Ano 24 - nº 195 - Out/09 R$ 7,50
assUNTo do MÊs
SER
missionário
hoje! sÓ FaMÍlia
A escola, lugar de aprendizado para a vida
TesTeMUNHos
• Em missão na cidade de Montevidéu • Em missão em João Pessoa
E d I T O r I a L
SER MISSIONÁRIO HOJE!
O
Bom Deus deu-me um pai e uma mãe mais dignos do céu do que da terra! Esta frase de Santa Teresinha deve inspirar a todos os homens e mulheres do mundo inteiro. Que bom seria se em todas as famílias se pudesse encontrar a igreja doméstica, e, nela encontrarmos o verdadeiro valor das coisas que nunca passam. Que bom seria se já nas famílias descobríssemos que não devemos viver somente para nós mesmos. E que os pais apontassem como modelo para os filhos, testemunhas vivas, ou já com seus nomes escritos no céu, de que há mais alegria em dar do que em receber. Se já nas crianças fosse despertado o ser missionário. Ser missionário é viver a alegria de anunciar Cristo Ressuscitado! A grande, perfeita e verdadeira felicidade. Ser missionário é beber do coração transpassado de Jesus e saciar a sede e fome de Deus que cada homem traz em seu coração, tantas vezes tentando saciá-lo e encontrá-lo em cisternas vazias, que não saciam. Ser missionário hoje é viver de forma autêntica, como os primeiros cristãos, a experiência com Jesus Cristo, em um mundo tão marcado pelo pecado e pela indiferença a Deus e a sua Igreja. Ser missionário hoje é fazer de cada lugar, seja em meio à sua família, a seu trabalho, em seu ambiente de estudo, ou através de um chamado a uma consagração específica, fazer de cada momento de nossas vidas uma oportunidade única para sermos instrumentos do amor de Deus e fazer Jesus Cristo conhecido e amado. Nesta edição da Shalom Maná desejamos acender no coração de cada leitor o desejo de fazer essa maravilhosa experiência de ser missionário. Como? Olhe ao seu redor e perceba a oportunidade e a sabedoria que o Espírito Santo dá a você neste tempo para ser um missionário hoje. Boa Leitura! Ficaremos esperando seu testemunho na missão!
E X P E d I E N T E coordenação Geral
ricardo Morel lopes crisTiaNo TUli
coordenação editorial aNdrÉa lUNa valiM eliaNa GoMes liMa
equipe de redação
aNdrÉa lUNa valiM aNdrÉia Gripp eliaNa GoMes liMa JosÉ ricardo F. BeZerra
revisão
JosÉ ricardo F. BeZerra reJaNe NasciMeNTo
editor de arte
aUGUsTo F. oliveira
Gerente comercial
2
SErvIÇO dE aPOIO aO aSSINaNTE ce 040 - s/n - Km 16 - divineia - aquiraz/ce - 60170-000
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eGÍdio serpa
Shalom Maná | outubro/2009
assinaturas
Jornalista responsável
SUMÁrIO
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especial
Sou Shalom, meu sim é para sempre
e razão 13 Fé O Santo Nome de deus
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assunto do Mês
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só Família
Ser missionário hoje!
A escola, lugar de aprendizado para a vida
igreja 39 adiavozdadaalegria
41 entrelinhas Tirando leite de pedra palavra do papa 04 aPara fazer obras de paz é
preciso ser homens de paz
06 especial Os pais de Santa Teresinha 08 Testemunho Em missão na cidade de Montevidéu
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Testemunho Em missão em João Pessoa
com a palavra 16 orando Sem mim, nada podeis fazer...
19 entrevista Elias Chacour, arcebispo
da Galileia em Israel, na Terra Santa, visita o brasil e participa do Fórum Carismático Shalom pela primeira vez
e sacramento 22 liturgia Laudes: O anúncio de um novo dia
35 atualidade a Cabana. de qual deus fala o livro? Parte 2
44 divirta-se no Mundo 45 acontece brasileiro e venezuelano,
membros da Congregação para a doutrina da Fé
arcebispo de aparecida nomeado para Sínodo da África Para aprova próximo Congresso Eucarístico Internacional Após 50 anos de proibição, missas retornam às prisões cubanas www.edicoesshalom.com.br
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a palavra do papa
Para fazer obras de paz
é preciso ser homens de paz Bento XVI – Intervenção pronunciada durante o Ângelus rezado junto aos peregrinos reunidos no pátio do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo em 20 de setembro de 2009.
Para fazer obras de paz é preciso ser homens de paz, colocando-se à escuta da “sabedoria que vem do alto”, para assimilar suas qualidades e produzir seus efeitos.
Q
ueridos irmãos e irmãs: Hoje, por ocasião da acostumada reflexão dominical, baseio-me na passagem da Carta de Tiago, que a liturgia do dia apresenta (3,16-4,3), para deter-me, em particular, em uma expressão que impressiona por sua beleza e sua atualidade. Trata-se de uma descrição da verdadeira sabedoria, que o apóstolo contrapõe à falsa sabedoria. Esta última é terrena, natural e demoníaca, e se reconhece pelo fato de que provoca invejas, rivalidades e toda espécie de obras más (cf. 3,16). Pelo contrário, “a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento” (3,17). Uma lista das sete qualidades, segundo o uso da Bíblia, na qual se destaca a perfeição da autêntica sabedoria e os efeitos positivos que produz. Como primeira e principal qualidade, apresentada quase como uma premissa das demais, Tiago cita a “pureza”, isto é, a santidade, o reflexo transparente, por assim dizer, de Deus no espírito humano. E, como Deus, de quem procede, a sabedoria não tem necessidade de impor-se pela força, pois tem o vigor invencível da verdade e do amor, que se afirma por si mesmo. Por este motivo, é pacífica, dócil, complacente; não é parcial e não recorre à mentira; é indulgente e generosa, e reconhecida pelos bons frutos que suscita em abundância. Por que não parar de vez em quando para contemplar a beleza
desta sabedoria? Por que não extrair do manancial puro do amor de Deus a sabedoria do coração, que nos desintoxica das escórias da mentira e do egoísmo? Isto se aplica a todos, mas, em primeiro lugar, a quem está chamado a ser promotor e “tecelão” de paz nas comunidades religiosas e civis, nas relações sociais e políticas e nas relações internacionais.
Por que não extrair do manancial puro do amor de Deus a sabedoria do coração, que nos desintoxica das escórias da mentira e do egoísmo?” Em nossos dias, talvez em parte por causa de certas dinâmicas próprias das sociedades de massa, constata-se com frequência uma falta de respeito pela verdade e pela palavra dada, junto a uma difundida tendência à agressividade, ao ódio e à vingança. Tiago escreve: “O fruto da justiça é semeado na paz para aqueles que promovem a paz” (3,18). Mas para fazer obras de paz é preciso ser homens de paz, colocando-se à escuta da “sabedoria que vem do alto”, para assimilar suas qualidades e produzir seus efeitos. Se cada um, em seu próprio ambiente, conseguisse rejeitar a mentira e a violência nas intenções, nas palavras e nas ações, cultivando com cuidado sentimentos de respeito, de compreensão e de estima pelos demais, talvez não resolveria todos os problemas da vida cotidiana, mas poderia enfrentá-los com mais serenidade e eficácia. Queridos amigos: mais uma vez, a Sagrada Escritura nos levou
a refletir sobre aspectos morais da existência humana, mas a partir de uma realidade que precede a própria moral, isto é, a verdadeira sabedoria. Peçamos a Deus, com confiança, a sabedoria do coração, por intercessão de quem acolheu em seu seio e gerou a Sabedoria encarnada, Jesus Cristo, nosso Senhor. Maria, sede de sabedoria, rogai por nós! www.edicoesshalom.com.br
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especial
Os pais de
Santa Teresinha
O Bom Deus deu-me um pai e uma mãe mais dignos do céu do que da terra! A afirmação é de Santa Teresinha, jovem francesa, do Carmelo de Lisieux, filha do casal Zélia Guérin e Luís Martin, irmã de Maria, Paulina, Leônia, e Celina, todas monjas: quatro carmelitas e uma visitandina.
coração da Igreja, minha mãe, eu serei maio, diante de um altar que artiso amor e desse modo serei tudo, e meu ticamente organizava, onde punha desejo se realizará! em evidência a linda imagem de Zélia e Luís Martin se desta- Nossa Senhora do Sorriso. Sobre Bom Deus deu-me um cam como modelo de casal santo Maria, escreveu às filhas, dizendo: pai e uma mãe mais que soube educar sua família nos A festa da Imaculada Conceição é dignos do céu do que caminhos de Deus. Receberam-se uma grande festa para mim! Neste da terra! A afirma- em matrimônio no dia 13 de julho dia, a Santa Virgem concedeu-me ção é de Santa Teresinha, jovem de 1858, em Alençon e tiveram muitas e assinaladas graças. Para francesa, do Carmelo de Lisieux, sete filhas e dois filhos. Marcados mim, não há como esquecê-la. filha do casal Zélia Guérin e Luís pelos sofrimentos, mas eloquenDepois de perder quatro filhos, se Martin, irmã de Maria, Paulina, tes na confiança em Deus, viram vê diante da iminência de um novo Leônia, e Celina, todas monjas: partir em idade infantil dois filhos golpe para a alma: esteve gravemente quatro carmelitas e uma visitan- e duas filhas. enferma sua pedina. Teresinha quenina Teresa. distingue-se enO lar de Alençon era iluminado de autêntico Escreve, fervotre suas irmãs compromisso religioso, sendo Zélia modelo rosa, em uma de pela expressisuas numerosas de esposa, mulher orante, participante da vida vidade de seu cartas: subi depresamor a Deus e sacramental diária, pois toda manhã se dirigia à sa ao meu quarto, à Igreja em tão igreja para a primeira missa.” ajoelhei-me aos pés pouco tempo de de São José e lhe vida, tendo falecido aos 24 anos de pedi a graça da cura para a pequena, reO lar de Alençon era iluminado idade, em 1897. de autêntico compromisso religio- signando-me, porém, à vontade do bom Santa Teresinha foi canonizada so, sendo Zélia modelo de esposa, Deus, se Ele quisesse levá-la consigo. Eu em 1925. É hoje uma das santas mulher orante, participante da não choro frequentemente, mas chorei ao mais conhecidas de todo o mundo. vida sacramental diária, pois toda rezar. Não sabia se deveria descer... Por Refletindo sobre as Cartas de São manhã se dirigia à igreja para a fim, me decidi. E, o que vejo? A criança Paulo, encantou-se com a primeira primeira missa. O amor à mãe de mamava de todo coração. aos Coríntios que a fez exclamar: Jesus lhe era tão vivo, que celebrava Luís, o esposo fiel, guardava encontrei o meu lugar na Igreja, tu em casa, com o marido e as filhas, profundo amor à Eucaristia. Além me deste este lugar, meu Deus! No os atos devocionais do mês de da participação assídua à missa, Dom Gil Antônio Moreira Arcebispo da Arquidiocese de Juiz de Fora/MG
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Shalom Maná | Outubro/2009
tinha por costume fazer a adoração noturna ao Santíssimo Sacramento. Certa vez, escreve Zélia à filha no mosteiro: teu pai foi fazer a Adoração noturna na noite passada, ainda que estivesse muito fatigado quando nos deixou, às nove horas da noite. Em outra ocasião, já havia escrito: estou muito feliz com ele, pois torna a minha vida muito doce. Meu marido é um santo homem, desejo um igual a todas as mulheres. Suas filhas viviam admiradas pela santidade do pai. Sobre isso, Celina registra: quando papai comungava, permanecia silencioso em todo o trajeto de volta para casa. Ele
nos dizia: eu continuo a entreter-me com Nosso Senhor. Homem de caridade, sabia repartir com os pobres aquilo que ganhava com a profissão de relojoeiro e depois, comerciante. O casal recebe em casa os avós das crianças, deles cuidando na doença e na velhice até o fim, com extremo carinho. Em casa tão santa, não havia como evitar uma exclamação de Zélia ao ver que certos casamentos não se pautam pelos princípios do santo evangelho e, por isso, vão se dando em nada. Exclama: meu
Deus, como é triste uma casa sem religião! O Abade Dumaine, seu pároco, testemunhou: era notável a união nesta família, tanto entre os esposos, como entre os pais e as filhas. No dia 19 de outubro de 2008, seus nomes brilharam novamente no céu e todos os viram. O santo casal de Alençon foi beatificado em Roma, pelo Papa Bento XVI. Elevado diante do mundo hodierno, com certeza, é espelho para as famílias que buscam verdadeira felicidade só possível na fidelidade matrimonial e na primorosa e santificadora educação dos filhos. www.edicoesshalom.com.br
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TESTEMUNHO
Em missão na cidade de Montevidéu
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Shalom Maná | Outubro/2009
Hoje lemos nossa curta história e contemplamos os prodígios de Deus que com os nossos poucos e frágeis cinco pães e dois peixes, realiza o milagre.
Herika Ferreira Missionária da Com. Católica Shalom em Montevidéu/Uruguai
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estes quase quatro anos de missão em Montevidéu Uruguai, não obstantes os numerosos desafios da evangelização neste país, temos experimentado constantemente vultosas graças, sinais inequívocos da bênção de Deus que nos tem acompanhado e animado a seguir adiante. Chegamos aqui em janeiro de 2006 e estivemos por um ano administrando a Casa Vianney – casa de retiro da Arquidiocese – situada na região metropolitana de Montevidéu. Há cerca de dois anos e meio, percebemos o apelo de Deus a irmos a regiões mais populosas, onde o nosso Carisma poderia dar ainda mais frutos e florescer nesta Igreja local. Para isso, com a bênção e apoio de Monsenhor Nicolás Cotugno, Arcebispo de Montevidéu, nos mudamos para o antigo bairro de Unión, e passamos a viver numa casa a nós cedida pela Arquidiocese. Um povo, paulatinamente começou a se formar ao nosso redor, num esboço da Obra Shalom que Deus ia formando. Grupos de oração, ministérios, etc. Para a nossa alegria e confirmação da fecundidade do Carisma Shalom no Uruguai, acolhemos neste ano, o ingresso de cinco irmãs uruguaias
no postulantado da Comunidade de Aliança: Ângela, Rita, Andréa, Alícia e Ana. Em julho deste ano abrimos um novo e melhor Centro de Evangelização, lançando-nos a uma nova perspectiva de crescimento da missão, anunciando a Obra Nova que Deus deseja realizar. Como não vê-la? Hoje nossa obra é formada por: cinco grupos de oração, cinco ministérios, lanchonete, livraria, e o Centro de Formação com quatro turmas. Realizamos também a lectio divina e o terço da misericórdia diários, além da aulas de música. Além de diversos eventos, os quais Deus tem nos inspirado para fazer Cristo conhecido em Montevidéu: Encontro de Cura com a presença do Pe. Antônio Furtado, Acampamento de Jovens, Jugate por Jesús – Seminário de Vida no Espírito Santo fechado para jovens, Feijoada da Paz, Jantar Show, Curados para Amar, etc. Hoje lemos nossa curta história e contemplamos os prodígios de Deus que com os nossos poucos e frágeis cinco pães e dois peixes, realiza o milagre. A nós cabe a gratidão: a Deus que nos elege e cuida em detalhes e que mantém esta obra, pois é sua. E aos irmãos que por aqui passaram, que fecundaram este solo com seu sangue, deixando aqui lágrimas e suor que nos levam a colher no hoje da nossa história o bom fruto da oferta.
Obra Nova
Em julho deste ano abrimos um novo e melhor Centro de Evangelização, lançando-nos a uma nova perspectiva de crescimento da missão, anunciando a Obra Nova que Deus deseja realizar.
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ESPECIAL
Sou Shalom, meu sim é para sempre Nestes vinte e sete anos de Vocação Shalom, na graça da resposta generosa ao chamado de Deus de nosso Fundador, muitos foram atraídos a este Carisma, encontraram sua vocação e permanecem nos alicerces do sim renovado todos os dias em direção ao para sempre.
Junior Alves Missionário da Com. Católica Shalom em Quixadá/CE e Assessor Vocacional
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mistério de toda e qualquer vocação só pode ser bem correspondido e vivido se subirmos às alturas do mistério de Deus. E poderíamos nós, tão fracos e tão lentos, elevarmo-nos às alturas e lá contemplarmos a face de Deus que chama com timbre eterno no forte e doce ressoar de sua voz? Sim, podemos, pois temos a segurança de que não somos nós que nos elevamos, mas é Ele que nos eleva. A nós, cabe a justa atitude de o desejarmos na autêntica busca por Sua face por meio de uma vida sacramental e de oração assídua, parada com Ele, profunda, de silêncio interior e de diálogo cada vez mais experimentado como crescente amizade e esponsalidade com Ele, que é Amor. Na dinâmica infinita e explosiva do movimento de amor trinitário nos encontra, nos envolve, nos cerca e nos faz experimentar
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Na dinâmica infinita e explosiva do movimento de amor trinitário nos encontra, nos envolve, nos cerca e nos faz experimentar da generosa oferta de amor do Pai que nos dá Seu Filho Cristo Jesus, o Ressuscitado que passou pela Cruz... da generosa oferta de amor do Pai que nos dá Seu Filho Cristo Jesus, o Ressuscitado que passou pela Cruz, que soprando sobre nós diz: “Recebei o Espírito Santo” ( Jo 20,22) e nos constitui como seus eleitos, os feridos de amor na ferida de perene amor do Seu lado aberto que nos faz com o corpo, a alma e o espírito dizer e viver a verdade que não passa de que Ele merece todo amor do mundo. Isto não passa, porque cristo não passa. “Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus, “Aquele que é, Aquele que era e Aquele que vem, o Todo-Poderoso”(Ap 1,8). Portanto, todo ato de Deus contém a chama inapagável do para sempre. Portanto, aquele que é chamado por Deus recebe a iniciativa de quem o escolheu antes da sua própria existência, “antes mesmo
de te modelar no ventre materno eu te conheci” ( Jr. 1,3). E Deus, que age segundo a sua essência, o Amor, espera e esperará sempre a iniciativa de quem foi escolhido, o sim generoso causado por uma forte experiência de eleição, de descoberta do ato de Deus sobre sua vida, uma resposta que também não passará, que não tem prazo de validade, porque terá sobre ela a antecipada iniciativa de Deus que elege, chama e sustenta o sim dado. Partindo disto, cheios de louvor e glorificação do nome de Deus dizemos ancorados pela boca da Igreja de Cristo, “o Carisma Shalom se expressa como uma vocação” (Moysés, Carta à Comunidade – 2005, p. 81). Uma vocação, que como nos diz a própria Igreja: “testemunha a radicalidade evangélica, o sentido vivo da comunhão e o ge-
Foto: eleylson campêlo
neroso compromisso formativo e missionário” (Decreto de Reconhecimento Pontifício, 2007). Como Shalom, eleitos por Deus para esta magnífica Vocação de Paz, na graça da eleição, na força do Carisma, na vida de cada dia de celibatários pelo Reino, casais, sacerdotes, seminaristas, diáconos, homens e mulheres, jovens e adultos, pessoas casadas e solteiras podemos experimentar e testemunhar que, mesmo sendo “os mais fracos, os mais pecadores, os vasos de argila” (Escrito Amor Esponsal, art. 14), o Senhor nos escolheu, nos elegeu para em nós realizar a sua grande Obra, nos dando como “alvo a santidade, não por presunção, mas por vocação” (Escrito Amor Esponsal, art. 11) a ser conquistado na vida ofertada, no espírito missionário indo onde a Igreja de Cristo nos apontar como resposta a ser dada no ser Shalom, nos passos firmes sobre o Caminho da Paz, percurso de contemplação, unidade e evangelização, no qual Cristo nos faz pobres, castos e obedientes exalando o perfume do Carisma a todo jovem, a todo homem afastado de Cristo e da Igreja. O Senhor nos constituiu assim, Ele nos deseja
O Senhor nos constituiu assim, Ele nos deseja assim até o último dia de nossas vidas, o dia em que, com o Tau, o sinal de nossa eleição sobre o peito, nós também diremos como São Paulo: ‘Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé. Desde já me está reservada a coroa da justiça’ (2Tm 4,7).” ronaldo pereira
assim até o último dia de nossas vidas, o dia em que, com o Tau, o sinal de nossa eleição sobre o peito, nós também diremos como São Paulo: “Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé. Desde já me está reservada a coroa da justiça” (2Tm 4,7). Esta verdade está reservada para nós e se esconde a
cada dia na fidelidade à vocação que o Senhor nos deu, na alegria de dizer, viver, e de cantar com a existência este hino de louvor: “SOU SHALOM, MEU SIM É PARA SEMPRE.” Nestes vinte e sete anos de Vocação Shalom, na graça da resposta generosa ao chamado de Deus de nosso Fundador, muitos foram atraídos a este Carisma, encontraram sua vocação e permanecem nos alicerces do sim renovado todos os dias em direção ao para sempre. Mas o Senhor continua a chamar, a eleger, a manifestar o seu ato de escolha desde sempre e para sempre. Portanto, a você que se sente atraído a esta vocação e se vê diante de tudo que foi escrito acima, que é apenas uma fagulha do imenso dom deste Carisma, tenha coragem de afirmar de dentro para fora “Este sou eu! Isto não é acidental. Isto é essencial.” (Moysés, Carta à Comunidade - 2005). E de também, na generosidade da oferta, responder cheio de parresia: “Sou Shalom, meu sim é para sempre.” www.edicoesshalom.com.br
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TESTEMUNHO
Em missão em João Pessoa
Cresceu em mim o sentido e a alegria pela pertença a Deus e à Comunidade, assim como o desejo e a alegria da oferta de vida. Andreza Henriqueta Missionária da Com. Shalom João Pessoa/PB
S
ou Andreza Henriqueta, consagrada como Comunidade de Vida e missionária aqui em João Pessoa, capital da Paraíba. Falar dessa missão é cantar a generosidade de Deus, reconhecer que, de verdade, são grandes as Suas obras. Cheguei há quatro anos e meio, e na época, como fundação, ainda dava seus primeiros passos. Desde a chegada, pude perceber algumas marcas fortes daqui: uma grande graça de unidade (a missão foi fundada no domingo da Santíssima Trindade, dia da unidade), muitos jovens, de modo particular, universitários, com um grande entusiasmo e disposição para tudo. Aos poucos, nosso Centro de Evangelização, alugado ainda pelos Amigos do Shalom, ficou pequeno para acolher a obra que crescia, os casais que começavam a chegar, os ministérios e projetos que nasceram. Atraídos pela radicalidade do Evangelho, muitos foram se achegando a nós, fosse pelos Seminários de Vida, pelas missões de final de semana, pelos eventos como o Luau das Tribos, Reviver... Também vi nosso Carisma ser ponte de comunhão, diálogo com outros carismas. Aqui somos próximos de todas as Comunidades Novas, de muitos Movimentos e Congregações. Se muito o Senhor tem realizado na cidade por meio da missão, em minha vida, muitíssimo também foi construído. Nos desafios de cada dia, na vida comunitária (tive a graça de conviver com irmãos santos!), na
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Shalom Maná | Outubro/2009
experiência da providência de Deus em todos os sentidos, na exigências apostólicas – tivemos que aprender tudo, como se faz cada coisa, e com erros e acertos – fui me apaixonando ainda mais pela vocação, pela evangelização, descobrindo a grande necessidade de estar atenta às pessoas, à graça de ser canal da experiência com Deus e t e s t e mu n h a r tantas conversões (e de algumas destas, ver nascer novas vocações). Cresceu em mim o sentido e a alegria pela pertença a Deus e à Comunidade, assim como o desejo e a alegria da oferta de vida.
FÉ e raZÃo
O Santo
Nome de Deus “Se quando eu disser aos filhos de Israel: o Deus de vossos pais me enviou a vós. Se me perguntarem: qual é o seu nome? O que lhes direi?” (conf. ex 3,13). ao que deus responde: “Eu sou aquele que sou.” Assim falarás aos filhos de Israel: Eu sou me enviou a vós. É este o meu nome para sempre” (Ex 3,14s).
Deus diz “Eu sou” está explicando que Ele simplesmente “é”. Deus “é” e basta. As nações circunvizinhas de Israel costumavam nominar o livro do Êxodo, os seus deuses com nomes que quando Deus esdiferenciavam o deus nacional dos colhe um homem deuses das outras nações. Como para salvar o seu por exemplo, os babilônicos tipovo amado que era oprimido por nham o deus Marduk, os assírios uma dura escravidão no Egito, este Assur, os cananeus El e o seu filho homem eleito chamado Moisés Ba´al. Mas o verdadeiro Deus, o pergunta ao Senhor: “Se Deus de Israel, não pode quando eu disser aos filhos ser nominado como esses Sendo Deus tão grande e ao de Israel: o Deus de vossos deuses criados pela razão mesmo tempo tão presente na pais me enviou a vós. Se me humana. Deuses esses que perguntarem: qual é o seu nossa vida, o seu Nome merece todo são frutos da elucubração nome? O que lhes direi?” respeito e admiração.” racional dos povos que no (Conf. Ex 3,13). Ao que desejo pelo transcendente Deus responde: “Eu sou aquele que pede, ou aquele que é pedido, em refe- criavam seus ídolos. O nosso Deus sou.” Assim falarás aos filhos de Israel: rência ao fato que o povo de Israel simplesmente “É” Deus que por Eu sou me enviou a vós. É este o meu pedira a Deus um rei. O nome amor se revela a seu povo. Não nome para sempre.” (Ex 3,14s). próprio do Salvador, Jesus, é Deus fora criado por seu povo como o Esta resposta apimentada que salva. Então, o Deus Todo-Pode- foram os outros deuses por seus Deus dá a Moisés, que numa lei- roso, para explicar o seu mistério respectivos povos, mas fora Ele que tura superficial pareceria que Deus pessoal, para dizer quem Ele é, usa criou o seu povo e a este se revelou estivesse dizendo que “não é da o tetragrama sagrado: YHWH. por amor. conta de Moisés saber o nome dele”, Que significa “Eu sou” na primeira Sendo assim, quando Deus na realidade, mesmo sem perder pessoa, ou “Aquele que é” na terceira responde à pergunta de Moisés o caráter exortativo da resposta, pessoa. Você pode se perguntar dizendo que seu nome é “Eu sou” expressa a amorosa revelação do então: qual é o mistério pessoal que primeiramente Ele está explicando mistério pessoal de Deus. Deus ao Deus revela no “Eu sou”? Quando a Sua transcendência, a Sua suSílvio Scopel Missionário da Com. Católica Shalom em Aquiraz-CE
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dizer o Seu Nome revela quem Ele é a seu eleito para que esse mistério seja revelado a seu povo. Para compreendermos a revelação que Deus faz de si mesmo ao dizer o Seu Nome é importante saber que na Tradição hebraica o nome revelava o mistério e a missão da pessoa. Por exemplo: João Batista significa o abençoado precursor; Saul significa aquele que
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perioridade sobre todos os outros tipos de divindades jamais vistas nas circunvizinhanças de Israel. Em segundo lugar, é também como se Deus estivesse dizendo a Moisés: não queira me comparar aos outros deuses, mas saiba Moisés, Eu Sou e basta. O tetragrama sagrado, YHWH, indica também o verbo ser no sentido de ser presente. Como o verbo esserci da língua italiana. Então, Deus, ao dizer que é Aquele que é está explicando que é Aquele que é presente. Deus é aquele que é presente aqui, presente neste momento, presente na minha vida e na sua vida. A sua presença está disponível a todos os homens, em todos os tempos
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e em todos os lugares. Porque Deus simplesmente é presente. Eis então o grande e insondável mistério pessoal de Deus revelado em seu nome: Deus é soberano e presente na vida do seu povo. Sendo Deus tão grande e ao mesmo tempo tão presente na nossa vida, o seu Nome merece todo respeito e admiração. Tanto que no Segundo Livro dos Reis, capítulos 7 e 8, Salomão edifica o Templo Santo em honra ao Nome de Deus. Deus habita nas alturas, ou seja, é transcendente, mas o seu Nome habita o Templo e pelo seu Nome Ele recolhe as orações do seu povo. Sendo assim, o segundo Mandamento proíbe o uso indevido
do Nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e dos Santos. Pois Jesus é Deus com o Pai e o Espírito Santo. Maria Santíssima e os Santos porque testemunharam com a própria vida a santidade do Nome de Deus. Realizando em suas vidas o pedido da Oração do Senhor: santificado seja o vosso Nome. Ou seja, se deixaram santificar pelo Nome de Deus. Como acabamos de lembrar, o primeiro dos pedidos que fazemos no Pai Nosso é que o Nome do Pai seja santificado. No entanto, Deus é o Santo e Santo é o Seu Nome. Então, não há como fazer o Nome de Deus crescer em santidade. Assim, o que pedimos no Pai Nosso é que a santidade do Nome de Deus penetre as nossas vidas, que o nosso ser seja santificado pelo Nome de Deus e que essa santidade divina, através de nós possa se irradiar sobre o mundo. Quando pedimos santificado seja o vosso nome, não estamos intercedendo por Deus, mas por nós mesmos, para que sejamos fiéis à nossa vocação de testemunharmos a santidade do nosso Pai. A Santa Mãe Igreja nos apresenta formas para honrarmos o Nome de Deus testemunhando sua santidade ao mundo. Uma delas é o cumprimento das promessas feitas em nome de Deus. Todos os
cristãos têm promessas. Promessas batismais são feitas por todos ou em nome de todos os cristãos. Por isso, honrar as promessas feitas no Batismo é um modo de honrar o Nome de Deus. Aqueles que já contraíram Matrimônio ou que receberam o Sacramento da Ordem têm graves promessas a serem cumpridas em vista da honra do Nome de Deus. Como também, aqueles que servem a Deus por meio de uma especial consagração sempre fazem promessas em vista da honra do Santo Nome. Também, devemos cumprir todas as promessas feitas a outrem em nome de Deus. Pois honrar essas promessas glorifica o Santo Nome, ao passo que desonrálas O desonra. O que desrespeita o Nome de Deus? Desrespeita o Nome de Deus a blasfêmia que consiste em proferir contra Deus palavras de ódio, de ofensa, de desafio, falar mal de Deus, faltar-lhe deliberadamente com o respeito ou abusar do seu Nome. É considerado blasfêmia, também, recorrer ao Nome de Deus para encobrir práticas criminosas, reduzir povos à escravidão, torturar ou matar. Lançar pragas fazendo intervir o Nome de Deus em vista do mal de alguém é falta de respeito para com o Senhor de todo o bem e de
todo o perdão. Como também é pecaminoso usar o Nome de Deus em práticas de magia. O juramento falso é outro pecado contra o Santo Nome. Pois o juramento, na luz de Deut. 6,13 existe para pôr em relação a palavra humana com a verdade divina. A Tradição da Igreja, seguindo São Paulo (2 Cor 1,23), entendeu que as palavras de Jesus não se opõem ao juramento quando feito por uma causa grave e justa. No entanto, quando falso, o juramento invoca o Nome de Deus para ser testemunha de uma mentira. Isso é um pecado grave contra Aquele que é a Verdade. Qual a importância do nome para o cristão? No Batismo o Nome de Deus Uno e Trino santifica o homem que recebe da Igreja o próprio nome. Então, é a Igreja que dá o nome a seus filhos. Sendo assim, é da responsabilidade não só dos pais, mas também dos padrinhos e do pároco darem aos filhos da Igreja nomes que testemunhem o senso cristão, ou que, pelo menos não lhe sejam alheios. Por exemplo, o nome de um santo oferece para a pessoa um modelo de caridade de alguém que viveu fielmente a sua vocação. Criando também, entre o santo e o batizado, uma afinidade espiri-
tual que servirá para o segundo de grande sustento na caminhada. O nome cristão também pode expressar uma virtude ou um mistério da vida cristã. É importante que pais, padrinhos e pároco tenham a consciência de que o nome próprio é também uma forma de testemunhar a grandeza do Santo Nome de Deus. Enfim, o nome recebido é um nome eterno, no Reino o caráter misterioso e único de cada pessoa marcada com o seu nome resplandecerá em plena luz (Ap 2,17).
Para você que deseja conhecer o básico da teologia moral Católica, o Instituto Parresia oferece um curso de doze horas-aula sobre os dez Mandamentos da Lei de Deus intitulado O Decálogo. Para a aplicação deste curso na sua paróquia, comunidade, projeto, grupo ou ministério basta você entrar em contato conosco pelos telefones (85)3308. 7434, (85)8706. 6171 ou (85)8760. 8800 ou pelo e-mail institutoparresia@comshalom.org e procurar a Erika ou o Silvio que nós iremos até você. Este curso é importante, tanto para a formação de evangelizadores, que bem preparados ficam aptos a enfrentar os desafios do nosso tempo, quanto para aprofundar o seguimento de Jesus Cristo na vida do povo cristão. Aguardamos o seu telefonema ou o seu e-mail. www.edicoesshalom.com.br
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oraNdo coM a palavra
Sem mim, nada você que é já leitor assíduo desta revista sabe que o objetivo desta seção é levá-lo a ler e a meditar com a palavra de deus através do antigo e comprovado método da lectio divina que consiste em quatro passos: leitura, meditação, oração e contemplação. para os leitores novos ou os que tiverem dúvida consulte os outros números ou escreva-nos (josericardo@ comshalom.org).
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José Ricardo Ferreira Bezerra Missionário da Com. Católica Shalom em Fortaleza/CE
A
ntes de continuar, peça o auxílio do Espírito Santo, Aquele que inspirou os autores sagrados a escreverem aquilo que Deus quis, para que você entenda o quê e o para quê foi escrito. Oremos: “Ó vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis, acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai Senhor, o vosso Espírito, e tudo será criado e renovareis a face da terra”. Oremos: “Ó Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Senhor nosso. Amém”. Tomemos hoje a passagem sobre a verdadeira videira do Evangelho segundo São João, capítulo
15, versículos de 1 a 6 ( Jo 15,1-6) e façamos uma lectio com ela. Na sua vida pública Jesus contara duas parábolas sobre o tema da vinha. A primeira é a dos trabalhadores convocados para trabalhar em diferentes horas do dia e no final todos recebem o mesmo salário. (cf. Mt 20,1-16 e a lectio: “Ide também vós para a minha vinha”) A segunda é a parábola dos vinhateiros homicidas, em referência aos chefes dos sacerdotes e fariseus que queriam matá-lo como os vinhateiros fizeram ao filho do dono da vinha (cf. Mt 21,33-45). Diferentemente das parábolas acima, aqui Jesus diz que Ele é a videira verdadeira. Por quê? O tema da vinha era familiar para os judeus, pois vários profetas no Antigo Testamento como Oséias, Isaías, Jeremias e Ezequiel fizeram menções a ela. Para entendermos melhor o que
a podeis fazer... Jesus diz no Evangelho, tomemos o cântico da vinha citado pelo profeta Isaías (Is 5,1-7). Ele começa dizendo: “ Vou cantar ao meu amado o cântico do meu amigo para a sua vinha. O meu amado tinha uma vinha...” A vinha era tão querida que o amigo até cantava para ela. Ele conta que havia feito tudo o que podia por ela. Cavou-a, removeu a pedra... Construiu uma torre e preparou um lugar para pisar as uvas e fazer o vinho (um lagar). Esperou então pelos frutos bons, mas vieram uvas azedas. “Que restava ainda fazer à minha vinha que eu não tenha feito?” Como a vinha não tinha produzido o esperado, o dono tomou a decisão de arrancar a sua cerca para que qualquer um pudesse entrar e pisar. Ela então seria reduzida a um matagal... E o próprio profeta explica a parábola: “A vinha do Senhor é a casa de Israel e os homens de Judá são a sua
plantação preciosa. Deles esperava o direito, mas o que produziram foi transgressão; esperava a justiça, mas o que apareceu foram gritos de desespero.” (v. 7) No Evangelho Jesus diz: “Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o agricultor.” ( Jo 15,1) Jesus declara-se, portanto, como o “novo Israel”, aliás, como o único e verdadeiro Israel, a vinha verdadeira plantada pelo Pai. E por extensão, a Igreja, na qual Jesus é a Cabeça e nós somos os membros, também somos chamados a fazer parte da vinha verdadeira, a agirmos segundo o direito e a justiça e não mais transgredirmos e gritar de desespero. Do mesmo modo que no AT, o Pai nos cumulou de toda a graça a ponto de nos dar o seu próprio Filho. E continua a nos perguntar: “Que restava ainda fazer a (você) minha vinha que eu não tenha feito?” Dá para sentir como somos preciosos para o Senhor? www.edicoesshalom.com.br
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vErdadE
No Evangelho Jesus diz: “Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o agricultor.” (Jo 15,1) Jesus declara-se, portanto, como o “novo Israel”, aliás, como o único e verdadeiro Israel, a vinha verdadeira plantada pelo Pai.
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“Todo ramo que em mim não produz fruto ele o corta, e todo o que produz fruto ele o poda, para que produza mais ainda.” (v. 2). Quem já plantou uma parreira sabe que se ela não for podada não produzirá as uvas na estação seguinte. Há um tempo certo para a poda. Deixar-se podar não é fácil, mas é indispensável para produzir os frutos esperados. E você, tem se deixado podar por Deus ou ainda resiste e esperneia? Medite sobre os frutos que você tem produzido. “Vós estais puros por causa da palavra que vos fiz ouvir.” (v. 3). Esta palavra foi dirigida em primeiro lugar para os apóstolos, mas continua válida para nós os seguidores de Jesus de hoje. Veja como a Palavra do Senhor tem o poder de nos purificar. Como está a sua escuta atenta à Palavra? “Permanecei em mim, como eu permaneço em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanece na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim.” (v. 4). O Senhor faz um convite e dá uma garantia. ‘Fique comigo, pois Eu estou (sempre) com você!’ ‘Não se afaste de mim, porque senão você vai secar e não vai produzir fruto algum.’ O que você escolhe: estar junto de Jesus ou pensa que pode produzir fruto longe dele? “Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele, produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (v. 5) Dita por outra pessoa, esta última frase soaria como pretensiosa. Mas Jesus tem consciência de suas palavras e deseja apenas que os discípulos não caiam na tentação de quererem fazer algo sem Ele. Você tem perguntado ao Senhor
o que Ele deseja que você faça? Ou você vai fazendo por sua conta, ‘e se não for da Vontade dele, as coisas não darão certo... ’ Será que é desta forma que agrada a Deus? Medite sobre isso em sua vida. “Se alguém não permanece em mim, é lançado fora, como o ramo e seca; tais ramos são recolhidos, lançados ao fogo e se queimam.” (v. 6) Viu qual é a consequência de não estar unido ao Senhor? Torna-se galho seco porque perde a seiva que vem do tronco que é Ele. E galho seco só serve para ser jogado ao fogo e queimar... Triste o destino daqueles que se separam da videira! Oração Depois de tudo o que você meditou, inicie sua oração de forma livre e espontânea: “Obrigado Senhor, pois Tu és a verdadeira vinha. Obrigado, pois me fizestes para estar sempre ligado a Ti e para poder produzir os frutos que esperais... Perdão pelas vezes em que quis me afastar de Ti e por isso sequei. Dá-me de novo a tua seiva, a tua graça que renova a minha vida. Obrigado pelas oportunidades que me dás de retornar a ti. Obrigado pelas podas que já fizestes em mim. Hoje eu te dou a permissão para continuares esta obra de purificação de tudo o que me afasta de Ti. Oh, doce e suave jardineiro, corta os meus galhos secos e velhos para que novos floresçam...” Continue conforme o Espírito Santo o mover. Fique mais um tempo em oração de contemplação bebendo e saboreando as suas graças. Não se esqueça de anotar em seu caderno o que o Senhor em seu amor lhe confiou neste dia. Ó Santíssima Virgem Maria, rogai por nós que recorremos a vós! Shalom!
eNTrevisTa
Elias Chacour, Arcebispo da Galileia em Israel, na Terra Santa, visita o Brasil e participa do Fórum Carismático Shalompela primeira vez Elena Arreguy Sala Missionária da Com. Católica Shalom em Israel e Secretária na Cúria Católica Melquita em Haifa
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Elias Chacour
elias chacour, nascido na pequena Biram vila do norte da Galileia em novembro de 1939, é palestino, caçula de uma família cristã, e também cidadão israelense. ordenado sacerdote católico em Nazaré, em 1965, foi eleito arcebispo católico do rito greco-melquita de toda a Galileia em fevereiro de 2006, tendo mais da metade de todos os cristãos da Terra santa como ovelhas do rebanho que estão sob sua responsabilidade.
erdadeiro símbolo de tolerância e de diálogo entre as três maiores religiões monoteístas presentes em Israel, Elias Chacour é um lider que sempre viu na educação da juventude a saída para uma convivência pacífica entre judeus, muçulmanos e cristãos. Na sala de aula e nos laços de amizade construídos em ambiente cristão de uma escola, onde prevaleçam a força dos valores do Evangelho, principalmente no programa de vida descrito por Jesus nas bemaventuranças, e não na força da intolerância e na força militar, pode estar uma nova saída para o conflito do Oriente Médio. Crendo que a paz começa no coração das pessoas, alicerçada na justiça e não em programas políticos, Elias Chacour criou em 1982 uma escola para meninas palestinas na pequena vila de Ibillin, onde foi pároco desde a sua orwww.edicoesshalom.com.br
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Moysés Azevedo no Fórum Carismático de 2008.
PaZ
Crendo que a paz começa no coração das pessoas, alicerçada na justiça e não em programas políticos, Elias Chacour criou em 1982 uma escola para meninas palestinas na pequena vila de Ibillin, onde foi pároco desde a sua ordenação até ser eleito arcebispo.
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denação até ser eleito arcebispo, que se tornou com o tempo, umas das mais importantes instituições educacionais de Israel conhecida como M.E.E.I., ou Mar Elias1 Educational Institutions, que conta com mais de 4.500 alunos entre cristãos, drusos, muçulmanos e judeus. Em área próxima, em breve será inaugurada a primeira Universidade Árabe-Cristã do Estado de Israel cuja pedra fundamental foi abençoada pelo Papa Bento XVI quando da sua histórica peregrinação a Terra Santa em maio de 2009. Elias Chacour escreveu quatro livros sendo ‘Blood Brothers’ o mais conhecido deles por seu teor biográfico. Nele o autor relata de maneira direta e forte o testemunho de uma família cristã palestina
na conturbada criação do Estado de Israel em 1948 e partilha sobre sua infância e juventude. No livro, Elias Chacour fala de sua experiência pessoal e familiar encarnando a Palavra de Deus, de como nasce sua vocação ao sacerdócio e a partir deste, seu caminho de liderança mundial na busca de caminhos de diálogo, perdão e amor que quebrem os ciclos de violência, ódio, terrorismo e retaliação. Em sua incansável peregrinação ao redor do mundo entre cristãos de todas as denominações e também entre não cristãos, pregando e construindo pontes de paz e lutando contra os muros da divisão e do ódio, recebeu vários prêmios internacionais, como o de Niwano Peace Foundation no Japão em 2001 ou em 2009, no Canadá, o prêmio Dr. E. H. Johnson, só para citar dois entre tantos outros. Elias Chacour foi indicado duas vezes para receber o Prêmio Nobel da Paz, mas isso não o preocupa nem envaidece, pois como ele mesmo costuma dizer, só Deus pode nos dar a paz. Com as palavras acima o Arcebispo terminou a partilha que fez com as autoridades da Comunidade Shalom que em março de 2008 se reuniram com ele em Haifa, na Cúria. Este momento histórico foi filmado e passado na formação permanente de todos os membros da Comunidade, a seguir.
Que nós, como discípulos e ministros da paz peçamos ao Senhor o dom da paz e ofertemos nossas vidas para que ela se encarne em nós e a partir de nossas vidas alcance muitas outras pessoas e realidades sociais. Aproveitando a presença do arcebispo Elias Chacour no Fórum Carismático de 2009 em Fortaleza, CE, promovido pela Comunidade Shalom, transcrevemos abaixo entrevista concedida com exclusividade para a revista Shalom Maná: Shalom Maná: Qual a importância da Palavra de Deus em sua vida? Elias Chacour: A Palavra de Deus... Palavra é uma expressão ambígua, mas posso dizer que desde a minha infância, a Palavra de Deus não é algo que Ele diz e eu esqueço, mas sempre foi uma realidade encarnada. No princípio, havia a Palavra e no princípio a Palavra criou o Céu e a Terra e esta mesma Palavra que os gregos chamam Logos, é o Filho de Maria, o Homem da Galileia, meu compatriota. Eu sempre O considerei meu grande modelo de vida, meu campeão e herói. Ele é o mesmo que transformou minha vida e me escolheu imerecidamente para ser Seu servo. A Palavra de Deus, enfim, não é algo evasivo, um discurso, é o próprio Deus encarnado feito homem. Ele é e sempre foi o foco da minha vida e existência. Qual o significado do seu lema episcopal Duc in Altum, tirado de Lucas 5, 4, em português, ‘faze-te ao largo’? Tenho muitas razões para escolher este texto como lema. Duc in Altum, ou seja, ir para o mais profundo ao encontro de algo mais... Quando o Senhor falou para os discípulos para irem para o mais profundo, estas
Emmir Oquendo Noguira no Fórum Carismático de 2008.
Ele foi educado para considerar todos os ‘inferiores e todos os superiores’ como melhores do que ele e, na verdade, Elias Chacour está constantemente aprendendo com todos.” palavras significaram para eles uma rede cheia de peixe, uma boa pesca. Pessoalmente, para além do sentido espiritual, eu sempre sofri com o que eu considerava falta de claridade ou quase ausência de transparência na minha Igreja.2 Deus me escolheu para ser Arcebispo e a necessidade de ir a fundo e de considerar as realidades com transparência cristalina, tornou-se quase uma obsessão em minha vida e isso não deixa de ser, por outro lado, fonte de muitos problemas para mim. Eu escolhi este lema como plano e programa de vida. Preciso confessar que não tenho ninguém a quem acusar na Igreja e muito menos com quem sentar para que me prestem contas. Minha grande ambição é transformar-me, é ser convertido, é melhorar o quanto for possível tudo o que penso e faço, e tudo isso em função de crescer naquilo que eu sou. Quem é Elias Chacour para Elias Chacour, em suas próprias palavras?
Elias Chacour embora adulto o suficiente para se tornar o Arcebispo da Galileia, é ainda aquele pequeno agricultor, o menino de Biram. Ele ainda anseia voltar para a vila que foi destruída, para se deliciar à sombra de sua figueira enquanto, sentado, lê a vida de seu compatriota Jesus Cristo em seu Novo Testamento. Este é o verdadeiro Elias Chacour. O que ele se transformou não é nem reflete sua realidade. A autoridade, poder, prestígio, fama não são Elias Chacour. Ele perdeu a possibilidade de permanecer o desconhecido, humilde, pobre menino de uma família cristã da Galileia. Ele foi educado para considerar todos os ‘inferiores e todos os superiores’ como melhores do que ele e, na verdade, Elias Chacour está constantemente aprendendo com todos. Notas 1 Mar Elias é o título dado ao grande profeta Elias, respeitado nas três religiões. 2 Ele se refere à Igreja Católica de rito GrecoMelquita que tem comunhão plena com o Santo Padre mas tem ritos, tradição, leis e admistração próprias como igreja oriental, diferente da Igreja Católica Romana ou Latina. www.edicoesshalom.com.br
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Liturgia e Sacramento
Laudes: O anúncio de um novo dia
“O Nascer desse dia convida a cantarmos os vossos louvores”1. Em cada amanhecer, há uma oportunidade inigualável para experimentarmos da presença do Cristo Ressuscitado por meio da oração das Laudes.
Márcio André T. Barradas Missionário da Com. Católica Shalom em Fortaleza/CE
“O
O que são as
Laudes?
Mas afinal, o que são as laudes? As laudes são uma oração que desde os tempos remotos da Igreja rezavam-nas a fim de caracterizar o findar da noite que abre o dia. “É a voz da esposa, a Igreja, que surge para acordar o esposo”2, e que representa para nós a “santificação do período da manhã” (IGLH 38). Nesta Oração matutina, podemos encontrar uma esplêndida
Senhor das nossas vidas, e que por isso merece as primícias do nosso dia que é o louvor da manhã.
Nascer desse dia Para que rezar as convida a canLaudes? tarmos os vosComo bem ensina São Cipriasos louvores.”1 no, “devemos orar pela manhã, Em cada amanhecer, há uma para que pela oração matinal se oportunidade inigualável para celebre a ressurreição do nosso experimentarmos da presença do Senhor.”3 Podemos ainda recorrer Cristo Ressuscitado por meio da às palavras de São Basílio Magoração das Laudes. Desde a aurora, no: “A oração da com os primeimanhã tem por ros raios do Sol, Mas afinal, o que são as laudes? As laudes finalidade cona naturez a, o são uma oração que desde os tempos remotos sagrar a Deus os nosso corpo e o primeiros movinosso interior da Igreja rezavam-nas a fim de caracterizar o findar mentos de nossa devem concorrer da noite que abre o dia.” alma e de nossa para esse louvor mente, e, antes da manhã, despertando-nos para riqueza simbólica, seja observando de nos ocuparmos com qualquer a presença do Ressuscitado que a natureza (manhã, aurora, luz, sol outra coisa, deixar que o nosso logo cedo vem nos despertar para nascente, começo do dia), contem- coração se regozije pensando em um novo dia. plando a ressurreição de Cristo Deus; (...) pois o corpo não deve Que ao louvar no início da ( Jesus “é a luz verdadeira que se entregar ao trabalho, sem antes manhã, busquemos consagrar e ilumina todo o homem” Jo 1,9), termos cumprido o que disse a santificar todo o nosso dia pe- ou ainda contemplando a Deus Escritura: “Eu vos invoco, Senhor, que é Criador de todas as coisas e desde o amanhecer. Escutai-me, rante Deus.
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porque desde o raiar do dia eu vos apresento minha súplica e espero” (Sl 5, 4-5).4 Assim, rezamos as Laudes para santificar todo o nosso dia e trabalho, por meio do louvor a Cristo Ressuscitado. Cristo, que venceu a morte, vem ser vencedor em nossas vidas por meio da nossa experiência pessoal concebida pela manhã que vai direcionar todo o nosso dia para a vontade do Pai. Como rezar as
Laudes?
Para iniciarmos as Laudes, introduzimos com o versículo: “Vinde ó Deus, em meu auxílio, socorrei-me sem demora”, seguido por “Glória ao Pai... “como era no princípio... e com o Aleluia (sendo omitido na Quaresma). Porém, pode-se omitir esse versículo preferindo-se iniciar as Laudes com o invitatório, sendo que é constituído por uma antífona própria do tempo e dos
dias, seguida pelo Salmo 94 (ou podendo ser trocado pelo Salmo 99, 66 ou 23).
Hino Imediatamente depois, é recitado o hino correspondente. Nas Laudes, o hino dá a clareza e encanto para compreendermos a importância litúrgica do louvor da manhã: “Raiando o novo dia, as vozes elevamos, de Deus a graça e glória a Cristo proclamamos”.5 No hino das Laudes, que varia a cada dia num ciclo de quatro semanas, podemos perceber algumas particularidades: – Cristo como “Sol” que expressa o poder da sua Ressurreição, simboliza a nova criação: “Já vem brilhante aurora o sol anunciar. De cor reveste as coisas, faz tudo cintilar;”6 – Dissipa as trevas do nosso pecado: “Ao clarão desta luz que renasce, fuja a treva e se apague a ilusão;”7
– Deus Criador de todos os seres e da natureza que, com o início do dia, vai ganhando suas formas, sugere-nos termos um olhar de Louvor por toda criação de Deus e, ainda, podemos perceber que devemos clamar a Deus o dom da castidade para combatermos tudo o que nos priva da vontade de Deus e de uma vida santa: “Casta a mente vença tudo que os sentidos pedem tanto; vosso Espírito guarde puro nosso templo santo”.8
Salmodia Ao rezar com os Salmos abrimo-nos ao louvor, seja recordando a Aliança de Deus para com seu povo, aclamando o Reinado de Deus, ou ainda louvando com os cânticos de Sião, que exaltam Jerusalém e o seu Templo. Além dos Salmos de Louvor, existem os Salmos de pedido de socorro. Rezar com os salmos nos leva a iniciar o nosso dia louvando e www.edicoesshalom.com.br
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bendizendo a Deus por suas maravilhas em nossas vidas, seja com ação de graças, renovando o nosso amor para com o Deus vivo, seja ainda com orações de súplica ou de arrependimento com um profundo desejo de retornar para Ele. Leitura
Breve
Após a Salmodia, fazemos uma leitura breve de alguns versículos da Bíblia, para que possamos ler e refletir acerca da graça alcançada na oração dos salmos, em vista da participação do Mistério de Cristo e da santificação do nosso dia: “Se alguém fala, faça-o como se pronunciasse oráculos de Deus. Alguém presta um serviço? Faça-o com a capacidade que Deus lhe concedeu, a fim de que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo”.9
Na oração final, enfocamos o pedido para que perdure durante todo o nosso dia a graça do encontro do Ressuscitado. Cântico
Evangélico
No Cântico Evangélico, fazemos experiência com Cristo Ressuscitado, que se apresenta como nosso Salvador,10 que vem ao encontro da sua esposa, a Igreja, a fim de animá-la a completar a sua obra de Salvação por meio da ação evangelizadora da Igreja;11 que confirma e completa a ação dos profetas12 e que nos mostra a via de santidade.13 Preces, Pai-Nossos e
Orações Conclusiva
Após rezar com o Cântico Evangélico, apresentamos as nossas preces, como súplica viva e confiante a Deus, em um abandono filial na providência e cuidado dele por nós, não esquecendo das necessidades da Igreja, da humanidade, da comunidade eclesial em que somos inseridos, e por todos
aqueles que se confiaram às nossas orações. Também rezamos o Pai nosso, rezando com confiança a oração que Jesus nos ensinou. Na oração final, enfocamos o pedido para que perdure durante todo o nosso dia a graça do encontro do Ressuscitado, de várias formas, como por exemplo: “(...) Fazei brilhar o sol da Justiça;14 Concedei-nos perseverar na meditação da vossa palavra; iluminai nossos corações com a luz do vosso Espírito;15 fortalecei a fé em nossos corações.”16 dentre outras formas. Notas 1 Hino das Laudes da IV semana da QuartaFeira. 2 Dicionário de Liturgia/ organizadores Domenico Sartore e Achille M Triacca; tradução Isabel Fontes Leal Ferreira. – São Paulo: Edições Paulinas, 1992. 3 Introdução Geral à Liturgia das Horas. § 38. 4 Introdução Geral à Liturgia das Horas. § 38. 5 Hino do Sábado da Segunda Semana. 6 Hino da Terça-feira da Primeira Semana. 7 Hino da Quarta-feira da Segunda Semana. 8 Hino da Segunda-feira da Quarta Semana. 9 Cf. Primeira Carta de São Pedro, 4, 10-11: Leitura da Quinta-Feira da III Semana. 10 “Para salvar-nos do poder dos inimigos” (Cântico Evangélico, cf. Lc 1, 68-79). 11 “A ele nos sirvamos sem temor, em santidade e em justiça diante dele, enquanto perdurarem os nosso dias” (Cântico Evangélico, cf. Lc 1, 68-79). 12 “Como falara pela boca de seus santos, os profetas desde os tempos mais antigos” (Cântico Evangélico, cf. Lc 1, 68-79). 13 “Para iluminar a quanto jazem entre as trevas e na sombra da morte estão sentados, para guiar nossos passos no caminho da paz” (Cântico Evangélico, cf. Lc 1, 68-79). 14 Oração das Laudes da III semana da QuintaFeira. 15 Oração das Laudes da III semana da QuartaFeira. 16 Oração das Laudes da I semana da SextaFeira.
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ASSUNTO DO MÊS
Ser missionário hoje! Ser missionário hoje é primordialmente assumir nosso papel na sociedade, começando dentro de nós, a partir do nosso encontro com o amor e com a verdade, compreender que não se pode calar e omitir a mensagem que recebemos, mais que isso, que não se pode calar a experiência que um dia tivemos e que se renova a cada dia com o Ressuscitado que passou pela Cruz.
Ana Paula Pedroza dos Santos Missionária da Com. Católica Shalom em São Paulo/SP
E
stamos no mês de outubro, mês em que celebramos grandes santos, São Francisco, Santa Teresa, Santa Teresinha e muitos outros. Outubro é o mês que faz jus a seu título, mês missionário.
Para falarmos da missionariedade hoje, faz-se necessário antes, descrever um pouco da realidade do homem atual, quais as suas necessidades, seus anseios seus medos... Na sociedade contemporânea, destaca-se sobremaneira o imediatismo: tudo é para agora, saio do trabalho e pelo celular já peço o jantar para quando chegar a casa já estar na mesa, sem necessitar
esforço e tempo; faço transferências, pagamentos tudo via internet, converso com os amigos ali mesmo num “chat”, no “msn”, no “skype”, sem precisar me mover da cadeira... tudo muito prático... muito rápido. Acontece que, por mais instantâneo que esteja o mundo, existe ainda dentro do homem um espaço, um vazio que os afazeres e a correria do dia-a-dia não conseguem pre-
Não há judeu nem gentio, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher: todos vós sois um só em Cristo Jesus.”
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encher e à noite quando ele para, e desacelera (porque dormir não é algo instantâneo) este homem começa a refletir sobre o significado de sua vida, porque todos nós existimos para um fim, Deus nos criou com uma missão e descobri-la não é tão simples como um clique no computador, exige tempo, escuta, atenção, aprendizado no amor e amar implica perder tempo. João Paulo II em sua encíclica Redemptor Hominis (Redentor do Homem) nos fala um pouco dessa necessidade: “o homem não pode viver sem amor”. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se não o torna algo seu, próprio, se nele não participa vivamente. E por isto precisamente Cristo Redentor, revela plenamente o homem ao próprio homem. Esta é – se assim é lícito exprimir-se – a dimensão humana do mistério da redenção. Nesta dimensão o homem reencontra a grandeza, a dignidade e o valor próprios da sua humanidade. No mistério da
redenção, o homem é novamente “reproduzido” e, de algum modo, é novamente criado. “Não há judeu nem gentio, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher: todos vós sois um só em Cristo Jesus”. O homem que quiser compreender-se profundamente, deve, com a sua inquietude, incerteza e também fraqueza, pecados, com sua vida e com sua morte, aproximar-se de Cristo. Deve assimilar toda a realidade da encarnação e da redenção para se encontrar. Se no homem se realizar este processo profundo, então ele produz frutos, não somente de adoração a Deus, mas também de profunda maravilha perante a si próprio. Outro levante importante aqui é acerca da verdade. Tantos filósofos, estudiosos, pensadores, poetas já abordaram esta questão: o que é a verdade? Ela está inscrita no coração do homem, este tem uma profunda sede dela, a necessidade de encontrá-la. Este homem também encontra-se ferido pelo contexto que o cerca, são muitos os seus medos, suas incertezas: roubos, sequestros relâmpagos, violência, intolerância, traições, adultérios...
chamados a dar testemunho do Cristo: crianças, jovens, adultos, idosos, casais, celibatários, religiosos, sacerdotes, leigos... todos, sem exceção. A missão não é trabalho de “uns poucos”, mas de todos nós. E precisamos assumir isso com afinco, abrindo mão, muitas vezes, de nossa comodidade para ir ao encontro daqueles que ainda estão perdidos, e estão assim porque não foram “encontrados” por cada um de nós. “A Igreja não pode abandonar o homem à “sorte”, ou seja, a escolha, o chamamento, o nascimento e a Como confiar, como acreditar ou Ser missionário hoje em quem acreditar? Mas, ainda Ser missionário hoje é primor- morte, a salvação ou a perdição assim o espaço da verdade está dialmente assumir nosso papel na estão de maneira íntima e indislá, querendo alimento, querendo sociedade, começando dentro de solúveis unidos a Cristo. É no voz, querendo existir em nós, por nós, a partir do nosso encontro íntimo deste homem que muitos nós. Aqui entra em cena o “Único” com o amor e com a verdade, elementos se combatem entre si. inviolavelmente capaz de saciar o compreender que não se pode Enquanto por uma parte, ele se experimenta, como homem desta sede: criatura que é, mulJesus Cristo. Ser missionário hoje também implica tiplamente limitada, “Ele vai ao ensofrer com a Igreja diante dos disparates por outra, sente-se contro do homem ilimitado nos seus de todas as épocas, do mundo, viver a mensagem central da vida de desejos e citações, também da nossa Cristo: a misericórdia. Buscar julgar menos e vê-se obrigado a esépoca, com as mes- amar mais.” colher entre elas e mas palavras que disse uma vez”: ‘conhecereis a calar e omitir a mensagem que a renunciar algumas. Mais ainda, verdade e a verdade tornar-vos- à recebemos, mais que isso, que não fraco e pecador faz muitas vezes livres’.Estas palavras encerram em se pode calar a experiência que um aquilo que não quer e não realiza o si uma exigência fundamental e, ao dia tivemos e que se renova a cada que desejaria fazer.Sofre assim em mesmo tempo, uma advertência, dia com o Ressuscitado que passou si mesmo a divisão da qual tantas e tão graves discórdias se originam ademais, para que seja evitada pela cruz. qualquer verdade aparente, toda Ser missionário hoje é ocupar para a sociedade. É este homem a liberdade que não compreenda nosso lugar como cristãos no assim que é a via da Igreja, e por cabalmente a verdade sobre o ho- mundo do trabalho mostrando consequência nossa”. Ser missionário hoje também mem e sobre o mundo. que é possível ser honesto sim, “Ainda hoje, depois de dois mil que é possível pagar os impostos, implica sofrer com a Igreja diante anos, Cristo continua a aparecer-nos respeitar as leis, andando talvez na dos disparates do mundo, viver a como aquele que traz ao homem a contramão de muitos, mas dentro mensagem central da vida de Crisliberdade baseada na verdade, como de nós sentir a paz de se estar na to: a misericórdia. Buscar julgar menos e amar mais. Apiedar-se de aquele que liberta o homem daquilo via certa, na “mão” certa. Ser missionário hoje é tornar um homem “que parece estar semque o limita, diminui e como que espedaça essa liberdade nas próprias viva a mensagem de João Paulo II pre ameaçado por aquilo mesmo raízes, na alma do homem, no seu quando convocou a Igreja à missão que produz; ou seja, pelo resultado e não excluiu ninguém, todos são do trabalho das suas mãos e, ainda coração e na sua consciência”. www.edicoesshalom.com.br
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rESPOSTa
A riqueza dos estados de vida torna o ser missionário hoje ainda mais real e eficaz como resposta às exigências do mundo contemporâneo. mais, pelo resultado do trabalho da sua inteligência e das tendências da sua vontade. Os frutos desta multiforme atividade do homem tornam-se como objetos de alienação, voltando-se contra o próprio homem. Dirigindo-os e até mesmo atingindo-os. E cada vez mais este homem tem medo.” Como cativar este homem? Como atingir este homem? Como atrair este homem? Como conquistar a sua confiança? Temos aqui em João Paulo II uma bela resposta: “o homem contemporâneo acredita mais nas testemunhas do que nos mestres, mais na experiência do que na doutrina, mais na vida e nos fatos do que nas teorias. O testemunho
da vida cristã é a primeira e insubstituível forma de missão: Cristo, cuja missão nós continuamos, é a “testemunha” por excelência (Ap 1,5; 3,14) e o modelo do testemunho cristão. A primeira forma de testemunho é a própria vida do missionário da família cristã e da comunidade eclesial.”. Na inexaurível e multiforme riqueza do Espírito vê-se surgir no seio da Igreja as Novas Comunidades com suas particularidades, dentre elas, os três estados de vida. Que riqueza para a Igreja e para o homem contemporâneo poder desfrutar da consagração de vida de famílias, sacerdotes e celibatários. Evangelizando de forma mais especifica dentro das realidades próprias no meio secular,
Seu auxílio
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por meio de congressos, vigílias de evangelização, nas ruas, nas praças, por meio de festa jovem, acampamentos, fóruns, cursos de cura interior, shows de músicas católicas, e ainda por meio da arte e tantas outras diversas formas que Deus mesmo em sua criatividade constante realiza no meio de nós. Paulo VI a respeito das famílias nos diz: “Como Igreja, deve ser um lugar onde se transmite o Evangelho e donde o evangelho irradia. Portanto, no interior de uma família consciente desta missão, todos os componentes evangelizam e são evangelizados. Os pais não só comunicam aos filhos o evangelho, mas, podem também receber deles o mesmo evangelho profundamente vivido. Uma tal família torna-se,
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Shalom Maná | outubro/2009
“sê firme e corajoso. o senhor está contigo em qualquer parte onde fores.” Jos 1,9
então, evangelizadora de muitas outras famílias e do ambiente no qual está inserida.” Também os celibatários são este sinal evangelizador pela vivência de um amor total e indiviso, puro, casto, num mundo completamente contaminado de impureza, onde a união conjugal querida por Deus, tantas vezes se tornou uma busca de prazer desenfreada, e não mais expressão de amor e entrega cabível apenas dentro do matrimônio, onde a dignidade dos cônjuges é guardada pelo sacramento, é exatamente neste mundo que o celibatário é sinal de uma feliz entrega. É sinal de escolha total pelo Reino, ao fazer-se um com o Senhor, renunciando a lícita companhia de um outro, para ter o Senhor como único alvo de amor, amor este que transborda indubitavelmente sobre todos à sua volta e de forma misteriosa estende-se pela humanidade inteira. E como missionário por excelência, também a pessoa do sacerdote, aquele que “in persona Christi” deve pastorear o rebanho, guardá-lo do “lobo”, ministrando sobre os homens os sacramentos, armando-os para combater as insídias do mundo. A riqueza dos estados de vida torna o ser missionário hoje ainda mais real e eficaz como resposta às exigências do mundo contemporâneo. Como dizia anteriormente, a mensagem central do anúncio missionário deve ser a misericórdia. “Jesus revelou, sobretudo com seu estilo de vida e com suas ações, como está presente o amor no mundo em que vivemos, o amor operante, o amor que se dirige ao homem e abraça por completo sua humanidade.”
Portanto ser missionário hoje é ser o homem da esperança, da caridade e da misericórdia: para poder anunciar a todo irmão que Deus o ama e que ele próprio pode amar. Ter uma particular atenção aos pobres, pequenos, aos jovens, amando-os, acolhendoos, apresentando-os a Cristo e ao caminho da verdade. E por fim, abraçar a santidade, “não basta conhecimentos, novos meios, novas técnicas, nem mesmo renovar os métodos pastorais, é preciso suscitar um novo ‘ardor de santidade’ entre os missionários a exemplo das primeiras comunidades cristãs: eles tinham tudo em comum. Não obstante a escassez dos meios de transporte e de comunicação, o anúncio do Evan-
gelho atingiu em pouco tempo, os confins do mundo e tratava-se da religião ‘do homem morto na cruz’, ‘escândalo para os judeus e loucura para os pagãos’ (I Cor. 1,23). Porém, na base deste dinamismo missionário estava a santidade dos primeiros cristãos e das primeiras comunidades.” Que o Senhor nos dê a graça de sermos missionários hoje, com a mesma parresia e intrepidez dos apóstolos de outrora, com “Veritatis Splendor” e um coração “Dives in Misericórdia”. Fonte: • Bíblia Sagrada • Encíclicas de João Paulo II: Redemptor Hominis, Dives in misericórdia, Redemptoris Missio, Veritatis Splendor • Exortação apostólica de João Paulo II: A missão da Família Cristã no Mundo de hoje www.edicoesshalom.com.br
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A escol sÓ FaMÍlia
lugar de aprendizado pa a escola é uma das ocupações primordiais dos filhos durante a infância, a adolescência e a juventude. portanto, é um percurso longo da vida e precisa ser de qualidade. os pais têm papel importante na escolha e participação neste percurso dos filhos.
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la,
ara a vida Laura Martins Missionária da Com. Católica Shalom em Fortaleza/CE e Psicopedagoga
C
abe aos pais acompanhar o processo de aprendizagem dos filhos, sua adaptação à escola (seus relacionamentos com professores, colegas e funcionários). Nos primeiros anos da vida escolar a presença dos pais deve ser intensa, uma vez, que a criança ainda não alcançou uma autonomia adequada. Porém, a presença dos pais deve acontecer durante toda a caminhada estudantil, tomando dimensões e características diferentes, conforme a faixa etária dos filhos. Seguem algumas pistas para auxiliar os pais na vivência deste processo de participação na vida escolar dos filhos. Converse com seu filho Pergunte o que ele aprendeu no colégio, demonstre interesse, e dê importância ao seu aprendizado. Quando os pais participam da
vida escolar dos filhos, as notas aumentam em torno de 20 a 50%. Proponha que ele lhe ensine algo que aprendeu na escola. Pergunte se ele tem dificuldades em alguma matéria ou conteúdo. Tente ajudálo a resolvê-las. Cobre as obrigações de seu filho • Favoreça que ele frequente a escola na hora certa. E que não falte às aulas sem motivo grave; • Com perguntas, perceba se ele presta atenção nas aulas; • Observe se ele faz as tarefas de casa diariamente; • Os estudos mostram, segundo pesquisa da entidade “Educar para crescer”, que faltas dificultam muito a aprendizagem de crianças e adolescentes. E quanto mais aulas um aluno perde, maior será a probabilidade de ter um desempenho fraco e até repetir o ano letivo; • Organize com seu filho o horário de estudos, de lazer, entre outros. Reserve um espaço da casa silencioso e organizado destinado ao estudo dos filhos. Acompanhe as tarefas escolares • Ofereça ajuda, motive, mas não faça as tarefas por ele e nem lhe dê as respostas prontas. Pais que agem assim, favorecem que os filhos se acomodem, desistam dos desafios e não priorizem os estudos como uma das atividades importantes da vida, repercutindo posteriormente, de forma negativa, na vida profissional; • Estimular e ajudar não significa executar as tarefas pelos filhos. A pesquisa mostra que filhos estimulados pelos pais a estudar e a fazer as lições de casa têm um desempenho muito melhor.
Estimule seu filho a pesquisar e a descobrir as respostas por conta própria, respeitando o potencial de cada faixa etária, conforme a escola orienta. Perceba como está o aprendizado do seu filho Observe se seu filho está aprendendo o que lhe é ensinado na escola. Provavelmente, dentro do percurso normal do estudante, observe: • Aos 8 anos, ele deve saber ler e escrever com facilidade, compreendendo o que lê nos livros, pelo menos aqueles de seu ano escolar; • Aos 10 anos, deve saber somar, subtrair, multiplicar e dividir; • Aos 14 anos, deve resolver equação de 1º. Grau com duas variáveis (X e Y) e interpretar textos com diferentes opiniões. Confira sempre as notas e o boletim de seu filho. Se forem ruins, vá à escola, pergunte ao professor como você pode ajudar seu filho. Converse com o coordenador e peça orientação; se forem boas notas, elogie-o para que continue crescendo com responsabilidade. Segundo informações do site “Educar para crescer” (www.educarparacrescer.com.br), um dossiê do Departamento de Educação dos Estados Unidos constatou que o acompanhamento constante dos pais influi mais no rendimento escolar de uma criança do que a renda da família. Dê importância à leitura • Leia sempre. É bom para você e excelente para seu filho, que seguirá o seu exemplo naturalmente. Leia para ele desde bebê, com entonação e emoção! www.edicoesshalom.com.br
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empréstimos para que os livros • Estudos comprovam que filhos • Incentive a leitura de livros, circulem e todos se beneficiem cujos pais leram bastante para utilizando jogos, brincadeiras e se estimulem mutuamente à em família que envolvam os eles quando pequenos, têm um leitura; conteúdos lidos. E, de acordo desempenho melhor na escola. com a faixa etária, oportunize • Proporcione passeio para exA proximidade com o mundo pequenas “recompensas” sauda escrita facilita a alfabetização plorar bibliotecas e livrarias. e ajuda em todas as matérias, dáveis e agradáveis como forma de reforçar tais atitudes. A in- Dê o exemplo pois grande parte do aprendizado em história, geografia, maternet pode deixar de ser uma Seja coerente. Suas atitudes temática e outras disciplinas se “concorrente”, se aproveitada refletem o que você pensa. Mostre para alcançar os colegas de seus que estudar é importante e ler, dá por meio da leitura de livros, filhos e envolvê-los também divertido. Estude e leia sempre. O pois entre outros benefícios, nessa motivação à leitura. O ser livro proporciona viagens interesenriquece o vocabulário, facilita humano tem necessidade de re- santes pela imaginação, pelas asas a capacidade de interpretação dos textos diverda cultura, e pelo sos e desenvolve mundo interior, faPergunte o que ele aprendeu no colégio, a capacidade de demonstre interesse e dê importância ao vorecendo também expressão oral e o conhecimento da seu aprendizado.” escrita; natureza humana e de si mesmo. A • Dê livros e revislacionamentos concretos (face a leitura também fortalece a vivêntas de presente para seu filho. face). Oportunize a seu filho a cia dos valores. Daí a importância Observe o conteúdo de valores satisfação dessa necessidade de de escolher bem os livros e de que os livros trazem para que ter espírito crítico diante de seus forma criativa e saudável; sejam motivadores da educação que você escolheu para sua • Estimule outras atividades que conteúdos. família; desenvolvam a leitura, como: Crie um ambiente cultural e lúdi• Coloque os livros ao alcance jogos, receitas, mapas, leitura co em casa sobre lugares que irão visitar... • Seja curioso: pergunte, questione, das mãos dele. Um dos fatores que mais influencia positi- • Faça da leitura um momento procure entender... Crie um amvamente a aprendizagem é a de prazer. Use a criatividade, biente cultural e lúdico em casa pode colocar uma música suave presença de livros em casa. (jogos inteligentes, papel, lápis, instrumental e em baixo voluMas não basta tê-los. É preciso tintas, pincéis, revistas, palavras me, oferecer após a leitura um cruzadas, caça-palavras, etc.); lê-los. Lares modestos com lanchinho diferente... mais livros produzem melho• Escreva bilhetinhos para seus res alunos do que lares mais • Favoreça o intercâmbio de lifilhos. Ele vai valorizar ainda vros com os colegas através de mais a escrita; ricos com menos livros;
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• Estimule os filhos a escrever as memórias da família, a pesquisar suas origens mais remotas, a reunir informações através dos tios, avós, e outros. Além de valorizar e fortalecer os laços familiares, favorece a percepção dos valores importantes à família, possibilita o autoconhecimento e desenvolve também outras habilidades cognitivas através da pesquisa e da escrita; • Incentive o filho a escrever corretamente ao usar o computador e a internet; • Peça ajuda para escrever a lista de compras, anotações em álbuns de fotografias, recadinhos, etc. Vá à escola do seu filho Apresente-se aos professores e coordenadores de seu filho. Familiarize-se com os ambientes da escola. Conheça as regras do
colégio e ajude a passá-las para o seu filho. Ajude seu filho na conquista de autonomia e de amadurecimento • Nos primeiros anos de vida, o afeto constante, o cuidado direto e a presença física são fundamentais para o desenvolvimento afetivo, emocional e neurocognitivo da criança. Assim, a presença na escola também precisa ser mais constante para que a criança se sinta segura e confiante;
• Aos poucos, os pais devem ir ensinando a criança a tomar iniciativas e decisões mais simples, fortalecê-la nos valores e ajudá-la a adquirir habilidades de convivência e de resolução dos pequenos conflitos normais no cotidiano das crianças; • Faça-a refletir sobre as consequências de suas ações. E não hesite em deixá-la perceber e assumir os desdobramentos desses conflitos. Isto ajudará a construção do autodomínio e da autocensura necessários para o convívio social adequado; • Na adolescência, a presença precisa ser mais sutil, porém, regular para acompanhar esta fase desafiante que o filho enfrenta. Abrir as portas de casa para os amigos dos filhos. Assim poderá, com discrição e respeito, conhecer como está a cabecinha dos adolescentes e poder intervir com amor e firmeza quando necessário. Conversar com os professores é também muito imporwww.edicoesshalom.com.br
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adMIraÇÃO
Mostre que você admira a profissão do professor. Ensine seu filho a ouvi-lo e a respeitá-lo.
tante neste período. Seja firme em exigir responsabilidade e compromisso do filho, na sua vida estudantil. Valorize o professor Mostre que você admira a profissão do professor. Ensine seu filho a ouvilo e a respeitá-lo. Não desautorize o professor na frente de seus filhos (com críticas negativas ou comentários indevidos). Procure os professores periodicamente e converse com eles sobre seu filho, “sem defesas nem ataques”. Participe das reuniões. Se não compartilhar a mesma opinião que o professor ou coordenador, converse com eles a sós. Busque entrar em comunhão com as orientações da escola. Entenda como a escola trabalha • Informe-se sobre o período de provas e motive seu filho a estudar com antecedência, especialmente aqueles conteúdos que são mais difíceis para ele; • Participe das atividades da escola: exposições, torneios, reuniões de pais, festas, festivais, campanhas e outras; • Critique, elogie, faça sugestões, coloque seu ponto de vista com simplicidade. Escolha bem a escola do seu filho Procure informações sobre a proposta pedagógica, sobre os valores que são enfatizados na filosofia da escola, para que haja sintonia entre família e escola, na educação dos filhos. Pesquise sobre os índices de repetência e evasão escolar, conheça a estrutura física. E converse com outros pais que tenham filhos estudando nela.
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Investigue como são encaminhadas e resolvidas as dificuldades de aprendizagem dos alunos durante o processo de aprendizagem. Informe-se também se a escola investe na formação continuada dos professores. Não existe escola perfeita, mas é possível escolher melhor, e também participar no seu desenvolvimento. Escolas católicas, por uma questão de coerência, esforçam-se para ser fiéis aos seus princípios cristãos, que são universais. Estabeleça prioridades ao escolher a escola As instalações devem ser adequadas, mas não devem definir uma escolha. Também é bom que a escola ofereça atividades extracurriculares, mas o que deve ser avaliado é se seu filho vai aprender de verdade português, matemática, história, geografia, ciências, conseguindo, resolver problemas, analisar textos, ter uma visão crítica do mundo pautada nos valores, e a relacionar-se com respeito pelos seus semelhantes. A escola é boa quando prioriza a aprendizagem e os valores, colunas para o desenvolvimento de uma vida digna e feliz, comprometida com a construção de uma sociedade ética e pacífica, em conformidade com o Projeto de Deus para a humanidade. A escola, como instituição que educa, não pode prescindir da religião, pois é ela o alicerce que eleva o homem acima da vida natural, impulsionando-o a transcender e dar sentido à sua vida, ao seu trabalho, ao convívio humano, e ao bem que deve permear suas atitudes. Religião é vida. Viver é buscar ser feliz, e a felicidade nesta vida e na futura (a vida eterna) é conquistada na realização plena do homem, criado por Deus, para amar e ser amado.
Atualidade
A Cabana. De qual deus fala o livro?
Parte 2
Tomemos nesta edição a II Parte da explicação do livro “A Cabana”. Se você perdeu a I Parte, não deixe de adquirir a Shalom Maná de nº 194. Confira!
Carmadélio Souza Missionário da Com. Católica Shalom em Fortaleza/CE
O
Filho O Filho se apresenta como um judeu envolvido em sua carpintaria e com Mack e ri quando este diz que ele é feio, afirmando que, realmente, é feio e tem o nariz grande como os ancestrais masculinos de sua mãe. (p. 102) Sabemos que em Deus não há nada que não seja beleza, verdade, luz, vida e ainda que todos os ancestrais de Nossa Senhora fossem feios e narigudos, isso não seria característica do Filho. O Espírito Santo O Espírito Santo é uma moça asiática etérea, irrequieta e colorida, que leva as pessoas a se sentirem bem, em paz, aliviadas, mais que a amar a Deus e aos irmãos. Não
tem nenhuma relação com a Igreja, assim como o Pai. Nega que a Bíblia traga regras, mandamentos ou conselhos, como veremos abaixo. Ele é como que o “responsável” por fazer o homem livre de toda regra, obediência ou mandamento bíblico ou da Igreja. Ou seja, tem papel exatamente contrário ao do verdadeiro Espírito Santo! Um deus anarquista? Este tema desenvolve-se sutil e lentamente ao longo do livro e acabará por opor toda instituição ao amor e relacionamento, o que se tornará crítica explícita à Igreja e à religião. O tema já aparece antes da página 97, mas retorna aqui: “Os relacionamentos não têm nada a ver com poder. Nunca! E um modo de evitar a vontade de exercer poder é escolher se limitar e servir. Os humanos costumam fazer isso quando cuidam dos enfermos, quando servem os ido-
sos, quando se relacionam com os pobres, quando amam os muito velhos e os muito novos, ou até mesmo quando se importam com aqueles que assumiram uma posição de poder sobre eles.” (97) Depois da primeira frase, todas as frases são corretas, o que parece dar legitimidade à primeira, mas é um paradoxo com a última. Outro texto sobre o mesmo tema: “– Os humanos estão tão perdidos e estragados que para vocês é quase incompreensível que as pessoas possam trabalhar ou viver juntas sem que alguém esteja no comando. – Mas qualquer instituição humana, desde as políticas até as empresariais, até mesmo o casamento, é governada por esse tipo de pensamento. É a trama do nosso tecido social – declarou Mack. www.edicoesshalom.com.br
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– Que desperdício! Disse Papai, pegando o prato vazio e indo para a cozinha. – Esse é um dos motivos pelos quais é tão difícil para vocês experimentar o verdadeiro relacionamento – acrescentou Jesus. – Assim que montam uma hierarquia, vocês precisam de regras para protegê-la e criando algum tipo de cadeia de comando que destrói o relacionamento ao invés de promovê-lo. Raramente vocês vivem o relacionamento fora do poder. A hierarquia impõe leis e regras e vocês acabam perdendo a maravilha do relacionamento que nós pretendemos para vocês.”
RELATIVISMO
Puro relativismo e nova era a ser engolido por milhões de pessoas no mundo inteiro sob a autoridade do nome de Deus!
Em Gn 1, Deus já estabelece uma hierarquia entre o homem e o criado, o que define inclusive o tipo de relacionamento entre eles e o tipo de responsabilidade do homem quanto à criação – mais tarde, no livro, a responsabilidade também será questionada. “–… Então nós fomos seduzidos por essa preocupação com a autoridade? – De certo modo, sim – respondeu Papai, passando o prato de verduras para Mack… — Sarayu continuou: – Quando vocês escolhem a independência nos relacionamentos tornam-se perigosos uns para os outros. As pessoas se tornam objetos a serem manipulados ou administrados para a felicidade de alguém. A autoridade, como vocês pensam nela, é meramente a desculpa que o forte usa para fazer com que os outros se sujeitem ao que ele quer.” Puro relativismo e nova era a ser engolido por milhões de pessoas no mundo inteiro sob a autoridade do nome de Deus! Na página 135, há uma afirmação sobre as mulheres e o poder, o
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que poderia parecer simplesmente uma tentativa de quebrar paradigmas, já que não se repete depois. É Jesus quem fala: “– O mundo, em vários sentidos, seria um lugar muito mais tranquilo e gentil se as mulheres governassem. Haveria muito menos crianças sacrificadas aos deuses da cobiça e do poder.” Esta é uma ideia feminista das mais radicais. Segundo ela, a mulher é superior ao homem em vários campos e tem uma percepção do universo mais espiritual. Tal ideia é um primeiro passo para a defesa do aborto e a retirada do sentimento de culpa das mulheres com relação a ele. Por isso, muitos governos colocam mulheres à frente de processos de legalização do aborto. Relativismo O relativismo aparece por todo lado no livro. Seria necessário transcrevê-lo quase todo. Aparece na falta da necessidade de obedecer, no fazer o que quiser ao invés de obedecer, no ridículo que é ter responsabilidade. Segundo “Jesus”, no livro, submissão não tem nada a ver com autoridade e obediência, que são conceitos inventados por nós, assim como a responsabilidade e a expectativa (p. 133). O relativismo está presente no “anarquismo” comportamental pregado especialmente no final do encontro de Mack com a “trindade”. Na verdade, poderia resumir a mentalidade do livro, juntamente com “anarquismo”, “individualismo”, utilização irresponsável de sofismas e utilização indevida da Palavra em interpretação pessoal e muito fantasiosa. “– Você não deve fazer nada. Está livre para o que quiser. (…) não se sinta obrigado. Vá se for
isso o que você quer fazer.”, diz Jesus (p. 80) Doutrina sobre o Céu e Inferno A ênfase sobre uma “trindade” que não exige, que não julga, que não espera nada de nenhum homem, que não nutre expectativas nem lhes impõe responsabilidades nem os purifica (apenas os cura) elimina inteiramente a ideia da purificação do purgatório para ver a Deus (como o livro é escrito por protestante, não se pode esperar isso mesmo), mas também a ideia do inferno. Deus é perfeitamente bom, tolerante e vê o bem do homem como um relacionamento com ele, sem esforço pela santidade, sem
purificação para a santidade. Jesus já venceu tudo isso na Morte e Ressurreição (no livro não se fala de pecado). A única coisa que o homem deve fazer, mas só se quiser, é relacionar-se com a “trindade”, mas sem compromisso de amor, Igreja, sem qualquer instituição, sem responsabilidade, sem expectativas e sem regras, leis ou rituais. Um exemplo é quando Jesus diz a Mack: “– Só quero que confie em mim o pouco que puder e que cresça no amor pelas pessoas ao seu redor com o mesmo amor que compartilho com você. Não cabe a você mudá-las nem convencê-las convencê-las, você está livre para amar sem qualquer obrigação.”
rELaTIvISMO
O relativismo aparece por todo lado no livro. Seria necessário transcrevê-lo quase todo. Aparece na falta da necessidade Na pág de obedecer, 168 se lê: no fazer o que “Mack, eu as amo (as pes- quiser ao invés soas que inventaram de obedecer, no os sistemas de poder). ridículo que é ter E você comete um erro jul- responsabilidade.
gando-as. Devemos encontrar modos de amar e servir os que estão dentro do sistema, não acha? Lembre-se, as pessoas que me conhecem são aquelas que estão livres para viver e amar sem qualquer compromisso. (!!!)
Como amar de acordo com o Evangelho sem compromisso ou responsabilidade? Como seguir Jesus até a cruz, como ser seu discípulo sem compromisso ou responsabilidade? De qual amor o livro fala? Talvez do amor da Nova Era, do amor da Era de Aquarius, jamais do amor cristão! Jamais do verdadeiro amor humano! www.edicoesshalom.com.br
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A VOZ DA IGREJA
Dia da alegria
A participação regular na Missa dominical é sinal de nossa pertença à Igreja. A Carta Apostólica “Dies Domini”,“Dia do Senhor”, do Papa João Paulo II “ao Episcopado, ao clero e aos fiéis da Igreja Católica sobre a santificação do domingo”, representa um grande esforço em favor da observância de tão grave dever.
Cardeal Dom Eugenio Sales Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro/RJ
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iz a Carta Apostólica: “(...) a celebração do Domingo cristão pelos significados que evoca e as dimensões que implica, relativamente aos fundamentos mesmos da Fé, permanece um elemento qualificante da identidade cristã” (nº 30). Aos discípulos de Cristo não é suficiente que rezem individualmente. “É importante que se reúnam para exprimir em plenitude a própria identidade da Igreja, assembleia convocada pelo Senhor Ressuscitado” (nº 31). Ela “é lugar privilegiado de unidade” (nº 36). No início do século III, a “Didascália dos Apóstolos”, escrita provavelmente na Síria por um Bispo, refere-se ao preceito dominical: “No dia do Senhor, deixai tudo e, zelosamente, correi à vossa assembleia, que é o vosso louvor a Deus” (nº 46). No século IV, percebe-se o zelo heroico dos discípulos do Senhor Jesus no fato seguinte. Em plena perseguição de Deocleciano, os mártires de Abitinas, na África Proconsular, assim res-
ponderam a seus acusadores: “Foi sem qualquer temor que celebramos a ceia do Senhor, porque não se pode deixá-la: é a nossa lei; não podemos viver sem a ceia do Senhor”. E uma das mártires confessou: “Sim, fui à assembleia e celebrei a ceia do Senhor com os meus irmãos, porque sou cristã” (nº 46). E sofreram o martírio. Comparemos a atitude desses fiéis com a de tantos outros em nossos dias. Vem a ser uma obrigação de consciência participar da missa cada domingo. A Igreja nunca cessou de afirmá-la, “embora, em um primeiro tempo, não tenha julgado necessário prescrevê-la. Só mais tarde, face à tibieza
identidade
“É importante que se reúnam para exprimir em plenitude a própria identidade da Igreja, assembleia convocada pelo Senhor Ressuscitado”
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Uma celebração jubilosa, animada pelos cantos dignos da tradição eclesial na letra e na melodia, conforme as disposições litúrgicas, é de grande valor. ou à negligência de alguns, teve de explicitar o dever de participar na missa dominical” (nº 47). Hoje, como nos heroicos tempos primitivos, em muitas regiões do mundo a situação se apresenta difícil para quem deseja viver coerentemente sua Fé. Diz o Santo Padre que pertence, de modo particular, aos Bispos, empenhar-se “para fazer com que o Domingo seja reconhecido, santificado e celebrado por todos os fiéis, como verdadeiro “Dia do Senhor” (nº 48). O zelo pastoral orienta a comunidade local a acolher fraternalmente os irmãos que chegam, como turistas peregrinos. Uma celebração jubilosa, animada pelos cantos dignos da tradição eclesial na letra e na melodia, conforme as disposições litúrgicas, é de grande valor. Infelizmente hoje há um hinário que, em vez de cantar o amor ao Pai e aos irmãos, exalta o conflito, substitui o louvor a Deus pelas criaturas e dá preferência aos benefícios temporais sobre os valores eternos. Além da Missa, diversas iniciativas, como visita aos santuários e encontros familiares enriquecem esse dia. Embora não satisfaçam ao cumprimento do preceito dominical, as transmissões televisas ou radiofônicas são de grande importância. Levam aos ouvintes a mensagem do Evangelho e incitam à piedade. Um outro aspecto abordado por essa Carta Apostólica é o Domingo como dia de alegria, repouso e solidariedade. “Que todos estejam alegres no primeiro dia da semana”, lemos no “Didascália dos Apóstolos”, escrita no século III. Recorda-nos o Santo Padre: “Não existe qualquer oposição entre a alegria cristã e as verdadeiras alegrias humanas” (nº 58). O descanso dominical só pôde ser observado a partir do século IV, quando a lei civil, sob Constantino, quebrou o ritmo semanal, determinando a suspensão do trabalho no “Dia do Sol”. A relação entre o Dia do Senhor e o dia de descanso na so-
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ciedade civil tem um valor e um significado que ultrapassam o horizonte propriamente cristão (nº 65). Os fiéis se esforcem para que a “legislação civil tenha em conta o dever de santificar o Domingo” (nº 67). A abertura do comércio é um óbice que se coloca à prática religiosa. O domingo, para o discípulo de Cristo, é também o dia da solidariedade mediante obras de caridade, misericórdia e apostolado. Desde os tempos apostólicos é um momento de partilha fraterna: (1Cor 16,2). Verdadeiramente grande é a riqueza espiritual e pastoral do Domingo. Constitui uma síntese da vida cristã e uma condição necessária para preservá-la. Compreende-se a razão de a Igreja envidar esforços para sua fiel observância, permanecendo no âmbito da disciplina eclesial. No entanto, mais do que um preceito, “deve ser vista como uma exigência inscrita profundamente na existência cristã (...) A graça que dimana fonte, renova os homens, a vida, a história” (nº 81). O cristão tem consciência da originalidade do Domingo, dia da alegria e do descanso, pelo fato de ser a celebração do Senhor Ressuscitado. O Santo Padre nos exorta a reconhecer seu valor e vivê-lo melhor. E acrescenta: “Os homens e as mulheres do Terceiro Milênio, ao encontrarem a Igreja que, cada Domingo, celebra alegremente o mistério donde lhe vem toda a sua vida, possam encontrar o próprio Cristo Ressuscitado” (nº 87).
solidariedade
O domingo, para o discípulo de Cristo, é também o dia da solidariedade mediante obras de caridade, misericórdia e apostolado. Desde os tempos apostólicos é um momento de partilha fraterna: (1 Cor 16,2).
Entrelinhas
Tirando leite de pedra
Não sei se é muito ortodoxo dizer o que vou dizer, no entanto, falo com o mais profundo espírito de amor e adoração que posso dar a Deus, mas creio que Jesus Cristo é especialista em tirar leite de pedra. Ele consegue cada coisa daqueles que se aproximam dele e se tornam seus discípulos!
Elena Arreguy Sala Missionária da Com. Católica Shalom em Isifya-Haifa – Israel
O
s ditados são patrimônio cultural inigualável e cada povo tem os seus. Em poucas palavras se diz muito e de modo que todos entendem. Não sei se é muito ortodoxo dizer o que vou dizer, no entanto, falo com o mais profundo espírito de amor e adoração que posso dar a Deus, mas creio que Jesus Cristo é especialista em tirar leite de pedra. Ele consegue cada coisa daqueles que se aproximam dele e se tornam seus discípulos! Mas não é só Deus que faz isso. Professores e bons educadores, pais e mães maduros e conscientes de sua missão, formadores comunitários e pessoais, orientadores espirituais, líderes, treinadores, tantos outros, fazem o mesmo: conseguem atiçar e despertar as potencialidades e talentos adormecidos e desconhecidos que há nos alunos e filhos, nos orientandos e pacientes, na juventude, nos desportistas. Com maior ou menor consciência, agem movidos pelo Espírito de Deus, pois tudo o que torna as pessoas mais humanas vem de Deus! O Espírito Santo que vive no coração do homem, sempre dirigirá a pessoa humana para o bem. Há algumas semanas, conversando com o Abuna Samir Rohana, no final da missa dominical, soube de uma faceta de sua vida bastante peculiar que ilustra o que disse acima a respeito
homem
O Espírito Santo que vive no coração do homem, sempre dirigirá a pessoa humana para o bem.
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dos talentos. Ele é iconógrafo e pároco católico melquita da igreja de Santo Elias da vila de Isifya onde moro como membro da Comunidade de Aliança Missionária da Comunidade Shalom. Além de artista, padre, professor, é também casado e tem três filhos. No rito melquita é possível se casar e depois tornar-se sacerdote. Ele nos contava que quando estudava em Roma e descobriu a iconografia se interessou porque a Arte o atraía. Soube de um sacerdote grego, já mais maduro, iconógrafo e professor e se apresentou para ser aluno. Quando apresentou-se para a primeira aula, o Se ele, como professor, não o mestre lhe entregou uma vassoura tivesse desafiado ele não teria e mandou que ele se tornado o iconógrafo talentoso e varresse e limpasungido, seguro, homem de Deus, que se o ateliê. Nada se tornara.” de tintas, telas ou livros, nem tampouco explicações. Abuna Samir, que é muito bem humorado, aceitou estas pequenas e desconcertantes tarefas nada artísticas a princípio e depois, pouco a pouco, foi estudando, aprendendo e escrevendo ícones. É bom lembrar que ícones são escritos e não pintados. A cada trabalho que terminava ele o apresentava para o mestre que elogiava, mas com reticências. Sempre se manifestava insatisfeito, apontando um senão. Ainda não estava bom, dizia ele. E assim de técnica em técnica, entre mistérios bíblicos, Madonnas e Pantocrators passaram-se cinco anos e já era tempo do Abuna Samir voltar à Terra Santa, à Galileia, sua terra natal. Convidou o mestre iconógrafo para um jantar especial para se despedir. Eles se tornaram amigos depois de tanto tempo de convivência, unidos pela mesma paixão pela arte sacra. No jantar Abuna Samir foi surpreendido, porém, pela emoção do mestre
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que o cobriu de elogios e lhe disse que ele tinha sido o melhor e mais talentoso aluno entre todos de sua vida, e que sua atitude de insatisfação era somente a certeza de que ele, Samir, tinha mais a dar, tinha mais talento a colocar para fora, podia desafiar-se mais e ir além. Se ele, como professor, não o tivesse desafiado ele não teria se tornado o iconógrafo talentoso e ungido, seguro, homem de Deus, que se tornara. Penso que quem vive a vida em comunhão com o Senhor, faz uma experiência semelhante, de ir além, de tirar leite de pedra...
Quantas vezes Ele não nos dá de até nas circunstâncias. No perseverar Deus para sempre. Mas esta mulher, imediato a cura e a transformação porque Deus é Amor, Ele é bom e não. Ela insiste e mesmo com todo o que pedimos nas nossas fraquezas Ele é digno de toda confiança! Mas desprezo sofrido também por parte mais humilhantes de relaciona- essa atitude não é fácil, é duríssima, dos apóstolos – da comunidade – mento conosco mesmos e com os é coisa para gente teimosa e corajosa. que visivelmente irritados pedem irmãos, com a família. Quantos É coisa para quem não desiste de ver a Jesus que a despeça pelo amor de anos passados na espera da conver- a glória de Deus em si mesmo e ao Deus!, a cananeia se prostra uma sesão de um filho, da libertação do seu redor, não desiste de ver a força gunda vez e conversa com Jesus e lhe álcool e das drogas do marido, da e a verdade da Ressurreição, pois, repete o pedido que Ele já ouvira da renovação no amor, no diálogo e na depois de Jesus, o axioma da vida primeira vez. E Jesus lhe dá uma resverdadeira intimiposta duríssima para dade de corações e a cultura oriental que A maior tentação neste tempo de espera corpos entre marido é mencionar os caé duvidar do Amor de Jesus e de Seu e mulher, da cura da chorros, verdadeiro Senhorio sobre todas as circunstâncias e depressão de uma xingamento. Aí já era filha... E o Senhor pessoas.” demais, qualquer um parece surdo, indiargumentaria, como ferente e irritantemente lento. Às foi definitivamente redefinido: após é que Jesus fala desse jeito? Por que vezes, dá uma pequena consolação, a morte e o sofrimento sempre virá Ele fala assim com ela? um lampejo, um sinalzinho de que a ressurreição e não o desespero e o Jesus que amava aquela mulher, que amava a sua filha, queria que Ele está cuidando, de que Ele está nada, ou o vazio. fazendo, mas se esconde novaUm dos relatos do Novo Tes- a cananeia experimentasse e conhemente e aquela cura maravilhosa, tamento que mais eloquentemente cesse o tamanho da sua fé que tanto extraordinária parece que nunca ilustra este tirar leite de pedra está agradava o coração de Deus. Ao falar chega... E sabemos que só nos resta em Mateus 15, 21-28. O texto em aquelas palavras tão duras, Jesus esperar e continuar vivendo, sem S. Marcos, no capítulo 7 é mais faz surgir e brotar, paradoxalmente desesperar ou desistir. conciso sem tantos detalhes. Fala o que há de mais belo e puro do A maior tentação neste tempo de daquela mulher cananeia, pagã, não coração da cananeia: o seu amor e confiança em Jesus, a fé de que soespera é duvidar do Amor de Jesus e judia, não era do povo eleito, escanmente em Jesus haveria solução. de Seu Senhorio sobre todas as cir- dalosa e insistente que aos berros e E mais uma vez os apóstolos, cunstâncias e pessoas. A outra ten- aos gritos – é assim que está escrito discípulos presentes, e todos os que tação é achar que nós amamos mais – corre para Jesus suplicando que vieram depois e bebem das Escria quem amamos do que Deus que Ele liberte sua filha. Mas o texto turas, aprenderam concretamente os criou e lhes deu e sustenta a vida, vai dizer que Jesus não lhe responde o que agrada a Deus e como funsó para dizer o mínimo e o básico. palavra alguma, e continua a andar, ciona o seu coração misericordioso E a terceira é deixarmos de insistir, deixando-a prostrada no chão! Já que em todas as circunstâncias das na oração, confiantes, não no pedi- pensou que humilhação, que tristeza, nossas vidas quer o melhor para do em si, porque Deus não é surdo que desapontamento, que misto de nós e o melhor de nós. nem cruel, mas no relacionamento raiva e rancor... tem gente que por com Ele, na intimidade com Ele, muito menos abandona a fé e vira * Ícones Inteiros e Detalhes - Paróquia Melquita no colocar as forças da alma na Sua evangélico, espírita, esotérico, larga a Isifya Palavra e não nos sentimentos ou vida sacramental e fica com raiva de www.elenarreguy.blogspot.com
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divirTa-se
Personagens relacionados a José do Egito por José ricardo Ferreira Bezerra
Horizontais 1. Benjamim/ 2. dã/ 3. Judá/ 4. Faraó/ 5. Gad/ 6. ruben/ 7. copeiro-mor/ 8. Zabulon/ 9. levi/ 10. Manassés/ 11. aser/ 12. issacar/ 13. Neftali. verticais 1. raquel/ 2. Bala/ 3. esaú/ 4. rebeca/ 5. lia/ 6. Jacó/ 7. efraim/ 8. asenet/ 9. isaac/ 10. simeão/ 11. putifar/ 12. Zelfa/ 13. padeiro-mor.
hOrIZONTaIS 1- o seu irmão mais novo (Gn 35,24) 2- primeiro filho de Bala, serva de sua mãe (Gn 30,6) 3- irmão que propôs vendê-lo aos ismaelitas (Gn 37,26-27) 4- constituiu-o administrador de todo o povo (Gn 41,40) 5- primeiro filho de Zelfa, serva de lia, irmã de sua mãe (Gn 30,11) 6- irmão que prpôs lanç-lo numa cisterna (Gn 37,21-24) 7- servia a taça do Faraó e esteve preso junto com ele (Gn 40,11) 8- sexto filho de lia, irmã de sua mãe (Gn 30,20) 9- Terceiro filho de lia, irmão de sua mãe (Gn 29,34) 10- o seu filho mais velho (Gn 41,51) 11- segundo filho de Zelfa, serva de lia, irmã de sua mãe (Gn 30,13) 12- Quinto filho de lia, irmã de sua mãe (Gn 30,18) 13- segundo filho de Bala, serva de sua mãe (Gn 30,8) vErTICaIS 1- a sua mãe (Gn 30,25) 2- a serva de sua mãe raquel (Gn 30,4) 3- o irmão de seu pai (Gn 25,25) 4- sua avó paterna (Gn 25,24) 5- a irmã de sua mãe (Gn 29,16) 6- o seu pai (Gn 30,25) 7- o seu filho mais novo (Gn 41,52) 8- sua esposa, filha de putifar (Gn 41,45) 9- seu avô paterno (Gn 24,67) 10- segundo filho de lia, irmã de sua mãe (Gn 29,33) 11- sacerdote de on, pai de sua esposa (Gn 41,45) 12- serva de lia, irmã de sua mãe (Gn 30,9) 13- esteve preso junto com ele e foi enforcado (Gn 40,22)
Filme:
Teresa de Jesus
O Desenhista A Professora pegou Joãozinho na sala de aula desenhando caricaturas de seus amiguinhos. Tomou seu caderno e disse: – Vamos mostrar para a diretora e ver o que ela acha disso! Chegando na sala da diretora, após esta olhar com atenção para os desenhos, exclamou com ironia: – Muito bonito isso, não é seu Joãozinho? Respondeu Joãozinho com a maior naturalidade do mundo: – Bonito e bem desenhado. Na verdade, eu sempre soube que era um grande artista, mas a modéstia me impedia de falar sobre o assunto. Mas agora, vindo da senhora, sei que é sincero, por isso fico muito contente!
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S
anta Teresa de Jesus: esplendor no firmamento da Igreja. Entre os Santos que marcaram a fundo a vida da Igreja, não só em sua época, mas em todos os tempos, figura esta Santa de Ávila, Reformadora do Carmelo, Doutora da Vida Espiritual, grande mística e um dos esteios da Contra-Reforma católica em oposição ao protestantismo. Plinio Maria Solimeo.
acoNTece No MUNdo
Brasileiro e venezuelano, membros da Congregação para a Doutrina da Fé
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
B
ento XVI nomeou hoje dois membros para a Congregação para a Doutrina da Fé, cujo prefeito é o cardeal William Joseph Levada. Trata-se do bispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, e o bispo de San Cristóbal (Venezuela), Mario del Valle Moronta Rodríguez. O bispo Del Valle Moronta nasceu em 1949 em Caracas (Venezuela). Recebeu a ordenação sacerdotal em 1975 e foi ordenado bispo em 1990. Dom Walmor Oliveira de Azevedo nasceu em 1954 em Cocos
(Bahia). Foi ordenado sacerdote em 1977 e bispo em 1998. Ele preside a Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé desde 2003. A Congregação para a Doutrina da Fé é a mais antiga das 9 congregações da Cúria. Seus membros aconselham os responsáveis da mesma, e cada dois anos realizam uma assembleia plenária. Segundo estabeleceu João Paulo II em 1988, na constituição apostólica sobre a Cúria Romana Pastor Bonus, “função própria da Congregação da Doutrina da Fé é promover e tutelar a doutrina sobre a fé e os costumes em todo o mundo católico”.
Arcebispo de Aparecida nomeado para Sínodo da África
“A Igreja em África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz”
O
arcebispo de Aparecida e presidente do CELAM, Dom Raymundo Damasceno Assis, foi nomeado pelo Papa Bento XVI para participar da 2ª Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, que acontece no Vaticano, de 4 a 25 de outubro. Bento XVI escolheu para a reunião sinodal o tema “A Igreja em África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz”, com o lema “Vós sois o sal da terra … Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,13.14). www.edicoesshalom.com.br
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Após 50 anos de proibição, missas retornam às prisões cubanas
A Papa aprova próximo
Congresso Eucarístico Internacional
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Papa aprovou a data e o tema do próximo Congresso Eucarístico Internacional, que será realizado em Dublin (Irlanda) dentro de 3 anos. O evento, segundo divulgou nesta terça-feira a Santa Sé, terá como tema The Eucharist: Communion with Christ and with one another (“A Eucaristia: comunhão com Cristo e entre nós”) e acontecerá entre os dias 10 e 17 de junho de 2012. O tema, explica o comunicado da Santa Sé, inspira-se no número 7 da constituição apostólica Lumen gentium: “Ao participar realmente do corpo do Senhor, na fração do pão eucarístico, somos elevados à
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comunhão com Ele e entre nós. ‘Porque há um só pão, nós, que somos muitos, formamos um só corpo, visto participarmos todos do único pão’ (1 Cor 10,17). E deste modo nos tornamos todos membros desse corpo (cf. 1 Cor 12,27), sendo individualmente membros uns dos outros’ (Rm 12,5)”. Precisamente este congresso, que será o 50º da série, acontecerá no 50º aniversário da inauguração do Concílio Vaticano II, que, segundo Dom Diarmuid Martin, arcebispo de Dublin, constituiu “um momento de renovação e de aprofundamento do ensinamento da Igreja e de sua autocompreensão como Corpo de Cristo e Povo de Deus”.
pós 50 anos de proibição à celebração de Missas nas prisões de Cuba, o governo de Raúl Castro Ruz suspendeu este embargo e deu via livre à celebração da Eucaristia nos presídios da ilha caribenha, onde existem milhares de presos católicos. A Igreja Católica manifestou sua satisfação com esta iniciativa do governo, que havia proibido as Missas quando chegou ao poder em Cuba há 50 anos. O secretário executivo da Conferência do Episcopado Cubano, o sacerdote José Félix Pérez, disse que era um tema que já estava sendo trabalhado e que existe um canal aberto de comunicação com o governo que facilitou a decisão. Ainda que a medida tenha detalhes que não foram resolvidos, o secretário executivo do episcopado cubano destacou que a suspensão da proibição “é real e nos alegramos que seja assim”. Alguns bispos e sacerdotes já haviam celebrado missas nos presídios, mas somente em datas específicas.
Litúrgia diária
Pão da Vida
Com textos de: Frei
Patrício Sciadini, ocd. LIGUE E ASSINE
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