DESIGN DA IMAGEM
BÁRBARA COELHO 071235004 DESIGN DA IMAGEM FBAUP 10|11
DESIGN E CULTURA BÁRBARA COELHO | DIANA VILA POUCA | LÚCIA ROCHA | SÓNIA PESTANA
ANÁLISE DO TEXTO SIGNIFICA ESTUDAR, DECOMPOR, DISSECAR E DIVIDIR PARA INTERPRETÁ-LO. CADA PARTE DO TEXTO DEVE SER ANALISADO, PROCURANDO OS ELEMENTOS CHAVES DO AUTOR E A RELAÇÃO ENTRE AS PARTES CONSTITUINTES. A DECOMPOSIÇÃO DOS ELEMENTOS ESSENCIAIS E A SUA CLASSIFICAÇÃO LEVAMNOS ATÉ À IDEIA-CHAVE, QUE É O CONJUNTO DE IDEIAS MAIS PRECISAS. O OBJECTIVO DA ANÁLISE DO TEXTO É: APRENDER A LER, A VER, A ESCOLHER O MAIS IMPORTANTE DENTRO DO TEXTO E FAMILIARIZAR-SE COM OS TERMOS TÉCNICOS, IDEIAS, ETC; HIERARQUIZAR O CONTEÚDO DO TEXTO; PERCEBER QUE AS IDEIAS SE RELACIONAM E, IDENTIFICAR AS CONCLUSÕES E AS BASES QUE AS SUSTENTAM.
Oliviero Toscani, director criativo da Benetton, em conta que não foi pedido qualquer tipo de autorealizava os cartazes publicitários para a mar- rização para a sua publicação, ou seja, não foi polica italiana com o objectivo de promover preo- ticamente correcto enquanto designer. cupações sociais, criticas e ideologias, utilizan- Independentemente do choque que a mensagem do como temas os desastres ambientais, a paz, a possa causar, esta acaba por tornar-se um ícone, AIDS , terrorismo, homicídio, a tolerância da dineste caso pelo insucesso, visto que foi o último versidade cultural e a luta contra o racismo. trabalho de Toscani para a marca. Esta campanha publicitária mosRelativamente à segunda imatra retratos de assassinos, condegem “United Nations” (selo reanados à morte dos EUA , e tem lizado pelo israelita Israeli Eliecomo objectivo chamar atenção zer Welshoff), que se trata de You have to get para a oposição de ideias acerum selo de natureza social que all the lies trough, ca da condenação que, ora é unifoi concebido para um cliente and everybody versal ora é apedrejada. No total muito específico, um organismo accept that. As eram 26 fotografias de condenaque pretende que todos os países soon as you come dos, com a data de execução, o se relacionem saudável e civilizaup with something nome e uma espécie de carimbo damente, associado à paz. that really exists, “SENTENCED TO DEAD”. O selo é simples e objectivo, serve everybody get offended. Um dos aspectos negativos desta a função a que é destinado e não imagem publicitária é que de facinspira reflexões complexas. Este to em nada está relacionado com objecto de design, produzido à o produto que a Benetton pretenmão, a lápis de cor acaba por ser de vender, contudo, retrata um apelativo e amigável não só pelas Oliviero Toscani aspecto real da sociedade. Tal aticores das bandeiras, como tamtude levantou problemas com os bém pelas formas acolhedoras a familiares dos condenados, tendo que remetem os desenhos.
GLOBAL&LOCAL BÁRBARA COELHO | DIANA VILA POUCA | LÚCIA ROCHA
LOCALIZAÇÃO DA IMAGEM DA COCA-COLA PARA UMA ZONA DO PORTO. ESTA LOCALIZAÇÃO PODE USAR IMAGENS LOCAIS DO PORTO, EXPRESSÕES DO PORTO, APROVEITAR UM ACONTECIMENTO NO PORTO . REFORÇO DA IMAGEM DA COCA-COLA JUNTO DO SEGMENTO DE MERCADO NUMA ALTURA EM QUE MARCAS AFINS INVADEM O MERCADO PORTUGUÊS. UM DOS OBJECTIVOS PRINCIPAIS DA COCA-COLA É O DE FORNECER A SUA BEBIDA FAVORITA E SATISFAZER AS NECESSIDADES DO CONSUMIDOR E AS SUAS VONTADES. O SEGUNDO OBJECTIVO DA COCA-COLA É ATINGIR LUCRO PARA OS SEUS ACCIONISTAS E CONSECUTIVAMENTE AUMENTAR A SUA QUOTA NO MERCADO.
Neste trabalho tivemos como ideia principal a apropriação da tipografia da marca Coca-Cola, mundialmente conhecida. Através da tipografia característica e individual, criámos um billboard de rua, onde nos apropriámos de um design glob-
al e localizamos a imagem da Coca-Cola para a zona dos Clérigos, da cidade do Porto. A palavra “Clérigos” desenhada com a mesma tipografia e cores - vermelho e branco – permitem-nos uma associação imediata á marca.
ANÁLISE DE IMAGEM BÁRBARA COELHO | FILIPA MARTINS | PEDRO LOPES
A LITERACIA VISUAL É ESSENCIAL PARA NA CONSTRUÇÃO DE UM CONSUMIDOR CONSCIENTE/ESPERTO E UM CRITÍCO CULTURAL.
A narrativa interna Trata-se de uma fotografia sem manipulação de imagem e de natureza emocional. Para o enquadramento foi utilizada a “regra dos terços”, uma simplificação da espiral dourada utilizada pelos pintores na pintura, o que confere maior dinamismo á imagem. Existem 3 planos distintos na fotografia: o plano mais próximo situado no primeiro terço vertical, e no último terço horizontal da imagem, e que é composto por uma coluna, um quadro, e pela parte de trás do que parece ser um outro quadro; o segundo plano é composto por um casal de meia-idade que está no centro do último terço vertical da imagem; no restante, o plano de fundo, vê-se a fachada de uma loja, duas pessoas em frente a uma montra, e uma outra a passar. O ponto de luz é inserido no canto superior esquerdo e acaba por reflectir maior intensidade no primeiro e segundo plano, introduzindo-lhes uma maior relevância.
A narrativa externa Robert Doisneau, Ano de 1948 e França, Paris. Segundo todo o percurso deste fotógrafo que se dedicava ao registo dos lugares mais diversos, como um café de esquina, um terraço com carrinhos de bebé ou até uma pequena mercearia, o objectivo principal desta foto deve ser a captação da espontaneidade sincera destas pessoas. Foi tirada numa montra de uma galeria de arte da seguinte forma: Doisneua cuidadosamente posicionou sua máquina fotográfica Rolleyflex numa cadeira antiga que estava em exibição numa galeria de forma a parecer despercebida, por isso o enquadramento da sequência de fotos ser sempre o mesmo. “Bela foto, não? Bem contruida e com um toque de humor refinadissimo!... “ Moizes Vasconcellos “A foto inicial é realmente uma FOTO-SÍNTESE das outras. É preciso a série inteira para surtir o mesmo efeito que a 1ª solicita. C’est génial !!“ Cássio
DESIGN ÉTICO BÁRBARA COELHO | PEDRO LOPES
MENTIR É UM DOS MUITOS PROBLEMAS ÉTICOS COM OS QUAIS O DESIGNER GRÁFICO SE DEPARA. A MANIPULAÇÃO É UMAS DAS MUITAS FORMAS DE MENTIR ATRAVÉS DA IMAGEM.
O nosso objectivo, foi através de uma metáfora evidenciar os perigos do cancro da pele. A tentativa desenvolveu-se através da modelação de superfícies áridas (terra e areia seca) sobre o corpo Humano. A fotografia original captava dois corpos nus, envolvidos quase que numa forma de protecção. Esse mesmo conceito foi incutido na fotomontagem, quase que a descrever que a protecção dos nossos corpos do sol, é um factor importante para a nossa saúde.
DESIGN E GÉNERO BÁRBARA COELHO | PEDRO LOPES
Um elemento importante é que os produtores pensam, racionalizam a partir dos estereótipos de gênero, em busca de referências já impregnadas pela audiência a fim de facilitar a adesão e aceitação.
Nesta busca por eminentes situações em que o género é o factor principal de estudo, abordamos dois lados: a imagem gráfica e a relação entre produto e vendedor. No primeiro caso capturamos imagens, onde a cor da fachada e o logo nos encaminham para um determinado género. São opções evidentes, as que tomamos e descrevem o seu teor de uma forma directa. É também importante realçar que a atenção do espectador é focada, ou seja este método de elaboração de uma divisão entre masculino/feminino demonstra ser eficaz, apesar de nem sempre ser bem conseguida.
No segundo caso, optamos por introduzir uma diferente perspectiva, seguindo a relação entre o produto e aquele que o vende. No mercado do Bolhão encontramos um contraste, determinado pelo vendedor de carne e o vendedor de peixe. No caso da carne/enxidos encontrávamos, na maioria das vezes homens no papel de vendedores. Na peixaria, as mulheres tratavam do negocio. Foi uma observação interessante, que pensamos ser uma reflexão de antigos costumes que ainda marcam a nossa cultura.
BRANDING BÁRBARA COELHO
APPLE // PEPSI
The brand that I love is Apple. Empresa fundada em 1976, por Steave Jobs e Steve Wozniak. Posso dizer que tudo começou por ser um sonho hippie e acabou neste culminar de desenvolvimento. O primeiro logo da empresa era um tanto quanto exagerado e representava a cena de Newton e a sua maçã. Não é necessário pensar duas vezes para ter a certeza de que o logo não iria fazer sucesso, afinal, ele vai totalmente contra um dos mais fortes argumentos de Jobs: a simplicidade. Jobs desenvolveu o seu conceito e deu à luz um dos mais famosos logos de todos os tempos: a maçã com uma “trinca”. A Apple é um fenômeno impressionante que está a tirar o sono a muitas empresas - Microsoft. Cada vez que Steve Jobs sobe ao palco, o mundo para. Afinal, todos querem saber o que vem a seguir! É uma marca forte, independente, carismática, e elitista. Estes são os termos que associo à Apple, apesar de se situar para muitos acima do seu poder de compra. A verdade é que se compreendermos minimamente de tecnologia, qualquer produto da marca Apple, vem revigorar o mercado, tornando-o mais competitivo e perspicaz. Aliás a quando o lançamento do Macintosh, o slogan que era divulgado demonstrava isso mesmo “The Computer For The Rest of Us” o que acaba ainda hoje, por colocar a faisca sempre mais alta no próximo passo. A Apple é hoje um culto para muitos e eu própria me tornei adepta, já que consigo com-
preender que a qualidade por vezes está a cima de qualquer eventualidade. Se comparar o Macintosh com o PC (da Microsoft), percebo que cada vez mais é evidente a competitividade, porém as duvidas acabam por se dissipar, já que os avanços são sempre efectuados pela mesma equipa. “Think different” é o actual slogan da Apple, e eu como utilizadora, tento sempre cumpri-lo. The brand that I love to hate is Pepsi. Assim como a sua rival Coca-Cola, a Pepsi foi concebida e baptizada no meio farmacêutico. Tudo começou quando Caleb Bradham tentava desenvolver um remédio para combater a dispepsia, doença causada pela falta de pepsina no organismo. Em 1893 uma bebida chamada “Brad´s Drink” é criada. A bebida foi bem aceite pelos consumidores, que passaram a consumi-la mesmo quando não estavam de mau estar. Em 1898, essa bebida ficou oficialmente conhecida por Pepsi-Cola palavra oriunda de seus principais ingredientes (pepsina e nozes de cola), que acabariam por formar o seu primeiro logotipo. A Pepsi é para mim, uma má reprodução da Coca-Cola. O sabor é pior e o ultimo logo surge como um péssimo exemplo de redesign. Além disso utiliza figuras publicas para revitalizar a marca, acabando por denotar a falta de criatividade existente na empresa.
DESIGN SOCIAL BÁRBARA COELHO | BRUNO ALMEIDA | DIANA VILA POUCA
“O DESIGN SOCIAL APOIA-SE NO ENTENDIMENTO DE QUE NÓS DESIGNERS, SOMOS OS RESPONSÁVEIS POR CRIAR PONTES, FACILITAR A RELAÇÃO ENTRE O INDIVÍDUO E O MUNDO QUE O CERCA, DEIXANDO DE LADO QUALQUER DISCURSO INOCENTE, FICA EVIDENTE O TAMANHO DA NOSSA RESPONSABILIDADE NO DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE À NOSSA VOLTA. É PRECISO DEIXAR CLARO, QUE O DESIGN SOCIAL NADA TEM A VER COM ASSISTENCIALISMO, AS ACÇÕES DESTA VERTENTE DO DESIGN TÊM COMO FOCO, TRANSFORMAR SITUAÇÕES DE DESIGUALDADE SOCIAL E TECNOLÓGICA, OFERECENDO ATRAVÉS DO DESIGN, RECURSOS PARA QUE ESTAS BARREIRAS SEJAM SUPERADAS, GERANDO OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO COM RESGATE DA CIDADANIA E A DIGNIDADE.” KLAIBERT MIRANDA
Tendo em conta a questão da cidadania e da dignidade colocamos a seguinte questão: Por mais hediondo que seja o crime, até que ponto é valida a pena de morte? Pegando no conceito da sentença aplicada pelo poder judiciário, criamos um cartaz que contraria e e levanta a questão de dignidade desta punição que, em alguns países, ainda é utilizada e posta em prática. Os Estados Unidos são uma das raras democracias, juntamente
com o Japão, a continuar a aplicar a pena de morte. A pena capital é um tema muito discutido, pois vai contra a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Pensamos que seja uma atitude de extremos e que tendo em conta a ética, a decência humana. É uma punição cruel e desumana, que viola o directo á vida. A advogada Judy Clarke afirma mesmo que a pena de morte é um “homicídio legalizado”.
GRAPHIC EYES: DESIGN, CONCEPT AND VISUAL IDENTITY BÁRBARA COELHO
INTRO
Vivemos numa sociedade em que a informação Assim como costumamos fazer julgamentos sose caracteriza pelo tratamento predominan- bre os outros, baseados apenas em alguns dados temente visual. Grande parte do que vemos visuais, igualmente estabelecemos juízos de vapresta-se a comunicar-nos algo: lor para os negócios e para os as cores, os movimentos e as forprodutos. Na maioria das vezes, mas são processadas, quase que embora nem cheguemos a ter O ser humano instantaneamente, pelos nossos com estes, uma relação directa pensa visualmente. cérebros. Imersos no ecossistede consumo, os classificamos, As imagens agem ma tecnológico às voltas com cesegundo nos são apresentados. directamente nários urbanos semioticamente Daí a importância de que as sobre a percepção complexos, dependemos, cada primeiras imagens sejam, adedo cérebro, impressionando vez mais, da visão para melhor quadamente, processadas para primeiro para assimilar (e incrementar) as reque nos comuniquem o que serem, depois, gras de funcionamento do actudeve ser comunicado, fixandoanalisadas, ao al modelo civilizacional. -se, positiva e consistentemencontrário do que Independentemente de acredite, nas nossas mentes. acontece com as tarmos ou não em “amor à priAbraçando a hipótese de que palavras. meira vista”, sabemos o quanto toda linguagem icónica resultaas primeiras imagens das coisas ria de uma estratégia significae das pessoas permanecem nas tiva e, como tal, persuasiva, este Gilberto Strunk nossas memórias. Basta nos sentrabalho propõe-se a analisar os tarmos num bar, à beira de uma “olhos gráficos” encontrados em rua movimentada e observar algumas marcas desenvolvidas os transeuntes — os seus semblantes, posturas, por designers para clientes de perfis diferenciados, modos de andar e roupas — para pressupor que mas que possuem em comum a utilização do olho sabemos um pouco sobre cada um. como tema e/ou objecto central da sua concepção.
BRAND
Sabemos que, dos primórdios aos nossos dias, a identidade visual percorreu um sinuoso caminho. Espontâneos e fantasiosos no passado, os elementos institucionais passaram a ser objecto de minuciosas pesquisas e procedimentos racionais. Desde cedo, nos acostumamos com um mundo de símbolos e logotipos muito úteis a quem produz, vende ou consome, porque, além de distinguirem e identificarem as marcas num contexto mais amplo e diversificado, também incrementam a sua divulgação, reduzindo o tempo necessário à concretização dos projectos. A história das marcas é, ao mesmo tempo, antiga e recente. De forma embrionária, observa-se a sua utilização desde a Antiguidade em actividades que envolvem a fabricação e a troca de mercadorias. No entanto, só com a Revolução Industrial e, notadamente, a partir da segunda metade do século XIX, é que as formas modernas de marca fizeram a sua aparição mais notória. Um século depois, a eclosão do consumo de massa operou uma transformação na lógica do seu funcionamento, dinamizado como nunca pelos meios de comunicação. Com a rápida disseminação das últimas descobertas tecnológicas, inovações foram sendo agregadas aos produtos, que se transformaram com uma incrível velocidade. A diferenciação entre os produtos concorrentes tornou-se menor. Desta forma, as tendências mais modernas passaram a apontar para estratégias que direccionam os investimentos no sentido de se estabelecer, fortemente, através de uma identificação visual. É claro que uma boa imagem por si só não basta para que um produto ou um serviço seja bem sucedido. Faz-se, sobretudo, necessária a qualidade do que se vende. Um consumidor que teve uma experiência negativa com uma marca, decerto tenderá a não comprar outros produtos e serviços com ela relacionados, uma vez que uma expectativa foi quebrada, independentemente da “assinatura” atrás dela ter ou não sido bem projectada. Foi nesse mesmo contexto que algumas emissoras de televisão ganharam destaque, ao procurarem agregar valor ao conteúdo a que se propunham transmitir, mediante a utilização de signos de fácil assimilação por parte dos telespectadores. São justamente algumas dessas iniciativas que proponho analisar agora, no caso, a utilização temática do olho em marcas dos media televisiva e em outros segmentos.
CBS EYE
A marca da CBS Company, uma das maiores empresas televisivas norte-americanas foi assinada, em 1951, pelo designer William Golden. A primeira vinheta desenvolvida pela empresa foi concebida a partir de vários olhos concêntricos. A câmara mostrava uma pupila como o diafragma de uma máquina fotográfica que se abria para mostrar a identificação da emissora e, em seguida, fechava-se. Algumas outras versões foram criadas. Uma delas consistia, essencialmente, numa imagem fotográfica com um movimento de nuvens. Em termos operacionais, urgia simplificar o tempo a partir do ponto em que a imagem era mais utilizada. Em geral, o diafragma da íris aparecia um pouco mais, mostrando a imagem da nova atracção e, então, piscava novamente, revelando o título do programa. O Logo era usado em impressões como assinatura da empresa e, por vezes, como ilustração principal nas unidades móveis, câmeras, cortinas do teatro, no ex-
terior dos prédios, numa parede de azulejos, estampado na parte lisa dos aparelhos de iluminação, em caixas de fósforos, caixotes do lixo, gravatas, press-releases, flyers e na promoção das estações filiadas. A sua utilização tornou-se tão frequente que, ocasionalmente, pareceu excessiva, mas Golden ficou satisfeito com a enorme versatilidade de coisas com que podia relacionar-se e com as inúmeras formas de aplicação que possuía, sem perder sua identidade. A sua função não era tanto diferenciar a CBS das outras emissoras, mas demarcar o seu espaço de actuação no próprio sistema de comunicação. O Logo foi desenhado quando a empresa fundou a Rádio e o Sistema de Televisão como duas divisões que não mediriam esforços para construir, separadamente, as suas próprias identidades. Na época, a audiência estava a crescer muito rapidamente e, com mais e mais olhos focados nas tv’s, todos começavam a interessar-se pelo padrão de qualidade das imagens divulgadas.
OTHER EYES
Per Mollerup, ao abordar a taxionomia das marcas em Marks of Excellence: The history and taxonomy of trademarks, reservou a segunda parte do livro aos temas que costumam ser recorrentes, entre eles o do olho. Ali descreve outros olhos utilizados em marcas de várias empresas: o sol, os deuses, a ciência infinita, uma divindade que tudo vê, a luz, o esclarecimento, o conhecimento, a mente, a vigilância e a proteção são alguns dos significados simbólicos que têm sido com ele relacionados. Na realidade, esse livro cita e apresenta marcas que podem ser classificadas pela taxonomia nelas apresentadas e que, no nosso caso, são os olhos. Tais classificações são possíveis porque uma marca não tem necessariamente, ao mesmo tempo, o mesmo significado para todos os usuários. No exemplo da Icographic, revista e jornal de design, é revelado o olhar gráfico do designer e a mão que o desenha.No exemplo da Pinkerton, uma agencia nacional de detectives, utiliza o olho em forma de escudo, formando um “P”. No exemplo da IBM, foram usados logogrifos – imagens que podem ser lidas como palavras ou como letras – e que admitem a função linguística e pictórica das marcas. O olho está entre os mais eficazes desses trocadilhos visuais. Pictoricamente, três símbolos formavam a marca. Linguisticamente, foram usadas signos que formavam as iniciais do nome da empresa, IBM: eye + bee + M = IBM. No exemplo da AIGA, o olho trabalha em dois caminhos. É um signo para um som e um signo para o metier dos designers gráficos. No exemplo da Company Sight Care, o olho da marca foi circundado por duas lentes de contato que simbolizam a sua protecção. No exemplo da The Speakeasy Club, o tema foi representado de forma gráfica, simulação um olhar através do olho mágico de uma porta a partir do qual se poderia selecionar as pessoas que podem ou não entrar, nesse mesmo clube. No exemplo da Company Sign Groups, o olho foi concebido de forma a representar a informação visual como uma direção (sinalização). A marca coroada é usada em aplicações associadas a prémios. No exemplo da The Association, a concepção é para um criativo consórcio Anglo-russo. No exemplo da Cambridge Contact Lenses, mais um caso de representação de uma empresa de lentes de contato. No exemplo da Company TimeWarner, a marca combina o olho com o ouvido, visão e som para a empresa do cinema, rádio e jornal. No exemplo da Company Eye Records, o Logo foi concebido para o selo de uma gravadora
visionária, dedicada a novas formas de gravação. Nos exemplos da Emissora Bandeirantes da televisão brasileira, a evolução das marcas acabam por possuir o mesmo significado da emissora de televisão americana CBS. Aliás na minha opinião acaba por existir muitos pontos visuais em comum.
MY EYE
Sem um briefing limitado, mas apenas com um intuito, o de incutir o signo - olho - numa marca a desenvolver, resolvi fazer um estudo tipográfico, já que em nenhum dos exemplos antes vistos, tenha sido apresentado algo identico. Crei a marca My Eye, como aplicação deste projecto, para poder emancipar o meu ponto de vista. Acaba por criar uma metáfora com o
trabalho e serve como ilustração dele mesmo. As diferentes cores, podem ser vistas apenas como estudos de cor, para poder percepcionar o comportamento. No entanto podem ser também assimiladas por determinados significados, que o espectador queira impreguenar.
CONCLUSION
Em suma, as imagens das empresas e das instituições evoluiram significativamente e, em alguns casos, há uma redundancia na questão do significado das suas identidades, pois os seus signos quase que se repetem a ponto de se generalizarem, banalizando, até os seus marcos iniciais. Cada vez mais é difícil construir uma proposta inovadora de identidade através do estabelecimento de imagens, percepções e associações pelas quais os diferentes públicos irão relacionar-se
com um produto, um serviço ou uma empresa. A busca pela excelência da projecção visual deve ser o objectivo dos novos designers. Uma comunicação sinestésica - transmitida através de cores, tipos, formas gráficas e estilos – decerto faz parte dessa busca. Trata-se de um design invisível e segmentado que pode disponibilizar informações decisivas, entre outras coisas, para o favorecimento de uma perfeita comunicação visual.
RESEARCH
GOLDEN, C. P. The visual craft of Willian Golden. New York: George Braziller, 1962. GOMEZ-PALACIO, B. and ARMIN VIT Graphic Design Referenced. Rockport Publishers, 2009. MOLLERUP, P. Marks of excellence: The history and taxonomy of trademarks. Phaidon: London, 1977. SUSENER DESIGN COMPANY, Letterhead & Logo Design, Rockport Publishers, 2007. MORIOKA, A. Logo Design Workbook, Rockport Publishers, 2006 The History of the CBS Eye Logo 2001, http:// www.youtube.com/watch?v=wB63odkphhg