Mergulho 148 - Açores - NOV 2008

Page 1


briefing

M

Presidente e Editor Ernani Paciornik Vice-Presidente Denise Godoy denise@gr1editora.com.br

Mergulhar em condições ruins tem graça? Ô se tem... Depois de (merecidas?) férias no Caribe e dez dias mergulhando no azul quase “inexistente” do ABC do Mergulho – Aruba, Curaçao e Bonaire –, meu primeiro mergulho em águas brasileiras foi na Laje de Santos, num dia “meia-boca”: seis ou sete metros de visibilidade e olhe lá. Mas a manhã Redação estava ensolarada, o bate-papo com novos e velhos amigos rolou solto Diretor de Produto Alcides Falanghe afalanghe@revistamergulho.com.br Editor Zé Lúcio Cardim zelucio@revistamergulho.com.br ida e volta, a gentileza da tripulação do barco Atmosfera I (leia Dani Editor de Arte Alexandre Sakihama alexandre@gr1editora.com.br e João Paulo) foi nota 10 como sempre... Enfim, para quem gosta de Tratamento de imagem Paulo Nery paulo@gr1editora.com.br mergulhar, há todo um ritual que não é qualquer agüinha suja que vai Estagiária Patricia Moya patricia@revistamergulho.com.br Colaboraram nesta Edição Ary Amarante, Áthila Bertoncini, Cezar Torres, Francisco estragar. E, para finalizar, dois mergulhos com um “pasto” de nudibrân- Nakahara, Eduardo Kossatz, João Paulo Cauduro Filho quios, tartarugas, dezenas de raias-prego (e não é modo falar, não...) e Marcio Lisa, Maria Borgonha, Maurício Carvalho, Osmar Luis Jr., até uma rara, segundo me garantiram, raia-borborleta. Quisera eu ter Paulo Amorim, Rodrigo Guimarães e Rodrigo Thomé Endereço Av. Brigadeiro Faria Lima, 3064 – 10º andar dois mergulhos como aqueles todo dia. CEP 01451-000 – São Paulo – SP – Tel.: (11) 2186-100 Prova maior de que mergulhos ficam impressos na memória, trazemos o relato do experiente mergulhador Eduardo Kossatz sobre uma saída Publicidade Executivos de Contas Nadia Bronze Verlangieri nadia@nautica.com.br casca-grossa para a mesma Laje, que poderia ter tido conseqüências Gabriela Llovet gabriela@nautica.com.br muito mais sérias do que um grande susto e um barco fedorento. Já Ary Representante Paraná Gustavo Ortiz Sampaio gustavo@nautica.com.br Produção Gráfica Ana Paula Jacinto publicidade@gr1editora.com.br Amarante, que há muito tempo resolveu imprimir suas lembranças antes Marketing Monique Lopes monique@gr1editora.com.br em filmes e mais recentemente em cartões de memória – sempre com Endereço Av. Brigadeiro Faria Lima, 3064 – 10º andar indiscutível técnica e sensibilidade – nos traz registros de um dos surreais São Paulo – SP – Tel.: (11) 2186-1000 pontos de mergulho do Brasil: a Risca do Zumbi, no Rio Grande do Norte. marketing Se bem que, em um dia normal, as formações que estão entre as mais Marketing/Projetos Especiais Marcia F. H. de Melo Genovese marcia@gr1editora.com.br bonitas do mundo, são envoltas por águas transparentes e quentes. Ali, o prazer de mergulhar faz o estilo “convencional”: lindos cenários, fauna Circulação/Assinaturas de Circulação Heloísa Siqueira heloisa@gr1editora.com.br rica, água limpa. Assim como no além-mar de Gerente Assessor de Circulação Ricardo Rodrigues rico@gr1editora.com.br Açores, no outro lado do Atlântico. Um arquipé- Relacionamento Assinaturas Thalita Cordero thalita@gr1editora.com.br lago feito sob medida para mergulhadores, mas Números Atrasados Camila Leal www.mergulho.com.br/lojavirtual ainda pouco conhecido pelas bandas de cá, Atendimento ao leitor radiografado nesta edição por Áthila Berton- Roberta Coelho atendimento@revistamergulho.com.br cini e Maíra Borgonha, num texto que flutua Atendimento ao assinante entre o luso e o brasileiro naquela que Camões CENTRAL DE ATENDIMENTO considerou “última flor do Lácio”: a língua SP (11) 3512-9474 RJ (21) 4063-9507 portuguesa. BH (31) 40639703 Agora, se tem alguém que não liga mesmo Eduardo Kossatz Horário de atendimento: das 8h às 18h para pouca visibilidade é o fotógrafo Marcio Lisa. Pelo contrário, gosta tanto que já marcou OU PELO “FALE CONOSCO”: www.assinemergulho.com.br/fale conosco viagem de volta à Indonésia e ao Estreito de Representantes Lembeh, paraíso do muck diving, tipo de mer- Rio Grande do Sul Compágina Veículos de Comunicação - Renato Rosa gulho que pode ser classificado como “sujo” Rua Francisco Trein, 208 / 205 – Cristo Redentor – Porto Alegre – RS (mas no bom sentido...). Foi ali, sem enxer Cep 91350-200 – Tel.: (51) 3019.0919 / (51) 9955.5166 e-mail: compagina@terra.com.br gar nada a um palmo do nariz, que Marcio encontrou criaturas tão impressionantes que Santa Catarina Yuri Representações Ltda – Atanil Wagner Filho R. Hilário Vieira, 49 ele divide a experiências com os leitores de – Centro – São José – SC – Cep.: 88103-235 – Tel.: (48) 3247.7804 / (48) 9980.6221 - e-mail: ianyuri@bol.com.br Mergulho, com valiosas dicas para flagrar esses Áthila Bertoncini e bichinhos escondidos na “penumbra sub”. E, Maíra Borgonha Mergulho é uma pu­bli­ca­ção men­sal da GR Um Edi­to­ra Ltda. ISSN 1413-408X. at last but not least, para embasar de vez a Novembro 2008. Jor­na­lis­ta res­pon­sá­vel: De­ni­se Go­doy MTb 14037. Ar­ti­gos as­si­na­dos não re­pre­sen­tam ne­ces­sa­ri­a­men­te a opi­ni­ão da re­vis­ta. tese de que a diversão não está necessária e To­dos os di­rei­tos re­ser­va­dos. Mer­gu­lho é dis­tri­bu­í­da com ex­clu­si­vi­da­de diretamente ligada às condições do mergulho, no Bra­sil pe­la Dis­tri­bu­i­do­ra Na­ci­o­nal de Pu­bli­ca­ções – Di­nap. Nú­me­ros trazemos a cobertura de mais uma edição dos atra­sa­dos poderão ser adquiridos mediante disponibilidade de estoque e ao preço da última edição em banca, mais as despesas de postagem, pelo Dive Games, uma grande festa realizada na site www.mergulho.com.br/loja. As­si­na­tu­ras: www.assinemergulho.com.br. capital gaúcha em água doce e clorada, mas A Edi­to­ra ga­ran­te aos assinantes des­ta pu­bli­ca­ção que a interrupção na en­tre­ga dos exem­pla­res contratados im­pli­ca­rá na res­tituição, em reais, quem disse que o pessoal não saiu da piscina do va­lor pa­go cor­respondente aos exem­pla­res a en­tre­gar de­vi­da­mente de cabeça feita? Por isso, meu amigo, não se cor­ri­gi­do, de acor­do com as dis­posições le­gais. deixe enganar. Mergulhar é sempre melhor do IBEP Gráfica CTP, impressão e acabamento que não mergulhar. Marcio Lisa Zé Lúcio Cardim 06 >>mergulho


Ilhéu das Cabras

O peixe-porco (Balistes carolinensis), “arroz de festa” nos Açores

Rascassos (Scorpaena maderensis)

Ouriço (Sphaerechinus granularis) Caneiro dos Meros : o melhor lugar em Açores para encontrá-los

Ilha das Flores

Golfinho (Delphinus delphis)

Mergulho à

portuguesa

Visibilidade que supera os 30 metros, montes submersos e muitas espécies de passagem. O mergulho em Açores é irresistível... Textos e fotos: Áthila Bertoncini Andrade e Maíra Borgonha 26 >>mergulho

Arquipélago de sonhos Em pleno Oceano Atlântico, a aproximadamente 760 milhas de Lisboa, encontra-se o Arquipélago dos Açores. O conjunto de nove ilhas de origem vulcânica - cujo nome é originário de uma ave de rapina - estendese por 500 quilômetros. São Miguel e Santa Maria constituem o grupo oriental das ilhas. Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial, o grupo central; e Flores e Corvo, o grupo ocidental. No passado, o arquipélago foi considerado importante rota e local de caça para os navios baleeiros e há quem diga que as ilhas sejam vestígios da lendária Atlântida... A viagem por solo e mar açorianos começa na ilha Terceira. Em meio a espetaculares imersões e felizes “intervalos de superfícies”, passamos pelas ilhas do Faial e Flores até alcançar o destino final: a pacata ilha do Corvo. A ilha Terceira, que carrega o nome por ter sido a terceira ilha descoberta, é famosa por sediar as touradas portuguesas. Deixando a algazarra das touradas de lado, seguimos rumo ao ilhéu das

Peixe-rainha (Thalassoma pavo)

Cabras, localizado a menos de uma milha ao sul da Ilha, o qual abriga a conhecida gruta dos Ratões. Famosa pela concentração de “ratões” - raias da espécie Taeniura grabata que possuem formas bem arredondadas - a gruta apresenta uma plataforma rochosa aos 8 metros abrindo-se em um fundo arenoso com grandes rochas até os 24 metros de profundidade. Espécies comuns de serem avistadas no local são as castanhetas-amarelas (Chromis limbata), castanhetas-pretas (Abudefduf luridus), salemas (Sarpa salpa), garoupas (Serranus atricauda) e bicudas (Sphyraena viridensis) de passagem. A seguir, ainda no sul da Ilha, encontra-se o naufrágio do Vapor Lidador, de 78 metros de comprimento que fazia a linha Portugal/Brasil. Afundado em 1878, é parte do Parque Arqueológico Subaquático da baía de Angra do Heroísmo, onde repousa. O mergulho no local é raso (3 a 7 metros) e fácil, a saída é feita pelo centro náutico e não necessita de embarcação, estando todo ele muito bem sinalizado, o que inclui placas informativas


Espirografo (Sabella spallanzanii)

Marinha de Angra do Heroísmo

Peixe-bochecha (Gobius paganellus) Lírios (Seriola rivoliana)

Casa-alugadasedentário (Calcinus tubularis)

Moréia (Muraena robusta)

Além das inúmeras opções de scuba, Açores tem muitas piscinas naturais, excelentes para o mergulho livre

Peixes-rainha (Thalassoma pavo) Mero juvenil (Epinephelus marinatus)

fixadas na sua estrutura. No naufrágio são facilmente encontrados polvos (Octopus vulgaris), rascassos (Scorpaena maderensis), os simpáticos bochecha (Gobius paganellus) e caboz-lusitano (Parablennius ruber) e espécies nada comuns nos mergulhos na costa brasileira, apesar de ter parentes próximos, como as abróteas (Phycis phycis). Além das inúmeras opções de mergulho autônomo, os Açores são repletos de “zonas balneares” que possuem piscinas naturais, excelentes para a prática do mergulho livre. Na face norte da Terceira, estão as famosas piscinas dos Biscoitos e Quatro Ribeiras onde uma apnéia exploratória permite encontrar os coloridos peixesrainha (Thalassoma pavo), caboz-detrês-dorsais (Tripterygion delaisi) e as estrelas-do-mar (Ophidiaster ophidianus). Já no sul da ilha, a praia da Silveira, Negrito, Salgueiros e Porto Martins são lugares que merecem uma parada. Os costões rasos e ricos fundos arenosos, revelam belezas como os bodiões de areia (Xyrichthys novacula), inúmeros predadores vorazes como peixeslagarto (Synodus saurus), salmonetes (Mullus surmuletus) buscando alimento e os temidos vermes-de-fogo (Hermodice carunculata). O mar dos Açores abriga cerca de um terço das 81 espécies de cetáceos existentes no mundo, com destaque para os cachalotes (Physeter macrocephalus) e os golfinhos-comuns (Delphinus delphis). Fatores como a situação geográfica, a disponibilidade de alimento e a ausência de plataforma continental contribuem para o aparecimento das espécies em migração e

as que habitam maiores profundidades. As ilhas Terceira, São Miguel e Fayal contam com boa estrutura para realizar a observação de cetáceos (walewhatching). Deixar a Terceira e partir para o Faial é emocionante pela alegre chegada na colorida marina da cidade da Horta. Local de referência para navegadores de todo o mundo, como recordação da passagem são deixadas incontáveis pinturas no chão da marina, pois se diz que os marinheiros que não o fizerem não chegarão ao seu porto de destino. Parada obrigatória na Horta é o Peter’s Café Sport, bar muito conhecido pelos navegadores que fazem escalas na ilha, que ali mesmo deixam penduradas cartas para as embarcações que por lá passarão. No seu interior também há um museu contando a história do scrimshaw, a arte de entalhe em ossos e dentes de cachalote. Quando chegar ao Peter’s não deixe de pedir o famoso gin tônica, marca registrada do bar. Próxima parada: ilha das Flores. A designação ocorre em virtude da abundância de flores, especialmente hortências espalhadas por toda a ilha. Em Flores, as piscinas naturais do povoado de Santa Cruz ficam em frente a uma tranqüila área de camping onde é possível descansar e curtir as belezas subaquáticas fazendo mergulho livre. Outro balneário que deve ser visitado está localizado no povoado da Fajã Grande. A espetacular vista das montanhas ao fundo cortadas pela queda d’água de 90 metros do Poço do Bacalhau contrastando com o azul do mar são um convite ao mergulho. Multimergulho << 29


Água-viva (Pelagia noctiluca)

golfinhos-comuns (Delphinus delphis)

Verme-de-fogo (Hermodice carunculata)

Espirografo (Sabella spallanzanii)

Caboz-de-três-dorsais (Tripterygion delaisi)

Garoupa (Serranus atricauda) Marina de Horta, Faial

Localizados em mar aberto, os montes submarinos se elevam a mais de mil metros do fundo até poucos metros da superfície

coloridos ouriços-de-espinho-curto (Sphaerechinus granularis), moréiaspretas (Muraena augusti), camarõesdas-poças (Palaemon elegans) e outros invertebrados, como o espirografo (Sabella spallanzanii), fazem brilhar os olhos de qualquer mergulhador. Partindo das Flores, é possível fazer o trajeto em direção a ilha do Corvo com barcos infláveis em uma travessia que dura cerca de 30 minutos, e geralmente é acompanhada por paradas para observação de golfinhos dando um show à parte. O pacote inclui no retorno, um passeio costeando a ilha das Flores, com suas grutas e falésias que não deixam dúvidas do seu título de ilha mais bonita do Arquipélago. Corvo possui inúmeras peculiaridades, dentre elas a sua população que oscila em torno dos 400 habitantes onde o city tour não leva mais de 15 minutos. Em 2007 recebeu o reconhecimento internacional perante a Unesco – juntamente com a ilha da Graciosa – sendo classificada como Reserva da Biosfera (assim como o nosso Pantanal e Amazônia) integrando as 482 reservas distribuídas em 102 países que buscam soluções para conciliar a conservação da biodiversidade com seu uso sustentável. No final da década de 1990 a ilha do Corvo tornou-se um exemplo nacional, sendo o único local em solo português a possuir uma reserva voluntária. Sensibilizados com imagens dos enormes meros (Epinephelus marginatus) próximos ao porto, os próprios pescadores decidiram abandonar a atividade na área. Vale ressaltar que em Portugal o mero equivale ao peixe

que figura na nossa cédula de R$ 100, a garoupa-verdadeira. O “Caneiro dos Meros”, ponto localizado em frente à simpática Vila Nova do Corvo, é local certo para o mergulho com os grandes peixes que facilmente atingem os 30 quilos e são avistados nadando por entre os canais de basalto a cerca de 30 metros. Acostumados à presença dos mergulhadores, se aproximam, curiosos, exibindo-se de forma menos tímida que os encontrados em outras ilhas do arquipélago, chegando a ficar cara a cara com o mergulhador. Ainda no Corvo as piscinas da Prainha são repletas de pequenos meros. Com um olhar atento é possível encontrar os tímidos caranguejos (Percnon gibbesi) entre as rochas e jovens solhas (Bothus podas) que se disfarçam sobre o fundo arenoso-escuro. Podem-se encontrar o bodião-azul-dosAçores (Centrolabrus caeruleus) e os peixes-rei (Coris julis) com os machos cortejando seu harém de fêmeas com cores distintas, ou ainda juvenis da espécie “trabalhando” nas estações de limpeza – interações ecológicas tão comuns nos recifes tropicais. Para quem dispõem de tempo no Arquipélago, outra grande pedida em termos de mergulho são os montes submarinos. Localizados em oceano aberto, essas particulares formações cônicas se elevam a mais de mil metros do fundo até poucos metros da superfície e o mergulho só é viável em condições excelentes de mar. Dentre os montes três merecem destaque: Princesa Alice, localizado a 45 minutos a sudoeste da Ilha do Faial e profundidade mínima de 35 mergulho << 31


Tunicado (Clavelina lepadiformis)

Mais sobre Açores

Peixes-porco (Balistes carolinensis) Garoupa (Serranus atricauda)

Moréia-preta (Muraena augusti)

Para os fotógrafos sub, Açores possui vasta oferta de assuntos, da macro a grande angular

Você deve imaginar que um arquipélago no meio do oceano, tenha sua economia baseada na... Agropecuária! Não foi o que imaginou? Pois bem, são os 500 milhões de litros anuais de leite que movem os Açores, com significativa produção de queijos, deliciosos, diga-se de passagem. Só depois vem a pesca (cerca de 10 mil toneladas/ano), seguida pelo turismo, que conquista mais adeptos a cada ano os quais se deslumbram com a hospitalidade do povo açoriano, suas festas tradicionais, arquitetura colonial e fabulosa gastronomia. Entretanto, são as inúmeras e exuberantes paisagens que dão aos Açores o título de “Paraíso Atlântico” com as ilhas e suas costas recortadas, baías, angras, lagoas, piscinas naturais, vulcões, campos, flora endêmica, e principalmente a rica biodiversidade marinha em um cenário perfeito para a prática do mergulho.

metros, pode ser alcançado em três horas de navegação partindo-se da marina de Horta. O Dollabarat, situado a cerca de 20 minutos a nordeste de Santa Maria com profundidade mínima de 5 metros, a 3 minutos do Ilhéu das Formigas. Por fim, o banco D. João de Castro, situado a 35 minutos da Ilha Terceira e a 38 minutos de São Miguel. O banco surgiu de uma erupção submarina em 1720 originando uma nova ilha, a qual desapareceu em 1722 devido à erosão marinha. Os montes se destacam pela singularidade na geologia que compõem os fundos, pelas bactérias termófilas junto às fissuras de onde brotam água quente e bolhas de gás e pelas espécies de peixes de passagem como as enormes mantas (Manta birostris), bicudas (Sphyraena viridensis), serras (Sarda sarda), lírios (Seriola rivoliana) e tubarões (Carcharhinus galapagen-

sis), além de, claro, as espécies mais comuns dos costões das ilhas, em especial os peixes-porco (Balistes carolinensis), que são absolutamente vorazes no local. Apesar dos bancos estarem localizados a dezenas de milhas das ilhas mais próximas, é possível realizar excelentes mergulhos com apoio dos centros de mergulho açorianos. Para os fotógrafos sub, o mar dos Açores tem uma vasta oferta de cenários, que abrange do macro à grande angular, tanto em apnéia como em mergulho autônomo, contando com centros de mergulho em todas as ilhas e câmaras hiperbáricas em Faial e São Miguel. Ainda para os aficionados, uma dica é o Open de Foto Sub da ilha da Graciosa, evento que acontece a cada dois anos sendo o próximo agendado para o verão de 2010. Como diriam os portugueses, “um evento a não perder”!

Vai lá Caboz-lusitano (Parablennius ruber) Peixe-rei (Coris julis)

A melhor época para conhecer o Arquipélago é o período que compreende o verão europeu, preferencialmente julho e agosto, onde ocorrem períodos prolongados de bom tempo. Todas as ilhas possuem conexão aérea, via operadora SATA. A conexão marítima é realizada entre os meses de maio a outubro pela empresa Açorline, exceto entre as ilhas de Fayal, Pico e São Jorge, onde o transporte marítimo dura o ano todo. Todas as ilhas possuem serviço de “autocarros” (ônibus), táxis e aluguel de carros.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.