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CONSTRUINDO O RAMO FINANCEIRO
Edição: 563 | Junho 2020
HOME oquemocinho pode virar bandido OFFICE
PERIGO Mais de 500 bancários já se contaminaram com o Covid19 no país
Para Paulo Malerba, presidente do Sindicato, processo terá sérias implicações no pós-pandemia, que deve ainda incluir intensificação da jornada de trabalho e demissões.
PG 2
CAIXA Flexibilização de protocolos de saúde na Caixa coloca trabalhadores em risco
PG 7
Itaú Retorno do AGIR intensifica competição entre agências
Veja mais nas páginas 4 e 5
Banco registra casos de Covid-19 em agências em Jundiaí e região
Banco vira alvo na investigação das fake news
Banco prossegue com más condições de trabalho e metas abusivas durante pandemia
PG 7
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Bradesco
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Edição 563 - Junho/2020
Mais de 500 bancários já se contaminaram com o Covid19 no país
Higienização em uma das agências do Bradesco em Jundiaí
Incluídas nas atividades essenciais, cerca de 2.200 agências bancárias foram fechadas em todo o país durante a pandemia após negociação entre bancos e entidades sindicais, para reduzir o atendimento presencial. O montante equivale a aproximadamente 10% dos estabelecimentos no Brasil e reflete a preocupação da categoria. Até o momento, pelo menos 22 bancários que estavam na ativa morreram devido à doença, segundo levantamento feito pelo Comando Nacional dos Bancários e sindicatos de nove estados. Mais de 500 trabalhadores do setor bancários se contagiaram. As entidades afirmam que há subnotificação dos casos. Até o fechamento desta edição, pelo menos dez casos de contágio foram notificados nas agências da base de Jundiaí. Atualmente, cerca de 300 mil dos 450 mil bancários do país estão em
home office, alguns em esquema de revezamento, segundo a Febraban. "Estamos em processo de negociação permanente, o que possibilitou colocar muita gente em casa. Avaliamos que isso salvou muitas vidas", afirmou Juvandia Moreira, presidente da Coordenação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf ) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários. O Comando criou um comitê de crise para acompanhar o tema. As principais questões negociadas foram a disponibilização de máscaras, o controle de acesso do público às agências, a adoção da telemedicina a funcionários e o compromisso com a higiene. A Contraf-CUT emitiu nota se solidarizando com os familiares de bancários que perderam entes queridos durante a pandemia. Fontes: Contraf e Época
Jundiaí diz adeus a Antonio Galdino
O sindicalista e ex-vereador Antonio Galdino faleceu dia 2 de junho, aos 88 em Campinas. Galdino foi uma das mais importantes lideranças do país em defesa dos aposentados e da Previdência Social Pública. Foi vereador por três mandatos na cidade e presidiu a Associação dos Aposentandos e Pensionistas de Jundiaí e região por três gestões, além de ser dirigente da COBAP, Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas, e presidente da FAPESP, Federação dos Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo. Por suas manifestações em defesa dos trabalhadores, foi perseguido durante a Ditadura Militar de 64 e viveu um período de autoexílio na antiga União Soviética. Em 1994, Galdino concorreu como vice governador do Estado de São Paulo, junto com José Dirceu, pelo Partido dos Trabalhadores. De acordo com Paulo Malerba, presidente do Sindicato dos Bancários, Antônio Galdino continuará sendo uma referência em defesa da justiça social. ‘‘Durante toda sua trajetória manteve a coerência e a determinação na luta pelos direitos sociais, por melhores condições de vida, sobretudo, pela dignidade de seu povo. Galdino plantou muitas sementes da esperança no mundo, contribuições que vão se refletir por bastante tempo. Suas ideias e seu legado permanecem”.
Expediente Informativo do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região - Filiado à Contraf/Fetec-SP/CUT Presidente: Paulo Malerba Diretor Responsável: Sérgio Kaneko
Redação: Tarantina - Assessoria de Imprensa Jornalista Responsável: Sumara Mesquita
Diagramação/ Projeto Gráfico: Guilherme Hilário Contato: (11) 4806-6650 atendimento@bancariosjundiai.com.br Rua Prudente de Moraes, 843, Centro - Jundiaí - SP
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Casos de Covid19 crescem na região, mas prefeituras decidem pela reabertura do comércio.
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Em Jundiaí, óbitos cresceram 350% em um mês
a área de abrangência do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região, que é composta por nove cidades: Jundiaí, Itupeva, Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista, Jarinu, Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras e Cajamar, os casos de Covid-19 continuam em crescimento nas últimas semanas. Apesar da preocupante escalada de novos casos e mortes, a maioria das prefeituras adotou a retomada, com restrição, das atividades econômicas, em sintonia com o governo estadual. No levantamento realizado até o dia 16 de junho, Jundiaí contabilizava 2.262 casos confirmados e 129 óbitos; um mês antes eram 390 casos confirmados e 29 óbitos. Se, por um lado, a prefeitura aumentou os testes, por outro, é inegável que a doença avançou. Os óbitos cresceram em uma proporção de 350% em apenas um mês. Nos outros municípios, a situação é, do mesmo modo, preocupante. Itupeva tinha 100 casos e 11 óbitos; Campo Limpo Paulista, 108 casos e 22 óbitos; Várzea Paulista, 247 casos e 23 mortes; Jarinu 77 casos e 12 óbitos; Franco da Rocha, 788 casos e 69 mortes; Francisco Morato 703 casos e 85 mortes; Caieiras, 384 casos e 38 mortes e, por fim, Cajamar possuía 493 casos e 31 óbitos. Até o dia 16 de junho, portanto, 420 pessoas perderam a vida em razão da Covid-19 nas nove cidades. Em 90 dias de pandemia, as fatalidades são maiores do que as vítimas de acidentes de carro durante o ano inteiro. Levando-se em conta que nossa região possui alto índice de mortes no trânsito. Em linhas gerais, as prefeituras tentaram manter o funcionamento mínimo dos comércios e serviços durante os meses de março e abril, priorizando apenas setores essenciais. A exceção foi Jundiaí, que, no dia 22 de abril, permitiu a retomada de diversas atividades, consideradas de baixo impacto. Essa permissão seria suspensa pelo Tribunal de Justiça algumas semanas depois. Contudo, a pressão
exercida por empresários, somada ao desrespeito de muitas pessoas, que poderiam ter evitado circular nas cidades, fez com que o mês de junho fosse de reabertura praticamente geral na região, no momento de maior crescimento das contaminações, mortes e ocupações de leitos em UTI. De fato, muitas pessoas e pequenos negócios ficaram sem alternativas para realizar uma quarentena efetiva. Aos informais e desempregados o benefício emergencial de R$ 600,00 foi insuficiente e demorado; enquanto para os micros e pequenos empresários a ajuda prometida pelo governo federal nunca chegou. O crédito continuou caro e inacessível, aprofundando a tragédia econômica e levando milhões de pessoas a se exporem para sobreviver. Na realidade, a omissão e negligência do governo federal foram decisivas para a expansão da doença no território nacional e aprofundamento do problema econômico. O que seria uma grave crise tornouse uma tragédia. Faltou e continua a inexistir uma coordenação nacional, organizada com diálogo e que liderasse os esforços de enfrentar a pandemia, tal qual foi feito em outros países mais bem sucedidos nas respostas à Covid-19. O Brasil teve mais tempo para se antecipar em sua preparação, contudo, isso foi desperdiçado devido ao negacionismo, vaidade e beligerância do presidente da república. Prova maior se deu com a substituição de dois ministros da saúde em meio ao espraiamento do coronavírus no Brasil. A reunião ministerial que veio à tona, mostrou como o tema não era objeto de preocupação da cúpula do governo federal. Pior: o governo passou a manipular os números sobre a pandemia, com divulgações incompletas e escondendo dados, algo que apenas encontra paralelo em ditaduras, regimes sem transparência. O Sindicato continua atento e atuante, como esteve desde o início. Por esse motivo, a categoria bancária mantém empregos, salários e direitos
em dia, realidade que, infelizmente, não é a mesma da maioria dos trabalhadores brasileiros. Os empregados e empregadas em grupo de risco seguem protegidos, todos têm acesso a equipamentos de proteção individual e medidas para evitar aglomerações nas agências foram adotadas com êxito. Todavia, os bancários e bancárias continuam a lidar diariamente com milhares de pessoas e a preocupação deve ser redobrada, porque o risco está cada vez maior. A tendência é que aumente a pressão de setores da sociedade para reabertura normal das agências. Defenderemos que as restrições e as medidas protetivas continuem enquanto a pandemia não for debelada. Os nossos sentimentos se direcionam a todos e todas que sofrem com as consequências da pandemia, seja a perda de familiares e amigos, pessoas que padecem em hospitais e muitos que passam por dificuldades financeiras. A única forma de superar esse momento é com solidariedade e respeito à ciência. Paulo Malerba, presidente do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região.
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HOME OFFICE A pandemia trouxe um importante aliado ao distanciamento social. O home office, ou teletrabalho, tem sido a única forma possível de atuação para muitos profissionais de vários segmentos. É o que tem ocorrido com a categoria bancária. Uma das primeiras a conseguir se proteger com esse sistema por intervenção dos sindicatos para que os bancos mantivessem pessoas do grupo de risco trabalhando de casa. Já em abril, menos de um mês após a Covid-19 ser caracterizada como pandemia pela OMS, mais de 200 mil bancários (metade da categoria) já estavam protegidos com o sistema de home office. Somado a isso, os sindicatos conseguiram, por meio de várias negociações, manter o emprego dos trabalhadores até o final da pandemia, haja vista a alta taxa de demissões em outros setores em decorrência da quarentena, além de exigir toda a segurança nas agências, com controle de entrada de clientes, higienização diária e entrega de equipamentos de segurança a quem está atuando in loco. Embora esteja sendo primordial, nesse momento de calamidade pública em todo o mundo, o home office pode passar de mocinho a bandido ao final da pandemia. Basta recordarmos como os banqueiros elogiam e tentam implementar esse sistema há anos por tratar-se de um fator estratégico para o capital como vantagem econômica,
o mocinho que pode virar bandido
por exemplo, nos gastos com aluguel, energia elétrica, equipamentos, mas, acima de tudo, para desmantelar qualquer categoria, a exemplo da bancária, que é uma das mais fortes e unidas do país. Paulo Malerba, presidente do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região, destaca que a partir da pandemia esse processo do home office foi nitidamente acelerado. ‘’Obviamente, fomos favoráveis ao sistema para proteger os trabalhadores do contágio. Mas o que os bancos tentavam implementar há anos, conseguiram fazer em apena um mês’’. Para o presidente, esse processo terá sérias implicações no pós-pandemia, que deve ainda incluir intensificação da jornada de trabalho e demissões. “Não há no Brasil uma categoria que tenha conquistado tantos direitos em nível nacional, com negociação unificada, apoiada por um Comando Nacional que negocia e vai para o enfrentamento todos os anos junto com a categoria. E, sem dúvida, para o capital isso precisa ser desconstruído’’, afirma Paulo. ‘’Isso tudo é resultado da Reforma Trabalhista e de toda flexibilização nas relações de trabalho aprovada nos governos Temer e Bolsonaro’’, lembra Paulo Malerba. ‘’O grande problema é que quanto mais tempo levar para que tudo volte à uma ‘normalidade’, maior
será o desafio para enfrentarmos o sistema de teletrabalho’’. Paulo lembra ainda que da adversidade que vem com esse sistema. ‘’Não fica clara a divisão entre o trabalho e a vida privada. Começa a tornar-se comum os empregados trabalharem muito mais tempo e ficarem o dia todo, inclusive finais de semana, à disposição da empresa’’. Outra questão primordial é que o teletrabalho afasta a categoria. Os trabalhadores perdem o contato uns com os outros e também com o Sindicato, o que, certamente, enfraquece a força e a luta em vários segmentos. ‘’É como ocorre com os aplicativos hoje em dia. Não há força de negociação porque não há união. Como não se reconhecem, não se mobilizam’’. Prorrogar a CCT é fundamental Sergio Kaneko, diretor de Comunicação do Sindicato e empregado da Caixa, lembra da importância da prorrogação do Acordo Coletivo dos bancários caso a Pandemia perdure até o vencimento dos acordos. ‘’Se não conseguirmos prorrogar nossa CCT e ela entrar em discussão dentro desta conjuntura provocada pela pandemia, o que caminha para o inevitável, poderemos ter muitas cláusulas específicas sobre o home office neste nosso novo acordo.O que antes era algo inconcebível’’.
Nova “normalidade’’ massacra as mulheres O confinamento e a nova normalidade deixam as mulheres esgotadas, estressadas e dedicando mais horas à manutenção e cuidados da casa, filhos e maridos. Dados da Universidade de Barcelona mostram que as mulheres estão arcando com a maior parte da carga das tarefas domésticas durante o confinamento. Com o fechamento das escolas, as mulheres precisaram encontrar uma forma de manter o cotidiano do trabalho, com as tarefas de casa e a presença dos filhos. O aumento da carga de trabalho, com todas essas ocupações somadas, tem sido imensa. E mulheres com filhos menores sofrem ainda mais. Algumas têm
trabalhado de madrugada para dar conta de todas as tarefas. Estudo do site The Conversation revela que as mães “sentem que estão o dia todo trabalhando”, que o acompanhamento escolar dos filhos costuma ficar a cargo delas o que virou “um elemento de ansiedade e estresse agregado” e que uma nova estratégia frente a esta situação está sendo “o recurso de teletrabalhar durante a madrugada, seja adiando a hora de ir para cama ou levantando antes que o resto da família”. >>Confira matéria completa em www.brasil.elpais.com
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O direito à desconexão Em entrevista para o jornalista Leonardo Sakamoto, do site Uol, o ministro do TST, Lélio Bentes Corrêa, avalia se o home office veio para ficar e a importância de o trabalhador ter o “direito à desconexão” ‘’Essa é uma experiência sobre a qual nós podemos falar com muita propriedade, porque, de uma hora para outra, passamos a trabalhar exclusivamente em home office. Um dos alertas mais importantes é a preocupação com a invasão da vida profissional se apoderando dos espaços da vida pessoal do trabalhador. Nesse momento é fundamental ter atenção ao que vários doutrinadores pregam, que é a necessidade da observância do “direito à desconexão”. Quando eu mando a mensagem para um colaborador meu no sábado, às 23h30, na expectativa que ele me responda, estou claramente
infringindo esse direito à desconexão. As estatísticas têm demonstrado um aumento na produtividade do trabalho em casa. Algumas empresas estão se dando conta da vantagem econômica que é não gastar com aluguel, energia elétrica, equipamentos. Mas há a necessidade de que não se imponham metas exageradas, que levem o trabalhador a uma jornada excessiva. E de atenção à dimensão de gênero. Vamos reconhecer: o trabalho em casa executado por um trabalhador e por uma trabalhadora com responsabilidades familiares são, infelizmente, ainda, no nosso país, situações completamente diversas.
Foi feita uma pesquisa em que 58% dos homens disseram que sim, estão contribuindo com tarefas domésticas e se sentem felizes por isso. O que seria ótimo, não fosse a pesquisa feita com as mulheres - só 3% delas concordaram. E não se pode permitir que, pelo fato de os trabalhadores estarem nas suas residências, se perca o seu senso de coletividade. A Convenção 177 da OIT, que trata do trabalho em domicílio, cobre aspectos como o direito à sindicalização. Só são excluídos aqueles trabalhadores de altíssima expertise, que são reconhecidos como independentes ou como trabalhos de consultoria’’.
Na França, direito à desconexão é lei desde 2017 Na França, mais de um em cada três trabalhadores ativos (37%) admitem que utilizam todos os dias uma ferramenta do trabalho fora do seu horário, segundo estudo recente do escritório Eléas. Ao mesmo tempo, cerca de 12% sofrem de esgotamento no trabalho, conhecido como síndrome do burnout, segundo a agência Technologia. Para enfrentar o fenômeno, em 2017 a França instituiu o direito à desconexão, inscrito no código do trabalho. A medida, que integrou a polêmica reforma trabalhista, prevê que toda empresa com mais de 50 funcionários tenha de abrir negociações entre as partes para
chegar a um acordo conforme às necessidades de cada lado. Várias empresas já deram passos no sentido de levar os diferentes lados envolvidos a se desconectarem, sem aguardar a evolução na legislação. Na Alemanha, a Volkswagen foi pioneira nesse campo. Desde 2011, o grupo impõe a uma parcela de seus funcionários um bloqueio ao acesso a seu correio eletrônico no celular entre 18h15 e 7h. Na França, a companhia de telefonia Orange criou uma regulamentação acordada com seus funcionários, pela qual estes devem definir um período de não utilização do correio eletrônico.
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ITAÚ UNIBANCO
BRADESCO Banco registra casos de Covid-19 em agências em Jundiaí e região Arte: Fetec-CUT
Até agora já foram confirmados pelo menos cinco casos de contágio por Covid 19 nas agências do Bradesco da nossa base. Após a cobrança do Sindicato, o banco se comprometeu a adotar várias medidas para prevenir o contágio a outras pessoas. De acordo com o banco, as agências permaneceram fechadas até a realização de higienização preventiva e os funcionários foram afastados. O Sindicato entrou em contato com o banco e cobrou medidas para minimizar o contágio. Desta forma, os funcionários devem permanecer em casa por 14 dias.O banco também concordou em trocar os vigilantes e faxineiras que estiveram expostos e se comprometeu a realizar o exame para Covid 19 em todos os funcionários. O trabalho de higienização foi acompanhado pelo Sindicato. “Apesar de todo avanço conquistado pelos Sindicatos
Retorno do AGIR intensifica competição entre agências
para minimizar o risco de contágio, sabemos que o bancário ainda é bastante vulnerável. Não fossem as medidas conquistadas pelos Sindicatos, certamente o número de bancários contagiados seria bem maior. Além disso, os bancários realizam serviços essenciais, mas os governos não se preocupam nem um pouco com a categoria, sendo que a única medida que tomaram foi a mudança no horário de atendimento. É um verdadeiro descaso”, comenta Douglas Yamagata, secretário geral do Sindicato e funcionário do Bradesco.
O retorno do AGIR está dificultando a gestão, pois a meta é colocada em primeiro lugar. Vale ressaltar a injustiça no AGIR, uma vez que o programa condiciona as mesmas agências a atingirem a pontuação mínima, sendo que algumas unidades têm possibilidade em atingir uma pontuação mais benéfica. Esse retorno também intensifica a competição entre as agências, onde o gestor “precisa” da equipe completa para alcançar o resultado, inviabilizando o rodízio e a cooperação com as demais agências. ‘’É preciso pensar ao longo prazo, criando estratégias para garantir o atendimento da população e o bem estar da categoria e não estratégias a curtíssimo prazo, visando apenas a entrega de resultado’’, avalia Letícia Mariano, funcionária do Itaú e diretora do Sindicato. Ela ressalta que esse é um momento de cooperação e, portanto, a meta teria que ter um caráter mais coletivo, a exemplo de
um programa em nível regional. ‘’Estamos nos aproximando do pico da pandemia, com retornada do comércio, o que nos preocupa ainda mais. A tendência é termos mais agências fechadas devido a casos de Covid. Portanto, temos que pensar em como atender a demanda dos clientes da região sem expor a população e os bancários. Por conta da pandemia, cinco agências foram fechadas. Em maio tivemos os primeiros casos de Covid em agências do Itaú na nossa base. Isso unido à insegurança no cumprimento de metas, obstrução do rodízio e fomento da competição entre os funcionários num momento já tão delicado. É de suma importância que o Sindicato esteja ciente dos casos suspeitos e dos testes com resultado positivos para que a diretoria possa acompanhar se os procedimentos adotados estão de acordo com o que já foi negociado. Nossa prioridade sempre é a saúde do bancário.
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Más condições de trabalho e metas abusivas: a receita para o adoecimento bancário Nos últimos dias o Sindicato, através do diretor Natal Gomes, visitou todos os postos de serviços do banco Santander localizados nas empresas Femsa, Foxconn, Via Varejo, Sobam, Magazine Luiza e Viação Jundiaiense para verificar as condições de trabalho e a aplicação dos protocolos para proteção contra o Covid 19. ‘’Na primeira vista observamos que em alguns locais não estão sendo tomadas nenhuma das medidas de segurança acordadas com a Fenaban e orientadas pela OMS. E, certamente, a culpa é dos bancos pela falta de estrutura’’. Apesar dos funcionários estarem fazendo o uso de máscaras de proteção, foi constatado nos postos da Sobam, Viação Jundiaí e FoxConn que o espaço para atendimento ao cliente é muito reduzido, podendo colocar em risco todos clientes, funcionários e prestadores de serviço. • FoxConn O diretor informa que a pior estrutura está no posto da FoxConn. ‘’O local nem poderia ser chamado de posto bancário porque apresenta rachaduras no teto, com clientes sendo atendido em carteira escolar colada à mesa da bancária. O sistema de comunicação é altamente precário, um espaço muito reduzido, sem banheiros.
• Postos sem banheiros A falta de banheiros também ocorre nos postos da Femsa e Sobam. ‘’Em todos os casos os funcionários são obrigados a dividir o banheiro coletivo das empresas. Uma das bancárias informou que prefere esperar para usar o banheiro em casa. E, como sabemos, isso pode acarretar sérios problemas, como infecção urinária. • Sinalização preventiva sobre covid-19 Em uma conversa preliminar com a regional, já houve o compromisso de colocar as sinalizações nos postos, quanto aos demais problemas, o Sindicato continuará cobrando até que se tenha uma resolução definitiva. • Metas Enquanto isso, nos postos e em todas as agências, as metas não são esquecidas. O terror do momento é o “Venda Mínima”, com relatos de que há gerentes realizando reuniões individuais para cobrar resultados.’’Temos denúncias de funcionários com crise de ansiedade. Não basta o pânico com a pandemia, e tanta gente passando por dificuldades, o banco tem a ousadia de obrigar os funcionários a empurrarem produtos que ninguém quer e que nem podem comprar
num momento como esse. É impressionante a falta de sensibilidade do banco com trabalhadores e clientes’’. • Filas Dentro das agências, de acordo com Natal, o controle de entrada de clientes está mantido. Mas do lado de fora a espera chega a ultrapassar uma hora e meia, porque, em muitos casos, colocam apenas um caixa para atender a multidão. E o cliente só recebe a senha quando consegue entrar na agência, quando já perdeu mais de uma hora na fila externa. Ainda assim, o banco tem afirmado que a espera não ultrapassa 15 minutos. É vergonhoso!
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CAIXA
Várias questões preocupam empregados da Caixa Flexibilização de protocolos de saúde na Caixa coloca trabalhadores em risco
Empregados de agências com Protocolo 1 passarão por exames para constatação de COVID-19
Caixa inicia retomada de cobrança de metas e sobrecarrega ainda mais os empregados das agências
A Caixa abandonou aplicação dos protocolos 1 e 2, onde estão previstos os afastamentos dos casos confirmados ou suspeitos de Covid-19 para trabalhadores terceirizados nas agências e caso os trabalhadores neguem o retorno, são ameaçados de demissão pela empresa terceirizada.
Entidades que representam os trabalhadores conquistaram junto a Caixa a disponibilização de testes da Covid-19 (PCR e sorologia) para os empregados que trabalham em agências afetadas pelo Protocolo 1. A primeira fase de testes começa nas regiões Norte e Nordeste, a segunda fase ocorrerá nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
Com reuniões virtuais ocorrendo diariamente, a partir das 16 horas com duração de pelo menos 1h, as extrapolações de jornada são praticamente inevitáveis para os gerentes gerais das agências, que têm sido desnecessariamente convocados a chegar antes das 7 horas nas agências. As videoconferências tratam das metas, agora chamadas de “direcionadores”, como se estivéssemos em situação de normalidade, inclusive flertando com uma possível implementação de uma espécie de ranking como forma de “engajamento”
Empregados da Caixa que contraíram coronavírus devem abrir CAT A Comissão Executiva dos Empregados orienta a todos os empregados infectados pela Covid-19 a procurar o banco para a abertura da CAT após o STF reconhecer que a contaminação por Coronavírus se caracteriza como acidente de trabalho, caso o banco se recuse, o empregado deve procurar o sindicato de sua base para emitir a CAT. “O inequívoco aumento do risco de contaminação pelo vírus, decorrente da obrigação de se trabalhar fora dos limites da própria residência, que acomete os trabalhadores submetidos a esta situação, e as características do SARS-Cov 2 e sua forma de disseminação, são suficientes para que se presuma que o adoecimento pela Covid-19 está relacionado ao trabalho, cabendo o ônus da prova àqueles que defenderem o contrário.”, afirma Maria Maeno, médica pesquisadora em saúde do trabalhador.
Empregados de áreas-meio começam a sair do sistema home office Após a convocação de alguns empregados com função de coordenação de áreas ligadas à VILOP e VIHAB chegar ao conhecimento do Sindicato, procuramos alguns empregados para verificação da situação. Ainda sem entender direito a real necessidade do retorno às dependências da empresa, pois todo o trabalho pode ser executado remotamente, os empregados demonstraram certo desconforto em comentar a nova realidade. O Sindicato continuará realizando visitas rotineiras às áreas.
BB
Tem que vender a p***do BB, diz Guedes A reunião ministerial de 22 de abril comprova que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem como meta privatizar o Banco do Brasil. Durante o encontro, Guedes afirmou que é preciso “vender logo a p*** do BB”. A declaração de Guedes vazou no dia 15 de maio e recebeu o repúdio dos funcionários do Banco do Brasil, através da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, agora confirmada pelo vídeo. ”Essa frase demonstra a forma descuidada e desrespeitosa de como é tratada uma empresa tão importante e histórica para o país”, lamenta Paulo Malerba, presidente do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região. ”Somos totalmente contra qualquer tentativa de privatização porque em momento como o que vivemos fica muito clara a importância dos bancos públicos. E inclusive na retomada posterior à pandemia, o papel do BB e da Caixa, sem dúvida alguma, serão fundamentais para o país”, destaca Malerba.
BB vira alvo na investigação das fake news O banco também se tornou alvo no processo que investiga a rede de fake news criada para para atacar inimigos de Jair Bolsonaro Só em 2019, o Banco do Brasil já gastou R$ 119 milhões com publicidade na internet incluindo o site “Jornal da Cidade Online”, acusado de veicular notícias falsas contra adversários políticos de Bolsonaro e contra o poder Judiciário. O presidente da instituição, Rubem Novaes, é alvo potencial do inquérito de fake news do STF, de relatoria de Alexandre de Moraes, segundo apurou a Folha de S. Paulo. Novaes pode ser acusado de improbidade administrativa, cuja pena é a previsão de perda dos bens, obrigação de ressarcimento do dano, perda da função, proibição de contratar com poder público, entre outras sanções decorrentes de eventuais crimes correlatos.
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Censura no BB Como se não bastasse usar dinheiro público para financiar fake news a favor do presidente Bolsonaro e contra seus inimigos políticos, a direção do banco passou a censurar seus próprios funcionários. A agência de notícias da intranet do BB reproduziu a entrevista do presidente do banco, Rubem Novaes, publicada na edição de 31 de maio do jornal O Globo. Dentre outras afirmações, Rubem Novaes, confirma seu
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“sonho” de privatizar a instituição e a concordância do presidente Jair Bolsonaro. Mas os comentários foram bloqueados na postagem da entrevista. Os bancários, então passaram a comentar negativamente a entrevista em outras posts da agência de notícia da intranet. A empresa, então, passou a censurar os comentários. “Isso parece um verdadeiro AI-5 da ditadura militar” afirma João Fukunaga, coordenador da COE do BB.
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#Eleições Previ
Por que as Eleições Previ 2020 foram adiadas? O adiamento, que segue as orientações do Grupo de Administração de Crise (GAC) da Previ e da Comissão Eleitoral, foi necessário devido à situação de contingência estabelecida na Entidade e à pandemia do novo coronavírus que chegou ao Brasil. A Comissão Eleitoral e o GAC continuam acompanhando diariamente os avanços no combate à doença e a
forma como as medidas que estão sendo implementadas em todo o Brasil e no mundo. A decisão pela retomada e a definição do novo cronograma foram tomadas diante da análise do cenário atual que estamos vivendo.. O cuidado necessário e como falar com a Previ O trabalho remoto na Previ, implementado no dia 20 de março, continua para prevenir
a disseminação da Covid-19, sem afetar a continuidade dos pagamentos de benefícios e preservar a saúde e a integridade de seus associados e funcionários. Para acessar novas notícias, acesse os canais da Previ pelo site, app Previ, YouTube, Resenha Previ e LinkedIn) e mantenha-se informado sobre qualquer novidade da Entidade. O Fale Conosco e o serviço de Autoatendimento permanecem
disponíveis tanto na Central 0800729-0505 quanto por meio do app Previ do site. Confira o cronograma das eleições A Diretoria Executiva da Previ aprovou a interrupção do processo eleitoral por mais 30 dias, com a sua retomada a partir do dia 22/6. Confira abaixo os novos prazos definidos:
Data Até 22/06/2020 (2ª feira) Até 29/06/2020 (2ª feira) Até 03/07/2020 (6ª feira)
Evento Recebimento de programa/proposta/fotos para confecção do Boletim Especial – Eleições 2020 Edição/Divulgação do Boletim Especial – Eleições 2020 Substituição de candidato em caso de desligamento do plano
Regulamento Art. 30, parágrafo único Art. 30 Art. 24, §1º
De 13/07/2020 a (2ª feira) a 27/07/2020 (2ª feira) 27/07/2020 (2ª feira)
Votação
Art. 29, III
Apuração dos votos, homologação e divulgação do resultado aos participantes, aos assistidos, às chapas concorrentes e à Diretoria Executiva Aguardar atestado de habilitação da Previc
Arts.36 e 9º, XVII
Prazo final para comprovação das despesas com a campanha eleitoral Divulgação dos subsídios concedidos Posse
Art. 28, §4º Art. 13, IV Art. 37
28/07/2020 (3ª feira) até habilitação Previc Até 03/08/2020 Final do processo eleitoral Até 3 dias úteis após habilitação Previc
Art. 37, II
COMUNICADO O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Jundiaí e Região, Pessoa Jurídica de Direito Privado, devidamente registrado no CNPJ. 58.377.441/0001-97, com sede Rua Prudente de Moraes, nº 843, Centro – Jundiaí – São Paulo, neste ato representado pelo seu diretor presidente infra-assinado, no uso de suas atribuições estatutárias e demais disposições aplicadas pela legislação sindical vigente, vem pelo presente, Comunicar todos os associados, que em virtude da pandemia que atinge o nosso país e o mundo pelo Covid19, que a Assembleia Geral Ordinária com pauta exclusiva de Prestação de Contas do Exercício 2019 juntamente com o respectivo parecer do Conselho Fiscal, do Estatuto Social em seu Artigo 83, prevista para ser realizada até o dia 30 de junho do corrente ano, será adiada por tempo ainda indeterminado. Assim, a Diretoria do Sindicado, atenta ao cumprimento de suas obrigações Estatutárias, após a normalidade da situação, convocará através de edital a Assembleia específica. Jundiaí, 10 de junho de 2020. Paulo Eduardo Silva Malerba Presidente
Senado aprova MP 936, mas, com pressão dos sindicatos, derruba alterações na jornada de trabalho dos bancários A aprovação do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 15 à Medida Provisória (MP) 936, ontem à noite, ratificou o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. A medida permite suspender contratos de trabalho e fazer acordos de redução de jornada e salário. Para o setor bancário, uma alteração aprovada no Senado foi particularmente importante.
Na votação, dois artigos foram impugnados e excluídos do projeto. Incluíam os chamados “jabutis”, matérias estranhas ao objeto principal. Com isso, caiu da MP o artigo 32, que entre outros itens tratava de alterações na jornada e na hora extra dos trabalhadores do setor bancário, que teriam sua carga horária ampliada em 10 horas semanais. A impugnação foi aprovada com 46 votos, ante 30 contrários.
“A derrubada do artigo 32 foi muito boa para os bancários, uma vez que não haverá qualquer alteração no artigo 224 da CLT, que trata da jornada da categoria”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro ( Contraf-CUT ), Juvandia Moreira