A viagem do meu filho

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Desde que o bebé abriu os seus dois grandes olhos, foi descobrindo o mundo.

Decidiu que iria guardar na sua mala dos sonhos tudo o que fosse bonito.

No primeiro dia da sua vida, gostou dos sorrisos e dos sussurros ao ouvido.

Abriu a mala com muito cuidado e disse:

“Sussurros e sorrisos... guardo-os dentro para que não se percam”.

Chegou à casa de acolhimento e duas pessoas maravilhosas estavam à sua espera.

A água quente do banho, o leite do biberão quando tinha fome e as carícias eram algo que adorava.

Então, abriu a mala e disse:

“Sensações bonitas... guardo-as dentro para que não se percam”.

Enquanto estava no seu berço, um dia, reparou que uma das barras tinha um fio vermelho emaranhado.

Com os dedos brincava com ele, mas nunca conseguia soltá-lo. Quem o teria posto ali?

–Todas as noites, antes de dormir, olhava para o céu e via uma estrela que brilhava mais do que as outras. Então, abriu a mala e disse: “Luz brilhante... guardo-te dentro para que não te percas”.

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