[in] FORMA
REVISTA
CENTRO DE FORMAÇÃO
04 33 39 42
ISSN 21 83-1 475
ano 4,5, n.ยบ4,5
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revista AVCOA
Chegados a julho, chegamos quase ao final do ano letivo e por isso é altura de publicar mais um número da Revista Digital [IN]FORMA, o projeto de comunicação e informação escrita do Centro de Formação de Associação de Escolas dos Concelhos de Arouca, Vale de Cambra e Oliveira de Azeméis. Este ano não é exceção. Este é o número 4 / 5 da revista, portanto um número duplo, pois no ano passado, por um conjunto de situações que ultrapassaram a Direção do Centro de Formação, não foi possível fazer a edição prevista. Por isso, neste número vamos dar corpo às informações pensadas para o ano de 201 6 às quais se acrescentam novas. Vamos falar do Centenário da Vida Literária de Ferreira de Castro, que se comemorou, com muita expressão nos Agrupamentos dos concelhos de Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra, em 201 6, vamos falar sobre Formação Contínua, com projetos inovadores em que o CFAE AVCOA esteve envolvido, quer ao nível da Violência Doméstica, quer ao nível da Saúde Mental, vamos falar de Recursos Educativos, existentes no território e não só, que podem ser utilizados pelas Escolas e Professores de todos os níveis de ensino e na maior parte das disciplinas. Vamos falar de nós para além da Formação. Dos nossos projetos e de projetos de outros, do nosso envolvimento. Boas Leituras!
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Nos 100 anos da vida literária de Ferreira de Castro
Nos 100 anos da vida literária de Ferreira de Castro
Curso de formação «Ferreira de Castro – um escritor universal»: a paixão da literatura e o dever cumprido
O curso de formação «Ferreira de Castro – um escritor universal» foi a concretização de uma ambição do Centro de Estudos Ferreira de Castro (CEFC). Na sequência do projeto «Zé Maria, tens de voltar à escola!...» lançado pelo CEFC em 201 2, sentiu-se a necessidade de sensibilizar os professores para a importância do escritor osselense numa visão de ano 4/5, n.º4/5
valorização do património literário de um escritor que não só nasceu neste lugar como semeou o nome destas terras e destas gentes pelos quatro cantos do mundo e que, ainda, foi uma das personalidades literárias mais importantes do século XX no panorama internacional. De facto, a obra de Ferreira de Castro encerra em si todo um conjunto de temáticas fraturantes e inovadoras que nos questiona como seres integrantes de um todo coletivo mas também como seres únicos na nossa individualidade existencial. A riqueza literária do autor, que tem sido votada -04-
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Nos 100 anos da vida literária de Ferreira de Castro
Nos 100 anos da vida literária de Ferreira de Castro injustamente ao esquecimento, tem de regressar ao coração das pessoas e às aulas de Português. Neste momento, com a concretização da formação, há maior esperança em que isso possa acontecer. Os professores são insuperáveis quando se apaixonam por aquilo que fazem. E, neste caso, parece-me que foi isso que aconteceu. Não só se conseguiram atingir os objetivos como se superaram as expectativas. Do receio inicial da aceitação do escritor colado às sombras bolorentas das bibliotecas, depressa se entendeu que os professores–formandos tinham sede de o conhecer. Alguns sussurrando mesmo, quase com pudor, que nunca haviam lido nada do escritor, depressa confessaram em voz bem alta que durante esses dias já haviam devorado duas, três, quatro obras do autor, e que haviam descoberto aquilo que ainda ninguém tivera a ousadia de lhes fazer ver – que Ferreira de Castro, nascido mesmo ao lado de suas casas, seu vizinho de porta, é um escritor universal e que a força da sua prosa simples, chã, «rente ao dizer» nas palavras de Eugénio de Andrade, é tão forte e tão surpreendentemente humana como as personagens que a percorrem; e que os valores – literários, estéticos, humanos – que a encerram constituem tanto uma fonte de prazer como de constante inquietação. Com professores apaixonados pela literatura (e não apenas de Português, destaque-se), é mais fácil fazer chegar Ferreira de Castro aos alunos; e, desse modo, como já havíamos dito no projeto inicial, nenhum aluno de Oliveira de Azeméis e dos concelhos vizinhos deveria
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«terminar o ensino básico sem saber[em] quem é o ilustre escritor». Este foi um dos motivos que nos levou a encetar esta formação – e que contou com a imprescindível colaboração do Centro de Formação AVCOA. Se a considerarmos isoladamente, sentimos que o nosso dever foi cumprido olhando para a paixão que os professores demonstraram – na participação, no questionamento, na colaboração, na elaboração/concretização de materiais pedagógicos/projetos pertinentíssimos alusivos ao escritor. Alguma coisa foi já conseguida para concretizar esse projeto mais vasto que é dar a conhecer o escritor a todos os alunos destas áreas geográficas. Porém, muito há ainda que fazer, nomeadamente conseguir que as entidades oficiais públicas entendam a importância do projeto não só para a região mas também para as pessoas que nós somos, individual e colectivamente; e se aliem a nós na sua concretização. Porque não seremos nós a resgatar Ferreira de Castro, é ele que nos resgatará – da nossa mesmice, do nosso egoísmo, da nossa ignorância que é, afinal, o maior de todos os males. É esse, em suma, o objetivo último do CEFC – dar a conhecer Ferreira de Castro, isto é, dar a conhecer a sua literatura, isto é, percebermonos melhor como seres humanos que somos, sedentos de saber, de vida e de uma sociedade mais justa e equilibrada. O Formador José Carlos Soares
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"Projetos que projetam"
Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva
“Cem anos, cem árvores”
No âmbito das comemorações do Centenário Ferreira de Castro “1 00 Anos 1 00 Árvores”, os alunos do Projeto Eco Escola procederam à plantação de pinheiros mansos na Escola Básica Comendador Ângelo Azevedo e Escola Básica e Secundária Dr. Ferreira da Silva. O pinheiro manso é uma espécie florestal que permite múltiplas utilizações, das quais a produção de pinhão é a mais valorizada, combinando um elevado valor económico, de proteção ambiental e paisagística.
O Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva levou a efeito a plantação de pinheiros mansos.
Nome científico: Pinus pinea Classificação superior: Pinheiro Classificação: Espécie Estado de Conservação: Pouco preocupante (Estável)
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"Projetos que projetam"
Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva
“Encontro com os jornalistas Secundino Cunha e Mário Augusto”
No âmbito da Semana da Leitura, os jornalistas Secundino Cunha e Mário Augusto deslocaram-se à Escola Básica e Secundária Dr. Ferreira da Silva e Escola Básica Comendador Ângelo Azevedo para concretizarem uma iniciativa muito ansiada pela comunidade educativa e, naturalmente, integrante do Plano Anual de Atividades. Assim, os alunos do 9.º ano e do ensino secundário do Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva puderam conhecer melhor o escritor Ferreira de Castro, assistindo à apresentação de um documentário, realizado por Mário Augusto, sobre a vida e obra deste escritor universal. As filmagens e testemunhos dele constantes relatam os episódios mais relevantes da vida de Ferreira de Castro, tendo por base a sua CasaMuseu. O belo documentário sobre o ilustre escritor Osselense surge no âmbito do projeto “Escritores a Norte – Vidas com Obra em Casas d’Escritas” da responsabilidade da Direção Regional de Cultura do Norte, que contempla, para além de Ferreira de Castro, outros escritores como Aquilino Ribeiro, Eça de Queirós, José Régio, Miguel Torga, Guerra Junqueiroc Mário Augusto explanou longamente à vasta plateia como procedeu à realização deste trabalho e o entusiasmo nele colocado, pois aprecia imenso o escritor Ferreira de Castro. Por sua vez, Secundino Cunha falou sobre os estudos e investigações efetuadas sobre Ferreira de Castro para a elaboração do livro “Escritores a Norte”.
No âmbito do projeto “Escritores a Norte – Vidas com Obra em Casas d’Escritas” da Direção Regional de Cultura do Norte, o Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva levou a efeito a realização de um encontro com os jornalistas Secundino Cunha e Mário Augusto para visualização e debate sobre o documentário referente à vida e obra de Ferreira de Castro.
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"Projetos que projetam"
“Memórias da Infância de Ferreira de Castro”
Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva
No âmbito das comemorações do centenário do nascimento de Ferreira da Castro, saliente-se de entre outras atividades desenvolvidas, a construção de andas – pernas ou espécie de muletas em pau com um ressalto ou estribo em que se põem os pés para se andar a certa altura do solo, bem como de papagaios de papel, que foram utilizados para exposição e uso no Dia do Pai. A criação e exposição de bonecas de trapos e a dinamização do jogo de saltar à corda levados a efeito de forma alargada no Dia da Mãe, permitiu reviver as memórias de infância do escritor, e para que essa viagem no tempo até ao quotidiano de Ferreira de Castro fosse ainda mais concreta e visível, foi recriada pelos alunos da Eco Escola e Departamento de Línguas uma sala de aula de uma escola tradicional, remetendo-nos para as vivências da escrita do tempo do autor.
Momentos de recriação histórica levam alunos até às vivências da infância de Ferreira de Castro. Elaboração de papagaios, andas e bonecas de trapos e jogos da época que proporcionaram momentos de convívio entre pais e filhos.
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"Projetos que projetam"
Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva
“Aqui há teatro” Produção e exibição de duas peças de teatro a partir das obras “Não há borracha que apague o sonho” e “Era uma vez… a selva”. A Oficina de Teatro da Escola Básica Comendador Ângelo Azevedo, no âmbito do trabalho colaborativo com a biblioteca escolar, e com o objetivo de assinalar o centenário literário da vida de Ferreira de Castro, preparou ao longo do ano duas peças de teatro baseadas nas obras literárias sobre o autor "Não há borracha que apague o sonho", de Luísa Ducla Soares, para os alunos do 1 .º ciclo e "Era uma vez...a Selva", de José Carlos Soares, para os alunos de 2.º e 3.º ciclo. Ainda numa fase embrionária, as peças foram apresentadas aos visitantes da Feira do Livro no pavilhão da Escola Básica Comendador Ângelo Azevedo e tiveram a sua apresentação final na Semana da Leitura, para o seu público-alvo, no anfiteatro da escola. Foi muito o entusiasmo e o interesse manifestado pelos alunos no reconhecimento do excelente trabalho realizado pelos colegas.
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"Projetos que projetam"
Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva
“Apresentação do livro ‘Viajar com… Ferreira de Castro’” No ano em que se comemora o centenário da vida literária de Ferreira de Castro, o Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva realizou a apresentação pública da obra “Viajar com … Ferreira de Castro”, da autoria de Ricardo António Alves, uma publicação da editora Opera Omnia, sob o patrocínio da Direção Regional de Cultura do Norte.
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Várias foram as entidades presentes no evento, entre as quais, o Diretor Regional de Cultura do Norte, Dr. António Ponte, o Vereador da Educação, Ambiente e Associativismo da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Dr. Isidro Figueiredo, o autor, Dr. Ricardo António Alves, o Prof. Doutor Pedro Calheiros da Universidade de Aveiro e o Professor José Manuel Costa da Editora Opera Omnia. Após um belo momento musical intitulado Hornpipe from Water Music, de Handel, proporcionado pela orquestra dos alunos dos 8.º e 9.º anos do ensino articulado da Música deste Agrupamento de Escolas, António Figueiredo, Diretor do Agrupamento de Escolas, deu as boas-vindas a todos os presentes, salientando que “a republicação da obra “Viajar com c Ferreira de
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Castro” resultou da conjugação de esforços entre o Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva, a Direção Regional de Cultura do Norte, o Município Oliveirense e a editora Opera Omnia”. Todos os intervenientes salientaram a importância de Ferreira de Castro e da sua obra literária, bem como a necessidade de a mesma voltar a estar presente no currículo escolar, pois trata-se de um dos maiores romancistas portugueses do século XX. A encerrar a cerimónia, um novo e delicioso momento musical, protagonizado pelo coro dos alunos dos 5.º e 6.º anos do ensino articulado da música deste agrupamento de escolas com o tema A-roving tradicional. A sessão de apresentação do livro terminou com a habitual sessão de autógrafos pelo autor da obra.
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"Semana da Leitura"
Agrupamento de Escolas de Fajões
Semana da Leitura no Agrupamento de Escolas de Fajões com Almoço Castriano a abrir as atividades “Elos de Leitura com Ferreira de Castro” foi o tema concelhio desta Semana, celebrada de 14 a 19 de março, com iniciativas diversificadas, para eleger a leitura como fonte de conhecimento, de alegria e prazer e, em simultâneo, comemorar os “100 anos de Vida Literária de Ferreira de Castro”.
O “Almoço Castriano”, que decorreu no dia 1 4 de março, contou com a presença de vários convidados, donde destacamos os Vereadores da Educação, Isidro Figueiredo, e da Cultura, Gracinda Leal, os presidentes das Juntas de Freguesia, o Diretor do CFAEAVCOA, José Rosa, e os escritores Mariana Morais Pinheiro e Flávio Capuleto. Da ementa fazia parte, entre outras iguarias regionais, Caldo da Panela da Maria Rosa, Bacalhau Assado à “Emigrantes”, Aletria da Minha Terra e Frutos d’ “A Selva”. O centro das mesas eram obras de Ferreira de Castro e, ao longo do almoço, foram lidos excertos de “A lã e a neve”, “Emigrantes” e “A selva”. Um verdadeiro almoço literário e uma evocação como o autor merece. O “Minuto de Leitura” de Ferreira de ano 4/5, n.º4/5
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"Semana da Leitura"
Agrupamento de Escolas de Fajões
Castro aconteceu na primeira aula da semana, com a leitura de um pequeno excerto de uma obra selecionada, de acordo com a faixa etária dos alunos. Ao longo da semana, os alunos tiveram encontros com várias personalidades locais. Manuel Ferreira, historiador local, apresentou selos comemorativos da vida e obra de Ferreira de Castro, António Amorim e Diamantino Melo, autarcas de Carregosa, abordaram aspetos que vivenciaram com o autor, o Pe. José Ribeiro, pároco de Carregosa, apresentou a obra “A lã e a neve”, que havia lido durante os seus tempos de liceu e que o marcara profundamente, por fim Augusto Moreira, autarca de Cesar, apresentou a figura de Justino Portal, também ele emigrante no Brasil, que deixou fortes marcas nesta comunidade. Nas EB1 e JI, os alunos contactaram com a vida e obra de Ferreira de Castro através da leitura da Banda Desenhada de Matos Barbosa “O José foi à escola”. Foram-lhes disponibilizadas atividades lúdicas sobre a obra, nomeadamente palavras cruzadas e origami-jogo de Ferreira de Castro e, a partir daí, dinamizadas oficinas de escrita e workshops de desenho alusivos à leitura e ao autor. Para os alunos do ensino
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"Semana da Leitura"
Agrupamento de Escolas de Fajões
secundário, houve a projeção do filme “A selva”, de Leonel Vieira, baseado na obra homónima de Ferreira de Castro. Todos os espaços escolares foram decorados dom excertos de obras de Ferreira de Castro e com “Elos de Leitura”, contendo títulos e frases da obra do autor. Em todos os estabelecimentos do agrupamento foi plantado um carvalho, evocativo dos “1 00 Anos de Vida Literária de Ferreira de Castro”, com uma placa alusiva à efeméride, contendo uma frase do autor: «Eu tenho a paixão das árvores, seria infeliz se vivesse num país desarborizado...» ou «As árvores, com o sol copulando as suas ramagens e desenhando sobre a terra fantasiosos arabescos de sombra e claridade, foram sempre, sempre, uma volúpia, uma paixão, uma intensa saudade da minha vida. Se elas não existissem, eu teria menos pena de morrer.»
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"Semana da Leitura"
Agrupamento de Escolas de Fajões
100 anos 100 árvores
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Agrupamento de Escolas de Fajões
Sessões de formação em literacia informacional Para concretizar o objetivo do Projeto Educativo do agrupamento “aumentar os níveis de literacia dos alunos”, foram dinamizadas sessões de formação de utilizadores em literacia da informação, para alunos do 9º ano. Estas sessões realizaram-se no âmbito das comemorações dos 1 00 Anos de Vida Literária de Ferreira de Castro e abordaram a temática “Direitos de Autor”, relembrando conceitos como: propriedade intelectual, termos e condições, violação de direitos de autor. Para testar o grau de valorização dos direitos de autor, foram distribuídos “Piratómetros”, onde eram registadas as respostas a um questionário sobre o assunto e um marcador de livros com a escala para interpretar os resultados, podendo assim, alunos e respetivos professores discutir a sua posição sobre o assunto.
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Sessões de formação em literacia informacional
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Agrupamento de Escolas de Fajões
DIA D Ao longo dos meses de fevereiro e março, no âmbito das comemorações dos 1 00 anos de Vida Literária de Ferreira de Castro, as bibliotecas escolares, em parceria com os professores de Educação Visual, realizaram vários workshops de desenho, para alunos do 3º ano, permitindo-lhes experimentar diferentes técnicas de desenho e pintura. O ponto de partida foi o livro “Não há borracha que apague o sonho”, de Luísa Ducla Soares, que relata as venturas e desventuras de Ferreira de Castro, escritor-viajante que deu a volta ao mundo e que, sem ter frequentado escolas, detinha uma vasta cultura, escrevendo obras de todos os tempos.
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Agrupamento de Escolas de Fajões
DIA DE FERREIRA DE CASTRO No dia 24 de maio, comemorou-se o dia de Ferreira de Castro (1 898-1 974), data de nascimento do escritor oliveirense. Para assinalar a efeméride, neste ano em que se celebram os 1 00 anos de vida literária do autor, as bibliotecas escolares organizaram uma exposição, com trabalhos realizados pelos alunos dos diferentes níveis de ensino, e, em parceria com o grupo de desporto escolar de ginástica acrobática e de grupo, foi feita uma parada a partir da obra “A selva”.
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"100 Anos de Vida Literária de Ferreira de Castro"
Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro
100 Anos de Vida Literária de Ferreira de Castro “Ferreira de Castro, cidadão global” O Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro assinalou, ao longo do ano letivo, os 1 00 Anos de Vida Literária do seu patrono com iniciativas que o homenagearam e proporcionaram a alunos e restante comunidade educativa um maior conhecimento da sua vida e obra. Cem anos após a publicação de Criminoso por Ambição, obra que posteriormente rejeitou, Ferreira de Castro é evocado em múltiplas atividades promovidas pelo Agrupamento, com a participação ativa dos alunos, algumas delas resultantes da colaboração com a sua rede de parceiros. Exposições, leituras, apresentações, palestras, concursos, desfiles de carnaval, encontros, uma caminhadac foram alguns dos projetos dinamizados pelo Agrupamento de escolas Ferreira de Castro que projetaram o grande romancista Ferreira de Castro junto da sua comunidade. É desta forma singela que as crianças do 1 .º ciclo sintetizam este movimento que uniu a comunidade em torno do nosso patrono:
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“Este ano comemorase o centenário da vida literária de Ferreira de castro. Por este motivo, ao longo deste ano, serão dinamizadas pelo nosso Agrupamento várias atividades. A nossa escola já participou no Corso de Carnaval com fantasias inspiradas na obra deste escritor. Estamos ainda a elaborar os textos que vão fazer parte do projeto “História Semeada III – A lã e a neve”. Todas as turmas do 3.º e 4.º anos do Agrupamento realizaram a 1.ª fase do Concurso Concelhio de Leitura sobre a obra Não há borracha que apague o sonho de Luísa Ducla Soares. Com a leitura deste livro, ficámos a conhecer melhoro escritor que nasceu em Ossela, no ano de 1898 e partiu para o Brasil, com 12 anos, 7 meses e 14 dias, com o sonho de voltar rico. Passou quatro anos no Seringal, na floresta amazónica, onde trabalhou duramente e aos dezasseis foi para Belém pois tinha o sonho de ser escritor. A sua primeira obra foi Criminoso por ambição. Quando conseguiu regressar a Portugal, foi viver para Sintra onde escreveu duas das obras que o tornaram famoso: Emigrantes e A Selva. Tem livros traduzidos em mais de vinte línguas. Ferreira de Castro deu a volta ao planeta e escreveu As Maravilhas Artísticas do Mundo. Morreu no Porto em 1974 e os seus restos mortais foram sepultados numa encosta da serra de Sintra em 1975. Guilherme, Matilde e Sofia. 3.ºano
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"100 Anos de Vida Literária de Ferreira de Castro"
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Corso Carnavalesco No dia 3º de janeiro, em parceria com a Câmara Municipal, realizou-se o corso carnavalesco que contou com a participação de alunos do Pré-escolar e do 1 .º ciclo, de educadoras, professores do 1 .º ciclo, auxiliares de ação educativa e encarregados de educação. Uma enorme festa de cor, movimento e alegria novamente inspirada em Ferreira de Castro e nos diversos países por ele visitados.
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História Semeada III “A lã e a neve” Pelo terceiro ano consecutivo, a Biblioteca Escolar dinamizou o projeto de escrita colaborativa que funciona em articulação com o 1 .º Ciclo e o Jardim-de-Infância a partir de títulos da obra de Ferreira de Castro. O título deste ano foi “A lã e a neve”. Cada turma contribuiu uma página que engloba a escrita de uma pequena parte do texto e uma ilustração. Concluída a construção da história, esta foi transcrita para formato digital com a participação de alguns alunos, e partilhada para todos. Todas as histórias podem ser visualizadas online: JI de Outeiro e EB1 de Outeiro - https://youtu.be/lv3FZBVoQU0; JI de Cruzeiro e EB1 da Ponte - https://youtu.be/ARtNA_gewsg; JI e Eb1 de Lações - https://youtu.be/vq9zZ5wn0DI; JI de Vermoim e EB1 de St. António de Ossela - https://youtu.be/wNppk65uAxI.
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Leituras sobre a vida e a obra VI Concurso Concelhio de Leitura 31 7 alunos do Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro - 1 31 alunos dos 3.º e 4.º anos e 1 86 dos 5.º e 6.º anos - participaram na primeira fase do VI Concurso Concelhio de Leitura, onde se propôs a Leitura de obras que abordam a vida e a obra de Ferreira de Castro, nomeadamente Não há borracha que apague de Luísa Ducla Soares e Era uma vez a Selva de José Carlos Soares, ilustrada por José Emídio. Os alunos apurados à fase concelhia foram: na categoria 1 .º ciclo: Mafalda Isabel Pinheiro da EB1 Outeiro, Eva Maria Oliveira da EB1 Ponte, Tomás Gomes Silva da EB1 Selores e Paulo Alexandre Silva da EB1 OAZ n.º2; na categoria 2.º ciclo: Dinis Valente e Miguel Costa.
Conferência: “Por que vale a pena ler Ferreira de Castro” por Nuno Castro Nuno Crato esteve no Agrupamento de Escolas de Ferreira de Castro, a 28 de janeiro, na sequência de um convite para conduzir a palestra "Por que vale a pena ler Ferreira de Castro", uma organização do Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro e da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis. A atividade inseriuse nas comemorações do centenário do início da Vida Literária de Ferreira de Castro. A Sala Polivalente Ivone Ferreira encheuse no dia de conhecer melhor o romance "A curva da Estrada". O conhecido professor apresentou a sua leitura sobre todo o enredo e sobre os dilemas vivenciados pelo político protagonista da história e por outras personagens. Também fez a contextualização histórica do tempo em que se passou a ação. Declarou-se um apreciador da obra literária de Ferreira de Castro e incentivou a sua leitura.
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Encontro com José Carlos Soares, autor de “Era uma vez a Selva” José Carlos Soares, autor de "Era uma vez a Selva", uma adaptação de uma obra de Ferreira de Castro foi um dos convidados que marcou presença na semana em que se fez a festa do livro e da leitura. O encontro decorreu a 1 5 de março na Sala Polivalente Ivone Ferreira e destinou-se a alunos do 2.º ciclo que já tinham lido a obra “Era uma vez a Selva”. José Carlos Soares apresentou-se enquanto escritor, leitor e interessado na vida e obra de Ferreira de Castro e transmitiu o seu gosto pela leitura e pela escrita. Os alunos fizeram perguntas sobre as personagens do livro, sobre o processo de criação literária sobre as suas leituras e houve até quem lhe lançasse o desafio de fazer uma adaptação de uma outra obra de Ferreira de Castro.
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Lendo “A selva” descobri… Os alunos do 1 0.º ano, no âmbito da disciplina de Português, mais concretamente nos Projetos de Leitura, leram a obra A Selva e preparam a apresentação oral de aspetos que decidiram aprofundar. Numa primeira fase a apresentação - Lendo “A selva” descobric - foi feita para colegas da turma em contexto de sala de aula e depois para um grupo mais alargado incluindo colegas mais velhos na biblioteca para assinalar o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, dia 21 de abril. No dia 24 de maio, no dia de aniversário de Ferreira de Castro, no âmbito da abertura das comemorações do Dia do Patrono/Dia Aberto, três destes alunos foram convidados pela professora Fernanda Marques para fazerem parte do painel que participou na evocação de Ferreira de Castro na abertura solene do Dia do Patrono/Dia Aberto.
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Concurso de ilustrações de “A Selva” Na Escola Básica e Secundária Ferreira de Castro, decorreu um Concurso de ilustrações inspiradas em excertos de “A Selva” de Ferreira de Castro. Este concurso decorreu ao longo do segundo período e contou com a parceria das áreas disciplinares de Português, Francês e Espanhol e Artes Visuais. Os alunos foram desafiados a participar e responderam positivamente. Os resultados foram fantásticos, surgiram muitos trabalhos com muita qualidade. A ilustração vencedora foi estampada na t-shirt oferecida aos participantes na “Caminhada Solidária”, dinamizada pela área disciplinar de português.
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Temas e Problemas Ferreira de Castro No dia do patrono decorreu mais uma sessão de Temas e Problemas sobre Ferreira de Castro. A professora Teresa Jesus apresentou uma leitura deste best seller de Ferreira de Castro, defendendo que a Selva Amazónica acaba por ser o intérprete principal da obra, embora a personagem central do livro seja Alberto. É neste espaço luxuriante que o autor expressa todo o poder da narrativa, dando-lhe alma, carisma, povoando-a de fantasmas, de ameaças ocultas sob a sua densa vegetação de vida.
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Ortografíadas castrianas A área disciplinar de português promove o projeto Ortografíadas castrianas a partir de excertos de obras de Ferreira de Castro com os objetivos de promover o aperfeiçoamento ortográfico e a divulgação da obra do Patrono da Escola. A última eliminatória foi realizada no dia da escola. Os prémios foram entregues na biblioteca escolar aos vencedores, que foram: do 2.º Ciclo - Duarte Figueiredo Jorge, 6.ºF; Maria de Fátima João Manuel Ribeiro, 6.ºA; João Alberto Teixeira, 6.ºE e Miguel Costa Paiva, 6.ºF; do 3.º Ciclo - Mariana Azevedo, 8.ºD; Daniela Albuquerque, 9.ºD; José Martins, 9.ºD; Mariana Ferreira, 9.ºD; Marco Barbosa, 9.ºD e Maria Carmo, 9.ºE; do ensino secundário - Bernardo Santos Silva, 11 .ºB; Gonçalo Coelho, 1 2.º A e Mário Gustavo Santos 1 2.ºA.
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Caminhada Solidária "Roteiro Ferreira de Castro" Um verdadeiro “3 em 1 ” foi o que aconteceu a 1 2 de março, em Ossela. Com três objetivos principais: comemorar o centenário da vida literária do escritor oliveirense e patrono do Agrupamento, iniciar a Semana da Leitura e angariar fundos para o Projeto Diversão Solidária, um projeto de referência que já há alguns anos tem auxiliado alunos e famílias carenciadas do Agrupamento, realizou-se uma caminhada solidária pelo roteiro literário “Caminhos de Ferreira de Castro” numa organização conjunta da Direção do Agrupamento, da área disciplinar de português e da Biblioteca/Escolar. Mais de uma centena de alunos, pais, professores, funcionários e amigos de Ferreira de Castro percorreram 8 km de ameno passeio, contaram e ouviram ler alguns episódios ligados à vida e à obra de Ferreira de Castro. O Município associou-se a este evento plantando, junto à casa do escritor, um carvalho, a primeira de uma centena de árvores que ficarão espalhadas por todo o concelho, iniciativa integrada na comemoração do Centenário da obra do escritor. Para além da presença significativa de elementos da comunidade educativa do Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro, encabeçados pela Diretora do Agrupamento, Dra. Ilda Ferreira e pelo Presidente do Conselho Geral, Dr. António Santos, a caminhada contou com a participação do Vereador da Educação, Dr. Isidro Figueiredo, do presidente da Junta de Ossela, José Santos, do Presidente do Centro de Formação AVCOA, José Rosa, e do presidente do Centro de Estudos Ferreira de Castro, Carlos Castro, entre outros amigos deste escritor osselense. Todos os participantes receberam uma t-shirt original, estampada com a ilustração vencedora de um Concurso de ilustrações inspiradas num excerto da consagrada obra “A Selva” de Ferreira de Castro.
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Visitas de Estudo à Casa Museu de Ferreira de Castro Os alunos das escolas do Agrupamento tiveram oportunidade de participar em visitas guiadas à Casa Museu Ferreira de Castro e ao seu espaço envolvente, conhecendo melhor o berço que viu nascer o nosso patrono.
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Exposições A Biblioteca escolar, em articulação com as áreas disciplinares, recebeu ao longo do ano exposições de trabalhos de alunos e também promoveu outras promovidas pela equipa ou cedidas pela sua rede de parceiros. Destaca-se a exposição de t-shirts com as ilustrações concorrentes ao Concurso de ilustrações inspiradas num excerto da consagrada obra “A Selva” de Ferreira de Castro que decorreu ao longo do segundo período e contou com a parceria das áreas disciplinares de Português, Francês e Espanhol e Artes Visuais. As ilustrações foram expostas no dia do Patrono na sala dinamizada pela área disciplinar de Português, Francês e Espanhol. Alguns dos trabalhos também foram expostos no hall da Escola por alturas dos IV Encontros Ferreira de Castro aquando da realização das conferências na Sala Polivalente Ivone Ferreira a 1 4 de maio em formato de estendal de tshirts e mais tarde na Mostra Concelhia de Bibliotecas Escolares cuja temática foi “Elos de Leitura com Ferreira de Castro” e que esteve patente ao público entre 2 e 20 de junho na Biblioteca Municipal Ferreira de Castro. De referir, também, o Friso Cronológico da Obra Canónica de Ferreira de Castro à entrada da biblioteca escolar e a exposição Rostos de Ferreira de Castro, uma compilação das ilustrações feitas do escritor por grandes ilustrador com a identificação da autoria de cada uma delas.
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"100 Anos de Vida Literária de Ferreira de Castro"
Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro
35ª Edição do Prémio Nacional de Literatura Juvenil Ferreira de Castro
O Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro através da Associação do Prémio Nacional de Literatura Juvenil Ferreira de Castro com sede no Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro fez reviver o Prémio Nacional de Literatura Juvenil Ferreira de Castro. Este ano letivo, na sua 35ª Edição, este prémio conta com o Alto Patrocínio da Assembleia da República e de sua Excelência o presidente da República. Ao autor do melhor trabalho será atribuído um prémio pecuniário no valor de mil euros para cada uma das modalidades: o conto e relato de viagem. O júri conta com a presença de personalidades na área das letras: João Tordo, Joaquim Vieira, Patrícia Reis e Filipa Martins.
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Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro
O que ainda há para fazer em ano de centenário… No início do próximo ano letivo, terá lugar a cerimónia de entrega dos prémios relativos à 35ª EDIÇÃO DO PRÉMIO DE LITERATURA JUVENIL FERREIRA DE CASTRO na qual será divulgada a brochura Temas e Problemas Ferreira de Castro a qual incluirá o conjunto de comunicações proferidas no âmbito deste ciclo de reflexões em torno da obra deste escritor.
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FORMAÇÃO, fazer diferente, INOVAR Formação, género e violência doméstica O título deste artigo apresenta-nos três conceitos fundamentais, Formação, género e violência doméstica. Ambos são conceitos que simbolizam mundos próprios e em si mesmos extremamente complexos e carregados de sentido na vida humana. No entanto, quando, associados, mostram um ilimitado poder gerador de sentidos negativos, que trazem à memória outros termos que lembram dor, sofrimento, diferença, homens e mulheres. Violência é um fenômeno que acarreta sérias e graves consequências não só para o pleno e integral desenvolvimento do individuo, mas também no comprometimento do exercício da cidadania e dos direitos humanos, como também no desenvolvimentos mas socioeconómico de um país. A violência doméstica não é mais, que uma questão privada, objeto de preocupação social. A violência tem sido concebida, como toda relação onde há abuso de poder (Corsi, 1 997, 2003) podendo manifestar-se de diferentes formas. Ao definirmos violência doméstica, estamos a falar de qualquer forma de uso intencional da força, coação ou intimidação contra terceiro ou toda a forma de ação intencional que, de algum modo, lese os direitos e necessidades dessa pessoa. Pessoa essa, que convivam no espaço doméstico, mesmo que esporadicamente. A violência tem muitas caras, algumas disfarçadas de cultura e tradição, outras de moralidade e ainda outras visíveis, sem qualquer disfarce. Se a violência é um conceito que não é difícil de entender apesar das inúmeras conotações, o mesmo acontece com o conceito de género, embora estas questões perpassem praticamente
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Carla Carvalho 11.07.2017
todas as questões humanas, podendo tal como a violência serem evidentes ou então invisíveis. São dois conceitos sem fronteiras, nem classes, nem do tipo cultural ou grupo étnico. A literatura sobre género é abundante e traz incontáveis maneiras de definir o conceito. Género é um conceito relacional (Scott, 1 990) logo fica evidente a sua vinculação ao conceito de sexo. Sendo assim, torna-se evidente a importância de se fazer a distinção entre os dois conceitos. Quando falamos de sexo referimo-nos às diferenças biológicas características de mulheres ou de homens, que são universais e não se alteram de sociedade para sociedade. Quando falamos de género referimo-nos aos atributos sociais, aos papéis, às tarefas, às funções, aos deveres, às responsabilidades, aos poderes, aos interesses, expectativas e necessidades que socialmente se relacionam com o facto de se ser homem ou de se ser mulher numa determinada sociedade e época. As características de género podem, por isso, ser diferentes de sociedade para sociedade e podem ser modificadas ao longo dos tempos. O género é, pois, uma categoria socialmente construída e fruto do (seu) tempo e lugar. O conceito de género é portanto um conceito social. Tem em conta as diferenças biológicas entre os sexos e define, muito particularmente, as diferenças, as desigualdades de papéis entre os homens e as mulheres em função do contexto socioeconómico, histórico, político, cultural e religioso das diversas sociedades em que vivem os homens e as mulheres. No entanto, as diferenças sexuais próprias de
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cada um não constituem e não justificam as desigualdades entre os seres sociais. Só a cultura intervém, ao criar as identidades para cada sexo e ao elaborar os sistemas de género. As diferenças transformam-se então em desigualdades. Estas definições, aparentemente tão simples e compreensíveis, tiveram uma história de amplo e constante debate, sendo que ainda hoje não há completo consenso sobre os significados. As crianças, adolescentes e jovens são moldados/as e educados/as consoante as ideologias do meio em que se desenvolvem. Chamamos a este processo socialização de género. Esta socialização é evidentemente muito forte e desafiá-la pode ser incómodo. Uma vez “conferido” um género, a sociedade espera que os indivíduos desempenhem a sua função como “homens” e “mulheres”. É no quotidiano que estas expetativas se cumprem e se reproduzem. No dias de hoje, apercebemo-nos que os/as adolescentes, ainda crescem numa sociedade assente no poder patriarcal, na distribuição desigual do mesmo entre homens e mulheres, e, consequentemente, no domínio dos primeiros sobre esta. Ou seja, numa sociedade demarcada por estereótipos de género. Afirma-se, em muitos estudos, que a reprodução dos modelos culturais dominantes nas sociedades ocidentais, em geral, e na sociedade portuguesa, em particular, tem uma forte incidência na educação dada aos jovens e às jovens, sendo os comportamentos das mulheres socialmente mais enquadrados e normativamente vigiados do que os dos homens. A divisão tradicional das tarefas domésticas é um dos seus principais reflexos: às (jovens) mulheres é pedido para arrumar a mesa, lavar a loiça, aprender a cozinhar; brincar no quarto ou ainda a cuidar do/a irmão/ã ou crianças. Em contraposição, é concedida ou até incentivada uma maior “liberdade de movimento”, uma maior iniciativa, aos homens e aos rapazes. As desigualdades de género, de que ainda são exemplos o maior escrutínio público incidindo sobre os corpos das mulheres ou sobre o seu desempenho profissional, tendem a estruturar fortemente as atitudes e os comportamentos das mulheres e dos homens. Neste sentido, de acordo com Amâncio (1 993), as representações e
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identidades de género surgem numa oposição de valores entre a natureza e a cultura, onde aos homens são-lhe proporcionadas diferentes formas de se autorrepresentarem e de se comportarem, resultando daí um “modo de ser” independente do contexto; e às mulheres são associadas um contexto que as define – o contexto doméstico/emocional, evidenciando um “modo de estar” sexualmente definido. Cenário existente que está a mudar. Contudo, as desigualdades de género perpetuam situações de violência transversais a toda a sociedade. Não se restringe a um só espaço de atuação, sendo que atua dentro do seio familiar ou na esfera pública e social e acarreta consequências imediatas, a médio e a longo prazo. Porém é muito frequente, ainda, que meninos e meninas, ao demonstrarem comportamentos não apropriados para seu sexo, causem preocupação e sejam motivo de incômodo e dúvidas para profissionais. De acordo com Louro (1 998) e Felipe (1 999), a preocupação do adulto em relação à orientação sexual da criança aponta para a "obsessão com sexualidade normalizante": há uma vigilância exercida desde os primeiros anos de vida não só pela família, mas também pela escola, para que se possa garantir a manutenção de uma masculinidade considerada hegemônica. "Qualquer possibilidade de rompimento das fronteiras de gênero aponta para uma classificação no campo da patologia, da anormalidade" (Felipe, 2000, p.1 23). Essa preocupação do adulto está relacionada com a dificuldade de diferenciar a identidade de gênero da identidade sexual, "essas identidades estão inter-relacionadas; nossa linguagem e nossas práticas muito as confundem, tornando difícil pensá-las distintivamente. No entanto elas não são a mesma coisa". (Louro, 1 997, p. 27). Louro (1 997; 2000; 2002) afirma que a escola/formação é parte importante neste processo. Estudos desenvolvidos pelo autor apontam para o modo como as instituições e suas práticas ensinam certas conceções, fazendo com que certas condutas e formas de comportamento, diferenciadas pelo sexo, sejam aprendidas e interiorizadas, tornando-se quase "naturais". "Tal
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'naturalidade' tão fortemente construída talvez nos impeça de notar que, no interior das atuais escolas, onde convivem meninos e meninas, rapazes e moças, eles e elas se movimentam, circulam e se agrupam de formas distintas". (Louro, 1 997, p. 56) Pensar as questões de género na educação é reconhecer os padrões hierárquicos, preconceitos em que se pautam as relações entre os homens e as mulheres, e que vão além do âmbito familiar,
se estendem para a vida social, explicita também na divisão sexual do trabalho e na vida politica. É portanto, cada vez mais evidente o papel que a Escola deve assumir na socialização dos valores da liberdade, da justiça, da pluralidade ou da igualdade, objetivando, que o futuro possa ser de uma cidadania mais equitativa no que ao género diz respeito.
Bibliografia Amâncio, Lígia (1 993). Identidade Social e Relações Intergrupos. In Psicologia Social, ed. Jorge Vala; Maria Benedita Monteiro, 287 - 307. Arnot, M. (2009). Educating the gendered citizen: sociological engagements with national and global agendas. London & New York: Routledge. Corsi, J. (1 997). Violencia familiar: Una mirada interdisciplinaria sobre un grave problema social. Buenos Aires: Paidós. Corsi, J. (Org.). (2003). Maltrato y abuso en el âmbito doméstico. Buenos Aires: Paidós. Felipe, Jane (nov.98/ jan.99). Construindo identidades sexuais na Educação Infantil. Páreo, (7), p. 56-58. Felipe, Jane (2000). Infância, Gênero e Sexualidade. Educação e Realidade. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, v. 25, (1 ), p. 54-87. Louro, Guacira Lopes (2000). Curfuculo, gênero e sexualidade Porco,PT: Porto Editora. Louro, Guacira Lopes. (1 997) Gênero, Sexualidade e Educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: Editora Vozes. Louro, Guacira Lopes.(1 998). Segredos e mentiras do currículo. Sexualidade e gênero nas práticas escolares. In. SILVA, L. H. (org.) A escola cidadã no contexto da globalização. Petrópolis: Vozes. Louro, Guacira Lopes. (2002).Gênero: questões para a educação. In Brusch, Cristina; Unbehaum, Sandra. Gênero, democracia e sociedade brasileira. São Paulo: Ed. 34. Scott, Joan (1 990). Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade. Porto Alegre, vol. 20, n.2, p.71 -99.
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FORMAÇÃO, fazer diferente, INOVAR FORMAÇÃO EM SAÚDE MENTAL EM CONTEXTO ESCOLAR PROJETO PILOTO: uma Parceria entre a Equipa de Saúde Escolar do ACeS Aveiro Norte, o CHEDV, o Núcleo de Formação do AE Soares Basto e o Centro de Formação AVCOA
O Programa Nacional de Saúde Escolar e o Plano Nacional de Saúde Mental enfatizam a importância de capacitar os professores com competências socioemocionais e de promover a literacia em saúde mental de forma a diminuir o stress associado ao contexto escolar, a promover o desenvolvimento saudável das crianças/jovens, obtendo um maior sucesso escolar e consequentemente uma maior capacidade para lidar com as emoções. A formação “Corpos sãosc em mentes sãsc Literacia para a saúde na escola”, foi realizada pela primeira vez em Oliveira de Azeméis decorrendo nas instalações da Escola Básica e
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Secundária (EBS) Soares Basto. Trata-se de uma formação creditada de 25h, para Professores e realizou-se no período de fevereiro a maio de 201 7. Este Projeto Piloto surgiu da dificuldade sentida pelos professores para lidar com situações comportamentais e do foro mental, que interferem com as aprendizagens em sala de aula podendo levar ao insucesso escolar bem como ao desgaste destes profissionais. O sucesso desta formação resultou do envolvimento de vários parceiros: a Equipa de Saúde Escolar da Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) e Psicologia da Unidade de Recursos Partilhados (URAP) do Agrupamento de Centros de Saúde de Entre Douro e Vouga II Aveiro Norte (ACeS EDV II AN), o serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga (CHEDV), o Núcleo de Formação da EBS Soares Basto e o Centro de Formação da Associação de Escolas de Arouca, Vale de Cambra e Oliveira de Azeméis (AVCOA). Esta formação envolveu como formadores, técnicos especializados de várias áreas da saúde mental: dos Cuidados de Saúde Primários (ACeS AN Enfermeira Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica e Psicóloga) e do serviço de Psiquiatria do CHEDV (um Psiquiatra, duas Pedopsiquiatras, duas Psicólogas e duas Enfermeiras Especialistas em Saúde Mental e Psiquiátrica). Os destinatários foram os professores do 2º e do 3º ciclo da EBS Soares Basto. Este projeto capacitou os professores na autogestão emocional, permitiu dotá-los de ferramentas que irão ajudar na gestão
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socioemocional de situações com alunos, bem como facilitar a identificação precoce de comportamentos atípicos e o processo de sinalização e referenciação para os serviços de saúde. A avaliação deste projeto, de acordo, com o Centro de Formação AVCOA foi muito positiva, sendo por isso um projeto para dar continuidade no próximo ano letivo, com a possibilidade de se alargar a todos os professores dos Agrupamentos de Escolas da área geográfica do ACeS AN.
FORMAÇÃO, fazer diferente, INOVAR Professores do Agrupamento Soares Basto preparamse para o futuro Luís Veloso, Grupo disciplinar de eletrotecnia e eletrónica (GR540)
«O Fórum Económico Mundial (FEM) anunciou no início deste ano, que a quarta revolução “industrial”, a denominada “Internet das coisas”, irá causar grande perturbação não só sobre modelos de negócios, como também no mercado de trabalho durante os próximos cinco anos». Durante o mês de abril e maio de 201 6 decorreu, no agrupamento Soares Basto, uma ação de formação acreditada pelo CCPFC (Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua), denominada “Eletrónica Básica”. Durante 25 horas, em horário pós-laboral e distribuídas por
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sete sessões, estiveram reunidos, pela primeira vez, professores de diferentes grupos disciplinares, como Física e Química, Mecânica, Informática e Eletrónica. O formador desta ação, Luís Veloso, professor do Agrupamento Soares Basto, destacou três razões que levaram à realização desta ação. A começar pela sensibilização e preparação de professores para a denominada “Internet das coisas” onde a eletrónica tem um papel importante e fundamental na ligação entre mecânica e informática; Como segunda razão, a implementação e valorização de novas experiências, conhecimentos e competências, que possam ajudar no acompanhamento e desenvolvimento de soluções para projetos ou Provas de Aptidão Profissional, contribuir para o alargamento da equipa de professores que dinamizam o clube MAKERS (um
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clube de robótica do agrupamento Soares Basto) e outros concursos; A ausência de formação específica nesta área de eletrónica, numa vertente mais experimental e de laboratório e proporcionar ambientes interdisciplinares de partilha de conhecimentos e competências foi também apontado como terceiro motivo. Com o objetivo de atualizar conhecimentos, utilizar e partilhar métodos experimentais, manipular materiais, ferramentas e outros equipamentos, ao nível da eletrónica, o grupo de quinze professores ficou mais sensibilizado e preparado para poder acompanhar e dar resposta aos desafios das futuras gerações. Tem sido bastante evidente, o crescente desenvolvimento tecnológico, associado a um conceito de Robótica que interliga as áreas da mecânica, eletrónica e informática. Sabe-se que qualquer profissão relacionada com a área da tecnologia terá nos dias de hoje e num futuro próximo, um enorme potencial de empregabilidade. Introduzir conceitos e experimentar robótica na escolaridade básica, por exemplo, é hoje em dia, uma tarefa real e com implementação. Muito se deve, é claro, ao aparecimento de plataformas de aprendizagem
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como a LEGO, PICAXE e ARDUINO, com interfaces gráficas de programação como Scratch ou Blockly, para citar apenas alguns exemplos mais populares, de simuladores de eletrónica como, mais recentemente, o 1 23d.circuits, e de desenho 3D como o TinkerCAD que facilitam e simplificam a aprendizagem quer da eletrónica, da informática ou da mecânica. Tudo isto, ao alcance de qualquer um, mesmo que não possuam conhecimentos na área da mecânica, eletrónica ou informática e sem custos ou custos bastante reduzidos. Conceitos que antes eram abordados apenas ao nível do ensino superior, devido à sua complexidade de procedimentos, conhecimento e elevados custos associados, hoje em dia, há eletrónica, que é como quem diz, Robótica, para todas as idades. Não há dúvida que a Robótica, está cada vez mais na “moda”, há imensas atividades criativas e motivadores ao alcance dos mais jovens, cabe aos professores e às escolas estarem atentos e preparados para poderem acompanhar e dar respostas a esses “novos” desafios.
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Protagonistas Quando deixamos um projeto que ajudamos a nascer
Quando deixamos um projeto que ajudamos a nascer, alimentando-o, regando-o, vê-lo crescer e caminhar para a maturidade, apercebemo-nos da nostalgia da separação daqueles com quem aprendemos a crescer quer em termos profissionais, quer em termos pessoais. Daí a despedida em silêncio dos lugares, das pessoas, dos momentosc Exercer o cargo de CIBE na área de Entre Douro e Vouga significou saber SER, ESTAR e FAZER. SER e ESTAR com humildade, aprendendo todos os dias com distintas realidades do saber, mas de forma diretiva para que com determinacão pudesse levar a bom porto os objetivos planeados. FAZER, segundo as diretrizes da RBE e ver nascer o que semeamos. Desafio aliciante lidar com Recursos Humanos com funções diversificadas mas alicerçando as parcerias, dando-lhes sustentabilidade na sua autonomia. A autonomia foi um dos pontos chave da minha atuação e da qual me orgulho nestas funções. Ensinar a partir das bases sempre com formação adequada às situações, caminhar pelo tempo e verificar que aqueles com quem trabalhei sabem hoje de forma autónoma empreender ações que imprimem mudança e impactos na maioria positivos, só pode significar sentido de dever cumprido.
Elisabete Carvalho,
CIBE - Coordenadora Interconcelhia para as Bibliotecas Escolares, na área de Entre Douro e Vouga
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Quem se enquadra no contexto das bibliotecas escolares tem de compreender a essência da palavra PARTILHA. Se não a entender nunca saberá o que é trabalhar de forma colaborativa. Tentei incutir esta postura naqueles com quem trabalhei, estendendo esta noção a todos os PARCEIROS que comigo estiveram todos estes anos, passando por aqueles com quem considerei
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e defendi em primeira instância como se fossem “meus” – os PROFESSORES BIBLIOTECÁRIOS . Para o bem ou para o mal o que são hoje representam uma extensão do meu saber. As Direções das Escolas/Agrupamentos que sempre estiveram cientes da importância das bibliotecas escolares, mesmo com todos os constrangimentos que essa função acarreta. As Bibliotecas Municipais e seus SABES que são o cerne da visibilidade do trabalho colaborativo e de partilha em termos concelhios. As Autarquias que de forma institucional primeiramente e com a consolidação das relações humanas com a CIBE / RBE, souberam estar sempre presentes neste processo, dando visibilidade à sua atuação em prol do sucesso educativo a partir da ação das bibliotecas escolares.
Azeméis que iniciei o meu trajeto pelas bibliotecas escolares e foi também aqui que me permiti terminar a minha caminhada pelo EDVOUGA. Assim, o meu agradecimento muito especial e sentido a todos que contribuíram para o meu crescimento enquanto profissional e cidadã, destacando o papel determinante da Manuela Antunes, Teresa Calçada, Manuela Siva, Isidro Figueiredo, Carla Tavares, José Rosa e obviamente à minha filha Mariana Fernandes. Muito obrigada a todos vós por aquilo que hoje sou, desejando que continuem no trilho do sucesso das bibliotecas escolares e seus impactos positivos na educação deste País. Até um diac
Os Centros de Formação de Professores que muito contribuiram para a formação dos professores bibliotecários, assistentes operacionias e docentes ligados às bibliotecas escolares. No caso do AVCOA destaco a sua impressão no terreno porque a sua ação ultrapassa a simples formação, indo ao encontro de dinâmicas das bibliotecas e interagindo de forma ímpar no seu terreno de atuação. Aos alunos e seus pais/encarregados de educação que são o motivo de nós existirmos nestas funções, pois é para eles que trabalhamos todos os dias contribuindo para a sua formação e incutindo o gosto pelo livro, pela leitura e todas as literacias associadas a uma formação plena. Para além, dos referidos muitos houve que comigo lidaram e contribuiram para o sucesso do trabalho empreendido em parceria com a RBE. Por ultimo referir que este depoimento vem na sequência do desafio lançado pelo Diretor do AVCOA, deixando a minha impressão nas memórias deste Centro de Formação. Com muito gosto acedi a este desafio, já que nesta caminhada pela vida, o mais importante são mesmo as pessoas. Foi aqui, em Oliveira de
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Protagonistas Assim a inovação principal que considero no meu trabalho é o tirar sistematicamente, aula a aula, uma fotografia ao quadro da sala de aula, registando os conteúdos que foram, ou não, lecionados.
dos anos seguintes, aceder à matéria que efetivamente foi dada e assimilada pelos alunos e assim continuar o processo de aprendizagem destes, evitando lacunas ou redundâncias na matéria que se expõe.
Posteriormente e periodicamente as fotografias do quadro da sala de aula são enviadas para o endereço de correio electrónico dos alunos, que foi criado no início do ano letivo.
Mais vantagens poderia apresentar com o meu "Caderno diário digital".
Assim, para os alunos que estiveram distraídos, não estiveram presentes, não compreenderam a matéria, ou outro qualquer problema, poderão aceder e consultar o que foi dada nas aulas. Atualmente e em regra, os alunos desde o 2.º ciclo, são possuidores de telemóveis que já têm acesso à internet, e as escolas possuem rede wi-fi gratuitas.
Refiro apenas uma que é de que aumenta em muito a produtividade do professor dentro da sala de aula, pois deixam de existir os tempos mortos de escrever os sumários e apontamentos no quadro, esperar que os alunos passem e organizem os seus materiais (quando os trazem..) e os trabalhos idênticos de arrumar os cadernos...
Com o registo fotográfico do quadro da sala de aula e com o acesso à internet os alunos podem rever as matérias para um teste, de uma maneira bem mais "ecológica" e rápida.
É minha opinião que deverá haver uma alteração do sistema atual do ensino que foca como elemento principal do ensino, o professor com todos os meios materiais e formações profissionais, não havendo uma abordagem objetiva sobre o quê e como foi lecionado aos alunos, antes de imputar as culpas a causas de modelos políticos, pedagógicos ou outros.
Para o professor é muito mais exigente o seu trabalho, pois sabe que se irá expor a comentários de terceiros, para o bem e para o mal... (no meu caso aceito esse desafio...).
Caso considere algum interesse no meu trabalho gostaria de referir que não queria ver exposto quer o nome da escola onde leciono, bem como o meu nome...
A digitalização dos trabalhos, desde fichas de trabalho a testes de avaliação permite ao professor, aferir da qualidade e quantidade dos conteúdos que efetivamente os alunos assimilaram, pois não basta escrever ou apresentar fichas de trabalho e considerar que a matéria está dada.
A haver um autor seria o modelo pedagógico, Escola Fernando Paião
Aurélio Oliveira
A construção de um portfólio profissional, nos moldes em que o apresento tem a vantagem de outros professores, quer do ano em curso quer
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Um território, vários recursos
O Centro de Educação Ambiental de Vale de Cambra (CEAVC) está localizado no Parque da Cidade de Vale de Cambra Dr. Eduardo Coelho. Foi criado com o objetivo de educar e sensibilizar a população para a necessidade de adoção de práticas mais sustentáveis, amigas do ambiente e que promovem a biodiversidade. Esta infraestrutura está equipada com um pequeno edifício modular que serve como sala de formação e de realização de atividades com capacidade máxima de 1 5 pessoas. O edifício possui também, uma pequena cozinha utilizada em workshops sobre alimentação saudável. No espaço exterior existem vários canteiros, devidamente identificados, com diferentes espécies vegetais tais como: plantas aromáticas, medicinais, melíferas, repelentes de insetos, bagas e flores comestíveis e algumas árvores de fruto de variedades regionais. Existem ainda canteiros destinados ao cultivo de hortícolas, sendo que alguns deles são elevados, podendo ser utilizados por pessoas com mobilidade condicionada. De elevada importância para o ciclo da matéria orgânica, a compostagem e a vermicompostagem estão bastante representadas com a presença de diferentes tipos de compostores e vermicompostores, assim como painéis informativos sobre esta temática.
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A funcionar desde 201 5 o Centro de Educação Ambiental tem desenvolvido a sua actividade com diferentes públicos-alvo. Para a comunidade escolar, o CEAVC dispõe de acções em vários formatos que podem ir da simples visita ao Centro à exploração de temas mais específicos. Numa simples visita é possível percorrer um circuito que representa o ciclo da matéria orgânica com respeito pela natureza e pela sua biodiversidade. De salientar que a manutenção de hortas é jardins é efetuada em
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modo de produção biológico. Alguns dos temas explorados são: o ciclo de vida das plantas, a compostagem e vermicompostagem, a alimentação saudável e a observação da biodiversidade. Ainda dentro da comunidade escolar os professores também são grupo alvo. Em 201 5 foi realizada uma ação de formação certificada, dedicada especialmente a professores, alusiva ao tema da compostagem. O CEAVC tem também procurado dar resposta às solicitações das IPSS’s do concelho para realização de atividades com grupos de idosos, crianças, pessoas portadoras de deficiência ou grupos de pessoas que de alguma forma recebem apoio destas instituições. De uma maneira geral o feedback tem sido bastante positivo. Neste espaço a metodologia tem uma forte componente de experimentação. Quem ali trabalha acredita que a alteração de comportamentos passa pelo estímulo de todos os sentidos. Aqui é possível mexer na terra, sentir o aroma das ervas aromáticas e o sabor das flores comestíveis, apreciar o canto das aves e a beleza das árvores. Criando uma forte conexão com a natureza promove-se a compreensão e o respeito pelo que nos rodeia e nos suporta. Este projeto não é apenas dedicado a grupos específicos. Qualquer pessoa pode visitar o Centro no seu horário de funcionamento (segundas, quartas e sextas das 9:30 às 1 2:30 e das 1 4:00 às 1 7:00). É também possível frequentar pequenos cursos que funcionam no segundo sábado de cada mês. Os temas de cada curso são divulgados na página de facebook do CEAVC. Estes cursos são gratuitos mas de inscrição obrigatória. O Centro de Educação Ambiental de Vale de Cambra está localizado em Vale de Cambra e está disponível para receber pessoas ou grupos de outros concelhos que manifestem interesse em visitar, podendo ser contactado por email ou telefone (ceavc@cm-valedecambra.pt, 91 3 41 2 21 4).
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Para além da formação
A Ajudaris é uma associação particular de carácter social e humanitário de âmbito nacional, sem fins lucrativos, que luta diariamente contra a fome, a pobreza e a exclusão social. Registo de IPSS 06/09 e considerada de utilidade pública desde 2008. Actualmente conta com cinco colaboradores a tempo inteiro e quarenta e cinco voluntários activos, sendo que os Órgãos sociais da instituição são voluntários não auferindo qualquer regalia ou vencimento. Teve a sua origem no Porto em 2008 e surgiu a partir da iniciativa da psicóloga Rosa Vilas Boas que juntou um grupo de voluntariado que pontualmente já apoiava grupos de pessoas em situação de sem abrigo e a idosos isolados do concelho do Porto. Ao verificar-se que esta ajuda, sendo pontual e informal, era insuficiente para fazer face à realidade social existente, surgiu a necessidade de criar uma associação que trabalhasse em complementaridade com as entidades já existentes, para que a ajuda fosse efectiva e sustentada. Hoje, a Ajudaris está sedeada num espaço cedido pela Câmara Municipal do Porto na Praça da Alegria nº 1 0 no Porto. É uma Instituição Particular de Solidariedade Social, membro activo do CLAS e da Comissão Social da Freguesia de Paranhos e do Bonfim, com forte implementação local e uma sólida projecção a nível nacional. A sustentabilidade da Ajudaris é garantida por uma estratégia de angariação de fundos realizada
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a empresas e particulares e por uma gestão criteriosa dos mesmos. Grande parte das receitas são angariadas através da venda dos livros “Histórias da Ajudaris”, dos eventos organizados anualmente pela Ajudaris, consignação do IRS, pela cota dos amigos e pelos parceiros que generosamente se aliam às iniciativas. A Ajudaris defende que “juntos podemos construir sorrisos”. Esta associação conta assim com a ajuda de todos para continuar a apoiar boas causas. A ajuda pode chegar-nos através de parcerias, do trabalho de voluntários, da recolha de alimentos e vestuário, da aquisição de livros “Histórias da Ajudaris”, donativos monetários e em espécie ou através da consignação do IRS. Actuando com base no lema “Pequenos gestos grandes corações?”, a Ajudaris encontra-se actualmente a desenvolver sete projectos de intervenção social, são eles: - o Projecto S.O.S. Fome - atendimento e acompanhamento social a crianças e famílias encaminhadas na sua maioria por Escolas, Juntas de Freguesia, Segurança Social e Unidades Hospitalares. O projeto visa satisfazer as necessidades básicas e paralelamente promover e estimular competências consoante o diagnóstico. - o Projecto Idade d’Ouro dirigido para idosos que se encontram em situação de isolamento e solidão, sem retaguarda familiar, desenvolvido em parceria com as Freguesias e outros Parceiros Sociais. Actualmente através de visitas periódicas e realização de actividades de animação continuadas, visando estabelecer relações de proximidade e proporcionar momentos de alegria e bem-estar físico e mental; - Clube Habilidosos é um espaço aberto diário que procura promover o envelhecimento activo dos idosos, de modo a combater o isolamento e exclusão social, assim como proporcionar novas formas de voluntariado e trabalho em rede.
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- Clube Arco Íris - constitui-se como uma proposta educativa, integrada num projecto de animação sociocultural, que visa dar resposta às necessidades e interesses das crianças/jovens, das famílias e da comunidade promovendo a inclusão social. Diariamente são possibilitadas actividades de acompanhamento ao estudo e lanche, não esquecendo as pausas lectivas. Projeto Compartilharte
Neste projeto, as crianças e jovens inspirados nos temas tratados nos livros “Histórias da Ajudaris”, como a cidadania, a solidariedade, os valores e os afetos, são convidados a criar/dar vida a pequenas caixas, no dia 1 3 de abril, dia da partilha dos afetos. Depois da criação, cada caixa será recheada com um coração em sabão, dividido em duas partes que simbolizam e incentivam a "partilha de afetos, valores e emoções" e que poderá ser partilhado com alguém especial! E, desta forma aumentar o coração ComPartilhArte! Conseguimos juntos doar 79 pares de óculos! “Na semana passada recebi um presente de grande valor para mim. A associação Ajudaris ofereceu-me uns óculos, uma oferta essencial para a minha saúde e bem-estar. A Ajudaris resolveu o meu problema com grande amabilidade e todos foram muito atenciosos comigo. É com imenso carinho que quero agradecer a esta admirável instituição o seu pequeno gesto que me proporcionou uma grande alegria! Muito obrigada, Ajudaris! Desejo um imenso sucesso a esta instituição para que a mesma possa continuar a ajudar aqueles que mais precisam.” Helena Fernandes, 201 6 O Projeto inovador “Histórias da Ajudaris”, detentor de vários reconhecimentos e prémios, criado em 2009 e que já vai para a 9ª edição, desafia crianças orientadas por professores solidários a criarem histórias com recurso à imaginação e à criatividade colhendo a inspiração em temas ligados à cidadania, ingrediente essencial naquela que é a missão da Ajudaris. Desafiamos estes jovens a crescerem como cidadãos mais ativos, conscientes e integrados do mundo que os rodeia, uma vez que sabem que ao criarem uma história estão a ajudar crianças
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carenciadas, muitas vezes os colegas do lado. Outra grande finalidade do projeto é promover o gosto pela leitura, pela escrita e da ajuda aos que mais necessitam elevando a auto-estima e a motivação para a descoberta do mundo da literatura. Este projeto é fruto de uma rede de afetos, resultado de um conjunto de sinergias estabelecidas com várias entidades públicas e privadas, ilustradores conceituados e novos talentos, grupos de professores, pais e alunos. Dado o sucesso alcançado com o livro de 2009, prosseguido e ampliado ao longo destes anos, foi decidido criar uma coleção de livros infantis escritos por crianças associada a uma exposição itinerante, atividades de animação artísticas associadas, formação a professores e realização de um Colóquio Internacional “Ler e Ser”. Os livros “Histórias da Ajudaris” apresentam conteúdos significativos e são, certamente, um factor de estímulo para a leitura e escrita. Cremos que poderá ser o elemento despoletador para a criança considerar o livro um amigo e com ele viajar e descobrir mundos novos, principalmente, nas faixas etárias onde a leitura não faz parte do seu quotidiano. Paralelamente, a criança cria o seu próprio inventário moral e, através dos personagens, vence obstáculos, abrindo o leque das suas vivências para lidar, de forma segura, com os sucessos e frustrações. Outro aspecto positivo é o facto de juntar crianças de diferentes estratos sociais. Na escola todos os meninos têm conhecimento da existência de crianças mais e menos abastadas, mas todas elas devem ter as mesmas oportunidades e direitos. O livro permite valorizar qualquer criança, independentemente, do seu estrato social. É muito fecundo e enriquecedor partilhar do entusiasmo e da motivação de todos os envolvidos, nomeadamente o dos pequenos grandes autores no momento dos autógrafos. O brilho do olhar é irresistível! Consideramos que este projeto contribui para uma cidadania mais activa e para o desenvolvimento da oralidade e das práticas da escrita de uma forma com que as crianças se identificam. O facto das crianças e da comunidade educativa estarem amplamente envolvidas no processo de criação
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de histórias pode ser considerado um factor de sucesso para Ler+. Ainda mais enriquecedor é receber feedback de vários estabelecimentos de ensino solidários que usam o livro como ferramenta e como inspiração para criação de outras atividades. Além da edição do livro, são realizadas atividades associadas como a formação de professores nas áreas da escrita criativa, dinamização de historias e ilustração, o desenvolvimento de um Colóquio Internacional, voluntariado no hospital Dona em parceria com o Banco de Portugal, exposição itinerante, worshps de escrita criativa em empresas, festas de lançamento e participação em conferências e grupos de trabalho nas áreas da educação e cidadania. O projecto “Histórias da Ajudaris” alia a vertente pedagógica e artística à solidária, pois as verbas arrecadadas com a venda do livro, com o custo unitário de 5€, revertem em prol de projectos de intervenção social devidamente comprovadas pela rede social. No seguimento do impacto das “Histórias da Ajudaris” a nível nacional, foi replicado o projeto em Oliveira de Azeméis, em parceria com o AVCOA que abraçou de imediato a ideia. Contamos com o envolvimento de 2050 pessoas intensamente envolvidas em Oliveira de Azeméis, entre crianças, professores, ilustradores e parceiros. Um agradecimento muito especial a todas as crianças, professores, artistas e empresas que de forma generosa e missionária lançaram as sementes para fazer nascer uma verdadeira obra repleta de afetos. Crianças e jovens orientados pelos seus professores fizeram germinar em terras do afamado escritor Ferreira de Castro, uma obra coletiva repleta de histórias maravilhosas e mágicas, pinceladas de cor e magia por artistas solidários conceituados e novos talentos de vários pontos do mundo. Todo o resultado é uma obra imperdível! Pequenos gestos, Grandes corações! Apoie o projeto
Ao adquirir o livro Histórias da Ajudaris em Oliveira de Azeméis, apoia a manutenção e o
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crescimento do projeto, bem como projetos sociais locais. Por cada livro vendido, será doado 1 euro a duas associações locais: Centro de Apoio Familiar Pinto de Carvalho e Santa Casa da Misericórdia de Oliveira de Azeméis. Relembramos que este projeto não conta com ajudas estatais e que está no coração de cada um fazer a diferença. Todas as ajudas contamc! Formas de apoio?
- Adquirir os livros “Histórias da Ajudaris em Oliveira de Azeméis”, por apenas 5 euros cada, nas instituições aderentes e devidamente assinaladas para o efeito; - Visitar a loja dos afetos em www.ajudaris.org - Juntar-se ao grupo “Amigos Ajudaris”, preencher a ficha de inscrição, disponível no nosso site; - Destinar 0,5% do valor final coletado do seu IRS para os projetos em desenvolvimento. Aquando do preenchimento do IRS, coloque no quadro 9 do anexo H, linha 901 , o Número de Identificação de Pessoa Coletiva (NIPC) da Ajudaris: 508 682 703; - Tornar-se voluntário da Ajudaris, podendo, assim, participar nos diferentes projetos e atividades da instituição; - Sugerir e realizar eventos no âmbito da nossa missão. - Realizar um donativo financeiro destinado a um dos vários projetos sociais desenvolvidos em prol de crianças e idosos carenciados;
Contatos AJUDARIS – Associação
de Solidariedade Social Praça da Alegria nº 1 0, 4000-027 Porto Tel: 222 01 3 1 59 Email: geral@ajudaris.org www.ajudaris.org www.facebook.com/pages/ajudaris/371 31 3706283 429
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Para além da formação Porque um Centro de Formação de Associação de Escolas é mais do que formação contínua ou se não é, devia ser, é nossa preocupação organizar outras atividades, que podem revestir um caráter formativo ou não. Foi essa a nossa preocupação desde 201 3. Se nesse ano e nos dois seguintes, por razões logísticas quase e só nos restringimos à organização de Caminhadas – 201 3, Caminhos de Santiago (troço norte de Oliveira de Azeméis, entre a Rua Bento Carqueja e a entrada em São João da Madeira), 201 4, Caminhos de Santiago (troço sul, entre a entrada no concelho de Oliveira de Azeméis, Branca, Albergaria-a-Velha e a Rua Bento Carqueja) e 201 5, em Ossela, nos Caminhos Literários Ferreira de Castro, nos anos letivos 201 5 / 201 6 e 201 6 / 201 7, houve mais atividades e disso queremos dar conta. Em 201 5, no mês de dezembro e janeiro, de 1 5 a 6 respetivamente, realizou-se a exposição Ele anda por aí , uma Exposição de Pais Natais em diferentes materiais e configurações. A realização da exposição só foi possível com o contributo de elementos da Comunidade Educativa dos Agrupamentos associados, com especial incidência, por motivos de proximidade, obviamente, dos do AE S ares Basto. Neste particular, uma nota, para a participação de alunos com Necessidades Educativas Especiais do Agrupamento, motivados pelas suas professoras e que no seu dia-a-dia, convivem lado a lado com as instalações do Centro de Formação. A Caminhada da Primavera, é uma atividade de convívio entre os elementos da Comunidade Educativa do Centro de Formação, extensível aos familiares e
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amigos, é uma atividade que tem por caraterística o caminhar ao ar livre. Como já foi escrito, nos três primeiros anos, foram usados caminhos e trilhos no concelho de Oliveira de Azeméis. Em 201 6, estava na hora de rumar a outro e o escolhido foi Arouca, mais concretamente os Passadiços do Paiva, que foram feitos no sentido Areinho – Espiunca. Para a realização desta atividade foi imprescindível o apoio dado pela Câmara Municipal de Arouca e pelo Arouca Geopark, que permitiram o acesso ao percurso e o transporte entre Arouca e o inicio da Caminhada e o regresso à Vila. No presente ano a Caminhada da Primavera, foi realizada no dia 1 7 de junho, com a descida do PR2 de Vale de Cambra, Por Caminhos de Antigamente, entre a Senhora da Saúde e São Pedro de Castelões. Todos os participantes, foram unânimes em avaliar de forma muito positiva a atividade em geral e o percurso escolhido em particular, apesar do estado do tempo que se fez sentir, com temperaturas acima dos 30º C. Mais uma vez, a realização desta atividade contou com o apoio de uma autarquia, neste caso a Câmara Municipal de Vale de Cambra, que assegurou o transporte dos participantes entre o largo da Igreja de castelões e o alto da Senhora da Saúde. As 24 Horas das Bibliotecas Escolares são uma outra atividade que começa a ser estruturante no Plano de Atividades do CFAE AVCOA. Realizadas pela primeira vez, na atual configuração do Centro, em 201 4, é uma atividade que se carateriza, por um lado pela diversidade de formatos que incorpora e por outro, pela responsabilidade partilhada pelos vários Agrupamentos associados, normalmente através das suas Bibliotecas Escolares bem como das três Bibliotecas Municipais. Uma outra caraterística deste evento, que acontece sempre na terceira sexta-feira do mês de maio é a de haver um Agrupamento que centraliza as atividades de abertura e encerramento. Nas primeiras três edições, também asseguraram a transição da sexta-feira
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para o sábado. Já agora interessa dizer, que este evento, acontece na terceira sexta-feira de maio. Em 201 4, a atividade foi centrada no Agrupamento de Fajões e em 201 5, no Agrupamento Dr. Ferreira da Silva, ambos do concelho de Oliveira de Azeméis. Em 201 6, as 24 Horas das Bibliotecas Escolares decorreram nos dias 20 e 21 de maio. Foram centradas nas Escolas do AE de Búzio, mas tiveram a colaboração dos outros seis agrupamentos, que na sua maior parte, realizaram atividades na manhã do dia 6, no chamado warmup. Em 201 7, AS 24 Horas das Bibliotecas Escolares, foram realizadas na data prevista, 1 9 e 20 de maio, com uma enorme adesão de seis dos sete Agrupamentos, alguns dos quais realizaram diversas atividades, especialmente centradas no Agrupamento de Escolas de Arouca. A Mostra Concelhia de Bibliotecas Escolares é uma atividade que pretende apresentar o trabalho desenvolvido pelas Bibliotecas Escolares do Concelho de Oliveira de Azeméis, sobretudo no âmbito das atividades da Semana da Leitura. Esse é um dos motivos pelo que o CFAE AVCOA é convidado a participar. A edição deste ano foi Inaugurada no dia 2 de junho. No entanto, neste ano letivo, o CFAE AVCOA não teve intervenção direta na Semana da leitura, mas como desenvolveu uma atividade formativa de alguma forma relacionada com a temática da Semana da Leitura em Oliveira de Azeméis, foi decido apresentar aos visitantes os trabalhos desenvolvidos pelos Formandos que participaram no Curso de Formação FERREIRA DE CASTRO, Um escritor Universal. A edição des 201 7 da Mostra Concelhia de Bibliotecas Escolares, decorreu, como já vem sendo hábito desde 2008, último ano em que o Centro de Formação foi o promotor e organizador, na Biblioteca Municipal Ferreira de Castro de 5 a 1 6 de junho. Houve, da parte do público, que normalmente utiliza o espaço da Biblioteca Municipal bastante interesse pelos materiais expostos, em representação das Bibliotecas Escolares dos cinco Agrupamentos de Escolas do Concelho de Oliveira de Azeméis e do CFAE
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AVCOA. O projeto
AJUDARIS’16 EM OLIVEIRA DE
AZEMÉIS Histórias para pensar escritas por jovens autores, que não estava previsto
no Plano de Atividades aprovado para o ano letivo 201 5 / 201 6, dado que, quando este foi aprovado em 1 5 de setembro, ainda não tinha havido o desafio ao Centro de Formação, para participar, como parceiro privilegiado deste projeto, a verdade é que este foi um projeto que nos possibilitou um grande envolvimento e interação com os Agrupamentos de Escolas e Instituições Particulares de Solidariedade Social do Concelho de Oliveira de Azeméis. Depois das diferentes fases, que foram desde a sensibilização feita aos professores bibliotecários dos Agrupamentos de Escolas do concelho e às educadora de infância de duas das Instituições Particulares de Solidariedade Social que decidiram aceitar o nosso convite e participar, houve o lançamento oficial do Livro, resultado do trabalho de crianças e jovens (do Pré-Escolar ao Ensino Secundário), no Parque de La-Salette, no dia 4 de junho, com a presença de todos os Agrupamento e IPSS envolvidas que, com demonstrações diversas, mas baseadas nas histórias que podem ser lidas, animaram a tarde. Já em 201 7, foi organizada na Casa Museu Regional de Oliveira de Azeméis a exposição AJUDARIS’1 6 Oliveira de Azeméis, realizada de 4 a 20 de julho, com a inauguração a acontecer no dia 3 pelas 1 9 horas. Foi uma oferta à cidade e ao concelho que merecia o contacto com as ilustrações, quase todas de altíssima qualidade, independentemente se os autores são ilustradores consagrados ou são ilustradores anónimos, entre os quais muitos jovens alunos.
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