Relatório de Projeto | A Viagem - Virginia Woolf

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Relatรณrio de projeto 1/2020

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Arthur Chiaradia Falcão Curci

21051576

Letícia Aparecida Medeiros Araujo

21039863

Mariane Santos da Silva

21030213

Raíssa Gratão Andriotto

21035310

Projeto Gráfico Livro Relatório de desenvolvimento do Projeto Interdisciplinar: Livro, do 6º semestre do curso de Design Gráfico da Universidade Anhembi Morumbi Orientação Érico Carneiro Lebedenco São Paulo 2020

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Introdução

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A obra

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Contexto histórico Virginia Woolf A Viagem Edições de A Viagem A comida nas obras de Woolf

11 13 17 19 24

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Pesquisa

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Mercado editorial Clubes de assinatura Editoras independentes Perfil do leitor

27 29 39 44

Escolhas e justificativas

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Desenvolvimento

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Conceituação Estudos de capa Estudos de miolo

57 62 70

Projeto final Colagens Paleta cromática Tipografia Livro literário Livro objeto Folder Brinde Item extra

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Kit completo

128

Livro literário Livro objeto Folder Brinde Item extra Embalagem

130 132 134 136 138 139

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Considerações finais

140

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Referências bibliográficas

142

78 79 82 83 84 97 111 118 126

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Terence para Rachel, capĂ­tulo 21

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Introdução

Neste relatório, contemplamos as diversas etapas necessárias para o desenvolvimento do projeto interdisciplinar do 6° semestre de Design Gráfico da Universidade Anhembi Morumbi. O trabalho interdisciplinar desse semestre gira em torno do desenvolvimento de um projeto editorial, desde a etapa de pesquisa até a prototipação das peças. Para isso, utilizamos os fundamentos do design gráfico e os conhecimentos adquiridos no semestre como ferramentas para projetarmos o livro e todas as peças requeridas pelo orientador.


A obra designada para este projeto foi A Viagem da escritora inglesa Virginia Woolf, sendo esse o seu romance de estreia. Publicado em 1915, o livro retrata uma viagem que tem início em Londres com destino a uma pequena cidade ao norte da América do Sul, durante o trajeto temos a oportunidade de conhecer melhor a personagem principal Rachel, uma jovem que por conta de sua criação não teve a oportunidade de viver a vida verdadeiramente. Com o passar dos anos o livro foi publicado por diversas editoras do mundo e poucas foram as que conseguiram transmitir em seus projetos os principais conceitos da história. Frequentemente encontramos capas que abordam elementos relacionados a viagens marítimas, como navios, ilustrações do oceano e até mesmo fotografias da própria Virginia Woolf, que demonstram uma interpretação superficial da obra. A maneira como esses componentes são utilizadas nas capas as deixam com um ar desinteressante, que não atiçam a curiosidade dos olhos de frequentadores de livrarias. Esse foi um dos desafios enfrentados nesse projeto: tentar abordar de maneira coerente e interessante elementos que condizem com a narrativa. A obra, a autora e o contexto hitórico são abordados no primeiro capítulo. Já no capítulo seguinte, trazemos dados sobre e o público, o mercado

editorial e os obstáculos enfrentados pelas editoras. Segundo pesquisas realizadas pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), as vendas de livros caíram consideravelmente nos últimos anos, e muitos dos grandes nomes do mercado editorial se viram forçados pelas circunstâncias a fecharem as portas de um número considerável de franquias para manterem seus negócios na ativa. Pensando nisso, fizemos pesquisas sobre mercados alternativos dentro do meio literário e percebemos que a queda nas vendas não está na falta de interesse da população na literatura, mas sim na insatisfação por parte desses com o método antiquado abordado pelas grandes livrarias. Soluções alternativas como os clubes de assinatura e editoras independentes perceberam isso e se portaram de maneira diferenciada no mercado, trazendo como conceito principal a satisfação do cliente e não a tradição. Tais soluções, combinadas com uma pesquisa sobre o público, serviram como base para o desenvolvimento do projeto gráfico que será apresentado no último capítulo.

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Contexto Histórico

Apesar de A Viagem ter sido publicada no início do século XX, a obra abrange características do século anterior, que se tornariam alvos das críticas de Virginia Woolf. O século XIX foi evidenciado por grandes transformações, as Revoluções Industriais, o Imperialismo, a Independência de vários países da América e as diversas guerras travadas nesse período, geraram consequências que abrangeram tanto a política e a economia, quanto o estilo de vida e o modo de pensar dos indivíduos. O império britânico foi uma das grandes potências econômicas desse século, e o lar de grandes inovações tecnológicas,

culturais e artísticas. Ainda assim, a modernização não foi o suficiente para contornar as adversidades da época, o que gerou uma série de contradições. O período em que tais contradições se tornam mais evidentes é na Era Vitoriana, que consiste no tempo em que a regente Rainha Vitoria esteve no poder do Reino Unido (1837 a 1904). A ascensão econômica e a industrialização acompanhadas da violência e das condições precárias de trabalho, o crescimento dos estudos intelectuais combinados com uma idolatria à moral e aos bons costumes, são alguns dos fatores ambíguos que caracterizam a época vitoriana. Mas o aspecto 11


que mais se relaciona com a autora Virgínia Woolf, que nasceu e foi educada nos moldes desse período, é o rígido controle dos hábitos sexuais de mulheres e homens, bem como as suas diferentes funções sociais. A própria Rainha Vitória, que seria um exemplo da figura feminina numa posição de poder absoluto, defendia a submissão da mulher, que deveria se limitar a vida doméstica, enquanto a vida pública era destinada exclusivamente aos homens (SANTANA; SENKO, 2016). A Viagem (1915) de Virgínia Woolf, possui diversas passagens que ilustram essa diferença entre os sexos. Os personagens discutem sobre o voto feminino, o papel da mulher na política, a igualdade de gêneros, e suas posições são quase sempre contrárias a esses fatores. Além disso, Rachel, a protagonista da história, é apresentada como uma moça inocente e pura, que não sabe nada sobre relações íntimas, o que teria sido resultado, segundo sua tia Helen, de uma educação inapropriada. Virgínia Woolf nasceu em 1882, logo também foi educada nos padrões vitorianos, e por esse motivo, seus romances apresentam diversas críticas aos modelos de conduta da época. Entretanto, a literatura vitoriana foi na verdade, marcada por obras como O Retrato de Dorian Gray, de 12

Oscar Wilde, O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson, William Wilson de Edgar Allan Poe, e As aventuras de Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle. Todas buscando revelar os escrúpulos de uma aparência externa controlada e desonesta (SANTANA; SENKO, 2016). Esses romancistas ingleses da época também refletiam sobre as ambiguidades que assombravam a sociedade, mas, como havia uma rígida fiscalização da moral, as críticas sociais presentes em suas obras eram sutis, combinadas com temáticas cotidianas que buscavam agradar os leitores (CEVASCO; SIQUEIRA, 1985).


Virginia Woolf

Em 25 de janeiro de 1882 no distrito de Kesington, em Londres, nasceu a filha de Leslie Stephen e Julia Stephen. Recebeu o nome de Adeline Virginia Stephen, e posteriormente adotou o sobrenome Woolf com o qual ficou conhecida. Virginia, filha de um editor erudito e filósofo, teve uma educação apurada, convivendo desde cedo com o mundo literário. Virginia tinha seis irmãos, sendo três deles filhos do primeiro casamento de sua mãe. A partir dos 7 anos, já demonstrava a sua capacidade em elaborar histórias. Começou a escrevê-las e contá-las para os irmãos. Além disso, aos 9 anos, criou o “The Hyde Park Garden News”,

uma espécie de jornal familiar utilizado para a publicação de seus textos. Apesar de ter crescido imersa no âmbito intelectual e da literatura, Virginia sofreu com as limitações impostas as mulheres no período vitoriano. De acordo com seu sobrinho, Quentin Bell, Virgina Woolf e sua irmã Vanessa podiam passar as manhãs estudando grego ou desenhando; mas as suas tardes eram dedicadas àquelas ocupações que os homens consideravam adequadas. Esse modelo de educação era defendido por seu pai, Leslie Stephen. Ele acreditava que a mulher deveria ser o “anjo do lar”, responsável por ser guardiã da moral e da castidade (FREITAS, 2019). 13


Suas memórias mais afetivas estão estritamente relacionadas às férias de verão passadas em Cornualha. Aos 12 anos, foi nesse local, em frente à praia, que a então escritora colecionou as suas primeiras recordações literárias, com personagens e paisagens que ambientariam as suas histórias anos depois. Durante toda a sua vida, Virginia passou por diversos traumas familiares. Entre eles estão: abusos provocados pelo seu meio-irmão mais velho, a perda da mãe aos 13 anos, a perda de um irmão devido ao quadro de febre tifóide e a sua má relação com o pai, até a morte do mesmo em 1904 devido a um câncer de intestino. As oscilações no humor de Virgínia devido a esses acontecimentos e as posteriores doenças psiquiátricas, acompanhadas de inúmeras internações e tentativas de suicídio, a prejudicaram em seu âmbito social, mas apesar de a autora ter feito diversas pausas em seus trabalhos, sua produtividade literária não foi severamente afetada. Após a morte de seus familiares mais próximos, a escritora se mudou para uma casa no bairro de Bloomsburry. Foi ali que começaram as primeiras reuniões, promovidas por alunos de Cambridge, que posteriormente formaria o Grupo de Bloomsbury, círculo de intelectuais sofisticados que após a primeira grande guerra vão contra as tradições 14

literárias, políticas e sociais impostas pela Era Vitoriana e pelos hábitos burgueses. Apesar do seu ceticismo quanto ao matrimônio, em 1912 Virginia casou-se com historiador e economista Leonard Woolf e juntos fundaram em 1917 a sua própria editora, a Hogarth Press, que revelou escritores estrangeiros de renome e publicações de trabalhos de psicanálise. Virgina iniciou os seus trabalhos como escritora com um artigo jornalístico; posteriormente ficou conhecida como uma das maiores romancistas do século XX, ao se convencer da necessidade de atualizar a arte literária, declarando guerra à visão tradicional. Logo, o que lhe interessa é análise psicológica, com prevalência do fluxo contínuo da experiência, a ambiguidade dos caracteres e das circunstâncias. Nesse sentido, influenciada por Henry James, Proust e Joyce, verifica-se do protótipo convencional e cria o seu próprio estilo de narrar. A Viagem foi seu primeiro romance publicado. Entre suas obras de sucesso, também se destacam: Mrs. Dalloway (1925), Ao Farol (1927), Orlando (1928) e Um teto todo seu (1929). Virginia conseguiu consolidar-se no meio literário, e foi considerada pelos críticos de sua época uma das escritoras mais influente e inovadora. Além dos romances, ela escrevia cartas dramáticas,


ensaios e uma longa lista de contos. Também dava palestras em escolas e universidades, e foi considerada uma intelectual. Entretanto, com consideráveis acontecimentos negativos vividos e incapaz de enfrentar os seus temores, em 1941, aos 59 anos, Virginia Woolf comete suicídio se afogando no Rio Ouse. Antes de sua decisão, a escritora deixou

duas cartas: uma para a sua irmã, Vanessa Bell; outra para Leonard, seu marido (LOPEZ, 2018). A literatura de Virginia Woolf foi considerada inovadora tanto pela sua preocupação com a construção e estética, quanto por suas críticas ao modelo social de sua época. Suas obras são caracterizadas pelo uso do fluxo de consciência, uma técnica narrativa que tem como foco a psique humana. Aqui, o narrador tem pouca importância, e toda a ação acontece na mente dos personagens, que é marcada por pensamentos contínuos, mas com uma sequência ilógica, e que, as vezes pode levar à uma epifania (CEVASCO, 1985). Essa técnica é utilizada posteriormente pela escritora, Clarisse Lispector.

Retrato de Virginia Woolf, pelo fotógrafo George Charles Beresford, em agosto de 1902

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Diante disso, os personagens de Virginia Woolf estão constantemente buscando respostas pelos mais variados assuntos. Rachel, protagonista de A Viagem, busca por exemplo, o sentido da vida e do amor, e faz reflexões sobre quem as pessoas realmente são além de suas aparências. Em relação aos assuntos tratados em suas obras, o papel da figura feminina é um assunto recorrente. Suas críticas às restrições impostas as mulheres no período vitoriano, ainda que postas de uma maneira sutil, foram de grande importância ao feminismo. Virginia mostrou ideias inusitadas para a sua época, ela tinha total consciência da exclusão das mulheres a possibilidades culturais e intelectuais em razão do domínio masculino. E, mesmo se esforçando a não transmitir seus ideais em detrimento da estética de sua obra, a autora não se manteve afastada e indiferente às diferenças entre gênero e suas influências sobre a vida (CAMARGO, 2001). 16


A Viagem

Assim como os romancistas vitorianos, Virginia Woolf teve que alterar a sua forma de escrita para se adequar aos padrões de sua época. A preocupação em se estabelecer no meio literário, agravada pelo fato de ser mulher inserida em uma sociedade patriarcal, fez com que Woolf reescrevesse seu primeiro romance A Viagem inúmeras vezes. A obra tem um rascunho precursor denominado Melymbrosia, que começou a ser elaborado em 1907, antes do casamento de Virginia. Entre 1912-1913, a autora, agora casada com Leonard Woolf, realizou amplas alterações no texto, incluindo a adição e alteração na numeração dos

capítulos, a modificação de personagens e a mudança do título. Leonard Woolf levou manuscrito completo de A Viagem a Duckworth & Company em 9 de março de 1913; foi aceito em abril, e em maio estava nas provas. Como ele explica em sua autobiografia, um dos elementos que levaram ao colapso nervoso e à tentativa de suicídio de sua esposa em setembro de 1913 foi seu intenso e exaustivo trabalho em “A Viagem”. Ela não permitiu que o romance fosse publicado, considerando-o ainda incompleto, e ficou nas provas até ela ser capaz de rele-lo, em fins de 1914 (HEINE, 1990). Sua edição final foi publicada 17


Sinopse em 1915, e a edição americana em 1920 pela editora Doran Company tendo sido revisada novamente pela autora. Em Melymbrosia, Woolf se expressa de forma mais direta e afiada. Suas angústias são mais evidentes, suas críticas à sociedade britânica predominantemente masculina são mais explícitas. Já em A Viagem há um trabalho do significado de jeito mais ambíguo; as críticas impostas a sociedade são atenuadas, enquanto as suas atenções à colocação da mulher na sociedade são veladas, além disso, as falas mais agressivas e diretas e foram substituídas pela metaforização que deve ser interpretada pelo leitor. Todo esse processo de reescrita e readaptação contou com a ajuda do filósofo Clive Bell. Clive auxiliou na própria constituição das personagens e do romance no geral. Com isso, a escrita woolfiniana passou por um processo de lapidação diante a sua realidade social. Virginia Woolf buscava transpor uma nova expressão artística, a partir da estética da arte, de acordo com os princípios da criação artística e a sua relação com as experiências humanas.

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O romance acompanha a história de Rachel Vinrace, uma pianista de 24 anos que parte no navio de seu pai em direção à um país semitropical e mítico da América do Sul. Na companhia de seus tios Ridley e Helen Ambrose, Rachel é educada sob a tutela de sua tia devido à ausência de sua falecida mãe. Durante a jornada, o navio Euphrosyne recebe Clarissa Dalloway, personagem que futuramente protagoniza “Mrs. Dalloway”, uma das obras mais importantes da trajetória de Virginia. Quando chegam ao seu destino – um hotel em Santa Maria repleto de ingleses de classe média – outros personagens são apresentados na trama, introduzindo personalidades distintas e complexas e novos relacionamentos. Neste momento, Rachel conhece Terence Hewet, um jovem aspirante a escritor que passa a acompanhar sua jornada na terra estrangeira. Ambos se apaixonam e têm seu amor retratado de forma simples e natural, mas repleto de emoções ambíguas e intensas. Ambientado em um cenário exuberante e quase fictício, Rachel aprende a transformar seu modo de vida em um enredo que, repleto de encontros e despedidas, revela que apesar de tudo a vida deve sempre continuar.


Edições de A Viagem A obra estudada dispôs de variadas versões de capa ao longo dos anos. Analisando as edições anteriores, nota-se a utilização frequente de elementos similares para a tradução do conteúdo do livro e construção visual das capas ainda que perteçam a datas e nacionalidades distintas.

Elementos marinhos O primeiro elemento trata-se da representação de elementos marítimos como barcos, portos ou mares e relaciona-se diretamente com o ambiente e atmosfera na qual se passa boa parte da história do livro.

Mariner Books, 2003

Barnes Noble Classics, 2004

Editorial Presença, 2011 Green World Classics, 2017 Createspace, 2017

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Figura feminina O segundo apresenta a figura feminina como objeto de destaque. Essa figura vincula-se com a personagem principal do enredo, de onde parte as principais reflexões presentes na obra e na qual rodeia o pensamento dos outros personagens. Também é exibido mais de uma figura feminina em configuração de diálogo, que trata-se de uma atividade constante na história visto que é por meio da conversa que os personagens ocupam-se e conhecem suas respectivas histórias. Ao mesmo tempo, na comunicação percebe-se o diferencial da escrita da autora: o fluxo da conversa misturado com pausas para raciocínio (lembrar de uma palavra, nome ou situação, por exemplo), representado pelo uso de reticências, torna o diálogo mais próximo da realidade e relácionavel para o leitor. 20

Penguim Books, 1970

Caralt, 1976

Vintage Classic, 1992

Newton Compton, 1994


Grafton Books, 1978

Bantam Classics, 1991

Oxford University Press, 1992

Flammarion, 1999

Collins Classics, 2013

The Modern Library, 2001

Caralt, 1992

Createspace, 2018

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Penguin Classics, 1992

Penguin Classics, 1992

Vintage Digital, 2017

Girlebooks, Desconhecida

Paisagem tropical O terceiro elemento empregado associa-se com o destino da viagem e é representado por um ambiente tropical. Esse é o local onde decorre o restante da história e no qual são introduzidos novos personagens. O destino é descrito no livro como exótico, e percebido pelo leitor como ficcional já que trata-se de um lugar não existente da América do Sul. 22


Duckworth & Company, 1915 1ª edição

Signet Classics, 1991

Editora Univers, 1994

Outros As demais capas, que se distanciam dos três grupos citados anteriormente, não apresentam elementos gráficos associados com o conteúdo da obra. São capas exclusivamente tipográficas, de coletânea de obras da mesma autora ou que se apropriam do retrato da Virginia Woolf para composição das mesmas. Examinando graficamente as edições anteriores selecionadas, verifica-se que todas apresentam uma linguagem visual datada, com características específicas das suas respectivas datas de publicação. Percebe-se o uso repetido de uma tipografia serifada e disposição dos conteúdos escritos de forma centralizada o que pode ser percebido como uma história clássica porém pouco atrativa. Além disso, essas publicações demonstram pouca renovação e conexão entre imagem e escrita do título da obra.

The Modern Library, 2000 Novo Século, 2008

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A comida nas obras de Woolf

Lisa Angelella (2011) estuda a importância e relação entre a obra de Woolf, a comida e o feminismo. Virginia Woolf, como muitos romancistas, traz em suas histórias diversas cenas em que a refeição está nitidamente presente como cenário principal para o entrosamento das personagens. Seja em um almoço ou jantar, os acontecimentos ocorridos são invariavelmente memoráveis por algo muito espirituoso que foi dito ou por algo muito sábio que foi feito (ANGELELLA, 2011). Repleta de citações alimentares, a escrita woolfiniana, no entanto, raramente menciona o que realmente foi consumido nesses episódios. Tais referências, ainda que não possuam uma ligação com o imperativo feminista, Woolf as coloca dentro de um manifesto feminista. Segundo Angelella (2011) vários estudiosos argumentam que o foco de Woolf na comida eleva o status das mulheres. Para a autora, essas associações possuem relação 24

com o período vitoriano, uma vez que as mulheres naquela época eram vistas como produtoras e servas da comida. Segundo Angelella, a cultura para as mulheres, naquele momento histórico, está estritamente relacionada com o desenvolvimento da feminilidade, negando o seu apetite, enfatizando a imagem da mulher como de fraqueza e a dependência. “Qualquer mulher faminta, que desmaiava ou desperdiçava era sinônimo de delicadeza e feminilidade. O apetite nesse sentido, deve ser considerado não apenas fisiológico e psicológico, mas também um fator social. Logo, muitas mulheres retratadas na literatura daquela época, não tinham a prática da alimentação. Quando comiam vigorosamente, eram dispensadas dos bons modos, sendo vistas socialmente mais lentas, menos prestigiosas e talvez cômicas.”


Assim, a expressão feminina em seus escritos mostra como ligava a ideia do apetite com todos os aspectos de personalidade, físico, mental e emocional: “A estrutura humana é o que é: coração, corpo e cérebro misturados, e não contidos em compartimentos separados [...] um bom jantar é de grande importância para uma boa conversa. Não se pode pensar bem, amar bem, dormir bem, se não se jantou bem” (WOOLF). Esse comentário expressa as ideais feministas da autora, ao sugerir que a repreensão ao apetite pode reduzir a manifestação da individualidade da mulher.” Com isso, a alimentação presente na obra de Woolf demostra como os personagens apresentam os seus desejos e as suas perspectivas de mundos e suas manifestações como sujeitos. Na obra de Woolf, a representação dos doces, em diversas cenas, é conectada com a falta de atratividade e a melancolia por parte da personagem: se apresenta como uma automedicação e não como uma auto-fortificação. Assim, a comida doce é conectada com algo pouco nutritivo e insubstancial. Em relação ao contexto histórico, os doces foram frequentemente vinculados às mulheres no início do século XX, julgadas pelos seus apetites delica-

dos. A representatividade dos doces nessas obras tendem a associar personagens femininas com a superficialidade e o papel totalmente tradicional delas mediante aos acontecimentos. Para Angelella, em A Viagem o doce é visto como uma indulgência preguiçosa. Um exemplo, que segundo Angelella, indicaria o rompimento de Woolf com as ideias praticadas no cenário vitoriano é a inserção da carne como principal alimento nas cenas. Por convenção, era negado as mulheres o acesso a carne em plena nação britânica. A carne, a comida mais cara naquele momento, deveria ser ofertada ao sustentador da casa. Essa restrição também está ligada a razões ideológicas. A carne era vista pelos britânicos como estímulo a paixões indecorosas. Além disso, era um alimento tradicional na mesa de guerreiros e agressores, além de representar a raiva e a luxúria. Assim, a inserção de cenas com carnes em suas obras, Virginia acaba rompendo com uma ideologia alimentar que relacionava as mulheres com a leveza, delicadeza e passividade. Dessa forma, dada à centralidade da questão alimentar, algumas das soluções das peças enfocaram exatamente a presença do sentido do paladar e do simbolismo alimentício na obra de referência de Woolf. 25



Mercado editorial Quem mais usa a impressão*

Produto considerado por muitos como o mais emblemático da indústria gráfica brasileira, o livro é um objeto influente e de relevância devido as significativas transformações que a sua criação ocasionou nas trajetórias da humanidade. Esse legado não foi ofuscado pelo aparecimento dos e-books, e-readers e áudio-livro recentemente; pelo contrário, de acordo com pesquisa realizada em 2017 pela Two Sides¹, os livros impressos continuam com a grande maioria do mercado em todo mundo (tabela). Em alguns países, por exemplo, a atuação dos livros digitais despencaram depois de um pico em 2013.

Alemanha França Brasil Reino Unido Austrália Estados Unidos Espanha Itália Nova Zelândia África do Sul

64% 56% 54% 52% 51% 48% 45% 43% 43% 38%

*Pontuação média para produtos impressos em todas as categorias Fonte: Two Sides ¹ Two Sides – organização global criada por membros das indústrias de celulose, papel e comunicação impressa

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Ainda de acordo com a pesquisa, apesar da sensação de que os e-books estão excluindo os livros de bolso da vida das pessoas, o livro físico continua sendo o formato mais popular para leitura no geral. 72% de todos os entrevistados preferem livros impressos, e apenas 9% optam pelos leitores eletrônicos. A pesquisa ouviu 10.762 entrevistrados em todo o mundo. Em específico, no Brasil, esse percentual é parcialmente maior: 78% dos indivíduos (gráfico 1). Para conhecimento, “os livros impressos (72%) são lidos diariamente ou pelo menos uma vez por semana por 54% de todos os entrevistados. Apenas 28% dos entrevistados globais preferem ler livros eletronicamente (celular, tablet, computador e leitores eletrônicos). Essa preferência é claramente refletida no comportamento, pois 55% afirmam que nunca ou raramente leem livros eletrônicos” (gráfico 2). Logo, o livro impresso se destaca mais ao instigar a sua concorrência digital. Isso se deve justamente pela totalidade que o objeto livro assegura: fácil de portar, é independente de fontes de energia para atuar, tem baixo impacto ambiental e apresenta de forma íntegra a sua maneira de hierarquizar as informações (embora perca para a ferramenta “busca”, quando comparado ao e-book). Outro aspecto 28

importante é a sensoriedade. Todos os leitores assíduos não abrem mão de portar um livro impresso, devido a experiência de manuseá-lo e sentir a materialidade do papel (tanto a textura quanto o seu cheiro). Dessa forma, um livro impresso consegue conectar fisicamente o leitor com o objeto, justamente pela combinação entre o tátil e o visual. O envolvimento do indivíduo com esse universo sensorial faz com que o mesmo se desligue do mundo normal e viaje em uma excelente história. Com isso, a prevalência pelo livro impresso, até o momento, é grande. Mas isso não significa que o livro eletrônico não seja capaz de alcançá-lo futuramente; possa ser que esse processo esteja em evolução, de maneira mais gradual do que se previa. Atualmente, a possível convivência entre esses dois formatos no mercado é a mais procedente, mas com certa vantagem para o livro impresso. Portanto, não é impossível que o livro físico continue mantendo a sua notoriedade como o mais vendido no mercado editorial.


Gráfico 1 - Preferências de leitura no Brasil 0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%9

0%

100%

Livros

Legendas Impresso Laptop/Computador Celular

Revistas

Tablet Jornais

E-reader

Gráfico 2 - Hábitos de leitura globais 0%

10%2

0%

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60%7

0%

80%9

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100%

Legendas

Lê um livro impresso

Sempre (todo dia)

Lê um livro em celular, tablet, e-reader tipo Kindle

Frequentemente (1x por semana) Ás vezes (1x ao mês)

Lê uma revista impressa

Raramente (1x ao ano)

Lê um jornal impresso

Nunca

Fonte: Two Sides Ano: 2015

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Clubes de assinatura

Apesar de o público leitor ter preferência pelo livro impresso, segundo a Câmara Brasileira do Livro (CBL), atualmente, o mercado editorial brasileiro vive um momento difícil, as vendas em livrarias caíram consideravelmente nos últimos anos. As vendas de livros caíram 20% em 2018 em comparação com os dados do ano anterior. Além da queda nas vendas, no mesmo ano as principais livrarias do Brasil depararam-se com a necessidade do fechamento de suas lojas. De acordo com uma matéria publicada na revista Exame, a Livraria Cultura fechou duas de suas lojas em outubro de 2018, enquanto a Saraiva encerrou a atividade 30

de 19 livrarias no mesmo período. Ao redor do mundo esse cenário se repete,n os EUA, a Barnes & Noble, uma das maiores redes literárias do país, prevê que um terço de suas lojas físicas fechem nos próximos anos. Em meio a essa crise no mercado literário, soluções como os clubes de assinatura surgiram para mostrar que a queda nas vendas das grandes livrarias não é decorrência da falta de interesse do público nos livros, mas sim resultado de uma estratégia de mercado que só visa os interesses da empresa e não os interesses de seus consumidores. Pensando nisso, os clubes de assinatura se


diferenciam ao propor uma experiencia de consumo maior ao leitor, o imergindo na história e no contexto que a rodeia. A Tag Experiências Literárias, é um exemplo de como os clubes de assinatura conseguiram contornar os obstáculos gerados pela crise no mercado editorial. Segundo o Jornal do Comércio, enquanto grandes livrarias fechavam suas portas, o número de assinantes da Tag cresceu de maneira que a empresa teve um crescimento de 73% em 2019, e no ano anterior, já contava com 48 mil assinantes. Segundo Arthur Dambros, diretor de marketing da Tag, “a crise não é do livro, nem de leitores, mas do mercado varejista livreiro”. Tendo isso em vista, a Tag tem como ponte forte falicitar o acesso de livros pré-selecionados. Em uma entrevista para a Folha de São Paulo, Luís Antonio Torelli, presidente da Câmara Brasileira do livro, afirma que o clube de assinatura de livros “é um modelo de negócios que veio para ficar”, ele estima que em 2018 existiam cerca de 25 clubes no país. Segundo a Câmara Brasileira do Livro, o Brasil possuía no mesmo ano, mais de 2 milhões de membros divididos pelos diversos clubes em existentes. Por ser um mercado em ascensão ainda há bastante espaço para o surgimento de novos negócios

que buscam propor através de seus serviços uma experiência literária mais profunda, inserindo os leitores de maneiras criativas e inovadores no universo e contexto da obra literária. Nas páginas seguintes, serão apresentados exemplos de clubes de assinatura.

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Gênero literário: Lançamentos da editora intrínseca. Edição do livro: Inédita, exclusiva com capa dura.

O intrínsecos é o clube de assinatura criado pela editora intrínseca. Esse clube possui duas opções de planos, o padrão e o anual, além do valor da mensalidade a diferença entre os dois planos está na presença ou não de fidelidade com o clube, no plano padrão você não tem fidelidade, podendo cancelar a assinatura a qualquer momento e sem multas, enquanto no plano anual você tem a fidelidade e para fazer o cancelamento da assinatura é necessário pagar uma pequena multa. Todos os meses a equipe da intrínseca seleciona um livro exclusivo que ainda não foi publicado no Brasil para ser a peça principal do kit. Os livros são de uma edição exclusiva para assinantes, possuindo um design único e colecionável. Os livros do kit intrínsecos seguem uma linha mais minimalista, na capa temos apenas a presença do símbolo do clube, na lombada ficam o titulo da obra, o nome do autor e a marca do clube.Todas as peças complementares do kit acompanham matriz a cromática do livro, que é a peça principal do kit. 32

Conteúdo: Livro em capa dura, revista intrínsecos, brinde, marcador de páginas e cartão postal. Preço: A partir de R$ 49,90 por mês.

Fonte: Página da Instrinsecos


O clube TAG surgiu em julho de 2014, na época eles alcançaram aproximadamente 65 associados. Até a mesma época no ano seguinte eles não conseguiram alcançaram uma quantidade expressiva de assinantes, mas no ano seguinte o cenário virou e eles marcaram no seu mês de aniversário de 2 anos aproximadamente 10 mil assinantes. Atualmente o clube conta com recomendações de grandes nomes da literatura mundial, como o Nobel de Literatura Mario Vagas Llosa e a escritora nigeriana Chimamanda Adichie. Os kits possuem uma tiragem limitada de edições exclusivas para os assinantes do clube. O clube possui atualmente duas opções de kit e cada uma possui duas opções de assinatura a mensal e a anual, em ambos os kits quem escolher adquirir o plano anual ganha um brinde extra exclusivo As peças que compõem o kit do mês possuem uma linguagem bem definida que é aplicada em todas as peças desde o livro até o brinde, fazendo com que o conteúdo tenha uma unidade entre si.

Gênero literário: Clássicos ou contemporâneos brasileiros. Edição do livro: Edição exclusiva em capa dura. Conteúdo: Livro, revista sobre o autor e a obra, box colecionável, mimo literário, marcador de página e playlist personalizada. Preço: A partir de R$55,90 por mês. Fonte: Página da TAG

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Gênero literário: Best-sellers. Edição do livro: Edição exclusiva em brochura. Conteúdo: Livro, revista sobre o autor e a obra, box colecionável, mimo literário, marcador de página e playlist personalizada.

Assim como no TAG Curadoria, o TAG Inéditos entrega kits com uma unidade visual forte e bem relacionada com o conteúdo da história. A principal diferença entre os clubes se dá na escolha dos títulos. Enquanto a TAG Curadoria apresenta livros nacionais selecionados por grandes nomes da literatura, a TAG Inéditos conta com Best-sellers internacionais que fazem sucesso mundialmente mas que ainda não foram publicados no Brasil.

Preço: A partir de R$45,90 por mês.

Fonte: Página da TAG

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O clube Turista literário foi criado pelas irmãs Priscilla e Mayra. Desde criança elas compartilhavam a paixão pelos livros e a vontade de ter uma imersão maior nas histórias através de artifícios sensoriais. Muitas pessoas ficaram encantadas ao ouvirem no canal do Youtube da Mayra sobre as experiencias sensoriais que as irmãs tinham quando crianças, e disseram que adorariam ter a oportunidade de vivenciar algo parecido, foi então que as duas viram a oportunidade de transformar uma paixão em negócio, induzindo os assinantes do clube a terem uma imersão sensorial na história do mês. O Turista literário oferece para duas opções de assinatura, a mala avulsa e a mala de assinatura. Na mala avulsa o assinante terá que refazer a sua inscrição mensalmente enquanto que a mala de assinatura atualiza a sua inscrição automaticamente. O site, o guia de viagem e o passaporte que vem no kit possuem uma linguagem visual similar, mais voltada para um passado nostálgico, tanto que a caixa onde as peças vem tem o formato de

uma mala de viagem do século passado. Porém, os outros conteúdos do kit, como o livro e os brindes não seguem a mesma identidade, entre si os brindes ainda seguem a mesma linha visual, mas o livro por ser uma parceria com as editoras segue uma linguagem individual. Gênero literário: Livros para público jovem adulto. Edição do livro: Recem lançado, edição de livraria. Conteúdo: livro, playlist, 3 brindes que instigam os sentidos do leitor, guia de viagem, selo do destino literário, tag, e passaporte literário no primeiro kit. Preço: A partir de R$71,90 por mês.

Fonte: Página Le Café Rouge, Página Literatura na Rede

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Gênero literário: Universo Geek. Edição do livro: Edição de livraria. Conteúdo: livro acompanhado de 1 a 5 brindes, dependendo do pacote assinado.

O clube skoob oferece dois tipos de assinatura; na Caixa Club Skoob Especial o assinante recebe um livro e de três a cinco brindes exclusivos, enquanto na Caixa Clube Skoob, o assinante recebe um livro e de um a dois brindes por kit. Os kits do clube skoob são montados a partir de um tema, por exemplo, se em um mês o livro principal é relacionado a cultura asiática, então serão inclusos no kit itens relacionadas a essa cultura em específico, mas não necessariamente relacionados ao visual do livro. Então, mesmo que todas as peças possuam um motivo visível para estarem no kit, há uma falta de unidade visual entre as peças.

Preço: A partir de R$59,90 por mês.

Fonte: Página do Clube Skoob

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O clube panaceia conta grandes nomes da cultura brasileira para compor seu time de curadoria. Eles possuem também um manifesto que transmite perfeitamente os valores do clube, em um dos trechos eles dizem que veem nas palavras a esperança das capacidades humanas de encontrar soluções para problemas, e deixam claro que o a panaceia não é apenas um clube, mas sim um espaço voltado para o compartilhamento de conhecimentos e experiencias. Os kits da panaceia, mesmo com livros em edição de livraria, tem um cuidado com a unidade entre as peças, normalmente os objetos complementares da história seguem a linguagem e as cores que foram definidas pela editora para o livro.

Gênero literário: Temas universais e atuais. Edição do livro: Edição de livraria. Conteúdo: livro, brinde exclusivo, marca páginas e revista do curador do mês.

Fonte: Página da Panaceia

Preço: A partir de R$62,90 por mês.

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Gênero literário: Infantil (escolhidos de acordo com as fases de desenvolvimento da criança, desde o nascimento aos 12 anos).

A Leiturinha surgiu com a vontade de seus fundadores de incentivarem o hábito de leitura entre as crianças, através da diversão e do aprendizado. Eles possuem kits diferenciados pensados especialmente para as crianças com idade entre os 0 e 12 anos, atualmente eles contam com mais de 170 mil famílias assinantes. Os livros da leiturinha, por serem voltados para o público infantil, possuem distinções visuais consideráveis, que transmitem conceitos próximos como carinho e ludicidade. O recorte específico de público gera uma identidade visual coesa.

Edição do livro: Edição de livraria. Conteúdo: 1 a 2 livros dependendo do pacote, dicas para os pais, brindes infantis e girafinha medidora no primeiro mês). Preço: A partir de R$29,90 por mês.

Fonte: Página da Leiturinha

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Editoras independentes

Além dos clubes de assinatura, pequenas editoras surgem como tendência para contornar as crises que desnorteiam o panorama do mercado editorial como um todo. Os desdobramentos de novas livrarias e novos empreendimentos nesse setor, com projetos inovadores das pequenas editoras, tem ganhado cada vez mais prestígio e prosperidade. Chamada de ”nova geração”, as editoras independentes estão chegando no mercado editorial com ânimo de renovação. Esse bom momento se deve pelas estratégias convictas e bemsucedidas de publicação e distribuição dos livros, com projetos gráficos que saem do convencional. Além

disso, o pioneirismo no mercado virtual e a fidelização do público por meio da participação em festivais literários, alçaram as editoras indies a esse novo patamar. Os festivais literários servem como auxílio para contornar outro desafio enfrentado por essas editoras, que é a falta de locais para a divulgação dos seus livros. Fora dos grandes centros de vendas (shoppings, livrarias ou sebos) as editoras indies carecem alternativas para colocarem os seus livros em destaque. Para isso, o local mais requistado para a divulgação dessas obras são as feiras independentes. 39


No Brasil, são realizadas diversas feiras ao longo do ano, que não só são procuradas por editoras, mas também por artístas relacionados ao mercado editorial, que não têm seus trabalhos circulando em meios convencionais. São exemplos a Feira Plana, a Feira Miolos, a Printa–Feira! e a Dente Feira. Além das feiras, as editoras indies contam com campanhas para aumentar sua visibilidade. Um exemplo é o Indiebookday (dia do livro independente) uma iniciativa realizada em diversos países, com o intuíto de divulgar os grandes trabalhos de pequenas editoras. A ideia é que no dia escolhido, os consumidores visitassem uma livraria e comprassem um livro (qualquer um). A única ressalva é que o livro deveria ter sido publicado por uma editora indie. Além disso, o consumidor deveria postar uma foto do livro comprado em alguma rede social com a hashtag #indiebookday. O foco dessa campanha é divulgar e valorizar o trabalho de editoras independentes pouco conhecidas. Logo, com esse cenário de crise, as editoras pequenas também enfrentam o desafio de se renovarem constantemente, através de modelos de negócios e conquista de um público fiel sem perder a qualidade de seu conteúdo. A seguir, serão apresentadas algumas editoras independentes que serviram de estudo para o Projeto: Livro. 40


A Lote 42 é uma editora independente lançada em 2012 por João Varella e Thiago Blumenthal. Hoje quem toca os negócios juntamente com Varella é Cecilia Arbolave, sua esposa. Com intuito de promover autores que exploram as linguagens visuais e a abordagem criativa frente a vida contemporânea, a Lote 42 possui em seu portfólio trabalhos que transitam por vários gêneros literários, como ficção, não ficção, quadrinhos e poesia. Além disso, o ritmo controlado entre os lançamentos permite que todos os conteúdos sejam planejados com o devido cuidado em diversos aspectos do livro, como o projeto gráfico. Em cada título há uma solução diferente para cada elemento narrativo, com acréscimo de camadas de interpretação as obras. Como forma de divulgação de seus lançamentos, a editora utiliza a internet com sabedoria: é ativa nas redes sociais e vários de seus livros publicados ganharam conteúdos extras, como vídeos, sites próprios e interatividade social.

Em 2014, a Lote 42 inaugurou a Banca Tatuí, uma banca de jornal transformada em uma pequena livraria de publicações independentes. Nesse mesmo local também ocorrem shows e festas. Recentemente a editora abriu um novo espaço, intitulado como Sala Tatuí. É um espaço cultural destinado a diversos cursos, exibições de filmes e exposições.

Fonte: Página da Lote 42

41


Criada pela jornalista e escritora Simone Paulino, a Nós é uma jovem editora independente afamada por projetos editoriais e gráficos arrojados. A qualidade dos materiais destaca-se por meio da interferência na formação cultural dos leitores perante a sociedade brasileira, através da articulação transparente e inclusiva de parcerias que também partilham dessa convicção. O príncipio básico para a Nós é que o livro é fruto da construção coletiva, a partir do processo que envolve todo o livro e todos que nele estão envolvidos. Com isso, a proposta maior da editora é fazer a troca de experiências literárias através de um intercâmbio cultural e intercontinental. Dessa forma, a Nós leva a experimentação da literatura brasileira a outros países do mundo inteiro e, ao mesmo, traz obras relevantes desses países para o Brasil. Fonte: Página da Nós

42


A Carambaia é uma editora que trabalha com texto literários relevantes, que merecem seu devido destaque em novas edições. Para desenvolver um projeto com narrativa visual e textual, a editora conta com tradutores, organizadores e designers para cada edição dessas publicações. A editora trabalha com três linhas de produtos: edições numeradas, coleção de acervo e ilimitados. Nas edições numeradas são trabalhados textos em domínio público, com edições especiais desenvolvidas especificamente para cada título. Já a coleção de acervo é feita com os mesmos títulos das edições numeradas, mas com o diferencial de serem em formato padronizado distribuído em livrarias. Os ilimitados são obras que não estão em domínio público e são impressos de acordo com a sua demanda. Dessa forma, a Carambaia oferece aos seu leitores várias opções de obras, com intuito de promover “furos” literários com projetos gráficos diferenciados.

Fonte: Página da Carambaia

43


Perfil do leitor

A obra de Virginia Woolf possui traços contemporâneos que podem provocar o envolvimento de mulheres com os temas desenvolvidos na obra. Prova disso é que recentemente grupos de discussão têm se aperfeiçoado com temáticas gerais sobre a sociedade, que por muitas vezes tangenciam o feminismo. Um exemplo é o projeto “Leia Mulheres” realizado em Petrolina, no Vale do São Francisco. A proposta de um clube de leitura e posterior discussão conduz uma iniciativa nacional ao sugerir pela própria internet que as pessoas leiam cada vez mais escritoras, dando mais visibilidade a elas e incentivando assim o mercado editorial. Desse modo, 44

várias reuniões de discussão foram realizadas, tanto em espaços culturais quanto em livrarias, a fim de debater as leituras no geral. A ideia principal que envolve esse projeto de leitura é dispor de mediadores locais para a organização desses clubes e incentivar cada vez mais o consumo de obras escritas por mulheres. Já o plano de leituras e a escolha do livro é realizada semestralmente, para que as pessoas planejem a compra dos livros nesse tempo. Embora as leituras se concentrem em produções feministas, as discussões do grupo não apresentam teor militante, mas abordam temas que estão conectados a literatura em si.


Tendo isso em vista, esse projeto tem como foco o público feminino. No entanto, com o intuito de compreender as características dos leitores em uma maneira geral, foi feito um estudo de acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (4ª edição) realizada pelo Instituto Pró-livro em 2015. Esse estudo reflete os hábitos da Leitura no Brasil, afim de identificar tanto o acesso ao livro (físico ou digital) quanto as ações mais efetivas voltadas ao fomento à leitura. Os levantamentos de dados feitos pelo instituto tem como objetivo central conhecer melhor o comportamento do leitor através das suas motivações, limitações, intensidades em relação ao consumo da leitura. Já o objetivo mais específico encontra-se na coleta de informações, como o perfil do leitor ou não leitor, as suas percepções, representações e valorização da leitura, preferências de gêneros literários e o acesso aos livros. A partir dessas questões gerais, a definição do nosso público-alvo teve como consideração as diferenças da prática de leitura entre as regiões, os gêneros, as classes sociais, o nível de escolaridade, faixa etária e a renda total de cada indivivíduo. Além disso, foram analisados os gêneros literários que mais são consumidos pelos leitores. 45


A pesquisa em questão se trata do levantamento de dados quantitativos acerca dos leitores brasileiros, considerando como leitor aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro em um período de 3 meses; e como não leitor aquele que declarou não ter lido nenhum livro dentro desse período, mesmo que tenha lido algum livro em 12 meses. Primeiro em relação ao território nacional, repara-se que a Região Sudeste é a que possui mais leitores ativos. Já no que se refere a classe social e renda, vê-se que quanto menor for o poder aquisitivo, menos indivíduos leem, o que indica dificuldade de acesso a livros, sendo esse um fator determinante na quantidade de leitores. Em relação ao gênero, as mulheres superam os homens em 7%, sendo leitoras mais ávidas; há quase uma equivalência entre leitores e não leitores no público masculino.

Leitores por renda (%) 48 52

52 48

Até 1+

de 1 a 2

58

68 42

+ de 2 a 5 +

76

70

57 30

24

B

43

C

Leitores por gênero (%) 59

41

Leitor Fonte: Two Sides Ano: 2015

46

Não leitor

de 5 a 10

Leitores por classe social (%)

A

Legendas

32

Feminino

52 48 Masculino

60 40

D/E


Leitores por região (%)

53

47 51

49

Norte Nordeste 57

61

43

Centro – Oeste 50 50 Legendas Leitor Não leitor

39

Sudeste

Sul Fonte: Two Sides Ano: 2015

47


Escolaridade No que concerne ao nível de escolaridade, o gênero romance é lido igualmente pelo público de Ensino Médio, e de Ensino Superior. Entretanto, de acordo com o gráfico abaixo, há mais leitores assíduos em nível superior do que no Ensino Médio. Curiosamente, na mesma pesquisa são apontados dados sobre a principal motivação para ler um livro. A maior porcentagem está atrelada a atualização cultural, sendo de 28% para o Ensino Superior e 24% para o Ensino Médio. Logo em seguida se encontra a motivação por gosto, sendo 20% Superior e 21% Ensino Médio. Portanto, os hábitos de leitura entre esses dois níveis de ensino não possuem grandes diferenças. 48

Leitores por escolaridade (%) 84

82

18 Fund. I

93

78

16 Fund. II

Legendas Leitor Não leitor Fonte: Two Sides Ano: 2015

22 Ens. Méd.

7 Superior


Gêneros mais lidos por escolaridade (%) Tipo de obra

Base: leitores Bíblia

Total

Ensino médio

Ensino superior

42

43

36

2798

938

535

Religiosos

22

26

22

Contos

22

20

21

Romance

22

29

29

Didáticos (livros utilizados nas matérias do seu curso)

16

14

28

Infantis

15

11

15

História em quadrinhos, gibis ou RGP

13

12

11

Poesia

12

13

11

História, economia, política, filososfia ou ciências sociais

11

12

23

Ciências

10

7

12

Culinária, artesanato e “como fazer”

10

13

13

Técnicos universitários (formação profissional)

10

9

32

Saúde e dietas

8

10

13

Biografias

8

11

12

Autoajuda

8

9

17

Artes

7

5

6

Juvenis

7

6

7

Educação ou pedagogia

6

4

15

Viagens e esporte

5

6

8

Línguas estrangeiras

5

5

10

Enciclopédias e dicionários

4

4

6

Direito

3

3

10

Esoterismo ou ocultismo

2

2

4

Não respondeu

5

5

3

2,82

,9

3,7

Média de gêneros por entrevistado

49


Faixa etária A tabela ao lado traz uma relação entre os gêneros de livros mais lidos por faixa etária. Repara-se que o gênero romance, o qual pertence o livro A Viagem, é o 4º mais lido, com destaque para a faixa dos 14 aos 24 anos. Já o gráfico abaixo mostra que a maioria dos leitores são jovens (pré-adolescentes, adolescentes e adultos) prevalencendo a faixa dos 11 aos 13 anos com 84% de público leitor. Percebe-se também a diminuição de leitores mais velhos com destaque para indivíduos com 70 anos ou mais.

Fonte: Two Sides Ano: 2015 Legendas Leitor

Leitores por faixa etária (%)

84

67 33

05–10 50

75

16 11–13

67 25

14–17

Não leitor

59 33

18–24

41

25–29

57

43

48 52

30–39

40–49

41

73

59

59–69

27 70 e +


Gêneros mais lidos por faixa etária (%) Tipo de obra Base: leitores

Bíblia

Total 2798 42

05 -10 11-13 14-17 18-24 25-29 30-39 40-49 50-69 307

204

321

403

254

474

332

439

6

12

17

25

27

30

35

32

31

24

39

39

49

56

52

Religiosos

22

14

Contos

22

37

40

31

23

21

12

14

13

Romance

22

8

20

33

33

25

20

18

19

Didáticos (livros utilizados nas matérias do seu curso)

16

23

27

21

23

18

15

10

6

Infantis

15

41

22

9

8

18

15

11

6

História em quadrinhos, gibis ou RGP

13

29

21

15

11

12

10

9

6

Poesia

12

14

27

19

14

10

8

7

8

História, economia, política, filososfia ou ciências sociais

11

6

8

11

14

11

11

12

11

Ciências

10

22

21

15

8

9

6

8

5

Culinária, artesanato e “como fazer”

10

6

3

3

9

12

12

13

17

Técnicos universitários (formação profissional)

10

0

0

3

19

17

16

10

7

Saúde e dietas

8

3

3

5

8

10

11

10

13

Biografias

8

5

6

12

12

10

7

8

7

Autoajuda

8

1

1

3

6

12

12

13

10

Artes

7

16

11

8

8

6

3

5

5

Juvenis

7

7

20

14

9

3

4

5

2

Educação ou pedagogia

6

5

5

4

9

5

9

7

2

Viagens e esporte

5

3

6

5

7

4

5

6

4

Línguas estrangeiras

5

6

9

6

7

7

5

2

3

Enciclopédias e dicionários

4

4

3

4

6

2

4

5

1

Direito

3

1

1

2

6

5

4

2

3

Esoterismo ou ocultismo

2

0

0

0

1

1

1

4

4

Não respondeu

5

10

4

9

5

4

5

4

4

2798

2,8

3,1

3,0

2,8

3,1

2,9

2,8

2,5

Média de gêneros por entrevistado

51


Hábitos de leitura

Local de leitura de livro por suporte

Em relação aos hábitos de leitura, percebe-se a preferência majoritária de livros impressos em relação ao digital, com preferência de leitura em salas de aula, livrarias e em casa. Para conhecimento, a leitura do livro digital é realizada mais em cyber cafés ou lan houses. Nas demais categorias, observa-se a baixa adesão dos consumidores por esse formato de leitura. Nota-se também a grande preferência do indivíduo de ler o seu livro no conforto de casa. Lugares mais movimentados, como ônibus e trens foram pouco utilizados. As pesquisas também apontam que os leitores acabam não possuindo influências em relação ao que lêem. Já quando possuem alguma influência, mães e professores foram os mais citados.

Legendas Em papel Digital Fonte: Two Sides Ano: 2015

52

Ambos


Local de leitura de livro

Leitores por influĂŞncia 67 33

Legendas Sim NĂŁo

Influenciadores

Fonte: Two Sides Ano: 2015

53


4

Escolhas e

Com o avanço tecnológico e as trocas rápidas de informações no mundo digital, a questão do engajamento em assuntos de relevância da sociedade caíram na aptidão da parte jovem da população mundial. Temas que transcendem a época nos quais foram discutidos possuem discernimento o suficiente para virarem temas de discussão entre os jovens. Além disso, o aparecimento

de diversos autores clássicos em séries adolescentes contribuiu para esse achado e demanda da leitura. Conforme analisado nas pesquisas, é possível notar que à medida que a idade avança a leitura acaba sendo omitida pela população. Além disso, a base para prática da leitura se dá pela cultura escolar, que incentiva esse hábito.


Analisamos também que a figura feminina configura como a parte da população que mais lê, e o forte engajamento de mulheres em clubes de leitura é um fator interessante a se considerar. Essa circunstância demonstra as discussões acerca de temas gerais abordados em livros, que por vezes tangenciam o feminismo unicamente. Discussões sobre os dilemas comportamentais de uma época e a dualidade entre o contemporâneo e o passado seriam recursos utilizados em nossos itens para induzir os leitores a essas discussões. A respeito da temática da obra, a leitura de Romances no Brasil é iniciada aos 14 anos, e persiste até os 24, compreendendo as faixas de ensino médio e ensino superior. A primeira ainda depende de algum familiar para a compra dos livros. Já a segunda, possui maior poder aquisitivo independente. Tendo isso em vista, entende-se como público alvo desse projeto, jovens mulheres entre 18 e 24 anos. Além disso, os nossos livros serão destinados às classes sociais A e B, já que de acordo com a pesquisa, são esses grupos sociais que possuem maior acesso e investimento na compra dos livros. Já a venda será por meio de kit literário, uma vez que esse modelo contempla o briefing que corresponde a montagem de um livro literário, uma peça gráfica que contextualize a história, um livro

objeto como leitura complementar, um brinde e uma embalagem para armazenamento e transporte dos itens. Além disso optamos por publicar o livro em um clube de assinatura após percebermos com as pesquisas de mercado que atualmente eles são muito procurados pelos leitores, por proporcionarem uma experiência mais imersiva e completa de leitura, além de aguçarem a curiosidade dos assinantes que só descobrem o título da obra do mês assim que abrem a embalagem. O nicho dos clubes de assinatura ainda é recente no Brasil, e mesmo com um número considerável de opções diferentes, ainda há públicos que não possuem uma opção voltada especialmente para eles, como o nosso: mulheres jovens que buscam por edições de colecionador de livros da literatura clássica. Pensando nisso, escolhemos a Intrinseca apenas para ilustrar como seria a aplicação do logotipo de uma editora nas peças. O projeto gráfico do livro e das outras peças contemplaria elementos da história de A Viagem, buscando fugir da estética superficial exemplificada nas edições anteriores da obra. Além disso, pensando na experiência de leitura, consideramos explorar os diferentes sentidos nas peças complementares, trazendo a temática da culinária que é presente nas obras de Virginia Woolf. 55



Conceituação

Trajetória Se relaciona com a obra em um nível mais superficial, e trata-se da própria história em si. Refere-se ao trajeto físico percorrido pelos personagens além mar, e às histórias que se interligam modificando o destino da protagonista. Além disso, foi pensado a fim de ilustrar o percurso de Rachel quanto ao seu amadurecimento ao longo de sua vida.

Personalidade Corresponde a estética literária de Virginia Woolf. O uso do fluxo de consciência como técnica narrativa faz com que o leitor esteja sempre imerso na mente dos personagens, o que faz com que o desenvolvimento dos mesmos seja complexo e profundo, deixando transparecer a individualidade de cada um.

Levando em consideração as características do enredo de A Viagem, foram definidos os seguintes conceitos para nortear o projeto gráfico: trajetória, personalidade e ambiguidade. Cada um, se relaciona com a obra em níveis distintos

Ambiguidade Faz ligação com o texto em um nível metafórico de interpretação. Esse conceito foi definido com a intenção de transmitir as incertezas mais profundas apresentadas na obra, como a busca do sentido da vida e do amor, que são expressas por pensamentos enigmáticos. Ademais, ambiguidade se relaciona ainda com o contexto de Era Vitoriana que recebe duras críticas na obra, principalmente no quesito de igualdade de gêneros.

57


caminho, rumo, histรณria, percurso, jornada, vida, amadurecimento, desenvolvimento

58


individualidade, originalidade, ego, aspecto, caráter, perfil, traço, característica

59


60


incerteza, confusão, dúvida, indecisão, insegurança, enigma, conflito

61


Estudos de capa

Algo que buscamos nesses estudos de capa, foi a fuga do visual romântico e superficial abordado nas edições anteriores da obra, já que esse aspecto não corresponde a maneira que Virginia aborda a vida da época: mostrando os pontos negativos que a ambiguidade na maneira de se viver trazia para a sociedade. Para desenvolver os estudos foram levadas em consideração as imagens que compunham os painéis semânticos do projeto. Uma técnica recorrente entre elas é a colagem. Essa, passou a ser reconhecida como artificio artístico no século XX, na mesma época em que A Viagem foi publicada. 62

Nessa época diversos movimentos artísticos perceberam a riqueza de possibilidades que a colagem promovia, passando a utilizá-la para expressarem seus pensamentos e insatisfações. Para complementar a identidade transmitida pelo trabalho de colagem, utilizamos também as cores que fazem a ponte entre o passado e a modernidade através dos diferentes matizes e tonalidades. As linhas presentes nos estudos foram resultado da sintetização do conceito de Trajetória. Esse conceito tem uma conexão forte com a história, já que ela narra uma viagem e o desenvolvimento pessoal dos personagens, mostrando suas trajetórias


internas que podem ser tão turbulentas quanto as externas compartilhadas por todos. O uso das fontes caligráficas tem como intenção trazer ideia de identidade, que se encaixa no conceito de personalidade. A caligrafia representa a singularidade de cada personalidade a partir de características presentes em seu desenho. Outro elemento que utilizamos para representar o conceito de personalidade foi o retrato, que nos contextualiza no período em que a história acontece. Para que essa associação fosse feita, demos preferência para imagens em preto e branco e que possuíssem elementos de época, como vestimentas. Também priorizando retratos de moças para representar a protagonista da história. Ademais, foi feito um levantamento de elementos marcantes no enredo da obra que possuíssem valor simbólico. São eles: o ambiente marítimo, vegetações e flores, e texturas de cartas e partituras, essa última com profunda ligação a protagonista, que tinha o piano como refúgio. Por fim, estudos das capas nortearam o desenvolvimento das demais peças do projeto. 63


64


65


66


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68


69


Estudos de miolo

Família tipográfica Como já citado anteriormente, o romance A Viagem foi publicado no início do século XX, e apresenta influências do século anterior. Esse período foi marcado pelo desenvolvimento de tipografias Didone e Sem serifa. No entanto, essas duas categorias não foram consideradas para a mancha gráfica, já que não concedem boa legibilidade e leiturabilidade em textos longos. A primeira pelo contraste marcante, e a segunda pela falta da serifa, que de acordo com alguns pesquisadores, como Rolf Rehe, às tornam inferiores no quesito da legibilidade (CAROS, 2007). Focamos então nas tipografias transiocionais e old style, especificamente as apresentadas nessas páginas. Levando em consideração o conceito de personalidade determinado para o projeto, elegemos a categoria old style, em razão da influência da caligrafia no seu desenho. 70

Bell MT

12/14,4pt

Como as ruas que levam do Strand ao Embankment são muito estreitas, é melhor não caminhar de braço dado. Se você insistir, empregados de escritórios de advocacia terão de saltar na lama; jovens datilógrafas terão de trotar nervosamente atrás de você. Tremulamente encolhendo Sua vergonha parece esconder-se Enquanto ele aproxima do rei A noiva rígida como uma morta. Parece tão obscuro o que estou dizendo?


Georgia 11/13,2 pt Como as ruas que levam do Strand ao Embankment são muito estreitas, é melhor não caminhar de braço dado. Se você insistir, empregados de escritórios de advocacia terão de saltar na lama; jovens datilógrafas terão de trotar nervosamente atrás de você. Tremulamente encolhendo Sua vergonha parece esconder-se Enquanto ele aproxima do rei A noiva rígida como uma morta. Parece tão obscuro o que estou dizendo?

Lora

10,5/12,6 pt

Times New Roman 12/14,4 pt Como as ruas que levam do Strand ao Embankment são muito estreitas, é melhor não caminhar de braço dado. Se você insistir, empregados de escritórios de advocacia terão de saltar na lama; jovens datilógrafas terão de trotar nervosamente atrás de você. Tremulamente encolhendo Sua vergonha parece esconder-se Enquanto ele aproxima do rei A noiva rígida como uma morta. Parece tão obscuro o que estou dizendo?

Literata 10,5/12,6 pt

Como as ruas que levam do Strand ao Embankment são muito estreitas, é melhor não caminhar de braço dado. Se você insistir, empregados de escritórios de advocacia terão de saltar na lama; jovens datilógrafas terão de trotar nervosamente atrás de você.

Como as ruas que levam do Strand ao Embankment são muito estreitas, é melhor não caminhar de braço dado. Se você insistir, empregados de escritórios de advocacia terão de saltar na lama; jovens datilógrafas terão de trotar nervosamente atrás de você.

Tremulamente encolhendo Sua vergonha parece esconder-se Enquanto ele aproxima do rei A noiva rígida como uma morta. Parece tão obscuro o que estou dizendo?

Tremulamente encolhendo Sua vergonha parece esconder-se Enquanto ele aproxima do rei A noiva rígida como uma morta. Parece tão obscuro o que estou dizendo? 71


Para determinar os valores do tamanho da fonte e da entrelinha, foi utilizada uma tabela semelhante a mostrada nessas páginas, diminuindo e aumentando pontos e considerando como entrelinha padrão aquela pré determinada nas configurações de uso da fonte, com o intuito de comparar os resultados obtidos, escolhendo o que proporcionasse melhor leiturabilidade.

Crimson Text 10,5/11,6 pt Como as ruas que levam do Strand ao Embankment são muito estreitas, é melhor não caminhar de braço dado. Se você insistir, empregados de escritórios de advocacia terão de saltar na lama; jovens datilógrafas terão de trotar nervosamente atrás de você. Tremulamente encolhendo Sua vergonha parece esconder-se Enquanto ele aproxima do rei A noiva rígida como uma morta. Parece tão obscuro o que estou dizendo?

11,5/12,2 pt Como as ruas que levam do Strand ao Embankment são muito estreitas, é melhor não caminhar de braço dado. Se você insistir, empregados de escritórios de advocacia terão de saltar na lama; jovens datilógrafas terão de trotar nervosamente atrás de você. Tremulamente encolhendo Sua vergonha parece esconder-se Enquanto ele aproxima do rei A noiva rígida como uma morta. Parece tão obscuro o que estou dizendo? 72


10,5/12,6 pt

10,5/13,6 pt

Como as ruas que levam do Strand ao Embankment são muito estreitas, é melhor não caminhar de braço dado. Se você insistir, empregados de escritórios de advocacia terão de saltar na lama; jovens datilógrafas terão de trotar nervosamente atrás de você.

Como as ruas que levam do Strand ao Embankment são muito estreitas, é melhor não caminhar de braço dado. Se você insistir, empregados de escritórios de advocacia terão de saltar na lama; jovens datilógrafas terão de trotar nervosamente atrás de você.

Tremulamente encolhendo Sua vergonha parece esconder-se Enquanto ele aproxima do rei A noiva rígida como uma morta. Parece tão obscuro o que estou dizendo?

Tremulamente encolhendo Sua vergonha parece esconder-se Enquanto ele aproxima do rei A noiva rígida como uma morta. Parece tão obscuro o que estou dizendo?

11,5/13,2 pt

11,5/14,2 pt

Como as ruas que levam do Strand ao Embankment são muito estreitas, é melhor não caminhar de braço dado. Se você insistir, empregados de escritórios de advocacia terão de saltar na lama; jovens datilógrafas terão de trotar nervosamente atrás de você.

Como as ruas que levam do Strand ao Embankment são muito estreitas, é melhor não caminhar de braço dado. Se você insistir, empregados de escritórios de advocacia terão de saltar na lama; jovens datilógrafas terão de trotar nervosamente atrás de você.

Tremulamente encolhendo Sua vergonha parece esconder-se Enquanto ele aproxima do rei A noiva rígida como uma morta. Parece tão obscuro o que estou dizendo?

Tremulamente encolhendo Sua vergonha parece esconder-se Enquanto ele aproxima do rei A noiva rígida como uma morta. Parece tão obscuro o que estou dizendo? 73


31mm

26mm

Diagramação Para a construção da mancha gráfica deste projeto editorial, foi tomado como ponto de partida a medida da margem interna do livro. Ao analisar diferentes livros e projetos editoriais, percebeu-se que as margens mantinham uma média para livros de tamanho e quantidade de páginas parecidas, sendo a interna variável entre 20 e 22mm. Com isso em mente e levando em consideração outros aspectos como união das folhas por costura e maior número de quantidade de páginas, estabeleceu-se a medida de 25mm como ideal para a margem interna do livro. A partir disso, a página foi dividida na largura em partes que resultariam no número mais aproximado do estabelecido, no caso seis, e dividido em partes iguais em sua altura. Por fim, algumas linhas e colunas foram subdivididas igualmente por seis, para melhor acomodar as linhas de texto e mancha gráfica na página. 74

30mm

35,5mm


isso – mas ela não dava atenção. –É branco? Ou só castanho? – ela murmurava examinando um fio de cabelo que brilhava de modo suspeito entre os castanhos. Ela o arrancou e depositou no toucador. Criticava sua própria aparência, ou antes aprovava-a, afastando-se um pouco do espelho e olhando seu rosto com majestoso orgulho e melancolia, quando seu marido apareceu na soleira, em mangas de camisa, rosto meio coberto por uma toalha. – Muitas vezes você me diz que não noto as coisas – comentou ele. – Então me diga, isto é um cabelo branco? – respondeu ela, e botou o cabelo na mão dele. – Não há um só cabelo branco na sua cabeça – exclamou ele. – Ah, Ridley, começo a duvidar – suspirou ela e inclinou sua cabeça debaixo dos olhos dele para que pudesse avaliar, mas a inspeção apenas produziu um beijo na linha divisória dos cabelos, e marido e mulher passaram a mover-se pelo quarto com murmúrios casuais. – O que é que você estava dizendo? – comentou Helen depois de um intervalo do diálogo que nenhuma terceira pessoa teria entendido. – Rachel... você devia ficar de olho em Rachel – comentou ele enfaticamente, e Helen, embora continuasse a escovar os cabelos, o encarou. Em geral os comentários dele eram verdadeiros. – Jovens cavalheiros não se interessam pela instrução de jovens damas sem um motivo – comentou ele. – Ah, Hirst – disse Helen. – Hirst e Hewet, para mim é tudo a mesma coisa... todos muito suspeitos – respondeu ele. – Ele a aconselha a ler Gibbon, você sabia disso? Helen não sabia, mas não admitiu ser inferior ao marido em poder de observação. Então apenas disse: – Nada me surpreenderia, mesmo aquele horrível homem

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voador que encontramos no baile... até Mr. Dalloway... até... – Aconselho-a a ser circunspecta – disse Ridley. – Existe Willoughby, lembre-se... Willoughby – ele apontou para uma carta. Helen olhou com um suspiro para um envelope sobre seu toucador. Sim, lá estava Willoughby, lacônico, inexpressivo, eternamente jocoso, retirando o mistério de todo um continente, perguntando pelas maneiras e moral de sua filha – esperando que ela não os aborrecesse pedindo que a despachassem de volta a bordo do primeiro navio se os estivesse aborrecendo – e depois, grato e afetuoso, com emoção contida, e depois meia página sobre seus próprios triunfos sobre miseráveis pequenos nativos que tinham feito uma greve recusando-se a carregar seus navios, até ele berrar em inglês “metendo a cabeça fora da janela bem como estava, em mangas de camisa. Os mendigos tiveram juízo bastante para se dispersarem”. – Se Theresa se casou com Willoughby – comentou ela virando a página com um grampo de cabelo não vejo o que impediria Rachel... Mas Ridley agora entregava-se a seus próprios aborrecimentos quanto à lavagem de suas camisas, o que o levou a comentar as freqüentes visitas de Hughling Elliot, que era chato, pedante, um homem sem graça, mas Ridley não podia simplesmente apontar a porta da rua e mandá-lo embora. A verdade era que viam gente demais. E assim por diante, e assim por diante, mais conversa conjugal mansa e ininteligível, até estarem os dois prontos para descerem para o chá. A primeira coisa que chamou a atenção de Helen quando desceu a escada foi uma carruagem na porta, cheia de saias e plumas balouçando em cima de chapéus. Teve apenas tempo de entrar na sala de estar antes de dois nomes serem terrivelmente mal pronunciados pela criada espanhola, e Mrs. Thornbury entrou um pouco à frente de Mrs. Wilfrid Flushing.

240

75


Entrada de capítulo Nessa página são exemplificados modelos de entrada de capítulo feitos para teste. Foram considerados elementos utilizados nos testes de capa, e a tipografia que foi mais utilizada entre eles.

Night Wind Sent

ABCDEFGHIJKLMN OPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqr s t u v w x y z 1234567890 76


capitulo 15

ejam frágeis demais ou muito vagos, os laços que unem as p essoas que s e encontram por acaso num hotel à meia-noite possuem u ma vantagem, pelo menos, e m relação aos laços que unem os mais velhos, que, uma vez juntos, têm de viver juntos a vida inteira. Podem ser frágeis, mas são vivos e genuínos, meramente porque o poder de rompê-los está ao alcance de todos, e não há motivo para continuar, exceto um verdadeiro desejo de que continuem. Quando duas pessoas estão casadas há anos, parecem tornar-se inconscientes da presença corporal u ma da outra, d e modo que se movem como se estivessem sozinhas, falam alto coisas que não esperam resposta, e e m geral parecem experimentar t odo o conforto do isolamento sem a solidão. A s vidas unidas de Ridley e Helen haviam chegado a esse estágio de comunhão, e muitas vezes era necessário que um ou outro lembrasse com esforço s e uma coisa f ora pronunciada o u apenas pensada, partilhada ou sonhada em particular. Às quatro da tarde, dois

S

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capitulo 7

distância, o Euphrosyne parecia muito pequeno. B inóculos d irigiam-se para e le do convés d e grandes navios, e j ulgaram-no u m barco d e carga, u m barco sem carteira regular ou um daqueles miseráveis vapores de passageiros onde as pessoas rolavam pelo convés no meio do gado. As figuras dos Dalloway, dos Ambrose e dos Vinrace, parecendo i nsetos, também f oram objeto de zombaria pela extrema pequenez de suas pessoas e pela dúvida, que só binóculos m uito f ortes conseguiriam desfazer, sobre serem realmente criaturas v ivas o u apenas m ontes d e cordame enovelado. Mr. Pepper, com toda a sua cultura, fora tomado por u m alcatraz, e depois, com i gual i njustiça, t ransformado numa vaca. À noite, na verdade, quando as valsas giraram no salão, e passageiros talentosos recitavam, o naviozinho – reduzido a umas poucas luzes entre as ondas escuras, e a uma bem no alto, no ar, no topo do mastro – parecia um tanto misterioso e impressionante para os casais acalorados descansando da

A

238

77


78


Colagens

Como citado anteriormente, a técnica explorada para a construção desse projeto gráfico foi a colagem. Essa técnica se torna presente em todas as peças do kit literário, mantendo a identidade visual coerente e identificável. As colagens possuem um elemento principal relacionado com a temática da peça ou, no caso dos capítulos do livro literário, objetos citados ou imagens representativas de uma situação significativa apresentada em cada capítulo, além de elementos como plantas, textos caligráficos e partituras que foram utilizados como elementos gerais para a construção das mesmas, em todas as peças. Além disso, os textos e numeração em destaque também acompanham a técnica de colagem, com angulações similares à recorte e textura associada à papel. 79


Utilização de colagem na capa do livro literårio, com o elemento principal (garota/Rachel) e elementos gerais (texto em caligrafia, partitura e plantas).

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m os k ra

Peça gráfica - Folder

Para l.W.

1904

1901

Morte do pai de Virginia

1914

Início da Era Eduardiana

Vanessa Virginia Woolf e sua irmã ndo podiam passar as manhãs estudasuas as grego ou desenhando; mas s ocuàquela das dedica eram tardes epações que os homens consid ravam adequadas.

o por seu pai, Esse modelo de educação era defendid que a mulher deveria Leslie Stephen. Ele acreditava por ser guardiã da ser o “anjo do lar”, responsável moral e da castidade.

Fim da Era Eduardiana Início da Era Moderna

Término da Era Vitoriana

s impostas as Virginia sofreu com as limitaçõe . De acordo com seu mulheres no período vitoriano sobrinho, Quentin Bell,

1910

Primeira grande guerra começa

1915

Publicação de “A Viagem”

o de "A Viagem", Nesse meio tempo, até a publicaçã traumas familiares. Abusos Virginia passou por diversos ão mais velho, a perda da provocados pelo seu meio-irm a morte do mesmo até pai, mãe e a sua má relação com o de intestino foram algumas em 1904 devido a um câncer s no humor de Virginia dessas vivências. As oscilaçõe e posteriores doenças devido a esses acontecimentos ram em seu âmbito psiquiátricas que sofreu a prejudica sua produtividade literária social, mas a autora não deixou escrever. a u continuo e ser afetada

s mais próximos, a escritora Após a morte de seus familiare de Bloomsburry. Foi ali se mudou para uma casa no bairro , que posteriormente que começaram as primeiras reuniões urry, círculo de intelectuais formaria o Grupo de Bloomsb grande guerra vão contra as sofisticados que após a primeira e sociais impostas pela Era tradições literárias, políticas s. Vitoriana e pelos hábitos burguese

1912

Casamento de Virginia com Leonard Woolf

1919

Publicação de “Noite e dia”

Bombar dio, a ca complet

Henry James, Proust Nesse sentido, influenciada por protótipo convene Joyce, Virginia certifica-se do de narrar. cional e cria o seu próprio estilo

da casa dos Woolf. A editora é estabelecida no porão do obras de Teve relevante ascensão, publican Sigmund Freud. grandes autores intelectuais, como

Criação da editora Hogarth Press

Surgimento do Grupo de Bloomsburry

Blitz: B da Grã-

As mulheres ganham direitos iguais de voto

e psio que lhe interessa é anális fluxo do cológica, com prevalência contínuo da experiência, a ambiguidade dos caracteres e das circunstâncias.

1917

1910

194

1928

s como escritora Virginia iniciou os seus trabalho posteriormente ficou com um artigo jornalístico; romancistas do conhecida como uma das maiores da necessidade de século XX, ao se convencer do guerra à visão atualizar a arte literária, declaran tradicional. Logo,

1922 ha d192 e c5hás

ixin

Brinde - Ca

Publicação de “O Quarto de Jacob”

Publicação de “Mrs. Dalloway”

19

1939

Início da Segunda Guerra Mundial

na Guerra. Temerososos pela Marca a entrada da Inglaterra sofrer por ser da etnia perseguição que Leonard poderia suicídio se a Inglaterra judaica, os Woolf planejam cometer . fosse realmente invadida

Demonstração da utilização de colagem nas peças do kit literário com elementos gerais e específicos.

Livro objeto - Receitas

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Suicí Virg

Entre de en Woo sua d irmã


Paleta cromática

Feminino

Mar

C0 M75 Y50 K0

As cores foram definidas a partir de elementos, ambientes e características constantemente apresentadas durante o texto de A viagem. Utilizamos cores que representassem: o feminino, que é o assunto tratado frequentemente devido à personagem principal, geralmente relacionado ao seu papel como esposa no casamento, seu comportamento esperado perante a sociedade, além de questões como abordagem da sexualidade para mulheres etc.; o mar que é a ambientação predominante na primeira parte do livro; a luz, relacionada com as luzes do hotel, luz de lampião e velas; o tropical que é a ambientação predominante na segunda parte do livro e; o antigo, que remetem à época da publicação da obra e, como apresentado anteriormente, fazem a ponte entre o passado e a modernidade. 82

Luz

C35 M0 Y20 K0

Tropical

C90 M40 Y100 K0

C10 M60 Y90 K0

Antigo

C30 M0 Y0 K95

C0 M0 Y0 K0

C10 M20 Y20 K0


Tipografias A tipografia selecionada para títulos foi a Night Wind Sent, projetada por Ana Parracho, por suas caracteríasticas caligráficas que remetem à escrita manual, associada à personalidade e as cartas e bilhetes citadas no livro literário. A família tipográfica escolhida para as partes textuais do projeto foi a Crimson Text, projetada por Sebastian Kosch. Ela foi criada em 2010 e inspirada em famílias tipográficas antigas e tradicionais como a Garamond, além de projetada especialmente para a produção de livros. A seleção da tipografia do baseou-se ainda em dois pontos principais: quantidade de variações e desenho das letras em itálico, já que seria usada em uma quantidade considerável no texto do livro em questão. Com isso em mente, foi possível identificar que Crimson atendia a esses critérios, pois ela conta com caracteres em itálico verdadeiro e 6 variações da família, o que proporciona maior possibilidades de uso. Além disso, Crimson é uma família tipográfica disponível gratuitamente para uso pessoal e comercial, possui diferentes ligaturas e caracteres especiais para uso em múltiplos idiomas.

Night Wind Sent

O sol daquele mesmo dia baixando, a penumbra foi saudada, com sempre no hotel, com um instantâneo brilho de lâmpadas elétricas. Crimson Text

Com certo prazer ela passou esses pontos de vista à sobrinha, pegando como pretexto uma carta de casa, que dava boas notícias mas podia ter dado notícias ruins. 83


Livro literário Miolo

225mm

cinzentos, o cabelo, a boca; o rosto que podia ser tantas coisas – liso, vazio, quase insignificante, ou louco, apaixonado, quase belo, mas aos olhos dele sempre o mesmo por causa da extraordinária liberdade com que ela o encarava e dizia o que sentia. O que ela haveria de responder? O que sentia? Amava-o ou não sentia nada nem por ele nem por outro homem, sendo, como ela dissera naquela tarde, livre como o vento ou o mar? – Ah, você é livre! – exclamou ele exultante ao pensar nela. – E eu a manterei livre. Seremos livres juntos. Vamos partilhar tudo juntos. Nenhuma felicidade seria como a nossa. Vida alguma poderia comparar-se às nossas. – Ele abriu bem os braços, como se quisesse encerrar num só abraço a ela e ao mundo. Já não conseguindo analisar o casamento ou avaliar friamente como era a natureza dela, nem como seria viverem juntos, ele caiu no chão e ficou sentado absorvido na lembrança dela, logo atormentando-se com o desejo de estar novamente na sua presença.

Mas Hewet não precisava ter aumentado seus tormentos imaginando que Hirst ainda falava com Rachel. O grupo logo se desfizera, os Flushing indo numa direção, Hirst em outra, e Rachel ficando no saguão, remexendo nas revistas, passando de uma a outra, movimentos expressando o desejo inquieto e informe na sua mente. Não sabia se devia ir ou ficar, embora Mrs. Flushing lhe tivesse ordenado que aparecesse para o chá. O saguão estava vazio, exceto por Miss Willett, que tocava escalas numa folha de música sacra, e pelos Carter, um casal opulento que não gostava da moça, porque os cadarços de seus sapatos estavam desarrumados e ela não parecia suficientemente alegre, o que por algum processo indireto de pensamento os fazia pensar que não gostava deles. Rachel não teria gostado deles se os tivesse visto,

302

303

310mm

84


27mm*

*Valor aproximado calculado a partir da quatidade de pรกginas e gramatura do papel utilizado.

230mm

Capa

347mm

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Grid Com a aplicação das margens definidas e apresentadas anteriormente, terminamos com o grid e acomodação da mancha gráfica mostrada ao lado. Para as entradas de capítulos, optamos por não utilizar o espaço completo da página para melhor aproveitamento do suporte e redução da quatidade final de folhas do livro por trata-se de uma obra extensa. Mesmo assim, foi garantido um espaço generoso para aplicação da colagem representativa do capítulo e dinamismo e diferenciação entre capítulos.

Passou-se uma hora, e os aposentos térreos do hotel ficaram escuros e quase desertos, enquanto os pequenos retângulos acima deles brilhavam radiantes. Cerca de 40 ou 50 pessoas estavam indo para a cama. Podia-se ouvir a batida surda de jarras colocadas no chão no andar de cima e o tilintar de porcelana, pois não havia uma divisão grossa entre os quartos, não tanto quanto se poderia desejar, pensou Miss Allan, a dama idosa que estivera jogando bridge, dando uma rápida batida na parede com os nós dos dedos. Era só tábua fina, determinou ela, colocada para transformar um aposento grande em dois pequenos. Sua anágua cinzenta escorregou para o chão, e ela inclinou-se e dobrou suas roupas com dedos hábeis, se não amorosos, torceu o cabelo numa trança, deu corda no relógio de

128

86

ouro do pai e abriu as obras completas de Wordsworth. Estava lendo o “Prelúdio”, em parte porque sempre lia o “Prelúdio” quando no exterior, em parte porque escrevia um breve Resumo da literatura inglesa – de Beöwulf a Swinburne –, que teria um parágrafo sobre Wordsworth. Estava mergulhada no quinto volume, parando para fazer uma anotação a lápis, quando um par de botas caiu no chão, uma atrás da outra, no chão acima dela. Ela ergueu os olhos e ficou especulando. De quem seriam as botas, imaginava. Então notou um som farfalhante na porta ao lado – nitidamente uma mulher guardando o vestido –, que foi sucedido por um rumor de leves batidas, como o de alguém arrumando o cabelo. Era muito difícil fixar-se no “Prelúdio”. Seria Susan Warrington fazendo aqueles movimentos? Mas ela se forçou a ler até o fim do livro, quando colocou o marcador entre as páginas, suspirou satisfeita, e depois apagou a luz. Muito diferente era o quarto atrás da parede, embora em formato fosse uma caixa de ovos igual ao outro. Enquanto Miss Allan lia seu livro, Susan Warrington escovava o cabelo. Séculos consagraram essa hora, e a mais majestosa das ações domésticas, mulheres falando de amor; mas Miss Warrington estava sozinha e não podia falar; podia apenas olhar com extrema solicitude seu próprio rosto no espelho. Virou a cabeça de um lado para outro, jogando cachos pesados para cá e para lá. Depois recuou um passo ou dois e analisou-se seriamente. “Sou bem bonita”, decidiu. “Possivelmente... não linda.” Endireitou-se um pouco. “Sim... a maior parte das pessoas diria que tenho boa aparência.” Ela realmente pensava no que Arthur Venning diria a seu respeito. Seu sentimento com relação a ele era decididamente suspeito. Não admitiria para si mesma que estava apaixonada por ele nem que queria se casar com ele, mas passava todos os minutos em que estava sozinha imaginando o que ele pensaria

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31mm O rio passava redemoinhando na escuridão; podiam apenas distinguir a suave superfície móvel das águas; o ar estava cheio do som do rio. Pararam no espaço vazio entre os enormes troncos, e lá fora uma luz verde movendo-se livremente acima e abaixo mostrava-lhes onde o vapor em que deveriam embarcar os aguardava. Quando todos estavam no convés, viram que era um barco muito pequeno, que balouçou suavemente embaixo deles por alguns minutos, depois deslizou macio pelas águas. Pareciam estar se dirigindo para o coração da noite, pois as árvores fecharam-se na frente deles e podiam escutar ao redor, por toda parte, o farfalhar de folhas. A grande treva teve o seu efeito habitual, removendo todo desejo de comunicação, fazendo suas palavras soarem pequenas e frágeis; depois de caminhar ao redor do convés três ou quatro vezes, juntaram-se num grupo, com grandes bocejos, olhando o mesmo local de profunda escuridão nas margens. Murmurando muito baixo, no tom rítmico de alguém meio sufocado, Mrs. Flushing começou a imaginar onde iriam dormir, pois não podiam dormir no andar inferior, não podiam dormir num buraco cheirando a óleo, nem podiam dormir no convés, não podiam... ela deu um grande bocejo. Era como Helen previra; a questão da nudez já surgira, embora estivessem meio adormecidos e quase invisíveis uns aos outros. Com ajuda de St. John ela estendeu um pano e persuadiu Mrs. Flushing de que poderia tirar as roupas atrás dele e que ninguém se importaria se por acaso alguma parte dela, oculta por 45 anos, ficasse exposta ao olho humano. Jogaram colchões no chão, providenciaram mantas, e as três mulheres deitaram-se juntas ao suave relento. Os cavalheiros, tendo fumado alguns cigarros, jogaram as pontas acesas no rio e contemplaram por algum tempo as ondulações que agitavam a água negra lá embaixo; despiram-se também e deitaram-se na outra extremidade do

328

35,5mm

barco. Estavam muito cansados, e a treva os separava como uma cortina. A luz de um lampião caía sobre algumas cordas, umas poucas tábuas do convés e a amurada do barco, mas além disso havia uma treva única, nenhuma luz atingia os rostos deles, nem as árvores que se erguiam aos montes nas margens do rio. Logo Wilfrid Flushing dormia, e Hirst também. Só Hewet estava acordado, olhando para o céu. O movimento suave e as formas negras que passavam incessantes diantede seus olhos não o deixavam pensar. A presença de Rachel tão perto dele ninava seus pensamentos. Estando tão próxima dele, a poucos passos, do outro lado do barco, tornava impossível pensar nela como teria sido impossível vê-la se estivesse parada bem perto dele, cara a cara. De alguma forma estranha, o barco identificava-se com ele, e assim como teria sido inútil para ele levantar-se e tentar pilotar o barco, era inútil tentar lutar mais contra a força de seus próprios sentimentos. Estava sendo arrastado cada vez mais para longe de tudo o que conhecia, deslizando sobre barreiras, passando de marcos para dentro de águas desconhecidas enquanto o barco deslizava sobre a macia superfície do rio. Numa profunda paz, envolvido numa inconsciência mais profunda do que aquela em que estivera há muitas noites, ele se deitava no convés observando os topos das árvores mudarem de posição rapidamente diante do céu, arqueando-se, baixando e erguendo-se, imensas, até que passou dessas visões para sonhos, onde estava deitado à sombra de vastas árvores, olhando o céu. Quando acordaram na manhã seguinte, tinham subido um trecho considerável rio acima; à direita ficava uma alta margem amarela de areia com tufos de árvores, à esquerda um pântano com longos juncos e altos bambus trêmulos no topo dos quais, balouçando levemente, pousavam pássaros de um verde e um amarelo vivos. A manhã era quente e quieta.

329

26mm

30mm

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Uso das tipografias Após analisar os resultados obtidos pela tabela tipográfica apresentada nos estudos de miolo, percebemos que o valor de entrelinha mais confortável para a leitura é o padrão, portanto, escolhemos o tamanho no valor 11,5 pt com 13,8 pt de entrelinha. A Night Wind Sent foi utilizada para representar a caligrafia da personagem principal, Rachel, nas cartas escritas por ela.

Deixando Santa Marina cedo de manhã, rodando 30 quilômetros e cavalgando 13, O rio passava redemoinhando na escuridão; podiam apenas distinguirfinalmente a suave superfície móvel das águas; o arpor estava seis o grupo, composto cheio do som do rio. Pararam no espaço vazio entre os enormes troncos, e lá fora uma luz verde movendo-se livremente ingleses, chegou à margem do rio quando acima e abaixo mostrava-lhes onde o vapor em que deveriam os aguardava. caía a embarcar noite. Avançaram facilmente entre Quando todos estavam no convés, viram que era um barco as árvores – Mr. e Mrs. Flushing, Helen muito pequeno, que balouçou suavemente embaixo deles por alguns minutos, depois deslizou macio pelas águas. Pareciam Ambrose, Rachel, John. estar se dirigindo para o Terence coração da noite, e poisSt. as árvores fe- Os charam-se na frente deles e podiam escutar ao redor, por toda cavalinhos cansados pararam autoparte, o farfalhar de folhas. Aentão grande treva teve o seu efeito habitual, removendo todo desejo de comunicação, fazendo maticamente e os ingleses desmontaram. suas palavras soarem pequenas e frágeis; depois de caminhar ao redor do convés três ou quatro vezes, juntaram-se num grupo, Mrs. Flushing andou pela margem do rio, com grandes bocejos, olhando o mesmo local de profunda escuridão nas margens. Murmurando muito baixo, no tom rítmico eufórica. O dia fora longo e quente, mas de alguém meio sufocado, Mrs. Flushing começou a imaginar onde iriam dormir, pois não podiam dormir no andar inferior, ela gostara da velocidade e do ar livre; não podiam dormir num buraco cheirando a óleo, nem podiam dormir no convés, não podiam... ela deu um grande bocejo. Era deixara o hotel que odiava e gostava de como Helen previra; a questão da nudez já surgira, embora estivessem meio e quase invisíveis uns aos outros. companhia. Oadormecidos rio passava redemoinhando Com ajuda de St. John ela estendeu um pano e persuadiu Mrs. Flushing de que poderia tirar as roupas atrás dele e que ninna escuridão; podiam apenas distinguir a guém se importaria se por acaso alguma parte dela, oculta por anos, ficasse exposta ao olho humano. Jogaram colchões suave 45superfície móvel das águas; o arnoestachão, providenciaram mantas, e as três mulheres deitaram-se juntasdo ao suave relento. va cheio som do rio. Pararam no espaço Os cavalheiros, tendo fumado alguns cigarros, jogaram pontas acesas rio e contemplaram por algumetempo vazio asentre os noenormes troncos, lá fora as ondulações que agitavam a água negra lá embaixo; desuma luz verde movendo-se livremente piram-se também e deitaram-se na outra extremidade do acima e abaixo mostrava-lhes onde o vapor 328 deveriam embarcar os aguardava. em que Exemplo de aplicação da tipografia em trecho do capítulo 20

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barco. Estavam mui uma cortina. A luz d umas poucas tábuas além disso havia um rostos deles, nem as margens do rio. Logo Wilfrid Flu estava acordado, olh formas negras que p não o deixavam pen ninava seus pensam cos passos, do outro nela como teria sido perto dele, cara a ca identificava-se com e levantar-se e tentar p contra a força de se arrastado cada vez m deslizando sobre bar de águas desconheci macia superfície do r inconsciência mais p muitas noites, ele se das árvores mudarem arqueando-se, baixan sou dessas visões pa de vastas árvores, olh Quando acordara um trecho considerá margem amarela de um pântano com lon topo dos quais, balou um verde e um amar


Cartas e bilhetes Com a leitura da obra em questão, notou-se a presença de cartas, bilhetes e anotações dos personagens, sendo trocados entre eles ou com terceiros. Com isso, foi adotada diferentes fontes Script para diferenciação entre esses trechos e a narração, ao mesmo tempo que promove associação à personalidade do indivíduo e a possibilidade de distinção de personagens de forma gráfica. De acordo com Ana Cecilia Sette (2014, n. p.), “A grafologia é um instrumento de avaliação expressiva que interpreta o caráter, a personalidade ou a índole de uma pessoa pela representação gráfica de sua letra ou o traçado de sua escrita.” Levando essa ferramenta em consideração, alguns aspectos das fontes selecionadas foram relacionadas com a personalidade dos personagens, como inclinação, tamanho e conexão para caráter racional, tímido ou sensível.

Com raiva porque uma mulher de 50 anos se portava como uma criança e chorando procurava uma mocinha porque queria ficar onde não tinha licença para ficar, ela não pensou naquele caso particular e, pegando seu caderno de música, logo esqueceu tudo sobre a velha e seus lençóis. Mrs. Chailey dobrava os lençóis, mas sua expressão denunciava seu abatimento interior. O mundo já não se importava com ela, e um navio não era um lar. Quando se acenderam os lampiões ontem e os marinheiros despencaram sobre sua cabeça, ela chorou; choraria esta noite também; choraria amanhã. Aquilo não era um lar. Enquanto isso ela arranjava os enfeites daquele quarto que conseguira facilmente demais. Eram estranhos enfeites para se trazer numa viagem marítima – cachorrinhos de porcelana, jogos de chá em miniatura, xícaras ostensivamente estranhas com o brasão da cidade de Bristol, caixas de grampos de cabelo cobertas de trevos, cabeças de antílopes em gesso colorido, além de uma infinidade de minúsculas fotografias, representando trabalhadores com seus trajes de domingo e mulheres segurando bebês branquinhos. Mas havia um retrato numa moldura dourada, para a qual se precisava de um prego, e antes de procurá-lo Mrs. Chailey botou seus óculos e leu o que estava escrito num bilhete no verso.

Est e ret rat o de sua pat roa foi dado a Emma Chailey por Willoughby Vinrace em grat idão por 30 anos de devot ado serviço. 36

Exemplo de variação tipográfica em página do capítulo 3

89


Hellen

Rachel

Night Wind Sent Ana Parracho

" Minha cara Evelyn... Estamos muito felizes e vamos nos casar provรกvelmente no outono e esperamos viver em Londres, onde esperamos que nos visite quando voltarmos."

90

Creatype Studio


"

Hewet

Bad Script

Gaslight

Willoughby

Talesian Signature

Viaction Type Co.

Clarissa Garisman Studio

“Imagine-nos, querida, embarcados no mais esquisito navio em que possa pensar. Não é tanto o navio, mas as pessoas. A gente encontra tipos bem esquisitos quando viaja. Devo dizer que acho isso imensamente divertido. ” 91


Richard

The Jacklyn

Creatype Studio

Hirst

Brand Semut

Susan

Marvelous

Ghuroba Studio

92


Colagens

93


94


95


96


Livro objeto Na obra de Víginia Woolf, a hora da refeição representa um momento de compartilhamento social entre os personagens. Tendo isso em vista, o livro objeto busca explorar receitas de alimentos citados pela autora, a fim de inserir o leitor na experiência cultural contida na gastronomia. A escolha das receitas varia entre pratos típicos ingleses, e pratos brasileiros, que são divididos em quatro horários: café da manhã, almoço, chá da tarde e janta. São apresentadas vinte receitas, sendo cinco para cada horário. Essa divisão teve como base o trecho em que a protagonista Rachel descreve sua regrada rotina. A respeito do projeto gráfico, as receitas são apresentadas em fichas para facilitar o manuseio na hora de cozinhar. As fichas são guardadas em quatro envelopes distintos, que fazem referência as cartas enviadas pelos personagens. Estabelece-se uma cor para cada horário para melhor identificação, além disso é indicado o trecho e o capítulo do qual retirou-se a receita. Cada ficha apresenta uma colagem com os ingredientes utilizados no verso, evocando a identidade visual do projeto. 97


210mm

Fichas

148mm

98


229mm

99 10mm

160mm

Cozinha de Santa Marina

162mm 53mm

Envelopes


10mm

254mm

Cinta

120mm

100


15mm

Grid

15mm

101


Uso das cores Para diferenciar os quatro horários de refeições, foi determinada uma cor distinta para cada um deles: azul para o café da manhã; laranja para o almoço; rosa para o chá da tarde e verde para a janta. As cores são apresentadas no fundo do verso de cada ficha, e nos títulos das receitas.

Café da manhã

Chá da tarde

102

Almoço

Jantar

Fundo


Uso das tipografias Fichas Para título da receita, foi utilizada a fonte Crimson Text Bold, em tamanho 20pt. No trecho retirado do livro, utilizou-se a Crimson Text Italic, em tamanho 11pt. No comentário sobre a receita, a Night Wind Sent em tamanho 13pt. Em textos corridos, foi utilizada a Crimson Text em tamanho 11pt.

Envelope Para a identificação da refeição no verso do envelope, foi utilizada a Crimson Text Bold em tamanho 30pt, e na frente, para o remetente, foi usada a tipografia Night Wind Sent em 24pt.

103


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Folder o O legad

Virgini a in com um iciou os seus la tr tituídas pe conhec artigo jornalís abalhos com ram subs o, fo s id iss o escrit tico; po ta a como m re di r. Co or st século pelo leito o, XX, ao uma das maior eriormente fic a dereta rp "Ada Via e o voto feminin ou at es rom se ualizar conven sobrgem", s. Todas as an am em a cistas do ut ce ar ili sc te liter r da ne di ares. A gênero ár de bu e ce e ia as so , ad ss declaran idade de houa aelig , aldperd assusntos são qu tr do ad guerra icional. mnt à visão oreteadoesses a da la sociedade em Logo, o que meso pe lh foesratambelecid mo cológica e interessa algu , r de V mas aptação da obra é co análise m prev ir ita gie nirea ad ive auxiliou na alên contí psior reescrdo Besll. Cl e ça a ambi nuo da expercia do fluxo iven msose no geral. fouClâm guidad iência, romance bi so do to es e oc ns pr e da dos car dege r um sona e literária po d ou a ss as act circunst ana pa lf busc woolfini inia Woo âncias. eres es ticaNda cial. Virg alidade so a, a partir da esté e suase sentido, in fluenciad tístic a e a Joyce, Vir tic tís a ar ressão ar po gi r Henry nia cert da criação cional e Ja ifi rincípios cria o se ca-se do prot mes, Proust as. ót u própri as human o estilo ipo convende narr ar. A editor a é esta be Teve relevant lecida no porã o e grande s autore ascensão, pu da casa dos W oolf. s intele blicando ctuais, obra como Si gmund s de Freud.

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Para a peça gráfica do kit foi criado um 19literário 2 8 folder que contextualiza tanto a sociedade quanto a vida da autora no momento da produção da obra. 194 0 pela história Na parte da frente do folder está a timeline da f ia Wool n i g r i V autora. Intitulada como “A viagem pela história de de Virginia Woolf”, o conteúdo aborda desde a relação de Virginia com seus familiares, a vida profissional como autora, as vivências sociais enfrentadas até seu assolo que resultou no suicídio em 1941. Já na É cheg 1922 parte de trás do folder o contexto históri19inclue-se ado o m 39 Publica om 1 Início 9 ção de 2 da SeguVirginia Woolf. As grand 5 “O Quar co em que estava inserida e encara ento nd Guerra to de Ja Publica Mund a cob” 1 r 9 ial ção de 4 . Dallo as hor des“Mrsmudanças que a obra “A Viagem” sofreu atéSuaicídio d 1 way” as! e Virgin ia Woo lf sua publicação em 1915 e a relação direta disso com - Virgin ia Woo a era vitoriana exemplificam o modelo de sociedalf de enfrentado naquela época. Além disso, na última página, é apresentado o legado da autora, que relata a contribuição de Virginia a asuntos que retratam a figura feminina e a luta por direitos iguais. Marca a en persegui trada da Ingl ater çã judaica, o que Leonar ra na Guerra. d pode os Woo Temeros ria lf fosse re almente planejam com sofrer por se osos pela eter suic invadida r da et ni ídio se . a Inglat a erra

Entretan to, com de enfr entar os notáveis fatos ne se Woolf comete us temores, em gativos vivido suicídio se 1941, ao sua deci se s 59 anos incapaz sã irmã, V o, a escritora afogando no R , Virgini deixou anessa Bell; ou duas ca io Ouse. Antes a tra para rtas: um de Leonar d, seu m a para a sua arido.

111


Era vitoriana O século XIX foi evidenciado por grandes transformações, que vão desde as Revoluções Industriais até as grandes guerras travadas nesse período. Tudo isso gerou consequências que movimentaram a política, a economia, o estilo de vida e o modo de pensar dos indivíduos. O império britânico foi uma das grandes potências econômicas desse século, e o lar de grandes inovações tecnológicas, culturais e artísticas. Ainda assim, a modernização não foi o suficiente para contornar as adversidades da época, o que gerou uma série de contradições. O período em que tais contradições se tornam evidentes é na Era Vitoriana, que consiste no tempo em que a regente Rainha Vitoria esteve no poder do Reino Unido (1837 a 1904). A ascensão econômica e a industrialização acompanhadas da violência e das condições precárias de trabalho, o crescimento dos estudos intelectuais combinados com uma idolatria à moral e aos bons costumes, são alguns dos fatores ambíguos que caracterizam essa época. Mas o aspecto que mais se relaciona com a autora Virginia Woolf, que nasceu e foi educada nos moldes desse período, é o rígido controle dos hábitos sexuais de mulheres e homens, bem como as suas diferentes funções na sociedade da Era Vitoriana. A própria Rainha Vitória, um exemplo da figura feminina numa posição de poder absoluto, defendia a submissão da mulher, que deveria se limitar ao lar, a vida doméstica, enquanto a vida pública era destinada exclusivamente aos homens.

A viagem Apesar de Virginia Woolf ter vivenciado a Era Vitoriana, e seus romances apresentarem diversas críticas aos modelos de conduta da época, suas obras são posteriores ao reinado da Rainha Vitória. A literatura vitoriana foi na verdade, marcada por obras de Oscar Wilde, Robert Louis Stevenson, Edgar Allan Poe, e Arthur Conan Doyle. Esses romancistas também refletiam sobre as ambiguidades que assombravam a sociedade, mas, como havia uma rígida fiscalização da moral, as críticas sociais presentes nas obras de Virginia eram mais sutis, combinadas com temáticas cotidianas que buscavam agradar os diferentes leitores daquela época. Assim como os romancistas vitorianos, Virginia Woolf teve que alterar a sua forma de escrita para se adequar aos padrões sociais vigentes. Percebe-se então a inquietação de Virginia em continuar a expressar a sua visão sobre os assuntos.

A preocupação em se estabelecer no meio literário, agravada pelo fato de ser uma mulher inserida em uma sociedade patriarcal, fez com que Woolf reescrevesse seu primeiro romance inúmeras vezes, apresentando relevantes modificações no contexto geral da história final a ser publicada. A obra tem um rascunho precursor denominado “Melymbrosia”, que começou a ser elaborado em 1907, antes do casamento de Virginia. Entre 1912-1913, a autora, agora casada com Leonard Woolf, realizou amplas alterações no texto, incluindo a adição e alteração na numeração dos capítulos, e a mudança do título original, agora denominado como “The Voyage Out” (“A Viagem para fora”), em tradução literal. Leonard Woolf levou o manuscrito completo de “A Viagem” a editora Duckworth & Company em 9 de março de 1913; foi aceito em abril, e em maio estava nas provas.

Como ele explica em sua autobiogra tos que levaram ao colapso nervoso e a ten sua esposa em setembro de 1913 foi seu trabalho em “A Viagem”. Ela não permitiu publicado, considerando-o ainda incom provas até ela ser capaz de relê-lo, em fins final foi publicada em 1915, e a edição ame editora Doran Company tendo sido revisad Em "Melymbrosia" Woolf se expressa de afiada. Suas angústias e críticas à sociedade nantemente masculina são mais evidentes. Já em "A Viagem" há um trabalho do mais ambíguo; as críticas impostas a socie enquanto as suas atenções à colocação da m são extremamente veladas.

947mm

112


afia, um dos elemenntativa de suicídio de intenso e exaustivo que o romance fosse mpleto, e ficou nas de 1914. Sua edição ericana em 1920 pela da novamente. forma mais direta e e britânica predomi. o significado de jeito edade são atenuadas, mulher na sociedade

Já as falas mais agressivas e diretas foram substituídas pela metaforização que deve ser interpretada pelo leitor. Com isso, os personagens de “A Viagem” discutem sobre o voto feminino, o papel da mulher na política e a igualdade de gêneros. Todas as colocações de Virginia mediante a esses assuntos são quase sempre contrárias ao que era estabelecido pela sociedade em plena Era Vitoriana. Todo o processo de reescrita e readaptação da obra contou com a ajuda do filósofo Clive Bell. Clive auxiliou na própria constituição das personagens e do romance no geral. Com isso, a escrita woolfiniana passou por um processo de lapidação diante a sua realidade social. Virginia Woolf buscava transpor uma nova expressão artística, a partir da estética da arte, de acordo com os princípios da criação artística e a sua relação com as experiências humanas.

O legado A literatura de Virginia Woolf foi considerada inovadora tanto pela sua preocupação com a construção e estética, quanto por suas críticas ao modelo social de sua época. Suas obras são caracterizadas pelo uso do fluxo de consciência, uma técnica narrativa que tem como foco a psique humana. Aqui, o narrador tem pouca importância, e toda a ação acontece na mente dos personagens, que é marcada por pensamentos contínuos, mas com uma sequência ilógica, e que, as vezes pode levar à uma epifania. Essa técnica é utilizada posteriormente pela escritora brasileira Clarisse Lispector. Em relação aos assuntos tratados em suas obras, o papel da figura feminina é um assunto recorrente. Suas críticas às restrições impostas as mulheres no período vitoriano, ainda que postas sutilmente, foram de grande importância ao feminismo e as lutas por direitos iguais. Virginia mostrou ideias inusitadas para a sua época, já que ela possuía total consciência da exclusão das mulheres a chances culturais e intelectuais em razão do domínio masculino. E, mesmo se esforçando a não transmitir seus ideais em detrimento da estética de sua obra, a autora não se manteve afastada e indiferente às diferenças entre os gêneros e suas influências sobre a vida cotidiana.

160mm

A viagem

pela história de Virginia Woolf

113


10mm

Grid

1882

Nascimento de Adeline Virginia Stephen

Término da Era Vitoriana Início da Era Eduardiana

1895

Morte da mãe de Virginia

Virginia sofreu com as limitações impostas as mulheres no período vitoriano. De acordo com seu sobrinho, Quentin Bell,

1910

Virginia Woolf e sua irmã Vanessa podiam passar as manhãs estudando grego ou desenhando; mas as suas tardes eram dedicadas àquelas ocupações que os homens consideravam adequadas.

Virginia começa a escrever proficionalmente

Já aos 7 anos Virginia demonstrava a sua capacidade em elaborar histórias. Começou a escrevê-las e contá-las para os irmãos. Além disso, aos 9 anos, criou o "The Hyde Park Garden News", uma espécie de jornal familiar utilizado para redigir os seus textos.

Esse modelo de educação era defendido por seu pai, Leslie Stephen. Ele acreditava que a mulher deveria ser o “anjo do lar”, responsável por ser guardiã da moral e da castidade.

10mm

Surgimento do Grupo de Bloomsburry

10mm

1900

114

Morte do pai de Virginia

1901

Em 25 de janeiro de 1882 no distrito de Kesington, em Londres, nasceu a filha de Leslie Stephen e Julia Stephen. Recebeu o nome de Adeline Virginia Stephen, e depois adotou o sobrenome Woolf com o qual ficou conhecida.

1904

10mm

Após a morte de seus familiares mais próxim se mudou para uma casa no bairro de Bloom que começaram as primeiras reuniões, que p formaria o Grupo de Bloomsburry, círculo sofisticados que após a primeira grande guerr tradições literárias, políticas e sociais impo Vitoriana e pelos hábitos burgueses.


Uso das cores

1882

Sinaliza os acontecimentos mediante a vida pessoal da autora.

1901

Identifica a sociedade como um todo, além de evidenciar momentos também vividos por Virginia. Mudanças de reinado e o enfrentamento das guerras mundiais pelos Woolf são os temas citados.

Uso das tipografias

Texto corrido Para o texto corrido foi utilizada a fonte Crimson Text em tamanho 10 e a sua entrelinha padrão de 12,6pt.

Títulos Para os títulos mencionados logo abaixo das datas foi utilizada a fonte Crimson Text em tamanho 11 e a sua entrelinha padrão no valor de 13,2pt.

1915

Indica a vida profissional da autora, desde a criação da sua própria editora até a publicação de alguns de seus livros. 115


Era vitoriana

A viagem Apesar de Virginia Woolf ter vivenciado a Era Vitoriana, e seus romances apresentarem diversas críticas aos modelos de conduta da época, suas obras são posteriores ao reinado da Rainha Vitória. A literatura vitoriana foi na verdade, marcada por obras de Oscar Wilde, Robert Louis Stevenson, Edgar Allan Poe, e Arthur Conan Doyle. Esses romancistas também refletiam sobre as ambiguidades que assombravam a sociedade, mas, como havia uma rígida fiscalização da moral, as críticas sociais presentes nas obras de Virginia eram mais sutis, combinadas com temáticas cotidianas que buscavam agradar os diferentes leitores daquela época. Assim como os romancistas vitorianos, Virginia Woolf teve que alterar a sua forma de escrita para se adequar aos padrões sociais vigentes. Percebe-se então a inquietação de Virginia em continuar a expressar a sua visão sobre os assuntos.

O século XIX foi evidenciado por grandes transformações, que vão desde as Revoluções Industriais até as grandes guerras travadas nesse período. Tudo isso gerou consequências que movimentaram a política, a economia, o estilo de vida e o modo de pensar dos indivíduos. O império britânico foi uma das grandes potências econômicas desse século, e o lar de grandes inovações tecnológicas, culturais e artísticas. Ainda assim, a modernização não foi o suficiente para contornar as adversidades da época, o que gerou uma série de contradições. O período em que tais contradições se tornam evidentes é na Era Vitoriana, que consiste no tempo em que a regente Rainha Vitoria esteve no poder do Reino Unido (1837 a 1904). A ascensão econômica e a industrialização acompanhadas da violência e das condições precárias de trabalho, o crescimento dos estudos intelectuais combinados com uma idolatria à moral e aos bons costumes, são alguns dos fatores ambíguos que caracterizam essa época. Mas o aspecto que mais se relaciona com a autora Virginia Woolf, que nasceu e foi educada nos moldes desse período, é o rígido controle dos hábitos sexuais de mulheres e homens, bem como as suas diferentes funções na sociedade da Era Vitoriana. A própria Rainha Vitória, um exemplo da figura feminina numa posição de poder absoluto, defendia a submissão da mulher, que deveria se limitar ao lar, a vida doméstica, enquanto a vida pública era destinada exclusivamente aos homens.

1882

Nascimento de Adeline Virginia Stephen

Em 25 de janeiro de 1882 no distrito de Kesington, em Londres, nasceu a filha de Leslie Stephen e Julia Stephen. Recebeu o nome de Adeline Virginia Stephen, e depois adotou o sobrenome Woolf com o qual ficou conhecida.

1895

Morte da mãe de Virginia

1900

Virginia começa a escrever proficionalmente

Já aos 7 anos Virginia demonstrava a sua capacidade em elaborar histórias. Começou a escrevê-las e contá-las para os irmãos. Além disso, aos 9 anos, criou o "The Hyde Park Garden News", uma espécie de jornal familiar utilizado para redigir os seus textos.

116

1901

1904

Para l.W.

Morte do pai de Virginia

Esse modelo de educação era defendido por seu pai, Leslie Stephen. Ele acreditava que a mulher deveria ser o “anjo do lar”, responsável por ser guardiã da moral e da castidade.

Fim da Era Eduardiana

1914

Início da Era Eduardiana

Virginia Woolf e sua irmã Vanessa podiam passar as manhãs estudando grego ou desenhando; mas as suas tardes eram dedicadas àquelas ocupações que os homens consideravam adequadas.

1910 Início da Era Moderna

Término da Era Vitoriana

Virginia sofreu com as limitações impostas as mulheres no período vitoriano. De acordo com seu sobrinho, Quentin Bell,

A preocupação em se estabelecer no meio literário, agravada pelo fato de ser uma mulher inserida em uma sociedade patriarcal, fez com que Woolf reescrevesse seu primeiro romance inúmeras vezes, apresentando relevantes modificações no contexto geral da história final a ser publicada. A obra tem um rascunho precursor denominado “Melymbrosia”, que começou a ser elaborado em 1907, antes do casamento de Virginia. Entre 1912-1913, a autora, agora casada com Leonard Woolf, realizou amplas alterações no texto, incluindo a adição e alteração na numeração dos capítulos, e a mudança do título original, agora denominado como “The Voyage Out” (“A Viagem para fora”), em tradução literal. Leonard Woolf levou o manuscrito completo de “A Viagem” a editora Duckworth & Company em 9 de março de 1913; foi aceito em abril, e em maio estava nas provas.

Primeira grande guerra começa

Após a morte de seus familiares mais próximos, a escritora se mudou para uma casa no bairro de Bloomsburry. Foi ali que começaram as primeiras reuniões, que posteriormente formaria o Grupo de Bloomsburry, círculo de intelectuais sofisticados que após a primeira grande guerra vão contra as tradições literárias, políticas e sociais impostas pela Era Vitoriana e pelos hábitos burgueses.

1915

Publicação de “A Viagem”

Nesse meio tempo, até Virginia passou por dive provocados pelo seu mei mãe e a sua má relação co em 1904 devido a um cân dessas vivências. As osc devido a esses aconteci psiquiátricas que sofreu social, mas a autora não d ser afetada e continuou a e

1917

1910

Surgimento do Grupo de Bloomsburry

Como ele explica em s tos que levaram ao colapso n sua esposa em setembro de trabalho em “A Viagem”. Ela publicado, considerando-o provas até ela ser capaz de re final foi publicada em 1915, e editora Doran Company ten Em "Melymbrosia" Woolf s afiada. Suas angústias e crític nantemente masculina são m Já em "A Viagem" há u mais ambíguo; as críticas im enquanto as suas atenções à são extremamente veladas.

Criação da editora Hogarth Press

1912

Casamento de Virginia com Leonard Woolf

1919

Publicação de “Noite e dia”


A viagem

sua autobiografia, um dos elemennervoso e a tentativa de suicídio de 1913 foi seu intenso e exaustivo a não permitiu que o romance fosse ainda incompleto, e ficou nas elê-lo, em fins de 1914. Sua edição e a edição americana em 1920 pela ndo sido revisada novamente. se expressa de forma mais direta e cas à sociedade britânica predomimais evidentes. um trabalho do significado de jeito mpostas a sociedade são atenuadas, colocação da mulher na sociedade

a publicação de "A Viagem", ersos traumas familiares. Abusos io-irmão mais velho, a perda da om o pai, até a morte do mesmo ncer de intestino foram algumas cilações no humor de Virginia imentos e posteriores doenças a prejudicaram em seu âmbito deixou sua produtividade literária escrever.

O legado

Já as falas mais agressivas e diretas foram substituídas pela metaforização que deve ser interpretada pelo leitor. Com isso, os personagens de “A Viagem” discutem sobre o voto feminino, o papel da mulher na política e a igualdade de gêneros. Todas as colocações de Virginia mediante a esses assuntos são quase sempre contrárias ao que era estabelecido pela sociedade em plena Era Vitoriana. Todo o processo de reescrita e readaptação da obra contou com a ajuda do filósofo Clive Bell. Clive auxiliou na própria constituição das personagens e do romance no geral. Com isso, a escrita woolfiniana passou por um processo de lapidação diante a sua realidade social. Virginia Woolf buscava transpor uma nova expressão artística, a partir da estética da arte, de acordo com os princípios da criação artística e a sua relação com as experiências humanas.

Virginia iniciou os seus trabalhos como escritora com um artigo jornalístico; posteriormente ficou conhecida como uma das maiores romancistas do século XX, ao se convencer da necessidade de atualizar a arte literária, declarando guerra à visão tradicional. Logo,

o que lhe interessa é análise psicológica, com prevalência do fluxo contínuo da experiência, a ambiguidade dos caracteres e das circunstâncias.

A literatura de Virginia Woolf foi considerada inovadora tanto pela sua preocupação com a construção e estética, quanto por suas críticas ao modelo social de sua época. Suas obras são caracterizadas pelo uso do fluxo de consciência, uma técnica narrativa que tem como foco a psique humana. Aqui, o narrador tem pouca importância, e toda a ação acontece na mente dos personagens, que é marcada por pensamentos contínuos, mas com uma sequência ilógica, e que, as vezes pode levar à uma epifania. Essa técnica é utilizada posteriormente pela escritora brasileira Clarisse Lispector. Em relação aos assuntos tratados em suas obras, o papel da figura feminina é um assunto recorrente. Suas críticas às restrições impostas as mulheres no período vitoriano, ainda que postas sutilmente, foram de grande importância ao feminismo e as lutas por direitos iguais. Virginia mostrou ideias inusitadas para a sua época, já que ela possuía total consciência da exclusão das mulheres a chances culturais e intelectuais em razão do domínio masculino. E, mesmo se esforçando a não transmitir seus ideais em detrimento da estética de sua obra, a autora não se manteve afastada e indiferente às diferenças entre os gêneros e suas influências sobre a vida cotidiana.

1928

As mulheres ganham direitos iguais de voto

1940

Blitz: Batalha da Grã-Bretanha

Bombardeio de alemães contra o Reino-Unido. Nesse episódio, a casa dos Woolf e os escritórios da Hogarth Press são completamente destruídos.

Nesse sentido, influenciada por Henry James, Proust e Joyce, Virginia certifica-se do protótipo convencional e cria o seu próprio estilo de narrar.

A editora é estabelecida no porão da casa dos Woolf. Teve relevante ascensão, publicando obras de grandes autores intelectuais, como Sigmund Freud.

1922

Publicação de “O Quarto de Jacob”

1925

Publicação de “Mrs. Dalloway”

1939

Início da Segunda Guerra Mundial

Marca a entrada da Inglaterra na Guerra. Temerososos pela perseguição que Leonard poderia sofrer por ser da etnia judaica, os Woolf planejam cometer suicídio se a Inglaterra fosse realmente invadida.

pela história de Virginia Woolf

1941

É chegado o momento de encarar as horas! - Virginia Woolf

Suicídio de Virginia Woolf

Entretanto, com notáveis fatos negativos vividos e incapaz de enfrentar os seus temores, em 1941, aos 59 anos, Virginia Woolf comete suicídio se afogando no Rio Ouse. Antes de sua decisão, a escritora deixou duas cartas: uma para a sua irmã, Vanessa Bell; outra para Leonard, seu marido.

117


Brinde

O brinde do kit literário é um complemento sensorial a história de A Viagem, um texto sem muitas aventuras que narra a viagem de uma jovem inglesa da Era vitoriana, esta vive sua vida em decorrência das 4 refeições diárias, café da manhã, almoço, chá da tarde e jantar. Por esse motivo, o brinde é uma caixa de chá que contém 10 sachês de sabores variados, esses sabores foram escolhidos a partir de 10 momentos importantes para a Rachel, a personagem principal, levando em consideração o ambiente e os sentimentos demonstrados por ela. 118


66mm

SachĂŞ

50mm

119


19mm

35mm

23mm

34mm

70mm

55mm

25mm

8mm

Caixinha

10mm

120

53mm

70mm


6,5mm

6,5mm

Grid

6,5mm

6,5mm

121


Uso das tipografias

Uso das cores Foram utilizadas as cores principais da identidade visual do kit, cada uma delas representando uma das quatro refeições (assim como no livro objeto) para que ficasse mais fácil apresentar ao leitor o melhor horário para o consumo de cada chá. Outro ponto levado em consideração na escolha dos sabores dos chás foi o do horário das refeições, para que o brinde conversasse com a história e tivesse uma relação direta com o livro objeto Café da manhã

Jantar

Almoço

Fundo

Chá da tarde

122

Caixinha Para os títulos como “Hora do chá”, “Ingredientes” e “Informação nutricional”, foi utilizada a fonte Night Wind Sent nos tamanhoo 10pt, 7pt e 5pt, respectivamente. Para as descrição do produto, dos ingredientes e outras informações, foi estabelecido o tamanho de 5pt da fonte Crimson Text Regular e Italic.

Sachês Para os identificação dos sabores dos chás, títulos como “Ingredientes” e “Modo de preparo” foi utilizada a fonte Night Wind Sent nos tamanhos 11pt e 7pt. Para as informações, foi utilizada a fonte Crimson Text Regular e Italic no tamanho 5pt.


123


124


125


Item extra

170mm

A adição de marca-páginas no kit literário cumpre o mesmo papel de brinde. Além de ser um item extremamente útil na hora da leitura, ele reforça e complementa a identidade do projeto editorial.

50mm

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Livro literário Romance de estréia de Virginia Woolf, A Viagem conta a trajetória de uma jovem da Era Vitoriana e sua viagem para a América da Sul. Edição em capa dura para uma obra clássica e com assuntos pertinentes até os dias atuais.

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Número de páginas: 452 página totais Miolo: Dimensões: 310x255mm (aberto) 155x225mm (fechado) Material: Papel pólen 80g/m² Acabamento: Costura, dobra e refile Capa: Dimensões: 347x230mm(aberto) 160x230mm (fechado) Material: Papel couché 115g/m² Encadernação: Capa dura, costura, cola e entretela Acabamento: laminação fosca Impressão: Offset

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Livro objeto O livro objeto é composto por 20 receitas inspiradas nas refeições citadas ao logo do livro. São separadas entre café, almoço, chá da tarde e janta: o “mundo de quatro refeições” da protagonista Rachel. As receitas são apresentadas em fichas, guardadas em quatro envelopes distintos, unidos por uma cinta.

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Número de peças: X fichas totais X envelopes 1 cinta Fichas: Dimensões: 148x210mm Material: Papel couché fosco 300g/m² Acabamento: Refile Envelopes: Dimensão: 162x229mm (fechado) Material: Papel couché fosco 300g/m² Acabamento: Cola, corte e dobra Cinta: Dimensão: 120x240mm Material: Papel couché fosco 180g/m² Acabamento: Cola, corte e dobra Impressão: Offset

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Folder A peça gráfica de contextualização da obra tratase de um folder com informações acerca da própria história da autora Virginia Woolf e as suas vivências e limitações em plena sociedade vitoriana.

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Número de páginas: 18 páginas totais (sendo 9 na frente e 9 no verso)

Dimensões: 160x947mm (aberto)

Material: Papel papel couché fosco 150g/m²

Impressão: Offset

Acabamento: Dobra (sanfona) e refile

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Brinde

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Caixinha de variados sabores de chá como complemento da história da obra e das refeições propostas pelo livro objeto.


Número de peças: 10 sachês de chá 1 caixinha Sachês: Dimensões: 50x66mm Material: Papel revestido L1 Lumimax TEA Caixinha: Dimensões: 70x70x55mm Material: Papel duplex 300g/m² Acabamento: Cola, corte e vinco Impressão: Offset

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Item extra

Marca-páginas para auxiliar na hora da leitura, complementando a identidade visual do projeto.

Número de itens: 2 marca-páginas. Dimensões: 50x17mm Material: Papel triplex 300g/m² Cores: 4x0 Impressão: Offset Acabamento: Refile

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Embalagem Forma de transporte e contenção de todos os itens do kit. Essa embalagem possui a mesma faca da utilizada por Intrínsecos porém com elementos exclusivos do projeto.

Dimensões: 300x80x170mm Material: Papelão ondulado branco 360g/m² Cores: 0x4 Impressão: Offset Acabamento: Corte e vinco

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Considerações Finais

O projeto iniciou-se com pesquisas detalhadas sobre a obra e vida da autora, além de um estudo do mercado editorial atual em que o nosso kit literário iria se inserir e qual seria o nosso público alvo de fato. Nesse cenário, decidimos que o nosso kit seria vendido por meio de um clube de assinaturas, publicado por uma editora focada no jovem leitor (editora Intrínseca). 140


Já de acordo com uma pesquisa de perfil, selecionamos o público feminino, entre 18-24 anos e das classes A e B, como nosso verdadeiro consumidor. Além disso, a escolha do público feminino está ligada diretamente com o engajamento e as temáticas feministas desenvolvidas por Virginia Woolf em suas obras. A partir disso, concordamos em seguir com um projeto gráfico diferenciado, uma vez que várias editoras independentes ou que seguem pela venda no clube de assinaturas acabam valorizando uma construção visual arrojada e diferenciada. Para isso, e de acordo com a seleção dos conceitos, utilizamos no livro literário e nas outras peças elementos que fogem do convencional quando comparado a outras edições do mesmo livro. Nossa atenção se voltou a trazer, visualmente, uma ambientação diferenciada para história e para os demais itens do nosso kit, através de colagens únicas e exclusivas que representam algum acontecimento ali relatado. 141


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Referências

"- Livros... livros... livros... - disse Helen na sua maneira distraída. - Mais livros novos... fico imaginando o que é que você encontra neles..." Helen para Rachel, capítulo 10


WOOLF, Virginia. A viagem. São Paulo: Siciliano, 1993. SANTANA, Luciana Wolff Apolloni; SENKO, Elaine Cristina. Perspectivas da Era Vitoriana: sociedade, vestuário, literatura e arte entre os séculos XIX e XX. Revista Diálogos Mediterrânicos, Curitiba, ed. 10, junho 2016. CEVASCO, Maria Elisa; SIQUEIRA, Valter Lellis. Rumos da literatura inglesa. 2. ed. São Paulo: Ática, 1985. FREITAS, Mayara dos Santos. Antes de Virginia Woolf: Os diários de juventude e o início da construção de um olhar. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2019. LOPEZ, Alberto. Virginia Woolf, a escritora premonitória inesgotável. El País, 25 jan. 2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/ brasil/2018/01/25/cultura/1516835051_025456. html. Acesso em: 27 fev. 2020.

feminista. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2019. A verdade sobre o futuro dos livros. Two Sides, São Paulo, 06 de ago. de 2019. Disponível em: https://twosides.org.br/BR/a-verdade-sobre-ofuturo-dos-livros/. Acesso em 21 de mar. de 2020. Retratos da Leitura no Brasil - 4a edição. Instituto Pró-Livro, São Paulo, mar. de 2016. Disponível em: http://prolivro.org.br/home/images/2016/ Pesquisa_Retratos_da_Leitura_no_Brasil_-_2015. pdf. Acesso em 21 de mar. de 2020. Angelella, Lisa. “The Meat of the Movement: Food and Feminism in Woolf.” Woolf Studies Annual, vol. 17, 2011, pp. 173–195. JSTOR. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/ 24906877?seq=1. Acesso em 19 mai 2020. SETTE, Ana Cecília; SETTE, Maria Cecília. Grafologia: Guia Prático. São Paulo: Lebooks Editora, 2014.

CAMARGO, Mônica Hermini. Versões do feminino: Virginia Woolf e a estética 143


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