Toda a informação contida neste documento é da inteira responsabilidade da Associação ABRAÇO e das pessoas que nos remetem, tendo sido corrigidos, alterados os nomes e as fotos adaptadas pois não correspondem aos nossos utentes mas apenas a amigos, voluntários e colaboradores.
UM BOLETIM PARA PESSOAS INFECTADAS E AFECTADAS PELO
VIH/SIDA
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ASSOCIAÇÃO DE APOIO A PESSOAS COM VIH/SIDA BIMESTRAL ANO 11 - V/2007 - SETEMBRO/OUTUBRO * DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
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ARTIGOS
INDÍCE
Nota introdutória
Pág.2 Cad - Móvel; Nota Introdutória; Pág.3 Novos dados sobre Circuncisão Masculina e Prevenção do VIH – parte II Pág.4 Doutores e Caloiros Trajados a Rigor Pág.6 Relatório da Queima das Fitas de 2007; Pág.8 ‘Situação muito díficil’ com a recolha quase total do Nelfinavir (Viracept); Pág.10 Calendário ABRAÇO 2008; Pág.12 Fórum Nacional das Associações de Doentes - Saúde Portugal Expo & Conferências 2007 - de 20 a 23 de Setembro de 2007 - Lisboa; Pág.13 Importância da actuação do nutricionista nos indivíduos com VIH/SIDA Pág.14 “NADA SOBRE NÓS SEM NÓS”: Um manifesto de pessoas que usam drogas ilegais; Pág.15 ABC Ser Criança (Pedido de Material Escolar); Classificados / Anúncio Pág.16 VIH e Toxicodependência; Pág.17 Poema Anónimo; Agenda Nacional; Pág.18 Sugestão literária; Centro de Documentação; Pág.19 Fichas de sócio; Cupão;
Temos a plena convicção de que este número de Boletim Informativo é rico em diversidade de informação, tendo sido dado como tónica principal, a PREVENÇÂO.
CAD - MÓVEL
Este trabalho visa juntar a sociedade pela via da recolha de textos e artigos que possam ser de interesse para a maioria das pessoas.
Começamos por divulgar os novos panfletos, produzidos em 2007, que estão em uso sobre Informação Básica, Mulheres e VIH e Jovens Licenciados que procuram horizontes adequados às suas expectativas. De igual modo, concluí-se o artigo, bastante polémico, sobre os benefícios práticos da Circuncisão Masculina (resultado ainda da Conferência de Sidney), os relatórios sobre a acção de Prevenção desenvolvida nas praias do Norte, dirigido ao público em geral e seu impacto, sobre a Acção de Prevenção nas universidades e festa de Queima das Fitas, dirigida ao futuro do nosso país, os jovens, e seu impacto, entre outros. Todos estes documentos encontram-se disponíveis no site da ABRAÇO e foram alvo de discussão pública.
Temos ainda contributos e prestações úteis relacionadas com alimentação, com medicamentos (Viracept), conferências, adição e toxicodependência, para além dos contributos de sócios e voluntários, sempre úteis Copyright © ABRAÇO. de considerar, pois espelham o resultado / interesse Todos os direitos reservados deste Boletim na comunidade.
As próximas acções prendem-se com o Plano de Actividades e Orçamento para 2008, Peditório Nacional, Dia Mundial contra o VIH/SIDA (dia 1 de Dezembro), financiamento dos projectos ao Ministério da Saúde, entre outros aspectos a considerar.
Francisco Porto Ribeiro Vogal de Direcção - ABRAÇO - Lisboa
Ficha Técnica Edição: ABRAÇO Direcção: Amaral Lopes Redacção: Francisco Porto Ribeiro, Samuel Fernandes Marketing: Vera Aveleira & Ana Travassos Cooperação Internacional: Jorge Moreira Serviços Jurídicos: Paula Policarpo Design Gráfico e Site: Inês Gonçalves Projectos: Equipa ABRAÇO. Norte, Sul, Ilhas e Voluntários Colaboradores Produção: Samuel Fernandes, Inês Gonçalves & Jorge Moreira Distribuição: Centro de Documentação ISNN 0872-8623 Distribuição: Gratuita Depósito Legal: 104216/96 Paginação: Inês Gonçalves Impressão: Impriluz Gráfica, Lda. Tiragem: 20 000 Exemplares
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*A Direcção reserva o direito de alterar ou reduzir os textos dos colaboradores por razões de espaço. Copyright © ABRAÇO. Todos os direitos reservados
ARTIGOS
Novos dados sobre Circuncisão Masculina e Prevenção do VIH – parte II >> (continuação do boletim anterior ) Desta forma, Prevenção é um aspecto que tem e deve ter prioridade em resposta contra a SIDA. E neste plano, a circuncisão masculina é eleita como uma das formas potenciais de prevenir novos casos de infecção, ao lado dos microbicidas vaginais, do PPPE – Plano de Prevenção Pós-Exposição (PrEP – Pre-Exposure Prophylaxis), da medicamentação anti-retroviral, da terapia da supressão da herpes e da vacinação contra o VIH (Global HIV Prevention Working Group, New Approaches to HIV Prevention, da Bill and Melinda Gates Foundation a Henry Kaiser Family Foundation, 2006). O mesmo documento defende que inúmeros casos de estudos de observação indicam que homens circuncisados têm menor probabilidade contracção do vírus do VIH, particularmente se se direccionar o estudo para o universo que considere relações heterosexuais. A WHO e a UNAIDS desenvolveram uma consulta mundial para analisarem os resultados, com base em de três triagens controladas e outras evidências, sobre os benefícios da circuncisão masculina como formas de prevenção do VIH. As principais recomendações são as seguintes: 1. a evidência da análise sugere que a circuncisão masculina é efectiva como forma de prevenir novos casos de infecção pelo vírus do VIH, pela via sexual, numa relação hetereossexual (homem/mulher). O resultado aponta para um apuramento da análise superior a 60% de casos de sucesso. Como recomendação, apela-se para que a circuncisão masculina seja reconhecida como forma eficaz de intervenção na Prevenção do VIH. 2. a circuncisão masculina não gera protecção completa contra o VIH sendo ainda possível que homens circuncisados possam contrair o vírus. Noutros casos, já infectados, são estes um foco de propagação do vírus. Como tal, a circuncisão masculina não substitui outras formas de intervenção nos casos de relações heterossexuais. Como recomendação, apela-se à redução do número de parceira(o)s sexuais. 3. A correcção da comunicação da mensagem sobre o tema da Circuncisão Masculina (CM) é fundamental uma vez que, cientificamente, está confirmado que a CM reduz o risco de contrair o vírus do VIH entre os homens que são exclusivamente heterossexuais. Assim sendo, é fundamental a manutenção da prevenção contra o VIH nesta matéria de forma a evitar falsos sentimentos de segurança pela via de introdução de metodologias de higiene adequadas. 4. A importância do contexto sócio-cultural como veículo de informação sobre a temática do programa respeitante à Circuncisão Masculina, tendo em vista a multiplicidade de perspectivas no contexto de introdução ou expansão dos serviços de CM. Este aspecto diverge de acordo com o historial e a prática da CM nas diferentes comunidades sendo a religião a maior determinante, globalmente. Entre os muçulmanos e judeus, a circuncisão é uma prática comum. Em adição, um número elevado de Homens são circuncisados, por aspectos culturais, uma vez que a CM assume uma importância cultural relevante, em determinadas comunidades, podendo divergir na forma e nos resultados (podendo estar compreendido entre apenas com um “pequeno” corte até à remoção completa do prepúcio, praticando no acto de nascimento ou na
Largo José Luís Champalimaud, n.º 4 A 1600-110 Lisboa Tel: (+351) 21 799 75 00 Fax: (+351) 21 799 75 99 Email: geral@abraco.pt
adolescência do jovem). 5. A questão que se prende com a manutenção dos Direitos dos Homens, associado a princípios legais e éticos, deve prevalecer nos serviços a serem prestados quanto à CM, tal como os procedimentos médicos e sanitários garantido a higiene e segurança dos serviços a serem prestados, com o consentimento da pessoa que é alvo da intervenção, sem coercividade ou discriminação. 6. As implicações das CM associadas ao género e à prevenção do VIH têm que ser devidamente introduzidas. Em todos os programas de Circuncisão, os políticos e os intervenientes do programa têm a obrigação de monitorizar e minimizar potenciais riscos associados com a cirurgia aplicada à CM. Acções de prevenção relacionadas com o sexo desprotegido, sexo violento ou confrontação relacionada com CM e mutilação genital feminina. A expansão dos serviços relacionados com a CM segura, gera uma oportunidade de reforço e expansão da prevenção sobre o VIH e programas de saúde sexual masculina, para além de permitir chegar a uma população mais distante e desprovida de informação. 7. Os programas devem ser definidos de forma a maximizar os benefícios da saúde pública, tendo em consideração o impacto ao nível da população onde a prevalência de infecção do VIH por via sexual em relações heterossexuais possa ser elevada, considerando os baixos níveis de CM efectiva e o risco potencial de infecção do VIH. 8. Os serviços públicos necessitam de ser reforçados por forma a aumentar o acesso aos serviços de CM com segurança, direccionados aos países em vias de desenvolvimento cujo sistema de saúde pública seja de fraca qualidade e com graves de deficiências ao nível dos profissionais implicados. 9. Recursos adicionais têm que ser mobilizados de forma a financiar o programa de expansão dos serviços de CM. Os programas de prevenção contra o VIH, aplicados aos países menos desenvolvidos, encontram-se ainda muito sub-financiados e a temática da CM requer investimento adicional, no caso do mesmo ser expandido. 10. A promoção da CM em indivíduos seropositivos não é recomendável. Um estudo efectuado entre casais serodiscordantes, numa amostra aleatória, demonstrou, por observação, que indivíduos seropositivos circuncidados têm menor probabilidade de transmitir o vírus do VIH às suas mulheres que o inverso (seropositivos não circuncisados). 11. É ainda necessário efectuar mais investigação para desenvolver e implementar o programa de CM, devidamente monitorizado. É importante conduzir operações de investigação na medida em que os serviços sejam eficazmente implementados, para determinar a forma mais efectiva de sustentabilidade dos mesmos. Fonte: este artigo é um resumo do documento divulgado na 4ª Conferência do IAS, em Sidney, no passado mês de Julho, da responsabilidade da WHO e UNAIDS (disponível no site da ABRAÇO). Francisco Porto Ribeiro Vogal de Direcção - ABRAÇO - Lisboa
RECEPÇÃO Horário: 9H - 19H - 2ª a 6ª feira Email: expediente@abraco.pt
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ARTIGOS
“Doutores e Caloiros Trajados a Rigor” a desresponsabilização e consequentemente o não uso de preservativo. Invariavelmente, foi nossa ambição contrariar esta ideia. Gradualmente este projecto foi fluindo e crescendo de modo equilibrado e consciente. Por uma multiplicidade de caminhos difundimos a informação de modo sustentado e conseguimos atrair até nós quarenta voluntários, que formamos capazes de intervir de uma forma consciente e responsável junto dos seus pares, facilitando deste modo a actuação junto da população alvo. Estes voluntários, na sua maioria estudantes de medicina, tiveram apoio permanente da equipa técnica, que esteve sempre presente em todas as noites no decorrer da campanha.
Com base no conhecimento científico existente, sabese que o VIH/Sida se transmite através de padrões específicos e concretos de comportamentos de risco, passando a sua prevenção, necessariamente, pela diminuição desses comportamentos de risco e pelo aumento de atitudes preventivas em relação ao VIH/ Sida. Na ausência de cura ou vacinas eficazes, o controlo do VIH/Sida depende do comportamento humano e social. Quando a realidade muda, não existe outra alternativa se não a de redefini-la. Se hoje se reconhece a vulnerabilidade social/comportamental dos jovens em relação ao VIH, é propósito de todos a criação de projectos e estratégias educacionais que alterem os comportamentos de risco. Foi seguindo uma lógica notoriamente pró-activa perante necessidades manifestas, que surgiu a campanha da ABRAÇO de prevenção do VIH/Sida na Queima das Fitas do Porto de 2007 intitulada “Doutores e Caloiros Trajados a Rigor”. Para conceber este projecto, milhares de ideias geradas em nós, dentro de nós, mas não incontáveis as possibilidades de criar algo entre nós. Por nós. Pelos outros.
Mediante uma metodologia participativa de proximidade, as particularidades do espaço em que campanha decorreu deram legitimidade às estratégias de intervenção realizadas e o ambiente informal permitiu aliar a componente relacional à componente cognitiva. Numa competência partilhada associamos à distribuição de preservativos e material informativo, dinâmicas de interacção educativa e lúdico - pedagógica, fomentando nos jovens o desenvolvimento de competências sociais e comportamentais, a promoção de valores, atitudes críticas e assertivas, dando a cada um a possibilidade de uma tomada de decisão responsável e consciente no que concerne a questões relacionadas com o VIH/ SIDA. Ao longo da campanha e com a finalidade de dar sustentação quantitativa e não meramente teórica à nossa intervenção, realizou-se uma investigação, que serviu também para avaliar a nossa intervenção e o seu nível de importância percebido pelo públicoalvo. Foram também feitos registos do número de
A criação deste projecto surgiu do um pressuposto de que aos ambientes recreativos se associam determinados factores que podem facilitar a propagação de doenças sexualmente transmissíveis. É pragmático que nos contextos festivos e de lazer, há maior disponibilidade para estabelecer relações interpessoais com carácter afectivo e/ou sexual que podem fazer aumentar o número de comportamentos de risco. O evidente consumo excessivo de álcool e substâncias psico-activas, nestes contextos, favorece
SERV. ADMIN. & FINANCEIROS Horário: 10H - 19H - 2ª a 6ª feira Email: controlo@abraco.pt Email: tesouraria@abraco.pt Email: recursos.humanos@abraco.pt 4 4
HELPDESK & SITE Horário: 10H - 19H - 2ª a 6ª feira Email: helpdesk@abraco.pt
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presença da Abraço na Queima das Fitas, assim como 87% consideram muito importante a distribuição gratuita de preservativos (foram distribuídos cerca de 25 mil preservativos durante toda a campanha). Da mesma forma, cerca de 81% dos inquiridos consideram que a informação obtida na “barraquinha” da Abraço contribuiu muito ou o suficiente para aumentar os seus conhecimentos sobre o VIH/SIDA. A análise qualitativa foi baseada na adesão, receptividade, opinião e interesse do público-alvo. As pessoas que se deslocaram à “barraquinha” mostravam muito interesse em participar nas diferentes actividades e em trazer outros amigos para realizarem as mesmas actividades. O entusiasmo era bem visível, assim como a atenção que dispensavam quando alguma informação estava a ser passada. Nesta primeira visão sobre os resultados gerais, pode-se afirmar que a nossa presença foi pertinente e serviu para aumentar conhecimentos e alterar comportamentos. Este sistema de avaliação permitiu não só quantificar o trabalho realizado, mas também fazer com que os participantes se sintam parte envolvente de toda uma campanha que foi desenvolvida e criada a pensar nesse mesmo público. preservativos distribuídos e também do número de demonstrações da colocação do preservativo, o número de explicações dadas e o número de jogos lúdico-pedagógicos realizados. Foram ainda registadas as perguntas mais frequentes e pertinentes que nos foram colocadas. Os questionários propriamente ditos eram administrados às pessoas que se dirigiam à nossa “barraquinha” e que acediam a preenchê-los. Muitas foram as observações no positivas sobre o nosso trabalho e de este ter muito sentido no contexto em que se desenrolou. Apesar de à primeira vista parecer difícil administrar questionários (preenchidos pelos próprios inquiridos) no ambiente da Queima das Fitas, houve até uma certa facilidade em o fazer, criando-se por vezes momentos animados, em que os curiosos se aproximavam para ver e de seguida pediam para também responder. Os resultados encontramse a ser cuidadosamente avaliados, contudo, numa análise preliminar, conclui-se que 93% dos inquiridos consideram muito importante a
Contrariando a indiferença, o fatalismo e a inércia, assumindo uma postura firme, demarcando de modo claro e limpo a nossa presença junto de diversas entidades públicas e privadas que, embora inicialmente
possam ter duvidado da pertinência deste projecto, revelaram-se nossas aliadas nesta causa, porque de facto como não nos cansamos de repetir o trabalho da ABRAÇO só é possível graças a todos os que partilham das suas preocupações. ABRAÇO, Delegação Norte
MARKETING & PRODUÇÃO
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
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Relatório da Queima das Fitas de 2007 Introdução:
aos excessos que muitas vezes se cometem. Também devido a este contexto e devido a estes excessos, a distribuição de preservativos aliada à d e m o n s t ra ç ã o da sua correcta utilização foram encaradas como essenciais por parte dos jovens, não só pelo elevado preço de venda dos preservativos, como pelo facto de, muitas das vezes, serem cometidas falhas na sua utilização. Mais do que fornecer informação, pretende-se educar para a mudança comportamental da população – alvo, no que diz respeito a comportamentos de risco para o VIH/SIDA, utilizando os pares como agentes de Discussão: Acima de tudo, podemos concluir que ainda há muito Prevenção, que pela sua proximidade com o públicocaminho a palmilhar na Prevenção para o VIH/SIDA. alvo, facilitam a difusão das mensagens preventivas . Segundo o estudo Global Sex Survey, publicado na Da mesma forma, a presença de jovens como revista Visão, nº 757, Portugal é, entre as nações mais colaboradores nesta campanha, foi apreciada como ricas, o país que inicia a educação sexual mais tarde, por sendo muito positiva, sentindo-se, a grande maioria volta dos 14 anos (contra a média de 12,5 num grupo de dos participantes, à vontade para colocar questões 41 países (Global Sex Survey, 2005/2006, www.durex. e abordar temas que por vezes se podem tornar com). Todavia, a média para início da actividade sexual delicados. Podemos, desta forma, considerar que este em Portugal situa-se nos 16,9 anos, logo, este tipo de objectivo foi alcançado, na medida em que, dada a (in) campanhas faz todo o sentido, sendo complementar formação estar a ser transmitida por pares, gerou-se à educação sexual inicial dada nas escolas, uma vez algum nível de empatia, que resultou numa grande que aqui abrangemos uma população já sexualmente adesão por parte dos participantes. activa e que se pressupõe, muitas vezes erradamente, As actividades realizadas ao longo da campanha revelaram-se como uma estratégia eficaz e atractiva ao bem informada. Apesar da educação sexual nas escolas se iniciar longo da campanha, dada a elevada adesão por parte por volta dos 14 anos, verificou-se alguma falta de do público-alvo. Os participantes não se limitavam a informação, que se reflectiu nos resultados deste dirigir-se ao espaço e receber informação, sendo bem estudo: verificou-se que, na sua grande maioria, as visível o entusiasmo com que realizavam as actividades. informações fornecidas durante a campanha “Doutores Chegava a ser de certa forma surpreendente a atenção e Caloiros Trajados a Rigor” contribuíram para aumentar e concentração da maioria dos participantes, se davam quer os conhecimentos sobre VIH/SIDA, quer para explicações durante a realização de alguma actividade, alterar comportamentos de risco para a infecção pelo sendo visível o interesse demonstrado. Uma prova desse VIH/SIDA, bem como desmistificar tabus relacionados interesse é precisamente a recolha destes dados, que, com a educação sexual (por exemplo, o manuseamento tendo o inquérito questões abertas, se revelou mais do preservativo). A população - alvo afirma que esta simples do que inicialmente esperávamos. Podemos, campanha de Prevenção serviu não só para tirar também considerar que esta foi uma aposta ganha. dúvidas e alterar comportamentos, como para corrigir Colegas chamavam colegas e demonstravam o que pensamentos errados e desmantelar preconceitos que, tinham aprendido anteriormente, numa reacção a nosso ver, poderão por vezes ser mais perniciosos do espontânea de demonstração de conhecimento adquirido e interiorizado. Aliás, uma das características que a falta de informação (ver Anexos VI, VII e VIII). De acordo com o que foi referido teoricamente, os apontadas pelos participantes prende-se precisamente participantes consideram importante a organização com a dimensão prática que foi dada à campanha, de campanhas de Prevenção, neste tipo de contexto nomeadamente com as demonstrações da correcta específico, que os próprios caracterizam como sendo colocação do preservativo, e com as questões que lhes propício à prática de comportamentos de risco, devido eram colocadas, sempre numa vertente do quotidiano. “O referencial da doença e da saúde é o comportamento social, o comportamento não só em relação ao ambiente imediato institucional, mas ao ambiente que se reporta ao modo de viver de uma determinada formação social e cultural”, (Agra, 1986a, p.300, in Negreiros, 1998). A campanha de Prevenção 2007 com o nome “Doutores e Caloiros Trajados a Rigor” é direccionada a jovens em fase universitária e centra-se em abordagens que privilegiam o contacto directo com os sujeitos alvo da acção, favorecendo-se o diálogo e troca de opiniões. O propósito é aproximar a Prevenção directa do públicoalvo para, desta forma, procurar partilhar a informação necessária e responder, in loco, ás dúvidas eventuais dos interessados que, motivado a tabus sociais diversos, não encontrando forma de se expressarem. Mas o propósito essencial não passa por fornecer, simplesmente, a informação mas antes discuti-la e torná-la integrante do modo de funcionamento dos sujeitos.
GABINETE DE APOIO JURÍDICO Tel: 917259824 Horário: 15H30 - 17H - 4as feiras Email: gau.lisboa@abraco.pt 6 6
ASSESSORIA JURIDICA Tel: 917259824 Horário: 10H - 19H - 2ª a 6ª feira Email: gab.juridico@abraco.pt
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Mesmo na questão dos comportamentos sexuais de risco, esta era sempre abordada numa perspectiva de Prevenção destes comportamentos, mas sem descurar a parte do prazer e satisfação sexual, tão importante entre os jovens. Foi esta descentralização do que é “dever fazer” para o fazer por dever mas também por prazer que muitas das vezes cativou a atenção dos participantes. Por exemplo, o facto de, algumas vezes, se incentivar a colocação do preservativo pelo sexo feminino, para além de uma vertente também educativa, chamava também à atenção para o facto de que a utilização do preservativo pode ser divertida e apresentar-se sob inúmeras formas, podendo ser estimulante e prazenteiro. As iniciativas de terreno, mediante voluntariado de técnicos e outros colaboradores, não se revelam suficiente para colmatar as falhas existentes na nossa sociedade. De acordo com um artigo publicado em 2004 no “Diário de Notícias”, mediante um estudo da então Comissão Nacional da Luta Contra a Sida, ninguém se lembrava da última campanha de Prevenção organizada. E tal como alguns participantes referiram, quando na última questão do inquérito se pede para fazer alguma sugestão: “só espero que tenham mais iniciativas destas! Porque só assim os jovens de hoje em dia tomam consideração deste assunto!” (estudante de Gestão de Recursos Humanos finalista, 23 anos); “devia haver esta informação em todos os espaços nocturnos e festas” (estudante de Gestão do Desporto, 23 anos); “é preciso mais material de apoio a esta causa, os estudantes assim o pedem, os curiosos também; é preciso apagar a ignorância” (enfermeira, 27 anos); “parece-me que deveriam estar colocados num espaço mais central, e é meritória a forma descomplexada e desinibida como abordam a questão da transmissão” (estudante, finalista de Direito, 23 anos). É no sentido de dar resposta a estes pedidos que não nos limitamos a baixar os braços e deixar seguir a peça sem que nos tornemos intervenientes activos na sociedade, informando e formando todos aqueles que querem e devem saber mais, sendo que o maior reconhecimento é precisamente o daqueles para quem trabalhamos: “apenas agradecer esta vossa iniciativa” (estudante de Estudos Europeus, 24 anos).
Procura-se que os jovens interiorizem a informação, transformem os comportamentos e que assumam a responsabilidade cívica de passar esta informação e consciencializar os seus pares. Ficou clara a necessidade de manter a proximidade com a população alvo, num espírito jovem, descontraído e despreconceituoso, que permite aos jovens aperceberemse dos seus comportamentos, dos seus erros e alterá-los de forma consistente. Será necessário procurar novas estratégias de Prevenção, nas suas vertentes mais práticas, com novas actividades lúdico-pedagógicas e novas formas de passar a informação, sempre adaptada à população-alvo. Um outro aspecto que não poderá ser descurado é a formação dos técnicos e dos voluntários, a fim de se manter a equipa actualizada, dada as questões que muitas vezes nos são colocadas, o que implica um elevado nível de conhecimento sobre a infecção VIH/ SIDA. Por fim, ficou clara a necessidade de desenvolver instrumentos de avaliação que permitam definir novas linhas orientadoras, novas necessidades, assim como avaliar os conhecimentos e práticas dos jovens em relação ao VIH/SIDA, e a sua progressão ao longo dos tempos. Só assim será possível uma intervenção concertada, não estanque, prolongada no tempo, dando sentido de continuidade ao nosso trabalho e aos conhecimentos adquiridos pela população-alvo. O relatório completo encontra-se na área dos documentos técnicos nacionais em: http://www.abraco.org.pt/outros/default3.asp
ABRAÇO, Delegação Norte
Apreciação sobre o trabalho realizado e implicações no futuro:
Este estudo permitiu-nos avaliar alguns aspectos positivos e negativos da intervenção em contextos festivos, assim como algumas situações a manter, alterar ou implementar novas estratégias. Apercebemo-nos que neste tipo de campanhas, pretende-se produzir mudanças profundas nos jovens e não meras alterações comportamentais momentâneas. Pretende-se criar uma consciência comportamental, responsabilidade nas decisões e comportamentos.
CONTEÚDOS E INFORMAÇÃO Sócios: Carlos Gonçalves - socios@abraco.pt N/Sócios: Cláudia Alexandre - geral@abraco.pt Voluntários: Cláudia Alexandre - voluntarios@abraco.pt Reclusos: António Rodrigues - reclusos@abraco.pt 7
ARTIGOS
‘Situação muito díficil’ com a recolha quase total do Nelfinavir (Viracept)
Edwin J. Bernard, Quarta-feira, 20 de Junho de 2007 A Organização Mundial de Saúde (OMS), as farmacêuticas, os organismos reguladores dos medicamentos, as ONG’s e os governos nacionais têm trabalhado juntos para minimizar a ruptura da terapia antiretroviral nos indivíduos afectados pela recolha quase total do Nelfinavir (Viracept). Embora se pensasse inicialmente que a recolha afectasse apenas a Europa, após os alertas publicados pela Roche, pela Agência Reguladora dos Medicamentos e dos Produtos de Saúde Britânica (MHRA) e pela Agência Europeia de Medicamentos (EMEA), a 6 de Junho, de facto, afectou todos os países do mundo à excepção dos Estados Unidos e dos seus territórios, do Canadá e do Japão. “Uma situação muito difícil” A 14 de Junho, a OMS publicou uma declaração da recolha, afirmando que a “Roche informou a OMS, a 8 de Junho de 2007 da recolha total dos seus produtos de Nelfinavir (Viracept)“. A Roche estima que à volta de 45.000 indivíduos são afectados por essa recolha em todo o mundo. O Gerente Internacional de Comunicações da Roche para o VIH e a Hepatite, a Srª Janet Kettels disse à aidsmap.com: “Esta é obviamente uma situação muito difícil, porque muitas pessoas que vivem com o VIH/ SIDA nos países menos desenvolvidos não têm acesso fácil a uma vasta gama de tratamentos alternativos. “ A declaração da OMS sublinha que os “adultos ou as crianças que estão actualmente a tomar Viracept não deviam interromper a sua terapia antiretroviral. Porém, deviam falar com o seu fornecedor de terapia antiretroviral o quanto antes, para mudar do Viracept para uma alternativa adequada.“ “Entretanto,” acrescenta a Srª Kettels, “a Roche está a trabalhar tão rapidamente quanto possível de forma a obter novos lotes de Viracept para pacientes nestes e noutros países afectados pela recolha. Além disso,
nós estamos a trabalhar com as ONGs e fornecemos uma lista de tratamentos alternativos que deviam ser considerados”. A OMS recomenda alternativas ao Nelfinavir As opções recomendadas pela OMS incluem: • um inibidor de protease mais forte; • Nevirapina - com observação rigorosa da toxicidade, se o CD4 estiver acima de 250 células/mm3; • Efavirenze - a menos que esteja no primeiro trimestre da gravidez; • Terapia de nucleósido triplo. A OMS destaca que o “Nelfinavir pertence à classe do inibidor da protease (IP) de medicamentos antiretrovirais. Sempre que possível, a classe do IP devia ser reservado para a terapia de segunda linha, particularmente em cenários onde a disponibilidade de Simposiums Terâpeuticos de TARV é limitada. Ao escolher o IP como terapia de segunda linha para adultos e crianças, um IP mais forte com Ritonavir (/r) é recomendado para potência antiviral.” Acrescenta que, embora o Indinavir, o Saquinavir, o Atazanavir ou o Fosamprenavir mais fortes com Ritonavir sejam alternativas para os adultos, o Lopinavir/r (Kaletra) “é o IP mais forte preferido, porque tem a vantagem de estar disponível como uma combinação de dose fixa e foi recentemente aprovado numa nova fórmula de temperatura constante, o que elimina a necessidade de refrigeração. “Nas crianças,” menciona a OMS, “o Saquinavir apenas está licenciado para o uso em crianças acima dos 25kg” e o Atazanavir e o Fosamprenavir ainda não estão aprovados para o uso em crianças.” A OMS fornece também recomendações específicas para as mulheres grávidas que “por vezes a título excepcional” tomam o Nelfinavir como terapia de primeira linha. “Se for este o caso e nenhum outro IP estiver disponível, então a substituição de Viracept por um outro TARV activo de uma outra classe de medicamentos necessitará ser tido em consideração.” Acrescenta que o Efavirenze e a Nevirapina, que são Não-Nucleósidos da Transcriptase Reversa (NNRTIs ), necessitam ser usados com cuidado em mulheres grávidas.” O Nelfinavir também é usado amiúde para a profilaxia de pós-exposição (PEP) e a OMS declara que os “países que incluíram o Viracept em blocos de profilaxia de
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pós-exposição, devem retirá-lo e substituí-lo por um inibidor de protease adequado mais forte. Se não houver qualquer IP mais forte disponível, a terapia dupla com nucleósidos sem um IP permanecerá eficaz.” Observações à volta do globo Segundo as Notícias Latino-Americanas, Prensa Latina, o Ministério da Saúde do Brasil que fornece o Nelfinavir sem qualquer custo a 9.000 adultos e a 250 crianças – mandou as clínicas substituirem imediatamente o Viracept pelo Kaletra.
nos países menos desenvolvidos. “Infelizmente, eu não posso dizer-lhe quanto, quando ou onde enquanto nós estamos ainda a trabalhar nestes pormenores críticos,” diz ela à aidsmap.com. “Posso lhe dizer que a Roche está a explorar todos os meios possíveis para arranjar novos fornecimentos de Viracept para os pacientes. “Actualmente, estamos a trabalhar com a EMEA para estabelecer quando poderemos recomeçar o fornecimento do Viracept. Uma vez que nós temos autorização por parte da EMEA, estaremos aptos a coordenar rapidamente o refornecimento, incluindo as ONGs que fornecem o Viracept a muitos dos países menos desenvolvidos”, diz ela.
“Além disso,” continua, “a Roche Internacional está em conversações acerca do fornecimento com o grupo central da Pfizer. Porém, há as exigências reguladoras às quais nos temos de sujeitar, o que significa que, como as fórmulas da Pfizer para oViracept não estão No Botsuana, o Ministério da Saúde está a negociar um registadas fora dos Estados Unidos, do Canadá e do reembolso com a Roche, segundo o Dr. Loeto Mazhani, Japão, não podemos simplesmente comprar o stock Director dos Serviços de Saúde, numa entrevista para outros países e distribuí-lo.” com o Botswana Press Agency. Ele disse que, embora mais de 85.000 indivíduos estivessem a tomar terapia Risco para os pacientes em avaliação antiretroviral de primeira linha, menos de 1.000 No dia seguinte ao da recolha, o Dr. Dilruwan Chaminda pacientes estavam a tomar o Nelfinavir. Acrescentou Herath, Director Associado dos Assuntos Médicos, da que os pacientes tratados por serviços governamentais Roche Britânica, disse à aidsmap.com que a Roche ou assistidos pelo governo mudaram também para o tinha tentado determinar o risco para os pacientes que Kaletra. possam ter ingerido o contaminante mesilato de etilo (*), baseado em testes de laboratório e em estudos em Na Zâmbia, onde Pelekelo Mwangisha, avaliador animais. “Na pior das hipóteses,” disse, “a quantidade farmacêutico, da Autoridade Reguladora Farmacêutica ingerida por alguém em tratamento com o Viracept Zambiana (PRA) disse ao Daily Mail Zambiano que o seria 100 vezes menor do que o que se descobriu ser a nelfinavir estava a ser tomado por 100 pacientes, e que causa de tumores em ratos.” o médico de cada paciente teria que decidir para que tipo de medicamento mudar. Disse também que o PRA está A srª Kettels acrescenta que a Roche está a “trabalhar a proceder a inspecções aleatórias em Centros Saúde com a EMEA e o CHMP [Comité para os Produtos privados para assegurar que o Viracept foi retirado do Médicos para Uso Humano da União Europeia] para mercado. avaliar inteiramente qualquer risco potencial para os pacientes que têm estado expostos ao Viracept e dará Virawan Taengkaew, o Sub-Secretário Geral da esta informação às ONGs quando a receber”. Administração Alimentar e Medicamentosa Tailandesa (FDA), disse ao jornal The Nation que a recolha afectaria A declaração completa da OMS sobre a recolha do muito poucas pessoas na Tailândia. Em 2006, 22 Nelfinavir está disponível no website da OMS relativo hospitais tinham prescrito o Nelfinavir a 190 indivíduos, ao VIH e à SIDA em inglês, francês e espanhol. mas este ano apenas 144 pessoas estavam a tomar o medicamento. Acrescentou que os indivíduos que tomam o nelfinavir podiam pedir uma indemnização se (*) O mesilato de etilo também é conhecido como ester se provar que foram prejudicados pela contaminação. etílico do ácido metanosulfónico. [Nota do Tradutor] A colaboração da Roche com a Pfizer, a EMEA e as ONGs Tradução – António Guarita A srª Janet Kettels da Roche confirma que a Roche Revisão - Samuel Fernandes está a tomar medidas para importar fornecimentos do Centro de Documentação - ABRAÇO - Lisboa medicamento não contaminado, com uma concentração
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ARTIGOS
Fórum Nacional das Associações de Doentes - Saúde Portugal Expo & Conferências 2007 - de 20 a 23 de Setembro de 2007 - Lisboa Fórum Nacional das Associações de Doentes O papel das associações de doentes na informação e na prevenção 20 de Setembro de 2007 – Parque das Missas, Belém, Lisboa (Junto à Estação Fluvial de Belém / Museu da Electricidade)
O “Fórum Nacional das Associações de Doentes” que se realiza-se no próximo dia 20 de Setembro é um evento integrado na “Saúde Portugal Expo & Conferências 2007” e tem lugar no Parque das Missas, em Belém (junto ao Museu de Electricidade), Lisboa, organizado pelo “Jornal do Centro de Saúde”, com o apoio institucional do Alto Comissariado da Saúde, e comissariado pela Senhora Dra. Maria de Belém Roseira. O Programa, que se anexa, é em si mesmo suficientemente elucidativo para que o público em geral e, especificamente, os portadores de doenças crónicas, estejam presentes. A FIADC – Federação de Instituições de Apoio a Doentes Crónicos – que foi, desde a primeira hora, convidada a apoiar e a participar no Fórum, sugeriu à organização a colaboração não só de Associações suas Federadas como de muitas outras e, também, de Confederações representativas de Instituições de Doentes e de Deficientes. Todo o evento que decorrerá entre 20 e 23 de Setembro inclui, ainda, a realização entre as 10,00 e as 20,00 horas de “WorkShops” da responsabilidade de Instituições diversas. Conta-se distribuir atempadamente o Programa detalhado dos “WorkShops” de forma a permitir que os interessados possam intervir nas múltiplas acções que se irão realizar, nomeadamente sobre - A Doença Hepática; - Acidentes (Traumatismos e Lesões);
CENTRO DE ATENDIMENTO E APOIO PSICO-SOCIAL Horário: 10H - 19H - 2ª a 6ª feira Email: caap@abraco.pt 12 12
- Asma e Alergias; - Colesterol Elevado; - Depressão; - Diabetes; - Doenças Oncológicas : Prevenção, Diagnóstico e Terapêutica; - Doenças Reumáticas; - Doenças Sexualmente Transmissíveis / VIH-SIDA; - Doenças Vasculares (Coração e Cérebro); - Doente de Alzheimer; - Doente de Parkinson; - Epilepsia; - Esclerose Múltipla; - Fibromialgia; - Hipertensão; - Insuficiência Renal; - Leucemia; - Obesidade; - Osteoporose; - Qualidade de Vida no Doente Oncológico e Como Vencer o Tabu do Cancro; - Tabagismo e Como Deixar de Fumar; - Toxicodependência, Alcoolismo e Tabagismo - Uma Doença Rara; - VIH / SIDA. Não é muito frequente que no mesmo local se reúnam tantos e tão diversificados técnicos disponíveis para responder às questões que lhes forem colocadas, constituindo, assim, este evento, uma oportunidade a não perder. Perante um acontecimento que se perspectiva de interesse público solicita-se não só a mais ampla divulgação do mesmo como a disponibilidade para uma participação activa. Federação de Instituições de Apoio a Doentes Crónicos R. Zófimo Pedroso, 66 1950 - 291 LISBOA Telefone: 218 650 480 *** Fax: 218 650 489 E.mail: fiadc@sapo.pt http://fiadc.no.sapo.pt/
Inscrições gratuitas para: saude.portugal3@jornaldocentrodesaude.pt
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ARTIGOS
Importância da actuação do nutricionista nos indivíduos com VIH/SIDA
Hoje em dia é indiscutível que a nutrição condiciona a saúde das pessoas e a sua qualidade de vida. A alimentação é determinante no estado de saúde ou de doença do indivíduo.
Nutrição e VIH/SIDA
Nos indivíduos com VIH, a nutrição tem um papel essencial, destacando-se 3 questões essenciais. * É um componente vital na correcção da perda de peso involuntária e na perda de tecidos corporais devido aos efeitos das alterações no metabolismo, que são reflexo do estado de malnutrição proteico-energético. * Em todas as doenças que se relacionam com o sistema imunológico, a nutrição está na base dos cuidados de saúde, através do papel desempenhado pelos nutrientes-chave na manutenção da imunocompetência do organismo. Paralelamente, em muitas das doenças associadas, o estado nutricional do indivíduo tem influência na morbilidade e mortalidade, independentemente do processo de doença. * Muitos dos medicamentos utilizados, especialmente os inibidores da protease, causam uma alteração na deposição da gordura corporal (lipodistrofia), reduzem os níveis de colesterol “bom”ou protector (HDL) e causam um aumento dos triglicerídeos no sangue (hipertrigliceridemia). As consequências a longo termo incluem um aumento do risco de doenças cardiovasculares. Estão ainda relacionados com a hiperglicemia e resistência à insulina, que podem conduzir à diabetes Mellitus tipo 2.
Intervenção do nutricionista
A intervenção do nutricionista tem como objectivo principal a melhoria da qualidade de vida do indivíduo e diminuir/atenuar algumas complicações associadas. A avaliação do estado nutricional do indivíduo com VIH/ SIDA envolve a antropometria, observação de índices bioquímicos, observações clínicas, avaliação da ingestão alimentar, compreensão do ambiente, comportamento e aspectos psicológicos e das necessidades financeiras. A educação alimentar surge como o principal meio utilizado, alertando para a necessidade de cumprir cuidados gerais, que se prendem com a distribuição das refeições e sua composição. Este trabalho deverá ser realizado com os indivíduos com VIH, familiares ou ajudantes familiares. Modificações do estilo de vida são muitas vezes necessárias, sendo essenciais para a melhoria do estado de saúde. Passar a tomar o pequeno-almoço, fazer uma refeição a meio da tarde, substituir a manteiga por azeite nos cozinhados ou comer mais fruta e hortícolas, são exemplos de como pequenas alterações no estilo de vida podem influenciar a saúde.
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Procura-se elaborar um plano alimentar individualizado, de acordo com as patologias e história clínica do indivíduo, adaptada a gostos e preferências. Pretendese que as alterações dos hábitos alimentares sejam bem aceites e não motivo de ansiedade ou mal-estar. Sempre que tal seja possível do ponto de vista do estado de saúde do indivíduo, incentiva-se a actividade física, procurando-se que seja incluída no dia-a-dia. Um exercício físico, adequado aos gostos e capacidade física do indivíduo traz benefícios a vários níveis: reduz a perda de massa muscular, tem benefícios a nível da distribuição da gordura corporal (combatendo a lipodistrofia), ajuda a melhorar o perfil lipídico, aumenta o apetite e tem vantagens ao nível psicológico. Pretende-se que o aconselhamento alimentar produza um benefício real no indivíduo. Para tal, existem alguns princípios que têm de ser tidos em conta. Em primeiro lugar é necessário motivar o indivíduo ou os familiares para a mudança. É preciso que haja vontade de atingir um determinado objectivo, que deve ser compreendido. Nesta fase podem surgir algumas limitações que têm de ser discutidas, tais como limitações físicas, questões financeiras, aumento da ansiedade e desmotivação. Na intervenção nutricional tem de surgir a justificação, debatendo-se os motivos para a mudança e suas consequências a nível da saúde. Pretende-se que surja um acordo entre as duas partes, com a criação de objectivos exequíveis e um plano de acção realizado em conjunto com o indivíduo. A intervenção do nutricionista só é possível quando inserida numa equipa multidisciplinar de técnicos de saúde e apoio social. Apenas através de um trabalho conjunto, articulando também quando necessário com o médico e instituição hospitalar e prestadores de cuidados de saúde, é possível uma mais adequada intervenção no estado nutricional. A Equipa de trabalho da Abraço de Vila Nova de Gaia tem, desde Setembro de 2005, uma nutricionista a apoiar o Projecto de Apoio Domiciliário, que se integra no trabalho cuidado desenvolvido pela Equipa técnica constituída pelas valências de educação social, assistente social, psicologia e fisioterapia. A intervenção prevê também a educação alimentar e formação realizada com a equipa de ajudantes familiares que trabalham directamente com os indivíduos com VIH/SIDA, prestando diariamente os cuidados de higiene, alimentação e conforto. Susana Macedo Nutricionista - ABRAÇO - Delegação Norte
REFEITÓRIO Horário: 12H30 - 14H 2ª a 6ª feira 13
ARTIGOS
“NADA SOBRE NÓS SEM NÓS”: Um manifesto de pessoas que usam drogas ilegais (versão internacional) Esboço para comentários – 26 Fevereiro 2007 Este manifesto foi criado por pessoas que usam drogas, e que participaram nas consultas da versão internacional do projecto sobre o maior envolvimento de pessoas que usam drogas. É baseado num manifesto similar, desenvolvido no Canadá, integrado num trabalho levado a cabo pela Legal Network VIH/ AIDS, largamente reconhecida. Os participantes no projecto expressaram a esperança de que as pessoas que usam drogas em todo o mundo, venham a adoptar este manifesto, ou que o utilizem como base para criarem o seu próprio manifesto. Fazemos parte de um dos grupos mais vilanizados e demonizados pela sociedade. Somos os “drogados” dos média mais populares. Somos rotulados de “problemáticos inúteis”, mesmo por alguns dos que se ocupam do nosso cuidado. Fomos fortemente afectados pelas epidemias de VIH/SIDA e Hepatite C. Somos habitualmente excluídos das decisões que afectam as nossas vidas e as dos nossos irmãos e irmãs. Somos filhos, filhas, pais, mães, irmãos e irmãs. Hoje, exigimos ter uma palavra a dizer. Exigimos que os Governos e os cidadãos vejam a nossa humanidade. Também nós merecemos respeito! Temos o direito de nos envolver em actividades que afectam a nossa saúde e bem-estar. Temos o direito de ser capazes de tomar decisões informadas sobre a nossa saúde, incluindo o que introduzimos ou não no nosso corpo. Temos conhecimentos e experiências únicas, e temos um papel vital a desempenhar as políticas sociais, legais, de saúde e investigação que nos afectam.
LINHA TELEFÓNICA DA ABRAÇO 800 225 115 Horário: 10H - 19H - 2ª a 6ª feira Email: linha800@abraco.pt 14 14
Temos a capacidade de: • Educar e ser educados. • Formar organizações • Gerir fundos • Representar a nossa comunidade • Participar em comités consultivos do Governo • Ser úteis em diversos papéis, na qualidade de pessoas que injectam/usam drogas. Precisamos de: • Ser tratados como iguais e respeitados pela nossa experiência no uso de drogas, VIH, Hepatite C, e outros aspectos sociais e de saúde que afectam as nossas vidas; • Ser reconhecidos pelo trabalho que fazemos, muitas vezes sem apoios financeiros, na área do VIH, Hepatite C e outros problemas de saúde que afectam pessoas que usam droga; • Ser financiados de forma adequada e receber recursos para representar e dar resposta às necessidades daqueles que vivem com VIH ou Hepatite C; • Ser apoiados quando demonizados e atacados nos media e na comunidade, por sermos quem somos; • Ser apoiados para desenvolver as capacidades e os conhecimentos necessários para sermos bons educadores e advogados e para gerir organizações profissionais; • Estar amplamente envolvidos em todos os níveis das organizações que nos fornecem serviços, em particular organizações que providenciam serviços relacionados com VIH/SIDA e/ou com o vírus da Hepatite C, ou outros serviços de saúde e sociais; • Ser incluídos em processos consultivos, assim como em organismos ou estruturas consultivas que tomam decisões e definem políticas respeitantes a assuntos relacionados com VIH/SIDA, VHC e drogas ilegais; • Estar envolvidos em investigações que nos afectem, incluindo grupos de análise e processos de consentimento comunitários. Na qualidade de pessoas que usam drogas, as nossas organizações têm um papel importante a desempenhar na defesa dos nossos direitos e da nossa saúde e bemestar. As nossas organizações: • Devem trabalhar no sentido de serem governadas, geridas e dirigidas por pessoas que usam drogas; deverá ser demonstrado o progresso mensurável no sentido do controlo por pessoas que usam drogas; • Estão melhor posicionadas para assegurar a representação apropriada junto dos governos, organizações que não usam drogas e outras entidades de relevo; • Devem ser reconhecidas como sendo válidas e participantes valorizadas, em quaisquer políticas e programas respeitantes ao uso de drogas, incluindo os
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ARTIGOS + CLASSIFICADOS
ABC Ser Criança (Pedido de Material Escolar) direccionados para reduzir danos por vezes associados às drogas, tal como o VIH e a Hepatite C; • Devem ser reconhecidas como participantes também em políticas e programas relativos a outros aspectos sociais e de saúde que afectam as nossas vidas, tais como a saúde mental, habitação e assistência social; • Devem ser tratadas com respeito e como iguais, em todos os acordos de parceria com os Governos e outras organizações; • Têm responsabilidades perante o grande movimento de pessoas que usam drogas, e lutam por dar poder e incluir as pessoas que usam drogas; • Comprometem-se com o princípio da redução de danos, educação e apoio igualitários e desenvolvimento comunitário; • Lutam pela saúde e direitos humanos das pessoas que usam drogas ilegais. Somos parte da solução, não do problema! E somos solidários com os nossos irmãos e irmãs de outros países, que frequentemente sofrem grandes abusos nos seus direitos humanos. Exigimos que os nossos governos tomem medidas nos nossos países, mas também a nível internacional, para que o uso de drogas seja tratado como uma questão de saúde acima de tudo, e que sejamos envolvidos em decisões que afectam as nossas vidas. Cópias deste manifesto e outros documentos relativos ao maior envolvimento de pessoas que usam drogas estão disponíveis nos websites do Canadian VIH/AIDS Legal Network (www.aidslaw.ca) e INSERIR NOMES E ENDEREÇOS DE OUTROS WEBSITES. A reprodução do manifesto é encorajada, tal como a adaptação dos seus conteúdos. Para mais informações, contactar a Canadian VIH/AIDS Legal Network através de info@aidslaw.ca. O financiamento desta publicação foi fornecido pelo International VIH/AIDS Alliance e pelo International Harm Reduction Program (IHRD) AQUI INTRODUZIR DESIGNAÇÃO DE OUTRAS CONTRIBUIÇÕES.
Estamos no início do novo ano lectivo e com algumas dificuldades em responder ás necessidades escolares das crianças/jovens do Projecto Ser Criança, uma vez que os cortes orçamentais realizados, afectam todos os jovens em idade escolar e com direito a acção social. Visto estarmos a atravessar um período difícil a nível financeiro, solicitamos que reencaminhem este email, de forma a juntarmos apoios para colmatar estas necessidades básicas das crianças/jovens. Material que temos em falta para o novo ano lectivo: Compassos Transferidores Blocos de folhas A4 pautadas e quadriculadas Blocos de papel vegetal Blocos de papel cavalinho A4 e A3 Cadernos pautados grossos com argolas A4 Cadernos quadriculados com argolas A4 Cadernos pautados com margens sem argolas A4 (para criança) Cadernos quadriculados com margem sem argolas A4 (para criança) Capas de elásticos A4 e A3 Cartolinas blocos A3 Minas Borrachas brancas pequenas Apara lápis com e sem caixa Tubos de cola liquida UHU Fita cola Tubos de Guaches Plástico autocolante para forrar livros Correctores Clip’s pequenos Boiões de tinta Capas de lombada larga de 2 argolas A4 Algumas escolas primárias pedem 1 resma de papel a cada criança. Muito Obrigado
Mónica Santos ABC”Ser Criança” - ABRAÇO - Funchal
O financiamento da versão original canadiana proveio da Public Health Agency of Canada.
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As opiniões expressas nesta publicação pertencem ao autor e não representam forçosamente a posição dos financiadores.
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ARTIGOS
VIH e Toxicodependência É do senso comum que o uso de uma seringa já utilizada é uma das formas de contágio pelo VIH. No interior da seringa o vírus está protegido e continua a ser infeccioso por períodos mais longos. Ao utilizarmos uma seringa já usada arriscamo-nos a ser infectados com a agravante de que o vírus entra de imediato na nossa corrente sanguínea e começa a reproduzir-se. Em 1993 o Ministério da Saúde em parceria com a Associação Nacional de Farmácias (ANF), iniciou um programa de troca de seringas que teria uma duração de 3 meses. Os responsáveis pelo mesmo depressa se aperceberam que havia necessidade de que o mesmo continuasse devido à procura dos kits e decidiram continuar com esse programa, que se mantém até aos dias de hoje. E em boa hora o fizeram, pois estima-se que em cada 10.000 chutos, se evitaram 7.000 novas infecções quer do VIH quer do VHC (Vírus da Hepatite C). Quanto ao kit, propriamente dito, inicialmente registava algumas lacunas que foram sendo melhoradas, nomeadamente, passando a ter em vez de uma, duas seringas. Este ano, no passado dia em 7 de Setembro, a CNIVIH juntamente com o INFARMED e a ANF apresentaram, publicamente, a estrutura do novo Kit para os Utilizadores de Drogas Injectáveis (KUDI). Esta última versão apresenta melhoramentos que o ajudam a desempenhar mais eficazmente a função de prevenção para a saúde, prevenindo formas de contágio para novas infecções. Das alterações, destaca-se a inclusão do ácido cítrico em substituição do limão e a carica necessária à preparação da substância para o chuto (ou caldo). Numa altura em que se pretende fazer uma análise profunda ao impacto deste programa de troca de seringas e em que a redução de riscos entre a população toxicodependente parece ser uma preocupação dos nossos responsáveis por esta área, dever-se-á reflectir sobre a questão premente, ou seja, se realmente se deu um passo em frente na prevenção da infecção pelo VIH/SIDA e também no da Hepatite C ou, se pelo contrário, estamos na mesma situação em que estávamos anteriormente. Por um lado os UDIs (Utilizadores de Drogas Injectáveis) têm um Kit mais completo para a administração das substâncias que usam, embora tenham de se adaptar à leveza da carica que facilmente esvoaça perdendose a preciosa droga e a ampola de água destilada deveria passar a duas ampolas, uma vez que o kit está desenhado para duas administrações, mas isto
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são pequenos problemas facilmente ultrapassáveis se houver boa vontade. O ponto importante e sobre o qual nos devemos debruçar é se com este Kit vai aumentar o número de tóxico dependentes a usaremno. Se nada for feito, pessoalmente creio que o impacto vai ser nulo e o número de utilizadores do Kit não vai aumentar. O aumento da eficácia do kit, poderá ter um ligeiro incremento especialmente devido à troca das caricas, pois uma carica usada poderá eventualmente ter material infectante. É necessário que os responsáveis pelo projecto de prevenção sejam inovadores e caminhem de encontro à comunidade, neste caso, comunidade de utilizadores de drogas injectáveis, para que o mesmo se torne cada vez mais eficaz como arma no combate ao alastramento da pandemia do VIH, da Hepatite C e de outras doenças transmissíveis por esta via. É bom saber que existem 1.341 farmácias e 35 unidades móveis que efectuam a troca de Seringas mas como é medido o grau de eficácia destas acções e de forma deve ser visto o número, será necessário aumentar este número de apoios? Estas são algumas das questões que sugerem reflexão. É, também, necessário que os nossos governantes façam uso de algum bom senso para compreender que cada cêntimo gasto em projectos de Prevenção, como o kit para UDI, é um investimento que se reflecte à posterior com contributo para uma sociedade melhor, mais esclarecida e mais socialmente responsável. Os dividendos deste investimento são muito elevados e não podem, de modo algum, ser contabilizados como uma despesa para os cofres do estado. A acção de apresentação pública, como a se passou no dia 7 de Setembro como foi a do novo kit de troca de seringas, não passará de uma acção de fachada ou puro make-up estratégico caso os nossos responsáveis não acreditem, genuinamente, naquilo que afirmaram como sendo uma das suas preocupações e nada mais fizerem para desenvolver o programa. Deve-se cruzar a acção com as palavras proferidas e daí extrair-se ilações muito responsáveis para todos nós. Possivelmente, em textos posteriores serão abordados temas relacionados com o programa de troca de seringas e da sua aplicação efectiva junto das comunidades UDIs, com o único sentido de recordar que ainda há muito trabalho que deve ser feito e que a sua execução só poderá ser feita se houver boa vontade por parte dos nossos responsáveis governamentais. Raúl Almeida, Voluntário da ABRAÇO
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AGENDAS
Poema Anónimo Traição á vida Era jovem, como tantos outros jovens, cheio de vida e de vontade de viver. Porém, um dia, o meu corpo começou a morrer . Como uma serpente silenciosa e mortal, fostes ganhando a batalha dentro de mim, e aos poucos, me tiras o que de mais importante, existia dentro do meu ser, a minha saúde. Deram-te um nome,(sida) mas poderias ter outro qualquer, que continuarias a ser tão devastadora e cruel como és, e nem por um só instante abrandas o teu combate mortal contra a minha vida. Aos poucos. tiras-me todos os pequenos prazeres por mais insignificantes que sejam, todas as vontades, mas acima de tudo, tiras-me todos os meus sonhos. O que resta de mim, é menos que um farrapo, menos que um trapo velho, apenas vivo, porque ainda não me deste o teu golpe mortal. Pois, preferes me consumir aos poucos, para sentires espelhado nos meus olhos, o sabor da derrota.. Porem, vou continuar a lutar, não na esperança de te vencer, pois sei, que no fim tu serás a vencedora, mas me opondo a ti, com todas as minhas forças, para saberes, que vais Ter luta até ao meu ultimo suspiro. Quando perdemos o nosso único bem, ainda nos resta o bem, que podemos fazer aos outros.
Agenda Nacional Mais uma vez realizar-se-á o “QUEER Lisboa 11” – Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, no Cinema São Jorge, entre os dias 14 e 22 de Setembro. A festa de Abertura será a partir das 23 horas no foyer do Cinema de São Jorge, com a presença do DJ Nuno Galopim. Sábado dia 15 realizar-se-á a QUEER Lisboa Party, no Grémio Lisbonense. Domingo dia 16, terá lugar no Max, a Festa Wig in a Box. A festa de encerramento será novamente no Cinema de São Jorge, a dia 22 de Setembro.
Agenda Internacional A International Harm Reduction Association (IHRA) e o International Drug Policy Consortium (IDPC), orgaizam um Seminário que decorra em Lisboa a 18 de Setembro. Este Seminário concentrar-se-á nos preparativos para a revisão, por parte das Nações Unidas, da política global de drogas ilegais, e especialmente o papel que as ONGs podem desempenha na promoção de resultados positivos e eficazes nessa mesma revisão. Mais informações: www.ihra.net
A Fundação Portugal-África organiza uma conferência internacional subordinada ao tema «Europa-África: uma estratégia comum?», que terá lugar na Fundação de Serralves, no Porto, nos dias 28 e 29 de Setembro, nos próximos dias 28 e 29 de Setembro na Fundação de Serralves (Porto). Mais informações em: www.fportugalafrica.pt
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A Conferência “Ajuda Humanitária em Debate: Futuros Desafios para os Actores Europeus”, organizada pela Plataforma Portuguesa das ONGD juntamente com a DirecçãoGeral de Ajuda Humanitária da Comissão Europeia (ECHO), terá lugar em Lisboa a 12 de Outubro e insere-se no debate que está a decorrer desde Dezembro de 2006 no âmbito da UE, visando o consenso europeu sobre a ajuda humanitária e as formas de acção a esse nível.
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ISBN - 978 - 972 - 96002 - 1 - 0 DEPÓSITO LEGAL : 265210/07 ISBN - 2 - 9522405 - 7 - 4 DEPÓSITO LEGAL : JUNHO 2007
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