Folha da
Caserna
Edição: 02 Abril de 2014
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UM ANO DE DEMISSÃO DO CABO SABINO
As batalhas de Brasília ACSMCE de olho no Distrito Federal
Linha do tempo Conheça a trajetória de Flávio Sabino
ACSMCE ASSOCIAÇÃO DOS CABOS E SOLDADOS MILITARES DO ESTADO DO CEARÁ Presidente Executivo
FLÁVIO ALVES SABINO Vice-Presidente Executivo
CB. MARINILSON PEREIRA DOS SANTOS Secretário Geral SD. FCO. ROGÉRIO RODRIGUES Diretor Financeiro CB. CLEBIO ELEZIANO QUEIROZ Sub Diretor Financeiro
SD. CARLOS JACKSON RIBEIRO Relações Públicas
CB. NAFTALI FERREIRA DOS SANTOS Diretor de Patrimônio
SGT. MARCOS AURÉLIO DA SILVA Diretor de Ação Social
CB. FERNANDO ANTÔNIO GUIMARÃES Diretor Jurídico
CB. JOÃO RIBEIRO CONSELHO DELIBERATIVO Presidente CB. ELMAR MARQUES ALBUQUERQUE Secretário CB. JERONIMO PEREIRA SOARES Relator SD. PAULO MUNIZ DE OLIVEIRA CONSELHO FISCAL Presidente SGT. JOSÉ MIRAMÁ ARAÚJO Secretário SGT. JOSÉ MARIA DE SOUZA Vogal SGT. JOSÉ GILMAR VIEIRA SUBSEDE NORTE - SOBRAL Presidente SD. AILTON MARCOS FONTENELE VIEIRA Tesoureiro SD. TANCREDO AUGUSTO ALMEIDA BRITO Auxiliar Administrativo SGT. JOÃO FREDERICO BEZERRA SUBSEDE SUL - JUAZEIRO Presidente SD. SÍLVIO SILAS DE OLIVEIRA NOGUEIRA Secretário ANTÔNIO LUIS BARBOSA VIEIRA Tesoureiro CLÁUDIO RAMALHO GALDINO NÚCLEO MARACANAÚ Presidente SD. ISRAEL CABRAL TEIXEIRA Secretário SD. MANOEL RODRIGUES ANDRADE JR Auxiliar Admnistrativo SD. FELIPE GOMES DA COSTA Gerente de Vendas RENATO AVILA BUENO Agentes Publicitários ANDREI COSTA ALYSSON VALÉRIO
ENTREVISTA Quem é policial militar no estado do Ceará já ouviu falar de Flávio Sabino, ou melhor, é favorecido diretamente por benefícios conquistados com a ajuda dele. Desde 2005, o conhecido Cb. Sabino está na luta por melhores condições de trabalho para os militares no estado como representante da categoria nos mais diversos segmentos da sociedade. Sabino tem 43 anos, nasceu em Quixadá, foi líder de movimentos estudantis na cidade, atuou como professor e camelô. Sua história na Polícia Militar começou há cerca de 21 anos, estando integrado à diretoria da Associação dos Cabos e Soldados Militares do Ceará (ACSMCE) nos últimos oito anos. Sem medo da luta, Flávio Sabino liderou protestos da categoria policial, como por exemplo a ação grevista da PMCE no final de 2011, sendo alvo de “olhares atentos” dos governantes desde então. Em 2013, Sabino foi demitido da Polícia Militar em uma ação que os praças consideraram uma “retaliação” do governo. Em entrevista à equipe de jornalismo da ACSMCE, o ex-militar comenta algumas polêmicas e desabafa sobre como é a situação da Polícia Militar no Ceará.
Folha da Caserna: Quando você se envolveu na representação dos Militares estaduais? Cabo Flávio Sabino: Eu comecei a me envolver com representação de entidade em 2005, como diretor de relações públicas da ACSMCE. Folha da Caserna: E como se encontrava a moral da ACSMCE com a tropa no ano que você adentrou a mesma? Cb. Sabino: A ACSMCE estava em total descrédito com a tropa, eu ouvi muitas vezes os policiais falar a mim “Você também vai roubar do mesmo jeito de quem já passou por lá”. A tropa não acreditava mais no trabalho da instituição. Diante disso, nasceu o desejo de mudar a história da instituição, recuperando a confiança dos policiais e familiares através do árduo trabalho que iniciáramos ali. Para você ter uma ideia a associação possuía apenas dois computadores, duas salas climatizadas e um único funcionário que acumulava diversas funções, O jurídico da associação contava com apenas 4 advogados na capital e um em Juazeiro do Norte, o setor odontológico já
estava instalado, mas funcionando com várias dificuldades e o Clube de Camping da ACSMCE estava desorganizado, sendo utilizado em sua maioria das vezes por pessoas totalmente alheias ao quadro de associados da entidade. Nós chegamos a parar as atividades por falta de impressora e não possuir caixa para a aquisição de uma nova. O único carro que possuíamos era uma Kombi, doada pela Casa Militar, hoje em dia temos mais de 20 computadores, um bom corpo de funcionários e vários carros a disposição da associação. Folha da Caserna: Nós sabemos que a questão de promoções na polícia e nos bombeiros não é um problema recente, mas no seu tempo na associação o que foi feito para mudar? Cb. Sabino: Essa sempre foi uma luta que gostei de encabeçar, sei das dificuldades da 1° promoção, eu mesmo quando virei Cabo já tinha passado mais de 15 anos como soldado, e sabia que a tendência com o tempo era piorar, já que sempre esbarrava na questão das vagas, mas na ACSMCE tivemos alguns avanços como a lei de Fixação de efetivo de 2006 que promoveu mais de 2500 praças, no mesmo ano tentamos dialogar com o governo por mais promoções, mais por falta de vaga. Folha da Caserna: E como resolveria esse problema, o que vocês fizeram? Cb. Sabino: Nós corremos atrás de alguns modelos de promoções de outros estados e com isso protocolamos um projeto de Promoções Compensatórias em reunião
EXPEDIENTE Jornalista: Roberto Barros Designer: Raniel Maia Fotos: Marcus Castro, Raniel Maia, Roberto Barros e Arquivo ACSMCE Grá ca Encaixe- Tiragem 5000 mil unidades (85)8759-2569 | www.acsmce.com.br
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COM CABO SABINO
que tivemos como o Procurador Geral do Estado em 2008. Em 2011 também tentamos por meio de um projeto de lei na assembleia, mas fomos votos vencidos, em 2012 depois do movimento Paredista se formou uma comissão formado por representantes do Governo e das associações representativas, e construíram um projeto que independesse de vaga e fizesse que um Soldado em no máximo 19 anos chegasse a Sub Tenente, só que o projeto foi engavetado pelo Governo do Estado. Folha da Caserna: Em relação a regulamentação da carga horária da PMCE, como você agiu. Quais foram os avanços que vocês conseguiram? Cb. Sabino: Esse é uma questão que a nossa gestão sempre bateu, principalmente em relação a regulamentação da carga horário no interior do Estado, onde os policiais trabalham mais de 96 horas por semana, e em 2009 já levávamos essa reinvindicação ao secretário de Segurança Pública, na época Roberto Monteiro, clamando por uma resolução em relação as escalas do interior do estado. Após a greve esse também era um dos pontos do acordo, só que novamente o Governo do Estado descumpriu esse acordo, e os colegas no interior ainda trabalham em uma carga horária escravagista. Folha da Caserna: A tropa já estava atiçada em 2010, vendo que não acontecia avanços prometidos pelo governo do estado, 2011 tivemos o Sábado Vermelho e no final do ano o movimento Paredista, Como foi esse planejamento, qual foi a importância da ACSMCE nesse trabalho? Cb. Sabino: Tudo começou com o planejamento do Sábado Vermelho, soubemos no dia caminhada que o
governador estaria inaugurando uma obra próxima a Praça do Ferreira, local marcado para o início da caminhada, a gente mudou todo o itinerário da ação, para que o movimento fosse visto pelo Governador e assim aconteceu. O dia seguinte ao Sábado Vermelho, a imprensa local repercutiu com intensidade a nossa ação. Com isso a população Cearense já percebeu que estávamos a um ponto da paralisação, mas para desmontar a sensação de medo, eu e outras lideranças anunciamos que a policia não paralisaria no natal em respeito às famílias, mas no dia da virada de ano (2011/2012) qualquer garantia do tipo era incerta, quando aconteceu toda a população já tinha ciência da insatisfação dos militares estaduais.
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A demissão foi o momento mais difícil da minha vida
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Folha da Caserna: Mas em relação a paralisação, como se desenvolveu? Cb. Sabino: Eu conduzi todo o esquema logístico, enquanto o Cap. Wagner Sousa e outras lideranças conduziram junto com alguns militares a invasão ao quartel da 6ª Cia/5ºBPM. Toda a estrutura da entidade se colocou em favor da categoria militar. O acampamento foi instalado na Companhia
durante os cinco dias e seis noites mais inesquecíveis da minha vida. Folha da Caserna: O movimento teve sucesso, conseguiram fazer o governo se dobrar aos policiais militares, mas e depois quais eram os próximos passos? Cb. Sabino: O momento de negociação foi crucial, muitos policiais ficavam duvidando se o governo cumpriria o acordo, o alívio veio com as mensagens de aumento salarial, da anistia e do aumento de 4 reais na alimentação, mas a desconfiança de todos, inclusive nossa tinha razão, já que o Governo do Estado não cumpriu a maioria dos acordos. Folha da Caserna: É sabido que a assembleia em frente à antiga APROSPEC foi outro momento marcante, porque nesse momento o Governo decidiu utilizar de uma tática suja, expulsando vários pais de família para ser usado como exemplo, entre eles, você foi um dos expulsos, qual foi o seu sentimento depois desse acontecimento? Você recebeu muito apoio da tropa? Cb. Sabino: A demissão foi o momento mais difícil da minha vida. Lembro que dobrei minha farda com carinho como se fosse vesti-la pela primeira vez, porém, sabendo que era a última vez que a tocaria. Quando tirei minha identidade do bolço para colocar junto a minha farda, era como se parte da minha vida estive sendo arrancado de mim. Naquela manhã, chorei muito no meu quarto sozinho arrumando minhas coisas para entregar na PM. Mas, agradeci a Deus por tudo, e entreguei nas mãos dele aquela situação. A tropa me recebeu de braços abertos, como se eu nunca tivesse deixado de ser policial militar. Até hoje continuam me chamando de Cabo Sabino.
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DE SOLDADO APLAUDIDO À LÍDER PERSEGUIDO Maio de 2005: Sabino iniciou na Associação de Cabos e Soldados Militares do Ceará (ACSMCE) como diretor de relações públicas, a convite da gestão que havia sido eleita três anos antes. Na ocasião, Sabino havia perdido as eleições, mas foi convidado a se integrar ao grupo eleito por ter tido grande destaque e bom desempenho nas eleições. A ACSMCE estava em descrédito com a categoria policial. Sabino ouviu por muitas vezes “você também vai roubar do mesmo jeito de quem já passou por lá” nos quarteis. A tropa não acreditava mais no trabalho da instituição. Diante disso, nasceu o desejo de mudar a história da entidade, recuperando a confiança dos policiais e familiares através do árduo trabalho da que iniciaria ali. Agosto de 2005: Após 30 anos sem nenhuma alteração, a ACSMCE participou da reforma do Estatuto dos Militares em 2005, mantido pelo então governador Lúcio Alcântara. Na ocasião, o deputado delegado Cavalcante convocou as associações para a reformulação do Estatuto. A comissão da tão conhecida "ACS", presidida por Flávio Sabino, apresentou emendas, como a que hoje é conhecida como “passe livre” dos policiais do interior do estado.
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Abril de 2006: Foi com a Lei de Fixação de Efetivo que Sabino celebrou sua primeira grande conquista à frende da ACSMCE. Diante de um efetivo de 13 mil homens, a Lei aumentava para 17.551 profissionais, sendo que o Governo do Estado apresentava apenas a promoção 592 soldados, tornando-os cabos. Para os cabos, nenhuma vaga foi apresentada. Ao contrário, o projeto do governo já excedia oito o número de vagas para patente de sargento existentes. E apenas 25 vagas para os então sargentos, promovendo-os para subtenentes. Mediante muito trabalho e dedicação, 2.300 soldados foram promovidos, tornando-se cabos, cerca de 300 cabos foram promovidos à sargentos, além de 95 novos subtenentes em 2006.
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Conheça a trajetóri condições de traba
Outubro de 2007: Quando Flávio Sabino assumiu a ACSMCE, os policiais ainda não tinham espaço, reivindicando melhores condições de trabalho para a categoria, nem representação na sociedade. Quando Cid Gomes assumiu o governo do Ceará, em 2007, afirmou que na Polícia Militar havia corrupção que ele iria “limpar”. Na época, diante dessa afirmativa, a Associação respondeu a altura, lembrando ao governador que a corrupção é um costume entranhado em todos os segmentos, até no que ele está inserido, e desafiou que ele também admitisse que o policial militar cearense recebia o pior salário do Brasil, trabalhava em média 96 horas semanais e que não recebia do Estado nenhuma valorização. Na ocasião, a resposta da ACSMCE à Cid Gomes repercutiu nacionalmente, sendo destaque no site G1, da Rege Globo. Este fato consolidou a Associação dos Cabos e Soldados como a voz dos militares na sociedade cearense, abrindo as portas da mídia para os representantes da entidade.
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2008
Maio de 2008: A ACSMCE foi representada por Sabino em uma reunião com o procurador geral do Estado em que pela primeira vez foi protocolado o projeto “Promoções Compensatórias” na Polícia Militar. Agosto de 2008: No mesmo ano, Cid Gomes apresentou a gratificação por operacionalidade, devido ao programa Ronda do Quarteirão. Na época, os policiais trabalhavam seis dias para folgar um dia e seis noites para folgar uma noite. Em uma audiência pública, na Assembleia Legislativa do Ceará, o então Sd. Flávio Sabino fez um pronunciamento de 15 minutos em defesa da qualidade de vida do profissional da segurança pública. Ele trouxe ao conhecimento daqueles que o assistiam o regime análogo ao de escravo em que os policiais eram submetidos, sendo aplaudido por todos os presentes, incluindo os deputados e o secretário de segurança pública do estado do Ceará, que ocupou o palanque anteriormente e foi vaiado pela categoria. Um dia histórico, em que um soldado foi aplaudido e um secretário de Estado foi vaiado.
ia de Flávio Sabino na luta por melhores alho para policiais e bombeiros militares do Ceará Abril de 2010: As entidades representativas convidaram a categoria para debater os temas pertinentes em uma assembleia no Ginásio da Parangaba, em Fortaleza. A tropa já cultivava um grande desejo de parar as atividades, entrar em estado de greve. Nesse sentimento, a assembleia rumou para a aprovação e aplicação da “Operação Tolerância Zero”, em que os policiais só trabalhariam em condições legais na profissão: quem fosse abordado estando em contravenção penal ou passível de ser crime, era conduzido para as delegacias para sobrecarrega-las de ocorrências, travando as viaturas e desta maneira provocar a falta de policiais nas ruas. Uma ideia muito inteligente, usando o sistema contra ele próprio, fazendo “o correto”. O início da operação foi acordada para o dia da final do Campeonato Cearense. Na manhã do dia seguinte, a própria categoria policial colocou em prática outra operação, desta vez a “Polícia Legal”. Maio de 2010: Posteriormente, aconteceu um encontro de um dia inteiro no Comando Geral da Polícia onde presente estavam: Cabo Luzimar, presidente ACSMCE, St. Zélio, presidente da Associação dos Sargentes e Subtenentes (ASS), St. Fernandes, presidente da Associação Esporte Clube Tiradentes (AET), Nina Carvalho, presidente da Associação das Esposas dos Praças PM/BM do Ceará (ASSEPEC), St. Pedro Queiroz, presidente da Associação de Praças da Policia e Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (ASPRAMECE), além do então vice-presidente da ACSMCE, Sd. Flávio Sabino. A única vitória conquistada na reunião foi o direito ao amparo hospitalar do Instituto de Saúde dos Servidores do Estado do Ceará (ISSEC), aos militares estaduais.
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Setembro de 2011: O Cap. Wagner Sousa assumiu uma das 46 cadeiras da Assembleia Legislativa do Ceará após sua correligionária, Fernanda Pessoa, se licenciar. O então deputado realizou algumas reuniões de planejamento estratégico para a categoria policial e em uma delas o capitão evidenciou o desejo de paralisar as atividades. Flávio Sabino apoiou a ideia, colocando a Associação dos Cabos e Soldados Militares do Ceará à disposição, financeiramente e estruturalmente. A diretoria da ACSMCE, e a esposa de Flávio Sabino apoiaram a decisão do mesmo que agora estava na posição de presidente da entidade. Dezembro de 2011: foi realizado um café da manhã para mobilizar a categoria. No encontro seria discutido os prós e os contras da ação, bem como os passos seguintes. Os PMs repassaram entre si a convocação, garantindo, assim, o sucesso da reunião. Uma caminhada foi então acordada para marcar o movimento dos policias militares. Na ocasião estava acontecendo a inauguração de mais uma etapa do Metrô de Fortaleza, com a presença do chefe de estado. No decorrer da cerimônia, o local foi tomado pelas centenas de pessoas vestindo as camisas vermelhas do passeata, que teve itinerário desviado para contemplar o evento. A caminhada foi denominada “Sábado Vermelho”. Por motivo da cor das camisas usadas no movimento. “Se não melhorar, a Polícia vai parar!”, foi o que o governador do Ceará ouviu da multidão. Um conselho disciplinar foi aberto contra Flávio Sabino, Pedro Queiroz e outros policias identificados no Sábado Vermelho. GREVE: Diante destes acontecimentos foi realizada a última assembleia da categoria no. Contando com a presença maciça dos PMs, destes vários encapuzados, preservando suas identidades. O encontro findou com a aprovação por unanimidade da paralisação, decretando a greve da PM e BM do estado do Ceará.
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Um capítulo a ser escrito
Janeiro de 2012: As centrais sindicais e outras entidades nacionais declararam apoio à greve. Buscando apoio e formas de negociação com o governo, Dom Edmilson da Cruz foi visitado pelos líderes do movimento, que sensibilizado com a luta leva a causa ao conhecimento de Dom Antônio Tosi, arcebispo de Fortaleza na ocasião. Na ocasião, estavam presentes Flávio Sabino, p. Queiroz e Cap. Wagner. Nem mesmo a mediação pessoal da maior autoridade da Igreja Católica na capital cearense foi motivo para que Cid Gomes abrisse as negociações. No dia três de janeiro, Sabino consegue o apoio dos empresários da capital (CDL, SINDUSCON, FECOMÉRCIO, entre outros), além de líderes evangélicos, como a Convenção dos Pastores da Assembleia de Deus e o Pr. Armando Bispo da Igreja Batista Central (IBC). Até aquele momento, o Governo do Estado não havia apresentado nenhuma proposta sobre as reivindicações da categoria. Ao final da tarde daquele mesmo dia, Cid Ferreira Gomes sede a grande pressão, mediado pelo Ministério Público, na pessoa da Dra. Socorro França. Uma reunião foi marcada convidando os representantes para a análise de um acordo. Posteriormente, a comissão formada por Flávio Sabino, Cap. Wagner, Pedro Queiroz, Cb. Reginauro (Corpo de Bombeiros) e a presidente da Associação das Esposas das Praças dos Militares do Estado do Ceara (AEPMEC), Nina Carvalho, apresentou o acordo aos policiais militares. O encontro com a categoria aconteceu na 6° Cia/5° BPM, resultando na aceitação do acordo por parte dos profissionais. Assim, um dos maiores movimentos militares da história findou sem nenhum tiro disparado e sem nenhum policial ferido. A paralisação teve fim, mas o movimento não.
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Janeiro de 2013: Em resposta às ações da categoria policial, os “superiores” iniciaram uma perseguição aos representantes dos Praças. Um ano depois da greve, no dia três de janeiro de 2013, uma reunião informativa foi cercada para identificar os policiais presentes. Maio de 2013: A Controladoria dos Orgãos de Segurança Pública iniciou uma investigação para identificar ‘’possíveis irregularidades’’. Ao fim do processo, definiu-se a demissão de dez policiais militares, identificados na reunião informativa de outrora. Flávio Sabino estava no grupo, encerrando sua trajetória de 21 anos na corporação. Por três votos à zero, em um conselho movido pelos Oficiais da PM, Sabino é desligado da instituição, tornando-se novamente um civil. O governo conseguiu se vingar do "movimento paredista", sob a alegação de que Sabino estava arquitetando uma nova greve da Polícia no estado.
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As batalhas de Brasília Desde de cedo a Associação de Cabos e Soldados Militares do Ceará (ACSMCE), entendeu a importância de se mobilizar em Brasília, o Presidente da ACSMCE Flávio Sabino conta “Desde de 2008 estamos indo para Brasília lutar pela categoria, fomos a primeira associação do Ceará a se preocupar com os assuntos em níveis federais, naquela época já falávamos em piso nacional, já que passávamos pela fase de construção da PEC 300”. A PEC 446/300 é uma Proposta de Emenda à Constituição que prevê a criação de um piso salarial para todos os Policiais e Bombeiros, cujo valor será definido por uma lei federal num prazo máximo de 180 dias após a publicação da PEC, e também de um fundo para subsidiar o aumento de despesas decorrente da aprovação da emenda. Viajamos inúmeras vezes para tentar uma aprovação da PEC 446/300, sendo que a mesma já foi aprovada em dois turnos no Senado e também em 1° turno na Câmara em 2010, desde de então a base do governo vem adiando a votação, e há 4 anos a mesma não recebe movimentação no sentido de ser aprovada, “Viajamos várias vezes, esperando uma aprovação em 2° turno na Câmara Federal, mas todos os presidente daquela casa só adiaram as votações, primeiro Michel Temer, depois Marcos Maia e por último Henrique Eduardo Alves, chega a ser frustrante o modo como eles nós tratam, mas não desistiremos dessa luta” afirmou o Presidente da ACSMCE Flávio Sabino. E não foi a única luta travada pela ACSMCE e sua diretoria, depois do movimento Paredista dos militares estaduais no Ceará em 2012, mesmo conseguindo a anistia a nível estadual, os processos andavam na justiça militar, e foi uma luta de meses, tentando fazer com que o projeto de lei de anistia fosse aprovado em Brasília, Sabino falou sobre as dificuldades dessa batalha “Durante meses viajávamos praticamente toda a semana com a esperança que o projeto fosse aprovado, e para cada tentativa frustrada vinha um momento de decepção, mas nós não desistíamos pensando nas centenas de pais de família que poderiam perder seus empregos, mas como diz o ditado,
As grandes mobilizações que a ACSMCE participou em Brasília em busca de melhorias para os militares estaduais
agua mole e pedra dura tanto bate até que fura”. No dia 02 de Agosto de 2013, o projeto de Lei n° 12.848, concedeu anistia aos policiais e bombeiros militares dos Estados de Alagoas, de Goiás, do Maranhão, de Minas Gerais, da Paraíba, do Piauí, do Rio de Janeiro, de Rondônia, de Sergipe, da Bahia, do Ceará, de Mato Grosso, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, de Roraima, de Santa Catarina, Tocantins e do Distrito Federal punidos por participar de movimentos reivindicatórios. A ACSMCE também briga pela desmilitarização, onde já participou de diversas discussões e reuniões com Senadores, deputados e outras autoridades no assunto, mas entendemos que o melhor caminho para conseguir novas conquistas para os policiais e bombeiros é através da representatividade política.
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