondas artificiais. A WSL promete uma temporada incrível e aposta no uso da tecnologia. As transmissões ao vivo mostrarão gráficos com dados de GPS, como a altura dos aéreos, o tempo dentro de um tubo e a velocidade dos surfistas nas ondas. Outra novidade é uma pequena mudança nas etapas, que não terão mais a quinta fase.


Surf Filho de peixe... Além dessa geração ter surfado essa onda boa do país, também pegaram carona em um forte apoio familiar. A turma do Brazilian Storm é quase toda composta de ex-surfistas que investiram nos seus filhos: Filipe Toledo é filho de Ricardo Toledo (bicampeão brasileiro); Miguel Pupo é filho de Wagner Pupo (ex-circuito mundial); Alejo Muniz é filho de Rubão; e, assim como eles, tantos outros tiveram o apoio e as portas abertas pelos seus pais, o que tornou suas vidas menos difíceis. Medina, além de muito talento, sempre teve um enorme incentivo do padrasto, Charles Serrano, que o criou. Essas condições que antecederam o aparecimento dessa geração foi exatamente o que, somadas ao talento de cada um, proporcionaram o advento da “Tempestade Brasileira” na elite desse esporte. “Hoje, a maioria dos surfistas brasileiros que despontaram e estão fazendo bonito nos mundiais está morando fora do Brasil. Grande parte na Califórnia, pois assim o deslocamento fica mais central e, consequentemente, mais fácil. Mas isso só está sendo possível por conta de poderem, efetivamente, viver do surf, através das condições conquistadas nos últimos anos”, afirma Lapo.

dos diversos campeonatos, circuitos e etapas relevantes para garantir pontuação, para os brasileiros era quase uma gincana conseguir participar de alguma etapa das diversas temporadas do surf de elite. “Para se ter uma ideia, se levarmos em conta os picos, onde as etapas dos principais campeonatos mundiais costumam acontecer, custos de hospedagem, alimentação, transporte das pranchas, dentre outros itens podem variar entre R$ 40 e R$ 60 mil por etapa. Se trouxermos esses custos para o patamar anual, estamos falando de quase meio milhão de reais ou mais! Se formos levar em conta apenas as premiações, a coisa piora muito, pois isso torna a situação inviável, já que, de um modo geral, o pagamento das premiações demora cerca de 20 a 30 dias para acontecer e até lá os surfistas já se afogaram em contas. Isso sem contar os custos para viajar, com equipamentos e vida fora do circuito, que também pesam significativamente”, destaca Lapo.

Como qualquer esporte, dedicação, concentração e tranquilidade são fundamentais para o bom desempenho de qualquer atleta. Agora some a isso a dificuldade com a língua e a desigualdade de condições dos brasileiros em relação aos concorrentes, só mesmo com muita raça e talento para superar todas as barreiras. Levar as pranchas, por exemplo, era algo complexo para os brasileiros, que saíam daqui com quatro ou cinco pranchas, levadas a muito custo e pagando caro, quando deveriam chegar aos campeonatos com, pelo menos, 20 delas, já que é muito comum que as pranchas se quebrem nos treinos ou até mesmo no meio do campeonato, sobretudo se não forem de boa qualidade. Isso custa caro e sem patrocínio tudo fica mais difícil. Os brasileiros não tinham dinheiro pra ficar o tempo suficiente nas ilhas e acabavam treinando pouco. Enquanto os voos que os seus concorrentes pegavam duravam cerca de 6 horas, os brasileiros tinham que pegar voos que duravam 20 horas, fazendo com que, muitas vezes,

Surfar profissionalmente não é nada fácil. Participar de campeonatos exige alto investimento e, se falarmos dos campeonatos mundiais, os números são bem expressivos. Tudo era mais caro para os brasileiros! Enquanto norte-americanos e australianos conseguiam se manter com facilidade no Havaí e participavam com frequência

Keale Lemos/Divulgação

Na ponta do lápis

Adriano de Souza, o “Mineirinho”

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Surf

Filipe Toledo

Importante valorizar a atuação de marcas como Volkswagen, Petrobras, Gillette, Guaraná Antarctica, Oi, Samsung, Mitsubishi, Red Bull, Jeep, dentre outras, que apoiam o surf e boa parte dos surfistas que vêm se destacando. Vamos torcer para que nossos meninos continuem aguerridos o bastante para continuar estimulando essas marcas a investirem nesse esporte que evoluiu absurdamente depois dos patrocínios conquistados e caiu no gosto mundial.

Coragem, muita coragem! A World Surf League (WSL) cancelou a etapa na cidade de Margaret River, na Austrália, do Circuito Mundial de Surf, após dois ataques de tubarões que aconteceram no local, em menos de 24 horas. Antes dos ataques, os surfistas já se sentiam inseguros e pressionaram a entidade para tomar providências. Mas essa não foi a primeira vez que os tubarões roubaram a cena. Em 2015, o surfista Mick Fanning protagonizou um episódio inacreditável na história do surf durante uma transmissão ao vivo na final da etapa de Jeffreys Bay, na África do Sul. Fanning saiu ileso após ser atacado por um tubarão, e por mais incrível que pareça, ao retornar pela primeira vez ao mar seis dias após o fatídico ataque, encontrou justamente quem não gostaria: outro tubarão!

Os episódios envolvendo tubarões acenderam a luz vermelha. Para minimizar os riscos, a WSL aumentou o monitoramento das áreas de competição com jet-skis, câmeras e fiscais, além do patrulhamento das águas por helicópteros e drones. O uso da shark shield, uma tornozeleira eletrônica que funcionaria como “espanta-tubarões”, ainda não foi confirmado por falta de comprovação científica, mas é uma providência bastante aguardada por todos. Todas as medidas tomadas até agora são boas alternativas para evitar tragédias, mas o que não pode faltar mesmo é coragem, muita coragem para entrar na água.

OI RIO PRO

O Rio de Janeiro recebeu a 4ª etapa do Circuito Mundial de Surfe 2018 agora em maio, na Praia de Itaúna, em Saquarema. Tivemos 17 brasileiros no mar, sendo 14 na disputa masculina e três na feminina. Com a grande quantidade de brasileiros, foi inevitável o duelo entre eles já no primeiro round. Entre os homens, o nosso elenco fixo do Brasil no circuito mundial fez bonito, entrando na competição com o potiguar Ítalo Ferreira, vestindo a lycra amarela de atual líder da temporada. Michael Rodrigues, Filipe Toledo, Gabriel Medina e Yago Dora nos brindaram ficando entre os oito melhores dessa etapa. Dos quatro brasileiros mencionados, apenas Filipe Toledo avançou para a semifinal e sagrou-se campeão.

André Silveira/@andresilveirafotos

André Silveira/@andresilveirafotos

nossos surfistas chegassem ao aeroporto e fossem direto para a competição, quase que saindo do avião direto para o mar.

Filipe Toledo 120 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Surf

O Xerife Entre os anos de 1966 e 1967, aos nove ou dez anos, Lapo Coutinho contemplava os surfistas nas praias de Salvador, os quais, com idade entre 14 e 18 anos, foram os primeiros ídolos desse baiano que virou uma referência no surf mundial. Morando no Havaí desde 1980, Lapo atuou nos últimos 20 anos como árbitro de grandes competições, fazendo parte do quadro da World Surf League (WSL). Aproveitamos a sua passagem pela terrinha para um bate-bola com o Xerife, como é conhecido no mundo do surf. Por Verônica Villas Bôas Imagens: Jotta Fotografia

121 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Surf Por que Xerife? De onde vem esse apelido? Fui um dos primeiros brasileiros a ter família no Havaí. Tornei-me conhecido entre os locais e os brasileiros. No Havaí, existe um localismo muito forte, e a disputa pelas melhores ondas entre nativos e estrangeiros é frequente. O apelido de Xerife veio em decorrência de ter, naturalmente, virado um mediador nos conflitos entre nativos e brasileiros. Quando foi que você “virou a chave” e saiu de surfista a árbitro? Participo de julgamentos desde o início do surf baiano. Em 1972, o primeiro campeonato feito na Praia da Onda foi julgado da janela de meu apartamento. Fui vice-presidente da 1ª Federação de Surf do Brasil, a qual fundei em 1976, aos 19 anos. Costumava reclamar muito dos critérios de julgamento da ASP (hoje a WSL) por achar que as regras favoreciam os norte-americanos e australianos. Costumava dar notas (mentalmente) aos surfistas nos campeonatos e percebi que as minhas avaliações tinham coerência, o que me encorajou a questionar regras, sugerir mudanças e quando dei por mim já estava envolvido em julgamentos de campeonatos amadores nos finais de semana. Comecei a julgar profissionalmente na ASP e daí para começar a julgar os campeonatos profissionais foi um pulo. Confesso que achei que não daria certo, pois já estava com 37 anos e, em média, a carreira de um árbitro se encerra entre os 40 e 45 anos. Deu certo! São mais de 20 anos atuando em campeonatos pelo mundo afora. 122 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

Lapo Coutinho com sua filha Kaimana Crystal Coutinho, nascida no Havaí, e sua mulher Carolina Cavalcanti Mendes

Por que saiu agora? Foi uma decisão sua? Convidaram-me para julgar ondas grandes e achei que seria conflitante, já que meu filho (Lapinho) é competidor de ponta nessa categoria. Não aceitei a proposta e as alternativas que restaram não me interessavam. Eu apenas antecipei a minha aposentadoria nessa atividade. O trabalho de árbitro me ausentava demais de casa, e com uma filha pequena em casa a ausência acaba sendo muito sofrida.

Como árbitro, foi possível contribuir para mudar regras no esporte? Sim, muita coisa mudou e para melhor! Paramos de penalizar as quedas dando as notas das ondas até o momento em que o surfista caía. Instituímos a utilização do sistema de replay como oficial para julgar notas; saímos de três para duas ondas somadas; instituímos o Fair Play de forma definitiva nesse esporte, dentre outras mudanças não menos significativas.

Quem você julga uma referência como árbitro?

Qual a sua opinião em relação ao nível do julgamento nos dias atuais?

Esta é uma pergunta delicada de responder. Sempre fica faltando alguém. Há alguns nomes que são marcantes para mim, como Jack Shitey, que foi o meu mentor. Mas tenho outras referências como Armando Praça, do Ceará, que, para mim, é um dos melhores juízes e heads do Brasil e do mundo; David Shittey; Luli Pereira (atual brasileiro no mais alto nível no WSL); Paulo Mota, no Brasil; e Ícaro Cavalheiro são nomes importantíssimos no cenário mundial e não podem deixar de ser mencionados.

Acho excelente! Ouso dizer que tivemos uma evolução e um investimento maiores que os de qualquer esporte em nível profissional. Os investimentos com juízes, palanque, transmissão ao vivo e replay são fantásticos e altamente agregadores ao trabalho de arbitragem nos tempos atuais. Os juízes são muito preparados e íntegros e posso afirmar que a escola de juízes do Brasil, para mim, é a melhor do mundo. Referência para a WSL desde que ela existe. Temos vários juízes com 20 ou


Surf mais anos de experiência, que participaram de toda a evolução do esporte. As regras de prioridade de dois e de quatro surfistas começaram no Brasil. O replay e o sistema de notas por computador começaram aqui, através do Manu Ziou. Você é a favor do árbitro ter conhecimento de quanto um surfista precisa para virar uma bateria? Acha essa uma questão polêmica? No passado fazia sentido ser polêmico, mas hoje é fundamental poder rever a onda no vídeo. A gente sempre acha que vai lembrar-se dos detalhes de cada onda, mas não é verdade. Quando um atleta precisa de um ponto para virar, a primeira coisa que você faz é olhar para a nota de outros atletas ou outras ondas e isso torna o julgamento mais justo, criando condições reais de balizar uma nota em detrimento das outras. O que é preciso para ser um juiz no surf? Ter ética e caráter e não ser influenciado por bairrismo, patriotismo ou qualquer tipo de torcida. Quando virei árbitro, deixei de torcer em tudo, até no futebol, porque entendi que a paixão que envolve uma torcida poderia contaminar o meu trabalho. Ter atenção, boa memória, ser profissional, saber trabalhar em equipe, ter tranquilidade, serenidade e coragem de admitir que errou quando isso acontecer. Qual a sua expectativa quanto ao futuro da arbitragem do surf no Brasil? Preocupa-me! Acho que, apesar dos diversos talentos que já mencionei, temos poucas oportunidades. Só se aprende praticando e os campeonatos

de nível no nosso país estão parados. Enquanto os patrocinadores não entenderem a importância de apostar os seus recursos nos nossos talentos, colocarão em risco tudo o que já conquistamos até hoje: Brazilian Storm, Mad Dogs e as possibilidades de termos mais árbitros brasileiros no cenário mundial. Como é ver seu filho seguir os seus passos? É difícil ser pai de um Mad Dog? Ele trilha o caminho que eu queria ter trilhado. Eu dei a ele a oportunidade de fazer o que eu gostaria de ter feito. Foi uma surpresa quando ele decidiu ser surfista de ondas grandes. Ele tinha acabado de passar no vestibular na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Tivemos uma boa conversa e falamos a respeito do convite que ele recebeu para escrever para a Revista Hard Core e morar em São Paulo. Ponderei com ele se era aquilo mesmo que ele queria. Eu podia abrir todas as portas para ele no mundo do surf. No dia seguinte, ele voltou com a decisão e confesso que levei um susto: surfar ondas grandes. Essa era a decisão dele. Sabia que ele tinha o dom e talento, mas sabia dos riscos. Fiquei preocupado, claro! No entanto, havia Danilo Couto, que já estava lá e bem próximo do seu auge, e isso era um lastro! Uma perspectiva. Os dois eram e são muito amigos até hoje. Sugeri que ele cursasse ao menos seis meses de faculdade, para depois trancar, mas ele estava decidido. Liguei para Danilo na mesma hora e ele foi para o Havaí, com a combinação de morar com Danilo que avaliaria as possibilidades dele. Já no primeiro ano dele no Havaí, saiu na capa do jornal de Maui, com uma das maiores ondas de Jaws; saiu no calendário do

Havaí; e concorreu ao XXL na onda que surfou com Danilo Couto. Hoje, aos 25 anos, meu filho chegou lá! É um orgulho para qualquer pai! Do que você tem medo? Tenho mais medo quando saímos às ruas do que quando entramos no mar. Já tive amigos acidentados com ondas médias tubulares, já perdi amigos em ondas comuns, mais até do que ondas grandes. Atualmente, não tenho tanta preocupação, pois todos eles têm uma enorme disciplina com o quesito segurança, que no nosso tempo não havia. Danilo Couto, atualmente, ministra cursos de segurança que o tornaram referência no mundo. Lapinho, por exemplo, é capaz de ficar cerca de 5 minutos debaixo d’água sem respirar. Fazem curso de apneia, de respiração, e se preparam muito para enfrentar as ondas gigantes. Não dá mais para ter medo como antes. As coisas mudaram e para melhor. Qual o seu conselho para a geração que está na crista da onda no surf mundial? Esta geração conquistou tudo o que nenhuma outra geração jamais sonhou. Estão no topo, com bons patrocínios. A maioria deles está conseguindo se manter próximos da família e eles sabem que têm condições de se tornar campeões mundiais. Esta é uma geração que está vivendo o melhor do nosso surf nos últimos dez anos. Meu conselho é que busquem se manter onde estão e que contribuam para que novas gerações conquistem as mesmas condições, a exemplo do Wigoli Dantas, do Mineirinho, que vem buscando movimentar o surf no seu Estado de origem e de Gabriel Medina, com a Fundação Medina. 123 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Rick Brayner/@rickbrayner

Cachorros loucos? Mas, afinal, quem são os Mad Dogs, por que esse nome e de onde vem tanta coragem? por Verônica Villas Bôas 124 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


“Acho o apelido Mad Dog muito irado! Foi um nome dado pelos havaianos aos baianos que estavam desbravando Jaws na remada e demonstrou um respeito grande por parte dos locais para com os surfistas de ondas grandes”, destaca o surfista Marcio Freire. Pode-se dizer que os nativos acertaram em cheio no apelido, porque foi exatamente isso que Danilo Couto, Yuri Soledade e Marcio Freire, três baianos que moram há muito tempo no Havaí, fizeram. Os meninos não tinham os equipamentos de hoje, como jet-ski, equipe de resgate, co-

Bruno Lemos/@lemosimages

Surf

Yuri Soledade - Pe’ahi - Maui, Havaí

Acho o apelido Mad Dog muito irado! Foi um nome dado pelos havaianos aos baianos que estavam desbravando Jaws na remada e demonstrou um respeito grande por parte dos locais para com os surfistas de ondas grandes Márcio Freire

letes salva-vidas e as pranchas apropriadas, e ainda assim, se jogavam no mar como verdadeiros gladiadores. Os riscos eram tantos e tão grandes que eles iam para o mar sem saber se sairiam vivos. Cheios de coragem e muito amor pelo big surf, esses meninos ultrapassaram todos os limites na remada, enfrentando cada milímetro de água da famosa e assustadora onda de Jaws. Desmaiar em decorrência de um caldo ou uma pancada na cabeça era e é um dos

maiores e mais frequentes riscos. As ondas são grandes, pesadas, muitas vezes com vento e sem acesso a uma praia. Para chegar às ondas, tem que ser de barco ou de jet-ski ou descendo o penhasco por trilhas bem difíceis, e ainda tendo que encarar uma arrebentação em cima das pedras, que torna complicado entrar e sair do mar. O mar é muito poderoso e perigoso e exige, além de coragem, muita concentração e tranquilidade para a tomada de decisões. Uma decisão errada e os próprios limites podem jogar contra esses verdadeiros heróis dos mares.

Bruno Lemos/@lemosimages

Os baianos que mudaram a história de Jaws estavam se propondo a fazer algo impensável até mesmo para os locais. Uma aventura que durou cinco anos (de 2006 a 2011). Desafiando Jaws ano após ano, eram eles um sonho e a sua coragem era movida pela paixão.

Márcio Freire - Pe’ahi - Maui, Havaí

Mas essa história vem desde 1988, quando o surfista Lapo Coutinho realizou o primeiro evento de ondas grandes só para brasileiros em Pipeline, no 125 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Surf Jaws, para mim, é a mais assustadora onda do planeta, além de ser a mais perfeita. A água é quente e azul. A onda quebra para os dois lados, o que traz um clima tropical, mas também faz dela uma onda tão difícil que acaba sendo muito assustadora Danilo Couto

Havaí: era o 1º Brazilian Nuts, um apelido dado aos brasileiros por conta da falta de condições para surfar aquelas ondas; faltavam pranchas adequadas e, com isso, eles viravam as maiores “vacas” (nome popular que define os famosos caldos que os surfistas sofrem quando caem das pranchas). O evento foi o início do aparecimento de brasileiros pegando ondas grandes e pode ser considerado precursor dos Mad Dogs, que cresceram ouvindo as histórias dos Brazilian Nuts. “Marcio, Danilo e Yuri são meus ídolos e representam muito no mundo das ondas grandes, tenho orgulho de também ser considerado um Mad Dog e de ser um descendente dos Brazilian Nuts, representando o Brasil nas ondas grandes”, confessa Lapinho, filho de Lapo Coutinho. Apesar da coragem, paixão e ousadia, os baianos não faziam muito estardalhaço com o fato de surfar aquelas ondas. Eram discretos. À medida que iam desbravando as ondas e conquistando confiança, iam inspirando os demais surfistas que começaram a cair na água

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Bruno Lemos/@lemosimages

Danilo Couto - Jaws - Pe’ahi - Maui, Havaí

com eles, até que surfar aquelas ondas como os “cachorros loucos” virou uma febre. Hoje, muitos surfistas seguem a trilha dos surfistas brasileiros. Todo mundo tem a sua “gunzeira” (prancha grande, com medida acima de oito pés). A coragem dos baianos foi reconhecida em 2011 quando Danilo Couto e Lapinho – filho de Lapo Coutinho – foram premiados no Billabong XXL, pela melhor onda do ano, com o seu desempenho em Jaws. “Jaws, para mim, é a mais assustadora onda do planeta, além de ser a mais perfeita. A água é quente e azul. A onda quebra para os dois lados, o que traz um clima tropical, mas também faz dela uma onda tão difícil que acaba sendo muito assustadora”, confessa Danilo. A conquista do título chegou de uma maneira especial coroando toda a dedicação que essa dupla e seus companheiros de aventura tiveram por aquela onda. O universo conspirou e Danilo e Lapinho pegaram a onda certa na hora certa, em um momento onde

os atletas top, a mídia e potenciais patrocinadores estavam presentes. Ter um título e uma premiação oficial abre portas, e a conquista proporcionou novos patrocínios.

Não é para qualquer um É importante esclarecer que para ser um Mad Dog não basta um sonho e muita coragem. Requer disciplina, concentração, dedicação e muito treinamento! Muito surf, alimentação saudável, cursos de apneia e musculação são alguns dos treinos aos quais essa turma corajosa se submete. Estar bem fisicamente e sempre tranquilo para poder analisar as condições e tomar as decisões certas é imprescindível para um Mad Dog enfrentar a força e pressão das enormes ondas que são capazes de segurar um surfista debaixo d’água por um tempo difícil de calcular, além dos riscos de contusão e sérios ferimentos no corpo decorrentes da grande massa de água que elas trazem.


Para os Mad Dogs, quando se fala de remada ou tow-in é como falar de dois esportes totalmente diferentes. Tow-in significa, literalmente, “rebocar para dentro”. O surfista é levado por um jet-ski por meio de um cabo de esqui aquático, já em pé e com os pés presos à prancha, até o ponto certo da onda, quando ela começa a arrebentar. Na remada ou no braço, como os surfistas gostam de falar, o esportista tem que fazer tudo sozinho, remando até a onda, até se levantar e surfar. Para eles, cada um tem o seu lugar e a sua vez. Existe um limite na velocidade e no tamanho com que a onda quebra que define claramente a necessidade de usar um em detrimento do outro. “A remada é o sentimento puro do surf. Pegar uma onda gigante com os seus próprios braços não tem comparação, é um sentimento muito gratificante”, afirma Yuri Soledade. Antes dos Mad Dogs, o limite estabelecido para decidir usar ou não o jet-ski era bem menor. Os meninos conseguiram provar que existe um limite bem maior, e é nesse limite que se encaixam os Mad Dogs.

As ondas gigantes continuam sendo para esses rapazes uma aventura inexplicável, mas não sem garantir-lhes um mínimo de gerenciamento de risco e oferecendo aos amantes do surf uma emoção tão inexplicável quanto a que os nossos heróis desfrutam sobre as enormes ondas. Coragem, garotos, vocês são os nossos ídolos!

Arquivo Pessoal

Nos tempos de hoje é inimaginável pensar no surf de ondas gigantes sem o apoio e a segurança oferecidos pelos jet-skis, coletes e todo o aparato em torno dessa aventura. Danilo Couto ministra treinamentos extremamente completos em que os surfistas aprendem a ficar em apneia por cerca de 5 minutos. Eles mergulham com pedras amarradas ao corpo, e aprendem a usar equipamentos de segurança.

Lapinho e Nicole Pacelli

Aventura em família Toda essa história foi contada no documentário “Mad Dogs”, do diretor Roberto Studart, e exibido no Canal OFF. Um verdadeiro sucesso! Em janeiro de 2019, o canal vai exibir uma série denominada “Casal 20 Plus”, na qual Lapinho e Nicole Paceli (sua esposa, que também surfa ondas gigantes) viajam o mundo na companhia de Jorge Paceli, pai de Nicole e shaper, que também surfa ondas grandes. O projeto promete fortes emoções e lindas cenas, e os três estão superempolgados. Vale a pena conferir! 127 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Gastrô

DE

Fotos: Four Dogs

Foto: UAU

SABOR

NOSTALGIA 128 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

Na terra do acarajé, o hot dog se reinventa para atender a um público mais jovem, conectado e exigente Por Simone Ribeiro Uma “paixão” que ignorava o trânsito de Salvador. E fazia Evandro Oliveira sair da Pituba para Vilas do Atlântico: o cachorro-quente da The Dog Father. Idas e vindas uniram a fome à vontade de comer. Há oito meses, o empresário abriu a própria casa, em Stella Maris. Apesar da inexperiência no ramo, ele enxergou na crise econômica uma oportunidade e confiou no cenário apontado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF): no segmento de franquias, a alimentação teve o melhor desempenho em 2017. A opção por um prato “das antigas”, que nos remete desde as festinhas de aniversário às noitadas nada inocentes, justifica: “É um produto saboroso, gostoso e inovador”. Além do sabor, outras iscas atraíram Evandro. Todos os 18 sanduíches lá têm nomes dos personagens de “O Poderoso Chefão”: o Corleone e o Moe são os mais pedidos. A base é o pão (em 17 cm ou 33 cm), o purê de batata, a salsicha e o molho especial (um segredo da franquia). O que diferencia um hot dog do outro são os adicionais: calabresa, cheddar, frango com creme cheese etc. A decoração do lugar, com motivos em branco, preto e vermelho, tem um charme retrô. Na vitrola, música contemporânea. Jovens formam o público principal. Moram em Stella, Alphaville, Patamares, Piatã, Orlando Gomes e Itapuã. A loja atende delivery e abre, diariamente, das 17h às 23h.


A história de Evandro é parecida com a dos sócios da Uau, dogueria da Pituba. Após um começo promissor no projeto Salvador Boa Praça – venderam 300 unidades na primeira edição em que participaram, em 2016 –, partiram para o profissionalismo e já pensam em expandir. “O cachorro-quente tem uma coisa nostálgica, lembra comida de mãe”, define Gabriel Chamusca. Viagens para os Estados Unidos (a meca do sanduíche) e São Paulo e a assessoria da chef Patricia Veiga (ex-Restaurante Doc) também contaram na formatação do negócio. Eles chegaram a comprar um trailer, mas o ponto escolhido foi a Pituba, onde funcionam desde agosto do ano passado, de terça a domingo, das 18h às 23h; e sexta e sábado fecha à meia-noite. Os três sanduíches que foram o carro-chefe das vendas da Uau nos seus primórdios – o Italiano, o Mexicano e o Chilli & Cheddar – continuam no cardápio. Hoje, são sete tipos de hot dog, todos feitos com pães, salsichas e molhos artesanais. Em breve, dois novos sabores se juntarão à família: o Baconzolla (que leva creme de gorgonzola, bacon, cebola caramelizada e couve crispy) e o Provoletta (com tomate confitado, creme de provolone, farofa da casa, alho frito e bacon frito). Do lado de dentro da dogueria são três mesinhas e na área externa mais 17. Nos finais de semana, a clientela conta com música ao vivo no trailer grafitado e estacionado em frente à rua: o veículo se abre e vira um palco. Futuramente haverá recital, apresentação de mágica, Domingo do Jazz e mais programação cultural, promete o proprietário.

Reprodução/Instagram @uauhotdog

Gastrô

O cachorro-quente lembra comida de mãe, como definiu Gabriel Chamusca, do UAU

Proporcionar um ambiente acolhedor, que faça a pessoa gostar do atendimento, da comida e querer retornar é também uma das preocupações de Juca Pretto à frente da Four Dogs. Um dos três sócios da loja e apaixonado por cachorros, ele criou a marca em 2015. Do food truck e do contêiner eles migraram, há sete meses, para uma área verde no Costa Azul. Nas redes sociais, Four Dogs é sinônimo de gastronomia artesanal e premium (eles só usam linguiça), mas também de cuidado com os pets.

Para quem surfa na onda do hambúrguer, incluir um hot dog no cardápio foi uma ação natural. Sócio da ÃBurguer, no Jardim Apipema, Rodrigo Dias morou na Califórnia e percebeu que lá era comum os restaurantes servirem os pratos juntos. “A gente quis inovar, pois percebemos que dogueria ainda é algo pouco conhecido em Salvador”. Os sanduíches com salsicha alemã artesanal da hamburgueria são praticamente iguais; o que diferencia é o chilli. No mais, levam pão brioche e uma mistura de queijo e batata-palha doce.

A ideia da dog friendly foi reforçada depois que Jucapassou por uma multinacional. Hoje, o slogan “Loucos por hot dogs e dogs” está presente em sanduíches com nomes de raça e eventos que apoiam ações de adoção, por exemplo. Na Four Dogs, os cães são muito bem-vindos e ficam soltos no domingo. A dogueria abre de terça a domingo, das 18h às 23h; terça, quarta e quinta, das 18h à 00h, sexta, sábado e domingo, das 14h30 em diante. Nas caixas de som, muita black music, soul e MPB. Artistas da cena local estão esquentando o recente projeto Jardim Acústico.

Menos é mais Na contramão do hot dog gourmet, nascia há 31 anos o cachorro-quente da Travessas, no Santo Antônio. Feito com pão e molho caseiros, queijo ralado e salsicha. Com o sucesso, a portinha da casa de Dona Ridalva e seu Egidio, point dos alunos do Colégio Divino Mestre, ficou pequena. O segredo? O pão que a matriarca inventou e cuja receita não fornece, diz o filho Daniel Erhardt, administrador da lanchonete. A Travessas, que funciona de segunda a segunda das 9h à meia-noite, é um exemplo da propaganda boca a boca (literalmente falando): não está em redes sociais e nem atende delivery. 129 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Reprodução/Instagram @aburgeroficial

Gastrô

O hot dog é um prato que remete tanto às festas de aniversário quanto às noitadas nada inocentes

Empresário, produtor de eventos e habitué do Rio Vermelho, Antonio Portela é outro que não acredita em adicionais no cachorroquente. Para ele, “a estrela tem que ser a salsicha”. Quando resolveu mergulhar no mundo da charcutaria – porque viu aí um campo inovador – foi a São Paulo estudar. “Salvador não conhece esse tipo de negócio. Tanto que aqui você bota vários ingredientes para mudar o gosto. Quando se usa uma coisa de qualidade, sem química, a salsicha vai te alimentar, não vai só passar a fome”. Um dos donos da Original Hot Dog Dogueria, Portela está com o espaço fechado para recompor sociedade e resolver problemas com mão de obra. O “minimalismo” também parece ser a base da receita que o publicitário Washington Olivetto preparou ao vivo no dia 19 de abril, no programa da apresentadora Ana Maria Braga (Globo): duas salsichas tipo alemã, uma baguete, 16 fatias finas de queijo Emmental e mostarda de Dijon a gosto. Cansado da culinária francesa em uma temporada na capital parisiense, ele fez o pedido do hot dog em um restaurante, mas descobriu que o prato, na terra da gastronomia, era servido apenas aos funcionários. 130 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

Pesquisador do cachorro-quente, chef de cozinha e dono do Bierstrô, em Stella Maris, e da Rice Road Street Food (um restaurante alemão itinerante), Giorgio Sérvius afirma que no Brasil existem “culturas de hot dog”. Na Bahia, chama a atenção o sanduíche com mistura de molho de tomate e... “tempero”. “É o que me faz sair de casa duas horas da manhã para comer um cachorro-quente de rua”. Em Campina Grande, foi apresentado ao prato servido com carne moída em cima. Surpresa foi ter comido na Argentina “os melhores hot dogs” depois dos EUA. Para quem pensa que tudo que é embutido deve ser chamado de hot dog, Sérvius começou a vender a sua versão do sanduíche em Salvador em 2015, nas feiras de rua – “e com salsicha de verdade”, frisa. Acredita que a partir daí outras pessoas seguiram o seu passo. Sobre as origens do cachorroquente, que teria migrado da Alemanha para os EUA, o cozinheiro mais de forno do que fogão conta que existe uma lenda, segundo a qual, no início, só existia a salsicha, além de uma luva passada de mão em mão. Como nem todo mundo achava o costume higiênico, alguém

teve a feliz ideia de acrescentar o pão. Hoje, o empresário respeita a luta histórica de não se colocar adicionantes na receita original. “Poucos elementos são suficientes pra fazer as pessoas sentirem os sabores em um cachorro-quente”. Pickles é a única concessão a que faz. No Bierstrô, Sérvius serve três tipos de hot dog, sendo que dois chamam a atenção: o Choripan (com carne de búfalo ou javali) e o Bjorn (feito com pão preto, linguiça artesanal de porco, molho de ervas e molho de manga).

Uau Rua Rio de Janeiro, 480, Pituba. Tel.: 71 3027-5011 The Dog Father Alameda Praia de Caratingui, 71, Stella Maris. Tel.: 71 3011-7017 Four Dogs Rua Cassilandro Barbuda, 139, Costa Azul. Tel.: 71 3037-3489 Travessas Travessa dos Perdões, 65, Santo Antônio. Tel.: 71 3242-6497 Ã Burguer Rua Professor Sabino Silva, 767, loja 002, Jardim Apipema. Tel.: 71 3042- 0617 Bierstrô Alameda das Praias, Empório Greco, loja 5, Stella Maris. Tel.: 71 99302-4449


sorvete gela

coraca de maeo aquece

Prepare a cena. Faça uma supresa. Pegue pela mão. Coloque uma MPB pra tocar no caminho. Disfarce. Pergunte que fruta ela mais gosta. Qual a sua cor preferida. Quando chegar aqui na Ribeira, dê aquele sorriso que só você sabe dar. Entregue o sorvete que ela vai amar. Ah, e se bater aquele ventinho frio do mês de maio aproveite logo pra rece ber o abraço mais gostoso do mundo. Amor de mãe aquece.

Praça General Osório,

87 - Ribeira

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131 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Gastrô

Por Lucia

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Em temp os de “go urmetiza racionali ção”, u zação d mm os prato mentos in s e ali- me omento especial: dustrializ r bem, c ados, na o de cotramão, om praz con- de surge na er e qua , um alim gastrono a cozinh lidaento para mia a afetiva a alma. . O retorn simples, o ao A c a va omid dientes lo lorização dos ing re- contra a vai além do q cais, o re ue ens mos em gate dos tigos ca dernos d superme an- O cuid rc e a ados. d receitas, memória das diente o na escolha dos s a s é part in greda cultura fetivas e olfati e import vas, proces , da trad ante no so. Os le ição, do A record gumes, te afeto. e fru ação da mperos tas são comidinh casa da encontra a da muito vovó, da d o s c m s reuniõ família e es de feira d ais variedade em om m volta e u agricultu da mesa através d ra familia ma , seja exemp o cheirin lo. São a r, por ho da co ou do sa limentos mida cos tanto bor à pri benéfimeira ga para a s Falar de rf aúde qu d a d o a. cozinha ponto de anto afetiva é lar de ex vista de periência responsa fa- bilidade so cial, com s, food, da o forma quele pra de comfort ajudar os pe d e q to prepa u sem pre e nos agric rado aqueles qu ssa, pen ultores, e produ sado em para voc q zem em u v esito de ocê, ê, a fim d um afeto mu e proporc ito ionar que os de e scala ind maior do ustrial.

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Gastrô

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Gastrô

A cozinha afetiva é feita de boas histórias e o culinarista (e também diretor de arte) Leonardo Grimaldi, da @lagrimacozinha e sócio, juntamente com Ivone Mit, da Deguste Cozinha Afetiva, é cheio delas. Ele contou que os seus pais sempre foram a sua maior fonte de inspiração. As suas primeiras memórias olfativas e degustativas são da feijoada e da quiabada da sua mãe, Iraci Grimaldi, memórias da sua infância. O seu despertar para a cozinha surgiu de uma necessidade. Em um intercâmbio que fez aos Estados Unidos, aos dezesseis anos, Grimaldi sentia a falta do tempero, da comida de casa, então, ele que estava em uma casa de vegetarianos, certo dia ligou para a sua mãe pedindo uma receita para que ele mesmo a preparasse, e aquele foi o seu primeiro contato efetivo com a cozinha, o seu primeiro prato, um frango ao forno ao molho de mel e mostarda. A partir de então, ele começou não somente a reproduzir as receitas de sua mãe, mas também a compartilhá-las com a família norte-americana.

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Frederico Pimentel/Divulgação

Localizado na Barra, o restaurante traz a proposta de promover uma alimentação saudável com o conceito comfort food. “Aqui é a nossa casa. Eu quero que o cliente sinta a minha mão em tudo o que é feito, que sinta aquilo que a gente sentiu fazendo a comida. Envolve amor, cuidado; é um prato preparado para ele, com afeto”. Sobre a escolha do nome do restaurante, Karine respondeu que o coentro é um tempero regional que tem a cara da Bahia, é muito saboroso, sustentável, fácil de encontrar sempre fresquinho e que melhor traduz a proposta do restaurante, que é servir uma comida saudável, cheia de sabor.

Leonardo Grimaldi: “Amor, tempero e carinho. Isto, para, mim é cozinha afetiva”

Já de volta ao Brasil, o culinarista, vendo os seus pais cozinharem desde as comidas mais simples às mais sofisticadas, se encantou pela cozinha e percebeu que era aquilo que ele queria fazer para o resto da vida. “Amor, tempero e carinho. Isto, para, mim é cozinha afetiva. É a

comida da avó, da minha mãe, a comida que você faz quando está longe de casa e sente saudades, é a lembrança do instante em que pediu ou foi pedido em casamento, é o cheiro daquela comida que te remete a um lugar que te marcou”, definiu Grimaldi.


Paella

A comida aproxima as pessoas, e quer algo mais afetivo do que uma reuniãozinha de amigos em casa ou um jantar em família? Uma alternativa para aqueles que não têm tanta habilidade na cozinha é o serviço de personal chef, ou chef delivery, uma tendência que vem ganhando cada vez mais espaço na casa dos brasileiros. O personal chef prepara as refeições de acordo com o que o cliente deseja, em suas casas ou no local do evento indicado. Em datas comemorativas como o Dia das Mães ou o Dia dos Namorados cresce a busca por esses serviços.

Karine Poggio, sócia e chef do Coentro Gastronomia Afetiva

Foi pensando nessa crescente demanda que Gustavo Campos teve a ideia de criar o @chefemcasassa. Ele, que já comandou um restaurante em Belo Horizonte, identificou no mercado baiano uma oportunidade e conta que tudo começou com os pedidos de amigos para preparar almoços e jantares em suas casas, posteriormente, os amigos dos amigos; surgiram

então os primeiros eventos e, assim, o negócio foi tomando forma. “Meu pai e meu tio foram quem me inspiraram. Lembrome sempre do meu pai preparando feijoada, caruru e o meu tio cozinhava muito e é casado com uma espanhola, então, eu comia muita paella. Eu estava sempre participando, ajudando na cozinha, nas festas familiares e espero um dia passar isso para o meu filho”. O cardápio varia desde massas, frutos do mar, a paella (um dos carros-chefes do negócio), a feijoada, queridinha dos brasileiros e turistas.

Reprodução/@chefemcasassa

Personal chef

Murillo Dias/Divulgação

As reuniões em família eram comuns aos domingos, tios, avós, primos e comida farta. De um lado, a influência de sua família italiana, do outro, o regionalismo “brazuca” (reuniões que se mantêm até hoje) e foi unindo elementos das duas culturas que ele começou a compor as suas próprias receitas. E são os seus amigos os primeiros a experimentarem as suas receitas autorais, a quem ele chama de “verdadeiros críticos”. Receitas como o risoto de dendê com camarão preparado especialmente para esta matéria, servido com duas entradas, a bruschetta e a florata de carne-seca e bananada-terra. Hoje, Grimaldi dá aulas de Culinária, junto com a sua sócia no Deguste Cozinha Afetiva, e compartilha as suas receitas através de um catálogo on-line em seu site e vídeos no recémcriado canal do YouTube “La Grima Cozinha”.

Reprodução/@chefemcasassa

Gastrô Gastrô

Lombo de bacalhau com legumes e batata ao murro

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Gastrô

Comida para

Seduzir

S

eduzir e cozinhar são artes deliciosas que envolvem a cabeça, o corpo e o coração. Os grandes chefs de cozinha, assim como os amantes, são inspirados pela paixão.

Há quem diga que a culinária de sedução é norteada pela utilização de receitas de fácil preparação que permitem que o cozinheiro passe menos tempo na cozinha e, assim, sobra mais tempo para os jogos amorosos. Há uma corrente que se classifica por uma culinária cujas comidas puxam pela sensualidade, sabor, cheiro e texturas que vão estimular o apetite sexual dos parceiros, em que tudo é pensado para seduzir. Os ingredientes considerados afrodisíacos são aqueles que têm vibrações refrescantes, evocações visuais, aromas e nutrientes necessários para melhorar o desempenho sexual, na maioria das vezes nada comprovado cientificamente, mas juramentado na sabedoria popular. Há quem questione se os afrodisíacos têm mesmo resultado ou se são apenas sugestivos. É bom lembrar que a imaginação pode ir longe na arte da sedução; ao servir essas comidas sensuais em um ambiente provocante, você pode levar qualquer amante ao êxtase. O fato é que a comida sedutora nos deixa mais enérgicos, promovendo uma sensação de bem-estar e o aumento do vigor físico. Ao montar um menu de sedução, escolha pratos que saciem, 136 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

mas que não enfartem; escolha comidas que façam o seu parceiro desejar mais comida… ou sexo! Lembre-se que servir uma refeição sedutora com bom humor em um ambiente preparado para o amor vai provocar a melhor recompensa. Por último, use a empatia quando cozinhar para o seu parceiro; pense cuidadosamente nas suas preferências culinárias e fique atento às alergias, afinal, o seu plano pode estar perdido com uma simples frase como “detesto camarão” ou até uma urticária!

Arrisque-se e experimente coisas novas. Use aventais provocantes, uma venda de olhos, explore todos os sentidos, namore, vista-se ou não vista nada. Comer é um ato primário, uma questão de sobrevivência e attitude. Raul Lody, em “Brasil Bom de Boca”, escreve: “Comer é um ato biológico, indispensável, principalmente, simbólico, ritualizado, seguindo os padrões de cultura, das ofertas do meio ambiente, das maneiras de misturar, preparar e servir, sendo certamente o ato mais pleno do homem, somente comparado ao ato sexual”. De maneira geral, os momentos importantes são sempre acompanhados de boa comida e boa bebida, seja um casamento, um batizado, um aniversário, o almoço da casa da mãe aos domingos, um encontro de amigos, qualquer que seja a celebração sempre há comida e bebida integrando as pessoas. Há até povos cuja cultura oferece comida aos

Tereza Paim Cozinheira pesquisadora e apaixonada pela cozinha baiana

seus mortos ou celebram os funerais com bastantes alimentos e bebidas. Toda família tem uma ou mais receitas que são passadas de geração em geração em um ato contínuo de amor e perpetuação desse grupo.

A dica do chef desta edição é de Ana Robéria, da Bella Gourmet Bistrot @bellabistrot

Afrodite Arroz de coco Ingredientes: 120 g de arroz parboilizado cozido 1 colher de sopa de cebola à brunoise 1 dente de alho picado 1/2 xícara de chá de leite de coco 2 colheres de sopa de água 1 colher de chá de coco ralado desidratado 1 colher de sopa de óleo de gergelim 1 colher de sopa de cheiro-verde picado Modo de preparo: Em uma frigideira pequena aquecida, coloque o óleo de gergelim, acrescente a cebola


Gastrô e o alho, recheie, acrescente o leite de coco e a água. Quando começar a ferver coloque o arroz, o coco ralado e, por último, o cheiro-verde. Deixe ferver até ficar mais sequinho.

Frutos do mar Ingredientes: 6 ostras frescas 6 filés de camarão 21/25 1/2 xícara de conhaque 1 colher de sopa de gengibre à Juliene 1 colher de chá de açafrão 2 colheres de sopa de azeite de oliva Modo de preparo: Cozinhe no vapor as ostras. Depois de cozidas, tire-as das cascas. Tempere os camarões com sal e pimenta-do-reino. Em uma frigideira aquecida com o azeite, coloque os camarões e as ostras, em seguida despeje o conhaque com açafrão e o gengibre, deixando-o flambar.

Geleia de pimenta Ingredientes: 1 maçã 50 g de pimenta biquinho 2 colheres sopa de açúcar mascavo Suco de 1/2 laranja Modo de preparo: Bata tudo no liquidificador até formar um creme, leve-o ao fogo, deixando ferver até ficar um creme homogêneo. Arrumação: Coloque o arroz dentro de meia casca de coco fresco. No prato, coloque a geleia de pimenta, arrumando sobre ela os camarões e as ostras.Use para decorar pimenta dedo-de-moça e algumas casacas das ostras. 137 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Gastrô

Criativo e minucioso na arte da gastronomia

Vini Figueira Por Aleile Moura Araújo

Foi a paixão pela gastronomia que fez com que Vinicius Figueira ganhasse o mundo e, depois de ter morado em mais de 15 países, arriasse as malas na terra do dendê. Nas suas andanças mundo afora, o jovem chef de apenas 31 anos de idade adquiriu conhecimento e aprendeu as minúcias da arte gastronômica em seus mais de 10 anos de profissão. Natural de Búzios, no Rio de Janeiro, Vini Figueira, como é conhecido, estudou Gastronomia em Barbacena, no interior de Minas Gerais, onde se encantou pela riqueza da culinária. Depois de ter passado por grandes restaurantes e convivido com renomados chefs na Europa, Vinicius retornou ao Brasil, passando por conceituados restaurantes, até que foi chamado para vir à Bahia montar o cardápio do Zen, em Salvador. Além do Zen, Vini montou também o Bistrô du Vin para a Casa dos Vinhos. Sem dúvida, foi amor à primeira vista pelos cheiros e sabores singulares dos ingredientes baianos. 138 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Gastrô Apostando em uma culinária artesanal de bases clássicas e toques de ousadia, o chef viu na Bahia uma excelente oportunidade para empreender e, então, criou o seu primeiro negócio: a Cantina du Vini. Em cada canto do espaço é possível notar o toque do chef: da montagem do cardápio à decoração. Para o restaurante, localizado na Rua Bartholomeu de Gusmão, no Rio Vermelho, foi escolhida a gastronomia italiana. No menu, pratos deliciosos à base de produtos simples como o tomate, o manjericão, uma massa e um toque de pimenta-de-cheiro ganharam o paladar dos soteropolitanos. A sua expertise no ramo da gastronomia e no atendimento primoroso lhe permitiu, ainda, criar mais uma unidade da Cantina du Vini, desta vez, no bairro do Imbuí; e o Ko Phai, onde o chef Vini e a sua equipe oferecem variedades da culinária do Japão, Tailândia e Índia, respeitando a leveza e o sabor dos alimentos de cada cultura. Além dos restaurantes, Vini fornece serviços de buffet por meio da Vini Figueira Gastronomia. A empresa atua no mercado baiano, oferecendo alto padrão em serviços e locação de material.

A dica do chef Baseada em sua essência de inovar e apostar em pratos com ingredientes simples, a dica do chef desta edição é o Chocolate Aveludado. Trata-se de uma sobremesa de chocolate suíço com crocante de Óreo. Para acompanhar essa delícia, Vini Figueira indica uma boa taça de vinho do Porto. A bebida, classificada como vinho fortificado, é a harmonização perfeita na hora da sobremesa, fazendo par com tortas e doces à base de chocolate. A seguir, o passo a passo de como prepará-la. A decoração e a finalização ficam a critério de cada um.

Chocolate Aveludado Ingredientes

200 g de chocolate meio-amargo 1 caixinha de creme de leite (se usar a lata, retire o soro) 3 claras de ovo batidas em neve

Preparo Derreta o chocolate em banho-maria ou no micro-ondas controlando o tempo de 30 em 30 segundos para não queimar. Em seguida, adicione o creme de leite e misture bem. Enquanto o chocolate esfria completamente, bata as claras em ponto de neve bem firme. Quando o chocolate estiver frio, adicione as claras em três etapas e misture delicadamente para que o ar e a leveza adicionados pelas claras não se perca. Leve à geladeira por, pelo menos, três horas antes de servir. Use a criatividade para a sua apresentação. 139 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


O Caminho do Chá:

arte e espiritualidade Q

uando as pessoas descobrem que sou uma serviente do chá, logo me perguntam: “Você vende chá?”. Na hora, respondo que não, nada contra a sua comercialização, mas faço dessa pergunta um atalho para compartilhar o Caminho do Chá, com o qual me encantei há dez anos e se faz presente em minha vida desde então. Para seguir algum caminho é importante antes de sair percorrendo-o procurar estudar a origem do que o despertou a caminhar. E com o chá não poderia ser diferente. Pela arte, beleza e por um aprimoramento espiritual que levo a você essa cerimônia ainda nova para muitos leitores: o Chadô, o Caminho do Chá. Uma expressão cultural típica japonesa que graças aos descendentes do país do sol nascente pode ser vivenciada não somente no Japão, mas também em algumas outras partes do mundo, inclusive no nosso Brasil nos dias atuais.

Rosana Boaventura Trabalha com arte e educação, é uma andarilha do seu autodesenvolvimento e faz de uma tigela de chá o seu momento de graça

A história e a tradição eu deixarei para que você as pesquise, desejando que não deixe de fazê-lo porque você vai adquirir outro conhecimento, como também pode te tornar um grande apreciador da bebida e fazê-lo chegar a outro caminho. Pouco conhecido pelos ocidentais, o Chadô tem como base quatro princípios: a Harmonia (Wa), o Respeito (Kei), a Pureza (Sei) e a Tranqulidade (Jaku) servindo como pilares para aquele que deseja continuar levando uma tigela de chá para a humanidade. Para tanto, há a necessidade de dominar esse caminho em que a arte se faz presente na arquitetura do ambiente, na apreciação dos utensílios, no poema e na natureza como um artifício ao rito do belo. E por ser arte, nos parece que ela passa a ser suficiente ao domínio do Chadô. Porém não o é, o Caminho do Chá ocorre além

Chá nada mais é que isso: primeiro, você aquece a água, depois você prepara o chá. Depois você o bebe adequadamente. Isto é tudo o que você precisa saber Rikyu

das aparências. A disciplina, a discrição e a ordem serão essenciais para se tornar o “homem de chá”, nome dado para aquele que aspira seguir esse caminho, dado pelo Sen Rikyu, grande mestre do Chadô do século XVI, no Japão. Um “homem de chá”, que incorpora os elementos essenciais acima citados e busca os princípios Wa, Kei, Sei e Jaku no seu contidiano, torna-se capaz de perceber que o espírito do Chadô não é algo para, simplesmente, amenizar a sede nessa experiência secular japonesa, mas para sentir e compreender o verdadeiro espírito desse caminho, quando a serventia se torna mútua e contribui para uma paz compartilhada por uma simples tigela de chá, fazendo das suas mãos o caminho. Que esta pouca leitura desperte em você a curiosidade de saber que sempre há um novo caminho, o Chadô pode ser um deles. Mas tenho a obrigação de informar que para esse caminho ser alcançado ele será longo, por ser muito simples.

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Life Style

L’air du temps

N

o universo digital, estamos plugados 24h em contato constante com familiares, amigos, parceiros de trabalho... um bombardeio de informações, correntes e também de afagos e gentilezas. Celebrações com aniversários, dia do amigo, das mães e um sem-fim deles nunca passam em branco após os lembretes das mídias sociais. Para além do digital, uma “nova onda” com perfume vintage volta à cena: o uso da papelaria. Ela nunca esteve tão em evidência. Ter a própria papelaria, com iniciais, ou elementos artísticos de design é uma tendência no meio social e corporativo. Um elemento

que traz charme e personalidade para o dia a dia veloz que toma conta da vida de todos. Em muitas culturas, o hábito de pontuar comemorações e agradecimentos com cartões continua vivo! Os japoneses que amam tecnologia não abrem mão dos seus cartões sofisticadíssimos, feitos de papéis especiais, e fazem do ato da entrega um protocolo à parte, em termos de elegância e reverência. Um movimento simbólico que cumpre a função da comunicação, buscando materializar o gesto atencioso da “presença” que tanto faz falta na atualidade!

Adriana Cravo Relações Públicas

Renovação

Após anos de casamento, vida estabelecida, filhos crescendo, você é surpreendido (a) com a pergunta: “Você quer se casar comigo... de novo?”. Essa cena romântica tem se repetido cada vez mais. Muitos casais têm aproveitado o desejo de renovar os votos do casamento para realizar o sonho de uma cerimônia com tudo ou “quase tudo” de uma festa de casamento original. Para muitos, a renovação dos votos do casamento é a oportunidade de reviver o momento mais lindo de suas vidas, em uma situação bem diferente, com a presença de familiares, amigos e dos filhos, parte essencial desse encontro. Para comemorar as bodas, algumas pessoas optam por um evento simples, uma pequena reunião em casa ou na igreja ou um jantar íntimo. Mas há uma tendência crescente de se fazer algo bem mais grandioso, com recepções realizadas em cenários idílicos, como as Ilhas Gregas, Itália ou Maldivas, por exemplo. No mês das noivas, das mães, e do Dia dos Namorados, nada mais sugestivo para aqueles que acreditam no amor!

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Life Style Dos deuses! Estrela de primeira grandeza da enologia francesa, o sobrenome Rothschild é símbolo de uma das mais tradicionais famílias produtoras de vinho do mundo, desde 1853. Philippe de Nicolay-Rothschild não carrega apenas o sobrenome, mas também o conhecimento e a paixão pela arte de produzir e degustar bons vinhos. Mudou-se para o Brasil em 2010 com a intenção de explorar novas oportunidades. O objetivo de Philippe se concretizou em 2013, com a abertura da PNR Import, que trouxe com exclusividade aos consumidores brasileiros os vinhos dos domaines e châteaux Lafite Rothschild e os champagnes Barons de Rothschild. “Abri a importadora porque ficava indignado e ainda fico com os preços estratosféricos que se praticam por aqui. Eu tinha noção de quanto deveria custar. Acredito que tomei a decisão correta em fincar raízes no Brasil”, explica.

E foi pensando em oferecer aos brasileiros um serviço diferenciado que em 2016 ele fundou o Magnum Club - único clube com vinhos de 150 anos de tradição. Os extraordinários produtos oferecidos passam pela rigorosa escolha do próprio Philippe e representam algumas das melhores opções do mundo, como os grandes vinhos dos Domaines Barons de Rothschild e outros exemplares de vinícolas reconhecidas internacionalmente, que seguem o mesmo padrão de qualidade da família. Ao contrário dos outros clubes de vinhos brasileiros, Philippe decidiu não impor as suas escolhas, dando liberdade aos seus clientes para escolherem os vinhos que mais agradam o seu paladar. O associado pode optar tanto pela seleção de rótulos do mês quanto escolher as recomendações que ele faz seguindo as temáticas mensais do clube. Uma opção imperdível para os amantes de vinho! www.magnumclub.com.br

Arte Pelo Mundo ArteBA (Buenos Aires) De 24 a 27 de maio Art Basel (Suíça – Baseleia) De 14 a 17 de junho

Bienais: 11ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, Brasil) De 6 de abril a 3 de junho

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Luxo

Tour

de luxo

Datas especiais são sempre uma ótima oportunidade de presentear. Durante o primeiro trimestre do ano, acompanhamos de perto lançamentos e novidades que movimentaram o mercado de luxo nacional e, por que não, internacional. Confira abaixo uma seleção incrível com opções de presentes para todos os gostos. Capriche na escolha!

Jornalista

Jean Paul Gaultier apresenta Scandal! Um perfume de uma mulher que é livre e forte. Os frascos de Gaultier eram bustos; agora, são pernas! O coração dessa fragrância é sobre a vida. Durante o dia, é um mel gourmet refrescante que cheira como gardênia e laranja sanguínea, quase infantil. À noite, é um mel sensual e sedutor misturado com patchouli.

Fotos: Divulgação

A bolsa é definida por elementos-chave do trench coat Burberry. Seu formato é influenciado pelos contornos da lapela e movimentos delicados do clássico tecido gabardine e apresenta um cinto oversized, assim como o trench. Acaba de chegar ao Brasil em dois tamanhos, média e larga, nas cores: preta, cinza mineral, giz e rosé claro.

Patricia Zanotti

Burberry 2018 collection - The Belt Bag

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Este ano, comemora-se o 160º aniversário da Minerva, manufatura de relógios de alta complicação que a Montblanc mantém em Villeret, na Suíça. Como parte das comemorações, a Montblanc apresentou no Salão Internacional de Alta Relojoaria três linhas de relógios que serão lançados comercialmente a partir de junho – todos fazendo referência ao legado da Minerva.


Ferragamo celebra a coleção Primavera 2018 com a iniciativa #FlowerInvasion. Padrões florais sofisticados dos arquivos da Salvatore Ferragamo decoram uma seleção inédita de sapatos e bolsas. Flores impressas digitalmente estampam lenços de seda amarrados no tornozelo de sandálias de couro e anabelas de saltos ondulados, conhecidos como F-Heel. A flora original da Toscana e da Inglaterra florescem na parte superior de mules, sapatilhas e outros modelos sobre o icônico salto Flower Heel, projetado pelo diretor de criação das linhas femininas, Paul Andrew, inspirado pelo design atemporal dos arquivos da maison de luxo italiana. Desde 1993 que o Seamaster Professional Diver 300 M tem consigo uma legião de seguidores. Amado pelo seu design e tecnologia oceânica, o relógio original assinalou o triunfante regresso da OMEGA ao mundo dos relógios de mer-

gulho e também deu início à longa parceria da marca com o personagem James Bond. Agora, 25 anos mais tarde, chegou uma nova e ousada coleção. A OMEGA revela uma completa renovação do seu famoso relógio para 2018, com 14 modelos únicos, incluindo 6 em aço e 8 em uma mistura de aço e ouro. Agora, dimensionado em um relógio maior, com 42 mm, cada novo Diver 300 M é equipado por um Master Chronometer Calibre 8800, que eleva de imediato a coleção a um novo patamar de precisão, desempenho e resistência magnética.

Fotos: Divulgação

Luxo

Four Seasons estreia na Grécia com a conversão do Astir Palace, um dos hotéis mais tradicionais da Riviera Ateniense. O hotel, que fica em uma península a cerca de 20 km de Atenas, tem vários restaurantes, duas praias particulares e uma animado beach club – o ponto de partida perfeito para uma temporada pelas Ilhas Gregas.

Creme de firmeza reparador formulado com peptídeos biomiméticos e ação sobre rugas dinâmicas. O creme da USK restaura os sinais avançados da idade com ação específica sobre as rugas dinâmicas, amplia a manutenção das estruturas intercelulares, ativa o metabolismo celular, exerce o efeito antioxidante imunoestimulador e diminui os sinais da contração muscular, reduzindo as rugas e linhas de expressão dinâmicas. Pele luminosa. Creme para a beleza das pálpebras, exclusivo para a área dos olhos, com fortes ações de super-hidratação, antirrugas. Clareador de olheiras e firmeza. Anna Pegova. 145 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Social & Eventos

Coluna Social

VIP

Karla Borges Administradora de empresas, bacharela em Direito e professora

Fotos: Divulgação

Max Gehringer na Bahia

História VIP Ricardo Luzbel, sócio do site Bahia Notícias Ricardo Luzbel largou um bom emprego de 24 anos na TV Itapoan em busca de um novo projeto profissional por acreditar que, fazendo a coisa certa, o resultado logo viria. Associou-se a Samuel Celestino, que na época era o maior articulista político do Jornal A Tarde, presidente da ABI, e juntos iniciaram o site como samuelcelestino.com.br, transformando-se depois no Bahia Notícias, também recheado de colunas de variedades e esportes. Luzbel não tem dúvidas de que o principal diferencial desse importante veículo é a imparcialidade, além do seu enorme alcance no interior. O site investe muito nas re146 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

des sociais, sendo um grande veículo de comunicação no Facebook, com mais de um milhão de seguidores, 340 mil no Twitter e 120 mil no Instagram. Está incrementando no momento o WhatsApp e a transmissão ao vivo: fez recentemente um debate para a presidência do Esporte Clube Bahia que atingiu 80 mil usuários. Lançou também a rádio, a RBN Digital, com música de qualidade e informação, conquistando mais de 145 mil ouvintes por mês, através dos aplicativos. Ricardo afirma que se ser VIP é apresentar notícias selecionadas, bem apuradas e de interesse geral, ele tem absoluta convicção de que o site o é, e enfatiza o seu caráter apartidário, com o interesse único de informar corretamente e com a agilidade que a internet proporciona.

A competente relações públicas do Othon Palace Hotel, Jaqueline Costa Lino, recebeu o palestrante do “Fantástico” Max Genringer na sua passagem por Salvador para falar sobre liderança.


Social & Eventos

Duas grandes mulheres

A potiguar já é baiana!

A primeira-dama do Estado da Bahia, a carismática Aline Peixoto, e a querida amiga Michelle Magalhães prestigiaram o aniversário de Milton Martinelli.

A potiguar radicada na Bahia, Guta de Paula Brito, entre o marido, o empresário Roberto Brito e o pai Paulo Vasconcelos de Paula, presidente do Prospere ITB, comemorando o enorme sucesso do Instituto Tecnológico Brasileiro, que oferece mais de 100 cursos de formação profissional no Rio Grande do Norte.

Ela é festa!

Fazer o bem

As Voluntárias Sociais do Estado da Bahia em tarde de chá com a presidente Aline Peixoto, no Palácio da Aclamação, que se tornou cerimonial e terá toda a sua renda revertida em prol da educação e saúde das crianças carentes. Já está agendado no local um jantar de gala com leilão para a sociedade baiana.

Aniversário cor-de-rosa

Fotos: Divulgação

A festa do ano

Belíssimo o aniversário de Milton Martinelli, que ofereceu aos amigos requinte, sofisticação e, sobretudo, fidalguia. Há muito não se via na Bahia uma festa black tie tão glamourosa no Cerimonial Cunha Guedes. Na foto, Milton com Beatriz, Denise e Marici Martinelli.

O aniversário de Sandra Teschner é diversão garantida. A famosa baiana, radicada em São Paulo, sócia da Editora Profashional, conhecida como a rainha das revistas customizadas do Brasil, se esbaldou na pista com o seu filho alemão Kai Hrebabetsky.

Juca Lisboa recebeu um enorme grupo de amigas para uma tarde de chá no seu apartamento do Morro do Gato para comemorar mais um aniversário. Na foto, a animada aniversariante com a filha Cristina Martins, a neta Carol Lisboa e a nora Kátia Dantas Lisboa. 147 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018




Social & Eventos

Amor que vale ouro Manuel e Adelaide Brinço comemoram 50 anos de união

O caminho de Portugal para o Brasil foi realizado por Manuel Evangelista Mendes Brinço e Adelaide Rosa Brinço há mais de cinco décadas. Em diferentes momentos da vida, chegaram ao país e alguns anos depois se conheceram. Apaixonaram-se, se casaram em São Paulo na década de 1960 e já comemoram 50 anos juntos. As Bodas de Ouro do casal foram festejadas no início de maio, com uma linda cerimônia em um espaço residencial no Rio Vermelho, em Salvador. A bênção foi dada pelo Padre Luís Simões, da Igreja da Vitória. O casal tem três filhos, Fábio Manuel Brinço, Antônio Carlos Brinço e Raquel Rosa Brinço, e três netos, Helena, Carolina e Beatriz. Com muitos convidados, entre familiares, amigos e colegas, os imigrantes portugueses ficaram emocionados em diversos momentos da celebração, assim como todas as pessoas presentes. Uma surpresa especial ocorreu quando viram a réplica do altar da Igreja da Imaculada Conceição do jeito que estava quando se casaram há 50 anos. Muitas referências afetivas, como a toalha da mesa do belíssimo bolo, toda em crochê, feita por D. Julia (in memoriam), mãe de Adelaide, e a sua ampliação em uma plotagem na pista de dança, fizeram parte da comemoração. Um buffet de doces portugueses, a toalha de mesa trazida da Ilha de Madeira, muitas flores e a banda Baile Fantástico também fizeram parte do clima da festa. Tudo organizado 150 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

pela nora Fernanda Brinço, responsável pela produção e decoração do evento. A história do casal é muito bonita. Isso por conta do protagonismo que o amor teve e continua tendo ao longo dessa união. Nas palavras de Adelaide: um encontro de al-

mas. Saíram de duas aldeias em Portugal, sem se conhecer, em momentos distintos. Ela veio ainda menina, ele, aos dezoito anos. Um casamento de muito respeito, apoio e luta conjunta, diante das dificuldades da trajetória, e conquistas. Um crescimento de amor.


Um olhar contemporâneo

sobre os encontros amorosos

Lígia Baruch

Doutora e mestre em Psicologia Clínica e escritora

A

inda existe espaço para se falar de amor? A situação não está fácil para ninguém; o país está fervilhando em ano de eleição, crises por todos os lados, falta de confiança no próximo, preocupações de toda ordem... só se fala de política e corrupção. Sem dúvida, o clima que predomina é o de medo e desconfiança. Mas, ao mesmo tempo, percebo que neste cenário tenso, mais do que nunca, as pessoas sonham em encontrar um refúgio de apoio e conforto junto a um par. Aí surge a segunda questão: como confiar em alguém em um mundo em pleno caos? Vivemos a revolução da era digital, o público e o privado, o on-line e o off-line já se embaralharam de tal forma que, hoje, poucos vivem à margem das redes sociais e dos aplicativos de encontros de todos os tipos; difícil escapar deles na contemporaneidade. Mas, lembremos, são ferramentas que estão disponíveis e, como tais, não são absolutamente boas ou ruins, o melhor mesmo é aprendermos a usá-las. Como pesquisadora das relações contemporâneas, estudei no meu doutorado “O Amor na Era Digital”, e aqui vou contar para vocês algumas das descobertas que fiz. Meu convite é: esqueçam tudo o que vocês já ouviram nas mídias de massa, abram-se ao novo, sem ingenuidades, mas também sem preconceitos.

As maiores críticas que escuto em relação aos encontros iniciados on-line se referem à falta da segurança e à falta de espontaneidade. Em relação à primeira crítica, eu discordo, pois graças a pouca privacidade das redes, hoje todos se transformam em detetives e podem acessar informações sobre qualquer pessoa com muito mais facilidade. Quanto à segunda crítica, de fato, houve uma mudança. Na contemporaneidade, a racionalidade toma a frente da cena, mas engana-se quem pensa que as escolhas amorosas eram pura atração no passado. O cupido, de maneira geral, respeita as prerrogativas de renda, educação e classe social. Quanto a isso, a mudança não foi tão grande. Agora vamos às novidades! Namorar não é mais uma prerrogativa da juventude. Namora-se em qualquer idade e para o público mais maduro que já não frequenta tantas festas e bares, as redes sociais e os aplicativos de encontros são as novas pracinhas e baladas. Como no mundo off-line não há espaço para ingenuidade, é necessário precaver-se. Sites e aplicativos de encontro não são somente para sexo. Há quem busque encontros casuais, mas também namoro, amizade ou apenas companhia em um dia solitário. Algumas pessoas que entrevistei gostam de usá-los em viagens para fazer um turismo personalizado com alguém local. A minha pesquisa, realizada apenas com mulheres, descreve três “Tinderellas” típi-

Vivemos a revolução da era digital, o público e o privado, o on-line e o offline já se embaralharam de tal forma que, hoje, poucos vivem à margem das redes sociais e dos aplicativos de encontros de todos os tipos; difícil escapar deles na contemporaneidade

cas: a poderosa, a romântica e a antropóloga. Essas mulheres utilizam os apps respectivamente nos estilos de uso: recreativo, racional e curioso.

Nem todos os homens só querem sexo, nem todas as mulheres só querem se casar. Com o uso dos aplicativos, o público feminino pode assumir comportamentos mais ativos e revolucionários. E depender menos do entorno social para conhecer novas pessoas. Mas como nem tudo são flores, sim, dá muito trabalho encontrar alguém realmente compatível quando o interesse é um relacionamento de longo prazo. Lembro, no entanto, que, muitas vezes, é no caminhar das buscas que as pessoas se conhecem, se experimentam e, assim, se preparam para o desafio maior que uma relação a dois exige. No final, pode-se perguntar: Valeu a pena? Parafraseando o grande poeta: “todo o encontro vale a pena se as almas não são pequenas”. 151 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Social & Eventos

Coluna

Social

Fotos: Genilson Coutinho/Divulgação

Paris 6 abre unidade no Shopping da Bahia com a presença de famosos

endereços da rede, mesmo menu - homenageando personalidades das mais variadas artes e esportistas brasileiros -, e arquitetura no estilo bistrô vintage, que remete à Paris dos anos 1920. A unidade Salvador é resultado da sociedade entre Isaac Azar, idealizador da marca Paris 6, com o ex-jogador de futebol Jorge Wagner. “Sempre tive uma relação muito forte com a Bahia. Chegamos a ter o Paris 6 intinerante em duas temporadas no Tivoli Praia do Forte. Além disso, o Paris 6 já serviu, por três anos, o Carnaval de Salvador. Nossa primeira unidade no Nordeste, com certeza, deveria ser um Paris 6 em solo soteropolitano”, enfatiza Isaac. Luxo!

Denny Denan

P

resente em diversas cidades do Brasil, o Restaurante Paris 6 abriu a mais nova casa da rede, desta vez em Salvador. A inauguração ocorreu no dia 5 de abril, com a presença de personalidades como Vina Calmon, Denny Denan, Bella Falconi e Lorena Improta. Localizada no terceiro piso do Shopping da Bahia, a casa possui capacidade para receber 100 pessoas. O local recebeu os padrões dos demais

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Lorena Improta

Stefano Diaz Arquiteto e jornalista

Elenco de estrelas se reúne em Salvador

Adriana Esteves, Giovanna Antonelli, Emilio Dantas, Vladimir Brichta, Fabrício Boliveira, Deborah Secco e a diretora Maria Médici estiveram com profissionais da imprensa baiana para falar sobre os preparativos do lançamento de “Segundo Sol”, nova novela das 21h da Rede Globo, ambientada na Bahia. A coletiva aconteceu no Café Teatro Rubi, no Wish Hotel da Bahia. Durante a conversa, eles revelaram um pouco dos bastidores das gravações, os perfis dos personagens e o que esperar da trama de João Emanuel Carneiro, tendo estreia prevista para 14 de maio. A Bahia nas telas da TV!


Social & Eventos Cris Montenegro/Divulgação

Cymbeline participa da “Barcelona Bridal Fashion Week 2018”

Ana Paula e Teodora Bullos

Josefa Coimbra/Divulgação

Décor em pauta

A empresária Juliana Guimarães, da Un Rêve Cymbeline Paris de Salvador, esteve em Barcelona para participar da mais importante feira internacional de moda nupcial – a Barcelona Bridal Fashion Week 2018. Nessa 27ª edição, o evento contou com mais de 300 estandes de expositores em seu pavilhão e também com mais uma sequência de desfiles em sua famosa passarela Gaudí Fashion Show - um dos momentos mais aguardados por todos do mercado. A feira aconteceu no pavilhão Recinto de Montjuïca - na capital da Catalunha, na Espanha, entre os dias 23 e 29 de abril. A elegante grife francesa desfilou suas novas e exclusivas criações da coleção 2019 no dia 26/04, com a presença do estilista libanês Lucas Anderi.

Forró do Bosque 2018 será sucesso novamente

Divulgação

O estilista Lucas Anderi e a empresária Juliana Guimarães

A empresária e publicitária Ana Paula Bullos reinaugurou a sua Beterraba By Home em novo espaço, ainda mais amplo e, agora, com estacionamento. O coquetel superelogiado ficou a cargo do chef Jorge Oliva. Por lá, arquitetos, decoradores e formadores de opinião conferiram as novidades da marca - que traz objetos de decoração para interiores, almofadas e flores artificiais - e o belíssimo projeto do novo espaço assinado por Nuno Tavares. Foi show!

Maiara e Maraisa

Cheio de tradição e história, o Forró do Bosque completará 16 anos em 2018 e será realizado mais uma vez na cidade de Cruz das Almas, no dia 23 de junho, na Villa VIP. A grade de atrações, além de trazer dois grandes nomes como Mano Walter, sucesso atual do sertanejo, e Harmonia do Samba, também terá uma das duplas sertanejas de maior relevância no cenário musical do país, formada pelas irmãs Maiara e Maraisa. Sucesso! 153 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018



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Sessão Pipoca

Amo você! I love You! ¡Te quiero! Ti amo! Je t’aime! O

amor é tema recorrente em produções cinematográficas desde que a sétima arte existe. Seja em dramas, em comédias românticas, em biografias ou até em filmes de ação e aventura sempre há aquele casal envolto nesse nobre sentimento ou o amor de algum personagem está em jogo.

Entre tantas opções de filmes incríveis abordando o tema e relações sensacionais, tragolhes como lembrança - ou sugestão - um dos meus casais preferidos do cinema: Céline 156 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

e Jesse. A fantástica história deles, que atravessa o tempo, foi filmada ao longo de 18 anos (com os mesmos atores) e compõe uma trilogia adorada pelo público: “Antes do Amanhecer” (Before Sunrise, 1995), “Antes do Pôr-do-Sol” (Before Sunset, 2004) e “Antes da Meia-Noite” (Before Midnight, 2013). A história de amor de Jes-

Seja em dramas, em comédias românticas, em biografias ou até em filmes de ação e aventura sempre há aquele casal envolto nesse nobre sentimento: o amor. se Wallace, interpretado por Ethan Hawke, e Céline aborda os caminhos que o destino traça para que esse sentimento aflore e possa ser vivido. Paradoxalmente, romântica e realista. Ele, um jovem norte-americano ainda aspirante a escritor - no primeiro longa da trilogia -, viaja à Europa a passeio e em um trem acaba conhecendo a bela Céline, uma ambientalista romântica e feminista, interpretada pela atriz francesa Julie Delpy. Por impulso e motivados pela atração daquele encontro casual, ambos decidem descer juntos

Gabriela Ponce Tradutora, revisora e apaixonada por cinema em Viena e passar as horas que lhes restavam passeando pela cidade; eles tinham apenas uma noite, ou seja, até antes do amanhecer, pois Jesse tinha que regressar aos Estados Unidos. Na despedida, sem que trocassem contatos ou informações pessoais (lembremos que o mundo naquela época ainda não era globalizado), eles decidem marcar um reencontro ali naquela mesma estação de trem, seis meses depois. O desfecho dessa história pode


Sessão Pipoca ser conferido em seus filmes sequentes. A sua fotografia é belíssima, os diálogos longos e incrivelmente fluidos, o casal de atores tem uma química perfeita, que atravessou o passar das décadas e, além disso, a trilha sonora é apaixonante, recomendo a todos escutarem Joni Mitchell.

O mais fantástico de tudo é que, embora o relacionamento de Jesse e Céline seja fictício, a sua história foi baseada em uma experiência vivida pelo diretor dos três filmes, porém com um triste desfecho. Em 1989, o diretor Richard Linklater conheceu uma jovem em uma viagem; ele se apaixonou por ela e, assim como o seu casal protagonista, ambos se despediram e perderam o contato; anos depois, ele fez o primeiro filme no intuito de que ela, em algum lugar do mundo, o assistisse e se identificasse com a história, tempos depois, ele soube que ela havia morrido em 1994. Lamentável. Mas ele eternizou a sua história de amor através da sétima arte, e o amor continua sendo a inspiração de corações e mentes mundo afora. Amemos! 157 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


De olho nas Telas

Com o controle

na mão A MAIS COMENTADA

Olá, “serianáticos”! A coluna “De Olho nas Telas” desta edição está recheada de novidades. Aproveitando o clima romântico do mês das noivas e a proximidade do Dia dos Namorados, separei algumas séries para você assistir com o love. Mas se vocês estão solteiros, não fiquem tristes, há também dicas do que assistir, as mais aguardadas; e que tal começar pela série brasileira mais comentada do momento?

O Mecanismo

A produção brasileira estreou em março no catálogo da Netflix Brasil dividindo opiniões. A trama ficcional, criada por José Padilha e Elena Soárez, protagonizada por Selton Mello e Caroline Abras, é inspirada na Operação Lava-Jato, que in-

vestiga um esquema grandioso de corrupção envolvendo estatais e empreiteiras, considerado um dos maiores escândalos políticos do país. Polêmicas à parte, a história gira em torno de Marco Ruffo (Selton Mello), um delegado da Polícia Federal obcecado pelo caso que divide a narração com a detetive Verena Cardoni (Caroline Abras), dona de uma personalidade forte e muito complexa. A ferramenta da narrativa é bastante recorrente nos primeiros episódios e com o desenrolar da série a narração funciona como apoio às cenas mais complexas. “O Mecanismo” possui um elenco afinado e conta com boas atuações. Destaque para Enrique Diaz, que interpreta o doleiro Roberto Ibrahim, preso no início da história. Vale a pena assistir!

Luciana Accioly Jornalista e louca por séries deolhonastelas@letsgobahia.com.br @louaccioly

Entendam quem é quem em “O Mecanismo” Marco Ruffo (Selton Mello) Gerson Machado, policial federal aposentado Verena Cardoni (Caroline Abras) Erika Mialik Marena, delegada da Policia Federal Paulo Rigo (Otto Jr) Juiz Sérgio Moro João Higino (Arthur Kohl) Ex-Presidente Lula Janete Ruscov (Sura Berditchevsky) Ex-Presidente Dilma Roussef Samuel Themes (Tonio Carvalho) Presidente Michel Temer Andrea Mariano (Maria Ribeiro) Mônica Moura, marqueteira de Dilma Rousseff Ricardo Brecht (Emílio Orciollo Neto) Marcelo Odebrecht Roberto Ibrahim (Enrique Diaz) Alberto Youssef, doleiro João Pedro Rangel (Leonardo Medeiros) Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras Dimas Donatelli (Deltan Dallagnol) Procurador da República Wilma Kitano (Alessandra Colassanti) Nelma Kodama, doleira, amante de Youssef Petrobrasil - Petrobras Miller&Brech – Odebrecht

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De olho nas Telas OS RETORNOS MAIS AGUARDADOS

Stranger Things Suits

Em meio à notícia da renovação para a oitava season, Mike e Harvey estão de volta com a parte final da sétima temporada. Para a tristeza dos fãs, Patrick J. Adams e Meghan Markle (noiva do príncipe Harry) não retornarão para a próxima temporada. Netflix

Uma das queridinhas do público, a série, original Netflix, teve a sua terceira temporada confirmada, com estreia prevista para 2109. Como lidar com a ansiedade? Que tal matar a saudade de Eleven e companhia “maratonando” as primeiras seasons? Netflix

que é casada no século XX, se envolve com um jovem escocês, Jaimie, que vive no ano de 1973, ficando divida entre dois amores. FOX

Para shippar e curtir a dois

Black Mirror

Ainda sem data para a estreia da quinta temporada, a trama de ficção científica, criada por Charlie Brooker, originalmente um produto do Channel 4, hoje produzida pela Netflix, a cada episódio reflete a inquietação diante da tecnologia do mundo moderno através de uma realidade alternativa. Netflix

How I Met Your Mother Outlander Inspirada no livro “Outlander - A Viajante do Tempo”, a série conta a história de Claire, uma enfermeira do período da Segunda Guerra Mundial. Em uma viagem no tempo, Claire,

A comédia, que foi sucesso entre os anos 2005 e 2103, traz o personagem Ted Mosby como narrador da própria história em busca do amor de sua vida. O núcleo é composto por seus melhores amigos Marshall, Lily, Barney e Robin. Netflix 159 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Entrelinhas

Ah!

O amor...

S

e eu fosse me entregar à veia filosófica para falar do amor, entre as narrativas mitológicas que me hipnotizam e os fundamentos de Platão, teríamos certamente um texto riquíssimo de ideias notáveis, mas, provavelmente, assaz abstrato. Talvez redundante, porém real, eu amo falar de amor sem filtros, dando voz ao coração que pulsa além do meu corpo, e não por escrever romances, mas por acreditar que é pelo amor que as pessoas se reconhecem e é dele que precisamos para transformar o mundo. Estou desenvolvendo uma coletânea de seis livretos sobre virtudes para pais e filhos e poderia utilizar uma linguagem onde esse vínculo não se fizesse necessário, mas invoquei que gostaria de criar uma forma de conectar as duas gerações através da leitura. Outro dia, enquanto dormia, visualizei a capa de um desses livros e o seu conteúdo, descrito com muita simplicidade. É, eu recebo presentes através de sonhos e esse chegou com título e tudo... “O urso, a flor e o amor”. Logo de cara fiquei meio encucada porque tratar o amor de forma tão simplista me pareceu um engodo, mas sejamos realistas, sendo o amor o mais sublime

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dos sentimentos, para que problematizá-lo querendo criar um grande enredo em que, no final, quase sempre se deixa a impressão de que o amor é algo difícil de conquistar, complicado de entender e quase impossível de viver? Vinha estudando sobre Isis e Osíris, Romeu e Julieta, Bonnie e Clyde... poderia citar clássicos que venceram as barreiras do tempo e ainda hoje representam as maiores histórias da literatura universal, como “O Amor nos Tempos do Cólera”, de Gabriel García Márquez, ou “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen, passeei até pelos, recentemente, mais indicados como “A Culpa é das Estrelas”, de John Green, mas tentando seguir a linha da simplicidade do amor, decidi apostar em títulos que me remetem a essa natureza: •“A Parte que Falta” era para ser apenas um clássico da literatura infantil e está classificado nesse gênero, mas, talvez, nem com maturidade emocional algumas pessoas consigam captar a sua mensagem. Fala sobre uma forma que busca incansavelmente a completude e como vivemos a vida procurando a outra parte para nos considerarmos felizes. Shel Silverstein nos traz uma lição

Renata Dias Escritora, terapeuta e DJ que fala sobre o autoamor e como precisamos reconhecer a beleza nas coisas do cotidiano para não vivermos uma vida depositando todas as expectativas na necessidade de encontrá-la no outro. Já foi lançado também “A Parte que Falta Encontra o Grande O” e a grande sacada vem exatamente para fechar a história, com a explanação sobre os seres que se sentem completos nas suas jornadas sem se apoiarem no que está do lado de fora. Acho que era a parte que talvez faltasse para quem ficou boquiaberto com o desembaraço do primeiro volume.


Entrelinhas •“Marley & Eu”, o best-seller baseado em uma história real vivida pelo escritor e jornalista John Grogan até virou filme, mas não dá para substituir a riqueza de detalhes que encontramos no livro. Conta a história de amor vivido entre a família e, o assim contado, “pior cão do mundo”. Realmente acredito que quando falamos do sentimento entre os animais e os seus donos, esse é o verdadeiro sentido de amor incondicional, aquele que nada pede em troca, que é generoso e altruísta. Enxerga-se esse amor também na maternidade, mas como por enquanto sou mãe apenas de um filhote canino, fica mais fácil para mim relacionar a incondicionalidade desse afeto com os animais. Posso certificar que é sem tamanho, do jeitinho que conta o livro!

•“P.S. Eu te Amo” foi o primeiro livro da escritora Cecelia Ahern e é um daqueles romances que fazem a gente chorar do início ao fim. Também foi um best-seller que virou filme. Uma verdadeira história de amor que endossa o altruísmo

como o grande aliado desse envolvimento que se sobrepõe a todos os outros. Fala sobre perdas, mas dá vida aos recomeços. Traz em cada uma das suas páginas lições que nos fazem compreender que o verdadeiro amor não nos aprisiona e nem paralisa, como muitos poetas afirmam. Eu, sinceramente, acho que ele nos modifica e nos move rumo ao melhor que podemos ser para nós mesmos e para o outro. Desejo que cada um de nós aprenda a importância de reconhecer o amor nos pequenos gestos, nas entrelinhas da rotina, e, principalmente, quando somos arrebatados por aquelas sensações desagradáveis de que não vale a pena acreditar na entrega cega e carregada de afeto. Acredito que o amor esteja presente a todo o tempo e que, muitas vezes, não o enxergamos por conta da mania louca de dar valor ao caos. Tem até quem ache clichê, mas espero que o amor nunca saia de moda, e que para sempre traduza a essência das relações entre o homem e todos os seres do universo! Até a próxima edição! 161 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018


Rio Vermelho: Especial Bairros

a boemia mora aqui O bairro hospeda os barzinhos mais descolados da cidade e conserva em si a própria baianidade.

Jefferson Peixoto/AGECOM

Por Matheus Pastori de Araújo

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Especial Bairros

Divulgação

Meus olhos estacionam feito barcos no mar; quanta beleza para apreciar no Rio Vermelho azul (Autor desconhecido)

A história do Rio Vermelho começou há 509 anos

O

Rio Vermelho conserva em si a própria baianidade; pura em seu mais genuíno significado. Plural - de cor e de som, de credo e de sol. De cheiro e de bênção nas águas perfumadas que levam flores e trazem peixes, alimento da cidade.

Um ao lado do outro, em um casario colonial, mas sempre de vanguarda, são sequenciais os mais diversos tipos e propostas de bares, lounges, boates, botequins, restaurantes, galerias, bistrôs e até mesmo um pub irlandês. Aquele canto de Salvador parece reservar um pedaço de si para todos os que buscam a sua acolhida.

O charme do minimalismo sutil contrasta, em bela harmonia, com o majestoso espetáculo do sol que, todo dia, se esmera a encantar mais uma vez até o mais frequente dos moradores, ao nascer e se pôr à beira do mar que banha os largos do bairro.

Para o jornalista, advogado e historiador Jorge Ramos, morador do Largo de Santana, “o Rio Vermelho é, muito certamente, o primeiro lugar, ou um dos primeiros lugares, do Brasil onde um branco europeu pisou, assentou-se e fez história”.

Lembrando o capitão português Caramuru, que, pelos registros, desembarcou nas praias do bairro por volta dos anos 1509, Ramos afirma que surgiu dali a vocação cosmopolita de uma das regiões mais representativas de Salvador. “A história e a beleza fundemse em um só encanto. Dessa sua importância derivam outras características que traduzem o conjunto de singularidades atribuíveis ao Rio Vermelho, que vai muito além da constelação de bares e restaurantes. É também, há várias gerações, foco de inspiração de artistas, escritores e

Lá estão os entusiastas, os artistas e o futuro. Com cerca de 509 anos, o Rio Vermelho não poderia ser mais jovem. Ora, é claro. É a própria juventude o ingrediente principal da mistura incansável de sotaques, ritmos e sabores.

Max Haack/Divulgação

Naquela antiga colônia de pescadores, quando cai a noite ou acaba a semana, as suas ruas são o atrativo perfeito para todas as idades. Como rio que é, aquele bairro se renova a cada onda e a cada gole. A cada acarajé.

O bairro abriga singularidades que vão além da constelação de bares e restaurantes

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Especial Bairros

Para comer, beber e ficar bem Golden Tulip Salvador Rua Monte Conselho, 505. Tel.: 71 2103-2233 www.goldentulipsalvador.com Mercure Salvador Rio Vermelho Hotel Rua Fonte do Boi, 215. Tel.: 71 3172-9200 www.accorhotels.com Hotel Catharina Paraguaçu Rua João Gomes, 128. Tel.: 71 3334-0089 www.hotelcatharinaparaguacu.com.br Zank by Toque Hotel Rua Almirante Barroso, 161. Tel.: 71 3083-4000 zankhotel.com.br Mar Hotel Rio Vermelho Praia da Paciência, 419. Tel.: 71 3335-1000 marhotelriovermelho.com.br Valter Pontes/AGECOM

Bahia Park Hotel Praça Augusto Severo, s/n http://bahia-park.hotelsinsalvador.com Cien Fuegos Rua Alexandre de Gusmão, 60. Tel.: 71 3334-7711 www.cienfuegos.com.br

Jorge Amado e Zélia Gattai são personalidades eternizadas no Rio Vermelho

poetas que aqui decidiram morar, trabalhar. Enfim, viver!”, exalta Jorge Ramos. Lá, no alto de uma subida arborizada, Jorge Amado passou os últimos dias de vida entre nós. Era também ali onde se podia ouvir uma máquina de escrever, disposta ao meio de sua sala de estar, teclar e contar – como nunca antes – sobre a Bahia e sobre os baianos. Hoje, eternizado a comtemplar o vai e vem de barcos e pescadores, Amado, sua esposa, Zélia Gattai, e suas histórias são uma personificação do Rio Vermelho. Aquele amor romanesco junto à poesia despretensiosa e a vontade de fazer arte têm tudo a ver com a sensação transmitida por aquele lugar. E, como a vida imita a arte e vi164 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

ce-versa, são vários os que seguem o exemplo dos Capitães da Areia – em que a esperança de um futuro melhor se mescla à malandragem e ao jeito baiano de ser, resultando em personagens que, no dia a dia, são protagonistas de histórias dignas de livro e de novela. “Esse encanto do Rio Vermelho se exerce imponente sobre corações e mentes soteropolitanos. O bulício da noite, que embriagada pelo azeite fervente do acarajé, sacia a sede dos prazeres e da gulodice, das vitórias políticas e de ‘namorosas’ noites que fazem do bairro um Rio Vermelho de amores”, concluiu Jorge Ramos. Ele, com a sua boina e a sua verve, é apenas mais um dentre todos nós – apaixonados por aquele cantinho tão especial da primeira capital do Brasil.

Casa de Tereza Rua Odilon Santos, 45. Tel.: 71 3329-3016 www.casadetereza.com.br Confraria do França Travessa Lydio de Mesquita, 43. Tel.: 71 3565-3700 www.confrariadofranca.com.br 30 Segundos Bar Rua Ilhéus, 21. Tel.: 71 3334-8586 www.30segundosbar.com.br Me Gusta Sabor Mexicano Rua Juazeiro, 110. Tel.: 71 3344-1091 megustasabormexicano.com.br The Dubliners Irish Pub Rua da Paciência, 255. 71 3264-6698 MoonPub Rua João Gomes, 95. Tel.: 71 3334-1520 moonpub.com.br Clube San Sebastian Rua da Paciência, 88. 71 3334-1625 www.sanislandweekend.com RV Lounge Vila Caramuru. Tel.: 71 99910-2889 @rvloungessa MUU Hamburgueria R. Conselheiro Pedro Luiz, 348 @muu_hamburgueria Eco Square R. Conselheiro Pedro Luiz, 348 @ecosquareoficial


Especial Patrimônios

Palácio da

Um patrimônio artístico, histórico e arquitetônico de Salvador

Por Matheus Pastori de Araújo

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Depositphotos

Especial Patrimônios

Cruz Caída de Mário Cravo e o Palácio da Sé

P

alácio Arquiepiscopal da Sé. O nome pomposo vem das dimensões majestosas de seus salões e, em especial, de sua importância para o patrimônio artístico, histórico e arquitetônico de Salvador. Construído em meados do século XVIII, o palacete, que ocupa um nobre espaço do mundialmente famoso Centro Histórico de Salvador, se dedica a homenagear nomes que marcaram a Igreja Católica, como o Padre Antônio Vieira e, em especial, o padroeiro do espaço, Dom Sebastião Monteiro da Vide, então arcebispo da primeira capital do Brasil e responsável pela criação do lugar.

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Estes foram alguns dos grandes nomes da fé brasileira que passaram por aquelas salas enquanto o império de D. Pedro I ainda era vigente no país. Naqueles tempos, o Palácio da Sé abrigou reuniões e importantes decisões de nossa terra, que ainda se acostumava a deixar de ser meramente uma colônia. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1938, o Palácio passou por um processo de deterioração por quase 14 anos de sua história recente. Sua reforma e requalificação, iniciadas em 2014, por ordem do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, tiveram um custo total de R$ 18 milhões. Hoje, o Palácio Arquiepiscopal

faz parte do Museu da Igreja do Brasil e atende por um nome mais moderno: Centro Cultural da Sé, aberto ao público que deseje conhecer as suas instalações. Com uma arquitetura que remete aos conhecidos casarões portugueses, o palácio tem fachada principal com três pavimentos e uma entrada marcada por um portal em pedra de lioz e decorado com um brasão ladeado pelas chamadas volutas. A marca é, justamente, de D. Sebastião Monteiro da Vide, à época da construção do edifício. As janelas dos dois primeiros pisos são de peitoril


Filipe Frazao/Dreamstime

Especial Patrimônios

Palácio da Sé

e o pavimento nobre, o mais alto tem janelas com balcões e gradis de ferro. O interior está organizado ao redor de um grande pátio central.

Ainda que a maior parte daquelas imediações seja ou faça alusão à fé católica, o patrimônio arquitetônico é multicultural e tem significado, muitas vezes, ecumênico. Afinal, pelas ruas estreitas e prédios centenários passa a própria Salvador como conhecemos. Ali, na parte alta da cidade, assistimos à evolução dos costumes. Talvez por isso aquele continue sendo o ponto mais visitado da capital – seja em função de sua história ou por sua beleza emoldurada pela Baía de Todos-os-Santos.

Divulgação

O palácio está muito perto de um dos mais simbólicos monumentos da Praça da Sé: a Cruz Caída, que relembra o calvário de Jesus até a sua crucificação. No período de sua construção, o Palácio Arquiepiscopal também foi erguido logo ao lado da então Sé da Bahia, sede da Arquidiocese de Salvador até 1765, quando foi ordenada a criação da atual catedral da cidade. Estudos históricos datam a demolição do edifício da Sé por volta de 1930, período de uma das pri-

meiras modernizações do Centro Histórico de Salvador.

Foto antiga do Palácio da Sé

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Música

MPB

em parceria

Diversas parcerias fazem parte da história da música popular brasileira. É assim desde o início, em meados do século passado. O que seria, afinal, da bossa nova sem o profícuo movimento conjunto de João Gilberto, com a sua capacidade e rigor de execução e interpretação, o maestro Tom Jobim e os grandiosos arranjos e Vinicius de Moraes e a sua bela poesia? Ou a Tropicália sem o coletivo baiano formado por Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Tom Zé? A Jovem Guarda sem os amigos, que se conheceram ainda jovens no subúrbio carioca, Erasmo Carlos e Roberto Carlos? Os exemplos são muitos. O fato é que os últimos anos estão mostrando que os vínculos criativos produtivos entre artistas fundamentais da MPB se renovam e o quanto esses trabalhos, realizados através de parcerias, realmente ainda podem ser revigorantes dentro de uma mesma geração e mesmo entre nomes que surgiram em contextos variados. Diferentes trabalhos com essas características têm sido realizados. Os Tribalistas, com Carlinhos Brown, Marisa Monte e Arnaldo Antunes, voltaram; Caetano Veloso está em turnê com os seus três filhos; Gilberto Gil alterna shows em homenagem ao disco “Refavela”, com a participação de nomes da nova geração da MPB, e o 168 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

espetáculo “Trinca de Ases”, com Nando Reis e Gal Costa; e, recentemente, Maria Bethânia iniciou um tour pelo país ao lado de Zeca Pagodinho, reforçando a proximidade entre o Recôncavo e Xerém.

Os últimos anos estão mostrando que os vínculos criativos produtivos entre artistas fundamentais da MPB se renovam. O histórico de conexão criativa, afetiva e de identidade entre esses grandes artistas da MPB fica evidente. No caso de Bethânia e Pagodinho percorre o samba. Com Gil e Tribalistas é ligado a produtos que são marcos da musica feita no país, a exemplo do álbum “Refavela” e o primeiro disco, homônimo do trio. Sem isso, as turnês não passariam de uma jogada empresarial, sem presença, criatividade e autenticidade. Mas, ao contrário, elas trazem novas composições, interpretações e apresentações com inovações. Caetano, Moreno, Zeca e Tom Veloso gravaram o CD e DVD “Ofertório”, com músicas dos quatro, parcerias e compo-

Daniel Oliveira

Jornalista e DJ

sições inéditas individuais, como a comovente “Todo Homem”, de Zeca. Já a retomada dos Tribalistas, por um lado, não rendeu um segundo trabalho à altura do primeiro, mas, por outro, vai levar ao palco o primeiro e (há anos) esperado show do projeto dos três artistas. Quem sabe pode virar mais um DVD? Em Salvador, a apresentação acontecerá no dia 28 de julho, na Arena Fonte Nova. Entre os espetáculos citados, é o único que ainda não ocorreu na capital baiana. “Trinca de Ases” vale mais pelo encontro da trinca (muito talentosa nas suas individualidades) e pelas interpretações das antigas músicas do que pelo material inédito, fruto do encontro. De todos eles, a parceria Maria Bethânia e Zeca Pagodinho é a que mais promete um grande trabalho. Eles já fizeram o registro do CD/DVD “De Santo Amaro a Xerém”, com extenso repertório em interpretações conjuntas e separadas, que deve sair em breve. Mais um belíssimo passeio, a partir da leitura da dupla, pelas raízes e por alguns dos desdobramentos do samba no Rio de Janeiro e na Bahia.



Crônica

Amor

ou dependência?

C

rescemos cercados por histórias de príncipes e princesas que nos fazem acreditar que para um relacionamento ser feliz é necessário que ele dure para sempre. É o “felizes para sempre”, aquele que nos faz crer que se não tivermos um casamento duradouro, como o dos nossos pais, avós ou o casal modelo da família, não somos dignos do amor. Aí é que entra o ponto crucial deste texto: você está feliz com quem ama ou apenas se tornou acomodado/a na relação por medo ou dependência emocional/financeira do outro? Muitas vezes, é difícil admitir para si mesmo que o amor também acaba. Mais ainda admitir para quem nos cerca que “falhamos”. É justamente nessa conjugação verbal que

170 | Let’s Go Bahia Mar/Abr 2018

nos aprisionamos e deixamos que o amor vire dependência, acomodação, e não mais uma relação feliz. É quando não admitimos que aquela pessoa não cabe mais na nossa vida que abrimos espaço para um relacionamento abusivo. Eu sei, você vai negar que está em um. Negará que o (a) seu (sua) parceiro (a) não aceita o seu “não” de forma madura. Vai acreditar que aqueles tapas foram um momento de explosão (mas ele (a) te ama acima de tudo). Também vai demorar a se convencer que o “tira esse batom agora e essa saia de mulher fácil” é um ciúme “até bonitinho”. E eu não posso esquecer que a chantagem emocional de se matar, caso você termine, é a prova de que essa pessoa não vive sem você. Quebrar os seus equipamentos pessoais em

Uli Moscozo um momento de fúria? Já sei... o amor cobre o prejuízo financeiro. Para finalizar: “Você não vai achar alguém melhor que eu”. Já ouviu isso uma ou mais vezes? Qualquer semelhança não é mera coincidência. Relacionar-se não é uma tarefa que vem com regras para serem seguidas, não existe uma fórmula pronta para o sucesso de uma relação, é certo. Entretanto acreditar que está feliz ou negar para si que não está por medo de uma separação, por medo de ficar sozinho (a) ou por temer retaliação é tomar doses diárias de veneno. Se você acredita estar em um relacionamento abusivo, por amor-próprio, saia dele. Se sentir que não vai aguentar, se o assédio for tão grande a ponto de não conseguir levar a sua vida de forma saudável e segura, denuncie. Pior que viver sob custódia emocional ou psicológica, é não querer sair dessa condição. Amor saudável é aquele que te deixa livre para vestir o que te deixa confortável, é aquele que não grita, não humilha nem chantageia. É aquele que torce pelo seu sucesso, que te dá segurança sem cobrar nada em troca. Todo o resto, justamente quando o amor desconhece os limites do respeito, não é mais amor: é relacionamento abusivo.



Luis Gustavo, 4 anos

Esta revista doou dois meses para uma criança com câncer.

gaccbahia.org.br 71

3399-2020

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