Elitte 2 ok

Page 1




elitte rural

Sumario

elitte

REVISTA

RURAL

NOVEMBRO 2013 . ANO 1 . NÚMERO 2

12

RAÇA Receptoras zebuínas

20

Senepol cresce em números e qualidade

22

Os bastidores dos leilões: os profissionais que fazem a diferença

30

TERRA Irrigação faz milagre no campo

33

Ministros assinam declaração para reduzir prejuízos na agricultura

34

PONTO DE VISTA Código Florestal Mineiro

40

GENTE Pedro Novis à frente do Nelore

44

Beatriz Biagi, uma mulher forte do agronegócio

Foto/ Tufubarina

Foto/Fábio Fatori

12

20

40

51

88


48

ACONTECE Tudo sobre os eventos da temporada

58

GIRO O balanço dos principais remates

77

ELITTE RURAL SOCIAL Os VIPs da temporada

82

NA MESA A deliciosa carne de cordeiro

88

Um brinde ao champagne: conheça os segredos desta bebida

92

NOSSAS HISTÓRIAS Uma viagem ao coração dos EUA

95

As riquezas do mato depois da chuva

96

ELITTE RURAL VISITA Fazenda Guaritá

Foto/Zzn Peres

Foto/Fábio Fatori

48

96 88

82


elitte rural

Editorial

Um incentivo extra...

A

segunda edição da Revista “Elitte Rural”-

histórias: o presidente da Nelore, Pedro Novis, e a

chega até você com o mesmo entusias-

expert Bia Biagi. Nas páginas de Acontece e Giro

mo proposto no lançamento. Sentimos o

você confere o melhor dos leilões da temporada e a

quanto fomos bem recebidos pela família nelo-

expectativa dos organizadores dos remates.

rista e o quanto os criadores das demais raças

Na Mesa, trazemos os sabores do cordeiro

nos prestigiaram. A receptividade das mulheres

Quirós numa receita de dar água na boca e você

do agronegócio também serviu para nos motivar.

conhecerá o porquê do sucesso, desvendando os

Aqui estamos, com uma nova empreitada.

segredos da criação.

Apresentamos na editoria Raça a polêmica

Em Nossas Histórias, vamos apreciar o consa-

regra da ABCZ para o uso de receptoras nos

grado cronista brasileiro Rubem Braga, falando de

processos de Fer tilização In Vitro (FIV) e Transfe-

Mato, e a viagem diferenciada de Renan Barbosa

rência de Embriões (TE) e as opiniões de impor-

Contar aos Estados Unidos.

tantes criadores. Na Terra, trazemos o milagre da

Fechamos a edição com uma encantadora vi-

irrigação como tema e enfatizamos a impor tân-

sita à Fazenda Guaritá, em Rio das Flores, no Rio

cia do planejamento para garantir o sucesso na

de Janeiro. O empresário carioca Omar Resende

produtividade.

Perez, o Catito, adquiriu a propriedade em 1990 e imortalizou o Império, misturando simplicidade e

go Florestal Mineiro, e na editoria Gente, duas figu-

requinte. Você é nosso convidado nesta viagem.

ras conhecidíssimas do agronegócio contam suas

Agradecemos a companhia.

Foto/Fábio Fatori

No Ponto de Vista, há um alerta quanto ao Códi-

04



Expediente

elitte rural

elitte

Foto/Zzn Peres

REVISTA

RURAL

www.elitterural.com.br

Diretores: Renata Penna - renatapenna@elitterural.com.br Roberto De Nadai - denadai@elitterural.com.br FOTOGRAFIAS: Fábio Fatori, Odair de Oliveira, Roberto de Mattos, Rosimar, Rubens Ferreira e Zzn Peres CAPA: Fábio Fatori - Fato Rural (13) 98121-0011 (13) 98125-6179 (13) 3018-1291 Visite o site www.fatorural.com.br EQUIPE EDITORIAL: Indiara Ferreira Assessoria de Comunicação Ltda. ME Foto/Zzn Peres

Jornalista responsável: Indiara Ferreira MTB MG-6308 Equipe: Eduardo Idaló, Janaína Isidoro, Michelle Rosa, Natália Escobar, Rona Abdalla DIRETOR JURÍDICO: Bruno Campos Silva DEPARTAMENTO COMERCIAL: Renata Penna (34) 9990-7180 Clariany Borges (34) 9819-5009 Janaina Nunes (43) 9982-2377 comercial@elitterural.com.br Diretor criativo: Dudu Assis (34) 9640-1345 DESIGNER GRÁFICO: Augusto Sousa (34) 9676-9622

AGÊNCIA RESPONSÁVEL:

Av. Alexandre Campos, 55 . Jardim Alexandre Campos Fone: (34) 3321-5007 . Uberaba-MG IMPRESSÃO: Gráfica 3 Pinti - Uberaba/MG Tiragem: 5.000 exemplares

AGRADECIMENTOS: É imensa a nossa gratidão pelo companheiro ZZn Peres. Na edição de estréia, ele ilustrou as páginas com cliques

RESERVA DE ANÚNCIOS: (34) 3321-5007 . (34) 9990-7180 . (17) 99111-2757

inspiradores. Destaque para a bela arara! Zezinho é realmente um fotógrafo diferenciado.

Circulação gratuita A Elitte Rural não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados. As matérias publicadas podem ser reproduzidas desde que citadas a fonte.

06







Raca Foto/Fรกbio Fatori

elitte rural

12


Receptoras zebuínas

o uso não é obrigatório, mas o descumprimento pode sair caro A certeza de que elas são melhores faz a ABCZ apostar forte

A

nova regra para o uso

Conselho Deliberativo Técnico (CDT),

o uso de receptoras não zebuínas

de receptoras nos pro-

órgão máximo de deliberação das

em condições especiais: as fême-

cessos de Fertilização

raças zebuínas no Brasil, conforme

as deverão ser identificadas e ca-

In Vitro (FIV) e Trans-

reunião realizada em junho deste ano.

dastradas no sistema da ABCZ e o

ferência de Embriões

O uso das receptoras já foi homolo-

criador terá um custo para executar

(TE) não mais obriga o uso de re-

gado pelo Ministério da Agricultura,

esse procedimento.

ceptoras com genética zebuína, mas

Pecuária e Abastecimento (MAPA).

“Para o cadastramento de recep-

contempla ações para incentivar o

A medida sofreu alteração em

toras não zebuínas junto à ABCZ, o

uso dessa categoria. “Acreditamos

relação à proposta original, de 2009.

valor será equivalente aos emolu-

que o uso de receptoras zebuínas irá

Naquele momento, a decisão era

mentos de um Registro Genealó-

colaborar com a melhoria seletiva no

de que, a partir de 2014, somente

gico Definitivo (RGD) de matrizes

complexo maternal, além de aumen-

poderiam ser usadas receptoras ze-

livro aber to (LA). Em 2013, equivale

tar a abrangência e a confiabilidade

buínas. Depois de revista, permitirá

a R$ 64,21 por animal para asso-

das avaliações genéticas, conside-

ciados. A par tir de 1º de janeiro

rando o grande volume de produtos

de 2016, o valor do cadastro das

nascidos de TE e FIV, os quais não

matrizes não zebuínas passará

contribuem para a avaliação de suas

a ser três vezes os emolumentos

mães biológicas pelo fato de terem

correspondentes a um RGD de

sido criados por receptoras”, afirma o

matrizes LA, para o cadastramen-

superintendente técnico da Associa-

to dessas matrizes receptoras no

ção Brasileira dos Criadores de Zebu

Ser viço de Registro Genealógico

(ABCZ), Luiz Antônio Josahkian.

das Raças Zebuínas (SRGRZ)”, ex-

O uso de receptoras nos proces-

plica Josahkian.

sos foi discutido inúmeras vezes e a

O novo processo será aplicado

nova regra entrará em vigor em 1º

somente às raças Brahman, Cangai-

de janeiro de 2014. A resolução é do

an, Indubrasil e Nelore.

13


elitte rural

Raca

O padrão De acordo com a ABCZ, as receptoras recomendadas são as fêmeas de pura origem (PO), portadoras de Registro Genealógico de Nascimento (RGN) ou Registro Genealógico Definitivo (RGD), de qualquer raça zebuína. As receptoras LA, com RGD ou RGN nesta categoria zebuína também são recomendadas. Fêmeas com 100% de genética Zebu, de uma mesma raça ou de raças diferentes, presumidas pelo fenótipo, cadastradas até dezembro de 2015 no sistema da ABCZ, poderão ser utilizadas até o final de sua vida útil. Receptoras não zebuínas também poderão ser usadas, desde que cadastradas juntamente à base de dados da ABCZ. A identificação física das receptoras poderá ser realizada pelo próprio criador, central de biotecnologia de embriões ou outros participantes do processo, desde que atendidas as condições determinadas pelo sistema desenvolvido e disponibilizado pelo RePara facilitar o entendimento do criador sobre a nova regra, a associação criou uma cartilha com as exigências, explicando as possibilidades. O material

“Já existem inúmeros criatórios que usam receptoras zebuínas com sucesso há bastante tempo

foi enviado aos pecuaristas associados. Quem não tiver recebido pode acessálo no site da ABCZ (http://abcz.org.br).

14

O poder das zebuínas

‘‘

gulamento do SRGRZ.

jam adequadas para ser receptoras

Ainda de acordo com o superinten-

de suas próprias raças. Se assim o

dente técnico da ABCZ, Josahkian, as

fosse, o correto seria criarmos, para

raças zebuínas representam 80% da

produção, as raças que têm sido co-

força produtiva bovina no país, o que,

mumente utilizadas como receptoras.

por si só, demonstra sua adaptação

Sabemos que não é assim”.

aos diversos sistemas de produção.

Josahkian afirma que as recep-

“Frente a este fato, é no mínimo con-

toras não zebuínas não se adaptam

traditório admitir que elas não se-

aos nossos sistemas, são menos


Foto/Fábio Fatori

Debate Não é possível estimar o número de receptoras zebuínas utili-

Uso comprovado das receptoras

zadas no país antes da regra, mas,

De acordo com o nelorista

de acordo com Josahkian, era re-

José Luiz Niemeyer, da Fazen-

duzido. “Principalmente devido ao

da Terra Boa, a diferença de

desconhecimento da maioria dos

preço entre uma receptora da

criadores quanto ao potencial das

raça Nelore e uma cruzada é

fêmeas zebuínas”, afirma o supe-

mínima. “Em alguns casos, a

rintendente técnico da ABCZ.

vaca nelore sai até mais ba-

Mesmo com o potencial garan-

rata”, afirma.

tido pela associação, a nova regra

A fazenda de José Luiz fica

gerou discussão entre os pecu-

em Guararapes (SP) e tem

aristas. No início do ano, quando

tradição de quatro décadas

foi anunciada a obrigatoriedade,

como criatório. As receptoras

antes das modificações da regra,

zebuínas foram implantadas

os criadores argumentaram que a

aos poucos e hoje são 100%

medida “elevaria os custos de pro-

na criação de Nelore. “Uso as

dução”.

vacas Nelore seguidamente, sempre com bons resultados. Temos a confiança na raça para criar, sabemos que o bezerro será bom”. O criador não entende porque houve discussão e

resistentes, têm menor vida útil e

desacordo sobre o uso das

dependem em maior grau de cui-

receptoras. “Penso que tal-

dados sanitários. “Existe a preocu-

vez os criadores que foram

pação por parte do mercado que

contra a nova regra sejam

pratica tecnologias de embriões de

aqueles que só visam a pre-

que o complexo de habilidade ma-

miação em pista. Para es-

ternal nas raças zebuínas não seja

ses, é mais interessante que

tão adequado quanto à de outras

o bezerro seja amamentado

raças taurinas envolvidas nos cru-

com far tura, por uma vaca

zamentos para produzir receptoras.

holandesa,

Obviamente que o CDT não aprovou

Obviamente, esse bezerro

uma medida dessa natureza apoia-

vai ficar maior, mas é um

do apenas em suposições. Já exis-

resultado mascarado, já que

tem inúmeros criatórios que usam

isso não é fruto da genética

receptoras zebuínas com sucesso há

dele”, opina.

por

exemplo.

bastante tempo”.

15


elitte rural

Raca Foto/Zzn Peres

outros olhares “Acredito que seja melhor o pecuarista escolher qual receptora irá usar. Cada um tem um tipo de manejo,

ao uso de receptoras zebuínas, tos e estimulam a prática, sem a

No interior da Bahia e no Mato Gros-

obrigatoriedade da opção pelo

so, por exemplo, é claro que as zebuí-

criador, seria o melhor caminho

nas são a melhor opção. Já para a

para criadores de Zebu que fa-

fazenda da Rima Agropecuária, situ-

zem uso de TE e FIV”.

ada no sul de Minas, acima do nível

Mario Aguiar, diretor da

do mar, com um clima mais frio, as re-

Taurus Genética e Tecnolo-

ceptoras meio-sangue são melhores. O importante é considerar o meio am-

O criador que quiser usar a meio-san-

biente onde está a fazenda. O ponto

gue paga mais caro por isso, mas tem

mais importante de uma receptora é

essa possibilidade. O mercado se au-

sua fertilidade. Nesse quesito, o Ne-

to-regulamenta. É importante perceber

lore é inclusive melhor. Quando veio a

que não existem muitas vantagens

ideia da obrigatoriedade, sugeri que

em comparar a receptora zebuína e a

o criador pudesse escolher. É uma

meio-sangue, não é esse o ponto. É

forma mais justa. Foi o que acabou

uma questão de manejo, da situação

acontecendo, assim ficando decidido

de criação”.

maneira, tornou-se mais interessante.

recomendar ou dar preferência com medidas que reduzem cus-

está em um tipo de região do país.

pela nova diretoria da ABCZ. Dessa

“A ABCZ entendeu que apenas

Ricardo

Vicintin,

gia (Botucatu/SP)

nelorista

titular da Rima Agropecuária

“A esmagadora maioria dos cri-

“A febre da receptora mexeu

adores brasileiros sabe das qua-

com muitos criadores, que deixaram

lidades da fêmea meio-sangue

de usar raças de comprovada habi-

Simental e de sua inestimável

lidade materna, como Pardo-Suíço,

contribuição para a formação de

e passaram a usar cruzas entre ze-

rebanhos produtivos. A normati-

buínos para atender o mercado de

va anterior estava provocando a

receptoras em 2014. Muitos criadores

falta de receptoras meio-sangue

estavam dispostos a descumprir a

Simental x Zebu. Estas fêmeas

normativa, preferindo manter a ren-

são consideradas entre os criado-

tabilidade e produtividade de seus

res, inclusive os de zebu, como as

rebanhos. Não há mais espaço para

melhores receptoras devido à sua

‘decreto-lei’ em um país que adota a

alta habilidade materna, fertilida-

Alan Fraga, presidente da

de, tamanho e largura de garupa,

Associação

de

Luiz Sávio de Souza Cruz,

diretamente relacionada com um

Criadores das Raças Simen-

presidente da Associação Bra-

parto mais fácil”.

tal e Simbrasil

sileira de Criadores de Gado

Brasileira

livre iniciativa”.

Pardo-Suíço 16


11


INFORME PUBLICITÁRIO

Genética para

o futuro O

Unno Central de Receptoras alia agilidade, qualidade e eficiência sucesso de um plan-

tica do rebanho, oferecida por cen-

rais, berço da genética zebuína,

tel vai além da máxi-

trais especializadas no ramo.

conta com a Unno Central de Re-

ma de que “o olho do

Segundo dados do IBGE, o Brasil

ceptoras. A empresa destaca-se no

dono é que engorda a

tem um rebanho bovino estimado

ramo, há dois anos, oferecendo aos

boiada”. A pecuária moderna exige

em 200 milhões de animais e tem

pecuaristas, o que eles chamam de

um manejo eficiente dos recursos

dado saltos em qualidade genética

genética para o futuro. “A gente tra-

disponíveis. Os criadores contam

em velocidade sem precedentes

balha com a possibilidade de agili-

com o apoio da técnica de acelera-

na história da pecuária nacional.

zar o ganho genético do rebanho,

ção do processo da melhoria gené-

Uberaba, interior de Minas Ge-

com qualidade e eficiência”, revela


o proprietário da central, Manoel de

“Nós temos as melhores receptoras. Só compramos animais de cruzamento, selecionados, de boa precocidade, fertilidade, que pari bem e alimenta bem as crias”

Azevedo Souza. A Unno funciona na Fazenda Cassu, que carrega tradição e existe há 107 anos. Na propriedade, foi realizada, em 1906, a primeira exposição de zebu do país, exposição que deu origem à ExpoZebu. A propriedade, no coração do Triângulo Mineiro, é cor tada pelo Rio Cassu, tem cerca de 300 hectares de área, pequena par te dos

tregamos nenhum animal que não

quais destinados à agricultura e o restante à criação de gado bovi-

a sul do país, com embriões des-

no zebu. Além do local, a empre-

tinados às receptoras de diversas

O próximo desafio da Central

sa traz no nome impor tantes sig-

raças. Desde o início, foram mais

é tornar-se referência no assunto,

nificados: “Unno é um, exclusivo,

de 300 animais prenhez entregues.

oferecendo comodidade e aten-

significa Deus, divindade”, explica

“Nós temos as melhores receptoras.

dimento de qualidade. “Nós esta-

o veterinário da central, Nicolas de

Só compramos animais de cruza-

mos disponíveis para atender re-

Queiroz Elias.

mento, selecionados, de boa pre-

banhos nas propriedades, com a

A Unno é prestadora de servi-

cocidade, fertilidade, que pari bem

mesma qualidade que atendemos

ço e atende laboratórios de norte

e alimenta bem as crias. Não en-

aqui”, finaliza Nicolas.

Foto/JM Matos

esteja prenhe”, conta.


Raca Foto/ Tufubarina

elitte rural

Senepol cresce em números e qualidade O taurino ganha destaque e adeptos no país

O

Serviço de Registro Ge-

com aumento de 50% no comparativo

O técnico da ABCBS, Rafael Cotta

nealógico (SGR) da As-

com 2010. São 175 criatórios distribuí-

Pacheco, explica o motivo do cres-

sociação Brasileira dos

dos por 14 estados brasileiros. A raça

cimento nos últimos anos. “São as

Criadores de Bovinos

chegou ao Brasil em 2000 e os núme-

características que ampliam a pro-

Senepol (ABCBS) contabiliza 63.214

ros agradam a criadores e entusiastas.

dutividade do Senepol, como a do-

animais registrados. O número de

cilidade, fertilidade e a facilidade do

nascimentos previstos ainda para

manejo, que fazem da raça a me-

te animais de Pura Origem (PO) são quase 22 mil registrados. Os números surpreendem principalmente porque parcela significativa deles é de registros recentes. Em 2013, a ABCBS totalizou a emissão de 16 mil registros de animais PO, 20

“A raça não está crescendo apenas em quantidade, mas também em qualidade

‘‘

este ano é de 2.615 animais. Somen-

lhor opção para o pecuarista. Por isso o crescimento inevitável. Além disso, a raça tem ótima tolerância ao calor e touros com facilidade de cobertura a campo”, afirma. Originária das Ilhas Virgens, no Caribe, e dos Estados Unidos, a raça coleciona, ainda, outros predicados,


Resultado em dinheiro

como pelo zero, menor infestação Foto/ Tufubarina

de ectoparasitas, caráter mocho, qualidade da carne, desmama mais pesada e rusticidade.

Os resultados crescentes de valorização nos leilões do Senepol falam por si só. Na Feira

São essas as características que

Internacional da Cadeira Pro-

fazem os pecuaristas aderirem à

dutiva da Carne (Feicor te) des-

criação. De 2006 para cá, o núme-

te ano, em São Paulo, surpre-

ro de selecionadores aumentou em

endeu os promotores. O evento

quase oito vezes, de acordo com a

mais esperado do ano dentro

associação. No ano de fundação

do calendário da raça, o Leilão

da entidade, eram apenas 23 pro-

Genética Parceiros do Senepol,

dutores vinculados à ABCBS e hoje

fechou sua sexta edição com

são 175.

o faturamento recorde de R$ 1,6 milhões.

Crescimento de qualidade

O remate comercializou 30

A Fazenda Tufubarina, em Monte

lotes e teve média de R$ 55 mil

Alegre de Minas (MG), começou a

por animal. No ano passado, também foram vendidos 30 lo-

se dedicar exclusivamente ao Senepol em 2006. A aposta foi certeira.

tãozinho (SP), além do teste de Alta

tes, só que com a média de R$

Hoje são 50 doadoras e 140 cabe-

Performance, em Uberlândia, uma

44 mil por cabeça, totalizando

ças, formando um plantel de ani-

parceria entre Universidade Federal

R$ 1,3 milhão. O crescimento foi

mais Puros de Origem Importados

de Uberlândia e Alta Genetics.

de 25% em valores absolutos.

(POI). O gerente comercial do Sene-

“O que proporcionou o cresci-

Foram 17 criadores partici-

pol Tufubarina, Carlos Magno Júnior,

mento da raça foi o grande salto

pando como vendedores na

afirma que a raça cresceu porque

genético que demos com as novas

última edição. E a promessa

apostou em qualidade.

tecnologias para multiplicar animais.

para a próxima edição do re-

“A raça não está crescendo ape-

Antes existia uma demanda maior

mate é ainda melhor, já que os

nas em quantidade, mas também

que o número de animais. Hoje con-

criadores que aderiram os lotes

em qualidade. O Senepol passou

seguimos atender à demanda e ver

anunciaram imediatamente a

por várias provas, de vários lugares,

o número de criadores crescer expo-

intenção também de participar

em muitas partes do país, fazendo

nencialmente”, diz Carlos.

dos Parceiros do Senepol.

com que o mercado se atentasFoto/ Tufubarina

se para as diversas qualidades da raça. Potencializamos a credibilidade”, garante. A fazenda participa com seus animais do programa de avaliação genética da Universidade Federal de Goiás UFG, em parceria com a Qualitas, em Goiânia. Também possui exemplares na prova de desempenho da CRV Lagoa, em Ser21


Foto/Zzn Peres

elitte rural

22

Raca


O braço-direito dos criadores nos leilões Conheça o papel dos assessores na composição dos melhores resultados no selecionamento genético

Q

ual rês tem as melhores

Com o supor te desses consul-

características de carca-

tores especializados, que também

ça? Quanto vale? Para

atuam na organização desses pre-

o leigo são perguntas

gões, os compradores recebem in-

impossíveis de responder. No espe-

formações prévias sobre as ofer tas

táculo dos leilões de elite, toda vaca

e podem investir com segurança

parece bonita, sadia, gorda e bran-

nos exemplares mais adequados

quinha. É aí que se engana quem

aos seus criatórios, às necessida-

pensa que todo animal é igual, com

des de cada propriedade. E, além

exceção dos chifres, uns para cima,

de gerarem essas informações pri-

outros para trás, “penteados”, como

vilegiadas, os assessores indicam

dizem no meio rural. No entanto, há

que animais devem ser adquiridos

muitos outros componentes que de-

e por quais médias de preços.

vem ser levados em conta. Errar em

Eles têm a função de planejar,

pecuária, em seleção genética, signi-

selecionar os lotes do leilão e orga-

fica perder anos para consertar o erro.

nizar os animais em ordem de en-

Por isso, cada vez mais, os pecuaris-

trada. É também papel da assesso-

tas que precisam de orientação téc-

ria indicar e apresentar os melhores

nica para a compra de reprodutores

exemplares à venda aos clientes.

para uso em gado comercial, plantéis

“Dessa interação com os criadores

puros ou até para exposições têm re-

sairão as principais vendas do re-

corrido às assessorias antes de fazer

mate”, afirma o zootecnista e jura-

investimentos nos leilões.

do de gado Zebu, Ademir Jovanini.

23


elitte rural

Raca

Antes de se tornar um assessor, Ade-

da situação, em especial nos leilões

mir trabalhou com gerenciamento téc-

de produção, o assessor precisa

nico e comercial de grandes marcas

definir e acompanhar todo o prepa-

agropecuárias, como a VR da Rancho

ro dos animais, incluindo um estudo

Verde, Chácara Cedro e, por último,

nutricional, com o objetivo de me-

na Agropecuária Mafra..

lhorar a escore corporal. “Muitas ve-

Na análise do assessor Fábio

zes cabe a nós o preparo de toda

Miziara, a combinação da melhor

a divulgação e comercialização do

genética, atestada com resulta-

leilão. Indicamos e fazemos o conta-

dos positivos tanto nas pistas de

to com empresas terceirizadas para

julgamento quanto nos programas

a obtenção do banco de imagens e

de melhoramento, associada a um

a confecção do catálogo”, salienta.

manejo nutricional e reprodutivo

As assessorias não facilitaram

correto, tem determinado os me-

só a vida dos criadores de gado.

ângulo que se analisar, a assessoria minimiza as chances de erro nos processos seletivos da pecuária, tanto a assessoria na área técnica quanto na área comercial”, enfatiza Miziara. Em qualquer ramo, o envolvimento direto do proprietário pode gerar distorções com relação às avaliações do mercado, como, por exemplo, na seleção dos lotes ou dos animais para comercialização. De acordo com Fábio, dependendo

24

“Sob qualquer ângulo que se analisar, a assessoria minimiza as chances de erro nos processos seletivos da pecuária. Tanto a assessoria na área técnica quanto na área comercial

‘‘

lhores resultados. “Sob qualquer

Os leiloeiros e toda a equipe envolvida no remate também se beneficiaram. Segundo o leiloeiro João Gabriel, o único profissional do ramo no mundo a vender mais de dez animais acima de um milhão de dólares, o setor avançou muito com o surgimento desses profissionais. “Comecei em 1976. Nessa época não existia a figura do assessor para pecuária. Com esse profissional, os leilões passaram a contar com mais qualidade e maior nível genético”, disse João.


são eles que convivem diariamente com os animais e sempre têm algo de bom para acrescentar em cada venda”, descreve João. Evidentemente, a qualidade dos animais conta muito para o sucesso dos leilões. Mas, segundo João Gabriel, uma mídia bem feita e bem direcionada, assim como um catálogo bem elaborado, com informações completas e objetivas, fazem toda a diferença. O custo de um serviço de assessoria em leilões é acertado entre promotor e assessor e depende de fatores como quantidade de dias disponibilizados na prestação da con-

Por trás das cortinas

para valorizar os lances – estudamos

sultoria, gastos para a execução e

A rotina dos assessores é in-

os pedigrees, anotamos comentários

expectativa de faturamento. “Normal-

tensa, estressante e exige muita

fornecidos pelos técnicos e interagi-

mente, o valor pago é um percentual

concentração. “Somos um dos res-

mos com os tratadores, uma vez que

sobre o faturamento”, afirma Miziara.

ponsáveis pelo sucesso ou não dia antes do leilão, revisamos e classificamos todos os lotes”, explica Ademir Jovanini. Mas o trabalho pode começar bem antes. O melhor animal a ser disponibilizado é sem-

‘‘

do evento. Chegamos sempre um

“O assessor deve tentar conciliar perfis. O perfil de cada lote ofertado, com o perfil de cada possível interessado na aquisição do animal

pre aquele que o mercado deseja comprar. “O assessor deve tentar conciliar perfis. O perfil de cada lote ofertado, com o perfil de cada possível interessado na aquisição do animal”, disse Fábio Miziara. Para o leiloeiro João Gabriel, a rotina começa bem cedo no dia do evento. “Nos reunimos com os assessores e proprietários do leilão repassamos os animais que irão à venda, nos certificamos dos que serão apresentados juntos com os que serão vendidos – é uma estratégia 25


elitte rural

Raca

Pós Venda Quando as luzes se acendem no recinto e mais um leilão chega ao fim, começa um novo trabalho para os assessores. “Temos um grande desafio no pós-venda, pois muitas vezes o Fotos/André Silva

investidor compra pensando que é só deixar os animais a pasto ou na cocheira que eles irão reproduzir, engordar e desenvolver como os outros que costumam ver bonitos em fazendas já preparadas”, conta Ademir Jovanini. Depois da compra fechada, os assessores prestam consultoria para orientar o criador nos manejos reprodutivos, nutricionais e posteriormente, em seus acasalamentos para disseminar o máximo da genética em suas próximas gerações. “Amo muito o que eu faço, tenho orgulho em acordar cedo e trabalhar com pecuária, com o melhoramento genético, que resulta sempre em produção de carne. Nosso país tem o maior potencial no mundo para produzir alimentos, especialmente a proteína vermelha. Colaborar com os avanços nesse mercado é algo que não tem preço”, declara Ademir Jovanini.

DIRETO DA FONTE

cotidiano é viajando pelo Brasil. O

Juliana Camargo é formada

Canal Rural transmite mais de 450

em Jornalismo pela Universida-

leilões por ano. A rotina começa

de Federal de Juiz de Fora (UFJF),

um dia antes do evento, com uma

em Minas Gerais. Dos dez anos

equipe de 12 pessoas: Juliana

de telejornalismo, cinco foram em

como repórter, um produtor, téc-

Uberaba (MG). A experiência pro-

nicos, diretor de TV, cinegrafistas e

porcionou a oportunidade de co-

auxiliares. Ela entrevista os criado-

nhecer de perto a rota da pecuá-

res, promotores e convidados para

ria. Em 2010, Juliana foi convidada

passar ao telespectador a atmos-

para fazer parte do núcleo de

fera do evento. “Quando começa

pecuária e leilões do Canal Rural.

o leilão, a disputa acirrada por um

Mudou-se para a capital

animal diferenciado, a ‘briga’ lan-

paulista, onde reside, mas o

ce a lance e a emoção que toma conta do recinto são sempre contagiantes. Não precisa ser criador para ser contagiado. Eu me envolvo sempre!”, declara. Fazendo parte dos bastidores, Juliana já visitou todas as regiões do Brasil. Ela conta que de todas as suas viagens e momentos, o mais marcante foi quando cobriu a venda do plantel de pista da Fazenda Mata Velha, em setembro de 2011. “Foi emocionante. Entrou para história da pecuária e eu estava lá!”.

26


19


elitte rural

Raca

Mercedita l FlV GGol

a jovem potência do Nelore Campeã da 42ª Expoinel, que encerrou o Ranking Nacional 2012/2013, a filha do Basco da SM com Mercedita FIV GGol entra para a história aos 11 meses

28

meira filha nascida de sua mãe Mercedita FIV GGOL. A bezerra foi a remate no leilão EAO & Guadalupe 2013. Paulo Golin e Antônio Paulo Abate disponibilizaram 100% da bezerra, a qual foi arrematada, em parceria pelos criatórios Haras Vila dos Pinheiros e Fazenda Mata Velha, pela cifra de R$ 2.160.000,00, um valor record mundialmente nunca alcançado por uma bezerra. Esse é só um dos exemplos do

Mercedita l FlV GGOL, com o zootecnista Daniel Bizinotto, responsável pela Fazenda Realeza

Foto/Fábio Fatori

“Fazemos um trabalho em equipe, sem isso não iríamos conseguir este resultado. Todo o acompanhamento minucioso que proporcionamos aos animais tem um objetivo: a preocupação com o bem- estar animal

‘‘

C

om um rebanho bovino estimado em 200 milhões de animais, o Brasil tem dado saltos em qualidade genética e velocidade sem precedentes na história da pecuária nacional. Graças às pesquisas direcionadas à melhoria dos processos de fertilização e de cultivo in vitro de embriões e importantes pacotes tecnológicos de ponta que são disponibilizados aos produtores brasileiros. Com faro para o futuro e para a conclusão de bons negócios, o Grupo Golin dedica-se à pecuária com o que há de mais moderno em melhoramento genético. Prova disso é a bezerra Mercedita l FlV GGOL, campeã bezerra da 42ª Expoinel, que encerrou o Ranking Nacional 2012/2013. A filha do Basco da SM com Mercedita FlV GGOL – que traz a genética da mãe Maharash ll TE JGAL - tem apenas 11 meses e foi a bezerra que mais chamou atenção em pista, de jurados e neloristas. Mercedita l FlV GGOL é a pri-


“Ficamos satisfeitos com o resultado deste trabalho e estamos agindo para que outros sejam realizados com a mesma dedicação e proporção exige um manejo eficiente. “Fazemos um trabalho em equipe, sem isso não iríamos conseguir este resultado. Todo o acompanhamento minucioso que proporcionamos aos animais tem um objetivo: a preocupação com o bem-estar animal, garantindo a

‘‘

resultado de todo um trabalho dedicado à qualidade de uma nova geração de bovinos. “Ficamos satisfeitos com o resultado deste trabalho e estamos agindo para que outros sejam realizados com a mesma dedicação e proporção. Estamos sempre investindo em genética de ponta”, explica o empresário Paulo Golin. Golin ressalta que a vaca Mercedita FIV GGOL, mãe da bezerra Mercedita l FIV GGOL, foi comercializada 50%, ainda bezerra, no leilão Nelore 42, no ano de 2010, adquirida por Antônio Paulo Abate. Para obter um plantel com todas as características desejadas, o grupo é composto por profissionais especializados e acompanha atentamente a evolução e as necessidades do mercado, usando tecnologias reconhecidas para o melhoramento genético, pois a pecuária moderna

máxima eficiência da genética do gado Nelore. Concluo que a paixão que temos pelo Nelore nos faz avançar cada dia mais”, afirma o zootecnista Daniel Bizinotto, responsável pelos animais de elite fazenda Realeza, em Itapetininga, interior de São Paulo.

29


elitte rural

Terra

Água da tecnologia faz milagre no campo Irrigação aumenta a produtividade de milho e de soja em cerca de 60%, porém, planejamento é fundamental em função dos custos de energia elétrica, mão de obra especializada para operação e manutenção dos aparelhos

A

irrigação é fundamental

nosa cultivada sem a irrigação. Com

sistemas de distribuição de água nas

para o desenvolvimento

o milho, o resultado chega a 6 to-

parcelas e sistemas de drenagem. No

de toda a lavoura. A prá-

neladas de grãos por hectare, 57%

entanto, muitos produtores de soja e

tica compensa a má dis-

acima das 3,8 toneladas por hectare

milho ainda não sabem a melhor ma-

tribuição ou falta de chuvas em de-

sem a tecnologia. “Sem dúvida, a

neira ou como aproveitar em sua to-

terminadas épocas ou regiões. Mão

irrigação pode ampliar e garantir a

talidade esse processo ou ainda não

de obra, energia e estruturas de

produtividade de uma cultura nos

têm consciência dos impactos ambi-

transporte de água são alguns dos

períodos de estiagem, ou seja, por

entais causados por essa prática.

fatores primordiais para uma correta

ano o agricultor pode colher mais

De acordo com Carlos Augusto,

aplicação de irrigação.

de uma cultura ou podemos fazer

em áreas de lavouras recortadas é

Segundo dados da Embrapa

a média de cinco safras a cada dois

ideal o uso de um pivô rebocável,

(Empresa Brasileira de Pesquisa

anos”, afirma o supervisor regional da

capaz de irrigar mais de um campo.

Agropecuária), o sistema de irriga-

Valmont, Carlos Augusto Ferreira.

“Os diferenciais são o desenho de

ção aumenta a produtividade da

No Brasil, entre as opções de irri-

reboque rápido e fácil, bem como

soja em 60%, com rendimento de

gação mais utilizadas para o cultivo

as opções de duas e quatro rodas,

até 80 sacas por hectare, superior

de soja e milho estão unidades de

além da opção de reboque por sa-

às 50 sacas por hectare da oleagi-

bombeamento, canais, tubulações,

pata. Com o sistema de irrigação é

30


possível controlar a água para o momento certo”, explicou. Já os pivôs lineares podem irrigar até 98% de áreas retangulares ou quadradas, cobrindo de 4 a 800 hectares com inclinações de até 6%. Ainda segundo o supervisor da Valmont, o sistema de irrigação oferecido hoje não se limita apenas às culturas de milho e soja, mas podem ser usadas também em culturas como o feijão e até mesmo o arroz. “A novidade nesta área são os painéis eletrônicos que controlam que ela é realizada. O sistema é tão inteligente que é controlado por um computador que detecta até o nível de umidade do solo”, conta Carlos. A tecnologia necessita de investimento planejado. Quem quer inserir esse sistema precisa de um estudo de viabilidade e de estar preparado para o alto custo inicial, principalmente de energia elétrica, mão de obra especializada para operação e manutenção dos aparelhos. Para

“Nas áreas de pivô também são cultivadas outras espécies, em sistema de rotação, visando realizar um controle mais eficiente de pragas, doenças e plantas daninhas do milho

‘‘

os níveis de irrigação e os horários

uma lavoura de 60 a 70 hectares, o investimento em sistemas de irri-

relação à necessidade de água, o milho necessita de 3mm/dia de lâmina d’água quando a planta apresenta altura inferior a 30 cm e de 7,5 mm/dia no período entre o espigamento e a maturação. Porém, em condições de baixa umidade relativa do ar e altas temperaturas, a necessidade pode chegar a 10 mm/dia de água. “A demanda total por safra é em torno de 350 a 500 mm de lâmina d’água. O custo do milímetro irrigado na Guatambu é em torno de R$ 1,00”, conta Valter Pötter. Em anos chuvosos de El Niño, a

gação vai variar de R$ 4 a 6 mil. O

milho e da soja. O milho é cultivado

necessidade de irrigação é reduzida

custo ao produtor aumenta quan-

há 13 anos. Segundo o proprietário,

para cerca de 100 milímetros. Como

to menor for a sua área plantada.

Valter José Pötter, a fazenda localiza-

a estrutura de irrigação representa

“Quanto maior a área, mais barato

se numa região onde ocorre déficit

um investimento muito elevado, a

fica o sistema de irrigação implanta-

hídrico nos meses de janeiro e feve-

lavoura de milho sob pivô central

do”, afirma o supervisor da Valmont.

reiro e, por isso, é necessário irrigar

necessita ser altamente tecnificada,

a cultura para conseguir alta produ-

utilizando manejo que vise a atingir

tividade.

altas produtividades. Para tanto, são

Experiência no campo Situada em Dom Pedrito, no co-

São três pivôs centrais, sendo

utilizadas as seguintes tecnologias:

ração do pampa gaúcho, a Estância

que um cobre área de 7 ha; outro,

plantio direto sobre palha de aze-

Guatambu dedica-se à cultura do

de 123,6 ha, e o último, de 83,3. Em

vém, uso de sementes híbridas de

31


elitte rural

Terra

elevado potencial, alta densidade de plantas (população de 60.000 a 65.000 plantas por ha), plantio com semeadeiras de alta precisão, velocidade de plantio de no máximo 6 km/h para garantir a população final desejada, pulverização de inseticida no sulco de plantio para proteger as plantas das pragas de solo, adubação calculada de acordo com a extração de nutrientes para altas produtividades, controle precoce da lagar ta do car tucho, monitoramento

da

necessidade

de nitrogênio com clorofilômetro, acompanhamento

constante

da

necessidade de irrigação da lavoura, colheita no momento indicado e secagem em secador de última tecnologia para preser var as características nutricionais do grão de milho.

Controle de pragas A principal praga que atin-

milho irrigado na Guatambu obte-

ge a lavoura, segundo Pötter, é

ve-se a média de produtividade de

a lagarta-do-cartucho-do-milho

120 sacos de grãos/ha.

(Spodoptera Frugiperda), que é

De acordo com as previsões

controlada com pulverizações de

climáticas e mercadológicas e a

inseticidas com diferentes modos

estratégia da empresa, em alguns

de ação via pivô central. “Nas

anos, a soja na Estância Guatambu

áreas de pivô também são culti-

também é cultivada sob pivô cen-

vadas outras espécies, em siste-

tral, com irrigação, e em outras ve-

ma de rotação, visando a realizar

zes como cultura de sequeiro, sem

o controle mais eficiente de pra-

irrigação. “A soja colhida é vendida

gas, doenças e plantas daninhas

como grão para a indústria e utili-

do milho”, explica Pötter.

zada no confinamento de animais

Durante o inverno, cultiva-se

32

o milho. Em três anos de cultivo de

precoces”, disse Valter Pötter.

nas áreas de pivô cornichão, tre-

A média de produtividade da

vo branco e trevo vermelho para

Estância é de 40 sacos/ha na cul-

a produção de sementes. No ve-

tura de sequeiro e de 60 sacos/ha

rão, a soja entra na rotação com

quando irrigada.


Ministros assinam declaração para minimizar impactos climáticos na agricultura

M

inistros da Agricultu-

pela Empresa Brasileira de Pesqui-

ra dos cinco países

sa Agropecuária (Embrapa) sobre

“O Brasil também avança na

integrantes do Brics

os impactos das mudanças climá-

adoção de novas práticas agríco-

(Brasil, Rússia, Índia,

ticas na pecuária e na produção de

las promissoras. Por exemplo, a

China e África do Sul) assinaram, na

grãos, além de lembrar as medidas

conversão de pastagens degrada-

última semana de outubro, na Áfri-

viáveis para contornar esses efei-

das ou de baixo rendimento em

ca do Sul, uma declaração conjunta

tos, como a alteração da data de

sistemas integrados com lavouras

para minimizar os efeitos negativos

semeadura, variação das espécies

e florestas, gerando efeito positi-

das alterações climáticas na segu-

das sementes e uso de técnicas de

vo no convívio com temperaturas

rança alimentar. do Ministério da Agricultura informou que a declaração trata de iniciativas de cooperação, dentro e fora do Brics, para fomentar a produção de alimentos com menos dependência dos efeitos climáticos. “É preciso conseguir um rápido e consistente conhecimento desde os calendários de cultivos até a introdução de práticas sustentáveis e material genético, ba-

mais elevadas”, explicou, citando

“É preciso conseguir um rápido e consistente conhecimento desde os calendários de cultivos até a introdução de práticas sustentáveis

‘‘

A Assessoria de Comunicação

irrigação e de sombreamento.

o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) como uma das principais iniciativas de fomento em forma de crédito às práticas sustentáveis no campo. Antônio Andrade aproveitou a oportunidade para convidar as autoridades presentes para a próxima Conferência do Brics, que será em 2014, no Brasil.

seado na biotecnologia. Esta é uma das principais ações para garantir produtividade e volume de oferta adequado, em quantidade e sanidade, compatível com as demandas da população mundial”, destacou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade. Ainda conforme a assessoria, o ministro ressaltou ainda o desenvolvimento de pesquisas no país

33


elitte rural

Ponto de Vista

O Código

Florestal Mineiro

34

deral, em nítida demonstração de sintonia e prestígio ao “produto” legislativo recém-aprovado pela presidente do nosso país.

“A lei estadual trouxe, ou melhor, repetiu vários dispositivos do novo e vigente Código Florestal Federal, em nítida demonstração de sintonia e prestígio ao “produto” legislativo recém aprovado pela presidenta de nosso país

‘‘

R

ecentemente, em ato conduzido pelo ilustre Governador do Estado de Minas Gerais, sancionou-se a Lei nº 20.922, 16/10/2013 (Políticas Florestal e de Proteção à Biodiversidade no Estado), vulgarmente denominada “Código Florestal Mineiro”. A referida novel legislação estadual veio, na verdade, em boa hora, dirimir controvérsias geradas com a vigência do Novo Código Florestal Brasileiro (federal) e, sobretudo, trazer ao cenário jurídico a efetiva “segurança jurídica” tão necessária ao “efetivo desenvolvimento sustentável”. A lei estadual trouxe, ou melhor, repetiu vários dispositivos do novo e vigente Código Florestal Fe-

Neste pequeno espaço, voltado ao debate democrático, desta prestigiada 2ª edição da Revista “Elitte Rural”, reser vamos pequenos e impor tantes esclarecimentos de alguns dispositivos legais constantes da Lei Estadual e, que, já se encontravam em plena vigência quando da Lei Federal (Lei nº 12.651, de 25/5/2012, alterada pela Lei nº 12.727, de 17/10/2012). Iremos abordar, mesmo que, de forma per functória, as normas que retratam as hipóteses (possibilidades) de inter venção ou supressão de vegetação nativa em áreas de preser vação permanente (APPs). Para tanto, é de suma relevância trazermos ao público leitor algumas hipóteses


“Podemos ressaltar a imprescindível necessidade de os animais (gado, equinos etc) utilizarem a água (fenômeno da dessedentação) para sobrevivência, bem como a possibilidade de edificação de benfeitorias de “baixo impacto ambiental” (cochos para sal e ração, bebedouros etc)

‘‘

(casos) relacionadas à utilidade pública, ao interesse social e, sobretudo, ao polêmico “baixo impacto ambiental”. Na verdade, iremos destacar os Ar tigos 8º, Caput, e 9º da Lei Federal e os seus respectivos correspondentes na recém-sancionada Lei Estadual mineira (Lei nº 20.922, de 16/10/2013) – Artigo 12, Caput, e Ar tigo 13; claro que, com as devidas inserções ao Artigo 3º do Novo Código Florestal Brasileiro e ao Ar tigo 3º do Novo Código Florestal Estadual (mineiro – Lei nº 20.922, 16/10/2013). É impor tante destacar que, com a entrada em vigor da nova Lei nº 20.922, as normas constantes da antiga Lei nº 14.309/2002 e que, segundo o nosso entendimento, já estariam com a eficácia suspensa, haja vista a super veniência da lei federal; restaram revogadas. De acordo com o Artigo 12, Caput, do novo Código Florestal Estadual (mineiro) – Lei nº 20.922, 16/10/2013: “A inter venção em APP poderá ser autorizada pelo órgão ambiental competente em casos de utilidade pública, interesse social ou atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental, desde que devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio.” Quando a norma reflete os mencionados casos, remete-nos, sem sombra de dúvidas, ao dispositivo do Ar tigo 3º, incisos I, II e III, o qual, em sua estrutura, traz rol meramente exemplificativo (utilidade pública, interesse social e

atividade eventual ou de baixo impacto ambiental). Também, de se notar, a observância à norma constante do Artigo 8º, Caput, da Lei Federal e àquela inserta em seu Artigo 3º, incisos VIII, IX e X. Além disso, a lei estadual, ao mencionar a “intervenção em APP”, com toda certeza, também, con-

templa os casos de supressão, eis que, nem sempre uma intervenção implica em supressão de vegetação nativa, segundo pensamos. Já o Artigo 13, da Lei Estadual, diz o seguinte: “É permitido o acesso de pessoas e animais às APPs para a obtenção de água e para a realização de atividade de baixo impacto ambiental”. Vejam que a hipótese (ou caso, como previsto na lei estadual) “baixo impacto ambiental” aparece nos dois dispositivos em comento e, na realidade, provoca grande celeuma em sua definição. Em ambos os dispositivos legais, há expressa “permissibilidade” de atividades antrópicas (próprias do ser humano, a grosso modo), desde que observadas as hipóteses desenhadas pelo texto legal. Nessa perspectiva, existem juristas (por exemplo, Paulo de Bessa Antunes) que defendem a possibilidade de uma verdadeira “abolitio criminis” diante do caráter amplo albergado pelo conceito de “baixo impacto ambiental”, ou seja, situa-

35


Ponto de Vista

ções pretéritas rotuladas de “crime ambiental” deixarão de assim o ser, com a nova legislação vigente (federal e estadual). Colocadas algumas advertências esclarecedoras, passamos a algumas importantes hipóteses (casos) de inter venção ou supressão em APPs (áreas de preser vação permanente). Em relação à “utilidade pública”, é impor tante obser varmos os dispositivos do Ar tigo 3º, Inciso VIII, Alíneas a, b, c, d, e, da Lei Federal e os do Ar tigo 3º, inciso I, alíneas a, b, c, d, e, da Lei Estadual. A hipótese ou caso de “utilidade pública” será de suma impor tância para os empreendimentos inerentes, principalmente ao setor imobiliário (de igual opinião, Marcelo Buzaglo Dantas), já que viabiliza a inter venção ou supressão em APPs para a efetiva realização de obras referentes ao saneamento básico e ambiental, gestão de resíduos sólidos, energia, mineração etc. É importante salientar que o parcelamento de solo deverá respeitar as metragens e as áreas não edificáveis enumeradas no Ar tigo 4º da Lei Federal, com exceção das hipóteses de intervenção ou supressão aqui debatidas. Com relação ao “interesse social”, devemos obser var as normas do Ar tigo 3º, Inciso IX, Alíneas a, b, d, e, f, g, da Lei Federal e as do Ar tigo 3º, Inciso II, Alíneas a, b, c, d, e, f, g, h, da Lei Estadual. Nesse aspecto, é importante mencionar a questão relacionada ao setor de mineração, em espe-

36

“Assim como os dinossauros já dominaram o mundo, por milhões de anos, inexoravelmente, por ação antrópica, cósmica, geomórfica, química ou biológica, o ambiente que hoje presenciamos também desaparecerá – é da vida, é da física, estejam elas onde estiverem…

‘‘

elitte rural

cial a possibilidade de extração de argila, areia, saibro, cascalho, desde que outorgada pela autoridade competente. E, finalmente, em relação às “atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental”, devemos obser var as normas do Artigo 3º, Inciso X, Alíneas a, b, d, e, f, g, h. i, j, k, da Lei Federal e as do Artigo 3º, Inciso III, Alíneas a, b, c, d, e, f,

g, h,i, j, k, l, m, da Lei Estadual. Aqui, podemos ressaltar a imprescindível necessidade de os animais (gado, equinos etc.) utilizarem a água (fenômeno da dessedentação) para sobrevivência, bem como a possibilidade de edificação de benfeitorias de “baixo impacto ambiental” (cochos para sal e ração, bebedouros etc). Também, eventualmente, sem que ocorra qualquer supressão de vegetação nativa em APPs, a entrada (livre acesso) de pessoas e animais para a obtenção de água para a sobrevivência. Enfim, há possibilidade de, por exemplo: - necessária travessia de um curso d’água por pessoas e animais, com a construção de pontes e pontilhões (por exemplo); - livre acesso de pessoas e animais para a obtenção de água; retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal sustentável. Como foi afirmado anteriormente, o rol das hipóteses de intervenção ou supressão de vege-


a natureza em que estamos inseridos, o que é tarefa sobre-humana, é prerrogativa de Deus.” (Publicado em Ambiente Legal) As hipóteses são reais, ou melhor, legais, por tanto, cabe a cada legitimado e responsável pela proteção do meio ambiente, com bom senso, verificar o enquadramento da exceção posta à análise; tudo, em consonância ao efetivo desenvolvimento sustentável, considerando, é claro, as impor tantesatividades exercidas pelo ser humano, no intuito de sobreviver dia após dia, em um mundo marcado, cada vez mais, pela violência urbana.

“A insegurança jurídica é evidente, mas não devemos Bruno Campos Silva é advosustentar a interpreta- gado (OAB/MG nº 89.126), autor de vários artigos publicados em periódicos nacionais e estrangeiros; ção e a aplicação de Coordenador e coautor de obras coletivas na área Direito Ambiental e Urbanístico. Coautor de obras normas com a eficá- decoletivas na área de Direito Processual Civil. *Diretor Adjunto do Departamento de Direito cia suspensa Ambiental do Instituto dos Advogados de Minas

‘‘

tação nativa em APPs (utilidade pública, interesse social e atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental) não se exaure nos dispositivos legais mencionados, até porque existe norma indicativa ao caráter exemplificativo para as hipóteses aventadas. Imprescindível, entretanto, afirmar que todas as hipóteses (casos) de inter venção ou supressão deverão ser determinadas por lei, com obser vância ao princípio da prevenção e ao efetivo desenvolvimento sustentável; por isso, insistimos para o fato de que a “amplitude” desregrada poderá levar a prejuízos irreparáveis ao meio ambiente. Com relação à interação ser humano/natureza, sãoimprescindíveis as reflexões de Antonio Fernando Pinheiro Pedro: “De fato, todo equilíbrio é dinâmico – está inserido no complexo processo de interação da atividade antrópica face aos recursos naturais e ar tificiais por ela consumidos, impactados ou modificados. O patrimônio legal tutelado constitui-se de dinâmicos e complexos processos de interação, não um meio ambiente idílico, não um processo ecológico visto isoladamente, não um ambiente isolado do mundo tecnológico que o cerca, não um quadro bucólico pintado academicamente – pregado na parede do canto na sala de trabalho do promotor de justiça, não o aquário mantido a custo de energia e esforço humano – porém confundido como equilíbrio biológico pelo visitante

que o obser va numa recepção de um escritório qualquer. Assim como os dinossauros já dominaram o mundo, por milhões de anos, inexoravelmente, por ação antrópica, cósmica, geomór fica, química ou biológica, o ambiente que hoje presenciamos também desaparecerá – é da vida, é da física, estejam elas onde estiverem… O que nos compete é buscar melhor qualidade de vida para todos nós, humanos, pois não fazemos e nem pretendemos fazer leis para

Gerais – IAMG; Presidente da Comissão de Direito Ambiental da 14ª Subseção da OAB/ MG; Membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMAM; Membro da Associação dos Professores de Direito Ambiental do Brasil – APRODAB; Membro da Deutsch-Brasilianische Juristenvereinigung; Membro do Conselho Editorial da Revista Fórum de Direito Urbano e Ambiental; Membro do Conselho Editorial da Revista Magister de Direito Ambiental e Urbanístico; Membro do Conselho Editorial da Revista Brasileira de Direito do Agronegócio – RBDAgro; Membro da Comissão de Sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC; Especialista em Mercado de Carbono pela Proenco; Especialista em Direito Processual Civil pelo CEU-SP; Professor de Direito Processual Civil do Centro de Ensino Superior de São Gotardo-MG - CESG; Membro do Instituto Brasileiro de Direito Processual – IBDP; Membro do Conselho Editorial da Revista Magister de Direito Civil e Processual Civil; Membro do Instituto Brasileiro de Advocacia Pública – IBAP e Membro da Associação dos Advogados de São Paulo - AASP.

37




elitte rural

40

Gente


O nome à frente do Nelore A história do selecionador que assume os rumos da raça no país

P

edro Gustavo de Britto Novis

toria da associação na gestão de

tem a pecuária como cená-

Felipe Picciani e hoje é o presidente

rio de sua história. Desde

da entidade. Pedro está à frente da

criança, convive com a raça,

maior associação da raça Nelore no

a criação, o tino que a família tem

país, que conta com mais de 2.500

para agropecuária. Cresceu pas-

associados.

sando todas as férias escolares na

Olhando para o futuro, Pedro es-

fazenda do avô, Renato Novis, no

pera ver animais que consigam manter

Recôncavo Baiano. No início da dé-

a rusticidade, apresentando avanço

cada de 1990, os negócios da família

genético. Como presidente da ACNB,

ancoraram no interior paulistano, com

quer ampliar os programas da associ-

a compra da Fazenda Guadalupe.

ação e investir no que mais acredita, a

Desde 2002, o nelorista acompanha de perto os negócios da família.

qualidade do Nelore como produtor de carne para o país e o mundo.

dade dos investimentos do Nelore

ELITTE RURAL - Pedro, você nas-

Guadalupe. Casado e pai de três fi-

ceu em uma família de neloristas.

lhos, Pedro leva, junto com a família,

Como desenvolveu o gosto pela

uma vida dedicada à raça. Hoje, a

pecuária e a vontade de continu-

Guadalupe tem um plantel de 2.500

ar o trabalho de seu pai?

vacas PO, com animais de destaque,

PEDRO NOVIS - A pecuária faz par-

como os três grandes campeões na-

te da minha história de vida, pois

cionais da raça Essência, Innsbruck

desde que nasci passei todas as

e Missoni. Também se destacam

minhas férias na fazenda do meu

com a marca da fazenda o Reser-

avô Sr. Renato Novis, no Recôncavo

vado Grande Campeão Nacional,

Baiano. No início da década de 90

Maksoud, e uma Grande Campeã

(1993), os negócios da família chega-

exposta pela Guadalupe, a Abelha

ram a São Paulo, com a compra da

TE do Carmo.

Fazenda Guadalupe. Desde 2002,

Com 45 anos, Pedro reside na

acompanho os negócios da família

capital paulistana, dividindo seu tem-

e foi a partir de 2009, após 18 anos

po entre a família, os negócios da

de atuação no mercado financeiro,

fazenda e a presidência da Asso-

que passei a ser responsável pelos

ciação dos Criadores de Nelore do

investimentos da família, incluindo

Brasil (ACNB). Ele participou da dire-

a gestão de ativos agropecuários,

Fotos/Zzn Peres

Em 2009, assumiu a responsabili-

41


elitte rural

Gente

“Acredito que é possível produzir mais carne por hectare com junção de técnicas e ferramentas eficazes

‘‘

“Falta o reconhecimento por parte do consumidor brasileiro sobre a qualidade da carne do Nelore. Falta marketing específico para a carne brasileira

com ênfase na criação de Nelore

oria dos pecuaristas a fomentar a

PO e Nelore comercial no estado de

atividade como um negócio pro-

São Paulo.

fissional. As atuais ferramentas de gestão que estão disponíveis facili-

ELITTE RURAL - Hoje, o que o Ne-

tam muito a administração de uma

lore representa para você?

fazenda e, quando bem usadas,

PEDRO NOVIS - Representa uma sa-

podem aumentar muito a produtivi-

tisfação muito grande, pois, através

dade. O pecuarista está, sem dú-

do Nelore, posso contribuir para os

vida, mais tecnificado e em busca

projetos da família, além da grande-

de novas ferramentas que tragam

za da raça que representa quase

maior lucratividade atrelada à ren-

80% do maior rebanho bovino co-

tabilidade. Estou falando desde os

mercial do planeta.

recursos que facilitam a velocidade e a acurácia no avanço genético,

ELITTE RURAL - Qual foi o mo-

como também o manejo e a diver-

mento mais especial da sua

sidade das pastagens, para me-

carreira como selecionador?

lhor aproveitamento. Acredito que

PEDRO NOVIS - Foi durante a Expoi-

é possível produzir mais carne por

nel Nacional, em 2005, quando ga-

hectare com junção de técnicas e

nhamos no mesmo dia os campe-

ferramentas eficazes.

onatos de Grande Campeão, com Innsbruck, e Grande Campeã, com

ELITTE RURAL - O Nelore repre-

a Abelha TE do Carmo.

senta mais de 80% do rebanho brasileiro. O que falta para a

ELITTE RURAL - Na sua visão,

raça alcançar?

qual é o atual gargalo da

PEDRO NOVIS - Falta o reconheci-

nossa pecuária?

mento por parte do consumidor bra-

PEDRO NOVIS – Convencer a mai-

sileiro sobre a qualidade da carne do Nelore. Falta marketing específico para a carne brasileira. Uma das

‘‘

maiores dificuldades é conseguir dentro dos nossos recursos – que são limitados – fazer uma divulgação maior para a carne e que esteja ao alcance de todos os públicos. ELITTE RURAL - Como presidente da ACNB, quais são os desafios a serem enfrentados? PEDRO NOVIS - São os mesmos de todas as associações promotoras das raças zebuínas. As raças são 42


grandes e fortes, mas os orçamentos das entidades são baixos. É um grande desafio conseguir promover a divulgação que as raças merecem, principalmente a Nelore, que é a mais importante do país, com orçamentos tão curtos. Isso vem de um processo histórico onde os registros das raças zebuínas não estão nas mãos das entidades promotoras, e sim na Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). Não estamos discutindo nem questionando, mas temos de conviver com essa realidade e entender por que as coisas são dessa maneira. Por outro lado, ressalto o ótimo trabalho que a ABCZ tem feito em prol

Nelore para daqui uma década?

paras. As características de seus pe-

das raças zebuínas. Tenho certeza

PEDRO NOVIS - Espero um animal

los também facilitam o processo de

também da sensibilidade que tem

que consiga manter suas caracte-

troca com o ambiente. Além disso, o

a diretoria atual em alguns pontos

rísticas de rusticidade e, ao mesmo

trato digestivo é 10% menor em rela-

específicos de interesse comum, o

tempo, apresente um avanço gené-

ção aos europeus. Portanto, seu me-

que permite à ABCZ trabalhar junto

tico que permita maior precocida-

tabolismo é mais baixo e gera me-

à ACNB para o Nelore.

de, pois o Nelore se adaptou muito

nor quantidade de calor. Os machos

bem às condições tropicais brasilei-

e as fêmeas apresentam elevada

ELITTE RURAL - Como presidente, o

ras, por possuir excelente capacida-

longevidade reprodutiva.

que você gostaria de fazer que

de de aproveitar alimentos grossei-

ainda não teve oportunidade?

ros. Apresenta resistência natural a

PEDRO NOVIS - Conseguir expandir

parasitas, devido às características

para outros estados programas como

de seus pelos, que impedem ou di-

o Programa de Qualidade Nelore

ficultam a penetração de pequenos

Natural (PQNN), que tem contribuído

insetos na superfície da pele ou que

para que os produtores consigam bo-

aí tentam se fixar. A pele escura, fina

nificações dos frigoríficos por entregar

e resistente, dificulta a ação de in-

carcaças de melhor qualidade e con-

setos sugadores, além de produzir

seguir transformar a oficialização dos

secreção oleosa repelente, que se

leilões em um selo de qualidade.

intensifica quando os animais estão

ELITTE RURAL - Quando você

resistente ao calor devido à sua su-

olha para o futuro, com olhos

perfície corporal ser maior em rela-

de criador e também de presi-

ção ao corpo num todo e por possuir

dente da ACNB, o que espera do

maior número de glândulas sudorí-

‘‘

expostos ao calor. O Nelore é muito

“As atuais ferramentas de gestão que estão disponíveis facilitam muito a administração de uma fazenda e, quando bem usadas, podem aumentar muito a produtividade 43


elitte rural

Gente

Nascida

para o agronegócio A dedicação de Bia Biagi à criação de cavalos Mangalarga já dura 40 anos. Na pecuária, especialmente no melhoramento do Nelore, ela ainda se considera uma novata, apesar da experiência e do reconhecimento conquistados ao longo dos últimos 20 anos Influenciada pela família, a res-

Legat, Fajardo e Panagpur. Desde

nia. O ingresso na universidade foi

Beabisa,

então, a marca Beabisa vem incor-

coroado com exemplares da raça

Beatriz Biagi Becker, desde cedo

porando genética dos principais e

que ela recebeu de presente do pai,

envolveu-se com a agropecuária,

mais eficientes criatórios da raça.

Maurílio Biagi.

ponsável

pela

marca

iniciando-se na seleção de bovinos

A paixão pelos cavalos surgiu

Em entrevista à Revista “Elitte Ru-

com a raça Simental, na década de

quando ainda era criança. Beatriz

ral”, Bia Biagi conta uma pouco de

1980. A mudança definitiva para o

ou simplesmente “Bia”, como é cari-

sua rotina à frente dos negócios, sua

Nelore aconteceu em 1997, com a

nhosamente chamada pelos amigos

visão sobre desafios do mercado da

aquisição de uma vacada da fazen-

do agronegócio, iniciou a criação de

pecuária comercial e os avanços do

da Ybirapuitã, de Bilac de Almeida

Mangalarga em 1975, quando entrou

melhoramento genético. Ela fala ain-

Bianchi. Essas fêmeas receberam

na Unesp (Universidade Estadual

da como encontra espaço na agen-

sêmen de importantes reprodutores

Paulista “Júlio de Mesquita Filho”),

da para o lazer e para os cuidados

da época, como Ludy, Ganhoso IZ,

em Jaboticabal, para cursar Zootec-

com o corpo e com a alma.

44


ELITTE RURAL – Você se vê fazen-

e da equoterapia. Depois de tantos

do outra coisa que não seja

anos de dedicação, a maior satis-

envolvida com o agronegócio?

fação é poder contribuir para uma

BIA BIAGI – Não. Nasci dentro do

vida melhor de centenas de pesso-

agronegócio. Meu pai tinha propri-

as, através dos cavalos.

edade, era um industrial, mas se intitulava um lavrador. Depois me

ELITTE RURAL - Qual sonho ainda

casei com um veterinário, que foi

não realizou profissionalmente?

um grande profissional, responsável

BIA BIAGI – Não sei se pode ser

por trazer para o Brasil a técnica de

considerado um sonho, mas é algo

transferência de embrião. Ele já fa-

que desejo muito: ver o Nelore co-

leceu, mas deixou um trabalho ex-

mercial e o de pista, os animais ran-

celente e do qual me orgulho muito.

queados, caminhar juntos. Acabar

Então, minha vida é o agronegócio.

essa bobeira de animais de elite. Nosso gado precisa ser competiti-

ELITTE RURAL – Por ser mulher,

vo, ser eficiente, o foco deve ser a

já enfrentou preconceito neste

qualidade de carne e a precocida-

setor, que tem em sua maioria

de, sem exceções.

homens à frente dos negócios? BIA BIAGI – No início, sim, mas hoje

ELITTE RURAL – E um sonho pes-

isso não existe mais. Sinto-me con-

soal?

fortável ocupando a posição que

BIA BIAGI – Eu gostaria de ter termi-

ocupo, à frente das fazendas. Tenho

nado minha Faculdade de Zootec-

uma equipe cheia de homens que

nia, mas precisei parar para acom-

preciso comandar. Não enfrento ne-

panhar meu marido no Doutorado.

nhum tipo de problema.

Fomos para a Alemanha e moramos

Mangalarga é uma paixão para você. Tem algo que ainda não conquistou nesse trabalho e que queira muito? BIA BIAGI – Já participamos de inúmeras exposições e obtivemos as principais premiações. Hoje, o foco do Mangalarga é a produção de animais aptos a participarem de provas de marcha, funcionais e de lazer, assim como animais rústicos de bom andamento, que lidam com o gado e, principalmente, voltados para o projeto social da escolinha

“Me sinto confortável ocupando a posição que ocupo à frente das fazendas. Tenho uma equipe cheia de homens que preciso comandar. Não enfrento nenhum tipo de problema

‘‘

ELITTE RURAL – A criação de

45


elitte rural

Gente

“Nasci dentro do agronegócio. Meu pai tinha propriedade, era um industrial, mas se titulava um lavrador.

‘‘

O objetivo da seleção na Beabisa é alcançar nos próximos anos um plantel contendo cerca de 600 a 800 fêmeas bem avaliadas na raça

um ano e meio fora. Não concluí o cur-

mento genético na pecuária e de

so, mas o que tive de conhecimento

outras criações às quais nos dedica-

até onde estudei foi de muita valia para

mos, como a de cavalos e carneiros.

o que aplico hoje no meu trabalho. ELITTE RURAL – Como é a sua rotina? ELITTE RURAL – Qual o desafio da

BIA BIAGI – Estou a maior parte do

marca Beabisa?

tempo no nosso escritório, com sede

BIA BIAGI – O objetivo da seleção

em Ribeirão Preto, interior de São

na Beabisa é alcançar nos próximos

Paulo. É onde fica a parte administra-

anos um plantel contendo cerca de

tiva da agropecuária e está próximo

600 a 800 fêmeas bem avaliadas

também da nossa matriz. Pelo menos

na raça. É sempre um desafio e, ao

uma vez na semana, vou à fazenda.

mesmo tempo, uma satisfação para

Temos outra propriedade em Mato

nós contribuirmos com o melhora-

Grosso do Sul. Lá, vou uma vez por mês. É corrido, mas sobra tempo pra

‘‘

fazer as atividades físicas que gosto e não abro mão. A gente tem que se cuidar e dar importância a essa qualidade de vida, que faz muito bem. ELITTE RURAL – Quando não está na fazenda ou no escritório, com o que gosta de ocupar o tempo? BIA BIAGI – Gosto de cavalgar, amo meus cavalos. Temos um grupo feminino que se reúne em alguns fins de semana para participar de provas e exposições. É um núcleo feminino do agronegócio. Fora isso, adoro fazer meus exercícios diariamente e viajar. 46


37


Acontece

Cícero de Souza Elite Prestes a realizar mais uma edição do Leilão Cícero de Souza Elite, durante a Expoinel MS 2013, o Nelore 42 acredita que,

LEILÃO Força do Centro-Oeste Nelore Elite

mais uma vez, os animais apresentados farão história, na quarta-feira (13), às 20h, no Buffet Golden Class.

Uma das regiões mais belas do Brasil, onde o turismo e a indústria crescem a passos largos, é também uma das mais impor tantes para o agronegócio no país. Este é o cenário da Expoinel MS 2013, que acontece até 17 de novembro, em Campo Grande. São as riquezas deste lugar unidas à força do Nelore que motivaram os amigos José Pedro de Souza Budib, Thiago Morais Salomão, Rene Caetano Paulella, Clenon de Barros Loyola Filho e Mauro Savia se reunirem em torno do Leilão Força do Centro Oeste Nelore Elite, em 11 de novembro, às 20h, no Tatersal de Elite Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande.

48

“Neste leilão, reunimos três estados do Centro Oeste num remate com 30 lotes de animais de pista e doadoras. Estamos nos superando a cada edição”. José Pedro de Souza Budib, promotor do remate “A genética que está nesse leilão, tanto do Nelore 42 como dos nossos convidados, que não mediram esforços para participar, está muito boa. Nós vamos vender coisas que nunca foram vendidas em Campo Grande, matrizes, fêmeas campeãs, enfim, vai ser excelente”. Cícero de Souza, promotor do remate

Foto/ Zzn Peres

elitte rural


lEILÃO Campo grande Embryo Na terça, dia 12, será a vez do Leilão Campo Grande Embr yo, promovido por Carlos Eduardo Naegele, da Fazenda Marambaia, entrar na lista de for tes remates deste ano. Em 2012, a batida do mar telo rendeu investimento de R$ 1,25 milhão, média de R$ 41 mil por lote e crescimento de 20% em relação

Destaque do MS A agropecuária Helder Galera

A noite de destaque traz como

promove, na sexta-feira, dia 15 de

convidado um dos mais impor-

novembro, o Leilão Destaque do

tantes plantéis Nelore do Brasil, a

MS. O remate terá na pista her-

Agropecuária Zamlutti, de Alfredo

deiros da melhor seleção da raça

Zamlutti Júnior, um homem arroja-

Nelore. Solange, Lucas e Fernanda

do e à frente do seu tempo, que

recebem os admiradores do plan-

par ticipou efetivamente do cresci-

tel, às 21h, num tatersal que leva o

mento da pecuária sul-mato-gros-

nome do precursor da marca.

sense.

à edição do ano anterior. Diferente do que o nome anunciava, a ofer ta não ficou restrita à venda de embriões. O leilão vai oferecer, ainda prenhezes, bezerras, novilhas, doadoras e um macho, no Tatersal de

Foto/Fábio Fatori

Elite da Acrisul, a par tir das 21h.

“Nos sentimos lisonjeados em fazer par te deste grupo e, principalmente, de ter ao lado o carisma e o sucesso de grandes parcerias”. Solange Galera, da Agropecuária Helder Galera

“Quem cria Nelore tem que investir e confiar. O leilão de prenhezes é o ponto de partida para adquirir genética de ponta e respeitabilidade. É atualmente o investimento mais seguro”. Carlos Eduardo Belineti Naegele, promotor do leilão

49


elitte rural

Acontece

Cachoeira da Serra Dois lados da pecuária juntos em

animais frutos de duas especiais sele-

um só leilão. De um lado, a tradição e o

ções da raça Nelore. O remate será na

pioneirismo da Fazenda Cachoeira 2C;

quinta-feira, 14 de novembro, no Parque

do outro, a visão e o empreendedo-

de Exposições Campo Grande, a partir

rismo do Nelore Três Barras, ofertando

das 20h, no Tatersal de Elite da Acrissul.

Feirão de Nelore 4X4 Entre as tantas novidades da Expoinel MS está o Feirão de Carro 4X4. Estarão no parque de exposições as principais marcas

“Dois estados (Paraná e Mato Grosso do Sul), dois plantéis, ofer tando muito mais do que qualidade, mas sim a mais criteriosa e trabalhada seleção da raça Nelore”. Paulo Antônio Serra da Cruz, proprietário da Nelore Três Barras

Liquidação do plantel Neloporã O promotor Camil Jamil Georges liquida o Plantel Neloporã, num remate com 71 lotes de touros, matrizes PO e matrizes POI, no sábado (16), às 14h, no Tatersal de Elite da Acrissul.

“O Mato Grosso do Sul tem a maior pecuária nacional e, neste leilão, vamos mostrar a qualidade do Neloporã”. Camil Jamil Georges, promotor do remate

Virtual Rima MS No domingo (17), tem Leilão Virtual Rima MS, em Campo Grande, a partir das 13h, transmitido diretamente do Tatersal de Elite da Acrissul, pelo Canal Rural. Buscando sempre contribuir com o melhoramento genético da raça Nelore, a Rima vai participar do remate com o que há de melhor em seu criatório.

50

de automóveis traçados existentes no mercado, carros funcionais que encurtam a distância entre os investidores e o campo.

“Assim a Expoinel 2013 se desenha, contribuindo com este novo momento da pecuária no Brasil, que investe em produtividade, sem deixar de lado a beleza desta que é uma das mais tradicionais atividades do Brasil”. Thiago Morais Salomão, presidente da Nelore do MS

“A Rima MS comprova nas pistas o trabalho já existente e abre possibilidade para todos os investidores e competidores”. Bruno Vicintin, titular da Rima Agropecuária


Genética IFQ O Leilão Genética IFQ abre o calendário da 26ª Fenagro, Feira Internacional da Agropecuária, realizada de 30 de novembro a 8 de dezembro, no Parque de Exposições de Salvador, na Bahia. O remate será realizado na primeira noite da feira, Foto/Zzn Peres

a partir das 20h. No ano passado, 33 lotes de Girolando foram levados à pista. A renda total ficou em R$ 349.100, dando a média geral de R$ 10.578. As fêmeas saíram em 25

Leilão Ouro Bahia Sim tudo é possível! O Leilão Ouro Bahia traz a remate o melhor do gado de Elite do Plantel de Wilson Marques. Desde de 2008, ele tomou gosto pela batida do martelo, mostrando a força do agronegócio baiano. O leilão será realizado no dia 3 de dezembro, no Parque de Exposições de Salvador, às 20h.

Genética Positiva A Fazenda API e a Fazenda Santa Fé levam a remate mais de 130 animais no primeiro domingo do mês de dezembro, às 20h, no Parque de Exposições de Salvador. Serão 90 fêmeas avaliadas, 40 tourinhos e embriões nascidos no recôncavo baiano.

lotes pelo preço médio de R$ 10.724, totalizando R$ 268.100, cerca de 70%

“Vamos par ticipar pela terceira vez da Fenagro com muitos lotes de prenhezes e fêmeas. Estamos confiantes na escolha destes animais que levaremos à pista”. Wilson Marques, organizador

“Selecionamos o que temos de melhor junto aos mais de 60 anos de trabalho. Espero que os convidados aprovem”. Francisco Nogueira, zootecnista e um dos responsáveis pelo manejo API

da fatura final.

“Esta é uma opor tunidade que os criadores têm de divulgar para o Brasil o seu plantel, sua propriedade, além de ser vir para reunir amigos e potenciais investidores” Chico Peltier, selecionador deGir e Girolando

51


elitte rural

Acontece

Noite das Estrelas No dia 4 de dezembro, terá Noi-

Baby Girolando e Girolando Nacional

te das Estrelas, na Bahia, no Parque

A Associação Baiana dos Cri-

No primeiro remate serão ofereci-

de Exposições, a par tir das 20h. No

adores de Girolando (ABCGIL) vai

dos 20 lotes de bezerras e embriões

ano passado, os remates tiveram

realizar nos dias 5 e 7 de dezem-

e no segundo, 40 novilhas e vacas

bom faturamento, com alta de mais

bro os Leilões Baby Girolando e

paridas. Em 2012, foram colocados

de 120% em relação a 2011. Mais de

Girolando Nacional, no Parque de

no remate 26 produtos de criadores.

R$ 2 milhões de batidas do mar telo.

Exposições, às 20h.

A receita fechou em R$ 143.200.

“Este ano, não será diferente. Vamos reunir o que temos de melhor em cada um dos plantéis. Vamos abalar as estruturas baianas”. Paulo Brandão, organizador

“A expectativa de negócio é boa, apesar de todo um histórico de falta de chuva em nossa região, mas esperamos faturamento em torno de quinhentos mil reais”. Cláudio Vaz, presidente da Associação Baiana dos Criadores de Girolando

Leilão Campeões Ganho de Peso em Pasto A 26ª Fenagro apresenta entre outros remates o Leilão Campeões de Peso a Pasto. Com organização da Bahia Fazenda API e Antonio Balbino Empreendimentos Agropecuários, o leilão será no dia 8 de dezembro, no Parque de Exposições, ao meio dia, com

Foto/Fábio Fatori

40 lotes entre fêmeas e tourinhos.

52

“Estamos no fim de um período de seca no Nordeste e ainda temos boas expectativas para a exposição. Selecionamos o que há de melhor em pista para criadores de tourinhos e novilhas”. Antonio Balbino, organizador do remate


Grandes Campeas RIMA AGROPECUÁRIA Em pouco mais de seis anos, a marca já conquistou os prêmios de Melhor Criador e Expositor, em seis das maiores exposições agropecuárias do Brasil

53


elitte rural

Grandes campeas

O sucesso da

Rima Agropecuária

se consolida

A

Rima Agropecuária foca

Charolês, Canchim. Há pouco mais

Não é para menos. Na cocheira

em investimentos, sele-

de seis anos, o profissionalismo e

da Fazenda Santa Maria, no in-

ção, aprimoramento ge-

a competência de Ricardo e Bruno

terior mineiro, estão os melhores

nético e tecnológico. Pro-

Vicintin descortinaram o Nelore.

exemplares da raça. “Acreditamos

duzir com qualidade e quantidade

A ascensão foi meteórica. Hoje,

que tínhamos condições de fazer

são desafios dos plantéis de todo

os frutos já são colhidos diaria-

um leilão dentro da fazenda. De-

o país. Para Rima, essa batalha é

mente. O Leilão Rima Weekend se

cidimos que seria a melhor opção.

vencida no cotidiano. São 30 anos

consolidou como o maior da raça

Nos esforçamos e conseguimos

de tradição na pecuária de elite, a

já na sua segunda edição, em

fazer um sucesso de remate todos

partir das raças Campolina, Pampa,

2012. Este ano, manteve o posto.

os anos”, conta Bruno.

54


TRABALHO PONTUAL Todos os animais da Rima fazem parte de um rígido trabalho de seleção e aprimoramento do Nelore. A meta principal é a reprodução de animais geneticamente superiores e em condições de imprimir na sua filiação ganhos de qualidade e produtividade. Por utilização da FIV, Foto/Zzn Peres

a Rima produz 2.000 embriões por ano e 20 doadoras são aspiradas por semana em média.

Rima fiv ellara

Bi-Grande Campeã Nacional, vencendo as duas exposições mais importantes do ranking Expozebu 2013 e Expoinel 2012

55


elitte rural

Grandes campeas Plantel estrelado O critério de seleção deixou as cocheiras da Rima Agropecuária com o brilho dos melhores animais da raça. Já passaram por lá doadoras das famílias mais renomadas, como Ópera, Thalmas, Garuda, Betina, Bilara, Açucena e muitas outras genearcas. A maior concentração de mães e irmãs de touro de central se encontra nas fazendas da Rima Agropecuária. A marca já foi agraciada como Melhor Expositor do ranking nacional em 2011/2012 e Melhor Criador em 2012/2013. Em 2013, a Rima foi o Melhor Criador e Expositor em seis das maiores exposições agropecuárias do Brasil: Emapa, ExpoMinas, ExpoZe-

Foto/Zzn Peres

bu, ExpoLondrina e ExpoGoiania. Os destaques do plantel são inúmeros. Um deles é a Bélgica 8 que, em 2008, foi Campeã Novilha Menor na

Rima fiv Ermitao Reservado Grande Campeão Nacional da Expozebu 2013

56


Rima fiv Gloria Campeã Novilha Menor Expoinel e Campeã Novilha Maior na Expozebu

ExpoZebu. Depois, foi Campeã Novilha Maior e Grande Campeã Nacional, na Expoinel de 2010. Para finalizar, Grande Campeã da ExpoZebu e Expoinel em 2011. É a única tricampeã da raça. Também estava no time da Rima a duas vezes Grande Campeã Nacional, vencedora das duas exposições mais impor tantes da raça, ExpoZebu (2013) e Expoinel (2012), a Rima FIV Ellara, que veio a falecer na sequência. Rima FIV Ermitão é o Reser vado Grande Campeão Nacional, também da ExpoZebu 2013. Rima FIV Glória é a Campeã Novilha Menor na ExpoZebu e Campeã Novilha Maior Expoinel.

57


Giro

Com recordes e muita movimentação, Expoinel marca a história A 42ª Exposição Internacional do Nelore, realizada de 19 a 29 de setembro, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), superou todas as expectativas. Foram 921 animais em pista e 118 expositores, que fizeram a maior feira de gado Nelore do ano no país. A comercialização nos leilões oficiais da Expoinel chegou a mais de R$ 22 milhões. Esta edição também foi marcada pela exposição simultânea da raça Brahman, com 182 animais em pista, de 28 expositores. “Todo mundo ganhou. Ganharamo Nelore, o Brahman e a ABCZ. Tivemos mais público, menos custo, mais patrocinadores”, informa o presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), João Leopoldino Neto.

58

Foto/Pitty

elitte rural


Os campeões

cho, o título de Grande Campeão

No julgamento Nelore, o Gran-

foi Onix Da Car, e o Reservado

de Campeão da Expoinel 2013

Grande Campeão, o touro sê-

foi Kongo TE Mafra, que também

nior Natalino Da Car. Fazendo a

levou o prêmio de Campeão

dobradinha, a criadora e exposi-

Touro Sênior, exposto por Maria

tora Dalila Cleopath Toledo levou

Fernanda Chimentão Saraiva. A

para casa os dois campeonatos.

Grande Campeã foi Castina FIV

O título de Grande Campeã ficou

HP, exposta pela Agropecuária

com a elegante Framasa II Do

Vila dos Pinheiros. O título de Re-

Pingado, exposta por Luiz Antonio

servado Grande Campeão ficou

Xavier Porto. A Reservada Gran-

com Kayak TE Mafra, da Rima

de Campeã foi Poliana Da Car, da

Agropecuária. Pelo segundo ano

premiadíssima criadora e exposi-

consecutivo, o título de Reserva-

tora Dalila, do Nelore Da Car. Foi

da Grande Campeã foi da Bra-

ela quem também conquistou os

vesh FIV AGRO JB, de criação de

títulos de Melhor Criador e Melhor

José Carlos Costa Marques Bum-

Expositor de Nelore Mocho da

lai, exposta pelo Melhor Exposi-

Expoinel 2013.

tor da exposição, Agropecuária Vila dos Pinheiros.

“Você vê o resultado do seu trabalho quando chega a um

O título de Melhor Criador ficou

grande campeonato e vê o ní-

com Jatobá Agricultura Pecuáriae

vel, os animais com diferenças

Indústria, proprietária da Fazenda

pequenas, com muita qualidade.

Baunilha, de Itaquiraí (MS). O Me-

Não tem penalização por defei-

lhor Expositor da disputada expo-

tos, todos têm algo melhor que o

sição foi a Agropecuária Vila dos

outro em pouca coisa”, destaca o

Pinheiros, da Fazenda Bom Viver,

jurado da Associação Brasileira

em Salto, interior paulista.

dos Criadores de Zebu (ABCZ),

No julgamento do Nelore Mo-

pedro gustavo de britto novis e carlos mafra

Horácio Alves Ferreira Neto.

carlos mafra filho e joão antônio gabriel

Darci, paulo miziara e frederico mendes

59


elitte rural

Giro

Negócios O volume de negócios realizados durante a Expoinel 2013 mais uma vez chamou a atenção e reafirmou a vitalidade da raça Nelore. Esta edição registrou 12 leilões, sendo um de cavalo Mangalarga Marchador, outro de Gir e Girolando e o restante de Nelore. O faturamento geral foi de R$ 22,833 milhões, o que representa o crescimento de 26,82% quando comparado com a edição passada. Os números mostram a força do Nelore no mercado de remates e a impor tância de ofer tar genética de ponta, que resulta em carne de qualidade para o mundo.

Os remates Os leilões de Nelore tiveram sua estreia no sábado, com o tradicional Aliança & Convidados. Em sua 10ª edição, faturou R$ 918 mil, com média de R$ 34,6 mil. O lote de destaque foi uma prenhez da Hematita da HRO com Zero TE J. Galera, ofertada pela HRO Empreendimentos e Nelore Sondas. Antônio Paulo Abate arrematou o lote por R$ 98 mil.

60


Nelore É o Amor oferta elite da raça O cantor e nelorista Zezé di Ca-

luciano

margo leva a sério o seu trabalho de seleção. Há 20 anos no município de Araguapaz (GO), na região do Rio Araguaia, a fazenda zezé di camargo

Nelore É o Amor produz 350 bezerros por ano. Zezé trouxe para a capital paulistana os seus melhores resultados.

“Cresci na roça, sonhando em ser

O remate Leilão Nelore É o Amor aconteceu no dia 8 de ou-

artista, mas, mesmo trocando o camila, zilu, zezé e wanessa camargo

universo rural pelo urbano, não

tubro, no Citibank Hall, em São

tem jeito: a essência a gente car-

Paulo (SP). Foram arrecadados R$

rega. E eu, no meu pensamento

4,8 milhões em 22 lotes. O maior

de menino, queria ser cantor pe-

lance foi para a novilha Trattoria TE

cuarista. Quando comprei a minha

Carnnel, valorizada em R$ 864 mil.

fazenda, no Vale do Araguaia, em

Ofer tada pelos convidados Henri-

1993, só pensei em um nome

an Gonzaga e Renato Cavalheiro,

para batizar a propriedade: É o

o lote foi comprado por Rober to

Amor. Pelo óbvio, todos vão dizer

Bavaresco e Clenon Loyola Filho.

que é em homenagem à músi-

As fêmeas atingiram a média

zezé com os pais Helena e Francisco Camargo

ca que alçou o sucesso da dupla

de R$ 225,6 mil. As duas prenhezes

que fiz com o meu irmão Lucia-

em oferta foram negociadas por

no. Também, mas não somente,

R$108 mil. O único touro oferecido foi

porque, acima de tudo, é este o

arrematado por R$ 204 mil. A média

sentimento que me leva àquelas

geral do leilão foi de R$ 214,2 mil.

terras de Goiás, onde costumo

Zezé recebeu sua família e

chamar de ‘meu pedacinho de

amigos, além de várias persona-

céu’. Hoje meu sonho é fazer da

lidades da pecuária, como os cri-

marca É o Amor uma referência

adores Cícero de Souza, Alfredo

na seleção de nelore PO”.

Zamlutti Junior, Sylvio Propheta e Ivan Zurita.

zezé di camargo e cícero de souza

Zezé di Camargo, promotor do Leilão É o Amor

61


elitte rural

Giro

Elitte Rural é lançada na Expoinel com sucesso A Revista “Elitte Rural”, idealizada por Renata Penna e Roberto De Nadai, chegou às mãos dos criadores de todo o Brasil, nesta edição da Expoinel. Foi mais uma inovação da feira, que mesclou duas raças pela primeira vez em sua história.

ricardo vicintin e renata penna

joão mauricio e Sâmar Azanki

“Não só o design arrojado, mas a leveza dos textos combinados com as imagens conferiu personalidade ao material. Priorizamos a informação de qualidade técnica e a simplicidade que os criadores desejam ao ler entre um compromisso e outro”, ressalta De Nadai. A magazine mescla gêneros jornalísticos e dedica parte de seu projeto editorial ao ilustrativo. “Pensamos não só nos homens, que buscam informações técnicas, mas também nas suas companheiras, as esposas, e nas profissionais do agronegócio que tanto têm se destacado. Nosso desejo é produzir um material leve e diversificado a cada edição”, diz Renata.

luiz humberto junqueira

62

zezão e rafaela

aciole castelo branco e marcelo mendonça

pedro gustavo de britto novis

antÔnio paulo abate e antônio junior


joão marcos

bruno e josé carlos grubisich filho

cau paranhos e renata

antônio carlos

renato barcellos, josé carlos prata cunha, renata penna e pedro novis

Cláudio signorelli e marcello bello

cris caputo e roberto de nadai

carlão ‘‘publique’’

tony tarzan

renata penna, paulo horto e roberto de nadai

63


elitte rural

Giro

Nelore Colorado estréia na Expoinel

A

Exposição Internacional do Nelore (Expoinel) recebeu na edição deste ano a estréia do Leilão Nelore Colorado em sua pista de remates. O criatório ofer-

tou o melhor de sua genética de elite, no dia 23 de setembro, na Chácara Colorado, em Uberaba (MG). O Leilão Elite Colorado ofer tou lotes de prenhezes, bezerras, novilhas, matrizes e reprodutores. Além dos animais de elite, foi a leilão uma bateria de matrizes de genética. O lote de destaque foi Talina Colorado (Jhelum FIV Ipê Ouro X Evita TE Katispera), uma bezerra de apenas quatro meses, vendida por R$ 72 mil. São 14 anos dedicados à seleção do Nelore. Marcelo Ribeiro Mendonça, titular do criatório, levou o título de Melhor Criador no ranking nacional da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), em 2010/2011.O leilão movimentou R$ 722 mil. A média das fêmeas foi de R$ 9,85 mil; dos machos, R$ 10,7

beto mendes e renato barcellos

mil, e das penhezes, R$ 33,6 mil.

nilsão e marcelo mendonça

64


fidÉlis barreto

jÚnior baiano e joão mauricio

marcelo mendonça, joão melo deienno e mauricio ianni

thiago trevise e marcelo moura

Foto/Zzn Peres

halin, rodolfo e daniel

paulo brasil

“Esse leilão da Expoinel foi um dos mais democráticos do Brasil. Ele disponibilizou a genética premiadíssima do Nelore Colorado a preços acessíveis. Foi fantástico e inovador”. Paulo Brasil, leiloeiro que protagonizou o pregão

65


elitte rural

Giro

Qualidade Máxima No dia 22 de outubro, foi a vez dos neloristas Edson da Silva Torres, João Maurício Dantas Leite e Renato Esperidião promoverem o seu remate, em Goiânia (GO). Em sua nona edição, o Leilão Qualidade Máxima foi transmitido pelo Canal Rural. O remate aconteceu durante a 50ª Exposição Agropecuária de Goiânia (Expoag). Foram 35 animais de genética superior negociados à média de R$ 30,5 mil. A maioria dos lotes ofer tados

“O Qualidade Máxima sempre é o

era de prenhezes, somando 25 lotes

leilão mais esperado da exposição

com média de R$ 21 mil. Além delas,

de Goiânia. Recebemos muitos

também foi ofer tada metade de um re-

amigos este ano, tivemos liquidez.

produtor, arrematado por R$ 60 mil. As

Ficamos satisfeitos com o resultado

nove matrizes vendidas estiveram valo-

e já estamos nos preparando para

rizadas em R$ 53 mil. A renda total do

o próximo ano”.

leilão ultrapassou R$ 1 milhão.

Weverton Almeida,

O maior preço saiu para Gema I FIV da PO, novilha que teve 25% de sua

weverton almeida

organizador do remate

propriedade comercializada por R$ 66 mil, para o Grupo Triunfo. O total do lote está avaliado em R$ 264 mil. Outro lote destaque foi Campecina I TE Alia, de João Maurício, que teve 50% de sua propriedade vendido por R$ 156 mil, também para o Grupo Triunfo. A venda de matrizes, doadoras, bezerra, novilhas e prenhezes resultouem R$ 1,5 milhões. A reser vada campeã bezerra da Expoag foi Dstak FIV EDTO, de 11 meses, filha de Bitelo em Ratna TE JS da BJ, propriedade de Edson, do Lírio do Vale. A bezerra foi direto da pista para o leilão e foi arrematada pela Rima Agropecuária, por R$91 mil.

66

“É o sexto ano consecutivo que fazemos o maior leilão do estado. Consolidamos o nosso nome, nossa marca. Em 2014 completamos uma década de existência e vamos continuar com o mesmo empenho”. Renato Esperidião Júnior, titular da Agrogen e um dos promotores

renato esperidião júnior



elitte rural

Giro

Fotos/Renata Miziara

Pérolas do Nelore tem crescimento de 70% A Expoinel Nacional também foi marcada pelo tradicional leilão Pérolas do Nelore, no dia 26 de setembro. O remate concentrou criadores, selecionadores e investidores no centro de leilões da fazenda Nova Trindade, em Uberaba (MG). Além da promotora Nova Trindade, participaram este ano do leilão a Agropecuária

luiz antônio felippe, ivete felippe e hermane sangiovani

Modelo e a Vila dos Pinheiros. O remate terminou com crescimento de 70,13% na média dos animais vendidos, alcançando R$ 121,23 mil. No faturamento total, o valor foi de R$ 2, 59 milhões, 70% a mais do que a edição passada. O lote mais disputado da noite foi Sér via 9 TE JGalera, ofer tada em 50% por Reinaldo e Márcia Caravelas, da RM Nelore. O Nelore Curió desembolsou R$ 372 mil por metade da fê-

gilson dourado, paulo trindade, felipe picciani e juscelino dourado

mea. A doadora de sete anos, filha da Itália IV TE J. Galera com o Nobre TE da Prim, está entre as dez do Ranking da ACNB. Já se consagrou

“Essa parceria recente en-

Campeã Progênie de Mãe cinco vezes.

tre a Vila dos Pinheiros, a Nova

A noite foi cheia de lotes disputados. Kaira

Trindade e a Agropecuária Mo-

5 TE Por t também foi destaque, arrematada por

delo foi muito boa. São grupos

R$384 mil pela Agrozurita. A doadora Bromélia

jovens, que investem em seus

TE Bar, 5º lugar no Ranking Nacional na cate-

plantéis. Sem dúvida fizemos

goria Fêmea Jovem, também chamou atenção.

bons negócios”

A fêmea ofer tada pela Fazenda Nova Trindade e Baronesa foi arrematada por R$ 312 mil, por Reinaldo e Márcia. 68

Nielce crispim, gerente nielce crispin

da Vila dos Pinheiros


Terras do Nelore marca a continuidade do trabalho de Diamantino No início do mês de setembro, a pecuária brasileira perdeu um dos seus grandes entusiastas. José Francisco Diamantino, um dos promotores do leilão Terras do Nelore, faleceu, deixando um legado na raça. A família Diamantino, do Nelore Revemar, vai continuar o trabalho do patriarca. A continuidade começou em tom de emoção e saudade, com o Leilão Terras do Nelore, e teve o maior crescimento na história dos leilões. No dia 27 de setembro, os criadores João Marcos Borges, Clenon Barros Loyola, Ricardo e Bruno Vicintin e a Família Diamantino se reuniram para ofertar o melhor de seus plantéis. O leilão faturou R$ 3,154 milhões, com crescimento de 211% em relação ao leilão do ano anterior. A média, de R$161 mil, representa o crescimento de 353%. Foi o maior crescimento registrado na história dos leilões, segundo afirmou Paulo Horto, diretor da Programa Leilões. Foram ofer tados lotes especiais de prenhezes, fêmeas de todas as categorias e três lotes de machos par ticipantes do Ranking da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB). O lote mais valorizado foi Dijany Fiv do Carmo, filha de Big Ben em Vena da Zeb VR, vendida por Reinaldo e Márcia Caravelas, os cariocas da RM Nelore. A fêmea foi arrematada em 75% por R$ 435 mil, valorizando-a em R$ 580 mil. O remate teve como destaque vários animais

arnaldinho, iara e amigos

consagrados nas pistas, que se destacam no Ranking da ACNB. Um exemplo foi Jatany TE, mãe de Parla, Recordista Nacional. Nelore AJJ, Nelore

“Vemos nos detalhes o quanto ele era apaixonado pela

Dado e Fazenda Ipê Ouro abriram mão da doa-

raça. Estamos vendo de perto todo o trabalho que ele fez e

dora, filha do 1646 da MN na Rinha CS. Os com-

vamos dar continuidade ao que ele iniciou”.

pradores foram Agropecuária Zamlutti e Nelore

Winston Diamantino, filho mais velho do nelorista

Colorado, que ficaram sócios no lote, arrematado

José Francisco Diamantino

por R$ 500 mil.

69


elitte rural

Giro

EAO & Guadalupe têm o maior faturamento da Expoinel 2013 Pela segunda vez consecutiva, o leilão Prenhezes EAO & Guadalupe fechou com o maior faturamento da Exposição Internacional do Nelore. O remate dos criadores Maurício Odebretch e Pedro

paulo golin, antônio paulo abate, jonas barcellos e jaime pinheiro

Augusto Ribeiro Novis encerrou a rodada de negócios da 42ª Expoinel. Foram ofer tadas prenhezes de doadoras consagradas da raça Nelore, além de dez animais que se destacam nas pistas do país. O evento foi realizado no dia 28 de setembro.

daniel e nielce crispim

rodrigo abdanur e luciane kahale

“O Prenhezes EAO & Guadalupe é sempre destaque na Expoinel. Este ano tivemos o prazer de, junto com o pecuarista referência Jonas Barcellos, comprar a Mercedita. Foi uma compra consciente e muito positiva. Acreditamos muito nesse lote. Sabemos que hoje ela é uma bezerra potencial para pista e que, com certeza, será uma bela doadorano futuro”. Nielce Crispim, gerente da Vila dos Pinheiros 70


arnaldinho e joão marcos

márcio cecílio e kátia

guilherme miranda e maria carolina

“A Expoinel teve crescimento de 25 a 30%, com dois leilões a menos. Na média, por leilão, o crescimento foi maior ainda. Foi uma exposição excelente para os leilões” Pedro Gustavo Novis, presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) e titular da Guadalupe. renata, beto mendes e jenecy

“É uma nova geração, uma nova página que começa a se escrever no Nelore brasileiro” Leiloeiro João Gabriel, ao dar a batida do martelo na venda de dreison mathias e natalie garetti

Mercedita I FIV GGOL

renata, cau paranhos e duda biagi

marcelo mendonça miguel pinto e fermino

itamar musse, pedro g. novis e paulo horto

JOSÉ ANTÔNIO DE MARCHI

71


elitte rural

Giro

União em nome do Nelore A primeira sexta-feira de outubro (4) foi premiada com estreias de sucesso. O grupo de criatórios formados pela Agropecuária Bionatus, Fazenda Eldorado, Fazenda Porto Seguro, Mundial Agropecuária, Nelore Lince e Nelore Sá & Sá realizou o primeiro Leilão União da Raça. Seis seleções unidas em uma noite para brindar o Nelore. A Chácara Lince, em Neves Paulista (SP), recebeu os convidados para o remate. A propriedade é de César Tomé Garetti, que estreou na raça. Tradicional criador de Brahman, César cria Nelore há dois anos e fez questão de deixar a chácara decorada com carinho para receber bem os convidados. Foram ofer tadas fêmeas e prenhezes de elite. O lote mais disputado foi a prenhez de Hasta TE com Fajardo da GB. Ofer tado pelo Grupo Camargo, o lote foi arrematado pela seleção Arco Verde, por R$ 110,4 mil. O remate movimentou ao todo R$ 1,38 milhão e atingiu a média de R$ 36,7 mil.

ANTÔNIO CARLOS E FERMINO COM OS AMIGOS DO NELORE

josé carlos prata cunha, dorival antônio bianchi e ronaldo alves

“Ficamos muito satisfeitos com o resultado do leilão. Cada promotor levou o melhor de seu plantel. Conseguimos trazer criadores importantes, pessoas de destaque no nelore para o nosso leilão. Foi positivo”. Fabiano Frutuoso, gerente da Fazenda Porto Seguro

72

familia garetti


elizete garetti e convidadas

flávio pedreira e hanna pedreira

lais accorsi e eliseu de nadai

rodolfo e esposa

andréia marra e dari barcelos

roberto bavaresco e paulo golin

“Quando alguém faz um leilão, tem que apostar em animais diferenciados. Os selecionadores do União da Raça conseguiram fazer isso já na primeira vez. Comprar uma prenhez da Hasta foi uma oportunidade que não poderíamos perder. Ela é uma grande matriz do país, tudo que conseguirmos dela é lucro.” halin e esposa

Ariel Cardoso Gaiolli, da seleção

luciane e rodrigo

Arco Verde

73


elitte rural

Glamour

O poder das joias nos leilões

O

homem sempre sentiu a necessidade de se adornar. O ouro é explorado há mais de 6.000 anos. Antes disso, os

adornos eram feitos com ossos e dentes de animais, conchas, pedras e madeira. Assim como hoje, estes objetos simbolizavam o status, o poder ou misticismos. Em cada período da história, as características das joias se transformaram. Atenta às tendências, a exper t Vanessa Quintiliano traz confor to, requinte e sofisticação nas coleções da Miss Joias. A empresa possui tradição em peças exclusivas em 18k amarelo e branco. Com design único, a cada estação a Miss Joias apresenta uma nova coleção. Cada peça é carregada de

Sâmar Azanki estrela brinco e anel de ouro branco com diamantes de rara beleza

símbolos e expressa a ideia de sentimentos. Como em todos os ambientes, as joias se fazem marcantes no agronegócio. Um mix de requinte e sofisticação, que encanta as mulheres e os criadores mais atentos a cada detalhe. A Miss Joias aposta em peças exclusivas, não só para eventos convencionais, como formaturas e casamentos, mas também para outras celebrações especiais. É uma forma de valorizar a identidade de cada um conforme seus desejos.

Renata Camargos Paranhos inspirada por brinco em forma de flor com safiras e brilhantes

Maria Paula Montes revela a pedra do momento no conjunto colar e brincos de turmalina paraíba

62 7 4

Maria Carolina Cardoso Mendonça mostra o design do poder nos brincos em ouro amarelo e diamantes


Jussara Santana mostra brincos de rubi e diamantes

Natalie Garetti usa brincos de safira e diamantes!

Ana Carolina Borges Bertolucci arrasa com brinco de Safira com Diamantes

Lilian Bianchi Ziggy E OS brincos de ouro branco com gotas de esmeraldas e diamantes

Elizete Garetti revela que ama jOias e o poder dos diamantes!

Sandra horto usa argola de ouro branco e esmeralda ladeada por diamantes

w w w.missjoias.com.br Sedução na aliança poderosa de ouro branco e diamantes de Helena Campos

63 75


66


Social A

Revista “Elitte Rural” se preocupa em levar para o Brasil as notícias de todas as raças zebuínas. Eu, par ticularmente, mais envolvida no Nelore, sei que

cada criatório e sua seleção genética exigem muito trabalho. Além do trabalho, há muitas famílias envolvidas nessa história maravilhosa, que é a ar te de criar com excelência. Esse envolvimento gera amizades e um convívio social inigualável. Sinto-me privilegiada por ser convidada por Renata Penna e Roberto De Nadai para retratar um pouco desse convívio. Espero que goste da editoria Elitte Social, elaborada com muito capricho para você, nosso leitor.

P OR JA N A IN A NUNE S

77


elitte rural

Social

A pequena nelorista Lívia Bavaresco em sua primeira viagem para Disney

Q

uem percebeu a falta de Simone e Roberto Bavaresco, da RS Agropecuária, agora já sabe o motivo: acompanhar

todos os passos de Lívia. A família Bavaresco ausentou-se dos leilões, em setembro, para levar a filha a Orlando, na Flórida. Simone conta sobre o encantamento e da alegria de Lívia, que os fizeram voltar a ser crianças, e da emoção que sentiu ao ver a felicidade da filha com a Cinderela, no jantar das princesas.

78


Fotos/Zzn Peres

Beatriz

Família Zamlutti comemora o aniversário de 4 anos de Beatriz

F

ilha de Alfredinho Zamlutti e Luciana Bandeira. A festa, realizada em 5 de outubro, no Buf fet Yotedy, em Campo Grande-MS, parou a cidade e reuniu

cerca de 400 convidados. Já na entrada, a decoração impecável permitia a sensação de estar na própria Disney, com Mickey e Minnie gigantes. A atração da festa, o show dos palhaços Patati e Patatá, animou a criançada e fez sucesso até com os adultos. Os avós Sônia e Alfredo aproveitaram com a neta Beatriz até o fim da animada festa.

Fotos/Zzn Peres

Fotos/Zzn Peres

Alfredo Zamlutti Junior e sua esposa Sônia Zanlutti com a netinha Beatriz

Beatriz, Alfredo Zamlutti Junior, Sônia Zamlutti, Alfredinho Zamlutti, Luciana Bandeira e Paulo Horto

Luciana Bandeira, Alfredinho Zamlutti e Sônia Zamlutti

79

Fotos/Zzn Peres

Juliana, Vanessa Bandeira, Luciana Bandeira, Conceição e Tatiana


elitte rural

Social

Pelo mundo...

V

iajar nos faz sentir emoções que talvez nunca pudéssemos experimentar se permanecêssemos iner tes num só lugar. Faz com

que conheçamos outros povos,de culturas completamente diferentes das nossas, lugares incríveis e sabores impressionantes. Com esse desejo do novo, o casal York e Milena Corrêa decidiu conhecer as Sete Novas Maravilhas do Mundo, que incluem as Ruínas de Petra, naJordânia; Grande Muralha, na China; Machu Picchu,no Peru;ChichénItzá, no México; Coliseu, em Roma; Taj Mahal, na Índia, e o nosso Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Em dezembro passado, o casal decidiu viajar quase 17 milquilômetros para conhecer primeiramente duas dessas sete Maravilhas, o Taj Mahal e a Grande Muralha. A viagem começou pela China e passou pela Índia, onde visitaram a cidade de Agra e o emocionante Taj Mahal, com sua linda história de amor. O casal encerrou a viagem na cidade de Jaipur, onde visitou o Palácio dos Ventos, o Jantar Mantar – umobservatório astronômico construído entre 1727 e 1734, capaz de medir o tempo, prever eclipses e seguir a rota de planetas. Lá, foram gravadas algumas cenas românticas da novela “Caminho das Índias”. Para finalizar, os dois foram até o imponente For te Amber, onde é possível conhecer encantadores de serpentes e fazer um exótico passeio num elefante.

80


Lucca Horto comemora niver

S

andra e Paulo Hor to festejaram o primeiro ano do filho Lucca, em 13 de outubro, em Londrina. Acostumado com os Leilões, na hora dos

parabéns, o pequeno fez até o “Para Tudo”, imitando o pai. Com o tema Safári, a festa aconteceu no Buf fet Planalto e contou com

Paulo Horto, Lucca Horto e Sandra Horto

a presença de amigos e familiares.

Nelore É o amor em festa

A

no bom para Murilo Canedo. Depois de se realizar profissionalmente, organizando o leilão de sucesso É o Amor. O responsável pela pecuária

do seu tio, Zezé Di Camargo, Murilo e a companheira, Fabiane Resende Coelho, disseram sim para o amor. Foi uma cerimônia evangélica para 400 convidados, ao ar livre, na chácara PanarelMurilo e Fabiane

lo, em 13 de outubro, em Goiânia.

Festa dos Sonhos

R

afael e Rafaele Coutinho recebem amigos e familiares para comemorar a festa de 15 anos de Isabela. A festa foi em 19 de outubro, em

Niterói, para 600 convidados, na casa de

Fotos/Zzn Peres

festa Four, com organização de Corinto Rodrigues. Isabela usou três vestidos, assinados por Saulo Henriques. Isabela Coutinho

81


elitte rural

Na Mesa

O fino sabor do

cordeiro gourmert

Q

ue o mercado de carne

um mercado promissor para a venda

do Uruguai com outros países, que

de cordeiro gourmet está

de carne de cordeiro. Naquela época,

motivou investimentos neste setor.

em expansão no Brasil

o preço da carne de cordeiro disparou

“Tudo isso me inspirou muito. Um

ninguém duvida, mas no

no Brasil, em função de uma parceria

negócio que iria unir minha cultura, his-

município de Morungaba, na região

tória e paixão por gastronomia. Após

de Campinas, a empresária Priscila

diversos estudos de mercado e viabi-

Quirós comprovou que um pouco de

lidade, realmente percebi que era um

tradição e novas formas de produção

mercado atrativo”, conta a produtora.

podem levar cada vez mais qualidade à mesa do consumidor.

Para iniciar o processo de criação de cordeiro na propriedade de 300

A motivação veio da família. Em

hectares, na fazenda Santo Antônio,

Oviedo, capital de Astúrias, na Espa-

Priscila partiu de um rebanho de

nha, os parentes de Priscila investem

1.500 fêmeas ovinas, com raça defini-

há 103 anos na criação de cordeiros,

da. A produtora visitou vários criatóri-

além de produzirem queijos de leite

os no Sul do País, pesquisou bastante

de ovelha, na região de Quirós.

e decidiu por produzir animais cruza-

Tudo começou em 2009. Recém-

dos de três raças.

formada em Administração de Em-

A escolha foi por matrizes poll

presas, Priscila descobriu que havia

dorset, raça de origem inglesa, que

82


“Acredito que o animal de corte tem o destino de ser abatido, de servir, mas até ele chegar neste ponto ofereço o maior conforto e cuidado para que este animal viva bem, viva com dignidade até que chegue o ponto do abate

banho de 42,3 milhões de cabeças, a poll dorset está presente em 100% dos cruzamentos com foco na produção de carne. Os cordeiros crescem e ganham peso rapidamente, pois as mães produzem bastante leite, e, acrescidos de um bom tratamento e alimentação, chegam ao abate dos 90 até 120 dias. A taxa de conversão alimentar é bastante alta, diminuindo o tempo de engorda. Entre as raças especializadas em produção de carne é considerada uma das três melhores no mundo em ganho de peso. “Compramos os animais dos três

‘‘

tem duas vertentes principais de me-

melhores criadores de genética do

lhoramento genético: Nova Zelândia

Brasil, genética importada da Nova

e Austrália.

Zelândia e Austrália. Fomos cruzando

Na Austrália, segundo maior ex-

essas três linhagens e realmente nos

portador mundial de carne ovina, com

surpreendemos com o resultado”, co-

300 mil toneladas por ano, e um re-

memora a produtora.

Característica da Poll Dorset É uma raça prolífica, leiteira, que cicla o ano inteiro, com boa qualidade de carcaça e acentuada habilidade materna e fertilidade. Outras características são: • Rusticidade • Resistência aos mais variados climas e alimentos • Boa qualidade/volume de lã • Produção de carne mais light e em maior volume • Terminação precoce de cordeiros • Entrada em reprodução precoce • Partos múltiplos (até quatro cordeiros) • Cio o ano todo • Produção abundante de leite • Habilidade materna acentuada • Alta taxa de conversão alimentar, diminuindo o tempo de engorda • Imposição das características genéticas no cruzamento

83


elitte rural

Na Mesa

O CRIATÓRIO A água que consomem na fazenda Santo Antônio vem de 15 nascentes na propriedade. Quando não estão com filhotes, as ovelhas se alimentam soltas no campo, mas tanto os cordeiros como as matrizes são levados a um galpão de confinamento. Lá, eles ficam com as mães durante dois meses, período em que se alimentam de leite com o suplemento de uma ração especial. Esse é o início da fase de engorda. Assim que são desmamados, os cordeiros são separados das mães e a alimentação passa a ser silo de milho misturado com um concentrado de proteínas e sais minezes por dia para que eles ganhem peso. Os cordeiros não chegam a viver nem quatro meses. São abatidos quando completam entre 38 e 40 quilos, com aproximadamente 110 dias de vida. “O cordeiro é um animal muito sensível e em hipótese alguma pode sofrer estresse, pois isso influencia no sabor da carne. O manejo precisa ser feito com atenção para os mínimos detalhes.”, explica Priscila.

Todo o pasto da fazenda é de

“O cordeiro é um animal muito sensível e em hipótese alguma pode sofrer estresse, pois isso influencia no sabor da carne. O manejo precisa ser feito com atenção para os mínimos detalhes

‘‘

rais. O alimento é oferecido três ve-

Outro cuidado é com o conforto. Os galpões são cobertos com telha-

“Acredito que o animal de cor-

do especial, que possui uma manta

te tem o destino de ser abatido, de

térmica para regular a temperatura.

servir, mas até ele chegar a este

Quando está frio do lado de fora, o

ponto ofereço o maior conforto e

interior do galpão fica aquecido, e

cuidado para que este animal viva

quando o calor é muito intenso no

bem, viva com dignidade, até que

exterior, a temperatura na parte in-

esteja no ponto do abate”, salienta

terna é mais agradável.

a dona do criatório.

84

capim aruana, próprio para o desenvolvimento de ovinos, divididos em mais de 20 piquetes, com irrigação o ano todo. A silagem de milho e o alimento para os animais são produzidos na própria fazenda, garantindo a procedência de cada detalhe.


o aspecto de genética e o modo

ma região. O planejamento para

como o animal é criado influenciam

a criação própria é incrementar o

no resultado final da carne, que une

rebanho para três mil cabeças, no

sabor, maciez, coloração e porcen-

entanto, o número não deve ultra-

tagem de gordura. “Quero que os

passar as cinco mil matrizes, para

clientes possam visitar a produção,

manter as características de “fazen-

saber como esses animais vivem e

da conceito”.

são tratados”, declara.

“Estabelecemos

um

manejo

Além da produção própria, a

simples para os animais porque va-

Quirós tem 15 produtores parceiros,

mos repassar o modelo aos nossos

que fornecem cordeiros na mes-

futuros parceiros”, diz Priscila.

“A alimentação é rica em energia e proteína e com pasto à vontade. Cuidamos de cada detalhe para obter a melhor carne de cordeiro”. A área construída é destinada a três galpões térmicos: centro de manejo, fábrica de ração e laboratório. Priscila explica que todo

administradora e chef Apaixonada pelo trabalho no criatório e pela gastronomia, é formada em Administração de Empresas pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e em Gastronomia e Chef de Cuisine, pelo Le Cordon Bleu. Especializada no mercado de luxo, também graduou-se pelo Instituto Marangoni, em Milão. Priscila Quirós construiu uma empresa, um produto e uma marca única e com personalidade familiar. A jovem empresária acompanha todas as etapas da produção. Desde a criação dos animais, abate, desossa, nos cortes feitos, na logística e distribuição até chegar à mesa do consumidor. A comercialização atende clientes diretos, restaurantes e casas de carnes do estado de São Paulo, com vistas ao atendimento em outros estados no próximo ano. “Iremos incorporar a linha de produtos ainda este ano. O azeite gourmet, por exemplo, também com a marca Quirós, produzido na Espanha por nossos familiares”, conclui.

85


elitte rural

Na Mesa

Picanha de Cordeiro Quirós ao Molho de Vinho Tinto e Batatas Assadas Ingredientes:

Modo de Preparo da Picanha

duza a um quarto. Coloque o caldo

Picanha

Tempere a picanha de cordeiro com

de carne (diluído em água) e deixe

- 1 picanha de Cordeiro Quirós

sal e pimenta. Sele a peça inteira

reduzir mais. Por último, acrescente

- Sal e pimenta

em uma frigideira, com azeite de

a manteiga. Tempere a gosto.

oliva, deixando dourar igualmente Molho de Vinho Tinto

em todos os lados. Leve ao for-

- 1 taça de vinho tinto seco

no preaquecido a 180ºC, para

As batatas

- 1 tablete de caldo de carne

finalizar a cocção de acordo com

Descasque as batatas. Corte as

- 1 colher de sopa de manteiga

o ponto de preferência. A carne

bordas, para que tenha aspecto

- sal e pimenta

apresenta-se mais macia quando

retangular. Com uma faca, faça pe-

ser vida ao ponto, ponto menos ou

quenos cortes na parte superior da

mal passada.

batata. Tempere com azeite de oli-

Batatas Assadas - 3 batatas médias

va, sal e tomilho e leve ao forno a

- Azeite de oliva

190ºC, até que estejam douradas e

- Sal

Para o molho

macias por dentro (em média 20-30

- Ramo de tomilho

Leve o vinho tinto ao fogo até que re-

minutos). Está pronto! É só saborear.

86


73


elitte rural

Na Mesa

Um brinde ao

Champanhe

O

s holofotes são para as estrelas da noite. Enquanto os animais milionários desfilam na pista, aos olhos dos criadores, outra estrela da festa passa pra lá e pra cá, sobre as bandejas dos garçons. Nos grandes leilões de elite, entre um lance, uma martelada e outra, há um brinde para comemorar a compra de um lote, um bom negócio fechado. O uísque está nas mesas, mas outra bebida, mais leve, marca esses eventos e agrada muito aos convidados, especialmente às mulheres. “Não abro mão do champanhe nos meus leilões. O champanhe e a água são minhas bebidas preferidas. Até no café da manhã uma tacinha cai muito bem”, disse Dalila Galdeano Lopes, criadora de Gir Leiteiro, proprietária da Essência Agropecuária, de Marília, São Paulo. O champanhe é de origem francesa. Foi criado no século XVII pelo monge beneditino DomPérignon e tornou-se bebida indispensável em celebrações requintadas pelo mundo afora. O circuito de leilões de elite, no Brasil, enquadra-se perfeitamente nessa linha. Para a empresária do ramo de buffete cerimonial Leila Guimarães, o champanhe é item fundamental em eventos marcados por glamour. “Sua boa acidez, frescor e leveza despertam o apetite e acompanha bem as entradas frias e quentes em coquetéis”, explica Leila.

88


“O champanhe é hoje elaborado a partir, principalmente, das uvas Pinot Noir, Pinot Meunier e Chardonnay

‘‘

Para não se confundir, é bom saber que todo champanhe é espumante, mas nem todo espumante é champanhe. Apreciadora da bebida, a sommelière Simone Vitor Resende dedica boa parte do seu tempo ao estudo de rótulos, vinícolas, entre outros aspectos que envolvem o inebriante mundo dos vinhos. Segundo ela, os espumantes sãovinhos com uma segunda fermentação, sendo esta em garrafa. Neste processo, a bebida ganha o gás natural, que conhecemos por perlagee, na taça, forma pequenas bolhas e uma camada de espuma na superfície do vinho. Já o champanhe é uma bebida espumante, produzida apenas na

região de Champagne, no nordeste da França. Por isso, somente os espumantes produzidos naquela região francesa são autorizados a usar esse nome. “O champanhe é hoje elaborado a par tir, principalmente, das uvas PinotNoir, PinotMeunier e Chardonnay”, conta Simone. Por conta da tradição e produção restrita, os preços do legítimo champanhe podem variar de R$ 180 a R$ 8 mil, a garrafa. A tradição e envelhecimento são os fatores determinantes na elevação do valor do champanhe, devido ao histórico adquirido ao longo dos anos ou séculos, na busca por aprimorar ou manter a qualidade dos produtos.

Curiosidades A trança de arame que amarra a rolha de cortiça permite que a bebida suporte a forte pressão do gás produzido pela fermentação. Por isso, é conveniente sempre tocar a garrafa de champanhe de leve e não agitar o líquido, para não formar espuma e aumentar a pressão interna. Abrir uma garrafa de champanhe é tarefa ainda considerada masculina e, por essa razão, em um evento em que se deseja emprestar especial destaque à bebida, o convidado de honra pode esperar ser solicitado a abri-la. A taça ideal para servir o champanhe é a flûte – aquele modelo longo e bem fino, que tem a boca estreita.

89


elitte rural

Na Mesa A harmonia de sabores

As garrafas mais servidas nos leilões

Branco brut. Acompanha bem frutos do mar, como ostras, camarão e mariscos; embutidos, como presunto cru, copa e salames. Rosé. Combina com carnes brancas e aves de caça, como codorna e faisão; carne de coelho ou escargot. Demi-sec. Acompanha pâtisserie (biscoitos, tortas e bolos doces, recheados ou não com cremes de confeiteiro, sorvetes e frutas).

Veuve Clicquot Ponsardin. É uma marca francesa que pertence à casa de champanhe de Reims. Ela é facilmente reconhecida pelo distinto rótulo laranja em sua garrafa. Fundada em 1772 por Philippe Clicquot-Muiron, Veuve Clicquot desempenhou importante papel no estabelecimento do champanhe como bebida escolhida pela nobreza e pela rica burguesia europeia. Situada em Reims, Veuve Clicquot faz parte do grupo Louis Vuitton Moët Hennessy, de artigos de luxo, desde 1987.

Chandon. Em 1973, a Maison Moët & Chandon decidiu apostar no potencial vitivinícola brasileiro e inaugurou a Chandon na pequena cidade de Garibaldi, no Rio Grande do Sul, a 110 quilômetros de Porto Alegre. Atualmente, a empresa é líder absoluta no segmento de vinhos espumantes naturais de luxo. Além do Brasil, o Chandon é produzido na Austrália, Califórnia e Argentina. A região da vinícola é conhecida pela qualidade de suas uvas e pelo alto potencial para a elaboração de vinhos espumantes de qualidade.

Assim como a França tem na região de Champagne o teor ideal para o nascimento de seus famosos champanhes, o Rio Grande do Sul tem nas serras sua vocação para os melhores espumantes. O microclima local, temperado e de noites frescas possibilita a lenta maturação e o desenvolvimento de bons níveis de açúcar e de acidez da fruta. Essas são características que dão origem à fineza aromática e ao frescor do produto. 90

Apreciadores Para Simone Resende, não há acompanhamento melhor para o verdadeiro champanhe do que o caviar. Outra opção acertada na harmonização com a bebida são azeitonas verdes (com pouco sal), canapés elaborados e pratos da gastronomia japonesa, sobretudo aquelas à base de peixe cru. Quem também é apreciador da combinação do champanhe com a culinária oriental, especialmente o sashimide salmão, é o administrador da fazenda Mata Velha, Renato Barcellos, filho do pecuarista Jonas Barcellos. “Já servimos em nossos leilões essa combinação e agrada muito, especialmente com o espumante da marca Chandon, que é produzido no Brasil com uma qualidade excelente”, disse Renato. Criadora de Gir Leiteiro, Dalila Galdeano Lopes prefere o champanhe servido com uma bela tábua de queijos. “Acho que o champanhe combina com todo tipo de queijo. Especialmente os mais curados, e de sabor mais forte, como o parmesão”, comentou Dalila.


77


elitte rural

Nossas historias

Uma viagem pela produção de leite nos Estados Unidos

V

isando sempre a melhorar, realizei uma viagem técnica para os Estados Unidos, o maior produtor de leite do mundo, coincidindo com a data da World Dair y Expo 2013, no estado de Wisconsin, que possui um dos maiores rebanhos bovinos do país, sendo o maior produtor nacional de queijo e manteiga e o segundo maior produtor de leite. Fui em busca de informação, conhecimento e experiência, além de entrar em contato com o que há deponta no mercado internacional. A viagem foi organizada pela Milk Point, em parceria com a

91

Communicating for Agriculture Education Program (CAEP), de 28 de setembro a 8 de outubro. Com um roteiro interessante e abran-

gente, tivemos uma visão ampliada do que é a cadeia do leiteno país. A programação da viagem incluiu visitas a propriedades de destaque einovadoras. Houve ainda um seminário com palestras traduzidas para o por tuguês na Universidade de Wisconsin. Além de par ticiparmos da feira World Dair y Expo, visitamos a cooperativa Foremost Farms. O tour técnico começou pelas fazendas com menos de 500 vacas, como a Kellercrest Registered Holsteins Inc. De propriedade dos irmãos Mark e Tim Keller, já ganhou por 13 vezes o prêmio da Associação de Gado Holandês


“Minha impressões do leite nos EUA giraram em torno da alta tecnologia empregada das fazendas (máquinas e informatização).

‘‘

– Progressive Genetic Herd Award. A fazenda tem como foco a longevidade e hoje possui 80 vacas com mais de 90.000 kg de produção total, 22 com mais de 113.000 kg e quatro com mais de 136.000 kg de leite. Fazendas com mais de 800 e 1.000 animais também estavam no roteiro, como Larson Acres Dair y, Guernseys da Hoard’s Dair yman, Sassy Cow Creamer y, Crave Brothers Farms. Minhas impressões do leite nos EUA giraram em torno da alta tecnologia empregada das fazendas (máquinas e informatização). Observei que nas fazendas a mãodeobra é predominantemente familiar, composta apenas por um ou dois ajudantes para serviços mais pesados. O preço do sêmen de importantes touros de centrais é mais acessível, se compararmos com o Brasil. Há um foco total na produção de leite, mesmo que com prejuízo da longevidade das vacas. Outro diferencial é a logística excelente: asfalto de qualidade, fa-

cilidade de escoamento da produção, fácil acesso às fazendas. Há as políticas públicas para fomentar o consumo de lácteos (Dair yManagment Incorporation, que investe em propaganda, consultoria e planejamento). Percebi as lavouras de precisão, com alta produtividade e, consequentemente, a disponibilidade farta de alimento para dieta de vacas leiteiras, principalmente devido à capa-

92


elitte rural

Nossas historias

cidade de estocagem e às máquinas adequadas. Também considerei importante o clima favorável para a criação da raça Holandesa. Nossa viagem foi fechada com chave de ouro, com city tour pela cidade de Chicago. Tivemos a opor tunidade de fazer compras na avenida Michigan, assim como um passeio de barco no Rio Chicago e Lago Michigan. No último dia, houve uma visita na Bolsa de Valores de Chicago (CBOT).

94

projeto da Leiteria 42 e fechamos 2012 atingindo a média de 2.000 litros de leite/dia, no sistema semiconfinado (pasto+trato). Tudo de forma sustentável, com aproveitamento de dejetos, fer tirrigação e utilizando um moderno sistema de ordenha e decriação de bezerras. Contamos também com instalações adequadas para proporcionar total conforto e bem-estar ao animal, priorizando sempre a sanidade das vacas e do leite. O projeto vem crescendo e muito em breve teremos também um Laticínio, marca 42, é claro.

“Percebi as lavouras de precisão, com alta produtividade e, consequentemente, a disponibilidade farta de alimento para dieta de vacas leiteiras

‘‘

A Marca 42 A marca 42 é nacionalmente conhecida através do Nelore. Nossa seleção genética se faz presente nas concorridas pistas e exposições do país, bem como nos melhores leilões da raça, nas esferas elite e produção, mas a paixão pela agropecuária vai além do Nelore. Também selecionamos raças leiteiras, como GIR, Girolando e Jersey. O empreendedorismo e a coragem fizeram-nos ir além na impor tante missão decontribuir com a cadeia produtiva de alimentos. Em 2011, fincamos a primeira estaca do

Renan Barbosa Contar é gerente do projeto da Leiteria 42. Nascido em Campinas, interior de São Paulo, é formado na Academia Militar das Agulhas Negras.


O mato

V

eio o vento frio, e depois o temporal noturno, e depois da lenta chuva que passou toda a manhã caindo e ainda voltou algumas vezes durante o dia, a cidade entardeceu em brumas. Então o homem esqueceu o trabalho e as promissórias, esqueceu a condução e o telefone e o asfalto, e saiu andando lentamente por aquele morro coberto de um mato viçoso, perto de sua casa. O capim cheio de água molhava seu sapato e as pernas da calça; o mato escurecia sem vaga-lumes nem grilos. Pôs a mão no tronco de uma árvore pequena, sacudiu um pouco e recebeu nos cabelos e na cara as gotas de água como se fosse uma bênção. Ali perto mesmo, a cidade murmurava, estava com seus ruídos vespertinos, ranger de bondes, buzinar impacientes de carros, vozes indistintas; mas ele via apenas algumas árvores, um canto de mato, uma pedra escura. Ali perto, dentro de uma casa fechada, um telefone batia, silenciava, batia outra vez, interminável,

paciente, melancólico. Alguém, com certeza já sem esperança, insistia em querer falar com alguém. Por um instante, o homem voltou seu pensamento para a cidade e sua vida. Aquele telefone tocando em vão era um dos milhões de atos falhados da vida urbana. Pensou no desgaste nervoso dessa vida, nos desencontros, nas incertezas, no jogo de ambições e vaidades, na procura de amor e de importância, na caça ao dinheiro e aos prazeres. Ainda bem que de todas as cidades do mundo o Rio é a única a permitir a evasão fácil

para o mar e a floresta. Ele estava ali num desses limites entre a cidade dos homens e a natureza pura; ainda pensava em seus problemas urbanos – mas um camaleão correu de súbito, um passarinho piou triste em algum ramo, e o homem ficou atento àquela humilde vida animal e também à vida silenciosa e úmida das árvores, e à pedra escura, com uma pele de musgo e seu misterioso coração mineral. E pouco a pouco ele foi sentindo uma paz naquele começo de escuridão, sentiu vontade de deitar e dormir entre a erva úmida, de se tornar um confuso ser vegetal, num grande sossego, farto de terra e de água; ficaria verde, emitiria raízes e folhas, seu tronco seria um tronco escuro, grosso, seus ramos formariam copa densa, e ele seria, sem angústia nem amor, sem desejo nem tristeza, forte, quieto, imóvel, feliz.

Rubem Braga, considerado por muitos o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, ES, a 12 de janeiro de 1913.

95


elitte rural

96

Visita


Fotos/Zzn Peres

Fazenda Guaritá

imortaliza a riqueza do império O proprietário, Catito, deixou tudo como era antes, com alterações apenas do lado interno da sede, mas preservando a simplicidade com um toque de requinte

97


Visita Foto/Zzn Peres

elitte rural

S

éculo XIX: ciclo do café no Rio de Janeiro. As plantações de café se espalharam pelo interior de São Paulo e Rio de Janeiro. Os mercados nacionais e internacionais, principalmente Es-

tados Unidos e Europa, aumentaram o consumo, favorecendo a exportação do produto brasileiro. Neste universo onde se misturam simplicidade, requinte e trabalho, é possível fazer uma viagem no tempo e vivenciar um marco na história brasileira. Vamos pelos trilhos de bitola estreita da estrada de ferro da Fazenda Guaritá, em Rio das Flores, no Rio de Janeiro, um lugar cercado por um vale coberto de verde e encantamento. Na entrada principal da casa sede, o Brasão do Império encravado em meados da década de 1860. O símbolo marca o presente que o pai, Peregrino José da América Pinheiro, o Barão de Ipiabas, ofereceu ao filho Francisco Pinheiro de Souza Werneck: “uma porção de terra”. Francisco só habitou a fazenda por volta de 1875, quando a obra da sede foi concluída. Já com o título de Barão do pai, em 1899 ele, hipotecou a fazenda e conseguiu a sua quitação um ano mais tarde. Em 1900, ele desistiu do café e vendeu a fazenda por 70 contos de réis para o primo João Luís de Almeida Ramos, mu-

Foto/Zzn Peres

Foto/Zzn Peres

dando-se com a família para o Rio de Janeiro.

98


99 Foto/Zzn Peres

Foto/Zzn Peres


elitte rural

Visita

O nome Guaritá vem de uma árvore muito comum nas matas da região. Cerca de 50 anos mais tarde, a fazenda mudava de mãos novamente. Marcos Vieira da Cunha adquiriu os 136 alqueires de terra em completo abandono e não desanimou. Adquiriu outras fazendas vizinhas no Vale do Paraíba, totalizando a área de 1.500 hectares. Apaixonado pela história e trajetória de sua família, trabalhou com afinco na recuperação arquitetônica e histórica das propriedades. Em 1985, Marcos faleceu repentinamente e a Guaritá foi vendida ao empresário Paulo Orívio. Por fim, na década de 1990, a Guaritá foi adquirida pelo empresário carioca Omar Resende Perez, o Catito. Ele ficou conhecido por adquirir negócios que, para algumas pessoas, não teriam nenhuma rentabilidade ou benefício. “Sempre sonhei em ter uma propriedade com uma trajetória bacana e, mais ainda, com características de um tempo que marcou a história. Meus pais foram fazendeiros e carrego na minha história uma paixão pelo campo. A fazenda Guaritá é meu reduto, onde posso receber amigos e

Foto/Zzn Peres

parentes no meu paraíso”, declara o empresário.

100


101 Foto/Zzn Peres

Foto/Zzn Peres

Foto/Zzn Peres

Foto/Zzn Peres


elitte rural

Visita

A casa sede, pintada em azul e branco, apresenta características de casa térrea com porão elevado do solo, tendo na área lateral direita um platô alteado em relação à área frontal. Na frente da casasede há um antigo terreiro de secagem de café, hoje coberto por extenso gramado em diferentes tons de verde. Com cinco acessos ao seu interior, tem o acesso principal localizado em paralelo à fachada frontal, sendo o mesmo feito através de duas escadas com guardacorpos em ferro fundido e lances em sentidos opostos, que atingem um patamar ao nível da porta de entrada. O alpendre, em estrutura metálica, apresenta cobertu-

Foto/Zzn Peres

ra em ferro e é decorada por lambrequins.

102


Foto/Zzn Peres Foto/Zzn Peres

Os outros acessos estão distribuídos pela sala de jantar, cozinha e circulações. A entrada lateral, localizada na sala de janFoto/Zzn Peres

tar, apresenta um platô alteado em relação à fachada frontal. A entrada principal se abre para um vestíbulo, tendo à sua esquerda uma sala de visitas; à sua direita, a sala de jantar e o escritório, e à frente, uma capela, cujo oratório foi inserido, sem data da intervenção. Nos fundos podemos observar a existência de uma sala de estar, abrindo para um pátio posterior, definido pelas construções laterais. Omar conta que deixou tudo como era antes, com alterações apenas do lado interno da sede, mas preservando a simplicidade com um toque de requinte. Belezas que podem ser notadas nas esculturas espalhadas pelos jardins, nas peças de decoração utilizadas nas cerca de 30

Foto/Zzn Peres

suítes ou nas amplas salas e até na belíssima sala de cinema. “O espaço antes usado para a secagem do café, hoje,também está no roteiro do Festival Anual Vale do Café. O evento reúne música, história e natureza, aliadas ao respeito pelas raízes e pelo patrimônio histórico da região, resgatando o patrimônio imaterial. O festival ainda estimula o amor à natureza e divulga o patrimônio histórico e arquitetônico dos diversos municípios da região do Vale do Café, num dos mais lindos recantos do estado do Rio de Janeiro, no Vale do Paraíba, a Fazenda Guaritá”. 103


elitte rural

Capa

A Capa: a nova geração do Nelore “É uma nova geração, uma nova página que começa a se escrever no Nelore brasileiro”. As palavras do experiente leiloeiro João Gabriel, ao bater o martelo, no leilão EAO & Guadalupe, no último mês de setembro, em Uberaba (MG), revelam o poder das bezerras. Na ocasião, João comentava a venda disputada da campeã da Ex-

104

poinel 2013, Mercedita I FIV GGOL. Aos 11 meses, foi arrematada por R$ 2,16 milhões pela Agropecuária Vila dos Pinheiros e Fazenda Mata Velha. Antonio Paulo Abate e Grupo Golin abriram mão da fêmea. A filha do Basco da SM com Mercedita FIV GGOL traz a genética da mãe Maharash ll TE JGAL. Ela encantou não só os jurados, os pecuaristas, mas toda a equipe da “Elitte Rural”. Não é para menos. O Grupo Golin investe pesado em profissionais especializados, que usam as mais modernas tecnologias de melhoramen-

to genético. Um processo detalhado para formar um animal bonito e saudável, em curto espaço de tempo, ressaltando as características raciais. O nome Mercedita não é estranho. Você já deve ter ouvido a canção que se eterniza na voz de diferentes intérpretes, a partir do verso “Recordo com saudade...”. Essa letra é fruto de uma história de amor, que tem como personagem principal uma jovem camponesa. É a mais famosa música de raiz folclórica Argentina e foi traduzida para nove idiomas. A bezerra com o mesmo nome da personagem da música também segue a trilha de fama. Por sorte dos criadores, os avanços genéticos perpetuarão sua linhagem para ninguém ficar com saudade.




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.