NINO CAIS

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nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm



nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem -20 x 32 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem -20 x 32 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem - 20 x30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - desenho -24 x 33 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - desenho -24 x 33 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - desenho -24 x 33 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - desenho -24 x 33 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - desenho -24 x 33 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - desenho -24 x 33 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2008 - desenho -24 x 33 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2008 - desenho -24 x 33 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2008 - desenho -24 x 33 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2008 - desenho -24 x 33 cm


nino cais - sem título, 2007 - técnica mista -24 x 33 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2008 - desenho -24 x 33 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2007 - desenho -24 x 33 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem -21 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo, 2009 - colagem -21 x 30 cm


nino cais - sem tĂ­tulo 2009 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - sem tĂ­tulo 2009 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - sem tĂ­tulo 2009 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - sem tĂ­tulo 2009 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - sem tĂ­tulo 2009 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - maiastra, 2007 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - sem tĂ­tulo 2009 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - sem tĂ­tulo 2009 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - sem tĂ­tulo 2009 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - sem tĂ­tulo 2009 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - sem tĂ­tulo 2009 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - sem tĂ­tulo 2009 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - sem tĂ­tulo 2009 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - sem tĂ­tulo 2007 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - sem tĂ­tulo 2008 - fotografia -90 x 60 cm


nino cais - sem título, 2008 - instalação com bastões de madeira, ventosas de borracha e objetos plástico - dimensões variáveis


nino cais - sem título, 2006 - instalação com cadeiras de madeira e objetos de vidro - dimensões variáveis


nino cais - sem título, 2008 - instalação com bastões de madeira, ventosas de borracha e objetos plástico - dimensões variáveis


nino cais - sem título 2009 - instalação com bancos de plástico, utensólios de limpeza e plantas -dimensões variáveis


Nino Cais

São Paulo, 1969 Vive e trabalha em São Paulo Individuais 2009 Décor - Galeria Virgílio, São Paulo 2009 MARP, Ribeirão Preto 2008 Nino Cais - Galeria Virgílio, São Paulo 2006 Nino Cais - Galeria Virgílio, São Paulo 2005 II Mostra do Programa de Exposições - Centro Cultural São Paulo 2003 Galeria de arte da Oficina Cultural, Uberlândia 2002 Corpo e Caminho, FUNARTE, São Paulo 2001 A Trama Refeita - Faculdade Santa Marcelina, São Paulo Coletivas 2009 Entre Margens - Oi Futuro, Rio de Janeiro, RJ 2009 Obsolecências - Rumos Visuais, Curitiba, PA 2009 Poética Têxtil - Oficina Oswald de Andrade, SP 2009 15º Salão da Bahia - MAM, Salvador 2009 Rumos Visuais - Itaucultural, São Paulo 2009 Realidades Imprecisas - SESC Pinheiros, São Paulo 2008 Pequenos Formatos - SESC Paulista, São Paulo 2008 33º SARP, MARP- Ribeirão Preto, SP 2008 Fototeca Juan Malpica Mimendi, Veracruz, México 2008 Intimidade Pública- E.D.E.Nº 343, São Paulo SP 2008 Ateliê Aberto, Campinas, SP 2008 Fundação Nacional de Arte (FUNARTE), São Paulo SP 2007 Edital Funarte - Fundação Nacional de Arte (FUNARTE), São Paulo SP 2007 PINTA, Metropolitan Pavilion - New York, NY USA 2007 Por um Fio - curadoria Daniela Bousso - Paço das Artes - São Paulo 2007 Por um Fio - curadoria Daniela Bousso - Espaço Cultural CPFL - Campinas 2007 S. Paulo, SP – Maus Hábitos Espaço de Intervenção Cultural, Porto 2007 Textile 07 (Bienal de Arte de Kaunas) - Kaunas, Lituânia 2007 Arte BA (16º Feira de arte contemporânea) - Buenos Aires, Argentina 2007 Vai Você! - Galeria Olido - São Paulo SP 2007 Herança - Museu Murillo La Greca - Recife PE 2007 SP-ARTE (Feira internacional de arte moderna e contemporânea) - Pavilhão da Bienal - São Paulo SP 2006 Corpo e Memória - MUNA (Museu Universitário de Arte) - Uberlândia MG 2006 Tripé | Objeto - SESC Pompéia, São Paulo SP 2006 Instalação - Atelier 397, São Paulo SP 2006 SP-ARTE (Feira internacional de arte moderna e contemporânea) - Pavilhão da Bienal- São Paulo SP 2006 Oblique - Galeria Aliança Francesa, São Paulo SP 2005 Sempre visível/Grupo Linha Imaginária - Virada Cultural, Centro Cultural São Paulo 2005 Ocupação - Paço das Artes, São Paulo SP 2005 Centro Cultural São Paulo - Programa de exposição CCSP 2005 SP-ARTE (Feira internacional de arte moderna e contemporânea) - Pavilhão da Bienal - São Paulo SP 2005 Salão de Arte Contemporânea da Praia Grande, Praia Grande SP

2004 Objeto como imagem/Galeria Espaço Virgílio, São Paulo SP 2002 FEIRA/Galeria Espaço Virgílio, São Paulo SP 2002 Miolo Espaço de Arte Contemporânea, São Paulo SP 2002 “Miolo” Fundação Nacional de Arte (FUNARTE), São Paulo SP 2000 “4 Elementos” Espaço Eugenie Ville, Faculdade Santa Marcelina, São Paulo-SP 2000 “Grupo dos 13” Fundação Nacional de Arte (FUNARTE), São Paulo SP 1999-98 “Produção FASM” Espaço Eugenie Ville, Faculdade Santa Marcelina, São Paulo SP Formação Acadêmica 2001 Bacharelado, Artes Plásticas - FASM Faculdade Santa Marcelina 2000 Graduação, Educação Artística - Licenciatura Plena - FASM Faculdade Santa Marcelina‑ Cursos Extra-Curriculares 2005 História da arte ministrado por Agnaldo Farias - Instituto Tomie Ohtake 2003-04 Pesquisa em Pintura ministrado por Sérgio Romagnolo - FASM Faculdade Santa Marcelina Palestras 2006 Corpo e Memória - MUNA (Museu Universitário de Arte) - Uberlândia MG 2006 Tripé - mediação Juliana Monachesi - SESC Pompéia, São Paulo SP 2005 Singular - Projeto Educação - Instituto Tomie Ohtake, São Paulo SP 2003 Entre, 2003 - UFU - Universidade Federal de Uberlândia 2001 A trama refeita - FASM - Faculdade Santa Marcelina, São Paulo-SP Prêmios e outros 2009 Prêmio Aquisitivo - 15º Salão da Bahia 2008/2009 Destaque – Bolsa Iberê Camargo 2008 Prêmio Aquisitivo / Acervo MARP- Ribeirão Preto 2006 Prêmio Aquisitivo - Salão da Praia Grande, Praia Grande 2005 Mapeado no Rumos Artes Visuais – São Paulo


nino cais a educação pelos objetos por agnaldo farias E se fôssemos abandonados pelas coisas, se todos os objetos existentes nos deixassem sós, às voltas com as paredes nuas das casas, em confronto direto com o corpo da arquitetura, com seus muros verticais e indiferentes, sua geometria feita de cimento, tijolos e cal, produtora de espaços cúbicos regulares, como uma roupagem padronizada sem nenhuma afeição pelas nossas dobras, pela irregularidade orgânica das cabeças, troncos e membros, pela maleabilidade das mãos, pelo arqueio flexível dos pés que parece sopesar o chão à medida em que caminhamos? Admiramos a arquitetura pelo sentimento de abrigo que ela nos oferece, mas, pensando bem, ela é um ser muito diverso de nós, longe de ter a portabilidade dos objetos, sem a mesma adesão proposta por eles, indubitavelmente mais próximos, acessíveis, extensões evidentes de nós mesmos, o que se verifica pelo uso continuado, quando eles se impregnam do nosso suor, quando as xicrinhas de café têm as bordas de porcelana gastas pelo contato com os lábios, as alças das bolsas desfazem-se pelo atrito dos dedos agarrados, a irregularidade do colchão macio significa a memória do peso e forma do nosso corpo, a toalha da mesa converte-se num mosaico de manchas desbotadas, um conjunto de nódoas resultantes dos pequenos desastres que permeiam as infinitas refeições havidas sobre elas. Não é que também a arquitetura não receba nossas marcas, até porque é da nossa natureza impregnarmos tudo o que está ao nosso redor, e será fácil verificar que o homem nasceu desse contato conflituoso com o mundo. Mas acontece que a maioria das pegadas que deixamos sobre a arquitetura são oblíquas, resultam de ações indiretas. Salvo o piso, é verdade, que se desgasta e escurece na razão das diminutas marchas domésticas, as eternas rotas compreendidas entre o ir e vir da sala para a cozinha, do quarto para o banheiro, e vice-versa, além do roçar entre corpos nos corredores, à maneira das formigas no tateio recíproco das antenas. Por outro lado, temos que admitir que o piso pertence antes ao mundo que à arquitetura. E que aquilo que chamamos de piso nada mais é que o chão, o mesmo que corre lá fora, desbordado quando ultrapassa os limites das cidades, apenas que

recoberto por um espaço construído. Ainda que situado nos confins de um 24º. andar e em versão azulejada, de porcelanato brilhante, não importa, o piso é o chão reiterado, a evidência de nossa submissão à terra. Ao menos até aqui, a obra de Nino Cais, desenhos, fotografias, performances, vídeos e assemblages, afigura-se como uma tentativa de estabelecer um contato com a arquitetura através do objeto, uma forma de suavizar a nossa relação com ela, ao mesmo tempo que de pesquisar suas possibilidades . Não exclusivamente, é certo, pois também se contam as vezes em que a tentativa de aproximação da arquitetura dá-se através de usos alternativos do espaço doméstico, como a fotografia em que o vemos encaixado, acomodado seria excessivo, no teto do corredor, logo acima do batente da porta da cozinha. Mas, no geral, seu trabalho versa sobre o objeto, uma longa e amorosa relação com ele e sua capacidade de mediar nossas relações com o mundo, o mesmo princípio que rege um navio qualquer, de bote a petroleiro, fazendo-o necessitar de um porto, um cais que o apazigúe, impedindo-o de flutuar à deriva. O artista percebe os objetos mais próximos ao corpo do que a arquitetura; eles seriam mais cientes das suas necessidades e desejos, solidários em suas ações por ordinárias que sejam, como a cadeira que se presta ao descanso, o copo que amplifica e profissionaliza a concha formada pelas mãos. O mundo sem objetos seria quase desabitado. Embora com suas paredes e teto a arquitetura nos resguarde das intempéries, sem a presença dos objetos ela se tornaria uma casca ainda mais vazia e nós nos sentiríamos definitivamente tomados pela solidão. O objeto não, o objeto cabe na mão, pode ser acariciado por tatos e olhos, percutido com os dedos, o que é um modo de referir-se ao quanto eles contribuem para que os nossos sentidos se depurem. Daí nossa afinidade e cuidado para com eles, daí também a razão pela qual eles se convertem em testemunhos imediatos de nossas ações e acontecimentos, o motivo pelo qual gostamos de estar rodeados por eles do mesmo modo como quem gosta de se ver rodeado por amigos. Mas amigos silenciosos e inescrutáveis, sem a subserviência vexatória dos cães, esses escravos da atenção alheia.

A aura do objeto, a singularidade assumida ao passar dos anos, obtida às custas do convívio humano, é algo tão poderoso que não nos furtamos ao interesse por aqueles encontrados em antiquários e brechós. Veja bem: quando se muda para uma casa a primeira providência é pintar suas paredes, velar as marcas deixadas pelos antigos moradores, os vestígios de suas presenças. Por outro lado, interessa-nos as cicatrizes dos objetos e, salvo quando eles exijam reparos para prosseguir no pleno desempenho de suas promessas funcionais, não os recuperamos. Interessa-nos contemplar os objetos até para pensarmos qual teria sido a longa viagem da origem até aqui, até a mesa de centro, como essas pequenas vagas que finalmente desembocam na praia do nosso corpo. É notável a delicadeza que Nino Cais devota aos objetos, o modo como equilibra seu corpo magro sobre eles, deixando-os que se interponham entre seu corpo e o chão, seu corpo e a parede. Taças e copos, panelas e xícaras, vasos e baldes, embora todos sejam tão artificiais quanto a arquitetura, o são menos. A ergonomia que preside suas dimensões e formatos, a praticidade das alças, o conveniência das alturas dos espaldares, tudo isso concorre para que o artista utilizeos como ponte entre ele e o resto do mundo. Certas soluções, como a pilha formada por canecas e panelas de ágate, com as quais o artista, de olhos fechados, meditativo, preme a cabeça sobre a parede, assemelha-se a um periscópio, um instrumento por intermédio do qual ele ausculta sabe-se lá o quê, toma conhecimento sobre o que vai além ou, talvez, sobre si mesmo. Do mesmo modo, o arriscado exercício de se equilibrar com os joelhos sobre os pés de duas taças emborcadas contra o chão, equivale ao personagem de um conto de Virgilio Piñera, que se lançava à prática de nadar no seco e, reagindo aos comentários de quem o presumia louco, volta e meia mergulhava a mão nos ladrilhos para em seu interior, “nas profundezas submarinas”, agarrar e oferecer um peixe. Que mundo será esse inventado por Nino Cais? Seriam os objetos os instrumentos de captação de uma realidade oculta e o emprego de novas sintaxes entre eles o deflagrador de novos espaços e, com eles, de novas possibilidades do nosso corpo? O fato é que, nesse mundo de parcas experiências, o que pode o nosso corpo trazer sob a forma de memória? A necessidade de reinventá-lo passa forçosamente pela reeducação dos nossos gestos e ações, voltarmos a receber outras lições das coisas, as mesmas coisas de sempre.


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