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Nossa comida tem história

Sob o lema “Nossa comida tem história”, as comemorações do Dia da Gastronomia Mineira integraram a programação dos 300 anos de Minas, sendo realizadas virtualmente, em razão da pandemia de covid-19 e dos protocolos de distanciamento social. Embora sem o congraçamento festivo dos circuitos de degustação e feiras que marcaram a Semana da Gastronomia Mineira em anos anteriores, o projeto ofereceu ao público diversas atividades, focadas na história da comida mineira, começando no dia 5 de julho com uma edição especial do programa Panorama, da TV Assembleia, com o chef e coordenador do curso de Gastronomia do Centro Universitário UNA, Edson Puiati, e com uma live do Instituto Eduardo Frieiro.

Dois episódios do Politiza, podcast da Rádio Assembleia, aprofundaram as reflexões sobre a comida típica mineira. Intitulado “Pitada de história: sabores e saberes da gastronomia mineira”, o primeiro podcast focou nas reflexões sobre as relações entre a comida mineira e a identidade cultural e as políticas para o desenvolvimento da cadeia produtiva da alimentação, contando com a participação do historiador José Newton Meneses, da socióloga e doutora Mônica Abdala, professora da Universidade Federal de Uberlândia, do chef Edson Puiati, do cantor e compositor Felipe Bedetti e do presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Agostinho Patrus.

Já o segundo podcast, “Territórios gastronômicos: um novo mapa de Minas Gerais”, reportou o trabalho inédito do chef, jornalista gastronômico e escritor Eduardo Avelar, autor do livro Cozinha mineira, dos quintais aos territórios gastronômicos: uma narrativa autoral sobre a história da gastronomia contemporânea mineira. Durante 11 anos, Eduardo Avelar visitou mais de 600 dos 853 municípios mineiros e identificou as características gastronômicas e singularidades locais e regionais que delineiam um novo olhar sobre o mapa do Estado, que ele apresenta em seu livro.

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A reprise da entrevista histórica concedida pela cozinheira Maria Lúcia Clementino Nunes, a Dona Lucinha, ao programa Memória & Poder da TV Assembleia, em 2016, foi outro destaque da programação do projeto Nossa Comida Tem História. Natural do Serro, Dona Lucinha projetou a comida típica de Minas no Brasil e internacionalmente ao longo de sua vida.

Além de cozinheira excepcional, a estrela da culinária mineira, que faleceu aos 86 anos, em 2019, foi uma pesquisadora de mão-cheia, como revela o seu livro História da arte da cozinha mineira por Dona Lucinha, que inspiraria o samba-enredo da Acadêmicos do Salgueiro no Carnaval de 2015 e a levaria a desfilar no sambódromo no Rio de Janeiro.

Livro

Na programação dos 300 anos de Minas, a culinária seria ainda tema do livro Nossa comida tem história (em versões impressa e digital), organizado pelo professor José Newton Meneses. Lançado durante o seminário virtual Tradição e Modernidade: As Reinvenções Criativas da Arte em Minas Gerais, realizado no dia 5 de dezembro, o livro, que é dedicado à memória do pesquisador Eduardo Frieiro, reúne saberes e sabores da cozinha mineira em artigos e ensaios sobre fogões de lenha e utensílios, ingredientes, pratos, quitandas e quitutes, doçaria, queijos artesanais e o protagonismo feminino, entre outros temas, além de receitas – e suas histórias – de dar água na boca.

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Capa do livro Nossa comida tem história. Foto: Reprodução

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