A Construção da Climatologia Geográfica no Brasil

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A C ONS T R UÇ Ã O D A

CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA NO BR AS IL

Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro (Org.) João Lima Sant’Anna Neto Francisco de Assis Mendonça João Afonso Zavattini


DIRETOR GERAL Wilon Mazalla Jr. COORDENAÇÃO EDITORIAL Marídia R. Lima COORDENAÇÃO DE REVISÃO E COPYDESK Alice A. Gomes REVISÃO DE TEXTOS Paola Maria Felipe dos Anjos EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Fabio Diego da Silva Patrícia Lagoeiro CAPA Paloma Leslie Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) A construção da climatologia geográfica no Brasil / Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro (org.). -- Campinas, SP : Editora Alínea, 2015. Bibliografia. 1. Clima 2. Climatologia 3. Geociências 4. Geografia física I. Monteiro, Carlos Augusto de Figueiredo. II. Sant’Anna Neto, João Lima. III. Mendonça, Francisco de Assis. IV. Zavattini, João Afonso. V. Título. 14-13472

CDD-551.69

Índices para catálogo sistemático: 1. Climatologia geográfica : Ciências da terra 551.69 ISBN 978-85-7516-727-4 Todos os direitos reservados ao

Grupo Átomo e Alínea Rua Tiradentes, 1053 - Guanabara - Campinas-SP CEP 13023-191 - PABX: (19) 3232.9340 e 3232.0047 www.atomoealinea.com.br Impresso no Brasil


Sumário Apresentação...................................................................................................................5 Capítulo 1 As Matrizes da Construção da Climatologia Geográfica Brasileira...............................7 João Lima Sant’Anna Neto

Protoclimatologia brasileira: o período pré-monteriano...........................................7 Os avanços da Meteorologia Dinâmica: Bjerknes e Rossby e as escolas de Bergen e de Chicago........................................25 A construção de uma abordagem geográfica do clima: tentativa de periodização da Climatologia Geográfica...........................................33 O impacto das obras de Max Sorre e Richard Hartshorne .....................................42 As matrizes “monterianas” de construção de um paradigma: o ritmo....................48 Considerações finais................................................................................................53 Capítulo 2 A Climatologia Geográfica no Brasil e a Proposta de um Novo Paradigma................61 Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro

Revisão conceitual...................................................................................................61 A proposta do novo paradigma................................................................................69 Os climas urbanos...................................................................................................84 Um quadro de referência teórica para estudos do clima urbano (o clima urbano como um sistema dinâmico adaptativo)........................................89 Um programa de pesquisa e suas limitações.........................................................126


Capítulo 3 O Estudo do SCU – Sistema Clima Urbano – no Brasil: aplicações e avanços...................................................................................................155 Francisco Mendonça

A urbanização brasileira e seus problemas a partir de meados do século XX......156 Problemas de clima urbano: a proposta SCU (Sistema Clima Urbano) de Monteiro (1976).............................159 SCU – aplicações, estudos de caso e avanços no Brasil.......................................160 Sintetizando a discussão........................................................................................165 Capítulo 4 Dinâmica Atmosférica e Análise Rítmica: a contribuição do brasileiro Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro à França de Pédelaborde e à Itália de Pinna................................................................167 João Afonso Zavattini

Preâmbulo..............................................................................................................167 A influência francesa nos cursos de Geografia no Brasil e a repercussão na climatologia.............................................................................168 A aceitação do conceito de Clima de Sorre: Monteiro, Pédelaborde e Pinna.............................................................................170 A análise rítmica de Monteiro chega à França: Besancenot se confunde e surpreende!..................................................................179 Considerações finais..............................................................................................181 Anexo....................................................................................................................187 Sobre os Autores.........................................................................................................193


Apresentação

A presente obra nada mais é do que a composição vernácula que serviu de base para a edição em língua inglesa, necessária à divulgação de nosso esforço para a construção de uma Climatologia Geográfica. Ao longo da segunda metade do século XX, quando de minha formação e atuação como “geógrafo”, minha contribuição mais significante foi dirigida à Climatologia. Até então, mais personificado como “Rudimentos de Meteorologia”, o estudo do Clima, no âmbito da Geografia, tinha mais a ver com uma quantificação dos elementos atmosféricos sem a necessária qualificação genética e dinâmica comportamental dos processos. E era isto o que recebíamos, no Brasil, das fontes europeias de conhecimento – conceito de Julius Hann, classificações de Köppen – com certo esforço de melhoria da parte dos escandinavos e norte-americanos. Contra o procedimento geral, lancei-me à procura de uma revisão conceitual e das práticas comportamentais (dinâmicas), já iniciadas pela Teoria da Frente Polar (1917). Da nossa intimidade tutelar com a Geografia Francesa, no início dos anos 1950, caiu, com efeito, mais do que oportuna, a magistral crítica que Maximilien Sorre, em sua obra Les Fondements de la Geographie Humaine, fez da Climatologia Vigente. Um importante “reforço”, logo depois, registrava-se também a crítica de Jean Tricart, que não encontrava sintonia em sua Geomorfologia Dinâmica, com uma climatologia tão estática. Lenta, mas persistentemente, elaborei uma série de artigos, capítulos de livros, aconselhamentos didáticos para o ensino de grau médio, até chegar a trabalhos especiais, teses e especulações teóricas visando à produção de um novo paradigma que saísse do domínio estático, exclusivo das médias, para a dinâmica do ritmo. A esta altura da minha vida, ultrapassados os oitenta anos, apelei aos coautores do presente trabalho, a fim de discutirmos a diretriz a ser tomada sobre a “divulgação”


6 Apresentação de uma obra que tem demorado a atingir uma prática mais efetiva, que já se desenvolve por mais de meio século. Quanto à divulgação em língua inglesa, houve uma concordância geral. O alcance da língua portuguesa (do Brasil) é sabidamente restrito, e a divulgação científica hodierna é, reconhecidamente, anglófona. Quanto à edição da matriz em língua vernácula, houve divergência de opiniões. Eu imaginava que a já presentemente longa bibliografia dispensaria esta edição; mas meus parceiros acharam que a passagem do tempo fez caducar as edições, deixando privadas as novas gerações de estudantes de Geografia. Concordei, e aqui estamos nós. Gostaria de exibir algumas considerações sobre os coautores desta obra. Por uma estranha (ou seria feliz?) coincidência, nenhum deles foi orientado por mim em suas titulações de Mestrado ou Doutorado. O que demonstra bem que a obra de um pesquisador ultrapassa o contato direto na orientação. Existe a produção bibliográfica que aproxima (ou afasta) outros pesquisadores mais jovens. Os três coautores podem ser considerados “discípulos” pela compreensão plena das minhas propostas e, sobretudo, por não se soldarem a elas, mas propondo novos acréscimos. Envaideço-me de tê-los como parceiros e, mais do que isto, como amigos. Espero que o presente esforço de divulgação surta algum efeito em benefício dos estudantes de Geografia e jovens geógrafos, e que, no exterior, ele possa merecer alguma atenção como meio de constatar que no hemisfério sul, na América Latina e, mais eespecificamente, no Brasil – em esforço de desenvolvimento econômico e cultural –, também é possível se propor algo nesta área.

Campinas, 10 de novembro de 2014 Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro


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