Reminiscências de Meishu-Sama

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ReminiscĂŞncias sobre

Meishu-Sama volume

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ReminiscĂŞncias sobre

Meishu-Sama volume

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Copyright by Sekai Kyussei Kyo – Atami

Reminiscências Sobre Meishu-Sama

vol. 2

Publicação da Igreja Messiânica Mundial de Angola Sede Central da África: Rua da Escola 28 de Agosto – Futungo 2 Kawelele Luanda – Angola Cx. Postal: 1310 E-mail: ascom@johreiafrica.com 1a edição – Dezembro de 2011 Tiragem: 1 mil exemplares Execução: Assessoria de Comunicação da IMMA, Sector Editorial Impressão: Gráfica Damer

www.johreiafrica.com


Meishu-Sama abriu a Loja Okada – atacadista de adornos feitos com carapaças de tartaruga e metal – em fevereiro de 1907. Com a prosperidade cultural e política ocorrida na época, a loja conquistou uma importante posição no mundo dos negócios. Vitrine da Loja Okada – segunda da esquerda para a direita.


Glossário Jornal Eiko: Periódico da nossa Igreja, publicado no Japão. Revista Tijo Tengoku: Revista mensal da nossa Igreja, editada no Japão. Hakone: cidade onde se localiza o Solo Sagrado da Terra Divina da nossa Igreja. Atami: cidade onde se localiza o Solo Sagrado da Terra Celestial da nossa Igreja. Hozan-So: Solar da Montanha Preciosa, que se situava em Tamagawa, Tóquio. Tozan-So: Solar da Montanha do Leste, na cidade de Atami. Shinzan-So: Solar da Montanha Divina, na cidade de Hakone. Tori-no-Ya: antigo local de descanso das pessoas que peregrinavam ao Solo Sagrado de Hakone. Nikko-Den: Templo da Luz do Sol, em Hakone. Kanzan-Tei: Solar da Contemplação da Montanha, em Hakone. Bairro de Shimizu: bairro da cidade de Atami. Hagui-no-Ya: Casa do Trevo, em Hakone.


Prefácio Este é o segundo volume da série original Keigyo – Reminiscências sobre Meishu-Sama – publicada no Japão em dezembro de 1965, em comemoração ao trigésimo aniversário da fundação da Igreja Messiânica Mundial – IMM. Resultado do trabalho da Comissão de Compilação de Biografia, formada no Japão para coletar informações junto às pessoas que tiveram a oportunidade de conviver com Meishu-Sama, esta série foi traduzida no Brasil e lançada a partir de 1975. Em outubro de 2006, saiu a segunda edição revista em território brasileiro, fruto do empenho da Divisão de Tradução e da Comissão Editorial da IMMB. Com base nestas edições, foi desenvolvido este livro pela Comissão Editorial da Assessoria de Comunicação da Igreja Messiânica Mundial de África. Neste segundo volume, foram impressos os relatos de diversos missionários que serviram ao lado do Mestre Meishu-Sama e contam detalhes sobre a sua vida. Meishu-Sama nasceu em 23 de dezembro de 1882, batizado com o nome de Mokiti Okada. Chamado pelos messiânicos por MeishuSama – Senhor da Luz –, faleceu em 10 de fevereiro de 1955, aos 73 anos. Ao descrever histórias do Seu dia a dia, o objetivo deste livro é fornecer um exemplo para todos aqueles que buscam viver em conformidade com as Leis da Natureza, que nada mais são do que as Leis Divinas, e, assim, alcançar uma crescente elevação espiritual, que as torne aptas a participar efetivamente da construção do Paraíso Terrestre como elementos úteis a Deus e à Sua Obra.


Índice TEXTOS O cuidado com OS TEXTOS DE SUA AUTORIA

13

ideias contínuas

13

Rapidez na composição de poemas

15

A composição de salmos com o rádio ligado

15

“VOCÊ ESTÁ SERVINDO COMO MINHA CANETA”

16

“TENHO ARTIGOS ATÉ DE SOBRA”

17

Meishu-Sama DITAVA OS ENSINAMENTOS COM ALEGRIA

18

EXPRESSANDO-SE DA MANEIRA MAIS CLARA POSSÍVEL

19

TESTE DE OBEDIÊNCIA

20

CALIGRAFIAS CALIGRAFIAS “vivas”

25

Comoção pelo esforço em prol da Obra Divina

26

O respeito e a postura diante das caligrafias dA IMAGEM DA LUZ DIVINA

26

NÃO SE DEVE INSTALAR O GENERAL NO ALOJAMENTO DOS SOLDADOS

27

O APRIMORAMENTO na preparação da tinta para a caligrafia 28 “QUE IDeIA É ESSA DE UTILIZAR UMA MÁQUINA DE FAZER TINTA?” 28 O espírito de obediência já é suficiente

29

NÃO se DEVE SER EXTREMISTA

30

“O IDEAL É ATINGIR A DENSIDADE CERTA”

30

VISÃO PRECISA

31

“ESTÁ SERVINDO DEMAIS!”

32

JOHREI JOHREI A QUALQUER HORA

35

EXPERIÊNCIAS COM OS próprios FILHOS

36

O máximo de JOHREI

36

“NINGUÉM MINISTRA JOHREI MELHOR DO QUE EU”

37

Sincera gratidão

38

O JOHREI aumenta A QUANTIDADE DE SANGUE

40

O empenho de MEISHU-SAMA na MINISTRAção de JOHREI

41

Cuidados sinceros

41

Para RECEBER JOHREI, a pessoa DEVE SOLICITÁ-Lo

42

É melhor SER alguém QUE RECEBE A GRATIDÃO DO PRÓXIMO 44


Respeito à ordem

46

“VENHA, MESMO QUE SEJA SE ARRASTANDO”

46

“SE ESTÁ PURIFICANDO, TEM QUE ME PEDIR JOHREI...”

48

à semelhança de DEUS

49

a AUTOCONFIANÇA aliada à BONDADE

49

o BRILHO da “espada” DEPENDE DE CADA UM

50

o Pior é ter a mente atrofiada

51

“Pego as chaleiras sem bico, as panelas sem tampa, e vou consertando-as” 52 A extraordinária percepção de MEISHU-SAMA

52

“MINHA ESPOSA PARTIU PARA O MUNDO ESPIRITUAL COMPLETAMENTE PURIFICADA”

53

O JOHREI AUMENTA A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO PRIMORDIAL

54

Solução Instantânea

55

Visão ampla

55

O JOHREI NO INÍCIO DA OBRA DIVINA

56

Servir de corpo e alma para ser perdoado

57

CARTAS E EXPERIÊNCIAS DE FÉ

58

OS PEDIDOS sinceros são sempre atendidos

60

Negligência inadmisssível

61

O poder do Johrei surpreendeu OS NICHOLS

62

Obras de construção Ideias Inovadoras

67

“DEUS ESTÁ CONOSCO”

67

Em concordância COM O PROJETO DE MEISHU-SAMA

68

realização dO IMPOSSÍVEL

70

O PROJETO DO JARDIM DE BORDO

70

A POSIÇÃO exata DE CADA ÁRVORE

71

a beleza das COISAS COMUNS

73

Oferta de ARROZ AOS TRABALHADORES

74

Deus em primeiro lugar

74

“SE TIVER CONFIANÇA EM SI MESMO, NÃO HÁ NECESSIDADE DE ME PERGUNTAR”

75

O PROJETO DEVE SER AMPLO E O TRABALHO feito com ESMERo 77 reprovação do desperdício Desperdício inútil

81

É imprescindível Ser RACIONAL

81

valorização do trabalho alheio

82

TUDO PERTENCE A DEUS

82

Pitadas EM ETAPAS

83


apreciação verdadeira

84

Reaproveitamento saudável

85

boa Utilização até o fim

85

Respeito e gratidão pelo AMOR DOS FIÉIS

86

disciplina REPREENSÃO PErsonalizada

89

Advertências positivas

89

CULPA REDIMIDA PELA PREOCUPAÇÃO

90

“EU PERDOEI, MAS DEUS AINDA NÃO”

91

Postura adequada

92

DESCULPA relapsa

92

Justificativas impróprias

93

“NÃO É NADA BOM BRIGAR COM O COZINHEIRO...”

93

Ideia errada

94

DESPERTAr para o Estado de atenção Constante

95

O riso DESFAZ a tensão

95

“Procurem ser mais alegres!”

96

“REPREENDO O ESPÍRITO E NÃO A PESSOA”

96

TUDO DEPENDE DA MANEIRA DE PENSAR

97

BASTAVA agir COMO MEISHU-SAMA DETERMINAVA

98

Abaixo Às suposições!

99

“ESCREVA: ‘JAMAIS REINCIDIREI NESSE ERRO’”

100

A PRECIPITAÇÃO causa transtornos

100

“SE COMPREENDEU, ESTÁ BEM!”

102

Agir de acordo à situação

102

A vantagem é fruto da obediência

103

curiosidades MEISHU-SAMA PRATICAva SEUS ENSINAMENTOS

107

Transmissão de LUZ

107

“OFEREÇA TUDO À OBRA DIVINA”

108

Formação da sociedade ideal

108

“COM O TEMPO CERTO TUDO SE DEFINIRÁ RAPIDAMENTE”

109

Prenúncio de evolução

109

Sempre anotar tudo

110

Consciência e docilidade no cumprimento da missão

111

“AO SE LEVANTAR, ANTES DE MAIS NADA, VENHA ME CUMPRIMENTAR”

112

“PODE CUMPRIMENTAR QUANTAS VEZES QUISER”

112

O SOFRIMENTO E a ALEGRIA de ser UTILIZADO POR DEUS

113


Textos



Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

O cuidado com OS TEXTOS DE SUA AUTORIA Quando se dedicava à redação, Meishu-Sama não colocava nada sobre a mesa além dos papéis a serem usados. Os cigarros e os fósforos, por exemplo, eram dispostos numa bandeja sobre uma mesa mais baixa, ao lado. Os textos eram manuseados com o maior cuidado e guardados numa caixa. Meishu-Sama procedia exatamente como nós, quando, ainda hoje, manuseamos Suas caligrafias. Além disso, às vezes, chegava a revisar os originais mais de vinte vezes, entregando-os cheios de correções feitas à caneta vermelha para a pessoa encarregada de passá-los a limpo. Todavia, não deixava os originais já corrigidos serem tratados com descuido e mandava queimá-los num dia previamente determinado. Normalmente, costumamos não ter maiores cuidados aos textos que nós mesmos escrevemos. Contudo, Meishu-Sama tratava Seus manuscritos com a mesma atenção com que nós continuamos tratando Suas caligrafias. Sobre isso acho que devemos refletir profundamente.

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Um presidente

Ideias contínuas Meishu-Sama sempre ia dormir às duas horas da madrugada, interrompendo, às vezes, o que estava ditando. Nessas ocasiões, 13


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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dizia “Amanhã terminaremos” e encerrava Suas atividades. No dia seguinte, Ele dava prosseguimento ao trabalho, bastando eu ler as últimas linhas. Dizia: “Ah! Já sei!” e continuava a ditar imediatamente a partir do ponto em que interrompera na noite anterior. Quando, com cuidado excessivo, eu começava a ler um trecho muito distante de onde Ele parara, advertia-me. “Não é necessário voltar tanto: basta ler uma ou as duas últimas linhas! Que desperdício de tempo!” Ele se assemelhava a um toca-fitas que fora desligado num determinado ponto e que, ligado novamente, continuava a partir desse mesmo ponto. Quando Meishu-Sama mencionava o título do Ensinamento, Ele já o tinha formulado em Sua mente, faltando-lhe apenas enunciá-lo. Em nenhum momento, eu sentia que Ele precisasse parar para pensar no que ditava. Além disso, trabalhava com alegria e, simultaneamente, consagrava Ohikari, folheava livros sobre Arte ou retocava uma vivificação floral. De vez em quando, acontecia de, no dia seguinte, surgir alguma coisa que O impedia de dar continuidade a um texto que, porventura, houvesse sido interrompido. Só que isso não era um problema, pois Ele continuava a ditá-lo da mesma forma três dias ou uma semana depois, bastando que, para isso, eu lesse apenas as últimas linhas.

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Um servidor


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Rapidez na composição de poemas Costuma-se dizer que os poetas famosos compõem apenas dois ou três poemas por mês, mas Meishu-Sama compunha facilmente salmos e poemas de face moral, líricos, bucólicos e de amor. Enfim, Ele escrevia poesias magníficas, de todos os tipos, sem nenhuma dificuldade, ditando-as prazerosamente. Além disso, Ele dizia: “Posso compor quantos poemas Eu quiser”, sem se prender à quantidade ou ao tempo, o que me surpreendia. Creio que foi alguns meses antes da perseguição religiosa que se deu em maio de 1950, que Ele compôs, em menos de uma hora, quarenta e seis poemas cujo tema era “A grande purificação”. Embora isso fosse um ato costumeiro, era impossível não se espantar com Seu trabalho sobre-humano. Eu dedicava anotando Suas palavras, que jorravam ininterruptamente, uma após a outra, como a água que brota de uma mina. Cada poema era composto em aproximadamente um minuto.

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Um servidor

A composição de salmos com o rádio ligado Este fato ocorreu em 1935, no início da nossa Igreja. Como Meishu-Sama estava extremamente atarefado, viu-se obrigado a deixar a composição dos salmos do Culto Mensal para poucos momentos antes da cerimônia. 15


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Nesta ocasião, conversando com uma visita e ouvindo rádio, Ele compôs, rapidamente, uma dezena de salmos intitulados: “O Senhor do Poder”. Lembro-me que fiquei bastante impressionado.

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Um servidor

“VOCÊ ESTÁ SERVINDO COMO MINHA CANETA” Tive a permissão de servir na anotação dos Ensinamentos ditados por Meishu-Sama por cerca de quatro anos. Durante esse período, ficava admirado com o fato de eu saber todos os kanji (ideogramas japoneses) que eu precisava escrever. Na verdade, não é que eu os conhecesse, entretanto, escrevia natural e rapidamente, como se meus dedos estivessem sendo comandados. No dia seguinte, Meishu-Sama corrigia o texto que eu havia anotado e me devolvia para passá-lo a limpo. Nestas ocasiões, diversas vezes, espantava-me ao observar o texto: “Nossa! Como é que eu soube este ideograma tão difícil?!” Como esse fato se repetia com frequência, acabei caindo na tola ilusão e cheguei a pensar: “Até que eu não sou tão ruim! Fiquei bastante inteligente!” Um dia, agradeci a Meishu-Sama dizendo: “Como eu trabalhava numa companhia de aviação, ramo totalmente alheio ao que faço agora, estava preocupado se conseguiria desenvolver tão importante servir. Hoje, tenho a permissão de desempenhálo com alegria e sem nenhuma dificuldade! É um mistério... Mesmo assim, muito obrigado por ter me permitido ficar tão inteligente!” 16


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Acabando com toda a minha arrogância, Meishu-Sama orientoume: “Não é que você tenha ficado inteligente. Você está servindo como minha caneta. Portanto, é como se Eu mesmo estivesse escrevendo. É por isso que você consegue escrever com facilidade.”

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Um servidor

“TENHO ARTIGOS ATÉ DE SOBRA” O jornal Eiko, periódico da nossa Igreja, foi publicado pela primeira vez em março de 1949, através da iniciativa de MeishuSama que, desde o início, foi redator-chefe, repórter e revisor. Tanto os artigos escritos por Ele, como os redigidos pelos membros, além das experiências de fé, eram revisados por Meishu-Sama. Creio que foi por volta do trigésimo exemplar que aconteceu o episódio que relatarei a seguir. O senhor K (ex-gerente do Jornal Yomiuri, sucursal de Cingapura) – na época, editor responsável pelo jornal Eiko – comentou: “Meishu-Sama vem escrevendo ativamente para o jornal e cada número é publicado sob grande pressão devido ao enorme volume de trabalho. Entretanto, pela minha experiência, acho que essa produção está para se esgotar. Com sorte, chegaremos ao número cinquenta.” Acredito que tal comentário chegou aos ouvidos de MeishuSama, pois, certa noite, Ele disse: “Esgotar, nada! Tenho artigos até de sobra.” E realmente o jornal não parou no número cinquenta, pois até 17


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Sua ascensão, Meishu-Sama continuou escrevendo artigos para todas as edições do jornal Eiko e da revista Tijo Tengoku, mensal da nossa Igreja.

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Um servidor

Meishu-Sama DITAVA OS ENSINAMENTOS COM ALEGRIA Todas os dias, por volta da meia-noite, Meishu-Sama ditava os Ensinamentos que eram publicados no jornal Eiko e na revista Tijo Tengoku. Essa tarefa era realizada com uma grande alegria. Tanto é que, uma hora depois, Ele já havia ditado aproximadamente treze páginas, com facilidade. Desta forma, Seus artigos acumulavam-se e, um dia, MeishuSama chegou a dizer: “Como há muitos artigos, aumentem o limite da página do jornal Eiko e coloquem o maior número de letras possível!” Suas palavras me deixaram em apuros. Às vezes, jornais de religiões novas e revistas encomendavam-Lhe artigos com tema determinado e até a quantidade de páginas, o que tornava a tarefa bastante trabalhosa. Mesmo assim, quando estes chegavam, Meishu-Sama respondia tranquilamente: “Ah é? Bem, vamos escrever!” E começava a ditar imediatamente, com uma alegria indescritível.

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Um servidor


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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EXPRESSANDO-SE DA MANEIRA MAIS CLARA POSSÍVEL A quantidade de textos que Meishu-Sama nos deixou como Ensinamentos é enorme. E todos os textos eram ditados por Ele. Meishu-Sama corrigia cada trecho que ditava, revisando-o diversas vezes, preocupando-Se com a melhor forma de expressar-Se para que os membros pudessem compreender claramente Suas palavras. Revisava-os até encontrar a forma mais acessível, havendo ocasiões em que corrigia mais de vinte vezes. Além disso, fazia com que eu, que servira anotando o texto ditado, lesse o que fora corrigido e desse minha opinião sobre o seu conteúdo. Perguntava-me da seguinte forma: “Está compreendendo o sentido? Será que os membros compreenderão estas expressões? E você, o que acha?”, procurando ouvir até mesmo a crítica de pessoas como eu. Relacionado a este fato, lembro-me que logo que comecei a dedicar na leitura de textos durante os encontros com MeishuSama, fui incumbido de ler um suntetsu. Todavia, como eu ainda não estava acostumado, após minha leitura, os fiéis não riram, apesar de seu conteúdo humorístico. Após o encerramento do encontro, Meishu-Sama me chamou imediatamente e disse: “Apesar de Eu ter escrito pensando, todo o tempo, em divertir os fiéis, eles não riram por causa da sua má leitura. É lamentável, mas como você é ainda principiante, não há nada a ser feito. Peço que preste atenção daqui por diante.” Depois disso, Ele ensinou-me onde fazer as pausas e como deveria ser a entonação correta das sílabas finais. Li várias vezes para Meishu-Sama, até que, num certo momento, Ele me disse: “Sim, agora está bem melhor. Leia assim de agora em diante.” 19


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Enquanto eu ensaiava, Ele ria tanto ouvindo minha leitura, que chegava a ficar com lágrimas nos olhos.

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Um servidor

TESTE DE OBEDIÊNCIA Quando eu já estava bem familiarizado com a dedicação de anotar os textos ditados por Meishu-Sama, fui ensinado a respeito da obediência. Certa vez, creio que foi quando eu estava passando a limpo o livro “Método de Tratamento da Tuberculose pela Fé”, Meishu-Sama usara no prefácio a palavra shinka. Como eu nunca havia visto esta palavra escrita com os caracteres utilizados por Meishu-Sama, recorri ao dicionário. Contudo, ao considerar o contexto da frase, o sentido apontado no dicionário estava totalmente diferente. Achei, então, que Meishu-Sama havia Se enganado e que queria, na realidade, utilizar a palavra shinka com o sentido de “valor real”, mas o segundo ideograma estava escrito diferentemente. Peguei o manuscrito e, com muito medo, fui à Sua presença: “MeishuSama, nesse texto está escrito shinka, mas será que o senhor não queria utilizar outro ideograma, com o sentido de ‘valor real’? Nesse caso, a segunda letra está errada.” Ele me respondeu: “Não, a letra está certa. Eu quero dizer ‘resultado real’.” E me repreendeu: “Limite-se a passar a limpo o que eu escrevo. Estou criando uma nova civilização, por isso, utilizo neologismos que não constam no dicionário. Vocês sempre dizem ‘Johrei’, ‘Johrei’, sem estranhar; mas não adianta procurar em nenhum dicionário porque não vão encontrar a palavra ‘Johrei’!” 20


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Em vista disso, na segunda vez em que o fato ocorreu, passei o texto a limpo obedientemente e o entreguei a Meishu-Sama, mesmo achando que uma das letras foi usada por engano. Momentos depois, Ele me chamou e disse sorrindo: “Na verdade, Eu queria ver até que ponto você estava agindo de acordo com o que Eu disse outro dia” – mencionando o episódio da palavra shinka – “e, por isso, propositalmente, empreguei esse ideograma. Fiz esse teste para ver se você viria de novo reclamar que a letra estava inadequada, sem passar a limpo obedientemente o que entreguei. Como você copiou fielmente, está aprovado!” Sentime pequeno perante Meishu-Sama.

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Um servidor

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Caligrafias



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CALIGRAFIAS “vivas” A caligrafia era uma das atividades desenvolvidas por MeishuSama, que chegava a caligrafar cem Imagens da Luz Divina em menos de meia hora. No caso da confecção de Ohikari, completava essa mesma quantidade entre sete e oito minutos. Ele realizava centenas de caligrafias quase que ininterruptamente, sem demonstrar qualquer cansaço, numa rapidez extraordinária. O resultado da determinação de Meishu-Sama, do vigor de Seu braço e a destreza de Suas mãos com o pincel era uma atividade de muita harmonia, de onde fluía-se bastante energia e uma beleza de movimentos, expressas em forma de letras sobre o papel branco. Eu, que O auxiliava nesta atividade, ficava fascinado diante desta cena. Enquanto eu organizava as caligrafias cujas letras ainda estavam úmidas de tinta-carvão não podia deixar de me sentir profundamente feliz e ter meu coração tocado por testemunhar a criação de mais uma obra de Deus, plena de força e amor, que as palavras comuns não conseguem descrever. Meishu-Sama dizia: “O que Eu escrevo tem vida.” Sem dúvida, o fato da caligrafia manifestar milagres incontestáveis é, realmente, uma Arte de Deus. O que mais me surpreendia era a atitude de Meishu-Sama enquanto caligrafava. Embora, no início, eu achasse que Ele escrevesse as caligrafias numa sala silenciosa, sem conversar, a realidade era completamente diferente. Ele as escrevia com uma rapidez incrível, embora realizasse esse trabalho ouvindo rádio ou conversando. Essa atividade era realizada à noite, nos horários que coincidiam com os programas radiofônicos. Assim, Ele ouvia radionovelas, histórias cantadas e programas humorísticos que O faziam rir muito. 25


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Nos dias quentes de verão, era comum ficar semidespido e, vez ou outra, usava só as roupas de baixo. Certo dia, Ele saiu nesses trajes pelo jardim e nos perguntou rindo: “Será que não me vão confundir com o jardineiro?”

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Um servidor

Comoção pelo esforço em prol da Obra Divina O fato a seguir aconteceu em 1954. Depois de ter cortado os cabelos de Meishu-Sama, Ele me disse: “Toque a minha mão.” Julguei que fosse delicada e macia. Porém, para minha surpresa, era áspera e cheia de calos. Indaguei-lhe o porquê, e Ele me respondeu: “Estes calos, Eu os adquiri caligrafando os Ohikari dos fiéis, sabe?” Então, pensei: “Puxa! Como Meishu-Sama Se esforça por eles!” E, profundamente comovido, não consegui conter as lágrimas.

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Um barbeiro

O respeito e a postura diante das caligrafias dA IMAGEM DA LUZ DIVINA Durante o período em que auxiliava na preparação das Imagens da Luz Divina fui repreendido incontáveis vezes por Meishu-Sama. 26


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Logo que comecei a servi-Lo, Ele me orientou: “Quando Eu terminar de escrever, puxe o papel imediatamente.” Então, assim que Ele concluía a caligrafia, eu puxava o papel sem demora e o colocava num determinado local. Como Meishu-Sama escrevia com uma rapidez impressionante, procurando acompanhá-Lo, eu ia aumentando cada vez mais a velocidade e, no final, acabava puxando o papel antes do tempo. Era repreendido. Meishu-Sama sempre caligrafava ouvindo rádio e, frequentemente, chamava minha atenção por não conseguir sintonizá-lo na estação correta. Certa vez, fui tão duramente advertido, que até hoje ainda me lembro. Como as Imagens da Luz Divina demoravam a secar, levei-as ao meu quarto e pendurei-as numa corda. Nisso, Meishu-Sama veio, tirou-as de lá e me chamou a atenção, como nunca fizera antes: “Que falta de respeito pendurar a caligrafia escrita por Deus num lugar como este!”

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Um servidor

NÃO SE DEVE INSTALAR O GENERAL NO ALOJAMENTO DOS SOLDADOS Certa vez, surgiu uma pequena dobra na caligrafia que seria colocada no Hekiun-So, sem que nada tivéssemos posto sobre a mesma. Meishu-Sama nos disse: “Vejamos onde ela foi deixada”. E, assim, dirigiu-Se ao quarto dos servidores. “Se tomarmos como exemplo o quartel, aqui seria o alojamento dos soldados, onde um general jamais seria instalado. Guardar a caligrafia num local como este é 27


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que está errado. Deus fez surgir a dobra como um aviso para vocês.”

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Um servidor

O APRIMORAMENTO na preparação da tinta para a caligrafia Como eu morava próximo a Meishu-Sama, algumas vezes, preparava a tinta para a caligrafia em minha casa e a levava até a Sua residência. Um dia, por comodismo, resolvi prepará-la da seguinte maneira: deixei o carvão de molho na água, triturei-o no pilão e, assim que a tinta ficou pronta, entreguei-a em sua casa. Soube depois que Meishu-Sama, após utilizá-la, perguntara a um servidor quem a havia preparado. Ele respondeu que fora eu. Em seguida, Meishu-Sama mandou me chamar e me advertiu: “Não sou nenhum fabricante de lanternas de papel, que usa qualquer tinta para pintá-las. A tinta deve ser preparada, esfregando o carvão no suzuri. Além de ser um aprimoramento para quem a prepara, ela fica mais brilhante.”

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Um chefe de Igreja

“QUE IDeIA É ESSA DE UTILIZAR UMA MÁQUINA DE FAZER TINTA?” Por volta de 1949, como Meishu-Sama caligrafava intensamente, 28


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a tinta-carvão que nós preparávamos era insuficiente para o Seu uso. Assim, ficamos a imaginar se não haveria um meio mais rápido de fazê-la. Como esfregar o carvão manualmente era cansativo, pensamos em diversas alternativas. Aí solicitamos a uma Igreja que fabricasse uma máquina experimentalmente. Como obtivemos um ótimo resultado ao testá-la, imediatamente fomos comunicar o fato a Meishu-Sama. Ele achou graça e disse: “Eu não sou fabricante de guarda-chuvas nem de lanternas de papel. Que ideia é essa de utilizar uma máquina de fazer tinta? Em absoluto, ela deve ser usada. O carvão precisa ser esfregado com amor, principalmente a tinta destinada às letras da Imagem da Luz Divina e do Ohikari. De valor inestimável, ela não pode ser preparada com um pensamento tão leviano. Por mais trabalho que dê, preparem-na com as mãos.” Assim, Ele não permitiu o uso da referida máquina.

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Um servidor

O espírito de obediência já é suficiente Dizem que ser “prestativo nunca é demais.” Entretanto, quando procurávamos ser prestativos além da conta, na maioria das vezes, éramos repreendidos por Meishu-Sama. O fato a seguir ocorreu durante a produção de caligrafias. Havia um braseiro próximo de Meishu-Sama. Presumo que, por sentir muito calor, Ele tentou empurrá-lo para o lado. Então, um dos servidores fez menção de levá-lo para o canto da sala. Meishu29


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Sama chamou-lhe a atenção: “Ei, o que você está fazendo? Basta obedecer ao que eu digo. Não precisa fazer mais nada além disso.”

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Um servidor

NÃO se DEVE SER EXTREMISTA Certa ocasião, durante os trabalhos de caligrafia, Meishu-Sama disse o seguinte: “Quando não sabemos se a tinta está fraca ou forte é que ela está na densidade ideal. Quem conseguir isso, é um herói. Normalmente, quando comento que a tinta está forte demais, as pessoas acabam tornando-a muito fraca e vice-versa. A isso denomino ‘extremismo’. Na política, ocorre o mesmo: enquanto houver a direita e a esquerda, é sinal de que ela ainda não é verdadeira. Atingir o ponto de equilíbrio é muito fácil, embora todos afirmem o contrário. Eu sempre ajo dentro desse ponto.” Entretanto, diante das dificuldades, tendemos ao extremismo, o que nos leva ao estado infernal, embora saibamos que o ponto de equilíbrio é que caracteriza o estado celestial.

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Um servidor

“O IDEAL É ATINGIR A DENSIDADE CERTA” Certa vez, quando eu estava preparando a tinta para os trabalhos de caligrafia, Meishu-Sama me disse: “Se você conseguir prepará30


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la no ponto certo, já poderá ser considerado um perito.” Mas isso não é tão fácil como se pensa. Só de mergulhar o pincel, Meishu-Sama conseguia perceber a densidade da tinta-carvão e dizia “está ótimo” ou “está um pouco rala.” Quando estava densa, ele pedia água quente e, quando rala, mais tinta-carvão. Eu fazia de acordo com o que Ele dizia, porém, muitas vezes, ficava apreensivo, pensando: “Será que a tinta não ficará fraca ou forte demais?” Entretanto, quando Meishu-Sama dizia “já basta”, infalivelmente, a tinta estava no ponto ideal. Era espantoso ver como Ele não errava. Meishu-Sama nos ensinou: “O ideal é atingir a densidade certa. Vocês não a conseguem porque tendem sempre ao extremismo.” Presumo que, através dessas palavras, Ele estava nos ensinando a ser obedientes.

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Um servidor

VISÃO PRECISA Em determinada oportunidade, cortei e preparei o papel para a caligrafia da palavra “Hikari” (Luz) de acordo com o tamanho indicado por Meishu-Sama. Dois ou três dias mais tarde, ao Se dirigir para escrever a referida palavra, mal Se sentou, Ele disse: “Parece que estas folhas estão menores que a medida que lhe dei outro dia.” Certo de que havia cortado no tamanho exato, disse-Lhe que assim havia feito. Depois, fui medir novamente para tirar a dúvida e constatei que, realmente, as folhas estavam menores aproximadamente um centímetro. Assim, fui imediatamente pedir-Lhe desculpas. Creio que, enquanto cortava uma grande 31


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quantidade de papel, sem perceber, fui diminuindo o tamanho. O que me surpreendeu foi a visão precisa de Meishu-Sama que, só de olhar de relance, constatou aquela pequena diferença de medida.

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Um servidor

“ESTÁ SERVINDO DEMAIS!” Não me lembro exatamente em que ano foi que uma Igreja fez um pedido de vinte mil caligrafias da palavra “Hikari” (Luz). Na ocasião, Meishu-Sama conseguiu concluí-las dentro de um mês aproximadamente. Como essa atividade era realizada todas as noites e requeria uma intensa preparação, decidi auxiliar os servidores para que fosse possível entregar toda aquela quantidade dentro do prazo estipulado. Certo dia, Meishu-Sama chamou a minha atenção: “Você está servindo demais!” Entretanto, eu não conseguia entender porque não podia exceder-me no servir. Prosseguindo, Ele me disse: “Talvez você não compreenda porque digo isso. Na verdade, meus auxiliares para o trabalho de caligrafia já estão definidos. Se você executa as tarefas que lhes são designadas, eles se tornam negligentes e, pouco a pouco, vão decaindo sem alcançarem a salvação. Para mim, é doloroso ver essas coisas. Portanto, por favor, pare de auxiliá-los.” Ao mesmo tempo que me senti surpreso, constatei a minha falta de percepção.

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Um servidor


Johrei



Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

JOHREI A QUALQUER HORA Normalmente, havia quinze servidores na casa de Meishu-Sama. Eram homens e mulheres, que desenvolviam diversas atividades num ritmo bastante intenso, já que Ele começava sua programação diária bem cedo, só terminando-a às duas horas da madrugada. Portanto, algumas delas também purificavam e se, através do encarregado, pedissem Johrei a Meishu-Sama com antecedência, estabelecia-se um horário para a ministração. Por volta de 1953, tais pedidos eram comunicados geralmente durante a refeição matinal. Neste caso, a pessoa podia recebêlo depois das dezessete horas. Meishu-Sama observava-a e, se percebesse que era uma purificação leve, ministrava Johrei durante três minutos. No entanto, quando se tratava de uma purificação severa ou de fortes dores, Ele o ministrava por várias horas. Ou seja, a duração do Johrei variava de acordo com o estado de cada um. Às vezes, a pessoa não percebia que estava purificando. Mas, durante o cumprimento matinal, Meishu-Sama notava seu estado e perguntava: “Você está pálido. Como está se sentindo?” e ministrava Johrei no final da tarde. Também era determinado que, quando alguém se sentisse mal de uma hora para outra, deveria solicitar Johrei a Meishu-Sama imediatamente, mesmo que Ele estivesse trabalhando. Nos casos de extrema gravidade, Ele ministrava Johrei entre uma atividade e outra. Havia ocasiões em que chegava a ministrá-lo três vezes ao dia – pela manhã, à tarde e à noite –, embora tivesse uma rotina bastante atribulada.

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Um presidente

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

EXPERIÊNCIAS COM OS próprios FILHOS Na época em que vivia em Omori, Meishu-Sama abrigava muitas pessoas doentes em Sua casa. Havia casos de doenças psíquicas, de tuberculose, e nós convivíamos com todas elas. Meishu-Sama testava a eficácia do Johrei ministrando-o diariamente nessas pessoas. Assim, desenvolvia vários estudos sobre o assunto. Acredito que isso serviu de base para suas futuras atividades. Eu também tinha uma saúde frágil e sempre recebia Johrei de MeishuSama. Ele fazia com que eu me alimentasse essencialmente de legumes e verduras. Ou seja, pesquisou o quanto uma pessoa pode fortalecerse e ficar saudável ingerindo um determinado alimento. Eu não era o único: todos os meus irmãos também se alimentavam da mesma forma. Quando Meishu-Sama não podia realizar suas pesquisas com outras pessoas, fazia-as com os próprios filhos. Certa ocasião, fui acometido diversas vezes de parotidite, passando por um grande sofrimento. Lembro-me que Meishu-Sama experimentava deixar a doença a cargo da natureza e, depois, ministrava Johrei para saber a diferença entre os dois procedimentos.

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Um familiar

O máximo de JOHREI No dia 5 de maio de 1945, Meishu-Sama estava se transferindo temporariamente para a cidade de Hakone, onde se localiza o Solo Sagrado da Terra Divina da nossa Igreja. 36


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

Nessa época, eu passava por uma purificação nos quadris, o que me impossibilitava de levantar. Por causa disso, havia recebido a permissão de hospedar-me na casa de MeishuSama em Atami, onde fica o Solo Sagrado da Terra Celestial da nossa Igreja, recebendo Johrei dele todos os dias. Ele já me dissera anteriormente: “Como você não pode me acompanhar a Hakone, volte para casa e depois procure ajuda de alguém que seja eficiente na ministração de Johrei.” Esta também era a minha intenção. Embora ainda não tivesse condições de me movimentar, na noite anterior à partida de Meishu-Sama, eu falei ao seu secretário, Sr. Inoue: “Amanhã, assim que Meishu-Sama partir, voltarei a Yokosuka.” Porém, na manhã seguinte, Meishu-Sama ministrou-me Johrei e disse: “Fique aqui mais algum tempo. Já falei com Nakajima, e ele ministrará Johrei em você.” Apesar de Seus inúmeros afazeres, fiquei admirado por Meishu-Sama se preocupar dessa forma com o meu estado de saúde.

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Um ministro

“NINGUÉM MINISTRA JOHREI MELHOR DO QUE EU” Certa vez, um servidor que havia ingressado na Igreja após se curar de tuberculose, teve uma recaída e começou a eliminar catarro com sangue. Pensando que servir em tais condições de saúde 37


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

acabaria causando transtorno, resolveu voltar para casa e, certo dia, ao receber Johrei de Meishu-Sama, comunicou-Lhe sua decisão. Enquanto lhe ministrava Johrei, Meishu-Sama falou: “Seu estado é realmente muito grave e bastante complicado. Mas também não é fácil encontrar alguém que ministre Johrei melhor do que eu. Naturalmente, se quiser, pode voltar para casa, mas não tem vontade de permanecer aqui?” Soube que este servidor decidiu o seguinte: “Seja como for, minha vida foi salva por Ele. Se eu não tiver mais cura, que posso fazer? Já que Ele está me dando esta oportunidade, continuarei ao Seu lado, auxiliando-O no que puder.” Assim, pediu permissão para continuar a servir e, daí por diante, foi melhorando surpreendentemente, trabalhando até hoje com perfeita saúde. As palavras de Meishu-Sama – “Se quiser, pode voltar para casa, mas eu posso continuar a ministrar-lhe Johrei” – mostram que Ele jamais tirava a liberdade de alguém, além de possuir uma enorme benevolência. Ao ouvir este caso, fiquei profundamente comovido.

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Um presidente

Sincera gratidão Esse fato ocorreu por volta de 1949, quando houve um encontro com Meishu-Sama na Sede Provisória, situada no bairro de Shimizu, em Atami. Nessas ocasiões, após o término, Ele sempre 38


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

ministrava Johrei individualmente àqueles que Lhe faziam uma solicitação especial. Se não me engano, eram os dirigentes e chefes de Igreja que faziam esse tipo de solicitação. Em Sua rotina diária, Meishu-Sama permanecia na Sede Provisória até às quinze horas, encontrando-Se com várias pessoas. Às vezes, ia até o Solo Sagrado de Atami e de lá retornava ao Hekiun-So. Numa dessas ocasiões, Miyako, filha de Meishu-Sama, sentiu-se mal subitamente e telefonaram imediatamente a Ele, que estava em Shimizu. Como recebemos o comunicado de que Ele retornaria imediatamente, Miyoko, uma servidora, ficou esperando-O à entrada do Hekiun-So. Meishu-Sama chegou em seguida, ofegante e bastante apressado. Ao ver Miyoko, que O esperava à entrada com uma fisionomia saudável, Ele exclamou: “Ah! Você já melhorou? Que bom!” MeishuSama havia confundido o nome da servidora com o da filha, que eram muito parecidos, e pensou que fosse a servidora quem estivesse passando mal. Mas Miyoko, neste momento, desfez a confusão: “Não sou eu. É sua filha Miyako”. E ele respondeu aliviado: “Ah, é a Miyako?” Vendo tal reação, Miyoko, que pensava que Meishu-Sama havia voltado por causa da filha, constatou que Ele retornara correndo achando que fosse ela, uma simples servidora, e ficou emocionada. Afinal, o caminho de Shimizu até o Hekiun-So é uma ladeira íngreme, e até nós ficamos ofegantes se a subirmos rapidamente. Ao sentir o amor de Meishu-Sama, que viera correndo para lhe ministrar Johrei, Miyoko ajoelhou-se aos Seus pés, achando não ser merecedora de tamanha consideração.

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Um presidente

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

O JOHREI aumenta A QUANTIDADE DE SANGUE Certa vez, um servidor que sofria de anemia desmaiou na escadaria do Hekiun-So. Ao tomar conhecimento do ocorrido, Meishu-Sama veio imediatamente, acolhendo o servidor em Seus braços e ministrando-lhe Johrei. Quando voltou a si, o servidor viu Meishu-Sama ministrando-lhe Johrei bem de perto e dizendo-lhe: “Ah! Recuperou os sentidos? Ainda bem! Fiz-lhe uma transfusão de sangue.” O servidor recuperou-se imediatamente graças ao Johrei de MeishuSama. Eu já havia ouvido dizer que a quantidade de sangue aumenta com o Johrei, por isso, pude compreender perfeitamente o que aconteceu naquela ocasião. Da mesma forma, quando um servidor cometia algum engano ou falha, Meishu-Sama não o repreendia, dizendo: “Seu erro é inadmissível!” Ao invés disso, falava: “Como você está purificando da cabeça, vou ministrar-lhe Johrei.” A pessoa não percebia a sua purificação até esse momento, mas ao receber Johrei, conscientizava-se de que realmente estava purificando da cabeça e, pouco a pouco, as falhas deixavam de acontecer. MeishuSama ministrava Johrei em qualquer circunstância.

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Um presidente


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

O empenho de MEISHU-SAMA na MINISTRAção de JOHREI Logo após me tornar messiânica, meu filho teve uma purificação semelhante à disenteria infantil. Como era uma purificação muito severa, assustei-me e decidi levá-lo o mais rápido possível à presença de Meishu-Sama no Hozan-So, Solar da Montanha Preciosa, situado em Tamagawa, Tóquio. Logo que viu meu filho, Meishu-Sama afirmou: “O caso é grave. Se você tivesse demorado mais um pouco, ele não sobreviveria.” E começou a ministrar Johrei com o máximo de dedicação e seriedade. Finalmente, meu filho me chamou: “Mamãe, mamãe!” MeishuSama, então, exclamou: “Não há mais perigo. Bem, agora vou descansar um pouco.” A postura de Meishu-Sama durante a ministração do Johrei naquela ocasião fez com que meu respeito por Ele aumentasse ainda mais.

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Uma ministra

Cuidados sinceros O seguinte fato ocorreu na época em que os encontros com Meishu-Sama se realizavam no bairro de Shimizu. Creio, portanto, que tenha sido por volta de 1949. Certo dia, eu estava podando as árvores do jardim sob a orientação de Meishu-Sama, que me instruía de um dos aposentos do primeiro andar: “Suba em um galho mais alto; corte o galho 41


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

da direita”, etc. Repentinamente, um dos galhos se quebrou e caí batendo a cabeça. O chão era pavimentado de concreto; felizmente, caí em cima do telhado do banheiro. Nesse momento, Meishu-Sama veio correndo, assustado e completamente pálido. Ele, que geralmente se mostrava imperturbável, perguntou-me apreensivo: “Como você está? Tudo bem?” Eu, que machucara o braço seriamente, passei a receber Johrei de Meishu-Sama todos os dias durante um mês e me recuperei completamente. Após restabelecer-me, pensei em voltar a dedicar nos serviços de jardinagem, mas Meishu-Sama advertiu-me: “Por enquanto, você não precisa fazer isso”, não me permitindo dedicar no jardim durante algum tempo. Soube que, enquanto estava acamado, Meishu-Sama preocupavase bastante comigo, perguntando aos outros servidores: “Como ele está?”

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Um servidor

Para RECEBER JOHREI, a pessoa DEVE SOLICITÁ-Lo Por volta de 1942, 1943, minha condição física estava tão precária que, se não recebesse Johrei de Meishu-Sama, por ocasião dos encontros, o sofrimento era insuportável. Contudo, como Ele estava sempre muito ocupado, eu fazia cerimônia. Certa ocasião, meu sofrimento chegou a um ponto em que não 42


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

conseguia mais suportar e acabei pedindo-Lhe Johrei. Neste instante, Meishu-Sama contou: “Era bastante penoso olhar para você. Eu pensava comigo mesmo: ‘Hoje ele vai pedir, hoje ele vai pedir Johrei’, mas você não pedia. Fazer cerimônia gera mácula, sabia? Eu não posso oferecer-lhe Johrei. O Johrei deve ser ministrado quando a pessoa o solicita. Se você não pede, eu fico em apuros!” E continuou: “Se a questão se limitasse ao seu corpo, não haveria tanta importância. Contudo, você não se dá conta de que Deus está atuando através do seu físico. Caso aconteça algo e você vá para o Mundo Espiritual, causará um grande transtorno a Deus. Na verdade, seu corpo é como se fosse um cartaz da Igreja. Não há a mínima necessidade de fazer cerimônia. Aliás, você precisa receber Johrei, caso contrário, me trará problemas.” Assim, Meishu-Sama me transmitiu um valioso ensinamento. Houve também uma época, no Tozan-So, Solar da Montanha do Leste, na cidade de Atami, em que Meishu-Sama se encontrava com seus discípulos nos jardins. Em tais ocasiões, em razão da minha limitação física, Ele sempre mandava trazer uma cadeira para mim. Meishu-Sama realmente compreendia o sofrimento das pessoas, tratando-as com profunda consideração. Com isso, nasceu em mim o desejo de servi-Lo incondicionalmente.

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Um ministro

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

É melhor SER alguém QUE RECEBE A GRATIDÃO DO PRÓXIMO Em 1945, ano do término da Segunda Guerra Mundial, sofri um deslocamento da bacia. Nessa ocasião, o espírito de minha irmã mais nova se manifestou e falou que se eu não recebesse Johrei de Meishu-Sama, não melhoraria. Disse-me ainda que, após ser curado por Ele, eu deveria servir à Obra Divina, sendo esta a razão pela qual não poderia deixar de jeito algum de solicitar-Lhe Johrei. Na época, eu não acreditava em fenômenos espirituais; mesmo assim, decidi solicitar Johrei a Meishu-Sama por intermédio do ministro. Entretanto, logo depois que falei com meu superior, minhas pernas perderam completamente a força e eu não conseguia mais ir até Meishu-Sama, nem mesmo carregado. O ministro pensou: “Do jeito que ele está, não acredito que melhore em um ou dois dias, mesmo recebendo Johrei. É impossível…” Assim, acabou não solicitando Johrei a Meishu-Sama. Nesse meio tempo, o secretário de Meishu-Sama, o senhor Inoue, preocupado com o meu estado, telefonou-me para saber como eu estava. Respondi-lhe: “Desloquei a bacia e não posso me mover.” O Sr. Inoue pediu-me que aguardasse na linha, informando: “Vou falar com Meishu-Sama.” Ao retornar, comunicou-me que Meishu-Sama havia dito: “Mande-o vir imediatamente!” Porém, como era muito difícil arranjar um carro naquela época, tive que esperar um dia inteiro. Ligavam-me da residência de Meishu-Sama, de manhã e de noite, pedindo-me que fosse o mais rápido possível. Finalmente, consegui um carro e fui diretamente ao Seu encontro. 44


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

Quando lá cheguei, fui logo encaminhado aos Seus aposentos. Enquanto me ministrava Johrei, Meishu-Sama disse: “Você está realmente muito fraco. Se deixasse passar mais uma semana, estaria correndo risco de morrer”, o que me assustou profundamente. Naquele dia, Meishu-Sama ministrou-me Johrei por tão longo tempo e com tanta atenção, que eu nem sabia o que dizer. Dessa forma, Ele transmitiu ao meu coração o seguinte ensinamento: “É assim que devemos ministrar Johrei quando alguém purifica.” Meishu-Sama, que preocupou-se muito comigo naquela ocasião, enfatizou: “Mesmo que um alto funcionário do governo venha me solicitar Johrei, Eu não ministro. Mas se for uma pessoa útil à Obra Divina, faço tudo para salvá-la.” Ouvindo palavras tão calorosas, não pude conter as lágrimas que insistiam em cairr. Dez dias depois, Meishu-Sama falou-me: “Agora não há mais perigo. Finalmente, posso ficar sossegado! Estive tão preocupado com seu estado que, até a noite passada, não conseguia dormir tranquilamente.” Ao ouvir tais palavras, fiquei tão grato e emocionado que não tive condições de articular palavra alguma de agradecimento. Meishu-Sama sempre dizia: “Tentar mostrar-se importante é muito mais trabalhoso do que receber a gratidão do próximo.” Sempre que me lembro dessas palavras vem nitidamente à minha memória a gentileza de Meishu-Sama para comigo quando tive minha vida salva por Ele. Naquele dia, eu pensei: “Mesmo uma pessoa como eu, sem instrução nem formação especial, pode ser utilizada na Obra Divina, se servir de corpo e alma.”

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Um ministro

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

Respeito à ordem O seguinte fato ocorreu na época em que eu estava hospedado no Shinzan-So, Solar da Montanha Divina, na cidade de Hakone, para receber Johrei de Meishu-Sama por estar tuberculoso. As pessoas que queriam receber Johrei, independentemente de serem membros da família ou servidores, deveriam solicitá-lo antes da refeição matinal. Quando eu me atrasava para receber Johrei, sentava-me no final da fila, mas havia alguns servidores que me deixavam passar à frente, dizendo: “Venha logo.” Em tais ocasiões, Meishu-Sama intervinha: “Não pode! Há uma ordem!” Assim, não permitia de forma alguma que, por eu ser um membro da Sua família, a ordem fosse desrespeitada. Meishu-Sama não misturava os assuntos particulares com os relacionados à Obra Divina, e essa atitude se refletia no fato de Ele não fazer, em nenhuma circunstância, distinção entre os familiares e as outras pessoas.

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Um familiar

“VENHA, MESMO QUE SEJA SE ARRASTANDO” Em maio de 1946, fui a Hakone e passei muito mal, não podendo mais me locomover. Nesta ocasião, Meishu-Sama orientou: “Deixem-no ficar hospedado no Tori-no-Ya (antigo local de descanso das pessoas que peregrinavam ao Solo Sagrado de Hakone).” 46


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

Os sintomas da doença eram semelhantes aos que se apresentaram anteriormente, quando os médicos me desenganaram. Como o estado era grave, um servidor perguntou a Meishu-Sama: “O que o senhor acha que ele tem?” Ele respondeu: “Na verdade, ele não tem mais cura. Porém, como está servindo a Deus, não posso deixá-lo morrer. Se isso acontecer, ficarei em apuros.” Na época, MeishuSama levou em consideração o fato de eu dedicar oferecendo arroz. No dia seguinte, ordenou que eu fosse receber Johrei com Ele. Contudo, eu estava sofrendo muito, sem condições de ir até sua presença. Pedi, então, que O avisassem que eu estava num estado que me impedia de atender ao Seu chamado. Meishu-Sama pediu que eu fosse, mesmo que me arrastando. Caso não comparecesse, Ele não ministraria Johrei. Como percebi que só receberia Johrei se eu fosse até Ele, decidi ir. No entanto, andava dois ou três passos e parava para descansar; andava mais dois ou três e parava novamente. Finalmente, consegui chegar e recebi Johrei. Ao me retirar, Meishu-Sama falou: “Quando estiver se sentindo mal, pode vir a qualquer momento” Assim, retornei aos meus aposentos. Naquela mesma noite, já eram mais de duas horas da madrugada quando me senti tão mal que pedi à pessoa que estava cuidando de mim que fosse solicitar Johrei a Meishu-Sama. Ele respondeu: “Traga-o imediatamente.” Meishu-Sama, que estava caligrafando as letras da Imagem da Luz Divina, interrompeu no mesmo instante o que estava fazendo para ministrar-me Johrei. Ainda me disse: “Você deve estar com vontade de comer algo doce, não? Aqui tem de tudo, peça o que quiser!” Nunca me esquecerei de quão delicioso estava o manju que Ele me ofereceu. Além disso, enquanto estive acamado, Meishu-Sama separava um 47


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

pouco de cada prato que compunha a Sua refeição e solicitava: “Dê isso a ele.” Portanto, jamais esquecerei Sua benevolência e terei gratidão por Ele por toda minha vida.

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Um ministro

“SE ESTÁ PURIFICANDO, TEM QUE ME PEDIR JOHREI...” O fato que vou narrar aconteceu na ocasião em que levamos Meishu-Sama à estação ferroviária de Kyoto, após Sua viagem missionária realizada no outono de 1953. Ao ser chamado por Ele, apresentei-me e perguntei-Lhe: “O senhor deseja alguma coisa?” Ele respondeu: “Não. Ao olhar para você, percebi que está abatido. Fiquei preocupado e o chamei.” Surpreso, falei: “Acho que estou purificando”. Ao ouvir isso, Ele retrucou, amavelmente: “Se está purificando, tem que me pedir Johrei, não é? Quando voltarmos, venha receber Johrei imediatamente.” Assim, pela primeira vez, fui até o Hekiun-So para receber Johrei com Meishu-Sama. E, com um único Johrei, desapareceu um nódulo que eu tinha na parte superior do estômago.

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Um chefe de Igreja


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

à semelhança de DEUS Meishu-Sama era extremamente justo em todas as situações e tratava os servidores com tamanha bondade, que eu imaginava que Deus seria como Ele. Quando eu dedicava no Hozan-So, contraí unheiro. Certo dia, por volta das 22 horas, vieram me comunicar que Meishu-Sama estava me chamando. Fui imediatamente, ainda de pijama. Ele estava de pé, na sala onde ficava o telefone e falou: “Para quem dedica na cozinha, ter um problema nos dedos da mão é bem penoso, não?” Aí me ministrou Johrei. Este fato demonstra toda a Sua bondade.

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Um servidor

a AUTOCONFIANÇA aliada à BONDADE Quando eu servia ao lado de Meishu-Sama e recebia Johrei com Ele, podia sentir bem de perto Seu calor humano. O fato seguinte ocorreu quando tive unheiro. Durante aproximadamente três dias, senti tanta dor, que passava a noite sem conseguir dormir, andando pelo Nikko-Den, Templo da Luz do Sol, em Hakone. Já não suportando mais a dor, pedi à tia de Nidai-Sama que solicitasse a Meishu-Sama que me ministrasse Johrei. Ao me receber, Ele perguntou: “Por que não me falou antes?” 49


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

Quando Meishu-Sama me ministrava Johrei, a dor desaparecia completamente, mas, ao me retirar, ela voltava. Depois de receber Johrei por cinco vezes, falei a Meishu-Sama: “A dor desapareceu completamente!” Ele respondeu: “Sim, com certeza!” Ele não disse simplesmente: “Ah! É mesmo?” Por isso, até hoje, não me esqueço de Suas palavras, que demonstravam Sua total autoconfiança.

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Um servidor

o BRILHO da “espada” DEPENDE DE CADA UM Este fato ocorreu ainda nos primórdios de nossa Igreja, quando nós, que servíamos junto a Meishu-Sama, recebíamos Johrei com Ele. Por mais atarefado que estivesse, Ele nunca Se esquecia de nos ministrar Johrei, chamando-nos em nossos momentos livres. Todavia, como estávamos sempre ao Seu lado, ficamos malacostumados e passamos a solicitar-Lhe Johrei por qualquer purificação. Certo dia, fomos todos chamados à presença de Meishu-Sama, que nos repreendeu: “Cada um de vocês recebeu a ‘espada de Massamune’. Fazer com que ela reluza ou fique sem brilho, depende exclusivamente de cada um.” Com isso, todos nós sentimos um repentino acanhamento e não ousamos solicitar-Lhe Johrei por cerca de cinco dias. Assim, fomos, novamente chamados à sua presença. Quando chegamos, 50


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

Ele exclamou: “Vocês parecem uma gangorra: não sabem o que é meio-termo!” Após esse comentário, ministrou-nos Johrei.

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Um servidor

o Pior é ter a mente atrofiada Como eu estava bastante debilitado em comparação com os outros servidores, frequentemente solicitava Johrei a MeishuSama. Certo dia, Ele me orientou, sorrindo: “Quando vocês acumularem impurezas, tragam-nas para mim que Eu as removerei. Sou uma espécie de ‘faxineiro espiritual’”. Assim, me ministrou Johrei gentilmente, apesar de sua rotina extremamente atarefada. Em outra ocasião, quando eu estava recebendo Johrei, surpreso com minha própria falta de inteligência, falei a Meishu-Sama: “Minha cabeça é muito ruim! Estou sempre dando trabalho ao senhor…” Ele me consolou, dizendo: “Nada disso! Perceber que tem a cabeça ruim é extraordinário! Pior é ver os homens da atualidade, que parecem ter a mente atrofiada. É como se não tivessem cabeça!” Isso me trouxe um profundo alívio.

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Um servidor

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

“Pego as chaleiras sem bico, as panelas sem tampa, e vou consertando-as” Na época em que Meishu-Sama vivia em Omori, havia muitos servidores convalescendo. Apesar de estar sempre bastante ocupado, Ele lhes ministrava Johrei e lhes dava dedicações. Muitas vezes, enquanto ministrava Johrei, dizia meio em tom de brincadeira: “Sou um velhinho que conserta panelas: pego as chaleiras sem bico, as panelas sem tampa, e vou consertando-as e utilizando-as.”

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Um servidor

A extraordinária percepção de MEISHU-SAMA Quando eu dedicava junto a Meishu-Sama, na época em que Ele estava em Tamagawa, era frequentemente importunado por espíritos, o que me fazia sofrer intensamente. Nesses momentos, eu me dirigia ao aposento onde Meishu-Sama estava trabalhando e Lhe solicitava: “Permita-me receber Luz.” Sentava-me em um canto e permanecia em silêncio. Bastava estar próximo a Ele para que meu sofrimento passasse e eu me sentisse aliviado. Mesmo que eu ficasse sentado durante o dia inteiro, MeishuSama nada dizia. Se, vencido pelo cansaço, eu acabasse por 52


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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cochilar, Ele permanecia calado, mas, às quinze horas, dividia Seu lanche comigo. Entretanto, quando eu desviava meu pensamento e começava a divagar, Meishu-Sama percebia imediatamente meu vacilo e falava: “Se não tiver mais nada a fazer aqui, vá embora.”

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Um servidor

“MINHA ESPOSA PARTIU PARA O MUNDO ESPIRITUAL COMPLETAMENTE PURIFICADA” Minha primeira esposa, que faleceu em fevereiro de 1952, purificou bastante antes de partir para o Mundo Espiritual. Um dia, solicitei a Meishu-Sama que lhe ministrasse Johrei, e Ele respondeu: “Traga-a imediatamente.” Levei-a à sua presença e Ele lhe ministrou Johrei por um longo tempo. Durante duas semanas, Meishu-Sama ministrou Johrei em minha esposa diariamente, reservando um tempo no seu dia a dia atarefado. Todavia, ela veio a falecer no dia 9 de fevereiro. O fato que vou relatar a seguir ocorreu no dia 7 daquele mês. Como ela não melhorava, Meishu-Sama comunicou: “Hoje, vou ministrar bastante Johrei.” E, desde o período da manhã, ministrou quatro Johrei, com duração de uma hora cada um, com pequenos intervalos entre as ministrações. Ela já não tinha nenhum apetite e respirava com grande dificuldade. Nesse mesmo dia, Meishu-Sama retirou camarões gratinados ao molho branco de Sua própria refeição e os ofereceu à minha esposa, que ficou bastante emocionada. Apesar da falta de apetite, ela conseguiu 53


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

comer tudo, derramando lágrimas de emoção e exclamando: “Que delícia! Que delícia!” Quando terminou o quarto Johrei, Meishu-Sama me disse: “Tudo o que era necessário purificar, já foi purificado. Não há mais nada a ser feito. Leve-a para casa e leia os Ensinamentos para ela, entregando o restante nas mãos de Deus.” Minha esposa partiu para o Mundo Espiritual, profundamente agradecida e repetindo inúmeras vezes: “Não há ninguém mais feliz que eu neste mundo!”

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Um chefe de Igreja

O JOHREI AUMENTA A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO PRIMORDIAL Certo dia, após ministrar-me Johrei, Meishu-Sama ensinoume o seguinte: “Quando a pessoa recebe Johrei, a atuação do Espírito Primordial se revigora. Você deve saber que, no ser humano, atuam dois espíritos: o Primordial, que é a Partícula Divina outorgada pelo Criador, e o Secundário, que possui natureza animal e é agregado após o nascimento. Por isso, nem é preciso ficar ouvindo sermões enfadonhos: basta receber Johrei e o Espírito Primordial começa a atuar naturalmente, a alma é purificada, faz despertar na pessoa a vontade de salvar o próximo e ela mesma torna-se feliz.”

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Um ministro


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

Solução Instantânea Na época em que eu dedicava na construção do telhado do Kanzan-Tei, Solar da Contemplação da Montanha, em Hakone, um jovem chamado Murata também veio dedicar e ajudava na jardinagem. Num dado momento, sua mão direita ficou presa entre as pedras e o sangue começou a jorrar sem parar. Meishu-Sama veio ao local e ministrou uns três minutos de Johrei numa distância de quatro metros. Com isso, a hemorragia, que era intensa, estancou imediatamente. Fiquei realmente surpreso ao presenciar o fato.

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Um dedicante da construção do Solo Sagrado

Visão ampla Este fato ocorreu em 1940, na primeira vez que fui solicitar Johrei a Meishu-Sama. Ele me olhou por algum tempo e disse: “Você parece ser muito forte. Apesar de estar com o corpo repleto de toxinas, continua viva. Mas, como você aparenta ser saudável, recuso-me a ministrar-lhe Johrei.” Como não entendi bem o sentido de suas palavras, retruquei: “Os médicos diagnosticaram tuberculose intestinal e disseram que só tenho mais um ano de vida. Eu já até escrevi meu testamento! Como o senhor pode afirmar que sou saudável?” Então, Ele apontou para uma xícara de café que estava próxima e explicou: “Da mesma forma que esta xícara está cheia de café, 55


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

seu corpo está cheio de toxinas. Se eu lhe ministrar Johrei, elas serão eliminadas por mais que você não queira. Se começar o processo de eliminação, seu corpo não aguentará, por isso, vou deixá-lo como está. Esta é a razão pela qual me nego a ministrarlhe Johrei.” Mais uma vez, retruquei: “Então, diga-me por que o senhor ministra Johrei em outras pessoas e em mim não?” Ele me respondeu: “Elas foram desenganadas pelos médicos, mas são pessoas comuns; por isso, não há nenhum problema que elas venham a mim. Agora, pessoas como você, esposa de um alto oficial da Marinha, dão muito problema. Se, por acaso, você vier a falecer, será notícia de jornal. Não posso deixar de salvar dezenas de vidas para salvar uma única vida, a sua. Por isso, mais importante que a vida de uma pessoa de uma certa posição social, é a de dezenas de pessoas. Diante dessa situação, vou deixar de atendê-la.” No entanto, eu insisti: “Não há problema, já fui desenganada pelos médicos. Sou uma pessoa com o testamento pronto, não Lhe causarei nenhum tipo de transtorno. Entrego-me em Suas mãos.” Com isso, Meishu-Sama cedeu e me deu permissão de frequentar Sua casa todos os dias para receber Johrei com Ele.

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Uma ministra

O JOHREI NO INÍCIO DA OBRA DIVINA Quando Meishu-Sama iniciou suas atividades na Obra Divina, o Johrei não era praticado como agora, através da imposição das 56


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

mãos: outorgava-se um leque ao membro, que se tornava apto a realizar o tratamento com ele. Em cada leque, Meishu-Sama escrevia uma das seguintes frases: “O leque que cura qualquer doença”, “O leque que cura todas as doenças”, “A Força Divina do Izunomê”, etc. Havia ocasiões em que Ele compunha um salmo em uma folha de papel e entregava-a ao doente (nos casos de tratamento à distância). Dependendo da situação, Ele incluía o nome da pessoa no salmo. As letras de Meishu-Sama possuíam um poder absoluto, e as curas iam se processando, umas após as outras.

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Um servidor

Servir de corpo e alma para ser perdoado Isso ocorreu em 28 de setembro de 1945. Era exatamente o dia do almoço oferecido pela nossa Igreja (na época, cada Igreja programava um almoço para Meishu-Sama com os fiéis) e eu havia ido a Hiratsuka para comprar os ingredientes. Com muito custo, consegui comprar dois frangos e fui diretamente à casa de Meishu-Sama, em Hakone. Lá chegando, fui logo tomar meu banho. Todavia, ao terminar, comecei a sentir-me mal e desmaiei. Um dos servidores comunicou o acontecido a Meishu-Sama, que veio especialmente ministrar-me Johrei. Neste momento, eu perguntei: “Será que isso acontece por que eu cometi muitos pecados?” Ele me respondeu: “Você está sendo utilizado, não? Não se preocupe com isso!” E continuou, amavelmente: “Tudo 57


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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tem uma causa espiritual. Todas as doenças são assim. Para ser perdoado, você deve empenhar-se de corpo e alma no servir.” Em seguida, colocou-se em posição de prece e entoou, com voz vibrante, a oração Amatsu-Norito. Foi a primeira vez que Ele a entoou após o reconhecimento da liberdade religiosa, em decorrência do término da guerra. Surpreendidas, as pessoas que se estavam ali fizeram o mesmo. No exato momento em que a oração terminou, a dor que eu estava sentindo no estômago desapareceu como num passe de mágica. Quando eu contei a Meishu-Sama que a dor havia desaparecido, Ele respondeu-me alegremente: “Que bom, não é? Seus pecados foram perdoados.”

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Um ministro

CARTAS E EXPERIÊNCIAS DE FÉ Certa noite, antes de iniciar minha dedicação de anotar o que Meishu-Sama ditava, li para Ele uma carta enviada por uma senhora que estava internada no sanatório para tuberculosos, na Província de Miyazaki. Na carta, ela dizia que soube da existência de nossa Igreja através de uma matéria publicada numa revista semanal sobre a conversa entre Meishu-Sama e Musei Tokugawa, um artista de rádio. Com isso, sentiu o desejo de ser salva. Bastante penalizado com a situação daquela senhora, MeishuSama redigiu-lhe uma carta com palavras reconfortantes. Além 58


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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disso, solicitou-me: “Telefone para a Igreja mais próxima e tome providências para que um ministro vá visitar essa senhora.” Como já era de madrugada, respondi-Lhe: “Amanhã de manhã, bem cedo, ligarei para ele”, ao que Meishu-Sama respondeu: “Amanhã, não! Agora!” Era mais de uma hora da madrugada quando pedi a ligação, que só foi completada depois das duas, horário em que Meishu-Sama já deveria estar dormindo. Mesmo assim, Ele ficou esperando. Ao falar com o ministro, Meishu-Sama orientou-o sobre os pontos vitais, a frequência da ministração de Johrei e sobre a dieta alimentar adequada. Só depois disso, é que Ele se recolheu. Cinco dias depois, preocupado como se o problema fosse Dele, perguntou: “O que será que aconteceu? Será que ela melhorou? Ainda não deram nenhuma notícia?” Mais tarde, ao receber o relatório de que a senhora havia tido alta e estava frequentando a Igreja com saúde, Meishu-Sama ficou felicíssimo e exclamou: “Que bom! Que bom!” Houve também uma ocasião em que Lhe fiz a leitura de um outro relato de graça, cujo teor era o seguinte: um membro havia esquecido uma bolsa de couro valiosa dentro do bonde e a recuperara sem dificuldades. A moça que a encontrou chegou ao seu dono através de um cartão de visitas que havia na bolsa. Ela escreveu-lhe, pedindo que fosse buscá-la. O membro, feliz com a graça recebida, foi apanhar a bolsa. Chegando à casa da moça, soube que esta não tinha pais e vivia com um irmão e uma irmã mais jovens, em condições lastimáveis. Seus dois irmãos estavam doentes de cama e ela arcava sozinha com a subsistência da família. Todavia, na experiência de fé, o membro destacava apenas o fato de ter encontrado a bolsa, não comentando muito sobre a doença dos dois irmãos. 59


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Ao ouvir isso, Meishu-Sama disse: “Muito bem, ele encontrou a bolsa, mas o que aconteceu aos dois irmãos que estavam doentes? Por que não lhes ministrou Johrei? Será que ele não lhes falou sobre a nossa Igreja? Entre em contato com este membro. Caso contrário, não poderemos publicar este relato no jornal Eiko. Dependendo da resposta, envie o Ohikari a esses pobres irmãos.”

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Um servidor

OS PEDIDOS sinceros são sempre atendidos Por volta de 1949, minha esposa purificou de eclâmpsia, ficando num estado tão grave, que era impossível prever o que poderia acontecer no dia seguinte. Enviei, então, um telegrama de pedido de graça a Meishu-Sama. Como ela melhorou rapidamente, enviei-Lhe um telegrama de agradecimento. Todavia, uma semana depois, seu estado voltou a piorar, chegando a um ponto que pensei que ela acabaria partindo para o Mundo Espiritual. Mesmo assim, enviei outro telegrama de pedido de graça. Feito isto, voltei à cabeceira de minha esposa, verificando sua pulsação o tempo todo. Porém, a uma certa altura, a pulsação chegou a parar por mais de dez minutos. Comecei a orar com todo fervor e meus seis filhos se reuniram em torno da mãe, chorando e falando: “Mamãe morreu!” Com muito esforço e um enorme aperto no peito, eu apenas conseguia dizer: “Não chorem. A mamãe vai para um lugar muito bom.” 60


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Nesse instante, senti que sua pulsação voltara. Ela abriu os olhos e perguntou: “Onde estou?” Respondi-lhe: “Em casa!” Ela voltou a perguntar: “Que casa?” “Na sua casa!”, respondi. Ela disse: “Por que vocês me chamaram? Foi uma pena! Eu estava caminhando por um lindo campo, indo em direção a um palácio. Estava muito feliz. Mas como vocês estavam me chamando, olhei para trás e estou aqui.” Depois disso, ela foi se restabelecendo gradualmente e, um mês depois, levei-a à Sede Provisória de Shimizu para agradecer a Meishu-Sama. Ele disse à minha esposa: “Vou lhe ministrar Johrei” Examinando-a atentamente, continuou: “Sim, agora está tudo bem! Quando recebi o segundo telegrama, cheguei a assustar-me! Senti que era um caso difícil e fiz um pedido de graça especial a Deus.” Ao ouvir tais palavras, senti-me tão agradecido, que não consegui dizer uma só palavra e nem conter as lágrimas. Concluí então que Deus não deixa de atender aos pedidos de Meishu-Sama. Com certeza, Ele também ouvirá nossos pedidos através de Meishu-Sama. Por isso, enquanto eu viver, devo entregar-me de corpo e alma à Sua Obra.

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Um chefe de Igreja

Negligência inadmisssível Servindo ao lado de Meishu-Sama, frequentemente, recebíamos telefonemas e telegramas de pedidos de graça dos membros. Nessas ocasiões, nossa obrigação era comunicar-Lhe imediatamente a idade, o sexo, o endereço e os sintomas relatados. Aí, Ele dizia: “Está bem!” E orava pela graça daquelas pessoas. 61


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Certo dia, recebi um telefonema de pedido de graça, porém, ao invés de comunicar pessoalmente a Meishu-Sama, pedi a uma das servidoras que o fizesse. Entretanto, ela não se reportou a Ele imediatamente. Ao receber o relato, Meishu-Sama perguntou-lhe o horário em que ocorreu a ligação e o nome da pessoa que atendera ao telefonema. Fui então chamado à Sua presença. Após fazer-me as mesmas perguntas, Ele me repreendeu, dizendo: “Por que pediu a outra pessoa para me transmitir um recado que foi você que recebeu? Só as pessoas que estão em situação de extrema gravidade é que me fazem pedido de prece. De agora em diante, seja qual for a circunstância, a pessoa que receber o comunicado deverá informar-me pessoalmente.”

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Um servidor

O poder do Johrei surpreendeu OS NICHOLS Em fevereiro de 1949, quando o Sr. Nichols, que servia junto ao general Douglas MacArthur e sua esposa, visitaram a Sede Provisória de Shimizu, Meishu-Sama falou sobre a nossa Igreja. No entanto, o Sr. Nichols não se convencia de que uma energia espiritual pudesse ser emitida através da palma da mão. Diante disso, Meishu-Sama disse: “Qualquer pessoa consegue emiti-la. Nakajima, venha ministrar Johrei!” Assim, o Reverendo Nakajima pediu a algumas pessoas que 62


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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permanecessem de pé na outra margem de um pequeno lago e ministrou-lhes Johrei. Algumas delas começaram a tossir e a arrotar. E não apenas elas, mas também outras pessoas que estavam perto das que recebiam Johrei. O Sr. Nichols ficou bastante intrigado, mas continuou duvidando: “Elas estão fazendo isso intencionalmente, não é?” Então, MeishuSama fez com que as pessoas virassem de costas e pediu que o Sr. Nichols desse um sinal para que o Reverendo Nakajima iniciasse o Johrei. Quando este ergueu a mão, ocorreu a mesma coisa. Diante do ocorrido, o Sr. Nichols ficou realmente bastante admirado. Enquanto isso, Meishu-Sama sorria, assistindo àquela cena.

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Um chefe de Igreja

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Obras de

Construção



Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Ideias Inovadoras Como eu dedicava no plantio das árvores nos jardins na construção do Solo Sagrado, muitas vezes, recebia orientação direta de Meishu-Sama. Ele me orientava: “Não imite os outros. Na construção, deve-se sempre introduzir algo original.” Assim, Ele mesmo nos apresentava frequentemente novas ideias. Por exemplo, o Jardim das Ameixeiras e a Colina das Azaléias do Solo Sagrado de Atami foram inspirados nas pinturas do estilo Rinpa, muitíssimo apreciado por Meishu-Sama. Na construção da Colina das Azaléias, Ele instruiu-nos: “Façam de tal modo que, vista de qualquer ângulo, pareça redonda e, ao mesmo tempo, semelhante a um tapete de flores.” Com relação ao declive que fica ao lado do Palácio de Cristal, Meishu-Sama indicou: “Não há nenhuma graça em plantar grama ali, portanto, plante bambu-anão.” E, como se pode ver nos dias de hoje, assim foi feito.

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Um dedicante da construção do Solo Sagrado

“DEUS ESTÁ CONOSCO” Por volta de 1948, no início das obras do Templo Messiânico, foi necessária a construção de um grande muro de contenção. As pedras, a areia, o cimento e os demais materiais eram transportados nas costas pelos dedicantes desde as proximidades do atual Museu de Arte de Atami. 67


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Meishu-Sama explicou que iria construir uma rua que sairia do alojamento Shinjin-Ryo. Durante as conversas que tivemos sobre essa nova obra, Ele nos dava instruções a respeito da mesma. Aproveitando a oportunidade, indaguei: “Depois que abrirmos a rua, para onde levaremos a terra?” Ele respondeu-me: “Você não precisa ficar apreensivo com o que acontecerá no futuro. Não se preocupe, pois Deus está conosco. Na hora oportuna, Ele atuará da melhor maneira.” Naquele momento, fiquei desnorteado com a resposta, mas, pouco depois, foi adquirido o terreno onde hoje se localiza o Jardim das Ameixeiras. E tudo correu favoravelmente com o trabalho de escavação das encostas, a remoção das terras, etc. Todos os muros dos arredores do alojamento Shinjin-Ryo foram construídos com as pedras retiradas das encostas. A partir daí, sempre que alguma obra necessitava de pedras, nós as encontrávamos nas proximidades e, quando sobrava terra, infalivelmente, surgiam locais para colocá-la. Assim, concluí que, realmente, Deus está sempre conosco e passei a achar inútil preocupar-me.

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Um dedicante da construção do Solo Sagrado

Em concordância COM O PROJETO DE MEISHU-SAMA Meishu-Sama sempre fazia comentários sobre a construção das ruas do Solo Sagrado de Atami: “Como aqui é um local onde se 68


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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reunirão pessoas de todo o mundo, construam ruas largas.” A rua que passa atualmente ao lado do estacionamento SekiunDai e da Colina das Azaléias, chegando até o Templo Messiânico, foi construída com base nas ideias de Meishu-Sama. Mas, para se chegar ao ponto em que está, foram necessárias repetidas correções. No início, pela topografia do terreno, parecia impossível construir a via dessa forma, só que o plano de Meishu-Sama estava muito bem definido desde o início. Lamentavelmente, essa obra apenas foi concluída após a Sua ascensão. Desde o declive até a largura da rua, tudo era feito sob a orientação de Meishu-Sama. Por isso, após estendermos a linha demarcatória, solicitávamos a sua inspeção. Por acharmos que o projeto era, de certo modo, inexecutável, demorávamos para iniciá-lo. Nesses momentos, Ele logo vinha nos cobrar: “Aquele local ainda não está pronto?” Muitas vezes, quando concluíamos certa obra, notávamos que, mesmo fazendo correções de acordo com a nossa maneira de pensar, o que havíamos conseguido, nada mais era do que aquilo que Meishu-Sama já nos dissera. Ele realmente possuía uma intuição aguçada e definia tudo muito rapidamente. Como não conseguíamos captar com facilidade as suas orientações, havia casos em que nos era impossível segui-las. Para Meishu-Sama, tempo e dinheiro não eram problemas; mas como agíamos sempre levando em consideração esses aspectos, dizíamos apenas: “Ainda não terminamos.” Para construir as ruas, por exemplo, Ele não gostava daquelas que eram de mão dupla; mesmo as passagens para pedestres eram projetadas de forma a terem “mão única”.

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Um dedicante da construção do Solo Sagrado

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

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realização dO IMPOSSÍVEL O atual lugar de descanso para os fiéis do Solo Sagrado de Atami era anteriormente uma depressão em que a parte mais profunda atingia dezoito metros. Para construir o Templo Messiânico, foi retirada terra da encosta que serviu para aterrar a referida depressão. A quantidade foi exata: não sobrou nem faltou. Assim, como se vê hoje, o local tornou-se um terreno plano com uma área de 3.300 m2. Meishu-Sama disse: “Isso é que é tornar possível, o impossível. Sejam pedras ou terra, tudo o que surge tem utilidade imediata.” Recordo-me que essas palavras foram ditas por volta de 1953.

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Um dedicante da construção do Solo Sagrado

O PROJETO DO JARDIM DE BORDO Por volta do verão de 1954, Meishu-Sama ordenou-nos criar um jardim de bordo, de tal forma que, a partir do Nikko-Den, fosse possível divisar o Shinzan-So por cima das árvores. Imediatamente, compramos cerca de cem pés dessa espécie e, no outono, nós os plantamos, provisoriamente, no terreno localizado abaixo da Colina Komyo-Dai. Entretanto, acatando o desejo de Nidai-Sama de que, na medida do possível, as árvores nativas que dariam lugar aos bordos fossem mantidas no local original, o referido jardim acabou não sendo feito. 70


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Quando Meishu-Sama retornou a Atami, de volta da sua temporada anual em Hakone, pediu novamente que construíssemos o jardim de bordo. Ele próprio planejou ir a Hakone para selecionar as árvores a serem cortadas, mas, lamentavelmente, partiu para o Mundo Espiritual, em fevereiro do ano seguinte, sem ter conseguido ir àquela cidade. Em outra ocasião, Meishu-Sama explicou: “O local onde fica o grande pé de cerejeira silvestre e a Colina Komyo-Dai, onde está o grande pé de olmo, são excelentes pontos para se vislumbrar a montanha onde está a letra ‘dai’”. E prosseguiu: “Quando forem preparar o terreno da colina para as obras, devem tomar por base a altura do pé de olmo.”

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Um dedicante da construção do Solo Sagrado

A POSIÇÃO exata DE CADA ÁRVORE Certa tarde, recebemos o comunicado do nosso escritório, que ficava em frente à estação ferroviária de Atami, de que o carro de Meishu-Sama estava se dirigindo ao Solo Sagrado. Imediatamente, preparei-me para a Sua chegada. Em seguida, o carro estacionou. Desceram Meishu-Sama, Nidai-Sama, a filha e a tia do casal. Após ouvir os relatos do jardineiro e orientar sobre o serviço a ser realizado, MeishuSama dirigiu-se à Colina Seisei-Dai. Agradeceu aos dedicantes o empenho e mostrou-Se contente com o andamento das obras nas N.T.: dai significa “grande” 71


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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proximidades dessa colina. Depois, desceu até a Colina KeikanDai e andou pela rua recém-construída. Desta, que fica na parte inferior da referida colina, Meishu-Sama olhou para onde seriam plantadas as azaleias e perguntou ao jardineiro: “Será que é possível plantar as azaleias ainda este ano?” O jardineiro respondeu: “Será um pouco difícil, mas até à primavera do próximo ano, creio que será possível.” “Para a quantidade necessária de azaleias a serem plantadas aqui, precisaremos das que existem em Hakone”, falou Meishu-Sama. Mas o jardineiro informou: “Se for assim, em Ito, há cerca de dois mil pés de azaleias de boa qualidade, e creio que fica mais fácil transportá-los daquela cidade do que de Hakone.” Meishu-Sama quis saber mais detalhes: “Quais os tipos de azaleias que existem por lá?” O homem afirmou: “Há uma grande variedade, até as que não encontramos em Hakone.” Assim, Meishu-Sama concordou: “Ótimo! Compre-as imediatamente.” “E quanto às cerejeiras que serão plantadas ali embaixo, encontramos alguns pés muito raros”, contou o jardineiro. Após essa conversa, Meishu-Sama dirigiu-Se ao Jardim das Ameixeiras e indagou ao homem: “Essas ameixeiras dão frutos, não é?” O jardineiro afirmou positivamente: “As ameixeiras do jardim de Atami são as que só dão flores, mas as daqui do Solo Sagrado, todas dão frutos.” Aí, Meishu-Sama explicou: “Realmente, é preciso que sejam ameixeiras que dão frutos, pois elas, ao contrário das outras, são perfumadas.” Finalmente, desceu até o escritório da obra, perto do qual as azaleias estavam plantadas provisoriamente, e perguntou ao jardineiro: “Futuramente, construiremos um lago em estilo chinês e, portanto, precisaremos de pedras grandes. Será que temos?” Ele respondeu: “Sim, mas creio que, em vez de trazer da Colina 72


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Keikan-Dai, seria mais fácil trazer de outro lugar...” “Ah, então, faça assim”, falou Meishu-Sama, antes de entrar despreocupadamente no carro.

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Um dedicante da construção do Solo Sagrado

a beleza das COISAS COMUNS Durante a construção do Solo Sagrado de Atami, Meishu-Sama costumava ir diariamente à montanha inspecionar o andamento das obras. Com frequência, eu tinha a permissão de acompanháLo nessas visitas. Enquanto idealizava Seu belo e grandioso plano, Meishu-Sama nos dava diversas explicações. Hoje, ainda me recordo com profunda emoção, que conforme Ele caminhava pelas árvores e plantas, estas pareciam ter sua energia latente revigorada. Certo dia, no alto da montanha, perguntei a Meishu-Sama: “Será que não há algum meio de evitar a vista da cidade, lá embaixo?” Ele me explicou: “Aquela vista também é necessária. Por existir a cidade é que há o realce no todo. Isto é, se houver apenas vistas esplêndidas, sem coisas comuns, o conjunto torna-se monótono.” De fato, observando-se uma pintura nanga, verifica-se que, mesmo numa paisagem isolada, geralmente existe uma casa. Conscientizeime de que esse pequeno detalhe, que mostra a existência do homem, é que salienta ainda mais a pureza da paisagem.

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Ex-delegado da polícia da Província de Hiroshima

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Oferta de ARROZ AOS TRABALHADORES Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o Kanzan-Tei, em Hakone, estava sendo construído de forma muito rápida e com o máximo de empenho. Eu dedicava oferecendo arroz a MeishuSama todos os meses. Entretanto, por mais que oferecesse esse cereal, Ele sempre se alimentava de outro produto. Certo dia, Meishu-Sama nos explicou: “Estou me alimentando, diariamente, com um substitutivo do arroz. Não é que este esteja faltando, mas, no momento, estamos construindo o Kanzan-Tei e Deus deseja que o terminemos o quanto antes. Por outro lado, por mais que Eu pague em dinheiro, os trabalhadores não vêm, mas, se oferecer arroz, eles vêm. Como prometi dar diariamente 800 gramas de arroz a cada um, estou comendo outros produtos.” Naquele momento, senti a grandiosidade do sentimento de Meishu-Sama.

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Um ministro

Deus em primeiro lugar O fato a seguir aconteceu na tarde do dia 22 de dezembro de 1954, quando solicitamos a presença de Meishu-Sama no Templo Messiânico para inspecionar os preparativos para o culto de Seu natalício a ser realizado no dia posterior. Procurando corresponder à preocupação dos superiores, que não gostariam que os fiéis sentissem frio ao chegarem de madrugada, 74


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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preparamos vários braseiros no interior do Templo. Além disso, estendemos centenas de esteiras de palha sobre o chão de concreto como medida de emergência porque as cadeiras ainda não estavam colocadas. Na sequência, Meishu-Sama chegou ao Solo Sagrado de Atami para a inspeção solicitada. Como sempre, recebi-O na entrada do Palácio de Cristal e O acompanhei até o Templo Messiânico. Ele adentrou uns cinco ou seis passos e logo viu as esteiras de palha estendidas no chão. Bastante zangado, perguntou: “O que é aquilo? Vocês as estenderam com qual finalidade?” E nos advertiu veementemente: “As esteiras de palha servem para os criminosos se sentarem. Jamais devem ser colocadas diante do Altar.” Pedimos-Lhe perdão com sinceridade. Meishu-Sama prosseguiu, dizendo que retirássemos, o mais rápido possível, aquelas esteiras. Dessa forma, chamamos um grupo de dedicantes e as tiramos com urgência. Ele ficou observando todo aquele tumulto do corredor do Templo e, em seguida, ordenou que as queimássemos diante Dele. Assim procedemos e, durante o processo de queima, Ele enfatizou: “Como ninguém sabia disso, Deus nos esclareceu; portanto, jamais esqueçam esse fato.”

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Um dedicante da construção do Solo Sagrado

“SE TIVER CONFIANÇA EM SI MESMO, NÃO HÁ NECESSIDADE DE ME PERGUNTAR” O projeto do Templo Messiânico, como é do conhecimento de todos, foi feito por Meishu-Sama, que refez a planta e realizou diversas reuniões sobre o plano geral da construção. 75


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Certa ocasião, quando levei a planta do Templo Messiânico ao Hekiun-So para Meishu-Sama analisar, Ele ficou muito contente e, mesmo havendo muitas pessoas na sala de visitas, deixou-as esperando para atender-me. Meishu-Sama pedia ao carpinteiro que fizesse amostras das colunas com tábuas e, depois, confirmava cada uma delas comigo: “Essa largura aqui está boa?” Ele tinha um senso de medidas aguçadíssimo e fiquei surpreso ao constatar que Sua visão era mais precisa do que nossa medida calculada com régua. Mesmo em se tratando da altura de uma coluna, se ela estivesse pouca coisa diferente, Ele logo percebia. Meishu-Sama não dava instruções muito minuciosas: ao delegar um trabalho, não dizia mais nada. Normalmente, mesmo após confiar uma tarefa a alguém, as pessoas sempre acabam dando palpites. Quando Ele nos incumbia de algo e obedecíamos sem perguntar nada era comum cometermos erros. Por isso, por mais que fôssemos repreendidos, nosso dever era perguntar-Lhe sempre até entendermos tudo muito bem. Por exemplo, quando Ele determinava que algo deveria ter certa altura, estendíamos uma corda na referida altura e solicitávamos a Sua confirmação. Meishu-Sama nos dizia sempre: “Façam exatamente como Eu digo!” Depois do trabalho finalizado, não adiantava perguntarLhe: “Assim está bom?” Após plantarmos uma árvore, por exemplo, perguntávamos: “Plantamos assim, o que o senhor acha?” Infalivelmente, Ele nos respondia: “Refaça”. Não conseguir evitar tal pergunta era sinal de falta de confiança em nós mesmos. Além disso, significava igualmente que não estávamos de acordo com a vontade de Meishu-Sama. Se estivéssemos convictos no trabalho realizado, bastava dizer: “Já 76


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terminamos.” Depois que compreendi esse fato, passei a não Lhe perguntar mais. Afinal, se agíssemos segundo a Sua orientação, não havia razão para indagá-Lo posteriormente. Portanto, se apenas comunicávamos o término da tarefa, MeishuSama o vistoriava e dizia simplesmente: “Está bem!” E ia embora. Isso significava a sua aprovação porque, caso não gostasse, Ele logo mandava refazer.

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Um dedicante da construção do Solo Sagrado

O PROJETO DEVE SER AMPLO E O TRABALHO feito com ESMERO Na primeira ocasião que fui convocado para ir ao Tozan-So, em Atami, fiquei pensando: “Como será a pessoa que comprou aquela mansão?” Antes, a propriedade pertencera ao Sr. Kamesaburo Yamashita e eu fora seu jardineiro. Porém, naquele primeiro contato, voltei para casa sem conseguir captar a grandiosidade de Meishu-Sama. Mais tarde, quando ouvi falar sobre Seus projetos, senti, pela primeira vez, que Ele não era uma pessoa comum. Como jardineiro profissional, eu sempre manifestava minha opinião sobre o trabalho, sem reservas. Meishu-Sama me ouvia em silêncio e respondia apenas: “Está bem, está bem!” Nesses casos, em geral, as pessoas contestam, mas Ele escutava com atenção até mesmo um simples jardineiro como eu. Meishu-Sama percorria a montanha de tamancos. Como eu costumava usar jikatabi (uma espécie de botas japonesas), perguntei-Lhe: “Não é perigoso o senhor andar de tamancos por 77


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aqui?” Ele apenas me respondeu: “Não!” E, preocupado comigo, retrucou: “O perigo maior não é você estar calçando jikatabi?” Na época, Meishu-Sama tinha o hábito de assistir a filmes com os servidores no Tozan-So. Certa vez, saiu discretamente durante a sessão e foi ao Solo Sagrado de Atami. Pedindo-me para guiáLo, andamos juntos pela montanha. Soube que, quando o filme terminou, os servidores sentiram Sua falta e passaram a procuráLo, com alvoroço. Em outra ocasião, no Tozan-So, eu Lhe disse: “Logo que a obra estiver concluída, colocarei meus serviços de jardineiro à Sua disposição.” Ele, então, argumentou que eu deveria acompanhar a obra desde o início, pois se viesse somente após a conclusão, não conseguiria realizar um bom trabalho. Acho que Ele queria dizer que o projeto deve ser amplo e o trabalho feito com esmero. Seja como for, para mim, foi uma honra, uma grande felicidade, ter conhecido uma pessoa tão elevada como Meishu-Sama.

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Um dedicante da construção do Solo Sagrado

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Reprovação do

desperdício



Reminiscências sobre Meishu-Sama

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Desperdício inútil Meishu-Sama dava muita importância às coisas que, normalmente as pessoas costumam desperdiçar, como energia elétrica, papel e água, entre outras. Se houvesse, por exemplo, uma pequena lâmpada acesa no banheiro, Ele ia até lá apagá-la, dizendo: “Será que me esqueci de apagar a luz?” Vale ressaltar que Meishu-Sama sempre teve o hábito de, antes de ir deitar-se, verificar se todas as portas estavam trancadas ou se não havia nenhuma lâmpada acesa.

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Um servidor

É imprescindível Ser RACIONAL Certa noite, ao desligar uma lâmpada acesa sem necessidade, Meishu-Sama disse-nos: “Apagando uma lâmpada acesa desnecessariamente, faremos com que essa energia seja utilizada onde realmente se precise dela.” Assim, Ele nos ensinou que nada deve ser desperdiçado, que tudo deve ser valorizado e utilizado racionalmente. Transmiti esses conceitos aos meus filhos e, até hoje, sua prática tem trazido enormes benefícios em todos os sentidos.

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Um servidor

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

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valorização do trabalho alheio Certa noite, enquanto escrevia o que Meishu-Sama ditava, cometi alguns erros. Ao pegar uma folha nova, Ele me perguntou: “Você está trocando a folha só por ter errado uma ou duas letras?” Aí, me ensinou: “Não se deve desperdiçar assim. Mesmo que seja uma simples folha de papel, coloque-se no lugar de quem a fez! Quando não encontro mais espaço para escrever de um lado do papel, uso o verso. Mesmo em se tratando do hanagami, utilizo-o mais de uma vez. Com essa maneira de pensar, você não poderá progredir na vida. Procure dar valor às coisas.” Após ouvir essas palavras, pedi-Lhe perdão sinceramente. Afinal, mesmo que o cigarro só desse para mais uma única tragada, Meishu-Sama não se desfazia dele. Logo que comecei a servir em Sua residência, imaginando que as pontas de cigarro não seriam mais usadas, joguei-as no lixo durante a limpeza, pelo que acabei recebendo severas advertências.

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Um servidor

TUDO PERTENCE A DEUS Meishu-Sama costumava fumar até o cigarro ficar bem pequeno. Todavia, nos últimos anos de vida, fumava só um pouco e dizia: “Ofereça a um dos membros.” Certa vez, quando eu ia jogar fora Seu hanagami, Meishu-Sama exclamou: “Que desperdício! Não jogue fora, não.” Assim, passei 82


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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a deixar os hanagami usados até que Ele próprio resolvesse se desfazer dos mesmos. Ele costumava dizer: “Se eles secarem, poderão ser utilizados novamente.” Dessa forma, Meishu-Sama me ensinou que os verdadeiros homens de fé valorizam as coisas que possuem, sem desperdiçálas, pois tudo pertence a Deus.

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Um servidor

Pitadas EM ETAPAS Meishu-Sama costumava fumar o cigarro sem tragar, mas sempre em etapas, valorizando cada pitada. No final da vida, um membro ganhou um cigarro parcialmente usado por Ele e, após fumálo, recebeu uma grande graça. Um servidor comunicou o fato a Meishu-Sama e Lhe solicitou: “O senhor poderia, daqui por diante, nos conceder esses cigarros?” Assim, a partir daí, atendendo a este pedido, Meishu-Sama passou a oferecê-los aos dedicantes, dizendo: “Daqui a pouco haverá relatos de graças”. E ficava esperando o resultado.

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Um familiar

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

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apreciação verdadeira Meishu-Sama valorizava tudo que possuía. Por exemplo, usava mais de duas vezes o mesmo hanagami; quando desembrulhava algum pacote, nunca cortava os barbantes, mas desatava todos os nós. Ao Lhe perguntarem se queria uma tesoura, Ele recusava. Na bandeja que costumava deixar perto de Si, sempre havia um maço de cigarro e um cinzeiro. Ele nunca fumava o cigarro de uma só vez: depois de uma pitada, apagava-o no orifício que havia no cinzeiro, para aproveitá-lo posteriormente. Às vezes, um só cigarro bastava para o dia inteiro. Por estarmos em plena guerra, era comum haver escassez de produtos e, por isso, acredito que Ele procurava não desperdiçar nada. Nós mesmos chegávamos a deixar de fumar para oferecerLhe cigarros. Entretanto, esse não era o único motivo que O levava a fumar dessa forma. Na verdade, Meishu-Sama era tão atarefado que não dispunha de tempo para fumar um cigarro inteiro de uma única vez. Além disso, Meishu-Sama possuía um paladar aguçado. Assim, mandou confeccionar uma piteira dupla e, colocando cigarros de marcas diferentes, saboreava-os ao mesmo tempo. Entretanto, o seu hábito de fumar sem tragar já era conhecido há muito tempo por todos.

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Um ministro


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

Reaproveitamento saudável Meishu-Sama gostava de deixar sempre junto de Si uma bandeja com objetos de uso pessoal como: lenços de papel, cortador de unhas, tesoura, etc. Certo dia, joguei fora um palito que Ele usara. Fui, então, chamado à Sua presença: “Por que você jogou fora o palito sem Minha permissão?” Naquela ocasião, eu soube que Ele usava o mesmo palito diversas vezes, apontando-o com uma faquinha, pois valorizava essas pequeninas coisas, quase imperceptíveis. Outro exemplo: Meishu-Sama usava o lençol até estar fino e ter sido remendado várias vezes. Quando lhe perguntavam se já não estava na hora de trocá-lo por um novo, dizia: “Não. Ainda está bom.” E não o substituía com facilidade.

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Um servidor

boa Utilização até o fim Acho que, em geral, as pessoas pensam que Meishu-Sama só usava artigos de excelente qualidade. Como eu servia cuidando de suas roupas, afirmo que Ele escolhia, realmente, bons tecidos, que eram usados até ficarem bem gastos. Os punhos dos quimonos, por exemplo, ficavam completamente gastos ao ponto de se pensar que não haveria mais jeito de consertá-los. No entanto, sempre havia um modo de remendálos e cerzi-los mais uma vez. Além do que, depois de lavados, 85


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

quase não se percebia o remendo. Meishu-Sama era, portanto, uma pessoa que não dava importância à ostentação e procurava não desperdiçar as coisas.

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Uma costureira

Respeito e gratidão pelo AMOR DOS FIÉIS Meishu-Sama, em hipótese alguma, desperdiçava os alimentos, principalmente os ofertados pelos fiéis. Se havia sobras do jantar, por exemplo, mandava guardá-las para a próxima refeição e Se servia delas no dia seguinte. Aquele gesto, creio eu, significava alimentar-se do amor dos fiéis. Quando Suas refeições eram preparadas com alimentos doados pelos membros, mesmo que Ele não os comesse muito, procurava sempre provar um pouco.

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Um servidor


Disciplina



Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

REPREENSÃO PErsonalizada Quando se pede perdão, as palavras das pessoas que o pedem com sinceridade diferem completamente daquelas que o fazem simplesmente por fazer. Certo dia, uma pessoa que havia derrubado o Ohikari recebeu uma repreensão quando foi pedir desculpas a Meishu-Sama. Ao invés de simplesmente pedir perdão por ter derrubado o Ohikari, falou: “Peço-Lhe desculpas, pois o cordão arrebentou e o Ohikari caiu.” Neste caso, significa que a pessoa justificava-se, argumentando que a queda do Ohikari fora causada pelo rompimento do cordão, e Meishu-Sama percebeu isso de imediato. Assim, dependendo da forma como a pessoa se expressava, Meishu-Sama orientava: “Seja o que for, basta que se desculpe imediatamente.” Mas quando alguém reincidia diversas vezes no mesmo erro, Ele advertia: “Ter que ficar pedindo perdão o tempo todo é vergonhoso, sabia?” Meishu-Sama repreendia de acordo com a pessoa.

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Um servidor

Advertências positivas Na época em que eu servia em Omori, havia uma servidora chamada Kiku, que era a mais antiga da casa. Certo dia, por descuido, ela quebrou uma tigela de porcelana bastante estimada por Meishu-Sama. Como Ele era rigoroso, essa senhora ficou 89


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

temerosa e, imaginando receber uma severa advertência, veio consultar-me. Eu também fiquei bastante apreensivo, já que não era possível promover a substituição da peça. Assim, no dia seguinte, ela foi desculpar-se. Meishu-Sama falou: “Bem, se a senhora tivesse vindo imediatamente, talvez Eu a tivesse repreendido. Porém, creio que deve ter passado a noite inteira preocupada, pensando em como deveria proceder e, por isso, sua mácula já foi redimida. Se percebeu a imprudência cometida, então, tudo bem.” Nós, que estávamos bastante tensos, ficamos atônitos por Ele ter dito somente isso. Sempre recebíamos repreensões, mas elas nunca eram depreciativas, pois Meishu-Sama as fazia de forma muito delicada. As Suas repreensões, portanto, serviam de estímulo para nós. Afinal, bastava percebermos o erro e o caso era encerrado. Porém, se agíssemos diferente, Ele persistia na advertência.

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Um familiar

CULPA REDIMIDA PELA PREOCUPAÇÃO Meishu-Sama era bastante rígido no que se referia ao cuidado com os objetos. As pessoas que O serviam sempre eram advertidas por não seguirem à risca o que Ele falava. Certo dia, a encarregada da limpeza quebrou um porta-incenso por descuido. Imaginando que seria severamente repreendida, ficou extremamente deprimida. Dava até pena vê-la naquele estado. Mas como não havia alternativa, decidiu desculpar-se, apresentando-se a Meishu-Sama com um grande temor. No 90


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

entano, minutos depois, retornou sorridente, mas com os olhos repletos de lágrimas. Contou: “Ao ver meu rosto transfigurado pela preocupação, Meishu-Sama disse-me com bondade: ‘A culpa foi redimida pela sua preocupação’.”

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Um presidente

“EU PERDOEI, MAS DEUS AINDA NÃO” Certa ocasião, procurei Meishu-Sama para desculpar-me por uma falha cometida. Ele foi direto: “Que bom que você percebeu...” Eu estava suando frio, mas, ao ouvir essas palavras, fiquei completamente aliviado e já ia me retirando, quando Ele me pediu repentinamente para esperar. Perguntei-Lhe se desejava alguma coisa. Ao que me disse: “Sabe, você deve refletir muito sobre o seu erro. Eu Lhe perdoei, mas Deus ainda não.” Não compreendi muito bem o que Ele dissera e Lhe perguntei: “Desculpe-me, o Senhor poderia me explicar melhor?” Meishu-Sama explicou: “Você se desculpou, mas isso não é suficiente. Só quando perceber sua falta e reparar seu erro através do servir é que sua culpa será redimida. Mesmo que Eu lhe perdoe, não significa que você se livrará dela imediatamente.

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Um chefe de Igreja

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

Postura adequada Toda vez que eu me apresentava a Meishu-Sama de forma despreocupada, era repreendido. Ao contrário, se estava desanimado, jamais recebia advertências. Outro exemplo. Quando procurava Meishu-Sama para desculparme porque o servir não estava evoluindo de forma correta, Ele dizia: “É claro! Não se esqueça de que Deus é que tem o comando de tudo!” Isso me tranquilizava. Também se nos encontrássemos numa situação tão constrangedora que não conseguíamos expressar o que se passava em nosso interior, Ele nos deixava descontraídos. Mas, caso estivéssemos tranquilos, advertia-nos. Desse modo, Meishu-Sama nos orientava sobre a importância do sentimento em cada ocasião.

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Um chefe de Igreja

DESCULPA relapsa Este fato ocorreu na época em que havia escassez de alimentos e mercadorias. Após, finalmente, eu ter conseguido comprar um pargo, decidi fritá-lo na manteiga. Mas como a frigideira estava furada, a pele do peixe se soltou e ele ficou todo queimado. Servi-o a Meishu-Sama, já me desculpando: “Como a frigideira estava furada...” Ele advertiu-me: “Quer dizer que se fosse uma frigideira nova, você conseguiria preparar o peixe direito?” 92


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

Compreendi que estava sendo repreendido porque, sem me referir a mim mesmo, coloquei a culpa naquele utensílio.

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Um servidor

Justificativas impróprias Certa vez, Meishu-Sama pediu que eu deixasse aberta uma determinada porta. Assim procedi, mas uma pessoa que viera fazer a limpeza, fechou-a. Nesse momento, Ele chegou e me repreendeu: “Não lhe disse para deixar a porta aberta?” Então, respondi-Lhe: “É que há pouco, na hora da limpeza, alguém deve ter fechado...” Nem havia acabado de explicar e Ele me falou severamente: “Não estou perguntando o motivo.” Acho que Meishu-Sama agiu assim porque percebeu minha intenção de fugir à responsabilidade, justificando-me.

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Um servidor

“NÃO É NADA BOM BRIGAR COM O COZINHEIRO...” Quando eu cozinhava para Meishu-Sama, nunca me desconcentrava. Talvez por isso Ele nunca tenha chamado a minha atenção quanto ao preparo das refeições. Ou então, deve ser porque pensava: “Se 93


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

Eu advertir o cozinheiro, a comida pode ficar ruim.” Certa vez, Meishu-Sama disse rindo: “Não é nada bom brigar com o cozinheiro e ele se vingar na comida.” Mesmo que eu fizesse algo que merecesse advertência, Meishu-Sama sempre me poupava.

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Um servidor

Ideia errada Quando minha Igreja passou a ser denominada Taissei, pensei em criar um emblema. Assim, mandei fazer uma amostra no tamanho e formato naturais, o que levou aproximadamente quinze dias. Depois de pronto, apresentei-o a Meishu-Sama dizendo: “Desejo mandar produzir um emblema como este, o que o Senhor acha?” Com o semblante severo, Meishu-Sama respondeu: “O que você disse? Por que não me mostrou o desenho antes de mandar fazêlo? E se eu lhe disser agora que esse modelo não está bom? Foi uma despesa inútil, não acha?” Então, disse-Lhe: “Imaginei que só com o desenho seria difícil ter uma ideia...” Ele me repreendeu: “Quando Eu era jovem fazia desenhos, sabe? Como pode responsabilizar-se pela Igreja Taissei desse jeito? Assim não poderá realizar grandes feitos.” Mesmo na hora de uma repreensão como esta, Meishu-Sama, usando o termo “taissei”, formou uma frase humorística: “Não poderá realizar grandes feitos.”

. N.T.: taissei significa “grandes feitos”. 94

Um chefe de Igreja


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

DESPERTAr para o Estado de atenção Constante Quando algum servidor ficava triste depois de ser repreendido, Meishu-Sama sempre procurava dirigir-lhe algumas palavras de consolo: “Você não é uma pessoa ruim. Acredito que entre as pessoas que aqui se encontram, não há quem queira fazerMe sofrer. O fato de cometerem erros demonstra que houve desatenção, e o espírito maligno está à espreita, esperando uma oportunidade para agir. Por isso, chamo a atenção das pessoas severamente para que despertem.” Dessa forma, Meishu-Sama nos confortava com palavras repletas de amor.

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Um servidor

O riso DESFAZ a tensão Sempre que Meishu-Sama advertia alguém, em seguida, fazia uma brincadeira. Ele costumava comentar a respeito disso: “Mesmo quando repreendo alguém, se a situação se limitar à repreensão em si, tanto Eu como a pessoa não nos sentiremos bem, por isso, uma boa risada desfaz esse clima tenso e esquecemos o ocorrido.”

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Um servidor

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

“Procurem ser mais alegres!” Aparentemente, Meishu-Sama parecia não gostar de criar caso. Porém, tal como diz o ditado “A justiça Divina tarda, mas não falha”, quando omitíamos algum erro, por menor que fosse, Ele não deixava passar. Dessa forma, Meishu-Sama não admitia ambiguidade nem falsidade, por menores que fossem. Todavia, quando a pessoa se conscientizava do seu erro após uma repreensão, Ele encerrava o assunto brincando. Quando Lhe pedíamos desculpas, dizendo “Devido à minha desatenção...”, Ele nos livrava da tensão exclamando: “Tire o ‘des’ e procure ter mais atenção!” Meishu-Sama afirmava com frequência: “Detesto pessoas melancólicas. Procurem ser mais alegres!”

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Um servidor

“REPREENDO O ESPÍRITO E NÃO A PESSOA” Durante um encontro com Meishu-Sama realizado no Shinzan-So, em Hakone, esqueceram de colocar a almofada para Ele sentar. Ao perceber o ocorrido, Ele perguntou: “O que aconteceu?” E continuou de pé. Uma servidora, percebendo a falha, trouxe-a imediatamente. Mesmo assim, Meishu-Sama repreendeu-a em voz alta: “Fez isso de propósito para encurtar meu encontro com os fiéis.” Eu nunca tinha visto Meishu-Sama com um semblante tão severo. Mais tarde, Ele nos explicou: “Repreendo o espírito e não a pessoa. 96


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

Se Eu não for rigoroso, o espírito tornará a repetir essas coisas. Os espíritos malignos procuram atrapalhar-nos, impedindo ou fazendo desviar a passagem da Luz. Eles costumam encostar nas pessoas que estão me servindo. Mas aqueles que manipulam os não-membros são de pouco poder.” Certa vez, um ministro da cidade de Yokosuka, que incorporava com facilidade, disse a Meishu-Sama: “Um espírito se manifestou e disse que se houver um ritual de purificação antes da ministração do Johrei, seu efeito será maior....” Meishu-Sama respondeu: “Então, faça dessa forma.” Entretanto, mais tarde, em particular, quando Lhe perguntei sobre isso, Ele me disse: “No caso desse ministro, por enquanto devemos deixá-lo agir assim. Com o passar do tempo, ele deixará de fazê-lo.” Assim, pode-se dizer que Meishu-Sama orientava conforme a pessoa.

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Um ministro

TUDO DEPENDE DA MANEIRA DE PENSAR Certo dia, notei que um par de garrafinhas de cerâmica para colocar saquê estava junto a uma garrafa de cerveja. Achei que não deveria deixá-las ali, pois poderiam quebrar. Mas ao transportá-las para um lugar mais seguro, uma delas caiu e quebrou. Imaginando a repreensão que receberia, levei o recipiente quebrado imediatamente a Meishu-Sama e Lhe pedi desculpas. Ele me perguntou: “Onde se encontrava a garrafa?” “Na cozinha”, expliquei-Lhe. Então, Ele me disse simplesmente: 97


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

“Ah, então você não é o culpado, mas sim aquele que a colocou lá.” Meishu-Sama nunca repreendia igualmente. Se íamos pedir-Lhe desculpas, aflitos, por exemplo, dizia: “Uma pessoa que está pensando em salvar a humanidade, não deve ficar constrangida por uma coisa tão simples.” Às vezes, quando algo caro era danificado, dirigia à pessoa palavras amáveis, sem qualquer repreensão. No entanto, havia ocasiões em que, mesmo quebrando coisas baratas, éramos severamente advertidos. Não é possível generalizar, mas Meishu-Sama nos advertia de acordo com a nossa maneira de pensar.

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Um servidor

BASTAVA agir COMO MEISHU-SAMA DETERMINAVA Meishu-Sama chamava nossa atenção severamente quando não cumpríamos Suas ordens. Por exemplo, enquanto eu fazia os serviços de jardinagem, Ele vinha e solicitava: “Replante esta árvore”. Ou “Corte esses galhos”. Em seguida, retornava à sua residência. Mas justamente nessas ocasiões, a cozinheira aparecia pedindo para eu fazer pequenas compras com urgência. Assim, eu acabava me esquecendo do que Meishu-Sama havia pedido antes. Mais tarde, não encontrando o trabalho realizado, Ele me advertia rigorosamente. Desculpava-me: “Fui fazer compras para a pessoa da cozinha e me esqueci.” Mas Ele não aceitava minhas desculpas, afirmando tratar-se de uma simples justificativa. Na 98


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

sequência, repreendia-me. Esse tipo de situação aconteceu comigo várias vezes, mas bastava eu proceder conforme Meishu-Sama havia determinado, para não ser advertido.

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Um servidor

Abaixo as suposições! Meishu-Sama nunca repreendia quem desempenhava, com obediência, a missão confiada. Contudo, se a pessoa manifestava seu ego, Ele ficava visivelmente mal-humorado. Ele também determinava a dedicação de acordo com o trabalho que a pessoa desenvolvia profissionalmente, independente da sua posição social. Outro ponto importante é que Meishu-Sama detestava fofocas. Se alguém comentava algo desagradável a respeito de outrem, Ele perguntava: “Isso é suposição sua?” Caso a resposta fosse: “Eu acho...”, Ele simplesmente encerrava o assunto, dizendo: “Ah, é?” Mas se alguém afirmava categoricamente que fulano é desse ou daquele jeito, Meishu-Sama zangava-Se, dizendo que não se deve afirmar algo baseado apenas em suposições.

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Um servidor

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

“ESCREVA: ‘JAMAIS REINCIDIREI NESSE ERRO’” Quando Meishu-Sama morava no bairro de Shimizu, em 1948, se o servidor cometesse o mesmo erro três vezes, Ele mandava trazer papel e caneta e falava: “O fato de você cometer a mesma falta várias vezes, é porque não gravou bem no coração a minha advertência ou porque não tem o sincero desejo de servir. Por isso, escreva e prometa na minha presença: ‘Jamais reincidirei nesse erro’.” E prosseguia: “Coloque esse papel na parede do quarto até que eu Lhe dê ordem para retirá-lo. Olhe para ele todos os dias e reflita bem.” Nós, servidores, sentíamos muita vergonha em ter que colocar tais papéis na parede, que, às vezes, ficava semelhante a uma exposição de trabalhos escolares, cheia de papéis.

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Um servidor

A PRECIPITAÇÃO causa transtornos Recebi a permissão para servir na residência de Meishu-Sama e, no quinto dia em que estava lá, fui apresentar-me. Ele estava no Hagui-no-Ya, em Hakone, onde caligrafava as Imagens da Luz Divina e os Ohikari, ouvindo rádio. Depois de cumprimentá-Lo, fiquei observando do canto da sala, o trabalho das três pessoas que O serviam. Nisso, o rádio começou a falhar. Então, Ele ordenou 100


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

a um dos servidores que fosse até à sala de estilo ocidental buscar outro. Como essa pessoa estava bastante atarefada e eu, apenas observando, ofereci-me para ir no seu lugar. Assim, fui correndo até o Solar Shinzan-So para buscá-lo. Como Meishu-Sama havia dito que era para buscar o rádio na sala de estilo ocidental, presumindo que tal sala só existisse naquele Solar, levei-Lhe o que lá se encontrava. Fiquei sabendo depois que, no Kanzan-Tei, também havia uma sala de estilo ocidental, que servia de escritório, e que a sala a que Ele havia se referido era esta e não aquela do Shinzan-So. Por isso, quando me disseram que eu havia trazido o rádio errado, não consegui perceber a falha imediatamente. Naquele momento, não sabendo como me desculpar, fiquei calado e cabisbaixo. Logo depois, o servidor a quem anteriormente Meishu-Sama ordenara para buscar o aparelho, voltou com um outro. Eu não consegui entender nada. Apesar disso, não recebi nenhuma repreensão e o trabalho foi encerrado normalmente. Fiquei bastante intrigado e perguntei ao servidor por que razão ele havia saído logo atrás de mim para buscar o rádio, e de onde o havia trazido. Ele me explicou que, tão logo eu saíra, MeishuSama lhe disse: “Tenho certeza que ele vai trazer o rádio errado. Vá você mesmo buscá-lo.” Meishu-Sama havia percebido claramente que eu iria cometer um engano. Arrependi-me de ter sido tão precipitado pois, sendo apenas um novato, só consegui causar transtornos. Com sinceridade, entendi que deveria seguir, odedientemente, as palavras de Meishu-Sama, pois Ele era capaz de prever tudo.

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Um servidor

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

“SE COMPREENDEU, ESTÁ BEM!” Como sofria de catarata, fui até Hakone receber Johrei de MeishuSama. Porém, no percurso, houve um acidente de trem e cheguei atrasado. Por este motivo, fui repreendido. Ele me perguntou: “Quem você pensa que sou?” Nesse momento, pela primeira vez, senti que Ele era um ser divino e me prostrei aos Seus pés. Em seguida, Meishu-Sama disse-me: “Você compreendeu? Se compreendeu, está bem!” Essas palavras, ditas carinhosamente, deixaram-me bastante emocionado.

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Um ministro

Agir de acorodo à situação Houve uma época em que as Igrejas faziam um rodízio, enviando um grupo de ministros e missionários à residência de Meishu-Sama para participar do jantar de confraternização. Quando foi a vez da nossa unidade religiosa, o jantar transcorreu tranquilamente. O problema, contudo, aconteceu depois. Estava programada uma sessão de cinema oferecida por MeishuSama, mas Motokiti Inoue, seu secretário, por algum motivo, confundiu os horários, atrasando o início do filme. Isso deixou Meishu-Sama bastante zangado, pois teve que ficar esperando o início da projeção. O Sr. Inoue e eu fomos desculpar-nos pelo atraso. Mas nesse ínterim, o filme começou e, ao aparecer uma cena cômica, Meishu-Sama 102


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

gargalhava. O seu secretário ria junto. Entretanto, quando a cena divertida terminava, Meishu-Sama continuava repreendendo-nos. Ao aparecer outra cena engraçada, parava e dava novas gargalhadas, copiado pelo Sr. Inoue. Depois, continuava a advertência. Achei isso incrível. Acredito que Meishu-Sama conseguia agir dessa forma porque sabia separar e viver adequadamente cada momento.

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Um chefe de Igreja

A vantagem é fruto da obediência Como fui criado no campo, o trabalho pesado não era problema para mim. Por isso, fui muito solicitado por Meishu-Sama. Como eu conhecia bem o valor do dinheiro, quando executava algo que Ele me pedia, procurava sempre fazê-lo da maneira que Lhe fosse a menos dispendiosa possível. Assim, muitas vezes, agia à minha maneira, sem seguir Suas ordens. Resultado: tinha que refazer tudo após receber a Sua repreensão. Certa ocasião, quando eu estava desenvolvendo um jardim, Meishu-Sama me advertiu severamente, dizendo: “Por que você não faz como eu mando?” Respondi-Lhe: “É que estou procurando diminuir os gastos.” Então, Ele me ensinou, rindo: “Eu não construo levando em conta ganhos ou perdas. Imagine se é possível construir um jardim como este com esse pensamento!”

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Um servidor

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Curiosidades



Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

MEISHU-SAMA PRATICAva SEUS ENSINAMENTOS Por volta de 1952, Meishu-Sama costumava orientar Seus servidores: “Façam redações. Se as fizerem, desenvolverão o raciocínio. Vocês devem escrever principalmente sobre mim.” Assim, eu também resolvi redigir sobre a vida cotidiana de Meishu-Sama. Naquela oportunidade, Ele me disse: “Não importa se vocês escrevem bem ou não; todos aqueles que servem perto de mim têm o dever de levar ao conhecimento dos fiéis a minha vida diária. Vocês precisam observar se realmente estou pondo em prática o que digo ou ensino aos membros, e registrar tal qual têm presenciado.”

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Um servidor

Transmissão de LUZ Certa vez, Meishu-Sama me disse: “Todos os acontecimentos da minha vida cotidiana, por mais simples que sejam, geram Luz. Portanto, transmita-os ao maior número de pessoas possível.”

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Um servidor

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

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“OFEREÇA TUDO À OBRA DIVINA” Certo dia, Nidai-Sama (esposa de Meishu-Sama) me disse brincando: “Eu posso pedir a Meishu-Sama quantos quimonos quiser, pois, no início da Obra Divina, Ele penhorou todos os que eu tinha. Na época, Ele falou: ‘Chegará o tempo em que comprarei tantos quimonos quantos você desejar. Mas, no momento, ofereça tudo à Obra Divina.’ Assim o fiz.” Como é possível observar nesse comentário de Nidai-Sama, houve um período na vida em que Meishu-Sama passou por sérias dificuldades.

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Um presidente

Formação da sociedade ideal Certo dia, disse a Meishu-Sama: “Quando eu observo a situação mundial, não creio que seja possível transformar totalmente a sociedade apenas por meio da religião, apesar de todo o empenho do Senhor.” Meishu-Sama respondeu-me: “Não se pode salvar a humanidade inteira somente com a religião; esta é apenas uma parte da salvação. Meu empenho é formar uma sociedade que não necessite de religião. Na fase atual, ela ainda é necessária, por isso, estou adotando essa denominação.” Ao ouvir Suas palavras profundamente significativas, fiquei bastante emocionado.

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Um ministro


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

“COM O TEMPO CERTO, TUDO SE DEFINIRÁ RAPIDAMENTE” Em 1950, durante a perseguição religiosa, o desenvolvimento da difusão perdeu, temporariamente, seu vigor. Nessa época, Meishu-Sama revelou: “Deus havia me informado sobre isso”. E ilustrou a situação com a seguinte explanação: “As flores caem e os frutos se formam.” Disse-Lhe: “Ouvimos dizer que, num futuro muito próximo, será concluído o Paraíso Terrestre e eu creio nisso. Mas, analisando o mundo atual, sinto a contradição dessa afirmação e fico atormentado.” Meishu-Sama respondeu-me: “Tudo está sendo realizado por Deus. Eu também sou humano e fico inconformado por não poder agir com liberdade, sendo mal interpretado e sofrendo interferências de terceiros. Cheguei até a pensar em dizer a todos: ‘Um dia, vocês verão!’ Essa situação se assemelha ao mundo de hoje, mergulhado na escuridão. Se as pessoas entrarem em contato direto com a Luz de uma só vez, elas ficarão ofuscadas. Estou desenvolvendo a Obra Divina que, com o tempo certo, se definirá rapidamente.” Meishu-Sama falava assim, descontraído, enquanto ministrava Johrei. Ouvindo-O, sentia-me bastante tocado.

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Um servidor

Prenúncio de evolução Era 15 de agosto de 1945, dia do término da Segunda Guerra 109


Reminiscências sobre Meishu-Sama

vol. 2

Mundial, quando eu estava participando de um encontro com Meishu-Sama em Hakone, juntamente com umas cinquenta pessoas. Como foi anunciado que haveria um comunicado radiofônico muito importante, Meishu-Sama nos disse para ouvi-lo. Assim, ao meio dia, todos nós nos sentamos ao lado do rádio. Meishu-Sama estava atento às palavras emitidas. Tão logo foi noticiada a aceitação da Declaração de Potsdam, em que o Japão se rendia incondicionalmente, olhei para Meishu-Sama, imaginando o que Ele diria sobre o fato. Ele nos fitou calmamente e simplesmente falou: “Agora, sim, o Japão irá melhorar.” Após dizer isso, levantou-Se e saiu. Aquele momento tão solene ficou profundamente gravado em minha memória.

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Um chefe de Igreja

Sempre anotar tudo Quando Meishu-Sama lia em algum jornal uma crítica sobre religião e não concordava com o ponto de vista apresentado, pedia-me: “Envie ao autor da matéria um exemplar do jornal Eiko que tenha veiculado uma tese minha relacionada a esse artigo.” Prontamente, eu respondia: “Sim, senhor.” Mas, com o acúmulo de serviços, sempre me esquecia de remetê-lo à pessoa. Numa dessas vezes, Meishu-Sama confirmou se eu havia mandado o jornal e, ao responder-Lhe que não, Ele me fez uma pergunta inesperada: “Você tem caderneta de anotações?” Confirmei que tinha. Então, Ele continuou: “Não estou simplesmente perguntando se você tem caderneta de anotações, mas sim, se você a está usando. Se não usá-la é como se não a tivesse. Pessoas 110


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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inteligentes anotam mesmo as coisas mais insignificantes, enquanto que as demais, por displicência, não tomam nota e se esquecem de executar as tarefas mais importantes.” Depois dessa repreensão, resolvi, em qualquer circunstância, anotar tudo na caderneta.

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Um servidor

Consciência e docilidade no cumprimento da missão Quando eu ficava desconcertado durante o cumprimento matinal, Meishu-Sama me dizia: “Você fica assim porque quer me dar um tratamento especial. Mas se me vir como uma pessoa comum, será fácil dizer ‘bom dia’ ao me encontrar pela manhã. Não gosto de tratamento especial.” Pedi-Lhe desculpas, mas não consegui entender logo o significado de Suas palavras: “Não gosto de tratamento especial!” Contudo, refletindo melhor, compreendi que Meishu-Sama, ao falar brincando, aliviava a minha tensão. Quando cometia falhas ou era repreendido e, por este motivo, ficava retraído, achandome incapaz de dedicar para Deus, era certamente advertido. A partir do momento em que percebi que Meishu-Sama se sentia feliz ao termos consciência de estarmos sendo utilizados por Deus e por realizarmos o trabalho concedido por Ele com docilidade, fiquei mais tranquilo e vivi dias mais felizes.

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Um servidor

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Reminiscências sobre Meishu-Sama

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“AO SE LEVANTAR, ANTES DE MAIS NADA, VENHA ME CUMPRIMENTAR” Por volta de 1950, eu ainda não havia me tornado membro da Igreja mas, aos sábados, costumava ir a Hakone e pernoitar na casa de Meishu-Sama. Algumas vezes, dormia demais. Nessas ocasiões, após lavar o rosto, saía rapidamente para ir ao Nikko-Den, onde Meishu-Sama proferia Suas palestras, mas acabava me encontrando com Ele já voltando de lá. Ele costumava me dizer: “Ao se levantar, antes de mais nada, venha me cumprimentar, mesmo com cara de sono.” Lembrando-me disso agora, sinto uma grande vergonha. Mas, naqueles momentos, Meishu-Sama nunca demonstrava estar zangado. Certo dia, disse-Lhe: “Desculpe-me por ser tão dorminhoco, apesar de jovem.” Ele me respondeu, rindo: “Não diga tolices. Eu sou muito mais jovem do que você. Por isso, levanto-me mais cedo. Você é dorminhoco porque é velho.”

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Um familiar

“PODE CUMPRIMENTAR QUANTAS VEZES QUISER” Na época em que comecei a servir ao lado de Meishu-Sama, certa manhã, encontrei-O ainda de pijama, no corredor. Podia tê-Lo cumprimentado logo, mas fiquei indecisa. Assim, apenas fiz uma 112


Reminiscências sobre Meishu-Sama

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breve reverência. Pouco depois, fui repreendida por Ele: “Há pouco você não me cumprimentou. Uma pessoa que não sabe nem cumprimentar, não presta. De agora em diante, ao se levantar e se encontrar com alguém, diga ‘bom dia’. Pode cumprimentar quantas vezes quiser. Também há pessoas que não respondem claramente ao cumprimento. Isso também não é bom. Eu sempre respondo a um cumprimento de quem quer que seja.”

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Uma servidora

O SOFRIMENTO E a ALEGRIA de ser UTILIZADO POR DEUS No Ano Novo, Meishu-Sama fazia com que todos nós, servidores, aproveitássemos ao máximo o clima desse dia. Ele, porém, recolhia-Se em seus aposentos e, fazendo o possível para não nos incomodar, em silêncio e sozinho, organizava os Ensinamentos. Não me recordo em qual Ano Novo, Meishu-Sama, como se estivesse falando consigo mesmo, deixou escapar: “Gostaria de, pelo menos hoje, passar o dia tranquilamente com todos.” Acho que o poema a seguir, retrata Seu sentimento daquela época: “Quantas alegrias! Quantos sofrimentos! Sou utilizado por Deus!”

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Um servidor

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Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra.



SG

IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE ÁFRICA

www.johreiafrica.com E-mail: ascom@johreiafrica.com


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