Christine Feehan Jogo Mental Caminhantes Fantasmas 02
Possuidora de um extraordinário presente de telequinesia, Dahlia O’Blanc passou sua vida isolada de outras pessoas. E justamente quando pensa que finalmente obteve um pouco de aparência de paz, seu mundo bem orquestrado se vem abaixo, derrubando-se… Por uma razão que ela não pode adivinhar, transformou-se no alvo de mortíferos assassinos. Repentinamente nenhum lugar é seguro… nem sequer o refúgio secreto que ela estabeleceu faz muito tempo. Agora ela deve confiar em Nicolas Trevane… um guerreiro perigoso enviado para rastreá-la e protegê-la. Juntos geram um calor abrasador que Dahlia nunca imaginou que fosse possível. Mas ela pode confiar neste homem com seus segredos… especialmente quando algumas pessoas matariam por pôr suas mãos sobre eles? Disponibilização/Tradução: YGMR Revisão: Rosilene Revisão Final: Tessy Formatação: Gisa PROJETO REVISORAS TRADUÇÕES
Caminhantes Fantasmas 02
Capítulo 1 –Ela obviamente não vai colaborar outra vez. – o doutor Whitney se queixou e rabiscou ferozmente em seu caderno de apontamentos, claramente em algum lugar entre a exasperação total e a frustração – Não a deixe ter seus brinquedos outra vez até que comece a trabalhar. Já tive bastante de suas tolices. A enfermeira vacilou. –Doutor, talvez não seja boa idéia com a Dahlia. Ela pode ser muito… –Ela fez uma pausa, claramente procurando a palavra correta – Difícil. Isto apanhou sua atenção. Ele elevou a vista de seus papéis, a impaciência de sua face mudou para de interesse. –Tem medo dela, Milly. Ela tem quatro anos, e você tem medo dela. Por quê? –Havia algo mais que interesse científico em seu tom. Havia impaciência. A enfermeira continuava observando à menina através da vidraça. A menina tinha o cabelo negro brilhante, grosso e comprido e caía pelas costas em uma massa descuidada, desordenada. Ela estava sentada no chão balançando a si mesma, agarrada a uma pequena manta e gemendo suavemente. Seus olhos eram enormes, tão negros como a meia-noite e penetrantes como o aço. Milly Duboune sobressaltou visivelmente e afastou o olhar quando a menina girou aqueles olhos negros, velhos em sua direção. –Ela não nos pode ver através do vidro –Particularizou o Dr. Whitney. –Ela sabe que estamos aqui –A enfermeira deixou sua voz reduzida a um sussurro–. É perigosa, Doutor. Ninguém quer trabalhar com ela. Não nos deixa escovar seu cabelo ou dizer que deve se deitar e não podemos castigá-la. O Dr. Whitney levantou uma sobrancelha, pura arrogância cruzando sua face. –Todas estão tão assustadas por esta menina? Por que não fui informado? Milly vacilou, o medo estava fortemente gravado em sua face. –Sabíamos que lhe exigiria mais. Não tem nem idéia do que pode desencadear. Não dá atenção a eles depois de fazer suas demandas. Ela tem dores terríveis. Não a culpamos quando se enraivece. Desde que insistiu em que separássemos às meninas, muitas dão sinais de desconforto extremo ou, como no caso de Dahlia, um alto nível de dor. Ela não pode comer ou dormir corretamente. É muito sensível à luz e ao som. Está perdendo peso. Seu pulso é muito rápido, sempre está taquicárdica. Chora mesmo quando está adormecida. Não o choro de um menino, grita de dor. Nada do que temos feito a ajudou. –Não há nenhuma razão para que sofra dor – disse o doutor Whitney – Todas vocês mimam muito às meninas. Elas têm um objetivo, um objetivo muito maior do que podem imaginar. Vá lá e diga que se não cooperar, tirarei todos os brinquedos e sua manta. –Sua manta não, doutor Whitney, é o único ao que ela se agarra. É toda a comodidade que tem – a enfermeira sacudiu sua cabeça energicamente e recuou da janela – Se quiser a manta, vá você mesmo pegá-la. O Dr. Whitney estudou o desespero nos olhos da mulher com clínico desapego. Indicou à enfermeira que voltasse para quarto. 2
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–Veja se a pode persuadir com súplicas para que coopere. O que é o que quer mais que nada? –Voltar a estar no mesmo quarto, seja com a Lily ou com a Flame. –Íris. O nome da menina é Íris, não Flame. Não agrade sua personalidade simplesmente porque ela tem cabelo vermelho. Ela tem mais de um problema com esse temperamento. A última coisa que queremos é que Íris e esta – ele indicou à garotinha do cabelo escuro – estejam juntas. Vá e diga que poderá estar com a Lily se o que ela fizer me agradar. Milly respirou fundo e empurrou a porta entrando no pequeno quarto. O doutor abriu o interruptor para escutar a conversa entre a enfermeira e a menina. –Dahlia? Me olhe, carinho – Milly a persuadiu com enganos – Tenho uma surpresa para você. O Dr. Whitney disse que se o fizer bem, poderá passar um tempo com Lily. Você gostaria? Quererá passar o resto da tarde com Lily? Dahlia agarrou firmemente sua esfarrapada manta e assentiu com a cabeça, seus olhos eram solenes. A enfermeira se ajoelhou a seu lado e estendeu sua mão para afastar o cabelo de Dahlia de seu rosto. Imediatamente a garotinha se afastou, claramente sem medo, simplesmente evitando o contato físico com ela. Milly suspirou e deixou cair sua mão. – Certo, Dahlia. Tenta algo com uma das bolas. Vê se pode fazer algo com elas. Dahlia voltou sua cabeça e olhou diretamente ao doutor através do vidro. –Por que esse homem nos observava todo o tempo? O que quer? –Ela parecia mais um adulto que uma menina. –Ele quer ver se pode fazer algo especial –respondeu a enfermeira. –Eu não gosto. –Não tem por que gostar dele, Dahlia. Só lhe mostrar o que pode fazer. Você sabe sobre todos esses truques maravilhosos que pode fazer. –Dói-me quando os faço. –Onde te dói? –A enfermeira voltou seu olhar para o vidro também, um pequeno cenho franzido tinha começado a aparecer. –Minha cabeça. Dói-me a cabeça sempre e não posso fazer que pare. Só Lily e Flame fazem que se vá. –Só faz algo para o doutor e poderá passar a tarde com Lily. Dahlia se sentou silenciosamente durante um momento, ainda balançando-se, seus dedos dobrados fortemente sobre a manta. Atrás do vidro, o doutor Whitney conteve o fôlego e rabiscou na página de seu caderno depressa, intrigado pelo comportamento da menina. Ela pareceu sopesar as vantagens e inconvenientes e emitir um julgamento. Finalmente assentiu com a cabeça, como se outorgasse um grande favor à enfermeira. Sem acrescentar nenhum argumento mais, Dahlia colocou sua diminuta mão sobre a bola e começou a fazer pequenos círculos em cima dela. O Doutor Whitney se inclinou perto do vidro para estudar as linhas de concentração de sua face. A bola começou a girar no chão então se elevou sobre sua palma. Ela moveu a bola ao longo de seu indicador, mantendo-a girando uns centimetros em cima do chão em uma demonstração assombrosa de sua capacidade fenomenal de controle com sua mente. Uma segunda esfera se filiou à 3
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primeira no ar sobre sua mão, ambas as bolas giravam muito rapidamente. A tarefa parecia que não requeria nenhum esforço. Dahlia parecia concentrada, mas não de tudo. Ela deu uma olhada à enfermeira e depois no vidro, parecendo quase aborrecida. Ela sustentou as bolas girando no ar durante um minuto ou dois. Repentinamente deixou cair sua mão, apertando ambas as mãos contra sua cabeça, pressionando sua palmas fortemente contra suas têmporas. As bolas caíram no chão. Sua face estavam pálidas e tinha linhas brancas ao redor de sua boca. O Dr. Whitney amaldiçoou suavemente e deu um pequeno golpe a um segundo interruptor. –Que o faça novamente. Mas desta vez com tantas bolas como posso manipular. Quero a ação sustentada para poder cronometrá-la. –Não pode, Doutor, tem muita dor –protestou Milly – Temos que levá-la com a Lily. É a única que a ajudará. –Disse isso para sair com a sua. Como podem Lily ou Íris lhe tirar a dor? Isso é ridículo, são meninas. Se ela quer ver Lily tem que repetir o experimento e pode provar algo mais difícil. Houve um silêncio pequeno. A face da garotinha se obscureceu. Seus olhos ficaram negros como o azeviche. Ela cravou ferozmente seus olhos no vidro. –Ele é um homem mau – disse à enfermeira–. Um homem muito mau –O vidro começou a quebrar-se em forma de teia de aranha. Havia ao menos dez bolas de diversos tamanhos no chão perto da menina. Todas elas começaram a dar voltas loucamente no ar antes de bater uma e outra vez contra na janela. Os fragmentos do vidro se romperam e caíram no chão. Os pedacinhos voavam grosseiramente no ar, até que pareceu que cobriam de neve o vidro. A enfermeira gritou e saiu do pequeno quarto, dando uma portada atrás dela. As paredes se incharam para fora com a terrível fúria na face da menina. A porta se balançou sobre dobradiças. As chamas correram a grande velocidade acima da parede, rodeando a porta, um brilhante chiado alaranjado e vermelho, dispersando-se como uma tormenta. Tudo o que poderia mover-se foi levantado do chão e dava voltas no centro como se fosse um tornado. Acima de tudo isto, Whitney manteve a vigilância, fascinado pelo poder de sua fúria. Ele não se moveu nem sequer quando o vidro cortou sua face e o sangue escorregou até o pescoço de sua imaculada camisa.
A Dra. Lily Whitney–Miller desligou o vídeo e se voltou para enfrentar o grupo de homens que tinham estado observando a fita com a mesma fascinação enfeitiçada que o doutor tinha exibido no filme. Ela respirou fundo e o deixou sair lentamente. Sempre era duro observar seu pai comportando-se de uma forma tão monstruosa. Não importava quão freqüentemente olhava as fitas de seu trabalho, ela não podia compará-lo com o homem que tinha sido tão carinhoso com ela. –Esta, cavalheiros, era Dahlia à idade de quatro anos –anunciou ela–. Deve ter um dois anos menos que eu e acredito que a localizei. 4
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Fez-se um silêncio impressionante. –Ela era tão poderosa quando tinha quatro anos? Uma menina de quatro anos? –O capitão Ryland Miller rodeou com o braço sua esposa para reconfortá-la, sabendo como se sentia quando estudava os experimentos que seu pai tinha realizado. Ele cravou os olhos na fotografia da menina morena da tela – Que mais tem sobre ela, Lily? –Encontrei mais fitas. Estas são de uma moça recebendo formação avançada como algum tipo de operário de campo. Estou convencida de que é Dahlia. O código de meu pai é diferente nestes livros, e o sujeito em formação denomina como Novelty White1. Não o entendi a princípio, mas meu pai chamou a cada uma das meninas perdidas com as quais experimentou pelo nome de uma flor. A Dahlia freqüentemente a denomina como Novelty. Acredito que ele troca o nome de Dahlia com o de Novelty nestes experimentos. Estas fitas cobrem seus anos de adolescência e pré-adolescencia. Ela é uma moça excepcional, com um coeficiente intelectual muito alto e uma tremenda capacidade psíquica, mas as fitas são difíceis de olhar porque ela está aberta ao mundo exterior e ninguém a ensinou como proteger-se. – Como pôde sobreviver no mundo exterior sem saber proteger-se? –Perguntou um dos homens sentado nas sombras. Lily voltou sua cabeça para olha-lo, suspirando quando o fez. Nicolas Trevane parecia estar sempre nas sombras e era um dos Caminhantes Fantasmas que a punham nervosa. Ele estava sentado com tal imobilidade que parecia misturar-se com os arredores, mas quando entrava em ação, explodia, movendo-se tão rápido que parecia empanar-se. Parte de sua infância a passou em uma reserva com a família de seu pai, e depois esteve dez anos no Japão com a família de sua mãe. Sua face nunca parecia transmitir nada. Seus olhos negros eram sem vida e frios e a assustavam tanto como o fato de que era um franco-atirador, um renomado atirador capaz da mais mortal e secreta das missões. Lily dobrou sua cabeça para evitar examinar seus gélidos olhos. –Não sei, Nico. Tenho menos respostas agora do que tinha faz uns meses. Ainda estou tendo problemas tentando entender como meu pai pôde ter experimentado com meninas e logo outra vez em todos vocês. Quanto a esta pobre moça, esta menina virtualmente torturada, se li estas notas corretamente, foi finalmente treinada como pessoal do governo, e acredito que é possível que ainda a uzem. –Isso não é possível, Lily – objetou Ryland – Já viu o que aconteceu quando nós tentamos trabalhar sem uma âncora. Disse que seu pai tinha testado a usar impulsos elétricos em todas vocês. Já sabe quais são os resultados. O cérebro sangra e produz uma dor aguda. Palpitante. É impossível. Ela ficaria louca. O experimento que conduziu o doutor Whitney abriu todos nossos miolos, nos abandonando sem barreiras ou filtros naturais. –Somos homens adultos, já treinados, mas está falando de uma menina fazendo frente a demandas impossíveis. –Deveria te-la levado até a borda –Lily esteve de acordo. Ela sustentou o caderno – Tenho descoberto um sanatório prarticular que o Consórcio Whitney possui em Louisiana. 1
Tipo e cor de vários tipos de Crisântemos
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Está dirigido pelas Irmãs da Caridade. E ali têm uma paciente jovem – Ela olhou seu marido–. Seu nome é Dahlia O’Blanc. –Não irá me dizer que seu pai comprou uma organização religiosa –Raoul “Gator” Fontenot protestou. Ele precipitadamente se benzeu–. Não acredito que as monjas formem parte dos descobrimentos de Whitney. Lily sorriu. –Realmente, Gator, acredito que as monjas são algo fictício, como o é o sanatório. Acredito que é uma fachada para esconder Dahlia do mundo exterior. Como única diretora de todo o consórcio, pude investigar profundamente e parece que realmente ela é a única paciente, e além disso o Consórcio adquire todas as suas faturas, ela tem um grande fideicomisso a seu nome com depósitos regulares. Os depósitos coincidem com entradas que aparentemente indicam que meu pai suspeitava que ela estava sendo usada como um agente para o governo dos Estados Unidos. Pelo visto ele permitiu que fosse treinada e depois quando se voltou muito duro para ela, levou-a ao sanatório e, como sempre, quando as coisas saíam errado, abandonou-a sem nenhum seguimento – Havia um tom de amargura em sua voz – Penso que meu pai tentou criar um lugar seguro para ela ali, como criou esta casa para mim. Ryland dobrou sua cabeça para Lily, seu queixo esfregou a parte superior de sua cabeleira. –Seu pai foi um homem brilhante, Lily. Ele teve que aprender a amar já que não o aprendeu quando era menino – Era um estribilho que recordava freqüentemente desde que tinha saído à luz que o Dr. Whitney não só tinha experimentado com Lily. Eliminando os filtros naturais de seu cérebro para realçar suas habilidades psíquicas, ela não era sua filha biológica, como ele a tinha induzido a acreditar, era uma das meninas que ele tinha “comprado” em orfanatos estrangeiros. Houve outro silêncio. Tucker Addison assobiou suavemente. Era um homem alto, robusto com pele escura, olhos café, e um sorriso cativante. –O fez, Lily. Realmente a encontrou. E ela é uma Caminhante Fantasma como todos nós. –Antes que nos entusiasmemos muito, acredito que deveriam observar algumas das outras fitas de treinamento que encontrei. Cada uma destas estão etiquetadas com o Novelty! – fez gestos a seu marido para apertar o Play e iniciar a visualização das fitas. Lily se encontrou contendo o fôlego. Ela estava segura de que Novelty e Dahlia eram a mesma menina. –Segundo os registros, Novelty tem oito anos aqui – O cabelo da menina era espesso e tão negro como a asa de um corvo. Ela o tinha recolhido em uma tosca trança que pendurava até sua cintura como um grosso cordão. Sua face era delicada e fazia jogo com o resto de seu corpo, o cabelo espesso parecia avassalá-la – Estou segura de que é a mesma menina. Olhem sua face. São os mesmos olhos – Lily sentiu que a menina se separava do mundo atrás da massa de sedosos fios. Ela se via exótica, suas origens eram asiáticas. Como todas as meninas desaparecidas, o Dr. Whitney a tinha adotado em um país estrangeiro e a tinha levado a seu laboratório para realçar suas habilidades psíquicas naturais. 6
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No vídeo, a menina estava em uma barra de equilíbrio. Não caminhava cuidadosamente. Nem sequer olhava para baixo. Atravessou-a como se fosse uma ampla calçada e não uma estreita parte de madeira. Não vacilou no final da barra, mas fez uma cambalhota e aterrissou sobre seus pés, ainda correndo sem romper a pernada. Era pequena e estava muito longe para elevar-se de um salto e agarrar as barras que havia sobre sua cabeça, mas não pareceu notá-lo. Lançou-se para o céu, com suas mãos estendidas elevando seu pequeno corpo e chegou até as barras e se balançou sobre elas com facilidade. Um grito afogado coletivo disse a Lily que todos os homens estavam olhando. Ela deixou passar a fita. Todo o tempo a menina realizou habilidades assombrosas. Às vezes a menina ria em voz alta, trazendo para casa o fato de que ela estava sozinha no quarto com apenas as câmaras filmando sua incrível interpretação. Lily esperou até o final da fita e a reação que isto suportaria. Com todas as vezes que a havia olhado, ainda não podia acreditar o que via. A menina subiu sobre uma rede elevada a dois metros de altura e depois correu através do chão para o último obstáculo. Um cabo atravessava toda a longitude do quarto, curvando-se no meio a vários metros sobre o nível do chão. Novelty contemplou o cabo enquanto corria, aparentava certa concentração em sua face. O cabo começou a ficar rígido e quando ela saltou sobre o arame de aço, era uma corda grosa, sem a curva no meio, permitindo correr através dela até o final e saltar finalmente rindo. Houve outro silêncio quando Ryland foi trocar a fita. –Algum de vocês tem a capacidade de fazer isso? Os homens sacudiram suas cabeças. –Como o fez ela? –Ela manipula a energia. Todos nós o fazemos mas de uma maneira muito menor – disse Lily – Ela pode ir um passo mais à frente com um gasto mínimo. Estou disposta a apostar que gera um campo anti-gravitacional para levitar sobre o cabo. Poderia fazer-se por psycotelequinesia transformando a parte inferior do cabo em um supercondutor, e aplicando a técnica do Li–Podkletnov de fazer girar os núcleos dos átomos da parte inferior para gerar um domínio de anti-gravidade suficientemente poderoso para elevá-la. E isso explicaria como dançou em cima como se flutuasse! –Lily começou a olhar os homens, seus olhos expressavam excitação – Ela flutuava! Seu peso se reduziu quase a um nada pelo campo anti-gravitacional. –Lily – Ryland negou com a cabeça – O está fazendo outra vez. Tente falar em um inglês compreensível. –Sinto muito. Perco o controle quando me entusiasmo – admitiu Lily – Isto é incrível… estive procurando informação sobre as diferentes investigações do tema e o que é assombroso para mim é o que ela está fazendo com sua mente que é o que um par de cientistas só podem começar a fazer em laboratórios: Gerar anti-gravidade. Só que ela o faz muito melhor, parece que pode gerar anti-gravidade cada vez que quer. Ela o faz de tal maneira que os cientistas nem sequer se aproximam desse ponto. Os cientistas, e eu mesma, daríamos tudo por saber como o está fazendo a temperatura ambiente. 7
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Atualmente se precisa diminuir a temperatura abaixo de zero para criar os supercondutores. –Anti-gravidade? –repetiu Gator–. Não é isso um pouco desatinado? –E o que nós fazemos não o é? –perguntou Nicolas. –Bem, realmente a princípio pensei que era impossível também – concedeu Lily – Mas se, como eu, houvesse visto as imagens centenas de vezes, começaria a ver os detalhes. Aqui, volta a rebobinar até onde ela cruza o cabo. Agora observemos em câmara lenta. Vê? Ali onde o cabo começa a esticar-se? – Ela tocou a tela para indicar onde deviam olhar – Olhe aqui, no teto sobre o espaço que há em cima do cabo, vê esse arame elétrico conectado junto a duas luzes? Olhe, eleva-se, algo mais de 1 cm! Está vendo? E depois retrocede quando Dahlia salta para o final do cabo. Isto é exatamente o que esperaria ver se houvesse um campo anti-gravitacional, a ampliação para cima do cabo. Lily assinalou a imagem da jovem moça congelada na tela. –Olhem, está rindo, não aperta sua cabeça pela dor – Ela colocou outra fita – Nesta, abre ferrolhos rapidamente, no princípio pensei que uma máquina tinha que estar envolvida – A fita mostrava uma abóbada enorme com um sistema de complicados ferrolhos. Os ferrolhos se deslizaram rapidamente, os copos giraram e fizeram clique como se houvesse um modelo predeterminado. A câmara se concentrou completamente na pesada porta de modo que não foi até que eles ouviram a risada de uma menina quando a porta se abriu de repente e se deram conta de que Dahlia estava ali, abrindo as fechaduras com sua mente. Lily observou os homens. –Não é incrível? Ela nunca tocou a abóbada. Considerei algumas teorias… em primeiro lugar a clarão sonoro, mas isso não podia explicar a velocidade com a qual abriu a abóbada. Finalmente entendi. Ela diretamente intuía e desfrutava do estado de entropia mínima do sistema da alavanca de abertura da abóbada! Lily olhou triunfalmente para Ryland, ele lamentou empanar sua alegria. –Querida, estou tão excitado como você. Realmente, estou. O caso é que não entendi nenhuma só maldita coisa do que disse – Ele olhou ao redor do quarto com uma sobrancelha levantada. Os outros homens assentiram com suas cabeças. Ela golpeou ligeiramente com seu dedo sobre a mesa, carrancuda. –Bem, vejamos se posso explicar de uma maneira compreensível para vocês. Conhecem esses filmes onde os ladrões de casas põem um estetoscópio contra a caixa forte quando dá voltas no dial? –Claro – disse Gator – Sempre vejo essas coisas. Eles escutam pelos condutos até que faz clique. –Não exatamente, Gator – corrigiu Lily – Realmente escutam uma diminuição na intensidade do som. Escuta um clique com cada número que passa, e depois simplesmente escuta uma diminuição do som do clique quando uma das rodas entra no lugar. Por isso primeiro pensei no clarão sonoro, o qual como sabe, é como a clarividência, ver coisas a distancia em sua mente, mas isto é ouvir coisas a distancia em sua mente. –Mas você acha que é isto o que ela está fazendo? – perguntou Nicolas. Lily negou com a cabeça. 8
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–Não, tive que eliminar essa teoria. Não explica sua incrível velocidade. É mais, encontrei-me com que na abóbada do vídeo — como a maioria das caixas fortes fabricadas em 1960 — têm toda aula de proteções como copos de náilon e telas acústicas que as fazem bastante impenetráveis à acessibilidade de ferrolhos deste tipo. –Então Dahlia não o faz através do som – disse Nicolas. –Não, ela não o faz – Lily esteve de acordo – Estive algo perplexa durante um momento. Mas em metade da noite me ocorreu uma explicação muito mais simples; ela literalmente “sente” cada alavanca descendendo no lugar. Mas há mais. Acredito que tem aversão emocional pela entropia dos sistemas que é o que lhe dá a velocidade. –Fez que me perdesse outra vez, Lily – disse Ryland. –Sinto muito. A segunda lei da termodinâmica diz que a quantidade de entropia, ou de desordem no universo, tende a aumentar a menos que impeça de proceder. Pode ver a segunda lei em atividade em todas as partes. Um vaso que se quebra. Nunca vê um montão de pedaços desordenados em um vaso. Deixado assim, uma casa sempre tem pó, nunca está limpa. E os acrobatas, porque estão carregados com mola, sempre saltam fora de lugar, não no lugar, quando os tinham deixado em um lugar. Essa é a segunda lei de termodinâmica em ação… a desordem se mantém aumentando se as coisas estão estáticas. O que se pode aproximar mais é que Dahlia parte da natureza de que está contra a segunda lei. Em outras palavras, ela ama a ordem e despreza a entropia. –Mas isso acontece com muitas pessoas. Rosa é um osso duro de roer em referência à ordem da casa – disse Gator, falando de sua governanta – E sua cozinha tem que estar ordenada. Não nos atrevemos a mover nada a seu redor. Lily assentiu com a cabeça. –Isso é certo, mas na Dahlia é algo muito mais profundo. Porque ela é psíquica, realmente sente prazer quando intui os copos que caem do lugar. É por isso que abre a fechadura a um nível sentimental e intuitivo, motivada pelo prazer que lhe dá sua velocidade. Pensa no quanto rapidamente trocamos de posição quando começamos a sentir a dor ao nos queimar com uma estufa, ou como os reflexos fazem que se mova ao se golpear com um martelo. Estas são respostas reflexivas; não implicam nenhum tipo de pensamento, que é algo bom para essa mão queimada, porque o pensamento é muito mais lento. –Eu posso abrir pequenas fechaduras – confessou Ryland. Ele deu uma olhada em Nicolas – Você também pode. Mas confesso que tenho que pensar nisso. Tenho que me concentrar. –E nenhum de nós pode abrir fechaduras desse nível ou a essa velocidade – comentou Nicolas. Seu olhar permaneceu fixo na tela – Ela é assombrosa. –Estou de acordo contigo, Nico –disse Lily – É o mais perto do que se pode dizer, ela é psicocinética, move os copos do mesmo tipo para o lugar de maneira reflexiva. Não faz o fato mais lento por pensá-lo; ela se vê imediatamente recompensada por uma sacudida de prazer em seu sistema nervoso cada vez que move um dos copos para o lugar. E quando todos os copos estão no lugar… bom, por isso ela riu de tal maneira quando a porta se abriu de repente. Tinha pressa em fazê-lo – Ela engoliu seco e olhou longe deles – Meus 9
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modelos matemáticos seguem o mesmo sistema. Minha mente continuamente tem que trabalhar neles, e consigo rapidez quando os modelos encontram o clique de seu lugar. Nicolas assobiou suavemente. –Posso ver por que o governo queria que trabalhasse para eles. Lily ficou rígida. –Ela era ainda uma menina que merecia uma infância. Deveria ter estado brincando com seus brinquedos. Nicolas girou sua cabeça lentamente, olhando-a com seus olhos frios e negros. –Isso é exatamente o que ela parece estar fazendo, Lily. Brincar com brinquedos. Está furiosa com seu pai e com razão. Mas ele tentou fazer para esta menina o que fez para você. Seu cérebro tem que dedicar-se a padrões e problemas matemáticos todo o tempo; Esta garota requeria um tipo de trabalho diferente, mas ela obviamente o necessitava muito. Por que ela não foi adotada? – Sua voz era lacônica, quase monótona, mas suportava um grande peso e autoridade. Ele nunca elevava sua voz, mas sempre se fazia ouvir. Lily reprimiu um tremor. –Talvez esteja muito perto do problema – ela esteve de acordo – E você muito bem poderia estar correto. Parece que pode fazer tudo isto sem dor. Eu gostaria de saber por que. Até agora, com todo o trabalho que tenho feito, os exercícios para me fazer mais forte, ainda obtenho dores de cabeça fortes se uso a telepatia excessivamente. –Mas talvez você não seja uma telepata natural. Tem outros talentos que são assombrosos. Quando eu uso a telepatia, não me incomoda absolutamente – disse Nicolas. –Lily, você disse que as fitas da menina eram difíceis de ver – assinalou Tucker – mas ela parece estar bem nesta. Lily assentiu com a cabeça. –As fitas que implicam a formação vigente eram as mais difíceis para mim de olhar. A que estão a ponto de ver realmente cobre tanto suas tremendas habilidades como quão perigosa ela pode ser… e o custo de seus dons. O corredor representado na tela era muito estreito, um jogo de labirinto óbvio que representa vários quartos em uma casa. Uma dúzia de outros quartos se observavam em imagens menores no lado esquerdo da tela. Uma mulher pequena, morena apareceu, caminhando silenciosamente ao longo da parede. Ela entrou no labirinto e parou. Parecia estar escutando ou concentrando-se internamente. Os observadores podiam ver um homem grande curvado atrás de uma cortina de um dos quartos e um segundo homem localizado no teto que esperava a cair quase diretamente em cima do primeiro homem. A mulher era pequena, seu cabelo negro, liso e brilhante, recolhido para trás em uma rabo-de-cavalo descuidado. Levava postas roupas escuras e se movia com passos elegantes, fluídos, sigilosos. Quando parou, parecia formar parte das sombras, uma imagem ambígua, imprecisa, tão leve que poderia formar parte da parede. Os observadores piscaram várias vezes para conservá-la no campo de visão. –Ela é capaz de turvar sua imagem o suficiente para enganar quem a olhe – disse Ryland com temor – Seria útil para nós aprender. 10
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–A focalização e concentração requeridas são incríveis – indicou Lily – Mas isto lhe custa. Ela esfregou suas têmporas duas vezes, e se olharem estreitamente sua face, está suando. Obviamente pode sentir as emoções daqueles que estão esperando para atacá-la. Observei sua formação em artes marciais. Ela lia a mente de seu opositor, esperando antecipar-se a fazer tudo o que o outro ia fazer. Ela usa suas capacidades psíquicas assim como as físicas. –Ela não vai armada – assinalou Nicolas. –Não, mas é que não precisa – assegurou Lily. Eles observaram à mulher chamada Novelty entrando infalivelmente no quarto da direita, sem incomodar-se em comprovar se estavam vazios os quartos que havia entre ela e os dois homens que a esperavam para fazer uma emboscada. Ela confiou em seus instintos e sentidos psíquicos muito desenvolvidos. –É tão condenadamente pequena –disse Gator – Parece uma menina. Não pode pesar mais de 45 quilogramas. –Talvez – disse Lily – mas observa-a. É letal. A mulher se moveu com absoluta confiança até que se encontrou contra a parede mais próxima ao homem curvado atrás das cortinas cobrindo a abertura de um armário. –Ela coloca sua mão contra a parede, como se tentasse tocar algo – disse Lily – talvez energia? Era ela tão sensível? Um humano pode sentir a energia através da parede com a suficiente força para lhe permitir sentir sua presença, ou está lendo seus pensamentos? Novelty se separou da parede em total silêncio, mas ficou com os olhos cravados nela durante vários minutos, lentamente varrendo seu olhar para cima como se pudesse ver o teto no outro quarto também. As paredes lentamente se enegreceram. A fumaça entrou em torrentes no vestíbulo. As chamas agressivas saltaram através da parede para o interior do quarto e subiram depressa para o teto, alcançando avidamente a ambos os homens. Quase imediatamente o quarto inteiro foi engolido pelas chamas, o qual detonou um sistema de aspersão automática. Foi o único que salvou de uma morte terrível os dois homens que foram fazer a emboscada. –Ela produz calor – disse Ian McGillicuddy. Ele era um homem enorme, com os ombros largos e um corpo muito musculoso. Seus escuros olhos café estavam fixos na tela, observando as chamas com temor – Eu não faria caso deste dom em particular. –Oh, maldição – interpôs Nicolas. Ian assentiu com a cabeça. –Oh, maldição – esteve de acordo com ele. A jovem saiu da casa e se encaminhou para as árvores, pressionando com ambas as mãos a cabeça. Ela se afundou sobre seus joelhos, caiu para trás, e entrou imediatamente em uma violenta convulsão. As câmaras permaneceram fixas nela quando o sangue gotejou de sua boca. Em vários segundos ficou imóvel sobre a terra. Ryland amaldiçoou e se afastou dando a volta. Seu olhar se chocou com o de Nicolas. Cravaram os olhos o um no outro durante um comprido momento de compreensão. Lily fez uma pausa na fita, deixando a inquietante imagem da mulher atirada sobre o terreno. 11
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–O que lhe causa essa dor? Revisei todas as notas de meu pai e olhei as outras fitas de seu treinamento. Em cada fita onde ela está sozinha, pode realizar toda espécie de façanhas incríveis e quase fantásticos, mas se houver outro ser humano a curta distância, ela sofre grandes dores e freqüentemente desmaia. –As emoções a afligem? – adivinhou Gator – Sem um ancora ela está exposta a todas as emoções. Os homens do quarto estavam assustados e zangados e se sentiam manipulados pelos que os tinham contratado. Suponho que não gostaram da situação de estar sendo quase assados vivos. –Talvez – refletiu Lily – mas acredito que é mais complicado do que pensamos. Não estou segura de que ela leia as emoções, ou ao menos não como a maior parte de nós o fazemos. Nicolas contemplou a tela durante muito tempo, estudando a imagem da mulher inconsciente. –Ela não sentiu a presença de seus adversários da mesma maneira que o sentimos, não é? Isto não são emoções, é algo mais. –Acredito que poderia ser energia – disse Lily – Meu pai não entendia a respeito de âncoras, não realmente. Quando ele realizou o experimento a primeira vez com todas nós meninas, ele pensou que só tínhamos amizades próximas. Não entendeu que algumas de nós apanhávamos a sobrecarga de emoções que emitiam as demais, lhes permitindo funcionar. Novelty, ou Dahlia, não é um ancora… ela necessita uma para funcionar sem dor. Se olhar com atenção, durante a maior parte do treinamento gravado na fita, ela está sozinha. Construíram uma casa para ela, parecida com a que forjaram para mim, ali estava isolada das pessoas. O Dr. Whitney acreditava que podia ler as mentes da mesma forma que muitos de nós o fazemos, e pensou que desta maneira a defendia de suas emoções. –Soube tudo isto a partir de suas notas? –perguntou Ryland – Como de perigosa explica que é ela? Lily encolheu os ombros. –Ele falou da necessidade de afastá-la da sociedade várias vezes, embora seguisse permitindo que esta formação ocorresse. Estudei todas as fitas que tinha, e ela não ataca a menos que se veja obrigada a defender-se. Certamente, durante seus anos adolescentes, aprendeu um pouco de controle sobre suas capacidades. Lily pôs o resto das fitas, uma atrás da outra. Ela já as tinha visto, as cenas angustiosas da mulher que, ela estava segura, era Dahlia praticando artes marciais, antecipando-se a cada movimento antes que se fizesse, derrotando a cada adversário apesar de seu pequeno tamanho e a falta de peso; mas indevidamente sofrendo o colapso em forma de espasmos musculares, com vômito e sangue gotejando de sua boca e de seus ouvidos às vezes. Ela nunca gritou; meramente balançava a si mesma, pressionando suas mãos sobre sua cabeça antes de seu último espasmo. As fitas representavam a formação do que, muito provavelmente era para trabalhos secretos, e cada vez que a mulher chamada Novelty terminava a ação, enroscava-se como uma bola em posição fetal. Observar as fitas fazia que Lily se sentisse doente. Uma vez que seu pai descobriu que Dahlia não poderia trabalhar sob as condições que eles esperavam, ele deveria ter suspenso seu treinamento imediatamente. Infelizmente, ela sempre realizava a tarefa antes 12
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de sofrer o colapso. Recordando as anteriores fitas da teimosa e vingativa menina no laboratório, Lily se perguntou o que mantinham sobre sua cabeça para obrigá-la a trabalhar para eles quando ela tinha uma vontade o suficientemente forte para recusar. Em vez de olhar as fitas se dedicou a observar as reações dos homens. Ela queria enviar o mais pormenorizado atrás de Dahlia. A mulher tinha sofrido traumas durante anos. Necessitava a segurança da casa Whitney, com o amparo das grossas paredes e o pessoal compassivo e de bom coração, tudo o que eram barreiras naturais de maneira que eles não pudessem projetar as emoções à equipe de Caminhantes Fantasmas. Seu pai tinha proporcionado uma casa segura, e ela tinha decidido, por sua parte, compartilhá-la com os homens com os quais seu pai tinha experimentado. Lily olhou suas faces e pela primeira vez sentiu o impulso de rir. Por que tinha pensado que seria capaz de lê-los? Silenciavam seus pensamentos atrás de máscaras inexpressivas. Estavam muito bem preparados pelas forças armadas, cada um deles tinha recebido treinamento especial muito antes de ser recrutados pela brigada dos Caminhantes Fantasmas. Ela esperou até que a última fita foi visionada e o impacto nos homens foi do mais profundo. Dahlia O’Blanc era o tipo de mulher que qualquer homem quereria proteger. Muito pequena, muito miúda, com enormes olhos tristes e a pele perfeita. Ela se parecia uma boneca com sua pele, olhos e o abundante cabelo azeviche. Lily sabia que Dahlia necessitava de ajuda, uma grande quantidade de ajuda, para poder ajustar-se a viver no mundo outra vez. Estava determinada a dar a Dahlia tudo o que o Dr. Whitney tinha deixado de provê-la. Uma casa, um santuário, pessoas as quais poderia chamar família e contar com elas. Não seria fácil convencer a Dahlia para que retornasse ao mesmo lugar onde tinha feito o dano inicial. Ryland colocou seu braço ao redor de Lily e dobrou sua cabeça para a dela. –Tem lágrimas nos olhos. –Todos outros deveriam, também – disse Lily e piscou rapidamente – Meu pai levou sua vida, Ryland. Ninguém a adotaria e lhe daria uma casa. Ninguém poderia adotá-la. Não sei até onde poderemos ajudá-la. E por que confiaria ela em mim? –Irei por ela – disse Nicolas repentinamente. Inesperadamente. E não desejado. Lily fez um intento de bloquear seu horror. Ela tomou fôlego profundamente e o deixou sair. –Você recentemente retornou dessa missão no Congo, Nico. Sei que não foi agradável. Precisa descansar, não outra missão. Não posso lhe pedir que vá. –Você, não me pediu isso, Lily – Seus escuros olhos a imobilizaram. Segurando-a – E, além disso, não me pediria, mas não tem importância. Sou uma âncora, e posso dirigi-la. Estou aqui e tenho uma longa permissão. Irei. Lily quis protestar, mas não podia pensar em que motivos podia lhe dar para parálo. Zangava-se ser tão transparente para o Nicolas, podia ver que ela estava inquieta quando estava a seu redor. Não era que não gostasse, mas a assustava com seus olhos tão frios e sua resolução implacável. Isto não ajudava quando ela sabia de sua capacidade. – Pensei que Gator conheceria melhor a área e a encontraria mais facilmente. –Esta era a melhor desculpa que tinha. 13
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Nicolas simplesmente a olhou. – Vou atrás dela, Lily. Se tiver que me dar papéis para me autorizar chegar ali e trazê-la aqui, faça-os. Partirei em uma hora. – Nico – protestou Ryland – Não teve mais que duas horas de sono. Acaba de chegar a casa. Ao menos descansa esta noite. Lily soube que nenhum dos homens discutiria com o Nicolas. Eles nunca o faziam. E ela não tinha nenhuma boa razão para discutir com ele. Dahlia estaria segura com ele. Ela voltou o olhar para o Gator com a esperança de que ele se oferecesse a ir. Mas ele não a olhava. É obvio, os homens se colocariam solidamente atrás de Nicolas. Ela suspirou e capitulou. –Farei que Cyrus Bishop prepare os papéis que lhe darão o poder de tirá-la. Sabemos que podemos confiar no Cyrus para ficar tranqüilos – Lily tinha tomado seu tempo para confiar no advogado da família depois de inteirar-se da magnitude dos segredos escondidos por seu pai, insegura justamente que tão profundamente Cyrus Bishop tinha estado envolvido. Experimentar nas pessoas, sobre tudo com os meninos, era monstruoso, mas Peter Whitney a havia provido de uma vida doméstica carinhosa e uma infância maravilhosa. Ela ainda lutava por entender os dois lados de seu pai. Ryland esperou até que sua esposa saiu do quarto antes de voltar-se para o Nicolas. –Se ela se inteira sobre esse pequeno arranhão que quase terminou com sua vida, ficará furiosa, Nico. “Tenho que ir, Rye”. Nicolas indicou excluindo os outros falando telepaticamente para garantir a privacidade. Tinha levado largos meses de pratica para poder dirigir uma comunicação telepática para uma só pessoa e liberar a outros da audição, mas era uma ferramenta muito útil, e Nicolas tinha trabalhado duramente para aprender esta habilidade. “Lily os tem a todos emanando simpatia por esta mulher. Alguém capaz de gerar um campo antigravitacional ou produzir o tipo de calor para produzir fogo ou de trocar a estrutura de um cabo é perigosa. Cada um dos homens hesitaria em fazer o que fosse necessário se ela os incendiasse. Eu não o farei”. Ryland expulsou seu fôlego lentamente. Nicolas sempre soava igual. Tranqüilo… impassivelmente lógico. Ele se perguntou se existiria algo que agitasse a tranqüilidade de Nicolas e alterasse sua natureza. “Confio em você, Nico, mas Lily tem medo por esta mulher. Ela sente que seu pai privou a Dáhlia de tudo o que se merecia. Uns pais, uma casa, uma família, essencialmente uma vida”. “Ele o fez. Lily carrega com sua culpa, e não o deveria fazer. Ela também é uma vítima como esta pobre mulher, mas nada disso troca o perigo de alguém tentando persuadir a Dahlia de deixar seu familiar santuário. Não vê o que lhe têm feito, Rye? Se a usarem como uma agente como Lily suspeita, mantêm-na sob controle porque ela precisa voltar para a casa do pântano. Não fica mais remedio que voltar. Não pode viver fora desse ambiente, assim é que faz tudo o que lhe dizem e sempre retorna. Não precisam controlá-la; Sabem que ela tem que retornar”. Nicolas ficou de pé e se espreguiçou, escondendo o rictus de dor quando seu corpo protestou. As balas o haviam atingido muito perto do coração para sua comodidade, e ele ainda estava recuperando-se. 14
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Ele tinha estado desejando algum período de inatividade. Sua equipe imediatamente se aproximou. Ian McGillicuddy, Tucker Addison, e Gator estavam bastante cansados e necessitavam descanso. Ele sabia que esperavam o acompanhar. Nicolas os olhou com cenho fechado. –Vocês pensam que não posso manipular essa pequena mulher por mim mesmo? Os homens intercambiaram abertos sorrisos. –Acredito que não pode manipular a nenhuma mulher, Nico – respondeu Tucker – E menos uma como esse pequeno cartucho de dinamite. Temos que prosseguir e nos assegurar de que ela não lhe chuta o traseiro. –Estou de acordo – disse Gator – Parece que ela poderia fazer mal de verdade a um boneco de pano como você. Ian bufou com desdém. –Ela poderia se pôr a correr se vir sua cara de pena através do pântano. Poderia pensar que foi algum monstro do pântano enviado para arrastá-la para as negras profundidades. Ela precisa ver chegar um homem bonito para levá-la a casa. –Não será você, verdade? – Gator lhe deu uma cotovelada – Conheço os pântanos, Nico, e sei que você dará muitas voltas. Ryland observou os homens rindo e gastando brincadeiras com Nicolas. Todos eles sabiam que Nicolas poderia ser mandado fora só ao mais profundo da selva ou ao deserto durante meses e sempre retornava com o trabalho feito. Não importava… podiam dizer tudo o que quisessem sobre o que pensavam dele, e Nicolas tomaria tudo de bom grau, mas finalmente, ele deixaria atrás a sua equipe. Todos eles tinham estado no Congo e tinham passado semanas infiltrando-se em povos e acampamentos inimigos para conseguir informação vital. Usando seu talento psíquico durante longos períodos de tempo, especialmente defendendo-se dos grupos grandes, que os drenavam de maneira extraordinária. Todos precisavam descansar. Nicolas se ocuparia primeiro de seus homens e os protegeria de Dahlia O’Blanc apesar de qualquer simpatia que pudessem sentir por ela. “Faz todo o possível por tranqüilizar Lily”. Ryland encontrava muito mais fácil usar a telepatia esses dias. O exercício que Lily insistia que os homens deviam fazer diariamente tinha acrescentado não só seu controle, mas também a construção de barreiras que seu pai tinha derrubado com seu experimento para realçar a todos eles. Lily trabalhou duro para pô-los em forma, esperava lhes dar as ferramentas necessárias para poder viver no mundo exterior com famílias e amigos. Enquanto isso, ela generosamente compartilhava sua casa e seu tempo, trabalhando com todos eles. Só fez amá-la ainda mais. Ele queria que Nicolas encontrasse a maneira de reconfortar a Lily. Nicolas não era o tipo de homem que mentia até para fazer que Lily se sentisse melhor. “Se estiver dentro do possível, trarei de volta a Dahlia. Isso é o melhor que posso fazer”. Ryland assentiu com a cabeça e deixou os homens para que o adulassem. Olhou para cima a uma câmara e assentiu no caso de que Arly, seu homem de segurança, observasse quando foi em busca de sua esposa. Encontrou-a em seu quarto, olhava fixamente fora da janela para os grandes jardins que os envolviam. –Lily, ele prometeu trazê-la a casa por você. 15
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Ela não se virou. –Não é que eu não goste dele, Ryland. Espero que saiba. Espero que ele saiba. É só que pode ser tão impassível. Ela necessita de alguém que a queira e a cuide de todas as coisas pelas que passou. Não acredito que Nicolas seja capaz desse tipo de compaixão. –Então acha que a razão pela que deixa a seus homens é o dever? Ele os cuida e vela por eles. Ele faz cada trabalho perigoso por si mesmo, Lily, e me acredite, o que você pede é um risco muito perigoso, muito alto. –Ele é capaz de matá-la – protestou ela. –E ela também é capaz de matar a ele. Lily olhou o pesar em seus olhos. –O que meu pai fez? Capítulo 2 O bote abriu caminho entre o lodo verde do riacho de Louisiana, o motor soprava lenta e firmemente. O céu tinha afastado o azul por uma colagem incrível de rosados, vermelhos, e laranjas. A noite fechada se abatia rapidamente, e no pântano começava a vida. As serpentes faziam plaf na água e os lagartos rugiam uns aos outros antes de deslizar-se nos pântanos cobertos por algas. O ar era pesado com abundante umidade, tão quente; o calor gotejava através das roupas de Nicolas. O suor correu gota a gota em sua pele e gotejou sobre seu peito e seu abdômen. Os insetos abundavam em forma de nuvens sobre as águas a fim de que os peixes se equilibrassem sobre eles e os morcegos desciam em picado. O bote continuou sua viagem através do labirinto de canais para a pequena ilha que Nicolas procurava. Uma variada coleção de aves habitava o pântano e a maioria ignorou sua presença, mas algumas espécies maiores bateram suas asas e se foram voando como se sua presença as incomodasse. As garças brancas, cormorões, garças e íbis se elevaram sobre o ar, sobrevoando o pântano procurando uma nova posição. As rãs formavam um coro que coaxava, o som aumentava de volume, o musgo cinza pendurava em forma de fios nos ramos das árvores, fazendo sombras macabras na escuridão. Nicolas encontrou uma beleza incomum a seu redor. Ele observou várias espécies de tartarugas e lagartos, alguns nadavam, mas muitos estavam nos troncos ou nas árvores. Enquanto o bote se movia através do canal, Nicolas olhou com atenção sob a água, fascinado por parecer um espelho negro, refletindo as árvores e as cores violentas do firmamento. Ele sempre tinha desfrutado da solidão de sua profissão. Encontrava paz na natureza, e o riacho lhe oferecia uma visão surpreendente de outro mundo. Ele tinha sido criado em um mundo à parte, acompanhando a seu avô pelas montanhas durante semanas, até meses. Aqueles eram tempos alegres, um jovem aprendendo de um ancião sábio sobre os caminhos da terra, do mesmo modo que ele poderia correr livremente e jogar como o menino que ele era. Nicolas riu das lembranças e ofereceu um silencioso agradecimento a seu avô, fazia tempo que se foi, mas sempre acreditava que estava perto. Nicolas sabia que pertencia a esta terra selvagem. Estava onde se sentia como em casa. Freqüentemente pensava que devia ter pertencido a outra época quando havia muito 16
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menos pessoas e mais terras selvagens. Estava muito agradecido a Lily pelo uso de sua casa e pelo trabalho que ela fez com eles para lhes permitir viver no mundo exterior. O experimento de seu pai tinha exposto sua matéria cinza a assaltos contínuos das pessoas que havia a seu redor, e necessitavam a casa e o treinamento que Lily lhes provia. Mas Nicolas ainda tinha problemas estando tão próximo aos outros… tinha pouco que ver com o realce e tudo com seu fundo e sua natureza. Oferecer-se para recuperar à mulher no sanatório não era que o pusesse a salvo de seus companheiros de equipe, de sua própria compaixão. Era necessário que escapasse aonde ele sentia que podia respirar. Duas vezes Nicolas consultou o mapa que Lily tinha conseguido. O labirinto de canais de irrigação e canais fazia que fosse fácil perder-se. Alguns canais eram tão estreitos que o barco mal passava, enquanto que outros eram bastante amplos para ser considerados como um lago. O pai de Lily, o Dr. Whitney, deliberadamente tinha escondido o sanatório em uma ilha, em sua maior parte terra pantanosa, coberta de vegetação e ainda primitiva. Era tão profundo o labirinto de canais que inclusive os caçadores locais tão somente tinham uma vaga idéia de onde se encontrava. Lily tinha encontrado um mapa detalhado entre os papéis do Consórcio, mas até com o mapa e seu sentido da orientação infalível, Nicolas tinha dificuldades para encontrar a ilha correta. Ele ainda procurava quando chegou a noite, fazendo mais escuro o pântano e complicando sua missão. Duas vezes teve que rebocar o bote através dos canais, afogados pelos canos, e até com a constante luz da lua, era difícil de ver se as formas que havia na escuridão da água eram lagartos ou troncos flutuantes. Quando o bote bordeou uma pequena ilha ele divisou várias aves levantando o vôo para o ar desde alguma posição atrás de umas grossas árvores. Imediatamente notou em sua pele um formigamento e seu ventre se revolveu. Nicolas desligou o motor do bote. Foi à deriva, esperando em silêncio, escutando os sons dos pântanos. Os insetos tinham estado zumbindo e as rãs coaxando. Agora estavam silenciosos. Nicolas imediatamente se deslizou sob o barco de modo que seu corpo fosse muito mais difícil de descobrir. Ele podia deslizar-se pela água se era necessário tinha estado perto dos jacarés em mais de uma ocasião mas queria guardar suas armas secas se era possível. Nicolas evitou o embarcadouro e o mole inclusive o gasto atalho que conduzia ao centro da ilha. Ele sabia que a ilha era esponjosa e provavelmente estava cheia de ralos pelos quais um viajante incauto podia cair, mas era mais seguro ir por ali que ir por um caminho onde alguém poderia montar uma emboscada. E ele tinha a certeza de que alguém estava esperando na zona de espessos arbustos. Ele atracou o bote em uma pequena enseada a 92 metros do mole e atrás de uma curva, fora da vista. Nicolas se meteu silenciosamente na água até os joelhos, levando o bote atrás dele para atá-lo a uma árvore. Foi um processo lento, guardando-se de salpicar quando avançou com dificuldade através do lodo até que esteve em um terreno mais elevado. Ainda estava no pântano. A grama crescia selvagem e alta e multidão de arbustos e flores preenchiam os espaços que as árvores não ocupavam. Nicolas se moveu em silêncio, como fazia a maior parte de sua vida. Ele tinha crescido na reserva e tinha passado muito tempo de sua infância com seu avô Chamán que 17
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acreditava nos antigos modos. Automaticamente evitou as folhas e as pequenas ramas secas, e com suas capacidades realçadas, era capaz de ocultar sua presença à fauna quando abriu passo através do esponjoso pântano para o terreno mais elevado onde o sanatório estava localizado. Escutou disparos ao longe. As aves gritaram e se elevaram como uma nuvem para o ar. Nicolas correu para o som, aproximando-se do edifício. Os arbustos e as árvores eram muito mais espessos nos terrenos elevados; obviamente plantados e colocados em amplas cercas, obscurecendo a vista da grande estrutura. Quando atravessou uma grossa sebe para a grama, ouviu o rangido bem definido de um rádio e instantaneamente se deixou cair, ficando imóvel até que pôde determinar a posição exata do guarda. O som que transportava a noite, era especialmente o da água. O guarda estava mais interessado na ação que se levava a cabo no edifício então ele pôs seu olhar na água. Seu olhar fixo estava no terreno mais elevado e por duas vezes amaldiçoou sob seu fôlego, acariciando sua arma. Nicolas soltou o fôlego lentamente. Isto não era nenhum golpe de aficionado. Nenhum drogado em busca de dinheiro. Era uma equipe de exterminação profissional, que se movia com precisão militar, golpeando com força e rapidamente, deixando só aos mortos atrás. Lily tinha pedido informe nos lugares incorretos, e deviam ter enviado uma equipe para eliminar todas as provas. Dahlia O’Blanc estava em uma lista negra e a esquadrilha a eliminaria. A advertência do radar gritava. Colocou-se em meio de uma operação de alto nível. Nicolas não tinha nenhum modo de saber se Dahlia tinha sido agarrada dentro do sanatório ou se por algum milagre ela estava fora. Tinha formação e habilidade e obviamente era completamente perigosa. O fato de que houvesse fogo aberto dentro do edifício podia significar que ela estava ainda viva e resistia. Independentemente do caso, ele não podia se permitir perder tempo. Tinha que passar o guarda e ir em sua ajuda. Manobrou para diminuir a distância com sua presa. Nicolas estava ao descoberto, a poucos passos do guarda. Ele lamentava não ter a capacidade de Dahlia de turvar sua imagem. Em troca, contava com o talento de persuadir seu inimigo de mudar seu caminho. Ele sussurrou a sugestão “empurrando” na mente do guarda para que ficasse olhando para a água. O guarda vibrava de entusiasmo, impaciente por fazer uma matança. Qualquer matança. Nicolas se elevou sobre o leito de rosas como uma sombra gigantesca, envolvendo o homem, tragando-lhe suas mãos rápidas e sua folha afiada. Ele murmurou à terra e ao céu uma súplica de perdão e ofereceu ao universo sua pena por tirar uma vida justo quando deixou o corpo silenciosamente na água pantanosa e ativa. Atravessou a terra esponjosa tão rápido como podia se deslocar sem se arriscar a afundar. Se Dahlia estava no edifício, a equipe invadiria até suas capacidades. A porta dupla da entrada principal estava aberta como se o convidasse. Os minúsculos fios de fumaça foram à deriva, junto com o aroma de gasolina e sangue. Nicolas explodiu a entrada, rodando como uma bola e ficando em pé, rastreando o quarto com sua arma, seus olhos se adaptaram ao interior mais escuro. Dois corpos estavam caídos no chão. 18
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Observando cautelosamente de soslaio a porta que conduzia ao sanatório, Nicolas se aproximou dos corpos. Bernadette Sanders e Milly Duboune estavam mortas, cada uma executada com uma só bala na testa. Este caso em particular o incomodou, a vista delas sem vida, o atoleiro de sangue, empapando os corpos desembaraçados sobre o chão. Não havia nada que ele pudesse fazer por elas. O escritório tinha sido destruído, os arquivos preparados para serem queimados. Nicolas se moveu rapidamente, sabendo que tinha pouco tempo. Ele se encontrou no que obviamente era um ginásio com todo tipo de aparelhos para fazer exercícios e equipamento que o dinheiro podia comprar. O quarto estava pouco destruido, mas cheirou a gasolina salpicada pelas paredes. Não havia nada que pudesse conseguir no quarto assim escolheu uma porta que o conduziu a um grande vestíbulo. A porta estava entreaberta, um aberto convite, mas seus instintos de sobrevivência o avisavam. Ele ficou ao lado da porta e observou cautelosamente. As chamas lambiam as paredes e a fumaça ondeava de vários lugares sobre o chão. Uma mesa e várias cadeiras estavam derrubadas e havia vidros quebrados por toda parte. Havia vários homens no quarto, todos armados. A gasolina salpicada sobre as paredes e o chão, empapava a mesa e as cadeiras. Um deles gritava a um homem que havia no chão. Duas vezes deu um chute no homem caído e uma vez o golpeou fortemente com o extremo de sua arma sobre as costelas. –Onde infernos está, Calhoun? Ela deveria ter estado aqui. –Vá para o diabo, Dobbs. –O sangue caía pela face de Calhoun e empapava sua camisa. Ele cuspiu um pouco de sangue sobre o chão – Faz muito que se foi e nunca vai encontrá-la. Dobbs reagiu ao insulto instantaneamente, girando sua arma para a perna estendida do homem e apertando o gatilho. Calhoun gritou. O sangue salpicou as paredes. Um homem que Nicolas via riu. Nicolas apontou e disparou, um tiro, mortalmente preciso, derrubou-o antes que Dobbs caísse no chão sem vida. Imediatamente as balas foram cuspidas como se fossem chuva pelas paredes e a entrada, procurando o Nicolas quando a equipe exterminadora procurou vingança cegamente. Nicolas já tinha subido, preferindo usar o teto como refúgio, esperando que o primeiro homem atravessasse a porta, sabendo que acreditariam que tinha escapado para outro quarto. Ele tombou desalinhadamente como uma aranha por cima de suas cabeças, imóvel, uma sombra no escuro interior. As oscilantes chamas laranjas e vermelhas não o alcançavam. Se desdobrariam e iriam em sua busca e isso os dividiria fazendo um inimigo muito mais fácil. Ele esperou como sempre o fazia. Tranqüilo. Paciente. Adiantando-se ao seguinte movimento de seus inimigos. Nicolas os ouviu conversando. O grito agônico de Calhoun quando alguém obviamente o moveu com mais pressa que cuidado. Dois homens se aproximaram da porta e se meteram dentro da sala em silencio com ele. Dividiram-se, um para a direita, o outro para a esquerda com um padrão de busca, comprovando cada canto da sala. Nicolas permaneceu completamente quieto, só moveu seus olhos, observando, medindo a distância entre ele e sua presa. 19
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“Dahlia?”, Nicolas ouviu o nome claramente em sua cabeça. Escutou a dor anexa à voz, os pensamentos. Ele vislumbrou um redemoinho de medo e uma sacudida de determinação. “Não pode me salvar. Saia daqui. Desaparece. É uma ordem”. Nicolas reconheceu a voz de Calhoun. Ele tinha que ser o manipulador de Dahlia. Havia várias dúvidas na mente de Nicolas já que ela tinha sido usada como espião, mas… Por quem? Para quem? E como Calhoun era capaz de falar telepaticamente? Nicolas tinha testemunhado muitos fenômenos interessantes e inexplicáveis com cada um de seus avós, mas além dos Caminhantes Fantasmas, os indivíduos realçados psicologicamente, nunca tinha escutado nada sobre a telepatia natural e genuína. Só podia supor que Calhoun era um dos Caminhantes Fantasmas. E isso queria dizer que o Dr. Whitney tinha realizado seu experimento com outros durante algum outro tempo. “Quem é você?”. Ele se estendeu mentalmente para Calhoun cuidadosamente. Um dos homens que registrava a habitação estava diretamente debaixo dele. Nicolas saltou como uma aranha, suas mãos agarraram a cabeça e a girou com grande força. O segundo homem girou a seu redor, com a arma pronta, mas tudo o que podia ver era seu companheiro caindo, como se estivesse em câmera lenta. O rifle, caiu de suas mãos, deu um forte golpe quando golpeou o chão, e o homem disparou para o som, uma saudação selvagem de balas sobre o chão, a parede e seu companheiro morto. Nicolas, já uma parte das sombras mais profundas, estava na metade do caminho para o outro lado da sala. Ele devolveu um só disparo, sussurrando o cântico da morte quando o fez. Seus avós o tinham ensinado o valor da vida – de todas as vidas, não simplesmente as que ele aprovava – e tomar uma vida não era um assunto sem importância. Não podia haver vacilação, mas devia haver pena. Cada vida formava parte do universo, e Nicolas acreditava que cada uma tinha um propósito. Não tinha obtido uma resposta de Calhoun. Nicolas já não podia sentir sua presença e isso queria dizer uma de duas coisas. Calhoun estava morto, ou tinha desmaiado. Se Calhoun deliberadamente se retirou, Nicolas confiava em que ainda poderia o sentir. Nicolas entrou na sala onde Calhoun tinha recebido os disparos e encontrou só sangue e chamas. Um rastro de sangue lhe disse que Calhoun tinha sido retirado da habitação. Ele se apressou através do edifício, procurando encontrar a qualquer outro ser vivo ou morto. Indo em busca de uma pista que indicasse onde estava Dahlia O’Blanc. Encontrou seu apartamento. Ou sua asa. Era um lugar grande e obviamente construído exclusivamente para a Dahlia. Tal como o Dr. Whitney tinha construído uma casa para a Lily, fazia o mesmo para a Dahlia e Milly e Bernadette estavam contratadas para encarregar-se de suas necessidades. As paredes da sala de Dahlia estavam cobertas de livros. Livros em todas as línguas. De texto, de consulta de cada tema. Havia jogos de pequenas bolas em diversas pedras preciosas em quase cada superfície. Nicolas agarrou várias e as colocou dentro de uma bolsa. Havia muitas bolas pequenas para que não importassem a Dahlia. Ele sabia que muitas pessoas do laboratório usavam bolas similares para aliviar a tensão. Na mesinha de noite havia quatro livros empilhados gentilmente em cima de uma manta de um menino pequeno, dobrada e esfarrapada. Ele os agarrou e os colocou em uma capa de travesseiro, olhando rapidamente ao redor para ver o que poderia ser bom 20
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para Dahlia. Ela manteria as coisas que tinham importância perto. Se ela sobrevivia à purgação, e ele conseguia levá-la para Lily Whitney, necessitaria objetos familiares a seu redor. O quarto estava extraordinariamente limpo, os livros ordenados alfabeticamente nas prateleiras. Ele encontrou um suéter leve feito da mesma lã que os que levavam as duas mulheres mortas. Obviamente o tinham tecido para a Dahlia. Estava dobrado gentilmente e colocado ao lado da cama em sua mesinha de noite. Dobrou-o e o colocou dentro. Só havia outro artigo perto da cama que era um ursinho de pelúcia vestido com um quimono. Tinha sido posto no travesseiro antes que ele o tivesse jogado para um lado. Dobrou-se para recolhê-lo. Uma bala se incrustou na parede onde tinha estado sua cabeça. Nicolas se atirou ao chão e começou a rodar, usando a cama como cobertura, subindo sobre um joelho e disparando, colocando um escudo de balas enquanto localizava a seu inimigo. Percebeu uma breve imagem de um homem baixando correndo pelo vestíbulo. E depois viu o grupo de explosivos, obviamente C4, um explosivo plástico que indubitavelmente destruiria não só a prova do assassinato, se não o próprio edifício. Ele aspirou ar em seus pulmões, forçando-se a se acalmar. Não tinha nem idéia de quanto tempo tinha antes que o sanatório explodisse, mas acreditava ter tão somente dois minutos. Alcançando a capa de travesseiro, colocou-a dentro de seu pacote impermeável enquanto corria atrás do homem que tinha tentado fazer a emboscada. Quande Nicolas se aproximou da porta da sala onde Calhoun tinha recebido os disparos, observou momentaneamente um movimento e se atirou a um lado, caindo sobre o quadril, rodando através do chão em uma volta de sino e colocando-se sobre seus pés a escassa distância de seu assaltante. Viu os olhos de seu assaltante abrir-se desesperadamente, mas o homem já estava caindo para trás, sua arma orvalhando o teto com balas. Nicolas murmurou seu cântico enquanto corria velozmente para a porta, com uma prece silenciosa para os deuses de seus avós para pôr asas em seus pés. –Só alguns minutos mais – Dahlia consolava a si mesma em voz alta. Não importava quantos fôlegos profundos tomasse, tinha uma forte sobrecarga e fragmentos de vidro pareciam cravá-la através de sua cabeça. Seus olhos cansados mal podiam distinguir o perigoso terreno. Um passo em falso e se afundaria entupida no terreno pantanoso. A terra sob seus pés era esponjosa, emaranhada com grosas gramas. O asqueroso fedor de água estancada impregnava o ar. Não havia mais que pedacinho de lua para derramar luz através do pântano. Na escuridão, os ciprestes se viam macabros, como se levassem muito tempo estirando os braços em lugar dos ramos. O musgo cinzento pendurava como serpentinas e pareciam roupas andrajosas revoando ocasionalmente por cima da água enegrecida. A brisa apenas se movia, de modo que o ar úmido e caloroso parecia apenas respirável. Dahlia pressionou seus dedos sobre suas têmporas e fez uma pausa, balançando seu corpo, balançando-se daqui para lá para consolar-se. As estrelas explodiam ante seus olhos. Seu estômago se sacudia. Ela levantou sua cabeça, de repente cautelosa. Deveria sentir-se melhor, não pior no pântano, longe das emoções humanas que violavam as paredes de seu cérebro desprotegido. Ela era de todos os modos, uma sombra na escuridão, turvando sua imagem para impedir aos olhos curiosos controlá-la. 21
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Havia algo ou alguém espreitando-a, esperando-a para entrar em sua rede. Seu coração se acelerou por medo por aqueles que chamava família. Suas enfermeiras, ou seus guardas, ela nunca realmente os tinha definido, mas eram tudo o que tinha conhecido a maior parte de sua vida. Milly e Bernadette. Elas eram mãe e irmã, amigas e enfermeiras para ela, mulheres que insistiam em que devia aprender a fazer coisas que lhe desgostavam. Ela freqüentemente brincava com elas sobre que o croché e o trabalho de tricô eram para anciãs, que a costura que bordavam lhe fazia entortar os olhos. Ninguém sabia dela ou de sua casa. Ela era humana, não muito normal, tão diferente que nunca poderia ser aceita no mundo. Tampouco poderia caber nele e viver comodamente. Ela tinha uma vaga idéia sobre sua infância, mas sobre tudo recordava dor. Vivia e respirava em seu corpo como se estivesse vivo. O único modo de apagá-lo era ir a seu santuário, a sua casa. E alguém a caçava, usando sua casa como uma armadilha. O conhecimento floresceu, quase consumindo seu cérebro, uma realidade sombria que ela não podia evitar. Sua missão tinha tido complicações inesperadas, mas o tinha sobressaído e sabia que ninguém a tinha seguido. Tinham encontrado outra forma de encontrar sua casa? Poderia ter se equivocado, mas tinha a absoluta certeza de que não a tinham seguido. Jesse Calhoun, seu manipulador, certamente a estava esperando. Ele era letal e rápido quando precisava sê-lo. Jesse lhe interessava porque ele era o único outro ser humano que ela conhecia que tinha capacidades parecidas com as suas. E se ele era também telepático, por que não lhe tinha advertido do perigo? Dahlia sabia ser paciente. Ela afastou a dor e esperou ali no pântano, inalando para tentar agarrar alguma pista. Escutando os sons. Havia só o plaf ocasional de alguma serpente que caía dos ramos elevados sobre as escuras águas. De qualquer modo, esperou, sabendo que o movimento se desenharia em seu olho. O cheiro faco da fumaça lhe chegava com a brisa. O fôlego ficou apanhado na garganta. Havia só um edifício que poderia alimentar um fogo. Ela necessitava sua casa. Não poderia viver sem ela. Se tomavam sua residência, também podiam colocar uma bala em sua cabeça. Dahlia deu dois passos a sua direita. Duvidava de que alguém conhecesse a maneira de atravessar o pântano. Os que a esperavam pensariam que chegaria de bote. Provavelmente observariam o mole. Ela andou com cuidado sobre o rastro, sabendo que poderia afundar-se no pântano se dava um passo em falso. Um lagarto se expressou com um grunhido em algum lugar próximo a ela. Dahlia meramente percorreu com o olhar rumo ao som, uma aceitação rápida da presença da criatura. Ela deu outro passo com cuidado para frente. Contou dez passos e deu um passo para a direita outra vez. O movimento no pântano era quase automático. Contou passos em sua mente, mas realmente se concentrava no aroma que chegava à deriva com a leve brisa. Dahlia olhou atentamente para a noite, seus instintos agudos e conscientes. Algo acontecia, algo terrível, e um temor escuro a afligiu. Se aproximou de sua casa pelo norte, a passagem só era realmente segura através do pântano. Duas vezes teve que passar trabalhosamente através dele com as águas negras até os joelhos, usando os ciprestes para guiar-se no progresso. Dahlia tomou cuidado de não produzir nem um som, fazendo jogo com as criaturas noturnas, sintonizando assim com os 22
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insetos continuou harmonicamente e as rãs coaxaram com molesta repetição. Quão último queria era assinalar sua posição fazendo aos animais sair abruptamente de seu silêncio. Com muito sigilo e calma se moveu entre seu mundo e não os incomodou. Dahlia o podia fazer, mas requeria toda sua concentração quando seu coração golpeava como um alarme. O cheiro de algo ardendo sem chama a afogou quando se aproximou do sanatório. Podia distinguir a nuvem de fumaça negra e as chamas de cor alaranjada que emanavam de dentro do edifício. O sanatório foi construído em terra firme no centro da pequena ilha. Uma passagem de pedestres conduzia ao mole sobre o esponjoso terreno pantanoso mais elevado onde o edifício estava localizado. Dahlia tinha dado vários passos para sua casa quando a primeira onda de energia a golpeou tão forte que a pôs de joelhos. Violência… escura, malévola. Emanava do edifício e se imprimia nas paredes. Algo terrível tinha ocorrido. A energia vivia, voltou atrás pela seqüela que a havia criado. Morte. Ela a cheirou. Sabia que a esperava dentro do edifício. Dahlia lutava por respirar através do caminho de dor. Evitava a violenta energia sempre que podia, mas podia obrigar-se a suportá-la se era necessário. Já o tinha feito antes. Tinha que entrar. Tinha que saber o que tinha acontecido, e tinha que encontrar Milly e Bernadette e talvez até Jesse. Com resolução, fez entrar o ar em seus pulmões e se levantou. Sua língua umedeceu seus lábios secos. Era difícil concentrar-se com tanta dor, mas tinha aprendido a empurrá-la para a parte posterior de sua cabeça. E ela tinha que ver que era o que tinha acontecido. O que tinha deixado. Esta era a única casa que podia recordar. As únicas pessoas com as quais tinha contato que vivia com ela. Seus livros. Sua música. Seu mundo inteiro estava naquele edifício. Se manteve entre as árvores, correndo ligeiramente pela grama alta, com a brisa em seu contrário. Sabia que tinham deixado alguém. Alguém esperava sua chegada. A energia fluiu para ela e a confundiu. Ali estava a violência, emitindo zangadas e quentes ondas para seu interior para afligi-la e também havia uma fonte secundária, completamente diferente. Calma, centrada, paciente. O contraste era chocante. Ela nunca o tinha experimentado antes, e isto a fez até mais cautelosa. Quando se aproximou de sua casa, podia ver vários homens arrastando Jesse Calhoun para o velho caminho dos moles até o bote. Jesse dava a aparência de estar inconsciente e coberto em sangue. Suas pernas eram arrastadas inúteis e podia ver o dano, cru e feio igual à noite. –Jesse – Ela sussurrou seu nome e mudou de direção, apressando-se para ele, usando a coberta natural, com a incerteza de como poderia ajudar. Nunca levava uma arma. Fazia muito tempo que se precaveu de que não poderia sobreviver à tomada deliberada de uma vida. Havia muitos homens escapulindo durante a noite para o canal. Uma purgação. Os homens tinham vindo para matá-la, para exterminar sua existência. Por quê? Tinha completado sua missão. Tratou de aproximar-se, pensando que poderia ser capaz de espanta-los de Jesse com calor e fogo. O som de fogo fez erupção de dentro do edifício. –Milly. Bernadette. –Ela nunca tinha se sentido tão indefesa ou destroçada psiquicamente em sua vida. 23
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Os gritos se manifestaram quando Jesse despertou, lutando e brigando. Dahlia imediatamente seguiu o grupo de homens, estendendo-se para Jesse tanto como pôde. Não era particularmente telepática, mas Jesse o era, e ele sentiria sua energia e saberia que ela estava presente. “Jesse. Me diga o que fazer”. Um homem respondeu com voz dura, autoritária… E não era a de Jesse. “Não faça nada. Mantenha-se afastada daqui”. Ela se congelou, afundando-se na alta grama. Além de Jesse, ninguém nunca tinha falado dessa maneira. O mundo caía estrepitosamente a seu redor e nada tinha sentido. A sobrecarga de violenta energia a incitou a atacar, seu estômago se rebelava quando as ondas se apressaram sobre ela, sentindo a necessidade de consumi-la. Sua cabeça palpitava pela dor. Ela posou seus olhos em Jesse, esperando que ele se estendesse para ela, lhe dissesse o que estava ocorrendo. Ela viu um dos homens deliberadamente agachar-se e golpear com o extremo de sua arma sobre a perna de Jesse. Jesse gritou, um som terrível que ressonaria em seus sonhos durante muito tempo. Uma rajada de violência a golpeou fortemente, afligindo-a de tal maneira que a dobrou, mas ela enfocou seu olhar para o homem que tinha golpeado Jesse tão cruelmente. As chamas subiram rapidamente sobre ele, enormes chamas saltitantes, laranjas e vermelhas, como a parte superior de uma fogueira, estava tão enfurecida que não podia se controlar. O caos fez erupção. Vários homens dispararam balas em diferentes direções esparramadas, sem saber de onde chegava o ataque. Alguns começaram a rodar sobre seu companheiro com uma jaqueta para apagar as chamas. Um terceiro homem simplesmente deu um tiro em Jesse uma segunda vez, em sua outra perna. Dahlia nunca tinha ouvido tanta agonia em um grito. Ela estava doente, repetidas vezes, o poder da violenta energia formava redemoinhos ao redor dela e a golpeava com mais força da que jamais havia sentido. –Seguiremos disparando. Não pode contra todos nós. – Gritou o homem que disparou em Jesse. Mantiveram-se em movimento, uma unidade apertada agora, Jesse no meio, era levado arrastado enquanto os homens apontavam para fora com suas armas. Dahlia estava muito doente para se mover, para pensar. Ela amaldiçoou sua incapacidade para fazer algo mais que não fosse estar ali sentada, escondendo-se como um coelho na grama enquanto torturavam Jesse e o afastavam dela. Jesse, quem a tinha ensinado a jogar xadrez e dava mais alivio do que nunca tinha suposto possível com sua simples presença. Jesse com seu sorriso fácil, cativante. Ele era a única pessoa que brincava com ela. Nunca tinha sabido o que era brincar até que Jesse tinha entrado em sua vida. Deveria ter levado uma arma. Sabia como as usar. Agora só podia observar impotentemente até que estivessem fora de sua vista e escutar o motor do bote. Dahlia baixou rapidamente para os moles para ver dois botes desvanecer-se pelo canal. As únicas provas de Jesse era a terrível mancha de sangue. O atoleiro vermelho parecia negro brilhante na escuridão. Dahlia voltou para sua casa. A fumaça saía pelas janelas e as portas, indo à deriva para o céu. Ela podia ver as chamas lambendo as paredes. Jesse se tinha ido. O tinham levado. “Te encontrarei. Permanece vivo, Jesse. Irei por vocêi”. Fez uma promessa. Só o uso da 24
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telepatia sem ele criando uma proteção crivava seu cérebro, mas ela estava longínqua para se preocupar por isso. “Isso é o que eles querem, Dahlia. Sou a isca. Não os deixe nos matarem”. A voz do Jesse era fraca, matizada pela dor. Seu coração se agitou. “Te encontrarei, Jesse”. Ela prometeu solenemente com determinação. Dahlia sabia que Jesse era consciente de que era teimosa e faria exatamente o que havia dito. Ela rezou para que lhe desse a esperança necessária para permanecer viva na pior das circunstâncias. Sabendo que agora não podia fazer nada por ele, subiu pelo caminho para a casa. Cambaleou na entrada. A energia era muito mais forte perto da fonte da violência. Seu corpo se rebelava, e ela podia sentir a reação ante o edifício apesar de suas tentativas por guardar o controle. Tão somente tinha uns minutos para descobrir se Bernadette e Milly tinham sobrevivido à purgação. Dahlia fechou seus dedos em um punho apertado, cravando as unhas na palma. Havia só uma pessoa cuja energia podia advertir emanando de sua casa. Varão. Um desconhecido. Ela não podia saber onde se encontrava, o nível de energia era muito baixo e também se expandia, como se ele o tivesse dispersado deliberadamente através da vasta área. Ela chegou ao largo terraço, seus suaves passos não fazendo ruído sobre a madeira. –Está vivo – Ela ouviu o sussurro do fôlego e soube que era ela quem o havia dito, embora não recordava o pensamento realmente. Ela já sabia de outra maneira; seus sentidos lhe diziam a verdade, mas sua mente não a aceitaria. A fumaça saía pela porta aberta que conduzia ao caminho de entrada e aos escritórios. Ninguém usava os escritórios, estavam ali em sua maior parte se por acaso alguém fazia uma visita. Ninguém nunca a fez… até agora. Ela percorreu com o olhar seu interior e viu os arquivos derrubados e as pastas derramadas sobre chão ardendo a fogo lento ou já sucumbindo às chamas. Seu coração começou a golpear forte. Podia ver um novelo de lã azul claro salpicado de vermelho brilhante. As lágrimas nadavam em seus olhos, nublando sua vista. Tragou saliva e retirou as lágrimas de suas bochechas. Havia um estranho rugido em sua cabeça. Não queria olhar, mas não podia impedir seu olhar, aterrado de seguir o fio azul do novelo de lã encharcado em sangue e a mão estendida ao lado disso. Milly estava tombada sobre o chão. Dahlia ouviu um ruído liberar-se de sua garganta, um som profundo de tristeza. Ela se ajoelhou junto a Milly, acariciando para trás seu cabelo. Ela tinha recebido um disparo na testa. Dahlia não podia acreditar que estava sobre o chão com a terrível desordem a seu redor e o aroma de gasolina no quarto. Bernadette estava apartada a tão somente uns passos. Dahlia se sentou entre elas, balançando-se de um lado para outro, um som profundo que sem dúvida não saía de sua garganta soava estridente em seus ouvidos. Dahlia apenas podia conter sua tristeza. Isto a incorporou, alimentado os apetites vorazes de violência embutida profundamente nas ondas de energia rodando por sua casa em chamas. Estas duas mulheres eram sua única família. Jesse tinha sido seu único amigo. Ela alcançou Bernadette, uma desculpa silenciosa por chegar tarde. Acariciou-lhe o braço e 25
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tentou colocar seus dedos através dos de Bernadette, precisando sustentar sua mão, tão somente por ter o contato. Havia algo na mão de Bernadette. Dahlia se recostou sobre ela para fazer força e poder tirar de entre seus dedos o objeto. Era uma ametista com forma de coração. Dahlia havia a trazido fazia alguns anos. Os olhos de Bernadette se esclareceram quando a agarrou, murmurando algo sobre que era um desperdício de dinheiro que Dahlia lhes comprasse tais objetos. Após ela a levava posta ao redor de seu pescoço todos os dias. A tristeza arranhou as vísceras de Dahlia, rastelou duro de tal forma que ela se sentiu tosca e ferida. Ela agarrou o pequeno coração e o pressionou contra sua face. As lágrimas escorregavam por sua cara, e doía o peito de tal maneira que tinha medo de que explodisse. O calor chamuscou o ar a seu redor, brilhando no quarto. Os papéis se queimavam a escassos centímetros de onde estava sentada. Sem prévio aviso ouviu a porta do ginásio próximo se fechar ruidosamente. Alarmada, percorreu com o olhar a porta para ver um homem correr rapidamente para ela. –Corre! – Ela ouviu a ordem, uma urgente aguda exigência que lhe reduziu a terrível dor que ardia em seu peito. Parecia que ele fluía através do chão, um movimento sinuoso de músculo e poder. Imediatamente ela teve a impressão de um grande tigre pondo toda sua atenção sobre ela. –Corre. Fora daqui! Quando ele pôs toda sua atenção nela, ela sentiu a primeira revoada de medo. Floresceu imediatamente para um ataque de pânico. Pela primeira vez em sua vida, Dahlia estava congelada, incapaz de se mover ou pensar. Só podia observar como o musculoso homem cortava a distância entre eles com suas largas pernadas. Agarrou-a desde abaixo sem perder um passo e a levantou nos braços sem esforço algum, tão casualmente como se tivesse recuperado uma bola, e continuou correndo fora do edifício. Dahlia se encontrou de cabeça para baixo sobre seu ombro, um pacote a mais como seu rifle e seus bens. Ela nunca tinha experimentado tristeza antes, não da espécie que te intumesce a mente e que penetrou em seu corpo e a deixou branda nos braços do forasteiro. Ela nunca tinha estado nos braços de nenhum homem. Nunca tinha estado tão perto de um homem em sua vida. –Mantenha a cabeça para baixo. O edifício está cheio de explosivos. Quando se acenderem devemos estar longe – Nicolas deu a Dahlia a explicação embora quase não pensou que fosse necessário lhe explicar suas ações. Era por que ela estava tão pálida e emocionada. Ele podia sentir seu coração golpeando, ameaçando sair diretamente através de seu peito. Não esperava que fosse tão frágil e a sentisse tão feminina contra seu corpo. Não esperava notá-la absolutamente, mas se deu conta agudamente dela, embora a situação ameaçava suas vidas. –Não posso as abandonar – As palavras lhe escaparam, afogadas pela tristeza, quando sabia que era tolo dizê-lo. Pensá-lo. Quem seria bastante estúpido para voltar em uma incineração que podia voar de um momento a outro para recuperar dois cadáveres? –Está em estado de choque, Dahlia. Me deixe nos levar a lugar seguro. 26
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Não havia lugar seguro. Ele não entendia isso. Ninguém estava seguro, muito menos o homem que tentava salvar sua vida. Ela se pegou a suas costas, em um passeio vertiginoso enquanto ele corria a grande velocidade através do pântano para salvar suas vidas. Nicolas contou para si mesmo, julgando quanto tempo tinham, sabendo que não havia muito tempo, mas querendo usar a cada segundo para pôr distância entre eles e a explosão. Dahlia fazia o ruído mais desconsolador que ele já tinha ouvido e lhe retorcia as vísceras e rasgava seu coração, a primeira vez para ele. Ele queria segurá-la entre seus braços e reconfortá-la como o teria feito com um menino. Pior, estava seguro de que ela não era consciente de que fazia esse ruído. Seus dedos estavam agarrados a sua jaqueta, e ela não se opunha a ele absolutamente. A Dahlia que ele tinha visto nas fitas era uma lutadora todo o caminho e isto dizia o quanto estava emocionada. Bem entrados no limite da vegetação arbórea, desceu-a de seu ombro e a colocou à força sobre a terra empapada, depois com ela debaixo, imobilizou-a com seu pesado corpo. Quase imediatamente a terra tremeu e a força da explosão moveu a ilha inteira. Capítulo 3 Dahlia estava apanhada sob o grande desconhecido, a água umedecia suas roupas, seu peito apertado e ardente enquanto a terra tremia pela força da horrenda explosão. O corpo do desconhecido ajudou a amortecer o som, mas ela soube que sua casa, seu único santuário, desvaneceu-se. As aves gritaram em sinal de protesto e o mundo se encheu de caos, mas profundamente em seu interior, ela sentiu absoluta tranqüilidade. O olho do furacão. Dahlia tomou fôlego e começou a lutar, empurrando o corpo mais pesado. Foi como tentar mover um tronco da grande árvore. –Está correndo perigo, tem que se afastar de mim – O desespero afiou sua voz. Ele era irremovível e não havia maneira de fazer entender. Ela ainda não o entendia e estava vivendo com isso cada dia de sua vida. A energia da explosão a afligiu, a encheu, pela metade por sua tristeza e por sua fúria selvagem. Ela não o poderia conter durante muito mais tempo, e algo e tudo a curta distância dela estavam em perigo de morte. –Estaremos bem – disse ele, sua voz apaziguadora, inclusive calma. Havia uma cadência em sua voz que a tocou e a qual se agarrou. Durante um segundo breve a energia pareceu fazer uma pausa, parar a loucura que formava redemoinhos, mas então a pressão se levantou. –Não estamos bem. Se afaste de mim antes que o machuque – Ela empurrou a parede de seu peito, tratando de afastá-lo. Já o calor se derramava por ela, fazendo fluxo sobre ambos, enchendo o ar a seu redor com algo antinatural. Algo mau. Dahlia lutou para contê-lo. Seu peito tremeu, e isto deu um momento para ver que ele se divertia com sua preocupação. Dahlia sussurrou. –É um completo idiota. Se afaste de mim agora mesmo – Ele ria. Maldito homem, ela tentava desesperadamente de salvar sua inútil vida e ele ria dela. Não queria lhe fazer mal, mas ele não merecia sua preocupação. Ela conduziu seus polegares com força sobre os 27
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pontos de pressão em cima de sua virilha. Ele tomou fôlego e suas mãos agarraram seus pulsos como um tenaz aperto. –Não vou te machucar, Dahlia, estou tentando salvar sua vida – Não havia risada em sua voz. Nenhuma absolutamente. Sua voz a fez tremer. Talvez tinha se equivocado sobre sua diversão. Ele não se parecia com o tipo de homem que alguma vez ria. –Estou tentando salvar sua vida – rebateu ela em um tom baixo. Ela podia ouvir a nota de desespero que realmente não pôde reprimir – Não posso explicar o que vai acontecer, mas tem que acreditar. Se não se separar de mim imediatamente, estará em grave perigo. Ele tinha estado olhando além dela, para o edifício derrubado, seu olhar se movia constantemente, controlando seus arredores, o vôo das aves e os morcegos, tudo exceto ela. Ele a olhou pela primeira vez, seus escuros olhos encontraram os seus. Dahlia sentiu o impacto como um golpe. Fortes. Penetrantes. Profundos. Ela não podia ler nada absolutamente em sua expressão, mas seu olhar pareceu queimá-la quando se moveu sobre sua face. Ele levantou seu corpo do dele, ficando de pé em um movimento ágil, levantando-a com ele. –Tem medo da energia que cria, não é? Não era que ela criasse a energia, mas como explicar o inexplicável? Ela não criava a energia… a encontrava. Isto a pôs nervosa. O coração acelerava. Dahlia nunca tinha experimentado tristeza ou ira a um nível tão incontrolável. Isso, isoladamente teria sido o suficientemente perigoso para alguém que estivesse perto dela, mas com a violência da morte, com a explosão e o fogo, a energia criada estava além de sua capacidade para contê-la. Era volátil. Instável. E de um momento a outro explodiria em uma bola de fogo, destruindo tudo a seu redor. Dahlia se afastou dele, pôs tanta distância entre eles como pôde enquanto a energia furiosa formava redemoinhos e exigia ser usada. No momento que ela o fez, o vértice de calor a consumiu, queimando-a interiormente, roubando sua habilidade de falar, respirar, inclusive mover-se. O cru calor brilhou tenuamente no ar, rangendo eletrizado. Ela quis gritar para que se afastasse, se salvasse. Ela não poderia suportar ser responsável por outra morte, mas então ele se levantou para ela olhando-a de acima com seus olhos gelados. Ele deliberadamente deu um passo aproximando-se, tão perto que sua pele quase a tocava. –Me olhe, Dahlia. Não me dá medo o que vai ocorrer. Simplesmente fique me olhando – Seu tom não tinha trocado. Era ainda tão calmo e tranqüilo como uma piscina de água. No momento que cortou a distância entre eles, a temperatura diminuiu. A energia espantosamente cessou. Seus pulmões funcionaram corretamente. Ela se encontrou olhando fixamente nas profundidades negras de seus olhos. Seu frio olhar refrescou sua pele, esfriando a energia. Dahlia tomou fôlego. –Quem é? –Nicolas Trevane. Sou um Caminhante Fantasma, assim como você o é. 28
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Ela quis afastar-se, mas não se atreveu. Ele apanhava a energia, ou mais precisamente, ele esfriava as conseqüências surgidas da violência. Ela nunca tinha podido fazê-lo, não importava quão duramente o tinha tentado. Podia canalizá-la, apontar, e enviá-la, mas não a podia desativar. Suas palavras a apanharam, ela queria, embora não fosse necessário saber mais. –Nunca ouvi sobre um Caminhante Fantasma. –Já sei que não sabe. Continua me olhando. Respira comigo. Encontra seu centro. Pensa nisso como um fundo de água. Não trate de controlá-lo; deixa à água tomar o pior da energia. As ondas podem zangar-se e chegar mais e mais altas, mas as paredes o conterão para você. Visualiza-o, Dahlia. –Como é que me conhece? –Faz isto para mim e depois falaremos. Retornarão. Sabem que está aqui e não se vão sem obter seu propósito. São profissionais, e têm armas que nos podem alcançar de uma boa distância. Precisamos nos mover rapidamente e isso quer dizer que tem que se desfazer da energia, dessa maneira não se encontrará doente. Adoecer não é a palavra que ela teria usado. O transbordamento da violência a incapacitava. Somente sua presença acautelava o ataque físico e a inconsciência. Ela conhecia seu corpo, sabia a carga que podia chegar a acumular, e agora estava longe de seu limite. Nicolas tomou sua mão. Ela imediatamente se sentiu aterrorizada e a afastou bruscamente, esfregando o comichão que tinha deixado sobre sua palma ao longo de suas calças jeans. –Não me toque. As pessoas nunca me tocam. –A mim tampouco tocam. Sinto muito, deveria ter lhe advertido do que ia fazer. – Seu tom era muito paciente e a fez parecer um menino desesperado – Quero que sinta o batimento de meu coração. Temos que reduzir a marcha do seu. Sei que não tem nenhuma razão para confiar em mim, Dahlia, mas se não conseguir controlá-lo, vamos ter que lutar para sair daqui e estamos perto e perseguidos. Olhando para ela, com seus enormes olhos escuros, Nicolas sentia como avançava para um labirinto, uma armadilha, algum lugar profundo e formoso o qual ele nunca tinha conhecido em todas as suas vagabundagens. Dahlia era uma surpresa, e poucas coisas o surpreendiam. Havia um poder imenso em seu pequeno corpo. Ele podia senti-lo formando redemoinhos ao redor deles dois, senti-lo dentro dela. Dahlia O’ Blanc era toda energia. Ele tentou tomar sua mão outra vez, esta vez lentamente, devagar, deixando que se acostumasse à idéia. Seus dedos se deslizaram sobre os dela, como uma carícia. Seu olhar fixo concentrado no dele. Seu corpo reagiu, estremecendo-se, sobressaltando-se. Ele conservou o contato visual, não deixando olhar fora quando ele pôs sua palma sobre seu coração. –Somos parte do universo. Cada um de nós compartilha energia. Diminui seu ritmo cardíaco. Pense sobre isso, se concentre nisso. Dahlia tragava com dificuldade e piscava olhando-o, excessivamente consciente dos músculos que havia sob sua camisa. Consciente de seu coração, tranqüilo e estável. 29
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Consciente do calor de sua pele. Quente em todas as partes, rodeava-os. Fluindo fora, em seu interior como um vulcão mortífero. Mas ela estava também intrigada pela maneira em que ele mantinha a raia a violenta energia. –Tentei a meditação, mas não me funciona. A energia me consome. Se concentra fortemente em meu interior. Atraio-a da mesma forma que um ímã atrai coisas. E depois não posso contê-la e machuco às pessoas. –Você pode aproveitar a energia, não é? – Nicolas conservou sua voz muito tranqüila. Estava acabando seu tempo. Ela tinha que manter o controle, dessa maneira poderiam se mover mais rápido. Ao menos o escutava. Provavelmente se encontrava em estado de choque e com muita tristeza, além de surpreendida por ter descoberto a alguém que podia conter sua energia. –Não quando é como isto. Há muita energia, e é muita poderosa. Encontra-me… não a busco. Vem de uma fonte exterior. As ações. As emoções. E quem se preocupa? Estudei a meditação, a filosofia. Não se pode controlar. Isto tem que sair de algum jeito – Por que o escutava? O permitindo tocá-la? Ela se sentia quase hipnotizada por ele. Continuamente a energia se formava redemoinhos, fervia e esperava, estando à espreita como algum monstro terrível que busca uma vítima. Havia um estranho efeito de aperta e afrouxa nela para o Nicolas Trevane. Ela nunca tinha estado muito tempo em companhia de alguém, já que necessitava seu espaço. Estava doente, enjoada e afligida pela tristeza e temerosa de sua segurança. Ainda ele mantinha a raia a energia. Reconheceu o poder que ele tinha. Isto era difícil de entender, longínquo por sua força crua, mas tinha uma grande sutileza. E ela não podia olhar além da intensidade de seu olhar, não importava com quanta força o tentasse, ou o muito que quisesse. –Tem que encontrar a maneira de dispersar a energia, Dahlia, o faremos conjuntamente. A energia, até violenta, pode ser dirigida. – Nicolas poderia ver os sinais da sobrecarga. A tristeza chegava e respirava nela. A consciência disso chegava por diante do ponto de pensar racionalmente. –Pode fazer isso? – Ela não confiava de tudo nele. Não confiava em ninguém. Nem no Jesse, nem em Milly ou Bernadette, mas isso não a tinha detido de amá-los. Sentia-se perdida e só e não sabia o que fazer, mas havia algo sólido no Trevane. Possivelmente sua tranqüilidade. Ou o poder que obviamente estava comodamente esgrimindo. –Podemos fazê-lo. Segue meu caminho – Nicolas liberou toda ansiedade de sua voz. Sua pele se arrepiava, um sinal seguro de problemas. O casal golpeado provavelmente estava trazendo os homens de volta ao pântano e equilibrando-se sobre eles em todas as direções. Haveria mais violência e mais morte antes que ele conseguisse pô-la a salvo. Dahlia fez o que lhe disse porque não podia pensar em nada mais que pudesse fazer. Ela se concentrou em sua respiração. Escutou o som de sua voz, o profundo, veludo suave e cativante timbre, quase hipnótico. Ele construiu a imagem de uma piscina profunda, clara em sua mente. As ondas se enfureceram, de maneira selvagem e fora de controle, tentando continuamente escapar, mas ele se manteve construindo as paredes da piscina mais e mais altas. 30
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Dahlia se sentiu melhor, menos doente, mas sabia que ele lutava por uma causa perdida. A energia estava viva e procurando um alvo. Trevane definitivamente mantinha a energia dentro das paredes da piscina, mas seguia aumentando a força, continuamente procurando uma forma para machucar a alguém. –Não, não o está. A energia não está viva, Dahlia. Pode ter a seqüela de violência dentro dela, mas não tem personalidade. Precisa escapar, imagina a água fervendo em um caldeirão. Temos que mantê-lo. –Lê meus pensamentos? –A idéia a aterrava. Ela não tinha o tipo de pensamentos adequados para ler publicamente. –Mais tarde lhe explicarei isso. –Agora o cabelo na parte posterior de seu pescoço tinha arrepiado–. Temos problemas, Dahlia. Vêm para nos caçar. Se quer viver, vai ter que confiar em mim para sair disto. Seu olhar se moveu sobre sua face, o avaliando. Avaliando suas escolhas. Lentamente. Uma larga inspeção. –É um assassino. Ela fez o julgamento de qualquer jeito. Rude, sem nenhum abrandamento. Nicolas recusou sobressaltar-se. Recusou afastarr o olhar. Ele encontrou seu olhar estável como o seu. O gelo estava ali. A distância entre ele e o resto do mundo. Ele não ia se desculpar pelo que tinha feito. –Sim. –Se ela queria o chamar assassino, aceitaria. Lhe permitindo aceitar o que era, se ela queria viver. –Por que arriscaria sua vida para salvar a minha? –Que diferença há? Não estou acostumado a conversar informalmente. Me deixe fazê-lo e saiamos daqui. –Não me dava conta de que a conversa era informal. Não o é para mim. Ele quis amaldiçoar… E ele não era um homem que amaldiçoava. Ela o olhou com seus olhos escuros, enormes e sua beleza exótica, asiática e de algum jeito passou por diante de sua guarda e se meteu sob sua pele. Havia algo sobre ela que ele não podia agarrar completamente, algo importante, evasivo, algo que apareceu flutuando em sua mente mas rechaçava ser agarrado. Tinha que ver com os sentimentos, e uma coisa com a que Nicolas não tinha trato era com as emoções. Ele soltou seu fôlego, determinado a não deixá-la aproximar-se dele. Ele tinha que mantê-los vivos e isso era tudo o que importava. –Enfoca fora de nós. Pensa na energia como uma carga. Algo que vai detonar. Dirigeo a uma área concreta. Ela negou com a cabeça. Seu coração podia estar com ele, mas seus pulmões estavam sem ar, a energia a estrangulava querendo sair. –Não posso. –Enfoca ali. –Lhe indicou um lugar a várias centenas de quilômetros de distância deles – Pensa nisso como se fosse uma flecha. Envia-o ali mesmo. Imagina um objetivo e coloca-o perto do centro do alvo tanto quanto você possa e envia a energia ali. –Arderá tudo. 31
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–Não há muito para queimar. –Seu olhar se desviou desassossegadamente, examinando as áreas ao redor deles. Instintivamente ele estava encurvando-se agora, colocando-a para baixo com ele, a fim de que as árvores e os arbustos lhes dessem mais cobertura – Envia-o. – Desta vez, deliberadamente, houve uma dura autoridade em seu tom. Já não tinham tempo. Ele não mencionou que tinha visto movimento nas sombras do pântano. Dahlia enviou uma reza silenciosa que lhe ajudaria. Ela olhou fixamente a noite, lamentando que a lua seguisse estando atrás das nuvens sem que ela realmente pudesse ver uma imagem. Ela sentiu a força da energia movendo-se em seu interior. E sentiu algo mais. Nicolas Trevane. Sua força, sua determinação. Seu centro. A energia emanou dela, escura e terrível, furiosa se formando redemoinhos quando isto saltou para o pântano. A noite explodiu em chamas, girando vermelhas e alaranjadas e queimando na escuridão azulada. Os gritos fizeram erupção, horríveis, atormentadores. Um estalo de fogo durante a noite, como abelhas vermelhas zangadas que passavam como um raio sobre o pesado pântano. Nicolas ouviu um som distinto. –Entremos. –Ele sabia que o som era de um M–2032 quando o escutou. Estavam com problemas. Dahlia recuou diante ele, havia uma expressão de horror em sua cara. Ele simplesmente agarrou seu pequeno corpo e a tombou de repente sobre a imundície, seu corpo cobria o seu quando o golpe da granada explodiu em algum lugar atrás deles, estendendo a destruição em todas direções. A força de uma rajada se precipitou sobre eles. Nicolas se levantou, arrastando-a com ele, apressando-a agora, dirigindo-se longe da água para o interior. –Vamos para oeste – disse Dahlia. Ela segurou sua cabeça enquanto o inferno fazia erupção a seu redor – A terra é firme e podemos nos mover mais rápido – Seu estômago se encolhia, mas sua mente estava benditamente intumescida. A turbulência da energia corria já para encontrá-la, mas não se importou. Nada importava. Ela trabalhou em impedir que seu cérebro funcionasse para sobreviver. Se ela permitisse à energia que a encontrasse muito rapidamente, não tinha nenhuma esperança, e possivelmente Nicolas morreria também. –Vamos ter que entrar na água, Dahlia – Ele quis prepará-la. Os jacarés e as serpentes gritavam no pântano. Ele tinha que saber se ela ficaria estática. Outra vez ele ouviu o som distintivo de uma granada acesa e a atirou na terra. Ela não protestou e tampouco lutou contra ele. Era mais do que podia esperar, dadas as circunstâncias. A explosão se produziu a sua esquerda, a uma distância longínqua. Nicolas nunca questionava a si mesmo. Ele rapidamente tomava decisões, sob condições de vida ou de morte e não acreditava em questionar-se a si mesmo a posterioridade. Era uma armadilha imprestável e prejudicial, mas ele se encontrou 2
um lança-granadas de um só tiro, desenhado para usar-se com a série de rifles M-16. Dispara amadurecidas de 40 mm. O M203A1 está desenhado para a série de carabinas M-4 e também dispara amadurecidas de 40 mm. Têm uma olhe em folha e quadrante.
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lamentando usar suas habilidades contra seus inimigos. Percorreu-a com o olhar enquanto corriam outra vez. Ela estava tremendamente pálida e seus olhos eram enormes. Seu corpo tremia embaixo do dele e ela se sobressaltou, encolhendo-se diante seu contato cada vez que ele os atirava a terra para evitar a explosão dispersa da granada. Ele tratou de dizer a si mesmo que tinha sido o golpe de ter perdido sua casa e as pessoas que ela amava, mas ele sabia que havia algo mais. Soube que as repercussões de machucar seus assaltantes em certa forma, tinham-na mudado. Ela tinha bastante ânimo, obrigava a seu corpo a mover-se, impedindo que fosse lento, mas ela estava em problemas e ele era o responsável. Este era um problema que os Caminhantes Fantasmas confrontavam e continuariam confrontando. Viviam em um território desconhecido. O contragolpe de usar seus talentos psíquicos era enorme, e eles freqüentemente não tinham nem idéia do que poderia acontecer até que a seqüela dos resultados se levantava para mordê-los. Dahlia era uma Caminhante Fantasma com dons extraordinários e, infelizmente, os terríveis castigos freqüentemente ocorriam pelo uso daqueles dons. Ela era perigosa, possivelmente mais que qualquer deles tivesse considerado, mas não em sua natureza. O perigo vinha da energia que chegava e abarrotava seu interior como se seu corpo fosse um casco de navio vazio que tinha que encher-se. A energia restante que ela não podia assumir em seu interior a rodeava de tal maneira que lhe impedia de ter um pouco de paz. Não surpreendia que tivesse vivido uma vida tão solitária. Nicolas os conduziu primeiro para o interior, ficando a oeste e na terra mais elevada como lhe tinha indicado, mas eventualmente começou a conduzir-se para a borda exterior da ilha. Tinham que livrar-se deles. Poderiam jogar o jogo de esconde-esconde durante um curto intervalo de tempo, mas se ficavam na ilha, os encontrariam. Ele estava seguro de que os perímetros seriam zelosamente guardados, mas a equipe tinha que estender-se e eles tinham perdido alguns homens. –Dahlia, pode esperar até que estejamos fora da ilha? –Ele perguntou, mais para obrigá-la a permanecer enfocada nele que por qualquer outra razão. Ela deixou de correr repentinamente, ficando sobre um joelho por estar violentamente doente. Sua pele estava adornada com gotas de suor que não tinham nada a ver com o calor. Ela elevou a vista para ele e assentiu com a cabeça quando ela limpou a boca. –Posso fazê-lo. Ele tinha um desejo insano de chegar ao final e abrigá-la sem perigo entre seus braços. Ela tinha guelra e ele estava seguro de que poderia contar com ela na água – Permanece perto. Acreditam que se estiver próximo de você, isto ajudará a manter a energia a raia. Dahlia estremeceu com o som do fogo de uma granada, esquivando-o quando ele a empurrou para o chão. Ela observou cautelosamente a seu redor. –Parece que o mundo inteiro arde. Pensa realmente que podemos sair desta? –Sua visão era turva e sua cabeça palpitava até que ela queria gritar, mas ela estava determinada a seguir indo até que não pudesse andar mais tempo. Ficou mais perto de Nicolas era mais fácil de agüentar a carga da energia que se precipitava sobre ela desde as granadas. 33
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Nicolas lhe deu seu cantil, insistindo para ela beber a água. –Sairemos – assegurou – Entretanto, esta ilha está infestada de homens – Ele retornou o cantil e tirou uma camisa de seu pacote –Ponha isto. As mangas cobrirão seus braços e a camuflará melhor. Igualmente quero obscurecer sua face. Vai requerer um pouco de habilidade se adiantar a eles. Dahlia se afundou no pântano. A superfície da ilha era sobre tudo esponjosa. Inclusive os caçadores e os trapaceiros sabiam como evitá-lo. O centro teve que ser levantado trazendo chão para construir uma área para o sanatório. Dahlia nunca tinha perguntado por que, mas tinha ouvido Milly e Bernadette que falavam da inundação durante as grandes chuvas e o ridículo de acrescentar chão à ilha quando havia bastante dinheiro para ir a qualquer lugar e como ridiculamente usavam pernas de pau. Um dos perigos maiores estava na fina capa de terra onde havia água debaixo. Os ralos eram abundantes na ilha e os únicos lugares realmente seguros eram os estreitos caminhos que conduziam às terras atuais que rodeavam sua casa. Ela pensou que tinha sido construído esse caminho por um objetivo específico. –Planejaram eles desde o começo me matar? – Ela estava empapada, mas colocou a camisa sobre sua própria roupa. Era muito grande e ela atou as pontas ao redor de seus quadris. –Minha conjetura é sim, uma vez que fosse descoberta ou teria que sobreviver para eles a usarem – Respondeu ele francamente. Não a olhava, mas na noite, seu rifle estava preparado em suas mãos. –Me ocorreu faz dois anos quando comecei a fazer a Jesse muitas perguntas, e ele não as quis responder ou não sabia as respostas, que talvez eu estivesse em problemas – Ela tentou sustentar-se e não estremecer longe de Nicolas quando ele enegreceu sua face com algum tubo que levava em sua mochila. Ela o olhou com olhos solenes – Quem são eles? Por que me querem morta? – Estes homens têm treinamento militar, mas acredito que são mercenários. Nenhuma unidade de combate faria isto. Para que agência trabalha? Antes que ela pudesse responder, ele colocou a mão sobre sua boca, pressionando seu corpo sobre o tronco de uma árvore e ficando de cócoras para baixo para ficar à sombra do tronco. Ele a olhou diretamente nos olhos, devagar segurou sua mão, e sustentou três dedos. Ela assentiu com a cabeça para indicar que lhe entendia, girando sua cabeça tão devagar como pôde na direção que o rifle apontava. Ela notou que suas mãos estavam firmes e seus olhos como o gelo. Dahlia era incapaz de impedir o contínuo tremor que sacudia seu corpo. Nicolas pressionava apertando-se contra ela, diminuindo-a, encaixando-a entre sua forte constituição e a árvore. Ela odiava isto, ele era a calma fria como uma pedra e ela tremia como uma folha. A seu redor a vegetação ardia, chamas vermelhas e alaranjadas que se elevavam para o céu. O fogo iluminou as áreas mais próximas a eles e fazia sombras macabras sobre o resto dos arbustos e árvores. As chamas que saltavam se refletiam nos olhos de Nicolas. Seu coração saltou. Ela confiava nele, ainda sem saber nada sobre ele. Ela nunca tinha encontrado a ninguém que emitisse uma leitura de energia tão baixa e que fosse capaz de tal violência extrema. Parecia haver um arco interminável de eletricidade que saltava de 34
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sua pele a dele. Ela podia sentir um formigamento estranho em sua corrente sangüínea. O calor entre eles era tremendo… e terrorífico. Nicolas subiu sua mão e pressionou sua face contra seu peito, acariciando seu cabelo com sua palma em um esforço por confortá-la. Se ela se estremecia mais fortemente, ele temia que pudesse romper seus ossos de passarinho. Ele dobrou sua cabeça sobre a dela, a segurando ali enquanto o mundo ardia e seu inimigo passava inadvertido. Ele pôs sua boca perto de seu ouvido. –Está pronta para isto? Dahlia assentiu com a cabeça, não era certo que estivesse, mas sabendo que não tinha outra escolha se quisesse viver. Ele pôs um dedo sobre seus lábios, indicando a necessidade de silêncio, e depois passeando seus dedos sobre o ar. Dahlia respirou fundo quando ele se afastou dela. O adiamento da violenta energia que a assaltava tinha sido tão completo, que a força da onda que a golpeou quase a conduziu sobre seus joelhos. Ela se estabilizou para estender uma mão para ele, a primeira vez que ela o havia tocado voluntariamente. O momento em que seus dedos o tocaram, descansado sobre ele, a forte surra sobre ela diminuiu. Nicolas pôs sua mão sobre a dela. Ele dobrou sua cabeça para a dela outra vez. –Posso te levar se acha que ajudará – Dahlia quase sorriu. Pelo mais breve dos momentos apesar da terrível agonia, ele pôde ver uma Dahlia travessa, mas desapareceu quase imediatamente. –Segura minha mão se puder enquanto saímos daqui – custou pedir mas ela não tinha nenhuma opção – Posso levar sua mochila. Nicolas não se incomodou em responder. Seus dedos se acoplaram aos seus e a levou com ele, afastando-se da direção que os três homens tinham tomado, ao redor da parede de fogo, aproximando-se muito para o canal onde se regulava o fluxo. Nicolas não vacilou diante a borda de uma área de águas estancadas, e se pôs à tarefa, empurrando para dentro Dahlia depois dele. Os insetos, as aves, as serpentes, os lagartos, e as rãs faziam um êxodo maciço sobre a água sem interrompê-los, tentando desesperadamente de se livrar do fogo. Ele controlava cautelosamente os jacarés. Em algum atrás deles, as armas pararam. –Aks3 – identificou ele – Não estão perto, assim é que não nos disparam. Já seja pelos espectros ou correm com medo dos jacarés. –Há jacarés ao redor desta ilha – confirmou Dahlia. A lua se arrastou por detrás das nuvens. Nicolas de repente parou, sua cabeça em alerta. Dahlia permaneceu silenciosa, esperando. Se havia uma coisa da qual estava segura, era que ele sabia o que fazia. Ela estava de longe mais segura com ele que sem ele. Quando ele repentinamente se congelou, não movendo nem um músculo, ela seguiu seu exemplo. Dahlia se encontrou segurando o fôlego, seus dedos agarrados aos dele. A água empapava os jeans que levava postos e algo vivo golpeou contra sua perna, mas ela se manteve em pé, só esperando, tentando ver entre as sombras mais escuras dos pântanos. Nicolas dobrou sua cabeça para a dela. 3
Fuzil de assalto soviético desenhado pelo Mijail Kalashnikow, combatente russo durante a Segunda guerra mundial.
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–Caçam-nos – Ele pronunciou as palavras contra seu ouvido, enviando ardentes mariposas, as remetendo a mover-se errática e ligeiramente através de seu estômago. –Me diga algo novo – sussurrou ela, sabendo que a noite levava o som facilmente. –Ele é como eu. Ela sabia o que quis dizer Nicolas. Tinha o chamado de assassino, e elee dizia que outro de sua profissão os seguia através do pântano. Quis perguntar como sabia mas ele fez sinais de silêncio e apontou para o local baixo do dique que conduzia para o canal aberto. Seu fôlego ficou preso em sua garganta. O aterro estava nu de toda os de arbustos. Havia algumas plantas esparramadas pelos locais abaixo sobre o chão, mas não havia amparo do qual falar. Se escolhessem essa entrada para o canal, alguém que fosse atrás deles os veria imediatamente. Nicolas tocou sua face para recuperar sua atenção. Ela olhava fixamente com horror para o aterro. Ele aplanou sua mão e a deslizou avançado, indicando que eles se arrastariam sobre seus ventres simulando um jacaré que entrava na água. Dahlia olhou atentamente o aterro quando Nicolas começou a inundar a maior parte de seu corpo, sustentando seu rifle só por cima da marca do nível da água. Havia definitivamente um jacaré deslizando-se. Ela não tinha medo dos jacarés, mas era o bastante inteligente para ter um sã respeito por eles. Brincar em seu território parecia uma solução drástica. –Deve ter um bote escondido em alguma parte. Não podemos fazer nosso caminho com isso? Ele negou com a cabeça. –Não podemos aceitar o risco de que já o tenham encontrado. Se o tiverem, o usarão como uma armadilha. Alguém estará esperando. É melhor fazer o inesperado. Dahlia pressionou suas mãos contra seu estômago revolto. –Não assumo que tem afinidade com os animais. –Não lhes tenho medo – Nicolas confessou quando se afastou dela. Tão só dois passos mas a energia a alcançou como um monstro avaro, deslizando-se por diante de seu guarda, filtrando-se por seus poros, enchendo seu estômago até que ela cambaleou pelo peso disso. Guardando seu rifle bem elevado da superfície da água, alargou a mão e a agarrou pelo pescoço de sua camisa, puxando-a contra ele, quase como se pudesse sentir a invasão das nauseas. Ele dirigiu sua mão para seu cinto, colocando seus dedos na borda. Seus nódulos roçaram sua pele. Era ridículo ficar de cócoras na água lamacenta com o fogo rodeando-os, sua casa ardendo, seu mundo desaparecido, sua família morta, perseguida por um assassino e ter o pensamento de que Nicolas Trevane a comovia de uma maneira tão íntima. Dahlia afastou sua mão, sobressaltada pelo pensamento, sobressaltada de sua consciência de Nicolas como homem, não como um simples ser humano. Ela teve o repentino impulso de moverse e encontrar um lugar oculto para estar a sós. Ela não combinava com as pessoas. Já nada tinha sentido para ela. –Dahlia – Ele disse seu nome suavemente. Seu tom foi incrivelmente suave – Não tenha medo de mim. Já estamos quase fora daqui. Pode fazê-lo. 36
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Envergonhada, deu-se conta de que estava retrocedendo, sacudindo a cabeça como um menino. Ela forçou seu cérebro a trabalhar outra vez, assentindo com a cabeça para afirmar que tinha o controle. Não tinha nem idéia do que tinha acontecido, só que no momento em que estivesse segura escaparia, poria tanta distância entre o Nicolas e si mesma como fosse possível. Para manter os violentos redemoinhos de energia a raia, ela deixou sua mão sobre o abdômen de Trevane outra vez, e sua mente cuidadosamente em branco. Fizeram seu caminho devagar pela água, mantendo-se para baixo e movendo-se com cuidado para evitar salpicar. Quando alcançaram o aterro, Nicolas aliviou seu corpo, abdômen de barriga para baixo, sobre o barro e começou a avançar pouco a pouco pelo caminho sobre a terra nua. Dahlia tragando convulsivamente, seguiu seu exemplo. Era impossível manter o contato físico com Nicolas enquanto ela avançou lentamente sobre o esterco, colocando seu corpo sobre a franja de terra sem folhas para deslizar-se como o jacaré. Nauseas a golpearam fortemente, queimando seu corpo, rugindo em sua cabeça. Pontos brancos dançavam diante de seus olhos. Ela mordeu com força o lábio, decidida a não desmaiar. Nicolas sabia que estavam totalmente expostos quando avançaram pouco a pouco pelo caminho sobre a terra nua. Requeria muita paciência mover-se ao descoberto. A inclinação natural era dirigir, passar por uma área descoberta, mas o movimento sempre se mostrava ao olho. Ele tinha escolhido deliberadamente esta seção como uma saída porque estava descoberta e eles não esperariam que ele a usasse. Ele podia ouvir a Dahlia brigando por respirar. O calor brilhou tenuamente ao redor dela, ondas de energia tão fortes que ele realmente as podia sentir golpeando-a. Sintonizado com ela agora, ele sentia que se derrubava diante o cansaço excessivo, sabia que se aproximava o fim de sua resistência. Não a deteve seguiu, avançando pouco a pouco e com dificuldade pelo barro, através da terra nua, deslizando-se. Seu respeito por ela aumentou. Não se queixou embora seu mundo tinha sido feito migalhas. Ela emitiu um pequeno som de sufoco. Ele sabia que ela rechaçava as ondas de nausea que chegavam. Ele respirou, inalou o ar, em um esforço por ajudá-la. Quando ele se deslizou sobre a água do canal, guardou o rifle por cima da água, usando suas pernas para sustentar-se. Ele se voltou para trás para esperá-la. Ia ser quase impossível guardar sua arma seca, mas até que estivessem longe, a salvo, seu rifle poderia ser a diferença entre a vida e a morte. Dahlia se meteu em silencio na água. Houve uma medida de bem-estar ao vê-lo esperando. Na escuridão, sua face raiada deveria ter lhe parecido aterradora, mas ela só sentiu alívio ao olhá-lo. Ela tocou seu braço, necessitando o contato, tratando de deixar passar o ar sobre a nascente bílis. –Há uma pequena ilha que ninguém usa, se nadarmos nessa direção – Ela assinalou com o dedo o caminho – Não está longe e há um bote que podemos usar. Sei de uma cabana de um trapaceiro que está disponível a alguns quilômetros dali. Nicolas assentiu com a cabeça e ficou em movimento através da água sobre suas costas, lento, a fim de que a maior parte de seu corpo estivesse submerso. Ele propulsou a si mesmo usando suas pernas sob a água com um forte impulso como uma rã a fim de que 37
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nenhum som pudesse transmitir-se através da noite. Dahlia seguiu seu rastro, voltando o olhar, contemplando o céu cheio de fumaça e logo em cima da ilha muito quente. Tudo parecia em chamas. Sua vista se nublou e piscou rapidamente para esclarecê-la. Nicolas não fez nenhum som quando se moveu através da água. Deveria ter sido torpe enquanto deixava seu rifle livre de perigo, mas ele se moveu eficazmente como se tivesse feito a manobra cem vezes. Dahlia a fez melhor nadando em silêncio e parecendo uma pedra. Ela salpicou poucas vezes mas estava muita doente para se importar. –Só um pouco mais – Ele a respirou – Está fazendo isso muito bem. –Sabe que há serpentes nestas águas. –Melhor que as balas. Vamos conseguir, Dahlia. Estavam no meio do canal agora, e Nicolas queria pôr alguma distância entre eles e a ilha se por acaso a lua saísse através das nuvens. O esgotamento enrugou a face de Dahlia. Sua respiração era desigual. Ele notou que sua natação se fazia torpe quando eles abriam seu caminho pela água descoberta. –Não me abandone – disse ele, deliberadamente aguilhoando-a. Ele não podia imaginar que Dahlia abandonasse nada. Ela quis o deslumbrar, mas não podia armar-se de força. Tomou cada onça de autodisciplina que tinha para continuar. Seguiu-o através do canal e através de um canal pequeno, do que se regulava o fluxo das ervas - daninhas. Dahlia perdeu a noção do tempo. A água ajudava a dissipar a energia rodeando-a, mas não se atreveu a consentir o que estava em seu interior para escapar e assinalar sua posição. Seu estômago revolto a ajudava a permanecer acordada. Depois de um momento sentiu um sono terrível, lutou por despertar. Ela foi à deriva, fechando seus olhos parte do tempo, tentando impedir a sua mente jogar de novo com a imagem de Milly e Bernadette imóveis no chão. Tinham sentido dor? Tinham tido medo? Dahlia tinha se atrasado somente duas horas. Quase sempre chegava a tempo, mas as coisas não tinham ido exatamente como tinha planejado. Se tivesse voltado antes Poderia ter impedido as mortes das duas mulheres e a incineração de sua casa? E Jesse. Ele tinha gritado de dor. Tinha sido algo terrível de ouvir, de testemunhar. Ela não tinha evitado que o levassem. Fez uma promessa e tinha a intenção de mantê-la. O encontraria e de algum jeito, se ele estivesse ainda vivo, o recuperaria. Dahlia estava segura de que estava nadando, movendo-se através da água, mas repentinamente Nicolas a agarrou bruscamente pelo pescoço e a estava estrangulando, lutando por respirar. Tentou se afastar à força, mas seus braços já não a obedeciam, pendurando fracamente em seus lados. – Estou me afogando. –Não está, dormindo – Sua voz nunca mudava, tranqüila e suave e tão irritante que ela quis gritar. Começava a suspeitar que ele não sentia verdadeiras emoções. E isto fazia mais difícil se mostrar fraca diante dele. Não era que ele tentasse agir superiormente, mas ela sentia que ele o era. –Continua. Te alcançarei – Ela ia flutuar. Simplesmente descansar sobre a água e flutuar. Se um jacaré a queria para um jantar tardio, podia tê-la e ela somente esperaria que a energia que havia em seu interior, empurrando tão forte por sair, fosse sua vingança. 38
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Nicolas perdeu a esperança de manter a arma seca. Ele tinha que escolher, o rifle ou Dahlia, e não ia perde-la agora. Pôs a correia ao redor de seu pescoço e a alcançou, trazendo-a para perto. Ela se sentia pequena e leve e seu coração deu um salto curioso antes de entrar em um ritmo mais estável. Capítulo 4 Nicolas tirou seu corpo cansado à força do canal sobre o aterro enlodado, embalando Dahlia contra seu peito. Contemplou o céu da noite. As nuvens formavam redemoinhos sobre suas cabeças, uma advertência sinistra de uma tormenta próxima. Ele havia coberto vários quilômetros nadando e uns poucos mais vadeando pelos juncos e o pântano com a água até a cintura. Os troncos das árvores ascendiam fora da água, sentinelas silenciosos em qualquer parte, vigiando tiras estreitas de terra. Ele estava exausto e seu flanco pulsava. Esperava que não quisesse dizer que tinha reaberto a ferida. Não era uma boa coisa quando estava na água. Ele deu uma olhada para a mulher que estava imóvel sobre ele. Ambos estavam cobertos com nervuras de barro negro. Ele afastou as mechas de seu escuro cabelo. –Dahlia. Acorda – Ela tinha finalmente desmaiado no canal depois de lutar em todo momento, contendo a lava de energia e impedindo de assinalar sua posição e bravamente manter-se ao lado dele até que seu corpo disse basta – Começa a me preocupar – Era verdade, e ele desaprovava preocupar-se em princípio. Era um passatempo inútil e o evitava a todo custo. Sacudiu-a suavemente – Vamos, bela adormecida, desperta por mim. Nicolas sentou, não fazendo caso do protesto que seu corpo fazia. Ela parecia muito vulnerável, cruamente pálida sob o barro. Só olhá-la causava uma mudança curiosa em seu ventre. Era um homem com muito autocontrole, e apesar disso, Dahlia tinha despertado algo que ha muito tempo tinha estado inativo e pelo visto forte em seu interior. Isto era incômodo ao não reconhecer exatamente o que ele sentia. Os trovões retumbavam diretamente sobre eles, agitando as árvores e sacudindo a terra. Chuva caía em cima deles, um dilúvio pesado que os empaparia em uns minutos. Dahlia se moveu, seu leve corpo se encolhia para manter-se longe do impacto da mordaz chuva. Ela girou sua cabeça para tentar evitar o impacto. Suas pestanas se agitaram, chamando sua atenção por sua longitude. Ela elevou a vista para ele. Ele vislumbrou o medo rapidamente mascarado. Ela olhou a seu redor, levantando-se de seu colo para romper o contato físico. –Suponho que desmaiei. A sobrecarga me alcança sempre – Seu olhar fez contato com sua face, depois desviou – Posso ser uma responsabilidade. Ele encolheu os ombros, em um gesto casual. –Sou um Caminhante Fantasma também, recorda? Sei como é – Ele ficou em pé e abaixou, lhe estendendo a mão. Dahlia vacilou um momento antes de pôr sua mão na dele. –Ainda não sei o que é um Caminhante Fantasma – Ela deslizou um olhar cauteloso ao redor – Nos trouxe para o lugar correto. A cabana do trapaceiro é por aquele caminho – Indicou para a área a sua direita. 39
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Nicolas colocou a mochila sobre seus ombros. –Lembra do doutor Whitney? O doutor Peter Whitney? – Ele a olhou fixamente. Sua face mudou… sua expressão estava em branco. Houve uma retirada imediata, não só física; ela se distanciou dele em sua mente. Ele podia sentir a separação e isto foi quase um golpe. Deixou-o estupefato. Inseguro se poderia encobrir sua estranha confusão interior, ele foi o único que olhou longe, estudando a direção que lhe indicou antes de se colocar a caminho. –Recordo-o. –Sua voz foi baixa e cheia de desagrado. –Entendeu o que ele lhe fez? – Nicolas manteve sua voz neutra e continuou caminhando diante dela, mantendo-a as suas costas para que ela não tivesse que esconder sua expressão dele. Ou talvez ele precisasse esconder sua expressão, não estava completamente seguro do que era. Antes que tivesse pego o atalho, notou que ela tremia, seu corpo reagia às ásperas condições. Apesar do dilúvio, o ar era ainda quente. O fez querer agarrá-la e segurá-la até o final. Ele sacudiu sua cabeça, em um intento por livrar-se de seus singulares pensamentos. Dahlia escutava ao som da chuva. Sempre o encontrava calmante. Inclusive agora, com isso emanando em cima dela, sentia que podia perder uma parte dela nisso. A parte que fazia mal às pessoas. A parte que nunca poderia controlar. Quando ela se sentava fora na chuva, limpava-a. –Sinto como se Whitney tivesse roubado minha vida. Mas ao mesmo tempo, sinto como se devesse lhe estar agradecida. Ele construiu minha casa e contratou Milly e Bernadette. Também me proveu de tudo que poderia necessitar ou querer. Meu cérebro requer… – Ela deixou de falar e contemplou as árvores silenciosas a ambos os lados deles, temerosa de poder envergonhar-se com lágrimas. Estava esgotada e vulnerável, cheia de tal tristeza que mal podia respirar. Não podia olhar as amplas costas de Nicolas enquanto andavam, não se ele queria falar do doutor Whitney. –Não é a única, Dahlia. Whitney trouxe um número de meninos, a maioria bebes, de diversos países estrangeiros. Ele encontrou às garotinhas em orfanatos, e era muito rico assim é que não teve muita oposição. Ninguém queria às meninas, assim é que quando ele pagou por elas, as autoridades fecharam seus olhos e não fizeram perguntas. Seu coração se acelerava com cada palavra que ele dizia. Obrigou-se a escutar a cadência de sua voz. Ele não tinha inflexão, mas havia prudência, o modo que ele tinha de falar dizia tudo. Nicolas não estava tão afetado como parecia. –Fui uma daquelas meninas – Ela fez uma declaração. –Sim – Ele parou na pequena zona de terra firme e examinou o arvoredo que crescia na água até os joelhos – Vamos ter que cruzar isto. Dahlia disse suspirando. –Te disse que seria difícil. Sinto muito. Nicolas girou sua cabeça e lhe sorriu abertamente. Foi fugaz e mal iluminou seus olhos, mas a esquentou. –Acredito que já estamos molhados. Um sorriso relutante tocou sua boca brevemente. –Suponho que estamos. 40
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–A chuva está tirando meu barro? Ela inclinou sua cabeça. Um indício de risada avançou a rastros em seus olhos. –Realmente está correndo através de sua face de uma maneira bem dramática. Acredito que inclusive conseguiria assustar um jacaré. –Antes que comece a rir de mim, teria que dar uma olhada a si mesma. –Nicolas cometeu o engano de estender a mão para afastar uma nervura de barro de sua face. Uma vez que a diversão deixou de existir, ela moveu sua cabeça para livrar-se de seu toque. Sua mão caiu para um lado. –Foi um daqueles meninos que Whitney tirou do orfanato? – Ela encontrou seu olhar fixo, um desafio escuro, quase beligerante. Nicolas entrou na água. Era mais profunda do que pensava. Ele a alcançou desde atrás e segurou o pulso de Dahlia como se fosse um grilhão, não lhe dando tempo para afastar-se de seu contato. Ela inicialmente resistiu, um leve puxão instintivo para afastar-se dele, mas ele a viu apertar sua mandíbula e mover-se gradualmente para as escuras águas ao lado dele. –Cheguei muito mais tarde – respondeu ele normalmente, pretendendo não notar sua aversão a ser tocada. A água chegava sobre seus seios, quase sobre seus ombros. –O que fez ele? –Tinha a idéia de que podia realçar as capacidades psíquicas. Pensou que se podia encontrar meninos com alguns sinais do talento, poderia incrementar suas capacidades e melhorar sua capacidade para servir a seu país. Ele levou às meninas a seu laboratório, contratando enfermeiras para elas, e levou a acabo seus experimentos. –Que exatamente ele nos fez? –Lembra de Lily? –Ele deixou de caminhar para baixar o olhar para ela. Seu fôlego ficou apanhado em sua garganta. –Não acreditava que ela fosse real. –Ela é muito real. Whitney a conservou quando se desfez de todas as demais. Disselhe que ela era sua filha biológica e a criou como tal. Ela não tinha nenhum conhecimento dos realces, só que era diferente e não podia estar ao redor de pessoas durante muito tempo. Viveu uma vida bastante solitária. Quando alguns dos homens de minha unidade morreram e suspeitou que eram assassinados, Whitney a trouxe para o projeto para tentar ajudá-lo a entender o que era que nos ocorria. Peter Whitney foi assassinado antes de poder lhe dizer algo. Lily o entendeu e ajudou a todos nós. Ela esteve procurando a todas as outras garotas que ele trouxe dos orfanatos após. Assim é como ela descobriu o sanatório e você. Dahlia esfregou sua têmpora. –Realmente me sinto doente por ela. Deve ter sido um golpe terrível descobrir a verdade sobre Whitney. A lembro como alguém muito agradável. Sempre me sentia melhor quando estava com ela. –Ela é uma âncora. Como eu. Apanhamos emoções, e até certo grau de energia, longe de outros assim podem funcionar melhor. É Jesse uma âncora? –le deixou cair a pergunta deliberadamente quando voltou as costas a ela, arrastando-a através da água com ele. 41
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–Não sei. Deve sê-lo. Era mais fácil estar em sua presença. Nunca realmente me perguntei por que. Sentia mais calma e controlada quando ele estava ao meu redor. Nicolas sentiu um estranho ardor ao redor de seu abdômen. Notou uma pressão em seu peito. –Estavam Jesse e você muito unidos? –Seu tom foi estritamente neutro. Ela o percorreu com o olhar, repentinamente nervosa e sem saber por que. –Acredito que o estávamos. Mais próximos que a maioria das pessoas. Não conheço muitas pessoas. Contava a Jesse como família, da mesma maneira que o fiz com Milly e Bernadette. Havia honradez em sua voz. Inocência. Ele deixou seu fôlego escapar lentamente, não gostando muito de si mesmo nesse momento. Ele estava aprendendo coisas sobre si mesmo que antes nunca tinha considerado uma parte de seu caráter. Não era agradável. –Sinto-o pelas duas mulheres, Dahlia. Estavam já mortas quando consegui chegar. Consegui pegar o homem que disparou em Jesse, mas então as coisas ficaram um pouco quente. –Sei que as teria salvo se tivesse podido – Ela sabia – Me conta mais sobre o Whitney. O que nos fez ele? –Simplesmente o temido nome evocava lembranças que ela tinha trabalhado por suprimir. –Lily pode lhe dar todos os dados técnicos se for o que deseja. Escutei-a e entendi somente uma terceira parte do que dizia. Mas basicamente, ele tirou todos os filtros de nossa matéria cinza. Estamos sempre em sobrecarga sensorial. É obvio ele foi um pouco mais à frente e usou impulsos elétricos e drogas de desenho, para ter fazer uma idéia. Sentimos e ouvimos e podemos fazer coisas que a maior parte das pessoas não podem, mas o custo é enorme. Ao menos eu me ofereci como voluntário. Você não teve nenhuma opção. Whitney tinha muito pelo que responder. –Sim, tinha – Dahlia fechou seus olhos contra a inundação de deprimentes lembranças. Os sons de meninas chorando. A dor que enfurecia em sua cabeça dia e noite. A figura escura sempre vigiando, nunca sorridente, nunca contente. Não humano. Ela pensava sobre ele desse modo. Um atormentador, sem nenhum sentimento. Ele foi um monstro em seus pesadelos, algo que ela empurrou longe e provou nunca mais voltar a pensar. –Dahlia? – Nicolas a atraiu sob seu ombro. Foi uma medida de seu desassossego que ela não notou. Ela tinha aversão ao contato físico, mas ficou perto de seu corpo. Ele podia sentir seu estremecimento através das roupas ensopadas – Não quero te transtornar. Teve um dia árduo. Podemos ter esta conversa em outra ocasião. Dahlia olhava para a chuva, quase tropeçou na água. O céu da noite era escuro e nublado e sentia como chorava seu coração. –Tenho que tomar cuidado – Ela tratou de guardar sua voz tão inexpressiva como a dele – Se sentir muito de algo, podem acontecer coisas más – Ela elevou a vista para seu rosto. De noite ele parecia ser feito de granito, não de carne, uma talha de pedra formosa com uns olhos assombrosos – Ele me fez isto? –Sim – Não havia razão para negá-lo. Peter Whitney estava morto, assassinado por um homem muito mais inescrupuloso e muito mais letal que Peter o tivesse podido ser 42
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alguma vez – Sinto muito. Desejaria poder te dizer que encontramos uma solução, mas não o temos feito. Encontramos a maneira de dar facilidades para viver entre outras pessoas, mas até agora, não há maneira de reverter o processo. A água se fazia menos profunda. Dahlia esperou até que estivessem de retorno sobre terra firme antes de olhar a seu redor para tentar orientar-se. –Está ali, através desse arvoredo. A cabana é pequena e não tem água quente, mas podemos improvisar. Está diretamente sobre o banco de um canal que corre como uma fita pela ilha. Muito poucos vizinhos vêm aqui fora porque tem um acesso muito difícil. Alguns dos trapaceiros mais velhos vêm de vez em quando – Ela falou rapidamente, tentando impedir que suas palavras a afundassem. Ela não tinha feito nada até aquele momento, até que ele disse que não havia nenhum modo de reverter o processo, tinha esperado que dissesse que tinham uma solução milagrosa para ela. Ela se obrigou a encolher os ombros. –Estou viva. Já agradeci? Duvido que tivesse conseguido sozinha. Eu teria tentado resgatar diretamente o Jesse então, com todos eles ali. Acha que o torturaram para conseguir que dissesse onde eu estava? Nicolas colocou seu braço ao redor de sua cintura e a levantou sobre um tronco de uma árvore podre, colocando-a sobre o chão lisamente sem perder nem um passo. –Este tipo de homens tortura pela emoção que sentem com isso. Não necessitam desculpas. Rodearam uma leve curva e encontraram a cabana. Estava assentada sobre a borda de um canal, tal e como Dahlia havia dito, uma parede se curvava abominavelmente. Em alguns lugares as gretas se revelavam através da madeira. Uma porção de pano sujo cobria uma janela, mas a porta estava fechada com chave. –Vou conseguir que Jesse retorne – disse Dahlia, que olhava fixamente o ferrolho. Era uma fechadura de combinação simples. Quande Nicolas chegou ali, o centro girou, primeiro a um lado e logo ao outro. Os copos fizeram clique no lugar, e a fechadura se abriu. Aconteceu rápida e limpamente e Nicolas pensou que Dahlia tinha aberto a fechadura sem pensar realmente em fazê-lo. Ela passou por seu lado e abriu o fecho e empurrou a porta aberta. –Não o abandonarei com esses homens. –Não esperaria que o deixasse para atrás – Ele olhou ao redor do pequeno quarto. Um colchão cheio com musgo estava no chão – Ele é como nós. Dahlia o olhou fixamente. –Whitney experimentou com ele? –Ele é telepático. Nunca encontrei com um telepático natural tão forte. Diria que foi realçado, e até onde eu sei, ninguém mais teve a fórmula de Whitney – Nicolas tirou o cantil e o deu a Dahlia – Fica o suficiente. Bebe tanto como necessite – Ele olhou a seu redor – Não é um hotel de cinco estrelas, verdade? Dahlia colocou seus braços ao redor de sua cintura, desesperada por controlar os contínuos estremecimentos. Mais que algo o que queria era estar sozinha. Ela não tinha estado tanto tempo com outro ser humano que recordasse, nem mesmo com Milly e Bernadette. Ela se forçou há fazer um pequeno sorriso. 43
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–Vou lá fora um momento, assim se precisa fazer algo privado como se secar, o lugar é seu. –Aqui não há necessidade de estar em guarda. Saberei se alguém se aproxima. Você é a única que precisa secar-se completamente. Minha mochila é impermeável. Ao menos se supõe que seja – Ele colocou seu rifle sobre a desvencilhada mesa antes de tirar a força uma camisa – Ponha isto e podemos estender suas roupas para que se sequem. Dahlia agarrou a camisa com reticência e o olhou quando ele desmontou o rifle. Ele secou cada parte da arma com cuidado e a engordurou. Ela olhou ao redor do pequeno quarto. Não havia nenhuma esperança de intimidade, assim é que ela se moveu para um canto tão longe dele como foi possível e voltou as costas. –Tem que se preparar se por acaso seu amigo esteja morto, Dahlia. Ela lançou sua roupa molhada a um lado. –Seu nome é Jesse, Jesse Calhoun – Ela deu uma olhada para trás para ver se ele olhava, mas ele se mantinha de costas. Ela tirou o fino sutiã azul claro e o deixou com o montão de roupa molhada, enlodada e colocou a camisa seca rapidamente – Não tem nenhum sentido matá-lo. Se eles queriam matá-lo, já o teriam feito no sanatório. Eles o usam como a isca para me apanhar. Que outro motivo poderiam ter? – Ela tirou seu jeans e sua roupa íntima, tentando não sentir vergonha, tentando agir como se não se importasse. –Teria que estar de acordo. Agarraram-o como um seguro. Eles se figuraram que se não o agarravam, o levariam e você os seguiria. –Que é exatamente o que vou fazer – Ela fulminou com o olhar beligerantemente a suas costas. Não é que o que ele havia dito fosse uma estupidez, mas seu tom neutro se fazia irritante. É obvio ela tinha que ir ajudar Jesse. Jesse nunca a abandonaria em mãos do inimigo. Nicolas manteve sua cabeça agachada e seus olhos sobre seu rifle quando o secou com um pano. Ele podia sentir sua crescente agitação e podia adivinhar, por sua experiência como Caminhante Fantasma, que sua ansiedade era o resultado da contínua proximidade a outro ser humano. Junto a sua tristeza e ao choque, era uma combinação perigosa. –Não vejo nenhum outro recurso – ele esteve de acordo – Já que sabem que os seguimos, e não podemos esquecer que puseram a um assassino atrás de nossos rastros, teremos que ser mais ardilosos que eles. –Alegra-me que entenda – Ela enxaguou o barro de suas roupas antes de as estender para que se secassem. Começou a observar como Nicolas deixava a um lado seu rifle e tirava uns poucos artigos mais de sua mochila. Uma das coisas era uma capa de travesseiro que ela reconheceu de seu quarto. Nicolas abriu uma pequena lata e tirou uma pastilha, pondo-a em uma caixa. Apesar de ter que guardar sua própria distância, Dahlia se aproximou, seus olhos vivos pela curiosidade. –O que é isto? –Tenho fósforos impermeáveis aqui dentro. Algumas coisas estão um pouco úmidas. Estivemos na água bastante tempo. –Ele defendeu a labareda do fósforo com sua mão e 44
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iluminou o tablete – Isto se chama Sterno4 e deveria nos dar bastante calor para que deixe de tremer. Dahlia já podia sentir o calor quando o pequeno objeto emitiu uma labareda. –Que coisas mais tem dentro da bolsa? Suponho que não trouxe comida com você. –Bem, claro que fiz. Os homens não vão a nenhuma parte sem comida. Seus olhos cintilaram com a breve diversão. O calor se elevou sobre ela. Era uma pequena coisa, mas nunca tinha acontecido antes. Dahlia cruzou seus braços sob seus seios e se dobrou para o calor do tablete, recusando considerar a tentação. Não durou o bastante. Nicolas começou a depositar armas sobre a caixa de madeira que servia de mesa. Duas facas de bota. Duas facas que tinham sido metidos em umas guarnições com departamentos contra suas costelas. Outra faca introduzida em uma capa entre suas espatúlas. Uma Beretta 9mm5 e um cinturão cheio de munição. Ela cravou os olhos nisso tudo. –Meu Deus. Realmente acredita ter uma vantagem. –Uma pessoa nunca tem muitas armas. Ela o estudou, a fluidez com que se movia, seus olhos vigilantes. Tudo a respeito dele gritava que era letal. –Você é uma arma. Ele cedeu um pequeno e evasivo sorriso que não alcançou seus olhos. –Certo. Quando sou chamado estou preparado. Ela era muito consciente dele tirando a roupa molhada e abandonando-a. O homem não tinha absolutamente nenhuma modéstia, e seu olhar seguiu extraviando-se apesar de sua resolução. Seu tamanho diminuía o quarto, e a ela. Era alto com amplos ombros e músculos marcados. Ele deu a volta ligeiramente e ela observou a repugnante ferida de seu flanco, alta, perto de seu coração. –Está ferido. Ele encolheu os ombros. –Faz algumas semanas. Quase estou curado – Ele tirou o estojo de primeiro socorros de sua mochila. A ferida não parecia curada ou que tivesse várias semanas. Parecia aberta e dolorosa. –Deveria ter me dito isso – Seus escuros olhos se moveram sobre sua face. Ela não podia dizer que estava pensando mas algo em seu olhar a incomodou. –O que podia fazer sobre isso? –Teria tentado mais fortemente me abster de desmaiar. O observou aplicar um pó e um ungüento antes que ele pressionasse uma almofadinha grande sobre a área. –Pode fazê-lo? Ela encolheu os ombros. 4
É um produto de petróleo conservado, convertido em gelatina vendido para as aplicações da calefação. Desenha-se para ser
queimado diretamente de sua lata. 5
Pistola de calibre curto (9mm), italiana, com uma longitude de 150 mm cujo peso descarregada é de 625 gramas.
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–Algumas vezes. Empurrei meu limite desta vez, mas talvez com mais incentivos poderia ter me obrigado a me manter em movimento – Inclusive agora seus braços e suas pernas doíam pela longa travessia. Ela esfregou as mãos sobre seus bíceps – Ao menos não teria tido que me arrastar junto com sua mochila e seu rifle. –Não pesa o suficiente para que o note. Se voltou de costas, de retorno ao calor do tablete. Sabia que era pequena. Inclusive Jesse fazia brincadeiras sobre que precisava crescer. Era um assunto espinhoso, mas ela tentava demonstrar que não se importava –Aqui há algumas toalhinhas para a face. Limpeza total e instantânea e depois podemos comer. Dahlia trocou de direção quando ele lançou a pequena caixa de toalinhas. Agarrou-a no ar e soube imediatamente que ele provava seus reflexos. –Estou bem, Nicolas. Desmaiei pela sobrecarga de energia, não porque não fosse o suficientemente forte para continuar. Acontece bastante. Mantenho-me longe de situações que o podem causar. Realmente, não tem que se preocupar, estou perfeitamente bem agora. De fato, porque posso usar mais energia, duro mais nos aspectos físicos que a maioria das pessoas. Ele estudou sua face afastada quando colocou um par de jeans secos. Não parecia estar bem. Estava pálida e triste. Ele não tinha nem idéia de como consolá-la. As mulheres não eram seu forte. Ela fazia um trabalho péssimo apagando as raias de barro. Ele agarrou a toalinha de sua mão e torpemente o fez por ela. Os instintos de sobrevivência de Dahlia gritaram que se afastasse, mas manteve sua posição. Nicolas nunca era torpe, não em nenhuma situação em que tinha visto. Mas podia sentir o desconforto dele e reconheceu que tentava acalmá-la. –Whitney está morto. Foi assassinado tentando proteger os homens de minha unidade depois de que experimentou conosco. Depois de sua morte, várias fitas foram encontradas. Você estava nelas, isso é o que conduziu a você. Em todas as fitas onde aprendia artes marciais atacava ou defendia diante de seu companheiro. Sentia a energia equilibrando-se sobre você antes que se movessem, não é? – Ele afastou mais barro de sua face, seu toque era tão cortês que apenas o podia sentir, ainda quando a eletricidade rangia no ar entre eles. Havia admiração e respeito em sua voz. Dahlia tentou não mostrar que a afetava, mas seu coração fez um gracioso volteio pelo inesperado comentário. Ela assentiu com a cabeça. –Assim é mais ou menos como funciona. Tudo emite energia, inclusive as emoções. Quando pratico com alguém, posso sentir a força do ataque antes que realmente me chegue. E posso tomar essa mesma energia e usá-la em mim mesma. –Isto é bastante incrível, até para um Caminhante Fantasma. Mas você não é telepática? –Forte não. Geralmente não posso iniciar, ainda com o Jesse, e ele é um telepata muito forte. Você me advertiu, não é? Ouvi sua voz me advertindo. Deve ser um telepata muito forte também – Deu uma olhada, às sombras em seus olhos – Por que os chamam Caminhantes Fantasmas? – Ela não se opunha ao título, de fato, havia algo muito 46
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consolador em conhecer outros que se pareciam com ela. O fato de não estar completamente sozinha, ser parte de um grupo, inclusive se não os conhecia. –Denominamos a nós mesmos Caminhantes Fantasmas porque fomos postos em jaulas e já não nos consideramos humanos, ou vivos. Sabíamos que poderíamos escapar nas sombras, na noite, e que a noite nos pertenceria – Ele inclinou seu rosto para cima para inspecioná-la, dois dedos debaixo de seu queixo – Bom, acredito que já consegui – Sua mão se esfumou, levando seu calor com ela. Observou ele tirar o barro de seu rosto. –O que nós somos? –Whitney pensou que seu experimento tinha falhado porque todas as do orfanato eram meninas e você não era suficiente velha ou o bastante disciplinada para enfrentar os efeitos do que ele tinha feito. Esperou uns anos, acreditando que tinha aperfeiçoado o processo, e usou um fundo militar, pensando que homens muito treinados e disciplinados iriam melhor. –Suponho que não o fizeram – Ela tomou a toalhinha de sua mão e gesticulou para que se inclinasse. Dahlia passou um pano sobre as nervuras de barro de sua face. Nicolas sentiu que o fôlego abandonava seu corpo. Ela não o tocava, não com seus dedos, não pele com pele, mas se sentiu como se ela o fizesse. Seus pulmões se queimavam com o ar, ou talvez seu corpo se queimava por algo mais. Algo muito mais íntimo. Ele não se atreveu a mover-se ou respirar se por acaso ela parasse. Ou se não parasse. Ele estava indeciso do que seria melhor. Sua reação era tão inesperada, tão estranha a sua natureza, ele ainda estava sob sua mão, um animal selvagem congregando a si mesmo para um ataque. Ele podia sentir se enrolando, esperando. O mais estranho era que não tinha nem idéia do que esperava. Por um momento o quarto rangeu pela tensão, com a eletricidade formando um arco. Saltou de sua pele para a dele e de volta outra vez. –Chega – Ela disse em voz baixa. Seu escuro olhar se chocou com a dela. O ar entrou precipitadamente em seu corpo e tomou seu perfume com ele. Ele deveria ter cheirado o pântano, mas em vez disso cheirou à mulher. Dahlia. Ele sempre saberia quando ela andasse no quarto. Sempre saberia cada vez que ela se aproximasse. Tinha que ser algo da química. –Não me dava conta que era eu que o estava fazendo. Pensava que tinha sido você. –Foi definitivamente você – deu a toalhinha suja para ele e deu um passo atrás, pondo espaço entre eles. Ela dava a ambos a oportunidade para mudar de tema. Quis deixá-lo sozinho. Nicolas não estava seguro de se queria o mesmo. Seu movimento longe dele não parou a inundação de sua consciência. Ele esfregou sua mão sobre seu braço. Ela estava ali, debaixo de sua pele, e ele não tinha nem idéia de como se introduziu ali. –De verdade tem comida na mochila? –Perguntou Dahlia. Nicolas deixou o calor em seu olhar ardendo sobre sua face. Ela manteve seu terreno, mas ele a sentiu esticar-se. Ele permitiu que saísse o ar de seus pulmões. Dahlia não estava preparada para aceitar nada dele. Ele relaxou e sorriu. Um sorriso aberto, rápido, deliberado e masculino que disse tudo e nada. –E café ou chocolate. 47
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–Acho que é um mago – Dahlia se afastou ainda mais dele, movendo-se ao redor da mesa provisória para pôr o celular individual desvencilhado entre eles como se isso deteria a estranha consciência que aumentava a cada instante. Seu coração golpeava forte, um ritmo duro, constante que dizia que ela estava em problemas. O que acontecia entre eles? Não sabia. Não queria saber, mas queria que desaparecesse. Dahlia não confiava em ninguém o suficiente para compartilhar tal momento de consciência total. E tinha havido um pouco patenteado na energia que o envolvia. Um elemento que estava entre ambos, masculino e muito confidente. Muito decidido. Extremamente sexual. O percorreu com o olhar, logo de longe. Ele era um caçador, um homem que usava meses para seguir com grande determinação um objetivo e não perdê-lo nunca. Dahlia parecia feita em pedaços. Não queria que enfocasse sua atenção nela. –Acredito que o chocolate seria perfeito. Uma xícara quente talvez me ajude a dormir – Ela duvidou que pudesse fazê-lo inclusive com a bebida quente. Não podia recordar ter dormido alguma vez com alguém no mesmo quarto. A idéia a fez se sentir um pouco indisposta. Nicolas extraiu o MRE6, um saco selado de comida preparada com a que as Forças Armadas proviam a suas tropas no campo. –Há muita comida, Dahlia. –Isso é comestível? –O como sempre. Um sorriso apenas perceptível estirou as comissuras da boca dela. –Isso não diz muito. Você provavelmente comeria lagartos e serpentes. –Podem ser muito saborosos, cozinhados corretamente. Freqüentemente comi serpente com meu avô na reserva onde cresci. Ele não a olhou, seguiu ocupado preparando sua comida. Dahlia teve um melhor julgamento dele agora. A conversa parecia o suficientemente casual, mas algo em sua voz disse a ela que a tinha informado de algo que raramente compartilhava com ninguém. Ele tinha posto só um par de calças jeans. Seu peito nu estava bronzeado e muito musculado. Ela não podia evitar que seu olhar se desviasse ocasionalmente em sua direção para contemplá-lo. Ela clareou a voz. –Seu avô o criou? –Nunca conheci meus pais. Morreram pouco depois de que nascesse. O avô era um guia espíritual e acreditava nos velhos costumes. Crescer com ele foi divertido. Passamos os meses nas montanhas rastreando animais e aprendendo a ser parte da natureza. Ele foi um bom homem e eu tive a sorte de crescer com ele. –Deve ter aprendido bastante dele. –Tudo menos o único que tinha importância. A tristeza em sua voz foi genuína e a arrastou. 6
Abreviatura do Meal Ready to Eat que pode traduzir-se como Comida pronta para Comer.
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–O que foi? –Como curar. Sei todos os cânticos e as ervas e os usos corretos, mas não tenho o dom de como o fazia – Nicolas dividiu um pouco do alimento e guardou o resto em seu lugar. Tinha o pressentimento de que poderiam necessitá-lo mais tarde, e ele acreditava em estar preparado – Ele me ensinou que todas as vidas são importantes e antes que aprendamos a nos levar a vida, deveríamos aprender a devolver a vida. E ele podia. Deveria tê-lovisto. Era um homem bom, muito educado. Também sabia a história de minha gente e os velhos caminhos. Respeitava a natureza e a vida e podia trazer a harmonia a uma situação caótica só estando ali. Dahlia suspirou. –Soa como um homem muito fascinante. Eu tive Milly e a Bernadette. Bernadette era a doutora do pântano. Um bom número dos habitantes locais vinham perguntar para que os ajudasse. Ela assistia a parto dos bebês e tratava toda espécie de coisas, em sua maior parte com plantas e ervas. Era uma enfermeira diplomada, mas me disse que sua primeira e melhor educação estava aqui nos pântanos com outra mulher que sabia de medicina. Ela me ensinou um pouco. Eu gostava de estar nos pântanos, ao ar livre, longe de todos. Ela teve que voltar as costas, afastando a tristeza e a cólera. Tinha que manter o controle em todo momento, enquanto estava em sua companhia. Ele a ajudava a aliviar o bombardeio de energia, mais de uma vez, Dahlia tinha perdido o controle e os outros tinham sofrido as conseqüências. –Estou muito cansada. Acha que deveríamos dar algumas voltas fazendo guarda? –Duvido que seja necessário. Há muitos alarmes naturais a nosso redor. Ambos despertaríamos provavelmente imediatamente. Tenho o sonho leve. Ela não duvidava que ele tivesse o sonho leve. Havia algo muito auto-suficiente em torno de Nicolas Trevane. Ele exsudava confiança e autoridade. –Vou lá fora alguns minutos. Se algo acontecer esta noite ou amanhã, há um bote preso perto da curva. É velho e entra aguá, mas tem gasolina no motor e o tirará daqui – Era uma das muitas vias de escapamento que ela conservava no caso de. –Manteremo-nos juntos, Dahlia. Espero que não pense que vai sair rapidamente daqui e ir atrás de Jesse por si mesma. Ela encolheu os ombros. –Somos adultos, Nicolas. Tenho que fazer o que é correto para mim, e adivinho que você tem que fazer o mesmo. Não vou deixar Jesse, e não vou pedir que arrisque sua vida para ir atrás desta gente a recuperá-lo. –Meu trabalho é te manter viva e te dar escolta de retorno a Lily. Acredito que nós vamos na mesma direção. –Há um pequeno andar no Bairro Francés7 que Jesse me mostrou uma vez. Podemos ir para lá. Há roupa, dinheiro e uma identificação escondida em reserva para mim – Ela abriu a porta, deixando que o som da chuva entrasse na pequena cabana, fazendo uma pausa na porta aberta e o olhar fixo no pântano – Acha que sabem quem é? –Duvido que eles descobram alguma vez – disse Nicolas. 7
Distrito de Nova Orleáns. O famoso Bairro Francês está no coração do centro da cidade.
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Dahlia tomou fôlego profundamente quando saiu para fora, fechando a porta atrás dela. A chuva tinha diminuído em força, caindo só uma ligeira garoa. No momento em que ficou sozinha, apoiou-se contra a parede da cabana e pressionou sua mão contra sua boca, assustada por afogar-se. Ela nunca tinha se sentido tão desequilibrada em sua vida. O homem tinha arriscado sua vida para salvasse a dela. Tinha-a arrastado pelo pântano e tinha proporcionado roupa e alimento. Não podia escapar como se fosse um coelho porque não sabia estar na companhia das pessoas. Talvez fosse sua companhia que dava medo. Nunca tinha tido tal reação com alguém antes. Ela queria deixá-lo em circunstâncias extremas, mas Dahlia se conhecia muito melhor que isso. Tinha vivido a maior parte de sua vida sob condições difíceis, e nunca tinha tido tal consciência de um homem antes. Determinada a passar o resto da noite sem ficar em ridículo, Dahlia voltou para dentro rapidamente. Nicolas era o tipo de homem que estaria olhando, e ela não queria isto. Havia dignidade em voltar sozinha, impávida, ou dar ao menos a ilusão de ser impávida. Dahlia foi diretamente ao colchão. Ela não ia se comportar como um bebê por compartilhar o único lugar onde ele também poderia estirar-se. Mas, também, tinha sua dignidade. –Quer a parede ou a parte externa? – Ele não a olhou, lhe deixando espaço. Sua primeira tendência foi o exterior, mas ele era melhor com as armas, e ela era mais pequena. Ela facilmente poderia engatinhar fora do colchão sem perturbá-lo, enquanto que ele não tinha a esperança de fazer o mesmo. –Ficare com a parede – Ela esperou que repentinamente não ficasse claustrofobia. Nicolas esperou até que ela se deitou sobre o magro colchão. Ele sabia o que havia pensado para permitir que ele tivesse o exterior. Era o mais prático, mas ela tinha passado sua vida longe das pessoas, vivendo uma existência solitária, falando só com duas mulheres mais velhas e Jesse Calhoun. Nicolas queria uma conversa longa com Calhoun. O homem tinha que ter estado trabalhando para a mesma pessoa que tinha usado Dahlia como um agente. Mas, para que a tinham estado usando eles? Nicolas sentiu o encolhimento de Dahlia fora de seu corpo quando ele colocou seu peso a seu lado, estendendo-se completamente. –Vai poder fazê-lo, Dahlia? Ela fechou os olhos, desejando que ele não tivesse perguntado. Desejando que seu tom não fosse tão cortês, quase terno. Desejando o calor que seu corpo emitia sobre o dela e afugentando os estremecimentos que não tinha podido deter desde que o tinha encontrado. Milly e Bernadette mortas. Assassinadas, executadas. –O que trouxe na capa de travesseiro? –A capa de travesseiro? –De meu quarto. Vi que tinha uma capa de travesseiro de minha cama. –Recolhi todas as coisas que me pareceu que poderiam ter um valor sentimental para você e as coloquei dentro. Uns livros, um suéter, um animal de pelucia. Não tinha muito tempo. 50
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Dahlia voltou sua cabeça para olhá-lo. –Isso foi muito considerado. Duvido que muita gente teria pensado nisso dadas as circunstâncias. Sua voz sonolenta evocava imagens de lençóis de cetim. Ele nunca tinha estado entre lençóis de cetim em sua vida, mas de repente tinha visões do aspecto dela olhando ele, nus, seu cabelo escuro estendido sobre o travesseiro, a luz da vela brincando meigamente sobre seu corpo. Ele não confiava em si mesmo para responder. E não confiava em seu corpo para que se comportasse, quando estava tão incômodo e tão cansado como estava. Ele se deu a volta longe dela, de seu lado, dando tanto espaço como pôde e controlando sua respiração, fazendo-a mais lenta para poder dormir. Uma vez que ele tocou o rifle que estava a seu lado e a Beretta que estava ao outro lado sobre sua mão. Ele podia sentir o contorno de sua faca, embainhado, mas desenganchado em caso de necessitá-lo rapidamente. Ele estava preparado se seus inimigos os encontravam. Capítulo 5 Em sua juventude, Nicolas passava semanas a sós, jejuando nas montanhas, esperando que lhe chegasse uma visão, para dizer quais eram seus dons especiais. Seu avô Lakota disse que precisava ser paciente, e Nicolas fazia tudo o que tinha requerido, mas não tinha podido interpretar seu sonho. A profecia chegava quando se balançava pelo cansaço, quando estava doente ou ferido, mas nunca tinha vindo enquanto dormia. A visão não teve sentido. Não havia nada tangível ao que agarrar-se. Isto o deixou frustrado e com sentimentos contraditórios, incapaz de cumprir o potencial que seu avô havia "visto". Em seu sonho, estava o golpe contínuo do tambor. Cheirava a fumaça dos fogos sagrados. O refúgio da cura se abriu para ele, esperando-o. Ele sabia as palavras dos cânticos que saravam, e os recitou sobre um homem com uma grande ferida sobre seu peito. Ele passou suas palmas sobre a ferida, sentindo o fôlego frio da morte contra sua própria pele. Umas mãos pequenas cobriram as suas. Esquentado suas mãos com o fôlego da vida. Os pequenos dedos seguravam um objeto que ele não podia ver, mas poderia ser importante. Sua voz aumentou na oração da vida. Ele cantou aos espíritos, rogando para que o ajudassem a curar a terrível ferida. Ele sentiu que o objeto pressionava sua palma, sentiu-o ficar quente como se recolhesse calor de uma fonte exterior para chegar até ele. Viu que as chamas alaranjadas e vermelhas dançam através de seus dedos. O objeto desapareceu antes de que pudesse identificá-lo. Outra vez ele colocou sua Palmas diretamente sobre a ferida aberta. As mãos menores passaram por cima das suas. Mil mariposas elevaram o vôo, suas asas roçavam seu estômago com o contato de pele contra pele. Seu canto se elevou com a fumaça e foi à deriva para cima, para o céu. Sob suas mãos unidas, colocou-as ao redor da ferida, as chamas dançaram um balé, e a ferida lentamente foi se fechando até que o peito deixou de estar quebrado. Ele tentou ver quem o ajudava na cura, mas nunca podia ver mais à frente da fumaça. Ele nunca podia ver quem tinha curado. Sentiu a carícia daquelas pequenas mãos 51
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que se deslizavam sobre sua pele nua e olhou para baixo para ver uma abundante cabeleira negra brilhante que deslizava sobre seu ventre, brilhando como fios de seda, brincando e burlando dele até que seu corpo se endureceu com urgentes demanda. Nicolas franziu o cenho e tentou alcançá-la, determinado ou seja quem era ela desta vez. Seus dedos construíram um túnel pela massa de cabelo. Despertou imediatamente, consciente de que seus punhos tinham o cabelo de Dahlia pego como cachos e seu corpo estava duro como uma rocha. A cabeça dela estava sobre seu peito e ela se moveu agitadamente, lutando contra os pesadelos. Ele suprimiu um doloroso gemido de pura frustração. Se despertasse, ela ficaria envergonhada. Se não o fazia, seu pesadelo e seu desconforto se intensificariam mais que provavelmente. Ele estava imóvel, suas mãos sobre seu cabelo quando sua respiração mudou repentinamente. Soube imediatamente que ela tinha despertado. Dahlia despertou às escuras com o medo estrangulando-a. Foi um pesadelo familiar, um que nunca realmente se desvanecia. As figuras escuras a observavam. Sempre a observavam. Ela necessitava espaços abertos onde pudesse respirar, e no sanatório freqüentemente se arrastava para o teto. Ficou perfeitamente imóvel, escutando o constante som da respiração de Nicolas, mas sabia que ele estava acordado. Ele repousava na escuridão, provavelmente despertou pelo movimento de seu corpo, a forma em que ela se esticou, sua respiração se acelerou. Estava segura de que eram afins. E ela foi consciente dele. Só então ela se precaveu de que estava envolta ao redor dele, sua coxa descuidadamente entre os dele, sua cabeça em seu peito. Ela se separou e sentiu que seu cabelo escorregava de entre seus dedos. Ela ficou em silêncio, incapaz de pensar corretamente, querendo desculpar-se mas não sabendo como. Ao final tomou a saída mais covarde. Dahlia incômoda, agarrou o colchão cheio de musgo, com cuidado para não tocálo, não ter contato físico. Só faltava uma hora mais ou menos para o amanhecer. Soube pelos sons noturnos no pântano. Ela despertava freqüentemente depois da meia-noite por isso sabia a cada hora que insetos, aves ou rãs emitiam suas serenatas. Nicolas não se moveu, mas ela sabia que seus olhos estavam abertos, olhando-a quando ela pôs seus pés nus sobre o chão e abriu a porta. Podia sentir a intensidade de seu olhar como se a queimasse. Foi imediatamente consciente da leveza da camisa que levava posta. As pontas da camisa cobriam seu corpo, até seus joelhos, mas não tinha posto nada debaixo dela. Seu corpo se sentia quente e dolorido, completamente estranho. O ar fresco da noite se precipitou sobre ela. Ela esperava que sua face não brilhasse tão incandescente como a sentia. Dahlia subiu em cima do teto com a facilidade da longa prática. Poucas atividades físicas eram difíceis para ela. Sentou-se cuidadosamente, dobrando a camisa debaixo dela e contemplando as nuvens flutuando por cima. Tantas vezes tinha passado as noites contemplando as estrelas e desejando poder agarrar-se às nuvens quando passavam. A chuva tinha cessado em algum momento da noite. Ela amava o som da chuva, o ritmo contínuo era como um arrulho que algumas vezes a ajudava a dormir. O teto estava úmido, o pântano claro, revigorante e fresco depois da depuradora chuva. 52
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Recusou pensar extensamente no fato de que ela despertou com seu corpo enredado com o dele. Tinha passado. Não havia nada que pudesse fazer sobre isso mais do que podia trocar o que Whitney tinha feito. –Lily – Ela sussurrou o nome suavemente. Sua secreta, amiga imaginária. Lily a tinha mantido cordata em mais de uma ocasião, mas a Dhalia haviam dito que não existia nenhuma Lily. Ali nunca tinha havido uma Lily. Lily era um invento de sua imaginação. Milly tinha sido sua enfermeira desde que ela podia recordar. Milly teve que ter sabido que Lily tinha sido real. Era uma pequena coisa, mas era uma traição. Dahlia pensava em Milly como sua família, como uma mãe. Se não podia confiar nas coisas que Milly disse, em quem podia confiar? No que podia confiar? –Deveria ter ido em sua busca, Lily. E Flame e as demais. Não deveria haver ficado aqui, realmente uma prisioneira, e acreditá-los. Na realidade pensei que talvez estivesse louca – Ela ficou com o olhar sobre a água e sua visão se nublou – Deveria ter estado lá para deter o assassinato de Milly e de Bernadette. Elas nunca tinham feito mal a ninguém ou algo em suas vidas. Isto não tem sentido. Ela não ouviu abrir ou fechar da porta. Tampouco escutou nenhum som até que Nicolas chegou ao teto, mas foi consciente de sua presença no momento em que se colocou atrás dela. Ela descansou sua cabeça sobre seus joelhos, não girando quando ele andou com cuidado aproximando-se dela, evitando as gretas do teto. –Cheguei tarde. Deveria ter estado lá. Nicolas observou como Dahlia esfregou sua face contra o pescoço da camisa que ela levava posta. Sua camisa. Envolvia-a completamente. Sentou perto dela. O suficientemente perto para que sua coxa tocasse a dela. Ele sentiu todas as ondas de tristeza enchendo-a completamente, rodeando-a. –Chegar tarde é o que salvou sua vida, Dahlia. Estavam ali para te matar. Era uma brigada de choque. –Talvez. Pode que não. Mas estavam ali para matar Milly e Bernadette e destruir minha casa – O olhou – por que? Depois de todo este tempo, por que decidiriam fazer isso? Não acha que o oportuno do momento era um pouco coincidente? Seus olhos brilharam com lágrimas que não caíram. Ele sentiu como se uma garra apanhasse seus intestinos. –Considerei-o imediatamente. Acredito que é mais que provável que Lily procurasse em lugares incorretos e advertiu a alguém que ela te encontrou. Ela herdou tudo. O trabalho administrativo é enorme. Ela encontrou a informação do sanatório sepultada debaixo muitos dizeres legais que só o advogado entendeu. –Ela é feliz? –Parece muito feliz. Está casada com meu amigo. Ryland Miller. Não se separam quase nunca. –Me alegro – Ela contemplou as nuvens em movimento – Alguém precisa ter saído assim de corda e feliz. Me alegro de que fosse Lily. –Não te dê por vencida, Dahlia. Há coisas que podemos fazer para minimizar os efeitos do que Whitney te fez. Ela girou sua cabeça para olha-lo. 53
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–Se havia coisas que alguém podia fazer por mim, por que me manteve separada do resto do mundo? Por que cresci sozinha no que foi virtualmente uma prisão? Podia haver partido, todo mundo sempre me recordava isso, mas eu em realidade não podia, porque ao fim e ao cabo, era o único lugar aonde dava uma pausa a meu cérebro da recarga sensorial. Agora já não o tenho. Nicolas se sentiu torpe. Se ela necessitava que ele disparasse em alguém por ela, ele era seu homem, mas confortá-la era algo inteiramente diferente. Não gostou do sentimento incerto; era estranho por sua natureza. Os homens não dava tapinhas na cabeça das mulheres como cães, não é? Ele a rodeou com o braço, aproximando-a mais a ele. Ela parecia ser tão frágil que teve medo de que quebrasse. Ela ficou rígida imediatamente, mas não se afastou. –Talvez já não tem sua casa, Dahlia, mas tem os Caminhantes Fantasmas. Não só Lily, toda uma família inteira de pessoas assim como você. Trabalhamos por isso juntos. Dahlia manteve sua face afastada. Ela sentia como Nicolas lutava para encontrar um modo de ajudá-la e era agradável, a única razão pela que não se separou dele e pôs distância entre eles. Sabia que tentava consolá-la, mas o pensamento de estar ao redor gente que não conhecia, em uma casa que era desconhecida, era aterrador. Dahlia não sabia nenhum outro modo de vida. O sanatório e os pântanos eram sua casa. Ela se obrigou diminuir a tristeza e o medo. –Roubo coisas. –Faz o que? Ela quis rir diante o tom incrédulo. –Roubar é pior que matar? Pensei que tudo era errado. –Surpreendeu-me – Ele não estremeceu por sua espontânea valoração do que fazia, mas a incomodou… E as opiniões das pessoas não a incomodavam. Tinha seu próprio código moral, um estrito código de honra. Não deveria se importar o que havia dito… Mas o fez. Ela não o acusava ou criticava, só era realista e talvez isso foi o que colocou sob sua pele. Que ela estava simplesmente aceitando o que ele era. Unidimensional, como se fosse tudo o que ele era. E tudo o que ele sempre seria. –Isso é o que faço. "Recupero" coisas. É um modo melhor de expô-lo? Os dados que foram roubados. Entro nos escritórios e recupero dados de sociedades prarticular ou até de pequenos negócios ou qualquer outro que agarra coisas que não deveria. –Para quem trabalha? –Acha que todo este tempo estive trabalhando contra o governo em vez de para ele? – Ela girou sua cabeça e o olhou por debaixo da impossivelmente longa franja das escuras pestanas. –É possível – Ele tentou avaliar seu tom, mas havia pouca inflexão em sua voz. Ela estava completamente fechada a ele, impossibilitando de ler os pensamentos – Se forem um ramo dividido, estão trabalhando fora dos parâmetros. E Jesse? O que disse sobre eles? Ele deve ter estado em contato direto com eles. –Suas ordens sempre provinham de alguém das forças armadas. Jesse foi um NAVY SEAL. Ele nunca, sob nenhuma circunstância trairia seu país. Ele é o último varão patriótico ansioso de brigar. 54
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–Se for um militar e foi um SEAL, poderemos sabê-lo. Sei que ele está realçado, mas não esteve em nossa unidade quando nos treinamos juntos. Eu gostaria de saber de onde vem e onde treinou. Lily suspeita que Whitney realizou o primeiro experimento com as meninas dos orfanatos, conosco, e com alguns outros. Ela esteve trabalhando para encontrar a todas as meninas. É obvio, todas serão adultas agora, e ela procura informação sobre se ou não Whitney experimentou em outros. –Teria sentido, não é? – Dahlia olhou seus pés nus. Ela se dobrou para limpar uma mancha em uma unha do dedo do pé – Se ele acreditava tanto no que estava fazendo, o que obviamente fez, realmente permitiria que passassem tantos anos entre os experimentos? Deve tê-lo tentado com outros. Nicolas estava escutando os sons do pântano. As rãs chamavam as umas às outras. Cada grupo coaxava mais forte que o outro, tentando superar umas às outras, chamando seus companheiros. As rãs ao redor da cabana eram particularmente fortes, criando uma estranha, desafinada música. Abruptamente, o grupo em alguma parte próxima à franja da terra que desembocava no canal ficou silenciosa. Nicolas imediatamente pôs uma mão sobre a boca de Dahlia e a jogou para trás sobre o lado do teto. Ele deitou plano, os impedindo de estar por cima da linha do horizonte. Ela não lutou. Ela conhecia os sons e soube imediatamente que algo tinha incomodado às rãs. Nicolas pôs sua boca contra seu ouvido. –Deslize para a janela e entra. Não deixarei que caia. Me dê meu rifle. A mochila está preparada, só agarra sua roupa e se prepare para mover. Dahlia assentiu com a cabeça e baixou pouco a pouco e com dificuldade pela costa do teto. Seu coração golpeava forte em seus ouvidos. A madeira raspou suas coxas nuas e subiu arrastando a camisa sobre sua pele quando ela deslizou pela janela. Fez um intento por não pensar sobre seu traseiro nu exposto para o Nicolas. Certamente ele tinha melhores coisas que olhar ou em que pensar. Sentiu a cor elevando-se sobre sua face quando conseguiu entrar na cabana através da janela. O rifle estava na mesa ao lado da mochila. Tudo estava exatamente tal como tinha estado antes de que entrassem à exceção de sua roupa dispersa. Deu o rifle a Nicolas pela janela, cuidando de não emitir nenhum som. Seu jeans estavam úmidos e incômodos, mas ela os pôs assim mesmo. Não ia vagar nua pelos pântanos com apenas a camisa de Nicolas para cobrir sua pele. Ela não se incomodou com a roupa interior molhada, em troca a meteu na mochila. Recolheu o cinto das munições. Era pesado, e a mochila era inclusive mais pesada. Dahlia se moveu com cuidado tanto pela janela como no chão, pendurandose até que quase caiu de cabeça por impedir de emitir um som. Ela se agarrou por batente, freneticamente tentando lançar-se para trás. Nicolas a apanhou pela camisa e a içou a seu lado antes que o peso da mochila tivesse possibilidade de atirá-la. Dahlia fechou seus olhos diante a humilhação. Ela tinha habilidades estranhas quando efetuava cambalhotas físicas, mas agora ela se via uma tola incompetente. Ficavam as mulheres indefesas ao redor dos homens? Se era assim, ela preferia viver sozinha. Nicolas não produziu nenhum som quando se moveu pelo lado do terraço, com o rifle em seu ombro, seus olhos vigilantes. Dahlia pensava que ela guardava silêncio em seu 55
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trabalho, mas não era somente que ele não fizesse nenhum ruído, era a forma em que se movia. Quase como se fluisse na água, tão facilmente que talvez não poderia vê-lo. Ela observou suas mãos… Firmes como uma rocha. Não houve mudança de expressão, nenhuma rapidez na respiração, nenhuma animosidade. E logo ela se deu conta do que devia observar. Nicolas Trevane experimentava uma metamorfose com o rifle em suas mãos e o alcance de sua vista. Ele não era completamente humano, mas não era uma máquina, e sim algo em alguma parte no meio. Ele se fechou a toda emoção e seu cérebro e seu corpo funcionavam a um índice de velocidade rápido. Ele mantinha os níveis de energia baixos porque não sentia cólera ao cumprir com seu trabalho. Fechava-se a tudo. Não era um ato de violência, era algo mais profundo. Dahlia lutou por entender. Controlar a energia era tudo para ela. A violência sempre criava energia. A acumulação de cólera em uma pessoa criava ondas violentas que freqüentemente a adoeciam. Nicolas não tinha essas emoções tão arrudas desgastando em seu interior. Não havia medo. Ela não apanhou nenhum redemoinho perdido escorregando-se para ela. Ele esperava serenamente, seu coração e seus pulmões funcionando firmemente. Dahlia soube o momento em que Nicolas divisou o assassino enganando-o. Ela era muito consciente dele, quase poderia perceber seus pensamentos. Não houve nenhum ponto repentino em sua respiração, mas seu dedo se moveu com o passar do gatilho. Uma carícia, quase como se o comprovasse para assegurar-se de que estava exatamente onde devia estar. O movimento foi lento e deliberado e a fascinou. Embora estava observando-o, ainda se impressionou quando ele apertou o gatilho e imediatamente deslizou para baixo pelo lado do terraço. Estendeu a mão e agarrou as costas de sua camisa, levando-a com ele. Ele a deixou cair no chão, fazendo gestos para que corresse rumo ao bote. Ela fez o que ele indicou, correndo rapidamente através do pântano, o seguindo pelo caminho. O bote estava amarrado a um cipreste. Dahlia caminhou através da água para preparar o bote. Não pôde evitar a forma que seu coração palpitou quando viu Nicolas vindo para ela da folhagem mais espessa. Ele se via como um legendário guerreiro, alto, forte e feroz. Não vacilou, mas sim vadeou diretamente dentro da água, colocando o bote no canal onde os canos cresciam mais altos e os poderiam defender quando fugissem. Dahlia esperou que uma quebra de onda de energia violenta a alcançasse. Preparou a si mesma para isso, mas não houve nada exceto o fresco ar matutino quande Nicolas agarrou os remos e deslizou o bote pela água, suavizando os golpes. – Errou – disse ela. Em certa forma não parecia possível. Ele estava tão seguro de si mesmo, quase invencível a sua maneira. –Dava onde apontei – respondeu ele silenciosamente – Temos que seguir nos movendo. Espero que vão mais lentos, mas não podemos contar com isso – Ele forçou os remos pela água com seus poderosos braços e levou o navio pelo canal para águas abertas. –Não senti nada. Seu olhar acariciou seu rosto, uma pequena carícia estranha que ela sentiu por todo seu corpo, justo como se a houvesse tocado com seus dedos. –Eu não te apontava. 56
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Ela apanhou o brilho fugaz de seus brancos dentes no que poderia ter sido um breve sorriso. Uma sobrancelha escura se elevou a modo de resposta. –Já te disserão alguma vez que seu senso de humor precisa trabalhar-se um pouco? –Ninguém nunca me acusou de ter senso de humor antes. Segue me insultando. Primeiro me acusa de apontar mau, e depois de me dizer que tenho senso de humor. Sua face era feita de pedra, seu tom sem qualquer expressão. Seus olhos eram planos e frios como o gelo, mas Dahlia sentia que ria. Nada grandioso, mas estava ali no bote, entre eles, e a terrível pressão de seu peito se levantou um pouco. –E tem que trabalhá-lo – ela apontou para fora – Entende-o bem – Ela fez um leve sorriso para corresponder ao dele. O bote se movia silenciosamente através da água, conduzindo-os por um labirinto de canais até chegar à zona de água aberta. Nesse momento Nicolas ligou o motor. –Você conhece esta área melhor que eu. Nos leve longe da ilha onde estava sua casa e longe da cabana. Necessitamos uma rota que nos cubra o máximo possível. Eles terão observadores. Não sabemos com que equipe contam, mas se ouvirmos um helicóptero ou um avião de pequeno porte, acredito que é melhor evitá-los. –Pude roubar coisas para eles – admitiu Dahlia – Mas passei minha vida inteira em um sanatório. Até se tudo isto saísse à luz, que dano poderia fazer eu? Seria etiquetada de louca. E a amarga verdade é que não poderia entrar em um tribunal nem estar próxima a tantas pessoas e não ter uma fusão acidental. Nada disto tem sentido – Ela o fixou com seu escuro olhar – Tem para você? –Estou pensando – Respondeu ele suavemente. Ela negou com a cabeça ante a exasperação por suas constantes, impávidas maneiras e fixou sua atenção em guiá-los a toda velocidade, diretos pelo pântano. Nicolas a olhou. Ela era de osso pequeno, mas perfeitamente proporcionada. Ele estava a seu redor, era muito mais mulher que o tinha parecido em um princípio, em vez da menina que se imaginou. E isso se estava voltando um problema. Ele queria manter sua mente completamente concentrada em mantê-los vivos, não no fato fascinante de que a camisa que ela levava posta estivesse molhada e quase transparente. Embora pequena, ela tinha belos seios, e ele não podia deixar de olhá-los. Podia ver o contorno mais escuro de seus mamilos através do material molhado. Ela tinha atado as pontas ao redor do cinto de suas calças jeans, e lhe chamou a atenção a curva de seu quadril e recordou a imagem de seu traseiro nu quando ela deslizou para baixo pelo terraço. Ele teve que admitir, que a imagem o tinha distraído e estado pensando muito sobre essa parte em particular de sua anatomia, não era o mais elegante quando estavam fugindo. Nicolas não podia deixar de olhá-la com sua cabeça volta, sua grosa cabeleira negra que sondava ao vento, seu corpo perfeitamente equilibrado quando ela dirigiu o barco. Com sua cabeça para trás, ele podia ver seu pescoço e o contorno de seu corpo sob a camisa, quase como se ela não levasse nada posto absolutamente. Seu corpo se moveu, endurecido. Nicolas não se incomodou em lutar contra a reação. Independentemente do que havia entre eles, a química era aparente e não ia partir. Ele podia sentar-se no barco e admirar a perfeição impecável de sua pele. Imaginando o modo em que a sentiria sob as pontas de seus dedos, sua Palmas. 57
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A cabeça de Dahlia de repente deu a volta e seus olhos se cravaram nele. Quente. Selvagem. Cautelosa. –Deixa de tocar meus seios. –Ela levantou seu queixo, empalidecendo sob sua pele. Ele sustentou em alto suas mãos em sinal de rendição. –Não tenho nem idéia do que está falando. –Sabe exatamente do que estou falando – A Dahlia doíam os seios, sentia-os inchados e quentes e em seu interior, um apetite voraz começou a mover-se. Nicolas estava sentado em frente, vendo o epítome da estátua masculina perfeita, suas características inexpressivas e seus frios olhos, mas ela notou suas mãos em seu corpo. Acariciando-a, sua Palmas cavadas em seus seios, seus polegares acariciando seus mamilos até que ela tremeu consciente e faminta. –OH, isso. –Sim, isso – Ela não podia por menos que ver a rígida longitude inchando-se sob suas calças jeans, e ele não fez nenhum esforço por escondê-lo. Seu desdobramento desavergonhado enviou a seu corpo rajada extra que finalmente fez que sentisse uma curiosa palpitação onde nunca tinha sentido necessidade disso. Ela chiou seus dentes – Ainda te posso sentir me tocando. Ele assentiu com a cabeça pensativamente. –Considero-me uma vítima inocente nesta situação – disse Nicolas – Sempre tive muito controle, de fato estou orgulhoso de minha auto-disciplina. Mas parece que você a destruíu. Permanentemente – Não estava mentindo exatamente. Ele não podia tirar seus olhos ou sua mente de seu corpo. Era um prazer inesperado, um presente. Devorava-a com os olhos. Com sua mente. Uma parte dela, a parte insensata… E Dahlia começava a acreditar que realmente havia uma parte que queria a forma em que ele a olhava. Ela nunca tinha experimentado a atenção completa de um homem centrada nela de uma maneira sexual. E ele não era qualquer homem. Era… extraordinário. –Bem, pare de toda forma – disse ela, apanhada entre a vergonha e o prazer. –Não vejo por que algumas de minhas fantasias podem incomodar. –Sinto suas fantasias. Acredito que as projeta fortemente. Suas sobrancelhas subiram rapidamente. –Quer dizer que realmente pode sentir o que penso? Minhas mãos em seu corpo? Pensei que estava lendo minha mente. –Disse que podia sentir me tocando. –Isso é assombroso. Tinha acontecido alguma vez? –Não, e é melhor que não ocorra de novo. Meu deus, somos dois desconhecidos. –Deitou-se comigo ontem à noite – apontou ele – Se deita com muitos desconhecidos? – Fizia uma brincadeira, mas a pergunta enviou uma sombra escura movendo-se erraticamente e ligeiramente através dele. Algo escuro e perigoso se moveu profundamente dentro dele. Seus olhos saltaram para sua face. –O que é isso? O que esta acontecendo? – Ela olhou a seu redor rapidamente – Deveria desligar o motor? 58
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Nicolas sentou um pouco mais elevado. Ela estava sintonizada com ele, notou a ardente sacudida do ciúme. –Estamos bem – Mas ele não estava seguro de que fosse verdade. Ele começava a alarmar-se por como eram conscientes um do outro. Nicolas não experimentava emoções como a cólera ou o ciúme. Ele tinha posto a ponto sua mente para eliminar tais coisas, mas Dahlia rompia uma vida inteira de preparação. –Me diga o que te passa. Sei que não sou uma pessoa comum, mas sou adulta, e apesar de ter vivido em um sanatório e ter tido sempre uma enfermeira, não estou completamente louca. Não te quero me tratando menos que a um igual. Nicolas estudou sua expressão. Seus escuros olhos cuspiam fogo para ele. Talvez esse fosse o problema. Ela derretia o gelo que circulava por suas veias. –Quando resolver isso, será primeira em sabê-lo. Não acredito que te tenha tratado como a uma menina ou como se estivesse demente, nem menos que a um igual. E não teria importância o que pensasse se realmente se importasse saber a verdade. Faço o que acredito que é correto, e não vou preocupar-me com o que pensa – Suas palavras o surpreenderam mais do que ela tinha feito. Declarava ele um fato difícil ou arremetia contra ela? Nicolas esfregou sua mandíbula com a costa de sua mão. Enfrentar-se à morte era mais fácil que dirigir-se às mulheres qualquer dia da semana. –Bem isso é bom, porque vou exatamente pelo mesmo caminho. Adivinho que nos entendemos o um ao outro – Ela girou sua cabeça longe dele, elevando o nariz, parecendose um pouco a uma princesa afogada. O sol se elevava para o céu e definitivamente proporcionava um fundo luminoso. Seu olhar estava fixo deixou cair outra vez sobre seus seios e o fino material de sua camisa azul claro. A camisa se transformou instantaneamente em sua favorita. Ele passou sua língua sobre seus dentes, desejando poder fazer o mesmo sobre seu mamilo. O fôlego de Dahlia vaiou em sua garganta. Reduzindo a velocidade do bote, ela se voltou para ele, furiosamente. –O que é tão malditamente fascinante sobre os seios? Se os mostrar parará? –Suas mãos foram para os botões da camisa como se ela realmente fosse abrir de um puxão o material. Havia cor em sua face e sua respiração era muito rápida – Uma vez ouvi que os homens pensavam no sexo cada três minutos mas você deve ter um record de registro. –Não são simplesmente qualquer seio, Dahlia – Ele tratou de agarrar o cantil de água. Sua mão tremia. Realmente tremia. O simples pensamento da abertura de sua camisa enviou a seu corpo uma forte dor, duro, implacável. –Bom, tenho-os, certo? Como qualquer outra mulher. Eles estão aí. Não posso fazer muito sobre isso. Nicolas tomou um comprido gole de água e quase se afogou quando ela furiosamente desabotoou a camisa e permitiu que as bordas ficassem abertos até sua cintura. Seus seios eram mais cheios do que ele tinha pensado primeiro, sobressaindo-se, avançado para tentá-lo ainda mais. Ela era bela. Sua pele era assombrosa. Ele engoliu seco. –Não acredito que tenha sido uma boa idéia. 59
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Dahlia se precaveu instantaneamente de que tinha cometido um terrível engano. Seus escuros olhos de gelo deram passo a uma febre rugiente. Sua mão apertou o cantil até que as pequenas amolgaduras apareceram. A energia saltou entre eles, feroz e apaixonada, alimentada por ele, alimentada por ela, ameaçando consumindo-os a ambos. Imediatamente ela estava quente, sua roupa era muito pesada, muito incômoda, sua pele muito sensível. Ela quis rasgar a camisa longe, sentir suas mãos, sua boca deslizando sobre sua pele. Quis coisas com as que nunca tinha sonhado ou pensado. Não tinha nem idéia nem sabia. A distância entre eles desapareceu. Seu corpo tocou o dela, seu peito nu roçando-se contra as pontas de seus seios. Suas mãos fizeram um túnel através da abundante cabeleira sedosa, rapidamente, segurando-a ainda enquanto ele se dobrou para baixo, seu olhar tão feroz e absorto como a energia que os rodeava, mantendo-os cativos em seu centro ardente. Ele arrastou sua cabeça para a sua. Sua boca se aferrou a dela, apropriando-se. O fogo saltou dela a ele, ardendo entre eles. O beijo seguiu sem parar. Não era suficiente. Nunca seria suficiente. Sua língua deslizou em sua boca, um dilatado baile, um sensual tango. Sua boca se moveu sobre a dela, lhe exigindo muito. Urgente e selvagem. A parte posterior de sua cabeça segura com sua palma a fez cumprir, beijando sua suave boca, seu queixo, sua garganta e de retorno a sua boca outra vez. O rugido em sua cabeça aumentou. Seu corpo se endureceu e cresceu até que pensou que suas roupas poderiam rasgar. Ele tinha que têla. Tinha que fazê-la sua. Acariciou sua pele. Suave, mais suave que qualquer outra que coisa que houvesse tocado. Era impossível pensar ou raciocinar com sua língua brincando com a dele, seus dentes pegando pequenas dentadas em seus lábios e seu queixo, seu fôlego movendo-se em seus pulmões. Ele saboreou seu pescoço outra vez. Mordiscou o caminho para sua garganta. Sentiu um estertor quando ele lambeu seu mamilo. Ouviu sua respiração explodir em seus pulmões quando ele segurou com a boca seu seio. Ela emitiu um só som, inarticulado, mas suas mãos subiram para embalar sua cabeça. Ele lisonjeou, devorou-a. Notou que seu intestino se retorcia. O calor se elevou até que pensou que ele podia começar a arder. Ele apanhou o fogo, em alguma parte de seu abdômen rugiu, uma conflagração fora de controle. Ele arrancou de um puxão o nó da camisa, desesperado por aproximar-se dela, desesperado para ter tudo dela. Dahlia sentiu sua boca escorregar por seu seio, sentiu sua língua sobre sua pele, brincando com cada uma de suas terminações nervosas. Ambos os mãos foram ao nó de sua cintura. Sua cabeça dava voltas, enjoada pela necessidade, faminta. Havia tanto calor e pressão, ela mal podia manter-se em pé pelo desejo dele. Dahlia tomou fôlego profundamente, fechou seus olhos, e o empurrou para longe dela… Com força. Ela deu a volta e mergulhou na água, longe do barco. Era o único modo em que ela podia salvá-los. Ele não tinha nem idéia que era o que o consumia, mas ela sabia. Ela tinha tratado com isso toda sua vida. Ela afundou profundamente, deixando que a água refrescasse sua acalorada pele. Não tinha pensado que tal coisa pudesse ocorrer. Nunca tinha sentido atraída fisicamente. Jesse certamente não se sentia atraído por ela, nem ela se sentiu atraída por ele. Não tinha 60
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se preparado absolutamente para a química explosiva entre Nicolas e ela e não tinha sabido levá-lo. Ela havia tornado a beijá-lo. Não simplesmente o tinha beijado, ela virtualmente o tinha comido para jantar. O pensamento de enfrentar-se a ele estava além do que poderia agüentar. Dahlia a pareceu a certa distância do barco, mantendo-se a flutuação enquanto fechava torpemente os botões de sua camisa. Ela ainda estava muito sensível com as carícias contra sua pele que enviada ondas expansivas por seu corpo. Não queria pensar em como se sentiria ele. O barco foi dirigido para seu caminho, e ele não parecia muito feliz. Fez sinais com a mão. –Saia, escapa daqui, Nicolas. Pega o barco e vai – Ela tratava com força de salvá-lo, mas ela podia ver a dureza de sua cara, ele não queria ser salvado. Nicolas parou o barco ao lado dela. Não havia gelo absolutamente em seus olhos, mas bem uma fúria rugiente. –Sobe no bote – disse ele, sua voz era sombria. –Escapa de mim. Acha que isto vai parar? – Zangada, ela golpeou sobre a água, enviando a uma coluna de água pulverizada sobre ele. Ele não estremeceu com as gotinhas sobre sua cabeça e peito que deslizavam para a cintura de seu jeans. Ela agachou sua cabeça sob a água na pretensão de colocar sua cabeleira de volta. Dahlia usou o breve momento para forçar a sua mente afastar-se de onde aquelas gotas se dirigiam. O que as gotinhas tocariam quando baixassem desde seu ventre para sua virilha. Ela saiu à superfície, seu coração palpitava. –Conheço os pântanos. Estarei bem. Pega o barco e sai daqui. –Maldição, Dahlia, não vou dizer isso outra vez. Sobe no maldito bote. Não sou nenhum violador. Estava comigo, sentindo o mesmo. Ela o viu então, sua vergonha era sua carência de controle. Seu medo era que a tinha assustado. Sua frustração sexual que devia ser tão má ou pior que a sua própria. Ela alcançou a borda do barco e se segurou ali, apertando seus dedos até que seus nódulos ficaram brancos. –Nicolas, não é por você ou por mim. Não é como você pensa. Tudo é pela energia. A energia sexual. Estava-a atirando. Eu também. Tanto a alimentávamos que nos tragou. Não podemos estar juntos. Não temos nenhuma possibilidade. Nicolas se sentou ainda vigiando-a. O que ele queria fazer era puxar ela de volta ao bote e unir suas bocas. Seus corpos. Ele a desejava ardentemente como o faria uma droga. Ele se obrigou a respirar. Dentro e fora. Ele podia ler o desespero nos olhos dela, o medo. Não dele, mas sim por ele. A pressão em seu abdômen começou a relaxar. Não lhe deu tempo para discutir ou a pensar, ele simplesmente agarrou seus pequenos pulsos e a levantou para o bote. –Somos adultos, recorda? Agora que sabemos que pode ocorrer, teremos mais cuidado – Ele fez um sorriso aberto rápido, zombador – Até que não queiramos tomar cuidado. Dahlia tragava com força. Ela tinha guelra, ele teve que conceder. O respeito por ela aumentava a cada instante que estava em sua companhia. Ela não recuou diante dele, mas 61
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sim se plantou no chão. Ambos estavam ficando de pé, e ela o tinha feito para olhar para cima. –Poderia ocorrer, Nicolas. Você nunca viu o que pode fazer a pura energia, mas eu sim. Gero calor quando ocorre e os fogos se acendem. As pessoas se machucam. –Fez amor com alguém, Dahlia? Sua voz era tão baixa que ela teve que esforçar-se por ouvir. Ela sentiu a quebra de onda de escuridão, de perigo, algo letal e mortífero emanando dele. –Não, nunca quis estar perto de alguém. –Até agora – Ele queria ouvir seu ponto de vista. Ao menos que lhe concedesse isso. Ele necessitava algo assim. –Até agora – ela esteve de acordo. Nicolas se afastou dela, sentando-se de volta a sua posição. –Obrigado por não me colocar à força na água. Deveria ter pensado nisso. –Não me dê muito crédito – Ela chegou até o motor – Não estava segura de que ao te empurrar, cairia – enviou um rápido sorriso aberto antes de voltar para a tarefa de conduzir velozmente através da água. Nicolas ficou com o olhar fixo para a densa e abundante vegetação e fez um intento para não pensar no sabor e a sensação de Dahlia. Ele fez um exercício mental, esclarecendo sua mente, deixando entrar os pensamentos sem fazer insistência neles e deixando sair de novo como uma maré. Ele estava seguro de uma coisa. Sabia que Dahlia era parte dele. Como e por que não tinha importância. Nada nem ninguém, nunca tinha atraído antes. Se importava. O que pensava, como se sentia. E ele a queria. Era quase meio-dia quando Dahlia atracou o bote em um mole desvencilhado. –Aqui é onde nos baixamos. Teremos que pegar um ônibus ou alugar um táxi. –Terei que dividir o rifle. Mesmo assim, nenhum dos dois se vê memorável com estas roupas. E sua camisa é transparente. Não acredito que possa te levar até um montão de homens que a olharão fixamente – Ele não a olhou quando desmontou seu rifle e cuidadosamente o envolveu antes de colocá-lo na mochila. O cinto de munições o seguiu, junto com cada arma visível. Dahlia ofegou e elevou seus braços para tampar seus seios. –Podia ter me dito isso. –Não queria te fazer passar vergonha – Desta vez ele a buscou, só um pequeno olhar. Ela teve a impressão de um sorriso fugaz. Apanhou a camisa que ele atirou e precipitadamente a pôs. –Da próxima vez, empurrarei-te dentro da agua – Jurou ela. Capítulo 6 Nicolas passeou no meio do amplo piso, comprovando todas as saídas, conhecendo onde estavam as janelas e procurando boas rotas de escapamento. A entrada principal se abria para fora sobre a esquina de uma rua assim é que podiam escolher que direção seguir para sair correndo. Ele notou que ali havia também uma entrada da rua através de uma porta de ferro forjado fechada no pátio. O pátio era grande com plantas muitas 62
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crescidas, locais de arbustos, e árvores grandes que davam sombra. Provendo uma coberta excelente se a necessitavam. O apartamento tinha um andar acima com um balcão que também lhes proporcionava acesso ao teto. Calhoun tinha escolhido a posição com cuidado. Tinham rotas cobertas, de escapamento, e estavam próximos ao rio. Dahlia abriu uma câmara escondida na parede atrás de um quadro onde havia potros correndo. Dentro havia armas, munição, e uma grande quantidade de dinheiro em efetivo. Havia também várias identificações. As licenças de conduzir, segurança social, e outras formas de identificações com diversos nomes e fotografias de Jesse Calhoun e Dahlia O’Blanc. Nicolas examinou rapidamente os papéis que Dahlia tinha pego da caixa forte antes. Todo o tempo, ele teve consciência do som de água. Dahlia tomava uma ducha. Não importa quão duramente ele tentava impedi-lo, sua imaginação insistia em evocar uma imagem vívida de Dahlia nua, molhada, sua cabeleira e sua face levantadas para a água quente. Ele fechou seus olhos contra a imagem e gemeu suavemente. Onde tinha ido toda sua auto-disciplina? Seu tremendo controle? Ele não podia culpar à energia sexual ou por outro lado a suas fantasias. Isto era entrever seu fundo nu, a curva de seu quadril. Seus seios nus que brilhavam como o sol. Ou talvez era seu sorriso. Ela não sorria freqüentemente, mas quando o fazia, Nicolas poderia jurar que era somente para ele, para ninguém mais. E depois estava sua pele… –!Hey! Menino amante! Deixa de estar na lua e venha tomar uma ducha. Cheira como um rato do pântano, e isto me põe de mau humor – Dahlia estava na porta com uma toalha envolta ao redor dela como um sarongue. Seu cabelo estava acima em uma toalha e jorrava água por todo o chão. Ela obviamente tinha descido a escada diretamente da ducha para o arreganhar duramente por suas indiscrições, mas tinha mudado de idéia. –Você não me ajuda com minha imaginação hiperativa – Indicou quando andou para ela. Ele fez uma pausa a seu lado, perto, apanhando seu corpo entre o marco e a porta. Deliberadamente, devagar, ele estendeu a mão e tocou sua face. Pensou que era uma pequena vitória por que não se separou automaticamente. Ela se reforçou com seu toque, mas não estremeceu quando ele a acariciou com seu dedo da bochecha até sua boca – Tem uma pele incrivelmente formosa. Seus olhos ficaram escuros. Cautelosos. Ele a sentiu esticar-se, mas ainda não se sobressaltou. –Quero te beijar outra vez, Dahlia. Seus olhos ficaram enormes. Ela levantou seu queixo, mas não venceu totalmente o contato visual. –Quero te beijar também, mas isso não quer dizer que devamos. É perigoso. E incluso no nos conhecemos. Um sorriso apenas perceptível vindo de um nada. –Estou disposto a chegar a te conhecer intimamente. Muito intimamente. Isso solucionaria o problema rapidamente – Seu polegar deslizou sobre seu lábio inferior suave como o veludo, fez-lhe pequenas carícias. Estava fascinado pela forma de seus lábios. Ele realmente poderia saborear sua boca… Enfeitiçando, feminina. Viciada. O calor flamejou entre eles, ardeu a fogo lento. Dahlia inspirou profundamente. 63
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–Nicolas – Havia dor em sua voz. Seus dedos se curvaram ao redor de sua nuca. Ele tinha melhor critério. Não entendia as conseqüências. Nada tinha importância exceto tocá-la. Aproximar-se dela, pele a pele. Enterrar seu corpo no profundo interior dela. O resto disso eram somente detalhes. Ele tinha a necessidade do homem primitivo de deixar seu rastro nela, a fim de que ela sempre fosse dele. Sempre querendo da maneira que ele a queria. Dahlia podia sentir o calor alagando-os. Tão só tinha que colocar seus braços ao redor de seu pescoço e o queimaria como o fogo, mas não seria justo para o Nicolas. Ele não teve idéia até onde chegaria, nem que perigosa podia ser. Ela tomou fôlego profundamente e empurrou com uma mão contra o peito de Nicolas. –Tome uma ducha. Usa água fria, ajudará-te. Requereu de um momento para controlar as demandas urgentes de seu corpo. Quando se afastou dela, a ponta de seu dedo escorregou descendo por sua garganta e se atrasou sobre o volume de seu seio antes que deixasse cair sua mão a um lado. Dahlia tremeu com seu toque. Ela permaneceu quieta, a tão somente uns centímetros dele, recusando dar um passo a atrás… Ou adiantar-se. –Felizmente, Jesse escondeu em reserva algumas roupas para mim. Ele é um homem prudente. –Assim o chama? Acredito que vou interferir ou dizer algo sobre isto. Eu gosto sem roupa. –Nicolas – advertiu ela – Estou pendurando de um fio. Supõe-se que me está ajudando. –Me diga por que outra vez e trabalharei nisso. –Não sabemos o que pode acontecer – Ele se encontrava de pé o suficientemente perto dela para sentir o calor de seu corpo. Sua necessidade era urgente, evidente e não fez nenhum esforço por esconder sua excitação – Ela elevou sua mão antes que ele pudesse falar – ainda não estou completamente cômoda com você. Ele suspirou suavemente. –Conseguiu me dizer uma coisa que não posso recusar – Ele foi para cima, doía-lhe o corpo por alívio. Nicolas normalmente se deleitaria com uma ducha quente depois das incômodas condições, mas agora era diferente. Ensaboando o barro de seu cabelo, pensou em sua inquietação. Por regra geral, desfrutava da solidão. Necessitava o isolamento. O isolamento era o modo de vida que tinha escolhido, de tal maneira que normalmente evitava às pessoas, mas agora se sentia pouco disposto a estar longe de Dahlia. Ele era um homem metódico, alguém que pensava as coisas com lógica. Quando tomou a ducha, forçou a sua mente a recuperar a disciplina e o controle. Deveria ter sido o que controlasse a situação, não Dahlia, e mas ela os tinha detido duas vezes. Sua falta de disciplina quando estava perto de o confundia. Decidido a recuperar sua tranqüilidade, usou o enraizado treinamento aprendido de seu avô materno, Konin Yogosuto. Automaticamente começou a fazer profundas respirações. Concentrou-se em seus conhecimentos, suas crenças que eram uma parte de sua vida, uma parte do que ele era. A unificação de mente e corpo. Completa harmonia com o universo. Um com o universo. 64
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Onde há caos, também deve haver ordem. Ele repetiu o tranqüilizador mantra, consentindo os ensinos familiares o pôr no centro. Energia, sexual ou violenta, até a energia normal, abundava na Dahlia. Ele criava energia simplesmente pensando nela. Querendo-a. Se ele devia encontrar um caminho para ela, precisava encontrar uma medida de controle. Dahlia era uma mulher única, que tinha vivido uma vida de solidão e traição. Ela não confiaria nele até que ganhasse essa confiança, não importava quão atraídos estivessem fisicamente. Dahlia necessitava amizade e precisava sentir-se “normal” o que se supusesse que devia ser. O que fosse que devia ser, ele estava resolvido a encontrar um equilíbrio que funcionasse. Sentiu-se bem ao estar limpo e seco outra vez. Ele colocou um par de jeans e pensou na vida que Dahlia tinha tido. Enquanto ele caçava, pescava e aprendia artes marciais, ela estava sozinha em salas de observação e silêncio de única direção. Seus avós o amavam e freqüentemente o abraçavam, emitindo aprovação quando ele tinha êxito. Houve duas mulheres na vida de Dahlia, e sua lealdade não tinha sido completamente dela. Ela necessitava de tempo. Inclusive se uma relação sexual os atava, Nicolas sabia que nunca seria bastante para ele. Sabia que queria tudo de Dália O’Blanc, não só seu corpo. Dahlia se vestiu devagar, agradecida pela roupa que Jesse tinha guardado no armário para ela. Quando colocou um par de jeans, escutou ao som da ducha. Nicolas tinha o poder agora, e ele sabia. Dahlia nunca tinha deixado a outro ser humano ter o verdadeiro poder sobre ela já que o doutor Whitney o tinha tido quando era uma menina. Os outros podiam acreditar que eles tinham o controle, mas nunca tinha sido assim. Ela nunca deveria haver dito a verdade, dizendo que queria beijá-lo. Jesse sempre dizia que devia ter um plano de reserva e não confiar em ninguém completamente. Isto nunca tinha parecido um problema antes. Inclusive Milly e Bernadette, as duas pessoas que realmente tinha querido, faziam informem a alguém mais sobre ela. Não só o doutor Whitney tinham feito informe. Whitney tinha perdido interesse nela ao redor dos dezessete ou os dezoito anos. Ele tinha proporcionado o dinheiro para sua casa e a equipe de ginásio especializado, mas uma vez que tinha tomado a decisão de que ela nunca seria capaz de trabalhar como espião, nunca voltou. Se ele o tivesse comprovado, talvez, teria visto que ela tinha demonstrado que estava enganado, talvez fosse de pura tenacidade. Dahlia vagou pela cozinha e abriu os armários. Estavam abastecidos só para as necessidades básicas. Ela fez café, principalmente pelo aroma e para ter algo que fazer com suas mãos enquanto tentava decifrar quem a queria morta. Quem sabia dela, e por que a queriam morta? Era possível que esses com os que tinha trabalhado não queriam que se soubesse do trabalho de resgate que tinha realizado para eles e tinham enviado uma equipe para matar não só a ela, mas também também Milly e Bernadette? Não tinha sentido. Nada disto tinha sentido. Ela roçou seu cabelo úmido com a toalha, eliminando a umidade excedente. Não havia nenhuma necessidade de matá-los. Ninguém nunca acreditaria em Dahlia O’ Blanc, uma mulher que tinha crescido em um sanatório. Era a coberta e a proteção perfeita. Se 65
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fosse apanhada, simplesmente era uma louca desequilibrada por suas teorias de conspiração. Ela levantou a vista quande Nicolas entrou na conzinha. Seu cabelo estava úmido pela ducha e tinha posto só um par de suaves jeans. Estava descalço e sem camisa, mostrando seu amplo peito bronzeado que a privou de sua capacidade de pensar claramente. Ela tentou não olhá-lo, mas era uma proposição que tinha perdido. Em uma pobre tentativa de cobrir a reação ante sua presença, sentou-se em uma das cadeiras de cozinha. –Estou fazendo café. Pensei que podíamos tomar uma xícara. –Cheira estupendo. –Automaticamente, ele percorreu com o olhar as janelas, assegurando-se de que ninguém poderia observar de nenhum ângulo. –Me explique um pouco sobre como entrou no trabalho do resgate – Sugeriu Nicolas. Dahlia se apoiou para trás e permitindo um longo olhar sobre ele. –Acredito que só o fiz porque o doutor Whitney disse que não poderia fazê-lo. Realmente detestei esse homem. –Assim é contraditória sobre tudo. Ela admirou sua marcada musculatura quando foi para a cafeteira. Ele alcançou facilmente o armário e tirou duas xícaras. –Muito contraditória quando é necessário. O homem que me recrutou tinha posto um uniforme, e tanto Milly como Bernadette tinham medo dele. Mais que só nervos, sabe? Acredito que ele tinha um par de estrelas no uniforme. Whitney estava ali então. Ela encolheu os ombros. –Eu tinha aproximadamente dezessete anos, acredito, e deliberadamente não prestei muita atenção. –E em sua manga? Viu uma âncora junto às estrelas? –Agora que o diz, sim a tinha. –Curioso. Assim é que ele se apresentou como parte das forças armadas. Isto pôde ter começado como algo escuro. Encoberto. Whitney tinha muita relação com os militares. A maior parte de seus contratos eram com o governo, e tinha uma autorização de alta segurança. Mas se Whitney mais tarde suspeitou que estava sendo usada por alguém que não tinha sua aprovação, por que não te tirou dali? –Whitney e eu não nos davamos muito bem. Quando ele estava ao redor, houve alguns acidentes – Dahlia estudou suas unhas – E sim, foram verdadeiros acidentes. Não machuco às pessoas de propósito. As repercussões são brutais. Então não tinha aprendido a controlar meus sentimentos. Os adolescentes têm essas emoções tão intensas – Ela encolheu os ombros – Acredito que ele preferiu esquecer que existia. –Ele te recordava o suficiente para deixar uma carta a Lily pedindo que encontrasse você e as outras mulheres com as que experimentou. –Suponho que deveria estar agradecida. –Eu não iria tão longe – Disse Nicolas – Se Jesse Calhoun for um Navy SEAL e o homem que vestia de uniforme era um oficial, e parece que poderia ser um contralmirante, então deveríamos estudar qualquer união com a Navy conectada com segurança de alto nível. Antes que a encontrássemos, o programa Caminhante Fantasma foi duramente 66
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atacado para ser apagado por um grupo de dissidentes militares. Pensávamos que os tínhamos pego a todos, mas talvez perdemos a alguém. E se esse é o caso, eles saberiam de Lily e do resto de nós. –Estão Lily e outros correm perigo? – Perguntou Dahlia rapidamente – Chama-os e lhes advirta de que tomem cuidado. Não quero que nada ocorra a Lily, especialmente por mim. –Não seria por você, Dahlia. Lily está comprometida com os Caminhantes Fantasmas, e ela é muito entregue encontrando a cada uma das mulheres com as que o Dr. Whitney experimentou e ajudando às recuperar. Dahlia reatou a secagem de seu cabelo com a toalha, desejando ter uma escova. –Como se envolveu no experimento? Nicolas vacilou, escolhendo suas palavras cuidadosamente. Ele nunca havia dito a ninguém as razões de sua implicação. –Precisava realçar minhas habilidades psíquicas. Dahlia esperou mais. Quando não comunicou nada mais o olhou através da mesa com uma sobrancelha levantada. –Nicolas, ninguém necessita que se realcem suas habilidades psíquicas. Por que considerou fazer algo assim? – Sua própria linguagem corporal gritava que descartasse o tema, mas Dahlia não podia imaginar a alguém querendo a vida que ela tinha tido – Nunca conheci nada diferente, mas você deve ter tido uma vida maravilhosa antes de encontrar Whitney. Ele encolheu os ombros. –Queria poder curar às pessoas. Meus dois avós acreditavam que tinha nascido com o dom, mas nunca pude usá-lo. –E quis trocar toda sua vida inteira por tentar essa possibilidade? –Obviamente. –Mas não sortiu efeito – adivinhou ela. –O experimento surtiu efeito, mas não para curar – disse ele. Dahlia estudou seu rosto, notando a tristeza em seus olhos. –Realçou suas habilidades naturais e te fez melhor caçador, não é assim? –Adivinhou ela – E não há forma de reverter o processo, não é? Nicolas negou com a cabeça. –Não, mas há formas para conviver melhor com isso, Lily pode te ajudar para que possa viver entre pessoas e ao menos ter uma oportunidade em um pouco parecido à normalidade. Ela ajudou a todos nós. Dahlia se encolheu. –Encontrá-la será suficiente. Uma parte de mim pensava que tinha perdido o julgamento por acreditar que ela existia – Ela passou as mãos pelo cabelo, levantando a cabeleira molhada de seu pescoço – Estive pensando. Não acredito que vá ser tão duro encontrar Jesse. Querem que eu vá atrás dele. Deveram ter deixado alguma pista para que os encontre.
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Nicolas verteu café em uma xícara para ela e a deu através da mesa. As pontas de seus dedos acariciaram as suas. Seu ventre fez um ondulação, incômoda, e sua virilha se apertou. Se ele fosse um homem que blasfemasse, agora seria um bom momento. –Tenho que estar de acordo com você – Ele manteve a calma em seu tom. Dahlia tomou um sorvo de café, olhando-o serenamente. Ela estava sentada em uma cadeira de moda na cozinha, cômoda com calças jeans e uma camisa de praia. Seu cabelo comprido chegava até sua cintura, uma cascata de seda negra. A cabeleira deixava lugares úmidos na camisa. Nicolas trocou seu olhar para as numerosas Identidades. –Encontrou algo que nos possa ajudar? –A verdade é que não. O que sobre sua gente? Têm as conexões para descobrir sobre a procedência de Jesse? Nós poderíamos ter uma pequena ajuda? –Lily tem autorização de segurança superior e pode cortar o caminho ao redor de qualquer sistema de segurança. Chamei-a enquanto estava na ducha – Ele passou a mão sobre sua mandíbula – Me disse que te dissesse que estava muito contente porque a encontramos e que a fazia sentir como se ela já não estivesse tão sozinha. Dahlia girou sua cabeça, incapaz de esconder sua expressão diante o olhar de sondagem. Lily significava muito, mesmo que Dahlia pensava que Lily não era mais que um invento de sua imaginação. Ela não podia identificar facilmente como se sentia ao saber que Lily era de verdade, que estava viva e era feliz por havê-la encontrado. Sentiu-se como se fosse o membro de uma família que se perdeu fazia muito tempo e tinha aparecido. Ela lutou por conter suas emoções. –Dahlia, está bem mostrar seus sentimentos. Você sabe tudo o que eu penso. Ele acreditava que poderia sorrir, mas ela não o fez. Sentou-se na cadeira da cozinha muito grande com lágrimas em suas pestanas e o contemplou. –Não, não sei. Não sou como você. Já lhe disse isso, não sou telepática. Posso alcançar fora se a energia for correta, e posso responder se a outra pessoa sustenta o contato. Jesse era forte. Podíamos falar juntos. Você é forte, mantém a ponte, mas não leio seus pensamentos. Sinto suas mãos em meu corpo, ou sua boca. Independentemente do que pensa, de algum jeito transfere uma sensação muito forte. Transmite, mas meu cérebro não o ouça. Meu corpo o sente. Nicolas sentou lentamente. –É difícil entender tudo isto. A maior parte dos Caminhante Fantasmas usam a telepatia, ao menos em grande medida. O conceito de usar a energia é diferente. Parece mentira que eu pense em algo, você não escute meus pensamentos, mas sinta o que penso. –Todos nós emitimos energia. As emoções emitem energia. Tem uma particular atração sexual para mim. A energia é forte, e me encontra. –Ocorreu-te alguma vez com qualquer outro em algum outro nível? Sentiu o que pensavam? – Ele permaneceu em calma, respirando, mas agora ele estava sintonizando sua mente e seu corpo, e uma onda de ansiedade, de violência escura, perigosa, reconhecida como parte dele e foi deixando. Ela negou com a cabeça. –Tem sorte. Só aconteceu com você. 68
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Ele deixou sua expressão em branco, não mostrando o alívio que o estava atravessando. –Eu acredito que sou muito afortunado, um privilegiado, tendo sido o único. Isto nunca te tinha ocorrido, nem quando era uma menina? Talvez com Lily ou com alguma das outras? Dahlia sacudiu sua cabeça. –Nunca. –Mas você não pode ter ao redor outras pessoas – Ele indagou amavelmente. –As emoções fortes me incitam a atacar. A violência me põe extremamente doente. Tive ataques antes. Feri alguém agumas vezes, acidentalmente. Parece que o faço a propósito, mas quando estou no centro da energia violenta, a cólera especialmente crua ou a seqüela da morte, como a que experimentamos em minha casa, fazem que gere calor junto com minhas emoções e as coisas ocorrem. Minhas emoções o podem fazer ocorrer. –As chamas. Parece como se as jogasse, mas em sentido contrário, é falta de controle. –Exatamente, mas pode ser útil quando as pessoas pensa que o faço de propósito – Outra vez aquele sorriso fraco tocou sua suave boca. Nicolas tratou de não contemplar sua boca ou permitir que sua mente se atrasasse muito tempo pensando nas possibilidades de beijá-la. Ela deixou sua xícara de café na mesa e se reclinou. –Dá-te conta de que não sei absolutamente nada de onde vim? Se tive uma família. Deve se sentir muito afortunado de ter conhecido seus avós. Me conte algo sobre eles. –Realmente eu fui muito afortunado por ter conhecido meus dois avós. Meu avô paterno era Lakota, um grande chamán, um grande homem. Ele podia fazer coisas que nunca vi ninguém fazer. Estava acostumado a dizer que cada coisa tem um espírito, um fôlego de vida, e ele podia dirigir-se aos espíritos. Uma vez vi um pequeno moço que caíu de um escarpado e quebrau tantos ossos que gritava agónicamente. Enquanto esperávamos que o helicóptero de resgate chegasse, meu avô começou a cantar aos espíritos, os dezesseis que há. Ele pôs suas mãos sobre o moço, e eu podia sentir o calor que ele gerava. Quando o helicóptero chegou, o moço já não gritava e seus ossos estavam totalmente bem. Em troca o helicóptero levou a meu avô por que seu coração começou a falhar. –Isso é incrível. Não é estranho que queira poder curar às pessoas. Tenho lido sobre de coisas assim, mas certamente nunca o presenciei. Qual era seu nome? Nicolas sorriu. –Somente avô para mim. Nicolas foi um nome ao que atendia, mas ele tinha muitos. –Você realmente o amava, não é? Deve amar ter seu nome. Nicolas olhou seus dedos, o pequeno estranho ritmo que ela fazia no ar. Não era consciente do que fazia. Ele se lembrou de sentir o ritmo quando ela tocou com seus dedos contra o colchão na cabana nos pântanos. Obviamente era um hábito. –Sim, fiz, Dahlia. Crescer com ele foi uma experiência humilde. Não pode imaginar que perfeita infância era para um moço jovem. Meu avô me ensinou rastrear e a sobreviver em qualquer espécie de condição, mas sobre tudo ele me ensinou a respeitar a vida e a 69
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natureza – Seus dedos o fascinavam. Havia algo hipnótico no modo em que ela fazia girar seus dedos no ar – O que está fazendo? Ela pareceu alarmar-se. Sua boca formou uma pergunta, mas seguiu com seu olhar fixo em seus dedos. A cor débil avançou a rastros sob sua pele e fechou sua mão em um punho. –Faço exercícios com pequenas bolas. Ajuda a aliviar o constante bombardeio de energia. Fiz uma coleção de bolas de pedras minerais, em sua maior parte cristais. As diferentes propriedades ajudam com os diversos tipos de energia – Ela encolheu os ombros como se não tivesse importância. Nicolas podia ver claramente que sim tinha importância. –Pode que tenha salvo algumas de seus favoritas. Joguei as que vi em seu quarto dentro da capa de travesseiro antes de notar os explosivos. Sua face se iluminou. Nicolas se sentiu como se tivesse recebido um presente de Natal. Ela quase se jogou sobre ele, e se preparou si mesmo para seu toque. A última hora ela mudou de idéia e simplesmente posou seus suaves lábios sobre sua face. O calor queimou sua bochecha. Até com as instruções prévias, aquele gesto pareceu chocantemente íntimo. Ele elevou sua mão e tocou o lugar com as pontas de seus dedos. A cor de Dahlia aumentou ainda mais. –Sinto muito, foi algo irrefletido. Sei que você não gosta que o toquem. Atuo temperamentalmente a seu redor. Francamente não me lanço sobre as pessoas normalmente. –Acreditava que tínhamos estabelecido que não me importa que me toque, Dália – disse ele. Depois tirou a capa de travesseiro de sua mochila e tirou as peculiares bolas feitas de vários cristais e pedras. Elas eram frias ao toque, lisas e duras. Seus dedos acariciaram os seus quando as deu. Imediatamente ele sentiu o calor, como se as esferas tomassem vida quando as deu a Dahlia. Ele olhou abaixo para ver suas mãos unidas, as suas grandes, as dela pequenas, e algo imediatamente se arrastou em seu cérebro. A lembrança de sua visão do espírito que chegava precipitando-se sobre ele. –Obrigado, Nicolas – Ela agarrou as pequenas esferas dele. Um jogo era de ametistas. Seus dedos as acariciaram imediatamente, as roçando e as fazendo rodar conjuntamente. Outro jogo era feito de rubi de Boêmia e ainda havia outro que era feito de aguamarinas. Era algo pequeno, mas lhe dava prazer, e isso era tudo o que importava. –Acha que os cristais ajudam a curar? – Perguntou ele curiosamente. –Não sei sobre a cura, embora supostamente eles são capazes de enfocar a energia e ajudar. Eles me ajudam tremendamente. Quando tenho que estar tranqüila, qualquer destes três jogos realmente funciona, alguns de outros em menor grau. –Meus dois avós usavam cristais – Disse Nicolas –Ele era do Japão, e seu nome era Konin Yogosuto. Depois de que o avô Nicolas morreu, fui ficar com ele. Eu tinha dez anos. Ele vivia com simplicidade. Era um professor em artes marciais e tinha um grande número de estudantes. –E você se transformou em um deles? 70
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Seu escuro olhar brincava com ele. Uma vez mais sentiu a reação de seu corpo, como se esticavam seus músculos. Isso foi o mais fácil de aceitar. Foi a batida de seu coração, que parecia que explodiria o peito, o que o pertubava. Fez o impossível por aparentar estar sereno, como quando tinha passado tantos anos aprendendo a fazer. –Não imediatamente. O suficientemente interessante, como o avô Nicolas, o avô Yogosuto também acreditava na cura e fazia que muitas pessoas viessem com seus problemas para aprender o estilo de vida. Era um homem muito tranqüilo. Quando dizia algo, eu o escutava. –Assim é que teve dois avós que o criaram e nenhuma mulher. Eu tive duas enfermeiras que me criaram e nenhum homem. Interessante que resultássemos parecidos – Ela levantou seu olhar para ele. Durante um momento se fez o silêncio. Dor. Uma dolorosa solidão. Nicolas começava a entender o que ela queria dizer sobre a energia. Podia sentir a tristeza que emanava dela, e isto o tocou em lugares que não sabia que existiam. Se havia ternura nele, parecia que a tinha reservado para a Dahlia. Olhou como tragava, a linha de sua delicada garganta. Ela parecia vulnerável na grande cadeira, sentada com suas pernas recolhidas. Ela forçou um pequeno sorriso. –Teve alguma vez um cão? Sempre quis ter um cão. Não era que não me deixassem ter um, era questão de controle – Ela percorreu com o olhar a mesa, qualquer lugar menos a ele. O que a havia posuído para expulsar tais detalhes íntimos a um perfeito desconhecido? –Tinha medo de que a controlassem através do cão? Dahlia calou durante um momento, indecisa de seguir ou terminar a conversa. Finalmente ela assentiu com a cabeça. –Cada um parecia querer me controlar, e não quis que fosse mais à frente. –Como podiam te controlar? Ela encolheu os ombros. –Necessitava da casa e o isolamento. –Tem dinheiro, Dahlia. Muito dinheiro. Poderia ter sua própria casa em um local isolado. Ela agachou sua cabeça; as esferas de ametistas formaram redemoinhos em seus dedos. Ele observou como davam voltas em sua palma com notável precisão. Em uns minutos já não estavam em sua palma a não ser sob seus dedos, mantendo a ação do giro justo como se seus dedos as manipulassem. –Dahlia – Chamou-a por seu nome para atrair sua atenção e esperou até que ela a contra gosto o olhasse – Permitiu que a controlassem. Por que o fez? Ela esteve silenciosa muito tempo ele pensou que não podia responder. –Queria uma família. Milly, Bernadette e Jesse eram as únicas pessoas que eu tinha. Fiquei para cuidá-los. Era uma compensação. Nicolas mordeu uma palavra que raramente usava e girou sua cabeça longe dela para ficar olhando para fora da janela. Por um momento nublou sua vista e piscou rapidamente para esclarecê-la. 71
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–Foi um inferno de troca, Dahlia. Poderia ter estado melhor com o cão – No momento em que as palavras saíram pela boca lamentou não poder voltar atrás. Dahlia se levantou e empurrou para trás sua cadeira. Suas mãos tremiam. Ela as pôs à costas. –Necessito um pouco de espaço, se não se importar – Se ela explodisse em lágrimas nunca o perdoaria… Ou a si mesma. –Espera – Ele deu um passo para ela. Deslizando-se silenciosamente. Sentiu-se mais predador que qualquer outra coisa e seu coração palpitava alarmado. Ela cedeu terreno, dando um passo para trás embora sabia que não era o melhor. Dá um passo para o lado, nunca dê para atrás, eles seguem vindo. Uma regra padrão do treinamento. –Dahlia, sei que cometo enganos com você. Conosco – Ele colocou sua xícara de café na mesa e esfregou a ponte do nariz, franzindo o cenho quando notou que ela imediatamente entrou na postura de luta – Não estou acostumado a estar com outras pessoas mais que você. Não sei como falar com as mulheres mais que você sabe como falar com os homens – Ele apertou os dentes por um momento, parecendo que estava se fazendo de idiota, mas seguiu adiante – Nem sempre digo as coisas adequadas. Estou acostumado a dizer coisas que doem. Trabalha comigo. Profissionalmente, não há problema, sei exatamente o que fazer, mas pessoalmente… Ela negou com a cabeça. –Não sei como ser pessoal sobre nada, Nicolas. Não vai conseguir nenhuma ajuda de mim. –Então temos que aprender juntos. É tão mau? Temos pontos comuns. Ambos somos Caminhante Fantasmas. Há só uns poucos de nós no mundo inteiro. Vi seus livros. Lemos os mesmos livros. –Que livros? – desafiou. Houve um pequeno silêncio. –Estou seguro de que temos o mesmo dicionário – Nicolas olhou sua boca abrandarse e formar um pequeno sorriso. Ele estalou seus dedos. “Memore Zen, Mente de Principiante”8. Ali vai, desgastei duas cópias. Tinha um na mesinha de sua cama. Trouxe-o comigo na capa de travesseiro. –Você não pode ter minha cópia… Amo esse livro – Dahlia o perdoou, em grande parte porque fez um intento tão importante por tranqüilizá-la – Deve ter fome. Necessitaremos provisões. Pensava que talvez poderia caminhar um poquinho pelos arredores e me deixar ver, virão nós e não teremos que trabalhar tão duro buscando-os. –Era um franco-atirador o que estava no pântano, Dahlia. Se eles enviassem a um franco-atirador, o que procuram é um assassinato – Não havia adulação nisso. Ele não estava preparado para vagabundear pelo Bairro Francês, estabelecendo-se como um objetivo. Ela assentiu com a cabeça.
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Do Shunryu Suzuki. Tráfico da meditação e a pratica Zen.
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–Já percebi isso. Quando disse que era como você, a princípio pensei que queria dizer outro Caminhante Fantasma, mas você teria dito como nós. Não o fez, assim é que tinha que ser um franco-atirador. Como sabia que nos seguia? –Instinto, um sexto sentido, o espírito de meu avô sussurrando em meu ouvido. Não sei. Quando estou aí fora, chega-me e o sei. –Ele faz isso? Seu avô murmura em seu ouvido? Não houve diversão em sua voz ela não zombava de suas crenças. Havia interesse e possivelmente um pouco de inveja, mas Dahlia não encontrou nada estranho em seu comentário. Ela aceitava às pessoas por quem e o que eram. O aceitava. Nicolas se deu conta nesse momento que Dahlia tinha levado uma vida muito diferente, tão isolada, nunca sentiria a necessidade ou quereria julgar a outro por suas peculiaridades. Duvidava se ela alguma vez estaria completamente a gosto com outros. Nicolas sabia que ele preferia uma vida isolada. Mas era uma escolha. Sabia quem era e o que agüentava. Nunca havia sentido a necessidade de desculpar-se ou explicar-se, nem mesmo com Lily. Respeitava Lily e sentia um estranho afeto por ela, como o sentia pelos membros da equipe dos Caminhante Fantasma, mas a emoção era mais próxima à sensação de família que qualquer outra coisa. Não importa que emoção Dahlia avivava nele era quente, apaixonada e profunda. Ela removia uma escura violência que ele não sabia que estava em seu interior e o fazia rir, algo incomum em sua vida. –Nicolas, não tem que responder se não quiser. Não tinha intenção de bisbilhotar. – Dahlia tocou suas costas com sua mão. Um toque com a ponta do dedo. Ela deixou uma nervura de fogo em sua pele – Se tivesse tido um avô como o seu, podia querer guardá-lo só para mim. –Meus dois avós eram para ser compartilhados com o mundo. Esmeraram-se por trazer paz às vidas de outras pessoas. O avô Nicolas murmura em meu ouvido quando preciso ouvir. Para me advertir ou me recordar algo. Sinto-o perto de mim. E “bousofu” está também junto a mim quando o necessito. –Isso o que quer dizer? –O apressou. –Avô, falecido avô. –Ele interpretou para ela. –Quantos idiomas falas? –Muitos. Meus avós coincidiam em muitas crenças. Um homem deveria adquirir tanto conhecimento como fosse possível. Dahlia assentiu com a cabeça estando de acordo. –Li bastante e escutei fitas. Toda minha educação foi feita com tutores. Nenhum deles ficou muito, mas não os necessitava. E não os queria. Eram impacientes ou estavam assustados ou zangados por minha estranha personalidade. Todo isso se transformava em energia negativa a que tinha que enfrentar todo o tempo que estavam ali. Freqüentemente, não era por mim. Estavam bravos antes que os levassem ali. –Aprendeu vários tipos de artes marciais. –Sim, e em sua maior parte, porque fazia algo físico e a maior parte de meus instrutores desfrutam do que faziam, isto era a diversão. Mais tarde, quando me fiz maior 73
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e eles eram sérios em sua formação, era mais rápida que os instrutores, e alguns deles se zangavam. –Doce, isso tem sentido. Mal mede metro e meio, e não pode pesar mais de 45 quilogramas. Para piorar as coisas, é uma garota. Chutar um homem não é elegante. Dahlia ouviu a nota de brincadeira em sua voz e pela primeira vez não se arrepiou pela indicação para sua diminuta estatura. –Sou uma boa comedora, apesar de meu tamanho. Você poderá viver com essas coisas em sua mochila, mas quero comida de verdade. Ofereço-me a ir às compras à loja de comestíveis. –Darei uma ordem. Deve haver alguém que esteja disposto a ganhar uma retribuição pela entrega. Para isso estão os telefones móveis. –Não está assustado de que seu nome esteja em uma lista junto com o meu? –Não têm nem idéia de quem sou. Ninguém conseguiu uma boa imagem de minha face, e o único que poderia ter sido capaz de me identificar era o franco-atirador que eles puseram atrás de nossos rastros. Ele não está em condições de dizer quem sou. –Como saberia? Ele encolheu os ombros. –Talvez não soube. Provavelmente não o fez, mas temos uma sensação do um com o outro. Como um caminho comum, esse tipo de coisas. –entendi – Ela não o fez, mas estava se inquietando – Preciso passear lá fora, Nicolas. Não é você, de verdade, é realmente solidário, mas nem sequer Milly e Bernadette nunca passaram mais que quinze ou vinte minutos comigo a menos que estivéssemos ao ar livre. –Estou projetando energia sexual? – Ele observava suas mãos outra vez. Ela fazia girar as esferas ametistas sob as pontas de seus dedos, nunca as tocando, as mantendo a flutundo no ar simplesmente sob sua palma. –Sempre há energia, mas isto não é isso. É extraordinariamente discreto. A maior parte do tempo, a menos que seja sexual, não sinto nada. É uma pessoa muito relaxante com a que estar. –E sair ao pátio, Dahlia? Pode se sentar ali e te relaxar. Farei uma lista das coisas que necessitamos, chamamos para que nos tragam isso e depois nos fazemos algo para comer. Ela assentiu com a cabeça. –Obrigado por ser pormenorizado. Em realidade o aprecio. –Dahlia – Ele a deteve antes de que saísse pela porta – Há algo com o que possa te ajudar? Ela deveria ter sabido que ele veria além das meras palavras. Dahlia negou com sua cabeça. –A atividade física sempre me aliviou. Viu meu ginásio. Posso esperar até que escureça e usar os telhados. Estou um pouco instável. –Dói? –Não é tão mau… e não estudo essa dor. Não tomo. Tenho uma tolerância medianamente alta, e o deixo passar. Mostrou o pátio. Dahlia não vacilou. Precisava estar sozinha. Em parte era que não queria que a visse como era realmente. Ela tirou suas mãos, seus punhos estavam 74
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apertados ao redor das esferas. Ambas as mãos tremiam. Estava acostumada a sua rotina, ao santuário de sua casa. A interação com o Nicolas era estimulante, mas isto tinha seu preço. Começou a fazer footing ao redor do pátio, todo o tempo fazendo que as esferas se movessem sob os dedos de ambas as mãos. Capítulo 7 Dahlia marcou o passo daqui para lá no pequeno quarto, sua mente recusava dar paz. Algo estava errado. Ela tinha andado os parâmetros inteiros da casa várias vezes. Trotou pelo pátio. Sua comida, um prato Cajún 9 tradicional, não estava sentando bem a seu estômago apesar de ter sido cozinhado à perfeição. Ela havia perdido algo. De acordo, tinha perdido tudo, e tinha estado distraída transpassando os pântanos e virtualmente dormindo com um homem, mas nunca tinha tido tantos problemas para entender as coisas. Estava aí mesmo, dentro de sua compressão, embora não podia alcançá-lo. Ela saltou em cima da cama e acelerou ao máximo subindo pela parede, refugiandose na atividade física. Alguém a queria morta. Dispararam em Jesse. Era possível que as mesmas pessoas para as que trabalhava tivessem enviado uma equipe para matá-la? Seus pés nus golpearam uma pequena tatuagem na parte inferior da parede quando correu ligeiramente ao redor disso, rodeando-o várias vezes antes de tentar correr para cima a parede até o teto. Por que deram um tiro em Jesse e não o mataram? Saberiam que ele não sabia onde estava ela. Estava atrasada. Nunca contatava com o Jesse até que chegava a sua casa. Assim o tinham estabelecido. Isto nunca tinha variado. Não levava telefone celular ou um transmisor ou qualquer outra coisa. Uma vez que lhe dava a missão, ela a planejava e a realizava sozinha. Por que atiraram em Jesse? Só para torturá-lo? Não tinha sentido. Esta não era a primeira vez que uma recuperação tinha dado um giro incorreto, embora ela sempre completasse a atribuição, mas havia uma grande possibilidade de que o ataque contra sua casa e família estivessem relacionados. Dahlia correu rapidamente pelo lado da parede até que esteve cabeça para baixo, penduranda no teto. Necessitava uma grande quantidade de concentração. Sua mente não se concentrou o suficiente e caiu como uma boneca de trapo golpeando-a cama e ricocheteando ligeiramente, o fôlego abandonou ruidosamente seus pulmões pela sacudida. –Que diabos está fazendo? – Nicolas estava na porta olhando-a despenteado e agitado para sua habitual calma – Está louca? Dahlia tomou ar, o bastante para permitir um salto mortal que a colocou corretamente e a deixou sentada em meio da cama. Ela jogou o cabelo para trás e o olhou. –Perdi algo importante. Ele não podia evitar contemplá-la. Apreciá-la. Dahlia não era tímida ou vaidosa, ou inclusive modesta. Não parecia notar seu aspecto pessoal. Sentou-se na cama, a colcha 9
A comida Cajún é picante e exótica. Freqüentemente a chama "country cooking", e geralmente tem uma base de gordura e
farinha que lhe adiciona consistência e cor ao prato.
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enrugada, com uma camiseta que expunha seus ombros e seu estômago e um par solto de calças passados os laços de algodão. Sua cabeleira caía ao redor dela e se estendia de tal maneira que parecia misteriosa, feminina e muito atraente quando claramente não o tentava. Um cenho franzido se escorregou por sua cara. –Deixa de se obcecar com meus seios. Não pode fazer o que seja que pensa diretamente através de minha camiseta, muito obrigado. Por todos os céus, alguma vez pensa em algo que não seja sexo? –Aparentemente não – ele admitiu sarcásticamente – Nunca tinha tido este problema antes de encontrar você – Estava condenado se ia se sobressaltar. Podia ver o contorno mais escuro de seus mamilos através da fina parte superior branca do Top, uma sombra intrigante tão tentadora que fazia gestos e implorava para que fosse amamentada. Não era culpa dele que a mulher nunca levasse posta a roupa adequada. –O que estava fazendo? As pessoas não caminha pelos tetos. Dahlia estudou sua face. Seu cabelo bastante negro caindo em cascata sobre seus ombros e estava como se ele tivesse passado suas mãos repetidas vezes até que ficou completamente despenteado. Levava postos umas finas calças e nada mais. Irradiava calor, quase brilhava no ar de modo que a temperatura do quarto se elevou vários graus. Era tão formoso que lhe roubava o fôlego. Ela o contemplou deslumbrada. Observava-o hipnotizada. Bobamente. Dahlia franziu seus lábios. Ela não era melhor que ele tentando controlar a consciência sexual saltando entre eles. No momento em que estavam juntos, propagava-se até que os envolvia e os queimava de acima a abaixo. Ela inclinou sua cabeça. –Por que é que emite um nível incrivelmente baixo de energia, ainda quando as circunstâncias são do mais violentas, mas quando está comigo a energia se transforma em uma onda gigantesca? –Não se reprime, não é, Dahlia? Ela encolheu os ombros, atraindo seus olhos à linha de seu pescoço. Ele poderia plantar beijinhos diretamente por seu pescoço. Dar pequenas dentadas na curva de seus seios. Dahlia pressionou suas mãos sobre seus inchados doloridos seios e soltou um suspiro. –Não vai parar? – Ela franziu o cenho – Deveria me censurar? Não tenho muita experiência em conversar sobre isto. Quer que censure o que digo? Milly me disse uma vez que era muito franca. Nicolas massageou suas têmporas palpitantes. Houve um estranho rugido em sua cabeça. Ele sempre se perguntava o que significava o proverbial “caminhado duro” e decidiu que era uma pessoa… Ele. Por mais que meditava, no momento em que ia dormir, sonhava com Dahlia. Sonhos eróticos, sua suave pele roçando-se contra a dele. Sua boca deslizando sobre seu peito, seu abdômen, bordeando mais abaixo até que ele pensava que perderia a razão. Sua mão envolvendo-se ao redor de sua ereção, seus dedos escorregando sobre ele, dançando, brincando e acariciando-o longa e suavemente. Duramente ele tentou controlar seus caprichosos pensamentos, ela avançou arrastando-se por sua mente. Ele 76
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colocou sua mão na parte posterior de seu pescoço, massageando-o fortemente para aliviar a tensão. –Isto é pior que a formação básica que já fiz, Dahlia, e não, não quero que te censurar. –O que é pior que o treinamento básico? –Te desejar. Até te quero em sonhos. Que demônios é isto? Sou sempre muito disciplinado. O que me tem feito? Inesperadamente, Dahlia riu. Ela levantou sua grosa cabeleira azul negrusco fora da parte posterior de seu pescoço e a deixou cair como uma capa ao redor dela. –Sou uma rainha vodu, é obvio. Enfeiticei-te, e é muito tarde para que se separe de mim. Ele quis pragejar. Queria cruzar o quarto e jogá-la sobre a cama e ver se então ela ria dele. Teria derretido o gelo que corria por suas veias, e agora ela estava sentada ali na metade da maldita cama rindo. O sorriso se desvaneceu lentamente de sua face e de seus olhos. Ela colocou o travesseiro sobre seu seio protetoramente. –Não foi você, desta vez, Nicolas, fui eu – A cor avançou a rastros sob sua pele quando ela fez sua confissão – Pensava que era seguro permitir o gosto de algumas fantasias. Não me disse que o afetariam quando pensava em você. Ele contou silenciosamente até dez como prazo para recuperar seu controle perdido. –Não me disse que teve fantasias sobre mim. Especialmente fantasias eróticas. Ela suspirou. –Não tem que me jogar isso na cara. Sou humana depois de tudo. Psso ter sido criada em um sanatório, mas tenho os hormônios normais. Um lento sorriso, muito masculino, de satisfação ficou impressa em sua face, aliviando as sombrias linhas. –Pelo qual estou agradecido. Por que parou? Deixou-me frustrado. Não me queixaria se tivesse terminado o que começou. Seu rubor se fez mais profundo, e seu olhar foi para longe de sua cara. Quando ele se moveu como se fosse dar um passo para ela, seus olhos se aumentaram pelo alarme e ele imediatamente recuperou toda sua atenção. –Realmente não temos que falar disto. Pensei em uma coisa mais importante. –Se for sobreviver a esta noite, definitivamente precisamos falar disso – Ele dobrou seus braços sobre seu peito nu. A Dahlia, pareceu uma estátua, carinhosamente esculpida em pedra. Alguém tinha posto atenção a cada detalhe de seu corpo, de sua face. Ela suspirou quando pressionou o travesseiro mais contra seu seio. –Não sabia exatamente o que fazer. Ele teve que esforçar-se por ouvir sua confissão. Ele manteve seu olhar nela, perguntando-se como podia ser tão idiota quando – se recordou – tinha um quociente intelectual tão alto. Seu sorriso se ampliou, até que sorriu abertamente como um macaco. Ela era tão formosa, sobressaltada e envergonhada, enganchou suas fantasias eróticas quão mesmo ele tinha feito. 77
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Dahlia jogou o travesseiro… Forte. –Fora. Estou pensando sobre assuntos sérios e não me ajuda. Ele apanhou o travesseiro no ar e a espreitou através do quarto, parecendo com cada passado um tigre merodeador. –Acredito que o sexo é algo muito sério – Sentou na borda da cama. Dahlia o fulminou com o olhar. –Ocupa muito espaço. E ar. Não posso respirar com você no quarto. –Brinco com você, Dahlia – Sua voz era tão suave, quase terna, e seu coração deu um gracioso pequeno salto. Ela desejou poder recuperar o travesseiro. –Vai me dizer como conseguiu atravessar o teto? –perguntou ele. –Não o atravessei. Só caminhei e depois caí. É questão de dobrar a gravidade. –Ela encolheu os ombros outra vez, e ele fez um intento por não cravar os olhos em sua perfeita pele. –Dobrando a gravidade? –Ela nunca deixaria de assombra-lo. Dahlia assentiu com a cabeça, iluminando sua face. –Não exatamente dobrando-a, mas bem protegendo-a ou modificando-a. Basicamente, tenho que reunir uma grande quantidade de energia em um lugar, que para mim não é de tudo difícil, e depois me converto em uma espécie de supercondutor de energia. Ele assentiu. –Já entendi, mas isso não explica como. –Comecei a brincar com a energia quando era pequena. Construo um forte campo magnético ao redor de mim, e como a energia aumenta, isto causa os núcleos dos átomos, não importa que parte de meu corpo escolho, para dar voltas muito rápido. Se consigo pôr em linha os núcleos e fazê-los girar o suficientemente rápido, então posso criar um campo gravitacional e o posso apontar rebatendo o campo gravitacional da terra. –E depois que acontece? Ela sorriu abertamente. –O sonho de cada mulher. Perco peso e posso usar o campo para entrar com cerimônia. Posso subir pelas paredes e posso fazer toda espécie de coisas. Realmente não subo correndo a parede, sabe. Movo meus pés dando a ilusão visual, mas realmente flutuo. Como um astronauta. Não é quão mesmo uso fora no campo que quando estou trabalhando. Isto requer uma grande quantidade de concentração realmente. Ir pelo teto é extremamente difícil porque tenho que estar de cabeça para baixo e usar a parte superior de minha cabeça como supercondutor. Por isso às vezes caio. Para te fazer ver como se subisse pelas paredes tenho que fazer pequenos ajustes na intensidade do campo gravitacional em diversas partes de minha pele – Ela gesticulou com as mãos para descartar o tema – Me mantém mentalmente equilibrada para provar novas coisas. É divertido. Ele sorriu. Ela não tinha nem idéia do realmente especial que era. Ela estava mais envergonhada por ter sido encontrada subindo pelas paredes e caindo dos tetos que se tivesse estado nua com uma toalha diante ele. Porque o encontrava divertido. O estalo de 78
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conhecimento sobre ele era como os raios do sol. Ela estava envergonhada por que a tinha pego brincando. –É assombroso, Dahlia. Deve passar muito tempo estudando os campos antigravitacionais e como funcionam. O que te fez decidir a tentá-lo? –Quando era pequena, não sabia o que estava acontecendo, mas a energia se acumulava para mim ao redor, em vez de dispersá-la como normalmente tivesse feito, brinquei com ela. Prefiro conservar minha mente e corpo ativo, e desde que se tudo sobre a energia, esmero-me em aprender tanto como posso sobre ambos. Há alguns físicos que estão dedicados aos supercondutores, e acredito que descobrirão muito em breve que controlar a gravidade é possível em uma escala maior do que pensaram em um princípio – Ela franziu o cenho e esfregou o queixo – Embora primeiro terão que acreditar como criar supercondutores orgânicos de temperatura ambiental. E terão que se dar conta de que eles podem dirigir o efeito de várias formas diferentes, não só para cima. Nicolas negou com a cabeça. –Está usando diversas partes de seu corpo como um supercondutor? –Bom, sim. Se usasse a superfície inteira de minha pele, a frente anularia as costas. Se me tombar sobre o andar e transforma a pele de meu traseiro em um supercondutor, então o campo antigravitatorio gerado faria que levitasse meu corpo inteiro. Se mover meus pés, vejo-me como se subisse pela parede. Isto é basicamente o que faço e não é muito divertido – enviou um sorriso aberto – Pendurar de cabeça para baixo é a postura mais dura porque tenho que usar a parte superior de minha cabeça para gerar um campo antigravitatorio muito mais forte capaz de fazer que todo meu corpo flutue. –Que é pelo que cai. Ela assentiu. –Exatamente. –Lily se emocionará muito para te ouvir falar sobre isso. Ela explicava quando o fazia e o víamos nas fitas de sua formação, mas não estou seguro de que nenhum de nós entendesse nenhuma só palavra do que ela dizia. Mencionou o campo de gravidade e o supercondutor. Ela notou um arame em cima de você movendo-se quando encontrou um cabo e isto a informou. Dahlia sentiu uma quebra de onda de antecipação, de excitação. –Tudo por cima de mim é apanhado no campo de antigravitatorio igualmente. Estava muito ocupado me olhando, mas havia canetas flutuando no ar assim como também minhas esferas de ametistas. –Lily quererá que mostre como fazê-lo. –ele a avisou. Ela encolheu os ombros, tentando ser casual, mas seus olhos estavam brilhantes, revelando seu prazer ao pensar em mostrar a Lily. –Tenho muitas teorias que desenvolvi provando coisas. Eu gostaria das discutir com ela. Passei muito tempo lendo os últimos descobrimentos e vendo se meu trabalho igualava estreitamente a qualquer outro. Amaria ter uma oportunidade de falá-lo com ela. –Ela amará a oportunidade de falá-lo com você – Ele podia ver quanto queria dizer a ela, o que ela e Lily tinham em comum – Falar de que, o que fosse dizer me antes de que se 79
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distraísse com tudo sobre a questão do supercondutor? Ou saltou de um tema a outro? Nunca posso continuar. Ela sabia que ele brincava. Seu tom o indicava, mas sentiu a pequena revoada de asas de mariposa roçar contra seu estômago, algo que parecia ocorrer quando ele brincava com ela. –O que queria te dizer, antes de que trouxesse o sexo tão grosseiramente à conversa, é, que não se que está passando. Os assassinatos. Por que dispararam em Jesse ali mesmo? Por que na perna? –Pensaram que diria onde estava. Ela negou com a cabeça. –Se fossem a gente de Jesse, saberiam que nunca digo a Jesse nada. Ele não tem nem idéia de onde estou em nenhum momento, nem onde contatar comigo. Está todo o tempo trabalhado. Jesse poderia dizer o alvo, mas pouco mais. –Está segura de que essas pessoas sabem? Ela assentiu. –Fiz trabalho de recuperação para eles durante vários anos. Sempre o temos feito da mesma forma… Sempre. Sua gente tem que saber que ele nunca saberia onde fui ou como me encontrar. Além da posição do alvo. Não me golpearam ali, golpearam-me em casa. –O que está dizendo, Dahlia? –Você pensou que eles destruiriam todas as provas de minha existência matando Milly e Bernadette e incendiando minha casa. –Não acredito nas coincidências – Disse Nicolas – Lily fez averiguações e provavelmente içou uma bandeira vermelha em alguma parte. Se não fossem legítimos teriam que destruir toda prova, algo que pudesse delatá-los. –Verdade, se não fossem autênticos, mas Jesse Calhoun não é um traidor. Ele acreditava no que estávamos fazendo. Faz muitos anos que estamos em contato, e embora não sou telepática, ainda tenho uma boa percepção das pessoas através da energia. Ele não traía seu país. E não é um mercenário qualquer. –Poderiam tê-lo enganado, Dahlia. Alistei-me como voluntário para o programa Caminhante Fantasma. Era um contrato militar e um coronel o fiscalizava. A corrupção era em cadeia e chegava até um general. Calhoun poderia acreditar muito bem que seus oficiais superiores diziam a verdade. Nós o acreditamos até que as pessoas começaram a morrer. –Isso não é a mesma situação. De fato, isso só aumenta as dúvidas. Se trabalharem fora do governo, teriam se assegurado de observar detalhadamente a relação que tínhamos Jesse e eu. Saberiam que não poderia dizer onde estava. –Tem algum outro contato com estas pessoas? Não fico muito convencido, mas vale a pena investigar. Dahlia recolheu seus joelhos e esfregou seu queixo sobre eles. –Poderia encontrá-los. Tenho números de contato, mas nunca os usei. Jesse é sempre o contato. –Dahlia, como pôde ser tão descuidada quando estava trabalhando com estas pessoas? Tem a aparência de alguém que repara nos detalhes – Seu comportamento não 80
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concordava com seu caráter. Ele não a conhecia muito bem, mas ela não parecia uma mulher que trabalharia para uma agência sem saber exatamente o que estava fazendo. –Sabia que Milly trabalhava com eles. Ela velava por mim, e podia contatar com eles se fosse necessário. Passei minha vida me mantendo longe das pessoas. Separada deles. Não confio neles, mas era algo para ocupar minha mente e usar minhas habilidades, por isso o fiz. E sentia que era importante. –Penso que temos que fazer que Lily faça uma investigação tanto de Milly como de Bernadette – Ele disse com cuidado, sabendo que isto a incomodaria – Ela está investigando Calhoun agora, e espero que tenha algo para nós. Dahlia assentiu com sua cabeça, ignorando a referência para Milly e Bernadette. O momento em que ele mencionou seus nomes seu peito ardeu com pesar. –Justamente não acredito, Nicolas. Jesse era muito decente. E é muito inteligente. Realmente, realmente preparado. Acredito que se algo não tivesse estado bem, embora fosse insignificante, ele teria suspeitado. –Talvez suspeitou de algo e quiseram desfazer-se dele. –Então o teriam matado. –Não se o necessitavam como isca para que os seguisse – Disse ele pacientemente. –Então por que lhe deram um tiro na perna para que não pudesse andar? Eles tinham um longo caminho para sair dos pântanos. Não tem sentido. –Odeio desiludir, mas alguns homens torturam outros pelo puro prazer de fazê-lo – Nicolas estendeu a mão e segurou as mechas na cortina de cabelo colocando-os atrás de sua orelha, seus dedos atrasando-se nos sedosos fios. A tocar parecia tão necessário como respirar. A eletricidade crepitou em sua corrente sanguínea. Teve que forçar sua mente a pensar em qualquer outra coisa. Algo além da suave pele de pétalas de rosa e de uma boca excitante, intrigante – Algo com dentes. Um gato grande. Grande de verdade, talvez um dentes de sabre. –Do que está falando? –Ocupo minha mente com outras coisas afastando o sexo. Ela o fulminou com o olhar. –Estamos discutindo algo muito importante aqui. Poderia querer participar e não estar pensando em sexo. –Enquanto está diante mim, Dahlia, estou assustado por que o sexo vai ser o mais importante em minha mente. O tigre de dentes de sabre deveria manter todas as outras imagens separadas de minha cabeça – acrescentou ele piedosamente. Ela mostrou os dentes. –Como esta imagem? Ele fechou seus olhos e gemeu, vividamente imaginando seus pequenos dentes brancos percorrendo sua pele. –Isso não foi amável. Dahlia sorriu, um sorriso suave, feminino. Pura poesia. Nicolas estava seguro de que ela não necessitava outras armas. –Suponho que não foi, mas merecia – O sorriso se desvaneceu e ela esfregou seu queixo contra seus joelhos outra vez – Me siga nisto por um minuto. Digamos que Jesse 81
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está realmente trabalhando para o governo. Se tivermos estado cumprindo com nosso trabalho, e era tudo honesto e correto, então não haveria razão para destruir minha casa e minha família – Ela poderia sentir a cólera começar a crescer em seu interior, envolver a si mesma ao redor do apertado nó de pesar. Ambas as emoções eram perigosas para ela e para alguém que estivesse perto dela se permitia descontrolar-se. Nicolas estava tão sintonizado com Dahlia que podia sentir a energia reunindo-se ao redor dela, gerada por suas intensas emoções já não sexuais, só turbulentas. Ele estendeu a mão e rodeou seu tornozelo com seus dedos, fazendo um bracelete solto, só para manter o contato. Uma vez que se reduziu a energia, ela respirou. –Sinto muito, às vezes acontece. –É normal sentir tristeza e fúria pela perda de sua gente e sua casa, Dahlia. A energia não me invade da forma que faz com você. Não sei por que não pode se relacionar comigo. Quase lamento não poder, sobre tudo se isto significasse que poderia caminhar pelo teto. Dahlia tomou um profundo fôlego e o expulsou. –Estou bem outra vez. Obrigado. –Assombrou-lhe que passasse simplesmente tocando-a, Nicolas podia aliviar a carga do contínuo assalto de energia, mesmo que fosse o dela. –Então, o que me dizia é que podia ter sido alguém mais que atacasse. Tem inimigos, Dahlia? – Nicolas tentou manter a conversa movendo-se. Cada vez que paravam a conversa, as sensações pareciam afligir a ambos. A consciência era aguda e intensa e ameaçava consumir a ambos a cada passo. –Não conheço inimigos. Não conheço muita gente o suficiente para acumular inimigos, mas roubo coisas das companhias. Em sua maior parte coisas que têm a ver com submarinos e armas novas, as coisas que não deveriam ter em primeiro lugar. Só entro na noite e passo depois dos guardas e o sistema de segurança, copio os dados, e saio, ou, mais freqüentemente, entro e recupero o trabalho roubado assim é que ninguém mais tem acesso. Puderiam ter me apanhado com uma câmara de segurança, embora seja altamente improvável. Ou talvez fui rastreada através de Jesse. Muito bem poderia haver um traidor no grupo com o que trabalho que vende a informação a outros. Há muito dinheiro no mercado pelo novo armamento. –Copiou ou roubou dados delicados e os entregou a Calhoun? Dahlia assentiu com a cabeça. –Nos últimos três anos, isso é tudo o que tenho estado fazendo. –Dahlia, não deu valor aos riscos. De que diabos está falando? –Há uma razão para esta alta segurança, Nicolas. Inclusive não o conheço. –Você me conhece. E para que conste, não existe, e muito menos tem acesso de alta segurança. Se a apanhassem, enforcariam-lhe até deixar seca. –Bem, certamente. Entendo-o. Sou a pobre garota que cresceu no sanatório, louca quando eles venham, vendo teorias de conspiração em todas as partes. Haveriam me devolvido de novo ao sanatório. –Só se tivessem detido. Pelo tipo de coisas das que fala pode matar às pessoas. – Nicolas sentiu as primeiras escuras sensações que formavam redemoinhos de cólera em 82
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seu intestino. Ela brincava com a vida, e Jesse Calhoun e não importava com que agência trabalhasse. Por isso podia ver, não fizeram nada para ajudá-la. Simplesmente a usaram. –Nicolas – Ela colocou sua mão em seu queixo. Uma mera carícia com as pontas de seus dedos. Seu toque atravessou seu corpo, fazendo que seu coração palpitasse, e esquentasse o sangue de suas veias – Não se incomode por minha vida. Desfruto de meu trabalho. É uma excursão e uma oportunidade para que use as habilidades que desenvolvi. Queria fazê-lo. O mais importante para que me entenda é que não faço nada a menos que queira fazê-lo. Nada. Nem mesmo quando era uma menina. Posso parecer impulsiva, mas não o sou realmente. Reconsidero as coisas e peso os prós e os contra e tomo uma decisão. Uma vez que o faço, tiro partido disso, não importa como resulto, porque era minha escolha e finalmente, eu sou a responsável. Gosto desse modo. O contra-almirante ou quem quer que fosse, não podia me convencer de algo que não queria fazer. Nem podiam Jesse ou Milly ou Bernadette. Não sou assim. –Eles a usaram, Dahlia – Houve uma fúria gelada em sua voz. Dahlia agradeceu o bracelete de dedos ao redor de seu tornozelo mantendo a energia trêmula já radiada violentamente fora dela. –Assim é como me vê, Nicolas? Uma vítima? Mandam você a uma selva ou a um deserto e sem respaldo, ninguém para ajudar se lhe passar algo tão simples como romper uma perna. Se é capturado ou recebe disparos, que ajuda teria? –Não é o mesmo, Dahlia. Ela inclinou seu queixo para ele. Algo pequeno, mas o gesto disse muito sem palavras. Ele pensava em algum código feminino idiota que ela tinha, e se ele não retrocedia, estaria em sérios problemas. Ele sustentou em alto sua mão. –Não me ataque… Não posso mudar quem sou mais do que você pode. Apesar de tudo coincide comigo em que, foi perigoso. Se Calhoun suspeitou que houve algo que ameaçou a segurança nacional, ele deveria ter tirado o plugue. –Sem provas? –O que pensa que estava ocorrendo? Deve ter visto todos os dados. –Penso que Jesse tinha razão. Penso que os três professores deram uma subvenção ao departamento de defesa se tiraram das mãos uma idéia para um torpedo silencioso que realmente funcionaria, e que alguém o roubou. Abriu-se uma investigação, pela gente de Jesse, e quando pensaram que sabiam quem tinha roubado a investigação, enviaram-me a recuperá-la – Ela observou sua cara estreitamente quando deliberadamente mencionou o torpedo silencioso. Nicolas guardou silêncio, medo e cólera se levantavam através dele. A cólera se fez mais funda passando à fúria em toda a extensão da palavra. –Não tinham que te envolver em algo assim. Dahlia tentou reprimir o alívio que a alagava. Se Nicolas estava procurando informação, ela duvidava que fosse um ator o bastante bom para evocar a energia violenta que sua cólera gerava. –Vai me escutar ou não? –Escuto, e depois vou seguir a pista desses bastardos que a enviaram a um campo de minas enquanto se recostavam sem se arriscar em seus confortáveis escritórios. 83
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Ela piscou, seu fascinado olhar em seu rosto. Era feito de pedra, perfeitamente inexpressivo. Ela não podia lê-lo absolutamente, mas a energia que normalmente o rodeava não estava tão baixa como habitualmente a tinha. Estava furioso e decidido. Apesar de seus dedos segurando como grilhões seu tornozelo, a violência a golpeou duramente, lhe tirando o fôlego, golpeando sua cabeça, fazendo que se assustasse pensando que exploraria. Dahlia se atirou de lado, fora dele, rodando pela cama, vencendo totalmente o ligeiro agarre que Nicolas tinha em seu tornozelo. Ele a tinha segura, mas o pegou despreparado. O vidro das janelas se fragmentou, um som forte na noite. As gretas em forma de tecido de aranha correram rapidamente através das janelas e o espelho. As lâmpadas destroçadas, os pedaços explodindo como uma bomba e caindo como chuva em lascas sobre o chão. O quarto mesmo pareceu trocar de posição, as paredes dobrando-se, borbulhando para fora como se algo pressionasse contra elas, depois retirando-se abruptamente como se uma força invisível não pudesse encontrar uma via de escapamento. A temperatura aumentou no quarto. Nicolas olhou com atenção sobre a borda da cama. Não podia ver o corpo de Dahlia, mas uma radiação vermelha desdobrada violentamente do chão, formava sua pequena sombra na parede brevemente antes que a cor que vacilava piscasse e se extinguisse. . –Dahlia? Está ferida? Ela tossiu. –Não. Você está? Ela parecia machucada, sua voz era instável. Nicolas se inclinou para baixo e a recolheu, arrastando-a contra ele. –Nada me tocou. Está segura? – Sua pele estava quente ao toque, queimando seus dedos e sua palma. –Vou vomitar – Dahlia se afastou à força dele e cambaleando sobre seus pés nus foi por volta do banheiro. Nicolas a pegou despreparada e a levou, pouco disposto a lhe dar a oportunidade de que pudesse se cortar com o copo feito pedaços. Ele conteve seu cabelo enquanto ela vomitava violentamente, várias vezes. –Isto é minha culpa, não é? – Sombriamente lhe deu uma toalha. Dahlia enxaguou sua boca repetidamente. –É culpa de Whitney, se formos culpar a alguém – Ela encolheu os ombros e o olhou – É minha vida. –Sinto muito, carinho, deveria ter sido mais cuidadoso. Ela transmitiu um triste sorriso. –Não pode deixar de sentir, não funciona desse modo E quem realmente o quereria? Estarei bem. Me deixe escovar os dentes. Isto foi agora, um brilho de fogo por falar. Nicolas voltou as costas para andar desassossegadamente de cima abaixo pelo piso. –Onde está a vassoura? Limparei isto – Ele não podia pensar em como devia ser sua vida. Como seria difícil estar ao redor das pessoas realmente. –Conseguirei-o. Não uso vassouras. É mais fácil usar a energia, resulta ser prática para recolhê-lo. E agora mesmo, há muita energia no quarto. 84
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Nicolas trocou de direção de volta a olhá-la. Ela o disse casualmente, como se o que dizia e fazia não fosse verdadeiramente excepcional. Ela estava ocupada escovando os dentes. Ele parou um momento para estudá-la. Toda ela emanava graça e movimentos suaves. Muito feminina. Por que não o tinha notado quando tinha observado as fitas de treinamento? Ele a tinha tratado como um inimigo potencial e tinha procurado suas forças e fraquezas. Tudo era tão diferente. Só a olhar o esquentava –Dahlia, o que quis dizer sobre um torpedo sigiloso? –Um torpedo silencioso. Um que não pode ser detectado antes, durante, ou depois de ser desparado de um submarino – Ela jogou o cabelo para trás de seu ombro e se moveu para estar de pé ao lado dele. Ela se agachou, sua palma só em cima do vidro, e começou a mover seus dedos com o mesmo ritmo que freqüentemente usava com as esferas. –Isso é impossível. Pode ouvir as portas exteriores abrir-se. Pode ouvir o desdobramento violento na água, e pode ouvir o motor de um torpedo – Ele não podia tirar seus olhos dos pedaços de vidro quebrado do copo que começavam a dar voltas em círculos, girando conjuntamente e levantando-se sob sua palma. O assombrava com seu controle – O tentaram e falharam repetidas vezes. –Não acredito que falhassem desta vez – Disse Dahlia e caminhou cuidadosamente para o cesto de papéis. Quando sua mão esteve sobre a parte superior, parou todo movimento e vigiou que o copo caísse no lixo. Só então deu a volta e o olhou – Acredito que alguém o criou, ou a menos que estava próximo a resolvê-lo. –E você sabe como? –Não sei, só penso que há muitos dados para suspeitar. Antes de me pedir que me ocupasse desta recuperação, pediram-me que duplicasse a informação na universidade onde os professores trabalhavam juntos com suas equipes. Olhei a informação que eu havia sustraído durante os meses anteriores. Na investigação original não se lia nada absolutamente como nas conclusões enviadas ao governo. –Assim é que não funcionou, e o deixaram cair e foram atrás de alguma outra coisa. –Estão mortos. Todos eles. A primeira professora que morreu foi uma mulher. Ela morreu em um acidente automobilístico faz aproximadamente quatro meses. Ela tinha um assistente. Morreu depois de dar longas caminhadas no bosque nacional. Tudo ocorreu aproximadamente há três semanas depois da primeira morte. O segundo professor morreu quando caiu de um balcão a polícia disse que foi um acidente "atípico". O superior da equipe andava pela rua quando ele repentinamente caiu no chão, agarrando firmemente seu peito em um aparente ataque ao coração. Isso foi a duas semanas antes que me enviassem. Concedido, todos morreram semanas além do que poderiam ter sido realmente acidentes, mas se juntas isto com várias outras mortes de ajudantes menores, todos morrendo de modos similares, isto significa que eles tiveram êxito em sua investigação e que alguém quer cobri-lo e vendê-lo em outra parte. –Assim é que o governo estava oficialmente informado que não podia fazer-se. Dahlia assentiu com a cabeça. –O relatório chegou umas semanas antes que todos começassem a morrer. 85
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Nicolas estudou sua face antes de cruzar o quarto para colocar-se na parte dianteira da janela onde examinou o tecido de aranha feito no vidro. –Você não é a inocente mulher que trabalha em um sanatório, não é? – Ele olhou fixamente a janela para a escuridão – Você sabe exatamente para quem trabalha. Dahlia cruzou o quarto para colocar-se a seu lado. Perto, sem toca-lo. –Sinto muito, sim. Trabalho para o NCIS, Serviço Investigador Criminoso Naval. O mesmo que Jesse. Não sabia quem era, Nicolas, ou para quem trabalhava. Apareceu ao mesmo tempo que minha casa e minha família foram destruídas. Investigo algo que provavelmente matou várias pessoas. Jesse Calhoun foi tomado prisioneiro e provavelmente será torturado para que de informações. Se formasse parte do outro lado, provavelmente teria enviado alguém como você ao lugar. Tinha que estar segura de que era realmente quem dizia. Era muita coincidência que aparecesse no momento correto. –Todo o tempo que estivemos falando, no pântano, nunca realmente respondeu a nenhuma das perguntas que fiz. Não tem nenhum sentido. Não é o tipo de mulher que não sabe exatamente para quem trabalha – Ele negou com a cabeça. –Esteve me alimentando justo para me provar, não é? Sabe como pôr em ridículo um homem, verdade? Não houve rancor em sua voz, nem mesmo uma nota de amargura. Ele somente o disse, trocou de direção e saiu andando. Seus pés nus não fizeram ruído sobre o chão quando saiu. Dahlia esteve estática diante da janela durante muito tempo, vigiando a noite, vigiando as nuvens girar no céu escuro. Sentindo-se como uma mínima criatura na face da terra. Ela não deveria ter se sentido deprimida. Cumpria com seu trabalho, simplesmente como ele cumpriu com o seu, mas se sentia como se o tivesse traído de algum modo. Ele sabia o que era uma acreditação de alta segurança, e a necessidade para conhecer a base. Doía-lhe o coração. Dor. Era tola. Ela não era o tipo de mulher que um homem alguma vez levaria a casa de sua mãe. Ela podia se imaginar sentada em uma mesa de jantar com algum dos membros da família ardendo a fogo lento pela perda de sua seleção de futebol favorita e acidentalmente apanhando na mesa de jantar em chamas. Por mais que quisesse chegar a conhecer alguém, ou ter um amigo ou manter uma relação, a medula do assunto era sempre o mesmo… Não era possível. Ela não sentiria pena de si mesma. Tinha sido cuidadosa, cautelosa, tal como zinham ensinado. Tal como a vida tinha ensinado a ser. Ninguém em seu mundo se mantinha para sempre. Nicolas Trevane provavelmente não era diferente. Ainda poderia ser um assassino enviado para matá-la no momento que ela devolveu os documentos aos que tinha sido enviada para recuperar. Ela suspirou e retirou o cabelo fora de sua face. No mais profundo, onde mais importava, Dahlia sabia que ele era exatamente o que parecia ser. E não estaria com ela se lhe mentia. Ela tinha vivido toda sua vida no sanatório, mínimamente tinha sua importância. E trabalhou para o governo recuperando informação. E ao princípio não estava inteiramente segura de que não tinham enviado uma esquadrilha de choque atrás dela. Ela não confiava no NCIS mais do que confiava em ninguém mais. Francamente não conhecia a verdade disso, e ainda não o fazia. 86
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Se um dos agentes NCIS do escritório de Jesse não os tinha traído, como sabiam dela? Ela era um fantasma, entrar e sair silenciosamente, capaz de bloquear os sistemas de segurança. Dahlia nunca deixou um rastro de sua existência. Não estava apanhada em nenhum filme acidentalmente; Não podia ocorrer. Ela desestabilizava as câmaras todo o tempo que estava dentro. Então quem sabia dela, e como souberam? Nicolas apareceu na porta. –Se afaste da janela – Não houve urgência em sua voz, mas era uma ordem. Tinha aspecto de caçador, e o reconheceu imediatamente. Dahlia não fez perguntas, simplesmente se mergulhou rodando através da cama e caindo ao outro lado do chão. Atrás dela, o vidro quebrou, expulsando partes em todas direções. Uma bala assobiou sobre sua cabeça e se incrustou na parede. Dahlia seguiu rodando até que chegou à porta. Avançou lentamente sobre seu estômago – Como soube? –Só o sei – Ele a alcançou abaixo e a levou ao redor da esquina do marco da porta – Temos que conseguir sair daqui. Necessita roupas, sapatos, algo. Tem trinta segundos. –Caramba, obrigado. Aprecio-o – Ela podia ver que ele estava já estava preparado, a mochila com tudo – Jogou minhas coisas em sua mochila? Minhas esferas de cristal? – Sentando-se no chão do corredor, ela colocou um par de meias três-quartos e depressa colocou as botas que tinha subido da cozinha. –Tenho-as. Se apresse, temos que ir ao telhado. –Está seguro? – Ela não se incomodou em perguntar como soube ele. Era um Caminhante Fantasma, e cada um deles tinha seu talento. Nicolas sabia coisas. As coisas corretas. –Estou seguro – Deu uma mão a ela e a levantou, indicou-lhe a janela passando por cima do pátio – Saímos fora por aqui. –Estou bem atrás de você. Capítulo 8 Dahlia colocou o suéter escuro que Nicolas lhe laçou enquanto o seguia até a janela. Ele a abriu silenciosamente e se balançou para fora, deslizando suas mãos no alto da parede para encontrar as asas. Dahlia não podia menos que admirar quão suave, eficiente, e silencioso era, como uma aranha subindo pela parede de um edifício. O seguiu, cada passo silencioso. Esta era sua especialidade, aderir-se ao lado dos edifícios e mover-se em segredo. Era uma das coisas que mais se sentia cômoda fazendo. Evidentemente, Nicolas também. Seu nível de energia era tão baixo, que ela teria jurado que tinha gelo em suas veias. Poderiam ter estado dando um passeio informal. Estava muito agradecida a ele de não poder detectar nenhuma tensão na energia que o rodeava. Dahlia era muito pequena e isso facilitava encaixar estreitamente contra a parede, para transformar-se em parte das sombras nas que passava a maior parte de seu tempo. Ela podia também turvar sua imagem o suficiente para ajudá-la a misturar-se com seus arredores. Nicolas era um homem grande e levava uma mochila muito pesada. Ele deveria ser fácil de ver, mas ela podia ver por que ele ganhou o título de Caminhante Fantasma. Até sabendo que estava diretamente por cima dela, não o podia ouvir quando se movia, 87
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nem sequer o sussurro da roupa. Ela fechou sua mente aos pensamentos dele e subiu como se estivesse sozinha. As pontas de seus dedos encontravam as gretas e os pés encontravam os lugares de apoio enquanto subia pela parede até o terraço. Ela ficou a um lado, cuidando de ficar abaixada, impedindo de ser vista. Avançou lentamente sobre seu estômago, como um lagarto através do terraço, apoiando-se em cotovelos, mãos e joelhos. Chegou à lateral da rua e parou ao lado de Nicolas, ficando quieta, esperando algum sinal dele para que eles pudessem cruzar a lateral e dirigir-se à rua. Ele pôs sua mão sobre seu braço, um toque breve, levantou sua mão, e aplanou sua palma. Ela negou com a cabeça brevemente. Não estava disposta a esperar no teto enquanto ele assumia todos os riscos. Se ele entrava nas ruas, iria com ele. “Não discuta comigo. Tenho hierarquia sobre vocêi.” As palavras apareceram em sua mente. Ela se alarmou durante um momento. Tinha esquecido que ele era um telepata muito forte. “Ninguém tem hierarquia sobre mim. Iremos juntos.” “Não podemos nos permitir que você esteja em qualquer lugar perto da violência. Inclusive aqui acima, apanhará a contracorrente dela. É lógico para mim fazer o que faço melhor.” Dahlia fechou seus olhos. Por que o chamou alguma vez de assassino? Nicolas. Ela não pensava que seu coração pudesse ser sua voz. Em sua mente. Uma conexão íntima entre eles. “Sinto muito. Talvez devesse haver dito tudo, depois de tudo, sua vida está tão em perigo como a minha.” Ele girou sua cabeça, seus olhos escuros a perfuraram. Frio ártico. E depois, sem nenhuma advertência, seu olhar ardeu a fogo lento. Parecia negro como a meia-noite. Queimava com tal intensidade que ela ficou sem fôlego. Sua boca posou sobre a dela. Seus lábios eram firmes mas suaves, pressionando os dela, a fim de que sua boca se abrisse para ele. A fim de que o sabor e a textura dele invadissem seu corpo e sua mente, derramandose nela com a força do calor sedoso concentrado e quentes promessas. Sua boca se moveu sobre a dela, seus dentes lhe mordiscaram o lábio inferior e seu queixo antes de deslizar-se fora dela. Contemplaram-se um ao outro o que lhes pareceu uma eternidade enquanto as nuvens se moviam no céu e o perigo rondava nas ruas. “Fique aqui.” Dahlia respirou fundo e assentiu com a cabeça. Obrigou-se a respirar aliviada enquanto ele se escorregava sobre a borda do teto. Deixou a mochila e o rifle e se foi em silêncio. Ela se esforçou em mantê-lo à vista, seguindo seu avanço enquanto ele descendia dois andares, sua sombra mais escura misturando-se com a noite. Movia-se rapidamente, uma descida fácil que a fez pensar em uma criatura noturna. Observou como chegava até uma pequena zona de arbustos perto de um dos três homens escondidos que esperavam fora das janelas e as portas da rua cercando a casa. Ele era muito mais alto que os arbustos, mas parecia misturar-se, seu corpo quase indistinguível dos frondosos ramos. Ela amava observar como se movia. Ele se colocou atrás do homem que estava mais próximo, levantando-se em seguida atrás dele, o suficiente perto para respirar sobre ele. Ela viu o brilho de uma luz metálica em sua mão e fechou seus olhos, preparando a si mesma para que o ato violento não a apanhasse. Seu estômago deu inclinações bruscas. 88
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Detestava o ato de eliminar uma vida. Tinha apoiado sua filosofia nos livros que a tinham atraído. Acreditava que tudo no universo estava conectado e que cada vida tinha um propósito. Enquanto ela certamente acreditava em defender sua vida, teve o conhecimento de primeira mão das severas repercussões. A violência, uma vez cometida, permanecia muito tempo atrasada e sutilmente trabalhava nas emoções por sua fealdade. Ela ficou imóvel. Esperar era muito mais difícil do que tinha antecipado. Podia sentir a reunião da energia dos homens de abaixo, rodeando a casa e recortando sua escapada. Estavam na etapa da adrenalina elevada e a ansiedade nervosa. Ela não era telepata e não podia ler seus pensamentos, mas estava segura que Nicolas poderia. “Dahlia? Penso que estes homens são do Serviço Investigador Criminoso Naval, ou ao menos foram enviados por eles. Fiquemos atrás e os observemos. Se vieram para assassina-la, ainda podemos nos esfumar. Não sei por que disparariam através da janela, não tem sentido, nada faz sentido para mim. São muito cuidadosos. São esploradores, não um golpe. Não queremos cometer enganos e matar um inocente.” “Não quero matar ninguém, inocente ou não.” Ela soltou o fôlego, abriu seus olhos e piscou. Nicolas não se via em nenhum lado. Nunca o encontraria, até sendo consciente dele. Era um camaleão, misturando-se com os arredores. “Preferimos Caminhante Fantasmas.” Houve um tintura de diversão em sua voz. “A noite pertence aos fantasmas.” Ela pôs os olhos em branco. ELe pareceu muito arrogante. Os homens eram estranhos, não havia nenhuma dúvida. “Quer que leve sua mochila e rifle fora do terraço? Não vai ser seguro estar aqui acima, quem quer que sejam.” Sua mão escorregou ligeiramente sobre sua boca e Dahlia girou para ficar de barriga para cima e ficar com o olhar para ele. Ele estava sobre seu abdômen ao lado dela, Sorrindo abertamente quando seus olhos se aumentaram pela surpresa. “Tem sorte de que não lhe tiro a patadas do terraço.” Ela se refugiou em uma falsa modéstia. Não pôde evitar ficar o olhando embevecida, nem ignorar o alívio que a atravessou. O qual, decidiu, era incômodo de por si só. Ela amava ser independente. Era a melhor parte do que e quem era. Parecia que ele tinha destruído sua natureza solitária. Nicolas encolheu os ombros com sua mochila e recuperou seu rifle. “Me siga.” Dahlia mordeu o lábio inferior para abster-se de amaldiçoar a fervuras. Ela precisava das regras sociais, sem dúvida alguma. Depois lhe deu uma grande olhada a seu traseiro assim é que ela não ia se queixar..… Desta vez. O homem certamente desfrutava dando ordens em qualquer oportunidade. Seu coração ainda palpitava desde que ele tinha aproximado às escondidas. Ninguém nunca tinha conseguido aproximar-se dela sem seu conhecimento, porque a energia sempre a alcançava. Era algo que ela sempre dava por obvio. Começava a dar-se conta de que não podia dar nada por obvio ao redor de Nicolas. Ela fez sua melhor interpretação de um lagarto, escorregando através do terraço ao lado oposto. Nicolas esperava na borda, tirando uma corda de sua mochila. Ela tocou seu braço e sacudiu sua cabeça, assinalando um cabo grosso de 2,5 cm que corria entre os dois edifícios. “Jesse os colocou ao redor de qualquer casa segura ou edifício que pudéssemos usar.” Sua sobrancelha subiu rapidamente. “Acha que vou usa-la para cruzar ao outro lado?” 89
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“Infantil”. Dahlia tomou a dianteira, dando um passo com confiança em cima do grosso cabo. Ela desejou não levar essas botas postas. Os sapatos planos ligeiros se deslizavam melhor para caminhar pelo cabo, mas havia pouco vento que a empurrava a seu redor quando ela o atravessou. O cabo se estirou entre os edifícios, dois andares sobre o chão. Nicolas olhou, seu coração em sua garganta, quando a leve figura cobriu a distância. Não era lenta, os braços em equilíbrio, como uma malabarista de circo. Ela se movia em completo equilíbrio e com segurança. Não se atreveu a tocar seus pensamentos, por medo a distrai-la, ainda quando estava desesperado por saber o que fazia que seu cérebro lhe permitisse tal controle. Não havia nenhum modo de que saísse daquele pequeno cabo. Seu estômago parecia um nó quando ela alcançou o outro lado. Nicolas tomou fôlego e o expulsou, aliviando a terrível tensão que tinha acumulado. Nada do que seus dois avós tinham ensinado o tinha preparado para encontrar Dahlia. Ele agradeceu a disciplina e o controle de sua mente e de seu corpo. Isso, às vezes, tinha sido rigoroso, mas era sua formação e seu treinamento nas Forças Armadas tinham permitido estar com a Dahlia. Ele colocou o rifle ao redor de seu pescoço, assegurando-se de que poderia mover-se livremente sem ser visto, e que poderia sair do terraço, indo rapidamente ao outro lado. Era uma longa distância. Estava na metade do caminho quando sentiu a primeira consciência de perigo. Imediatamente deixou de mover-se e explorou a área circundante. A visualização da rua estava um pouco prejudicada por duas árvores altas. Trocou de posição ligeiramente, andando com mais cautela. “Sente-o?” A voz de Dahlia foi um mero sussurro em sua cabeça. A ponte entre eles era tremula. Ele sentiu um empurrão de energia mais que qualquer outra coisa, quase como se ela o tivesse enviado a seu caminho para compartilhar o sentimento de perigo com ele. “Fique atrás onde está a salvo do ataque.” No segundo em que as palavras deixaram sua mente desejou não as ter compartilhado. Ela não era uma mulher para estar ociosa quando havia perigo. Ela tinha passado muito tempo sozinha, e tinha acreditado em excesso em seu julgamento. Tinha que encontrar a maneira de reprimir seus entristecedores instintos protetores. Dahlia apertou com força os dentes e não respondeu. Em sua vida, muito poucas pessoas alguma vez tentaram lhe dar ordens. Inclusive Whitney se deu por vencido depois de alguns acidentes angustiantes. Não eram simplesmente as emoções de outras pessoas, era das suas que tinha mais medo. Tinha um temperamento fogoso e toda a meditação Zen do mundo não parecia ajudá-la quando alguém tentava lhe dar continuamente ordens. Ela observou como Nicolas passava rapidamente através da distância, dando um suspiro de alívio quando se balançou silenciosamente em cima do terraço. Ela recuou para lhe deixar mais espaço. Ele engatinhou em cima dela. “Algo é diferente. A energia é muito violenta. É a mesma de quando estávamos no pântano.” Dahlia não o olhou quando lhe deu a informação, e ele tomou isso como um mau sinal. Ela não estava muito feliz com ele assumindo o comando. “Sinto-o também. Minha melhor hipótese é esta: a equipe que entrou na casa agora têm formação militar e eles andam 90
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buscando você e ao Jesse. Acredito que são NCIS. A equipe que os perseguia são os mesmos do pântano e provavelmente estão aqui para matá-los. Está de acordo?” Dahlia o observou avançar lentamente pela lateral do terraço onde o encanamento corria os dois andares até o chão. “Sim. E acredito que a segunda equipe sabe dos homens NCIS e tem a intenção de mata-los.” “Teria que estar de acordo.” Nicolas agarrou um pequeno objeto metálico de sua mochila e começou a dar pequenos golpes com ritmo sobre o encanamento. Ele repetiu o ritmo repetidas vezes. Comprido e curto, ponto e guia. Uma advertência aos homens enviados pelo NCIS de que estavam entrando em uma armadilha. O alfabeto Morse não era usado por muitos mais, mas os da Marinha o conheciam. Quando ele deu o toque de advertência, enviou um sutil “empurrão” para os homens para que o escutassem facilmente e reconhecessem a histórica advertência. Foi Dahlia quem primeiro sentiu a tensão que nascia no interior da casa. “Sabem. Escutaram sua advertência.” Ela não sabia se era o nível de energia negativa encontrando-a ou o uso contínuo da telepatia, mas seu corpo começava a reagir. Ela tentou esconder de Nicolas. Ele se arrastava em posição, deslizando sua arma por diante, encaixando o extremo do rifle comodamente sobre seu ombro, e colocando seu olho sobre a lente. “Me escute. Não se zangue até que tenha me escutado.” Sua voz era um sussurro em sua mente. Tocando suas vísceras com o perigo que havia a seu redor. Ela quis estender a mão e pendurá-la em cima dele para manter a raia a energia, mas ele precisava estar completamente concentrado. “Quero que parta agora. Podemos estabelecer um ponto de reunião. Vou ter que matar alguém. Não posso deixar indefesos os homens dentro da casa. Esses espreitando à equipe do NCIS têm morteiros, e sabemos que não temem usá-los. Sua gente não tem essa aula de potência de fogo. Há civis na área. Isto poderia ficar feio muito rapidamente. Se for, tão somente tenho que me preocupar comigo mesmo. Sei que pode abrir caminho através de suas linhas. Se ficar, Dahlia, vais estar muito doente para sair andando por si mesma.” Ele tinha razão, e ela odiava que ele tivesse razão. “Irei, mas não podemos ir muito longe. Podemos voltar a perseguir a estas pessoas ou melhor ainda, podemos persegui-los para encontrar o Jesse. Se tiver que matá-los, não mate a todos.” Ela tentou soar adulta e tranqüila sobre isso. Em seu trabalho, ninguém morria. Ela entrava amparada pela escuridão e jogava aos mesmos jogos que jogava quando era menina. Ninguém estava ali para ver o que fazia e nunca ninguém ficava ferido. Nas últimas horas ela tinha visto mais morte e violência do que jamais desejou ver em toda sua vida. Nicolas queria que se afastasse, mas não tão longe que pudessem ficar muito separados. “Vá até a igreja no Plaza Jackson. Sobe ao terraço. A encontrarei ali. Se algo sair errado, se aproxime do NCIS. Não tente encontrar Jesse sozinha.” Dahlia não respondeu. Ela sentiu o movimento dos homens na escuridão e começou a engatinhar para trás, afastando-se de Nicolas. Quanto mais se afastava, mais massa de energia se colocava a seu redor. Ela notou os familiares sinais. Lhe arrepiou o pêlo. As nausea se removeram em seu estômago. As palpitações em suas têmporas. O último que ela precisava era o que acontecia com ela, ou pior ainda, que tivesse um ataque. Silenciosamente recitando um mantra tranqüilizador, Dahlia passou para o outro extremo do edifício e deslizou sobre o lado. Sabia que nunca a veriam, não a menos que 91
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fosse um acidente. Havia vantagens em ser tão pequena. Deitou-se contra a parede enquanto descendia, usando os dedos e os pontos de apoio que encontrou nas gretas. Sempre era paciente, fez a descida em silêncio e sem pressa. O movimento faria com que a vissem, assim que o fazia com grande cautela, cuidadosamente e com movimentos lentos. Ela notou o chão com o dedo do pé, relacionou e saltou, aterrissando suavemente ma calçada ao lado da casa. Ela permaneceu ali, ficou de cócoras, orientando-se sobre sua posição e o molde ligeiro dos padrões das luzes e as janelas dos edifícios circundantes. Ela já não via nenhum dos homens perto da casa “segura”. Jesse se enganou. Alguém estava atento. Ele trabalhava para o NCIS, mas alguém que não deveria tinha encontrado a casa refugio. Quem poderia lhes ter dado a informação? Alguém do escritório de Jesse, ou o tinham torturado até que tinha dado a informação? A idéia a incitava a atacar. Não podia imaginar Jesse dizendo algo a alguém. Ele estava sempre crédulo ao extremo da arrogância. E ele estava dedicado a seu trabalho e seu país. A idéia de que alguém rompesse o código de honra de Jesse era aborrecível para ela. Ela se meteu silenciosamente na sombra do edifício e avançou ligeiramente muito perto, sabendo que a energia a advertiria sobre o fato de que não estava sozinha. A energia era uma espada de dois gumes. Quando se concentrava a seu redor, perdia a capacidade de “sentir” precisamente de onde vinha. A energia se derramou da casa, massas de nervos, de medo e a determinação de viver. A equipe do NCIS dentro da casa tinha esperado encontrá-la só e tinha entrado “suavemente” não procurando problemas. Agora sabiam que estavam rodeados e dentro de um fogo cruzado com um inimigo desconhecido. Nicolas sopesou as probabilidades. Ele estava no terraço, os lugares estáveis eram seu primeiro objetivo. Se eles queriam eliminar a equipe do NCIS, ia fazê-los pagar. Pela primeira vez, estava ligeiramente distraído, uma parte dele querendo tocar a Dahlia e saber que estava segura. Ele estava seguro de que saberia se ela estava em problemas. Ele estabilizou seu dedo e manteve seu olho firmemente contra a lente, esperando que ela estivesse o suficientemente longe quando apertasse o gatilho. Dahlia ficou de joelhos quando a onda de violência a alagou. Agarrou seu estômago, regeitando o enjôo. Pontos brancos dançavam diante de seus olhos. Podia sentir como sua via aérea começava a fechar-se. Ela se levantou e cambaleou pelo estreito caminho de arbustos e latas de lixo, agarrando-se aos ramos e ofegando. Tentou controlar o som de sua respiração. O som viajava de noite, até com a música que emitiam um ou dois locais da rua, ela sabia a que tipo de homens que a buscavam sentiriam o mais leve ruído. Ela tinha que cruzar uma rua aberta. Não havia ninguém à vista, e a energia violenta era tão forte que era impossível dizer se alguém se aproximava. Tinha que arriscar-se a cruzar. Era imperativo se afastar do campo de batalha tanto quanto possível. Ela deu uma olhada ao redor, um último olhar cauteloso, e começou a atravessar a rua, movendo-se tão rapidamente como lhe permitiam suas elásticas pernas. Sua visão turvada. As ruas eram dificultosas, rachadas e com fossas em alguns lugares. Ela tropeçou e esperou para ver se alguém a via, eles assumiriam que tinha estado bebendo. Estava a três bairros quando do outro lado um homem saiu das sombras da calçada. Ele levava uma arma, e apontava para ela diretamente. 92
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Dahlia sentiu as ondas de malevolência emanadas por ele mas se manteve caminhando, seu andar tropeçando e desigual, resmungando para si mesma como se não o notasse. Ela duvidava se alguém sabia que era o que aparentava. O Bairro Francês estava abarrotado a maioria das vezes, inclusive nos inícios das horas matutinas antes do amanhecer, e os turistas bebiam todo o tempo. Ela olhou para cima quando esteve a poucos passos dele, fingindo surpresa, esperando parecer uma cliente habitual de caminho a sua casa. –Você está voltando para casa de uma festa à fantasia? Bonito disfarce – Ela articulou mal suas palavras e rebolou como se estivesse bêbada, avançando lentamente aproximando-se dele, tentando ficar a seu alcance. A confusão a golpeou, como uma parede quando ele tentou avaliar se ela era um perigo para ele. Ela levava postas umas botas e um suéter negro, mas seu cabelo caía até sua cintura e obviamente não levava nenhuma arma. Era muito pequena para ser uma ameaça física. O homem relaxou visivelmente. –Que diabos está olhando? Ela resmungou algo silenciosamente, esperando continuar com a impressão de estar bêbada. Ele estendeu a mão e apanhou seu braço, empurrando-a contra a parede. –O que faz aqui tão tarde? –Sustentou-a ali, agarrando com sua mão seu seio com força sobre a camiseta. Dahlia calculou as probabilidades de brigar com ele ou manter sua charada de bêbada. Ele a machucava com seu apertão. Ele repentinamente riu. Ela se precaveu que ele acreditava que a briga tinha lugar muito perto. Ele estava aborrecido e um pouco zangado por não ter podido participar, em vez de ficar na retaguarda. Estava cansado de observar a ação e tinha escolhido ter um pouco da sua própria. Ela esperou até que ele levantasse sua cabeça e expusesse sua garganta. No momento em que o fez, ela o golpeou com a borda de sua mão, pondo o peso de seu corpo para atrás, ao mesmo tempo tentando deslizar-se para um lado, usando a parede para ajudar a ela a escapar dele. Ele era enormemente forte, grunhindo e afogando-se pelo golpe, mas tenazmente se moveu de lado para ela, fixando seu corpo contra a parede. Ele a golpeou com o punho apertado em seu estômago, recuou, ainda amordaçando-a, quando ela se dobrou. Ele levantou sua arma, apontando para sua face. Dahlia soube imediatamente que ele estava morto. Sua mente e corpo se intumesceram. Dentro de sua cabeça, diretamente antes que a dor explodisse por seu corpo, ela ouviu seu próprio grito. A força da bala afastou o homem para trás longe dela, de modo que caiu como uma boneca de trapo sobre a calçada em um montão sem vida. Sua arma golpeou a calçada para pedestres que havia a seu lado. Pareceu passar em câmera lenta, sua visão se estreitou diante a dura imagem da morte. Imediatamente ficou afligida pela seqüela da violência, seu corpo tomando o embate de energia destrutiva que correu velozmente reclamando-a. Ela contra-atacou, tentando permanecer consciente, tentando encontrar uma saída para a brutal força, como um redemoinho ameaçando levando-lhe a seu interior. O ar rangeu pela eletricidade. Ela viu 93
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arcos brancos ziguezagueando por cima de sua cabeça. Então se percebeu que ela estava no chão a uns centímetros do homem caído. Dahlia começou a avançar lentamente, um esforço penoso quando seu corpo parecia chumbo e a dor rugia atravessando-a com cada movimento. Avançou pouco a pouco e com dificuldade ao longo da rua. O cheiro de urina e sangue era emagador e acrescentou o sofrimento de seu estômago revolto. Ela vomitou várias vezes antes de poder apoiar-se contra o bloco. Nicolas chegou de um nada, suas mãos percorreram seu corpo, procurando possíveis lesões. Ela sabia qual era seu propósito ao tocá-la, era retirar o excesso de energia para lhe dar uma pausa. Ela não podia vê-lo através dos pontos brancos que dançam e emaranhavam extranhamente sua visão, mas o tocou para o tranqüilizar de que estava bem –Relaxe carinho – Ele pediu – A tirarei daqui. Ela não ia objetar. Só queria dormir durante muito, muito tempo. Nicolas a colocou sobre seu ombro, necessitando ambas as mãos livres. Seu estômago estava sensível, e ela definitivamente chegava a um novo estado de consciência. Ele a segurou com uma mão e saiu correndo fora da área. Ele tinha advertido os homens de dentro e tinha eliminado dois inimigos por eles, antes de ver Dahlia em problemas. Ela era sua primeira prioridade, sua única prioridade agora. Ele tinha alguns refúgios próprios. E maldição, seu coração ainda golpeava com medo por ela. Ele tinha uma oportunidade de disparar, uma para salvá-la, e ela tinha estado muito perto de seu assaltante. Ele se moveu nas sombras, deslizando-se através da noite. Quando encontrou uma multidão noturna, ou os varredores, ele subiu sobre o edifício. Antes que saísse para esta missão, Gator tinha metido a empurrões alguns mapas em seu bolso das casas que a família de Gator possuía no pântano, mas raramente as usavam. Ele usou seus poderes desavergonhadamente para manter às pessoas afastada quando tirou a Dahlia do povoado. Ele culpou a si mesmo por sua palidez, quase translúcida e o terrível tributo que a violência lhe tinha feito seu corpo pagar. Ele tinha guardado as fitas de sua infância e sua adolescência. Sabia o que fazia a violência a ela, mas ela parecia tão segura de si mesma, tão confiante, inclusive “normal” quando se moveram através do Bairro para chegar ao apartamento, ele tinha conseguido acreditar que ela poderia aceitar o assalto contínuo de energia fluindo ao redor dela. Dahlia se moveu, seu punho agarrou com força a parte de trás de sua camisa. –Me ponha no chão antes que vomite sobre suas costas – Doía-lhe tudo, mais do aguilhão que de vomitar, mas ela não queria ter a oportunidade de humilhar a si mesma. Nicolas parou imediatamente e a deixou no chão. Estavam perto do rio e a terra era acidentada. Ele tomou como desculpa para segurá-la quando ela rebolou ligeiramente. –Sinto muito, Dahlia, não tive outra opção. –Sei que não a tinha. Eu poderia tê-lo dirigido se não tivesse me sentido tão doente. Não posso estar com ninguém a meu redor, Nicolas – Tinha que dizê-lo. Não gostava. Por um momento tinha tido a esperança de que poderia encontrar um modo de viver com as 94
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pessoas, talvez em algum lugar perto de onde estava Lily para poder visitá-la de vez em quando e ter uma amiga com quem compartilhar. Ela não se atreveu a pensar em manter Nicolas em sua vida. Ela não podia estar a seu lado e não ter fantasias. Dahlia se pegou a ele, sua camisa enrugada entre seus dedos. –Preciso me sentar. Ninguém nos persegue, não é? – Ela não sentia ninguém perseguindo-os, mas estava sobrecarregada e não podia dizer se estavam em perigo imediato. Nicolas a ajudou a caminhar para um banco. Ela se afundou muito agradecida, pondo sua cabeça entre seus joelhos para combater o enjôo e colocar à força grandes goles de ar. –Temos que retornar – O contemplou – O faremos, Nicolas. Esta pode ser a única oportunidade que temos de segui-los até onde têm o Jesse – Ela levantou seu olhar para ele – Temos que o liberar. Esses homens são assassinos. Não quero pensar no que ele esteve passando durante este tempo. Nicolas negou com a cabeça. –Não está em forma para resgatar ninguém, Dahlia. Com tudo o que sabemos, ele pode estar morto. –Tenho que sabê-lo de um ou outro caso. Por favor, Nicolas. Tenho que fazê-lo, e não penso que o possa fazer sozinha. –Pode caminhar por si mesma? Ela escutou frustração. Impaciência. Ela esperou que a energia negativa de seus verdadeiros sentimentos a afligissem, mas ele permaneceu como uma rocha e com a calma de sempre. –Sim. Estou um pouco tremula, mas outras vezes foi pior – Ela se forçou a fazer um pequeno sorriso – Sempre ajuda sair fora. –Então nos ponhamos em movimento. Não temos muito tempo para seguir seu rastro. Tampouco posso levar um rifle através das ruas do Bairro Francês. Ambos vamos ter que estar completamente conscientes. Ela observou como ele decompunha a arma com movimentos rápidos e eficientes. Ela sabia que lhe dava uns poucos minutos mais para descansar. Quando acabou e a arma esteve guardada em forma segura em sua mochila, deu-lhe o cantil. –É como um milagre andante. Preparado para algo, verdade? –Precisa habilidade e dedicação. E você? – Ele a observou enquanto ela repetidamente enxaguava a boca e cuspia o conteúdo. Finalmente se livrando do gosto ruim tomou um comprido trago, e ele se encontrou fascinado pelo caminho que sua garganta fez quando ela tragou. Dahlia devolveu o cantil e limpou a boca com o dorso de sua mão. –Sou um tipo de pessoa puramente instintiva. –Não posso acreditar completamente nisso – disse ele com um pequeno sorriso. Levantou-a e a deixou sobre seus pés, retendo possessivamente sua mão – Só passearemos pelo Bairro, Dahlia. Temos que evitar o apartamento se possível. Com a escaramuça e os homens abaixo, a polícia pulará ao redor dessa área. 95
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–E o NCIS. Enviará mais pessoal, e alguns mais. Suponho que enviarão ao OPREP-5 Navy Blue. Esta é uma operação para informar, uma alerta de máxima segurança, incluída nas agências exteriores como o FBI quando há problemas. –Acrescentou Dahlia – Saíram todos vivos? Ele encolheu os ombros. –Não tenho nem idéia. Fiz o que pude e logo vim por você. Dahlia afastou a vista dele. Tudo tinha saído errado, e as pessoas estavam morrendo. Ela não se envolvia em brigas com armas de fogo ou assassinatos. –Acredito que estou no negócio errado – ela admitiu quando caminhou a seu lado. Nicolas estabeleceu o passo, um passo casual. Ele sabia da importância de misturarse, de fazer o que as demais pessoas esperavam ver. Nas primeiras horas da manhã, os varredores, os repartidores, e os oficiais de polícia estariam ali. Com o tiroteio entre assaltantes militares e desconhecidos, o Bairro funcionaria com mais atividade e abria mais pessoas bisbilhotando a estas horas. O Bairro Francês era um lugar pequeno, e as palavras fogo cruzado se propagariam rápido. Haveria muitos rumores, ninguém poderia sorteá-los em semanas. Dahlia se concentrou em aspirar e expulsar. Ela se fechou ao feito que de um momento a outro a polícia poderia detê-los e fazer perguntas, ou que um membro da equipe do NCIS ou os assassinos os pudessem ver. Ela tentouparecer uma mulher passeando com seu amante. A idéia de que Nicolas fosse seu amante estava quase além do que ela podia manipular. Ele a fazia sentir-se ultra feminina, e ninguém nunca em sua vida tinha conseguido fazê-la sentir assim. Ela não pensava muito sobre o fato de ser uma mulher Qual era o ponto, quando a temperatura de seu corpo estava muito quente ou muito fria? E o que aconteceria se eles tentasse ter sexo? Só os beijos quase causaram a erupção de um vulcão. Uma suave risada atravessou suas costas, fazendo que sua consciência tremesse. Nicolas atraiu seus nódulos brevemente ao calor de sua boca. –Está pensando em coisas que é melhor deixar em paz. –Eu sei. –Ela foi impenitente–. Mas se tudo que tenho em minha vida são somente pensamentos, então não vou perder a oportunidade – Ela ainda lutava por respirar, tirar de cima os tremores e o sentimento de enjôo. Ela não queria falar, exceto talvez para ouvir o som de sua voz. Queria andar pelas ruas do Bairro Francês e fingir por um momento que era normal. Queria ter sonhos com o homem que andava a seu lado e não pensar na morte e em espiões e em homens que vendiam seu país por dinheiro. Sobre tudo não queria pensar na energia e os efeitos sobre seu corpo. Ela necessitava um lugar aprazível para hibernar um momento. Nicolas deu um olhar para baixo à parte superior da dobrada cabeça de Dahlia. Ele apertou seus dedos ao redor dos seus. Ela se retraía de seu redor. Podia sentir o modo em que ela mentalmente se retraía, o modo em que se interiorizava, atrás das paredes protetoras que sua mente tinha construído para si mesma. Lily tinha estado trabalhando com os Caminhante Fantasmas durante algum tempo para lhes ensinar formas de construir barreiras em suas mentes contra o assalto contínuo da vida cotidiana. Até que Lily teve trabalhado com os homens com os que Whitney tinha 96
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experimentado, todos eles tinham tido etapas disfuncionais. Dahlia tinha conseguido encontrar muito mais que a fraca versão de uma barreira, mas ela o tinha feito sozinha. Nicolas nunca fazia caso dos silêncios. Às vezes ele necessitava o silêncio quase tanto como necessitava da solidão e o ar livre rodeando a natureza. O descobrimento de que Dahlia era muito parecida o deixava surpreendentemente feliz e em paz, até em meio desta situação. Quando cruzaram a rua, pôde ver os carros patrulha sob o bloco onde estava o apartamento. Ele se inclinou para baixo. –Seus inimigos têm a alguém observando tudo isto. Temos que encontrá-lo antes que ele nos encontre. Ele parou repentinamente, quase no momento quando as palavras saíram de sua boca, pressionando-a para trás em um pequeno canto ovalado, protegendo-a com seu físico maior, mais pesado. Nicolas permitiu que sua mochila descansasse no chão, justamente fora da visão da rua. Ele colocou uma palma contra a parede, enjaulando-a, sua linguagem corporal era visível, possessivo, deliberadamente fácil de ler. Ele se inclinou para ela, parecendo cada centímetro seu amante. –Ele está no teto em frente, observando aos polis. Não vejo mais pessoal militar, mas os sinto. Alguém está farejando ao redor tentando entender o que aconteceu. Nós poderíamos encontrá-los, nos identificar, e conseguir a colocar em algum lugar a salvo. Sua face estava pálida. Pequenas gotas umedeciam suas bochechas ao redor de seu cabelo. Sua pele estava quente ao tato. –Teria que permitir que me encarcerassem. Estou classificada, e não posso contar isto impulsivamente a alguém. Tenho que salvar Jesse antes de me entregar. –O NCIS não tem nem idéia do que aconteceu, Dahlia. Muito bem poderiam desconfiar de que forma esteja envolvida nisto. Tem suficiente matéria cinza para estar atrás de algo como isto, e é diferente. Algo ou alguém diferente é um alvo fácil. –Parece como se você se preocupasse que pudessem me matar – As pontas de seus dedos se moviam sobre seu rosto, acariciando equitativamente daqui para lá como se desfrutasse da textura de sua pele. Dahlia sentiu o toque até os dedos de seus pés. Em seu profundo interior onde o calor se agrupou e juntou em seu coração mais feminino, ela sentiu o forte agarre por seu corpo fortemente ante a reação. –Só quero saber que é que quer Dahlia. Eu posso ir atrás de Calhoun. –Enquanto eu estou bem e a salvo – Ela olhava por debaixo de seu braço, procurando o homem do terraço – Acredito que não. Este é meu problema e eu tenho a intenção de limpá-lo. Não se engane somente porque me ponho um pouco doente quando tenho ao redor pessoas e violência. Sou perfeitamente capaz de me encarregar de mim mesma. Ele não assinalou que ele disparou a um homem para mantê-la viva. –Pode vê-lo? O loiro no terraço? –Sim, ele deu uma olhada para aqui algumas vezes. Tem um par de binóculos. –Vamos lhe dar algo que olhar – Ele se aproximou um pouco mais, seu corpo quase tocando o dela, mas não completamente. Dahlia instantaneamente sentiu que a temperatura ao redor deles se elevava. –Isto é perigoso. 97
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–A beijar? – Ele capturou seu queixo firmemente, mantendo o olhar nele. –Não pode me beijar, Nicolas – Seu coração golpeava tão forte que estava assustada de que pudesse explodir. Sua face era tão perfeita para ela, gravada em granito, os planos e linhas duras de um homem, não de um menino. Ele dobrou sua cabeça lentamente para a sua, segurando seu olhar fixo. Ele parou quando seus lábios estiveram a um mero fôlego. Quando a poderia saborear. Quando seu coração revoava e seu corpo começou a crepitar eletrizado. –Acredito que a beijar é uma idéia muito boa. Ela sentiu suas palavras vibrar diretamente em todo seu corpo. Ele realmente não precisava beijá-la para que sua mente se fundisse acidentalmente como o núcleo de um reator. Ocorria simplesmente somente ao pensar que o beijava. –Tem uma boca tão grande, Nicolas. Tentadora. Sabe? Mas o relâmpago surge quando nos beijamos. Não queremos chamar a atenção para nós não é? –É uma pergunta capciosa? Se disser que não, significa que não consigo beija-la? Mas agora mesmo, beijar parece a coisa mais importante do mundo. Ela amava o modo em que sua mágica voz se voltava áspera e seus olhos de gelo resplandeciam quando a olhavam. –Bem, então, a quem devo dizer que tenha sentido comum? –As palavras saíram em um sussurro. Ela mal podia respirar com ele tão perto. Como era possível ter um pensamento racional? Ele sorriu. Diretamente diante de sua boca, ele tinha um sorriso arrogante, auto satisfeito e masculino. E logo ela não pôde pensar mais, nem sequer o repreender. Ela se perdeu na urgência quente de sua boca. Anexaram-se, fundiram-se, consumiram-se em chamas nos braços do outro. E o estranho foi que, só suas bocas se tocavam. Seu corpo permaneceu tão próximo que ela notou o calor dele atravessando-a, ao redor dela, mas ele tomou cuidado de deixar seus corpos separados. E foi a única coisa que a salvou de transformar-se em um atoleiro a seus pés. Ela notou a fraqueza de seus joelhos e a luz em sua cabeça. A terra trocava de posição e se movia. As cores dançavam na parte posterior de seus olhos, e um ronrono estranho estava em sua mente. Ela quis entrar em seu interior e tomar refúgio, refugiar-se nas piscinas frescas que ela viu em sua mente. Como podia estar em seu interior tão fresco e esquentar seu mundo tão rapidamente, ela não sabia. E não se importava. Só sua boca e a magia que fazia tinham importância. Capítulo 9 Nicolas levantou sua cabeça com mais relutância que autocontrole. Ele nunca deveria ter iniciado um beijo com ela na rua. Seu corpo reagiu imediatamente com urgentes demandas. Pior, sua cabeça pareceu dar voltas junto com os arredores. Ele descartou um breve e duro beijo em sua boca arrebitada e girou sua cabeça ligeiramente para conseguir uma vista do observador no terraço através da rua. –Acredito que tenho a visão imprecisa. –queixou-se ele. Ela respondeu com uma risada indecisa. 98
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–Se isso for tudo o que aconteceu, caramba, é um dos melhores beijadores que eu saiba… Não posso ficar de pé. –Tenho medo de tocar em você. Poderíamos criar chamas. Ela suspirou. –A história de minha vida. Nosso amigo está partindo? –Parte do terraço. As pessoas logo estarão em todas as partes pelas ruas. Ele não pode permitir que o agarrem lá encima. Teria sido melhor que estivesse em um balcão olhando como todos os outros. –Se alguma vez decidir deixar o negócio, poderia escrever um manual – Ela não podia deixar de olhar sua face, nem sequer para olhar o homem que precisavam seguir. Ela se sentia fascinada pelo Nicolas. A ponta de seu polegar acariciava seu queixo, acariciava-a daqui para lá em um pequeno movimento rítmico que a fascinava e enviava tremores através de sua coluna vértebra – alguma vez foi a obsessão de alguém? O fraco rastro de um sorriso abrandou sua boca. –Só daqueles que querem me matar. –Há muitos? –Não vivos – Ele trocou de posição e recolheu sua mochila – Eu não gosto das pessoas que tentam me matar, obcecadas ou não. Tenho uma regra a respeito disso. Vamos – Ele tomou seu braço – Ele está movendo-se. Simplesmente caminha comigo, paquera um pouco e segura minha mão. Tomaremos uma xícara de café matinal. –Quer que me misture – Ela suspirou e sacudiu para trás sua abundante cabeleira – Nunca servi para me misturar. Prefiro os cantos escuros. –Não quero que ele a veja. –Não me conhecem. Fui adestrada sob outro nome. Até se conseguem encontrar essa informação, não servirá de nada. Ele baixou seu olhar para ela. –O nome sob o que a treinou foi Novelty White. Que é obvio se traduz como Dahlia O’Blanc. Não é muito engenhoso. Ela deu de ombros. –Não foi minha idéia. Você gostaria que o chamassem Novelty? – Ela enrugou seu nariz com desgosto – Era uma adolescente, por todos os céus. –Tem um ponto. Eu tinha pensado que se oporia energicamente. –Então, daria pouca importância. Experimentava minha etapa silenciosa – O percorreu com o olhar com um pequeno sorriso – Você sabe “eu sou uma adolescente superior e você é simplesmente molenga”. Em sua maior parte queria desafiar e irritar Whitney. Me deleitava em zangá-lo. Ele na realidade se desfez de todas exceto de Lily? Porque se Lily for real, todas as demais também são. –Recorda delas? Das outras garotas? –De algumas. A maioria estão imprecisas, mas há algumas entre elas que lembro como a Lily. Flame. Ela tinha outro nome, mas não estou segura de recordá-lo. –Íris – Ele proporcionou – Whitney realmente odiava à chamada Flame. –Whitney odiava a todas, e ponto. Não fazíamos o que ele queria, quando ele queria. Ele necessitava autômatos, não meninas. 99
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–Bem, se servir de algum consólo, Dahlia, ele não o fez muito melhor quando nos recrutou. Fomos um fracasso para ele também. Todos militares treinados. Boa formação. Fortes e disciplinados, mas não trabalhamos muito melhor que todas as garotinhas que ele abandonou. –Pobre Lily. Deve ter sido um forte golpe descobrir a verdade sobre ele. Lembro dela como uma pessoa cortês e amável. Era preparada, realmente preparada. Lembro-me de me sentar com ela de noite e falar dos planetas e a rotação da Terra, mas isto pode ter sido só um sonho, depois de tudo, não podíamos ter mais de quatro ou cinco anos. Se eu alguma vez saía sigilosamente de meu quarto e Whitney me pegava, era castigada. –Como? –Nicolas estava intrigado com a conversa, mas sua atenção estava no homem que seguiam em segredo ao longo da rua – Como a castigava? Dahlia contemplou sua face. Tinha contado mais sobre si mesma no pouco tempo em que se conheciam do que nunca tinha explicado a ninguém. Ela se perguntou se na realidade a tinha enfeitiçado. De que outra forma podia explicar a forma em que se sentia e atuava ao redor dele? Ele inclinou sua cabeça e levantou uma sobrancelha investigadora. Não havia nenhuma razão para não explicar ele ia dizer. –Eu tinha uma velha manta puída. Estava acostumada a fingir que minha mãe a tinha feito para mim e que a tinha deixado comigo quando me deixou. O mais provável era que ele a tivesse comprado junto comigo, mas de qualquer modo, esta era uma fantasia que me ajudava a ficar tranqüila durante os dias que pensava que ficaria louca e minha cabeça ia explodir. –Conservou-a? Seu olhar se desviou do dele. –Claro. Era uma das poucas coisas que tinha de meu passado. Não é como ter avós e tios e tias. Entesourava pequenas coisas – Ela passou sua mão livre por seu cabelo – Tento não pensar muito neles … Milly ou Bernadette ou minha casa, ou minhas coisas. Se o fizer, esta tristeza terrível e os poços de raiva misturados me fariam muito perigosa – O percorreu com o olhar – Provavelmente foi algo bom te encontrar. Acidentalmente iniciaria fogos por toda parte. –Salvei sua manta – Ele queria abraçá-la quando falou de seu passado. Sustentá-la contra ele onde sabia que poderia guardá-la como em uma caixa forte e abrigá-la da dor de não ter coberta a mais simples das necessidades… uma família. No que tinha estado pensando Whitney enviando às meninas ao mundo exterior sem ninguém que as protegesse? Ele tinha dado dinheiro e tinha pensado que seria suficiente. O contemplou debaixo de suas longas pestanas. –Está zangado. –Perdão. Está sentindo? – Ela pressionava sua mão contra seu estômago. Era a terceira vez que o tinha feito, quase sem pensar. –Não, seu nível de energia é muito baixo. Estou começando a te conhecer bem. Você faz esta coisa com sua sobrancelha. –Não o faço. Trabalhei para aprender a deixar minha face perfeitamente inexpressiva. 100
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–E é. –assegurou ela – Tudo exceto a sobrancelha. Sua mão se apertou ao redor dela, e acariciou o quadril com seus dedos, detendo-se ali enquanto abordaram a balsa que os levaria através do rio Argel. Nicolas deixou uma boa distância com sua presa, mantendo entre eles à multidão matutina como uma tela e fazendo que sua linguagem corporal gritasse posse e ciúmes. Poucos homens se aproximaram deles enquanto conservava Dahlia tão perto dele. –Obrigado por salvar minha manta. Significa muito para mim – Ela se sentiu absolutamente tola admitindo-o. Uma manta esfarrapada de sua infância. A única lembrança de sua mãe imaginária. Era uma coisa patética ter que admiti-lo para ele… E para si mesma. Seus dedos acariciaram sua face em uma carícia cortês. –Consegui pegar alguns de seus livros e um suéter. Desejaria ter podido pegar mais coisas suas. –Não eram importantes, Nicolas. Melhor que saísse vivo – Ela olhou às escondidas sob seu braço. O vento fresco se desprendia da água nas primeiras horas da manhã. Dahlia levantou sua face para sentir a brisa – Ele vem para cá. –Está nos olhando? – Nicolas soou tranqüilo, quase aborrecido. Mudou a posição de seu corpo ligeiramente para protegê-la melhor. –Não, à água. Mas continua seu caminho para cá. Nicolas se concentrou em relacionar-se com o homem quando se aproximou do corrimão da balsa. Queria obter uma impressão do homem, “lê-lo” como os Caminhantes Fantasmas. Algumas vezes era fácil de ler os pensamentos se suportavam uma forte emoção, mas freqüentemente, custava muito encontrar o caminho correto para uma pessoa em uma multidão. A maioria das vezes percebia uma confusão de impressões, antes que pensamentos cristalinos, quando havia muitas pessoas ao redor. Nicolas agarrou o braço de Dahlia e à força deu a volta para obter a vista do rio, trocando seu corpo de sua esquerda a sua direita. “Permanece tranqüila, Dahlia. O homem que andamos procurando está a seu lado, só a alguns passos de nós.” “O que quer dizer?” Ele notou que seu coração palpitava outra vez. Ela se cansava dos batimentos fortes do coração. Realmente estava cansada de estar no meio de tanta gente. Inclusive com Nicolas tocando-a, ela estava recebendo uma grande quantidade de energia. “O homem de camisa azul deve ter sido contratado para observar o edifício, provavelmente com uma mulher em algum lugar entre a multidão. Ele está fazendo um relatório ao homem de camisa escura.” Dahlia não girou sua cabeça, mas ficou com o olhar fixo sobre a água. Pequenas ondas formavam espuma no rio. Um barco de transporte deslizou atrás deles. Seu estômago deu inclinações bruscas e seus dedos se cravaram no braço de Nicolas. –Ele vai mata-lo – Ela disse as palavras tão suavemente como foi possível, mas soube imediatamente que Nicolas se deu conta também. Dahlia já estava sobrecarregada de energia pela violência anterior. Outra onda de energia poderia lhe causar um ataque. Nicolas forçou uma risada e a arrastou para seus braços. Dois turistas divertindo-se em suas férias. Ela colocou seus 101
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braços ao redor de seu pescoço e enterrou seu rosto contra sua garganta quando a balançou e a levou a outro lado da balsa. –Não vá ficar doente, Dahlia – ele ordenou. Houve um pequeno silêncio, e ele sentiu a revoada de suas pestanas contra sua pele. –Não vou adoecer? Como é isso? Apesar da força crescente que já derrubava suas defesas, havia uma pequena nota de diversão em sua voz. Ele podia sentir sua pele muito quente como se ela ardesse em seu interior. Uma aguda necessidade de protegê-la emanou dele. Foi tão forte que o fez se estremecer. –Que me enforquem, Dahlia, passaremos através disto. Não vai adoecer porque eu o digo. Ele sentiu a carícia de seus lábios contra sua garganta. Em seu interior passou algo curioso que fez que se derretesse o qual o incomodava como o inferno. Por que ela o tinha voltado pelo avesso? Ele vivia uma vida em que era capaz de afastar-se de algo ou de qualquer pessoa, mas soube que sua vida estava enredada com a dela e que nunca poderia arrancá-la. Com o contato de sua boca sobre sua pele nua, sua virilha se apertou. Teria sido mais fácil se simplesmente houvesse química explosiva entre eles, mas sabia que era algo mais. Ele quis tê-la só e continuar. Poderia leva-la a suas amadas montanhas e nunca ninguém os encontraria. Nem sequer outro Caminhante Fantasma. Ele poderia mantê-la segura ali e a afastar das coisas que eram tão duras para seu corpo e sua mente. Dahlia apoiada nele, moveu sua cabeça para pressionar sua boca contra seu ouvido. – Seu nível de energia sobe, e não é sexual. Está se permitindo se desgostar comigo. Isto é quem e o que sou, Nicolas. Se for passar algum tempo comigo, deve aceitá-lo – Ela se retirou para levantar a vista para ele, seus olhos escuros muito sérios – Quero que saiba o que é realmente estar comigo. Nunca vou ser o tipo de mulher com a qual possa sair para comer ou a ir ao teatro. Não tenho esse tipo de controle. Pensa em como seria realmente a vida comigo, não a fantasia que é até agora da realidade isto nunca duraria mais de um dia ou dois. –Minha fantasia é ter você comigo, não em um restaurante ou em um cinema. Eu gosto. Não sou alguém que necessita às pessoas a seu redor, Dahlia. Ela sentiu o estalo de violência florescendo nela, através dele. Ela se apertou mais a Nicolas, pressionando-se para ele, seu único santuário contra a seqüela de um assassinato. O fôlego deixou seus pulmões rapidamente. Fechou seus olhos, sabendo que o corpo estava na água e ninguém o tinha visto ir. O homem de camisa azul tinha sido esfaqueado e jogado de um empurrão pela amurada, mas ele não estava morto quando a água cobriu sua cabeça e o levou para baixo onde ninguém poderia ver suas últimas lutas por sua vida. Mas ela o podia sentir. E podia sentir sua última energia elevando-se gritando reconhecimento e justiça. A sua garganta inchou, se fechou, respirava com dificuldade e agitadamente. A energia violenta se explodiu contra seu corpo, dobrando seus joelhos apesar do abraço de Nicolas. Não podia ver, não podia pensar, a pressão aumentava em sua cabeça, em seu cérebro. 102
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Nicolas a apoiou contra seu peito, ela estava indefesa para detê-lo. Indefesa para o avisar que devia liberar-se da energia ou os ataques começariam, Dahlia cravou os olhos na água desesperadamente. Muitas emoções se removiam em seu estômago, acrescentando a energia terrivelmente dentro dela. –Me olhe, Dahlia. –Não! – Ela vaiou a palavra, apertando com força os dentes, batalhando pela necessidade de agarrar e gritar. Seu corpo se queimava, ardia de dentro para fora. Os dedos de Nicolas seguraram seus braços. Lhe deu uma pequena sacudida. –Compartilha comigo. Ele é um profissional, Dahlia. Ele matou com gente a seu redor e ninguém o viu – disse Nicolas bruscamente – Se as bolas de fogo começam a golpear a descoberto ou começa a vomitar, vai se dar conta. Ela amaldiçoou, dobrando-se pela dor. O suor explodiu. Ela detestou Nicolas nesse momento. Vendo-a tão vulnerável, sempre em seu pior momento. Condenado homem por insistir em vir com ela, e condenado por presenciar suas crises. Se caisse diante dele nunca poderia o olhar outra vez. Desesperadamente ela inclinou sua cabeça, não era muito fácil de fazer quando cada movimento enviava facas apunhalando seu cérebro. Seus olhos se encontraram. Nicolas dobrou sua escura cabeça até que sua boca esteve a poucos centímetros da dela. –Compartilha comigo, Dahlia. Deixa-o sair. Ele a aterrorizou com sua coragem. Ele não tinha nem idéia do que faria ou poderia acontecer. Ela abriu sua boca para protestar, o advertir, mas era muito tarde. Seus lábios encontraram os dela. Um arco de eletricidade crepitou entre eles, moveu-se rapidamente passando de um corpo ao outro. O calor emanou entre eles. Ela ofegou, seus dedos cravados em seu peito. A temperatura aumentou entre eles. Dahlia fez um pequeno som de protesto, de medo, mas sua mão continuava sobre seu peito e rodeou sua garganta. Ela ouviu que ele gemia, o som rouco e muito viril. A energia imediatamente acusou a tensão sexual, aumentando cada consciência, cada sentido. Nicolas pressionou seu corpo contra o dela, seus braços, tiras de aço. Suas mãos a levantaram, pressionou sua furiosa ereção contra seu montículo feminino. –Coloca suas pernas ao redor de minha cintura, maldição – Ele o pediu desesperadamente. Queria rasgar o fino algodão que envolvia seu corpo e as calças jeans dele. Ele precisava sentir pele contra pele. Queria a satisfação de entrar em seu interior duro e profundo, golpeando carne contra carne. –Para! – Dahlia pressionou sua mão contra sua boca – Nicolas, pare. Ele ouviu o soluço em sua voz. Estremeceu o suficiente para atravessar a vermelha neblina de necessidade sexual. Nicolas reprimiu a terrível fome que rasgava seu intestino, a palpitação em sua cabeça, e o rugir de seu corpo. A força da energia o estremeceu quando a envolveu com a mesma avareza que usou em Dahlia. Devagar ele permitiu que suas pernas se colocassem sobre a balsa. Ele tomou um fôlego profundo para acalmar-se, descansou sua testa sobre a dela, e respirou com ela. Seu corpo estava tão duro como uma pedra, tão doloroso, ele estava seguro de que abriria a pele. Esse calor foi diferente a algo que ele nunca tinha experimentado. O que mais o atemorizou contudo era o desejo de 103
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atirá-la sobre a coberta e rasgar as roupas de seu corpo. Durante um só pulsado, tudo nele, mente, corpo, e alma, insistiram em fazer justamente isso. Ele tremeu diante a necessidade de possui-la. –É a energia – sussurrou ela. Dahlia era completamente consciente do perigo no qual estava. Podia ler os olhos de Nicolas, resplandecendo pelo calor e a fome. Ele estava meio louco por isso. –Eu sei – disse ele bruscamente. Imediatamente ele lamentou sua reação. A idéia era aliviar o nível de energia dela, não piorá-lo. Ela não reagia diante a energia sexual do mesmo modo que o fazia diante a violência, mas ele não tinha contado com a mistura das duas energias até que ele teve que se opor a si mesmo tão somente para manter o controle – Se sente melhor? Dahlia assentiu com a cabeça. –Sim, não estou tão doente. Sinto muito, Nicolas – Ela queria afasta-se dele. Longe de si mesma. Foi um dos piores momentos que talvez tivesse passado. Nicolas Trevane era um homem de honra, mas tinha mostrado uma parte monstruosa de si mesmo que ninguém nunca deveria ter que confrontar. Nicolas conseguiu que a energia lentamente se dispersasse, como requeria sua forma natural. Ele o expulsou fora, desejou-o fora, aceitou o calor e o deixou ir. Cautelosamente olhou ao redor. Estavam em um canto solitário, mas alguém próximo poderia haver sentido a energia sexual intensificada fluindo ao redor deles. –Dahlia, talvez esta não seja uma boa idéia. Ele não vai ser fácil de seguir – Não tinha nem idéia do que dizer, como se desculpar. Ele afastou o cabelo com uma mão tremula. –Quer dizer comigo diante. –Ele conhece o território e nós não. –Conheço todos estes arredores. Não durmo muito de noite assim é que fico vagabundando. É mais seguro que durante o dia. Posso evitar as áreas povoadas, mais ainda, sinto como se formasse parte da raça humana – por que estava lhe dizendo estas coisas? Dahlia não podia acreditar que estava contando cada pequeno detalhe de sua vida. Ela soava patética, até a seus próprios ouvidos. Pior, cada vez que revelava uma informação, ela sentia sua luta interior para não reagir – Eu posso nos guiar e talvez supor razoavelmente seu destino. –Sou alto e você pequena. Ele terá visto todo mundo nesta balsa. Provei usar um “empurrão” para que tomasse outro caminho, mas não é suscetível. Não terá perdido nossos foguetes. Não pode voltar a nos ver. –Sou muito boa em que não me vejam – Dahlia quis perder-se na inconsciência, para escapar da surra que tinha dado o violento redemoinho de energia. Era uma reação normal e muito mais depois de ter um ataque. Seu corpo e seu cérebro precisavam desconectar durante um momento. Ela piscou rapidamente para tentar que não fechassem os olhos e brigou por ficar sobre seus pés. As vísceras doíam pelo empurrão que tinha recolhido. Seus órgãos internos se sentiam inchados e machucados, e seu filtro mental derrubado pelo assalto contínuo de energia provindo de tão curta distância com tantas pessoas junto com a violência do assassinato. –Talvez seja melhor que a deixe em um hotel – insistiu ele. 104
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Seu temperamento pendia de um fio. Este não era seu problema, não dele. –Você pode ir a um hotel – ela contra ofereceu. Sentia-se humilhada e frustrada, e mais que algo o que queria era estar sozinha, mas não ia permitir que ele assumisse o controle de seu trabalho. E agora estava esse medo secreto por ele. O medo de sua enorme força e o que poderia fazer se perdia o controle. Ela odiou a si mesma por isso. Nicolas sentiu crescer seu temperamento. A seqüela da energia se alimentava de ambos. –Tenho que chamar a Lily e ver se ela tem alguma informação para nós – disse ele suavemente – O celular não gosta muito desta área, mas em algum pequeno caminho poderia ser capaz de conseguir. Dahlia agarrou sua camisa com ambas as mãos. Enquanto ela mantinha o contato físico com ele, a energia não a afligia completamente. Era outra fonte de irritação para ela. Não queria ter que agarrar-se a ele como uma videira aderida. –Os celulares têm aversão ao rio e ao pântano. Deve ser pela água. –Mas quando não estava nos pântanos? Certamente Calhoun te deu um celular para se manter em contato enquanto estava na cidade. –Derreti dois deles. Ele decidiu que não valia a pena. Ele a olhou para ver se ela brincava. Seu olhar era muito sério. –Derreteu-os? Ela assentiu com a cabeça. –Derreto as coisas. Acidentalmente. Nicolas não o notava. Considerando toda a fundição interna dele a qualquer hora que estivesse perto dela ele podia acreditar que tinha derretido um par de telefones. Depois de tudo, eram muito menores que ele. Soprou e agarrou sua mão, tentando desativar a situação. –Tenta não derreter qualquer parte de meu corpo. Eles ficaram atrás da multidão quando as pessoas começaram a desembarcar. Nicolas manteve o olho em sua presa. –Observa como se move, Dahlia. É provavelmente ex-militar, mais provavelmente um mercenário. Com certeza luta muito bem. Olhe seus olhos. Não lhe acontece nada, vê tudo. Ele assassinou um homem, mas não tem pressa. Nicolas não quis chamar a atenção se mantendo muito longe do grupo, era importante manter Dahlia protegida da exposição prolongada a tantas pessoas. Ele calculou sua saída olhando o homem de camisa escura no caminho a um lado e a luz do cigarro. Claramente esperava que as pessoas passassem diante dele. Nicolas colocou Dahlia do outro lado, protegendo-a com seu corpo quando eles passaram para diante. “Sua energia é muito malevolente.” “Não fique doente ou começarei a te perguntar se o bebê está bem diante dele.” Dahlia quase se afoga. Ela manteve sua cabeça agachada e uma mão pressionando contra seu estômago onde ela sentia a dor aguda. Cada passo doía. Ansiosamente ela voltou o olhar para a água. Gostaria de poder estar de retorno a sua pequena ilha e rodeada por seus livros. 105
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Nicolas apertou seus dedos ao redor de Dahlia e a aproximou mais refugiando-a com seu corpo. Ele passou diante de sua presa sem dar uma olhada, inclinando-se para baixo e murmurando algumas tolices ao ouvido de Dahlia para que parecesse que estavam completamente absorvidos um no outro e assim proteger seu corpo diante sua vista. E ele desejou que estivessem realmente completamente absortos um no outro. Nunca tinha tido nada ou ninguém que estremecesse sua calma, o mundo racional da forma que Dahlia o fazia. Ele tinha construído sua vida inteira nos princípios que seus avós tinham ensinado. Pensava que estava preparado para tudo. Ele tinha se preparado para tudo… Até Dahlia. Mal podia manter sua mente em salvar suas vidas ou rastrear a sua presa. Enquanto andavam na direção do restaurante popular localizado no farol olhando para o rio, lutou para organizar o sentido do caos que Dahlia causava nele. Dahlia era uma tormenta de fogo para seu gelo. Onde ele era tranqüilo e calmo, ela era fogosa e parecia fora de controle, maltratada pela mesma energia de cada criatura. Onde se localizava dentro do universo? Como sobrevivia alguém como Dahlia em um lugar tão hostil para sua natureza? E por que era tão condenadamente necessário que ela sobrevivesse em um lugar com ele? Ele podia aceitar a atração física, embora a intensidade pudesse ser desastrosa. Podia aceitar até sua profunda necessidade de protegê-la. Ele era sempre o que cuidava de seus homens, e tomava o papel a sério. Era parte de seu caráter e era bem consciente disso. Mas encontrar-se obcecado — e era uma boa palavra para isso — era incômodo. Tratava de manter vivos a ambos, mas tudo no que podia pensar era em Dahlia. O som de sua voz. A forma de seu sorriso para ele, de improviso. Lembrava o quanto pensava nela. –Não pense muito nisso, Nicolas – aconselhou Dahlia em voz baixa. –Sobre o que? – Ele conservou sua voz com esforço. Ela havia dito que não era telepática e não lia as mentes. Ele não a queria lendo sua confusão. Até que ele não soubesse as respostas, não estava disposto a compartilhar as perguntas. –O que seja no que está pensando. Não é digno de transtornar tanto a você. –As pessoas tem pensamentos tristes, Dahlia. –Eu sei. Embora pareça mentira, sou uma pessoa, e realmente penso em coisas. Até tenho emoções normais. Uma vez vi como um homem dava um chute em um cão, e me pus tão alterada que três casas atrás dele pegaram fogo. Tinha nove anos de idade – Olhou para cima, comprovando como ele se comportava ao lhe contar algo importante. Algo que ambos tinham que saber – Imagina como seria se alguma vez tivesse uma discussão com meu marido? Ele é o suficientemente tolo para não estar de acordo comigo sobre a quantidade de leite que põe no chá ou em alguma outra coisa insignificante. Zas!. Ele seria fumaça. Quando ele a olhou, ela já estava olhando mais à frente do rio. –O que ocorre quando sente dor? –Pela sobrecarga? –Não, simplesmente dor normal. Quando arranca sua unha. Se resfria. Recebe um murro de algum um homem na face por que sou muito lento com o gatilho –Houve um vaio de cólera em sua voz. Veio de um nada, uma queimadura lenta de vermelho vivo que chamuscou seu ventre acompanhado por um calor escuro que ameaçava a consumir. Sua 106
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palma escorregou sobre seu estômago e ficou ali tranqüilamente. Supunha-se que era um toque impessoal, para acalmá-la. Para subtrair a dor. Mas se transformou em algo totalmente diferente. Não sexual, mas íntimo. E sua pele ardeu através do grosso material de sua camiseta escura. Ou talvez era sua pele. Ele não deveria ter sido capaz de senti-la, mas o fez. Ela fechou seus olhos diante as emoções que a afligiam. Ou talvez era a energia, honestamente não podia dizer nada mais. Queria escapar dele. Fora de todo o mundo. Sua cabeça palpitava e sua pele ardia e se sentiu muito apertada contra seu corpo. –Não tente fugir de mim, Dahlia – Advertiu Nicolas, lendo-a facilmente. Sua voz áspera, soou afiada – Está tão ocupada em manter uma distância emocional que esquece o que estamos fazendo aqui – Ele a colocou diante da janela onde sua face podia refletir-se e a podia tirar pelo lado do edifício, empurrando-a para trás na zona espessa de arbustos. Seus olhos escuros arderam. –De nós dois, você está muito mais assustado de um compromisso emocional. Posso ter meus limites, mas pelo menos eu os saco fora. Está tão ocupado em que nada perturbe sua perfeita tranqüilidade que se esquece de viver sua vida. O ar rangeu pela eletricidade. Nicolas podia sentir a energia crescente começando a rodeá-los. Abasteceu de combustível a crua emoção que crescia em seu interior. Ele também vislumbrou a sua presa andando pela rua para um pequeno Ford que estava estacionado a uma quadra deles. O homem parecia não ter nenhuma pressa, quase passeava como se não tivesse nenhuma preocupação no mundo. Ele deu uma olhada ao redor, viu um táxi estacionado perto de um restaurante. Certo que o táxi estava esperando uns clientes, Nicolas tinha um bilhete de vinte dólares em sua mão quando lhe fez sinais. Ele manteve um aperto firme na nuca de Dahlia, mantendo-os conectados. Ele disse a si mesmo que era porque precisava ficar perto dela para manter a raia a energia, mas na verdade se recusava a permanecer na parte posterior de sua mente. Ele era o que necessitava a conexão. Haviam rivalizado, e ele necessitava a tranqüilidade do contato físico. –Está me arrastando. – disse Dahlia mordendo as palavras. Nicolas realmente apertou os dentes, amaldiçoando interiormente. Era demente a forma em que ele estava sempre desequilibrado ao redor dela. Insano, condenadamente incômodo. O pior disso era que ela poderia afastar-se dele. Não gostaria, e ela inclusive poderia fantasiar algumas vezes sobre ele, mas poderia fazê-lo. E ela era a emocional. Ele não poderia partir. Não tinha nem idéia de como tinha ocorrido, como ela tinha conseguido se arrastar dentro de seus pulmões até que ele não podia respirar corretamente sem ela. –Entra no táxi – Deu a ordem sabendo que ela odiava as ordens. Ele não sabia como tinha acontecido. Tinha estado perfeitamente bem sem ela durante anos. Nunca havia pensando muito em encontrar uma mulher para compartilhar sua vida. Vivia uma vida solitária, ia onde queria, não estava preso a nada emocional ou fisicamente, e era o que preferia. Até que se encontrou em Louisiana com uma mulher que o fazia estremecer com um olhar. 107
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Dahlia deslizou sobre o assento traseiro do táxi. A pressão que fluía para seu peito era assombrosa. A cólera era quente e furiosa. Algo assim como a intensidade da paixão que tinha compartilhado com Nicolas. Ela arrastou o ar em seus pulmões. Alimentaram-se um do outro. Não havia outra explicação. Quando ela tocou em Nicolas, eliminou a energia exterior dela. Quando formaram o arco de energia entre eles, construíram a força e a paixão conjuntamente, alimentando outra intensidade. Ela pigarreou quande Nicolas se dobrou no assento traseiro ao lado dela. Ela esperou até que ele desse indicações ao condutor antes de deslizar sua mão na dele. Esperava para ver se ele se separaria dela. As ondas de cólera ainda estava impressas nele, mas seus dedos se apertaram ao redor dos dela. –Amplificamos nossas emoções – Ela disse em voz baixa. Cruamente, sem adornos, olhando fixamente através da janela. Nicolas fechou seus olhos brevemente. Ela tinha razão e ele sabia. O fato de saber que ele tinha sido consciente disso em algum nível, e ainda permitiu que suas emoções fossem amplificadas de qualquer maneira o incomodava tanto como sua necessidade de estar com ela. O que sabia na realidade sobre ela afinal? Ele a olhou. Ela era tudo o que ele alguma vez tinha querido, só que não tinha sabido. Que diabos ia fazer sobre isso? Ele roçou seu polegar ao longo de seus dedos em um pequeno gesto de tranqüilidade. “Respira comigo.” Ele a necessitava para retirá-lo da borda de algum precipício que não entendia. Independentemente da cólera que formou redemoinhos nele tão completamente, crua e feia tinha dado voltas ferozmente, conduzindo-o para a necessidade de fundir-se com ela. Arrastá-la tão perto dele como fosse possível. Ele queria que o necessitasse no mesmo nível elementar. Era difícil para ele ter que admitir que não podia controlar seus pensamentos e seus sentimentos ou inclusive seu mundo como sempre tinha acreditado. Dahlia sentiu a mudança na energia quando ambos iniciaram a respiração meditativa. Rítmica, controlada, profunda. Ela sentiu a escura cólera evaporar-se, liberando-se no ar e saindo de seus pulmões. Fora de seus pulmões. Um brilho de excitação enviou uma onda fresca de energia concentrando-se ao redor deles. Ela tentou respirar de todas as formas. “O que é isso?” “Sentiu-o?” Dahlia o viu assentir com a cabeça. “Estamos mais afinados um com o outro. Sinto a menor mudança em seu estado de ânimo e agora você pode fazer o mesmo comigo. Ainda não tinha sentido a energia como agora, não é?” Nicolas tomou tempo considerando a idéia. Ele podia perceber pensamentos às vezes. Definitivamente podia sentir emoções. Se alguma vez havia "sentido” energia, era antes de um ataque físico sobre ele. Possivelmente cólera em uma pessoa muito agressiva. Estava aumentando suas forças? Ele não sabia se queria a mesma maldição com a que Dahlia tinha sido dotada. “O caso é que nós na realidade controlamos a energia juntos, Nicolas.” A excitação irradiou dela. “Talvez nosso primeiro intento não teve êxito, mas realmente foi efetivo. Nunca o controlei realmente. Dirigi-o. O alojava, envolvendo-o até que podia encontrar um lugar para me desfazer dele, mas nós na realidade respiramos juntos e encontrei o pequeno lago tranqüilo em sua mente e a 108
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energia se evaporou.” Dahlia não podia dizer que grande passo para frente tinham dado. Tinha tentado durante anos a meditação e praticou cânticos e nada tinha sido efetivo. A meditação a tinha ajudado a aliviar a carga, mas nunca tinha conseguido dissipar a energia. Com Nicolas, finalmente o tinha obtido. Parecia um milagre. “Dei-me conta que sua habilidade para usar a telepatia se fortaleceu. Não preciso segurar a ponte inteiramente por mim mesmo. Encontra a metade do caminho.” Dahlia piscou. “Faço-o? Isto não tem sentido. Não tenho habilidades telepáticas. Nunca as tive. Posso enviar meus pensamentos se a outra pessoa for um telepata forte e eles fazem todo o trabalho.” “Não faço todo o trabalho.” Nicolas a rodeou com o braço. Ela tinha passado de estar zangada a feliz para chegar a se sentir alarmada no espaço de poucos minutos. “O que quer dizer isso?” Dahlia não queria ser telepática. Ela tinha suficiente manipulando os “dons” que possuía. –Pare – Nicolas disse repentinamente, sobressaltando-a – Aqui mesmo, nos deixe. Dahlia olhou pela janela e viu que estavam nos subúrbios da cidade sobre uma ponte perto da água. O taxista estacionou sob um pequeno arvoredo. Nicolas lhe deu várias moedas antes de sair do carro. Tomou cuidado de reter possessivamente sua mão e manter o táxi entre eles e qualquer possível observador. Quase imediatamente ele a conduziu para o santuário do arvoredo. Observando que o táxi partisse. –Onde está ele? –Dahlia não tinha visto nem o Ford nem a seu condutor. –Do outro lado da ponte. Ele entrou por uma estrada de terra e saiu do carro. Ele caminhava pela estrada. –Isso não é bom. Não há proteção. –Não esperava que nos facilitassem isso. Quereriam um lugar limpo para poder tirar informação a qualquer que levem ali, e que fosse facilmente defensável. Sem nenhuma obstrução no caminho podem ver alguém aproximar-se. Dahlia se colocou em cima da terra e tirou o suéter. Já fazia calor, e a parte superior do suéter que levava se pegava à pele. –Suponho que esperamos aqui todo o dia? – Ela trançou seu cabelo e o atou em um nó intrincado para tira-lo de seu pescoço. Seu corpo desesperadamente precisava dormir, e lhe permitiria não fazer insistência no que tinha passado entre eles na balsa. –Vou explorar a área mais próxima à estrada e me assegurar que estou correto, mas sim, podemos descansar aqui – Ele baixou sua mochila no chão ao lado dela – Pelo menos estará fora e afastada das pessoas. Dahlia pregou o suéter e se enroscou no chão, sua cabeça apoiada no grosso material. –Vou dormir enquanto faz o que tem que fazer. Estou esgotada. Ela se via vulnerável sobre o terreno. Seu estômago se apertou em um nó. Nicolas se agachou ao lado dela, lhe dando o cantil. –Não demorarei muito, Dahlia – Ele retirou os fios perdidos sobre sua face. Ela deu um sorriso apenas perceptível. –Tome o tempo que necessite. Tenho a intenção de dormir. Necessito um montão de sono em situações altamente traumáticas. Esta é uma. Ele continuou roçando seu cabelo com as pontas de seus dedos. 109
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–Acreditava que tinha problemas para dormir. –Disse que precisava dormir. Não é o mesmo. –Vai se preocupar comigo? –Absolutamente não. Já está bastante crecidinho. Ele riu. –Tem uma veia mesquinha. Ela se viu presumida. –É parte de meu atrativo. Ele começou a se levantar. Dahlia apanhou seu braço. –Trouxe essa manta esfarrapada com você? Nicolas pôde sentir a tensão repentina aumentando entre eles. Ela se esmerou por ver-se indiferente, como se não tivesse importância nenhuma, mas ele juraria que podia ouvir o palpitar de seu coração. Seu olhar se separou dele e sua mão caiu. –Trouxe – Sua voz soou mais brusca do que tinha pretendido. Ele encontrou a peça de tecido com suas bordas andrajosas no interior de sua mochila. Ele estendeu a pequena quantidade de material. Dahlia meio se incorporou para agarrar a manta. Ela a agarrou devagar, seus dedos acariciando-a quase reverentemente. Ele olhou o modo que ela a acariciava, como se fosse uma menina, quase como se não se desse conta do que fazia, ou como um gesto automático. As pontas de seus dedos acariciaram as bordas, uma pequena carícia. Sorriu. Um sorriso genuíno, mas havia lágrimas em seus olhos. –Obrigado, Nicolas – Sua voz pareceu estrangulada. Todo ele queria pô-la entre seus braços. –É bem-vinda, Dahlia – Voltou as costas porque tinha que fazê-lo. Porque seus sentimentos afligiriam a ambos. Porque ela pensaria que era compaixão, e o odiaria por isso. Porque ela se corroía por dentro. Olhando-a tomar a comodidade de um tolo pedaço do tecido, como se a maldita coisa representasse sua família, seu passado… E o fazia. Ele amaldiçoou Peter Whitney quando se afastou dela. Nicolas queria ser seu consolo, não uma pequena quantidade de material que deveria ter sido descartado fazia anos. Nenhuma só vez em sua vida alguma vez tinha pensado no que agora tinha dentro de sua cabeça. Não como um menino nas montanhas quando seu avô o abandonava, o deixando para que encontrasse o caminho de casa. Não no dojo10 durante sua formação quando era "atacado" por vários homens crescidos em uma fila mais elevada, não durante sua formação nas Forças Especiais ou a primeira vez que tinha estado na selva só em uma missão. Mas ele o fazia agora. Ele não teve nem idéia de como amarrar a Dahlia a ele. Quando era um menino tinha crescido sem uma mãe ou sem uma avó. Ele nunca realmente tinha explorado o matrimônio ou as relações sentimentais. Nunca tinha recebido conselhos a respeito. O mais próximo ao que realmente podia ser uma relação que tinha observado era Ryland Miller perseguir Lily. O homem tinha perdido o racicínio. Nicolas
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Termo empregado nas artes marciais do Japão e Okinawa. É um salão de treinamento de artes marciais
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tinha o pressentimento de que tinha engrossado as filas dos homens que tinham perdido sua cabeça por uma mulher. Nicolas sacudiu a cabeça quando avançou pela borda do rio, mantendo-se no mato. Ele necessitava uma boa localização para estudar a área que cruzariam essa tarde. Também queria conseguir números sobre as forças as quais enfrentariam. Era possível que Calhoun já estivesse morto e pusessem suas vidas em perigo por nada. Estava em uma missão de reconhecimento, e isso era familiar. Podia ficar absorto no trabalho e não pensar na violência de suas emoções quando arrastou o corpo de Dahlia para o seu. Não pensar no calor, a necessidade e a dolorosa fome. Ele gemeu e fechou seus olhos, sacudindo sua cabeça, usando sua força interior para empurra-la de sua mente. Conseguiu um pouco de calma, mas teve que reconhecer que ela estava com ele, em algum lugar enroscada ao redor de seu coração e internada profundamente dentro dele de onde nunca ia tirá-la. Nicolas cortou os ramos de uma planta que crescia em abundância com o passar do rio. Fez uma coberta, levando seu tempo, tecendo uma réplica dos arbustos pelos quais se moveria. Tinha todo o dia, e era um homem paciente. Simplesmente se fez com a planta, movendo-se lentamente através do banco afogado pelos canos tão inativamente como era possível para que não o descobrissem. Estava em campo aberto, sobre seu abdômen, estirado entre os plantas e os arbustos, avançando lentamente pelo caminho rio acima até que tivesse à vista a desvencilhada velha casa. Nicolas encontrou um lugar perfeito, deitado sobre o barro na borda do rio, a água molhando o estômago, canos e arbustos subindo ao redor dele, e uma boa vista de sua presa. Durante o dia havia pouca atividade na pequena casa. Ele contou três guardas. Um dormia ao sol, incômodo com o calor e a umidade, identificando-se como alguém não nativo de Louisiana. Outro marcava o passo continuamente, repetitivamente escolhendo exatamente a mesma rota encadeada. O terceiro homem levava seu trabalho a sério. Ele não fez caso de todas as mudanças entre os outros dois guardas e estudiosamente levantou os óculos de seus olhos, varrendo o rio, o caminho, e todas as áreas circundantes à casa meticulosamente. Nenhum dos três era o mesmo homem que tinha estado na balsa. Isto significava que ao menos quatro controlavam Calhoun, se ele estivesse na casa. Capítulo 10 Nicolas retornou para junto de Dahlia bastante depois do entardecer. Ela estava sentada sob as árvores, parecia uma bela boneca de porcelana. Sua pele era perfeita, parecia tão perfeita que resplandecia. Havia algumas ramas pequenas e folhas em seu cabelo, mas em vez de mudar a descrição também a fazia bela, seu cabelo revolto o fazia pensar em noites loucas e sexo quente. Um lençol branco com pequenas flores lilás pulverizadas sobre o terreno era sua colcha. Dois pratos de papel continham feijões, arroz e frango frito. – Ficou queimado do sol – Ela o saudou, sorrindo. –Esteve ocupada – observou ele. Não estava seguro de se gostava da idéia de que ela tinha ido às compras enquanto o inimigo se encontrava na mesma área, mas guardou sua opinião para si. 111
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–Pensei que estaria faminto e sedento depois de estar convexo ao sol o dia todo. Ele estava bebendo. A água refrescou sua garganta enquanto baixava. Morria de sede. Tinha deixado o cantil com Dahlia e, embora a água do rio o tinha mantido conseqüentemente fresco, estava desidratado. –Tinha razão – Se sentia acalorado, enlameado e sujo. –Se quer se assear, descobri um pequeno abrigo para jardinagem do outro lado do arvoredo, e tem uma pia e água corrente – Dahlia se levantou – Vamos, mostrarei onde é. –Eu o encontro – olhar para ela o machucava, claramente podia ver que estava além de toda ajuda quando vinha de Dahlia O’Blanc. Agarrou sua mochila e saiu correndo na direção que ela tinha apontado com o dedo. Inclusive seus pulmões não funcionavam muito bem ao redor dela. Em algum lugar ao longo da linha parecia que tinham invertido os papéis. Ele sempre tinha tido a calma, o controle de seus sentimentos, e Dahlia tinha sido o contrário. Agora, ele juraria que ela tinha feito algo para mudar isto. Tinha partido para o campo e tudo tinha funcionado tal qual e como tinha suposto, mas então tinha retornado, tinha-a visto e tudo se voltou loucura. Não se sentia confortável olhando-a e não sabendo o que fazer. Seus olhos o tinham enfeitiçado. Nas profundidades de seus olhos, quando a olhava fixamente, vislumbrava cicatrizes, terríveis feridas que nunca realmente se curaram, ainda abertas e dolorosas e escondidas do resto de mundo. Mas via essas feridas quando ninguém mais poderia, e sabia que ele tinha nascido para ela. Nasceu para curá-la. Haviam-lhe dito, lhe assegurando repetidas vezes, que tinha o talento enterrado em seu interior, mas quando a olhava, quando a tocava, não diminuía a dor por seu passado. Mais que nada, parecia que acrescentava essa silenciosa carga. Nicolas encontrou o pequeno abrigo atrás de outro, uma oficina maior. Tirou a camisa muito suja mas não se deu ao trabalho de trocar suas calças. Ele e Dahlia estariam na água parte do tempo e não queria que todas as suas roupas estivessem úmidas. Se lavou cuidadosamente, inclusive enxaguou o cabelo. Pela primeira vez tinha importância sua aprência para alguém. Ela tinha no rosto o mesmo sorriso decidido que quando ele havia tornado. –Vêem e come, Nicolas. Não pode ir atrás do Jesse até que esteja escuro assim também pode tomar uma sesta curta. Dahlia esperou que se sentasse no lençol que ela tinha “tomado emprestado” de um varal. Estava tão bonito que teve medo de expressar impulsivamente um pouco excessivamente revelador, assim é que se calou e só o observou enquanto ele devorava o frango, o arroz e os feijões que tinha comprado em uma pequena loja a uns poucos quilômetros acima na estrada. Tinha sido uma excursão, e tinha tido que estar com algumas pessoas enquanto escolhia o que Nicolas poderia querer comer, mas havia valido a pena quando ele desfrutava tão obviamente da comida. Ela se sentiu orgulhosa e talvez até um pouquinho esposa, o que era realmente tolo e a zangava como o inferno. Mas ela não podia deixar de sorrir como uma estúpida. O sono tinha sentado bem e se sentia muito melhor e era capaz de adaptar-se outra vez. Estava envergonhada pela cólera de antes e esperou que seu gesto o compensasse. 112
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- Não vi nenhum sinal de Calhoun – disse Nicholas enquanto retirava as últimas casquinhas do prato - Porem eles tem o lugar excessivamente controlado e não necessitariam fazer isso se ele estivesse morto ou se estivesse preso em uma outra parte. Acredito que temos probabilidades de encontra-lo vivo, Dahlia. - Acredita que algum deles é como nós, Caminhante Fantasma? – Ela usou sua definição deliberadamente para prova-lo. Para ver si isso o satisfazia. Ser parte de algo quando não tinha nada - Porque Jesse é telepático. Não o posso alcançar, porém talvez você possa. Nicolas tinha pensado em estender-se para fora muitas vezes durante as longas horas que tinha estado ao sol tratando de ver dentro da casa. Porém teve o cuidado, pois podia se tratar de uma armadilha. Estava certo de que os seqüestradores de Jesse Calhoun tinham querido que Dahlia os seguisse. Tinha sido muito fácil. Eles esperavam que ela tentasse resgatar seu manipulador. Nicolas não podia imaginar o homem suportando o tipo de abuso e tortura que ele tinha presenciado quando o colocaram na plataforma. Ele duvidava que Calhoun estivesse metido no que fosse que estivesse ocorrendo, porem os homens estavam demasiadamente treinados e armados até os dentes para não ser algo muito bem financiado e sujo. - Não sei. Posso alcançar uma pessoa específica se tenho estabelecido um elo com ela, porém, lamentavelmente, Calhoun e eu não tivemos tempo de faze-lo. Se alguém na casa fosse telepático, poderia recolher a comunicação. Não quero me arriscar que eles se informem sobre nós. Poderiam matar a Calhoun ante que tenhamos uma possibilidade de conseguir tirar ele de lá. - Posso me deslizar diante deles, Nicolas. Sua cabeça se elevou rapidamente, seus olhos escuros frios. - Estou seguro de que pode, Dahlia, porém não é assim que vamos fazer. Dahlia tentou não se irritar diante a autoridade em sua voz - Não se ponha militar. Este é meu problema, recorda? Acho que posso entrar e me assegurar de que ele está ali antes que você entre. Por que correr o risco se Jesse não está ali? Seria tolo. Seus dedos ardiam com vontade de sacudi-la. Ela estava sentada em frente a ele, parecendo tranqüila, serena e decidida. Não, teimosa. Ela parecia teimosa. Não havia outra palavra para ela. - Parece teimosa, Dahlia, não razoável. Já basta. Isto não é uma democracia. - Exatamente. Estou muito contente de que esteja de acordo comigo. Pode ficar para trás e fazer o que você faz. Ponha o seu olho na mira, proteja-me, entrarei silenciosamente na proteção da escuridão e passarei uma vista ao redor. Não podem ter um sistema de segurança em tão pouco tempo, e em todo o caso, tenho me ocupado de centenas de sistemas de segurança. - Aposto que tem feito isso. E pensa que eu deveria te deixar entrar lá dentro sozinha com pelo menos quatro homens treinados em táticas militares – Ele sustentou a mão em alto antes que ela pudesse contestar - Porque não tem nenhum sentido para mim te enviar aí dentro quando esperamos encontrar Calhoun torturado e com dor. Ambos sabemos que atiraram nele. Que tipo de energia ele emite, pensou nisso? Que tipo de energia produzem esses quatro homens combinados? Teria que dizer que seria um pobre planejamento se 113
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enviasse uma mulher de seu tamanho, incapaz de transportá-lo, e com seu tipo de problema. Estaria no só tendo ataques, e eu teria que transportar os dois para fora. Ele a sentiu. Ele viu nos olhos dela antes que seus cílios fechassem. Um olhar foi suficiente para seu intestino desse um nó. - Maldição, Dahlia, o que estou dizendo é verdade, e você sabe. Seria suicidio enviar você ali dentro sozinha. Ela cravou seus dedos, os apertou fortemente. - Poderia ocorrer. Não vou negar que poderia ocorrer. Por outro lado, me nego vive ruma vida assustada. Que mais podemos fazer? Posso nublar mina imagen e me meter silenciosamente em lugares pequenos. Acredite em mim, não me verão. A outra escolha é… - ela se acalmou, levantou a vista para ele, estendendo suas mãos diante dela. - Entrarei. Sou um Caminhante Fantasma, Dahlia. Tenho alguns talentos próprios. - Porém você pode me proteger com uma arma. Não estou segura de poder fazer o mesmo com você. Fui adestrada para manejar uma arma e posso causar dano, porém duvido que realmente pudesse disparar em um ser humano. Eu tentaría, Nicolas, porém as repercussões seriam fatais e seria golpeada com a energía só com a intenção de matar a alguém. Você já viu o quanto é mal. - Eu o senti também – ele esteve de acordo com um som grave. Não quería experimentálo outra vez. - De volta para casa, quis ajudar Jesse, evitar que alguém o ferisse. Não tinha intenção de soltar fogo em ninguém, somente assustar a todo mundo, quando estavam levando Jesse. Não tenho nenhum controle sobre a energía quando é tão severa. Poderia incendiar a casa com você e Jesse nela. Dahlia tentou manter sua voz tranqüila. Nunca tinha se sentido tão inútil em sua vida. Nicolas tinha conseguido reduzi-la a uma carga. Afastou a vista dele para as árvores, respirando profundamente para manter suas crescentes emoções sob controle. Precisava estar sozinha, retornar a seu santuário no pântano. Era o único lugar que ela conhecia. O único que chamava lar. –Dahlia – Nicolas estendeu a mão e afastou as lágrimas de sua bochecha – Não posso trocar quem sou, nem sequer por você. Ela sacudiu sua cabeça para afastar-se da carícia de seus dedos. –Não entendo o que quer dizer. –Quero dizer que sempre entro primeiro. Quero dizer que me encarrego da missão perigosa. Vivo de acordo com um código estrito, e é uma questão de honra. Ela esteve sentada em silencio durante uns poucos minutos antes de afastar para o amplo tronco da árvore mais próxima, o deixando muito espaço para se deitar. –Isto não nega o que me disse. Seria uma carga para você se entrasse. Os dois seriamos. Nicolas suspirou quando se estirou no lençol, colocando sua cabeça sobre em seu colo. Ela não protestou, e sua mão imediatamente acariciou seu cabelo. Ela começou a roçar as mechas de seu cabelo entre seu polegar e o outro dedo. 114
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–Não disse uma carga, Dahlia. Nunca poderia ser uma carga. Tenho que fazer isto a minha maneira. A maneira que fui treinado. Você faz coisas que é muito boa fazendo. Isto é o que eu faço. Ela se recostou contra o tronco da árvore. –O que se supõe que farei enquanto entra sozinho na casa? –Esperar. Vamos ter que tirá-lo rapidamente se estiver vivo. Necessitará assistência médica imediatamente. Teremos que nos pôr em contato com sua gente e levá-lo a um hospital. Dahlia observou sua face perfeitamente esculpida. As pontas de seus dedos desenharam sua forte mandíbula. –Não tenho nenhuma gente. Trabalho para eles, mas não sou uma deles. Não é o mesmo. Jesse pertence ao NCIS; eu não pertenço a ninguém. Ele tentou analisar sua voz. Havia dor por sua solidão em suas palavras ou era seu tom? Ou talvez tinha recebido uma sacudida elétrica. Inclusive no período de treinamento tinha se sentido afastado, até que tinha tentando aprender a usar as habilidades curativas que ambos os avós haviam dito que tinha. Se ofereceu para ser realçado, principalmente com a esperança de abrir sua mente às artes curativas. Tinha ganho muitos talentos psíquicos, e pela primeira vez tinha se sentido uma parte de algo maior, mas ainda, para sua vergonha, não podia usar o forte recurso que seus avós tinham estado tão seguros que existia em seu interior. Ele alcançou sua mão, colocando seus dedos ao redor dos seus. –Você não é uma João ninguém, Dahlia, é uma Caminhante Fantasma. Contrataramlhe porque é excepcional no que faz. Não o fazemos muito mal juntos para um par de pessoas que estão acostumadas a estar sozinhas, não é? Um sorriso apenas perceptível curvou sua boca. –Pelo menos aprendi a não chamuscar os dedos. A brisa noturna subiu do rio, ajudando a aliviar o calor do dia. –Desfruto estando com você Dahlia. Com dedos chamuscados ou não. Dahlia olhou para baixo para Nicolas. Seus olhos estavam fechados, sua voz sonolenta, indo à deriva em não mais que um murmúrio. Havia uma qualidade nele que ela encontrava relaxante. Tinha trabalhado para encontrar paz em sua vida, um santuário, mas sempre tinha sido sozinha, sua casa, o pântano, nunca com outra pessoa. Tinha sido incapaz de passar mais de meia hora seguida com Milly ou Bernadette, ou Jesse. Mas ali estava com Nicolas quase continuamente, e o contato físico que tinha com ele, era mais fácil do que parecia ser. Ela permaneceu tranqüila, disposta para que ele pudesse dormir. Nunca parecia cansado, mas ela podia ver as linhas de tensão em sua face. Ela alisou as linhas amavelmente com as pontas de seus dedos, remontando até penteá-lo com seus dedos. Precisava tocá-lo. Queria tocá-lo. Ele tinha um sono leve. Ela era muito consciente de que em algum nível ele saberia as liberdades que tinha tomado, mas não importava. Permitiuse dormir e sonhar com ela. Os dedos de Dahlia se deslizaram sobre seu peito, dedos formosos com mais força do que ele esperava. Mágicos. As pontas de seus dedos brincava com um ritmo sensual 115
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sobre sua pele, apertando cada músculo, aumentando seu prazer. Ela parecia pequena e muito frágil, mas havia um propósito em seu toque. O demandando. A brisa noturna abanava sua pele, esfriando o calor nascente e acrescentando sua sensibilidade. Nicolas soube que estava entre o sonho e a consciencia, em alguma parte do crepúsculo em meio das duas etapas. Poderia ter caminhado em sonhos. Era capaz. Não se importava, e recusou analisá-lo. Queria que o tocasse mais do que queria saber qual era a realidade. Ele ouviu seu sussurro, tão suave como a brisa, o calor de seu fôlego deslizando-se sobre sua face. A carícia de seus lábios contra os seus. Suave, excitando… pequenos beijos ligeiros como plumas o tentando. Seus dentes mordiscaram seu lábio inferior. Sua língua riscou o contorno de sua boca. Seu coração era um ruído surdo em seu peito, o eco em sua cabeça como os trovões. Ele moldou a parte de trás de sua cabeça com a palma de sua mão, esmagando seu cabelo sedoso entre seus dedos, e segurando-a para que não pudesse livrar-se dele. Por que sempre sentia como se ela estivesse a ponto de escapar dele? Estava sonhando. Era seu sonho, e queria beijá-la. Sua boca tomou posse da dela. Ele se perdeu no sedoso calor. Deixou todo pretexto de dormir, querendo a realidade, perdendo-se em seu sabor e sua textura. –Dahlia – ele sussurrou seu nome contra sua pele. Inspirando seu perfume, levandoo profundamente a seus pulmões – O que está fazendo? –Perdendo a razão – Ela sussurrou de volta, sua boca em chamas, vertendo lava derretida em sua corrente sanguínea – Só por uma vez quis me sentir como uma mulher real. Estava aí deitado tão belo, tão tranqüilo, e a noite é tão perfeita, que quase esqueci o que sou – Ela levantou sua cabeça, resistindo a seu firme aperto, seus escuros olhos líquidos com dor – É hora de levantar-se. Nicolas agarrou sua face com suas mãos, sustentou-a ali. Ele sabia o que ela queria dizer, mas ele não quis deixar ir seu sonho. –Estivemos acordados. Todo este tempo, ambos estivemos acordados, Dahlia – Ele beijou suas pálpebras suavemente. A ponta de seu nariz. As comissuras de sua boca – É um Caminhante Fantasma, e não há nada mau nisso. Ela se separou dele e se recostou contra a árvore. –Para um homem tão versado a maioria das vezes, no que se refere a mim, não é muito realista. Deixou passar uma oportunidade terrível na balsa. E se em vez de que a violenta energia sexual se diluisse, se tivesse queimado quando brilhou intermitentemente? Ocorreu a você pensar que poderia ter acontecido facilmente? –Ela colocou sua mão sobre sua própria boca – A mim sim. –Certamente que pensei nisso, Dahlia. Qual era a alternativa? Poderia ter atirado você no rio suponho, ou te deixar ter um ataque diante de todo mundo –“Diretamente diante de mim. Posso ler seus pensamentos, recorda? Soube que se acontecesse a você nunca iria querer me olhar outra vez.” Levantou a cabeça repentinamente, seus olhos ardiam a fogo lento com temperamento. 116
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–Assim é que brincou com sua vida em vez de me permitir um pouco de humilhação? Maldição, Nicolas, isso não tem sentido. Não necessito um cavalheiro de armadura branca – Se alguém necessitava um cavalheiro de armadura branca definitivamente era Dahlia. E o pior, o pensamento do risco que ele tinha passado por quase encolheu os dedos dos pés. Ela massageou suas palpitantes têmporas – Te ocorreu que podia ter me violado ali mesmo diante de todas essas pessoas? – Ela o disse deliberadamente, amargamente, necessitando que ele saísse de seu mundo de sonho a fim de que ela também o pudesse fazer. Nicolas se incorporou, um sorriso sardônico tocando as comissuras de sua boca. –Pois bem, não, não se introduziu em minha mente. Isso me causou um grande impacto emocional. Agora sabemos o que pode ocorrer quando as duas energias se interconectam. O que estava sentindo? Sua face flamejou avermelhada. –Penso que isso não vem ao caso. Não deveríamos ter provado algo sem saber o que aconteceria – Ela detestou sua afetada voz – Já não é hora de que se ponha em marcha? Ele jogou um olhar a seu relógio. –Quero que estejam cansados e descuidados. Além disso, a conversa estava ficando interessante. –Vai me fazer responder, não é? Pensava que era um cavalheiro. –Só quando serve a meus propósitos – respondeu ele sem titubear. Dahlia revirou os olhos olhos. –Deveria saber, sentia o mesmo. Violência e descontrole. –Então, quis me arrancar a roupa. –Não é gracioso, Nicolas. Poderia ter ficado feio. –Mas não o fez Dahlia – Ele se recostou sobre ela, seu grande corpo amoldando-se ao dela. Seus lábios passaram roçando sua bochecha, seus dentes brincando com seu lábio inferior até que seu corpo relaxou embaixo do dele – Não o fez porque o controlamos. Pudemos estar tremulos, mas surtiu efeito. Não rasgamos as roupas um do outro, e não teve um ataque. Agora sabemos que podemos diluir a energia violenta misturando-a com outro tipo. A próxima vez, contarei piadas escandalosas. Suas mãos se deslizaram sobre as suas. –Se arricou muito, Nicolas. Estava assustada por você. Houve um pequeno toque em sua voz que puxou de suas vísceras. –Esteve no mesmo perigo, Dahlia. Sou muitíssimo mais forte que você e você exatamente não resistiria. –E você nunca teria perdoado a si mesmo, Nicolas. Estive vivendo com isto. Fiz coisas terríveis. Todos foram acidentes, mas finalmente, era minha responsabilidade porque não podia controlar minhas emoções ou manipular o volume de energia aumentando em meu interior. Você construiu sua vida inteira ao redor da disciplina. Eu sou o caos não vê isso? Trabalho duramente para estabelecer uma ordem, mas desestabilizo o fluxo natural de energia. Não posso deter o que ocorre, então me esmerei em encontrar formas para dispersá-lo. Se eu não o fizesse, a dor teria me tornado completamente louca. Tive que aprender a atrair a ordem, é a única vez em que não fui 117
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maltratada pelos efeitos de energia. Não vai mudar. Se tivesse existido uma forma para trocá-la, a teria encontrado já. –Dahlia, eu entro nessa casa, e tiro Calhoun. Será melhor que a encontre aqui quando retornar. A encontraria, e me acredite, veria que nem sempre me mantenho controlado, então tire de sua cabeça que vai escapulir para me salvar de mim mesmo. – Ele apanhou seus ombros e deu uma pequena sacudida – Sou um homem adulto. Tomo minhas próprias decisões. Não faço que me “proteja” mais do que você quer minha proteção. Entendeu? Dahlia suspirou, querendo estar brava com ele sabendo o que estava em sua mente, mas inexplicavelmente estava contente de que ele insistisse em que o esperasse. –Entendido. Simplesmente não faça que o matem. Isso me zangaria, e Deus sabe, provavelmente incendiaria a metade de Louisiana. Ele estendeu seu celular. –Não o derreta. Necessitamos dele. –Então por que me dá isso? –Ela deixou cair o celular sobre o lençol. –Pode precisar. O número de Lily está programado. Dahlia olhou com interesse o celular. Lily estava do outro lado do telefone. Lily da vida real, não uma invenção de sua imaginação. Não a que está em seus sonhos. A tentação de agarrar o telefone foi quase tão forte como seu repentino medo. Sua boca estava seca. –Tome cuidado, Nicolas. Não confie. Tem tendência a ser dessa maneira. –Nunca sou muito crédulo – negou ele. Nicolas apanhou o queixo de Dahlia e pôs sua boca suavemente sobre a dela – Escuta isto atentamente, Dahlia. Se algo der errado, algo, parte rapidamente. Tem o celular e o número. Chama a Lily. Os Caminhantes Fantasmas estarão aqui logo que seja possível. Ela o agarrou antes que ele pudesse se afastar. –Escuta isso uma só vez, Nicolas. Se algo sair errado, não seja um herói. Saia dali inteiro. Chamaremos a Lily, e ela pode enviar a outros. Ele a olhou pelo que pareceu uma eternidade, um momento alargado no tempo. Seus duros traços se abrandaram. A ternura se arrastou na negra obsidiana de seus olhos. –Ouvi. Voltarei. Nicolas sentiu as pontas de seus dedos se agarrarem durante um momento e depois deslizar-se por seus braços. Ele partiu com uma quantidade mínima de seu equipamento, querendo entrar e sair tão silenciosa e rapidamente como fosse possível. Ele se meteu silenciosamente na água, uma forma escura se movendo rio acima, para a casa. Não fez nenhum ruído, nem sequer uma salpicadura de luz para assinalar sua posição. A corrente era forte mas ele ficou perto da borda, movendo-se entre os canos, o mato e as rochas. Ele permitiu só que sua cabeça saísse à superfície, sua visão sem obstrução totalmente aberto e controlando ao guarda que olhava para o rio. Com as grandes rochas redondas atrás dele e os arbustos o ocultando, soube que estava em boa posição para permanecer escondido. A tensão aumentou nele. Um mau sinal, algo que tinha reconhecido como um sinal de alerta. O guarda cravou os olhos na luz das escuras águas durante algum tempo antes 118
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de dar a volta. Depois de tê-lo observado durante o dia, Nicolas soube que o guarda cegaria a si mesmo momentaneamente com um fósforo e se iluminaria com um cigarro. Ele esperou até o inevitável momento, e logo que o fósforo se acendeu, Nicolas saiu da água em estagnação, a uns passos da casa. Não havia muita distância. Se deitou sobre a terra, ao descoberto, uma parte da área rochosa, movendo-se escassamente um centímetro de uma vez. Ele já tinha avançado pelo caminho que tomaria em sua mente com o passar do dia quando estava no rio, e sabia precisamente onde iria e o que encontraria. Não havia nenhum cão que sentisse sua presença e o guarda estava aborrecido e irritado com sua tarefa, mas Nicolas não se apressou. Havia um homem alerta, observando diligentemente e ocasionalmente repreendendo os outros dois guardas. Ele abriu caminho para o perímetro da casa e descobriu um arame fino estirado em um ponto baixo do chão entre duas árvores. Tinha divisado um brilho de luz na área duas vezes e tinha suspeitado que algo tinha sido trespassado como uma medida de segurança apressada. Era mais baixo do que ele teria gostado. Não podia passar seu corpo por debaixo do arame como teria preferido. Tinha que passar por cima, e isto o deixaria sem uma fibra de erva que o cobrisse. Nicolas esperou na escuridão, respirando ligeiramente, seus sentidos chamando para “sentir” movimento na noite. Algo rangeu nas rochas do canto da casa. Chegava ruído em forma de passos. O único guarda que punha atenção a seus deveres estava fazendo seu percurso com usual minuciosidade. Nicolas baixou sua mão até sua perna até que sentiu o familiar toque de sua faca. Cuidadoso para não fazer ruído, tirou a arma da capa atada a sua panturrilha. Usar a pressão psíquica era sempre arriscado. Ele empurrou o homem para que mudasse de caminho, cuidadoso de manter uma ligeira sugestão. Encontrava uma forte resistência, teria que se deter instantaneamente. Algumas pessoas tinham uma resistência leve e estavam facilmente de acordo com cada sugestão, não importa quão sutil fosse. Outros tinham barreiras mais fortes e freqüentemente resistiam e suspeitavam, ou estavam incômodos, olhando ao redor, sacudindo suas cabeças, obviamente opondo-se ao “empurrão” para agir sobre seu caráter. O som de um grito saiu da casa. Instantaneamente os insetos da noite se ficaram silenciosos. O guarda no alpendre jogou a um lado seu cigarro e foi chamar o que rodeava a casa. –Não vai dizer ao Gregson nada. Por que Gregson não o mata e termina com isso? –Se cale, Murphy e retorna a sua posição. Murphy amaldiçoou e girou longe do corrimão. –Se continuarem esses gritos, Paulie, não acha que os vizinhos logo chamarão à polícia? –Se alguém o ouvir, Gregson o matará, e já nos teremos ido – Paulie deixou de caminhar e recuou até que ele claramente pôde ver o Murphy. Suas botas estavam a não mais de meio metro da cabeça de Nicolas – E será melhor que deixe de gritar, a mulher poderia aparecer. Murphy voltou para a grade de ferro, um grunhido em sua face. Fulminou com o olhar o Paulie. 119
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–Penso que todos os gritos que vêm da casa vão apontar de longe que estamos aqui. Paulie deslocou seu rifle. Foi um gesto pequeno, mas um claro sinal. –Sempre foi muito afetado, Murphy. Somente cumpre com seu trabalho. Murphy cuspiu sobre a grade de ferro e girou se afastando, suas botas fazendo um som zangado na madeira. Paulie esperou um momento ficando com o olhar fixo para a casa antes de mudar de direção fora outra vez seguindo o perímetro, pelo interior do fino arame. Passou a uns centímetros de Nicolas. O guarda não olhava no chão, mas sim para a escuridão. Nicolas permaneceu quieto até que Paulie dobrou o canto da casa. Serenou e passou sobre o arame. Quase imediatamente Murphy, apareceu no alpendre, retornando. Nicolas se congelou, “o empurrando” a voltar o olhar. Os gritos na casa se reduziram progressivamente, mas Murphy estava claramente incômodo com o que estava acontecendo. Ele acendeu outro cigarro, ficando com o olhar fixo sobre o rio cegamente. Só quando começou a caminhar com passos largos e lentos desassossegadamente fora da grade de ferro Nicolas ganhou caminho para a casa. As janelas estavam fechadas. Não apresentavam muito problema. Podia trabalhar ferrolhos simples. Estes eram dispositivos clássicos. Com toda a prática que Lily tinha feito os Caminhantes Fantasmas fazer, uma coisa tão menor já não lhes causava dor de cabeça. “Sai daqui, Dahlia. É uma maldita armadilha.” A voz masculina era fraca e avançava ligeiramente com dor, mas suportava a ordem inconfundível de um homem acostumado à obediência. Jesse Calhoun devia ter sentido a quebra de onda de poder quande Nicolas estava manipulado os ferrolhos. “Não sou Dahlia. Algum dos guardas é telepático?” Nicolas sentiu a sacudida de Calhoun e a retirada rápida. “Vamos, homem. Não tenho muito tempo antes que o guarda venha de visita por este lado da casa. Dahlia está esperando a pouca distância.” “É o atirador. No sanatório. Seu plano se foi ao inferno por você.” “Quantos no interior?” “Quatro. Não sei quantos há fora, mas têm a casa coberta. E têm sensores nos quartos. Estou morrendo de qualquer maneira. Não pode salvar minha vida, perdi muito sangue e minhas pernas são como hambúrgueres. Só leve a Dahlia daqui.” “Estou entrando agora.” Calhoun lançou um gritou de dor, um longo grito que rasgou o intestino de Nicolas. Ele não tinha nem idéia de se Gregson estava ainda no quarto torturando o Jesse, ou se o grito era para cobrir algum som. Não obstante, Nicolas aproveitou esta oportunidade para deslizar pela janela aberta e se meter silenciosamente na casa. Usando suas habilidades realçadas, Nicolas ativou os sensores ao longo de toda a casa enquanto subia pela parede para o teto, sabendo que viriam por ele. Não sabiam em que quarto estava, e teriam que revistar cada um deles. Fazer isso os dividiria. Ele se pegou às paredes como uma aranha, apertando-se com suas mãos e escavando com os dedos do pé, subindo pelo canto até que se colocou ameaçadoramente sobre a porta. Não teve que esperar muito tempo. A porta se abriu de repente, e a escura figura da 120
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entrada saltou com sua arma. As balas morderam as paredes e o chão, atravessando o vidro. O homem entrou no quarto, varrendo a área com sua lanterna. Nicolas saltou ao chão atrás dele, aterrissando levimente sobre as articulações de seus pés, passando a faca que tinha entre os dentes a suas mãos. Os outros vertiam balas nos outros quartos. Ele surgiu ameaçadoramente atrás do guarda, uma sombra silenciosa, letal e se foi rapidamente, descendo para o corredor, fora do ruído surdo das botas por volta do quarto obscurecido. Só em cima do assento junto à janela havia um pequeno armário embutido. Nicolas subiu sobre o armário para estar na escuridão, encaixando o apertão familiar da Beretta em sua palma. –É ela, maldição – grunhiu alguém – Entra no quarto com o Calhoun. Ponha uma faca em sua garganta. Se ela chegar até ali, ameaça matá-lo. Se derrubará. A casa esteve surpreendentemente silenciosa depois que a ordem foi emitida. Nicolas escutou o passo pesado de botas indo ao quarto de Calhoun. Dois homens vinham para Nicolas, respondendo à ordem do Gregson. “Ele vai pôr uma faca em sua garganta. Não reaja. O tirarei.” Nicolas advertiu ao Calhoun da intenção. “Digo que não vale a pena. Saia do inferno enquanto tem oportunidade.” A voz de Calhoun era trêmula, calma na mente de Nicolas. “Pode se encarregar de que vem?” “Muito fraco. Nem sequer posso levantar meus braços.” Nicolas distinguiu os homens movendo-se como aparições sombreadas no estreito corredor. Esta era uma má posição para eles e sabiam, moviam-se pelas entradas para se tampar, mas cautelosos dos quartos uma vez que encontraram a seu camarada caído. “É um Caminhante Fantasma, Calhoun, igual a mim, igual a Dahlia. O desvie de você. Me dê algum tempo.” Nicolas lhe deu a ordem. Calhoun foi um NAVY SEAL. Não importa para quem trabalhava, uma vez um SEAL, sempre um SEAL. Ele sabia o que era uma ordem, e a obedeceria até com seu último fôlego. Foi revelador para Nicolas que Calhoun não perguntasse o que era um Caminhante Fantasma. Ele tinha ouvido o térmo antes, e essa era uma informação que valeria a pena recordar. Só uns poucos escolhidos com níveis de alta segurança estavam familiarizados com o térmo. Jesse Calhoun não tinha estado entre os treinados com o Nicolas. De onde tinha vindo ele? As luzes piscaram. Imediatamente foi uma desvantagem para ele. Os fantasmas caminhavam às escuras. Nicolas se concentrou no interruptor, fazendo estalar os circuitos. Não foi fácil. Ele não tinha o dom como outros Caminhantes Fantasmas tinham. Quase imediatamente as lâmpadas ao longo de toda a casa começaram a explodir com um pequeno som. As faíscas e os vidross caíam como chuva. Os cabos derretidos, deixando a casa outra vez na escuridão. As chamas lambiam as paredes e se dispersavam através do teto, lançando sombras alaranjadas por toda parte. Nicolas não podia gerar esse tipo de calor. Dahlia estava ajudando, enfocando energia e tendo-a como meta. Como sempre com a Dahlia, os resultados eram muito mais do que ela tinha esperado. 121
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Nicolas esperou até que dois homens passaram diante dele antes de deslizar silenciosamente sobre o chão, substituindo a Beretta pela faca. Abriu caminho com o passar do vestíbulo, mantendo-se atrás dos dois homens que lhe mostravam o caminho, os ruídos de seus passos correspondendo exatamente aos deles. O homem que ia à cabeça abriu de repente uma porta à esquerda e instantaneamente Nicolas cheirou sangue. O perfume era avassalador, enjoativo. Pior foi o aroma da infecção. Como o fantasma que era, subiu diretamente atrás do homem mais próximo a ele e o agarrou ao redor do pescoço com seu grosso braço, lhe cortando com a faca profundamente. Nicolas sentiu a quebra de onda de poder quando Jesse Calhoun tentou manter a atenção do primeiro guarda quando ele foi para a cama. Nicolas baixou o corpo ao chão e andou com passo majestoso atrás da pista do guarda. O homem já tinha sua faca quando ele se aproximou do agente do NCIS ferido. Nicolas chegou antes que ele pudesse alcançar Jesse, deixando-o cair ao chão sem preocupar-se muito pelo ruído. –Nicolas Trevane – ele saudou ele, olhando Calhoun estreitamente procurando sinais de conhecimento. O programa Caminhante Fantasma tinha sido pequeno. –Sei quem é – respondeu Calhoun. Sua voz foi um fio de som. Até mesmo ato de falar parecia muito para ele – Salva a Dahlia. Não podem pôr suas mãos sobre ela. Nicolas indicou silêncio. Podia sentir a presença de Dahlia, embora tinha dito que ficasse tão longe da casa como pudesse de modo que qualquer violência que ocorresse fosse dispersada naturalmente antes que ele a fizesse vir. Ele esperou na escuridão, assustado por ela, se perguntando se estava doente, enquanto só alguns metros dele Jesse Calhoun estava morrendo. Ele ouviu o Gregson chamar seus homens justamente quando uma corrente de balas se inseriu diretamente na parede. Ele se lançou ao chão e alcançou e arrastou Calhoun fora da cama. O agente do NCIS era um peso morto, já inconsciente quando chegou ao chão. Nicolas derrubou o colchão para prover um pouco de cobertura ao homem ferido quando as balas fizeram violentos buracos na parede atrás dele. Foi para a janela. O vidro tinha explodido pelas balas, deixando pedaços de vidro quebrado pendendo do marco. Ele quebro o vidro restante com o extremo de sua arma e saiu para ganhar proteção. Ele se encontrou diretamente sobre a cabeça de Murphy. O guarda estava apoiando-se abaixo, tentando obter uma vista da casa. Nicolas se acalmou, consciente dos segundos tiquetaqueando. Segundos que Jesse Calhoun não tinha. Ele se lançou à escuridão, não dando tempo a Murphy de disparar sua arma, sua faca encontrou o alvo, e escapulindo, voltou para as sombras para espreitar o Paulie. A bala saiu da noite, recortando seu ombro, tirando substância, pele, e cabelo quando o atravessou, lhe queimando quando o beijou. Girou a seu redor, mais pelo ímpeto, lhe permitindo levar até a coberta debaixo. Aterrissou sobre seus pés ficando de cócoras e começou a rodar através do espaço de pisos para chegar até as séries de plantações e o relativo refugio que elas lhe proporcionavam. –Temos ela abandonada, Paulie – gritou Gregson – Ela está na coberta.
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Nicolas engatinhou para trás até que suas botas tocaram a grade de ferro. Os Caminhantes Fantasmas preferiam a terra elevada, mas usaria tudo o que houvesse disponível. –Não é a mulher, Gregson –informou Paulie a seu chefe – Muito grande. Penso que o peguei. Me dê um minuto para chegar à posição correta e acabaremos. Nicolas deslizou sobre o corrimão, alcançando a terra justamente por debaixo da coberta. Seguiu o mesmo caminho que o guarda tinha andado, movendo-se ao redor do exterior da casa até que chegou a uma posição perto de onde a voz de Gregson tinha vindo. Ele esperou, contando os segundos, enviando um impulso sutil para que o homem falasse outra vez. Estava na natureza de Gregson controlar uma situação, e o empurrão encontrou contato. –Conduza-o para mim, Paulie. Foi tudo o que Nicolas necessitou, somente essa frase lhe deu a posição exata. Ele extraiu e disparou em um movimento muito fácil, indo pela presa. Ele imediatamente se moveu, apressando-se com o passar do caminho para o canto. – Sabia que ele abriria sua língua – a voz de Paulie veio de uns alguns metros abaixo, ficou como se estivesse sobre a terra – E sabia que o encurralaria. Nicolas congelou, tentando perceber a posição exata do guarda. O calor flamejou ao redor dele, a temperatura se elevou rapidamente. As bolas de fogo de cor alaranjada passaram como um raio pelo céu, formando um arco com o passar do rio e caindo sobre a terra para explodir no terreno. Nicolas se lançou planamente, rodando para disparar três tiros em direção a Paulie. O chão tremeu pela força das bolas de fogo enquanto se explodiam sobre a terra. Ele ouviu o Paulie grunhir, o som a uma boa distância de onde ele tinha estado. Nicolas fechou seus olhos e enviou sua mente a procurar até que encontrou o objetivo. Paulie engatinhava para ele, estremecendo longe do fogo que chovia do céu. Nicolas o rastreou, primeiro com sua mente, depois com sua pistola. Ele apontou e apertou o gatilho. Capítulo 11 –Está morrendo, Nicolas – Dahlia cambaleou para o homem que estava imóvel no chão – Jesse – As lágrimas brilhavam intensamente em seus olhos – Não posso te perder também. Não faça isto – De joelhos a seu lado, ela agarrou sua mão, apertou-a com força e olhou para Nicolas – Faça algo – Dahlia nunca tinha visto nada parecido ao açougue que tinham feito na metade inferior das pernas de Jesse. Podia ver os ossos e os músculos e havia muito sangue. Muito sangue. Tinha marcas de queimaduras em seu peito e vários cortes, mas era o horror de suas pernas mutiladas o que faziam estar aterrada por ele. –Pedi uma ambulância, Dahlia, e o NCIS tem agentes vindo também. Lily os avisou, e estarão aqui em poucos minutos – Nicolas não podia olhar para ela. Ela estava pálida como um lençol, seus olhos muitos grandes para sua face. Seu corpo tremia sob a tensão da seqüela de tantas mortes. Ela já tinha estado doente uma vez, e ele podia ver como brigava 123
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por respirar. Estava empapada e manchada de barro por viajar ao longo da beira do rio. Ele não tinha nem idéia de como ela conseguiu chegar até ele, arrastando sua mochila. O pacote pesava tanto como ela, mas ali estava, seus olhos cheios de lágrimas arrancavam seu coração. Não havia nenhuma só maldita coisa que ele pudesse fazer sobre isso tampouco – Não podemos estar aqui quando chegarem. –Você pode salvar ele, Nicolas – disse Dahlia – Sei que pode. Sinto o poder no quarto conosco. Tem que tentar. Ele não durará até que a ambulância chegue. Sabe que não o fará. Me disse que seu avô o sentiu em você faz muito tempo. Ele poderia curar-se, você pode. –Te disse que não podia curar ninguém, Dahlia. Nunca pude – falhar o fazia se sentir pior do que se sentiu em qualquer outro momento de sua vida – Sinto muito, desejaria poder salvá-lo por você, mas não posso – Não era como se ele não pudesse sentir o poder movendo-se através de seu corpo. Estava ali, uma bobina apertada que ele nunca poderia desenrolar. Se esforçou muito em sua juventude para aprender o segredo, passando tempo nas montanhas em busca da visão, meditando, tudo em vão. Ele não podia trazer o poder a seu corpo e não importava se era uma ferida mortal ou como importante era a necessidade. –Temos toda esta energia nos bombardeando, nos rodeando. É violenta e feia, mas a misturamos antes e podemos fazer outra vez, desta vez podemos usa-la para algo bom. Você tem minhas pedras em sua mochila. Posso apontar e enfocar a energia através das pedras. Manteve-nos unidos enquanto estava aqui sozinho, pode nos manter unidos de maneira que possa usar a energia. Nunca fui capaz de liberar energia através das pedras mas penso que você pode. –Não conheço o princípio das pedras, Dahlia – Ele não o fazia. Sua povo usava ervas, fumaça e espíritos, não rochas e minerais. –Sei das pedras – A energia fluía de cada parte da casa, correndo para alcançá-la como um grande tsunami. Ela se balançava daqui para lá, apertando os dentes, lutando para permanecer consciente – Temos que fazê-lo agora, Nicolas. Ele caiu de joelhos a seu lado. –Não podemos ficar aqui, Dahlia. É muito perigoso, e a polícia vai ser propensa a disparar impulsivamente quando encontrarem os cadáveres lá fora. Farei uma tentativa, mas o faremos não mais de alguns minutos. Depois vamos – Ele já estava tirando suas bolas de cristal da mochila – Quais? –A ametista para concentrar-se. O quartzo para curar – Ela tratou de agarrar as familiares bolas, as pontas de seus dedos roçando as superfícies. Imediatamente o efeito tranqüilizador aliviou uma certa quantidade da terrível pressão que tinha sobre tudo seu corpo. Nicolas pôs suas mãos sobre o peito de Jesse Calhoun. Suas mãos sentiram o frio gelado. Sentiu o poder movendo-se em seu interior, mas havia uma barreira sobre a que não podia estender uma ponte. Pelo bem de Dahlia, ele iniciou um cântico muito antigo de cura que seu avô Lakota tinha ensinado. Dahlia estendeu suas mãos, as pedras apertadas em seus punhos, e as colocou sobre as palmas de Nicolas. Imediatamente sentiu uma sacudida através de seu corpo, uma descarga de eletricidade, e o fluxo quente de energia abrindo caminho entre Dahlia e ele e 124
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de volta outra vez. O calor emanado das esferas queimou sua pele quando pôs suas mãos sobre o corpo de Jesse. Sua disciplina o manteve em bom lugar, não permitindo nada em sua mente exceto a cura do corpo quebrado e mutilado do agente do NCIS. O estável tamborilar do coração. O fluxo do sangue através das artérias e as veias. Nicolas sentiu a queimadura da energia aumentando em intensidade, fluindo a seu redor e através dele, uma massa turbulenta aumentando em força quando Dahlia a enfocou e apontou através das esferas de cristal. Ela pressionou a ametista entre suas mãos. Por um momento pareceu ficar imóvel. Uma estranha luz arroxeado, rosada resplandecia sob as palmas de Nicolas e se irradiava sobre o corpo de Jesse. Nicolas piscou, e desapareceu, possivelmente só foi uma invenção de sua imaginação, mas o calor era excessivamente real. O poder mudou dentro de seu corpo, a bobina apertada lentamente começou a desdobrar-se, pulverizar-se e crescer. Ele já não sentia a si mesmo, mas se sentia parte de algo imensamente maior, átomos que se estiram pelo universo, que fluíam a seu redor, juntando-se em seu interior. Dahlia pôs o quartzo em suas mãos e então sentiu o fluxo de energia. Movia-se através de seu corpo, crepitava em suas veias e em suas artérias, inclusive em seu cérebro, fluindo sempre para suas mãos, para os cristais. Para o corpo mutilado de Jesse Calhoun. A luz resplandeceu brilhantemente sob suas palmas, irradiando ao redor de Jesse e pareceu arder sobre as feridas, quase as cauterizando quando o poder fluiu para o homem que ainda estava no chão. Luzes vermelhas brilharam intermitentemente ao longo das paredes rompendo o feitiço. Nicolas soltou o fôlego lentamente e se retirou, sentindo-se estranhamente drenado. Caiu sobre o Calhoun, cambaleando por um momento. Dahlia estendeu a mão para estabilizá-lo. Ele olhou para suas pequenas mãos sobre seu braço e depois a Jesse Calhoun. Os olhos do homem estavam abertos, e o olhava com certo temor. –O que fez? –A polícia está a caminho. E uma ambulância. Tenho gente preparada para te interceptar e te manter a salvo, Calhoun. Nós temos que ir, mas você viverá. O olhar de Calhoun se desviou para Dahlia. –Alguém a quer morta – Seus olhos se fecharam e pareceu voltar sigilosamente para um estado comatoso. Nicolas respondeu de qualquer modo, no caso de ele ainda poder ouvir. –Ela estará segura comigo – Imediatamente Nicolas colocou as esferas em sua mochila, notando quase distraidamente que ainda estavam quentes – Temos que ir agora, Dahlia. Ela ficou olhando fixamente o corpo de Jesse. Ele respirava mais facilmente, e o sangue já não gotejava pelas feridas em suas panturrilhas. Os ossos estavam obviamente destruidos, mas sua cor tinha melhorado e tinha desaparecido a tintura azulado ao redor de sua boca. –Penso que isto ajudou, Nicolas. Realmente acredito – Dahlia tomou o pulso do agente – Seu coração está mais forte.
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–Nós temos que conseguir sair daqui agora, Dahlia. Nicolas agarrou seu braço firmemente, a puxando para afastá-la do lado de Calhoun – Não pode ouvir as sirenes? A polícia vai abundar neste edifício logo, e não podemos estar aqui. –Fico com o Jesse – disse Dahlia tranquilamente – Não o vou deixar assim. –Vai vir comigo – Indicou Nicolas, seus traços bronzeados ficaram duros, implacáveis linhas – Calhoun pode viver ou morrer, mas ficando aqui e sacrificando sua vida não vai mudar seu destino. Levante Dahlia, ou te carrego e te tiro daqui. Ela nunca tinha ouvido Nicolas usar esse particular tom antes. Podia ouvir as sirenes se aproximando mais e mais perto. –Posso ir para a prisão – disse ela. –Não irá para a prosão, Dahlia, morrerá – disse Nicolas. Ele deu vários passos para a porta, simplesmente arrastando seu corpo menor com ele – Pensa com o cérebro, não com o coração. Alguém tomou uma foto através da janela na casa refugio. Quem sabia da casa refugio? Formava parte do NCIS, tinha que ser. As pessoas para as quais trabalha. Vai acreditar que isso foi um acidente? Não foram enviados ali para te matar, li a mente do chefe da equipe. Achavam que entrariam suavemente, entrando para ver que tinha ido mau. Deveriam ter inspecionado para ver quem estava na casa, te tirar sem perigo, e te proteger até que agarrassem a quem quer que fosse o responsável, mas alguém apertou o gatilho – Ele trocou sua mochila para sua outra mão e seguiu movendo-se. Dahlia vinha com ele, mais devagar do que teria gostado, mas escutando-o que lutando contra ele – Quem sabia do sanatório? Outros não puderam ter seguido-a até ali. Chegaram antes que você. Alguém teve que lhes dar a informação. –E Jesse? Se o que explica é certo, ele poderia estar em perigo também – Mas seguia o passo, sabendo que o que dizia tinha sentido. Muito sentido. Alguém tinha traído Jesse Calhoun e tinha enviado os lobos atrás de Dahlia. Foi por que algo da missão tinha saído errado. Alguém em quem Jesse confiava tinha dado informação ao inimigo. Nicolas não podia rechaçar à polícia mais do que ela poderia, e Calhoun morreria se o levassem com eles. –Lily envia aos Caminhantes Fantasmas para protegê-lo. Risquei as linhas com ela quando a chamei. Sabe que ele necessita proteção, e ela tem os contatos militares para se assegurar de que a terá. Ninguém vai matar ele diante da polícia. Pensarão em tentá-lo no hospital, mas não terão a oportunidade. Lily tem um helicóptero a serviço dela. Terá os melhores cuidados possíveis. O que lhe fizemos funcionará e o sustentará até que cheguem a ele, ou não, mas lhe demos uma oportunidade. É tudo o que podemos fazer por ele – Ele a agarrou pela camisa e a puxou até a entrada – Não por aí. Passa através da janela do lado do rio. Vamos ter que entrar no rio. Porão um observador aéreo então teremos que sair completamente desta área. Ela trocou de direção imediatamente, vacilando só um momento quando teve que passar por cima de um corpo antes de ir para a janela. O vidro parecia pedaços e ela passou através da abertura, insensível aos poucos pedaços de vidro quebrado que ficavam. Apesar de todas as vezes que Nicolas tinha observado as fitas de Dahlia, ele ainda achava suas habilidades físicas assombrosas. Ela deu um salto mortal através da estreita abertura, aterrissou sobre seus pés, e correu rapidamente, dirigindo-se para o rio. Ela era tão 126
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pequena que era quase impossível vê-la nas sombras mais escuras uma vez que chegou a ribeira do rio. O pandemônio explodiu no caminho de acesso quando os carros da polícia e uma ambulância chiavam até deter-se. Ao longe, Nicolas podia ouvir o helicóptero. Ele se moveu tão rapidamente como se atrevia através do espaço aberto até chegar ao rio. A polícia revistaria a água. Não era um refúgio. Dahlia não tinha esperado, mas a tinha feito escapar, não querendo que a nova energia a alcançasse quando a polícia, a bombardeasse com adrenalina, revisrando a área. A corrente era forte e rápida e Nicolas se preocupou porque o corpo menor de Dahlia se afastava dele. Alcançou-a, estendendo a mão para segurar sua camisa quando a corrente os levou rio abaixo. Ela dobrou as pernas e flutuou em silencio sem o olhar, mas ele podia sentir que seu corpo tremia e se estremecia continuamente. Nicolas não pôde evitar a quebra de onda de triunfo que invadia sua mente. Estava seguro de que tinham conseguido salvar a vida de Jesse Calhoun. Não havia realmente nenhum modo de saber até que Lily tivesse a possibilidade de informar da condição de Calhoun, mas havia sentido o poder movendo-se através dele dentro de Calhoun. Até se só ocorresse uma vez, era tudo para ele. Seu punho apertado na camisa de Dahlia. Ela tinha feito que ocorresse. Tinha sido Dahlia que abriu as comportas para permitir que ele usasse o poder de cura com o que tinha nascido. Dahlia tinha dado o sonho de toda sua vida e não pareceu dar-se conta do significado do que ela tinha feito. Ela deu por suposta a energia psíquica porque não sabia de outra forma de vida. Ele tinha lutado por sua visão da infância passando a ser um pesadelo de adulto, e ela acabava de fazer que tudo valesse a pena. “Dahlia.” “Tenho frio.” Tudo nele se acalmou. Era a primeira queixa que Nicolas ouviu que fazia. Não houve choramingo em seu tom, simplesmente uma direta declaração dos fatos, mas o alarmou. “Estaremos fora logo. Tenho um lugar para passar a noite. Com água quente.” Ele ficou muito perto dela enquanto flutuavam parte do caminho, permitindo ao rio levá-los corrente abaixo mais rapidamente. Quando o fluxo começou a aumentar de força, Nicolas agarrou Dahlia e arrastou seu corpo menor para a borda do rio, que estava entre canos e rochas. Ela não resistiu ou tentou se afastar dele. Foi quase tão alarmante como sua queixa. Dahlia ficou na ribeira escutando os sons longínquos do caos que reinava na casa que tinham deixado. Havia nuvens no céu e nuvens em sua mente. Não ficava nada. Nem sua casa nem sua família nem suas posses. Agora, ela não estava inclusive segura de ter até seu trabalho com o NCIS. Pensavam que era a traidora? Que tinha se vendido por dinheiro? Que tinha sido cúmplice da tortura de Jesse e o assassinato de sua família? Alguém no escritório central do NCIS tinha trocado informação dela por uma grande quantidade de dinheiro. Esperava que valesse a pena, porque a tinha deixado sem nada. –Está bem, Dahlia? – As ondas de pesar se vertiam fora dela. Enquanto ele sentia seu triunfo, quase um sentimento eufórico, ela estava de causar pena. Nicolas retirou a nuvem de cabelo molhado de sua face – No que está pensando? 127
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–Casa. Família. Traição – Ela girou sua cabeça para olhá-lo. Tem razão, é obvio. Alguém me delatou. Ninguém mais sabia de mim além de uns quantos dos que recebia minhas ordens. Estava classificada, sua arma secreta. Alguém no NCIS delatou o Jesse e a mim pelo que fosse que esses pobres professores descobriram. –O torpedo silencioso. –Odeio-o – Dahlia tremeu – Necessitamos um bote. O roubo é minha especialidade. Me dê alguns minutos e eu terei transporte. Na noite, no pântano, os canais todos acabam no mesmo canal – ela somou por precaução. –Chegaremos lá, Dahlia – prometeu Nicolas. Ele considerou protestar quando ela se esfumou para encontrar um bote para eles, mas decidiu que era melhor que não. Respeitava suas habilidades. Ela sabia o que estava acontecendo. Talvez isso era o que mais o preocupava. Se ela queria escapar dele… Este era seu território. Ela conhecia o pântano, e as ilhas. Ele a encontraria, mas levaria tempo. Ele pensou em seu tom. Casa. Família. Traição. Ele tinha experimentado a perda de seus avós e seu mundo se pôs de reverso. Dahlia se penalizava em meio da fuga por sua vida. Tinha passado a maior parte de sua vida sendo traída em algum nível, e dizia que confiasse em um desconhecido. Não só confiasse sua vida, mas também seu coração. –Vai dormir ou vem comigo? – Dahlia o chamou em voz alta da água. Poucas pessoas podiam se aproximar às escondidas sem seu conhecimento, e o fato que ela o fizesse reforçou sua crença de que ela era um Caminhante Fantasma de verdade. Levantou-se e revistou o rio. Não havia nenhum bote que ele pudesse ver, mas seguiu o som de sua voz, passando por em meio dos canos ao redor de uma curva estreita. O bote estava sobre a superfície, Dahlia mal era uma sombra escura sentando-se na borda. Nicolas deixou a mochila no bote, olhando-o parcialmente. –Está segura de que aguentará? Isto o brinquedo de um menino? Uma balsa? Sua risada foi uma resposta suave e fugaz, mas ali estava. –Bebê grande. Entra. Não faz muito ruído e é robusto. É obvio que de vez em quando os lagartos pensam que podem engatinhar a bordo e compartilhar o espaço. Te deixo fazer a navegação, e se nos perdemos, não deixarei que o esqueça. A pequena nota de brincadeira em sua voz assombrou a ambos. Dahlia esfregava o barro em sua face enquanto o observava subir cautelosamente a bordo. O bote pouco profundo se balançou mas não se inundou quando ele se estabeleceu ao lado do diminuto motor. –Tem bom aspecto com todo esse barro – comentou ele. –É muito bom – respondeu ela – Parece que passo bastante tempo com barro sobre mim que com maquiagem – Ela girou sua cabeça para a metade do rio – Nos tire daqui, Nicolas. Preciso estar a distância de tudo e de todos. De perfil, até de noite, ele a podia ver a tristeza em sua face. Ele estendeu a mão e a tocou, dirigiu seu dedo sob sua bochecha. –Tudo ficará bem, Dahlia. Ela não respondeu mas se sentou no bote e evitou olhá-lo. Ele indicou sua mochila. –Se tiver frio, há uma jaqueta aí dentro. Isto ganhou um sorriso deprimido. 128
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–A mochila mágica – Ela a abriu e extraiu as esferas roxas – Penso que salvou o Jesse. Obrigado. Ele assentiu com a cabeça solenemente. –Acredito que podemos tê-lo feito. Nunca senti esse tipo de poder antes. O senti se formar em meu interior, mas nunca pude enfocá-lo ou usá-lo. Você o fez por mim. –Eu o fiz? – Dahlia fez girar o jogo de esferas sob as pontas de seus dedos, concentrando-se, seu tom ambíguo como se não prestasse muita atenção. –Sabe que o fez. –Sei que deveria estar muito doente por tudo o que ocorreu, mas não estou. Consumimos a energia juntos. Não só eu. A energia violenta é a pior. É como manipular nitroglicerina instável – Ela manteve as esferas dando voltas sob sua palma, cravando os olhos fixamente nelas em vez de em Nicolas – Estou tremendo, mas não estou sobrecarregada. O que for que fizemos juntos ajudou. –A energia naturalmente quer dispersar-se – disse Nicolas. –Sim, é uma lei da natureza, mas a desestabilizo. Atraio a energia como um ímã. Realmente não sei como. E não posso trocar ou diminuir a atração. Sua voz era normal, até pensativa, mas uma pequena nota o alarmou. Ela estava em um estado de ânimo pensativo, e ele sentiu que seu laço com ela era muito frágil, tentativo no melhor dos casos. Quase poderia sentir como se deslizava através de seus dedos. Esperou para responder, escolhendo sua resposta cuidadosamente, querendo persuadi-la com rogos para que ficasse com ele por sua própria vontade. Ele suspeitava que queria partir. Tocou seus pensamentos, uma invasão de sua intimidade, mas pensar que ela desaparecesse o fez se desesperar. Ela estava próxima às lágrimas, sombria, sentindo a melancolia e com os nervos de ponta ao mesmo tempo. –É algo bom, o que fizemos juntos esta noite, Dahlia – Ele atraiu a cientista nela – Me pergunto se poderíamos encontrar um modo de usar e dispersar toda a energia fluindo para você se praticarmos mais juntos. Sinto-o cada vez mais, não do modo que você o faz mas posso dizer que está ali agora. Se trabalharmos lado a lado poderíamos encontrar um uso para isso. Duvido que Calhoun tivesse durado até que a ambulância chegasse se não tivéssemos implementado a energia, sem contar com o grande sentimento de destinar algo tão feio para uma coisa tão boa. Isto atraiu sua atenção. Ela assentiu com a cabeça estando de acordo. –Não pensei nisso assim. Suponho que poderíamos voltar a tentar misturar tipos diferentes de energia. Posso enfocar medianamente bem se não estiver muito sobrecarregada, e por alguma razão, você reduz o impacto quando te toco fisicamente – Ela olhou através do rio para as luzes da cidade – É estranho estar tão de perto das pessoas, mas longe delas ao mesmo tempo. –Se preocupou alguma vez neste negocio pelo supercondutor que necessita para ajudar a aliviar a acumulação de energia que poderia lhe fazer mal? Ela o percorreu com o olhar, depois longe, com um pequeno encolhimento de ombros.
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–É obvio que o tenho. Quais são os riscos de saúde a longo prazo pela sobrecarga de energia contra as moléculas que giram em meu corpo? Ainda não há estudos completos disto. –Consultar a Lily poderia ser uma boa idéia – Introduziu Lily em sua conversa com Dahlia, além disso Dahlia parecia aceitar a idéia de sua posição entre os Caminhantes Fantasmas. –Discutirei com ela se surgir. Não quero que pense que vou vê-la somente para ver como a posso usar. Todos fomos usados durante muito tempo. Nicolas estava silencioso, era difícil pensar em algo que dizer para reconfortá-la. As palavras fugiram enquanto tirava o mapa que Gator tinha dado. –Meu amigo cresceu aqui e possui várias partes de terreno, alguns fora do caminho. Pode escolher entre uma cabana pequena com água corrente no pântano ou uma casa bastante grande que se assenta sobre a zona ao final de uma estrada fora do rio no Algiers. Ambas têm geradores assim é que teremos água quente. –Me leve ao pântano. Quero ir para casa. A tristeza em sua voz era mais do que podia assumir. Ele queria abraçá-la e abrigá-la contra seu coração… E era a coisa mais estranha que já tinha acontecido, mas não tinha importância. A necessidade persistia. Sacudiu a cabeça para esclarecer. Ela o retorcia em seu interior, algo que nunca tinha experimentado, mas decidiu que estar com a Dahlia bem valia cada emoção desconhecida. –O mais inesperado é a intensidade – Ele murmurou em voz alta. Dahlia se alarmou, mas não perdeu o controle das esferas girando. Moviam-se sob sua palma em um padrão dirigido por seus dedos, mas nunca tocava as esferas. –A respeito de que está falando? Perdi algo? –Você tira emoções muito intensas de mim – Admitiu com estudada despreocupação. Queria apagar a tristeza de seu rosto e substitui-la com qualquer outra coisa. Se isso fazia girar a conversa para seus sentimentos, que assim fosse. Ela cravou os olhos nas esferas durante tanto tempo que teve medo de que não pudesse responder. –Não acredito que devamos falar disso. Inesperadamente, ele levantou para trás sua cabeça e riu. –Tem alguma idéia de quão patético pareço, Dahlia? Inverteram-se os clássicos papéis. As mulheres rogam aos homens que falem sobre as relações. Os homens nunca querem falar das relações. Supõe-se que você quer esta conversa. Ela arqueou a sobrancelha mas não olhou para cima. –Não. Nicolas gemeu. –Se os meninos alguma vez escutarem isto nunca conseguirei que se esqueçam. Ela girou sua palma e reuniu as esferas que giravam em sua mão, seus dedos fechando-se sobre elas como se sujeitassem um grande tesouro. –Meninos? Os outros Caminhantes Fantasmas? Ele assentiu com a cabeça, agradecido de ter encontrado a maneira de captar sua atenção. 130
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–Sim, se fazem acontecer algum mau momento entre eles, mas estão muito unidos. Ela se estabeleceu no fundo do bote em frente a ele, alongando suas pernas como se ela estivesse zangada. –Posso ouvir a distância em sua voz, Nicolas. O que está errado com eles? Interiormente ele se sobressaltou. Dahlia confiava em notar a nota discordante mais leve que de forma inadvertida ele tinha expressado em seu comentário. Entretanto não importava, tinha notado seu interesse e tinha regeitado seus pensamentos de desistir por ele. –Chegou a me conhecer muito bem. Não há nada incorreto em nenhum deles. Penso neles como em uma família. Só não posso estar muito perto de ninguém. –Por quê? Ele deu de ombros. –Não sei. Nunca aprendi. Acredito que é uma arte. Passei grande parte de minha infância isolado das pessoas, e acredito que estou mais cômodo comigo mesmo. Sinto muito afeto por todos os Caminhantes Fantasmas. Inclusive pela Lily. –Por que diz isso? Inclusive Lily? A Lily que lembro era sempre doce e cuidadosa com os sentimentos das outras pessoas. Sempre entregava o que ela queria para todos os outros – Houve um indício de beligerância em sua voz. É obvio que ela saltaria ao ataque sobre isso. Ele quase gemeu em voz alta. Lily. A pessoa que Dahlia recordava carinhosamente de sua infância. –Amo a Lily. Faço-o. O caso é que ela é uma mulher. –Ela é uma mulher? – Dahlia deu um tapa em sua bota – O que quer dizer com isso? O que acontece ser uma mulher. O que se passa com as mulheres? Ele sorriu abertamente, um brilho de seus brancos dentes na escuridão. –Agora sou eu o que gostaria de trocar o tema. Lily é uma mulher valente, Dahlia, e está casada com um homem ao qual considero meu melhor amigo. Sem ela, não poderia estar vivo. Ela salvou a todos com sua coragem. Acredite, não só sinto uma grande quantidade de respeito por ela, também afeição. É tão malditamente difícil falar com ela. –E por que? –Ela perguntou. Seu riso aberto se ampliou em um sorriso. –Porque é uma mulher, obviamente. Isto valeu um pequeno sorriso. Dahlia limpava o barro. –Dá-me quase medo encontrá-la – admitiu ela – Ela foi a única pessoa que elevei como maior que a vida. Precisava que fosse real, e porque era uma menina, tão jovem, procurei em minha memória imprecisa, assim é que inventei coisas sobre ela. –Se está preocupada com que a mulher real não seguirá o exemplo de como a criou, o fará. Lily é uma mulher muito especial. Nos abriu sua casa, proveu de ajuda médica a Jeff, quem tinha sofrido um ataque e um golpe. Trabalhou incansavelmente para nos ajudar a construir suficientes barreiras para entrar no mundo sem uma âncora durante períodos de tempo curtos. A esperança finalmente é que todos nos faremos o suficientemente fortes para ter famílias e viver no mundo como pessoas normais. –Pensei sobre esse térmo durante muitos anos. A normalidade. É uma pequena palavra, mas significa tudo. 131
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–Não significa nada absolutamente – Ele a contradisse – Não existe a normalidade. Define normalidade para mim, Dahlia. Todos nós somos normais e anormais. Agora que a ação tinha terminado e a noite se aproximou, Nicolas se fazia muito consciente dela. Dirigiu o bote fora do rio e por um canal que levava para o coração do pântano. Todo o tempo, seu olhar se extraviava para ela. Ela estava cansada e precisava descansar desesperadamente. Estava ensopada e suja pelo barro. Não importava. Sua disciplina começava a desfiar-se ao redor das bordas. Seu autocontrole estava perdendo a batalha contra as demandas de seu corpo. Ela o percorreu com o olhar, rapidamente, sob suas volumosas pestanas. Quanto mais tentava liberar seus pensamentos de trocar sua direção sexual, mais imaginava. Sabia que não continha sua energia sexual muito bem, mas havia algo na forma em que o bote passava por cima da água e a noite os incluía. Dahlia suspirou em voz alta e bateu ligeiramente com seus dedos no fundo do bote. –Tem três modelos de pensamento distintos. Violência, comida, e sexo. Não necessariamente nessa ordem. E por que sua energia sexual seria um milhão de vezes maior que a energia violenta, só um terapeuta poderia dizer isso. Havia algo mais que um pequeno toque de humor em sua voz, permitindo que se afrouxasse parte da tensão. –Não acha que é algo bom? –Acredito que é algo preocupante. Não quer alguma vez só se aconchegar na cama e dormir? –Pensava que era você a que estava orientada nessa ação – Brincou ele. –Pensava que era prudente. Mas ela estava olhando-o. Podia sentir seu olhar movendo-se sobre seu corpo, um varrido sedoso que o deixou tão duro como uma pedra. O bote navegava preguiçosamente através dos canais, levando-os através de um arvoredo. Os ramos varriam a superfície, os verdes braços pendentes acariciavam seus ombros. A luz da lua se derramava sobre a água, uma esfera de prata brilhando tenuamente nas profundidades. –Amo aqui fora. Isso me faz prudente? –Sim – Havia agrado em sua voz. Calor. Ela bocejou – Desejaria que tivesse mais roupa. Estou cansada de estar molhada e enlodada. –Tentava te levar até o ponto em que não pensasse que as roupas eram estritamente necessárias. Ela riu suavemente e recolheu seus joelhos para o queixo. –De verdade? E quanto tempo leva fazendo planos para me despir? –Desde o momento em que te vi nua. A imagem está aí, Dahlia, sempre em minha mente, e como sou um homem fraco, não se vai. Não ajudou muito quando desabotoou sua blusa. –É muito reconfortante. Está a ponto de voltar a se obcecar com meus seios outra vez? Ele fechou seus olhos e saboreou a imagem do sol brilhando através de sua camisa molhada. –É incrivelmente bela, Dahlia. 132
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Estava silenciosa, vigiando-o estreitamente. Sentindo suas emoções. Inspecionando-o para ver se era sincero. –Obrigado. É muito agradável o que acaba de me dizer – Ela esfregou o queixo por cima de seus joelhos – Sempre me disseram que pareço uma bruxa. Os olhos muitos grandes, muito cabelo. Muito pequena, muito de tudo. Ninguém nunca usou a palavra bela antes. –Incrivelmente bela – Qualificou ele – Aceite isso Dahlia – Ele consultou seu mapa outra vez e deu a volta sem vacilar em outro ramo do canal – Estamos na reta final. E amo seus olhos – Ele notou um golpe no pequeno espaço de pele ao redor de seu estômago e seu umbigo. Dahlia não iria dizer a ele o quanto era atraente. Ele era demasiadamente arrogante e seguro de si mesmo. Ele não necessitava que dissesse que quase não podia conter sua energia sexual. Ela amava o modo como ele ficava ao seu redor. Nunca teve ninguém que a quisesse da forma que ele a queria. Ela podia sentir a energia emanando dele, estendendo-se para inunda-la, aumentando sua temperatura em vários graus. Ela esfregou seu queixo de um lado a outro de seus joelhos, seu corpo se sentindo também demasiadamente cheio, pesado e apertado em sua pele. Ficou impressionada de como seus seios estavam sensíveis, roçando contra o material de sua camisa e doloridos pela necessidade. -Você também está sentindo? – ele perguntou. -Sinto o que você imagina – ela admitiu. - Outros homens devem ter tido fantasias sexuais quando estavam perto de você. O que tem entre você e Calhoun? Vamos Dahlia, realmente esta é a primeira vez? - Sim. E eu não gosto. Me põe de mal humor, incomoda e fico nervosa. Tenho vontade de te arranhar por me fazer sentir desta maneira. E isto gera energia violenta e aparece o calor, e eventualmente algo – ou alguém – se queima. Ela soava aflita. Não deveria estar encantado, porém estava. Ele podia fazer com que ela sentisse todas essas coisas quando ninguém mais podia. - Pois bem, pelo menos a vida comigo não é aborrecida. Ela sorriu, assim como ele sabia que faria. Ela não queria, e se escondia por trás de seus joelhos, porém ele viu o breve brilho de seus dentes e a curva de sua boca. -Deveria ter dito que amo sua boca. Cada vez que olho sua boca sinto vontade de te beijar. Dahlia não queria se comover. Ela observou a aparecer o contorno de uma ilha. -É este o lugar? –Se Gator desenhou o mapa corretamente. O que é esse ruído? –Jacarés chamando uns aos outros. Estão apaixonados. Rodearam uma curva, e apareceu um pequeno cais. A cabana estava à volta do embarcadouro. A grama cobria o chão que rodeava a casa. Para sua súbita desilusão, um jacaré descansava sobre o cais de madeira e outro no pátio. –Acha que eles se moveram desde que Gator se foi? –É muito comum nestas ilhas pequenas ter os jacarés nos pátios. –Bem prepara seu lança-chamas, podemos necessitar dele. 133
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Dahlia se pôs a rir. –Não emite suficiente energia para aumentar o fogo, Nicolas. Ele girou sua cabeça e investigou completamente seus olhos, fazendo que seu coração saltasse grosseiramente. –Pequena mentirosa. O tom de Nicolas era sedoso, prometia paixão e Dahlia tremeu de prazer, doía-lhe o corpo inteiro pela reação. Como no mundo ele poderia fazê-la tão consciente dele não só como pessoa, mas também como homem? Era tolo. Era muito perigoso. Alguém tinha que pensar com a matéria cinza em vez de com outras partes da anatomia. Ela suspirou e saiu do bote, cuidadosamente evitando o jacaré quando ela amarrou o bote ao cais. –Só estamos de visita – Ela reconfortou à criatura. –Não o trate como um animal doméstico, Dahlia – advertiu Nicolas, com o coração na garganta. Ele não o colocaria na frente dela – Faz que me saiam cabelos brancos pela forma em que parece não ter medo de nada – Ele passou uma mão por seu cabelo de forma agitada – Acredito que tive mais medo desde que estou a seu lado que em qualquer outro momento de minha vida. E é malditamente incômodo. Ela o olhou dar de ombros com sua mochila. –Estive cuidando de mim a muito tempo, Nicolas. Ele não respondeu mas passou por diante dela em direção à cabana. Um membro da família de Gator a controlava semanalmente, evitando que as criaturas do pântano a invadissem, assim é que a cabana estava limpa e ordenada e o tanque de gás de propano estava cheio, lhes permitindo ter água quente. Nicolas acendeu alguns abajures de gás em vez de trabalhar com o gerador. Ambos estavam cansados e necessitavam uma ducha quente e dormir. Apesar da leve ferida do ombro Nicolas, insistiu em que Dahlia tomasse banho primeiro. Ela agradeceu o calor da água quando lavou o barro e a sujeira de seu corpo. Havia emplastros de betume de barro em seu cabelo, algo que ela odiava, e se ensaboou várias vezes para se assegurar de que estava limpa. Doíam-lhe os braços quando os levantou para enxaguar a pesada massa de cabelo, somente com isso se cansou, e mais com a água caindo sobre sua sensível pele, ela podia imaginar as mãos de Nicolas e sua boca seguindo o rastro das pequenas gotas. Ela fechou seus olhos e virou seu rosto para a ducha, esperando enviar o pensamento de Nicolas longe. Precisando lavá-lo fora dela. A porta se abriu e ela virou. A cortina estava cheia de vapor mas ainda era transparente. Nicolas lhe sorriu abertamente, sustentando suas mãos no alto, com uma camisa limpa em seu punho. O sorriso se desvaneceu de sua face quando ele ficou ali olhando-a. Pigarreou. –Procuro a roupa suja. Pensava lavá-la e pendurá-la para que secasse. Ao menos teria roupa limpa. E trouxe outra camisa – Todo o tempo seu quente olhar fixo ardeu sobre seu corpo, tocou-a em lugares tão profundos que pensou que ia se derreter. –Caia fora, Nicolas. Agora mesmo – Ela não tentou se esconder de seu olhar. Não queria. O queria olhando-a, devorando-a com os olhos. Estava em território perigoso, ambos estavam, mas quando a olhava gostava, não podia querê-lo menos. Sua voz era quase um convite. 134
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–Vou, Dahlia, só porque está tão cansada que o posso sentir. Lavarei as roupas esta noite. Engatinha até a cama, mas me deixe um pouco de espaço – Ele não queria lhe dar as costas. Era um inferno ter a capacidade de sentir suas emoções, de ler quão cansada estava e quanto necessitava seu corpo dormir. –Pensa que compartilhar a cama é uma boa idéia? –É a única idéia. Se não puder ao menos me deitar a seu lado, vou perder a razão. –Você considerou que se fizermos amor, Nicolas, poderíamos incendiar a cama? – Seus dedos escorregaram sobre seus seios com a barra de sabão. A água caiu em cascata para baixo enxaguando suas borbulhas. Nicolas aspirou seu fôlego. –Deliberadamente me tortura. –Provavelmente – Ela esteve de acordo. Ele ficou por um momento quieto e calado, olhando-a muito faminto, depois abruptamente recolheu a roupa encharcada e saiu. Dahlia caiu contra a parede da ducha, olhando as costas dele, seu corpo reaquecido e palpitante. Não tinha força de vontade contra Nicolas Trevane. Não deveria passar a noite na mesma cama com ele, vestida só com sua fina camisa e nada mais, mas sabia que o faria. Capítulo 12 Dahlia despertou acalorada. O fogo a consumia. O tecido leve de sua camisa quase machucava sua pele ultrasensível. Mãos acariciando suas coxas, o suave cabelo passou apenas roçando sua pele. Ela sentiu a chama de calor como uma língua deslizando-se por suas pernas. Estava sonhando, seu corpo pensava que era real e respondia com uma acumulação de pressão que não podia ignorar. Ela girou sua cabeça e encontrou o olhar escuro de Nicolas. Seu coração se apressou a aceitar a fome concentrada nas profundidades de seu olhar fixo. –Quanto tempo esta acordado? – Sua boca ficou seca e seu pulso corria velozmente. Ele tinha virado de lado, apoiado em um cotovelo, observando-a fixamente. –Horas. Não sei – Ele estendeu a mão e tocou seu lábio inferior com a ponta de seu dedo – Sonhei com você tomando uma ducha comigo. E depois sonhei com você nadando nua comigo. E depois sonhei despertando para te encontrar a meu lado como isto. Ela não pôde deter o lento sorriso. –Sonhava com detalhes muito específicos, porque senti você me tocando. –Onde a tocava? – Havia uma crua dor em sua voz. –Sentia sua mão em minha coxa. Ele trocou de posição, um pequeno movimento, mas se aproximou dela. Sua cabeça desceu para seu estômago quando sua mão deslizou lentamente por sua coxa como se saboreasse cada instante. –Você gosta disto? – Sua voz era uma pecaminosa tentação, nada menos.
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Ela fechou seus olhos brevemente e mudou a posição de suas pernas até que sua pesada ereção pressionou contra a sua pele. Até que pôde sentir a gota de umidade que testemunhava sua urgente necessidade. –Mais. Era mais, e seu cabelo acariciando minha pele e parecendo muito erótico. –Ela tocou seu cabelo. Era comprido, e caía livre ao redor de seu rosto. Era um homem belo com um corpo misteriosamente sensual feito para atrair às mulheres para longas noites de paixão. Seus dedos deslizaram sobre sua face, os ângulos e planos, memorizando seus formosos traços. Suas mãos se moveram afastando-se de suas coxas, avançando até os botões de sua camisa, lentamente deixando livre cada botão. –Necessitamos disto? –Poderíamos. Poderíamos necessitar um cubo ou dois de gelo, Nicolas – Seu fôlego ficou apanhado em sua garganta quando seus dedos acariciaram seus seios. -Isto é muito perigoso. Está seguro de que quer aproveitar a oportunidade? Não temos nem idéia do que poderia acontecer. –Não somos científicos? – Ele empurrou para os lados as bordas de sua camisa e dobrou sua cabeça para pressionar um beijo sobre seu tentador estômago – Pensava que éramos científicos. Os experimentos são o sangue de nossa vida – Seu cabelo sedoso acariciou sua pele, enviando ondas expansivas através de seu corpo. Seus lábios viajaram mais abaixo, encontrando seu umbigo então sua língua ficou pendente sem pressa. Cada célula de seu corpo adquiriu vida, gritou, ardeu. O ar rangeu ao redor deles. Dahlia ficou rígida e empurrou sua cabeça. –Ouviu isso? –Ela girou sua cabeça para olhar a seu redor. O calor que os envolvia era feroz, a energia sexual aumentava para engoli-los. Diminutas faíscas brilhavam intensamente no ar como foguetes. Ele beijou seu estômago, abrindo um caminho de chamas desde seu umbigo até o triângulo de convidativos cachos da união de suas pernas. –Foguetes. Naturalmente que haverá foguetes. Fica comigo, Dahlia, não pense em nada mais além de mim. Os dedos dela estavam fixos em seu cabelo. –Não quero que nada aconteça a você – Suas mãos sussurravam sobre suas coxas, somando-se ao calor fabricado no quarto, crescendo em seu corpo. Dahlia escutou seu próprio gemido suave e se moveu desassossegadamente, necessitando mais. Doíam-lhe lugares que ela não sabia que tinha. Nicolas descansou sua testa sobre seu estômago só durante um momento, tentando manter sua respiração. Suas mãos tremeram quando acariciou sua pele. Queria ir lento, fazer que desta vez fosse perfeita para Dahlia, mas a pressão em seu interior aumentava proporcionalmente ao calor que os rodeava. Sentia-se como se tivesse um vulcão vivo e respirando em seu interior. Queria devastá-la, arrastá-la para seus braços e devorá-la avidamente, mas se obrigou a um assalto lento, usando seus anos de disciplina para saborear a suavidade de sua pele. Podia ouvir seus pequenos gritos afogados quando ele beijou o caminho ao longo da curva de seu quadril e lhe mordeu a cintura. Sua língua brincou com cada costela e encontrou a parte oculta de seu seio. 136
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Dahlia quase caiu da cama. –Nicolas, isto é muito – Ela tinha seu cabelo pego com os punhos, seus quadris movendo-se agitadamente convidando-o, mas em seus grandes olhos havia medo – Não sei se poderei me controlar. Ele mordiscou o caminho ao redor de seu pequeno seio. –A beleza do sexo é que se descontrole. Deve deixar ir – Seu fôlego era quente contra seu mamilo, brincando com seu apertado bico. –O que acontece se inicio um fogo? –O que acontece se não o faz? O que acontece se tivermos nosso fogo, aqui mesmo, ardendo entre nós, gastando toda essa energia maravilhosa? Estou disposto a tentá-lo – Ele fechou sua boca ao redor do tentador convite de seu seio – Estou mais que disposto a tentá-lo. Ela gritou, colocando seus braços ao redor de sua cabeça para embalá-lo quando um relâmpago se bifurcou através de seu corpo. Se os fogos se iniciavam a seu redor, não estava segura se soubesse; queimava-se de dentro para fora, uma conflagração que não podia esperar tirar. Só existia Nicolas com sua pecaminosa boca, suas dominantes mãos e seu prazer atravessando seu corpo. A fabricação de energia aumentou seus sentidos, conduziu o calor por ela até que se sentiu líquida e necessitada. Suas mãos estavam em todas as partes, mas nunca rápidas, movendo-se com lentidão sem pressa, como se tivessem todo o tempo no mundo. Dahlia não sabia se poderia agüentar o lento assalto a seu corpo. A boca se moveu sobre seu seio, acariciando com o nariz seu mamilo e dando pequenos golpes com sua língua. Cada vez que sugava seu seio um quente jorro líquido de bem-vinda reluzia apetitosamente entre suas pernas. Sua mão deslizou sobre sua coxa, cavando-se em sua entrada. Dahlia ofegou quando seu dedo escorregou em seu interior. –É tão generosa, doce, e tão quente, que não se se poderei esperar. –Não penso que deva. –Tem que estar pronta para mim. Não quero que se sinta incômoda. Não há razão para isso. Só tenha um pouquinho de paciência – Ele descansou sua cabeça sobre seu estômago enquanto seu dedo empurrava mais profundamente em seu interior. Sua língua lambeu a borda de seu triângulo – Posso ter paciência – Ele rezou por ter paciência. –Não acredito que possa – Dahlia levantou a vista para ver os foguetes no ar. Seu cabelo rangeu pela eletricidade levantada – Temos que fazer algo agora mesmo. Nicolas tomou sua ofegante súplica como um convite. Colocou a cabeça entre suas coxas, seu braço, uma banda de ferro, segurando através dela para mantê-la parada para seu assalto. O bom julgamento de Dahlia se pulverizou em todas as direções, escapou um soluço, seu corpo se elevou da cama, contorsionando-se contra os lençóis. –Não posso respirar – Ela ia se quebrar em um milhão de pedaços. O quarto inteiro ia explodir em chamas. Os foguetes explodiam em cores e caíam como a chuva. Ela escutou seu próprio grito, um grito cru de pura paixão que não pôde suprimir quando os pequenos tremores a sacudiram, e o relâmpago agora parecia chispar através de cada veia, cada célula e cada terminação nervosa. 137
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Nicolas deslizou sobre ela, seus largos ombros bloqueando a visão de tudo no quarto quando empurrou suas coxas mais largas para acomodá-la. Ela empurrou para cima desesperada para senti-lo em seu interior. Cada parte de seu corpo palpitava por ele. –Tomarei cuidado, Dahlia. Me esmerarei por manter o controle e me assegurar de que haja poucas possibilidades de que fique grávida. –Não tem que se preocupar por me deixar grávida – Disse Dahlia, suas mãos agarradas em seu cabelo. Ela o queria profundamente em seu interior mais que qualquer outra coisa. Ele somente ficou ali, pressionando sobre ela e deixando-a louca – Tomo anticoncepcionais. Ele jogou sua cabeça para trás, seus escuros olhos movendo-se sobre sua face. Afiado. Quase zangado. –Por que diabos toma anticoncepcionais se não dorme com ninguém? Quem, Dahlia? Calhoun? Ela o olhou fixamente durante um longo momento. –Está louco? Vai se por ciumento porque tomo anticoncepcionais quando é óbvio que nunca estive com um homem? Nicolas gemeu. Todo seu corpo ardia, era tão difícil como podia ser, e ele discutia com ela sobre uma coisa completamente ridícula. É obvio que ela não tinha estado com ninguém, e que diferença haveria se o tivesse estado? Ele mal reconhecia suas primitivas reações. A energia sexual que os rodeava tendia a estimular cada reação e a aumentar seus sentidos e suas emoções. –Sim, estou louco – Admitiu – Te quero tanto que não sei que diabos mais posso te dizer. –Então se cale e me beije. E Por Deus, Nicolas, entra em meu interior antes que a ilha inteira exploda em chamas. Ele se inclinou enquanto ela se esforçava para cima para encontrar sua boca. Ele a beijou com cada fibra de seu ser, uma mistura quente de paixão e posse. Suas bocas se aferraram conjuntamente até que ela caiu para trás, seus quadris elevando-se para encontrar-se com o lento impulso dele. Ele a estirava, empurrando por suas dobras quentes, hábeis, enterrando seu corpo profundo para combiná-los. Ele era grosso, duro e muito grande para seu corpo. O calor aumentou quando ele empurrou mais profundamente. –Nicolas – Ela não sabia se era um protesto ou uma súplica. As luzes dançavam atrás de suas pálpebras e as chamas lambiam sua pele como diminutas línguas. Real ou imaginário, estava além de sua determinação. Ela queria levantar seus quadris, para conduzir si mesma para ele, ainda ao mesmo tempo, queria correr das ondas de sensações que não podia deter. O mundo que conhecia parecia cair estrepitosamente a seu redor salpicando faíscas de cor e ondas de prazer intenso que balançavam seu corpo. Ela se pegou a ele, cravando seus dedos em seus braços para ancorar-se a alguma realidade. A energia sexual rangeu e dançou ao redor deles, através deles, construindo o prazer até quase o extremo da dor. Ele se moveu. Ela gritou. Ele apanhou suas mãos e as pôs sobre sua cabeça, agarrando-a fortemente enquanto ele se levantava dentro e fora dela. 138
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Nicolas soube que estava perdendo o controle, que a energia que os invadia começava a consumir a ambos, mas estava tão apanhado nas convulsões de fazer amor, tão completamente perdido em seu corpo que não tinha importância. Ele se desafogou com isso, enterrando-se profundamente no refúgio de seu corpo, consentindo que seu quente, apertado e escorregadio canal o entusiasmasse. Sentiu seu corpo fechando-se hermeticamente a seu redor, os pequenos músculos agarrando-o e prendendo-o quando ele avançou, acrescentando a fricção e a riqueza do calor e o fogo. Ele não queria que isto acabasse. Queria que nunca se acabasse, mas seu corpo já se esticava, um orgasmo forte que se precipitou sobre ela como uma onda gigante e o arrastou. Nicolas escutou sua própria voz, um grito rude, rouco e quebrado de sua garganta. Seus dedos apertados ao redor dela quando se esvaziou em seu interior, empurrando forte, querendo aprofundar tanto como pudesse chegar. Ele descansava sobre ela, não querendo mover-se, querendo sentir seu corpo parecido ao dele. Dobrou sua cabeça para capturar seu seio com sua boca, sentindo a sujeição deliciosa de seus músculos a seu redor em outra onda expansiva explosiva. Extranhamente, ele não se sentiu completamente satisfeito. Seu corpo o estava, no momento, embora ainda estivesse semiduro. Queria comê-la por completo. Estava a borda da violência, uma escura posesividade primitiva que fluía de um nada e o agarrava. Levantou sua cabeça e olhou cautelosamente ao redor da pequena cabana, como se procurasse a alguém, ou algo do tipoo, que pudesse tentar levá-lo. A pura intensidade de seus sentimentos o emocionou. Era como se incitasse a possui-la. Para que deixasse seu rastro em sua pele, em seu seio, dentro de seu corpo. Sua língua a acariciou, brincando no vale de seus seios. –Não quero parar. Era uma pequena admissão, e não disse nada sobre a terrível necessidade de condução que fazia que parecesse que não podia recuperar o controle, mas ela o sentiu. Sentiu sua tensão aumentando em vez de dissipar-se. A energia era implacável, exigindo cada onça de força que pudesse obter de sua união. Dahlia teve que subir suas mãos frouxas para emoldurar a sua face. Ela forçou seu corpo a relaxar embaixo do dele, aceitando que suas mãos imediatamente começaram a acariciá-la, reclamando seu corpo para o seu. Estava em todas as partes, tocava-a, beijavaa, pulverizando seus pensamentos em todas as direções enquanto ele explorava seu corpo com apetite voraz. Não deixou um só lugar sem tocar, excitando cada terminação nervosa, saboreando-a e acariciando-a. Seu toque era tão terno que ela se sentiu perto das lágrimas, e depois foi quase áspero. Para seu assombro e seu prazer, seu corpo respondeu a suas pressas com o líquido quente. Sentia como se seu corpo não pudesse ter suficiente do dele, de seu toque ou de seus beijos, sempre querendo mais. Ele a tomou uma segunda vez, montando-a duro, necessitando tudo o que podia dar para que ele pudesse encontrar paz em meio da vertiginosa energia. Parecia escorregadio, impossível, quando a pressão construída em seu interior, foi até mais forte que a primeira explosão tinha sido. As chamas dançaram no suporte da janela, e ele não sabia quem gerava o fogo desta vez, mas parecia que não podia conseguir o suficiente dela. Não a 139
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tocava o suficiente, ou a beijava o bastante. Queria sua marca em cada centímetro de seu corpo. Era imperativo saber que ela estava ali debaixo de seu corpo, aceitando sua posse, necessitando da mesma forma que ele precisava sepultar-se em seu interior. Ele levantou o calor rápido e quente, deleitando-se com seus urgentes gemidos, conservou-a faminta para ele, querendo-a toda a noite. A tomou uma terceira vez, com ternura, tão suavemente, tão reverente que ela chegou ao clímax quase imediatamente, lhe trazendo finalmente um pouco de paz, como se finalmente tivessem gasto toda a energia que os engolia de puro cansaço. Nicolas colocou seu corpo entre seus braços e a segurou fortemente. O ar ao redor deles estava felizmente quieto e sentia uma tranqüila harmonia sobre ele. Beijou a parte superior de sua cabeça, esfregou sua abundante cabeleira com seu queixo. –Está bem? Dahlia olhou ao redor do quarto para ver se tinham feito qualquer dano. O suporte da janela se via um pouco chamuscada, mas não havia fogo. Ela fechou seus olhos. –Não queimamos nada. Diria que essa foi a principal vantagem. –Te machuquei? – Ele acariciou com o nariz seu pescoço – Parecia que não tinha bastante de você não importava o que fizesse – Ele podia ver as marcas em seus seios, sua garganta, até em seu quadril, marcas que proclamavam que lhe pertencia. Ela riu suavemente, mas não abriu seus olhos, indo à deriva em uma quebra de onda de prazer. –Notei. Devo supor que isto é o que você gosta? Ele fez um túnel através de seu cabelo com seus dedos. –Acho que me descontrolei. –Sempre me diziam que um homem, já sabe, não podia mais de uma vez. –Eu também. Especulo que desmentimos esse mito. Ou talvez era a energia chovendo através do quarto. Pode ser realmente útil – A nota adormecida em sua voz atirou de suas vísceras. Ela parecia contente, não questionava sua escura reação. Nicolas acariciou com um dedo sua bochecha. Ela era muito frágil e vulnerável ao lado dele, mas sabia que havia um tremendo poder em seu pequeno corpo. –Sabe quão diferente minha vida é, quanto mudou as coisas em tão poucos dias? Nunca sonhei que estaria ao lado de uma mulher e sei que é onde se supõe que estou. Seus dedos se enredaram com os dele. –Isso é porque estou tão descansada. A pontada apenas perceptível de humor em sua voz era tão potente como seu tom abafadiço. –Estou seguro disso – ele esteve de acordo – Durma, Dahlia. Duvido se poderei esperar muito tempo para te ter outra vez. –Bem se refreie. Estou muito cansada. Muito cansada para encontrar meu espaço. – Ela bocejou e se aconchegou aproximando-se mais de seu corpo – Nunca pensei que poderia alguma vez dormir assim, com alguém a meu ao redor. Leio a respeito disso nos livros, e agora sei por que o fazem. Estão tão cansados que não podem se mover. Não é uma opção. 140
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Dahlia ia à deriva quando dormiu com sua suave risada em seu ouvido. Ela sonhou com ele. Sonhou com uma vida com ele. O som de crianças sorrindo se misturou com sua risada. Ela sentiu seus braços a seu redor, o calor de seu corpo perto do dela, e soube que o amava. Que sempre o amaria. Sem ele, nunca se sentiria viva outra vez. Dahlia despertou sufocada, seu coração golpeando, um grito quebrado em sua garganta. Nicolas se precipitou sobre ela, rastreando com sua arma ao redor do quarto. –O que aconteceu, Dahlia? – Ele poderia sentir seu coração, selvagem e frenético. Sua mão encontrou a dela e a colocou sobre seu coração em um intento vão por acalmá-la – Não há nada aqui. Estamos a salvo. Ela tentou se afastar, retirando sua mão, para sair rodando como uma bola de baixo ele. Nicolas era muito pesado e havia muito dele. Rodeava-a com seus braços e suas pernas por toda parte. A arma deslizou de retorno sob o travesseiro e ele se moveu para cobrir seu corpo, suas mãos acariciavam os sedosos fios de cabelo escuro como a meia-noite de sua face. –Era um pesadelo, Dahlia, nada mais. Estamos perfeitamente a salvo aqui – Seus olhos estavam muito abertos pelo terror e ele observou feridas ali, vivas, nunca curadas, as feridas de um menina sem amor ou família. Uma que tinha sofrido muito. As luzes vacilaram e as sombras se moveram. Ele se girou para a fonte, uma janela a uns poucos metros da cama. As diminutas chamas dançavam ao redor da madeira. Ele emoldurou sua face com suas mãos. –Se acalme. Me olhe, Dahlia. Me diga o que esta acontecendo ou não poderei ajudar você. –Você! Nós! No que estava pensando? Me deixe sair. Tenho que me levantar – Ela empurrou seu peito freneticamente, mas sem nenhuma força. Foi mais um gesto de desespero. –Dahlia – Ele disse seu nome agudamente, esperou até que ela enfocou sua atenção nele – Tem que me dizer o que esta acontecendo com você – Ele dobrou sua cabeça para beijar temerariamente suas pálpebras, a ponta de seu nariz. Persuadindo-a, rogando com pequenos beijos ao longo das comissuras de sua boca e o queixo. Todo o tempo ignorou o chiado das chamas ao longo do suporte da janela. Dahlia tinha que acalmar sua mente ou o fogo se propagaria. –Não faça isso. Não faça com que me preocupe com você – Ela o empurrou com mãos frenéticas, seus escuros olhos muito negros e líquidos com pesar – Não posso me preocupar com você e sobreviver. –Respira comigo. Se acalme assim possamos elucidar isto juntos – Ele manteve uma rédea apertada sobre suas emoções, o desdobramento violento de medo poderia fazer que a perdesse. Dahlia. Ela estava escapulindo de entre seus dedos como água outra vez. Ela se acalmou sob seu toque e o tom tranqüilizador, deitada ali o contemplando com absoluto terror em sua face. –Não posso necessitar de ninguém, Nicolas. –Claro que não – respondeu ele – Somos iguais. Não necessitamos a ninguém. Escolhemos compartilhar nosso tempo juntos. Há uma grande diferença. 141
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Dahlia soltou o ar de seus pulmões, ouviu as chamas crepitar e amaldiçoou suavemente. –Tenho que expulsar isso. Vou terminar incendiando esta cabana. –Deixa-o ir. Sairá fora se permanece calma. Teve um pesadelo, isso é tudo. Ela negou com a cabeça. –Tive um bonito sonho. Assustou-me mais que todos os pesadelos do mundo alguma vez poderiam. Ele acariciou para trás seu cabelo, seus dedos atrasando-se contra sua pele. –Acha que isto é normal para mim? Nunca passei uma noite inteira na cama de uma mulher. Nunca quis. Eu não gostava de compartilhar meu espaço com alguém até que a encontrei. Não a uso, Dahlia. Não vou dizer que não ame seu corpo, porque o faço. Poderia passar toda uma vida fazendo amor com você e nunca teria suficiente. – Antes que ela pudesse responder ele se dobrou tomando posse de sua boca. Sua boca bela, perfeita. Ele tinha tido alguns sonhos próprios e todos eles tinham girado ao redor de seus lábios sensuais. Sua mão sepultada profundamente em seu cabelo ancorou sua cabeça para que assim pudesse explorar o sabor enriquecedor dele. Por um momento o quarto girou como se ela o tivesse atraído tanto que se enjoava. Ele levantou sua cabeça. –Melhor? Dahlia tocou seus lábios com as pontas de seus dedos. –Honestamente não sei – Ela percorreu com o olhar o suporte da janela. As diminutas chamas se foram, deixando atrás zonas chamuscadas – Como apaga fogo com fogo? –A gente consome o outro? –Talvez, então por que não descobri isto alguma vez? Testei cem formas, talvez mil maneiras, para neutralizar a energia, mas nunca me ocorreu que a poderia miaturar com outro tipo de energia. Pensei que simplesmente cresceria com a força. Nicolas caiu para trás contra o travesseiro sorrindo. Dahlia se incorporou e o olhou furiosamente. –O que é tão divertido? –Você. Você é tão divertida. Compartilhamos sexo quente, impressionante, o tipo de sexo com o que um homem só pode sonhar, e o analisa como uma científica. Muito para meu viril ego masculino – Ele colocou seus braços ao redor dela e a pôs em cima de seu peito – Acredito que é boa para mim. Ela se encontrou chovendo beijos sobre seu rosto, brincando com as comissuras de sua boca e deslizando sua língua ao longo da costura de seus lábios simplesmente para observar a labareda de desejo em seus olhos. Havia muito poder em ser uma mulher, decidiu quando suas mãos acariciaram seu peito e deslizaram um pouco mais baixo justamente assim podia sentir recuperar sua respiração. Imediatamente ela sentiu a dura, rígida longitude crescendo ao longo de sua coxa onde ela tinha sua perna sobre a dele. Ocorria uma vez mais. Ela começou controlando e depois começou a derreter-se por dentro, querendo agradar, querendo observar seus olhos passar do frio gelado ao inferno aceso. 142
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Ofegando, recuou, sentando-se, suas coxas ainda sobre as dele. Sua cabeleira selvagem, derramando-se ao redor de seus ombros e caindo pelas costas. –Não quero me sentir desta maneira com você. –De que forma? – Ele estendeu a mão e cavou seus seios em sua palmas, seus polegares acariciando seus mamilos suavemente – Quero que me queira. –Se fosse só isso que… – ela se acalmou com um pequeno grito de prazer quando ele posou uma mão sobre os tentadores cachos, seus dedos afundando e intrigando nas fendas e nos ocos. Ela mudou de posição, suas nádegas nuas roçando-se sobre ele deliberadamente até que respondeu com um suave gemido. –Está fazendo coisas de mulheres, Dahlia. Coisas que não queria fazer – Nicolas nunca tinha se sentido tão relaxado, se apoiando, sua cabeça sobre o travesseiro, seu corpo ganhava vida e Dahlia se sentou perto de sua virilha onde o podia sentir o calor úmido fazendo gestos. Ela estava muito bela sentada ali com sua cabeleira por toda parte e sua pele brilhando para ele, vendo-o suficientemente suave para o comer. Ele acariciou seu seio e dirigiu seu dedo ao longo das costelas até sua cintura – Enquanto está sentada assim, talvez quisesse se pôr um pouco para a esquerda. –Que coisas de mulher? – Ela exigiu, jogando para trás a cabeça, enviando a cortina de sedoso cabelo balançando-se tentadoramente sobre seus seios. Seu punho se apertou ao redor de sua ereção, apertando, soltando, seus dedos dançando e brincando, roubando sua habilidade para pensar por um momento. Ele a olhou com os olhos entreabertos quando ela levantou seus quadris e com lentidão meticulosa, baixou seu corpo sobre o dele. Ele não se moveu, permitindo-a ter o comando enquanto o montava, enquanto o introduzia em seu corpo. Ele podia sentir o modo em que abria caminho entre suas dobras apertadas, seu corpo estava muito apertado, escorregadio e quente, lhe dando bem-vinda. Ele esteve ali, perguntando-se por que a tinha encontrado depois de tudo, por que ela se conectou com ele, e como ela era capaz de enviar tais sensações de prazer bifurcando-se através de seu corpo quando ela começou um movimento lento, erótico. Ele dirigiu suas mãos sobre sua pele. Sua pele era incrivelmente suave. Ele riscou a curva de seu seio, a dobra de sua cintura, e a pequena curva de seu quadril e a perna. Quando não foi suficiente observá-la, ver seu corpo deslizando-se de acima para baixo, ele apanhou seus pequenos quadris e assumiu o controle, implacavelmente conduzindo a ambos até a borda e depois diminuindo a velocidade para lhes permitir recuperar o fôlego. Ela estava ruborizada, seus olhos brilhantes, sua cabeça para trás. Dahlia amava o sexo com ele. A visão dela assim enviou uma explosão fluindo de seu interior, juntando-se com uma grande força e empurrando através de seu corpo como uma parede de fogo. Ela gritou quando seus músculos o agarraram e espremeram, e se ondeou pela sacudida de sua liberação. Dahlia se inclinou sobre seu peito para deitar sobre ele. Ele a envolveu em seus braços e a segurou enquanto seus corações correram a grande velocidade e seus pulmões ardiam procurando ar. Nicolas queria que ela ficasse ali, diretamente em cima dele, seu corpo ainda uma parte dele enquanto a sustentava finalmente. Havia algo reconfortante em tê-la assim perto, pele contra pele. Uma conexão íntima. 143
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–Quero te dizer algo, Nicolas – Disse ela, não se incomodando em levantar sua face do calor de seu pescoço – Me abstenho de qualquer discussão de mulher da que me acusava. Não pode me atirar isso na cara. –Sim posso – Objetou ele, capturando sua mão quando deixou sua pele. Ele mordiscou seus dedos – Definitivamente foi um debate sobre a relação. Vê? Como uma mulher como você não precisa ajudar a si mesma. –Isso está no manual? –Sim, página noventa e dois acredito. Ali mesmo em negrito escrito em letras de forma, adverte aos homens sobre o debate da relação com todas as mulheres – ele mordiscou a ponta de seu dedo com ênfase - isso poderia ser, deveria ter um pobre homem ingênuo. –Já vejo. Este manual de relações certamente tem um montão de informação sobre isso. –É espesso – ele esteve de acordo. –Com certeza precisou de muito tempo para lê-lo e memorizá-lo. Seu tom foi suave, mas ele sentiu uma armadilha. Ele a olhou cuidadosamente, mas ela fechou seus olhos e quase ronronando enquanto se colocava sobre a parte superior dele, seu cabelo escorregando ao redor deles como uma sedosa cascata. –Sabia que me seria prático algum dia – Ele não podia evitar o sorriso em sua voz ou em sua mente. Fora da janela do quarto, um jacaré começou a chamada do amor, chamando fortemente um companheiro. O som reverberou através do quarto, fazendo com que Nicolas quase saltasse fora de cama. Quando ele subiu sua arma e pôs Dahlia a um lado da cama com um braço. Ela sofreu um pequeno colapso, rindo dele. –Está me salvando de um jacaré. –Se não deixar de rir, alimentarei à coisa com você. Que diabos é essa animação? –Ele olhou colericamente para a janela quando timidamente deixou a arma sob o travesseiro. –É um jacaré apaixonado. Durma. Só estão iniciando uma doce serenata. Sempre o ouço aqui fora. Ele deu a volta para subir sobre seu cotovelo. Então apoiou sobre seu queixo ficando com o olhar fixo sobre ela. –Me conte algo sobre você. Algo que não tenha compartilhado com outros. O sorriso se desvaneceu de seus lábios. –Nicolas, eu não compartilho nada com ninguém. Jesse era meu amigo mais próximo, e só o via quando necessitava que fosse a alguma missão. Quando vinha me trazer as ordens jogavamos xadrez de vez em quando, esse era o tempo que estávamos juntos. Milly e Bernadette se encarregavam de mim, de fato, Milly sempre esteve comigo, desde que posso recordar, mas não compartilhei nada com eles. Não me atrevi. –Por que não? –Não respiraram esse tipo de coisas. Não queria isso, assim é que tomei cuidado. Mesmo quando era uma menina tomei cuidado – Ela ficou direita, o longo cabelo vestindo-a como uma capa misteriosa. No escuro seus olhos tinham uma aparência enfeitiçada – Tenho ainda cuidado. Não sei como tudo isto aconteceu com você. Tento não pensar muito nisso ou quero me pôr a correr. 144
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Ele voltou o olhar para a porta onde o jacaré mais próximo ao quarto parecia ter um visitante esperando. –Não o sugeriria no momento. Acredito que estamos rodeados. Ela passeou pelo chão com os pés nus, agarrando a camisa que tinha sido descartada muitas horas antes e se encolhendo dentro dela. –Sempre estava sozinho na selva, ou a fez parecer um lar para você, Nicolas? –Se parecia com uma casa. Sabia as regras e confiava em mim mesmo. Eu gostava dos sons e os aromas e tudo era familiar para mim. –Dessa forma eu me sinto no pântano. Faz-me sentir segura. É o único lugar que o faz. Entendo as regras daqui, e não estava sozinha – Ela girou sua cabeça para o olhar sobre seu ombro – Poderia sê-lo agora que o encontrei e conheci o sabor de como vivem outras pessoas – Seu sorriso foi amargo – Deveria ter pensado nisso antes de ficar muito absorta com você. –O que é muito absorta, Dahlia? – Ela o estava fazendo outra vez. Era tão elusiva que ele se sentiu quase conduzido para o desespero. Nicolas respirou profundamente, controlou a si mesmo, e se obrigou a diminuir o pânico pouco familiar – Vêem aqui, carinho. Não se afaste agora de mim – Havia milhares de segredos em seus olhos, mil feridas. Toda uma vida de desconfiança e traição. De isolamento. Como se vencem coisas assim? Nicolas se colocou suavemente atrás dela e acariciou seu corpo. Onde antes, a combinação potente de Dahlia e a energia sexual tinham enviado a um frenesi de necessidade, de desejo, agora ele sentia ternura, uma necessidade de consolá-la. Seus beijos foram suaves, aduladores, pouco exigentes. –Não temos que pensar muito sobre isto, Dahlia. Ambos sabemos que estamos em território inexplorado. Não temos nem idéia do que vai ocorrer entre nós no futuro. Sei que quero estar com você, e me conheço. Encontrarei uma maneira para nós. Suas mãos subiram até cobrir as suas. Ela tremia. Sabia que dava medo confrontar o que tinham por diante. Ela tinha tomado medidas fora do mundo seguro que tinha sido criado para ela. Não teria que se preocupar muito, não estando envolvido também profundamente. Dahlia tinha estritos limites que ela colocou para si mesma e ficou dentro desses limites. Ele a arrastava mais à frente e fora estava à intempérie. Ele levou ambas as mãos para sua boca e beijou seus dedos. Beijou suas palmas. Ele queria fazê-la se sentir melhor, levar o aguilhão de não saber do amor durante todos esses anos. Ele quis que o reconhecesse de verdade. Não se atreveu a falar disso, sabia que ela escaparia. Ele a conhecia agora, os repentinos ataques de terror que a tinham despertado na metade da noite. –Aonde foi? Houve um pequeno silêncio. –Ao terraço. Sempre me sinto melhor quando me aproximo do terraço. Por que odiava pensar que perdesse tanto tempo no meio da noite sentando-se em um terraço? Ele a abraçou aproximando-a, lhe dando pequenos beijos dispersos por seu cabelo. –Fica comigo, Dahlia. Simplesmente esteja entre meus braços e me deixe te abraçar. Te diria que deixássemos a porta aberta, mas nosso amistoso jacaré está se voltando cada 145
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vez mais amoroso. Não quero que nos visite – Nicolas a levou para a cama. Houve um pouco de resistência, mas não muita. Ela foi com ele, com passo lento, quase como se o passasse. Dahlia foi com Nicolas porque não podia resistir. Ele parecia ter um efeito muito negativo sobre seu autocontrole. Ela queria passar cada instante com ele porque algum dia próximo, ela estaria sozinha outra vez. Era muito tarde para se proteger. Nunca tinha ocorrido a ela que se encontraria tendo inclinação por ele. O mesmo pensamento disso a fez sentir um pouco indisposta. Tinha aprendido a desfrutar de sua solitária vida. Havia centenas de benefícios. Ela não podia pensar neles quando estava assim absorta apertadamente entre seus braços. Quando ele a tocava com tal ternura doía por dentro. Dahlia o permitiu pô-la na cama a seu lado. Ela encaixava seu corpo na curva do dele e sentia uma satisfação imediata. Não deveria ter sido dessa maneira, ela deveria ter sentido o contrário. Nunca permitia que alguém a tocasse, e passava só períodos de tempo curtos com pessoas, mas queria, mais ainda, precisava estar com o Nicolas. E isso a aterrava. Seus braços se arrastaram ao redor dela, seus dedos enredados com os seus. –Deixa de tremer. –Está tão assustado como eu? – Talvez admitisse muito, mas ela tinha que perguntar. Ela tinha que saber. –É obvio que estou. Este é território novo para ambos, Dahlia. Sou tão vulnerável como você. Honestamente não sei como entrou, mas a necessito comigo. –Não sou muito adorável, Nicolas. Sei disso. Aceitei faz muito tempo – Quando estava só com o Whitney na escuridão me dizendo que era pouco cooperativa e que nunca conseguiria ter as coisas que as demais obtiveram. Até então, sendo uma menina, ela se rebelou contra tão dura, absoluta autoridade. Aprendeu que as coisas não tinham importância. As pessoas não importavam. Nicolas sepultou sua face no enredado cabelo de seda e inspirou seus perfumes misturados. –Isso não é certo, Dahlia. Não havia nada incorreto quando era uma menina, e não há nada incorreto em você agora. Por que pensa que sua enfermeira ficou todos estes anos? Por lealdade a Whitney? Por um salário? Ela estava tão asilada no pântano como você o estava, talvez mais. Ela escolheu ficar com você, embora significasse te enganar e viver uma vida limitada. Não teve outras meninas. Vi as antigas fitas, quando era uma menina. Ela estava ali, muito mais jovem, mas fez frente a Whitney por você. E se assustou do que ele tinha feito. Ela esfregou seu queixo contra seu antebraço. –Quer dizer pelo monstro que ele criou. –Não um monstro, Dahlia. Um Caminhante Fantasma. Há mais de nós já sabe, e somos uma pequena família. Não está sozinha. Ela fechou seus olhos. Não estava sozinha no momento e isso era suficiente para ela. Nicolas queria acreditar em contos de fadas. Ela tinha lido sua parte, esperando milagres, mas ao final, não havia nenhuma madeira de cem acres cheios com pequenos animais para brincar. Havia dor e desilusão esmagantes e traição. As lágrimas queimavam suas 146
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pálpebras, mas as regeitou, segurando Nicolas perto dela e permitindo que balançasse seu corpo para acalmá-la e dormir. Capítulo 13 –Há alguém lá fora – sussurrou Nicolas, apoiando-se através dela para pegar sua arma. Como as tinha engenhado para estar no lado erradoo da cama outra vez estava além dele. Sentiu a familiar culatra da Beretta em sua mão quando a porta principal se abriu. Ele mudou sua posição para pôr seu corpo entre Dahlia e a porta aberta do quarto. Tinham dormido até tarde e já era de manhã. A luz do sol passava através da janela junto com o calor. –Sei que está me apontando, Nico – a voz de Gator se escutou da sala de estar – Guarde-a. Não é muito agradável quando fui tão hospitaleiro – Repentinamente Gator esteve emoldurado na entrada, sorrindo-lhes abertamente, seu negro, rebelde cabelo caindo sobre sua face e seus penetrantes olhos azuis brilhante com risada – Oh, já vejo que são muito amistosos um com o outro. E Lily estava tão preocupada – Ele girou sua cabeça – Ian, Tucker, devem olhar isto. Nosso homem encontrou um pequeno gatinho. –Cale-se, Gator, ou vou te disparar – Nicolas guardou em seu lugar a arma e olhou a Dahlia. Ela puxava os lençóis até seu queixo. Seus olhos eram enormes e ainda se abriam mais à medida que mais Caminhantes Fantasmas entravam em turba pela porta para olharem boquiabertos Nicolas, o solitário, na cama com a Dahlia. –E você dizia que ele não saberia o que fazer com uma mulher –Tucker Addison acusou o mais alto do grupo, Ian McGillicuddy. –Reconheço meu engano – Ian enviou a Nicolas uma pequena saudação. Dahlia lançou pequenos gritinhos de angústia. Nicolas recolheu a arma. –Vou começar a disparar se não sairem daqui e fecharem a porta. –Que pouca esportividade – se queixou Gator – E é minha casa – pegou o trinco da porta, piscando um olho a Nicolas enquanto a fechava firmemente. Houve um pequeno silêncio. Dahlia continuava gemendo e colocou os lençóis sobre sua cabeça. –Nunca mais me levantarei. Fora, Nicolas e leve a essa variada turma com você. Não vou enfrentar a todos esses homens. –Não eram tantos – ele a persuadiu com rogos, retirando o lençol – Ao menos não entraram, na metade de uma de nossas tormentas de fogo. –Nicolas, não tenho nenhuma roupa – ela aspirou seu fôlego, seus olhos alargandose – Não acreditará que Lily está com eles, não é? –Não, estou seguro de que ficou com Ryland – retirando os lençóis se espreguiçou, depois se voltou para ela, abraçando-a. Estava rígida, resistindo. Nicolas soprou ar quente contra sua pele. Ela tremeu em resposta. Ele baixou sua boca para seu pescoço e foi beijando até chegar a sua orelha. –Isto não é justo – ela o empurrava. Estava completamente aborrecida de soar ofegante. Estava ofegando – Não pode estar fazendo isso. 147
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–Está aborrecida, e isso quer dizer que a energia entrará assaltando nosso quarto. Tudo é em cumprimento do dever – Ele fundiu sua boca, tomando vantagem quando ela a abriu para protestar. Ela colocou seus braços ao redor de seu pescoço e pressionou seu corpo contra o dele, sua língua deslizando ao longo de seus dentes, brincando com sua língua, drogando seus sentidos com sua potente resposta. Ele acreditava que o tinha controlado, mas ela destroçava animicamente sua disciplina sempre. Seu punho fechado em seu cabelo e sua boca se fundiu com a dela enquanto a segurava. Só existia o instante, a urgente necessidade, uma onda gigantesca de calor emanando sobre ambos. Ele sentiu a pressão de seus seios contra seu peito. Uma perna ao redor de sua coxa. Sentia-a ardente, úmida e convocadora. A necessidade estava além de sua capacidade para deter-se. Sabia que parte disso era a aguda energia rodeando-os e seus desejos sexuais alimentando um ao outro, elevando-se muito rapidamente, muito fora de controle, mas não importava. Só Dahlia importava com sua suave pele como as pétalas e seu incrível calor. Ele apanhou sua perna, guiou-a ao redor de sua cintura para alinhar seus corpos. Ela fez um suave ruído como um gatinho, muito perto de um ronrono que quase o tirou fora de si. Sua cabeça rugiu com trovões. Um relâmpago pareceu golpear atrás de suas pálpebras, açoitando através de seu sangue. Apanhou seus quadris com ambas as mãos para segurá-la silenciosamente enquanto a penetrava. O fôlego deixou seus pulmões em uma corrente, as faíscas agora familiares iluminaram o ar ao redor deles. A eletricidade rangeu e estalou a seu redor, mal registrando-se em sua mente. Ela estava apertada, ardente e apaixonada por uma aguda necessidade e tinha uma fome tão urgente como a dele. Ela virtualmente se perdeu em seu interior, montando-o com tanta força como ele a empurrava a ela. A única idéia que havia em sua mente era sepultar-se mais profundamente e mais forte com cada golpe. Ele queria avançar lentamente dentro dela, sentir sua quente capa escorregadia envolvendo-se tão apertadamente ao redor dele. Dahlia queria se perder nele, no fogo, no calor e na paixão de Nicolas Trevane. Evitava pensar muito, impedia de confrontar as coisas e as pessoas que não queria confrontar. Ele fazia coisas a seu corpo que queimavam a energia, até a energia sexual que os rodeava, igual de eficazmente como quando ela corria velozmente sobre os telhados da cidade e através dos canais do pântano. Podia sentir a pressão levantando-se rapidamente, muito logo, uma chama entre eles que começou a arder instantaneamente e que tão rapidamente foi consumida. Ela se pegou a ele, cravando seus dedos nos duros músculos de seu ombro, tentando adquirir um pouco de controle para avançar mais lentamente, querendo reprimir a força avassaladora. Era muito tarde. Ele a enchia, a fricção girava em seu interior como um inferno, empurrando a ambos a borda de um orgasmo selvagem. Ela estava entre seus braços enquanto seu corpo se balançava e ondeava. Durante um momento esteve segura de que a terra se moveu. Nicolas a sustentou perto dele, sua face sepultada na cabeleira de seda, só inalando ar em seus pulmões. –Lamento que não tivéssemos mais tempo, Dahlia. –Eu também – ela esteve de acordo, girando sua face para sua garganta. Pressionou seus lábios contra seu queixo – Lamento que não possamos ir a algum lugar onde ninguém 148
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nos encontre e não importaria se não tivesse nada de roupa – Ela suspirou. Nem tanto por sua falta de roupa como pela inevitável tarefa de encarar a seus amigos. –Encontrarei algo para que ponha em você, Dahlia – Disse Nicolas – Deixa de se preocupar por bobagens – Ele levantou seu queixo para beijá-la uma vez mais antes de pisar suavemente através do piso para olhar em sua mochila. –Não acredito que a roupa seja uma bobagem quando há homens no outro quarto – ela apontou para fora – A menos que queira que vá me pavonear diante deles tal como estou. –Não seria seguro para alguém – disse ele e deu a volta para fulminá-la com o olhar. Um rápido brilho de primitiva possessividade morreu tranqüilamente quando a olhou. Dahlia estava sentada na metade da cama, nua vendo-se incrivelmente atraente sexualmente com seu cabelo despenteado e caindo pelas costas. Ele tragou com dificuldade – Tem uns seios perfeitos. Ela riu, da forma que sabia que o faria, a preocupação em seus olhos havia tornado. –Definitivamente tem uma fixação. Ele amava o som de sua risada. Apesar de seus pesadelos infantis e a terrível realidade de sua vida, Dahlia encontrava a forma para rir, genuinamente desfrutando de seu mundo. Sua risada era contagiosa e mais ainda, um tesouro porque era estranha. –Eu gosto de fazer com que sorria. –Isso é bom, porque sempre consegue dizer algo escandaloso. Meus jeans estão secos? Ele entrou no banheiro onde tinha pendurado todas suas roupas recém lavadas para que secassem. –Seu jeans ainda estão molhados, Dahlia, todas as roupas estão. Não tenho nada o bastante pequeno para você. Acredito que vamos ter que fazer umas pequenas compras de roupa. –Os colocarei molhados. Melhor ter roupas que não, com seus amigos esperando lá fora – Ela tentou desesperadamente empurrar a apreensão que estava alagando-a. Era natural, mas para ela perigosa. Deveria ter se envergonhado por fazer amor com o Nicolas separada tão somente por uma parede de um quarto cheio de outras pessoas, mas desejava permanecer perdida no calor e na segurança de sua união. Ela suspirou. Realmente estava se tornando uma dessas mulheres que queriam agarrar-se todo o tempo. Enquanto Nicolas a abraçava, sentia-se muito protegida. Agora, tendo que se vestir e confrontar a um quarto cheio de desconhecidos, sentiu-se mais vulnerável do que nunca tinha se sentido. Dahlia tentou analisar por que. Fazia muito tempo que se treinou em não ter em conta para nada as opiniões de outras pessoas. Os comentários ferinos tinham tomado seu pedágio, e seu temperamento tinha saído vertiginosamente fora em uma quebra de onda de contragolpe a cada vez. Era perigoso que se importasse o que opinassem outros ou pensassem sobre ela. E era horrivelmente humilhante que alguém fosse testemunha de sua falta de controle. Dahlia agarrou a camisa que Nicolas deu. –Como sente o ombro esta manhã? 149
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–Está bem. Um arranhão. A bala só me beijou, graças a você. Seus foguetes os distraíram o suficiente para salvar minha vida. Ele somente deveria ter me disparado em vez de falar disso. Ela se inclinou para posar um ligeiro beijo sobre seu ombro. –Pois bem, estou muito contente que não o fizesse. Me dê alguns minutos para me arrumar e sairei. –Não desapareça no banheiro e me deixe sem meu jeans. Ela o olhou de cima abaixo, um lento sorriso curvando sua boca. –Não sei, eu gosto tal como te vê. –Isso é porque sou assombroso. –Oh, essa é a razão? –Como era que estava tão cômoda com ele? Por que cada vez que o olhava queria rastrear as linhas aclimadas de sua bronzeada face e alisar para trás seu escuro cabelo? O que a fazia se derreter por dentro quando nada e nem ninguém o tinha feito? A intensidade de suas emoções a estremeceu, a assustou. Como antes quando tinha despertado com seu coração palpitando no meio da noite, seu pulso pulsando grosseiramente e diminutas chamas no batente. Nicolas olhou as chamas que dançavam atrás dela. Um sorriso lento suavizou suas duras feições e os ângulos de sua face. –Simplesmente não pôde obter suficiente de mim, não é? Vejo seu sinal de chamada, me querendo de volta na cama. Ela jogou o travesseiro, rindo porque não pôde evitá-lo. –Um homem cordato sairia correndo de um quarto onde uma mulher incendeia os suportes das janelas. –As diminutas chamas já viraram brasas – Não viria correndo. –Mas o homem sábio sabe que o fogo real está na mulher da cama, e ele se precipita a seu lado para tirá-lo – Ele falou com sua melhor voz “de sábio”. Ela jogou um segundo travesseiro. –Quanto dano fiz à casa de seu pobre amigo? Nicolas olhou os sinais chamuscados ao redor da janela. A maioria eram anteriores a essa noite. –Adiciona encanto ao lugar. O valor de venda deveria subir como um foguete. Dahlia sacudiu sua cabeça pelo escandaloso comentário e a contra gosto abandonou a relativa segurança da cama. –Sairei fora em alguns minutos, só me darei um pouco de tempo para me preparar. –Se não estiver fora em uns minutos – ele a avisou – Entrarei para te tirar para fora. Ela revirou os olhos, não muito impressionada por sua ameaça. Podia ver como Nicolas podia ser intimidante para a maioria das pessoas, mas o conhecia muito bem agora. Ele nunca faria nada de propósito para machucá-la. –Eu disse alguns minutos. Ela tomou tempo para arrumar seu cabelo. Não tinha maquiagem e raramente tinha posto mais que o rimel e lápis de lábios, mas de qualquer modo, teria feito sentir menos vulnerável se tivesse tido maquiagem. Seu jeans eram incômodos e estavam um pouco mais molhados do que teria gostado, mas a camisa era de um azul escuro que escondia o 150
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fato de que não tinha perdido o tempo com sua roupa de baixo molhada. Sua pele se irritava facilmente pelo roçar constante com a roupa molhada. Dahlia respirou fundo e abriu a porta. Sabia que todos eram Caminhantes Fantasmas com consciência intensificada, e que souberam no momento em que ela entrou no quarto, mas não estava preparada para o repentino silêncio, ou que todos os olhos se voltassem para ela. Se sentiu como se tivesse ficado apanhada no resplendor de um foco brilhante. Sua mão se meteu silenciosamente em seu bolso para acariciar as esferas púrpuras que sempre pareciam lhe transmitir comodidade. Esperou que as ondas de energia a golpeassem, mas o impacto foi mínimo. Nicolas e ao menos algum outro no quarto ajudaram a aliviar o bombardeio de emoções e pensamentos naturais. –Dahlia – Nicolas cruzou o quarto para colocar seu braço ao redor dela, sabendo que o contato a ajudaria prover de uma barreira a mais – Entra e conhece todo mundo – Ao contemplá-la parecendo pequena, frágil e apreensiva, cada instinto protetor fluiu nele – Sei que é um pouco assustador nos encontrar a todos em massa, mas pelo menos será rápido. –Kaden Bishop, senhora – um homem alto com intensos olhos e um dura borda em sua boca a saudou primeiro. Dahlia soube imediatamente que ele era uma âncora. Tinha o mesmo efeito pacificador que Jesse Calhoun e Nicolas tinham. –Sam Johnson, senhora – um homem de aparência agradável com a pele cor café, robusto e poderosamente fortalecido com pesados músculos, parecia ocupar um montão de espaço. –Ian McGillicuddy, senhora – proclamou o mais alto do grupo. Tinha um impressionante cabelo marrom avermelhado que qualquer mulher teria querido e a risada em seus brilhantes olhos de cor escura. Sua pele era bela, e para a Dahlia se via como um gigante. Dahlia inclinou a cabeça por volta dos três homens e voltou sua atenção ao outro lado do quarto. Sua boca estava inexplicavelmente seca. Nicolas pareceu sentir sua nascente tensão porque sua mão se apertou sobre seu braço como se temesse que ela pudesse se pôr a correr. O desejo estava ali, fluindo para cima, roubando qualquer esboço de calma. –Sou Raoul Fontenot, senhora, mas todo mundo simplesmente me chama Gator. – O dono da cabana tinha um marcado acento cajún e a aparência de um menino mau que podia derreter corações a vinte passos. Dahlia sentia que a cabana ficava menor com cada apresentação. Cada homem se mantinha de pé com largos ombros e volumosos músculos. Ela se sentia ridícula estando perto deles. Nicolas exerceu pressão sobre ela, e ela se deu conta de que tinha dado um passo para a porta principal. Se obrigou a deter-se, pôs à força um sorriso quando seus lábios estavam gelados. –Tucker Addison – disse o último homem. Era impossível descrever adequadamente sua pele. Um rico bronze escuro se estendia por seus avultados músculos. Seu cabelo estava cortado ao estilo militar, mas ela podia ver diminutos cachos surgindo cruelmente apesar de seus esforços por domesticá-lo. –Nicolas me falou que todos vocês – Foi a única coisa que lhe ocorreu dizer. Gator sorriu abertamente. 151
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–Agora, senhora, não acredite em nada do que o pagão diz – Ele descartou as terminações da maior parte de suas palavras, usando-na em vez de nada, mas ela reconheceu o ritmo da forma em que ele falou. Era familiar, uma quente arrastar de palavras meloso que se estendiam sobre o ouvinte, devagar. Era algo para pendurar em meio de uma reunião tão grande. Dahlia se sentou na cadeira mais próxima à porta, agradecida de que estivesse aberta e pudesse escutar o ruído do pântano. A ajudou a se estabilizar. –Foi muito amável que nos emprestasse sua cabana. Ele deu de ombros. –Tudo que seja pela família, ma cher. – Ele olhou para Nicolas – Jeff Hollister teria vindo, mas ainda está convalescente. Lily faz que esse pobre homem trabalhe em sua terapia todos os dias. Ele diz que ela é uma resmungona, mas tem caminhando com uma bengala agora em lugar do andador, assim é que melhorou. –Lily não o deixará fazer nenhuma outra coisa – disse Sam com satisfação. Dahlia podia sentir o afeto que os homens tinham por seu camarada ferido. Uma parte do afeto estava misturado com cólera. A energia se movia através do quarto para ela, o encontro de todos os que a rodeavam faziam com que entrasse em torrentes uma terrível mistura de emoções. –Quem é Jeff Hollister, e o que aconteceu? –É um Caminhante Fantasma, do mesmo jeito que nós, cher – explicou Gator – Ele teve um golpe e algumas complicações, mas ficará bem. Ela sentiu o brilho imediato de cólera fluindo nos homens. Na banda dessa forte emoção chegou o pensamento de traição de um deles. A cólera aumentou dez vezes e golpeou Dahlia duramente. Ela contra-atacou aumentando a temperatura, revolveu o estômago. Impotente olhou para Nicolas. Antes que ele a pudesse tocar para reduzir o impacto, Ian McGillicuddy amaldiçoou, seu punho se fechou fortemente. –O maldito traidor nos vendeu e depois tentou matá-lo. E Jeff não foi o primeiro. Perdemos a dois bons homens, Dwayne Gibson e Rum Shaver. Ambos assassinados no trabalho e estudados em algum lugar como um par de insetos. A onda de energia combinada das emoções nascentes nos homens a golpearam tão fortemente que ela gritou, uma afiada negativa enquanto a pressão se levantava além de sua capacidade para controlá-la. Tinha sido muito confinada, nem sequer tinha permitido agarrar as esferas sepultadas para aliviar sua tensão. Ela se desembaraçou da mão de Nicolas e correu para longe dos homens para a porta, fez todo o possível por dirigir a explosão fora da casa. A porta e a maior parte do marco da porta se acenderam quando uma bola de fogo a golpeou e atravessou a porta aberta para o pátio. As chamas subiram velozmente pela parede para o teto e se estenderam através do pátio até chegar a borda da água. Nicolas a agarrou antes que ela pudesse sair correndo pela porta aberta. –Vai se queimar, carinho, permanece atrás até que o arrumemos – Sua voz estava muito calma – Necessito que todos vocês trabalhem em apagar o fogo, mas enquanto o fazem você respira lenta e uniformemente e medita. Precisamos nos acalmar. 152
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Ele acolheu a Dahlia entre seus braços, apertando-a contra o corpo, balançando-a suavemente de um lado a outro. –Não é grande coisa. Não nos preparamos para a forma em que todos nos sentiríamos sobre o Jeff. Ele é o tipo de pessoa que não pode se evitar que você goste, e acredito que todos nós temos a mesma cólera sepultada. Alguém tentou matá-lo e isto o deixou lutando por seu caminho de volta. Nossa cólera só saiu de improviso. –Precisa de outra âncora? –perguntou Kaden. Nicolas vacilou. Ele não queria que Dahlia necessitasse de outra âncora, mas se queriam que a energia deixasse de alimentar o fogo, Kaden podia ajudar a tira-la de Dahlia. –Só coloca suas mãos em seus ombros. Outros rapidamente sufocaram as chamas dentro da casa e trabalharam para extingui-las do exterior. Dahlia estava no meio dos dois homens, seu corpo tremia e sua cabeça palpitava pela dor. A cólera podia produzir fogo mais rápido que qualquer outra coisa. Ela teve que trabalhar em não se sentir furiosa consigo mesma. Por que não se preparou para tal coisa? No momento em que se sentiu o suficientemente calma se separou deles. –Tenho que sair agora mesmo. Nicolas a observou partir. –Ela se dirige ao terraço, agora acreditará que nunca poderá estar com pessoas depois disto – Ele negou com a cabeça – Sei o que sente agora mesmo, e não é bom. Deveria ter dado instruções prévias ante a severidade das repercussões de seus dons. –Me deixe ver se posso falar com ela, Nico – propôs Kaden – Sou uma âncora, e se a posso convencer que pode ter uma conversa normal comigo, ela poderia tentá-lo outra vez. Nicolas reprimiu o completamente humilhante e ridículo ciúmes que realmente não podia suprimir. Incomodava-lhe mais que qualquer outro traço. Pensava que era algo mesquinho e indigno de um homem. Kaden era um amigo de confiança, e estava honestamente tratando de ajudar. Em todo caso, Nicolas permaneceria fora da vista, mas o suficientemente perto se por acaso Dahlia o necessitava. –Fale a ela sobre a Lily, Kaden – comentou Nicolas. Sua voz pareceu um pouco muito tensa para seu gosto, mas forçou um rápido, agradecido sorriso – Estarei perto se por acaso ela decide partir. Kaden assentiu com a cabeça e subiu pela lateral da casa, movendo-se rapidamente através do terraço. Dahlia estava sentada na zona mais alta, as esferas de cor lilás davam voltas por seus dedos enquanto olhava para a água e o vento removia seu cabelo. Estava muito sozinha. Ela não levantou o olhar quando ele esteve a seu lado e se sentou. –Se por acaso havia muitos de nós se apresentando, sou Kaden – Ele sorriu, no que esperava fosse uma maneira amistosa. Ela esfregou seu queixo contra seus joelhos e respirou profundamente para manter a tensão dentro dela sem explodir para fora. Se recriminar por sua falta de controle não tinha ajudado a se desfazer de toda a energia. 153
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–É o que Nicolas se refere como uma âncora – ela confirmou, apertando os lábios. Ela movia as esferas através de seus dedos rapidamente. Kaden o encontrou quase hipnótico. –Sim, posso tirar as fortes emoções longe de outros, dessa maneira eles podem trabalhar melhor em uma missão, mas as emoções não amplificam as minhas próprias do modo que a energia faz com você. Devemos parecer a você um pouco entristecedores. Quando os homens entram em combate juntos desenvolvem uma certa camaradagem e freqüentemente brincam uns com os outros para aliviar a tensão – Ele a olhou estreitamente, sentindo suas emoções, sabendo que ela estava à beira da fuga – Lily queria vir conosco, mas a convencemos de que preferiria que ela cuidasse de seu amigo. Ryland está com ela, e não lhe acontecerá nada se ele estiver de guarda. Dahlia se obrigou a responder mesmo que seu coração estivesse golpeando e as emoções contraditórias formassem redemoinhos apaixonadamente em seu interior. –Isso é bom – Estar com os homens só lhe trouxe a realidade de que ela nunca poderia ter a vida que tinha sonhado. Não haveria casa no bairro de Lily. Nem churrasco no pátio traseiro com seus amigos. Suas emoções estavam muito perto da superfície. Ela não era como Nicolas… Sem importar quão duramente o tentasse, não tinha sua disciplina, seu autocontrole. Por que ela se sentia tão ameaçada, tão assustada, não sabia. Talvez realmente não queria que Lily fosse de verdade, uma pessoa que respirava. Dahlia não poderia suportar esta decepção. Encontrar uma Lily diferente da ilusão que tinha construído antes. Ou talvez era mais que isso. Dahlia esfregou seu queixo mais duramente contra os joelhos. Talvez o pensamento de Lily viva e abanando o rabo e feliz no mundo enquanto Dahlia tinha que estar sozinha era muito para suportar. Dahlia esperava não ser tão mesquinha, mas tinha a suspeita que o era. –Disse alguém se Jesse viveria? –perguntou ela, determinada a dar a aparência de estar normal. Kaden negou com a cabeça. –Ele está em cuidados intensivos. Intervieram cirurgicamente suas pernas e lhe deram grandes quantidades de sangue. Os doutores não podiam acreditar que estivesse vivo ainda, mas ele estava ali. Acredito que ele tem muitas possibilidades. –E Ryland foi advertido de que não confiasse em nenhum dos agentes do NCIS, não é? –Ele foi alertado. Como engenhou o Serviço Naval de Investigação Criminal para te recrutar? Não tinha nem vinte e um anos quando começou a trabalhar com eles nem tinha o título de bacharel o qual acredito que é essencial para satisfazer os requisitos. –Isso é certo, mas tinha estado treinando desde que era uma menina e tive tutores, assim é que sim, apesar de não ter assistido ao colégio, pude passar algo que me lançassem. E a medula do assunto era que podia dar um serviço que ninguém mais podia – Seus dedos deslizaram em cima e ao redor do jogo de esferas, as movendo continuamente, sem notar quando se elevaram pelo ar por cima das pontas de seus dedos.
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Kaden tentou não contemplar as esferas girando e levitando em cima de sua mão. Ela sentia uma grande confusão emocional, e ele tinha o pressentimento de que ela poderia escapar de um momento a outro. –O que faz para o NCIS? Seu olhar escuro se moveu sobre sua face. –Todos vocês têm crédito de segurança. Não o encontrou Lily quando me investigou? –Não exatamente. Soubemos que Calhoun trabalhava como agente para eles assim é que a progressão natural era que você o fazia também. Sua identidade está sepultada mais profundamente que a de Calhoun. –É bom sabê-lo – Mas isso queria dizer que ela tinha razão. Ninguém tinha descoberto sua identidade; Tinham-na encontrado porque alguém do NCIS a tinha traído assim como também a Jesse. Jesse tinha sofrido por isso e muito bem poderia morrer. Ela suspirou e manteve as esferas dando voltas no ar por cima das pontas de seus dedos, concentrando-se nelas a fim de que a energia aumentada por suas confusas emoções pudesse ser eliminada logo que a produzia – Faço trabalhos de recuperação em sua maior parte. Recupero coisas que pertencem ao governo. Se não se podem recuperar de outra maneira, ou o segredo é imperativo, sou sua mulher. Doía-lhe o coração. Realmente doía. Ela teve que abster-se de pressionar sua mão contra seu peito. Mal poderia respirar. Requereu de toda sua concentração para dar a aparência de estar normal diante o Caminhante Fantasma quando a energia inundava sobre e ao redor dela construindo níveis explosivos em um segundo de tempo. Ela recordava ter estado sentada muitas horas no teto de sua casa, se perguntando por que não era como os outros. Ela recordou ter se movido através das ruas de noite e se deter para escutar às mães cantando docemente aos bebês. Uma mulher em particular tinha chamado sua atenção. Ela balançava seu bebê no alpendre dianteiro e cantarolava ao menino. Dahlia tinha voltado para casa e se abrigou com sua pequena manta esfarrapada e cantou a canção para si mesma, se balançando e tentando se sentir inteira uma só vez. Detestava as manifestações de piedade, e agora estava em uma em toda a extensão da palavra, incapaz de se sobrepor a isso. –Lily estava muito ansiosa para te encontrar. Ela te envia uma carta. Dahlia levantou a vista rapidamente. –Uma carta de Lily? –Sim – Ele tirou de dentro do bolso da camisa um pequeno envelope perfumado. Dahlia cravou os olhos nisso, inspirando agudamente. A escrita era pequena, limpa e muito feminina. Seu coração deu inclinações bruscas dentro dela e uma dor começou em alguma parte de seu estômago. Suas emoções eram já instáveis, e a simples ideia de uma carta de Lily a aterrorizava. Negando com a cabeça, ficou de pé e se afastou de Kaden, sem atenção ao perigo do da inclinação do teto. –Dahlia – Kaden ficou de pé igualmente – Não tinha intenção de te contrariar –Seu olhar se fixou em um lugar atrás dela, a única advertência que ela teve. O duro corpo de Nicolas pressionava fortemente o dela, seus braços deslizando-se a seu redor quando ele tentou alcançar o envelope. 155
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–O pegarei. Não a contrariou, Kaden. É a acumulação da energia. Precisamos deixála em paz. –Dahlia, deveria ter me dito isso – disse Kaden imediatamente – Deixarei os dois para fazerem o que quer que façam para que fique mais cômoda. Nicolas a sustentou, enjaulando-a como faria com um pássaro selvagem. –Não faça isto, Dahlia – ele sussurrou contra seu pescoço quando Kaden desceu do terraço – Fica comigo. Sei que não é fácil, mas podemos encontrar a maneira. –Como? – Ela queria estar zangada, mas tudo o que podia sentir era desespero – Maldição, Nicolas, ódeio choramingar e sentir pena de mim mesma. É inútil. Mas não posso fazê-lo. Não posso estar com estas pessoas e não me sobrecarregar. Como no mundo pensa ir ali e ser feliz alguma vez? Terá que seguir seu caminho, e eu não posso ir com você. E está Lily –S ua voz se quebrou e se apoiou nele – Não quero ler sua carta ou vê-la. Não o farei. Não posso. Ela é tudo o que alguma vez quis em uma irmã. Tudo o que alguma vez recordei, e não poderei tê-la. Nunca deveria ter iniciado nada com você. Nunca. Nicolas moveu sua boca sobre seu pescoço nu, beijando-a ao longo de seu ombro. –Tem medo, Dahlia. É natural, mas não parece ser o tipo de pessoa que corre por um problema. –Não posso fazê-lo, Nicolas. Sabe o que poderia aconrecer. Estou tão perto de perder o julgamento, é incrível. Não posso controlar meus pensamentos ou minhas emoções. É um estado perigoso para que eu esteja encerrada, especialmente ao redor de tantas pessoas. Não podem passar sem sentir nada. Não é possível. –Sei que não é, Dahlia, não minimizo o risco, mas o risco vale a pena. Não estou disposto a partir dando meia volta e fingir que não nos encontramos. É uma Caminhante Fantasma… Tem um lugar conosco. Isso quer dizer que encontraremos a maneira de que possa acontecer. Já não estará mais sozinha. Temos boas mentes, e sabe que Lily é brilhante. Encontraremos a maneira de aliviar isto. Não fez mal ninguém e ninguém está bravo. Sofremos acidentes todo o tempo. Poderão não ser fogos, mas podem ser igual de perigosos. Todos nós tivemos que encontrar formas para lhe fazer frente. Viu qualquer deles te olhar como se fosse diferente? É igual a nós. Fazemos que nos ocorram estas coisas – Ele o repetiu com ênfase, querendo fazer que acreditasse. Desejando que acreditasse. Sua boca a comovia com o calor. A energia golpeando-a, abundando a seu redor, inundando sobre ela começou sutilmente troca. Ela poderia sentir a mudança. Sua consciência sexual intensificada. Seu corpo cobrando vida e cada terminação nervosa esperando antecipadamente. Ela fechou seus olhos contra a gigantesca onda de paixão. –Acha que podemos passar o resto de nossas vidas fazendo amor quando temos companhia? –Não lhe prestaria atenção, embora duvide que seja muito prático. Mas estar sentado sobre o teto não é exatamente prático tampouco. –Surte efeito. –Aparentemente como o sexo – ele apontou com satisfação. Inesperadamente ela riu, relaxando-se contra ele. 156
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–Soa com ar satisfeito masculino. Honestamente Nicolas, não pensa mais que no sexo. - Só com você. Não estou disposto a me dar por vencido, Dahlia. Você não é uma desertora. Tem lutado por uma vida desde que era uma menina, encontrando sua maneira para se ocupar da energia quando não teve nenhuma ajuda. Nunca poderia viver com você mesma se abandona agora. Ela deu a volta em seus braços e inclinou sua cabeça para o contemplar. - Se não encontrasse a maneira, sabia que deixaria de existir. Sabia que a energia ganharia. Isto é diferente. Tive sonhos, Nicolas. Todo o mundo tem que poder sonhar. Se não puder torna-los realidade, tenho que poder ter sonhos, e se não posso estar com todas essas pessoas – ela agitou sua mão para indicar aos Caminhantes Fantasmas - não me resta nada, nem sequer meus sonhos. - Você tem a mim, Dahlia. Passamos os dias e as noites juntos e ambos sobrevivemos. Não vou a nenhum lugar – Suas mãos agarraram seus ombros - Te busquei toda a minha vida. Nunca pensei que alguma vez teria uma mulher para mim, porém te encontrei. Você me deu mais do que alguma vez entenderá. Se nossas visitas a Lily tem que ser curtas em princípio enquanto aprendemos a manipular a energia, ela entenderá. Nos manteremos trabalhando sobre ela até que a controlemos bem. Ela fechou seus olhos e enterrou sua face contra seu peito. Tudo o que dizia tinha sentido. O espantoso conhecimento florescia dentro dela. Estava se apaixonando por Nicolas Trevane. Ela não podia agüentar pensar em perde-los tanto a Nicolas como Lily. Ele podia pensar que poderiam triunfar ante as quantidades massivas de energia, porém nunca tinha visto casas incendiadas pelo fogo - Não tenho nenhum controle emocional, e antes que nomeies os mestres Zen, tenho estudado seus ensinamentos. Tenho meditado em tantas posições diferentes que converti a mim mesma em um frango salgado e tostado. Isto não me serviu. Meus sentimentos estão muito amplificados pela energia que eu mesma produzo com minhas emoções. Agora mesmo estou assustada e desgostosa. Não sente a energia que se reúne a nosso redor? Suas mãos deslizaram acima até sua nuca. - Sim. Posso sentir que quando me toca, a energia diminui de intensidade? Posso te ensinar as coisas que meus avós me ensinaram. Formas de suspender a energia por cima da emoção e deixar que se dissipe naturalmente. - Você o faz. É um âncora. Não é seu treinamento. - Como você pensa que consigo manter tais níveis baixos de energia ainda que esteja em uma situação de vida ou morte? É pelo treinamento. Você tem a disciplina, Dahlia. A usa quando faz girar as esferas e permite que a energia se disperse pela atividade física. Venha. Não temos terraços para saltar, ou cabos para encontrar, porém podemos lutar contra uns jacarés. Ela se permitiu um breve segundo de diversão. - Você pode lutar contra os jacarés, Nicolas, parece muito lamacento para meu gosto. Realmente não gosto do barro em meu cabelo. - É uma pequena desavergonhada. 157
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Dahlia voltou a rir, uma risada genuína. O som estendido pelo pântano, liberando com isso uma certa quantidade da terrível pressão de seu corpo. - Está me desafiando? Me induzir para algum tipo de competição masculina? Isso é algo tão masculinamente infantil. As mulheres, as verdadeiras mulheres não têm que provar nada aos homens. Já sabemos que somos o gênero superior – Ela se afastou dele e se moveu através do terraço facilmente, com passos firmes. Como sempre, Nicolas se maravilhou de seu equilíbrio. Ela girou sua cabeça e sorriu, um sorriso particularmente travesso que pôs todo seu corpo duro e fez de suas vísceras mingau. Ele nunca se acostumaria ao efeito que ela tinha nele, mas estava chegando a gostar. Podia viver com isso. De fato, enquanto não tivesse que admiti-lo, agradava-lhe. Ela deu um salto mortal fora da borda do terraço e aterrissou como um gato sobre seus pés, já atravessando correndo a vegetação exuberante. Ela era pequena e ligeira, mal passava roçando a terra enquanto corria, justo por cima de um caminho estreito que seria difícil para um marco maior e mais pesado. –Essa vantagem é injusta! –Ele gritou, saltando da costa do terraço ao chão. Ele a seguiu através do pântano, marcando o passo ele mesmo, cuidadoso de meterse na corrente, mas se aproximando o suficiente para te-la à vista. Amava a maneira que sem nenhum esforço corria. O fluido movimento e a obscenidade de seus pés. Ao cabo de uns minutos ele olhava o balanço de seu traseiro, a forma em que o material de seu jeans se estirava apertando-se através de sua nádegas, se aconchegava e marcava a sua carne. Ele nunca esqueceria a primeira imagem de seu traseiro nu, só uma leve imagem, mas tinha sido suficiente para causar um milhão de fantasias. Nicolas correu atrás dela e pensou sobre a curva de seu quadril. Sua suave, perfeita pele sob os jeans. Ele fechou suas mãos em apertados punhos, a fantasia de afundar seus dedos nela, amassando seu traseiro, puxando-a apertadamente contra ele. Era muito difícil correr quando com cada passo seu corpo parecia endurecer-se em uma larga doença, mas sua mente se recusava se entregar às eróticas imagens. Cada tronco caído pelo que passou, ele os visualizou cobrindo-a e conduzindo-a repetidas vezes. A luz do sol brilharia sobre sua pele, e ele olharia o modo em que eles se uniam tão perfeitamente juntos. Ele gemeu em voz alta quando sua ereção ficou mais pesada, puxando apertadamente contra o material de seu jeans e roçando-o incomodamente. Ele sentiu a mera carícia sobre sua pele, como se uma mariposa se colocasse silenciosamente em seu jeans e tivesse aterrissado sobre seu pênis. As asas pareceram revoar sobre a sensível cabeça, passando roçando a larga raiz, e logo o fôlego quente o absorveu, calor quente, úmido e uma língua lambendo-o. Ele cambaleou, parando imediatamente, agarrando a árvore mais próxima para apoiar-se. A risada flutuou atrás dele. Dahlia girou, estava de pé contra a luz do sol, os raios se dispersavam a seu redor acendendo sua face, seu sorriso, sua língua, quando ela molhou seus lábios e balançou sua cabeça em um convite vergonhoso. Seus escuros olhos riram dele. Desafiando-o. –Vêem aqui – Ele não podia ir atrás dela. Não podia caminhar. 158
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–Acredito que não – Ela respondeu, mudou de direção e correu, o deixando amaldiçoando e doendo e mais necessitado que nunca. Ele deu um passo. Sua língua o banhava e acariciava. Ele o sentiu. Era impossível andar com seu corpo quase arrebentando por seu jeans. O zíper desceu e o alívio foi instantâneo. Ele pôs sua mão ao redor de sua dolorosa ereção e esperou o seguinte movimento. Sentiu seus dentes mordiscando-o. Seu corpo saltou sob sua mão. Dois podiam jogar nos jogos da mente. E ele estava bastante seguro de que era um perito em fantasias. Ele a imaginou estendida diante dele, seu corpo aberto para ele, pequenos gemidos escapavam de sua garganta. Sua boca estava já ocupada em seu seio, quente e úmida, lambendo seu mamilo e mordiscando-o atrativamente até que ela trocou impotentemente e seus gemidos aumentaram. –Isso não é justo! – Ela parou a alguns metros dele, seu cabelo caindo como uma sedosa cascata. Ela respirava pesadamente e ambas as mãos cavavam seus seios doloridos. –Abre sua camisa. –Não abro minha camisa. Só aumentará seu pequeno fetiche do seio. Seus olhos estavam em suas mãos. Ela moveu suas palmas sobre seus mamilos, tentando aliviar a dor. Ele contemplou sua face. Ela estava totalmente absorta no seguinte movimento de sua mão, enrolou-se ao redor de sua ereção. Sua língua saiu como uma flecha e molhou seu lábio inferior. Seu corpo adquirir vida própria, quase saltou de sua mão. –Vêem, Dahlia – ele disse outra vez – Te necessito. Capítulo 14 Nicolas era pura tentação, um diabo ali de pé com seu sorriso pecaminoso e sua fascinante escuridão em seus olhos. Que possibilidades tinha de resistir? Sua reação por seu pequeno jogo era enorme. E tentadora. Ela deu um passo para ele, jogando apesar de si mesmo. –Desabotoa sua camisa. Quero te olhar. Sua voz era muito rouca, tão crua como a fome, um tremor percorreu sua coluna vertebral. Ele não estava já muito alegre e se mostrava nas linhas de paixão gravadas tão claramente em sua facea. Dahlia abriu cada um dos botões voluntariamente e permitiu que a camisa ficasse aberta assim é que o sol pudesse acariciar seus seios. Ela cavou seu peso em suas mãos, sentia-os doloridos, apertados e aumentados. Mas seu olhar ficou fixo em sua enorme ereção e a queda de umidade refulgindo em previsão de sua conformidade. Ela deu outro passo para ele. –Tire seus jeans. Ela engoliu um medo repentino que subia vertiginosamente, mas lentamente fez o que tinha pedido. Empurrou os jeans de seus quadris para baixo por suas pernas, saindo deles. Ela não vestia nada embaixo. Observou como se acelerava sua respiração. Viu como sua mão se fechava hermeticamente, deslizando-se suavemente de cima abaixo por uma 159
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vez, duas vezes, em um esforço por conseguir alívio. Dahlia foi procurar sua mão e se desfez de seu jeans quando caminhou para ele. –O que você quer? Ela se aproximou o suficientemente perto para que seu cabelo deslizasse sobre a sensível cabeça de sua ereção quando baixou os jeans até seus pés. –Tire a camisa. Quero te ver. Sem uma palavra ela deixou que a camisa escorregasse até o chão. Suas mãos o cobriram deslizando-se por sua parte interior para cavar e apertar sua bolas suavemente. Ela permitiu que suas palmas deslizassem sobre seus quadris e suas coxas quando se ajoelhou sobre os jeans diante dele. Nicolas sentiu sair de repente o fôlego de seus pulmões, deixando que se queimasse pelo ar. Sua boca se deslizou sobre ele, quente e úmida e tão apertada como um punho. Sua língua dançou ao longo de sua borda ultrasensível, enviando tremores de excitação para sua coluna vertebral e chamas ardendo através de sua corrente sanguínea. Ela tinha tomado sua fantasia diretamente de sua cabeça, todos os pensamentos que tinha tido enquanto corria atrás dela, e agora ela os punha em prática. Sua boca era um milagre de calor. Ele estendeu uma mão para encontrar uma âncora mas só pôde enterrar seus dedos profundamente em seu cabelo, animando-a enquanto seus quadris começaram a seguir o ritmo que ela estabeleceu. Seus dentes e seus músculos estavam apertados. Seu sangue cantou e seu coração palpitou. O pântano adquirir vida a seu redor, foguetes dançavam, diminutas estrelas de cores brilhantes, e a eletricidade ziguezagueou em um arco quando a energia sexual se fundiu, amplificando cada sensação. Seus dedos roçaram os lados de seus seios, voltando para seu cabelo enquanto ela realizava um assombroso baile com sua língua e depois o amamentava como se ele fosse uma aditiva geléia. Nicolas nunca havia sentido uma combinação de selvageria e amor ao mesmo tempo. Uma parte dele era consciente que a energia o influenciava, mas muito pouco de seu cérebro parecia funcionar. Ele só podia sentir… Necessidade. Soube que estava sendo rude quando a arrastou para aproximá-la, querendo que ela o tomasse mais profundamente, mas parecia que não podia deter-se. Ela o tentava e o atormentava e quanto mais o fazia, mais a terrível pressão se levantava até que esteve seguro de que cada parte dele explodiria. Ele podia ouvir sons animais, profundos grunhidos em sua garganta. Queria seu calor rodeando-o. Ela estava o conduzindo pela borda e quase acabava com ele. Ele agarrou seu cabelo, um pequeno puxão doloroso, exercendo pressão sobre as raízes. Inclusive os fios sedosos em seus punhos eram eróticos. Ela o contemplou, lambeu os lábios, quando ele a levantou facilmente sobre seus pés. Suas mãos deslizaram sobre seu corpo. Ele desfrutou do fato de ser maior, suas palmas podiam cobrir maiores seções de pele. Ele amassou seus seios, dobrou sua cabeça para encontrar sua boca, tomando posse, não lhe dando uma oportunidade a enganchar-se até sua fome. Ele mordiscou sua boca, um desejo por seu sabor quase o conduzindo fora de sua mente. A pressão de seu corpo, propulsando para cima dos dedos de seus pés até seu crânio era enorme. Ele separou suas 160
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coxas, usando suas pernas então sua mão podia deslizar sobre seu plano estômago para a massa de diminutos cachos. Ele os encontrou úmidos pelo calor. Ela estava úmida e ardente por ele. Esperando-o. Sabia como ela se sentiria quando ele entrasse nela. Ele a desejou ardentemente quente, escorregadia e empapada. Seus dedos empurraram dentro de seu canal. Ela gritou seu nome, enquanto buscava o ar. Ele empurrou mais profundamente, obrigando-a a montar, querendo que estivesse no mesmo tom de febre que estava ele. Só quando ela ofegou, seu corpo balançando-se e apertando, onda atrás de onda, ele olhou a seu redor procurando o tronco mais próximo. Felizmente a poucos passos havia um. Ele a levou, colocando sua camisa sobre o tronco e dobrando-a sobre o tronco de maneira que a curva de seu traseiro ficasse para cima, para ele. O sol iluminou sua pele. Ele ficou olhando-a, amassando sua carne, esfregando sua ereção ao longo da abertura de seus perfeitos sucos. Seu canal estava quente e escorregadio e ele o acariciou com o nariz carinhosamente. Ela empurrou para trás, tentondo o obrigar que entrasse, mas ele se agarrou, prolongando o momento, desfrutando da fricção e a vista da umidade em sua pele. Ele sentiu uma luxúria primitiva levantando-se, e uma necessidade selvagem de saber que lhe pertencia. Não tinha nem idéia se era uma conseqüência da energia ou seus antepassados, ou sua linhagem, mas não havia nada doce ou suave em sua fome por ela, seu vício por seu corpo ou sua necessidade de saber que lhe pertencia com toda a alma. Ele quis que o primeiro momento de entrada, enquanto empurrava duramente, enquanto colocava suas mãos em seus quadris e seu cabelo escorregou a seu redor e seus sobressalentes seios para a terra, pudesse durar para sempre. Sua capa o tragou, tão apertada que fechou seus dentes. Ele podia sepultar-se mais profundamente desta forma, empurrar mais forte ou, chocar-se contra ela repetidas vezes com investidas mais largas, acelerando enquanto ela resistia, gritava e seus músculos o apertavam e o acolhiam. A energia se verteu sobre ambos até que cada terminação nervosa e cada célula esteve viva e conectada à erótica paixão. Uma vez ele olhou para cima e pensou que viu um relâmpago formando um arco nas nuvens, mas nada tinha importância exceto sua quente sedosa capa apertando e roçando-se com uma fricção de veludo tão apertada que ele soube que nunca duraria enquanto precisasse ser satisfeito. Ele puxou suas costas para ele com cada golpe, montando-a dura e furiosamente, querendo avançar lentamente dentro de seu corpo e unilos para sempre. Se realmente existia o êxtase no mundo, Nicolas soube que o tinha encontrado. Ele estremeceu dentro de seu suave corpo, e ela empurrou para trás com a mesma força, gritando de prazer, completamente desinibida com ele. O queria com a mesma aguda intensidade e nunca tentou esconder. Apanhados na voragem de energia sexual, foram selvagens e frenéticos. Tomar a Dahlia era tão necessário para Nicolas como respirar. Não podia começar a pensar ou a trabalhar até que saciasse essa terrível fome, o vazio que sentia. Tomou uma profunda respiração, solicitando antes de uma tormenta, quando sentiu que seu corpo se fechava hermeticamente ao redor do dele. Notou os músculos de seu corpo o rodeando apertadamente agarrando-o, ávido por cada gota de sua paixão. Ávido por cada sensação que podia lhe dar. Ele estava ardendo pelo controle, tudo nele se concentrou em sua 161
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virilha. O trovão estava em sua cabeça, palpitando em seus ouvidos. E depois ele vertia sua semente nela, com veemência e profundamente. Seus quadris empurraram duramente repetidas vezes em seu interior, conduzindo-se mais profundamente, querendo ser para sempre parte dela. Respirando fortemente e com dificuldade, Nicolas se agachou sobre ela, descansando sua cabeça em suas costas enquanto seus corações golpeavam com a mesma ferocidade com a qual tinham feito amor. Ele não queria deixar seu santuário, o paraíso de seu corpo. Tantas vezes que a tinha tomado — e agora eram muitas — cada vez parecia melhor que a vez anterior. Ele pressionou um beijo na base de sua coluna vertebral enquanto afrouxava seu corpo do dela. –Amo a forma que joga os jogos mentais, Dahlia. Se sinta com a liberdade para acessar a qualquer hora. Ele era a única coisa que a sustentava. Dahlia estava quase eufórica, mas seu corpo bem usado, estava deliciosamente dolorido. Ela podia sentir suas impressões em sua pele, sua profunda marca no interior de seu corpo. Ela duvidava que alguma vez voltasse a estar completa sem ele. Ela descansou contra a árvore caída enquanto suas mãos massageavam seu traseiro e enviavam mais ondas através de seu coração profundamente. Depois de tal tormenta de fogo das frenéticas relações sexuais, ela sentia que necessitava que as profundas contrações mais fáceis descessem de qualquer lugar onde flutuavam. Lentamente ela mudou de posição e se apoiou contra o tronco. –Por que parece que nunca tenho roupa quando estou a seu redor? Nicolas dobrou sua escura cabeça para a dela. –Porque eu gosto de olhar você – Ele emoldurou seu rosto com as mãos e a manteve quieta para beijá-la. O fez terna e carinhosamente, um contraste direto com a ferocidade de sua maneira de fazer o amor – Não só amo olhar você, Dahlia, eu gosto de ouvir o som de sua voz. E amo suas expressões. Sinto que já me apaixonei por você, introduziu-se em minha cabeça. Dahlia ficou com o olhar fixo nele, piscando rapidamente, sentindo como se seu coração tivesse parado de bater. Ela estava nua, vulnerável e ele declarava seu amor. –Não me ame, Nicolas. Não o faça. –Acredito que é muito tarde, carinho. Penso que caí como a proverbial árvore. Ela negou com a cabeça. Seus seios balançaram, chamando sua imediata atenção. Imediatamente ele pôs suas mãos sustentando o leve peso em suas palmas. Seus polegares bencavam daqui para lá suavemente sobre os bicos, enviando raios por todo seu corpo. Sua matriz se contraiu outra vez. Ia produzir outro orgasmo só tocando-a. Ela tremeu sob a carícia de suas mãos enquanto seu corpo se balançava com prazer. –Poderia me acostumar a você. – Ela mal podia conseguir que as palavras saíssem. –Isto é o que estive tentando te dizer. Tão somente não quebre meu coração, Dahlia. Nunca antes o entreguei. Ela colocou ambas as mãos sobre ele. –Nunca antes tive o coração de ninguém. Não sei nada sobre conservar corações. Está assumindo um terrível risco. 162
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–Isso é o que melhor faço – Ele agarrou a camisa do tronco caído e a sacudiu, a segurou para que ela passasse seus braços pelas mangas – Agora está relaxada? – Ele juntou os lados da camisa e a abotoou. –Estava até que começou a adotar a palavra amor. Isso é suficiente para assustar a alguém – Seus nódulos acariciavam seus seios o suficiente para enviar a seu corpo palpitações uma vez mais. E talvez estivesse muito mais relaxada do que pensava porque suas pernas pareciam borracha e a ameaçavam dobrar. Nicolas fechou o zíper de seu jeans e recuperou os dela, sacudindo-os cuidadosamente, batendo no material para tirar a sujeira. –Esta mudança de papéis tem que parar. Sou o homem e você é a mulher. Às mulheres gosta de ouvir as palavras de amor. Foi assim durante séculos. Não estrague a ordem correta das coisas. –Há algum tipo de manual para as relações? – Ela perguntou curiosamente – Nunca vi uma relação real. Jesse nunca mencionou uma namorada, e Milly e Bernadette nunca falaram de homens. Acredito que pensaram que se o faziam me contrariariam. –Por que seria? – Nicolas olhou como colocava sua camisa dentro dos jeans. Havia algo muito feminino na forma em que ela colocava as roupas. Ele poderia observá-la se vestir e se despir para sempre. –Porque nunca teria um namorado, é obvio. –Sempre pensei que essa era uma palavra estúpida. Namorado. Não somos adultos? E isso soa tão insípido. Sou muito mais que um namorado. –É? Ele apanhou sua mão e a puxou para ele. –Sabe malditamente bem que sou – ele apanhou um brilho de luz de humor em seus olhos e riu com ela. Sentiu-se bem. O resto da energia se dispersou, levantando o peso dos ombros de Dahlia. –Até onde vai levar esta relação, Nicolas? Porque se pensa ir muito mais à frente, definitivamente necessito um manual de algum tipo. –Levarei até o final. Não necessitará um manual, porque posso te subministrar todas as respostas – Ele sorriu abertamente quando empreendeu a viagem de volta pelo caminho para a cabana. Dahlia enviou um rápido sorriso e se concentrou nas sensações que tinham compartilhado juntos. Ela sabia como se reduzia sua vida drasticamente cada dia com a energia emergente. Podia chegar da maneira mais inesperada e não desejada, somente por um breve arrebatamento de cólera ou melancolia que ela pudesse sentir agora. Quando estava com Nicolas, a realidade parecia diminuir gradualmente, e durante alguns breves momentos podia acreditar que estariam juntos, que poderia viver uma vida quase normal. No momento que o mundo real se entremetia, a verdade a golpeava duramente. Já a apreensão de confrontar a todos os homens aumentava com cada passo que a levava para a cabana. Ela conhecia a opinião de Nicolas que era indisciplinada, mas ordenar os pensamentos de alguém e suas emoções cada minuto de vigília era quase impossível.
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–Como mantém suas emoções tão sob controle, Nicolas? Inclusive quando faz coisas que podem te incomodar? – Ela olhou para ele para se assegurar que sua pergunta não o tinha transtornado. –Não faço nada a menos que acho que seja necessário. Se for necessário não há razão para que me incomode. O universo tem uma ordem natural das coisas. Faço todo o possível por fluir com isso e não tentar controlar coisas por mim mesmo. A verdade é que o controle é um mito. Não pode controlar a outra pessoa ou inclusive um acontecimento. Você só pode se controlar. Então isso é o que faço. Se for necessário sair fora a uma missão e o trabalho tem que ser feito, faço-o. Não há razão para complicá-lo com emoções desnecessárias. –E você pode fazer isso? – Algo do que dizia tinha sentido, mas ela tinha que admitir que havia algo que a incomodava – Se o tivessem enviado aqui para me matar. Teria feito? –Não teria vindo a menos que alguém me desse uma maldita boa razão, Dahlia. Não fez nunca nada para te sentenciar a morte. Ela esfregou a têmpora onde a seqüela de sua dor de cabeça ainda permanecia. –Me alegro de não ter que tomar essas decisões. Suponho que há uma espécie de segurança em ter as capacidades psíquicas que tenho. Deliberadamente não posso machucar a alguém sem um castigo severo, imediato. Sei que quiseram me treinar como uma arma, mas não podia fazer todas as coisas necessárias. Por todos os problemas que poderia causar, penso que me salvou de ter que tomar decisões que não podia querer fazer. –Desfrutou aprendendo artes marciais? –Sim – Dahlia podia ouvir o som dos martelos e as serras trabalhando através do pântano quando se aproximaram da cabana. Seu estômago se apertou. Ela respirou profundamente, estabilizando seu fôlego e continuou caminhando com ele como se não escutasse nada. –Bem. Tenho uma formosa escola de artes marciais em minha casa. Desfrutará dela. –Por alguma razão, tinha a impressão que todos vocês estavam na casa de Lily. –O fazemos temporalmente. Ela foi o suficientemente generosa para nos abrir sua casa. As paredes acrescentadas pelo Whitney são especiais para ajudar a manter isolado o som e proteger melhor a Lily. Treinamos ali, conduzindo exercícios para fortalecer as barreiras que nos permitirão permanecer no mundo exterior sem âncoras durante períodos de tempo mais longos. Todos temos nossas casas. A minha está na Califórnia acima, nas montanhas. Tenho vários acres, e belos jardins. Tenho pessoal mantendo a propriedade enquanto não estou. Ela escutou orgulho em sua voz. Preocupava-se com sua casa. –Me fale sobre a casa. –É uma mistoura do oriente e ocidente. O desenho japonês é muito aberto e lhe dá um sentido de tranqüilidade. Sinto paz quando estou lá. Desfruto trabalhando com as plantas, e felizmente, o clima é o suficientemente suave para que os jardins permaneçam verdes quase todo o ano. Pode ouvir o som de água correndo no riacho, e incorporamos uma pequena cascata natural no fundo dos jardins. Tenho maciços de ervas e plantas curativas – enviou um rápido sorriso –Fui otimista sobre o fato de que aprenderia a curar. 164
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Estavam o suficientemente perto da cabana para que Dahlia pudesse escutar o som das vozes dos homens enquanto brincavam uns com os outros. Ela parou no gasto caminho para contemplar Nicolas. Os raios de luz iluminavam como a meia-noite sua escura cabeleira e beijavam sua pele de bronze de maneira que parecia quase aceso. –Posso te ver trabalhando em seu jardim. Engraçado que nunca antes o tivesse considerado. Falou-me de seus dois avós, mas acredito que só via partes de você, não as juntava como um todo – Ela colocou seus braços ao redor de sua cintura e inclinou sua cabeça até a dele – Quero que me beije outra vez assim pensarei nisso quando virmos a outros em vez da humilhação de por fogo na casa de Gator. Nicolas não vacilou. Agarrou sua nuca com a palma da mão e baixou sua boca para a dela. Cada vez que ele a beijava ela sabia que a saboreava, fundindo seus corpos, sempre a movendo tão inesperadamente. Ele duvidou se alguma vez se acostumaria à sensação e a seu sabor. Ela tinha avançado lentamente para seu interior e não havia maneira de tirá-la. Ele começou com beijos lentos, ternos, mas finalmente ele era um homem faminto, desejando ardentemente repetir, beijando-a repetidas vezes. –Ouça! – A voz do Gator os separou – Nico, tira suas mãos de cha d'bebe e se comporte. Dahlia se afastou, suaa bochechas avermelhada apesar de sua determinação para não deixar que a fizessem passar vergonha. Não era definitivamente o simpático bebê de Gator. O homem podia dobrar os dedos do pé de uma mulher simplesmente com sua fácil voz. E ele sabia também. –Acredito que seu bebê fez o primeiro movimento – disse Sam assinalando de um canto da casa. Ele tinha uma serra em suas mãos e lhes sorria abertamente. A mão de Gator foi a seu coração. –Me diga que não é verdade, ma cher cherie. Não terá permitido a este corruptor de mulheres que a tente, não é? Dahlia levantou sua sobrancelha e contemplou Nicolas. Nada parecia o afetar, nem ser apanhado beijando-a e tampouco as brincadeiras. Ele se via inescrutável e tão sereno como sempre. –Corrompe às mulheres? –Esse o departamento de Gator. As senhoras sempre vão por ele. Tem a aparência de um menino mau, o acento cajún, e fala frances e então elas se descontrolam. Dahlia se apoiou contra Nicolas, aceitando a proteção que oferecia seu corpo, não porque o necessitasse, exceto porque ela sentia que ele o fazia. Nicolas não tinha mais experiência nas relações que as dela, e ele estava incômodo com a fácil camaradagem que os outros Caminhantes Fantasmas tratavam de estabelecer com ela. Ela se precaveu de que ele não estava quase tão seguro de si mesmo e dela como deixava entrever. –Posso ver isso em Gator. Ele está suave quando serve ao touro, sabe o que quero dizer? – Piscou um olho a Nicolas. Nicolas sentiu que seu coração dava um curioso pequeno salto. Dahlia criou uma intimidade com ele, uma obrigação, e ele soube que ela o fazia por ele, não por ela. Ele pensou que havia algo notável nessas pequenas coisas, inesperadas quando alguém as fazia para ele. Era jovem quando perdeu seu avô Lakota, e seu avô japonês raramente fazia 165
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demonstrações de afeto, mas Nicolas recordava o impacto quando fazia alguma amostra de afeto. Ele pigarreou. –Sei exatamente o que quer dizer. Gator levantou para trás sua cabeça e riu. –Ela é muito boa, que mulher. Pendure nela, Nico. –Tento-o – Respondeu Nicolas. –Gator – Dahlia gesticulou para a cabana – Sinto ter incendiado sua casa. Coisas como esta ocorrem bastante a meu redor. –Um pequeno fogo não é nada pelo que se assustar, ‘tite soeur. Arrumaremos –Seu sorriso ficou travesso – Vi faíscas no ar sobre o velho lago. Estava mais preocupado que estivessem brigando, mas agora penso que foi algo inteiramente diferente. Dahlia não pôde menos que rir. Não era simplesmente por seu escandaloso comportamento, a não ser sua atitude tranqüila e seu acento encantador. E ele se referiu a ela como irmã pequena. Uma parte sua se deleitou com isso. Nicolas obviamente lia seus pensamentos. “Gator é algo exceto tranqüilo em uma briga, Dahlia. Ele é um dos melhores que temos. Todos o são. Nunca os menospreze.” “Não me preocupei. Só penso que ele é…” ela vacilou, substituiu, “lindo.” “Lindo? Acha que ele é lindo? O que tem de lindo nele?” Ela amou a nota de brincadeira em sua voz. Nicolas estava mais relaxado ao redor dela agora. Realmente alcançavam um ponto onde parecia que encaixava um com o outro. Ele podia brincar com ela sobre outro homem e o anterior ciúme não se fez público. “Pois bem, sim. Ele tem esse sorriso, esse sorriso realmente de menino mau, e um grande traseiro.” “Na página oitenta do manual de relações, claramente indica que não pode olhar o traseiro de outro homem, especialmente se pensar que é genial.” Sua risada flutuou atravessando os pântanos. As grandes garças agitaram suas asas e continuaram caminhando sobre suas pernas como pernas de pau através dos canaviais. Várias rãs coaxaram, e Kaden e Ian aproximaram suas cabeças muito perto. Kaden deu uma saudação pequena. –Me alegra te ver muito melhor. –Melhor, obrigado, embora esteja um pouco envergonhada pelo incêndio da casa de Gator –Te disse que não havia nenhuma necessidade para estar desgostada, ma cher –disse Gator – Não queríamos que os homens se aborrecessem. Os coloquei para trabalhar. –De qualquer modo, odeio a perda de controle – disse Dahlia, determinada a encaixar entre os Caminhantes Fantasmas. Se ela era igual a eles, poderiam entender as complicações as confrontando e talvez encontrar a maneira de fazer sua vida melhor, ela ia dar tudo de si – Trabalhei muito duramente desde que posso recordar mas ainda cometo enganos infantis. Parte disso está meu temperamento. Nicolas agitou seu cabelo, desejando poder encontrar as palavras adequadas para reconfortá-la. –É muito dura com você mesma. Todos aprendemos disto. Pensou alguma vez que alguma das outras garotas perdidas poderiam estar ali fora em alguma parte sozinhas, sem 166
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saber o que tinha acontecido? Talvez pensando que estão loucas? Descobriremos o que pode ou não pode fazer, o que é melhor para todos nós. Os experimentos são perigosos e se cometem enganos, mas são necessários. Tem que pensar sobre estar ao redor dos Caminhantes Fantasmas como um experimento. Nenhum de nós nunca condenaria um engano. Os homens olharam boquiabertos para Nicolas. –Isto é mais do que o ouvi dizer em três anos – disse Sam. Ele deu a volta para outros – Alguma vez o tinham ouvido falar tanto? –Não estava seguro de que pudesse falar – Tucker Addison respondeu diretamente. –Ele fala – disse Dahlia defensivamente. –Peço que nos perdoe, senhora, mas ele é francamente anti-social –assinalou Sam – Sempre o foi, sempre o será. Dahlia elevou sua face para a brisa, inspirando profundamente. –Por que é tudo mais fácil? Isso é porque estou ao ar livre? O que estão fazendo diferente? –Somos capazes de ter nossas emoções controladas, Dália – disse Kaden – Trocamos opiniões e decidimos que era a melhor ação para sua comodidade quando está a nosso redor. Inesperadamente ela sentiu as lágrimas ardendo em seus olhos e escorregou sua mão em seu bolso para sentir a comodidade familiar das esferas púrpuras. –Obrigado. Causa assombro que todos possam manter levantada uma barreira ao redor de suas emoções. Nenhum vai sofrer nenhum efeito secundário por isso? Sou consciente que o uso dos talentos algumas vezes pode ser doloroso. –Não, só requer um pouco de disciplina – disse Gator – Alguns de nós o temos naturalmente, mas Tucker, está trabalhando nisso. Os homens sorriram abertamente para Tucker. “Tucker é um dos mais pacientes e tranqüilos na equipe dos Caminhantes Fantasmas. Nada o irrita. Ele estava acostumado a trabalhar na equipe antiterrorista antes de vir conosco e é tão estável como uma rocha”, Nicolas a comunicou via sua união mental. –Pode me ensinar o mesmo? –Com certeza – Kaden falou outra vez – Lily tem a todos fazendo exercícios mentais todos os dias, algo assim como os levantadores de pesos. Isso parou mais efeitos secundários, embora as primeiras semanas fossem difíceis. Agora os fazemos automaticamente. Mantém-nos preparados para o trabalho que fazemos. Dahlia caminhou com o Nicolas ao redor da cabana para a entrada dianteira onde uma porta nova e um marco estavam já em seu lugar. –Todos têm habilidades psíquicas diferentes? – Era muito mais fácil tratar com os homens agora que se esmeravam em bloquear com uma barricada todas suas emoções, regulando a ela outro bombardeio de energia. –Compartilhamos diversos talentos – disse Sam – Embora cada um de nós tem vários e alguns únicos só nossos. Por exemplo, Gator agi convenientemente quando os cães guardiães vêm por nós. Ele pode obrigar os animais selvagens a se transformar em mascotes. 167
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Dahlia voltou sua cabeça para olhar Gator, quem estava apoiado contra a parede vendo-se sexualmente atraente com sua camisa aberta, com seus dentes brancos brilhando e seu escuro cabelo caindo através da testa. Gator sorriu. –Leio seus pensamentos, ma cher cherie. Nicolas tirou uma faca de sua bota e estudou a larga folha. –Ela não é nada sua, homem do pântano – Sua voz era tão fria como o gelo, mas Dahlia tratava com a energia e para seu alívio, Nicolas estava definitivamente divertindo. –Esta é uma conversa de ciúmes – disse Gator, não perturbado – Não posso evitar a forma em que as mulheres me amam. Nasci com o dom. Os homens resmungaram e fizeram ruídos grosseiros. –Nasceu com o dom de dizer estupidez – apontou Sam – Mas se trata disto – Ele olhou para Dahlia – Com permissão, senhora, mas é a verdade. –Melhor dizendo pensei que o era – esteve de acordo ela. Outra explosão de risadas apareceu. Gator colocou ambas as mãos sobre seu coração. “Seu m’a casser o coeur, j’vai jamais.” Dahlia sorriu brincalhonamente. –Não rompi seu coração, Gator, e se o fiz, estou segura que se recuperará do golpe. Ele sorriu abertamente. –Mas em francês tem música própria. D’accord? Gator definitivamente poderia derreter corações com esse sorriso. –D’accord – ela fez uma concessão. –Deixa de paquerar, Gator – disse Tucker – Está irritando Nico. Acabará no fundo de um crocodilo e vai conseguir ficar sem seus dentes. –Ele não se vê muito irritado contra mim – Respondeu Gator – Ele olha como se tivesse caído em uma profunda escuridão e não vê o fundo. Outra exposão de risadas aumentou. Dahlia encontrou que realmente estava passando um bom momento. Foi um momento transcendental, um que ela sempre recordaria. Estava no centro de várias pessoas pela primeira vez em sua vida, rindo e conversando, e a energia não a tinha afligido. Se nunca voltasse a acontecer, sempre estaria agradecida aos Caminhantes Fantasmas por lhe dar esta vez. –É um presente tão assombroso que me deram – disse ela – Nunca tenho feito isto antes. Simplesmente ter uma conversa com um grupo de pessoas. –O melhor é que nos escolheu – Gator brincou – Somos todos bonitos, exceto o velho cara de pedra Nico, aqui presente. Por que buscar problemas com qualquer outro? –Suponho que não cozinha? – Tucker inquiriu esperançosamente. –Pensou que porque ela pode iniciar fogos seria genial com uma churrasqueira? – perguntou Gator. Dahlia tentou não deixar que a cor abandonasse sua face, querendo desfrutar da camaradagem que ofereciam. Faziam e brincavam uns com os outros e agora as estendiam a ela. Não podia objetar sobre aquele assunto, tão sensível como se sentia sobre ele. Ela teria que atravessá-lo ao redor deles. 168
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–Tinha passado pela minha mente – admitiu Tucker – Morro de fome. Gator, não nos escondeu em reserva alguma comida de verdade? –Esse não é meu trabalho. Não sou a pessoa que subministra – negou Gator – Encontrei refúgio para nós, não foi? Dahlia olhou para Nicolas. Ele estendeu a mão e tomou a sua. –Não preste atenção neles, encontrarão algo para comer. Além disso, Gator nunca vai a nenhum lugar sem comida. –Se ele não o fez desta vez, Gator vai caçar um jacaré – Disse Sam – Ouvi que são bons para comer. Dahlia negou com sua cabeça. –Eu não comeria jacaré. Me criei com eles. Seria como comer ao cão da família. –São os cães familiares – Disse Gator, fulminando Sam com o olhar – Você conserva suas mãos fora de meus lagartos. Estiveram com a família durante anos. Se estiverem tão famintos, escolham alguns arbustos. Há mato comestível nesta ilha, é muito preguiçoso para encontrá-los. –Pode falar com os jacarés? – Perguntou Dahlia. Repentinamente ocorreu que tão assombroso seria. –Não falo exatamente com eles – Esclareceu Gator – Mas bem os dirijo. É mais fácil com cães ou gatos, mas o provei com répteis. Os jacarés são medianamente difíceis, mas os obriguei a se afastar de uma área na que queriam permanecer. Não acredito que seja útil porque me levaria muito tempo obrigá-los a me obedecer. Se estivéssemos em um fogo cruzado nos moveríamos muito rápido. –Muitas das coisas que fazemos são mais fáceis e rápidas se estivermos todos juntos – Esclareceu Kadem – Todos temos nossos talentos, mas nos fortalecemos quando estamos juntos, o qual é o por que, quando vamos a uma missão, geralmente vamos em pequenas unidades. –Sempre trabalhei sozinha. Se tivesse tido um parceiro e ele ou ela se assustassem, ou ficasse excitado ou fossem feridos, não poderia trabalhar corretamente – Disse Dahlia e contemplou Nicolas para estar segura de que ele entendia o que queria dizer. Ele a olhou com cenho franzido. –Você trabalha sem problemas agora mesmo – apontou ele. –É verdade, faço – disse Dahlia – Mas algum de vocês está tendo problemas tendo a raia suas emoções e pensamentos. Não é natural fazê-lo durante longos períodos de tempo. –O fazemos bem juntos – Disse Nicolas. Dahlia começou a revirar seus olhos em branco. “Isto é exatamente pelo que não tenho um parceiro. Sou a que tem que guardar suas emoções quando as pessoas agem como idiotas. Não posso tomar isso, Nicolas. É francamente tolo bater no peito e me dar golpes.” “Indicava um fato.” “Não, não indicava, você me dava uma de suas mini conferencias.” –Não dou conferências – Disse Nicolas em voz alta. –E a respeito de Jesse Calhoun? – Kaden interrompeu quietamente – Trabalhou muito com ele? Foi ele alguma vez com você a alguma missão? 169
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Parecia uma pergunta bastante casual, mas Dahlia instantaneamente sentiu a mudança. A tensão aumentou como um corte, e todo mundo repentinamente prestou atenção, esperando sua resposta. –Trabalhamos lado a lado. Ele foi sempre o manipulador, me enviando dentro. Só tinha contato com ele quando vinha das minhas missões, mas nunca me acompanhou, não funcionava desse modo – Ela escolheu suas palavras cuidadosamente, registrando a energia para um sinal para onde a mudança brusca do tema se dirigia. –Nicolas mencionou que Jesse Calhoun é um Caminhante Fantasma. É verdade? Dahlia afirmou com a cabeça lentamente. –Ele é definitivamente uma âncora e um telepata muito forte. Ele é um Ex-SEAL e um agente muito bom. Pode rastrear quase tudo. –Como funciona o assunto entre você e o NCIS? Faz um trabalho de investigação para eles? – continuou Kaden. Os dedos de Dahlia apertaram ao redor das esferas púrpuras em seu bolso. –Não, eu faço o trabalho de recuperação. Jesse faz as investigações. –Quem mais? Ela deu de ombros. –Todd Aikens. Também é um SEAL. Ele e Jesse são muito amigos. Martin Howard, trabalha tanto com o Todd como com o Jesse às vezes, e está também Neil Campbell. Todos eles são amigos. Não os conheço, só ouvi Jesse conversar sobre eles. Ouvi que ele menciona vários outros nomes também. –Quantos outros? São como Jesse? –Já disse isso, não sei. Só sei deles. Nunca trabalhei com eles – Ela começava a se sentir como se a estivessem interrogando. –Qualquer deles pode saber que recupera dados? – perguntou Kaden. –Só Jesse até onde eu sei. Pois bem, seu chefe também saberia, e talvez Louise, a secretária. Quero dizer que ela o adivinharia. Se Jesse tiver entrado e solicitado fazer uma investigação e depois me chamam para isso seria óbvio que me destinam para que fizesse algo pela investigação, pensaria. E só faço recuperação. –Por chefe, se refere ao Frank Henderson? – O respeito avançou a rastros na voz de Kaden. Henderson era uma lenda nas forças armadas. –Sim, ele é quem dirige o NCIS. Nada passa sem seu conhecimento. É muito prático com as investigações e quer informações diárias. Ele dirige um navio apertado. –Como passa os dados a Calhoun? – persistiu Kaden. –O recupero, jogo-os em um local seguro, e digo em pessoa onde estão. Ele vai, recolhe-os e os leva de retorno ao NCIS. –Inspecionou o escritório? Ela negou com a cabeça. –Acredito que alguém dali vende a informação. Caí em uma armadilha. Sabiam onde vivia. E sabiam da casa refugio no Bairro. Isso só pôde ter saído do escritório do NCIS. Os computadores regularmente são revisados pelos técnicos, assim é que duvido que alguém pudesse ter me encontrado através de toda a segurança desse modo. –E alguém atirou nela – Nicolas acrescentou. 170
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–Os chame agora – Kaden advertiu – Fala só com o Henderson. Diga que acha que ali há um rato e que por isso Calhoun está em um lugar seguro e sob vigilância. Diga que quer levar os dados, mas que não confia em ninguém. Ele organizará uma reunião para fazer a mudança, e ali estaremos para te proteger. Ela negou com a cabeça. –É muito perigoso. Ele poderia ser morto. –Não acha que ele pode ser o traidor? –Nem por um minuto. Não tenho nenhuma dúvida sobre ele. O viu alguma vez? –A voz de Dahlia foi aguda. –Ele ama seu país. Serviu-o toda sua vida. Ele nunca, sob nenhuma circunstância enganaria seus homens. Ele tem um código de honra com o que vive de acordo e ele é tão sólido como vive. –Você gosta dele. –Cresci o respeitando – Ela deu uma olhada para Nicolas desculpando-se – Ele me convenceu para trabalhar para o NCIS quando era somente uma menina. Não vou usar ele como isca para tirar o traidor. Além disso, ele esperará os dados, e ainda não os tenho. –O que disse? – A voz de Nicolas estava muito tranqüila e enviou um tremor de alarme através de sua coluna vertebral. Capítulo 15 Dahlia deu de ombros, esforçando-se por aparentar indiferença. –Esses dados ainda têm que ser recuperados. Houve um pequeno silêncio. Os Caminhantes Fantasmas trocaram longos olhares. –Pensava que já tinha recuperado a investigação – Disse Nicolas – Por que esta gente viria atrás de você se ainda o têm? –Bem, não o tenho. Em meio da missão, me percebi que era uma montagem. Soube que o estavam deixando como isca, uma isca falsa… eu tinha lido os dados originais que tinham os professores antes de serem assassinados. Uns dias antes, quando explorava o edifício, acreditei reconhecer um dos homens que estava na mesma planta onde me tinham dito que estavam os dados. Pensava que o tinha visto antes em algum lugar, mas não o podia localizar. Já tinha irrompido e acessado ao computador e examinei rapidamente o relatório e percebi que era uma falsificação. Isso ativou minha lembrança do homem. Era um estudante universitário, que tinha estado precisamente caminhando pelo corredor de um dos escritórios do professor. Ele tinha dado um olhar dentro da porta, e isso atraiu minha atenção. Ele não virou sua cabeça de nenhuma forma óbvia, mas soube que ele tinha olhado. As pessoas simplesmente não fazem isso em circunstâncias normais, assim é que ele se aderiu a minha mente. Gator esfregou a cabeça. –Estou confuso, Dahlia. Viu esse mesmo homem no edifício onde explorava para forçar a entrada? Ela assentiu com a cabeça. –Mas não o localizei. Passou um ano desde que fui à universidade para dar uma olhada nos documentos. 171
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Sam riu. –Não se desculpe. A maioria das pessoas não o teria notado, e muito menos reconhecê-lo um ano depois. –Bem, teria sido bastante mais seguro se o tivesse reconhecido imediatamente. Em vez disso, levou-me tempo examinar rapidamente o documento e perceber que era falso igualmente. Por um minuto pensei que talvez à companhia tivessem vendido uma informação errônea, mas então recordei onde o tinha visto, e intui que os dados estavam sinalizados e que teria companhia de um momento a outro. Ela deu uma olhada para Nicolas. As ondas de energia escura abundaram ao redor dela. –Está bravo. Estou viva e ilesa, e não foi tão difícil sair dali. O problema maior foram os dados da investigação. Não queria que eles pudessem muda-los. Estava medianamente segura de que não tinham muita informação assim é que não os podiam ter enterrado tão profundamente. A maioria das pessoas pensa em termos de proteger um computador, mas um intruso realmente bom pode passar através da maioria dos computadores com tempo. Acreditei que não tinham aplicado nada aos computadores simplesmente por isso. E assim entrei diretamente, isso quis dizer que ali só havia uma única cópia. E se só havia uma cópia, tinham-na fechado. –Muitas hipóteses para tão curto espaço de tempo, especialmente quando essas pessoas vinham atrás de você – particularizou Kaden – Deveria ter saído como alma que leva o diabo. –Estava medianamente segura de que poderia permanecer escondida. E também sabia que poderia prover de algumas distrações. Estava mais preocupada com o sistema de segurança onde tinham os dados. Assumi que o reforçariam e talvez poriam um guarda ou dois. Desejaria ter tido sua habilidade para enrolar às pessoas para afastar a vista. Nicolas cruzou seus braços sobre seu peito, seus traços bronzeados uma máscara implacável. –Assim é que ficou sabendo que era uma armadilha e não tinha respaldo. Calhoun não poderia ter se aproximado de você se a tivessem encontrado. Viu o que fizeram. A teriam matado. Deveria tê-lo sabido, Dahlia. Tiveram que tirar alguma energia malévola. Ela podia sentir seu nível de cólera elevando-se, uma emoção muito incomum em Nicolas. Se os outros não tivessem estado ali, ela teria estendido a mão para o apaziguar, mas se sentiu inibida por sua presença. Interiormente ela suspirou. Não tinha nem idéia de como agir com outras pessoas a seu redor. Que tipo de relação tinha com o Nicolas realmente? Tinham dormido juntos. Montões de casais dormiam juntos e não queria dizer nada absolutamente. –Sim a tem – Nicolas disse as palavras em voz alta deliberadamente, disse-as com seus dentes deixados ao descoberto. Ele o disse em voz alta para demonstrar seriamente sua reclamação. Não se importava que ela pensasse que era primitivo. Ela não ia ter relações sexuais com ele e depois jogá-lo, maldição. Permaneceriam juntos. Havia uma ordem no universo. Ela não ia voltar para reverso e jogá-lo como o lixo. –Pare! – Dahlia recuou para a entrada – Está agindo como um idiota. 172
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Os outros Caminhantes Fantasmas trocaram sobrancelhas levantadas, claramente não sentindo a energia hostil escorrendo de Nicolas como ela o tinha feito. Dahlia não entendia como estavam tão protegidos. –Bem, agora, senhora – disse Sam, coçando a cabeça. Esta é a primeira vez que ouvi há alguém chamar o Nico de idiota – Ele rapidamente sustentou em alto sua mão em sinal de paz quando ela deu a volta para o incluir em seu furioso olhar – Me sentiria muito agradado se nos deixasse saber o que está acontecendo. Para ser honesto, ninguém se atreve a chama-lo muito de nada. –Por que não? – Dahlia deu um rápido olhar para Nicolas, que apoiou um quadril contra a parede e conseguiu parecer letal só com sua posição ali. –Ele é um cara que olha perigosamente – assinalou Sam. –E é muito hábil com pistolas, facas e todo tipo de outras armas repugnantes sobre as que uma coisa tão pequena como você não quereria saber. Dahlia soube imediatamente que Sam difundia a situação, e ela agradeceu a redução instantânea de energia. Ela teve a impressão de um sorriso em sua mente, mas as características inexpressivas de Nicolas não refletiam nenhuma. –Por favor continua, Dahlia – Kaden a apressou com um pequeno olhar de advertência para o Nicolas – O que fez? O negro olhar de Nicolas gelou, mas se refreou de falar. –Entrei com minha forma invisível e me obriguei a diminuir. Não posso nublar minhas roupas, assim é que sempre observo as paredes dos lugares aos que vou e tento levar posta roupa desse preparado. Posso manipular a superfície de minha pele, o qual ajuda a nublar um pouco minha imagem. Me permite deslizar atrás dos guardas. Escondime em um respiradouro enquanto revistavam o edifício. A propósito escolhi o menor que pude encontrar de maneira que o passassem por cima, pensando que possivelmente não podia usar para me esconder. Estive muito incômoda durante horas. Kaden assentiu com a cabeça. –Sua “forma invisível” é mais como um camaleão, não é? –Exatamente. Pratiquei até que pude me misturar com a maioria dos recursos. Kaden inspirou agudamente. –Vi isso em uma fita durante seu treinamento. Deve ir bem. Desejaria poder fazer isso também. –Por que não saiu daquele inferno? – Sam perguntou curiosamente. –Calculei que moveriam os dados reais. Estava bastante segura de que o inspecionariam para assegurar-se de que não o tinha encontrado e então me conduziriam diretamente. Não teria que comprovar cada caixa couraçada, e poderia agarrá-lo e sair rápido. Nicolas caminhou com passos largos e lentos fora do grupo. As histórias de Dahlia de suas aventuras mantinham os Caminhantes Fantasmas perplexos, mas o adoeciam. Nada nem ninguém nunca o tinha afetado como ela o fazia. Ele a sentia em seu interior. Dentro de sua cabeça, em seu corpo, até seu coração. Era mutilante para um homem como ele. Tinha que ter a mente limpa e seu corpo não podia sentir-se atado, especialmente ao redor de Dahlia. O simples pensamento dela em uma situação perigosa o adoecia. 173
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Respirou profundamente, fazendo o impossível para clarear sua mente. –Nico – Kaden o chamou de retorno ao grupo – Se formos ajudar no plano de Dahlia indo lá para recuperar os dados, o necessitaremos a bordo. Você leva a maior carga, afastando a energia de todos nós. Nicolas percorreu com o olhar seu amigo e depois voltou para as lúgubres águas do pântano. Kaden levava um bom pedaço da carga igualmente. Ele era uma âncora tão forte como Nicolas, e guardava os outros homens cuidadosamente. Ele suspirou. Tanto como gostava de Kaden, não queria que seu amigo fosse o único extraindo a energia de Dahlia, ou pior, difundindo-a com não importa que emoção era o mais inflamável. Ele assentiu com a cabeça ao Kaden. –Não se preocupe, estou a bordo. Dahlia se aproximou e colocou sua mão sobre seu braço. Foi um pequeno gesto, mas ele soube o que significava. Ela não era uma mulher que tocasse os outros, e certamente não publicamente. Seu polegar acariciando seu pulso. –O que fez? - Esperei no respiradouro até que os ouvi cancelarem a busca e depois segui o primeiro suspeito, um homem chamado Trevor Bilings. Ele dirige um dos muitos departamentos na Lombard S.A. – Ela enumerou uma companhia de segurança que o departamento de defesa em princípio usava para construir protótipos e armas. Se sabia que a companhia era muito precavida e vivia sob rigorosa segurança - As faturações tinham sido suspeitas durante algum tempo. O NCIS acreditava que eles vendiam armas aos terrosristas e a outros governos, basicamente a qualquer um que pudesse pagar por elas, porém não puderam provar nada. A palavra é, ele tem um pequeno exército próprio e par de senadores em seu bolso para garantir que obtenha os contratos que queira. Jesse acreditava que alguém dentro do NCIS passava informações quando alguém tinha novas idéias para armamento e Bilings roubava os dados antes que os contratos fossem repartidos. Desse modo, ele não teria que subornar seus senadores e não teira que compartilha-los com ninguém. Ele simplesmente criava um acidente para o professor ou para qualquer que aceitasse a criar a invenção, e depois afirmava que a idéia pertencia a sua companhia e que venderia ao governo, ou quem quer que desse o melhor lance. É uma situação benéfica de ambas as maneiras para ele. - Não é uma má idéia. Se ele usa os acidentes e cobre todos os Estados Unidos, não dando golpes no mesmo lugar demasiadas vezes, ele realmente poderia ter algo e nada seria mais sábio. As pessoas obtinham concessões do governo todo o tempo para inventar coisas. De um extremo do país ao outro, mestres e estudantes e corporações particulares buscam conceções – Kaden filosofou em voz alta - Posso ver como seria lucrativo para ele obter os dados e repentinamente tirar das mãos a idéia por si mesmo e depois comercializa-la. - Bem, com certeza não queremos decepcionar o Jesse, não com sua vida em jogo – disse Niolas. Tinha uma pequena nota em sua voz que enviou alarmes que atravessaram sua coluna vertebral. Tinha gelo em seus olhos e em suas veias e sua boca era uma lâmina impiedosa. 174
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- Estou orgulhosa do que faço. Nunca tinha falhado antes, e não vou faze-lo desta vez – Dahlia queria permancer tranqüila, porém para seu horror, ela soava como se ele estivesse a aliviando e isto incendiou seu temperamento. Puxou sua mão da dele, o olhou furiosamente e caminhou com passos longos e lentos para fora do grupo repentinamente sufocante - Não tenho porque te dar explicações, nem a você nem a ninguém. Fiquei para tentar terminar o trabalho, isso é tudo – Por que sentia que lhe devia alguma explicação? Não era extranho que precisasse de um manual de relações. Os homens eram idiotas. Idiotas supremos, e as mulhres eram piores tentando apaziguar o ego dos homens. Nicolas a seguiu, se sentindo um tolo. Ele sabia que parte do problema estava na proximidade de tantos homens à Dahlia. Ele, no entanto rejeitava o sentimento de olhar como se deslizava entre seus dedos. Combinado com seu medo por sua segurança, reagia a amplifacação de suas emoções com a mesma energia que se afastava de seus homens e de Dahlia. Ele suspirou. Procurou pela autodisciplina e o controle. “Sinto muito Dahlia. De verdade”. Ela queria permanecer irritada com ele. Tinha uma espécie de proteção ao estar irritada, porém a dolorosa sinceridade em sua voz foi sua queda. Ela segurou a mão que ele estendeu. Ele a aproximou, tão perto que ela podia sentir o calor de seu corpo através do fino material de sua roupa. - Sou hábil no que faço, Nicolas. Se tem perigo, procuro o reduzir ao mínimo. E meu tamanho é uma vantagem. Trabalho de noite quando a maioria das pessoas se vão. Na maioria das vezes, entro e saio e ninguém percebe. - Dahlia – disse Kaden - Você deve viajar. Voa? Como se esquiva deste aspecto ambulante de seu trabalho? - Um avião particular. Sempre uso o mesmo piloto. É um ex-militar muito bom e trabalha para o NCIS. Ele pertence a Green Beret. A maior parte dos homens que eu encontrei na divisão do NCIS estavam em algum tipo de treinamento nas forças especiais. – Ela olhou a Kaden - Isso é normal? - Eles são Caminhantes Fantasmas, Dahlia? – perguntou Kaden. - Não tenho nem idéia – Ela deu de ombros ligeiramente e depois passou uma mão pelo cabelo - Talvez. Talvez essa seja a conexão entre eles. Todos parecem sair se um ou outro está próximo. Max é o piloto, e quando estou com ele, nunca me parece ter problemas. Não falamos muito, então não pensei muito em quem seria ele. É muito tranqüilo. - Max de quê? – Kaden fez um sinal a Tucker para pegar o celular por satélite para chamar a Lily. Quanto mais informações tivessem, melhor. - Maxwell Logan. Todo o mundo o chama Max – Ela oservou como Tucker falava pelo celular, transmitindo a informação. Ficou assombrada que Lily estivesse do outro lado. Durante tanto tempo ela suspeitou se Lily era uma invenção de sua imaginação ou se era real. Agora, quase lhe dava medo acreditar nela. Tucker os olhou, sua expressão era grave. - Alguém está tentando nos rastrear. Estão usando um equipamento muito sofisticado. Este lugar não é seguro. Dahlia sentiu seu coração cair pesadamente. Nenhum dos homens estava particularmente preocupado. Estavam acostumados a violância em seu mundo. Ela 175
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respirou profundamente e tentou parecer destemida. Não era tanto como o terror de ter um morteiro lhe disparando, algo assim como uma acometida de energia violenta buscando fora das seqüelas. Parecia uma fraqueza fazendo frente a força que os outros Caminhante Fantasmas possuíam. Nicolas deslizou seu braço ao redor de seus ombros. - Como se contacta com Maxwell para um passeio que se dirige a uma missão? - Jesse usualmente arruma o transporte, porém também entro em contato com a secretaria de Henderson e ela o arruma para mim. Ela me dá a posição de um pequeno campo em uma hora. Max está sempre lá me esperando e pronto para sair. - Façamos isto. Chama a secretária. Como se chama? – perguntou Kaden. - Louise Charter. Nunca nos encontramos cara a cara, porém falei várias vezes com ela por telefone. É uma mulher agradável. Os homens trocaram um longo olhar. A sombrancelha de Dahlia subiu rapidamente. - O que? Não vá me dizer que Louise está por trás de tudo isso. Ela se aproxima dos sessenta. Ela é a viúva de um agente do FBI. - Já veremos – Disse Kaden - Façamos os preparativos para nos transportar diretamente à área de Maryland para que possamos fazer uma pequena visita aos agentes. Acredito que seria mais útil chegar a conhece-los. - E perigoso – Apontou Tucker - Se forem Caminhantes Fantasmas. - E se forem. De onde vieram? Por que não sabemos nada deles? - Calhoun sabia sobre nós – Disse Nicolas quietamente - Ele conhecia meu nome, e não demonstrou nenhuma suspresa sobre nossa conversa telepática. Ele sabia. Dahlia imediatamente sentiu o impacto do peso de seus olhares. –Não me olhe. Nunca tinha ouvido nada sobre você. Se Jesse sabia, ele não me disse nenhuma palavra. –Onde estão os dados agora, Dahlia? – Nicolas perguntou categoricamente. –Na abóbada. Passei-o de uma caixa a outra. Têm uma abóbada muito segura, cada um de seus investigadores tem acesso usando códigos e imprimem e teclam sobre materiais sensitivos. Não tive tempo de tirá-lo do edifício. Tinha medo de que me apanhassem, e quis pô-lo a salvo. Pensei que valia mais os deixar pensar que o tinha tirado de contrabando e voltar mais tarde e agarrá-lo. Então o movi. –Como atravessou a segurança? –perguntou Kaden. Ela deu de ombros. –Os segui para dentro. Não foi muito difícil. Não andavam me procurando e entupi as câmaras. Tinha estado fazendo isso de vez em quando durante dias inteiros então pensaram que tinham uma interferência. A ninguém ocorreu olhar nas sombras para ver se os seguia. Foi mais difícil sair que entrar. –Agora precisa voltar para o interior do edifício e tirar os dados antes que descubram que ainda os têm – Kaden concluiu. –Isso é certo – Ela esteve de acordo. –Chama à secretária e estabelece o transporte, Dahlia – Disse Nicolas – Iremos e nos asseguraremos de que as coisas funcionam como um relógio. E se tivermos sorte, agarraremos o traidor enquanto o fazemos. 176
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Dahlia negou com a cabeça. –Trabalho sozinha. Não posso trabalhar com ninguém. Já sabe, Nicolas. É muito perigoso. Kaden riu ligeiramente. –Obviamente não trabalhou com os Caminhantes Fantasmas, Dahlia. A recuperação é seu trabalho. Mas nós iremos na frente para aplainar o caminho. Não se preocupe, trabalhamos bem como uma unidade. Dahlia vacilou, se perguntando se a condenariam de maneira apressada por cargos falsos. Ela necessitava tempo para pensar atentamente as coisas antes de se comprometer mais profundamente na companhia de outros. Mas de certa forma, apesar de suas dúvidas, o telefone estava em sua mão. –Vou ter que dar muitas explicações. –Ela particularizou. –Exatamente – Disse Nicolas. Os homens observaram Tucker enquanto ela falava com Louise Charter. Ele tinha a vista sobre a tela de seu computador portátil. –Oh, bravo. Estão nos rastreando, gente. Lancei algumas cortinas de fumaça, só a quantidade adequada para conservá-los pensando que não estamos de acordo com elas, mas nos encontrarão. Já sabemos que têm a uma equipe na área. –Ou o que vocês deixaram – disse Nicolas. –Continua falando, Dahlia, permita que nos localizem – advertiu Kaden. Dahlia franziu o cenho. Não estava acostumada a que dessem ordens e especialmente a não ser usada para que os inimigos que os perseguiam obtivessem sua posição exata. Ela era uma mulher nas sombras, e estar no alvo era extraordinariamente incômodo. Ela contemplou Nicolas. Seus ombros largos apagavam a luz do sol, mas por um momento, só viu a ele. Parecia invencível, um homem que nunca se entregaria, nunca se deteria. Se manteve falando com Louise, falando de nada de especial importância, contando cada segundo até que Tucker lhe fez gestos. –Henderson não estava disponível, o qual quer dizer que estava fora do escritório, ou teria insistido em falar comigo. Louise quis pasaas minha chamada, mas me neguei – Explicou ela – E agora o que? –Agora sabemos que alguém do escritório rastreia você – Disse Kaden. –Isso eu já sei. Como o limitamos? –Não acredito que seja tão fácil espiar o escritório da secretária do NCIS e rastrear uma chamada – respondeu Kaden – Diria que precisamos controlar muito de perto à secretária. Por alguma razão, a idéia de que Louise pudesse ser a traidora fez com que Dahlia se sentisse enjoada. Gostava de Louise. Talvez ela não a conhecesse de tudo, mas gostava e tinha contato com muito poucas pessoas. Ela começava a acreditar que a maior parte do mundo era feito de mentirosos. Uma parte sua procurava ficar para sempre nas sombras. Parecia que era mais seguro ali. Ao ar livre, era mais vulnerável. Ela pôs à força um sorriso pequeno. –Preciso de um pouco de espaço. Enquanto comem, tomarei um pouco de tempo. –Ela não olhou para Nicolas quando o disse. Precisava se separar dele também. 177
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Dahlia foi ao terraço, o lugar mais seguro onde podia pensar enquanto clarificava as coisas. Tinham pouco tempo. Já fosse o NCIS rastreando a chamada para descobrir seu paradeiro, ou alguém mais o fazendo, alguém a queria morta. Em qualquer caso, provavelmente teriam companhia rapidamente. Ela pressionou suas mãos sobre sua face, fazendo o ar passar à força através de seus pulmões. Sua vida tinha mudado em poucos dias. Não tinha tido tempo para pensar, ou planejar. Só se mantinha em movimento para permanecer viva. Inclusive não tinha podido sentir pena de verdade de Milly ou Bernadette. Ela sentiu a familiar comodidade das esferas de ametista em seu bolso. Tinha que se concentrar na missão. Antes havia algo mais, necessitava de roupa. Tudo o que ela possuía tinha desaparecido, explodido junto com sua casa. Teria que usar o dinheiro que Jesse tinha escondido na casa segura para a roupa. Sabia a importância de misturar-se com o entorno. Dahlia elevou sua face para a leve brisa que chegava da água e escutou os sons reconfortantes do pântano. Todo o tempo soube que sua parte estava esperando que Nicolas fosse por ela, e isto a assustava mais que o próximo problema. A música chegou até ela, alegre, ritmos de reggae. Gator começou a cantar. Observou como tirava uma churrasqueira e começou a se preparar para um churrasco. Era estranho se sentar em um terraço e pensar que podia ser parte de algo como um churrasco no pátio traseiro. Dahlia olhou os homens colocarem-se ao redor de Gator quando ele desenhou o contorno de uma pequena ilha no barro ao lado da churrasqueira com um pau comprido. Gator desenhou a costa e as árvores. Nicolas se aproximou para estudá-lo. Dahlia se esforçou por ouvi-los sobre a música. A nenhum deles parecia importar se ela ouvia ou não quando planejaram o que parecia ser mais uma defesa em vez de uma invasão. –Queremos saber por onde entrarão. Gator, você conhece a ilha melhor, assim como também a área. Escolhamos nosso lugar e nos dirijamos a uma área apropriada para aterrissar – Nicolas instruiu. Ele olhou para a Dahlia e piscou um olho. Em certa forma, dadas as circunstâncias, não o encontrou tão reconfortante. –Fora da cabana – Disse Gator – Teremos que bloquear algumas áreas de aterrissagem usando barreiras naturais como bloqueios de caminhos, de maneira que não possam suspeitar. Tenho alguns sinais que afugentarão qualquer parte que queiramos proteger. –Queremos fazê-los entrar em uma área de emboscada natural. Estabelecido umas minas claymore com arames de viagem – disse Nicolas. –Cozinharei – se ofereceu Sam – Ian sabe o caminho ao redor das minas claymore. Além disso, gosta de todos aqueles insetos do pântano. Nicolas o ignorou. –Nós teremos que viajar através do fogo cruzado em qualquer lugar que o sítio seja possível para aterrissar onde podem aproximar-se sigilosamente a nós. Tucker, quer se encarregar disso? Necessitarei do resto para que ajude com as barreiras uma vez que Gator nos dê uma posição para a emboscada. Quero isso rigoroso, nenhum engano. Limitemos por onde podem chegar à ilha o melhor possível. Queremos a todos no mesmo lugar antes de acionar a armadilha. 178
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O pau de Gator continuou desenhando linhas. -Este é o canal. Penso que podemos establecer o acampamento aqui, Nico. Não é muito pantanoso, e será apropriado já que preferirão pasar aqui pelo meio antes que por outros lugares. Pensarão que a vegetação lhes dará vantagem, porém estarão em uma caixa. A oitocentos metros acima há um talho na rocha e nós poderemos nos aproximar por cada lado e por tras deles. Nicolas estudou o mapa de cada ângulo desenhado no barro. - Vamos então. Temos que tirar a cais, Gator, de outra maneira, podem tentar um ataque frontal usando um morteiro para atacar a cabana. Gator deu de ombros descuidadamente. - Todos teremos que nos sacrificar. Vamos pôr mãos à obra. Sam, não arruine essas costelas. As temperei com minha salsa secreta especial. - Estarão seguras comigo – disse Sam - Derrubarei o cais enquanto as costelas cozinham. Saúdem as sanguessugas, meninos – ele acrescentou alegremente, os saudando com as mãos. Os homens se dividiram, correndo para as áreas ditadas. Tinha três áreas principais de amarração e uma poderia ser usada se necessário. Tucker colocou os alarmes acima enquanto Gastor fixava as advertencias nos ralos perto da costa. Ele tinha usado os sinais durante anos para se livrar de que a policía revistasse a ilha procurando a seu caprichoso irmão. Para fazer o lugar de aterrisagem mais tentador, colocaram um par de postes velhos enterrados no barro e laçados com um bote e o selaram com vegetação sobre o só para dar ao camino uma aparência de desgaste. Dahlia estava em pé no telhado e olhou como eles trabalhavam. Os homens trocaram as camisas e passaram o tempo arrastando a escova e colocando objetos em diversas posições. Ela podia ver um filme de sujeira levantando-se no ar, mas realmente não poderia dizer o que era que estavam fazendo. Todo o tempo a música bombardeou um ritmo feliz, e o aroma de costelas assadas na churrasqueira a proveu de um aroma substancioso. Dahlia saiu do telhado para estar em pé sobre a costa quando Sam fez pedaços o desvencilhado cais. Ele cuidadosamente tirou cada tábua da vista. –Que mania entrou em todos agora? – Ela perguntou, suas mãos sobre seus quadris. Se planejavam violência, ela não estava percebendo nenhum indício de medo ou de antecipação. Todos pareciam estar trabalhando facilmente com um sorriso feliz. Mais que nada percebeu indícios de fome pelo aroma que se dispersou através da pequena ilha. –Trabalhamos nosso apetite – Confiou-lhe Sam – Dê a volta nas costelas, sim? Se as queimar, outros me farão comida para os lagartos. –Falando deles, um ou dois estão se filiando a nós – Ela apontou fora. Sam fulminou com o olhar à criatura mais próxima, tomando sol no banco a não mais de alguns metros de onde ele estava com a água até a cintura. –Feias coisas não são? A maldita coisa parece esperar só até que lhe volte as costas. Dahlia caminhou para a churrasqueira e franziu o cenho para as costelas. –Me ofereceria para vigiar os lagartos por você, mas penso que tem algo que me entorpeceria. Você e sua pequena banda de meninos da ilha que ativamente fabricam seu 179
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apetite só que não funciona para mim, sabe? – Ela percorreu com o olhar atrás de Sam deliberadamente – Oh, olhe, um pequeno lagarto quer brincar. Sam girou a seu redor depressa, olhando fixamente sobre a água. –Onde? – Ele se retorceu para tentar vigiar ao lagarto expondo a si mesmo ao sol no banco – Onde está? – Ele agarrou bruscamente uma tábua solta e a sustentou em alto como uma arma. Dahlia cuidadosamente girou cada costela, emocionada em segredo pela nova experiência. –Talvez tenha me enganado. –Isso não foi divertido. Não foi divertido absolutamente – disse Sam, fulminando-a com o olhar. –Pois bem, pôde ter sido um lagarto, mas mais provavelmente foi somente borbulhas ou uma vara flutuante ou algo do tipo estilo. Não estará nervoso na água por isso, não é? Li um livro sobre lagartos, e acredito que gostam de subir do fundo para golpear, mas talvez fossem os tubarões. Sam amaldiççou e saiu correndo da água, arrastando a tábua com ele e mantendo-a entre ele e o lagarto na costa. A criatura não se moveu da terra, mas emitiu um grunhido de advertência. Dahlia se pôs a rir. –Tem medo de um pequeno lagarto? Ele ainda não cresceu de tudo. –Está enganada, garota – Disse Sam – Espero que Nicolas saiba como é realmente. Com certeza ele nunca tenha visto esse lado de sua boca. –Claro que não – Dahlia admitiu despreocupadamente – Vai me dizer que seu pequeno Bando Alegre está à altura? –Bando Alegre? –Já leu Robin Hood, não é? Sam passou um lenço sobre o suor de sua face quando outros retornaram ao acampamento. –Ah Deus, obrigado, estão de volta, não me deixem com ela outra vez. É pior que um lagarto. –Tenho o pressentimento de que deveríamos nos mover – disse Ian – Tenho essa coceira arrastando-se lentamente por minhas costas – Ele afastou o prato cheio dos ossos das costelas longe dele com evidente satisfação – Você sim sabe preparar uma comida, Gator. –Ouça! Eu cozinhei – Sam fulminou com o olho a Dahlia – E não foi fácil. –Vou me zangar de verdade se alguém explodir minha cabana – disse Gator. Piscou um olho para Dahlia – Tenho algumas pequenas surpresas próprias se pisarem em minha propriedade. –Isto não vai ajudar muito se eles usarem rondas de morteiro – indicou Nicolas – Saiamos daqui antes que nos encontremos em uma armadilha. Dahlia observava como os homens silenciosamente colocavam sobre seus ombros suas mochilas. Não tinha nem idéia de por que tinham esperado tão serenamente o 180
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inimigo, chegando inclusive a esconder uma comida com entusiasmo, aparentemente sem nenhuma preocupação. Ela podia sentir a tensão aumentando nela com cada minuto que passava, mas nenhum deles exibiu a mínima quantidade de ansiedade. Ela se pôs a caminho com eles nos botes. Nicolas estava com ela e Kaden estava com Tucker e Sam em um segundo bote, enquanto que Ian e Gator agarravam o terceiro. Moveram-se sem pressa com o passar do canal para outra pequena enseada a poucos quilômetros da cabana de Gator. Dahlia pigarreou quando começaram a navegar através do pântano afogado com as treliças. –Exatamente por que não nos dirigidos à pista de aterrissagem? –Não se preocupe, Dahlia, – disse Sam alegremente. Muito alegremente, ela decidiu. Ela olhou para Nicolas suspicazmente. –O que está acontecendo? –Vou te esconder em uma pequena caixa forte, e depois vamos fazer um novo reconhecimento. –E não pensou que fosse necessário me explicar isso. –Deveria tê-lo feito – ele admitiu – Mas para ser honesto, supus que saberia que poríamos uma isca na armadilha e os apanharíamos. Nós não gostamos de deixar assuntos pendentes, Dahlia. Estas pessoas estão aqui com um só propósito. E é te pegar. Não vou até que não exista nenhuma ameaça sobre você. Seu tom desumano enviou um tremor através de sua coluna vertebral. Ela afastou o olhar dele, de retorno ao rio. Independentemente do código com o que Nicolas vivia, caçador, crenças, estavam misturadas inexoravelmente com o homem que era. O homem pelo qual, ela começava a temer, estava se apaixonando. Deveria ter sabido que ele nunca deixaria que houvesse uma ameaça sobre ela. Era incapaz de tal coisa. Não havia nenhuma razão para protestar pelo perigo, ou assinalar que poderiam sair a toda pressa. Correr não estava em seu caráter a menos que servisse a seus propósitos… A menos que servisse a sua busca. Ela o olhou e viu o guerreiro que havia nele, um salto generacional a uma pessoa de integridade e honra. Pessoa valente e valorosa. Lutaria onde quer que tivesse que ir, e seria implacável em sua busca. Dahlia suspirou suavemente. –Posso apostar o que vai ser seu novo reconhecimento. Nicolas começou a fazer gestos a outros para que desfizessem dos botes. Ele agarrou seu braço. –Saia da linha de fogo. A que distância tem que estar para impedir que a energia te encontre? –Nunca realmente medi a distância – Ela não soube se estava zangada ou agradecida. Esse era o problema com relações, decidiu ela, uma mulher sempre se debatia entre o sentimento de proteção de um homem como Nicolas ou se perguntar se deveria chutar o traseiro para seu comportamento arrogante. Ele atraiu sua mão a sua boca e mordiscou seus dedos, seu escuro olhar estudando sua face quando eles escolheram o caminho. –Não estará preocupada, não é? 181
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–Por que deveria me preocupar? É tão somente outro dia no bairro. Já sabe… bombas, fogos, gente que te dispara. Por que teria que me preocupar? Sobre tudo quando poderíamos estar comprando roupa ou abordando um avião. Não estou absolutamente preocupada. –Hmmm – ele filosofou em voz alta – Li sobre isto no manual de relações. Isto se chama comentário sarcástico feminino e isso significa que um homem está em grandes problemas – Ele encontrou um lugar fresco escondido perto do centro da ilha – Ficará aqui até que venha te buscar. –O que pensa exatamente que vai conseguir com isto? –Manter o inimigo fora de nossas costas enquanto caçamos o traidor e recuperamos os dados – respondeu Nicolas. Ele dobrou sua cabeça para beijá-la – Esteja aqui até que retorne. Ele se obrigou a se afastar dela, dizendo a si mesmo que ela estaria ali esperando por ele quando retornasse, sabendo que sua decisão poderia ir em um ou outro caminho. Quando se aproximou dos outros, fez sinais e imediatamente entraram em pé de guerra, tirando suas armas e levando suas mochilas nos ombros, dispersando-se entre os canais grossos para estar à espreita do inimigo quando chegasse. O som de remos salpicando na água era suficiente para enviar a várias aves por volta do ar e silenciar o zumbido de insetos durante alguns momentos. E era suficiente para advertir os Caminhantes Fantasmas. Gator fez sinais de que tinha divisado um bote quando cautelosamente rodeou a ilha, procurando um lugar adequado para a aterrissagem. Gator usou os sons do pântano, uma imitação perfeita de um lagarto despertando para lhes dar um número. Cinco ocupantes. Nicolas pulverizou seus dedos, gesticulando para outros. No momento, sabiam que o bote atracava exatamente onde eles o tinham planejado, os ocupantes se colocando na posição entre dois postes em posição vertical, em convite, os Caminhantes Fantasmas se meteram silenciosamente na água, usando canos como tubos para respirar quando se afundaram sob a superfície para abrir espaço através do canal e apanhar ao inimigo. Uma vez na posição correta, esperaram sob a escura água esperando o sinal de procegir. Nicolas sentiu um ligeiro golpe em seu braço e enviou o gesto através da linha a seus homens. Se levantaram lentamente, criaturas enegrecidas de água armadas com M–4S e facas, armas de primeira qualidade de guerra. Silênciosos como estátuas, ficaram na água, camuflados entre os canos e as ramas com apenas suas cabeças e seus ombros por cima da superfície, os rifles preparados contra o inimigo. Os cinco assassinos se dispersaram, movendo-se pela ilha em silêncio, dois usaram o caminho que lhes tinham preparado, os outros três a uma boa distância. Nicolas e os Caminhantes Fantasmas se elevaram das profundidades das águas sem nenhum som, deslizando para a borda, ventres sobre a terra, rifles preparados. Eles eram uma unidade compacta, tinham trabalhado em muitas missões, e sabiam suas posições exatas sem necessidade de olhar. Eles continuaram seu caminho pelos densos arbustos atrás dos cinco assassinos, ficando sobre o chão, invisíveis, silenciosos. 182
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Uma rã criou um som de coro. Um lagarto gritou. Um grande pássaro rosa no ar ondeou suas grandes asas, e o vento gemeu através do caminho. Gator ficou quieto, concentrando-se na colméia pega aos ramos de uma árvore diante dos cinco homens. Uma vez que as abelhas se agitaram, zumbiram coléricamente, emergindo da colméia em um negro enxame. As serpentes fizeram plaf na água, um som elevado que atravessava o canal. Os lagartos e os insetos se moveram ligeiramente em massas grandes através da terra. Os cinco homens começaram a tentar se desfazer dos insetos e as abelhas que zumbiam a seu redor. Correram em um esforço de se afastar das abelhas. Alguns enraram correndo na primeira mina claymore e passou através do arame. A explosão foi forte, e os outros imediatamente se esconderam, disparando sem parar com suas armas ao vazio. Nicolas agarrou a terra mais alta, manobrando em posição para escolhê-los com cuidado um de cada vez. Kaden o flanqueou, escolhendo um alvo igualmente. Dispararam quase simultaneamente. Dois alvos se voltaram com suas armas para o som do fogo do rifle. Sam assinalou ao que tinha no alvo e disparou, Tucker o seguiu. Ao mesmo tempo se ouviu uma explosão atrás deles, vindo da outra ilha. Uma bola de fogo passou como um assobio através do ar e aterrissou na água, chispando quando ela desapareceu no meio da fumaça negra. Nicolas amaldiçoou. –Limpem – ele gritou e correu para água para cruzar o canal. Dahlia estava no meio de um ataque quando a encontrou, a energía violenta ardendo através de suas veias, convulsionando seu corpo uma e outra vez. Ele se agachou a seu lado, segurou sua mão, esperando extrair a energia para fora dela. - Muito ma? – Kaden subiu atrás dele. Não ajudaria que soubesse, porém Dahlia odiaría que alguém a visse tão vunerável, Nicolas indicou que pegasse sua outra mão. Entre os dois âncoras puderam extrair a última energía violenta fora do corpo dela até que ficou imóvel. Ela girou sua cabeça longe deles e esteve repetidamente doente. Nicolas lhe deu uma pequena toalha de sua mochila. Ela a segurou com mãos trémulas. Sua cabeça palpitava, uma dor feroz que se recusava a diminuir. - Acho que não calculamos bem a distancia – Foi um pobre intento de humor, porem era o melhor que ela podía fazer dadas as cisrcuntâncias. O estômago de Nicolas se afundou com suas palavras. A levantou ignorando seus protestos, e a levou aos botes. - Encontraremos um lugar para tomar banho e trocarmos de roupa. Pode descansar enquanto vou às compras para você – Era tudo o que lhe ocorria que poderia fazer. Inclusive segurando-a, ela se mantinha longe, evitando seu olhar, afastando a face de Kaden. - O transporte estará esperando – Kaden recordou. - Deixa que espere – Disse Nicolas desagradavelmente. Capítulo 16
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Logan Maxwell era gordinho com largos ombros e protuberantes músculos em seus braços. Seus frios olhos azuis avaliaram o grupo de homens que se aproximavam dele em premente formação, as armas preparadas, de rosto limpo, rastreando a área ao redor do aeródromo. –Esperam problemas? – Ele saudou. –Sim – Nicolas respondeu, inclinando a cabeça para a arma na mão do piloto – E você? –Esperava a Dahlia, não um exército. –A escoltamos. Somos seu guarda-costas – Nicolas conservou contato visual, dois varões olhando-se fixamente um ao outro. Max conservou o olhar fixo mas subiu sua voz. –Dahlia? Está bem? Apesar de ter tomado banho e se vestido com as roupas que Nicolas havia trazido, Dahlia estava quieta e pálida. Sua dor de cabeça a estava assassinando. Só queria se recostar e dormir como sempre fazia depois de tais acontecimentos. Os homens a afastavam do piloto, separando-os com seus corpos e suas armas. Ela encolheu seus ombros casualmente. –Estou bem, Max. É só que são um pouco superprotetores depois do que aconteceu a Jesse – Dahlia respondeu – Insistem em vir. Max recusou perder o contato visual com o Nicolas. –Não, se você não quiser que eles venham. Dá a ordem. –Pensa que pode agarrar a todos nós? – perguntou Sam, com diversão em sua voz. –Você nunca saberá – respondeu Max. Dahlia disse suspirando. –Não posso aceitar quando agem dessa maneira. É embaraçoso. Estou cansada, a minha cabeça dói, e estou doente de tudo isto. Estou subindo no avião. –Ainda não – Nicolas disse e fez gestos a Tucker e Sam para que entrassem primeiro – Fique perto de mim, Dahlia – Ele não a olhou quando lhe deu a ordem, não deixou os olhos do piloto, mas ele era muito consciente dela. Quão frágil parecia. Apesar de sua distância, estavam o suficiente perto para sentir a carícia sobre sua pele. –Não há ninguém no avião – disse Max – Ela sempre voa sozinha, tão somente comigo. –Já não o fará mais – Nicolas respondeu, seus olhos escuros como a obsidiana com tal força e tão resolvidos como a rocha – Não desde que alguém do NCIS a delatou. Max se manteve muito quieto, e depois lentamente embainhou sua arma. –Dahlia, falou com o diretor, lhe falou sobre isso? –Não, mas ele tem que pensar o mesmo. Não foi muito difícil de entender. Alguém matou a minha família e queimou minha casa, Max. Ninguém sabia de mim além de algumas pessoas do NCIS. –Incluindo a mim – Max disse silenciosamente. Dahlia se encolheu, odiando-se por expressar a suspeita em voz alta. Ela tinha muito poucos amigos, se é que podia os chamar disso. Realmente só eram conhecidos, mas não tinha suficientes para afastá-los. E sempre tinha gostado de Max. 184
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–Sua última missão foi uma armadilha – Nicolas subministrou, seu escuro olhar inquebrável. Um músculo saltou na mandíbula do Max. Ele amaldiçoou pelo baixo. –Jesse Calhoun é meu amigo, Dahlia. Sempre me senti responsável por você. Deveria ter pedido ajuda. Quando te levo a algum lugar, minhas ordens são estar a serviço para te levar de volta, que é exatamente o que fiz. Nunca me disse nenhuma só palavra. –Estava atrasada – Ela o disse suavemente – Duas horas atrasada. Max amaldiçoou outra vez. –Entra no avião, Dahlia. Eu não gosto que esteja tão exposta aqui fora – Nicolas pediu – Podemos esclarecer isso no ar – Ele esteve agradecido de que ela obedecesse tão rapidamente, a diferença dela que o fez sem comentar sua arrogância, e o que o incomodou. Dahlia machucada era muito para seu coração. Ele ficou muito perto dela, quase empurrando-a com seu corpo em um intento de obter uma resposta dela, mas ela manteve sua cabeça agachada. Os homens se moveram na mesma formação premente, Dahlia ficou no centro enquanto lhe deram escolta até o avião que os esperava. Max a seguiu até um pequeno compartimento. –Deveria ter dito algo, Dahlia. Ao menos deveria ter dito ao diretor. Henderson teria me trazido para te proteger. –Supunha-se que ninguém sabia de mim, Max – assinalou Dahlia. Ela soou derrotada, triste. Já se afastando de todos eles – O que diz a isso? E como sabiam onde vivia? –Não pode pensar que alguém do NCIS está envolvido. –Quando enviaram uma equipe para me buscar na casa refugio no bairro francês, alguém me disparou. Souberam muito bem onde encontrar minha casa no pântano, Max. Não é fácil de encontrar – Não o olhou mas sim evitou seu olhar. Nicolas a rodeou com o braço e a aproximou, a tristeza em sua voz retorcia suas vísceras. –Vê por que não o deixamos ao azar – Ele já se esmerou em indagar na mente do Logan Maxwell, mas o homem tinha umas fortes barreiras. O mesmo tipo de barreiras que Lily Whitney lhe tinha ensinado nos exercícios mentais diretos dos Caminhante Fantasmas. Ele reconheceu a marca das forças especiais, um guerreiro treinado e preparado para a batalha. Maxwell não era o tipo de homem que se tornasse atrás facilmente, e Nicolas duvidou se poderiam comprá-lo. Se reacomodaram no avião com o Max atrás dos controles. –Jesse sabe destes homens, Dahlia? –Nicolas é quem o tirou do fogo, Max – disse Dahlia silenciosamente – E se Jesse viver, é por que Nicolas o salvou. Max deu uma olhada para Nicolas, notando a forma de propriedade como segurava Dahlia, a protetora linguagem corporal. –Então lhe devo isso. Jesse é um bom amigo meu. Todos vocês melhor porem os cintos para a decolagem. Não estarei por muito tempo aqui. Ouvi que Jesse estava em má 185
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forma. O almirante foi visita-lo, mas não vai revelar onde estava, nem sequer a nós. E ele não dirá o que lhe aconteceu ou como se encontra. –E isso deveria te dizer algo – apontou Nicolas. Dahlia olhou um e outro homem. Nicolas podia ser terrivelmente intimidante quando queria, e agora mesmo, sua face era de pedra. Seus olhos duros como a obsidiana e sua boca uma navalha desumana. Imobilizou Maxwell com seu olhar frio se recusando a afrouxar. –Suponho que o faz – Max esteve de acordo com um pesado suspiro – Não quero acreditar nisso, mas estou assustado de que as provas apontem desse modo – O motor já estava ligado e o avião começou a vibrar quando ele passou através de sua lista de comprovação automaticamente antes de rodar pela pista de aterrissagem. Nicolas esperou até que estivessem no ar. –Jesse Calhoun é um Caminhante Fantasma, psicologicamente realçado. Acredito que você também o está. Como Whitney te encontrou? E, algum de vocês tem repercussões físicas e mentais associadas com o experimento? O olhar fixo de Max varreu tanto sobre Dahlia como sobre Nicolas. –Sabe que não posso falar disso. –Mas você sabe que Dahlia é um Caminhante Fantasma – Nicolas fez a declaração – É por isso que usaram a ambos, a você e Calhoun. Ambos são ancora. Ela podia viajar com você sem muitas repercussões – Simplesmente o mero feito de que Maxwell conhecesse o termo Caminhante Fantasma dizia tudo. –Não tenho liberdade para falar sobre esse tema –entoou Max, que olhava fixamente. –Não tem que fazê-lo. Calhoun reconheceu meu nome, e sabia quem era. Ele é um telépata forte e não nasceu desse modo. Também somos conscientes de que o Dr. Peter Whitney realçou a vários homens usando seu laboratório de soldados rasos quando as complicações começaram a chegar de seu experimento militar. Ele não queria todos os ovos em uma cesta, tanto para falar, como se fóssemos todos assassinados, tinha uns quantos em reserva, no caso disso. Dahlia fez um som suave de angústia e girou sua cabeça, relutante de lhes permitir ver sua expressão. Whitney tinha sido o monstro de sua infância, mas como uma menina, ela tinha acreditado que seus experimentos só tinham sido feitos nela. Diziam-lhe que as outras garotas eram uma invenção de sua imaginação e às vezes acreditava. –O que tinha errado com ele? – Ela se queixou em voz alta – Como pôde experimentar com seres humanos? Sabia o que nos ocorria quando eramos meninas, mas ele repetiu o experimento, não só uma vez, e sim duas vezes. É horrível – Ela não se precaveu de que seus dedos se transformaram em punhos apertados até que Nicolas posou sua mão sobre a dela. Ela olhou para Max – Confiei em você. Em você e em Jesse. Sabia que me sentia isolada e sozinha, mas nenhum de vocês disse nada ou até mencionar que conhecia o Whitney. Condeno ambos por isso. –Dahlia, eu aceitava as ordens como você – Assinalou Max – Você tinha que saber de Jesse. Ele era um telépata muito forte para que não soubesse. Ela girou sua cabeça para olhá-lo, seu olhar triste e plano. 186
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–Acha que suspeitaria que Whitney tinha destruído mais vidas? Que você e Jesse o ocultavam de mim? – Ela arrancou com força sua mão da de Nicolas, repentinamente incapaz de suportar seu toque. Qualquer toque. Doía-lhe o peito e sua garganta ardia – Não aceito desculpas, Max. Tenho uma autorização de alta segurança, e certamente poderia saber que há outros como eu. Dahlia levantou seus joelhos para seu peito e colocou seus braços ao redor de suas pernas, balançando-se daqui para lá procurando comodidade. Ela se fez menor, querendo desaparecer, desejando com ilusão seu santuário no pântano. Por que ela fazia tudo isto? Ela nunca tinha feito nada que não queria fazer, e ela jurou assim que esteve sentada inativa em um avião com o Maxwell, rodeada pelos Caminhantes Fantasmas. Ela sabia que se os olhasse, veria piedade em seus olhos, em suas faces. Ela nunca tinha aceito pena, nem de si mesma. Não devia ao contralmirante Henderson nada depois disto. Ela sempre tinha feito um bom trabalho, sempre fazia a recuperação sem importar as circunstâncias. Condenados todos eles, e Jesse e Max sobre tudo. Nicolas quis quebrar algo… Ou a alguém, preferentemente Logan Maxwell. Como podia ele culpar a Dahlia por querer se retirar quando parecia que toda pessoa que vinha a ela a traía em algum nível? Como podia provar que seus sentimentos por ela eram reais? Como podia acreditar que algo era real quando as mesmas pessoas com as quais trabalhava, trabalharam para ajudar a mantê-la asilada? Tinham que saber que sua vida foi um inferno, mas não tinham estendido a mão para ela, não tinham feito nenhum esforço por fazer saber que não estava sozinha. Ele poderia sentir como se deslizava através de seus dedos outra vez, e desta vez, não a podia culpar. Como infundiria uma confiança quando tudo o que alguma vez tinha conhecido era traição? Ele estudou seu perfil. Seus olhos estavam úmidos, mas não derramou lágrimas. Quase desejou que o fizesse. Em vez disso, ela recolhia sua tristeza sobre a perda de Milly, Bernadette, e sua casa e seus pertences e a traição de Jesse e Max, cimentando-os profundamente em seu interior. Construía as barreiras necessárias para proteger a si mesma e os outros. Ele podia sentir a energia reunindo-se ao redor dela, crescendo quando suas emoções se fizeram mais profundas. A temperatura na cabine aumentou. Se perguntou se Max sabia quão próxima estava de perder seu controle e que perigoso seria se ela o fizesse. –Dahlia – Ele disse seu nome suavemente para atrair sua atenção. Dahlia tragou duramente com sua garganta ardendo e prendeu seu olhar com o de Nicolas. Ele estendeu sua mão. Ela ficou com o olhar olhando-a. –Está preocupado de que eu exploda o avião com todos seus homens a bordo? Nicolas sentiu, mais que viu, que Max ficou rígido nos controles. Dahlia tinha falado suavemente, mas até sobre o ruído do motor a ouviu. O que queria dizer ela? Era uma ameaça? Nicolas hesitou. Dahlia estava alterada e tinha muito temperamento, mas nunca arriscaria as visdas dos outros Caminhante Fantasmas porque se sentisse traída. Não estava em seu caráter. –Pensei que se segurasse minha mão, ficaria melhor – Nicolas respondeu sinceramente – Alcancei o ponto onde posso sentir a energia quando a atrai. Se reune rapidamente em um espaço tão fechado. 187
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–Aprecio que Kaden e você estejam trabalhando duramente para me permitir estar perto dos outros – Dahlia escorregou sua mão sobre a dele. Nicolas apertou seus dedos e a agarrou. Ela soava a uma garotinha cortês lhe dando obrigado por um presente de Natal. Não como Dahlia. Ele se sentiu quase desesperado por estar a sós. Ela tinha dormido uma meia hora enquanto ele tinha ido lhe comprar roupa, até depois da ducha e as roupas limpas, podia ver que não era ela mesma. Se retirava cada vez mais a um lugar onde ele não a poderia seguir. – Jesse está a salvo? – Perguntou Max. –Sim – respondeu Nicolas – O têm escondido em um bom hospital com os melhores cirurgiões e está bem custodiado. –Como posso ajudar para encontrar o traidor? Deve estar indo atrás dele se encaminham a DC. Posso ajudar. –É bom te ouvir dizer isso, Maxwell – disse Nicolas complacentemente – Esperávamos que cooperasse. Max o olhou com suspeita. –Conheço os agentes em nosso escritório em DC. Não posso imaginar a ninguém traindo seu país. Ou ao Jesse com respeito a isso. Quais são seus suspeitos? –Todo mundo é suspeito até que encontremos outra maneira – disse Nicolas. Ele observou Dahlia estreitamente enquanto conversava com o piloto. Todo o tempo seu polegar acariciava o interior de seu pulso e a ajudava a se recuperar de sua depressão. Se estivessem sozinhos, estava seguro de que poderia encontrar a maneira de fazê-la rir outra vez, para tirar de cima a melancolia, ou talvez fosse um ataque. Não sabia muito de ataques. Esse era o departamento de Lily. Sabia que os ataque eram perigosos e que Dahlia se sentia humilhada de os ter, encontrou-a tendo convulsões. Não tinha falado durante o caminho de volta ao bairro francês, ou até mais tarde, no hotel depois de sua ducha quando a tinha deixado sobre os lençóis e tinha prometido que retornaria com as roupas. Ela tinha parecido tão pouco a si mesma, nenhum reaparecimento rápido, nenhum comentário descarado. “Dalhia, não se afaste de mim.” Nicolas fez seu tom o mais íntimo possível. “Sei que está cansada e alterada, e tem toda a razão para está-lo. Se quer lançar seu trabalho com o NCIS, estou atrás de você de todas formas. Tão somente não me ponha com o resto deles.” Dahlia recostou sua cabeça contra o assento. Suas palavras escorregaram em sua mente quase tentadoramente. Sua voz era terna, cortês, sussurrada sobre sua pele e encontrou o caminho a seu coração. As lágrimas queimavam, e isso era inaceitável para ela, não diante de todas estas pessoas. Não diante de Max. “Não seja amável comigo agora mesmo, Nicolas. Necessito que espere até que estejamos sozinhos.” Seu coração quase parou. Ela dizia coisas de si mesma sem se dar conta, mas ele soube. No mais profundo, onde contava, ele soube. Dahlia não lhe voltava as costas. Ela não queria bondade, era muito vulnerável. Esperava até que estivessem a sós. Apertou seus dedos ao redor dos dela e sustentou sua mão o resto do vôo. Não falou com o piloto outra vez até que deram voltas por cima de um pequeno espaço, uma pista de aterrissagem particular. 188
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–Não aterrisse ainda. Dá uma volta para que possamos dar uma olhada e ver a que nos enfrentamos – Nicolas se encurvou para frente, olhando com atenção fora da janela. Kaden e Gator fizeram o mesmo, usando óculos de alta potencialidade para comprovar a área. Max acessou e baixou o avião quando Nicolas lhe deu a ordem. Ele quase tinha parado o avião no final da pista de aterrissagem quande Nicolas chegou e lhe tirou sua arma. –Não quereria que tivesse nenhuma idéia. Nós gostaríamos que fosse nosso convidado por um momento. –Isto não é necessário. Nunca machucaria a Dahlia, nem meu amigo Jesse. –Então não se oporá a vir conosco durante algum tempo. Não será muito longo. A investigação só deveria tomar um dia e depois o necessitaremos para nos tirar daqui voando. –Dahlia – Max trouxe o avião para uma parada completa e apagou o motor – Não acreditará que eu teria feito mal a você, não é? Olhou fixamente seus olhos. –Já o tem feito – Ela tomou a mão que Nicolas lhe ofereceu e passou por diante do piloto, o abandonando a espera dos Caminhante Fantasmas. Nicolas a guiou por volta de um dos carros que Lily havia provido para eles. Dahlia vacilou quando ele abriu a porta do passageiro para ela. –Aonde vamos? –A um apartamento. Lily tem um par de lugares disponíveis para nós. Pedi que nos desse um próprio. Outros estarão no outro. Dahlia se deslizou dentro e esperou até que ele esteve no assento do condutor. –O que acontecerá ao Max? Estou desiludida com ele, mas não quero que nada lhe ocorra. –O manteremos conosco até que tenhamos entrado e tenhamos comprovado as residências dos agentes para algo que nos poderia dar informação de quem está atrás de tudo isto. A até lá, Lily já estará falando com o almirante, e ele saberá o que estamos fazendo. Ela afastou seu rosto e olhou fixamente a crescente escuridão. Não queria falar de Henderson. Ele tinha que ter sabido do programa Caminhante Fantasma. Certamente conheceu o Whitney, e sabia dela. Se tanto Jesse como Max tinham sido psicologicamente realçados, Henderson também saberia. E ele a tinha deixado acreditar que estava se balançando a beira da loucura, não confirmando nem negando a existência de Lily e a existência das outras garotas. Qual tinha sido a razão? A quem teria feito mal se dissessem a verdade? – Por que não me disse isso, Nicolas? – Queria sabê-lo? Ela podia sentir suas vísceras se atando, se esticando, derrubadas com um tipo de medo que ela não queria identificar. Estava ela finalmente sobrecarregando-se? Ele chegou e pôs sua mão sobre a dela. –Dahlia, o que foi que estas pessoas fizessem, tinham a idéia de que o faziam por seu país. Não é nunca pessoal. Henderson passou a vida trabalhando. Pôde ter pensado que 189
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protegia a todo mundo. É uma incógnita para eles. Se vigiaram sua infância desenvolverse nessas fitas, se seguiram seu treinamento, veriam somente seu lado. Todas as vezes que não podia controlar a energia e os acidentes ocorridos se vêem na fita. Isso é o que eles veriam. Não a Dahlia que pratica com esferas lilás até que desgasta a energia. Ou a Dalhia que trabalha em fazer um supercondutor humano e corre pelas paredes. –Flutua – ela corrigiu. –O que? –Tecnicamente flutuo, não corro – ela explicou. Nicolas sorriu. –E não vêem a científica em você. Eles perderam tudo isto porque só vêem um lado. Quando as pessoas não entendem o que acantesse, têm medo. Whitney nunca deixou claro em que se estava equivocando. Não fatorizou que em seu interior extrairia energia se opondo completamente às leis do universo. Porque Whitney não sabia da energia e não poderia explicar o que estava errado, Henderson e suas pessoas não sabiam. –Sempre diz o apropriado para me fazer sentir melhor. Nicolas não pensava. Ela não se sentia um pouco melhor, mas tentava se sentir melhor. Ele permaneceu tranqüilo até que encontrasse o apartamento e encontrassem em seu interior. Lily tinha prometido que haveria roupa para a Dahlia e segurança, no armário do quarto havia vários pares de jeans, camisas, e um vestido ou dois e no aparador havia roupa de baixo. Dahlia afastou a vista disso e o olhou inquisitivamente. –Lily. Não me pergunte como. Lhe demos uma lista de compras, dissemos onde queriamos as coisas, e efetuou a entrega. Algo desde armas até roupa de baixo feminina. –Ela está muito implicada em tudo o que fazem, não é? – Ela trabalhou para guardar uma nota de tristeza em sua voz. –Sim. Ela é um ativo tremendo para nós. Whitney estabeleceu recursos fiduciários para todos nós, mas quando estamos fora em uma missão ou trabalhamos para o Consórcio Whitney, Lily usa o poder e dinheiro que há atrás de seu nome. –Isso te incomoda? –Não – ele deu de ombros – Independentemente dos trabalhos e a tranqüilidade do caminho – Ele levantou um pijama de seda da gaveta. Estes são belos, mas eu gosto mais com minha camisa. Dahlia lhe tirou o pijama de suas mãos. –Nunca me viu com outras coisas. Poderia mudar de idéia – O pijama era de um suave azul claro. A parte superior era o mais sexualmente atraente que nunca se teria posto, mas Nicolas a tinha visto sem roupas assim é que não pôs muita atenção em proválo – Vou tomar uma ducha. Poderia trazer algo para minha dor de cabeça? É que não quer desaparecer. –Tenho algo em minha mochila – Ele resgatou a mochila da entrada onde a tinha deixado quando tinha revisado o apartamento em uma rápida verificação de saídas e rápidas vias de escapamento. A água já corria e o banheiro estava úmido e caloroso quando deu um passo dentro do quarto lajeado. Dahlia estava em uma grande Jacuzzi, seu corpo coberto pelas borbulhas e sua cabeça descansando sobre um travesseiro feito com uma toalha enrolada na parte de trás da tina. Podia ver seus seios flutuando 190
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tentadoramente, aparecendo sobre a cortina de borbulhas. O vapor ia à deriva ao redor dela, lhe dando uma aparência misteriosa, elusiva. Sua negra cabeleira retirada de sua face e sua pele incrivelmente brilhante. Nicolas sentiu a sacudida sexual através de seu corpo. Como podia olhar seu corpo, sua pele incrível, e não sentir a demanda urgente de cada célula de seu corpo? Ela abriu seus olhos para apanhá-lo contemplando-a. –Vai entrar? Seu fôlego ficou apanhado em sua garganta. –É uma boa idéia? – Havia linhas de cansaço na face dela e ele não poderia dizer se as gotinhas de água que havia em seu rosto eram do vapor ou lágrimas – Bebê, está tão cansada, e eu não sei se terei a força de vontade que se requereria para manter minhas mãos longe de você. –Quero que entre comigo. A água está quente e relaxante. Ambos o necessitamos, e foi uma bonita surpresa. Nicolas não esperou um segundo convite. Se despiu rapidamente, amando o fato de que ela nunca afastou o olhar dele. Ela não estremeceu ou olhou longe das duras demandas de seu corpo. Observou-a tomar um fôlego profundo e deixá-lo expulsar, enfocando sua atenção nele completamente no modo que tinha. Ele caminhou ao lado da Jacuzzi. –É uma bonita surpresa – Ele entrou na água quente. Imediatamente as borbulhas lamberam suas coxas. Antes que pudesse afundar-se na água, Dahlia cavou suas bolas, suas mãos quentes e úmidas. A temperatura no quarto aumentou junto com seu pulso. –Alguém alguma vez disse a pessoa tão extraordinária que é, Nicolas? Sentiu seu fôlego sobre ele, o pequeno golpe de sua língua. Ele fechou seus olhos por um momento, brevemente saboreando como o tocava. –Dahlia – Ele apanhou seus ombros e a manteve afastada dele – Isto não é para mim. Te quero, carinho, não tem nem de idéia quanto, mas quando nos detemos, é tudo o que há entre nós, e não quero isso. Dahlia se apoiou outra vez, sua expressão impossível de ler. –Então o que quer Nicolas? Todo mundo quer algo. –É obvio que quero algo. Você não? Não quer algo para si mesma? Uma relação não tem importância para você? Não quer algo? Caramba, sim, quero algo de você, e não é simplesmente seu corpo. –Isso é o que pensa que estava te oferecendo? –Não era isso? Dahlia era sempre tão honesta como podia consigo mesma e não gostou da resposta. –De acordo, pode ser. Talvez quisesse ser o que você queria de mim. –Te amo, Dahlia – Ele se afundou sob a revolta água e a atraiu para seus braços. – Amo tudo de você. Ela virou seu rosto para sua garganta e desejou poder chorar como uma pessoa normal. Sentia como gritava por dentro, rasgando seu próprio coração, mas não o podia dizer.
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Não o podia compartilhar com ele. Esta era a pessoa que tinha mostrado sua bondade. Quem apregoava amá-la pelo que ela era, monstro ou não. Ela beijou sua garganta e se separou dele. –Trouxe a aspirina? –Deixei os tabletes no lavabo – Nicolas se reclinou quando ela saiu da Jacuzzi. Este é um é desses momentos que o manual de relação viria bem, verdade? Um fugaz sorriso curvou sua boca e se foi. –Não acredito que o manual cubra isto, Nicolas. Não penso que nada o faça. Ela tomou os tabletes e se afastou, abandonando-o na água quente enquanto caminhava com passos largos e silenciosos através da casa com seu pijama de seda. Dahlia vagou por cada um dos quartos descalça perguntando-se como seria ser uma mulher normal com uma família, ter uma casa como esta e a encher de risadas e felicidade. Seu cabelo estava úmido da Jacuzzi e fez uma longa coluna úmida por suas costas. Inclusive a água borbulhando a seu redor, tão quente como a pôde agüentar, não podia tirar a feroz dor de cabeça que atravessava o crânio. Ela fez uma pausa diante a janela e ficou com o olhar fixo na noite, sentindo-se inquieta e caprichosa. Queria partir dando meia volta na noite e desaparecer. Se tivesse estado no pântano, poderia ter feito. Nicolas se colocou atrás e se recostou sobre ela, aplicando uma mão a cada lado do suporte da janela enjaulando-a dentro. –Vêem deitar, Dahlia. Precisa dormir. Ela não deu a volta, mas se apoiou contra seu corpo. –É estranho saber que alguém me quer morta – ela filosofou em voz alta – Toda minha vida, soube que era diferente e talvez de algum jeito um monstro, perigosa para os outros. Sei que não sou muito simpática, mas nunca pensei que me quereriam morta. Ele esfregou sua face contra sua nuca. –Ninguém vai te matar, Dahlia, não se posso fazer algo. E é muito adorável. Não amo ninguém mais. Não desde que era um menino. Ela ignorou sua confissão porque tinha que fazê-lo. Não podia pensar no Nicolas e o que queria dizer se fosse como os outros. –Pensava que eram meus amigos, Nicolas. Max e Jesse. Pensava que se preocupavam comigo da mesma forma que os amigos se preocupam os uns com os outros – Como podia lhe dizer que duvidava dele? Que tinha medo de que a enganasse de algum modo já que alguma vez se recuperaria? Como podia admitir diante ele que era uma covarde, querendo escapar dele ainda mais que dos outros. –Calhoun foi torturado, Dahlia – Nicolas recordou – Ele se recusou lhes dar qualquer informação sobre você – Ele se endireitou, deu-lhe a volta para ficar de frente, apanhando seu queixo para que ela se visse forçada a encontrar seu escuro olhar. –Assim é – Ela concedeu – mas se suas ordens eram que alguma vez dissesse uma palavra sobre mim, Não as seguiria da mesma forma que Max? Era a primeira vez que ele a ouvia expressar um rastro de amargura. –Não faça isso, Dahlia, não deixe que a mudem. Não deixe que nada mude que o que é. Fez seu próprio mundo com seu código, e fez a si mesma. Define quem é. Dahlia contemplou sua esculpida face e a escura intensidade de seus olhos. 192
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–Você acredita nisso? Pensa que mereço muito? –Para mim, tudo – admitiu Nicolas. –Por quê? Por que sou importante para você, até havendo alguém que me quer morta? Por que minha mãe me entregaria a um orfanato em vez de me manter? Ela me jogou, e as pessoas do orfanato seguiram seu exemplo. Não sei nada sobre minha cultura, sobre minha gente. Mais inclusive não conheço quem é minha gente. –Os Caminhante Fantasmas são sua gente. Tem importância de onde viemos? É quem somos o que agora conta – Nicolas a conduziu para a cama. Havia também muita dor e pesar em seus olhos – Precisa dormir, Dahlia, nada é tão importante que adie seu descanso. Ajudará a sua dor de cabeça. Ela se levantou ali olhando-o indefesa, muito diferente de sua Dahlia. Nicolas a levantou facilmente em seus braços, abraçando-a fortemente contra seu peito. A beijou ligeiramente desde sua têmpora até a comissura de sua boca. –Precisa dormir, doce. Deixa tudo fora. Dahlia permitiu colocá-la na cama, e quando ele deitou a seu lado, ela se aproximou, familiar agora com seu calor e a comodidade de seu corpo. Não queria precisar dele, mas encontrou que o fazia. Já não houve mais discussões consigo mesma. Necessitava sua força. Nicolas olhou seu relógio. Sua equipe se moveria às três, para ver o que poderiam encontrar em uma ronda suave das casas dos agentes do NCIS. Ele tinha um montão de tempo, estava apenas escuro. Aproximou de Dahlia e a balançou suavemente. –Todos os dons que tem Dahlia, são incríveis. Sim, há salários do ofício por usá-los, mas salvamos a vida de Calhoun juntos. Ele não o teria conseguido sem nós trabalhando para curá-los. –A cura é seu presente, Nicolas, não o meu – Sua voz estava adormecida, suas longas pestanas quedas para suas bochechas. Ele beijou a parte superior de sua cabeça. –Acredito que está enganada. Posso ter o poder em meu interior, mas não o posso tirar. Sem você, não tenho a chave. Isso é o que é, você pode enfocar o poder e pode enfocar para onde precisa ir. Simplesmente o solto. Trabalhamos bem juntos. –Estou cansada, Nicolas. De verdade, de verdade cansada. O puro cansaço em sua voz era desconsolador para ele. Nicolas a segurou mais próxima a ele, querendo encontrar a maneira de reconfortá-la. Balançou-a, tão suavemente como o pôde fazer, acariciando seu cabelo com beijos até que ficou adormecida em seus braços. Nicolas não pôde dormir, só a vigiava. Ele tinha se encontrado em muitas situações apertadas em sua vida, mas nunca nenhuma como esta. Olhou sua face e se perguntou como se tornou tão importante para ele, tão necessária para ele. Parecia uma boneca de porcelana com sua pele suave como as pétalas e seus exóticos olhos. Alisou para trás sua cabeleira quando se aconchegou mais próxima em posição fetal. Ela fez um suave som de angústia, depois um ruído baixo profundo. Nicolas sentiu que quebrava seu coração quando ela soluçou em seu sono. Seus punhos apertados 193
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fortemente, seu corpo tremendo, e os sons foram saindo dela como se não pudesse conter a entristecedora tristeza mais tempo. –Bebê, não faça isso – Ele sussurrou as palavras. Por que tinha pensado que se ela gritava se sentiria melhor? Era muita, muita tristeza. Colocou-a embaixo dele, descansando sobre ela, em certa forma tentando com seu corpo protege-la da tristeza. Ela despertou, seus grandes olhos escuros. Nadando em lágrimas. –Nicolas? O que esta acontecendo? – Ela tocou sua face, havia linhas de preocupação ali. –Chora, doçura. Pensei que seria bom que chorasse, mas não assim, não em sonhos onde não posso compartilhar com você. –Não posso chorar – Dahlia enxugou as lágrimas de sua face com horror – Nunca choro. –Você chora. –Não posso detê-lo – Ela estava desesperada – Faça que pare, Nicolas. Faça que pare. Nicolas procurou sua boca, beijando-a profundamente, tomando os lamentos de sua garganta e tragando-lhe fazendo-os próprios. Levou o fôlego a seu corpo e lambeu suas lágrimas, as saboreando. As conservando. Ele fez mais fundo o beijo, a urgência misturada com a ternura, tirando-a de um lugar que ele não a podia seguir, trazendo-a de volta a seu mundo. Seu mundo. A seda de seu pijama roçou sua pele, alimentando a crescente necessidade, aumentando um calor lento que ardia sem chama entre eles. Ele dirigiu suas mãos sobre seu corpo, cavando os seios, sentindo sua cintura através da fina capa de seda, moldando cada curva do mesmo modo que sua boca permaneceu soldada, beijo a beijo, para o dela. –Está bem, kiciciyapi mitawa, – ele sussurrou – Tudo ficará bem – Ele beijou seus olhos, sua língua captando mais lágrimas antes que pudessem cair, voltando a ir uma e outra vez para seus suaves lábios – Está comigo. Sempre me terá. Ele a beijou com longos beijos drogando-a, deixando-a quase sem sentido, incapaz de pensar mais, tomando cada pesar e substituindo-o com erótico prazer. Sempre suas mãos acariciando-a e reconhecendo-a, lentamente afastaram a um lado o pijama de seda até que a deixou nua. Até que esteve em baixo dele completamente nua, seus selvagens olhos para ele, suplicando, e seus quadris elevando-se tentando encontrá-lo. Nicolas negou com a cabeça, sua expressão terna. –Não desta vez. Quero que saiba como te amo, Dahlia. Quero que o sinta. Vou fazer amor com você, um assalto bastante lento para seus sentidos. Quero que saiba que é minha, que você tem um lugar comigo – Ele dobrou sua cabeça para sua garganta, lambendo o vale entre seus seios – É tão bela – Ele murmurou as palavras contra de seus seios, levou um mamilo à boca, escutou um suave ofego e tomou seu tempo, prestando atenção a ambos os seios e o tórax se estreitou antes que fizesse uma pequena incursão através de seu estômago até seu umbigo. –Nicolas – Dahlia apanhou seu cabelo com os punhos – Não posso esperar. Quero-te. –Sim pode. Pode esperar para me amar – Ele continuou o caminho mais baixo, estendendo suas coxas com mãos suaves e inundando sua cabeça para saboreá-la. 194
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Os quadris de Dahlia levantaram para ele, lhe dando a oportunidade de cavar suas mãos em seu traseiro e atrai-la para ele. Tomou seu tempo, desfrutando dos frenéticos ofegos, um contraste sombrio com seus anteriores soluços. Ela tentou aproximá-lo, colocando suas pernas ao redor dele, o qual só a abriu mais para sua exploração. Ela moveu grosseiramente seus quadris. Ele entrou nela, sentiu as ondas permanentes quando seus músculos o apanharam e giraram em espiral inverificada. Ele se moveu então, penetrando-a profundamente, a despojando de seu fôlego até que seus olhos começaram a turvar-se, ele sentiu suas unhas cravadas em suas costas, e riu suavemente com satisfação quando ela voltou outra vez. Sem fôlego Dahlia, só podia estar debaixo dele quando Nicolas começou a montá-la a sério, seu corpo entrando com força, trazendo-a a outro tipo de febre quando ela pensou que era impossível. Ela se pegou a ele, observando sua face, seus severos ângulos, quase rudes e planos que eram tão belos para ela. Podia ver seu prazer aumentando com cada impulso de seus quadris. Suas mãos apertadas em seus quadris a arrastavam para ele com cada golpe a fim de que estivessem juntos, a fim de que o prazer fosse tanto assim bordeasse a dor. Ela podia senti-lo em seu interior, profundamente em suas apertadas dobras seu calor o rodeando, o levando para o mesmo coração. A pressão crescia e aumentava, o ar cintilou e crepitou e as chamas titilaram em todas as partes, e profundamente dentro, quando o vulcão bramou e estendeu o fogo través de seu corpo, através do dele, sentindo a alegria absoluta e a paz total. Dahlia ficou imóvel, tão esgotada que não podia se mover. Ele deveria ter sido muito pesado mas o queria sobre ela, enredado com ela, braços e pernas em todas as partes de maneira que não podia dizer onde começava ele e acabava ela. –O que significa kiciciyapi mitawa? Ele posou sua cabeça entre seus seios. –O que? –Você me chamou kiciciyapi mitawa. Soou muito formoso. Não é japonês. O que significa? –É Lakota. Soaria tolo em inglês – Ele pegou um seio, seus dedos movendo-se ligeiramente sobre sua pele. Seu fôlego quente sobre seu coração. –Quero sabê-lo. Não soou tolo quando o disse. Soou… Belo. Fez me sentir formosa. E amada. Ele beijou seu seio. –Chamei-te meu coração. E o é. Capítulo 17 A rua, no exclusivo bairro, estava vazia às três da manhã. O vento soprava suavemente através dos maciços de flores e sobre a grama recentemente regada. Um cão levantou sua cabeça quando a brisa levou um perfume pouco familiar. Ele chegou rigidamente até seus pés e encarou ao oeste, um grunhido retumbou no profundo de sua garganta. As escuras sombras se lançaram através da rua, movendo-se rápido, um borrão 195
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quando se pulverizaram para rodear a grande casa, dois andares no final do tranqüilo beco. O cão ladrou uma advertência, mas parou bruscamente quando uma das sombras se voltou e o contemplou. O cão se retirou lentamente, o pêlo se reacomodando em suas costas quando se colocou outra vez no alpendre, olhos brilhantes observando os agentes externos indo de cima abaixo pela casa em posição correta. A luz do farol realmente não chegava até mesma casa, colocada de costas sobre a estrada. As árvores tornaram ainda mais escuro o pátio circundante. As sombras se moveram rapidamente ao redor do pátio, e abundaram aos lados da casa como aparições escuras. Nicolas subiu pela lateral da casa, uma aranha subindo pouco a pouco até o segundo andar. Ele estudou a janela durante um momento antes de subir para o telhado. Ficando de cócoras na costa ele falou por seu rádio. –Temos um verdadeiro operador – ele sussurrou – Encontrei uma corda através da janela. Usa precaução extrema. –Um na porta principal – confirmou Kaden. –E volta – Sam entoou. –Então esperam problemas ou querem saber se alguém anda bisbilhotando. Quantos bons cidadãos dão tantos problemas? – perguntou Kaden. –Sondagem suave – Nicolas recordou – Entramos na casa suavemente, só para informação. Queremos entrar e sair sem ser detectados. Se tiverem alarmes silenciosos por fora, diria que vamos ter um problema pequeno dentro. Estejam preparados. –Nós sempre estamos preparados – Gator respondeu lenta e suavemente. Nicolas silenciosamente baixou seu corpo pela borda do suporte da janela. O mais inteligente e fácil de todos os alarmes era um sinal diminuto enganchado em algum lugar para tilintar como advertência. Se os agentes do NCIS tivessem pertencido às forças especiais, não usariam sistemas de segurança que se pudessem evitar facilmente. Ian burlaria o sistema. Não era difícil com suas habilidades psíquicas particulares. A casa era usada quando três dos agentes estavam na cidade. A inteligência de Lily tinha dado os três agentes, Neil Campbell, Martin Howard, e Todd Aikens, todos estavam fora da cidade. A casa deveria estar vazia, mas em caso de que não, e despertassem inoportunamente, pois bem, Nicolas recordava os soluços de Dahlia em seus sonhos, e ele não se sentia em particular generoso ou cortês. –Dois carros na garagem – A voz de Ian foi um suave sussurro em seu ouvido – O sistema de segurança está desativado. Havia um respaldo, mas não durou o bastante. A equipe tinha decidido usar rádios em vez da comunicação telepática no caso de alguém da casa fosse como Logan Maxwell ou Jesse Calhoun. Podiam sentir o fluxo sutil de poder ou inclusive poderiam ouvir o que diziam. A equipe estava acostumada a trabalhar com a mente, mas seu primeiro treinamento tinha sido com rádios minúsculos, então estavam acostumados a eles. –Temos ao menos um, talvez dois ou três no interior – Nicolas reportou aos outros – Procedam com muita cautela – Lily sempre lhes subministrava equipamentos de avançada tecnologia e o último tinha sido um entalhador de vidro refrigerado por ar, selado com um 196
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mini laser de CO2. Tinha uma taça de sucção circular giratória sobre um eixo e fazia um corte completamente silencioso. O cortador do laser era um microcomputador controlado pelo computador construído na capa de ensambladura do laser. Um computador era necessário para impedir que o laser atravessasse completamente o vidro, passasse para o quarto e queimasse coisas em seu caminho. Era quase como um atalho, deixando a taça de sucção com seu agarre para retirar o vidro. Lily seria feliz de obter o relatório de como trabalhava silenciosa e eficazmente, lhe permitindo retirar o vidro sem disparar o alarme colocado no batente interior. Ele deixou a um lado o vidro cuidadosamente quando se preparava para entrar no quarto. –Infravermelhos, maldção, luz com infravermelhos – Gator reportou. Nicolas refreou uma particular maldição. Gator não deveria ter cometido tal engano. Uma luz infravermelha diminuta era freqüentemente usada. Se o interruptor se acendia quando passava através da janela, a luz brilharia intermitentemente. A luz era diminuta, mas a luz infravermelha despertaria alguém treinado para ter o sono leve. –Recue – Nicolas pediu. Seu intestino se agitava. Levava seus homens a passar pela linha de fogo só com munição pouco letal. Não quiseram correr o risco de machucar um civil, e eram Caminhantes Fantasmas, estavam seguros de que poderiam entrar na casa e não ser vistos. Mas a casa não estava vazia, e os homens de dentro estavam treinados para o combate. –Negativo, senhor, o quarto está vazio. –Vá ao inferno, recue agora, soldado – Nicolas assobiou, sua voz implacável– Está esperando você. Assegura a posição e nos deixe o conter. –Sim, senhor – respondeu Gator – Assegurando posição. Nicolas deslizou cuidadosamente para o interior do suporte de janela controlando se por acaso houvesse um arame com um sino ou o interruptor de um infravermelho que acreditava que estaria ali. Outros estariam mais alerta agora que sabiam que havia alarmes dentro. –Dentro – Kaden anunciou – No primeiro andar, cozinha. Eu não gosto da sensação, Nico. Há poder aqui, e alguém o está usando. Escopeta atada ao tabuleiro. Estrela ninja na gaveta com a baixela de prata. Cozinha espaçosa. –Interceptar – Nicolas pediu imediatamente. Kaden era um telépata muito forte. Ele podia seguir a pista de outro sem suar. Nicolas segurou o sino com sua mente enquanto entrava. –Dentro. Quarto esquerdo. Sinto uma quebra de onda aqui igual. Foram advertidos. Estejam preparados. Ele sentiu o primeiro assalto a seu cérebro, uma espetada, como um punção equilibrando-se sobre ele, mais mental que físico. Bloqueou-o antes que o deixasse incapacitado. Os Caminhantes Fantasmas tinham praticado tais ataques para esquivá-los, mas nunca os tinham usado ou se defenderam contra deles, e Nicolas notou que era mais lento que o que teria gostado. –Jogo sete. Estão usando nosso jogo sete para atacar – ele anunciou. Cada um dos ataques mentais tinham sido feitos como a coreografia de uma partida de xadrez. Whitney tinha feito a coreografia. Ele devolveu o movimento de volta antes que pudessem 197
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persegui-lo, uma perfuratriz ressonante como partes de vidro quebrado cravando seu crânio. Ele quis que soubessem que não eram os únicos Caminhantes Fantasmas na cidade. Ele sentiu a retirada instantânea. A sacudida. Mais como a sacudida que Jesse Calhoun tinha exibido quando pela primeira vez se uniram seus caminhos mentais. –Dentro – sussurrou Ian em seu ouvido – Através da garagem na cozinha. Duas armadilhas, uma medianamente letal. Interessante comida no congelador. Uma Beretta. Não é sua arma predileta? Cozinha limpa. –Seu caminho de comunicação está fechado – Kaden disse com evidente satisfação. –No escritório, planta baixa – disse Ian – Revisando em busca de identificações ou qualquer prova incriminatoria. Mantenham por todos os infernos fora de minhas costas. –Kaden, fica com o Ian – pediu Nicolas. –Peralta, peralta, há uma pistola fixada com fita sob o escritório – somou Ian. Nicolas ficou nas sombras do quarto, comprovando o teto, o armário, e os cantos procurando um ocupante. Não houve nenhum som. Nenhuma respiração. Mas alguém estava perto. Ele podia senti-lo. Cheirá-lo. Soube por seus precisos instintos aperfeiçoados. Ele esperou em silêncio… Um batimento do coração, um segundo. Os instintos de sobrevivência apareceram, e pôs ao contrário a cama, disparou rapidamente sua arma, as balas fizeram um arco sobre o chão onde a cama tinha estado. Nos pequenos limites do quarto, os disparos foram ensurdecedores, machucando seus ouvidos. Ele viu o brilho de fogo quando o agente disparou várias descargas simultaneamente. Pôr ao contrário a cama fez cair o objetivo e as balas impactaram na parede em alguma parte atrás dele. Nicolas ouviu o impacto quando as balas golpearam a carne. Algo de metal esplodiu sobre o chão. Ele se jogou, chutou a arma fora do agente derrubado e precipitadamente lhe deu xeque, sabendo que o agente se sentiria como se tivesse sido golpeado no peito com um pesado martelo. Ele estava vivo, mas lutava como um louco, incapaz de mover-se pelo poderoso golpe com as balas de borracha lhe golpeando contra a parede. Nicolas o revistou procurando armas, encontrou duas facas e um recarregador. Atou-o com fita adesiva, as mãos, os pés, e a boca e o deixou para ir em busca do segundo agente. –Tem balas vivas lleve arounds – ele recordou a seus homens. –Tenho a um apanhado no quarto esquina direita – disse Gator – Está armado. –Permanece fora da linha de fogo, mas o contem – Nicolas pediu –Tucker, está dentro? –Estripou o quarto. Montões de armas no armário. C-4 e plástico. Um par de detonadores. Acredito que meu menino gosta de brincar com bombas. Quarto espaçoso em planta baixa. –Imagina algo? Não temos dinheiro à vista – disse Nicolas. –Nada aqui embaixo – disse Ian – Se vê limpo, maldição. –Um alvo com agradável jogo de facas para lançar – Nicolas reportou quando voltou para o quarto onde o agente derrubado estava amarrado – Meu amigo parece um pouco zangado, mas não posso culpá-lo – Ele revistou o quarto rapidamente, indo em busca de algo que poderia identificar o traidor. Muito dinheiro. Muitos luxos. Um livro de partidas ou uma pluma com o nome da companhia a que Dahlia tinha sido enviada para recuperar 198
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os dados. Inclusive um suéter universitário ou uma jaqueta do campus onde os três professores tinham sido assassinados. Ele era o homem, ficou de cócoras ao lado dele – Está bem? O homem o observou com olhos cautelosos, frios. Ele afirmou com a cabeça. –Ando procurando um traidor. Alguém que trairia seu amigo Jesse Calhoun. Tem alguma idéia? O agente franziu o cenho e negou com a cabeça. Nicolas notou o empurrão em seu cérebro, mas suas barreiras eram fortes e impenetráveis. Só para praticar, ele o empurrou até que o agente o fulminou com o olhar e se afundou suavemente. Nicolas estendeu a mão e retirou a fita da boca do homem. O agente basfemou como um marinheiro. –Tem algo que valha a pena ouvir? –Não sei nada de um traidor – Disse o agente – Mas se souber algo sobre o Jesse, quero ouvi-lo. Deve-me muito. –Você me disparou. –Forçou a entrada de minha casa. –Tem algumas arma ilegais aqui – assinalou Nicolas suavemente. –Ele está vivo? Que infernos aconteceu? Jesse Calhoun é meu amigo. Ninguém nos diz nada além de que ele está em um hospital, em alguma parte onde não temos permissão de estar à corrente. –E então se protegeu aqui, não é? – Nicolas disse atentamente – Decidiu que quem quer que fosse atrás de seu amigo, muito bem poderia vir atrás de você. –É lógico. –Como se chama? –Neil Campbell. –Diga ao agente que há no outro quarto que saia com as mãos para cima e sem armas. Falaremos – Nicolas ofereceu. Ele sabia que outros atravessavam rapidamente a casa, mas suas vísceras diziam que os dois agentes abandonados eram inocentes. Neil vacilou e depois negou com a cabeça. –Não posso me pôr em comunicação com ele. –Direi a meu homem que te permita que fale com ele. Não quer que morra, e nós não queremos o colocar umas quantas balas. Não quero a nenhum de meus homens mortos – “Kaden, fiscaliza-os se puder.” “Estou nisso.” Como sempre Kaden estava relaxado. “Diz a seu amigo que saia fora sem nenhuma arma. Que somos Caminhantes Fantasmas procurando um traidor do NCIS. Diga que nos acredite.” –São três os que usam esta casa. Onde está o terceiro? –Tem informação de nós. –Isso seria afirmativo. Posso te dizer cada osso de corpo que alguma vez te tem quebrado. Até sei de seu treinamento com o Whitney. A face de Neil se fechou imediatamente. Ele olhou inexpresivamente os olhos de Nicolas. Antes que pudesse protestar, Nicolas negou com a cabeça.
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–Não se zangue. Já cheguei o de não tenho a liberdade de falar desse assunto”. Não necessito confirmação. Você, Maxwell, Calhoun, e seu amigo – ele sacudiu com força um polegar para o outro quarto. –Norton, Jack Norton – Gator disse por rádio – É muito cooperativo – O mel gotejava em sua voz, o qual queria dizer que seu prisioneiro era combativo. Nicolas congelou durante um momento quando ouviu o nome. Era legendário no mundo dos franco-atiradores. “Kaden, ouviu isso? Diga aos homens que se dispersem, procurem o outro atirador a postos escondido em alguma parte. Terra alta, ele subirá. Jack tem um gêmeo.” Apesar de sua tensão, Nicolas conservou sua expressão tranqüila e continuou com sua conversa como se não tivesse reconhecido o nome. –E seu amigo Norton, todos se ofereceram voluntariamente para o experimento classificado do Dr. Peter Whitney. Ele realçou suas habilidades psíquicas e estavam treinados como uma unidade para trabalhar em missões usando seus novos talentos. Infelizmente, há repercussões severas por usá-los. Todos sofrem dores de cabeça contínuas e outros efeitos muito mais debilitantes. Quando já tiverem bastante e queiram aprender como funcionar no mundo sem ter que necessitar a proteção de suas âncoras sempre, têm a opção de lhes pôr em contato com Lily Whitney, a filha do doutor, ela os ajudará. A voz de Ian sussurrou no ouvido de Nicolas. –Parte de segurança no computador. Dentro da normalidade. –O fazendo entrar – Gator reportou. Nicolas deu um passo para um lado da porta e esperou que Jack Norton entrasse no quarto. Era um homem grande com peito e braços musculosos, os músculos bem definidos de um homem que se exercitava diariamente e se mantinha em forma. Ele viu um lutador, e seus olhos planos e frios que imediatamente procuraram Neil e depois atrás, para o Nicolas com a promessa de vingança. –Se ajoelhe, Norton – pediu Nicolas – Coloca seus dedos entrelaçados atrás de seu pescoço. O revistou, Gator? –Uma faca do tamanho de uma espada – comentou Gator – E especialmente, tinha várias facas de lançamento também – Piscou um olho para Nicolas – Pensava que não os encontraria se ficava olhando com temor aquela faca de macho. Norton deu um olhar, frio como o gelo. Gator sorriu. –Está bem, Neil? –perguntou Norton. –Estou bem. O peito dói como o demônio. –Conheço você – disse Nicolas – Cruzamos nossos caminhos duas vezes em alguns países. Que mais tem? –duas pequenas facas e duas armas. –Isso não é possível – O sorriso desapareceu da face de Gator. –Este é Jack Norton, e deveria ter reconhecido o nome – Nicolas disse ao cajún, depois voltou sua atenção ao agente – A casa é uma grande armadilha. Meus homens encontram armas em todas as partes. Pensam que há alguém atrás de vocês? –Ouvimos que alguém atacou Jesse Calhoun – Norton respondeu simplesmente – Prestará atenção se solto as mãos? 200
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–Sim prestarei atenção. Todos nós estaremos mais seguros assim. Toma-o como uma precaução. Tem certa reputação bem merecida. Onde está seu irmão? –Provavelmente controlando algum de seus enlaces neste minuto – disse Norton complacentemente. –Está fazendo a ronda, Jack – disse Nicolas – Diga que desça. Não quero que nenhum de meus homens faça mal e isto acabe em um derramamento inútil de sangue. Procuramos informação. –Ken está somente atrás, procurando que ninguém faça uma estupidez – Norton respondeu – Não vai encontrar o traidor nesta casa. –Ele tem informação de Jesse – disse Neil. –Está em má forma – disse Nicolas – O temos escondido no melhor hospital e custodiado sempre com nossa gente. Henderson o foi visitar. Não deixam a ninguém mais aproximar-se. –Tiraram-no? – Jack perguntou. Nicolas assentiu com a cabeça. –Então, devo-lhe isso. –Só espero que esse irmão teu não dê um tiro em algum de meus homens. Odiaria ter que matar alguém que eu gosto – Nicolas falou por seu rádio – Não vamos encontrar nada aqui. Nos retiremos e me façam saber quando estiverem seguros. –Nosso computador está intacto? – perguntou Neil. –Não saberá que ele o tenha tocado – Nicolas respondeu – Se assegure que um doutor dê uma olhada em seu peito. Vai ter alguns machucados. Cavalheiros – Ele guardou sua arma, mirando no peito de Norton quando se retirou atrás para a janela – Sairei fora e os vigiarei enquanto meus homens ficam a salvo – Ele falou em tom de conversa, despreocupadamente, mas sua pele estava fervendo diante a idéia de que o legendário Jack Norton e seu irmão gêmeo Ken, espreitassem-nos. Havia muito poucos homens tão bons como ele na selva, mas Jack Norton era um deles. E ele era muito bom com um rifle, talvez o melhor. Ninguém tinha mencionado os gêmeos Norton na inteligência, nem que tivessem a casa, ou até no NCIS. Ele não podia imaginar Lily perdendo algo parecido, o que queria dizer que Norton ou tinha entrado porque conhecia Jesse Calhoun e Calhoun era um amigo, ou tinha sido contratado pelo diretor para investigar seu escritório porque o almirante tinha chegado à mesma conclusão que Dahlia. Alguém no departamento era um traidor. Ele não deixou de apontar a Norton até que cada um de seus homens lhe deu o afastamento do alarme. Fez um pequeno gesto e deixou de existir, deslizando-se na noite tão rápido como pôde, sentia uma coceira entre suas espátulas como se fosse rastreado por uma bala. Uma vez fora, ele deu um suspiro de alívio. Os gêmeos Norton. Quem teria pensado que tinham saído bem parados em uma confrontação com eles? Tinha sido muito afortunado de tirar seus homens ilesos. Ele conhecia Jack Norton e pensava o mesmo a respeito de enredar-se com ele. Ele soltou seu fôlego lentamente desejando ter acabado por essa noite. Mas isso não era assim. 201
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–Vou recolher a Dahlia. Encontraremo-nos todos no objetivo. Nicolas agradeceu estar sozinho no carro durante alguns minutos. A responsabilidade de proteger seus homens não era algo pequeno. Tomava a sério, e sabia que tudo poderia ir-se ao inferno. Tiveram um dia para revistar a casa, e não era suficiente tempo para revistar o lugar e encontrar tempo para entrar à força quando ninguém estava em casa. Tinham tido muita sorte de sair ilesos quando os célebres gêmeos Norton tinham estado na residência. Ele não podia culpar Gator. Ninguém vivo que ele soubesse podia manipular Jack Norton e sair ganhando. A única razão pela qual Gator não estava morto era porque Jack era um homem paciente, sensato e não cometia enganos. Ele estava avaliando a situação, andando a provas antes de fazer uma matança. Tinham tido sorte. Tinham sido muito afortunados. Dahlia correu ligeiramente através da grama, vestida com um macacão negro, seu cabelo recolhido apertadamente em uma grosa tranca, intrincada. Ela lançou a bolsa pequena cheia com as roupas novas no assento de trás e se deslizou no carro ao lado dele. –Como foi? –Estão limpos – Ele respondeu. Ela o olhou durante um momento. –Está todo mundo bem? –Sim, mas não temos muito tempo para isto, Dahlia, queremos você fora dali antes que fique tudo muito mal, ou antes que alguém tenha a possibilidade de saber onde vamos golpear depois. Terá que entrar e sair rapidamente. Queremos que Maxwell nos leve fora daqui antes que alguém tenha a possibilidade de vir nos buscar. –Ele está no aeródromo? –Kaden faz as pazes com ele, leva-lhe comida e o informará se cooperar. O avião estará preparado para quando chegarmos. Outros se colocarão para te proteger se for necessário. –Não o será. –Isto não equivale a uma recuperação, Dahlia. Interroga-a enquanto revistamos a casa. Não queremos que ela saiba que nós estamos lá. Ela poderia aterrorizar-se e tentar chamar por telefone à polícia. –Ela não o fará – Havia confiança na voz de Dahlia. Nicolas sentiu a tensão de seus músculos em seu tom. Ele não se deu conta de quão preocupado tinha estado por ela. Ela tinha estado muito mal antes, mas agora se via descansada, relaxada e completamente equilibrada. Dahlia estudou sua face. –Parece cansado, Nicolas. Não dormiu. –Dormirei no avião. Nossa inteligência não foi tudo o que podia ter sido. Era um pouco arriscado, mas saímos dali intactos. Ouviu Calhoun alguma vez falar de um homem chamado Jack Norton? Sua voz como sempre foi cômoda, suave, quase sensual, mas o conhecia agora a um nível muito mais profundo e ela notou um frio repentino atravessando sua coluna vertebral. 202
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–Jesse mencionou alguém chamado Jack que o tirou de um fogo cruzado quando ele esteve ferido. Mas nunca mencionou seu sobrenome. –Mencionou um gêmeo? Ela assentiu com a cabeça. –Um irmão, sim. Não recordo seu nome. –Ken. Ken Norton. –Por quê? Quem são? –Esperamos que não sejam o inimigo. Jack é o tipo de homem que nunca quereria que fosse atrás de você. Ele nunca para. Ele sempre chega. Ele estava ali, na casa. Dahlia franziu o cenho. –Tudo isto é muito turvo. Tudo porque um grupo de professores teve uma idéia. –Uma idéia que poderia mudar o balanço da potência de fogo no mar – ele lembrou. –É uma idéia. Ainda não comprovada – disse ela – O dinheiro é nem mais nem menos feio. –Afeta às pessoas – ele qualificou. –Este Jack se venderia por dinheiro? –Nem em um milhão de anos. Se ele anda procurando à mesma ou as mesmas pessoas que andamos procurando nós, teria que dizer, que bem podem pegar um tiro agora porque já estão mortos. Ele não sabia o que tinha acontecido a Jesse. Nem tampouco Neil. Ninguém fala ainda, isso é uma boa coisa. Sabemos que ele está bastante seguro enquanto calculamos tudo isto – Ele estacionou o carro diante de uma modesta casa em um bonito bairro. O alpendre e o balanço pareciam atraentes. O carro era um Toyota Camry – Nada extravagante. Dahlia ia abrir a porta do carro, mas ele apanhou sua mão, impedindo o movimento. –Está conectada, correto? Já comprovou? Ela revirou os olhos. –Comprovamos duas vezes. Ian revista tudo e você poderá ouvir. –Tome cuidado – Ele não sabia se estava perto de lutar com Jack Norton, mas estava pouco disposto a afasta-la de sua vista. Dahlia aproximou, pressionou seus lábios em contra a comissura de sua boca. –Faço-o sempre, Nicolas. Deixa de se preocupar. Ela saiu do carro e se encontrou sobre a grama. Ele a viu sair do carro, sabia que direção se dirigia, sabia o que tinha posto, mas ela pareceu desaparecer na paisagem. Foi a coisa mais estranha. Não era como se pudesse turvar sua roupa. Nicolas esfregou os olhos e olhou de novo. Escutou sua suave risada em seu ouvido. –Ponha seus óculos. –Faz mais que turvar sua face – Ele amava o som de sua risada. Suas vísceras sentiram algo estranho que o deixou irracionalmente feliz. –Bem, uma garota deveria ser algo misteriosa. Não quereria que sua vida fosse aborrecida. Ele se esforçou por vê-la momentaneamente. Moveu-se através do longínquo maciço de flores. Ele a viu aproximar-se de uma cerca baixa em cima do pendente do enviesado terraço e ir correndo pela borda como se não tivesse nenhum tipo de seguro em seus pés. 203
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Tinha o coração na garganta, dirigiu a seus homens para que rodeassem a casa e a seguissem dentro enquanto ela cercava conversa com a ocupante. –Deixa de se preocupar – Dahlia sussurrou. Ela poderia sentir sua energia por mais que tentasse diminui-la. Nicolas não era o tipo de homem que felizmente enviava sua mulher a uma missão que considerava perigosa. E isso era algo que os separava. Ela necessitava a estimulação e a contínua atividade física e mental que o trabalho assegurava. Ela não tinha nem idéia de como faria frente sem essa saída. Ela correu ligeiramente pelo telhado, seu leve peso permitindo ser muito silenciosa quando se aproximou do ponto de entrada que tinha escolhido. Uma janela que estava ligeiramente aberta, subiu-a um pouco silenciosamente. A tela era de pouca conseqüência. Pendurando ao contrário, a extraiu facilmente e a colocou cuidadosamente no terraço onde não poderia deslizar longe. –Nenhum sistema de segurança além do alarme que Ian interrompeu – ela se queixou suavemente, sentindo-se um pouco tola falando com a equipe. Ela não trabalhava em equipe, e se sentia um pouco coibida de saber que todos eles estavam vigilantes e controlando tudo o que dissesse ou fizesse. Ela baixou seu corpo até que pôde alcançar a borda da janela e arrastá-la para subila. Quando fez isso, sussurrou suavemente. Ela não era uma telepata muito forte, não podia ler os outros facilmente, mas podia fascinar com sua voz, especialmente se a pessoa estava sonolenta, bêbada, ou era muito suscetível. Ela conservou sua voz enganosa quando deslizou pela parede e começou a passar através da janela, aterrissando silenciosamente dentro encurvada, seu olhar esquadrinhando o quarto quando continuou dando a ordem para que dormisse. Ela estava no quarto da secretária do diretor Henderson, Louise Charter, quem dormia pacificamente. Uma mão dirigiu para a mesa de noite onde seu relógio despertador estava. – Estou dentro – ela anunciou suavemente – Ela está sozinha, mas não comprovei a casa – Era normalmente a primeira coisa que fazia para garantir sua segurança, mas Nicolas tinha sido inflexível com que só tratasse com a secretária. Ela se moveu através do quarto, revistando-o cuidadosamente, indo através das gavetas e o armário. Notou cada artigo de interesse – Ela definitivamente se vê com alguém. Ao lado do telefone havia uma foto emoldurada da Louise Charter e um jovem de idade indeterminável, talvez uns trinta ou quarenta anos. Ele tinha seu braço ao redor dela e sorria com sua face arrebitada. Dahlia se sentou a um lado da cama. –Louise – Ela disse o nome suavemente, amavelmente. Persuadindo-a com a voz. Louise abriu os olhos e ofegou, meio sentada, e retirou para trás seu cabelo loiro com mechas de cinza. –Dahlia. Reconheço sua voz. O que faz aqui? Tem problemas? – Ela se sentou de tudo e alcançou sua túnica de um modo prático – Posso chamar o diretor e posso ter ajuda aqui imediatamente para você. Ele esteve fora do escritório e está esgotado, mas o posso encontrar para uma emergência.
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Dahlia sorriu, assombrada de que Louise estivesse tão tranqüila de encontrá-la sentada em sua cama. Ela estava segura de que Louise rondava os sessenta, embora aparentava menos idade. –Obrigado, estou bem. Só necessito de informação, e não queria usar o telefone. Tive medo de que fosse perigoso. Louise assentiu com a cabeça compreendendo. –Acredito que o diretor lhe deu medo igualmente. Ele está muito sigiloso no momento, até comigo, e fui sua secretária particular durante vinte anos. –Então não sabe onde está? Louise negou com a cabeça. –Não no momento, mas ele está sempre em comunicação. Falou com ele desde que tudo isto começou? –Brevemente –Dahlia mentiu – Ele foi visitar Jesse. Imediatamente Louise pareceu perturbada. –Como sabe onde está o diretor? - O pensamento claramente era perturbador. –Ele me disse isso quando perguntei pelo Jesse. Louise assentiu com a cabeça, ainda com cenho franzido. –Por favor não o diga a ninguém, Dahlia. Não deveria ter me dito isso – Ela suspirou – Pobre Jesse. Me disseram que não caminhará nunca mais. Algo dentro de Dahlia se imobilizou. Seu coração começou a palpitar. Ela notou o enxame de energia. O desassossego de Louise, sua própria cólera crescendo. Com grande esforço, Dahlia reduziu seu temperamento. –Quem te disse que não voltaria a andar? Louise franziu o cenho. –Sinto muito, Dahlia. Não tive a intenção de pertubar você. Deveria tê-lo pensado antes de dizer isso. A condição de Jesse é muito séria. Suas pernas estão atrofiadas. Não é um segredo. Pensava que sabia. –Viu-o? – As unhas de Dahlia se marcaram pela pressão em suas palmas. Ela queria estender a mão e sacudir à mulher. Derramar a energia sobre ela a fim de que a agitação de seu estômago e a pressão crescente em seu peito diminuísse. A eletricidade rangeu no ar. Louise olhou a seu redor, olhando com cenho a eletricidade estática no ar. –Viu o Jesse? Estou muito preocupada com ele – Dahlia colocou sua mão à força em seu bolso e encontrou as esferas púrpuras, as escondendo na palma de sua mão para poder assumir o controle. Os fios do cabelo de Louise estavam rígidos, desenhadas pela construção estática no ar. Dahlia temia que se não se controlasse, o relâmpago formaria um arco. –Não, querida – Louise suspirou – Desejaria poder tê-lo feito. Martin me contou isso. Martin Howard – Ela gesticulou para a foto – Somos bons amigos, e ele sabia que estava preocupada, então quando descobriu, me contou. –Como ele descobriu? – Dahlia franziu o cenho e apertou com mais força ao redor das esferas – Perguntei ao diretor, e ele não deu nenhuma informação.
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–Dahlia, por que alguém reservaria a condição de Jesse como um segredo para todos nós? Abunda a informação classificada, mas um amigo ferido não é uma delas. –Louise falou muito amavelmente, nostálgia de sua voz calma, agradável do telefone. Dahlia mordeu com força sua impaciência. –Isto parece bastante ridículo, a menos que alguém queira lhe matar. Louise abriu sua boca e depois a fechou outra vez. Ela estudou a face de Dahlia durante muito tempo. –Matá-lo? Deliberadamente? Dahlia, deveria me dizer o que está acontecendo. –Alguém destruiu minha casa e matou a minha família, Louise. E tentaram matar Jesse. Era uma armadilha desde o começo. Estive em problemas. Não me seguiram para casa, estavam lá diante de mim. Não existo para ninguém exceto para o NCIS. E até lá, só algumas pessoas sabem de mim. Louise estremeceu. –Isso não pode ser. Só umas poucas pessoas sabem de você, Dahlia, até no escritório. –Assim minha hipótese é, que o diretor protege o Jesse inclusive dos outros agentes até que saibamos quem está atrás de tudo isto. Os descoloridos olhos azuis de Louise se chocaram com os de Dahlia diretamente. –Por isso está aqui. Pensa que talvez tive algo a ver com isso – Houve grande dignidade em sua voz e uma riqueza de orgulho – Servi como secretária de Frank Henderson durante mais de vinte anos, e muito antes prestei serviços em postos de confiança. Nunca divulguei um segredo em minha vida. E não pode contar a condição de Jesse, quando nada cruzou meu escritório fora do que se classificasse como informação. –Só tento evitar que me matem, Louise – disse Dahlia. Era duro não acreditar na mulher. A energia que desprendia ela não era de pretensão ou subterfúgio. –Pensa que Frank te traiu? – Quando ela fez a pergunta sua voz vacilou e rangeu, mas sua expressão era de orgulho e dignidade – O faz? –Honestamente não sei o que pensar, Louise. Esperava que você me desse alguma ideia. A pessoa tem que pertencer ao NCIS. Não há ninguém mais. Louise guardou silêncio durante alguns minutos, obviamente pensando-o. –Não posso imaginar ninguém de nosso escritório nos traindo, Dahlia. Os agentes estão perto, mas são muito profissionais. A maioria serviu nas forças armadas, todos eles são inteligentes e dedicados – Ela esfregou a testa, parecendo consternada. –Talvez alguém colocou a pata e o disse a uma namorada ou a uma esposa. Louise negou com a cabeça. –Não fariam isso, Dahlia. Suas vidas correm perigo. Sabem – Sua cabeça se ergueu – Ou quer dizer. Tem uma idéia errada de que sou uma senhora velha com um namorado jovem. Acha que trocaria informação por ter a oportunidade de tê-lo em minha cama? Martin Howard está completamente dedicado a seu trabalho. Ele é um oficial condecorado e um homem maravilhoso, e certamente não é meu amante. Nunca trairia seu país, e tampouco faria isto. –Nunca disse isso, Louise. –Mas o pensava – Ela colocou uma mão em sua garganta – É o que todo mundo pensa sobre mim? 206
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Dahlia se obrigou a tocar à mulher. Ela pôs sua mão sobre o pulso de Louise, querendo acalmá-la. Precisando lhe dar uma pausa à energia crescente. Mas Louise estava desgostada, o calor aumentou e a pressão no peito de Dahlia aumentava. Fora, um mocho ululou… uma vez, duas vezes. Dahlia soltou um suspiro de alívio. –Louise, eu não penso que o diretor acreditasse por um minuto que você o trairia. Ele protege o Jesse. São os escritórios do NCIS rotineiramente revistados? –Teria que perguntar ao diretor. Esta era a resposta padrão de Louise e uma que Dahlia tinha ouvido mais de uma vez durante aqueles anos. –Encontraremos quem quer que esteja fazendo isto. Sei que há formas muito sofisticadas de espiar um escritório ou escutar conversas. Vou agora. Uma última pergunta. Martin te disse alguma vez quem tinha dado notícias sobre o Jesse? –Não. Não perguntei. Só concluí que todos os agentes tinham sido informados. De fato, fez-me um pouco de dano que o diretor não me tivesse tratado igual. –Eu não o mencionaria outra vez, Louise, a ninguém – Dahlia aplaudiu a mão da secretária e se levantou. Ela estava desesperada por sair fora, longe da mulher que sentia uma mistura de emoções confusas. –Não o farei. Dahlia saiu fora da casa da mesma forma que o tinha feito quando entrou, balançando-se através da janela em cima do telhado e correndo rapidamente para o canto da casa onde ela deu um salto mortal sobre o chão. Correu ao carro que a esperava. Nicolas se separou da calçada no momento em que ela esteve segura dentro e se dirigiram ao aeródromo. –Encontraram alguma coisa? – Perguntou Dahlia, respirando devagar, tirando as esferas de seu bolso para poder começar a dissipar a energia – Não acredito que ela tenha nada a ver com tudo isto. –Dahlia, ela é a única que sabia das pernas de Jesse – Nicolas apontou amavelmente. Ele a alcançou através do assento colocando seus dedos ao redor de sua coxa, para ajudar a extrair a energia. –Isso não é exato – Disse ela atentamente – Martin Howard o disse. –Se dizia a verdade. –Não penso que ela tenha mentido para mim – Dahlia respondeu teimosamente – Não é ela. Capítulo 18 Dahlia sentou com as pernas cruzadas no meio do chão, várias esferas de quartzo davam voltas sob as pontas de seus dedos. Ela ignorou os homens congregados a seu redor, em particular Max, quem ficou com o olhar fixo em estado de choque quando ela levitou as esferas sob sua palma. –Olhe isto. Pode algum de vocês fazer isso? – Ele perguntou. Kaden deu de ombros. –Não o provei ainda, mas o faremos – ele admitiu. 207
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Dahlia deu uma olhada no seu rosto e se pôs a rir. Havia um pouco de camaradagem, algo que tinha estado perdendo toda sua vida. –Quero observar quando for fazer – Disse ela. –Bem, pode querer, mas não ocorrerá – Sam protestou – Riria de nós, e não podemos estar pendentes disso. –Os homens são como bebes – Dahlia examinou Nicolas. Ele tinha estado falando por telefone com Lily e Ryland durante algum tempo e manteve sua face pétrea. Seus olhos eram planos e frios e soube que ainda estava bravo pela posição em que tinha posto seus homens, entrando na casa do agente sem a informação correta, não se precavendo de que os gêmeos Norton estavam ali. Max tinha insistido em que o deixassem inteirar-se do que fosse que faziam, e ninguém objetou nada. Não parecia que fosse um prisioneiro, movendo-se livremente de um lado para outro no apartamento que Lily tinha arrumado para que pudessem estar. Ele estava definitivamente tentando ouvir o que se dizia, revoando perto de Nicolas, e ocasionalmente caminhando com passos largos e lentos desassossegadamente. Nicolas pendurou o telefone e se voltou para outros. Imediatamente toda conversa cessou. –Calhoun parece um Cristo. Suas pernas não estão muito bem. Operaram-no e pela segunda vez, mas há muito dano, sobre tudo debaixo dos joelhos – Ele esfregou sua mão sobre sua face – Louise Charter tinha a informação correta. Não acreditam que ele vá caminhar outra vez. Ao menos não com suas duas pernas. Max deu a volta e se afastou ficando com o olhar fixo na janela. Dahlia permaneceu sentada, absorvendo a labareda repentina de energia enquanto os homens tentavam suprimir suas emoções. Ela não podia suprimir a dela. Pressionou as pontas de seus dedos sobre seus olhos. –Não é possível. Nicolas cruzou até chegar a ela imediatamente, estando de pé atrás dela quando ele pôs sua mão sobre seu ombro em uma tentativa de lhe oferecer comodidade e tomar um pouco de sua energia. –Sabíamos que ele não estava bem, Dahlia. Ao menos está vivo. Ela não confiava em si mesma para poder falar. Tinha tido a esperança de um milagre, e na realidade tinham recebido um… Jesse estava ainda vivo. Em algum momento ela soube quando viu o dano de suas pernas que provavelmente seria impossível arrumá-lo, mas tinha tido a esperança de qualquer forma. Nicolas ficou de cócoras a seu lado. “Lily se ocupará de que tenha os melhores doutores, o melhor cuidado. Se assegurará de que esteja vigiado todo o tempo. E tentará fazer até mais porque ela sabe que ele significa muito para você. Kiciciyapi mitawa, me olhe. Te digo a verdade. Não o deixará ir.” Dahlia piscou as lágrimas que pareciam excessivamente próximas. Foi por isso que se encontrou apoiando-se na força de Nicolas? Não sabia. Não se importava. Ela investigou seus olhos. Em seu coração… E se viu ali. Sorriu. “Começo a acreditar nela. Nos Caminhantes Fantasmas.” Nicolas agitou seu cabelo e voltou para o escritório. 208
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–Tiramos algumas fotos da casa de Louise Charter esta manhã – Ele parou – Passaram por todo mundo? –Não por mim – Dahlia estendeu sua mão. Kaden passou para ela as lustrosas fotos. –Abundam as imagens de Martin Howard. –Lily tinha alguma informação dele? – Perguntou Dahlia. –Martin é um bom amigo meu – interrompeu Max – Ele é um oficial condecorado no Green Berets e é alguém com o que sempre pude contar. É um bom homem, e serviu seu país desde que tinha dezoito anos – Houve um toque duro em sua voz. Nicolas o imobilizou com um olhar frio, seco. –Ninguém quer olhar os amigos, Maxwell. Se não puder fazê-lo, entenderemos –Sua voz era inflexível, mas Dahlia se sobressaltou diante a evidente reprimenda. Max mordeu uma maldição e marcou o passo através do quarto para a janela. –Lily encontrou algumas “coisas” que chamam a atenção – Nicolas continuou – Martin Howard não é o nome com o qual nasceu, e Louise Charter não se entende com ele. Aparentemente, Martin nasceu no seio de uma família da máfia de escassa importância aqui mesmo em Detroit. Seu nome de fato é Stefan Martinelli, e Louise é a prima de sua mãe. Quando seus pais morreram em um acidente de automóvel, Louise e seu marido o acolheram, a ele e a seus quatro irmãos e ajudou a criá-los. –Isso explica por que sempre está em sua casa e em tantas fotos – disse Max, dobrando seus braços através de seu peito. –Sim – Nicolas esteve de acordo – Em poucas palavras, Martin trocou seu nome junto com seus quatro irmãos, em um esforço por mantê-los fora dos tipos de atividades em que seus pais tinham estado envolvidos. Viveram perto de Maryland com a Louise e Geoffrey Charter até que todos se graduaram na universidade. Há alguns incidentes menores com a lei, mas Geoffrey os tirou deles. Max se recostou contra a parede. –Então nasceu em uma família italiana com laços com a máfia, mas aparentemente ele fez o impossível para conservar a si mesmo e seus irmãos fora desse tipo de vida. Kaden deu a Max um olhar rápido. –Esse parece o caminho, não é? Que mais encontrou Lily, Nico? –Todos os irmãos entraram no serviço. Martin mostrou o caminho, e o resto o seguiu. A maior parte deles foram à universidade e depois se uniram. Martin se uniu e foi à escola enquanto serviu. Ele assegurou os outros junto com os Charters. Nicolas contemplou Max. –Sei que ele esteve em algumas brigas – disse Max – Não as tivemos todos? –Sabia que seu irmão Roman esteve na prisão uma dúzia de vezes e danificou várias vezes sua ascensão a oficial? Ele foi um bagunceiro dentro e fora do serviço. –Todos temos parentes – disse Max. –Não todos – Dahlia objetou. –Ma Cher – Gator pressionou sua mão contra seu coração – Aí está outra vez. Negando nossa relação. Dahlia sorriu e lhe enviou um beijo. 209
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O escuro olhar de Nicolas se cravou na face de Gator. Gator só lhe piscou um olho, transmitindo seu sorriso de menino mau. –Deixa de jogar isca ao tigre – Kaden o informou. –Os jacarés comem tigres no café da manhã – Gator se gabou, seus dentes brancos ficaram ao descoberto quando ele recostou seu quadril preguiçosamente contra a parede próxima à porta. A faca chegou do nada, voando tão rápido que foi um borrão através do ar, em direção da parede e atravessando as pontas da brilhante cabeleira escura de Gator. A risada fez erupção enquanto Dahlia ficou com o olhar fixo com horror na folha introduzida quase por completo na parede. Não havia sentido a mais leve quebra de onda de energia, violenta ou de qualquer outro tipo. Nicolas a olhou inocentemente. Gator encolheu seus largos ombros, o sorriso aberto ainda em seu lugar como se alguém lhe atirasse uma faca fosse do mais comum. –Todos vocês estão assobiados – ela declarou – Isso não foi gracioso. –Realmente, “tite soeur”, foi – Gator disse e agarrou a faca liberando-a. Ele caminhou com passo descansado para Nicolas e lhe deu a arma, pelo cabo – Eu lutaria por você quando quiser, irmã pequena, e se seu homem não pode, ele não é o suficiente homem. Dahlia os olhou de cenho franzido. –É uma maravilha que qualquer de vocês esteja ainda vivo – Ela começou a folhear as fotos – A propósito, só para que conste em ata, quando entrar no edifício esta noite, não quero ninguém perto. Todos se preocupam muito por mim, especialmente Nicolas, e não posso me permitir uma reação violenta de energia. Todos terão que permanecer quietos. Nicolas subiu sua sobrancelha, seus duros traços completamente inexpressivos. –Esta é uma grande negativa – disse Sam. –Eu não acredito – Kaden objetou simultaneamente. Gator só riu. –Oh, ma cher, seu senso de humor aumenta estando ao redor de todos nós – O sorriso se ampliou – Ou só é difícil para dar um ataque cardíaco ao Nico? Ela o ignorou e olhou para Max. –Parecem esquecer que vivi sozinha todos estes anos sem eles. –O que é exatamente o que planejou, Dahlia? –Max perguntou. Houve um repentino silêncio. Todos a olharam. –Pois bem, caramba, Max, não sei. Algo para fazer com meu trabalho. Já sabe, esse trabalho altamente classificado que ambos compartilhamos. –Não vejo Jesse aqui te dando ordens. –Não, não o faz, sabe, porque ele está em um hospital em alguma parte e vou me inteirar de quem o pôs ali – Os olhos escuros de Dahlia brilharam intermitentemente, brilhando intensamente como duras gemas – Mataram Milly e Bernadette, Max. Terminarei meu trabalho. –Falou com o almirante? –Não tenho que falar com o almirante para terminar meu trabalho. Max negou com a cabeça e olhou para Nicolas. –Você está de acordo com isto? 210
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Antes que Nicolas pudesse responder, Dahlia enviou adagas com o olhar ao Max. –Ele não tem nada a ver com isto. Não trabalha para o NCIS, sabe. Não é meu chefe. Só está tentando ser intimidador, porque o irrita como o inferno o fato de não estar comigo – E isto fez. Seu temperamento aumentava em relação direta aos níveis de testosterona que havia no quarto. Nicolas estava encantado de ver a Dahlia real, lutadora. Não se apoiava em ninguém. Não é que ela fosse a nenhuma parte tão perigosa como Lombard S.A sem os Caminhantes Fantasmas para protegê-la, mas qual era a finalidade de discutir com ela? Ele não ia mudar, e ela tampouco. Era uma boa prática que os homens guardassem suas emoções cuidadosamente no campo. Ele encontrou os olhos de Maxwell. O homem se afundou imediatamente em uma pequena inclinação com a cabeça de compreensão. –Vê algo nas fotos? – Perguntou Tucker – As olhei, mas principalmente procurava lugares, mais que pessoas. Sei que pensa que Charter não está envolvida, Dahlia, mas eu encontrei isto – Passou um papel deliberadamente ao Max para que a desse a ela. Max tomou fôlego, lendo a publicidade de Lombard S.A Sem uma palavra, ele a deu a Dahlia. Ela tomou a contra gosto, girando-a em círculos. –Alguém a pôde ter dado. Estão em todas as partes. É uma companhia grande. –É um laço com ela – disse Nicolas – E Martin. –Que outra informação tem dele? – Perguntou Max. –Lily foi muito minuciosa. Temos tudo sobre suas qualificações em suas missões classificadas, mas o que mais me interessa é sua relação com sua família. Ele é um homem extremamente leal. Não só para seus irmãos, mas também para Louise Charter. Acredito que é genuíno. Acredito que ele exibiria a mesma lealdade para seu país e para o NCIS e seus amigos – Nicolas filosofou em voz alta. Kaden assentiu com a cabeça. –Vejo aonde quer ir. –Eu não – disse Dahlia – Está eliminando nossos únicos suspeitos? –Quem mais tem o acesso à casa de Charter, Dahlia? – perguntou Nicolas – Quem mais iria uma e outra vez? Seus dedos se apertaram ao redor das fotos. –A não ser como obteriam a informação classificada? Louise me conhece, conhece minha autorização, e a única coisa que me disse na conversa era o estado de Jesse e isso é porque nenhum diretor disse que fosse tratada como classificada. Ela nunca se sentaria para comer, até com alguém que considerasse como um filho, e lhe contasse os segredos do governo – Dahlia negou com sua cabeça – Não conheço Martin Howard, mas se ele for tão sólido como dizem, não posso imaginar que seja tão loquaz. –Confia em mim, ele nunca diria uma palavra, acidentalmente ou não – afirmou Max. –Não, mas seus irmãos teriam acesso tanto à casa de Charter como a seu escritório. Ela lhes permitiria que fossem ver a sua sede do trabalho, inclusive para almoçar, esse tipo de coisas. O mesmo com Martin. Por que alguma vez suspeitariam de um membro familiar de pôr escutas? Os técnicos revisam os computadores, exceto se considerarem que ali 211
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existe uma elevada segurança, quanto pensa que os escritórios são examinados? Até se uma escuta fosse encontrada no telefone da secretária ou seu computador fosse atacado, quem suspeitaria de um membro de sua família? – Kaden explicou cuidadosamente – Acredito que isto funcionaria assim, entraria, almoçariam, passaria o tempo, ninguém imaginaria. Ele poderia recolher muita informação. –Que irmão? – Perguntou Max. –Com certeza o bagunceiro, Roman. Ele tentou seguir os passos de seu irmão mais velho mas não teve êxito. Tentou com o Green Beret e não foi aceito. Tentou entrar no programa de experimentos psíquicos e seu registro de alvoroços o arruinou. Sem interferência de Martin, poderia muito bem ter obtido uma descarga desonrosa. Agora está fora de serviço e mantém que é um estudante, e um trabalhador por conta própria, mas o investigador de Lily não pôde saber que é que faz. –Um estudante onde? – Perguntou Dahlia. –Rutgers – Nicolas disse em voz baixa. Dahlia deu a volta e cravou os olhos em Nicolas. –Tem que ser ele. Como pode haver tantas coincidências? –O que tem que ver Rutgers com isto? – Perguntou Max – Sei que Jesse pinçava ali. –Rutgers perdeu alguns professores que desenvolviam uma nova arma para o departamento de defesa – esclareceu Dahlia. –Definitivamente há uma conexão entre a investigação de Jesse e onde Roman Howard vai à Universidade – disse Kaden. Dahlia começou a rodar as esferas quando a energia aumentou no quarto. Os homens tentavam conservar suas reações à mínima intensidade, mas eram humanos. –Se for Roman, e não trabalha para o NCIS, como poderia entrar na equipe do NCIS até a casa refugio para tentar me dar um tiro? –Provavelmente, seguiu-os e esperou em cima de um edifício até que assinalaram o caminho. Uma vez que soube onde estava, disparou e desatou um inferno ali – disse Kaden. Isso é o que eu teria feito. Ela enviou um sorriso apenas perceptível. –Isso é muito reconfortante. Acredito que todos vocês necessitam algumas lições de comportamento passivo – Ela girou seu pulso quando fez levitar as esferas em sua mão – Está tarde, cavalheiros, e tenho trabalho a fazer. Ela ficou de pé, estirou-se, e colocou as pequenas esferas à força em seu bolso. Percorreu com o olhar o punhado de fotos. A imagem sobressalente parecia pertencer a uma mulher sentada sobre um banco de ferro forjado que passava por cima um rio. Dahlia ficou silenciosa. A mulher estava de costas para à câmara, mas era familiar. E o rio era muito familiar de qualquer maneira. Ela olhou para Nicolas, com tristeza em seus olhos. “Dahlia, meu amor, o que aconteceu? Olha-me como se fosse romper animicamente de um momento a outro”. Dahlia imediatamente endireitou os ombros. –Se me desculparem, cavalheiros, tenho que me trocar – Agarrando firmemente as fotos, foi apressadamente para o quarto que estava usando como seu refúgio partucular. Sabia, sem olhar, que Nicolas estava atrás dela. 212
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Ele esperou até que fechou a porta antes de pegar a foto de sua mão. –Quem é? –Olhe a imagem. Olhe a cesta de trabalho de ponto. Essa é Bernadette. Ela está sentada sobre o banco que há no alto do rio ali pelo Cafe Du Pode – Sua voz soou rouca. –Roman a seguia. –Como? – Ela começou a olhá-lo, sua face estava tão pálida que sua pele estava translúcida – Que me diz? Como ele pôde saber de Bernadette? Ela estava tão agitada que ele podia sentir o calor no quarto. As faíscas tocaram as cortinas, lambidas nas bordas das paredes. Nicolas agarrou as fotos de sua mão e as lançou sobre a cama, envolveu-a em seus braços e a apertou contra de seu corpo. Ela tremia. Ele se dobrou, sua boca contra seu ouvido. –Podemos fazer isto juntos, Dahlia. Não está sozinha, e o que for que encontremos, poderemos manipular juntos. –Acha que ela me traiu, e a mataram depois de usar a informação? – Ela estava zangada. Tão zangada que queria atirar bolas de fogo aos quatro ventos. Como podia Bernadette fazer isso? E a Milly? Para que? Dahlia tinha todo o dinheiro que necessitavam. As mulheres nunca quiseram nada. Se compravam, o fundo fiduciário pagava por isso, sem perguntas. –Não está pensando claramente – Nicolas vigiou a extensão das chamas, propagando-se pelas paredes. Em outro minuto, ele se veria forçado a agir. Queria que ela se controlasse antes que o fogo perdesse o controle – Se a encontraram através do NCIS, devem ter encontrado Bernadette e Milly também. Você foi muito mais difícil de controlar, seus movimentos eram muitos imprevisíveis, as duas mulheres mais velhas tinham uma rotina. Tiveram que as seguir para encontrar o sanatório e finalmente, você. Ela ouviu o estalo das chamas e tomou um fôlego profundo, tranqüilizador. –Sinto muito, tenho melhor critério que me alterar. Tem razão, é obvio. Deveria ter pensado sobre isso – Ela girou sua face para ele – Se formos deter o fogo, melhor me beijar. Ele apanhou seu queixo firmemente e baixou sua boca para a dela. –Que tarefa – Ele acariciou seus lábios suavemente, tentadoramente. Brincando. Mordiscando seu lábio inferior para distrai-la. Para senti-la tremer em seus braços. Queria que ela empurrasse seus seios contra sua pele e derretendo a suavidade de seu corpo quando ela ficou flexível. Não estavam detendo o fogo, estava perto de reavivá-lo. Ele queria as chamas nela. Nele. Compartilhando sua pele. Seus dentes puxaram seu lábio inferior até que ela abriu sua boca para ele, permitindo a sua língua varrê-la por dentro, reclamando-a. Lamber fora as chamas das paredes e as pôr onde pertenciam, em sua boca, na dele. Seus braços se apertaram ao redor dela, suas mãos inquietas, passando por suas costas, tomando a forma de seus glúteos e apertando seu traseiro, arrastando-a para sua virilha. A energia formou, como sempre fazia, uma tormenta produzindo uma labareda em um fogo instantâneo incontrolado. Ele amava a forma em que a energia se consumia pelas chamas, pelo caminho suas bocas se agarravam e se misturavam, quentes, molhados e necessitados. Dahlia se sentia bem em seus braços. Cada vez. Sempre. Algumas vezes quando ele se sentava longe dela, sentia o sangue gelado correndo por suas veias e sabendo que ele 213
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tinha que dominar suas emoções. Talvez muito. E depois a olharia. Um olhar que ardente sem chama e ele se esquentaria, sentiriam tudo. Cada emoção que um ser humano, supunha-se, devia sentir. Ele deslizou suas mãos de volta acima de seu corpo, segurando sua cabeça enquanto ele a beijava, uma e outra vez. Beijos longos, lentos e ferozmente quentes. Ela se afastou primeiro, retirou sua boca lentamente da dele. –Beija-me por causa da energia? Ou porque você gosta de me beijar? –Tenho que te beijar. Preciso te beijar. Nunca terei bastante de seus beijos. Se a energia nos necessitar para encontrar modos de consumi-lo, considero-o um salário extra acrescentado em nossa relação – Seus dedos se meteram silenciosamente em seu cabelo. Era impossível que sempre estivesse tão brilhante. Amava sua imagem e seu aroma, a percepção dela – Me pareço muito com você, Dahlia, raramente faço algo que não queira fazer. Ela se afastou dele a arreganhou os dentes. –Pois bem, liberou a casa de consumir-se em chamas. Lily estará feliz se é que ela a alugou para nós. Quero olhar o resto das fotos. Talvez encontrarei alguma outra coisa familiar. Ele as entregou. –Nicolas? Obrigado por dizer o que disse de Bernadette. Não sei por que me precipitei em tomar uma conclusão errada. Acredito que estou mais alterada pelo Max do que quero admitir. Por que Jesse e Max não me disseram que conheciam Dr. Whitney? Por que não me disseram que tinha feito o mesmo experimento com eles? –Nunca trocou informação com eles – ele apontou cuidadosamente – Ensinaram a manter os segredos. Esse é o nome deste jogo, Dahlia. Maxwell e Calhoun são agentes do NCIS e antes eram SEALS. Eles não falam. Não os pode culpar por isso. Seus olhos escuros encontraram os seus. Pela primeira vez ele pensou que ela parecia com a bruxa misteriosa que alguns a chamavam. Havia um pouco enfeitiçado e mágico em seu olhar. –Sim, posso – A forma em que ela o disse fez pensar em vudú e em bruxaria. Uma voz arrastada lenta, cajún, igual de suave e erótica como a de Gator exceto com um suave vaio que prometia vingança. Realmente lhe enviou um calafrio através da coluna vertebral. Dahlia voltou a olhar as fotografias que segurava em sua mão. Não queria pensar na traição. Ela iniciaria outro fogo definitivo e isso a induziria a beijar Nicolas, e ele conduzia cada pensamento cordato de sua cabeça. Ela recuperaria os dados esta noite então não podia permitir o luxo de se distrair. Se obrigou a olhar as fotos. Várias eram do bairro francês. Obviamente o fotógrafo pensou mostrar que tinha estado de férias. Muitos estavam no mercado francês onde Milly e Bernadette freqüentemente compravam coisas. Havia uma imagem do beco estreito e a pequena loja de fios onde as mulheres compravam seus fornecimentos de trabalho. Dahlia se sentou na cama e estendeu as fotografias. Havia uma da entrada principal e a imagem do fotógrafo estava claramente na janela. Ela a recolheu e estudou cuidadosamente. –Vi este homem. 214
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–Como pode sabê-lo? A câmara esconde sua face – Mas Nicolas a observava. Dahlia era metódica e muito controlada quando queria. Era muito cabal, estudava meticulosamente a foto. Se tinha visto o homem antes, estava seguro do que seria. –Este é o homem que vi em Rutgers, na entrada do escritório do Dr. Ellington. E depois o vi outra vez quando explorava o edifício Lombard. Este é definitivamente o mesmo homem. Sei que é ele. É a forma como segura sua cabeça, simplesmente um pouco inclinada para um lado e para baixo, mas ele observa tudo. Espreitava Bernadette – Ela apontou para o contorno escuro de uma mulher refletida no vidro. É Bernadette. Tem posto seu chapéu para o sol – Um amargo sorriso apareceu rapidamente em sua face – Ela sempre a chamava boina. Ela as fazia porque gostava muito de costurar, criar coisas – Dahlia se obrigou a deixar de vagar. Sua garganta estava apertada. Nicolas pressionou seus lábios sobre sua têmpora. –Encerra-o, Dahlia. Esperou até que sentiu seu fôlego em sua nuca. Ela se voltou para seus braços quase cegamente, instintivamente. Queria sentir-se protegida e reconfortada. Nesse momento não se importou quanto confiava nele. Tão só agradecia te-lo com ela. Nicolas simplesmente a segurou, balançando-a suavemente daqui para lá. Sabia que doía. Tinha perdido tudo e a todos, o homem elusivo tinha a culpa disso. Nicolas só necessitava o nome. Necessitava a confirmação. Depois iria de caça. –Não pode, sabe – Ela disse suavemente. –Não posso o que? – Seus dedos enredados em seu cabelo, acariciando os sedosos fios para aliviar sua cólera com grande esforço, fúria suprimida de que alguém destrua a vida de Dahlia. –Sei o que está pensando. Fica muito tranqüilo, muito centrado, e seu nível de energia desce mais que nunca. Entendo-o. Sua cólera é gelo frio, não ardente calor, e você o contém. Você o deixa construir-se e o usa quando trabalha. Este homem não é seu objetivo. Ele não é seu trabalho. Ele se inclinou para acariciar seu cocoruto com um beijo. –Vou estar lá esta noite, Dahlia. Não entrará no edifício Lombard sozinha. Não nos verá, ou nos ouvirá, mas se te mete em confusões, estaremos lá para te tirar. Ela se separou dele, com expressão teimosa. –Não fui com você a seu trabalho. Só me desconcentrará porque saberei que está lá. –Pode ficar muito furiosa por isso – disse ele – e o entendo, mas não trocará minha maneira de pensar. Sou honesto com você. É impossível que eu faça nada mais. –Isso o que significa? Cada vez que for fazer um trabalho, vai me seguir por que pensa que sou incapaz de fazê-lo? –Não, porque não sou capaz de dirigi-lo. Há uma grande diferença. Pode viver com isso? Comigo sendo quem sou? – Ele apanhou seu braço quando lhe voltou as costas – Eu pergunto isso para que entenda realmente como sou. Tenho meus salários do ofício, Dahlia. Vai ser malditamente difícil viver comigo às vezes. Seus olhos se ampliaram em estado de choque. Com terror. –Nunca concordei viver com você. –Não – ele admitiu – mas vai estar de acordo. 215
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–É muito arrogante, Nicolas. Faz que me saiam os dentes. Ele fez força para não sorrir. –Eu sei – ao menos ela não disse que não estava de acordo em viver com ele, então talvez quando ele mencionasse o casamento, ela não desmaiaria. Ou colocaria as sapatilhas e se poria a correr. Afastou as fotografias da cama e revistou suas roupas para encontrar um pouco gasto. Lily tinha sido o suficientemente prudente para substituir tudo na lista que Nicolas tinha dado para a Dahlia, incluindo suas roupas de trabalho e suas ferramentas. Porque foi Lily que enviou os artigos que poderia necessitar e usar. Dahlia estava satisfeita com o sortido e as roupas apertadas com abundantes compartimentos para armazenar os artigos necessários e deixar suas mãos livres. Ela alisou seu cabelo para trás e o trançou uma segunda vez tão apertadamente como foi possível. Quando ela colocou as luvas finas voltou a olhar para Nicolas. –Bem? Se for vir, deveria se preparar. –Estamos preparados. Nossa equipe já está nos carros. Quer um rádio? Ela negou com a cabeça. –Muito bravo. Tenho que confiar em mim mesma, Nicolas. Não posso mudar como faço as coisas tão tarde. Quando entro, tenho que acreditar em mim mesma, não pensar que se algo acontecer pode me resgatar. Não necessito que me resgate. Se tiver problemas, sairei por mim mesma – O imobilizou com seu escuro olhar – Entendeu? –Perfeitamente claro – Ele agarrou a mochila com seu equipamento e a tirou do quarto. Dahlia ficou atrás dele e depois se voltou para olhar as fotos esparramadas através da cama. Recolheu uma e ficou olhando, esse homem, orquestrou o assassinato de sua família. Custou um pouco se dá conta de que a temperatura do quarto se incrementava rapidamente e seus dedos queimavam as provas que precisaria mostrar ao diretor. Atirou descuidadamente a fotografia, mas se sentou na cama para olhar as demais. Quase todas elas eram do bairro francês em Nova Orleáns. Por que Louise tinha as fotografias? –Dahlia? – Max estava na porta, seus penetrantes olhos azuis observando-a. Ela levantou seu queixo, tomando fôlego para acalmar-se. Era um inferno estar ao redor de tantas pessoas tentando guardar suas emoções. Ela não podia supor quão difícil era para eles estar a seu redor. –O que aconteceu, Max? –Queria te dizer que sinto muito. Estive pensando muito em como deve ser para você e tem razão, deveria te ter dito que conhecia dr. Whitney. Já conhece todos os problemas do experimento, tudo o que temos que suportar para usar nossas habilidades e quão difícil é bloquear a visão das pessoas ao nosso redor. Provavelmente sabe mais do que nós. – Ele golpeou ligeiramente com seu dedo a porta – A coisa é que nos advertiu que alguém estava tentando nos matar. Que alguém sabia de nós e já tinha matado a algum de nós – Ele sacudiu com força seu queixo por volta do quarto exterior onde a risada e a camaradagem fácil dos Caminhantes Fantasmas podiam ouvir-se – Alguém definitivamente matou os membros de sua equipe, e não quisemos ser os seguintes. Funcionamos com grande secretismo e sepultamos nossa informação através de tantos 216
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estratos de bandeiras vermelhas como pudemos. O almirante Henderson nos deu uma mão. –E não pensou que eu podia estar em perigo? –Deveríamos, Dahlia. Deveríamos ter tomado medidas para te proteger de qualquer forma. Ela sabia que não deveria perguntar. Já sabia a resposta, mas não se pôde controlar. –Por que não o fizeram? Max olhou as mãos, fechadas em dois punhos apertados antes de olhá-la nos olhos. –Treinamos juntos e confiamos um no outro. Foi uma incógnita. Tem poderes e complicações que nenhum de nós teve, e não podíamos confiar em que não se voltasse contra nós. –Ainda não decidiu, Max – Foi uma navalhada, decidiu ela. Ele tinha pego uma faca e tinha atravessado seu coração. Desejava poder estar fria e distante e não podia sentir nada. O dano era tão perigoso como a cólera. Aproximar-se das pessoas era arriscado e talvez até perigoso para alguém como ela. –Sei, Dahlia, e deveria ter sabido faz meses. Jesse deveria tê-lo sabido. Estávamos errado. Sei que isto não ajuda ao que sente, mas queria dizê-lo. Para ao menos te deixar saber como me sentia. Ela não sabia se devia agradecer ou cuspir sua cara. Só podia estar ali se perguntando impotentemente se era possível ter uma fusão acidental silenciosa. –Espero que a confissão te faça sentir melhor, Maxwell – disse Nicolas. Seu tom foi baixo, médio e enviou um tremor através da coluna vertebral de Dahlia – Não, não a chamou anormal ou diferente, mas jura bem o fato de que sua percepção vai por aí, não é? E o resto para que? Este pequeno discurso era para você se sentir melhor, não a Dahlia. Agora pode ir para casa e pode dizer a si mesmo que se desculpou, e isso deveria te fazer sentir bem. Dahlia voltou as costas aos dois homens. O ar rangeu pela eletricidade, a energia repentinamente viva e respirando como um monstro enquanto os dois homens confrontaram cada um sua cólera e os olhos gelados alimentando a violência da tormenta que chegava dentro e fora da casa. Ela passou através de ambos os homens, assustada pelo baile de chamas atrás de seus olhos. Assustada da cólera que sentiu em Max, Jesse e o almirante. Ela tinha passado a maior parte de sua vida aprendendo a controlar-se, mas estando rodeada por tantas pessoas com tais emoções fortes, parecia uma tarefa impossível. Ela quase chocou com Kaden. Ele apanhou seus ombros para estabilizá-la, e imediatamente, uma parte da pressão foi aliviada. –Só respira, Dahlia. Saia fora se tiver que fazê-lo. É o que fazemos quando a sobrecarga nos golpeia. Tem direito a se afastar desta situação. Só por que está na casa com pessoas não significa que não possa ter privacidade. Ele caminhou com ela até a porta e a abriu, consentindo que o ar noturno entrasse. –Lily é uma mulher incrível. Ela se criou com todos os luxos e sabe que garfo deve usar em um banquete e quem é quem no mundo das altas finanças. Pode fazer miolos com o presidente e não mostrar surpresa. De fato, ela a tem, mas caminha quando precisa sair 217
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para caminhar. É uma das primeiras regras que nos ensinou a respeito de estar em uma multidão ou uma situação social. Te acha misteriosa e intrigante. Dahlia riu. –Realmente me veria misteriosa e intrigante se fizesse arder a Casa Branca. Em certa forma acredito que não farei muitos amigos nessa direção. Ele sorriu abertamente a ela. –Pode imaginar o Serviço Secreto indo em busca da mangueira, enquanto fica sentada à mesa com o presidente, com olhar inocente? –Obrigado, Kaden – Ela observou a noite. As nuvens enfurecidas formavam redemoinhos, fazendo ainda mais escuro o céu. O vento soprou entre os edifícios e fez que os arbustos e as árvores quase se dobrassem – Olhe isto. Quando começou a tormenta? Comprovei o tempo antes e disseram que havia possibilidade de uma tormenta. Não penso que os homens do tempo alguma vez acertem. Que mais pode sair errado esta noite? Kaden se voltou para olhar Nicolas que chegava até ela e se dobrou. –Sim, senhora. Eu diria que todo o tipo de coisas podem sair errado. Dahlia soube que Nicolas estava ali pela estranha reação de seu corpo, a forma em que ganhava vida. A forma em que a energia dissipava. Pela quietude de Kaden. Ela se recusou a dar a volta, ficando com o olhar na noite. –Não faria nada estúpido? –Não, mas queria – ele respondeu honestamente – Sinto muito, não ajudei muito à situação me zangando, não foi? –Não, mas parte de mim se alegrou do que disse. Nicolas colocou seus braços ao redor dos ombros dela. –O tempo se vê um pouco sombrio. Talvez devessemos pospô-lo até que passe a tormenta. –Não, a tormenta poderia ajudar. Quero-a em cima. –De acordo, fica estabelecido então. Está preparada? –Como nunca o estarei. Capítulo 19 Dahlia inspirou na noite. Sempre se sentia segura com a coberta da escuridão. Seu corpo já estava zumbindo, a adrenalina correndo através de suas veias, e seu cérebro com a superdireta. Isto era o que amava, usar os incomuns talentos que tinha. Era o que sempre a tinha salvado, o que sempre manteve a dor e a tristeza abaixo de zero. Podia passar em meio das ruas vazias e olhar as casas e imaginar que ela formava parte da comunidade. Podia andar pelas calçadas e olhar perdidamente para as janelas das lojas e fingir que ia às compras com seus amigos. Quase podia sentir-se normal na escuridão da noite. A grande altura por cima das ruas, disparou o cabo para enganchar-se ao telhado do edifício Lombard. Testou a linha para se assegurar de que o gancho era seguro e depois o prendeu. Todo o tempo observou o edifício e se moveu de ângulo em ângulo para conseguir a sensação do ritmo e o movimento que tinha nos escritórios de cada andar e no telhado. 218
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Um guarda com um cão caminhava pelos corredores do térreo. O edifício estava escuro por cima do terceiro andar. Via-se vazio e convidativo, mas seus sentidos lhe diziam que não era assim. A abóbada estava no centro do edifício. Não no porão como alguém pensaria, aonde todos os investigadores poderiam ter um acesso mais fácil. O edifício se construiu como uma colméia, com a abóbada como zona central da atividade. Era uma sala enorme com painéis e câmaras de segurança para tomografías de retina, impressões digitais, e códigos de acesso. Ela tinha observado duas das chaves que tinha inserido o homem nos ferrolhos e giradas simultaneamente para abrir a entrada da abóbada. Todos os dados dos protótipos se fecharam na abóbada quando os investigadores partiram para casa. Foi o lugar perfeito para esconder a informação roubada. Quem alguma vez notaria a diferença? Lombard Inc tinha boas coisas funcionando. Roubavam idéias, escondiam-nas em uma abóbada onde ninguém olharia, e depois de algumas semanas ou meses, correram as idéias para trás fora do armazenamento, modificaram-nos ligeiramente, e as produziam sob sua própria marca. Era um esquema assombrosamente efetivo, lucrativo. E agora tinham decidido encher os bolsos ainda mais desenvolvendo armas classificadas e as vendendo a qualquer governo ou grupo terrorista que estivesse disposto a pagar preços exorbitantes. Dahlia voltou sua atenção ao problema de chegar ao telhado sem ser detectada. O vento era particularmente cruel, um dos máximos perigos de usar um cabo para cruzar entre edifícios altos. Ela estudou os ângulos do telhado com olho crítico. Quando passou o cabo, se pôs a andar sobre o cordão, mas a maioria das vezes, levitava por cima dele, e requeria grande concentração de sua parte para gerar o movimento enquanto levitava. Era de fato mais rápido que correr, mas não completamente como a caixa forte. A garoa contínua não ajudaria, fazendo a superfície do cabo escorregadia, então se decidiu a fazer uma combinação de ambos. Dahlia saltou sobre o cabo, e começou a correr, quase levitando correndo a grande velocidade através da larga elasticidade entre os dois edifícios. O vento soprou uma pressão de baforadas ferozes, quase procurando uma meta deliberada e soprando diretamente sobre ela para derrubá-la do cabo. Apanhou-a lateralmente um par de vezes, quase a tirando da fina linha trespassada entre as duas coberturas. Nunca olhou para baixo, nunca tirou seus olhos ou sua mente fora de seu destino. Podia controlar a curva do cabo e emparelhar o balanço até certo ponto, mas era impossível controlar o vento. Uma baforada forte em particular a apanhou de lado, estrelando-se contra ela fortemente o suficiente para atirá-la fora do cabo. Alarmada, caiu, jogando sua mão enluvada para apanhar o aço quando perdeu o equilíbrio. Seu punho fechou ao redor, quase sacudindo bruscamente seu braço fora de seu lugar. Pôde ouvir o eco do grito afogado de horror de Nicolas em sua mente, mas ele desconectou seus pensamentos para lhe consentir sua completa concentração. Ela apanhou o cabo com ambas as mãos e ficou pendurada acima do chão esperando que o vento se reduzisse progressivamente. Com poucas estruturas para impedi-lo, o vento podia ser feroz. 219
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Usando suas habilidades ginásticas sobre o arame, Dahlia balançou suas pernas para cima e sobre o cabo até que esteve pendurando de seus joelhos. As gotas de chuva escorregavam por seu pescoço e baixavam correndo por sua face. Dahlia alcançou suas pernas e se colocou em posição sentada. Debaixo dela, os faróis emitiram um amarelo nebuloso através da lúgubre névoa. Ficou com o olhar fixo no halo de luz de cor estranha para orientar a si mesma quando observou o movimento de uma sombra no quarto de um portal. O reconhecimento foi imediato. Sempre tinha parecido furtiva a maneira em que ele se movia. Roman Howard, o irmão de Martin, tinha sido o homem na Universidade Rutgers, na porta do escritório do Dr. Ellington. Ele tinha passado caminhando casualmente, como qualquer outro estudante, mas ela o tinha notado porque ele fazia que cada instinto de conservação se agitasse nela. Ele tinha estado caçando esse dia, mantendo vigiado o professor e assinalando-o para matá-lo. Dahlia tinha sido simplesmente outra estudante por si mesmo, e ele não tinha notado sua mistura dentro quando ela sempre se podia fazer um camaleão quando era necessário. A grande altura por cima dele, com o vento e a chuva em sua cara, ela o observou cruzar a rua para o edifício Lombard e para a parte dianteira da entrada, olhando a seu redor cautelosamente, como se suspeitasse que alguém o observava. Este era o homem que tinha matado sua família, e quase tinha matado Jesse Calhoun. Ele traiu seu país e a sua família, usando sua relação com a mulher que o tinha criado como seu filho e seu irmão, para fomentar seus fins. Dahlia observou como Roman Howard andava pela calçada, usando um vidro reflexivo do edifício para tentar procurar possíveis observadores. Estava claramente intranqüilo, mas voltou para a entrada e marcou seu código. Como é que tinha um, e por quê? Supunha-se que era um estudante, autônomo. O investigador de Lily não tinha encontrado provas de seus trabalhos para Lombard. Eram uma grande assinatura e freqüentemente recebiam contratos do governo. Muitos de suas equipes de investigação e desenvolvimento tinham créditos de segurança máxima. Não tinha havido menção de que Roman Howard tivesse tal autorização. Só quando Dahlia sentiu o balanço precário do cabo e ouviu o chiado da chuva se deu conta de que a temperatura a seu redor se elevava em relação direta com a cólera que ia construindo em seu interior. Tomou um fôlego profundo e o deixou expulsar. Tinha que conservar a calma e o controle. A recuperação dos dados do torpedo silencioso era de suma importância. Estava em primeiro lugar, antes de qualquer outra coisa. Não se atreveu a liberar mais energia na atmosfera quando ainda estava levantada sobre um cabo. Pôs primeiro um pé, depois o outro sobre a fina corda e se colocou de cócoras. Sua mente imediatamente antagonizou cada problema como uma partida de xadrez, encontrando pontos de balanço nas rajadas de vento, encontrando o melhor ângulo para que seu corpo pudesse impedir outro incidente. Era uma briga contra a distração do vento e a chuva, mas manteve o cabo tenso, usando sua mente. Desta vez foi mais cuidadosa, sentindo a forma em que prestava atenção enquanto avançava. O vento manteve a corda bamboleando continuamente, o que fez com que Dahlia tivesse que rebater com sua posição persuasivamente, usando sua habilidade psíquica para segurar a corda. Adquiriu 220
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velocidade, mas não o suficiente ímpeto para propulsá-la para frente quando levitou. Teve que enganchar o cabo com seu pé para manter o ímpeto com o que avançava. Deveria ter sido exasperante, e provavelmente deveria tê-lo sido para os Caminhantes Fantasmas, mas Dahlia celebrou as dificuldades. Sua mente e as quantidades extraordinárias de energia reunindo-se em seu corpo necessitavam constantes provocações. Chegou ao telhado do edifício Lombard e se levantou por um momento, regulando seu coração palpitante e controlando sua respiração quando a adrenalina alagou seu corpo. Estava acostumada a isso de todas as formas, a seqüela das façanhas incríveis que realizava e a pressa que tinha quando percebeu que ainda estava viva. Antes de descer do cabo, procurou tanto com sua mente como com seu corpo câmaras, detectores de movimento, e qualquer outro dispositivo de segurança. Seu corpo era um diapasão confiável, fazia algo, estava segura, produzia altas freqüências. Ela os poderia entupir, mas não queria alertar a ninguém de sua possível presença, especialmente com Roman no edifício. “Quero que aborte agora.” Era uma ordem evidente. “Roman Howard entrou no edifício e estava claramente agitado e suspeitando. Eu não gosto como cheira tudo isto. Aborta. Faremos um intento outro dia.” “O vi entrar. Ele não é nenhuma diferença. Não podemos nos arriscar, Nicolas. Deixei que passasse muito tempo. Os dados facilmente poderiam ser descobertos por um dos investigadores. Movi-os, mas não os escondi.” Dahlia notou a força de sua completa frustração, a borda de sua cólera por ela não ter escutando. Mas não era a responsabilidade de Nicolas se um inimigo colocava suas mãos na investigação por uma arma tão potencialmente destrutiva como o torpedo silencioso. Fortaleceu-se opor-se a ele. “Não me distraia. Se não puder estar atrás, me espere em casa.” Ali estava a mesma força de frustração, mas ele refreou sua cólera. Só guardou silêncio. Ambos sabiam que ele nunca partiria. Dahlia deu permissão para sair de sua mente e se concentrou em encontrar qualquer precaução de segurança nova. Tinha explorado o telhado repetidas vezes, mas não da última vez que tinha visitado o edifício Lombard. Estava segura de que teriam reforçado com mais gente suas defesas. A chuva parou, embora o vento persistisse, elevando-se quase à altura de um uivo a fim de que tivesse que encurvar-se para baixo, refugiando-se ao lado de uma da série de ídolos que alojavam a refrigeração da chaminé. Permaneceu muito silenciosa enquanto estudava cada detalhe do telhado, tentando orientar si mesma para o anterior traçado e os detalhes que poderiam ter mudado. Houve um pequeno lugar escuro levantado perto da parte superior do envoltório largo que alojava serpentinas e refrigerantes. O telhado estava tão astutamente construído como o mesmo edifício, o qual deu guarida a Dahlia para se mover entre os ídolos e permanecer fora da vista da câmara. A câmara estava preparada em uma varredura do telhado. Ela a cronometrou duas vezes para se assegurar de que tinha tempo de desaparecer debaixo do respiradouro antes que visse sua entrada. 221
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Esperou até que a câmara varreu o ídolo e imediatamente se afundou sob o eixo. Foi fácil descer em silêncio, usando suas mãos e seus pés para guiá-los até que alcançou a volta. Foi um apertão mais próximo, mas seu pequeno corpo se adequou bastante bem. Ela tinha aprendido de cor o plano do edifício e tinha seguido o estreito respiradouro que levava a caixa de elevador. Tinha-o usado antes e se familiarizou com a forma do respiradouro aberto no eixo. Devia tomar cuidado com a tela, segurando-a do mesmo modo que a empurrou a fim de que não voasse abaixo do eixo para o nível do porão. Manipulou cuidadosamente para um lado e olhou às escondidas sobre o eixo. O eixo era o mais rápido para se aproximar do centro do edifício onde o quarto enorme da abóbada estava. O elevador beirava o andar a menos que um dos ocupantes do elevador tivesse uma chave especial e os códigos de acesso corretos. Dahlia não perdeu tempo com os elevadores; simplesmente desceu do eixo, usando a segurança de se agarrar quando era possível, às gretas com os dedos e fazendo trampolim quando não houve nada mais. O respiradouro que precisava estava em uma má postura por cima dela. Amarrou a corda de agarre por segurança, metal deslizando-se contra metal. O medíocre ruído era excessivamente forte e parecia reverberar o eixo. Dahlia esperou um momento ou dois até que esteve segura de que era seguro proseguir. Ela se balançou como um pêndulo, de lá para lá, alargando com seus pés até que pôde se balançar a suficiente altura para colocar seu calcanhar na borda e prender seu corpo ali enquanto colocava fora a corda para uma fuga rápida. Era bastante simples colocar seu corpo no tubo, mas o fez em câmara lenta, avançando lenta e cuidadosamente, consciente dos detectores de movimento dispersados pelo respiradouro. Se requeria uma quantidade tremenda de concentração para mantê-los quietos quando engatinhou cuidadosamente através do estreito tubo. Um zumbido estranho começou a crescer forte e mais forte em sua cabeça. Era incômodo, desenvolvendo uma pressão, fazendo pulsar suas têmporas. Conservar sua mente centrada nos detectores de movimento foi difícil com a interferência zombadora. Seu estômago começou a se agitar. Dahlia deixou de se mover e ficou completamente imóvel, reconhecendo um ataque psíquico. Nunca tinha ocorrido antes, mas soube que era uma fonte exterior. Diminutas gotas de suor apareceram em sua testa. Fez passar o ar à força através de seus pulmões quando a pressão em sua cabeça aumentou até que sentiu como se uma prensa de torno apertasse seu crânio. Ela tentou diminuir-se e afastar-se, pensando no pântano e no som das rãs e os lagartos, o chapinho contínuo da água, algo que afastasse sua mente da crescente pressão. Descreveu em sua cabeça, a ilha que tinha sido sua casa com a miríade de flores, arbustos e árvores dispersas por toda parte e a fauna silvestre que ela passou vigiando do teto de sua casa. Lentamente, ela sentiu a facilidade da pressão. O que quer que vinha atrás dela, não tinha tido muito êxito, mas estava doente e enjoada e ficou imóvel esperando que sua mente clareasse antes de prosegir. Era Roman Howard capaz de tal ataque? Ele não tinha estado no experimento psíquico. Martin esteve. A Martin tinha sido ensinado tais ataques. Dahlia deixou cair sua cabeça, apoiada sobre suas mãos quando tentou unir as peças como um bloco. Não se atrevia a se mover até que controlasse os sensores de movimento, e 222
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a adrenalina ainda corria rapidamente através de seu corpo. Toda pessoa que tinha estado no experimento tinha alguma habilidade psíquica antes que Whitney realçasse o que já existia. “Dahlia, me deu um susto de morte. Te machucou?” Só sua voz a acalmou. Ela sentiu o movimento de ar através de seus pulmões e a estabilização de seus nervos. “Sentiu-o?” Perguntou ela. “Todos o fizemos.” “Pode te ouvir? Ele pode sentir a quebra de onda a seu redor quando nos comunicamos?” Ela não queria outro ataque até que estivesse fora dos limites estreitos do tubo. “Não, trabalhei no escritório só para uma pessoa. Martin Howard está no exterior oculto na entrada do edifício. Ao que parece seguiu seu irmão até aqui e o está esperando.” “Foi Martin o que atacou?” “É impossível dizer quem gerou o ataque ou se foi especificamente só para uma pessoa. Nossa melhor hipótese é que, quem quer que iniciou o ataque o fez porque sente nossa presença e está intranqüilo. Estava tentando nos jogar fora.” Dahlia franziu o cenho. Tinha sentido, mas se ele sabia que ela estava no edifício e a caçava, o fazia até mais perigoso, especialmente se ele sentia emoções fortes e se aproximava dela. “Vais abortar?” Nicolas conservou sua voz neutra desta vez, e ela o agradeceu. Tinha que pensar atentamente nisso antes de se enanar. Tomou outro fôlego e depois o expulsou lentamente. “Estou muito perto, se partir agora, terei que fazer isto novamente. Vou ver se posso entrar e sair sem problema antes que parta dando meia volta.” Ela sentiu mais do que não ouviu o eco da decepção em Nicolas, a pura frustração de não poder domina-la como faria com seus homens. Estava sendo teimosa? Era um de seus piores traços, mas não o pensava. Não era obstinação, era medo. Não queria ser responsável pela investigação caindo nas mãos erradas e não queria retornar ao edifício Lombard. “Quando isto tenha terminado, quero ver onde vive, Nicolas.” “Te prometo, Dahlia. Só, não deixe que nada aconteça a você.” Ela tomou outro fôlego e se concentrou nos sensores. Quando esteve segura de que os controlava, escapuliu avançando até que esteve contra a tela do túnel que conduzia ao quarto da abóbada. Havia seis túneis de acesso, todos com o mesmo esquema de câmara e portas pesadas. A segurança era premente, requerendo códigos e tomografías de retina. E isso estava depois de passar pelo elevador seguro que requeria o jogo correto de chaves e código de acesso diferente. Ela tirou seu jogo de ferramentas do leme selado de suas calças e trabalhou um pouco os parafusos da tela do respiradouro. Tinha que controlar as câmaras depois, liberando-as de ver a ela enquanto deslizava pelo tubo e aterrissava dentro sobre o chão. As câmaras eram fáceis de engenhar, mas também fáceis de esquecer. Se deixava de controlar com sua mente, mesmo que ela se concentrasse em outra coisa, trabalhos mais difíceis, estaria em problemas. 223
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Dahlia ficou perto da parede e turvou sua imagem no caso de cometer um deslize. O mais importante era o código de acesso. Sabia que o trocavam diariamente. Isto era o que mais gostava, decifrar o código de acesso e entrar na abóbada. Sua mente já estava zumbindo, sentindo como se moviam os acrobatas de lugar. Embora a abóbada tivesse um pequeno teclado eletrônico para o código de acesso, ela não precisava introduzir os números para resolvê-lo corretamente. De fato, não se atreveu a teclar mais de duas de tentativas para não provocar o alarme. Dahlia só bordeou a parte eletrônica, e operou diretamente sobre os acrobatas carregados por molas mecânicas. Ela ficou muito perto da parede, no melhor ângulo para evitar a câmara do chão, no caso de se durante esta fase se esquecia por sua excitação. A tomografía de retina era o suficientemente fácil de bordear, mas o código tinha muita importância, e era sua mente contra a máquina. Sentou-se recostada contra a parede quando começou a caçada para encontrar as posições corretas das engrenagens. Demoraria um pouco e com o Roman Howard vagando perto, queria entrar e sair tão rápido como ofosse possível. Tinha a metade das posições quando chegou o segundo ataque. Um deslizamento sustentado sobre seu cérebro, perfurando mediante espetadas todos os lados através de sua mente, sacudindo sua concentração. Golpeou ruidosamente com ambas as mãos sua cabeça, em uma dura intenção de aliviar a terrível pressão do torno. Seu estômago se sacudiu. Dahlia sustentou o agarre por sua mente à câmara. Tinha que soltar a abóbada, mas a câmara era mais importante de controlar. Sempre poderia começar de novo se deixava cair as posições da engrenagem. O ataque foi duro e mortífero, mas como o remetente não conhecia quem atacava, não estava enfocado. Ela recebeu o embate só porque estava mais perto que os Caminhantes Fantasmas, mas eles deviam ter sentido igualmente. “Respira profundamente até que passe.” Nicolas soou cortês, calmo. Como se fosse normal para ele. Só sua voz parecia ajudar a aliviar a dor. “Não podemos tomar represálias ou ele saberá com toda certeza que há alguém aqui. Agora mesmo está indagando. Não está seguro.” Ela quis responder, dizer que estava bem, mas a pressão em sua cabeça combinada controlando a câmara dava bastante trabalho. Se escondeu agachada e entrou em runa expiração meditativa, em espera de que o assalto passasse. Diminuiu gradualmente, a pressão se afrouxou até que pôde pensar outra vez. Imediatamente voltou sua a atenção à abóbada. Roman Howard não tinha nem idéia de que estava no edifício, e certamente não sabia que abriria a abóbada. Era o suficientemente psíquico para estar intranqüilo, mas não podia encontrar um inimigo. Calma, ela precisava sair rapidamente. Se seu desassossego continuava, ele comprovaria a abóbada. Ela trabalhou mais rápido, o alarme interrompido quando as engrenagens estiveram em seu lugar. Reprimiu o desejo de rir quando se fundiu o último, a posição correta e ficaram em fila perfeitamente para ela. Dahlia resolveu os números que correspondiam a essas posições da engrenagem, e as entrou no pequeno teclado digital. Agora podia sentir as engrenagens ficando no lugar sem que os tivesse que segurar lá. Fixou sua atenção na tomografía de retina, encontrando a imagem da última tomografía na memória do computador e repetindo-a. Houve um momento de silêncio. De espera. A pesada porta da abóbada se abriu. 224
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Dahlia se moveu rapidamente, correndo para a fila do que era como o depósito de segurança encaixotado. Cada um era grande e escondido, capaz de segurar algo que uma equipe de investigação precisasse deixar a boa cobrança. Ela se dobrou a mais próxima aberta ao chão. Dentro e em meio de um montão de papel e pastas ela encontrou os preciosos discos segurando os dados do torpedo silencioso. Não havia marcas de identificação, mas reconheceu o estranho círculo vermelho que o professor do Rutgers gostava de usar em sua correspondência. Dahlia colocou os discos na bolsa Ziploc e o colocou a empurrões dentro de sua apertada blusa sem mangas onde tinha um bolso escondido. Uma vez que esteve seguro, arrumou tudo para deixá-lo tal qual tinha estado, tinha fechado a abóbada, e voltou para o respiradouro. Saía fora para a entrada lateral onde os arbustos estavam perto em um lugar de proteção para o telhado. Era mais fácil que passar dos respiradouros. Só tinha que se lembrar de ser cautelosa com os sensores de movimento. Levou alguns minutos para orientar a si mesma no labirinto de túneis do respiradouro antes de escolher o que precisava para que a levasse diretamente à entrada lateral que olhava para a estreita rua. Havia um pátio atrás, e os cães ficaram freqüentemente soltos para guardá-lo à noite. A entrada lateral era menos leve e só duas câmaras. Dahlia desparafusou a tela e saiu às escondidas do respiradouro do escritório. Podia ouvir o guarda falando com alguém ao longe. Agradecida de não sentir falta do guarda e do seu cão, precipitadamente desativou os alarmes da janela e a abriu. Havia um bom trecho até o chão, mas saltou, aterrissando dentro encurvando-se perto da parede. Caminhou para os arbustos quando ouviu as dobradiças da porta chiar. A voz do homem se intrometeu na noite. Dahlia se encolheu contra a parede, quieta, e fechou seus olhos quando dois homens emergiram através da porta lateral. Obviamente na metade de uma discussão, permaneceram um ao lado do outro, parando só a um pé dela. Reconheceu Trevor Billings, um dos investigadores supostamente um jovem gênio. Era o homem sobre o qual Jesse Calhoun tinha estado fazendo investigações. Fulminou com o olhar Roman Howard. –Te disse que não viesse mais. Roman separou de um empurrão Trevor, o homem menor teve que agarrar seus óculos para evitar que saltassem fora de seu nariz, e ao mesmo tempo, deu uma mão para apoiar-se na parede e estabilizar a si mesmo. Dahlia podia ver seus dedos a tão somente uns poucos centímetros dela perto de seu ombro. Ela cravou os olhos neles com horror. Parecia mentira que não a vissem, mas se concentrou em deixar sua imagem tão imprecisa como era possível. Trevor manteve sua mão firme enquanto aplacava Roman que deu um passo aproximando-se dele. –Temos algo bom entre as mãos. Me traga a investigação, e o desenvolvimento, e venderemos ao melhor lance. Vai fazer ele voar se o mantém. O que está acontecendo com você? A investigação já estava ocupada e a menos que a possamos recuperar, temos que enfocar a atenção no seguinte passo. –Não fale comigo como se tivesse influências, Billings. Não é ninguém, um menino de recados em quem ninguém reparou até que trouxe a idéia e se estabeleceu. Meu pessoal 225
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são os únicos que têm as oportunidades enquanto você se senta em seu pequeno escritório e obtém a glória, parecendo o gênio. Ambos sabemos que não poderia pensar nem na saída de uma bolsa de papel. Dahlia não podia adiantar-se aos dois homens. Estava apanhada no escuro canto muito perto dos arbustos, mas a luz do farol banhava o caminho de amarelo. A veria se mover e saberiam que não estavam sozinhos. Não se atrevia nem a respirar com o Trevor apoiado na parede tão perto dela. –O perdemos, Roman. Não entendo por que é tão importante para você jogar tudo por tudo. Faz mal às pessoas. Cedo ou tarde virão atrás de nós. Roman deu um sorriso zombeteiro. –Somos aniquiladores, Billings. Essa é uma parte importante do trabalho e é muito doninha para fazê-lo você mesmo. Maldito inferno e não me diga onde posso ou não posso ir. Te direi o que terá que fazer. Dahlia foi de repente golpeada com força por uma feroz energia violenta, o desejo de matar. A massa de energia abundou ao redor de Roman, competindo por golpear a Dahlia. Ela sentiu a necessidade nascente conforme ganhava força. Queria gritar a Trevor Billings que corresse. Ele deve ter visto a promessa de morte nos olhos de Roman porque se separou da parede e começou a se afastar pouco a pouco, tropeçando para a rua. Roman deu dois passos atrás dele, mas então parou abruptamente e se voltou como se tivesse visto algo… Ou a alguém. Estava segura de que sentia que havia alguém perto. Dahlia congelou, empurrando seu pequeno corpo contra a parede, usando cada onça de experiência que tinha em controlar sua respiração para que nada a delatasse. Deixou sua imagem imprecisa, mas Roman Howard estava perto. Tanto que podia estender a mão e tocá-lo. Estava furioso. Sua cólera irradiou dele. Girou sua cabeça em todas as direções, inalando o ar pelo nariz, querendo tirar a força seu inimigo. Caminhou com passos largos e silenciosos longe dela, caminhou cinco passos, e a luz do poste de sistema de iluminação elétrico se derramou sobre ele para em um instante mudar de direção. Dahlia viu a folha da faca se sobressaindo de seu pulso, o punho em seu punho. Seu fôlego ficou apanhado em sua garganta. Apertou-se mais contra a parede, desejando que houvesse uma fenda pela qual pudesse engatinhar. Não só podia sentir sua cólera, mas também a energia violenta desprendida de seu corpo. Rodeando-o. Tremeu até que ele resmungou algo baixo, assobiando no contragolpe, sabendo que estava sendo observado e querendo matar. O ar golpeou ruidosamente seus pulmões. Ele queria matar. Tinha que matar algo ou a alguém. O desejo era tão forte que ela temeu por qualquer inocente. A energia a golpeou com ondas e podia ler a feia verdade da vida de Roman Howard. Sempre um passo atrás de seus irmãos, mas um homem brilhante que acreditou que podia ser mais preparado que todo mundo. Ele odiava. A emoção fervia e o golpeava, venenosa e o carcomendo até que apenas se podia controlar e encobrir suas ações. Dahlia sentiu tudo, e a massa de energia a seu redor estrangulando-a, a pressionando de maneira insuportável. Ela mordeu o próprio pulso, concentrando-se na dor, tentando bloquear a visão da violência nas emoções de Roman. 226
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Uma sombra deu um passo da parede a não mais de dois metros de onde ela estava oculta. Roman deu a volta e congelou. Fascinada, observou as pontas de seus dedos acariciar o punho da faca. –Martin, O que faz aqui? – Roman pigarreou e tentou um sorriso apenas perceptível – Pensava que estava em alguma grande investigação. Louise me disse que estava em Atlanta. –Estava em minha investigação. Comecei a me perguntar como alguém pôde ter se informado de Dahlia O’Blanc. –Quem? Não sei do que me fala. –Desejaria que fosse verdade, Roman, mas muito poucas pessoas sabiam de Dahlia. A enterramos sob estratos de bandeiras e não uma dessas bandeiras que podiam ser levantadas. Foi assim que eu soube que quem quer que fosse atrás dela não a encontrou através dos computadores e não puderam ter tido conhecimento de primeira mão. Jesse sabia onde vivia, mas era ridículo pensar que ele se torturaria –Martin passou ambas as mãos por seu cabelo, escuras sombras em seus olhos. Sua face estava gravada fortemente pela dor – Dahlia fez a Louise uma pequena visita ontem à noite. Nem todo mundo sabia a condição de Jesse, mas você sabia. Como podia saber, Roman? Não pensou que falaria com Louise pouco tempo depois de que me dissesse isso? Me deixou acreditar que tinha dito isso a ela, mas ela não sabia nada de Jesse e se escandalizou quando o expliquei. Roman deu de ombros. –Quem sabia que fossem manter ele em segredo? Por que o fariam? Tinha sentido que Louise soubesse. Uma falta leve, mas ao fim e ao cabo não terá importância. –Foi suficiente para que eu soubesse o que fazia. Por que, Roman? O sorriso de Roman foi uma paródia, seus dentes deixados ao descoberto como os de um lobo. –Você me dirá isso. Você é Martin, o todo-poderoso. Nunca faz nada errado, mas acredito que quando começarem as invertigações, verão que não é tão inocente. –Você plantou as provas para me incriminar. Por que, Roman? –Alguém tem que cair. É muito bom para que seja verdade. Como poderia ser um suspeito? Não encontrarão nada, nada absolutamente que me associe com isso. Não conhecia a mulher. Nunca ouvi falar dela Martin estendeu suas mãos diante dele. –Tudo isto é por ciúmes? Queria se vingar de mim? Roman explodiu em risadas. Foi um som feio e as ondas de energia violenta quase se transformaram em uma onda gigantesca abatendo-se sobre ela. –Não adule a si mesmo. Se trata de dinheiro e de poder. É obvio que escolheram o menino de ouro para o experimento, quando tinha muito mais habilidade que você. E é obvio que algo saiu errado, e o compensaram com uma confiança para te fazer cair em uma grande armadilha. Por que você, Martin? Ambos sabemos que tenho mais talento natural que você. Mentiu a eles sobre mim. Você e Calhoun me mantiveram afastado do programa. Dahlia conteve a bílis que se elevava para sua garganta. Seu corpo tremia, quase tremendo à parte. Sabia que se não expelia parte da energia, logo teria um ataque. E então 227
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permitiria aos dois homens saber que não estavam sozinhos. O material de investigação queimava através de sua pele, A recordando que tinha que protegê-lo custasse o que custasse. Vestia roupas de trabalho. Ambos os homens saberiam que tinha estado recuperando algo e revistariam seu corpo. Girou sua cabeça e enfocou a atenção na metade da rua onde nada possivelmente podia se queimar. As chamas saltaram através do ar. A estrada se enegreceu. Ambos os homens giraram suas cabeças para o desdobramento de fogo. Roman praguejou grosseiramente, deu um passo para seu irmão. Martin olhou com cenho às chamas saltadoras, depois olhou cuidadosamente a seu redor, repentinamente cauteloso. Dahlia repentinamente foi consciente de que tinha alguém a seu lado. –O que é isso? – Perguntou Roman. –Como diabo vou saber? – Perguntou Martin – Até onde você chegou, Roman? O que fez? Roman riu. –Não estou metido nisto absolutamente. Esquece que é contra você que se tem provas. Eles vão acreditar que posso ler mentes? Que estive lendo a mente de Louise durante anos? Não acredito. Culparão você, Martin. Louise também culpará você, seu menino de ouro – Ele deu um mais passo aproximando-se, a faca em sua mão, encoberta. –Acha que na realidade deixarei você destruir minha reputação e tudo pelo que trabalhei? – Perguntou Martin. O olhar de Dahlia estava na mão da faca. Os dedos acariciaram o punho. Ela podia sentir a excitação crescente em Roman, a luxúria pela matança. Ela se afastou da parede. Nicolas amaldiçoou, seu protesto forte em sua mente. –Ele tem uma faca, Martin, e tem a intenção de usaá-la contra você – disse ela suavemente. Ambos os homens giraram para ela. Ela permaneceu entre as sombras e deixou que sua imagem fosse tão imprecisa como era possível para impedir que vissem que estava dentro. –Você! – Roman cuspiu no chão, seus olhos se estreitaram perigosos – Deveria ter pensado que seria você. –Vai matar a nós dois com a faca? – Perguntou ela. A sacudida foi pior, crescente em relação direta com as ânsias de Roman pela violência. –Ninguém acreditaria em uma mulher louca – Ele deu outro passo para Martin. Dahlia sugou seu fôlego. –Não o faça! – Ela disse agudamente – Não se aproxime mais dele. Não pode sentir? Não pode notar as armas adestradas sobre você? Nunca o deixarão se aproximar de um de nós. Ponha a faca no chão e deixa aos advogados fazê-lo. Martin olhou a seu redor, fazendo uma busca bastante cuidadosa. –São eles, não é? A equipe de Caminhante Fantasma. Estão fora nos observando. Ela assentiu com a cabeça. –Têm um franco-atirador com eles, Roman. Ele é bastante notável. Ponha a faca no chão. Isto não vale sua vida. –Mente. 228
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–Ela não mente – Martin negou – Deveria poder senti-los Roman, pode faze-lo. Quem é o franco-atirador, Dahlia? A violência chegou a um nível entristecedor. Ela sentia suas pernas como borracha e se sentou, assustada por sua fraqueza. Estava a poucos centímetros de Roman. Se ele escolhia, facilmente poderia se jogar sobre ela e apunhalá-la, e ali não poderia fazer nada tão fraca e indefesa como se sentia. Requeria toda sua concentração abster-se de ter um ataque. –Nicolas Trevane – ela respondeu. Roman sacudiu a cabeça e começou a praguejar. Com cada praga, a energia que arrojava formava redemoinhos ao redor de Dahlia, malévolos e ferozes. “Se desfaça disso.” Nicolas soou calmo. Calma total. Calma gelada. Ela soube imediatamente que ele estava apostado, e com o alvo centrado. “Não queria te distrair.” “Não me distraio.” Teve completa confiança em sua voz. Dahlia girou sua cabeça e outra vez enfocou na rua. O fogo choveu do céu. As nervuras quentes alaranjadas e vermelhas caíram em um aguaceiro e dançaram sobre a rua, algumas chama saltaram a uma altura próxima aos seis metros. Martin olhou a demonstração com temor. Roman desviou seu peso para os dedos de seus pés, levando sua faca preparada na mão, a lâmina acima, então se lançou sobre seu irmão. Dahlia viu o impacto da bala antes que o som os alcançasse. O corpo de Roman sacudido pela força. Como uma boneca de trapo, foi lançado para frente e caiu sobre Martin, o levando ao chão com seu peso morto. A energia rápida a golpeou forte e rápido, enviando-a sobre a borda. Caiu no chão, chegando um ataque, a bílis estrangulando-a, brigando por permanecer consciente para proteger os dados que tinha recuperado. Era impossível permanecer enfocada quando a energia a comia viva, sua temperatura elevando-se e a pressão aumentando e crescendo até que não houve nenhum lugar onde fugir. Kaden chegou primeiro. Nicolas tinha estado apanhado no telhado, protegendo-a e, embora estava seguro de seu disparo, não se atreveu a deixar seus olhos fora de seu alvo caido, ou até sobre o Martin, até que Kaden fez gestos para cessar o alarme. Kaden se ajoelhou a seu lado e aplicou ambas as mãos a seus ombros, tentando amortecer a energia que a consumia. Ele percorreu com o olhar Martin que se ajoelhou chorando ao lado de seu irmão. –É uma âncora? Martin vacilou, e depois assentiu com a cabeça. –Por todos os infernos. Coloque suas mão nela – ordenou Kaden. Martin assentiu, em estado de choque quando outro Caminhante Fantasma se uniu a eles. Gator chamou Lily para que contasse ao diretor do NCIS que os dados tinham sido recuperados e o traidor encontrado. Nicolas se precipitou ao lado de Dahlia e a agarrou em seus braços. –Esta é a última vez. Te juro, nunca mais, Dahlia – Sussurrou com uma convulsão de alívio e a olhou fixamente com seus olhos largos e escuros – Me assustei muitíssimo. A 229
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única forma que vou respirar com alívio será quando voltar para casa comigo onde posso te olhar todo o tempo. –Só me leve a algum lugar onde os dados estejam seguros até que os possa entregar ao almirante – Ela sussurrou. Ele deu um beijo em sua testa. –Estou nisso. Capítulo 20 –Quando disse que me levasse a um lugar seguro – disse Dahlia – isto não é o que tinha em mente – Ela nadou para a borda da piscina e piscou para contemplá-lo – E não posso acreditar o que fez ao diretor para que recolhesse os dados. A investigação, a propósito, provavelmente não produzirá a arma para eles. –Eu não o forcei – apontou Nicolas – E ele podia ter enviado a alguém mais. Queria te ver. Dahlia franziu o cenho, ou ao menos o pretendeu. Se sentia muito relaxada e feliz para evocar um protesto. –Queria te encontrar e falar dos Caminhantes Fantasmas. Seus pobres homens lutam com seus problemas. Acha que Lily pode ajudá-los? –Ela nos ajudou. Disse ao almirante que o único que tinham que fazer era chamar Lily, se identificar, e ela os meterá no programa. Não é um profundo segredo escuro que existam. Lily suspeitava desde algum tempo que seu pai tinha realizado o experimento primeiro com as meninas, conosco, e depois com outro jogo de homens privadamente em seus laboratórios. Não lhes revelamos a investigação, mas era questão de tempo. O Dr. Whitney foi muito cuidadoso com os dados da investigação. Ele registrou tudo. Está no laboratório, e Lily o encontrará. Eles podem entrar também e deixar que os ajude. –Ainda digo que obrigou ao almirante a vir aqui de propósito – Ela estudou sua face durante um longo momento, seu olhar fixo movendo-se carinhosamente sobre ele – Quis que ele visse o contraste de como vivia antes, e o que estou fazendo agora, com você – Ela adivinhou astutamente – Quis lhe jogar na cara. Ele deu de ombros facilmente e negou com a cabeça. –Mantenho que não o forcei – Ele deu sua face pétrea mais inexpressiva, mas não durou, transformando-se quase imediatamente em um afetado sorriso. Fazia o ponto de um modo tranqüilo, mas soube que o almirante o tinha conseguido. Nicolas se levantou perto da fascinante cascata, quase escondida entre o verdor exuberante, vendo o homem primitivo sem um ponto em seu duro corpo, musculoso. Dahlia mandou subir uma coluna de água e partiu, flutuando para trás longe da borda. Ela sabia que ele gostava de observá-la, seu escuro olhar indo à deriva sobre seu corpo, observando cada curva e oco secreto. Sempre havia fome em seu olhar, um desejo intenso que nunca escondia. Isto a sacudiu com força em seu interior e estava segura de que sempre o faria. –Sim o fez – ela respondeu – Disse que não podia viajar e precisava levar os dados a um lugar seguro. Basicamente, não lhe deixou escolha. 230
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Nicolas deu de ombros, imperturbável. –Tivemos uma boa visita – Ele ficou de cócoras ao lado da borda da piscina e ofereceu a ela um copo de sorvete de morango. Era uma tentação, pura e simples. Dahlia amava a bebida, e ele sabia que ela eventualmente nadaria para o lado da piscina e poderia devorar com a vista seu corpo que deslizava através da água, seus seios flutuando livremente e a convidativa tentação ocasional de seu feminino canal brilhando intermitentemente quando nadou para aproximar-se. Ela amava a água e passava muito tempo nadando nua na piscina. Algumas vezes ele simplesmente gozava sentado em uma cadeira observando como nadava, seu corpo reagindo com dor, dor que ele sabia que poderia apaziguar em qualquer momento. –É uma armadilha? – Ela perguntou prevenidamente, espionando o cristalizado copo. –Poderia ser – Ele não se incomodou em silenciar a reação de seu corpo para ela. Estava duro, grosso e palpitante com um desejo urgente. Mas desfrutava querendo-a. Amava o que ela fazia a seu corpo, lhe trazendo tal completo prazer. Nunca tinha importância onde se encontravam ou o que estivessem fazendo, ela poderia mover-se de certa forma e o ar rangeu entre isso com uma tensão sexual instantânea. Sua fascinante boca curvada em um pequeno sorriso, tentadora. –De verdade? Necessito pequenas armadilhas para fazer amor. Estou aqui quase duas semanas. –Sim, minha prisioneira. Tenho você onde eu quero – Ele tomou um sorvo do sorvete de morango e dirigiu sua língua sobre seu lábio inferior para agarrar cada gota – E não tenho a intenção de deixar ir. –Isso não é justo! Sabe que sou muito aficionada a esse sorvete. –É a forma gelada, eqüitativa que você gosta – ele a tentou. Ele tomou a outro gole lento, permitindo que as gotinhas geladas perladas do copo baixassem percorrendo sua pele. Seu olhar seguiu as pequenas gotas, seus escuros olhos repentinamente resplandecentes pelo calor. –Quer saber o que penso? – Ela perguntou – Acredito que está tentando me fazer esquecer que estive vivendo em sua casa durante quase duas semanas e sem fazer nada exceto jogar – Ela percorreu o conteúdo de seu coração, ao longo dos pequenos caminhos estreitos serpenteando através da propriedade montanhosa. Passava horas nadando na piscina, com um sentimento incrivelmente decadente. Trabalhavam juntos no ginásio e treinavam em sua academia de artes marciais, e faziam amor em todas as partes. Em qualquer lugar que ele queria, ou ela queria. Ou quando as emoções eram tão intensas que precisavam ser permitidas. Às vezes era com uma fome escura e voraz e às vezes era insuportavelmente sensível e suave. –Acredito que tem razão – reconheceu sem um pedacinho de remorso – Esteve muito preocupada com que não poderia ter uma vida comigo, mas aqui está e o conseguimos. Ela riu. O som o agradou, o revolvendo da forma que sempre fazia. O ar rangeu. Podia ouvir o som misturar-se com sua risada, e desejou tê-la embaixo dele, gritando seu nome, robusteceu-se. Encontraram que alimentavam a cada quem a energia sexual e 231
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aprenderam a consentir que fluísse sobre e através deles sem opor-se. Usando-o. Desfrutando-o. –Acredito que me leva a alguma parte, Nicolas. –Está me acusando de segundas intenções? Dahlia nadou aproximando-se. As pontas de seus seios bambolearam tentadoramente. Parecia uma ninfa de exóticas águas, uma sereia chamando-o continuamente. Nicolas gostava de responder à chamada. O chamava em voz alta buscando-o agora, com cada movimento de seu corpo. Dahlia não era tímida, e não estava nada inibida sobre fazer o amor. Ela desfrutava de seu corpo igual do que desfrutava ele, e ela o deixava saber. Ele colocou o copo na borda da piscina, simplesmente a seu alcance. Ela agarrou a isca, estendendo uma mão para que a pudesse tirar da água. Secou seu corpo, deixando atrás pequenas gotas. Ficou de barriga para baixo sobre a larga sombrinha que ele colocou para que tomasse o sol, tentando alcançar sua bebida. A ação estirou seu corpo, deu-lhe uma agradável vista das redondezas de seus seios e uma vista perfeita da curva convidativa de seu traseiro. Ele se apoiou prazerosamente e lambeu as pequenas gotas de suas costas. Sua mão vagou pela curva feminina de seu traseiro. Dahlia sorriu. –Amo este sorvete – Ela tremeu sob seu toque. Sua língua inundada nas covinhas de suas costas, sua boca vagou mais baixo – Ouça! – Foi um protesto sem entusiasmo quando seus dentes a morderam, mas ela ficou imóvel, amortecendo a percepção de sua boca e as mãos quando lentamente explorou seu corpo, seus dentes dando pequenas dentadas de amor e sua língua lambendo a pele. Ela fechou seus olhos e colocou sua testa sobre seu braço, seus dedos apertados ao redor do copo de sorvete. Nicolas deu uma massagem em suas pernas, seus dedos amassaram seus músculos. O sol golpeava seu corpo e o vento a acariciava, acrescentando a sorte do momento. –Dê a volta, kiciciyapi mitawa – A voz de Nicolas teve a nota rouca, que era tão familiar quando ele a chamava de seu coração. Essa nota só podia deixar seu corpo inteiro em calor líquido instantâneo. Ela deixou seus olhos fechados. –Se me voltar, vai seguir um mal comigo. Melhor fico aqui, sabendo quanto me quer. Ele se recostou sobre ela, beijou sua nuca, abrindo um caminho de beijos ao longo de sua coluna vertebral. –Vou ser mau com você custe o que custar. –O é agora? – Ela trocou de posição, lentamente, preguiçoso com seu corpo sobre o dela a fim de que sua pele se roçasse contra a sua. A dor em seus seios aumentou. O batimento do coração entre suas pernas se fez mais insistente. Seus ombros eram largos, bloqueando a visão do sol, seus negros olhos com fome. Ela acariciou sua forte mandíbula com dedos carinhosos – Posso alegar algo? –Nada – ele declarou – É toda minha – Sua face próxima a dela, seu fôlego quente brincando com sua pele. Beijou-a, um beijo longo, duro lhe disse de maneira lenta, pausada mas era uma fachada. Ele estava fervendo por dentro, uma explosão vulcânica iminente. Deliberadamente, Dahlia arrastou as pontas de seus dedos sobre sua barriga. Ela 232
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sorriu quando sentiu a reação, seus músculos apertados hermeticamente, a longitude bastante grossa endurecida até mais contra sua coxa. Ele Apastou as mãos, tomou o seu copo de sorvete, inclinando-o até que os pedaços de gelo salpicaram sobre seu estômago e chegando até seu umbigo. Imediatamente ele seguiu o caminho do líquido, sua língua formando redemoinhos sobre sua pele nua, lambendo a parte inferior de seu seio, ao longo de suas costelas, brincando com seu estômago e o umbigo até que seus quadris se contorsionaram debaixo dele. Seu braço segurou suas coxas. –Não se mova. Só quero me dar o gosto. Dahlia deitou novamente, seus braços se estenderam ao longo de sua cabeça, deixando seu corpo para sua exploração. A amava neste estado de ânimo. –Adiante, quem sou eu para deter sua diversão. Ele separou suas coxas e colocou sua mão na fonte de calor. Foi um pouco áspero, suas mãos duras quando massagearam suas coxas e seus dedos abriram caminho entre suas molhadas dobras, mas seu corpo e seu coração sempre queria mais. Ela podia saborear sua excitação sexual, aberta ali para ele sob o sol, uma oferta para ele quando sua língua deslizou mais para baixo, zombando, brincando, reclamando seu corpo. Ele sempre a fazia se sentir como se lhe pertencesse. Como se pertencesse a ela. Tremeu quando sua língua descendeu mais profundamente e que ele a segurou indefesa sob seu corpo maior, mais forte. Ele sempre a fazia se sentir segura, excitada e vulnerável. Ele bebeu dela, lambendo-a como se fosse servida com mel e ele necessitasse de cada gota para viver. Um som saiu de sua garganta. Ela tentou forçar a entrada a sua boca faminta, mas seus braços seguravam fortemente ao redor de suas coxas, fazendo-o impossível. Seus dentes rasparam a suave carne dentro de sua coxa. Ele levantou seus quadris, arrastou-a para ele, consentindo que seu apetite carnal aumentasse. A energia fluiu ao redor deles, reunindo-se entre eles. Dahlia o reconheceu, abraçou-o, permitindo assumi-lo, afundando-a pelo mesmo caminho de sua obsessiva fome. Seus seios doíam e ela os aconchegou em suas mãos, querendo aliviar a dor. Instantaneamente ele afastou com força as mãos de seu corpo e tomou posse de seus seios, reclamando-a como dele. Amamentou-se fortemente, ao mesmo ritmo que seus dedos entravam e saíam dela, indo até o fundo, levando suas necessidades mais e mais alto. A excitação molhou seu corpo, estava tão úmida e acolhedora que mal podia absterse de gritar. Seus dedos se enredaram em seu cabelo e tentou puxa-lo fortemente, o atraindo sobre ela, para fazê-lo entrar. –Quero-te dentro, Nicolas, depressa. Seus estertores ofegantes só jogaram combustível ao fogo enfurecendo-o. Elusiva Dahlia. Ela se recusava a se comprometer com ele. Tirou-a do gonzo várias vezes. Queria que se comprometesse com ele, até se tudo o que tinham era a tormenta de fogo sexual da que nunca teriam suficiente. Ela se moveu debaixo dele como a seda quente. Tinha sabor de mel e morango. Ela correspondia a seu apetite sexual, nunca lhe negava nada. Mas ele sempre sentia como se deslizava. 233
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Ele levantou sua cabeça para olhá-la. A necessidade sexual estava ali desenhada, tal como ele soube que estava em sua cara. –Case comigo, Dahlia. Fica comigo para sempre. Ela deixou quietas suas mãos, sua boca. Ele não podia acreditar que a súplica tivesse escapado quando sabia que ela não estava preparada. Ele baixou sua boca para seu seio, lambendo seu mamilo, amamentando-se, enquanto seus dedos empurraram mais profundamente em seu corpo. O olhar fixo de Dahlia estava nas chamas que dançavam ao redor da piscina. Procuravam fazer o amor mais quente ao ar livre, perto da água onde sabiam que era mais seguro. –Está seguro, Nicolas? Ele estava de qualquer modo, levantou sua cabeça para olhá-la. Horrorizado. A esperança era algo terrível, abrindo caminho através de sua alma. –Sabe que te amo, Dahlia. Nunca mais quero estar sem você. –O que acontece se não podemos ter uma família? – Ela empurrou seus quadris contra seus dedos descendo rapidamente, querendo-o em seu interior. Desesperada por sua invasão. –Seremos nossa família – Seu coração golpeava, seu corpo quase explodindo. Ela se retorceu contra sua mão. –Uma vez que esteja dentro de mim, te darei minha resposta. Ele não esperou. Não havia nenhuma espera, se não entrasse nesse mesmo momento, ele poderia perder todo o controle. Apanhou seus quadris e o arrastou para ele, as pernas a seu redor, a fim de que pudesse mergulhar em seu apertado canal molhado. Ele se conduziu profunda e duramente, suas mãos seguras em seus tornozelos, forçando a suas pernas que se envolvessem ao redor de sua cintura. A sombrinha não era pequena e ele podia fazer alavanca a si mesmo em cima dela, empurrando-a com golpes longos, profundos. Ele se perdeu instantaneamente no inferno de seu corpo. A prudência sempre desaparecia quando ele empurrava nela, quando ela levantava seus quadris para encontrar-se com ele, quando ela se justificou mais, decidida a levar tudo. Ele a amava tal e como estava, levantando sua face, seus seios balançando-se com o impacto de estalo continuado de sua união. Ela era tão bela. Tão real. Seus músculos agarrados com força a seu redor, apertando e agarrando-se até que pensou que perderia a razão. Ele ouviu a si mesmo em sua mente gritando a ela, cantando repetidas vezes. Diga que sim, me diga que me quer da mesma maneira. Ele não podia falar, não podia publicar uma palavra quando ela ordenhava seu organismo com cada gota de prazer dos dedos de seus pés até sua cabeça. O corpo de Dahlia se movia a um ritmo perfeito para ele. Ele a rodeou, derrubandoa, amando-a. O desejava ardentemente da mesma forma que ele a desejava. Não só seu corpo, tão belo como era, os dois lados de sua natureza, selvagem, áspera, suave e terna. Ele foi rude agora, suas mãos duras, seus dedos cortantes quando a energia cresceu com a ferocidade de fazer amor. Ela se irmanou com ele, suas unhas o arranhando profundamente, gritando mais, sempre querendo mais. Ela o conduziu com a mesma desatinada fome que ele a conduzia. 234
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Ela sentiu seu clímax crescendo e crescendo, empurrando o prazer até que se aproximou da dor. Então ela o agarrou com força, o levando com ela até a borda de maneira que se vieram abaixo juntos. Ela gritou sua resposta, o fôlego explodindo quando seu corpo balançou com seu orgasmo. Faíscas sobre a piscina, desdobrando espetaculares foguetes. As brasas caíram chiando na água. Ficaram juntos em silêncio escutando o estalo das chamas dançantes e só sorriram um ao outro. Quando ele pôde respirar com alívio, quando seu coração deixou de galopar, Nicolas se apoiou para dar um beijo em seu umbigo. –Disse que sim – Ele sussurrou as palavras contra sua barriga, não olhando-a. Simplesmente aguardando. Seus dedos agarraram firmemente seu cabelo. –Com certaza não vai me fazer cumprir isso quando estava claramente usando uma maneira pouco ética de persuasão – Havia brincadeira em sua voz. Satisfação. Ronrono. Nicolas beijou o caminho até seu seio. –É obvio que o farei. Sou esse tipo de homem. –Enfim, especulo que está totalmente comprometido comigo. Nicolas manteve sua cabeça agachada. Não se atreveu a olhá-la quando seu coração estava afligido pela alegria. As emoções com Dahlia sempre estavam amplificadas. Sempre intensas. –Especulo que o estou – Sua voz foi rouca, mas surtiu efeito – Te amo, Dahlia. Não vai se arrepender. Sua risada vibrou ao redor dele. –Não estou preocupada comigo. Ele a beijou porque tinha que fazê-lo. Compartilharam os restos do sorvete e ficaram um ao lado do outro, relaxando com o sol. Ele deixou sua mão sobre ela. –Pensava que poderíamos visitar Lily na próxima semana. Ela esteve muito ansiosa, e odeio me manter afastado você – Ele o disse de maneira informal, mas ele sentiu como ficou rígida sob sua palma. –Não sei – Isso foi tudo o que ela disse, mas ele a ouviu o medo que ela expressou. –Ryland disse que se não for logo, Lily e Ryland virão aqui. Significa muito para ela, Dahlia, e te fazer começar todos os exercícios que ela nos tem fazendo diariamente para fortalecer nossas barreiras. –Você pode me ensinar os exercícios – ela apontou. –Certo, mas somente ela pode tirar das mãos uns especificamente desenhados para manter a raia a energia – Ele não teve nem idéia de se Lily realmente poderia fazer isso, mas pensava que havia uma boa probabilidade de que poderia. –Bem. Irei. Mas se incendeio sua casa e te desonro diante de seu amigo Ryland e todos os Caminhantes Fantasmas, ainda terá que se casar comigo. Ela o disse de forma resolvida, mas ele soube que apesar de seu tom brincalhão, ela expressava um medo real. Ele se moveu em cima dela outra vez, fixando seu pequeno corpo, frágil debaixo do dele. Emoldurando sua face com suas mãos, tomou posse de sua boca. Nunca teria suficiente de seus beijos. Sua língua separou à força seus lábios e passou rapidamente 235
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dentro, arriscando sua reclamação, derramando seu amor em sua boca, para sua garganta, em seu corpo. –Essa é uma promessa – ele esteve de acordo sinceramente. –Não posso fazer isto, Nicolas – disse Dahlia. Ela estava tão pálida que Nicolas estava seguro que ia desmaiar. Ele parou o carro diante das portas exteriores da grande fazenda e apareceu pela janela para teclar o código correto. Dahlia tinha uma mão na maçaneta da porta, a ponto de saltar. Ela o olhou, seus olhos enormes. –De verdade, Nicolas, não posso. Vamos antes que alguém veja que estamos aqui. Nicolas fez gestos com as mãos para a câmara de segurança, reconhecendo o Arly, o homem de segurança de Lily, já os teria visto, os teria identificado, e teria tomado nota escrita do número de matrícula do carro. As portas começaram a se abrir, e Dahlia conteve seu fôlego até que ele pensou que ela ia desmaiar. –Nunca te vi como agora, Dahlia – Ele pôs sua mão sobre a dela para acalmá-la – Lily esperou e esperou para te encontrar. Ela ia vir até nós, e teria vindo, mas você disse que queria retornar aqui, para ver o que podia recordar – Ele manteve sua voz muito sossegada. –Eu sei, só que nunca pensei que me sentiria desta maneira – Ela tentou agarrar seus dedos e apertá-los duramente – Mal posso respirar. Dahlia olhou a seu redor a exuberantes flores e a grama de cada cor amotinando-se em cada espaço. Ela tinha acreditado que recordaria a casa, as bases sustentáveis, mas não recordava nada. Ela só podia se sentar, tremendo, esperando ver Lily. Esperando acreditar que Lily era real e não uma invenção de sua imaginação da infância, nascida do desespero e da necessidade de que uma pessoa a amasse em sua vida. Se Lily a negasse, voltasse-lhe as costas, Dahlia não estava segura de poder sobreviver. Quando o carro subiu o longo passeio, ela podia ver uma mulher a poucos passos da enorme mansão. A casa tinha desenho europeu e muitas alas. Dahlia observou como a mulher fazia sombra com sua mão para poder ver e se agarrava a um homem que estava a seu lado. Ele a rodeou com o braço. –Essa é Lily, não é? – Lily. Ela era bela e muito real. Dahlia mal reconheceu sua voz. Apertou mais a mão de Nicolas. –Sim, com seu marido, Ryland – Nicolas queria abraçar a Dahlia entre seus braços e segurá-la. Ela estava tremendo pela excitação, agarrando sua mão e ele podia ver o pulso golpeando freneticamente em seu pescoço. Estava muito pálida, seus olhos enormes, quase tão grandes como sua face – Dahlia, meu amor, ela te amará. Como poderia não fazê-lo? – Dahlia não acreditava ainda que era muito adorável. Ele podia ver como vacilava cada vez que a contemplava. A confiança em sua relação tinha aumentado durante as duas semanas que ele a tinha obrigado a passar em sua casa, mas vir à casa de Lily a tinha estremecido. Ele parou o carro, mal colocando no estacionamento antes que Lily corresse escada abaixo sobre eles. –Ela manca – disse Dahlia. 236
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–Um acidente, quando era menina – Nicolas respondeu – Durante um experimento. Era correto dizer que Dahlia saiu a propulsão do carro e se lançou nos braços de Lily. Nicolas saiu do carro e pegou a mão estendida de Ryland. Ryland a agitou e lhe deu um abraço de guerreiro, soltando-o abruptamente. –Ela esteve em brasas toda a manhã – comentou Ryland – Nunca a tinha visto assim. Esteve dando ordens a torto e direito. Não faz isso nunca. –Dahlia está igual. Não pensei que o faríamos aqui. Ela é um molho de nervos. Tem muito medo de poder fazer mal a alguém ou que, poderia iniciar um fogo. –Me acredite, para Lily não poderia importar menos. Acredito que Dahlia é como uma irmã perdida faz tempo para ela. –Dahlia sente o mesmo – disse Nicolas – Tem notícias de Trevor Billings? Terminou o NCIS sua investigação? O almirante veio faz duas semanas atrás, mas não sabemos nada após. Ryland negou com a cabeça. –Não completamente. Os faturamentos estiveram requisitados, e, claro está, proibido a Lombard S.A, Lombard nega qualquer conhecimento do que estava fazendo e ainda investigam. Seus advogados o deixaram cair como um assunto delicado. Querem que a companhia saia deste assunto limpa. –É possível que não soubessem nada absolutamente do que estava fazendo –apontou Nicolas. –Possível, a não ser não provável que alguém de cima não tivesse nenhuma pista – disse Ryland – Em todo caso, não é nosso problema – Ele rodeou Lily com o braço, em sinal para uma apresentação. Lily tirou os braços de Dahlia, enquanto as lágrimas corriam por seu rosto. –Dahlia, este é meu marido, Ryland Miller. Ele é um Caminhante Fantasma. Ryland ignorou a mão estendida de Dahlia e a apertou entre seus braços, lhe dando um forte abraço, acolhedor, completamente ignorando sua leve vacilação. –É genial finalmente conhecer a mulher que conquistou Nicolas. Isso fez Dahlia rir. –Isso é o que tenho feito? –Isso diz ele também – disse Ryland, amavelmente apagando as lágrimas da face de Lily e apoiando-se para beijar a comissura de sua boca. Esse pequeno gesto ganhou o coração de Dahlia. Ela não podia deixar de cravar os olhos em Lily, em sua amada face, os olhos que ela recordava. E Lily a olhava da mesma forma. Nicolas colocou seu braço ao redor da cintura de Dahlia. –Você conhece o que tem. –Está preparada para entrar na casa, Dahlia? – Lily perguntou com incerteza – Não quero que faça nada que a faça sentir incomoda. Somos muito bons guardando nossas emoções, assim é que liberamos de sobrecargas, mas de cara à casa talvez seja muito. Dahlia negou com sua cabeça. –Pensava que recordaria algo mais. Mas nada é familiar para mim. Lily pegou a mão de Dahlia. 237
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–Talvez a sala. No momento em que encontrei seu laboratório escondido, reconheci nossos quartos. Não o tinha recordado até esse momento. Não quero que se sinta sozinha e violada e aturdida como eu me senti. Quero estar com você, se quiser. –Vim para te ver, Lily. Cheguei a um acordo com meu passado faz muito tempo. – Dahlia não estava segura de que fosse completamente certo. Ela queria que fosse assim. Agora que Lily estava diante dela já não estava segura de querer enfrentar seu passado. Tinha um futuro. Ainda tinha um pé fora da porta, e pensou em sua relação com Nicolas como tentativa, mas sabia que estavam totalmente comprometidos e se esmeraria em ajudá-la. Pensou que tendo Nicolas seria o bastante. Agora queria uma família. Queria formar parte de algo, e os Caminhantes Fantasmas lhe tinham dado boas-vindas, tratandoa como a um prezado membro. E ali estava Lily. A maravilhosa Lily. –Falou com Jesse Calhoun? – Perguntou Lily quando começaram a entrar na casa juntos. Dahlia ignorou o repentino passo ligeiro de seu coração. –Sim, várias vezes. Está muito alegre. Me disse que sempre tinha escrito canções e tinha planos para continuar com isso. Mencionou algo a respeito de possuir uma estação de rádio em sua cidade natal. Retornará ali logo que o hospital permita partir. Ele não me disse isso, mas o diretor me disse que não voltaria a caminhar. –Falei com ele várias vezes, e já comecei a trabalhar com ele para construir barreiras em sua mente – Lily disse suspirando – É uma tragédia. Jesse é um bom homem. Ryland e eu passamos muito tempo tratando com ele. Não deixa que nada o deprima. Sei que o superará, mas está triste. –O homem pelo que sinto pena é Martin Howard – disse Dahlia – Amava seu irmão. Vi em sua face. Acredito que teria deixado que seu irmão o matasse. Nicolas a beijou sobre a têmpora. Dahlia tinha estado tão perto de Roman Howard que seu coração se instalou em sua garganta. Não tinha se atrevido a retirar seu olho do alvo, e não tinha podido protege-la da energia violenta rugente que a tinha rodeado. Não queria voltar a se sentir tão indefeso outra vez. –Não ia deixar que isso acontecesse - disse normalmente, afastando à força de sua memória as convulsões e seu medo de que tipo de mal a sua resposta física pela violência poderia ocorrer. Passaram em meio da enorme porta de carvalho, intrincadamente esculpida na entrada da casa. Dahlia notou que lhe secava a boca. Uma mulher mais velha se levantou com incerteza, retorcendo as mãos e sorrindo, embora ela olhou suspicazmente que estava perto das lágrimas. –Dahlia, esta é Rosa. Ela foi uma mãe para mim todos estes anos e mantém a casa em funcionamento – Disse Lily. Dahlia não reconhecia à mulher absolutamente, mas o nome avivou sua memória. Havia uma enfermeira chamada Rosa que sempre se encarregava de Lily. Milly tinha estado com Dahlia tal como Rosa tinha optado por ficar com Lily – Estou muito contente de te encontrar – murmurou com um nó em sua garganta. Ela realmente não podia decidir como se sentia. Suas emoções estavam fluindo de um nada, lutando por ser reconhecidas, mas era a última coisa que Dahlia queria. Não ia atear fogo na casa de Lily. 238
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–É bom que tenha retornado conosco, Senhorita Dahlia – saudou Rosa. A voz estava em sua cabeça. Ela a recordou chamando em voz alta procurando por Lily, separando-a de Dahlia na metade da noite. Ela recordou sua dor de cabeça, quase partindo-a, pedaços de vidro cravando-se em seu crânio. A temperatura aumentou e a pressão em seu peito também. Dahlia parou. –Talvez não seja uma boa idéia. Poderia ser perigoso. –Esta casa pertence a todos, Dahlia – disse firmemente Lily – Fizemos frente a diversos problemas e podemos fazer frente a esse. Não é, Rosa? –É obvio. Quer beber ou comer algo? – Rosa perguntou. Dahlia negou com sua cabeça. Se tentasse de comer, poderia adoecer. Lily parecia saber como se sentia. Eles somente a queriam. Ela conduziu Dahlia e Nicolas ao quarto que tinha sido o escritório de seu pai. A porta estava bem fechada com chave. –Não deixo ninguém entrar aqui dentro – explicou Lily – Há muitos documentos sensíveis. – Ela se aproximou de um relógio alto, belo e abriu a porta de vidro. –Se isto for muito difícil… Lily – começou Dahlia. –Não, quero que o veja. Ajuda que tenha vários de nós. Começamos juntas. Te encontrei, e juntas, encontraremos às demais – O relógio revelou uma porta encoberta. Abriu e revelou outra porta no mesmo andar. O coração de Dahlia pulsava fora de controle. Por um momento não pôde se mover. Lily começou a descer as escadas, chamando-a. –Posso-te ajudar a se defender das grandes quantidades de energia extras, não toda, mas te permitirá estar em público, talvez para ir a uma reunião de vez em quando ou ir comprar roupa quando as pessoas estão na loja com você. Nicolas tratou de alcançar a mão de Dahlia, agarrou-a apertadamente contra ele, em condição de tira-la da casa no mesmo momento em que indicasse que era muito para ela. Com Nicolas estando ao lado dela, as emoções de Dahlia podiam ser mantidas a raia. –Como? Trabalhei toda minha vida para tentar controlá-lo, Lily – ela perguntou, querendo acreditar, mas não se atrevendo – Parece que todos vocês têm o controle –Ela não colocou um pé nas escadas, mas observou Ryland seguir a sua esposa para baixo. –Todo mundo sofre dores de cabeça, e outras repercussões físicas quando usam seus talentos, mas você é o primeiro ímã de energia – respondeu Lily – Não me precavi que tinha sido experimentada mais a frente, e pensei que meu pai havia provido esta casa de suas paredes maciças e isoladas a prova do ruído para me proteger. É obvio, ele protegia seus experimentos na maioria dos casos – Ela parou na escada mais baixo e voltou o olhar atrás para Dahlia. –Deve ter sido terrível descobrir a verdade – Dahlia se compadeceu. Ela se sentiu fisicamente doente ao pensar em Lily encontrando as fitas de sua terrível infância. Nicolas havia dito como Lily tinha estado procurando uma forma de ajudar a salvar os Caminhantes Fantasmas e tinha encontrado a prova da traição de seu pai. Ela se sentiu fisicamente doente ao pensar em Lily inspecionando aquelas fitas. –Você não tem que fazê-lo – Nicolas recordou. 239
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Dahlia tomou um profundo fôlego. Tinha que fazê-lo. O Dr. Peter Whitney era o monstro em seus pesadelos. Tinha acreditado que estava louca porque tinha tais impressões vívidas deste laboratório, mas de repente tinha informado que não existia. Mas sobre tudo, tinha que passar pela sede de seu passado porque Lily estava castigada sem poder sair dali. Queria Lily em sua vida. Queria reclamá-la como família. E queria ajudar a Lily descobrindo às outras mulheres com as quais Whitney tinha experimentado. Não podia suportar pensar que estavam ali fora em alguma parte do mundo, sozinhas, sentindo que poderiam estar loucas. Tinha começado no laboratório subterrâneo e precisava enfrentar a isso. Pôs seu pé na estreita escada, pronunciada, e abriu passo para baixo. Ela cravou os olhos no espaço de uma só via de acesso. A porta conduzia aos pequenos quartos. Sua mão foi até sua garganta protetoramente. –É real. Não estou louca. Lily pôs seus braços ao redor de Dahlia. –Não, claro que não está louca. Tenho todas as fitas de nossa infância. Tenho a investigadores procurando as outras garotas. Acredito que é possível que tenha encontrado uma. Não estamos seguros ainda, mas é uma possibilidade. Ensinarei-te tudo, Dahlia. –Recorda às outras garotas? Tentei recorda-las. Flame, com seu cabelo vermelho. Está muito vívida em minha memória. –Íris – Lily confirmou – E ali ficava Tansy. Muito quieta e introvertida. –Isso é correto – O alívio a alagava. Recordava às outras meninas. As garotas, todas elas com sua enfermeira – Ali ficava o bebê, Jonquille. Era tão diminuta. E Loura. Quem mais? –Não havia uma Rose? Recordo sua risada. Dahlia assentiu com a cabeça. Não havia muitas risadas no laboratório. Deveria ter recordado a Rose. –Sei que há outras. –Pensaremos nelas juntas – Lily a consolou – Encontraremos todas suas fitas, e as encontraremos. Olharam-se uma à outra, sorrindo ao se entenderem. Lily segurava sua mão. Dahlia apertou. –Estou muito contente de que tenha vindo. Ryland é maravilhoso. Amo-o muito, mas às vezes me sinto sozinha. Você faz que isso desapareça. –Assim é como me sinto – Dahlia admitiu – É aqui onde o Dr. Whitney trouxe Jesse e outros quando experimentou neles? Lily assentiu com a cabeça. –Ele não quis que o Coronel Higgens soubesse deles. Suspeitava que Higgens estava tentando matar aos Caminhantes Fantasmas, e quis se assegurar de que seu experimento era levado a cabo. –Basicamente – Ryland disse – o Dr. Whitney usou meu grupo como chamariz para liberar Higgens de saber de seu outro grupo. Ele trabalhou aqui neste laboratório e os homens usaram os túneis para sair e entrar. 240
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–Assim se todos morriam – Dahlia tratou de alcançar Nicolas – ele ainda teria alguém para seguir com suas investigações – Ela mordeu o resto de seus pensamentos quando viu a face de Lily – Sinto muito, sei que deve tê-lo amado muito. Lily se apoiou contra Ryland procurando comodidade. –Penso nele como em dois homens. O monstro que nos fez tudo isto, e aos homens, e o homem que foi meu pai. –Encontrou em sua investigação Calhoun e a outros? – perguntou Nicolas. Lily assentiu com a cabeça. –Faz dois dias. Não o revisei, mas quando o fizer, deveria poder encontrar todos os problemas e começar a preparar um programa para eles – Ela se voltou para Dahlia – Como vou fazer para você. Dahlia contemplou Nicolas… Sua rocha, sua âncora. O homem que a havia provido de uma vida e agora de uma família. Ela colocou seus braços ao redor de seu pescoço, era a primeira demonstração espontânea real de afeto diante de outros. –Obrigado. Obrigado por me devolver minha vida. Ele a beijou, sem fazer caso de Ryland que tinha um sorriso absurdo em sua face e que Lily o olhava também contente consigo mesma. –Amo você, Dahlia O’Blanc. Sempre o farei. Seu olhar escuro, feiticeiro foi à deriva sobre sua face. –Isso é bom, porque te amo muitíssimo, Nicolas Trevane, e se brincar com meus sentimentos, brinca com fogo. Literalmente. Fim
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