Jornal A União 14 02 16

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A UNIÃO

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123 anos - PATRIMÔNIO DA PARAÍBA

João Pessoa, Paraíba - domingo, 14 de fevereiro de 2016

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Ano CXX1II Número 012

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Vento a favor

A força dos ventos produz atualmente mais de 10% da energia consumida na Paraíba. O Governo do Estado atua para ampliar este percentual favorecendo e fortalecendo os novos empreendimentos nessa área. PÁGINAS 13 e 14

Entrevista

FOTO: Walter Rafael/Secom-PB

governO DO ESTADO incentiva parques eólicos

FOTO: Marcos Russo

EDUCAÇÃO O secretário de Estado da Educação, Aléssio Trindade, informa sobre os avanços da Paraíba no setor. PÁGINA 4

Microcefalia

FOTO: Edson Matos

controle Funad amplia acompanhamento dos bebês que nascem em situação prévia de risco. PÁGINA 15

Cidadania

o 1º voto Jovens discutem a importância da participação no processo eleitoral. PÁGINAS 17 E 18

clima & tempo Fonte: INMET

Litoral

Cariri-Agreste

Sertão

Nublado com Nublado com Nublado com chuvas ocasionais chuvas ocasionais chuvas ocasionais o o 31 Máx. 32 Máx. 34o Máx. 21o Mín. 21o Mín. 23o Mín.

Informações úteis para a semana:

Moeda

DÓLAR DÓLAR TURISMO EURO

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R$ 3,989 (venda) R$ 4,220 (venda) R$ 4,507 (venda)

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Renata Cabral expõe novos quadros a partir do dia 19. Página 5

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Altura 9 UEPB oferece curso para idosos em três municípios. Página 0.3m

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Belo enfrenta hoje o Sport, de Recife, no Almeidão. Página 21

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Engenheiro campinense inventou o taxímetro digital. Página 25

Fonte: Marinha do Brasil

Marés

Hora

Altura

baixa

02h17

0.4m

ALTA

08h41

2.2m

baixa

14h49

0.5m

ALTA

21h11

2.1m


A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

Água: uso consciente

O uso racional de água continua sendo imperativo no semiárido paraibano. As chuvas que caíram em janeiro fizeram brotar esperança no coração de homens e mulheres que vivem nas zonas mais atingidas pela estiagem, mas, na realidade, não depositaram recargas significativas nos açudes carentes d’água da região. A expectativa agora é que fevereiro termine com o céu carregado de “nuvens pesadas”, e que estas reguem os solos esturricados e inundem os mananciais vazios, caindo sem parar até maio vindouro. Se isto acontecer, significará que o inverno retornou, para celebração de todos, pois água é um bem coletivo. No entanto, se as chuvas de fevereiro a maio forem de baixa intensidade e curta duração, a sociedade como um todo precisa estreitar ainda mais os laços de solidariedade, para o enfrentamento das consequências nefastas do desabastecimento de água. Não é tempo ainda de ninguém baixar a guarda. Ao preço de hoje, a situação é crítica. A Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado (Aesa) divulgou que, dos 124 reservatórios, 58 estão com menos de 5% do volume total. A informação dissolve a euforia dos que comemoraram, como sendo inverno, as chuvas que ocorreram durante o mês de janeiro. Os dados da Aesa dão conta, ainda, que outros 35 açudes paraibanos têm menos de 20% da capacidade máxima, 31 possuem mais de 20% e, o que vale re-

Artigo

gistro especial, não há reservatórios sangrando. O foco, portanto, continua no uso consciente, com prioridade para o abastecimento humano e animal. A realidade, porém, não está para enganar ninguém. Com ou sem inverno, o uso racional de água é uma necessidade. Daqui para frente, ninguém mais pode desperdiçar água como antigamente. E as leis contra o consumo excessivo devem recrudescer, haja vista a importância vital desta substância mineral. Cientistas de vários países vêm alertando para a possibilidade de um colapso no abastecimento mundial de água potável. A escassez será gradativa e seletiva, o que poderá provocar conflitos armados internacionais. Os países em situação crítica vão querer água a qualquer custo, o que, até certo ponto, é natural. Felizmente, o assunto está na pauta do dia de vários governos e inúmeras organizações não governamentais, que discutem o assunto com seriedade, procurando encontrar soluções emergenciais para evitar o desabastecimento de água, considerado “a grande tragédia humana do futuro próximo”. O uso racional de água deve começar em casa e estender-se até os complexos industriais. Todos devem participar desta grande cruzada, na qual está em jogo a sobrevivência da espécie humana. Se cada um fizer a sua parte, irá aprender muito de solidariedade, e a água economizada regará a paz internacional.

Martinho Moreira Franco -

martinhomoreira.franco@bol.com

O verão, segundo Veríssimo As mulheres também têm muita diversão na praia, como caminhar vinte quilômetros para encontrar o filho desaparecido ou o outro pé do chinelo” Quem melhor (ou com mais verve) do que Luís Fernando Varíssimo poderia descrever um dia de verão na praia? Leiam a crônica dele (de 2012, mas atualíssima) e respondam se capazes: Verão é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose. Verão é picolé de morango no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca. Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no tênis. Mas o principal ponto do verão é... a praia! Ah, como é bela a praia! Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção. Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das veias. Os jovens de jet ski atropelam os surfistas, que, por sua vez, miram a prancha pra abrir a cabeça dos banhistas. O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão chegando. Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa, toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de férias. Em menos de cinquenta minutos, todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia. E as crianças? Ah, que gracinhas! Os bebês chorando de desidratação, as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem. As mulheres também têm muita diversão

na praia, como caminhar vinte quilômetros para encontrar o filho desaparecido ou o outro pé do chinelo. Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como furar a areia pra fincar o cabo do guarda-sol. É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar em pé. Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar. Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo! Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva! Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem aquela vontade de fritar na chapa. A gente abre a esteira velha, com o cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha. Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor! Mas, claro, tudo tem seu lado bom. E à noite o sol vai embora. Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como mortadela, toma banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo. O shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde creme de barbear até desinfetante de privada. As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia oferece. Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas. O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família. Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele sol e todo mundo possa se encontrar no mesmo inferno tropical...

UN

Informe J.N.Ângelo (interino) josenapoleaoangelo@gmail.com

“o que ricardo tem ainda a oferecer À Paraíba” O governador Ricardo Coutinho vem dando demonstrações claras de que a crise que afeta o país e por consequência também a Paraíba não dá margem a acomodações. Essa semana, por exemplo, através do Superintendete DER-PB, engenheiro civil Carlos Pereira, deu o aval pra que ele anunciasse de que a sua administração entregará até o fim deste ano mais 18 novas rodovias. Esta decisão tira de uma só vez o mesmo número de cidades do isolamento de muitos anos. Na quinta-feira, 11, na reabertura do ano letivo além de entregar a mais moderna Escola Técnica Estadual de João Pessoa, Pastor João Pereira Gomes Filho, anunciou também que em poucos dias entregará mais duas novas e modernas escolas públicas, uma em Santa Rita e outra em Junco do Seridó. Na mesma solenidade disse que a Secretaria da Educação do Estado em pareceria com Universidade Estadual da Paraíba - UEPB -, lançou um Mestrado Profissional voltado para professores efetivos. “O que Ricardo tem ainda a oferecer à Paraíba” a pergunta é do jornalista e dono do jornal Contra Ponto, João Manuel de Carvalho, em sua coluna da semana: “Para um político que promoveu Governos consubstanciados em cumprimento a estratégias defnidas e diretamente correlacionadas com o interesse público, não há limites que possam interromper seus planos e estratégias, pois estas são permanentes. O governador já se movimenta, sem a prioridade do interesse pessoal imediato, para fazer com que lideranças políticas engajadas com o seu projeto estratégico possam dar sequência ao trabalho inédito que foi realizado a duras penas, e cujo o maior mérito foi de ter conseguido mudar os costumes políticos da Paraíba até então vigentes no Estado e o de ter instituído na consciência coletivo dos paraibanos do que só o interesse público pode e deve prevalecer e presidir a coisa pública. Ricardo Coutinho , de forma inquestionável, incutiu no povo paraibano a noção do espirito público, quando a Paraíba vinha do Reino de Portugal capitanias hereditárias.”

Foto: Reprodução/Internet

Editorial

Humor

CONTATO: opiniao.auniao@gmail.com REDAÇÃO: 83.3218-6539/3218-6509

Efraim filho vai indiciar vaccari O deputado federal e presidente da CPI dos Fundos de Pensão, Efraim Filho, DEM-PB, quer o indiciamento do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, hoje preso no Paraná pela Operação Lava Jato. No seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito, na quarta-feira, 3, ele permaneceu em silêncio. Pra isso teve o aval da ministra do STF Carmen Lúcia, que lhe concedeu habeas corpus pra que ele permanecesse em silêncio na CPI.

fraternidade no senado Campanha da Fraternidade 2016 - TEMA: “Casa comum, nossa responsabilidade” LEMA: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. O Congresso Nacional realiza amanhã sessão solene para debater a Campanha da Fraternidade de 2016, que tem como foco o saneamento básico, no desenvolvimento, na saúde integral e na qualidade de vida. A sessão começa às 11h.

abuso

REAJUSTE de ÔNIBUS

em cima do muro

A prática abusiva foi confirmada pelo Procon-JP na capital onde alguns postos de combustíveis, sem qualquer justificativa, elevaram os preços do álcool para até R$ 3,399, em alguns estabelecimentos. De acordo com o secretário Helton Renê, o aumento exagerado não tem justificativa plausível e alerta que as medidas punitivas já estão sendo tomadas pelo órgão responsável.

As passagens de ônibus intermunicipais de características urbanas, rodoviárias e hidroviárias, serão reajustadas em média até 7%, a partir da zero hora desde domingo. O reajuste foi aprovado e discutido Conselho Executivo do Departamento de Estradas de Rodagem da Paraíba - DER -, durante reunião realizada esta semana. Para Bayeux e Várzea Nova, as tarifas serão diferenciadas, menores que as da capital, já reajustada.

Na segunda-feira pela manhã os tucanos se reúnem com o presidente estadual do PSDB Ruy Manoel Carneiro de Aça Belquior, pra definir quem é quem na précandidatura à prefeitura de João Pessoa. A cisma de Ruy Carneiro é a certeza de que tem muito tucano em cima das árvores da Praça João Pessoa querendo voar para uma das janelas do Palácio da Redenção.

cpi do bndes vota relatório final na terça A Comissão Parlamentar de Inquérito do BNDES se reúne na terça-feira para analisar e votar o relatório final, do deputado José Rocha (PR-BA). A comissão foi criada em agosto para investigar supostas irregularidades em empréstimos concedidos pelo banco entre 2003 e 2015. Ao longo dos trabalhos, a CPI ouviu 23 pessoas, entre as quais o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho; diretores do banco; donos de empresas beneficiadas com empréstimos, como o empresário Eike Batista; e pessoas investigadas pela Operação Lava Jato.

A UNIÃO

SUPERINTENDÊNCIA DE IMPRENSA E EDITORA Fundado em 2 de fevereiro de 1893 no governo de Álvaro Machado

SUPERINTENDENTE Albiege Fernandes DIRETOR ADMINISTRATIVO Murillo Padilha Câmara Neto

DIRETOR DE OPERACÕES Gilson Renato

DIRETOR TÉCNICO E EDITOR GERAL Walter Galvão EDITORA ADJUNTA Renata Ferreira

BR-101 Km 3 - CEP 58.082-010 Distrito Industrial - João Pessoa/PB PABX: (083) 3218-6500 / ASSINATURA-CIRCULAÇÃO: 3218-6518 Comercial: 3218-6544 / 3218-6526 REDAÇÃO: 3218-6539 / 3218-6509

CHEFE DE REPORTAGEM Conceição Coutinho EDITORES SETORIAIS: Geraldo Varela, Carlos Cavalcanti, Alexandre Macedo, Felipe Gesteira e Denise Vilar EDITORES ASSISTENTES: Carlos Vieira, Emmanuel Noronha, José Napoleão Ângelo, Marcos Lima e Marcos Pereira PROJETO GRÁFICO: Ricardo Araújo, Fernando Maradona e Klécio Bezerra


Opinião João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

Sócio efetivo do IHGP

Ibiapina segue seu caminho

Diversidade de opções que, lamentavelmente, se constituía uma minoria diante da pobreza do nordeste brasileiro. Reconheçamos: hoje há uma maior diversidade de opções educacionais, não só em termos dos Cursos Superiores, tradicionais, mais, igualmente, com relação ao Ensino Técnico-Profissional, diversificando tecnologias e inovações indispensáveis ao desenvolvimento do País. Inegável que para as ambições naturais deste País, ainda falta muito para sermos uma Pátria Educadora. O Ensino Superior é restrito, de custo elevado, inalcançável ao bolso da maioria dos brasileiros. Cumpre agradecer o que já conseguimos, nessa área, nos Sertões, Cariris e Curimataús paraibanos. Antes, quando muito, depois de concluído o Fundamental, o passo

Paulo Sergio João - Professor da Fundação Getúlio Vargas

mais espetacular era integrar as Bandas de Músicas de seus Povoados. Sonhei muito em ser integrante da Banda de Música de Antônio Josué, em Sumé, como definitiva realização profissional. Temos que confessar que avançamos muito. Agora mesmo o Estado da Paraíba, através de sua Secretaria de Cultura, implantou o Projeto PRIMA, que se propõe a integrar os jovens em atividades artísticas, ampliando o diversificado quadro de opções profissionais, favorecendo assim um universo de adolescentes, referto de sonhos e buscas na consolidação do Futuro. Que essas e outras iniciativas afins ampliem os horizontes paraibanos em termos de consolidação de oportunidades de Educação, e Trabalho para as nossas novas gerações.

Exercício do direito disciplinar do empregador Foto: Reprodução

Um dos pressupostos do cumprimento do contrato de trabalho é a confiança recíproca entre as partes e uma vez ausente prevalece a fragilidade no conteúdo jurídico que pode comprometer a continuidade do contrato de trabalho. Deste modo, o exercício da relação trabalhista é feito de freios e contrapesos de ambos os lados, empregado e empregador, em linha de comprometimento constante onde deveria prevalecer a boa fé contratual. Quando se trata de contrato de emprego, é mais acentuada a boa fé em razão da finalidade social do próprio contrato e seus efeitos para o futuro da sociedade. Todavia, o dia a dia dos contratos de trabalho revela peculiaridades de comprometimento e confiança que se renovam a cada fim de jornada. Assim, do lado dos empregados, a entrega da força de trabalho com promessa de pagamento pode ser considerada um elemento de confiança inquestionável. Para os empregadores, a confiança depositada na capacidade que o empregado tem de representar a empresa ou de nela contribuir para o resultado do objeto social e que envolve a participação interna no ambiente de trabalho e as relações externas que o empregado pode representar. Em recente decisão, a 3ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho, em voto da lavra do ministro Alexandre Agra Belmonte (Processo TST-RR-1144-67.2010.5.03.0028), reformou decisão de primeira e

Essas coisas

segunda instâncias, para reconhecer a violação da intimidade do empregado submetido a revista com contato físico e que expunha o empregado diante dos demais colegas de trabalho. Diz o acórdão que “o empregado era revistado por seguranças armados que apalpavam todas as partes do seu corpo, chegando próximo às partes íntimas, podendo levantar a blusa e a bainha da calça e, inclusive, apalpar as nádegas para vistoriar o bolso traseiro. Ficou registrado, ainda, que o empregado, enquanto estava sendo revistado, poderia ser visto por outros colegas que ainda estavam sendo submetidos ao processo de seleção para a revista”.

A decisão assevera a colisão direitos do empregador, quanto à preservação do patrimônio, e do empregado, quanto à preservação de sua intimidade física e imagem, porque o trabalhador era apalpado em suas partes íntimas, atingindo assim a dignidade da pessoa humana agravada a ofensa porque sem “indícios ponderáveis de que teria sido lesado o patrimônio da empresa ou decaiu da fidúcia do empregador”. Quanto à preservação da intimidade física é um direito assegurado constitucionalmente e nem mesmo indícios de desvios de conduta justificariam a invasão de privacidade física. Todavia, não nos parece que mero controle patrimonial possa ser caracterizado como presunção de quebra de fidúcia relativamente ao empregado revistado. Embora a decisão trate de conflito de direitos, efetivamente se trata de uma análise dos limites do cumprimento do contrato de trabalho em que a fidúcia é elemento essencial de sua subsistência. Todavia, que não se conclua a partir da decisão que qualquer revista implique desconfiança ou indício de que o empregado esteja sendo colocado sob suspeita de ato de improbidade. Há limites para o empregador no exercício de seus poderes, mas a desconfiança na probidade não poderia servir como justificativa para a violação da intimidade do empregado. Se for assim, o contrato de trabalho não se sustenta e a rescisão deve ser imediata.

Carlos Aranha -

No próximo dia 19 deste mês, comemoram-se 123 anos do falecimento de Padre José Antonio de Maria Ibiapina (18061883). Viveu 77 anos enfrentando dificuldades pessoais, familiares, sociais, políticas, religiosas, vencendo os desafios como um predestinado remando contra a corrente. Com a morte prematura da mãe, a condenação e morte do pai e do irmão mais velho, envolvidos na Confederação do Equador, o jovem Ibiapina teve que assumir a família. Entrou e saiu do Seminário onde pretendia estudar para padre. Com a criação do curso Jurídico em Olinda, seguiu o Direito e formou-se em 1832. Logo foi nomeado professor e, em seguida, eleito deputado geral, acumulando os cargos de juiz de direito e chefe de polícia. Tendo subido com sucesso e tão rapidamente na vida, Ibiapina vai descer na mesma rapidez por decisão de caráter. Ele não se encaixava na engrenagem da política, nem da magistratura, percebendo as mentiras, as falcatruas, ladroagens, prepotências, a força do dinheiro, as articulações promíscuas do poder constituído. Abandonou essas estruturas e foi viver como advogado independente. Em 1838 atuava na cidade de Brejo de Areia, onde começou a ganhar fama e crédito. Quem defendia o pobre, o que não tinha ninguém por ele? Era o Doutor Ibiapina! Quem outro? Em 1840 abriu sua banca de advocacia no Recife, seguindo o traçado do direito, da verdade, da justiça. Em 1850 deixou também a advocacia. Não lhe interessou o dinheiro, os bens materiais e a fama de excelente profissional do Direito. Para o julgamento do mundo, fez a loucura de deixar tudo e buscar a solidão. Foi ordenado padre aos 3 de julho de 1853, com 47 anos incompletos. De imediato, apresentou-se-lhe nova oportunidade de subir na vida pela carreira eclesiástica: nomeado professor do Seminário, vigário geral da diocese de Pernambuco e bispo mais adiante, quase certamente. Preferiu a vida dura de missionário pelos caminhos do Nordeste. Na segunda metade do século XIX, com a epidemia do cólera e as grandes secas matando gente à vontade, ele decidiu-se pela missão itinerante. De 1853 até 1883, foram 30 anos de dedicação ao pobre, ao indigente, à orfandade, aos doentes e desvalidos, aos que não tinham mais esperança. Ao longo do tempo sofreu ataques da maçonaria, incompreensões do bispo do Ceará e sete anos de paralisia antes de morrer. As 22 Casas de Caridade por ele fundadas foram também desaparecendo. A de Santa Fé resistiu a duras penas até a década de 1940, quando Celso Mariz escrevia “Ibiapina, um apóstolo do Nordeste”. À parte o grande historiador, Ibiapina foi sendo quase que completamente esquecido depois de sua morte, em 1883. Dom Marcelo Carvalheira o resgatou, deu entrada ao processo para sua canonização, em 1992, iniciando também a transformação de Santa Fé em Centro Pastoral e, a partir do ano 2000, Santuário Padre Ibiapina. O tempo de esquecimento, num primeiro momento, talvez se possa atribuir ao “fenômeno” Padre Cícero (1844-1934) que a partir de 1889, pelo “milagre” da hóstia ensanguentada, foi acusado de embusteiro, a beata Maria de Araújo de doente e o povo de fanático. As censuras e condenações foram implacáveis contra o “santo” do Juazeiro e a hierarquia católica passou a evitar qualquer fato ou pessoa que pudesse despertar fanatismo. O nordestino simples e pobre, porém, ignorou as proibições da Igreja, continuou suas romarias e multiplicou por toda parte a imagem do “Padim”. Correndo o tempo, veio Frei Damião (1898-1997) com suas missões populares, entrando na vida do povo com as ameaças de inferno e mandando acabar com protestante, na contramão do Concílio Vaticano II. Mais esquecido foi ficando Ibiapina! Por mais de sessenta anos, de cidade em cidade de nossa região, Frei Damião reuniu multidões, muitas vezes levado por políticos e “igrejeiros” com estranhos interesses. O frei faleceu em 1997 e já tem sua imagemmonumento desde 2004, com 34 metros de altura sobre a Serra da Jurema, em Guarabira. Tudo muito rápido e grandioso, o monumento logo se tornou um ponto certo de turismo e devoção. Padre Cícero, pela insistência da diocese do Crato e do seu bispo nos últimos anos, conseguiu recentemente a desejada reconciliação com o Vaticano. Frei Damião, com o respaldo e interesse de sua Ordem religiosa, está com seu processo de canonização em pleno andamento. Muito provavelmente, os dois chegarão à glória dos altares bem antes do nosso Padre Ibiapina, que se arrasta com dificuldades para atender as exigências de Roma. Mesmo assim, no próximo dia 19 deste mês de fevereiro, milhares de devotos chegarão ao Santuário de Santa Fé, na Arara, para visitar o túmulo do missionário, participar da santa Missa, agradecer as graças alcançadas e pedir mais outras. “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo” foi seu lema, sua expressão cotidiana. Sigamos com ele o CAMINHO que é Jesus!

Membro da Academia Paraibana de Letras - caranha@terra.com.br

Para misturar sonoridades e mistérios Imagino Santa Cruz de la Sierra tão distante quanto os desertos da Austrália em que rodaram as imagens do primeiro “Mad Max”. Não é tão distante, mas imagino-a absurdamente assim, como o paraíso dos surfistas é um pontinho negro, minúsculo, no mapa do Oceano Pacífico. As línguas faladas no Havaí, na Austrália e em Santa Cruz de la Sierra não se parecem. Que importa? Estamos acostumados à contemporânea torre de Babel: satélites, TV, cabos, Internet, DDI, fax, celular, e-mail, são para essas coisas, como amigos tecnológicos, a não ser quando assumem ser espiões. Enfim, nada de mal em sermos internautas. Considero bonito o nome Santa Cruz de la Sierra. Não apenas pela latinidade. É uma questão de sonoridade. Como acho belíssimos os nomes Katmandu, Brejo do Cruz, Cienfuegos, Bad-Durkheim, Montes Claros, Connecticut. Como linda a rima de Gilberto Gil terminando “Oriente”: “Determine, rapaz, onde vai ser seu curso de pós-graduação. Se oriente, rapaz, pela rotação da Terra em torno do Sol. Sorridente rapaz, pela continuidade do sonho de Adão”. Como acho legal o título do CD “Brassil plays Brasil”, com saudades de Radegundis Feitosa. Quando ouço o som Santa Cruz de la Sierra, penso no lado bom das coisas. É ruim admitir que exista um lado mau e penso no

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Ernando Teixeira

Evaldo Gonçalves - Da Academia Paraibana de Letras

Em termos de Nordeste, temos que reconhecer, diferentemente de algumas décadas atrás, contamos com uma maior diversidade de opções quanto às oportunidades educacionais. Naquela época, o Cariri da Paraíba, afora a atividade agrícola, dispunha basicamente do Ensino Fundamental, gratuito, afora as honrosas exceções. As demais oportunidades educacionais só existiam nas capitais, onde o Estado mantinha gratuitamente o Segundo Grau e Instituições de Ensino Superior. Paralelamente, havia Educandários de iniciativa religiosa, cobrando, naturalmente, cobertura para seus custos operacionais. Enfim, conquistar um título de profissional de nível superior era privilégio das elites econômicas, sociais e políticas, o

A UNIÃO

bem também quando escuto as referências Austrália e Havaí. Folheei até uma dessas revistas especializadas em surfe e fiquei redeslumbrado. E o pedido musical de Caetano Veloso? “O Havaí seja aqui”... E a Austrália? Quando li “A hora final”, de Nevil Shute, fiquei sabendo que em qualquer hipótese de guerra nuclear imensas faixas australianas não seriam atingidas pela radioatividade. Lá não haveria exatamente um “day after”. O inverno nuclear seria no resto do planeta. Santa Cruz de la Sierra, apesar da origem católica do nome, não tem esse privilégio de proteção natural. Explicação científica para a Austrália? Dizem que é por um fenômeno de refração. A Austrália lembra desertos, “boomerangs”, cangurus e mistérios. O Havaí, as camisas mais coloridas da Terra, hula-hula, surfe, ondas fascinantes e outros mistérios. Santa Cruz de la Sierra? O confronto de origens espanholas e portuguesas, misturadas às culturas indígenas primitivas, algo céu azul, morenidade latina, mais mistérios. Se reformar a Terra fosse interferência de um mistério cósmico de vida própria, que alguém decidira batizar como Deus, esses novos extraterrestres não repetiriam o que os pioneiros ETs legaram para o mito da Atlântida e poderiam experimentar uma cultura que

Geleia geral

misturasse as sonoridades e os mistérios de Austrália, Havaí e Santa Cruz de la Sierra. nnnnnnnnnn

Por que somos chamados de América do Norte, América Central e América do Sul? Cristóvão Colombo ainda lutou, em1492, para que a nova terra recebesse o nome de Columbia. Mas, Américo Vespúcio tinha bem mais prestígio junto aos reis de Espanha e ganhou a honra. Ficou difícil, a princípio, definir o território continental. Não devemos esquecer, inclusive, a invasão dos EUA. Originalmente, todo o território do Texas era mexicano. O sonho de uma homogênea e gigantesca América Católica - como queriam o Vaticano, os reis de Espanha e Portugal - caiu quando o navio Mayflower, saído da Inglaterra, chegou a Cape Cost (no atual Estado de Massachusetts) em 1620. O Mayflower transportou puritanos e separatistas, em busca da liberdade religiosa, longe do poder da Igreja Anglicana. Hoje, os EUA têm predominância evangélica. Não vejo sentido em três continentes com nomes iniciados por América. Que fosse um só continente ou que os três tivessem, cada um, nomes adequados às suas situações geopolíticas.

nnn Toda a gente da Imperatriz ficou encantado com a participação da cantora e instrumentista paraibana Lucy Alves (foto) como a “puxadora” da escola em seu desfile no Sambódromo. nnn Lucy - que completou 29 anos - já está cotada para participar da gravação do disco das escolas de samba para o carnaval de 2017. Somente lembrando: ela foi revelada no “The voice”, que devia ter ganho (jamais aquele Sam Alves). nnn Chico Buarque voltou a compor, depois de muito tempo. Vai gravar o novo disco no segundo semestre.

nnn Temos que respeitar todas as formas de vida. Um ser vivo não existe para dispormos dele como bem quisermos, por exemplo, arrancando-se suas penas e plumas para uso de adornos nas fantasias e alegorias de carnaval. Que as escolas de samba, em seus desfiles, substituam as penas naturais pelas sintéticas. nnn Atenção, membros da Academia Paraibana de Letras que estejam com alguma mensalidade atrasada: façam o pagamento. Quem estiver inadimplente não poderá votar na eleição da próxima sexta-feira.


EXCLUSIVO

4 A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

Aléssio Trindade

Secretário de Estado da Educação

“A escola cidadã é focada no projeto de vida do aluno”

E

Zavieira2@gmail.com

m entrevista ao jornal A União, o secretário de Estado da Educação, Aléssio Trindade, revelou quais são os modelos de escolas que vêm sendo implantados na Paraíba, desde a primeira gestão do Governo Ricardo Coutinho, a exemplo da Escola Cidadã e Escolas Técnicas Estaduais, e afirmou que a meta principal é fazer com que os estudantes da rede oficial de ensino sejam competitivos para serem aprovados em concursos públicos, para ingresso em universidades, a exemplo do Enem, ou para enfrentarem o mercado de trabalho em diversas áreas. Aléssio revelou também que a Escola Cidadã tem a missão de zerar a evasão escolar no Estado e que as vagas nas novas Escolas Técnicas Estaduais estão sendo disputadas até por estudantes da rede privada.

Como o senhor projeta a repercussão a médio e longo prazo da mudança no ensino paraibano a partir da criação da escola cidadã? A escola cidadã é focada no projeto de vida do estudante e a partir desse conceito ela vai dar sentido ao fato do estudante passar três anos vivendo nessa escola durante o dia. Essa escola vai traçar o perfil médio do estudante da rede pública estadual que vem de regiões mais vulneráveis. Geralmente esse estudante tem autoestima baixa. Tem baixa perspectiva de vida e pouca ambição. Ele também não tem nenhum interesse em leitura. Mas tudo isso acontece porque na maioria dos casos esses jovens não têm orientação familiar. Por isso, a escola cidadã é focada no projeto de vida do estudante para dar protagonismo a ele. A meta é fazer com que ele saiba que os sonhos são para ser realizados. Mas para isso, ele precisa ser orientado e precisa dar valor ao estudo. Nessa escola também serão dadas disciplinas como filosofia para que o estudante busque o protagonismo dele. Quais os benefícios imediatos para a sociedade que as mudanças produzem? Vamos a exemplos concretos. O bairro de Marcos Moura, no município de Santa Rita onde o governador Ricardo Coutinho vai inaugurar ainda este mês a Escola Cidadã Élito Santana. O bairro Marcos Moura é considerado violento e não tinha nenhuma escola. Então esse educandário está chegando para trabalhar o protagonismo dos jovens da região que sempre foi desassistida. A escola Nenzinha Cunha Lima, no bairro de José Pinheiro, em Campina Grande, a exemplo de outras, foi construída em região considerada violenta. Todas essas escolas não foram construídas nessas regiões por acaso, eles estão nesses locais para impactar mesmo, para mudar o perfil dos estudantes dessas regiões.

Como a educação tecnológica, com esses cursos técnicos, pode influenciar no cotidiano dos jovens? A questão da educação profissional é um ponto muito importante para o Brasil. O país como um todo tem em torno de um milhão de matrículas no ensino técnico e mais de cinco milhões de matrículas no ensino superior. É uma relação equivocada porque se a gente pensa no mundo real precisamos aumentar

a oferta de educação profissional como já acontece na Europa. E no Brasil ainda existe um número muito alto de evasão escolar no ensino médio. Em torno de 3 milhões de estudantes no país não concluem os estudos. Os estudantes têm que se prepararem para a vida profissional, porque muitos não conseguem entrar na universidade. Alguns conseguem chegar à Universidade e outros entram no mercado de trabalho. Muitas vezes eles terminam o ensino médio e não estão preparados para o mercado de trabalho. Então, a Educação Profissional no ensino médio vai dar ao estudante a oportunidade dele assumir o mercado de trabalho de forma competitiva e nesse ponto o Governo do Estado vem aumentando essa oferta na Paraíba gradativamente.

Os professores se integram de que forma a essa nova mentalidade que se está criando no Estado? Nas escolas cidadãs temos um cuidado muito grande de fazer a capacitação dos diretores que foram escolhidos no processo de seleção pública. A existência da escola se dá em função do estudante, mas a essência se dá pelos professores. Então foi feita a seleção e capacitação de todos os professores e principalmente dos professores das escolas cidadãs. Já foram lançados os editais com 50 vagas para cursos de mestrado para professores na Universidade Estadual da Paraíba. Além disso, o projeto Gira Mundo contempla a participação de professores ao Canadá. Os primeiros já foram escolhidos para fazer o intercâmbio. Estamos trabalhando forte em parceria com a Finlândia, que tem o melhor sistema de educação do mundo. Esse ano também já foram lançados os editais Escola de Valor e de Mestres da Educação. Que processos estão sendo realizados para o enfrentamento da crise que atinge a sociedade, com interferências negativas óbvias nos recursos que são destinados à Educação? Mesmo nessa crise que o país enfrenta, o governador Ricardo Coutinho continuou avançando no foco que diz respeito ao que é mais importante para a educação na Paraíba. Ou seja, a ordem é continuar com os projetos de acordo com as receitas do Estado. É claro que fizemos ajustes e apertamos as gordu-

ras para não deixar de percorrer esse caminho de melhorias na educação no Estado da Paraíba. Mesmo quando não tinha crise, o governador Ricardo Coutinho só realizava obras quando tinha dinheiro em caixa. Naquele período ele também valorizou os professores, criou 100 bandas marciais para as escolas, e mesmo agora na crise, continuamos com uma visão de futuro. Um exemplo é o projeto Gira Mundo, para que o jovem do ensino médio tenha o inglês como uma segunda língua. Cinquenta estudantes estarão indo para o Canadá ainda este ano para fazer intercâmbio. Da mesma forma, o Estado continua fazendo a qualificação e a valorização dos professores que ganham acima do piso. Só no ano passado, 60 escolas foram reformadas e ampliadas, um investimento de R$ 105 milhões. Este ano, mais 60 escolas serão reformadas e ampliadas. Este mês, o governador Ricardo Coutinho estará entregando mais duas escolas cidadãs a Hélinton Santana, no Marco Moura, em Santa Rita, e a escola de Ensino médio de Junco do Seridó. Especificamente com relação a escolas técnicas, novas estão sendo construídas? E quantas serão inauguradas este ano? Quanto às Escolas Técnicas, já foram inauguradas três nos municípios de Mamanguape, Bayeux e João Pessoa, que tem capacidade para 1.200 alunos. Todas no modelo de Escola Cidadã que prepara o estudante para o mercado de trabalho. As vagas estão sendo disputadas até por alunos oriundos da iniciativa privada. As novas Escolas Técnicas a serem entregues são as de Cajazeiras, São Bento e Cuité. O Governo do Estado está aguardando recursos para a construção de nove novas escolas, mas enquanto os recursos não chegam, estamos estruturando escolas de ensino médio que já existem em nossa rede, e estão em cidades importantes, para fazer ofertas de cursos técnicos. Um exemplo em João Pessoa é a Escola João Goulart, que tem diversos cursos na área de turismo que têm o reconhecimento do setor na região.

FOTO: Marcos Russo

José Alves

Qual foi o impacto da atual gestão no tamanho da rede escolar, e qual o tamanho do crescimento? O impacto do crescimento da rede estadual foi positivo, aumentamos o número de estudantes em 40 mil. A oferta de vagas na rede estadual de ensino até 2014 era de atender 460 mil alunos, com a oferta de 100 mil novas vagas por ano para o ensino médio. Para este ano, a oferta de vagas é para 500 mil alunos. Os investimentos em infraestrutura de 60 escolas no ano passado foram superiores a R$ 105 milhões. Temos mais 11 obras em andamento com investimento de R$ 48 milhões. Os destaques são para as escolas construídas em Santa Rita (Helinton Santana) e a Escola em Junco do Seridó, que estão prestes a serem inauguradas. Só nessas duas escolas o investimento é de aproximadamente R$ 10 milhões.

E as inovações? Programas como o de robótica foram interiorizados? Sim, as escolas de ensino médio possuem laboratórios de robótica. Já foram entregues cerca de 300, e esse ano vamos investir em laboratórios de Matemática.

Com relação ao apoio direto aos estudantes, o que a escola garante no que diz respeito a material didático, tecnologia e mecanismos de participação? Nós temos o programa “Se Sabe de Repente” foi estendido a 50 escolas. É o programa que incentiva a criação de grêmios infantis e fomenta os alunos a discutir problemas como a violência, a questão da diversidade, do preconceito e a questão dos acidentes de trânsito. Nesse ano vamos discutir muito o zika vírus através desse programa. Além disso temos o programa

da merenda, agenda, fardamento, além do acesso a todos os laboratórios. Nós compramos no ano passado 11 mil computadores dos mais modernos e tablets. Os alunos da rede pública estadual estão tendo acesso a muitas tecnologias e equipamentos que muitas escolas da rede privada não têm.

Quais as ações, projetos e programas para as práticas de esporte e de cultura na rede escolar hoje? Esses assuntos estão mais ligados à Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel). Através dessa secretaria os nossos alunos estão sempre praticando esportes na Vila Olímpica Parayba. Temos também o Parque Aquático construído no Liceu Paraibano. Além desses dois espaços nós reformamos muitos ginásios em todas as Regionais de Ensino.

Qual o principal desafio atualmente da escola pública no país? Em todo o país um dos grandes desafios na educação pública é o da gestão escolar. Trazer as escolas para o foco na aprendizagem do estudante. Os índices de aprendizagem em Português e Matemática estão melhorando, mas os indicadores ainda são ruins. Os investimentos em livros didáticos, em transporte, em merenda, em tecnologia e em formação de professores não dão mais os resultados se a gestão escolar não tiver organizada. Esse é o grande desafio. E é por este motivo que o governador Ricardo Coutinho criou a Escola Cidadã. Inicialmente ele criou 22 Escolas Cidadãs. Elas têm tudo que as outras escolas têm, mais o componente de gestão com foco no projeto de vida do estudante e de busca de resultados. Outro grande objetivo da Escola Cidadã é combater e zerar a evasão escolar.


Maestro inglês revela, em obra, um compositor Bach mais humano Página 8

A UNIÃO João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

Amor de mãe A artista plástica Renata Cabral abrirá, no próximo dia 19, exposição no Centro Cultural São Francisco com pinturas inspiradas na Virgem Maria

FOTO: Divulgação

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Guilherme Cabral guipb_jornalista@hotmail.com

uinze obras - das quais 10 inéditas, todas pinturas em acrílico sobre tela, com colagem de tecidos - integram a individual Mater Dei, a primeira exposição que a artista plástica paraibana Renata Cabral realizará em 2016 e cuja abertura ocorrerá na próxima sexta-feira, a partir das 19h, no Salão De Profundis instalado no Centro Cultural São Francisco, em João Pessoa. A mostra - que retratará títulos e trajetória da Virgem Maria, tem o apoio do Governo do Estado, Arquidiocese da Paraíba e da própria instituição que a sediará - vai permanecer à visitação do público até 19 de março. Na ocasião, haverá apresentação de música clássica com a flautista Adriele Vilela e, ao piano, Anderson Correia. “Estou me esforçando para fazer essa exposição, pois estou grávida da minha filha Maria e devo dar à luz neste próximo mês de março. Mas eu não pude recusar o convite, pois o local é um ícone e é um espaço maravilhoso. Sem dúvida alguma, será a melhor individual que terei realizado e importante para a minha carreira”, confessou Renata Cabral para o jornal A União. Ela disse que as pinturas inéditas que integrarão a mostra - cuja curadoria é de Lily Gouveia e a produção cultural de Júnior Cordeiro - “são bem fresquinhas”, pois as produziu já agora em 2016. Renata Cabral - que, no ano passado, expôs, por exemplo, em Miami (Estados Unidos) e em Paris (França) - comentou que, nas pinturas da nova individual, procurou retratar a mulher como ela é, ou seja, “com suas vicissitudes, angústias e tristezas, mas também com alegria, por ser a mãe de Jesus, que é Deus encarnado”. E deu para as telas as características presentes em seu trabalho, como o rosto com olhos grandes. A artista lembrou que “as mulheres sempre foram uma fonte de inspiração no mundo das artes e conduziram a trajetória de grandes gênios da arte. A pintura religiosa, fortemente inspirada em Nossa Senhora, foi um grande marco no período renascentistas nos principais centros artísticos europeus. As Madonas eram representadas sob uma atmosfera santa, de virgem, de mãe, de fortaleza. Esses registros, somados à vivência rodeada de imagens santas, que costumavam decorar a maioria idf CINEMA

das casas da cidade onde cresci, Sapé, trouxeram-me matéria prima criativa para retratar a mulher imponente, que continua a inspirar as artes, a mãe de Deus”. “Procurei representar a Virgem Maria como uma mulher comum, sonhadora, introspectiva, sofredora, esperançosa e contempladora dos mistérios da vida, como se a Mãe de Deus aglomerasse todas as vicissitudes do ser feminino e levasse tudo a um patamar sagrado e belo, refletindo a perfeição - em meio a traços contorcidos - e o sofrimento - em meio a cores alegres e vibrantes na figura de uma só mulher. Uma obra repleta de contrastes e de dualismo, ca-

Alex Santos destaca empresas fortes na produção de filmes PÁGINA 7

racterística sempre abordada em todas as minhas obras”, comentou a artista. . Com relação à técnica utilizada, além da acrílica sobre tela, Renata se valeu da colagem de tecidos. “Sempre com floridos realistas, em contraste com as pinceladas cruas e cheias de expressão. O romantismo, portanto, marca todas as obras, realçado pelo expressionismo dos meus traços espontâneos e fortes”, ressaltou Renata Cabral, que nasceu em João Pessoa e cuja obra - a qual a mulher é a principal influência - é fortemente inspirada nas cores folclóricas, na cultura regional e na alegria que emana do povo, bem como na religiosidade peculiar e rústica, nos mitos.

Renata Cabral ao lado de uma das obras que integrarão a individual que vai abrir na sexta-feira, em João Pessoa

Serviço n Exposição: Mater Dei n Abertura: 19 de fevereiro n Hora: 19h n Local: Centro Cultural São Francisco, em João Pessoa n Visitação: De segunda a sexta, das 8h30 às 17h e, sábados e domingos, das 9h às 14h

LITERATURA

Em livro, Soseki aborda choque cultural entre cidade grande e interior PÁGINA 8


Vivências A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

Artigo

Estevam Dedalus Filósofo

Os gregos e o telescópio De onde viemos? O que há após a morte? Qual a finalidade da vida? O que é o bem? O que é o belo? São nossas questões mais fundamentais – filosóficas por natureza – apesar de nem sempre estarem na ordem do dia. Elas tampouco figuram no campo das necessidades primárias, como a alimentação e o sexo, apesar de pairarem sempre à espreita. Nem são colocadas entre os problemas urgentes que precisamos resolver no dia a dia. Um espírito mais realista e pragmático talvez dissesse: de que interessa essa tal “finalidade da vida”, em momentos que não temos nada para comer? Qual é a importância prática disso quando governos tiranos se aproveitam maquiavelicamente do povo? E o trabalho – argumentaria em tom sarcástico – aquele vil Senhor de quem a maioria de nós é escrava? O que dizer das obrigações familiares, da educação e incertezas sobre o futuro dos filhos? De nossas paixões e amores? Da miséria, da violência, das desigualdades sociais e das guerras? Durante a história da civilização a possibilidade de se dedicar a trabalhos intelectuais, em especial, ao estudo sistemático de questões metafísicas esteve limitada a um número consideravelmente restrito da espécie humana. Entre os antigos gregos, pais fundadores do pensamento ocidental, famosos por suas contribuições ao pensamento filosófico e ao raciocínio lógico-dedutivo, essas atividades eram exclusivas dos homens livres. As mulheres acabavam excluídas do trabalho intelectual, assim como os escravosque eram responsáveis pelo trabalho manual – condição que os situava, segundo a ideologia daquela sociedade, ao mesmo nível dos animais. H. G. Wells acreditava que essa atitude grega exerceu influência determinante no fato de que a ciência, em sua dimensão prática e técnica, pouco tenha avançado naquele período histórico. É extraordinário, diz ele, que espíritos tão argutos não tenham descoberto o microscópio e o telescópio. O agravante é que nessa época já dominavam a técnica de fazer vidros, além disso, garrafas e frascos os rodeavam – o que leva a supor que, em algum momento, essas pessoas devem ter visto as coisas aumentarem ou se deformarem quando observadas através dessas lentes.

Crônica

O orgulho aristocrático grego teria impedido assimque produzissem invenções técnico-científicas. Aprender com um artesão ou joalheiro era algo impensável e indigno. No mundo grego, dizia H. G. Wells, os “filósofos não tinham nenhuma habilidade mecânica” – às vezes custo a acreditar que hoje possuam – e “os artesãos qualquer habilidade filosófica”. Isto me fez lembrar, por um momento, da história que ouvi sobre um professor de filosofia da UFPB que se vangloriava, em sala de aula, da façanha de “nunca ter trocado uma lâmpada”. É certo que com a exceção feita a Arquimedes e Hiero os gregos fizeram poucos avanços nessa área. Coube mais tarde a Galileu o impulso necessário para que ocorresse um grande salto no desenvolvimento científico. Galileu, se não foi o primeiro a usar o “método científico”, indutivo, foi quem o instituiu como modelo. Entre outros feitos, também possui o mérito de inventar o telescópio, numa atitude livre dos velhos preconceitos aristocráticos gregos.

Kubitschek Pinheiro kubipinheiro@yahoo.com.br

A moça, a maçã e a garrafa Se quando algum deus a desenhou, a caneta estava falhando ou a impressora era antiga com certeza, (tipo mimeógrafo?), caso no princípio tenha mesmo sido o verbo, algumas palavras devem ter-se prendido na ponta da língua. O que quer e o que não pode essa língua? Beijo pega Zika? Que coisa! Qualquer que fosse a cosmogênese, o fato é que a maçã é do amor, nua e marcada pelos dentes teus e meus e ateus. E dela veio o pecado, a loucura de quase tudo, o sexo, o alimento sagrado de cada dia. E a poesia? Será que ela está no Pão de Açúcar? Nos primórdios foi a maçã. Tantas as lacunas, (digo mordidas) do seu domínio e tamanho o medo de invasores que jogavam garrafas no mar para que chegasse lugar nenhum. Muitos calcanhares não definem um herói, mas o herói é sempre aquele que não teve tempo de dar no pé. Aliás, cola em mim, como dizem os cults. Bom, lá longe quando aprendi a ler e a escrever, e passei a entender as garatujas que vinham nas garrafas que meu pai trazia dos rios, ele, sobrevivente dos naufrágios interiores e quanta solidão em cada um de nossos pais. E não somos mais os mesmo, com certeza. Talvez tenha vindo daí o gosto pelas garrafas, mas isso já é outra história: o importante é que as mensagens uniram pontos e ela começou a se tracejar primeiro em código morse, depois enfileirando hexagramas do I Ching. É muita sacada, digo escada. Muitas e pequenas saudades: em um dia era só sorriso, em outro não existia até o mês seguinte - ou sei lá quando, crescimento orgânico, vai saber, não tem padrões previsíveis. Olá. Adorei a vitória da Estação Pri-

meira da Mangueira. Viva Dona cano e Seu Zeca que engendraram a Maria Bethânia, que como disse o mano Caetano, é foda. E é mesmo. Mas ela ainda tentava prever quando ele apareceu. Ela quem? Bom, contando os passos para não cair nos descontínuos abismos de sua estrada, da minha, que logo cedo coloco meu pé. Li outro dia sobre cartografias do desejo. Do medo, do medo, do medo de quando se acha que o suposto do seu traçado é uma insinuação ontológica.Sei. Agarra-me a isso, a garrafa, então. Mas por favor não deixe que eu tome conta da garrafa. Só se for a de café, mas sou do tempo do bule. Em Olinda, no carnaval vi novamente o labirinto geométrico de desenho do velho Raul Córdula que virou curvas concêntricas, numa cores ardentes reunindo galáxias e pulsando no ritmo descontínuo dos músculos do artista e do mundo, e seus traços viram mil bocas de um triângulo vulcão de cores e nomes. E então, naquele segundo antes da vontade de mais uma dose, en-

quanto o que sobrara da cena concluía que dissolver-se era mais divertido do que a ilusão do reunir-se, talvez tenha sido o Verbo a voz que cantava em coro contínuo que o frevo que tocava lá. Mas eu ai eu ouvi lá longe a melodia sentimental de Villa-Lobos e corri desci a ladeira 15 de novembro fui sair nos quatro cantos e só aí me encantei com uma moça vendendo maças do amor em pleno carnaval. Não sei exatamente o motivo, mas algumas das coisas que observei na pernambucália e que terminei por não comentar aqui e me vieram à cabeça com a chegada em Jampa (odeio esse nome). Entre elas estão os mendigos da praia, ( lá não tem) e aqui sobram e boiam maças podres e garrafas vazias nas areais da praia do Cabo Branco. Os muito óbvios daqui sempre estão muito bem acompanhados (o que também me lembra de como eu, com as minhas fotografias publicadas no @ Kppress quase todas identificadas com outros cartazes culturais. A vida presta!

Kapetadas 1 – Ainda carnaval - O baiano sempre tentando desafiar as leis da física com o tira o pé do chão. 2 - Capitu não tinha olhos de ressaca ela era vesga 3 - Que tipo de conteúdo você está produzindo na rede mundial de computadores? 4 - Não deixe para amanhã o que você não vai fazer nunca. 5 - Acho melhor cancelar tudo. Deixa pra outro ano. 6 – Ei, hoje a gente manda um abraçaço para a dupla Lucy e Leny. 7 – Som na caixa: “Luxo, miséria, grandeza, conflito e paz”, João Bosco.

André

Ricardo Aguiar Escritor - diariodebordo@gmail.com FOTOS: Reprodução/Internet

Tomada de cinema Tenho uma memória de cinema que hoje me apego como quem faz um bem pra mim mesmo. A sala escura é como um útero dos primeiros sonhos, do que poderia ser a vida. Recém-nasci no primeiro filme que vi e lembro bem. Meu caro leitor, se você enfrentou uma fila para ver Os dez mandamentos no Cine Municipal, parabéns! Sei que ver o mar vermelho separado por Moisés no telão dos anos 70 era um espetáculo. Vi com algo raro: toda a família. E com os olhos de criança, o grande salão do Municipal (hoje lamentavelmente é de uma falta de imaginação o que tomou o lugar dele) parecia também um palácio egípcio. Aliás, que grande corredor era a Visconde de Pelotas, pois eu alternava entre o Cine Plaza e o Municipal. Ou seja, de uma ponta, podia passar um filme dos Trapalhões, com intermináveis filas dobrando o quarteirão; da outra, Se meu fusca falasse. E ainda de quebra, lembram? O Cine Rex com sua programação de filmes de Karatê. Depois, abrançando uma certa decadência, o Plaza assumiu sua própria boca do lixo com os filmes pornôs - e que eu, por curiosidade, fui ver de modo apressado, como espião. Ainda não existiam os shoppings e seus multiplex. Ir ao cinema era um ritual, desde a curtição da ansiedade em entrar (em algumas bilheterias, fiquei chupando o dedo e voltei frustrado) até o momento de achar um lugar, curtir aquela música osquestrada de baixo volume até o apagar das luzes. Ainda lembro que o Canal 100, sua inconfundível vinheta, exibia os melhores lances do futebol brasileiro. Depois os traillers, e finalmente, o filme em si. Não peguei a época dos cinemas de bairro, não frequentei cineclubes. Era um garoto tomando conhecimento de um tipo de diversão que, à época, me bastava. Queria ter cabeça para ver os grandes clássicos, ter visto todos os filmes da Andrey Hepburn, os faroestes de John Ford, os dramas existenciais de Bergman, o emotivo cinema italiano. Acompanhei a lenta agonia do Cine Municipal. Triste o dia em que aquele imenso prédio perdeu a sua magia (e o Plaza também finando-se). Comecei um novo modo de me atualizar com os filmes que bem queria ver no telão: a febre das primeiras locadoras, as sacolinhas com cinco ou seis filmes para um fim de semana cinéfilo. Hoje tenho uma relação com o cinema como o garimpeiro que procura a pepita. Ansioso por um bom filme no meio do cascalho da mesmice, dos arrasa-quarteirões que, mal promovem sua explosão, caem no esquecimento. O cinema que se enfurnou em imensos conglomerados ainda é uma caixa de sonhos. Ainda persiste a sua magia. Como disse Fellini, “o cinema é um modo divino de contar a vida’.


Roteiro João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

Cinema

Alex Santos Cineasta e professor da UFPB

alexjpb@yahoo.com.br

Uma marca que se firma FOTO: Divulgação

A boa marca deve destinar-se, primordialmente, a uma função Social. Seja em qualquer ramo empresarial; também da Cultura. Ter desiderato, justamente naquilo a que se propõe e para a qual foi criada. Preenchendo sempre os espaços que lhe cabe no mundo dos negócios. Havia mais de duas décadas, desde sua criação a Empresa paraibana AS Produções Cinema e Vídeo (ASProd), sob orientação de seu presidente Alexandre Menezes Cavalcanti, tem buscado afirmação na boa qualidade do que realiza e na seriedade profissional. Isso, por entender que Cultura e Arte são valores reais, pertinentes à capacidade do Homem. Notadamente, nos planos do sentir, do construir, do avaliar... Referência em muito de seus projetos, sempre na área do Audiovisual, a ASProd vive hoje um “clima” de notória evolução, adaptando-se às novas tecnologias, sobretudo, na sua criação artística. Fatores que demonstram o grau de preferência de seus trabalhos, o que vem de ser ratificado pelos prêmios que

APC: Wills Leal está bem O vice-presidente da Academia Paraibana de Cinema, jornalista e escritor Wills Leal, submetido a uma cirurgia no início deste mês,já se encontra em casa. Wills passa bem e deve retornar às suas atividades nos próximos dias. Amigos das Academias de Cinema e de Letras o felicitam pela recuperação.

Crescimento audiovisual Estudo sobre o Audiovisual brasileiro comprova o crescimento do setor nos últimos anos. Entre os anos de 2007 e 2013 o valor adicionado pelo produto audiovisual teve um aumento real de 65,8%, o que equivale a uma expansão contínua de 8,8% ao ano. Variação superior ao crescimento médio do valor adicionado pelo conjunto de todos os setores da economia brasileira. As atividades econômicas do setor foram diretamente responsáveis por uma geração de renda de R$ 22,2 bilhões na economia. Os dados são da Ancine.

Quadrinhos

Gravação, em Paris, de um dos próximos filmes da ASProd tem recebido desde que foi criada a empresa. Como é o caso de recente deferência da Academia Paraibana de Cinema para a sua mais recente produção em média-metragem “Américo – Falcão Peregrino”. Produção que teve o apoio de instituições importantes, como a Academia Paraibana de Letras, Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, dentre outras instituições do Estado. Prêmios na área de Cinema e Vídeo, como os da APC para o filme “Antomarchi” (Melhor Média-Metragem de Ficção de 2010), “A Ninhada”, de 2013, ou, ainda, Prêmio Sudene pelo Documentário “O Coqueiro” (Melhor Filme de temática nor-

A & EU

destina), “Cinema Inacabado”, “O Romanço do Dinossauro” (Júri de Seleção do Festival das Ilhas Canárias, Espanha) e“Parahyba” (o filme), nacionalmente premiado nos anos oitenta, atestam o significado e importância da ASProd, na Paraíba. Através desta coluna, parabenizamos as iniciativas e feitos da AS roduções Cinema e Vídeo, sua Presidência e todos que fazem a empresa, nesses seus mais de vinte anos de realização, desejando que 2016 seja damais plena realização, em prol da nossa Cultura, especialmente do Cinema Paraibano. – Mais “coisas de cinema”, acesse: www. alexsantos.com.br

Val Fonseca

A UNIÃO

Letra LÚDICA Sonhos e signos Hildeberto Barbosa Filho Crítico Literário

hildebertobarbosa@bol.com.br

A montanha era enorme, mais de 2 mil metros de altura. Feito o homem aranha, porém sem os fios mágicos com seus mágicos adesivos, eu a escalava completamente solto em meio ao ar espesso da delirante atmosfera. Ao chegar, livre e resoluto, ao topo do extraordinário acidente geográfico, seu corpo latitudinal de imensas vértebras de gelo começa a se derreter, transformando-se, aos poucos, mas decisivamente, numa vasto açude de águas negras, lodosas e lúgubres, onde naufrago qual um barco bêbado à deriva da vida e da morte. Ao sentir nas vísceras o agônico espasmo da asfixia, num desconforto mortal de quem adentra fétidos e impensáveis mundos, penso que acordo, em gritos lancinantes, de um pesadelo que a escuridão da noite prolonga pelo tecido vertical da dolorosa vigília. De outra feita, vejo-me dentro do meu próprio túmulo, suportando desesperadamente as picadas cortantes da claustrofobia, numa situação de absoluta ausência de ar, luz, água e outros elementos essenciais à ilusão de existir. De repente, o túmulo se abre em diversos portais dando para um deserto. Este deserto lentamente vai se configurando numa paisagem urbana em que as casas são cruzes partidas e as praças são películas de neve. Agora, não acordo; apenas mergulho numa onda de poeira de cor ensanguentada que cobre a cidade como uma avalanche infinita. A sensação que me toma, nesse estranho universo de carnadura indescritível, é de angústia e melancolia, talvez algo como os temores e horrores de um goleiro na hora do pênalti ou da vítima indefesa sob o brilho sardônico do machado que a fará em mil pedaços nervosos. Sonhos! Tudo é tão somente sonho, e nada tem lógica, assim como a arte e a vida. Assim como a linguagem, e tudo é linguagem. Os sonhos, a arte, a vida e as pessoas, tudo linguagem. E se somos linguagem, vivemos então e inteiramente perdidos na floresta de signos, símbolos, índices e ícones, ora no eixo das condensações, ora no eixo dos deslocamentos.

Música

Em cartaz DEADPOOL (EUA 2016). Gênero:Ação. Duração:107 min. Classificação: 16 anos. Direção: Tim Miller. Com Ryan Reynolds, Morena Baccarin e Ed Skrein. Sinopse: A ação conta a história de um ex-militar e mercenário, Wade Wilson que é diagnosticado com câncer em estado terminal, porém encontra uma possibilidade de cura em uma sinistra experiência científica. Recuperado, com poderes e um incomum senso de humor, ele torna-se Deadpool e busca vingança contra o homem que destruiu sua vida. CinEspaço3: 14h40, 17h, 19h30 (DUB) e 21h40 (LEG). Manaíra6: 13h, 15h40, 18h05 e 20h45 (LEG). Manaíra9: 14h30, 19h30 (DUB) e 17h, 22h15 (LEG).Manaíra10:13h30, 16h05, 18h40 e 21h30 (LEG). Mangabeira1: 12h45, 15h15,20h15, 22h45 (DUB) e 17h45 (LEG). Tambiá4: 14h20, 16h30, 18h10 e 20h50 (DUB). UM SUBURBANO SOTURDO (BRA 2016). Gênero: Comédia. Duração: 110 min. Clássificação: 14 anos. Direção: Roberto Santucci. Com Rodrigo Sant’anna, CArol Castro e Stepan Nercessian. Sinopse: O longa fala de Denílson, um simples camelô do subúrbio, mas sua vida muda quando seu até então desconhecido pai biológico morre, deixando para ele toda o seu legado milionário. Junto com a fortuna, porém, Denílson herda também a família insatisfeita e endividada do falecido, que fará de tudo para colocar as mãos nessa herança. CinEspaço1: 14h20, 16h50, 19h10 e 21h20. Manaíra2: 14h15, 16h40, 19h05 e 21h45. Manaíra7:13h40, 16h15, 18h40 e 21h20. Mangabeira3: 14h, 16h30,

19h e 21h30. Tambiá6: 14h10, 16h20, 18h30 e 20h40. O REGRESSO (EUA 2015). Gênero: Aventura. Duração: 156 min. Classificação: 16 anos. Direção:Alejandro González Iñarritu. Com Leonado DiCaprio, Tom Hardy e Domhnall Gleeson. Sinopse: Em 1822, Hugh Glass parte para o oeste americano disposto a ganhar dinheiro caçando. Atacado por um urso, fica seriamente ferido e é abandonado à própria sorte pelo parceiro John Fitzgerald, que ainda rouba seus pertences. Entretanto, mesmo com toda adversidade, Glass consegue sobreviver e inicia uma árdua jornada em busca de vingança. CinEspaço4: 14h30, 17h40 e 20h50 (LEG). Manaíra1: 21h55 (LEG). Manaíra11: 14h, 17h30 e 20h50 (LEG). Mangabeira5: 13h, 16h15 (DUB) e 19h30 (LEG). Tambiá2: 14h30, 17h30 e 20h30 (DUB). OS DEZ MANDAMENTOS (BRA 2015). Gênero: Drama. Duração: 120 min. Classificação: Livre. Direção: Alexandre Avancini. Com Guilherme Winter, Sérgio Marone e Camila Rodrigues. Sinopse: O filme é uma adaptação cinematográfica baseada na Bíblia e na célebre novela homônima da Rede Record, um dos maiores fenômenos de audiência dos últimos tempos da televisão brasileira. A épica e emocionante saga de Moisés, retratada na novela, que cobre mais de cem anos de história e adapta livremente quatro livros da Bíblia, ganhará cenas inéditas e um final diferente do vei-

culado na televisão. CinEspaço2: 14h, 16h30, 19h e 21h30. Manaíra3: 13h15, 16h, 18h45 e 21h35. Manaíra4: 12h45,15h30, 18h15 e 21h. Manaíra5: 13h45,16h30, 19h15, e 22h. Mangabeira 4: 15h45, 18h15 e 21h. Tambiá5: 14h, 16h15, 18h30 e 20h45. A 5ª ONDA (EUA 2016). Gênero: Ficcção Ciêntifica. Classificação: 14 anos. Direção: J Blakeson. Com Chloë Grace Moretz, Nick Robinson, Alex Roe. Sinopse: A aventura se passa quando a Terra é repentinamente sofre uma série de ataques alienígenas. Na primeira onda de ataques, um pulso eletromagnético retira a eletricidade do planeta. Na segunda onda, um tsunami gigantesco mata 40% da população. Na terceira onda, os pássaros passam a transmitir um vírus que mata 97% das pessoas que resistiram aos ataques anteriores. Na quarta onda, os próprios alienígenas se infiltram entre os humanos restantes, espalhando a dúvida entre todos. Com a proximidade cada vez maior da quinta onda, que promete exterminar de vez a raça humana, a adolescente Cassie Sullivan (Chloe Grace Moretz) precisa proteger seu irmão mais novo e descobrir em quem pode confiar. Manaíra8: 22h10 (LEG). Mangabeira2: 21h45 (DUB). Tambiá3: 16h (DUB). PAI EM DOSE DUPLA (EUA 2015). Gênero: Comêdia. Duração: 96 min. Classificação: 12 anos. Direção: Sean Anders. Com Will Ferrell, Mark Wahlberg e Linda Cardellini. Sinopse: O longa conta a história de Brad (Will Ferrell) um executivo

em uma rádio e se esforça para ser o melhor padrasto possível para os dois filhos de sua namorada, Sarah (Linda Cardellini). Mas eis que Dusty (Mark Wahlberg), o desbocado pai das crianças, reaparece e começa a disputar com ele a atenção e o amor dos pimpolhos. Manaíra1: 17h15 e 19h30. Mangabeira2:16h45 (DUB). Tambía3: 14h15 e 20h30 (DUB). CAÇADORES DE EMOÇÃO: ALÉM DO LIMITE (EUA 2016). Gênero: Ação. Duração: 114 min. Classificação: 14 anos. Direção: Ericson Core. Com Edgar Ramírez, Luke Bracey, Ray Winstone. Sinopse: Um jovem agente do FBI (Luke Bracey) tem como missão se infiltrar em meio a atletas de esportes radicais, suspeitos de cometerem uma série de roubos nunca vistos até então. Não demora muito para que ele se aproxime de Bodhi (Édgar Ramirez), o líder do grupo, e conquiste sua confiança. Manaíra8: 19h40 (LEG). Mangabeira2: 19h15 (DUB). Tambiá3: 18h10 (DUB) SNOOPY E CHARLIE BROWN – PEANUTS, O FILME (EUA 2015) Gênero: Animação. Duração: 88 min. Classificação: Livre. Direção: Steve Martino. Com NoahSchnapp, Bill Melendez e Francesca Capaldi. Sinopse: A animação é baseada nos quadrinhos do cartunista norte-americano Charles M. Schulz. A série, conhecida no Brasil como Minduim, acompanha as aventuras de Charlie Brown, Snoopy e sua turma. Manaíra 8: 14h15 (DUB). Mangabeira 4/3D: 13h30 (DUB). Tambiá 1: 16h15 (DUB).

SERVIÇO  Funesc [3211-6280]  Mag Shopping [3246-9200]  Shopping Tambiá [3214-4000]  Shopping Iguatemi [3337-6000]  Shopping Sul [3235-5585]  Shopping

Manaíra (Box) [3246-3188]  Sesc - Campina Grande [3337-1942] [3241-4148] Galeria Archidy Picado [3211-6224]  Casa

 Sesc - João Pessoa [3208-3158]  Teatro Lima Penante [3221-5835 ]  Teatro Ednaldo do Egypto [3247-1449]  Teatro Severino Cabral [3341-6538]  Bar dos Artistas

do Cantador [3337-4646]

Banda brasiliense anima o domingo dos pessoense com vários estilos Uma mix de rock, jazz, funk, com pitadas de rockabilly. Esse é o som instrumental da banda brasiliense, Passo Largo, que se apresenta hoje, na capital paraibana. A apresentação do trio começa às 19h, no Bendito Suco localizado na Av. João Maurício, no bairro do Bessa. A entrada para o evento pode ser adquirida na bilheteria ao valor de R$ 8. A Banda, que é formada por Marcus Moraes, Thiago Cunha e Vavá Afiouni, carrega em sua bagagem individual shows em todo canto do mundo, apresentando música brasileira, jazz, regional, pop e rock. Agora trabalham a canções apimentadas e livre que chamam de Passo Largo tendo como sonoridade autoral e influências muito bem trabalhadas.

Rádio Tabajara PROGRAMAÇÃO DE HOJE FM 0h -Madrugada na Tabajara 5h - Aquarela Nordestina 6h - Bom dia, saudade! 8h - Máquina do tempo 10h - Programação Musical 12h - Sambrasil 15h - Futebol 18h - Programação Musical 18h30 - Rei do Ritmo 19h - Jampa Black 20h - Música do Mundo 21h - Trilha Sonora 22h - Domingo Sinfônico

AM 0h - Madrugada na Tabajara 5h - Nordeste da gente 6h- Bom dia, saudade! 8h - Sucessos Inesquecíveis 9h - Domingo no rádio 11h - Mensagem de fé 11h30 - Programação Musical 12h -Tabajara Esporte Show 15h - Grande Jornada Esportiva 20h - Plantão nota mil 20h30 - Rei do Ritmo 21h - Programação Musical


Diversidade A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

Choque cultural Em Botchan, o escritor japonês Natsume Soseki aborda as diferenças entre a cidade grande e o interior

O

escritor japonês Natsume Soseki satirizou a condição humana pelo olhar de um bichano sagazem seu bemsucedido livro de estreia, Eu sou um gato, lançado em 1905. Em Botchan (1906), que a Estação Liberdade (SP) lança este mês no Brasil, Soseki reafirma o estilo bem-humorado com outra trama sobre diferenças: o choque cultural que opõe a cidade grande e o interior. Mas Soseki não opta pelo caminho mais fácil, pintar um caipira de calças curtas no furacão hostil da metrópole. Ao contrário: em Botchan, o personagem que dá título ao romance é um jovem professor de matemática de Tóquio que, aos 23 anos, aceita partir para uma localidade inóspita nos rincões do Japão, na ilha de Shikoku, a fim de lecionar para aquela que será sua primeira turma de alunos ginasiais. Habilidade social não é o forte do protagonista, muitas vezes comparado ao Holden Caulfield de J. D. Salinger em O apanhador no campo de centeio. Até aceitar o emprego, Botchan tinha passado os últimos três anos vivendo recluso em um cubículo “de quatro tatames e meio”. Seus modos são ríspidos, sua paciência com os outros é limitada, sua impetuosidade vive lhe causando problemas, sua fome é insaciável. Por tudo isso, no olhar ferino de Natsume Soseki, o alvo da chacota e da maldade dos colegas não é o estudante desengonçado, mas sim esse professor cujo sotaque cosmopolita agride os ouvidos dos alunos da província. Aprendiz de adulto, Botchan terá de encarar o fato de que a vida real pode ser bem menos tranquila do que indicava sua experiência anterior, dividida entre a reclusão e os mimos de uma velha criada da família. No romance, Soseki, que também foi professor na juventude, destila os predicados que lhe deram fama, como a ironia, a escrita fluida e a magistral composição psicológica de personagens. Um clássico da literatura japonesa do século XX, que se mantém até hoje como um dos livros mais populares no Japão.

FotoS: Divulgação

Natsume Soseki é considerado um dos renovadores da literatura japonesa, pela obra consistente e iconoclasta

Sobre o autor Natsume Soseki nasceu em Tóquio em 1867. Teve infância difícil e solitária. Foi entregue pelos pais a outra família com apenas dois anos de idade, retornando à família aos nove. Tornou-se órfão de mãe aos catorze anos, sendo rejeitado pelo pai. Desde a infância interessou-se por literatura chinesa, ingressando, aos 23 anos, na Universidade Imperial (atual Universidade de Tóquio), para cursar literatura inglesa. Lecionou inglês na Escola Especializada de

Tóquio (hoje Universidade Waseda). Crises nervosas o fizeram abandonar Tóquio e o prestigioso cargo que possuía. Estabeleceu-se em Ehime (Shikoku), onde lecionou numa escola secundária. Em 1900, viajou à Inglaterra como bolsista do Ministério da Educação para estudar literatura e ensino da língua inglesa. Sem se adaptar à cultura ocidental, entrou em depressão e regressou ao Japão em 1903, retomando o magistério. Em 1905 lançou seu primeiro livro, Eu sou um

gato, saudado por crítica e público. Dois anos depois, passou a se dedicar exclusivamente à literatura, tornando-se escritor exclusivo do diário Asahi Shimbun. Ao lado de Ogai Mori (1862-1922), Soseki foi um renovador da literatura japonesa, ao construir uma obra consistente e iconoclasta que remou na contramão do mainstream da época. Assim como Mori, que também viveu um período na Europa, Soseki soube assimilar a inevitável influência que o Japão passava a sofrer do Ocidente, oportunizando-a em sua produção literária ao pôr em perspectiva os valores nipônicos mais tradicionais. Faleceu em 1916, por sequelas de suas frequentes crises de úlcera. Do autor, a Estação Liberdade também publicou: Eu sou um gato (2008), E depois (2011), Sanshiro (2013) e O portal (2014).

Em livro, maestro revela um Bach de carne e osso João Marcos Coelho Especial para AE

“Quem era este homem capaz de compor uma música de tal modo complexa que nos deixa inteiramente medusados, e em outros momentos ritmada de modo tão irresistível que gostaríamos de nos levantar e dançar quando a escutamos, e em outros momentos ainda tão plena de emoção perturbadora que nos sentimos tocados no mais profundo de nosso ser?” O maestro inglês John Eliot Gardiner, 73 anos, levou duas décadas para responder a essa pergunta. O resultado está em Bach no Castelo do Céu (Music in the Castle of Heaven, ed. Knopf, disponível em ebook kindle). Ele buscou conhecer o homem por trás do compositor ao qual dedica sua vida desde a meninice em Dorset. Música, para Gardiner, quer dizer Bach - e vice-versa. Suas cantatas, motetos, missas e paixões o acompanharam nos seus últimos 60 anos. Tanto que sua mais recente gravação, à frente do English Baroque Soloists, coro e orquestra Monteverdi, é a monumental Missa em Si Menor (selo SDG). A originalidade do livro é nos revelar um outro Bach, de carne e osso, não o quase santo, ou mesmo deus da música. O menino órfão que sofreu bullying nas escolas de Eisenach e Ordruf. Gardiner descobriu documentos até agora inédi-

tos que sugerem não só bullying em pleno século 18. “Rumores davam conta de ‘violências praticadas nos alunos’.” Por isso, “muitos pais mantinham seus filhos em casa por precaução”. Em Eisenach, Bach faltou à escola por 96 dias, com medo do bullying. Essas “cicatrizes” o transformaram num sujeito briguento, rancoroso. Provas são a peruca que atirou num aluno incompetente em Leipzig; a briga com seus empregadores em Weimar, que provocou sua prisão por cinco semanas; e as constantes rusgas com os dirigentes municipais das cidades onde viveu e trabalhou. Não por acaso, o livro mistura a biografia de Bach com uma disfarçada autobiografia. Gardiner é, com certeza, um dos maestros supremos na prática da música vocal barroca. Mas tem o outro lado. O musicólogo Stephen Walsh e o jornalista Peter Phillips anotaram a agressividade com que ele trata seus músicos. Recentemente, Phillips diz que Gardiner perdeu a paciência com um músico da London Symphony. Se usasse peruca como Bach, certamente a teria atirado no rapaz. Gardiner coloca em palavras o Bach que produz musicalmente. Desde a Deutsche. Grammophon entre 1989 e 2000, quando foi demitido de repente; e depois em seu próprio selo SDG - abreviatura da frase que Bach colocava ao final de seus manuscritos: Soli Deo Gloria.

Mesmo já tendo gravado a obra vocal inteira de Bach, Gardiner diz que as pesquisas mudaram o modo como rege e concebe sua música. Os diferenciais de seu Bach partem do seguinte credo: “Injetar paixão e expressividade na interpretação da música barroca vocal”. Ele se horroriza com o Bach “sem humor” de Karl Richter; e com a po(a)lidez do coro do King’s College, cujo mote segundo Gardiner era “jamais cantar tão forte que deixe de ser bonito”. E se pergunta: “Aonde estavam a alegria festiva e o espírito dessa música tão impregnada de ritmos dançantes?”. A resposta está em suas gravações sempre empenhadas, como a da Missa em Si Menor.


Roteiro do Sebrae Paraíba mostra atrativos turísticos da Paraíba Página 11

A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

Ampliando os saberes Universidade dá nova perspectiva de vida a idosos na PB FOTOS: Cláudio Góes

Chico José

Especial para A União

Aos 71 anos, quando muita gente já pensa em vestir o pijama e desfrutar de uma aposentadoria, viajando e conhecendo lugares diferentes, a dona de casa Maria Odete Ribeiro Sodré fez exatamente o caminho inverso. Decidiu dar uma guinada em sua vida, voltando a estudar e ampliar os horizontes com a realização de novos projetos de vida. Assim como dona Maria Odete, dezenas de outros representantes da terceira idade de ambos os sexos e de diferentes graus de instrução trilharam esse caminho graças a um projeto de extensão intitulado Universidade Aberta à Maturidade (Uama), uma iniciativa pioneira da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A Uama, segundo seu coordenador, o professor Manoel Freire, é um curso destinado a pessoas que já passaram dos 60 anos. Estão nesse curso homens e mulheres de 60 a 91 anos. O curso está funcionando nos campi da UEPB em Campina Grande (110 idosos matriculados); Guarabira (50) e Lagoa Seca, mais 50 alunos matriculados. Os alunos recebem aulas práticas e teóricas sobre Qualidade de Vida, Nutrição e Direitos do Idoso. Ana Luiza Morais de Azevedo, coordenadora institucional para Formação Aberta à Maturidade, explica que, em Campina Grande, a Uama funciona ao lado da Central de Aulas da UEPB, no Campus Universitário de Bodocongó, desde 2009, contemplando cerca de 360 idosos. Dessa clientela fazem parte os 210 alunos dos campi de Campina Grande, Guarabira e Lagoa Seca, e os 150 idosos do Grupo de Convivência. Na tarde da última quinta-feira, os idosos participaram do carnaval da Uama, como parte das comemorações pelos 50 anos da UEPB, a trans-

Alunos assimilam aulas de professora da Universidade Aberta à Maturidade, que são aplicadas em salas dos campi da UEPB de Guarabira, Lagoa Seca e Campina Grande

correr no mês de março. A Uama é um projeto de extensão da Universidade Estadual da Paraíba encampado pela Comissão Institucional Especial para a Formação Aberta à Maturidade (Ciefam). Essa Comissão foi criada em 2012 para encampar não apenas a Uama, mas todos os programas especiais voltados, exclusivamente, para o idoso. No texto de apresentação a UEPB explica que, “com o desenvolvimento e o fortalecimento da Ciefam, surgiu a necessidade de expandir e criar outros programas e projetos voltados para o público idoso. O objetivo desses projetos e programas sociais é proporcionar convivência e inclusão social, troca de experiências e formação de lideranças comunitárias, aprendizado, conhecimento e pesquisa, visando a uma melhor qualidade de vida e envelhecimento bem-sucedido. O professor Manoel Freire destaca que os programas e projetos desenvolvidos pela Ciefam, como é o caso da Uama, possibilitam atividades que incluem ensino, pesquisa e extensão. Essas atividades integram idosos, professores e acadêmicos dos diversos departamentos localizados nos campi da UEPB. A Universidade Aberta à Maturidade tem como meta atender a demanda educativa de idosos, contribuindo com a melhoria das capacidades pessoais,

funcionais e socioculturais. Esse tipo de melhoria ocorre por meio da formação e atenção social, visando a criar e dinamizar regularmente, atividades sociais, culturais, educacionais e de convívio, favorecendo a melhoria da qualidade de vida.

Grade curricular Tendo como objetivo possibilitar aos idosos a participação em aulas de formação aberta à maturidade, aprofundando seus conhecimentos gerais e temas relacionados ao envelhecimento, o curso tem duração de quatro semestres, com carga horária de 1.400 horas. O curso é composto por 24 disciplinas obrigatórias e optativas, distribuídas em quatro eixos temáticos. O primeiro compreende Saúde e Qualidade de Vida e Atividade Física na Terceira Idade; Biogerontologia, Educação para Saúde Integral; Farmacologia para Terceira Idade; Fisiogerontologia, Nutrição, Psicogerontologia, Qualidade de Vida e Envelhecimento Ativo. O segundo eixo temático é formado pelas disciplinas: Educação e Sociedade, Educação e Meio Ambiente; Filosofia, Informática, Leitura e Produção de Textos. No terceiro eixo figuram as disciplinas: Cultural e Cidadania, Direito e Cidadania, História, Memória e Atualidades; Língua Estrangeira e Turismo na Terceira Idade. Já o quarto eixo temático compreende as disciplinas Arte e Lazer, Ginástica Funcional, Dança, Coral, visitas culturais, passeios e excursões; e Arte e Cultura.

Recomeço de sonhos e projetos Os cursos oferecidos pela Uama levaram a dona de casa Maria Odete Ribeiro Sodré, 71 anos, moradora do bairro São José, em Campina Grande, a encontrar o estímulo e o incentivo que precisava para voltar a estudar e recomeçar sua vida traçando novos sonhos e projetos. As aulas da Uama levaram Maria Odete a sonhar a um reencontro com a sala de aula 50 anos depois de ter parado de estudar. Nesse período, ela se dedicou a criação dos dois filhos, hoje formados em Medicina. No ano passado, Maria Odete fez as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e teve uma pontuação bem acima do esperado. Ela conquistou exatos 511 pontos na prova, o que tornou possível refazer o desejo de se tornar professora. Outros participantes do projeto da UEPB também relataram suas experiências e avaliaram a iniciativa da universidade voltada para o público da terceira idade. É o caso de Maria das Dores Nóbrega de Andrade Melo, pedagoga, e mais conhecida como Dóris. Ela diz: “Nessas alturas, eu acho que é uma das coisas mais importantes na Educação Inclusiva, dando oportunidade à pessoa idosa, pela mudança de comportamento que a gente está observando na entrada. Entra com uma postura e sai com outra bem diferente”. De acordo com Dóris, na Uama a autoestima é elevada por mais conhecimento e mais experiência. “É um processo de aprendizagem e reaprendizagem. A gente recebe informações sobre tudo relacionado ao idoso. Nutrição, Fisioterapia, primeiros socorros, fitoterapia. E o mais importante é a história de vida de cada um. A socialização dos saberes e o grupo de amizade que se forma”, conclui.

do, a iniciativa da UEPB de implantar a Universidade Aberta à Maturidade, “foi uma ideia fascinante para a gente voltar a estudar e construir amizades. A gente despertou. Melhoramos a redação, estamos cuidando de ter uma vida saudável, apesar de eu gostar de ler muito”, disse Geraldo Marinho. De acordo com Marinho, a Uama o estimulou à busca pelo conhecimento e contribuiu para ampliar o ensino -aprendizagem. “Temos colegas com quatro cursos de pós-graduação”, diz Geraldo Marinho, um ex-funcionário da antiga Sanbra, na cidade de Patos, onde fez o curso ginasial. Maria Lucrécia de Alencar Mota Germano, 64, disse que na Uama tem a oportunidade da formação continuada. Ela aposentou-se como professora e diz se preocupar com a qualidade, projetos e movimentos para manter a mente ativa. O curso da Uama é o primeiro do Brasil com 1.400 horas de aprendizado durante dois anos. Nesse período, as pessoas recebem informações de saúde da mente e do corpo; psicologia, atividade física; fisiologia; arte e cultura. “Trata-se de um elenco de disciplina que transformam e levantam a autoestima”. O curso oferece a oportunidade de autonomia e independência. Até agora tem sido só oferta de oportunidade de conhecimento”, diz, acrescentando: “A UEPB está de parabéns. Participamos de três congressos internacionais sobre o envelhecimento. Quem puder deve participar”.

Ideia fascinante Para o casal Geraldo Marinho Figueiredo e Maria da Penha Figueire-

Prédio sedia uma das unidades educacionais da Uama que oferece cursos a pessoas com idade acima dos 60 anos

Maria Odete foi beneficiada pela Uama e obteve pontuação razoável no Enem


Geral

A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

descobertas das ONDAS GRAVITACIONAIS

Novo jeito de explorar o universo Foto: Reprodução/Internet

O achado das ondas gravitacionais vai ampliar o conhecimento da composição das galáxias e dos buracos negros, diz brasileiro que participou das pesquisas nos EUA Leyberson Pedrosa e Luiz Cláudio Ferreira Do Portal EBC

O pesquisador do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Riccardo Sturani, foi um dos líderes da equipe brasileira responsável por analisar os dados gerados pela detecção de ondas gravitacionais, anunciada mundialmente na última quinta-feira. Segundo Sturani, italiano radicado no Brasil, os cientistas passaram a enxergar objetos do universo que não emitem luz nem radiação eletromagnética e “que não poderiam ser vistos de outra forma”. O valor da descoberta permitirá que astrofísicos conheçam mais sobre a composição das galáxias, os buracos negros e saibam mais sobre a dinâmica da gravidade teorizada por Albert Eistein há 100 anos. De acordo com o pesquisador, observações de ondas gravitacionais serão rotineiras. “Quem sabe, teremos uma observação por mês”, prevê. Assim, cenas de ficções científicas sobre o espaço podem se tornar comuns no trabalho dos laboratórios, onde a medição de menos de um segundo de ruído pode fazer diferença para sempre.

Ricardo: “É como se até hoje você não pudesse ouvir nada e, depois de um tempo, passasse a ouvir mesmo que sejam sons muitos fracos”

A entrevista

Portal EBC: Como foi a contribuição do Brasil na pesquisa? Riccardo Sturani: Eu cheguei ao Brasil, na Unesp, faz exatamente três anos. Já colaborava com o Ligo (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory) desde 2008 fazendo análise dos dados com modelos. Trabalhei com modelos porque temos que saber o que procurar mais ou menos para ter como enxergar a onda, que é fraquinha. Somos apenas dois grupos no Brasil. O país já estava participando da pesquisa com o hardware. O pessoal do Ligo está baseado na América do Norte, nos EUA, com equipe também na Europa, Japão, Índia.

Elejó

E sobre parte do equipamento que detectou a onda? Eu não fiz nada de hardware. O hardware ficou com o pessoal do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que conta com seis pesquisadores, o Odyllo Aguiar é o pesquisador principal. O experimento é como uma régua, só que mais apurada do que qualquer uma que exista na humanidade, pois ela pode medir diferenças de distâncias inferiores a um núcleo de um átomo. É a primeira vez que se detecta uma onda gravitacional na história da astrofísica? Já sabíamos das ondas gravitacionais ao observar

os sistemas binários na nossa galáxia. Mas foi a primeira vez que uma onda gravitacional que chegou à Terra foi detectada e medida.

Podemos dizer que a pesquisa científica avançou com essa técnica? Temos agora um novo jeito de explorar o universo. É como se até hoje você não pudesse ouvir nada e, depois de um tempo, passasse a ouvir mesmo que sejam sons muito fracos. Esses sons acontecem o tempo todo no universo, e não são suficientemente fortes para serem ouvidos. Então, passamos a conseguir “ver” objetos que não emitem luz, nem radiação eletromagnética, e que não poderiam ter sido

vistos de outro jeito. Agora, podemos saber mais sobre a composição da galáxia, sobre as estrelas que originaram os buracos negros, sobre como os buracos negros se juntam em duplas, etc.

O filme Interestelar (de Christopher Nolan, 2014) ficou popular por abordar vários conceitos reais do tempo-espaço em uma obra de ficção. As ondas gravitacionais têm relação com essa abordagem? Gostei do filme. A maioria dos meus amigos não gostou. Nele, fala-se sobre a mudança da passagem do tempo para o ser humano na presença dos buracos negros. A obra tem mais a ver

com o movimento dos buracos negros. Para estudar as ondas gravitacionais, temos que levar em conta esse movimento, mas vai além. Isso é só um dos aspectos do estudo das ondas gravitacionais.

Qual é o próximo passo científico? O Ligo vai fazer a retomada dos dados em oito meses. A partir de agora, temos que melhorar a medição. Na minha opinião, temos que fazer modelos ainda melhores. Temos mais para desenvolver a precisão parâmetros físicos. O projeto já está tentando medir outras ondas gravitacionais? Imagine o seguinte: esse evento ocorreu cinco dias

depois do começo tomada de dados. Nos próximos seis meses, teremos uma observação com sensibilidade acrescentada. A observação deve virar rotina a partir do ano que vem, quem sabe até uma por mês. Vamos aprender mais sobre os buracos negros e a dinâmica da gravidade. São observações que podem ser feitas apenas em laboratório. A partir de agora, o senhor continuará na pesquisa? Sim, agora começa a parte mais divertida. Todo mundo esperava por isso. Temos muito trabalho para termos modelos melhores capazes de gerar mais conhecimento astrofísico.

Dalmo Oliveira da Silva - Jornalista

Carnaval ancestral A vitória da Estação Primeira de Mangueira, no Grupo Especial das Escolas de Samba do carnaval carioca, reforça uma tese importante para a cultura afrobrasileira. A de que a maior festa popular do país é um dos resultados mais inequívocos da forte presença do imaginário africano entre nós. A reverência cuidadosa à Iyabá Oyá, também conhecida na mitologia iorubana como Iansã, cuja filha ilustre, Maria Bethânia Vianna Telles Velloso, foi homenageada pela agremiação, exibiu toda a riqueza desta ancestralidade que tornou o Brasil no país com a maior população negra, depois da Nigéria. “É uma realidade cruel e deslumbrante”, assim define Bethânia a sensação de participar de um dos desfiles carnavalescos mais midiatizados do mundo. O uso de enredos, argumentos, símbolos e mitologias oriundos da ancestralidade mística africana não é nenhuma novidade no universo dos carnavalescos brasileiros. A história dos Orixás, os cultos do candomblé e a mística afro-ameríndia sempre povoaram o imaginário dos compositores mais ligados ao samba, que se tornou patrimônio imaterial brasileiro nos morros e subúrbios periféricos da Cidade Maravilhosa. Em alguns momentos, lideranças religiosas dos principais ilês têm colocado alguma restrição à utilização inconsequente da ritualística candomblecista na avenida da folia momesca.

A censura é pertinente também pelo prisma da preservação da mística ancestral. Afinal, não é comum de se ver nas encenações da festa-pagã menções a outras formas de relação com o Sagrado, seja de matriz judaica-cristã, oriental ou islamita (só para citar as principais correntes da atualidade). Mas, porque será que os mitos do candomblé e sua ritualística é tão assimilados pelos carnavalescos? Ora, em primeiro lugar pelo fato de que, nas comunidades, onde a festa é gestada durante o ano inteiro, os terreiros fazem parte do cotidiano do povo que, literalmente, faz o carnaval. Outro fator básico é os cultos aos Orixás e às Iyabás possuírem em suas estruturas ancestrais a dança e a música como elementos essenciais na manifestação das divindades iorubas. Assim, dançar, cantar e tocar são fundamentos que saem dos terreiros e se espalham nos barracões da Gamboa, de Estácio, de Ramos, de Andaraí e de Nilópolis. O samba está para candomblé, no Rio, como o maracatu está para xangô em Recife. Bethânia é apenas a mais famosa das “meninas de Oyá”. A abelha-rainha dos pés descalços e cabelos sempre assanhados pelos ventos. O samba lhes serve de caminho, de destino e de apogeu. Eparrey!! Fraternidade Passado o carnaval da zika, o Brasil encara agora a dura realidade de onze meses desafiadores. Na prática, o ano

novo só começa agora com o início da letividade nas escolas formais. E com a quaresma cristã, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança sua famosa “Campanha da Fraternidade Ecumênica”, que esse ano escolheu como tema-gerador “Casa comum, nossa responsabilidade”. Refere-se ao planeta Terra, o lar comunitário de todos. A campanha surgiu por iniciativa de Dom Eugênio de Araújo Sales, em Nísia Floresta, Arquidiocese de Natal (RN), tendo como finalidade a promoção da caridade e da solidariedade, e defesa da dignidade da pessoa humana, admitidos como filhos e filhas de Deus. A CNBB e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), que passou a ser comrealizador da campanha nos últimos anos, pretendem dar ênfase à problemática do saneamento básico no país. Essa vergonhosa chaga social humilha o Brasil frente às nações mais aprimoradas do ponto de vista da cidadania. A ausência desta estrutura elementar de esgotos e acesso à água atinge sobremaneira as populações mais carentes, notadamente os povos negro, indígena e cigano. A contaminação dos mananciais de água, o acidente de Mariana, a pandemia provocada pelo mosquito Aedes, a problemática dos lixões e aterros sanitários se somam a um elenco de terror das nossas mazelas sociais na contemporaneidade. A campanha é interessante, mas precisa ultrapassar os limites

das paróquias e da mídia. Não adianta o alerta se não há, posteriormente, acompanhamento, cobrança de solução e controle social sobre os poderes públicos e sobre o mundo empresarial, os principais responsáveis pelo estado de coisas a que a população brasileira continua submetida. Adeus Elisa Conheci a professora Elisa Bezerra Mineiros em meados dos anos 80’s durante a militância no Movimento Estudantil na UFPB. Senhora admirável, corajosa, lúcida, contundente. A Paraíba se empobrece por causa de seu desaparecimento natural. Nascida em Monteiro, possuia a fibra típica do povo do Cariri paraibano. Elisa Mineiros desenvolveu importantes trabalhos sociais através da Igreja Católica e foi fundadora aguerrida da Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba (Aduf-PB). Faleceu na Quarta-Feira de Cinzas, dia10. Adeus Heleno O radialista e cronista esportivo Fernando Duarte Heleno foi outra perda importante da semana passada. Esposo-companheiro da ambientalista Paula Frassinete, iniciou a carreira de radialista na imprensa de Pernambuco, de onde era natural. Fernando atuou em diversas emissoras na Paraíba, inclusive na Tabajara AM, onde, eventualmente o encontrava. Faleceu na Quarta-Feira de Fogo, dia 04.


Geral João Pessoa, Paraíba - domingo, 14 de fevereiro de 2016

A UNIÃO

Atrativos turísticos Roteiro do Sebrae mostra oferta diversificada de municípios da PB FOTO: Reprodução/Internet

Teresa Duarte

teresaduarte2@hotmail.com

Considerando o diferencial turístico da Paraíba e a diversidade de oferta existente, o Sebrae Paraíba elaborou um roteiro integrador de 30 dias em municípios das regiões do Litoral, Brejo e Cariri. O mapa, de acordo com a gestora de Turismo do Sebrae-PB, Regina Amorim, foi traçado a partir de um trabalho de consultoria realizado pela empresa ACG nos municípios que compreendem mais de 150 atividades criativas com foco na produção associada ao turismo, na economia criativa e na economia da experiência. “Esse roteiro foi elaborado pela ACG e Sebrae, por isso convidamos você a fazer essa viagem comigo agora, através da leitura desse roteiro e depois se programar para vivenciar essa experiência, com a sua família, seus amigos ou sozinho”, convoca Regina Amorim. Como o roteiro é bastante extenso a reportagem de A União vem divulgando algumas opções nos municípios, por região. Já mostramos as opções no Brejo e hoje selecionamos algumas dicas do roteiro no Litoral, abrangendo os municípios de João Pessoa, Conde, Pitimbu, Lucena e Cabdelo. Abaixo, alguns pontos turísticos do roteiro.

Wikipédia não deve ser vista como primária, defende criador Do Portal EBC

Ruínas da Igreja de Bonsucesso, um templo secular tombado pelo Patrimônio Histórico, se situam no meio de uma mata, em Lucena

Mapa dos pontos l João Pessoa

No período da manhã vivencie a rota dos ateliês de obras de arte. São pelo menos dez grandes artistas plásticos que abrirão o seu ateliê de artes plásticas e esculturas para receber turistas e visitantes. Além da história de cada artista, é possível fazer uma oficina de arte, comprar alguma peça do artista e ainda tomar um café com arte em alguns desses espaços visitados. No período da tarde, sugerimos fazer um passeio pelo Centro Histórico da 3ª cidade mais antiga do Brasil, de preferência bem acompanhado, em um dos carros antigos de época, para conhecer a história, o casario e se encantar com esse inesquecível roteiro. l Conde

Após o café da manhã, comece seu roteiro no Litoral Sul paraibano, conhecendo uma das maravilhas do Brasil, a famosa praia de naturismo. Na Praia Tambaba mergulhe nas histórias que o destino oferece. Se não quiser entrar em Tambaba, fique na parte da praia que não é de naturismo, aproveite as águas mornas e as lindas piscinas naturais que se formam quando a maré está baixa. Aproveitou bem, fotografou muito, relaxou, agora deu vontade de almoçar. Pegue a estrada e pare no restaurante Arca do Bilú, um lindo e criativo local, construído em forma de barco, onde você degustará deliciosos pratos à base de peixes e frutos do mar do cardápio. No local você pode agendar uma das caminhadas, com a Rosana Diniz, que passa por diversas trilhas, praias e falésias encantadoras, ou pela Praia de Tambaba, sem precisar tirar a roupa. Você ainda precisa conhecer Doces Tambaba, no Assentamento Tambaba, um produto de produção associada ao turismo, que preserva a simplicidade e a singularidade do lugar. Depois do descanso em uma das pousadas de Costa de Conde, saia para jantar em um dos restaurantes locais,

cada um com seu conceito diferenciado. Sugerimos como uma excelente opção os restaurantes Tulipas, Matsuri, Zekas, Carpe Diem, O Púkaro e a Passarela do Caranguejo. São várias opções e você simplesmente irá adorar. Como sugestão indicamos um passeio de buggy com os melhores profissionais da Cooperbuggy, pelas praias e mirantes da Costa de Conde. l Pitimbu

Após o café da manhã, sugerimos conhecer o município de Pitimbu, também no Litoral Sul. Começando pela Praia Bela, hospede-se na Pousada Aconchego. Agende um delicioso almoço na Pousada e solicite o kit aconchego para praia, que inclui o guarda-sol, cadeiras de praia, isopor com bebidas. Se preferir, na Praia Bela existem diversos quiosques que atendem na praia. Aproveite e caminhe, divirta-se fazendo um passeio de caiaque. Depois do almoço, e para encerrar este dia, você pode agendar na Pousada Aconchego oficinas de artesanato de conchas do mar com uma das marisqueiras de Acaú ou uma oficina de Arte em Escama com a Lia Caju. Agende com Rogério a caminhada até o Rio Abiaí, conhecendo falésias coloridas e a história do local e ser encantar com uma vista maravilhosa, tendo um professor como condutor. Você também pode agendar uma pesca artesanal em frente ao quiosque do pescador José Lontra, a melhor experiência de pesca artesanal. E enquanto a rede está no mar é possível degustar caldinhos de peixe e de camarão nesse local bastante frequentado pela comunidade. Para relaxar, visite a loja de artesanato que fica localizada na Praça Central ao lado da igreja e veja as belas peças feitas com a fibra do coqueiro que se transformam em animais, flores, vasos e outras peças. Para encerrar este dia, agende uma oficina de mosaico, na casa de Marilu, de frente para praia, com os pés na areia e um lindo visual,

um suco gostoso, fazendo a sua peça e levando de lembrança do local. l Lucena

Chegando em Lucena, escolha um dos dois hotéis indicados no Catálogo do Sebrae, faça o check in, aproveite e vá almoçar. Os restaurante têm cardápio variado, as especialidades são os peixes e frutos do mar. Depois do almoço tire algumas horas para descansar um pouco. À tarde comece seu roteiro, conhecendo a linda Igreja de Nossa Senhora da Guia, uma construção em estilo Barroco Tropical e de onde se tem uma linda vista do Litoral. Em seguida, vá conhecer a Caiçara Cultural, a primeira caiçara cultural do Brasil, construída especificamente para contar um pouco da história da pesca artesanal. No final da tarde, sugerimos conhecer a Tapiocaria e Doceria Xodó de Mulher, onde a decoração, destaca o ícone mais importante do município, que é a produção de coco. No segundo dia faça passeio na lancha do Arlindo para conhecer as Piscinas Naturais de Lucena, paraíso, inacreditável, imperdível. Depois do almoço, é hora de conhecer a zona rural de Lucena. Para que você possa fazer essas visitas é necessário que seja contratado um dos condutores turísticos indicados pelo Catálogo. Comece pelo sítio de Seu Dedé, conheça um exemplo de agricultura familiar que trabalha com orgânicos certificados. Conheça as ruínas da Igreja de Bonsucesso, uma igreja secular, tombada pelo Patrimônio Histórico, localizada no meio da mata. Para chegar às ruínas você fará uma pequena caminhada, atravessando um riacho de águas límpas e claras. Aproveite e peça para ao condutor para ir até o Mirante, que fica apenas a 500 metros da igreja e de onde se tem uma das mais lindas vistas do Litoral de Lucena. Na volta, pare na casa de Tó, um artesão que produz lindos pássaros e outros objetos utilizando como matéria-prima o coqueiro. Com

certeza você irá se encantar e comprar algumas peças. Finalizando o dia, visite o Centro de Artesanato de Lucena, faça uma das oficinas ofertadas e se delicie com um saboroso e refrescante Açaí uma das especialidades da Comedoria na Kenga. l Cabedelo

Partindo de Lucena pegue a estrada para a travessia de balsa (ferry boat) e se encante com a paisagem e se apaixone com o Coral Meninos e Meninas de Lucena que se apresenta com a Atividade Criativa, “Cantando na Balsa”. Chegando em Cabedelo, escolha uma das várias opções de hospedagem que se dividem entre João Pessoa e Cabedelo, pois, os destinos são perto um do outro. Faça o seu check in e saia para almoçar e escolha uma das várias opções entre os restaurantes que estão no Catálogo do Caminhos do Sabor de Cabedelo. Vá conhecer o criativo Atelier de Fábio Smith e a sua Arte em Barro, no Centro Cultural Bicho de Pé, na Praia do Poço. Em seguida conheça a Associação Farol de Cabedelo, e, sob agendamento, vivencie o Espaço Exclusiva Criação de Decoração da Artista Adriana Lécia, um espaço que liga arte, decoração e reaproveitamento de produtos. Consulte a Tábua da Maré para decidir seu dia, conheça Areia Vermelha, uma faixa de areia em alto-mar, cercada por corais e que só aparece quando a maré está baixa. Sugerimos três opções, para você escolher uma, ou seja, a que mais interessar faça seu agendamento que são: fazer uma aula de Jet-Sky que vai te possibilitar tirar a sua Carteira Náutica, fazer uma Pesca Esportiva no Rio Paraíba ou fazer uma aula de mergulho com um dos maiores profissionais do Estado. Conheça a Ilha da Restinga e siga para a Praia do Jacaré, conheça as lojas e a Feirinha de Artesanato, assista aos dois espetáculos do famoso Jurandy do Sax, ao Pôr do Sol, o mais lindo do Brasil, ao som do Bolero de Ravel e se encante com o espetáculo noturno da Ave Maria.

Imagine uma enciclopédia escrita de maneira colaborativa. Agora, coloque-a na internet e permita que mais pessoas editem e adicionem novos verbetes. Essa é a receita da Wikipédia, que completou 15 anos de existência no último dia 15 de janeiro. O projeto foi criado pelos americanos Jimmy Waler e Larry Sanger. É gratuita e, aos poucos, desbancou outras fontes de informação como a preferida de estudantes, pesquisadores e até mesmo de jornalistas. A facilidade de encontrar definições utilizando motores de busca como Google e Bing potencializou a ferramenta. Os responsáveis pelo site explicam que o material inserido na plataforma web não pode ser original. Ou seja, o Wikipédia funcionaria como uma consulta secundária. Segundo Jimmy Wales, não deve ser usada como fonte primária de informação. Assim, leu um conceito, uma descrição e ficou com dúvidas? Você deve ir no campo de links e referências logo abaixo do texto e comparar com a informação do verbete.

País sedia Fórum Internacional de Avaliação de Ciclo de Vida

O Brasil sedia pela primeira vez o Fórum Internacional de Cooperação em Avaliação do Ciclo de Vida. O evento será coordenado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict/MCTI), e realizado em conjunto com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A quinta edição do fórum internacional é um marco para a consolidação da Rede Global de Interoperabilidade de Bases de Dados de ACV. Além disso, o evento, que acontece nos dias 14 e 15 de março, em Brasília, faz parte da Semana Internacional de ACV e conta com a participação de profissionais de renome mundial. O objetivo das discussões durante o fórum é criar, até 2017, os mecanismos para a consolidação da rede global composta por bases de dados de ACV, que tem como finalidade conectar múltiplas fontes de dados para apoio da avaliação do ciclo de vida, facilitando assim a concretização da tomada de decisões relacionadas à sustentabilidade e a troca de informações técnicas e científicas entre os países participantes da rede.


Social A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

GorettiZenaide

gzenaide@gmail.com

Ele disse

Ela disse

“Nada hipnotiza e inebria mais do que o dinheiro: quando ele é muito o mundo parece melhor do que é”

“Ninguém se lembraria do Bom Samaritano se ele só tivesse boas intenções. Ele possuía também dinheiro”

ANTON TCHEKHOV

MARGARET THATCHER

colunagorettizenaide

@letazenaide

FOTO: Dalva Rocha

Beatles

CONFIDÊNCIAS

VEM AÍ a “Beat Bugs” uma série infantil da Original Netflix inspirada nos Beatles. A maravilha chegará na telinha dos que são adeptos ao Netflix no segundo semestre deste ano com personagens criados por Josh Wakely utilizando mais de 50 músicas do famoso grupo inglês interpretadas por artistas famosos.

JORNALISTA

ANTONIO DE IPOJUCA HOLANDA PONTES

Joana D´Arc e João Gonçalves de Aguiar, ele comemora aniversário nesta segunda-feira

Saúde

Espaço Cine Banguê

SERÁ inaugurado pela Unimed João Pessoa, no próximo dia 26, o Núcleo de Atendimento à Saúde Sul, localizado nos Bancários. O serviço passa a funcionar no dia 29 para clientes, de segunda a domingo, das 7h às 22h.

ESTÁ PROGRAMADA para a próxima sexta-feira, 19, a reinauguração do Cine Banguê para alegria dos inúmeros amantes da sétima arte em João Pessoa. Para tal, a Unidade de Cinema da Funesc programou além das exibições de filmes, atividades de formação e rodada de negócios para a classe audiovisual, que constarão de três oficinas, sendo uma de Documentário, outra de Animação e a terceira de Ficção. FOTO: Goretti Zenaide

Dois queridos amigos: Ronaldo Fraga e Flávio Tavares que é o aniversariante de amanhã

A oitava história

Abrajet

O UNIVERSO da série “Harry Porter”, criado por J. K. Rowling dá continuidade com a oitava história que será lançada ainda este ano, em livro e em versão digital, baseada na peça de teatro que irá ser encenada em Londres. “Harry Porter e a Criança Amaldiçoada” será a continuação do último “As Relíquias da Morte”, quando Harry embarca seu filho Alvo Severo para a escola de Hogwarts.

O JORNALISTA Rogério Almeida, presidente da Abrajet Paraíba, anunciando a nomeação da Comissão Eleitoral que vai cuidar da eleição para nova diretoria da entidade, que vão ocorrer agora em março. Como presidente da Comissão está Fabiano Vidal e como membros, Rosa Aguiar e Romero Rodrigues.

Parabéns Domingo: cabeleireiro Kintela Júnior, produtora cultural Nadja Almeida, Sras. Aracy Lacerda, Alexina Bezerra Cavalcanti , Cláudia Cristina Studart Leal e Maria do Socorro Formiga, empresários Adolpho Maia e Diógenes dos Sousa Júnior, médicos João Batista Gonçalves Silva e Valdina Luna. Segunda-Feira: artista plástico Flávio Tavares, advogado João Gonçalves de Aguiar, juiz Ricardo Vital de Almeida, dentista Fátima Souto Zenaide, Fernando Rodrigues de Melo.

Zum

Zum

Zum

     O consultor de Marketing Nelson Rossiter, pernambucano com forte atuação

no segmento da decoração em João Pessoa, vai inaugurar ainda este mês no Mangabeira Shopping a Galeria Rossiter Décor. Com obras de vários artistas brasileiros.    O poeta e grande artista paraibano Jessier Quirino agendou para os dias 26 a 28 deste mês seu mais novo espetáculo “Solto na Buraqueira”. As apresentações vão acontecer no Teatro Paulo Pontes, do Espaço Cultural José Lins do Rego.

Dois Pontos A cerimônia do Grammy 2016 que acontece amanhã será repleta de homenagens a representativos nomes da música que morreram recentemente.   A Academia de Gravação anunciou tributos a David Bowie, B.B. King, Lemmy Kilmister e Glen Frey, este último guitarrista e vocalista fundador do grupo Eagles.  

Apelido: Biu Ramos, amigo fraterno, nos tempos do Correio, me chamava de Popó. Grande Biu! Uma MÚSICA: a “Tocata em Fuga em Ré Menor”, de Bach, me enleva. Quando a ouço, penso que estou às portas do céu. Na selvageria do rock, parei em Chuck Berry de “You Never Can Tell” (C´est la vie)”. Um CANTOR/CANTORA: Maria Callas e Dean Martin, ele um sujeito de enorme swing. Os dois fazem bem aos ouvidos. Cinema ou Teatro: Teatro. É mais honesto, tem séculos de tradição e gente de verdade no palco. A fábrica de Hollywood, politicamente correta, tornou-se impraticável. Hoje, com pretensões, mente adoidado e deforma tudo. O cinema francês, por sua vez, caiu de quatro e não se levantou mais, como a própria França, de resto. E o cinema brasileiro, uma rubrica a mais na contabilidade do clientelismo, virou súcubo da ideologia insolvente do “estado forte” de Lula. Um FILME: “Nascimento de uma Nação”, de D.W. Griffith, pai do cinema de ficção, o sujeito que em 1915, inventou a gramática cinematográfica, cada vez mais atual e eficiente. Griffith desmoralizou os irmãos Lumière, que diziam não acreditar no futuro do cinema enquanto lazer. Uma PEÇA de teatro: “O Édipo Rei”, de Sófocles, precursora da narrativa policial e razão de ser da psicanálise freudiana. Toda a dramaturgia grega continua imbatível, ao lado da obra de Shakespeare, eterna. “Gota d´Água”, de Paulo Pontes, nas águas de Medeia, é uma peça muito bem construída. Um ATOR: Walmor Chagas, quando fazia teatro. Sua interpretação do Hamlet foi irretocável. Tinha técnica, sensibilidade e porte de grande ator. No cinema sua atuação em “São Paulo S/A” é definitiva. Depois, deixou-se lotear pelas novelas de televisão, perdeu o viço. Uma ATRIZ: Tereza Rachel, de longe a melhor atriz brasileira do seu tempo. Paulo Autran em depoimento no MIS, declarou: “Tereza é a única atriz clássica do teatro brasileiro. Sua voz é potente e harmoniosa e ela possui grande personalidade cênica”. Paulo Francis, o crítico mordaz, escreveu sobre sua estreia em “Hécuba”: “Com apenas doze falas, Tereza Rachel calou o Teatro Municipal. Foi o acontecimento da noite”. Para o dramaturgo Dias Gomes, ‘Tereza Rachel é, sem dúvida, uma das maiores atrizes do teatro brasileiro. Suas interpretações são sempre tensas, elétricas e admiravelmente ricas de intenções”. E Bibi Ferreira comenta: “Uma voz perfeita. A emoção exata. Tereza preenche uma carreira de inúmeros triunfos dando-nos oportunidade de aprender com ela”. Um LIVRO: “Os Demônios”, de Fiodor Dostoiéviski. Um ESCRITOR(A): Dostoiéviski, sempre. Um lugar INESQUECÍVEL: Depois de Costinha, no outro lado de Cabedelo e um paraíso ignorado pelos nativos, New York. VIAGEM dos Sonhos: a que não tivesse regresso. CAMPO ou PRAIA? praia. E a de Costinha, uma paisagem de Paul Gauguin, que explica a razão. RELIGIÃO: sou um católico relaxado e pecador. Um ÍDOLO: Pelé, quando jogava futebol. Uma MULHER elegante: pelos modos e delicadeza de alma, Sonia Iost. Mas ainda hoje, já provecta, admiro a Rainha Elizabeth. Um HOMEM Charmoso: Eu mesmo, quando me apaixono. Uma BEBIDA: Dry Martini, em taça gelada e algumas gotas de Angostura bitters. Um PRATO irresistível: Galinha ao molho pardo no Buraco de Otília, na Rua da Aurora, Recife, ou no antigo Bar de Rosa, no então Beco do Necrotério, em João Pessoa, que frequentei com Martinho Moreira Franco. Um sarapatel apimentado no Bar do Gregório, no Pátio de São Pedro, também no Recife, cai bem. Um TIME do coração: sofro com o Fluminense, no Rio e com o Botafogo (de estrela vermelha) na Paraíba. Qual seria a melhor DIVERSÃO: ler jornal (desde que você não queira se informar. QUEM você deixaria numa ilha deserta? Lula Um ARREPENDIMENTO: ter saído de João Pessoa que, hoje, segundo as estatísticas, anda muito violenta.

FOTO: Goretti Zenaide

“Profissão: jornalista. Mas, para Bernard Shaw, o jornalismo era a profissão mais antiga do mundo - depois daquela outra. Comecei a escrever jornal no início dos anos 60, aos 16 anos, assinando coluna diária de opinião em A Notícia. Depois em O Norte, Correio da Paraíba e A União. Mas tarde, burro esforçado, andei pelo Diário de Pernambuco, Diário Carioca, a Manchete, dos irmãos Mesquita, editores que separavam o joio do trigo - e publicavam o trigo - uma raridade no ofício. Para melhorar de vida, tornei-me patrão de mim mesmo e, sem deixar o jornalismo, fui fazer cinema e teatro. Deu certo, ganhei muitos prêmios, algum dinheiro, viajei pelo mundo, etc, sem fazer maiores concessões. Fenômeno pós-moderno: hoje, escrevendo na mídia eletrônica, o profissional pode ser mais lido e ganhar mais dinheiro do que escrevendo na mídia impressa”


Funad reforça programa devido ao aumento de casos de microcefalia

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A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

parques eólicos na paraíba

Ações de fomento são intensificadas No Estado, 13 usinas de energia eólica produzem o equivalente a 69 mil KW Alexandre Nunes

Alexandrenunes.nunes@gmail.com

Feliphe Rojas

Especial para o Jornal A União

A Paraíba quer se tornar um polo de destaque no Nordeste do Brasil na geração de energia eólica e, para isso, o Estado, além de ter um bom potencial eólico, oferece boa infraestrutura de estradas e apoio na agilidade do licenciamento ambiental. Segundo informações do secretário executivo de Energia e do PAC, Robson Barbosa, a Paraíba é um dos estados que oferece mais agilidade na tramitação do licenciamento. “Um dos maiores entraves no Brasil, na questão do licenciamento ambiental, é a burocracia, mas o nosso papel é ser um facilitador para instalação desses empreendimentos na Paraíba, e a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) já vem fazendo isso regularmente, agora, claro, atendendo com rigor a todas as exigências da legislação ambiental”, esclareceu. Na Paraíba, as 13 usinas de energia eólica existentes produzem o equivalente a 69 mil KW,

Foto: Alberi Pontes

o que representa 10,74% da produção total do Estado. Além disso, a Paraíba ainda tem três projetos de construção de usinas de energia eólica, que deverão gerar 90 mil KW. Entre os empreendimentos habilitados tecnicamente pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), nove projetos são da Paraíba. O secretário contou que, atualmente, só na região do Seridó da Paraíba, existem mais de 50 projetos desenvolvendo campanha de medição de ventos para avaliação de recursos eólicos. “Esses projetos precisam fazer medição nas áreas escolhidas por pelo menos três anos. Alguns desses projetos já estão habilitados para o próximo leilão. Na semana passada, recebi os empreendedores que estão desenvolvendo um projeto em Picuí, no Curimataú paraibano”, informou.

Diagnóstico e mapeamento Robson Barbosa, que é mestre em energia pela Universidade de São Paulo (USP) e doutorando em energia eólica, já em fase de conclusão, pela mesma instituição de ensino, revelou que a Secretaria Executiva de Energia e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criada por meio da Lei nº 10.569, de 19 de

novembro de 2015, está estudando dar apoio aos empreendedores do setor eólico, no que for possível, para agilizar a solução de problemas na regularização fundiária de áreas de interesse para instalação dos projetos. Ele revelou que, dentre as prioridades da pasta, destacam-se o diagnóstico e o mapeamento das potencialidades energéticas do Estado, especialmente no que diz respeito às fontes renováveis de energia, a exemplo da solar, eólica e biomassa, com vistas a contribuir para o desenvolvimento energético da Paraíba, com base em uma matriz energética limpa e renovável. “A criação da nova secretaria executiva demonstra a preocupação do Governo do Estado em criar um setor específico, exatamente para dar atenção especial à área energética da Paraíba, com foco principalmente em energias renováveis, ou seja, em energias limpas”, pontuou. De acordo com o secretário de Estado de Infraestrutura, João Azevedo, a secretaria já atuava nos assuntos de energia do Estado e a Lei nº 10.569 veio, justamente, consolidar os mecanismos institucionais para instituir a política de energia estadual.

Continua na página 14

Paraíba possui boa infraestrutura de estradas e agilidade no licenciamento ambiental


A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

FotoS: Secom-PB

Das 13 usinas em operação no Estado da Paraíba, 12 estão localizadas no município de Mataraca e uma em Alhandra, locais escolhidos após estudo das regiões com maior potencial eólico

Construção de novos parques e agenda de visitas aos existentes Próximo parque eólico será instalado em Santa Luzia, no Vale do Sabugi

Prevenção aos impactos ambientais

Alexandre Nunes

Alexandrenunes.nunes@gmail.com

Feliphe Rojas

Especial para o Jornal A União

O secretário executivo de Energia e do PAC, Robson Barbosa, informou que a Paraíba vai ganhar um novo parque eólico em Santa Luzia, no Vale do Sabugi, que vai ser construído por uma empresa com projeto selecionado num leilão de Energia de Reserva. “Existem diversos projetos em curso na Paraíba, principalmente no estágio de campanha de medição de ventos, em regiões como o Vale do Sabugi, a Serra de Teixeira e o Curimataú. Como são projetos eminentemente privados, o papel do Governo do Estado é fomentar, ajudar e facilitar que empreendimentos desse tipo venham cada vez mais para a Paraíba”, complementou. Robson Barbosa evidenciou que vai iniciar uma agenda de visitas aos parques eólicos já existentes na Paraíba, para começar um relacionamento que é importante no cumprimento do papel da secretaria que é ajudar e fomentar esses empreendimentos, apoiando os investidores e os desenvolvedores do segmento. “A determinação do governador Ricardo Coutinho é que a Paraíba se torne um Estado com destaque na produção de energia limpa, não só eólica, mas solar, entre outras fontes. A secretaria executiva vai começar agora a instituir essa política e começar a cadastrar esses projetos, desde o seu nascedouro até o seu desenvolvimento”, ressaltou. Ele revelou que a Secretaria Executiva de Energia e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está estudando fazer esse fomento de uma forma sistematizada. “A gente quer cadastrar quem já está desenvolvendo os projetos. O objetivo é formatar e desenvolver ações de apoio aos empreendimentos, porque entendo que isso traz benefícios para a Paraíba, cria emprego, além de gerar renda para os proprietários das terras que arrendaram ou venderam seus lotes para instalação dos parques eólicos”, completou.

Secretário executivo de Energia, Robson Barbosa

Apesar de ter um impacto ambiental menor que outras fontes de energia, a instalação de parques de energia eólica provocam algum impacto visual, principalmente para os moradores em redor. A instalação dos parques de certa maneira modifica a paisagem e gera impacto sonoro com o vento batendo nas hélices, produzindo um ruído constante de 43 db (A), o que obriga as habitações mais próximas a estarem no mínimo a 200 metros de distância. Além disso, tem impacto na fauna local, uma vez que aves podem sofrer efeitos nos seus comportamentos habituais de migração. De acordo com

Robson Barbosa, para prevenir esses impactos ambientais é preciso saber estudar cada área territorial e conciliar a questão do empreendimento com os requisitos ambientais e com a legislação em vigor. “A Sudema tem um papel relevante nessas questões, principalmente no que se relaciona à adoção de maior cuidado com as rotas migratórias das aves. Claro que toda geração de energia produz impacto ambiental, qualquer uma, agora a energia eólica é considerada como uma daquelas que causam menos impacto, seguida pela energia solar, também de baixo impacto, mas todas causam algum impacto”, acrescentou.

Eólica: fonte Localização das usinas na PB Das 13 usinas em operação do com preponderância na rede energia é na Paraíba, 12 são localizadas gião Norte e estendendo-se até no município de Mataraca e a Serra do Teixeira”, explicou. inesgotável No entanto, Maurício afiruma em Alhandra. De acordo com o professor Maurício Bel- ma que é necessário levar em como o vento trão, os estudos indicam que conta outros fatores antes de

“Um Atlas é um cartão de visita para o investidor”

Os empreendimentos de energia eólica vêm se consolidando no Brasil como uma alternativa energética vantajosa por vários aspectos. Trata-se de uma fonte de energia inesgotável, que não emite gases poluentes ou resíduos, fator importante no contexto atual de preservação ambiental e luta pela redução do efeito estufa, além de reduzir a dependência dos estados pelas fontes de energias clássicas, que não são renováveis ou causam impactos ambientais severos. No Nordeste, os ventos são bons para a produção de energia eólica. A região é responsável por cerca de 75% da capacidade de produção nacional e 85% da energia gerada de fato por essa fonte. Dos cinco maiores produtores do Brasil, quatro se encontram no Nordeste - Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Piauí – o Rio Grande do Sul é o único fora da região.

O Atlas de Energia Eólica é um dos fatores importantes na captação de investimentos para o Estado. O coordenador do Atlas da Paraíba, professor Maurício Beltrão, explicou a importância da publicação do estudo: “Um Atlas eólico é antes de tudo um magnífico cartão de visita para o investidor. O Atlas oferece uma “radiografia” do Estado no que diz respeito ao potencial eólico que temos disponível”, explicou. De acordo com Maurício Beltrão, o Atlas está pronto, em sua versão digital. Entretanto, ainda não foi publicado. “Considero que existe uma oportunidade para uma ação do poder público, juntamente com a iniciativa privada, para que ele possa ser publicado e ter um lançamento digno da qualidade que possui”, considerou.

as áreas de maior potencial no Estado se encontram no Norte. “Em função dos estudos realizados, foi possível confirmar o bom potencial eólico de onde se encontram instaladas as usinas eólicas da região de Mataraca. A depender da altura considerada, é possível identificar outras áreas com potencial igual ou maior que as da região de Mataraca. Essas áreas estão localizadas no interior do Esta-

explorar o potencial energético dos locais mais promissores. “Essa informação [dos locais com maior potencial] tem que ser conjugada com outras, relativas à viabilidade técnica e ambiental para que se possa pensar em explorar esse potencial. O Atlas contém todos esses detalhes. Não tenho dúvidas que os olhos dos investidores atentos já chegaram a esses locais”, acredita.

Áreas de maior potencial eólico se encontram no Norte do Estado


Paraíba João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

A UNIÃO

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Funad reforça programa devido ao aumento dos casos de microcefalia

Foto: João Francisco

Atendimento do Bebê de Alto Risco foi intensificado em todo o Estado Janielle Ventura Especial para A União

Antes da proliferação do vírus zika, a Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad) recebia cerca de dois a três casos de microcefalia por ano. Nos últimos dois meses, de acordo com a presidente da Fundação, Simone Jordão, 26 novos casos estão sendo tratados, um crescimento que surpreendeu a todos e fez com que a Funad, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, intensificasse o programa Bebê de Alto Risco da instituição por toda a Paraíba. Formado por uma equipe multidisciplinar, o programa tem como objetivo implantar o método de acompanhamento de bebês que nascem nas maternidades públicas e privadas de João Pessoa sob situações prévias de risco para distúrbios do desenvolvimento. Ao chegar ao local, o bebê é avaliado pela equipe, que realiza o atendimento por estimulação precoce e orientações à família quanto aos cuidados com o bebê. Quando solicitada, a equipe faz uma visita previamente agendada à maternidade, visando avaliar precocemente o bebê e garantindo, desse modo, o encaminhamento seguro ao serviço de reabilitação. Segundo Simone Jordão, com o diagnóstico da microcefalia, 100% dos bebês possuem um tipo de deficiência intelectual, que automaticamente atrasa seu desenvolvimento motor. Raquel Bezerra, fisioterapeuta da Funad, lembrou a importância do diagnóstico precoce. “Pode-se dizer que quanto mais cedo acontecer a intervenção do profissional de saúde, melhor será o resultado dessa criança para sua reabilitação”. Microcefalia As terapeutas Raquel Bezerra e Aglaure Martins

Saiba mais

A Funad é a maior referência em reabilitação no Estado, atendendo todas as áreas da deficiência e promovendo ações que garantam a inclusão no mercado e no esporte FOTOS: Edson Matos

Terapeuta Aglaure Martins

ressaltam que há uma certa diferença entre a microcefalia de antes e depois do vírus zika. Elas explicam que a má-formação congênita é a mesma, porém, a influência do vírus acompanha inúmeras patologias, como o exemplo de cisto cerebelar ou má-formação óssea. “Nós chamamos a de antes como sendo a ‘Microvera’, ou seja, a microcefalia verdadeira (pura). Tratávamos

Atendimento microcefalia na Paraíba Com a disseminação do vírus zika, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, houve um aumento gritante nos casos de bebês com microcefalia no Brasil, principalmente no Nordeste. A microcefalia ocasiona um atraso no desenvolvimento da criança e com isso, a Secretaria de Estado da Saúde reorganizou e fortaleceu os serviços e instituições que trabalham na área da reabilitação. A Paraíba possui nove Centros Especializados em Reabilitação (CER), com serviços gratuitos e aprovados pelo Ministério da Saúde. Dentro dessa consolidação de rede, os centros estão geograficamente espaçados, fortalecendo a proposta de promover maior cobertura possível para reabilitação das pessoas com deficiência em médio prazo. Os CERs podem ser localizados nas cidades de João Pessoa, Santa Rita, Conde, Araruna, Guarabira, Solânea, Cuité, Sousa e Princesa Isabel. O CER IV, localizado em Sousa, é um serviço de gestão estadual que irá atender todas as áreas da deficiência na região. Em se tratando de atenção secundária, o Estado possui 12 Gerências Regionais de Saúde e tem buscado regionalizar os Centros Especializados em Reabilitação (CER). Assim, o atendimento será descentralizando, capilarizando as ações de saúde da pessoa com deficiência, pensando no seu funcionamento a médio e longo prazo nas 16 regiões de saúde do Estado.

Presidente da Funad, Simone Jordão

apenas aquela doença. Hoje, sua relação com o vírus traz outras anomalias, chegando ao ponto de realizarmos terapia ocupacional para atender melhor esses bebês”, disse Aglaure. Elas também explicam que a microcefalia é uma lesão cerebral que ocorre no período gestacional, impedindo o desenvolvimento encefálico e interferindo no desenvolvimento do feto. Por isso, desde sempre se faz ne-

Terapeuta Raquel Bezerra

cessário apoio fisioterapêutico e intelectual.

Sequelas Cada bebê com a doença irá apresentar um quadro diferente. As sequelas acarretadas pela microcefalia são graves. A má-formação do cérebro resulta em deficiências mentais/físicas/ visuais/auditivas. Cada caso é individualmente avaliado, podendo haver uma paralisia cerebral (PC) grave ou

Etapas O manejo clínico para atendimento, diagnóstico e acompanhamento das gestantes e dos recém-nascidos com microcefalia acontecem em três etapas. Na primeira, há o processo de triagem a partir da anamnese e exame físico que será realizada no local de nascimento, e no momento oportuno, com suporte nos serviços que compõem a rede de perinatologia do Estado. A anamnese compõe-se de antecedentes pré-natais e maternos, exposição a substâncias tóxicas durante a gravidez, exposição à radiação ionizante, entre outros. A segunda é a investigação diagnóstica da microcefalia que será realizada nos cinco serviços de referência, a partir de triagem realizada na etapa 1, com o devido encaminhamento e notificação. Nos casos com confirmação diagnóstica, haverá o seguimento e acompanhamento das gestantes/fetos e dos recém-nascidos. Por último, na terceira etapa, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento dos recém-nascidos diagnosticados com microcefalia.

A Paraíba Possui cinco centros de referência no diagnóstico da microcefalia. São eles: Maternidade Frei Damião (3215-6066/ 3215-6050), Maternidade Cândida Vargas (3015-1500) e Hospital Universitário Lauro Wanderley (3216-7055), em João Pessoa; Hospital Municipal Pedro I (3341-3082) e Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (3310-6356), em Campina Grande, e Maternidade Peregrino Filho (3421-5252), no município de Patos.

simplesmente um déficit cognitivo.

Atendimento O usuário acessa a Funad encaminhado e notificado pela maternidade ou por demanda espontânea, quando a mãe suspeita de alguma deficiência na criança e vai até a Fundação para fazer exames. A investigação consta de consultas, precedidas de uma série de exames (externos), além da anamnese e exames

físicos para a avaliação da extensão do comprometimento no desenvolvimento da criança portadora de microcefalia. Conforme diagnóstico conclusivo pela equipe multidisciplinar da triagem, será emitido o laudo médico e o portador de microcefalia será encaminhado para a reabilitação. Simone Jordão ressaltou que todos os bebês que chegam à instituição entram como atendimento prioritário e se inserem o mais precocemente possível no serviço de reabilitação da Funad. A Funad A Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência representa um órgão de administração indireta do Governo do Estado da Paraíba vinculado à Secretaria de Estado da Educação, desenvolvendo ações na área da educação, mas se constitui como a maior referência em reabilitação no Estado, atendendo todas as áreas da deficiência e promovendo ações que garantem a inclusão social da pessoa com deficiência no mercado de trabalho e esporte.

Fique atento Os casos de gestantes, que no pré-natal apresentem suspeita de Microcefalia por meio de exames de imagem, devem ser referenciados as maternidades de gestação de alto risco da sua região para realização de acompanhamento do pré-natal de alto risco. Além disso, as gestantes que apresentem suspeitas de doenças exantemáticas febril devem ser encaminhadas pelas unidades de saúde da família as maternidades de referência, com objetivo de cadastramento, para seguimento prospectivo com realização de exames laboratoriais e de imagem.

Informações e dúvidas Se você mora na zona rural e não sabe onde encontrar atendimento, pode entrar em contato com a secretaria de saúde do seu município. Se isso ainda não for o suficiente, a Funad também realiza um trabalho de intermediadora entre as cidades. Veja os dados e saiba como encontrá-la: n Endereço: Rua Doutor Orestes Lisboa, s/n, Conjunto Pedro Gondim, em João Pessoa. n Telefone: (83) 3214.7879 / 3243.8466 / 3243.8763 n Fax: (83) 3224.2495 n Site: www.funad.pb.gov.br n Facebook: Funad Paraíba


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A UNIテグ

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Joテ」o Pessoa, Paraテュba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016


Mudanças nos impostos devem dominar a pauta do Congresso em 2016 Página 19

A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

JOVENS ELEITORES

Esperança se renova com 1º voto Mais de dez mil jovens estarão aptos a votar em João Pessoa Feliphe Rojas

Especial de A União

A cada ano que passa, o descrédito da sociedade com a classe política cresce de acordo com as manchetes de corrupção que estampam os jornais e noticiários. A falta de interesse da sociedade com a política foi escancarada com o nível abstenção (votos brancos e nulos) nas eleições de 2014: 19,4% - a maior desde 1998. Entretanto, a cada eleição vindoura, a esperança de um eleitorado mais participativo e antenado com a política é renovada com os jovens que votarão pela primeira vez. De acordo com dados do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), em 2015 e no início de 2016, apenas em João Pessoa, 10.690 pessoas fizeram o título de eleitor e estão aptas para exercerem o seu direito de voto pela primeira vez. Uma dessas pessoas é a estudante Kauanny Ferreira, de 17 anos. Ela acredita que é importante a participação dos jovens na vida política do país para que possam cobrar posteriormente dos políticos. “Sim, é importante.

Até mesmo para eles entenderem que nem todas as responsabilidades se jogam para os políticos. Cada um tem o seu papel na construção da política no país e, com um engajamento político, eles poderão cobrar depois também”, explicou. Ela acredita que ingressar em movimentos sociais é uma boa opção para ter uma educação política. “Se filiar a partidos e sindicatos eu não sugiro porque vai parar a vida pessoal e profissional, uma vez que tais instituições exigem muito. Os movimentos [sociais] servem para educar e isso sim eu acho importante. Só sugiro se filiar a algum partido quem almeja ter uma carreira política”, disse. Kauanny mora em Bayeux e diz que a falta de jovens como candidatos não será um problema na sua cidade. Entretanto, boa parte da nova geração é composta por familiares de outros políticos já consolidados. “Aqui só tem praticamente dois candidatos a prefeito [com boas chances de vencer]. Um é o atual, que não faz nada e o outro eu até tinha certeza que iria votar, mas ele quer colocar o primo dele como vereador, que é uma criança que eu conheço há muito

tempo e sei que nunca teve interesse nenhum por política e só será um fantoche. Portanto, na hora de escolher o vereador, eu terei que adotar outro critério que não a juventude do candidato, uma vez que nenhum jovem representará de fato alternativas novas”, lamentou.

Participação para renovar quadro político A estudante Luana Maia de 16 anos poderia esperar para votar nas próximas eleições, quando teria 18 anos - idade mínima obrigatória para votar. Entretanto, ao contrário do que muitas pessoas pregam, ela considera que cada voto é importante e por isso preferiu fazer a diferença logo em 2016. “Muita gente diz que um voto a mais ou a menos não faz diferença, mas eu discordo. Se todos pensassem dessa forma, haveria uma abstenção enorme e isso provavelmente beneficiaria os piores candidatos. Se todos tiverem essa consciência e forem às urnas para apoiar os melhores candidatos, com melhores propostas,

acho que teríamos uma renovação no quadro político”, opinou. Luana acredita que a nova safra de eleitores poderia resultar em uma geração mais antenada com as questões políticas, entretanto, ela vê pouca profundidade no engajamento da juventude dos dias de hoje. “Olha, depois das últimas eleições, muitos jovens tomaram partido com algumas ideologias de esquerda ou de direita, houve uma bipolarização enorme, o que levou a crer que as pessoas estavam mais politizadas. Mas eu ainda vejo que não há profundidade nas avaliações e comentários das pessoas. São mais “maria vai com as outras”, se apegam a determinados gurus, geralmente pessoas mais velhas, e não conseguem pensar por si próprias”, considerou.

Kauanny acredita que jovens devem ter participação ativa na política para o crescimento do País

Continua na página 18 FOTO: Marcos Russo

Curiosidades da Política

Hilton Gouvêa

Jornalista - hiltongouvea@bol.com.br

Guerra da lagosta Foi de autoria do embaixador francês Jacques Bayeens, que esteve no Brasil entre 1961 e 1964, a frase “o Brasil não é um país sério”. De Gaulle levou a culpa por ser, na época, o presidente da França. E esta citação nasceu do episódio conhecido como “guerra da lagosta”, que quase criou, em 1963, um conflito armado entre a França e o Brasil. A França pediu permissão para fazer pesquisas mineralógicas na Plataforma Continental Brasileira, no final de 1962. Mas o barco francês Cassiopée foi flagrado pescando lagosta e carregando areia monazítica. Acabou apresado pela corveta brasileira Ipiranga. Os franceses disseram que “a lagosta poderia ser considerada peixe, pois se deslocava de um lado para outro, por isso não era um recurso fixo da plataforma”. O comandante brasileiro Paulo de Castro Moreira devolveu a ousadia com uma citação irônica: “Por analogia, se a lagosta é peixe porque se desloca dando saltos, certamente o canguru é uma ave”. Depois de muitas discussões que quase resultam em guerra, os franceses se retiraram do Litoral de Pernambuco, onde aconteceu toda esta confusão.

Ilustração: Lênin Braz

Cassado, sim, desmoralizado, não Após o governo-tampão de Dorgival Terceiro Neto (14.08.1978 a 15.03.1979) que substituiu a Ivan Bichara Sobreira (15 .03.1975 a 14.08.1978), instalou-se uma espécie de revolta branca na política da Paraíba. Antonio Mariz Maia queria ser o próximo governador biônico, mas o colegiado da ditadura militar preferiu escolher Tarcísio Burity, que governou o Estado, pela primeira vez, de 15 de março de 1979 a 14 de maio de 1982. Antes da escolha feita pelo colegiado, Mariz decidiu ir contra o

poderio militar, mas foi desaconselhado por seu parente, o ex-governador João Agripino Maia: “Antonio, não vá contra o candidato oficial, porque você será cassado”. Resposta de Mariz: “Prefiro ser cassado a sair desmoralizado desta campanha”. Esforço heróico vão, pois Burity saiu vencedor. E Mariz não foi cassado.

Jânio e o português Depois de ser eleito presidente do Brasil em 1962, Jânio Quadros mandou demitir vários médicos do Serviço Federal de Saúde, por não comparecerem regularmente ao serviço.

Indagado porque tomara esta decisão, ele respondeu: “Fi-lo, porque qui-lo, que é igual a “fiz, porque o quis”. É bom lembrar que Jânio era professor de português e lançou uma gramática escolar muito concorrida. É campanha Juscelino Kubitscheck era muito mulherengo. Um dia, numa roda de socialites famosas ele declarou: “se me virem dançando ou aos carinhos com uma mulher feia, podem anotar que a campanha já começou”. Zé Trindade, o famoso comediante nordestino, dizia que

se alguém o visse agarrado com uma mulher feia, podia apartar que era briga. O colunista recomenda que, se for ele o protagonista, não o incomodem.

Nuvem passageira Magalhães Pinto, que marcou época na política brasileira, dizia que “política é como uma nuvem: você olha e ela está de um jeito; depois, olha novamente e ela já mudou de lugar. Churchil gostava de dizer que política e guerra tinham algo em comum, com poucas diferenças: na guerra se morre uma só vez e, na política, várias.

Boi velhaco Em 1936 Lampião mandou um recado para o tenente João Bezerra, então delegado de uma cidade do interior pernambucano, para desocupar imediatamente a cidade, pois ele, Lampião, ia chegar e queria repousar como um rei. Destemido, Bezerra respondeu que o único repouso que poderia oferecer ao cangaceiro tinha um metro de profundidade. Irritado, Lampião deu o troco: “eu não tenho medo de boi velhaco, quanto mais de uma bezerra”. Dois anos depois a volante de Bezerra matava Virgulino, numa emboscada. Vitória de pirro “Se eu alcançar outra vitória como esta meu reino estará totalmente aniquilado”. Quem falou assim foi Pirro, rei do Épíro, ao vencer a batalha de Heracléia, em 280 A.C, contra as legiões romanas. Ele ganhou a guerra, mas não lhe sobrou um só nobre companheiro de mando, seus oficiais foram quase todos aniquilados e grande parte de sua infantaria acabou morta ou com homens seriamente feridos. Hoje, quando alguém consegue uma vitória que lhe machuca muito, atribui o caso a “uma vitória de Pirro”.


NACIONAL A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

Coronelismo é obstáculo para que haja renovação na política nacional FOTO: EBC

Cientista político avalia que apadrinhamento é um problema no sistema Para o cientista político e sociólogo José Henrique Artigas, o apadrinhamento político é um problema do sistema político brasileiro que se agrava no Nordeste e na Paraíba. “Na Paraíba, as juventudes partidárias são expressão antes da tradição familiar que da renovação. Dos jovens deputados da bancada federal, todos construíram suas carreiras políticas ancorados na tradição familiar e no prestígio político de seus pais, mães, tios e avós e não no movimento da juventude ou estudantil, a exemplo de Pedro Cunha Lima, Veneziano Vital do Rêgo, Hugo Motta, Efraim Filho e Wilson Filho”, considerou Artigas afirma que o coronelismo presente na construção da política brasileira favorece que os jovens representem e defendam ideais conservadores, em contrapartida de uma nova forma de pensar política. “Ainda sobressaem resquícios do coronelismo e do caciquismo, o que reforça a existência de fenômenos como o do filhotismo e o apadrinhamento político, facetas de uma política tradicional, alheia à renovação e às plataformas próprias da juventude. Assim, embora jovens, muitas lideranças não encampam, em suas ações e programas, perspectivas de uma verdadeira renovação, ao contrário, são portadores de um espírito de conservação, reproduzindo os interesses e valores dos velhos clãs e parentelas políticas”, avaliou o cientista político.

“muitas lideranças não encampam perspectivas de uma verdadeira renovação, ao contrário, são portadores de um espírito de conservação”

Ângelo

Monteiro Filósofo e escritor

O santo & o sábio

Participação de jovens é maior nas eleições municipais por conta do recrutamento, afirma cientista

Modelo político afasta os jovens Para Artigas, uma possível explicação para a falta de interesse de jovens para com a política pode estar no modelo político brasileiro que favorece partidos e legendas políticas sem posições ideológicas consolidadas. “O modelo do presidencialismo de coalizão favorece este afastamento dos jovens, já que reduz o perfil ideológico dos partidos, que são levados a comporem grandes alianças eleitorais, permitindo, com isso, a associação entre legendas com perfis díspares, minimizando os princípios ideológicos e programáticos em favor dos interesses imediatistas e eleitorais. Assim, as coligações eleitorais e coalizões governativas compostas com partidos de origens e ideologias diversas e até opostas, tem levado ao descrédito destas instituições e, por isso, passam a reduzir a expressão de ideologias e projetos de mudanças, o que favorece o afastamento dos jovens, tendencialmente mais afeitos a plataformas mudancistas”, explicou. Resultado Para Artigas, o resultado desse afastamento dos jovens para com a vida política pode ser um perigo à democracia. “O resultado desta realidade vem sendo a queda expressi-

Percentual dos jovens n O Cientista político Jaldes Meneses afirma que o maior percentual de jovens nas eleições para prefeitos e vereadores acontece porque há um recrutamento mais próximo destes políticos junto aos jovens, em suas bases eleitorais

va do número de jovens entre 16 e 17 anos que se credenciaram para votar nas últimas eleições. O mesmo pode ser constado no tangente à participação em instituições de representação da sociedade civil, em sindicatos e partidos. Isto representa um grande perigo para a democracia, já que amplifica a perda de representatividade das instituições políticas e a de esperança de mudanças estruturais, necessárias em face de tal descrédito da classe política como um todo. A democracia exige a oxigenação, a rotatividade e a renovação permanente das lideranças políticas, o que não vêm, de fato, ocorrendo”, concluiu. Prefeitos e vereadores O gráfico referente ao percentual [ver abaixo] de participação de jovens de 16 e 17 anos na eleição revela um fenômeno interessante: a participação dessa faixa etária nas eleições municipais na Paraíba tende a ser maior do que nas eleições presidenciais. Para Jaldes Meneses, cientista político, isso é esperado. “Isso é normal. Porque o recrutamento de jovens [para participarem das campanhas eleitorais] se dá essencialmente por vereadores e prefeitos, que é um recrutamento mais na base”, explicou.

I O grande gozador que foi Millôr Fernandes nos deixou, entre outras, esta frase lapidar: “Em terra de cego não adianta ser rei. Ninguém vê quando ele passa”. Mas o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, que faz da sofística parlamentar o sucedâneo de qualquer visão, costuma dispensar tanto os cegos quanto os reis para a permanência no poder, ainda quando se torne mais do que patente sua participação em múltiplas maracutaias que vão das propinas do Lava-Jato às más explicadas contas na Suíça. E apesar das numerosas evidências o imperturbável presidente da Câmara nega, com firmeza, não só a existência dessas propinas como o depósito clandestino das mesmas, atribuindo semelhantes desvios à ação de inimigos poderosos para solapar sua impecável careira política. Eduardo Cunha, na qualidade de portador ainda que solerte de dons maravilhosos - e, entre eles, o de máximo cumpridor dos ditames evangélicos - jamais se dando por achado não perde, em nenhum momento, a proverbial imperturbabilidade manifesta num sorriso permanentemente contrafeito de galo vitorioso, sem se desprender um minuto sequer de um ar de inocência capaz de deixar sem fala até os inocentes mortais. Ora, quem se mostra dotado de tal imperturbabilidade merece realmente todos os louvores não somente da terra como dos céus. Pois para quem consegue escapar das situações mais comprometedoras, como se estivesse imunizado por natureza dos piores desastres, que representa o seu cargo de presidente da Câmera senão uma mísera arma de combate em comparação com a capacidade de permanecer invulnerável quer às acusações, quer às provas mais contundentes montadas sobre elas? É por tudo isso que Eduardo Cunha, em lugar de contar com inimigos a jogá-lo contra os favores da fortuna, encontra, muito ao contrário, os que preferem brindá-lo e blindá-lo com eles. E quantos, afora o nosso impávido herói, dispõem de inimigos do porte desses que o acompanham e que, com banhos de ouro e não de lágrimas, venham lhe proteger o corpo, e quiçá a própria alma, das sujeiras da existência?

II É no mínimo estapafúrdio que alguém que, em momento algum, conseguiu sequer abrir um livro, nem que fosse apenas para fechá-lo, por enfado ou preguiça, tenha se tornado num dos mais caros palestrantes do país e merecedor, inclusive, de número maior de títulos de doutor honoris causa do que um Gilberto Freyre, por exemplo, aqui como no exterior; um personagem que, estando mais para Faustão do que para o Padre Vieira, vem atraindo aplausos de diferentes e distintas plateias que abrangem de sindicalistas a professores de célebres universidades. Como se pode chegar perto de quem sabe hipnotizar tanta gente, mesmo dispondo de pauta tão reduzida de assuntos, transmitida sempre numa voz rascante e engrolada, em meio a intermináveis erros de pronúncia e sintaxe a cada pronunciamento? E assim o nosso ex-presidente Lula se nos apresenta o protótipo dos mágicos, porque de sua cartola sai principalmente aquilo que não existe, ou seja, qualquer tipo de utilidade ou de saber, por nunca lhe faltarem incríveis oportunidades de demonstrar seus dons como, recentemente, numa palestra de vinte nove minutos especialmente endereçada a operários, em que teve cada uma de suas palavras medida e custeada, por minuto, ao preço de treze mil reais. Mas justamente por ser um perfeito mágico é que o expresidente nos provoca inesperadas reflexões como a das palavras se converterem em altissonantes moedas, em questão de minutos, que valem antes pelo que nos custam que pelo valor daquele que as recebe. O ex-presidente encontra, dessa forma, mesmo desconhecendo o marxismo que professa, um modo de nos dizer - tanto ou mais que a linguagem do capitalismo - que as coisas não têm outro destino senão o capital; porque embora não se acredite naquilo que se está dizendo, jamais há de faltar quem meça a realidade do mundo unicamente por tal dimensão. Pois nessa imensa desproporção entre o que prega e o que faz, - e entendendo mais o peso da moeda que o da palavra - a quem, finalmente, se dirige o ex-presidente Lula? Entre as prédicas até hoje ouvidas no mundo, e levando em conta a paga por minuto, quanto vale um sermão de John Donne ou de Vieira; e, para não tirar Jesus Cristo da jogada, quanto vale ainda o Sermão da Montanha?


BRASIL

Políticas

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

A UNIÃO

Mudanças nos impostos devem dominar a pauta do Congresso

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

A CPMF, Simples Nacional e ICMS devem dominar o centro dos debates Djalba Lima Da Agência Senado

Alterações nos impostos devem dominar a pauta do Congresso Nacional neste ano. Em seu discurso na abertura do ano legislativo, a presidente Dilma Rousseff, defendeu a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e a reforma do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Simples Nacional. Na mensagem, Dilma anunciou a disposição de incluir a participação de estados e municípios na arrecadação da CPMF, destinando os recursos aos setores da previdência e da saúde custeados por esses entes federativos. Para ela, a CPMF é “a ponte” entre a urgência do curto prazo - decorrente da falta de recursos do governo - e a estabilidade fiscal de médio prazo. Para fazer a reforma do ICMS andar no Senado, a presidente anunciou a intenção de regulamentar a Lei 12.354/2016, que trata da repatriação de recursos mantidos por brasileiros no exterior e não declarados à Receita Fe-

Na retomada dos trabalhos, o Congresso Nacional vai se debruçar sobre temas polêmicos que dividem setores da sociedade, como a volta da CPMF

deral. Dilma disse que pretende destinar parte da arrecadação proporcionada pela lei a um fundo de compensação dos estados, de maneira a aliviar os efeitos da redução das alíquotas interestaduais prevista na reforma. O tema está na pauta da

Casa desde 2013, com avanços e recuos desde então. A maioria dos estados precisa da reforma para legalizar os incentivos da guerra fiscal. O Governo Federal também a defende com o objetivo de estimular a retomada da economia. Entretanto, disputas regionais têm impedido a vo-

tamente o mecanismo que assegura progressividade aos tributos pagos por meio do Simples Nacional. Trata-se de uma tabela de parcelas a deduzir, semelhante à aplicada no cálculo do Imposto de Renda (IR). O objetivo é suavizar a passagem de uma faixa para outra, sem elevação brusca da carga tributária. A relatora notou que o principal receio das empresas que hoje fazem parte do Simples é sofrer “um tranco tributário”: quando migram para o lucro presumido, a carga sobe 54% para o comércio, 40% para a indústria e 35% para os serviços.

A presidente da República pediu ao Congresso que aprove a revisão da tributação de juros sobre capital próprio das empresas e a elevação do IR sobre os ganhos de capital das pessoas físicas. A revisão foi estabelecida na Medida Provisória (MP) 694/2015, que alterou regras de cálculo e de tributação dos juros sobre capital próprio pagos por empresas a seus sócios ou acionistas. A medida, que tem como relator o senador Romero Jucá (PMDB-RR), está pronta para entrar na pauta da comissão mista. Já o aumento do IR sobre ganhos de capital das pessoas físicas está na MP

tação em Plenário do Projeto de Resolução do Senado (PRS) 1/2013, já aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Dilma disse acreditar que, com a aprovação da reforma do ICMS, será possível realizar, ainda em 2016, os acordos

de convalidação de incentivos fiscais, “eliminando uma fonte de incertezas para empresas e governos estaduais”. Os incentivos concedidos sem o apoio unânime dos estados foram considerados inconstitucionais por contrariar a Lei Complementar 24/1975.

A assinatura dos convênios de convalidação é disciplinada pelo Projeto de Lei do Senado (PLS) 130/2014-Complementar, de autoria da senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), que aguarda decisão da Câmara dos Deputados, onde tramita como PLP 54/2015.

Governo Federal pretende criar uma faixa de saída no Simples Nacional Quanto ao Simples Nacional, Dilma anunciou a intenção de criar “uma faixa de saída” do regime simplificado. A presidente disse que vai trabalhar para que esse novo sistema entre em vigor no próximo ano. A medida é prevista no Projeto de Lei da Câmara (PLC) 125/2015, que eleva de R$ 360 mil para R$ 900 mil o teto da receita bruta anual da microempresa e de R$ 3,6 milhões para R$ 14,4 milhões o da empresa de pequeno porte. Aprovado pela CAE, o projeto está na pauta do Plenário. A relatora, senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), destacou na proposta exa-

EDITAL DE CHAMAMENTO n.08 Te n d o e m v i s t a o q u e d i s p õ e o A r t . 1 5 1 , P a r á g r a f o Ú n i c o , d a L e i Complementar n. 58/2003, Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Estado da Paraíba, fica convocado o(a) servidor(a): Marcos da Nóbrega Leite Cavalcante, matrícula n. 64.159-6, para no prazo de DEZ (10) DIAS, comparecer a esta Comissão, situada à Av. João da Mata - s/n, Centro Administrativo - Bloco I - 5º andar - Jaguaribe, nesta capital, de segunda-feira a sexta-feira das 08h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00, a fim de apresentar DEFESA no Processo Administrativo Disciplinar nº 0035981-8/2015. João Pessoa, 11 de fevereiro de 2015. CLÁUDIO ROBERTO TOLÊDO DE SANTANA Presidente da CPI

692/2015, aprovada na Câmara dos Deputados no dia 3 deste mês. Os deputados acolheram um projeto de lei de conversão apresentado pelo relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que deverá ser votado agora pelo Plenário do Senado. Dificuldades Mudanças de grande amplitude, como a defendida pela presidente no ICMS, não têm avançado no Brasil, que continua com praticamente a mesma estrutura de tributos definida, ainda durante o regime militar, pela Lei 5.172/1966 (Código Tributário Nacional). Uma das

Imposto

ICMS CPMF Simples Nacional

primeiras tentativas foi feita em 1992 pelo governo do então presidente Fernando Collor, que criou a Comissão Executiva para a Reforma Fiscal (Cerf). Uma proposta ampla de tributação da renda, do consumo e do patrimônio, apresentada pela Cerf, não avançou. Em 1995, o governo de Fernando Henrique Cardoso apresentou a PEC 175, com uma proposta de reformulação abrangente do sistema tributário. Depois de muitos debates, a PEC foi arquivada pela Câmara dos Deputados. Uma dos medidas previstas na PEC - a desoneração de produtos para exportação - foi aprovada em lei com-

plementar, a LC 87/1996, também conhecida como Lei Kandir. Em 2003, após reunir os governadores em Brasília, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou ao Congresso Nacional a PEC 41, com mudanças também extensas no sistema tributário. Entretanto, só foram aprovadas alterações pontuais, como a prorrogação da CPMF e da Desvinculação de Recursos da União (DRU) e o tratamento tributário diferenciado para pequenas e microempresas, entre outras. Um dos pontos principais das três propostas, a alteração no ICMS não prosperou.

O que muda Dilma pretende regulamentar a Lei 12.354/2016, que trata da repatriação de recursos mantidos por brasileiros no exterior e não declarados à Receita Federal para reparar perdas dos Estados Para ampliar sua base de apoio, Dilma anunciou a disposição de incluir a participação de Estados e municípios na arrecadação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira Medida eleva de R$ 360 mil para R$ 900 mil o teto da receita bruta anual da microempresa e de R$ 3,6 milhões para R$ 14,4 milhões o da empresa de pequeno porte


MUNDO

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A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

Em Boston, a população disse não aos Jogos Olímpicos de 2024

Campanha enfrenta lobby poderoso de empresários, mas derruba a candidatura

Foto: Reprodução-Twitter No Boston Olympics

Faltando apenas seis meses para os Jogos Olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro chegou aos assuntos mais comentados no Twitter por causa da poluição na baía de Guanabara – ao mesmo tempo em que pesquisadores da Universidade de Nova York chegaram a pedir que a Olimpíada fosse adiada ou até mesmo cancelada por causa da epidemia de zika. Há um ano, Boston, no Estado de Massachusetts, costa leste dos Estados Unidos, contemplava a possibilidade de realizar os Jogos Olímpicos de 2024 em sua Região Metropolitana. Parecia uma boa ideia levar o megaevento para um local onde o amor pelos esportes é visível por todo lado: em bares lotados durante partidas de futebol americano dos New England Patriots, em outdoors que es-

tampam o time de basquete Boston Celtics ou nos incontáveis bonés de beisebol dos Red Sox vistos no metrô na hora do rush. No entanto, a perspectiva de uma Olimpíada em Boston teve vida curta. Em janeiro de 2015, o município foi escolhido pelo Comitê Olímpico Americano (United States Olympic Committee, o USOC) para representar os Estados Unidos no concurso global para a cidade-sede de 2024. Sete meses depois, o USOC mudou de ideia. O índice de apoio entre os moradores da região havia caído de 51% em janeiro para 40% em julho. Já a rejeição tinha aumentado de 33% para 53%, segundo pesquisas de opinião. A intensa discussão que ocorreu na cidade nesse período ficou cristalizada em um debate organizado no dia 23 de julho de 2015 pelo jornal Boston Globe e pela emissora de TV Fox25. De um lado, estavam representantes do Comitê Olímpico americano e do Boston 2024, grupo privado de in-

Ainda que o plano do Boston 2024 previsse só recursos privados, o Comitê Olímpico Internacional exige que as cidades-sede paguem pelos gastos acima do previsto – uma espécie de cheque em branco assinado pelos contribuintes. A exigência do COI está no contrato firmado com a cidade-sede e funciona como uma garantia de que a Olimpíada vai acontecer, mesmo que à custa da população. O economista Andrew Zimbalist, autor do livro “Circus Maximus: O jogo econômico por trás das Olimpíadas e da Copa do Mundo”, estimou em um artigo publicado na revista da Universidade Harvard que cada Olimpíada custa, em média, 252% a mais do que o previsto. Os Jogos de Londres de 2012, por exemplo, custaram US$ 18 bilhões, e a previsão inicial eram U$S 6 bilhões. Segundo ele, isso acontece porque as cidades-sede apresentam propostas com orçamentos baixos demais para ganhar o apoio do público – que irá pagar o excesso depois. “O orçamento foi pensado assim para parecer que os Jogos seriam acessíveis e que não haveria déficits para a população cobrir”, avalia ele, sobre a proposta de Boston. “[O Boston 2024] precisava de apoio político do governador e da atual legislatura e precisava que os cidadãos fossem a favor do plano. Para convencê-los, tentaram fazer parecer que o plano era economicamente viável, mas ele nunca foi”, analisa o economista em entrevista à Pública. Ele criticava, por exemplo, a proposta de construir estruturas esportivas temporárias. “Em teoria, a justificativa para sediar a Olimpíada é que você gasta muito dinheiro, mas depois você fica com coisas que você quer

e precisa. Se elas são todas temporárias, não sobra nada”, resume. Além dos US$ 4,7 bilhões de custos operacionais que viriam do Boston 2024, eram esperados US$ 3,4 bilhões da iniciativa privada para as obras, US$ 1 bilhão do Governo Federal para cobrir custos de segurança e US$ 5,2 bilhões que seriam direcionados para obras de infraestrutura que já estavam previstas no orçamento da cidade e do Governo do Estado. “Não dava para acreditar nos números. Na primeira versão do plano, eles diziam que US$ 5,2 bilhões seriam gastos em infraestrutura. Mas o líder do comitê de transportes da Câmara dos Deputados disse que seriam necessários cerca de US$ 13 bilhões”, acrescenta Zimbalist. Robert Boland, professor de Administração em Esportes da Universidade de Ohio, acredita que o Boston 2024 não conseguiu deixar claros os potenciais benefícios de sediar a competição. “Um dos desafios para vencer o concurso e sediar um megaevento é identificar o bem público que isso trará. E também é preciso constatar as vantagens concretas que isso trará no longo prazo”, ele explica. No caso de Boston, diz, “claramente não havia um plano atraente para as pessoas”. “Outro grande problema foi que, quando Boston foi escolhida pelo USOC, o plano para os Jogos Olímpicos não tinha sido divulgado. Então ninguém sabia o que eles iam fazer. Era só ‘acredite na nossa palavra, nós temos um bom plano que não vai custar dinheiro público”, diz Zimbalist. Os documentos que detalhavam o plano foram divulgados pouco a pouco, graças à pressão da população, de políticos locais e da mídia, que fez vários pedidos por meio da lei de acesso à informação americana.

Giulia Afiune Da Agência Pública

Gastos são acima do previsto

Portando cartazes, moradores de Boston contra as Olimpíadas; índice de rejeição aos Jogos chegou a 53% da população

fluentes executivos que estava por trás da candidatura (confira aqui). Para eles, a Olimpíada significava uma chance de criar empregos, atrair investimentos priva-

dos e catalisar o desenvolvimento da cidade. Do outro lado, estava um jovem membro do No Boston Olympics, o mais influente grupo de oposição ao plano,

e também um economista que estuda os meandros financeiros das Olimpíadas (veja aqui). Ambos argumentavam que não valia a pena sediar os Jogos: os recursos

públicos deveriam ser investidos em áreas mais importantes para a cidade. Quatro dias depois, ficou claro quem venceu o debate. Era o fim da candidatura de Boston.

A possibilidade de realizar a Olimpíada na cidade começou a ser explorada em 2012. O plano ganhou fôlego no fim de 2013, quando chegou às mãos do empresário John Fish, CEO da Suffolk Construction, a maior empreiteira de Boston e uma das maiores empresas privadas dos Estados Unidos. Sob a liderança de Fish, foi formado o Boston 2024, um grupo privado de altos executivos ligados à construção civil, ao mercado financeiro e ao mercado dos esportes, que elaborou e sustentou a proposta para a Olimpíada. No começo, tinham apoio de figuras influentes como o ex-governador de Massachusetts e candidato republicano à presidência em 2012, Mitt Romney; a Massachusetts Competitive Partnership, que reúne CEOs de diversas empresas do Estado; e Steve Pagliuca, um dos donos do time de basquete Boston Celtics – que mais tarde substituiu Fish como presidente do conselho do grupo. Segundo o Boston 2024, a Olimpíada em Bos-

ton seria econômica, rentável e inteiramente financiada com recursos privados. O plano iria reduzir o número de obras necessárias aproveitando estruturas esportivas e alojamentos já existentes nas 35 universidades espalhadas pela cidade. Para evitar “elefantes brancos”, o estádio olímpico e a vila dos atletas seriam erguidos como estruturas temporárias e depois transformados em conjuntos habitacionais. Para sediar os Jogos, eram necessárias algumas melhorias em infraestrutura, como transporte público e obras viárias, mas o Boston 2024 dizia que estas já estavam planejadas e financiadas com recursos públicos.

Mudando a conversa O que o Boston 2024 não antecipou foi o barulho causado pela oposição, formada por acadêmicos e dois principais grupos de ativistas: o No Boston 2024 e o No Boston Olympics, que se tornou mais influente. O No Boston Olympics nasceu no fim de 2013, em uma conversa informal

entre amigos na sala de um apartamento em um bairro nobre no centro de Boston. Chris Dempsey, Conor Yunits e Liam Kerr, o dono do apartamento, estavam incomodados com o discurso positivo que a mídia divulgava sobre a Olimpíada – e decidiram se organizar para oferecer um contraponto. “A gente precisava fornecer um ponto de vista alternativo, que não estávamos ouvindo de mais ninguém”, conta Kelley Gosset, de 35 anos, que se tornaria codiretora do No Boston Olympics. “Fomos tomar um café em uma manhã de domingo para discutir estratégias, o que nós poderíamos fazer para divulgar nossas ideias de forma mais efetiva e como argumentar de forma persuasiva” O pequeno grupo trabalhou sem parar pesquisando os efeitos dos Jogos Olímpicos em cidades-sede. “As pessoas não são necessariamente especialistas nas Olimpíadas – nós também não éramos. Eu mesma não sabia que não gostava das

Olimpíadas”, conta Kelley. O principal objetivo do grupo era oferecer ao público informações e análises qualificadas sobre os Jogos, para que tirasse as próprias conclusões. “As pessoas estavam sedentas por informações que nós estávamos felizes em fornecer”, resume. Ela conta que ouvia muitas críticas no começo. “As pessoas diziam ‘Você não devia fazer isso’, ‘Essa é uma má ideia’, ‘Isso vai prejudicar sua carreira’”. No entanto, isso não a impediu de seguir em frente. “Eu sentia que era a coisa certa a se fazer.” O No Boston Olympics era contra o evento principalmente por causa do alto custo pago pela população. “Todas as Olimpíadas nos últimos 60 anos custaram mais do que o previsto no orçamento. Esses são recursos públicos escassos e preciosos que poderiam ser mais bem utilizados em áreas mais importantes, como educação, habitação e transporte, em vez de em um evento de três semanas”, diz Kelley.

Depois do que aconteceu em Boston, o Comitê Olímpico Americano escolheu Los Angeles para representar os Estados Unidos no concurso para sediar os Jogos de 2024. Também competiam Hamburgo, Roma, Budapeste e Paris. No entanto, a oposição à Olimpíada está se espalhando e ganhando fôlego também nessas cidades. E o sucesso tornou o No Boston Olympics uma referência. Em novembro do ano

passado, Hamburgo decidiu que não iria mais ser a candidata alemã após um referendo mostrar que 52% da população era contra. O No Boston Olympics esteve lá em outubro de 2015, a convite dos ativistas alemães. “Foi maravilhoso. Nós discutimos a importância das mídias sociais, da pesquisa que nós criamos”, conta Kelley Gosset. Já em Roma, o grupo de esquerda Radicali Italiani começou uma campanha no início deste ano para levar a questão para

as urnas. Ativistas em Budapeste buscam o mesmo. “Eles entraram em contato com a gente”, revela a codiretora do No Boston Olympics. “Por enquanto, é uma conversa preliminar, e o interesse deles é no nosso trabalho, na nossa história e nas lições aprendidas. Essa conexão é importante porque dá continuidade a um mergulho nas análises sobre as Olimpíadas que permite um olhar crítico para os custos e benefícios para as cidades-sede.”

Para Jules Boykoff, a “atmosfera” que envolve os Jogos tem mudado. “Esse é o legado da Olimpíada de Inverno em Sochi, na Rússia, em 2014, quando o custo ultrapassou US$ 50 bilhões”, diz. “Há uma tendência clara de populações em potenciais cidades-sede de estarem mais conscientes dos possíveis lados negativos de sediar as Olimpíadas. As pessoas estão falando sobre isso. Mais pessoas estão tendo a chance de dizer: obrigado, mas não, obrigado.”

Plano ganhou fôlego no fim de 2013

No mundo, há rejeição às competições


Clássicos carioca e paulista prometem muitas emoções Página 24

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A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

Foto: Reprodução/Internet

Técnico Itamar Schulle conversa com os jogadores mostrando a importância de estrear com uma vitória na Copa do Nordeste hoje diante do Sport Recife em jogo que será disputado no Almeidão

COPA DO NORDESTE

Botafogo enfrenta o Sport

Marco Antônio e Ailton podem ser novidades contra pernambucanos Ivo Marques

ivo_esportes@yahoo.com.br

O Botafogo começa hoje a sua participação na Copa do Nordeste, tentando apagar a péssima campanha do ano passado, quando ficou em último lugar na competição. Com um time totalmente reformado, o Alvinegro da Maravilha do Contorno quer fazer uma boa campanha no torneio. A estreia será às 16 horas, no Estádio Almeidão, contra o Sport de Recife, pelo

Grupo D. O trio de arbitragem para esta partida será do Estado do Rio Grande do Norte. O árbitro central será Caio Max Augusto Vieira, auxiliado por Vinicius Melo de Lima e Jean Márcio dos Santos. Depois do empate em 1 a 1, no clássico contra o Campinense, na última quarta-feira, o técnico Itamar Schulle, acena com mudanças na equipe para a estreia na Copa Nordeste. Os jogadores Marco Antônio e Ailton podem reaparecer na equipe, apesar de terem passado um grande período no Departamento Médico. Mas dificilmente eles serão escalados juntos, logo de início. O mais provável é que

entre apenas um deles, ou os dois fiquem no banco como opção. Apesar do alto nível técnico do adversário, o técnico Itamar Schulle acredita que o Botafogo está no caminho certo, melhorando o rendimento, e pode surpreender o Leão da Ilha. "Quem viu o Botafogo jogar na pré-temporada, e no início do Campeonato Paraibano, comparando com nossas últimas partidas, viu um time bem diferente, e já ganhando um certo entrosamento. Isto é normal em uma equipe que foi formada há apenas 40 dias. A tendência é de crescimento, e vamos entrar na competição com a esperança de fazer uma boa

campanha, e lutar por uma classificação", disse o treinador, que não revelou o time titular, e fez treinos com portões fechados. Pelo lado do Sport, no quesito desentrosamento, a situação é ainda pior do que a do Botafogo. Depois da excelente campanha no Campeonato Brasileiro da Série A, no ano passado, o Leão perdeu seus jogadores mais importantes, como Diego Sousa, Marlone e André. Os novos contratados ainda não renderam o esperado, e o início de campanha no Campeonato Pernambucano tem sido um dos piores da história do clube. Começou perdendo para o Salgueiro,

Ivo Marques

depois foi derrotado pelo modesto América, em plena Ilha do Retiro, e só conseguiu a primeira vitória, na última quarta-feira, contra o Central, em Caruaru. Para o jogo contra o Botafogo, o técnico Falcão só tem uma dúvida. Ele espera uma definição do Departamento Médico, para escalar o colombiano Mark Gonzáles. O jogador teve uma lesão muscular na coxa esquerda, e ainda não tem a sua escalação garantida. Caso ele não jogue, Falcão vai repetir a escalação que venceu o Central, na última quarta-feira, com Luiz Antônio, ex-Flamengo, fazendo a função de volante. ivo_esportes@yahoo.com.br

Acredito no Belo O Botafogo estreia hoje na Copa Nordeste, e de cara, pega logo um dos favoritos ao título, o Sport Clube Recife. Um osso duro de roer, mesmo jogando em casa, mas nada do outro mundo. Assim como o Botafogo, o Sport perdeu alguns jogadores importantes do time do ano passado, e perdeu também o entrosamento que tinha no Campeonato Brasileiro da Série A. Tanto, que não vem fazendo um grande Campeonato Pernambucano, e tem perdido jogos para equipes consideradas bem inferiores ao Leão da Ilha. Do lado do Botafogo, vejo um time ainda desentrosado, mas já crescendo, ganhando um corpo, ganhando um conjunto, e atuando cada vez melhor. A vitória sobre o Sousa, dentro de Sousa, e segurar o favorito e entrosado Campinense, em Campina Grande, mostra que o time da Maravilha do Contorno vem em uma crescente. Isto tudo credencia

o time paraibano a fazer uma boa campanha na Copa do Nordeste, e na fase seguinte do Campeonato Paraibano. Somando-se a isto, temos o fato de que alguns atletas chegaram bem depois, e só agora estão atingindo o ritmo necessário para jogar. Este é o caso dos atacantes Lucas Santos e Pingo, por exemplo. Este último já teve uma oportunidade no segundo tempo contra o Campinense. Por tudo isso que escrevi acima, espero um bom jogo do Botafogo contra o Sport. Claro que não dá para comparar o nível técnico das duas equipes. Enquanto o Belo tem uma folha salarial beirando os 350 mil reais, o Leão da Ilha chega quase a 1 milhão de reais. Não há como negar o favoritismo do clube pernambucano, mas vejo o Botafogo com amplas chances de surpreender, com o apoio da torcida e a raça dos jogadores. Caso o Belo consiga somar pontos contra o Sport, certamente irá com moral para

os próximos jogos, e aí poderá tentar uma classificação para a próxima fase da competição. Tarefa muito difícil, mas não impossível. Desconfiança Cresce a cada dia os rumores que o meia Ailton veio para o Botafogo com sérios problemas físicos. A pergunta que se faz é como um clube pode contratar um jogador apenas pelo nome que teve no passado, e sem fazer rigorosos exames médicos? A verdade é que o meia só vive no Departamento Médico, e a palavra usada é sempre poupado do jogo. O volante Marco Antônio vai pelo mesmo caminho. Nunca é sequer relacionado, e a desculpa é que está se recuperando de uma contusão. Acho melhor a diretoria começar a pensar em substituir estas peças, afinal, o clube precisa deles, e eles não estão rendendo. Será que vale a pena pagar altos salários a estes jogadores?

Santo de casa faz milagre Este Campeonato Paraibano está servindo para mostrar, mais uma vez, que não adianta investir tão alto para trazer jogadores de outros centros, e formar um time só de “estrangeiros”. Temos muito bons atletas aqui no Estado e na região, melhores do que alguns que importamos. Um exemplo está no Botafogo. O clube tem no elenco 8 atacantes, e quem vem resolvendo é um garoto de Cruz das Armas, que foi contratado apenas para completar o elenco. Jó Boy, com seus gols, vem salvando o Botafogo, em jogos difíceis. Lukinha entrou no segundo tempo contra o Sousa, e mudou a história do jogo. Contra fatos, não há argumento. Se der chances aos atletas da terra, eles mostram seu valor, e superam muita gente trazida para cá, a peso de ouro, e que não jogam essa bola toda.


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A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

FOTOS: André Motta/Brasil2016.gov.br

O Parque Aquático Maria Lenk vai passar pelo seu primeiro teste entre os dias 19 e 24 deste mês com a realização da Copa do Mundo de Saltos Ornamentais e terá participação de 272 atletas

copa do mundo de SALTOS ORNAMENTAIS

Evento reúne atletas de 49 países Competição no Rio será seletiva para disputa dos Jogos Olímpicos O Parque Aquático Maria Lenk, construído para os Jogos Pan-Americanos Rio 2007 com recursos do Ministério do Esporte, receberá na próxima sexta-feira e até o dia 24 deste mês a 20ª Copa do Mundo de Saltos Ornamentais. A competição, válida como pré-olímpico para os Jogos Rio 2016, receberá 272 atletas de 49 países e definirá 92 vagas para os Jogos Olímpicos. Instalado no Parque Olímpico da Barra, o complexo contou com investimentos da ordem de R$ 60 milhões do Ministério do Esporte para a construção em 2007. A área de competição foi projetada de acordo com os requisitos da Federação Internacional de Natação (FINA) e possui capacidade para 6,5 mil espectadores. Para os Jogos Rio 2016, a instalação recebeu R$ 21,4 milhões de investimentos da Prefeitura do Rio de Janeiro para adequação. Entre as melhorias, estão uma nova piscina de aquecimento e uma sala com tanque seco para treinamento de saltos ornamentais. Nos Jogos Rio 2016, o Maria Lenk receberá as modalidades de saltos ornamentais e nado sincronizado. A equipe brasileira será formada por 11 integrantes, sendo seis homens e cinco mulheres. Do total dos atletas que defenderão o Brasil, 90% (10) contam com apoio do Governo Federal, por meio do programa Bolsa Atleta, nas categorias Atleta de Base, Nacional, Internacional, Olímpico e Pódio, num investimento total da ordem de R$ 444,5 mil. Os investimentos totais

do Ministério do Esporte na modalidade ultrapassam a marca de R$ 65 milhões. Somente pela Bolsa Atleta, maior programa de patrocínio esportivo individual e direto do mundo, R$ 446,8 mil foram direcionados para 30 atletas da modalidade no exercício de 2015. Já pela Bolsa Pódio, o investimento alcançou R$ 288 mil, contemplando três atletas. Destaque também para os convênios firmados com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) exclusivos para a modalidade. A parceria possibilitou o investimento de R$ 2 milhões no apoio aos atletas apoiados pelo Plano Brasil Medalhas 2016 – Programa Bolsa Pódio, por meio de equipe multidisciplinar, participação em competições e treinamentos e na aquisição de equipamentos esportivos específicos de saltos ornamentais para equipar centros de treinamento da CBDA visando à preparação para os Jogos Rio 2016. O ministério celebrou outros dois convênios, no valor total de R$ 2,7 milhões, que também contemplaram saltos ornamentais, polo aquático, nado sincronizado e maratonas aquáticas.

Na Rio 2016, o Parque Aquático Maria Lenk abrigará as provas de saltos ornamentais e nado sincronizado

Governo investe R$ 903 mi no Parque Olímpico O Parque Aquático Maria Lenk compõe o Parque Olímpico da Barra, que está recebendo R$ 903,7 milhões de investimentos do Ministério do Esporte. Os recursos são destinados para a construção e a manutenção de instalações esportivas permanentes, como o Centro Olímpico de Tênis, o Velódromo Olímpico e as Arenas Cariocas 1, 2 e 3 (nestas, os recursos são destinados à climatização), e em instalações que serão desmontadas e reutilizadas em outros locais, como a Arena do Futuro, que terá sua estrutura desmontada para a construção de quatro escolas públicas após os Jogos Rio 2016, e o Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos. Coração dos Jogos Rio 2016, o Parque ocupa uma área de 1,18 milhão de metros quadrados, onde ocorrerão disputas de 16 modalidades olímpicas (basquete, ciclismo

de pista, ginástica artística, ginástica de trampolim, ginástica rítmica, handebol, judô, luta greco-romana, luta livre, nado sincronizado, natação, polo aquático, saltos ornamentais, taekwondo, esgrima e tênis). O complexo também receberá nove modalidades paralímpicas (basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, futebol de 5, goalball, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas e tênis em cadeira de rodas). As instalações permanentes na Barra integrarão, junto com o Parque Olímpico de Deodoro, o futuro Centro Olímpico de Treinamento (COT), que ocupará o topo da Rede Nacional de Treinamento, formando um legado para a excelência do esporte brasileiro. Centro de Excelência Um dos destaques dos investimentos do Ministério do Es-

porte na modalidade é o Centro de Excelência em Saltos Ornamentais, construído em Brasília (DF). Inaugurado em março de 2014, o complexo é considerado uma dos melhores estruturas da América do Sul para o aperfeiçoamento técnico e a prática da modalidade e recebeu R$ 1,9 milhão do Governo Federal para implantação do espaço, compra de equipamentos e contratação de profissionais para a equipe multidisciplinar e manutenção. Resultado de uma parceria do ministério com a Universidade de Brasília (UnB) e a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), a instalação abriga desde os treinamentos da Seleção Brasileira até aulas para crianças a partir de oito anos – selecionadas por profissionais do projeto nas escolas do Distrito Federal –, passando por intercâmbio, o que demonstra a capilaridade do centro.

O Centro de Excelência de Brasília é um dos mais modernos do País e tem servido para treinamentos de diversos países


João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

A UNIÃO

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LIBERTADORES

Segunda fase começa no dia 16 FotoS: Reprodução

Palmeiras enfrenta o River Plate uruguaio na próxima terça-feira A Libertadores 2016 já conhece todos os 32 clubes que brigarão pelas 16 vagas na fase de grupos. Huracán-ARG, Independiente-EQU, Racing-ARG, River Plate-URU, Santa Fe-COL e São Paulo ficaram com os últimos lugares. Na Segunda Fase, o torneio mais importante da América do Sul terá maioria argentina. Os hermanos, atuais bicampeões, terão seis clubes. O River Plate defenderá o título e terá a seu lado os compatriotas Boca Juniors, Huracán, Racing, Rosario Central e San Lorenzo. O Brasil, na seca desde 2013, contará com o quinteto formado por Atlético Mineiro, Corinthians, Grêmio, Palmeiras e São Paulo. Enquanto isso, três países serão representados por três clubes. São eles: Colômbia (Atlético Nacional, Deportivo Cáli e Santa Fe), Equador (Emelec, Independiente e LDU) e Uruguai (Nacional, Peñarol e River Plate). Todos estes países receberam um reforço cada da Primeira Fase. Com a queda do mexicano Puebla, o River Plate-URU é o único novato na fase de grupos da Libertadores. Por fim, Bolívia (Bolívar e The Strongest), Chile (Cobresal e Colo-Colo), México (Pumas e Toluca), Paraguai (Cerro Porteño e Olímpia), Peru (Melgar e Sporting Cristal) e Venezuela (Deportivo Táchira e Trujillanos) lutarão pelo título da Libertadores com dois clubes cada. A fase de grupos da Libertadores começará já na próxima terça-feira. O Palmeiras será o primeiro brasileiro a estrear na disputa e joga no dia 16 deste mês às 21h45 contra o River Plate, em Maldonado, no Uruguai. O São Paulo enfrenta o The Strongest às 19h30, no Pacaembu, no dia 17 que terá também o Atlético Mineiro atuando no Peru contra o Melgar às 21h45. No mesmo dia, o Grêmio enfrenta o Toluca, no México, às 23h59 e por fim o Corinthians que joga contra o Cobresal, no Chile, às 21h45, todos horários de Brasília.

O São Paulo que participou da primeira fase e eliminou o Cesar Vallejo se encaixou no Grupo 1 e tem estreia programada para a próxima quarta-feira no Pacaembu

Composição Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

l River Plate-ARG

l Nacional-URU

l Boca Juniors-ARG

l Atlético Nacional-COL

l São Paulo

l Palmeiras

l Bolívar-BOL

l Huracán-ARG

l The Strongest-BOL

l River Plate-URU

l Deportivo Cáli-COL

l Peñarol-URU

l Trujillanos-VEN

l Rosario Central-ARG

l Racing-ARG

l Sporting Cristal-PER

Grupo 5

Grupo 6

Grupo 7

Grupo 8

l Atlético Mineiro

l Grêmio

l Deportivo Táchira-VEN

l Cerro Porteño-PAR

l Colo-Colo-CHI

l LDU-EQU

l Emelec-EQU

l Cobresal-CHI

l Independiente-EQU

l San Lorenzo-ARG

l Olímpia-PAR

l Corinthians

l Melgar-PER

l Toluca-MEX

l Pumas-MEX

l Santa Fe-COL

Formato A Libertadores adotou o atual formato em 2005 e, desde então, jamais teve uma edição, como em 2016, com tantos clubes campeões. Esta temporada recebeu 16 campeões. Corinthians, Atlético Mineiro, Grêmio, Palmeiras e São Paulo, representantes bra-

sileiros na Libertadores, já foram campeões do torneio. Pela segunda vez seguida, desde que o torneio adotou o atual formato, todos os clubes brasileiros já foram campeões da Libertadores. A Argentina, com 24 títulos, lidera o ranking de conquistas da Libertadores. O Brasil soma 17, contra oito

do Uruguai. Já o Paraguai tem três e a Colômbia aparece com dois. Equador e Chile têm um cada. Em relação aos clubes, a Libertadores tem como maior vencedor o Independiente-ARG - dono de sete títulos -, um a mais que o Boca Juniors-ARG. Peñarol-URU, com cinco, e Estudiantes-ARG, com qua-

tro, estão a frente de Santos, São Paulo, Olímpia-PAR, Nacional-URU e River Plate-ARG, todos com três. O Internacional tem dois títulos, assim como Cruzeiro e Grêmio. Com uma conquista há San Lorenzo-ARG, Atlético Mineiro, Corinthians, LDU-EQU, Once Caldas-COL, Palmeiras, Vasco, Vélez Sarsfield-ARG, Colo

Colo-CHI, Atlético NacionalCOL, Argentinos Juniors-ARG, Flamengo e Racing Club-ARG.

Regulamento A primeira fase da Libertadores contará com 12 clubes. Os seis classificados no mata-mata entrarão na fase de grupos. Com 32 clubes, a segunda fase será dividida em oito grupos com quatro representantes cada. Após jogos de ida e volta dentro dos próprios grupos, os dois melhores colocados de cada grupo passarão às oitavas de final.

Mata-Mata Das oitavas de final até a decisão, o sistema de disputa será o mata-mata. Nas semifinais, caso dois clubes de um mesmo país estejam classificados, as equipes obrigatoriamente se enfrentarão. Na final, em caso de empate em saldo de gols, haverá uma prorrogação de 30 minutos e, se necessário, disputa por pênaltis. O campeão disputará o Mundial de Clubes em dezembro.

PÚBLICO PAGANTE

Torcida corintiana segue dominando o Campeonato Paulista O Corinthians venceu o Capivariano, por 2 a 1, na última quarta-feira, pela 3ª rodada e manteve o aproveitamento de 100% no Campeonato Paulista da Série A1. Ainda assim, o que muita gente destacou foi o menor público da Arena Corinthians. O duelo em São Paulo recebeu a presença de 23.143 pagantes. O que poucas pessoas sabem é que, mesmo com o pior público do estádio em Itaquera, o desempenho alvinegro nas arquibancadas é o terceiro melhor do ano e o segundo maior do Paulistão. O público do Timão diante do Capivariano só perde, no Estadual, para a estreia do Corinthians ante o XV de Piracicaba (30.945). Na temporada 2016, os 23.143 loucos do bando também estão atrás do duelo do São Paulo contra o Universidad Cesar Vallejo pela Libertadores (32.567). No levantamen-

to, o site srgoool considerou apenas jogos oficiais. Nada de torneios amistosos como Liga Sul-Minas-Rio, Taça Asa Branca... Até o público da última quartafeira, a pior marca da Arena do Corinthians era de 23.484 pagantes durante o jogo do Timão contra o São Bernardo pelo Paulistão 2015. O público do palco que abriu a Copa do Mundo, porém, está bem a frente dos melhores desempenhos de alguns rivais na atual temporada. Rivais bem atrás O Palmeiras, por exemplo, estreou no Pacaembu e arrastou 17.663 pagantes. No mesmo palco, pelo Paulistão, o São Paulo colocou 7.243 tricolores, contra 9.341 fãs do Santos na Vila Belmiro. E o que dizer dos clubes do Rio de Janeiro? O Fluminense atuou em

Volta Redonda diante de 537 testemunhas. O pior público do Corinthians no estádio em Itaquera é 43 vezes melhor do que o maior público do Tricolor carioca. Já o Botafogo, com seus 1.273 apaixonados diante da Portuguesa, tem público 18 vezes inferior ao apresentado pelo rival paulista. Até mesmo o Flamengo, dono da maior torcida do Brasil, não chega nem próximo do Corinthians (6.218). O mesmo vale para os maiores públicos dos Estaduais que contam com clubes do Brasileirão. São os casos do Mineiro (15.397), Pernambucano (8.114), Baianão (6.733), Paranaense (5.374), Catarinense (4.650) e Gauchão (2.946). Público ruim para o Corinthians, mas muito bom para a maioria dos clubes do futebol brasileiro, ainda mais em época de Estaduais.

Jogadores do Corinthians comemoram gol no Itaquera


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VASCO X FLAMENGO

Clássico hoje é em São Januário Medidas de segurança são tomadas para que jogo não tenha problema Vasco e Flamengo é a grande atração de hoje, às 17h, no Estádio de São Januário, pela quarta rodada do Campeonato Carioca. De um lado, o Vasco está invicto e com 100% de aproveitamento na competição, com 9 pontos, líder isolado do Grupo A, contra 7 do rival, que está na segunda posição, com duas vitórias e um empate. Na rodada do meio da semana os donos da casa conseguiram vencer o Volta Redonda (2 a 0), enquanto o Flamengo goleou a Portuguesa (5 a 0). Campeão do Carioca do ano passado, o time da Cruz de Malta man-

teve a base da temporada passada e vem obtendo resultados positivos que credenciam ao bicampeonato da Cidade Maravilhosa. Diferente do concorrente o Rubro-Negro busca o caminho das vitórias, mas não mantém um padrão de jogo que possa passar confiança ao torcedor. Para Jorginho o Vasco terá um grande "teste de fogo" pela frente, contra um adversário tradicional que sempre complicou a vida do time da Cruz de Malta. "Uma rivalidade que vem de muito tempo e que a cada jogo as emoções são diferentes. Iremos manter a mesma determinação e garra dos últimos jogos para tentar vencer o rival", observou. Já o treinador Muricy

Ramalho acredita que uma vitória do Flamengo no clássico dará moral ao time par os próximos compromissos. A novidade pode ser a escalação de Mancuelo, que entrou no segundo tempo da vitória contra a Portuguesa. "Foi bem e pode ser relacionado para encarar o Vasco. A tendência é manter a base e vencer o duelo", disse Muricy.

Segurança As imagens de briga do último Vasco x Flamengo, em 2005, causam tensão e motivaram até um alerta por parte do Ministério Público, mas o Cruzmaltino aposta no esquema de sucesso adotado pela Polícia Militar contra o Corinthians ano passado e

na cordialidade oferecida ao rival para amenizar o clima e manter a paz no clássico deste domingo, às 17h, em São Januário, válido pelo Campeonato Carioca. Embora tenha divergências políticas declaradas, a diretoria do Vasco faz questão de deixar uma boa impressão de anfitriã aos dirigentes rubro-negros. O clube alega já ter separado um camarote para o presidente Eduardo Bandeira de Mello e companhia, uma cabine de rádio para a comissão técnica do Fla, além de vagas no estacionamento do estádio. O Cruzmaltino também cederá sua sala de imprensa para a entrevista coletiva do rival após o jogo, prática incomum para os visitan-

tes, que costumam realizar suas conferências dentro do campo. Por parte das autoridades, o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) acredita que o esquema implementado no jogo com o Corinthians, no Brasileiro de 2015, que culminou no título brasileiro dos paulistas, poderá novamente ser eficaz. Na ocasião, os policiais isolaram algumas ruas do entorno e fizeram uma escolta tanto para as organizadas corintianas quanto para o ônibus da delegação. Não houve registro de violência entre as torcidas, somente alguns delitos isolados, como um saque ao bar dos visitantes e prisão de cambistas. FOTOS: Reprodução

Jogos de hoje

Paulista 11h São Bento x São Bernardo 16h Água Santa x Capivariano 17h Corinthians x São Paulo 19h30 Ponte Preta x Botafogo Mogi Mirim x XV de Piracicaba

Carioca 17h Boavista x Madureira Vasco x Flamengo Friburguense x Cabofriense Bonsucesso x Bangu 19h30 Fluminense x Tigres

Mineiro 16h Caldense x Uberlândia 17h Cruzeiro x Tupi Boa Esporte x URT 19h30 Villa Nova x América

Gaúcho 17h Aimoré x Internacional 18h Ypiranga x Veranópolis São Paulo x Novo Hamburgo Passo Fundo x Lajeadense

Baiano 17h Jacobina x Bahia de Feira Jacuipense x Galícia

Cearense 17h Quixadá x Tiradentes Icasa x Maranguape Guarany -S x Guarani-J

Paranaense 17h Operário x Maringá Londrina x Cascavel Toledo x Coritiba PSTC x Foz do Iguaçu 19h30 Paraná x Rio Branco

Pernambucano Jogadores do Vasco da Gama participando do último treinamento antes de enfrentar o Flamengo em casa. As duas equipes estão invictas no Campeonato Carioca

17h América x Central Serra Talhada x Atlético

NA ARENA ITAQUERA

André será a novidade do Corinthians contra o São Paulo Corinthians e São Paulo fazem o clássico de hoje, às 17h, na Arena Corinthians, pela quarta rodada do Campeonato Paulista. Nas hostes do Timão a novidade pode ser a permanência de Maycon no time principal. Com 18 anos de idade a jovem promessa corintiana é a grande aposta do treinador Tite para recuperar a força da equipe, após a saída de vários jogadores que foram negociados com o futebol do exterior. Para o comandante corintiano o atleta vem treinando bem e correspondendo a expectativa. Segundo ele, o jogador pode ser escalado para o clássico, diante do tradicional rival, em busca dos três pontos. “Queremos dar apoio e força para que possa soltar e mostrar seu futebol. Vencer o São Paulo será de muita valia para o grupo que deseja se firmar na disputa”, avaliou Tite. Há uma novidade prevista por Tite para o clássico: André será o centroavante titular. A escalação foi definida logo após vencer o Capivariano por 2 a 1, na noite de quinta, quando o

treinador corintiano encaminhou a escolha por André. De acordo com Tite, não haverá condições físicas para que Danilo jogue outra vez no comando do ataque. Assim, o planejamento é pela estreia do camisa 9 já no início do clássico em Itaquera. Nos últimos dias, a comissão técnica dedicou esforços em relação ao atacante. Os auxiliares de Tite prepararam um vídeo com lances do Corinthians 2015 e do próprio André a serviço do Sport para explicar, em detalhes, a movimentação que seria desejada. No São Paulo a reestreia do zagueiro Lugano, de 35 anos, pode acontecer no clássico. A pretensão é do treinador Edgardo Bauza, que aguarda como está o jogador para poder ser relacionado. Nos últimos dias ele treinou forte a parte física e com bola para ter um melhor rendimento nas quatro linhas do gramado. “Prefiro conversar antecipadamente com o experiente jogador para saber como está. Caso não tenha condições será vetado e aguardará para quando estiver 100%”, observou Bauza.

Ano passado, o Tricolor Paulista não guarda boa recordação porque sofreu uma goleada de 6 a 1 para o Corinthians


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Made in Paraíba

Engenheiro eletrônico da UFCG, Helder Medeiros Eloy (no detalhe) trabalha hoje para a HP International, nos EUA

História dos taxímetros pelo mundo “No tempo dos Césares os romanos já haviam inventado um contador que, atrelado a uma charrete, liberava bolinhas a cada certa distância percorrida. No final do trajeto o passageiro pagava em drácmas ou sestércios o roteiro percorrido”, diz a pesquisadora Fernanda Menegetti, em “Breve História do Taximetro”. Na China, carroças puxadas por animais ou homens portavam um tipo de tambor que ressoava a cada 1600m percorridos. Mas somente a geringonça criada em 1891, pelo engenheiro alemão Wilhelm Bruhn, conseguia medir, com precisão, a distância percorrida pelo veículo alugado. Isto permitia ao passageiro pagar o valor exato da corrida, apenas

utilizando a multiplicação da taxa inicial pelo número de quilômetros rodados. Bruhn batizou sua obra como taxímetro, combinando termos do latim com o grego. Utilizado inicialmente em Berlim, a invenção espalhou-se de lá pela Europa, embora, nas ruas de Londres, o taxímetro já fosse obrigatório de uso desde 1907. Mais avançado, o modelo calculava os preços combinando tempo e distância. Os primeiros taxímetros utilizados no Brasil foram implantados na década de 1920 (RJ), importados da Alemanha. O Brasil só começou a fabricar os seus em 1950. Nesta mesma época a Europa desenvolvia um similar elétrico, parecido com o que se usa hoje.

Júnio

Latinhas ganham diversas formas nas mãos de Pereira

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Bombeiro domina a técnica e faz brinquedos artesanais uvea

ampina Grande foi definitivamente reconhecida como a terra dos inventores mundiais por causa do engenheiro eletrônico da UFCG, Helder Medeiros Eloy, criador do taxímetro digital, o Digitax. Atualmente ele mora em Houston (EUA), onde trabalha para a HP International, como responsável pela operacionalidade da empresa em diversos países da América Latina. Hélder, que recentemente concedeu entrevista a um blog de Campina Grande, superou invenções similares que surgiram na Roma dos Césares e sobrevivem tecnicamente modificadas no Século XXI, era em que o paraibano campinense implantou microprocessadores nos taxímetros atuais, acoplando-os ao odômetro, uma peça atrelada ao eixo do carro, que envia pulsos elétricos enquanto o veículo roda. A invenção de Hélder evoluiu com a parceria do pesquisador François Carlier. A dupla criou o primeiro taxímetro digital brasileiro controlado por microprocessadores, e requereu a patente do aparelho, na versão Modelo de Utilidade. Hoje, os taxímetros que circulam no Brasil seguem a linha de pesquisa desenvolvida por Helder e François. O invento campinense, depois de pronto, teve seu projeto vendido para uma empresa de Minas Gerais. Depois do sucesso obtido, Helder argumentou que “a criatividade dos filhos de Campina Grande qualifica muita gente para trabalhar em qualquer parte do mundo”. Ele destacou a importância do acesso à educação voltada para o setor tecnológico. O “Digitax”, nome comercial da invenção paraibana, já foi utilizado em mais de 250 mil veículos. A grande aceitação do aparelho é que a sua aferição não exige desmontes. Antigamente os taxímetros eram aferidos segundo o progresso inflacionário da moeda. A cada alta do combustível, catracas e outras engrenagens eram substituídas, processo que levava dias e até semanas. Com o Digitax a aferição dura segundos, bastando abrir o lacre. Na rotina de seu trabalho em Houston, Helder diz que atua em processos de suporte, onde aplica o que sempre lhe motivou: a automação. A área geográfica em que trabalha movimenta cinco bilhões de dólares de produtos em mais de 40 países.

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hiltongouvea@bol.com.br

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FOTOS: Marcos Russo/ Reprodução/Internet

Engenheiro campinense cria o taxímetro digital e projeta a Rainha da Borborema como polo de tecnologia

Edilson Pereira da Costa é um bombeiro militar do Governo Estadual da Paraíba, que achou uma utilidade prática para as latinhas de cerveja que entopem os lixos urbanos. Com calma e muita acuidade visual, ele vai dobrando e cortando esses vasilhames e moldando panelas de pressão, bichinhos, fogões, tudo que a sua imaginação materializa, para satisfazer a fantasia de uma criança. “Não sou profissional mas sempre pensei em criar uma utilidade para essas latinhas que jogamos por aí”, explica Pereira, como é mais conhecido. Com o auxílio de uma tesourinha e pequeno alicate, ele transforma lata de cerveja e refrigerantes em atrativos enfeites, tal é a finalidade anatômica que consegue imprimir às suas criações. Pereira leva horas a fio sentado numa banqueta,

tentando implantar linhas de utilidade a um resíduo que, antes, nada tinha de uso prático. Segundo sua opinião, o gosto pela arte de criar nasceu da curiosidade. “Eu observei vários brinquedos parecidos, comecei a fazer alguns e deu certo”, comenta. De tecnológico nas suas confecções de lata, apenas grampos de alumínios que prendem e moldam as peças desejadas pela clientela, que ainda é mínima, ou seja, seus próprios netos. A habilidade de Pereira com as mãos logo mais será vista pela Paraíba inteira. Atacadistas de brinquedos artesanais de João Pessoa já procuraram por seu telefone, que logo mais será liberado para o público. Apesar do trabalho e da acuidade visual que exige, cada brinquedinho é vendido ao preço de R$ 2,00. Se for em grosso, a tabela desce mais.

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Deu no Jornal

Gastronomia

A coluna destaca que falta uma lei no Brasil para punir terroristas

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Espaguete com mexilhões deve ser preparado com vinho

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Agnaldo Almeida colunadeagnaldo@uol.com.br TWITTER: @agnaldoalmeida

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A UNIÃO

OLÁ, LEITOR!

Falta uma lei no Brasil para punir terroristas Qualquer criança sabe quem foi Bin Laden e já ouviu falar na Al Qaeda. Por consequência, tem a exata noção do que é um terrorista e o que ele faz. Pois este tema, aparentemente tão simples e de fácil entendimento, vai provocar a partir dos próximos dias um dos maiores embates parlamentares na Câmara Federal, onde os deputados terão de votar o projeto de lei 2016/2015, que cria o crime de terrorismo no Brasil. Na verdade, parece até estranho que a legislação brasileira até agora não tenha cuidado de tipificar este crime. Mas é exatamente isto o que acontece. Embora a Constituição de 1988 já o tivesse previsto, era necessário que uma lei o regulamentasse, e somente no ano passado é que o Governo Federal enviou ao Congresso um projeto de lei que tipifica o crime. Pois bem, o que veio para ser uma solução – já que não é nada agradável viver num País que não sabe punir terroristas – acabou virando o mote de uma ampla discussão, envolvendo não apenas os parlamentares, mas também os juristas, os sociólogos, as organizações não governamentais e a imprensa. Há poucos dias, por exemplo, a revista Época dedicou pelo menos quatro páginas ao debate do tema. Há quem diga que a presidente Dilma Rousseff mandou para o Congresso o projeto de lei com pedido de urgência por causa das Olimpíadas, que se realizarão em junho no Rio de Janeiro. Mas esta é apenas uma das razões apontadas. O que se diz é que o governo estaria sendo pressionado por uma organização intergovernamental, que atende pelo nome de Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi). Caso não aprovasse uma lei nesse sentido, o País poderia ser incluído numa lista de países com restrições a investimentos externos. O grupo faz parte da rede de proteção que busca intervir em padrões institucionais com efeitos negativos sobre a “integridade” do sistema financeiro. O objetivo é reagir às possíveis ameaças advindas da lavagem de dinheiro e do financiamento ao terrorismo. Para tanto, o Gafi desenvolve recomendações e, em seguida, monitora a aplicação das medidas em seus países membros. Ao final, emite relatórios de avaliação que classificam

os países como “conformes”, “parcialmente conformes” e “não conformes”. A recompensa pelo cumprimento é a declaração daquele ambiente como seguro para os negócios. Já o certificado de “território não-cooperativo” representa um sinal vermelho para o sistema financeiro, desestimulando-o a realizar transações naquele País. O presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras do Ministério da Fazenda tem manifestado inquietação quanto ao risco do Brasil entrar na “lista negra” do GAFI por conta da falta de legislação que criminalize o financiamento do terrorismo. A Câmara dos Deputados, em caráter de urgência, aprovou o texto vindo do Palácio do Planalto, mas acrescentou uma

emenda com o seguinte teor: “A conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de categoria profissional fica excluída desta lei”. A confusão começou exatamente aí: quando o texto foi apreciado pelo Senado este artigo foi retirado sob a alegação de que era redundante, pois a nova lei não cuidava deste tipo de manifestação pública. Protesto não é terrorismo O pano de fundo desta divergência, que tem a ver com a liberdade de as pessoas poderem protestar nas ruas, criou duas correntes de opinião no Parlamento. De um lado, deputados e senadores (a maioria ligada ao PT) defende que é preciso estabelecer esta distinção. De outro, aqueles parlamentares (a maioria é do PSDB) entende que isto é apenas um subterfúgio para dificultar a aplicação da lei. Os defensores da inclusão da emenda perguntam, por exemplo: moradores da periferia que queimam um ônibus para protestar contra a morte de um jovem nas

mãos da polícia podem ser enquadrados como terroristas? Eles mesmos respondem: é claro que não. E advertem que se isto não ficar expressamente dito na lei as forças de repressão policial poderão sugerir este enquadramento. Não é bem assim – dizem os adversários da tese. Liderados pelos tucanos, eles acham que o PT pretende tão somente abrir uma exceção para quem, por ventura, venha a cometer ato terrorista movido por razões altruísticas. Ou seja, por mais paradoxal que seja, os petistas estariam tentando proteger o “terrorismo do bem”, como se isso fosse possível. Os petistas naturalmente se defendem e alegam que se a lei for aprovada o Brasil não estará mais protegido, mas os movimentos sociais, este FOTOS: Reprodução sim, estarão mais vulneráveis diante da possibilidade de criminalização de suas lutas sociais legítimas. Concordam que o terrorismo deve ser combatido, mas a criação de uma lei para isso não é o caminho. E lembram que, dos 193 países da ONU, apenas 18 definiram o terrorismo como um crime específico. Enquanto tucanos e petistas não se entendem sobre o que é ou não ato terrorista, convém destacar que terrorismo não é um termo neutro, capaz de identificar e descrever um fenômeno que lhe é exterior. Com efeito, o uso do conceito de terrorismo - tanto na vida ordinária, quanto em investigações científicas - suscita, de imediato, juízos de valor. Por isso, faz-se necessário que se estabeleça sua contextualização tanto no que se refere às condições objetivas em que surge quanto à percepção que os atores possuem do contexto em que a ação ocorre, bem como de seu significado. Com a aproximação das Olimpíadas, um evento que já foi marcado por atentados e mortes, como as que ocorreram em Munique, é urgente que cheguem a um consenso. Se por diferenças ideológicas, por vaidade ou até por ignorância esta lei não estiver vigorando quando da realização dos jogos no Rio de Janeiro, o Brasil estará, mais uma vez, correndo o sério risco de ser ridicularizado pelo resto do mundo. E tudo isso por causa de uma disputa política que em nenhum momento deveria contribuir para a insegurança de todos.

O que eles disseram De Antônio Alvarenga, presidente da Sociedade Nacional de Agricultura: - É preciso dar um basta na verdadeira farra em que se transformaram o Bolsa Família, Fies, Minha Casa Minha Vida, Pronatec e muitos outros programas. Também está na hora de promover uma drástica reforma em nosso sistema previdenciário. É preciso acabar com as desonerações tributárias casuísticas, os subsídios dos empréstimos concedidos pelo BNDES a grandes grupos econômicos e as regalias de determinadas categorias e feudos. São privilégios típicos de um Estado patrimonialista, que estão destruindo o equilíbrio de nossas contas públicas.

Do historiador e pesquisador Leonardo Dallacqua de Carvalho: - Enquanto continuarem a buscar nas exceções o argumento a favor da democracia racial, prova-se que a sociedade é ainda mais desigual do que se imagina. Não tão distante, ainda sobrevive a frase de George Bernard Shaw: “Faz-se o negro passar a vida a engraxar sapatos e depois prova-se a inferioridade moral e biológica do negro pelo fato de ele ser engraxate. Do jornalista e cineasta Arnaldo Jabor, sobre o Carnaval: - Um País mesclado de raças e sacanagem pode ser o antídoto dionisíaco contra a mediocridade

da crise. Houve um primeiro momento de crescimento para o Brasil em 2010, seguido de uma desaceleração e agora o País mergulhou numa recessão que pode ser a pior da história.

burocrática e totalitária que ressurgiu aqui. Mas, mesmo assim, ainda tendo a achar que são multidões de “alienados” que não entendem o que se passa no País e caem numa gandaia ingênua e vazia. Ainda me pergunto: como podem os brasileiros ficar alegres com essa crise imunda que nos acomete? Jornalista Míriam Leitão, em coluna de O Globo: - O Brasil, para tentar se proteger da crise global de 2008, aumentou muito o gasto público, confiando no diagnóstico de que outros países tinham indicadores fiscais piores e dívidas maiores e, mesmo assim, expandiam gastos para conter os efeitos

Do escritor português João Pereira Coutinho, em artigo na Folha: - Ainda não parei de rir: o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido do Ministério Público do Estado e decidiu proibir a venda, a exposição e a divulgação de “Minha Luta”, o livro de Hitler que caiu em domínio público em 2016. Quando li a notícia, pensei que fosse brincadeira de Carnaval. Não era. O riso continuou. Vamos dizer o óbvio: a decisão da Justiça não é apenas intelectualmente aberrante; é inútil. O livro de Hitler está disponível em dezenas ou centenas de sites. Se existem interessados em ler a obra, basta ligar o laptop. Do publicitário Nizan Guanaes, sobre as Olimpíadas: - O Rio vai realizar Jogos Olímpicos fabulosos num Brasil em crise. Temos zika, recessão, violência urbana, poluição na baía. Mas, como dizia Tom Jobim, quem não gosta do Rio não tem caráter. Essa conjuntura adversa torna a Olimpíada mais relevante ainda, uma oportunidade valiosa de mostrar o que o Brasil tem de bom. É a pauta boa do ano. Somos historicamente mais competentes em divulgar nossos problemas que nossas qualidades, ainda mais num momento como este. Mas não podemos focar só os nossos defeitos, pois serão nossas qualidades que resolverão nossos problemas.

Cesta página Estilo inimitável Fala-se tanto em estilo, mas, afinal, o que é estilo? Para Pablo Picasso, que tinha um jeito muito especial e particular de pintar, estilo é uma coisa que nasce quando a pessoa morre. E recomendava: não seja estilista, varie na sua criação. Millôr Fernandes prefere o estilo (ops!) “deixa que eu chuto”. E diz: “Tem gente por aí que só escreve em estilo pó de arroz. Eu prefiro o meu, que é só flecha e curare”. E jornalista? Será que jornalista tem direito a um estilo qualquer? Escrevendo sob tantas pressões – de forma, tempo e conteúdo – será que o estilo é possível? A questão nos remete a um episódio ocorrido no início da década de 1980, quando Wilson Braga era governador da Paraíba. Por sua recomendação, a Casa Civil estava com a incumbência de elaborar texto justificando a necessidade de um decreto que iria assinar. Numa noite da Granja Santana, quando Wilson recebia a visita do então presidenciável Paulo Maluf, um auxiliar de segundo escalão pede licença e interrompe a sua conversa com o exgovernador de São Paulo: - Governador, está aqui, pronto para publicação, aquele decreto que o senhor pediu. Wilson, que nunca enxergou bem, deu uma olhada por cima sem esconder a irritação de ter sido interrompido e perguntou: - Quem escreveu? - Fui eu mesmo. Eu e o chefe de gabinete. Braga devolveu o papel, demonstrando pouco interesse sobre o conteúdo e encerrou a conversa: - Nem você nem ele sabem escrever. Entreguem isto a Luiz Crispim que, este sim, tem o meu estilo. Quando soube, estupefato, dessa saída de Wilson, Crispim, que era um cronista de extrema sensibilidade, limitou-se a comentar: - Isso é brincadeira do governador. O estilo dele é inimitável. ****** Respeito ao professor Bem ou mal, os jornalistas têm lá os seus estilos. Alguns são muito bons; outros, totalmente ilegíveis; há os de terrível mau gosto; e, outros ainda, são absolutamente beócios. Mas não se pode dizer que os profissionais paraibanos fiquem a dever em relação aos seus colegas de outros Estados. Assim como os jornalistas, são os políticos. Eles também têm seus estilos beócios, ilegíveis e de mau gosto. Mas não é só na Paraíba, é no Brasil. Por exemplo: vocês já viram um presidente do Brasil pedir desculpas a um professor de ensino fundamental? Não, nunca viram. Pois o presidente americano, Barack Obama, já fez isso. O estudante Tyler Sullivan, de 11 anos, perdeu a aula para acompanhar o pai que estava indo a um comício de Obama. Informado que o garoto tinha faltado à escola apenas para vê-lo de perto, o presidente americano, que tentava a reeleição, se aproximou do menino e confirmou a história. Para livrar a cara do estudante, resolveu assumir a culpa. Pegou um bloco e uma caneta, perguntou o nome do professor de Tyler e escreveu: “Sr. Ackerman, por favor, desculpe Tyler. Ele estava comigo. Barack Obama”. O menino, é claro, ficou emocionado. E nós aqui também. Menos pelos interesses eleitorais do presidente americano e mais pelo respeito que o professor mereceu.


DIVERSÃO João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

Piadas

A UNIÃO

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Sudoku e caça-palavras

Briga de casal Depois de mais uma briga do casal, a esposa toda chorosa liga para a mãe: – Não aguento mais aquele cafajeste, mãe! Mas agora resolvi dar um castigo nele. – O que você vai fazer, minha filha? – Vou morar uma semana aí com a senhora! – Bem… se é pra dar um castigo nele, minha filha, deixa que eu vou passar uma semana aí com vocês!

Filho A Maria chegou para o Manuel e disse: – “Manoel eu não quero ter um filho chinês.” – “Mas Maria nós somos portuguêses.” – “Ora pois, você nunca ouviu falar que uma em cada 5 crianças é chinesa?”

Loira Uma loira pegou um copo de água e começou a andar pra lá e pra cá balançando o copo, e seu marido pergunta: – Porque você esta balançando o copo? Ela responde: – Você não viu na TV? Água parada traz dengue.

Joãozinho O Joãozinho vai com sua irmã visitar sua Avó. Lá, ele pergunta: — Vovó, como é que as crianças nascem?.. — Bem, a cegonha traz as criancinhas no bico, meus netinhos… Joãozinho cochicha para sua irmã: — E aí, o que é que você acha? Contamos a verdade pra ela?

Argentinos Três argentinos e um brasileiro estão conversando: O primeiro argentino: — Eu tenho muito dinheiro… Vou comprar o Citibank! O segundo argentino: — Eu sou muito rico… Comprarei a General Motors! O terceiro argentino: — Eu sou um magnata… Vou comprar a Microsoft! E os três ficam esperando o que o brasileiro vai falar. O brasileiro faz uma pausa… E diz: — Não vendo!

Palavras Cruzadas

Horóscopo Áries A semana começa influenciada pela Lua Nova em Aquário, que chega em tenso aspecto com Marte e em ótimo com Urano marcando o início de uma fase de crescimento e novidades relacionadas à sua vida social e os trabalhos em equipe. Um contato importante, com uma grande empresa, clube ou instituição, pode ter continuidade e resultar em um novo contrato de trabalho, que pode envolver questões políticas e sociais. Júpiter faz um ótimo aspecto com Vênus, Mercúrio e Plutão indicando mudanças positivas em sua carreira.

Câncer A semana começa influenciada pela Lua Nova em Aquário, que chega em tenso aspecto com Marte, mas em ótimo aspecto com Urano marcando o início de uma fase em que você estará decidido a deixar algumas pessoas e sentimentos para trás. O momento pode envolver um contato mais efetivo com seu mundo emocional e/ou o aprofundamento de um relacionamento. É possível também, que sua vida financeira melhore, pois uma sociedade promissora pode ser firmada, ou uma herança recebida. Júpiter faz um ótimo aspecto com Vênus, Mercúrio e Plutão movimentando positivamente seus relacionamentos pessoais e profissionais.

Libra A semana começa influenciada pela Lua Nova em Aquário, que chega em tenso aspecto com Marte, mas em ótimo aspecto com Urano marcando o início de uma fase de intenso movimento em sua vida social. O prazer e os divertimentos ganham força e espaço em sua vida e um novo romance pode acontecer. O relacionamento com um filho passa também por uma fase bastante positiva de prazer e alegria. Júpiter faz um ótimo aspecto com Mercúrio, Vênus e Plutão e algumas mudanças positivas acontecem em seu mundo emocional. O relacionamento com seus pais passa por um momento de renovação.

Capricórnio A semana começa influenciada pela Lua Nova em Aquário, que chega em tenso aspecto com Marte, mas em ótimo aspecto com Urano marcando o início de uma fase de maior movimento em suas finanças. O momento pode ser bom para novos investimentos mais arriscados. Mas você deve manter a possibilidade de um risco calculado. O dinheiro chega com mais facilidade a partir de agora e essa fase pode durar durante todo mês. Procure não gastar muito, mas acumular um pouco mais de riqueza. Júpiter faz um ótimo aspecto com Mercúrio, Vênus e Plutão em seu signo indicando um tempo de mudanças positivas em todos os setores de sua vida.

Touro A semana começa influenciada pela Lua Nova em Aquário, que chega em tenso aspecto com Marte e em ótimo aspecto com Urano marcando o início de uma fase de prosperidade e reconhecimento profissional. O sucesso começa a despontar e sua imagem profissional e pública ganha força. O reconhecimento chega, depois de alguns meses ou anos de trabalho. A fase envolve crescimento e boas novidades. Júpiter faz um ótimo aspecto com Mercúrio, Vênus e Plutão indicando mudanças interessantes relacionadas a um projeto de médio prazo, envolvendo pessoas ou empresas estrangeiras.

Leão A semana começa influenciada pela Lua Nova em Aquário, que chega em tenso aspecto com Marte e em ótimo aspecto com Urano marcando o início de uma fase de intenso movimento em sua vida social. Os compromissos sociais podem ser muitos e intensos e novas amizades poderão ser firmadas nesse período. Tudo o que envolve relacionamentos, como amizade, namoro e casamento, além de sociedades e parcerias, são beneficiados durante esta nova fase, que dura aproximadamente três semanas. Júpiter faz um ótimo aspecto com Vênus, Mercúrio e Plutão indicando mudanças significativas em seus projetos de trabalho e rotina.

Escorpião A semana começa influenciada pela Lua Nova em Aquário, que chega em tenso aspecto com Marte, mas em ótimo aspecto com Urano marcando o início de uma fase em que você estará mais voltado para os afazeres domésticos, que podem envolver uma nova decoração, uma reforma, ou uma simples mudanças na disposição dos móveis, que pode fazer uma grande diferença na energia de sua casa. Os relacionamentos familiares passam também por uma fase de renovação. Júpiter faz um ótimo aspecto com Vênus, Mercúrio e Plutão indicando mudanças positivas relacionadas a tudo o que envolve a comunicação, as vendas e o comércio.

Aquário A semana começa influenciada pela Lua Nova em seu signo, que chega em tenso aspecto com Marte, mas em ótimo aspecto com Urano marcando o início de uma fase de boas novidades em alguns setores de sua vida pessoal e profissional. O momento envolve crescimento e expansão no trabalho, mas também nas relações. Uma nova fase de vida começa, depois de um tempo de introspecção e dúvidas. Fique atento a novas oportunidades. Júpiter faz um ótimo aspecto com Mercúrio, Vênus e Plutão indicando uma fase bastante positiva para novos planejamentos. Continue cuidado de sua saúde, que está mais frágil.

Gêmeos A semana começa influenciada pela Lua Nova em Aquário, que chega em tenso aspecto com Marte e em ótimo aspecto com Urano marcando o início de uma fase de mudanças importantes em projetos de médio prazo envolvendo pessoas ou empresas estrangeiras. Sua fé e otimismo serão renovados nesta fase em que viagens e novos estudos podem fazer parte. Sua filosofia de vida passa por uma espécie de transformação. Júpiter faz um ótimo aspecto com Mercúrio, Vênus e Plutão e uma ótima notícia pode chegar, relacionada ao seu trabalho. A saúde passa por uma fase de renovação.

Virgem A semana começa influenciada pela Lua Nova em Aquário, que chega em tenso aspecto com Marte, mas em ótimo aspecto com Urano marcando o início de uma fase de movimento positivo, mas intenso em sua rotina, especialmente a de trabalho. Você pode começar a fazer parte de um novo projeto, ou começar a buscar uma colocação melhor, no que diz respeito à sua profissão e trabalho. Algo muda, pois o novo chega no setor. Júpiter faz um ótimo aspecto com Mercúrio, Vênus e Plutão e continua mexendo mais profundamente com seu coração. Um novo amor pode trazer mudanças interessantes à sua vida.

Sagitário A semana começa influenciada pela Lua Nova em Aquário, que chega em tenso aspecto com Marte, mas em ótimo aspecto com Urano indicando dias de mudanças positivas em questões que envolvem contatos e novos acordos que podem ser negociados e resultar em novos contratos. O momento é ótimo para o comércio e a comunicação. As publicações e publicidade serão bastante beneficiadas neste período. Você estará mais sociável e comunicativo, mas deve tomar cuidados redobrados com a agressividade, que pode estar mais latente.

Peixes A semana começa influenciada pela Lua Nova em Aquário, que chega em tenso aspecto com Marte, mas em ótimo aspecto com Urano marcando o início de uma fase de introspecção e reflexão, em que você estará ainda mais sensível e voltado para o seu mundo emocional. O momento é ótimo para novos planejamentos, no entanto, sua energia vital estará mais baixa pedindo descanso e diminuição do ritmo de trabalho. Júpiter faz um ótimo aspecto com Mercúrio, Vênus e Plutão indicando dias de mudanças importantes, trazidas por um trabalho em equipe que você faz parte.


Gastronomia

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A UNIÃO

João Pessoa, Paraíba - DOMINGO, 14 de fevereiro de 2016

Espaguete com mexilhões

FotoS: Reprodução/Internet

Receita deve ser preparada com vinho branco seco, tomates italianos e salsinha Ingredientes

250g de massa longa tipo espaguete ou linguini l 1 pimenta vermelha, sem sementes, cortada em rodelas bem finas l 2 dentes de alho picados l ¼ de xícara (chá) de salsinha picada grosseiramente l

l l l l l l

200g de mexilhões com a concha 150 ml de vinho branco seco ¼ de xícara (chá) de azeite 2 tomates italianos picados Suco de 1 limão Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

Modo de preparo

Em um caldeirão com bastante água fervente com sal, cozinhe a massa até ficar al dente. Enquanto isto, misture a pimenta, o alho e a salsinha (separe um pouco para colocar no final) em uma tigela e reserve. Aqueça uma panela alta com tampa e quando faltar 4 minutos para a massa ficar pronta, jogue os mexilhões na panela quente, e adicione a metade da mistura da pimenta com a salsinha. Regue com o vinho e um pouco do azeite e tampe a panela. Sacuda para misturar bem e cozinhe por poucos minutos. Abra a tampa e verifique se todos os mexilhões estão com as conchas abertas, caso contrário, descarte as que estão fechadas. Rapidamente escorra a massa e misture na panela dos frutos do mar. Junte a pimenta restante, o tomate e o suco de limão. Tempere com sal e pimenta e cozinhe por mais 1 minuto, mexendo bem. Sirva com o restante da salsinha.

Salada light com iogurte Ingredientes l l l l l l

1/3 de maço de alface roxa 1/3 de maço de alface americana 1/3 de maço de alface frissé 1/3 de maço de miniagrião 200g de pepino Japonês 200g de tomate cereja

Molho 100 g de limão siciliano

l

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1/4 de março de hortelã fresco 40ml de iogurte desnatado 100g de queijo fresco 40ml de azeite extravirgem Sal refinado a gosto 20g de mel Croûton de pão sírio 20 ml azeite virgem 3 pães sírio

Modo de preparo Higienizar e reservar as hortaliças em ambiente fresco. Cortar o pepino em rodelas pequenas (reservar). Cortar o tomate cereja em pétalas. (reservar). Cortar o queijo em cubos grandes e reservar Para o molho Em uma tigela misturar o iogurte, metade do azeite, mel, limão, hortelã picado de maneira rústica e sal. (reservar) Para as torradas de pão sírio Cortar o pão sírio em triângulos pequenos e levar para assar em forno preaquecido a 160 graus. Quando estiver crocante retirar do forno e reservar.

Lombo de porco de panela com peras Ingredientes l 1kg de lombo de porco l Sal e pimenta-do-reino moída na hora a

gosto l Suco de 1 limão l 1 colher (sopa) de mostarda l 2 dentes de alho picados l 1 folha de louro l 2 ramos de alecrim fresco l ½ xícara (chá) de vinho branco seco

(120 ml) l 1 xícara (chá) de água (240 ml) l ¼ de xícara (chá) de azeite ou óleo (60

Finalização Em uma tigela envolver as hortaliças com o molho em uma proporção de 10 ml de molho para 30 gramas de salada. Colocar as folhas no recipiente que será feito a montagem da salada e dispor as torradas de pão sírio e o queijo sobre a salada. Finalizar com o restante do azeite e raspas de limão siciliano.

ml) l 1 xícara (chá) de suco de laranja (240 ml) l 4 peras pequenas, sem casca, cortadas em gomos l Alecrim para decorar

Modo de preparo

Tempere o lombo com sal e pimenta. Regue com o suco de limão e espalhe a mostarda na carne. Coloque em uma vasilha com o alho, o louro, o alecrim e regue com o vinho misturado com a água. Deixe marinar na geladeira, em uma tigela coberta, de um dia para o outro, virando a carne uma vez. No dia seguinte, retire da geladeira e escorra o tempero (reserve). Aqueça o azeite em uma panela grande e doure a carne, em fogo alto, de todos os lados. Misture o suco de laranja ao tempero reservado (descarte as ervas) e derrame na panela. Cozinhe em fogo moderado, com a panela tampada por 1 hora e 15 minutos. Verifique o tempero e se necessário tempere com mais sal e pimenta e acrescente mais água para não deixar secar. Acrescente as peras no fundo da panela e cozinhe por mais 20 a 30 minutos ou até a carne ficar macia. Teste, retirando uma lasca da ponta. Sirva o lombo em fatias com as peras e o molho à parte.

Coluna do Vinho Desde a vindima de 1991 e lá se vai quase um quarto de século, a Região de La Rioja na Espanha ganhou uma super categoria para os seus vinhos, além das D. O. C e D. O. CG respectivamente Origem Controlada e Origem Controlada e Garantida, a nova denominação neste contexto com a sigla D.O.Ca. significa uma garantia de qualidade que substitui a interpretação “com reservas”, corriqueira no chamado mundo anglofono; constituindo uma tentativa de oferecer garantia extra para o consumidor, exatamente como os DOCG italianos que expressam uma Origem Controlada e também Garantida. No caso dos vinhos de La Rioja, o “Ca” significa calificada equivalente a qualificada em português. A principal consequência no exterior, notadamente nos países vizinhos da Espanha, é que as vendas a granel foram interrompidas e todos os vinhos de La Rioja são engarrafados na Região. O resultado da nova classificação parece ter sido o de haver muito menos vinhos de má qualidade sob o rótulo de La Rioja. Longo envelhecimento em barris do tipo Bordeaux é a marca dos Riojas tradicionais. Esses barris transferem aos vinhos sejam tintos ou brancos

Joel Falconi

Em La Rioja nasceram as denominações de origem controlada, controlada e garantida além da novíssima origem calificada (D.O g. Ca) uma fragrância facilmente reconhecível e um sabor de baunilha. O gosto espanhol tradicionalmente centrado no longo envelhecimento está se adaptando gradualmente. Os tintos mais tradicionais, ainda têm mercado que já se encontra encolhendo; os consumidores jovens têm demonstrado preferências por vinhos mais ricos e robustos. Muitas bodegas tradicionais estão se modernizando; engarrafando vinhos mais precocemente com a rotação mais rápida nos barris de carvalho. Dessa forma e quase que em completo silêncio com medo de assustar alguns clientes; estão introduzindo um novo estilo de cuvées na tentativa de agradar a todos. Trocando em miúdos o mercado sempre é o senhor da razão... Considerando tanto La Rioja como Bordeaux como Regiões Vinícolas, La Rioja tem uma história mais antiga que Bordeaux. Alguns historiadores franceses acreditam que os romanos possam ter encontrado o ances-

tral da uva Cabernet, nessa parte da Espanha, seguindo sua origem desde La Rioja até a Albânia. Certamente os romanos percorreram o Rio Ebro, a partir do Mediterrâneo, tanto quanto o Rhône, como um corredor do clima e das condições as quais estavam acostumados, até uma terra mais fria e hostil. No alto das cabeceiras do Rio Ebro, 600 metros acima em torno do seu pequeno afluente, o Rio Oja, eles encontraram condições ideais para a elaboração de vinhos de boa qualidade. A história pós-clássica de La Rioja é semelhante à de todas as regiões do vinho romano. Rápido declínio (acelerado pela invasão dos mouros na Espanha), o domínio da Igreja, um Renascimento lento no século XVI, sem nenhuma mudança real até o século XVIII ou começo do XIX; logo em seguida chegou a La Rioja a influência de Bordeaux, com a nova ideia de envelhecer os melhores vinhos em barris em vez de mantê-los em peles de ani-

renascente@outlook.com

mais. Esse sistema foi tentado pela primeira vez em 1787, mas somente introduzido pela reforma dos proprietários aristocratas; da mesma maneira e ao mesmo tempo, que o Chianti italiano foi inventado pelo Barão de Ricasoli. As primeiras bodegas comerciais da era moderna de La Rioja foram fundadas em 1860 pelos marqueses de Riscal e de Murrieta, baseadas fundamentalmente no Sistema de Châteaux de Bordeaux. Ambos usavam (e ainda usam) uvas dos seus distritos imediatos; vendendo seus vinhos em garrafas e espalharam a fama da região em momento oportuno. A filoxera estava invadindo Bordeaux, e o capital e a tecnologia francesa passaram a procurar uma nova Região para se estabelecerem. Antes do final do século, uma dúzia de bodegas muito maiores e novas haviam sido construídas, utilizando uvas de uma área muito maior, com as três regiões de La Rioja contribuindo para as misturas. No entorno do terminal da linha ferroviária em Haro, formou-se o núcleo desse empreendimento, e as bodegas mantêm incorporadas física e espiritualmente a tecnologia vitoriana.


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