Toda a informação contida neste documento é da inteira responsabilidade da Associação ABRAÇO e das pessoas que nos remetem, tendo sido corrigidos, alterados os nomes e as fotos adaptadas pois não correspondem aos nossos utentes mas apenas a amigos, voluntários e colaboradores.
UM BOLETIM PARA PESSOAS INFECTADAS E AFECTADAS PELO
VIH/SIDA
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ASSOCIAÇÃO DE APOIO A PESSOAS COM VIH/SIDA BIMESTRAL ANO 11 - IV/2007 - JULHO/AGOSTO * DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
INDÍCE
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ARTIGOS
INDÍCE
4ª Conferência Internacional do IAS
Pág.2 Cad - Móvel; 4ª Conferência Internacional do IAS; Pág.3 IAS 2007 – Aspectos da Conferência; Pág.4 O VIH após os 50 anos; Pág.5 Novos dados sobre Circuncisão Masculina e Prevenção do VIH; Pág.6 Como o VIH nos torna doentes: os mecanismos de falha e recuperação das células T cd4; Pág.8 IAS - Internacional AIDS Society SIDNEY 2007; Pág.10 IAS - Internacional AIDS Society SIDNEY 2007 - FOTOS; Pág.12 Continuação: IAS - Internacional AIDS Society SIDNEY 2007; Pág.17 Agenda Nacional; Sugestão Literária; Centro de Documentação; Pág.18 Agenda Internacional; Pág.19 Fichas de sócio; Cupão;
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CAD - MÓVEL
Decorreu este ano, a 4ª Conferência Internacional sobre as Patologias do VIH/SIDA. Teve lugar entre os dias 22 e 25 de Julho, na cidade de Sidney na Austrália. Para assistir a esta Conferência deslocouse uma equipa da ABRAÇO composta por 4 membros, nomeadamente, Margarida Martins a Presidente, Francisco Porto Ribeiro, Vogal, Carla Pereira, enfermeira no Projecto da Unidade Residencial e Apoio Domiciliário do Norte, e Jorge Moreira, Técnico para a Cooperação Internacional. As responsabilidades foram atribuidas da seguinte forma: * Margarida Martins, coube a responsabilidadede manter contactos com relações internacionais, mais propriamente África e Brasil; *Francisco Porto Ribeiro, teve a seu encargo os temas relacionados com a área da Prevenção; *Carla Pereira, teve especial atenção aos temas relacionados com a área da patologia e tratamentos; *Por fim, a Jorge Moreira foi delegada a incumbência dos temas relacionados com a comunicação social e outras Organizações Internacionais; Este evento bienal, esteve a cargo da IAS, International AIDS Society, ofereceu um vasto número de conferências, exposições, palestras, e debates. Tudo isso, com o propósito de discutir 3 questões fundamentais: 1.Patologias e VIH 2.Novos Tratamentos e Resultados Apurados 3.Prevenção Este evento de cariz técnico, reuniu diversos profissionais e responsáveis ligados à Indústria Farmacêutica e ao que de melhor se faz na investigação incluindo também universidades e ONG’s, permitindo desse modo reunir profissionais, investigadores, utentes e pessoas interessadas e preocupadas com o tema para que todos em conjunto, pudessem analisar o que melhor se faz no mundo, nesta área, comparar estratégias e projectos e mesmo traçar novos cenários para o futuro. Vários aspectos se destacaram deste evento mas duas frases ganharam particular importância, nomeadamente: “talk with us and not about us” (falem connosco e não de nós) e “Stop AIDS and not people living with HIV/AIDS” (parem a SIDA e não as pessoas que vivem com VIH/SIDA). No site da ABRAÇO é possível encontrar um relatório com as contas do evento e os resultados do mesmo. Também poderá consultar a Declaração de Sidney, na nossa Newsletter do mês de Julho. Em suma neste boletim pretendemos salientar os aspectos que julgamos ter sido mais significativos nas áreas de actuação da equipa. Francisco Porto Ribeiro Vogal de Direcção - ABRAÇO - Lisboa
Ficha Técnica Edição: ABRAÇO Direcção: Amaral Lopes Redacção: Francisco Porto Ribeiro, Samuel Fernandes Marketing: Vera Aveleira & Ana Travassos Cooperação Internacional: Jorge Moreira Serviços Jurídicos: Paula Policarpo Design Gráfico e Site: Inês Gonçalves Projectos: Equipa ABRAÇO. Norte, Sul, Ilhas e Voluntários Colaboradores Produção: Samuel Fernandes, Inês Gonçalves & Jorge Moreira Distribuição: Centro de Documentação ISNN 0872-8623 Distribuição: Gratuita Depósito Legal: 104216/96 Paginação: Inês Gonçalves Impressão: Impriluz Gráfica, Lda. Tiragem: 20 000 Exemplares
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*A Direcção reserva o direito de alterar ou reduzir os textos dos colaboradores por razões de espaçoDuiscinis nos nonsecte tis augiamc Copyright © ABRAÇO. Todos os direitos reservados
ARTIGOS
IAS 2007 – Aspectos da Conferência Todo o programa da Conferência encontra-se disponível no site da ABRAÇO (www.abraco.org.pt) nas Conferências. De igual modo, a versão original está disponível no site da organização do evento (www. ias2007.org). Neste artigo iremos explorar os temas que foram alvo de análise e investigação e sobre o qual a equipa da ABRAÇO pretende desenvolver temas de discussão. A vertente tecnicista do teor deste evento reuniu mais de 5.000 delegados de todo o mundo, representantes de cerca de 133 países do mundo inteiro. Por parte da organização, este foi o maior evento do género organizado pelo IAS, com o propósito de explorar os últimos avanços na ciência, direccionada à vertente dos tratamentos, apoios e prevenção, numa escala mundial, contra os avanços da pandemia do VIH/SIDA. A equipa da ABRAÇO distribuiu-se da seguinte forma: • Margarida Martins, com a incumbência das relações internacionais (países lusófonos); • Francisco Porto Ribeiro, com a incumbência dos temas relacionados com a área da Prevenção e Tratamentos; • Carla Pereira, com a incumbência dos temas relacionados com a área da Patologia e Novos Coinfecções; • Jorge Moreira, com a incumbência dos temas relacionados com a comunicação social e organizações internacionais; O calendário das tarefas teve a seguinte distribuição: • Domingo: a equipa participou nas sucessivas palestras preparatórias do evento que se iniciaram ás 8 da manha e estenderam-se até ás 19 horas (aproximadamente), seguindo-se a cerimónia de abertura; • Nos restantes dias, a equipa repartiu-se pelas áreas de intervenção ficando com os dias preenchidos com as participações diversas que se sucediam. Na primeira conferência do dia, ás 8 da manhã, reunia-se a equipa sendo que repartia-se por diversas salas, exposições de posters, apresentações, etc. Este esforço conjunto foi possível graças a dois laboratórios que patrocinaram, parcialmente, a iniciativa da ABRAÇO em participar neste evento. Acontece esta mesma iniciativa não colheu as simpatias da CNIVIH, Coordenação Nacional para a Infecção pelo Vírus do VIH, que necessitou de quase seis meses para, entre várias pedidos de reformulação do pedido, para informar que não considerava relevante a participação da ABRAÇO neste evento. Quanto à selecção dos temas que colheram a nossa atenção e respectivos calendário, destacam-se: Domingo, dia 22 de Julho: * PPPE – Plano de Prevenção Pós-Exposição (PrEP) como ferramenta para a Prevenção * Relação da co-infecção VIH/Tuberculose e seus
Largo José Luís Champalimaud, n.º 4 A 1600-110 Lisboa Tel: (+351) 21 799 75 00 Fax: (+351) 21 799 75 99 Email: geral@abraco.pt
desafios (VIH/TB) * Acesso aos tratamentos em contexto de vacinação contra o VIH e outras formas de Prevenção Segunda, dia 23 de Julho: * O ciclo de vida e desenvolvimento do VIH e compreender a patologia do VIH * VIH e tuberculose, ainda uma relação mortal dos dias de hoje * Resposta global para a Prevenção do VIH entre utilizadores de drogas * Novos dados e linhas de orientação internacionais para o tratamento anti-retroviral * Hepatite e co-infecção, não tão fácil como A, B e C * Ética na Prevenção biomédica * Tratamentos antecipado contra a doença do VIH * Profilaxia da vacina do VIH, onde nos encontramos hoje? * Desafios emergentes no desenho da Investigação da Prevenção Terça, dia 24 de Julho: * Investigação promissora e forma de actuação como a circuncisão masculina * Aspectos clínicos do TARV * Tecnologia da Prevenção Feminina contra o VIH * O futuro do financiamento mundial para a Prevenção, Tratamento e Cuidados no VIH * Prevenção na transmissão mãe-filho(a) * O teste do VIH: aumentar o acesso e a protecção dos Direitos Humanos * Infecção do VIH no aspecto da pediatria * A inter-relação com a bio medicina e os aspectos sociais da Prevenção * Tuberculose e VIH, uma epidemia envolvente Quarta, dia 25 de Julho: * Passar para além da curva nos aspectos da pediatria, tratamento, virologia e prevenção * Falhas no tratamento anti-retroviral * Circuncisão masculina no limiar da Prevenção do VIH * Microbicidas e imunidade da mucosa * Relatórios de conclusão, sumários e apresentações orais. Para além das secções indicadas, foram consideradas, igualmente, apresentações de posters, trabalho junto da comunicação social e organizações internacionais, aproximação à realidade australiana (líder da investigação mundial contra o VIH). Todo este esforço apresentará resultados ao longo destes anos e consequente que se pretende espelhar através dos sucessivos Boletins e Newsletter, a realizar oportunamente, em prol de uma sociedade mais esclarecida sobre o tema. Francisco Porto Ribeiro Vogal de Direcção - ABRAÇO - Lisboa
RECEPÇÃO Horário: 9H - 19H - 2ª a 6ª feira Email: expediente@abraco.pt
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ARTIGOS
O VIH após os 50 anos O VIH após os 50 anos foi tema de discussão em diversas apresentações efectuadas na 4ª Conferência Internacional do IAS, em Sidney, na Austrália. Várias apresentações revestiram-se de aspectos clínicos, relacionados com o desenvolvimento do estado da infecção. Outros basearam-se no aspecto social e respectivo acompanhamento. A tónica comum foi a preocupação da reinserção das pessoas infectadas, após determinada idade, fase em que, eventualmente, se possam encontrar em situação de maior debilidade física e exclusão social. A primeira apresentação analisada foi de Brian Gazzard, no dia 23 de Julho, Segunda-Feira de manhã. Gazzard é Médico Clínico, Investigador e Director no Hospital de Chelsea e Westminister, em Londres, particularmente atento e interessado pelos aspectos do VIH (em geral), mais especificamente para estados detectados nas pessoas menos jovens. A sua apresentação começou pela demonstração baseada na recolha de dados e registos clínicos, que mostrava que a esperança média de vida das pessoas infectadas aumentou, significativamente, após 1996, com a introdução da medicamentação para o VIH e políticas de sensibilização para adesão à terapia anti-retroviral (ATRV). A demonstração gráfica de Gazzar foi a seguinte:
Dados: Aos 20 anos
A preocupação da Gazzard, nesta área de investigação, relaciona-se com a complexidade da relação dos factores Idade, HIV e ATRV, e encontrar a Zona de Intersecção ideal dos mesmos. A base de investigação teve por universo a população inglesa onde Gazzard identificou um aumento de novos casos na população com idades compreendidas a partir dos 55 anos e mais. Na análise, afirmou que cerca de 15% da população infectada, no Reino Unido, pertence ao universo etário acima dos 55 anos e, por consequência, analisou a capacidade de resistências físicas relativamente à infecção e à medicação
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dedicada ao VIH que não considera essas fraquezas do organismo e consequentes debilidades que se vão acentuando com o passar dos anos. Considerando a evolução do Homem, segundo Darwin, o desenvolvimento molecular em função da idade e consequente aumento das fraquezas físicas e disfunções. Há um conjunto de aspectos clínicos comuns aos universos VIH e Idade após os 50, características clínicas de imunidade que, segundo Gazzard, se podem representar pela inversão da relação CD4/CD8, CD4 e efeitos linfáticos (lymphopaenia), decréscimo das células naïve, atrasos na diferenciação acumulada das células CD4 e CD8, entre outros factores (Appay e tal, Trends in Immunology, 2002). Gazzard analisou, comparativamente, a relação dos anticorpos com a capacidade de resposta à vacina da hepatite (R2=0.56, p<0.01, Bender e tal., AIDS, 2002) assim como a previsão de alteração ao nível da contagem das células CD4+ nos primeiros o meses de infecção (ESPRIT study group; Fox e tal., HIV Medicine, 2007). Estes estudos permitiram analisar os impactos da idade relacionados com a resposta ao tratamento, o peso da idade no desenvolvimento das células CD4 e a contagem das mesmas após a ATRV (que aumenta consideravelmente). Gazzard avança que o único aspecto positivo de infecção de VIH após os 50 é a percentagem de adesão à terapêutica (95% dos casos conhecidos com infecção VIH e mais de 55 anos optou pela ATRV). Os aspectos crónicos do VIH e a inter-relação VIH e Idade são, segundo Gazzard: 1. Relacionamento com a (des) integração social 2. Cronicidade das falhas renais 3. Problemas de fígado 4. Densidade mineral da massa óssea 5. Aspectos geriátricos: a. Neoplasia b. Atheroma c. Demência Gazzard destacou ainda outros aspectos que influenciam esta relação e que se prendem com a génese da pessoa e hábitos menos saudáveis, como o tabaco e as matérias gordas (grande parte adquiridas pela absorção do álcool). O conjunto destes factores influencia nos seguintes aspectos: • Problemas cardíacos (reforçados pelo VIH) • Tumores relacionados com o VIH (promoção do cancro intercelular e perda de imunidade potenciando o surgimento do Sarcoma de Kaposi, Linfomas e Cancro cervical) • Cancro e VIH (Hanahan e tal., Cell 100:257-70) • Demência e HIV (há versões que sugerem que os anti-retrovirais potenciam o aumento de estado de debilidade emocional e demência, assim como o desenvolvimento/aparecimento de Alzheimer, entre
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Gazzard salientou que estes aspectos poderão ser reforçados com a questão do VIH mas que todos são comuns ao normal envelhecimento da espécie humana, sendo que cada caso deve ser considerado particularmente, para se conseguir analisar quais os antecedentes, hábitos, registo clínicos da pessoa. Por fim, Gazzard deixou no plenário questões pertinentes que posteriormente irá analisar, nomeadamente: • O VIH acelera o processo de envelhecimento? • O VIH acelera o processo degenerativo das doenças características da idade? • A ATRV reverte ou acelera todos estes processos? Francisco Porto Ribeiro Vogal de Direcção - ABRAÇO - Lisboa
Novos dados sobre Circuncisão Masculina e Prevenção do VIH Circuncisão é a “simples” operação cirúrgica que implica a remoção da pele que cobre o topo do sexo masculino (pénis), mais habitualmente conhecida como prepúcio (dobra de pele - prega cutânea - e membrana mucosa de duas camadas retráctil que cobre a extremidade do pénis – a glande). O prepúcio tem uma função protectora da glande do pénis, mantendo os tecidos sexuais húmidos, lubrificados e protegidos de abrasão e ferimento. Actualmente, os progenitores têm o direito de exigir / autorizar a circuncisão nos recém nascidos, considerando os riscos e os benefícios da intervenção. A vantagem, no aspecto clínico, da circuncisão masculina prende-se com a perspectiva que no prepúcio seja possível reter-se bactérias diversas e outras agentes, potenciais infecção, assim como a acumulação líquidos segredados e humidades diversas. A redução desta membrana elimina a probabilidade de contracção de novas e potenciais infecções, tanto para o homem em questão como para a(o)s futura(o)s parceira(o)s sexuais com quem se relaciona. O risco da circuncisão masculina reflecte-se quando realizada no estado adulto do homem, podendo implicar várias intervenções cirúrgicas. A situação ideal é proceder-se à intervenção no recém-nascido ou ainda muito jovem. Um homem não precisa de uma razão clínica para ser circuncisado sendo perfeitamente aceite o aspecto de preferência pessoal, social ou mesmo
religiosa. No aspecto da investigação, o facto é que após 45 estudos efectuados e pela observação das amostragens clínicas, assim como de diversos outros estudos biológicos, avançam hoje com a seguinte afirmação: a circuncisão masculina reduz a forma de transmissão do VIH pela via da mulher para o homem, em cerca de 60%, de acordo com a apresentação de Robert Bailey, professor em epidemiologia na Universidade de Illinois no Centro de Investigação de Chicago. Bailey conduziu uma série de estudos sobre a relação da circuncisão no Uganda, Kenya, Malawi, e Zâmbia, assim como nos EUA e chegou a esta conclusão. Hoje, é possível estimar que cerca de 30% dos homens no mundo inteiro são circuncisados. Se se reduzir o universo para o continente africano, a percentagem de homens circuncisados aumenta para cerca de 67%. Através destas notas, Bailey utiliza o modelo estimativo que revela que a circuncisão masculina pode prevenir contra a infecção de milhões de novas infecções do vírus do VIH, na África Sub-Sahariana. Acresce que nas áreas de maior prevalência, o impacto seria significativamente superior e a intervenção teria melhor resultado, numa óptica de custo/benefício. A questão que se coloca e que foi abordada em Sidney prende-se com o respeito dos Direitos Humanos daqueles que foram “utilizados” nos diversos ensaios clínicos, quando oriundos de culturas sub-desenvolvidas, e respectivas consequências, quer sejam sociais quer familiares, e outras. Afinal, grande parte destas investigações fazem-se em países africanos cujas opções de vida e oportunidades não são do conhecimento e entendimento geral, correndo o risco de chocar com preceitos tradicionais, a bem da humanidade e da ciência. Aspecto a considerar. De acordo com as recomendações da WHO (World Health Organization) e da UNAIDS (United Nations programme for AIDS), de Março do corrente ano e largamente divulgadas nesta conferência, no fim do ano transacto de 2006, cerca de 39,5 milhões de pessoas viviam com o vírus do VIH e 4,3 milhões foram novos casos de infecção, nesse mesmo ano de 2006 (UNAIDS/WHO AIDS epidemic update, Dezembro 2006). ©Publlished in England by “ THE GILGAL SOCIETY”
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Como o VIH nos torna doentes? Desta forma, Prevenção é um aspecto que tem e deve Como o VIH nos torna doentes: os ter prioridade em resposta contra a SIDA. E neste mecanismos de falha e recuperação das plano, a circuncisão masculina é eleita como uma das células T cd4 formas potenciais de prevenir novos casos de infecção, ao lado dos microbicidas vaginais, do PPPE – Plano de Prevenção Pós-Exposição (PrEP – Pre-Exposure Prophylaxis), da medicamentação anti-retroviral, da terapia da supressão da herpes e da vacinação contra o VIH (Global HIV Prevention Working Group, New Approaches to HIV Prevention, da Bill and Melinda Gates Foundation a Henry Kaiser Family Foundation, 2006). O mesmo documento defende que inúmeros casos de estudos de observação indicam que homens circuncisados têm menor probabilidade contracção do vírus do VIH, particularmente se se direccionar o estudo Este tema foi apresentado pelo professor Michael para o universo que considere relações heterosexuais. Lederman, médico e director do Centro para a Pesquisa do VIH em CWRU (Case Western Reserve University); A WHO e a UNAIDS desenvolveram uma consulta encontrando-se associado aos cuidados e pesquisa no mundial para analisarem os resultados, com base em VIH desde 1983. de três triagens controladas e outras evidências, sobre A sua palestra tenta responder à seguinte pergunta: os benefícios da circuncisão masculina como formas de Será apenas a replicação da carga vírica suficiente para prevenção do VIH. As principais recomendações são as explicar o declínio das células cd4 ou existirão outros factores associados? seguintes: De acordo com o Dr. Lederman, o evidente aumento da activação imunológica (o processo pela qual cada 1. a evidência da análise sugere que a pessoa passa após activação do sistema imunológico circuncisão masculina é efectiva como forma de resultante da replicação de um vírus, como por exemplo, prevenir novos casos de infecção pelo vírus do VIH, por uma parasitose ou o próprio VIH) é um importante pela via sexual, numa relação hetereossexual (homem/ impulsionador na perda das células brancas do sangue mulher). O resultado aponta para um apuramento da (leucócitos) que conduzem à deficiência imunológica análise superior a 60% de casos de sucesso. Como progressiva. recomendação, apela-se para que a circuncisão O conhecimento dos mecanismos que levam à activação da resposta imunológica pela Infecção HIV masculina seja reconhecida como forma eficaz de pode futuramente ajudar a identificar estratégias que intervenção na Prevenção do VIH. poderão bloquear a sucessiva degradação do sistema imunológico em pessoas onde a terapêutica anti 2. a circuncisão masculina não gera protecção retrovirica não teve a eficácia desejada. completa contra o VIH sendo ainda possível que homens circuncisados possam contrair o vírus. Noutros casos, Tuberculose/ VIH: ainda uma parceria já infectados, são estes um foco de propagação do mortal vírus. Como tal, a circuncisão masculina não substitui outras formas de intervenção nos casos de relações A Tuberculose mata aproximadamente dois milhões de pessoas todos os anos, e é a principal causa da morte heterossexuais. Como recomendação, apela-se à entre pessoas infectadas com VIH. Nesta sessão foram redução do número de parceira(o)s sexuais. apresentados vários estudos, de salientar um estudo sobre a “Incidência de concentrações sub-terapêuticas 3. a correcção comunicação e a forma da na medicação tuberculostática associada aos doentes mensagem é fundamental e crítica para o assunto. com Infecção VIH no Botswana”, apresentado pela Dra. Sekai Chideya do Centro de Controlo e Prevenção de Atlanta, Giorgia, Estados Unidos da América. Continua no próximo Boletim V/2007 Este estudo realizado entre 1997 e 1999 teve como conclusão que pessoas infectadas com VIH, a realizar tratamento para a tuberculose e com cd4 inferiores a Francisco Porto Ribeiro Vogal de Direcção - ABRAÇO - Lisboa
GABINETE DE APOIO JURÍDICO Tel: 917259824 Horário: 15H30 - 17H - 4as feiras Email: gau.lisboa@abraco.pt 6 6
ASSESSORIA JURIDICA Tel: 917259824 Horário: 10H - 19H - 2ª a 6ª feira Email: gab.juridico@abraco.pt
ARTIGOS
“Incidence of sub-therapeutic tuberculosis drug concentrations and associated treatment outcomes among predominantly HIV-infected tuberculosis patients, Botswana”, apresentada por Sekai Chideya, United States / Centers for Disease Control and Prevention, Division of Tuberculosis Elimination, Atlanta, Georgia, United States
200 células, apresentam baixos níveis sanguíneos de Pirazinamida (um dos medicamentos mais utilizados para o tratamento da tuberculose) levando assim a um considerável aumento do risco de fracasso do tratamento. Outro dos estudos apresentados foi sobre a “ Mortalidade associada da Tuberculose com pessoas infectadas com VIH ou não na era da HAART” por Valéria Rolla do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Rio de Janeiro, Brasil. Este estudo foi realizado entre Janeiro 2000 a Agosto 2006, e não apresentou ainda conclusões significativas na comparação das pessoas infectadas com VIH em HAART e pessoas não infectadas.
Co-Infecção com Hepatites -Não é tão fácil como o A, B, C
“HBV: molecular resistance pathways for Hepatitis B”, apreentada por Stephen Locarnini, Australia
grupo continha vírus de quatro países diferentes e sete dos dez continham vírus de mais do que um país. Viagens entre países representam um importante papel nessa nova epidemia, afirmam os pesquisadores. Frequentemente, a infecção aguda por HCV é identificada através da monitorização regular da função hepática durante o tratamento anti-retroviral. Desta sessão é também de salientar a apresentação do professor Vicente Soriano, pertencente ao Departamento de Doenças Infecciosas do Hospital Carlos III, Madrid, Espanha, que destacou os consideráveis avanços na gestão clínica das pessoas com co-infecção HIV-HBV, bem como nas novas terapêuticas, na monitorização da resistência das mesmas e nas novas técnicas não invasivas para monitorização da fibrose hepática.
Esta conferência fornece certamente uma oportunidade importante na construção de uma ponte entre diferentes técnicos. Esta sessão explorou os recentes progressos na patogenese e terapias nas áreas do HBV (Vírus da Hepatite B) e HCV (Vírus da Hepatite C). A Hepatite C é uma co-infecção bastante difundida entre pessoas com HIV, sobretudo quando é comum a transmissão de HIV através de drogas injectáveis. O HCV manifesta-se normalmente como uma infecção disseminada através do sangue. Ao longo dos últimos cinco anos, no Reino Unido, no norte da Europa, nos Estados Unidos e na Austrália, verificando-se surtos de infecções sexualmente transmitidas do HCV entre homens que têm relações sexuais com homens (MSM) infectados com VIH. Os investigadores analisaram semelhanças genéticas entre os vírus da hepatite C de 190 homens com Infecção VIH e descobriram agrupamentos de transmissão. Um
Carla Pereira Projecto PAD - ABRAÇO - GAIA
CONTEÚDOS E INFORMAÇÃO Sócios: Carlos Gonçalves - socios@abraco.pt N/Sócios: Cláudia Alexandre - geral@abraco.pt Voluntários: Cláudia Alexandre - voluntarios@abraco.pt Reclusos: António Rodrigues - reclusos@abraco.pt 7
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IAS - International AIDS Society SIDNEY 2007 “Treatment Rollout”, Prevenção entre IDUs (Utilizadores de Drogas Injectáveis), Novos Dados e Linhas de Orientação Internacionais em termos de tratamento antiretroviral, Ética na Prevenção Biomédica, Desafios emergentes na projecção da investigação de prevenção. Preâmbulo Cerca de 5.000 cientistas, Clínicos de VIH e Líderes de Comunidades estiveram presentes em Sydney para esta Conferência e nela debater os mais recentes avanços no que concerne à pesquisa relacionada com o VIH. Para se perceber o muito que ainda há por fazer, basta reter as palavras do Presidente da IAS (International AIDS Society) e Vice-Presidente da Conferência, Dr. Pedro Cahn, que referiu o facto de “menos de 1/3 das pessoas que vivem com o VIH/SIDA nos Países Sub-Desenvolvidos e nos Países em Vias de Desenvolvimento terem acesso à medicação, e de ainda menos terem acesso a serviços de prevenção, tais como preservativos e seringas esterilizadas” pelo que “o objectivo do acesso universal em 2010 continua a ser uma prioridade”. As Conferências* Este dia começou com uma Sessão Plenária, na qual a Dra. Debrework Zewdie(1) abordou a importância da existência de um programa de desenvolvimento sustentável no tratamento do VIH bem como a importância de se integrar a investigação em programas de prevenção e de tratamento – este é, aliás, o cerne da Declaração de Sydney, se-gundo a qual… Fonte: “Understanding the task: ARV rollout and research issues in the developing world”, Debrework Zewdie
* Todas as Conferências referidas neste artigo, bem como os slides apresentados referentes às mesmas, podem ser consultados no seguinte endereço: www.ias2007.org/pag. A tradução dos slides apresentados em português no decorrer do artigo é de Jorge Moreira. (1) Dra Debrework Zewdie, Ph.D. Global HIV/AIDS Program Director, Bank’s UNAIDS Global Coordinator and representative on the Board of the Global Fund to Fight AIDS, Tuberculosis and Malaria. Managed the AIDS Campaign Team for Africa, and led the team responsible for the US$1 billion Multi-Country HIV/AIDS Program for Africa. COMUNICAÇÃO: “Understanding the task: ARV rollout and research issues in the developing world”.
… “10% de todos os recursos afectos a programas de VIH devem ser utilizados para investigação visando a optimização das intervenções e resultados concretos em termos de saúde.”
APARTAMENTOS DE ACOLHIMENTO TEMPORÁRIO Tel: 916600926 / 9691915180 Horário: 09H - 18H - 2ª a 6ª feira Email: cad.aat@abraco.pt 8 8
CAD – CENTRO DE APOIO DOMICILIÁRIO Tel: 916600926 / 9691915180 Horário: 09H - 18H - 2ª a 6ª feira Email: cad.aat@abraco.pt
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Research In Treatment Roll Out
Embora a TARV esteja a progredir na Ásia, a sua cobertura global em África permanece em redor dos 28% nos adultos e em 17% nas crianças – a questão que se coloca é, portanto, a de «como melhorar a sua cobertura e a eficácia?». A importância da investiga-ção operacional enquanto agente intermediário entre a compreensão da epide-mia e o custo efectivo da sua implementação, ou se-ja, «como fazer as coisas melhor» foi destacada pela Dra. Zewdie. Para ela, a investigação tem um papel chave na eficácia do tratamento mas ainda se depara com mui-tos desafios. As prioridades da investigação são impor-tantes por forma a melho-rarmos a nossa capacidade de atingir o objectivo do acesso universal ao trata-mento.
Na Conferência sobre as Respostas Globais à Prevenção do VIH entre IDUs (Utilizadores de Drogas Injectáveis), participaram Suphak Vanichseni(2), apresentando uma experiência levada a cabo em Banguecoque (Tailândia), Carolyn Day(3), apresentando um programa que conta já com dez anos na Austrália entre IDUs, Seyed Abbas Montevalian(4), da República Islâmica do Irão, que falou acerca da prevalência do VIH e comportamentos de risco entre IDUs numa prisão em Teerão, Sergii Dvoriak(5), da Ucrânia, apresentando um programa de prevenção entre IDUs na Ucrânia baseado numa Terapia de Substituição Opióide, e Thomas Kerr(6), do Canadá, que apresentou evidências de boas práticas na resposta à epidemia de VIH entre IDUs em Vancouver, com a troca de seringas como forma de prevenir comportamentos de risco. Podemos, assim, constatar que: • Em Banguecoque, com o programa levado a cabo, a proporção de participantes que relatam que se injectaram nos últimos 3 meses reduziu-se para metade e os que dizem compartilhar agulhas e seringas passaram de 17% para 3%; • Na Austrália, os dados de 10 anos indicam uma baixa prevalência de VIH entre IDUs; • No Canadá, o impacto das mudanças verificadas entre 2000 e 2002 traduziu-se em resultados que indicam declínios substanciais na proporção de IDUs que partilham seringas; • A importância das prisões como um local para a transmissão do VIH foi tema de duas apresentações que denotaram resultados diversos: * na Ucrânia, dois estudos-piloto demonstram a praticabilidade e a eficácia do tratamento à base de buprenorphine. No entanto, referiu Dvoriak, embora os participantes indicassem uma redução no consumo de droga, o crime e os comportamentos de risco eram similares aos de outros países na região (Lituânia e Polónia); * no Irão, a importância das prisões como um local para a transmissão do VIH não pode ser subestimada devido à elevada prevalência do uso de drogas injectáveis entre presos (apesar da disponibilidade da metadona), níveis elevados de sexo desprotegido e de uma falta de intervenções para reduzir a transmissão por via sexual.
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A parte da tarde iniciou-se com uma Sessão Especial que abordou a questão de novos dados e linhas de orientação internacionais em termos de tratamento antiretroviral – participaram na mesma Mauro Schechter(7), do Brasil, que apresentou a comunicação “When to Start Antiretroviral Therapy: Where is the Pendulum Now?”, Michael Saag(8), dos EUA, que apresentou a comunicação “Managing antiretroviral failure and the IAS-USA and other developed world guidelines: when to switch, what to switch, and new drug classes in treatment-experienced patients”, e Alexandra Calmy, da Austrália, que apresentou a comunicação “Implications of new data on WHO guidelines for the developing world”.
Linhas de Orientação de IAS-EUA: Quando Começar a Terapia Antiretroviral Decorrendo como uma sessão interactiva (recorrendo ao sistema de resposta da audiência), foram abordados novos dados nas áreas-chave da TARV e discutiu-se o facto de como estes dados influenciarão as futuras linhas de orientação – quando começar a TARV e com que medicamentos, quando mudar a terapia e a quem, e o impacto dos novos dados nas linhas de orientação da OMS para o tratamento em áreas do mundo com recursos limitados.
Fonte: “When to Start Antiretroviral Therapy: Where is the Pendulum Now?”, Mauro Schechter
(2) Tenofovir Study Group, Bangkok, Tailândia. COMUNICAÇÃO: “Trends and predictors of HIV-associated risk behaviors among injecting drug users participating in an HIV prevention trial, Bangkok”. (3) University of New South Wales, National Centre in HIV Epidemiology and Clinical Research, Sydney, Austrália. COMUNICAÇÃO: “Decade of HIV surveillance among injecting drug users in Australia: results from the Australian needle and syringe program survey”. (4) School of Public Health/ Iran University of Medical Sciences, Department of Epidmiology, Teerão, República Islâmica do Irão. COMUNICAÇÃO: “Prevalence of HIV and risky behaviors among injecting drug users of a prison in Tehran”. (5) Ukrainian Institute on Public Health Policy, Research, Kyiv, Ucrânia. COMUNICAÇÃO: “Opioid Substitution Therapy (OST) with buprenorphine in Ukraine – way to prevent HIV/AIDS among IDUs”. (6) BC Centre for Excellence in HIV/AIDS, Vancouver, Canadá. COMUNICAÇÃO: “Responding to the HIV epidemic among injection drug users in Vancouver, Canada: evidence of best practice in needle exchange to prevent HIV risk behaviour”. (7) Mauro Schechter MD, PhD, Professor of Infectious Diseases, Principal Investigator, Projeto Praça Onze - Universidade Federal do Rio de Janeiro . (8) Michael Saag, MD, The International AIDS Society – USA.
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Quando Alterar a Terapia
Fonte: “Managing Antiretroviral Failure Case Discussion”, Michael Saag
Considerações Éticas no uso de TARV para reduzir a transmissão A conferência seguinte abordou o tema da Ética na Prevenção Biomédica e contou com a participação de JeanPierre Routy(9), do Canadá, Andrew Vallely(10), da República Unida da Tanzânia, Daniel Tarantola(11), da Austrália, e Jeremy Sugarman, dos EUA. J. Sugarman discutiu a necessidade de se considerar a ética, usando a evidência e a experiência de situações actuais e das precedentes, em pesquisas biomédicas de prevenção conjuntamente com a urgência de se avançar na investigação de prevenção. Referiu que os desafios a este nível incluem frequentemente problemas de justiça social, sobretudo em campos onde a prevenção do VIH se torna mais urgente. Questões tais como a legitimidade daqueles que são consultados para representar a comunidade e as recentes descobertas em experiências masculinas de circuncisão, (que têm implicações éticas para as experiências futuras e o padrão do cuidado preventivo fornecido, e levantam questões acerca do atraso na sua implementação, científica e em termos de eficácia)
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foram também abordadas. Routy trouxe para discussão as questões éticas levantadas pelo uso potencial da TARV para a supressão da carga viral na infecção de VIH e impedir a transmissão aos parceiros não infectados. A relação de risco-benefício envolve a consideração do risco individual no contexto do benefício em termos de saúde pública. Vallely apresentou um estudo sobre microbicidas efectuado no norte da Tanzânia (este estudo, em fase III, registrou 1.573 mulheres em risco elevado e considerou um período de 15 meses para follow-up). O tema da sua apresentação – quão informado é o consentimento? – serviu de mote para apresentar a metodologia utilizada nesse estudo e alguns dos seus resultados ao nível da percepção, por parte das mulheres que nele participaram, ao nível dos seus processos e finalidades. Fonte: “How informed is consent? Using a continuous consent process among high-risk women who engage in transactional sex in the MDP301 vaginal microbicide trial, Mwanza, Tanzânia”, Andrew Vallely
Finalidades de uma Gestão da Investigação Por fim, Tarantola trouxe para discussão questões de natureza ética relacionadas com a prestação de cuidados e tratamentos em testes de vacinas e, nesse âmbito, um processo de decisão participado e os seus resultados versus expectativas das comunidades. Fonte: “Ethical considerations related to the provision of care and treatment in vaccine trials”, Daniel Tarantola.
(9) McGill University Health Centre, Immunodeficiency Service, Montreal, Canada. COMUNICAÇÃO: “HAART as prevention: the ethics of suppressing HIV replication in infected individuals to protect their uninfected partners”. (10) NIMR/LSHTM/AMREF Collaborative Research Projects, Mwanza, República Unida da Tanzânia. COMUNICAÇÃO: “How informed is consent? Using a continuous consent process among high-risk women who engage in transactional sex in the MDP301 vaginal microbicide trial, Mwanza, Tanzânia”. (11) University of New South Wales, Faculty of Medicine, WHO Consultant, Sydney, Austrália. COMUNICAÇÃO: “Ethical considerations related to the provision of care and treatment in vaccine trials”.
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Resultados Antecipados das experiências de Prevenção A última conferência trouxe à discussão os desafios emergentes em projectar a investigação de prevenção e forneceu um panorama geral da pesquisa actual de prevenção do VIH e os desafios futuros no projecto e na execução experimentais. Apresentou como oradores Quarraisha Abdool Karim(12), da África do Sul, Willard Cates Jr(13), dos EUA, Andrew Nunn(14), do Reino Unido, e Veronica Miller(15), dos EUA. Karim veio falar do facto de uma escala de experiências, na área da prevenção, se encontrar a caminho: microbicidas, métodos de barreira, comportamento, tratamento, prevenção da transmissão da mãe à criança e vacina. Cates Jr, abordou a questão da investigação de prevenção do VIH na década passada, os padrões de prevenção, a circuncisão masculina (a fronteira ética seguinte), o envolvimento da comunidade e as lições que se aprenderam a esse nível. Nunn, com uma comunicação subordinada ao tema dos desafios no projecto experimental dos microbicidas, abordou, ainda, experiências realizadas na área da prevenção referindo que “à data, de 25 experiências controladas para a prevenção do VIH, 4 mostraram um efeito protector (três de circuncisão e uma de STIs de tratamento para impedir o VIH), 19 não mostraram nenhum efeito (…).” Falou também de melhorar a eficiência experimental através de uma cuidadosa selecção da população-alvo.
Fonte: “Current implementation challenges of HIV prevention”, Quarraisha Abdool Karim
(12) MRC Clinical Trials Unit, London, Microbicide Development Programme. COMUNICAÇÃO: “Current implementation challenges of HIV prevention”. (13) COMUNICAÇÃO: “Emerging clinical trial design challenges in HIV prevention research”. (14) COMUNICAÇÃO: “Challenges in microbicide trial design”. (15) Veronica Miller, PhD. COMUNICAÇÃO: “What needs to be done to move prevention research forward?”.
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Acesso a Tratamento / Acesso a Prevenção Verónica Miller, sobre o facto de se avançar na investigação de prevenção, ressalvou que, a esse nível, não se está a partir da estaca zero pelo que não devemos ignorar a lição aprendida. Falou também da cooperação e coordenação entre programas de investigação de prevenção, da confiança na investigação e de que uma investigação eficaz requer uma transposição precisa de resultados a implementar ao nível da comunidade. Fonte: “Challenges in microbicide trial design”, Andrew Nunn.
Nota Final
Todas as Conferências referidas neste artigo, bem como os slides apresentados referentes às mesmas, podem ser consultados no seguinte endereço: www.ias2007.org/pag. Todos os slides apresentados em língua portuguesa no decorrer do artigo foram traduzidos por Jorge Moreira.
Jorge Moreira Cooperação Internacional - ABRAÇO - Lisboa
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28 de Julho
Prevenção nas praias
A ABRAÇO tem uma nova fonte de informação disponivel para todos. A NEWSLETTER será mensal e ser distribuida via internet bem como estará disponivel no nosso site : www.abraco.org.pt
28 de Julho - Festa de encerramento da prevenção nas praias no dacasca bar com música ao vivo;
21 e 22 de Setembro: O 2º Congresso Nacional de Virologia decorrerá nos dias 21 e 22 de Setembro,
no Auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. A organização do evento ficará mais uma vez a cargo da Sociedade Portuguesa de Virologia (SPV). Os temas a ser debatidos serão: ” Alterações Climáticas e ameaça de novos vírus; Vírus e ambiente; Coinfecção VIH/Hepatites; Novas Aplicações Metodológicas no contexto do diagnostico virológico; Novos Antiviricos, Novas Vacinas;” Para mais informações, poderá consultar o site www.spv.pt
Sugestão Literária
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AGENDAS + CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO
Agenda Internacional 7 a 9 de Setembro: Zurique, Suiça A organização Suiça Aids & Child acolhe a «1ª Conferência Europeia de Apoio Psico-social para Crianças e jovens que vivem com o VIH/ SIDA», dirigida a todos os profissionais e voluntários que trabalham com crianças e adolescentes afectados pelo VIH/SIDA. Para além da disseminação de informação, esta conferência visa contribuir para a criação de uma rede europeia de keyworkers para crianças e jovens que vivem com o VIH/SIDA. Mais informações em: www.aidsandchild.org
18 de Setembro: Lisboa, Portugal
A International Harm Reduction Association (IHRA) e a International Drug Policy Consortium (IDPC) organizam um Seminário que se vai concentrar nas preparações para a próxima revisão da política global da ONU no que respeita às drogas ilegais, e especialmente o papel que as ONG podem ter na promoção de resultados positivos e eficazes para esta revisão.
3 a 8 de Agosto / 2008: Cidade do México, México
Como a primeira Conferência Internacional sobre SIDA a ser organizada na América Latina, espera-se que esta 17ª Conferência Internacional aumente a consciência da doença e o seu impacto em todas as zonas da região. Mais informações em: www.aids2008.org
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