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escola da cidade trabalho de conclusão de curso
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ensaios entre a prática e o projeto no espaço da arquitetura
Bárbara Correia de Paula Fernandes orientação.: Cesar Shundi Iwamizu coorientação.: Eduardo Gurian
agosto de
2017
for Arkit for Arkitektur, Design og K Arkitektskolen Arkitekts
TO WHOM IT MAY CONCERN
Reference for Barbara Fernande
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Yours sincerely Yours sincerely
Heidi Kajita Svenningsen Heidi Svenningsen Ph.D., Ph.D., Arkitekt MAAArkitekt MA
Danish AcadA Royal DanishRoyal Academy of Fine Email: heidi.kajita Email: heidi.kajita@kadk.dk
À Carolina, Isadora, Marina e Rogério pela confiança e curiosidade que permitiram a realização deste trabalho.
A Gurian e Shundi pelo apoio e orientação tranquila, nas valiosas conversas de humor e de muito aprendizado que, já antes deste trabalho, traziam considerações sempre instigantes e inspiradoras.
Aos que sempre conhecemos nesse caminho, e acabam por nos fazer praticar e debater as ideias que uma pesquisa pode trazer.
Aos queridos, mestres, doutores, dançarinos, surfadores, cantantes, melancólicos, esotéricos, estrangeiros, espaciais, da praça, de patinete, devoradores, da portaria, das salas, do subsolo, e/ou com suas lapiseiras de prontidão que tive o privilégio de conviver nestes primeiros anos de arquitetura.
Ao Luís, por toda a parceria em mi.
À minha família sempre, que em suas invenções e recriações me ensinam.
e pra você que passou por aqui e está a virar as próximas páginas.
minha alegria e sincero agradecimento.
a construção da paisagem
m e n u p r i n c i pa l
parte i 10 12
paisagem perambulante introdução h t t p s : / / c f e r n a n d e s b a . w i x s i t e . c o m / p e r a m b u l a c o e s / pa i s a g e m 2 5
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perambulações ambulantes arquivo de ambulantes
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perambulações em campo polícia, termos e posicionamento a r q u i v o d e d e ta l h e s o r d i n á r i o s
parte ii a busca do suporte-território
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p o n t o s d e pa rt i d a
78
o projeto das experiências
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0 1 s o m b r a | c o n t r at e m p o
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03 25arqtx
detalhe construído projeto
pós
106 122
a prática no acaso
0 2 e s ta ç õ e s
138 148 178
208
referências
214
fim da linha
considerações
parte i
“Essa história começa ao rés do chão, com passos. São eles o número, mas um número que não constitui uma série. Não se pode contá-lo, porque cada uma de suas unidades é algo qualitativo: um estilo de apreensão táctil de apropriação cinésica. (...) Os jogos dos passos moldam espaços. Tecem os lugares. Sob esse ponto de vista, as motricidades dos pedestres formam um desses “sistemas reais cuja existência faz efetivamente a cidade”, mas ‘não têm nenhum receptáculo físico. Elas não se localizam, mas são elas que especializam.” A FALA DOS PASSOS PERDIDOS CERTAU, 1994, p.163
10
PAISAGEM PERAMBULANTE
i n t r o d u ç ã o a o p r o j e t o d e d e s c r i ç ã o d e u m a pa i s a g e m a pa rt i r d a n a r r at i va d o s pa s s o s , transcrevendo um lugar e o reconstruindo no domínio de um site
11
introdução
PAISAGEM PERAMBULANTE “(...) Decifrar um pedaço da cidade. Seus circuitos: por que os ônibus vão deste lugar para aquele? Quem escolhe as rotas e por qual critério? (...) Encontre exemplos, encontre exceções (...) Pessoas com pressa. Pessoas indo devagar. Parcelas. Pessoas prudentes que haviam pego seus casacos de chuva. Cães: eles são os únicos animais a serem vistos. Você não pode ver nenhum pássaro, mas sabe que há pássaros - e também não pode ouvi-los. Você talvez veja um gato deslizando para baixo de um carro, mas isso não acontece.” (PEREC, 1974, p.52. Tradução livre)
Este capítulo representa a base em que o trabalho partiu, uma etapa que antecedeu certos
questionamentos para possibilitar uma sucessão de reações, ou as Experiências. Assim não será apresentada uma descrição detalhada sobre a maneira que os fatos ocorreram nesta etapa, neste
capítulo será apresentado um percurso, seguido de um convite para que o leitor navegue de maneira independente sobre o produto criado: a Paisagem Perambulante.
O percurso se inicia caminhando, frequentando uma rua paulistana e aos poucos a reconhecendo como um lugar de perambulações, imantado por vitrines, leds, ornamentos, gritos, massageadores, pelúcias,
vegetações plastificadas ou “tendências da última novela”: a Rua 25 de Março se anima entre os objetos e quem os vende, expondo mercadorias em todas as superfícies e anteparos ocupáveis: das calçadas
às edificações. Uma rua dinâmica e instável no primeiro olhar, mas visivelmente um ponto chave da cidade, frequentada por milhares de pessoas por dia, há registros de 1 milhão nos períodos festivos.
A observação da rua ao caminhar foi se tornando uma ferramenta de leitura sobre o lugar, refletindo
sobre o que é visto e comparando com registros de outros tempos, documentos históricos que narram o desenvolvimento da rua: da Baixa de São Bento, da Rua de Baixo, da Rua da Várzea do Glicério e do Beco das Sete Voltas. No presente tudo parece sobreposto, como camadas embaralhadas, desde o
subsolo onde se encontra um dos afluentes do Tamanduateí, ou nos vestígios erguidos pelos mascates vendedores de tecidos, os primeiros imigrantes árabes que ocuparam a região, construíram suas lojas
e hoje, na maioria das vezes, as sublocam ou simplesmente as revenderam. Atualmente circulam seus descendentes ou novos comerciantes brasileiros e chineses, os últimos sendo a população que mais cresce na Rua 25 de Março, entre os que vendem e os que transitam nos pequenos stands, alguns
extorquindo seus compatriotas, dentre outros crimes da máfia chinesa, como descritos nas últimas notícias de março de 2017. 1
1 HISAYASU, Alexandre: Presos integrantes de máfia chinesa suspeitos de extorsões e assassinatos em O Estado de São Paulo, São Paulo, 08/mar.2017. Disponível em: < http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,policia-prende-integrantes-de-mafiachinesa-suspeitos-de-extorsoes-e-assassinatos,70001692256> Acesso em 20 de março 2017 12
PAISAGEM PERAMBULANTE
13
Frente a tal cenário carregado de informações para um olhar de passagem e, com a curiosidade de
compreender a Rua 25 de Março em sua composição urbana, inicia-se um processo de descrição. Antes, porém, apresentando a ideia para outras quatro pessoas, com o interesse de trocar repertórios e assumir
no processo das descrições a coexistência de visões diferentes – ou relatos - sobre mesmo local. Formase o Grupo2 adotando a proposta de projeto: pesquisar a Rua 25 de Março a partir das perambulações dos 5 indivíduos no local, num exercício de construção coletiva, partindo da descrição em campo
como forma de apreensão analítica do lugar. Se munindo do reportório arquitetônico para realizar tais registros descritivos, buscando decifrar sobre o que dá forma ao território urbano em questão e que, portanto, constrói sua paisagem.
Como parte da metodologia deste processo de recolhimento constante de informações, raptos
imagéticos – ou fotografias - realizados entre as idas e vindas no local foi o que permitiu a análise
da rua num segundo momento, produzindo um registro passível a releituras: excluindo camadas da
paisagem fotografada, extraindo dados, os reconfigurando como componentes, ou futuros blocos para uma construção.
2 O Grupo era composto por: Bárbara Fernandes, Carolina Simão, Isadora de Barros, Marina Coccaro e Manon Fougerouse, responsável pelas franco-percepções. Tal encontro se deu dentro da estrutura do Estúdio Vertical, matéria parte da grade curricular da Escola da Cidade, que promove, a partir de um tema (que naquele semestre de 2016 era Cotidiano) o exercício de projeto em grupos formados por alunos de diferentes anos da graduação. É importante ressaltar que tal disciplina abre espaço para a produção e a reflexão crítica dos alunos sobre o fazer e o olhar arquitetônico frente a contextos da atualidade. 14
Neste processo da atividade certos temas tornaram-se recorrentes entre as apreensões das cinco pessoas do Grupo: os vendedores da calçada iam se revelando como os agentes principais dentro do contexto das atividades observadas na rua, demonstrando as tipologias particulares de comécio que occorem sobre o território da 25 e que ativam seu espaço, modos de venda estes levantados no Arquivo de
Ambulantes3. Tal protagonismo abriu outras chaves de discussão: sobre as táticas de posicionamento
no território da Rua 25 de Março, das rotas policias e do comércio considerado ilegal, fora das normas, leis e termos de uso e ocupação do solo, documentos estes que possuem um universo de palavras e
descrições que demonstram outro ponto de vista sobre a atividade dos ambulantes no espaço urbano. E assim neste crescente processo de registros e discussões, a paisagem do Grupo sobre a Rua 25
PAISAGEM PERAMBULANTE
de Março foi se construindo, paulatinamente os dados coletados foram se localizando a partir da
representação de um corte transversal da Rua 25 de Março, dispondo-os como pequenas pistas a serem reveladas. Uma atividade de mapeamento, ilustrando as leituras que o Grupo realizou sobre o lugar4. A Paisagem Perambulante em si se estruturou na internet, habitando um domínio, apresentando em sua página inicial tal corte animado por estímulos visuais que conectam aos três temas principais levantados neste trabalho: as Perambulações Ambulantes, Perambulações em Campo e
Perambulações Econômicas. O domínio do site possibilita o encadeamento de percursos distintos
a partir da experiência de cada usuário sobre ele, ao mesmo tempo que demonstra as perambulações
como motor para o funcionamento e parte da paisagem da Rua 25 de Março. O uso do site desvenda a pesquisa realizada sobre a paisagem da rua e amplia o entendimento e o sentido das informações coletadas, fazendo alusão aos trajetos labirínticos característicos da 25, ao mesmo tempo que democratiza a pesquisa inserindo-a nas redes.
Sendo o site o local apropriado para a experiência completa de apreensão dos dados desta Paisagem Perambulante, convida-se o leitor a navega-lo como parte da narrativa desta publicação.
No entanto as páginas seguintes deste capítulo será apresentado um recorte deste estudo com as
Perambulações Ambulantes e as Perambulações em Campo, ilustrando os principais detalhes que direcionaram para a etapa seguinte do trabalho.
3 Tal arquivo compõe o conjunto de registros que este trabalho realizou sendo apresentado nas páginas a seguir. 4 Acredita-se que a atividade descritiva deste trabalho pode ser considerada um mapeamento da paisagem da Rua 25 de Março, tal afirmação baseia-se no livro de Jean- Marc Besse O Gosto do Mundo – Exercícios de Paisagem. Especificamente no capítulo Cartografar, construir , inventar... Besse expande a compreensão da atividade cartográfica e, portanto, da ideia de mapeamento, descrevendo maneiras multidisciplinares de se apropriar de ambos para além da localização geográfica. “Devemos considerar o mapa como uma expressão iconográfica da vida mental da humanidade ou, como diz John Brian Halley, como uma ferramenta fundamental que ‘ajuda a mente humana a dar sentido ao seu universo em diferentes escalas’”. (BESSE, 2014, p.144). Segundo Besse o uso da descrição, da coleta de dados e da organização gráfica que o mapeamento produz já é um “acionamento de projeto” para o arquiteto ou paisagista, “Em outros termos, o projeto inventa um território ao representá-lo e ao descrevê-lo. Entretanto, essa invenção é de natureza singular: pois o que é inventado já está, ao mesmo tempo, presente no território, mas como não visto e não sabido até então.” (BESSE, 2014, p.61). 15
“Nos relatos de apartamento ou de rua, as manipulações de espaços ou ‘percursos’ levam a melhor. Na maioria das vezes, essa forma de descritores determina o estilo inteiro da narração.” CERTAU , 1 9 9 4 , p . 1 8 7
16
PAISAGEM PERAMBULANTE | VÁ PARA O SITE
17
arquivo de ambulantes
ARQUIVO DE AMBULANTES Como parte da leitura das Perambulações Ambulantes sobre as atividades que acontecem entre a rua e calçada da 25 de Março, este arquivo é uma coletânea dos principais agentes destes ambientes.
O arquivo é organizado a partir da categorização dos modos de vender destes agentes por gritos (A.A.2), sobre rodas (A.A.4), “vitrines de fuga” (A.A.3), placas ou mercadorias acopladas em suas vestimentas e corpo (A.A.1).
18
paisagem perambulante | perambulações ambulantes
“Esta potência do traço, poderíamos acrescentar, também é uma potência de inteligência e de visão, já que se trata, ao mesmo tempo, de dar a ver e dar a pensar, em uma ação (...) que consiste em ir à frente, a literalmente se atirar à frente do que não conhecemos ainda (traço = tractus).” BESSE, 2014, p.158
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arquivo de ambulantes
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+
p l a c a
paisagem perambulante | perambulaçþes ambulantes
p l a c a
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AA.1.3
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p l a c a
arquivo de ambulantes
paisagem perambulante | perambulaçþes ambulantes
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AA.2.1
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arquivo de ambulantes
paisagem perambulante | perambulaçþes ambulantes
g r i t o
+
AA.2.6
25
AA.2.7
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+
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arquivo de ambulantes
paisagem perambulante | perambulaçþes ambulantes
g r i t o
+
AA.2.8
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arquivo de ambulantes
AA.3.1
28
+
v i t r i n e
paisagem perambulante | perambulaçþes ambulantes
v i t r i n e
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AA.3.2
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arquivo de ambulantes
AA.3.4
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+
v i t r i n e
paisagem perambulante | perambulaçþes ambulantes
v i t r i n e
+
AA.3.7
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arquivo de ambulantes
AA.3.9
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+
v i t r i n e
paisagem perambulante | perambulaçþes ambulantes
v i t r i n e
+
AA.3.10
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arquivo de ambulantes
AA.4.1
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s o b r e r o d a s
paisagem perambulante | perambulaçþes ambulantes
s o b r e r o d a s
AA.4.2
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arquivo de ambulantes
AA.4.5
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s o b r e r o d a s
paisagem perambulante | perambulaçþes ambulantes
s o b r e r o d a s
AA.4.6
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arquivo de ambulantes
AA.4.8
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s o b r e r o d a s
paisagem perambulante | perambulaçþes ambulantes
m a t e
x e q u e
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paisagem perambulante | perambulações em campo
perambulações em campo
41
policiamento, termos e posicionamento p o l í c i a , t e r m o s e p o s i c i o n a m e n to
Tendo como base um container descrito no Google Maps como 45o Batalhão da Polícia Militar,
localizado na Rua Lucrécia Leme na altura do número 20, a incidência da polícia militar ocorre de maneira heterogênea na extensão dos 1,6km da Rua 25 de Março.
45O BATALHÃO DA POLÍCIA MILITAR
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SENTIDO AV. PRESTES MAIA
42
Circulando normalmente em trios ou duplas e se fixando em pontos estratégicos da rua, durante horário comercial a rota se dá principalmente a partir da saída do Metrô São Bento na Ladeira Porto Geral,
paisagem perambulante | perambulações em campo
tendo a presença cada vez mais rarefeita até o cruzamento com a Avenida Senador Queirós. O mesmo ocorre a partir do cruzamento com a Rua 25 de Março com a Rua Cavalheiro Basílio Jafet até antes
do viaduto da Avenida Rangel Pestana, quando a Rua 25 de Março termina. As experiências no local
revelaram que entre as 05 e 08 da manhã o trajeto do policiamento se inicia a partir da Avenida Senador Queirós até o 45o Batalhão, rondando o final da feira da madrugada, tornando a captura de ambulantes ditos como ilegais ainda mais eficaz.
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ARMARINHOS FERNANDO
2
45O BATALHÃO DA POLÍCIA MILI
3
NIAZI CHOHFI
43
Além disso, é notável a relação das rotas de policiamento com a localização das lojas mais notórias
da Rua 25 de Março, sendo estas desde as mais antigas até as que atualmente são destaque em guiasonline de compras da rua. Tal fato também se relaciona com a presença dos ambulantes ilegais, pois
nos locais onde o policiamento é maior a maneira de expor a mercadoria é mais discreta e camuflável,
normalmente as carregando na mão e guardando em sacolas plásticas como as de compras que circulam pela rua (A), quando o policiamento é rarefeito o uso da “vitrine de fuga” é mais comum, se utilizando p o l í c i a , t e r m o s e p o s i c i o n a m e n to
principalmente de caixas de papelão ou tecidos sobre o chão para apoiar os produtos, em casos de
fuga ou se dobra e descarta o papelão em alguma parte da calçada ou dobra-se o tecido envolvendo as
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44
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paisagem perambulante | perambulações em campo
E AV NID NG EL PE
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45 BATALHÃO DA POLÍCIA MILITAR
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UNIÃO DOS LOJISTAS DA RUA 25 DE MARÇO E ADJACÊNCIAS
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pontos principais de
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Por fim, é necessário mencionar que a condição ilegal destes ambulantes se dá por não seguirem as
normas da Lei No 11.039, portanto, por não possuírem o TPU (Termo de Posse do Usuário), documento estabelecido pela Prefeitura de São Paulo dentro do sistema de Uso e Ocupação do Solo, que confere
o direito de venda de produtos na rua, mediante cobrança de taxas sobre as mercadorias vendidas afim
de evitar o comércio de produtos contrabandeados ou falsificados. Ainda, dentro desse sistema que ________________________________________________________________________ regulamenta os padrões de comportamento e uso do espaço urbano, e que é desenvolvido por setores do p o l í c i a , t e r m o s e p o s i c i o n a m e n to
poder público, é possível observar tanto na descrição dos documentos, no uso de determinados termos,
quanto no procedimento prático de sua obtenção legal, um tipo particular de compreensão sobre a
atividade dos ambulantes no espaço urbano e, porque não, sobre o próprio ambiente onde elas ocorrem.
________________________________________________________________________
trecho atualizado lei n 11.039 < http :// www . prefeitura . sp . gov . br / cidade / secretarias / upload / seguranca _ da disponível em
urbana /40342. pdf > acesso 20 jul 2017 46
1
paisagem perambulante | perambulações em campo
________________________________________________________________________
pre · cá · ri · o ( adj )
2 1 que não ou seguro ; sujeito a eventualidades . éestável 2 de pouca monta ; escasso . 3 que pode ser facilmente afetado por algo ; débil , frágil . 4 que não é suficiente ou adequado ; deficiente . 5 que não se mantém ou se sustenta .
definição segundo michaelis . disponível em < http ://michaelis .uol.com .br/busca?r=0& =0&t=0&palavra=prec %C3%A1rio> odicionário f acesso 20 jul 2017
precário : O QUE NÃO SE MOSTRA EM CARÁTER EFETIVO OU PERMANENTE, MAS É FEITO, DADO, CONCEDIDO OU PROMOVIDO EM CARÁTER TRNASITÓRIO, REVOGÁVEL.
definição segundo o glossário no site do conselho nacional do ministério público. disponível em glossario/7850-precario> acesso 20 jul 2017
< http://www.cnmp.mp.br/portal/
8 47
p o l í c i a , t e r m o s e p o s i c i o n a m e n to
informações básicas para a emissão do tpu . disponível no site da prefeitura em secretarias / regionais / pracas _ de _ atendimento / index . php ? p =13025
48
>
<
http :// www . prefeitura . sp . gov . br / cidade /
acesso 20 jul 2017
________________________________________________________________________
paisagem perambulante | perambulações em campo
< http :// www . prefeitura . sp . gov . br / cidade / secretarias / upload / seguranca _
trecho atualizado da lei n 11.039 disponível em urbana /40342. pdf
>
acesso 20 jul 2017
7
diagrama de um trecho da calçada da rua
25
de março que permite a atividade dos ambulantes do tipo b , de acordo com o
art . 4 da lei n 11.039
49
arquivo de detalhes ordinários
ARQUIVO DE DETALHES Originalmente um arquivo de levantamento em conjunto sobre os detalhes da Rua 25 de Março, categorizados nos seguintes temas: refrescos, olheiros de rua, conjunturas, expressões, vestígios, térreo mais uns e artigos.
50
paisagem perambulante | perambulações em campo
ORDINÁRIOS Nesta publicação serão apresentados alguns dos componentes deste arquivo, detalhes cotidianos que narram as ações sobre o espaço da Rua 25 de Março.
https://cfernandesba.wixsite.com/perambulacoes/arq-detordinarios
51
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arquivo de detalhes ordinรกrios
paisagem perambulante | perambulaçþes em campo
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arquivo de detalhes ordinรกrios
paisagem perambulante | perambulaçþes em campo
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arquivo de detalhes ordinรกrios
paisagem perambulante | perambulaçþes em campo
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paisagem perambulante | perambulaçþes em campo
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o que ocupa um metro quadrado de
10mil
reais?
um nado de garoupas verdadeiras
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d1
68
d2
d1 sobre o degrau da entrada
d2 vitrines de lojas verticalizadas
rua 25 de marรงo 825 69
70
ascensão na frequência alpha com vista panorâmica
h t tp s ://cfernandesba.wixsite.com/perambulacoes/ascensao-alpha
d3
rua 25 de março 702
panorama diferenciado
fonte espelhada
“praça de alimentação” d3 -
proibido fotografar
entrada comum
71
72
versão impressa da paisagem perambulante , que originalmente foi plotada num tecido de 1,58 cm por 84 cm para compor a apresentação final do ev daquele ano em que o grupo desenvolveu uma caixa / vitrine para demonstrar a pesquisa completa .
73
parte ii
76
aa busca busca do do suporte-território suporte-território p o n t o s d e pa rt i d a o projeto das experiências
0 1 s o m b r a | c o n t r at e m p o 0 2 e s ta ç õ e s 03 25arqtx
detalhe construído 1:
projeto
2:
pós
77
pontos de partida
“ encontros
entre comportamento de peixes e humanos ”
commonalities
-
atelier bow - wow
Como visto e navegado no site o exercício da Paisagem Perambulante possibilitou o mapeamento
(realizado pela autora junto à equipe de estudantes durante as atividades do EV) da paisagem e das
relações espaciais sobre a Rua 25 de Março, contando com a estruturação do site para demonstrar a maneira que se compreendeu tal leitura sobre o território em questão. Porém a leitura resultante do
exercício da Paisagem Perambulante despertou novos questionamentos, acionando 1 questões sobre a prática, o projeto e a ação da arquitetura em locais como a Rua 25 de Março.
Em linhas gerais, nas páginas seguintes serão apresentadas investigações práticas que, no decorrer de suas respectivas realizações, exploraram processos de projeto e sua materialização levando em
consideração, não somente o contexto do lugar em questão, suas apropriações, leis e negociações, como também o momento em que a própria autora deste trabalho se encontrava, como estudante,
indagando sobre o que se compreende como prática arquitetônica no espaço da cidade - especialmente
em São Paulo - e qual é o lugar do estudante e do profissional de arquitetura como um dos agentes que contribuem na construção/concepção do espaço urbano.
1 “No que diz respeito à relação ativa que o paisagista ou arquiteto de paisagem mantêm com o território, podemos dizer que a operação cartográfica já é um acionamento projetual: as diversas operações de coleta de informações, de seleção, de esquematização, de síntese, mas também de transcrição dessas informações, e, finalmente de desenho, que definem intelectual e praticamente a atividade cartográfica, já fazem do mapa algo como um ‘operador de construção da paisagem’. “ BESSE, 2014, p.145 78
“Hoje em dia podemos considerar o espaço público como um lugar informal para as pessoas, o que realmente não se encaixa nas categorias das tipologias construtivas institucionalizadas, como bibliotecas, museus, moradias, shopping-centers, escolas. Todas essas infraestruturas são necessárias e estão bem estabelecidas na sociedade, com leis, regulamentos, profissões, tipologias específicas de construção, teoria de planejamento. Mas acho que essa institucionalização do espaço, em especial entre as tipologias de prédios, divide nossa vida em fragmentos e acabamos por viver na transição, nossas vidas sempre acontecem entre eles (os prédios). Portanto, o espaço entre as instalações institucionalizadas é bastante importante, e nossa abordagem ao espaço público é imaginar esse espaço intermediário, baseado nas demandas e no comportamento das pessoas. Isso é algo em que estou realmente entusiasmado.”
(TSUKAMOTO, 2015, p 88. tradução livre) A fala de Yoshiharu Tsukamoto, arquiteto fundador do escritório japonês Aterier Bow-Wow, na
entrevista publicada pelo Ediciones ARQ2 da série ARQDOCS, de certa forma ilustra, ou é uma pista,
sobre este lugar de ação da arquitetura já mencionado. Isto somado à própria pesquisa do Atelier BowWow intitulada Commonalities, e que também é apresentada sua introdução na mesma publicação, é o que conforma os primeiros caminhos de leituras que esta parte do trabalho percorreu.
Para além da prática arquitetônica do atelier Bow-Wow que também se contextualiza a partir das pesquisas do próprio escritório3, o tema sobre espaços de comunalidade – “commonalities” - é
importante neste trabalho como forma de diagnóstico e de reconhecimento da existência desses
”espaços intermediários” na cidade em que as pessoas se apropriam de maneira informal, espontânea,
A B U S C A D O S U P O RT E-T E R R I T Ó R I O
compartilhada, livre e, como mencionado por Tsukamoto, fora das estruturas já institucionalizadas. Sob a ótica do Atelier Bow-Wow também se compreende que tais lugares de comunalidade possuem uma qualidade tanto material como local que permitem receber tais atividades.
Isso posto, torna-se curioso estabelecer paralelos entre a visão de Commonalities com o próprio uso da Rua 25 de março descrito na Paisagem Perambulante, identificando aspectos além do próprio método
de construção da Paisagem Perambulante, que também foi desenvolvida por meio da observação e do registro como forma de reconhecimento e estudo de uso de um dado lugar. 2 Editora sem fins lucrativos da PUC do Chile 3 Tal escritório japonês é também reconhecido por desenvolver pesquisas de observações locais que acabam por atingir dimensões globais, como Pet Architecture, Made In Tokyo e Commonalities. Os 6 anos de pesquisa relatados na entrevista publicada pela série Arc Docs, Yoshiharu Tsukamoto revelam o interesse do escritório em entender e criar um repertório próprio sobre os, já mencionados, espaços intermediários na cidade, trabalhando portanto no encontro da pesquisa e a prática projetual. Tomando sempre como base os preceitos do behaviorismo, tais atividades (ou práticas espaciais) tem como objetivo encorajar o envolvimento das pessoas no espaço público, implantando seus projetos em “micro espaços públicos” - locais estes entendidos como lugares fora das burocracias dos espaços criados pela cidade - proporcionando o encontro dos seres humanos numa escala do corpo e tempo, criando no ambiente da cidade um lugar de encontro e empatia. Para citar Furnicycle, Rockscape e Bosporus Commons são alguns exemplos destas práticas realizadas.
79
Uma primeira observação para iniciar tal paralelo é a observação sobre
a conformação espacial em que a
Rua 25 de Março se encontra. Sem
detalharmos a fundo a maneira com
que as lojas se estruturam para dentro dos prédios, o ambiente do lado de fora deles independe de qualquer formalização de construção ou
infraestrutura para que seja realizada
a atividade de comércio e que, por sua
vez, é garantido pelas barracas móveis e pela atividade dos ambulantes, já que o espaço entre a rua e calçada da Rua 25 de Março é o local de
trabalho deles. Dessa maneira, ao
longo de um breve percurso passando por calçada, rua, galerias e lojas que
se localizam sob um teto construído, costura-se uma trajetória em que a
relação da mercadoria em exibição e
o contato com os comerciantes ocorre de maneira constante, ainda que na
rua tal contato seja ainda mais intenso, não só pelos “trombamentos” como
pelos gritos que se cruzam e olhares
direcionados. Enfim, conforma-se uma trajetória por um verdadeiro mercado que se estende das ruas até o interior dos prédios.
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calçada e rua se camuflam num mercado a céu aberto
Portanto mesmo que esteja
materializado na Rua 25 de Março a
área determinada à calçada e ao leito
carroçável, a apropriação dos usuários sem considerar estes limites é uma
das condicionantes que torna a Rua
25 de Março um ambiente altamente
transitável, reforçando sua vocação e conformação enquanto um mercado
constante: uma rua-mercado de lugar
comum, próxima aos principais meios de mobilidade, em que pessoas de
todas as partes e zonas de São Paulo, e porque não do país, circulam.
Lugar comum este que é 24 horas vigiado por incontáveis câmeras
de segurança, guardas noturnos e
policiais que se mantem presentes
A B U S C A D O S U P O RT E-T E R R I T Ó R I O
diariamente como uma representação simbólica da ordem no lugar.
Como já apresentado no capítulo
“Perambulações em Campo” deste
trabalho, há aqueles que se mantêm
num ponto fixo, como vigias, e outros que circulam na multidão, movendose como estandartes que indicam a
entrada de um bloco de carnaval de
rua, que no caso da Rua 25 de Março é
81
2017 ,
quarta - feira , primeiro de fevereiro na
25
a anunciação para um movimento de corrida e gritos: como numa caçada diária, as rondas dos policiais pela Rua 25 de Março buscam a captura dos ambulantes que exercem suas atividades na rua sem a documentação apropriada para uso e ocupação que incide sobre o território da 25.
Desta maneira, o exercício de observação da Rua 25 de Março como um lugar compartilhado, sendo
até mesmo um programa de fim de semana para alguns e que abriga atividades regularizadas ou não, é o que revela as contradições sobre o território, pois acima de tudo essa rua se articula a partir da
constante circulação das pessoas, da velocidade e do intenso fluxo que mantêm o ritmo das atividades comerciais correrem sobre seu território. Portanto a conformação física da rua que condiciona o
pedestre a este tipo de relação passiva com o lugar, estando sempre de passagem, direcionado somente para o consumo dos produtos, é o que parece ser incompatível (dentro do universo de atuações dos
agentes diretamente relacionados a configuração urbana da Rua 25 de Março) proporcionar espaços que confortam a pausa, momentos de intervalo ou qualquer manifestação e encontro de quem frequenta a rua num mesmo dia.
Além disso as figuras de vigilância representadas principalmente pelos policiais e câmeras de
segurança - ainda que estas sejam estrategicamente camufladas - reproduzem o controle que existe
sobre o território, conferindo ao ambiente uma presença de constante vigília sobre o comportamento das pessoas, controlando também o lugar de trabalho e a própria atividade dos ambulantes. Frente a isso indaga-se: onde há espaço para aquilo que ocorre sem previsão, espontâneo ou descontrolado?
Qual será o limite para que qualquer pessoa possa praticar uma atividade naquela calçada que não seja a própria perambulação sobre ela?
82
A B U S C A D O S U P O RT E-T E R R I T Ó R I O
“(...) o comportamento das pessoas no espaço público é um dos exemplos dessa ‘comunidade’. Assim, para criar um espaço público melhor, precisamos das habilidades das pessoas. Se as pessoas não têm qualquer habilidade para praticar em um espaço público, este será apenas um espaço vazio..”
(TSUKAMOTO, 2015, p. 92. Tradução livre) 83
o projeto das experiências Retomando os questionamentos iniciais do capítulo “Pontos de Partida” em que se perguntava como atualmente poderia se inserir o conhecimento e a atividade prática da arquitetura no projeto e na
construção dos espaços urbanos comuns na cidade de São Paulo, o reconhecimento de uso na Rua
25 de Março em áreas fora dos espaços das edificações, presente nas ruas e nas calçadas, foi o que
alavancou para a possibilidade de ação desta pesquisa, e, portanto, da investigação prática do Projeto das Experiências.
Baseando-se em tal constatação tornou-se necessário predeterminar certos parâmetros de como e onde este projeto poderia se realizar. Partindo dos parâmetros e condições de um trabalho de conclusão de
curso, optou-se a por enquadrar o trabalho como uma oportunidade de reflexão prática sobre o processo de projeto e de sua possível implantação frente a contextualização espacial da rua, numa metodologia
que, ao invés de se circunscrever num exercício de representações e detalhamentos construtivos, como quase a totalidade dos exercícios propostos durante o curso de arquitetura, optou-se por posicionar o
projeto numa ação especulativa dentro do campo de operação espacial. Para tanto, colocou-se a ideia arquitetônica em ação a partir da presença do corpo de estudantes de arquitetura no próprio lugar do
trabalho, dedicados à construção de situações com objetivo de se articular com as atividades da Rua 25 de Março, colocando-se como parte do grupo de agentes que contribuem na construção de seu espaço. É fundamental mencionar que, antes de qualquer ação, tal ideia foi compartilhada e depois trabalhada juntamente a quatro colegas do curso de arquitetura - Carolina Simão (5o ano), Isadora de Barros
(4o ano), Marina Coccaro (4o ano) e Rogério Macedo (3o ano) - na estrutura didática denominada
TC+EV4 que naquele semestre teve como tema principal Modos de Pensar, Modos de Fazer. A opção por compartilhar a pesquisa também é parte dos parâmetros e intenções deste projeto, não só pelo
fato de que as quatro primeiras pessoas participaram da construção da Paisagem Perambulante, como
também pelo interesse de incorporar na prática arquitetônica a ação conjunta: mesmo como estudantes e com tempo de percursos diferentes, o Projeto das Experiências se articulou com mais estes quatro integrantes, conferindo a pesquisa uma interface prática e experimental mais próxima da escala de construção de situações na rua.
4 O formato TC+EV (Trabalho de Conclusão somado ao Estúdio Vertical) é uma das estruturas possíveis de trabalho de conclusão de curso na graduação na Escola da Cidade. Neste formato o aluno do sexto ano introduz a temática da sua pesquisa pessoal aos outros componentes do grupo dentro do Estúdio Vertical, direcionando e coordenando o encaminhamento do trabalho. Como já mencionado na primeira parte desta publicação, a conformação do grupo no Estúdio Vertical conta com alunos de diferentes anos da graduação. 84
Assim o Projeto das Experiências se compõe tendo como premissa seu desenvolvimento na própria
rua, não como um terreno em obras, mas num projeto de atos sequenciais buscando, num primeiro momento, estabelecer um espaço de diálogo sobreposto ao lugar das perambulações da Rua 25 de Março. Desta maneira cada Experiência realizada no decorrer do trabalho trazia um dispositivo,
com objetivo inicial de participar das relações pré-existentes do espaço da Rua 25 de Março, criando situações que revelassem seus agentes locais os estimulando a manifestar sua compreensão pessoal sobre esse território, e seus questionamentos sobre ele.
Para o desenvolvimento e a concepção do Projeto das Experiências foi utilizado como base discursiva uma seleção de publicações e artigos5 que problematizam a prática da arquitetura atual frente a
contextos de instabilidade social e econômica, apresentando modos de atuar na arquitetura que se engajam tanto no espaço social quando físico e que, de certa forma, reconfiguram maneiras de se
compreender o papel da prática arquitetônica. Deste material bibliográfico, destacam-se a edição n. 85 da revista holandesa OASE, intitulada “Incerteza Produtiva: Indeterminação no Projeto do Espaço,
Planejamento e Administração”6, e o artigo “Além do discurso: notas sobre o agenciamento espacial”7 de Tatjana Schneider e Jeremy Till, que também fazem parte do grupo de criadores da plataforma
inglesa Spatial Agency, desenvolvida com apoio da Universidade de Sheffield e da Universidade de Westminster, a atuação dessa plataforma é apresentada da seguinte maneira:
“Spatial Agency é um projeto que apresenta uma nova maneira de ver como os edifícios e o espaço podem ser produzidos (...)No espírito de Cedric Price, o projeto começou com a crença de que um edifício não é necessariamente a melhor solução para um problema espacial. O projeto atenta por A B U S C A D O S U P O RT E-T E R R I T Ó R I O
descobrir uma segunda história de arquitetura, uma que se afasta da figura do arquiteto como herói individual e a substitui por uma abordagem muito mais colaborativa na qual os agentes atuam conjuntamente e, em nome de, outras pessoas.”8 Por meio da sistematização de uma coletânea de práticas que atuam na direção das intensões descritas
acima, a plataforma Spatial Agency reconhece arquitetura não como uma produção material (edificada) 5 A base desta bibliografia partiu do intercambio realizado pela autora no curso de máster “Spatial Design, Perception and Detail” na Royal Danish Academy em Copenhagen. O curso tinha como objetivo principal estimular no processo do projeto (tanto em sua concepção como em seu desenho e na prática) uma consciência de que a atividade arquitetônica opera tanto no espaço físico como social, articulando-se portanto com outros agentes interessados na construção do espaço. Para mais informações ver https://kadk.dk/en/programme/spatial-design-0 6 Tradução livre de “Productive Uncertainty – Indeterminacy in spacial design, planning and management”. Frente as instabilidades sociais e crises econômicas, o termo indeterminação produtiva é compreendido como a busca de possibilidade de atuação da arquitetura frente a um futuro incerto, colocando o “acaso” como ferramenta programática de atuação. 7 Tradução livre de “Beyond Discourse: Notes on Spatial Agency 8 Tradução livre de trechos da página de introdução. Disponível em < http://www.spatialagency.net/about/ > acesso em 05 de março de 2017 85
e que acaba por se bastar enquanto objeto, mas sim pelas consequências que sua produção venha
a trazer. Uma vez que este trabalho compartilha com a referências de práticas ativas no panorama
apresentado pela Spatial Agency, tais como o já citado Atelier Bow-Wow, mas também a produção espanhola de Santiago Cirugeda, do francês Exyzt. O contato com tais bibliografias e atuações
estimulou o desenvolvimento das práticas das Experiências sob a perspectiva de um planejamento
estratégico colocando, para além da tarefa inicial de operar a partir do reconhecimento dos agentes locais e de suas negociações no espaço da rua, um objetivo circunscrito em todas as ações das
Experiências: especulando sobre a possibilidade de construção de um lugar que sugerisse um outro olhar sobre o uso e a apropriação da Rua 25 de Março, sem necessitar das relações comerciais existentes e sustentado pela própria necessidade envolvimento dos usuários.
Desta maneira Sombra|Contratempo, Estações e 25ARQTX são os nomes das três primeiras
experiências que compuseram a primeira fase deste projeto, e juntas conformam uma ação maior denominada Busca do Suporte-Território, pois além de construírem situações de estímulo para a
aproximação com usuários e de sua relação com a rua, as ações individuais que configuram a Busca do Suporte-Território também apontaram para a aproximação identificação de um possível espaço
residual nas calçadas da Rua 25 de Março: . A cada visita da à rua também era rastreada a possibilidade da existência de um lugar livre, fora das negociações sobre as diferentes ocupações do território e dos olhos ou lentes de quem o controla, como quem busca um lote disponível, uma vaga a ser revelada. Uma estratégia para documentação do conjunto das experiências que compõe a Busca do Suporte-
Território foi estruturá-las por um sistema de dossiês, analisando as expectativas da equipe sobre cada
uma das ações a serem realizadas, desde seu projeto inicial até a descrição da experiência no dia de sua instalação. A Experiência 25ARQTX não foi documentada sob a forma de dossiê pois, inicialmente,
se tratou de uma atividade rotineira de levantamento do território, mas que, no deorrer das atividades
dessa ação, adquiriu status diante dos aspectos sobre a rua que foram levantados, como se verá a seguir.
86
98
We use the word ‘story’ to mark an escape from
with a certain set of short-term demands. Anthony
the inward-looking and excluding discourse that
Giddens’s formulation of agency remains possibly
has dominated so much recent architectural theo-
the most relevant counterpoint to this self-serving
rising and the episodes that follow below present a
understanding of agency.8 He states first and fore-
series of related instances that develop and drive
most that agency ‘presumes the capability of acting
the subject.
otherwise’.9 This statement, in all its simplicity, is disarmingly radical in an architectural context. To
We are less interested in whether we are living
admit to the possibility of doing otherwise is coun-
in a critical or post-critical era, because these
ter-intuitive to the professional, who is brought up
terms circle round each other. Indeed, it is the fate
on the foundation of certain knowledge leading to
of all ‘post’ terms (postmodern, post-critical, post-
certain solutions. The exchange system of profes-
theoretical) that they never escape the hold of the
sional service is based on exactly this premise of
condition that they would wish to succeed. Just, as
certainty, because merely to offer the potential for
Zygmunt Bauman notes, postmodernity is no more
the ‘otherwise’ is to offer up one’s fragility, and this is
than ‘modernity without illusions’, so post-theorising
the symptom of the amateur, a symptom that must
is theorising without brains.5 Against Rem’s remark
be avoided at all costs. Thus to accept Giddens’s
that architecture per se is unable to be critical and
sense of agency is also to accept a new sense of
that it is impossible to make a creative statement
what it may mean to be an architect, one in which
that is based purely on criticism,6 we argue that
the lack of a predetermined future is seen as an
architecture as a discipline is inherently political and
opportunity and not a threat.10
therefore immanently critical: either by negating or To challenge the norms of professional behaviour
falling into the trap of understanding critique in its
is not to dismiss the role that professional knowl-
negative sense, and thus one that inhibits his crea-
edge may play, but it is to argue that the deployment
tivity, which is understood as necessarily positive.
of this knowledge should be set within other ways
We, on the other hand, take the word critical in the
of acting. To be an agent, for Giddens, is to act
early Frankfurt School sense, as something that
with intent and purpose, but that purpose ‘cannot
starts out with an unravelling of the social reality of
be adequately defined [...] as dependent on the
the given condition so as to be able to understand
application of learned procedures’.11 Purpose is
how to transform it into something better.7 The story
also guided by hunch, intuition, negotiation, and
thus attempts to make a case for architecture as a
other conditioned reflexes, which are based on
socially and politically aware form of agency, situ-
one’s experience in the world, as both professional
ated firmly in the context of the world beyond, and
and human. For Giddens this ‘mutual knowledge,
critical of the social and economic formations of
incorporated in encounters, is not directly acces-
that context in order to engage better with them in a
sible to the consciousness of the actors’,12 but is
transformative and emancipatory manner.
fundamental nonetheless. In contrast to what he
A B U S C A D O S U P O RT E-T E R R I T Ó R I O
confirming a position. Koolhaas, it would appear, is
calls ‘discursive consciousness’, in which matters Spatial agency
are explicit and explainable, mutual knowledge is
It is here that a particular understanding of the term
‘practical in character’. But - and this is the key point
‘agency’ becomes important. If the word is to have
- the discursive and the practical are by no means
any transformative potential then it needs to exceed
mutually exclusive: ‘the line between discursive and
the exchange-driven meaning of providing a service
practical consciousness is fluctuating and perme-
to another, where the other is typically a client
able’,13 he argues, suggesting that each draws on
página 98 do artigo
“ beyond
discourse : notes on spatial agency ” de tatjana schneider and jeremy till
87
01 o r ec o n h ec i m en to d a r u a março
2017
sombra|contratempo Como já mencionado anteriormente, a constante e densa movimentação de pedestres que ofusca os
limites da calçada com o leito carroçável da Rua 25 de Março tornando-a um lugar de passagem entre carros e pessoas, foi o primeiro aspecto a ser estudado. Ainda que existam projetos arquitetônicos e projetos de lei que preveem o fechamento da rua para o uso exclusivo de pedestres, tal ação nunca TRÊS EXPERIÊNCIAS
ocorreu plenamente, assim a Sombra|Contratempo foi desenvolvida nestas percepções.
Inicialmente tal Experiência havia sido planejada para ocorrer em duas frentes, mas a prática no local a direcionou para outra ação, possibilitando leituras sobre a atuação dos agentes principais no espaço do leito carroçável nas primeiras horas da manhã.
h ttp s :// cf ern a n d es b a . wi x s i te . c o m / p er a mbu la c o es / c o n tr atem p o
88
2
LAD
1
3
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AD
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O
RUA 2
5 DE M
ARÇO
A B U S C A D O S U P O RT E-T E R R I T Ó R I O | S O M B R A | CO N T R A T E M P O
1
A contínua instalação da Sombra fez com que quem estava na rua parasse até que a estrutura se erguesse possibilitando, assim a passagem dos veículos. Numa coreografia ritmada, carros, caminhões e carrinhos de camelô esperaram sem manifestar qualquer reação adicional.
2
Policiais passavam próximos da instalação somente observando, sorrindo para as cinco pessoas, sem nenhuma reação aos 9 metros de tecido vermelho que eram instalados sobre a rua.
3
No intervalo entre as 06 e 08 da manhã, trabalhadores esperavam as lojas abrirem enquanto assistiam a instalação sem fim, dando opiniões e cumprimentando a ação, elogiando a vinda de uma sombra para as calçadas da 25.
89
ABA I - PLANO
CONTRATEMPO | EXTENSOR DE CALÇADAS Um TNT vemelho costurará onde a Rua Comendador Afonso Kherlakian desemboca na 25 de Março, conformando a possibilidade do CONTRATEMPO. Sobre ele será instalada a Sombra, do mesmo material, mas estruturada como uma tenda. Ambos serão instalados na madrugada, antes da chegada dos camelôs, dos ambulantes e
ABA II - MONTAGEM
das lojas abrirem, será CONTRATEMPO se retardar a entrada dos carros, ou qualquer circulação que conta com a entrada da Rua Comendador Afonso Kherlakian. Se tornará EXTENSOR DE CALÇADAS se a faixa se manter durante o dia, possibilitando a ocupação da rua que estará interditada, aumentando a calçada, possibilitando a ação da Sombra acionando conforto um potencial lugar de descanso.
OBJETIVOS: ABA III - PROJETO DO REGISTRO
Esta é uma INTRO.MISSÃO, pois tem como objetivo reconhecer o território em função de um novo objeto.
TRÊS EXPERIÊNCIAS
Esta missão introdutória possui 2 fases: a primeira no ato de estender o tecido, observando quem estará na rua naquele horário, se não houver nenhuma manifestação contra a instalação, a primeira fase está completa. A segunda fase é a permanência ou não do objeto e suas consequências. Essa instalação precede qualquer Experiência, é a ideia direta de legitimar a extensão da calçada, sendo principalmente um ensaio para qualquer objeto intrometedor das dinâmicas cotidianas da Rua 25 de Março e uma observação sobre os personagens que lá circulam e
ABA IV - RESULTADOS
quem tem o poder sobre aquele território. FLUXO TEMPO TERRITORIEDADE
CONTRATEMPO | MARÇO 2017
dossiê sombra | contratempo
-
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F.2
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disponível em https :// docs . wixstatic . com / ugd /9016 dc _2 edbbd 4 f 46394243868 da 1 b 1 dc 3 c 944 a . pdf
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ABA I - PLANO
LOCALIZAÇÃO (DRAMATIZAÇÃO) POSSIBILIDADE Instalação das malhas na madrugada.
ABA II - MONTAGEM
DIAGRAMAS DE CENÁRIOS POSSÍVEIS
A B U S C A D O S U P O RT E-T E R R I T Ó R I O | S O M B R A | CO N T R A T E M P O
CENA 02a Ou a malha será rompida e não haverá sombra
ABA III - PROJETO DO REGISTRO
CENA 02b Ou conseguiremos uma extensão de calçada por um tempo.
ABA IV - RESULTADOS
CONTRATEMPO | MARÇO 2017
dossiê sombra | contratempo
-
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F.3
03
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ABA I - PLANO
REFERÊNCIAS: UM FATO DA 25 (Foto Street View) Os pedestres que “vazam” da calçada. Principalmente os comerciantes.
ABA II - MONTAGEM
(Estudos sobre Intromissões no Fluxo de pedestre que “vaza” da calçada)
TRÊS EXPERIÊNCIAS
ABA III - PROJETO DO REGISTRO ABA IV - RESULTADOS
CONTRATEMPO | MARÇO 2017
dossiê sombra | contratempo
-
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F.4
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ABA I - PLANO
REFERÊNCIAS: UM COLETIVO (3nos3 - Interdição) As ações deste coletivo se propõem a ocupar e se apropriar dos equipamentos da
ABA II - MONTAGEM
cidade. Dando grande importância para os registros dos atos e sua divulgação nas massas. O CONTRATEMPO bebe da Interdição, experimentando-a sob outras razões e objetivos.
UMA CENA
A B U S C A D O S U P O RT E-T E R R I T Ó R I O | S O M B R A | CO N T R A T E M P O
(Um verão no Danish National Maritime Museum do BIG) As atividades externas de verão levaram a necessidade de cobrir parte do Museu Marítmo, museu este
ABA III - PROJETO DO REGISTRO
construído no local que antes era um estaleiro de barcos.
UMA APROPRIAÇÃO (O pré-parklet do Jazz B) Esta apropriação, embora dentro dos padrões legais de um
ABA IV - RESULTADOS
parklet, é direta no que diz respeito a concepção deste tipo de espaço público. Completamente permeável e editável, não contendo barreiras que aludem o uso exclusivo deste local para os clientes do bar, como normalmente ocorre em outros parklets.
CONTRATEMPO | MARÇO 2017
dossiê sombra | contratempo
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F.5
05
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ABA I - PLANO ABA II - MONTAGEM
TRÊS EXPERIÊNCIAS
ABA III - PROJETO DO REGISTRO ABA IV - RESULTADOS
CONTRATEMPO | MARÇO 2017
dossiê sombra | contratempo
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F.10
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disponível em https :// docs . wixstatic . com / ugd /9016 dc _2 edbbd 4 f 46394243868 da 1 b 1 dc 3 c 944 a . pdf
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A B U S C A D O S U P O RT E-T E R R I T Ó R I O | S O M B R A | CO N T R A T E M P O
croquis e especulações sobre a sombra | contratempo
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o aç
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ma er ll
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esquema da instalação
at r av e s s a n d o o p r i m e i r o p o s t e pa r a i n s ta l a r d o o u t r o l a d o
presa no poste)
nv lo gr am p
banquinhos trazdidos de casa
(e
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fita
café da manhã
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g o p r o n o c a pa c e t e
os pr
TRÊS EXPERIÊNCIAS
e
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ou r
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de fio
d
ca bo
bolsa de utilidades
e s c a d a e m p r e s ta d a d a l o j a
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TRÊS EXPERIÊNCIAS
A B U S C A D O S U P O RT E-T E R R I T Ã&#x201C; R I O | S O M B R A | CO N T R A T E M P O
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TRÊS EXPERIÊNCIAS
cena da instalação
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minutos antes de romper o cabo
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ABA I - PLANO
RESULTADOS: No dia 17 de março de 2017 a Sombra começou a ser instalada a partir das 05:40 da manhã, seguidamente pretendia-se fechar a rua com o Contratempo.
O ato estender a Sombra entre os dois postes já fez com que todos os veículos que se ABA II - MONTAGEM
encontravam na rua parassem até que a estrutura se erguesse possibilitando a novamente a passagem. Carros a caminhões esperaram, nenhum veículo buzinou, não houve alguma reação hostil. E assim o constante movimento da instalação da Sombra, fez com que tal ato a tornasse o Contratempo.
Além dos carros, outro agente da rua que esteve presente durante todo o período de instalação foram os policiais. Logo nos primeiros minutos eles passaram pela rua segurando um jovem que pareceu ter sido pego como um ambulante ilegal da Feira da Madrugada, ao som de gritos ele foi levado para ao 45 Batalhão de Polícia Militar, na Rua Lucrécia Leme. Meia hora depois uma dupla de policiais passou próximo da Sombra somente observando, ABA III - PROJETO DO REGISTRO
sorrindo, sem nenhuma reação aos 9 metros de tecido vermelho que eram instalados sobre
TRÊS EXPERIÊNCIAS
a Rua 25 de Março.
O terceiro agente que se manifestou em relação a Sombra foram os camelôs e trabalhadores locais. Muitos que estavam ali próximos ainda esperavam as lojas abrirem, observando a instalação com expressões variadas, alguns perguntavam sobre qual era a ideia daquele estrutura sendo que um, nos emprestou a escada da loja em que ele trabalha, visto que os bancos que foram trazidos de metrô não proporcionaram a altura nescessária para os membros mais altos do Grupo.
ABA IV - RESULTADOS
Esta primeira experiência cumpriu a missão inicial que o Contratempo propunha: ao trazer este novo objeto à rua foi possível observar a dinâmica de funcionamento da 25 de Março
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ABA I - PLANO
sobre dois aspectos a seguir:
O primeiro aspecto, já descrito, foi o reconhecimento e reação de diferentes agentes da rua que se manifestariam em relação a instalação do novo objeto.
O segundo aspecto foi observar e confirmar a ideia de gradação do funcionamento da rua, ABA II - MONTAGEM
vivendo seu ritmo a partir da virada da madrugada nos primeiros horários da manhã, notando também a jornada de trabalho dos trabalhadores de lá. Se às 06 da manhã os primeiros camelôs vem surgindo carregando os carrinhos que sustentam suas barracas, neste mesmo horário alguns trabalhadores das lojas já iam formando uma pequena multidão esperando as portas se abrirem às 08 da manhã. Carros e caminhões também
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participam da abertura trazendo mercadorias e pessoas.
É preciso comentar que a Sombra não se concebeu por completo, após de pouco mais de uma hora de instalação, ela rompeu em uma das pontas por conta do sobrepeso que as ABA III - PROJETO DO REGISTRO
ripas de madeira proporcionaram ao tecido. Desta maneira o Grupo não julgou necessário manter o plano da instalação do Contratempo em seguida, pois o próprio ”ato infindável” da instalação da Sombra criou situações de fechamento da Rua 25 de Março assumindo um papel ainda mais interessante que o próprio Contratempo previa. A instalação da Sombra provocou reações por parte dos trabalhadores locais, desde perguntas sobre a ocupação do Grupo relacionando a uma atividade criativa, até ao próprio objeto e sua concepção, elogiando a ideia da sombra na 25, comentando da necessidade e que nunca viram algo parecido por lá.
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CONCLUSÃO: Após esta experiência a discussão sobre o tempo de uso da 25 e o envolvimento dos diferentes agentes da rua a partir de um novo objeto se mostra ainda bastante relevante. Utilizando tais objetos para especular sobre as apropriações não comerciais na 25 de Março, se configurando como propostas a serem apropriadas, ou a serem discutidas na calçada.
ABA II - MONTAGEM
Embora o Grupo partia do principio que a primeira ação seria uma “intromissão”, após esta Experiência percebe-se que na realidade o grupo não se intrometeu, e sim participou da rua naquele dia. Uma vez que a intromissão se daria principalmente por conta dos carros, que se mostraram agentes secundários às relações que ocorrem no espaço da Rua 25 de Março.
Outra característica importante a ser mantida e discutida é a ideia de que este objeto deve se manter conectado com o tempo de uso e ritmo da rua. Ainda, quanto a este tema ficam algumas questões:
1. Se o objetivo é futuramente materializar um dispositivo de intervalo que acompanha o ABA III - PROJETO DO REGISTRO
uso da rua, deveria ele se manter instalado somente durante o horário de funcionamento
TRÊS EXPERIÊNCIAS
da rua – portanto o comercial - ou ele deve se manter por lá durante 24 horas?
2. Ainda sobre este aspecto do tempo da 25, sobre qual aspecto de tempo este dispositivo se utilizará para entrar na lógica de funcionamento da 25? Uma semana o grupo trazendo e levando embora o objeto é uma delas?
Além disso, é importante não supervalorizar a qualidade material das Experiências, evitando relaciona-las pura e simplesmente como a produção de objetos ou meras ABA IV - RESULTADOS
manifestações materiais na rua. Para que ainda seja possível realizar mais ações vinculadas a um objeto propositivo, que instiga os agentes locais a manifestar seu compreendimento de pertencimento - ou não - sobre o local, é importante manter o investimento para as
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ABA I - PLANO
Experiências dentro das possibilidades econômicas de todos os membros do Grupo. Sem que isso prejudique o potencial de operação espacial de qualquer Experiência.
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ABA III - PROJETO DO REGISTRO
PRÓXIMOS PASSOS Partir da ideia da Sombra desenvolvendo para alguma estrutura que sugere uma outra ABA IV - RESULTADOS
maneira de estar, ou utilizar a Rua 25 de Março. Talvez as últimas duas perguntas podem ser respondidas com a realização deste 2o exercício.
*Próxima vez que instarmos algo com cabo de aço, levar luvas. CONTRATEMPO | MARÇO 2017
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02 o r ec o n h ec i m en to d a c a lça d a e o s d es lo c a m en to s março
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estações De maneira geral as Estações tencionavam a atmosfera inebriante da paisagem da Rua 25 de Março,
agindo como armadilhas que capturavam a atenção dos usuários da rua a partir de dispositivos lúdicos, propondo atividades que se desviassem das de comércio, e estimulando conversas num lugar da
TRÊS EXPERIÊNCIAS
passagem.
Cada estação provocava um deslocamento diferente para os usuários da Rua 25 de Março, operando em instâncias visual, tátil e histórica.
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As Estações revelaram a dinâmica e o diálogo que corre nas calçadas da 25 de Março principalmente por parte dos
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Inicialmente as Etações provocaram desconfiança, muitos manifestaram que elas poderiam ser “pegadinhas”. Pergunta-
trabalhadores locais. revelando outros regimes de trabalho na rua.
se: quantas pegadinhas existem no espaço urbano?
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A cortina tátil que inicialmente se propunha a fazer massagens gratuitas foi apropriada pelos vendedores da rua como cortina da sorte, dizendo que quem a atravessava ganharia dinheiro. Área de atuação dos ambulantes representantes de lojas.
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ABA I - PLANO
ESTAÇÕES DE DESLOCAMENTO Durante o horário de funcionamento da Rua 25 de Março serão implantadas 3 Estações de Deslocamento, o conjunto delas configurará um percurso paralelo sobre as atividades na calçada. Iniciando pela ladeira da Constituição a Cortina Tátil (Deslocamento Tátil) será instalada
ABA II - MONTAGEM
no espaço vazio entre o poste de luz e o de localização da rua, prometendo massagens gratuitas assim como os ambulantes que passam gratuitamente o mini massageador nas costas dos transeuntes. A partir deste local Mensagens retiradas de uma Garrafa viajante serão distribuídas aos transeuntes (Deslocamento Histórico), convidando-os a observar a fonte dos desejos e percorrer mais adiante ao observar as Caixas Vermelhas (Deslocamento Visual). OBJETIVOS: A partir da instalação de “objetos estranhos” na calçada da 25 de Março, as Estações tem como objetivo instigar uma interação entre qualquer ser humano frequentador da rua com o próprio local. Possuindo uma escala para ser usado individualmente ou em duas pessoas,
ABA III - PROJETO DO REGISTRO
tais interações provocam uma primeira experiência individual que é compartilhada após o descobrimento dos objetos na rua.
TRÊS EXPERIÊNCIAS
São, portanto, gatilhos para se travar um diálogo entre os transeuntes. Espera-se que tais interações gerem diferentes perspectivas de perceber ou usar a rua sendo, portanto, entendidas como Deslocamentos que ocorrem em diferentes instancias: 1 -Deslocamento Tátil: ao cruzar uma cortina de bolas de isopor. 2- Deslocamento Histórico: ao receber uma mensagem do rio que deu origem a rua e hoje está encanado. 3 - Deslocamento Visual: ao entrar numa caixa que projeta imagens da rua em diferentes
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momentos. DESLOCAMENTO SUPERTIÇÃO PERCURSO
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REFERÊNCIAS: RESSIGNIFICAÇÃO PKMN architectures . ROJO PAQUIMÉ . Prototype workshop to fit out the archaeological area of Paquime.
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Reutilização de objetos criando dispositivos de entretenimento, gerando outras maneiras de perceber o lugar existente. No caso deste projeto também se especula a comunicação da instalação em relação ao sítio histórico. Desenhando na paisagem o nome do lugar, a partir de letras que propõem atividades diferentes.
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REFERÊNCIAS: A FONTE O pequeno rasgo na Ladeira da Constituição (2) nos faz imaginar ser uma amostra ou lugar de passagem do rio que deu origem a rua
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e antigamente corria sobre ela. Rio este que deu o primeiro nome ao local como “Beco das Sete Voltas”.
1 - exemplo de instalação sobre rios
2 - foto retirada pós instalação do contratempo
TRÊS EXPERIÊNCIAS
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3 - levantamento histórico do território da 25 de março
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TEMAS DAS CAIXAS AS VISUAIS E O EFEITO Cada Caixa carregava uma mesagem visual sobre fatos que o Grupo considerava relevante ou curioso para se comentar nas calçadas.
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a paisagem dos ar-condicionados
ABA III - PROJETO DO REGISTRO
TRÊS EXPERIÊNCIAS
a proibição e os dispositivos para não se sentar
uma breve história de uma manhã
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os lugares de pontos de lixo vicioados e a circulação de sacolas plásticas
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TEMAS DAS CAIXAS AS VISUAIS E O EFEITO Estes dois contavam com efeitos visuais, o primeiro de esterioscopia, do tipo anaglifo, criando uma imagem em 3D e o
ABA II - MONTAGEM
segundo por polarização de filtro sobreponto sobre uma foto atual da rua com uma fotografia do Rio Tamanduateí em 1890, numa localização onde hoje se encontra a Rua 25 de Março.
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RESULTADOS: Inicialmente não se esperava tamanha apropriação dos usuários da rua em relação aos três tipos de Deslocamento, sendo realmente estabelecido um percurso paralelo ao do comércio na Rua 25 de Março.
ABA II - MONTAGEM
A Cortina Tátil dava início para os que chegavam pela Ladeira da Constituição ou pela Porto Geral, sendo que a maior parte dos usuários das Estações foram os ambulantes que, representando as lojas que se localizam nos pavimentos superiores dos prédios da rua, se posicionam num ponto fixo sobre a calçada.
Num primeiro momento houve quem desconfiasse dos objetos, com medo de serem vítimas de “pegadinhas” ou de piadas de duplo sentido. Ao notarem que não havia nenhum “perigo” ou chacota, logo passaram pela Cortina ou navegaram pelas visuais que as Caixas criavam.
A curiosidade, olhar e se perguntar porque aquilo estava lá, em seguida convidar os outros a ABA III - PROJETO DO REGISTRO
ver, ou vender a atração pra quem passa na rua, já se apropriando da “função” das Estações,
TRÊS EXPERIÊNCIAS
ou rir foi uma das principais reações que ocorreram:
“camisa, camisa, já passou naquela cortina moça?”
“Pra que?”
“Dá boa Sorte, traz dinheiro”
ABA IV - RESULTADOS
“Nossa, isso ai eu vou”
“Depois tem aquelas caixas pra ver, vai lá. Viu a camisa?”
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Assim a propaganda das Estações fluiu sobre a calçada, e as 3 pessoas que as instalaram ficaram somente na função de conversar com quem as usava e perguntava sobre “o tema da brincadeira”, conhecer os ambulantes que se apresentavam junto a seus colegas de calçada, e de tempos em tempos voltavam pra ver a mesma imagem projetada das Caixas Vermelhas que, por sorte, estavam presas no mesmo ponto que eles.
ABA II - MONTAGEM A B U S C A D O S U P O RT E-T E R R I T Ó R I O | E S T A Ç Õ E S
diagrama da sobreposição dos percursos e das relações de propaganda criadas com as estações
ABA III - PROJETO DO REGISTRO
detalhe na esquina
legenda
LOCAL
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Esta mesma característica fixa das Caixas e seu posicionamento nas calçadas, foi o que revelou outro tipo de regime de trabalho na rua: os dos vendedores que são proibidos de sair para fora das lojas que trabalham. No final da instalação, quando uma das 3 pessoas do Grupo retirava uma das caixas, ouviu-se um “Ei moça vem cá”, era um grupo de vendedores, quatro pessoas olhando curiosas se apoiando no último degrau que indica a entrada de uma loja de capa de celular. Eles pediam para que se trouxesse a caixa até eles, que passaram a
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manhã observando as pessoas usando-as, mas eram proibidos de pisarem pra fora, a caixa estava a menos de 1 metro e meio de distância da entrada da loja.
ABA III - PROJETO DO REGISTRO
detalhe dos vendedores que não podiam se retirar da loja
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CONCLUSÃO: As Estações revelaram a dinâmica e o diálogo que ocorre nas calçadas da Rua 25 de Março principalmente por parte dos ambulantes. Há grupo de amigos, colegas, dos golpistas, dos piadistas e dos que diziam “Pra que fazer isso aqui? O povo não respeita, o brasileiro não está acostumado a esse tipo de coisa”.
ABA II - MONTAGEM
O medo de pegadinhas ou de piadas de duplo sentido também demonstram a desconfiança sobre o que é colocado no espaço comum da rua, porém o interesse em dialogar e se divertir com tais objetos foi diretamente proporcional. Nesta mesma linha manifestações questionamentos sobre os direitos que o Grupo tinha em instalar as Estações no espaço da calçada, também ocorreram por parte dos ambulantes, bem como perguntas do tipo “Com quem vocês falaram para colocar essas coisas?” e “Vocês conhecem o dono daqui?”.
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Assim é interessante se manter nessa linha de diálogo entre o objeto e os usuários da calçada, se integrando e instigando a apropriação do lugar pelos que lá transitam ou estão ABA III - PROJETO DO REGISTRO
exercendo seu trabalho “ambulante”. Cada vez mais tem se revelado o protagonismo dos ambulantes representantes das lojas na calçada, estes normalmente compreendem seu trabalho como “autônomos” já que dependem somente da comissão que recebem por indicar pessoas às lojas, havendo entre eles períodos de rodízio.
Por fim é importante notar que, talvez, com as Estações foi possível se aproximar de maneira mais concreta ao território livre especulado, a brecha fora das negociações, regras e avais de direito de uso da calçada na Rua 25 de Março. Este local está sendo reconhecido no espaço entre os elementos verticais implantados na calçada, normalmente posicionados de forma
ABA IV - RESULTADOS
randômica e com funções repetitivas. Normalmente existe entre eles uma distância entre eles de 1,5 a 2 metros, cercando certos trechos da “caótica calçada da Rua 25 de Março”, configurando-se como um espaço residual da rua que ninguém se utiliza.
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PRÓXIMOS PASSOS: Investigar e levantar o espaço residual entre as infraestruturas verticais da calçada, compreender e balancear as demandas reais da Rua versus uma “poetização do lugar”.
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para a instalação contamos com uma escada emprestada da loja 709
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filtros para visualização
3d
fita hellerman
flyers com mensagens do rio
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03 c a lça d a em r ev i s ã o : ab ertu r a d o es c ri tó r i o d e p r o j eto s 25 a rq tx ab r i l
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25arqtx Frente ao possível diagnóstico da existência de um lugar livre nas calçadas da Rua 25 de Março- a
procurada vaga ou brecha no território - e ao se constatar que nenhuma das bases cartográficas oficiais
possuíam as medidas corretas das calçadas da rua, foi proposta a abertura de um escritório de projetos, denominado 25ARQTX, Por meio dessa instituição, encampou-se a atividade do levantamento da
calçada como a terceira e última experiência dentro do conjunto de atividades compreendido como TRÊS EXPERIÊNCIAS
Busca do Suporte Território. Ao manifestar a ocupação dos cinco sujeitos do Grupo como componentes do escritório 25ARQTX,
uma série de demandas do local logo foram apresentadas pela a população usuária da Rua 25 de Março, tais como “reformar a calçada”, “trocar o piso” ou até mesmo “deixar as coisas mais bonitas, feito uma
praça”. Grande parte do público que se manifestou foram os vendedores ambulantes, observando a falta de locais de repouso não só “pras senhoras e quem passa na rua”, como também para eles próprios, que trabalham em pé durante todo o horário comercial. Também foi constatado um problema nas rampas
das calçadas nas esquina: segundo os vendedores ambulantes, muitas pessoas tropeçam e caem nesses
pontos, pois grande parte dos pedestres caminha com o olhar direcionado somente para as vitrines, não prestando a devida atenção ao lugar em que circulam. Policiais também se manifestaram relatando a necessidade de “limpeza do local”.
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Era quinta-feira, no mesmo lugar que antes tínhamos instalado a cortina tátil | da boa sorte estava cheio de lixo, outras
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“Vocês estão tirando a medida da calçada? Vão fazer uma reforma na prefeitura? Aqui está precisando, todo mundo
esquinas estavam na mesma situação como “pontos de lixo viciado”.
tropeça nessa calçada vendo as lojas, o pior que não tem lugar pra sentar.” Fala de Douglas, vendedor.
3
“Que bom que vocês são arquitetas, aqui precisa mesmo de uma reforma, limpar as coisas sabe? Vocês estão fazendo o levantamento com essas demarcações? Cuidado, não duvido que no dia seguinte aparece um desses meninos com essas placas presa no pescoço” Fala de Oficial Dantas, policial 125
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croquis da mesa do escritório da rua
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estudos para o logo
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TRÊS EXPERIÊNCIAS
as placas com o símbolo do escritório serviam para medir o diâmetro dos elementos verticais dispostos na calçada
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situações levantadas no dia do levantamento
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pa r ên tes es i s :
estudos das esquinas x observação de espaços residuais Como já mencionado nos dossiês, o desenvolvimento das três primeiras Experiências possibilitou
detectar aspectos peculiares sobre a disposição espacial da Rua 25 de Março, além das relações sociais e negociações estabelecidas na calçada, notou-se a existência de um espaço residual nas calçadas
da Rua 25 de Março. Tal constatação decorre da implantação – quase que aleatória - de elementos
verticais ou postes que, por assumirem diferentes funções como iluminação, sinalização ou lixeira, são posicionados a pouco menos de 2 metros de distância do outro, produzindo um lugar inutilizando, em
que os ambulantes não ocupam, onde não há nenhuma propaganda de loja, sendo até evitado no circuito - parentesis essencial -
comum dos transeuntes. O único uso detectado em alguns destes espaços é de pontos de lixo viciado, onde constantemente é colocado sacos de lixo, mesmo nos dias fora da coleta.
Além disso observou-se que este tipo de implantação de elementos verticais ocorre em outras partes da
cidade, alguns ainda se somam com o posicionamento de canteiros e árvores, produzindo espaços ainda mais peculiares. É também perceptível a apropriação destes locais tanto por quem se posiciona entre
eles, tanto os que incorporam outros dispositivos que produzem funções diferentes ao próprio objeto
vertical, quanto para a calçada. Tal observação levou a uma pequena coleção denominada “observação dos elementos verticais de rua” que será apresentada nas páginas seguintes.
A percepção destas apropriações pela cidade e a constatação destes espaço inutilizados na Rua 25 de Março, fecharam o bloco das Experiências dentro da Busca do Suporte-Território. Novas questões
foram levantadas: como então revelar estes lugares livres encontrados? Destacando-os visualmente ou por ocupa-los propondo situações que despertam outras maneiras de perceber, usar e compartilhar a Rua 25 de março?
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ão uiç tit ns a d a c o eir lad
- parentesis essencial -
2 1 3
esquina i
esquina ii rua
25
de março
levantamento dos elementos verticais e de seus os espaços residuais nas esquinas da ladeira da constituição com a rua 25 de março
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“Como Rosalind Krauss e Yve-Alain Bois apontaram em seu ensaio “Formless” (Zone Books - 1997, página 226): (os espaços) “não seriam vistos”, não porque eram inacessíveis (embora isso fosse verdade em alguns casos), mas porque eles não tinham nenhum valor de uso e apenas um valor de - parentesis essencial -
troca puramente nominal: são falsos commodities, falsas propriedades imobiliárias.” tradução livre de trecho retirado do texto Gordon Matta-Clark’s “Reality Properties: Fake Estates”1973 disponível em <http://socks-studio.com/2014/10/22/gordon-matta-clarks-reality-properties-fake-estates-1973/> acesso 05 maio 2017
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DOS
SQUINAS
POSSIBI LIDA DE
. 23 de agosto de 1991
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ós a sua instalação a anescente da calçada no eja inferior a 1,50m para de pedestres.
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Art. 27 - após a sua instalação a largura remanescente da calçada no local, não seja inferior a 1,50m para a circulação de pedestres.
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pedestres
AD
STIT
Áreas de interesse TO
UIÇ
ÃO
espaços residuais postes
ARÇO
AC ON
MEN
5 DE M
contextualização dos espaços residuais levantados
Áreas de interesse
pedestres
espaços residuais postes
Fluxo principal de pedestres
Áreas de interesse
RUA 2
5 DE M
ARÇO
Fluxo principal de
RUA 2
EIR
S
IC Fluxo principal de IO
Ponto de Policiais
LAD
DE
RE
Ponto Camelôs
Ponto de Policiais
IO
AD
STIT
Art. 27 - após a sua instalação a largura remanescente da calçada no local, não seja inferior a 1,50m para a circulação de pedestres.
ÃO
POSSIBI LIDA DE
LEI 11.039 . 23 de agosto de 1991
Ponto Camelôs
residuais postes
UIÇ
DE
interesse
AC ON
STIT
ESTUDOS ESQUINAS
- parentesis essencial -
Art. 27 - após a sua instalação a largura remanescente da calçada no local, não seja inferior a 1,50m para a circulação de pedestres.
espaços residuais postes
133
- parentesis essencial -
BAR
quiosque
espelhado
telefonico
curvilínea
poda
barras
ascensor
porta-lixo
- observação de elementos 134
cabos
pacto
rede
poleiro
especializado
entrada
- parentesis essencial -
vigia
cercado
verticais de rua 135
- parentesis essencial -
floral
impérios
ponto
heitor
diagonal
conjugado
em manutenção
espera
“floraissance”
- observação de elementos 136
quadruplos
ruabardi
pedestres
exposição
semidentificação
25 05am
- parentesis essencial -
25
orquidário jardins
verticais de rua 137
138
DETALHE CONSTRUÍDO
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
P R OJ E TO
139
140
D E T A L H E CO N S T R U Ă? D O P R OJ E TO
maquete especulando maneiras de revelar o lugar livre nas calçadas
141
142
D E T A L H E CO N S T R U Ă? D O P R OJ E TO
maquete especulando maneiras de revelar o lugar livre nas calçadas
143
144
D E T A L H E CO N S T R U Ă? D O P R OJ E TO
maquete especulando maneiras de revelar o lugar livre nas calçadas
145
45O BATALHÃO DA POLÍCIA MILITAR
RUA
25
DADOR
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RUA NIAZ I CHOHFI
R Q UEIR ADO SEN IDA
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DETALHE CONSTRUÍDO
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146
E AV A A R NG EL PE
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PARQUE DON PEDRO II
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TERMINAL
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D E T A L H E CO N S T R U Í D O
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PRAÇA FERNANDO COSTA
PRAÇA RAGUEB CHOHFI
LA
5 A2
N
LARGO SÃO BENTO
0 10
50
100
250m
P R OJ E TO 147
04 r ev ela - s e u m lu g a r junho
2017
| DETALHE CONSTRUÍDO | Duas estruturas de metalon, idênticas. Uma acoplada a um poste sem uso e outra acoplada a um poste com indicação do nome da rua. Ambas ocupando 1,60 da área da calçada, ou 11 metros
quadrados quando pivotam no eixo de seus respectivos elementos verticais de sustentação. Rodam para acompanhar a fluidez do movimento da calçada, os fluxos das pessoas, possuindo um freio se
for necessário firmá-las numa posição específica. A estrutura também conta com uma superfície lisa
editável, que pode ser colocada na posição horizontal ou vertical. Para tal operação sugere-se que seja realizada com a ajuda de duas pessoas, ou então com alguém com braços bem compridos. Um detalhe sobre um calçada movimentada. O Detalhe Construído será apresentado em dois momentos: o primeiro , denominado Projeto,
demonstra o desenvolvimento da ideia a partir de croquis até os desenhos para a execução e realização com a parceria de Edimilson Fernandes –serralheiro que tanto nos ensinou ao contribuir com este
projeto. O segundo momento, denominando Pós, apresenta o registro do Detalhe Construído instalado e operante em seu espaço, desde o dia em que foi inaugurado até as últimas notícias que se teve dele.
h ttp s :// cf ern a n d es b a . wi x s i te . c o m / p er a mbu la c o es / d eta lh e - co n s tru id o
148
LAD
EIR
AD
AC ON
STI
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IÇÃ
RUA 2
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
5 DE M
ARÇO
O
diagrama especulativo sobre o efeito da rotação da estrutura em relação aos fluxos existentes
P R OJ E TO 149
croquis de estudo sobre a maneira de revelar o territรณrio livre entre os fluxos
150
D E T A L H E CO N S T R U Ă? D O P R OJ E TO
croquis de estudo para estrutura a ser instalada no territĂłrio livre
151
croquis especulando o funcionamento da possĂvel estrutura
152
D E T A L H E CO N S T R U Ă? D O P R OJ E TO
croquis especulando o funcionamento da possĂvel estrutura
153
1,86m
1,87m
1,72m
Ø 2" 0,09m
0,50m
3X3
1,73m
TIPOLOGIA
B
planta e vista
primeiras versões do projeto com um programa de mostruário
154
SISTEMA DE GONZODOBRADIÇA TIPO "GONZO" A SER ESPECIFICADO
CABO DE AÇO PRESO POR PRESILHAS TIPO "CASTANHA"
DETALHE MANGOTE
POSTE EXISTENTE
Ø 14,5cm
TIPOLOGIA A
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
B
pivotante 95o
P R OJ E TO
TIPOLOGIA
155
implantação do projeto final
156
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
P R OJ E TO
157
ESTRUTURA TIPO A
projeto final : esquema do giro da superfície horizontal
FOLHA 01
ESTRUTURA TIPO A
0.30m
ESTRUTURAÇÃO POR BARRAS DE METALON DE 40X40 COM PAREDE DE 2MM
projeto final : sistema de montagem da estrutura . foram necessárias 5 barras de metalon para a construção de 2 estruturas FOLHA 02
158
ESTRUTURA TIPO A - VISTA
1,90m
1,56m
0,50m
FOLHA 04
0,10m
0,50m
VISTA F05
FOLHA 03
ESTRUTURA TIPO A - PLANTA
1,56m
0,60m
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
MECANISMO PARA GIRO DA SUPERFÍCIE
P R OJ E TO
RODIZIOS GIRATÓRIOS DE 3"
projeto final : dimensões gerais em vista e planta 0,50m FOLHA 05
159
ESTRUTURA TIPO A - VISTA GERAL
POSTE EXISTENTE
Ã&#x2DC; 6,5cm
projeto final : sistema pivotante no poste
160
FOLHA 06
PERFIL DA SUPERFÍCIE RETRÁTIL
PERFIL DA ESTRUTURA PRINCIPAL
projeto final : detalhe sistema de trava para a superfície retrátil
PERFIL DA ESTRUTURA PRINCIPAL
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
BRAÇADEIRA FEITA COM AS SOBRAS DO MATERIAL
P R OJ E TO
projeto final : detalhe abraçadeira
161
+ Edimilson Fernandes R.
162
das
O r q u Ă d e a s - J a r d i m M y r n a , S ĂŁ o P a u l o - SP
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
POS
163
+ Edimilson Fernandes R.
164
das
O r q u Ă d e a s - J a r d i m M y r n a , S ĂŁ o P a u l o - SP
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
POS
165
+ Edimilson Fernandes R.
166
das
O r q u Ă d e a s - J a r d i m M y r n a , S ĂŁ o P a u l o - SP
D E T A L H E CO N S T R U Ă? D O
a caminho da
Rua General Jardim 65 POS 167
R . G e n e r a l J a r d i m , 6 5 - R e b ú b l i c a , S ã o P a u l o - SP
168
D E T A L H E CO N S T R U ร D O
Marรงo
de
Rua 25
a caminho da
POS
169
22.06.2017 . 05:36 R. 25
170
de
am
M a r ç o - S é , S ã o P a u l o - SP
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
P R OJ E TO
171
172
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
P R OJ E TO
173
174
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
P R OJ E TO
175
“ Num exame das práticas do dia a dia que articulam essa experiência, a oposição entre ‘lugar’ e ‘espaço’ há de remeter sobretudo, nos relatos, a duas espécies de determinações: uma, por objetos que seriam no fim das contas reduzíveis ao estar-aí de um morto, lei de um “lugar” ( da pedra ao cadáver, um corpo inerte parece sempre, no Ocidente, fundar um lugar e dele fazer a figura de um túmulo); a outra, por operações que, atribuídas a uma pedra, a uma árvore ou a um ser humano, especificam “espaços” pelas ações de sujeitos históricos (parece que um movimento sempre condiciona a produção de um espaço e o associa a uma história)...
176
... Entre essas duas determinações, existem passagens, como o assassinato ( ou a transformação em paisagem) dos heróis transgressores de fronteiras e que, culpados de terem atentado contra a lei do lugar, restauramno por seu túmulo; ou então, ao contrário, o despertar dos objetos inertes ( uma mesa, uma floresta, uma personagem do ambiente) que, saindo de sua estabilidade, mudam o lugar onde D E T A L H E CO N S T R U Í D O
jaziam na estranheza do seu próprio espaço” (CERTAU, 1994, p.185)
POS 177
178
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
POS
179
fotos : bรกrbara fernandes
180
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
POS
181
fotos : bรกrbara fernandes
182
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
POS
183
foto : isadora de barros
184
D E T A L H E CO N S T R U Ă? D O
POS
foto : marina coccaro
185
foto : marina coccaro
186
D E T A L H E CO N S T R U Ă? D O
POS
foto : rogerio macedo
187
fotos : isadora de barros
188
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
POS
189
fotos : isadora de barros
190
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
POS
191
fotos : rogerio macedo
192
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
POS
193
fotos : rogerio macedo
194
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
POS
195
foto : bรกrbara fernandes
196
D E T A L H E CO N S T R U Ă? D O
POS
foto : isadora de barros
197
fotos : bรกrbara fernandes
198
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
POS
199
Barraca
do beijo
Legalzinho Gostoso Rolezinho Mostruário Boa
ideia
Precisando Paradinha Praça Deus Abençoe Virou Agora
200
vocês pessoal
point, traz as breja ninguém tira isso daqui!
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
POS
201
202
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
POS
203
204
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
POS
205
206
D E T A L H E CO N S T R U Í D O
POS
207
considerações Sem buscar verdades e nas dimensões de espaço e tempo de uma atividade de conclusão de graduação,
este trabalho estimulou ensaios, explorando maneiras de agir, a partir da leitura de uma parte da cidade e paralelamente imaginando suas possibilidades, seus projetos, mas principalmente refletindo sobre o processo da realização prática da arquitetura no espaço urbano de uma cidade como São Paulo.
Uma pesquisa que foi se pontuando dentro da própria narrativa que concebeu mas que, paralelamente, ampliou a compreensão sobre o sistema formal e informal do funcionamento do espaço urbano e do fazer arquitetônico não somente nos exercícios que este trabalho realizou, como nas outras práticas profissionais e vivências que a autora teve durante o processo deste trabalho.
O exercício da Paisagem Perambulante teve, desde seu início, a intensão de explorar, a partir do
ferramental da arquitetura, maneiras de descrever e realizar leituras de lugares da cidade em que as
atividades que ocorrem sobre seu território praticamente independem do desenho do espaço urbano mas que, notavelmente, o modificam e dão sua identidade e, muitas vezes, a vocação do lugar. Assim a Rua 25 de Março revelou-se como local pertinente para realizar tal estudo.
Realizar tal exercício a partir das caminhadas foi o que, notavelmente, influenciou a maneira de
desenvolver a narrativa desta parte trabalho, colocando as “perambulações” como um dos elementos fundamentais para a leitura da Rua 25 de Março: vagando entre o andar constante na multidão, nas
relações comerciais, na mudança frequente dos estabelecimentos, das mercadorias e pessoas, o que certamente estimula, num primeiro olhar, a percepção da 25 como um lugar sobrecarregado.
Tal aspecto denso da paisagem e a velocidade de sua alteração é o que justamente estimulou os
exercícios de descrição e compreensão sobre as relações espaciais desta rua levantando, a partir
da própria experiência no lugar, aspectos sociais, econômicos e políticos que também desenham o
espaço da Rua 25 de Março. Assim a Paisagem Perambulante abriu um panorama de leitura analítica,
estruturada num site, se apropriando do atos de “zoom-in e zoom out” para demonstrar as mudanças de escala de compressão da rua, bem como do uso dos links que acionam outras fontes que cruzavam com
a narrativa que esta parte do trabalho criou. Assim estabeleceu-se um diálogo com notícias de jornal de diversas datas, mapas históricos da cidade, leis que incidem no território, estatísticas e outros paralelos como na descrição poética que Perec produz dentro de um livro transitando em suas “Espécies de
Espaços” até nos ensaios de Besse, que anunciavam na atividade realizada na Paisagem Perambulante uma possível “ParteII”:
208
“A invenção revela o que já estava aí, ela revela e desvenda um novo plano de realidade. Mas não teríamos visto essa realidade se não tivesse sido desenhada e pensada. (...) Porque se a invenção é descritiva, simetricamente a descrição é inventiva. A descrição é a atenção escrupulosa nos sinais daquilo que está na nossa frente e, mais ainda, ela se esforça em tecer ligações entre esses sinais e a captar neles como uma forma, ou pelo menos o esboço de uma espécie de acabamentos das coisas” (BESSE, 2014, p.62)
Os resultados e a leitura realizada na Paisagem Perambulante foram etapas que possibilitaram
reconhecer aspectos sobre a Rua 25 de Março que despertaram a possibilidade para o desdobramento
da segunda parte do trabalho. Se por um lado e, como já mencionado o desenvolvimento da descrição da Rua 25 de Março já instigava um pensamento de projeto, acionando “invenções” de um plano arquitetônico para a rua, por outro iniciou-se um processo de questionamento observando como
atualmente se insere o conhecimento e a atividade prática da arquitetura no projeto dos espaços urbanos comuns na cidade de São Paulo.
Assim o Projeto das Experiências surge nestas observações, especulando, na prática, a inserção
no espaço urbano de ações propositivas dentro do sistema de funcionamento cotidiano da Rua 25
de Março, tencionando suas possíveis contradições, desde seus sistemas de controle, até mesmo a
percepção da Rua 25 de Março como um ambiente saturado e extremamente ocupado, buscando os
gatilhos ou as maneiras que os usuários da Rua 25 de Março se percebem envolvidos – ou não - com tal espaço, ainda que dentro de uma configuração de “mercado a céu aberto”.
co n s i d e r a ç õ e s
É sabido que, de certa maneira, o ato das incursões propostas pelas Experiências desenvolveu uma leitura particular dentro de um recorte do espaço-tempo na Rua 25 de Março e ainda, neste mesmo
sistema, a configuração dos componentes que compuseram o escritório 25ARQTX certamente agiu
como outro fator para a série de reações que ocorreram em função da realização de cada Experiência.
Porém estas mesmas particularidades foram o que contextualizaram a possibilidade de ouvir e revelar narrativas sobre a Rua 25 de Março. Se articulando com as manifestações, percepções pessoais e
demandas dos usuários sobre o local, travando de fato um diálogo sobre o espaço comum nas calçadas
de uso comercial da Rua 25 de Março, o que, enfim, alimentou a materialização do Detalhe Construído e gerou sua demanda e a reponsabilidade por parte dos cinco integrantes do 25ARQTX de faze-lo existir.
209
O desenho do Detalhe Construído partiu da observação de um lugar em desuso – a vaga - gerado pela própria disposição da infraestrutura local, os postes, criando um dispositivo que ocupava tais espaços residuais se apropriando das próprias infraestruturas que o produzem, desenhando uma estrutura que revela e ao mesmo tempo que convida os usuários da rua a se apropriarem do espaço da Rua 25 de Março para além da velocidade e das relações comerciais existentes.
Dessa maneira o Detalhe Construído se concebeu dentro do funcionamento da Rua 25 de Março e, de fato, contextualizou um lugar para a realização de outros usos sobre a rua. Após sua instalação observou-se que seu sistema de rotação pivotante por entre os fluxos dos pedestres raramente foi
acionado por parte dos usuários, estando normalmente disposto de frente para a rua. Observou-se ainda que o sistema de recolhimento da superfície horizontal também não foi acionado, estando permanentemente mantido na posição horizontal.
Já a conquista de espaço que o Detalhe Construído realizou vai além das compreensões e expectativas que este trabalho se propôs inicialmente, está em quem o tornou barraca do beijo, uma praça, uma
cama, um point de sentar e conversar com os amigos ou em quem o utiliza como um local de leitura
no intervalo do trabalho. Está em quem acionou o vigia da noite para tomar conta, e o próprio vigia da noite que hoje descansa nele por alguns minutos, está em Evandro Wirlly (ambulante que trabalha na rua) que semanalmente envia as últimas atualizações sobre o estado da estrutura na rua.
Assim a vaga também esteve nesse trabalho como a chance, é o lugar onde foi possível explorar e
experimentar uma ampliação sobre as maneiras de leitura e o olhar sobre o espaço urbano, buscando
em seus “espaços de transição” maneiras de desenvolver e tornar possível a construção de projetos que estimulam o envolvimento proativo das pessoas com o lugar, mesmo em ações na escala do Detalhe Construído.
Este trabalho também demonstrou a necessidade de se aproximar do sistema de leis e regras que
incidem sobre o espaço urbano como também do reconhecimento da existência de suas brechas e
daqueles que se utilizam dessas para o desenvolvendo outras formas de atuação sobre a cidade. Ao se
colocarem de frente com o contexto espacial da Rua 25 de Março as Experiências também tencionaram o funcionamento destas regras sobre o espaço da rua, criando uma narrativa a espera do acaso, tornando-o um programa fundamental para o desenvolvimento do projeto.
210
Assumir o acaso como parte da produção deste projeto foi o que trouxe inúmeras contribuições, muitas vezes inesperadas, e que provocavam constantes releituras e amadurecimento das propostas e do
projeto em questão. O mesmo ocorreu ao optar por compartilhar este trabalho dentro da estrutura do
Estúdio Vertical, que paralelamente demandou uma organização por parte da autora deste trabalho para estruturar a produção do grupo dentro das referencias e leituras realizadas, ao mesmo tempo deixando
o processo do trabalho aberto para o debate e contestações dos outros membros do grupo. Descobriu-se que assumir o acaso como uma condicionante de projeto é o que o torna um exercício mais próximo da realidade, demonstrando que é parte da atividade da arquitetura a constante relação de negociações e parcerias.
Por fim, este trabalho, dentro de sua escala, produziu ensaios e desenvolvimentos extremamente
significativos. Talvez o Detalhe Construído tenha materializado boa parte deles, que gerou efeitos
não somente para a autora deste trabalho e seus colegas de grupo, como para as pessoas envolvidas
no espaço das esquinas entre a Ladeira da Constituição e a Rua 25 de Março e este fato é o que torna seus resultados ainda mais valiosos. O trabalho também proporcionou um momento de constante
amadurecimento que com certeza despertará outras reflexões com o passar do tempo, não só para a autora desta publicação quanto pelas outras pessoas que participaram deste trabalho e que também podem relata-lo sobre outras perspectivas.
co n s i d e r a ç õ e s 211
QUARTA-FEIRA
QUARTA-FEIRA
212
últimas mensagens de evandro wirlly antes do fechamento desta publicação
213
referências publicações e dissertações consultadas:
ATELIER BOW-WOW; DÍAZ, Francisco; DE FERRARI, Felipe; GRASS, Diego. Atelier Bow-Wow | Comunalidad Arquitectónica: Una Introduccíon. Santiago: Ediciones ARQ, 2015. BESSE, Jean-Marc. O Gosto do Mundo - Exercícios de Paisagem. Rio de Janeiro: Editora Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2014 BOGÉA, Marta Vieira. Cidade Errante: Arquitetura em movimento. 2006. 250p. Dissertação (Doutorado em Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo. CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994 MANOLOPOULOU,Yeoryia. The Practice of Chance. In: Productive Uncertainty - Indeterminacy in Spatial Design, Planning and Management, OASE, (85). Bélgica: NAi Publishers, 2011. p 44-56 MESSU, Dimitri. Two or Three Things I know about Her… In: Productive Uncertainty - Indeterminacy in Spatial Design, Planning and Management, OASE, (85). Bélgica: NAi Publishers, 2011. p 111-120 OLIVEIRA, Lineu Fraancisco de Oliveira. Desenvolvimento da Regionalidade na Área da Rua 25 de Março. 2009. 116p. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Municipal de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul. PEREC, Georges. Species of Spaces and Other Pieces. 1974. Disponível em <https://monoskop.org/ images/b/b0/Perec_Georges_Species_of_Spaces_and_Other_Pieces.pdf>. Acesso em 12 out. 2016.
214
SCHNEIDER, Tatjana; TILL, Jeremy. Beyond Discourse: Notes On Spatial Agency. In: Spring 2009 | Agency in Architecture: Reframing Criticality in Theory and Practice, Footprint Delft Architecture Theory Journal (4), 2009. Disponível em : < http://footprint.tudelft.nl/index.php/footprint/article/ view/702> Acesso em 08 ago. 2016. PERROTTA-BOSCH, Francesco. A arquitetura dos intervalos. 2013. Disponível em < http://www. revistaserrote.com.br/2013/12/a-arquitetura-dos-intervalos-por-francesco-perrotta-bosch/>. Acesso em 14 de junho 2017 sites consultados:
SCHNEIDER, Tatjana; TILL, Jeremy, AWAN, Nishat. Spatial Agency. Disponível em < www. spatialagency.net > HIRATA, Gisele. 25 de Março: saiba o que encontrar no centro de compras mais movimentado de SP. Disponível em < http://www1.folha.uol.com.br/especial/2017/descubra-sao-paulo/2017/04/187378125-de-marco-saiba-o-que-encontrar-no-centro-de-compras-mais-movimentado-da-cidade.shtml > Acesso em 06 jun. 2017. GIOVANELLI, Carolina; ZACCARO, Nathalia; FREITAS, Alessandra. Selecionamos as melhores novidades da Rua 25 de Março. Disponível em < http://vejasp.abril.com.br/consumo/novidades-rua-25de-marco-comercio/ > Acesso em 06 jun. 2017. MOREIRA, Daniela. Conheça a história de cinco das lojas mais tradicionais da 25 de Março e dos empreendedores que as criaram. Disponível em < http://exame.abril.com.br/pme/a-historia-da-25-demarco-em-5-lojas/ > Acesso em 06 jun. 2017. REFERÊNCIAS 215
V
A
G
A