A história das mulheres e, mais generalizadamente, os estudos de género aguardam reconhecimento académico e investimentos científicos originais. Trata-se de uma lacuna a inscrever no interior de um problema ainda mais geral. A história social de Macau constitui também um domínio de estudo largamente por especializar, mais ainda quando se procura reconstruir e interpretar a circulação de crianças, jovens e mulheres que, de origem fundamentalmente chinesa e asiática, em profunda situação de subalternidade e exploração sociais, foram concorrendo quase paradoxalmente para a sobrevivência de uma presença política, económica, cultural e simbólica que se reivindicava «portuguesa».