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Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. ( João 15:5 ) Associação Árvore da Vida * Publicação Mensal * Ano 20 - Número 216 * R$ 2,80

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Assim como os filhos de Israel foram libertos da escravidão no Egito e depois começaram sua jornada em direção a Canaã, nós fomos salvos por Jesus Cristo e agora estamos a caminho da glória. Ninguém que foi salvo por Cristo se perderá nesse caminho; todos chegarão lá. Essa é a promessa de Deus. Acerca disso, o apóstolo Paulo disse esta palavra de consolo e esperança: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Romanos 8:29-30). As palavras principais desse versículo ligam-se umas às outras como os elos de uma corrente: predestinou se liga a chamou, que está vinculada a justificou, e esta, por sua vez, faz par com glorificou. Aleluia! Todos os predestinados foram glorificados! Há, porém, uma ressalva importante. Entre a predestinação e a glorificação há uma etapa da qual nem todos os filhos de Deus participarão: o reino milenar – período de mil anos, durante os quais o próprio Jesus estabelecerá Seu trono na terra para governar as nações com justiça e paz (Apocalipse 20:4, 6). A porta que dá para o reino é estreita e o caminho é apertado. Isso foi o que o próprio Senhor Jesus disse (Mateus 7:14). O critério para passar pela porta e andar por esse caminho também nos foi

apresentado: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (16:24). Desse modo, aqueles que pretendem reinar com o Senhor devem começar a deixar para trás aquilo que é o maior impedimento: a vida da alma. A vida da alma compreende o que pensamos, o que queremos e o que sentimos à parte de Cristo. Essas três classes de coisas constituem nosso maior empecilho. Para a corrida espiritual em que todos estamos engajados, um de nossos melhores treinadores, Paulo, deu-nos uma orientação preciosa: “Desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma” (Hebreus 12:1b-3). Caro leitor, lembre-se de que, antes de entramos definitivamente na glória, há ainda o período de mil anos em que Cristo reinará na terra. Nós, que decidimos segui-Lo, devemos fazer o que deve inevitavelmente ser feito: negar a nós mesmos. Que esta nova edição do JAV possa estimulá-lo um pouco mais a agir assim. Boa leitura!

O SENHOR JESUS QUER IR ADIANTE DE NÓS A vida está cheia de encruzilhadas, o que exige de cada um de nós uma tomada de decisão. Como não podemos seguir dois caminhos ao mesmo tempo, ficamos apreensivos por não saber ao certo que caminho seguir. É exatamente aí que devemos permitir o Senhor Jesus tomar à dianteira de nossa vida. Leia e desfrute a seção Boas Novas. É muito alentador. Página 3

SEPARADOS ESPECIALMENTE PARA O EVANGELHO DA VIDA O alvo de Deus é estabelecer Seu reino nesta terra e preparar pessoas para reinar com Ele. Entretanto isso só será possível se o evangelho em seus dois aspectos for pregado. O evangelho da graça para alcançar o pecador e o evangelho da vida para suprir as pessoas com a vida divina até o ponto de se tornarem maduros em vida. Confira isso na série nova do Esboço de Mensagens Bíblicas. Página 5

O MINISTÉRIO EPISTOLAR DO APÓSTOLO PAULO A epístola que o apóstolo Paulo escreveu aos romanos pode ser chamada de quinto evangelho. Por que mais um evangelho? O que difere os quatro evangelhos do evangelho de Deus apresentado aos romanos? Leia e descubra na seção Sete Cestos. Você perceberá que muitos filhos de Deus ainda não praticam o evangelho da vida.

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Em Segunda Coríntios 2:14, Paulo diz: “Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em triunfo”. W. J. Conybeare, em sua tradução desse livro, fala-nos que a palavra grega traduzida por “conduz em triunfo” era uma expressão especial, usada na antiguidade para descrever uma procissão triunfal. Antigamente, quando um general do Império Romano vencia uma batalha, geralmente muitos adversários eram capturados. Então, no Capitólio, ocorria a celebração da vitória, em que os cativos desfilavam perante as multidões. O apóstolo Paulo adotou essa expressão para mostrar que Cristo é o General que obteve a vitória. Paulo se sentia como um

cativo desfilando numa procissão triunfal de Cristo, na celebração de Sua vitória. Se desejamos viver no espírito, primeiro devemos ser capturados por Cristo. Ele tem de nos conquistar, subjugar e capturar. Mas, falando sinceramente, na sua vida, quem é o cativo, Cristo ou você? Quem está celebrando a vitória? Quem foi derrotado, você ou Cristo? Muitos de nós têm de admitir que, quase todo o tempo, Cristo tem sido derrotado e capturado por nós, tornando-se nosso cativo no desfile da celebração da nossa vitória. Dia após dia, existem muitas lutas, não entre nós e o mundo, mas entre nós e o Senhor. Momento após momento, existem muitas batalhas, não entre nós e os pecados, mas entre nós e o Senhor. A razão de muitos cristãos ainda se verem derrotados pelo mundo é que Cristo foi derrotado por eles. A Segunda Epístola aos Coríntios não é

uma carta-doutrina, mas a autobiografia de uma pessoa que se considerava um cativo no desfile triunfal onde Deus celebra a vitória de Cristo sobre Seus inimigos. Paulo disse que Deus “sempre nos conduz em triunfo.” Alguns pensam que Paulo se referia ao seu próprio triunfo. Na verdade, Deus quer nos conduzir como cativos no triunfo de Cristo. Basta que algumas pessoas estejam desejosas de ser cativas de Cristo em Sua procissão triunfal, para que todos os povos sejam grandemente afetados. No universo e na terra, Deus está celebrando o triunfo de Seu Filho, Jesus Cristo. Você quer ser somente um pequeno cativo nessa celebração? Diga, agora, para si mesmo e para o Senhor, que você deseja ser um cativo de Cristo. Se fizer isso, aonde quer que vá, algo irá ocorrer. Uma pessoa após outra será capturada. E formaremos uma procissão triunfante, exibindo a vitória do nosso Conquistador.

UMA PALAVRA DE AMOR E ORIENTAÇÃO ÀS IRMÃS A importância da mulher no plano de Deus Deus tem um plano para a terra. Ele deseja que ela se encha de pessoas que tenham Sua imagem. É por isso que a primeira palavra dirigida ao primeiro casal foi de fecundidade, multiplicação e preenchimento da terra: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra [...]” (Gênesis 1:28b). Fecundar, multiplicar-se, e encher são verbos que estão relacionados com a abundância. E vocês, irmãs, foram chamadas para cooperar com isso; para serem produtivas e frutíferas espiritualmente, enchendo a terra com a imagem de Deus. A outra parte do versículo diz: “[...] sujeitai-a, dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra“ (v. 28c). A ordem para que o homem sujeite a terra e domine sobre ela também faz parte do plano de Deus. Os verbos usados por Deus em sua ordem – sujeitar e dominar – denotam controle, poder, autoridade e governo. Deus criou o homem com o propósito de colocar o universo novamente sujeito ao Seu governo e reino. Satanás havia trazido caos e desordem para o universo, mas Deus, por meio do homem, resolveria essa questão. Deus não lidou com Satanás diretamente, mas preferiu que o próprio homem fizesse isso. Mas o homem não seria capaz de resolver isso sozinho. Essa foi a razão por que Deus fez para o homem uma auxiliadora. A mulher tem um lugar de destaque no plano de Deus. Isso está registrado em Gê-

nesis 2:4-17. Essa porção parece apenas ser uma segunda edição do relato da criação, mas vai muito além disso. Essa passagem traz elos importantes, entre os quais há uma relação de interdependência. Vejamos. Embora os céus fossem para a terra, nesta não tinha nascido nenhuma planta, porque não havia homem para lavrar o solo. Deus, então, com vistas a encher a terra com vida, criou o homem. Para o regalo do homem criado, Deus fez um belo jardim, com um rio e toda sorte de árvores. Contudo, um perigo rondava aquele lugar – o inimigo de Deus, que espreitava com a intenção de interferir em Seu plano. Por causa disso, Deus ordenou ao homem que protegesse o jardim. Para que o homem cumprisse essa função, o Senhor Deus falou: “Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (v. 18). Dessa forma, a criação da mulher é o último elo da corrente, com o qual Deus completaria o ciclo necessário para a fecundidade humana, sua multiplicação e o preenchimento da terra; para o domínio sobre as outras criaturas, inclusive Satanás; e para o cultivo e a proteção do jardim. Deus considerou que não seria bom o homem ficar sozinho, e o próprio homem já sentia falta de uma pessoa que o completasse. Portanto, em determinado momento, tanto Deus como o homem se deram conta da importância da mulher. A mulher era necessária para o homem, mas também para o propósito eterno de Deus. A mulher foi colocada diante do ho-

mem como uma auxiliadora. Isso não indica uma posição de humilhação ou inferioridade. Pelo contrário, trata-se de posição de honra e de especial importância. Na qualidade de auxiliadora, a mulher tornase parceira espiritual do homem, com o objetivo de sujeitar e dominar a terra ao seu lado; e também sua cooperadora, na tarefa vital de cultivar e guardar o jardim. Auxiliadora idônea significa corresponder à altura da necessidade. Desse modo, as irmãs foram criadas sob medida para os negócios de Deus, ou seja, nada lhes falta e nem excede para esse propósito. Noutras palavras, a mulher é perfeita para o que Deus deseja e única para completar o homem. A mulher é a excelente contraparte, o complemento não somente do homem, mas de todo o plano de Deus. É muito importante, irmãs, que vocês percebam sua posição no plano eterno de Deus. Ela não poderia ser mais importante. No universo há três coisas que estão fora de controle, necessitando ser sujeitadas e dominadas: os anjos caídos (nos ares), os demônios (no mar) e seu imperador, Satanás (na terra). A proposta do Senhor para as irmãs não se restringe aos cuidados do lar ou à educação dos filhos – tarefas que, inegavelmente, têm seu valor na vida prática –, mas a de limpar o universo para Deus e restaurar Sua ordem original, trazendo para debaixo de Seus pés o inoportuno inimigo de Deus. Graças ao Senhor, a bênção de Deus é a energia necessária para tudo isso acontecer.

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Série: SEPARADO ESPECIALMENTE PARA O EVANGELHO DA VIDA O EVANGELHO DE DEUS E A SALVAÇÃO COMPLETA Romanos 1:1 I. Introdução A. Nas edições anteriores do JAV, na seção Esboços de mensagens Bíblicas, tratamos das vivências de vários ministros que o Senhor utilizou no passado, bem como de seus ministérios; B. Ao estudar esses ministérios, destacamos pontos positivos e negativos. A soma dos pontos positivos desses ministérios pode ser vista no ministério do apóstolo João em sua maturidade (conf. edição 215); C. Nesta edição do JAV, daremos início a uma nova série: Separado especialmente para o evangelho da vida. Nossa proposta desta vez é revelar a nossa incumbência, uma vez que fomos separados especialmente pelo Senhor; D. Apesar de darmos início a uma nova série, nosso objetivo continua o mesmo de sempre: sermos preparados para reinar com o Senhor. II. Os evangelhos e o evangelho A. Precisamos ter a devida percepção do que trata o evangelho; B. O evangelho de Deus tem dois aspectos: graça e vida (Romanos 1:1). Todavia, muitos cristãos ainda não conseguem compreender a importância disso; C. A compreensão geral que muitos têm é a de que o evangelho visa simplesmente salvar as pessoas do inferno; D. Os quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) não falam claramente sobre o que acontece com uma pessoa quando recebe o evangelho; E. Na verdade, a ênfase desses livros é apresentar o viver do Senhor Jesus como um modelo a ser tomado pelos cristãos. São quatro biografias do Senhor Jesus; F. Entretanto, o livro de Romanos – que vem logo após os quatro evangelhos – apresenta claramente os dois aspectos do evangelho: o aspecto da graça e o da vida. III. O evangelho da graça resolve o problema com o pecado A. O primeiro aspecto desse evangelho – que também poderíamos classificar como sua primeira etapa – é a graça, que perdoa e limpa os pecados do homem; B. Para que os nossos pecados fossem perdoados e limpos, era preciso que o Senhor Jesus descendesse do homem pecador. Por isso, Ele é descendente de Davi, que teve problemas com muitos tipos de pecado;

1) A Bíblia Sagrada é a revelação divina, inspirada pelo Espírito Santo; 2) Deus é único e triúno — o Pai, o Filho e o Espírito — coexistindo em igualdade de eternidade a eternidade; 3) o Filho de Deus, sendo o próprio Deus, encarnou-se para ser um homem, de nome Jesus, nascido da virgem Maria, para ser nosso Redentor e Salvador; 4) Jesus, um homem genuíno, viveu nesta terra por trinta e três anos e meio para tornar Deus Pai conhecido aos homens; 5) Jesus, o Cristo ungido por Deus com Seu Espírito Santo, morreu na cruz por nossos pecados e derramou Seu sangue para o cumprimento de nossa redenção; 6) Jesus Cristo, ressuscitou dos mortos ao terceiro dia, e em ressurreição, tornou-se o Espírito que dá vida para transmitir a Si mesmo para dentro de nós como nossa vida e tudo para nós; 7)

C. O Senhor Jesus foi concebido de Maria, nasceu, cresceu, foi morto, e pela sua morte Ele derramou o sangue para limpar os pecados de todos os que Nele creem. Portanto, a graça perdoadora e purificadora apóia-se no sangue de Jesus; D. Quanta graça! Nós cometemos pecados, mas o Senhor morreu por nós para nos perdoar e purificar. Ele fez isso, mesmo que não lhe fosse necessário. Ele fez isso por obra da graça. IV. O evangelho da vida é para o reino A. A segunda etapa do evangelho de Deus diz respeito à vida; B. Deus não quer apenas perdoar e purificar os pecados dos homens. Infelizmente, muitos cristãos consideram isso suficiente e estacionam na carreira cristã; C. Contudo, nossa carreira não acaba ao recebermos o perdão dos pecados. Para prosseguirmos até o fim de nossa jornada, o Senhor Jesus, como o Filho de Deus, nos dá a vida divina, desse modo, podemos entrar no reino de Deus; D. O reino de Deus e a vida de Deus têm uma relação estrita. Só pode entrar no reino de Deus quem tem a vida de Deus; E. Desse modo, enquanto o evangelho da graça nos reconcilia com Deus, o evangelho da vida nos concede o direito de entrar na manifestação do reino de Deus; F. Hoje, o evangelho do reino, que é o evangelho da vida, alimenta a vida de Deus dentro dos crentes, levando-os ao crescimento espiritual; G. Em Mateus 16, o Senhor explicou o que é mais importante fazermos para que a vida de Deus cresça em nós: negarmos a nós mesmos, tomarmos a cruz e segui-Lo; H. Negar a nós mesmos é negar o ego, nosso ser natural, nossas opiniões nossa vontade e emoção aquilo que compreende nossa mente, vontade e emoção; I. Na primeira epístola de Pedro, logo no capítulo 1, ele diz que devemos passar pelo fogo (situações de negar a vida da alma) para ganharmos a salvação de nossa alma; J. Portanto, nosso anelo é que, uma vez que já tenhamos crido no evangelho da graça e obtido o perdão de nossos pecados, avancemos negando a nós mesmos e, por conseguinte, crescendo em vida. Afinal, como vimos, se queremos reinar com o Senhor, precisamos ter a vida de Deus crescida em nós. (Para ter uma percepção mais clara do assunto, sugerimos a leitura do Alimento Diário: Separado especialmente para o evangelho da vida, de Dong Yu Lan, publicado pela Editora Árvore da Vida.)

após Sua ressurreição, Cristo ascendeu aos céus e Deus O fez Senhor de todas as coisas; 8) após Sua ascensão, Cristo derramou o Espírito de Deus para batizar Seus membros escolhidos para dentro de um único Corpo e que o Espírito de Cristo está se movendo na terra para convencer pecadores, regenerar o povo escolhido de Deus, habitar nos membros de Cristo para seu crescimento em vida e para edificar o Corpo de Cristo com vistas à Sua plena expressão; 9) no fim desta era, Cristo voltará para arrebatar os cristãos vencedores, julgar o mundo, tomar posse da terra e estabelecer Seu reino eterno; 10) os cristãos vencedores reinarão com Cristo no milênio e que todos os cristãos participarão das bênçãos divinas na Nova Jerusalém, no novo céu e nova terra, pela eternidade.

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Nestes últimos, anos tem sido notícia frequente nos meios de comunicação a ocorrência de fortes incêndios florestais em diversas partes do mundo, atribuídos aos efeitos de mudanças climáticas que muitos imputam à ação predatória do ser humano sobre o meio ambiente. Após o dilúvio, quando Deus fez uma promessa de não mais julgar a terra por meio da água (Gênesis 9:11,15), o fogo tem sido vinculado ao julgamento de Deus, como ocorreu na destruição de Sodoma e Gomorra (19:24). No Novo Testamento, esse julgamento é manifestado em uma forma interior, proveniente do espírito, visando à purificação de impurezas que existem no coração humano, como citado em diversos textos (Mateus 3:11, 1 Coríntios 3:13-15, 1 Pedro 1:7,9, Hebreus 12:29 etc.). Em Lucas 12:49, o Senhor Jesus disse: “Eu vim para lançar fogo sobre a terra e bem quisera que já estivesse a arder”. Nesse versículo, o Senhor externou um sentimento

profundo resultante da missão que lhe fora confiada pelo Pai. A terra aqui mencionada é o coração do homem (Mateus 13:15,19) e o fogo que a põe a arder é aquele proveniente da revelação do próprio Deus e da Sua obra maravilhosa de redenção no espírito da pessoa que crê (Jeremias 20:9, Lucas 24:27,32). Se, sobre a terra, houvesse muitos cristãos com os corações ardendo de amor pelo Senhor, certamente o evangelho da vida se espalharia rapidamente e o plano de Deus nesta era logo seria concluído. Mas essa situação não ocorre, a julgar pelo que disse o Senhor em Mateus 24:12: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos”. Um compositor cristão do século XIX, William P. Mackay, escreveu um hino que bem expressa o anelo do Senhor, dizendo em duas das estrofes: “Louvamos-Te ó Deus, pelo Espírito de luz; dissipou nossa noite, mostrou-nos Jesus... E plenos do amor, Te louvamos, ó Deus, nossos corações ardem, com fogo dos céus”. Aqui, o autor expressa que o Senhor Jesus é como o “sol da justiça” (Malaquias 4:2), dissipador de toda treva e pleno de luz e calor (Tiago 1:11). Como crentes sinceros que buscam ser vencedores, como podemos cooperar com o Senhor para ter esses “corações ardentes com fogo dos céus”? Lembremo-nos, então, de que a pessoa de Jesus está intimamente implícita em Seu nome, “o nome que está

acima de todo nome” (Filipenses 2:9), o qual nos foi dado (Atos 4:12). Por outro lado, no nome do Senhor está contida “toda a plenitude da Divindade” (Colossenses 2:9), e essa plenitude é dispensada para todos aqueles que O invocam, como nos é assegurado em Romanos 10:12: “O Senhor de todos é rico para com todos os que o invocam”. O nome, então, parece assemelhar-se a uma lente concentradora, capaz de captar todo o calor espiritual necessário para incendiar um coração. Essa prática tão simples, extremamente acessível a todo ser humano, é capaz de nos colocar no espírito (Apocalipse 1:10, 1 Coríntios 12:3), nos renovar, nos encher de luz e força e gerar em nós o desejo de, como crianças recém-nascidas, tomarmos o “genuíno leite espiritual” que nos traz “crescimento para salvação” (1 Pedro 2:2). Nada mais precisamos para incendiar nossos corações, mas apenas invocar o nome do Senhor e nos alimentar de Sua palavra, cheia de Espírito e vida (João 6:57, 63). Invocar o nome do Senhor (Ó Senhor Jesus!) é uma maneira perfeitamente exequível de seguirmos o conselho do apóstolo Paulo em 1 Tessalonicenses 5:17: “Orai sem cessar”. Deveríamos fazê-lo com o máximo de frequência possível, como uma respiração espiritual. Pratique e comprove, pois é a própria Palavra de Deus – que não pode falhar – que nos garante o sucesso dessa prática!

Jesus Cristo, quando viveu aqui na terra há quase dois mil anos, teve um grupo de discípulos que o seguia. Assim como nós, que hoje seguimos o Senhor, esse grupo tinha suas apreensões. “O que será do meu futuro se continuar seguindo Jesus?” – provavelmente foi um dos muitos pensamentos daqueles discípulos. Segundo a Bíblia: “Estavam de caminho, subindo para Jerusalém, e Jesus ia adiante dos seus discípulos. Estes se admiravam e o seguiam tomados de apreensões” (Marcos 10:32). Temos muitas apreensões porque temos muitas escolhas a serem feitas cotidianamente. Perceba que todos os dias fazemos incontáveis opções. Desde as escolhas mais singelas – como o horário de acordar e a roupa a ser vestida – até decisões cruciais e de implica-

ções importantes na nossa vida, como a carreira profissional a seguir; em qual instituição de ensino estudar; com quem se casar; quantos filhos ter; onde morar; etc. Encruzilhadas como essas têm tornado as pessoas ansiosas, apreensivas e até mesmo depressivas. A demanda crescente por antidepressivos, terapeutas, analistas e psiquiatras é prova disso. Entre as várias encruzilhadas que apareceram em nossas vidas, certamente já nos foi dada a opção de crer no Senhor Jesus e recebê-Lo. Todos nós já ouvimos falar desse homem e cada um tem sua própria percepção sobre Ele. Fato é, todavia, que os que creram Nele e O receberam tiveram sua vida transformada para muito melhor, pois provaram que Ele é, com efeito, o mais adequado para conduzir nossa vida, especialmente nas decisões que temos de tomar todo o tempo. Seguir Jesus é a melhor escolha a realizarmos em toda a nossa vida. Se sua vida estiver um caos – o que não será surpresa, dada a sociedade caótica em que vivemos –, experimente deixar o Senhor Jesus tomar a dianteira. “E, vendo-os em dificuldade a re-

mar, porque o vento lhes era contrário, por volta da quarta vigília da noite, veio ter com eles, andando sobre o mar; e queria tomarlhes a dianteira” (Marcos 6:48). Se deixarmos o Senhor Jesus conduzir a nossa vida, teremos a certeza do triunfo: “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo” (2 Coríntios 2:14). De uma maneira prática, podemos hoje deixar o Senhor tomar a dianteira de nossa vida, conduzindo-nos, quando oramos antes de tomar qualquer decisão. O Senhor Jesus nos ensinou isto: antes de escolher os doze apóstolos dentre os discípulos, Ele passou a noite orando a Deus (Lucas 6:12-16). Ore de todo o coração: “Ó Senhor Jesus, eu creio em Ti e quero Te receber, entregando-Te todas as minhas ansiedades, preocupações e apreensões. Senhor, com Teu sangue, limpa-me de todos os meus pecados . Peço a Ti que hoje conduzas a minha vida, que Tu tomes a dianteira dela. Ó Senhor, perdoame por tomar tantas decisões sem orar a Ti. Que Tu possas, a partir de hoje, conduzir-me sempre em triunfo! Amém”.

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A Epístola aos Romanos Na edição anterior, vimos, detalhadamente, os pontos principais sobre as epístolas que o apóstolo Paulo escreveu à igreja em Tessalônica. Desta vez, veremos algo acerca da carta que escreveu à igreja em Roma. A Epístola aos Romanos também foi escrita com base nas visões que Paulo teve na Arábia. Ele a escreveu dizendo que era “servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus” (1:1). Esse evangelho citado por Paulo é diferente do conceito relacionado com os quatro evangelhos, escritos por Mateus, Marcos, Lucas e João, os quais nos apresentam quatro biografias, vistas de ângulos diferentes, que descrevem a excelência do viver do Senhor Jesus. A Epístola aos Romanos, por sua vez, apresenta o evangelho completo, as boas-novas de Deus com respeito a Seu Filho. O evangelho é, na verdade, mais do que isso, pois é o próprio Filho de Deus,

Jesus Cristo. O Senhor Jesus pode ser visto sob dois ângulos: como descendente de Davi, ou seja, como filho do Homem; e como Filho de Deus segundo o Espírito de santidade (vs. 3-4). O evangelho da graça – Cristo tomou a cruz Normalmente se prega Jesus Cristo como o Filho do Homem, vindo para resolver o problema dos pecados da humanidade. Esse é o evangelho da graça, pois nada requer, nada exige: todo aquele que crê, pela graça, é salvo. O evangelho da graça nos mostra que, quando Adão comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal, a natureza pecaminosa foi injetada na carne humana, e, por causa disso, todos os homens pecaram (3:23; 5:12). Como pecadores, não tínhamos como nos justificar, mas Deus enviou Seu Filho para cumprir Suas justas exigências e morrer em nosso lugar, cumprindo a redenção a nosso favor. Jesus Cristo sofreu o castigo que nos traz a paz (5:6-9; Isaías 53:5). Mediante a redenção que há em Nele fomos justificados gratuitamente por Sua graça (Romanos 3:24). Que tremenda graça! O evangelho da vida – nós tomamos a cruz A grande maioria dos cristãos já se dá por satisfeita ao receber o evangelho da graça, mas Paulo, em suas epístolas, diznos que o evangelho da graça é apenas a etapa inicial, que nos permitiu nascer de novo e ganhar a vida de Deus mediante a morte do Filho de Deus para nossa reconciliação com Ele (5:10a; João 3:3-5). Porém, depois disso, ainda há muito mais, pois, uma vez reconciliados com Deus, Ele quer salvar-nos por meio de Sua vida (Romanos 5:10b). Agora que ganhamos a vida de Deus, Seu objetivo

é que ela cresça em nós a fim de que reinemos com Ele na era vindoura. Para que Sua vida cresça em nós, precisamos negar a nós mesmos e tomar a cruz diariamente. Por essa razão, depois de salvos, o Senhor nos colocou na igreja. A vida da igreja é a esfera adequada para crescermos em vida, pois, quando nos voltamos ao Espírito, temos vida e paz e, consequentemente, andamos em novidade de vida. O evangelho de Deus nos leva a experimentar, na igreja, a perfeita vontade de Deus Na vida da igreja temos aprendido a invocar o nome do Senhor, ler e orar Sua Palavra e, ao sermos iluminados por ela, a nos arrepender dos pecados que cometemos e do nosso ser natural, nosso ego. Por meio dessa prática contínua, esvaziamo-nos de nós mesmos e somos supridos com mais Espírito e vida. Esse suprimento de vida é o que temos no segundo aspecto do evangelho: o Senhor Jesus como o Filho de Deus. Esse é o evangelho da vida, que também podemos chamar de evangelho do reino dos céus. Precisamos propagar o evangelho da graça aos que ainda não são salvos e o evangelho do reino aos que já são filhos de Deus, mas estão sem suprimento e estacionaram em sua vida espiritual, a fim de que cresçam em vida e se tornem filhos maduros para reinar com Cristo. Não importa sua situação; aprenda a colocar a mente no espírito (8:4-6), invocando o nome do Senhor (10:1213) e, assim, sua mente será renovada, seu ser será transformado (12:2). Dessa forma, você poderá experimentar a boa, perfeita e agradável vontade do Senhor. Quanta ajuda recebemos por meio da epístola de Paulo aos Romanos! Louvado seja o Senhor!

UMA NOVA OPORTUNIDADE A cada dia temos oportunidades renovadas para nossa vida, sustentadas pela misericórdia e amor divinos. Não há, na presença de Deus, escassez de misericórdia, de bênçãos ou de amor. Nele temos abundância de perdão, de vida, de cuidado, esperança, perseverança e atenção. O Deus que abriu uma porta para nós não menospreza os humildes começos, mas aguarda com paciência o momento de nos fazer o bem. Querido leitor, derrame seu sentimento diante de Deus em oração, enchendo seu coração do próprio Cristo, invocando Seu

nome e solicitando a intervenção do Senhor, que pode mudar seu dia, trazendo à existência o invisível. “Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jeremias 33:3). Aproveite as oportunidades que cada dia lhe oferece para viver Deus em toda a Sua abundância, invocando o nome de Jesus Cristo, deixando-O preencher seu interior. “Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá” (João 6:57).

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Gênesis, a partir do capítulo 12, já não registra nenhuma outra genealogia, nenhuma outra história. A história de Deus agindo na vida do homem continua para nos mostrar que Abraão creu, Isaque herdou as riquezas de seu pai e Jacó foi transformado pelas situações que viveu, tornando-se Israel, o príncipe de Deus. Por fim, o resultado disso tudo foi que José reinou sobre a terra ( 22:12; 25:5; 32:28; 42:6).

A geração que cresceu nos anos 80 provavelmente se lembrará desta citação: “Quem é o mestre?”. Proferida repetidamente por um vilão de filme de Kung Fu, a pergunta se tornou parte indispensável das célebres brincadeiras de lutinha, que nem sempre acabavam bem. No filme, após recordar-se de seu treinamento, o mocinho responde “Eu sou o mestre!” e parte para o ataque. O livro de Levítico pode levar alguém a se recordar da expressão “eu sou o mestre”. Isso por que a frase “eu sou o Senhor” ocorre cinquenta vezes naquele livro. Ao menos trezentas e nove em toda a Bíblia. Deus é Deus. Ele é o Senhor. Nada pode detê-Lo, nem anular Seu propósito. Todo o contexto do livro de Levítico – bem como de toda a Bíblia – atesta isso. No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra, porém, tornou-se sem forma e vazia. Isso não deteve Deus, que, chamando à existência todas as coisas, conforme o relato de Gênesis 1, criou o homem para Si, para que Sua vontade fosse plenamente executada na terra. Logo em seguida, no entanto, o homem criado caiu, afastando-se de Deus. O homem falhou a tal ponto que se tornou carne, e o Espírito de Deus já não agia nele (Gênesis 3:6; 6:4). A humanidade caída tornou-se inimiga de Deus, exaltando seu próprio nome (11:4). Mas Deus não pode ser barrado. Por isso, separou e chamou Abraão, em quem desejava abençoar e alcançar toda a terra (12:1-3). A partir de então, aos olhos de Deus, a história da humanidade se tornou a história de Abraão e de seus descendentes. É por isso que o livro de 6

Eu sou o Senhor Se compararmos o relato de Gênesis 46 com a bênção profética de Deus para o homem, em Gênesis 1, veremos que na descendência de Abraão, naquela época, a vontade de Deus estava sendo cumprida. Em Gênesis, o Senhor dissera ao homem que fosse frutífero, se multiplicasse, enchesse a terra, a sujeitasse e dominasse sobre tudo o que havia na terra, no ar e nos mares. Os filhos de Israel – descendentes de Abraão – multiplicaram-se, ocuparam

a terra e a governaram. Infelizmente, o relato de Gênesis não acaba assim. No último versículo do livro, temos José num caixão, no Egito ( 50:26). José, como símbolo da experiência reinante de Israel, foi enterrado no Egito, e, muitos anos depois, o povo de Deus se tornou escravo do mundo que deveria governar. Mas Deus não foi frustrado em Seu plano. O livro seguinte da Bíblia –Êxodo – relata como Deus operou maravilhosamente para redimir Seu povo, retirando-os do jugo do Egito, e estabeleceu com eles uma aliança, para que fossem um reino de sacerdotes e cumprissem Sua vontade (Êxodo 19:6). No meio desse povo, e por meio dessa aliança, Deus estabeleceu Seu tabernáculo na terra. O tabernáculo era o centro da nação de Israel (Números 2:2); era o lugar de habitação de Deus, o canal da manifestação de Sua presença e autoridade, de Seu reino (Êxodo 40:38). Esse é o fim do livro de Êxodo, uma virada inesquecível. Uma magnífica prova de que nada pode

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atalhar Deus, nem frustrar o Seu propósito eterno. O tabernáculo, em Levítico, é chamado de tenda da congregação (Levítico 1:1). Ou seja, é o ambiente onde Deus pode congregar, conviver com Seu povo. E esse é o assunto de Levítico. O holocausto, as ofertas pelos pecados, as ofertas votivas e pacíficas, as leis morais, a dieta – tudo ali fala de como o Senhor viveria com Seu povo e de como Seu povo viveria com Ele, e para Ele. Esta é a grande afirmação do livro de Êxodo: vivemos para Deus. Ele é o nosso Senhor. Em tudo o que fazemos ou dizemos, em nossos relacionamentos, em nossa profissão, em cada aspecto de nossa vida – por miúdo que pareça –, Ele é o Senhor. O Senhor nos santifica Daí a frase “eu sou o Senhor” ser tão freqüente e tão significativa nesse livro – e, é claro, em nossa vida. Realmente, aquele personagem de Kung Fu não sabia o que dizia. Quem é o mestre? Ora, o Senhor é o Mestre. Alguns cristãos mais conservadores podem não gostar dessa associação, com uma imagem infantil, um filme antigo. Mas, embora pueril na forma, a conclusão é madura e profunda em sua essência: Deus é o Mestre! Ele é nosso Mestre, nosso Senhor, nosso Dono, o Rei de nossas vidas. Em Levítico, várias vezes, a afirmação “Eu sou o Senhor” é seguida por “vos santifico” (Levítico 20:8). Este é o resultado de percebermos quem é nosso Senhor: sermos santificados. O Senhor nos santifica. Isto é, quanto mais convivemos com Ele, mais nosso coração se torna inteiramente Dele. Ser santo significa ser separado, ser exclusivamente de Deus. Resta, agora, uma pergunta: jovem, quem é o mestre? Na prática, quem é o seu mestre? A comunhão com Deus é o centro da sua vida? Ele realmente é o Senhor das palavras que diariamente saem de sua boca? Se a resposta for negativa, não se desanime. Nada pode barrar o Mestre. Nem mesmo um caixão no Egito, nem o mundo inteiro podem barrar a maravilhosa redenção e a perfeita comunhão que Deus preparou de alcançarem você e toda a sua família. Desfrute agora mesmo dessa salvação, invocando: Ó Senhor Jesus! E você será salvo (Romanos 10:13). Você não apenas declarará, mas também experimentará que Jesus é o Senhor!


Já vimos, em edições anteriores, que, quando reconhecemos que a presença do Senhor Jesus é importante em nosso casamento, o vinho – representando a alegria – que corria o risco de acabar perdura (conf. Jo 2:1-11). E vimos também que, quando atentamos ao fato de que foi o próprio Deus Triúno quem inventou o casamento, temos segurança de que, quando as dificuldades surgirem, é a Ele que devemos recorrer. Contudo, para se ter uma vida conjugal vitoriosa, ainda é necessário atentar para um terceiro princípio, que podemos chamar de princípio da unidade. Ele está baseado em Gênesis 5:2: “Homem e mulher os criou, e os abençoou, e lhes chamou pelo nome de Adão, no dia em que foram criados”. É curiosa essa construção: em vez de estar escrito: “e lhes chamou pelo nome de Adão e Eva...”; o versículo afirma que a ambos Deus chamou pelo nome de Adão! Embora pareça estranho, Deus queria dizer-nos que Adão só é Adão se Eva estiver com ele, pois, quando Adão foi criado, Eva já estava nele, visto que ela foi formada a partir de uma costela de seu marido (2:21-22).

Além disso, após Eva ser tomada de Adão, ele afirmou: “Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada” (v. 23). Em outras palavras, Eva era parte de Adão. Isso indica que, para Deus, homem e mulher, uma vez casados, são uma só carne (Mateus 19:6). O casamento é a unidade entre o marido e a mulher. Adão afirmou que Eva era parte de si mesmo – osso de seus ossos e carne de sua carne. Nas entrelinhas dessa narrativa, Deus quer dizer-nos que, para Ele, marido e mulher não são completos em si mesmos, mas um precisa do outro. Muitos dos conflitos que hoje há nos casamentos são provenientes dessa falta de percepção. Se não considerarmos nosso cônjuge como parte de nós mesmos, dificilmente conseguiremos manter nosso matrimônio. Vejamos outro casal interessante citado na Bíblia. Áquila e Priscila foram mencionados várias vezes no Novo Testamento. A ordem em que seus nomes são enunciados nos faz refletir. Ora vemos Áquila sendo citado primeiro (Atos 18:2), ora vemos Priscila (vs. 18, 26). Na Epístola de Paulo aos Romanos, vemos: “Saudai Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela minha vida arriscaram a sua própria cabeça” (16:3-4a). Esse versículo, a exemplo de Gênesis 5:2, também traz consigo o princípio da unidade. O sujeito dessa oração é Priscila e Áquila, mas a cabeça está no singular. Mais uma vez vemos Deus mostrando que eles, embora dois, eram um só. Ademais, também percebemos que esse casal conservava a ordem estabelecida por Deus, que diz: “Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o

cabeça de Cristo” (1 Coríntios 11:3). São quatro pessoas – Deus, Cristo, homem e mulher –, entretanto, há somente a menção de três cabeças, indicando que a mulher é encabeçada pelo marido. Quando essa ordem é preservada por marido e mulher, os anjos caídos são subjugados (v. 10). Enquanto o véu indica submissão da mulher em relação ao homem, esse mesmo véu indica autoridade sobre os anjos. Em outras palavras, quando uma mulher submete-se a seu marido, os anjos caídos, que se rebelaram contra Deus, são envergonhados e sujeitados. Esses princípios também se aplicam à administração financeira. Por exemplo, não nos parece razoável que marido e mulher recebam seus salários e os administrem de maneira individual, a não ser que algum deles tenha um problema sério de caráter relacionado a dinheiro. Ou que um oculte do outro seus respectivos ganhos e que tratem das despesas como se fossem dois solteiros vivendo juntos. Se a unidade não estiver presente nesse assunto tão crucial, dificilmente haverá vitória em outras áreas do casamento. Sigamos o exemplo de Áquila e Priscila, que viviam a vida conjugal regida por esse princípio. Sem dúvida, a unidade daquele casal chamou a atenção de Deus, que os fez cooperadores em Sua obra. Áquila e Priscila eram tão unidos, que não há registro bíblico de qualquer um deles atuando separadamente do outro. Eles sempre estavam juntos. Parecia até nome e sobrenome. O princípio da unidade precisa estar presente na vida e no viver de cada casal que teme a Deus e deseja fazer a Sua vontade, pois é pela unidade que o Senhor ordena a benção para o casamento (Salmos 133; 1 Coríntios 16:19; 2 Timóteo 4:19).

DIFAMAÇÃO Difamar é atribuir fatos que atentam contra a honra e a reputação de alguém, com a intenção de torná-lo passível de descrédito na opinião pública. De uma lista de sete coisas que desagrada a Deus, a difamação ocupa o primeiro lugar. Deus considera a difamação mais prejudicial do que ser altivo, mentir, derramar sangue inocente, tramar, fazer o mal e testemunhar falsamente (conf. Provérbios 6:16-19). A difamação é abominada por Deus porque gera mais contendas entre os irmãos do que todos os

itens da lista. A difamação é uma conversa maldosa que surge de um coração maldoso e que afeta a pessoa de quem se estar difamando como um forte açoite (Jó 5:21). Veja a observação do Senhor Jesus: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado” (Mateus 12:3637). Em razão disso todos os filhos de Deus devem evitar essa prática tão prejudicial aos santos (Salmo 34:13; 1 Pedro 3:10).

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ORIENTAÇÕES DE UM PAI ESPIRITUAL

Estou nas grandes prateleiras, Escondida nos travesseiros, Ao lado, nas cabeceiras, No bolso, na bolsa e outros lugares. Exposta nas casas luxuosas E nas humildes choupanas. Quem sou eu? Autor: Márcia Coivo Villela Código: 10829 Tamanho: 17.5 x 17.5 cm Páginas: 40

Av. Corifeu de Azevedo Marques, 137 Butantã - CEP 05581-000 S. Paulo - SP Telefone: (11) 3723-6000 - Fax: 3723-6001 E-mail: jav@arvoredavida.org.br Visite nosso site: http://www.arvoredavida.org.br Ligue grátis: 0800-555123 EXPEDIENTE

Ano 20, Jornal 216, outubro de 2010 - Publicação mensal. Registro de títulos e documentos nº. 126540. O Jornal Árvore da Vida é uma publicação da Associação Árvore da Vida, Av. Corifeu de Azevedo Marques, 137, Butantã - São Paulo - SP - CEP 05581-000. Composição, arte, fotolito e montagem: Associação Árvore da Vida. Impressão: Gráfica e Editora Grafnorte, tiragem: 50.000 exemplares. Presidente: Dong Yu Lan. Diretor de Redação: André Tsai Dong. Jornalista responsável: E.E.B. Villela - RG MTb 12183. Arte e Diagramação: David Mesquita. Autorizamos o uso dos artigos desta edição, desde que citada a fonte. Caso deseje participar das bênçãos do ministério de difundir a Palavra de Deus, deposite sua contribuição no Itaú, ag 0067, conta 10545-2. Ninguém está autorizado a solicitar ou recolher ofertas em nome do Jornal Árvore da Vida ou da Associação Árvore da Vida. DISTRIBUIDOR DO JAV MAIS PERTO DE VOCÊ:

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“Embora pudéssemos, como enviados de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção, todavia, nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos; [...] E sabeis, ainda, de que maneira, como pai a seus filhos, a cada um de vós, exortamos, consolamos e admoestamos, para viverdes por modo digno de Deus, que vos chama para o seu reino e glória” (1 Tessalonicenses 2:7, 11-12). Embora o apóstolo Paulo não tivesse filhos biológicos, ele tinha outra categoria de filhos. As pessoas que ele conquistou para Cristo eram seus filhos espirituais. Por observação, ele já tinha percebido que vários pais que dedicaram toda a vida em prol de educar, cuidar da saúde física e bem-estar psicológico dos seus filhos conseguiram bons resultados. Por causa disso, Paulo atuava na vida de seus filhos espirituais como uma mãe afetuosa e carinhosa. Por causa deles, ele laborava até a exaustão. Quantas orações e intercessões Paulo não fez por eles?! Deus é o único que sabe. Paulo também atuou como pai, com atitudes firmes, mas conservando, em meio à seriedade, um toque de consolo (2:5, 6, 11-12). No coração da exortação e admoestação deve sempre se achar uma palavra de consolo para que a disciplina seja eficiente. Paulo sabia que os recém-convertidos, assim como as crianças pequenas – que são levadas e muitas vezes vivem inconsequentemente –, precisam de muito acompanhamento até atingir a maturidade espiritual. Os esforços de Paulo não foram em vão: sua atitude carregada de afeto e carinho, suas noites de sono perdidas, as orações e intercessões, as exortações e admoestações misturadas com palavras de consolo e esperança levaram seus pequenos filhos à varonilidade espiritual. Eles se tornaram imitadores do Senhor Jesus, passaram a amar a Palavra de Deus e, mesmo em meio aos sofrimentos, tornaram-se um modelo de fé para toda a Macedônia, Acaia e muitos cristãos. Estes, por fim, abandonaram todos os ídolos e converteram-se ao Deus vivo e verdadeiro, ao qual passaram a servir. O testemunho e a atitude do apóstolo Paulo servem para nós, pais, como estímulo de que, se cuidarmos dos filhos que D e u s nos deu, alcançaremos igual resultado. Agora é com vocês, pais: 1. Que expressões de afeto vocês têm demonstrado aos filhos no decorrer do dia? 2. Quando seus filhos são disciplinados por vocês, eles sentem que sua atitude é movida por ira, ou percebem amor por trás da disciplina? 3. Por fim, vocês acham que seus filhos estão deixando o mundo para trás e amando mais o Senhor, ou o contrário? Reservem um tempo agora e orem por eles. A oração tem um poder incrível para nos transformar e interferir na história de nossos filhos.


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