Boletim informativo, nº 19, agosto/setembro de 2014
ASBKF participa de Colônia de Férias O Professor Rogério Leal Soares e a Professora Liz Tessmer agitaram a Colônia de Férias do Colégio Catarinense com uma oficina de kung fu, no dia 16 de julho. Uma aula experimental foi ministrada na academia Twit para 26 crianças de 5 a 10 anos. Na oportunidade eles aprenderam posturas básicas das rotinas, o cumprimento e fundamentos de chutes e socos. “Trabalhamos em uma linguagem de forma a estimular a capacidade imaginativa das crianças,
principalmente nas posturas mah bu, gum bu e shi bu”, explicou Liz. Os alunos foram divididos em dois grupos - de 5 a 7 anos e de 8 a 10 anos - para facilitar a compreensão dos ensinamentos. O mais importante, é claro, foi possibilitar o contato dos pequenos com o universo kung fu. Será que, em breve, teremos novos companheiros shaolins? Esperamos que sim! Clique no ícone ao lado e veja o álbum de fotos!
Vem aí mais um curso de chi kung!
Nova edição da oficina de qigong
O Professor Rogério Leal Soares pretende divulgar, em breve, data para a realização de mais um curso de chi kung. A previsão é para setembrou ou outubro deste ano. A última edição foi realizada em dezembro de 2012, no Colégio Catarinense, e contou com a presença de 15 participantes. Os conteúdos incluíram formas de chi kung sutil e marcial - Ba Duan Jin, Wah Nan Shao Lin, Lai Chin Wah, Ho Fatt Nan - introdução ao treinamento da palma de ferro e as três primeiras respirações do Sil Can Tso.
Os profissionais que atuam no ramo da saúde pública em Florianópolis terão nova oportunidade de participar da oficina de qigong, promovida pela Professora Liz Tessmer, nos dias 2 e 9 de outubro, no salão da Igreja São Miguel, no bairro João Paulo. O projeto é amparado pela Secretaria Municipal de Saúde e insere-se dentro das práticas integrativas complementares (PICs). A primeira edição foi realizada em maio deste ano.
Associação Sino-brasileira de Kung Fu Florianópólis. Boletim informativo, nº 19, agosto/setembro de 2014
SOU SINOBRASILEIRA
José Rafael Ribeiro Neto de Azevedo
31 anos Natural de Campo Grande-MS Quando você começou a treinar kung fu? Comecei a treinar, em agosto de 1997, no Círculo Militar de Campo Grande. Foi no mesmo ano que começaram as aulas de Kung Fu no clube. Porém, aqui em Florianópolis comecei a treinar com o Professor Rogério em março de 2012.
Exemplo de vida Dona Cacilda festejou seus 91 anos no dia 1° de setembro esbanjando disposição. Aluna de tai chi chuan em projeto mantido pela Fundação Cultural Badesc, ela frequenta as aulas duas vezes por semana. Para isso, desloca-se sozinha do bairro Ratones até o Centro de Florianópolis. Um belo exemplo!
ASBKF digitaliza acervo fotográfico Parte de nossa história já pode ser acessada através das imagens do acervo fotográfico digital da ASBKF Florianópolis: apresentações, treinos, seminários e muito mais. Aos poucos somaremos novo material e também aceitamos contribuições. Basta enviar sua foto, com descrição, para o e-mail informativoasbkf@gmail.com. Clique no ícone ao lado e veja o álbum de fotos!
Qual a principal motivação que levou você a começar na prática? Bom, assim como já li algumas vezes aqui no informativo, a minha motivação para começar a treinar foi: querer aprender a lutar. Mas a escolha precisamente pelo Kung Fu veio através de influência de um primo mais velho que quando criança treinou Shaolin do Norte com o Professor Fernando Marques, introdutor do Kung Fu no Mato Grosso do Sul. Este primo, quando voltava para casa depois dos treinos, mostrava alguns movimentos que aprendera, não só com as mãos e pernas, além de armas, no caso, o bastão. E isto me despertou uma curiosidade enorme por essa arte marcial. Há algum estilo abrangido pelo sistema sino brasileiro que você considere seu preferido? Gosto muito dos estilos internos abrangidos pelo sistema sino-brasileiro e da força do Choy Lay Fut, porém a quantidade de golpes e a variação da aplicabilidade desses golpes das 10 Rotinas de Shaolin sempre me impressionaram, por isso tenho neste meu estilo preferido, acho. Mensagem final Vejo que o Kung Fu proporciona ao praticante diversas “ferramentas” indispensáveis ao nosso cotidiano. Acho que por isso, é possível praticarmos nosso Kung Fu todos os dias. Não só na academia, como em qualquer situação de nossas vidas, desde a mais banal chegando a mais difícil.
Parabéns! Aniversariantes de agosto e setembro 3/8 - George Tony Rodrigues 15/8 - Caren Machado Markus 24/8 - Gustavo Fritscher Lopes 1/9 - Eduardo Bastos 3/9 - Liz Tessmer Se você ainda não preencheu a planilha de aniversários, clique AQUI
Associação Sino-brasileira de Kung Fu Florianópólis. Boletim informativo, nº 19, agosto/setembro de 2014
ARTIGO ARMAS
Investir no Ser por Yasmin Meera Professora, Bailarina e Coreógrafa da Escola de Danças do Oriente
Mestre Chan - lança serpente
A rainha das armas Antes de ceder o posto para a espada, a lança era soberana. De conhecido uso militar, a lança tem seu manejo associado especialmente ao uso a cavalo, porém suas técnicas também são eficazes no combate em solo. Muitos de seus movimentos foram incorporados nas rotinas de bastão de shaolin (como as estocadas, por exemplo), o que gerou tanto elogios como críticas dos praticantes marciais. Um dos mais conhecidos manuais sobre esta arma, “Exercícios de braço” (Shoubi lu), é de autoria de Wu Shu (1611-1695) e contém sete métodos para seu manuseio. Como arma longa e de combate à distância, a lança possui como característica a ação predominantemente transversalplana e raramente longitudinal-linear, aliada ao corte e estocada. Também pode ser usada como dardo. Suas variações incluem lança com ganchos, lança serpente, de duas cabeças e lança meia lua. Entre os katis combinados podem ser citados o de lança e bengala, lança e dois facões, entre outros. Fontes: “O Mosteiro de Shaolin”, Meir Sharar; “Breve Síntese sobre o Wushu/Kungfu”, artigo de Kao Chian Tou, disponível em www.cbkw.org.br.
Outro dia recebi uma daquelas mensagens que valem a pena ser compartilhadas por e-mail. Tratavase de uma entrevista com Moussa Ag Assarid - um tuareg¹ que cursou Gestão na Universidade Montpellier (França). O diálogo entre o nômade e o entrevistador era interessante por inteiro, mas o ponto que mais me chamou a atenção transcrevo agora: - Quais recordações da sua infância no deserto, conservas com maior nitidez? - Me desperto com o sol. Ali estão as cabras de meu pai. Elas nos dão leite e carne, nós as levamos onde tem água e pasto... Assim fez meu bisavô, e meu avô, e meu pai... e eu! Não havia outra coisa no mundo e eu era muito feliz nele! - Sim? Não me parece muito estimulante! - Muito. Com sete anos já te deixam se afastar do acampamento, pra isso ensinam as coisas importantes: observar o ar, escutar, aguçar a vista, orientar-se pelo sol e pelas estrelas... e a deixar-se levar pelo camelo, se te perdes: ele te levará onde tem água. Ali tudo é simples e profundo. Existem poucas coisas e cada uma tem enorme valor! Depois de ler, fiquei refletindo sobre ter, ser, escassez, abundância, tempo oriental, tempo ocidental... E sobre a correria geral de todos nós para fazer muitas coisas e acumular muitos bens como se esse fosse o caminho para encontrar felicidade. De modo geral, vivemos na busca interminável para se tornar alguém na vida, ou melhor, alguém que tem muita coisa na vida: a super casa, o super carro, o super... Muitas pessoas ligam o piloto automático todo dia de manhã e acreditam que é feliz quem pode comprar o que quer. Investem apenas em ter e como sempre existe uma
novidade, vivem insatisfeitos. Ao contrário, os orientais há séculos investem no ser. Nos meus anos de dedicação à dança oriental e de estudos sobre a cultura, os valores, o modo de vida dos povos do oriente, tenho visto que temos muito que aprender com eles. Por meio de diversas práticas como a yoga, a meditação, o kung fu, tai chi chuan, a dança... enfim, com o desenvolvimento de hábitos diários de contemplação da natureza, dos ciclos da vida, das elaborações artísticas. Os orientais têm atitudes mais simples, tranquilas e harmônicas perante a vida. Mas falando assim, pode parecer que estou afirmando que precisamos esquecer nossa cultura, abandonar nossas posses e confortos da vida moderna para ser feliz no deserto ou numa cabana na floresta. A questão não é essa, não se trata de fazermos mais coisas para ser do que para ter, mas talvez de fazer menos coisas e com mais sentido. Também não se trata de exaltar a cultura oriental em detrimento da ocidental, mas de aprender com o diferente para construir um caminho do meio, mais equilibrado e coerente aqui mesmo onde vivemos. Finalizo com as palavras de Moussa Ag Assarid - homem azul, livre e senhor do deserto: “Na minha terra cada pequena coisa proporciona felicidade. Sentimos uma enorme alegria pelo simples fato de estarmos juntos! Ali ninguém sonha em chegar a ser, porque cada um já é!” ¹ Povo nômade do deserto do Sahara chamados de “homens azuis” por usarem turbantes e vestes tingidas de índigo. Também são conhecidos como “senhores do deserto”por sua sabedoria e orgulho; e ainda como Imrad,“homens livres”. Embora não sejam matriarcais, usam a linhagem materna. Estima-se que hoje existam cerca de 3 milhões de tuaregs vivendo no deserto.
EXPEDIENTE Academia Sino-brasileira de Kung Fu - Florianópolis Professor Rogério Leal Soares
Jornalista responsável: Camila Collato (MTE 0004594/SC) E-mail: informativoasbkf@gmail.com