Nightwalkers 06 Assombrados pela magia, assolados pelo mal, os Nightwalkers encaram sua hora mais sombria. E quando o impensável acontece, apenas um macho lendário tem o poder, a vontade, para salvá-los: Adam.... Por 400 anos ele estava perdido para ela, mas essa noite ele é dela... Desde seu primeiro toque tentador, Jasmine sabia que ele era diferente. Que outro amante poderia desbloquear seu controle rígido, 1
inundar seus sentidos de Vampiro que estavam cansados por causa de uma vida de autoindulgência decadente? Séculos atrás, quando ele desapareceu sem deixar rastros, ela desistiu de toda esperança de promessa de paixão incomparável. Mas agora ele está aqui, contra as próprias leis da natureza, pronto para derrubar seus inimigos mais ferozes, pronto para levar o sangue dela ao ponto de ebulição.... Se ela o permitir. Para cada um dos meus leitores. Você pediu, perseguiu, ameaçou, bajulou, gemeu, e praticamente teve prazer por este livro. Divirta-se! (Esim, a cadela finalmente O fez!... Bem, talvez. Muhahahaha!)
Livro Traduzido e Revisado do Inglês Equipe de Revisão TWKliek Prólogo Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 11 Epílogo
Revisão Inicial: Revisão Inicial: Revisão Inicial: Revisão Inicial: Revisão Inicial: Revisão Inicial: Revisão Inicial: Revisão Inicial: Revisão Inicial: Revisão Inicial: Revisão Inicial: Revisão Inicial: Revisão Inicial:
Sandra Maia BeLL/Rose Anjos Joely Joely Damia Val Val Val Joely Rose Anjos Regina R Joely Sandra Maia
Revisão Final: Revisão Final: Revisão Final: Revisão Final: Revisão Final: Revisão Final: Revisão Final: Revisão Final: Revisão Final: Revisão Final: Revisão Final: Revisão Final: Revisão Final:
Matias Joely Sandra Maia Rose Anjos Sandra Maia Matias Joely Joely Sandra Maia Joely Joely Sandra Maia Matias
Envio do Arquivo: Gisa Formatação: Sandra Maia Capa: Élica Leal 2
• Todo aquele que deseja conhecer o destino de Demonkind, deve consultar estas profecias... • ... como mágica, uma vez mais ameaça o tempo, como a paz do Demônio mais uma vez o leva à insanidade... • ... ele virá passar nesta idade as coisas grandes que retornarão ao foco de pureza que Demonkind deve sempre se esforçar. Aqui virá o significado e o propósito das nossas mais rígidas leis, que nenhum ser humano incorruptível será prejudicado, que a coexistência pacifica entre as raças se tornará fundamental... — Trechos de "A Profecia Perdida dos Demônios"
PRÓLOGO Samhain 2008 — Há muitos deles! — Isabella gritou depois de um momento de desorientação recuperando sua respiração. A nuvem escura de ébano de seu cabelo foi arremessado num amplo arco que chicoteou em torno ao olhar para seu companheiro, seu companheiro e marido, o pai de sua filha, para não mencionar seu filho, cuja existência iminente só descobriram a cerca de uma semana atrás. Ele se mantinha à sua volta enquanto ela protegia os seus nesta luta, e juntos protegiam a coisa mais preciosa para os dois. — Jacob! A druida feminina foi forçada a virar as costas para seus atacantes quando viu que as chances que enfrentavam eram nada comparadas às deles. Não importa o quão forte e habilidosa tenha se tornado como lutadora nesses anos ao lado dele, não importa o quanto era poderoso um Demônio da Terra, nunca iriam sobreviver contra essas forças. Não sozinhos. Mas Jacob não cedia. Não podia ceder. Não era apenas porque era Executor e era seu dever lutar contra esses agressores até o último suspiro em seu corpo. Era por causa de sua filha, Leah, escondida a apenas alguns metros distante do solo que atualmente defendia. Jacob sacrificaria seu último suspiro antes que visse sua família prejudicada. Isabella não faria menos. - Bella! 3
Jacob a alcançou entre um golpe no inimigo e o próximo. Passou o braço por cima dela, e como peças perfeitamente sincronizadas de um relógio, ela girou sobre suas costas, pernas girando em golpes duplos que surpreendeu e fez tropeçar os inimigos. Quando seu pé atingiu o chão, ela imediatamente voltou o calcanhar do seu pé esquerdo para tocar o calcanhar direito dele. Se prepararam nessa posição costa com costas enquanto as forças em torno deles circulavam como abutres. Felizmente, ambos os lutadores sabiam que seus instintos mais básicos seria evitar que esses demônios transformados se organizassem com inteligência, astúcia ou estratégia. A situação era crítica o suficiente com sua luxúria de sangue frenética, e se trabalhassem juntos, teriam uma vantagem terrível. Enquanto Bella atingia um alvo com um delicado braço que empregava um soco muito mais potente do que seria esperado em alguém tão pequeno, Jacob abriu as mãos para fora paralelas à Terra, seus dedos curvados como se fossem se enterrar no solo, que na realidade, estava a uns bons quatro metros abaixo da pedra espessa sob seus pés. Pedaços de argila e quartzo vomitaram para cima na direção daquelas mãos que comandavam, a partir de um lugar e rapidamente
explodindo num círculo ao redor dele e sua esposa até que estavam sendo engolidos por um cilindro perfeito de rocha, sujeira e detritos. Isabella não teve medo quando o chão cedeu sob ela e a terra, literalmente, selou acima de sua cabeça e a engoliu. Instantaneamente caiu na rampa do túnel sendo escavado no solo, o marido correndo rapidamente ao seu lado enquanto caíam. Apesar de poder ver e ouvir o burburinho preenchendo os espaços acima de suas cabeças quase tão rápido quanto caíam, ela não se intimidou. Pelo contrário, ficou aliviada. Os monstros acima deles nunca poderiam pegá-los agora. Era tudo Jacob; cada grão e cada pedrinha sendo manipulada em torno deles sob o comando artístico de seu marido. Era o demônio vivo mais poderoso da Terra. O mais velho de sua espécie. Nenhum dos Demônios transformados na terra acima deles podia equiparar-se com a velocidade e precisão que Jacob usava para manipular a Terra ao redor deles, ou a forma como o solo era compactado acima dele mais apertado que a própria natureza fez originalmente. Agora seus inimigos teriam que descobrir como encontrar seu caminho através das enormes quantidades de terra, a fim de encontrá-los. Finalmente passaram pelo que anteriormente era pedra calcária sólida antes de surgirem pelo túnel feito pelo Demônio — e numa caverna feita pela natureza. Jacob manipulou a gravidade para que aterrassem suavemente sobre seus pés, mesmo Isabella 4
dando um salto extra que a fez rir brevemente, apesar de suas circunstâncias terríveis. Então ela se virou bruscamente ao redor para enfrentar seu companheiro. — O bebê! — Calma, — tranquilizou o marido dela. — Basta apenas atravessar as cavernas. A puxei abaixo, também. O que acha que eu ia fazer? — Ele estendeu a mão e golpeou seu traseiro enquanto ela corria na direção que ele indicou. Mas, apesar do gesto brincalhão e seu olhar inteligente sobre o ombro, ambos estavam muito conscientes que não estavam seguros ainda. Certo, a maioria dos que estavam acima não podiam segui-los, mas alguns... Alguns poderiam. — Eu chamei Jasmine para as cavernas, mas está um inferno vir até aqui, avisou a sua esposa. — Vai levar algum tempo para ela chegar até nós. — Bella acenou com a mão em reconhecimento, mesmo que já soubesse que ela o ouviu e entendeu. Entendeu que estavam sozinhos. A velocidade de Isabella enquanto corria ao longo do corredor ainda a espantava. Tinha seis anos desde que ela evoluiu de humana a druida, ou melhor, uma híbrida de humana e druida. O poder que vinha com essa alteração em sua composição genética, incluindo sua capacidade de correr com velocidade incrível, era uma das muitas bênçãos em sua vida desde então. Quando dobrou a esquina, viu uma de suas bênçãos indignada tirando a sujeira que a outra bênção de Bella jogou em seu vestido. — Papai, estou suja, — a garota de cinco anos se queixou, as pequenas mãos nos quadris e
seus lábios num biquinho infame que lembrava os gestos orgulhosos de sua mãe. Ela ignorava totalmente o fato que estava em perigo. — Desculpe, anjo, — Jacob pediu desculpas meio sem entusiasmo, enquanto olhava para o teto da caverna, percebendo o perigo que pairava acima deles. — Temos que nos apressar, — ele disse suavemente quando se inclinou para o ouvido de Bella. Isabella já estava pegando sua filha enquanto a mão de seu marido caía nas suas costas para orientá-la e apressá-la. — Mamãe, posso andar, — Leah a lembrou com sua marcante independência teimosa, assim como sempre fazia quando Isabella tentava levá-la. Claro, Leah se deixaria carregar por seu pai para todos os lugares desde o anoitecer até o amanhecer se ele desejasse, e nunca reclamava, em seguida Isabella pensou. 5
— Mamãe é mais rápida do que você, querida, e temos que correr, — explicou Bella enquanto começava a fazer exatamente isso. Não perdeu a paciência com as prioridades distorcidas da filha. Não que Leah não compreendesse que havia perigo em torno deles, porque ela o compreendia. No entanto, Leah cresceu vendo seus pais correrem para a batalha ao menor sinal de ameaça à sua casa e a sua pátria, seus amigos e familiares, ou pessoas de sua monarquia. Falava como uma criança que não estava preocupada, pelo menos sobre sua segurança, porque sabia que seus pais eram uma força poderosa, um exército invencível de dois que nunca deixariam de protegê-la enquanto ela vivesse. Houve uma mudança na pressão do ar da caverna, que todos os três reconheceram, embora na experiência de Leah, a força que criava esse rescaldo sempre fosse amigável. Esta não era. Isabella derrapou até parar, empurrando a filha para trás tão de repente que o vestido de Leah encostou no chão mais uma vez. Bella e Jacob se aprumaram para enfrentar os traidores Demônios de Ruth, que se tornaram um inimigo poderoso quando ela acrescentou potente magia necromante ao seu já vasto repertório de habilidades como uma Antiga Demônio da Mente. Foi ela quem traiu e convocou os Demônios Transformados que Jacob e Isabella deixaram lá em cima deles, a camadas de terra e rocha de distância. Pior ainda era a presença do Vampiro chamado Nicodemous, que agora compartilhava seu poder, assim como parecia compartilhar suas habilidades de magia negra. Ruth causou morte e destruição devastadora quando desertou, primeiro com sua filha, e, em seguida, pela morte de sua filha, por vontade própria. Agora, acoplada a um vampiro antigo com tal poder e cobiça, era uma força imprevisível do mal. Ambos eram. A única pequena coisa a favor do Executor era que os asseclas transformados de Ruth não podiam vir imediatamente em seu auxílio. O que não ia durar muito, no entanto. Ruth só precisava de um momento de concentração antes que pudesse começar a teletransportá-los para seu lado, um monte de uma vez.
Isabella se recusava a dar-lhe a vantagem. A druida soltou a rédea curta que sempre mantinha em sua capacidade de amortecer o poder de qualquer Nightwalker. Esta era, de longe, sua habilidade mais poderosa, e também a mais imprevisível e perigosa para ela pessoalmente. Até se forçou a reconhecer os danos desconhecidos que podia fazer ao delicado feto que carregava. Mas não viu outra alternativa quando a vida 6
do resto de sua família estava em jogo. Mesmo com Jasmine a caminho para apoiá-los, a Vampiro fêmea era apenas uma, e seria necessário um exército para derrotar estas duas criaturas do mal, se seus poderes permanecessem intactos. E tinham aprendido muito sobre como usá-los ao longo destes últimos anos. E só ia piorar. Bella e Jacob precisavam golpear agora, enquanto tinham uma chance. E, além disso, a cadela traidora estava atrás de sua filha. Bella estava entre elas e faria Ruth pagar caso se atrevesse a pensar em tocar Leah. Malditas consequências dolorosas que poderia sofrer. Se Bella não fizesse algo, todos morreriam de qualquer maneira. Jacob claramente sentia o mesmo, ou teria protestado veementemente por suas ações iminentes através do link telepático que compartilhavam um com o outro. Ele sabia do dano potencial à sua mulher, mas enquanto discutiu com ela no passado em muitas ocasiões, não havia tempo para discutir agora. E então ela se abriu para o desconhecido perigoso e chamou em sua mente e corpo vulneráveis. Bella absorveu o poder de uma Demônio da mente antes, mas nada como esta escuridão de alma. Foi sugado duramente em sua amónia acre. Ela tomou o poder de um vampiro corrompido antes. Ele tinha roubado a vida de outros Nightwalkers, juntado seu poder em si mesmo após beber seu sangue. Mas ela soube imediatamente que esse vampiro estava contaminado muito além disso, a mancha de magia necromante marcando sua alma também. Era como absorver uma dose dupla de mal puro, líquido. Sentiu a escuridão enjoativa de dois canais de energia de fontes gêmeas, se infiltrando como óleo grosso e alcatrão. O mal retorcia junto dentro dela, a sufocando de dentro para fora. Seus olhos, normalmente de uma bela cor violeta, se apagava mais e olhou para si mesma para ver o tom de sua pele escorrer como líquido. Não sabia que a visão era apenas em sua própria mente. Jacob sentiu o grito de horror de sua companheira muito antes que ela realmente encontrasse a voz. Viu o que ela via, assim como conhecia cada pensamento despertado a cada momento do dia. Ele sabia que estava tendo uma alucinação, e não pôde evitar o instinto que o fez pular em sua mente para convencê-la do que era real e o que não era. Ele se virou para pegá-la com um único braço forte quando deu uma guinada numa convulsão que a arqueou. Leah fitou com olhos arregalados e assustados quando sua mãe foi atirada para trás por uma força invisível. Seu coração jovem saltou em sua garganta quando seu pai se virou para segurar sua mãe, o longo rabo marrom-preto de seu cabelo chicoteando como o de um cavalo agitado. Ela sentiu seu coração bater irregular com incompreensão enquanto olhava rapidamente deslizar sua
7
amada esposa até o chão, tão suavemente como pôde, se considerar as contorções violentas de seu corpo. Que foi todo o tempo que levou para o inimigo voltar a atacar. Foi o vampiro quem se moveu. Leah viu, paralisada de choque e medo quando ele se adiantou numa velocidade incrível em seu casaco longo e escuro, segurando algo que parecia afiado e mortal. Mesmo Leah sendo um Demônio imaturo, podia sentir o cheiro da pinça súbita de ferro enferrujado, o metal venenoso que era mortal para Demônios. Um momento depois, o vampiro pulou em seu pai, o virou e dirigiu a ponta de ferro entre suas costelas traseiras e o ombro. Leah via como se fosse através dos olhos de outra pessoa quando a ponta atravessou o peito de seu pai, espetando direto através do coração. A visão inconcebível do sangue de seu pai explodindo em seu peito não foi nada comparado a vê-lo cair de joelhos em estado de choque total, com o rosto cheio de indignação e frustração que apenas aqueles que o amavam entenderiam. Jacob olhou nos olhos violeta de sua menina, assim como sua mãe, e sentiu seu fracasso em proteger sua família tão forte que o último som a deixá-lo foi um grito agudo de remorso total. Em seguida, caiu de frente sobre sua mãe, sua última expiração ecoando na caverna de repente em silêncio. — Papai! Leah gritou por seu pai quando o Vampiro se aproximou para puxar sua mãe, expondo suas presas. Ele assobiou e depois jogou Jacob tão violentamente que Leah ouviu seu pai bater na parede próxima, como uma palmada doentia. — Morto. — Um Demônio morto, sem batimento cardíaco para bombear seu sangue era inútil para um vampiro sedento de poder, que não podia se alimentar de Jacob para ganhar um de seus muitos poderes. A frustração de Nicodemous foi aguçada por causa de como Jacob foi um Demônio poderoso. Mas rapidamente voltou sua atenção para a mãe de Leah. Leah estava congelada de terror, mas vendo os pálidos dedos ossudos alcançando sua mãe caída, a fez entrar em ação. Ela se atirou entre aquelas mãos e sua mãe se contorcendo, convulsionando, jogando seu corpo pequeno protetor sobre ela, não percebendo ainda muito bem que o relacionamento simbiótico de seus pais significava que a sentença de morte de sua mãe já começou no momento da morte de seu pai. O vampiro a agarrou pela gola de seu vestido, ignorando seus gritos e facilmente superando o aperto poderoso que ela fazia na roupa da sua mamãe. Ele a arrancou como uma flor frágil e a inspecionou com um olho amarelado. 8
— É muito pequena para ter qualquer poder. Prefiro fazer a festa com a druida. — A jogou de lado no peito de seu pai morto, a ponta de ferro saindo de seu peito a perfurando, cortando através da coxa esquerda nua e vulnerável enquanto a saia de seu vestido voava. O ferro entrou na sua carne, queimando o tecido meio-demônio e sangrando com dor excruciante. Entre isso e o horror de deitar sobre o corpo rapidamente esfriando dos restos de seu pai, Leah se dissolveu em
gritos. — Seu idiota! Viemos aqui pela menina! Não há nada como ela no mundo! — Ruth sibilou, alcançando a criança que berrava, que imediatamente se calou e encontrou uma força sem precedentes para sair do ponto que foi jogada e se afastou do Demônio vindo a trás dela. — Não há nada como a druida no mundo também, — o Vampiro cuspiu para ela, — e, pelo menos, seu poder está desenvolvido! Só posso absorver uma de cada vez! E o que é ela, além de uma andorinha ou duas? — Ele zombou da ideia de festejar na menina magricela. — Então vamos levá-la conosco, — ponderou Ruth, olhando a criança, que se contorcia entre dois pedregulhos à sombra de uma prateleira natural. — Vamos esperar que cresça e mostre seus poderes. Depois, pode comê-la e matá-la para que ninguém mais tenha uma chance sobre qualquer poder que tenha. Nicodemous grunhiu evasivamente quando puxou o corpo de Bella pelo braço, forçando a mulher a se agarrar contra seu peito. Ele abriu a boca grande, mostrando as presas viciosas que fizeram Leah se encolher ainda mais em seu canto. Apavorada demais para fazer qualquer som ainda, gemeu quando ele enfiou os dentes em sua mãe e arrancou sua carne para que jorrasse sangue em sua boca numa bagunça desleixada e gulosa. Ruth fez um favor não intencional à criança, quando se abaixou ao lado do esconderijo de Leah e a impediu de ver mais da alimentação cruel do Vampiro em sua mãe. Ruth avançou entre as rochas e tentou pescar Leah, mas a criança sabiamente se manteve fora de alcance, se afastando no cubículo escuro até onde podia ir. — Vem aqui, menina. Não me faça usar magia em você. Vou transformá-la num lagarto, pirralha.
9
Mas Leah sabia que, enquanto sua mãe estivesse viva e, talvez, por algum tempo depois disso, seus atacantes estariam completamente impotentes. Ela sabia o que sua mãe podia fazer, todas as coisas que sua mãe podia fazer. O Vampiro podia beber tudo que quisesse, mas só seria capaz de ganhar um dos poderes da sua mãe. Por tudo que sabia, ganharia sua capacidade muito benigna de ler qualquer língua que visse. Mas a criança não percebeu o quanto isso seria mortal num mundo cheio de livros de magia negra em línguas antigas e às vezes mortas. Feitiços e magia que desapareceram com a língua que foram escritos contendo magias poderosas que uma vez, há muito, foram vistos como acontecimentos bíblicos, e talvez ainda fossem. De repente, Ruth pegou a bainha do vestido de Leah e imediatamente apertou o material em seus dedos, a puxando para o lugar estreito entre as pedras por onde havia escapado completamente. Desesperada e em pânico, Leah fez a primeira coisa que veio à mente. Agarrou o
antebraço de Ruth, abriu a boca, e deu algumas mordidas. Fez isso tão selvagem e violentamente como viu o Vampiro fazer, sentindo grande satisfação na surpresa de Ruth e sua retirada imediata. Leah se afastou mais em seu canto escuro, desta vez se certificando que sua saia estava bem fora de alcance. — Pequena cadela! Espere até que eu ponha minhas mãos em você! Vou usá-la para bater em sua mãe morta! — Adorável. Isso deve encantá-la, — Nico disse secamente, ganhando uma careta desagradável de sua outra metade. Ela era uma mulher bonita, alta, bronzeada, loira e fria, mas seus olhos azuis mostravam a loucura requintada, e quando olhou para ele pareceu realmente assustadora. Ele pegou no tranco. Ele se acostumara ao seu humor rapidamente flutuante. E sua volatilidade o impedia de ficar aborrecido com ela, algo que acontecia facilmente aos vampiros que tinham uma vida tão longa como ele. — Lance um feitiço para chegar nela, — sugeriu. — Nossas habilidades inatas pode ter ido, mas com certeza um feitiço vai funcionar. — E que feitiço sugere? Não há um feitiço "Puxe uma criança podre". — Pode ser criativa. Certamente pode pensar... De repente, a equipe de Demônio / Vampiro ficou imóvel, inclinando a cabeça enquanto sentiam a aproximação de outro. 1 0
— É melhor ir embora, — disse o vampiro, usando uma luva para limpar a boca. Fez pouco bem. Estava saturado com o sangue da mãe de Leah, e as manchas salpicavam por todo seu rosto, braços e camisa. —Não temos qualquer poder, graças a ela. — Ele fez um gesto de desdém para Bella. — E como vê, não é uma boa ideia combater dependendo apenas do nosso trabalho de magia. Ruth não podia discutir com isso. O instinto dizia que quem estava chegando era muito, muito poderosa e estaria fresca e não cansada pela batalha. Ruth e seus vampiros estavam fora de combate pelos Executores e por manipular os asseclas Transformados que enviaram inicialmente para atacar Bella e Jacob. E assim, abandonaram Leah e a caverna. Com suas próprias habilidades sensoriais, a criança ficou ciente de sua saída, e que quanto mais se afastavam dela, mais segura estava. Se arrastou para fora de seu esconderijo e correu até sua mãe, usando as mãos pequenas e sua força diminuta para virar Bella para cima. Mas isso era o mais longe quanto podia puxá-la. Era até onde se atrevia a puxá-la. Cada movimento fazia mais sangue bombear fora da carne rasgada na garganta de sua mãe. Os olhos de Leah se encheram de lágrimas. Não sabia o que fazer. Não sabia como ajudar. Ela nasceu de Executores, uma equipe indestrutível de força, poder e inteligência que sempre sabia o que fazer. E agora estavam quebrados ao seu redor, rasgados e partidos. Ela deveria ser capaz de fazer algo. Mesmo aos cinco anos já tinha a sensação que estava destinada a grandes coisas, que um dia seria um demônio muito poderoso.
Mas agora, tinha apenas cinco anos, desamparada e vulnerável. Certo, não havia nada que pudesse fazer. Jasmine encontrou a menina deitada sobre o peito de sua mãe, suas pequenas mãos segurando a camisa de Bella, o rosto enterrado no peito dela enquanto se lamentava suavemente num som terrível de desespero. A Vampira fêmea não era exatamente conhecida por seu sentimentalismo e ternura, mas teria que ser uma puta muito fria para não ficar chocada e comovida pela visão que a saudou. Ao longo dos últimos anos como chefe da Rede de Sensores Nightwalker, a rede de aplicação da lei que foi posta em prática por todo o mundo para pegar Nightwalkers sem lei que deslizavam através das rachaduras dos sistemas de policiamento de indivíduos de cada raça, Jasmine sempre esteve a dois passos curtos de Nicodemous e Ruth. A perseguição
1 1
foi longe demais para ela reconhecer sua marca muito especial de rescaldo, e sabia que era exatamente o que estava vendo agora. Ela se moveu adiante, passando sobre o homem que sabia estar além da ajuda e ajoelhou na altura do ombro de Isabella. Gentilmente estendeu a mão para tocar a parte de trás da cabeça de Leah. Seu cabelo castanho e preto, um espelho do seu pai, estava endurecido pela sujeira e sangue de seus pais, mas a ternura excepcional da Vampiro fêmea era tudo que a criança assustada precisava. Olhou para Jasmine, e seus arregalados olhos violeta se encheram de lágrimas não derramadas e um trauma que, sem dúvida, duraria o resto de sua vida. — Por favor, ajude minha mãe, — ela implorou a Jasmine dolorosamente. — Venha, gatinha. É melhor deixarmos sua mãe ir, — disse ela tão delicadamente como podia, — senão ela vai sofrer, a longo prazo. — Ao contrário de Leah, Jasmine estava bem ciente da relação simbiótica entre o Demônio e a Druida. Sem a energia de Jacob para a revitalizar, Bella começaria a definhar, e antes de duas semanas estaria morta. Era uma longa, lenta e agonizante morte, especialmente para aqueles que amavam a Druida, aqueles que seriam forçados a sentar e ver isso acontecer, sabendo que não havia nada que pudessem fazer para evitar. — Por favor. Por favor! — Leah estendeu a mão para Jasmine, agarrando o rosto da vampira entre as mãos e encontrando seu olhar com uma espécie de sabedoria que irradiava fria de seus olhos jovens. — Eu fui má com ela esta noite. Não quero que Mama me deixe pensando que sou uma menina má. — Gatinha, você e eu sabemos que sua mãe nunca pensaria isso de você. Ela te ama mais do que qualquer coisa, — assegurou Jasmine quando a puxou em seu colo e abraçou apertado. — Eu sei que ela me ama mais que qualquer coisa, mas não acho que sabe que a amo. Fui má com ela. — Oh, querida. Ela sabe. As Mamas sempre sabem. — Por favor. Preciso dizer a ela. Por favor...
1 2
A menina se apertou nos lábios de Jasmine, bem em cima do local onde sua presa esquerdaestava escondida e retraída. Jasmine estava bem consciente que esta criança inteligente a estava manipulando, usando todos os recursos, fazendo o que fosse necessário para salvar sua mãe sobrevivente. — Droga. Leah não entendia que salvar Bella no momento poderia custar para Jasmine o resto de sua vida. Jasmine nunca bebeu o sangue de alguém que não fosse humano ou vampiro antes. A ideia ofendia toda a sua sensibilidade. Toda a sua vida foi martelado que não devia jamais beber o sangue de um Nightwalker. Até há pouco tempo era profundamente proibido. Mas então o Príncipe Damien bebeu de um Licantrópo, que mais tarde se tornou sua noiva, e descobriu que a razão pela qual os Vampiros frios e sem amor viviam vidas de emoção branda era porque estavam destinados a encontrar seus companheiros em outros Nightwalkers... no sangue de outros Nightwalkers. Mas não havia amor a ser encontrado aqui. A única coisa por que Jasmine considerava beber, era a fim de acionar os sistemas autônomos ligados a ela na segunda mordida, sua mordida final, que injetaria coagulantes no corpo de sua vítima, interrompendo assim o sangramento de Bella. Mas, beber de Bella significaria assumir uma parte de seu poder, e Jasmine não estava interessada em se alterar a nível molecular para sempre. Gostava de si mesma do jeito que era. Mas não era ela mesma que estava sendo forçada a considerar. Era um par de olhos violetas implorando, uma criança à beira de se tornar órfã, e era a mãe dessa criança que sofreria dolorosamente se Jasmine a salvasse tempo suficiente para dizer adeus à sua filha. — Sinto muito, — a vampira sussurrou para o bebê. — Ela se foi. Ela pegou a menina e levantou, saindo da caverna que abrigava os pais morto e moribundo de Leah. UMA SEMANA DEPOIS Noah, o Rei Demônio, se enfureceu com a dor, o temperamento volátil de seu elemento conseguindo o melhor dele. Se escondeu nas cavernas mesmo depois que viu a morte de Jacob e, usou o poder de sua chama e fogo, queimando tudo à vista, até a rocha estar carbonizada, tão negra como os lugares feridos em seu coração. Kestra, sua rainha, estava aflita. Leah grudada na esposa de Noah, as pernas magras em volta da sua cintura e os braços segurando seu pescoço sob a trança branca do cabelo de Kestra. Enquanto o marido queimava em angústia, Kes balançava e confortava a criança órfã. Se agarravam uma à outra, a criança sem pais e a rainha estéril, cada uma saciando sua necessidade desesperada na outra. O tio de sangue de Leah, Kane, irmão de seu pai, não podia suportar a presença da criança. Nem, ao que parece, podia sua companheira, Corrine, que era irmã de sangue TWKliek
1 3
Nightwalkers 06
de Isabella. Cada um deles via muito de Bella e Jacob nos traços de Leah e sua tez, e seu distanciamento definiria uma tendência para o futuro. Leah sentiria com mais intensidade, e envelheceria sabendo muito
pouco sobre eles, exceto para perceber que até seus olhos sobre ela causava uma dor inconsolável. E não eram os únicos que se comportariam de tal maneira. Aprendeu a não mencionar nada sobre seus pais para qualquer um que não falasse sobre eles em primeiro lugar. Em poucos dias, compreendeu que não tinha mais família. Que estava sozinha. E ao longo dos anos seguintes, um certo vampiro fêmea veria como os demônios uma vez unidos começavam a desmoronar após as mortes de dois dos seus membros mais finos e mais amados, a angústia e culpa sufocante afastando o que nada mais poderia ser feito. Ela rapidamente veio a perceber que não havia nada que poderia fazer sobre isso.
CAPÍTULO 1 Dez anos depois —Adam? Leah sacudiu sua cabeça escura devido ao choque, seus olhos violeta se arregalaram quando encarou seu Siddah1 Elijah. Elijah olhava para sua filha adotiva com diversão. Estava bem ciente de que seus quinze anos de idade, haviam sido gastos, em sua maior parte até agora, por suas aulas. —Sim. Adam. O irmão mais velho de seu pai era um Executor antes de seu pai herdar o manto dele. —Mas ... o único irmão do papai é o tio Kane. —Confie em mim, meu anjo, eu era muito amigo de Adam. Você talvez era muito jovem para se lembrar que seu pai já o mencionara. —Mas o tio Kane nunca fala dele, — ela argumentou. Sem dúvida, Elijah pensou. Kane não conhecera Adam, tendo nascido após a perda de Adam. Então, novamente, o atual Executor também evitava sua sobrinha sempre que 1 Padrinho ou madrinha de um demônio
1 4
podia, assim a oportunidade para discussões sobre qualquer coisa era inexistente. O olhar vago no rosto de Leah lhe disse que estava relembrando esse mesmo fato. Kane e Corrine nunca se recuperaram da perda trágica de seus irmãos. Tornaramse muito isolados, buscando consolo unicamente um no outro e evitando tudo o que poderia lembrá-los de Jacob ou Bella. A princípio, Kane até mesmo se recusou a assumir a posição de Executor, isso apesar do fato de que sabia que era o último de sua linhagem, o último de um legado muito especial de Demônios que lhe permitia sentir quando outros demônios estavam à beira da loucura. Eventualmente Kane tivera muito pouca escolha. Então, novamente, não era como se algum deles tivesse uma escolha. A vida te arrasta para frente, mas eles estavam todos conscientes da
mortalha que havia sido pendurada sobre sua sociedade nessa última década. Havia muitos que acreditavam que Jacob e Bella teriam destruído Ruth eventualmente, ou pelo menos a praga dos vampiros desonestos que agora ameaçava o mundo Nightwalker. Kane sempre tentou o seu melhor e ele tinha boas intenções, mas sua juventude ia contra ele enquanto ele lutava para seguir os passos de seu formidável irmão. Outros, como Elijah, simplesmente acreditavam que o golpe da morte dos Executores, havia tomado o espírito de toda a comunidade Demônio. —Adam se foi muito antes de Kane nascer, — Elijah apontou. —Ele nem sabia sobre ele. —Se foi? Quer dizer que ele morreu? — Ela pressionou. Como regra geral, seu Siddah era muito cuidadoso com as palavras que ele escolhia, então a distinção chamou a atenção da inteligente menina. —Na verdade, só posso supor isso. Adam desapareceu sem explicação cerca de quatro séculos atrás, em uma noite de Beltane. Não encontramos pistas para o seu desaparecimento, no entanto, já que estávamos em guerra com os Vampiros na época, não era incomum que até mesmo os nossos melhores guerreiros desaparecessem. —Oh! Que terrível! — Os olhos violetas de Leah se encheram de lágrimas de empatia. Ela frequentemente fazia isso. Leah era faminta por histórias sobre seus pais e sentia uma necessidade constante de aplicar emoções à elas. Elijah supunha que isso a ajudava a se sentir mais perto deles. A tragédia era que Kane e Corrine, as duas pessoas na Terra que poderiam preencher melhor sua fome por informações sobre Jacob e Bella, eram como um recurso remoto para ela, como Plutão era para a Terra, e tinha muito pouco a ver com o fato de que Leah estava sendo criada em uma distante província 1 5
Russa na corte da rainha Licantropo, companheira de Elijah, Siena. Sendo um Demônio da Mente, Kane era capaz de se teletransportar à vontade. Ele poderia ter trazido a ele e sua companheira para a Rússia sempre que ele quisesse. —Você sabe, Noah foi o melhor amigo de Adam, como eu me recordo. Talvez você devesse perguntar a ele sobre o seu outro tio, — Elijah sugeriu. —Sério? Eu posso ir para a Inglaterra? —Claro. — Ele riu. —Kestra e Noah ficariam encantados em vê-la. —Sim, eu acho, — a jovem suspirou. —Mas, Kes se estressa quando me vê. Estressa a todos vocês. Leah sabia que isso era exatamente a verdade. Depois que seus pais haviam morrido, havia uma espécie de guerra terrível por sua custódia. A tradição demônio afirmava que após a morte de ambos os pais, os Siddah de uma criança demônio assumiria imediatamente a custódia da criança, em vez de esperar até que o poder da criança começasse a se manifestar no final da adolescência. Mas Noah e Kestra haviam lutado com Elijah e Legna pelo direito de criá-la eles próprios, até o momento adequado para que o Fostering 2 começasse. Eles queriam criá-la na corte Demônio e no centro da vida Demônio. Os
Siddah de Leah, Elijah e Magdelegna, ambos moravam com seus companheiros na corte Lincantropo. Uma corte estrangeira com tradições estrangeiras. É claro que as motivações de Kestra foram fortemente orientadas pelos desejos do seu marido. Ela era incapaz de ter seus próprios filhos e sabia quão profundamente Noah gostava de Leah. Viu isso como uma oportunidade perfeita para fornecer-lhe a família que merecia. E Leah não tinha dúvidas de que a estéril Rainha era fortemente a favor da ideia por outras razões também. A luta havia, como veio a entender, causado alguns desentendimentos entre Elijah e seu Rei... e mesmo entre Magdelegna e seu irmão. Legna e Noah haviam sido muito amorosos e muito próximos, mas agora a relação era tensa. Tudo por causa de Leah. Eventualmente o assunto foi para votação do Grande Conselho . O Conselho ficou fortemente do lado dos Siddah de Leah para manter a tradição demônio , e assim ela fora criada por Elijah e Legna e pelo companheiro demônio de Legna, Gideon. Siena, a Rainha Licantropo, e sua comitiva, também tiveram influência sobre Leah. 2 No mundo dos demônios quando uma criança chega à puberdade, vai morar com seus padrinhos (Siddah) para aprender a disciplinar os poderes recém-adquiridos. Esse acontecimento é chamado de Fostering.
1 6
Leah não sabia se qualquer um deles eram influências boas ou más, ou se Noah e Kestra teriam sido melhores, mas, francamente, ela estava feliz por ter sido criada fora do mundo Demônio. Havia sempre tanto peso nos olhos dos demônios que viam sua mãe e seu pai em sua aparência ou em seu comportamento ou até mesmo no menor dos hábitos. O peso invariavelmente à levava à uma tristeza e uma culpa esmagadoras. Culpa de Leah. Ela se sentiu mal por torná-los tristes, e quanto mais velha ela ficava, pior parecia ficar. Aparentemente, seu rosto e olhos eram iguaizinhos aos de sua mãe morta, enquanto seu porte e cabelo lembravam a todos de seu pai. —Eu acho que ficarei aqui, — disse ela, já que era isso que ela quase sempre fazia quando pensava em visitar a corte demônio. Na verdade, seus pensamentos estavam muito mais envolvidos com o conceito fascinante de aprender sobre um tio do qual ela nunca havia ouvido falar. —Então o que você pode me dizer sobre Adam? —Adam? Doce destino. — Elijah fez uma pausa, para lançar profundamente na brasa a lâmina que ele estava forjando. —Por que você está tão fascinada com ele? — Ele perguntou à sua filha adotiva. Ele parou um momento para olhar para ela, sorrindo quando viu o quanto ela havia crescido nestes últimos meses. Ela também parecia saudável e, considerando sua história, razoavelmente feliz. Mas sempre haveria um elemento de tristeza nessa criança, Elijah pensou. A tragédia da morte de seus pais estava marcada profundamente em seu espírito jovem, e qualquer um que se sentou e conversou com ela por qualquer período de tempo, pode ver isso em sua alma. —Bem, vocês foram bons amigos, certo? Elijah não pode ver qual o possível uso que havia em trazer a história de outro grande homem que também se fora à muito tempo, mas ela estava animada e curiosa e era contagioso vê-la dessa maneira.
—Honestamente? —O demônio grande e loiro disse com um sorriso torto. —Seu pai era o melhor amigo de Adam até mesmo acima de Noah. Quando não estavam brigando. Seu pai gostava de ficar debaixo da pele de Adam bisbilhotando, até que ele tomasse porrada por isso. Leah riu e Elijah desfrutou do som. Era um artigo raro nela. Fato raro em quase todos estes —Então, novamente, — ele continuou, —Esses jogos de disputas e a rivalidade lúdica foi, provavelmente, como seu pai aprendeu todos os truques do ofício de Executor. Da diplomacia para a astúcia em batalha, Adam foi o instrutor final, e seu pai uma espécie inteligente de estudante. Você sabia que Adam foi quem criou a maioria das punições 1 7
atuais que usamos para deter demônios e fazer com que se afastem durante as luas sagradas? Houve outros ao longo dos séculos, mas Adam foi de longe o mais perversamente eficaz e aquele que ficou por mais tempo. —Sério? — Ela perguntou, sem fôlego, sua expressão arrebatada quando ela inclinou-se. —Sim. Aparentemente, Adam achou que as formas originais de castigo e humilhação eram um pouco mornas e suaves para o seu gosto. O que ele criou tem-se revelado muito mais diabólico. Adam foi... — Elijah sorriu para ela, seus olhos verdes acesos com a memória distante. —Adam era a definição de um cara durão. Acredite em mim quando digo que valeu a pena. Tudo o que as pessoas dizem sobre o seu pai ser militante, não é nada comparado com Adam. Ele foi o lutador mais mortal de todos os tempos quando queria ser. Não depreciando o seu pai, mas se Adam ainda estivesse por perto, Ruth teria sido eliminada à muito tempo atrás, antes que ela pudesse ter chegado tão longe. Leah franziu a testa quando ele se virou para mover a lâmina sob as brasas. —Quer dizer que ele era melhor do que papai? — Ela perguntou enquanto ela lambia o suor de seu lábio superior. Perto da forja era quente, mas ela não teria se movido por nada. —Bem...vamos dizer que era diferente. Adam não era conhecido por ser sentimental. Seu pai era o oposto de muitas maneiras. — Elijah hesitou. —Se eu pegasse Adam na época em que morreu e coloca-se contra o seu pai no momento em que ele morreu, seria uma batalha dura. Mas você vê, sua mãe fez Jacob mais poderoso do que Adam poderia ser sozinho. No entanto, ela também...bem ... — Elijah parou com um estremecimento, percebendo que ele havia esquecido com quem ele estava falando. Leah não deixou passar. —Quer dizer que mamãe era a pior fraqueza do papai também, não é? Está tudo bem, Elijah. Eu estava lá. Eu sei que meu pai não estaria morto se ele não tivesse virado as costas para seus inimigos. —Na verdade, ninguém sabe disso, — ele corrigiu rapidamente. —Você culpa sua mãe pelo que aconteceu? Ou seu pai? —Eu culpo todo mundo! — Leah falou agudamente. —Eu culpo todo mundo que sempre deixou Ruth escapar por entre os dedos! Eu culpo os vampiros! Eu culpo você e Noah e até mesmo Adam por não estar lá quando os meus pais mais precisavam! — As pequenas mãos de Leah em punhos, enquanto ela protestava. Ela tentou se segurar, controlar seu temperamento,
1 8
especialmente quando ela viu a culpa e dor nos olhos de Elijah. —Eu só... Eu gostaria que tivesse sido diferente. Aposto que se meu pai e meu tio Adam estivessem estado lá juntos naquele dia, Ruth estaria morta e aquele vampiro bastardo seria reduzido a cinzas, ao invés de meu pai e minha mãe! Elijah olhou para ela com atenção por um minuto ou dois, deixando-a recuperar o fôlego e acalmar suas emoções. Então ele disse gentilmente, —Eu acho que é um desperdício de tempo pensar em tais coisas, Leah. Se você ficar presa em fantasias sobre 'poderia ter sido,' você se esquece de apreciar o que você realmente tem no aqui e agora. Tragédias acontecem, Leah, mas muitas vezes coisas boas e inesperadas vem delas. —Diga-me que "bem" veio do assassinato dos meus pais! — Ela atacou, ficando de pé e encarando o forte calor da forja, a fim de ficar de igual para igual com seu Siddah. — Diga-me, Elijah! Ensine-me a ver suas mortes através de uma luz adequada! Deixando a poesia de lado, quer dizer que toda a felicidade entre nós, nasceu porque Jacob e Isabel estão mortos! Elijah ficou em silêncio pétreo quando Leah foi às lágrimas. Ele merecia sua raiva, pensou tristemente. Todos eles mereciam, porque todos eles tinham falhado com ela. Quebrou o seu coração vê-la à luz do fogo da forja, os olhos violeta da mãe e cabelos castanhos escuros de seu pai, saltando para ele a partir de um rosto feito com metade das características de fada de Isabel e metade da aristocracia severa de Jacob. Ela ainda crescia alta e magra como o pai, e ainda estava desenvolvendo a feminilidade curvilínea de sua mãe. Não havia dúvidas, no instante em que se pusessem os olhos sobre ela, sobre filha de quem ela era. —Sinto muito, Leah, — disse ele após um momento de dor em sua própria voz. — Foi um pobre chavão para se usar. Eu só quis dizer... Leah acenou-lhe ante a explicação com uma fungada precipitada. —Não, ela disse baixinho, —Entendo seu ponto. Eu realmente entendo. — Ela lentamente virou-lhe as costas e caminhou de volta para o banco, no qual ela estivera sentada antes. Incapaz de confiar em si mesma, Leah manteve-se virada e escondeu seus traços por trás dos seus cabelos que caíam por sobre seu rosto. —Por favor. Conte-me mais sobre Adam. Elijah ficou em silêncio e imóvel por um momento, mas em seguida, com um aceno de cabeça para si mesmo, ele continuou a contar. Quando Leah terminou suas aulas, Elijah colocou-a em seu caminho e passou a forja para o Minotauro que era o auxiliar dele. Então fez o seu caminho pelas profundas 1 9
cavernas subterrâneas do castelo ,que era a sede do governo de sua esposa. Lá estava ela, sentada concentrada, ouvindo queixas e atendendo às minúcias de sua vida política. Siena parecia totalmente entediada, seu queixo apoiado na palma da mão, com os cabelos distraidamente enrolando em cachos. Cada fio estava vivo com o seu próprio fornecimento de sangue e nervos e por reflexo, se enrolavam em torno dela por proteção ou se estivesse com frio. Quando mudava de forma, eles se espalhavam por todo seu o corpo e tornavam-se o pelo do puma que ela poderia tornar-se eventualmente. Mas ultimamente as elásticas e exuberantes espirais douradas tomaram apego à ela como um
manto de proteção constante. Olhou para cima e diretamente para ele no instante em que entrou no aposento. Como estavam Marcados, ela sempre estava consciente dele, sempre uma parte de seus pensamentos, assim como ele era uma parte dela. Seus acasalamento foi o primeiro de seu tipo. Neste milênio, em qualquer caso. Na última década, os estudiosos descobriram algumas verdades e histórias estranhas sobre as espécies Nightwalkers, que mostravam que a história tinha maneiras de se repetir. Esperando que fizessem coisas melhores desta vez. Contudo isso não parecia muito promissor. Os vampiros desonestos e os nigromantes humanos estavam crescendo em poder, e Ruth e Nico continuavam a causar estragos. Elijah tinha que ter esperança de que a bondade e o amor das Marcas como a sua e Siena, seriam suficientes para contrabalançar tudo isso. Mas sem Demônios poderosos como Jacob e Druidas notáveis como uma Bella para ajudar a defender os Nightwalkers, isso parecia muito sombrio. Uma vez coeso em pensamento e ação, o corpo central do governo nos tribunais Demônio caiu separado, os acordos uma coisa do passado, brigas e lamentações tomando muito do tempo do Conselho, e Noah se recusou à chamá-los à mesa por quase três anos. E embora já não fosse o Capitão Guerreiro de Noah, Elijah ainda era um membro do Grande Conselho e ainda queria cumprir seu papel como tal. Queria ajudar a orientar Noah nesta época volátil. Queria ajudar o homem que anteriormente o havia chamado de amigo. Mas Noah não sentia o mesmo. Por alguma razão, ele não conseguia avançar sem seus Executores. E Elijah teve que admitir que era difícil. Às vezes, muito difícil. Mas deveria ser feito. Se por nenhuma outra razão, senão, mostrar para uma jovem que poderia ser feito.
2 0
Siena imediatamente começou a espantar seu povo para longe dela, levantando-se do seu trono e exibindo seu corpo exuberante, belo em sua luz, vestido quase transparente. A cintura império levava o material que se ajustava a seus seios, acentuando sua exuberância. O tecido de seda caía ao longo do resto dela em sua maior parte. Mas ficava bem em seus quadris, agarrando- se à eles e à sua parte traseira quase lascivamente. Até que começou a andar, não se via seu ventre arredondado. Siena deveria estar empolgada com sua gravidez, mas não estava. Não totalmente pelo menos. O que deveria ter sido cheio de alegria estava manchado. E agora que ela estava mais obviamente começando a demonstrar, já estava passando do tempo para eles anunciarem o nascimento iminente do herdeiro Licantropo. Muito provavelmente as pessoas mais próximas à ela, já haviam conseguido descobrir. Seus assistentes e assessores tinham, muito provavelmente, deduzido também.
2 1
Mas Siena estava tentando proteger seu filho e, mais provavelmente, os sentimentos de sua irmã. O que sobrou deles. A crença de Elijah era que isso provavelmente não teria importância. Se a notícia causasse qualquer impacto, seria pior se Siena não enfrentasse Syreena pessoalmente, em vez de todos os rumores chegarem à sua irmã primeiro. Era perfeitamente possível que a irmãestéril ficasse devastada com a notícia do triunfo da irmã fértil, mas Elijah realmente não achava que faria tão mal à Syreena, da maneira que sua esposa temia. Se Anya ainda estivesse viva, talvez pudesse ter ajudado a aconselhar Siena melhor do que ele vinha fazendo. Depois de tudo, a General mestiça conhecera melhor ambas as irmãs. Mas Nicodemous havia emboscado Anya na floresta na primavera passada, rasgando-a em pedaços para se divertir, deixando-a para Siena encontrar. Ruth ainda culpava Elijah pela morte de sua filha e ainda tinha prazer em atormentá-lo de qualquer forma que pudesse, e Ruth sabia que a forma mais profunda de machucá-lo era, de alguma forma, atacar a mulher que amava. Anya era a melhor amiga de Siena e perdê-la foi um golpe devastador para a confiança e sensação de segurança de sua esposa. O ataque só fez aumentar o medo em anunciar que seu filho estava chegando. Sentia que iria expô-la como um alvo para vingança de Ruth. Siena poderia permanecer protegida nas entranhas de seu mundo; seu povo e seu marido nunca a deixariam vir a prejudicá-la aí. No entanto, ela era parte animal selvagem. Mantê-la confinada e sob constante observação por toda sua gravidez iria, sem dúvida, deixá-la louca. Elijah teve que admitir que não era mais capaz de protegê-la, se Nico e Ruth viessem por eles enquanto estivessem em algum lugar ao ar livre a sós. Ambos tinham crescido tão enormemente no poder ,que ninguém estava a salvo deles. E uma vez que Nico se alimentou de Bella, adquirindo um pouco do notável poder da Druida ... e Ruth tinha corajosamente atacado Syreena.... Nicodemous devastava onde quer que fosse, e sua amante Demônio louca, poderia destruir qualquer mente que tocasse. Era uma receita para a devastação total e estava corroendo o mundo de Elijah em todas as direções. E assim seu primeiro filho, o produto do incrível amor que dividia com sua noiva Licantropo, era um ponto de medo e de contenção em seu casamento, quando deveria ser exatamente o oposto. —Oi, gatinha3, — disse suavemente enquanto ela se movia ansiosamente para seu abraço. Ela estendeu a mão para seu rosto, as pontas dos dedos de ambas as mãos alisando as sobrancelhas loiras, que tão perfeitamente combinavam com os cabelos dela, esfregou os vincos que se formavam entre elas.Era uma ação comum nos últimos tempos, tornando-se um hábito, na verdade.
3Referência ao fato dela ser um puma.
2 2
—Preocupando-se outra vez? — Perguntou ela, embora seu acesso livre a seus pensamentos facilmente lhe dissesse que estava. —É tempo, amor. Você sabe que é. O seu povo precisa se sentir seguro na linhagem real, e desde que Syreena ... —Eu sei, — ela suspirou. —E não sou mais capaz de esconder isso por mais tempo. Elijah conduziu-a para fora da sala principal de recepção, levando para o canto mais próxima. Depois de uma rápida olhada ao redor, estendeu a mão para o ventre dela e TWKIiek envolveu-o em suas
Nightwalkers 06
mãos grandes. Ela apenas passara da sua primeira fase de gestação 4, quente, com sua temperatura corporal elevada e cheia o suficiente para encher suas mãos enquanto esfregava-as sobre ela. Ela sorriu, incapaz de resistir, deixando-se aproveitar o momento diferente. Nunca havia pensado que seria o tipo que gostaria da maternidade. Para ser honesta, ainda assustava um pouco. Mas ser uma mãe substituta para Leah durante todos esses anos, mudara muito seus sentimentos sobre o assunto. Tivera uma grande quantidade de trabalho engenhoso, para evitar a gravidez durante seus ciclos de calor nesse ínterim, seu comportamento muito oposto ao de sua irmã. Syreena mal estava casada antes de ter começado a empenhar-se por uma criança. O pensamento de sua irmã acabou com todo o calor de seus sentimentos, fazendoos desabar. Elijah sentiu a mudança, olhou em seus olhos tristes e então a trouxe para perto. Abraçou-a com força, acalmando-a suavemente contra sua orelha quando as lágrimas arderam em seus olhos. —Se somente ..., — ela disse aos pedaços. —Eu sei. Mas não podemos focar em nossas tristezas. Não podemos desejar algo que não foi. E onde mudaríamos o passado mesmo que pudéssemos? Se ao menos Syreena fosse protegida? Se ao menos Nico nunca bebesse de Bela, dando a ele e a Ruth o poder de chegar a Syreena? Se ao menos tivéssemos matado Ruth muito antes dela ter conhecido Nico? Se ao menos Ruth nunca tivesse nascido? Odeio dizer isso, mas Ruth foi parte integrante do nascimento da capacidade dos Demônios da Mente. Foi a primeira mulher a nascer com esse poder. Foi a primeira mulher a tornar-se Anciã. Todos aqueles que vieram depois dela, aprenderam com suas experiências. —Mesmo a loucura de Ruth foi necessária. Se ela nunca tivesse sequestrado Syreena, Damien nunca teria se apaixonado por ela. 4First flush os showing - pode se referir à primeira fase de floração, de crescimento de brotos.
2 3
—Gatinha, não podemos brincar com o passado em nossas cabeças. Não podemos fazer isso com nós mesmos. Tudo o que temos é o aqui e agora. Temos de lidar com o presente, e tentar moldar o futuro da melhor maneira possível. — Ele passou a mão sobre o cabelo dela, um polegar à deriva em seu rosto. —Nós podemos tentar fazer nosso melhor para ser felizes. Ela suspirou. —Tenho medo de que isso possa não ser possível. A uma curta distância, Leah bisbilhotava sua conversa, com os braços finos enrolados em torno de seu corpo. Se ao menos ... ela pensou. Mais tarde naquela noite, Leah estava sentada em uma alcova privada localizada fora uma das cavernas mais movimentadas do tribunal Licantropo. O ponto central da corte e do castelo, consistia em uma vila bem povoada que protegia a entrada para o castelo mais densamente povoado no subsolo e suas dependências, que fora esculpido diretamente na pedra. Mais Licantropos viviam na grande rede de cavernas subterrâneas sob as montanhas e florestas da Rússia. Era provavelmente uma das cavernas que havia visto a morte horrenda de seus pais. Era
jovem demais para se lembrar do lugar, mas ouviu insinuações ao longo dos anos que a levaram a fazer a suposição. Esta pequena alcova foi lindamente decorada com um banco de pedra esculpida à mão e imagens deslumbrantes nas paredes que os talentosos escultores Licantropos haviam criado. Ela gostava da privacidade dali para leitura ou para pensar. Às vezes gostava de simplesmente deixar a mente vagar pelas imagens retratadas ao seu redor, tocando as formas das esculturas, pensando em absolutamente nada. Mas o problema em escolher lugares favoritos era que depois de um tempo eles não eram totalmente secretos. As pessoas aprendiam sobre eles. E para provar isso, ouviu o barulho de um passo ao virar a esquina. —Seth, posso ouvir você, — ela suspirou. Seth enfiou a cabeça em torno da curva da parede que muito mal o escondia.Parecia tímido sob seus muito longos cachos café com leite e uma leve sujeira de sardas no nariz. Era tão bronzeado quanto seu pai, então os pequenos pontos eram pouco visíveis, mas Leah passou muito tempo com ele para não notar a característica.
2 4
Leah deslizou e deu um tapinha no banco ao lado dela. Seth, com seus longos membros e linhas angulares, imediatamente tomou um assento, inclinando-se para trás com as mãos cruzadas atrás da cabeça e os pés cruzados nos tornozelos. —Não quero incomodá-la, — disse como uma reflexão tardia. —Se quiser que eu vá, irei. —Não. — Deu-lhe um encolher de ombros blasé. —Não importa. A verdade era que esteve perto de Seth desde que eram crianças. Seth era o filho de, Gideon, o Ancião, e Legna, a embaixatriz Demônio do tribunal Licantropo. Ele também era, supostamente, a segunda metade de uma profecia sobre duas crianças milagrosas, Leah seria a primeira. O problema era que, enquanto Leah havia dado sinais de poder sobre o elemento do Tempo desde que tinha dois anos, Seth não havia demonstrado nada além de uma vaga ideia da natureza de seu suposto poder sobre o elemento Espaço. Na mente de Seth, isso o fazia de alguma forma ... inferior. —O estava fazendo? — Seth perguntou. —Olhando para as paredes de novo? —Cale a boca. — Ela fez um punho e o socou no braço. Ele era magro e do tipo magricela na opinião dela, então ele fez uma careta e esfregou o local. Mas não reclamou. Se sentia mal o suficiente sobre ser fracassado em outras áreas; não deixaria uma menina saber que o havia machucado. Mesmo que fosse apenas Leah. —Sabia que eu tinha um tio? — perguntou a ele. —Claro. Ele é o Executor. —Não Kane! Sei que você sabe sobre Kane. Por que perguntaria isso? Você é tão estúpido às vezes. —Não sou estúpido! O rosto de Seth corou com o insulto e ficou em pé, suas mãos fechadas em punhos. Leah o viu tremer quando uma maré de palavras desagradáveis e insultos correram através da mente dele
e ela esperou ele escolher o certo, o insulto mais cortante que poderia jogar. Ele era realmente muito bom com eles. Quase como se tivesse um estoque deles, que mantinha cuidadosamente reservados apenas para momentos como esse. Provavelmente tinha. As crianças Licantropo de sua idade, sabiam muito bem o que Seth deveria ser e nunca perdiam a chance de provocá-lo por não viver à altura das expectativas da profecia Demônio. Era o
2 5
filho do mais antigo e mais poderoso Demônio do mundo inteiro e não tinha nada para mostrar por isso. —Por que está desperdiçando seu tempo pensando sobre uma família que não quer nada com você, afinal? — Seth quis saber. Foi um bom, ela teve que admitir. Mesmo sabendo que não entorpeceria de dor alguma. Não ficou brava, entretanto. Ela apenas absorveu a dor e tentou disfarçar a vontade de rasgar-se. Depois de tudo, a verdade era a verdade. Kane e Corrine não queriam fazer parte dela. Eles não podiam olhar para ela, não se importavam em sentar e ter algum tipo de conversa. Por isso, realmente, era um desperdício de tempo debruçar sobre sua família, passada ou presente. —Você está certo, — disse ela suavemente. — Isto, provavelmente, é um desperdício de tempo. Como sempre, no minuto em que falou as palavras cruéis, Seth lamentou-as. Leah era sua melhor amiga. Sempre fora gentil com ele. Gostavam de tantas coisas em comum. Pensavam tantas vezes da mesma maneira. E eram ambos nascidos de alguma profecia estúpida, que nenhum deles sentia que poderia viver à altura. Leah daria tudo para ser um demônio normal de um elemento normal, algo simples como água ou corpo. E Seth daria tudo para ter nascido normal, de pais comuns em vez do mais poderoso e Antigo e da irmã dinâmica do rei. Mas Seth se conteve no pensamento e tão rapidamente o rejeitou. Amava sua mãe. Era a única coisa que tornava suportável a vida com seu pai. —Bem ... qual é o nome dele? — Seth perguntou desajeitadamente. —Quem? —Esse tio você tinha. —Oh. — Ela deu de ombros. —Adam. Ele era supostamente esse Demônio chutabunda real. Ele era... —Executor antes de seu pai, — Seth terminou por ela. Assentiu e sentou-se ao lado dela, mas na borda do banco, apenas no caso dela não recepcioná-lo depois de ter sido tão mau. —Como sabe disso? — Perguntou. —Lições de História. Você conhece meu pai. Está sempre em cima de mim sobre a história. É fácil para ele, no entanto. Pode lembrá-la toda porque ele estava lá. —Oh sim. — Então todo o rosto de Leah se iluminou, e ela deslizou mais para perto de Seth, agarrando seu braço avidamente. —Oh sim! Seu pai viveu tudo isso! Aposto que conheceu Adam, também. —Com certeza. Até que ele simplesmente desapareceu ... ei, conheço esse olhar. Você tem alguma coisa passando em sua mente, — Seth acusou. —Algum tipo de trama.
2 6
—Nenhuma trama. Apenas uma curiosidade. Elijah tende a exagerar sobre proezas de guerreiros e de tudo mais quando se trata de seus amigos que estão ... você sabe, mortos. —Mas seu pai nunca exagera em nada. —Não. — Seth deu um suspiro. Colocou a si mesmo, em uma imitação adequada de seu pai. —Não faz sentido lógico decorar uma história com resquícios coloridos e emocionais. Leah deu uma risadinha. —Você faz isso muito bem. —Sim bem, tenho o benefício de estudá-lo de perto. —Acha que ele falaria comigo sobre isso? —É difícil dizer. — Seth pensou um minuto, os lábios generosos que herdou de sua mãe, subitamente uma careta espirituosa. —Teríamos que fazê-lo pensar que era ideia dele ou algo assim. —Ou fazer isso parecer uma lição de história. —Por que quer saber sobre algum tio morto de qualquer forma? — Seth cutucou seu ombro no dela. —Não ouviu o suficiente sobre as pessoas mortas que perdeu? Ela deu-lhe um aceno triste. —Verdade. Mas... tenho minhas razões. Vamos deixar por isso mesmo.
CAPÍTULO 2 —Haviam flores amarelas no cabelo das crianças na semana passada, — Syreena disse suavemente. Sua expressão se tornou triste e melancólica. —Mas agora todas morreram e desapareceram. E não posso encontrar as crianças. — Então ela abriu um grande sorriso para Jasmine, as listras multicoloridas em seus olhos de carvão aumentando a luz. —Mas poderemos encontrar flores frescas nos jardins. Acho as flores azuis adoráveis. Você viu as crianças? Jasmine estava a caminho para fora da cidadela, quando foi surpreendida pela Princesa Licantropo, que era casada com Damien, o príncipe vampiro, e melhor amigo de Jasmine. Agora, suspirou e tentou não rolar os olhos. Syreena não respondia bem às emoções negativas e à hostilidade, por isso era melhor falar baixinho e encenar junto. —Hum... Acho que estão no pátio. 2 7
Sim. Certo. Assim como não havia flores nos jardins nesta época do ano, amarelas ou azuis. —Oh, mas olhei lá mais cedo — disse Syreena estudando distraidamente a ponta dos dedos. —Você não deve tê-las notado, — disse Jasmine, tentando manter sua paciência. —Você acha? — Syreena perguntou ansiosamente. —Olharei de novo. —Ela se inclinou e beijou a bochecha de Jasmine. —Estou tão feliz por sermos amigas agora. Syreena vagou em direção ao pátio, a calda de seu vestido arrastando atrás de si, o tecido de seda caindo por um de seus ombros ossudos e mostrando o quanto ficou magra ela ao longo dos últimos dois anos. A verdade é muitas vezes ela se esquecia de comer ou tomar banho. Até que
Damien a lembrasse e segurasse sua mão através de toda a refeição ou entrasse no banho com ela para mantê-la focada. Não. Syreena passava a maior parte de seu tempo procurando pelas crianças. Crianças que não existiam. Elas nunca existiram. Nunca existiriam. E aí estava o problema. Quando Ruth e Nico atacaram Syreena dois anos atrás, Ruth havia mergulhado na psique de Syreena e pervertido seus piores medos e fraquezas em... ... nisso. Jasmine deixou sua mão cair da maçaneta da porta e olhou em volta da sala. Podia senti-lo, sabia que ele estava perto. Ele estava sempre por perto quando Syreena estava próxima. Damien dissolveu as sombras na extremidade oposta da grande sala. Ele se moveu com sua graça escura habitual enquanto atravessava a sala, mas toda força e poder que outrora tinha, agora estava desvanecida. Ele se negligenciou muitas vezes, optando por colocar as necessidade de Syreena sobre as dele. Ele costumava ficar dias sem caçar, e não se atrevia a se alimentar de Jasmine ou de qualquer outra pessoa para se sustentar, porque então a loucura gentil de Syreena se transformava em algo mais, algo cruel e violento. Jasmine suspirou enquanto dirigia apenas o mais breve de olhares. Insatisfeita, ela o seguia enquanto ele rastreava as andanças trágicas de sua noiva através de sua fortaleza.
2 8
—Damien, — ela o chamou tão delicadamente quanto podia. Ela tentou passar para ele tudo que estava sentindo, o apoio total que poderia dar. Tentou lembrá-lo que estava ali por ele. Estaria sempre lá por ele. Normalmente a ignoraria ou simplesmente continuaria o seu caminho, mas este era um dos raros casos em que ele parou e se virou para ela. Ele parecia tão triste e cansado. Seu belo rosto não deveria demonstrar nada de sua idade, vampiros seriam totalmente sem idade, mas nestes últimos anos alterou sua aparência. Parecia mais velho. Cansado. Perdido. E Jasmine sabia que ela não era a única a perceber. Quando um príncipe se tornava fraco, não podia defender suas propriedades ou sua monarquia. Havia víboras, jovens, poderosos, fortes víboras, esperando na escuridão a chance de cortar a cabeça de Damien de seu corpo e, assim, reivindicar a monarquia Vampírica. Jasmine era a única que os impedia. Sua força e sua lealdade eram para proteger a vida de Damien e seu governo. —Damien... —ela disse novamente enquanto colocava os braços em volta dele. Ele resistiu ao seu abraço, lançando um olhar preocupado para Syreena, mas no final estava desesperado pela força e apoio da sua melhor amiga e conselheira. No final, a deixou segurá-lo, deixou-a abraçá-lo bem apertado. Ele respirou fundo, se abastecendo na aura pessoal de Jasmine, de seu vigor. Jasmine mordeu a língua para que não cedesse à vontade de dizer palavras que ele se recusava a ouvir, de qualquer maneira. — Você caçou recentemente? — Perguntou ao invés.
2 9
—Não recentemente, — admitiu para ela. —Mas não posso deixá-la sozinha. Se ela perambular por um lugar errado e desprotegida... Louca ou não, Syreena ainda era uma exótica anomalia genética. Era um tipo de Licantropo, uma que poderia assumir duas formas de animais em vez de apenas uma, porque uma doença infantil dividiu suas habilidades em duas direções. Mas o que a fazia especial também a deixou estéril. No início sua esterilidade foi atribuída ao fato que vampiros e lobisomens não eram compatíveis, mas quando os outros vampiros começaram a tomar companheiras Licantropas e passaram a ter filhos juntos, tornou-se muito claro que a culpa era por causa da biologia alterada e muito específica de Syreena. De qualquer maneira, esta era a opinião de Syreena. Uma opinião que Jasmine compartilhava. Mas depois da perversão de Ruth de ter seus medos mais profundos realizados, Syreena começou a vagar pelos corredores do castelo como uma espécie de parafuso solto da Ophelia5, cantando para si mesma e perseguindo alucinações em círculos. Jas havia abandonado sua inimizade com a mulher de Damien, sentindo muita pena dela, ao invés de continuar a odiando. Damien estava certo. Havia vampiros sem lei em todos os lugares e que cobiçavam o sangue Licantropo poderoso de Syreena, e ela agora estava indefesa para se proteger. Syreena foi uma lutadora magnífica. Jasmine tinha que confessar isso. Mas agora era uma refeição fácil para qualquer vampiro que colidisse com ela. —Damien, não pode fazer isso pelo resto de sua vida — Jasmine disse em voz baixa, sabendo que a dura realidade de suas palavras o enfureceria. —O que gostaria que eu fizesse? — disse ele, mas desta vez não havia raiva, e nem fogo na pergunta. Era como se estivesse honestamente pedindo sua ajuda. Para Jasmine a solução sempre foi matar a cadela estúpida e pronto. Mas a verdade era, apesar de toda a infelicidade presente de Damien, perder Syreena seria o fim dele. Ele parecia irremediavelmente vinculado à Licantropa, ligado à ela de alguma forma mística, espiritual. Damien já havia provado à ela que se Syreena morresse, ele rapidamente a seguiria. Jasmine se importava muito profundamente com ele para perdê-lo. Jasmine precisava de sua âncora, como sua amizade com Damien e sua nomeação como líder da Rede de Sensores Nightwalker. Era muito fácil para ela perder o contato com o mundo ao seu redor. Muito fácil de crescer entediada e melancólica. Havia sido assim durante todo tempo que conseguia se lembrar. Talvez toda sua vida... mas mais que... Jasmine abandonou o pensamento. Não era bom remoer o que poderia ter sido, o que foi antes... o que já não era. Não iria se permitir ficar tão deprimida que não poderia TWKIiek mais suportar viver na superfície6. Damien precisava dela. Desesperadamente. Se fosse ao chão, algum vampiro bastardo tiraria vantagem da
5 Personagem da peça Hamlet de Shakespeare, que enlouquece.
Nightwalkers 06 3 0
preocupação presente de Damien, percebendo a fraqueza na qual estava, e decapitaria o Príncipe, tomando o trono dele num vendaval de violência. Então, quem
sabia o que aconteceria com a era de paz que os Nightwalkers estavam se esforçando para desfrutar. Ela riu de si mesma. Sua nomeação para a Rede de Sensores Nightwalker supostamente era para ser de forma temporária. Ela deveria ajudar a equipá-la e depois deixar as rédeas para outra pessoa, de preferência Stephan, o ex-líder do Vanguard, a versão vampírica de um exército. Mas Stephan foi assassinado e se descobriu que não havia mais ninguém para assumir o cargo. Não que qualquer um dos líderes dos clãs Nightwalkers estivessem confortáveis com a situação. — Você precisa caçar. Precisa se manter forte, — ela aconselhou o Príncipe. — Não pode protegê-la nesse estado enfraquecido. —O que é isso? A pergunta estridente fez Jasmine e Damien darem um salto, com uma culpa que não havia razão para sentirem. Eles não fizeram nada de errado. Mas a loucura nos olhos de Syreena brilhou e ela estava apontando um dedo acusatório para Jasmine e seu marido. — Eu sei! Agora eu sei! Você não me ama! Você vai de me deixar de lado porque não posso dar os filhos que deseja! —Syreena, isso não é verdade, — Damien disse suavemente, enquanto tentava abraçar sua esposa, rígida e histérica em seu abraço, virando as costas para Jasmine e para a breve oportunidade onde Jasmine poderia tê-lo feito enxergar a razão. —Você sempre a amou mais do que eu, —Syreena o acusou com uma tristeza pesada que a banhava e enchia seus olhos de lágrimas. —Ela sempre foi melhor para você do que eu. Você deveria ter se casado com Jasmine. Todo mundo diz isso. Todo mundo pensa isso! —Ninguém diz isso, —ele negou em voz baixa, embora fosse muito mais que uma suposição nos círculos dos vampiros. —E mesmo se fizessem, não importaria para mim. Nunca importou. Você é tudo para mim. Você é meu único amor. Eu não preciso de mais nada desde que eu tenha você. Eu queria que acreditasse nisso. Mas Jasmine sabia que Syreena não acreditou nele. Se acreditasse, então talvez Ruth não fosse capaz de enfraquecer a sua mente, atormentando-a sobre crianças que ela simplesmente não conseguia gerar. Contudo, se Jasmine fosse justa, Syreena e Damien haviam sido muito felizes, fortes e contentes, apesar de infertilidade da princesa. 3 1
Eles pareciam se amar poderosamente o suficiente, para superar este obstáculo e aprender a ser felizes com apenas um ao outro. Jasmine se afastou do casal. Era muito doloroso vê-los agora. Precisando escapar, por apenas um momento, ela voou para longe da fortaleza romena e viajou por milhas até as províncias russas dos Licantropos. Ela era atraída para essas cavernas de novo por uma razão. Perguntou a si mesma pela milésima vez porque estava lá, porque estava tão obcecada para observar a órfã Demônio que ela resgatou naquele dia há muito tempo atrás em cavernas semelhantes. Ela não tinha mais respostas agora que ela já tivera.
3 2
Jasmine foi em busca de Leah. —Mamãe, você viu o Pai? Legna olhou para seu filho e tentou esconder sua surpresa. Não era do feitio de seu filho procurar pelo pai de forma voluntária, e certamente não era hora das aulas. —Ele está na ala sul. Um pouco além dos vestiários. Por que você pergunta? —Oh, eu tinha uma pergunta para ele. — Seth encolheu os ombros, mas Legna era um Demônio da Mente, e isso a tornava uma empata poderoso. Ela podia sentir as emoções de seu filho com muita facilidade. Ela era grata por isso porque era a única maneira dela saber o que estava acontecendo em sua mente na maior parte do tempo. Desde que ele alcançou a puberdade, se tornou como um estranho para ela e um estranho hostil para seu pai. Ela tinha que dar crédito a Gideon por sua paciência com o menino. Gideon era uma criatura muito direta e não via muito valor em se entregar aos desperdícios de emoções. Não que ele não fosse um pai dedicado e amoroso. Ele era, e ele tentou demonstrá-lo da melhor maneira que pôde. Como companheira marcada de Gideon ela era muito ciente de quão profundamente amoroso e apaixonado um homem como Gideon realmente era. E, com ela, ele era muito demonstrativo. Mas desde que Seth atingiu a idade de 10 anos, eles perderam o contato um com o outro. Seth havia começado a rejeitar as atenções de seu pai e sua afeição. ...agora a única coisa que os ligava eram suas aulas diárias. Isso confundia enormemente Gideon. Ele era antigo e sábio, vivera tantos séculos e experimentara tantas coisas, mas nunca foi pai antes e encontrava-se perdido. Ele queria ser direto, resolver o problema de frente, mas felizmente Legna havia sido capaz de convencê-lo que não seria uma ideia muito boa. Seth era muito sensível, até mesmo um pouco meditativo. Ele tendia a se aproximar das coisas à sua maneira e em seu próprio tempo. Era melhor deixá-lo fazer isso sem forçá-lo ou desafiá-lo antes que ele estivesse pronto. —Estou certa que ele gostaria de responder às suas perguntas, — disse ela, virando-se de seu forno e limpando suas mãos. —Sim. Eu sei. Ele nunca perde a chance de uma palestra, —disse Seth, soando com maliciosa timidez. —Seth, seu pai gosta de te ensinar. Ele quer prepará-lo para o mundo e para o futuro. Faz isso para te proteger. Há tantos perigos lá fora. —Ele deveria apenas me deixar com meus próprios recursos. Parece-me que ele seria mais feliz se eu fosse jogado para fora da terra, —Seth disse, dando de ombros. —Seth! Por que você acharia uma coisa dessas? Seth recuou frente sua resposta poderosa, parecendo um pouco como se estivesse preso por um momento, como se não tivesse a intenção de falar seus sentimentos em voz alta. —Não importa, — disse ele apressadamente, recuando enquanto sua mãe o alcançava. —Eu estava falando apenas bobagem. TWKliek
3 3
Nightwalkers 06
—Em primeiro lugar, — ela disse enquanto agarrava seu braço, —mentir para sua mãe é inaceitável. Segundo, mentir para um empata é inútil. Certamente aprendeu isso, como meu filho. Ela deu um beliscão como repreensão, traçando uma linha de farinha no rosto do filho. —Mama, — ele protestou, limpando seu rosto. Mas parou de tentar escapar dela. Com a cabeça abaixada, encolheu um de seus ombros estreitos. —É apenas... Eu sei que não sou nada mais que uma grande decepção para vocês. Para todo mundo. Sou um nada impotente quando deveria ser algo especial. Ele odeia que eu não seja magnífico e especial, como ele é. —Doce Destino, Seth, nada poderia estar mais longe da verdade! O que é que acha que estamos esperando de você? Tem apenas com 14 anos de idade! Tem de quatro à seis anos até que esperemos ter que procurar seu poder. —Isso é besteira. Todos olham para Leah e se perguntam por que não sou tão forte e especial como ela. Os olhos do menino se abriram enquanto ele se retraía fisicamente dela, envolvendo os braços protetoramente em torno de si. —Ela fazia coisas enormes, quando tinha apenas dois anos de idade. Noah era realmente muito jovem quando seu poder se mostrou pela primeira vez. Jacob tinha o que? Nove? Oito? A maioria dos demônios mais poderosos do planeta tinha tanto poder em si que não podiam esperar para nascer. E então, existe eu. Um grande e redondo... nada. —O maior erro que pode fazer é se comparar aos outros. Seth se sobressaltou ao som da voz de seu pai atrás dele. A vergonha correu por ele. Como ele poderia ter esquecido? Falando à sua mãe era como falar com seu pai, ao mesmo tempo, a ligação deles era tão forte, os seus pensamentos tão interligados. Mas ele viu sua mãe se distanciar psiquicamente antes. Burrice da parte dele achar que faria isso agora, para dar um momento a sós com ela. Ele virou-se rapidamente para enfrentar a projeção astral de seu pai, seu corpo todo eriçado defensivamente enquanto tentava erguer algum tipo de proteção mental. —O que seja, — Seth disse, dando de ombros. Seus olhos foram lançados para baixo, estudando o tapete no chão. —Seth, — disse o pai, o tom de sua voz muito mais suave do que estava acostumado a ouvir de seu pai. Foi o suficiente para incentivá-lo a levantar os olhos. —Tenho muita fé que será um Demônio extraordinário um dia, não nego isso. Mas se fosse saudável e feliz, isso seria mais que suficiente para mim. Sua felicidade é tudo para mim. Seth nunca ouviu seu pai falar com ele assim antes. Ele olhou para ele em dúvida, se perguntando se estava usando algum tipo de psicologia reversa sobre ele. —Ou, —sua mãe interrompeu seus pensamentos com cuidado, — talvez ele te ame do jeito que você é. Seth se convenceu tanto de outra forma que realmente achou o pensamento difícil de acreditar. Legna podia sentir isso, e podia sentir o desânimo do marido, também. Era 3 4
uma ideia que teria que ser abordada de forma lenta e durante um longo período de tempo. Mas agora que
estavam cientes do que estava na raiz dos problemas de seu filho, talvez pudessem conseguir reparar o problema. —Gideon, seu filho tinha uma pergunta para você, — disse ela, suavemente mudando o tema da conversa. Seth estava muito aliviado com a mudança no rumo da conversa. Ele realmente esperava que Leah apreciasse ele ter seu pescoço exposto por ela. Manipular qualquer um de seus pais não era um truque fácil. Ele levantou seus ombros e tentou parecer casual. —Realmente era algo que Leah estava perguntando. Deixe-me ir buscá-la e vamos descobrir. É uma espécie de coisa da história. —A história é crucial para entender o presente e formar um futuro melhor. Estou feliz que está tendo interesse, — disse Gideon. Então assentiu sua permissão para seu filho, enviando o adolescente correndo para encontrar sua companheira. —Por que pergunta sobre Executores alinhados antes de seu pai? — Gideon perguntou algum tempo depois. Não era como se estivesse especialmente curioso, estava simplesmente coletando informações. —Uh... bem, as probabilidades são que eu poderia me tornar uma Executora um dia, — Leah disse rapidamente. —Não deveria ser bem versada sobre a linhagem e os métodos que eram conhecidos por usar? — Ela lançou um olhar para Seth e ele mostrou um polegar para cima. —Isso é verdade, — disse Gideon. —Mas você é jovem, e o tempo se desdobra de formas que menos esperamos. Pode ser que Kane e Corrine tenham filhos e um deles será o herdeiro para a posição atual de Kane. —Não é muito lógico viver minha vida numa suposição infundada. Tenho que assumir que a verdade do momento é a verdade do futuro. Gideon se voltou para olhar para ela, uma de suas sobrancelhas prateadas levantadas em surpresa. O cabelo prateado de Gideon e os olhos eram muitas vezes irritante para Leah, mas naquele momento achou que estava olhando para ela com um senso de orgulho. De repente, sentiu algo muito especial. Ela olhou para Seth de novo e soube pelo olhar no seu rosto que ele sentiu isso também. O ciúmes nos olhos dele diziam tudo. Ele queria mais que qualquer coisa que seu pai o olhasse dessa forma. —Você é filha do seu pai, — Gideon disse gentilmente para ela. —Ele era um homem de lógica prática. Era uma de suas maiores forças. 3 5
Leah muitas vezes ouviu sobre como ela olhava, falava ou soava como um de seus pais, mas isso era algo muito diferente. Ela nunca ouviu Gideon dizer nada assim antes, e havia uma intimidade peculiar no discurso que o tornou excepcional. —A maneira que seu pai era um Executor era muito diferente de seu predecessor. E isso mudou ainda mais quando sua mãe entrou em cena. Foi abrandado, poderia dizer. Quando sua mãe se tornou uma Executora, ela fez muitos esforços e mudanças ao perceber que isso tornaria o
processo menos vergonhoso quando fosse ser executado. Sua mãe não era uma parte da vida do seu pai quando ele me subjugou. Sua abordagem, em seguida, foi muito parecida com... —Jacob o subjugou? — Seth deixou escapar em estado de choque total, emendando com uma risada. Gideon levantou uma sobrancelha ante a explosão de seu filho, e de alguma maneira, foi uma expressão completamente diferente da que ele deu a Leah. Seth imediatamente fechou a boca e abaixou os olhos. —Muito parecido com um pai colocando seu filho rebelde na linha, — Gideon terminou. — Adam, antecessor imediato de Jacob como Executor, era mais como um tirano brutal. Era poderoso, às vezes, tempestuoso. Como Kane e Jacob, não era nem um Élder ainda, quando tomou o manto de Executor. Mas não se enganem, era bom no que fazia. Era um guerreiro como nenhum outro que já tenha visto. Talvez se Elijah tivesse um ego menor, o seu Siddah6 pudesse admitir que Adam era um guerreiro melhor do que ele. —Melhor que Elijah? — Leah sussurrou. — Uau. Então se lembrou de si mesma. — Então o que exatamente aconteceu com ele? E quando isso aconteceu? —Acho que foi mais ou menos... bem, 1601. Samhain. Não, espere... era Beltane. Ele falhou em se apresentar naquela noite e isso foi o fim. —Tem certeza que era Beltane? — Leah pressionou. —Sim. Primeiramente seu pai se recusou a tomar o lugar do irmão, procurando em todos os lugares por ele. Sofrendo terrivelmente. Não aceitou o manto de Executor até Samhain, então confundi as datas, usando a ascensão de seu pai como Executor com o tempo do desaparecimento de Adam. Mas estou bastante certo que foi em Beltane. 6 Padrinho, Demônio responsável por treinar o adolescente. Um dos únicos que sabem o nome verdadeiro do Demônio. Só os pais e o Siddah conhecem o nome verdadeiro da criança. É quando um Nigromante (bruxo que usa magia negra) conhece o nome verdadeiro, pode intimar o Demônio e escravizá-lo.
3 6
—E ninguém sabe o que aconteceu com ele? —Supõe-se que foi convocado. Quando um demônio é convocado por um nigromante, é tirado de sua vida e mantido prisioneiro num pentagrama até que se transforme num monstro, e muitas vezes é um evento sem testemunhas. O desaparecimento inexplicável de um demônio não é incomum. Embora talvez seja sentido de forma mais acentuada quando se trata de um membro do alto escalão de nossa sociedade. —Aposto que um Executor como Adam teria capturado e destruído Ruth há muito tempo, — disse Leah amargamente, com os punhos cerrados de raiva. —Realmente, não é uma afirmação injusta, — Gideon ponderou. —Seu pai estava muito distraído com outras coisas enquanto o poder e a maldade de Ruth estavam crescendo. Adam era muito mais obstinado à sua maneira. Teria corrido todos os riscos, de qualquer maneira, para alcançar a vitória. —Acha que era melhor que o papai? — Ela perguntou em voz baixa.
Gideon imediatamente sacudiu a cabeça. —Jacob teve a sabedoria e o poder que vem com a idade ao seu lado. Nunca houve um Executor mais poderoso que seu pai, Leah. Ele respirou. — Mas hesitaria em escolher um dos lados numa batalha entre os dois irmãos. Leah se apressou para fora dos aposentos de Gideon e Legna, Seth correndo ao longo de seu rastro. —Sei o que está planejando fazer! Leah deu um grito e parou, encarando Seth e o mandando calar a boca ferozmente. Ela o agarrou por sua camisa e puxou para a privacidade de um aposento próximo, esperando por um fim ao eco da conversa nas cavernas. —Não sabe nada! Apenas mantenha sua boca fechada! —É louca, Leah. Nem mesmo tem o poder para fazer isso. Então, o que fará, se acidentalmente for capaz de saltar através do tempo uma vez. Tinha dois anos de idade! Foi um acidente de fúria. Desde então, o que foi capaz de fazer? Enviar um cronômetro cinco minutos para o futuro? Seth zombou do feito. —A grande e magnífica criança do Tempo, senhoras e senhores! —Não sabe nada! — Ela sussurrou para ele novamente. —Estou tão cansada de você pensar que sabe tudo e ser tão idiota, porque tenho poderes e você não. O magnífico e grande Demônio do Espaço, senhoras e senhores, que pode —nossa!—, o que pode fazer além de se lamentar como um pirralho? 3 7
—Cale a boca! Por que simplesmente não desiste, Leah? Seus pais se ferraram e agora estão mortos. Mortos, mortos, mortos! E não há nada que possa fazer sobre isso! Leah balançou a mão e o atingiu perto da boca. A ação chocou os dois. Leah afagou sua mão dolorida e Seth afagou seu lábio machucado. Leah sentiu a necessidade de chorar invadindo seu rosto e queimando em seus olhos. Ela se sentia incapaz de conter as dolorosas emoções que a inundavam. Ela se recusava a deixar Seth ter a satisfação de vê-la ferida, então correu. Ela continuou correndo até que não pode mais ver seu caminho e não podia respirar. Finalmente parou ao lado de uma piscina subterrânea, uma das muitas no castelo e nas cavernas. Ajoelhou-se e pegou um punhado da água sempre fria, espirrando-a sobre o rosto. Lentamente, se pôs sob controle, conteve seus soluços até que fossem apenas suspiros rígidos. Ela relanceou os olhos, piscou e olhou para cima para ver uma bela morena de pé ao lado dela. Seu cabelo estava solto, uma capa preta nos ombros que lembrava à Leah os de sua mãe. Suas pernas estavam envoltas em meias brilhantes de um branco opaco e uma minissaia preta curta que mal cobria seu quadril. Seu piercing no umbigo era exposto pelo short curto azul marinho, que ela estava usando. Eram as botas que dominavam sua roupa, no entanto. Elas eram de couro preto macio, com botões de latão que subiam pelas costas de suas pernas em uma linha agradável e firme pelo caminho até as coxas. Era como se apenas anunciando sua presença, dissessem que ela poderia causar problemas.
Leah só a viu à distância ao longo dos últimos dez anos, mas ela nunca iria esquecer quem a vampira era. Leah imediatamente se perturbou que Jasmine pudesse vê-la assim. Fraca e atacada. Ela não sabia por que isso era importante, mas era. Ela se levantou e encarou a Vampira, alisando sua própria e simples camiseta para baixo por sobre o seu favorito par de jeans. Ainda, ela de repente sentiu que não era suficiente. Que deveria estar usando algo melhor. Que deveria ser algo mais. Foi um momento que Seth devia experimentar a cada dia que acordava para a magnificência de seu pai e ficava em sua sombra, sem nada para mostrar, sem cumprir as expectativas que seus pais tinham dele. Leah supôs que era porque essa mulher foi sua salvadora. Sua heroína, realmente. Jasmine era forte e poderosa, possuía uma reputação de ser uma verdadeira "ninja", e se vestia tão confiante e espalhafatosa. Não poderia esquecê-la, mesmo que tentasse. Mas havia algo em seus olhos naquele momento, algo que Leah nunca teria pensado em atribuir à Jasmine. Vulnerabilidade. 3 8
—Pode fazer isso? — Jasmine perguntou. —E-eu posso fazer o quê? —Você sabe o que! — Disse ela, impaciente. Ela estendeu a mão e segurou o queixo de Leah. —Se eu pudesse voltar no tempo e mudar alguma coisa, gostaria que o Príncipe Damien nunca conhecesse a Princesa Syreena. Ela respirou fundo e fechou os olhos enquanto lentamente expirava. —Mas isso seria uma coisa egoísta. Se destinaria apenas a ajudá-lo e à mim. Talvez até ela, se pensar bem sobre isso. Mas você... — Jasmine olhou fixamente nos olhos de Leah, e Leah sentiu o poder suave de persuasão da Vampiro. Parecia estar envolvida numa espécie estranha de calor, algo seguro e acolhedor. —Pode fazer isso? Tem o poder? Leah simplesmente balançou a cabeça em resposta. —Não, — Jasmine respirou, uma expressão de dor inacreditável atravessou suas feições. —O passado deve ficar no passado aonde pertence. Você me entende, pequena mestiça? Não pode brincar com o tempo de tal maneira! Destruirá as pessoas e atormentará outras. Poderia deixar as coisas mil vezes piores do que são agora! Não se meta com o passado! Leah estava com medo enquanto a vampira poderosa se enfurecia com ela. Isso não era uma bronca moralista como recebeu de outros mentores. Eles frequentemente insistiam sobre as enormes responsabilidades que vinham com seu elemento. Não havia outro Demônio do Tempo em todo o mundo e nunca houvera um na história. Ela era a pioneira. Mas Elijah gostava muito de dizer que só porque podia fazer algo não significava que devia. Ele disse que podia se tornar um furacão de categoria quatro que destruiria tudo ao seu redor, mas isso não significava que devesse fazê-lo. Na verdade, os danos no caminho seriam razões muito óbvias de porque não deveria. Lidar com o Tempo poderia, potencialmente, criar danos horríveis. Alguns poderiam ser imediatamente visíveis, e outros não se apareceriam por anos. —Eu pensei... — Leah argumentou fracamente. —Talvez se pudesse emprestar... por apenas um minuto...
A jovem chorou e imediatamente tentou esconder sua fraqueza de Jasmine. A Vampira suavizou um pouco, entendendo muito claramente porque o Demônio adolescente gostaria de mudar sua história. Como Jasmine mesma disse, havia coisas que desejava que pudesse mudar, pessoas que poderia salvar — pessoas que ela poderia proteger. Mas não era seu lugar tentar voltar o mundo de uma maneira que achava que deveria ser. 3 9
—Há perigo na ideia que podemos criar um tipo de vida para nós mesmos, manipulando esta ou aquela coisa em nosso passado, — disse Jasmine suavemente. — Poderia salvar seus pais com um ato, mas com o mesmo ato poderia acabar matando Elijah, destruindo a estabilidade política dos Nightwalkers, ou — não sei — qualquer número de variáveis. Entendo que foi lhe dado esses poderes por um motivo, e talvez a razão seja alterar momentos no tempo para criar um futuro melhor, mas você é muito jovem para tomar essas decisões agora. E certamente não pode tomá- las sozinha. Seu poder é novo ainda. Não sabe do que será capaz de fazer um dia. No mínimo peço para esperar. Veja como o tempo se desenrola. Tenha paciência. Não era um pedido irracional. Apenas um pedido insuportável. Leah concordou com a cabeça, seu rosto corado e com resquícios de lágrimas. Jasmine podia sentir a frustração da jovem. Era como um turbilhão em sua psique, como uma poderosa maré de um oceano tempestuoso. Isso agitou selvagemente suas emoções enquanto todos os planos que Leah havia formado, agora, de repente, eram frustrados sobre as rochas da responsabilidade e moralidade. Estranho que houvesse sido Jasmine a ensinar sobre contenção e responsabilidade. Vampiros não eram conhecidos por andar dentro dos parâmetros e por serem totalmente comportados. Mas Jasmine viu muito dano feito pelos poderes fora de controle dos Nightwalkers. Os membros desonestos de sua própria sociedade, que achavam que podiam sair por aí conseguindo poderes ao beber o sangue de inocentes Nightwalkers, davam nojo dela. Uma coisa era dançar ao longo dos limites da moralidade e outra era mergulhar sobre a linha de novo e de novo, deixando um caminho de danos. Esta jovem era um excelente exemplo do dano que poderia ser feito quando o poder não era devidamente moderado ou respeitado. —Eu prometo que... Eu não vou fazer nada... a menos que tenha certeza... — Leah gaguejou em torno de suas palavras, e Jasmine podia apreciar o quão difícil era para ela controlar-se por dentro. —Olhe, garota, só você pode saber em seu coração o que é certo e o que é errado, o que é motivação egoísta e o que é verdadeiramente para o bem maior. Jasmine rolou os olhos. —Ótimo, agora estou falando como Noah e Damien. Mas se quiser realmente a melhor orientação, vá ver Noah. Ele andou sobre os limites da linha que você está oscilando. E ele a usou para fazê-lo. Pergunte a ele como se sente sobre isso. Pergunte a ele por que não pensou em fazer o que você quer fazer. Jasmine levantou um ombro. —Ou melhor ainda, pergunte por que ele tem pensado sobre isso, mas nunca se aproximou de você com a ideia, porque prometo a você, a primeira pessoa a quem isso teria ocorrido é à Noah.
4 0
Com a instrução e um leve puxão num cacho na têmpora de Leah, Jasmine virou-se para deixar a jovem à sua própria consciência e conselhos. Mas no último momento, a menina a agarrou pela mão e a fez voltar atrás. Ela esperou até que seus olhos se encontraram, o seu olhar sério e feroz. —Isso é verdade? O que disse? O momento que Damien encontrou Syreena, é verdadeiramente o momento que você mudaria se pudesse? É onde acha que tudo deu errado? — Ela abriu a mão para indicar que o mundo "ferrou" quem estava vivendo dentro dele. —Se Damien nunca a houvesse conhecido... ou se nunca a seguisse na noite em que foi sequestrada... Vampiros não deveriam beber o sangue dos Nightwalkers. Antes do momento que Damien bebeu o sangue de Syreena, o ato seria um tabu. — Jasmine parou, respirou. —Mas eu minto. Porque o Exchange 7, o ato de tomar sangue de um Nightwalker e então outros Nightwalkers tomarem nosso sangue, estava em livros na biblioteca que descobrimos após Elijah se casar com Siena. Eventualmente, teríamos descoberto. Então, talvez eu fosse mais atrás e mantivesse a biblioteca para não ser encontrada. Talvez, significaria impedir Ruth de achá-la, o que chamou nossa atenção para ela. Então talvez tudo seja sobre Ruth. — Jasmine sacudiu a cabeça. —Percebe? Vê como eu poderia jogar este jogo? Como escolhe? O que lhe dá o direito de escolher? Você acredita em destino, não é? —Sim, — Leah disse calmamente. —Então tem que acreditar que as coisas acontecem por uma razão, e mesmo se mudar alguma coisa, o Destino encontrará uma maneira de executar suas necessidades. —Quer dizer que mesmo se eu impedisse meus pais de morrerem na caverna, o Destino encontraria uma maneira de reclamar suas vidas? —Possivelmente. Como disse, fale com Noah. Ele desafiou o destino para tomar sua companheira. Veja o que diz sobre essa coisa toda. Leah acenou com a cabeça e desta vez foi ela quem se afastou, correndo para fora, talvez para encontrar uma maneira de fazer exatamente isso. Leah poderia facilmente ter ido até sua Siddah feminina e pedido a ela que a teletransportasse diretamente para a sala de estar de Noah, mas a jovem Demônio do Tempo precisava pensar... ou talvez estivesse arrastando os pés. Então estava vagando
7 Veja o livro (revisado) "Damien", página 163, onde essa questão do tabu em relação aos vampiros beberem o sangue de outro Nightwalker.
4 1
pelas cavernas, dando o tempo que ela precisava para ficar a sós com tudo girando em sua mente. Era uma guerra entre desejos e responsabilidades. A partir do momento que a ideia entrou em sua cabeça, que talvez ela pudesse se redimir aos olhos de todos aqueles ao seu redor que a culpavam pela morte de seus pais, ela havia movido a cabeça frente à possibilidade. Ou assim parecia. Ela atualmente brincava com esse conceito uma e outra vez ao longo dos anos, mas parecia que a cada vez que isso aparecia em sua mente, sua Siddah viria com algum tipo de lição sobre a responsabilidade do poder. Era quase como se pudessem ler sua mente, sentir suas intenções, e alertá-la para que ficasse fora do
caminho para o qual ela queria viajar. Poderia ser um pouco de paranóia, porque, apesar de Legna ser uma empata forte, não era uma telepata, e nem Elijah. Então tinha que assumir que era o destino jogando dicas muito fortes em seu colo, a alertando que iria se sair bastante bem sozinha; que só tornaria as coisas piores se interferisse na forma como as coisas se desenrolavam. Mas Leah observou o mundo ao seu redor silenciosa e cuidadosamente e chegou à mesma conclusão. As coisas seriam muito diferentes se Jacob e Bela apenas não tivessem morrido naquele dia enquanto tentavam protegê-la de Ruth e Nicodemous. E se, ela se perguntou incessantemente, alguém viesse em seu auxílio? E se alguém fosse forte o suficiente para derrotar Ruth e Nico de uma vez por todas? A questão então era sempre quem? Quem seria forte o suficiente para fazer algo assim? Noah? Leah não podia correr esse risco. E se não fosse? E se Noé fosse morto junto com seus pais? Então o que seria deles sob a pesada perda de seu rei? Mas agora, de repente, ela tinha seu candidato. Alguém que, se tomado no momento da sua morte, nunca seria desperdiçado ao longo do tempo. Alguém tão poderoso quanto seu pai. Alguém que tinha em seu sangue lutar e derrotar um demônio contraventor. Alguém cuja morte, se morresse ao lado de seus pais, simplesmente não importaria no grande esquema das coisas. Mas quando estava pronta para agir, todos esses sinais de alerta estavam sendo lançados em seu rosto novamente. Jasmine, de todas essas pessoas, sendo uma delas. Quais eram as chances que a vampira estivesse ali, naquele momento, ouvindo a discussão dela com Seth? Em território Licantropo? Eram infinitesimais. Os olhos de Leah começaram a marejar em frustração. Ela sabia exatamente o que Noah diria para ela se fosse até ele. Ele a advertiria, assim como Jasmine fez. Poderia 4 2
até mesmo agir com mais força para impedi-la de fazer qualquer coisa. Foi por isso que nunca manifestou a ideia antes. Era sábia o suficiente, mesmo em sua tenra idade, para entender as ramificações de longo alcance que poderia vir com seus dons, se os usasse sem cautela e com premeditação. — Que criança mais pensativa. O elogio foi dito de maneira tão depreciativa, que Leah imediatamente voltou sua atenção para quem falava. Esteve tão absorta em seu dilema moral, que não percebeu como viajou para fora do alcance da segurança. E não percebeu que andou direto para os braços de Ruth que esperava por ela. —Agora vamos ver, — ponderou Ruth, seus olhos de porcelana azul, fixos em Leah de uma forma que a paralisou. Quando Jasmine entrou na mente de Leah foi quase como uma sedução, como cair no abraço de um amante. Mas ter Ruth se apoderando de sua mente era algo frio e terrível. Leah sentiu seu corpo morrer, como se não fosse mais uma parte de si mesma. E num sentido, não era. Ruth cortou sua capacidade de enviar e receber impulsos nervosos dentro de seu corpo. Leah se sentiu caindo, desmoronando sobre o chão de pedra como um saco de batatas. A mortalmente bela demônio se moveu sobre ela, colocando as mãos sobre os joelhos enquanto
olhava para baixo, para Leah. O cabelo loiro de Ruth estava escovado para o lado e torcido numa trança grossa que cobria seu ombro, uma fita azul estranha o prendia. Usava um caro e sexy vestido de noite que acentuava seus ombros e com um decote baixo na frente. A seda, azul meia- noite, era salpicada com lantejoulas que exaltavam as curvas de sua figura. Mas o decote do vestido também acentuava as marcas depravadas de hematomas e mordidas ao longo de ambos os lados do pescoço do demônio traidor. Como se a evidência da existência de seu amante vampiro, chamado Nicodemous, flutuasse para fora das sombras, ele apareceu ao lado de Ruth. O cheiro dos dois juntos provocaram náuseas em Leah, fazendo-a perceber que nem todos os seus sentidos foram tirados dela. O que sentia era a podridão que enchia a carne de qualquer criatura que se envolvesse com magia negra. Magias egoístas e ofensivas. A década passada mostrou ao mundo Nightwalker que nem sempre era assim. Pessoas que nasceram com dons de bruxaria, que usavam a magia para o bem, de maneira altruísta e defensiva, permaneciam com um aroma limpo e puro. Mas uma vez que começavam a mexer com
4 3
artes mais escuras, se tornavam viciados como uma droga venenosa, e essa droga trazia o fedor de sua maldade para qualquer outro Nightwalker que estivesse próximo. Ruth e Nico emitiam um cheiro forte e desagradável do seu vício, seus olhos brilhando de uma forma peculiar que avisavam que estavam, provavelmente, um pouco insanos, apesar de todo o poder que manejavam, de todas as maneiras que se alteraram ao longo dos anos, à medida que ficavam mais e mais fortes. —Muito bem, ouça isso, — Nico refletiu enquanto também se inclinava para a frente para encará-la. —Ela mal tem idade suficiente para o Fostering 8 e a mente dela está cheia de propaganda de retidão moral, que vocês, Demônios, gostam tanto de vomitar. —Oh, mas muito mais que isso, — Ruth sussurrou de forma ofegante. —Ela está pensando em nós, Nico, e como pode se livrar de nós. O pânico infundiu em cada célula no corpo de Leah. De repente todas as implicações de estar impotente nas mãos da Demônio e, mais importante, do Vampiro, que poderia absorver seu poder, atingiu Leah. Uma vez que um vampiro só poderia ganhar um poder ao beber o sangue de um Nightwalker, e Leah só para mencionar, tinha um poder, então isso significava... Isso deixou seu estômago doente ao pensar que Ruth e Nico poderiam obter sua capacidade de se mover através do tempo. De repente, as pequenas ramificações de seu ato um tanto egoísta não significavam nada em face dos danos que estes dois poderiam fazer, se ganhassem o controle sobre o Tempo e começassem a pular no tempo atrás e à frente, mudando tudo que quisessem, agindo furtivamente com as figuras históricas que nunca poderiam estar preparadas para sua vinda.
8 Quando o adolescente faz 16 anos, ele vai morar com o Siddah (padrinho/madrinha), que vai ensiná-lo a controlar seus poderes.Somente os pais e o Siddah sabem o verdadeiro nome da criança. E só com esse nome verdadeiro, que os nigromantes podem intimar os demônios.Para maiores informações, veja o livro "Elijah", página 09.
4 4
—Adoro quando eles entram em pânico, — ponderou Ruth para seu parceiro, pegando um cacho perto de sua orelha. —Se esquecem que podemos ler sua mente e começam a vomitar informações em seus pensamentos. —Sim, é bastante útil, não é? — Nicodemous concordou. Nico abaixou e puxou Leah pela frente da camiseta dela, o material se esticando sob seu peso morto enquanto a puxava para mais perto de seu rosto e da sua boca cheia de dentes depravados que cintilavam para ela. —Então, pedacinho, acha que tem a chave para algo que seus superiores nunca foram capazes de realizar? Acha que tem o que pode nos destruir? —Ela pode estar certa, — Ruth ponderou. —Se encontrou uma maneira de nos atacar antes que fossemos fortes o suficiente... — A Demônio demente endireitou sua postura e gentilmente acariciou seus dedos longos e graciosos abaixo do comprimento de sua trança. —Estraçalhe sua garganta. Beba o que puder e mate a pequena cadela. Então teremos o poder do Tempo e não haverá ninguém para nos deter. —Finalmente... finalmente serei o príncipe dos Vampiros, — Nico rosnou. —Vamos deixar Damien encontrar uma maneira de lutar comigo de seu berço! E num único ato selvagem mostrou as presas zangadas para a jovem e se afundou violentamente no pescoço delicado. Leah gritou. Sabia que tudo seria tomado num único puxão e ficaria esfolada e aberta para sangrar até a morte como sua mãe. E para tomar tudo seria necessário só um gole e o mundo Nightwalker poderia cair no caos. Seu pânico desencadeou seu poder, que chicoteou através dela como a lâmina de uma navalha, doloroso e descontrolado, nada mais que instinto puro. Cada molécula de seu corpo começou a fugir de seu agressor, saltando através da única coisa que ela tinha o menor controle. Saltando através do tempo.
CAPÍTULO 3 Cerca de quatrocentos anos antes — Adam! Adam arrumou seu cabelo escuro, enxugou o suor da testa enquanto balançava os cachos pretos e rebeldes que pingavam o líquido salgado nos olhos. Eram os olhos de 4 5
sua mãe, para grande consternação de seu pai. Mãe e filho, ambos tinham olhos verdes pálidos, tão claros como se fossem incandescentes. Isso intensificava a habilidade poderosa que ambos tinham aparentemente de olhar diretamente na alma de alguém. Aqueles que recebiam aquele olhar jade pálido, muitas vezes confessavam a verdade total, comportando-se, ou retificavam os erros, querendo ou não.
Era o mesmo par de olhos que tinham forçado o pai de Adam, Asher, a confessar sua admiração eterna à uma atrevida, teimosa, mulher de cabelos negros, a despeito do fato de que havia jurado a si mesmo ser solteiro para sempre. Agora tinha dois filhos crescidos dessa profunda união e nunca havia sido mais feliz. A mesma mulher, agora três séculos mais velha, mas não menos atrevida ou bonita por isso, estava chamando Adam da torre do castelo da família. Ele podia ver a longa trança de seu cabelo pendurada um metro e oitenta 9 abaixo por cima do ombro, a cauda da trança tremulando com a brisa, como o brasão da família, do qual ela estava perto, enquanto se inclinava por sobre o muro e o chamava. —Senhora, — se dirigiu a ela, sua voz profunda crescendo até as muralhas e mais além. —Já pedi para não me perturbar quando estou praticando. — Movimentou uma mão para trás de si, para indicar os quatro outros Demônios deitados em várias posições de semiconsciência no chão empoeirado, como também a figura alta e desengonçada de seu irmão Jacob, que estava encostado casualmente contra as costas de uma estátua de pedra de seu avô, que ficava nos limites da área de prática. Jacob olhava quase como se estivesse se solidarizando com o velho, que sorria tortuosamente para baixo no campo de prática, onde, como seu neto mais velho, tinha um hábito bastante desagradável de dilacerar seus parceiros de prática como se fosse um deus de terrível velocidade. —Parece que está devendo aos seus homens um alívio, — sua mãe se voltou audaciosamente, tomando nota dos seus adversários exaustos, com humor demasiado maternal em sua voz. Adam odiava quando ela fazia isso. Tratá-lo como um filho. Claro, também a adorava por isso. Sendo sua mãe, sempre poderia contar em ser a única pessoa no planeta que, embora o apoiasse e o elogiasse constantemente, de alguma forma ainda, conseguia ser totalmente indiferente e não afetada pelo homem no qual havia se transformado. Até mesmo seu pai teria demonstrado a Adam muito mais respeito por sua classificação e posição no grande esquema das coisas. Adam supunha, no entanto, que era uma prerrogativa de mãe sempre tratar seu filho da mesma forma que tratava quando 9 No original = 6feet, "6 pés"
4 6
era apenas um menino, e era prerrogativa de um filho satisfazê- la em seu desejo de fazê-lo. —Suponho que tenha um ponto, — admitiu, virando-se para piscar um sorriso enorme para seu irmãozinho, se um homem de 221 anos de idade, pudesse ser considerado ainda um bebê. Jacob sorriu de volta, correndo a mão pelo cabelo castanho negro, que mantinha muito solto e selvagem para o gosto de Adam. —Precisará de seu filho mais novo também? — Perguntou à ela. —Na realidade, deveria apreciar isso. —Qual é o problema, Adam, está com medo de que se eu tiver alguns minutos a mais de prática ficarei melhor do que você? —Um medo como este não seria só ridículo, seria um completo desperdício de tempo, — Adam atirou de volta para seu irmão arrogante. Teria que fazer Jacob comer um pouco de poeira
da arena, mais tarde, apenas para mantê-lo humilde. O convencido estava começando a ficar tão bom quanto ele achava que era, e isso tinha o potencial para torná-lo insuportável de se conviver. A provocação continuou enquanto os filhos se moviam para dentro de casa para procurar sua mãe e ver o que queria. Eleanor veio pela passagem superior, um pouco esbaforida e sem fôlego, mas rosada com a alegria e prazer por sua prole, quando entraram em seu salão no piso superior da torre norte. Tomou um momento para olhar seus filhos, tão diferentes de muitas maneiras e ainda assim tão claramente feitos do mesmo material. Adam herdou a cor do seu cabelo, juntamente com seus olhos, mas sua altura elevada e sua quase bestial compleição, era um regresso ao seu avô por parte de seu pai. Seu melhor amigo e também seu primo, um demônio chamado Noah, era o único demônio na existência que chegava perto de igualar-se às proporções monstruosas de Adam. Os ombros de Adam pareciam que tinham uma milha de largura, um peito muito amplo e uma cintura estreita apertada com feixes de músculos bem trabalhados, mas mesmo assim grossa como o tronco de um carvalho resistente. Em contraste, seu irmão mais novo Jacob era magro e atlético, elegante onde Adam era mais um touro, flexível onde seu irmão era brutal e forte. O filho mais novo de Eleanor tinha o cabelo e a constituição do pai, bem como seus olhos castanhos escuros, que se tornavam da cor do ébano quando era tomado por fortes emoções ou paixões. 4 7
Mas mesmo que diferissem na aparência e na constituição, tocavam em perfeita sintonia quando se tratava do quesito moral. Ambos estavam obcecados com a natureza da lei, com o crime e as punições apropriadas. Ambos tinham um senso do que é certo ou errado, que era implacável e inabalável. Eram criaturas altamente morais, algo que ela, com modéstia, creditava por complementar. Infelizmente, a consciência disso deu à Jacob a tendência de ser muito duro consigo mesmo, se cometesse algum tipo de erro, e Adam ... Adam sempre quis salvar o mundo a todo custo. Ou pelo menos a parte do mundo dos Demônios. Era protetor dos seres humanos, respeitoso para com os outros Nightwalkers que mereciam respeito. Mas claramente não sabia suas próprias limitações. Eleanor ainda tinha que ver quais eram elas, mas estava preocupada que um dia ele iria descobrir o ponto em que se sentiria pequeno — só depois de ter colocado a cabeça ao longo da borda do penhasco. Temia o dia em que iria despencar no chão, descendo bruscamente à terra e despertando para o fato de que nunca seria capaz de salvar a todos e fazer a coisa certa na hora certa todo o tempo. Como mãe, era trabalho de Eleanor se preocupar com a sensibilidade e vulnerabilidade dos filhos. Era também o seu trabalho nunca insultar seus egos, deixando que soubessem que ainda se preocupava com eles de todas as maneiras. Asher sempre a alertava que os seus meninos eram muito mais intuitivos do que lhes dava crédito, e apesar deles permitirem à ela essas excentricidades maternais, seria melhor não testálos demais.
Mas Eleanor já sabia disso. Tinha intenção de nunca fazer seus filhos lamentarem o seu comportamento para com eles. Trabalharam muito duro para alcançar sua virilidade para serem prejudicados por ela. Claro, isso não significava que não iria se intrometer de qualquer forma. Esperava por os netos um dia, e se conhecia os demônios machos, não estavam propensos ou dispostos a procurar parceiras ansiosamente. Bem, as fêmeas demônio poderiam ser tão astutas como os seus parceiros, e muito mais teimosas que os machos com suas próprias ambições. Tinha fé que um dia cada um de seus filhos iria encontrar a sua parceira e não fazia segredo sobre isso. —Mãe, — Jacob cumprimentou-a, agarrando-lhe as mãos estendidas e puxou-a para perto para beijar o rosto cor de pêssego e creme. Porque havia parado de envelhecer em algum ponto dos seus vinte anos, Eleanor e Jacob poderiam ser
4 8
confundidos com irmão e irmã, mas tudo o que alguém tinha que fazer era testemunhar a troca de olhares para ver o vínculo de parentesco que estava lá. —Senhora, —Adam cumprimentou-a mais rispidamente, como se fosse demasiado velho e demasiado importante para chamá-la de "Mãe" por mais tempo. No entanto, puxou-a para um abraço de urso incrível que transmitia sua afeição eterna para com ela. —Agora suponho que você nos contará — continuou depois que finalmente colocou-a de volta em seus pés delgados com grande cuidado, — porque sentiu a necessidade de nos arrancar de nosso treinamento no meio da noite. —Gostaria de discutir o festival. Seus filhos se entreolharam, trocando expressões doloridas, mas pacientes. —Mãe, temos os planos estabelecidos há meses. Beltane é amanhã, e o festival será impecável como de costume. Por que está se preocupando? —Porque sou a anfitriã do evento real de seu primo neste ano, e gostaria de vê-lo feito com perfeição em tudo. Agora, você convidou os ciganos que estão em nossas terras? —Claro, mãe, — Adam suspirou: —É a tradição, sempre. E sabemos que você acha que é um bom presságio. —Muito bem, — Eleanor admitiu. —Já escolheram suas acompanhantes, então? Recebeu os sons esperados do protesto de ambos. —Meninos, — disse, com tom severo, mas não com muita repreensão, —vocês são meus filhos e, portanto, espera-se que tragam uma mulher adequada para o banquete, e não apenas escapar e rolar com alguma garota por detrás de um arbusto mais tarde, e considerar a si mesmos como sendo sociáveis. — Ignorou suas risadas e os olhares brincalhões de um para o outro. — Algumas famílias podem não se preocupar com o decoro, mas eu sim. Por favor, vejam se escolhem garotas Demônios decentes. —Nenhuma garota demônio decente terá algo conosco, — brincou Jacob, chegando a dar um puxão em sua trança de uma forma marota. —Eu ouvi que sou muito pensativo. —E eu sou o Executor, —disse Adam, o que por si só era uma explicação. —Acho que meu tempo é melhor gasto fazendo os rebeldes cumprirem as leis em Beltane ao invés de encontrar
alguma mocinha corajosa o suficiente para enfrentar seu medo do Executor, para que possa partilha o meu prato.
4 9
—Eu juro, vocês meninos levariam a própria Destino às lágrimas, — Eleanor bufou exasperada. —Adam, estou bem ciente que você irá provavelmente ser chamado para trabalhar, mas o resto do tempo espero que permaneça aqui e seja sociável. Jacob, não aceitarei desculpas vindas de você. Escolha, ou escolherei por você e não acho que gostará da minha escolha metade do que gostaria da sua. —Bom, desde que ela venha vestida e não arrote na mesa? —Jacob! Honestamente! —Está sendo demasiado dura, mãe. Já deveria saber que nenhum de nós provavelmente jamais se casará. Adam é muito feio e eu sou muito inteligente. Adam estendeu a mão e deu um soco em seu irmão pelo insulto, quase derrubando-o no chão no processo. Eleanor rolou seus olhos para o teto, procurando não apenas força, mas também, possivelmente, reavaliando seus pensamentos sobre a maturidade deles. —Se prometermos vir devidamente acompanhados, relaxará sobre o festival e nos deixará voltar ao trabalho? —Adam perguntou à ela. —É claro, — disse ela com uma demonstração de satisfação e contentamento. Sabia que seus filhos manteriam a palavra. —Então, prometemos fazê-lo. Adam usou apenas um pensamento para mudar de carne e osso para uma forma de névoa que lhe possibilitava cavalgar as nuvens e correntes de vento. Elevou-se acima da casa onde havia crescido e deixou a corrente de vento natural carregá-lo sobre a vasta floresta húngara lá embaixo. Como um Demônio da Água, poderia viajar como neblina ou nevoeiro ou mesmo como ondas por sobre as águas, mas a névoa superfina de uma nuvem sobre a brisa era de longe a sua escolha preferida e de longe a mais rápida. Sua viagem transcorria muito perto da fronteira romena, também conhecida como território vampiro, mas o Executor não estava preocupado, apesar do fato de que as duas facções Nightwalkers — Vampiros e Demônios — estarem envolvidas em uma guerra. Certamente cada lado lutava com entusiasmo, os Demônios acreditavam que os vampiros não eram indisciplinados e que precisavam de controle, e os Vampiros não gostavam nenhum um pouco dessa ideia. Adam se ressentia de qualquer um que gastasse seu tempo e energia em nada além do que prazer. A vida longa dos Nightwalkers eram presentes preciosos. Deveriam ser usadas com um cuidado muito melhor do que os seguidores do Príncipe Damien praticavam. O que, combinado com o seu prazer em se intrometer nos assuntos humanos, tornava-os perigosos. Seus comportamentos colocavam em risco todos os Nightwalkers. Talvez o Rei Noah pensasse que um dia Damien veria o certo, e de repente, começasse a dar importância para o que seus súditos faziam, mas Adam não assinava embaixo na crença de que houvesse um vampiro decente. 5 0
Era uma atitude compartilhada por seu irmão mais novo. Jacob havia se tornado um caçador de vampiros eficiente. Era completamente notório que e Jacob saboreava a sua glória como ela fosse de bolos doces e vinho. Vibrava na guerra com os bajuladores do sanguinário príncipe Damien. Os vampiros provaram que a fome de sangue deles era para aliviar seu tédio. Depois de tudo, era tabu e mortal para os Vampiros beber o sangue de outros Nightwalkers, então certamente não estavam fazendo isso por fins nutricionais. Não. O pequenos bastardos estavam simplesmente se entretendo com as mortes de uns poucos demônios. Infelizmente para eles, quando confrontaram seu irmão mais novo, tudo o que receberam foi um mundo de dor. Infelizmente para Adam, o sucesso estava dando à Jacob um ego, que estava se tornando insuportável. Outro bom lutador e seu amigo era o guerreiro Elijah. Tinha que dizer que se não fosse a reputação e a habilidade do irmão de Adam, Elijah poderia ser no futuro, o Capitão Guerreiro, o líder de todas as forças armadas do Rei Demônio. Mas mesmo que o presente capitão se aposentasse, era mais provável que Jacob ocupasse sua posição. No momento Elijah era um guerreiro altamente classificado que vivia nas fronteiras dos territórios Vampiro e Demônio. Dizia que era para desencorajar ataques dos vampiros a demônios inocentes, mas o mais provável era que poderia acordar todas as noites e estar imediatamente no meio da batalha. Havia algo de uma competição amigável e bem masculina acontecendo entre o guerreiro e Jacob. Mas era um pouco como uma maçã competindo com uma pinha. Elijah fazia parte de batalhas sancionadas e orquestradas pelo capitão e pelo Rei. Jacob era um caçador de recompensas, rastreando criminosos específicos de guerra. O pensamento veio à mente de Adam, porque ele estava muito perto dos domínios do guerreiro naquele momento. Na verdade, estava quase em cima deles quando um movimento abaixo chamou sua atenção. A forma elegante se que movia era muito rápida e muito ágil para ser apenas um tipo qualquer de criatura da floresta. Curioso, rapidamente desceu para dentro da floresta abaixo. Como sempre, a primeira coisa a penetrar a sua consciência foram as fontes de água. Onde estavam localizadas, por quais direções viajavam, o volume de cada corpo de água, grande e pequeno. Nada era muito insignificante, nenhuma informação considerada inútil. Seus sentidos correram para o alto com a presença de um grande rio correndo nas proximidades, vindo de sua nascente até a montanha alta coberta de neve. Corria rápido e gelado, apenas a uma curta distância. Ao se aproximar com o luar de março em suas 5 1
costas, mudou de volta para o corpo até que pode ver sua respiração turvando no ar frio e calmo. Então ouviu e viu o que havia lhe atraído ali em primeiro lugar. Agachando-se no chão da floresta, movendo-se tão silenciosamente como um sopro, Adam olhou no meio do mato próximo, para ver que tipo de criatura estava correndo por entre esta floresta nas horas mais escuras da noite. E devido à lua estar quase cheia, sua luz perolada cobria cada centímetro de água nas proximidades, Adam podia ver com clareza perfeita. Era uma mulher. Estava completamente nua enquanto nadava, apesar da temperatura congelante da noite e da água. Era pálida como alabastro, o luar, sem dúvida, pregava peças em
seus olhos, porque nunca havia visto tamanha perfeição branca antes. Estava quase incandescente enquanto estava lá de pé jogando água para cima e sobre suas pernas longas e luminescentes, e ele quase podia ver que cada centímetro dela estava arrepiado. Mais óbvio eram os mamilos malva escuros, rígidos, enquanto se destacavam na ponta dos seios bastante generosos. Seu cabelo era negro como piche, pelo menos quando molhado, e uma onda natural parecia facilitar o seu caminho através dela. Tinha a imagem de uma estátua meticulosamente trabalhada, embora fosse um pouco magra demais na cintura e nos quadris, para o seu gosto. Mas isso não impediu os lábios de Adam de se curvarem em um sorriso de agradecimento. Tinha que estar louca, para tomar banho em condições tão frias, sozinha num lugar tão isolado. A estrada humana mais próxima estava a quilômetros de distância a partir deste lugar, sem mencionar qualquer sinal de uma cidade ou vilarejo. Perguntou-se como ela havia conseguido até chegar lá, observando com espanto, enquanto ela se movia para uma pequena queda d'água nas proximidades e deixava-a cair em seu cabelo e por sobre seu corpo, até que sua pele macia brilhava como se tivesse sido esfregada com diamantes. Por esse breve momento, Adam tivera uma compulsão poderosa para se lançar em seu elemento; transformando-se também em água, poderia precipitar-se por sobre as pedras e sobre a pele de porcelana perfeita e por todos os seus encantos. O desejo foi tão poderoso, a atração irresistível, que ficou chocado e surpreso por isso. Soube em um instante, que a lua sagrada de Beltane era o que fazia isso com ele e rosnou baixo em um desafio feroz. Era o Executor. Sabia muito bem sobre o que a loucura das luas cheias de Samhain e Beltane fazia à raça dos demônios. Era seu chamado, seu destino especial, para punir e controlar aqueles que desejavam um membro de qualquer outra raça que não a sua. Não era e nem nunca seria aceitável para 5 2
ele admirar uma fêmea que não fosse Demônio em absoluto. Não podia se dar ao luxo de tais riscos. Se fosse de alguma maneira cruzar a linha da loucura, apenas os parentes com seu sangue teriam os sentidos necessários para detectar a traição de si mesmo e para com seu povo. Isso o oporia contra o seu irmão mais novo, ou pior ainda, contra seu pai. A ideia de enfrentar essa humilhação não era nada para o orgulho do Demônio quando considerou a possibilidade de que em um acesso de loucura, pudesse ferir, ou ainda pior, matar um membro da sua família, do seu próprio sangue. Conhecia muito bem seu próprio poder e força. Depois de quase três séculos de vida, estava mais do que familiarizado com suas habilidades. As pessoas temiam-no porque era o Executor, era verdade, mas eles o temiam mais porque sabiam que era um lutador selvagem e ardiloso, que quase não tinha igual. Adam praguejou calorosamente com o pensamento, pulando para trás, sem pensar, na vegetação rasteira. A garota dentro d'água se sobressaltou ao ouvir o som e lançou-se para fora da cachoeira, vindo em direção à ele com passos rápidos através da água. Seu movimento causou tremores ao longo das curvas deliciosas de seu belo corpo. Ela o viu ali, estreitando seu olhar sobre ele e por um breve instante ele viu os olhos castanhos sábios, profundos e sensuais. Então ele viu muito claramente o toque de uma membrana piscando suspensa, cobrindo suas pupilas, enquanto tentava definir que tipo de criatura ele era, pelo uso de sua visão sensível ao calor.
—Vampira, — sussurrou para ela em acusação, instantaneamente, enquanto pegava a adaga em seu cinto. Não importava se o Vampiro era uma fêmea, seria tão forte e mortal como qualquer contraparte masculina de sua raça. Para surpresa de Adam, porém, ela apenas colocou as mãos nos quadris, alargando sua postura e sua expressão quase entediada enquanto o medida. Os olhos escuros dela passearam lentamente sobre ele, da cabeça aos pés, claramente avaliando-o como se estivesse tão nu e vulnerável quanto ela. A partir da metade do corpo dele, ela levantou uma única e fina sobrancelha, como em apreciação e seus lábios se curvaram em num pequeno sorriso malicioso. Adam ficou chocado quando o óbvio interesse dela, encontrou uma marca dentro de seu corpo tenso, uma esquisita vibração de calor e frio correndo sob sua pele e sua espinha. Doce Destino, pensou em atordoada descrença, sei que ela é um vampira e ainda me excita! Adam queria estar desgostoso por si mesmo, mas mal teve tempo para trabalhar uma resposta adequada antes que ela continuasse a caminhar em direção a ele, uma risada baixa saindo dela. 5 3
—Ora, ora, eles estão fazendo os da sua raça muito grandes hoje em dia, não estão? — Perguntou enquanto se levantava da água, subindo pela margem do córrego. Olhou para o punhal na mão dele, o metal brilhando sob o luar enquanto caminhava para perto o suficiente, para que a ponta a tocasse logo acima do seio esquerdo. A ação destemida desarmou completamente o Executor, enquanto tentava descobrir qual era o jogo dela. Ele sentiu que estavam a milhas e outros vampiros, de outras formas de vida, que estavam sozinhos. Mesmo que ela estivesse nublando sua percepção com sua habilidade de Vampiro para confundir sua mente, sabia como permanecer lúcido, apesar disso. Estava bastante confiante de que isso não era um truque ou armadilha. De forma justa. —Estou presumindo por sua saudação nem um pouco educada, que somos, talvez, inimigos? — Ela perguntou antes de afetar um largo bocejo. Todo o seu corpo se esticou, flexionando os músculos magros sob a pele perfeitamente pálida. —Estive adormecida por algum tempo, entende. A guerra não acabou ainda? —Demônios e vampiros ainda estão em guerra. E pode agradecer o bastardo do seu príncipe por isso, — ele jogou para fora. Mas sua reação era bastante possível. Se estivera dormindo como dissera, era natural esperar que não soubesse das notícias recentes. Não era incomum para os vampiros "ir à terra", quando ficavam entediados com o mundo exterior, buscando dormir por alguns anos, na esperança de acordar em tempos mais excitantes. —Damien? —Ela riu como se fosse a piada mais engraçada que já tivesse ouvido, seu corpo dançando atrativamente sob a vibração de sua alegria. Apesar de ter tentando, Adam não conseguia manter os seus olhos nos dela, onde eles precisavam estar. Até mesmo a respiração dele o traiu e deslizou para fora de seu controle enquanto se pegava olhando as curvas dos seios, o abdômen plano e as gotas d'água que se agarravam à ela abaixo dos cachos e de suas coxas molhadas. Sempre soubera que os vampiros possuíam uma sensualidade natural que encantava
todas as criaturas. Era parte do instinto de caça, parte do instinto de acasalamento. Em uma caçada, ela poderia usar esse corpo e seu magnetismo sexual para atrair sua presa para perto, o quanto necessitasse. Poderia até mesmo optar por fornicar com a refeição humana, antes de beber e deixar a presa se recuperar em um amontoado indefeso. —Bem, nada me surpreenderia, —observou depois que obteve o controle de seu divertimento. —Mas, quanto a você e a mim, isso significa que vou ter um punhal através do coração? A guerra é tão tediosa. Não estava preparada para isso, como você vê. — 5 4
Estendeu os braços para o alto e exibiu seu corpo com um ondular insinuante de seu quadril e com um orgulhoso empinar dos seios. O movimento a levou a se espetar na ponta da lâmina dele e uma única linha de sangue apareceu em sua pele pálida enquanto uma gota vermelha seguia por um caminho lento para a ponta de seu mamilo antes de pingar. Quando Adam deixou um ruído dolorido escapar de si, a fêmea vampiro estreitou seu olhar no dele mais uma vez e ele percebeu, com temor que ela estava vendo em sua mente com a capacidade telepática dela. Adam pulou para trás e para longe dela, quase caindo de bunda no processo. Ela riu de novo, completamente confiante do efeito perturbador que causava sobre ele. —Bem, bem, —brincou, dando um passo em direção à ele enquanto se afastava dela, — parece que alguém não tem pensamentos de guerra na frente de sua mente. —A mente é uma coisa inconstante, Vampiro. Não deixe que a minha a engane. É a lua cheia e um feriado amaldiçoado que me põe fora do meu próprio controle, nada mais. Apesar desta exibição repugnante de luxúria que meus instintos exercem sobre de mim, não hesitaria em matar você. Na verdade, isso só faz a tentação de fazê-lo mais forte. —Tanto desperdício, — disse suavemente para ele, uma contemplação misteriosa naqueles olhos escuros enquanto o avaliaram novamente. Parou seu olhar na altura dos quadris dele, sua sobrancelha subiu novamente quando tomou conhecimento da ereção que tinha desenvolvido. —Mmm, agora, há uma visão para acordar. É uma vergonha não ser um vampiro. Devo dizer, porém, é o suficiente para fazer uma menina reconsiderar brincar fora de sua raça. — Deu um delicado estremecimento. —Você, pelo menos, parece ter aprendido a tomar banho, ao contrário da maioria dos outros. Mas o fato é, a sua raça é tão elitista quanto a minha. Seria um pouco como um gato fornicar com um cão, não seria? —Vocês Vampiros não pensam em nada além de sexo e alimentação? — perguntou, sua voz rouca e grossa quando sua mente girou com o calor das possibilidades que as palavras provocantes dela estourou através de sua mente. O lembrete dela sobre as próprias leis que ele deveria cumprir, pouco fez para acalmá-lo. —Ah, meu doce demônio, — ela ronronou, —Não fique aí parado e fingindo que não está pensando em dezenas de maneiras de me penetrar, — zombou dele como uma sereia cruel. — Deixando de lado o estado de seu corpo, Adam, — disse ela, propositadamente usando seu nome para lembrá-lo como era fácil para ela ver em sua mente, — já está imaginando a sensação de gozar dentro de mim. Talvez logo depois de eu ter tomado um alimento fresco, quando meu corpo está em sua mais alta temperatura, quente...
5 5
Era uma tentação que ela não deveria ter deixada à porta de um demônio que lutava contra a lua cheia de Beltane. Naquele momento Adam sentiu o controle escapar de suas mãos e de repente algo selvagem era repentinamente desencadeado dentro dele. Avançou para a frente, deixando o punhal cair ao chão e agarrou os braços dela. Rangia os dentes enquanto um desejo selvagem após o outro, percorria sua mente, e finalmente, se jogou sobre ela. Mudou de forma num piscar de olhos, transformando-se de homem para um dilúvio de água que se arremessou com força pelo rosto e corpo dela. Mas ao contrário da água normal, não escorria sobre ela e caía no chão. Em vez disso, fluía por sobre o corpo flexível dela, lentamente lavando-a por todo o corpo e em torno dela, cobrindo-a centímetro por centímetro. Sentiu a suavidade da sua pele sob seu toque, o peso dos seios ... provou os pontos duros de seus mamilos. Ela ofegou em choque num primeiro momento, quando ele a atingiu, mas o choque rapidamente mudou para algo mais profundo e muito quente. O som forte que surgiu dela enquanto corria sobre ela, era nada menos do que o mais puro pecado. Ele teve satisfação nisso. E mesmo enquanto cobria intimamente cada centímetro da pele dela com a sua exploração, sabia que estava indo longe demais. Fora longe demais no momento em que sentou no arbusto para olhá-la enquanto se banhava. Mas isso, que estava fazendo agora, era um outro nível de perversão e tão gloriosa como ela se sentia, que sabia que estava pisando fora da linha. Com um redemoinho gracioso de fluídos, foi para longe dela e retomou a sua forma natural. Ficaram assim, na floresta, fria e escura, respirando com dificuldade e atordoados com a mútua excitação que provocara. Mas, mesmo com seus corpos em ebulição com a necessidade física, suas mentes percebiam que eram inimigos. Isso era proibido. Pela lei e pela natureza, um Demônio nunca poderia se unir à um vampiro. E qualquer demônio que tentasse teria que enfrentar o Executor. O entendimento trouxe o Executor categoricamente de volta à razão. Fixou seu olhar na reconhecidamente bela vampira e apertou seu maxilar. Com um aceno, confessou aos dois que tinha instigado esta caminhada em território proibido. Mas seu comportamento se tornou tão claro que não repetiria o ato tão cedo. Adam explodiu em uma névoa superfina que apanhou a brisa gelada que roçava através da floresta e elevou-se rápido e para longe do fruto proibido.
5 6
Jasmine riu sem fôlego consigo mesma, ao mesmo tempo que o Demônio elevavase para fora de seu alcance. Seu choque com a forma como havia se derramado por cima dela, a sensação incrível que sentira quando literalmente a tocara em todos os lugares ao mesmo tempo, era indescritível. Sempre pensara que Demônios eram muito puritanos, tão aborrecidamente adequados. Sabia do fato que eram tão racistas quanto os vampiros. A ideia de estar fora de sua espécie para o gozo era algo que simplesmente não consideravam. Bem, pela primeira vez, Jasmine podia ver algum mérito em considerá-lo. Oh, não que jamais fosse realmente fazer algo do tipo, mas se alguma vez fora tentada, havia sido cinco segundos atrás, quando foi tocada de uma maneira que ninguém a tocara antes, ou, que seria provável que jamais a tocassem novamente.
Tentou se livrar da peculiar essência que parecia ter deixado em seu corpo faminto. Honestamente, pensou divertida, enquanto se lembrava da fuga dele, Demônios eram, de longe, a raça mais ansiosa, mais exagerada de Nightwalkers já conhecera. Mesmo os irritantes Shadowdwellers sabiam como se divertir enquanto causavam travessuras maliciosas em todos os lugares que podiam. Mas os Demônios ... por toda a gama variada de poderes dos elementos, os Demônios atolavam-se em tantas leis, moralidades e auto recriminações, que era uma maravilha que sequer soubessem como propagar sua própria espécie! Embora, considerou astutamente, este Adam parecia que daria à uma garota uma cavalgada justa o suficiente pelo seu dinheiro. Jasmine suspirou e estendeu seu corpo que formigava, o frio da noite em guerra com o calor de seus pensamentos. Ele era um bruto, refletiu. Talvez estivesse intrigada porque a maioria de sua própria raça era composta de homens de aspecto pueril, pernas longas elegantes e magras. Quando viveu com comitiva de Damien, como estava pensando em fazer mais uma vez assim que chegasse até eles, muitas vezes trocava de roupas com os machos e quase não havia disparidades no ajuste. Mas esse Demônio... Ele era bem mais alto em várias polegadas e, pelo menos, uns vinte quilos a mais de peso em relação ao Príncipe Damien, era muito grande mesmo para a sua raça. Os ombros de Adam eram amplos o suficiente para bloquear sua visão da lua completamente. Erguia-se sobre a altura dela e sua adaga, obviamente, foi especialmente feita para a largura e para o tamanho monstruoso de suas mãos. Nunca viu mãos tão enormes antes e, embora aos noventa e três fosse ainda considerada 5 7
bastante jovem para uma vampiro - para um Nightwalker, verdade seja dita - achou que havia visto o suficiente. Jasmine lentamente se ajoelhou no arbusto aos seus pés, a mão alcançou o punhal que ficou esquecido no chão da floresta. Era algo de uma beleza mortal, pesado e adornado com jóias ao longo do punho, em um padrão delicado de águas marinhas redondas. Habitualmente as pedras eram volumosas ou grosseiramente cortadas, mas estas foram agrupadas em pares por tamanho e foram facetadas para capturar toda e qualquer luz. Que pouco prático, pensou. Chamaria a atenção muito facilmente, fazendo um ataque surpresa completamente impossível. E mesmo assim nunca vira uma arma tão bonita. Segurou o comprimento dela contra o seu peito e pensou em seu dono. Mais uma vez, Jasmine se viu contemplando várias possibilidades sexuais com um homem que não era de sua espécie. Surpreendeu a si mesma. Não se considerava tão lasciva quanto os outros de sua raça. E não se excitava geralmente com a ideia de sexo com alguém que não fosse um vampiro. Outros vampiros podiam flertar com os seres humanos, mas a ideia de ter sexo fora de sua espécie não era para ela. Geralmente. Enfim, preferia muito mais um bom livro, aprofundar-se em ciências modernas ou simplesmente assistir a tolice dos outros. Adam fora uma oportunidade de diversão e agora o momento passou. Seria facilmente esquecido...
Agora era melhor se concentrar na necessidade de uma boa e longa refeição. Então, ia encontrar Damien e ele a distrairia com histórias sobre esta guerra contínua.
CAPÍTULO 4 Damien sentiu a vibração de um vampiro entrando em seu território como se fosse um terremoto dentro dele. Claro, estava cercado literalmente por Vampiros, dezenas deles ao mesmo tempo indo e vindo de seu território quando caçavam a uma distância respeitosa de onde ele morava. Mas podia sempre sentir os que não pertenciam, os que tinham problemas em suas mentes, e aqueles... que eram especiais para ele. Ela era jovem ainda, jovem demais para ter crescido além das funções naturais do corpo, como respiração, batimentos cardíacos e circulação. No entanto, estava perto de 5 8
mudar. Seu corpo seria muito maduro nos próximos anos, mudando completamente em química, características e todas essas coisas físicas deixariam de ser autônomas. Mas, mesmo tão jovem como era, ele nunca a viu como infantil, como sempre fazia com os vampiros recém-nascidos. Ela era sábia além de seus anos, pensativa e inteligente, estimulando sua mente. Ele ficou esmigalhado quando, com apenas 54 anos de idade, ela ficou tão devastadoramente entediada com o mundo que decidiu ir para a terra. Mas ele entendeu. O surpreendeu que acontecesse enquanto ela era ainda muito jovem, e esse tipo de sensibilidade não era um bom agouro, nada de bom para seu futuro. Ele teve esse sentimento uma vez quando se tornou desencantado. Uma vez. Então encontrou o propósito ao se tornar o líder de seu povo. Governar uma espécie inteira de criaturas facilmente entediadas, feitas para combater, era um constante desafio. Depois, houveram desafios adicionais, um constante trabalho para manter a cabeça no pescoço. Havia sempre Vampiros em algum lugar que se imaginavam mais forte do que ele, dentro ou não das regras. Gostariam de lutar com ele, na esperança de derrotá-lo e tornar-se governante em seu lugar. É certo que os desafios diminuíram e ocorriam com menos frequência porque se tornou claro que estava ali para ficar. Além disso, tinha muitos aliados leais, e seus apoiantes eram muito capazes de cuidar dos pequenos problemas antes mesmo de chamar sua atenção. —Stephan! — Damien sentou rapidamente, arremessando um par de vampiras gêmeas, não se importando realmente onde as mulheres caíam, enquanto ficava de pé e deixava o salão onde estivera ocioso. Stephan, um vampiro jovem e ansioso com gosto para a luta, entrou da maneira como o próprio Damien entraria. Stephan era um soldado de alta patente na Vanguarda e bom para encontrar uma posição de comando. Era obstinadamente leal, sempre lá quando Damien precisava dele, e um inferno de assassino. Vampiros e demônios eram um pouco incompatíveis
quando se tratava de combates, e os Demônios elementares eram capazes constantemente de mudar de forma e usar os elementos do mundo ao seu redor como munição. Mas Vampiros como Stephan tinham a selvageria e dedicação do seu lado. Qualquer truque Demônio poderia ser derrotado com um pouco de ingenuidade e os poderes dos Vampiros eram naturais.
5 9
—Sim, Príncipe Damien? — Stephan perguntou, rapidamente fazendo uma reverência. —Jasmine retornou. Traga- a para mim de uma vez. —Meu senhor. Stephan acenou com a cabeça em aceitação e virou-se com pressa para a saída mais próxima. Ele quase correu para Jasmine no processo. Ela ficou com uma mão na cintura, um sorriso singular nos lábios, com um vestido de tecido mais áspero cobrindo seu corpo. Stephan sorriu, a pegou pelo braço, levou com quatro passos até Damien e se curvou ao seu senhor. —Jasmine, como pediu, meu senhor, — disse ele com um sorriso insolente. Damien disse uma palavra brincalhona para ele, despenteando seus cabelos loiros. Então ele rapidamente o empurrou de lado e alcançou Jasmine que pulou num caloroso abraço. Ela suspirou quando aceitou seu carinho. Ele acariciou seus cabelos pretos emaranhados pelo vento de volta para que pudesse ver seu rosto. —Assim, apenas uma década, hein? Pequena mentirosa. Mais como quatro. —Eu estava com sono, — argumentou, sorrindo para ele. —Então, está satisfeita consigo mesma para achar que eu perdi você? —Mais o prazer de encontrá-lo bem barbeado. Da última vez que te vi, estava com barba e bigodes pontudos. Uma moda ridícula, se me perguntar. —Humm. E aqui estava pensando em deixar crescer novamente, — disse ele enquanto esfregava o queixo pensativo. —Faça o que quiser. Sempre será você de qualquer maneira. —E por falar em moda, o que é essa coisa horrível que usa? —Algo limpo deixado para secar numa linha. Não tinha vontade de congelar todo o caminho até aqui. Ainda é inverno, como sabe. Talvez devesse ter me levantado no verão, — Jasmine pensou. —Não. Nunca poderia suportar mais três meses sem você, — declarou Damien. Jasmine zombou disso. Certamente ele sentiu sua falta, mas estava certa que não perdeu um único momento de todos os dias das últimas quatro décadas, enquanto ela dormia. Mas Damien tinha um dom para o dramático e para elogios, e gostava de fazer aqueles com que se preocupava se sentirem especiais da maneira que pudesse. —Vamos encontrar um bom vestido, amor, — ele disse. —Um vestido? Devo? — Ela gemia. —Bem, estou certo que podemos encontrar alguns tubinhos justos. Independentemente do que escolher, nosso alfaiate se mantém informado sobre moda, e usa os materiais mais requintados que pode encontrar. Venha comigo e pode escolher.
6 0
Jasmine rapidamente começou a segui-lo, ansiosa por algumas sedas agradáveis de usar. —Portanto, estamos ainda em guerra com os Demônios, pelo que ouvi. Damien suspirou. —Sim, — ele admitiu. —É tão entediante, eu sei. Mas agora que estamos sobre isso por tanto tempo, estou um pouco perdido a respeito de como devemos pará-lo. —Bem, estou certa que encontrará um caminho. Preferiria não ter Demônios tentando me molestar onde quer que eu vá. Embora, ela pensou, alguns assédios eram melhores que outros. Jasmine capturou não apenas um pensamento, mas também uma memória aquecida que desabrochava de seu encontro com o demônio da água. Adam. Noah estava completamente confuso. Conhecia Adam por toda a sua vida. Não só eram melhores amigos, mas Gideon, que era Siddah do Rei Demônio, também era de Adam, Noah era somente 40 anos mais jovem que Adam, então foram criados quase como irmãos quando Noah foi acolhido. Portanto, Adam sempre foi menos um primo e mais como um irmão mais velho para Noah. E embora estivesse além da idade de precisar de orientação, Noah usava essa dinâmica. Adam sempre foi o único a dar sua versão de sabedoria, no controle de certas situações por sua moralidade, enquanto Noah tendia a ser impetuoso e temperamental. Quando o Rei vacilava, muitas vezes se virava para o Executor para salvá-lo e orientá-lo. Mas esta noite... Noah observava com fascínio honesto como Adam passeava num circuito duro no chão da sala principal do seu castelo. O Demônio da Água mantinha ambas as mãos ao nível do seu cinto de armas, alternadamente agarrando a bainha de punhal vazio à direita ou o pomo da lâmina à sua esquerda. Suas botas batiam furiosamente contra o chão de pedra enquanto andava de novo e de novo, sua respiração vindo numa fúria alta que ecoava pelo quarto, que de outra maneira estaria silencioso. —Racinha pequena... — Adam explodiu num rugido de indignação frustrado, girando para enfrentar seu companheiro perplexo. —Nunca acredite quando alguém tenta dizer a você que as mulheres são o sexo frágil! Ah. Clareza, finalmente, Noah pensou com uma risada interior. Nunca teria esperado que fosse uma mulher que agitasse a calma plana de Adam. Havia alguns que pensavam que o Executor era desprovido totalmente de emoção, mas os poucos que estavam perto dele sabiam que Adam enterrava seus sentimentos nas profundezas da moral, honra e dever. Noah compreendia a abordagem de aparentemente ter um coração frio, já que o trabalho de Adam era, por vezes, punir aqueles que via e convivia todos os dias. Aqueles que secretamente respeitava.
6 1
Chegar perto emocionalmente de alguém significava arriscar colocar uma espada através de seu próprio coração e ser forçado a uma batalha em nome de seus deveres TWKliek como Executor.
Nightwalkers 06
Noah se tornou uma das duas únicas exceções fora da família imediata de Adam. Elijah, o guerreiro, era o outro. O Rei levava este privilégio muito a sério, por isso, apesar de sua diversão, percebeu que Adam estava genuinamente perturbado. —Imagino que tem uma mulher específica em mente? — Perguntou ele. —Sim! Não! — Adam rebateu rapidamente num instinto de autopreservação. —Não importa. Elas se esforçam para nos desorientar e nos levar para bases e comportamentos ridículos, sejam elas mães, irmãs ou amantes. Mesmo uma total estranha! Uma mulher pode ter o poder de seduzir e confundir um homem até que ele não sabe diferenciar o certo do errado! Cuidado, Noah — ele avisou ao seu amigo, apontando um dedo ameaçador para ele, — isso é o que leva muitos de nossos homens à perdição. —Sei. — Noah não podia resistir. —Então o que leva nossas fêmeas a nos enganar? Você quer dizer é que enganam a si mesmas? —Sim! Não! — Adam grunhiu de forma explosiva. —Me condene três vezes e me deixe rir do Destino, eu não sei! —Adam, — Noah disse calmamente, verdadeiramente preocupado agora quando se levantou para parar os movimentos furiosos de seu amigo perturbado. —Devagar, meu amigo, — ele o acalmou com cuidado —Lembre-se, não é a tentação que nos faz mal, mas o que há nela. O que quer que tenha acontecido, você claramente resistiu ao que foi jogado em seu caminho. Não estaria aqui confessando se fosse o contrário. —Sim, eu fiz, — concordou Adam, finalmente puxando uma respiração profunda e se centrando. —Mas nunca cheguei tão perto de cruzar a linha antes, Noah. Nunca entendi completamente como tudo consome... como é difícil voltar de um impulso, não importa o quão mal dirigido seja. —Não posso dizer que compreendo inteiramente, embora tenha sentido mais que minha parte desses desejos por carne e gratificação. Mas nunca desejei fora da minha raça e, eu nunca irei. Deveria sim ter uma morte horrível ao invés de encontrar hidratação para minha luxúria por uma mulher não-Demônio. —Nunca tenha medo, — Adam garantiu. —Enquanto eu estiver vivo, nunca irei permitir que chegue tão longe.
6 2
—Nisso tenho completa fé, — Noah reconheceu. —No entanto, percebo também que você é forçado a ser sua própria última linha de defesa. Quem tem para te puxar de volta do abismo da loucura como faz há tantos? —Meu pai. Ou talvez Jacob. Talvez até mesmo você poderia sentir minha perturbação, se estivesse ciente que deve ficar atento. — Adam respirou fundo e se recompôs. —E agora é consciente, primo. Mas pode ter certeza que a ameaça já passou, e, felizmente, é improvável que retorne. Meus deveres com os feriados santificados começam a me pressionar e já posso sentir que será bastante movimentado nas noites seguintes. — O Executor se virou para seu amigo e apertou fortemente os braços. — Devo agradecer. Gostaria que fosse um tipo diferente de visita. Mas seu apoio tem sido inestimável para mim.
6 3
—É bom ser capaz de prestar orientação para variar, meu amigo. Talvez isso signifique que ainda há esperança para minha maturidade. —Duvido muito. — Adam riu. —Te verei no festival. Sua mãe não irá escutar sobre sua ausência. —Estarei lá. Jasmine caminhava na propriedade de Damien com um passo lento e profundo. A fortaleza onde o governo romeno do Vampiro estava centrado foi feita de pedra e argamassa cuidadosamente trabalhada, se elevando muito acima da ardósia estéril das montanhas que a rodeavam, e pairava sobre qualquer pessoa que pudesse colocar os olhos sobre ela. Apesar que poucos vissem os vampiros, não eram facilmente intimidados. Estavam dentro do território de Damien, longe de qualquer assentamento humano na área. Felizmente, os humanos eram muito supersticiosos e muito facilmente assustados. Eles não tinham desejo de explorar uma área que dava medo. Enquanto ela caminhava pelo pátio aberto, sob a protegida ponte levadiça, começou a encontrar servos Vampiros correndo sobre seu trabalho manter casa de Damien. Ela se perguntou quem nesses dias acompanhava Damien. Havia sempre uma comitiva de caçadores de prazer à procura de diversão e emoção, correndo atrás dele. Mal deu uma volta no interior do edifício real antes que fosse arrancada de seus pés e girada sobre ninguém menos que Damien. Os fortes ombros salientes de músculos a sustentavam no alto no ar e os olhos azul-escuros do príncipe vampiro riam para ela em puro deleite. —Não posso expressar a você o quanto estou feliz que voltou! — Era alívio e bronca ao mesmo tempo, e ela acariciou com dedos quentes através de seu cabelo. —Sinto muito. Acho que minha melancolia levou a melhor sobre mim na época. Simplesmente não queria nada mais que ir para o chão e dormir. Damien acenou com a cabeça, deixando-a deslizar abaixo por seu corpo grande e a soltando de volta em pé. Ele a olhou com um olhar mais severo e avaliador. —Parece muito melhor agora. Adequadamente vestida. Um banho de moda. — Damien olhou o belo vestido de baile que usava, sem xales, armações, echarpes. O alfaiate não teve dúvida sobre a costura e o colou aqui e ali para acomodar sua forma pouco convencional de usar o vestido. —Realmente esperava que usasse trajes masculinos. —São volumosos e enfeitados como roupas de uma senhora. A moda não mudou muito. Prometo que se quiser, terei roupas como a de algumas garotas adequadas, para que possa as tirar em público. Mas devo me vestir na moda Inglesa ou italiana? Talvez francesa? —Talvez possa seguir o caminho dos holandeses. Nenhuma joia pesada. Ela bufou. —Faria uma péssima puritana. Acho que encontrarei meu caminho. Só preciso de algum tempo para colocar meus pés acima do solo, em vez de abaixo dele. —Vou atribuir uma menina à você. Ou precisa de duas? —Uma deve ser um bom começo. Ela pode encontrar ajuda se precisar. 6 4
TWKliek
Nightwalkers 06
—Enviei suas coisas para o depósito, e as colocarei no quarto ao lado do meu, — Damien a informou. —Humm. Muito bem. Existe alguma coisa que eu deva saber sobre o mundo em geral? Fora o fato que os Demônios querem nos matar? —Exagera realmente as coisas. É mais um... jogo. Jogamos olho por olho. Não é como se qualquer um de nós estivesse organizando ataques enormes com nossos exércitos. —Humm. Isso explicaria por que o Demônio não me matou — disse. —Que Demônio? —Corri de um na floresta. Não era um incômodo — disse ela, indicando que o assunto acabou. Bem, a não ser que contasse essa lembrança íntima sobre seu corpo nu que a incomodava. Na verdade, ele a fez desejar coisas. Coisas proibidos em ambos os lados de suas culturas. E ficou claro pela aversão por sua raça que ele fez tudo contra seu melhor juízo. —Que noite é essa? — Perguntou ela. —É véspera de Beltane. É tempo das comemorações, no dia seguinte. Com você aqui, faremos um festival tremendo! — Ele a abraçou até que achou que quebraria suas costelas. Estava começando a ter a sensação que ele realmente sentiu falta dela. —Quanto tempo estive fora, exatamente? — Ela perguntou. —Oh, diria que um bons 40 anos agora. Me deixou logo após visitarmos a Rainha Elizabeth. —Depois que Dawn foi morto num campo de batalha francês, — reconheceu. — Como a pequena rainha sardenta está, afinal? —Muito bem realmente. Da última vez que ouvi algo sobre ela, ainda estava viva. Nunca se casou, nunca produziu um herdeiro real e nunca se importou com o que alguém pensasse nela. Vejo um pouco de você nela, embora nunca pareceu gostar dela. —Humm. Talvez eu possa ter sido precipitada no meu julgamento, — ela disse com um sorriso. —Não pensei que ela faria isso, inclusive sem um homem, do jeito que ficavam sempre dançando em sua presença. Tantos acham que sexo é tudo, devido ao progresso e a performance. —Na verdade, — ele disse com alegria em seus olhos azul meia-noite, —Acho que são as mulheres que afinal são tudo na maioria das espécies. Vocês são aquelas que devem trabalhar suas mentes, corpos e almas no mais difícil, a fim de nos manter. —Tal qual um pensador progressista, — ela o elogiou. —E mais uma guerra sua com os demônios. Muito perigoso. 6 5
Damien encolheu os ombros. —Gosto do perigoso, — disse ele de maneira previsível. —E você? — Perguntou ela. —Tem uma mulher? Filhos por acaso? Ela não se surpreendeu quando ele balançou a cabeça. Damien não tinha interesse em envolvimentos românticos. Não tinha a ideia de lar, casa, e família tampouco o atraía. Como a rainha Elizabeth, provavelmente morreria sozinho e sem restrições por todos esses tipos de complicações. E era a previsibilidade de Damien em assuntos como este que o tornavam tão delicioso para sua companhia. Jasmine sorriu pelo pensamento e abraçou seu corpo contra o dele.
—Por isso, seremos apenas você e eu, dois solteiros solitários e contentes, andando juntos ao longo dos séculos, — disse ela alegremente. —Sempre, — assegurou a ela. —Desde que consiga se manter acima do solo com o resto de —Eu farei o meu melhor, prometeu a ele. Adam atravessou os vagões bem agrupados e barracas dos ciganos que acamparam nas terras de seu pai na noite anterior. Em honra do festival Beltane, bandeiras alegremente coloridas estavam penduradas. Esses andarilhos eram muitas vezes rotulados como ladrões e prostitutas, batedores de carteira e criminosos, mas Adam nunca concordou com a avaliação duramente crítica. Já que os demônios começavam a se ver forçados a imitar a cultura humana cada vez mais ao longo dos séculos, a fim de se manterem e não atrair atenção indesejada, podiam apreciar o quão restritivo pensamento tacanho podia ser. No entanto, o Rei Demônio foi sábio em manter um perfil baixo quando os seres humanos começaram a povoar a terra fortemente. Tudo que tinham que fazer era observar como o Licantropos e, pior ainda, os Vampiros se fizeram de alvos a si mesmos e agora eram caçados por fanáticos supersticiosos humanos. Tão poderosos como as raças Nightwalker eram, tinham seus pontos fracos que os povos das horas da luz solar podiam explorar, causando grandes danos e até morte. Os ciganos eram, talvez, o mais próximo dos seres humanos que estavam cientes de qual a verdadeira natureza da família de Adam. Enquanto para a maioria dos seus parentes de fora pareciam apenas outra rica família nobre, os ciganos tinham suas maneiras de ver além da fachada. Eles, também, viviam principalmente na noite, e com seus próprios mistérios e percepções místicas do futuro, talvez estivessem destinados a 6 6
um dia ser os primeiros seres humanos a ganhar o rótulo de Nightwalkers para si mesmos. Adam estava interessado no estilo de vida dos ciganos. Era sempre um espanto para ele como as coisas mudavam muito de clã para clã e de ano para ano. Às vezes, via a mesma cara em todos os feriados por anos, em outros momentos nunca reconhecia um único a partir de Samhain a Beltane. Ele esteve ocupado desde que deixou Noah, perseguindo um Demônio perdido, poucos precisando de execução, então estava pronto para desfrutar um pouco de tempo para passear sozinho por um tempo. Os ciganos eram apenas uma distração que precisava para tirar sua mente de... De fêmeas perturbadoras. O encontro ainda se agarrava nele, como uma névoa abraçando baixo e úmido no chão. A forma da Vampira sensual e feminino pareciam queimar em sua mente como o sol queimava nos olhos de um homem depois que olhava para ele por muito tempo. Precisava de uma distração saudável, embora não pudesse imaginar por que a caça não era suficiente para fazer o truque. E como de costume, o foco dedicado à sua arte, consumindo e
queimando todas as minúcias da vida. Ele se frustrou ao descobrir que não era o caso em apreço. Aqueles olhos escuros, condenáveis haviam atingido seus pensamentos com teimosia sem fim. Adam voltou sua atenção para seu entorno imediato, mais uma vez. As tendas estavam abertas, as fogueiras eram acolhedoras e convidativas, e em quase todos os lugares alegres mulheres jovens vestidas cantavam e dançavam. Adivinhos eram a criação de áreas onde se podia ler runas, tarô, ou outros dispositivos de fortuna dizendo para quem pagasse algumas moedas em troca. Os homens estavam no jogo ou tráfico, as crianças correndo loucamente como se não houvesse um cuidado ou perigo a ser encontrado em todo o mundo. Era uma atmosfera exótica, que verdadeiramente o encantava. Quando se afastou do acampamento para a floresta, Adam sentiu seus sentidos clareando pela desordem de estímulos dos ciganos. Começou a se acomodar num lugar tranquilo dentro de Uma quebra de um galho veio de cima dele e ele olhou para cima bruscamente. De repente, podia sentir a presença de outro ser. Apenas o teor de água no sangue, foi o suficiente para atrair sua atenção, mas foi a súbita aparição de um rosto pálido e belo em meio de uma nuvem de cabelos de ébano que realmente chamou sua atenção. 6 7
Ela estava vestindo roupas desta vez. Depois de um banho de moda. Suas roupas se agarravam à sua figura feminina na maioria dos lugares, ou caíam soltas e descuidados em outros. Os cetins e veludos ricos eram de cor dourada, enfatizando a beleza de seus olhos castanhos, e estava claro que ela não tinha interesse em vestir roupas convencionais. Mas ela estava amarrada em um espartilho, o casaco dela acentuando o impulso de seus seios durante um decote, baixa curva. —Vampira, — ele rosnou, a aspereza de seu tom certificando-se que ela sabia que não era uma saudação e ela não era bem-vindo. Ele ainda estava envergonhado de si mesmo para a forma como ele tinha perdido o controle com ela, e ele ainda poderia lembrar a divindade de sua pele e como ela se sentia como ele tinha movido sobre ela em uma corrida que flui. Apenas a memória estimulada sua mente e corpo, despertando interesse e despertando sua libido. Ele não queria estar atraído por ela assim, mas isso não mudava o fato. Não importa o quão ofensivo fosse a ideia de tomar uma mulher fora de sua espécie, ela tinha um poder sobre essa parte dele que era difícil controlar e combater. Era como se ele pudesse sentir a lua de Beltane queimar suas costas como um sol cheio e glorioso. Estava o envenenando, fazendo-o pensar e sentir de maneiras que devia achar ofensivo e repugnante. A vampira pulou do galho grosso que ela pousou e caiu aos seus pés bem na frente dele. Ela levantou-se para sua altura completa, sua postura acentuada pelo tecido brilhante que usava, suas saias rodadas e pesadas no lugar contra seus quadris e pernas. Parecia um presente ricamente embrulhado. A reação de Adam foi pegar o punhal de sua cintura, mas sua mão apareceu vazia, foi então que recordou que o perdeu da última vez que se encontrou com ela.
—Procurando isso? — Ela ergueu a arma primorosamente feita, a girando habilmente contra a palma da mão antes de pegar e agitar debaixo do seu nariz. —Estou quase tentada a mantê-la como um presente, — disse ela, com seu sorriso astuto, —uma espécie de troca justa. Você tomou liberdades comigo, e posso tomar liberdades com isso. Adam era uma pedra em silêncio enquanto ela o provocava com sua adaga. Ele ficou tenso da cabeça aos pés quando ela chegou ainda mais perto dele. Perto o suficiente para que ele pudesse sentir o calor que irradiava dela. Ela deve ter se alimentado há pouco tempo para senti-la tão quente. Ele tentou usar esse conhecimento para endurecer contra ela, mas era difícil quando podia cheirar a riqueza da terra e da 6 8
floresta em cada centímetro seu. Ela cheirava como uma mulher devia, com toda a complexidade de seu sexo pairando ali mesmo para os sentidos para pegar. —Tem coragem, — disse ele rispidamente, —Vir entre meu povo. Será percebida como uma ameaça, e irão mata-la por esta transgressão. — Ele sabia enquanto falava que as palavras eram mais um aviso que uma ameaça. Estendeu a mão para agarrar a mão dela enrolada em torno de sua adaga. —Teriam que me matar, pois estou retornando à sua propriedade e você? — Perguntou ela maliciosamente, se recusando a abrir a mão ou renunciar a arma. —Eu não quis dizer isso, — ele admitiu se aproximando. —Bom. — Seu sorriso era manhoso com seus sensuais olhos quando ela estendeu a mão livre para pegar a bainha vazia em seu cinto. Ele soltou sua mão quando ela virou o punhal em direção ao seu corpo. Devia ser a última coisa a fazer. Por que deixaria um vampiro armado tão mortal perto de seu vulnerável ventre? Mas ele não viu nenhuma intenção cruel naqueles olhos escuros e incômodos dela. Tudo que viu foi seu desejo de o insultar e provocá-lo. Ele sentiu o puxão forte em seu cinto de armas, e ela finalmente virou o punhal e deslizou lentamente na bainha. Ela empurrou com força e firmeza, a ação os unindo, peito a peito. Ela estava sob seu nariz agora. Ele podia sentir a sensualidade dela em ondas interessantes. Ela ainda inclinou a cabeça para trás e levantou a boca para dentro de um sopro de sua. Assim como que ele se sentiu inundar de calor, o sangue correndo para endurecer seu corpo em reação ao dela. Adam queria amaldiçoá-la por isso, maldição, mas estava muito ocupado sendo cativado pela forma sugestiva que ela olhava para sua boca. Tudo nela estava implorando por um beijo, e tudo sobre ele queria dar a ela. Ele queria esquecer quem ele era e quem era ela e simplesmente entregar-se a química que queimava tão furiosa entre eles. Mas o fato é que ela era um vampiro, e vampiros não eram confiáveis. Além disso, beijá-la seria violar a lei. Ele também teve que considerar que ela era provavelmente brincava com ele, simplesmente divertindo-se às suas custas. —Você devolveu a minha arma, — disse ele asperamente. —Agora você deve ir antes que seja descoberta, ou antes que eu mude de ideia e a mate eu mesmo. A ideia a fez sorrir, um enrolar lento de seus lábios de um lado.
6 9
—Você quer meter o punhal dentro de mim, Demônio? — Perguntou ela. Não havia como negar sua sugestão. Não havia dúvida, porque seu coração disparou pela própria ideia, o calor em seu ventre afundando baixo e duro dentro dele. —Gostaria que fosse um mundo diferente, — ouviu-se murmurar para ela, baixando sua cabeça impotente para roçar seus lábios nos dela. Tal magnetismo! Ele nunca tinha sentido nada assim! Eletricidade que explodia em seus sentidos. Ele simplesmente não conseguia compreender como podia sentir tanta necessidade de uma criatura tão diferente de si mesmo. —Mas não é, — ele observou enquanto se afastava dela. Ele deu um passo para trás, sentindo seu corpo apertado. Isso a fez rir, com os olhos dançando de alegria. —Para um Demônio sóbrio e elitista essa atração a um palmo de seu nariz é ultrajante, — ela o provocou. —E se eu disser sim para você, provocadora? Se deixar meus instintos soltos sobre você e a tomar fisicamente, tanto quanto posso? — Ele soltou uma lufada de ar como um touro, se tornando mais e mais irritado. —Você não me teria. Provocação consumada é uma coisa, mas se manchar com o inimigo seria outra bem diferente para você. —Droga. — Ela fez beicinho, com os olhos quentes cheios de travessura. —Me pegou. — Ela se retirou, e com um alongamento simples de seus braços, levitou do chão e lentamente começou a subir uma distância no ar. —Até a próxima vez, então? —Quem é você? — Ele exigiu, de repente, sem saber por que devia se importar. —Deixarei que descubra isso. Talvez eu e você nos reuniremos novamente num mundo muito diferente do que este é agora, hein? Não seria interessante? Com essa especulação, ela voou acima das copas das árvores, acelerando em direção ao seu território. Sentindo-se um pouco desorientado, Adam fechou um punho em torno do enfeitado punhal que ela devolveu. Ele se perguntou por que ela se daria ao trabalho de ir tão longe, tão fora de seu caminho. Mas, novamente, ele foi um divertimento enorme para ela também. Maldita. Ela o jogava como um instrumento desajeitado nas mãos de um músico treinado. Veio expressamente para perturbar seu equilíbrio. E conseguiu. A pirralha. Bem, ela que não achasse que podia voltar a brincar com ele de novo, porque da próxima vez ele daria as cartas. 7 0
Da mesma forma, descobriu que estava sorrindo quando voltou para a propriedade de seus
—Você é uma espécie de burro, — decretou Jacob quando caiu duro na terra, seu corpo explodindo além e se tornando parte da poeira que caia. A nuvem de poeira rapidamente se reformou, retorceu acima numa coluna de seis pés, e num piscar, golpeou da forma usual de Jacob
e suas características. Fazia um show para tirar a terra dele mesmo, mas ficou afetado pela surpresa quando não havia poeira para ser encontrada. Fez uma busca diligente em si mesmo por um pontinho, mas não havia nenhum. O Demônio da Terra sorriu para seu irmão. —E sinto-me honrado que sinta essa necessidade de imitar seu irmão mais velho, — Adam atirou de volta. Ele se jogou em Jacob, seu corpo o empurrando num fluxo de água que pressionou um tracejado duro contra seu irmão, completamente encharcado quando acertou Jacob em cheio, mais uma vez, e o enviou alastrando na terra. —Filho da ... — Jacob balbuciou enquanto se esforçava para ficar em pé. —Não ouse desmerecer nossa mãe, Jake, — advertiu Adam enquanto entrava para ficar perto de seu irmão. —Eu não hesitaria em dizer a ela e ao pai o que você disse. A resposta de Jacob foi enviar um punho feito de pedra calcária no rosto de seu irmão. A gema duramente o atingiu e pegou Adam desprevenido. Sua cabeça e seu rosto queimavam da picada do golpe, e ele cambaleou para trás. —Maldição, foi uma oportunidade justa, — elogiou seu irmão. Jacob estava ficando mais e mais criativo quando brigavam. Se houvesse quaisquer dois elementos no planeta que tornavam uma luta difícil, Adam imaginou que Terra e Água seriam eles. Fogo e Água podiam parecer mais à frente, mas a natureza de sua capacidade de se anular numa luta era estranhamente simplista. Ele deveria saber, brigou com Noah vezes muitos. O rei demônio do fogo estava muito próximo dele em idade e por isso eram razoavelmente semelhantes na sua força e maturidade de seus poderes. Fazia sentido, crescendo à medida que passavam juntos, que treinassem sobre a melhor forma de derrotar um ao outro, a melhor forma de derrotar o elemento oposto polar que deviam ter derrubar. Mas ainda era bastante simples em sua maneira. A luta com Jacob era totalmente diferente, e muito mais criativa. Sua mãe gostava de brincar que os dois faziam juntos um prato de barro, e ela os viu fazer o suficiente dele 7 1
para saber a verdade. Mas seu irmão mais novo desenvolveu seu poder numa idade excepcionalmente jovem. Ele foi promovido muito jovem por causa disso. Felizmente para ele era o pai de Noah e sua mãe seus padrinho. Os três meninos nunca estavam muito longe, porque as terras dos pais de Noah, eram ao lado de Adam e Jacob, formando uma espécie de tríade poderosa, três dos elementos mais poderosos em sua forma masculina, cada um constantemente desafiando o outro para maiores alturas. Jacob aprendeu muito bem. Era por isso que, apesar da dor forte na mandíbula, Adam cuspiu sangue e sorriu para seu irmão menor. —Agora, essa foi uma batida boa, — elogiou ele. —Usei isso num vampiro na semana passada. Só que não extraí o golpe como fiz — ele teve que adicionar presunçosamente. Adam o deixou deslizar e deu um aceno para Jacob. —Eu acredito em você, Jake. Poderia ter levado minha cabeça naquele momento. Um dia poderá ser um excelente executor.
Isso fez com que Jacob puxasse de volta, sua linguagem corporal rapidamente se tornando defensiva. —Nunca serei um executor, — ele jurou drasticamente. —Você passará o papel para seus herdeiros. Me contentarei em caçar vampiros pela recompensa. —A guerra está perdendo poder, — assinalou Adam. —Acho que é óbvio que Damien dará um fim em breve, e sabe que Noah vai optar pela paz, se possível. Não haverá vampiros para caçar. Então o que fará com você mesmo? Venha agora, deve enfrentar os fatos. Vimos muitos dos nossos antepassados morrer neste trabalho, não entende que posso não viver para ver os herdeiros está antecipando? —Me recuso a falar sobre isso, Adam. Quer que discuta sua morte alegremente? Vou recusar inteiramente. — Era raro Jacob mostrar verdadeira raiva, mas estava mostrando isso agora, seus olhos escuros no fogo com raiva crescente. —David foi executor apenas um quarto de século antes de ser morto, — lembrou Adam à Jacob suavemente. Seu tio, predecessor de Adam, morreu na linha do dever. No seu trabalho de executor, foi forçado a matar um Demônio de Fogo, morrendo no processo da batalha. Normalmente, o papel de executor passava de irmão para irmão ou de pai para filho, mas David não tinha filhos. Seu tio Ariel já havia se demitido do papel de acordo com a lei de Executores Demônio. Devido à tradição, ele encontrou sua companheira, Sarah. No entanto, Asher, pai de Jacob e Adam, não era adequado para o papel de um lutador. Era muito estudioso, tendo passado toda a sua vida correndo atrás 7 2
de conhecimento e sabendo apenas o suficiente de táticas de combate para sua própria defesa, se necessário. Mas Adam era um guerreiro nato, e o traço de Executor forte em sua linhagem. Isso era forte em Jacob, também. Se quisesse abordar o tema ou não, Jacob era a escolha mais lógica para substituir Adam se algo acontecesse com o Executor presente. Adam não estava tentando perturbar seu irmão, e normalmente não teria empurrado o tópico sobre ele assim, mas depois da maneira como se comportou em torno dessa Vampira que o provocou na última noite, sentiu que era importante fazer Jacob consciente de determinadas responsabilidades que pudesse cair sobre ele. —Você sabe que eu tenho grande respeito e amor por você, não é? — Adam perguntou calmamente. —Não há ninguém no mundo que esteja mais perto. —Noah, — Jacob disse com um suspiro que estava tentando demasiado duro para ser contrário. —Mesmo acima de Noah, Jake. Nós somos irmãos. Gastamos muito de nossas vidas juntos. —Você e Noah gastaram mais, — ele se sentiu obrigado a apontar. Que era verdade. Noah e Adam já eram amigos no momento que Jacob apareceu. —Você realmente pensa que importa? Realmente acha que coloco alguém acima do meu irmão em meu coração? Aparentemente, Jacob achava. Adam poder ver o instante de questionamento e vulnerabilidade nos olhos de seu irmão. Houve apreciação e prazer iluminando Jacob pelo breve
momento que mostrou isso. Foi imediatamente seguido por um olhar astuto de suspeita. O irmão mais velho compreendeu. Jacob sabia que ele não sabia expressar afeto, muitas vezes ou facilmente. Ele apenas provava seu ponto, porém, que eles eram muito mais perto do que Jacob percebeu. —O que preocupa você? — Jacob perguntou à ele. E então Adam, de repente não queria mais viajar nesta rota. Era melhor não admitir fraqueza ao seu irmão ou qualquer outra pessoa. Noah era realmente uma exceção, mas isso porque era rei e era dever de Adam relatar eventuais falhas em si mesmo que pudessem afetar seu desempenho. Ou era isso que rapidamente disse a si mesmo. —Nada, — Adam roçou Jacob com um meio sorriso. —Suponho que esse soco que me deu me balançou sentimentalmente. Não se acostume com isso.
7 3
Jacob riu dele, o som ainda um pouco inseguro, mas Adam escovou o resto de fora, dando- lhe um tapinha contra sua bochecha. Que imediatamente despertou a natureza competitiva de Jacob novamente, e antes que percebesse, os dois homens estavam de volta a luta na lama. Para manter sua promessa a sua mãe, apaziguá-la e evitar todo seu temperamento, numa manobra, Adam convidou Hannah, irmã mais velha de Noah como sua acompanhante para a festa de Beltane. Ela estava no momento alegre e mantendo sua mãe ocupada numa barraca distante no acampamento cigano onde uma jovem de idade indeterminada estava vendendo belas jóias artesanais. Para ser honesto, Adam realmente gostava de Hannah. Talvez porque ela era mais como uma amiga que uma acompanhante, mas também porque não ficava tão intimidada por seu papel assustador de Executor como todo mundo. Claro, ela ainda tinha seus medos, mas respeitava onde estava em causa e provavelmente sempre o faria. Era de se esperar, considerando como sua posição e reputação que foram recebidos em sua sociedade. Ele há muito tempo resignou-se ao entendimento que nunca encontraria uma mulher que não teria sempre um pouco de medo dele. Mulher demônio, ele esclareceu em sua cabeça quando a imagem de olhos castanhos sensuais e destemido riso encheram sua mente. Talvez fosse parte de sua vontade, Adam pensou. Ela estava tão sem medo. Ela estava... em pé de igualdade. Adam encolheu os ombros longe dos pensamentos de vampiros e focou novamente na sua escolta da noite. Principalmente, o demônio do fogo jovem sabia o que ele fez e não queria dela o que esperava dele. Eles tiveram bons momentos juntos; ele gostava do temperamento que vinha com seu elemento infame, como igualmente de suas paixões voláteis. No entanto, ambos sabiam que ela iria sossegar e ter um firme compromisso com a família um dia. Talvez um dia muito em breve. De toda maneira, Hannah era uma doméstica no coração. Casa e lareira e uma criança em seu peito era o que ela mais queria. Adam não estava nem perto de querer qualquer coisa assim, e Hannah era bem ciente disso. Mas até que chegasse o tempo de se separarem e procurar seus futuros separados, mantinham a companhia do outro. Especialmente em situações como essa, onde Hannah ocupava e satisfazia
sua mãe que ele era capaz de gerenciar outras coisas. Hannah olhou na sua direção do meio da sua conversa, enviando um sorriso dissimulado feminino lhe dizendo que esperava ser reembolsada por ser uma companheira amável. Adam riu baixinho, atraindo 7 4
alguns olhares apreciativos de duas meninas ciganas jovens que estavam sentadas na grama escura com seus pés descalços e tornozelos cruzados casualmente diante deles. Inclinavam a cabeça juntas e fizeram um show de sussurros enquanto descaradamente o apreciavam. Estranho como sua aparência escura e sensual não o tocava de tudo, e ainda... Zangado consigo mesmo por mais uma vez estar obcecado com a vampira, Adam afastou-se da azáfama do festival e dos ciganos por um momento, movendo-se para as profundezas da floresta próxima. Ele precisava de um momento de paz para que pudesse chegar e testar seus sentidos para qualquer problema entre os demônios. Embora não fosse tão atribulado como Samhain, Beltane era ainda duro sobre a psique Demônio, o Hal cheio devido a lua pressionando suas mentes com força, implorando para deixar suas paixões correndo soltas. O Executor podia sentir aqueles que estavam enfraquecendo, que cediam a essas forças. Ele nasceu com a habilidade como parte de suas características, e tudo que devia para caçar aqueles que estavam escorregando livres de controle. Aqueles que podiam pôr em perigo vidas inocentes. Mas enquanto estava ali na escuridão silenciosa, não ouviu nenhum aviso, não sentiu a tensão de qualquer outro demônio lá fora. O Executor pôde ficar tranquilo, sabendo que não havia nada para ele fazer, apenas apreciar o festival Beltane com sua família. Quando Adam saiu da floresta e voltou para o acampamento cigano, Jacob encontrou-se com ele. —Muito inteligente, trazendo Hannah para apaziguar mamãe, — seu irmão mais novo zombava dele, balançando a cabeça para a fêmea Demônio em questão. —Pelo menos não estarei no lado ruim das Mães pela manhã, — Adam disse distraidamente, tentando se concentrar no mundo em torno dele novamente, tentando afastar a sensação de tornar Executor seu filho ou irmão. —Mamãe não tem um lado ruim, apenas o da intromissão, — Jacob apontou com um suspiro. —Ignore seu pedido que traga uma acompanhante. — Adam colocou energia na conversa. —Você ganhou uma série constante de palestras nesta semana. Estou feliz que tem tempo para elas. Eu, porém, tenho coisas mais importantes a fazer. —Isso é o que diz, — Jacob provocou, seus olhos escuros reluzindo como os das meninas ciganas. —Eu prefiro pensar que é simplesmente um menino pouco treinado. —Pensar assim é como alguém encontra seu rosto beijando a terra quando vier amanhã ao treinamento. Jacob não ficou impressionado com a ameaça, e mostrou em seu casual encolher de um único ombro. —Você deu sua palavra, — Adam pressionou. —Não, você deu minha palavra, há uma diferença.
7 5
—Isso é detalhe. —Hannah é exatamente o tipo de menina que mamãe adoraria ver você envolvido, — Jacob disse, mudando o assunto de volta para insultar Adam. —Ela é da casa real, ela é esperta, atrevida, e sensível, e mamãe gosta dela. Acho que seria se preocupar em não acabar no altar e parar de se preocupar de me ameaçar. —Hannah é mais esperta que procurar em mim por casa e lar, — Adam respondeu, claramente despreocupado. —Temos uma excelente amizade, somos excelentes companheiros de cama ocasionalmente e nada mais. —Ela procura um marido, — Jacob pressionou, tentando obter uma melhor saída para Adam. —Não muitos de nós são orientadas dessa forma, mas Hannah é. —Procura, sim. Mas em mim, nunca. Ela é inteligente demais para isso. — Ele virou uma mão impaciente com seu irmão. —Pare de me importunar. Se ficar zumbindo sobre mim como uma mosca por muito mais tempo esmagarei você. —Você pode tentar, — foi a réplica arrogante. Adam arruinou sua ameaça, sorrindo. Um dia, essa ameaça seria real, a verdade por trás dele, se Adam não mantivesse seu irmão jovem. Jacob podia ganhar a melhor mão, porque um dia teve a sorte de ter nascido sob o elemento da Terra. Era um poderoso elemento, controlando quase tudo que afetava o planeta. Talvez um dia o céu e o universo além se tornassem parte de seu domínio, mas, muito provavelmente, faltasse um longo tempo antes de uma criança nascer de um elemento dessa magnitude. E enquanto Demônios eram muito mais avançados em ciência, cultura e lógica que seres humanos, ainda eram reconhecidamente selvagens de outras maneiras. Se estivessem acima de selvageria, não haveria necessidade da profissão de Adam. Ele sabia que a maioria dos Demônios desejava que não houvesse tal coisa como um Executor. Sendo tentados com desejos proibidos, sentia afinidade com seus irmãos profundamente. Ao considerar isso, Adam de bom grado desistiria de sua profissão, se isso significasse nenhuma loucura mais no luar ou noites se esticando devido ao Hal. Ignorando os pensamentos do impossível, se concentrou em castigar seu irmão problemático. —Tem mais de dois séculos de idade e supostamente é um adulto altamente respeitado e bem sucedido, — ele comentou com Jacob. —Por que só age como um fora da nossa casa? —Porque se não fosse por mim, você levaria as coisas muito a sério. Jacob se abaixou rapidamente para evitar um golpe de Adam.
7 6
Foi quando Adam viu a menina cigana que permaneceu não muito longe de Jacob. Ela não socializava com qualquer um dos outros. Em vez disso, ficou para trás, envolta no luar, árvores e sombras, assim como uma capa cor de vinho com capuz, material incomum para uma menina rica de sua estação. Ela estava a poucos metros atrás de Jacob, seu hálito turvando o ar. A noite no início da primavera era fria e cortante, apesar das fogueiras acesas para o festival, mas Adam teve subitamente a sensação que não era o frio que a fazia puxar o tecido de seu manto tão fortemente em torno de si mesma.
Ela parecia com medo. Estranho. Os ciganos usualmente ficavam bastante à vontade com eles. Eles ainda partilhavam quase as mesmas crenças religiosas, provavam ser bastante abertos e aceitar os Demônios. No entanto, dificilmente poderia culpá-la por seu medo quando sua espécie recebeu censura de tantos outros. —Jacob, se me desculpar? Ele tinha a estranha necessidade de investigar essa estranha jovem. Como filho mais velho, era seu dever manter um olho afiado em todos os convidados nas terras da família hoje à noite. Sua ansiedade parecia golpear uma corda especial nele, e Adam era muito experiente para obedecer aos seus instintos quando se tratava de coisas como esta. Adam sentiu Jacob se virar para ver como se movia em torno dele e começava a atravessar as crianças, grama molhada, a fim de abordar a menina que despertou seu interesse. Ele viu os olhos escuros de cor indeterminada olhando por baixo do capuz. Adam desacelerou seus passos quando percebeu que os olhos não estavam focados nele como pensou inicialmente. Estavam fixos apenas em seu irmão. Fez uma pausa, voltando-se para seguir a linha de sua visão de volta para Jacob, incapaz de deixar de se perguntar por que ela olhava para ele de tal maneira voraz. Era bem possível que estivesse apenas atraída por ele, Jacob era, depois de tudo, um herdeiro seriamente bonito com genes muito poderosos e atraentes. Mas ela ficaria desapontada se achava que ia atrair Jacob para sua cama. Demônios não acasalar com humanos era seu tabu principal, depois de tudo. No entanto, com a lua cheia de Beltane espreitando acima deles, e depois de tão recentemente ter enfrentado seu próprio desejo rebelde por uma mulher inadequada, Adam teria cuidado pelo bem-estar de seu irmão. Ele estava momentaneamente feliz em ver que Jacob não notou a menina nem por um segundo. Claro, Jacob seria o último Demônio a quebrar esse código particular. Seu 7 7
irmão preferia morrer a agir com tais desonras prejudiciais. Os humanos eram muito frágeis. Seria como pegar um gato pelo rabo, com a intenção de balança-lo e liberá-lo em velocidade. Você sabia que era errado, sabia que seria doloroso e perigoso para uma criatura mais vulnerável, possivelmente resultando em morte. Fazê-lo, de qualquer maneira, seria o equivalente a brutal coração frio em direção a uma criatura inocente e indefesa. Jacob era incapaz de tal brutalidade. Adam acreditava nisso, com toda a sua alma. Pelo menos, se Adam cruzasse a linha e levasse seus desejos para que concluísse com a vampira, ele só teria quebrado as leis de pureza. A atrevida Nightwalker era mais que sua igual em força, toda constituição feminina, e não a teria machucado no processo. Muito. O pensamento era totalmente maligno e maldito para distrair no seu potencial. Adam se sacudiu e tentou focar a preocupação na mão. Uma menina cigana olhando Demônios dessa
7 8
forma podia ser um problema em potencial. Adam cortaria o mal pela raiz, dando-lhe um leve desânimo. Flertar era uma coisa, mas havia algo de muito avarento nos olhos dela. Forte como era Jacob, Adam desejou não ter tentações numa noite tão volátil. —Está gostando de nosso festival? — Ele perguntou como saudação. A cigana voltou seus olhos sem fundo para cima dele devagar, claramente indiferente se ele observou seu interesse por seu irmão. Ela, então, varreu um olhar implacável sobre ele de forma lenta e cuidadosamente, como se o estivesse avaliando para ver se valia a pena. Por alguma razão, isso enervou Adam. Ele não era fácil de perturbar, por isso seu escrutínio o colocou em guarda imediatamente. Ciganos eram conhecidos por se envolver na magia e, embora não cheirasse essa mancha vil, havia sempre uma chance que ela estava tentando alguma variável desconhecida. Ela não era como os outros. Para começar, era muito mais jovem do que pareceu primeiro à distância. Foi o que enganou os olhos dele. Tinham mais idade que seu corpo, mostrando uma idade em seus traços faciais que não pertenciam ali. Esta menina, percebeu, viu uma dor terrível em sua vida. Ela parecia ter o peso do mundo sobre os ombros magros. Muito para uma garota humana, ainda mais uma tão claramente jovem. Ela não tinha a pele clara ou escura bronzeada, mas uma coloração que era um cruzamento entre os dois, um caramelo ligeiramente quente que parecia de alguma forma fora de lugar com os ciganos morenos e todos os Demônios em torno dela. Mas o cabelo, o tom da cor e os olhos sombreados eram ciganos do princípio ao fim. —É o filho mais velho do senhor destas terras? Ela falou na sua língua, mas era inábil na sua língua, seu sotaque pesado e estranho. Ela pareceu perguntar, mas ele achou que ela já sabia a resposta. —Sou. Adam é meu nome. —Adam. — Ela respirou seu nome como se fosse um sacramento, e o tom deu-lhe um frio. Como era estranho que ela não dissimulasse e o chamasse de "meu senhor", como qualquer outra pessoa faria. Ela era realmente tão ousada? Tinha, certamente, idade suficiente para saber melhor. Seu comportamento o levou a acreditar que estava tramando algo. Talvez pensasse em se tornar amante de um dos senhores da casa. Apesar dos rumores, as mulheres ciganas não eram indiscriminadas quando se tratava de escolher um homem. Eram muito mais calculistas que isso. Era algo que Adam podia respeitar realmente. Não havia nada de errado em tentar uma posição melhor no mundo. Havia muitas maneiras de fazê-lo, e o uso do corpo era um caminho. Considerando a maneira como ele e Hannah usavam um ao outro para segundas intenções, seria um hipócrita para pensar o contrário. Mas a menina não podia ter um dia a mais que dezesseis anos. Era uma grande ambição para alguém tão jovem. Embora os humanos tendessem a empurrar suas fêmeas em sua sexualidade muito jovens.
—Gostaria de que eu lesse sua sorte, Adam? — Ela perguntou, antes que pudesse formular uma espécie de advertência para impedir a criança estranha de perseguir seu irmão.
—Não estou interessado em seus jogos, menina, — disse a ela com firmeza. —Nem meu irmão estará. Ela olhou de volta para Jacob, que há muito começou a atravessar o campo e estava se movendo firmemente longe deles. —Não estou me engajando num jogo, Adam. Simplesmente vejo coisas no seu futuro de grande importância e achei que gostaria de saber o que são. Se prefere permanecer na ignorância, irei graciosamente aceitar sua escolha. Adam sentiu que não era tão fácil para ela como estava tentando fazer parecer. Os vincos em sua testa jovens eram muito sérios, e havia alguma coisa sobre a rigidez do seu corpo quando se virava, que desmentia suas palavras. Adam estava confuso. E intrigado. —Eu suponho que me dirá que há uma mulher no meu futuro, e ela pode até parecer muito com você, — ele zombou dela secamente. Para seu desgosto, ela riu dele, como se fosse a coisa mais ridícula que já ouviu falar. —Não sei nada sobre isso. — Ela se virou ligeiramente para trás, dando-lhe uma visão sombria de seu perfil. —Mas vejo perigo. Perigo que deve estar preparado, porque é como nada que já viu ou experimentou antes. —Isso é uma suposição justa. Nós todos vemos perigo nestes tempos. Ela sorriu para seu sarcasmo. Era um sorriso frio no entanto, e sentiu um frio direto em sua coluna. Não deveria haver nunca essa expressão em alguém tão jovem, não importa o quão difícil à vida possa ser. —O perigo não vem para você, Adam, mas para seu irmão. Adam sentiu quase como se tivesse congelado sua respiração, e exalou forte no ar. —Se atreve a ameaçar o meu irmão? — Ele sussurrou, pegando o braço dela, até que ele estava segurando o membro fino dolorosamente. —Estou apenas tentando avisá-lo sobre o futuro — ela retrucou, sua raiva adicionando uma vida repentina que seu ato tímido e recatado havia diminuído. —Seu irmão morrerá nas mãos de um traidor. Alguém o assassinará enquanto está de costas, sua atenção voltada para outra coisa. Você, no entanto, estará longe de ser visto quando ele mais precisar de você. Por que, Adam, o filho mais velho? Talvez seja porque não deu ouvidos a uma garota simples que desejava apenas ajudar! Ela puxou o braço para longe com uma força surpreendente e virou como se quisesse ir. Adam não queria enganado se isso fosse algum tipo de manobra, mas o povo cigano provou ter um histórico de forte premonição. Então, novamente, havia aqueles que
acreditavam naqueles bruxos, o tipo que se tornaria necromantes se tivessem meia chance de fazê-lo. Mas, apesar de seus medos e dúvidas sobre as origens de sua inteligente sorte, ela o feriu na sua mais profunda vulnerabilidade. Jacob.
Jacob significava o mundo para ele. O que era mais, significava o mundo para sua mãe e seu pai. Se algo viesse a acontecer com ele, seria um golpe devastador para sua família. —Vamos supor que acredito em você, — disse ele, de repente, interrompendo sua retirada. —O que espera que eu faça? Jacob é muito mais capaz de se proteger de uma forma que uma fêmea como você nunca iria entender. Ele não morreria facilmente. —Eu entendo mais do que pensa. Está correto, no entanto. Jacob é mais do que capaz de proteger a si mesmo. —Então... —Mas, — ela o interrompeu, —disse que ele não estava protegendo a si mesmo. E se ele põe em perigo a si mesmo pela família que ele ama? Agora, Adam temeu dolorosamente, isso era muito próximo de Jacob e até mesmo uma possibilidade real. O irmão de Adam daria sua própria vida em troca daqueles em sua família num piscar de olhos se fosse a única possibilidade que restasse a ele. —Tive o suficiente de suas histórias enigmáticas, — Adam latiu para ela, a força de sua declaração arruinada por seu olhar apreensivo para o irmão que desapareceu de sua vista. — Quando ocorrerá o perigo que fala? Certamente alguém tão cheia de perspicácia como você poderia me dizer isso. —Ocorrerá hoje. Amanhã. Qualquer hora que quiser que ocorra. Adam instantaneamente chegou ao final de sua paciência. Sua mão disparou e fechou em torno de sua garganta delicada, que usou para arrastá-la novamente na escuridão total. Suas costas bateram no tronco de um carvalho enorme, mas seu coração quase não pegou o ritmo e ela não fez um único som sob a força física. Ele se inclinou perto de seu ouvido, utilizando a maior parte de seu corpo para prendê-la. —Estou farto de seus jogos, menina. Me dirá como proteger meu irmão e quando, e fará neste instante. A menina cigana tilintou um olhar antipático nas trevas e seus olhos de repente, pegaram o luar. Pela primeira vez percebeu que eram uma bela cor violeta. —Dará sua vida por ele? Negociará tudo que sabe e ama para salvar seu irmão? — Ela exigiu —Diga-me! —Responda minha pergunta ou me mate, Adam. Essas são suas escolhas. Ela ainda tinha a melhor mão, ele percebeu. Mesmo que segurasse sua própria vida entre os dedos, sua aparente incapacidade de sentir medo nesta situação dava um poder
sobre ele e o manteria sempre na defensiva. Adam percebeu que não tinha escolha senão ceder às suas exigências. —Eu, — ele sussurrou. —Eu sacrificaria tudo que tenho neste mundo para manter meu irmão seguro. —Neste momento, sem nenhuma preparação? Sem despedidas? Sem promessas que não morrerá junto com ele?
—Eu disse que sim! Agora diga-me o que sabe! —Prefiro mostrar a você, — ela sussurrou rapidamente. Suas mãos, de repente dispararam e atingiram seu peito. No momento que ela fez contato com ele, Adam sentiu seu corpo inteiro explodir com o calor. Cada sistema autônomo contido dentro de sua pele pareceu virar do avesso, preso numa batida dupla de tempo antes de triplicar novamente, quadruplicar rapidamente depois. Ele sentiu a pressão sobre seus sistemas com a sensação de morte iminente. Não teve tempo para reagir ou agir ou até mesmo pensar além disso. O mundo em torno dele desapareceu.
CAPÍTULO 5 Samhain 2008 Isabella derrapou até parar, empurrando sua filha para trás de seu corpo tão repentinamente que o vestido de Leah se sujou mais uma vez. Bella e Jacob prepararam-se para enfrentar os Demônios traidores de Ruth. Jacob soube imediatamente que este era o pior cenário no qual poderia estar preso. Sua família era sua verdadeira vulnerabilidade, embora ao mesmo tempo, fosse sua maior fonte de força. Talvez se fosse apenas Ruth, não estaria tão preocupado, mas ele reconheceu imediatamente o Vampiro chamado Nicodemous, que se juntou a ela em suas causas destrutivas a alguns anos atrás, triplicando seu acesso ao poder e levando vantagem sobre aqueles que ela considerava seus inimigos. Jacob sentiu Bella estremecer automaticamente em reação, à medida que ele voava em sua mente, assim como ela sentiu a reação automática dele, e sabia que ele entendeu como a situação poderia ser terrível. Apesar dos asseclas de seus inimigos estarem fora de alcance, isso não iria durar muito tempo se Ruth tivesse um momento para se concentrar. Ela iria começar a teleportálos para as cavernas a qualquer segundo agora. Estamos em apuros, Bella pensou freneticamente, seu olhar voltando para sua filha vulnerável, um luxo que não teriam por muito tempo com dois desses inimigos poderosos a frente deles. — Eu sei, florzinha. Mas não vamos falhar. Não podemos falhar.
— Jacob, eu preciso fazer isso...
O Executor sabia o que sua esposa queria dizer. Ela pretendia diminuir as habilidades do Nightwalkers diante deles, roubando seu poder e tornando— o dela temporariamente. Os problemas por trás desse plano o percorreram. Os poderes de Ruth e Nic eram contaminados com a escuridão e o mal. Aceitar algo parecido dentro de si, poderia destruir tudo que ele amava e conhecia sobre ela, tudo o que ela era. Ela amortecera os poderes de nigromantes antes, masnada como isto. Nada semelhante a isso. À medida que o poder de Isabella crescia, perceberam que ela sempre tirava algo de suas vítimas quando fazia isso. Uma parte deles viveria dentro dela para sempre, assolando-a com premonições ou sabe lá mais o quê. Ruth era uma de uma espécie. E o vampiro também era, porque foi alterado ao beber o sangue Nightwalker contaminado de Ruth e agora compartilhavam a escuridão de sua bruxaria. Em uma situação ideal, Jacob teria feito outra coisa em vez de permitir que Bella se arriscasse desse jeito. Sua esposa, no entanto, era tão teimosa e protetora de sua família quanto ele. Nada que dissesse ou fizesse iria impedi-la uma vez que tomasse sua decisão. Então, tudo que podia fazer era resignar-se calmamente para apoiá-la. A Druida soltou a rédea curta que sempre mantinha em sua capacidade de amortecer o poder de qualquer Nightwalker que caminhava na Terra. Danem-se as consequências dolorosas que poderia sofrer no futuro, não havia retenção quando se tratava de sua família. Jacob sentiu o grito de horror de sua companheira muito antes que ela conseguisse gritar. Puramente por instinto, virou-se para pegá-la com um único braço fortemente, quando ela deu uma guinada com uma volta abrangente. Ela conseguiu gritar, enfim, seu estridente grito de dor e terror envenenado ecoou em cada canto do seu coração, bem como em toda a caverna. Ele colocou sua amada esposa no chão o mais suavemente que conseguiu, considerando-se as contorções violentas de seu corpo. Isso foi todo o tempo que o inimigo por trás dele precisou para atacar. Jacob sentiu-se sobrecarregado quando percebeu sua exposição no próximo batimento cardíaco. Antes que o pensamento pudesse sequer se completar, no entanto, o Vampiro moveu-se com a velocidade sobrenatural com a qual sua raça era imbuída. Jacob ouviu a pancada, e então, sentiu a repercussão no ar ao seu redor. Ele se virou, sua esposa ainda agarrada ao peito, e olhou para uma longa e forte figura masculina que nenhuma quantidade de tempo poderia apagar da sua memória. Encontrou os olhos de um homem que não via há mais de 400 anos. Adam. Seu irmão estava segurando o pulso do Vampiro com um punho poderoso, esmagando-o com um aperto atordoante até que o pedaço de ferro que estava destinado às costas de Jacob finalmente caiu com um barulho no chão. Se você pegou esse livro no blog "Romances Sobrenaturais', da Isis, saiba que ela prejudica propositalmente nosso grupo. Estamos sendo ameaçados por editoras, cujos livros pedimos para não serem postados, e o blog citado, insiste em não acatar um dos pedidos que fazemos: "A não divulgação desses livros (séries compradas por editoras no Brasil) em blogs abertos". Gostou desse livro? Pegue direto na fonte.
Adam não teve tempo para fazer perguntas.
no
Ele sentiu-se voltar para a forma sólida em um segundo, e viu a ameaça ao seu irmão TWKIiek
Nightwalkers 06 próximo. Ele só levou milésimos de segundos para focar a imagem de seu irmão fazendo o inconcebível: dar as costas a um inimigo para pegar a diminuta figura de uma mulher de cabelos negros que estava caindo. Jacob abaixou a fêmea para o chão sem se importar com a ameaça às suas costas, preocupação e ternura irradiando de cada centímetro do seu ser. Isso deixou Adam lidando com o Vampiro de presas faiscantes que tentava alcançar sua jaqueta para pegar o que ele sabia, sem dúvida, era uma arma. O irmão mais velho de Jacob moveu— se com a velocidade da água evaporada através do ar, transformando-se em uma névoa densa que percorreu a pequena distância antes de se solidificar e ficou entre a arma e o alvo. O Demônio da Água se solidificou tão de repente que o demônio feminino que estava ao lado do Vampiro engasgou em chocada surpresa. Adam pegou o pulso do vampiro, entendendo imediatamente que a Cigana tinha razão, havia uma força e maldade nesses dois, do tipo que nunca vira antes. Como Jacob acabou neste lugar, nesta situação, com esses estranhos, Adam não fazia ideia. Nem lhe importava. A Cigana falara a verdade. Seu irmão estava em perigo de perder sua vida para esta ameaça, e Adam estava lá para impedir que isso acontecesse. Quando o pedaço de ferro retiniu no chão, Adam encontrou os olhos incrédulos de seu irmão mais novo. Jacob olhou para ele como se estivesse vendo um fantasma, ainda segurando aquela pequena mulher como se ela fosse sua segurança verdadeira na vida. Adam só teve tempo para estreitar os olhos sobre o aperto possessivo por um instante, o entendimento de que a mulher era humana e que o comportamento de Jacob não estava nem perto de um salvador inocente. Mas esse era um problema que ficaria para mais tarde, Adam pensou, rejeitando o Executor dentro de si por um momento. Devia fazer justiça em outros assuntos. O Vampiro reagiu à interferência de Adam violentamente. Ele rosnou, as presas brotando ferozmente e rangendo ameaças que não poderiam ser ignoradas. Adam entendia esta ameaça. O que não conseguia entender era a mulher demônio que estava ao lado do vampiro, estendendo a mão para o braço dele de uma forma pegajosa, enquanto gritava para ele acabar com Adam para que pudessem continuar com a destruição de Jacob. A Cigana avisara sobre um Demônio traidor, e pelo seu odor desagradável, a loira corrompida era isso e muito mais. Os porquês e comos iriam esperar para mais tarde também. Adam foi imediatamente atraído para a batalha contra as proezas incríveis do Vampiro. Nicodemous tentou jogar o Demônio no chão de pedra com a esperança de esmagar alguns dos ossos do intrometido no processo. Para sua surpresa, no entanto, ele encontrou-se caindo, os braços primeiro, através da água onde a carne deveria estar.
O dilúvio correu para o chão, despejando sobre o casal hostil ao mesmo tempo em que se juntava em uma velocidade incrível na forma do Demônio intruso. Água respingava das extremidades aneladas do cabelo preto do Demônio enquanto ele girava e chutava no centro do peito morto do Vampiro. A metamorfose de Adam desorientou o equilíbrio de Nicodemous, então
quando o Demônio da Água chutou, o Vampiro perdeu totalmente o equilíbrio. Caiu de costas no chão, levantando uma nuvem de poeira e sujeira quando um satisfatório som de ossos quebrando ecoou pela caverna. Por fim, Jacob deixou a sua preocupação com a fêmea humana para se unir aos esforços para salvar sua própria vida. Voou no demônio feminino sem hesitar diante de seu sexo ou fragilidade aparente. Adam ficou surpreso. Essa sempre foi uma das piores fraquezas de Jacob, sua incapacidade de atacar uma mulher. Quando a teria superado? O irmão mais velho não fazia ideia. Mas, novamente, também não tinha conhecimento sobre a aparente obsessão de Jacob por uma fêmea humana. Adam descarregou sua confusão e frustração sobre o Vampiro, pulando em cima dele e começando a bater no bastardo com os punhos nus, esmurrando com tanta força que poderia ter rachado as rochas. As mãos de Jacob estavam ao redor da garganta da mulher Demônio, mas ele estava muito atrasado para parar a sequencia de palavras estranhas que ela cuspiu. Um feitiço. A ideia inconcebível de um Demônio proferir um feitiço pegou Adam de surpresa, apenas o tempo suficiente para dar uma vantagem ao Vampiro. Com a velocidade impressionante de uma cobra, as presas se dirigiram a sua garganta exposta. Mais uma vez, Adam não entendeu. Vampiros eram filhos da puta implacáveis, mas nunca tentaram tomar o sangue de um Nightwalker. Era totalmente um tabu, e ficavam aterrorizados com o que lhes aconteceria se o fizessem. Tudo o que conseguiu fazer foi enfiar a mão no caminho do Vampiro, protegendo o pescoço bem em cima da hora. As presas o atingiram, perfurando claramente sua mão. O feitiço de Ruth entrou em vigor ao mesmo tempo. A pressão do ar na sala foi sugada de repente, privando toda a área de oxigênio. O Vampiro não necessitava respirar, mas os demônios e humanos precisavam. Adam girou para procurar seu irmão. Sabia que estavam no subsolo, e não haveria esperança de substituir o ar perdido sem a capacidade de Jacob de perfurar através da terra, das rochas e outras coisas, a fim de proporcionar um respiradouro. Jacob foi forçado a liberar Ruth enquanto recuava para fazer exatamente isso. Não poderia perder um único segundo. Bella e Leah jamais poderiam sobreviver a esse completo vácuo.
Jacob pulou para o teto da caverna, seu corpo movimentando-se como uma furadeira de aço através da caverna de pedra calcária, como se ela fosse manteiga. Adam não fazia ideia de qual profundidade estavam sob o solo, então tinha apenas uma escolha. Agarrando a adaga na cintura com a mão livre, desembainhou-a e colocou todo seu poder vital no alvo que estava com a boca escancarada enterrada na palma de sua mão e punho. A lâmina cortou o tecido de seu polegar no processo, mas também afundou através da boca do vampiro e na parte traseira de sua garganta. Esmagou o céu da boca macio, o tronco cerebral, e o crânio em um movimento vicioso.
Então, sem um momento de hesitação, Adam mergulhou para fora da terra como uma poderosa onda de água, esguichando sobre a fêmea humana, notando a criança atrás dela, e a menina cigana, que estava observando toda a situação, com olhos arregalados e agitados. O momento em que ele as tocou, elas se transformaram em água ao seu comando e jorraram para cima através do túnel que Jacob estava escavando na terra. Jacob apareceu primeiro na superfície, respirando com dificuldade e se movendo para fora do caminho a tempo de evitar o gêiser pressionado em seus calcanhares. A água jorrava como se liberada do respiradouro de uma baleia gigantesca, pulverizando em todos os lugares e aterrissando em quatro fileiras separadas. Quando atingiram o chão, se tornaram Isabella, Leah, Adam, e a estranha figura de uma jovem que Jacob nunca viu antes. Jacob imediatamente afundou as mãos na terra, fazendo com que a rocha e o chão se agitassem até que o túnel que criou desabasse sobre si mesmo. Agora com o solo macio, era um escoadouro perigoso que poderia interceptar e matar um viajante desavisado, então se demorou mais um momento para se concentrar em vedar e pressurizar o solo até que estivesse quase firme o suficiente para substituir a pedra que destruíra. — Precisamos sair daqui, — gritou logo que terminou. Mergulhou através dos arbustos para pegar sua filha nos braços, e viu como se estivesse vendo um sonho em ação quando Adam pegou Isabella. Ele se virou para olhar para a estranha menina. Não precisava ter se incomodado. Ela já saltara para ele, com os braços envolvendo seu pescoço e tórax. Por um momento, ele pensou que era um ataque. Mas antes que pudesse reagir, percebeu que estava sendo abraçado e que ela estava chorando perto da histeria. Sem jeito, tentou carregar seu peso, fazendo malabarismo para segurar sua filha ao mesmo tempo, totalmente confuso. O mistério aumentou no instante seguinte. — Eu te amo, — ela chorou com paixão, os braços quase roubando seu fôlego com sua força desesperada. — Eu te amo, papai. Sem palavras, Jacob parecia impotente em relação a dois mistérios totalmente confusos. Seu irmão, que deveria estar morto, mas agora estava em pé diante dele.
Em seguida, o aperto em seu pescoço e costelas aliviou, sua respiração fluindo novamente, enquanto tentava encontrar respostas nos olhos da menina. Tudo que podia ver, no entanto, era a cor violeta escura de sua íris, e a familiaridade delas aqueceu seus sentidos, forçando-o a reconhecê-la em um nível visceral. De um coração para outro. Da alma de pai para sua filha. — Leah? Ela só conseguiu assentir, os dedos sobre seu rosto, de repente, escrutinando suas feições, como se estivesse faminta por elas. — Não fique zangado comigo, — ela implorou. — Eu não tinha escolha. Eles deviam ser interrompidos. E eu estava certa. Eu escolhi certo. — Ela olhou para Adam, enquanto todo o seu corpo começava a tremer.
Ela tentou falar novamente, mas claramente não conseguia enquanto seus estremecimentos viraram tremores e depois tornaram-se violentos movimentos. As mãos contra seu rosto de repente perderam todo o peso e estrutura, desvanecendo e passando através dele, uma condição que rapidamente se espalhou através de seu corpo inteiro. Então ele não estava mais segurando-a, e Jacob viu aquela que seria sua filha, dissolvendo-se em nada em suas mãos. — Que inferno está acontecendo? — Jacob exigiu saber, seu coração ferido no peito por razões que mal compreendia. Não poderia escapar da noção, no entanto, que de alguma forma, acabou de perder sua filha. E mesmo olhando para a versão mais familiar de cinco anos, que estava viva, ele não conseguia afastar essa dor. — Mais tarde, irmãozinho. Sinto companhia chegando. Adam viu quando Jacob se virou e fechou os olhos por um momento, claramente conseguindo sentir o que Adam percebera. Novamente, foi diferente. Sempre soube que Jacob herdara aquele sentido especial que poucos de sua família adquiriam, mas nunca o viu usá-lo tão prontamente e com tanta facilidade e familiaridade. Os Executores, tanto do passado quanto do presente, estavam sentindo a aproximação do pequeno exército dos Transformados, que Bella e Jacob inicialmente desceram para debaixo da terra para escapar. Adam viveu em uma época de magia negra prontamente usada, então estava bastante familiarizado com seu dever sombrio de destruir essas almas infelizes. Um dia eles foram Demônios, tão bons e virtuosos como ele era, mas não agora. Não depois que um nigromante descobrira seus poderosos nomes verdadeiros e usou-os em um Feitiço de Convocação. Presos naquele controle de um pentagrama mágico, levava apenas um curto período de tempo antes que as vítimas Demônio começassem a se transformar, física e mentalmente em monstros quase irracionais, com presas e asas e cruelmente amorais.
Eram essas envenenadas criaturas que inspiraram a imagem popular de Demônios que existia dentro da população humana. Adam estava com poucas armas, sua adaga ainda embutida no crânio do Vampiro nigromante em algum lugar abaixo deles, mas isso não o incomodou tanto quanto perceber que seu irmão sequer carregava uma faca consigo. Nunca soube que Jacob saísse desarmado para qualquer lugar. Por falar nisso, o modo de se vestir de Jacob deixou seu irmão mais velho completamente perplexo. Minutos atrás, ambos estavam vestidos da mesma maneira, com um gibão e calça curta. Agora Jacob estava... Adam não fazia ideia do que era aquilo que ele estava usando. E a mulher que estava protegendo, estava vestida como um menino! Se não fosse por seu cabelo... Não houve tempo para analisar a moda confusa. Adam podia sentir a aproximação do
Transformado. Ficou chocado ao perceber quantos eram. Tudo, ao que parece, era chocante e confuso. Havia a presença de ímpios de magia negra em todos os lugares. Quem quer que fosse a menina cigana, ela foi embora. Sua magia teria ido com ela, ou esta era algum tipo de ilusão horrível? Quieto, Jacob parecia real o suficiente, apesar das mudanças que Adam viu nele num piscar de olhos. Adam procurou uma fonte de água, uma outra maneira de armar— se para a próxima batalha. A paisagem era completamente estranha, ele percebeu, nada onde deveria estar. Rios, córregos e lagos estavam distorcidos e desproporcionais ao seu mapeamento mental de onde as coisas deveriam estar. Encontrando— se muito distante de uma fonte de água real, alcançou a água acima dele, propulsando as nuvens, até que começou a chover em um torrencial violento. — Coloque os inocentes em segurança, — ele gritou a seu irmão. — Lidarei com essas criaturas lamentáveis! — Você não pode! Não sozinho! — Jacob gritou de volta para ele. — Você acha que a mulher e a criança irão me ajudar, então? — Adam cuspiu de volta. — Você certamente não irá, já que está distraído por elas. Vá! Coloque-as em segurança. Eu lutarei! Se passou tanto tempo desde a última vez que Jacob ouviu aquela arrogância irritante, mas se ele tinha dúvidas quanto a saber se este homem era verdadeiramente o seu irmão mais velho, elas desapareceram imediatamente após ouvir a confiança absoluta em sua declaração. Jacob levou o corpo encharcado de Bella para longe de seu irmão ao mesmo tempo que segurava sua filha. Juntos, voaram para cima, para as nuvens tempestuosas, deixando Adam com o seu dever. Rodeado por seu elemento, enquanto ele se derramava, Adam estava consciente de seu poder cegante. Mas para ele era apenas uma questão de sentidos. Sentia cada molécula de água em seu trajeto do céu para a terra. Sentia a topografia do terreno em
torno dele florescer em três dimensões quando cada gota de água atingia um objeto sólido. Poderia fechar os olhos e sentir tudo, parado ou em movimento, enquanto a água caía e tomava forma em sua mente. Conseguia ver tudo sem sequer olhar. A chuva confundiu os Transformados. Aqueles que eram Demônios da Água sentiam prazer com isso, não percebendo que um membro poderoso dos seus antigos irmãos era uma parte de sua aparência. Cada ex-Demônio tinha seus poderes intactos, mas o foco e compreensão para usá- los para otimizar vantagem desaparecera. Era o suficiente para deixá-los hesitantes e distraídos na chuva. Não viam nenhuma ameaça, portanto não agiram em defesa. O mestre que poderia ter orientado suas ações não estava perto o suficiente, ou suficientemente focado para manter o controle sob tais condições. Adam teve o cuidado de se lembrar que certamente deveria ter nigromantes por perto, e ele teria que proteger sua retaguarda. Nesse meio tempo, ele desvaneceu no alagamento de seu elemento, puxando a espada para usá-la. Cada besta ficou isolada do resto do tempo, e Adam disparou para dentro e para fora com pouco mais do que o flash de uma lâmina e o subsequente rolar de cabeças decapitadas marcando sua presença. Ele correu, deixando o cadáver se autodestruir em uma
explosão de fogo. Agora aquilo podia ser visto, apesar do dilúvio, e após as primeiras quatro ou cinco explosões para avisá-los, os Transformados restantes perceberam que suas vidas estavam ameaçadas. Isso desencadeou um instinto básico de sobrevivência, e Adam começou a encontrar resistência significativa. Controlou a maior parte dela com precisão mortal, até que apareceu um que se voltou para atender sua abordagem através da chuva como se estivesse esperando por ele. Começaram a lutar, espada contra garras e presas selvagens, para não mencionar as asas poderosas. A criatura parecia capaz de antecipar todos os seus movimentos, e Adam sentiu o peito cheio de garras, rasgando-o através da roupa e da carne. Mas o verdadeiro choque veio quando ele finalmente se preparou para aplicar um golpe mortal, e o monstro astuto de repente desapareceu em uma nuvem de fumaça que exalava um forte cheiro de enxofre. Adam só vira esse truque duas vezes antes. Demônios da Mente, ele entendeu rapidamente. Era um novo elemento, a perícia e habilidade quase com 80 anos de idade. No entanto, ele sabia o suficiente para seus sentidos especiais de Executor alertá-lo da presença de um Transformado aparecendo de repente a sua volta. Fumaça e enxofre nublaram toda parte quando o Demônio infectado saltou para o Executor e encontrou sua espada em seu lugar. Fogo. Não só do cadáver caindo da última morte de Adam, mas explodindo em rajadas em torno dele. Enviou jatos de vapor no ar, enquanto se misturava com a chuva. O terror encheu sua alma quando foi forçado a contemplar o pior. Que um dos Transformados era um demônio do fogo. Olhou para cima e viu um demônio não-transformado. O rosto era
imediatamente reconhecível, e Adam não conseguiu controlar a onda de alívio que o atravessou. — Noah, — respondeu asperamente. — Sim. Seria muito mais fácil se você desligasse o sistema hidráulico, amigo, — uma voz muito familiar impregnada de fumaça e autoridade declarou em voz alta. Adam respondeu imediatamente, todos os seus instintos levando a tempestade a um fim tão rapidamente como começara. Os últimos lençóis de água caíram para revelar o que restou do Transformado e o Demônio estava parado a alguns metros de distância. Noah levantou as mãos, o fogo imolando-os antes que ele se recuperasse, jogando bolas de fogo fundido contra o inimigo, matando-o duas vezes mais rapidamente que Adam mataria. Para não ficar atrás, mesmo que fosse pelo Rei Demônio, Adam também voltou ao seu trabalho. Entre os dois, levou menos de dez minutos para terminar limpando o campo. Depois que o último caiu, Adam não conseguiu evitar uma risada vitoriosa quando correu até Noah com a mão livre estendida. — Maldição, Noah, você faz isso parecer muito fácil! Fará com que os outros acreditem que meu trabalho não seja nada demais! Noah viu algumas coisas incríveis em sua vida, mas nunca nada tão incrivelmente inesperado e inconcebível quanto observar o irmão de Jacob, há muito desaparecido, andando até ele.
O Rei automaticamente aceitou a mão que lhe foi oferecida, esperando que toda a experiência se provasse como nada mais que uma aparição ou ilusão. Talvez algum truque de magia. Mas a pele da mão engolindo a dele era firme e familiar, apesar de todos os séculos em que apertaram-se as mãos pela última vez, até a espessura rachada e áspera de suas calosidades. Voltando no tempo de Adam, estranhos linimentos caseiros e gorduras animais era o que tinham que se assemelhavam as loções, não que ele se importasse muito com a suavidade de suas mãos. O Adam que Noah conheceu ficava orgulhoso de cada calosidade obtida através de seu trabalho duro. Apesar do choque, Noah teve a presença de espírito para inspecionar o interior do pulso da mão que segurava. Perfurações de presas e feridas recentes, com certeza, uma cicatriz profunda e feia sulcava acintosamente o braço de Adam partindo da palma da mão para o interior do cotovelo. Era mais identificador do que impressões digitais para Noah. O rei estivera ao seu lado no dia em que Adam sofreu a lesão pelo ferro que causou isso. Apesar da habilidade dos Médicos Demônio e sua própria capacidade rápida de cura, Adam levou muito tempo para os padrões de Demônio para recuperar o uso completo de sua mão depois do ataque singular. — Doce Destino. Adam? O espanto de Noah certamente mostrou-se. O suficiente para fazer Adam franzir o cenho sombriamente.
— Sim, meu amigo. Não se passou muito tempo desde que vimos um ao outro pela última vez. Ou essa é a sua maneira de perseguir-me para visitar sua família com mais frequência? Noah riu, incrédulo. — Adam, eu não o vejo há 400 anos, pelo menos! Ninguém o viu! Que diabo aconteceu com você? Quatrocentos anos? Adam riu, uma risada um pouco entorpecida foi a única reação que conseguiu formular, enquanto olhava para seu amigo. Abriu a boca para negar a reclamação e até sentiu o desejo de socar o Demônio brincalhão por ser tão malvado. No entanto... Ele deixou seus olhos vagarem sobre a forma resistente de seu rei, absorvendo o caimento das impressionantes roupas fabricadas à máquina. Apesar de Noah usar calção de um tecido grosso semelhante a aniagem, como sempre fazia, a moda era diferente do tempo de Adam. Como a alfaiataria moderna, e a sofisticada cor azul royal utilizada na camisa de seda que ele usava com casual facilidade. Embora os Demônios envelhecessem em um passo lento infinitesimal, havia sinais do tempo sobre o Rei Demônio que Adam nunca vira antes, sinais de preocupação e autoridade que não estivera no semblante de Noah quando Adam o viu pela última vez. Então o Demônio da Água lembrou-se da saudação igualmente incrédula de seu irmão e suas roupas também estranhas.
Ele retrocedeu para saber o que a cigana lhe fizera. Onde ela o levou? Ele não estava em casa, isso ele sabia muito bem. A reclamação de Noah era genuína? Poderia, eventualmente, estar a quatro séculos no futuro... ? — Não, — ele negou rapidamente, uma emoção negra e indefinível balançando— o um passo atrás. Sentiu-se tonto e pensou que não poderia respirar. — Essa é uma brincadeira cruel, — ele acusou, entorpecido. Noah viu a genuína aflição e confusão no rosto do outro Demônio e percebeu que nem mesmo Adam fazia ideia de como chegou até lá. — Eu não brincaria com você, velho amigo, — disse Noah cuidadosamente. — Só posso lhe dizer que nos últimos anos tenho visto coisas que poderia fazer quase qualquer coisa possível. Você está com amigos, Adam, que irão ajudá-lo a esclarecer essa confusão. — Onde está meu irmão? — Adam exigiu. — Está perto daqui. Cuidando de sua esposa e filha. — Sua esposa e filha? — Adam recuou mais um passo, mantendo a mão no movimento, indicando "fique onde está", quando Noah avançou. — Você quer dizer... Você quer dizer, aquela mulher humana? Ele se uniu a uma humana e ela lhe deu uma filha?
— Sim, Adam, e logo dará um filho, também, pelo que entendi. Se ela se curar de seus ferimentos. Posso sentir que a energia dela está muito fraca, sua vida na balança. Eu quero ajudá- lo, Adam, eu quero, mas Jacob está precisando de nossa ajuda desesperadamente também. Você pode fazer isso? Pode me ajudar a ajudar Jacob e confiar em mim para encontrar uma explicação para tudo que aconteceu essa tarde? Você pode lidar com sua confusão por um pouco mais de tempo? Adam sequer teve tempo para pensar nisso. Noah dissera as palavras que sempre, sempre, funcionariam como mágica em sua mente. Disse que seu irmão precisava de sua ajuda. Ele nunca poderia recusar. A pequena Leah estava chorando quase histericamente quando Noah e Adam finalmente encontraram a família em um vale isolado a alguma distância. Ela estava segurando o cabelo de sua mãe inconsciente, sacudindo-a em uma tentativa de acordá-la. Jacob não estava convencido de que estavam seguros, apesar da aparente distância do perigo imediato. Ruth era uma adversária astuta e inesgotável. Ela não iria desistir facilmente, especialmente se foi jogada na fúria de seu temperamento insano. O Demônio fêmea da Mente foi uma guerreira, e tinha um histórico de não aceitar bem uma derrota. — Tudo bem agora, meu anjo. — Noah falou suavemente enquanto agia rapidamente para se agachar atrás de Leah, aquecendo-a com seu toque e presença. O rei olhou para Jacob, que estava sentado ao lado de Bella como se estivesse apenas meio consciente do mundo ao seu redor. Pelo que Noah sabia, Jacob normalmente nunca deixaria sua filha sofrer um trauma emocional como esse, mesmo sob a pior das circunstâncias. O rei estava preocupado com o
comportamento distante e aparentemente alheio de Jacob. Considerando-se o vínculo marcante que o Executor compartilhava com a pequena Druida que tanto amava, não seria surpresa para ele se Jacob tivesse sido apanhado na correnteza de tudo aquilo que derrubou Isabela. — Pare de chorar, Leah. Agora. Isso, boa menina, — ele elogiou quando ela virou-se para subir em seus braços e esfregou seu rosto e nariz molhados contra sua camisa, que capturou metade de seus soluços. — Tudo ficará bem, — sussurrou suavemente para ela. — Estamos todos seguros agora. Tudo bem, minha criancinha... Não chore mais. Não podemos deixar a mamãe ouvi-la chorando e se preocupar com você. — Por que está dizendo isso para ela? — Adam exigiu. — Irá fazê-la se sentir culpada por uma reação compreensível. Ela é apenas um bebê! — Porque, neste caso, é a verdade dos fatos, — Noah informou cuidadosamente. — Bella é uma Druida, Adam. Ela é uma híbrida da genética humana e Druida e tem dons notáveis de poder e sensibilidade. O sofrimento de sua filha e seu marido irão incomodá-la e impedi-la de concentrar suas energias onde são necessárias.
— Bem, o que está errado com ela? Não vejo feridas óbvias. — Ela absorveu o poder daqueles que encontramos na caverna, — Jacob disse, por fim. Ele olhou para Noah. — Nicodemous e Ruth. — Ela fez isso para nos salvar, e funcionou. Adam nunca teria sido capaz de chegar perto o suficiente para matar Nico se ela não tivesse feito isso. — Ruth e Nicodemous? — Noah repetiu com horror. — Doce Destino. A quantidade de corrupção e mal que deve ter vindo para dentro dela... — Noah balançou a cabeça em clara aflição enquanto olhava para a mulher pálida e inconsciente. — Ruth era um demônio que virou nigromante, — explicou distraidamente para Adam. — E só o Destino sabe o que mais se pode dizer para descrever completamente o poder que ela acumulou e as maneiras que age. E Nicodemous é um vampiro que se alimenta do sangue de Nightwalkers, que permite a ele adquirir um aspecto de seu poder. Vampiros como ele são tão negros com o mal, que só podemos imaginar. — Ele olhou para Jacob. — Mantenhase firme ao lado dela, Jacob, — insistiu ele. — Só sua conexão com ela irá mantê-la à terra. — Eu sei. Estou fazendo tudo o que posso, — ele afirmou enquanto apertava a mão de sua esposa entre as suas e olhava para seu rosto, rigidamente focado. — Três vezes maldição e deixe o Destino rir, — Adam jurou em um estrangulamento de descrença. — Eles estão Marcados! — Sim, — concordou Noah. — Eles e esta criança são o cumprimento de uma profecia antiga há muito tempo perdida. Muita coisa mudou, meu velho amigo. — Noah fez uma pausa para olhar para ele. — Exceto para você. Está exatamente como eu me lembrava. Quatrocentos anos. O rei não se repetiu, mas o seu espanto escorria através da sua voz e
expressão. As palavras assomaram nos pensamentos de Adam enquanto tentava absorver tudo o que estava acontecendo ao seu redor. — Uma humana e um Demônio. Isso vai contra a mais sagrada das leis, — disse ele, entorpecido. — Leis que eu deveria manter como seu Executor! — Eu sou seu Executor! — Jacob cuspiu com súbito veneno. — Você abandonou o seu posto e o direito de se chamar assim quando abandonou seu povo e sua família! Quando me abandonou! Saiu sem dizer uma palavra ou uma pista de onde tinha ido! Eu pensei... todos nós pensamos que estivesse morto! Afinal, — ele zombou, — o que mais poderia impedi-lo de cumprir seu dever? Mas você está aqui, vivo e muito bem, ao que parece. Achou que vir correndo em meu resgate me faria esquecer os últimos quatro séculos de sua negligência, irmão? Achou que me faria esquecer o que senti quando aceitei o seu manto como Executor e todos aqueles anos sendo um pária entre meu próprio povo? Passei de herói caçador de Vampiro para Demônio hierofante em um piscar de olhos. Eu não queria isso, Adam! Mas quem mais estava lá? Não, Adam, você não é
mais Executor e nunca será novamente. É um título que eu ostento orgulhosamente agora, com minha esposa lutando ao meu lado. Ela e eu somos os Executores de Noah, e você não é nada! Você não tem lugar aqui! Eu não sei por que sequer se preocupou em voltar! Certamente não sentiu essa necessidade quando nossa Mãe ou Pai foram assassinados! — O quê? — Adam engasgou com horror. — Jacob! — Noah tentou contê-lo. — Leve-o para longe de mim! — Jacob cuspiu. — Ao contrário dele, eu conheço as minhas responsabilidades, e agora tenho uma família para proteger e cuidar. Entregue-me minha filha e vá embora. Simplesmente vá! — Nunca fugi das minhas responsabilidades! — Adam rugiu para seu irmão, enfurecido por ele ter sugerido o contrário e nadando em um mar de pensamentos, dúvidas e informações que não fazia ideia de como tratar. — E se você estivesse realmente preocupado com os seus, não mandaria embora sua única proteção! — Jacob... espere um momento, — Noah encorajou-o suavemente. — Junte as peças em sua mente. Olhe para ele. Você pode ver que ele não passou quatro séculos vivendo a vida no exílio em algum lugar, abandonando tudo que conhecia. — Olhe para suas roupas. Olhe para suas armas. As mesmas coisas que estava usando no dia em que desapareceu. Noah sabia que o ataque de raiva de Jacob, as palavras selvagens e acusações, vieram do choque e da tristeza. A parte da mente de Jacob dizia que seria muito melhor acreditar no que estava dizendo que lidar com a verdade mais evidente. A verdade sendo potencialmente mais dolorosa. — Num momento eu estava conversando com uma menina cigana de olhos violeta na noite de Beltane, e no próximo estava observando você dar as costas para a ameaça de um Vampiro, — Adam disse.
Jacob olhou para cima enquanto embalava Bella ainda mais perto, seu aperto sobre ela refletindo como deveria estar se sentindo vulnerável. Seus olhos escuros estavam inundados com emoção. Sua mente era uma confusão do veneno distante que sua esposa estava processando em seu próprio cérebro e corpo. A conexão entre eles fez seus batimentos cardíacos sincronizarem, deixando-o mais fraco, neste momento, apesar de normalmente deixá-lo mais forte. Qualquer dano para ela era como andar por aí com uma ferida crítica em seu peito. Ou neste caso, sua mente. Adam se moveu em direção a seu irmão, se ajoelhou na frente dele, e chegou a apertá-lo na parte de trás do pescoço. — Eu nunca iria abandoná-lo, Jake, — disse ele ferozmente. — Mas você abandonou, — disse Jacob brandamente, encontrando os olhos de seu irmão, embora desta vez com menos malícia e talvez menos convicção. — Ainda que não tenha sido você quem fez isso, — ele percebeu. — Foi minha filha. Minha menina.
Estendeu a mão para a criança nos braços de Noah. — Ela não era uma cigana, mas uma menina Demônio. Minha filha. — A primeira Demônio e Druida / humana descendente híbrida e a primeira filha do... do Tempo. — Você quer dizer que esta criança era a mesma garota de quase dezesseis anos que encontrei? — Adam perguntou com a descrença e compreensão em conflito em sua mente sobrecarregada. — Tempo? Há um novo elemento? É isso que você quer dizer? Que esta menina me trouxe através do tempo? — Na verdade, — disse Noah cautelosamente, — há dois novos elementos, desde a época do seu desaparecimento. Leah é a primeira do Tempo. E minha irmã mais nova e seu companheiro Gideon tiveram o primeiro filho do Espaço. Mal sabemos do que Leah é capaz, como você vê, e nada sabemos do Espaço. Seth tem apenas três anos e ainda não demonstrou seu poder. — Me desculpe, mas você disse Gideon? — Adam estava claramente boquiaberto. — Você não pode estar querendo dizer... nosso Padrinho! — Ele mesmo, — assegurou-lhe Noah. — Maldição. Eu não acho que posso suportar muito mais disto, — Adam jurou, com a cabeça girando. Mas então respirou, deu um meio sorriso, e atirou um olhar para Noah. — Então o que você está dizendo é... estamos sendo manipulados por... crianças? Seu bebê do tempo moveu-me como uma peça de xadrez para seus próprios propósitos. Sua irmã — e eu ouvi você dizer sua irmã mais nova... — capturou o estoico Gideon e se casaram. E em algum lugar, há uma outra criança que tem poderes, mas que não temos noção de quais são ainda? Noah riu. — Assim parece. — Eu preciso de uma bebida de sangue. — Essa é uma frase que eu não ouvia falar nesse tom há muito tempo.
Adam olhou para a voz familiar e viu-se capturado pela familiaridade calorosa dos olhos verdes no rosto de Elijah. Mas aqui novamente havia uma mudança. O cabelo branco-dourado desapareceu, substituído por um tom dourado o mais próximo possível do metal batido que Adam já viu. — Elijah! — E apesar de tê-lo visto, em sua perspectiva, horas antes, abraçou o guerreiro como se não o visse há quatro séculos — porque aparentemente era exatamente isso. E a longa ausência ficou evidente no abraço que Elijah lhe deu. — Adam. Doce Destino, nunca pensei... — Elijah parou de falar quando a emoção o dominou. Ele perdeu tantos bons amigos ao longo de sua vida. Mas perder Adam foi uma das perdas que o atingira particularmente mais duramente. — Como isso é possível? Adam riu um pouco descontroladamente. — Pergunte a ela, — disse ele, apontando para a menina que Noah ainda segurava.
Um olhar perplexo assombrou o rosto de Elijah, mas foi rapidamente afugentado por uma expressão de entendimento cauteloso. — Vamos esperar até mais tarde para resolver os detalhes, — Noah sugeriu enquanto Siena e Gideon se moviam pelo campo. — Vocês protegeriam e cuidariam de Jacob e sua família? Acho que seria melhor levar Adam comigo por um tempo. Embora eu suspeite que certamente nenhuma resposta irá surgir, talvez eu possa ajudá-lo a se situar através de algumas informações, ajudá-lo a se aclimatar um pouco. Uma coisa eu sei, de qualquer maneira. É melhor não permanecermos aqui com Ruth nos espreitando. Adam matou Nicodemous, e nós sabemos muito bem como Ruth reage à perda de alguém próximo a ela. — Nicodemous está morto? Que maravilha! — Elijah abraçou Adam novamente, ainda mais apertado e mais entusiasmado. — Você não tem ideia do que fez! — Você está certo sobre isso, — disse Adam. — Nós o perseguimos por anos, — Elijah disse a ele. — Estava chegando a um ponto em que ninguém poderia andar sozinho em segurança neste mundo. Juro que não estou exagerando quando digo que você salvou um grande número de vidas em um único ato, Adam. — E não vamos nos arriscar a perder nenhuma outra, — Noah incentivou o grupo. — Levem Jacob e Bella para a segurança, — ele instruiu Elijah e Siena. — Gideon, eu acho que seria melhor se você levasse Leah por enquanto. Talvez algumas brincadeiras com Seth a acalmassem depois de tudo que experimentou hoje. — Iremos para o quintal de minha casa juntas, — Siena disse suavemente quando Leah fez um som choroso de protesto. — Poderemos descansar e melhorar, — ela continuou a acalmar a garota, enquanto a pegava em seus braços. — E você poderá ver sua mamãe e seu papai, logo que todos tivermos descansado um pouco. Gideon levantou uma sobrancelha na direção de Elijah diante do súbito instinto maternal da Rainha do Licantropos, notoriamente com fobia a crianças. Elijah deu de ombros, tão perplexo quanto o médico. Então virou-se para Jacob e se ajoelhou ao lado dele, descansando a mão no ombro de seu
amigo. Jacob estava fortemente agarrado em Bella, os dedos eram como garras rígidas em sua carne. Ele estremeceu um pouco quando Elijah o tocou, mas acalmou-se quando olhou nos olhos do guerreiro e reconheceu um amigo. O conforto da força de Elijah pareceu relaxar Jacob. — Venha com a gente. Manteremos vocês em segurança agora, — assegurou ao seu amigo. — Irei com você, — Jacob disse. Então, acrescentou com veemência: — Mas ninguém estará a salvo até que a maldita cadela esteja apodrecendo no túmulo. — Acho que todos nós concordamos com isso, — disse Elijah.
CAPÍTULO 6 Transporte. Linhas elétricas. Habitação moderna. Tecnologia. Estas eram apenas algumas das coisas que cobriam a paisagem dos Demônios, no seu caminho de volta para as propriedades de Noah, na Inglaterra. Se antes Adam não tivesse acreditado que fora empurrado para o futuro, certamente fora convencido durante o tempo que Noah o trouxe para casa. O fato de que a sede de poder do Demônio era agora na Grã-Bretanha, já era um conceito que fazia a terra tremer. Noah, porém, explicou que a pátria de Adam, as terras antes povoadas por demônios, agora eram terras de guerra e discórdia entre os seres humanos. Tornou-se desaconselhável, mesmo para um Nightwalker, passar mais algum tempo por lá. —Os seres humanos fizeram avanços extraordinários em um período de tempo relativamente curto, — comentou Noah. —Embora ainda não se saiba se isso é uma melhoria a longo prazo. Eu mesmo não estou convencido disso. O próprio fato de que nossa química elementar interfere com a tecnologia, tornando-nos incapazes de usá-la, me leva a perguntar se isso é bom para o mundo natural. —Os oceanos e os mares, — disse Adam, um forte pesar em sua voz normalmente calma, — a água de todo lugar está pesada com... com doenças e poluída com coisas que eu sequer reconheço. Posso sentir o envenenamento e as tolerâncias que as criaturas do mar tiveram que desenvolver. Noah, posso sentir que espécies inteiras estão desaparecidas... ou estão próximas a —Nós sempre soubemos como a humanidade pode ser descuidada e sem instrução em relação ao delicado equilíbrio do mundo natural. Só agora é que os seres humanos estão aprendendo com os erros de seus caminhos. Noah guiou o Demônio, quase em estado de choque, para o Grande Salão do castelo que se tornou o centro da cultura e da sociedade Demônio, assim como sua casa. A decoração anacrônica teve algum poder de aliviar o deslocado Executor, enquanto se movia em direção ao fogo sempre presente no lar de Noah, apesar de ainda estar muito longe da maneira como as coisas eram feitas no Renascimento. Os passos de Adam arrastaram-se, no entanto, quando uma mulher com cabelos brancos como algodão se levantou de uma das cadeiras e correu em direção ao braços de
Noah. Mesmo quando ele olhou para o rei, que beijou a mulher, obviamente humana, com uma profunda paixão e familiaridade, Adam estava ficando aborrecido com seu próprio estado, aparentemente interminável, chocado e de boca aberta com as coisas que via ao seu redor. Ele limpou a garganta. —Noah, por favor, desculpe-me. Eu... Eu acho que preciso dar um passeio. Preciso de algum tempo... —Você não deve sair dos limites da propriedade, — disse Noah, apreciando completamente como Adam deveria estar se sentindo. —Embora a cidade e zonas
circundantes sejam habitadas principalmente por Demônios, você não está familiarizado o suficiente para navegar com segurança, e eu não gostaria de atrair atenção. —Não, — Adam concordou.—Eu não saberia para onde ir, de qualquer maneira. — Virou-se para o arboreto, que levava aos jardins exteriores, mas hesitou por um momento para perguntar: —É verdade? Noah levantou uma sobrancelha em questionamento, enquanto abraçava a bela loira ao seu —O que Jacob disse sobre meus pais, — esclareceu ele. Adam soube que era, apenas pela expressão que caiu por sobre as feições do Rei. Ele não precisava do gesto de assentimento que o seguiu. —Obrigado, — disse ele, retomando a sua saída. Uma vez que o Demônio da Água estava sozinho no jardim, começou a classificar metodicamente tudo o que aconteceu, as repercussões e a lógica, e tentou reconciliar como corrigir todos os problemas que seu aparecimento neste tempo havia causado. Havia apenas uma solução, como ele percebeu. Teria que fazer a menina cigana que começou tudo isso devolvê-lo ao local de onde ela o tirou. Teria que forçá-la a devolvê-lo ao seu próprio tempo, seu próprio país, e sua vida familiar, próspera, onde seu irmão mais novo não falava com ele com um desprezo tão Mas aquela garota fora embora. E ainda não foi. Nem mesmo envelhecera ainda, se ele estava entendendo as coisas corretamente. Por que fizera isso? Em sua cabeça corria todas as coisas que ela dissera a ele, todas as coisas que ele já sabia. Ela o trouxe para um momento que, se ele não tivesse aparecido exatamente naquela hora, teria provavelmente significado a morte de seu irmão. A morte do pai de Leah. Sua sobrinha. Ele tinha uma sobrinha. Chamada Leah. E sua sobrinha acabara de fazer a sua vida mudar completamente. Mas ela não lhe fizera essa pergunta? Não perguntara se ele estava disposto a desistir de tudo por Jacob? A sacrificar tudo o que conhecia?
Sua resposta foi sim, mesmo sem saber o que isso realmente significava. Mas, Adam percebeu, quando tudo foi dito e feito, mesmo que ele tivesse descoberto que Damien, o Príncipe Vampiro, era o melhor amigo de Noah no mundo, não importaria. Ele aceitaria. Aceitaria tudo, contanto que significasse ser capaz de estar lá quando Jacob mais precisasse dele.
Jacob. Como Executor? Nunca houvera mais de um Executor antes. Nesta época, havia dois. O segundo era uma mulher humana que também era esposa de seu irmão? Jacob estava certo. Não haveria lugar para ele aqui. Este era claramente o tempo de seu irmão. O cumprimento de seu destino. Então... como isso deixava Adam? Afastou o pensamento triste. Não havia como considerá-lo, pensou firmemente. Ele não foi marcado por sua função como Executor. Ele era um homem poderoso e de utilidade vital para o seu povo, muito antes que lhe passassem o manto de Executor, e seria novamente. Não importa a maneira que a areia se espalhou depois que esta criança do Tempo brincou com ela, ele seria fundamental e poderoso, enquanto houvesse fôlego em seu corpo. O som de botas nas pedras chamou sua atenção totalmente. Adam, de repente viuse olhando para olhos escuros ardentes da cor de vison 11. A Vampira bonita estava completamente vestida, mas o fôlego de Adam correu para fora de seu corpo diante da visão dela, exatamente da maneira que estivera quando ficara nua diante dele. Usava calças e botas, que abraçavam suas pernas como uma segunda pele, o tecido alisava amorosamente as curvas de seus quadris e nádegas. Ela usava um tipo de camisa que mal chegava abaixo dos seios e se colava a eles com força suficiente para revelar a localização precisa de seus mamilos, cuja cor malva ele muito facilmente se lembrava. Estava nua ao longo de sua barriga lisa, exceto pela adição exótica de uma corrente de prata e ametista que circulava a cintura e ligava-se através de um aro que perfurava seu umbigo. Enquanto ela ficava lá, mais orgulhosa e ousadamente bela que nunca, ele percebeu que ela usava seu cabelo um pouco mais curto agora. Ela cortara a massa preta ondulada para apenas alguns centímetros abaixo de sua clavícula. Uma vergonha, ele se viu pensando. Ele estivera maravilhoso enquanto caíra molhado ao longo de suas costas nuas. Embora tivesse de admitir que havia algo de atraente nele desta maneira, também. —Ora, ora, — Jasmine murmurou em voz baixa, com diversão exuberante. —Se não é o tímido demônio espião. Adam, não é? —Ela riu, encantada que tivesse lembrado de TWKliek seu nome depois de tanto tempo. Então, novamente, seus breves encontros com ele foram algumas dessas memórias que parecia que 100 acabaram ficando com ela ao longo dos anos. Realmente, elas fizeram mais que ficar, admitiu à si mesma, rapidamente, como se a admissão, assim como a Nightwalkers remoção de 06 um Band-Aid, feriria menos assim. Envolvera-se muitas vezes nessas memórias, tomada por um estranho desejo que não conseguia entender. Depois de tudo, foi apenas uma diversão. Uma provocação. Ele não foi o primeiro e nem o último que ela insultou de tal maneira.
u
Mas ele era o mais poderoso. A memória se agarrou a ela por quatro séculos, e ela se perguntou em mais de uma ocasião onde ele estaria, quando desapareceu. Ela também se lembrava das reações perturbadoras dele em relação à ela, muitas vezes quando provocava algumas parecidas em outros, mas enquanto ela descobria que sua mais recente vítima era deplorável, ela nunca se lembrara dele de maneira desrespeitosa. O engraçado era que ele parecia quase exatamente o mesmo, desde os longos cachos de seu cabelo preto desordenado até o couro arranhado e desgastado das botas altas de montaria em suas coxas grossas. Era como olhar através de um portal para o passado. Ainda usava uma espada, também. A adaga estava faltando, mais uma vez, e a bainha estava vazia em seu quadril. —Você passou todos esses anos me evitando, apenas para falhar agora? —Ela sugeriu em uma provocação descarada. Adam explodiu. Isso realmente era demais. Ele passara por coisas suficientes nas últimas horas para acabar com a sanidade de um homem. Mas jurou pelo Destino que não iria deixar essa prostituta Vampira ficar lá rindo dele, levando a melhor sobre ele. Ela estava na terra de seu Rei, e suas intenções não poderiam ser boas se ela caminhava tão corajosamente no território dos Demônios. Se era guerra que estava procurando, bem, Adam estava no humor exato para dar isso a ela. —Agora, minha pequena cadela de raça, — ele sussurrou enquanto sacava a espada, — vamos ver como você rirá melhor através da fenda em sua garganta. Jasmine quase pulou de volta no tempo para evitar a pancada viciosa da espada já manchada de sangue. Suas botas mandaram pedras brancas pelos ares enquanto ela deslizava para se afastar. Desta vez sua risada foi completamente incrédula. 101 —Você perdeu sua maldita cabeça? —Ela exigiu, esquivando-se novamente quando a perversa lâmina quase pegou em seu ombro. —Sim. Estou me sentindo um pouco insano no momento. Então, tudo é possível. — Adam sorriu, piscando os dentes amplamente brancos para ela ,enquanto um brilho animado entrava nos olhos dele pela primeira vez, no que parecia anos de confusão. Isso ele sabia. Sabia como lutar e matar, em nome de seu Rei e de sua espécie. Isto, pelo menos, nunca iria mudar, não importa quanto tempo passasse. Jasmine viu a ânsia de sangue que brilhava naqueles incríveis olhos verdes pálidos e todo seu corpo estremeceu, mas com prazer, apesar de seu óbvio perigo. Se havia uma coisa que Jasmine sempre conseguiria apreciar, era a sede de sangue. Claro, ele supostamente não estava com sede pelo seu sangue. Seu povo não estava mais em guerra, mas ele estava agindo como se ela ainda fosse sua inimiga. Honestamente, ela não era sua inimiga a primeira vez que se encontraram. Estivera mais tentada a derrubar o bruto lindo que lutar com ele. u
Mas de qualquer forma, preliminares eram preliminares. —Bem, então, estou em um pouco de desvantagem, já que você está armado e eu não. E por quê, Adam perguntou abruptamente. Se viera causar problemas, por que viria armada apenas com suas presas e seus poderes da mente?
—Ahh, te coloquei para pensar, não foi? — Ela zombou enquanto dançavam mais alguns passos em torno de si mesmos. —Se você quiser colocar sua espada em algo, certamente poderíamos encontrar um alvo melhor. —Eu duvido disso. Você é a melhor bainha para minha espada que já vi, — ele defendeu com veemência. —Você acha? — Jasmine lançou-se em voo para evitar a perda de uma perna. Ela voou por cima e por trás dele, aterrissando com um floreio e uma risada, antes de sair de seu próximo alcance e, para o choque interminável de Adam, desarmá-lo de sua espada com apenas um empurrão duro de suas palmas. Ela quase rachou seu antebraço em dois com o golpe e ele rugiu com dor, enquanto sua lâmina voava alguns metros fora do alcance. Para sua surpresa, porém, a Vampira dançou para fora de seu alcance, em vez de aproveitar sua vulnerabilidade. —Agora você deverá encontrar uma espada diferente para atacar-me! — Ela riu. —Ora, sua pequena... O insulto flagrante o levou além da lógica e de todos seus anos de treinamento. Então, novamente, nunca estivera em uma luta como essa antes. Adam não podia acreditar, mas a pequena astuta e atrevida estava divertindo-o, frustrando-o, e malditamente excitando-o, tudo ao mesmo tempo! —E por que não? — Ele murmurou para si mesmo. —Em um mundo louco e virado de cabeça para baixo, onde Demônios faziam bebês com seres humanos, por102que não um demônio querendo fazer uma inteligente rapariga Vampira gritar seu nome uma ou duas vezes? Adam avançou para sua adversária e pegou-a em uma abordagem fabulosa. Navegaram para fora do caminho rochoso em direção ao gramado, caindo e rolando duramente. Para diversão dele, ela ficou por cima. Sua nuvem escura de cabelos sedosos e brilhantes, formaram uma cortina negra em volta de sua cabeça, suas feições aristocráticas magras e lindas ao luar, que brilhava atrás dela. Ela plantou as mãos em seu peito e, propositadamente, deslizou suas nádegas pelo comprimento do seu tronco até que estava montada em seu quadril, montando-o como montaria um garanhão premiado com sua postura reta e seios empinados. Ela riu de novo, seus ricos olhos castanhos dançando com vida e alegria. Então inclinou-se para ele até que seus lábios quase roçaram os seus. —Como eu me lembrava, — ela sussurrou em fluxos de ar quente contra sua boca, —você é um guerreiro muito bem armado. — Ela montou seu sexo quente contra o dele u
para ter certeza de que ele entenderia o que queria dizer. —Vamos trazer suas outras armas para a brincadeira. Adam estendeu a mão e agarrou-a pelos ombros, jogando-a fortemente no chão até que ele estava na posição dominante. Encontrou-se confortável entre as coxas fortes, os seios esmagados sob seu peito enquanto prendia seus pulsos no chão perto dos ombros. —Acho que você pode conseguir o que está procurando, se conseguir ficar viva por tempo suficiente! —Não faça promessas que não pretende manter, — ela respirou contra sua boca pouco antes de agitar a língua para fora, entre suas presas proeminentes, e lambeu os lábios dele.
Adam se sobressaltou pelo contato. O que ele esperava sentir era sua pele arrepiar com aversão absoluta à intimidade roubada da Vampira. Mas o que sentiu, em vez disso, foi justamente o oposto. O calor explodiu em seu rosto, como um flash de constrangimento sem a sensação vergonhosa em si. Adam sentiu todo o corpo começar a suar, ondas brutas e esmagadoras avançando sobre ele . Seu coração já estava disparado por causa de suas lutas, mas agora tratava-se de muito mais. Agora tudo que conseguia perceber para centrar-se era o jeito como ela estava respirando com dificuldade debaixo dele. Respirando. Vampiros não respiravam após os primeiros cem anos ou mais. E ela tinha que ter pelo menos 400. Por que ela estava... ? Doce Destino. Adam sentiu a mesma mudança novamente dentro de sua psique. Veio na onda de suas respirações ofegantes, as que entregavam o seu nível de excitação. Flutuava em seus sentidos no perfume de mirra e cravo da sua pele. Estavam brigando ou brincando? Adam mal podia se lembrar. Ou não poderia saber a diferença. Tudo que entendia com perfeita clareza era sua inacreditável atração. Foi assim desde o instante em103 que colocou os olhos sobre ela pela primeira —Humm, — ela ronronou baixinho, suas longas pernas deslizando para envolver a parte de trás de suas coxas grossas. —Você nunca ouviu a frase, Faça amor, não faça guerra? —Não, — ele exalou duramente. —Mas é uma ideia malditamente boa. Pena que não tenho escolha a não ser matá-la por invasão e por se aproximar muito de meu Rei. —Seu Rei convidou-me abertamente para que viesse, — ela colocou ênfase deliberada sobre a palavra—e ir aonde quer que me agrade. Adam apertou seus pulsos tão fortemente que Jasmine estremeceu. —Você está insinuando que Noah estaria maculando a si mesmo com tipos como você? Que você é amante de meu Rei?
u
Jasmine riu disso. —Não, querido, eu acho que não. Você sabe tão bem quanto eu, que a esposa dele teria me destruído eras atrás, se eu sequer olhasse para ele da maneira errada. —Sua esposa, — Adam ecoou. A loira. —Kestra é um pouco temperamental, segundo me disseram. Além disso, eu estava considerando macular você, ao invés dele. —Ela lambeu os lábios lentamente, de alguma forma forçando todo o corpo de Adam a apertar em reação. —Mas então, — ela sussurrou maliciosamente, — você também está. Maldita fosse ela e seus meios sedutores! Como fazia isso? Como o deixava queimando, como se sua vida dependesse de satisfazer sua luxúria escandalosa por ela? Era um truque! Sabia malditamente bem que era um truque da mente Vampira, mas por sua vida, ele não conseguia se libertar dele. A conscientização da tática deveria ter dissolvido seu poder. Por que ele ansiava por ela tão fortemente?
—Ahh, — ela respirou com prazer evidente, arqueando sua espinha. —Agora aqui está o Demônio do qual me lembro. — Jasmine moveu seus quadris até embaixo da pélvis fixando-a no chão. Adam estava muito excitado, estava desde o início de seu encontro, o simples fato de vê-la, obviamente, o afetou. Ela poderia sentir o cheiro de sua excitação sobre ele, um calor masculino almiscarado que crescia e crescia. Mas agora ele cresceu com força contra ela, também, uma ereção enorme repousando contra o comprimento de seu próprio sexo quente. Apenas o tecido sintético os mantinha separados, e esse conhecimento fazia com que seu corpo ficasse totalmente quente e úmido. Uma coisa era desfrutar de um flerte insultuoso, mas para Jasmine, outra bem diferente era realmente sentir algo em resposta. Especialmente uma reação tão 104 impressionante e poderosa como esta. Não de seu sangue. Não de sua raça. Ela ouviu sua mente falar com ela severamente sobre seus preconceitos. Como regra, Jasmine estava completamente horrorizada pelas recentes erupções das uniões mestiças entre Nightwalkers. O pior deles era o casamento de seu próprio príncipe com uma Licantropo, imagine só! Para começar, casamento era um conceito ridículo para um vampiro, porque os Vampiros eram tão desapegados de emoções verdadeiramente profundas de afeto; mas casar-se com uma estranha? Todo o problema que isso causou quase não valia a pena e isso mais do que provava o seu ponto! Mas ela estava quase com cinco séculos de idade agora, e tão pouco a divertia. Quase nada a excitava. No entanto, enquanto estava deitada sob esse corpo bruto, sentia seu coração ganhar vida com uma batida selvagem, pela primeira vez desde que ultrapassara a necessidade de circulação regular. Ela não precisava respirar, mas agora
u
não conseguia recuperar o fôlego. Nada, nada a excitara tão perfeitamente antes. Por quê? Por que dessa vez, e por todas as coisas, porque com este Demônio? —Você tem prazer nisso, não é? — Ele acusou furiosamente em resposta à sua provocação. —Você provoca e manipula, achando muito delicioso. Mas deixe-me avisá-la, Vamp, eu não estou tendo a melhor das noites. Acho que estou perdendo rapidamente a preocupação com o que pode ser certo ou errado. Amanhã posso até ter ido embora, e tudo que eu fizer até, então nunca terá importância. —Eu acho que realmente tenho prazer nisso, — ela admitiu, sua voz baixa tão sexy que fez o corpo dele doer com uma ansiedade inexplicável. -Surpreende-me confessá-lo. —Eu deveria matar você, — ele advertiu. —Por quê? A guerra acabou há muito tempo, Adam. Nós não somos mais inimigos. Seus ataques e ameaças contra mim são equivalentes à traição. —Traição! —Eu sou a assessora mais valorizada e confiável de Damien. Noah me prometeu passagem segura, e nossos povos estão tediosamente em paz. Um ataque contra mim pode ser interpretado como um ato de guerra.
—Um ato de... Paz. É claro. O que ele esperava? Uma guerra que durasse quatro séculos? Ela poderia estar mentindo, mas... ele já tinha sido mais esperto, não tinha? O castelo estava levemente protegido, ela veio desarmada e não fez nenhum esforço para prejudicá-lo seriamente, e ele já aprendera uma dura sequência de lições naquela noite que dizia que tudo era possível. —Tudo é possível, — ele murmurou pensativamente enquanto olhava para aqueles quentes olhos de vison. —Mesmo a paz com Vampiros. Mas você, minha beleza negra, é 105 uma questão bastante diferente, agora, não é? Jasmine sentiu seu coração reavivado falhar, sob a intensa reação que suas palavras contemplativas causaram ao correr através dela. Era como se milhares de alfinetes espetassem ao longo de sua pele sensível. —Diga-me seu nome, pequena Vamp, — ele ordenou. -Conquiste-o, meu bonito e bruto Demônio, — ela disparou antes que pudesse verificar o impulso. Mas o desafio o fez sorrir de forma lenta e predatória que Jasmine quis instigá-lo novamente e novamente. Qualquer coisa para convidar essa selvageria incrível em suas íris cor de jade pálida. —Eu acho que o conquistarei, Vamp. Adam vibrou com a estimulação de seu convite, as possibilidades agitando-se por sua mente quando, pela primeira vez, deu a si mesmo permissão total para fazer isso. Ela era uma mulher ousada e, obviamente, experiente, então ele não precisava ser delicado
u
com ela. Ela certamente não era a primeira coisa bonita, com seios deliciosos e uma bunda gostosa, que caia em seu colo. O pensamento bruto veio e se foi num piscar de olhos, alguma parte de sua mente rejeitando-o bruscamente por uma razão que não podia compreender. Então, de todas as escolhas que ela ostentava flagrantemente diante dele, Adam liquidou a que ele mais queria. Abaixou a cabeça escura até que seus lábios desenhassem quentes e macios contra sua bochecha, e então colocou a cabeça cada vez mais baixo até que seu nariz estava correndo o comprimento de seu pescoço perfumado e sua boca se abria bem devagar contra seu pequena e sensível pulsação. Jasmine arfou bruscamente, e depois rolou os olhos fechados com um lento gemido de puro prazer enquanto sua língua úmida se agitava contra sua garganta. Quando ele a sugou com força, ela moveu-se rapidamente para fora do chão. Aquele determinado local era altamente erógeno em seu povo, e ele claramente sabia como explorá-lo. —Mmm, — ela gemeu perto de sua orelha, a despeito de si mesma. De todas as coisas para escolher, por que ele escolheu esta? Não havia satisfação direta para ele dessa forma, havia? O pensamento a perturbou profundamente. Não gostando da sensação de confusão, ela empurrou por baixo dele e tirou as pernas que envolviam a cintura dele para colocar seus pés no chão. Ele levantou a cabeça quando sentiu seus atos de resistência, e agora eram seus olhos que estavam acesos pela diversão. —Então, minha pequena Vamp tem alguns limites, afinal. Ela prefere provocar, a ser provocada.
-Levante-se, — ela falou irritadamente. —Não acho que me levantarei. — Adam ficou cara a cara com ela. —A água é o meu 106 dizer onde elemento. Tudo que é líquido é meu para manipular e harmonizar. Eu deveria você está molhada, pequena Vamp? —Se você tiver as bolas para dizer, Demônio, poderá não encontrá-las amanhã. Levante-se! Adam riu de sua ameaça, incapaz de explicar o seu deleite. Enquanto o jogo de poder rodava entre eles, sua excitação subiu para saudá-la. Sentiu-se mais centrado quando recuperou o controle da dinâmica do momento. No entanto, percebeu que a excitação em si estava fora de seu controle. Todavia, ele ansiava sua satisfação. Mesmo que apenas para obter o melhor da raposa atrevida debaixo dele. —Venha, venha, — ele persuadiu, sua inflexão tornando-se um duplo sentido, — você estava tão ansiosa para brincar um momento atrás. E eu preciso saber seu nome. —Bastardo! Você fez tudo isso por um nome? —Ela resmungou. —Não é bonito o suficiente para os tipos como você. — Ele riu.
u
Jasmine exibiu as presas para ele com um assobio. —Se eu falar meu nome, você sairá de cima de mim? —Dificilmente uma troca justa depois de tudo que você me deu. — Ele deslocou o quadril para a frente contra ela para lembrá-la das reações que seu jeito provocante forjara. Adam revelou em seu suspiro quase sem ar, observando a natureza sensual dela assumir o controle com o escurecimento dos olhos e um alargamento delicado de suas narinas. Ela não conseguiu conter o som involuntário de prazer que se seguiu, e ele podia ver sua fúria queimando por sua auto- traição, em suas feições. A cabeça de Jasmine estava girando com a sobrecarga sensorial e emocional. Por um lado, ficou enfurecida por esta estranha reviravolta de poder, sentindo que estava destinada a distribuir, e não ser vítima de tais truques. No entanto, não podia acreditar como fácil e completamente, ele a afetou. Ela ansiava por mais, essa excitação fazendo-a se sentir tão... Viva. Adam sentiu um começo de rendição, e arriscou soltar um de seus pulsos, que estavam presos. Subindo um pouco, estudou o lindo paladar de possibilidades que ela apresentava. Estendeu a mão para tocar sua barriga exposta, passando o dedo sob a extraordinária corrente de jóias. —Todas as fêmeas usam isso agora? — Ele perguntou baixinho, enquanto as pontas dos dedos calosos raspavam sobre a pele suave perto do umbigo. —Algumas usam, — ela respirou. —Eu gosto. —Eu também, — ele informou-lhe com uma intensidade que fez o sangue de Jasmine zumbir ruidosamente em seus ouvidos. —Você tem outra jóia em outros lugares, pequena Vamp? —Sim, — disse ela em um sussurro apressado. -Conte-me.
107
—Descubra por si mesmo, — ela rebateu em um retorno malvado de seu flerte descontroladamente poderoso. O convite lançou o desejo com força no sistema já aquecido de Adam. —Oh, Vamp. O que você faz comigo... Adam olhou em seus olhos, pálido jade colidindo com vison quente, em um emaranhado de intensidade que ambos sentiam muito mais profundamente do que queriam. De repente, ele sentiu como se respirar estivesse além de sua capacidade, e toda sua atenção atraiu-se para a boca cheia. Seus lábios estavam exuberantes e escuros, mas a picada de seus caninos os impediram de parecer doces ou inocentes. Ao contrário, a imagem era escura e estranhamente erótica e tentadora.
u
Jasmine virou a cabeça bruscamente de lado quando ele se aproximou de sua boca. Sua mão livre pegou o queixo dela e virou-o duramente para encará-lo, segurando-a firmemente no lugar. —Com medo de me beijar, pequena Vamp? —Um beijo não é nada, — ela rangeu os dentes. —E a minha língua não é perfurada, então não precisa procurar. —Sua língua... — Adam riu fortemente. —Eu não esperaria que fosse. Certamente nem mesmo os Vampiros fariam algo tão ridículo. Jasmine sorriu. —Não. Claro que não. Adam tinha a sensação que ela estava tendo uma piada particular às custas dele, mas não se importou muito. -Beije-me, anjo negro. Você não tem nada a temer de um homem que mal existe neste momento. —Medo? — Ela riu. —Tenho medo de poucas coisas e dar o meu beijo menos ainda. Não tocaria os meus lábios em minha comida, se pudesse evitá-lo, mas, como você vê, tenho pouca escolha. —O quê? Acima de cortar a garganta para o seu jantar? —Não sobre isso, mas apenas impedida por lei e um pingo de decência. —Oh nossa, — ele respondeu, — que pequena mentirosa você é. Você não é tão carente de moral como me fez acreditar. Conte-me, estas espetadas são eficazes em manter os outros à distância? —Somente alguns idiotas merecem espetadas. —Bem, vamos ver como nós dois poderemos nos esquivar de suas espetadas, pequena Vamp, —ele persuadiu suavemente enquanto roçava seus lábios com os dele. Ela tentou afastá-lo novamente, mas ele segurou-a firmemente. —Por favor, eu não beijo... — ela sussurrou em desespero final, a mão livre empurrando seu ombro largo. —Sim, você beija. Só não percebeu isso ainda. A boca de Adam cobriu a dela com quente dominação. Ela era uma personalidade poderosa por seu próprio direito, mas naquele momento estava na defensiva, e ele podia sentir o aperto de 108
resistência, enquanto ele disparava através dela. Mas também pôde sentir o suspiro de surpresa que ela fez e a profunda transformação de sua respiração apressada. A tensão que a fazia resistir a ele, de repente, começou a fazê-la aproximar-se quando ele deslizou a língua quente e insistente entre seus lábios. Ele encontrou o raspar erótico de suas presas, os pontos cortantes afiados o suficiente para cortá-lo se ele se movesse errado, mas ignorou o pequeno perigo para que pudesse se concentrar apenas na doce escuridão que era o seu beijo. u
Ela não mentiu quando disse que não beijava. Era uma intimidade que ela claramente evitava. Ele percebeu pelo constrangimento de sua resistência à sua invasão inicial. Mais ainda, percebeu pela maneira inexperiente que ela começou a relaxar e ceder a seus beijos roubados. Não era que ela não sabia como fazer o que estava fazendo, só que se passou um longo tempo desde quando ela permitiu que fizesse isso. Quando sua língua finalmente se enrolou com a dele e todo seu corpo parecia levantar em direção a ele em ansiosa participação, Adam não resistiu e sorriu para ela triunfante. Ela fez um ruído obstinado e suas mãos se ergueram e se curvaram rápida e fortemente sobre seus ombros, cobrindo sua extensão em um instante. Seus beijos ficaram ardentes e ricos, atraindo-o profundamente em direção à ela e colocando cada centímetro de pele no fogo. Adam recuou depois que sentiu as pontas dos dedos acariciando toda a extensão de suas costas, uma carícia delicada que parecia de alguma forma, a antítese da paixão violenta que saltava entre suas bocas, ainda que estivesse profundamente excitando do mesmo jeito. Ele tinha que olhar para seus bonitos olhos escuros, uma tentativa de centrar-se ou, eventualmente, compreender a profundidade do que estava ressoando através dele. Poderia sequer começar a entender o que estava experimentando? Ele admitiu a si mesmo que, apesar de sua idade, não tinha nada em sua experiência para comparar a isso. Olhando para sua expressão perplexa, ele teve dúvidas, se era diferente para ela. Ele queria encher suas mãos com ela, e ficou claro que ela teria poucas queixas, se o fizesse. O Executor deslizou uma mão faminta até as curvas magras da lateral do corpo dela até que a pele macia transbordasse da palma da mão e da prisão de seus dedos. Desconsiderando a barreira de sua camisa fina e colada, direcionou seu seio e seu cume em direção à sua boca. A primeira coisa que fez foi provocá-la com o espectral esfregar de lábios, mas só levou um momento para perceber que descobrira um dos tesouros com o qual ela o desafiou. Ele podia sentir, com um arrepio de excitação, um aro de metal duro e as duas minúsculas bolinhas que o acompanhavam. Através de fascinada exploração, Adam atirou a mão sob sua camisa e puxou o tecido agarrado a pele. Ele sentiu a mão livre dela agarrando firmemente os cachos de seu cabelo, como se ela estivesse indecisa se o atraia para mais perto ou o afastava. Mas tudo que foi necessário foi uma única visão do piercing de prata, na ponta de um 109 mamilo muito túrgido à sombra de uma rosa vermelha, e ele não poderia ter se forçado a parar o seu próximo impulso por nada no mundo. Estendeu a ponta da língua para enganchar o anel convidativo. Com um puxão
experimental, colocou-o rapidamente em sua boca, Adam ficou encantado quando ela arqueou as costas e prendeu sua cabeça a ela em um súbito encorajamento.
u
Ela ofegou suavemente, arrastando as unhas para fora de seu cabelo e ao longo da face côncava sob seu toque, quando ele tomou a liberdade de brincar com seu corpo fascinantemente decorado com jóias. O cheiro dela emanava de sua pele em doces ondas de convite sexual. Ela fez um som baixo e arrepiante de aliciamento para ele, as pernas deslizando em tentação renovada. Adam testou sua tolerância no ponto sensível, pegando o aro e puxando fortemente até que ela exalou um som em resposta. O corpo inteiro de Adam estava no auge com a necessidade, e ele sabia que nunca quisera uma mulher com tal senso de pura insanidade. A única exceção teria sido o momento em que ela mesma provocou a mesma resposta forte dele, no que era agora um passado muito distante. O pensamento era altamente preocupante. Sua situação na vida estava cambaleando para fora de seu controle, nada fazia sentido e não havia resolução à vista, e apesar disso, ali estava ele, com esta fêmea, e de alguma forma sentia-se mais centrado que jamais se sentira antes. Mesmo que fosse errado estar com ela. Ou não era? Ele não tinha ideia do que era certo ou errado neste mundo confuso no qual se encontrava, e isso estava fazendo-o se sentir como se não tivesse nenhum centro. Precisava conhecer as regras. A lei. Foi assim que ele sempre viveu sua vida, e não iria parar agora. Adam empurrou-se para longe da tentação deitada na grama, afastando-se dela, mesmo que partes muito viscerais de si mesmo protestassem contra esse ato, de forma bastante violenta. Ficou de pé e se recompôs e observou enquanto ela lentamente se sentava e alisava as mãos sobre seu corpo estimulado. Ela tocou a boca com os dedos elegantes, enxugando a umidade que ele deixou para trás com alguns pequenos golpes sensuais que fez seu peito doer com desejo mais uma vez. —Até a próxima vez. — Ela riu enquanto levantava-se do chão em uma levitação fácil. —Não haverá uma próxima vez, — ele murmurou sombriamente. —Claro que não. — Sua descrença era mais que óbvia. Ela se dirigiu para o palácio de Noah, voando apenas quatro centímetros acima do caminho enquanto percorria levemente seu trajeto. Adam amaldiçoou, ainda não propenso a aceitar sua palavra que a guerra 110 acabou e correndo rapidamente atrás dela, caso precisasse proteger a casa de Noah. Ela entrou no Grande Salão sem bater, como sempre fazia, completamente ciente que o grande macho Demônio estava quente em sua cauda. Jasmine poderia estar atuando calma e inconsequentemente sobre seu encontro, mas estava sentindo tudo, exceto calma. Na verdade, todo o seu corpo estava quente em reação e curiosamente ansioso. Não conseguia se lembrar quando foi a última vez em que se deparou com um homem que fosse tão confiante e absurdamente ousado, um homem por quem também se sentia atraída. E o fato de que ele não era um vampiro simplesmente a confundia.
u
Então, novamente, ela não tinha encontrado ninguém em sua raça com que se divertir por um tempo muito longo. Todos eles a entediavam ou eram irritantemente arrogantes. Este macho Demônio era forte e autoconfiante, mas ela podia sentir os momentos de dúvida e confusão nele. Ele era certamente um enigma. Por que ficou tanto tempo sem colocar os olhos sobre ele em quatro séculos? E por que cada vez que o via, eles pareciam se atrair como ímãs irreprimíveis? —Noah! — Adam falou rudemente quando alcançou a Vampira e pegou-a duramente pelo braço. —Ela diz que conhece você. Esta Vampira é bem-vinda em sua casa? Jasmine sorriu para a maneira como ele disse "Vampira". Como se ela fosse algo realmente obsceno. Bem, quando estava ao lado dele sentia-se obscena. Muito obscena. —Jasmine! — Noah levantou-se, empurrando sua esposa para fora de seu colo e saindo para encontrá-los. Ele estava franzindo a testa, assim como Adam, enquanto tentava entender como os seres humanos puderam se tornar companheiros de Demônios. —Sim, Adam, ela é muito bem- vinda aqui. Jasmine, perdoe Adam, ele esteve fora de contato com os temas atuais. Adam, ela é uma adida importante para o Príncipe dos Vampiros. Existe paz entre vampiros e demônios... para a maior parte. —Para a maior parte? — Adam ecoou. —Há alguns vampiros que se voltaram para o comportamento sem lei. Colocam todos nós em risco. Como o que você matou. —Você matou um vampiro, não é? —Jasmine perguntou, arqueando uma sobrancelha para ele. Ele quase podia ouvi-la zombar de sua façanha. —Nicodemous, — Noah informou. Adam olhou com um pouco de espanto quando ela ficou muito quieta, absorvendo as informações tranquilamente quando todos os seus sentidos lhe diziam que estava muito chocada. —Você matou Nico, — disse ela um pouco sem fôlego. E havia algo primordial em sua compreensão sobre isso. O jeito que ela encontrou seus olhos, Adam quase poderia provar a excitação e emoção que a informação enviava a ela. Era como se ele pudesse ler sua mente, e não o contrário. Mas certamente seu próprio cérebro danificado estava inventando. Por que ela teria prazer com a morte de um de sua própria espécie? Então, novamente, quem poderia entender o que motivava um vampiro? 111 —Eu ataquei através do tronco cerebral. Da última vez que verifiquei, junto à decapitação, esse é o método mais rápido de matar um vampiro. E por que ele achava que o fato de que ele sabia mais maneiras de matar sua espécie a excitava um pouco mais? Não poderia ser por causa daquele sorriso que ela estava dando a ele, não é? —Bem, ele está morto, então, — ela concordou. —Confesso que estou impressionada, Adam. Até mesmo o seu rei recuou diante de enfrentar Nico ou Ruth. Eu não sei se o considero incrivelmente corajoso ou imprudente.
u
—Eu faria qualquer coisa para salvar a vida do meu irmão. E como Executor, eu não hesitaria em caçar a fêmea Demônio pervertida também. Eu me surpreendo que Jacob ainda não acontrolou. —Adam apertou os lábios para não falar suas teorias sobre isso. Ficou claro que Jacob estava muito distraído por sua esposa e filha para fazer seu trabalho de forma eficaz. Havia uma razão para que os Executores renunciassem a tornaram-se Marcados. Na sua opinião, esta situação ilustrava esse motivo. —Como Executor? Você? Jasmine percebeu um momento depois que ela riu, que era uma má ideia zombar sobre esta noção particular. Os lábios do Demônio se crisparam e seu corpo grande se eriçou, ofendido. Jasmine ergueu as palmas das mãos e encolheu os ombros, tentando afastar qualquer gafe que cometera. Normalmente, não poderia se importar menos com quem ela incomodava, mas não estava realmente ansiosa para irritar esse demônio. Quando ficava irritado ele começava a fazer coisas com ela que acabavam a irritando. E ela ainda não se decidira se gostava disso ou não. Ela não achava que deveria gostar. Mas mais uma vez... seu corpo ainda estava cantarolando com o último ataque aos seus sentidos, a boca ainda sentindo-se cheia de seu sabor e calor. Ela se sentia como se tivesse sido marcada de uma forma. Ele a levou de volta 400 anos para a primeira vez que se encontraram, quando ele transformou-se em água e atacou seu corpo totalmente. Ela nunca se esqueceu daquele momento, daquela sensação incrível. Nunca esqueceu porque ninguém, desde então, fizera jus ao seu potencial. Tinha sido uma promessa não cumprida, durou menos de um minuto, com certeza, e mesmo assim, nenhuma escapada sexual com a qual poderia sonhar ou mexer a atingiu tão poderosamente. Não que ela jamais iria admitir isso para ele. —Há dois Executores, e você não é um deles.
CAPÍTULO 7 —Ai, — Jasmine sussurrou um pouco mais alto quando se virou para olhar para o Executor ao qual estava mais familiarizada. Jacob caminhava pelo Grande Salão, 112 parecendo que tinha sido arrastado pelas entranhas do inferno e não estivesse muito firme para caminhar. Noah se moveu em direção a Jacob, com a preocupação gravada em suas feições, mas Jacob ergueu a mão para mantê-lo à distância. —Eu preciso cuidar de minha esposa e filha, mas elas estão seguras por enquanto e isso é mais urgente, — Jacob disse enquanto avançava sobre seu irmão, em pé de TWKliek igualdade com ele pela primeira vez em séculos. —Você não é uma ilusão. Não é um fruto da magia enviado para nos enganar. Posso ver isso. Posso sentir na minha alma. Você é meu irmão. E ainda... —Ele olhou para Noah. —Eu nunca motivaria minha filha a agir de uma maneira que poderia ter tanto potencial06 para danos e Nightwalkers consequências negativas. Eu a segurei e toquei, olhei em seus olhos, e era Leah... mas como pude falhar tanto como pai, para que ela pudesse pensar que isso seria uma
u
coisa aceitável a fazer? Roubar alguém fora de sua vida desse jeito? Roubá-lo de seu próprio destino e alterar o destino de tantos outros no processo? —Talvez você não fizesse isso, — Noah disse suavemente. —Jacob, você já pensou o que teria acontecido com você, Bela e Leah se Adam não tivesse aparecido na caverna como apareceu? Jacob estava considerando isso agora. Ele empalideceu quando percebeu onde Noah queria chegar. —Mas se essa fosse a verdade, se Nico tivesse me matado, como é que Leah iria sobreviver se Isabela estava incapacitada? —Talvez Ruth as teria deixado viver, Jacob. Contemple, por um minuto, o que isso significaria. Você morre, mas ela deixaria Bela sobreviver. Deixaria Leah sobreviver. —Bela não poderia sobreviver sem mim. Você sabe disso. —E Ruth também sabe. E forçar Leah a testemunhar, tornaria tudo isso muito pior. Você e eu sabemos que a cadela doente é mais do que capaz disso. —Então você está dizendo... você está dizendo que Leah sobreviveu assistindo seu pai ser assassinado... e sua mãe... —Ele limpou a rouquidão na garganta que seus pensamentos causaram. —Você pode imaginar o que isso faria a uma criança? — Noah disse. —Uma criança que cresceu com todos nós vivendo no rescaldo de algo assim? Somente pensar sobre isso me devasta, Jacob. Portanto, faz muito sentido que ela usasse seu poder para encontrar uma maneira de voltar e mudar o passado, encontrar uma maneira de salvar vocês dois. —Ao entrar em um passado distante para roubar o meu irmão para ajudá-la? Está me dizendo que foi por isso que ele desapareceu todos esses séculos atrás? Porque 113se é assim, minha filha o roubou, para que ele pudesse voltar e me proteger no futuro? E por que ela foi embora? Por que não ficou e explicou tudo isso para mim? —Você deve imaginar que os paradoxos são infinitos, Jacob. Que no momento em que Adam o salvou, aquela Leah deveria deixar de existir. O futuro e a linha do tempo nos quais ela existiu, tiveram que ter uma parada brusca deixando de funcionar, teve de se desintegrar, porque era baseado naquele momento no tempo, que ela acabara de modificar. —O momento de sua morte, — Adam disse de repente. —Exatamente. Suas ações deixaram você e Bela seguros e vivos, e Adam ficou preso aqui, sem nenhuma maneira de voltar até, talvez alguns anos daqui para a frente, quando Leah terá idade suficiente para controlar seu poder. Mas é evidente que ela nunca o levará de volta, ou você nunca teria notado sua ausência. Você nunca teria se tornado Executor. Nunca teria conhecido Bela ou se tornado pai. Isso tem que acabar dessa forma,
u
e começar de novo a partir daqui. Adam nunca poderá voltar porque se o fizer, Leah nunca existirá para levá-lo, em primeiro lugar. —Minha cabeça dói só de ouvir essa explicação. — Jacob disse. —Mas acho que estou entendendo, apesar disso.
—Você quer dizer que não tenho escolha? Devo ficar aqui no futuro? Ou melhor, nesse presente? —É um castelo de cartas, Adam, —Noah o advertiu. —Se você voltar, mudará tudo. Provavelmente destruirá todas as chances de felicidade para os seus irmãos. Para todo o povo Demônio. Jacob foi o primeiro a encontrar e se apaixonar por uma Druida. Se isso nunca acontecesse, então eu nunca iria encontrar minha esposa. Seu irmão Kane nunca iria encontrar a esposa dele. Elijah... —Meu irmão Kane? — Adam ecoou incrédulo. —Kane nasceu depois que você desapareceu, — Jacob informou. Jacob agora percebeu que não tinha direito de estar zangado com seu irmão por todas as coisas que o criticou mais cedo. Todo esse tempo Jacob se sentiu inexplicavelmente abandonado, e tanta coisa aconteceu para mudar sua vida por causa do desaparecimento de Adam. Mas agora percebeu que não era culpa de Adam. A culpa era de Leah. Eu amo você, papai. Sim. Não havia dúvida em sua mente que tinha sido Leah. Sua bela filha, crescida. E pior, como aquele único abraço estivera repleto de tragédia e dor. Ela se agarrou a ele como se estivesse abraçando alguém que não via por um longo, longo tempo, alguém que fora arrancado de perto dela. Quando Jacob pensou no que sua filha deve ter originalmente testemunhado naquele dia, na sua história, fez com que ele quisesse ir para o lado dela e agarrá-la, segurá-la com tanta força contra o peito, que ela114nunca teria necessidade de abraçá-lo tão desesperadamente novamente. Nunca mais. —Jacob, como Bela está? —Legna está com ela agora, — disse Jacob. —Está entorpecida e em coma, com o veneno que absorveu. Temo que ela... —Ele não disse o que temia, mas não foi preciso. Noah sabia muito bem o que estava em jogo. —Então deixe-me esclarecer, — disse Adam cuidadosamente, —Vampiros e Demônios não estão em guerra. Noah balançou a cabeça. —E Nightwalkers podem usar magia? — Perguntou ele. —Aqueles que optarem por ir por esse caminho escuro, — Noah concordou. —E há dois Executores? Um macho e uma fêmea.
u
—Sim, bonito, e as mulheres também podem votar, — brincou Jasmine com uma risada. —Jas, — Noah a repreendeu. Mas ela deu de ombros despreocupadamente. —Bem, as coisas estão muito diferentes aqui do que à 400 anos, e é melhor ele se acostumar com isso, se vai ficar por aqui. Vamos começar com a ideia de que os Nightwalkers não estão em guerra. A única exceção sendo alguns vampiros sem lei. E há aqueles nicromantes irritantes e caçadores humanos. Mas meu ponto é, você pode parar de tentar me matar.
—Ele tentou matar você? — Noah sufocou. —Entre outras coisas, — disse Jasmine maliciosamente, dando uma olhada muito maliciosa para Adam, por cima do ombro. Adam resistiu ao impulso de corar com a culpa, mas só depois de uma grande quantidade de esforço. De repente teve vontade de envolver as mãos ao redor daquela garganta delgada. Em guerra ou não, as leis de pureza teriam que existir ainda. Sexo com outras espécies tinha de ser ilegal. Não? Adam olhou para a doce humana loira que estava reencostada intimamente contra o Rei Demônio. —Demônios e Druidas podem se acasalar, — questionou cuidadosamente, tentando juntar as informações que estava aprendendo. —E Druidas são parte humanos? —Sim. Na verdade, Demônios podem se acasalar com qualquer espécie de Nightwalker agora. Eu sei que isto era diferente no seu tempo, — disse Noah. —É relativamente novo para nós também, acredite em mim. Mais rápido do que teria desejado, Adam sentiu seu olhar se lançar rapidamente para encontrar os olhos castanhos maliciosos da Vampira. 115 perverso e Jasmine. Um nome tão bonito, mas muito puro e inocente para alguém tão habilidoso. —Gostaria de alguns exemplos do que você quer dizer, — disse, um pouco entorpecido, enquanto tentava absorver o choque do que estava ouvindo. A pior parte sobre isso, porém, era que tirava a rédea que ele mantinha tão tenuemente sobre sua restrição. Removeu o muro que deveria estar lá entre ele e esta fêmea Vampira. Podia sentir as possibilidades e a curiosidade levando a melhor sobre ele, assim como fizeram antes que descobrisse que não era mais ilegal satisfazê-las. Mas isso deveria parecer errado para ele! Isso foi proibido por muito tempo, por que a ideia não lhe causava repulsa? Por que ela não lhe causava repulsa? —Aqui temos um exemplo. Elijah, seu velho amigo. Ele é o companheiro da Rainha dos Licantropos.
u
O queixo de Adam caiu com o choque. Agora ele sabia com certeza, que as coisas mudaram de maneiras que ele nunca poderia entender completamente. Elijah estava acasalado? Com qualquer uma? Não tinha importância que a fêmea não fosse de sua espécie. Enquanto a realidade afundava ainda mais, Adam encontrou-se sentindo desesperadamente a falta daqueles que deixara para trás. Principalmente seus pais, que estavam mortos. E agora ele tinha um irmão e uma sobrinha pequena. Haveria mais? O quanto perdera? Seria impossível recuperar o atraso? O que mais, com Jacob e sua esposa como Executores, que finalidade teria ele para servir neste mundo moderno? Ele era irremediavelmente redundante e dolorosamente desnecessário.
Os pensamentos que se moviam pela mente de Adam eram tão dolorosos e fortes que Jasmine não pôde deixar de ouvi-los. Ela sentiu um momento de empatia poderosa por ele, sabendo, como um vampiro que se enterrava no chão e acordava em uma era completamente diferente, qual era a sensação de encontrar entes queridos mudados ou falecidos. Certamente, ela nunca ouvira falar de um vampiro ter dormido 400 anos... —Está tudo bem, — disse ela suavemente. —Sua desorientação e sentimentos de perda são esperados, mas desaparecerão com o tempo. Foque nas novas bênçãos em sua vida, não no que você acha que perdeu. —Quais bênçãos? — Ele retrucou, soando fatalista e frio. —Perdi meus pais, a quem eu amava, a minha posição neste mundo, o que me fez ser o demônio que sou, e não tenho noção de certo e errado com todas essas leis mudadas. Que bênção há nisso? —Você perdeu entes queridos, mas ganhou outros, — ela insistiu, estendendo a mão. — Uma sobrinha linda e poderosa que estava disposta a sacrificar tudo o que 116 você e foi conhecia para que você pudesse salvar seu pai. Ela colocou toda a sua fé em muito bem recompensada por isso. Você tem um irmão, que não conhecia. A esposa dele, também. De qualquer maneira, lamente aqueles que você amou, mas não deixe a tristeza consumi-lo, para que você não perca os outros ao seu redor. Ela estava certa. A compreensão de que seu bondoso pai e sua linda mãe se foram, era dolorosa, deixando um buraco terrível em seu coração, mas aqui havia outros que ele nunca teria conhecido, se não fossem as ações de uma menina jovem e corajosa. E ela não lhe perguntara, mais de uma vez, se ele trocaria tudo que conhecia pela oportunidade de salvar a vida de Jacob? Ele mentira quando dissera que sim? Não, Adam pensou. Isso sequer se aproximava de uma mentira. Teria dado tudo naquele momento para salvar seu irmão. E ele deu. Este era o preço que dissera que pagaria. Teria que aceitar isso. Precisava saber que valeu a pena, mesmo que apenas para o bem-estar de uma pequena menina
u
que claramente não poderia suportar a perda de seu pai. E de sua mãe, ele se lembrou. Mais que apenas a vida de Jacob fora salva neste dia. Deveria tentar se lembrar disso. Ele virou os olhos quentes e gratos para a fêmea Vampiro diante dele. Jasmine. Mesmo quando ela estava lá em roupas indecentemente coladas ao corpo e com aquele sorriso perpetuamente contemplativo nos lábios, ele sabia que ela estava preocupada com ele. Sabia que ela entendia o que ele deveria estar sentindo. Quando se conheceram, ela dissera algo sobre ter estado adormecida por um longo tempo. Ela deve ter sentido o mesmo que ele sentia agora. Fora de contato. Confuso e desorientado. Atrasado no tempo. —Como você faz isso? — Ele lhe perguntou sem rodeios. —Como você simplesmente acorda centenas de anos mais tarde e assimila as mudanças que aconteceram em torno de você? —Eu? — Ela arqueou uma sobrancelha e sorriu maliciosamente. —Eu só abraço o novo mundo ao meu redor. As roupas, a comida, os cheiros, e as sensações de tudo isso. Quero
experimentar tudo. —Ela se abraçou enquanto falava, mas depois inclinou a cabeça para ele. — Você, porém, não parece desse tipo. Você provavelmente estaria melhor como um guia. —O que quer dizer, não sou desse tipo? — Ele exigiu, os pelos finos na parte de trás do pescoço se eriçando com ressentimento. —Meu jeito é sensualista, — ela disse, enquanto se esgueirava para cima dele, o corpo firme deslizando contra o seu, — e você não me parece o tipo de ceder a seus sentimentos. A observação foi presunçosa e provocante, e ele desejava poder alcançá-la e estrangulá- la. Em vez disso, viu-se ruborizando por sua ousadia na frente 117 de seu rei e, aparentemente, sua rainha. Ou talvez fosse porque se ela o esfregasse apenas um pouco mais forte, ele a teria agarrado e acabado dando-lhe uma lição de sexo que até mesmo um vampiro secular poderia usar. Sentia-se totalmente fora de controle cada vez que ela chegava muito perto. Inferno, apenas colocando os olhos nela... —Um guia é uma ideia excelente, Jasmine. Posso considerá-la uma voluntária? O corpo de Jasmine ficou duro ao longo do comprimento do seu, toda sua provocação se desvanecendo diante do que considerava uma ameaça para si mesma. Aquilo atingiu Adam, curiosamente. Por que alguém tão ousado e confiante como ela, consideraria um Demônio deslocado como ele, uma ameaça? —Eu tenho coisas mais importantes a fazer, — disse ela, a voz fria como a pressa repentina do inverno. —O irmão dele seria...
u
—Jacob tem que cuidar de Bela e sua filha. Para não mencionar os seus deveres como Executor. O que é que você tem que fazer? —Noah perguntou maliciosamente. —O que eu sempre faço. Manter a minha ligação com o nosso circuito de guardiões que estão lá fora, protegendo Nightwalkers e humanos dos Vampiros trapaceiros, Demônios, e outros. Na verdade, planejava rastrear Ruth. Ela precisava ser tratada agora, antes que ficasse ainda mais forte. Antes que fosse tarde demais. —Ruth não é uma criatura que você deveria caçar por conta própria, Jasmine. Ninguém enfrenta Ruth sozinha. Seria uma sentença de morte. Entre a magia que ela agora usa habilmente e o poder natural de suas habilidades de Demônio, nenhuma criatura poderia confrontá-la e esperar sobreviver. Nem mesmo eu ou Damien. Ela já quase matou Gideon. — Noah viu Adam reagir com um som estrangulado, e ele emendou. —Tivemos sorte suficiente para trazê-lo de volta, graças ao Destino. —Claramente, — Adam disse com uma voz estrangulada. —Mas ela está sozinha agora. Nicodemos foi destruído. Essa é simplesmente a oportunidade que precisávamos, a fraqueza que queríamos explorar. E devemos fazê-lo rapidamente, antes que ela inicie outra pessoa no lugar de Nico. —Isto também é verdade, — admitiu Noah. —Então, a meu ver, você poderia se sair muito melhor se levasse Adam com você. Como Executor, ele pode sentir os Transformados, rastreá- los. Ruth está sempre cercada por eles. Faz sentido que ele a leve até Ruth eventualmente. Além disso, ele é um caçador e assassino excepcional. Provou isso mais de uma vez. Estar deslocado no
tempo não mudou sua capacidade de lutar. Se você quiser caçar Ruth, estas são as minhas condições. Levar Adam com você. Enquanto a procura, use o tempo para apresentar Adam ao mundo como ele é agora. 118 de Adam, —Oh, irmão, — ela bufou com um afiado rolar de olhos. Afastou-se marchando para enfrentar o rei, seu calor corporal instantaneamente perdido pelo perturbado Demônio da Água. —Não irei levá-lo! Não trabalho com um parceiro. Você está fora de sua mente, se acha que vou tomar conta desse anacronismo para você! —Eu não preciso de uma babá! — Adam explodiu, sua voz ecoando como uma tempestade no Grande Salão. —E certamente não preciso dessa pivete atrevida de vampiro para me mostrar os arredores! —Quietos! Os dois! —Noah rugiu, fazendo com que ambos se assustassem. Ninguém estava acostumado que Noah usasse esse tom de voz. Noah sempre tinha sido capaz de controlar seu temperamento, sempre falando de forma moderada. Claramente o Rei Demônio estava perdendo a paciência com o tumulto em sua vida naquele momento. —Jasmine, ou você trabalha com Adam ou eu atribuirei um Demônio da Mente para o seu rabo e você será teleportada para a fortaleza de Damien, onde ficará, gostando ou não! E Adam, — disse ele, voltando-se para o grande homem, — você percebe que u
precisa de um guia, não é? E eu me lembro o suficiente sobre você, para saber que não ficará feliz sentado aqui neste castelo aprendendo sobre automóveis e computadores. Ruth pode e matará você, se tiver oportunidade. Ela é muito mais forte do que você sabe. Acho que um desafio como esse, seria exatamente o que você precisa. —Noah, isso é muito perigoso, — protestou Jacob. —Até mesmo os dois juntos não teriam uma chance. —Também receio isso, — Noah concordou. —É por isso que só quero que eles a encontrem. Em seguida, eles podem nos buscar e uma força de combate suficiente. Como todos nós sabemos, apenas o ato de encontrá-la é perigoso o suficiente. Mas ela deve ser encontrada. Isso não pode continuar por mais tempo. Enviarei outras equipes, também, espalhando-os lá fora tão rápida e extensamente quanto puder. —Então deixe-nos ir primeiro, — disse Jasmine rapidamente. —Começaremos nas cavernas onde ela atacou Bela e Jacob, e a rastrearemos a partir de lá. E nos dê uma vantagem para que os outros não fiquem no nosso caminho e confundam seus rastros. Eu a quero, Noah. E estou cansada dessas brincadeiras. —Você deverá apenas encontrá-la, Jasmine, — Noah advertiu-a quando ela se virou para caminhar a passos largos com as pernas graciosas de uma gazela. A perfeição de sua postura e a fúria reprimida dentro dela era impressionante de se ver. Adam teria gostado de continuar a observá-la, mas percebeu que precisava se mover ou corria o risco de ser deixado para trás. — Adam, tente manter uma rédea sobre ela, — Noah disse cansado. —E lembre-se que ela irá enganá-lo na primeira oportunidade que tiver, se isso atender seus propósitos.
119
u
—Eu me lembrarei disso, — Adam disse severamente. Isso só serve para mostrar que não mudou muito as coisas sobre vampiros, apesar de tudo.
-Encontrar-me? — Ruth riu, a diversão só para si enquanto preenchia seu quarto. — Oh, por favor, encontre-me. Eu adoraria. Adoraria! —Ruth correu a mão na tigela de água de vidência, que estava usando, dissolvendo as imagens de Noah, Jacob, e o novo macho chamado Adam, que assassinara seu amante. Por enquanto, de qualquer maneira. Ruth voltou para sua cama, um flutuador delicado de seda seguindo atrás dela enquanto se movia em um vestido suave que fluía, com uma linda coloração rosada. Ela se sentou ao lado do cadáver de seu amante, alisando os cabelos para trás, enquanto lentamente envolvia a mão livre em torno do punho da adaga adornada com jóias introduzida na parte de trás de sua boca. Seu corpo estava rígido na morte, então teve que lutar enquanto puxava arduamente para removê-la. Felizmente para ela, infelizmente para Nicodemous, a lâmina foi mantida muito, muito afiada. Fez somente algumas tentativas antes que a arrancasse do crânio e mandíbula de sua vítima. Ruth esperou por alguns minutos. No passado, quando Nico tinha sido ferido de modo crítico, foi necessário apenas a remoção do objeto agressor, para que ele começasse a cicatrizar. Em seguida, ele voltaria à vida, como de costume. Mas desta vez era diferente e ela sabia disso. Desta vez, ele foi executado através da parte traseira de seu cérebro, a ligação crucial que ele não poderia reparar por conta própria. Mas, ainda assim, ela esperou. Ignorou a repugnância de sua máscara mortuária, a frieza de sua pele. Ele já estivera frio como a morte antes, quando estava precisando de uma caçada. Até fizeram amor enquanto todas as extremidades do corpo dele pareciam com o gelo puro. Foi uma arrepiante e erótica experiência. Esta não era. Ela tinha que encontrar alguma maneira, algum tipo de milagre para trazê-lo de volta, ou ele ficaria morto para sempre. Agora que sabia o que Noah e seus companheiros pretendiam, poderia se concentrar em encontrar esse milagre para ele. Ruth correu para a mesa repleta com compêndios sobre feitiços,120 alguns com centenas de anos, outros que ela mesma escrevera à mão. Essa era a beleza da magia, ela aprendera. Se não conseguia encontrar o feitiço que queria, poderia fazê-lo usando até mesmo componentes de outros feitiços. Poderia nem sempre funcionar do jeito que queria, mas era sempre divertido descobrir o que um novo feitiço faria. E às vezes funcionava perfeitamente. Ela abriu na página de um feitiço de animação de morte, mas balançou a cabeça. Ainda não. Ela o faria apenas se nada mais funcionasse, mas o feitiço tinha um período de TWKliek tempo de apenas 48 horas, em seguida, o cadáver queimaria até o pó e nunca poderia ser utilizado novamente... exceto, talvez, como um componente para outro feitiço ainda mais complexo. Nightwalkers 06
u
—De qualquer maneira você irá me ajudar, querido, — ela cantou enquanto vasculhava página após página antiga. —Mas prefiro muito mais você vivo e com força total. E já que eles acham que você está morto, isso nos dará a vantagem. Ela desacelerou enquanto uma raiva infiltrante ameaçava fluir através dela. Estava realmente muito cega pela fúria que a tocou, então tentou combatê-la. Sim, pensou ela, eles tomaram tudo dela. O Noah alto e poderoso e seus atormentados pequenos Demônios. E enquanto isso, cada um tomou um peso extra, alguma criatura para capturar seus corações e torná-los milhares de vezes mais vulneráveis. Ela sabia que este era o lugar onde teria que atacar, se iria se livrar de seus inimigos de uma vez por todas. Ela e Nico estavam tentando pegar Isabela e sua pirralha esta noite, sabendo que arrastá-las para longe de Jacob, iria destruí-lo totalmente. Bem, isso e a vantagem adicional de ter Nico regalando-se sobre a sua preciosa criança precoce do Tempo. Verdade, ela ainda era muito jovem, mas havia perigo em esperar. E se ela desenvolveu a capacidade de saltar para o passado? Noah poderia escolher o tempo para atacar Ruth, um momento que ela menos esperava, e destruí-la. Ele simplesmente não faria isso. Ruth não permitiria. E ela chegou tão perto. Adam estragou seus planos. Adam. Um exemplo perfeito do poder que Leah exerceria no futuro. Lembrou-se do desaparecimento do grande exExecutor, como eles viraram o mundo de cabeça para baixo em busca dele. Apenas para vê-lo aparecer aqui, centenas de anos no futuro, e assassinar o recurso de maior potência de Ruth... e seu companheiro. Ela e Nico completaram a Transformação em conjunto, unindo-se um ao outro. Ele se alimentou dela e ganhou sua habilidade de se teletransportar. Ela bebera seu sangue e ganhou a habilidade de voar. Ela levou algum tempo para perceber isso, e depois para dominar a habilidade. Era delicioso 121 ser capaz de viajar longas distâncias, sem estar limitado a saltos de teletransporte que requeriam grande concentração e drenavam sua energia profundamente. Mas o poder não era tudo que compartilhavam. Verdade que fora o seu motivo no início, mas mais do que apenas o poder viera com a Transformação. Era algo que nunca conhecera antes. Algo bastante conectivo. Nada como a Marca, para ter certeza. Um vampiro nunca poderia sentir algo tão poderoso quanto a Marca. E uma coisa boa, também. A Marca deixava um demônio fraco. Todos eles, Noah, Elijah, e Jacob, todos eles eram fracos. Ruth sabia que o melhor lugar para atacar os Demônios era através de suas parceiras mais fracas. Ou melhor ainda, daquelas que seriam suas companheiras. Todos os Demônios, que ainda tinham que encontrar suas tímidas pequenas Druidas. Todas aquelas humanas vulneráveis ainda sem nenhum poder... até aquele toque fatal. Um pequeno toque e o poder nasceria. Tantas coisas para fazer, ela pensou com um suspiro. u
—E seria melhor se você estivesse aqui para fazê-las, querido, — ela murmurou ao ouvido de seu amante morto. —Já começou. Isabela encontra-se sombriamente envenenada e em coma,
lutando para sobreviver. Eles não podem vigiá-la a cada momento. E enquanto estou esperando para cuidar dela, seus amiguinhos podem começar em outro lugar. Moveu-se para fora da cama, os dedos à deriva em um de seus mais velhos compêndios de feitiço. —Vamos ver... talvez algo complexo para a nova rainha de Noah. Atacaremos na cabeça da serpente. Se destruirmos Kestra, Noah morrerá de coração partido dentro de um ano. Vê como a Marca os enfraquece? Ele é o centro do que detém os Demônios juntos. Eu nunca lutaria com ele de frente, afinal de contas, ele é o Demônio do Fogo mais potente que já viveu. Ou assim eles dizem. Idealmente eu teria gostado que você se alimentasse dele, obtendo um aspecto de sua força. Consegue imaginar o que você poderia fazer com o poder do Fogo? Ou a manipulação de energia? Mesmo em um único aspecto, um demônio como Noah poderia torná-lo incrivelmente poderoso, querido. Ela suspirou enquanto manuseava lentamente através de seus feitiços. Queria atacar os Demônios através de suas companheiras Druidas há algum tempo, mas Nico a obrigou a se concentrar nas crianças do Tempo e do Espaço. Tinham determinado que seria impossível chegar à criança do Espaço, com toda a população de Licantropos, sua mãe Demônio da Mente, e seu pai, o Ancião Gideon, perto dele o tempo todo. Além disso, o moleque era impotente no momento, não mostrou nenhum sinal de capacidade ainda. Mas Leah... —Dane-se a pequena vadia. Lembrarei de destruí-la o mais rapidamente possível. Ela já usou seu poder para nos derrotar. Não a deixarei chegar a uma idade em que possa 122 fazê-lo novamente. Ruth virou a página, e as imagens coloridas do feitiço lhe chamou a atenção antes mesmo que os hieróglifos fossem interpretados em sua mente. Ela não era estudiosa, o entendimento de várias línguas não se adequava à ela muito bem, mas sabia o suficiente para sair de alguma maneira e tinha adidos que eram intérpretes impecáveis. Mas a beleza dos hieróglifos era que contavam uma história viva que até uma criança poderia entender a essência. —Mmm, isso não é precioso? — Ela sussurrou ansiosamente. —Se isso fizer o que acho que faz, pode ser muito apropriado para as nossas necessidades.E isso me lembra, eu deveria procurar nos tomos egípcios por um feitiço de ressurreição, querido. Eles tinham um jeitinho com os mortos. Ela sorriu, incapaz de se controlar, e correu para a porta, correndo para fora de sua sala de trabalho e inclinando-se sobre o parapeito. Abaixo dela, descansando sobre a mobília, estava o seu próprio pequeno ninho de Vampiros corrompidos. Havia dez deles u
visualmente presentes. Sob a sala de trabalho em um outro quarto estavam os Demônios que ela seduziu à sua maneira, que estavam rapidamente se tornando a mais poderosa coleção de nigromantes que já recolhera. Ela cometeu erros no passado, utilizando humanos conjuradores de feitiços e caçadores, mas eles se provaram fracos e inúteis. Somente quando ela se ligou ao inimigo de Damien, Nicodemous, que entendeu que o nigromante mais poderoso seria um nigromante Nightwalker. Agora ela era a nigromante Nightwalker mais poderosa que vivia na Terra. Tinha grandes esperanças que Nicodemous seria o seu segundo, mas ele não tinha cabeça para feitiçarias como ela tinha. Ele
preferia roubar seu poder através do sangue e aprender a utilizá-lo. Da mesma forma, quando finalmente derrotassem Noah e seu círculo central de Demônios, seriam imbatíveis. —Oh, crianças, — ela arrulhou para os Vampiros lá embaixo. A Mamãe tem um jogo para vocês brincarem! Abaixo dela eles começaram a se mexer. Ficavam facilmente entediados e poderiam ser controversos, mas o que realmente necessitavam era entretenimento constante e fontes de poder contínua. Alguns deles foram adicionados porque faziam feitiços; outros, como Nico, preferiam caçar sangue e poder. O final do jogo para Nico sempre foi destronar Damien. Ele realmente era muito obcecado. E isso estava ótimo para Ruth. Ele poderia governar os vampiros e ela os Demônios. Juntos, seriam bastante fortes para enfrentá-los, e poderiam facilmente tirar os Nightwalkers de seu calcanhar. —O que é isso? — Isis perguntou ansiosamente, seus caninos protuberantes em prontidão, longos e curvos. —Eu quero jogar! —Sim. Qual jogo você tem para nós hoje à noite? 123 —E onde está Nico? — Benjamin perguntou. Os vampiros sempre foram manipulados melhor por Nicodemous, respeitando o seu poder com mais frequência do que respeitavam os dela. Mas, novamente, ainda tinham que pressioná-la para provar como ela poderia ser mortal. —Ele está descansando. Estará aqui mais tarde. Mas, por enquanto, temos uma caça. Ela virou-se para agarrar uma folha de seda que estava jogada sobre o parapeito do sotão, e então apertou-a ao longo do parapeito e a extensão da sala abaixo. Enquanto ele ondulava e se desdobrava, uma imagem formou-se no seu centro. A imagem de uma mulher. —Isso, meus queridos, é uma Druida. Elas vêm em todos os sabores, todos os tipos de poderes. Será uma ameaça saborosa para vocês, e lhes darão novas e deliciosas habilidades. A única coisa que precisam fazer é superar este Demônio. —A imagem mudou para revelar o demônio de cabelos escuros do sexo masculino em questão. u
—E qual é o poder dele? —Não se preocupe, — assegurou-os. —Eu os iniciarei com o mais fácil. Kane é um Demônio da Mente, mas é jovem e fraco. O máximo que pode fazer é teleportar para longe de você. Mas o mantenha separado, por vezes, de sua companheira e ele não será capaz de levá-la com ele. Na sua idade, ele deve estar em contato físico para fazê-lo. —E qual é o seu poder para que devamos desperdiçar nosso tempo com ela? — Darren bocejou de sua posição em um dos sofás. Ele era magro e musculoso, e estava seminu. Era bonito e sabia disso. Se ele fizesse tudo direitinho, iria substituir Nico nas afeições de Ruth e na posição de poder.
124
u
—Ela tem a capacidade de procurar outras Druidas. Você não podem perceber? Poderíamos encontrar todas elas antes que seus companheiros Demônios o fizessem. — Ela riu alto para a sala abaixo. —Não sei porque não pensei nisso antes! Se a destruirmos e tomarmos sua habilidadepara nós mesmos, bem, os Demônios terão que se curvar à nossa vontade ou não haverá mais Druidas. —Inteligente, —disse Darren. Um segmento novo e perfeito em sua tapeçaria de vingança e poder, Ruth pensou. Cada Demônio merecia sofrer pelas coisas que ela perdera. E isso começaria com Corrine. —Também exigirei alguns componentes complexos para um feitiço no qual pretendo trabalhar. — Balançou a folha novamente e mudou a imagem para mostrar uma pomba bonita e triste mudando para se tornar uma bela jovem com suaves cabelos castanhos e profundos olhos sábios. -Traga-me essa Sereia. Não é qualquer Sereia que servirá. Preciso ter essa. Ela é a mais velha de sua espécie e é considerada uma das líderes de seu povo. -Deverá ser fácil o suficiente interceptá-la. Os Mistrals são xenófobos e vivem separados de outras pessoas, mesmo de sua própria raça. Escolha o mais velho e mais forte telepata entre vocês. Serão mais capazes de superar o encanto de sua canção. Tenham cuidado e não a subestimem. —Não subestimaremos, — Darren assegurou-lhe. —Desde que tenhamos um gostinho dela quando você tiver terminado. —Claro. — Ruth deu uma risadinha. —Nunca iria privá-los de um petisco tão saboroso e poderoso. Adam nunca se sentiu tão exausto em sua vida. O preço de tudo que aconteceu naquele dia, estava pesando duramente sobre ele. No entanto, o sono era a coisa mais distante de sua mente. Como poderia dormir, sabendo tudo o que sabia e enfrentando um futuro tão incerto? Então ficou feliz quando Jasmine não quis desperdiçar nenhum momento para rastrear Ruth. —Mas, primeiro, — ela disse com um sorriso divertido torcendo seus lábios, — primeiro é preciso trazê-lo para este século. —Deu-lhe um daqueles olhares profundos que 125 o deixavam muito nervoso, a sensação dos olhos em seu corpo como algo físico que ele não podia evitar. Resistiu ao impulso de rosnar para ela, como ameaça. ... ou por qualquer outro motivo. O que essa mulher tinha, perguntou-se acaloradamente, que o deixava em parafuso? —O que isso deveria significar? — Ele exigiu. —Significa que vamos encontrar algumas roupas para você. Infelizmente você é maior que todas as pessoas por aqui, então teremos que ir às compras. —Compras? — Ele franziu o cenho. —Você não tem um alfaiate aqui? —Aqui não. Mas em uma loja decente para homens. Siga-me. Ele não parecia ter escolha nesse assunto. Ele a seguiu para fora da residência de Noah e, em seguida, viu como ela levitava no ar. TWKliek
u
Nightwalkers 06
Explodindo em uma névoa superfina, ele se arrastou atrás dela. Ela parecia saber que sua velocidade era limitada, porque não foi muito rápido. Ele sabia que ela era tão capaz quanto qualquer vampiro e que eles podiam voar muito rápido quando estavam ao ar livre. A única maneira que ele seria capaz de acompanhá-la em sua velocidade máxima, seria criando um furacão e montasse nos ventos para segui-la. Mas isso, claro, teria um efeito adverso sobre os seres humanos inocentes abaixo deles. Chegaram a Londres em um curto espaço de tempo. Adam nunca a teria reconhecido. As coisas mudaram tanto, que se perguntou como conseguiria se orientar. Ele não queria estar neste futuro, essa era estranha, quando seu irmão estava tão diferente, e sua família estava totalmente irreconhecível. Ele sofria pela perda de sua mãe. Ela sempre fora o centro forte e equalizador de sua família, uma pedra de toque para a qual ele e Jacob sempre voltavam. Agora ela se foi... Seus pensamentos fizeram-no sentir-se triste e melancólico quando pousaram fora da cidade. —Quanto mais longe? — Perguntou, irritado. —Bastará andar um pouco de táxi. —Um o quê? Ela levantou a mão e apontou para a grande besta de metal encostando ao lado da estrada. —Eu não entrarei dentro dessa coisa, — declarou ele, quando ela abriu a porta e entrou. —Sim, você entrará. Pense nisso como uma carruagem muito eficiente. Confie em mim. Existem muitas coisas que você irá adorar neste século. Sentindo-se como um estúpido ali, ele desistiu e enfiou o grande corpo dentro do veículo bastante pequeno. Era um pobre substituto para um belo cavalo, em sua opinião, mas teve que admitir que essas engenhocas moviam-se muito rapidamente e com poucos arrancos. Em pouco tempo encostavam no meio-fio novamente, só que agora estavam no coração da cidade. Edifícios com grandes fachadas de vidro ladeavam o passeio, nomes pintados no vidro declaravam que o local possuía "roupas finas para homens." Ele pensou que era realmente muito conveniente. Nenhuma adivinhação envolvida. Tudo, desde os comerciantes de tecidos aos cafés, era muito claramente identificados. 126 Jasmine tomou-o pela mão e o levou para frente da loja. A primeira coisa que notou foram os homens falsos e sem cabeças que exibiam a roupa para todos que entravam. A única coisa que verdadeiramente o fascinava, era a costura incrivelmente fina da roupa. Os tecidos eram fascinantes em sua variedade, mas foi bom ver que algumas coisas não tinham mudado. Sedas ainda eram consideradas a melhor coisa para vestir, e combinado com o ajuste extraordinário da camisa que experimentou, ele gostava das roupas deste século. As roupas íntimas eram estranhas, mas confortáveis, as "boxers" também feitas de seda. Jasmine estava sentindo um prazer óbvio em vesti-lo, e por cerca de metade do processo, ele sentia um senso de intimidade com a experiência. Ela tinha um gosto muito exigente, mas continuava comentando sobre a temperatura da roupa, e de uma forma imprecisa. —Isso é quente, — disse ela, admirando a sofisticada combinação de camisa e calça.
u
—Por que você fica dizendo isso? As roupas são frescas e confortáveis. Certamente não são quentes. Ela riu para ele. —Quando eu digo que alguma coisa é quente, quero dizer que parece sexy em você. É um termo que usamos muito, atualmente. —Jasmine olhou para cima quando a iluminação na loja piscou pelo que parecia ser a décima vez desde que chegaram lá. —Vamos, vamos acabar com isto. Temos uma vadia para caçar, e estas luzes começarão a queimar, se você ficar perto delas por muito tempo. —Por que você comprou tantas roupas? — Perguntou ele, enquanto caminhavam para fora da loja com as sacolas cheias de roupas, incluindo a que ele estava originalmente usando quando foi para a loja, já que se recusou a desistir da que ele estava mais acostumado. Era quase como se fosse o último vestígio das coisas que conhecera e amara e estava relutante em deixá-las ir. —Porque hoje em dia as pessoas mudam de roupa todos os dias. Você precisará das roupas, já que não tem absolutamente nada. Agora, vamos deixar essas coisas na casa de Noah e sairemos atrás de Ruth. Eu quero pegá-la tão desesperadamente que até posso sentir o gosto. —Espere apenas que a encontremos. Não podemos nos envolver. —Sim. Certamente. Adam não precisava ser do futuro para saber que ela não estava falando sério. Mas ele realmente não tinha problemas com sua atitude. Poderia lidar com um Demônio corrompido. Era o que fazia todos os dias de sua vida. Não entendia o que Noah temia tanto dessa demônio feminina. Ele e Jasmine deveriam ser capazes de levá-la facilmente. Ele estava tão ansioso para uma luta quanto a Vampira, então não via nenhuma razão para frear Jasmine. 127que o Rei Voltaram ao castelo de Noah imediatamente e nenhum deles deixou Demônio percebesse seus pensamentos secretos sobre como pretendiam lidar com Ruth por conta própria. Adam não precisava ser um gênio para saber que Noah desaprovaria que eles saíssem em busca de uma vingança particular. Sob a direção de Noah, levaram as coisas novas de Adam para um dos quartos no terceiro andar. Quando Jasmine se ocupou pendurando as roupas, tudo que podia fazer era sentar na cama e suspirar cansado. Ela olhou para ele por sobre o ombro e inclinou a cabeça, a nuvem de cabelos parecendo maravilhosa sobre seus ombros e contra seu rosto sério. —Sentindo-se sobrecarregado? — Ela perguntou. Ele simplesmente balançou a cabeça. —Isso vai passar, — ela assegurou-lhe. —Tente se divertir com isso. Ter prazer com todas as coisas novas e maravilhosas que estão ao seu redor. Não insista com o que você não pode mudar. u
—Talvez seja fácil para um vampiro de coração frio fazer isso, mas para aqueles de nós com sentimentos profundos, não é tão fácil ignorar certas coisas, — disse ele, irritado. Ela virou-se bruscamente para enfrentá-lo, os olhos quentes, repentinamente vivos com seu temperamento. —Eu também tenho sentimentos, sabe. Não faça suposições sobre mim. Sua mentalidade é baseada em uma guerra que aconteceu há quatro séculos. Se é que se pode chamá-
la de guerra. Se os vampiros quisessem matar vocês, todos vocês estariam mortos. Acho que o que aconteceu recentemente comprova isso. —Você quer dizer Vampiros como Nicodemous? Se você não notou, ele está morto. Eu o matei. —Talvez. Até queimarmos o corpo, eu não teria tanta certeza sobre isso. —Então devemos sair daqui. Já perdemos tempo suficiente. —Adam agarrou a jaqueta de couro que ela escolhera para ele, vestindo-a facilmente. Tinha que admitir, gostou da roupa do mundo moderno. Era confortável e com ótimo caimento. Certamente os tecidos e desenhos eram um pouco mais simples que os tecidos dourados, veludos adornados de jóias de seu tempo, mas ele poderia viver com isso. Agora tinha preocupações maiores. Claramente esta fêmea Demônio corrompida, estava tentando ferir seu irmão mais novo e sua família. Isso era inaceitável. O que não entendia era por que Jacob ainda não lidara com ela. Supunha-se que ele era o Executor. Esta era a razão de seu trabalho existir, um demônio que se desviou. Para ser justo, no entanto, Adam não percebera essa trapaceira antes que ela chegasse. Talvez ela estivesse tão corrompida, muito distante de ser um verdadeiro demônio, que levava mais tempo para ser percebido na maneira tradicional. Mas isso não 128 significava que ela não poderia ser rastreada. —Vamos pegar essa desgraçada que aflige meu irmão, — disse para a Vampira quando ele prendia seu cinto de armas, também. —Quanto mais cedo eu terminar com isso, mais satisfeito ficarei. Então talvez eu possa me concentrar em outras coisas. —Tais como? — Ela sorriu para ele. —Você tem que saber que não será capaz de voltar no tempo. A jovem que o trouxe aqui, não existe mais. Neste mundo, ela tem apenas cinco anos de idade e dificilmente tem ideia do próprio poder. —Estou ciente disso, — Adam reclamou, irritado que ela percebesse tão facilmente seus pensamentos e desejos. Ele não podia deixar de pensar... talvez se pudesse voltar ao seu próprio tempo, poderia evitar a morte que estava à espera de seus pais. —É claro que você não está. Se estivesse consciente disso como deveria, não estaria pensando em maneiras que poderia mudar o que sabemos da história. Não tenho nenhum desejo de desaparecer da vida que conheço e de repente me encontrar morta ou
u
qualquer outra coisa. Tudo que é necessário é uma coisa modificada e o futuro é destruído. Para o bem ou para o mau. —Então, alguém deveria ter dito isso para minha sobrinha antes que ela me tirasse da minha vida e me trouxesse aqui! — Ele virou-se para ela.—Eu tinha uma vida boa! Eu tinha pais amorosos e um irmão que não era tão amargo! Ela riu diante disso, o som rígido. —Jacob amargo? Por favor. Ele é tão docemente apaixonado, que chega a ser doentio. Ele adora sua família e tem uma vida muito feliz. A vida que ele não terá, se você voltar atrás e mudar as coisas para ele. Vamos supor, — disse Jasmine, enquanto contornava a cama para enfrentá-lo, —que você volte. Só isso já seria um evento
significativo o suficiente para mudar tudo. Seu irmão não seria mais Executor em seu lugar. Isso significa que ele não estaria fazendo o seu trabalho na noite em que conheceu sua companheira. Portanto, Kane, Jacob e Noah e qualquer outra pessoa com as quais você supostamente se preocupa, nunca saberiam que poderiam encontrar companheiras fora de suas espécies ou a felicidade que agora experimentam.—Ela deu de ombros. — Certo, eu não me importaria se uma certa vadia Licantropo nunca cruzasse o caminho do meu Príncipe, mas você tem que tratar o mau com o bem, eu suponho. —Damien juntou-se a uma Licantropo? — Adam se inclinou na direção dela. —Você realmente não parece satisfeita com tudo isso. —Sim, bem... —Ela franziu o cenho sombriamente. —Sua união é a razão pela qual os vampiros descobriram que poderiam sobreviver tomando o sangue de outros Nightwalkers. Que isso trazia novo poder para fazê-lo. Anteriormente pensavam que quebrar o tabu, significaria uma consequência horrível, provavelmente a morte. —E você sente que ele não deveria tê-la aceito como companheira, que deveria ter 129 poderiam feito o sacrifício, para que os vampiros nunca aprendessem sobre o poder que alcançar. —Exatamente. — Ela deu de ombros. —Mas eu não vou brincar de deveria, poderia ou iria, com você. As coisas são o que são, não há nada a ser feito sobre isso. —Quem pode dizer? — Adam deu-lhe um pequeno sorriso malicioso quando se inclinou perto dela. —Talvez você gostaria de mudar o passado mais do que deseja admitir. Jasmine franziu o cenho. A última coisa que precisava era a tentação de um demônio que mal tinha a menor ideia sobre o mundo moderno, e todas as muitas coisas que uma ondulação no tempo poderiam afetar. Ela prontamente admitiria fazer tudo ao seu alcance para expressar seu descontentamento na escolha da noiva de Damien. —Tudo, inclusive matá-la, isso sim, mas ela não era tão egoísta que não conseguisse ver a dimensão da coisa. Ela gostava de sua vida do jeito que era, e não arriscaria mudar quando sabia que as coisas poderiam facilmente ser muito piores. u
Mas ela tinha que lhe dar crédito por tentar... e para saber exatamente o caminho certo para tentar uma garota. Isso fazia dele um adversário muito digno, e ela considerava isso sexy. Então, novamente, ele foi feito para virar a cabeça. Usando o estilo delicioso e decadente do mundo moderno, era suficiente para fazer até uma elitista como ela, considerar brincar com alguém fora de sua espécie. Mas não estava prestes a deixá-lo saber de nada disso. Era mais seguro simplesmente juntar-se a ele apenas o tempo suficiente para chutar o traseiro de Ruth, e então, poderiam ir embora alegremente. Claro, isso não significava que não iria se divertir um pouco às custas dele, entretanto. —Eu acho que gosto das coisas do jeito que estão, — disse ela com um dar de ombros e um balanço sensual de seu corpo. —Você e eu sairemos juntos para brincar. Rastrearemos a grande e malvada cadela e traremos o rabo dela para o jantar. Então poderei voltar a caçar os vampiros trapaceiros, e você... você poderá fazer o que colocar em sua pequena cabeça. —Vampiros trapaceiros, — ele repetiu, com os olhos caindo sobre seu corpo bem desenvolvido... seios, cintura, quadris, coxas e eventualmente suas panturrilhas.
Estavam no inverno, e como resultado, ela estava vestida quase conservadoramente, se pudesse chamar jeans justos de cintura baixa e suéter de barriguinha de fora, de conservador. Mas ela desejava seu short favorito naquele momento. Qualquer coisa para atormentar o pobre coitado. Ela não valeria grande coisa se fosse tão boa quanto as roupas que usava. —É engraçado como isso soa. No meu mundo todos vocês eram trapaceiros. —Bem, é uma coisa boa que está no meu mundo agora, não é? Caso contrário, você iria querer me causar lesões corporais, e eu gosto do meu corpo do jeito que é. Você também gosta? —Ela passou a mão de sua cintura até o quadril, observando 130 os olhos dele seguindo o movimento como se fossem uma bússola e ela estivesse no Pólo Norte. Ela assistiu a boca generosa se transformar em uma careta e seus olhos subirem vertiginosamente até se estreitarem nos dela. —Eu vejo que as mulheres não mudaram muito, — observou friamente. —Ainda tentam brincar com os homens para o seu próprio divertimento e interesses. Jasmine soltou uma risada. —Essa é boa, vindo de um macho Alpha estereotipado. Se você não puder atacar alguma coisa ou ser sexualmente promíscuo com ela, ela mal recebe o seu interesse. —Por que estamos tendo essa conversa? — Ele exigiu irritado, afastando-se dela e marchando para a porta. —Porque é divertido? — Ela postulou maliciosamente.
u
—Para quem? — Ele murmurou enquanto pegava o caminho para o Grande Salão, os passos devorando o chão a cada avanço, forçando Jasmine a duplicar seu ritmo, se quisesse continuar a pressionar em seus calcanhares como um cão pequeno e chato. —Você não concorda que os homens são criaturas basicamente guiadas pela violência e pelo sexo? — Ela perguntou-lhe. —Excluindo um ou outro, não. Eu certamente não concordo com isso. —Tudo bem, então. Vamos testar um pouco esta teoria. Agora estamos em nossa maneira de fazer violência, e pelo que posso ver parece que você está ansioso para ir. —Você também, — ele apontou enquanto desciam as escadas. —Nunca conheci uma mulher tão sedenta de sangue. Você está muito ansiosa para arrancar um pedaço dessa Ruth. —É verdade, mas isso é porque ela tentou matar meu príncipe e me manteve cativa enquanto tagarelava interminavelmente sobre como ela é uma psicopata demente. Não foi uma noite divertida, eu lhe garanto. —Manteve você cativa? — Adam gostou da ideia. —Pobre de você. Como ela conseguiu? Você não me parece uma vítima fácil. —Foda-se! — Jasmine soltou. —Ruth é uma poderosa Demônio da Mente, mais poderosa mentalmente do que eu era na época. Ela assumiu o controle da minha mente, me manteve paralisada no meu próprio quarto, passou o tempo até o amanhecer violando meu cérebro à
procura da informação que... —Jasmine rangeu os dentes. —Quando o sol se levantou e ela sabia que eu não poderia persegui-la, ela me deixou, a fim de causar estragos, usando essa informação. —Que pena para você. — Ele não parecia nem um pouco complacente. Claramente, 131 não apreciou a magnitude do que aconteceu em seguida. —Eu, no entanto, estou fazendo algumas reflexões. Vendo essa menina, minha sobrinha, a maneira como ela olhou para Jacob, como se nunca o tivesse visto antes... algo me diz que Nicodemous e Ruth mataram Jacob naquela caverna. Como a menina sobreviveu, não sei dizer, mas Ruth estava disposta a matar a minha família e teria conseguido se não fosse por aquela criança. —Leah. Sua sobrinha tem um nome. É Leah. Aquilo o fez parar no meio das escadas e se virar para olhar para ela. —Leah, — ele repetiu. —Ele a nomeou como nossa avó do lado paterno. —Alguém que você admirava? — Perguntou ela. —Muito. Ela era uma senhora fina. Uma guerreira. Uma artesã. Jacob tem grandes aspirações para sua filha, se a nomeou assim. —Bem, ela é uma criança da profecia, depois de tudo. E ela fez muito, mesmo para alguém tão jovem. A garota que o trouxe aqui, esperou todos esses anos até que fosse u
uma adolescente antes de agir. Isso significa que ela pensou muito sobre isso. Significa também que estava disposta a jogar fora a vida que conhecia, a fim de mudar o que seria um evento que alteraria vidas. Não apenas para ela, mas para todos aqui. Jacob significa muito para muitas pessoas. Assim como Bela. Eu não vejo nenhum deles lidando facilmente com a morte dos dois, se tudo terminasse assim. Adam pensou por um longo momento, uma expressão perturbada em seu rosto. —Você está certa, — disse finalmente. —Preciso me reconciliar com as coisas como elas são. Já disse isso a mim mesmo, mas continuo resistindo. —Isso realmente é muito normal, — ela assegurou-lhe. —Mesmo o ato de ir para a terra é a maneira de um vampiro se mover através do tempo, e nosso propósito ao fazê-lo é acordar em uma era diferente, talvez seja o instinto para resistir e se rebelar contra todas as mudanças que encontramos depois que despertamos. Mesmo que não há nada a ser feito sobre isso. E especialmente quando percebemos que temos ligações que não sobreviveram. Ele fez um som de escárnio. —Vampiros têm ligações? Jasmine poderia ter ficado irritada com o preconceito impensado em sua observação, mas não podia culpá-lo por isso. A verdade era que Vampiros tinham poucas ligações com alguma profundidade significativa ou emocional. —Há aqueles que crescem perto de nós ao longo do tempo. Com os quais estamos familiarizados. Companheiros que significam mais para nós que outros. Então sim, eu os chamaria de ligações. Talvez não seja a amizade ou o grande amor sobre os quais as outras raças falam atabalhoadamente, mas é o nosso jeito e é como formamos afetos. Só porque é diferente não o torna menos válido.
Ela não estava falando ofensivamente ou mesmo com nenhuma grande paixão, mas sim com inteligência lógica e ainda assim, as suas palavras tinham o poder de132 tocar Adam. Pela primeira vez, quando olhou para ela, viu que era uma pessoa incrivelmente atenciosa e inteligente, ao invés de apenas um estereótipo desinteressante de uma raça que ele aprendeu a odiar, ou uma criatura de notável beleza e sensualidade. O entendimento a fez ainda mais irresistível para ele, de alguma forma suas curvas bem vestidas e a bonita pele pálida, ainda mais atraente. —E quem significa mais para você que os outros? — Viu-se perguntando. Houve uma pequena mordida de insegurança na parte traseira de seu cérebro e ele se eriçou contra ela. Que importava a ele quem era especial na sua vida? Ela acabou de lhe dizer que a definição de Vampiro de pessoa especial não era nada, comparado ao que um demônio poderia considerar. Quanta profundidade ela poderia realmente sentir? Quanta profundidade poderia realmente existir? De alguma forma Adam não foi confortado por seus pensamentos.
u
—Damien, — ela disse, sem hesitar. —Caminhamos juntos por este mundo algum tempo. Ele é meu amigo mais próximo. —Ela franziu um pouco a testa. —Ou era. Até que se ligou com aquela pequena pateta Licantropo. Ele está apaixonado. —A palavra "apaixonado "não poderia ter sido mais sarcástica. —Eu pensei que os Vampiros não sentissem amor. Ou qualquer grande paixão. —Aparentemente, há alguma grande exceção cósmica. Podemos nos apaixonar... Com outros Nightwalkers. Não-Vampiros. Então há essa cerimônia inteira... —Ela acenou com movimentos agitados. —Não se preocupe. É uma total perda de tempo e energia, se você me perguntar. —É? — Perguntou. —Eu tinha, de alguma forma, o pensamento que uma criatura tão apaixonada como você pareceria ansiosa pela paixão e amor mais profundos. Ou mesmo uma obsessão. —Conheço vampiros que já se apaixonaram antes. Alguns de nós são menos capazes disso. Eu vejo como ridiculamente perseguem o objeto de sua paixão. Mas sempre termina, e sempre, muito rapidamente. —Você está me dizendo, — Adam perguntou suavemente enquanto intensificava e diminuía a distância entre eles, —que você nunca se apaixonou? Nunca se interessou o suficiente por outra pessoa para encontrar-se ferida? Ela chegou perto uma vez. Apenas uma vez. —Nunca, —mentiu para ele, levantando o queixo e encontrando seus olhos diretamente. — Ainda bem. Nada transforma uma pessoa em um idiota mais rapidamente, que algum fascínio irracional por alguém. Ninguém deve colocar tanta energia em outra pessoa. Não se pode confiar que outras pessoas façam qualquer outra coisa, além de decepcioná-lo. —Da maneira que Damien decepcionou você?
133
Ela respirou para lhe responder rapidamente, mas, em seguida, segurou a respiração enquanto pensava em sua resposta mais cuidadosamente. Ele notou que ela fazia isso quando estava emocionalmente envolvida. Ela respirava. Mesmo que não precisasse. Ele suspeitava que ela sentia muito mais do que estava preparada. Apesar de seu exterior duro, Jasmine, a Vampira, era sensível no coração. Todas essas farpas, ele viu, estavam defendendo seu coração. —Eu não estive decepcionada com ele, a metade de como estive por você, —ela disse baixinho. Então, pareceu tão surpresa quanto ele, por te dito isso, e olhou em volta rapidamente para ver se alguém a ouviu falar. Ela passou por Adam e correu para o Grande Salão, grata que estivesse vazio, apenas o fogo sempre presente, testemunhando sua confissão ridícula. Estúpida, coisa estúpida a dizer! —pensou acaloradamente. u
—O que significa isso? — Perguntou um pouco entorpecido, mais para si mesmo que para ela, porque não parecia que ela tenha ouvido. Mas rapidamente correu atrás dela, agarrou-a pelo braço e forçou-a a se virar e encará-lo. Ele tinha um pequeno silvo selvagem no rosto e um flash de suas presas o incomodando. Ele a soltou, levantando a mão em um gesto conciliatório. Não tinha direito de maltratá-la, e ela não gostava disso. Pelo menos não quando se tratava de conversa. —O que significa isso? — Ele perguntou-lhe mais fortemente. —O que eu fiz para desapontá-la? —Não se preocupe. Não foi o que eu quis dizer. E independentemente disso, temos outras coisas para fazer no momento. Mas Adam nunca foi conhecido por sua capacidade de desistir das coisas. —Eu não aceitarei isso. Você deve me contar como a desapontei. Não vejo como. Eu mal a conheço! —Veja bem, é por isso que eu disse para esquecer! Eu deveria saber que você diria algo assim! Mal me conhece? Você acha que porque sou uma vampira, deixo qualquer um acariciar o meu corpo e enfiar a língua na minha boca? Mal me conhece? Eu diria que nos conhecemos muito intimamente, Adam! Mas é evidente que você não me vê como nada mais do que algum pedaço de lixo Vampiro que você pode foder algumas vezes, em seguida amassar e jogar fora. Você senta lá com sua santa atitude de merda sobre como meu tipo é moralmente inaceitável, mas não sou eu que estou usando uma garota aleatória e nua para minhas necessidades e depois viro as costas sem nenhuma preocupação com as consequências! —Consequências? Como o quê? —Eu estou dizendo, seu pequeno maldito egoísta, que você fez algo para mim! Eu não sei o que era, mas você fez alguma coisa! Então você me deixou lutando por 400 anos tentando entender por que dois breves encontros com um inimigo sugaram a cor do meu mundo! Talvez eu tenha sucumbido à melancolia pela primeira vez, mas na segunda vez, quando somente seis messes se passaram e tudo que eu pude fazer foi procurar pela terra vazia pelas coisas que você me fez sentir... 134
Jasmine virou as costas para ele, os olhos ardendo com lágrimas chocantes. Ela precisava se calar. Por que estava contado tudo isso para ele? Isso não era verdade! E mesmo se fosse... Era verdade. Se enterrara novamente após apenas seis meses, esperando que o sono, enterrada debaixo da terra fizesse sua ânsia por algo ridículo ir embora. —Mas nós nunca... Ela resmungou e girou para longe dele, confusa por seu próprio comportamento e pelo tumulto dos estranhos sentimentos dentro de si. Isto não fazia qualquer sentido!
u
Palavras que ela não entendia estavam saindo de sua boca. Estava sentindo coisas que não entendia. Adam recuou depois disso. Ela estava certa. Nunca lhe ocorreu como suas ações poderiam afetá-la. Ele se comportou de maneira muito egoísta em todos os seus encontros, não se importando com nenhum impacto sobre ela, porque ela era uma Vampira, uma insensível, uma coisa de coração frio que não merecia sua respeitosa consideração. Ele só considerou as ramificações de suas ações na medida em que se preocupava com suas leis e com a maneira que outros de sua espécie olhariam para ele por causa delas. Isso era indigno dele. Ela nunca agiu como inimiga em direção a ele, nunca deu motivos para ser tão desprezível. Ele não lhe deu sequer a menor e mais comum cortesia, para não mencionar ser atencioso com seus sentimentos, independente de serem rasos ou profundos. E não poderia sequer desculpar-se dizendo que depois de tudo o que ele passou não poderiam esperar que estivesse em seu melhor comportamento. Essa desculpa não faria nada para explicar o fato de que se comportara bastante egoisticamente desde o momento em que colocou seus olhos em cima dela, tomando todo o tipo de liberdades com ela, à medida que surgiam em suas fantasias. Até mesmo um inimigo merecia um certo nível de respeito. Homens humanos do seu tempo muitas vezes se comportavam como selvagens, tirando a dignidade de mulheres não combatentes que nunca deveriam ser parte do campo de batalha. Isso o enojava. Deveria estar igualmente enojado consigo mesmo. —Espere. Ele não a tocou, não a forçou. Queria fazer isso, e em algum nível, entendia que ela gostava de seu jeito naturalmente agressivo e dominador, mas o físico era uma coisa e personalidade era outra... e respeito era outra completamente diferente. Ele não mostrou nenhum dos últimos a ela e queria corrigir isso. —Por favor, espere, —ele repetiu. Talvez o por favor a pegou de surpresa. Ela certamente parecia surpresa quando virou-se e olhou para ele. Sua reação só serviu para fazê-lo se sentir ainda mais baixo. —Eu sinto que devo... pedir desculpas. —Foi difícil dizer isso. Não estava acostumado a analisar suas ações. E ainda menos acostumado a admitir 135 seus defeitos para outras pessoas. —Nunca foi minha intenção fazer você sofrer. Mesmo me sentindo forte ou muito pequeno, isso não desculpa meu comportamento impensado.
u
Jasmine mal entendia seus próprios sentimentos, não importa como eles pertenciam a ele. Ela mal compreendia sua própria raiva para com ele. Mas isso não significava que não poderiaapreciar o quanto era difícil para ele dar uma dura olhada em si mesmo e, em seguida, admitir quaisquer falhas que tivera com ela. Ela poderia ser uma vadia cansada e de coração frio, mas podia apreciar um gesto generoso quando via um. Especialmente quando não estava esperando por isso. Especialmente quando ela geralmente se comportava de maneira que a fazia menos merecedora que ele. Ela suspirou. —Eu não mereço muito um pedido de desculpas, — ela admitiu em troca. —Eu também o insultei um pouco. — Ela deu de ombros, afastando o assunto, com a volta de seu corpo. —Vamos nos concentrar em Ruth. Acho que nós dois nos sentiremos muito melhor quando a tivermos na mira. E assim o assunto foi deixado de lado. Por enquanto. Ambos estavam felizes e ansiosos para mudar seu foco em direção a um inimigo que merecia sua inimizade. As vidas de ambos foram dobradas e torcidas, de alguma forma por causa do Demônio traidor. Já passou da hora de pagar por seus crimes.
CAPÍTULO 8 Windsong estava contente em gastar sua longa vida não indo muito mais longe que sua própria aldeia. Ela estava bem mais feliz em ficar confinada aos limites de sua propriedade, às fronteiras do seu jardim de ervas, aos muros de sua cabana simples, mas confortável. Ela teve, ao contrário da maioria de seu povo, seu quinhão de viagens em sua vida. Ela havia gasto um tempo, porém curto, em quase todas as outras cortes Nightwalkers, emprestando-lhes sua sabedoria e orientação onde podia, ou suas significativas habilidades de cura. Ela contava entre os atuais líderes Nightwalkers, alguns de seus amigos mais próximos. Damien. Siena. Nestes últimos anos, Noah. Ela procurou travar amizades com os Chanceleres Shadowdwellers. Ela havia encontrado Tristan e Malaya mais de uma vez enquanto os Nightwalkers se esforçavam para manter sua paz em curso, com reuniões regulares e comunicações. 136 Os Mistrals, o povo de Windsong, não tinham um corpo central de governo. Nunca houvera verdadeira necessidade. Havia um ou dois anciões que respondiam por uma aldeia individual, e às vezes os anciões colaboravam em assuntos de importância para todos os mistrals. Mas isso era uma ocorrência rara. Uma necessidade rara. Então, quando começaram a se oferecer para trocar embaixadores entre as cortes Nightwalkers, só fazia sentido que os mais experientes e mais importantes anciões das aldeias recebessem embaixadores estrangeiros em suas casas. Foi assim que Windsong acabou não só com a aluna habitual Lyric sob seus cuidados e morando junto, mas com uma jovem vampira peculiar chamada Izri. De todos TWKliek os Nightwalkers, os vampiros eram os mais resistentes aos encantamentos das vozes dos mistrals e seu canto, desde que fossem velhos o suficiente e mentalmente fortes. Izri tinha cerca de três séculos de idade, não muito velha para os padrões Vampiro e certamente não muito velha em comparaçãoNightwalkers à 06 u
Windsong e ao poder de sua voz. Mas Windsong limpara o encantamento de sua voz, um ato que exigia concentração constante e havia abrandado sua voz consideravelmente nos últimos 18 meses, e Izri focou sua impressionante força mental, para que conseguissem encontrar uma maneira de viver juntos de uma forma quase musical. Windsong e Lyric ficavam dias inteiros cantando constantemente, e essa era a razão de Lyric estar lá. Para aprender canções. Versos de cura e de poder natural misturados para curar qualquer e todas as criaturas. Algumas músicas eram mais fortes que outras. Algumas estavam certamente fora do alcance da jovens Lyric. Ela tinha apenas 20 anos de idade. Quase uma criança. Ela precisava de tempo e estudo para se tornar uma verdadeira sereia um dia. Uma mistral era verdadeiramente proficiente em música e sua área de estudo e de especialidade seria, com o tempo, alcançar o virtuosismo. Se a Mistral era do sexo feminino, obtinha o título de Sereia. Se fosse do sexo masculino, ele ganharia o título de Bardo10. Não havia idade fixa para essas coisas. Acontecia quando os anciões da aldeia testavam o Mistral e os consideravam proficientes o suficiente, para ganhar os títulos. Lyric estava muito longe disso. E primeiramente, Windsong se preocupara que os seus ensinamentos sofreriam com a presença do outro. Ela encontrara a si mesma e a Lyric constantemente reduzindo sua música sempre que Izri estivesse presente. Mas a estranha Vampiro percebeu isso e começou a cantar as canções de estudo de Lyric . Bastante mal. Lyric parecia gostar do fato que havia alguém menos hábil que ela na casa. Apesar de no início ela ter ficado envergonhada e com medo de Izri, agora se sentia obrigada a dar à Vampiro as lições sobre como cantar melhor, criticando o pouco que ela sabia muito ansiosamente, e, ao mesmo tempo, com uma confiança crescente que Windsong nunca viu em sua aluna antes. A presença de Izri na casa também forçou Windsong a expandir sua habitação. A cabana de dois quartos era adequada para um mestre e um aluno, mas para três deles? Isso foi superado por um pouco de reforma e algumas modernizações. No entanto, em sua aldeia não havia carpinteiros, então foram forçados a chamar carpinteiros de fora da vida. E assim dois carpinteiros, um Bardo chamado Baritone e sua aprendiz Dove, vieram viver em sua aldeia. Outras casas abriram suas portas para eles, convidando os137 carpinteiros, algo que sua raça xenófoba não estava com pressa para fazer. Ela estava realmente muito orgulhosa de seu povo pelas maneiras que eles haviam expandiram suas próprias fronteiras nos últimos dois anos. Em alguns aspectos eles foram forçados a fazê-lo. Uma das razões mais práticas era Izri ter chegado para ajudar os Mistrals a aprender como se defender contra os vampiros, porque era um fato bem conhecido que nem todos TWKliek de sua espécie eram prudentes como Izri era. De todos os Nightwalkers, os Mistrals eram potencialmente os mais vulneráveis às artimanhas dos vampiros. Os mistrals confiavam exclusivamente nos Nightwalkers 06
10 Poeta, Trovador
u
encantamentos de suas vozes e nas mudanças de suas forma como autodefesa, e essas duas os Vampiros poderiam facilmente contornar se fossem fortes o suficiente. Windsong achou-se obrigada à isso já que Izri se ofereceu voluntariamente para ser uma cobaia. Ela teria permitido aos mistrals aprender a machucá-la e à sua espécie, confiando que não seria morta no processo. Enquanto ela observava a pequena loira fugir do trabalho com Lyric no prado noturno, era como assistir a duas jovens do ensino médio, apesar de que dois séculos separavam as mulheres para além da idade e de experiência. Suas cabeças se inclinavam juntas, uma clara e outra escura, e elas estavam trocando sussurros enquanto observavam o Bardo carpinteiro e sua aprendiz trabalhando na cabana. Outros da aldeia costumavam vir para ajudar, mais provável para apressar o processo assim todos poderiam voltar para onde pertenciam, mas também com gratidão. A aldeia de Brise Lumineuse11 devia consideravelmente à Windsong um ótimo negócio. Ela era a mais velha e mais poderosa de sua espécie. Ela sempre os protegia. Ela sempre os conduziu sabiamente. Mas esta noite os outros ainda não haviam chegado, por isso era apenas o Bardo e sua aprendiz. Windsong suspeitava que Izri estava apaixonada por Baritone. Ela achou a ideia divertida. No passado, ela não teria tomado tal coisa a sério ou dado qualquer preocupação, mas muita coisa havia mudado em apenas alguns anos. Os vampiros haviam aprendido que a única maneira que eles poderiam sempre esperar para saber os sentimentos como o amor era através do sangue de outros Nightwalkers. Era um biscoito atraente para fazer oscilar muitas crianças sensuais. Quem não gostaria de sentir amor pela primeira vez? Por que Izri não estaria curiosa sobre tais coisas? 138da mesma Mas Windsong suspeitava que Baritone pudesse não estar inclinado maneira. —Você faria melhor se falasse com ela. Windsong olhou para cima de sua posição na grama.Era uma noite excepcionalmente quente tão perto de Samhain. Ela e as meninas decidiram fazer um piquenique no campo ao lado da cabana, para tomar ar fresco, enquanto elas ainda podiam antes que o inverno colocasse suas garra dentro delas e as forçasse para dentro. Felizmente para Baritone e Dove, eles estavam quase terminando o trabalho exterior da cabana, e tudo o que faltava era o interior. Quando tudo estivesse pronto, haveria três quartos, uma espaçosa sala de estar, e dois banheiros. Parecia uma casa de verdade, mas desde que ela raramente ficava sem um estudante estes séculos passados, fazia sentido. Seria apenas uma questão de ajuste. E para ser honesta, seria bom ter alguma privacidade de volta, um lugar para ir onde ela poderia fechar a porta e ficar sozinha. 11 Aldeia da Brisa Luminosa. O território Mistral se encontra, principalmente, em solo francês.
u
Ela não havia percebido que perdera a privacidade até que percebeu que estava prestes a tê-la restaurada. —Boa noite, Harrier, — ela finalmente cumprimentou seu amigo de infância que aparecera por trás de suas costas. Havia apenas um outro Mistral tão antigo como ela era. Harrier. Numa época suas mães nutriram grandes esperanças que iriam cultivar um grande romance entre eles.
Talvez tenha sido exatamente essa a razão pela qual nunca acontecera. A ideia de fazer amor com Harrier era tão ridícula para ela, quanto fazer amor com seu irmão poderia ser. Eles eram os melhores amigos, mas seriamente, não tinham a química necessária para qualquer coisa como um romance. —Eu discordo. Izri é uma fêmea Vampiro, e ela está muito consciente das potenciais consequências da sua paixão. Ela tem vivido tempo suficiente entre nós, para saber que qualquer avanço que faça a deixaria de coração rejeitado. —Você está falando como uma mulher de lógica. Você esquece o que é ser ferido. Nem sempre se pensa de maneira tão lógica, quando o coração está envolvido. Sua observação fez Windsong sorrir um pouco. —Isso vindo do solteiro mais confirmado em toda história, — disse ela. —Eu nem sempre fui solteiro, — Harrier a lembrou suavemente. Ela não precisava ser lembrada. Não mais do que ele. Passaram-se séculos desde que ele foi casado, desde que teve seus filhos e desde que sofreu o horror e a dor inimaginável de suas mortes. Mas ela sabia que para ele poderia bem ter sido ontem. Ele não iria se esquecer, mesmo depois todo esse tempo. E como poderia? Ele o combinara em todos os componentes de cada canção que ele conhecia. Era parte do que dava uma potência incrível à suas canções. Era o que fizera dele um Bardo incomparável. 139 o cabelo Windsong estudou-o um momento, seu altura, seu físico bem feito, com aparado rente, da mesma cor avermelhada de um penny 12 novo, e as linhas de seus traços aristocráticos. Ele era incrivelmente bonito, qualquer mulher iria achá-lo atraente, mesmo apesar de manter a chama acesa por longo tempo por uma família que foi reduzida ao pó. Sua característica física mais surpreendente era a vívida cor púrpura de seus olhos. Mas mesmo isso era superado no momento que Harrier proferia uma única palavra. Sua voz era profunda, rica e hipnótica quando falava. Quando cantava, era positivamente uma ligação com o encantamento. —Isso é verdade. Suponho que isso me faça a solteira mais confirmada da nossa espécie. —Um mistério para mim, assegurou à ela. —Nunca faltaram pretendentes para você na primeira metade do seu milênio. E eles são escassos agora, só porque você os 12 Moeda acobreada.
u
intimida. Isso e o fato de permanecer afastada nesse lugar longínquo, onde ninguém pode encontrá-la. —Ou suspeitam que você e eu somos amantes e não desejam pisar entre nós. Ele riu. —Eu nunca entendi isso, — ele disse enquanto ele se abaixava ao lado dela. —Nós dois temos aprendizes e nós dois temos vividos, até suas recentes renovações, em cômodo próximos à eles. Quando eles suspeitam que nos encontramos para fazer amor? Windsong encolheu os ombros. —Eu duvido que pensem tão longe. —Talvez. O que me leva às minhas advertências anteriores. Eu não acho que sua convidada Vampira está pensando em coisas muito distantes. —E daí se está ou não? —Windsong olhou diretamente nos olhos dele. —A vida não é nada se não for uma experiência de aprendizagem. E quem é você ou eu para assumir apenas o lado negativo do que pode vir disso? Você falou com Baritone? Ele pediu para que eu a fizesse desistir?
—Não. Nada do tipo. Eu só quis dizer... — Ele encolheu os ombros. —Nós nos resguardamos muito. Não gostamos nem da ideia de hospedar forasteiros, mesmo que estejam guiando nossa aldeia. O que faz você pensar que ele gostaria de receber uma na cama dele? —Dois anos atrás, você poderia ter imaginado que esta aldeia acolheria um vampiro como um membro da nossa família? Concedido, tomou algum tempo, mas as pessoas têm se desenvolvido bastante ajudados por ela. Eu até ousaria dizer que gostam dela. —Acho que talvez ficaram cegos por causa do cabelo dela. Ou talvez fosse a roupa. Windsong sorriu. Ela olhou e fez uma reflexão séria sobre o cabelo amarelo limão de Izri e as estrias chartreuse13 do cabelo, metade dos quais atingiam o queixo do lado esquerdo e a outra metade atingia o meio das costas. 140 —Acho que eles dificilmente seriam perturbados pelas aparências externas. Depois de tudo, não é disso que nosso povo tem medo Tememos nossa vulnerabilidade. Nós não temos a força física das outras raças, nem sua velocidade incrível e sentidos. Temos nossas vozes e nossa capacidade de nos transformarmos em aves. —E depois há o sol. —Sim. O sol. — Eles não eram tão sensíveis ao sol como os outros Nightwalkers eram. Eles não se queimavam ou envenenavam. Não sentiam letargia ou morriam. Mas perdiam sua única capacidade de defesa Eles perdiam suas vozes. Se tornavam completamente mudos na luz solar. Não importava quão jovem ou velho, o quanto lutassem, o toque do sol roubava sua voz. Que os tornava, por falta de um termo melhor, completamente humanos. Eles não tinham defesas, nem forças, e nem sentidos sobrenaturais. Tudo isso desaparecia. 13 Tipo de licor de cor verde-amarelada feito na França por monges.
u
E se vivessem regularmente à luz do sol, começariam a envelhecer como um mortal envelhecia. Windsong estremeceu. Quem gostaria de viver na luz do sol? Quem poderia escolher ser mortal? Ela havia vivido por tantos séculos incríveis, visto tantas coisas extraordinárias. Ela tinha um grande respeito pelos seres humanos e por seu espírito inventivo, pelas maneiras que se esforçavam para melhorar a si mesmos e as coisas ao seu redor, mas também encontrou tristeza e tragédia. Eles estavam destruindo o mundo todo que os sustentava. O mesmo mundo que sustentava os Nightwalkers. Windsong estava muito bem ciente de que um dia os Nightwalkers teriam que escolher um dos lados: contra os humanos ou colocar em risco sua própria capacidade de sobreviver. Era um pensamento assustador porque os Nightwalkers assim como os vampiros, não podiam sobreviver sem suas fontes de alimentos humanas, e agora os Demônios estavam encontrando seus companheiros em seres humanos que tinham sangue Druida. Poderia ser uma situação complicada e instável. Mas os seres humanos estavam com a tendência de se mover em direção à uma maior consciência do mundo em que viviam. Com esperança, isso continuaria. —Quando foi a última vez que viu o sol? — Harrier perguntou.
Ela lhe deu um pequeno sorriso. Ela nem precisava pensar sobre isso. —Foi há pouco tempo. Há alguns anos atrás. Vi um nascer do sol. Confesso que é uma coisa bonita, mesmo que meus olhos doam para vê-lo. —Há muitas coisas que são belas e mortais. Para mim, faz mais tempo. Não tenho nenhum desejo de sentir o toque do sol ou ver sua beleza questionável. Acho que é difícil ver beleza em algo que me torna impotente. — Ele olhou para a lua quase cheia. —Estou muito contente com este esplendor prateado brilhante. 141 —Veio para ajudar os carpinteiros hoje? — Windsong perguntou. —Eu acho fascinante suas canções, — confessou. —As canções de construção tornam as soldas incrivelmente seguras. Ela traz à tona a beleza da floresta que eles usam. —Acho-as muito semelhantes às canções de cura. Em certo sentido, está reparando lesões que causaram ao cortar a madeira. —Não tinha percebido isso. Mas não é nenhum milagre que nós Mistrals construímos casas que duram muito tempo e necessitam de tão pouca reparação em suas paredes, telhados e fundações. Estruturas humanas são de tão má qualidade, em comparação. —Eles fazem o que podem. — Windsong levantou da grama, ficando em pé de frente para seu amigo, enquanto ela sacudia as dobras de sua saia. —Estou feliz que esteja aqui. Gostaria de recolher algumas ervas selvagens hoje e não gosto de sair e deixar Lyric e Izri sozinhas nos dias de hoje. —Não as leva junto? — Ele franziu o cenho. —Você não deve ir sozinha. u
—Eu as tenho feito trabalhar muito duramente nesta semana com as aulas. Elas devem ter algum tempo para relaxar. Lyric tende a ficar sobrecarregada, se não tiver uma pausa a cada poucos dias. Ela se lembra de letras e tons muito melhor quando não se sente sobrecarregada com o trabalho. Windsong estendeu a mão para pegar sua cesta grande de salgueiro. Ela seria capaz de recolher raízes e ervas por horas, sem ter que voltar para a casa para esvaziar a cesta e dar espaço para mais. Isso muito provavelmente seria sua última chance para a colheita antes da neve cair e manter o solo coberto por meses. Ela odiava tentar cavar raízes na neve. —Você não vai levar a sério a minha preocupação com você, — Harrier a pressionou enquanto ela começava a se afastar dele. Ela deu um sorriso e levantou a sobrancelha. —Será que não? Bem, nós falaremos sobre isso quando eu voltar. -Winds...! Harrier bufou um suspiro de frustração. Falar com as costas dela não seria mais eficaz do que falar com o rosto teimoso dela. Windsong não estava, realmente, muito longe da cabana em linha reta. A meia milha no máximo. Mas foi o suficiente para isolá-la de todos. Ela estava ajoelhada, descobrindo uma forma de trufa rara e generosa, quando sentiu que não estava mais sozinha. Ela sentiu a maldade subindo em si, bem antes do estranho chegar a pouca distância. Uma das principais características que sempre a fazia se destacar de todos os outros Mistrals, era que ela não era facilmente
assustada. Ela deixou sua cesta no chão, prendendo-a por trás de alguns arbustos para ser recuperada mais tarde e, espanando a sujeira de suas mãos, ela se moveu cuidadosamente para sua cabana. Ela não se transformou no seu alter ego de pomba, 142que estava reconhecendo que talvez fosse uma forma muito mais vulnerável que aquela no momento. O primeiro vampiro apareceu no seu caminho numa nuvem súbita, turvada de fumaça, com um cheiro de enxofre, indicativo da capacidade de um Demônio da Mente de se teletransportar. Isso dizia à Windsong que este Vampiro havia bebido o sangue daquele tipo de Nightwalker e ganhou esse aspecto a partir dele. Muito provavelmente o Demônio da Mente havia morrido no processo. Vampiros desonestos não eram conhecidos por serem misericordiosos quando se tratava de suas vítimas. —Olá, pombinha. Partindo tão depressa? — Perguntou o vampiro, seus olhos escuros quase indiscerníveis na noite ao redor dele. Quase como se ele fosse parte das sombras, uma parte de seu corpo não poderia ser separado da escuridão na qual estava. As sombras pesadas das árvores interferiam na lua brilhante, bloqueando sua luz. O segundo vampiro apareceu por detrás dela, quase perto o suficiente para tocá-la. Windsong agiu rapidamente fora de alcance. Ela não iria dar-lhes a oportunidade de beber u
dela, se era isso que queriam fazer. Mas também precisava aguardar um pouco. Ela precisava de algo que todos os Nightwalkers precisavam. Informação. A maioria desses pilantras agia sozinho, ou talvez em grupos pequenos de dois ou três, mas recentemente havia bandos maiores, e pareciam muito bem organizados. Em seu último encontro com os outros líderes Nightwalkers, haviam abordado essa questão. Haviam dito para alertar a todos para que fossem cuidadosos. Jasmine pediu que enviassem qualquer um que fosse inteligente, para que ela pudesse derrotar a fonte e destruir o ninho de uma vez por todas. —Como você é inteligente para me pegar sozinha, — disse ela a eles. E seu tom de sua voz, o mais poderoso de sua espécie, de imediato, acalmou os dois. Ambos relaxaram, o vampiro que estava envolto em sombras, de repente se tornou sólido, suas feições magras e bonitas, de repente se tornando suaves com um sorriso. —Nós planejamos isso dessa forma, — disse ele com orgulho. —Mas nós não vamos machucá-lo logo. —Não? Como é gentil, — disse ela, o que quer que significasse isso. O sarcasmo iria estragar o encantamento que estava tecendo. Ela tinha que ser sincera. E precisava se sentir sincera. Ela julgou que as ações deles eram mal orientadas, que os tornava infelizes. Tão tristes. Assim, muitas pessoas haviam morrido tão desnecessariamente. Ela se perguntou se talvez, fosse como magia negra, ou como drogas, um vício que, uma vez iniciado, tornava-se quase impossível de se quebrar. Sim, o egoísmo e a fome de poder poderiam tê-los obrigados no início, mas e se o que os tornava viciados ao extremo, era o fato que tinham que vitimar outros e não podiam evitar
143 por mais perseguir esse sentimento de novo e de novo, mesmo se quisessem o poder tempo ou não? Ela havia divulgado essa ideia na última reunião e encontrou muita resistência e desaprovação, e isso apesar de uma mulher nascida bruxa estar sentada entre eles. A bruxa, que viera pela primeira vez até eles há muitos meses atrás, e disse que os seres humanos que usavam magia negra foram resgatados. Que ela era alguém que foi conduzida para fora do caminho, porque nenhuma outra opção foi colocada na frente dela, quando percebeu que nascera para criar mágica. Ela não percebeu que havia magias que podiam e não podiam prejudicá-la. Que havia mesmo uma diferença. E quando percebeu isso, estava bem envolvida num vício que quase impossível para ela quebrar. Havia tomado tudo que tinha para se ver livre dele. Passara por experiências assustadoras para saber o que era magia boa, e o que não era. E se fosse o mesmo para esses vampiros? Windsong estava disposta a arriscar sua vida para testar sua teoria. u
—Vamos levá-la embora conosco, — explicou o segundo vampiro. —Que adorável. Estou tão contente que está me convidando para esta viagem, — disse Windsong. —Onde iremos? —Não muito longe. O demônio tem necessidade de você. Não sabemos por quê. O Demônio?
De repente Windsong perdeu um pouco de sua calma. Ela respirou, tentando recuperá-la. —Quer dizer Ruth? — Perguntou ela. —Sim, Ruth — uma terceira voz rosnou atrás dela. Ele agarrou a sereia, a empurrando de costas contra seu corpo. A resposta automática de Windsong foi gritar uma nota única, deslumbrante, sua voz aumentando selvagemente para a floresta, clara e gelada. O aperto do vampiro nela ficou frouxo quase instantaneamente, a permitindo cambalear fora do alcance dele. Ela perdeu todo interesse em conseguir informações deles. Vampiros eram uma coisa, Ruth inteiramente outra. Windsong não era tão arrogante a ponto de pensar que se sairia melhor com a Demônio da Mente, do que outros que foram brutalizados e violentamente machucados, se saíram afinal. Ela sabia que era forte e poderosa, mas ela não estava disposta a testar a força contra alguém tão corrompido. Um curinga que ninguém realmente compreendia. E quando alguém não entendia completamente o inimigo, era impossível encontrar seus pontos fracos e montar uma defesa adequada. De repente, ela estava lutando para manter seu medo sob controle. Era imperativo que o fizesse. Só conseguiria controlar seus agressores, se ela se controlasse. Os vampiros estavam ficando mais ousados. Ela podia sentir isso sobre eles, sentido sua força mental. Se fosse qualquer outro Mistral, já poderiam tê-la capturada. Ela começou a cantar, sem palavras, apenas notas claras e agudas, lançando as bases para manter suas mentes e as mentes de todos os outros, dentro de alcance auditivo. 144
u
Sua voz era forte e ressonante, cortando a floresta em distâncias inesperadas. Ela duvidou que suspeitariam que era capaz de chegar tão longe. Em momentos sua voz estouraria na clareira da cabana onde Harrier e os outros estavam. Foi quando uma sensação, uma súbita pontada ao lado do pescoço. Assustada, Windsong caiu em silêncio, sacudindo a mão dela até que o dardo saísse de sua garganta. Ela parecia entorpecida aos olhos de um demônio cuja pele bronzeada profundamente a diferenciava dos Vampiros que acompanhava. Quando o poderoso sedativo inundou rapidamente o sangue de Windsong, ela cambaleou um pouco. A bela Demônio de cabelos pretos e grisalhos tinha um fone de ouvido na orelha, arrancando um dos fones, de uma cor laranja obcena. —Eles achavam que eram fortes o suficiente para resistir a você — disse ela, enquanto se aproximava. —Eu pensei que era melhor prevenir que remediar. — Ela metodicamente recarregou a arma de dardos e mirou em Windsong. —Espere... por favor... — Windsong rosnou fracamente, segurando uma mão enquanto sentia suas cordas vocais se tornando entorpecidas, juntamente com todo o interior de sua garganta. O mundo balançava e fraqueza sangrava através de seu corpo. —Não cabe a mim, — o demônio disse com um encolher de ombros. —O que Ruth quer, Ruth consegue. Mas acredite em mim, meu jeito de fazer isso é muito melhor. Ela atirou em Windsong novamente, desta vez atingindo-a numa área menos vital. A primeira droga era um paralisante, a segunda um sedativo. Windsong desmaiou no chão, incapaz de fazer qualquer coisa para se proteger ou escapar. A Demônio retirou o segundo tampão e rolou os olhos para os vampiros, que estavam se libertando do encantamento da sereia. —Que bando de idiotas, — disse ela. Mas eram os outros vampiros, os que estavam vindo na direção deles, por entre as árvores olhando abaixo para a Mistral inconsciente, que eram o perigo real. Sim. Seu modo era muito mais seguro. Adam localizou mais que sua cota de Demônios ao longo dos anos, mas sempre tivera aquele sentido dentro dele para ajudá-lo na localização deles. A ausência da presença de Ruth em sua grade interna o fazia completamente inútil, quando 145 ia caçá-la. Ou assim ele se sentia quando viu o Vampiro rastreá-la nas cavernas abaixo da superfície. Os sentidos e a destreza de Jasmine como caçadora, eram absolutamente notáveis para ele. Demônios da mente eram difíceis de controlar, por causa de sua capacidade de se teletransportar com um pensamento, de um lugar para o outro, mas se alguém sabia o que procurar, não era impossível. Jasmine o impressionou quando ela rapidamente rastreou os movimentos do Demônio. Ele tivera que confessar a si mesmo que assistir a caçada dela era uma incrível reviravolta. Sua ineficácia o deixou sem nada para fazer, apenas observá-la. TWKliek
Nightwalkers 06
u
Estudá-la. Se familiarizar com cada linha bonita de suas feições, o comprimento gracioso de seu pescoço, e o arco da curva nas costas quando ela se agachou para estudar os sinais que encontrou e formular seu plano de ação seguinte. —Você tem que me encarar assim? — Perguntou tirando vantagem de um suspiro, depois de algumas horas assim. Adam apenas sorriu, incapaz de sentir desculpas por ser apanhado em flagrante. Uma parte muito grande dele, queria que soubesse que a achava cativante. —Deixe de ser tão fascinante e deixarei de te olhar, — ele ofereceu. Jasmine não poderia deixar de sorrir, olhando para ele de sua posição perto do chão. Estava lá com suas pernas poderosas firmemente separadas, para além dos grossos braços cruzados sobre o peito. Ele olhou como se fosse o mestre de seu universo, a despeito do fato que ele havia perdido sua definição dentro de si. Ela o achava impressionante e intrigante. Ele poderia ter se debatido ao redor, à espera de outros para ajudá-lo a se definir. Mas não Adam. No meio do caminho viera o sufoco com o fato de que seu mundo havia mudado, que ele precisava enfrentar os fatos e adaptar-se ou encontrar-se irremediavelmente perdido. Talvez tenha sido o ato da caça que havia ajudado isso a acontecer. Ele estava em seu elemento, o processo familiar para ele. Ele não era tão inútil quanto achava que era, seus bem treinados sentidos e sua orientação davam uma experiência significativa. Mas ele estava acostumado a assumir a liderança nestas coisas, acostumado a ser o caçador solitário. Ele não estava acostumado a seguir alguém com melhores habilidades. Pelo menos no momento. Se tivesse sido qualquer outro demônio que eles estivessem caçando, Jasmine estava certa que Adam a teria deixado na poeira, mas Jasmine havia caçado Ruth antes, e sabia o que procurar, como ela cheirava e como seus truques eram. Ela supunha que poderia ter esclarecido a ele, escarnecido dele. No entanto, ela estava se divertindo demais por estar à frente dele e deixando-o com uma grande quantidade de tempo para simplesmente olhá-la. Havia algo a ser dito pela sua atenção. Era como se seus olhos transmitissem um toque físico. Ela os sentiam nela, sentia exatamente onde eles a tocavam em um dado momento. Ela cedeu à tentação de se aquecer nele. Infelizmente, estava se tornando uma distração. Uma certa quantidade de 146 calor vinha com seu olhar, criando uma espécie constante de chiado sob sua pele. Isso a fazia desejar ter tempo para fazer outras coisas além de caçar o alvo que ela estava procurando. Era muito distração. Ele tinha que parar. Talvez. —Eu tenho pouco para fazer, — disse ele distraidamente, continuando a contemplar a curva da bunda dela descaradamente. —E tive passatempos piores. Jasmine se levantou, alisando as mãos pelas coxas e se movendo numa volta lenta e sensual. Ela não podia deixar o desejo que ela tinha de tentá-lo, sempre tentá-lo, passo a passo, sempre um centímetro mais longe do que antes. Ela sabia que estava chamando problemas, que
u
era uma má ideia considerando suas próprias reações inesperadas à ele, até agora, mas ela ainda não conseguia se impedir. Ele sorriu, o conhecimento em seu olhar dizia que estava muito consciente da maneira proposital que ela brincava com ele, e que sabia o que ela fazia, apesar de suas melhores intenções. Moveu-se um pouco mais perto dela, perto o suficiente para tocar, e apesar dele não chegar até ela, era como se estivesse fazendo isso com cada fibra do seu ser. —Senti atração em minha vida. Fui obcecado por uma garota quando era mais jovem. Lembro-me disso. Como me fascinou e tudo sobre ela parecia tão perfeito. Mas tudo empalideceu em comparação com o que sinto quando estou olhando para você, pequena vampira. E não posso imaginar o que seja. —Talvez seja apenas o fruto proibido? — Ela respondeu, escovando os cabelos para trás, apenas para que pudesse ver a maneira como os olhos dele se agarravam à ação, à mudança dos fios, para a maneira como se assentavam contra seu pescoço. Ela sentiu seu coração pulando em seu peito, o músculo querendo bater apesar do seu estado de longo silêncio. Batimentos e respiração, até agora ele inspirou ambos. Como ele tinha o poder de trazer os sistemas adormecidos para a vida? —Sim — disse ele. —É muito possível. Mas apenas esse fruto em particular, eu asseguro. Só você, pequena vampira. —Bem, tem bom gosto, tenho que reconhecer, — disse ela com um sorriso. Isso o fez rir, um som baixo, rico, de curta duração e ainda assim belo e masculino. Isso a fez querer tocá-lo urgentemente e assim o fez. Ela era, apesar de tudo, um ser sensual. Estava no âmago de sua raça. Era como tentavam sentir. Então estendeu a mão e a passou sobre a poderosa formação em massa de seu ombro e para baixo, pela força de seu braço musculoso. Uma sensação elétrica sacudiu abaixo do centro 147 do seu corpo enquanto era forçada a se lembrar de como ele parecia em cima dela, sua força e peso a pressionando, o calor dele penetrando sua pele. —Antes, quando disse que me decepcionou... — ela disse suavemente, quase um sussurro, como se fosse uma confissão, —não me importei com as liberdades que tomou comigo. Só me importei que nunca foi até o final. Percebo agora que não foi culpa sua. —Não poderia ir até o final de qualquer maneira, Jasmine, — disse ele. —O mundo era o que era naquela época. Embora eu ... Não acredito que seria capaz de me deter. Teria levado outros a fazê-lo. — Ele deu um olhar para o céu, então olhou diretamente nos olhos dela. —Naquela época era Beltane. Agora é Samhain. Talvez eu seja vítima de ambas as luas poderosas. Talvez esteja jogando fora meus cuidados normais porque estou desincorporado da minha vida anterior. Mas prefiro muito mais pensar que há algo a se fazer com o fato que você é a criatura mais fascinante andando pela Terra. — Ele respirou,
u
lentamente, através de seu nariz, seus olhos se fechando em prazer óbvio. —E você cheira..................................... Ela fez o mesmo, os olhos meio fechados divagantes, enquanto se embriagava com a essência dele. Era um cheiro primitivo, masculino e dinâmico. Achou que ele fosse, de longe, o prazer mais tentador que já se deparou.
148
u
—Você é suficiente para me tirar da minha espécie, — ela admitiu a ele suspirando. —Acho que, pela primeira vez, posso apreciar a atração avassaladora que Damien deve sentir... Ela se interrompeu, as palavras que estava dizendo a tocavam de maneira afiada e ainda discordantes em seu cérebro. Ela recuou um passo, sacudindo a cabeça. Não. Estaria condenada se caísse na armadilha que atualmente prendia Damien em seu aperto. Estava tão distraída que estaria disposta a jogar fora tudo que fazia sentido? Não, não queria isso. Ela se virou e se livrou do encantamento do físico deslumbrante dele da melhor maneira possível, tentando reorientar sua caçada. Ela tinha um trabalho a fazer. A responsabilidade de milhares de pessoas, se não do mundo inteiro, quando pensava sobre isso. Ruth era uma maldição sobre todos os seres vivos, e deveria ser impedida. Jasmine não podia deixar nada atrapalhar isso. Muitos deles deixaram suas próprias distrações pessoais ficarem no caminho da destruição da Demônio. Adam sentiu o afastamento dela, e sabia que deveria sentir como um tapa na cara. Um minuto ela estava lá, no próximo se foi. Mas não estava realmente desaparecida. Nunca estaria, ele percebeu lentamente, enquanto continuou a sentir a presença dela contra sua pele, tão certo como se estivesse encostada nele. Ele sentia como se fios de energia estivessem de alguma forma amarrados entre eles, e, a cada momento que passava ficavam mais fortes. O instinto disse que tocá-la faria isso acontecer mais rapidamente. Ele não entendia como ou por que sabia dessas coisas. Não era lógico afinal, não era algum tipo de informação aprendida. Era puramente intuição. Ele estendeu a mão para os cabelos dela, mas a ponta dos seus dedos apenas roçou antes que ela pulasse fora para o ar, movendo-se para perseguir sua ligação próxima. Ah sim.O Demônio. A traidora. Jasmine o entreteve com contos da história de Ruth. Como quase todos os principais atores no mundo Nightwalker, haviam estado contra ela. Alguns haviam alcançado a vitória, mas essa provou ser passageira e temporária quando ela escapou do julgamento final e voltou mais forte e mais contaminada que antes. Enquanto Adam corria atrás da Vampira ele sabia que não iria deixar Ruth escapar. Sacrificaria sua vida primeiro. Especialmente desde que ficou claro que ela estava caçando a família de seu irmão. Adam não poderia permitir isso. Era seu trabalho, sua vida, impedir que Demônios prejudicassem um ser humano ou um Nightwalker. Apanhar Ruth era, talvez, o que ele estava destinado a fazer. —Oh, como ela é bonita — Ruth comentou enquanto seus lacaios Vampiros colocavam a cativa Mistral numa das bancadas de Ruth. —Não esperava que fosse ainda mais bonita pessoalmente. Dizem que os Mistrals são tão tímidos na aparência como são belos na voz. Claramente não é o caso nesse instante.
—Não, senhora, — concordou a pequena Demônio de cabelos pretos e grisalhos que seguiu os vampiros até o quarto. —Ela está fortemente sedada, — disse ela formalmente. —Achei que
era a melhor maneira de trazê-la ilesa para a senhora e —ela lançou um olhar para os vampiros — não sangrada. Gostaria que estivesse em tão bom estado para suas necessidades quanto fosse possível. —Você é tão prestativa, — Ruth a elogiou. —Gostaria de ver o encantamento no qual estou trabalhando, como recompensa por me trazer a componente mais importante? —Sim, muito. Ruth impacientemente enxotou os vampiros que estavam farejando a Mistral inconsciente. —Saiam, saiam! Terão sua diversão mais tarde, — assegurou-lhes Ruth. -Aproximese, querida. Vê? — Ela se aproximava de seus documentos, exibindo páginas de encantamentos, interpretadas do hierógrafo antigo. —É muito similar à um encantamento que usei apenas há alguns anos atrás. — Ruth fez uma pausa para uma risada privada consigo mesma. —Idiotas. Ainda não perceberam que foram amaldiçoados. Mas este encantamento, ao contrário do outro, nunca poderá ser revertido. Mesmo que me matem, isso funcionará de qualquer maneira, uma vez que os componentes tenham sido coordenados e as frases ditas. —O que isso fará? — A demônio perguntou curiosamente. —O outro era um encantamento de esterilidade. Mas isso não iria funcionar aqui, porque a Rainha dos Demônios já é estéril. Este pedacinho precioso de trabalho será muito mais alto. Mais ativo. Com esse encantamento ela simplesmente enlouquecerá. Nenhum médico, nem mesmo Gideon, será capaz de curá-la. E por causa de sua natureza, rapidamente irão entender o que está por trás dele. Eles saberão que sou eu. É por isso que é importante que o encantamento seja irreversível, mesmo que eu morra. Apenas no caso que tenham sucesso em me caçar, quero ir além da minha sepultura e fazê-los sofrer. —É uma vingança muito inteligente. —É uma vingança brilhante! — Ruth corrigiu. —Agora diga-me, como vai a caçada de Corrine? —Eu não sei. Devo descobrir para a senhora? —Se puder. Mas esta tem precedência, — disse Ruth, indicando sua preparação para seu encantamento. —Quando o sedativo vai parar de fazer efeito? —Você tem várias horas. —Oh. — Ela olhou desapontada. —Não importa. Isso me dá tempo para verificar novamente todos os meus preparativos. —Eu a deixarei para isso, — disse a Demônio com uma inclinação respeitosa de sua cabeça. —Procurarei notícias de Corrine. Se a caça não estiver sendo procedida segundo meu gosto, verei isso para a senhora.
—Sem dúvida. — Ruth sorriu para ela. —Tem provado ser uma pupila atenciosa e fiel. Estou tão feliz que se juntou a nós. —Não há lugar que eu preferiria estar, — a demônio assegurou suavemente. Então, fez outra mesura e se retirou da presença de Ruth.
Damien dobrou-se sobre o encosto do sofá e pressionou um beijo suave contra a fronte de sua esposa. Ela se inclinou para o toque de carinho, um sorriso aquecimento suas feições. —Onde estão as crianças? — Syreena perguntou. —Brincando no jardim. Annalise está tomando conta, — disse ele. Siena, irmã de Syreena, veio visitá-los, trazendo os Demônios crianças Seth e Leah com ela. Com tudo que Leah passou essa noite, Siena pensou que uma mudança de cenário era necessária. Que, talvez, colocar alguma distância entre Leah e Isabella convalescente beneficiaria a ambas. —Não acredito que Seth já esteve aqui antes, — Syreena observou. —Ele é um menino tão bonito. Os cachos dele são tão adoráveis. Seus pais o tem em grande estima. Ele é um menino muito sortudo. —Porque é um filho da profecia? Ela zombou disso. —Como alguém que foi criada com grande expectativa, posso assegurar que é a coisa menos especial que terá em sua vida. Ele, sem dúvida, gastará uma grande quantidade de tempo desejando ser "normal." Mas tem uma família próxima e grande que o amará e protegerá em todas as ocasiões, então tenho fé que não será um fardo muito terrível para ele, ao contrário da forma como foi para mim. Eu quis dizer apenas que teve a sorte de ter sua família. Eu mal conheci a minha. Siena e eu só ficamos perto ao longo destas últimas duas décadas. Imagino que, por vezes, como minha vida poderia ter sido melhor se tivéssemos sido irmãs criadas juntas enquanto crescíamos. —Tudo acontece em seu próprio caminho no seu próprio tempo por uma razão. Imagine se isso fosse verdade, uma simples mudança no tecido da história. Você teria sido uma Syreena muito diferente e teria agido de maneira muito diferente. Talvez não mostrasse moderação e teria me matado da primeira vez que colocou os olhos em mim, quando entrei na enfermaria vulnerável de sua irmã. Então estaria morto, e você ficaria muito solitária sem mim. Ele sorriu e beijou-a no canto de sua boca enquanto ela gentilmente zombava dele. —Você é muito convencido, — ela brincou com ele. —Eu poderia muito facilmente caminhar neste mundo sem o grande Príncipe dos vampiros. —Mentirosa, — disse ele com conhecimento. —Estaria perdida sem mim assim como eu estaria perdido sem você. Seus olhos da cor do carvão com suas manchas multicolores se ergueram para encontrar com os dela. Ela viu a verdade na íris de azul profundo. Mas ela não precisava ver para saber. Sabia que foram feitos um para o outro. Nunca poderiam se separar. Vinculados ou não, estavam ligados profundamente além das palavras, cerimônias, e do
sangue que compartilharam. Às vezes ainda compartilhavam, ela pensou com um sorriso malicioso. —Ah, aí está. —Damien respirou fundo, cheirando sua esposa de forma lenta e sensual. — Sabia que estava chegando, mas são pensamentos como esses que deixam claro que estará no calor a qualquer momento. —Eu suspeito que estou sempre no calor no que lhe diz respeito, — disse ela. — Talvez devesse preparar um lanche para as crianças. — Ela levantou e se afastou, muito obviamente,
colocando a distância e os móveis entre eles. Damien estreitou os olhos sobre ela e a seguiu rapidamente. —Você é muitas coisas, meu amor, — disse ele quando pegou o braço dela e a virou para ele, —mas não é astuta em mudar o tópico. Você é terrivelmente óbvia. E é a terceira vez que o faz, quando mencionei seu ciclo reprodutivo. O que está errado? —Nada está errado, — ela disse com um encolher de ombros e olhos que caçavam dispersos fiapos de tecidos por sobre seus ombros. Ele pegou o queixo dela na mão e a fez levantar seu olhar para ele. Ela suspirou, resignada. —Fiquei cansada deste carrossel de reprodução. Meu calor vem e me torna uma viciada desesperada e exigente de sexo, e loucamente alucinada com minha fertilidade. Quero um filho tão desesperadamente... —Como faço.. — disse ele. —Você? — Perguntou ela. —Não posso deixar de me perguntar se não tenho apenas te arrastado para este meu turbilhão e que esteja aturando isso, só porque deseja me ver feliz. —Syreena, — ele disse com firmeza — ninguém se torna um príncipe dos Vampiros porque é facilmente arrastado pelos desejos dos outros. —Isso é diferente, — disse ela com uma pequena batida do seu pé. —Nossa conexão faz com que seja diferente. —Verdade. E sim, se torna um pouco desesperada durante seu ciclo. —Diante do olhar severo dela, editou a si mesmo. —Muito bem, bastante desesperada. Mas em todos os níveis me leva a acreditar que a pressão e o desespero são, provavelmente, uma parte de seu ciclo reprodutivo e dos hormônios aos quais está sendo submetida na hora. —Então por que minha irmã não se comporta da mesma forma? — Ela queria saber. —Sua irmã não é você. E como mencionou antes, você não é como qualquer outro Licantropo. Está muito além dos outros. Talvez seus dois aspectos animais ampliem seu calor por Syreena pensou nisso e deu um aceno relutante. —Talvez. —Damien.
Damien virou-se bruscamente na direção da intrusa. Seus Vampiros sabiam que não deveriam se intrometer no tempo particular com sua companheira, mas essa não era uma vampiro. De repente, podia senti-la, sentir a maldade dela. Empurrou sua esposa protetoramente atrás de si e sussurrou para a fêmea. Ele mentalmente gritou por seus guardas, se perguntando como deixaram uma criatura chegar tão perto dele. —Fique calmo, não quero causar nenhum dano. Ele não acreditou nela. Era uma estranha e cheirava à magia ilícita, o cheiro que emanava dela como um perfume distorcido. Era um demônio, ele percebeu, quando a viu com sua visão
infravermelho, e deduziu que estava alguns graus mais frio que um ser humano ou um Licantropo. O redemoinho preto e cinza de seu cabelo estava preso numa trança frouxa que serpenteava por cima do ombro. Um lenço branco pendurava no pescoço e ombros, mas o resto de sua roupa era feita de tecido negro. —Me perdoará se não acreditar em sua palavra, — disse ele enquanto os vampiros começaram a se mover rapidamente pelo quarto. —Terei ido embora antes que qualquer um de vocês possa me tocar, — ela prometeu em voz baixa. -Force-me a sair, e não poderei te dar a ajuda que você e os Nightwalkers precisam. —Espere. — Syreena tocou seu marido em seu bíceps, movendo-se para seu lado de forma que o eriçou. Ele não gostava dela estar na linha de visão desta ameaça desconhecida. —Quem é você? — Ela perguntou ao demônio de aparência delicada. A Demônio olhou para eles com os mais estranhos olhos, a cor indiscernível, parecendo constantemente mudar para todo o espectro de tons de cinza. —Isso não é importante. Quem sou não importa. O que importa é o que eu fiz. — E num instante ela se foi, desaparecendo numa nuvem de cores estranhas de preto, cinza e branco, fora do alcance repentino de um guarda que ia agarrá-la. —Não direi isso novamente, — disse ela, de repente, atrás deles e os forçando a virar. —Gastem seu tempo comigo e Ruth deslizará livre, ganhando o poder que não pode imaginar. Esta poderia ser sua última oportunidade para detê-la. Sua última chance para viver seguro e feliz. —A Demônio feminina fixou seu olhar em Syreena. — Ignore-me, me mandem embora, e você e seu príncipe não conheceram nada além de tristeza no futuro. —Fale, Demônio. — Rapidamente, Syreena a encorajou. —Meu marido está impaciente por sua cabeça, por se atrever a chegar tão perto de seus entes queridos com nada, além do perigo pingando de sua língua. —Hoje sequestrei a sereia Mistral Windsong, e a entreguei a Ruth. Ela está segura e viva no presente, mas isso não durará muito tempo. Devem encontrá-la e resgatá-la antes que Ruth possa prosseguir com seu encantamento contra a companheira do Rei Demônio. O encantamento requer a morte da sereia, e uma vez lançado, será inquebrável, mesmo que o lançador morra. Kestra sofrerá, assim como Noah. Os Demônios perderão seu líder.
Os Nightwalkers começaram a perder a guerra contra os necromantes e os pilantras Vampiros. Sua paz se dissolverá. Suas vidas se estragarão como uma tapeçaria mal trabalhada. A criança do Tempo salvou todos de uma linha de tempo fatal, poupando a vida de seus pais, mas ao fazê-lo, abriu outra igualmente traumática. Mas isto pode ser evitado se salvar a vida de Windsong e derrotar Ruth de uma vez por todas. —Se sabia que levando Windsong para Ruth levaria a tais coisas terríveis, por que fez isso? — Syreena exigia. Ela devia sua existência a Windsong. Esta notícia a tocou em tantos níveis. No entanto, o instinto disse para ouvir cuidadosamente essa garota. Esta criatura, estragada pela magia negra, enquanto podia ser de uma ajuda crucial para o futuro de Syreena. Ela podia sentir
—É uma armadilha. Um dos truques de Ruth, — Damien disse com desdém quando ouviu a tendência dos pensamentos de sua esposa. —Eu a capturei em segurança, — o Demônio injetou , —porque caso contrário, ela seria tomada por um covil de vampiros poderosos. Em sua vitória teriam se banqueteados com o sangue da mais poderosa Mistral viva até hoje. Que teria dado a eles um poder indizível. — Ela balançou a cabeça, parecendo estar momentaneamente sem palavras. Mas depois que esse momento passou, continuou. —Ao capturá-la e manchar seu sangue com paralisantes e sedativos, consegui colocá-los para fora de sua festa. Novamente, isso não durará muito. Sem dúvida, Ruth os deixará com ela, logo que Windsong recobre a consciência e as drogas deixem seu sistema... desde que não interfira com seu encantamento. Não posso dizer. Isso não posso saber. Já alterei uma coisa, então o que já foi escrito já foi alterado. —Tempo, — Syreena inspirou. —Ela veio para mudar a história como sabe que é. Você é do futuro. —Um futuro. Uma possibilidade. Que ainda existe, creio eu. Se não, então eu deixaria de existir. —Você é um demônio do Tempo? — Damien perguntou. —Não. Eu sou... outra coisa. E não posso dizer mais que isso. Tudo que você precisa saber é que me infiltrei no ninho dos rebeldes Nightwalkers de Ruth. Tenho usado magia, me sujando como eles estão sujos, a fim de ganhar sua confiança. Apenas para que pudesse estar aqui nesse momento. Para que pudesse proteger Windsong por apenas algumas horas. Para que eu pudesse vir até você. —E por que deveríamos acreditar em tudo isso? —Damien queria saber. A Demônio ergueu uma sobrancelha e inclinou a cabeça. —Num ato de vingança, há dois anos, Ruth lançou um encantamento em Syreena, para que nunca pudesse conceber. Encantamento que só pode ser quebrado com a morte de quem o lançou. Nunca poderá ter um filho, enquanto Ruth respirar. Acredite em mim ou não, faça ou não. Mas está disposto a perder essa chance? — A Demônio torceu um lado de sua boca num sorriso que não era realmente um sorriso. —Além disso, sua amiga Jasmine e seu suposto companheiro estão prestes a tropeçar no ninho de Ruth, não
percebendo que ela fortaleceu suas fileiras com os vampiros desonestos e Nightwalkers rebeldes. Demônios. Licantropos. Mesmo Mistrals. Aqueles que foram atraídos pelas promessas de Ruth de poder, através da magia negra. Ela manipula um argumento muito convincente, constrangendo um líder quando deseja. Com um pouco mais de tempo, não será apenas um incômodo. Ela fomentará a guerra civil em suas fileiras. Será o começo do fim da vida pacífica como sabe disso. Damien zombou. —Jasmine nunca terá um companheiro. —Está correto. Porque ele morrerá quando cair sobre esse ninho. E ela nunca será a mesma, eu prometo. Acha que estava triste antes? Basta tentar mantê-la acima do solo, uma vez que ele esteja perdido. Novamente ela deu aquele sorriso. —Estas podem ser apenas palavras para você. Mas está disposto a desperdiçar tal chance?
E com essa oferta, a estranha fêmea Demônio desapareceu numa nuvem colorida de cinzas e pretos.
CAPÍTULO 9 Adam seguiu Jasmine pelo ar transformado em névoa, sentindo, assim como ela , que eles estavam na última etapa de sua caçada. Estavam muito perto de sua presa agora. E ainda assim sua mente estava distraída da batalha iminente. Tudo no que podia se concentrar, repetidamente, era na linda curva de um rosto feminino, o comprimento sedutor da calça denim-clad14, e a forma como o vento soprava e espiralava pelo seu cabelo. Veio a conhecer muitas coisas sobre ela em apenas poucas horas e de alguma forma o novo conhecimento fez sua atração por ela, totalmente mais poderosa. Ela era teimosa e obstinada, além de determinada a ver Ruth chegar ao fim. Ele ainda estava confuso sobre se era pessoal ou devido a um profundo senso de certo e errado. Alegou que era porque Ruth a havia prendido uma vez, mas sabia que tinha que ser mais do que isso. Ninguém caçava com tanta paixão pelo que equivalia a um inconveniente. E ela era chefe deste grupo de Executores Nightwalker. Isso não soava como algo que alguém faria apenas por diversão. Poderia acreditar que isso era para satisfazer sua natureza sanguinária. Era muito óbvio que ela tinha uma. Mas havia uma série de passatempos violentos para um vampiro lá fora. Poderia facilmente ter se tornado desonesta para se satisfazer. No entanto, não se tornou. Apoiava o lado certo da lei. A legalidade que, para ser honesto, o surpreendeu quando a viu em um vampiro.
14Denim é um tipo de tecido de algodão em que somente os fios do urdume (longitudinal) são tingidos com corante índigo, normalmente com ligamento sarja. É a matéria-prima para a fabricação de artigos Jeans. NT. Denim-clad é um tecido mais fino que imita o jeans.
Tinha que se lembrar que vampiros haviam mudado e, manifestamente, crescido em maturidade e responsabilidade. A maioria deles, de qualquer forma. Ela era um forte exemplo da forma como Damien agora liderava seu povo. Era impressionante, para dizer o mínimo. Excitante. Especialmente para alguém como ele, que vivia e respirava a lei. Por mais estranho que fosse cogitar a ideia, ela era ... muito parecida com ele. Amiga íntima de um monarca. Uma caçadora poderosa. Contratados para conter aqueles que precisavam ser contidos. E tudo isso servia para tornar a atração um pelo outro muito mais poderosa. Droga, ele está olhando para minha bunda outra vez. Simplesmente posso sentir... Adam se endireitou bruscamente quando a voz dela cantarolou em seu cérebro. Assustado, desceu para o mais próximo da superfície que pode encontrar e estalou em forma sólida. Aí cara. Agora o que?
Nightwalkers 06 TWKliek
Lá estavam novamente. Bastante claros, nitidamente os pensamentos de Jasmine enquanto descia sobre o afloramento rochoso onde ele aterrissou. —E agora? —Ela perguntou. — Você sabe, Ruth não vai sentar e esperar por nós para pegá- la. É muito inteligente. É muito provável esteja levantando reforços enquanto falamos e seguimos em frente. Vai presumir que a estamos caçando! —Sim, sobre isso, — disse um pouco entorpecido enquanto olhava
diretamente nos olhos dela. -Ocorre-me que poderíamos estar entrando de cabeça em algum tipo de emboscada. Bem, merda. Se você quer ser totalmente lógica sobre isso... —Talvez. Mas acho que estaremos muito ocupados parando a merda dela e fugindo, — Jasmine disse em voz alta. Adam olhou para ela, um pouco boquiaberto. Não tinha dúvida em sua mente que de alguma forma, por alguma razão inexplicável, estava ouvindo os pensamentos da Vampira deslumbrante. Mas esse conhecimento não o assustou tanto, quanto o entendimento
de que estava realmente sendo muito honesta com ele sempre que lhe respondeu. Ela estava, literalmente, falando em sua mente. —Está tão atraída por mim quanto estou por você? — Deixou escapar antes que pudesse prevenir a si mesmo. Antes que perdesse a coragem. Dizer a pergunta a surpreendeu; era subestimar as coisas apenas um pouco. Que diabos é isso tudo? A discussão ficou surpreendente! Mas depois que sua surpresa dissipou, relaxou muito levemente, deixando seus olhos vagarem sobre ele da cabeça aos pés. —Espere. Antes que você
diga ou ... ou pense algo, — Adam disse com pressa enquanto o seu coração batia rapidamente em seu peito e calafrios de consciência corriam em sua espinha. — Acho que você deveria saber que estou completamente certo de que posso ler sua mente. —Não posso acreditar! — Ela riu tanto que resfolegou um pouco. Adam ficou chocado ao perceber que ele achava que isso era terrivelmente atraente. —E não sou bonita. Olhe para mim! —Sério, o que vê em todo este pacote que seja bonito?— Ela jogou uma mão indicativa pelo comprimento de seu corpo e suas roupas provocantes apertadas. —
Você não é um telepata, — passou a dizer. —Você é apenas um Demônio da Água. E mesmo que fosse um telepata, sou provavelmente a segunda telepata mais poderosa do planeta. Minhas defesas são bastante admiráveis... —Exceto quando Ruth entrou rasgando sua mente para coletar informações. Deve ter sido coisa de criança, a maneira como empurrou através de você e escavou por informações que se mostraram prejudiciais para o resto dos Nightwalkers. Foi, quase palavra por palavra, o pensamento de culpa que correu através do cérebro de
Jasmine logo após se vangloriar para ele. Não estava dizendo isso para esfregar sal em suas feridas, mas para provar um ponto. —Oh meu Deus, está lendo minha mente! — Jasmine olhou para ele com horror e choque. — Como isso é possível? Você tem que parar! Exijo que pare!
—Não sei como. Como você disse, não sou um telepata. —Mas então ... como? O que infer... ? Adam estendeu a mão para pegar firme de seu braço, parando os movimentos de seu corpo de repente agitado. O
afloramento não era grande o suficiente para ela caminhar, e ele não queria que caísse e voasse longe. -Acalmese, — disse tão suavemente quanto sabia. —Primeiro gostaria de dizer que está sendo um pouco injusta consigo mesma, ao que diz respeito à aquele encontro com Ruth. —O que você sabe sobre isso?— perguntou irritada. —Você estava a 400 anos de distância. —Isso é verdade, — concordou com um aceno de sua escura cabeça. —No entanto, mesmo no meu curto período de tempo em sua época, ficou claro para mim que esta Ruth é um
adversário formidável. Um Demônio da Mente sem igual. Não pode esperar ser mais poderosa que essas todas coisas. Seria uma expectativa não razoável. Ela franziu a testa, os olhos abaixando. Pessoas morreram, porque fui muito fraca. —Pessoas morreram porque fui fraca,— disse. Os lábios de Adam levantaram-se nos cantos. Alguma vez ele pensou que ela fosse uma traidora? Oh, não tinha dúvida de que ela era capaz disso se suas motivações fossem fortes o suficiente, mas ao que parece, no momento, não viu qualquer razão para ser assim com ele. Isso o
agradou, dando-lhe uma súbita sensação de intimidade com ela. Novamente. Era tão peculiar como esse sentimento caiu sobre ele, aparentemente do nada, e tão fortemente quando o fez. — Pessoas morreram porque alguém quis vê-las mortas. Ela teria conseguido sua informação de uma forma ou de outra, Jasmine. Não pode se culpar pelas motivações sádicas de Ruth. —Quem disse? — Perguntou com petulância. — Quero me culpar. Quero me lembrar para fazer melhor. Para ficar mais forte. Para nunca permitir que ela me use de tal
forma novamente. —Eu posso apreciar isso,— disse para ela. —Mas tenha um cuidado. Uma coisa é se motivar de uma forma, e outra é ficar cega. — Estendeu a mão para tocar com dois dedos na parte inferior do queixo dela, levantando seu olhar para o dele. Ele abriu a boca para falar, mas as palavras ficaram presas gritando em seu cérebro. Ela piscou para ele interrogativame nte, com olhos verdes como jade. Tão verdes quanto os seus próprios. A verdade atingiu como uma avalanche de raios, oprimindo-o, congelando-o no lugar e o deixando sem fôlego. Sentiu-
se preso e comprimido por todos os lados, como se fosse asfixiar com o peso disso tudo. Doce Destino, a Marca, pensou alto e claro. E ela o ouviu. Talvez porque fosse uma vampira e uma telepata, mas mais provavelmente porque estavam numa fase profunda da Marca, e companheiros Marcados formavam uma via privada telepĂĄtica entre eles. Passavam a residir na mente um do outro. Todos os seus pensamentos eram constantement e conhecidos um pelo outro. A forma que isso foi explicado a ele era que nĂŁo havia nenhuma maneira real de jogĂĄ-los para fora.
Nightwalkers 06 TWKIiek
—Não acredito! — Ela deixou escapar, os olhos arregalados com o pânico repentino. — Vampiros não Marcam, e mesmo que pudessem, certamente não escolheria Marcar com você! Você é um ultrapassado, obstinado, CroMagnon15, idiota Alpha que bate no peito e nada sobre isso me agrada! Em sua maior parte, ela pensou. Bem, talvez um pouco.
15 Os Cro-Magnon foram os primeiros primeiros seres humanos modernos (Homo sapiens sapiens) do Período Paleolítico Superior Europeu. Os primeiros restos conhecidos de CroMagnon, como os seres humanos são radiometricamente datados de 35.000 anos atrás.
Então seus brilhantes olhos jade se arregalaram quando se lembrou de que ele podia ler seus pensamentos. —Inferno sangrento! O único argumento adicional de Adam, foi colocar as mãos em concha no ar, bem na frente do rosto dela, e transformá-las em água. Tornaram-se um redemoinho em uma piscina oval escura, e então ele a obrigou a ficar completamente parada, escurecendo a parte de trás dela até que se tornou uma superfície perfeitamente reflexiva. Mostrou à ela o próprio rosto, mostrou-lhe o verde único, deslumbrante, de seus olhos. —De jeito nenhum, —
soltou quando olhou para si mesma. —De jeito nenhum vou deixar isso acontecer. Sou uma vampira! Uma vampira! —Então continue dizendo, — ele disse calmamente. — E esta noite acordei em guerra com você. Mas isso mudou. Tudo mudou. —Quer me dizer que está tudo certo para você?— Perguntou, incrédula. —Vai se sentar e me dizer que deseja ter uma vampira como companheira? — Jasmine ... — Suspirou e tomou um momento para esfregar a dor forte que formava um nó entre suas sobrancelhas. —O que quero é estar em casa, nas terras de minha família, nos
campos de prática sob meu padrão familiar com a minha mãe me assediando para fazer isto ou aquilo para me manter civilizado e respeitável, em vez de perdido nesse emaranhado de caça e batalha e numa terrível situação após a outra. Quero saber que a escolha mais estressante que meu irmão precisa fazer é se quer perseguir um vampiro pela recompensa, ou lutar comigo no ringue de treinamento. Isto é o que quero. Ou melhor, isso é o que eu queria. O que eu pensei que queria. Mas aprendi na minha vida que o que pensamos que queremos e o que é melhor para nós, podem muito
bem ser duas coisas diferentes. Também fui criado para acreditar que há algo absoluto no mundo Demônio. Uma coisa que não pode ser questionada, não pode ser mudada e não pode ser combatida. Há aqueles muito melhores que você e eu, que tentaram lutar contra a inevitabilidade da Marca e não foram melhor sucedidos do que qualquer um de nós será se fizermos o mesmo. — Besteira! — cuspiu calorosamente. —Nenhum deles era vampiro. A Marca é tudo sobre amor, paixão e emoção, tudo o que o senhor foi rápido em apontar que não sou capaz!
Certamente não em grande escala de sua piegas, desesperada por amor, nojenta Marca!
Jasmine saltou para longe dele, girando e empurrando a rocha, saltando numa brisa castigante. Em um ato selvagem de instinto, Adam saltou logo após ela. Lançou-se em suas costas, circundando seu pescoço e cintura com os braços enormes, sentindo o choque da gravidade quando começaram a cair em direção à Terra. Ela não foi capaz de ajustar seu voo para o seu peso, porque estava muito
ocupada entregando-se à sua fúria para estabilizar. Lutou contra ele, sua força bastante notável. Mas, porém, momentos antes dele transformar ambos em névoa, ela reagiu com um instinto inexplicável, suas presas crescendo livres e compridas exatamente quando agarrou seu pulso e afundou seus dentes em seu antebraço. Adam rugiu de dor, chegando a agarrá-la pelos cabelos e pensando em arrancá-la dele. Mas então o tempo se tornou longo, tiquetaqueando em instantes mais e mais lentos, enquanto seus corpos caíam em direção ao
solo a uma velocidade vertiginosa. Seus dedos estavam cheios de seu cabelo, mas todo o desejo de separar-se dela havia ido embora, no momento em que as pontas dos dedos tocaram o couro cabeludo. Assim como o desejo dela de arrancar sua carne fora com um puxão selvagem de seus dentes, desapareceu no instante em que o sangue dele lavou sua língua. Suas mentes travaram juntas como em uma captura mútua, ela provou o que só poderia descrever como ambrosia, o alimento dos deuses ... o mais divino dos frutos proibidos cumprindo sua promessa. Seu sangue, a
essência de tudo que era Adam e tudo que era o poder de Adam, deslizou para o fundo da sua garganta e não conseguia sequer fingir resistir ao impulso de engolir. Gemeu quando o primeiro gole estourou por sua garganta abaixo como se tivesse engolido fogo, a esmagadora e sensual queimadura correndo para baixo do centro do seu corpo, da garganta para peito, para barriga e então progredindo para a enseada de seus quadris e órgãos reprodutivos, queimando um caminho quente e úmido, que parecia ir direto de volta para fora de seu corpo. A água é o meu elemento. Tudo o que é
líquido é meu para manipular e me harmonizar. Devo dizer-lhe onde está molhada, pequena Vamp? Jasmine ofegou para respirar, removendo seus dentes de sua carne um pouco antes que ele fosse capaz de chegar a seus sentidos o suficiente para transformá-los em água, apenas um segundo antes de bater no chão. Chocaram-se contra a terra dura e fria, a física exigindo que suas formas de fluido espalhassem rapidamente sobre sua superfície. Mas Adam desafiou a física, em vez disso rolou com ela e solidificou seus corpos, uma vez o perigo inicial de
impacto havia passado, lançando-os pelo chão em um emaranhado de braços e pernas. O Demônio estava sob o peso da Vampira, ambos ofegando com dificuldade para respirar. O sangue dele estava nos lábios dela e ele viu quando uma língua sensual saiu lentamente para lavá-lo fora, sentiu sua mente florescendo com prazer quando o sangue explodiu em de seus sentidos. Seus olhos rolaram fechados, as mãos dela segurando seu peito e ombro onde repousavam. A testa caiu contra ele como se não tivesse forças para segurar a
própria cabeça. E ele percebeu que era porque estava muito fraca com o êxtase.
Então no momento seguinte a cabeça arrebatou, seus olhos estourando abertos como persianas de repente liberadas. Seus cílios sempre foram tão grossos e tão negros? Encontrou-se perguntando. Era sua imaginação, ou estava cada vez mais bonita a cada vez que colocava os olhos sobre ela? O marrom dos seus olhos era tão sensual e decadente, mas agora o verde adquirido parecia sem fundo e
sedutoramente misterioso. E havia algo satisfatório, satisfação do fundo da alma, em ver uma parte de si mesmo dentro dela. Ela tomou fôlego, baixou a cabeça, e ficou de repente olhando para ele através de seus cílios superiores, como uma onça examinando sua presa. —Mais, — disse com uma voz que era muito mais grunhido do que qualquer outra coisa. Ele nem sequer fingiu entender mal sua intenção, nem fingiu que não desejava ardentemente tanto quanto ela. Alcançou o colarinho de sua camisa nova, arrancando-a para longe de sua pele em um despedaçar de tecido estourar
de botões. Não houve preâmbulo, ela abriu a boca e atacou sua garganta em um rápido, minucioso furo de suas perversas presas afiadas. Então, antes de seu sangue poder formar pérolas nas feridas abertas, ela selou seus lábios sobre os danos que fez. Jasmine começou a beber. Na terceira vez que os lábios e a língua dela sugaram contra o seu pescoço, Adam estava tão duro quanto diamantes rústicos. Era o máximo, porque estava experimentando o prazer dela se intensificando com cada tragada, assim como o jeito que se contorcia contra ele com uma sensualidade incrivelmente
pecaminosa e com necessidade. Aquele pequeno corpo delicioso poderia despertar o interesse de um homem morto. E Adam estava longe de estar morto. Tinha uma mão segurando o cabelo dela com tanta força que deveria ter rangido. A outra desceu até seu quadril, ou melhor, a ascensão de sua traseira do lado direito e orientou inconsciente o roçar de seu corpo com mais força e precisão contra si mesmo. Era uma tortura extrema e perfeição absoluta. Não poderia ter querido mais. Não precisavam estar sexualmente unidos, porque um deles já
havia penetrado o outro. Agora era tudo sobre sensação e euforia e o sentimento milagroso de construir coisas mais e mais forte a cada segundo que passava. Ela gemia contra ele, a mão esquerda correndo incansavelment e ao longo de seu corpo e segurando em seu peito através de sua camisa. Então estava puxando o tecido longe de sua pele, tentando libertar-se, tentando exporse para as suas necessidades e prazer. Adam alcançou rapidamente a bainha de sua camisa e agarrou a renda colocada perto de sua pele. Levou apenas um toque de sua mão grande para
tirar a coisa fora de seu corpo, permitindo descartar as rendas e 16 barbatanas . Rapidamente após, seu peito enchia sua mão, seu calor suave, divino e prazeroso. A ponta de seu dedo achou aquele anel de metal que ela transpassou na ponta de seu mamilo e brincou implacavelment e, sentindo-a ficar o mais rígida e dura como ele estava.
O orgasmo correu através de seu sangue por causa do dele, o poder extraordinário disso, pulando 16boning - são barbatanas de baleias, eram usadas para enrijecer roupas íntimas, como espartilhos.
dela e entrando nele. Seus corpos apanhados por prazer incrível, liberação líquida pulsando de ambos. Imediatamente, Adam sentiu-se tonto enquanto ela alimentava o seu corpo de todas as formas, tendo satisfação na ideia de que foi muito além do sexual. A segunda introdução de suas presas nele, foi inesperada e deveria ter sido dolorosa depois dele ter sido tão espremido. Foi tudo menos isso. Se foi algo, relaxou na onda de êxtase na qual ela o levou junto. Ambos estavam ofegantes e gemendo repetidamente, com os prazeres que ninguém mais no mundo jamais poderia
compreender ou talvez até mesmo experimentar. Como é triste para eles, pensou quando sua boca se afastou de sua pele afinal. Adam lembrou que um vampiro sempre morde duas vezes. A primeira vez para abrir uma ferida, a segunda para injetar na vítima fatores de coagulação e anticorpos destinados a fechar a ferida e facilitar a cicatrização. Mas o seu entendimento técnico sobre isso, nunca lhe dera alguma ideia de que a experiência seria assim. Que haveria tamanha bemaventurança. Felicidade tão esmagadora. —Porque não se supõe que se sinta assim, — disse ela em um
murmúrio suave, sonolento perto de sua orelha. —Não acho que qualquer Vampiro já se sentiu assim, durante uma ... uma... — Alimentação, — replicou para ela. —Não posso nem mesmo chamar isso desse modo, — ela sussurrou ferozmente contra o aro de sua orelha, as mãos segurando-lhe com a força impressionante de Vampiro. — Não poderia jamais chamar assim. Aquilo esteve tão longe de ser algo tão básico e rudimentar como uma alimentação. Adam ... Adam, foi incrível, — suspirou. Ela levantou a cabeça e olhou para ele com seus olhos jade
brilhantes. — Meu Deus, é isso o que Damien sente quando faz amor com sua pequena Licantropo? — Ela perguntou. —Bem, então não é de admirar... nenhuma surpresa ... Suspirou e descansou a bochecha no peito dele, o ouvido contra o coração, embora com sentidos Vampirescos, pudesse facilmente sentir o batimento selvagem do seu pulso. Era como supor como seria estar sob o efeito de drogas. Era mais incrível do que alguém poderia imaginar. Era o que sentia qualquer Vampiro por tomar sangue de outro Nightwalker? Se sim, então
podia entender porque alguns seriam compelidos a ser desonestos e quererem se alimentar de uma infinidade de Nightwalkers, só para ver como cada gosto era ... para ver qual era a sensação. Mas não era tão ingênua a ponto de acreditar nisso. Sabia que essa experiência era completamente diferente. Esta foi especial para além mesmo da Marca. Estivera com medo disso? Vinha resistindo à isso? —Sim, pequena Vamp. E você pode uma vez mais, depois que diminuir sua euforia. —Talvez, — ela concordou com um aceno. — Talvez não. Não sou tão
tola quanto acha que sou. Nem tão teimosa. Ele fez um ruído rude. —Tudo bem, — admitiu com bom humor, um sorriso se espalhando sobre os lábios. —Eu sou muito teimosa. Mas não sou idiota. — Levantou a cabeça e moveu-se para olhar para baixo em seus olhos, as mãos roçando a sua face. —Você acha que gosto de ser tão fria e tão
Nightwalkers 06 TWKliek
emocionalment e imperturbável? Pode imaginar o que a vida começa a parecer quando, ano após ano, não há nada para lhe interessar? Nada para estimulá-lo? — Tocou em seus lábios com um dedo, traçando sua forma generosa. — Tudo o que posso sentir é prazer físico ... prazeres dos sentidos ... e talvez desafios intelectuais. Mas meu coração está frio. Não há verdadeira luz para mim. Nenhuma joie de vivre17. Mas isso, — ela suspirou quando tocou em sua boca para um fantasma de um beijo —esta é a vida em sua 17 Fruição saudável ou despreocupada da vida. Alegria de viver, (em francês).
plenitude. Este é sabor intenso e o afloramento completo da sensualidade e ... oh meu Deus ... — Deu um pequeno gemido antes de pegar a sua boca em um beijo profundo. Adam deixou-a controlar a coisa, deixou-a definir o ritmo e intensidade. Entendeu que este era o primeiro beijo que ela havia iniciado em décadas. Talvez mesmo a melhor parte de um século. Mais do que isso. Beijarei Damien com calor e afeto, mas ninguém mais. Não beijei com paixão ...até que te beijei. Isso me satisfaz muito, pensou de volta para ela. Ela se separou de sua boca para rir. — Percebe? Você é como um
homem de Neandertal. —O que sou é faminto. Por você. — Mergulhou uma grande mão em seu cabelo e a puxou até a boca. Desta vez estava no comando completo do beijo, o calor explodindo como uma bomba entre eles, o impacto doce e doloroso e tão cheio de fogo. Deliciava-se com o seu sabor em sua língua enquanto brincava com a dela. Beijou-a até que estava gemendo em uma doce cadeia de sons que, reconhecidame nte, revitalizou o seu ego. Porque apesar de ter estado tão incerto sobre essa coisa entre eles como ela estava, sua rejeição ainda tinha ferido. Em
algum lugar no seu espírito, suportou a contusão. Mas sabia que estava igualmente ferida. Machucou a si mesma quando o machucou. Mas tudo que foi preciso, foi uma prova de sangue para afugentar a oposição para longe. Esta troca fez em um instante o que poderia ter levado dias e uma alegre lua Samhain para convencê-los do contrário. —Mmm ... não. Não!— Afastou-se dele. —Cadela para caçar. Devemos caçar a cadela. — Tentou sentarse, mas ele porém a seguiu, certificando-se que entendesse que era diametralmente contra a este curso de ação. Para o futuro
imediato, em todo caso. Fez isso agarrando seus ombros e arrastando-a de volta contra sua boca. —A cadela esperou tanto tempo. Certamente um pouco mais não fará uma diferença tão dramática. Jasmine suspirou, um som muito doce, seu corpo inteiro se derretendo contra o dele, como os braços em volta de seu pescoço. Sucumbiu ao trabalho de sua boca, dizendo a si mesma que iria fazê-lo apenas por um momento ou dois. —Lá está ela, — Corrine sussurrou baixinho para o Demônio ao seu lado. Ela deu uma palmada de consolo no ombro, a ação fazendo-o tomar fôlego.
A
Druida ruiva e o Demônio de cabelo colorido chamado Aaron, olhavam através do vidro do berçário para criança meio asiática, meio hispânica aos berros, seu tufo de cabelo preto levantado todo torto na reflexão de sua indignação óbvia com o mundo. —Pobre coisa, —Corrine disse com empatia. —Um começo tão difícil na vida. —Este é um conceito muito difícil para mim, — confessou Aaron enquanto olhava para a criatura humana indefesa. — Tomamos muito cuidado e pensamos antes de
produzir crianças no mundo Demônio. Eles são tão preciosos para nós, nossos descendentes. Dói e irrita-me pensar que uma mãe iria envenenar-se com drogas enquanto carregava um bebê, sabendo muito bem como o bebê sofrerá uma vez nascido. — Infelizmente as drogas removem todo tipo de lógica. Com esta droga particular, algumas das mães nem sequer percebem que estão grávidas na maior parte de sua gestação... ou simplesmente não se importam. —E assim ela chora. Minha futura companheira. Uma fêmea que você diz que será uma
Druida poderosa um dia, se sobreviver a esta abstinência. E providenciarei que ela consiga. Aaron moveu-se para encontrar a entrada na creche, mas Corrine o deteve pelo braço. —Não pode tocá-la, Aaron. Mesmo tão jovem como é, você, muito provavelmente, desencadeará as mudanças que a tornarão uma Druida, fazendo com que se torne dependente de você para o resto de sua vida. —Então? Não é assim que deveria ser? —Talvez. Ou talvez deva ser permitido à ela formar uma vida como um indivíduo primeiro, antes que se sinta à vontade para
se tornar parte de um par. Corrine poderia dizer, pela escuridão que cobriu seu bonito rosto que, Aaron não gostou da ideia absolutamente. —Veja o que deixá-la sob os cuidados de seres humanos fez por ela até agora, — disse amargamente. —E você não pode balançála na minha frente como isca, ela que será minha salvação, e depois me forçar a deixála desprotegida entre — Ele se restringiu de chamar os seres humanos "selvagens", mas a palavra não dita pairava no ar. —Sinto muito, — disse Aaron rapidamente. — Sei que é humana. — Nenhuma ofensa tomada, Aaron. Seus
argumentos são fortes, infelizmente. Somos muito descuidados e por vezes cruéis com os nossos. E não sugiro deixá-la aqui abandonada e desprotegida como está. Através do vidro uma nuvem de fumaça escura apareceu de repente, a rapidez da mesma e da mudança, sem dúvida, dolorosa na pressão do ar ambiente, fez cada criança na sala a gritar. Kane estendeu a mão para tocar a criança em questão, e antes que alguém pudesse vê-lo, desapareceu com ela. —Não, — acalmou o Demônio ao lado dela, que estava louco para proteger a menina. — Kane a está
levando para algum lugar seguro, onde será criada por pais Demônios no mundo Demônio, até o momento que sinta que é sábio se apresentar a ela. Talvez em cerca de 20 anos mais ou menos.
—Isso não é muito tempo de toda forma, — Aaron disse com um suspiro de alívio marcado. Isso fez Corrine rir. Seres humanos e Demônios viam a passagem do tempo de forma tão diferente. As luzes do hospital estavam piscando furiosamente desde a sua chegada, e agora estavam oscilando tão
selvagemente, quem pareciam que iriam perder a força a qualquer momento. —Venha. Vamos embora, —Corrine encorajou-o. — Entre sua influência sobre a tecnologia ao nosso redor e o fato de que um bebê agora está faltando na creche, é melhor sairmos. —Claro. Aaron estendeu a mão para pegar a mão de Corrine, e em uma explosão de poeira desapareceram do corredor do hospital. Algum tempo depois Aaron deixou Corrine no centro de Tóquio, onde seu marido havia prometido levála para um jantar japonês genuíno. Aaron, Demônio da Terra, concordou com
a sua decisão de manter família de acolhimento da menina um mistério por agora, assim ele não seria tentado a interferir com sua educação. Mas Corrine tinha uma sensação de que ele estaria na porta de sua casa em breve, importunando-a pela a informação. Isso realmente não importaria muito. Os pais adotivos que escolheu eram poderosos e tinham força de vontade, e Aaron teria trabalho tentando passar por eles, antes que sentissem que o momento era apropriado para ela, para encontrá-la como companheira. Ela sentiu compaixão por Aaron. Ele viera até Corrine
assim que as novas leis de Noah possibilitaram à ele permitir à Casamenteira18 buscar sua companheira. Corrine veio a aprender da maneira mais difícil, que não iria sempre ser bem sucedida em sua busca por Druidas específicos, no entanto. Talvez o companheiro Druida para o Demônio em questão, tivesse morrido ou talvez o companheiro não tivesse nascido ainda. E havia uma série de outras coisas que poderiam dar errado ou fazer-se um obstáculo no processo de busca. Muitas vezes era a 18 Matchmaker = em inglês, "casamenteira". Corrine é uma Druida com o poder especifico de localizar a parceira ou o parceiro druida, de um Demônio.
complexidade mental do Demônio em questão, o subconsciente do Demônio trabalhando contra si mesmo. E mais recentemente, percebeu que talvez este Demônio não foi feito para encontrar um companheiro Druida. Talvez o companheiro de alma daquele Demônio, fosse um outro tipo de raça Nightwalker. Ela não tem o poder de encontrar aqueles companheiros. Pelo menos não tinha esse poder ainda. Ela foi-se esticando, tentando ver se poderia fazêlo... se poderia descobrir o caminho para esse tipo de habilidade. Se pudesse achar o poder dentro de si, então seria uma
verdadeira Matchmaker, não haveria obstáculos em seu caminho e sem limitações para os companheiros que poderia encontrar. Quão grandioso isso seria. E este era o porque, que depois do jantar, iria visitar a Rainha, Kestra. Kestra tinha um poder notável que permitia não só mapear as capacidades atuais de um Nightwalker, mas também ver as habilidades futuras dessa pessoa, e talvez até mesmo orientálos para novos poderes. A
única constante nas raças Demônio e Druida, como
Corrine entendia, era que nunca paravam de crescer em poder e capacidade. Mesmo Gideon, o Ancião, que tinha mais de mil anos, aprendeu o caminho para uma nova habilidade. E isso foi graças a Kestra. Oh, ele provavelmente teria encontrado o caminho por conta própria ao longo de muitos e muitos anos de testes e prática, mas Kestra reduziu dramaticament e esta curva de aprendizagem. Corrine estava animada e nervosa ao mesmo tempo. E se Kestra não visse nada em suas habilidades que pudesse levá-la onde queria ir? Como poderia realmente chamar-se uma Casamenteira,
se só pudesse fazer pareamentos Demónio/Druid a? E se pudesse ir além do Demônio e Druida, isso significava outros Nightwalkers viriam a sua porta em busca de um companheiro? —Oh meu Deus. Será um trabalho de tempo integral. E, parecia, que protegê-la já havia se tornado tarefa de tempo integral para Kane. Todas as suas consultas foram realizadas com Kane bem do lado de fora da porta, fazendo com que todos dentro estivessem se comportando. Se ela gritasse para ele, ele sempre era um rápido teletransportad or. Desde o fiasco com Noah perdendo
o controle em seus loucos esforços para pegar Kestra, Kane se recusou a correr qualquer risco com sua segurança. Talvez não fosse tão velho e tão forte quanto alguns dos Demônios que vinham vêla e talvez não pudesse ganhar contra eles em uma cara a cara, mas era malditamente bom em dar tudo de si. E ela o amava por isso. Por isso e mil outras razões. Preocupou-se no início, um pouco em segredo, que poderiam estar um pouco entediados um do outro como o passar do tempo. Que seria cansativo estar no cérebro do outro o tempo todo. Em vez disso o oposto
se provou verdadeiro. Não havia todo aquele tempo perdido vagando em torno, desejando isso e aquilo de seu homem. No minuto em que algo lhe ocorria, ele ouvia e respondia. E vice-versa. Tinha que ser o relacionamento mais egoísta, recíproco e generoso que já conhecera. E agora aqui estava ela, no meio da esmagadora cidade de Tóquio, onde ela não sabia uma única palavra de japonês, e era do tipo que se destaca como um polegar machucado com seus cabelos vermelhos com cachos selvagens e de seu comportamento turístico óbvio. E isso só
porque tivera o pensamento passageiro mais cedo, de que gostaria de comer e fazer compras em Tóquio um dia. Kane sugeriu que não havia tempo como o presente, já que estavam tão perto. Então, aqui estava ela, olhando para vitrines ultrajantes, algumas com pessoas vivas se movendo nelas, mostrando moda e jóias. Corrine olhava e observava e não se importava se estava bancando a turista norteamericana. —Oh, desculpe-me, — alguém disse, após bater nela. Corrine instantaneame nte captou o som de Inglês, depois de passar quase 30 minutos
imersa na conversa em japonês de pessoas em seus telefones celulares, ou ter conversas que não tinha a esperança de entender. Kane estaria lá em breve, mas pelo momento era um alívio fazer uma conexão familiar.
—Você fala Inglês? — Perguntou à morena de aparência atlética. Era de pele clara e esbelta, com os cabelos cortados em ângulos curtos, moldando a estrutura óssea espetacular de seu belo rosto. —Sim, — disse com um sorriso. — Primeira vez em Tóquio? — perguntou. —Sim. Estou ficando
melhor em viajar, mas ainda me espanta como o choque cultural em alguns lugares pode ser. Mas não de uma maneira ruim. Olhe tudo isto! Há tanta luz. —Eu sei. — A morena não parecia tão impressionada. Claramente era bem viajada e muito familiarizada com seu ambiente. —Bem, sinto muito. Não tive a intenção de retê-la, — Corrine disse desculpandose. — De forma alguma. Fui eu quem quase derrubou você. — Se aproximou, sorrindo com um estranho tipo de desconforto. Foi a primeira indicação que Corrine teve, de que ela não estava sendo
totalmente franca. —Tenho alguns momentos, — disse . —Posso ajudá-la a fazer pequenas compras ou algo assim? Amo fazer compras. —Bem, na verdade, estou esperando meu marido, — Corrine disse, seu sentimento de mal- estar aumentando. Não conseguia descobrir por que estava desconfortável, mas aprendeu mais e mais a seguir seus instintos. —Levará apenas alguns minutos. Podemos ir nesta loja aqui, — a morena disse suavemente. E então o tom na voz dela pareceu mudar. Encarou os olhos de Corrine diretamente, os seus marrons insondáveis de
repente convincentes. Corrine sentiuse atraída e perguntou, com um riso mental, por que esteve tão tensa com a generosidade de uma estranha. Era realmente tão bonita e tão doce. Verdadeirament e inofensiva. —Venha comigo, Corrine, — disse a mulher em tons melodiosos que pareciam desafiar o barulho e a agitação acontecendo ao redor delas. Todas estas distrações desapareceram quando Corrine se ligou à esta estranha de forma tão profunda. —Qual é o seu nome? — Corrine perguntou com uma verdadeira fome de saber. De repente, queria saber tudo sobre ela.
—Sana, — respondeu ela. —Como você é bonita, Corrine, — disse Sana, se aproximando para passar um par de graciosos dedos ao lado do rosto da ruiva. —Você quer vir comigo agora, não é? —Oh sim, — Corrine concordou. Não! Em sua cabeça, o grito da voz que ela conhecia tão bem quanto a sua própria, estava frio e afiado, chocante como a água gelada atingindo seus sentidos. Corrine recuou de repente, surpresa ao ver o quão perto chegou de Sana. Estavam praticamente abraçadas. Não, querida! Desvie o olhar de seus olhos e não os encare novamente,
Kane instruiu-a bruscamente. Ela é uma vampira e está tentando hipnotizar você com sua mente. E sem dúvida está percebendo neste instante que você está se livrando de seu feitiço. Você precisa fugir dela! Corrine sentiu seu coração saltar exausto, quando uma mudança agressiva percorreu o corpo de Sana. Corrine olhou para longe dela e procurou desesperadam ente algum tipo de
segurança. Mas que segurança poderia haver para uma Druida indefesa enfrentando uma vampira poderosa? E
Corrine não era idiota. Sabia que só havia uma razão para um vampiro querer atraí-la para longe. A única coisa que tinha a seu favor, era o fato de que estavam em uma multidão de seres humanos. Como regra, Vampiros não fazem coisas que possam expor sua verdadeira natureza ao público humano. Mas Vampiros desonestos realmente não se importam muito com regras e regulamentos dos Vampiros, e ela estava disposta a apostar esta daria um fodase se atacá-la em público atraísse alguma atenção. -Toqueme, e o Rei Demônio e todos seus
irmãos caçarão você além do suportável. Você, Sana, pessoalmente. Meu marido providenciará isso, — Corrine prometeu em um sibilo baixo de ameaça. A Vampira sorriu. Claramente não pareceu se importar com a perspectiva de ser o alvo de todos os Demônios em todos os lugares. —Vou devorar você, — disse em uma espécie de rosnado baixo. Então estendeu a mão e agarrou Corrine pelo colarinho de sua camisa, puxando-a rapidamente para perto, contra o seu corpo. Sana abriu a boca, estendendo um conjunto de aparência cruel de presas. Então ela puxou
bruscamente, girando seu corpo de modo um pouco estranho. De repente, ela pareceu se dissolver diante dos olhos chocados Corrine. E quando a vampira desapareceu, apareceu uma segunda mulher, pequenos pontos em preto-e-branco no início, como uma fotografia de baixa resolução vista muito de perto. Lentamente sua imagem focou na imagem de uma mulher pequena com características exóticas, olhos de cor indeterminada e cabelo longo, preto e cinza. A Vampira estava longe de ser o que parecia. —Há um punhado mais deles ao virar
da esquina. Cairão sobre nós em um segundo. Venha comigo! Não sei quem é esta! Não posso mesmo dizer o que ela é! Estou chegando, Corrine. Estou quase lá! Ela podia sentir sua chegada iminente. Ela sabia que ele estava perto e se apressando para chegar a ela. —O que... ? —Ah inferno, Corrine, por que você sempre tem de pensar demais nas coisas? — A jovem disse com exasperação. Então agarrou Corrine pelo pulso. A sensação que veio sobre Corrine era como se transformasse em
champanhe, pequenos pedaços de si mesma espumando e borbulhando. Antes de desaparecer completamente, viu um grupo de vampiros correndo para ela, vindo de todas as direções. Mas suas mãos com garras passaram através dela e da mulher misteriosa. Então ela se foi num redemoinho de luzes brancas e negras. Quando seu corpo se encontrou recomposto, viu-se em outra rua de Tóquio, esta,
talvez, a blocos de distância de sua localização anterior. Foi atingida por
uma onda de náusea incrível. —Isso passará, — a menina de cabelos escuros disse com compaixão escassa. Mas para ser justa, ela estava distraída, verificando seus arredores por qualquer ameaça ainda maior. —Kane está quase aqui. Instantes de distância. Ficará feliz em saber que desta vez não chegou tarde demais. — Seus olhos estranhamente sombrios fixos em Corrine por um momento. —Isso provavelmente não fará sentido para você por um longo tempo. Se alguma vez fizer. Só sei que escapou do perigo. Está segura. Isso é tudo o que importa. Então uma grande
mudança na pressão do ar anunciou a estrondosa aparição do companheiro de Corrine, a nuvem negra de fumaça sulfúrica, que o acompanhava, fora de controle, como tendia estar quando estava aborrecido ou emocionalment e estressado. Suas habilidades de Demônio da Mente alteraram as percepções de todos os seres humanos por perto, então eles viriam nada disso pelo o que era. E pelo tempo que a fumaça dissipou e os braços passaram em torno dela, a garota misteriosa de cabelos escuros desapareceu. —Ok, que inferno foi isso? — Corrine perguntou,
quando seu marido a agarrou apertado ao seu corpo e se preparou para teleportá-los para longe e para uma segurança melhor garantida. —Um inferno de um anjo da guarda, — disse Kane, e deu um suspiro de alívio em sua bonita revolta de cabelos vermelhos. Agora que ele a pegou, nada poderia machucá-la. Teleportou -os embora. A jovem fêmea Demônio reapareceu na rua Tóquio, no meio de quatro Vampires raivosos que foram enganosament e privados de uma refeição poderosa. Claro, foram instruídos a manter Corrine
viva, mas isso não significava que não poderiam fazer uma pequena festa com ela no processo. Eles a viram. Reconheceram -na. E não poderia dar a chance para que apresentassem um relatório sobre suas ações. Isso arruinaria tudo. Então ela sacou a arma de dardos que usou antes, e atirou o dardo carregado no olho esquerdo do primeiro Vampiro, derrubando-o em um grito de dor. O segundo a agarrou pelos cabelos, obrigando-a a virar forte ao redor e dar uma cabeçada em seu arco zigomático19. A 19 O osso zigomático é um osso par do crânio humano. Se articula com a maxila, osso temporal, osso esfenóide e osso frontal. Forma parte da órbita e
manobra abriu um corte em seu rosto, mas tambĂŠm enviou fragmentos de osso disparando no cĂŠrebro frontal do Vampiro, que a soltou como um peso morto.
Nightwalkers 06 TWKIiek
Puxou o furador de gelo modificado de seu cinto enquanto se virava para enfiá-lo e seu punho, tanto quanto pudesse através da garganta macia do terceiro Vampiro, separando a cabeça de seu tronco. Enquanto puxava a mão e arma de volta, o quarto Vampiro chegou à geralmente é referido como o osso da bochecha. Está situado acima e lateralmente na face: forma a proeminência da bochecha, parte da parede lateral e assoalho da órbita, e partes das fossas temporal e infratemporal. Apresenta o forame zigomaticofacial e o processo temporal. O complexo zigomático (osso e arco zigomático) é sede freqüente de traumatismos, em decorrência de infortúnios, acidentes de trânsito, prática de esportes e agressões.
conclusão que não queria se meter com alguém que poderia derrubar três de seus irmãos em menos de sessenta segundos. Começou a correr. Ela suspirou. Realmente , detestava correr. Jasmine gemeu com o prazer incrível correndo por suas veias, como o pulso que normalmente não tinha. Mas alguma coisa sobre este Demônio, trouxe cada parte sua à vida, da respiração aos batimentos cardíacos, as deslumbrantes emoções multidimension ais. Mais do que tudo, trouxe prazer. A carícia de suas mãos enquanto mapeavam seu corpo
completamente da cabeça aos pés, era incomparável. A fez querer se arrastar para fora de suas roupas, tirar a roupa para revelar a nudez e simplesmente esfregar a pele nua sobre a dele. O desejo era tão vertiginoso quanto esmagador. —Não, — chorou um pouco dolorosamente, a palavra num cruzamento entre um gemido e um choramingo. — Cadela Demônio. Tenho que ir pegá-la. Não posso... Falhar. Jasmine sentiu o gosto amargo da palavra em sua mente, e foi um contragolpe poderoso para o prazer incrível que ele estava fazendo ela se sentir. Foi, talvez, a única coisa forte o
suficiente para afastá-la de todas as promessas com a quais, seu toque e proximidade e seu extraordinariam ente sexy corpo, a estavam tentando. Oh, como queria todas daquelas coisas que ele estava tentando dar a ela. Não tinha medo de admitir que as quisera por algum tempo. Mas as queria livres de impedimentos20 . Tinha que encontrar a sua baleia branca21 20 Do inglês: albatross swinging from her neck. Albatroz balançando em seu pescoço. É uma expressão para algo que atrasa, atrapalha, impede o progresso. 21Referência ao livro: Moby Dick, romance do autor americano Herman Melville. O nome da obra é o do cachalote enfurecido, de cor branca, que havendo sido ferido várias vezes por
e destruí- la antes que tivesse a chance de machucar alguém mais. Não poderia estar em paz, não conseguiria relaxar e desfrutar deste novo estado de ser, até que tivesse extraído o veneno de sua vida. Da vida de todos. Adam sentiu o que ela sentia, no instante em que isso caiu sobre ela. Sentiu a paixão do ódio dela por Ruth, e pela primeira vez, Ruth se tornou mais do que apenas uma medíocre presa para ele. Sentiu a dor e a frustração de Jasmine. Lembrou sua batalha mais significante com Ruth como se ele mesmo estivesse lá no dia em que Jasmine, Damien e Syreena
haviam encontrado a Demônio traidora e seu ganancioso companheiro Vampiro na floresta, e quase perderam suas vidas para sua habilidade ardilosa para lutar e lançar feitiços. Devido à experiência Jasmine, ele
era finalmente capaz de observar o inimigo que estava caçando. Pela primeira vez, foi forçado a questionar a sabedoria de enfrentá-la sozinhos. — Jasmine, — disse, sua voz áspera com a necessidade física por ela dominando-o. — Pegaremos sua Demônio. Mas talvez devêssemos
reconsiderar enfrentá-la sozinhos. Nesse momento, tornou-se fria em seus braços. Afastou-o, cambaleando para ficar de pé enquanto puxava as roupas de volta para o lugar e tentava correr as mãos pelo seu cabelo desgrenhado, como se suavizar a aparência dele, faria tudo o que partilharam desaparecer. — Besteira, — cuspiu. —Você está se apaixonando por mim agora, Executor?
—Longe
de mole22, — lembrou-lhe ironicamente enquanto se colocava em pé em toda sua altura. Seu corpo estava pesadamente e obviamente despertado. Ajeitou-se um pouco, levando a sua atenção para o fato contra sua vontade imediata. Deus, tenho que ter algo disso, pensou ferozmente. Adam sorriu ao ouvir isso. Independentem ente do que queria ou sentia em relação a qualquer outra coisa, admitiu completamente para si mesma que ansiava por ele. Por mais irritada que pudesse estar com ele no momento, teve que reconhecer que a atração não iria
simplesmente parar, porque queria que fosse assim. Não seria capaz de escová-lo fora como um pequeno emaranhado em seu cabelo. —Tudo bem! Certo! Estou ardendo por o seu corpo e tudo mais, — deixou escapar com exasperação. —Isso não significa que eu não vá ficar muito puta, se você voltar atrás no que combinou comigo! Não sou estúpida e nem tão arrogante a ponto de pensar que poderia pegá-la sozinha, — disse ela com veemência. — Preciso de você. O Executor. Isto é o que você faz! Você coloca Demônios de volta na linha. E se eles não querem entrar
de volta na linha, você faz o que precisa ser feito. Preciso disso, Adam. Preciso que venha comigo e faça o que precisa ser feito! Aquela última luta, ela teve Nico a seu lado, e sim, isso a deixou incrivelmente forte, mas você o matou. Ele está morto agora! Ela está totalmente sozinha, exceto por um servo ou dois. Temos que atacar agora antes que possa se recuperar, antes que possa começar a recrutar sangue novo, tomar um novo companheiro ou até mesmo começar a Evocar mais Demônios para usar contra —Magia negra, — ele cuspiu, o gosto em sua língua tão desagradável quanto a noção
disso. Era a perversão final. Um Demônio Evocando Demônios. — Isto deve ser parado, — concordou. — Estou apenas sugerindo que a melhor maneira de fazer isso é com uma reforço de números. —Se voltarmos agora para pedir por ajuda, ela desaparecerá de novo como sempre faz. Desta vez não haverá rastro. Terá tempo para fazer, seja o que for faz, para ter certeza disso. Adam, você tem que acreditar em mim, disse, dando um passo a frente e pegando sua mão. — Apertou-lhe a palma e os dedos, espremendo com a força maravilhosa de sua raça e da
paixão de seus sentimentos. Verdadeiros, sentimentos profundos. Sentimentos que estiveram dentro dela muito antes que tivesse aparecido. — Não sou tão irresponsável quanto os outros podem pensar
que sou. Não estou fazendo isso no calor do momento. Estou fazendo isso com a convicção das minhas crenças. Se estiver errada, se eu morrer, então que assim seja. Valerá a pena se puder machucá-la o suficiente para fazer a diferença. Cortar as pernas dela fora, então nunca ficará de
pé de novo. Morrerei arrastando-a para baixo comigo todo o caminho. Sei que você acredita em destino. Portanto, sintame, sinta a minha alma quando juro a você que este ... este é o meu destino especial. Fui colocada nesta terra, aqui e agora, neste lugar e tempo, para destruir a Demônio Ruth. Me ajude. Por favor me ajude a fazer isso. A paixão de sua emoção o comoveu. Ele pode senti-la, quando atingiu seus olhos e atravessou seus seios. Ela se afastou um pouco, como se para esconder a sua fraqueza, mas lembrou quão inútil era, quando ele estava tão claramente entrincheirado em seus
pensamentos e emoções. Na verdade, queria que ele soubesse o quão verdadeiro tudo isso era para ela, então o abraçou. Ela deixou as lágrimas encherem seus olhos. —Uma caverna cheia de Nightwalkers inocente,s que morreram por causa da forma que ela me usou para chegar até eles. Minha culpa ou culpa dela, onde quer que a culpa resida, ela tem que responder por isso. Tem que responder por todos os seus crimes. —E assim ela irá, — Adam disse com um firme aceno de garantia. Levou suas mãos unidas até os lábios e pressionou um beijo contra seus dedos. — Você e eu
juntos. Há um grande poder nessa coisa entre nós. Vai além dos pensamentos compartilhados e esta luxúria magnífica. Juntos seremos uma força a ser enfrentada. Sinto isso em minha alma. E começaremos com a sua cadela Demônio, hein? —É isso aí! — Declarou ela, soltando um grito de alegria. Ela saltou para o céu, voando feroz e livre para a noite. O amanhecer estava para chegar. Estavam correndo contra o tempo. Adam podia tolerar uma porção de horas do dia, mas sua companheira Vampira não podia. O sol a assaria como um frango no espeto, lenta e dolorosamente
cozinhando-a da pele para o interior. O pensamento o empurrou para fora chão e atrás dela. Seguiu com tanta rapidez quanto poderia impor, apesar de suas limitações. Saltou atrás dela, seguindo nuvem após nuvem, saltando-as como um sapo salta lírios aquáticos em uma lagoa. Agora que se resolveu a fazer esta coisa de uma vez por todas, sentia-se quase eufórico. Levou vários minutos para perceber que a euforia não era inteiramente dele. Isso levaria algum tempo, isso de se acostumar com a presença de outro em sua mente e emoções. Tinha seus próprios pensamentos individuais,
como sempre tivera, mas agora os pensamentos dela estavam dentro dele e também esta estranha espécie de mistura dos dois, que estava crescendo mais forte a cada segundo que passava. A Marca, ele reconheceu, já havia ocorrido de verdade, mas desde que ela tomara seu sangue, tomou uma dimensão totalmente nova e poderosa. Era quase surpreendente para ele, a ideia de que tinha deixado uma Vampira beber dele. Considerando o mundo em que vivia quando acordou naquela noite ... Ninguém pode me acusar de falta de flexibilidade nunca mais,
pensou com diversão. Eu concordo. Quando penso no olhar do rosto de Damien...
Devia ter sido estranha a facilidade com que começaram a se comunicar um com o outro através desta via mental poderosa, mas era tão natural quanto respirar. Talvez isso foi o que a fez ficar em silêncio, ou talvez foi o seu pensamento sobre Damien e toda a bagagem que ela acumulara com ele e seu relacionamento com Syreena. Adam podia vêlo tão claramente enquanto isso agitava em sua mente.
Você estava com ciúmes dela, ele observou cuidadosament e. Há muito tempo que percebi que ela, particularmente , não se importava em enfrentar seus defeitos. Muito mais preferia admiti-los à sua maneira e em seu próprio tempo. Mas para sua surpresa, ela não ficou com raiva e não o interrompeu imediatamente. Acho que estava mais temerosa de que ela se tornaria tão importante para Damien, que o meu relacionamento com ele cairia completamente no esquecimento. E embora tenha havido mudanças e eu gaste menos tempo pessoalmente com Damien,
tenho que admitir que ele lida bem com a gente. Ambas somos importantes para ele e deseja agradar a nós duas, para nos manter felizes. Ainda assim, você está verbalmente insultada com a mulher que ele ama, Adam observou. Não tanto quando antes, tentou desculpar-se. O tempo começou a me tornar mais doce em relação a ela. Adam riu. Me pergunto se ela concordaria com essa avaliação. Ele sentiu o embaraço que roçou seus pensamentos. Percebeu então o quanto a subestimou. Compreendeu o quão pouco realmente sabia sobre ela interiormente, suas paixões e seus defeitos.
Mas esta ligação entre eles ia preencher a lacuna rapidamente, enchendo sua mente com ela em dimensões extraordinariam ente plenas. E com cada dimensão ela parecia ficar mais bonita. O vento chicoteando através de seu cabelo, balançando-o para lá e para cá, a fazia parecer uma deusa da tempestade, uma mulher poderosa no comando de todos os elementos ao seu redor. De certa forma, era uma comparação divertida desde que ele era o único no controle de todos os elementos. Fatos reais ainda não tinham lugar em sua visão dela, embora
nunca a tenha visto mais claramente. Nunca tinha visto alguém tão claramente. —Calma lá, Romeu. Não se deixe levar por uma onda de baba romântica, — ela gritou para O que o fez rir. Talvez estivesse romantizando em algum grau. Parecia que não conseguia ajudar a si mesmo. Normalmente era uma criatura que trabalhava na lógica e nas verdades completamente duras, quem via claramente a linha da lei e não se permitia ver tons de cinza. O fato de que tinha estrelas em seus olhos quando olhava para ela, poderia ser interpretado como muito divertido. Seu irmão nunca o
deixaria esquecer isso. Pelo menos o Jacob que conhecia teria se divertido com isso. Mas agora seu irmão era um estranho para ele. E ainda tinha um outro irmão, a quem sequer tinha conhecido. Sua vida estava em um estado de turbulência ... então como se sentia tão calmo e tão incrivelmente centrado? Jasmine sentiu-se sorrindo enquanto seus pensamentos corriam quase musicalmente através de sua cabeça. Como uma telepata, estava muito confortável andando através dos
Nightwalkers 06 TWKliek
pensamentos dos outros, mas sua habilidade a forçava a fazer a busca. Esta ligação com Adam estava provando ser como uma luz que foi deixada ligada todo o tempo. Era uma maravilha que companheiros Marcados não se cansavam depois de um tempo, ainda mais com a tentativa de gerenciar e catalogar os pensamentos de dois seres ao mesmo tempo. Mas como notou Adam, não havia nada inerentemente baleeiros, conseguiu destruir à todos. 22É um trocadilho pois na frase anterior ela diz: soft on me, que ao pé da letra seria macio em mim. Mas é uma expressão para enamorado, tolamente afeiçoado...
estressante sobre o que estavam vivenciando. Era apenas incomum. Estranho. No entanto, crescendo rapidamente em intimidade. Ela deveria estar mais chateada com essa coisa toda, a invasão do seu espaço e da sua mente por ele, a alteração grave de seu corpo e sua alma. Não estava. Não podia fazer-se estar. Porque isso soava muito como chegar à realização, tornando-se de repente completa. Se alguém lhe perguntasse ontem se sua vida estava completa, teria distraidamente dito que sim, desconsiderand o todos os lugares vazios que tapou nos últimos 400
anos, e outros que já existiam antes mesmo que já houvesse encontrado Adam. Mas pela primeira vez... Pela primeira vez. Pela primeira vez, seu corpo estava cantando e sua alma estava em coro com ele. A mistura de seus pensamentos em sua mente e o sangue que tomou dele, formava um redemoinho em torno deles. Meu Deus, estava à ponto de saltar por um campo de margaridas em um vestido transparente branco com extravagantes flores em seu cabelo. Ela riu com ele no imaginário. Ele não entendeu a referência completament e23, mas podia 23Vestido usado pelas noivas de
apreciar o absurdo disso mesmo assim. Ambos pararam de rir no mesmo instante, como se tivesse sido planejado, quando cada um sentiu a esmagadora sensação de algo errado que ecoou no sangue de Adam. Todos os instintos do Executor, que estavam silenciados por algum motivo até aquele momento, vieram à vida gritando. De repente todas as células de seu corpo dispararam como se cada uma fosse uma buzina gritando individualmente . O Demônio da Água disparou para o chão o mais rápido que pôde, mudando sua forma de neblina para carne, como se pulasse detrás de uma cortina
para revelar um truque de mágica. Não houve, no entanto, nenhuma graça nisso e nenhum carisma pretendido. Colocou-se em um único joelho enquanto tentou se preparar para algo que estava acontecendo de dentro para fora. E porque estava devastando através dele, estava devastando através dela. Embora certamente não tão poderosamente . A vantagem dela, era sua grande familiaridade com o seu inimigo. Ela rapidamente se pôs diante dele, tomando seu rosto entre as mãos e inclinando a testa dele contra seu
plexo solar24. Consolou-o, passando as mãos pelos seus cabelos e deu-lhe um momento para se recompor.
—Ela está muito perto. Dentro de uma milha, — disse para ele. —O que está sentindo é, sem dúvida, os efeitos de algum tipo de feitiço destinado a adiar o Executor, usando seu próprio poder contra si mesmo . Foi talvez direcionado à Jacob, no caso dele ter vindo caçá-la. —Sem dúvida os componentes disso estão ligados a essas coisas dentro de nós que fazem a mim e Jacob irmãos,
tanto quanto Executores, — disse ele firmemente. — Eu lutei com muitos nigromantes no meu tempo. Estou familiarizado com os seus truques. Embora, confesso, isso é algo completamente diferente. Um Demônio lançando feitiços. É tão antinatural quanto possivelmente se pode conceber. —Sim. Sim, muito. Tão pouco natural quanto Vampiros matando em uma alimentação ou... — Bebendo o sangue de Nightwalkers, — terminou, quando ela silenciou. — Mas um tabu quebrado que levou a nada além de dor e
miséria, enquanto o outro, — disse ele, olhando para seus olhos, — levou a nós. Não há tal coisa como boa magia. E tudo que vejo nesse conexão com você é a bondade. —Estou ansiosa para apresentá-lo à Valera, — Jasmine disse com os lábios se curvando em diversão. —Ela é uma bruxa Nata que permanece no tribunal Vampiro no momento com seu companheiro
Shadowdwelle
r25, Sagan. É a prova viva que um ser humano com inclinações mágicas, pode usar magia em um bom caminho. Magias holísticas. Magias defensivas. Magias bem intencionadas. Começamos a chamar de magia branca ou, algumas vezes, magia limpa. É bastante coisa para ver. Adam suspirou profundamente, descansando a cabeça contra ela de novo, por apenas um momento. Falar com ela aliviava a dor dentro dele, ajudandoo a obter controle sobre ele, ajudando-o a compartimentar o que era necessário para concluir sua caça e o que não era. O mundo mudou tanto,
pensou exausto. —Não deixe isso oprimir você agora. Você mal arranhou a superfície das mudanças que verá, e não pode deixar o desespero dominá-lo. E para cada gosto ruim, prometo a você que existe um igualmente bom à espera do toque curioso de sua língua. — Jasmine sentiu a peculiaridade do sorriso malicioso que tocou seus lábios. Sua mão suave no cabelo rapidamente enrolou alguns cachos e deu um puxão forte. —Ah! Mulher cruel, — ele gritou, agarrando-lhe o pulso enquanto se colocava de pé totalmente. -Dê-me algum tempo para aprender a
censurar meus pensamentos melhor antes, de começar a castigar-me por eles! Não estou habituado a ter cada divagação sendo monitorada. É preciso uma grande medida de controle para separar o que passa pela minha mente, do que passa por meus lábios.
—Oh, com uma vida como telepata, estou muito ciente disso, — ela assegurou. — Não o puni pelo pensamento, apenas por têlo em uma situação onde eu não podia fazer nada para aceitá-lo. Na verdade, detesto ser colocada na posição de ter que ser responsável.
—Isso é uma mentira deslavada, — acusou. —Tudo o que faz cheira a responsabilidad e. Ela visivelmente estremeceu. —Uuuuiii. Você realmente sabe como ferir uma garota. — Confesse, — pediu a ela. — Sei que deve vê-lo tão claramente quanto eu faço. Você é a mão direita de um poderoso monarca. Está no comando de uma multidão de subordinados, que nem sempre estão acostumados a estar subordinados a outros, sem considerar que é um Nightwalker de uma raça diferente, se move graciosamente na presença dos líderes de
outras nações. Pode desejar que outros a vejam como um saco de problemas de pernas longas, mas acho que está falhando miseravelmente . —Mmm, bem... — Inclinou a cabeça para trás para que pudesse olhar dentro dos olhos dele, seu verde deslumbrante tão incrivelmente bonito no rosto de alguém tão incrivelmente macho. — Aposto que ninguém jamais ousaria dizer isso na minha cara. Isso tem de contar para algo. E a única razão de estar escapando dessa é porque ... estou de bom humor. —Admita, você é igual à mim, — alfinetou-a, cobrindo seu queixo e
levantando o rosto dela até seus lábios descendo. —Você não é ruim, tanto quanto desagradável, jumento arrogante, — cedeu com um sorriso. —Bahl — Empurrou o rosto dela de lado, não se preocupando em esconder o sorriso irreprimível que ela inspirou. — Vamos acabar com isso. —Agindo com a pressa de sempre, Jasmine? Jasmine virou a cabeça para olhar para o vampiro, que se intrometeu em sua conversa privada com Adam. Percebeu a proximidade de Damien em algum lugar no fundo da sua mente, mas estava mais focada em Adam e em
suas necessidades do momento. Não era tola o suficiente, para ignorar o valor de Damien no confronto a vir. Queria uma vingança bem sucedida, não uma privada. Foi por isso que estava tão ansiosa por ter Adam ao seu lado. No entanto, Damien era uma cabeça muito mais fria e conhecia o inimigo muito melhor que Adam. Tinha brincado com a arrogância e confiança de Adam um pouco, a fim de recrutá-lo à sua maneira de pensar. Um truque no qual não cairei duas vezes, pensou admoestando-a uma vez mais. O sorriso que lançou para ele era tão arrependido, quanto o que
ela deu para Damien. —Isso implica que não coloquei uma grande quantidade de pensamento em minhas ações. Asseguro à você, Damien, tenho feito um pouco mais. — Levantou uma sobrancelha quando viu Syreena ao lado de Damien, assim como Valera, a Feiticeira, e Sagan, o exsacerdote penitente Shadowdweller. Sagan desistiu de seu chamado como um dos guerreiros sacerdotes mais poderosos, para se colocar protetoramente ao lado de sua companheira. Foi um lutador de
Nightwalkers 06 TWKliek
habilidade incomparável, e no presente, armado com a lâmina khukuri28, notoriamente antigamente: http://southwestspir itantiaues.com/dvn apage/IP672.htm, O trocadilho refere-se ao fato de uma pessoa, antes totalmente racional e nem um pouco romântica como a Jasmine, agora estar totalmente "apaixonada" e romântica. 24O plexo solar, também conhecido como plexo celíaco, é um agrupamento autônomo de células nervosas no corpo humano localizado atrás do estômago e embaixo do diafragma perto do tronco celíaco na cavidade abdominal. O plexo solar consiste em duas glândulas, chamadas glândulas celíacas, e uma rede de nervos ligando-as. 25 Raça de Nightwalkers que preferem viver na escuridão e na sombra. A autora possuí uma série sobre esses Nightwalkers. O primeiro livro dessa série, já foi revisado pelo grupo TWKliek.
perigosa, que empunhava tão proficientement e. —Esta não é uma batalha sábia para um Shadowdweller, — Jasmine observou. —A luz que emana de magia de Ruth, irá queimá-lo até virar cinzas. —Eu tenho um feitiço de proteção para isso, — Valera respondeu orgulhosament e, a mão dela vagou para descansar no antebraço poderoso de Sagan. —Isso o recobre de sombra, uma bolha pessoal de escuridão. Não se preocupe conosco, Jasmine. É com Ruth que precisa se preocupar. Ela irá sentir-nos aqui em breve e perderemos toda a vantagem, se já
não tivermos. O feitiço afeta ele — balançou a cabeça para Adam — provavelmente tem um alarme vinculado a Valera se aproximou de Adam e estendeu a mão para tocálo. Para sua surpresa, Jasmine, de repente, silvou para ela e a impediu. As mulheres olharam uma para outra, e foi difícil dizer quem estava mais surpresa. —Estava só indo aliviar a dor que ele está sentindo, — Valera tranquilizou a Vampira possessiva. —Então é verdade, — observou Damien com uma quantidade grave de surpresa, quando olhou para Jasmine e Adam. —Ele é
seu companheiro. Damien soava tão confuso quanto Jasmine estava sentindo. —Uma piada, certo? — comentou em troca. —Mas não é o que importa no momento, — pincelou por cima. Nem sua curiosidade sobre como ele veio parar lá. Sem dúvida interceptou o rastro deles em algum ponto, e a familiaridade de Damien com o cheiro dela permitiu-lhe rastreá- la duas vezes mais rápido do que era rastrear Ruth. —O amanhecer chega. A força de combate será devastada pela sua chegada, — observou Adam. —Uma hora é o suficiente para fazer isso?
—Nós a tornaremos suficiente, — disse Sagan severamente. —Damien diz que esta é nossa última chance de colocá-la nos eixos. Vamos. Era verdade. Já era tempo. Qualquer outra confusão de perguntas e detalhes poderia esperar até que isso acabasse.
O 10
CAPÍTUL
Windsong voltou à consciência lentamente na última meia hora. Consciente, ciente, no entanto que não era possível se mover, porque estava firmemente amarrada a uma superfície
28
Espada nepalesa:
dura e plana. Numa mesa cerca de três metros acima do chão. Quando olhou para a esquerda viu uma cama com um vampiro. Um vampiro morto. Ela poderia dizer que ele estava morto porque a morte o congelou em choque, segurando-o numa posição que não deixava dúvida que estava morto, e ela sabia que era um vampiro, porque essa posição incluía estar boquiaberto com a extensão das suas presas aparecendo. Era difícil dizer se o cheiro fétido era da decomposição
dele, ou eram descartadas pelo outro ocupante da Ruth. Infame Ruth. Essência do mal, Ruth. E Windsong era sua prisioneira agora, por qualquer motivo. Windsong percebeu que tivera a sorte duvidosa de ficar presa por uma sádica. Seja qual fossem os motivos de Ruth, não restava dúvida em Windsong, que seriam revelados em breve. —Como é bom vê-la acordada, — Ruth saudou-a enquanto ela trabalhava ativamente num almofariz26 e 26 O almofariz (também chamado gral ou morteiro) é um utensílio que serve para moer pequenas quantidades de produtos, por vezes misturando vários ingredientes. É usado na cozinha,
pilão. —Não se incomode tentando falar. Está amordaçada por enquanto. Mas não se preocupe. Precisaremos da sua voz em breve. — Então ela gritou em direção à porta de seu estúdio. —Garota! Venha aqui! — Murmurou para si mesma: — Qual o nome dela? Nunca consigo me lembrar dele. A porta abriu e entrou a menina que tranquilizou Windsong . —Sim? — Ela baixou a cabeça respeitosament e enquanto fechava a porta. -Ajude-me com estes últimos componentes, — Ruth ordenou à ela. -Triture-os juntos. —Claro. — A menina escondeu-se atrás da mecha
de seu cabelo solto. Parecia que ela esteve numa briga e voltara rapidamente. Ela possuía um corte perverso no rosto, no canto debaixo de um dos olhos. Ela se moveu para a mesa, assumindo o almofariz e o pilão para sua senhora, mas evitando um olhar para a Mistral amarrada abaixo. —Sinto muito não termos conseguido a Druida para a senhora, — ela disse cuidadosament e. —Foram emboscados por um bando de demônios, — Ruth disse com indiferença. — O que iria fazer? Teve sorte em sair com vida. Os outros não.
—Eu imagino. Windsong ficou aturdida. Apesar de não possuir telepatia ou nenhum sentido especial distinto, os Mistrais poderiam facilmente sentir quando alguém estava mentindo para eles. Os sentidos de Windsong diziam que esta menina estava falando uma mentira enorme para sua senhora. Estranho. Ruth era uma Demônio da Mente. Ela não poderia ler os pensamentos de seu subordinados e descobrir a mesma coisa? E certamente a menina Demônio sabia que a Mistral
poderia descobrir sua mentira, então por que mencionar o tópico na frente dela ? Windsong sentiu que não era um detalhe que deveria rejeitar, mas nem devia pensar mais sobre isso. Ruth certamente poderia ler a mente dela com capricho, enquanto sua voz estava fora do ar. Felizment e, Ruth estava obviamente distraída, pelo grande projeto onde estava envolvida. Um feitiço, Windsong imaginou. —Quase completo. O último e mais poderoso componente virá durante o feitiço, — disse Ruth, parando para olhar para Windsong e sorrir. —Os gritos de morte
de uma poderosa Mistral. A mais velha e mais poderosa Mistral, o mais poderoso feitiço. Então você pode perceber porque eu precisei de você. —Nada, apenas o melhor para a rainha de Noah. —O que esse feitiço vai fazer de novo, exatamente? — A assistente perguntou. —É simples, — disse Ruth, impaciente, por ter explicado claramente antes. —Isso levará seus gritos para o centro da mente de Kestra. Suavemente primeiro. Então, o som crescerá alto e incessante. Kestra se tornará inteiramente insana com ele. Imagino que vai
quebrar algumas coisas e tirar sua própria vida. Noah a seguirá rapidamente depois, se não enlouquecer também, desde que sua pequena e preciosa marca os fará dividir seus pensamentos. Ruth ficou tão encantada com a ideia que dançou um pouco nas pontas dos pés. Seu vestido arejado flutuava em torno dela enquanto se movia, parecendo algo como uma bailarina demente. Mas ela recuperou rapidamente seu decoro, passando as mãos em seus loiros cabelos lisos e sorrindo como o gato que engoliu o canário. — A vingança é tão bonita. Não é, querido? E uma
vez que isto estiver feito, posso me concentrar totalmente em sua ressurreição. Agora mesmo, nossos filhos estão investigando os egípcios. Ela partiu desajeitadamen te, empurrando e inclinando a cabeça como se alguém tivesse batido na parte de trás da sua cabeça. —Não! Maldito seja, agora não! — Ruth rosnou com raiva uma maldição, pegou algo e atirou contra a parede, despedaçando o recipiente de barro em pó com o poder de sua raiva e força. Furiosa foi para a mesa e começou a procurar por algo freneticamente; então com um grito de triunfo ela encontrou, empurrando o
punhal adornado com jóias para o ar. —Ha! Muito bem então, venha se puder. Farei você engasgar muito com o punhal que usou para matar meu companheiro. Você! Ela se virou para sua assistente. — Qual é seu nome? Maldição. Eu não tenho tempo para trivialidades ! Você vem comigo. A mulher com o cabelo preto e cinza deixou seu pilão e fechou os olhos um momento, respirou fundo enquanto suas mãos estavam enroladas em punhos. —Sim, Ruth. Eu desejo muito estar ao seu lado nesta batalha. E aquilo, Windsong podia perceber, era a
verdade completa. Ruth apareceu no denso bosque com uma onda de vampiros e demônios às suas costas. Era um contingente pequeno, mas com uma grande quantidade de poder embalado. Mais do que suficiente, ela pensou, para superar o Executor.
Ele estava lá, recostandose contra uma árvore, espada na mão, indicando que estava batendo contra o calcanhar do seu sapato. Ele parecia aborrecido, impaciente, como se estivesse esperando muito tempo
para ela chegar lá. — Esperando por mim, Executor? — Ela perguntou maliciosamente . —Toda minha vida, — ele disse, endireitando-se a partir da árvore e cumprimentado -a com uma inclinação da cabeça. — Muitos me disseram que você é o inimigo consumado. Que eu iria morrer, que seria tolo o suficiente para aceitá-la ao meu lado — Hmm, e você ainda está aqui. Será que você não acredita neles? —Se eu não acreditasse neles, não teria vindo. — Então você tem um desejo de morte, — observou ela.
Ele riu disso. Para ela. Isso a fez formigar da cabeça aos pés com fúria. —Sua lógica é falha, sua cadela traidora. Sua suposição é que sou tolo. Tolo o suficiente para vir sozinho. Jasmine saiu de trás da árvore. —Mas você não é tolo, — ela observou com um tsk. —Não de todo, —ele concordou. Ruth sentiu um lampejo de irritação dela. Ela não havia tomado a precaução de verificar outras mentes. Ela fez isso então, e só sentiu os fortes pensamentos de Adam. Mas era como ouvir um eco. Ela ouviu duas vezes. Isto era um efeito que usava quando confrontava
casais marcados. Mas estes eram um Demônio e uma Vampira. Uma Vampiro cujos pensamentos extraíra facilmente. Mas Jasmine ficara um pouco mais forte desde seu último encontro. Ela não conseguia esconder sua presença. O Executor instruíra seus pensamentos muito bem. Impressionante mente bem. Mas isso era uma habilidade que seu irmão havia demonstrado. Parecia ser algo inato em sua força de caça. —Assim o que acha do futuro, Executor? — Ela jogou a isca nele, sabendo que seria um ponto de perturbação para ele. Ninguém poderia saltar através dos
séculos e se adaptar perfeitamente em questão de horas. —Eu acho muito parecido. Demônios na necessidade de caça e claramente na necessidade de punição. —Eu te desafio! —Ela riu. —Você é um tolo depois de tudo! —Será que o seu companheiro, Vampiro morto, pensa assim, também? —Ele perguntou. O temperamento de Ruth explodiu, assim como ela. Ela saltou com as mãos nuas para alcançálo, com suas garras tortas. Ela enviou comandos mentais para seus lutadores, e eles, também, moveram-se para a frente. Mas, em sua raiva e na sua necessidade de
vingança pessoal, ela os direcionou para o Vampiro, mantendo o Executor para si mesma. Ela não podia se importar menos com Jasmine, mesmo que ela lhe devesse um pouco de vingança também. Que poderia vir mais tarde. Agora ela queria esse Executor antigo. Ela sabia que ele era um pato fora d'água, por seu desafio. Ele nunca lutara com um Demônio da Mente tão antigo, com sua força completa antes.
Ela e Lucas ainda não haviam se desenvolvido completamente, e eles foram os primeiro de sua
espécie. Antigos Demônios da Mente, homem ou mulher, não existiram neste tempo, muito menos Demônios da Mente Antigos e nigromantes. Ela começou a enfeitiçar enquanto fechava a distância entre eles. Jasmine sentiu uma bela espécie de poder sobre ela enquanto ela assistia Ruth perder o controle do seu temperamento e pular para seu companheiro. Ela compartilhou com ele a loucura da traidora que era seu único ponto fraco verdadeiro. Ruth não gostava de perder, mas para ela uma perda pessoal era uma incapacidade
ainda pior. E sua fúria louca a impedia de pensar claramente. A enfraquecia. Adam havia tocado Ruth como um instrumento barato, sua poderosa calma e incrível controle mental impressionava, um lado dele que Jasmine ainda não tivera oportunidade de ver. Todas as suas relações com ele foram tão voláteis, tão influenciadas pelo descontrole do desejo pela marca que fora gravado nele. Mas agora ele estava calmo como uma piscina. Mesmo as tentativas de Ruth para brincar com suas inseguranças sobre seu futuro falharam. Ele compartimentali
zou aquilo longe de si. E ele usou os pensamentos de Jasmine para fazê-lo. Enquanto eu tiver você, meu companheiro, encontrei meu lugar. Jasmine se moveu para longe de Adam, saltando para o céu e forçando sua inimiga a segui- la. Ela se sentiu tão fortalecida pela calma de Adam no centro de sua mente e profundamente em sua alma. Deveria ter sido desconcertante para ela, mas mais uma vez, tocou como a música mais perfeita. Ela começou a entender porque os casais marcados se tornavam conhecidos por serem tão fortes. Ela pousou à uma certa distância,
pronta para fazer algum estrago. Ela encarou o quarteto, dois vampiros e dois Demônios. Um Demônio era do Vento, o outro da Terra. Fácil o suficiente para determinar porque cada um moveu seu respectivo elemento na sequência a fim de segui-la, não percebendo que era parte da estratégia dela. Eles descartaram informações cruciais sobre suas habilidades, mesmo sem perceber. Era um velho truque que ela usara muitas vezes, sempre que era forçada a estar frente a frente durante as guerras de Vampiros / Demônio. —Idiotas, — ela disse, sorrindo antes
de lançar seu ataque. Adam não piscou quando Ruth partiu para atacá-lo, ele nem mesmo estremeceu quando sua própria adaga apareceu na mão dela, um segundo antes que ela fizesse contato com ele. À medida que ele levantava sua espada acima para segurar uma selvagem apunhalada dela em seu coração, o choque de metal era quase distante e automático. Ele disse que ela havia sido um dos melhores Demônios guerreiros naquele tempo, treinada pelo próprio Elijah. Ele trouxe o respeito devido à história, a atenção que era devida, mas havia uma parte de seu
cérebro calculando as probabilidades de quatro a um que Jasmine estava enfrentando e não gostava nada de modo algum. Mas lembrou a si mesmo que precisava ter fé que ele não era o único guerreiro significativo no campo. A menor distração, poderia ser apenas o que Ruth precisava para ganhar uma vantagem.
Nightwalkers 06 TWKliek
Então, com sua total atenção no Demônio traidor, ele pegou o punhal pelo cabo, forçando a lâmina para cima e girandoa contra o ponto fixo no pulso de Ruth. Ela teria que deixar ir ou seu pulso romperia. Ela deixou ir, e com um movimento experiente, o peso do cabo pulou para a palma da sua mão e ele apunhalou duramente na junção do pescoço e ombro dela. Mas em vez de afundar em sua carne, o metal foi em laboratórios de química e antigamente era peça essencial nas farmácias de manipulação, mas atualmente está perdendo proeminência devido aos instrumentos elétricos.
desviado da pele dela assim como se ela estivesse usando um peitoral de armadura de metal do tempo dele. E apesar de ter sido desviado, qualquer manobra que ele fez foi projetada para atravessar qualquer ponto fraco da armadura. —Você pensou realmente que seria assim tão fácil? — Ela sussurrou em seu rosto. Então ela juntou as mãos, falando a Palavra. A força estrondosa daquilo enviouo explodindo para trás, batendo-o de costas na árvore. O impacto fez a respiração dele falhar, enviando dor pelo seu corpo inteiro. Mas quando ele caiu, aterrou duramente em
seus pés, sacudindo a dor fora e encarando sua adversária. —Eu teria chorado se tivesse sido assim, — ele disse à ela, forçando as palavras a saírem regularmente, apesar das grandes contusões que seus pulmões acabaram de levar. Valeu a pena. O aço de sua voz e a maneira que ele sacudiu fora de seu ataque, pareceu dar-lhe um instante de pausa. Mas ele não deu à ela aquele instante. Este era o tempo que ela poderia usar para pensar, para centrar-se, para, se possível, deixar a lógica chegar ao invés da raiva. —Seu amante foi uma decepção suficiente por uma noite.
Ruth gritou para ele. A pura essência da raiva. Ela tentou centralizar a raiva em sua próxima façanha de magia, atirando um espesso feitiço para ele, apenas para perceber que ele não estava mais lá. Adam desfez-se em névoa, rolando abaixo, passando pelos pés dela e voltando por trás dela. Ele enrolou um braço em volta do pescoço dela, os músculos poderosos puxando-a para trás e levantando-a de seus pés para o corpo dele. Ele não teve piedade por ela ser uma mulher. Ele nunca teve problemas em descartar o educado cavalheirismo que possuía quando estava na batalha.
Havia um tempo para tudo, e a polidez tinha um lugar pequeno em qualquer espécie de batalha, seja com um adversário homem ou mulher. Depois de passar o tempo nas memórias de sua companheira sobre esta criatura, ele não poderia pensar em ninguém menos merecedor de cortesias. — Demônio. — Por completo, ele rosnou em sua orelha enquanto cortava o oxigênio dela e sua voz. — Digna de nada, a não ser devastação. E, no entanto, é muito leve uma punição para os que são como você. Mas, antes que ele pudesse puxar
seu braço para o lado e quebrar seu pescoço, ela de repente não estava lá. Impressio nante, ele pensou enquanto virava-se rapidamente. Ela poderia manter-se bem o suficiente para teletransportarse, mesmo quando não fosse possível respirar. A maioria simplesmente entraria em pânico. Ela era notória por teletransportarse atrás de sua vítima e então apunhalá-la pelas costas. Também notório. Foi a primeira coisa de que ele fora avisado. Então, no momento que Ruth se materializou atrás dele, ela encontrou-se cara a cara com Adam.
Ela falou um feitiço curto e uma nuvem negra assentou na mão dela, tornando-se uma arma com duas pontas, 30 centímetros de comprimento, lanças brotando de uma alça central. A alça, feita de algum tipo de madeira, protegia o portador dos eixos de ferro. Ferro. O único elemento da terra que poderia matar ou machucar um Demônio. Ela não perdeu tempo antes, tentando incrustar o metal vicioso na carne dele. Não com a expectativa de lutar com o Demônio manejando aquela
quantidade de veneno para ambos; Adam tropeçou para trás. —O tempo de obedecer à lei, Demônio fraco, acabou, — Ruth gesticulou com afetação sussurrando para ele enquanto empurrava de novo com força impressionante, forçando-o a balançar sua espada até bloqueá-la, e fechando-os muito juntos para seu gosto. Ele contava com sua adaga, e mais uma vez, foi desviada dela como se ela estivesse envolta em uma armadura protetora. Doce destino, como ele chegaria à cadela se não pudesse aplicar um golpe mortal? Ele teria que recorrer ao corpo-a-corpo.
Mas ela podia teletransportarse muito facilmente. Era como lutar com um oponente coberto de gordura animal. Assim que ele se agarrava a ela, ela escapava. Adam compreendeu a verdade da questão. Não havia nenhuma maneira que ele pudesse matála por conta própria. Felizment e, ele não estava sozinho. Adam foi para desarmála de sua mais recente arma, querendo tirá-lo do jogo, apesar de ser muito provável que ela poderia evocar outra. Entretanto , magia requeria energia e força para executar. Ele não tinha dúvida de que ela era muito poderosa e possuía um
grande armazenament o de energia, mas ela não conseguiria manter seus truques para sempre. Ela poderia eventualmente ficar em baixa. Ele fez o movimento inesperado de mover a coisa por um dos lados perto das pontas com o cabo da sua adaga e suas mãos nuas, ignorando a queimadura viciosa na palma da mão enquanto entrava em contato com o metal venenoso. Ele puxou a coisa com sua força significativa, enquanto, ao mesmo tempo, lançou sua espada com a lâmina pressionando a mão dela. Ele sentiu a ponta afiada em direção à mão dela, esperando que
seus dedos não estivessem protegidos como seu corpo parecia estar, amando a ideia de remover alguns de seus dedos. Infelizmen te, no momento que a ideia registrou em sua mente, ela foi capaz de antecipá-lo. Ela sumiu, teletransportan do-se novamente, permitindo a ele jogar fora a arma de ferro, mas não lhe oferecendo nenhuma satisfação ou oportunidade de feri-la. Ele andou em volta novamente, observando suas costas. Ele relanceou um olhar acima quando um corvo negro revoou nas árvores, batendo suas grandes asas. E foi assim que Ruth reapareceu.
Com a respiração muito próxima, ela enfeitiçou mais uma vez, jogando as mãos à frente.
Ela não queria correr nenhum risco de ficar muito próxima dele, reconhecendo que ele era um Demônio mais forte e talvez até mesmo um lutador mais esperto do que ela, quando aquilo se tornou um corpo-acorpo e estreitou o cerco da luta. No momento que ela jogou as mãos para a frente, uma porção de pregos de ferro surgiram em movimento, como se tivessem sido atirados de um canhão na direção dele.
Ele teve apenas o tempo suficiente para alterar a forma, mudando para água caindo no chão em uma poça d'água correndo. Enquanto ele voltava a sua forma de joelhos, sentia o fogo e a agonia em seu braço e na parte superior do tórax. Ele havia sido atropelado por um par de projéteis, e embora o próprio ferro agora estivesse derrubado inofensivo no chão, os pregos o feriram e causaram a queimadura com as lascas de metal deixadas para trás. Não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso. E nada que pudesse fazer sobre o fluxo de sangue livre que saturava sua camisa.
— Maldição, — ele disse, dando ao tecido rasgado um pequeno puxão. —Antes, gostava disto. — Ele olhou para Ruth e deu-lhe um sorriso sem humor. —Envie mais ferro, — ele sinalizava para ela. -Prove-me como você está verdadeirament e corrompida. Isso só me faz querer fazê-la cair mais duramente. E eu encontrarei o caminho, prometo. — Encontr e sua maneira de contornar isso, Demônio da Água. Desta vez, ela conjurou fogo, como se ela fosse o próprio Noah, uma grande bola de fogo formando entre as mãos dela, ela jogou-a contra ele com toda a força da magia em seu corpo.
A bola explodiu contra a árvore atrás de onde Adam estava. Enquanto ele se reintegrava a poucos metros de distância, ele riu para ela. —Por favor, — ele a provocava. — Eu cresci tendo o rei demônio como um companheiro, e ele manejava fogo mil vezes melhor do que isso. Você vai ter que fazer muito melhor. — Muito bem então, eu farei! Ela começou a falar um feitiço. E enquanto ela falava, o corvo negro lanceou da árvore para baixo e derrubou o Demônio loiro no chão enquanto mudava durante o voo para a forma física maciça do Príncipe Vampiro.
Jasmine sorriu enquanto ela enfrentava seus inimigos. —Parece que temos um Vampiro para o jantar, — um dos Vampiros comentou despreocupada mente. Jasmine bufou uma risada. —Vou enfiar suas presas em uma corrente e usálas como joia, — ela prometeu à ele. —Nós não temos medo de você, — disse outro. — Deveriam, ela rebateu em direção a eles antes de pular. Ela colidiu com o primeiro tão duramente que o som de seus esqueletos chocando-se, ecoou em toda a floresta. Ela o lançou por sobre o arbusto, as folhas evitando
o atrito de tal maneira,
Nightwalkers 06 TWKliek
que ele deslizou uma boa distância antes de parar. Atordoado, ele balançou a cabeça, tentando recuperar seu crânio. Enquanto isso, Jasmine virou-se para encarar seus três adversários restantes, sorrindo para eles através do sangue escorrendo abaixo pelo rosto, do corte na testa dela. Então ela ergueu sua mão, mostrando algo longo e branco, coberto com sangue. O Vampiro no chão começou a gritar enquanto Jasmine exibia com orgulho suas presas para os outros. — Próximo? — Ela convidou.
Os Vampiros restantes, de repente, não pareciam ter muito certeza. Os Demônios, entretanto, não foram tão intimidados. Depois de tudo, não possuíam presas para perder. Além disso, eles conservavam a magia do seu lado. Que eles consideravam uma grande vantagem. Para provar isso, eles começaram a enfeitiçar. O chão debaixo dos pés de Jasmine, transformou-se em areia movediça. Mas ela era mais rápida e levitou vários centímetros acima da área afetada. Jasmine não tinha tempo para ser surpreendida pela visão de outros Vampiros e Demônios, que
trabalhavam magicamente a serviço de Ruth. Francamente, quando aquilo veio daquele Demônio desvairado, nada a surpreendeu mais. Mas ela realmente reconhecia que somente ela e Adam confrontavam aquele pequeno, mas poderoso exército, havia poucas chances de que eles saíssem vitoriosos. Entretanto ... Enquanto seus inimigos estavam focados nela, uma criatura misturou-se perfeitamente com as sombras atrás deles agarrando um pela parte de trás do pescoço, deixando a garganta aberta para o corte rápido e mortal
da lâmina 27 khukuri . Um Demônio foi amassado no chão antes que o segundo sequer tivesse tido tempo para registrar a presença do Shadowdweller s. O ataque de Sagan foi suficiente para assustar o Demônio nigromante, tirando seu foco e concentração, destruindo seu feitiço. Ele era muito jovem e muito inexperiente em seu novo ofício, para recuperar-se imediatamente. Aquilo abriu sua mente e nervos para o 27 Kukri às vezes também soletrado khukri ou khukuri, é uma faca Gurkha curva que pode ser usado como ferramenta, como uma arma branca para combate corpo-a-corpo. Em muitos casos ainda é a faca de serviço básico e tradicional do povo nepalês.
grito do falcão que mergulhou acima na frente dele. Aquele grito tinha o poder de causar medo nos corações daqueles que o ouviram. No momento em que o falcão estava por terra correndo na forma da esposa de Damien, frequente adversária em sua vida, Jasmine se aproveitou da abertura que Syreena havia criado para ela e saltou sobre os ombros do Demônio, usando a força poderosa de suas pernas ao redor do pescoço dele para rompê-lo em dois. Talvez até três, dada a violência que ela usou para arrancá-lo, torcendo-o em torno de quase 180 graus. Jasmine aterrissou e se viu diante de
Syreena. Ela encontrou a lincantropo cinza e os selvagens olhos raiados. Ela alisou os cabelos para trás com uma mão e encolheu o ombro oposto. — Obrigada, — ela disse.
Nightwalkers 06 TWKliek
Ela
não teve tempo para apreciar a expressão de surpresa que Syreena deu à ela. Embora em seu subconsciente ela reconheceu exatamente porque Syreena poderia ficar surpresa, até mesmo com a menor cortesia em comum. Provavelmente ela nunca oferecera uma antes. Certamente com sinceridade nenhuma. Talvez aquilo fosse errado da parte dela. Talvez não. Jasmine não tinha muito tempo para o autoconhecime nto. Quando ela levantou voo antes, separara as forças que Ruth enviara contra
ela. Agora, o restante deles rodearam Syreena e ela e o Vampiro inimigo restante, que se esgueirava de lado e tentava se afastar-se imperceptivelm ente. Em algum lugar, nas sombras, estava Sagan. Ele não iria avançar até ser necessário. Jasmine não se importava com o que Valera disse sobre usuários de magia serem resgatáveis, sobre vícios e retratação e todo aquela coisa melosa sem propósito. A equação era simples para ela. Se eles ameaçavam sua vida, ela respondia na mesma moeda. Eles haviam feito uma escolha livre para
mergulharem por si próprios naquela maldade, muito antes que tivessem sido contaminados com o vício. Da maneira que Jasmine entendia, esse ato de liberdade poderia tornálos totalmente responsáveis e totalmente merecedores da morte que ela poderia entregar. Ela virouse para os recémchegados, Syreena parou ao seu lado. —Eu pegarei os dois à esquerda, você pega os dois da direita? —Sim, certo. — Jasmine riu. -Dê-me um segundo e serei capaz de ajudála com seu dois. As mulheres lançaram-se
juntas para a frente. Ruth reagrupou-se mental e magicamente. Ela foi surpreendida pela súbita aparição e ataque de Damien . Mas ela foi uma guerreira que serviu sob as ordens do Demônio Elijah por mais de dois séculos, batalhando seu caminho através de vampiros e licantropos quando os Demônios fizeram uma guerra atrás de outra. Ela aprendeu a livrar-se das coisas rapidamente. Ela teletransportouse para fora do alcance de Damien, longe do alcance deles, e respirou para verificar o
alcance do campo de batalha na frente dela. Era claro que Adam não viera sozinho. Ele e Jasmine de alguma forma possuíam alguns outros traiçoeiros sob a guarda dela. Como? Ela não escaneou mentalmente por outros? Ela era a Demônio da Mente viva mais poderosa. Ninguém poderia proteger seus pensamentos dela. Agora, no entanto, Jasmine de alguma forma conseguiu fazêlo, e esses outros também? Damien ela poderia entender. Ele era um Vampiro antigo, seus poderes mentais certamente estavam acima dos outros. Mas a prostituta
Licantropo dele? Ela era tão fraca. Sua única reivindicação ao poder era sua habilidade para se transformar em duas formas. Ruth a sequestrou e a torturou com uma facilidade ridícula, e ela a teria matado também, se Damien não tivesse interferido. De qualquer forma, também jogou a seu favor. Damien resgatando Syreena desencadeou uma cadeia de eventos que permitiu a Ruth encontrar Nicodemous, e uma aliança que dobrou seu poder. Isso se ela tivesse tido tempo de ressuscitá-lo!
Todavia, ela tinha a confiança que estava poderosa o suficiente para assumir um exército inteiro de Vampiros e Demônios. Não havia nada que qualquer um deles fizesse, que ela já não tivesse visto antes e não aprendera como vencer. Era hora de parar de brincar com eles e levar a sério o negócio de erradicar as pragas de uma vez por todas. O feitiço de bloqueio... Ruth era uma mestra dos pensamentos e da mente. O suficiente para reconhecer quando um pensamento não era seu. A maioria dos Demônios da Mente do sexo feminino, eram apenas
sensitivos, incapazes de ler os pensamentos dos outros, mas ela se desenvolvera além daquela limitação e, ela acreditava, num curto espaço de tempo desde que aprendera a superar seus colegas do sexo masculino que eram telepatas peritos. Sentiu o pensamento estranho, mas ela estivera dentro da mente antes. O suficiente para reconhecê-lo. Ela olhou para a direita e viu sua última protegida, a menina de cabelos grisalhos cujo nome ela não conseguia se lembrar. Ela encontrou os olhos dela e falou outra vez o pensamento na mente dela.
O feitiço do bloqueio. Tão simples. Tão perfeito! Entretanto, levou algum tempo para estabelecer as bases para o feitiço, e ela estava no meio da batalha. Comece o feitiço. Levarei mais uma vez você próxima da conclusão. A garota acenou concordando e começou a lançar o feitiço, uma luz azul agitando de suas mãos, envolvendo-a, espalhando-se sobre o solo em um pequeno círculo até que ela estava completamente envolvida por um cilindro de eletricidade azul. Ruth concentrou-se em seus inimigos com os feitiços mais agressivos.
Feitiços mais rápidos. O poder estalou fora dela como um raio, alimentando-a, ao mesmo tempo em que a drenava. Parafusos selvagens saltaram das mãos de Ruth, surpreendendo o Príncipe Vampiro e o Executor. Não havia nada que qualquer um deles poderia fazer para escapar do ataque. Aquilo poderia destruir o Executor, não importa para qual forma ele trocasse; e não importa quão forte e antigo ele fosse, não importa para qual animal ele seria capaz de mudar, graças a alimentação concedida por sua noiva licantropo, o Vampiro seria incapaz de igualar e evitar seu ataque.
Ambos os homens foram atingidos, arremessados para trás como um par de bonecas sem osso, como se fossem arremessados das mandíbulas de um cachorro brincalhão. Então a bocarra do cachorro os pegou novamente, o poder comprimindo-os com uma força insuportável. Uma força da qual eles não podiam escapar. Se ela estivesse cheia de vigor, não precisaria do feitiço de bloqueio. Ela simplesmente os esmagaria até que se parecessem com ervilhas muito cozidas e pisadas. Mas ela estava cansada, e o feitiço tomava uma grande
quantidade pessoal de força bruta. Poder que possuíra inicialmente e desperdiçara enquanto Adam brincava com ela. Ela compreendeu agora o plano dele do começo ao fim. Para enganá-la pelo cansaço, seduzindo-a como isca, enquanto o próprio príncipe se mantinha em reserva.
Astuto, astuto. Ela quase podia estar impressionada, se não fosse o fato de que ela sabia que estava prestes a desferir um golpe letal. Ela teve que liberar quando sentiu que o feitiço de
bloqueio alcançou o volume crítico. Ela terminou de liberar o feitiço, criando um receptáculo. Ela modelou uma esfera de cristal em suas mãos, o vidro transparente da mais pura coisa que alguém poderia ver. Ela o abaixou ao chão magicamente e o abriu por cima. A luz que vinha dele cintilou ascendenteme nte num cone, e ela cuidadosament e se moveu para longe dele. Agora, a armadilha estava pronta. Ela teletransportouse para longe, aparecendo atrás de Adam. O Demônio da Água estava de joelhos, recuperando o fôlego enquanto
tentava recuperar-se do ataque anterior dela. Ela curvou- se à frente e sussurrou. —Você vai desejar nunca ter conhecido o futuro, — ela prometeu à ele. E com um movimento relâmpago, ela arremessou violentamente contra ele uma força explosiva, enviando-lhe voando em direção ao cone de luz. Ele estava indo direto para ele, sem nada para detê-lo. No entanto, de repente ele saltou e parou, como se uma rede de segurança invisível segurasse seu grande corpo. Quando ele tocou a rede, ela cintilou sua presença, luz azul claro marcando a
forma dele, mandando-o rolando em segurança para o chão. Furiosa e chocada, Ruth girava para lá e para cá, procurando o nigromante que se voltara contra ela, o nigromante que desafiara lançar uma magia que contrariava a sua própria. Então ela a notou, a pequena ruiva curvilínea ajoelhada atrás de uma árvore, com a mão estendida em direção a Adam, seus dedos curvados para afastar a energia que não poderia ser desperdiçada uma vez que ela tivesse certeza que Adam estivesse seguro. Então a mulher olhou Ruth, a morte em seus olhos, Ruth podia ver
o medo dentro dela. Ela era forte, Ruth sentiu. Uma Bruxa de nascença. Um ser que ao contrário de Ruth, precisava falar em voz alta ou em sua cabeça o feitiço, que poderia chamar a magia a partir de tudo a sua volta naturalmente, como se ela respirasse. Ela nasceu para fazer magia. No entanto, Ruth viu sua mente e percebeu que ela estava com medo de seus próprios dons. Ela viu que a mulher estava limitada por seus medos e limitada pela sua consciência. Ela só iria usar magias defensivas. Ela só usaria a magia para se
proteger e os outros. Ruth riu dela. —Sua idiota! Você acha que o que você faz é mágica boa? Mágica limpa? É a mesma que a minha. Você está tão profundamente nisso como eu estou, e afundando com cada feitiço. —Você está errada, — disse a ruiva, movendo os lábios nervosamente entre os dentes. Ela olhou em volta, procurando alguém. Alguém que pudesse confortá-la ou apoiá-la. Mas não havia ninguém. Ela seria tão fácil de destruir. Ruth poderia facilmente pular em sua mente e mudar aquele medo em algo
que a bruxinha nunca fosse capaz de escapar. O portal...
Mais uma vez, o pensamento, não o dela próprio, mas um lembrete gentil que o feitiço de bloqueio estava extraindo sua energia a cada momento que o portal permanecia aberto. Isso afastou sua atenção para longe de Valera e a trouxe de volta para Damien e Adam, a quem ela considerava as ameaças maiores. Ela precisava se livrar deles, apenas no caso de seus companheiros não serem capazes de
cuidar de Jasmine e Syreena. Ela era forte, e sua protegida estava provando ser um trunfo enorme, mas elas não teriam muito sucesso se estivessem inteiramente excedidas em número. E quem disse que outros Demônios ou Nightwalkers não estavam à espera nos bastidores? Ruth não poderia se arriscar mais. Era insensato fazer uma batalha frente a frente com esses irmãos. Ela sempre entendera isso. Teria muito mais benefício no momento da sua fuga e ao voltar para sua sala de trabalho, onde, o componente principal de seu mais poderoso e destrutivo
feitiço já estava amarrado à bancada. Ela teria uma vitória muito maior sobre os Demônios, destruindo Kestra e Noah do que teria lutando com eles. Então Ruth armou uma cilada, pegando Damien nela, parando apenas um instante para apreciar a inutilidade de sua luta contra o poder que o prendia. Não havia mãos para bater, braços para quebrar - nem fraquezas a explorar, então ele não poderia se livrar. Todo seu poder antigo não servia para nada, enquanto ele era empurrado para o portal. Foi quando a videira emergiu fora do chão e
se amarrou em torno da sua panturrilha. A coisa viva, feita de magia forte, puxou Ruth derrubando-a, e batendo com força no chão. Uma vez quebrada a sua concentração, Damien foi libertado. Ele caiu no chão duro, rolando e tentando ficar em pé, mas ela o maltratou muito e não havia recuperação rápida para isso. Ela teve satisfação na dor dele enquanto desviou sua atenção para as costas da pequena Bruxa atrás da árvore. —Isso? — Ruth riu com desprezo. —Eu sou a mestra deste feitiço! Jasmine e Syreena, cada uma recuperada de seu oponente
final, simultaneament e, jogando para trás suas cabeças e cabelos para fazer um balanço do que estava acontecendo ao seu redor. Seus olhos se encontraram e cada mulher teve o tempo de um batimento cardíaco, para apreciar as habilidades mortais da outra. A capacidade de Syreena de mudar sua forma durante o voo sempre fora sua maior força, e ela também passou sua vida inteira treinando técnicas de luta com os Monges do Pride28. 28 Pride = Santuário e Monastério Licantropo, para onde alguns Nightwalkers eram enviados para estudar religião, costumes antigos e lutas. Para maiores
Antiga e poderosa, ela era abençoada com seus conhecimentos e sempre foi sua melhor aluna. E, embora ela tivesse superado essa parte de sua vida há muito tempo, as habilidades sempre estariam nas pontas dos dedos sempre que precisasse delas. Jasmine reconheceu a força de Syreena, pela primeira vez. Apreciou-a pelo que ela era. De repente, ela sentiu como se estivesse vendo uma Syreena completamente diferente daquela que conheceu nos dois últimos anos. Ela não entendia completamente porque, nesse momento
dentre todos os outros, isso estava acontecendo. Elas lutaram juntas antes. Jasmine observou sua movimentação e luta demonstradas com uma ingenuidade incrível.
Simplesm ente ela nunca sentira um apreço verdadeiro por isso antes. Não havia tempo para estender-se nisso no momento. Simultaneamen te as duas mulheres se lembraram do vampiro que estava sentado à beira do caminho, observando para ver como a batalha viraria. Ele e a
Vampira Jasmine foram originalmente atacados pelo que não estava morto. Não havia sentido em deixá-los as suas costas, uma ameaça potencial que poderia atacar mais tarde enquanto eles lutavam com Ruth. Embora ambas as mulheres desejassem pegar um pedaço daquele enganoso traidor, cada uma por suas próprias razões de vingança, eles precisavam terminar a parte deles na batalha primeiro. Embora eles não pudessem ver qualquer Vampiro. De repente as sombras determinaram a forma de um
homem. Sagan e sua ensanguentada lâmina khurkhuri pararam nitidamente próximos à luz da lua cheia. Ele jogou algo na direção de Jasmine, e seus reflexos e instintos sobrenaturais fizeram com que ela o arrebatasse no ar. Ela abriu a palma da mão para ver o longo par de caninos que combinavam com os que ela tinha no bolso. —Eu pensei talvez num bom par de brincos, — Sagan disse. Jasmine riu. —Perfeito. Você conseguiu pegar os dois vampiros? Ele acenou. Um gesto simples, mas que falou sobre a força fabulosa e
habilidades de um sacerdote penitente Shadowdweller. Ele poderia ter renunciado à sua posição, mas ele nunca poderia renunciar às suas habilidades. Então, de repente, ele levou um rápido empurrão, como se alguém o tivesse apunhalado através da cabeça. A expressão que se mostrava em seu rosto era uma combinação de medo e fúria que Jasmine nunca vira antes. —Valera precisa de mim. A batalha não vai bem. Ele saiu correndo, pulando pela floresta, esquivando árvores e arbustos
baixos, que pareciam ter sido colocados em seu caminho apenas para atrasรก-lo. Nada poderia impedilo de estar ao lado de sua companheira quando ela precisava dele. Nada, exceto ...
Luz29. Sagan sacudiu-se até parar, esquivando-se atrás de uma árvore para se proteger da luz azul, explodindo em todas as direções no campo de batalha. Mesmo assim, ele estava queimado em toda a sua pele exposta. De alguma forma, o feitiço protetor de Valera se esgotou. Provavelmente por causa de sua concentração quebrada. Agora, enquanto a luz ficava entre ele e Valera, não havia nada que ele pudesse fazer para ajudá-la. Em sua mente ele sentiu seu desespero e insegurança. Ela veio para esta batalha
sabendo que nunca poderia machucar ou matar ninguém em sua vida, porque o núcleo da sua alma estava tão oposto a ideia de machucar outro pessoa, de que ela pudesse libertar sua magia negra. Sem aquele núcleo poderoso, ela acreditava que não seria quem ela era.
E ainda assim ela insistiu em vir. Ela sabia que a melhor maneira de obter vantagem em uma batalha de magia, era usar magia em troca. Ela sabia que poderia ajudar a proteger outros. Ela desenvolveu
uma afeição por Damien e Syreena durante o tempo em que estivera sua corte. Na verdade, ela sentia uma forte afeição por todos os Nightwalkers que encontrou. Ela não conseguiria encontrar nela mesma uma maneira de ficar de braços cruzados enquanto eles lutavam contra seu pior inimigo e lutavam por seus futuros. Ele a amava por isso. Isso o estava matando porque ele não podia estar com ela. Ele poderia desvanecer para o Shadowscape, a dimensão paralela para onde os Shadowdweller s frequentemente viajavam. Era
idêntica a este plano, exceto que não havia pessoas nem luz. Ele poderia atravessar o campo e desvanecer-se direto ao lado dela. Mas a luz continuaria a estar lá e ela não estava em posição de reformular o feitiço de proteção sobre ele. Agora que Ruth estava se ocupando dela, Valera não teria o foco para lançar o feitiço. Sagan podia imaginar o que acontecera. Ela deveria ter se mantido discreta e silenciosa até que fosse mais necessária. Como ela haveria se exposto? Agora enquanto ele assistia ela se erguer, seus olhos queimavam enquanto a
energia azul era expulsa de seus dedos graciosos e ela enfrentava aquela nigromante que era dez vezes superior à ela em habilidade e poder. —Bem, ela vai se matar, — observou Jasmine, fazendo-o compreender que Jasmine e Syreena estavam atrás dele e agora estavam assistindo a mesma cena que ele. —Não posso protegêla, — ele disse com a frustração. — Você precisa ajudá-la. —Se você insiste, — disse Jasmine, dando-lhe um grande sorriso. Ruth arrastou-se pelo chão alguns centímetros
longe dos ramos de vinha que ganhara vida, antes de teletransportarse para longe do alcance deles. Ela reapareceu apenas a alguns metros à frente da arrogante Bruxa que pensou que poderia estar em pé de igualdade com ela. De qualquer forma, antes que ela lidasse com ela, ela lançou instruções à sua protegida. —Encerre algum deles, — ela comandou. —Não importa quem! O que você julgar que pode conseguir. — Oh, acho que posso dar um jeito em um deles, — a menina de cabelos preto e grisalhos, disse. Ruth sorriu e virou o rosto para a
Bruxa, deixando o mágico poder azul pulsar de suas mãos, como alguém disparando um tiro de advertência. A energia explodiu acima da cabeça de Valera, o som e a força daquilo a fizeram recuar duramente. —Oops. Eu perdi. — Ruth falou. — Eu prometo, isso não vai acontecer de novo. Você pode considerar ceder ao desejo selvagem de correr, está passando por sua mente agora. — Ou ela pode ficar e me assistir chutar o seu traseiro. Jasmine agarrou Ruth pelos cabelos com as duas mãos e a puxou para
trás, levantando-a de seus pés.
Concentre-se agora, vadia, — Jasmine cuspiu enquanto arrastava Ruth pelos cabelos sobre os arbustos. Jasmine ouviu Syreena gritar sua alegria. Claro, a Licantropo tinha motivos para animar essa tática. Ruth arrancara metade dos cabelos de Syreena, e a deixou mutilada por causa disso. Os cabelos de um Licantropo era o que ele era, vivo, com nervos e suprimento de sangue, fora um golpe devastador.
Então Jasmine teve o prazer de arrastar Ruth pelo calcanhar. Gostasse ou não de Syreena, ninguém merecia sofrer assim. Até mesmo aquelas pessoas inocentes na biblioteca oculta Nightwalker, não mereciam morrer simplesmente, porque Ruth queria saquear os livros de feitiço. Jasmine construiu um impulso, balançando Ruth pelos seus cabelos sobre o chão e batendo- a em uma árvore. Ela não queria que o Demônio da Mente se ajustasse e recuperasse, para reunir seus pensamentos e teletransportarse para longe
do alcance de suas mãos. Então, ela a jogou contra a árvore, um tapete sujo que precisava de limpeza. Ela estava prestes a jogá-la uma terceira vez quando de repente a garota Demônio de cabelos preto e grisalhos apareceu ao seu lado ficou parada tão silenciosa, que Jasmine não a notou até que estava praticamente em cima dela. Ela podia farejar a magia negra sobre ela, atrelada à um inimigo instantaneame nte, e obrigada a se proteger ou atacar quando necessário. —O portal, — a menina disse calmamente. -Jogue-a dentro dele.
Rapidamente, antes que ela se recupere. Ela apontou para o cone que exibia a luz vinda de uma esfera de cristal, alojada entre as folhas marrons que aguardavam o inverno apressar sua decadência. Jasmine hesitou, não confiando na garota. Faça. A voz de Adam em sua cabeça tocou doce e clara, partilhando confiança e força e ela soube que era bonita e poderosa naquele momento. A hesitação desapareceu e ela cambaleou para o cone de luz, arrastando sua cativa rudemente atrás dela. Ela só precisava dar alguns
passos para construir um impulso suficiente. Ela lançou Ruth para a luz como um atirador de peso, arrancando-a do chão pelo ar por seu aperto no cabelo da cadela. O Demônio traidor voou gritando com fúria, tentando voltar com as ameaças e maldições, mas muito oprimida pelo conhecimento de que tudo que era, tudo pelo qual ela se esforçou, estava prestes a chegar ao fim. Ela atingiu a luz e a magia explodiu acima e em volta dela, mágica alimentada por sua própria energia e força, e aquilo deu as boas-vindas ao criador poderoso,
agarrando-lhe os braços. Ruth foi engolida numa onda de energia azul, enquanto seus gritos ainda eram ouvidos,e foi violentamente arrastada para dentro da esfera de cristal. Houve um lampejo final de luz azul elétrica e então, de repente, tudo escuro e silencioso. A única luz remanescente era o brilho da lua no céu e o brilho quase imperceptível da esfera de cristal deitada nas folhas. Jasmine caminhou até a esfera e a cutucou com seu pé. A luz dentro
rodou por um momento, o cristal liso e brilhante mostrando dentro a cara de um Demônio loiro familiar, sua expressão contorcida em raiva. Raiva impotente. —Ela pode sair de lá? — Jasmine perguntou. —Não. A não ser que alguém lance um contrafeitiço muito poderoso para libertá-la,o Demônio de cabelos escuros disse. —A única pessoa forte o suficiente para fazê-lo, no momento, está agora trancada lá dentro. Mas deve destruí-lo. Esmagá-lo em pó. Então poderá se assegurar que ninguém a libertará. Jasmine pegou a esfera, girou-a em
suas mãos um par de vezes para que ela pudesse vislumbrar a face enfurecida de Ruth e sorriu. —Você sabe, acho que irei mantê-la. Isso fará bem para minha vaidade, — ela disse. O Demônio olhou para ela por um longo momento, seus olhos estranhos mudando através de tons de cinza, enquanto Jasmine observava. Então, ela voltou seus lábios num pequeno, mas genuíno sorriso. De alguma forma, Jasmine teve a sensação de que ela não tinha a oportunidade de sorrir muito. Impulsiva mente, ela foi procurar os
pensamentos do estranho, mas ela o encontrou completamente bloqueado. Ela era um Demônio da Mente, então? Se assim fosse, ela tinha que ser muito poderosa para resistir a um telepata da força de Jasmine. O resto dos lutadores vinha lentamente em direção às duas, se reunindo em volta para olhar a prisão que Ruth fizera para si mesma. Então a atenção se voltou para o Demônio que exalava magia e motivos obscuros. Ela limpou a garganta. —Cerca de meio quilômetro de distância você poderá encontrar a
toca de Ruth. Existem outros lá para cuidar. Em sua sala de trabalho, no entanto, você encontrará Windsong mantida prisioneira. Você deve ir rapidamente, antes que os Vampiros sem vigilância tenham a ideia de se alimentarem da mais poderosa Mistral de todos os tempos. Então ela se virou para Syreena, que estava ajudando Damien a se manter em seus pés, permitindo que o Príncipe Vampiro apoiasse seu peso significativo contra ela. — Naquela oficina existe um encantamento mantido dentro de uma caixa trancada. Você
a reconhecerá facilmente, porque o encanto está envolvido com o seu cabelo, Syreena. O cabelo que Ruth arrancou de sua cabeça, ela o utilizou mais tarde para evitar que você engravidasse. Desde que você não planeje matar Ruth, você deve queimar o encanto até as cinzas, e isso vai liberar a ligação. —Quem é você? — Adam exigiu, avançando para alcançar seu rosto. — Por que nós confiaríamos em alguma coisa sobre você quando fede a magia? Você ainda ajudou Ruth encantar aquela coisa que ela estava usando para capturar a mim e Damien!
— Mas ela não o capturou, não é? Tudo o que eu fiz foi ajudar a encantar a armadilha que finalmente capturou Ruth, o Demônio traidor. Pense sobre isso por um momento.
Nightwalkers 06 TWKliek
Ela moveu-se levemente, inclinando a cabeça para trás e tomando uma respiração profunda. Era como se ela estivesse respirando em liberdade. —Ah ... está vindo, — ela respirou. Ela estendeu as mãos e Jasmine podia ver a ponta dos dedos desaparecendo . Pela primeira vez, a emoção quebrou através das feições da menina.
explicações, vide os livros "Elijah" e "Damien" dessa mesma série. 29 Os Shadowdwellers vivem nas sombras e na escuridão. A única luz que toleram é a luz da lua. Para maiores explicações, veja a série "Shadowdwellers", publicada pelo Tiamat.
Lágrimas encheram seus multicoloridos olhos. —Isso significa que tudo mudou, ela suspirou para Jasmine. —Significa que fiz o que deveria fazer. Eu só rezei para que desta vez, as coisas mudassem para melhor. Ela olhou para Jasmine com um brilho momentâneo de preocupação. —Vai ser melhor agora, não vai? A menina estava rapidamente desaparecendo , mas Jasmine sentiu sua dor e entendeu seu pensamento, pelo menos vagamente, do que estava acontecendo. —Sim, — ela assegurou em voz baixa. —Confie em nós. Nós vamos torná-lo melhor para
você. A menina deixou escapar um soluço de alívio absoluto. E então ela se foi.
O 11
CAPÍTUL
—Quem você acha que ela era? — Adam perguntou. Era a pergunta na mente de todos, quando sentaram no salão principal da cidadela de Damien, numa improvisada festa pós batalha. Aparentemente Valera era uma espécie de cozinheira, uma habilidade pouco aproveitada num lar de vampiros. Ela estava se divertindo em ter alguém que não fosse seu companheiro para cozinhar. Servia pratos e cocktails, insistindo-os
para que comessem e repusessem suas forças. Adam sentiu algo roçando contra suas pernas enquanto estava em pé, em sua postura usual e decidida. Olhou abaixo para ver um gato gordo que se enrolava em torno de seus tornozelos. Desde quando vampiros possuem animais de estimação? ele se perguntou. Desde que decidimos ter a Feiticeira como nossa convidada, Jasmine disse à ele. Ela tem três deles. E se comunicam telepaticamente ...quando assim o desejam. Verdade? O que exatamente um gato tem a dizer? Principalm ente, gostam
de explicar como estamos fazendo tudo errado, Jasmine pensou com uma risada interna. —Acho que é claro que ela era do futuro, — disse Damien cuidadosament e. —Acha que foi enviada para cá pela minha ... minha sobrinha? A mesma menina que me trouxe aqui? Ela pode enviar outra pessoa através do tempo sem ir, também? — Adam perguntou. —Sim. Foi assim que consegui minha noiva. — Noah falou da porta, aparecendo repentinamente . Ele acenou com sua cabeça escura para Damien, seus olhos cinzentos e verdes, cheios de uma emoção
indizível. —É verdade? Ruth se foi? Para sempre?
Jasmine pegou a esfera que estava posta na mesa entre os pratos de comida, parecendo muito para a peca perfeita. Ela a ergueu por um instante, depois a jogou para Noah. O rei Demônio pegou a coisa e a girou em suas mãos lentamente, observando aquele rosto odiado, que brilhou brevemente em exibição, enquanto Jasmine rapidamente recontava a história da captura de Ruth. —Hmm. Ela parece chateada, —
observou. Então sorriu. — Destruímos a coisa e ela com isso? —Estava com um pouco de esperança de mantê-lo como lembrança, — disse Jasmine. —Ou talvez troféu seja a melhor palavra. Noah acenou com a cabeça e a jogou de volta para ela. —Você a capturou, parece justo que seja sua carcereira. Jasmine virou a esfera em torno de sua mão. —Essa garota — quem quer que fosse, deu pequenos e precisos passos, indo mesmo tão longe, como aprender magia e venenos, apenas para que pudesse estar lá no momento e influenciar os eventos para
que isso pudesse acontecer. —Ela veio e nos avisou como a enfrentar, — disse Damien. — Também entrou em cena para resgatar Corrine do ataque, — Noah acrescentou. — Corrine descreveu seu anjo da guarda muito claramente. Aqueles olhos mudando ... o cabelo preto e cinza. —Ela não era como qualquer demônio que já vi antes, — disse Jasmine. —Ela tinha uma mente forte, podia resistir à telepatia ... —Ela fez um pequeno teletransporte enquanto resgatava Corrine, se pode chamar isso de teleporte. A descrição de
Corrine foi bastante ... estranha. —Se veio de longe o suficiente no futuro, poderia ser uma nova espécie de demônio que ainda não conhecemos, — disse Syreena. —Ou talvez fosse, de alguma forma, mutante. Talvez por um Intercâmbio?30 A sala ficou silenciosa e Adam, que se distraíra pelas ondas do cabelo de sua companheira e estava atualmente brincando com um dos cachos perfumados, Dr. 30 No original: Exchange. O termo se refere que quando um casal é marcado, os poderes de um podem passar para o outro, ou, ainda, o encontro, a "marca", possibilita a ativação de poderes latentes no indivíduo. Basta um único toque do (a) companheiro (a), para desencadear todo o processo.
tornou ciente dos muitos olhos caindo sobre ele. Ele sentiu Jasmine endurecer sob a atenção, sentiu cerdas, de repente, sob a expectativa implícita no pensamento das pessoas ao seu redor. Calma Pequena Vampira, ele s acalmou suavemente. As únicas expectativas que dizem respeito são as do seu companheiro Marcado. E se percebeu, eu não fiz qualquer exigência a você. E por que isso? ela queria saber, se virando para olhar nos olhos dele e descartando o resto da sala. Você é agressivo e possessivo. Por que você não exige o mesmo de mim? Me
teria completamente, entĂŁo. NĂŁo poderia recuar ou ir embora. EstarĂamos unidos para sempre.
Nightwalkers 06 TWKliek
Jasmine, não prestou atenção? Estamos Marcados. Já estamos unidos para sempre. Nada mais que fizermos poderá mudar isso. A morte é a única coisa que pode quebrar esta ligação. —Mas sou uma vampira, — disse ela suavemente, movendo-se perto o suficiente para seus corpos se tocarem. —O que te faz tão certo que será o mesmo para mim como é para um Demônio? —Olhe como se inclina para mim. Como me toca. Mesmo quando sua mente está cheia de dúvidas e um pouco de resistência, ainda está aqui. Ainda ligada à mim. Vampiro
ou Demônio, não importa, Jasmine. É minha e sou seu. E nada do passado ou do futuro jamais poderá apagar isso. Jasmine se afastou dele, um passo atrás, incapaz de bloquear a urgência em desafiar a conexão, mesmo que a maior parte dela estivesse se deliciando com o entendimento que ele era dela, o que adicionou mais sentimento e cor à sua vida em um único dia que havia conhecido em séculos. —Com licença, — disse ela enquanto escapava para fora da reunião, a esfera de cristal ainda em suas mãos. Adam a encontrou em seus aposentos alguns minutos
mais tarde, e ficou parado discretamente à sua porta, tanto quanto um companheiro Marcado poderia ficar, enquanto ela se curvava em sua penteadeira, girando a esfera de cristal sobre a superfície como um pião, uma e outra vez. — Vou deixá-la tão violentamente doente que vomitará sobre si mesma, — disse Jasmine com um pouco de enfado nos lábios macios. —Me pergunto se ela sente o movimento de sua prisão, — disse ele. —Não estrague isso para mim, — ela insistiu, dando outro rodopio na esfera. —Mais tarde, pretendo fervê-la em água. Que tal isso, Ruth?
Pronta para uma desinfecção muito atrasada? — Jasmine sorriu um pouco pela ideia. — Gostaria de poder colocá-la num autoclave31. Aquilo poderia esterilizar a cadela. Que tal, talvez ver como se sente ao ter alguém esterilizando você para variar? — Ela gritou para a esfera. —Acho que Syreena achará que isso é purificador o suficiente, queimar o talismã. —Bem, talvez eu não. Talvez ache que Ruth se livrou dessa muito fácil. —Talvez. Mas a que propósito servirá
31 Autoclave é um aparelho utilizado para esterilizar artigos através do calor úmido sob pressão.
atormentá-la agora? —Quer dizer além de me fazer feliz? —Fará? A faz feliz? Ela encolheu os ombros. — Talvez. Ou talvez só me satisfaça um pouco. Algo assim. — Ela suspirou e finalmente olhou para ele. —Tudo está mudado.Tudo num único dia. Peguei minha baleia branca. Estou permanenteme nte colada a você. Agora Damien e Syreena vão começar a fazer bebês. — Ela suspirou. — Está tudo diferente e me sinto fora de lugar. Adam riu, balançando a grande cabeça cabeluda, seus claros olhos verdes acesos com alegria. — Acho que posso
seguramente dizer que sei como estĂĄ se sentindo.Embor a nĂŁo saiba o
Nightwalkers 06 TWKliek
que uma baleia branca tem a ver com isso, posso definitivamente concordar com seus sentimentos de deslocamento. Jasmine teve que sorrir. —Acha que tudo é relativo, não é? Não há ninguém aqui que tenha uma melhor sensação de estar deslocado que você. — Ela levantou os olhos, a cor malaquita32 deles incrivelmente bela, um indicativo de como estavam enredados num nível espiritual e físico. Então os olhos dela se arregalaram de repente, e ele sentiu o pensamento cortando a mente dela, muito tempo 32 Pedra semipreciosa de cor esverdeada
antes que alcançasse seus lábios. —Não posso responder essa pergunta, — disse ele apressadament e. —Mas acho que como tem ocorrido outras Marcas incomuns, levando a cruzamento de raças inesperados. Quando um Demônio se une à um Druida, o Druida se torna fisicamente dependente do companheiro Demônio, mas quando Demônio e Demônio estão marcados, não é o caso. Digame, qual é a relação entre Elijah e a Rainha Licantropo? Ela é simbioticament e dependente dele? Se Elijah for morto, ela morrerá por privação de energia?
—Eu não sei. Não acho que nem eles saibam. Mas acho que sentem que nenhum deles sobreviveria por muito tempo sem o outro. E ainda ... Sobrevivi a quatro séculos sem você ... mesmo depois que já havia me tocado. —E sofreu por isso o tempo todo, — disse ele gravemente. — Você mesma disse. Não por falta de energia, mas porque acordei algo dentro de você, que não foi preenchido apesar da promessa disso. Não até hoje. —Hoje. E hoje já acabou. O sol está subindo fora da cidadela. Posso sentir isso. O sono está me atraindo. Ela inclinou a cabeça. —Você me atrai. De
maneiras que tenho medo de ser atraída. Seu sangue tem se movido através do meu corpo como... como... — Ela não queria dizer" veneno ". Não o insultaria assim. —Como láudano33, — ele disse para ela. —Mas nada tão rude ou tão estúpido. Nada tão falso. Em vez disso, está despertando tudo. Coisas que não sabia que estavam dormindo dentro de mim. Me sinto... mais forte. Essa batalha foi muito mais fácil para mim do que deveria ser. Sou velha 33Em farmacologia, segundo o dicionário Houaiss, láudano é um extrato de ópio que possui efeito sedativo. Pode conter ópio, vinho de cereja, açafrão, cravo e canela. Foi aceito na Europa e nas Américas até o início do século XX.
e sou forte, nunca duvide disso, mas tive vantagens que nunca tive antes. Podia sentir as coisas. Antecipar as coisas. Acho que... Acho que me deu o que está dentro de você, que o faz um caçador tão bom. Que o torna o Executor. —Isso tem menos a ver com meu sangue, acho, e mais a ver com a forma como nossas mentes estão conectadas. Podia senti-la a cada momento, e o instinto conectou meus pensamentos com os seus, apressou a agir e reagir. Assim como senti o mesmo de você. -Moveuse para o quarto, chegando ao seu lado e acariciando com dedos delicados,
sobre a curva do ombro dela. Então tocou o corte na testa que já estava cicatrizando e curado. —Sou famoso por quebrar minha cabeça em meu inimigo, para deixá-los sem sentidos.
Ela riu suavemente daquilo. Ela tocou o ponto, seus dedos suavemente se mesclando. — Gostaria de saber de onde veio isso. E para ser honesta, tirar as presas de um vampiro é como chutar um cara nas bolas. Caras não chutam outros caras nas bolas e vampiros não arrancam presas de outros vampiros. —Ah bem... talvez
fosse um resquício de meus instintos de luta contra Vampiros. —Você era famoso por arrancar as presas dos Vampiros, não era? —Na verdade, Jacob era melhor nisso. Nunca admitiria isso para ele, mas aperfeiçoei a técnica ao observá-lo. —Jacob? Sério? —Ela parecia totalmente atordoada. — O "Senhor Faça o Bem"? —Bem, estava dormindo durante o calor guerra, então não conhecia sua reputação como caçador de vampiros. Adam levantou uma sobrancelha. — Meu irmão é um homem que faz muito o bem? -Ele é um defensor da lei.
Para a paz. Para fazer a coisa certa à todo custo. É um milagre que tenha cruzado a linha e tomado Bela como companheira. Eles foram os primeiros, sabe. Eram tudo que as regras diziam que não deveria acontecer. Mas ele fez isso. Essa coisa da Marca ... muda as pessoas, eu acho. Adam podia sentir a direção dos pensamentos dela. Não queria ser mudada tanto e tão enredada em alguém que se perderá. Da maneira que sentia que Damien fizera com Syreena. —Mas agora que olho para isso, — ela disse calmamente, — a essência de quem ele é não mudou. Ainda é o governante
forte, implacável que sempre conheci. E ainda... é algo mais. Há mais profundidade nele. Mais contentamento. Mais ... cor. —Não quer cor? — ele perguntou à ela, esfregando o polegar contra o rosto dela. Sua pele era tão suave e a dele tão áspera em contraste. Ele tinha as mãos de um espadachim e ela tinha a pele de uma dama. —Sabe que sim, — disse ela. Jasmine finalmente se voltou para ele, abrindo seu corpo ao dele, abrindo-se a ele em geral. Não que tivesse muito controle sobre isso. A arrancada dele era incrível. O maxilar dela realmente doía pela vontade
de afundar seus dentes de volta nele. Ela queria provar aquele sabor magnífico, novamente sentir o prazer extraordinário. Seu corpo inteiro ficou quente pelo pensamento do sangue dele na sua língua. —E ficarei feliz por acomodar seus desejos, pequena vampira, — disse ele sem fôlego enquanto os pensamentos e os sentimentos dela rodavam dentro de seu cérebro. —Mas estava esperando que pudéssemos descobrir os prazeres mais tradicionais. — Adam deslizou os dedos ao lado do pescoço dela, seu polegar inclinando seu queixo, de modo que ela olhasse em seus olhos. Ele
fez uma pausa para que pudesse, casualmente, colocar seus olhos sobre as curvas bonitas e observar seu rosto, reconhecendo o quão rapidamente tornou-se familiar para ele, essencial para ele. Ele observava enquanto seus lábios se curvavam para dentro e para fora, numa série de sorrisos, enquanto ela o deixava levar seu tempo a estudando. — Eu gosto disso, — ele disse
baixinho, sua respiração acariciando a ponta da testa dela, um momento antes dele depositar um beijo ali.
—Do jeito que eu sorrio? — Ela perguntou. —Do jeito que sorri, porque sabe exatamente como é linda. Tem prazer em seu poder sobre as minhas necessidades e sentidos. Sem dúvida sabe como flertar, divertindo-se em brincar com os homens. Ela fez um barulho. — Os humanos eram muito fáceis. Nunca tive que usar meu poder de vampira para persuadir e capturar suas mentes. Bem, quase nunca. Houve, admito, um ou dois com uma força surpreendente e clareza de espírito. Foram aqueles que realmente me envolveram. Nunca me rebaixo, é claro. —É claro, — ele
concordou sério, embora o humor ainda inundasse sua mente. —No entanto, o jogo foi divertido. Suas mentes eram surpreendente mente complexas. Para seres humanos. Claro, ainda eram homens e, no final tudo se dissolveria em suas demandas para o sexual. Exigências que nunca entregaria. —E sobre minhas demandas, pequena vampira? — Adam empurrou o cabelo dela para perto do pescoço do lado direito, e inclinou-se brevemente para passar os lábios e o calor de sua respiração, ao longo do comprimento do pescoço,
desde o ponto do ombro até o ponto logo abaixo da orelha. —O que sente quando peço as coisas que não está acostumada a dar? Jasmine tremia, as mãos segurando em sua roupa. A seda da sua camisa fez um som, e ela abriu os olhos, relembrando que ele foi ferido e sangrou muito no tecido. Mesmo agora havia bordas molhadas ao redor do buraco. Feridas de ferro não fechavam e não curavam bem num demônio sem assistência externa. Objetos de ferro tendiam a enferrujar, descamando na ferida, onde continuaria envenenando e queimado o Demônio.
—Precisa de um médico, — observou ela. —É preciso encarar minha pergunta, Jasmine. Precisa perceber que seus pensamentos se desviam sempre que não se sente nem um pouco confortável com qualquer tipo de intimidade. Mas não tem nenhum escape à sua disposição por mais tempo. Estou em sua mente, doce Jasmine. Meu sangue está em seu corpo. Não desejo que se sinta presa por este conhecimento. Quero que o abrace. Que se deleite nele, como uma criatura que anseia por prazeres sedutores, deveria abraçálo.
—Mas vem com muita... bagagem. — Ela fez um barulho frustrado enquanto quando inclinava a cabeça e permitia que ele percorresse o comprimento do pescoço na direção oposta. O pescoço de um vampiro era uma grande zona erógena. Claramente, imaginou isso. Isso era conhecimento anterior que permitia a ele explorar sua fraqueza, ou era o acesso desprotegido que tinha ao seu cérebro? —Não. — Ele fez um som duro com a língua e aumentou a pressão em seu queixo, forçando- a a encontrar seu olhar. —Isto não é como o estupro mental que Ruth fez
completamente, e não
irá igualar os dois. Isso é algo com intenções puras, emoções abertas e uma reciprocidade que nunca causaria danos a qualquer um de nós. —Como pode dizer isso? Sempre será uma fraqueza para mim agora. Sempre serei uma distração para você numa luta. —E sempre será fortificada por mim nessa mesma luta. Se preocupará comigo, e eu me preocuparei com você, o que levará cada um de nós a emprestar ao outro nossos melhores pontos fortes e
habilidades. Assim como fizemos hoje. Estava errado quando presumi que Jacob estava enfraquecido por sua companheira. Quando pensei que ele falhou com seu dever, quando se tratava de Ruth. Ela era um inimigo extraordinário. Veja quantos de nós fomos levados para capturá-la, finalmente. — Ele estendeu a mão e empurrou a esfera. Jasmine parou isso antes de beirar o limite da penteadeira. —Não me senti enfraquecido por você hoje, — Adam disse baixinho para ela. —Percebi hoje que multiplicou todos os meus pontos fortes. Podia sentir isso como um
fogo em minha alma. A única coisa que queima mais ferozmente é o jeito que queima minha necessidade por você. Ele poderia ser gentil com ela, compreensivo e pensativo, andar cuidadosament e ao redor das inseguranças dela por um longo tempo, mas sua natureza e a dela os levavam à uma abordagem mais direta. Adam colocou uma mão nas costas dela e a puxou contra si. Era como a ligação entre dois ímãs fortes. O som que escapou dele era baixo e primitivo, vindo de um lugar em si mesmo que só estava familiarizado no auge da batalha. Mas aqui estava,
pulando entre eles, cru e feroz. E Jasmine ecoou o som, a ferocidade da necessidade implicada tão forte da parte dela, como era da dele. Sua mão enrolou num punho e bateu em seu ombro, sem força física real, mas cheia de protesto emocional. Ela odiava que não pudesse controlar essa coisa dentro dela, que estivesse tão fraca como estava, do mesmo jeito que tantos homens no passado, foram fracos para suas manipulações de suas necessidades. —Olhe para a grandeza disso, — ele disse roucamente para ela. — Veja a força nisso. — Ele moveu sua
boca contra a dela, inalando o ar que de repente ela exalou, tendo a satisfação incomensurável que ele havia provocado nela. Ele reforçou seu poder sobre ela quando ele sentiu suas barreiras contra os seus pensamentos. Ela era a pessoa que deveria estar tomando satisfação pelas coisas que ela provocava nos outros, não o contrário! —Então faça o que faz melhor, — ele zombou dela. -Deixe-me fraco por você. Mostre-me seu poder. Demorou um minuto, mas a rigidez de corpo dela se acalmou, numa curva suavizada em sua coluna em seu corpo lindo, para se agarrar
nele por caminhos que ele não achava que fossem possíveis. Ele sabia que iria sofrer magnificamente , pelo desafio que jogou aos pés dela. Jasmine inclinou a cabeça atrás, deixando seu cabelo deslizar abaixo por trás de seus ombros, caindo sobre o punho e antebraço que a estavam segurando, deixando seu peso macio e suave da pele e do cabelo em seu braço. Ela exalou a respiração que tanto o agradava em todo o lado do rosto e sob seu cabelo, o som delicado de prazer provocador em seu ouvido.
Os movimentos eram tão simples e tão complexo, todos pelo menos no princípio. Era arte pura, talvez porque ele sentiu que era menos sobre desafiálo e mais sobre dar prazer, ao mesmo tempo que os impulsos saltavam de seus pensamentos. Ela podia querer se enganar em pensar que era uma batalha de inteligência e vontade, mas ele sabia que era muito mais profundo que Ela queria isso tanto quanto ele. Ela o queria desde o momento que provou seu sangue, desde o momento que o conheceu, se fosse clara e honesta consigo mesma. Ela quis sentir seu
abraço por quatro séculos, sentiu sua ausência como se nunca houvesse sentido nada. Jasmine se tornou uma especialista em reprimir a necessidade, em descartá-la de seu mundo diário, encharcandose na amargura e retirada de todos os homens menos adequados que cruzavam seu caminho desde então. Mas não havia mais necessidade de nada disso. Finalmente, ele estava lá e ela era capaz de reescrever tudo que se tornou. Mas Jasmine se preocupou com isso por muito tempo, muitos anos e muita dor e privação para fazê-la novamente certa. Temia que ela não fosse digna
desse tipo de conexão entre eles. Apesar de todas essas dúvidas e medos, Jasmine deixou as mãos se moverem lentamente até a força maciça de seus braços, viajando por sobre seus ombros, onde continuaram até seu pescoço. Seus dedos se moveram sobre o colarinho até que as pontas estavam brincando com o pulso em destaque em sua garganta. Tocar nesse ponto vital era como ter alguém lambendo seu clitóris. Era estimulante além de toda razão, deixando-a subitamente molhada com ânsia e desejo. Não havia nenhum sentimento como esse no
mundo, e nunca experimentou antes. Ela não podia resistir e se levantou ficando na ponta dos dedos dos pés e tocando sua boca em seu pulso, sua língua lambendo categoricament e ao longo de seu comprimento. Ela podia cheirar o calor da vida e excitação sobre ele todo, e era uma combinação potente, o perfeito afrodisíaco vampiro. Ela estava um pouco tonta com ele, então se afastou momentaneam ente para morder sua orelha com a ponta dos dentes da frente. Sua boca doía quando suas presas fizeram uma
aparição exigente. Sabiam o que queriam, tendo ela certeza ou não. Instinto e necessidade pressionavam sobre ela, deixando-a com fome a nível físico e espiritual. Nível que nunca experimentou antes. Havia tanta profundidade nisso, uma dimensão muito impressionante. Mas antes que pudesse se voltar para a garganta dele, ele levou a mão à boca, cobrindo-a e puxando-a de volta para que pudesse ver seus olhos. A cor de jade se esfumaçou com o apetite, e ele nunca viu nada tão erótico e incitante em sua vida. Se não estivesse já duro pela mera proximidade de seu corpo, certamente
teria se tornado assim apenas olhando em seus olhos. —Pode se alimentar de tudo que quiser, depois de me alimentar. Com isso ele pegou a barra de sua camisa e num único movimento, a arrancou sobre sua cabeça. Ele deixou cair descuidadamen te sobre o chão, os olhos e atenção melhor gastas olhando para a beleza de alabastro de seus ombros, seios e barriga. Ela era como uma estátua que ganhava vida, só que não tão fria e muito mais essencial. Ele abrangeu as costas em ambas as mãos, o
aperto magistral fazendo-o perceber que era realmente bastante pequena. Sua vitalidade e força arrogante a fazia parecer muito maior que era na realidade. Adam não foi intimidado pela percepção. Sabia que não havia nada delicado ou frágil sobre ela, e caso se entretivesse com o pensamento um segundo sequer, ela provavelmente teria um grande e doloroso prazer em provar o contrário. Ele não estava com humor para inimizade. Teve mais que suficiente. Agora estava pronto para a pureza de sua paixão. Uma paixão destemida.
—Doce Destino, você é a coisa mais linda que já vi, — ele respirou sobre a boca dela, enquanto puxava seus lábios dentro de sua boca. — Então vejo de novo que sua beleza aumentou ainda mais. Então, novamente, e me atordoa, inundando-me com impulsos e desejos que não posso controlar. Não importa o quanto tente, não importa o que queira que minha mente faça, ela tem sua própria vontade quando você está em causa, até que já não me conheço. E sim, isso me assusta também, — ele admitiu para ela. —Ou me assustava. Como é fácil para mim ceder quando isso significa que
terei minha boca sobre sua pele. Jasmine sentiu seu corpo inteiro se transformar em líquido, enquanto a necessidade de suas palavras afundava em seu cérebro, e mais profundo ainda em sua alma. Estava certo. O que importava mais? Toda luta e resistência. Por que se preocupar quando ceder significava que tal prazer sublime a aguardava? Os lábios dela se entreabriram enquanto a puxava, beijando-a mais profundamente que jamais beijara antes. Percebeu então o quanto ela perdeu do prazer complexo de um beijo. Mas ninguém a satisfez assim. Apenas a
frustraram ao ponto de fúria, obrigando-a a jogá-los para fora de sua vida completamente, porque não conseguiam fazer jus ao que deveriam ser. Isso era o que deveriam ser. Quente, úmido e sensual, a ponto de seus pensamentos se enevoarem completamente e pensar se tornar absolutamente impossível. Não havia parte de seu corpo deixado intocado por seu beijo, uma vez que passou de selvagem a sensual, mudando a dinâmica. Antes que percebesse, estava desabotoando sua calça e a empurrando abaixo das pernas, chutando-a
para que pudesse tocar sua pele. Mas ele ainda estava vestido, então ela imediatamente começou a trabalhar em suas roupas. Encontrou suas próprias mãos impacientes enquanto ele a ajudava em sua tarefa, mas ela estava muito mais familiarizada com a forma de suas vestes que ele, e ele perdeu a paciência. Transformou-se em água, espirrando em seu corpo e rosto, escorrendo por todo o comprimento de seu cabelo, a temperatura dele apenas tão quente como seu corpo estava. Jasmine mal percebeu sua roupa vazia pendurada em suas mãos, enquanto sentia o líquido
se espalhando e se apegando a cada centímetro de seu corpo. Ela o sentiu se movendo acima, pela parte interna de suas coxas, seu corpo tremia enquanto a umidade de água dele combinada pela necessidade molhada do seu corpo, expelida em resposta aos seus beijos. A sensação era a mesma de uma boca macia e uma língua traçando um caminho por toda a sua carne, provocando
seu clitóris ao mesmo tempo que o resto de seu corpo estava sendo acariciado até que cada nervo de seu corpo
fosse estimulado uma vez. Incapaz de suportar seu peso, suas pernas se dobraram e se viu de joelhos com Adam continuamente se movendo sobre sua pele e cabelo. Ele deslizou pelos cabelos dela da raiz às pontas, então escorreu ao longo das pontas e pelas costas macias dela, deslizando em sua parte traseira e alisando seu caminho através de todas as fendas que conseguiu encontrar antes de passar sobre ela para fazer tudo novamente. Jasmine só experimentou alguns instantes disso 400 anos atrás, mas mesmo assim, nunca compreendeu o quanto erótico
e esmagadorame nte prazerosa tal coisa poderia ser. Se viu à beira de um orgasmo, que mal conseguia entender. Sentiu-o dentro de seu corpo, sentiu-o fluindo por ela numa penetração de líquidos que era enganosament e simples, mesmo que não fosse. Adam recuou e solidificou num homem de carne ardente, seus sentidos inundados com tudo que descobriu sobre ela, e seu pau duro enterrado profundamente dentro dela. A alteração da água para carne era simples e chocante ao mesmo tempo. As mãos de Adam estavam a puxando por suas coxas
retesadas, fazendo-a se sentar e montálo e empurrando sua ereção muito mais profundamente dentro dela. Jasmine respirava com dificuldade, agarrando os ombros com toda sua força, não intencionalment e empurrando a ferida que ele sofrera e levando-o a sangrar de novo. Mas, pela primeira vez em sua vida, Jasmine encontrou um chamado muito mais imprescindível que o cheiro de sangue fresco. Ainda mais que o chamado do cheiro de sangue de seu companheiro. Quando? Oh, quando foi a última vez que sentiu tanto prazer com a conexão física de seu corpo com o de
outro? Nunca. Oh, nunca. Ela admitiu descontrolada mente e livremente para si mesma. Ela acabara de voltar para casa. Ela encontrou o lugar que sempre procurou. Isso, ela percebeu, era o lugar que sempre seria capaz de ficar. Isso a manteria acima do solo. Isso tornaria o mundo maravilhoso, com um prazer lindo e irresistível para cada dia de sua vida por vir. Jasmine gozou forte e com um êxtase incomparável. Adam sentiu a felicidade nos pensamentos dela, e também se sentia subjugado, pelo seu próprio senso selvagem de ter voltado para casa, finalmente. Ele
sentiu o orgasmo acertá-lo como uma tonelada de tijolos e não queria nada mais que se atirar dentro dele, fazer com que ambos tivessem a percepção que eram, simplesmente, feitos um para o outro. Como se houvesse um buraco num ponto, se separaram, e agora estavam reunidos finalmente. Isso trouxe lágrimas aos seus olhos. Em parte porque sabia o quão importante essa sensação de voltar a casa seria para ele no futuro, enquanto aprendia a se adaptar ao novo mundo que no qual se encontrava. Isso, sabia, seria o que o manteria são, manteria a saudade de casa sob
controle, faria com que suas perdas doessem menos e sua sorte parecesse muito maior. —Doce Destino. Doce, doce Fortuna. Um homem pode encontrar o amor em apenas um dia? — Perguntou à ela, mesmo quando ela jogou a cabeça atrás e gritou para o teto. Ele viu as lágrimas escapando dos cantos dos olhos dela, e isso o fez feliz, enquanto ele se segurava. Queria dar-lhe esse prazer novamente. E de novo.
A tensão trancada no corpo dela subitamente se liberou e ela relaxou em seu abraço, seu
torso líquido, carne contra carne. Ela ofegou pelo ar que não precisava, com as mãos alternadamente agarrando os músculos dos braços, então relaxou. —É amor ou apenas uma louca predisposição genética? — Ela perguntou em voz baixa. Ele não percebeu que ela tinha sequer ouvido o grito de descontrole. Ele também estava surpreso que estava tão calma sobre isso. A ideia de amor devia ser tudo o que ela mais temia. —Eu não tenho medo, — ela o corrigiu. —Tenho medo de ficar decepcionada com ele. Ela levantou a cabeça e encontrou os olhos dele,
entendendo que o verde profundo que ela via era, agora, um reflexo dos seus próprios, em mais maneiras do que ela poderia pensar naquele momento. —Eu não tenho medo, — ele se ouviu dizer, mesmo tendo se surpreendido por ter dito. — Não, é verdade. A Marca era um sonho tão distante para mim.Tão distante, que eu apenas presumia que nunca iria acontecer. Mas no momento que entendi o que aconteceu, quer fosse com um vampiro ou com um grão de poeira, entendi que era destinado. Isso foi feito para mim e seria o certo para mim. —Gosto disso, não sou melhor do que
um grão de poeira. — Ela farejou a ideia, mas ele sabia que ela estava brincando. —Talvez deva me provar o contrário, hein? — Adam caiu para a frente, jogando os dois no chão, as costas dela batendo num tapete e seu corpo absorvendo o dele. —Talvez devesse, — ela concordou. Em seguida, usando a força do seu corpo inteiro, ela o empurrou mais, invertendo suas posições sobre o tapete. Ela sentou-se sobre ele, uma mulher orgulhosa e fantástica, mais que ele jamais teria pedido, mais que jamais teria esperado. — Sim, deve se lembrar que sou mais do que um demônio como
merece, — ela o provocou. — Continue provocando pequena vampira. Eu sou sua única fonte de jantar hoje à noite. Parece-me que não vou alimentá-la. —Não? — Ela se moveu numa ondulação erótica do seu corpo, cavalgando bem em cima dele, enviando arrepios de prazer por todo o corpo dele. — Mas você tem seus próprios apetites poderosos. Por que não os alimentamos juntos? Ele gemia, tentando agarrá-la pelas coxas elegantes. —Preciso ser convencido, — confessou com uma exalação áspera. Jasmine sorriu.
Ele deveria saber apenas pela virada presunçosa dos lábios dela, que estava tramando algo. Levantouse de seu corpo, deixando-o deslizar livre de seu calor e umidade, levando-o a proferir um som claro de protesto, com as mãos tentando agarrá-la antes que pudesse escapar ainda mais. Mas ela não foi longe. Aquela respiração reflexiva dela deslizou por sobre o abdômen dele enquanto trazia sua boca para o nível da cintura dele, sua língua se lançando de imediato para lamber o comprimento dele da ponta à base e depois cada vez mais
lentamente de novo. As mãos de Adam se afundaram cegamente no cabelo dela, enquanto seus olhos fechavam com prazer. Ela
abaixou a cabeça e tomou-o em sua boca, uma forte pressão e imediatamente ela chupou com força contra o céu da sua boca de novo. Então, aliviou um pouco, a saliva dela molhando-o enquanto sua língua dançava sobre ele provocando arrepios de prazer. Adam nunca sentira nada parecido. Estava tão duro e pesado, crescendo mais pela segunda vez ... ou assim sentia. O desejo de
gozar o inundava tão nitidamente do mesmo jeito quando estava dentro dela. Suas mãos agarravam rispidamente os cabelos dela, e ele expulsou um som áspero de necessidade. Eu preciso de você! E eu preciso de você, ela rebateu. E esse foi o momento em que sentiu as presas dela pulando ao longo de seu comprimento. Ela mordeu com força. Sob qualquer outra circunstância, Adam imaginaria que seu primeiro instinto seria dar um soco nela e depois afagar numa bola ferida, sua masculinidade danificada.
Mas essa não era outra circunstância. Este era sua companheira de Marca, e sua mordida provou ser a coisa mais próxima do nirvana que jamais conheceria. Ele explodiu em sua boca, uma mistura de sangue e todas as essências mais primitivas. Ele gozou de uma forma que foi além do físico, o orgasmo arrebentando cada vaso sanguíneo e todos os nervos de uma só vez. Ela bebeu dele como se houvessem negado alimento por toda sua vida e finalmente fosse dada a oportunidade de sugar. Ele sentiu o prazer inundar através de sua mente, sentiu como se ela estivesse
anestesiada e revigorada, ao mesmo tempo. Então a sentiu alcançar seu limite de prazer e de saciedade física. Ele se preparou para a segunda mordida, mas ainda estava despreparado para isso. Ele sentiu os coagulantes e anticorpos queimando através dele, mas era como um ato totalmente novo de felicidade, em vez de algo prático e útil. Adam caiu deitado de costas, as mãos deixando o cabelo dela e indo para os seus. Teve que fechar os olhos porque sempre que olhava para cima, o teto de pedra gravada e os arcos mouros no seu quarto, começavam a girar em torno dele, fazendo-o
sentir incrivelmente tonto e desancorado do seu mundo. A língua dela o acariciava e sentiu a pele de seu corpo estremecer. Era demais. Mais que qualquer criatura poderia suportar. A impressão deve ter esvoaçado pela mente de Jasmine, porque imediatamente se afastou dele. Ela subiu pelo comprimento do corpo dele, e caiu pesadamente sobre ele. Ela começou a rir em explosões de humor suave, rolando um pouco para lá e para cá, como uma mulher profundamente no auge de sua vida. —Sabe o que mais gosto nisso tudo? — Ela perguntou. —Hmm? — Ele grunhiu.
—Nunca vamos sexo chato e nem à moda antiga. Nenhum de nós o faz de maneira monótona e convencional. —Espero que não, — ele concordou. —Então ... Eu acho que isso é bom. Eu não me importaria muito.
Adam riu. —Bem, estou confortado. —Estou tentando dizer que aceito sua marca, — ela ressaltou. —Percebi isso, — ele disse. Ele não se incomodou em dizer a ela que realmente não teria nenhuma escolha nisso. Eles já eram mais do que isso.
Ambos estavam muito conscientes disso. Esta era a maneira de Jasmine de tomar o controle de algo que sobre o qual simplesmente não conseguia controlar. —Estou feliz. Decidi que realmente gosto de você, Jasmine. —Disse que estava apaixonado, — ela ressaltou. —E em menos de um dia. — Ele abriu um olho para ver como ela o olhava de maneira presunçosa, porque certamente parecia. Estava obviamente muito satisfeita consigo mesma. —Eu disse isso. Tenho que admitir, acho sua natureza irascível, sua fibra, e sua tendência a
querer torturar aqueles que a rodeiam bastante charmosa. Jasmine riu dele. — Verdade. Sou todas essas coisas, — disse ela, soando muito orgulhosa de si mesma por isso. —Mas também é muito mais sensível do que gostaria de admitir para os outros, capaz de uma beleza ardente em todas as coisas ao seu redor, e leal para com aqueles que foram abençoados em ganhar sua lealdade. Você é firme em seu direito moral, embora seus métodos nem sempre sejam apropriados. — Ele estendeu a mão para empurrar a ponta do seu cabelo atrás. — Você é linda, evocativa, e
nunca encontrei nada igual. Diga-me: com tudo isso como eu poderia resistir a te amar? Jasmine de repente sentou-se e se afastou, puxando seu robe do gancho perto de sua penteadeira e se fechando dentro do tecido macio, amarrando o cinto extraordinariam ente apertado. No momento que Adam ficou de pÊ, estava girando a esfera de cristal novamente, ocasionalmente quebrando seu estudo dela, para olhar acima para o espelho acima da mesa. Ele sentiu sua insegurança, seu medo, e o fluxo de seus pensamentos. Adam veio para seu lado, estendeu a mão para
segurar seu rosto em sua mão grande. Apesar de sua resistência, ele a fez olhar para ele. —Não esconderei e nem mentirei. Não desejo isso, — ele disse baixinho para ela. —Não pode haver nada além da verdade entre nós, mesmo quando queremos mentir para nós mesmos. Sua respiração ficou presa. —Eu não te amo, — ela explodiu, a declaração um pouco mais dolorosa que ele esperava que fosse. —O amor virá quando estiver pronta para deixá-lo vir, Jasmine. Mas sei que já está aqui. —Pare com isso! Eu não te amo! — Ela pegou a
esfera com uma mão e a atirou tão forte quanto podia. Ele pegou-a contra seu esterno com um grunhido de dor. Ela usou a ação para escapar dele, saltar direto através do vidro escurecido e fora da janela. — Jasmine!
Ele gritou seu nome, correndo atrás dela, depois de seu mergulho, antes mesmo de ouvi-la gritar. Luz solar. Em toda parte, tudo ao mesmo tempo. O desespero e a dor emocional oprimiram seus instintos, fazendo-a esquecer que o sol estava alto no céu.
Não havia uma nuvem à vista, mas vieram enquanto ele mergulhava atrás dela, caindo em alta velocidade até a altura maciça do muro da fortaleza. As nuvens vieram com mais velocidade que jamais conseguira antes, mas não rápido o suficiente para impedir que a pele e cabelo dela, explodissem em chamas. Ele a alcançou com ambas as mãos, sabendo que não conseguiria agarrá-la, mas desejoso de fazer alguma coisa. Qualquer coisa. E então, de repente, ele sentiu uma fonte de água aparecer diante dele. Jasmine, ainda mais que Jasmine. O fogo ao longo
de seu corpo, se encharcou enquanto sua pele ficava líquida, lançando gotas de volta para ele. Caíram no chão, Jasmine primeiro, num esguicho de água violenta, e depois Adam, da mesma forma. Mas Adam sabia como voltar a ser uma forma coesa e Jasmine não, então teve que reunir todas as moléculas de água que ela se tornou, e, lentamente, com os braços em volta dela, ele a reformulou para o que deveria ser. O cabelo dela estava queimado, sua pele também, mas era Jasmine novamente. Jasmine sua companheira. Jasmine a bela. Jasmine a Vampira.
Jasmine, que podia se tornar água. As nuvens esconderam o sol, a chuva começou a cair para mantê-la fresca e protegida, enquanto ele a levava para a entrada próxima da fortaleza e finalmente foi capaz de fechá-la atrás de uma porta, em segurança. Ela estava gemendo de dor, fraca demais para ficar de pé, cambaleando, enquanto tentava evitar tocá-la primeiro. Mas ele desistiu, transformou-se em água e se envolveu em torno dela como uma bainha, de refrigeração e proteção. Ele a salvou, ajudando-a a se fortalecer e guiando seus passos. Ele não desejava
alterar sua forma enquanto ela estivesse tão ferida e machucada, sem saber que danos mais poderia fazer. Quando os demônios ficavam feridos, mudando sua coesão molecular, poderiam causar uma grande dor. Ele encontrou um banheiro nas proximidades, guiando-a, e, enchendo a banheira, a abaixou na água. A banheira ampla e profunda permitiu que flutuasse. —Eu me curarei, — ela resmungou, sua voz queimada pelas chamas que haviam sido engolidas por sua garganta enquanto ela gritava. —Sei que irá. Sei que precisa de muito mais
tempo do que um par de minutos no sol, para matar um vampiro. É ... é uma das melhores formas de torturar um vampiro. Expôlos ao sol e deixá-los imolar por horas. —E você conhece a técnica muito bem, — ela respondeu asperamente. —Como pode amar algo que odiou por tantos anos? — Ela queria saber.
Adam percebeu que não era que ela duvidasse de seus sentimentos. Queria saber como conseguiu mudar a si mesmo em tão pouco tempo. Ela queria saber se seria
capaz de mudar. —Para mim, não é sobre vampiros ou demônios. Não quando se trata de você. Nunca foi. Tentei sustentar meu ódio entranhado de sua espécie contra você, e falhei uma e outra vez. Não era pelo Vampiro que estava me apaixonando. Era por Jasmine, — ele disse baixinho para ela, acariciando a ponta dos dedos, transformandose em água, contra sua têmpora. —Foi sempre Jasmine. E uma vez que percebi que você nunca poderia caber em meus preconceitos, os preconceitos tiveram que derreter. Foram projetados para caber em todos os vampiros.
Todos os vampiros eram isso. Todos os vampiros eram aquilo. Mas você não era nada disso, então descobri que não poderia continuar a fazer tais suposições abrangentes sobre sua espécie. Isso me fez perceber o quanto vinha trabalhando há algum tempo para manter essas suposições. —Então me diga, pequena vampira, o que está se esforçando para esconder, que não irei me encaixar corretamente? Jasmine virou o rosto, deixou-se absorver tranquilamente na água por um longo minuto. Ele sentiu o efeito dos pensamentos fantasmas
descontrolada mente, na mente dela. —As emoções sempre me decepcionaram , — disse ela, finalmente, sua voz já soando suave. Ela perdeu as sobrancelhas e cílios, e seu cabelo estava quebrado na água. —Por 500 anos quis me sentir mais do que era, mas isso nunca mudou. Não importava o que eu procurasse, como tentasse. Então, desisti. Eu só ... desisti. Então Damien me disse que havia encontrado a resposta. Mas como ele poderia? — Ela exigiu com raiva. —Eu já tinha dado por perdido. Tudo estava acabado. E não poderia ter a chance que ele pudesse estar errado.
Claramente o amor estava trabalhando para ele, mas que garantia eu tinha que ia funcionar do mesmo jeito para mim? —Disse que estava com ciúmes de Syreena? Eu não estava, — disse ela suavemente. —Estava com ciúmes de Damien, — Adam percebeu suavemente. Jasmine explodiu em soluços, a mão tentando cobrir o rosto, mas seu rosto estava muito sensível ao toque. Ela fora deixada crua e exposta de mais de uma maneira. Adam subiu na banheira e a rodeou suavemente, combinando com a água ao seu redor, para ternamente lavá-la. Mas deixou seus ombros, peito e
pescoço todo, dando à ela um ponto de força para se segurar. Ele tocou com os dedos molhados o rosto dela, absorvendo as lágrimas salgadas tão rapidamente enquanto caíam, por isso não teriam a oportunidade de pingar sobre ela. — Jasmine, — ele sussurrou abafado em seu ouvido. — Não vou embora e não vou levar meu amor, seu amor, e todas essas emoções brilhantes que está sentindo finalmente, para longe de você. Estamos aqui para ficar juntos. Precisa dar a si mesma permissão para apreciá-los. Tem esperado tanto tempo por elas. — Ele respirou. —Eu sei. Eu sei que
eu te deixei uma vez. Mas se soubesse... —Ainda teria ido para salvar seu irmão, — disse ela. —E nem você nem eu nunca saberemos quantas vidas mudou ao fazer isso, Adam. Ruth se foi. Derrotada pelo menos. Acho que estou feliz. Sofri uma vida monótona em alguns séculos, considerando as possibilidades. Pode imaginar o
Nightwalkers 06 TWKliek
que seria daqui a dez anos, se Jacob morresse nas mãos de Ruth? Vinte anos? Pode imaginar o poder que Ruth ganharia com Nico ainda vivo ao seu lado? As pessoas que teria machucado? —Vi os olhos da menina, Adam, — Jasmine disse em voz baixa. —Estava morta por dentro. Ela era... parecia que esperou 400 anos só para sentir aquele momento de vida do jeito que era para ser sentido. Ela se virou em seu abraço aguado para olhar para ele. —Eu deveria levar essa lição para meu coração, — disse ela. — O presente é
tão precioso. Não deve ser desperdiçado. Oh meu Deus, olha o que quase fiz! — Ela levantou a mão queimada do rosto, tocando a aspereza do rosto na necessidade de se arrumar. O detalhe, a dimensão do mesmo, a realidade dela, fez seu peito se expandir com emoção. —Você nunca quis se machucar, — disse ele, cobrindo sua mão onde estava pousada contra ele. — Só fugir. —Nunca em minha longa vida, perdi a noção do sol. Como isso é possível? —O medo pode nos cegar para muitas coisas. Assim como o preconceito. Eu poderia ter muito bem matado você
no momento que nos conhecemos. Teria destruído meu coração sem perceber. —Isso me leva a perguntar quantos de nós fez exatamente isso? Em todos esses anos de várias guerras uns com os outros. Quantos Nightwalkers destruíram sua própria felicidade, em nome de algo tão tolo como guerras, ou tédio, ou leis, ou dezenas de outros tipos de bobagens que colocamos em nosso caminho? —Dez? Cem? Milhares? Nunca podemos saber sobre o passado. Apenas seguir em frente no futuro. —Sim, — ela respirava, puxando ao alcance da sua boca, —Vamos
fazer isso. Vamos nos mover para o futuro, Adam. Adam sorriu, tocou seus lábios suavemente nos dela, e deu um aceno de cabeça.
EPÍLOGO Windsong estava no prado, deixando o vento soprar sobre seu corpo, através de seu cabelo e contra seus ouvidos, sua própria música, um som especial. Harrier estava sentada numa rocha a uma curta distância, mantendo um olho nela. Mal a deixou fora de sua vista desde que Damien retornou com ela para Brise Lumineuse. O sequestro reforçou descontrolada mente os temores sobre
a aldeia e outros estranhos entrando em sua esfera. Eles tolamente pensaram que, se mantivessem suas cabeças baixas, tudo estaria bem. Mas acreditava que a Mistral Windsong só estava se destruindo com sua paranóia e medo. Seu isolamento evitava a socialização, mesmo com outros Mistrals. Suas taxas de natalidade eram quase nulas. Windsong não conseguia nem lembrar da última vez que um casal trocou votos Mistrals.
Começou uma família. Harrier pulou fora de
sua rocha e veio até ela, a brisa despenteando seu cabelo bonito, a fazendo compreender como ele era bonito e que vergonha seria se nunca se aventurasse e encontrasse uma noiva, nunca encontrasse alguém para fazer igualmente lindos bebês. E isso não levando em consideração o extraordinário dom de sua voz. O mundo sofreria uma grande perda se esse dom nunca fosse passado para gerações posteriores. Mas como ela sabia, Harrier acreditava que os Mistrals insulares se erradicariam no futuro. Pelo menos, era assim que ele sentia antes de
sua captura. Ela se perguntou se o medo reavivou dentro dele. Se sua visão mudou. — Harri, somos os mais antigos da nossa espécie. Somos responsáveis pelo futuro do nosso povo. Sabe disso, né? — Sempre soube, — ele concordou, sentando ao lado dela e passando um braço em volta dos seus ombros. — Também sempre soube que vê o futuro mais claramente que qualquer outra pessoa que conheço. Acredito... parte de mim acredita que se deixou capturar, Windsong, a fim que algumas coisas acontecessem. Acho difícil acreditar que não teve a
visão desse encontro. — Não inteiramente, — ela concordou. — Nada é tão claro para mim. Mas já vi muitas outras coisas. Vejo outras maneiras pelas quais minha interferência é necessária. — Ela sorriu suavemente para ele. Minha felicidade pessoal... passarão alguns anos antes de chegar nesse ponto. Mas você e alguns outros Lyric, e seu amiguinho Thrush— nunca vão encontrar seu futuro se todos continuarem se escondendo do mundo. Nenhum de nós. — Os moradores não acreditam nisso. Estão definindo seus caminhos. Estão com medo.
Windsong encontrou os olhos firmemente. — Então devo encontrar uma maneira de acabar com seu medo. Harrier acenou. — Se alguém pode, é você, amor. Jacob vagava pelas cavernas a uma curta distância de onde Bella descansava e se recuperava. Só que ela não era completamente Bella ainda. Estava consciente, e melhorava a cada dia, mas era como se tivesse sofrido uma lesão cerebral traumática. Sua fala era lenta e difícil, os pensamentos desarticulados. Tinha pesadelos horríveis causadas pela infusão do mal cru e do poder
mágico que recebeu dentro de si. A conexão mental telepática que criaram juntos quando se marcaram, estava em silêncio. Gideon disse que ela se curaria com o tempo, e tudo voltaria um dia ao normal. Dormiria em paz, o repreenderia na sua cabeça, a unidade e harmonia que fluía entre eles lentamente voltaria. Ela apenas precisava se curar. Curar de uma forma que mesmo as impressionante s habilidades médicas e competências do corpo de Gideon, simplesmente não podiam realizar. —A mente e o cérebro humano são
muito complexos, — Legna disse, quando ele tentou que ela ajudasse também. — Posso trabalhar para ajudar a juntá-la, mas esse trauma só vai curar
por si mesmo em seu próprio tempo. Não vai respeitar nossas programações impacientes, não vai se curvar aos nossos desejos desesperados para vê-la de volta ao normal. Tem seus próprios métodos, e muitas vezes esses são os melhores métodos. Se a apressarmos, pode causar mais mal que bem. Isabella é a Druida mais complexa e
mais poderosa de seu tempo. Seu poder não conhece nada igual e, até agora, não conhece fronteiras reais. Tudo que ela experimenta parece fazê-la crescer em força quase a uma taxa exponencial. Só posso acreditar que quando voltar deste trauma, será ela mesma e até mais do que era antes. Não se preocupe, Jacob. Sinto muito fortemente que está no caminho de volta para você. Jacob sentia isso também. Não no início. Levou quase uma semana a observando gaguejar através de frases simples, tendo dificuldade para lembrar quem ele era, quem sua filha era,
antes que finalmente visse o vislumbre de esperança que estava procurando. — F... fez a g... garota vi... vir me... me v...v...er? —O nome dela é Leah, — Jacob lembrou suavemente pelo que devia ser a vigésima vez naquela noite. — E sim, ela veio ver você. Mas estava dormindo. Está lá fora brincando com as crianças Licantrópas. Quer que a traga para você? — N... não. D... deixe...a ...a se divertir. Jacob acenou com a cabeça, sentado ao lado dela na cama com uma escova de cabelo na mão. — Me deixe escovar
seu cabelo embaraçado — disse ele calmamente. — B... bem. — Ela se inclinou para a frente, seu corpo balançando enquanto tentava corrigir o equilíbrio e controle de seus movimentos. Então, descansou o rosto em seu ombro e ele sentiu que fechava os olhos. Ele escovou os cabelos em silêncio, precisando de alguns momentos de calma, alguns momentos que ela não estava se esforçando para tudo que fazia. —A... Asher, — ela disse suavemente. Era peculiar ouvir o nome do pai em seus lábios. Ele nem sequer percebeu que
ela sabia o nome de seus pais. Ele se inclinou para trás e ergueu o queixo para que ele pudesse olhar em seus olhos. — O que foi, florzinha? — Perguntou a ela. — A... Asher. P... para o g... garoto. — Fechou os olhos e balançou a cabeça um pouco, claramente se forçando a fazer direito. — O be... bebê. O... nosso filho. E lá estava ela. Bella. Sua Bella. Em seus olhos e naquele momento teimoso de lutar através de sua maneira, viu sua esposa, seu espírito pela primeira vez em dias. Lágrimas vieram rapidamente, e foi forçado a trabalhar duro para manter o
controle delas. Não a deixaria ver seu medo, mesmo quando a reação era mais de alívio que medo. —É um bom nome. Um nome forte — disse ele. Ela balançou a cabeça. Um aceno, suave e decisivo. E assim chamariam seu filho. Agora, na solidão da caverna, com nada além das paredes pintadas em torno deles, deixou exalar uma respiração instável, se deixou encostar numa dessas paredes de apoio.
—Jake. Jake. Ele não deixou ninguém em 400 anos
chamá-lo assim. Sinceramente, Adam foi o único que ele já deixou chamálo de Jake. Que era especial. Pessoal. Uma ligação que sinalizava que Adam era o irmão mais velho e Jacob o mais jovem. Adam era o protetor e mentor, e Jacob o que ele protegia e cuidava. Ele não teve o benefício e conforto dessas coisas desde o dia que Adam morreu. Desapare ceu. Foi levado embora. —Adam. — Jacob abriu os olhos e virou a cabeça para olhar seu irmão. Era como uma visão. Ou talvez uma alucinação. O Adam que conhecia estava todo lá, grande e
poderoso e ocupando tanto espaço nas cavernas fechadas com apenas a energia de sua presença. Só que estava escondido em roupas modernas, seu cabelo cortado mais rente a sua cabeça e aparado curto contra o colarinho. Estava incrivelmente arrumado. Fez Jacob rir. — Meu irmão metrossexual. Nunca teria imaginado. Adam levantou uma sobrancelha. — Espero que não seja um insulto. Está mais velho do que eu e, sem dúvida mais qualificado, mas não tenho nenhuma dúvida que me garanto contra você. Não vou tolerar que me desrespeite.
Jacob teve que sorrir. — É verdade. Sou realmente o irmão mais velho agora. — A ideia o divertia. Mas não por muito tempo. — Preferiria não ser, — disse ele gravemente. — E... — Ele parou. Não ia gastar tempo ou energia desejando coisas que simplesmente não podiam ser. — Sinto que devo pedir desculpas. Primeiro por minha filha e o que fez com você. Foi egoísta e muito injusto consigo. —E ainda, — disse Adam, — ela salvou inúmeras vidas. Protegeu um número enorme de inocentes, incluindo Noah e sua rainha. Se eu não estivesse aqui, não poderia ter desempenhado
um papel crucial na captura de Ruth. E sua filha me trouxe a este tempo, nesse momento perfeito, onde poderia reivindicar uma vampira como minha companheira Marcada. — Uma vampira... — Jacob ficou boquiaberto com ele. — Uma Vampira? —Jasmine e eu estamos Marcados. Algo que nunca foi aceito... —Jasmine ! — Jacob deixou escapar, incrédulo, cortando seu irmão. — Jasmine? Adam levantou a cabeça e estreitou os olhos em seu irmão. —Algo errado com Jasmine? — Perguntou ele friamente. — Eu... uh... não, —
Jacob disse sabiamente. — Gosto muito de Jasmine. Ela é uma lutadora forte e obstinadament e leal a Damien. Uma comandante fina da Rede de Sensores Nightwalker. Ela... — Ele olhou para seu irmão, levantando as sobrancelhas com um pouco de surpresa. — Ela é tão grande como você nesses aspectos. —Acho que vou tomar isso como um elogio, — Adam disse com um sorriso maroto. —Aproveit e. Duvido que terá outro, — Jacob disparou contra ele.
E assim
foi que
quatro séculos se derreteram para Jacob. Era como se estivessem de pé ao redor do anel de prática novamente, trocando farpas e gozações. Como se não tivesse se passado nenhuma hora. Adam sorriu e suspirou, olhando para seu irmão através dos cílios abaixados. — Fui muito duro com você? Como disse? Se eu queria deixar o trabalho para você ou não... se tornou seu. E sei muito bem o peso desse manto. Como pode ser pesado. Mas, herdá-lo de tal forma, e quando nunca aspirou a ele... Só posso imaginar o quanto deve ter sido difícil para você.
Jacob respirou e soltou lentamente enquanto olhava para aqueles luminosos olhos verdes, que lembrava tão bem como sabia seu nome. — Estive sozinho, Adam. Muito sozinho. O pior de tudo não era tanto ser obrigado a me tornar Executor, foi me tornar Executor sem o benefício da sua orientação. Perdi meu irmão. Não conseguia descobrir o que aconteceu com você. Procurei por respostas, mas nenhuma delas existia. Jacob deu de ombros. — Nada disso importa agora. Tenho minhas respostas e tenho meu irmão. Estava errado em chicotear você. Estava errado
em sentir qualquer outra coisa que não fosse gratidão por estar aqui. Jacob pegou a mão de Adam. Seu irmão a agarrou e puxou para perto. Adam abraçou Jacob com amor e força, com carinho que provavelmente não mostraria a ele há quatro séculos. Mas a semana passada com Jasmine ensinou muito sobre expor suas emoções e as reconhecer rapidamente, porque não sabia se teria a oportunidade de fazê-lo nunca mais. — Venha, — disse Jacob com o primeiro sentido real de retidão que sentia há dias, — há alguém que quero que conheça. Jacob desconsiderou a expressão
curiosa de Adam tempo suficiente para levá-lo de volta ao quarto de Bella. Adam viu a mulher de seu irmão, consciente e aparentemente alerta. Uma linda mulher com uma cabeleira encaracolada vermelha estava sentada na cama ao seu lado. Ela e o homem de pé ao seu lado olharam para ele juntos quando ele entrou. Era uma cópia exata de Jacob. Um pouco mais atarracado, talvez... mas não havia nenhuma dúvida do sangue que corria em suas veias. —Adam, — Jacob disse. — Quero que conheça seu irmão, Kane.
Fim
E s s a t r a d u รง รฃ o f o i S e i t a a p e n a s
p a r a a l e i t u r a d o s m e m b r o s d a
T i a m a t . Muita gente está querendo ganhar fama e seguidores usando os livros feitos por nós. Não retirem os créditos do livro ou do arquivo. Respeite o grupo e as revisoras.