Jornal dos Bancários - nº 552 - Junho/2019

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CONSTRUINDO O RAMO FINANCEIRO

Edição: 552 | Junho 2019

Banco sonega impostos, viola acordos, cobra metas abusivas, ignora a segurança e é líder em reclamações.

IA VITÓR

Santander: Sindicato de Jundiaí é o primeiro a conseguir liminar contra “trabalho voluntário’’

Itaú Unibanco: Fechamento de agências assombram funcionários

PG 05

PG 06

ACOMPANHE NOSSA LUTA!

/bancarios.jundiai

BB: Cobranças abusivas geram epidemia de transtornos mentais

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PG 07

VEM AÍ!


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Edição 552 - Junho/ 2019

Editorial

Paulo Malerba

A postura do Banco Santander é incompatível com uma empresa com atuação internacional, que lucra R$ 12 bilhões por ano no Brasil, o que representa em torno de 26% do lucro global da marca, e que possui cerca de 45 mil funcionários no país. As seguidas demonstrações de desrespeito às leis, em âmbito local e nacional, colocam em dúvida a lisura de sua atuação no mercado. No caso mais sério, o banco decidiu abrir suas agências aos sábados, sob pretexto de dar palestras informativas aos clientes e usuários, e utilizar seus funcionários como supostos voluntários da ação. Essa prática desrespeita tanto os funcionários, que, em razão da subordinação e da dependência, acabam por atender às solicitações do banco, quanto o verdadeiro trabalho voluntário em que pessoas se engajam em instituições com causas sociais e sem fins lucrativos. Em Jundiaí, o Santander decidiu reformar e reabrir a agência centro sem portas de segurança. No município existe uma lei que obriga os bancos a terem a porta detectora de metais. O Santander foi informado da lei, mesmo assim respondeu que não iria adotá-la. Foi notificado pela prefeitura, sem, no

entanto, tomar qualquer atitude. Por fim, o Sindicato acionou o Ministério Público, que abriu inquérito civil para investigar o banco pelo desrespeito à lei, que expõe seus funcionários, prestadores de serviços e clientes a um risco maior e desnecessário. No município de São Paulo, o banco aceitou realizar um acordo e pagar R$ 195,5 milhões aos cofres públicos para impedir a continuidade das investigações da CPI da Sonegação fiscal contra o Santander, em que era acusado de ter aberto uma sede de fachada em Barueri. A justiça chegou a autorizar a condução coercitiva do presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, e de quinze executivos. O acordo aconteceu a tempo de evitar o depoimento do showman presidente. No ranking de reclamações procedentes do Banco Central, no primeiro trimestre de 2019, o Banco Santander lidera. Não é de se estranhar que uma empresa cuja postura tem sido desrespeitar diversas instituições e leis também lidere nas reclamações realizadas pelos seus clientes. Evidente que nem de longe pode-se culpar os funcionários do Santander por essas práticas, pois eles também são vítimas dessas atitudes. Os funcionários sofrem no cotidiano as decisões tresloucadas da direção da empresa. Os responsáveis são os executivos do banco, sua cúpula, que acredita que os fins justificam os meios, que vale tudo para conseguir dinheiro e prestígio. Com isso, prejudicam milhares de empregados e clientes. Continuaremos a enfrentar e denunciar os desmandos do Santander!

Bancários derrubam projeto de lei que dispensa portas de segurança Com muita união, os trabalhadores bancários, unidos ao Sindicato, conseguiram derrubar a votação do projeto de lei que dispensa portas de segurança nas agências bancárias de Jundiaí. Por meio de abaixo-assinado, mensagens e conversa direta do Sindicato com os vereadores, o projeto havia sido adiado por duas vezes. No dia 28 de maio, os autores do projeto, vereadores Paulo Sergio Martins e Gustavo Martinelli, decidiram retirar o projeto de votação. ‘’Trata-se de uma pauta de segurança pública, que atinge clientes e funcionários do banco. O ideal é que os bancos ampliem os sistemas

de segurança e não o contrário como propunha o projeto’’, diz Douglas Yamagata, secretário-geral do Sindicato. Paulo Malerba, presidente do Sindicato, destaca que toda a base se manifestou contra o PL. “A categoria entendeu que a retirada das portas coloca a vida de todos em risco. Foi uma grande vitória para nós, trabalhadores bancários, e também para a população de Jundiaí’’. De acordo com a Febraban, o número de assaltos ocorridos em agências desde o ano 2000 teve redução de 88,6% e a maioria dos municípios já aderiu à instalação das portas giratórias.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS DE JUNDIAÍ E REGIÃO, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 58.377.441/00197, Registro Sindical nº 24000.001653/90-11, por seu presidenteabaixoassinado,nousode suasatribuições previstas pelo estatuto social da entidade e legislação vigente, convoca todos os associados, quites com suas obrigações sindicais, para a realização da Assembleia Geral Ordinária que se realizará no dia 24 de Junho de 2019,às18h00,emprimeiraconvocaçãoeàs18h30min, emsegundaconvocação,nasededaentidadesindical, situada na Rua Prudente de Moraes, nº 843, Centro, na cidade de Jundiai- Estado de São Paulo, para tratar dos seguintes assuntos: 1) Apresentação, Discussão e deliberação sobre a prestaçãodecontasdoexercíciode2018eorespectivo parecer do Conselho Fiscal 2)Outrosassuntosdeinteressedacategorialprofissional Jundiaí, 12 de junho de 2019 Paulo Eduardo Silva Malerba, Presidente

Expediente Informativo do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região - Filiado à Contraf/Fetec-SP/CUT Presidente: Paulo Malerba Diretor Responsável: Sérgio Kaneko

Redação: Tarantina - Assessoria de Imprensa Jornalista Responsável: Sumara Mesquita Diagramação/ Projeto Gráfico: Guilherme Hilário

Tiragem: 1.700 exemplares Impressão: Metagraff Contato: (11) 4806-6650 atendimento@bancariosjundiai.com.br Rua Prudente de Moraes, 843, Centro - Jundiaí - SP


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Sindicato participa de atos em defesa da Educação O Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região participou das duas grandes manifestações em Defesa da Educação. Nos dias 15 e 30 de maio, milhares de estudantes, pais e professores saíram às ruas para protestar contra o bloqueio de verbas promovido pelo governo Bolsonaro. Em Jundiaí, universitários e secundaristas usaram o microfone para falar sobre o impacto que as instituições em que estudam já estão sofrendo. ‘’O corte afeta diretamente as pesquisas, as universidades públicas e o Fundeb, atingindo também creches e escolas públicas’’, diz o estudante de Direito da USP, Rogério Cavichio. ‘’Pais e professores, apoiem os estudantes nessa luta pelo futuro do país. E o governo deveria realizar a reforma tributária e ser austero com as grandes empresas, mas jamais fazer cortes na Educação’’, diz Rogério. Dia 14 de junho trabalhadores de todo o país se mobilizaram durante a greve geral contra o desmonte da Previdência.

dica de leitura

“Tempos de dizer, tempos de escutar’’ O livro de autoria de Danielle Tega, doutora em Sociologia pela Unicamp, recupera testemunhos de mulheres que militaram contra as ditaduras militares no Brasil e na Argentina e tiveram suas vidas, de diferentes formas, atravessadas pelos horrores da repressão. A autora realiza um levantamento inédito de testemunhos que passaram por mediação pública, como filmes, romances, cartas, autobiografias, poesias, entrevistas e contos. Para examiná-los, articula estudos da memória e pensamento feminista, interrogando os espaços conflitivos da narração de experiências marcadas pelo trauma.

Temas como militância, clandestinidade, tortura e resistência são reinterpretados pelas obras analisadas, que passam a reconhecer a especificidade de gênero dessas situações. Por meio de seus testemunhos, as militantes criam práticas potencialmente subversivas à lógica patriarcal: apropriamse das ferramentas materiais necessárias para produzir seus relatos, desenvolvem um processo de reconstrução subjetiva, atualizam os projetos vencidos e interferem nas lutas políticas de ontem e de hoje. ‘’O livro é um convite para que esses testemunhos sejam conhecidos, debatidos, criticados. Escutados’’, diz a autora.

Mais informações podem ser obtidas na página da autora www.facebook.com/dani. tega.7 ou pela Amazon.


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SANTANDER: O Banco sonega impostos, viola acordos, cobra metas abusivas, ignora a segurança e é líder em reclamações. O banco Santander, grande defensor do projeto pela retirada de direitos dos trabalhadores e do desmonte da Previdência, promovidos pelos governos Temer e Bolsonaro, tem protagonizado várias manchetes negativas nos últimos meses. Por sonegar impostos aos cofres públicos de São Paulo, o atual presidente, Sergio Rial, e a cúpula do banco, foram convocados pela CPI da Sonegação Tributária da Câmara de vereadores da cidade. A Justiça autorizou

a condução coercitiva da cúpula do banco. Além disso, o banco viola acordos, como a Convenção Coletiva Nacional dos Bancários, que nos anos 60 conquistou os sábados livres para toda a categoria. Com a desculpa de ‘’trabalho voluntário’’, o banco tem sido oportunista, aproveitando o pavor das demissões e levando centenas de bancários a trabalharem aos sábados para atrair clientes com o discurso de ‘’orientação financeira’’. E,

claro, tentando abrir precedentes para que demais agências também abram aos finais de semana. O Santander lucra bilhões, inclusive a filial brasileira tem superado a matriz espanhola, mas mesmo assim, é um dos bancos que mais demite, cobra taxas e juros altíssimos de seus clientes e lidera o ranking de reclamações no Banco Central. Ah, e está retirando as portas de segurança para transformar suas agências em “lojas”.

SANTANDER: O SONEGADOR A Justiça de São Paulo autorizou, no dia 30 de maio, a condução coercitiva da cúpula do banco Santander no Brasil, inclusive de seu presidente, Sergio Rial, pela CPI da Sonegação Tributária da Câmara Municipal de São Paulo. Instalada no ano passado, a CPI da Sonegação investiga eventuais fraudes e sonegações fiscais

de empresas de factoring, leasing e franchising que atuam na capital paulista, embora estejam sediadas oficialmente em municípios que cobram alíquota menor de ISS (Imposto sobre Serviço). A CPI afirma que esse é o caso do Santander Arrendamento Mercantil, que, sediado em

Barueri, teria deixado de recolher milhões nos últimos cinco anos para os cofres da Prefeitura de São Paulo. No dia 2 de junho, o Santander pagou R$ 195,5 milhões para se livrar de CPI da Sonegação Tributária

Líder de reclamações

O banco é líder no ranking de reclamações no Banco Central (BC). Só no 1º trimestre deste ano, o BC recebeu 1.135 queixas consideradas procedentes contra o banco. A maioria relacionada à “oferta ou prestação de informação a respeito de produtos e serviços de forma inadequada (246). Bradesco e Caixa também estão no topo da lista. As demais reclamações são sobre irregularidades relativas à integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços relacionados a cartões de crédito.

A pior Ouvidoria O Santander também está no topo da lista dos que possuem as piores ouvidorias entre as instituições financeiras de maior porte no País, indicou o “Ranking de Qualidade de Ouvidorias”, divulgado pelo Banco Central. O índice é formado a partir das reclamações registradas pelos cidadãos nos canais de atendimento do Banco Central. São considerados aspectos como o prazo de resposta dos bancos às

reclamações e a qualidade da resposta. Além disso, o indicador leva em conta a iniciativa dos bancos em aderir a plataformas públicas de resolução de conflitos com os clientes. No caso do Santander, foram 10,5 dias, em média, para resposta e 12 reclamações contra a qualidade da resposta. O BB lidera o ranking, incluindo reclamações contra a própria ouvidoria.

O lucro que mais cresceu O Santander foi o banco que mais cresceu no país. O lucro saltou 52,13% de 2017 para 2018, atingindo R$ 12,166 bilhões. A filial brasileira é a mais importante no conglomerado, atingindo, no fim de março, a fatia histórica de 29% nos resultados globais do grupo espanhol, mais do que Inglaterra e a própria Espanha juntas.

Despreza os trabalhadores Rial anuncia fim dos caixas humanos no Brasil

Com um discurso de que as pessoas devem se “reabilitar a um mundo diferente”e de que o consumidor precisa “desconstruir”a necessidade de ser atendido por pessoas, em

agências físicas, o presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, anunciou que, até o final de 2019, a figura do caixa humano deverá deixar de existir nas agências brasileiras do banco espanhol. Segundo ele, a

Lojinhas Mostrando que segue a linha do atual governo de retirar direitos para obter mais lucros, o presidente fala sobre o novo modelo de banco. “Vamos abrir, entre 2018 e 2020, mais de 300 lojas. Só que as lojas vão ser vocacionadas. O banco mudou muito, mas a função custódia não vai mudar. (...)Pode até não ser chamado banco”, descreveu Rial. A medida de ‘extinguir’os caixas humanos já

está sendo colocada em prática em algumas partes do país, onde os caixas já foram reduzidos pela metade. ‘’Clientes e usuários, que atualmente já sofrem com espera de até duas horas, terão menos caixas para atendêlos, e a revolta generalizada será uma rotina dentro das agências’’, alerta o Sindicato.

“Só em Jundiaí e região, o Santander já demitiu 20 pessoas em 2019”

“estrutura física será redesenhada, não necessariamente reduzida”. Tudo isso sem nenhum diálogo com os trabalhadores.


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FORA DA LEI! IGNORA ACORDOS Desde o dia 6 de maio o Santander está abrindo 29 agências do país para o que o banco chama de ‘’trabalho voluntário para orientação financeira’’. Ignorando a Convenção Coletiva Nacional que conquistou os sábados livres, o banco viola uma medida assinada por ele e ignora a importância do tempo livre de bancários e bancárias com suas

famílias. ‘’Um banco que não cumpre o que assinou e que despreza o valor da convivência de seus trabalhadores com a família não merece o respeito da categoria nem dos clientes”, avalia Paulo Malerba. Para o presidente do Sindicato, além de colaborar com o aumento do desemprego no país, o Santander também promove a precariedade

no atendimento. ‘’Não satisfeito em cobrar juros altíssimos e reduzir o número de caixas, o Santander ainda quer obrigar o funcionário a trabalhar aos sábados, desrespeitando as leis trabalhistas e as convenções e acordos coletivos”, conclui o dirigente.

ADOECE OS FUNCIONÁRIOS direção do banco. A falta de funcionários eleva a sobrecarga de trabalho e, aliada à cobrança de metas abusivas, acarreta no adoecimento dos bancários. Os Sindicatos cobram das áreas competentes do Santander que treinem seus gestores contra as práticas abusivas e que, diante de um caso de assédio, tomem

providências em relação ao assediador, e não à vítima. “É preciso que o banco combata de fato o problema do assédio, e não transfira o problema de uma agência para outra’’, destaca o diretor do Sindicato, Silvio Rodrigues.

IGNORA A SEGURANÇA Após a reforma, para transformar a agência do Calçadão em ‘’agência piloto’’, o banco não instalou as portas de segurança, colocando em risco a vida de clientes, usuários e funcionários. O Santander também infringe Lei Municipal de 2014, que trata da segurança bancária e exige instalação das portas de segurança

antes das salas de atendimento. “Não concordamos com isso em nenhuma cidade”, disse, Alberto Maranho, diretor na FETEC-CUT. Ele afirma afirma não haver agências nesse modelo em nenhuma via pública do país. Sem a porta de segurança, o Santander: • Coloca em risco a vida de clientes e funcionários.

• Abre precedente para que os assaltos ocorram dentro da agência • Cria risco de sequestro para clientes e funcionários.

Fontes: Época Negócios /Uol/ Contraf / SeebSp

O Santander também é um dos bancos com maior número de denúncias de assédio moral. O banco estabelece uma meta clara de atendimento, mas, no dia a dia, não oferece ferramentas para se alcançar esse objetivo, obrigando os funcionários a desempenharem diversas funções para dar conta das metas estabelecidas pela

IA VITÓR Sindicato de Jundiaí é o primeiro a conseguir liminar para impedir “trabalho voluntário” no Santander Numa ação civil pública movida pelo Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região, o TRT da 15ª região (Campinas) concedeu liminar impedindo que o Banco Santander de Jundiaí e região utilize mão de obra de seus empregados de forma gratuita e na condição de voluntários, sob pena de multa de R$ 10 mil por trabalhador. ‘’O banco estava usando o disfarce de trabalho voluntariado para promover a sua marca para a população. E por isso o Sindicato decidiu entrar com a ação, porque a lei do voluntariado é muito clara. Você só pode trabalhar de forma voluntária se a entidade não tem fins lucrativos, o que não é o caso do banco, que, pelo contrário, lucra bilhões e ainda coloca seus funcionários para trabalharem de graça’’, informa Antonio Cortezani, diretor do Sindicato e funcionário do

Santander. O presidente do Sindicato, Paulo Malerba, comemorou a vitória dos trabalhadores e da entidade. ‘’Vínhamos protestando todos os sábados em frente à agência centro e como o banco insistiu na prática ilegal, decidimos recorrer à Justiça. No dia 8 de junho (sábado) o banco cumpriu a liminar mantendo a agência fechada. Uma grande vitória para os trabalhadores e, em especial, da nossa base em Jundiaí e região’’. O Sindicato de Jundiaí é o primeiro do país a ter o pedido de liminar concedido. Desde o dia 4 de maio, 29 agências do Santander no Brasil foram abertas aos sábados, das 9 às 12 horas para prestação de orientação financeira com a adesão de 1.200 funcionários.


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ITAÚ

Fechamento de agências e bancos digitais assombram funcionários O Itaú Unibanco já informou que vai fechar 400 agências físicas em todo o país. No dia 31 de maio, o banco encerrou as atividades da agência na Rua do Rosário e há indícios de que mais quatro devem ser fechadas até dezembro na região. Em maio o banco anunciou o lançamento da plataforma digital Iti de que dispensa a necessidade de uma conta bancária e usa tecnologias como QR Code. ‘’Sabemos que as novas tecnologias e o crescimento do segmento digital levam a

reestruturações. Mas a direção não pode esquecer que o banco deve atender todo o conjunto da população, incluindo uma parcela significativa que não está inserida digitalmente’’, avalia Gisele Bonati, diretora do Sindicato. ‘’O banco precisa considerar que o bancário, que garante o lucro da empresa diariamente, não deve sofrer por ter seu emprego ameaçado’’. Segundo ela, ‘’o futuro sustentável’’, tão propagado pelo Itaú em suas propagandas, só é possível se houver a valorização das pessoas.

FINANCIÁRIOS

BRADESCO

Melhorias no Bradesco Saúde

No último mês de abril, a Comissão de Organização dos Empregados do Bradesco (COE), esteve reunida com a Relações Sindicais, Eduara Cavalheiro, para discutir melhorias na rede de cobertura do Bradesco Saúde. “Muitos bancários têm reclamado da falta de credenciamento de médicos e especialistas. Muitas vezes, isto só é constatado na hora em que necessitamos utilizar. Desta forma, é importante que os bancários e bancárias informem o Sindicato para que possamos solicitar ao banco os

credenciamentos que faltam, além de sugestões que possam melhorar a rede de conveniados”. – destaca Douglas Yamagata, diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco. O Sindicato está realizando uma consulta a respeito do Bradesco Saúde com o intuito de melhorar a rede de conveniados em toda região. Além disso, o bancário pode enviar sugestões de médicos, hospitais e especialistas para o e-mail atendimento@bancariosjundiai.com. br ou ligar para (11) 4806-6650 e falar com Douglas.

Financiários conquistam reajuste de 5,83%

O IBGE divulgou no dia 7 de junho o INPC de maio. A variação acumulada nos últimos 12 meses ficou em 4,78%. Somado o aumento real de 1%, acordado na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), o reajuste da categoria será 5,83%, no salário e nas demais cláusulas econômicas. “Sabemos que os trabalhadores merecem muito mais, mas, na atual conjuntura, temos que comemorar um reajuste com aumento real de 1% em todas as cláusulas econômicas”, informa a Juvandia Moreira, presidente da Contraf-CUT. O aumento é uma conquista da campanha realizada em 2018, quando a Contraf firmou acordo de dois anos, que garantiu o aumento real de 1% acima da inflação neste ano.

PLR A primeira parcela da PLR pode ser paga até dia 20 de setembro. Pela regra básica os trabalhadores têm direito a receber o valor referente a 90% do salário, mais um valor fixo de R$ 2.826,60. Além deste valor, há um adicional de 20% do valor fixo, que será de R$ 565,32. Além da primeira parcela da PLR, os funcionários do Itaú ligados às financeiras receberão os valores correspondentes ao Programa Complementar de Resultados (PCR). O reajuste também incide sobre vales alimentação e refeição, gratificações e demais cláusulas econômicas da CCT da categoria.


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CAIXA

Em reunião com SR Jundiaí, Sindicato discute problemas da região Reunião realizada em 29 de maio contou com a participação de representantes do Sindicato e da APCEF/SP. Sérgio Kaneko, atual diretor de Imprensa e Comunicação do Sindicato e empregado Caixa, ressaltou o caráter da reunião: “Tanto o atual superintendente quanto a gerente administrativa são recém chegados de outra região do nosso estado, marcamos esta reunião para apresentarmos as características e as respectivas carências das agências de nossa base territorial para continuarmos melhorando as condições de trabalho dos empregados Caixa” comentou Kaneko. Para Paulo Santos Mendonça, diretor do Sindicato e empregado Caixa, o quadro atual de empregados já é deficitário e vai piorar ainda mais com a abertura deste novo PDV. “Poderão ocorrer mais adesões ao PDV em virtude das ameaças

relacionadas à Reforma da Previdência que podem impactar diretamente o empregado Caixa” concluiu Paulão. Durante a reunião foram abordados temas relacionados à falta de empregados, jornada/ rotina de trabalho nas agências digitais, extinção da função de tesoureiro/caixa, infraestrutura das agências e qual a estratégia para minimizar os impactos das adesões ao plano de demissão em andamento para não sobrecarregar ainda mais os empregados. Também participaram da reunião, representando a APCEF/SP, Leonardo Quadros, diretor executivo e Marcos Castro, supervisor sindical. Eles apresentaram um material, resultado de pesquisa em fontes oficiais, com dados relacionados à presença da Caixa, em alguns municípios da base do nosso Sindicato.

A qualidade das informações do material foi ressaltada pelo superintendente regional Rafael Conessa. “Conhecemos e acompanhamos a atuação da Caixa na região, mas este material traduz em números exatos a inserção da Caixa nestas cidades, estas informações merecem ser conhecidas por todos ” comentou Rafael Conessa. Ao final da reunião os participantes reafirmaram o compromisso com o diálogo e em busca da garantia dos direitos dos empregados Caixa.

CAIXA trava promoção por mérito O grupo de trabalho (GT) da Promoção por Mérito, comissão paritária formada por representantes da Caixa e dos empregados, se reuniu-se novamente no dia 4 de junho, em Brasília. No encontro, a representação dos trabalhadores apresentou uma resposta à proposta na última reunião. Pela proposta da Caixa, só seriam promovidos os empregados que, no resultado da GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas), estivessem classificados nos quadrantes “eficaz”, “superior” e “excepcional”. Se aplicada essa regra, 25% dos trabalhadores, em alguns segmentos, ficariam com zero delta. Na reunião da terça-feira, a Caixa se manteve intransigente na decisão de utilizar o “nine box”,

uma matriz de desempenho e potencial, da GDP como critério para a promoção por mérito deste ano, cujos resultados serão aplicados em janeiro de 2020. Os representantes dos empregados deixaram claro que a proposta apresentada pelos empregados levou em conta a construção feita desde 2008 nas Comissões Paritárias com a Caixa, e previa a aplicação de critérios como frequência, realização de cursos da Universidade Caixa e de iniciativa pessoal, realização do PCMSO, assinatura dos termos de compromisso, e avaliação 360 graus. Os empregados seriam pontuados de acordo com o desempenho nestes critérios, e, atingindo determinada pontuação, conquistariam os deltas.

banco do brasil

Cobranças excessivas geram epidemia de transtornos mentais

A região de Jundiaí, que conta com uma base de nove cidades, já entrou para o topo da lista pelo elevado número de afastamento de bancários do BB com diagnóstico de transtornos mentais em decorrência da cobrança de metas abusivas. Mesmo em agências em que gestores não pressionam, a metodologia do banco tem levado a essa situação, como informa Silvio Rodrigues, diretor do Sindicato. ‘’Não é só em nossa região, mas em todo o Brasil. O ambiente de trabalho precisa ser saudável. Mas o BB, pela cobrança abusiva, deixa os trabalhadores

num tal nível de stress a ponto de o bancário ter horror à logomarca do banco e não conseguir levantar para trabalhar. Vários estão enfrentando a crise de pânico’’, informa. O Sindicato está acompanhando de perto a situação de cada agência. Para Paulo Malerba, presidente do Sindicato, o banco precisa rever de imediato a forma de lidar com as relações de trabalho. “É algo estrutural, que precisa ser alterado, pois o número de funcionários que trabalham ansiosos, com medo, usando remédios, é muito alto. O nível de afastamento do trabalho também cresceu de forma assustadora. Isso traz prejuízos para a vida da pessoa como um todo. O sistema de cobrança e controle sobre os funcionários precisam acabar. Os resultados podem ser alcançados em um ambiente adequado, equilibrado, respeitoso. Vamos continuar a denunciar e protestar contra a situação”. O diretor Silvio lembra que se algum bancário tiver problemas de saúde relacionados ao trabalho, deve entrar em contato com o Sindicato para orientação e encaminhamentos.

Proposta da Cassi não alcançou votos suficientes Foi encerrada no dia 27 de maio a votação da mudança estatutária da Cassi. Apesar do SIM ter vencido o pleito com 55.444 votos contra 49.577 votos do NÃO, a proposta não alcançou os dois terços necessários para aprovação. “Diante dos avanços em relação a proposta rejeitada em 2018 e da atual situação da Cassi, o Sindicato teve responsabilidade em indicar o voto SIM, o que afastaria o risco de uma intervenção da ANS. A democracia e o estatuto da Cassi são soberanos. A partir de agora estaremos, como sempre estivemos, atentos nas consequências do resultado e defendendo os interesses e direitos dos associados”, diz o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e bancário do BB, João Fukunaga. A Contraf-CUT já solicitou ao BB a reabertura de negociações para resolver o impasse.


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