ConstruARCH: Paula Portella

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PONTE AÉREA FRANCA-BRASIL JULIEN V E Y R O N , P R E M I A D O ARQUITETO FRANCÊS, APOSTA N O TERRITÓRIO V E R D E - E - A M A R E L O PARA PRIMEIRA FILIAL DE R E N O M A D O ATELIER E U R O P E U

PRA ONTEM! D U P L A D I N Â M I C A DE ARQUITETAS ANALISA, FAZ BRIEFING E SUGERE SOLUÇÕES, TUDO, E M NOVENTA MINUTOS

LUXUOSAMENTE COLORIDA B R U N E T E F R A C C A R O L I R E V E L A O INICIO D A R E L A Ç Ã O C O M A S CORES E CONTA O SEGREDO PARA NÃO ERRAR N A M Ã O

INVERSAMENTE PROPORCIONAL OS M E T R O S Q U A D R A D O S A M E N O S SE C O N V E R T E R A M E M CRIATIVIDADE A M A I S E M P R O J E T O D E LOFT E M SÃO PAULO

CONECTADA COM COR E CANÇÕES • A R T i S • A = L A 5 T I C A SE I N S P I R A N A P A I X Ã O P E L O B L U E S P A R A

mm

CRIAR PAÍFEISIDTDÍVÃS D A B L A C K M U S I C

V PEQUENOS E INDISPENSÁVEIS

DETALHES_QUE VÃO DA COR (DO ANO!) ATÉ A PLANTA QUE I R ^ RENOVAR OS "ARES" DA SUA CASA

CONSTRUÇÃO

A R Q U I T E T U R A

DECORAÇÃO

D E S I G N

LIFESTYLE

A R T E


GALERIA


PINCELADAS N a s t e l a s , as n o t a s g a n h a m c o r . Tons m a t e r i a l i z a m m ú s i ca e divas da Black M u s i c se fundenr, num n^isto de c r j a tividade e ousadia. Por A m á b y l e S a n d r i

folos A t e l i e r Paula P o r t e l l a

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GALERIA

DA JANELA DO QUARTO, o vai-e-vem dos carros a entretinha. O apartamento não ficava no térreo e ela não sabia falar inglês. Mas, quando, do alto, ouviu o inconfundível ritmar de palavras no jogo de notas libertárias, sua vida mudou. Paula tinlia oito ou nove anos de Idade. E foi ali, naquele dia comum, que o blues invadiu sua imaginação, "Mustang Sally" foi a música que acionou o interruptor da criatividade, "Esse dia do carro antigo passando, tocando 'Mustang Sally', para mim foi inesquecível. Foi o dia em que a semente da black musIc foi plantada em mim", confidencia Paula Portella. No jardim de inspirações de Paula, brotaram outras espécies, todas ligadas à arte. Adubado pela curiosidade, o talento para o mundo artístico parece ter tido um toque cinematográfico, como na cena em que o desejo para descobrir a sensação de um tecido criou uma situação Inocentemente constrangedora. Paula estava no auge dos seis anos de idade, quando uma moça com uma calça de veludo passou na sua frente, "Quando essa moça se abaixou para pegar o filho, não tive dúvidas: fui lá e passei a mão na calça dela para sentir a textura. Mas nessa de 'sentir a textura', acabei passando a mão na bunda da moça", se diverte, lembrando. Foi a escola, aliás, o ambiente em que o sentimento pelas artes aflorou, E, como toda paixão que não cabe em si, extrapolou os muros do colégio rumo à especialização. Paula conta que, aos 10 anos, fez aulas extracurriculares de pintura na Academia Brasileira de Arte, em São Paulo e, aos 14, começou o dedilhar do violão num conservatório. Mistura que deu trabalho ao pai nas horas das refeições. Para não almoçar e jantar ouvindo música, ele dizia à filha que "precisavam desligar o som um pouco para que as comidas não dançassem na barriga". Frase que surtia efeito. Quietinha, Paula imagi-



nava como seria o bailar dos alimentos estômago a dentro.

lho. A artista acredita que, visualizando a peça original, o p ú -

Mas foi outra aventura de criança que se transformou no di-

blico entende melhor a técnica, "Futuramente os painéis de

ferencial depois de adulta: as massinhas de modelar. O que

massinha serão enviados a leilão. Mas, por enquanto, estão

poderia ser considerado, amigavelmente, como Síndrome de

todos comigo", explica.

Peter Pan, deu origem a uma série de painéis originais, numa

Os nomes, aliás, nascem com a obra. É depois de prontas que

experiência única. A ideia de fazer quadros com massinha

as criações são batizadas. Na série mais recente, a "Black

apareceu enquanto tomava um café, numa livraria em llha-

Power Divas", os títulos são o resultado da junção dos no-

bela, São Paulo. Foi assim, por acaso, que ela descobriu num

mes das "ídolas" da black music - tanto de décadas passa-

livro a técnica da cerâmica plástica, O pensamento voou,

das quanto contemporâneas. Quer um exemplo? Ella Simo-

"Comecei a pesquisar melhor sobre este suporte e notei que

ne - um mix de Ella Fitzgerald e Nina Simone.

somente era utilizado para fazer bijuterias e utensílios do-

Sobre se tornar um ícone ou ser lembrada como uma grande

mésticos. Eu não queria nada disso, então a Ideia de fazer os

artista, Paula pondera: "Eu tento me desprender dessa coisa

painéis com a massinha surgiu na mesma hora", conta. Não

de deixar uma imagem sobre mim, pois me soa um pouco

deu outra: a aplicação Inédita da técnica em obras de arte fez

egocêntrico, como se tivesse a ver mais com a minha pes-

o maior sucesso, "Então tive a ideia de fotografá-los em es-

soa do que com a minha arte". E resume, de forma didáti-

túdio profissional de fotografia e fazer giclées (Impressões

co-poétlca, a maneira como vê o papel do ofício escolhido:

numeradas e limitadas de padrão museológico), com dimen-

"Os artistas proporcionam uma forma de as pessoas exer-

sões maiores, o que trouxe mais força ainda ao resultado f i -

citarem e expandirem o pensamento através dos milhões de

nal destas obras", complementa.

sentimentos e ideias que as artes em geral podem desper-

Além dos painéis com massinhas, Paula também faz telas

tar. Gosto muito de uma frase de Albert Einsten, que resume

com técnicas "convencionais", como a tinta acrílica, óleo e

em parte isso que estou dizendo: A mente que se abre a uma

spary. As obras originais de cerâmica plástica viraram via-

nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original"'.

jantes. Saem mundo afora como forma de divulgar o traba-

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