Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. ( João 15:5 ) Associação Árvore da Vida * Publicação Mensal * Ano 20 - Número 217 * R$ 2,80
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A Bíblia começa assim: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1:1). Nesse versículo não vemos preocupação alguma em dizer como Deus criou os céus e a terra, em que período a criação ocorreu e tampouco quem deveria administrá-la. Para responder a essas perguntas, precisamos de outras porções da Palavra de Deus e da contribuição da ciência. Vamos primeiramente buscar ajuda na Palavra de Deus. No livro de Jó, capítulo 38, enquanto Deus o questiona, muitos detalhes de como Ele criou os céus e terra podem ser vistos. Vejamos: “Onde estava tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Dize-mo, se tens entendimento. Quem lhe pôs as medidas, se é que sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases ou quem lhe assentou a pedra angular, quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?” (vs. 4-7). O Senhor, querendo convencer Jó de que seu conhecimento era raso, interroga-o ainda acerca do surgimento das nuvens, da escuridão, dos limites das ondas, da alva, dos mananciais, do abismo, da largura da terra, da morada da luz e sua difusão; faz perguntas sobre o relâmpago, trovões, a chuva, o vento, o gelo e sobre os astros em geral. Cada um desses itens está preso a leis físicas e fortemente relacionado um com o outro, resultando, assim, em uma terra cheia de precisão, harmonia, equilíbrio e beleza. A Bíblia diz que, quando os anjos, chamados filhos de Deus, contemplaram tudo aquilo, rejubilaram; ficaram pasmos com tanta formosura. Os incontáveis anjos que ali estavam certamente olhavam para Deus com intensa admiração que, não podendo ficar apenas nisso, ajoelhavam-se em adoração pelo poder e delicadeza empregados na primeira criação, que aqui vamos chamar de primeiro mundo. Assim pelos relatos do li-
vro de Jó, muitas coisas acerca da criação do céu e da terra podem ser vistas. Vamos buscar também um pouco mais de ajuda na ciência cosmológica. Por meio dela somos ajudados a compreender o período em que a terra foi criada e também sabemos mais sobre as criaturas aqui existentes. Os cientistas, baseados em pesquisas fundamentadas, datam essa primeira criação de cerca de 4,5 bilhões de anos atrás. Os paleontólogos, outro braço da ciência, registram a existência de criaturas antes de Adão. Eles também datam a existência delas desde tempos muito remotos. A terra e as criaturas que nela existiam foram entregues para um dos anjos que assistia à criação de tudo, o mais poderoso, capaz e formoso dos anjos: Lúcifer, que quer dizer anjo de luz (Ezequiel 28:12-14). Mas algo triste aconteceu: à medida que ele olhava admirado para suas qualidades, poder e beleza, esquecia-se pouco a pouco do que era e do que Deus era. Ele tinha os outros anjos que o admiravam, tinha a terra e as criaturas sob seu governo; nada lhe faltava senão a condição de ser semelhante ao Altíssimo. Infelizmente algo entrou em seu coração que o corrompeu. Cheio de orgulho e inveja, ele tomou a decisão de igualar-se ao Criador. E não somente isso – com sua argumentação convincente, ele aliciou uma terça parte de anjos que estavam nos céus e as muitas criaturas que aqui já estavam para segui-lo (vs. 15-17; Apocalipse 12:4). Deus, contudo, não suportando essa atitude, precipitou-o para terra e, com ele, os anjos rebeldes que o seguiam. A primeira criação, ou primeiro mundo, termina em profundo caos (Isaías 14:12-15). Que Deus tenha misericórdia de nós e nunca permita que nosso coração se inflame de orgulho e inveja. Queremos continuar como uma simples criatura amando Aquele que criou os céus e a terra. A Ele seja o domínio e a glória. Amém.
CINCO CRITÉRIOS PARA SER ARREBATADO No final desta era o Senhor Jesus voltará para arrebatar os vencedores e presenteá-los com o seguinte prêmio: reinar com Ele por mil anos. Mas qual é a condição adequada em que devemos estar para receber esse galardão? Verifique isso na coluna Os fundamentos da vida cristã. Página 3
A MÚSICA E O MINISTÉRIO DA PALAVRA Você sabia que o ministério da Palavra de Deus pode ser comparado com a música? Assim como Deus precisa de ministros que falem por Ele, a música necessita de instrumentos que a manifestem. Quer saber mais sobre esse comparativo? Leia a coluna Refletindo e reflita sobre como você pode ser usado como um instrumento nas mãos de Deus. Página 5
NÃO TENHO TEMPO Por vezes, para cobrir o fato de não lermos a Bíblia, orar ao Senhor e reunir-nos com a igreja, dizemos aos outros e a nós mesmos que não temos tempo. Mas será que essa é uma verdade absoluta? A experiência mostra que a resposta é não. Sinceramente, o que acontece é que não sabemos administrar nosso tempo. Convidamos você a ler a seção Corre e fala a este jovem. Está muito boa!
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Nós, cristãos, cremos que no final desta era o Senhor Jesus voltará para arrebatar os vencedores e presenteá-los com o seguinte prêmio: reinar com Ele por mil anos. Mas qual é a condição adequada em que devemos estar para receber esse galardão? Para tanto, usaremos cinco parábolas do livro de Mateus. Em cada uma, veremos um aspecto importante que nos dá condições de ser tomados pelo Senhor naquele dia. A parábola das bodas (Mateus 22:1-14) – Nessa parábola, o Senhor convidou todo tipo de pessoa para participar de uma grande festa. Apesar de serem distintas umas das outras, todas tinham algo em comum: eram pecadoras. Todos entraram da forma como estavam, todavia alguém não pôde permanecer, pois estava sem a veste adequada. Sermos convidados significa que Cristo se fez justiça por nós; Ele nos cobriu de uma veste justa. No entanto, à luz de Salmos 45:13-14, para entrarmos na presença do rei, devemos ter uma veste nupcial, ou seja, outra veste, que representa a justiça subjetiva, decorrente de nossos atos. Portanto, para sermos tomados pelo Senhor quando Ele vier buscar os vencedores, devemos estar com a veste correta.
A parábola da figueira (Mateus 24:32-44) – Essa parábola, por sua vez, revela um princípio muito importante. Ali nos é dito que naquele dia as pessoas estarão envolvidas no seu dia a dia, com seus negócios. Porém um será levado, e deixado o outro. Portanto a dica que podemos extrair dessa parábola é que devemos ter um viver cristão vencedor em todo lugar, e não somente quando estamos reunindo-nos com a igreja. Devemos ser como os irmãos da igreja em Corinto, que invocavam o Senhor em todo lugar (1 Coríntios 1:2). A parábola do bom servo (Mateus 24:45-51) – A parábola do bom servo nos mostra que, quando o Senhor vier, Ele precisa encontrarnos da seguinte maneira: alimentando os conservos. O Senhor precisa encontrar-nos apascentando os irmãos que o Ele nos confiou. No entanto o critério para apascentar alguém é amá-lo. Isso está claro no diálogo que o Senhor teve com Pedro em João 21:1517. Sendo assim, dar sustento aos conservos também nos qualifica a ser arrebatados. A parábola das virgens (Mateus 25:1-13) – Essa parábola nos mostra que, diante do Senhor, somos como virgens que aguardam o noivo. Dentre elas, havia o grupo das prudentes e o outro das néscias. Ambas tinham uma lâmpada, que, de acordo com Provérbios 20:27, corresponde a nosso espírito. A lâmpada com azeite representa o espírito
regenerado. No texto mencionam-se também as vasilhas, que, conforme Romanos 9:22-24, representam nossa alma. Uma virgem prudente não somente tem azeite nas lâmpadas, mas também tem a vasilha, a alma, encharcada com o azeite (Espírito). As virgens prudentes foram tomadas pelo noivo pelo fato de terem azeite nas vasilhas também. Por um lado, todas tinham as lâmpadas acesas, que representam o espírito humano regenerado; por outro lado o fator determinante para serem tomadas pelo Noivo, isto é, para ser vencedor à luz dessa parábola é ter azeite na alma. O azeite, que representa o Espírito, deve encher-nos (Efésios 5:17-21). A parábola dos talentos (Mateus 25:14-30) – Nessa parábola, o Senhor diz ter entregado talentos às pessoas. Alguns negociaram e produziram mais, no entanto houve quem recebeu um talento e não o negociou; pelo contrário, o enterrou. Esses talentos representam os dons, as habilidades. Nesse contexto, o Senhor premiou somente os que negociaram seus talentos. Trazendo para nossa realidade, se quisermos ser arrebatados pelo Senhor, devemos exercitar os talentos que Deus nos deu na igreja. É a igreja o ambiente propício para isso. Sob o prisma do livro de Mateus, esse critério também nos qualifica a entrar na manifestação do reino dos céus.
Depois de Deus e o homem perceberem a necessidade da existência da mulher, como o elo que faltava para tudo se fazer perfeito, “o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gênesis 2:21-23). Dessa forma, o homem adormeceu, tendo despertado algum tempo depois diante de alguém que causou nele a espontânea declaração: “Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne.” Essa declaração revela o quanto a mulher lhe agradou; também indica que o homem não viu nela nenhuma imperfeição e reagiu à sua presença com sa-
tisfação, sentindo que havia ali uma verdadeira combinação com sua própria pessoa, de modo que não encontrou palavras para descrever o sentimento resultante daquela visão. O fato de Deus ter produzido a mulher a partir da costela do homem, na forma de um edifício vivo e orgânico, levando-a, pronta, à presença dele, revela que, no entendimento de Deus, a mulher foi concedida ao homem como um presente maravilhoso – uma dádiva única, cativante, que o fez perder, no primeiro momento de contemplação, as palavras que poderiam descrever aquela obra da arquitetura divina. A criação da mulher difere em muito do modo como Deus criou o homem. Vejamos, em primeiro lugar, como o homem foi criado: “Formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, e o homem passou a ser alma vivente” (v. 7). E agora vejamos mais uma vez como Deus criou a mulher: “E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe (v. 22)”. Notem que o homem foi criado a partir do barro, ao passo que a mulher foi
edificada a partir da costela do homem. A primeira obra sugere que a matéria-prima para fazer o homem era mais tosca, mais grosseira. Já a segunda obra, a criação da mulher, sugere um material mais delicado, envolto em maior cuidado e mais detalhes. Deus foi intencional no modo como criou o homem e a mulher. Ele não fez a mulher da mesma maneira como fizera o homem. Se ele tivesse formado dois bonecos de barro, individualmente, não haveria uma relação de vida entre os dois, não haveria uma simbiose santa, mas dois seres distintos e separados um do outro. Deus é sábio, por isso fez com que a mulher saísse da estrutura do homem. Porque Deus os fez assim, hoje há uma relação orgânica e de interdependência entre homem e mulher. Essa é a razão por que nada pode completar o homem e a mulher senão um ao outro. Louvado seja o Senhor por Sua maneira tão doce e profunda de conduzir as coisas. Hoje, não temos entidades separadas uma da outra, mas seres orgânicos, unidos em vida, pelo santo e sábio Deus criador.
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Série: SEPARADO ESPECIALMENTE PARA O EVANGELHO DA VIDA O alvo de Deus é estabelecer seu reino na terra e preparar pessoas para reinar com Ele. Entretanto isso só será possível se o evangelho em seus dois aspectos for pregado – o evangelho da graça, para alcançar o pecador, e o evangelho da vida, para suprir as pessoas com a vida divina até o ponto de se tornarem maduras em vida. Por outro lado, não podemos esquecer o inimigo de Deus, que hoje faz de tudo para impedir que o plano de Deus seja alcançado, e nossa vida da alma, que a todo momento quer ter uma expressão independente de Deus. Com relação a essas duas coisas, devemos munir-nos de cuidados. Hoje todos os filhos do Altíssimo estão sendo chamados para desfrutar das riquezas de Cristo em sua plenitude e, não somente isso, também estão sendo convidados pelo próprio Mestre, Jesus, para pregar o evangelho por toda a terra habitada. Afinal, nosso Senhor deseja que Sua vida seja para todos. Amém. DEUS CRIOU O HOMEM PARA GOVERNAR Jó 7:17; Hebreus 2:5-8 I. O primeiro mundo e seu administrador A. Quando Deus criou a terra, não a fez sem forma e vazia, como está retratado em Gênesis 1:2. Deus criou os céus e a terra de uma maneira muito bela e cheia de luz (Jó 38:6-7; Isaías 45:18). E, para servi-Lo e cooperar com Ele nesse universo tão bonito, Deus precisava de um ministro. B. Em Isaías 14:12, vemos que essa tarefa tão importante foi incumbida a um arcanjo, Lúcifer, que inicialmente era um bom ministro, chamado estrela da manhã e filho da alva. Em Ezequiel 28, vemos também que ele foi ungido por Deus para tal comissionamento. Além disso, Deus ainda o equipou de muita capacidade, representada pelas pedras preciosas que o cobriam. (28:13-14) C. Seu ministério era perfeito até que se achou iniquidade nele, e, por causa da sua formosura, o coração elevou-se. Ainda por cima, ele fez do seu serviço um comércio para si. Com a multiplicação do seu comércio, seu interior se corrompeu (vs. 15-16). D. Apesar de ter sido ungido para governar esse primeiro mundo, Deus não tolerou aquela situação e o precipitou a terra, pois não mais tolerou seu comportamento. A causa do fracasso da administração desse arcanjo foi o orgulho. Que isso sirva de lição para nós, que hoje servimos ao Senhor. Deus precisa de ministros que cooperem com Ele (v. 17). E. Por fim, toda a terra foi julgada por Deus, tornando-se sem forma, vazia e tenebrosa, conforme registra Gênesis 1:2. O
1) A Bíblia Sagrada é a revelação divina, inspirada pelo Espírito Santo; 2) Deus é único e triúno — o Pai, o Filho e o Espírito — coexistindo em igualdade de eternidade a eternidade; 3) o Filho de Deus, sendo o próprio Deus, encarnou-se para ser um homem, de nome Jesus, nascido da virgem Maria, para ser nosso Redentor e Salvador; 4) Jesus, um homem genuíno, viveu nesta terra por trinta e três anos e meio para tornar Deus Pai conhecido aos homens; 5) Jesus, o Cristo ungido por Deus com Seu Espírito Santo, morreu na cruz por nossos pecados e derramou Seu sangue para o cumprimento de nossa redenção; 6) Jesus Cristo, ressuscitou dos mortos ao terceiro dia, e em ressurreição, tornou-se o Espírito que dá vida para transmitir a Si mesmo para dentro de nós como nossa vida e tudo para nós; 7)
mundo tornou-se tenebroso porque Deus precisou julgar todos os seres vivos da primeira criação. Ele precisou usar as águas para cobrir toda a terra, matando os animais que existiam na época. Que lição aprendemos! O orgulho gera o caos. II. O valor do homem para Deus A. Depois do fracasso da administração do arcanjo Lúcifer no primeiro mundo, Deus o julgou, bem como o mundo daquela época, uma vez que este também foi corrompido com a rebelião do arcanjo. Todavia Deus ainda necessitava de alguém para cooperar com Ele na administração do mundo. Foi com esse intuito que, em sete dias, Deus restaurou a terra e criou o homem como o item mais importante em Sua criação. B. Ao criar o homem, Deus o fez à Sua imagem e semelhança, com o objetivo de que O representasse e dominasse sobre a terra. Para tanto, o homem precisava da vida de Deus. Foi aí que Ele o presenteou com o privilégio de viver no jardim, onde tinha o rio da água da vida e a árvore da vida para suprir-lhe vida. C. Todo esse quadro revela o quanto Deus valoriza o homem, conforme lemos em Jó 7:17: “Que é o homem para que tanto o estimes, e ponhas nele o teu cuidado”. Daí entendemos por que Deus restaurou toda Sua criação: para que o homem tivesse todo um ambiente propício ao cumprimento do propósito de Deus para ele. D. Em Hebreus 2:5-8, ainda lemos: “E não foi a anjos que sujeitou o mundo que há de vir, sobre o qual estamos falando; antes, alguém, em certo lugar, deu pleno testemunho, dizendo: Que é o homem, que dele te lembres? Ou o filho do homem, que o visites? Fizeste-o por um pouco, menor que os anjos, de glória e de honra o coroaste [e o constituíste sobre as obras das tuas mãos]. Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés”. E. Deus preparou todas as coisas e nos criou com o fim de nos entregar o mundo vindouro. Embora, por breve tempo, sejamos menores que os anjos, e esse mundo (o presente século) esteja debaixo do domínio de Satanás e seus anjos, Deus nos deu Sua vida e espera que cresçamos espiritualmente para que governemos com Ele sobre o mundo que há de vir. F. Não decepcionemos o Senhor, como fez Lúcifer. Sirvamos a Ele na qualidade de servos. Esperamos que cada leitor tenha sido impressionado com o valor que nós temos para Deus. Quanta expectativa o Senhor tem para com cada um de nós! Cresçamos em vida para poder governar com o Senhor. Jesus é o Senhor! (Para ter uma percepção mais clara do assunto, sugerimos a leitura do Alimento Diário: Separado especialmente para o evangelho da vida, de Dong Yu Lan, publicado pela Editora Árvore da Vida.)
após Sua ressurreição, Cristo ascendeu aos céus e Deus O fez Senhor de todas as coisas; 8) após Sua ascensão, Cristo derramou o Espírito de Deus para batizar Seus membros escolhidos para dentro de um único Corpo e que o Espírito de Cristo está se movendo na terra para convencer pecadores, regenerar o povo escolhido de Deus, habitar nos membros de Cristo para seu crescimento em vida e para edificar o Corpo de Cristo com vistas à Sua plena expressão; 9) no fim desta era, Cristo voltará para arrebatar os cristãos vencedores, julgar o mundo, tomar posse da terra e estabelecer Seu reino eterno; 10) os cristãos vencedores reinarão com Cristo no milênio e que todos os cristãos participarão das bênçãos divinas na Nova Jerusalém, no novo céu e nova terra, pela eternidade.
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“Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos lamentações, e não pranteastes” (Mateus 11:17). Você sabia que o ministério da Palavra tem uma estreita relação com os aspectos humanos de quem a ministra? Vamos usar uma ilustração. Suponha que um músico seja capaz de tocar piano, órgão e violão. Ele pode tocar a mesma música em diferentes instrumentos. Uma vez que cada instrumento possui características peculiares, o som de cada um é distinto. As várias características dos instrumentos ajudam a expressar o sentimento do músico. De igual forma é o ministério da Palavra. Por meio
de cada ministro, a Palavra é transmitida com elementos humanos peculiares. No entanto, para falarmos a Palavra de Deus às pessoas, devemos estar afinados a fim de que a Palavra flua como se fosse uma linda música que toca o coração de quem a ouve. Em 2 Coríntios 2:4, lemos: “No meio de muitos sofrimentos e angústias de coração, vos escrevi, com muitas lágrimas”. Aqui, Paulo está ministrando a Palavra de Deus aos coríntios. Ele escreveu sob grande aflição. Escreveu com muitas lágrimas. Trata-se do um exemplo de um indivíduo cujo ser estava totalmente envolvido com a Palavra. Seus escritos estavam cheios de sentimentos humanos. A Palavra de Deus nele fez com que sofresse e derramasse muitas lágrimas. O grau de disciplina que o indivíduo recebeu do Senhor e a medida das provações às quais foi submetido podem tornar-se visíveis em uma pregação. Assim, é enorme a responsabilidade daqueles que pregam a Palavra de Deus. Ao contrário do que muitos pensam, o
problema fundamental da pregação não se baseia no quanto conhecemos a Bíblia, pois o mero conhecimento de doutrinas é de pouca utilidade. O conhecimento pode ser totalmente objetivo; pode ser transmitido sem que haja envolvimento pessoal. Não pensemos que qualquer pessoa pode pregar a Palavra de Deus. Apenas aqueles que são transformados por Deus têm utilidade nas mãos do Senhor em Seu ministério da Palavra. Assim, o ministério da Palavra não é mera transmissão de sermões que memorizamos. O Senhor deseja usar-nos como canais de água viva. No entanto, para que a água viva flua livremente de nós, temos de estar limpos diante de Deus, senão obstruiremos Sua palavra. A verdadeira pregação não se baseia em inteligência ou eloquência, mas no quanto fomos trabalhados pelo Senhor. Que sejamos todos afinados a fim de sermos usados por Deus como instrumentos úteis em Seu ministério da Palavra.
No capítulo 4 do Evangelho de João, há o relato do encontro de Jesus com uma mulher que tinha ido a uma fonte retirar água para beber. Além de ser desprezada pelos judeus por ser samaritana, essa mulher já tivera cinco maridos, sendo que, no momento em que se encontrou com Jesus, relacionava-se com outro homem que não era seu marido. Nesse capítulo temos de atentar para as palavras de Jesus dirigidas a ela: “Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (João 4:13-14). É certo que hoje no mundo há muitas águas nos sendo oferecidas para beber. A água dos estudos é uma delas. Muitas pessoas estão hoje correndo atrás dos estudos como uma forma de preencher seu vazio interior e encontrar satisfação pessoal. Após terminar o ensino fundamental e médio, buscam cursar uma faculdade, depois uma especialização, um MBA, um mestrado, um doutorado, um pós-doutorado etc. Não estamos pregando que os
homens não devam estudar e se aperfeiçoar intelectualmente, todavia constatamos que a água dos estudos não é suficiente para saciar nossa sede interior, ou seja, não traz satisfação completa. Se, por outro lado, não se trata dos estudos, existe ainda a água do dinheiro, que tem dado muitíssima sede aos homens. Pelo dinheiro, muitos têm feito coisas inimagináveis, sendo que alguns chegam ao ponto de se vender. Existe também a água do casamento. Muitos imaginam que só serão felizes a partir do dia em que se casarem. A questão é que, se o casamento não contiver a água de Jesus, ele fatalmente - mais cedo ou mais tarde - dará sede aos cônjuges, isto é, estes se sentirão insatisfeitos com a união. Essa insatisfação resultará inevitavelmente em casamentos de fachada ou em divórcios e sucessivos casamentos, o que já é praxe no mundo contemporâneo. Também existe o grupo dos casados que imaginam que só “se realizarão” no dia em que tiverem filhos para criar. Não estamos dizendo que ter filhos não gera uma imensa alegria nos pais, mas isso também não é suficiente para trazer sentido e total alegria à vida do homem. Desesperados por não encontrar real satisfação – quer nos estudos, quer no casamento, quer na família – muitos enveredam pelo caminho das drogas, sejam
as lícitas ou ilícitas. Isso tudo porque nunca conseguiram encontrar algo que lhes desse real satisfação interior, efetiva qualidade de vida interior. Na verdade isso ocorre porque ao longo da vida experimentamos muitas águas para saciar a nossa sede interior de alegria, sendo que a nossa experiência mostra que essas muitas águas, no máximo, conseguem saciá-la temporariamente. Por isso, querido leitor, por que você não desiste de procurar tanto e finalmente pede água ao Senhor Jesus? Ele afirmou que a água Dele mataria completamente nossa sede interior, de uma vez por todas! Essa água é a própria vida divina, e, se crermos nisso, ela se torna uma fonte a jorrar para a vida eterna. Não sabemos quantos anos ainda temos de vida na terra. Certo é que podemos vivê-la de maneira intensa, cheia de significado, satisfação, paz e alegria, desde que convidemos o Senhor Jesus para fazer parte dos nossos estudos, do nosso casamento e da nossa família. Basta fazermos uma oração: “Senhor Jesus, confesso-Te que nada nesta terra me trouxe até hoje real satisfação interior. Tenho buscado muitas águas, mas elas não têm saciado minha sede interior. Que Tu venhas com a Tua água, com a Tua vida, preencher-me completamente e dar real satisfação aos anos de vida que ainda me restam na terra com a vida eterna! Oro em Teu nome, ó Senhor Jesus! Amém!”.
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Logo depois, Paulo orou pedindo que Deus concedesse aos crentes efésios espírito de sabedoria e de revelação para que os olhos do coração deles fossem iluminados a fim de conhecerem três coisas: a esperança do chamamento de Deus, a riqueza da glória da Sua herança nos santos e a suprema grandeza do Seu poder (1:18-19). Precisamos de sabedoria e revelação para ver que Deus ressuscitou Cristo, pôs todas as coisas debaixo dos Seus pés e, para ser o Cabeça sobre todas as coisas, deu-O à igreja, a qual é o Seu Corpo. A igreja é o Corpo de Cristo, a Sua plenitude (v. 23; Colossenses 1:19; 2:9-10).
A epístola aos Efésios O apóstolo Paulo recebeu visões e revelações quando esteve na Arábia. O conteúdo daquilo que ele viu fora registrado em suas epístolas (Gálatas 1:11-17; 2 Coríntios 12:1-4). Nas edições anteriores, nesta coluna Sete cestos, vimos algo acerca de algumas dessas epístolas. Dessa vez, abordaremos o conteúdo da visão de Paulo registrada na carta a igreja em Éfeso. Nos livros de Colossenses e Efésios, Paulo enfatiza Cristo e a igreja. Colossenses fala do mistério de Deus, que é Cristo (2:2), e o livro de Efésios trata do mistério de Cristo, que é a igreja (1:22-23; 3:4-6, 10). Aqui abordaremos primeiramente a epístola aos Efésios. A igreja, a plenitude de Cristo A Epístola aos Efésios é a mais celestial de todas as epístolas escritas pelo apóstolo Paulo. Ela apresenta a igreja como o mistério de Cristo (Efésios 3:4-6, 10). Paulo começa fazendo referência a toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais. As bênçãos do capítulo um possuem três aspectos: as bênçãos do Pai, as do Filho e as do Espírito Santo, que são o operar do próprio Deus Triúno em Seus eleitos.
Na igreja ocorre uma mudança de status A Epístola aos Efésios nos mostra, também, como a igreja é produzida e quais são os elementos que a constituem. Como pecadores caídos em Adão, deveríamos morrer; éramos material para o lago de fogo. Aos olhos de Deus estávamos mortos, e nosso andar outrora era segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. Andávamos segundo as inclinações da carne, fazendo a vontade da carne (Efésios 2:1-3), portanto tínhamos como destino a morte. Fomos, porém, especialmente alcançados pela misericórdia de Deus! Nós estávamos mortos em nossos delitos e pecados, mas Deus nos amou não com pequeno amor, e sim com grande amor. Por causa desse grande amor, Deus, que é rico em misericórdia, deu-nos vida e nos salvou (vs. 4-8). Antes éramos material para o lago de fogo. Agora, pela riqueza da Sua misericórdia, Deus nos resgatou; por causa de Seu grande amor, limpou-nos; com a Sua vida e graça, está trabalhando em nós para fazer de nós a Sua obra-prima em realidade. Louvado seja o Senhor! Agora, em Cristo Jesus, fomos aproximados pelo Seu sangue e, as-
sim, já não somos estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos e da família de Deus. Que mudança de status! Chegando ao capítulo 3, Paulo mostra que, para Deus dispensar o que Ele é e tem, Ele necessita de mordomos, ou despenseiros, que são os que administram Suas riquezas e as dispensam a Seus filhos. Os mordomos nos ajudam a crescer em vida e a conhecer o amor de Cristo. Andar de modo digno da nossa vocação Nos capítulos 4 a 6, temos a prática dos capítulos 1 a 3. Para nos levar à prática, Paulo menciona cinco vezes o verbo “andar” (4:1, 17; 5:2, 8, 15). Em 4:1, ele fala de andar de modo digno da vocação, ou chamamento, de Deus. Aqui está implícita a graça. Devemos andar segundo o chamamento da graça. A segunda menção de “andar” está no versículo 17: “Não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos”. “Vaidade”, no versículo 17, está em oposição à “verdade”, no versículo 21. Portanto o primeiro tipo de andar é andar na graça, e o segundo é andar na verdade. Em 5:2 Paulo diz: “Andai em amor, como também Cristo nos amou”. O terceiro tipo de andar, portanto, é andar em amor. No versículo 8, ele fala: “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz”. Andar como filhos da luz é o quarto tipo de andar. O quinto tipo de andar está no versículo 15: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios”. Como andar prudentemente? O caminho é encher-nos do Espírito (v. 18). Em outras palavras, devemos andar no Espírito. Portanto, para que a igreja seja real e prática, nosso andar deve ser na graça, na verdade (ou realidade), em amor, na luz e no Espírito. Louvado seja o Senhor!
UM ÚNICO DESEJO “Duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra” (Mateus 24:41). O irmão Lourenço, cujo nome de nascimento era Nicholas Herman, nasceu e viveu na França. Converteu-se a Deus aos dezoito anos de idade. Seu único desejo era ter comunhão com Deus. No entanto, no convento, ele executava as tarefas mais humildes e era encontrado louvando a Deus mais em sua cozinha do que no templo. Ele orava: “Se-
nhor, santifica-me enquanto faço refeições e lavo os pratos!”, e afirmava: “Os momentos de trabalho não me são diferentes dos momentos de oração e, em meio ao barulho da minha cozinha, enquanto várias pessoas ao mesmo tempo pedem coisas diferentes, eu possuo Deus em grande tranquilidade, como se estivesse ajoelhado em Sua presença”. Ele buscava somente a Deus e nada mais, nem mesmo Seus dons.
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“Não tenho tempo” – respondi a vários pedidos de ajuda nas últimas semanas. Inicialmente me senti profundamente incomodado e, até mesmo, envergonhado. Não conseguia encontrar um espaço sequer na minha conturbada agenda. Depois de várias semanas sem sequer conseguir tempo para as refeições, já não me incomodava tanto dizer: “Não tenho tempo”. Após dois meses nesse ritmo, comecei a desafogar-me e a considerar o que acontecia com meu tempo: será que os dias ficaram simplesmente mais curtos? Será que fui perdendo a percepção das coisas mais importantes, até já não conseguir reservarlhes tempo? O fato é que foi muito boa a sensação de poder acordar tranquilamente, tomar café, orar, ler – fazer o que pessoas saudáveis fazem com seu tempo. Por outro lado, comecei a considerar que, na verdade, não tenho mais tempo para esses períodos “sem tempo”. Afinal, o dia do Senhor está às portas, e ainda tenho um longo percurso à frente, até poder dizer, como Paulo: “Completei a carreira, guardei a fé” (2 Timóteo 4:7). Por isso passei a orar, pedindo ao Senhor que me ensinasse a administrar meu tempo, que me ajudasse a entender e seguir o Seu tempo. E isso me trouxe à memória o que já havia lido sobre o assunto. O tempo Salomão, ao discorrer sobre o tempo, fez duas considerações: primeiramente, há tempo para tudo – tempo de derribar e tempo de edificar, de chorar e de rir (Eclesiastes 3:1-8). A outra conclusão é que tudo o que é já foi, e o que há de ser também já foi (v. 15). Há tempo de estudar; tempo de trabalhar; tempo de casar-se. E tudo o que há de ser já foi, ou seja, assim como você “não tem tempo” enquanto é estudante, você não terá tempo como profissional, cônjuge, pai. Por isso é preciso aprender o quanto antes a administrar o tempo. Precisamos entregar-nos ao Senhor; gastar tempo com Ele. Posso dizer com segurança que os momentos vividos na presença do Senhor são os mais valiosos, frutíferos e 6
satisfatórios. São as melhores lembranças. Jovem, não perca seu tempo. Se não andar com o Senhor agora, você dificilmente terá chances de andar com Ele quando tiver de dividir seu tempo para cuidar de seu cônjuge, filhos e carreira profissional (Gênesis 5:22). Santo Agostinho, autor do livro que marcou o entendimento teológico e filosófico do assunto, mostra o tempo como o espaço de oportunidades pontuais que temos a fim de receber a salvação. Para ele, o passado já não é real, e o futuro ainda não existe. Portanto o único tempo que temos é o presente, do qual estamos conscientes e no qual podemos acessar a graça divina. Para Agostinho, quando a Civitas Dei – termo forjado por ele para a igreja como “A cidade de Deus”, ponto focal e consumação da obra de Deus no universo – estiver pronta, já não haverá tempo, pois tudo será perfeito e eterno (Apocalipse 10:6). Portanto o tempo de buscar o Senhor é agora. Não podemos relegar nossa consagração a um futuro incerto nem contentar-nos com experiências do passado.
Muitos notáveis expositores da Bíblia, como John Nelson Darby, C. H. Machintosh e C. I. Scofield, numa abordagem menos filosófica, concluíram que o tempo é apenas uma ponte entre a eternidade passada e a futura, na qual Deus faz Sua obra de maneira contínua e progressiva. Para eles, não será necessário contar o tempo na última dispensação, quando vier a nova Jerusalém, como centro do novo céu e da nova terra, pois ali já não haverá noite, não haverá passagem de dias (Apocalipse 22:5). Contudo a dispensação da graça está dentro dessa ponte do tempo, assim como a dispensação do reino. Agora, portanto, no tempo da graça, que é limitado, precisamos desfrutar e fazer conhecida a graça de Deus para, na dispensação do reino, uma dispensação de disciplina ou recompensa, sermos participantes do reino milenar com Cristo. Fora do tempo Qualquer que seja nossa percepção do tempo – uma série de ciclos repetitivos, um ponto isolado, uma ponte entre eternidade e eternidade ou apenas uma dimensão no sistema espaço-tempo –, não podemos esquecer-nos de que Deus não está limi-
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tado ao tempo. Ele não vê o tempo como nós vemos. Para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia (2 Pedro 3:8). Pois mil anos, aos Seus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite (Salmo 90:4). Às vezes achamos que os dias encolheram. Às vezes sofremos à espera de algo, contando minutos que demoram uma “eternidade” para passar. Nossa percepção do tempo, assim como nossa percepção de quase tudo o que é importante, é muito centrada em nossas necessidades imediatas, em nosso estado de espírito, em nosso coração enganoso. É por isso que é tão difícil administrar o tempo, pois não somos capazes de administrar o próprio coração. Mas o Senhor conhece o nosso coração, Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó (Salmo 103:14). Ele viu nossa substância ainda informe, e no Seu livro foram escritos todos os nossos dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda (Salmo 139:16). O Senhor não só percebe o tempo de maneira diferente, mas também quer mostrar-nos o tempo de maneira diferente. Ele quer que vejamos as coisas de acordo com o coração Dele, que não muda. Por isso pôs a eternidade em nosso coração, e somente Ele, que é maior do que a eternidade, pode encher nosso coração e dar sentido à nossa vida (Eclesiastes 3:11). Contar os nossos dias Jovem, como está seu tempo? Você realmente acha que não tem tempo disponível para ler a Bíblia ou orar? Você acha que terá mais tempo depois de passar essa fase com disciplinas difíceis e muitos projetos extraclasse? Ou será que, depois de passar naquele concurso, você terá tempo para se dedicar ao Senhor? Em Gênesis 4:16-24 vemos a descendência de Caim, uma geração que fez muitas coisas. Eles construíram cidades, inventaram armas e instrumentos musicais, providenciaram para si sustento e habitação. Mas nenhum de seus dias foi contado. Quando os comparamos aos descendentes de Sete, irmão de Caim, vemos que esses últimos não têm grandes realizações registradas, mas cada um de seus dias foi contado (Gênesis 5). A grande virada, a grande diferença entre as gerações de Gênesis 4 e 5, é que Sete, ao perceber sua fragilidade, começou a invocar o nome do Senhor (4:26). Esse é o tempo que importa: o tempo que passamos buscando o Senhor, invocando Seu nome. Que o Senhor nos ensine a contar os nossos dias, para que alcancemos um coração sábio, um coração que O invoque, O ame e O busque constantemente (Salmo 90:12).
Quando homem e mulher se casam, Deus entende que esses dois se tornaram uma só carne (Gênesis 2:23; Mateus 19:6). Isso significa que, antes, ambos eram incompletos. Uma vez casados, marido e mulher se complementam. É sobre esse importante princípio do complemento de que falaremos. Um jovem casal recém-casado aprendeu esse assunto a duras penas. Geralmente, quando havia diferenças de opiniões, eles brigavam e expunham a fraqueza um do outro. Os motivos das discussões eram os mais variados e banais possíveis. E, à medida que um apresentava a falha ou dificuldade do outro, mais distantes ficavam entre si. O marido, por ter passado em sua infância por muitas dificuldades, que iam desde a falta de comida à falta de condi-
ções de seus pais pagarem compromissos, entendia que sua esposa deveria ser mais cuidadosa, não permitindo que a sobra de comida, se houvesse, estragasse. A esposa, por sua vez, também apresentava sua defesa, dizendo que não recebia dele a ajuda necessária para as tarefas diárias, ficando, portanto, sobrecarregada. Esse pequeno problema parecia tornar-se cada vez maior e mais difícil de ser resolvido, fazendo com que ambos se afastassem um do outro. Diante dessas diferenças, o marido orou sobre o que estava acontecendo. Veio-lhe, então, ao coração a lembrança dos seguintes versículos: “E a costela que o S enhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; cha-
mar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gênesis 2:22-23). Ele considerou: “Se minha esposa é parte de mim mesmo, porque é osso de meus ossos e carne de minha carne, nem ela nem eu somos completos sem o outro. Eu preciso dela, e ela de mim, nós nos completamos”. A doce voz do Senhor soou em seu coração perguntando-lhe: “Logo, quem faz a comida?”. Ao que respondeu: “Minha esposa!”, e a outra pergunta: “Quem deve guardar o que sobrou da comida?”. E, hesitante, disse: “Porventura, sou eu, Senhor?!”. Pois bem, amado leitor, esse irmão percebeu que a maioria das vezes em que a comida estragou, foi porque a parte do serviço que lhe cabia não foi feita. Nesse fato aprendemos uma importante lição: em nossos cônjuges não há erros, mas lacunas para nós complementarmos. Por exemplo, enquanto um tem habilidade para lidar com os recursos, outro tem a habilidade para lidar com os filhos. Essa percepção cooperará para que os cônjuges respeitem o papel de cada um na condução da família. Por exemplo: é possível que a mulher não tenha a mesma habilidade que o marido para lidar com a administração financeira. Se esse for o caso, o que fazer? O homem assume a liderança, a esposa, percebendo isso, aprende com ele, e vice-versa. Quando aplicamos esse princípio, compreendendo que a cada cônjuge o Senhor deu um dom, a harmonia no lar se mantém. Quando o respeito e a consideração um pelo outro são praticados, marido e mulher caminham juntos em uma só direção. Lembre-se de que vocês se complementam, não precisam ser iguais. Procure, hoje mesmo, perceber quais habilidades o Senhor deu a seu cônjuge e respeite seu papel para que os conflitos sejam extintos e a paz passe a reinar.
PERFEITOS EM CRISTO “O qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Colossenses 1:28). A palavra grega traduzida por perfeito também pode ser traduzida como maduro, completo ou plenamente crescido. O mistério de Paulo era dispensar Cristo aos outros para que fossem perfeitos e completos
pelo amadurecimento Nele até o crescimento pleno. Quando pregamos o evangelho ou contatamos os irmãos, nosso alvo deve ser dispensar vida a fim de apresentar as pessoas maduras, plenamente crescidas em Cristo. Dessa forma, o Cristo que temos precisa ser ministrado como a herança dos santos (1:12, 15, 18-19, 27; 2:4, 9, 16-17; 3:4, 11).
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A IMPORTÂNCIA DA PRESENÇA DO PAI E DA MÃE
As férias escolares sempre são muito esperadas pela maioria das crianças. Mas o que está registrado neste livro de memórias não foram apenas férias comuns: são experiências que mudaram a vida de um menino de 12 anos. Leia e participe dessa aventura! Autor: Márcia Coivo Villela Código: 10832 Tamanho: 16x23 cm Páginas: 32
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Ano 20, Jornal 217, dezembro de 2010 - Publicação mensal. Registro de títulos e documentos nº. 126540. O Jornal Árvore da Vida é uma publicação da Associação Árvore da Vida, Av. Corifeu de Azevedo Marques, 137, Butantã - São Paulo - SP - CEP 05581-000. Composição, arte, fotolito e montagem: Associação Árvore da Vida. Impressão: Gráfica e Editora Grafnorte, tiragem: 50.000 exemplares. Presidente: Dong Yu Lan. Diretor de Redação: André Tsai Dong. Jornalista responsável: E.E.B. Villela - RG MTb 12183. Arte e Diagramação: David Mesquita. Autorizamos o uso dos artigos desta edição, desde que citada a fonte. Caso deseje participar das bênçãos do ministério de difundir a Palavra de Deus, deposite sua contribuição no Itaú, ag 0067, conta 10545-2. Ninguém está autorizado a solicitar ou recolher ofertas em nome do Jornal Árvore da Vida ou da Associação Árvore da Vida. DISTRIBUIDOR DO JAV MAIS PERTO DE VOCÊ:
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Depois que o apóstolo Paulo estabeleceu a igreja em Tessalônica, mediante a pregação, ele percebeu que precisava dispensar cuidado a cada uma das pessoas cativadas por seu ministério. É interessante notar que ele deixou de lado todos os modelos contemporâneos de condução e cuidado ali existentes para aplicar nos novos convertidos justamente o modelo que o próprio Deus estabelecera para a criação de filhos. Paulo percebeu que as pessoas que cresciam debaixo dos cuidados de uma mãe e um pai adequados tornavam-se mais felizes, equilibradas e protegidas. Deus é sábio. Ele não deixou os filhos debaixo dos cuidados somente da mãe ou do pai; Ele deu ambos para os filhos exatamente porque sabia que sua carência só poderia ser satisfeita à medida que fossem conduzidos e cuidados pelos dois. O que os filhos precisam para crescer de forma saudável encontra-se perfeitamente nos atributos que Deus depositou tanto na mãe como no pai. Por isso é tão importante que os filhos tenham, durante todo o tempo, sua mãe e seu pai por perto (1 Tessalonicenses 2:7-12). As mães que realmente necessitam entrar no mercado de trabalho para melhorar a renda e contribuir para o sustento dos filhos, em função das exigências da vida moderna, precisam voltar para casa sabendo que os filhos necessitam de carinho. Gerar um filho é relativamente fácil. Todo ser feminino já veio com essa capacidade concedida pelo Criador, mas dar carinho requer sensibilidade. As mães precisam ter a empatia para perceber que o choro, a irritação ou mesmo a desobediência dos filhos, em muitos casos, é um tipo de linguagem que, às vezes, quer dizer: “Mamãe, eu estou precisando que cuide de mim. Estou precisando ser aquecido por você”. Quando os filhos são abraçados pelas mães, sentem suas mãos alisando seus cabelos e têm a cabeça recostada no peito materno, eles, além de perceber o coração batendo de amor, sentem o alívio de que precisam para continuar a viver. Deus não deu somente um coração terno e afetuoso para as mães; Ele também concedeu a elas a incrível capacidade de doação. Elas são capazes de laborar até a exaustão pelos filhos, labutar noite e dia pelo seu bem-estar. Ora, se são capazes de dar até mesmo a vida, não precisamos de mais palavras para descrevê-las. Por outro lado, se é tão profundo o amor das mães pelos filhos, por certo a carência que os filhos sentem de amor, principalmente nos primeiros anos, também é profunda. Deus não criaria um sentimento tão profundo nas mães se Ele não visse uma necessidade semelhante nos filhos. Os filhos não precisam somente do carinho da mãe e de seu amor incondicional; eles também carecem dos atributos que Deus depositou nos pais. Os filhos precisam de uma figura masculina para que possam ser animados e encorajados. Precisam sempre do pai por perto para transmitir-lhes alguns conselhos nos momentos de dúvidas ou em situações em que se requeira um posicionamento importante. Quando o filho é desprezado por alguma pessoa e seu pai o chama para conversar, esse gesto gera uma sensação de muito consolo e conforto. Quando os filhos são consolados pelos pais, parece que nada mais importa, nada mais falta, e aquela sensação de abandono e desprezo é desfeita. Os filhos também são levados, barulhentos, por isso precisam igualmente ser admoestados e repreendidos no momento certo. Quando as crianças são conduzidas pela mãe com seu amor incondicional e pelo pai com sua exortação, consolo e admoestação, elas crescem felizes, equilibradas e protegidas. O apóstolo Paulo foi sábio quando resolveu tomar esse modelo que Deus estabeleceu aos pais para lidar com seus filhos espirituais.