Fome de Acasalar Escolhido de RA-02 Marisa Chenery
Traduzido do inglĂŞs 1
Pesquisa Mell Revisã Revisão Inicial: Adriana Bazanella e Clarice Moro Revisã Revisão Final: Clarice Moro
Arte e Formatação: Gisele
Descrição: Set é um dos guerreiros escolhidos pelo deus sol Rá para proteger os mortais dos mortos-vivos que os caçam. Isso é o que ele sabe fazer. Infelizmente, depois de ter visto seu líder, um companheiro guerreiro, sucumbir a uma companheira destinada, Set também sabe que um dia ele vai sofrer o mesmo destino. Set não precisa e nem quer uma companheira. Ele está muito bem sozinho obrigado. Mas quando uma mulher irascível é empurrada para a sua vida, cuja única missão parece ser dar uma joelhada em sua virilha e escapar a cada oportunidade que tem, ele fica intrigado. Muito…
Desiree podia estar cobiçando Set de longe há meses, mas isso não significa que ela estava indo de boa vontade com um homem gigante, soltando um monte de lixo sobre imortalidade, um antigo Deus egípcio e seu destino como sua companheira. Sem dúvida, ele era louco. Mas, quando eles se tocam, uma paixão que ela nunca tinha sentido antes a consome. Talvez ele não seja tão louco assim...
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Uma Velha Lenda.
No antigo Egito o deus sol Rá dominava, adorado como o Pai Criador. Cada dia, ele passeava no céu em sua barca solar trazendo luz para terra. E toda noite ele percorria o submundo escuro até o amanhecer de um novo dia. Durante sua viagem noturna, Rá enfrentava seu maior adversário, um ser do mal e de tal perversidade que as pessoas estremeciam — o deus demônio Apep, “o comedor de almas”. Rá e seus companheiros lutavam contra o demônio, derrotando-o a cada noite, apenas para enfrentá-lo novamente quando a escuridão caia mais uma vez. Dizem que uma noite Apep assumiu o controle, causando furiosas tempestades e fazendo a terra tremer. Usando o caos que ele tinha criado, Apep soltou dois Maus no mundo. Dois demônios chamados Sek e Mot que foram soltos para derrubar a humanidade, colecionando almas para seu mestre escuro, transformando os mortais em conchas cruéis comandadas por Apep. Para combater os servos do mal de Apep, o deus do sol escolheu seis guerreiros. Ele deu a cada um imortalidade e os poderes que precisavam para derrotar seus inimigos. Como Escolhidos de Rá, os guerreiros combateram o mal que ameaçava assumir o controle, afastando-o, permanecendo entre os homens e os demônios. Alguns dizem que até hoje os Escolhidos de Rá ainda lutam para proteger os mortais desavisados ao seu redor. Nas sombras eles espreitam suas presas a cada noite, sempre em guarda, esquecidos por aqueles que haviam sido encarregados de vigiar.
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Capítulo Um Set abriu a porta de entrada para o Oásis e esquadrinhou o bar. Tinha sido uma longa noite de caça aos mortos-vivos e ele estava pronto para relaxar, enquanto tomava algumas cervejas com alguns de seus companheiros. Caçar os mortos-vivos podia ser um trabalho que o deixava sedento, especialmente em Phoenix, Arizona, durante as noites quentes e secas de verão, que costumavam ser. A batalha com os mortos-vivos tinha esfriado um pouco, e Set não sabia se isso era uma coisa boa ou ruim. Como um dos guerreiros Escolhidos do deus sol egípcio, era seu dever proteger os mortais das presas dos mortos-vivos. Os mortos-vivos não só bebiam o sangue de um mortal, eles também roubavam suas almas para levá-las para os dois demônios, Sek e Mot, que as capturavam para seu deus demônio, Apep. Mas isso não era tudo o que os mortos-vivos faziam com os mortais — eles também transformavam suas vítimas no que eles eram com uma mordida. Não havia nenhuma salvação a um mortal, uma vez que ele tinha sido mordido. A única cura era a morte pela espada de bronze de um dos guerreiros escolhidos de Rá – a khopesh. Localizando os outros guerreiros que estavam sentados em sua mesa habitual nos fundos do Oásis, Set fez seu caminho através da multidão, esquivando-se, e se sentou ao lado de Kysen. Uma garçonete rapidamente veio e tomou seu pedido para uma bebida. Depois que ela saiu, ele olhou em volta e disse: 4
— Eu pensei que aqui estaria mais lotado, considerando o quão quente ainda está lá fora. Está agradável e fresco aqui. — Está quase perto da hora do fechamento, — Kysen disse. — Nós provavelmente só teremos tempo suficiente para uma bebida antes de eles nos expulsarem. Set assentiu quando a garçonete voltou com sua cerveja gelada. Ele olhou para as outras garrafas quase vazias e então levantou sua cerveja. — Eu acho melhor me apressar se quero partir com vocês. Akori riu. — Duvido que você leve muito tempo para fazer isso. Para provar que Akori estava correto, Set ergueu a garrafa aos lábios e tomou um grande gole. — Pelo menos hoje à noite nós trabalhamos para ter sede. Eu fui capaz de encontrar dois mortos-vivos e acabar com miséria deles. Um golpe certeiro da espada de bronze de um guerreiro e imediatamente o morto-vivo começava a se decompor, deixando apenas uma pilha de roupas como prova de sua existência. — Hah. Eu fiz melhor que seus míseros dois, — Denger disse. — Eu acabei com quatro. O Set sorriu e agitou sua cabeça. — Só quatro, Denger? — Kysen perguntou com um sorriso. — Você deve estar perdendo a sua vantagem. Eu sou capaz de pegar cinco. Talvez amanhã à noite eu deva ir caçar com você e ver se posso te dar algumas dicas. Denger sacudiu Kysen. Tendo terminado sua cerveja, e notando que os outros precisavam de uma nova rodada, Set virou-se procurando por sua garçonete. Ele a viu em pé ao longo do bar conversando com uma bartender. Chamando a atenção da garçonete, ele sinalizou para uma outra rodada. Set também notou que sua mesa tinha atraído vários olhares dos outros fregueses. Apesar dos Escolhidos de Rá sempre sentarem no fundo do bar, 5
mantendo-se nas sombras tanto quanto podiam, eles sempre chamavam algum tipo de atenção dos mortais. Considerando que os Escolhidos de Rá tinham cerca de 2 metros de altura e pesavam em torno de 131 quilos de puro músculo, eles não se misturavam, exatamente, com a multidão, principalmente quando havia mais de um deles por perto. Todos tinham nascido no antigo Egito, e os guerreiros dividiam também o cabelo preto liso e a pele bronzeada. Seus olhos tinham sido castanhos ao nascimento, mas se tornaram de uma cor quase de ouro, depois de terem tomado seu voto de ser um dos guerreiros Escolhidos de Rá. A eles também havia sido concedida a imortalidade pelo Deus do sol. Os guerreiros não perderam tempo com a próxima rodada de cervejas que foi servida. Uma vez que terminaram as bebidas, Akori empurrou sua cadeira para trás. — Eu preciso me alimentar antes de voltar para a Sede. Eu vi um par de prováveis doadoras simplesmente indo embora. Alguém mais quer se juntar a mim? Kysen também empurrou sua cadeira para trás. — Claro, eu vou com você. — Ele olhou para Denger e Set. — E vocês dois? — Eu estou bem, — Denger disse. — Minha cama está me chamando. Set agitou sua cabeça e então levantou sua cerveja não tão vazia. — Eu vou terminar isso primeiro e então vou para a sede. Observando os outros guerreiros se levantarem e seguirem para fora do bar, Set se recostou na cadeira. Ele correu a língua por suas presas. Como os mortos-vivos que eles caçavam, todos os Escolhidos de Rá tinham que beber sangue, mas eles nunca matavam seus doadores ou os transformavam em criaturas mortas-vivas. Muito vivos, os guerreiros ainda tinham que comer e beber, assim como os mortais. Alimentavam-se de um mortal uma vez por semana, apenas tomando o que precisavam para os manterem fortes. Set tomou outro gole de cerveja. Ele esperava que isto pudesse 6
afastar a ânsia de sangue que ele estava sentindo, mas não estava funcionando. Ele tinha se alimentado há três noites atrás. Ele não devia estar ansiando sangue novamente. Sua necessidade por mais sangue estava começando a se tornar algo que ele não podia ignorar. Não querendo enfrentar o que isto queria dizer, que logo iria encontrar sua companheira, Set tentou colocar esta informação fora de sua mente. Ele não esta pronto para tomar uma companheira. Mas, tal como Mehen, o líder dos Escolhidos de Rá, ele duvidava que tivesse muita escolha no assunto. Decidindo que seria melhor alimentar-se antes de retornar para o armazém onde os escolhidos montaram sua sede, Set esquadrinhou o ambiente á procura de um provável doador. Ele logo viu uma mulher sentada em uma mesa próxima ao bar. Como se sentisse o olhar dele, ela sacudiu seus longos cabelos castanhos sobre os ombros e retornou seu olhar. Set depressa deslizou para sua mente e plantou a sugestão de que ela deixasse o bar e o encontrasse no estacionamento dos fundos. A mulher então se levantou e saiu pela porta. Set terminou sua bebida antes de seguir a mulher que tinha escolhido. Considerando que os doadores geralmente achavam o ato de alimentar uma experiência agradável – eles geralmente tinham um orgasmo –, os guerreiros só escolhiam mulheres. Também, uma vez que eles experimentavam o mesmo prazer, eles tinham de ignorar machos como doadores. Não que eles não pudessem se alimentar de homens, mas era algo que eles não eram muito afim. Dobrando a esquina do edifício, Set encontrou a mulher esperando por ele. Ele não perdeu tempo. Tomou-a em seus braços e a beijou, enquanto ele lentamente a levava para as sombras escuras. Suas presas se estenderam, quando ele se moveu da boca para o lado de seu pescoço. Na grande veia lá, ele arrastou sua língua por ela, antes de afundar seus dentes na pele. Quando o primeiro jorro de sangue encheu sua boca, tirou apenas a borda de seu desejo de sangue e não muito mais. Set sentiu um quarto do prazer que normalmente sentia quando se alimentava. Não foi assim para a sua doadora. Quando ele tomou o que precisava e usou sua saliva para selar as marcas de perfuração no pescoço dela, a mulher estava gemendo em seus braços, quando atingiu o orgasmo. Terminando com ela, Set a forçou a encontrar seu olhar, enquanto ele limpava a memória de 7
sua alimentação da mente dela. Depois que ele enviou a mulher de volta ao bar, os sensores de Set moveram-se em alerta completo, quando sua pele começou a picar. Sua noite de caça obviamente não tinha acabado ainda. Um dos mortos-vivos estava perto.
*****
Desiree Hillier deu uma última limpada no balcão do bar antes do termino de seu turno. Ela não estava trabalhando no Oasis há muito tempo, só alguns meses, mas nesta fase de sua vida era o melhor trabalho que ela podia conseguir. As gorjetas eram boas e a visão não era tão ruim. Ela olhou de volta para mesa dos fundos onde o objeto de seu desejo estava recentemente sentado com seus amigos. Quando eles compareciam, os homens grandes que vinham de vez em quando ao bar, normalmente eram um tópico de discussão entre as funcionárias do Oásis. Desiree não estava trabalhando no bar há muito tempo, quando os viu pela primeira vez. Notando seu interesse, as garçonetes tinham dado a ela a ficha completa sobre eles. Inacreditavelmente, havia seis deles. As garçonetes até conhecia seus nomes — Mehen, Set, Denger, Kysen, Akori e Takan. Devido a seus nomes e o leve sotaque que eles tinham, Desiree sabia que eles não eram nativos de Phoenix. Isto só parecia adicionar algo a mais ao apelo daqueles homens, junto com sua beleza. Hoje à noite, Kysen, Denger e Akori apareceram por primeiro, então Set um pouco mais tarde. Um grupo de garçonetes passou a maior parte do que restava de seu turno dando em acima de Denger e Akori. Denger com seus longos cabelos pretos na altura da cintura, que ele amarrava com um pedaço de couro na nuca, junto com seu lindo rosto, não tinha problemas em atrair as mulheres. Akori, que tinham uma aparência ainda melhor do que a de Denger usava seu cabelo preto de lado e desgrenhado. Mais de uma garçonete queria ver se o cabelo de Akori era tão macio quanto parecia ser. 8
Sim, Desiree achava que todos eles eram realmente atraentes, mas era para Set que ela tinha olhos. Ela não queria nada mais do que enterrar os dedos em seu cabelo preto que pendia acima de seus ombros e beijá-lo até que ambos esquecessem seus nomes. A maioria das vezes que Desiree viu Set, ele usava calças preta de soldado desgastada, botas de selva e uma camisa que mostrava perfeitamente bem seu peito e braços musculosos. Hoje à noite não tinha sido uma exceção. Ela encontrou o seu olhar atraído para ele mais vezes do que ela podia contar, antes de Set finalmente partir. Dando ao balcão um golpe final, Desiree suspirou. Ela podia estar atraída por Set, mas duvidava de que pudesse haver algo a mais do que ela babar em cima dele a distância. Ele nunca pareceu dar a ela muita atenção e ela era muito covarde para ir até ele, até porque ela o achava um pouco intimidante. Então Desiree estava presa no limbo, querendo um homem que ela achava que jamais teria uma chance. Finalmente podendo ir para casa, Desiree disse a uma das garçonetes que ela estava saindo, enquanto ela recolhia sua bolsa de debaixo do bar. Ela saiu e seguiu pelo estacionamento até seu carro batido, uma Honda Civic cinza. A coisa estava com seus dias contados, mas ela tinha encontrado um mecânico para consertá-lo para que durasse um pouco mais, sem custar-lhe um braço e uma perna. Alcançando o estacionamento, Desiree se aproximou, parando bruscamente, quando seu olhar posou em Set que aparentemente estava tendo uma briga de socos com algum outro sujeito. Com seu carro estacionado em uma vaga no outro lado da briga, ela não sabia se corria o risco de tentar chegar perto deles ou esperar até que a briga terminasse. Desiree não se moveu, enquanto pesava a possibilidade de ser capaz de passar furtivamente por eles. Desiree manteve seu olhar sobre os homens, enquanto lentamente movia-se um pouco mais perto. Apesar de não tolerar muito a violência, ela tinha que admitir que Set parecia perfeitamente capaz de cuidar de si mesmo. Seu olhar caiu sobre os braços dele, incapaz de desviá-lo, enquanto os músculos dele se ajustavam a cada soco que ele lançava. Ela parou de andar, quando o seu olhar deslizou até o homem com quem Set lutava. Desiree teve que olhar duas vezes. Eram presas? Em uma inspeção mais de perto, elas pareciam ser reais, mas ela sabia que não podiam ser. E os seus olhos. Eles pareciam vazios, quase sem alma. Um arrepio 9
percorreu lhe as costas. Seu olhar se desviou de volta para Set, quando ele jogou o homem com presas para trás, colocando uma certa distância entre eles. Desiree, em seguida, encontrava-se congelada no lugar, quando Set puxou uma faca para fora de sua bota e cortou o homem com presas no peito. O que aconteceu depois fez Desiree cobrir a boca com a mão. Para ela, era como se o corpo do homem com presas começa-se a se decompor. Um cheiro horrível encheu o ar quando, com uma sacudida, o corpo do homem com presas desintegrou-se em questão de segundos. Desiree não conseguiu segurar um suspiro, quando Set chutou a pilha de roupas agora vazia no chão, onde o homem com presas tinha estado. A cabeça de Set chicoteou para trás com o som. Desiree foi incapaz de se mover, enquanto ele andava lentamente em sua direção, e ela percebeu que provavelmente tinha visto algo que não deveria. Set não tinha percebido que teve uma audiência o assistindo eliminar um morto-vivo, até ele ouvir um suspiro feminino vindo de trás. A mulher parecia branca como um fantasma e á beira da execução. Sabendo que não podia deixá-la sair com a lembrança do que tinha visto, Set percorreu rapidamente a distância entre eles e agarrou-a pelo braço. De perto, ele a reconheceu como a garçonete que trabalhava atrás do balcão do bar naquela noite. Ele já tinha dado uma conferida nela algumas vezes, desde que ela tinha começado a trabalhar há alguns meses atrás. Com seu rosto bonito, cabelo longo, loira e magra, ele até mesmo tinha jogado em torno da idéia de usá-la como doadora, mas sempre que ele remotamente chegava perto dela, ela sempre evitava seu olhar. Sabendo que não tinha outro jeito a não ser limpar a luta de sua mente, Set a puxou para mais perto, embora ela tentasse arrancar seu braço fora. Ele deslizou a faca de bronze, que ainda segurava na outra mão, de volta em sua bota, antes de tomar delicadamente o queixo dela em suas mãos. — Você está perfeitamente segura, — ele a tranquilizou delicadamente. — Basta olhar nos meus olhos e você não se lembrará do que aconteceu aqui. Ela soltou um gemido, mas logo se acalmou, quando ele a trouxe 10
ainda mais perto e seus corpos se tocaram. Ele então olhou para baixo, para seus grandes olhos cinzentos. Set puxou a respiração, quando de repente sentiu como se alguém tivesse esmurrado seu estômago. Olhandoa mais profundamente, seu pau ficou instantaneamente duro. Sua fome de sangue rugiu para a vida, quando o cheiro dela o invadiu. Ele não podia parar de aspirar mais profundamente em seus pulmões o cheiro delicioso dela. Suas presas doíam para se afundarem nela e ver se ela tinha um gosto tão bom quanto o cheiro. A sensação do corpo dela pressionado contra o dele, fez Set querer despir a ambos e afundar tanto seu pau como suas presas dentro dela. Ele queria ouvir os gritos dela de paixão, enquanto ele a tomava inúmeras vezes. Set agitou sua cabeça, tentando controlar seus pensamentos luxuriosos e focalizar nela, enquanto tentava limpar a sua mente. Nada aconteceu. Ele continuou segurando o queixo dela, enquanto tentou mais duas vezes antes de desistir. Ele não conseguia apagar a mente dela. Era como se ele batesse contra uma parede de tijolos. Set amaldiçoou em voz baixa. O que estava acontecendo com ele, primeiro a súbita fome de sangue e sexual que ela despertou nele com seu perfume inebriante, e agora sua incapacidade de limpar sua mente. Era a mesma coisa pelo qual Mehen tinha passado, quando ele conheceu pela primeira vez Blythe, sua companheira. Emoções conflitantes ultrapassaram Set, quando ele desistiu de apagar a mente da mulher e envolveu-a em seus braços. Por um lado, ele não queria que ela fosse dele. Desde que Mehen tinha tomado uma companheira, e Rá disse que o resto deles iria encontrar, eventualmente, suas companheiras, Set tinha pensado que ele não precisava de uma mulher em sua vida. Mas, agora que ele tinha provavelmente encontrado a companheira que Rá tinha prometido que seria dele, ele não achava a ideia tão detestável. Ela realmente ficava bem em seus braços, e estando perto de 1,82 cm com os saltos que estava usando agora, sua altura era o ideal para ele. Ela tremeu contra ele, mas não fez nenhuma tentativa de se afastar. Com uma voz calma, ela disse: — Você pode me deixar ir. Eu prometo que não vou dizer a 11
ninguém o que aconteceu. Eu…eu realmente não tenho a menor ideia do que eu vi, de qualquer maneira. Set lutou contra o desejo de tomar seus adoráveis lábios, para conseguir um primeiro gosto dela. — Qual é o seu nome? — Desiree. Eu sei quem você é. Você é Set. Ele sorriu para si mesmo. Desiree podia ter evitado fazer contato visual com ele, mas ela obviamente estava interessada nele, o que era uma grande coisa. Ela estar interessada nele já era um bom caminho, se ela se tornasse sua companheira. Ele iria contar com atração dela por ele para ajudá-la a entrar em seu mundo. Ele afrouxou o abraço e pegou-a pelo braço, mais uma vez. — Bom, Desiree, parece que você vai ter que vir comigo. Não dando a ela uma chance para negar, Set começou a arrastá-la em direção a sua Ferrari 599 GTB Fiorano preta que estava estacionada nos fundos do estacionamento. Foi quando Desiree começou a lutar com ele. Ela cravou seus sapatos de salto alto no chão, lutando a cada passo do caminho. — Pare! Tudo o que eu quero fazer é ir para casa. Ouvindo o medo no tom estridente dela, Set diminuiu a velocidade e voltou-se em sua direção. — Voltar para a sua casa não é uma opção para você agora mesmo. Basta ser uma boa garota e vir comigo. Em um movimento que Set nunca esperou que Desiree fizesse com sua minissaia justa, ela ergueu o joelho, atingindo-o diretamente entre as pernas. Instintivamente, Set a soltou, enquanto ele agarrava suas bolas danificadas. Sentindo um pouco de dor, ele se ergueu depressa, quando Desiree começou a correr pelo estacionamento. Ele conseguiu alcançá-la assim que ela chegou do lado do motorista de um danificado Honda Civic que já tinha visto dias melhores. Girando-a, ele fez o que tinha que fazer para impedi-la de correr 12
dele. Set segurou seu queixo, forçando-a a encontrar o olhar dele, para que ele pudesse colocá-la em um sono profundo. No instante em que ela caiu em seus braços, Set embalou-a suavemente contra ele, antes de pegá-la e levá-la para seu carro. Quando ele já a tinha colocado no assento do passageiro da Ferrari, ele escorregou para o lado do motorista. Incapaz de limpar a mente de Desiree, ele tinha que levá-la á sede dos Escolhidos e ver se algum dos outros guerreiros podia limpar a mente dela, embora ele temesse que seria uma tentativa inútil. A ideia disto deixou os nervos de Set no limite. Ele entendia agora como Mehen tinha se sentido, quando ele trouxe Blythe à sede para eles tentarem limpá-la. Mehen tinha jogado merda de macaco em Denger quando ele tinha tentado. Set não gostava da ideia de alguns de seus companheiros guerreiros tentarem entrar na mente de Desiree quando ele não conseguia, tanto quanto Mehen não gostou com a sua companheira. Set podia não gostar desta ideia, mas ele sabia que isto tinha que ser feito. Rá os tinha proibido de deixar qualquer mortal saber dos mortosvivos e que os Escolhidos eram. E os mortais manterem a memória disto também era uma grande impossibilidade. E no final, se ele conseguisse apagar da mente de Desiree o que aconteceu e ela não estivesse destinada a ser sua companheira, ele não sabia se poderia deixá-la ir.
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Capítulo Dois Set dirigiu sua Ferrari até o velho distrito de armazéns de Phoenix, onde os Escolhidos de Rá mantinham seu quartel general. Do lado de fora, parecia um típico velho armazém que já não estava em uso, mas por dentro não era nada do tipo. Parando no portão de cerca de arame que cercava o armazém da propriedade, Set usou sua mente para abri-lo antes de dirigir para dentro. Ele então entrou nas docas que serviam de garagem. Havia outros cinco carros esportes caros e a moto BMW de Mehen já estacionados ali. Vendo todos os veículos, Set percebeu que Akori, Kynsen e Denger já estavam em casa. Isto também significava que ele provavelmente não poderia deslizar Desiree para dentro da sede sem alguém notar. Set saiu do carro e só teve tempo de buscar a espada no porta malas, antes de se mover até o banco do passageiro e pegar Desiree. Com a sua espada pendurada em seu peito, ele a pegou de um jeito que a cabeça dela descansasse em seu ombro. Enquanto ele a levava até a porta que ligava a doca ao interior da sede dos Escolhidos, Set mais uma vez pensou em como se sentia bem em segurar Desiree em seus braços. Chegando até a porta, ele digitou o código numérico do sistema de segurança. Colocando sua mão em um pedaço de pedra levantado na parede, debaixo do sistema de segurança, ele empurrou seu dedo para baixo. Uma agulha escondida dentro da pedra saiu e furou seu dedo indicador. Com uma gota de seu sangue na ponta, a agulha retrocedeu e o mecanismo de travamento da porta se abriu. Set empurrou a porta, enquanto lambia o sangue que permanecia em seu dedo e curava a ferida que o presente de Rá havia deixado. A pedra tinha mantido a sede deles muito segura antes da invenção dos sistemas de segurança. Somente o sangue dos Escolhidos de Rá e Blythe poderia destrancar a porta. Agora dentro do salão no antigo armazém, ele caminhou pelo longo corredor onde as paredes e o chão tinham sido pintados para assemelhar-se a pedra usada no templo de Amon Rá em Karnak 1, no Egito. 1 O Templo de Karnak tem este nome devido a uma aldeia vizinha chamada El-Karnak, mas no tempo dos grandes faraós esta aldeia era conhecida como Ipet-sut ("o melhor de todos os lugares"). Designa o templo principal destinado ao Deus
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As paredes também tinham sido pintadas a mão com hieróglifos 2 e as fotos de Rá feitas em tons de joias brilhantes. Seu companheiro guerreiro, Takan, tinha levado anos para fazer tudo isso. A sede era a casa dos Escolhidos longe de sua casa no Egito, com seu estilo egípcio em execução em toda parte do armazém, que eles usavam para viver. Set conseguiu chegar com Desiree aos seus aposentos pessoais sem encontrar ninguém. Ele retirou as cobertas da cama em um lado do colchão e suavemente a colocou nela. Tirando os sapatos de Desiree, ele os pôs no chão antes de tirar sua bolsa fora do ombro e colocá-la na mesa da cabeceira. Set olhou para Desiree. Ele a colocou em um sono profundo o suficiente para que ela ainda não despertasse por um tempo, o que foi uma boa, já que agora ele tinha que ir falar com o resto dos escolhidos sobre a tentativa de apagar a mente dela. Decidindo que era melhor acabar com isso logo que podia, Set deixou seus aposentos e usou sua mente para trancar a porta atrás dele. Ele foi primeiramente para o quarto de Mehen e Blythe. Mesmo que Set fosse o segundo no comando dos Escolhidos de Rá, ele ainda tinha que relatar sua incapacidade para apagar a mente de Desiree para Mehen, antes de ir para os outros. Esperando que ele não estivesse interrompendo nada, Set bateu na porta. Mehen atendeu. Sem camisa e com suas presas começando a aparecer por seu lábio superior, Set percebeu que ele tinha interrompido alguma coisa. — Desculpa, — disse ele. — Eu sei que é tarde, mas eu tenho uma pequena situação em minhas mãos. — O que aconteceu? A última coisa que eu soube era que você estava se encontrando com Kynsen, Akori e Denger no Oásis. — Sim, depois que eles saíram, eu colidi com um dos mortos-vivos Amon-Rá, como também tudo o que permanece do enorme complexo de santuários e outros edifícios, resultado de mais de dois mil anos de construções e acrescentos.
2 Hieróglifo ou hieroglifo é cada um dos sinais da escrita de antigas civilizações, tais como os egípcios, ou hititas e os maias.
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no estacionamento. Mehen o olhou depressa de cima a baixo. — Você não parece ferido. Eu acho que não era um guerreiro morto-vivo? Não muito tempo atrás eles tinham descoberto que o demônio, Sek, tinha criado uma nova raça de mortos-vivos que foram treinados para serem guerreiros. Ao contrário da maioria dos mortos-vivos, estes podiam pensar por conta própria e não almejavam as almas de mortais como os da sua raça faziam. Eles também foram treinados para lutar com espadas que eram muito semelhantes às utilizadas pelos Escolhidos. A única diferença era que as espadas dos guerreiros mortos-vivos eram feitas de aço, em vez de bronze. Sendo mortos-vivos, o bronze ainda os matava como aos mortosvivos normais. Set balançou a cabeça. — Não. Era um morto-vivo comum. Isso não é o problema. O problema é que tive uma audiência. A mais nova garçonete do bar Oásis me assistiu eliminar o morto-vivo. — Ele tomou fôlego antes de terminar. — Ah…E eu não pude apagar a mente dela. Um olhar de piedade passou pelo rosto de Mehen, quando Blythe disse de algum lugar dentro do quarto, — Eu ouvi Set dizer que se encontrou com uma mulher que ele não pode apagar a mente? Mehen virou o rosto para Blythe, dando a Set uma boa visão da marca de Rá que ele carregava no alto de suas costas. No centro estava um sol vermelho com o Olho de Rá no meio dele, da cor vermelha e azul. Duas cobras, em posições opostas, se enfrentavam de cada lado do sol. Ligado a eles estavam duas grandes asas delineadas de preto e azul, com as pontas tocando as bordas dos ombros de Mehen. Set carregava a mesma marca em suas costas, assim como todos os Escolhidos. Mesmo Blythe tinha a marca na pele, embora a dela estivesse na parte inferior das costas e não era tão grande como a dos guerreiros. Rá tinha dado, juntamente com suas presas, quando a 16
presenteou com a imortalidade. — Sim, — Mehen disse para sua companheira, — você o ouviu direito. Vestida com um robe de cetim rosa com um cinto amarrado na cintura e que ia até seus joelhos, Blythe apareceu ao lado de Mehen. Ele virou-se para Set. Ela deu a Set um sorriso radiante. — Você achou sua companheira. — Eu nunca disse isto, — Set disse rapidamente. — Eu disse que eu não consegui limpar a sua mente. — Uh-huh. E a fome de sangue? Isso já começou a incomodá-lo? — É bom. Eu me alimentei um pouco antes do morto-vivo aparecer. — Quando Blythe levantou uma sobrancelha na direção dele, enquanto lhe dava um olhar que dizia que ela não acreditava totalmente nele, Set disse: — Eu admito que comecei a me alimentar mais vezes, e não foi tão satisfatório como costumava ser, mas isso não significa que Desiree é minha companheira. Eu a vi trabalhando no Oásis várias vezes e ela nunca me provocou. Só foram nos últimos dois meses que eu comecei a notar a mudança. Blythe cruzou os braços acima do peito. – Você disse que Desiree era a nova garçonete do bar. Há quanto tempo ela trabalha lá? — Um par de meses, eu acho. Eu não tenho certeza, — disse Set irritado. — Eu, realmente, não tinha prestado muita atenção nela até agora. Blythe sorriu. — Ha. Lá vai você. Ela tem que ser a sua companheira. — Ela então ficou mais séria. — Você disse que não podia apagá-la. Por favor, não me diga que você trancou a Desiree em um dos pequenos quartos de estoque no antigo armazém. Ele deu a Blythe um olhar duro. — Claro que eu não fiz isso. Ela está presa no meu quarto. Eu aprendi a minha lição. 17
Quando Mehen trouxe pela primeira vez Blythe para a sede e nenhum deles conseguia apagá-la, Set a trancou em um dos quartos de estoque na parte do armazém que não era usado como habitação. Set não tinha gostado do efeito que ela teve sobre Mehen e percebeu que se ele pudesse mantê-la longe de seu líder, ele poderia ser capaz de pensar em linha reta novamente. Não sabendo que Blythe tinha medo de espaços fechados e escuros, Set havia lhe dado um ataque de pânico. Mehen quase cortou sua cabeça fora por causa disto. — Homem esperto. Deixe-me ir falar com Desiree. Eu estou segura que ela apreciaria a perspectiva de outra mulher em tudo isso, especialmente uma que já experimentou o que ela vai passar agora. — Bem. — Set disse, — você vê, ela realmente não tem ideia do que está acontecendo. Eu não tive chance de explicar muita coisa antes que ela tentasse fugir de mim. Eu tive que fazê-la dormir antes de trazê-la para cá. Blythe sacudiu a cabeça e suspirou. — Você não poderia ter tentado falar com ela calmamente sem assustá-la? Ele fez uma careta. — Eu não tentei assustá-la deliberadamente. Eu estava tranquilo, mas isso não a impediu de me acertar nas bolas. Um pequeno sorriso brincou nos lábios de Blythe. — Eu aposto que você estava com seu habitual ego intimidador. Desiree o acertou nas bolas antes ou depois de você decidir trazê-la para cá? — Depois. Ela não queria vir comigo, então eu tive que forçá-la a caminhar até o meu carro. — Não foi á toa que ela reagiu deste modo. Ela provavelmente pensou que você a estava sequestrando ou algo assim. Desiree não deve estar sozinha quando ela acordar e definitivamente não deve estar sozinha com você. Eu irei ficar com ela. Mehen ergueu o braço para bloquear Blythe, quando ela ia sair para o corredor. 18
— Você não vai vestida desse jeito, — disse ele enquanto a olhava de cima a baixo. Blythe revirou os olhos. — Tudo bem, eu vou me vestir e depois vou para o quarto de Set. Depois que ela se afastou, Mehen disse: — Volte para a menina no caso dela acordar. Eu vou dizer aos outros o que aconteceu. — Ele colocou a mão em cima do ombro de Set. — Nós tentaremos fazer isto o mais rápido e indolor para você. Pensando em como os outros guerreiros estariam tentando entrar na cabeça de Desiree, quando ele não podia, fez Set cerrar seus dentes. Ele lutou para não rosnar para Mehen. Embora o pensamento disto o incomodasse, Set sabia que isto tinha que ser feito. Com um breve aceno de cabeça, Set deixou Mehen e voltou para seus aposentos. Desiree ainda dormia. Fechando a porta atrás dele, apoiou-se contra a porta e correu o seu olhar sobre ela. O cheiro dela, que tinha feito sua fome de sangue subir á superfície, já tinha enchido seus aposentos. O desejo de alimentar-se dela era tão forte quanto o desejo de tê-la sob ele. Set correu o olhar pelas pernas longas e torneadas dela. Ele quase podia imaginar qual seria a sensação de tê-las embrulhadas em torno de sua cintura, enquanto ele estocava dentro dela. Suas presas começaram a pulsar em sincronia com a sua ereção. Afastando-se da porta, ele cruzou o quarto. Quando ele olhou para Desiree, Set cuidadosamente juntou o cabelo loiro caído para fora de sua testa. Ele então correu as costas de seus dedos ao longo de sua bochecha. A pele dela era macia. O fez querer ver se o resto de sua pele também seria assim tão macia. Com um suspiro, ele puxou a mão. Ele realmente deveria acordar Desiree. Os outros guerreiros, junto com Blythe, estariam chegando logo. Ela precisava estar acordada se eles a fossem testar. E se os outros não pudessem apagá-la, teria que ser dito a ela quem eles eram. E se isto acontecesse, Desiree teria que encarar o fato de que ela não iria deixar a sede em nenhum momento em breve. Set moveu-se para sentar no pequeno espaço próximo a ela na cama e sacudiu os ombros dela. 19
— Desiree, acorde. Ela resmungou algo sonolento e tentou rolar para o outro lado da cama. Set parou e sacudiu seu ombro novamente. — Você pode dormir depois. Agora você tem que acordar. Desiree piscou ao abrir os olhos. Quando seu olhar pousou sobre ele, seus olhos se arregalaram. Ela então esquadrinhou o quarto, o seu olhar vagueando através dos hieróglifos que foram pintados nas paredes e, então, de volta ao rosto dele. — Onde estou? Ela perguntou com uma voz trêmula. — Você está no meu quarto. Set se inclinou para trás para dar lugar a Desiree, quando ela se moveu para sentar-se. — O que aconteceu? A última coisa que eu lembro é de você matando aquele sujeito com presas e, em seguida, dizendo que estava me levando com você. — Ela engoliu em seco. — Eu disse que não contaria a ninguém o que aconteceu. Set podia ouvir o coração dela começar a bater mais rápido. A última coisa que ele queria era que Desiree entrasse em pânico e tentasse algo estúpido como fugir. — Acalme-se. Você não está em perigo. Eu não pude apagar de sua memória o que você viu no estacionamento e assim nós precisamos ver se outro consegue fazer isso por mim. — Apagar a minha memória? O que você quer dizer com apagar a minha memória? — Aos mortais não é permitido saber sobre os mortos-vivos e manter a memória deles. É nosso trabalho proteger vocês mortais deles. Se isto se tornasse de conhecimento comum entre os da sua espécie, faria a nossa tarefa muito mais difícil. Desiree se afastou até que suas costas bateram contra a cabeceira da cama. — Morto-vivo? Era isto o que aquele cara era? Ele parecia que estava vivo para mim, até que você o cortou com aquela faca. 20
Incapaz de se conter, Set aproximou-se e estendeu a mão para pegar uma mecha de cabelo que caiu sobre o ombro de Desiree. Ele esfregou o cabelo entre os dedos enquanto falava. — Oh, ele não estava vivo. Ele era apenas uma casca sem alma. — E os dentes? — Desiree perguntou baixinho. — Para que os mortos-vivos precisam daquilo? — Para se alimentarem. Uma mordida de um morto-vivo e o mortal se torna o que os atacou. O morto-vivo rouba as almas dos vivos. Eles também precisam de sangue para sustentá-los. Desiree estendeu a mão e agarrou o cabelo dos dedos dele. — Se eu não devo saber sobre os mortos-vivos, por que você está me dizendo tudo isso? — Porque se você puder ser apagada isto não vai importar. — E se eu não puder ser? — Então você não será capaz de sair daqui.
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Capítulo Três Não será capaz de sair? O medo de Desiree deu um outro pontapé. Ela olhou no rosto bonito de Set, desejando que ela tivesse esperado um pouco mais para sair do bar. Ela, então, não teria visto Set cortar o cara com presas, ou o que ele chamou de um morto-vivo. Ela ainda poderia continuar tendo seus devaneios sobre ele, sem ter que enfrentar o fato que o cara com quem ela tinha fantasias sobre transar, era um louco completo. Ela acreditaria no que Set tinha dito que o seu trabalho era - ela acreditava que também o resto de seus camaradas - proteger os mortais dos mortos-vivos? Isso seria um sonoro grande não. E o qual era a dele de chamar as pessoas de mortais? A maneira como Set disse isso, fazia você pensar que ele não se classificava neste grupo. Por que ela sempre tinha que se apaixonar pelos confusos? Ela tinha uma propensão para achar os meninos maus atraentes, mas ela também tinha o dom de atrair aqueles que não eram muito certos da cabeça. Desesperada em tentar cair fora desta situação, ela disse: — Olha, você não pode me manter aqui. Eu vou ser despedida. Alguém acabará por avisar a polícia que eu estou desaparecida quando eu não aparecer para trabalhar. E eu tenho família. Você pode apenas me deixar ir e eu prometo não falar uma palavra sobre isso para ninguém. Set abriu a boca para dizer alguma coisa, mas uma batida na porta o interrompeu. Ele voltou seu olhar para a porta. Desiree ouviu o barulho de uma fechadura virando, antes de cinco homens e uma mulher entrarem no quarto. Os homens que ela reconheceu como os amigos de Set. A mulher ela não conhecia, mas Mehen tinha o seu braço em volta dos ombros dela. Obviamente ela era a namorada dele ou algo assim. A mulher sorriu quando ela caminhou até a cama. — Bom, você está acordada. — Ela ofereceu a sua mão. — Eu sou Blythe, a companheira de Mehen. Eu tenho certeza de que você reconheceu os caras do Oásis. Desiree apertou a mão de Blythe e assentiu. Ela deu uma boa olhada no longo cabelo castanho claro da outra mulher e nos seus olhos 22
azuis. Blythe não parecia como se fosse louca ou coisa parecida, mas isto precisava ser averiguado. — Eu diria que é um prazer conhecê-la, mas estar presa contra a minha vontade, não está me fazendo sentir-me muito sociável. — Eu acho que não faria, — disse Blythe. — Eu sei que você não entende o que está aconteceu aqui, mas deixe-me dizer que uma vez eu estive em sua posição. — Sem querer ofender, mas estou achando difícil acreditar que toda esta coisa de mortos-vivos é real. — Eu também não acreditei nisto no começo. Eu pensei que esses caras eram de uma espécie de seita de vampiros quando eu vi suas presas. Blythe fez um gesto para todos os homens na sala. — Espere um minuto. Eu pensei que só o cara morto-vivo que eu vi Set matar tinha presas. — Quem eram essas pessoas? Um bando de vampiros? Blythe se encolheu um pouco. Ela então olhou para Set. — Desculpe. Acho que me adiantei um pouco. Desiree voltou seu olhar para Set. — Você realmente tem presas? Set suspirou antes de assentir. — Sim, mas não somos mortos-vivos. Ele então abriu a boca para que Desiree pudesse ver suas presas. Então, para o choque dela, elas se estenderam, crescendo até quase tocar o lábio inferior dele. Ela saltou para o outro lado da cama e ergueu as mãos para mantê-lo à distância — Que diabos! Você é um vampiro? — Relaxe, Desiree, — Set disse em uma voz calma. — Nós não somos vampiros, embora a gente use nossas presas para nos alimentar. Nós somos os Escolhidos de Rá, guerreiros que foram escolhidos a dedo pelo deus egípcio Rá, para proteger os mortais dos mortos-vivos. 23
Desiree furiosamente agitou sua cabeça. — Se ele anda como um pato e grasna como um pato, então é um pato. Você tem presas e bebe sangue. Eu diria que isto o torna um vampiro. — Eu acho que seria melhor deixarmos as explicações para depois de conseguirmos ou não limpar a mente dela. — Kynsen sugeriu. — Ela só vai ficar cada vez mais chateada. Mehen assentiu. — Eu concordo. — Ele então olhou para Set. — Eu sugiro que você a segure. Será mais fácil para ambos desse jeito. Quando Set tentou agarrá-la, Desiree deu um tapa na mão dele e tentou se afastar, pulando para o outro lado da cama. Ela não devia ter feito isso. Set moveu-se mais rápido do que ela achava que ele poderia, facilmente pegando-a pelo braço e puxando-a para fora da cama, para que ambos ficassem de frente para outras pessoas no quarto. Ele então se moveu para ficar atrás dela. Com as mãos dele em cima dos seus ombros, ele a puxou para mais perto, assim as suas costas ficaram engessadas na parte da frente do corpo dele. Desiree apertou os lábios para parar o pequeno suspiro que ameaçava escapar, quando ela sentiu o tamanho da dura ereção de Set pressionando o seu traseiro. Mesmo sabendo que ele não era muito certo da cabeça, isto não impediu o seu corpo de excitar-se. Uma dor profunda começou a se construir bem no fundo da sua vagina. Como se ele soubesse onde os pensamentos dela tinham ido, Set a apertou ainda mais e seu pênis duro empurrou dentro de suas calças. Quando Mehen deu um passo à frente dela, Desiree obrigou-se a prestar atenção ao que estava acontecendo. Mehen sorriu, dando-lhe um pequeno flash de suas presas antes de dizer: — Isto não vai doer. Eu só preciso que você olhe nos meus olhos. Se funcionar, você não vai se lembrar de nada disso. Quando Desiree encontrou o olhar de Mehen, sentiu o que poderia ser descrito como uma cutucada dentro de sua cabeça. Foi a mesma sensação que sentiu, quando Set tinha dito que ele ia apagar a sua mente nos fundos do estacionamento do Oásis. Poucos segundos se passaram 24
antes dele sacudir a cabeça e dar um passo para trás. — Eu não consigo apagá-la. Assim como Blythe, é como se eu colidisse com uma parede de tijolos. Takan avançou até o lugar de Mehen. Desiree sempre achou que ele era o cara tímido. Ele usava seu comprido cabelo preto de lado, principalmente na frente do rosto. Toda vez que ela o tinha visto, sua longa franja estava sempre pendurada na frente do rosto, como se ele estivesse se escondendo atrás dela. Mesmo agora, ele estendeu a mão e puxou seus cabelos mais em seus olhos. — Vou fazer isso rápido, — disse Takan, como se ele estivesse tentando tranquilizar a ela e a Set, pois olhou para o homem que estava atrás dela, antes de fechar seu olhar nela. Do mesmo modo que com Mehen, Desiree sentiu o empurrão dentro da sua cabeça. E desde que ela ainda não tinha esquecido nada sobre o que estava acontecendo, ela imaginou que ele também não tinha sido capaz de apagá-la. À medida que o resto dos homens ficava na frente dela um de cada vez, o corpo de Set tornava-se cada vez mais duro, assim como o aperto dele em seus ombros que a mantinha presa contra ele. Ela podia sentir a tensão crescer dentro dele, quando cada um dos outros homens tentava limpá-la. Na vez de Akori, o último que tentou e não obteve sucesso, o corpo inteiro de Set estava mais duro do que uma tábua em suas costas. Mehen deu a Set um olhar significativo. — Ela não pode ser apagada. E pelo jeito, eu diria que você vai ter muito o que explicar. Com uma voz cansada, Set respondeu: — Pode esperar até amanhã. Agora mesmo eu preciso que todos partam, para eu possa esfriar um pouco. Erguendo o braço, Mehen puxou Blythe para o lado dele e sorriu para ela. Quando Blythe sorriu em retorno, Desiree notou que ela também tinha presas. — Eu entendo, — disse Mehen. — Ninguém vai te incomodar. 25
Desiree, silenciosamente, observou os outros saírem do quarto. Uma vez que a porta foi fechada atrás deles, ela ouviu o clique dela sendo trancada. Set ainda permanecia atrás dela, com suas mãos em seus ombros. Ela tentou se afastar, colocar alguma distância entre eles, mas ele não deixou. Sem mais nada para distraí-la, Desiree não pode deixar de notar o quão bom era se sentir tão perto de Set. Ela teve de se impedir de relaxar contra ele. Necessitando se afastar dele, para que ela pudesse se segurar, ela disse: — Vamos. Desta vez, quando ela tentou se afastar, Set deixou cair as mãos até a sua cintura e virou-a para que eles se encarassem. Encontrando o olhar dele, a respiração de Desiree travou em sua garganta, assim como a dor entre suas pernas mais uma vez fez sua presença conhecida. Set encarou-a com fome e desejo em seus olhos. Nenhum homem jamais a tinha olhado de uma forma tão carnal antes. Umidade se reuniu em sua vagina, enquanto ela lutava contra o impulso de se esfregar contra ele. Quando Set baixou lentamente a cabeça em direção a ela, Desiree colocou a sua mão sobre o peito dele, pretendendo afastá-lo, mas ela encontrou-se agarrando a camisa dele em vez disso. Por muitas noites ela sonhou com Set. Quantas vezes ela desejou que ele a olhasse como ele a estava olhando agora? Provavelmente mais do que algumas centenas de milhares de vezes. Ela deveria estar pensando em maneiras de escapar, mas sua mente só podia se focar no homem que a segurava. Desiree lambeu os lábios, querendo nada mais do que sentir os lábios de Set se movendo sobre os seus. Quando a boca dele desceu sobre a dela, Desiree agarrou a camisa dele em seu punho. Ela não conseguia enviar para seu cérebro o sinal para a sua mão largá-lo. Quando a boca dele se moveu de encontro à dela, delicadamente sugando, enquanto seus lábios se inclinavam contra os dela, ela sabia que estava perdida. Com um suspiro ofegante, ela o beijou de volta. Set a puxou para mais perto e angulou seus quadris para que ele pudesse apertar sua ereção contra ela. Ele passou a língua ao longo da borda dos lábios dela, antes de empurrá-la para dentro de sua boca. A 26
língua dele se entrelaçou com o dela, enquanto ele a saboreava. Puxando a camisa de Set, a outra mão dela subiu e ela colocou ambas as mãos em seu peito musculoso. Sob a sua mão direita, Desiree sentiu o coração de Set bater a um ritmo acelerado, quase igual ao dela. Seus mamilos se apertaram sob a blusa, implorando para serem tocados. A sensação da dura ereção de Set aninhada contra seu estômago fez com que uma umidade vazasse em sua calcinha. De nenhuma maneira seus sonhos tinham feito justiça aos beijos de Set. Ele lambia e chupava sua boca, enquanto ele empurrava sua excitação cada vez maior contra ela. Ele devorou a sua boca com a dele, como se ele não fosse sobreviver sem o gosto dela. Desiree não conseguia parar de choramingar a necessidade que surgiu em sua garganta. Perdida no nevoeiro sexual de Set, ela esfregava-se contra ele. Não foi até Set chupar sua língua e ela entrar em contato com suas presas, que Desiree percebeu o que ela estava fazendo. Impiedosamente quebrando o contato com os lábios, ela o empurrou. Para sua grande surpresa, Set afastou-se e deu um passo para trás. Seu peito subia e descia rapidamente, enquanto ela lutava para assumir o controle sobre seu corpo. Set estava ofegante com seus punhos cerrados ao lado do corpo. O olhar de Desiree se arrastou para baixo no corpo dele e pousou na proeminente protuberância em suas calças. Ela teve que fechar os olhos e tomar uma respiração profunda, antes de abrilos outra vez e olhar para o rosto dele. As pontas de suas presas espreitavam para fora sob o lábio superior. — O que você vai fazer comigo? — ela perguntou, com uma voz que soava muito rouca para seu gosto. O olhar quente de Set percorreu seu corpo abaixo e depois novamente para cima. — Há milhares de coisas que eu quero lhe fazer com você, coisas que nós dois apreciaríamos, mas eu não penso que seria uma boa ideia. Então, eu apenas vou ter que me contentar em ir dormir, preferivelmente. Desiree olhou para a Não havia nenhuma maneira achasse que Set tentaria simplesmente não confia em
cama King-size e depois de volta para Set. dela dormir na cama com ele. Não que ela alguma coisa. Não, não era isso. Ela si mesma. Tê-lo deitado ao seu lado seria 27
uma demasiada tentação. Ela tinha que mantê-lo longe, mas até agora ela estava falhando miseravelmente nisso. Quando se tratava de querer Set, ela era muito fraca para resistir. E isso a irritava como a merda. — Eu vou dormir no chão, — disse ela rapidamente. Desde que ela percebeu que estava presa aonde quer que ela estivesse esta noite, Desiree decidiu quer era melhor esperar até de manhã, quando ela estivesse mais descansada para tentar escapar. O cansaço começava a bater sobre ela. Ela já tinha tido uma longa noite. Entre o que ela tinha visto no estacionamento do Oasis, e depois de ter sido, basicamente, raptada por Set, ela estava sentindo a pressão. Set pegou-a pelo braço e a levou para o outro lado da cama. — Ninguém vai dormir no chão. Há muito espaço na cama para nós dois. Agora deite. Desiree permaneceu onde estava. — Eu não acho que seria uma boa ideia. — Difícil, — disse Set. — Isso vai acontecer se você quiser ou não. Não está aberto para discussão. As palavras que Desiree estava a ponto de usar como um argumento voaram para fora da sua cabeça, quando Set tomou a parte inferior de sua camisa e arrancou-a sobre a cabeça. Seu olhar se fixou no largo e musculoso peito. Era sem pelos e bronzeado, e seus dedos se coçaram para tocar toda aquela lisa carne masculina. Desiree engoliu, quando sua boca ficou de repente seca. Não percebendo que ela tinha sido estupidamente atingida por esta visão, Set se curvou para retirar suas botas. A boca dela ficou ainda mais seca, com a visão de seu traseiro musculoso em sua calça militar preta. O olhar dela moveu-se sobre a pele nua de suas costas, quando ele endireitou-se e chutou para fora as botas. Suas costas largas estreitavam-se em uma cintura e quadris esguios. Seu olhar, então, seguiu para a grande tatuagem alada, que tinha o olho de Rá no centro e cobria toda a parte superior das costas, chegando até os ombros. As cores eram tão brilhantes quanto àquelas usadas para pintar os hieróglifos nas paredes. 28
Set não lhe deu muito tempo para admirar a tatuagem, antes de se virar para trás e apontar para a cama. — Cama. Agora. Desiree balançou a cabeça. Com Set meio despido, não havia chance no inferno dela ser capaz de conseguir descansar. — Tudo bem. Eu vou. Antes dela perceber o que ele pretendia fazer, Set a pegou pelos braços e a colocou na cama. Ele a virou para o lado dele, para que ela o olhasse enquanto ele deitava e a segurava contra o peito, com um braço ao redor dela. Ele puxou as cobertas sobre eles. Com a cabeça debaixo do queixo de Set e seus corpos tocando-se do peito para baixo, Desiree teve de morder um gemido de prazer. Ele esperava que ela dormisse assim? Porque isso não iria acontecer. A proximidade dele só a estava deixando mais quente novamente. Excitação zumbia por seu corpo. Esperando encontrar uma posição mais confortável, ela começou a se contorcer. Quando isso só fez a ereção de Set entrar em contato com o montículo de sua vagina. Desiree permaneceu assim. Umidade se juntou entre as suas pernas ao sentir o grande pênis dele tão perto do local onde doía para ser preenchido. Ela moveu-se de novo, mas Set fechou a mão em seu quadril para mantê-la. — Vá dormir, — ele disse entre dentes cerrados. Em seguida as luzes no quarto se apagaram. Incapaz de ver, a sensação prazerosa de estar nos braços dele se intensificou. Desiree se mexeu de novo, o que causou um gemido em Set. — Eu nunca vou ser capaz de dormir deste jeito. Você está perto demais. — E eu não vou conseguir dormir, se eu não puder sentir você em meus braços, — Set respondeu com uma voz rouca. — Por quê? Você tem medo que eu vá tentar fugir enquanto você dorme? 29
— Parcialmente. — Você não pode simplesmente me amarrar na cama ou algo assim? Desiree sentia como se seu corpo estivesse pegando fogo aonde quer que ela tocasse em Set. Instintivamente, ela se moveu contra seu pênis duro. — Não. Para de se mexer. — Voz de Set soou ainda mais tensa. — Então me deixe ir. — Se você não consegue dormir, então eu vou fazer você dormir. Set se encostou um pouco para trás e colocou um dedo sob o queixo dela, para que ela o olhasse bem no seu rosto. Um segundo depois, Desiree caiu em um sono profundo e sem sonhos.
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Capítulo Quatro Capaz de enxergar no escuro tão bem quanto luz, Set olhou para a mulher que dormia presa em seus braços. Ele sabia que estava torturandose por segurar Desiree tão perto, mas ele precisava senti-la pressionada contra ele. Depois de assistir a cada um de seus companheiros tentar entrar na cabeça dela, ele queria rasgar a todos. A cada tentativa, a palavra minha tinha ecoado inúmeras vezes dentro da cabeça de Set. Ele queria ter postado a sua reivindicação em Desiree, para que assim ninguém tivesse dúvidas sobre de quem ela era mulher. O beijo que ele e Desiree haviam compartilhado foi algo que a parte mais básica dele tinha precisado. Reivindicar os lábios dela, provar o seu cheiro delicioso, que se misturava com o cheiro de sua excitação que girava em torno dele, fez Set saber que não teria levado muito tempo para acabar o que os beijos tinham começado. Desiree o queria, mesmo que ela não estivesse contente com a presente situação. Set tinha a sensação de que ele teria uma briga nas mãos dele com Desiree amanhã. Ao contrário de Blythe, que tinha aceitado rapidamente os Escolhidos de Rá uma vez que tudo foi explicado a ela, Set tinha o sentimento que Desiree não aceitaria totalmente. A atitude dela não iria ajudá-lo. Quase certo que ela era realmente sua companheira, ele sabia que não seria capaz de deixá-la ir. O único modo dele saber com certeza era alimentando-se dela. Se o sangue dela satisfizesse a sua fome de sangue, quando nenhum outro poderia, então ele saberia sem dúvida. E Set, certamente, duvidava que, em breve, Desiree o deixaria se alimentar dela. Fechando os olhos, Set se forçou a ignorar o latejar de seu pênis. Ele daria algum tempo para Desiree ficar mais confortável perto dele, então ele a tomaria como sua companheira. Ele faria amor com ela, até a idéia dela de voltar para sua antiga vida desaparecesse.
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Desiree despertou para encontrar-se sozinha na cama de Set. Após uma rápida olhada ao redor do quarto para ver se ele não estava á vista, esfregou o sono dos olhos e se sentou. Sem Set ali, agora era a vez dela começar a planejar um meio de sair fora do inferno. Se Set pensava que ela iria aceitar tranquilamente ser mantida presa em sua casa, ele teria que pensar outra coisa. Ela podia sentir tesão por ele, mas isso não significava que ela deixaria um vampiro gostosão se dar bem por mantê-la presa contra a sua vontade. Vampiro gostosão. Desiree balançou a cabeça com a sua descrição de Set. Ele podia chamar a si mesmo de tudo o que quisesse, mas as presas e o hábito de beber sangue o marcavam como um vampiro no livro dela. Não que ela alguma vez tivesse visto um vampiro de verdade antes de saber que Set e os seus amigos eram um. E até ontem à noite, ela pensava que vampiros eram coisas de mitos e lendas. Localizando sua bolsa que estava na mesa ao lado da cama, Desiree sentiu uma onda de esperança. Rapidamente a agarrando, ela a abriu e pegou o telefone celular. Ela podia usá-lo para chamar a Polícia, e dizer-lhes que tinha sido raptada. Só existia um pequeno problema, contudo... ela não tinha a menor ideia onde diabos Set morava. Ele a tinha apagado antes de trazê-la para cá. Também não tinha janelas no quarto para lhe dar uma pista de onde em Phoenix ficava a casa dele. Ela tinha a esperança de que, mesmo ela não tendo o endereço para avisar a Polícia, isto não iria impedi-la de vir para buscá-la. Hoje em dia eles deveriam ser capazes de captar o sinal de seu celular e acharem um jeito para encontrála. Pelo menos ela esperava que eles pudessem. Abrindo o telefone, Desiree sentiu as esperanças se quebrarem. Seu telefone não tinha sinal. Pelo menos ela tinha carregado o telefone no dia anterior. Talvez, se ela tentasse novamente mais tarde, o telefone teria, então, um sinal. Antes de desligar o celular, ela viu que já passava das nove e meia da manhã. Colocando o telefone de volta na bolsa, Desiree percebeu que ela realmente precisava usar o banheiro. Saindo da cama, ela foi para uma das outras duas portas no interior do quarto. Ela estava aberta, e após um rápido olhar para dentro, Desiree ficou aliviada ao ver que era um banheiro. Ela usou o banheiro e em seguida salpicou um pouco de água em 32
seu rosto. Ela teria gostado de tomar um banho, mas de jeito nenhum ela ficaria nua. Com a sorte que ela tinha, Set voltaria para o quarto enquanto ela estivesse no chuveiro. Desiree quase podia imaginar o que aconteceria se Set a pegasse nua. Ele olharia para ela com fome em seus olhos, enquanto lentamente tirava suas roupas. Ele, então, se juntaria a ela no chuveiro, seu grande corpo molhado deslizando contra ela. Ela alcançaria entre as pernas dele e... Desiree arrancou seu olhar fora do chuveiro. Deus, ela patética. Ela realmente tinha que parar de cobiçar Set desta forma. também mostrava que ela pensava demais nele. Ela estava pior do uma adolescente apaixonada que não conseguia tirar a mente de primeira paixão. Aos 28 anos, Desiree já não tinha idade para isso.
era Isto que sua
Depois que ela secou o rosto, ela voltou para o quarto. Mesmo sabendo que a porta estaria fechada, ela tentou abri-la de qualquer maneira. A maçaneta nem girou. Não disposta a se sentar na cama e esperar por Set, Desiree foi até a outra porta fechada e a abriu. Esta abriu para um closet. Não havia muitas roupas nele, mas ela reconheceu a jaqueta de couro de Set. Ela o tinha visto usá-la algumas vezes, quando ele foi ao Oasis. Desiree caminhou até a jaqueta e passou as mãos sobre o couro flexível. Ela levantou a manga e levou-a ao nariz. Cheirava como Set. Depois de estar em seus braços e ser embalada em seu peito mais de uma vez, ela reconheceria seu cheiro em qualquer lugar. Era uma combinação de um cheiro almiscarado de homem e da spicy colônia que Set usava. Fechando os olhos, ela respirou fundo, enquanto ela esfregava a manga de couro contra seu rosto. Percebendo o que estava fazendo, Desiree jogou a manga como uma batata quente e se afastou da jaqueta. Pelo canto de seus olhos, algo chamou a sua atenção. Pendurada em um gancho na parte de trás do armário, havia algo parecido como uma espada. Atravessando o armário, ela tirou a espada de sua bainha. Era muito mais pesada do que parecia. Também não parecia como uma típica espada. A parte superior da lâmina era redonda, quase como uma foice. A lâmina também tinha um tom avermelhado que lembrava o bronze. Ela começou a correr os dedos ao longo da superfície da espada, quando o som de alguém pigarreando a fez se virar. Set estava parado na entrada do armário, com o ombro encostado 33
na armação e os braços cruzados sobre o peito. — O que exatamente você acha que está fazendo com a minha espada? Pega em flagrante, Desiree achou que talvez pudesse transformar esta situação a seu favor. Ela apontou a espada na direção de Set. — Me deixe ir e eu não vou ter de usar isso em você. Ele deu a ela um olhar que disse que ela não teria a menor chance contra ele, mesmo com a espada. — Você pode pensar que eu não, mas eu não tenho medo de usar isto. — Você não sabia que não é muito inteligente se fazer ameaças que não se tem como cumpri-las? — Set se endireitou. — Me dê a espada antes que caia no seu pé e corte seus dedos. Quando ela não baixou a espada ou move-se para entregá-la a ele, Set foi até ela com um longo passo e facilmente tomou a espada dela. Ele então continuou e colocou-a de volta em sua bainha. Desiree o observou voltar-se para ela. Set não parecia irritado, mas ele também não parecia muito feliz. Ela, lentamente, começou a recuar, o que só fez com que ele dissesse algo em voz baixa em uma língua que ela não entendia. — Você pode parar de ter medo de mim, — Set disse numa voz rouca. — Eu não vou machucar você. — Ele, então, fechou a distância entre eles e encurralou Desiree, até que as costas dela ficaram contra a porta do armário aberta. Seus olhos ficaram pesados, quando ele colocou as mãos sobre ambos os lados da cabeça dela e a olhou. — A única coisa que você tem que se preocupar é sobre eu querer você nua e provar cada centímetro desse seu corpo curvilíneo, antes de tomá-la contra a parede. O timbre da voz rouca de Set fez coisas deliciosas para seu corpo. Parecia se afundar bem dentro dela, enquanto acariciava todos os lugares íntimos que ela queria que ele tocasse. Seu coração batia contra as costelas, quando Set abaixou a cabeça lentamente. Ele ia beijá-la novamente, e Deus a ajudasse, ela o queria também. 34
Ofegante, esperando que os lábios dele tomassem os seus, Desiree sentiu uma onda de decepção a lavar, quando Set afastou, e sua boca pairou a um centímetro da dela. Quando ele se virou e caminhou até o meio do quarto, ela teve de lutar contra o impulso de exigir que ele voltasse e deixasse de zombar dela. Ao invés, ela tomou uma respiração profunda, acalmando-se e o seguiu para fora do armário. Set se virou e acenou para sua cômoda. Em cima dela estava um prato com ovos, bacon e torradas. Ele então disse: — Blythe achou que você poderia estar com fome. Ela também disse que eu deveria trazer alguma comida, antes que o resto de nós comesse tudo. — Você come comida? — a questão estalou para fora de sua boca, antes que ela pudesse detê-la. — Claro que eu como comida. Assim como os outros. Eu te disse, nós não somos os mortos-vivos. Precisamos comer como qualquer outro mortal. — E você precisa beber sangue também? — Sim. O sangue nos mantém fortes. Não se preocupe com isso agora. Venha comer o seu café da manhã antes que a comida esfrie. O estômago de Desiree roncou. A comida tinha um cheiro bom, e da última vez que ela teve algo para comer foi o jantar da noite passada. Dando a Set um amplo espaço, ela andou em volta dele e pegou o prato e os talheres ao seu lado. Ela se sentou na beirada da cama e começou a comer. Durante todo o tempo em que ela comia, ela sentiu Set a olhando. Estar sob a estreita avaliação dele, só fez Desiree engolir a comida mais rápido. Em cinco minutos ela limpou o prato. Set alcançou o prato vazio e balançou a cabeça. — Não era uma corrida para ver o quão rápido você podia comer, sabe? Ele, então, colocou o parto em cima da cômoda. — Você me alimentou. E agora? — Desiree perguntou. Set não disse nada, apenas continuou a olhá-la até ela começar a se sentir incomodada. — Bem? Você vai me responder ou não? A resposta dele foi se sentar ao lado dela. Desiree se moveu na 35
cama, colocando um pouco de espaço entre eles. Hoje, Set estava vestido com uma calça jeans confortável e uma camiseta preta que parecia moldada em seu peito, ombros e bíceps. O homem era uma tentação ambulante. Set respirou fundo e prendeu a respiração por alguns segundos antes de deixá-la sair. — Eu não estava esperando ansiosamente por isto, mas isto tem que ser dito. Eu não posso deixá-la partir, Desiree. Ela se enrijeceu. — Por que não? Porque ninguém pode “apagar-me”? — Ela disse a última parte fazendo o sinal de aspas no ar. — Essa é uma das razões. Como lhe disse ontem á noite, os mortais nunca podem saber completamente sobre os mortos-vivos. Rá proibiu isto. — Eu te disse que não contaria a ninguém. Quem iria acreditar em mim mesmo? Eu sou apenas uma garçonete, pelo amor de Cristo. Não é como se eu fosse algum tipo de repórter que viria aqui e escoaria a história para o público. — Seja como for, você vai ter de aceitar que este será o seu novo lar. Ouvir Set dizer que ele nunca a deixaria sair, enviou um arrepio na coluna de Desiree. De modo algum ela iria se tornar uma estatística nas listas de pessoas desaparecidas. — Eu nunca vou ser capaz de aceitar isso. Eu gosto da minha liberdade, tanto quanto das pessoas próximas. Se você fizer isso, eu vou tentar escapar em qualquer oportunidade que eu tiver. Set riu, apesar de não demonstrar muito humor. — Eu tinha um pressentimento que você diria isso. Olha, não é como se eu quisesse mantê-la prisioneira, mas eu vou, até que você perceba que este é o início de uma nova vida para você. — Seus olhos marrons claros se trancaram sobre o olhar dela. — Comigo. Incapaz de afastar seu olhar para longe, Desiree disse, 36
— Com você? O que exatamente você quer dizer com isso? — Você já sabe que eu quero você. Bem, é muito mais profundo do que isso. Acho que você é minha companheira. Desiree lutou contra o impulso de rir alto histericamente. — Sua companheira? Você acha que eu sou sua companheira, mas você não tem certeza. Eu vou ter que dizer que não sou. Nós nem sequer nos conhecemos. Eu admito que eu acho você atraente, mas isso é tudo. Não há nenhuma maneira no inferno de eu aceitar em ser a companheira de um vampiro sugador de sangue. Set a tinha colocado de costas e debaixo dele na cama, antes que Desiree pudesse piscar. Seu coração ameaçou bater para fora de seu peito, ao vê-lo abrir a boca, enquanto as suas presas se alongavam até quase tocarem o seu lábio inferior. Ela não podia dizer se a fome que ela viu em seus olhos era de excitação ou se ele simplesmente ansiava o sangue dela. Ela não podia perder a sensação de seu pau duro aninhado entre eles, ou da forma com que ele parecia estar olhando para a veia do seu pescoço. Os dedos dele se aproximaram e gentilmente acariciaram o lado do seu pescoço, onde a pulsação batia rápido. — Eu não sou um vampiro, nem eu sou um dos mortos-vivos. — Set agarrou a mão dela e a colocou sobre o lado esquerdo de seu peito. — Meu coração bate. Eu sou um dos guerreiros Escolhidos de Rá. E para esclarecer as coisas, eu posso sair no sol. A luz de Rá nos deixa mais fortes e cura as nossas feridas. Eu não durmo em um caixão, nem símbolos de um Deus me prejudicam. Também adoro alho. Eu sou apenas um homem que também acontece de ser um guerreiro imortal. Antes de continuar, Set encontrou o olhar dela novamente. — E você é a minha companheira, Desiree. Você acendeu a minha fome de sangue como nenhuma outra. Eu desejo o seu corpo e seu sangue. Nenhum outro sangue vai me satisfazer, só o seu. Você pode dizer o que quiser, mas eu sei que você me quer tanto quanto eu te quero. — A voz dele tornou-se um murmúrio rouco. — Mesmo agora, eu posso sentir sua excitação misturada com seu perfume. Desiree foi completamente traída por seu próprio corpo, especialmente porque ela não queria sentir as coisas que Set agitava 37
dentro dela. Por uma fração de segundos, o fato dele dizer que queria o seu sangue, a fez imaginar como seria a sensação de ter Set mordendo-a, enquanto afundava seu pênis em sua vagina. Mas então, ela se segurou e começou a empurrar o peito dele. Ela não ia ser o banco de sangue de ninguém. Set, facilmente, algemou os pulsos dela em uma mão e os prendeu acima de sua cabeça. — Relaxe, Desiree. Eu nunca tomaria de você o que você não está pronta para dar. Eu não sou um monstro. A alimentação é uma experiência erótica para ambos os envolvidos. Para provar que o que ele disse estava correto, Set abaixou a cabeça e lambeu a grande veia do pescoço dela, antes de delicadamente arrastar suas presas por ele. Um arrepio percorreu Desiree, e não tinha nada a ver com medo. Sua vagina se apertou, quando ele fez isso uma segunda vez. Ela teve que morder seu lábio inferior para impedir a si mesma de pedir que ele a mordesse. Também não ajudava muito o fato dela poder sentir como o pênis dele estava espesso e grande sob suas roupas. Umidade se juntou entre as suas pernas, quando ela pensou em como seria bom tê-lo enterrado bem dentro dela. Ela passava mais tempo se excitando em torno de Set, do que temendo a situação em que se encontrava. Desiree mentalmente gritou para parar, mas seu corpo simplesmente não estava cooperando. Com um gemido, Set a liberou, antes de sair de cima dela e lhe dar as cotas. Desiree sentou e olhou para ele. O peito largo dele subia e descia como se tivesse corrido uma grande distância. Ele olhou para o teto. Ela também notou que suas presas ainda estavam estendidas. Desiree podia facilmente se ver jogando-se em cima daquele corpo masculino deslumbrante e duro e se entregando a ele. Para se distrair, ela perguntou: — Então, você vai me manter trancada em seu quarto até que concorde em me tornar a sua companheira? Ele virou a cabeça em sua direção. — Se você não está disposta a aceitar isso, então sim, e eu não tenho nenhum escrúpulo em mantê-la presa aqui até que eu possa fazer você mudar de ideia. 38
Pelo olhar quente que Set correu sobre o corpo dela, Desiree tinha a sensação que ela sabia exatamente como é que ele pretendia fazer isso. Seu olhar prometia muito sexo. Uma grande quantidade de sexo. Ela limpou a garganta. — E se eu não deixar você se alimentar de mim, e daí? — Por enquanto, eu vou ter que procurar outros doadores. Agora que eu te encontrei, nenhum deles vai saciar a minha fome de sangue. Ela se odiou por fazer a seguinte pergunta, mas ela não se conteve. — E vai ser uma experiência erótica para ambos? Ele deu um sorriso lento. — Não será tão prazeroso para mim como era antes, mas as mulheres que eu escolho para serem minhas doadoras não são imunes. Eu terei que apagar as recordações delas posteriormente, mas elas acharão a liberação em meus braços, enquanto eu tomo o seu sangue. Estupidamente, isso a aborreceu. Imensamente. Desiree não gostou muito da ideia de Set ficar tão íntimo assim de outra mulher. Ela queria dizer a ele para ficar longe das outras mulheres, mas ela sabia que não tinha direito. Ela não ia deixá-lo alimentar-se dela. O que ela esperava? Set sentou-se. — Você não gosta da ideia de eu procurar outras doadoras. — Ele disse isto como uma declaração, não como uma pergunta. Na esperança de soar indiferente, ela disse. — Por que eu me importaria? Não é da minha conta o que você faz. Ela se virou para olhar para uma das paredes, para que ela não pudesse ver o sorriso astuto de Set. Ele colocou a mão em sua bochecha e forçou seu olhar de volta para ele. — Só o que vai me fazer parar de ir para outras mulheres, se você 39
me deixar saciar minha fome com o seu sangue. Eu quis dizer isto, quando eu disse que só o seu vai me satisfazer. Logo eu não poderei usar outros doadores. O sangue delas terá o efeito oposto em mim. Como minha companheira, só você poderá me impedir de ter fome. É assim que é com Mehen e Blythe. Mehen resistiu a Blythe por tanto tempo, que sua fome começou a consumi-lo. Ele também aprendeu da maneira mais difícil que seu estômago só suportava o sangue de sua companheira. Uau. Falando sobre um compromisso sério, pensou Desiree. Mehen também tinha que ser fiel a Blythe ou ele sofreria de fome de sangue. Isso era um enorme incentivo para não trair. Mas ela ainda não estava disposta a cair em todo este negócio de companheira. Ela agitou a cabeça. — Desculpe, mas este negócio de você se alimentar de mim não vai acontecer. Set sorriu. — Vamos ver. — Ele ficou em pé. — Se você prometer que não vai tentar fugir, eu vou mostrar-lhe a sede. Blythe acha que isto vai te ajudar a se adaptar melhor. Desiree assentiu. — Sem querer ofender, mas estou cansada de ver essas quatro paredes. Eu gostaria de ter uma mudança de cenário. Quando Set se moveu para abrir a porta, ela decidiu que, por enquanto, ela iria jogar o jogo. Mas, isso não significava que ela não estaria observando e aprendendo tudo o que pudesse para ajudar a tornar sua fuga mais fácil.
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Capítulo Cinco Desiree podia não ter imaginado que ele tinha percebido o que ela estava fazendo, mas Set sabia que ela estava tentando encontrar a melhor maneira de sair da sede. O olhar dela constantemente olhava da direita para a esquerda, enquanto ele a conduzia de seus aposentos pessoais para a sala de reunião. Ela poderia olhar tudo o que quisesse, mas, por enquanto, ele não estaria lhe mostrando a porta que conduzia para as docas e para o exterior. Enquanto ele mostrava-lhe onde os outros quartos eram, Desiree só parecia estar escutando com metade de um ouvido. Dada a forma como ela estava distraída, provavelmente planejamento uma rota de fuga, Set aproveitou a oportunidade para correr seu olhar sobre ela. Mesmo usando as roupas enrugadas com a qual tinha dormido, ela achava que Desiree era um nocaute. Quando ela estava por perto, tudo o que ele podia pensar era em enfiar os dedos nos seus longos cabelos loiros e possuir a sua boca até que ela gemesse de necessidade. Seu pênis estava constantemente ereto quando ela estava próxima. E quando ele a prendeu na cama e esfregou suas presas sobre a pele macia do pescoço dela, elas tinham doído tanto quanto seu pênis. Ele sinceramente não sabia por quanto tempo conseguiria adiar de amar Desiree ou de alimentar-se dela. Sexo e alimentação, normalmente, estavam de mãos dadas, mas se ela não o deixasse tomar o seu sangue, ele estaria mais do que satisfeito em se conformar com o sexo, pelo menos por agora. Ela podia lutar contra aquilo que existia entre eles, mas Set sabia que não ia demorar muito para ela se render a ele. Ele só esperava que ele pudesse aguentar. Ontem à noite, segurá-la em seus braços, enquanto ela dormia, tinha sido um novo tipo de tortura. Excitado quase ao ponto da dor, ele só dormiu algumas horas, antes de finalmente desistir e sair da cama. Havia tanta coisa que um homem podia ter. Assim que eles chegaram à sala de reuniões, Set abriu a porta e fez com que Desiree entrasse. Ela olhou ao redor, seu olhar saltando sobre a grande mesa de madeira que ficava no meio da sala e, em seguida, pousando sobre o computador que ficava no canto. Set fez uma nota mental para Takan colocar uma senha nele. Ele não precisava que Desiree entrasse na internet e enviasse alguns e-mails gritando por ajuda para 41
seus amigos. Tirando seu olhar do computador, Desiree moveu-se até a mesa e passou uma mão sobre a superfície da madeira polida. — Então é aqui que vocês se encontram e discutem todas estas coisas de mortos-vivos? — Na maior parte. Cada noite, antes de sair para caçar, Mehen, que é o nosso líder, se reúne conosco aqui e revisa qualquer plano que ele poderia ter. Nós normalmente caçamos sozinhos, então ele, basicamente, atribui a cada um de nós uma parte diferente da cidade para patrulhar. — Entendo. Então vocês são como um pequeno exército? — Ser um guerreiro é tudo o que sabemos fazer. Além disso, é nosso dever caçar os mortos-vivos. — Como exatamente os mortos-vivos surgem? Você disse que uma mordida de um deles transformaria um mortal naquilo que os atacou. Mas, devia existir apenas um para começar. — Nós não temos muita certeza quando os primeiros mortos-vivos foram soltos entre os mortais. O que sabemos é que eles trabalham para dois demônios, Sek e Mot. Seu deus demônio, Apep, conseguiu soltá-los no mundo alguns milhares de anos atrás. Os Escolhidos de Rá têm eliminado os mortos-vivos desde então. Desiree pareceu empalidecer com isso. — Você está me dizendo que você tem milhares de anos? Set não conseguia entender por que esta informação a incomodou tanto. Ele apenas tinha dito a ela que ele e seus companheiros guerreiros eram imortais. — Sim. Eu nasci como um mortal no antigo Egito séculos atrás. Igual ao resto dos Escolhidos de Rá. Ele viveu por tantos anos, que as memórias de seu tempo como um mortal pareciam pertencer a uma outra vida. Puxando uma das cadeiras da mesa de reunião, Desiree caiu sobre ela, como se suas pernas não a sustentassem mais. Ela, então, disse debilmente, 42
— Eu estou desejando um homem que é uma relíquia antiga. Não gostando de ser comparado a uma relíquia antiga, Set pegou a cadeira em que ela estava sentada e a afastou da mesa para encará-lo. Ele, então, colocou as mãos sobre os braços da cadeira e se inclinou até que seu nariz quase tocou o de Desiree. — Eu ficaria feliz em te mostrar o quanto eu não sou aquilo que você acabou de me chamar. Eu posso ter vivido muito mais anos do que um mortal, mas isso não significa que eu seja tão antigo assim, que não possa levá-la para a cama e fazer amor com você à noite toda. Ou fazer você gritar de prazer tantas vezes, que você não seria capaz de se mover depois. Os adoráveis lábios de Desiree se separaram em uma respiração curta e forte. O olhar dele pousou sobre eles, quando ele sentiu suas presas descerem. Do mesmo modo que seu pênis ficou tão duro, que ele ficaria surpreso se ele não acabasse por ter a marca do zíper sobre ele. A tensão sexual entre ele e Desiree era tão espessa que se conseguia cortar com uma faca. Quando ele finalmente conseguisse levá-la para a cama, ele tinha a sensação que o sexo não seria apenas bom, seria explosivo. — Mostre-me o resto deste lugar, — disse Desiree, quando ela saltou da cadeira, empurrando-o para fora do seu caminho. Set sorriu para si mesmo, quando ele empurrou a cadeira de volta ao lugar. Ele estava conseguindo chegar nela. Ele só tinha que encontrar o botão certo para empurrar e fazer com que Desiree se rendesse. Ele guiou Desiree de volta para o corredor. Quando se aproximaram da cozinha, ele pode ouvir as vozes de Blythe e Akori vindo de dentro. Pegando Desiree pelo cotovelo, ele a puxou para a cozinha. Ela tentou puxar seu braço, mas ele não a soltou. — Então você finalmente a deixou sair para uma visita guiada, não é? — Blythe perguntou, quando ela avistou Set e Desiree. — Fico feliz em ver que você seguiu o meu conselho, Set. Ele deu de ombros. — Contanto que Desiree se comporte, eu não me importo em deixá-la sair do meu quarto. — Set olhou para Desiree e a encontrou olhando com duas punhaladas para ele. — O quê? 43
— Você soa como se eu fosse uma criança que se comportou mal. Você forçou este tipo de comportamento em mim, se lembra? — Ela, então, arrancou seu cotovelo da mão dele e deu uma cotovelada em Set. Akori começou a rir. — Entre você e Mehen, eu aprendi o que não se deve fazer quando se encontra uma companheira. Não que eu queira uma, olhe para você. Eu não me importo com o que Rá diz. Este guerreiro aqui não se comprometerá muito em breve. Set balançou a cabeça. Akori era o que Blythe chamava de homem- prostituta. Ele amava as mulheres, todas as mulheres. A ideia de encontrar uma companheira era o pior pesadelo de Akori. Ele poderia negar tudo isto, mas Set sabia que o pobre pederasta seria condenado em algum ponto. Rá disse que todos eles iriam encontrar, eventualmente, suas companheiras. Isso significava que até mesmo Akori encontraria. Blythe revirou os olhos para o outro guerreiro. — Continue dizendo isso a si mesmo, Akori. Cada homem é livre para sonhar. — Ela, então, se virou para Set. — Você já levou Desiree ao templo? — Não. Era a nossa próxima parada. — Ótimo. E se acontecer de meu pai falar com você, enquanto estiver lá, diga a ele que espero que ele venha me ver logo. Set sorriu. — Se ele não aparecer você mesma terá que falar com Rá. Blythe acenou para eles saírem. — Tudo bem. Vá terminar o seu passeio. — Ela, então, apontou para Akori. — Já que você está aqui, você pode vir comigo, enquanto eu vou às compras, e me ajudar a levar as sacolas do supermercado. É o mínimo que você pode fazer, já que vocês acabam com a comida assim que eu a trago para casa. Feliz de que foi Akori quem tinha sido fisgado desta vez para ir às compras no supermercado com Blythe, Set encaminhou Desiree para fora da cozinha e seguiu em direção ao templo. Enquanto caminhavam, ele 44
podia sentir Desiree olhando para ele. — Você tem alguma coisa para me dizer? — Na verdade, sim. Sua conversa com a Blythe, isso significa o que eu acho que isso significa? — Eu não tenho certeza. Depende do que você está pensando. — É realmente Rá o pai de Blythe? Ele anuiu. — Sim, ele é. Blythe não sabia até que ela se tornou companheira de Mehen. Ela cresceu sem saber quem era seu pai. Sua mãe a abandonou com seus pais, quando Blythe era muito jovem, e nunca mais voltou. Portanto, não era como se sua mãe lhe dissesse quem ele era. Desiree agitou a cabeça. — Uma parte de mim diz que todas essas coisas que você me contou sobre os mortos-vivos e que um deus egípcio realmente existente, tudo isso é muito inacreditável para ser real. E que você e todo mundo que mora aqui não são nada além de um bando de loucos. Mas, vendo as suas presas se estenderem e um homem se decompor completamente diante dos meus olhos, sem truque fotografia, é difícil não achar que tudo isso não é real. — É compreensível que você pense dessa forma. É difícil para você acreditar que tudo isto foi escondido de você e que não são apenas histórias inventadas. Se você aceitar estas coisas, a transição para sua nova vida será muito mais fácil. Ela franziu o cenho. — Eu posso chegar a aceitar toda essa porcaria estranha como real, mas isso não significa que eu vou aceitar desistir da minha antiga vida. Não querendo começar com essa velha discussão, Set colocou sua mão nas pequenas costas de Desiree e guiou-a para a entrada do pequeno templo de Rá. Parando para ficar entre os dois postes de madeira que haviam sido esculpidos por Takan e pintados para se assemelharem as pedras que ficam no templo de Rá em Karnak, Set disse: 45
— Venha ver o nosso templo de Rá, Desiree. — Ele então entrou na brilhante luz solar que enchia a sala. Soltando um grito, Desiree agarrou o braço de Set antes que ele pudesse se afastar e o puxou de volta para a entrada sombreada do templo. — Que diabos você está fazendo? Set deu a ela um olhar confuso. — Estou mostrando templo de Rá. — Você não pode entrar. Há sol lá dentro. Ele deu a ela um olhar exasperado. — Você quer parar de pensar em mim como um vampiro? Só os mortos-vivos devem temer o sol. — Usando seu peso maior, Set facilmente arrastou Desiree para o templo. Assim que ele chegou no meio da sala, parou, fechou os olhos e ergueu o rosto para o teto. Vendo que Set de fato não tinha explodido em chamas quando a luz do sol pousou sobre ele, ela respirou profundamente para fazer seu coração parar de correr. Quando Set tinha entrado pela primeira vez no templo, seu coração quase pulou para fora de sua garganta. Mesmo ele tendo dito a ela que o sol não iria prejudicá-lo, ela não acreditou totalmente nele. Ela sempre o tinha visto à noite no Oasis. Ela ainda estava tendo dificuldades em lidar em sua cabeça que, o fato dele ter presas, não significava que ele era um vampiro. Com seu coração agora batendo em um ritmo normal, Desiree olhou ao seu redor. O templo havia sido pintado para assemelhar-se a pedras preciosas e também tinha hieróglifos pintados nas paredes. Alguns bancos ficavam juntos às paredes. O meio do templo era um grande espaço aberto, com nada ao redor. Olhando para cima, ela descobriu como o sol brilhava tanto em um lugar onde não havia janelas nas paredes. O teto que subia bem acima de sua cabeça era feito de painéis de vidro claro, que cobriam toda a largura e o comprimento do templo. Desiree olhou para o céu azul claro em cima dela, e imaginou que a vista durante a noite seria tão espetacular quanto, com as estrelas brilhando acima. Set baixou a cabeça e abriu os olhos. 46
— Blythe vai ter que vir ela mesma para falar com Rá. Ele não está me respondendo agora. — Era isso o que você estava fazendo? Você estava tentando falar com Rá? — Sim. Também adoramos Rá, enquanto paramos embaixo do sol e deixamos que os raios glorifiquem nosso corpo e espírito. — Set ergueu o braço. — Os raios de Rá nunca prejudicarão um de seus escolhidos. Vê? Nenhuma fumaça. Não me transformei em cinzas. Para remediar o seu engano, Desiree apontou para as paredes. — Eu notei que há hieróglifos por toda a parte. Vocês mesmos os pintaram? — Takan pintou. Ele é o único artista por aqui. O resto de nós é melhor cravando às nossas espadas do que empunhando um pincel. Mesmo Takan sendo tão grande e musculoso como o resto dos guerreiros, ela podia facilmente vê-lo meticulosamente pintando os hieróglifos. Ela só imaginou quanto tempo ele teria levado para fazê-las sozinho. Tinha que ter levado anos. Desiree saiu do lado de Set e moveu-se para uma das paredes. — Eles são bonitos. Eles querem dizer algo, certo? Assim como aqueles que são encontrados nas paredes das tumbas no Egito? — Sim. A grande maioria dos grifos aqui é sobre a adoração a Rá e a sua grandeza. Os grifos no resto da sede contam as histórias das façanhas de Rá, como também dos guerreiros Escolhidos por Rá. Ela passou o dedo sobre um dos hieróglifos que tinha o olho de Rá nele. Este era o único que ela sabia o significado. Ela tinha que admitir que era um pouco esquisito, ela estar de pé ao lado de um homem que veio de uma época em que os hieróglifos eram a única palavra escrita no Egito. Um egiptólogo teria um apogeu, se um deles descobrisse que os guerreiros tinham vivido no Egito antigo. Desiree não sabia muito sobre aquele período. Ela estava mais familiarizada com o menino rei, o rei Tut, e do seu tesouro que tinha sido encontrado em sua tumba, o que não dizia muito, pois quase todo mundo conhecia o Rei Tut. Desiree se virou para Set. 47
— Então este é o fim da turnê? Ou você tem mais para me mostrar antes de me trancar de volta em seu quarto? — Isso é tudo. Quando Set fez um movimento para sair do templo, ela disse o que tinha estado em sua mente desde que acordou. — O que vai acontecer esta noite? — Você vai ficar trancada em meu quarto, enquanto meus companheiros guerreiros e eu vamos caçar os mortos-vivos. Ela balançou a cabeça. — Não é isso que eu quis dizer. O que você vai fazer sobre o fato de eu não aparecer esta noite para trabalhar? Meu chefe vai ligar para a minha casa para descobrir o porquê, e eu não estarei lá. — Desiree, em seguida, apontou para as roupas dela. — Depois, há toda a questão de eu não ter nenhuma roupa, a não ser aquelas que eu estou usando. E o meu senhorio vai notar que algo aconteceu, quando eu parar de pagar o aluguel. O rosto de Set ficou rígido. — Não se preocupe com isso. Todas essas coisas serão arranjadas. Ouvir Set comentar que as coisas de sua vida seriam arranjadas, e como elas seriam sem o seu consentimento, fez seu temperamento se incendiar. Ela não gostava dessa sensação de desamparo que ela estava. Set não tinha nenhum direito, basicamente, de arrancar o tapete da sua antiga vida de debaixo dela. Desiree se esticou e olhou para Set. — Eu não quero que você cuide de nada. A única coisa que eu quero, é que você me deixe ir. Eu não me importo que você ache que nós somos companheiros. Eu nunca estarei pronta para brincar de casinha com um guerreiro imortal egípcio, que quer beber do meu sangue. Supere isso. Porque isso não vai acontecer. Set deu um passo para mais perto, eliminando a distância entre eles. Pela sua expressão, Desiree podia dizer que ela tinha começado a aborrecê-lo. 48
— Vai acontecer, — disse ele em tom agudo. — Vai ser apenas uma questão de tempo antes que você me implore para ter você e seu sangue. — Ele se inclinou para mais perto, — Você tem que parar de lutar contra isso. Eu prometo que vou balançar o seu mundo. Agora completamente irritada com as observações arbitrárias de Set, ela disse: — Vá se danar. Então, pela segunda vez em poucos dias, Desiree esmagou seu joelho nas bolas de Set. Não esperando para ver se ele estava temporariamente incapacitado, ela tirou seus sapatos de salto alto e correu para fora do templo. Tendo visto uma outra porta no final do corredor, que Set tinha deixado fora da turnê, ela correu em direção a ela. Quando ela alcançou a porta, ela explodiu para dentro para apenas se frustrar, já que o espaço parecia ser apenas um antigo armazém. Ela também notou que não estava sozinha. Mehen e Denger estavam lá sem camisa, treinando com as espadas que combinavam com aquela que ela tinha encontrado no armário de Set. Os dois homens abaixaram suas armas, quando perceberam que ela estava lá. Antes de Desiree conseguir pensar no que fazer em seguida, uma grande mão pousou fortemente sobre seu ombro. A mão a para que ela encarasse Set, cujos olhos brilhavam de raiva. — Chute-me nas bolas de novo, — ele disse entre dentes, — e eu tostarei o seu traseiro tão forte que você não será capaz de se sentar por uma semana. Não disposta a recuar, Desiree atirou: — E se você não me deixe ir, eu vou fazer de sua vida um inferno. Set cerrou tanto os maxilares, que ela pode ver os músculos deles saltarem. Ele, então, a atirou em seus ombros como um saco de batatas e começou a caminhar em direção a porta. Quando ela começou a contorcerse, esperando que isto forçasse Set a colocá-la no chão, ele sibilou algo para ela e deu um duro tapa em sua bunda. Com uma voz nada agradável, Set disse: 49
— Fique quieta ou eu vou fazer algo que nós dois lamentaremos. Sabendo que não tinha nenhuma utilidade lutar, Desiree relaxou. Sua primeira tentativa de fuga não tinha sido completamente um embuste. Pelo menos ela tinha aprendido que a sede dos Escolhidos ficava situada em um antigo armazém, que foi remodelado. E adivinhando pelo número de anos que a renovação devia ter sido feita, julgando pelos hieróglifos, Desiree presumiu que o armazém ficava no distrito dos antigos armazéns de Phoenix. Ela também sabia que vários armazéns nesta parte da cidade tinham sido transformados em apartamentos. Ela inclusive visitou alguns deles, com a esperança de um dia ser capaz de se dar ao luxo de alugar um. Assim, ela sabia exatamente onde estava em Phoenix. Um sorriso brincou em seus lábios. Agora que ela sabia onde estava a sede, ela só tinha que esperar pela oportunidade de escapar, e então, estaria fora daqui.
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Capítulo Seis Set caminhava pela rua, na zona da cidade que tinha sido destinada a ele para caçar os mortos-vivos. Ele estava mais do que pronto a deixar a sede esta noite. Ele precisava ficar longe da mulher que ele havia deixado em seu quarto. Após a discussão que ele tinha tido com Desiree, Set a tinha trancado em seus aposentos e passado o resto do dia se ocupando em outro lugar. Os passos que precisavam ser tomados para acabar com a antiga vida de Desiree, lhe tinham dado uma boa desculpa para ficar longe dela. Com a ajuda Takan, pois o guerreiro tinha feito algo semelhante, quando Mehen tinha trazido Blythe pela primeira vez para a sede, Set tinha mudado todas as coisas Desiree para a parte antiga do armazém, dado o aviso ao proprietário de seu apartamento e ligado para seu chefe no Oasis, para dizer-lhe que Desiree já não estaria mais trabalhando lá. A primeira parte, o esvaziamento de seu pequeno apartamento, tinha sido feito com facilidade e rapidez por Takan e ele. Dotado por Rá com a capacidade de se movimentar no tempo e no espaço, eles mudaram as coisas de Desiree para a sede em pouco tempo. Quando chegou a hora do jantar, Set ainda não tinha conseguido ir até seu quarto. Sabendo que ele estava tomando o caminho mais fácil, ele fez com que Blythe levasse um prato de comida a Desiree. Enquanto ela estava lá, ele também conseguiu que a companheira de Mehen pegasse a sua espada. Blythe somente meneou sua cabeça para ele, mas fez o que ele tinha pedido. Set também estava saindo, para ficar propositalmente fora para caçar até tarde da noite. Dessa forma, ele esperava que, quando ele retornasse para a sede, Desiree já estivesse dormindo. Depois da briga deles, em que ela tentou castrá-lo com seu joelho, ele não sabia se ele queria sacudir a tola ou parafusar seus miolos. Ele ansiava tanto por tê-la debaixo dele, que ele sabia que não ia demorar muito para Desiree cutucálo até ele rasgar as roupas dela e mostrar-lhe exatamente quanto ele a queria, e quanto ela o queria. Não sendo conhecido por sua paciência, ou por sua diplomacia, a espera por Desiree aceitá-lo, estava irritando seus nervos até o ponto dele 51
os sentir esfolados. Ele era um homem que entrava em ação. Fazia o que precisava ser feito, sem pensar como isto afetaria as pessoas ao seu redor. Sabendo que Desiree era sua companheira, e ser incapaz de reivindicá-la, sem fazer ela o odiar por isso, e o fato dele saber que se a situação ficasse crítica, ela lhe daria o seu corpo, bem como o seu sangue, estava o matando. Ele estava tão ferido, que ele até sentia como se milhares de escaravelhos estivessem o mordendo. Distraído com os pensamentos sobre o que ele faria com Desiree, Set não percebeu, até que foi tarde demais, que o picar em sua pele não era de escaravelhos imaginários, mas da proximidade daquilo que ele devia caçar. Um morto-vivo o golpeou e afundou suas presas na lateral do pescoço de Set. Como Set o empurrou, as presas do morto- vivo fizeram um corte grande em sua garganta. Como todos os Escolhidos de Rá eram imunes à mordida de um morto-vivo, ser mordido só o enfureceu. Jogando o morto-vivo no chão, Set bateu nele, até que ele ficasse parado o suficiente, para Set desembainhar a espada de suas costas e cortar-lhe o peito. O morto-vivo soltou um grito, quando ele explodiu em nada. A única coisa que deixou para trás, foi uma pilha vazia de roupas, juntamente com o persistente cheiro enjoativo de carne em decomposição. Depois de guardar a espada, Set chutou a roupa para um beco escuro. Ele colocou a mão no pescoço, que gotejava sangue. A sensação do sangue escorrendo por sua garganta e no colarinho da camiseta preta significava que Set teria que procurar por um doador. Uma vez que ele se alimentasse, a ferida cicatrizaria mais rápido. Como se por sugestão, Set olhou para cima, quando ouviu o som de passos caminhando em sua direção. Uma mulher, que parecia estar sozinha, desacelerou seus passos quando o viu. Virando-se para o lado dela, mas mantendo seu rosto escondido, para que ela não visse o ferimento em seu pescoço, ele colocou a mão sobre a ferida e devolveu o sorriso dela de interesse. Quando ela se aproximou, olhou nos olhos dela e assumiu o controle da mente dela. — Vem, — ele disse, enquanto oferecia a sua mão. Sem uma palavra, ela a pegou e permitiu que ele a levasse para o beco sombrio. Quando eles estavam escondidos o suficiente, para que nenhum 52
eventual transeunte os visse, Set levou a mulher em seus braços. Quando ela se acomodou contra ele, ele percebeu que isto não parecia certo. O cheiro dela estava errado, e quando ele abaixou a cabeça e arrastou a sua língua ao longo da lateral do pescoço dela, sua pele não tinha também o gosto certo. Mesmo o corpo dela pressionado contra o dele não fez nada para ele. Geralmente, a antecipação de uma alimentação teria feito suas presas se estenderem. Mas, elas não tinham. Com um gemido, Set fechou os olhos e imaginou que era Desiree presa em seus braços. Que era o perfume dela que enchia os seus pulmões, que era o corpo dela que se movia sensualmente contra o dele. Suas presas se alongaram, quando ele se lembrou de como era bom ter os lábios de Desiree sob os seus, sua vagina moendo contra seu pênis pulsante através das roupas. Totalmente imerso em sua fantasia com Desiree, Set abriu a boca e afundou suas presas no pescoço da mulher que ele segurava. Quando o primeiro jorro de sangue atingiu a sua língua, a fantasia desapareceu. Sua fome de sangue rugiu a vida, provocando cólicas em seu estômago, como se ele não tivesse se alimentado nas últimas semanas. Ele continuou alimentar a esperança de que mais sangue iria aliviar as suas cólicas, mas quando a mulher gritou, enquanto o orgasmo a lavava, Set soltou seu pescoço e passou a língua sobre a marca da mordida para curá-la. Incapaz de suportar a mulher tocando-o, ele rapidamente limpou a memória dela de sua alimentação e mandou-a seguir o seu caminho. Com uma maldição, Set fez o caminho de volta para onde ele tinha estacionado sua Ferrari. Seu plano de ficar caçando até tarde já tinha ido pelos canos. Com o estômago em cólicas pela fome de sangue, e sua ferida no pescoço nem perto de curar-se, ele agora tinha a prova que precisava para estar absolutamente certo que Desiree era destinada a ele. O sangue de outra já não o sustentaria mais. Seu intestino em cólicas estava enviando a mensagem em voz alta e clara. Não querendo passar a fome de sangue extrema como Mehen passou, antes dele reivindicar Blythe como sua companheira, Set sabia que seu tempo tinha começado a se esgotar. De alguma forma, ele ia ter que achar um modo de ganhar a confiança de Desiree e, rapidamente, o que significava que ele não podia evitá-la por mais tempo. Ele só esperava que ela não fosse combatê-lo em cada passo do caminho. 53
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O tédio acabou por fazer Desiree bisbilhotar nos aposentos de Set, na esperança de encontrar algo para fazer, além de olhar para as quatro paredes. Literalmente. Olhar para os hieróglifos pintados sobre as paredes, tinha lhe ocupado por algum tempo, mas depois que ela tinha visto o último, Desiree começou a se sentir como se estivesse presa em uma gaiola. Ela pensou em tomar um banho, mas ela tinha tomado no início do dia, quando Blythe tinha trazido o almoço e lhe assegurado que Set havia deixado a sede para fazer algumas incumbências. Quanto a dormir, Desiree estava muito ferida até mesmo para pensar em ir para a cama. Com o passar do dia, ela não conseguia parar de pensar se Set voltaria a qualquer minuto. Mas, quando Blythe chegou novamente com outro prato de comida, desta vez o jantar, e partiu assim que pegou a espada de Set de seu armário, ela relaxou um pouco. Foi também quando o tédio realmente começou a incomodar. Achando que se vingaria de Set por fechá-la dentro de seus aposentos, Desiree foi até as gavetas da cômoda. Ela descobriu que elas não possuíam muita coisa. Havia algumas camisetas e regatas, tudo em preto, junto com meias e alguns pares de calções de atletismo. Visivelmente não tinha nenhuma roupa intima. Um incontrolável arrepio de consciência passou pela mente de Desiree, quando ela se deu conta que Set não usava nada por baixo de suas calças. Fechando rapidamente a última gaveta da cômoda, ela firmemente disse a si mesma para não ir por esse caminho em particular. Logo, ela se moveu para a parede que dava para o final da cama. A parte superior da mesma tinha um armário fechado. Desiree abriu as portas. Bingo. Ela havia encontrado uma televisão grande, de tela plana. Esperando que, pelo menos, tivesse canais a cabo, ela pegou o controle remoto que estava pousado ao lado da TV e ligou. Ela trocou os canais que nunca terminavam. Desiree calculou que os guerreiros tinham o pacote completo de canais a cabo. Com seu salário, ela só podia ser capaz de pagar o mais básico. 54
Deitada de bruços com o travesseiro sob o peito, Desiree se instalou para assistir a um filme que ela encontrou em um dos canais de filme. Uma hora depois, a porta bateu aberta e Set entrou no quarto. Quando ele chutou a porta atrás dele, e esta se fechou sozinha, Desiree notou uma ferida sangrenta no pescoço dele. Ela pulou da cama e se moveu para ficar no caminho dele, quando ele começou a andar em direção ao banheiro. — Você está sangrando. Set fez uma carranca para ela. — Diga-me algo que eu não saiba. — Quando ele passou ao redor dela, Desiree moveu-se para bloqueá-lo mais uma vez. — Quer sair do meu caminho? Eu preciso me limpar. — Ele então passou por ela. Desiree o seguiu até o banheiro. — O que aconteceu? Ele puxou sua espada embainhada de suas costas e colocou-a no balcão do banheiro. Com movimentos bruscos, Set arrancou sua camiseta fora e jogou-o no chão. Alcançando uma das toalhas limpas que estava dobrada numa prateleira na parede perto da pia, ele a colocou debaixo da água. — Um morto-vivo me mordeu. Não graças a você. Não com seu melhor humor, Desiree disparou: — Que diabos você quer dizer com isso? Você não pode me culpar por ter sido mordido por um dos mortos-vivos. Cristo, eu nem sequer estava lá. Set virou a cabeça, enquanto se olhava no espelho do banheiro e limpou sua ferida com a toalha. — Maldição, sim eu te culpo. Se eu não estivesse pensando em você em primeiro lugar, isto nunca teria acontecido. Com seu temperamento flamejando, ela disse com raiva: — Não é minha culpa que você não conseguia prestar atenção o 55
suficiente para fazer o seu trabalho estúpido. A toalha que Set estava usando, pousou na pia com um baque molhado, quando ele a jogou para baixo. Ele se virou para encará-la. — Cara, nós não podemos parar de vociferar um com o outro. O que aconteceu com aquela mulher que tinha muito medo de me olhar nos olhos? — Ela foi presa dentro deste maldito quarto sozinha, por muitas horas e isso tende a irritá-la. — Você também só tem a si mesma para se culpar por isso. Você não quer cooperar, o que significa que é melhor você se acostumar a estar dentro deste quarto, porque você não o estará deixando em breve. Sabendo que ela estava sendo um pouco imatura, Desiree pegou a espada de Set de qualquer maneira e a jogou no outro quarto. A espada pousou no chão com um baque alto e quase escorregou até a porta. Ela voltou-se para encontrar Set lhe dando um olhar ameaçador. Brava demais para ser intimada, ela fez uma cara feia em retorno. — Vá pegar a minha espada, — disse Set firmemente, com um fio de raiva em cada palavra que dizia. — Não. — Pegue. Minha. Espada. Ou então... — Ou então o quê? Você vai me bater se eu não pegar a sua preciosa espada? A reação de Set a sua incitação, não foi o que Desiree teria esperado. Em vez de atacá-la, ele fechou o espaço entre eles e afundou as mãos em seus cabelos, enquanto sua boca descia sobre a dela, beijando-a com os dentes e língua. Ele tomou seu lábio inferior entre os dentes e o mordeu suavemente, antes de arrastar a língua por todo o lábio dela. Como os lábios de Set movendo-se sobre os dela, devorando-a com a boca, a ira de Desiree derreteu como gelo deixado no sol quente, para ser substituído somente por uma excitação ardente. Colocando suas mãos sobre a pele nua do peito de Set, ela moldou a espessa placa de músculos que encontrou lá. Ela deslizou as mãos pelos planos mamilos dele, para descobrir que eles eram tão enrugados quanto os dela. 56
Set continuou a beijá-la, enquanto ele abaixava as mãos dos cabelos dela para os quadris. Ele a puxou para mais perto e enterrou seu pênis completamente ingurgitado contra ela. Desiree gemeu ao senti-lo. Sua vagina ficou molhada, preparando-se para receber o corpo de Set em seu próprio. Sua excitação cresceu ainda mais. Desiree tinha dito que ela não iria dormir com Set, mas com seu corpo em chamas, brincando de gato e rato com seu desejo, ela não podia negar-se ao prazer. Desiree deixou cair a mão entre eles e colocou na grande protuberância nas calças de Set. Ele era duro e grosso na palma da mão dela. Ela deu um aperto em seu pênis e sentiu um puxão em resposta, o que por sua vez fez a umidade escoar de sua vagina para a sua calcinha. Sabendo que não haveria volta, Desiree enrolou os braços e pernas em torno de Set, quando ele levantou-a e levou-a para o quarto. Desiree sentiu a elevação do colchão, quando Set a colocou em cima dele. Ele chupava a língua dela em sua boca, enquanto desabotoava os botões de sua blusa. Com as línguas se entrelaçando, ela sentiu as presas de Set contra a dela. Desta vez, a sensação delas não a incomodou tanto quanto antes. Quando Set ergueu a cabeça e olhou para ela calorosamente, enquanto tirava a sua blusa, Desiree notou que suas presas tinham se estendido. — Suas presas estão aparecendo — disse ela com uma voz rouca. Ele cobriu um dos seios com a sua grande mão e beliscou o mamilo tenso. — Eu não posso evitar isso. Elas doem para estarem dentro de você tanto quanto o meu pau. Desiree afundando sua vagina contra a coxa dura que Set tinha colocado entre as suas pernas. — Nada de morder. Set gemeu. — Vou fazer o meu melhor para não mordê-la. Afundando a cabeça, Set aninhou-se ao lado do pescoço dela, suas presas cuidadosamente raspando contra a sua pele. Desiree enrijeceu, mas 57
quando ele moveu-se para beijar o caminho até o topo de seus seios, enquanto abria o gancho do sutiã antes de tirá-lo, ela relaxou. Mas, ela logo arqueou as costas num convite, quando Set moveu-se para baixo e arrastou suas presas ao longo de seu mamilo, antes de chupá-lo na boca. Desiree enfiou os dedos no cabelo dele e segurou-o ali. A cada sugada de sua boca, ela sentia bem no fundo de sua vagina. Set liberou um mamilo e moveu-se para dar a mesma atenção ao outro. As mãos dele se arrastaram para baixo e seguiram para o cós da saia, onde ele soltou o gancho e o zíper. Em seguida, deslocando-se na cama para se deitar ao lado dela, ele puxou a saia para baixo de suas pernas. A mão dele mergulhou entre as suas coxas. As pontas de seus dedos vieram parar em seu montículo, quando acariciaram sua vagina através da calcinha. Sacudindo um mamilo apertado com a ponta da sua língua, Set disse: — Eu tenho que te provar. Ele enganchou um dedo no topo de sua calcinha e a puxou para baixo dos quadris, deslizando-a para fora. Desiree assistiu Set correr seu olhar por seu corpo nu. Aquecendo-se em todos os lugares em que ele olhava, era quase como se ele a estivesse tocando fisicamente. A respiração dela ficou mais rápida, quando uma nova onda de desejo a percorreu. Set correu uma mão para baixo pela lateral de seu corpo, enquanto lentamente beijava o caminho por entre os seus seios até seu estômago. — Tão bela, — ele respirou contra sua pele. Quase além da capacidade de formar um pensamento coerente, Desiree só pode dizer: —– Set. Ela então fez um gemido ofegante, quando ele se moveu para ficar entre as pernas dela e deu um beijo na parte interna de sua coxa. Ele afastou mais as pernas dela. — Eu sei exatamente o que você precisa. 58
Na primeira batida da língua Set ao longo de sua vagina, os quadris de Desiree pularam da cama. Seus olhos se fecharam, enquanto ele lambia e chupava seu clitóris. Quando um dedo entrou em seu núcleo, entrando e saindo com movimentos uniformes, ela não sabia se ela iria durar por muito tempo. Set sabia como tocar em seu corpo da maneira certa. Um segundo dedo se uniu ao primeiro, enchendo mais a sua vagina. Set não demonstrava nenhuma piedade, enquanto ele trabalhava os dedos dentro dela e alternava entre chupar e sacudir o clitóris com a ponta de sua língua. Desiree sentiu a tensão se intensificar dentro de seu núcleo, suas paredes internas se apertarem contra os dedos de Set, e então ela estava lá. Com um gemido sussurrado, ela começou a gozar. Set continuou chupando seu clitóris, enquanto onda após onda de prazer tomava conta dela. Quando acabou, ela tentou arrastar Set para cima de seu corpo. Ela podia ter gozado, mas ela o queria enterrado profundamente dentro dela. Set deslizou para fora da cama e ficou de costas para ela. Seus ombros visivelmente subiam e desciam a cada respiração que dava. — Set, ela perguntou suavemente. — Está tudo bem. Eu só preciso de alguns segundos para controlar a minha fome de sangue. Ele tomou um par de respirações profundas, atraindo o seu olhar para a tatuagem do olho de Rá alado na parte superior das costas dele. Realmente era uma obra de arte. Desiree teve uma súbita vontade, quase irresistível, de arrastar a língua sobre a tatuagem. Ela então, se viu distraída por uma visão ainda melhor. Set desabotoou o seu jeans e os empurrou para baixo, dando a Desiree uma visão espetacular de seu musculoso traseiro. Então, ele se virou e ela sentiu a boca ficar seca. Agora que ele estava nu como ela, Desiree deixou o seu olhar contemplar o comprimento do corpo de Set. Era duro em todos os lugares certos. Olhando para seu pênis ereto, que se destacava em linha reta de seu corpo, ela sabia que tinha que tocar nele. Ela se moveu na cama para que ficasse ajoelhada no colchão na frente de Set e envolveu uma mão em torno de seu pênis. Ela bombeou para cima e para baixo o seu eixo. Seu pênis parecia como aço envolto em 59
veludo. Sua vagina pulsava para ser preenchida, enquanto Set bombeado seus quadris, empurrando seu pau mais firme em sua mão. — Você vai me fazer esperar mais? Desiree perguntou com voz rouca, enquanto ela se inclinou e arrastou a sua língua no mamilo plano dele. — Não precisa esperar mais, — disse Set, quando ele puxou a mão dela de cima dele e a empurrou sobre a cama. Ele subiu sobre o colchão e ficou em cima dela, com seu quadril entre as suas coxas espalhadas. A ponta do seu pênis pressionou contra a abertura lisa, fazendo com que ambos dessem uma respiração afiada. Set se retirou da entrada e, então, ele afundou-se ao máximo com um único golpe. Ele estabeleceu um ritmo lento e constante. Desiree colocou os pés apoiados no colchão e ergueu o quadril para corresponder aos golpes dele. A cada golpe, seu pau duro a esticava, enchendo todo o canal. Segurando a parte de cima de seu corpo sobre os braços dobrados, Set bombeou nela ainda mais rápido. Desiree apertou seus músculos internos em torno de seu pênis. Outro orgasmo começava a se construir dentro dela, a cada golpe de seu eixo. Ela estendeu a mão e cobriu a parte de trás da cabeça Set, levando sua boca até a dela. Ele a beijou, empurrando sua língua entre os seus lábios. Desiree gemeu na boca dele, quando sentiu seu pênis endurecer ainda mais. Quanto mais perto ela chegava de sua liberação, mais Desiree aprofundava o beijo. Set ondulou dentro ela mais rápido, mais duro. Foi o suficiente para mandá-la voar. Ela fez um gemido choroso, quando suas paredes interiores espremeram o pau de Set como um punho apertado. Com seus lábios ainda unidos, ele bombeou dentro dela uma última vez, e então ele se enrijeceu em cima dela, enquanto ele gozava, esvaziando o seu pau bem fundo na vagina dela. Desiree abriu os olhos, quando Set puxou a boca da dela. Ele usava uma dolorosa expressão em seu rosto, enquanto ele olhava avidamente para os seus lábios. Havia algo escondido em seu olhar, que fez Desiree pensar que havia uma outra razão para ele a olhar desta forma, diferente da fome sexual. Percebendo a sua vulnerabilidade, presa debaixo do peso muito maior dele, Desiree sabia que se Set quisesse se alimentar dela, ele 60
poderia facilmente dominá-la. Cautelosamente, ela perguntou: — Set? O olhar dele nunca deixou a boca dela. — Seu lábio. Enquanto nós nos beijávamos, eu devo ter cortado seu lábio inferior com as minhas presas. — Sem pensar, ela lambeu o lábio e provou o gosto de cobre do seu sangue. Set gemeu. — Se você deixar eu me alimentar de você, Desiree, o sexo será ainda melhor. Eu prometo a você que não vai doer. Minha tomada de seu sangue será o primeiro passo para nos tornarmos companheiros. Você tem que ter o meu sangue para completá-lo. Desiree abanou a cabeça. — Não, Set. O sexo tem que ser suficiente. Eu não estou pronto para dar mais. Mesmo se ela estivesse disposta a deixá-lo se alimentar dela, ela não acha que pudesse beber dele. Além disso, se ela queria fugir, não havia como deixar Set forjar um vínculo com ela através de uma troca de sangue. Fazer amor com ele não mudava nada. Enquanto ele quisesse impedi-la de voltar para a sua antiga vida, ela nunca poderia aceitar esta nova, que ele estava tentado forçá-la. Ela conseguiu sair de seus pensamentos, quando Set começou a abaixar a cabeça. — Eu disse que não. — Eu nunca tomaria o que você não me pode me dar livremente, mas o cheiro de seu sangue faz com que seja difícil para mim controlar a minha fome de sangue. Minha saliva pode curar esta ferida, de modo que ela não seja uma tentação assim tão grande para mim. — Quando ele abaixou a cabeça novamente e ela se contraiu, pronta para combatê-lo se ele viesse para isso, ele disse: — Confie em mim, Desiree. Set segurou a cabeça dela em suas mãos para mantê-la firme. Ele abaixou sua boca para que pairasse a um fio de distância acima da dela, então ele, lentamente, bateu a língua em seu lábio inferior. O corpo dele começou a tremer, como se todos os seus músculos contraíssem. Ele 61
baixou a sua testa junto a dela e tomou respirações profundas e rápidas. — Pelos deuses, Desiree, seu sangue é ainda mais doce do que seu cheiro. Faz as minhas presas doerem. Meu pau dentro de você, enquanto seu sangue enche a minha boca seria um êxtase. Com um gemido alto, Set rolou para fora dela e deitou de costas. Os músculos de seus braços incharam, quando ele apertou as mãos em punhos apertados. Desiree estendeu a mão para tocá-lo, mas pensou melhor, quando o lábio superior dele revelou suas presas estendidas. A batalha interna travada por Set mostrava-se visivelmente a partir das linhas que enrugavam a sua boca e os cantos dos seus olhos. Ao vê-lo desta forma, Desiree quase sentiu culpa por negar-lhe o seu sangue. Antes que ela pudesse fazer ou dizer qualquer coisa, Set pulou para fora da cama e foi para o banheiro. — Eu vou tomar um banho. Tente dormir um pouco. — Na porta, ele virou a cabeça e disse: — Eu vou encontrar outro lugar para dormir. Ela se sentou na cama. — Você não precisa fazer isso. — Ah, mas eu vou. — Ele correu seu olhar faminto sobre o corpo dela. — Se eu dormir com você nesta cama, eu vou querê-la de novo. Da próxima vez, eu não sei se vou ser forte o suficiente para resistir a me alimentar de você. Quando eu tiver você de novo, eu vou querer tudo de você. Seu corpo e seu sangue. Então, até que você esteja pronta, eu acho que seria melhor eu dormir em outro lugar. Desiree silenciosamente observou Set entrar no banheiro e firmemente fechar a porta atrás dele. Poucos segundos depois, o som do chuveiro ligado atingiu seus ouvidos. Ela sabia que era ridículo se sentir como se Set a tivesse rejeitando, quando era a recusa dela de deixá-lo tomar o seu sangue, que o levou a deixá-la. Mas saber disso não fez com que o sentimento da rejeição fosse embora. Fazer sexo com Set só fez com que Desiree o desejasse ainda mais. Ela se sentia encurralada entre uma rocha e um lugar duro. Isso não era o que ela tinha imaginado que seria se Set e ela se envolvessem. Por que ele não poderia ter sido um homem normal? Isto teria feito com que coisas fossem muito mais fáceis.
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Depois do banho que tinha lavado o cheiro de Desiree e de sexo de sua pele, mas não o gosto do sangue dela em sua boca, Set calmamente colocou sua calça jeans, desligou as luzes e deixou uma Desiree sonolenta trancada em seus aposentos. Antes de fechar a porta, ele deu uma última olhada na forma adormecida de Desiree. Deixá-la nua sob os lençóis não foi fácil para ele. Seu corpo e seu sangue o chamavam como uma canção de sereia. Sabendo que ele provavelmente não seria capaz de dormir, Set dirigiu-se para a sala de reunião para navegar na web pelo resto da noite. Ao menos assim, ele esperava, seria capaz de se distrair dos pensamentos sobre Desiree. E ele precisava. Só aquele pequeno gosto do sangue dela, e sua fome de sangue tinha quase o ultrapassado. Também tinha aliviado algumas das suas cólicas estomacais. Até que ele se alimentasse de Desiree, ele sabia que sua fome de sangue lhe arranharia suas entranhas. Ele só podia alimentarse dela agora, não que ele quisesse encontrar uma outra doadora para tomar o seu lugar. Após ter dormido com Desiree, ele não acha que poderia suportar o toque de outra. E o pensamento de outro de sangue enchendo a sua boca não tinha nenhuma atração para ele. Seus sentimentos por Desiree também tinham aumentado. Enquanto ele fazia amor com ela, a palavra minha ecoava dentro de sua cabeça. Ele não devia, ele não podia, deixá-la ir. E ter feito sexo com ela tinha lhe dado mais prazer do que ele alguma vez já tinha experimentado nos braços de uma outra mulher. Agora tudo o que ele tinha que fazer era convencer Desiree a completar seu acasalamento, que Set sabia que não seria nada fácil. Se ele mantivesse a sua fome de sangue sob controle, ele não teria nenhum escrúpulo em manter Desiree em sua cama, fazer amor com ela até que ela o aceitasse como seu companheiro. Mas o fato que ela o deixaria se alimentar dela não era uma opção. Pouco depois do amanhecer, Takan o encontrou ainda navegando na web. O outro guerreiro olhou para ele, curioso. — Você não deveria estar com Desiree tentando conquistá-la? 63
Set virou o rosto para Takan. — Vamos apenas dizer que é melhor para mim estar aqui agora. Eu agora sei o que Mehen passou quando lutou para não se alimentar de Blythe. É um inferno. E ainda é pior porque não sou eu quem está se negando a isso. — Se você tem certeza que Desiree é a sua companheira, por que não dormir com ela? Ela pode mudar de ideia sobre te permitir se alimentar dela no calor do momento. — Não há nenhuma dúvida que Desiree é minha companheira. Tentei me alimentar antes de voltar aqui na noite passada e tudo o que consegui foi a minha fome de sangue rasgar o meu estômago. Takan olhou para a marca de mordida no pescoço Set. — E eu vejo que não acelerou o processo de cura também. — Não, isso não aconteceu. — Set gemeu e esfregou o rosto com a mão. — Quanto a coisa do calor do momento, isto não vai funcionar. Se tivesse, eu não estaria aqui, enquanto Desiree está deitada nua e dormindo na minha cama. — Eu gostaria de poder te oferecer algum conselho melhor, sen. Takan o chamando de sen, irmão em sua língua nativa, fez Set dizer na mesma língua que ele desejava isso também. Mas Set sabia que só Desiree poderia ajudá-lo agora. — E antes que me esqueça, — Set disse, — você pode colocar uma senha no computador, para Desiree não ser capaz de usá-lo? Lançando mais de seu cabelo no rosto, Takan balançou a cabeça. — Você sabe que manter Desiree como uma prisioneira virtual, tornará as coisas muito mais difíceis para você conquistá-la. Eu entendo você não deixá-la sair da sede, mas ela deve ser capaz de se mover livremente dentro. Ambos, Blythe e eu, achamos que seria uma boa ideia. Blythe e Takan eram muito próximos e tinham sido desde a chegada de Blythe. Antes de Mehen aceitar Blythe como sua companheira, alguns deles tinham imaginado que Takan queria Blythe para ele. Isso acabou não sendo o caso. O guerreiro silencioso só pensava em Blythe 64
como se fosse uma irmã. Set suspirou. — Eu não sei se posso confiar que Desiree não tente uma fuga por ele. Ela já tentou hoje cedo. Duvido que o fato de termos dormidos juntos fez ela mudar de ideia sobre isso. — Você vai ter que confiar nela em algum momento. Você não pode mantê-la trancada em seus aposentos de forma permanente. Isso só vai fazer ela te odiar. — Eu vou pensar em deixá-la andar pela sede, mas só coloque a senha no computador, por enquanto. Tudo que eu preciso é ela enviando um e-mail a um de seus amigos ou familiares e ter os policiais na nossa cola. — Tudo bem, vou colocar uma senha no computador. Se você tiver terminado, eu vou fazer isso agora. De pé, Set deixou Takan sentar na cadeira. — Obrigado. Vou deixar você fazer isto. Vou ao templo me livrar dessa marca de mordida. — Isso seria uma boa ideia. Eu vou deixar você e os outros saberem qual é a senha mais tarde. — Tudo bem. Set deixou Takan e seguiu seu caminho para o templo de Rá. Cansado, com o pescoço latejando da marca da mordida, ele estava mais do que pronto para se aquecer nos raios curativos do sol. Se apenas fosse assim tão fácil para corrigir seus problemas com Desiree.
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Capítulo Sete Profundamente escondido dentro de seu novo covil, Sek assistiu seus guerreiros mortos-vivos prepararem-se para dormir durante o dia. Havia sessenta deles deitado em uma linha, com as suas espadas a seus lados. Não graças aos Escolhidos de Rá, ele, aos poucos, foi capaz de aumentar o número de guerreiros mortos-vivos. Ao contrário de um mortovivo normal, era um pouco mais difícil criar um guerreiro morto-vivo. A alma humana tinha cinco partes. O Ib ou coração, o Sheut ou sombra, a Ren ou nome, Ba ou personalidade individual, e o Ka ou força vital. Para ele fazer um morto-vivo, todas as partes da alma tinham de ser retiradas do corpo, exceto o Ka. Uma vez que o Ka saísse do corpo não haveria ressuscitação. O Ka mantinha o corpo dos mortos vivos animados. Com o Ba excluído, a parte da alma que fazia único o homem, o morto-vivo se tornava nada mais do que uma casca estúpida, que Sek achava útil. Para fazer um de seus soldados mortos-vivos, o Ka, assim como uma parte muito pequena do Ba, tinham que permanecer, apenas o suficiente para dar-lhes a capacidade de pensar por si próprios em um nível muito pequeno, e serem treinados para lutar. Foi também por causa dos Escolhidos de Rá, que Sek tinha sido forçado a abandonar seu lar anterior. Os guerreiros encontrarem sua localização tinha sido um duro golpe, juntamente com o número do seus guerreiros e os mortos-vivos normais que eles tinham destruído, quanto estiveram lá. Sek tinha tomado messes para se recuperar deste golpe. Tinha machucado principalmente porque ele tinha colocado Mehen, o líder dos guerreiros de Rá, sob seu controle antes de seus companheiros terem vindo resgatá-lo. E perder a companheira Mehen, quando Apep queria a mulher, não tinha mantido Sek nas boas graças do deus demônio. Qualquer outra falha e Sek sabia que Apep tiraria a sua carne, literalmente. Ele tinha acabado de entrar no túnel escuro que o levaria a sua própria câmara, quando voz do deus demônio dolorosamente encheu sua cabeça, raspando contra seus nervos como unhas arranhando um quadro negro. Sek. — Sim, meu senhor? 66
Eu tenho uma tarefa para um de seus guerreiros mortos-vivos. — O que ele teria que fazer? Quando a escuridão cair, eu quero que o envie para um lugar onde os mortais se reúnem. Eu encontrei um modo dele se infiltrar na sede dos Escolhidos de Rá. Sibilando contra a intensa dor que enchia a sua cabeça, quando Apep colocava os detalhes de seu plano diretamente em sua cabeça, Sek caiu de joelhos. Quando a dor parou, ele sacudiu a cabeça e disse: — Será feito, mestre. É melhor que seja. Eu não irei tolerar mais falhas de você. Você vai pagar se não cumprir esta tarefa. Uma pressão esmagadora tomou conta da cabeça Sek, fazendo-o ofegar de dor, quando sangue gotejou de seu nariz. Então, juntamente com a presença de Apep, enfraqueceu. Sek limpou o nariz com as costas da mão. Ele sabia que era apenas uma pequena amostra do que Apep faria com ele, se ele não pudesse seguir com o plano que o deus demônio tinha vindo contar. Sedento por vingança, depois de sofrer uma grande perda nas mãos dos guerreiros escolhidos de Rá, Sek estava mais do que pronto para desfazer esse golpe que iria prejudicá-los, tanto quanto eles o tinham prejudicado. Seguindo seu caminho, Sek continuou túnel abaixo. A próxima noite seria o primeiro passo para livrar-se desses guerreiros bonzinhos.
*****
Depois de Desiree despertar, sozinha, ela foi tomar um banho. Mais tarde, quando ela voltou para o quarto, ela encontrou Blythe sentada na cama, esperando por ela. Desiree também notou que a outra mulher tinha uma muda de roupas. Algumas das próprias roupas de Desiree. Ela cruzou a sala, enquanto Blythe se levantava e segurava as 67
roupas para ela. — Eu pensei que você gostaria destas. Desiree apertou a toalha mais em cima de seu corpo, antes de pegar as roupas oferecidas. — Essas são minhas. Como você as conseguiu? Blythe deu a ela um olhar envergonhado. — Set e Takan mudaram todas as suas coisas de seu apartamento para cá ontem. Agora Desiree sabia o que Set havia feito durante todo o dia de ontem, enquanto ela se sentava trancada em seus aposentos. Irritou-a que ele pode facilmente pegar os pedaços de sua vida e reorganizá-los a seu gosto. — Suponho que, juntamente com o apartamento, eu também já não tenho um emprego, — afirmou. — Desculpe. Eu sei que parece um pouco duro, mas realmente é o melhor. Com você e Set sendo companheiros, você teria que fazer esta mudança de qualquer maneira. Certo? Não querendo, realmente, responder a esta pergunta em particular, Desiree mudou de assunto. — Como é estar acasalada a um dos guerreiros? Blythe sorriu, dando a Desiree uma boa visão de suas presas. — É a melhor coisa que já aconteceu comigo. Meu primeiro casamento foi uma piada. Eu nunca pensei que iria encontrar um homem em que eu pudesse confiar o suficiente para me apaixonar novamente, mas depois eu encontrei Mehen. — O que exatamente significa estar acasalada? Set me disse que isto só estaria completo se ele se alimentasse de mim e eu bebesse de seu sangue. Desiree fez o seu melhor para não demonstrar como a ideia de beber o sangue de Set não a atraia, mas seu rosto deve ter mostrado algo, porque Blythe começou a rir. 68
— Posso dizer que você não está muito empolgada com a ideia de ter que beber do sangue de Set, — Blythe disse com um sorriso. — Não é tão repugnante como você pensa. E uma vez que você tiver as suas presas... — Presas? Quer dizer que uma vez que eu beba do sangue dele, eu vou virar o que ele é? — Não. Isso não vai acontecer assim. Rá terá que presenteá-la com suas presas e imortalidade, mas você provavelmente vai ter que beber o sangue dele primeiro. É assim que ele deu seus dons aos guerreiros. Eu não precisei. — Porque você é sua filha? — Sim. Quanto à troca de sangue que você vai compartilhar com Set, ele irá formar a ligação de acasalamento entre vocês. Vocês serão capazes de falar um com o outro telepaticamente, por causa da ligação, e sentir o que o outro está sentindo. Sexo, vamos apenas dizer que ser capaz de sentir o que seu parceiro sente, faz o sexo cem vezes melhor. Adicione a alimentação nisto... — Blythe estremeceu. — Isto torna tudo ainda mais surpreendente. Desiree achou que dormir com Set foi o melhor sexo que ela já teve. Se o vínculo de acasalamento o fizesse ainda melhor, ela não sabia se poderia sobreviver a isso. Ela acabaria sendo nada mais do que uma grande poça de gosma depois. — Mais alguma coisa que eu deveria saber? — perguntou ela. Blythe virou-se e levantou a barra de sua camiseta. Logo acima da cintura da calça jeans, na parte de baixo das costas, estava a mesma tatuagem que Set tinha em toda a parte superior das suas costas, mas menor. — Você e Set têm a mesma tatuagem. Virando-se, Blythe balançou a cabeça. — Não é uma tatuagem. É a marca dos Escolhidos de Rá. Todos os guerreiros têm isto no mesmo lugar em seus corpos. Rá colocou em suas costas, depois que ele lhes deu seus dons. Eu acho que ser uma companheira para um dos guerreiros significa que você adquire a mesma 69
marca. Não que eu me importe, pois veio do meu pai. A marca, Desiree também não teria se importado tanto. Ela tinha brincado com a ideia de fazer uma tatuagem na parte de baixo das costas pelo último ano ou mais. Então, parecia que a única parte de estar acasalada a um dos Escolhidos de Rá que ela realmente gostaria, seria a marca de Rá. Isso não era o suficiente para ela pedir para fazer parte da gangue a qualquer momento em breve. Desiree apontou para a pesada corrente de ouro ao redor do pescoço de Blythe, que tinha um olho de ouro de Rá no centro dela. O olho em si era um diamante do tamanho de sua palma. — Eu poderia receber um colar assim também? Blythe balançou a cabeça. — Acho que não. Foi um presente do meu pai. Ele me deu quando eu precisei resgatar Mehen do demônio Sek. Desiree assentiu. Ela não sabia o que dizer sobre isso. — Eu vou deixar você se vestir, — disse Blythe. Ela se dirigiu para a porta, mas parou e voltou-se para Desiree, antes de alcançar a soleira da porta. — Ah, e só para você saber, você pode deixar os aposentos de Set a qualquer hora que quiser. Takan e eu convencemos Set para que você tenha acesso ao restante da sede, sem que ele esteja com você. Só não tente sair. Se você tentar ir para fora eu não posso prometer que você não vai encontrar-se trancada aqui novamente. Decidindo que seria melhor para ela jogar o jogo, por agora, Desiree assentiu. — Eu prometo que não vou. Ficar presa aqui por 24 horas é tempo suficiente. — Ótimo. Uma vez que você esteja vestida, venha até a cozinha e eu vou fazer para você um café da manhã. — Você não tem que fazer isso. Eu posso conseguir algo para mim. Eu não quero incomodá-la. Blythe sorriu. — Você não vai me incomodar. Eu sou a chefe da cozinha aqui. 70
Cozinhar é algo que eu desfruto. — Tudo bem, então. Vejo você em poucos minutos. Após Blythe partir e fechar a porta atrás dela, Desiree pegou o jeans e a camiseta que Blythe tinha trazido para ela vestir. Voltando para o banheiro, ela passou o pente no cabelo úmido. Em circunstâncias diferentes, Desiree sabia que ela e Blythe teriam, provavelmente, se tornado boas amigas. Ela gostava da outra mulher. Agora, porém, ela estava usando Blythe como uma ferramenta para escapar.
*****
Depois que ela tomou o café da manhã que Blythe tinha feito para ela, Desiree decidiu testar o quanto da sede ela tinha permissão para andar. Sua primeira parada foi na sala de reuniões. Tendo visto o computador lá no outro dia, ela achava que tinha que ter internet. Dada a forma como os guerreiros tinham o pacote completo de televisão a cabo, havia uma boa chance de que eles tivessem internet também. Abrindo a porta da sala de reuniões com um estrondo e a encontrando vazia, ela deslizou para dentro. Ela então, rapidamente, fez seu caminho para o computador e apertou o botão de ligar, esperando que o computador iniciasse. Uma janela apareceu pedindo um nome de usuário e senha. Desiree amaldiçoou baixinho. Sua ideia não tinha dado muito certo. Ela tinha uma sensação que se ela pedisse a senha para Set, ele com certeza a negaria. Com o computador sem uso para ela, Desiree desligou-o novamente e esperou até que ela a pudesse o encerrar. Ela, então, deixou a sala de reuniões e dirigiu-se para sua próxima parada na seção do antigo armazém, onde ela tinha visto Mehen e Denger praticando com suas espadas. Ninguém a parou, quando ela chegou à porta que ligava a sede ao antigo armazém. Ela meio que esperava que um dos guerreiros saltasse e dissesse para ela ficar longe da porta, mas até agora ela não tinha visto 71
nenhum deles, nem mesmo Set. Depois de dar uma última olhada para o corredor, Desiree abriu a porta e entrou. Depois que ela fechou a porta silenciosamente atrás dela, ela moveu-se para o interior do armazém, agradecida por estar sozinha para fazer alguma exploração. A primeira coisa que notou, era que todas as coisas de seu apartamento haviam sido colocadas em um canto, do lado de um grande espaço aberto. Indo até os seus pertences, Desiree olhou as caixas, onde os itens haviam sido lançados a esmo no interior. Parecia, também, que Set e Takan tinham feito um trabalho minucioso de esvaziar todo o apartamento dela. Desiree se virou e olhou para a fileira de janelas que corriam ao longo da largura de uma das paredes. As janelas eram altas na parede, todas fora de seu alcance. Mas, se ela tivesse alguma coisa para erguê-la, ela achava que não teria nenhuma dificuldade em abrir uma janela. Elas também eram grandes o suficiente para ela escorregar até o lado de fora. Ela estava prestes a procurar por algo que poderia funcionar como um tamborete, quando a porta que ligava o depósito à sede se abriu com um baque e Set entrou. O olhar dele parecia buscar freneticamente em torno do depósito, até que pousou nela ao lado de suas coisas. Desiree não perdeu o olhar de alivio que cruzou o rosto de Set, enquanto ele caminhava em sua direção. Ele podia ter permitido a Blythe e Takan convencê-lo a deixá-la sair de seus aposentos, mas obviamente ele ainda não confiava que ela não fosse fugir. Até que Set confiasse que ela ficaria com ele, Desiree sabia que ela não poderia dar a ele nenhuma razão para desconfiar dela. Desiree observou, enquanto Set cobria a distância entre eles. Ele usava um par de calças jeans azul escuras e uma camisa preta apertada. Sabendo exatamente como ele era por baixo das roupas, seus dedos coçaram para tocar a pele nua dele novamente, para correr os lábios e a língua sobre todos os músculos rígidos. O olhar dela caiu sobre a braguilha de sua calça jeans. O pau de Set era tão grande quanto o resto dele. Ela lambeu os lábios, pensando que ela gostaria de lambê-lo lá, levá-lo a sua boca e... Um assobio alto fez seu olhar elevar-se até o rosto de Set. Ele estava parado a um braço de distância dela. Suas mãos estavam em punho ao lado de seu corpo e as suas presas caíram abaixo de seu lábio superior. 72
Suas pupilas estavam dilatadas, pesadas com um olhar de fome gritante. Uma rápida olhada para baixo e Desiree viu que a protuberância em suas calças tinha ficado ainda maior. O corpo dela ficou instantaneamente molhado, quando ela se lembrou de como tinha sido bom sentir o pau de Set mover-se dentro dela. Ele silvou outra vez. — Você não pode olhar para mim assim, — Set, disse através de sua mandíbula apertada. Desiree limpou a garganta. — Como o quê? — Como se você quisesse me devorar. Continue assim e eu vou ter meu pau e minhas presas dentro de você, antes que você possa me dizer não. — Set apertou ainda mais os punhos, enquanto o seu peito largo rapidamente subia e descia. Incapaz de se conter, sabendo muito bem que ela estava brincando com algo que poderia facilmente se virar contra ela, ela cobriu o espaço que restava entre Set e ela, e colocou uma mão sobre o peito dele. Encontrando seu olhar, ela disse: — Depois da noite passada, me desculpe, mas eu vou olhar. — Como ela podia não olhar? Só de olhar para ele sua calcinha já ficava molhada. Ele capturou-a pela cintura e apertou-a contra ele. Desiree prendeu a respiração, quando a ereção dele aninhou-se contra a sua barriga. Set abaixou a cabeça e enfiou rosto no lado do pescoço dela, no lugar onde seu ombro se iniciava. Ele aspirou profundamente, como se quisesse saborear o cheiro dela. — Você tem certeza que não vai reconsiderar a ideia de eu me alimentar de você, Desiree? — ele perguntou roucamente. — Tudo que eu posso pensar é em ter você embaixo de mim novamente e como é bom o gosto de seu sangue. Eu sofro por você. Desiree estremeceu. As palavras dele, ditas em uma voz profunda e áspera, fizeram sua vagina se apertar pela necessidade. Mesmo ela estando tentada a ceder e deixar Set tomá-la com seu corpo e suas presas, 73
ela disse trêmula: — Não. Eu disse que não estou pronta. — Ela alcançou entre eles e segurou o pau duro através de seu jeans. — Mas isso não significa que não podemos ter sexo. Todo o corpo de Set estava duro, quando ele deixou cair as mãos na bunda dela e enterrou sua ereção ainda mais em suas mãos. — Eu já te disse que não podemos, enquanto você me negar o seu sangue. Eu não sei se eu posso ser forte o suficiente para não mordê-la. Espremendo o seu pênis, Desiree fungou na base da garganta de Set. Ela respirou fundo. Ela adorava o cheiro picante de sua colônia, que se misturava com o seu próprio perfume masculino. Perdidos no nevoeiro sexual, que de repente se formou em volta deles, ela apertou os lábios no oco de sua garganta. — Você é capaz de se segurar. Eu quero você de novo, Set. Um tremor atormentou o corpo dele, enquanto ele gemia alto. Ele agarrou o traseiro dela mais forte, quando ela levantou a cabeça e mordiscou o seu queixo. — Você tem medo de espaços pequenos e apertados? — ele perguntou, sua voz estava tensa. Ela balançou a cabeça. — Não. — Bom. Os lábios de Set desceram sobre os dela, beijando-a avidamente, quando ele a empurrou contra a parede do armazém. Quando suas costas bateram contra uma porta, ele a abriu. Sua boca nunca deixou a dela, enquanto ele a manobrava para um pequeno quarto, acendia a luz e os fechava lá dentro.
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Capítulo Oito O sangue martelava em seus ouvidos, quando Set virou Desiree e a pôs de costas contra a parede da pequena sala de armazenamento. Ele havia prometido a si mesmo que não a tocaria assim novamente até que ele pudesse alimentar-se dela, mas com os lábios dela em sua pele e a mão dela em seu dolorido pênis, ele não podia parar. A fala dela dizendo que ela o queria, tinha sido o que levou as suas últimas defesas a se desintegrarem. Continuando a beijá-la, cuidadosamente para não a cortar com suas presas, Set alcançou o peito de Desiree e os encaixou em sua mão. Ele puxou seu mamilo tenso através da camisa. Ele não queria nada mais do que deixá-la nua e lamber cada centímetro do seu corpo flexível, mas ele a queria muito para só ficar com ela. Com o cheiro da excitação dela enchendo a sua cabeça, impulsionando-o para alturas ainda maiores, ele sabia que, pelo menos, ela também o queria muito. Set empurrou sua língua dentro da boca dela, entrelaçando-a com a dela, antes que ele a provasse completamente. O cheiro delicioso dela, juntamente com o gosto dela em sua língua, não fazia com que fosse um trabalho muito difícil para ele abrir o botão e o zíper da calça jeans dela. Desiree gemeu em sua boca, quando ele empurrou uma mão dentro da sua calça jeans e da calcinha. A sensação de quanto ela estava molhada por ele, fez seu pau latejar dolorosamente. Ele liberou a boca dela e se mudou para a concha de sua orelha. Ele rodou a sua língua lá dentro, antes de dizer com uma voz ofegante, — Pelos deuses, você está molhada. Se eu não estiver dentro de você em breve, eu vou gozar na minha calça. Set circulou o clitóris de Desiree com um dedo, antes de empurrálo dentro de seu núcleo encharcado. Desiree engasgou com a invasão. — Nós não podemos deixar que isso aconteça. Os dedos ágeis dela desabotoaram os botões e fizeram voar as calças jeans dele. Seu pênis saltou livre, quando ela retirou o jeans. Ela 75
colocou a mão em torno de seu eixo e bombeou para cima e para baixo o seu comprimento. Set prendeu a respiração entre os dentes, enquanto seus quadris saltaram contra ela. Set removeu a mão de dentro da calça dela e a puxou para baixo de seus quadris, mas Desiree o deteve. Ela lhe deu um sorriso malicioso e sacudiu cabeça. – Ainda não. Há algo que quero fazer antes que você entre dentro de mim. Desiree deslizou pela parede, até ficar de joelhos na frente dele, forçando-o a dar um passo para trás. Ela encontrou o olhar dele, quando ele a olhou. Ela deu a ele um olhar quente, antes de afastar seu olhar e focar em seu pênis. Quando ela envolveu a mão ao redor da base dele e lambeu os lábios, sua ereção cresceu ainda mais. Ofegante, como se tivesse corrido uma maratona, ele observou a ponta da língua dela sair e lamber uma gota do pré-sêmen que estava assentado sobre a cabeça de seu pênis. Um gemido baixo saiu para fora dele. Incapaz de desviar o olhar, Set colocou as mãos na parede à sua frente, quando Desiree lambeu-o desde a base até a ponta, antes de tomar seu pênis na boca. Seus olhos quase rolaram para fora de sua cabeça, quando ela começou a chupar. Ela tomou todo o cumprimento que conseguiu, acariciando a língua na cabeça sensível. A mão que segurava sua base moveu-se pela parte de seu eixo que ela não conseguia tomar. Se ela continuasse dando a ele este prazer, Set sabia que ele não ia demorar muito para gozar. Mesmo sabendo que o que Desiree estava fazendo com ele era muito bom, Set queria estar enterrado profundamente dentro dela, quando ele encontrasse a sua libertação. Afastando-se dela, ele a levantou pelas axilas e colocou-a de pé. Ele agarrou a parte superior do jeans dela e o puxou, junto com a calcinha, pelos quadris e pernas. Desiree saiu fora deles e os chutou para fora. Desesperado para estar dentro dela, Set a apanhou e envolveu as pernas dela em volta de sua cintura, enquanto ele a colocava de costas contra a parede. Desiree enterrou seus pés na bunda dele e o impeliu para frente. Não precisando de mais insistência, ele pegou seu pau e o levou até a sua abertura lisa. Ele ondulou dentro dela, enterrando todo o seu pênis em cada investida. A sensação das suas paredes internas úmidas se 76
fechamento em torno de seu eixo, fez a respiração dele sibilar para fora. Desiree colocou as mãos em seu pescoço. — Faça-me gozar, Set, — ela ofegou. Usando músculos de sua perna, ela levantou-se acima do comprimento de seu pênis e depois desceu sobre ele. Ele não precisa ser avisado duas vezes. Segurando a bunda dela em suas mãos, ele se afastou e em seguida ondulou para dentro. Ele a tomou duro e rápido. Ambos gemiam, enquanto ele a preenchia uma vez em seguida da outra. As pernas de Desiree se apertaram em torno de sua cintura e seus pés se enterraram mais na sua bunda, enquanto ele a cavalgava. Set ângulo seus quadris, para que seus ossos pélvicos se esfregassem contra o clitóris de Desiree a cada investida dele. Os músculos internos dela se apertaram em torno de seu pênis, espremendo-o ainda mais. Ele bombeava para dentro e para fora, sentindo a vagina dela tomar cada centímetro dele. Ele não achava que ele um dia ele se cansaria de Desiree. Ela era sua. Ele precisava dela, tanto quanto ele precisava do ar para respirar. Ele estocou dentro dela cada vez mais rápido e, então, ela estava lá. Os gemidos sussurrados dela encheram seus ouvidos, quando a sua boceta convulsionou em torno do pênis dele, ordenhando-o como um punho fechado. Ele colocou a rosto na curva do pescoço de Desiree e ondulou uma última vez, antes dele também encontrar a sua libertação. Seu grito rouco encheu a pequena sala, enquanto seu pênis pulsava dentro dela, enchendo-a com seu esperma. O cheiro da pele dela e o som de seu sangue correndo em suas veias fizeram a sua fome de sangue vir à tona com força total, agora que ele tinha gozado. Suas presas pulsavam, quando ele virou a cabeça e arrastou-as contra a pele do pescoço dela. Seria tão fácil afundar as suas presas no pescoço dela e tomar o que seu corpo ansiava tanto. — Apenas um gosto, Desiree. Eu preciso que o gosto de seu sangue encha a minha boca. — Ele arrastou suas presas contra a pele dela novamente, então a lambeu. Desiree enrijeceu. 77
— Eu não posso te deixar. Ela empurrou os ombros dele, mas ele não se mexeu de seu pescoço. Ele deslizou as mãos da bunda dela, para agarrar o topo de suas coxas. — Você é minha companheira. Minha. Por que você continua me recusando? Quando ela o empurrou novamente, ele enfiou os dedos nas pernas dela e deu uma mordida de leve no lado de seu pescoço. — Não, Set. Deixe-me ir. Você está me machucando. Tomando um punhado de seus cabelos, ela puxou a cabeça dele para trás. Vendo o medo nos olhos de Desiree, Set lutou para dominar a sua fome de sangue. Lentamente, ele soltou o corpo dela e a deixou ficar em pé. Ele colocou as mãos na parede em cada lado da cabeça dela. — Não se mexa. Eu preciso me acalmar. Ele apertou a sua mandíbula, até seus dentes doerem. Set fechou os olhos, enquanto, pouco a pouco, ele conseguia voltar ao controle. Ele gemeu e passou um braço em volta da barriga, quando uma cãibra particularmente cruel cravou suas garras nele. Mais calmo, já não se sentindo como se ele fosse rasgar a garganta de Desiree, ele abriu os olhos, para encontrá-la olhando para ele, com um olhar de preocupação. Ele se afastou e enfiou seu agora flácido pênis dentro de sua calça jeans, antes de fechar o zíper. — Set? — Desiree perguntou cautelosamente. — Você está bem? Você parece como se estivesse com dor. — Eu estou bem. Vista-se. — ele vociferou. ]Ele sabia que ele estava sendo irracionalmente baixo com ela, mas cada vez que ele fazia amor com Desiree, sua fome de sangue piorava, o que, por sua vez, fazia o seu estômago ter cãibras dolorosas. Desiree rigidamente puxou sua calcinha e sua calça jeans. Uma vez que ela estava vestida, Set abriu a porta e saiu para o armazém. Ele tinha 78
que ficar longe de Desiree por um tempo. Ele não sabia o que fazer para que ela mudasse de opinião sobre o seu desejo de alimentar-se dela. Cada vez que ele a tomava e não se alimentava dela, a sua fome de sangue aumentada. Ele não queria ficar tão ruim a ponto de que, quando ela finalmente permitisse a ele tomar o seu sangue, ele tomaria muito. Mehen tinha feito aquilo e quase secou Blythe na primeira vez em que ele se alimentou dela. Só o pensamento rápido de Takan, dizendo para Mehen a alimentar com o seu sangue, tinha salvado Blythe. Ele não olhou para trás para ver se Desiree o seguia, quando ele atravessou o armazém e entrou pela porta que dava para a sede. Perdido em pensamentos sobre o que ele deveria fazer para conseguir com que Desiree o aceitasse como seu companheiro, Set se dirigiu para o templo de Rá. Ele só esperava que o deus do sol falasse com ele e desse a ele alguns conselhos muito necessários.
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Desiree observou Set recuar para trás, enquanto ele atravessava a porta para a sede e batia a porta atrás dele. Pela maneira como ele a agarrou, e pela maneira como ele se segurou tão duramente enquanto se afastava, ela podia dizer que Set estava um pouco chateado com ela. Por alguma razão estúpida doeu. Mas o que ela esperava? E por que ela deveria se importar que ele deu a ela um orgasmo maravilhoso e, em seguida, a deixou? Não era como se ela quisesse ficar e brincar com ele de seu companheiro. Quando ela saiu do armazém, Desiree cruzou os braços sobre o peito e os esfregou. Arrepios irromperam sobre a sua pele, quando ela pensou quão perto Set tinha chegado de mordê-la. E Deus a ajudasse, ela tinha querido. Se ele soubesse o quão perto ela estava de quebrar a sua palavra por ele. Sua boca podia ter dito não, mas ela tinha uma sensação de que se ele tivesse pressionado um pouco mais, ela teria recapitulado a sua decisão. Então, onde estaria ela? Ainda se sentindo um pouco trêmula de sua estreita ligação, ela foi se sentar em seu sofá. Ela deixou seu olhar correr por todos os seus pertences. Sua vida parecia estar correndo para longe dela, e não era ela 79
quem segurava as rédeas. E quando ela pensava em seus sentimentos por Set, Desiree sentia como se ela estivesse em uma montanha russa emocional. Ela o tinha querido por tanto tempo, e agora que ela tinha a ele, ela desejava mais de seu toque. Ela tinha que permanecer forte contra ele, mas cada vez que eles faziam amor, ela sentia que era o mais correto estar em seus braços. Se ao menos eles pudessem ter começado de uma forma diferente. Se Set tivesse permitido a ela conhecê-lo melhor antes de revelar quem ele era, e que tipo de mundo ele vivia, Desiree sabia que ela não estaria lutando contra seus sentimentos por ele agora. Ela caiu de costas contra as almofadas no sofá, pegou dois punhados de seu cabelo e os puxou. Ela tinha que sair daqui, ficar longe de Set, para que ela pudesse colocar a cabeça em ordem. Olhando para a mesa de cabeceira, que tinha sido colocado perto do sofá, Desiree, em seguida, olhou para as janelas. Isto iria funcionar. Isto tinha que funcionar. Porque, de alguma forma, se ela não conseguisse escapar, sem nem uma sombra de dúvida, ela sabia que seria apenas uma questão de tempo, antes de ela deixar Set reclamá-la plenamente como sua companheira.
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O Set ergueu seu rosto para o sol que brilhava pelo teto de vidro do Templo e chamou o deus do sol. — Ra, eu preciso de alguma ajuda aqui. Desta vez Rá respondeu, sua voz profunda enchendo a cabeça de Set.
E para que exatamente você precisa da minha ajuda? — Você sabe que eu encontrei a minha companheira. O que eu posso fazer para conseguir com que ela aceite o que é predestinado, ela me recusa toda vez.
Ra riu. Eu não diria que ela recusou você em todos os modos. Desde que eles encontraram Blythe, Rá de repente achou um senso de humor. Onde o deus de sol costumava ser quase blasé sobre o mundo mortal em alguns aspectos, ele agora parecia mais humano quando 80
dizia respeito a seus sentimentos. Ele também estava passando mais tempo no reino mortal, que ele alguma vez já esteve. Set ficou surpreendido, mais de uma vez, por encontrar Rá sentado na mesa da cozinha, enquanto ele conversava com Blythe. — Sim, bem, isso pode ser verdade, mas não está me fazendo um grande favor. Desiree ainda se recusa a deixar com que eu me alimente dela. Minha fome de sangue está ficando pior. Eu não sei o que fazer para conseguir com que ela me aceite como seu companheiro.
Você deve ser paciente, Set. Desiree só precisa de tempo. — Tempo eu não tenho. Eu não quero passar por aquilo que Mehen passou, antes dele reivindicar Blythe.
Não vai chegar a esse ponto. Diferentemente de Mehen, você entende as mudanças que estão acontecendo dentro de você. Eu asseguro a você que Desiree aceitará esta nova vida que foi escolhida para ela em breve. Em seu tempo de necessidade, tudo se tornará claro para ela e ela dará boas-vindas a você de braços abertos. — Seu tempo de necessidade? O que você quer dizer com isto? Como eu saberei quando ele acontecer?
Você vai saber. Com esta última afirmação critica, a presença de Rá enfraqueceu. Às vezes Set realmente odiava o fato de Rá não dizer exatamente o que ele queria dizer, ao invés de deixar Set adivinhar o significado de suas palavras. Baixando a cabeça, ele esfregou seu estômago em cãibras. Se fosse paciência que ele precisaria para conquistar Desiree, então Set sabia que ele teria que manter distância dela. Estar ao redor dela só o deixava aflito por tocá-la, e se ele a tocasse, ele iria querer fazer amor com ela, e se ele fizesse amor com ela, sua fome de sangue poderia ficar ainda mais forte. Então, ele teria que ficar longe dela. Ele daria um ou dois dias para ver se Desiree sentiria a falta dele ou não. Seria o inferno para ele. Mesmo sabendo que ele não a conhecia há muito tempo, ele já estava apaixonando por ela. Ele não conseguia tirála da sua cabeça. Fazer amor com ela, só tinha feito este sentimento ficar mais forte. Ele não era daqueles que acreditava em amor a primeira vista, 81
mas Set tinha que admitir que Desiree começou a penetrar em seu coração imortal, na primeira vez que seu olhar encontrou o dela no estacionamento do Oásis. Resignado com o fato de que ele teria que tolerar a sua fome de sangue roendo seus intestinos por mais um tempo, ele deixou o templo. Pelo menos ele sabia que não precisava procurar outras mulheres como doadoras. Apesar do pensamento de se alimentar de qualquer outra, exceto Desiree, não lhe provocava qualquer apelo, ele sabia que isto provocaria mais dano que o ajudaria. Só Desiree servia. Ele só esperava que ela viesse a si rapidamente e percebesse que eles estavam fadados a ficarem juntos.
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Capítulo Nove
No momento que Blythe disse a Desiree que o jantar estava pronto, Desiree foi até a cozinha da sede, para comer a sua primeira refeição com o resto dos residentes que viviam lá. Os guerreiros já estavam sentados na grande mesa da cozinha, todos com exceção de Set. Escondendo a decepção que ela não deveria sentir, ela se sentou em um dos lugares vazios à mesa, próximo a Kysen. O guerreiro sorriu para ela. — Fico feliz que você está começando a se estabelecer aqui, Desiree. Tenho certeza que Blythe vai gostar de ter outra mulher ao redor. Ela realmente está em desvantagem. Blythe riu, enquanto colocava um prato de carne assada no centro da mesa, e se sentava na extremidade oposta a Mehen. — Eles podem estar em maior número, mas eu não vou mentir. Que mulher reclamaria de ter que viver com homens tão bonitos assim? Mehen pigarreou alto na ponta da mesa. — O único homem em quem você deveria pensar é em mim. Blythe deu a seu companheiro um sorriso sensual. — Claro que eu penso. Akori gemeu. — Vocês dois terminaram de ficar paquerando um ao outro? A comida vai ficar fria e eu estou faminto. — Vá em frente, — disse Blythe. Ela, então, disse para Desiree, — É melhor você se servir de toda a comida que você quiser na primeira vez, porque eu duvido que sobre alguma coisa depois dos homens se servirem. Quando a comida começou a ser distribuída, Desiree perguntou a Blythe, com uma voz que ele esperava que soasse casual, 83
— E quanto a Set? Não deveríamos esperar por ele? Blythe balançou a sua cabeça. — Não. Ele já comeu. — Oh. Concentrando-se em colocar a comida no prato em que foi passado a ela, Desiree tentou agir como se ela não se importasse se Set estava lá ou não. E daí se ele queria evitá-la? E daí que eles tiveram aquele encontro rápido no pequeno quarto do velho armazém? Só porque ele tinha feito sexo com ela, não significava que ela tinha que pagar o orgasmo com seu sangue. Desiree colocou uma garfada da deliciosa carne assada na boca e mastigou-a lentamente. Quem ela estava enganando? Machucava saber que Set tinha saído, de propósito, de sua rotina, só para evitar estar com ela. Deus, ela estava perdendo sua cabeça. Ela também tinha que conseguir dar o fora dali, antes que ela fizesse algo realmente estúpido, como se apaixonar por Set e todo este negócio de ser sua companheira. O som de Blythe dizendo o seu nome trouxe Desiree de suas reflexões. — O que foi? — Eu estava pensando se você não gostaria de passar a noite comigo, uma vez que os homens vão sair para caçar a noite. Já que só nos duas estaremos aqui, pensei que poderíamos ter uma noite das garotas? Assistir um filme, beber alguma coisa. Desiree sentou-se ereta. Esta só podia ser a oportunidade que ela estava esperando. Com todos os homens fora à maior parte da noite caçando os mortos-vivos, e ela agora com a sua liberdade de andar por toda a sede, não seria difícil encontrar um tempo para escapulir de Blythe. Ela poderia fingir que estava muito cansada e querer deitar mais cedo. Desiree duvidava que Blythe fosse dar uma verificada nela antes de ir dormir. Ela movimentou sua cabeça. — Certo. Isso seria ótimo. 84
Blythe sorriu. – Bom. Tenho certeza que nós podemos encontrar algo no pay-per-view. Você pode vir para o meu quarto e de Mehen quando os homens partirem. — Eu estarei lá. Depois disto a refeição passou silenciosamente. Desiree notou que Blythe não havia brincado, quando ela disse que provavelmente não sobraria nada depois dos homens se servirem da comida. Ao final da refeição o rosbife tinha sido devorado rapidamente, junto com a maior parte do purê de batatas e legumes. Desiree estava feliz que não era ela a pessoa responsável por alimentar de maneira regular os guerreiros Ela sabia cozinhar, mas não era a sua coisa favorita no mundo para se fazer. Querendo que os outros, em particular Blythe, acreditassem que ela estava começando a aceitar seu destino, Desiree ajudou Blythe com a limpeza após o término do jantar. Uma vez que os pratos tinham sido lavados e colocados no lugar, Blythe se desculpou e disse que ela queria passar algum tempo com Mehen, antes dele sair para a noite. Depois de prometer encontrar Blythe mais tarde, Desiree deixou a cozinha e voltou para os aposentos de Set. Claro que ele não estava lá. Com seus planos para a noite circulando dentro de sua cabeça, Desiree se sentou na cama, enquanto ligava a TV. Esperando que amanhã neste mesmo horário ela estivesse bem longe dali. Ela odiava ter que deixar todos os seus pertences para trás, mas era um preço que ela alegremente pagaria para conseguir sua liberdade de volta.
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Set assistiu Mehen arrastar Blythe em seus braços e beijá-la profundamente, quando disse adeus a ela. O modo como eles se beijaram, você pensaria que eles iriam ficar separados por meses em vez de horas. Era assim que os pares acasalados sempre agiam quando não podiam estar juntos. No passado, Set tinha sido indiferente às exibições de afeto deles. Ele realmente não conseguia ver a razão para eles se apegarem um ao outro tão desesperadamente, quando sabiam que sua separação não era permanente. Agora que ele tinha encontrado Desiree, ele começou a 85
entender. Ver Mehen e Blythe juntos fez Set cobiçar segurar Desiree em seus braços do mesmo modo. Ele queria o gosto dela em sua língua e seu perfume em sua pele, quando ele saísse para caçar, como uma lembrança do que ele tinha esperando por ele na sede. Takan surgiu atrás dele. — Então, você está pronto para outra noite de caça? Set grunhiu. — Mais que você possivelmente possa imaginar. — Não se preocupe. Desiree virá a si. Basta ter paciência. Ele grunhiu novamente. — Você é a segunda pessoa que me diz isto. Rá disse a mesma coisa para mim hoje. É fácil me dizer para ser paciente, quando você não é a pessoa que tem que lidar com a constante fome de sangue arranhando suas entranhas. Só de pensar o quão perto ele chegou de se alimentar de Desiree no quarto de armazenamento, fez as garras cravarem um pouco mais fundo. Set rangeu os dentes, quando ele envolveu um braço sobre o meio de seu corpo. Se ele não tivesse que lidar com a sua fome de sangue, ele teria tido toda a paciência no mundo para esperar por Desiree, mas o modo como ele se sentia agora, não ia tornar isto possível. — Faça o que você fizer não a force, — Takan disse. — Ou plante a sugestão para deixar você se alimentar dela. Você simplesmente vai fazer mais dano do que bem. — Diga-me algo que eu já não saiba. Set tinha pensado em plantar a sugestão na cabeça de Desiree como faria com qualquer outro doador, mas isso durou alguns milissegundos. Ela era sua companheira. Não uma doadora que ele iria virar as costas, no segundo que ele terminasse de se alimentar, e apagar a sua mente. Se não era para ter confiança entre eles, ele não poderia simplesmente pegar o que ele queria. Takan bateu-lhe no ombro. 86
— Eu vou manter os meus dedos cruzados, para que você encontre muitos mortos-vivos, para colocar para fora suas frustrações. — Faça isso. Quando Takan moveu-se para fora da sede com o resto dos guerreiros, Set moveu-se atrás deles. Ele rezou como o inferno para ter sorte e estar tão ocupado eliminando os mortos-vivos, que ele seria capaz de desmoronar quando chegasse em casa. Ele conseguiu evitar Desiree no jantar, mas ele sabia que não seria capaz de ficar longe dela para sempre. O pensamento dela em sua cama, morna e relaxada com sono, iria conduzi-lo a ela como nada mais poderia. Sentindo seu pau endurecer e seus caninos começarem a doer, Set sabia que ele iria passar a maior parte da noite nesta condição.
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O guerreiro morto-vivo moveu-se rapidamente ao seu destino, cuidando para não chamar a atenção de todos os mortais por quem ele passava. Criado para combater, mas também para obedecer Sek, seu mestre, em todas as coisas, ele estava sobre suas ordens, com o único intento. Encontrando o que seu mestre disse que ele encontraria, quando alcançasse o lugar que tinha sido enviado, ele cruzou a expansão do lote pavimentado. Chegando a seu objetivo, ele tentou abri-lo, mas estava fechado. Um segundo mais tarde, como se sozinho, de repente se ergueu. O guerreiro morto-vivo sabia que isto tinha sido obra de Apep, o deus demônio. Isto tinha sido plano dele e Sek lhe tinha dito que, se ele falhasse, Apep apreciaria rasgar membro por membro dele, antes de tomar o restante de sua alma. O guerreiro morto-vivo ajustou a espada, que ele usava em suas costas sob seu casaco, e subiu dentro do lugar onde devia esperar. Quando o tempo certo chegasse, ele contactaria telepaticamente seu mestre. Depois que ele fechou a tampa, deitou-se para esperar por sua chance.
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Sabendo a hora que os guerreiros saiam para caçar, Desiree esperou dez minutos para ter certeza que eles realmente partiram, antes de ir e bater na porta do quarto de Mehen e Blythe. Blythe atendeu a porta e acenou para que ela entrasse. — Entre. Eu já servi o vinho. — Blythe indicou para Desiree tomar um lugar na cama, antes dela se dirigir até a cômoda e pegar dois copos de vinho. — Eu espero que você goste de vinho branco. Desiree sentou-se. — Branco está bom. Eu realmente não sou uma grande fã de vinho tinto. Blythe se sentou próximo a ela e usou o controle remoto para percorrer os canais até chegar à estação do pay-per-view. — Nem eu. Então o que vamos assistir? Nós temos filmes de ação, um triller, uma comédia ou filme de ação. — Que tal o filme o ação? — Desiree já tinha visto o filme no cinema, assim ela sabia que não era muito longo. Quando Blythe selecionou o filme que elas queriam assistir, ela disse, — Então como estão as coisas entre você e Set? Você esta achando isto mais fácil de aceitar agora que você dois são…você sabe? Apesar de si mesma, Desiree sentiu-se corar. — Eu tenho a sensação que é difícil manter tudo em segredo por aqui. Blythe riu. — Vivendo tão próximo é inevitável que a gente não saiba da vida de todo mundo. — Ela então ficou mais séria. — Eu esperava que, uma vez que você e Set dormissem juntos, você deixaria ele se alimentar de você. 88
Desiree sentiu suas costas subirem. — Eu não estou pronta para isso. Vai demorar um pouco para me acostumar, — ela disse defensivamente. — Eu não quero me intrometer, realmente. Eu só estou pensando sobre o que Set deve estar passando. — O que você quer dizer com isso? — Set não te disse que, agora que ele achou você, ele não será mais capaz de se alimentar de outra? — Sim, ele disse. Ele disse que em breve não seria capaz de se alimentar-se de doadoras, porque elas já não satisfariam sua fome de sangue. Desiree não tinha certeza se Set não tinha usado sua fome de sangue, como uma desculpa para fazer com que ela sentisse pena dele e lhe permitisse se alimentar dela. Mas pelo olhar preocupado de Blythe, ela teve que se perguntar se ele não tinha dito a verdade, afinal. Blythe bufou. — Eu aposto que ele também não te disse o que iria acontecer com ele, se a sua fome de sangue se tornasse aguda. — Não, ele não disse. — Entenda. Não é apenas como se ele ansiasse por sangue, ele precisa de seu sangue para ajudá-lo a sobreviver. Ele já começou a mostrar sinais de fome extrema de sangue. — Sinais? — Segurar seu estômago e mostrar um olhar tenso em seu rosto pela dor. Eu acho que ele já pode até ter começado a perder um pouco de peso. — Dor? — Desiree não gostou da ideia de Set estar com dor, não importava o quanto ela se ressentiu por ele a manter praticamente como uma prisioneira. — Seu estômago já começou a ter câimbras. Quanto mais tempo ele ficar sem se alimentar, piores serão as câimbras. Seu estômago começará a comer-se de dentro para fora. Ele vai, eventualmente, atingir o estágio em que ele nem mesmo será capaz de comer. Ele vai morrer de 89
fome. Desiree engoliu o caroço que de repente se formou em sua garganta. Ela não queria que Set sofresse de fome. Ela limpou a garganta. — Então só o meu sangue satisfará sua fome de sangue e o impedirá de morrer de fome? — Sim. Só você. Eu acho que este é o modo que meu pai encontrou para manter os casais juntos. Depois que a minha mãe, que ele amava, abandonou-o quando estava grávida de mim, acho que ele quer ter certeza que isso não vai acontecer aos seus Escolhidos. Saber que Set agora só podia sobreviver com o seu sangue, deu a Desiree uma nova perspectiva sobre que ela tinha planejado fazer naquela noite. Ela poderia deixá-lo, se isso significava que ele estaria com uma dor ainda maior, quanto mais ela ficasse longe dele? Quando Blythe começou o filme, Desiree tomou um grande gole de seu vinho. Será que ela estava sendo egoísta de querer ganhar sua liberdade? Ela deu a si mesma uma sacudida mental. Ela não pediu nada disso. Ela não pediu para ser a companheira de um dos Escolhidos de Rá. Ela tinha que tentar isso. Ao menos, ela mostraria a Set que ela não ia apenas deitar e deixá-lo controlar a sua vida. E saber que ele se tornaria tão dependente dela, a fazia se sentir como se ela não tivesse suficiente ar em seus pulmões. Talvez Blythe estivesse apenas exagerando o que Set, supostamente, iria passar, para jogar com sua simpatia. Mais determinada do que nunca a fugir, Desiree empurrou os pensamentos sobre Set e sua fome de sangue para o lado. Estava na hora de pensar sobre si mesma. Estava na hora de pensar sobre suas necessidades antes das dele. Ela iria continuar com seu plano.
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Capítulo Dez
No meio do filme, Desiree forçou-se a bocejar largamente. Após a quarta vez, Blythe finalmente notou. — Cansada? Desiree cobriu outro grande bocejo com sua mão e anuiu. Quando o bocejo terminou, ela disse, — Sim. Eu acho que os últimos dias estão começando a pegar. Eles têm sido um pouco estressantes. — Isto é compreensível. Por que você não vai para a cama? Eu não me importo. Haverá muitas outras noites para nós fazermos isso. Se hoje à noite funcionasse, Desiree sabia que não teriam, mas ela não disse isso a Blythe. — Você tem certeza? — Positivo. Vá para a cama. Eu vou assistir o resto do filme e tomar um pouco mais de vinho. Também estou me sentindo cansada e não vou esperar acordada por Mehen retornar, antes de eu me estalar. Desiree deslizou para fora da cama e pôs o seu copo vazio em cima da cômoda. — Bem, obrigado pela noite. Como você disse, vamos ter que fazer isso novamente algum dia. Tenha uma boa noite de sono. — Você também. Depois que ela saiu no corredor e fechou a porta atrás dela, Desiree caminhou depressa para os aposentos de Set. Assim que ela se fechou dentro, seu coração começou a bater mais rápido. Ela andou de um lado para outro ao longo do comprimento do quarto. Querendo ter certeza que Blythe pensaria que ela estava realmente adormecida, Desiree esperou meia hora antes de pôr a próxima fase de seu plano em ação. Quando os trinta minutos se passaram, ela se sentia ferida ao máximo. Desiree agarrou sua bolsa da cômoda de Set e abriu rapidamente 91
para ter certeza que as chaves do carro ainda estavam do lado de dentro. Elas estavam. Desde que ela não tinha visto seu carro estacionado dentro do estacionamento do velho armazém, e ninguém mencionou nada sobre isto, ela assumiu que ele ainda estava estacionado no estacionamento atrás do Oásis. Também era uma parte importante de seu plano de fuga. Se ela conseguisse chegar até o bar e descobrisse que seu carro não estava lá, ela não saberia o que fazer. Ela só esperava que seu chefe não tivesse rebocado seu carro, uma vez que ele tinha estado lá por dias. Quem sabe, ele até poderia ter chamado a policia, preocupado porque um estranho tinha se demitido por ela. Se isso tivesse acontecido, a polícia poderia ter rebocado o carro para evidências. Mas, Desiree tinha uma sensação, que Set era esperto o suficiente para não provocar nenhum alarme de advertência. Não querendo pensar sobre toda a desgraça e tristeza, antes mesmo de ter começado, ela calmamente abriu a porta dos aposentos de Set e enfiou sua cabeça para o corredor. Ele estava vazio. Silenciosamente, ela deixou os aposentos e fechou a porta atrás dela. Seu coração batia ruidosamente em seu peito, quando Desiree pegou os seus sapatos e correu silenciosamente para a porta que ligava a sede a seção do antigo armazém. Com uma oração muda, agradecida que nenhuma das portas na sede guinchou, ela caminhou até o velho armazém e foi direto para a sua mesa de cabeceira. Só levou um minuto para ela colocar seus sapatos de corrida e mover a mesa para baixo de uma das janelas. Sabendo que o tempo era essencial, ela saltou sobre a mesa e desbloqueou a tranca, que abriu facilmente, deixando um espaço grande o suficiente para ela passar. Desiree subiu e atravessou a janela. Ela se pendurou pelos dedos no lado de fora do prédio e olhou para abaixo. Era uma queda e tanto, mas, contanto que ela pousasse bem, ela pensou que poderia lidar com isso. Respirando fundo, ela saltou o peitoral da janela. Quando ela aterrissou, ela sentiu o choque em suas pernas, mas ela rapidamente se sacudiu e correu para o alto alambrado que cercava a propriedade. Feliz por ter sido um pouco moleca quando criança e subido seu quinhão de árvores, Desiree enganchou seus dedos e pés na cerca e começou a subir. Parecia que ela tinha levado muito tempo para chegar ao topo, girar e descer pelo outro lado. A qualquer minuto, ela esperava que Blythe viesse correndo para fora, procurando por ela. 92
Com seus pés no chão sólido, Desiree deu um suspiro de alívio. Até agora, tudo bem. Mantendo-se nas sombras, ela correu ao redor do prédio para a rua em frente. Ela manteve-se correndo, deixando a sede para trás. Seguindo a sua orientação, ela se dirigiu para a área onde ela sabia que mais de um armazém tinha sido convertido em loft. Tinha que haver mais do que uma pessoa fora de casa, nesta hora da noite. Não era assim tão tarde. Ela planejou se misturar, enquanto ela chamava um táxi para buscá-la. Quando ela se aproximou do primeiro armazém, viu um táxi parar. Esperando que o motorista de táxi estivesse deixando alguém e não pegando, ela aumentou a velocidade. Hoje era seu dia de sorte. Quando o táxi parou, a porta dos fundos se abriu e um jovem casal saiu. Arfando da corrida, Desiree agarrou a porta, antes que o homem pudesse fechá-la. Ela perguntou ao motorista se ele podia a levar como sua próxima corrida. Quando ele disse sim, ela entrou e fechou a porta. Ele se afastou do meio-fio, enquanto ela dava o endereço para o Oásis. Desiree recostou-se no banco e sorriu. Ela conseguiu escapar. Agora tudo o que tinha a fazer, era chegar ao seu carro, antes que Set voltasse e descobrisse o seu desaparecimento.
*****
Depois de um par de horas caçando, Set finalmente derrubou o seu primeiro morto-vivo. Uma vez que o morto-vivo tinha se decomposto, ele embainhou sua espada nas costas. Ele enxugou o suor da testa. Embora a noite, realmente, não tinha afugentado todo o calor, ele ainda estava vestindo a sua jaqueta de couro para esconder a espada. Era melhor suar suas bolas, do que ter seu traseiro preso. Ele tinha acabado de começar a se mover, quando seu telefone celular começou a vibrar. Reconhecendo o número do celular de Blythe, ele abriu. — Está tudo bem? Mehen esta ok? — Por que você acha que algo aconteceu com Mehen? — ela 93
perguntou. — Porque você normalmente não me liga enquanto eu estou caçando. Se não é Mehen, então o que é? Blythe não responde imediatamente. Quando ela respondeu, disse suavemente, — Só promete que você não fica com raiva de mim. Desiree veio imediatamente á sua mente. Set teve que respirar profundamente antes de dizer, — Eu não vou ficar bravo. O que aconteceu? — Bem, ela fugiu. — O que você quer dizer com ela fugiu? Eu pensei que vocês duas estavam tendo uma noite de garotas. — Suas palavras estavam cortadas, mas era melhor do que gritar com Blythe, o que ele estava realmente tentado a fazer. — Nós estávamos, por cerca de uma hora. Desiree parecia exausta, então eu sugeri que ela fosse para a cama mais cedo. Isso foi mais ou menos quarenta minutos atrás. Eu só fui dar uma olhada nela e achei o seu quarto vazio. Set apertou o celular tão forte, que ele ficou surpreendido por não ter esmagado a coisa. — Como ela saiu? Talvez ela só esteja escondida em algum lugar no prédio. — Eu verifiquei em todos lugares. Ela não esta aqui. Eu também achei uma janela aberta no velho Armazém. Parece que ela usou uma peça da mobília para escalar a janela. Eu olhei do lado de fora, mas eu não a vi. Set só podia pensar em um lugar que Desiree poderia ter ido... o Oásis. Ele sabia que não ele deveria ter deixado seu carro no maldito estacionamento do bar, quando Takan tinha descoberto que ela possuía um modelo antigo de Honda Cívic. Set lembrou que estava estacionado em uma vaga atrás do bar, na noite que Desiree encontrou, acidentalmente, com ele eliminando aquele morto-vivo. Amaldiçoando sua própria estupidez, Set disse, 94
— Está tudo bem, Blythe. Eu acho que eu sei onde ela foi. Eu tenho que ir. Não esperando Blythe dizer adeus, ele fechou seu telefone com um estalo e o empurrou de volta em seu bolso. Ele duvidava que Desiree tivesse a vantagem de quarenta minutos. Ela teria sido inteligente o suficiente, para esperar até que Blythe pensasse que ela estava adormecida. Mas ela ainda tinha uma boa vantagem, o que significava que Set não tinha tempo para ir buscar seu carro. Ele mergulhou em uma das ruelas e relampejou para o estacionamento do Oásis.
***** Quando o táxi chegou, Desiree pagou ao motorista e, então, fez seu caminho para os fundos do estacionamento. Ela começou a respirar um pouco mais fácil, quando ela viu seu Honda ainda estacionado onde ela o tinha deixado. A primeira vista, o estacionamento parecia vazio de outras pessoas. Foi quase quando ela estava em seu carro, que ela percebeu dois homens na sombra, na parte bem de trás do estacionamento. Desiree congelou, quando ela percebeu que um dos homens estava chupando o pescoço do outro. Um arrepio percorreu lhe a espinha. Ela sabia que o único outro tipo de ser que bebia de um humano eram os guerreiros de Rá, e este homem não era um deles. Como se sentisse a sua presença, o morto-vivo ergueu a cabeça e olhou diretamente para ela. Ele soltou o homem que estava chupando e se virou na direção dela. Congelada de medo, agora sabendo exatamente o que o morto-vivo fazia com suas vítimas, roubando suas almas, bem como as transformando em um deles, Desiree não conseguiu se mover. O morto-vivo lentamente prosseguiu adiante. Seus movimentos eram o suficiente, para fazer com que Desiree desse um passo atrás, e depois outro. O morto-vivo combinou seus passos com os dela, quando abriu a boca e silvou. O coração de Desiree bateu mais forte e ela começou a suar frio, quando o homem que já tinha sido mordido se levantou e juntou-se seu atacante, abrindo sua boca para que ela pudesse ver suas presas. 95
Ela gemeu, com medo de virar suas costas para eles, quando recuou ainda mais. Agora Desiree desejava que ela tivesse ficado na sede dos escolhidos. Sozinha, e não armada com uma lâmina de bronze que destruiria um morto-vivo, ela não achou que iria sair dista. Quando os dois mortos-vivos estavam prestes a se lançarem contra ela, Set apareceu, de repente, no estacionamento. Ele se moveu na velocidade da luz, desembainhou sua espada, e ficou entre Desiree e seus atacantes. A lâmina de sua espada disparou, pegando cada um dos mortos-vivos no pescoço com um único golpe. Ambos caíram e começaram a se decompor. Desiree cobriu a boca e o nariz com sua mão, enquanto ela lutava para amordaçar o fedor terrível dos corpos em decomposição. Mas, para seu horror, aquele que tinha sido recentemente transformado, levou mais tempo para virar pó do que aquele que o tinha atacado. Ela também notou o sangue enferrujado que cobriu a lâmina da espada de Set, quando esta conectou o recém-transformado na garganta. Tremendo, Desiree assistiu Set limpar a espada na pilha de roupas vazias no chão, antes de embainhá-la mais uma vez. Apesar do calor da noite, ela não conseguia parar de bater os dentes. Set se virou para ela com uma proeminente carranca no rosto. Raiva parecia sair em ondas dele. Desiree envolveu-se com os braços. Ela queria se jogar nos braços de Set e o segurar firme, mas ele não parecia estar com vontade de ser gentil com ela. Ela agora também o via sob uma nova luz. Tendo visto o quão rápido um morto-vivo podia transformar uma de suas vítimas, isto mostrou o importante papel que os Escolhidos de Rá desempenhavam no mundo mortal. Sem eles para manterem os mortos-vivos sob controle, a espécie humana deixaria de existir. E se Set e seus companheiros guerreiros fossem aqueles que se mantinham entre os mortos-vivos e mortais, Desiree queria a proteção deles, queria estar segura a trás dos muros de sua sede. Ela esfregou seus braços, enquanto ela tentava se esquentar. — Você está bravo comigo, - ela disse. A carranca de Set endureceu ainda mais. — Você enganou a todos nós, não é, Desiree? Você só fingiu que 96
estava lentamente aceitando sua nova vida comigo. Eu acho que o sexo foi só uma ferramenta usada para me acalmar com complacência. — Não. — Ela agitou sua cabeça. — Não. Isso foi verdadeiro. Set se aproximou. — Se isso foi verdadeiro ou não, não importa. — Ele pegou o braço dela e a empurrou contra seu tórax. — Goste você ou não você é minha. Eu sugiro que você se acostume com o fato, e não dê um golpe como este nunca mais. Da próxima vez, você pode não ser tão sortuda. Da próxima vez, eu não posso chegar a tempo de impedi-la de ser transformada em algo que eu teria que destruir. — Set, me desculpa. — Eu não quero ouvir isso. — Ele a empurrou para longe dele e, em seguida, estendeu a mão. — Dê-me as chaves do seu carro. — Depois de Desiree cavar as chaves em sua bolsa e entregá-las a ele, Set apontou para o Honda. — Isto é o seu carro? — Sim. Agarrando o braço dela uma vez mais, Set a guiou para o lado do passageiro. Uma vez que ela estava lá dentro, ele bateu a porta e andou para o lado do motorista. Sem dizer uma palavra, ligou o motor e saiu do estacionamento. Quando estavam na rua, ela tentou novamente falar com ele. — Eu prometo que isso não vai acontecer de novo, Set. Eu sei que deveria ter confiado em você. Agora que eu vi, em primeira mão, quão mortais os mortos-vivos são, eu entendo. — Nem mais uma palavra, Desiree, — Set disse asperamente. — Não agora. Sabendo que só faria Set ficar ainda mais bravo, se ela continuasse forçando o assunto, Desiree virou a cabeça para olhar pela janela lateral. Ela só esperava que Set superasse o fato de estar zangado com ela, porque o pensamento de estar segura em seus braços fortes era a única coisa que a ajudava a não enlouquecer.
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Capítulo Onze Depois de estacionar o carro de Desiree fora nas docas da sede, Set a ajudou a sair do carro e caminhou com ela até a porta que se abria para os alojamentos. Não importava agora que Desiree soubesse qual porta levaria para o exterior. Sua fuga tinha sido um ponto discutível. Set socou o código no painel de segurança na parede e, em seguida, empurrou a mão sobre a pedra abaixo. Desiree prendeu a respiração, quando viu uma agulha com uma gota do sangue dele agarrado à ponta, desaparecer novamente sob a superfície. Ele capturou o olhar dela e lambeu a mancha de sangue de seu dedo, curando a perfuração, como se nunca tivesse existido. O olhar de Desiree disparou do dedo dele para seu rosto, antes dela se concentrar em sua boca. Ignorando a súbita onda de luxúria que surgiu nele, Set empurrou a porta e a conduziu todo o caminho até seus aposentos pessoais. Ele não soltou o braço dela até que ela parar no meio do quarto. Com uma voz rouca, ele disse: — Se você souber o que é bom para você, você vai ficar aqui. Eu vou dizer a Blythe que você está de volta. Ela estava preocupada com você. Daí, eu vou para colocar o seu carro no antigo armazém. Não dando a Desiree uma chance de responder, ele saiu do quarto e firmemente fechou a porta atrás dele. Enquanto caminhava pelo corredor, ele apertou as mãos ao lado do corpo. Tinha sido por pouco. Ele não era daqueles que sentia medo por qualquer coisa, mas seu coração tinha praticamente pulado para fora de sua garganta, com a visão de Desiree parada no estacionamento, com dois mortos-vivos a ponto de atacá-la. Depois que ele tinha acabado com os mortos-vivos, Set sentiu seu temperamento chamejar. Desiree tinha realmente fugido dele. Tendo dormido com ela duas vezes, ele pensou que tinha conseguido ultrapassar esta fase. E que o único obstáculo que teria de superar, era a recusa de Desiree em permitir que ele se alimentasse dela. Ele tinha sido paciente. Ele aturou as dolorosas cólicas, á medida que ele dizia a si mesmo que ela viria a si. Set ficou na espera. 98
Blythe abriu a porta de seu quarto e de Mehen no minuto em que ele ergueu a mão para bater. — Você achou Desiree? — Sim. — Ela está bem? — Sim, embora se eu tivesse chegado um pouco mais tarde, ela teria aderido às fileiras dos mortos-vivos. — Ela chocou-se com um morto-vivo? — Dois deles. Enfim, eu apenas pensei em informá-la que ela está de volta. — Ele tirou as chaves do carro do bolso de sua jaqueta de couro e as entregou para Blythe. — Quando Mehen voltar, você pode pedir para ele para pegar o meu carro? Eu vou estar um pouco ocupado com Desiree, para pegá-lo. — Ele disse, então, o nome da rua onde ele o tinha deixado. Blythe deu a ele um olhar desconfiado. — Não seja tão duro com ela, Set. É uma sensação esmagadora ser arrancada de uma vida e despejada na de vocês, especialmente quando você não sabe o que se esconde no escuro. — Vou levar isso em consideração. — Ele começou a recuar. — Você também pode dizer a Mehen que estou colocando carro de Desiree no antigo armazém. Eu não quero deixá-lo lá fora. — Eu direi. Set levou o Honda para os fundos do armazém, usou a sua mente para abrir o portão e, em seguida, dirigiu para dentro. Ele estacionou o carro na entrada, antes de fechou a porta atrás dele. Pensamentos de quão perto ele chegou de perder Desiree enchiam a sua cabeça, quando ele saiu do carro e bateu a porta. O som ecoou pelo armazém. Ele não sabia se ele queria torcer o pescoço Desiree ou beijá-la sem sentido. Enquanto ele voltava para seus aposentos, ele sentiu que sua ira foi de um chiar para o ponto de fervura. Desiree tinha realmente fugido dele. Ela tinha brincado com ele. Dado a ele um pouco de sexo alucinante, o levado a acreditar que ela só precisava de um tempo para se adaptar, e 99
ele tinha caído nesta. Ele tinha abaixado a sua guarda. Depois que ele abria a porta, ele a bateu e se preparou para inquirir Desiree. Quando ela o olhou, com os olhos brilhantes de lágrimas derramadas, do lugar onde ela estava sentada na cama, a raiva dele se dissipou. A visão de uma solitária lágrima escorrendo pelo rosto de Desiree o desfez completamente. Ele atravessou o quarto em duas grandes passadas e tomou-a nos braços. Sua boca desceu sobre a dela, enquanto ela estendia a mão e agarrava a frente de sua camisa. Toda a raiva que ele sentia se transformou em uma necessidade intensa. Enquanto ele a beijava, empurrando sua língua dentro da boca dela, Set a soltou apenas o tempo suficiente para tirar a jaqueta e sua espada das costas. Segurando o rosto dela em suas mãos, Set aprofundou seu beijo. Desiree gemeu. O cheiro de sua excitação perfumava o ar ao seu redor. Seu pênis ficou tão duro quanto uma pedra. Lentamente, ele a abaixou sob a cama e se estendeu ao seu lado, com uma perna posicionada entre as dela. Desiree afundou sua vagina contra a coxa dele, quando o beijo se tornou mais exigente. Ela agarrou a parte inferior de sua camiseta e a puxou para cima. Ele liberou a boca dela para arrancar a camiseta fora de sua cabeça e jogála no chão. Ele olhou para Desiree e usou o nódulo de seu dedo para limpar a lágrima no rosto dela. Desiree colocou a mão sobre a dele e esfregou seu rosto contra a sua palma. — Me desculpa, Set. Eu não vou correr de novo. — Eu sei, — disse ele, sua voz rouca de desejo. Ele sabia. Isso tinha que ser o tempo da necessidade de Desiree, que Rá tinha lhe dito. Ela levantou um dedo e o correu pelo lábio inferior dele. — Faça amor comigo. Preciso sentir você dentro de mim. Set suavemente beliscou a ponta do dedo dela com uma de suas presas. 100
— Eu pretendo fazer isso. Eu vou estar tão profundamente dentro de você, que você nunca pensará em me deixar novamente. Reivindicando os lábios dela mais uma vez, ele a beijou até que ele a teve gemendo. Não querendo sair da sua boca, Set agarrou a gola da camisa de Desiree e rasgou o meio, antes de rasgá-la fora. Ele desabotoou o sutiã e puxou para baixo dos braços dela, tirando-o. Set deixou a boca dela e beijou uma trilha ao longo de sua mandíbula. Incapaz de evitar, ele arrastou a língua ao longo da grande veia do pescoço dela, mas ele não a mordeu. Em vez disso, ele continuou para baixo, em direção aos seios. Seus mamilos rosa pálido estavam apertados em gemas. Ele inclinou a cabeça e girou sua língua ao redor de cada um. Desiree enroscou seus dedos nos cabelos dele, segurando-o contra ela. Abrindo a boca, ele chupou um mamilo. Com cada puxada de sua boca, Desiree balançava os quadris, trituração sua vagina contra a coxa dele. Seu pênis empurrou dentro de suas calças. Set se aninhou entre os seios dela, abriu a sua calça e levou a mão Desiree a sua ereção. — Toque me, — disse ele contra a pele dele, sua voz rouca de desejo. Um gemido profundo brotou do peito dele, quando ela envolveu a mão ao redor de seu pênis e lentamente bombeou para cima e para baixo em seu comprimento. Enquanto ela continuava a acariciá-lo, Set desabotoou as calças dela, precisando tocá-la. Ele enfiou a mão dentro de sua calcinha e gemeu quando ele encontrou sua vagina molhada com seus sucos. Ele empurrou um dedo dentro dela e bombeado para dentro e fora de seu núcleo, no mesmo ritmo que os golpes dela em seu pênis. Quando ele empurrou um segundo dedo na vagina dela, Desiree levantou os quadris. As paredes em seu interior se apertaram contra os dedos dele, quando ela começou a montá-los. — Set, por favor. Eu preciso de você agora. Set sentiu suas presas se estenderem, passando por seu lábio superior. Ele ergueu a cabeça e encontrou o intenso olhar de Desiree. — Eu vou te tomar com o meu pau e as minhas presas. Seja minha. 101
Ele esperava que Desiree recusasse mais uma vez, mas em vez disso, ela colocou a mão na parte de trás da cabeça dele e trouxe sua boca até a dela. Ela enfiou a língua dentro da boca dele e lambeu cada uma de suas presas. Ele estremeceu de prazer. Pegando as calças dela, ele as arrancou, juntamente com sua calcinha, para baixo de seus quadris. Desiree tirou os sapatos e, em seguida, se contorceu debaixo dele, tentando ajudá-lo a empurrar a calça por suas pernas e retirá-la. Eles, então, trabalharam juntos para tirar as botas e o jeans dele. Usando sua coxa, Set separou as pernas de Desiree para ficar entre elas. A ponta do seu pênis esfregou contra a sua vagina molhada. Set sentiu seus sucos cobrirem a cabeça de seu pau, enquanto ele balançava seus quadris contra os dela. Ele, então, recuou e embainhou seu pênis dentro dela com uma punhalada. A sensação de suas paredes internas lisas se fechando em torno de seu eixo, tomando todo ele, fez Set cerrar os dentes, enquanto ele lutava para não gozar. Estar dentro da vagina de Desiree era um prazer que ele nunca queria desistir. Ele enganchou uma das pernas dela sobre o seu braço, para que ela pudesse tomá-lo mais profundamente e bombeou o quadril entre as coxas dela. Os gemidos sussurrados de Desiree enchiam o quarto, enquanto ela se agarrava em seus ombros. — Preciso de mais. Mais duro, — ela ofegou. Set impulsionou mais forte, saindo quase completamente fora do corpo dela, antes de empurrar para dentro. Seu pênis estava tão duro, que ele se sentia como se fosse explodir a qualquer minuto. Cada vez que ele bombeava dentro dela, sentia a cabeça de seu eixo contra o útero dela. Depois de quase perdê-la, ele precisava disso, para reafirmar que ela ainda era dele. Soltando a perna dela, Set elevou-se acima de Desiree e descansou seu peso sobre suas mãos. Ele penetrava em sua vagina com fortes investidas. Assim que ela começou a gozar, ela jogou a cabeça para trás. O olhar dele se concentrou na grande veia na lateral do pescoço dela, que palpitava no compasso de seu batimento cardíaco. Sua fome de sangue subiu à superfície, fazendo suas presas doerem e seu corpo se apertar, enquanto ele sentia que seu orgasmo estava quase o alcançando. 102
Set continuou a montar Desiree, até sentir a última vibração do clímax dela. Ela abriu os olhos e olhou para ele. Lentamente, ele se abaixou e lambeu a lateral de seu pescoço. Ele roçou uma presa, para dar a Desiree uma última chance de recusá-lo. Ela estremeceu debaixo dele, virou a cabeça para o lado e colocou a mão na parte de trás da cabeça dele, para segurá-lo contra ela. Era todo o convite que ele precisava. Abrindo a boca, Set afundou as presas em sua pele macia. Quando o primeiro jorro de sangue encheu a boca dele, as cãibras que o tinham assolado desde que ele encontrou Desiree, desapareceram. Ele se sentiu mais forte do que ele já tinha se sentido. O sangue dela tinha o gosto do néctar mais doce. Todas as outras doadoras que ele já tinha se alimentado, não se comparavam a Desiree. A palavra minha martelava em sua cabeça, ao mesmo tempo que seu corpo estocava no dela. Enquanto ela se segurava nas costas dele, Set sentiu a vagina dela agarrar o seu pênis, quando ela alcançou novamente o orgasmo. Ele estocou mais rápido. Quando ele começou a gozar, ele removeu suas presas do pescoço dela e arrastou a língua ao longo da marca da mordida, para selá-la. Em seguida, com um berro alto, ele estocou uma última vez. Seu clímax parecia nunca terminar, enchendo-a com seu esperma. Quando ele deu a ela tudo o que tinha, ele caiu em cima de Desiree. Sabendo que ele era muito mais pesado, ele rolou para o lado e puxou a perna dela sobre o seu quadril. Ela lutou para recuperar o fôlego e olhou nos olhos dele. — Isso... foi incrível. Eu sei que você tinha me dito que seria agradável, mas eu não achei que seria tão bom. — Ela acariciou a bochecha dele. — Eu nunca mais vou te recusar outra vez. — O que fez você mudar de ideia? Desiree mordeu o lábio inferior. — Esses dois mortos-vivos. Ver a rapidez com que uma vítima se transformou em um, coloca toda essa coisa de mortos-vivos em uma perspectiva muito mais clara para mim. Eu andei por aí sem saber o que se escondia no escuro. Me assusta saber que essas coisas existem. Quando eu estou aqui, estou segura e protegida. Set tirou uma mecha do cabelo dela fora de sua testa. 103
— Esse é o único motivo pelo qual você deixou eu me alimentar de você? Porque eu posso protegê-la dos mortos-vivos? Ela balançou a cabeça. — Não. Eu percebi, quando eu estava ali com os dois mortos-vivos me olhando fixamente, que a única pessoa que eu queria para me salvasse, que me recolhesse em seus braços fortes e me levasse para longe das coisas que fazem barulho durante a noite, é você. As palavras de Desiree fizeram o coração dele bater um pouco mais rápido. — Você é minha companheira, Desiree. Eu quero ter com você o que Mehen e Blythe têm. E me sentirei melhor quando o vínculo de sangue existir entre nós dois. Então, eu sempre estarei com você. Ele levou o interior e o seu pulso até a boca, mas Desiree o parou, antes que ele pudesse romper a pele com as presas. Ele franziu o cenho. — Não me olhe assim. Prometo que tomarei seu sangue para formar o vínculo, mesmo não sabendo se eu vou gostar, mas não esta noite. Por favor. Blythe me explicou como é o vínculo, que vamos estar um dentro da cabeça do outro. Eu quero esta proximidade com você, mas eu tive excitação suficiente para uma noite. Apenas me dê um dia ou dois. Isso é tudo que peço. Set anuiu e, em seguida, puxou a cabeça dela para debaixo do seu queixo, enquanto ele a abraçava. — Eu posso esperar. Eu sugiro que você durma um pouco agora, porque eu estou longe de ter terminado com você esta noite. Desiree sorriu contra o oco da garganta dele. — Eu sugiro que você faça o mesmo. Eu tive algumas fantasias com um certo guerreiro, e agora que eu o tenho, eu quero torná-las reais. Ele apertou seus braços ao redor dela, enquanto seu pênis estremeceu por suas palavras provocantes. Ia ser uma longa noite para os dois. Com Desiree como sua companheira, Set tinha a sensação de que seria uma longa noite, todas as noites dali em diante.
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*****
O guerreiro morto-vivo se preparou para enviar uma mensagem silenciosa a seu mestre, de dentro do porta-malas onde ele estava enrolado. Quando o carro partiu com ele escondido dentro, ele sabia que o plano do deus demônio estava a um passo de se concretizar. Em seguida, o carro estacionou novamente. Mestre, ele chamou. Tudo está indo conforme o planejado. Até agora nenhum dos guerreiros sentiu a minha presença. A voz de Sek encheu a cabeça dele. Bom. Apep está protegendo você deles. Aguarde para fazer seu movimento. O amanhecer está se aproximando. Você sabe o que fazer quando a noite cair novamente. O guerreiro morto-vivo já sentia a noite se esvaindo. Sim, senhor. Vou manter contato quando completar o resto da minha missão. Não falhe. Vou ser punido se você fracassar. Apep nos punirá os dois. Ele fará isso. Quando a presença de Sek desapareceu, o guerreiro morto-vivo fechou os olhos e dormiu.
Capítulo Doze Desiree despertou com a sensação de um corpo masculino quente em torno dela. Ela sorriu quando pensou em todas as vezes que Set a tinha tomado durante a noite. Para um homem de alguns séculos de idade, ele tinha o vigor de um adolescente. Ele também se alimentou dela duas vezes mais. Tê-lo afundando as suas presas no seu pescoço, enquanto seu pau a enchia era a coisa mais erótica que ela já tinha experimentado. Set a tinha levado ao orgasmo, então a mordido e ela tinha sido lançada de volta para um outro. O prazer foi tão intenso que Desiree não tinha certeza se ela não tinha desmaiado por alguns segundos em um deles. Ela virou a cabeça para olhar para Set, que dormia ao lado dela. Seu peito musculoso subia e descia a cada respiração. O olhar dela percorreu carinhosamente o rosto dele. Ela podia ver a sombra de uma 105
barba em seu rosto, queixo e lábio superior. Desiree resistiu ao impulso de correr os dedos sobre as sobrancelhas dele. Set tinha merecido o seu descanso. Então, para não acordá-lo, Desiree virou lentamente para o lado e apoiou a cabeça sobre a sua mão, para que ela pudesse olhar para baixo em Set. Agora que ela tinha aceitado quem e o que Set era, ela achou que seus sentimentos por ele estavam muito mais fortes. Olhando para trás, a forma como o relacionamento deles tinha começado, ela teve que admitir que ele nunca tinha feito nada para machucá-la. Ele havia tirado a sua liberdade, mas agora que ela compreendia melhor os mortos-vivos, a partir da sua indesejada experiência em primeira mão, ela sabia que ele tinha feito isso para protegê-la. E para ter certeza que o conhecimento sobre eles nunca chegaria às pessoas erradas. Desiree sabia que se a verdade sobre os mortos-vivos se tornasse de conhecido dos mortais, os Escolhidos de Rá teriam muito mais dificuldade em fazer o trabalho deles. As pessoas tendem a surtar. Elas também tendem a causar uma histeria coletiva sobre as coisas que elas não entendem ou temem. Desiree suspirou para si mesma, enquanto observava o sono de Set. Ela poderia admitir isto agora. Ela o amava. Ela tinha uma sensação que ela começou a se apaixonar por ele meses atrás, quando ela o observava de longe, juntamente com os outros guerreiros no Oasis. Desiree não sabia se Set a amava, mas ele precisava dela de uma maneira que nenhum outro homem precisava. Ele gostava do corpo dela e queria um vínculo que os uniria ainda mais, dando-lhes o conhecimento de como cada um se sentia em relação ao outro. Se ele não a amava agora, Desiree sabia que ela estava disposta a fazer com que ele a amasse. E se eles realmente se tornassem companheiros e Rá concedesse a ela a imortalidade, como ele concedeu a Blythe, ela teria a eternidade para fazer com que ele a amasse. Set de repente virou e a enfiou embaixo dele. Ele sorriu. — Eu acho que eu peguei a minha companheira me olhando enquanto eu durmo. Ela sorriu de volta, enquanto colocava os braços ao redor do pescoço dele. — O que posso dizer? A vista é tirar o fôlego. 106
— Eu teria que concordar. — Set inclinou a cabeça e roçou os lábios sobre os dela. — Eu tenho que dizer que, acordar com você ao meu lado, é uma ótima maneira de se começar o dia. Mas, eu posso pensar em outra coisa que irá torná-lo ainda melhor. Desiree sentiu a sua ereção esfregar a parte interna da sua perna. — Mmmm, acho que eu poderia concordar com isso. — Pensei que você iria. Set, em seguida, beijou-a intensamente. Ele lambeu o contorno dos lábios dela, antes de empurrar a língua dentro de sua boca. Com suas línguas entrelaçadas, ela se deslocou embaixo dele, para que seu pênis ficasse onde ela queria. Ele colocou uma mão no peito dela e o apertou. Seus mamilos ficaram duros, enquanto sua excitação começava a crescer profundamente dentro de sua vagina. Não importava quantas vezes eles tinham feito amor, Desiree ainda queria mais de Set. Aprofundando o beijo, Set abaixou a mão e pegou seu pau totalmente ereto e o conduziu até a entrada do corpo dela. Ela já estava molhada para ele, então sua ereção deslizou facilmente para dentro dela. Ela gemeu na boca dele, quando seu eixo a preencheu e a estendeu. Então ele saiu e entrou lentamente, mais uma vez. Set manteve seus golpes lentos e constantes. Desiree envolveu seus pés em torno da cintura dele e levantou os quadris para acompanhar o seu ritmo. Ela gemeu novamente, quando ele deslizou mais fundo dentro de sua vagina. Mesmo tendo perdido a conta do número de vezes que Set a fez gozar durante a noite, Desiree sentiu outro orgasmo se construir dentro dela rapidamente. Ela apertou os músculos internos em torno de seu espesso eixo, arqueando as costas, para que ele batesse exatamente no ponto que aumentava o prazer que ela sentia. Pouco antes de ela alcançar o orgasmo, Set passou os braços em volta de sua cintura e a arrastou com ele para se sentarem bem no meio da cama. Desiree ajustou as pernas, para que seus joelhos pousassem no colchão, em cada lado do quadril dele. Ela moveu as mãos para os ombros dele, e se segurou, enquanto ela empalava uma e outra vez em seu pênis. Com seus braços segurando as costas dela, Set se inclinou ligeiramente e sugou um dos mamilos em sua boca. Quando ele chupou, Desiree sentia cada puxada dentro de sua vagina. Ela apertou seu eixo 107
dentro dela, seus movimentos mais exigentes, quando o seu clímax se aproximava. Set soltou seu mamilo e arrastou a língua para a lateral de seu pescoço. Ela estremeceu de antecipação. — Goze pra mim, Desiree, — ele disse roucamente. — Eu quero ouvir a minha companheira gritar o meu nome, quando ela gozar. Ele, então, afundou suas presas no pescoço dela. Isso foi tudo o que bastou para mandá-la para um intenso orgasmo. Ela choramingou: — Oh Deus, Set. Sim! Quando sua vagina ritmicamente agarrou o eixo dele, Desiree sentiu Set começar a gozar, pulsando dentro dela, enquanto ele continuava a se alimentar. Após a última onda de prazer passar, Set retirou suas presas e arrastou a língua sobre a marca da mordida. Desiree segurou o rosto dele e beijou-o suavemente. — Eu acho que eu quero acordar todas as manhãs assim. — Isso pode ser arranjado, — Set disse com um sorriso. Em seguida, ele suspirou. — Eu acho melhor a gente tomar um banho e se vestir. Mehen acabou de me dizer que eu tenho que encontrá-lo na cozinha e levá-la comigo. Ela franziu o cenho. — Ele disse? Eu não ouvi nada. Set riu. — É porque ele disse as suas ordens dentro da minha cabeça. Todos nós podemos nos comunicar com os outros telepaticamente. Vem a calhar, enquanto caçamos. Você e eu seremos capazes de fazer a mesma coisa, uma vez que você tome o meu sangue e forme o vínculo. — Eu também serei capaz de conversar com os outros, posteriormente? — Não. Apenas comigo. — Set, em seguida, ficou sério. — Se nós tivéssemos este laço ontem á noite, você poderia ter sido capaz de me chamar, quando tivesse visto os mortos-vivos, e eu teria relampejado até 108
você ainda mais rápido. Desiree sabia por que Set tinha exposto isso, mesmo sem ter vínculo de sangue com ele. Ele estava preocupado que ela se recusasse a segui-lo. — Eu prometo que vou tomar o seu sangue. — Quando? Você já me aceitou como seu companheiro. Correto? Eu não quero esperar para realmente reivindicar você como minha. Ela olhou amorosamente em seus olhos castanhos. — É claro que eu aceito você como meu companheiro, e tudo o que vai junto com isto. Nós faremos isso hoje à noite, depois que você voltar da caça. Existem algumas coisas que eu quero fazer hoje, antes de tomar esse passo final. — Como o quê? — Bem, para começar, eu deveria, provavelmente, ligar para os meus pais e os deixar saberem que eu estou bem, caso eles tenham tentado ligar para mim. E dizer a eles sobre o novo homem que eu tenho em minha vida. — Desiree, então, pensou em outra coisa. — Eu não vou ser capaz de dizer a verdade sobre você. Ou o que significa eu ser sua companheira. Eu terei que renunciar a eles, no final. Set colocou o cabelo dela atrás da orelha. — Se Rá conceder-lhe a imortalidade, em algum momento, seus pais vão perceber que você não está envelhecendo. Será inevitável. Você vai ficar bem com isso? — Eu acho que sim, mas eu realmente não quero pensar nisso agora. — Está certo. Você vai ter anos antes de se preocupar com isso. — Set gemeu. — É melhor nos apressarmos. Os outros, agora, estão gritando dentro da minha cabeça para nos apressarmos. Desiree sorriu. — Eu acho que é melhor nos apressarmos, então. Eu tomo banho primeiro. 109
Afastando-se dos braços de Set, ela pulou da cama e correu para o banheiro. Quando ela fechou a porta e a trancou, ela riu, quando ouviu Set resmungar sobre como ela o tinha privado da oportunidade de lavar as suas costas. Não querendo que os outros recorressem a bater em sua porta, Desiree rapidamente ligou o chuveiro e entrou. Ela fez um voto silencioso, que ela deixaria seu guerreiro lavar suas costas, juntamente com outras partes dela, muito em breve.
*****
Menos de uma hora depois, Desiree e Set caminhavam para a cozinha de mãos dadas, para encontrar os outros guerreiros e Blythe esperando por eles. Blythe deu uma olhada para eles e correu para dar em cada um, um abraço e um beijo na bochecha. — Eu posso ver que vocês dois resolveram suas diferenças, — disse ela. Blythe, então, se inclinou para Desiree e sussurrou em seu ouvido: — E eu posso ver que você deixou seu guerreiro se alimentar de você. Aposto que você nunca mais vai pensar o sexo da mesma forma novamente. Desiree sentiu o rosto corar, enquanto ela sussurrou de volta: — Você pode apostar nisso. Blythe sorriu. — Eu disse a você. Eu sabia que você iria gostar. Mehen pigarreou alto. — Se você acabou, Blythe, eu acho que deveríamos mudar de assunto. Eu, pelo menos não preciso ouvir mais sobre a vida sexual de Set. — Eu preciso, — Akori disse, com uma risada. Isso lhe valeu um golpe na parte de trás da cabeça de Kysen. — Ow — Kysen ignorou o resmungo, enquanto Denger deu a ele uma carranca. — De qualquer forma, — Mehen continuou. — Blythe me disse ontem à noite sobre a fuga de Desiree e sobre você tê-la resgatado de um 110
par de mortos-vivos, Set. Vocês resolveram as coisas agora? Set colocou um braço em volta dos ombros de Desiree e puxou-a para o seu lado. — Sim. Desiree concordou em se tornar minha companheira. Mehen olhou para ela. — Agora você está disposta a fazer isso, Desiree? Agora você pode aceitar completamente o que isso significa para você? Como isso vai mudar a sua vida para sempre? Ela assentiu com a cabeça. — Sim. Eu aceito tudo. A noite passada foi uma revelação para mim. Agora eu entendo porque é tão importante para vocês, manterem o que vocês fazem em segredo. Eu nunca iria fazer nada para comprometer isso. — Bom. — Ele, então, se virou para Set. — Eu suponho que você vai querer falar com Rá sobre a concessão da imortalidade para Desiree. — Sim. Pensei que poderia fazer isso amanhã. Desiree quer amarrar algumas pontas soltas de sua antiga vida, em primeiro lugar. Blythe soltou um grito. — Amanhã vai ser perfeito. Desta forma, depois, eu começo a planejar a festa. Eu vou cozinhar para a gente uma grande refeição. E Set, vou falar com meu pai sobre Desiree para você. É melhor eu começar a planejar as coisas. — Blythe, em seguida, passou por Takan e agarrou a sua mão. Ela continuou falando, enquanto começava a levá-lo para fora da cozinha. — Você vai me ajudar, Takan, uma vez que os outros não podem cozinhar uma maldita coisa. Takan não pareceu nada incomodado, por Blythe ter escolhido somente ele para ajudá-la. De qualquer forma, ele parecia mais do que feliz em ajudá-la. Mesmo Desiree não conseguindo ver muito de seus olhos, com seu cabelo cobrindo o rosto, Takan tinha um sorriso grande, enquanto seguia Blythe para fora da cozinha. Mehen riu. — Acho que isso vai manter Blythe e Takan ocupados para o resto 111
do dia. Vamos lá, vocês dois. Blythe conseguiu salvar um pouco do café da manhã para vocês. Está no fogão. Desiree deixou Set e andou até a mesa da cozinha. Quando ela se sentou, ele foi até o fogão para pegar um pouco de comida. Ela observou, enquanto o resto dos guerreiros sentava para terminar de comer ou beber seu café. Mesmo sabendo que teria que deixar sua família, ela sabia que ela ia ganhar outra em troca. Eles podiam não ser parentes de sangue, mas os guerreiros e Blythe eram tão próximos como se fossem. Pelo menos, Desiree nunca teria de se preocupar em ficar sozinha, nem achar que sua vida seria chata.
*****
Assim que terminou de comer seu café da manhã, Desiree foi para a sala de reuniões para usar seu telefone celular, para ligar para seus pais. Por alguma razão, a sala de reuniões era o único lugar no interior da sede, que seu celular tinha sinal. Ela se sentou em uma das cadeiras, na grande mesa de madeira. Uma vez Set a tinha levado até ali, ele a deixou sozinha para fazer a sua chamada, pela qual ela estava grata. Ela preferia que ele não ouvisse essa primeira conversa com seus pais. Desiree sabia que a sua mãe, em especial, iria começar a fazer um inquérito sobre Set, logo que ela soubesse sobre ele. Desiree tinha aprendido cedo na vida, a não trazer namorados para casa, a menos que ela quisesse que sua mãe assasse o pobre rapaz, como se ele fosse um criminoso ou algo assim. Depois que ela discou o número de seus pais, sua mãe atendeu após o terceiro toque. — Oi, mãe. Sou eu. — Desiree, onde você tem andado? Eu tentei ligar em seu apartamento e diz que seu número foi desligado. Tentei seu celular, mas só cai na caixa de mensagens. Eu até tentei ligar para você, enquanto você, supostamente, deveria estar no trabalho e eles me disseram que você se demitiu. O que está acontecendo? Desiree cerrou os dentes. Ela sabia que sua mãe só estava preocupada com ela, mas porra que isso não a fazia se sentir como se ela 112
fosse uma adolescente outra vez, que tentou se infiltrar em casa, depois de quebrar o toque de recolher. — Mãe eu sinto muito. Eu não queria preocupá-la. — Bem, você me preocupou. Você não costuma fazer isso. — Eu sei, mas eu conheci alguém. E eu tenho certeza que ele é o único, mãe. Houve um longo silêncio, antes de sua mãe falar novamente. — Quando você o conheceu? Você não pode tê-lo conhecido há muito tempo. Na semana passada você disse que não havia nenhum homem em sua vida. — Eu conheço Set há alguns meses. Era mais como se ela o tinha visto nos últimos meses, mas ela não iria contar isso a sua mãe. — Set? Que tipo de nome é esse? — É egípcio. — Então, esse Set te ama? Ele deve, por interromper a sua vida desta maneira. Você está vivendo com ele? Desiree respirou fundo. Paciência, paciência. — Eu acho que Set me ama. E sim, eu mudei para a casa dele. Só para você saber, ele é bem de vida e quer cuidar de mim. Foi por isso que eu saí do bar. Você sabe como eu não estava muito entusiasmada em trabalhar lá, em primeiro lugar. Set era rico. Ele tinha dito a ela, exatamente o quão rico ele era. Depois de estar vivo por tanto tempo, não era muito difícil construir uma economia grande o suficiente para ser considerado podre de rico. — Você o ama? — Sim, eu amo. A mãe dela suspirou. — Eu só quero que você seja feliz. Mas isso não significa que seu 113
pai e eu não queremos conhecê-lo. Isso era algo que Desiree temia. Ela não tinha ideia de como seus pais reagiriam, quando ela trouxesse para casa um guerreiro musculoso de 2 metros de altura. — Set e eu vamos visitá-los em breve. Agora, nós estamos nos ocupando em tentar me ajeitar em sua casa. — Certifique-se que você se ajeite. Você pode, pelo menos, me dar um número de telefone? — Set não tem um telefone fixo. Ligue para o meu celular, se você quiser falar comigo. Se eu não atender, deixe uma mensagem e eu te ligo de volta. — Tudo bem. Eu estou feliz que você esta bem. Não me assuste assim de novo. Uma vez que você é minha única filha, eu tendo a me preocupar com você. Sua mãe a tinha adorado, enquanto ela crescia. Desde que sua mãe não foi capaz de gerar um outro bebê a termo após Desiree, sua mãe tinha esbanjado todo o amor e atenção que ela teria dado a todos os seus filhos, em uma única filha. Às vezes, Desiree tinha achado isso um pouco sufocante. — Eu sei, mãe. Olha, eu tenho que ir. Eu prometo que eu te ligo em alguns dias. Tudo bem? — Tudo. — Diga a meu pai que eu disse "oi". — Eu direi. Eu te amo. — Eu também te amo. Tchau. Depois que ela terminou a chamada, Desiree se recostou na cadeira e soltou um suspiro. Isso não tinha sido tão mal. Ela só teria que avisar Set que, quando eles fossem ver os seus pais, sua mãe, mais do que provavelmente, iria colocá-lo sob um microscópio. Set não ia lhe agradecer por isso.
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Capítulo Treze Naquela noite, Set estava relutante em deixá-la. Desiree não queria que ele fosse, mas era algo que ela teria que se acostumar. Era seu dever caçar mortos-vivos. Ele não podia sair disto, quando ele tinha jurado ao deus sol que ele faria isso. E os mortos-vivos não iam embora por si mesmos. Todos os guerreiros precisavam estar fora a cada noite caçando. Set a puxou para ele e deu um beijo de despedida bem na frente dos outros guerreiros, Desiree sentiu seus dedos dos pés se curvarem dentro dos sapatos. Depois que ele se afastou, ela estava quase sem fôlego. Ela deu um passo para trás, quando viu o sorriso de conhecimento que os outros usavam. — Eu estarei esperando por você. — Vou voltar assim que puder. Mehen se aproximou e deu um tapa nas costas de Set. — Se as coisas ficarem muito lentas esta noite, você pode parar de caçar mais cedo, meu amigo. Tenho a impressão de que você não vai ser muito bom para qualquer coisa, até que ela, finalmente, seja completamente sua. — Ele então deu uma piscadela para Desiree. Quando os guerreiros saíram, Desiree se dirigiu para a cozinha. Blythe estava lá, esperando por dela. Elas iriam estourar pipocas e assistir a um filme juntas, novamente. Desta vez Desiree não ia fugir. Blythe estava sentada na mesa da cozinha, folheando um livro de receitas. Ela olhou para cima, quando Desiree entrou na sala. — O pessoal já saiu? Desiree entrou e se sentou ao lado Blythe. — Sim. Eu tenho a sensação que Set vai estar em casa antes dos outros. — Não me surpreenderia se ele estivesse, — Blythe, disse com uma risada. — Então você tem tudo preparado para amanhã? 115
— Eu acho que sim. Blythe afagou a mão dela. — Você vai ficar bem. Não dói. E você vai gostar do meu pai. — Como é ter um deus egípcio como pai? — Ótimo. Enquanto eu crescia, eu sempre quis saber quem era o meu pai. Ra é um bom pai, embora ele tenha que trabalhar algumas coisas. Como o fato dele não ficar incomodado com a ideia de sua filha transar. Desiree riu. — Meu pai teve bastante dificuldade quando eu comecei a namorar. Saber sobre a minha vida sexual, provavelmente, teria sido um golpe para ele. — Ra é realmente descontraído sobre isso. — Blythe fechou o livro de receitas com um estalo e parou. — Então, você está pronta para comer algumas pipocas e sentar na frente da TV até que nossos homens retornem? — Mais do que pronta. Blythe colocou uma panela de aço inoxidável no fogão, derramou um pouco de óleo vegetal e ligou o fogo. Ela, então, se virou para pegar o pacote de pipoca. — Desde que eu sou imortal, e você logo será também, cozinhar a pipoca na manteiga não nos fará mal. Eu acho que o sabor da pipoca fica melhor assim. E quanto mais derretida a manteiga, melhor. — Eu concordo com você. Blythe tinha acabado de estourar a pipoca, desligar o fogão e colocá-las em uma tigela, quando, de repente, um homem entrou correndo na cozinha. Desiree teve apenas uma fração de segundos para ver que os olhos do homem eram tão sem vida, como os dos mortos-vivos que ela tinha visto na noite anterior, e que ele tinha uma espada amarrada às costas. — Corra Desiree! — Blythe gritou. — Ele é um dos guerreiros mortos-vivos de Sek. — Ela, então, pegou o pote de pipoca quente e jogou 116
em cima dele, quando o diamante em seu colar começou a brilhar. O guerreiro morto-vivo se moveu a uma velocidade sobrenatural, quando ele afastou o pote, espalhando pipoca por todo o chão, antes de dar um soco no rosto de Blythe. Blythe caiu como uma pedra e a luz no interior de seu diamante ficou fraca. Em estado de choque pela rapidez com que Blythe tinha sido atacada, Desiree se obrigou a virar e correr. Mas era um pouco tarde demais. O guerreiro morto-vivo a pegou pelos cabelos e puxou seus braços para trás, antes dela dar dois passos. Choramingando de medo, Desiree tentou chutá-lo. Com um chiado alto, ele a girou para que ela o encarasse e abriu a boca para mostrar suas presas. — Você é dispensável. Faça o que eu digo e não vou te morder. De alguma forma, ele conseguiu manter os braços dela presos, enquanto ele erguia Blythe sobre seu ombro. A outra mulher ainda estava inconsciente. Um filete de sangue escorria pelo canto da boca Blythe e caia no chão. O aperto do guerreiro morto-vivo em seus pulsos era como se uma banda de aço estivesse envolvida em torno deles. Desiree podia sentir a circulação, lentamente, ser interrompida, quando ele a empurrava para fora da cozinha. Mas, para seu espanto, ele sabia exatamente qual porta os levaria para fora. Ele chutou a porta e a arrastou através das docas. O único veículo dentro era o BMW de Blythe. Quando chegaram ao portão de cerca de arame farpado, ele a puxou para parar. Desiree sabia que não tinha nenhuma maneira dele conseguir escalar o portão com Blythe pendurada sobre os ombros, e ela presa por seus pulsos, ao mesmo tempo. Ela logo descobriu quão errada ela estava sobre esse pensamento. Ele mudou o seu aperto para segurar a cintura dela, e, com o que parecia ser um esforço muito pequeno, ele pulou para cima e por cima da porta. Desiree teria caído de joelhos, se ele não a estivesse segurando, quando ela pousou. Em vez de levá-la pelos pulsos novamente, ele envolveu os longos cabelos dela em sua mão e os puxou, até lágrimas surgirem nos olhos dela. — Mova-se, ele rosnou. — Quando estivermos totalmente fora da proteção do deus sol, o meu mestre virá para vocês duas. 117
Percebendo que ele estava levando a ela e a Blythe para Sek, Desiree tentou lutar para ficar livre. Tudo o que conseguiu foi outro doloroso puxão em seus cabelos, quando ele a puxou para frente. Ele arrastou uma de suas presas contra o pescoço dela. — Uma mordida. Isso é tudo o que você vai precisar. Empurre-me e eu vou, com prazer, levar a sua alma. Desiree começou a suar frio, quando sentiu as afiadas presas dele em sua pele. Ao contrário de quando Set o fez, ela sentiu repulsa e medo de morrer. Sabendo que ela não podia arriscar ser transformada em um morto-vivo, ela começou a se mover, quando ele a empurrou. A única esperança dela e de Blyhte eram os guerreiros. Mas com Blythe desmaiada, Desiree sabia que não havia nenhuma maneira de chamar por socorro. Agora, Desiree desejava ter bebido o sangue de Set para formar o vínculo de acasalamento com ele, quando ele quis mais cedo naquele dia. Se ela tivesse, ela teria sido capaz de gritar em sua cabeça para ele voltar para resgatá-la.
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Ele só estava caçando por quinze minutos, quando, de repente, Set teve a sensação de que Desiree estava em apuros. Ele disse a si mesmo que estava sendo ridículo, que ela estava em segurança dentro da sede, mas o sentimento não ia embora. Depois de passarem mais cinco minutos e ele ainda não se acalmar, Set decidiu ligar para ela, apenas para ter certeza. Como o sinal do telefone celular de Desiree tinha uma melhor recepção dentro do armazém, Set não se preocupou que a ligação foi automaticamente encaminhada para a caixa de mensagens. Ele deixou uma mensagem, e, então, também decidiu ligar para o celular de Blythe. Quando Blythe não atendeu e seu telefone tocou e tocou, até também cai na caixa de mensagens, a sensação de que tinha algo errado aumentou. Ele desligou e guardou o celular, enquanto ele contatava Mehen telepaticamente. 118
Mehen, você já tentou falar com Blythe esta noite pelo telefone celular? Mehen rapidamente respondeu: Não. Eu normalmente não o faço, de qualquer maneira. Com o laço de companheiros, não necessitamos utilizar nossos celulares. Por quê? Eu tenho um mau pressentimento de que algo aconteceu com Desiree. Eu tentei ligar para ela no seu celular, mas ela deve ter perdido o sinal novamente. Então tentei Blythe e ela não atendeu. Me dê um segundo. Vou tentar falar com Blythe através da nossa ligação. Mehen demorou uns dois segundos, e então ele estava gritando na cabeça de Set. Ela não esta respondendo. Eu não recebo nada, quando eu a chamo. Relampeje para a sede agora! Eu vou te encontrar lá. Set apareceu dentro da sede, no corredor dos quartos pessoais, ao mesmo tempo em que Mehen. Mehen berrou o nome de Blythe, mas o depósito estava assustadoramente silencioso. Eles seguiram o cheiro de pipoca vindo da cozinha e pararam quando eles as encontraram atiradas no chão. Havia também gotas de sangue fresco. Mehen foi até o sangue, molhou o dedo nele e trouxe-o para o nariz. Um rugido alto saiu dele e seus caninos desceram para baixo de seu lábio superior. — É de Blythe, — ele rosnou. Ele, então, farejou o ar. — Sinto o cheiro de outra coisa. Set também farejou o ar. Ele pegou os aromas de Desiree e Blythe, que estavam misturados com outro, que não era um cheiro humano. Não cheirava como um demônio. A melhor maneira de descrevê-lo era que ele cheirava como “desligado”. Seguindo o cheiro, Mehn e Set saíram correndo da cozinha. Quando o cheiro os levou até a porta que conectava com a garagem, deram de cara com a visão da porta pendurada pelas dobradiças. As presas de Set se estenderam, quando seu temperamento disparou. Alguém, ou algo, tinha levado a sua companheira. E sem o vínculo do acasalamento, ele não tinha nenhuma maneira de manter 119
contato com Desiree. Mehen e ele correram para fora, seguindo o cheiro até o portão de cerca alta. Set abriu-o com a mente e correram para a rua. Ao ar livre, o cheiro era mais fraco do que tinha sido na sede, mas foi o suficiente para Mehen e Set o seguir. Eles também poderiam cheirar Desiree e Blythe. Correndo ao lado de Mehen, Set pensou em como alguém tinha conseguido tomar as mulheres deles, que estavam sob a proteção de Rá, que protegia o local dos demônios. Ele apenas orou para que ele e Mehen pudessem encontrá-las antes que fosse tarde demais.
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O guerreiro morto-vivo mantinha Desiree andando em um ritmo rápido. Com a sede atrás deles, ele parava a cada poucos segundos e olhava para trás e, em seguida, a fazia se mover novamente. Se Desiree não soubesse bem, ela achava que cada vez que ele parava, ele tentava contato com alguém telepaticamente. E ela sabia que esse alguém tinha que ser Sek. De vez em quando, Desiree atrasava seus passos, para ficar alguns passos atrás do guerreiro morto-vivo. Ela tinha apenas o tempo suficiente para dar uma rápida olhada em Blythe, que pendia nas costas dele como uma boneca de pano, antes dele arrastá-la pelo cabelo para a sua frente. Blythe ainda não tinha despertado. Depois do que pareciam horas, ele virou Desiree para uma rua deserta, que tinha um beco sem saída na parte inferior da mesma. O guerreiro morto-vivo mais uma vez teve o seu olhar em branco, como se ele tentasse contato com alguém. Desta vez, durou mais de um segundo e um sorriso se espalhou por seu rosto. — Meu mestre esta chegando. Assustada, sabendo que se Blythe não acordasse em breve, e Sek as levasse para o seu covil, elas estariam bem mortas, Desiree silenciosamente cantava, acorda, acorda, acorda. Ela, então, se esticou, quando um homem apareceu cerca de um metro de distância de onde eles estavam. Em um primeiro olhar, ele parecia como qualquer outro mortal do 120
sexo masculino. Seus cabelos loiros caiam em ondas sobre seus ombros. Para um demônio que evitava o sol, incongruentemente, sua pele estava bronzeada. Mas, foram seus olhos azuis que Desiree achou mais perturbadores. O verdadeiro mal se escondia dentro deles. Sek cobriu a distância entre eles e seu olhar pousou em Desiree. — Quem nós temos aqui? Eu te enviei para trazer uma mulher e você me traz duas. — Elas estavam juntas dentro da sede dos Escolhidos, — disse o guerreiro morto-vivo. — Bem, bem. — Sek se inclinou para Desiree e respirou profundamente. Ele, então, se endireitou e deu um sorriso maligno. — Parece que outro dos guerreiros de Rá encontrou sua companheira. Apep nunca disse que o carro pertencia a alguém tão especial. As coisas estão se tornando cada vez mais interessantes. Nós vamos levá-la para o covil e ver o que Apep quer que seja feito com ela. Quando Sek agarrou Desiree, Blythe finalmente acordou. Ela empinou-se em cima do guerreiro morto-vivo e gritou: — Mehen — Então o mundo desabou.
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Capítulo Quatorze Mehen e Set apareceram de repente no meio da rua. Um segundo depois, Akori, Denger, Kysen Takan e apareceram também. Blythe começou a lutar, o que fez com que o guerreiro morto-vivo liberasse o cabelo de Desiree. Sek tentou chegar até ela, mas Set ficou entre eles. Ele empurrou Desiree para fora de seu caminho, enquanto ele brandia a espada contra Sek. O demônio pulou para trás e uma espada semelhante à de Set apareceu em suas mãos. Set jogou o demônio para trás, empurrando a sua espada contra o peito de Sek. Mas, ao contrário dos mortos-vivos, a lâmina de bronze não o destruiu. Sangue jorrou, quando os olhos do demônio mudaram do azul para um vermelho brilhante. Ele rosnou para Set e o atacou. Mais rosnados chamaram a atenção de Desiree para o guerreiro morto-vivo, a tempo de ver Mehen puxar Blythe de seus braços. O guerreiro morto-vivo tentou alcançar a sua espada nas costas, mas Mehen não lhe deu chance para pegá-la. A espada de Mehen moveu-se em um borrão, quando ele a trouxe para a garganta do guerreiro morto-vivo. Ao contrário de seu mestre, o bronze da lâmina terminou com a sua existência. Sozinho e cercado por seis dos guerreiros Escolhidos de Rá, Sek segurou a sua espada, enquanto ele girava em um círculo. Ele sangrava por mais de uma ferida. Os guerreiros fecharam ainda mais o círculo em torno dele. Sek tinha que saber que ele não poderia ganhar. Quando ele abaixou a espada, como se fosse relampejar para longe, os guerreiros o atingiram. As espadas de Denger e Kysen o acertaram na barriga e no peito. As espadas de Akori e Takan cortaram suas costas. Set cortou os tendões dos joelhos de Sek, fazendo com que o demônio caísse de joelhos. A espada de Mehen pegou Sek através da garganta. Gorgolejando com o sangue que saia da ferida profunda, Sek caiu para frente no chão. Os guerreiros se afastaram. Mehen abriu os braços para Blythe e a segurou firmemente contra ele. Set fez o mesmo com Desiree. Ela se jogou em seus braços e apertou-se contra ele com toda a sua força. Set embalou o rosto dela em suas mãos e a fez olhar para ele. 122
— Você está bem? Ela assentiu com a cabeça. — Eu estou bem. Você chegou a tempo. — Desiree olhou para o demônio caído. — Ele está morto? — Ainda não, mas ele está o suficiente incapacitado para não ser capaz de salvar a si mesmo. Nós deixaremos que o sol acabe com ele. — Mas vamos ter certeza que ele não vá a lugar nenhum, até que o sol se levante, — disse Denger. Ele puxou um grande punhal de uma bainha que ele usava ao redor do tornozelo. Denger levantou o punhal sobre a cabeça e mergulhou nas costas de Sek, prendendo-o ao chão. Desiree estremeceu. Mesmo achando a ação de Denger áspera, ela sabia que Sek teria feito muito pior com ela e Blythe, se ele tivesse conseguido levá-las para seu covil. Mehen chamou os guerreiros. — Eu estou levando Blythe de volta à sede. Set você deveria fazer o mesmo com Desiree. — Ele então olhou para Denger, Akori e Takan. — Mesmo que nós tenhamos eliminado um dos demônios de Apep, há ainda mortos-vivos lá fora para serem caçados. Os quatros homens assentiram com a cabeça e, em seguida, um a um, eles relampejaram para longe. Mehen desapareceu com Blythe. Set envolveu seus braços em volta de Desiree e ela sentiu o chão sair de seus pés. Uma vez que ela voltou a si, eles estavam dentro de seus aposentos pessoais. Os lábios de Set desceram sobre os dela, enquanto ela a beijava duro. Quando ele se afastou, suas presas estavam para fora do seu lábio superior. — Eu não sei quanto sustos mais eu posso ter. Eu preciso do vínculo de acasalamento com você, Desiree. — Eu quero isso também. Set a beijou novamente e começou a tirar a sua roupa, enquanto a levava para a cama. Quando ele a colocou em cima do colchão, ambos estavam nus. Precisando sentir Set enterrado bem dentro dela, Desiree 123
abriu suas pernas, para ele envolver os seus quadris entre as suas coxas. Já molhada para ele, seu pau deslizou facilmente dentro de sua vagina. Quando ele já estava enterrado bem dentro dela, ele levou seu pulso à boca e o mordeu. Quando o sangue começou a sair, ele colocou o pulso na boca dela. O gosto do sangue de Set em sua língua não era nada do tinha imaginado antes. Ao contrário do que ela pensou que seria, não achou o ato de beber o sangue de Set repulsivo. Assim, como ele se alimenta dela, ela achou o ato muito excitante. Set gemeu, ela embrulhou as mãos em seu pulso e sugou.
que ela Desiree quando quando
Movendo-se dentro dela, suas duras estocadas fizeram o clímax, que já estava começando a ser construído dentro dela, subir mais para a superfície. Quando ela caiu no precipício, Desiree soltou o pulso de Set e choramingou de prazer, quando suas paredes internas agarraram o eixo dele em um orgasmo intenso. Set lambeu as marcas de perfuração em seu pulso e, em seguida, jogou a cabeça para trás e gritou, quando ele a seguiu em sua liberação. Mantendo seus corpos unidos, Set descansou seu peso sobre os seus braços dobrados e colocou a testa sob a dela. — Eu posso sentir você dentro de mim, Desiree. Ela engasgou com o som da voz de Set dentro de sua cabeça. Ela, então, sentiu um outro conjunto de emoções e sensações que não eram as dela própria. Ela também sentiu o amor que ele tinha por ela. — Eu posso sentir você também, Set. Eu te amo. Desiree inundou o seu vínculo com o amor que ela tinha por ele. Ela suspirou novamente, quando Set fez o mesmo. — Eu também te amo, companheira, — disse ele em voz alta. — Eu nunca vou te deixar ir. Desiree sorriu. — Eu nunca quero que você deixe. Quando Set endureceu e começou a se mover dentro dela mais 124
uma vez, Desiree achou que ela podia sentir o prazer de Set, bem como o seu próprio. Diferente de tudo o que ela já tinha experimentado antes, ela foi logo gozando nos braços dele, chorando de paixão. Set rapidamente a seguiu. Pelo resto da noite, eles colocaram á prova os limites de sua ligação. Quando o amanhecer surtiu ao longo do horizonte, Desiree e Set, finalmente, deixaram o sono reclamá-los.
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Desiree engoliu, quando ela encontrou com o olhar de Rá. Set a havia despertado, após algumas horas de sono, e a tinha trazido ao templo. Os outros já estavam a sua espera. Set tinha chamado Rá, pedindo que o deus sol os tornasse verdadeiros companheiros. Rá apareceu rapidamente. Sendo tão alto e musculoso, quanto os seus guerreiros, Desiree achou difícil acreditar, que ela estava realmente olhando para um antigo deus egípcio. Sem saber o que fazer, ela engoliu nervosa, mas Rá logo a deixou a vontade. Ele estendeu a mão para ela e sorriu. — Não há nada com que ficar nervosa, Desiree. Tenho certeza que minha filha explicou o que você deve esperar. Desiree assentiu. — Ela explicou. Ela também me disse algo sobre eu ter de beber o seu sangue. — Era essa parte que a deixava mais nervosa. Ela sabia o que beber o sangue de Set fazia com ela. Desiree não queria que a mesma coisa acontecesse aqui. Ra deu uma risadinha. — Não se preocupe. Quando você beber de mim, você não vai sentir o mesmo efeito que você sente, quando bebe do seu companheiro. Desiree relaxou. 125
— Ótimo. Sem ofensa. — Tudo bem. Vamos agora fazer de você e Set companheiros de verdade? Quando ela anuiu, apareceu uma faca na mão de Ra, que ele usou para cortar o interior de seu pulso. Ele, então, o ofereceu a Desiree. Ela pegou o pulso dele e o levou para a boca. Ra estava certo sobre ela não sentir as mesmas sensações. Parecia que ela estava sugando energia pura, a cada puxão de sua boca. Quando Ra delicadamente puxou seu pulso de volta, o ferimento cicatrizou em segundos. Em seguida, ele se inclinou sobre ela, colocando suavemente os lábios na testa dela e um choque de energia a atravessou. Ela também sentiu uma sensação de queimação na parte inferior das costas e na sua gengiva e maxilar superior. Depois de se afastar de Ra, Desiree virou-se para Set e sorriu. Ela podia sentir suas presas contra o lábio superior. Os outros correram para cumprimentá-los, exceto Takan. Ele sorriu, mas não fez nenhum movimento para sair das sombras, onde ele estava na parte de trás do templo. Set agarrou Desiree em seus braços e acariciou a lateral de seu pescoço. — Eu não posso esperar para estar sozinho com você. Eu quero essas novas presas enterradas em meu pescoço, enquanto você se alimenta. Blythe limpou a garganta. — Ainda não. Passei toda a manhã cozinhando. Vocês dois vão comer primeiro, para depois se trancarem em seus aposentos. — Ela, então, enlaçou seu braço em Ra. — E você não vai fugir também, papai. Você pode nos ajudar a celebrar. Ra beijou a bochecha de Blythe. — Eu não quero decepcionar a minha filha. Desiree observou Ra olhar para Takan com um olhar de saudade no rosto, antes de voltar seu olhar para Blythe e deixar com que ela o conduzisse para fora do templo. Desiree não teve muito tempo para pensar sobre o olhar de Ra, antes de Set a beijar profundamente. Quando ele se 126
afastou, ela sabia que tinha tomado a decis達o certa sobre tornar-se sua companheira. Ele era muito mais do que alguma vez ela chegou a sonhar. E agora ela tinha uma eternidade para mostrar o quanto ela o amava.
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Epílogo Naquela mesma tarde, Denger relampejou para a rua deserta, onde eles tinham deixado Sek para queimar ao sol. O demônio já deveria estar morto agora, e ele não queria perder um bom punhal. No lugar onde ele tinha fixado Sek, ele franziu o cenho, quando não conseguiu encontrar o seu punhal. Após o sol ter feito o seu trabalho sobre o corpo do demônio, a lâmina deveria ter sido deixada para trás. Denger praguejou em voz baixa. Ele deveria ter vindo mais cedo. Provavelmente, algum punk tinha encontrado e tomado. Um pouco irritado com a perda de sua adaga, Denger relampejou para o estacionamento da sede e entrou em seu carro. Ele estava logo cruzando a rua e se dirigindo para o centro de Phoenix. Sua fome de sangue tinha aumentado recentemente, mas ao contrário de Mehen e Set, ele não estava disposto a sentar e esperar que sua companheira topasse com ele. Ele estava indo a procura dela. Estacionando o carro, ele saiu e caminhou pela calçada. Ele sabia que sua companheira estava lá fora em algum lugar. Ele só tinha que encontrá-la.
***** Lá no fundo de seu covil, Mot olhou para Sek, que estava ensanguentado e quase morto. Se não fosse Mot encontrá-lo, Sek teria queimado ao sol. Isso teria feito uma grande bagunça nos seus planos e de Sek. Felizmente para Sek, Apep enviou Mot para buscá-lo. Sek começou a gritar. Mot sorriu, enquanto as feridas no corpo Sek começavam a se curar. Apep iria curá-lo, mas o processo seria mais doloroso do que as feridas em si. Era assim o jeito de Apep. Afastando-se, Mot deixou Sek com seu castigo. Estava chegando o tempo em que eles finalmente seriam capazes de acabar com os guerreiros Escolhidos de Rá. Havia muito trabalho a ser feito. 128
FIM Sobre o Autor Marisa Chenery sempre foi uma amante de livros, mas depois de ler seu primeiro romance histórico, ela se viu apaixonada por eles. Tendo herdado um amor pela palavra escrita, ela logo começou a escrever seus próprios romances. Depois de escrever romances históricos, ela agora escreve paranormal. Marisa vive em Ontário, Canadá, com seu marido e quatro crianças.
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