Revista Balaio #1

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Comunicação De bruxo a doutor

pág. 26 Design Olhe atentamente ao seu redor

pág. 26 Web O poder das mídias digitais

pág.

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Revista Balaio . nยบ 01 . Ano 1 . 2012

ISSN 2238-491X




Editorial / Expediente Design como ferramenta estratégica

DESCOBRIR _ INTERPRETAR _ IMAGINAR _ EXPERIMENTAR _ EVOLUIR _ m tempos de repensar estrategica- desses pontos é que vai cooperar para formular mente o Design, a Comunicação, a e validar, por exemplo, a imagem da marca de Gestão de marcas e as atuais redes de uma organização. Porém, a maneira como ela relacionamento, apresentamos a pri- será interpretada e apreendida pelas pessoas demeira edição da Revista Balaio. E nada pende diretamente de como essa relação será melhor para inspirar o título deste editorial do construída. que o processo de Design desenvolvido pela IDEO®. Ao folhear as próximas páginas, você en- De acordo com Robert Brunner e Stewart Emery contrará projetos, conceitos, pessoas e histórias – no livro Gestão Estratégica do Design (2010) que não limitam o Design ao simples sentido es- –, “a marca não é o que você diz que ela é; é tético, mas que o estendem a o que dizem dela”. Não é posum papel funcional e de gransível dizer aos outros o que de importância quando chega sentir sobre sua marca. O que PROPORCIONAR precisa ser feito é proporcionar a hora de planejar, desenvolver e gerenciar trabalhos na área. a eles uma relação construtiva, EXPERIÊNCIAS de experiências efetivamente EFETIVAMENTE O foco desse processo é a inosignificativas. E é isso que prevação dentro de uma visão tendemos desenvolver nesse SIGNIFICATIVAS sistematizada e criativa, que novo ponto de contato entre tem como pontos centrais o você, o Balaio e o mercado ser humano, sua relação com capixaba de Comunicação e o meio e a busca de soluções que equilibrem o Design. Uma publicação que não seja o fim do pensamento fundamentado em dados e o pen- processo, mas o princípio de uma troca de cosamento intuitivo. Deixando de analisar apenas nexões e conhecimento. as alternativas já criadas e projetando possibilidades não convencionais, mas essenciais às experiências positivas associadas ao dia a dia da * Processo IDEO - Design Thinking of Education. Mais informações: www.ideo.com / www.designthinkingforeducators.com sociedade contemporânea. A consequência disso é a geração de novos modelos de negócios, estratégias, serviços, produtos e tecnologias. A discussão que esperamos iniciar aqui parte do conceito de Design como processo, que permeia todos os aspectos e fluxos do desenvolvimento e serve de ferramenta para projetar e monitorar os pontos de contato entre as organizações e seus determinados públicos. A combinação

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FELIPE GAMA Diretor Executivo felipe@balaiodesign.com.br


balaiodesign.com.br

DESIGN

ARTIGO

COMERCIAL

ILUSTRAÇÃO

DIRETOR DE REDAÇÃO

EDITOR

Willi Piske

Chico Ribeiro

Mauro Pinheiro

Designer

Diretor Comercial

Prof. Universitário

Designer formado pela Ufes com MBA em Marketing pela FGV, é sócio-fundador do Balaio Comunicação e Design, onde ocupa o cargo de Diretor Comercial.

Designer, formado pela ESDI/UERJ, doutor em Design pelo Programa de PósGraduação em Design da PUC-Rio. Professor do Departamento de Desenho Industrial da Universidade Federal do Espírito Santo.

CAPA

Felipe Gama Diretor Executivo Designer formado pela Ufes com MBA em Gestão Empresarial pela FGV, é sóciofundador do Balaio Comunicação e Design, onde ocupa o cargo de Diretor Executivo.

ORIENTAÇÃO

Jucimar S. Rocha Designer

Wallace Capucho Diretor de Comunicação

Jornalista formado pela Ufes com MBA em Marketing pela FUCAPE, é sóciofundador do Balaio Comunicação e design, onde hoje ocupa o cargo de Diretor de Comunicação.

REDAÇÃO

DESIGN

ARTIGO

Jocilane Rubert

Profª. Universitária

Jofran Lírio Diretor de Desenvolvimento Web

Carlos Dalcolmo Designer

ARTIGO

Designer formado pela Ufes com MBA em Marketing pela FGV é sócio-fundador do Balaio Comunicação e Design, onde ocupa o cargo de Diretor de Desenvolvimento Web.

PRODUÇÃO GRÁFICA

Graduada, mestre e doutora em Design. Formada na PUC-Rio e com doutorado na Universidade de Reading - Inglaterra. Chefe e professora do Departamento de Desenho Industrial da Ufes. Coordenadora do Laboratório de Design: História e Tipografia (LaD HT) e do Laboratório de Design Instrucional (LDI), ambos da Ufes.

DESIGN

Assistente de redação

Gabriela Maluf

REDAÇÃO

Designer

REDAÇÃO

Lucas Pinhel Estagiário de redação

Luiz Alberto Rasseli

REDAÇÃO

Jornalista

REDAÇÃO

Hugo Cristo Prof. Universitário Professor do Departamento de Desenho Industrial da Universidade Federal do Espírito Santo, Coordenador do Laboratório de Psicologia da Computação – LabPC/ Ufes e Doutorando em Psicologia PPGP/Ufes.

Kelly Mata

Priscilla Martins

Mídia e Produção

Designer

Ítalo Galiza Jornalista

Tiago Moreno Jornalista

Designer

DADOS

Rua das Palmeiras, 710, Ed. Santa Bárbara, Sl 401. Santa Lúcia, Vitória/ES. Revista Balaio, nº 01, Ano 1, 2012.

DESIGN

Heliana Pacheco

Jon Mod

Uma publicação do Balaio Comunicação e Design, desenvolvida na disciplina de Projeto de Graduação do curso de Desenho Industrial da Universidade Federal do Espírito Santo, sob a orientação da Profª. PhD Heliana Soneghet Pacheco. Impressão Gráfica GSA Tiragem: 2.000 unidades Papel da capa: Couchê fosco 230 g/m² Papel miolo: Couchê fosco 115 g/m² ISSN: 2238-491X Os artigos e anúncios, bem como todo o seu conteúdo de textos e imagens, são aqui publicadas sob direito de liberdade de expressão, sendo de total e exclusiva responsabilidade de seus autores e anunciantes. É expressamente proibida a reprodução integral ou parcial da publicação, sem a prévia e expressa autorização do Balaio Comunicação e Design.


Índice

Curtas. Políticas públicas, cultura, comunicação e sociedade. Um pouquinho de tudo, de forma rápida e eficiente.

pág

10

Christian Ullmann @ullmann

A ideia de sustentabilidade está tão longe que está virando mesmo um modismo”. pág

20

Case. Comunicação na área médica.

Artigo. Mauro Pinheiro fala sobre a ampliação do campo de atuação do Design: de produtos e mensagens visuais a serviços e estratégias de comunicação.

pág

12

18

pág

16

Infográfico. Um mundo mais sustentável e equilibrado. De que forma um Designer Gráfico pode contribuir com essa ideia?

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pág

pág

36

Case. Uma loja de telefonia celular atravessando o Espírito Santo sobre quatro rodas. Conheça o projeto loja móvel da Vivo.

pág

38

Artigo. Sócio do Balaio Comunicação e Design, Jofran Lírio fala sobre as redes sociais: uma arma poderosa nas mãos das empresas.


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Case. Sinalização e ambientação.

Case. Mídias digitais.

pág

pág

40

24

Case. Branding.

pág

44

Case. Espaço do Torcedor.

pág

30 Artigo. Design do Futuro no Presente, por Hugo Cristo.

Balaio. Conheça um pouco mais sobre nossa metodologia, serviços, equipe e fluxos de trabalho.

pág

48

pág

53


Curtas Coletivos e Comunicação

A UNIÃO FAZ A ARTE A partir dos anos 1990, os coletivos artísticos e sua forma colaborativa de fazer arte ganharam força, contribuindo para o desenvolvimento, com base nos princípios de livrecooperação e reciprocidade, além da união de vários profissionais, como designers, comunicólogos e artistas plásticos. No Espírito Santo, por exemplo, o Coletivo Expurgação além de lançar suas criações, como o álbum Noaretério e o Cine Expurga, também disponibiliza sua sede para trabalhos de outros artistas. Do mesmo modo, o Coletivo Fora do Eixo, também presente em outros estados, ganhou destaque com o Festival de Música Livre, que, no ano que passou, reuniu 24 bandas independentes, locais e nacionais, em três dias de shows gratuitos e seminários onde se discutiu a relação da indústria musical com as novas mídias e as alternativas de cultura livre. Dessa forma, os coletivos protagonizam uma grande mudança no cenário artístico capixaba, fomentando a produção cultural no estado e estimulando a democratização da arte.

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Foto: Tiago Rossman Tratamento: Carlos Dalcolmo

Autor: Jocilane Rubert Caracteres: 1000 caracteres


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PARCERIA SUSTENTÁVEL Assim como Tim Burton e Johnny Depp no cinema, duplas de sucesso estão espalhadas por todo o mundo. E há mais parcerias que prometem dar o que falar, como a da Colora Comunicação Visual com a Nova Arquitetura Promocional. A primeira é especializada em produzir peças diferenciadas de Comunicação Visual e a segunda é responsável por projetar e construir criativamente stands para feiras e eventos. Unidas, elas contribuem para a manutenção e o reforço positivo da marca e do posicionamento de seus clientes no mercado. Mas essa aliança vai além da comunicação. Ambas as empresas estão aliadas também na busca pelo desenvolvimento sustentável. A Nova elabora cada projeto conforme o perfil e a necessidade de seu cliente, mas prioriza práticas sustentáveis de trabalho, desde a criação até a desmontagem do stand. A preferência da empresa é por materiais orgânicos, recicláveis, de fácil reutilização e pelo uso de tintas à base de água. Além disso, todos os resíduos e lixos recebem descarte adequado, através da separação e coleta seletiva. Dessa forma também age a Colora durante todo o processo de produção e instalação das peças. Assim, as empresas harmonizam a estética do Design e a demanda de seus clientes, com o objetivo de preservar os recursos naturais, em prol de uma sociedade com mais atitude e consciência ambiental.

Autor: Jocilane Rubert Caracteres: 1000 caracteres


Entrevista Christian Ullmann

“Pensar sustentável é pensar no futuro” Quem afirma e cultiva essa ideia é o designer argentino que chamou a atenção do mundo com seus projetos pró-sustentabilidade. Segundo Christian Ullmann, no entanto, ainda há muito o que pensar e discutir a respeito do assunto.

Softwares: Adobe Photoshop cs4® Fechamento: 300 dpi Impressão Offset CMYK 38 cm x 26 cm

ormado em desenho industrial pela Faculdade de Arquitetura, Design e Urbanismo de Buenos Aires, Christian Ullmann é Designer de Produto e expert em desenvolvimento de trabalhos com a utilização de recursos naturais renováveis. Seus projetos de móveis residenciais e de escritório ganharam o mundo, recebendo prêmios na Itália, na Argentina e no Brasil, onde vive desde 1996, atuando também como consultor em companhias e instituições. Para ele, os designers precisam assumir o seu papel social guiados por uma verdadeira atitude sustentável; não

Christian Ullmann concedeu entrevista por e-mail em dois períodos distintos, entre agosto e dezembro de 2011.

como um reflexo distorcido pelo modismo difundido por grandes empresas, mas pela real responsabilidade em desenvolver produtos com viabilidade socioambiental, sem ter como foco o mercado, nem a necessidade de vender mais ou conquistar determinado cliente. “A ideia da sustentabilidade está tão longe que está virando mesmo um modismo. E o nosso papel é não deixar que isso aconteça”, argumenta Ullmann.


Autor: Ítalo Galiza

Diagramação: Carlos Dalcolmo

Caracteres: 5500 caracteres

Diagramação: Felipe Gama

Título: Myriad Pro Regular 28/31 Myriad Pro Bold 28/31 Texto: Myriad Pro Regular 10/12

Ítalo Galiza jornalismo@balaiodesign.com.br Depois de 15 anos morando no Brasil, você consegue avaliar a evolução do design sustentável por aqui? Christian Ullmann resudaca@gmail.com Passaram-se 15 anos e ainda não fazemos design sustentável, acredita? E, infelizmente, não estamos nem perto disso. Talvez hoje consigamos pensar, projetar na nossa imaginação formas sustentáveis de se fazer Design. Porém, na vida real, isso ainda não é possível. O sistema não está pronto. Aos poucos, avançamos com maior consciência, alguma nova tecnologia que reduz processos ou elimina materiais tóxicos. Olhando para trás, há 15 anos, éramos apenas alguns falando entre nós mesmos sobre o assunto. O que mudou é que hoje todo mundo fala, e isso é muito bom, mas também temos que aprender a escutar e filtrar o que é verdade daquilo que é só mentira ou marketing de uma ou outra empresa interessada em colocar mais um produto no mercado. Ítalo Galiza jornalismo@balaiodesign.com.br O processo de criação sustentável exige mais técnica ou sensibilidade? Qual deve ser o foco de um designer que deseja uma visão de responsabilidade socioambiental? Christian Ullmann resudaca@gmail.com Pensar sustentável exige mudar a forma de pensar o foco: não pode ser o mercado, não pode ser a necessidade de vender mais, não pode ser o desejo de cativar o potencial cliente. Pensar sustentável é pensar no futuro. Talvez isso fique mais claro quando se tem um filho, e os que são pais entendem esse sentimento de querer fazer todo o melhor possível por ele. Porque é o filho quem vai dar continuidade e desfrutar de tudo o que foi conquistado por uma geração anterior. Porém, o mercado não está pronto para ser desse jeito. Os interesses são muitos e contradi-

tórios. As empresas se esforçam por manter e/ ou conquistar novos mercados com produtos que, na maioria das vezes, são pouco úteis e nós designers entramos nesse jogo “melhorando” o que a empresa faz: produzindo um projeto mais atraente, uma gestão mais competitiva, uma comunicação mais agressiva. Somos bons no Design, porém estamos longe de sermos bons na ideia de sustentabilidade. A sociedade necessita de muitas coisas básicas e nós seguimos focados em fazer produtos sofisticados para pequenos e exclusivos grupos sociais.


Entrevista Christian Ullmann

Ítalo Galiza jornalismo@balaiodesign.com.br Mas de que maneira o design sustentável pode contribuir para a conscientização ecológica das pessoas? Christian Ullmann resudaca@gmail.com Temos, aos poucos, ganhado espaço, divulgação e penetração na sociedade como um todo. Mas é importante fazer as coisas bem feitas, porque senão confundimos a opinião pública e tudo vira uma bagunça. Temos que ser mais criteriosos e não utilizar desse argumento como ação de marketing. Plantar uma árvore, jogar uma embalagem multilaminada no lixo certo, ter um carro flex... tudo isso ajuda e é o mínimo que as empresas têm que fazer. Entretanto, nos confundem com divulgação e informações. Ainda seria melhor não comprar embalagens multilamina-

das, que exigem uma complicada logística reversa para reciclar. É melhor uma bicicleta de 7 kg de ferro ou alumínio a um carro último modelo flex - todo eletrônico, com mais de uma tonelada de ferro, plástico, vidro e parte elétrica. Pense o exagero no nosso dia a dia. Por exemplo, para transportar uma pessoa de 60 a 90 kg, necessitamos de uma tonelada de diferentes materiais movidas por um recurso natural não renovável. Na segunda década do século XXI, seguir pensando que a mobilidade pode ser resolvida com carros não é pensar no futuro.

Ítalo Galiza jornalismo@balaiodesign.com.br O design sustentável ainda é interpretado como modismo pelas empresas e pessoas em geral? Christian Ullmann resudaca@gmail.com

Expert em desenvolver produtos com a utilização de recursos naturais renováveis

A ideia da sustentabilidade está tão longe que está virando mesmo um modismo. E o nosso papel, como designers, é não deixar que isso aconteça. Pela profissão que escolhemos, temos compromisso com a sociedade e estamos no meio do processo entre empresários, fábrica e consumidores. Nossas escolhas e decisões de projeto mudam ou pelo menos influenciam o mercado. Somos nós quem escolhemos os materiais e processos. Nossos projetos podem ser todos artesanais, dando trabalho a muitas pessoas, ou mecânicos, realizados com duas

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“A ideia de sustentabilidade está tão longe que está virando mesmo um modismo. máquinas de último modelo importadas da China. Somos nós os geradores de opinião e temos credibilidade com a sociedade. Isso é uma grande responsabilidade e temos que fazer bom uso dessa condição para colaborar no pensamento de um melhor futuro para todos.


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Ítalo Galiza jornalismo@balaiodesign.com.br Como tem se planejado e realizado a formação atual dos designers, no que diz respeito ao tema sustentabilidade? Christian Ullmann resudaca@gmail.com Hoje a maioria das faculdades tem alguma matéria relacionada ao ecodesign e design social, mas isso não é suficiente. Pensar sustentável não é periférico, é central. Se a formação acadêmica realmente tem interesse em incorporar esses conceitos em sua grade curricular, os professores também pre-

Ítalo Galiza Que conselho você daria para o profissional que esteja realmente interessado em se especializar em design sustentável? Christian Ullmann Temos que estar conscientes de que quando falamos de Design sustentável, estamos falando de Design para a sustentabilidade. Não

cisam entender que estão falando para poder repassar aos alunos o que se tem de melhor e mais avançado em pesquisas, bibliografias e produtos de mercado. O aluno precisa ter instrumentos para diferenciar o que é marketing corporativo daquilo que realmente é uma inovação.

temos nada no mundo contemporâneo que possa transformar nossas ideias e projetos em produtos “sustentáveis”. O que podemos fazer é melhorar os produtos novos, se comparados com os anteriores, e este já é um bom caminho. A ideia não é “especializar-se” e sim incorporar as questões relacionadas à sustentabilidade em nosso dia a dia e nos novos projetos. Não temos outro caminho possível para o Design. A falta de recursos naturais e as condições ambientais nos exigem isso e nós temos que atender as demandas da sociedade atual.

Ítalo Galiza jornalismo@balaiodesign.com.br Além disso, novos conceitos, como o Design Thinking, estão sendo discutidos no ambiente corporativo. Você acredita que esse conceito pode direcionar designers e gestores para uma ação mais sustentável? Christian Ullmann resudaca@gmail.com As definições utilizadas pelo Design Thinking são muito importantes. Na realidade, são as mesmas que já utilizávamos há 20 ou 30 anos. Hoje apenas ampliamos essas definições para o Design como um todo. Acredito que as ações mais sustentáveis possam vir do Design Thinking, porém, é sábio destacar que essa é mais uma ferramenta do designer. Em resumo, somos nós, designers, que temos a possibilidade de escolha do que realmente queremos fazer: se é colaborar com a qualidade de vida da sociedade ou apenas beneficiar um cliente a vender mais um produto.


InfogrĂĄfico TripĂŠ da sustentabilidade

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Diagramação: Gabriela Maluf Coordenação: Felipe Gama

Autor: Ítalo Galiza

Infográfico: Variações da Família Helvética


Artigo A ampliação do campo do atuação do Design

Mauro Pinheiro_ Designer, formado pela ESDI/UERJ, doutor em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design da PUC-Rio. Professor do Departamento de Desenho Industrial da Universidade Federal do Espírito Santo,

A ampliação do campo de atuação do Design: de produtos e mensagens visuais a serviços e estratégias de comunicação ma das mudanças mais interessantes no campo do Design nos últimos tempos foi a ampliação da abrangência de sua área de atuação. Durante muito tempo a atividade esteve ligada fundamentalmente ao projeto de artefatos. A própria instalação da Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) – a primeira do Brasil e da América Latina especializada na área – na década de 60 indica essa relação: as habilitações do curso oferecido pela escola eram em Projeto de Produto e Comunicação Visual. Sendo a ESDI a primeira, inf luenciou as escolas subsequentes. Somente no início do século XXI começaram a surgir outras habilitações nos cursos de Design no Brasil – Design de moda e de mídias digitais, por exemplo. Uma consulta ao site da ESDI, no entanto, mostra como a visão da atividade ligada ao projeto de artefatos ainda existe. Segundo a página da Escola, “o Design, ou Desenho Industrial, é a área do conhecimento que trata do planejamento, da programação e do projeto dos objetos com os quais o homem lida em seu cotidiano, assim como dos ambientes em que mantém seu espaço de vida”¹. Essa relação com objetos e suportes definiu, em parte, a concepção do que é Design. Ao menos, era assim que o senso comum o definia até o século passado. William R. Miller delimita o Design como “o processo de pensamento que compreende a criação de alguma coisa”². O que tem ocorrido nos últimos anos é que essa “alguma coisa” a qual os designers se ocupam de criar tem se tornado cada vez mais abrangente – e em alguns casos, imaterial.

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Na virada dos anos 80 para os anos 90, o discurso sobre o campo de atuação do profissional começou a incluir termos como “gestão” e “estratégia”. Embora durante muito tempo tenha se associado o termo “design” apenas a questões estéticas, sabe-se que a prática envolve muito mais do que dar uma aparência agradável a produtos e sistemas de comunicação. De fato, nos últimos anos o Design tem se destacado como uma ferramenta fundamental de inovação, na resolução de problemas complexos. Mais do que palavras de efeito, esses termos indicam uma abrangência maior da área, não se limitando mais ao projeto de objetos e produtos. Hoje, passamos a nos ocupar com o projeto de serviços, estratégias e experiências. Podemos citar como exemplo o projeto desenvolvido pela consulto-


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Ilustração: Jon Mod

Título: Nilland Bold 18/21,5 Texto: Nilland regular 9/11,5

ria Fuelfor³, sediada em Barcelona. Com o mote “Wait...it’s not just about time!”, se propuseram a repensar a experiência de espera por atendimento médico4. Usando diversas técnicas de pesquisa, identificaram motivos de insatisfação nos pacientes em consultórios médicos e hospitais. A partir desse diagnóstico, chegaram a diferentes propostas: pensar sistemas de sinalização e ambientação possibilitando povoar o ambiente com informação relevante; repensar o espaço como uma questão cultural, proxêmica, desenvolvendo um mobiliário com nichos modulares, adaptável a cadeirantes, crianças e carrinhos de bebê; criar um aplicativo para telefone celular que administra o tempo de espera e fornece informações relevantes sobre a consulta e sobre hábitos para promoção da saúde. A proposta previu também uma nova abordagem

para o receituário médico, mais informativo e integrado ao aplicativo para telefone celular, para efetivamente auxiliar na administração dos medicamentos após a consulta. Como se vê, partindo de uma questão abrangente e complexa foi possível chegar a soluções que, em conjunto, promovem uma experiência distinta no que se refere à espera por atendimento médico – desdobrando-se inclusive no pós-atendimento. O projeto pode ser visto com mais detalhes no link ao final deste artigo. Não por acaso, os grandes escritórios de Design no país passaram a se posicionar como agências, passando a oferecer um leque maior de serviços e competências. É comum que essas agências atuem na gestão da marca e estratégia de comunicação dos seus clientes. O Design de serviços é o mais recente campo de atuação sobre o qual as agências têm se debruçado. Essa ampliação surge como uma solução possível, estratégica e necessária frente aos problemas de um mundo cada vez mais complexo e dinâmico.

[1] Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI): <http://www.esdi.uerj.br> [2] MILLER, William R. Definition of Design. Traduzido por João de Souza Leite, 1997. Versão original, 1988. Disponível em: <http://bit.ly/definition-of-design-DOC>. Acesso em: 1º de março de 2007. [3] Fuelfor: <http://www.fuelfor.net> [4] It’s not just about time! A fuelfor design exploration into the experience of waiting in healthcare: <http://issuu.com/fuelfor/docs/waitbook_pdf>.


Comunicação na área médica

Case

BRU XO

DE

Você sabia que séculos atrás os médicos carregavam consigo a pecha de mágicos, bruxos, pessoas com poderes sobrenaturais? Imagine só o peso que tinha a palavra de um profissional como esse ou mesmo o temor que um diagnóstico dado por ele despertava em seus pacientes. O tempo passou, os conceitos acerca da “sobrenaturalidade” da atividade médica ficaram para trás, mas a opinião do médico continuou inquestionável. É só perguntar a alguém mais velho. Antigamente, não tinha choro nem vela. A palavra final era sempre a do doutor. E ponto.


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Ilustração: Willi Piske

A

oje essa relação tem mudado. Se antes os médicos eram figuras raras, hoje são encontrados com relativa facilidade. Sua palavra, antes considerada verdade absoluta, passou também a ser questionada dentro dos consultórios. Sintomas, causas e tratamentos para problemas

Caracteres: 6000 caracteres

Jornalista: Tiago Moreno

diversos agora podem ser acessados na internet, a apenas alguns cliques de distância. Diferente, não é? num contexto de tantas transformações, o alerta que fica é um só: os médicos também precisam se destacar, e, para isso, comunicação é fundamental.

Após grandes transformações na área, profissionais da Medicina aprenderam a importância de conquistar seu público passando uma boa mensagem

DOUTOR


Para realizar esta última tarefa, o primeiro passo foi pensar em como simbolizar os conceitos intrínsecos à entidade por meio de formas e cores que se relacionam com a especialidade da cooperativa. Durante este processo, o designer Jucimar Rocha –

Um planejamento estratégico de comunicação foi desenvolvido pela equipe do Balaio Comunicação e Design e resultou na criação de projetos diversos. A começar pela nova ambientação da sede da COOTES, o programa de trabalho fez surgir o site da instituição, material de papelaria, informativos on-line com assuntos ligados à rotina da entidade e da classe médica, além da nova identidade visual da Cooperativa.

Se para um único médico, zelar por uma boa reputação e saber transmiti-la já é primordial, o que dizer então de uma entidade composta por dezenas deles? Foi com a consciência de que uma boa comunicação é fundamental para os novos tempos da Medicina que a COOTES iniciou seus investimentos na área, com o intuito de comunicar seus valores e campo de atuação a seu público, composto por médicos cooperados, compradores do serviço – Estado ou hospitais particulares – e pela população capixaba.

A “nova” relação médico-paciente requer mais. Mais comunicação e métodos didáticos de conversa, sem esquecer do apoio e da preocupação com o bem-estar do paciente. “Precisamos transmitir confiança e transparência, pois lidamos com o sofrimento humano e, às vezes, também com os riscos de morte”, diz o ortopedista Hélio Barroso dos Reis, diretor presidente da Cooperativa dos Ortopedistas e Traumatologistas do Estado do Espírito Santo (COOTES).

um novo

Para um novo

paciente, médico

Comunicação na área médica

Case

pacientes e colaboradores.

aumentando a comunicação com

criaram suas páginas institucionais,

Ortopedia e Traumatologia (IOT),

Especializados e o Instituto de

o laboratório Lig Diagnósticos

do Ombro e do Cotovelo (ICCOC),

O Instituto Capixaba de Cirurgia

Não apenas a COOTES se mostrou preocupada com a nova realidade do mercado, mas também outras instituições da área da saúde, que além de terem em comum o setor de atuação, procuraram o Balaio Comunicação e Design para se adequarem a essas necessidades. Confira algumas delas e o que foi feito:

- bruxos

+ humanos,


Texto: Helvética LT Light 10/15

Abertura e subtítulo: Adobe Caslon Pro Italic 11/13,2 Helvética 25 Ultralight 15/18

Título: Adobe Caslon Pro 60/72 Helvética 25 Ultralight 60/72

Diagramação: Willi Piske

*

Fechamento: 300 dpi Impressão Offset CMYK

Softwares: Adobe Photoshop cs5® Adobe Illustrator cs5® Adobe Indesign cs5®

São justamente valores como transparência, segurança, força e união que têm norteado o trabalho da COOTES desde sua fundação. A diferença básica é que agora isso está explícito em todos os meios de comunicação da entidade. “Aprendemos a dialogar com nosso público e a lidar com o novo panorama que faz da Comunicação algo muito importante para a Medicina. Por causa disso, a COOTES, é hoje muito mais representativa do que há alguns anos”, atesta Hélio Barroso.

responsável pela reformulação identidade visual da COOTES – percebeu um detalhe fundamental para a criação da logo: os ossos do aparelho músculo-esquelético são interligados por uma série de elos. “Esses elos possuem formas e estruturas que se encaixam e cooperam entre si, permitindo, ao organismo, dinâmica, resistência e funcionalidade. Além de possuírem uma forma harmônica e equilibrada, os elos também representam características como força e união * ”, explica Rocha.

para a sociedade civil.

voltadas para seus associados e

nhas institucionais e educativas

classe médica, além de campa-

importantes informativos para a

ca por meio do lançamento de

trabalhado a gestão de sua mar-

Espírito Santo (SBOT-ES), tem

pedia e Traumatologia – Regional

A Sociedade Brasileira de Orto-

institucional.

sites e materiais de comunicação

as logos, identidades visuais,

toria médica, foram desenvolvidas

consultoria e assessoria em audi-

Orago, empresa especializada em

oferece serviços oncológicos, e a

Para a Atho Oncologia, núcleo que


Case Sinalização e ambientação

Softwares: Adobe Photoshop cs4 Autodesk 3D Max 10 Fechamento: 300 dpi Impressão Offset CMYK

Observe placas, fachadas, ícones e adesivos que são parte do ambiente em que você está agora. Feito? Ok. Agora pode se concentrar na matéria.

Diagramação: Carlos Dalcolmo

Revista Balaio 24 25

bem provável que você nem tenha se ligado, mas tudo o que viu foi minuciosamente planejado e desenhado com um objetivo muito bem determinado: facilitar a sua relação com o meio. Doses homeopáticas de design, em sua forma mais concreta. Não foram poucas as definições utilizadas por pesquisadores e profissionais da área com o intuito de classificar o ramo do Design responsável pela interação entre homem, informação e lugar. Há quem chame de programação visual, comunicação visual, Design da informação, sinalização interna... A Associação dos Designers Gráficos (ADG), tentando por fim às divergências, definiu o campo de atuação como “Design Ambiental”.


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Funciona mais ou menos como nessa matéria: fique atento aos sinais, caso contrário, você vai se perder.

desses edifícios, por meio de signos nominativos legíveis e da propagação de informações que supram as necessidades de esclarecimento dos usuários em circular por esse determinado espaço físico. Na outra ponta da explicação, os projetos de ambientação são chamados de “Design Total” e consistem na concepção completa de um recinto

tótipos das principais peças a serem analisadas, pré-implantar e executar, além de total acompanhamento durante a fase de instalação. Um trabalho árduo, mas que quando bem planejado, rende bons resultados. Partindo dessa cultura estratégica, o Balaio Comunicação e Design realizou projetos de sinalização e ambientação de importantes edifícios na Grande Vitória: o novo prédio da Petrobras, a sede da Polícia Federal, em Vila Velha, e as unidades de Vitória e Vila Velha da Faculdade Estácio.

Em seu guia a ADG esquematizou a vertente em dois grandes segmentos: sinalização e ambientação. O primeiro, segundo a publicação, costuma ser implantado em “edifícios complexos, tais como shopping centers, supermercados, terminais de transporte, hospitais, museus, etc”. Sua principal tarefa é otimizar e, por vezes, até viabilizar o funcionamento

por um designer: uma exposição, uma loja, um estande ou um local para abrigar um evento. Para o designer, só resta estar munido de conhecimento técnico e conceitual para discernir a melhor forma de desenvolver um projeto desse tipo, em todas as suas fases de evolução. De acordo com os arquitetos Norberto Chamma e Pedro Pastorelo, no livro “Marcas & Sinalização”, essas etapas dividem-se basicamente em: redigir a proposta, fazer o estudo preliminar, solicitar a execução dos pro-


Case Sinalização e ambientação

oi dos formatos, tipografia e cores já utilizadas pela matriz da Faculdade, localizada no Rio de Janeiro, que partiram os conceitos para criar o projeto de sinalização da Estácio Vitória. O grande desafio do projeto foi adequar a identidade visual já existente às particularidades da filial que contratou o escritório. Esse fator, inclusive, influenciou as características dos materiais de ambientação – painéis promocionais e banners de divulgação dos cursos, por exemplo – que ganharam identidade própria, com cores e diagramações padronizadas ao espaço. A equipe de profissionais responsável pelo projeto fez uma série de visitas técnicas para análises de quantidade e variedade de peças que iriam compor a sinalização, além do fluxo dos

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alunos dentro da faculdade. “Fomos acompanhados e orientados por um interlocutor da unidade, que nos ajudou a nomear e identificar cada sala dentro do edifício, além de juntos definirmos o que se apresentaria em cada banner e painéis”, explica Carlos Dalcolmo, um dos designers envolvidos na realização do projeto que meses depois foi expandido à sede da Faculdade no município de Vila Velha. O contato inicial com o ambiente antes de colocar a mão na massa é premissa de qualquer projeto de sinalização e foi utilizado também no planejamento da sinalização feita para o prédio da Polícia Federal – regional Espírito Santo. O edifício, localizado em São Torquato, Vila Velha, tem 18 mil metros quadrados divididos em seis pavimentos – com diferentes direções e diversidade

Caracteres: 8000 caracteres Jornalista: Ítalo Galiza


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Fluxo baseado nas metodologias de Chris Calori (2007) e Joan Costa (1989), extraídas do livro “Design e sinalização” de Douglas D’agustini e Luiz antônio Vidal.

Matéria: Frutiger LT 45 light 9,5/12,3 Legendas: Frutiger LT 35 light 7,5/11 Gráficos: Frutiger LT 55 roman 10/12

de público circulante. Pensando nisso, o Balaio desenvolveu uma metodologia para nomear, classificar, quantificar e localizar cada uma das mais de 330 peças de sinalização criadas para o projeto; todas desenvolvidas com o objetivo de informar e orientar, de forma clara e precisa, os grupos de indivíduos de diferentes procedências geográficas e condições sócio-econômicas e culturais que se deslocam até a instituição em busca de dados e serviços. “Além das visitas técnicas para conhecimento e medição, buscamos nas plantas do prédio as melhores localizações para inserção das peças. A partir dessa análise quantitativa, visitamos novamen-

te o local para conferir área por área a viabilidade de instalação da sinalização”, explica o gestor do projeto, Felipe Gama. Segundo ele, a pesquisa por materiais para a produção e acabamento das peças também foi abrangente. “Utilizamos acrílico, aço escovado, adesivo de recorte, entre outros. Após essa fase, foram criados os protótipos, se-

guidamente testados em escala real, tudo isso antes da produção e aplicação efetiva da sinalização, que ficou a cargo de uma outra empresa licitada”, conta. Para concluir essa etapa de planejamento e produção do projeto de forma completa e facilitar o serviço dos técnicos que dariam andamento ao trabalho, o Balaio produziu o Manual de Sinalização para a sede capixaba da Polícia Federal, contendo detalhadamente o conceito, os procedimentos e critérios utilizados para a confecção das peças, bem como os elementos e materiais que foram necessários à correta instalação dos elementos componentes do sistema de sinalização.


Case Sinalização e ambientação

que fica claro a partir de projetos como os da Polícia Federal e da Faculdade Estácio é que cada trabalho constitui um caso particular, com condicionantes funcionais, arquitetônicas, ergonômicas e ambientais próprias. Entre todos eles, porém, há uma característica equitativa: o fluxo de trabalho (em destaque no infográfico da página anterior). A metodologia rígida e bem distribuída no processo de trabalho, premissas dos dois projetos citados, também foi um dos principais, senão o maior, fator de influência sobre o projeto de Sinalização que está sendo desenvolvido pelo Balaio para o novo edifício da Petrobras, na Avenida Nossa Senhora da Penha, em Vitória. “A sinalização não existe por si só. Ela é parte de algo maior e assim deve ser pensada. Por isso, alinhar os conceitos do projeto arquitetônico aos do sistema de sinalização é fundamental para atingir uma solução harmoniosa”, conclui Carlos Dalcolmo. Agora olhe ao seu redor, mas olhe atentamente. Observe placas, fachadas, ícones e adesivos que são parte do ambiente em que você está agora. Percebeu como tudo isso foi minuciosamente planejado e desenhado com um objetivo muito bem definido?

A análise do projeto arquitetônico é fundamental para alinhar os conceitos extraídos aos do sistema de sinalização, visando harmonizar o projeto.

Tudo é documentado como forma de registro e um relatório é produzido para que se possa justificar escolhas e embasar todo o restante do projeto.

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Todo o fluxo de circulação é avaliado inúmeras vezes e as rotas são vistoriadas antes que se defina a melhor localização de cada peça que compõe o sistema de sinalização.

O estudo dos materiais leva em conta algumas propriedades como resistência, maleabilidade e custo, sempre alinhando a escolha aos conceitos básicos do projeto.

O acompanhamento no momento da aplicação é tão fundamental quando o desenvolvimento do projeto, para garantir que o melhor resultado seja alcançado.


Case PDV: Espaço do Torcedor

M ESPAÇO QUE É A CARA DO TORCEDOR ma loja ou o pedacinho de um estádio de futebol? Estratégia de Ponto de Venda diferencia a loja Espaço do Torcedor de suas concorrentes no ramo de artigos de futebol. ma pesquisa recente realizada pela ToolBox TM, empresa brasileira de métricas e indicadores de Pontos de Venda, revelou um dado interessante. De acordo com o levantamento, de alguns anos pra cá, consumidores em geral têm Nem só da pura e demonstrado um aumento simples exposição de considerável produtos ou de um na percepção bom atendimento daquilo que se denomivive uma loja. na como “materiais de ponto-de-venda”. São displays, cartazes, banners, móbiles, adesivos e tudo o que torna a exposição de um produto melhor. Em 1998, o índice que mede essa percepção Diagramação: Carlos Dalcolmo

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registrava 44%. Tempos depois, em 2010, o número saltou para respeitáveis 71%. De forma simples, a conclusão é uma só: nem só da pura e simples exposição de produtos ou de um bom atendimento vive uma loja. Hoje, mais que nunca, é preciso investir naquilo que alguns chamam de atmosfera de compra. Trocando em miúdos, a comunicação visual, iluminação, conforto e outros diversos elementos que estimulam as respostas emocionais e perceptivas do consumidor e afetam seu comportamento de compra. Ainda em 2010, mesmo ano de divulgação da pesquisa, surgia, em Vila Velha, a loja Espaço do Torcedor. Locali-


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Autor: Luiz Alberto Rasseli Caracteres: 8000 caracteres


Case PDV: Espaço do Torcedor

zada no Shopping Praia da Costa, o empreendimento nascia com ideias bem definidas. Hoje, diferentemente de grandes centros como Rio e São Paulo, a grande Vitória não dispõe de lojas especializadas em artigos para os amantes do esporte bretão. Camisas, shorts e acessórios podem ser encontrados, sim, mas misturados a artigos de outras modalidades. Opções que fujam àquilo que é produzido pelos fornecedores oficiais de cada time, como artigos retrô, por exemplo, são achadas com dificuldade. A Espaço do Torcedor, então, surgia para servir, com qualidade e diversidade de pro-

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dutos, os torcedores dos grandes times de futebol do país e ganhar a preferência do consumidor que antes procurava por este tipo de artigo em gigantes do ramo ou nas franquias autorizadas de seu time. A forma encontrada para alcançar esses objetivos foi diferenciar-se dos concorrentes de um jeito criativo. Deixar a loja com a cara do torcedor. Trazer para dentro de alguns metros quadrados a emoção de uma partida: a vibração das torcidas, o clima dos vestiários, os gritos de guerra e a explosão de alegria por um gol marcado contra o maior rival. Estimular os sentidos do consumidor por meio de uma acolhedora atmosfera de compra e cumprir o objetivo de propiciar a ele uma experiência diferenciada na hora de adquirir o produto de seu time de coração.


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ROJETO ensávamos em grandes estruturas, mas tínhamos 27 metros quadrados e um universo de emoções para retratar, além, é claro, de pensar a mobilidade e o conforto dentro da loja.” rojetar soluções para a loja se mostrou logo de início um desafio aos designers responsáveis pelo projeto de ambientação. “Pensávamos em grandes estruturas, mas tínhamos aproximadamente 27 metros quadrados e um universo de emoções para retratar, além, é claro, de pensar a questão da mobilidade e conforto dentro da loja”, explica o designer do Balaio Comunicação e Design, Carlos Dalcolmo, antes de completar: “A idéia de criar um ambiente que remeta ao estádio é ótima, mas se não for bem executada tende a tornar o ambiente carregado, com excesso de informações.”

Assim, a escolha dos elementos que ornamentariam o ambiente partiu do princípio de otimização dos espaços. Ao invés de totens, painéis e adesivos foram trabalhados sempre nas partes superiores do ambiente. O deslocamento evita a perda de espaço e o citado excesso de informações onde deve haver a perfeita circulação de pessoas. Como num bom estádio, o conforto é privilegiado. No chão, móveis mórficos (que mudam de forma),


Case PDV: Espaço do Torcedor

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A organização dos produtos priorizou a melhor estratégia de exposição.

Todos os móveis foram projetados exclusivamente para o Espaço do Torcedor.

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desmontáveis e abaulados, nas cores verde e branca, foram escolhidos por proporcionarem versatilidade à utilização dos espaços inferiores e por criarem um ambiente clean, não concorrendo com os multicoloridos artigos esportivos da loja.

rio de sonho, movimento e euforia comum ao universo do futebol.

Nos painéis está tudo aquilo que de fato move o esporte. As cores fortes e o movimento das bandeiras, o vermelho e o brilho dos sinalizadores, a vibração dos craques e o sentimento que torna o jogo adorado por milhões de pessoas ao redor do globo. No projeto desenvolvido pelo Balaio, o Espaço do Torcedor acaba sendo também o lugar do jogador. Retratos vibrantes de craques consagrados, estrelas mundiais do esporte, fazem o contraponto com a perspectiva de limpeza e funcionalidade adotada na parte inferior da loja. O uso de filtros nas imagens ajudou na construção do cená-

Nada parece mais óbvio do que o uso de grama sintética como piso em uma loja que comercializa artigos de futebol. A escolha é, de fato, simples, mas se mostrou um acerto por outros fatores além da referência ao esporte. “O efeito da aplicação da grama sintética de boa qualidade sempre é uma agradável surpresa. Nesse caso, porém, se mostrou a melhor escolha pelo ponto de vista da durabilidade e

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Experiência multissensorial


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Os armários modulares permitem adaptação aos mais variados espaços.

Todas as peças têm acabamento arredondado para evitar acidentes.

O provador proporciona ao cliente a sensação de estar sendo entrevistado no gramado.

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do preço”, explica Dalcolmo. Ao pisar a grama sintética, também entra em campo outro fator importante para a concepção de um PDV bem construído: a experiência multissensorial. Design, nesse caso, também para o tato, e a possibilidade de se sentir pisando num campo de jogo. O conceito também foi explorado com a instalação de monitores nos quais pode se ouvir e assistir partidas e lances que transmitam a carga emocional pela qual o torcedor está sujeito quando vai assistir a um jogo no estádio. Nos provadores, painéis instalados do lado oposto aos espelhos trazem ar-

quibancadas ao fundo e microfones no primeiro plano. Quando o cliente veste a camisa e se olha no espelho, tem a sensação de ser entrevistado como é geralmente feito com o jogador de destaque em alguma partida. O projeto foi finalizado em dezembro de 2010, durante a reta final do Campeonato Brasileiro de Futebol. O Espaço do Torcedor foi inaugurado naquele mesmo mês e os esforços de diferenciação pela aplicação de estratégias de marketing e design deram resultados. Era só passar pela loja e perceber o intenso movimento. Hoje, Shoppings como o Mestre Álvaro, na Serra, também já tem um Espaço do Torcedor. Com o crescimento da percepção dos pontos de venda pelos consumidores, investir em PDV se mostra, de fato, a melhor estratégia de marca em um mercado saturado delas. Um verdadeiro gol de placa.


Matéria especial PDV: Loja móvel da Vivo

Sobre quatro rodas

municípios foram percorridos

Foi assim que a Vivo pegou a estrada e levou até seus clientes novas tecnologias de transmissão de sinal para celulares. ma loja de telefonia celular e internet móvel com tudo que há de comum, desde atendentes até produtos e serviços à disposição dos clientes. Até aqui, nada de muito diferente, certo? Agora coloque tudo dentro de uma van e saia percorrendo lugares com a sua “loja itinerante” sobre quatro rodas. Achou estranho ou inusitado? Pois essa é uma ideia que já saiu do imaginário de uma empresa. Quem engatou esse conceito e caiu na estrada foi a Vivo, uma das maiores operadoras de Telefonia e Internet do país, que, com o projeto do Balaio Comunicação e Design, criou a Loja Móvel da Vivo. O intuito da ação era levar aos usuários do interior do Espírito Santo as novas tecnologias de transmissão de sinal para celulares, a GSM ou a 3G, que substituíram a antiga CDMA. Ao todo, nove cidades receberam a visita da loja móvel, bastando apenas a sua presença e uma abordagem diferenciada para chamar a atenção dos moradores. Mas a preocupação não era a de apenas “estar” nessas cidades. O objetivo da loja motorizada também era o de proporcionar aos clientes a sensação de que estariam dentro de uma loja física da Vivo, com a mesma ambientação e identidade

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mais de


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visual da empresa, mesmo com a van estacionada no meio da praça central do município. A eficácia da ação pode ser vista em números: em 32 dias de duração, mais de 800 aparelhos foram trocados e, além disso, a loja móvel comercializou 170 planos da Vivo, 37 modens, 26 habilitações no Vivo Pré, 14 Programas de Pontos e cerca de R$ 2.400,00 em recarga.

Mais de

Cerca de R$

Mas a Vivo não ficou apenas no comercial. Enquanto o “visitante diferente” esteve estacionado em cada uma das cidades pela qual passou, havia o incentivo para que a população local, em troca de brindes oferecidos pela operadora, levasse mantimentos até a Loja Móvel. Ao todo, mais de uma tonelada de alimentos foi arrecadada e repassada a 11 instituições beneficentes do Estado. Um belo número, não é mesmo? A Loja Móvel foi uma ideia que deu certo e transportou, a cada cidade visitada, a comodidade e a praticidade dos serviços Vivo para centenas de clientes capixabas, além de oferecer carinho e mantimentos para quem necessitava. Em campanhas assim, ganham população e empresa, que agrega ainda mais valor à sua marca.

instituições foram beneficiadas

Ilustração: Carlos Dalcolmo

Autor: Tiago Moreno

Título: ITC Officina Serif 48/48

Caracteres: 2500 caracteres

Texto: ITC Officina Serif 9,5/12,3


Artigo Mídias sociais e o Design

Jofran Lírio_ Designer formado pela Ufes com MBA em Marketing pela FGV, é sócio-fundador do Balaio Comunicação e Design, onde ocupa o cargo de Diretor de Desenvolvimento Web.

Redes sociais: uma arma poderosa na mão das empresas ode se dizer que 2011 e 2012 foram os anos em que as grandes empresas entenderam a força e a abrangência das redes sociais para seus negócios. De simples ferramentas de suporte ao que era trabalhado nas páginas institucionais, redes como o Facebook, Twitter e Orkut passaram a ser vistas como um importante canal de comunicação entre empresas e seus consumidores e talvez o meio mais eficaz para a realização de promoções, ações interativas com clientes, além da divulgação de produtos e serviços. As explicações para esse fenômeno são relativamente simples. A primeira passa pela quantidade de usuários dessas redes. Somente o Facebook soma mais de 900 milhões deles. No Brasil, o número de adeptos da rede social criada por Mark Zuckerberg saltou de nove milhões em 2010 para 46 milhões em 2012. Um incrível aumento de quase 300%. E o número continua crescendo. O Orkut, apesar da queda de popularidade, ainda tem números expressivos: mais de 30 milhões de usuários. A segunda explicação diz respeito a comportamentos. As redes sociais tornam-se o espaço aonde todos compartilham seu dia a dia, gostos e afinidades por meio de mensagens, fotos, vídeos etc. Nas comu-

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nidades, pessoas com interesses em comum se agrupam. Nas Fan Pages, interagem com suas marcas e bandas favoritas de forma nunca antes vista. Dessa forma, ficou mais fácil saber o que o consumidor procura e preparar ações de marketing adequada a essa busca. Acompanhando essa tendência, algumas empresas têm procurado o Balaio Comunicação e Design para desenvolver suas estratégias de entrada nas redes sociais. A franquia capixaba do Empório Bijux, empresa de bijouterias presente em mais de 12 estados brasileiros, começou seus trabalhos no fim de 2011 e queria divulgar sua marca e produtos nas redes sociais. O primeiro passo do planejamento era decidir com quem e como falar; de que forma transmitir os conceitos e atitude de usar Empório Bijux. O público não seria outro senão a nova geração de meninas aficcionadas por moda, acessórios e esmaltes. O tempo é das It Girls, das blogueiras de moda, ícones de estilo de uma geração que faz das redes sociais sua principal ferramenta na busca por novidades. A chave para a conversa nas redes sociais era trazer ao público tudo o que ele de fato procura: promoções, dicas de maquiagem, novidades sobre o universo da Moda, looks de famosas...


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Ilustração: Jon Mod

Título: Nilland Bold 18/21,5 Texto: Nilland regular 9/11,5

tudo por meio de vídeos e fotos. Mais do que isso, mostrar como os acessórios do Empório eram itens indispensáveis para que as meninas ficassem ainda mais bonitas e antenadas às tendências. Além de trabalhar o conteúdo e os produtos, outro ponto fundamental foi a proximidade da marca com seu público. O tom da interação na rede era o de bate-papo. Assim era mais fácil descobrir o que os consumidores estavam achando da marca, dos produtos e se isso estava de fato gerando resultados para o Empório Bijux. Nesse contexto, também se fez essencial manter o foco na viralização, ou seja, fazer com que as pessoas espalhassem o conteúdo postado na Fan Page do Empório, amplificando o alcance do trabalho.

Estar presente nesse meio tornou-se uma questão estratégica. Assim como as empresas se planejam para lançar um produto, ter um bom plano de ação para as redes sociais evita possíveis fracassos e surpresas. No entanto, da mesma forma que são um importante aliado, as redes também podem jogar contra. Uma falha na comunicação reverbera como em nenhuma outra mídia, causando grandes estragos. Não custa lembrar do caso do consumidor Oswaldo Borelli, que em 2011 criou um vídeo e postou no Youtube para reclamar de um defeito em sua geladeira, utilizando o Twitter como plataforma de apoio para o protesto. O vídeo teve mais de 820 mil visualizações e fez a marca figurar entre os Trending Topics na época.

A ação durou todo o período do alto verão (dezembro, janeiro e fevereiro) e com menos de um mês de trabalho, o modelo de divulgação dos produtos já havia se tornado referência para as outras lojas franqueadas. Hoje, quase sete mil pessoas já curtiram o Empório Bijux Vitória e sua Fan Page, e toda novidade postada na rede social resulta em aumento no f luxo de clientes que vão à loja à procura das novidades.

Com tantas possibilidades, se faz necessário estar bem preparado para usar as redes sociais como uma arma favorável a seu negócio. Muito além da divulgação institucional, essas ferramentas se tornaram sinônimo de inovação e de real preocupação da instituição com seus públicos. E serão justamente essas instituições que ganharão a preferência dos consumidores nos próximos anos.


Case Mídias digitais

O PODER DAS MÍDIAS DIGITAIS onectado. Talvez seja essa a palavra que melhor descreve o mundo contemporâneo quando o assunto é comunicação. Grande parte das coisas que precisamos, fazemos e até mesmo pensamos está, de alguma forma, relacionada às novas tecnologias e à Internet. Fazer compras, assistir a filmes, ouvir música... Por meio de um smartphone, por exemplo, está tudo lá, a apenas alguns cliques de distância. Já pensou escrever Arnold Schwarzenegger e não conferir a grafia no Google? Pois é, sua vovózinha não o tinha para nada. Estar fora da “rede” hoje em dia é como viver dentro de uma concha, escondido do mundo. Ignorar o crescimento diário do número de internautas é um equívoco. O poder de alcance da Internet e seu amadurecimento como ferramenta de comunicação transformaram as relações sociais, remodelando, inclusive, as ações das empresas e organizações, que enxergam na Web a possibilidade de convergir, inovar e reestruturar os laços afetivos construídos offline. Não é à toa que elas estão utilizando parte significativa de seus recursos para investir em marketing digital. Muito além das expectativas de que as plataformas virtuais somente serviriam como instrumentos de celeridade e eficácia operacional, hoje elas ganharam status de ferramentas estratégicas, contribuindo para fortalecer o posicionamento de determinado empreendimento, além de funcionarem como um meio interativo e amplificador de resultados. Em um de seus artigos, a especialista em marketing digital e e-commerce Sandra Turchi afirmou que estamos vivendo a “era do cliente interativo”. Segundo ela, a prova de que as rela-

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As páginas virtuais já assumiram o cargo de ferramentas estratégicas de comunicação.

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1. Esquadrilha da Fumaça A loja virtual tem como plano de fundo as manobras realizadas pela equipe aérea.

2. Netleader O site alinha a linguagem visual do dealer à da Vivo, de forma equilibrada e limpa.

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3. Commcell Pioneira no conceito de loja corporativa, a Commcell precisava de um site que refletisse seu atendimento personalizado.

Autores: Lucas Pinhel Ítalo Galiza Caracteres: 9000 caracteres

Images: 200 dpi CMYK

ções cliente-empresa se transferiram para a Web está no aumento significativo do número de visitas aos sites das companhias de interesse, bem como o hábito de pesquisa online antecedente à tomada de decisões, seja para realizar compras de produtos, viagens ou fazer um curso. O hábito, segundo ela, atinge 85% dos internautas. Na Internet, as distâncias encurtaram-se e qualquer empresa ou negócio pode ser localizado em segundos, o que contribuiu para desburocratizar o elo com as pessoas e personalizar a forma de interação. Basta pensar que décadas atrás, para se conquistar e fidelizar clientes, era necessário abrir uma loja física em algum lugar que fosse pelo menos acessível ao público primário. Na atualidade, porém, a cultura de consumo online torna-se mais do que uma tendência de utilidade para as pessoas – por conta da comodidade e segurança proporcionadas –, mas também configura uma via alternativa para as organizações elevarem o engajamento de suas marcas. Existe experiência mais intimista na web do que interagir com determinada empresa, marca ou serviço sem sair de casa? Foi voando alto que a Esquadrilha da Fumaça investiu em um sistema de e-commerce, desenvolvido pelo escritório Balaio Comunicação e Design, possibilitando que qualquer pessoa adquira na rede os produtos oficiais da equipe de manobras aéreas. E essa “decolagem” virtual revelou-se o principal trajeto para que o grupo de pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB) obtivesse meios eficazes de promoção e divulgação de seu trabalho. Esta é apenas uma amostra de um projeto desenvolvido para um público específico: pessoas, majoritariamente homens, que de alguma forma se interessam por esportes aéreos e se identificam com a marca do tradicional esquadrão. Entretanto, no meio virtual, a possibilidade de comunicação com diferentes grupos é infinita. Elas se dividem por necessidades particulares comuns e se aglomeram em nichos, nesse caso,


Case Mídias digitais

redes. Portanto, utilizar a Internet como um mecanismo de interação entre um determinado grupo e uma marca, permite criar experiências diretas com o público e, consequentemente, conquistá-lo através de um vínculo instantâneo e eficaz. Outra ferramenta na qual empresas têm investido é a página de cunho institucional. É ela quem exerce a função de porta de entrada ou o papel de cartão de visita das marcas no mundo virtual. Um exemplo disso são os sites produzidos pelo Balaio para os agentes autorizados da Vivo no Espírito Santo: Netleader, Curbani, Excell e Commcell. De forma básica, é cumprido pelo bom funcionamento de um site institucional o trabalho de explicar claramente o conceito, o conteúdo, os produtos e os tipos de serviços prestados por determinada empresa. A missão pode parecer simples, mas a página institucional carrega consigo uma enorme logística e a responsabilidade de manter o bom entendimento e relacionamento entre a marca, os clientes e demais públicos interessados. Afinal, ser mal interpretado na Internet não é uma opção. O ruído de comunicação simplesmente não pode existir, em nome da boa imagem da instituição na web. O site de uma instituição também pode abrigar hotsites, funcionando como ferramenta de endomarketing. Foi o caso da Curbani, que desenvolveu a campanha “Curbani Seis Estrelas”. A ação teve o intuito de tornar a empresa um dealer seis estrelas da Vivo, reforçada por duas ações promocionais: a Promoção “Amigo Vivo Empresas” – direcionada para o público externo como forma de incentivar as pessoas a indicarem amigos ou conhecidos a se tornarem um cliente Vivo Empresas/Curbani - e a ação “Milhas Premiadas Curbani” – restrita aos consultores de planos corporativos da empresa para estimulá-los a ultrapassarem suas metas de vendas. Revista Balaio 42 43

Para o internauta, saber filtrar o que aparece na tela, separando aquilo que é confiável do que é descartável, passa a ser primordial quando o assunto é informação. Ainda mais ao se tratar da pesquisa de um tema delicado, como uma doença, por exemplo. E nessas horas, através de um site, o modelo de uma história real de superação chega a novas casas e famílias, compartilhando sorrisos, lágrimas e, acima de tudo, conhecimento. É o caso da mamãe Jeane Ferraz, que com o apoio da fonoaudióloga Karini Pirajá, quebrou o silêncio e abriu o coração para dividir com outras pessoas a história do seu filho Heitor e sua Síndrome de Edwards, uma rara doença genética. Dessa união, nasceu o Cantinho do Heitor, lançado em novembro de 2011 pelo Balaio. Um canal

“...utilizar a internet como um mecanismo de interação entre um determinado grupo e uma marca, permite criar experiências diretas...” 4


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de diálogo, cidadania e informação para quem é deficiente ou cuida de pessoas com deficiência.

4. Curbani Desenvolvido para divulgar a campanha “Amigo Vivo Empresas”, o hotsite foi sucesso entre seu público alvo.

5. Excell Site construído com o intuito de ser a porta de entrada da relação entre o cliente e a empresa. 6. Cantinho do Heitor O site, com características de blog, traz informações sobre a Síndrome de Edwards de forma humanizada.

O site, com características de blog, apresenta histórias e memórias da mamãe do Heitor – desde o período de gestação até os dias atuais –, além de depoimentos de outras famílias, notícias, dicas e artigos de profissionais de diversas áreas, como fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. “Diferente de outros sites direcionados a essa temática, a equipe do Balaio teve a sensibilidade para desenvolver o Cantinho do Heitor de forma diferenciada, pensando a identidade visual e o conteúdo da página de maneira humanizada, acolhedora e lúdica”, afirma Jeane. De uma página de caráter social a um site de compras, todos têm em comum o objetivo de chegar até o seu público de forma eficiente. E nada do que se vê ou se lê nos conteúdos dos sites deve estar lá por acaso. Saber usar positivamente o poder dessa mídia digital, em prol da sua empresa ou organização, ou mesmo contratar profissionais qualificados que façam isso da melhor forma para você é essencial para ampliar as possibilidades de resultados na era do “www”. Fique esperto, você pensa que não, mas já está dependente da Internet para quase tudo o que faz. Aliás, não saia de casa hoje sem guarda-chuva. O portal Climatempo disse que vai chover.


Case Branding

A apple é uma das poucas empresas que não carrega o nome em seu logo. No entanto, sua maçã é um das marcas corporativas mais reconhecidas do mundo. O desenho é perfeitamente equilibrado e exibe sua estrutura matemática de forma sistematizada para permitir que o símbolo seja reproduzido de maneira fidedigna nos mais variados tipos de suportes gráficos.

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VOCÊ É O QUE O PÚBLICO VÊ Ser lembrada pelos consumidores é um dos grandes méritos de qualquer empresa. Não tem jeito. Em plena era da comunicação instantânea, do bombardeio de novas opções e de diversas experiências disponíveis no mercado mundial, a solução para o sucesso de uma organização é se destacar entre todas as outras possibilidades que estão ao alcance. E mais. Isso deve ser feito de uma maneira agradável e marcante. A imagem de uma instituição é a conexão direta que ela possui com seus diversos públicos.


Case Branding

uidar da imagem, hoje, é uma questão de sobrevivência na selva do mercado globalizado. Por exemplo, uma logo forte e bem elaborada, parte integrante da identidade visual de uma empresa e crucial para o desenvolvimento da estratégia de branding – como ficou conhecido o trabalho de construção e gerenciamento de uma marca no mercado –, se tornou fundamental para a conquista do sucesso e também do espaço junto às preferências dos consumidores. Ela simboliza o visual da marca e desempenha um grande papel no estabelecimento de uma ligação emocional com o produto ou serviço. Mas não basta apenas ter uma logo, solitária e mal aproveitada por sua empresa. É importante agregá-la a todos os outros pontos de contato, como folders, papelaria, vídeos, informativos impressos e online, site e outras mídias em geral. Esse processo auxilia na construção da credibilidade da organização junto aos seus diferentes públicos. O diretor-executivo do Balaio Comunicação e Design, Felipe Gama, ressalta que a marca deve carregar a personalidade, os valores e incorporar o espírito do que a empresa representa. “É importante que essas características sejam transmitidas de forma clara e atraente em mensagens que serão facilmente compreendidas pelos consumidores dos produtos e serviços oferecidos” afirma Gama, que também lembra que esse é o principal objetivo da estratégia de Branding. Portanto, a marca deve conversar com diversos públicos, seja o da própria organização, potenciais clientes, e até mesmo com quem não admira a empresa, seja pelo motivo que for. Todo esse processo deve acontecer de uma maneira simples, direta e nos mais variados mecanismos de divulgação.

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Seja onde for, sempre a mesma empresa Para manter os padrões da identidade visual pensada para a sua empresa e com ela todos os valores pretendidos, independente do suporte, é recomendada a elaboração de um Manual de Identidade Visual, como o produzido pelo Balaio Comunicação e Design para os seus clientes. Segundo o designer Jucimar Rocha, o manual do Balaio é um dos mais completos do mercado capixaba. “Buscamos referências em vários modelos existentes não apenas no Brasil, mas também em outros países, e organizamos as informações de forma simples e objetiva”, explica. Além de todos os elementos necessários para a fiel reprodução da identidade visual de cada empresa, Rocha reforça que a publicação ainda conta com trechos de artigos e reportagens que buscam conscientizar o cliente sobre a importância da marca e os cuidados necessários no momento da aplicação. É neste documento, produzido tanto na versão impressa quanto digital, que constam os itens para a aplicação de cada marca, como tipografia, padrões de cores, formas, a malha de construção da logo, reduções possíveis e diversas versões de emprego em diferentes suportes, dentre outras características. A identidade visual, como cabe frisar, quando bem elaborada e praticada corretamente por cada empresa, é um dos principais mecanismos responsáveis pela construção da imagem dessa organização. Isso porque ela agrega valor, reforça a marca e faz com que seja lembrada. Não é à toa que enquanto os consumidores estão circulando por aí, e sendo tentados a optarem por outros belos e coloridos produtos e serviços, eles geralmente mantêm na memória uma primeira opção, uma marca forte.


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Além do detalhamento técnico do desenho Título: Diagramação: do símbolo e do logotipo, dentre as demais St Marie Thin 20/24 Priscilla constar Martins especificações que devem nos manuais de identidade visual estão as deTexto: finições das 10/12 tipografias padrões e auxiliaLT Tetria Light res da marca, a paleta de cores institucionais, os grafismos e padrões de aplicação dos elementos gráficos e alguns exemplos de aplicação da marca em diferentes tipos de suportes. Essas definições, se seguidas Autor: adequadamente, visam a garantir a inteTiago Moreno gridade da marca e seu reconhecimento diante do público. Caracteres: 4500 caracteres

Diagramação: Priscilla Martins

Títulos: ST Marie Thin 36/43,2

Coordenação: Felipe Gama

Subtítulo: ST Marie Thin 20/24 Matéria: Linotype Tetria 10/12 Box: ST Marie Thin 7/8,4

Autor: Tiago Moreno Caracteres: 4500

Softwares: Adobe Photoshop cs3 Adobe Indesign cs4 Adobe Illustrator cs3 Fechamento: 300 dpi Impressão Offset CMYK


Artigo O Design do Futuro no Presente

Hugo Cristo_ Professor do Departamento de Desenho Industrial da Universidade Federal do Espírito Santo, Coordenador do Laboratório de Psicologia da Computação – LabPC/ Ufes e Doutorando em Psicologia PPGP/Ufes

O Design do Futuro, no Presente Nos últimos anos, pudemos observar um crescimento relevante no interesse de empreendedores, investidores, gestores e empresários brasileiros pelo potencial transformador do Design. De elemento cosmético à estratégia central de diferenciação competitiva, o Design evoluiu de uma abordagem específica para a concepção de produtos para um método universal de solução de problemas em todas as áreas: Design Thinking, Service Design, inovação aberta e colaboração são as atuais palavras de ordem dos executivos. Apesar do discurso do Design do Presente ser extremamente sedutor para gestores e investidores em busca de ar fresco em tempos de crise econômica, é com o Design do Futuro que devemos começar a nos preocupar. Tais crises vieram acompanhadas de mudanças importantes, e não menos drásticas, no comportamento dos consumidores – tudo aquilo que não é honesto, justo ou socialmente responsável torna-se alvo de ataques online e off line, mobilizações, levantes e ocupações populares como há muito tempo não se via. As organizações estão tentando vender experiências ao invés de produtos, mas não necessariamente estão preparadas para enfrentar os desdobramentos

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afetivos de uma relação que migrou de uma avaliação funcional (“Esse produto me atende?”) e passou a ser integralmente pautada por seu valor simbólico (“Essa marca me completa?”). A dimensão emocional do consumo não é novidade para ninguém, e assim mesmo gestores e planejadores surpreendem-se com as respostas passionais das pessoas no primeiro sinal de dificuldade com uma marca. Num país como o Brasil, com tantas assimetrias regionais e tanto por ser feito, experiência e emoção também são o modus operandi do acesso ao consumo: da “Minha casa, minha vida”, passando pela “Dedicação total a você”, todos somos parte de uma família que empresta, financia e parcela, garantindo igualdade de oportunidades ao ter, condição fundamental para o ser. Vender experiências, projetar modos de vida, construir histórias significativas no imaginário de um mercado de consumo em expansão são novos campos de trabalho férteis para os Designers do Presente. No entanto, as experiências recentes de outras nações orientadas pelo consumismo já anunciaram os problemas que enfrentaremos muito em breve, se o Design do Futuro não tiver como meta


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Ilustração: Jon Mod

Título: Nilland Bold 18/21,5 Texto: Nilland regular 9/11,5

Mais do que formar um mercado de consumidores, um país precisa desenvolver cidadãos capazes, inclusive, de consumir, mas de forma consciente, sustentável e efetivamente significativa. Essa parece ser a primeira grande contradição do Design do Presente: na origem, todo o discurso dos Design Thinkers é baseado na ética e respeito pelo outro – de Victor Papanek a Tim Brown. Curiosamente, o conjunto de ferramentas e métodos elaborados tendo a autonomia do sujeito como fio condutor é utilizado para abrir contas em bancos, vender refrigerantes e maquiagem. Não há nada de errado nisso, desde que esses não sejam os únicos cenários da revolução que se faz necessária no Brasil.

usuário faz parte do processo, não há nada de novo em um designer que veste a roupa do outro – a tal “empatia” que desperta emoção no coração de tantos gerentes de marketing. A leitura que eu faço dessa incoerência é que, na prática, os designers do mercado distanciaram-se dos seus princípios fundamentais em decorrência das pressões desse mesmo mercado que, por estar tão preocupado em vender experiências, se esqueceu de aprender com elas. Vestimos a roupa do outro para vender uma calça nova para ele, não para compreendê-lo. O episódio célebre do designer que foi contratado para redesenhar uma embalagem de chocolates em barra e apresentou uma barra de cereais como melhor solução, mostra o quanto ainda precisamos aprender sobre os cuidados e respeito a esse outro.

Uma segunda contradição relevante é o distanciamento. O Design do Presente se orgulha de propor uma aproximação com o usuário, promovendo a etnografia a status de estratégia inovadora de projeto. Qualquer estudante de Design sabe, ou pelo menos deveria saber, que não há projeto sem usuários. Guardadas as devidas diferenças de abordagem sobre como esse

Por fim, a terceira contradição é sócio-histórica. O Design do Presente se diz conectado, intimamente relacionado à realidade das pessoas contempladas por suas realizações. Todo produto de uma determinada cultura material é produto e produtor da realidade, querendo seus designers ou não. A questão, portanto, não são as conexões, mas os agenciamentos: esse

de longo prazo algo mais do que o comércio eficiente de sensações.


Artigo O Design do Futuro no Presente

design empático e orientado à experiência não apenas promete como também entrega. De nada adianta seduzir e despertar desejos do século XXI se as intenções e motivações que estão por trás disso ainda são do século XIX: aumento das margens de lucro, redução de custos, produtividade, eficiência, desempenho. Responsabilidade social e ambiental não são linhas em uma planilha.

verdade, alguns sugerem que o Design seria o melhor deles, o que eu sinceramente discordo. De uma forma ou de outra, farei uma breve revisão das fontes dessa cultura de inovação que tanto atraem os designers e seus interlocutores, para em seguida tentar desenhar um cenário possível para o Design brasileiro do Futuro, no Presente.

Felizmente, nem tudo está perdido para os desdobramentos do Design Thinking nas grandes organizações. Há bancos brasileiros oferecendo gratuitamente serviços de assessoria e educação financeira para seus correntistas, visando a diminuição do endividamento, mesmo sabendo que juros e empréstimos são produtos fundamentais das suas carteiras. Alguns planos de saúde locais estão promovendo eventos esportivos e fazendo campanhas com o intuito de criar uma cultura da saúde e do bem estar, apesar de suas receitas terem origem na doença. Fabricantes de cosméticos adotaram o discurso da beleza da alteridade, mesmo que isso signifique diversificar a linha de produtos e atender, com qualidade, diferentes perfis, histórias de vida e expectativas de autoimagem. Pode-se entender que a situação está melhorando, mas ainda é pouco, considerando as intenções revolucionárias dos pensadores do Design do Presente.

Nossa primeira fonte de inspiração, antes de ser política ou econômica, é geográfica. O Vale do Silício, com suas décadas de empreendedorismo de garagem bem-sucedido é um dos avatares do sucesso desejado por aqueles que perseguem a inovação no Brasil. Do surgimento das empresas de computação pessoal, passando pela bolha das pontocom milionárias, chegando por fim às startups da era das mídias sociais, o Vale do Silício serve de exemplo ao discurso daqueles que defendem que o Brasil precisa de mentes criativas, investidores e um mercado consumidor ávido por novidades. Apesar de apenas os mais ingênuos desejarem clonar a experiência californiana em terras brasileiras, há certa concordância entre investidores mais cautelosos e empreendedores em potencial de que o modelo funcionaria por aqui. Já temos nossas próprias empresas de tecnologia vendidas por milhões de dólares para despertar sonhos e nossos próprios vales onde a inovação é perseguida diariamente.

Então como seria um Design efetivamente do Futuro? Não tenho as respostas, apesar de conseguir descrever um possível cenário menos assimétrico para o Brasil. A referida descrição não é exclusividade minha, nem tampouco resulta unicamente da minha visão sobre o país ou sobre a área de Design. Existe um conjunto ativo de pessoas discutindo como transformar a realidade brasileira e muitas delas acreditam que o Design é um importante agente neste processo – na

A segunda fonte de inspiração é a da cultura da educação empreendedora, não menos conectada aos americanos, como também abastecida por referências europeias e asiáticas sintonizadas com as mesmas causas. Cursos do SEBRAE, MBA’s em instituições públicas ou privadas, encontros de investidores, aceleradoras de startups, prêmios de inovação e outras iniciativas abrem espaço para a formação de profissionais capazes de elaborar planos e modelos de negócio,

...Vestimos a roupa do outro para vender uma calça nova para ele, não para compreendê-lo”.

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definir estratégias de marketing e identificar oportunidades no mercado. A terceira fonte de inspiração são os próprios usuários, que apesar de serem vistos como brasileiros em especial, estariam conectados a essa teia global que suprime algumas diferenças em favor de comportamentos cada vez mais universais – tuitar, curtir, seguir, compartilhar. Uma cultura de inovação e investimentos, aliada à educação de empreendedores só faz sentido se existe um mercado preparado para absorver novos empreendimentos e gerar o sonhado ROI – Return of Investment. Sempre gostei do comentário de que investidores gostam de dinheiro, não de negócios. Investir em um negócio é apenas um atalho para fazer render aquele mesmo dinheiro que poderia estar em um banco ou em investimentos mais conservadores. Nem de longe pretendo diminuir as boas intenções dos investidores que possam estar lendo este texto, mas um investimento que não busca retorno é filantropia ou mau negócio. Retomando a terceira fonte de inspiração, a inovação só faz sentido se devidamente consumida, processada e transformada em riqueza. Nos últimos três parágrafos eu fiz o dever de casa do status quo. Os argumentos parecem ser coerentes, fazem sentido para o Design brasileiro do Presente e certamente poderiam constar em qualquer keynote do seu Design Thinker favorito. Infelizmente, o meu desenho para o Design do Futuro do Brasil é radicalmente diferente e reposiciona as três fontes de inspiração citadas anteriormente, de forma a contemplar as demandas de um país em crescimento, porém ainda muito desigual. Seguindo minha preferência pelas trincas, meu desenho propõe uma revisão das três contradições do Design do Presente, por meio de três novas fontes de inspiração para o desenvolvimento de inovação e novos negócios no país por um Design do Futuro. First things first. Vales do Silício estão muito mais próximos da realidade social, política e econômica dos grandes centros brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife. Não é por acaso que as iniciativas de inovação que obtiveram sucesso de fato no país orbitam nesses eixos. Por outro lado, os lugares mais carentes

por novos caminhos emancipatórios para os cidadãos estão fora dos grandes centros. Os Vales do Rio Doce, do São Francisco, do Jequitinhonha e do Rio Negro são terrenos infinitamente mais férteis e mais carentes por inovação do que o Vale do Anhangabaú, e é nessas localidades tão distantes da concentração de riqueza do país que o respeito ao outro, como questão elementar de projeto, se faz mais indispensável e pode realmente promover revoluções. Novas formas de geração de renda, melhor eficiência energética, maior capacidade de atenção à saúde, infraestrutura e presença do Estado mais eficazes – pratos cheios para Design Thinkers e Service Designers interessados em fazer a diferença. A segunda contradição, caso revise, também ofereceria uma segunda fonte de inspiração para a inovação: a reaproximação com o outro e a compreensão da sua realidade precisam fazer parte da agenda de formação dos empreendedores e investidores do Design do Futuro. As regiões periféricas dos países em desenvolvimento possuem particularidades na dinâmica do consumo que já se revelaram importantes oportunidades para novos negócios lucrativos. Posso citar os E-Choupals e experiências de microcrédito na Índia, telefonia celular rural no nordeste do Brasil, grupos produtivos e de economia solidária nas mais diversas periferias do mundo como exemplos de que compreender a realidade do outro é condição fundamental para planejar empreendimentos de sucesso. Planos e modelos de negócios são inspirados em pessoas e cenários, não em números. A terceira e última das contradições que citei entrelaça-se com a terceira fonte de inspiração para o Design do Futuro: o usuário também é produtor e produto do seu momento sócio-histórico, de maneira que aqueles produtos e serviços que satisfariam demandas de cada um dos diversos grupos e categorias sociais em um determinado contexto, deveriam ser pensados como metas a serem atingidas, por mais óbvios ou inevitáveis que sejam. Os usuários possuem, sim, comportamentos globais, mas o local é parte indissociável dos seus processos identitários, especialmente em situações de risco ou vulnerabilidade social. Parafraseando C.K. Prahalad, existe riqueza na base da pirâmide, mas para gerá-la é preciso mudar tanto os métodos produtivos quanto as culturas organizacionais com as


Artigo O Design do Futuro no Presente

quais estamos habituados. O retorno do investimento é inevitável quando empreendedores, investidores e consumidores estão alinhados aos mesmos objetivos. Nos grandes centros, esse alinhamento nem sempre é necessário em decorrência da diversidade de ofertas dos três entes envolvidos, enquanto na periferia, a empatia une os três – mas não era isso que pregava o tal Design Thinking? Vamos então concluir essa breve discussão com exemplos práticos (na verdade, especulações puras) organizados a partir do modus operandi do Vale do Silício com o único intuito de motivar e inspirar designers a repensarem seus projetos profissionais no contexto do país: precisamos de Foursquares que avisem a população carente sobre os check-ins de remédios, vacinas e médicos nos postos de saúde, ou que informem alunos da zona rural que o transporte para a escola acaba de chegar ao ponto de encontro. Esperamos Instagrams que registrem, georreferenciem e compartilhem os problemas das periferias, ajudando os cidadãos a cobrarem das autoridades melhores aplicações do dinheiro público. Desejamos Facebooks que aproximem políticos e eleitores não apenas no período eleitoral, mas ao longo de todo o mandato – cidadãos habilitados a curtirem obras concluídas, a serem convidados para audiências públicas, a acompanharem o cotidiano dos seus representantes nos três poderes. Aguardamos por YouTubes, So-

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cialcams, Ustreams e Justin.TVs que transmitam aulas de qualidade para alunos em regiões distantes ou de difícil acesso. Precisamos de Dropboxes que tornem materiais didáticos, cartilhas cidadãs e outras referências de interesse público, permanentemente acessíveis nessas mesmas regiões, reduzindo as diferenças nas oportunidades de acesso à informação entre os cidadãos brasileiros. Também faríamos bom uso de um Google Analytics das contas públicas, do consumo de água e energia, e de um Twitter da segurança pública comunitária devidamente conectado às viaturas e patrulhas de cada bairro. O Design do Futuro é o mesmo Design de sempre, com a ressalva de que precisamos nos lembrar, mais do que nunca, do papel social do designer como mais um agente de transformação da realidade. A nova embalagem para a barra de chocolate é sempre uma opção, dependendo exclusivamente da consciência de cada um. Não foi o objetivo deste texto resumir as oportunidades do Design do Futuro aos empreendimentos de caráter social, mas sim, de tentar sugerir que existe grande potencial de geração de riqueza no aproveitamento das estratégias de projeto contemporâneas – Design Thinking, Service Design, inovação aberta, colaboração e afins – na geração de uma base de consumidores menos desigual e mais cidadã.


Encarte Por dentro do Balaio

POR DENTRO DO BALAIO Vamos direto ao ponto. Fundado em 2002 por três amigos do curso de Desenho Industrial da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o Balaio é hoje um dos mais proeminentes escritórios de Comunicação e Design do Espírito Santo. Nossa missão é fornecer soluções integradas nessas áreas e transformá-las em resultados positivos para nossos clientes. Nossa visão, ser referência no mercado capixaba pelo pioneirismo e excelência na oferta de serviços diferenciados em Comunicação e Design.

Autores: Felipe Gama Wallace Capucho Luiz Alberto Rasseli Caracteres: 4500 caracteres

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Encarte Por dentro do Balaio

Metodologia

Serviços

as páginas que se passaram, você viu e leu um pouco do que temos feito. Nossos trabalhos, ações e nossa ferramenta principal: o Design. Não qualquer Design, mas um que seja tecnologicamente possível, economicamente viável e relevante para clientes e usuários. É pensando nisso que iniciamos o desenvolvimento de nossos projetos, sempre prontos a ouvir, pesquisar e conhecer o mercado em que sua empresa ou organização está inserida. Entendemos

que um planejamento bem feito é a base para um trabalho bem sucedido e que, quando se conhece objetivos e metas, é possível colocar em prática nossa expertise. Para cumprir com o que nos propomos a fazer, também é fundamental contar com bons funcionários, colaboradores, chame como quiser. Gente qualificada e experimentada nesse desafio de fazer o que fazemos. Nós, no Balaio, gostamos do

Design

Web

Comunicação

• Branding & Identidade Visual • Design Editorial • Design de PDV • Sinalização & Ambientação • Embalagem & Suporte

• Sites • Marketing online

• Planejamento estratégico de Comunicação • Comunicação Interativa • Comunicação Institucional

Conhecer Por meio de atendimento especializado, o Balaio procura entender seu negócio e conhecer suas necessidades na área de Comunicação e Design. Depois disso, é hora de determinar os objetivos a serem alcançados e o escopo para o projeto.

Reunir Com objetivos e escopo traçados, definimos os profissionais que vão tomar conta do projeto; uma equipe formada por especialistas em diversas áreas para acompanhar o processo de trabalho em todas as suas fases.

Planejar É hora de pesquisar. E pesquisar um pouco mais, olhando não só para sua organização e seu público, mas para toda a cadeia produtiva e a relação das pessoas com essa cadeia. Daí surge um diagnóstico consistente o suficiente para assegurar propostas e soluções direcionadas e inovadoras.

Projetar Este é o estágio em que palavras são materializadas e a pesquisa se converte em fatos. Esses fatos são propagados entre a equipe e então começa a geração de ideias. Parte delas começa a se fundir e opções são geradas. As melhores opções são desenvolvidas até que se chegue a uma solução para o “problema”. A experimentação traz vida à solução. O desenvolvimento de protótipos e a realização de testes ajudam a validar, melhorar e refinar a solução.

Construir A continuidade de um projeto passa diretamente por sua especificação técnica. Após a montagem e a finalização dos arquivos, o orçamento com os melhores fornecedores, a análise dos custos e o acompanhamento da produção garantem a qualidade esperada para a entrega final do projeto.

Repercutir Transmitir os efeitos da solução desenvolvida e obter respostas. Qual foi o resultado do planejamento inicial? O usuário está satisfeito? Existem oportunidades adicionais ou caminhos para explorar? Que comentário o projeto recebeu? Obtivemos o retorno esperado? O monitoramento e a análise dessas variáveis convertem a repercussão do trabalho em um diagnóstico essencial para o constante desenvolvimento do mesmo.

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termo “colaboradores”, porque de fato todos colaboramos uns com os outros. O designer com o jornalista, o atendimento com o desenvolvedor web e assim por diante. É esse trançado que faz a gente ser o que é. Num ambiente assim, valores como Colaboração, Ética, Transparência, Pioneirismo, Excelência e Empreendedorismo são realçados. E é pautado neles que seguimos nossos processos de trabalho, bus-

cando a inovação dentro de uma visão sistematizada e criativa. Nossa metodologia foi desenvolvida de forma a facilitar a descoberta de soluções que equilibrem o pensamento fundamentado em dados e o pensamento intuitivo. O efeito disso é a projeção de possibilidades nem sempre convencionais, mas que resultam em novos modelos de negócio, estratégias, serviços, produtos e tecnologia, proporcionando aos usuários uma relação construtiva com experiências efetivamente significativas.

Geração de ideias

Conceito

Processo

Pesquisa

Planejar

Projetar

Briefing

Desenvolvimento da solução

Protótipo e testes

Aprovação

Controle de produção Construir

Entrega

Repercutir

Montagem e finalização

Implementação do projeto

Monitoramento Orçamento e análise de custo

Análise de resultados

Pois bem. A revista Balaio se encerra depois dos anúncios, mas nossa conversa não precisa acabar agora. Fale com a gente pelo balaiodesign.com.br, pela nossa página no Facebook, www.facebook.com.br/balaiodesign, ou no Twitter, @balaiodesign. Entre em contato, agende uma visita ao escritório que fica na Rua das Palmeiras, 710, sala 401, e junte-se a um time de clientes que cresce a cada dia. Obrigado pela companhia. A gente se vê.


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