CENTRO CON VIDA proposta de desenvolvimento local sustentรกvel para o Centro da cidade de Fortaleza - CE
Trabalho Final de Graduação
Orientador: Marcondes Araújo Lima Universidade Federal do Ceará Curso de Arquitetura e Urbanismo
CENTRO CON VIDA Proposta de desenvolvimento local sustentável para o Centro da cidade de Fortaleza - CE
Bárbara Lins e Nascimento
sob orientação do Prof. Doutor Marcondes Araújo Lima
Fortaleza Fevereiro de 2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca do Curso de Arquitetura
N193c Nascimento, Bárbara Lins e. Centro Convida: proposta de desenvolvimento local sustentável para o centro da cidade de Fortaleza – CE / Bárbara Lins e Nascimento. – 2016. 252p. : il. Color. TCC (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Curso de Arquitetura e Urbanismo, Fortaleza, 2016. Orientação: Prof. Dr. Marcondes Araújo Lima. 1. Planejamento urbano – Projetos e Plantas- Fortaleza, CE. 2. Urbanismo sustentável – Fortaleza, Ce. 3. Desenvolvimento local – Fortaleza. I. Título.
CDD 711.42
Bárbara Lins e Nascimento
CENTRO CONVIDA Proposta de desenvolvimento local sustentável para o Centro da cidade de Fortaleza - CE
Banca Examinadora:
Prof. Doutor Marcondes Araújo Lima Universidade Federal do Ceará
Prof. Eugênio Moreira Universidade Federal do Ceará
Arquiteto Mario Antonio da Silva Guerra Roque Universidade de Fortaleza
Fortaleza Fevereiro de 2016
As ruas já não conduzem apenas a lugares, elas mesmas são lugares. John Brinckerhoff Jackson
Agradecimentos
Agradeço imensamente a todos os professores que cruzaram meu caminho e ajudaram, de maneira direta ou indireta, no meu desenvolvimento. Ao professor Marcondes, um agradecimento especial. Não apenas por ter se disposto a ajudar ao longo deste trabalho final de graduação, mas, principalmente, por ser o responsável, dentro do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC, por tirar os alunos da “caixinha”, por nos fazer pensar diferente, por permitir e valorizar nossos devaneios. Obrigada por todas as conversas formais e informais e pela parceria criada. Que venham muitas outras! Aos meus pais, a quem devo tudo que sou e tudo que conquistei. Os meus maiores apoios e meus melhores incentivos. Sem vocês, obviamente, não seria quem sou hoje e sou profundamente grata pela minha criação “não convencional”. Sempre tive a certeza de que, dentro de casa, mais do que pais que cobram e dão amor, eu tinha amigos com os quais poderia e posso contar para toda e qualquer aventura. Amo vocês imensamente e dedico este trabalho a vocês, por todos os esforços e sacrifícios feitos para que eu pudesse chegar aqui. Patrícia, Felipe e Artur, obrigada por estarem presentes e me ajudarem desde sempre. Apesar de termos ficado um bom tempo distante (geograficamente falando), sempre fomos muito próximos e meu amor por vocês é infinito, meus irmãos. Hermes, obrigada por esses 18 anos de convivência diária e intensa. Você é meu xodó e sabe muito bem disso. Amo você e estarei sempre por perto. Obrigada por todo o amor, carinho, parcerias, troca de olhares, desabafos, segredos, conselhos, ajudas, pelas piadas, brincadeiras,
implicâncias, carinhos e toda cumplicidade. Você é um dos motivos para que eu procure ser alguém melhor. Uriel, João e Davi, meus pequeninos que já estão deixando de ser. Obrigada por me conectarem com essa fase tão maravilhosa da infância e da adolescência. Vocês tem espaço cativo no meu coração. Jéssica, minha irmã da vida, não tenho palavras pra te agradecer. Além de um muito obrigada pela ajuda essencial na elaboração deste trabalho, você sabe que ocupa, na minha vida, um lugar muito importante. Obrigada por termos dividido e compartilhado tantas experiências maravilhosas juntas no nosso ano de independência. Ainda sinto falta de poder dar dez passos e bater na sua porta pra papear sobre besteiras enquanto fazíamos o almoço. Que continuemos a criar mais e mais memórias por essa vida maravilhosa. Agradeço imensamente ao meu namorado Gilberto, por ter me apoiado, me aturado, revisado meus textos, por acreditar que daria certo mesmo quando eu não tinha tanta certeza assim e, principalmente, por todo o companheirismo, amor e carinho que compartilhamos. Ao Minas, não só por ter me ajudado na elaboração deste trabalho, mas por termos vivenciado diversos momentos maravilhosos, sempre com seu jeito mineirin tão doce e calmo de ser. Que nossa amizade perdure por muitos e muitos anos. Ao Pedroca, o paulistano mais tranquilão que conheço, também por ter ajudado na realização deste trabalho e por termos construído uma amizade massa. As mais do que lindas e queridas Yuka e Clari por dedicarem um pouco do precioso tempo que tinham para me ajudar na elaboração deste trabalho. Aos amigos maravilhosos, que, mesmo de longe, estão torcendo pelo meu sucesso e me apoiando sempre: Camilla, Maria, Tálisson, Pedro e Suzi. Vocês são lindos e eu amo cada um de vocês. Agradeço, também, à minha turma de 2009.2 como um todo, por termos iniciado esse ciclo juntos e um obrigada especial para as lindas e amadas amigarquis. Yuka, Ariane, Nay, Lu e Camis vocês fizeram parte de todos esses anos de faculdade e foi tudo maravilhoso. Que assim seja, também, na vida profissional! Para finalizar, gostaria de agradecer aos profissionais com os quais tive o prazer de trabalhar. Vocês contribuíram muito para meu aprendizado e serei sempre grata.
01
02
03
04
05
06
Sumário Apresentação 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5
Introdução Tema Justificativa Objetivos Metodologia e Estruturação
15 19 23 27 29
2.1 2.2 2.3 2.4
O ser humano, o caminhar urbano e sua evolução A figura do flâneur A promenade como tipologia Para onde caminham as cidades
33 41 45 51
3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8 3.9
Contextualização Breve histórico da área delimitada Enquadramento legal Aspectos ambientais Aspectos urbanos Infraestrutura Aspectos demográficos e socioeconômicos Circulação Referencial projetual
59 65 71 79 83 89 97 103 109
4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7
Aproximação territorial Conceito Diretrizes e recomendações gerais do Plano Setorização Diretrizes e recomendações específicas Sistema viário e transportes Percursos temáticos
115 119 123 137 141 183 195
Referencial Teórico
Estudo Territorial
Memorial Descritivo
Projeto 5.1 Apresentação e Pranchas
199
Considerações Finais e Referências Bibliográficas 6.1 6.2 6.3 6.4 6.5 6.6 6.7 6.8
Conclusão Bibliografia Anexos Lista de Imagens Lista de Mapas Lista de Gráficos Lista de Tabelas Lista de Pranchas
229 232 236 248 250 252 252 252
Capítulo 01
Eu só saí para uma caminhada e, finalmente, resolvi ficar fora até o pôr do sol, pois ao sair, eu encontrei o que realmente estava acontecendo dentro de mim. John Muir 14
Apresentação
1.1 Introdução Inconscientemente, este trabalho teve seu início há cerca de nove anos, quando tive a oportunidade de morar sozinha em outra cidade e, então, precisei caminhar para me locomover, o que despertou, em mim, uma paixão enorme, que só pôde ser inteiramente compreendida após alguns semestres do curso de arquitetura e urbanismo, já de volta à Fortaleza. Caminhar sem rumo, passear ou até mesmo ter um rumo, mas se permitir errar, optar por caminhos curiosos que te levem a novas descobertas, conhecer melhor a cidade que te rodeia, identificar elementos únicos, criar laços, ver pessoas, coisas, acontecimentos, rir, se emocionar, pensar em algo ou alguém, comer, sentar, descansar, se divertir e, principalmente, não ver o tempo passar. Fortaleza é uma cidade difícil para quem caminha, não oferece um cenário confortável, atrativo e adequado para tal ato. Apesar de possuir um calçadão ao longo da avenida Beira Mar, o mesmo não atende as demandas do dia a dia, sendo apenas uma opção de lazer que, atualmente, encontrase subdimensionada, devido ao crescimento populacional e ao intenso uso do local. O espaço urbano influencia diretamente na forma como as pessoas se apropriam do mesmo. Não é suficiente um chão e duas pernas para caminhar e viver tudo o que intensifica esse ato. É preciso mais, é preciso infraestrutura, movimento, diversidade, é preciso ter o que fazer, o que ver, é preciso ter sombra, paradas estratégicas, iluminação, segurança e outros elementos que contribuam para o caminhar despreocupado e curioso. Mesmo com todas as dificuldades, com a péssima infraestrutura, 15
com a falta de equipamentos urbanos, com a convivência perigosa com os veículos automotores, cada vez mais agressivos e em maior quantidade, com o sol torrencial e com a falta de segurança, existem bairros em Fortaleza em que o caminhar ainda tem destaque e o principal deles é o Centro da cidade.
introdução
O presente trabalho final de graduação parte desta problemática vivenciada na cidade de Fortaleza como um todo mas, principalmente, na região central, onde o fluxo de pedestres é intenso.
16
1.2 Tema
Num contexto em que possuir um automóvel particular significa status, com estímulos altíssimos para a compra do mesmo, as opções de socialização e lazer encontram-se, em sua grande maioria, privatizadas em shoppings, condomínios fechados, clubes, etc. é de se imaginar que as ruas fiquem, mais e mais, desertas e subutilizadas. Este fenômeno foi vivenciado em diversas cidades do mundo e muitas delas lutaram contra essa tendência, buscando atrair a população de volta para a vida comunitária e para o convívio social. As principais diretrizes tomadas por cidades como Amsterdam e Copenhague, por exemplo, buscavam uma cidade mais humana, com desestímulo ao uso do transporte automotivo particular e a valorização de outros modais de transporte, como bicicletas e o caminhar.
Surge, então, o projeto Centro Convida. Um plano de desenvolvimento local sustentável para o Centro de Fortaleza. Este projeto tem o objetivo de convidar os fortalezenses para o convívio, para uma vida mais humana, harmoniosa, civilizada, segura, saudável e intensa, com infraestruturas adequadas e opções de lazer, cultura, comércio e habitação. O projeto também busca modificar o cenário ambiental do bairro, convidando,
tema
Outro fator importante, além da questão do caminhar urbano, é o relativo abandono dos centros urbanos, que, principalmente nas cidades brasileiras, foram tomados por estabelecimentos comerciais que apenas garantem vitalidade para o bairro nos horários comerciais. Também, nos dias atuais, deve-se buscar reverter essa situação, trazendo habitação e usos institucionais para o local, garantindo maior diversidade e usos variados ao longo do dia.
19
também, a natureza para estar presente neste contexto, aumentando a biodiversidade, a qualidade do ar e de vida. Esta transformação modificará a relação das pessoas com o território, tornando o Centro um bairro com vida, capaz de atrair diversos usos. Dentro desta nova proposta para o bairro, o caminhar deverá ser valorizado e priorizado, permitindo e estimulando percursos mais humanos e agradáveis. Para destacar esse princípio, além de diretrizes aplicáveis de maneira geral, será proposta, neste Trabalho Final de Graduação, uma nova tipologia para a cidade, com a criação de uma Promenade que proporcione uma área caminhável com toda a infraestrutura necessária para os pedestres.
tema
Este projeto trata, ao mesmo tempo, de uma intervenção contemporânea e histórica na cidade de Fortaleza, inserindo uma nova tipologia na mesma e buscando o vislumbre do futuro, como uma cidade mais humanizada e sociável. Todas as medidas tomadas ao longo da realização deste Trabalho buscaram, sempre, respeitar a história, a memória, a continuidade, a ancestralidade, a integridade e a formação do nosso povo, tentando abrir para a população um espaço que proporcione a celebração de todos estes valores.
20
1.3 Justificativa
A escolha do tema deu-se, primeiramente, devido ao meu interesse pessoal no caminhar urbano. Este interesse me acompanhou por muitos anos, antes mesmo da escolha pelo curso de graduação que, posteriormente, me ajudou a compreender melhor esse fascínio e a estudalo de maneira aprofundada. Percebi, então, a necessidade, nas cidades brasileiras, do investimento em projetos humanistas, em escala reduzida, visando o pedestre e não em projetos megalomaníacos que negligenciam esta escala tão importante e que são largamente aplicados nos dias atuais.
A escolha do bairro Centro, na cidade de Fortaleza, deu-se devido à intensa atividade do caminhar urbano que já ocorre no bairro, mesmo em condições precárias. Tive a oportunidade de caminhar no Centro por diversas vezes ao longo dos anos e na grande maioria delas não foi possível ter uma caminhada prazerosa. Diversos fatores fazem com que a sua maior preocupação, como pedestre no Centro de Fortaleza, seja não ser atropelado, não esbarrar em alguém ou não torcer o pé em uma
justificativa
Após ter tido a oportunidade de vivenciar a realidade de diversas cidades, tanto no Brasil, ao longo da vida, como fora dele, durante intercâmbio acadêmico, pude perceber o quão importante é a relação do pedestre com a cidade. Como o dinamismo de uma cidade está diretamente ligado à quantidade de pedestres que nela caminham e se sentem seguros e despreocupados. De tal maneira, passei a me questionar, para além do planejamento urbano, em como o projeto de áreas públicas precisa e deve ser voltado para esse público, precisa e deve possibilitar e atrair novas atividades e novos usos. Não excluo, aqui, a importância do planejamento urbano, que se faz extremamente necessário, mas acredito que planejamento e projeto devam caminhar juntos, objetivando as mesmas metas.
23
justificativa
calçada sem manutenção. Estas características do local acabam tornando o caminhar desagradável, porém, apesar de todas as dificuldades, a fluxo de pedestres na região é imenso quando comparado a outros bairros, mesmo que próximos.
24
1.4 Objetivos
Este Trabalho Final de Graduação tem como objetivo geral aproveitar todas as potencialidades do Centro de Fortaleza para a criação de uma área humanizada e dinâmica que deverá servir de inspiração para possíveis aplicações em outras áreas, obviamente que com adaptações e mudanças, mas seguindo os princípios gerais aqui propostos. Os objetivos específicos pretendem: • Proporcionar, para o bairro, uma nova experiência no que diz respeito à mobilidade urbana, com a priorização do pedestre e do ciclista, o desincentivo ao uso do transporte motorizado particular, o estímulo ao uso do transporte público e a criação de infraestruturas necessárias para atingir estes objetivos. • Criação de uma experiência de Promenade no bairro Centro. Conectando suas principais praças entre si de maneira adequada ao pedestre e prevendo a extensão desta Promenade até conectar-se com a Beira Mar de Fortaleza. • Estimular novos usos e o aproveitamento das edificações subutilizadas do local, proporcionando maior dinamismo e atratividade para o local.
• Desenvolver um plano de desenvolvimento local sustentável, com diretrizes que respeitem e valorizem, sempre, a história do bairro e da cidade de Fortaleza.
objetivos
• Identificar usos conflitantes com a proposta do projeto e removê-los ou reordená-los de acordo com o objetivo de criar uma área humanizada, contínua e caminhável.
27
1.5 Metodologia e Estruturação
Antes de abordar as etapas do desenvolvimento deste Trabalho Final de Graduação, gostaria de evidenciar que um bom projeto de arquitetura ou de urbanismo nunca é feito linearmente, é necessário, ao longo do projeto, voltar para coisas vistas no início e tentar, também, avançar. Devido a esse dinamismo cíclico e complexo que envolve o projeto, para facilitar a compreensão, pode-se dizer que este trabalho foi realizado em três etapas, todas elas acompanhadas de visitas a campo. São elas: Referencial Teórico
Também foi realizado um estudo histórico da tipologia da Promenade, buscando entender seu surgimento, importância e influência no sentimento de pertencimento e de cidadania, além de ser um local de manifestações políticas e de alta visibilidade dentro do contexto das cidades contemporâneas.
metodologia e estruturação
Foi realizada a revisão da literatura que trata da relação do caminhar e do desenvolvimento das cidades. Partindo, primeiramente, do estudo da relação das pessoas com o ato de caminhar ao longo do tempo, destacando as mudanças pelas quais essa relação passou, desde a antiguidade até os dias atuais e o impacto dos movimentos dadaístas, surrealistas e situacionistas na forma de interpretação e entendimento do ato de caminhar. Dentro deste contexto, também foi destacada a figura do flâneur, como um revolucionário do caminhar, um símbolo de resistência, à época, às imposições do período de industrialização europeu.
29
Para finalizar esta etapa, foi realizado um breve estudo de algumas cidades e seus esforços para se tornarem cidades sustentáveis, mais humanas, mais sensíveis, mais dinâmicas, democráticas e agradáveis. Estudo territorial O estudo territorial apresenta uma aproximação com o bairro escolhido para a aplicação de tal projeto, o Centro da cidade de Fortaleza. Este estudo busca embasar tanto a escolha do local, devido a sua situação atual, todas as suas potencialidades e demandas, como, também, dar suporte para todas as decisões a serem tomadas posteriormente. Este estudo analisou o bairro em diversos aspectos, resultando em um estudo dos aspectos históricos, políticos, ambientais, urbanos, das infraestruturas presentes, aspectos demográficos e socioeconômicos e uma análise da circulação do bairro. Projeto: Nesta etapa foram realizadas diversas visitas ao local, estudos de caso e buscas por referências de planejamento e de projeto. Para melhor compreensão do projeto como um todo, optou-se pela divisão entre memorial descritivo e os desenhos representativos das diretrizes concebidas no memorial. O memorial descritivo do projeto tratará de sua conceitualização e trará todas as diretrizes que visam um desenvolvimento local sustentável para o Centro de Fortaleza. Para a realização desta etapa foram realizadas diversas visitas ao local, além da revisão da literatura que aborda a busca pela mudança dos contextos urbanos. Estas diretrizes ficaram divididas em dois grupos, as diretrizes e recomendações gerais, passíveis de aplicação no bairro como todo e as diretrizes e recomendações específicas, destinadas a trechos de intervenção especializados e delimitados. Além das diretrizes, são apresentadas propostas de mudança no sistema viário e de transportes, além da criação de percursos temáticos no Centro da cidade.
metodologia e estruturação
Para finalizar esta primeira etapa, foi feito um breve estudo de caso, apresentando possibilidades reais que influenciaram nas decisões projetuais.
30
Finalizando esta etapa, foram elaboradas pranchas que sintetizam as diretrizes e decisões projetuais para a área de intervenção.
Capítulo 02
Era meu costume passear ao longo do cais quando largava o trabalho ou queria meditar sobre qualquer tema. Os pensamentos ocorriamme com mais facilidade quando passeava, fazia qualquer coisa ou observava pessoas entretidas em ocupações da sua competência. Ernest Hemingway 32
Referencial Teórico
2.1 O ser humano, o caminhar urbano e sua evolução O caminhar está vinculado à sobrevivência do ser humano desde sua origem. O ato de atravessar um lugar vem da necessidade instintiva e natural de mover-se na exploração e em busca de alimento, água ou abrigo, estando tal ato diretamente ligado à própria condição da espécie humana (homo erectus). Porém, a partir do momento que as condições mínimas para a própria sobrevivência são atingidas, os seres humanos passaram a identificar, no espaço, lugares de memória, reconhecimento e pertencimento, antes mesmo da sua sedentarização e da construção de qualquer elemento fixo na paisagem. A mais difundida das teorias sobre o surgimento da arquitetura considera a necessidade da criação de um espaço para se estar dentro como seu início. Este conceito se contrapõe ao do nomadismo, que se baseia no espaço do ir. Porém, ao analisar esta relação entre arquitetura e nomadismo mais de perto, abre-se uma porta para uma segunda teoria que considera que a relação entre arquitetura e nomadismo não se trata de uma relação de oposição, mas que há uma forte ligação entre elas devido às noções de percurso e de lugar, desenvolvidas pelos povos nômades, que acabaram se tornando as responsáveis pelo surgimento da necessidade da construção simbólica na paisagem. Por muitos séculos, a forma de intervenção e modificação possível no ambiente era o caminhar que é, ao mesmo tempo, perceptivo e criativo, sendo capaz de mudar a relação do indivíduo com seu entorno, atribuindolhe valores simbólicos, estéticos e práticos, tornando possível a criação do conceito de lugar e de percurso. Desta forma, os ambientes passaram a adquirir significado e vínculo cultural que possibilitaram a definição e a escolha de lugares próprios para, por exemplo, a celebração de crenças, o 33
que levou ao surgimento dos primeiros objetos fixos situados na paisagem, os menires. Além do desenvolvimento do conceito de lugar, o ato do percurso merece destaque por representar, ao mesmo tempo, o ato da travessia, a linha que atravessa o espaço e o relato dessa travessia. Sendo ação, objeto e narrativa em si mesmo, o percurso torna-se extremamente útil para a arquitetura e o desenvolvimento cultural devido ao seu caráter cognitivo e projetual, sendo instrumento básico para uma melhor compreensão de qualquer espaço.
o ser humano, o caminhar urbano e sua evolução
Figura 1. Menir da Meada Fonte: https://faroffplacesblog.wordpress.com/2014/10/ Acessado em junho de 2015 Editada pela autora
34
Desta forma, pode-se dizer que a origem mais primitiva da arquitetura está na mudança da relação entre os indivíduos e os espaços naturais que os cercam por meio da compreensão do mesmo, do surgimento do pertencimento, da modificação direta do ambiente e do saber diferenciar o ambiente natural daquele modificado. O caminhar, mesmo não sendo a construção física de um espaço, implica uma transformação do lugar e dos seus significados. A presença física do homem num espaço não mapeado – e o variar das percepções que daí ele recebe ao atravessá-lo – é uma forma de transformação da paisagem que, embora não deixe sinais tangíveis, modifica culturalmente o significado do espaço e, consequentemente, o espaço em si, transformando-o em lugar. O caminhar cria lugares. (CARERI, 2013, p. 51)
Os percursos e o próprio ato de caminhar ficaram, por muito tempo, ligados aos rituais religiosos e às formas literárias narrativas, transformando-se em percurso sagrado, dança, peregrinações, procissões, entre outros. Pode-se dizer que essa conexão permaneceu como tal até o início do século XX, quando o panorama do caminhar urbano mudou consideravelmente.
Em Zurique, durante a Primeira Guerra Mundial, surgiu o movimento dadaísta, que rapidamente se espalhou por cidades como Paris, Barcelona, Nova York, entre outras e que possuía um conteúdo de extrema anarquia e inversão da lógica vivenciada na época, questionando todos os conceitos e criando o que foi chamado de antiarte. Os reflexos desse movimento no campo do urbanismo foram notórios. Em Paris, por volta de 1920, membros do movimento dadaísta começaram a organizar várias excursões urbanas aos lugares banais da cidade, inciativa que, pela primeira vez, fez com que a arte rejeitasse os lugares célebres e fechados da cidade. As excursões buscavam seguir o fluxo contrário ao do turismo tradicional, que, na época, era baseado em conhecer o interior das edificações importantes, como teatro, operas, museus, entre outros. Procurando, sempre, locais deixados de lado, ao acaso, e que quase passavam despercebidos. Todas as atividades eram bastante divulgadas e bem documentadas, dando origem a “Grande Saison Dada” que consistiu numa série de eventos públicos que contavam com visitas, palestra, festas,
o ser humano, o caminhar urbano e sua evolução
Figura 2. Cartaz de divulgação da primeira visita Dada Fonte: http://www.tate.org.uk/context-comment/ articles/bring-noise Acessado em agosto de 2015
35
Figura 3. Visita a igreja Saint Julien le Pauvre Fonte: http://www.tate.org.uk/context-comment/articles/bring-noise Acessado em agosto de 2015
ópera, plebiscitos, entre outros.
o ser humano, o caminhar urbano e sua evolução
O primeiro ato teve como cenário o que seria o antigo jardim da igreja de Saint Julien le Pauvre, em Paris, na época abandonada e pouco conhecida, cercada por um terreno vazio. Os artistas envolvidos com o movimento estiveram presentes e tinham plena consciência que o simples fato de estar alí, de ocupar o espaço, de fazer uso do mesmo, de ler textos ou interagir com as pessoas, de dar nova dinâmica, mesmo que temporária, sem a necessidade de deixar nenhuma escultura, nenhum mobiliário urbano e nenhum objeto, era suficiente para causar uma modificação no local.
36
Na França de 1924, deu-se a realização de um percurso errático em ambiente natural, saindo de uma cidade em direção a outra, seguindo por aproximadamente 50 km, marcando a passagem do dadaísmo para o surrealismo no que diz respeito ao âmbito urbano. Após essa deambulação, André Breton escreveu o Primeiro Manifesto Surrealista, dando início ao movimento que pregava a arte inconsciente e livre associação de ideias. O espaço apresenta-se como um sujeito ativo e pulsante, um produtor autônomo de afetos e de relações. É um organismo vivente, com um caráter próprio, um interlocutor que tem repentes de humor e que pode ser frequentado para instaurar um intercambio recíproco. (CARERI, 2013, p. 79)
Na sequencia de pensamentos e movimentos, os situacionistas,
Figura 4. Guia psicogeográfico de Paris Fonte: http://imaginarymuseum.org/LPG/Mapsitu1.htm Acessado em agosto de 2015
Os situacionistas começara, então, a desenvolver mapas baseados na interpretação dos locais. Desta forma, eles criaram um mapa de bolso de Paris que convidava o usuário a perder-se pela cidade. Os principais pontos turísticos aparecem em evidência, mas as conexões entre eles são feitas de vazios, os caminhos são sugeridos por uma série de setas que dizem apenas o rumo a ser seguido. Nenhuma rua é colocada sem necessidade, o individuo pode escolher qual percurso realizar de acordo com suas emoções e percepções do ambiente, sabendo apenas o que o atrai do outro lado. Este mapa ficou conhecido como o guia psicogeográfico de Paris (le guide psychogéographique de Paris). Os situacionistas tinham encontrado na deriva psicogeográfica o meio com o qual despir a cidade,
o ser humano, o caminhar urbano e sua evolução
por volta de 1957, começaram a desenvolver a ideia de perder-se no ambiente urbano e não mais no meio natural, como os surrealistas. Pretendendo investigar os efeitos psíquicos que o ambiente urbano pode causar no ser humano, os situacionistas viram a experiência surrealista como um grande desperdício, tentando superá-la dentro do contexto da cidade real. Para os situacionistas, os surrealistas pecaram ao dar muita importância ao subconsciente, o que os levava para uma fuga da realidade, desta maneira, os surrealistas foram considerados incapazes de realizar, na realidade, um estilo diferente de vida. Era preciso agir e não sonhar, diziam os situacionistas.
37
mas também com o qual construir um meio lúdico de reapropriação do território: a cidade é um jogo a ser utilizado para o próprio aprazimento, um espaço para ser vivido coletivamente e onde experimentar comportamentos alternativos, onde perder o tempo útil para tr ansformá-lo em tempo lúdico-construtivo.” (CARERI, 2013, p. 98)
Este conceito de reapropriação do território depende diretamente da relação das pessoas com as ruas, destacando a importância da rua não apenas como um elemento de ligação entre pontos importantes, mas como um lugar em si, com potencialidades e atratividades tão ou mais importantes do que as edificações relevantes de uma cidade, sejam elas históricas, públicas, institucionais, culturais etc.
o ser humano, o caminhar urbano e sua evolução
Muitos dos artistas, de áreas distintas, que buscaram contestar as regras e padrões da arte, acabaram por questionar atitudes e padrões da sociedade, como um todo, o que acabou influenciando diretamente na relação deles com o meio urbano, criando um novo estilo de vida, um meio de escapar. Os reflexos dessas mudanças podem ser vistos nas artes em geral. Na literatura, os romances surrealistas passaram a tratar de lugares que até então tinham sido deixados de lado e que, a partir dessa nova interpretação, acabaram se tornando uma base atrativa para textos turísticos. O turismo do diferente, a busca por itinerários exóticos, pelo conhecimento de uma cidade que poucos conhecem, pela fuga do obvio. As cidades passam, então, a receber turistas que querem ver e conhecer suas ruas e peculiaridades e não apenas seus teatros e operas.
38
2.2 A figura do flâneur
A ideologia do “tempo é dinheiro” tem bastante força nas metrópoles desde o período de industrialização vivenciado por qualquer país, principalmente com o surgimento das linhas de montagem. Durante os séculos XVIII e XIX a Europa viveu um período de forte industrialização, o que acarretou mudanças no cotidiano dos habitantes das cidades. Para se enquadrar nos padrões exigidos pela nova sociedade industrial, era preciso dedicar a maior parte do seu tempo diário ao trabalho, à produtividade, aos negócios ou qualquer outra atividade que objetivasse o lucro. Porém, por volta da década de 1840, surgiu um personagem que parecia estar alheio a essa aceleração no ritmo de vida. Este personagem é um observador da vida urbana que caminha tranquilamente pelas ruas, está em todos os lugares e, ao mesmo tempo, em lugar nenhum, está entre todos, porém sozinho, e apreende cada detalhe sem ser notado, sem se inserir na paisagem, buscando uma nova percepção da cidade. Sendo, portanto, o contraponto do burguês da época, que, como dito anteriormente, dedicava a maior parte do seu tempo aos negócios. Esta figura, que considera a cidade como seu templo, o espaço sagrado de suas perambulações foi denominada “flâneur”. De acordo com o dicionário francês, temos:
2. Perdre son temps.
Flâner: 1. Caminhar sem destino. 2. Perder tempo.
Flânerie: Action de flâner.
Flânerie: Ação do verbo flâner.
Flâneur: Qui flâne.
Flâneur: Quem pratica o verbo flâner.
Dictionnaire de langue française, Larousse 2013
Tradução realizada pela autora
A rua se torna moradia para o flâneur, que, entre as fachadas dos prédios, sente-se em casa tanto quanto o burguês entre suas quatro paredes (BENJAMIN. 1989. p. 35 apud RIBEIRO, Claudia Gonçalves. 2011. p 1088).
a figura do flâneur
Flâner: 1. Se promener sans but.
41
O flâneur é um observador apaixonado e, por que não dizer, viciado no ato de “flanar”. Para ele, a cidade é sedutora e suas ruas constituem o fascínio da multiplicidade e do efêmero, o gosto pelo movimento ondulante da multidão, tendo seu foco naquilo que é transitório na cidade. De certa forma, ele chega a se nutrir desta transitoriedade, sendo capaz de passar dias e dias observando as coisas e o comportamento das pessoas no contexto de uma cidade moderna, que possibilita encontros e desencontros, onde, em um curto período de tempo, muita coisa acontece ao mesmo tempo. O ato de “flanar” depende apenas de três coisas: olhos, pernas e lugar. Porém, este lugar deve oferecer um ambiente propício, pois o flâneur deve andar com segurança e conforto, sem precisar se preocupar com nada, com a mente vazia e os olhos atentos. Poetizar o urbano As ruas e as bobagens do nosso daydream diário se enriquecem Vê-se q elas não são bobagens nem trouvailles sem consequência São o pé calçado pronto para o delirium ambulatorium renovado a cada dia (OITICICA apud JACQUES, 2004)
No Brasil, os primeiros flâneurs surgiram no Rio de Janeiro, no final do século XIX e início do século XX. Nomes como Lima Barreto, Machado de Assis e, principalmente João do Rio são citados como referência desta figura. (Passos, Gouvêa, Tosti, Polito, 2003)
a figura do flâneur
Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem. Flanar é ir por aí, de manhã, de dia, à noite, meter-se nas rodas da populaça,[...]. É vagabundagem? Talvez. Flanar é a distinção de perambular com inteligência. Nada como o inútil para ser artístico. Daí o desocupado flâneur ter sempre na mente dez mil coisas necessárias, imprescindíveis, que podem ficar eternamente adiadas. (RIO, 1952, p. 2-3)
42
Atualmente, caminhadas urbanas são uma arte quase esquecida. Andar costumava ser parte importante, filosófica e artística. Além de fatores como segurança e falta de infraestrutura das nossas cidades para receber esse tipo de atividade, um dos agravantes é que na atual conjuntura da sociedade, grande parte das pessoas não dispõe mais de tempo para sair às ruas, sem destino, apenas observando o que se passa ao redor.
2.3 A promenade como tipologia
Contextualização geral
Figura 5. Paris, jardim do Palais Royal em 1905 Fonte: http://www.cparama.com/forum/paris-jardin-du-palais-royal-t4464.html Acessado em agosto de 2015
As promenades urbanas são locais de encontro, de troca, de socialização informal, do jogo de ver e ser visto. Atualmente, a promenade é um parâmetro importante na avaliação da qualidade de vida dos cidadãos de uma cidade. Por ser palco de um dos grandes lazeres da vida cotidiana, é considerada como um dos espaços mais democráticos da vida urbana. Além de ter se tornado um dos principais atrativos turísticos que uma cidade pode ter, devido aos seus belos e agradáveis passeios, de onde o turista pode ter maior contato com a população, os hábitos, a culinária, o clima e outras características únicas de cada cidade.
a promenade como tipologia
Promenade é uma palavra de origem francesa que pode significar duas coisas, a primeira é o ato de caminhar por prazer e a segunda é o local destinado a esta prática. A história da promenade tem o século XIX como seu período de mudanças mais significativas tanto em sua composição como em sua utilização e importância.
45
Wandern: 1. caminhar, passear, vagar. 2. migrar Wanderung: 1. caminhada, excursão 2. migração Wanderer: 1. viandante, caminhante 2. andarilho Spazieren: passear. spazieren gehen - passear a pé
Promenade 1. action de se promener 2. lieu où l'on se promène. Promener 1. Conduire en divers lieux pour l'agrément, le plaisir, donner de l'exercice. 2. Se promener Aller çà et là pour se distraire, prendre de l'exercice. Promeneur, euse Personne qui se promène (FAURY 2009)
Caminhar: 1. percorrer caminho a pé 2. progredir, avançar Passear: 1. ir em algum lugar a passeio, em visita, geralmente para divertir-se, espairecer
Spaziergang: passeio Spaziergänger: passeante Bummeln: 1. passear, vagar, andar à toa 2. dar uma volta 3. vadiar, fazer hora, vagabundear Bummel: passeio, voltinha, giro Schlendern: 1. passear, andar devagar. 2. vaguear
(KELLER, 2009)
Promenade 1. ação do verbo promener 2. local onde se pratica o verbo promener Promener 1. Se dirigiar a diversos lugares pela aprovação, pelo prazer, fazer exercício. Se promener Ir lá e cá para se distrair, fazer exercício. Promeneur, euse Quem pratica o verbo promener Tradução realizada pela autora
2. percorrer um passeio Vaguear: 1. vagabundear 2. passear ociosamente, vagar, vadiar, borboletear, zanzar, circular 4. renovar-se o ar
a promenade como tipologia
(FERREIRA, 2005)
46
Camminare 1. Spostarsi, andare a piedi da un punto a un altro 2. fig. Andare avanti, procedere, progredire: Circolare Passare da un luogo all'altro, da una persona all'altra; diffondersi Passeggiare Camminare lentamente, per divertimento e distrazione o per esercizio fisico, spesso senza una meta precisa: andare, uscire Andare a Zonzo Girare senza meta, oziosamente www.treccani.it/
Camminare 1. Deslocar-se, andar a pé de um local a outro. 2. fig. andar para frente, proceder, progredir: Circolare Passar de um lugar a outro, de uma pessoa a outra, difundir-se. Passeggiare Caminhar lentamente por divertimento e distração ou por exercício físico, muitas vezes sem um destino claro: andar, sair Andare a Zonzo Andar sem meta, ociosamente Tradução realizada pela autora
É possível comprovar essa importância turística a partir dos guias europeus de turismo do século XIX, onde a descrição das promenades é feita de forma precisa e criteriosa, abordando aspectos estéticos, históricos e práticos. (BECK, 2009) A partir do século XVII, na Europa, percebe-se um aumento das áreas destinadas à promenade dentro do tecido urbano das cidades. Este aumento se deu basicamente por dois motivos: primeiramente, o esforço dos monarcas europeus para oferecer à população de suas capitais novas áreas de promenade, abrindo, mesmo que com restrições, vários jardins de palácios que antes eram reservados para a elite aristocrática, mostrando boa vontade e simpatia de sua parte. Em segundo lugar, havia um discurso médico, que fazia parte das preocupações higienistas, que pregava que a promenade era uma prática que se integra à medicina, pois ela assegura, ao mesmo tempo, movimento, aeração e exercício, além fazer bem para a digestão, para os olhos, o cérebro, etc. (BECK, 2009) Em Paris, apesar de muitos jardins terem sido abertos para a população, foram instituídas regras de utilização dos espaços, que impunham segregações sociais. Esta situação só mudou após a Revolução Francesa, quando a totalidade das promenades urbanas passou a ter acesso livre, permitindo a utilização de todas as classes da sociedade. Esse processo se deu de maneira similar em praticamente todas as grandes cidades europeias e fez com que a promenade agregasse, cada vez mais, aspectos sociais e moralistas.
Pensamentos conflituosos
De acordo com alguns teóricos da promenade, como por exemplo, o filósofo alemão Kalr Gottlob Schelle, os membros das classes populares são inaptos ao tipo de deambulação proporcionada por uma promenade. Seu ultimo escrito em 1802, diz “que um indivíduo que não cultivou seu espirito, não tem esta necessidade, e ficará mal se o fizer.” De acordo com Schelle, para ser tocado pelo charme das promenades e sentir a necessidade intelectual de frequentá-las, é necessário ter certo nível de cultura e uma bagagem intelectual e, portanto, é natural que um simples jornaleiro não possa sentir o prazer agradável de uma promenade. (BECK, 2009)
a promenade como tipologia
Ainda antes da Revolução Francesa, quando as promenades possuíam regras restritas de utilização, os domingos e feriados eram dias em que o acesso às promenades se tornava livre. Ao adentrar o espaço da promenade, que era diariamente frequentado por membros da burguesia, os membros das camadas mais populares procuravam participar da dinâmica social preexistente, buscando vestimentas que se assemelhassem às da burguesia, chegando ao ponto de que não era possível a diferenciação. Esta situação era desesperadora para os burgueses, que passaram a não mais frequentar as promenades nos dias em que as mesmas tivessem acesso livre, evitando o contato e a mistura com o povo.
47
Estes acontecimentos e estudos são compreensíveis quando pensamos no contexto histórico em que estão inseridos. Se nos dias atuais, para muitos membros da alta sociedade a interação entre classes é considerada negativa, não é de se espantar que em 1802 os ânimos tenham ficado bastante alterados com a democratização do espaço. Porém, hoje, é inquestionável que um espaço público de qualidade permite diversas interações diferentes entre pessoas diferentes, sendo essa diversidade um dos principais geradores de identidade do local e pertencimento ao mesmo.
A promenade política No ano de 1831 em Berlim, houve uma proibição geral de fumar em locais públicos. Aos olhos do rei, essa medida foi tomada para valorizar e manter a moral e civilidade. Já para a população, esta medida foi vista como uma intervenção autoritária, símbolo da repressão política que caracterizava os anos anteriores a 1848. Os habitantes de Berlim, então, resolveram fumar para demonstrar a insatisfação e a força do povo, fazendo uso dos espaços públicos para protestar. Essa conquista dos espaços públicos e promenades pelo tabaco e pelos fumantes foi vista como um dos componentes do movimento emancipador, e várias pessoas fumaram incisivamente nas promenades durante a revolução de março de 1848. (BECK, 2009) A promenade é um dos espaços preferidos para a fixação de placas e paneis políticos, para criticar as autoridades, para evocar memórias, para plantar uma árvore simbólica, para ter um marco na cidade, entre outros. Estes usos mostram toda a importância da promenade na vida política e social, podendo adquirir formas contestatórias, um caráter conflitual onde se evidenciam as tensões existentes entre facções sociais, religiosas e politicas opostas.
a promenade como tipologia
Por serem extremamente democráticas, sendo palco do encontro de toda uma sociedade urbana, as promenades estão fortemente susceptíveis a se transformarem em um fórum de demonstrações de convicções políticas, principalmente quando elas são opostas ao regime em vigor.
48
2.4 Para onde caminham as cidades
O aceleramento da vida contemporânea vem ocorrendo devido a uma série de fatores conectados entre si. Com o surgimento do automóvel, o tempo médio dos deslocamentos foi reduzido, o que possibilitou percorrer maiores distâncias. Isso facilitou a expansão da malha urbana das cidades, somado ao crescimento populacional, que demandava novos territórios. A partir desta expansão, as distâncias percorridas pela população só aumentaram, assim como a própria população. Na tentativa de solucionar o problema de termos muitas pessoas precisando realizar inúmeros deslocamentos de média e longa distância todos os dias, foram criadas vias cada vez maiores, que permitiam a passagem de uma quantidade maior de veículos.
Essa malha urbana mais caótica e sem planejamento acabou gerando um desestímulo na apropriação dos espaços públicos pelos habitantes. As pessoas passaram a frequentar com menor intensidade esses espaços, que deixaram de ser agradáveis como eram antigamente, contribuindo para o abandono, sua permanência como espaço não agradável e o posterior aumento da violência. Dentro desse novo contexto urbano muito pouco favorável para a vida comunitária nos lugares públicos, o mercado imobiliário passou a criar novas tipologias para a habitação, o entretenimento, o lazer e as atividades comerciais. Lugares privativos, fechados, climatizados e protegidos, onde as pessoas passam a esquecer que estão inseridas no contexto da cidade e que fazem parte daquele caos. Surgem, então, elementos de uma nova linha de produção arquitetônica e urbana que não mais se comunica com a cidade, são os shoppings, condomínios fechados, bairros residenciais, hipermercados entre outros. Além desses aspectos, vale ressaltar que praticamente todas as grandes cidades brasileiras passaram por um processo de esvaziamento das áreas centrais (ver figura 06 ). Este processo se deu a partir de uma dinâmica econômica mundial, baseada na globalização, que trouxe com ela grandes
para onde caminham as cidades
Após anos de políticas públicas que, em sua maioria, privilegiam o transporte individual em detrimento do coletivo, as ruas se tornaram territórios caóticos e fatalmente disputados por todos que a utilizam. Quanto maior, mais fácil se torna reivindicar seu espaço. Ônibus, caminhões, carros grandes, médios e pequenos, motos, bicicletas e pedestres disputam o espaço das ruas e os mais fracos saem perdendo, sendo os pedestres e os ciclistas os mais prejudicados nessa disputa.
51
indústrias e multinacionais. Essa nova relação econômica entre os países acabou desenvolvendo políticas neoliberais, que, na década de setenta, ao serem adotadas pelos países, faziam com que os governos locais também mudassem sua forma de administrar as cidades, adotando estratégias de gestão, objetivando a geração de empregos, o aquecimento econômico e o aumento da arrecadação. Como forma de atrair investidores, o Estado passou a realizar parcerias público privadas, onde o Estado facilitaria a implantação de grandes equipamentos (hotéis, shoppings, indústrias, fábricas entre outros) em áreas mais baratas da cidade, geralmente mais afastadas, onde quase nunca havia infraestrutura e, em troca, levaria até o local a infraestrutura necessária. Esse processo fez com que as cidades passassem a ter novas centralidades, que nem sempre eram adequadas e muito menos previstas, o que comprova a completa falta de planejamento urbano vivenciada na época. (Matos 1998 apud PAVLICK, 2010).
para onde caminham as cidades
Figura 6. Centro de Fortaleza completamente vazio em dia não comercial Foto: acervo pessoal
52
Para tentar solucionar esse tipo de problema, muitos urbanistas voltaram a trabalhar com uma linha de pensamento mais voltada para a escala humana da cidade, valorizando o potencial poético do urbano e, principalmente, a valorização das experiências físicas corporais e sensórias que um espaço urbano pode e deve proporcionar. São medidas simples, porém imprescindíveis para quem ama a cidade e que não devem ser deixadas de lado pelos arquitetos urbanistas.
Além da escala humana, outra preocupação da atualidade diz respeito a sustentabilidade em todas as áreas de atuação. No campo da arquitetura e do urbanismo essa questão urgente deve abranger desde materiais utilizados a planejamentos para o crescimento da cidade, para que haja um aproveitamento máximo da infraestrutura já existente e uma redução nos danos ambientais que o processo de urbanização vem causando. Por isso, as áreas centrais de uma cidade apresentam potenciais quase infinitos quando se trata do urbanismo sustentável. São áreas que já possuem infraestrutura, que, geralmente, apresentam um fluxo intenso de pessoas em horários específicos, sendo o fluxo mais intenso no horário comercial, e que estão diretamente ligadas à história de formação da cidade, cumprindo um papel importantíssimo na memória dos cidadãos e no turismo local. Sob o prisma do desenvolvimento urbano sustentado, voltar a crescer para dentro da metrópole e não mais expandi-la é outro aspecto altamente relevante nesses casos: reciclar o território é mais inteligente do que substitui-lo. (LEITE, 2012)
Figura 7. Place Kléber em Strasbourg, França Foto: acervo pessoal
para onde caminham as cidades
O fato dos centros urbanos apresentarem bastante potencial para a aplicação de um urbanismo planejado e humanista, não significa que o restante da cidade não mereça, também, tal tratamento. O urbanismo em pequena escala deveria ser difundido por toda a cidade, aliado ao planejamento em macro escala, só assim garantiríamos cidades ativas, sustentáveis, organizadas e agradáveis (ver figura 07).
53
Algumas cidades europeias estão a frente nesse tipo de intervenção, buscando valorizar os espaços públicos como lugares primordialmente atrativos às pessoas, para que a partir daí toda a carga simbólica e afetiva que um bom lugar precisa ter seja atribuída ao espaço. As grandes cidades europeias das últimas décadas, como Barcelona, Berlim e Paris se mantêm candidatas a criarem a marca urbana do século XXI e retomarem o lugar europeu na cultura mundial. São cidades que vem passando por grandes urbanizações desde as últimas duas décadas do século XX, onde o caos urbano foi trocado por generosos e concorridos espaços públicos, voltados aos encontros de pessoas e culturas diversas. E este é o mote primordial dessas cidades: o multiculturalismo como fomento de novos espaços e lugares. Efeitos ou não do lado “bom” da globalização, a diversidade e o acesso a outras culturas atrai a cada ano, um número crescente de pessoas a estes novos “lugares urbanos”, desfrutando de um grande mix de atividades culturais e de lazer como bares, lojas, restaurantes, teatros, cinemas, museus, eventos religiosos e folclóricos, feiras, fóruns mundiais, etc. (DIAS, 2005)
A identificação popular com o espaço público cria um vínculo afetivo. Se, cada vez mais, os planejadores urbanos e os urbanistas trabalharem em conjunto para produzir espaços públicos de qualidade que permitam um maior grau de pertencimento dos habitantes às suas cidades, teremos uma população com noções de civilidade, mais politizada e engajada em defender as boas condições de habitabilidade, lazer, cultura, educação, entre outros. As cidades só podem refletir os valores, compromissos e resoluções da sociedade que abrigam. Portanto, o sucesso de uma cidade depende de seus habitantes e do poder público, da prioridade que ambos dão à criação e manutenção de um ambiente urbano e humano. (ROGERS, 2011)
para onde caminham as cidades
Para a criação de um espaço público de qualidade é necessária uma rede de fatores que a proporcionem. É preciso ter atratividade, movimento, opções, variedade, acessibilidade, usos diversos, entre outros (ver figura 08).
54
Algumas dessas medidas foram adotadas em diversas cidades, como, por exemplo, o investimento no transporte coletivo, o desestimulo ao uso do transporte individual (a partir da diminuição da quantidade de vagas de estacionamento para veículos automotores e sua alta tarifação), a diminuição da velocidade de ruas e vias, o estímulo ao uso de transportes alternativos, o estímulo ao uso misto da edificações, etc. Com essas iniciativas, busca-se, principalmente, uma desaceleração no ritmo da cidade ou, minimamente, das zonas dotadas de uma concentração considerável de pessoas, infraestrutura e espaços públicos.
Figura 8. La Rambla em Barcelona Foto: acervo pessoal
Ao diminuir a velocidade em que se transita, aumenta-se a potência corporal de identificar paisagens, de se identificar, de reconhecer singularidades, de se interessar, de ver e ser visto, de reconhecer subjetividades, de se apropriar do espaço, de flanar.
Dentre os princípios para se obter um bom espaço público, a diversidade de usos ganha destaque, pois sua aplicação garante uma pluralidade de usuários. Tratando-se da escala da edificação, um prédio que possui em seu térreo uso comercial, nos primeiros pavimentos salas comerciais e nos pavimentos mais altos habitação, permite que o edifício seja utilizado 24 horas por dia. Se expandirmos isso para a escala da cidade, vemos que um bairro que possui atividades comerciais, habitação, centros culturais, opções de lazer, edifícios institucionais, entre outros, possui uma maior vitalidade e um fluxo intenso de pessoas. A possibilidade de encontrar em um só lugar diversas opções de atividades influencia até na segurança do local, que passa a ter diversos frequentadores e observadores. O que nós mais gostamos de ver numa cidade são as pessoas. Precisamos de grandes locais públicos de encontro e desfrutar de pessoas assistindo. Nós, os seres humanos, gostamos de estar com os outros, mesmo que
para onde caminham as cidades
O corpo cria movimentos na cidade e a convoca a se mover também, em novos enredos e melodias. A cidade pode experimentar, a partir de suas diversidades, outras comunicações possíveis. (MOEHLECKE, 2005)
55
desconhecidos, em praias, shows, restaurantes e, claro, em calçadas e parques. Os parques são um local de encontro não só com a natureza, mas com outras pessoas também. (Gehl; Rogers, 2010 apud LEITE 2012)
Limiar dos 14m
Uma das primeiras estudiosas do urbanismo da escala humana e dos espaços públicos atrativos e agradáveis para a população foi a americana Jane Jacobs, que, no ano de 1961, publicou seu livro “morte e vida de grandes cidades” onde apresentou um conceito de cidade acessível, humana, diversa e rica de pluralidades, fugindo do conceito, amplamente divulgado na época, de cidade voltada para o automóvel. Seu conceito de “olhos da rua” é tido como um dos mais importantes, prezando por um padrão de edificação não tão alto, que permita que a comunicação entre quem está na rua e quem está dentro do edifício seja facilitada, garantindo maior vitalidade, interação e segurança, tanto para quem está na rua, como para quem está no edifício.
para onde caminham as cidades
A difusão dessas idéias e conceitos acabou gerando uma nova maneira de se projetar em urbanismo. A partir dos anos 70, o termo “placemaking” se difundiu e passou a ser utilizado por Figura 9. Olhos da rua arquitetos e urbanistas que buscavam Ilustração elaborada pela autora fazer lugares, não no sentido literal, mas com todos os aspectos subjetivos que um lugar traz consigo, e todos os determinantes que fazem com que um espaço deixe de ser simplesmente um espaço e passe a ser um lugar, que passe a ter significado para as pessoas.
56
O placemaking inspira pessoas a trabalharem juntas para reimaginar e reinventar os espaços públicos, para que eles sejam o coração de cada comunidade, reforçando a ligação entre as pessoas e os lugares que elas compartilham. O placemaking refere-se a um processo colaborativo através do qual torna-se possível moldar a esfera pública, a fim de maximizar o valor compartilhado. Mais do que apenas promovendo um melhor desenho urbano, o placemaking facilita padrões criativos de uso, valorizando as identidades físicas, culturais e sociais que definem um lugar e sua comunidade. (fonte: Project for Public Spaces. Disponível em: www.pps.org. Acessado em agosto de 2015. Tradução realizada pela autora)
Começaram a surgir, também, projetos de grandes parques periféricos para a população, projetos de adaptação ou readequação de parques já existentes, de novas promenades, agora mais urbanas, adquirindo um caráter de trajeto, novas idéias que se adaptassem a uma cidade já consolidada que possui a necessidade de novos espaços públicos, de novas áreas de convivência, de novos lugares de identificação. Uma das imagens mais fortes e mais concretas do que seria uma cidade está vinculada ao espaço público, mais especificamente à rua, um espaço plurifuncional, onde os mais variados eventos ocorrem, do comércio à circulação, do ponto de encontro ao local de desfile. Em segundo lugar, temos as praças como imagem das cidades, outro espaço público que, juntamente com a rua, representa o espaço da liberdade, o espaço do cidadão, o espaço de fora, o espaço da coletividade, enfim, o espaço público por sua definição. É referência, é identidade, é pertencimento, é propriedade, é sociabilidade, é política, etc. Ora, a rua é mais do que isso, a rua é um fator da vida das cidades, a rua tem alma! [...] Oh! sim, as ruas têm alma! Há ruas honestas, ruas ambíguas, ruas sinistras, ruas nobres, delicadas, trágicas, depravadas, puras, infames, ruas sem história, ruas tão velhas que bastam para contar a evolução de uma cidade inteira, ruas guerreiras, revoltosas, medrosas, spleenéticas, snobs, ruas aristocráticas, ruas amorosas, ruas covardes, que ficam sem pinga de sangue... (RIO, 1952, p. 2 -4)
A cidade não se é melhor quando se é rico, mas quando seu povo é mais feliz. Portanto, esforços governamentais e outros não devem se concentrar tanto em tornar as cidades competitivas, mas em fazè-las felizes. E, como bônus, ela será mais competitiva também. (LEITE, 2012)
para onde caminham as cidades
É importante ressaltar que os espaços públicos influenciam efetivamente no comportamento de quem os utiliza, podendo ser os responsáveis por transformações radicais que podem acontecer no âmbito social. Os espaços não são neutros e interferem significativamente na vida das pessoas, em sua felicidade ou infelicidade. Ao proporcionar espaços inadequados, mal projetados e mal realizados, não se deve esperar que os cidadãos que frequentam tal espaço tenham algum tipo de respeito por ele. Já no caso de uma pessoa que frequenta um local próprio, que a faz sentir-se pertencente ao lugar, ela irá, muito provavelmente, cuidar para que aquilo se preserve e para que outras pessoas também respeitem, frequentem e aproveitem tal espaço. Essas atitudes podem ser refletidas em diversas situações cívicas,
57
Capítulo 03
É a maneira perfeita de se mover se você quer ver a vida presente nas coisas. É a única forma de liberdade. Se você vai para um lugar de qualquer outra forma, que não seja pelos próprios pés, você chegará lá muito rápido, e perderá mil alegrias delicadas que estavam esperando por você à margem. Elizabeth Von Arnim 58
Estudo Territorial
3.1 Contextualização Os pedestres da maioria das grandes cidades brasileiras enfrentam desafios diários em seus trajetos. Entre calçadas mal dimensionadas, mal conservadas, danificadas, com materiais inadequados, inacessíveis e contando com a presença de postes, placas, bancas, vendedores ambulantes, lixo e até mesmo árvores mal posicionados, os pedestres se esforçam para prosseguir. Na maioria dos trajetos, a concentração necessária para caminhar é tanta que o ato deixa de ser prazeroso, não sendo possível apreciar os acontecimentos ao redor, apenas prestar atenção para não se acidentar. No dia a dia da cidade, quase todas as pessoas podem ser caracterizadas como pedestres em algum momento de suas jornadas. Ao utilizar o transporte público, é preciso caminhar até a parada do ônibus ou até a estação de metrô. Ao fazer uso do veículo particular, é preciso estacionar o veículo próximo ao seu local de destino, o que, nem sempre, acontece no estacionamento do próprio local ou na entrada do mesmo, sendo necessária uma breve caminhada para chegar onde se deseja. De tal forma, é preciso que o caminhar urbano possa contar com espaço e infraestrutura adequados, que possam atender, democraticamente, a todos os usuários. Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) em cidades brasileiras com mais de 60 mil habitantes revela que, devido a essa utilização simultânea de modais de transporte, a quantidade de viagens realizadas a pé chega a ser maior do que as realizadas em transporte público ou em veículos particulares (ver tabela 1 e gráfico 1 ). Por outro lado, quando analisa-se a distância percorrida pelos modais, obviamente, a distância percorrida a pé se torna bem menor do que as distâncias percorridas pelos veículos particulares e pelos veículos da rede 59
Sistema
Km percorridos
Viagens (milhões)
(bilhões de km/ano)
Ônibus municipal
12.982
151,6
Ônibus metropolitano
3.205
74,9
Trilhos
2.520
30,5
Transporte Coletivo - Total
18.707
257,0
Auto
17.295
135,1
Moto
2.441
18,9
Transporte Individual - Total
19.737
154,0
Bicicleta
2.430
11,2
A pé
23.472
23,5
Não Motorizado - Total
25.901
34,6
Total
64.345
445,6
Tabela 1. Relação entre número de viagens e quilômetros percorridos paca cada modal em 2013 Fonte: ANTP - Relatório geral 2013 Elaborada pela autora
TC 29% A pé 36%
TC 58% Auto 27%
Auto 30% Moto 4%
contextualização
Moto 4%
60
Bicicleta 4%
Gráfico 1. Viagens por ano, por modo principal em 2013 Fonte: ANTP - Relatório geral 2013 Elaborado pela autora
A pé 5%
Bicicleta 3%
Gráfico 2. Quilometragem percorrida pelas pessoas por modo (bilhões de quilômetros/ano em 2013 Fonte: ANTP - Relatório geral 2013 Elaborado pela autora
de transporte público (ver tabela 1 e gráfico 2 ). Destacando a importância do caminhar, num contexto geral das cidades brasileiras onde a pesquisa foi aplicada, para as curtas distâncias percorridas diariamente.
CE
Brasil
Caucaia
Ceará
Fortaleza Maracanaú
Eusébio Itaitinga
Aquiraz
Mapa 1. Localização de Fortaleza Elaborado pela autora
Figura 10. Utilização da Av. Beira Mar por volta das sete e meia da manhã Foto: Acervo Pessoal
contextualização
Em Fortaleza, o caminhar está muito vinculado ao ato de realizar alguma atividade física e à vontade de cuidar da saúde. Essas atividades geralmente são realizadas por pessoas que buscam as praças próximas às suas casas, evitando grandes deslocamentos. Quanto ao ato de caminhar na malha urbana, poucas áreas da cidade apresentam uma quantidade significativa de pessoas que caminham mais do que o necessário para pegar o ônibus ou após estacionar o carro. Podemos destacar, por exemplo, a Av. Beira Mar, também muito procurada para a realização de atividades físicas, mas que, devido a sua proporção, permite um caminhar em escala urbana; e o Centro da cidade de Fortaleza, um dos bairros onde o fluxo de pedestres é intenso e significativo.
61
Dentro deste contexto do caminhar em escala urbana, a Av. Beira Mar possui uma utilização intensa que se inicia por volta das cinco horas da manhã e vai até aproximadamente meia noite. Apesar de ser frequentada por muitos turistas e estar inserida em bairro nobre da cidade, possui um forte aspecto democrático que percorre toda a sua extensão. É possível, em uma caminhada ao longo da orla, encontrar diversas camadas da sociedade convivendo pacificamente no espaço público. Durante o dia, a beira mar é mais frequentada por pessoas que praticam esportes, seja na areia, no calçadão, nas quadras ou na água, porém, ao anoitecer, a maior presença em toda a sua extensão são pedestres caminhando, observando e aproveitando o espaço para espairecer.
contextualização
Figura 11. Fluxo de pedestres na rua General Sampaio, no centro de Fortaleza Foto: Ascefort, disponível em: http://ascefort.com.br/site/wp-content/uploads/2010/12/ Acessado em setembro de 2015
62
Já o centro da cidade apresenta uma dinâmica bastante diferente. As pessoas, em geral, frequentam o centro para realizar compras, já que o mesmo é conhecido pelo seu comércio e serviço diversificados. Porém, é um dos locais da cidade onde mais se caminha, a grande maioria das suas ruas são bastante movimentadas durante o horário comercial de funcionamento das lojas. Além do fluxo comercial, o Centro, por conter e coincidir com o centro histórico da cidade, atrai tanto turistas como apreciadores da arquitetura e da cultura local, que se misturam nesse emaranhado de gente. Todos caminham no Centro, porém a qualidade dessa caminhada é bastante ruim, devido a diversos fatores, entre eles, pode-se citar os espaços mínimos destinado aos pedestres, que muitas vezes são ocupados por ambulantes, à má condição de conservação de inúmeras calçadas, ao lixo acumulado, aos postes e placas mal posicionados, à falta de sombra, entre outros. Mesmo assim, caminha-se freneticamente e diariamente no Centro de Fortaleza.
N
0
5
10 Km
Mapa 2. Localização do bairro Centro Fonte: Prefeitura Municipal de Fortaleza / Imagem Google Satélite 31/07/2015 Elaborado pela autora
Bairro Centro
Este trabalho final de graduação escolheu o bairro Centro como seu recorte espacial, onde serão apresentadas, adiante, as áreas dentro do bairro que foram escolhidas para a aplicação do projeto urbano. O centro se localiza na porção norte do município de Fortaleza (ver mapa 2 ) e é delimitado, segundo a Prefeitura de Fortaleza, ao Norte, pela linha férrea, pelo Oceano Atlântico e pela avenida Monsenhor Tabosa; ao Sul, pela rua Antônio Pompeu; a Leste, pela rua João Cordeiro; e a Oeste, pela Rua Padre Ibiapina e pela avenida Filomeno Gomes, continuação desta rua. O bairro conta com uma área de 486 hectares e tem os seguintes bairros limites: ao Norte, Praia de Iracema e Moura Brasil; ao Sul, Benfica, José Bonifácio e Joaquim Távora; a Leste, Meireles e Aldeota; e a Oeste, Jacarecanga e Farias Brito, conforme mapa 3. N
Moura Brasil Jacarecanga
Praia de Iracema
Meireles
Farias Brito
Benfica
Aldeota José Bonifácio Joaquim Távora
0
250
500 m
Mapa 3. Bairros limítrofes ao Centro de Fortaleza Fonte: Prefeitura Municipal de Fortaleza / Imagem Google Satélite 31/07/2015 Elaborado pela autora
contextualização
Centro
63
3.2 Breve histórico da área delimitada
Em 1649, holandeses que ocupavam o Ceará, ergueram um forte de cercas de madeira em uma colina denominada Marajaitiba, este forte foi chamado de Schoonenborch. A construção desta edificação buscava a defesa da região de possíveis ataques estrangeiros. Quando a Capitania foi retomada pelos portugueses, o forte passou a se chamar Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, passando por algumas modificações, acréscimos e consertos. O forte viria a se tornar o núcleo da cidade de Fortaleza, situado no bairro do Centro, onde hoje funciona o quartel da 10ª Região Militar. A partir do crescimento estadual da produção e da exportação de algodão, a cidade de fortaleza vivenciou um momento de grande crescimento econômico. Tal crescimento só foi possível devido à migração e ao declínio das atividades ligadas a criação de gado, devido às fortes secas, ao aumento da concorrência com carnes vindas do sul do país e à recessão norte-americana.
Resumidamente, pode-se dizer que o plano de Paulet consistia na implantação de um arruamento em quadrícula no planalto situado a oeste do Riacho Pajeú, nas proximidades da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção e da sua justaposição às áreas caracterizadas pela ocupação linear nas margens deste riacho. (FERNANDES. 2004. p. 32).
Fortaleza viveu, por volta da primeira metade do século XX, um momento de maior riqueza, devido à intensificação das atividades industriais, com criação da estrada de ferro de Baturité, que se conectava ao Porto. Neste momento, surgiu a proposta de um novo plano de ordenamento da
breve histórico da área delimitada
Até o séc. XVIII a ocupação da cidade de Fortaleza se deu de maneira quase restrita ao Centro e seu entorno imediato, porém, neste século, a cidade passou por uma grande reformulação. O engenheiro Silva Paulet propôs, então, uma forma de consolidar o traçado reticulado, por meio de diversas desapropriações. Além desta reformulação, a cidade também passava por uma espécie de “embelezamento”, por meio da construção de algumas edificações inspiradas no estilo europeu, como a Santa Casa de Misericórdia, o Liceu do Ceará, o Seminário da Prainha e a Cadeia Pública. Este plano de Silva Paulet, que permitiu a consolidação do traçado xadrez da malha urbana norteou ações posteriores de expansão e retificação da mesma.
65
cidade, realizado por Adolfo Herbster. Este plano procurava sistematizar a expansão da cidade através do alinhamento de ruas e da abertura de avenidas. Sua proposta manteve o traçado ortogonal, expandindo-o para o entorno do centro, buscando manter a ordem da ocupação na cidade. Propôs ainda a criação de três boulevards, as avenidas Dom Manoel, do Imperador e Duque de Caxias. (CASTRO, 1982 apud FERNANDES, 2004)
breve histórico da área delimitada
Figura 12. “Planta da Cidade da Fortaleza e Sobúrbios” elaborada por Adolfo Herbster em 1875. Fonte: FORTALEZA - CODEF/PMF, 1979
66
Fortaleza continuou crescendo até atingir a sétima maior população urbana do Brasil durante a virada do século XIX para o XX e, devido a isso, os governantes começaram a tomar iniciativas de higienização social e de saneamento ambiental, além de reformas urbanas, com a implantação de cafés, jardins, monumentos e a construção de edifícios de padrão estético europeu. Esta remodelação urbana impulsionou-se com a construção do Mercado de Ferro (1897), o embelezamento das principais praças (1902-03) e a construção do Teatro José de Alencar (1910). Este conjunto de edificações acabou dando ao centro da cidade um harmonioso conjunto urbano, complementado pela construção de mansões, prédios públicos e cinemas, que foram, em sua grande maioria, marcados pelo ecletismo arquitetônico. (PONTE, 1993 apud FERNANDES, 2004).
Ainda segundo Ponte, daí em diante, a paisagem urbana foi se modificando, ganhando, enfim, seus primeiros sobrados, belas casas e fachadas, alguns imponentes prédios públicos, calçamento nas vias principais, bondes à tração animal e extensa rede de iluminação a gás carbônico. Lojas e cafés com nomes franceses, armazéns, oficinas e novos estabelecimentos comerciais ocuparam espaço nas ruas em volta da Praça do Ferreira, centro pulsátil, deslocando as residências para vias mais afastadas. (...) O embelezamento da capital, por sua vez, configurouse por meio da reformulação das principais praças, da arborização e iluminação das vias centrais, da construção de um vasto Passeio Público e de outras novas edificações. (PONTE, 1993 apud FERNANDES. 2004. p. 36).
Figura 13. Santa casa de Misericórdia e Passeio Público Foto: Acervo Nirez
Ocorre, então, um processo de especialização funcional baseado na predominância do comércio no entorno da Praça do Ferreira, o que futuramente caracterizaria o surgimento de um centro comercial bem delimitado se opondo às zonas mais predominantemente residenciais. Este processo acabou afastando a elite de Fortaleza da região central, que agora passara a ver desvantagens de morar no Centro. A partir dessa “migração”
breve histórico da área delimitada
A construção do Passeio Público é caso emblemático. Ergue-se um espaço público que tira partido da orla como objeto paisagístico, dotando a cidade de um lugar aprazível do ponto de vista do conforto ambiental, sobretudo aeração e sombreamento. O Passeio, na sua oposição à Praça do Ferreira – espaço cívico da manifestação e do encontro cotidiano – caracteriza-se como espaço de lazer que evidencia um grau relativamente avançado de divisão do trabalho (separação dos tempos do trabalho e do lazer) e uma hierarquização social claramente demarcada. (FERNANDES, 2004, p. 37).
67
da elite fortalezense, novos bairros no entorno da região central foram surgindo, como Jacarecanga, Aldeota e Praia de Iracema. Este fenômeno deflagrou o grau de complexidade que a vida urbana de Fortaleza, nas primeiras décadas do séc. XX, passou a ter. A partir desse processo de zoneamento quase espontâneo, o centro começou a ser tomado pelo comércio popular, perdendo quase completamente sua função residencial. Por volta de 1970, Fortaleza firmou-se como metrópole regional de tal forma que passou a exercer influência econômica e social nos municípios vizinhos devido ao fato de concentrar empregos, comércio e serviços. A partir desse processo, foram criados novos bairros e novas centralidades. Dentro deste contexto, novos bairros e novas centralidades foram surgindo, distribuindo várias atividades que antes se concentravam no Centro, para outras áreas da cidade. O centro sofreu, sim, um esvaziamento no que se refere às atividades de lazer, culturais e administrativas, perdendo importantes marcos simbólicos do poder, o que acarretou no uso degradado de certos trechos. Esse esvaziamento se agravou com a transferência dos serviços de profissionais liberais para a Aldeota, onde encontram vantagens na nova localização. (DIÓGENES, 2005. p.12)
breve histórico da área delimitada
Todos esses processos de expansão da cidade contribuíram para que a partir da década de 1980, o Centro perdesse 35% de sua população. Segundo dados do Censo do IBGE em 1980 a região central tinha 38.545 habitantes, em 1991, passou a ter 30.679 e, em 2000 baixou para 24.775 habitantes. A implantação do Sistema Integrado de Transporte de Fortaleza (SIT), no início dos anos 1990, intensificou a descentralização, tornando acessíveis pelo transporte público as novas centralidades: Aldeota, Alagadiço, São Gerardo, Antônio Bezerra, Barra do Ceará, Messejana, Montese, Parangaba e Seis Bocas. Desde os anos 1980, toda a zona leste vem sofrendo um processo de expansão, atraindo população de todos os extratos de renda para novos empreendimentos imobiliários e favelas que ali se formaram. (INSTITUTO PÓLIS, 2009)
68
Atualmente, o Centro ainda se caracteriza, principalmente, por suas atividades comerciais, que em sua grande maioria são varejistas. É importante destacar que alguns projetos tentaram, ao longo do tempo, recuperar suas antigas funções residencial, institucional e de lazer, tentando aproveitar a infraestrutura já instalada no local e a localização privilegiada em relação ao restante da cidade. Porém, as intervenções realizadas foram feitas de maneira pontual, não possibilitando grandes alterações neste cenário.
Para quem se interessar: o maior exemplo de plano que tentou reativar antigas funções na área central de Fortaleza foi o Plano Habitacional de Reabilitação da Área Central de Fortaleza, desenvolvido pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor) em 2009. Acesso pelo link: http://www. cidades.gov.br/images/stories/ A rq u i v o s S N P U / B i b l i o t e c a / R e a b i l i ta ca o A re a s U r b a n a s / Ceara_Versao_Final_ Plano_Habitacional.pdf)
O centro de Fortaleza é entendido, pois, como uma imagem negativa da cidade, formulada pela precariedade de seu espaço físico, pelas calçadas estreitas, pela pobreza das fachadas pela intensa poluição visual e sonora, pela negligência por parte das autoridades, e, em parte, pelo preconceito das elites, que o julgam inseguro, desorganizado e caótico.
breve histórico da área delimitada
Por incompreensão do fenômeno, políticas de renovação urbana mal propostas e descontínuas, vêm sendo implementadas ultimamente com vistas à revitalização e requalificação da área. Contudo, o centro tradicional definitivamente perdeu seu papel hegemônico na cidade. (DIÓGENES, 2005. p.13)
69
3.3 Enquadramento legal
Aspectos Gerais O município de Fortaleza possui, até a data de realização deste trabalho, seu território dividido em sete regionais. Cada uma conta com uma Secretaria Regional Executiva, responsável pela administração de cada regional. O Centro de Fortaleza possui uma Secretaria exclusiva para o bairro, a Regional do Centro, enquanto as outras regionais abrangem áreas maiores, com diversos bairros inseridos (ver mapa 4).
N
regionais de Fortaleza Regional do Centro Regional I Regional II Regional III
Regional V 0
1,25
2,5
3,75
5
Km
Regional VI
Mapa 4. Regionais de Fortaleza Fonte: Prefeitura Municipal de Fortaleza Elaborado pela autora
enquadramento legal
Regional IV
71
Em relação aos aspectos legais, de acordo com o Zoneamento Urbano do Plano Diretor Participativo de Fortaleza (Lei Complementar 62 de 2009), o bairro Centro possui a sua maior porção inserida na Zona de Ocupação Preferencial 1 (ZOP1), mas também conta com porções do território, ao sul e ao norte, inseridas, respectivamente, na Zona de Ocupação Preferencial 2 (ZOP2) e na Zona da Orla Trecho 3 (ZO3), como pode ser visto no mapa 5). N
0
Bairro Centro ZOP 1 - Zona de Ocupação Preferencial 1 ZOP 2 - Zona de Ocupação Preferencial 2
500
1000 m
ZOC - Zona de Ocupação Consolidada
ZO 2 - Zona da Orla - Trecho 2
ZO 4 - Zona da Orla - Trecho 4
ZO 1 - Zona da Orla - Trecho 1
ZO 3 - Zona da Orla - Trecho 3
Macrozona de Proteção Ambiental
Mapa 5. Zoneamento Urbano do Centro de Fortaleza e entorno imediato Fonte: PDP FOR 2009 / Imagem Google Satélite 31/07/2015 Elaborado pela autora
enquadramento legal
Além destas zonas, o PDP FOR também prevê a criação de zonas especiais, que compreendem áreas do território que exigem tratamento especial na definição de parâmetros reguladores de usos e ocupação do solo, sobrepondo-se ao zoneamento urbano. A região central possui porções territoriais inseridas nas seguintes zonas especiais: Zona Especial de Preservação do Patrimônio Paisagístico, Histórico e Cultural do Centro (ZEPH Centro), Zona Especial de Dinamização Urbanística e Socioeconômica (ZEDUS) e a Zona Especial de Interesse Social tipo 1, que abrange a comunidade do poço da draga (ver mapa 6).
72
Com relação ao Zoneamento Ambiental, o Centro abrange, ao norte, uma porção da Zona de Preservação Ambiental da Faixa de Praia (ZPA 2) e possui, no leito do Riacho Pajeú, uma Zona de Preservação Ambiental (ZPA 1). É importante destacar que devido ao fato do riacho possuir trechos que estão, atualmente, canalizados, a Zona de sua proteção só abrange as áreas em que o rio encontra-se a céu aberto (ver mapa 6). As principais definições e objetivos das zonas supracitadas, estarão dispostos no anexo I, visando a melhor distribuição e visualização das informações.
N
0
500
Bairro Centro
ZEIS 1 - Ocupação
ZEPH Centro - Zona Especial de Preservação
ZEIS 2 - Conjunto
do Patrimônio Paisagístico, Histórico e
ZEIS 3 - Vazio / subutilizado
Cultural do Centro
ZPA 2 - Zona de Preservação Ambiental da Faixa de praia
ZEDUS - Zona Especial de Dinamização Urbanística e Socioeconômica
1000 m
ZPA 1 - Zona de Preservação Ambiental
Mapa 6. Zoneamento Ambiental e Zonas Especiais do Centro de Fortaleza e entorno imediato Fonte: PDP FOR 2009 / Lei complementar nº 0101, 2011 / Imagem Google Satélite 31/07/2015 Elaborado pela autora
Intervenções políticas Entre as décadas de 1980 e 1990, o Centro atingiu o seu pior estado de decadência. A partir deste estado, tanto o poder público, como o privado, buscaram dar atenção à situação e tentar melhorar a condição encontrada. Dentro deste contexto, o Centro passou a ser considerado como área de intervenção prioritária.
No início dos anos 90, a Prefeitura Municipal reformou a Praça do Ferreira. Havia a necessidade, dentro do contexto da época, da criação de um espaço economicamente dinâmico atrelado à ideia de um local público, seguro e limpo, onde a população pudesse se apropriar do espaço e se orgulhar do mesmo.
enquadramento legal
Apesar da existência de novas intervenções, a grande maioria delas era desconexa e sem integração, o que descaracteriza a revitalização e torna a iniciativa uma forma de maquiar os problemas existentes.
73
A Praça do Ferreira acabou se tornando uma espécie de vitrine da reabilitação da área central. Porém, esta iniciativa não foi suficiente para a revitalização da área central. Além do Projeto de Reforma da Praça do Ferreira, podemos citar ainda, como parte da requalificação espacial do centro da cidade, os seguintes projetos pontuais: o Novo Mercado Central (1997), o Centro Cultural Dragão do Mar (1999), o Centro de Referência do Professor (2000), onde funcionava o antigo Mercado Central, e a reforma do Passeio Público (2007). Em 1999 surgiu a ONG Ação Novo Centro, articulada pelos comerciantes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), que se propõe a articular os interesses empresariais junto à Prefeitura Municipal e à outras entidades representativas, buscando viabilizar estratégias para a requalificação do bairro. Podemos citar como ações desta ONG: Projeto Shopping Centro, que envolvia a implantação de galerias e centros comerciais, visando garantir a sobrevivência do comércio na área central frente à concorrência dos shopping centers que estavam surgindo na cidade; o Projeto de Requalificação de Fachadas, aplicado no entorno da Praça do Ferreira e no da Praça dos Leões, visava elevar a atratividade da área com investimentos; o Projeto Roteiro Cultural; o Programa Ação Local; Projeto Bairro Central e o Concurso Nacional de Ideias para Embelezamento e Valorização da Área Central de Fortaleza e Parque da Cidade, realizado em 1999, buscava a proposição de ideias gerais para o Centro e o estudo preliminar para o Parque da Cidade. Em 2001, a Secretaria de Cultura do Estado lançou o Projeto Fortaleza Histórica – Nossa Cidade tem Memória, que visava resgatar a importância do Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Fortaleza. O projeto consistia, basicamente, no restauro das fachadas de algumas edificações, muitas delas situadas na rua Dr. João Moreira.
enquadramento legal
Como se pode notar, as intervenções realizadas na região central foram poucas e independentes entre si, sem vínculos e sem um planejamento geral que as guiassem. Esse tipo de intervenção, apesar de contribuir de certa forma para o local, não é capaz de mudar a condição do bairro. Além do fato de que as propostas abordam seus objetos de intervenção de maneira superficial, como o projeto de restauração de fachadas, que ao tratar somente as fachadas dos edifícios, não é capaz de atrair mais usos nem pessoas, e o processo de revitalização não é completo.
74
Entre os anos de 2007 e 2009 foi elaborado, pela Prefeitura Municipal de Fortaleza em parceria com o escritório Piratininga Arquitetos Associados, o Plano Habitacional para Reabilitação da Área Central de Fortaleza (PHRACF).
Exemplo de diretrizes de intervenções urbanísticas baseadas na melhoria dos espaços público: 1. melhoria do sistema viário e das condições de mobilidade, principalmente dos pedestres, e que inclui ações para a regulamentação dos estacionamentos, melhorias das calçadas para garantir acessibilidade universal, entre outras ações, que devem se articular com a futura implantação do metrô e com a reordenação dos terminais de ônibus; 2. recuperação de espaços e equipamentos públicos, para garantir os serviços básicos de apoio ao uso habitacional e atrair a visita de turistas e moradores de outras regiões da cidade, para valorizar o patrimônio histórico e paisagístico da área central; 3. melhoria das condições de segurança, associadas a políticas de desenvolvimento e inclusão social, para enfrentar o aumento de ocorrências policiais na região e atrair a visita de turistas e moradores da cidade ao centro de Fortaleza; 4. medidas de desenvolvimento e inclusão social voltadas para a camada mais pobre e carente da população, composta por moradores de rua, catadores de material descartado pelo comércio, entre outros, que vivem em situação de risco social. Estas medidas incluem desde a implantação de centros de coleta, seleção e reciclagem de resíduos sólidos, até a implantação de moradias transitórias e serviços de assistência médica; 5. melhorias constantes em todos os sistemas de infraestrutura urbana e serviços públicos, tais como iluminação pública, drenagem, pavimentação, coleta de lixo, entre outros.
No geral, a proposta deste Plano era produzir um Centro onde todos pudessem morar, circular, trabalhar, se divertir, estudar, consumir e produzir; onde o patrimônio histórico seja restaurado e valorizado; que seja um espaço socialmente inclusivo, com moradias destinadas também à população de baixa renda; onde os assentamentos precários sejam urbanizados e regularizados e onde a gestão seja integrada, sendo composta por órgãos que dialogam entre si e pela sociedade civil. O Plano Habitacional para Reabilitação da Área Central de Fortaleza está, atualmente, engavetado e esquecido.
enquadramento legal
Fonte: PIRATININGA, 2009, p. 97
75
N
0
Bairro Centro
500
1000 m
Praças adotadas pelo setor privado
Mapa 7. Praças adotadas pela iniciativa privada Fonte: Jornal O Povo 10/11/20 / Imagem: Google Satélite 31/07/2015 Elaborado pela autora
Outra medida política da Prefeitura de Fortaleza, ocorrida no ano de 2013, foi tornar permanente o Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes, por meio do decreto nº 13.142, que permite que a iniciativa privada, em parceria com o poder público, possa cuidar e manter áreas públicas. Na região central, cinco praças já fazem parte deste programa. São elas: Praça do Carmo, Praça do Riacho Pajeú, Praça do Contabilista, Praça do Ferreira e a Praça Verde do Centro Dragão do Mar (ver mapa 7).
enquadramento legal
Em 2015, a Câmara Municipal de Fortaleza lançou o “Pacto em Ação”, que busca retomar o projeto “Pacto por Fortaleza – A cidade que queremos até 2020”, desenvolvido em 2010. O “Pacto em Ação” quer retomar o movimento de debate sobre pautas relativas ao Centro.
76
3.4 Aspectos ambientais
O Centro de Fortaleza está inserido na Bacia Hidrográfica da Vertente Marítima e possui, em seu território, um corpo hídrico, o Riacho Pajeú, que atualmente pode-se dizer que praticamente deixa de ser corpo hídrico devido à imensa quantidade de esgoto e dejetos que são lançados diretamente no Riacho, tornando-o extremamente poluído, funcionando como canal de esgoto à céu aberto.
N
2
4
6
8 km
bacias hidrográficas Bairro Centro Bacia vertente marítima Bacia do Rio Cocó Bacia do Rio Maranguapinho Bacia do Rio Pacoti Rios Mapa 8. Bacias Hidrogáficas de Fortaleza Fonte: Prefeitura Municipal de Fortaleza Elaborado pela autora
aspectos ambientais
0
79
As cidades, de forma geral, faziam uso dos recursos hídricos para eliminar os dejetos produzidos. De tal maneira, normalmente as cidades crescem dando as costas para os rios e para o mar. Dando continuidade a degradação deste riacho, suas margens foram, ao longo do tempo, ocupadas por edificações, além de ter tido trechos canalizados subterraneamente, atualmente o riacho encontra-se bastante degradado, exalando um odor forte e desagradável. Apesar da revitalização do espaço urbano do Parque Pajeú, realizada pela Câmara dos Dirigentes Logistas, a qualidade da água ainda encontra-se em péssimo estado. Com relação às áreas verdes, o centro possui quatro pontos que se destacam pela quantidade e intensidade de massa verde, são eles: o Paço Municipal, o Passeio Público, o trecho do leito do Riacho Pajeú compreendido entre a avenida Dom Manuel e a rua Pinto Madeira e o Parque da Liberdade. Para além desses locais, há pouca arborização, em geral. Além da descaracterização paisagística que ocorreu nos grandes boulevares criados no século XIX, atualmente a arborização dos canteiros centrais destas avenidas foi mantida precariamente apenas em alguns trechos das avenidas Duque de Caxias, Dom Manuel e do Imperador. Contribuindo para a perda da massa verde da região, as áreas de jardim e quintal, localizadas no fundo de lote, também desapareceram.
aspectos ambientais
Esta situação aponta a necessidade da recuperação ambiental dos riachos e abertura de trechos das margens para incorporação e ampliação do sistema de áreas verdes e de lazer. E também a necessidade de ampliar a arborização de vias.
80
3.5 Aspectos urbanos
A área central de Fortaleza, como já dito anteriormente, passou por um processo de especialização do uso, tendo uma dominância massiva de comércio e serviços, principalmente na região do Centro Histórico. Nas porções mais a Leste e mais a Oeste ainda percebe-se uma quantidade considerável de uso residencial, do tipo predominante de casas de até dois pavimentos. Além disso, também merece destaque a forte presença de estacionamentos, muitas vezes ocupando apenas o térreo de edificações abandonadas; e de equipamentos públicos e institucionais, sendo o bairro de Fortaleza que mais possui este tipo de equipamento, conforme apontam os mapas 9 e 10. N
250
500
750
1000 m
Vazio
Público/Institucional
Abandonado
Serviço
Industrial
Depósito
Residencial
Garagem
Comércio
Misto
Estacionamento
Desuso
Sem informação
Mapa 9. Mapa de uso do pavimento térreo no Centro de Fortaleza Fonte: Plano Habitacional para Reabilitação da Área Central de Fortaleza (PHRACF)
aspectos urbanos
0
83
Na porção Norte do bairro, por exemplo, estão situados: o Forte da Nossa Senhora da Assunção, o Paço Municipal, o Centro Cultural BNB, o Passeio Público, o Sobrado José Lourenço, o Museu da Indústria, o Teatro São José, a Catedral, o Mercado Central, o Complexo Dragão do Mar e a Caixa Cultural. A localização e a relação destas edificações com o entorno serão melhor trabalhadas na etapa do projeto, que seguirá este capítulo. Equipamentos públicos de Fortaleza por Bairro N
28
11
13 6 6
9 2
12
4 1 7
16
5 3 3 2
7
9
6
4 20
16
12
25
4 16
16
5
7 3
4
4
5
8 1
4
11
2
8
4
4
5 8
4
2
8
10
3
1
9
1
9
1
3
20
21
4
12 1
4 9
2
1
6
2 9
2 3
5
1 8
8
8 2
15
1
10
2
16
6
7
27
1 7 10
12 1 7 1 1 2 12
1
4
7
11
3 13 9
9
11 9 16
4
4 4
2
13
11
4
7 16 14
2 1
26 10
1 9
5
1
28 Mapa 10. Mapa de equipamentos públicos de Fortaleza por bairro Fonte: Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Fortaleza Disponível em: http://www.fortaleza.ce.gov.br/sde/ Acessado em Agosto de 2015
aspectos urbanos
Outro fator importante para a análise urbana em macro escala desta área é a altura das edificações. O centro não passou por um processo de verticalização intensa, apresentando apenas alguns exemplares deste modelo de construção. Pode-se perceber, nas figuras 14 e 15 que o gabarito das edificações é, em sua grande maioria, correspondente a edificações de 1 a 3 pavimentos, com algumas exceções.
84
Esta característica se torna uma peculiaridade da região, que apesar de muito bem localizada geograficamente e de ser dotada de infraestrutura, não passou pelo processo de verticalização que encontramos em outras áreas da cidade, principalmente em sua porção leste.
Figura 14. Vista aérea do Centro de Fortaleza, sentido nordeste-sudoeste Fonte: Image 2015 - CNES/Astrium / Image 2015 - Digital Globe
Figura 15. Vista aérea do Centro de Fortaleza, sentido sudeste-noroeste Fonte: DATA SIO. NOAA. U.S. Navy. NGA. GEBCO / Image 2015 - Terra Metrics / Image 2015 - Digital Globe
aspectos urbanos
Além destes pontos, o bairro Centro possui várias praças, o que demonstra um imenso potencial paisagístico, que atualmente encontra-se ignorado, pois a grande maioria das praças estão em péssimas condições devido a falta de manutenção e várias delas chegaram a se tornar estacionamento. Segundo a Prefeitura de Fortaleza, a Regional Centro possui 32 praças, porém, em sua listagem algumas destas praças estão localizadas fora da própria regional. Desta forma, foram contadas 26 praças situadas no bairro em análise, conforme mapa 11 .
85
N
0
500
1000 m
Praças e áreas verdes
aspectos urbanos
Mapa 11. Mapa de localização de praças do Centro Fonte: Prefeitura de Fortaleza / Levantamento realizado pela autora / Imagem Google Satélite 31/07/2015 Elaborado pela autora
86
3.6 Infraestrutura
O centro de Fortaleza, por ter sido o primeiro bairro da cidade e, por muito tempo, o mais importante, é dotado de infraestrutura básica, como água, esgoto, energia e coleta de lixo, em quase sua totalidade. Com relação ao abastecimento de água via rede geral, cerca de 80% a 100% dos domicílios estão servidos, porém algumas áreas do bairro possuem menor porcentagem, variando entre 20% e 80% dos domicílios (ver mapa 12 ). Já em relação ao esgotamento sanitário via rede geral, quase a totalidade do bairro está servida entre 80% e 100% dos domicílios, restando apenas três setores censitários que apresentam porcentagem inferior, dois deles variando de 60% a 80% e a porção situada ao extremo norte variando entre 0% e 20%, conforme mapa 13. Tratando da análise dos domicílios com coleta de lixo e com energia fornecida pela concessionaria de energia eletrica (Coelce), apenas um setor, o mesmo para ambas as análises, apresenta variáveis entre 60% e 80% de cobertura, estando todo o restante do bairro entre 80% e 100% (ver mapas 14 e 15). Além das infraestruturas já citadas, o Centro conta, também, com a presença de muitas instituições públicas e privadas que abrangem diversos equipamentos de saúde, educação, equipamentos esportivos, culturais e religiosos, conforme aponta o mapa 16 . Estes equipamentos agregam qualidade à vida dos moradores do bairro, que conseguem realizar diversas atividades no mesmo bairro.
Conforme aponta o mapa 17, o Centro possui linhas de ônibus em quase a sua totalidade de vias, fazendo com que a mobilidade seja facilitada, além da presença do terminal da Praça da Estação, que, como o nome já diz, está situada em frente à Estação Ferroviária João Felipe, que encontra-se temporariamente desativada. Também estão instaladas estações de bicicletas compartilhadas do sistema Bicicletar, que facilitam as locomoções de curta distância feitas no próprio bairro e proximidades,
infraestrutura
Para finalizar a análise de infraestrutura, merece destaque o serviço de transporte público presente no Centro, que pode ser considerado como ponto convergente da cidade, por ser um dos bairros com maior quantidade de linhas, rotas e opções variadas de transporte.
89
Figura 16. Estação Bicicletar Fonte: www.bicicletar.com.br Acessado em Agosto de 2015
O programa Bicicletar da Prefeitura Municipal de Fortaleza atingiu a maior taxa de utilização de bicicletas compartilhadas em comparação com seis capitais brasileiras (Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Aracaju, São Paulo e Belo Horizonte) e com o sistema de Pernambuco, que abrange Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. O Bicicletar atingiu a marca de 1.579 viagens diárias e uma média de 44 de deslocamentos por estação. Levantamento feito pela Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), por meio do Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito de Fortaleza (PAITT). Fonte: Prefeitura Municipal de Fortaleza
possuindo utilização intensa. Vale destacar o fato de que Fortaleza, apesar de não possuir, ainda, uma quantidade muito significativa de estações (apenas 35), tem conseguido números de utilização bastante significativos.
infraestrutura
Tratando, ainda, da mobilidade, o Metrofor prevê cinco estações de metrô no bairro, sendo uma delas o encontro entre três linhas, a sul, a leste e a oeste, se tornando um ponto de grande confluência de fluxo de pessoas.
90
N
domicílios com abastecimento de água da rede geral Centro 0% - 20% 20% - 40% 0
2,5
5
7,5
40% - 60%
10 km
60% - 80% 80% - 100%
N
domicílios com abastecimento de água da rede geral Centro 0% - 20% 20% - 40% 40% - 60% 750
1500 m
60% - 80% 80% - 100% Mapa 12. Domicílios com abastecimento de água via rede geral Fonte: Censo IBGE 2010 Elaborado por Jéssica Chaves Editado pela autora
infraestrutura
0
91
N
domicílios com esgotamento sanitário via rede geral Centro 0% - 20% 20% - 40% 40% - 60% 60% - 80% 0
2,5
5
7,5
10 km
80% - 100%
N
domicílios com esgotamento sanitário via rede geral Centro 0% - 20% 20% - 40% 40% - 60% 60% - 80%
infraestrutura
0
92
750
1500 m
80% - 100% Mapa 13. Domicílios com esgotamento sanitário via rede geral Fonte: Censo IBGE 2010 Elaborado por Jéssica Chaves Editado pela autora
N
domicílios com lixo coletado Centro 0% - 20% 20% - 40% 40% - 60% 60% - 80% 0
2,5
5
7,5
10 km
80% - 100%
N
domicílios com lixo coletado Centro 0% - 20% 20% - 40% 40% - 60% 60% - 80% 750
1500 m
80% - 100% Mapa 14. Domicílios com lixo coletado Fonte: Censo IBGE 2010 Elaborado por Jéssica Chaves Editado pela autora
infraestrutura
0
93
N
domicílios com energia da coelce Centro 0% - 20% 20% - 40% 40% - 60% 60% - 80% 0
2,5
5
7,5
10 km
80% - 100%
N
domicílios com energia da coelce Centro 0% - 20% 20% - 40% 40% - 60% 60% - 80%
infraestrutura
0
94
750
1500 m
80% - 100%
Mapa 15. Domicílios com energia fornecida pela Coelce Fonte: Censo IBGE 2010 Elaborado por Jéssica Chaves Editado pela autora
N
0
equipamentos de saúde
equipamentos de educação
equipamentos culturais
equipamentos esportivos
500
1000 m
equipamentos religiosos
Na elaboração deste mapa foram considerados: apenas os hospitais; equipamentos de ensino públicos e privados, abrangendo ensino infantil, fundamental, médio e superior; e apenas as instalações da Igreja Católica Apostólica Romana.
Mapa 16. Principais equipamentos do Centro Fonte: Trabalho Final de Graduação de Beatriz Rodrigues Andrade, DAU-UFC, 2013 Elaborado pela autora
N
500
1000 m
Bairro Centro
Futura linha oeste do metrô
Terminal de ônibus
Linhas de ônibus
Futura linha leste do metrô
Estações previstas do metrô
Estações do bicicletar
Estação Ferroviária
Futura linha sul do metrô
Mapa 17. Mapa de infraestrutura de transporte do Centro de Fortaleza Fonte: Etufor / Metrofor / Bicicletar Elaborado pela autora
infraestrutura
0
95
3.7 Aspectos demográficos e socioeconômicos
Fortaleza é considerada a cidade mais densa do Brasil, contando com uma densidade de 7.786,44 hab/km², apresentando números mais altos do que cidades como São Paulo e Belo Horizonte que possuem, respectivamente, 7.398,26 hab/km² e 7.167 hab/km². Como acontece na maioria das grandes cidades brasileiras, altas densidades estão, geralmente, vinculadas à falta de controle urbano e à ausência de planejamento, que acabam ocasionando a formação comunidades em assentamentos informais e no caso de Fortaleza não seria diferente. Os locais com maiores densidades são correspondentes às áreas de favelas. (IBGE - Censo, 2010) Devido ao processo de esvaziamento de diversos usos no Centro de Fortaleza, já citado anteriormente, o bairro possui densidades baixíssimas, quando comparado aos bairros adjacentes. Existem verdadeiros vazios demográficos em algumas porções do território, onde a densidade varia entre 0 e 50 habitantes por hectare. Número considerado extremamente baixo para uma região dotada de infraestrutura, como visto anteriormente (ver mapa 18).
É interessante evidenciar que, apesar da renda não ser tão alta na maior porção do território, o bairro Centro é responsável pelo maior número de vínculos ativos de emprego da cidade de Fortaleza, contando com pouco mais de 119 mil vínculos, seguido pelo bairro Meireles, que conta com quase 54 mil vínculos ativos, como aponta o mapa 20. Este fato, relacionado a densidade do bairro, evidencia sua função comercial, sendo um bairro para o qual as pessoas vão e voltam todos os dias, para trabalhar. Apesar de possuir baixa densidade habitacional, o Centro possui Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) alto (ver mapa 21). Considerando que o IDH é calculado levando em conta indicadores de renda, educação e longevidade (expectativa de vida), podemos concluir que devido a grande quantidade de equipamentos de ensino, hospitais e a imensa oferta de emprego, o Centro acaba por proporcionar certa qualidade de vida para seus habitantes.
aspectos demográficos e socioeconômicos
Fazendo uma análise da renda da população que habita o centro, é possível verificar que a renda varia entre 0 e 3,5 salários mínimos na maior porção do território central, possuindo alguns pontos, principalmente a Leste, onde se tem o limite com o bairro Aldeota, onde esses valores aumentam, podendo variar entre 4 ou mais salários mínimos (ver mapa 19).
97
N
densidade populacional Centro 0 - 50 hab/ha 50 - 150 hab/ha 150 - 300 hab/ha 300 - 600 hab/ha 0
2,5
5
7,5
600 - 1000 hab/ha
10 km
N
aspectos demogr谩ficos e socioecon么micos
densidade populacional
98
Centro 0 - 50 hab/ha 50 - 150 hab/ha 150 - 300 hab/ha 300 - 600 hab/ha 0
750
1500 m
600 - 1000 hab/ha Mapa 18. Densidade populacional de Fortaleza Fonte: Censo IBGE 2010 Elaborado por Mariana Quezado Editado pela autora
N
renda nominal média mensal Centro 0 a 1 S.M. 1 a 2 S.M. 2 a 3 S.M. 3 a 4 S.M. 0
2,5
5
7,5
10 km
4 ou mais S.M.
N
Centro 0 a 1 S.M. 1 a 2 S.M. 2 a 3 S.M. 3 a 4 S.M. 0
750
1500 m
4 ou mais S.M. Mapa 19. Renda nominal mensal domicilar de Fortaleza Fonte: Censo IBGE 2010 Elaborado por Jéssica Chaves Editado pela autora
aspectos demográficos e socioeconômicos
renda nominal média mensal
99
Vínculos ativos de emprego N
9,950.0 1,833.0 0.0 0.0 0.0 4,497.0
0.0 1,993.0 1,856.0 5,644.0 1,280.0 0.0 9,150.0 119,003.0 53,984.0 470.0 10,786.0 41,473.0
0.0 3,296.0
9,098.0 0.0 6,408.0 23,844.0 30,206.0 1,946.0 21,360.0 0.00.0 0.0 1,122.0 3,836.0 0.0 0.0 2,562.0 1,078.0 0.0 18,817.0 4,667.0 1,971.0 0.0 0.0 0.0 0.0 3,171.0 24,022.0 0.0 1,226.0 3,759.0 0.0 1,031.0 0.0 6,234.0 1,593.0 1,702.0 0.0 0.0 4,142.0 0.0 0.0 1,664.0 0.0 0.0 0.0 867.0 6,894.0 2,684.0 0.0 0.0 35.0 2,553.0 14,989.0 0.0 0.0 3,983.0 0.0 0.0 3,230.0 0.0 0.0
0.0
0.0 0.0
Muito alta (acima de 50.000 empregados)
0.0
Alta (10.001 - 50.000 empregados) Médio (1.001 - 10.000 empregados) Baixo (0 - 1.000 empregados) Sem informações
Mapa 20. Vínculos ativos de emprego por bairro de Fortaleza Índice de desenvolvimento Humano (IDH) por bairro Fonte: Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Fortaleza Disponível em: http://www.fortaleza.ce.gov.br/sde/ Acessado em Agosto de 2015 N
N 0,2157
0,2298 0,2236 0,2997 0,2847 0,7201 0,2238 0,3251 0,4345 0,7931 0,3315 0,5567 0,9531 0,2125 0,42900,5942 0,4998 0,7176 0,6284 0,8666 0,3483 0,52960,6418 0,6285 0,5877 0,6625 0,2186 0,5619 0,5106 0,6948 0,3735 0,4915 0,1386 0,5054 0,3408 0,3694 0,4728 0,1679 0,7678 0,3600 0,3472 0,4671 0,3617 0,2837 0,3735 0,1769 0,3109 0,5224 0,3503 0,1902 0,2621 0,2700 0,2829 0,1700 0,3417 0,2710 0,3684 0,3904 0,5719 0,1949 0,3378 0,2922 0,3182 0,3045 0,2673 0,1487 0,5176 0,2822 0,2511 0,3770 0,1363 0,2247 0,2717
aspectos demográficos e socioeconômicos
0,2431 0,1352
100
0,2328
0,1869
0,1882 0,2527 0,3757 0,2888
0,1683 0,3953 0,1067
0,2553 0,2143
0,1983
0,2043
Muito alto (0,8 - 1,0)
0,2638
Alto (0,5 - 0,7) Médio (0,35 - 0,5) Baixo (0,25 - 0,35) Muito baixo (0,0 - 0,25)
Mapa 21. IDH por bairro de Fortaleza Fonte: Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Fortaleza Disponível em: http://www.fortaleza.ce.gov.br/sde/ Acessado em Agosto de 2015
O IDH foi criado pelos economistas Mahbub ul Haq e (o ganhador do Nobel) Amartya Sen em 1998 e adotado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para medir o bemestar geral dos países do mundo. No componente educação, entram a média de escolaridade da população e a expectativa de escolaridade para crianças que estão começando a estudar. A idade média de vida dos habitantes serve para medir as condições de saúde. O índice de renda é obtido pela renda nacional bruta (RNB) per capita (por pessoa). Junta-se todos esses dados e recebe-se uma nota, que vai de 0 a 1. Quanto mais perto do um, melhor. Meio limitado esse índice, não? A própria ONU reconhece isso e diz que falta medir democracia, sustentabilidade e mais um monte de coisas. Fonte: Revista Galileu Disponível em http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI341268-18579,00COMO+SE+CALCULA+O+IDH.html Acessado em setembro de 2015
Com relação aos usuários do centro, seu polo comercial é referência, principalmente, para a população com menor renda da cidade. CLASSE E 8%
CLASSE A 1%
CLASSE B 10%
CLASSE C 40% Gráfico 3.
Perfil dos usuários do Centro Fonte: Instituto Pólis, 2009. Editado pela autora
Pesquisa realizada pelo SEBRAE (2004) revelou que quem frequenta o Centro são moradores dos bairros periféricos de Fortaleza e do próprio Centro. A maioria (80%) pertence às classes socioeconômicas C e D e utiliza como meios de transporte: ônibus (70%) e trem (15%). Apenas 5% dos freqüentadores vai ao Centro de carro próprio. A pesquisa mostrou ainda que cerca de 29% dos frequentadores vão ao Centro diariamente, 23% semanalmente e 20% eventualmente, surpreendendo ao revelar que 63% dos entrevistados não vão para realizar compras. Os entrevistados apontaram como aspectos positivos da região: a variedade de lojas e produtos (58,43%), as praças (25,17%), os preços oferecidos (24,50%), os cinemas e lazer (18,33%), o shopping (14,13%) e o fácil acesso (12,21%). (INSTITUTO PÓLIS, 2009)
aspectos demográficos e socioeconômicos
CLASSE D 40%
101
3.8 Circulação
O Centro de Fortaleza apresenta vias arteriais do tipo I e II, vias coletoras, vias comerciais, vias locais e vias de pedestre. Ao analisar a conectividade e acessibilidade da poligonal de vias comerciais, nota-se que, exceto pela Av. Duque de Caxias (via arterial do tipo II), não existem outras vias de maior porte que atravessem esta região no sentido leste-oeste, como aponta o mapa 22, que também mostra as principais vias de acesso e saída do Centro, sendo as vias que mais concentram fluxo de veículos automotores. N
0
500
Bairro Centro
Via férrea
Via expressa
Via coletora
Poligonal de vias comerciais
Principais acessos e saídas do Centro
Via arterial tipo I
Via de Pedestre
1000 m
Via arterial tipo II
Dentro da poligonal das vias comerciais, apenas as vias previamente especificadas na LUOS não serão comerciais / Todas as vias que não estão destacadas no mapa são vias locais
Praticamente a totalidade das vias de Fortaleza foram pensadas para os veículos motorizados, não sendo diferente no Centro. Apesar de possuir algumas vias de uso exclusivo de pedestre, o Centro possui ruas
circulação
Mapa 22. Classificação Viária Fonte: PDDU (1992) e a LUOS (1996). Elaborado pela autora
103
com calçadas estreitas, mal conservadas, com materiais inadequados, esburacadas, desniveladas, sujas e mal iluminadas.
circulação
Figura 17. Exemplo de calçada mal conservada Foto: acervo pessoal
104
Além da dificuldade em relação ao estado de conservação das calçadas, muitas delas acabam sendo ocupadas por vendedores ambulantes, que armam suas barracas no passeio e impossibilitam a utilização da totalidade da calçada. Como o fluxo de pedestres na região é intenso, a situação se torna caótica. Este fenômeno acontece, também, nas vias de uso exclusivo de pedestres, onde a ocupação é tanta, que se torna impossível passar de um lado, ao outro da via. Outro fator em relação a mobilidade do bairro diz respeito aos recapeamentos que foram feitos ao longo do tempo de tal forma que, em diversos pontos do bairro, o asfalto está em um nível mais alto que a própria calçada, o que é uma das causas de inundações frequentes.
Figura 18. Obstrução de vendedores informais em via de pedestre Foto: acervo pessoal
A situação em que se encontram as calçadas do bairro descartam qualquer possibilidade de acessibilidade universal e aumenta a sensação de insegurança do pedestre, que fica mais exposto a acidentes. A área conta com poucas placas indicativas, muitas delas mal localizadas e danificadas. Mas, por outro lado, conta com um alto índice de poluição visual, devido as fiações aparentes e ao tipo de divulgação escolhido pelas lojas em geral.
Figura 19. Poluição visual causada pelos fios elétricos Foto: acervo pessoal
Figura 20. Poluição visual causada pelas propagandas comerciais Foto: acervo pessoal
Figura 21. Rua Governador Sampaio Foto: acervo pessoal
circulação
Uma das ruas mais emblemáticas do Centro é a rua Governador Sampaio, que tem seu início na Catedral de Fortaleza e seu fim no Parque Pajeú, esta rua, dotada de um potencial paisagístico muito forte, devido a perspectiva criada com a catedral, foi tomada pelo comercio atacadista, sendo uma experiência completamente desagradável o ato de caminhar por ela, devido a quantidade de caminhões efetuando, de forma inadequada, carga e descarga. As edificações também sofrem com esse uso da rua, todas foram transformadas em depósitos e muitas foram demolidas para dar espaço para estacionamentos.
105
Figura 22. Calçada da rua Governador Sampaio Foto: acervo pessoal
O Centro apresenta quantidade insuficiente e baixa qualidade de mobiliários urbanos, sendo notória a presença de lixo em todos os locais, muito disso devido à falta de lixeiras e da má distribuição das mesmas.
circulação
Apesar de todas essas dificuldades, caminha-se, e muito, no Centro. É preciso, então, propor idéias e estratégias para melhorar as condições do caminhar dessas pessoas e tornar o Centro um lugar mais agradável e menos caótico.
106
3.9 Referencial projetual
As referências projetuais mais relevantes deste trabalho têm três escalas de abrangência, em primeiro lugar, o projeto de uma promenade de aproximadamente 5km de extensão, que trata de forma diferente cada trecho de sua extensão. Em segundo lugar, temos as propostas de intervenções itinerantes, móveis, eventos, acontecimentos, dentre outros, que podem modificar a paisagem local. Para finalizar, a terceira escala trata das opções de mobiliário urbano, a serem aplicados no local em que possam servir de inspiração, conveniência e conforto. Seguindo esta sequência, será brevemente apresentado o projeto de requalificação das margens do rio Rhône, em Lyon, França. Em seguida o projeto Centro Aberto, que está sendo realizado no Centro da cidade de São Paulo e o projeto Recife Antigo de Coração, aplicado em Recife. Para finalizar, serão mostrados alguns equipamentos e mobiliários urbanos
Berges du Rhône
São 5km de extensão de projeto e, devido sua grande extensão e da variação da paisagem urbana do entorno, foram definidos oito setores de intervenção, que possuem tratamentos diferenciados e que buscam relações diferentes com os usuários (ver figura 23). Os oito setores mudam bastante com relação à destinação de seus usos, podendo variar desde áreas nitidamente
Figura 23. Trechos de projeto Fonte: Trabalho de PU2, UFC - Bárbara Nascimento e Camila Cirino
referencial projetual
O projeto de requalificação das margens do Rio Rhône viabiliza a transformação de um espaço que antes era usado como estacionamento em uma grande promenade, bem no centro da cidade de Lyon, causando uma mudança drástica na relação dos habitantes com a cidade e com o próprio Rio.
109
transitórias (ver figura 24) à áreas de permanência prolongada, com a presença de restaurantes, áreas de estar, etc. (ver figuras 25 e 26). Passando também por áreas mais voltadas para a prática de atividades físicas, ou onde há possibilidade de um maior contato com o Rio. Figura 24. Área transitória Fonte: http://www.landezine.com/index.php/2011/06/rhoneriver-banks-by-in-situ-architectes-paysagistes/
A principal característica deste projeto que foi adotada neste Trabalho Final de Graduação é a sensibilidade de perceber o potencial de cada trecho e tentar, por meio do projeto, trazer à tona todas as possibilidades de convivência e de humanização da área, além da criação de uma longa promenade, que se torna muito agradável justamente devido à pluralidade de contextos ao caminhar.
referencial projetual
Figura 25. Área de permanência Fonte: http://numelyo.bm-lyon.fr/BML:BML_01ICO001014d6770e209930 Acessado em novembro de 2015
110
Figura 26. Área de permanência Fonte: http://www.landezine.com/index.php/2011/06/rhone-river-banks-by-in-situ-architectes-paysagi stes/ Acessado em novembro de 2015
Centro Aberto
Figura 27. Projeto Centro Aberto Fonte: http://www.metroo.com.br/projects/view/99/2 Acessado em novembro de 2015
O projeto “Centro Aberto – Experiências na Escala Humana” é uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo que visa mudar a dinâmica de alguns pontos do Centro da cidade de São Paulo de maneira simples, com pequenas alterações. Atualmente, mais de 90% dos usuários aprovam, segundo a Prefeitura de São Paulo, as alterações feitas (ver figura 27).
Aplicado, até o momento, em apenas dois pontos do Centro de São Paulo (no Largo São Francisco e no Largo Paissandu), o projeto, merece destaque pelas estratégias e ferramentas utilizadas para buscar essa mudança de contexto local (ver anexo II).
referencial projetual
O projeto Centro Aberto - que têm sede justamente no Centro de São Paulo - não busca construir novos espaços, mas, sobretudo transformar as estruturas preexisten¬tes, permitindo atividades de celebração. Os projetos buscam a ativação do espaço público através da renovação de suas formas de uso. Promover a diversificação das atividades envolvendo um número maior de grupos de usuários, em faixas de tempo também ampliadas - constitui-se em um instrumento fundamental para a constru¬ção do domínio público sobre os espaços. Esse processo é capaz de promover, além da melhoria na percepção de segurança, o reforço no sentido de pertencimento e identificação da população com o Centro. (SÃO PAULO, 2015, p 3).
111
Recife Antigo de Coração O Projeto da Prefeitura do Recife prevê, através de uma programação diferenciada, novas apropriações do espaço do bairro do Recife Antigo. Aos domingos, as ruas são fechadas para veículos automotores e permitem a realização de diversas atividades, transformando a área do bairro em um parque. Tal iniciativa é reforçada mensalmente, no ultimo domingo de cada mês, com programação especial, quando o movimento se torna ainda maior devido às atratividades.
referencial projetual
Figura 28. Projeto Recife Antigo de Coração Fonte: http://blogs.ne10.uol.com.br/social1/2014/08/22/acao-ande-com-saude-orienta-ciclistas-pelo-recifeantigo-domingo/ Acessado em novembro de 2015
112
O Recife Antigo de Coração é um convite para que recifenses e turistas aproveitem e vivam a cidade. Desde março de 2013, o Bairro do Recife se transforma num grande parque a céu aberto aos domingos, congregando pessoas de todas as idades, gostos e estilos. No último domingo de cada mês, a programação é reforçada, com a montagem de quatro polos: infantil, cultural, esportivo e do musical. Além de lazer, entretenimento e práticas esportivas, o evento oferece diversos serviços e assegura bons momentos para a população e para os visitantes no bairro por onde começou a história do Recife. (PREFEITURA DO RECIFE. Disponível em: http://www2.recife.pe.gov.br/servico/recife-antigode-coracao-0. Acessado em novembro de 2015).
A experiência de estar em um bairro transformado em parque onde diversas atrações ocorrem, ao mesmo tempo, em ruas diferentes é maravilhosa. Gera um dinamismo muito forte e atrai várias camadas
da população, gerando uma convivência harmoniosa. Ao longo de uma caminhada rápida é possível participar ou apenas apreciar, nas ruas do Recife Antigo, shows de samba, rodas de capoeira, jogos de vôlei, desfiles de frevo, shows de forró, entre outras atrações. Torna-se fácil perder a noção do tempo e passar de uma atração para outra ao longo do dia. Para além da importância da iniciativa do Poder Público, com este projeto, é possível visualizar a importância da existência de espaços multifuncionais, que permitam e deem liberdade para a instalação de eventos temporários dos mais diversos tipos. O espaço projetado deve permitir diferentes apropriações, usos e atratividades, podendo atrair diversas pessoas em momentos diferentes.
referencial projetual
Figura 29. Projeto Recife Antigo de Coração Fonte: http://noticias.ne10.uol.com.br/grande-recife/noticia/2015/04/24/edicao-deste-domingo-do-recifeantigo-de-coracao-sera-cheia-de-solidariedade-543440.php Acessado em novembro de 2015
113
Capítulo 04
Pensar é geralmente considerado não fazer nada em uma cultura voltada para a produção, e não fazer nada é difícil de fazer. É melhor feito se disfarçarmos como fazendo algo, e o mais próximo de não fazer nada é andar. Rebecca Solnit 114
Memorial Descritivo
4.1 Aproximação territorial
01
21
20
02 19
18
16 15
17
03
14
04
41 13 39
24
25
12
40
22
23
37
06
38 11
36
26
10
30
33
31
07
09
01 27
05
08
35
32 29 28
01 Praia de Iracema 02 Caixa Cultural 03 Dragão do Mar 04 Teatro São José 05 Seminário da Prainha 06 Mercado dos Pinhões 07 Colégio Militar 08 Praça da Bandeira 09 Colégio Justiniano de Serpa 10 colégio Imaculada Conceição 11 Igreja do Pequeno Grande 12 Paço Municipal 13 Catedral 14 Praça da Sé 15 Mercado Central
34
Mapa 23. Mapa psicogeográfico do Centro de Fortaleza Elaborado pela autora
16 Forte de Nossa Senhora da Assunção 17 Museu da Indústria 18 Passeio Público 19 Santa Casa 20 ENCETUR 21 Estação João Felipe e Praça 22 Igreja do Patrocínio 23 Praça da Lagoinha 24 Praça José de Alencar 25 Teatro José de Alencar 26 Mercado São Sebastião 27 Vila das Artes 28 Caixas d’água do Benfica 29 Faculdade de Direito UFC 30 Praça Clóvis Beviláqua
31 Instituto do Ceará 32 Igreja do Carmo 33 Praça Murilo Borges 34 Igreja do Sagrado Coração de Jesus 35 Parque da Criança 36 Praça dos Voluntários 37 Praça do Ferreira 38 Museu do Ceará / Praça dos Leões / Igreja do Rosário / Palácio da Luz 39 BNB cultural 40 Largo da Assembléia / Largo do Mercado / Praça Waldemar Falcão 41 Sobrado Dr. José Lourenço
115
Após análise territorial do bairro Centro realizada no capítulo anterior, faz-se necessária uma maior aproximação com esse território, tornando possível a delimitação da área específica de intervenção do projeto em questão. Para auxiliar nesta escolha, foi elaborado um mapa psicogeográfico do centro de Fortaleza (ver mapa 23). Tal mapa aponta pontos de atratividade existentes na área central e que geram fluxos de pessoas entre eles ou que apresentam potencialidade para gerar fluxos isoladamente. Observando as atratividades dispostas no mapa piscogeográfico, pode-se perceber a existência de certos “nós de atratividade”. Estes nós contém uma concentração maior de elementos atrativos e, dentro deles, um dos elementos se sobressai, possuindo maior destaque no contexto local, influenciando seu entorno próximo. São eles: a zona do Parque da Criança, da Praça do Ferreira, da Praça José de Alencar, do Passeio Público, da Catedral, do Dragão do mar e da Beira Mar (ver mapa 24) . Estes nós
aproximação territorial
N
116
0
250
500
750
1000 m
Mapa 24. Nós de atratividade do Centro de Fortaleza. Elaborado pela autora
Mapa 25. Esquema conceitual da intervenção. Elaborado pela autora
de atratividade são atualmente conectados de maneira muito precária, especialmente do ponto de vista do apoio ao caminhar urbano. Desta forma, este trabalho final de graduação trata de estabelecer possíveis conexões entre estes nós, priorizando os pedestres e reduzindo a intensidade e os efeitos negativos dos veículos motorizados, buscando criar uma considerável experiência de promenade na cidade de Fortaleza.
aproximação territorial
Primeiramente, será elaborado um masterplan com diretrizes gerais e específicas para o território e, posteriormente, será apresentada a setorização com o projeto de desenho urbano das vias.
117
4.2 Conceito
ENTO JAM E O AN AN PL URB
IDEN TID AD E
D A DE
ATRA TIV IDA DE
DE ILIDA HAB MIN CA
RA
SU ST EN TA
BILI
TU CUL
INF
RA
EST RUT
URA
A ILID MO B
DE
Figura 30. Logo conceitual do projeto Elaborado pela autora
Para que esta experiência funcione, a rua precisa ser destinada ao pedestre, além de ter de uma boa calçada, ser segura, conectar lugares e de abrigar, em si, as características de um lugar.
conceito
Este projeto final de graduação tem como objeto a criação de uma Promenade na área de maior densidade de fluxos de pessoas que é o Centro de Fortaleza. Trata-se do projeto de uma área agradável que atenda as necessidades das pessoas que por lá já caminham e que seja capaz de atrair novos públicos, estimulando a revitalização deste hábito primário, o caminhar, que encontra-se bastante dificultoso e perigoso em nossa cidade, não havendo sequer planejamento para atender essa demanda de todos para o caminhar. Em Fortaleza não se dispõe de infraestrutura, nem de mobiliário urbano, nem de uma programação integrada e compartilhada entre os equipamentos e instituições presentes na área.
119
Mas o que deve ser um lugar? Neste projeto, considerase que este lugar deverá ter, principalmente: sociabilidade, acessos e mobilidade, usos e atividades conforto e imagem. Dentro destas características principais, busca-se: diversidade de usos e funções, biodiversidade, orgulho, identidade, segurança, interatividade, pertencimento, atividades sociais, uso em horários variados, ruas ativas, continuidade, proximidade, conexão, higiene, sinalização completa, caminhável, conveniente, acessível, diferentes modais de transporte, diversão, ação, que seja único, real, útil, espaço para celebrações, eventos, limpeza, verde, locais para sentar, calmo, charmoso, atrativo, histórico. Ou seja, um lugar propício para diversos acontecimentos do cotidiano ou de programações temporárias.
conceito
Para atingir esse objetivo, são traçadas diretrizes gerais e específicas para a área de intervenção e seu entorno. Estas diretrizes, obviamente, se complementam consolidando a criação de uma nova tipologia na cidade de Fortaleza. Estas diretrizes foram organizadas em oito temas diferentes, que auxiliam na compreensão do masterplan. São eles: planejamento urbano, identidade, caminhabilidade, sustentabilidade, mobilidade, infraestrutura, cultura e atratividade (ver figura 23). Logicamente, uma diretriz de mobilidade, por exemplo, pode acabar sendo um motivo de atratividade para o local, porém, os temas foram sendo definidos de acordo com o lugar e o objetivo principal de cada medida.
120
Mapa 26. Esquema geral da proposta Elaborado pela autora.
4.3 Diretrizes e recomendações gerais do Plano
Considerando a estruturação temática já citada anteriormente (planejamento urbano, identidade, caminhabilidade, sustentabilidade, mobilidade, infraestrutura, cultura e atratividade), seguem as diretrizes gerais previstas em conjunto, constituindo-se num corpo invisível de serviços básicos e conveniências de suporte ao público do projeto, que são passíveis de aplicação em toda a área central.
Figura 31. Esquema das diretrizes gerais de planejamento urbano. Elaborado pela autora.
• Estimular o uso misto das edificações existentes, com térreo comercial e habitação nos demais pavimentos. Dependendo do tamanho da edificação também recomenda-se que alguns andares sejam destinados ao aluguel de salas comerciais. Esta diretriz visa à criação de ambientes diversificados, com uso 24h por dia, melhorando condições de segurança e oferecendo a vantagem de ter opções de comércio e serviço próximos.
diretrizes e recomendações gerais do plano
PLANEJAMENTO URBANO
123
• Garantir que as unidades habitacionais instaladas na área do projeto atendam a diversos perfis de moradores. Para que o bairro ganhe mais vida é necessária, além da diversidade econômica, a presença de famílias grandes e pequenas, estudantes, idosos, etc. • Tornar obrigatório que toda e qualquer nova edificação, que não seja do tipo casa unifamiliar, deverá reservar o térreo para atividades com vínculo direto com a rua, intensificando o dinamismo e a continuidade espacial. • Utilizar instrumentos que estimulem proprietários e empreendedores a construir no Centro e a investir nessa região. Visando o aumento da qualidade do espaço urbano para o cidadão de Fortaleza. Algumas medidas como, por exemplo, transferência do direito de construir, devem ser aplicadas caso o proprietário construa e mantenha uma praça ou edificação pública em parte do seu imóvel.
diretrizes e recomendações gerais do plano
• É absolutamente necessária a aplicação de políticas e instrumentos que evitem e combatam a especulação e a gentrificação da área. O Objetivo é ter diversidade e variedade, tanto de habitantes como de opções de lazer, comércio e serviço. Atualmente, a gentrificação é um fenômeno que ocorre praticamente no mundo inteiro, sendo responsável pela expulsão dos habitantes, comerciantes e frequentadores de uma determinada região da cidade que passou a receber melhorias públicas e investimentos privados, gerando aumento dos preços dos imóveis, dos alugueis e, consequentemente, do custo de vida e fazendo com que essas pessoas que lá moravam, trabalhavam ou frequentavam não tenham mais condições de se manter no local, muitas vezes migrando para a periferia. No Brasil, alguns instrumentos previstos no Estatuto da Cidade dão às Prefeituras maior controle sobre o solo urbano, porém, em alguns casos, como o de Fortaleza, estes instrumentos previstos não foram regulamentados pelo Plano Diretor da cidade, o que dificulta a aplicação dos mesmos (ver anexo III).
124
• Atualizar o itinerário da Linha Central de ônibus de Fortaleza (linha que atualmente funciona no bairro), além da criação de outra linha no sentido contrário. Estas linhas deverão ter, unicamente, veículos elétricos não poluentes, silenciosos, com ar condicionado e com tarifa reduzida. Estimulando a locomoção facilitada dentro do bairro e desincentivando o uso de veículos automotores particulares. • A manutenção e limpeza dos espaços públicos do Centro de Fortaleza deverá ser feita diariamente, tendo em vista que estas influenciam no modo como o espaço é percebido pelas pessoas, mudando, inclusive, a sensação de segurança pública. • Proibir a entrada de caminhões de carga com tara acima de 3000
kg das 6h às 22h, de segunda a sábado. Apenas será permitida a entrada de Veículos Urbanos de Carga, que não deverão ultrapassar as medidas de 2,20m de largura e 6,30m de comprimento. Além disto, os veículos precisam ser cadastrados e receber autorização para transitar no local. Todas as operações de carga e descarga deverão ser realizadas em vagas previamente destinadas e não poderão exceder o período de atividade, caso seja necessária a entrada de caminhões maiores, esta operação deverá ser realizada em horários alternativos (de 22h às 6h). • Realizar um plano para a proibição e a retirada de publicidade considerada excessiva, com a remoção de todos os outdoors, letreiros e etc. • Os camelôs e vendedores ambulantes deverão ser cadastrados e ter autorização para trabalhar. A Secretaria Regional do Centro deverá prever, os locais exatos onde poderão ser instaladas as estruturas temporárias deste tipo de comércio. Visando estimular e incentivar o consumo de produtos locais, deverá ser destinando maior porcentagem do total de vagas à venda de produtos naturais, regionais e caseiros do que à venda de roupas, acessórios plásticos, eletrônicos e importados. • A Feira da José Avelino deverá, também, passar por estudos para definir a quantidade de vagas e garantir melhor infraestrutura tanto para os feirantes quanto para os compradores.
diretrizes e recomendações gerais do plano
• É necessária a realização de um Plano Diretor Urbano completo para o bairro do Centro, prevendo mudanças, seu crescimento e as possibilidades desejadas para o local. Com definições precisas de zoneamento, revisão dos parâmetros urbanos e readequação da classificação viária.
125
IDENTIDADE
Figura 32. Esquema das diretrizes gerais de identidade. Elaborado pela autora.
• Visando o desenvolvimento local sustentável, toda e qualquer atividade, intervenção ou construção no Centro de Fortaleza deverá respeitar e fazer referência, sempre que possível, à memória da cidade, tanto individual como coletiva, e à paisagem existente (além de seguir outras diretrizes aqui apresentadas).
diretrizes e recomendações gerais do plano
• Todo e qualquer projeto ou intervenção na área pública do Centro deverá levar em consideração as opiniões dos moradores (ou futuro moradores) e comerciantes do local. Desta forma, as pessoas se sentem parte de um todo, se importando e cuidando das áreas públicas do bairro.
126
• Denominar um administrador para cada praça ou área pública relevante da cidade, que possa ter contato direto com a Regional Centro, facilitando a comunicação em caso de necessidade de manutenção, denúncias, etc. • Os projetos deverão seguir uma unidade paisagística, com mesma linguagem de pisos, ritmos, texturas, mobiliários urbanos, placas, equipamentos etc. Fazendo com que as pessoas que moram ou frequentam o local sintam-se pertencente a um lugar único na cidade. • A importância histórica do centro, seus casos e personalidades deverão ser sempre valorizados e difundidos.
CAMINHABILIDADE
Figura 33. Esquema das diretrizes gerais de caminhabilidade. Elaborado pela autora.
• Dar infraestrutura para todos os modais de transporte, porém sempre com preferência ao pedestre. Realizando melhorias e investimentos que garantam a segurança e o prazer do mesmo ao caminhar.
• As ruas e edificações deverão ser acessíveis. Em todos os cruzamentos, quando não for adequada a implantação de faixa de pedestre elevada, deverão ser rebaixadas as guias das calçadas, facilitando, assim, o caminhar ou a locomoção de quem tem mobilidade reduzida. Além disso, todas as calçadas, sejam elas em ruas ou nas praças, deverão conter piso tátil. • Proporcionar, sempre, cruzamentos seguros para o pedestre. Com boa sinalização, sinal com tempo para travessia e aviso sonoro. • Sinalizar quando o pedestre deverá olhar para os dois lados antes de atravessar caso haja uma ciclovia em sentindo contrário ao do fluxo de veículos. • Iluminar adequadamente as ruas, buscando uma maior sensação de segurança para o pedestre. • Todas as superfícies sujeitas ao caminhar deverão ser de qualidade,
diretrizes e recomendações gerais do plano
• Buscar melhorar as condições de mobilidade e acessibilidade, com novas tecnologias e técnicas.
127
antiderrapantes, estáveis e esteticamente coerentes à identidade do local. • As calçadas deverão ter dimensões adequadas, destacando-se as três zonas existentes: a central, considerada livre e por onde circulam os pedestres; a de serviços, localizada em um dos lados da calçada e caracterizada por bancos, lixeiras, postes, instalações e outros equipamentos; e a de transição, que é a conexão da área livre com as edificações. • Alargar calçadas quando for possível e viável que a calçada passe a ocupar, além do sua dimensão atual, o espaço que hoje é destinado a estacionamento de veículos. • Em cruzamentos com maior fluxo de pedestres, é necessária a presença de faixas de pedestre elevadas e semáforos. • Totens direcionais deverão estar sempre presentes, mostrando os principais destinos e a distância até eles, facilitando e informando a locomoção independente de turistas e visitantes.
diretrizes e recomendações gerais do plano
SUSTENTABILIDADE
128
Figura 34. Esquema das diretrizes gerais de sustentabilidade. Elaborado pela autora.
• Garantir uma gestão democrática e compartilhada. • Buscar realizar uma vasta arborização em todo o território, para iniciar um processo de recuperação ambiental.
• Eliminar as ligações clandestinas de esgoto que poluem o Riacho Pajeú, e realizar a limpeza do mesmo. • Mudar, sempre que possível, a pavimentação das vias, buscando maior permeabilidade do solo. • Planejar e executar um sistema de drenagem eficiente, evitando alagamentos e armazenando a água da chuva em cisternas, que poderá ser usada para manutenção das ruas, praças, fontes, canteiros e jardins do bairro. • Todas as linhas de ônibus que passam pelo Centro deverão ter suas frotas com veículos elétricos, com piso rebaixado, na altura do meio fio, para permitir a entrada não só de pessoas com mobilidade reduzida, mas também de ciclistas. • Os mobiliários urbanos (postes, paradas de ônibus, quiosques, etc) deverão utilizar energia solar como fonte principal. • Viabilizar a redução dos efeitos da poluição. • O planejamento urbano deverá seguir as diretrizes presentes na agenda 21 local. • É necessário aumentar a cobertura vegetal da área de intervenção, implementando espécies nativas que contribuam com o suprimento de O2, a absorção de CO2, filtrando o ar e o solo, dentre outras vantagens. • Instituições e empresas já consolidadas na área deverão receber incentivos para a utilização de energia renovável e limpa. • Realizar o incremento da biodiversidade da área do projeto, sendo utilizadas espécies nativas de árvores e animais.
• Criar e realizar um plano para a coleta seletiva de lixo em todo o bairro, gerando emprego e renda e visando o reuso e a reciclagem de materiais. O plano deverá contar com pontos de coleta, lixeiras adequadas, depósitos, dentre outros elementos estruturantes. Além de promover a educação da população, desde crianças à idosos, e de quem frequente o bairro.
diretrizes e recomendações gerais do plano
• Disponibilizar pontos com fontes de água potável, acionadas, apenas, no momento de utilização.
129
MOBILIDADE
Figura 35. Esquema das diretrizes gerais de mobilidade. Elaborado pela autora.
• Estimular e facilitar a utilização dos transportes público e alternativos. • Criar estacionamentos nas principais avenidas do anel de transição, estimulando o motorista a deixar seu veículo e fazer uso de transportes alternativos. Facilitando a diminuição da quantidade de veículos circulando nas ruas secundárias. • Uma das linhas centrais circulares passará perto dos estacionamentos e entrará no centro, estimulando a troca de modais. • A praça da estação deverá voltar a funcionar como praça, com a retirada do terminal de ônibus e a transferência do mesmo para a estação de metrô João Felipe, que deverá ser uma estação intermodal. • Novas edificações comerciais deverão, obrigatoriamente, ter estacionamento no subsolo e destinar, dependendo do porte da edificação, entre 5% e 10% das vagas ao público. Além de permitir que o estacionamento funcione independente da edificação, após o término do horário comercial. Permitindo que habitantes de outros bairros possam frequentar o Centro em seus horários de lazer. • Diminuição da velocidade máxima das vias do tipo arterial para 50km/h e das vias coletoras e locais para 40km/h.
130
• Todo estabelecimento comercial que não tiver um bicicletário público a menos de 200m, deverá ser equipado com bicicletários. • A sinalização deverá ser adequada não só para motoristas, mas para ciclistas e pedestres. Com a implantação de mais placas direcionais, sinais para pedestres e ciclistas, mapas de localização, entre outros. • Torna-se necessária a realização de um plano cicloviário para o bairro
INFRAESTRUTURA
Figura 36. Esquema das diretrizes gerais de infraestrutura. Elaborado pela autora.
• Elaborar plano para enterrar a fiação que hoje encontra-se aérea e aproveitar a obra que será feita para regularizar e padronizar as calçadas. • Deverão ser instalados sanitários públicos nas principais praças do bairro. • Utilizar containers com sistema de plug-in para dar mais infraestrutura às praças da cidade, com sanitários, centros de informação ao turista, etc. • Criação de um eixo leste-oeste de conexão que passe, mais aproximadamente, pelo meio do bairro. 131
CULTURA
Figura 37. Esquema das diretrizes gerais de cultura. Elaborado pela autora.
• Criação de linhas de percursos temáticos, pintadas no chão, que guiarão o pedestre aos principais elementos comerciais, culturais, arquitetônicos, gastronômicos, às praças, parques, etc. • Estimular a existência de uma feira gastronômica semanal em algumas praças da área de intervenção.
diretrizes e recomendações gerais do plano
• Fazer com que o bairro seja um local atrativo para eventos, celebrações, espetáculos e encontros. Valorizando as festas típicas, locais e nacionais e reunindo as pessoas em torno de tradições e costumes que fazem parte da nossa história e cultura. Fortalecendo um sentimento de pertencimento, orgulho e identidade.
132
ATRATIVIDADE
Figura 38. Esquema das diretrizes gerais de atratividade. Elaborado pela autora.
• Criação de percursos temáticos, indicados no chão por linhas coloridas. Serão quatro cores de linhas diferentes, uma para cada tema, que serão: Gastronomia, comércio, Arquitetura e Cultura e Praças e Áreas Verdes. • Visando o aumento da dinâmica do bairro, deve-se estimular a criação de galerias no pavimento térreo, permitindo que o pedestre cruze a quadra de maneira diferente, por dentro dos lotes. • Estimular a presença de obras de arte pública, que expressem o espírito do lugar e ajudem a fomentar a interação entre as pessoas.
• Estimular a presença de espaços públicos itinerantes, com mobiliário diferenciado e áreas de lazer, como mesas de pingpong, cadeiras de sol, churrasqueiras, etc. Estes espaços são responsáveis por mudar, por tempo determinado, a dinâmica usual de uma rua ou praça. • Além dos espaços itinerantes, também devem ocorrer apropriações diferentes, como por exemplo o fechamento de algumas ruas do bairro, onde passa a ocorrer um encontro de diferentes grupos, como futebol, capoeira, basquete, le parkour, comidas típicas, shows, apresentações, entre outros. Como ocorre, atualmente,
diretrizes e recomendações gerais do plano
• Proporcionar espaços atraentes, com diversos mobiliários urbanos que possibilitem apropriações diferentes.
133
no programa da Prefeitura de Recife, chamado Recife Antigo de Coração, onde o bairro inteiro se transforma em um grande parque. • Garantir atrações voltadas para os mais variados públicos, sejam eles famílias com crianças ou sem, grandes ou pequenas, casais, estudantes, idosos, etc.
diretrizes e recomendações gerais do plano
• Colocar wifi em todas as praças e pontos de ônibus, assim como, em alguns lugares, disponibilizar carregadores de celular e notebooks.
134
4.4 Setorização
N
05 01
04
02
06
03
Trechos de Intervenção
Zona de Transição
0
125
250
375
500 m
Mapa 27. Mapa da divisão dos trechos de intervenção Elaborado pela autora
A Zona de transição é uma área considerada importante, no projeto, para quem vem de outros bairros e se aproxima do Centro, independente do modal a ser usado, considerada, então, uma zona que deverá receber tratamento diferenciado e que transmita um pouco da
setorização
Para facilitar a análise e a compreensão das propostas feitas, a área de intervenção foi setorizada em trechos de intervenção e uma zona de transição, conforme aponta o mapa 27.
137
sensação de estar no Centro. O trecho 01 é composto pelos arredores do Passeio Público e da praça da estação. O trecho 02, por sua vez, trata dos arredores da Praça do Ferreira e da Praça José de Alencar. Já o trecho 03 abrange o entorno do Parque da Criança e do Parque Pajeú. O trecho 04 inclui a Catedral, o Paço Municipal e a Praça do Cristo Redentor em sua área. O trecho 05 trata das imediações do Dragão do Mar e a conexão com a Beira Mar. Já o trecho 06 trata da área que conecta os demais trechos.
setorização
A seguir serão tratadas as diretrizes específicas de cada trecho aqui setorizado.
138
4.5 Diretrizes e recomendações específicas
Zona de Transição: Esta zona é definida como o entorno e contorno do conjunto dos trechos de intervenção e deverá transmitir para quem se aproxima do Centro, a imagem do que está por vir. Apresentando, portanto, identidade visual semelhante a do restante da intervenção. Além de outras medidas que serão destacadas a seguir, vale ressaltar que, obviamente, todas as diretrizes gerais ditas neste trabalho deverão ser aplicadas, também, na zona de transição.
0
250
500
750
1000 m
Mapa 28. Zona de transição Elaborado pela autora
diretrizes e recomendações específicas
N
141
PLANEJAMENTO URBANO • Como esta zona apresenta avenidas importantes com função de “anel viário” que acabam dando um efeito de mobilidade fluida para todo o projeto e flexibilizam a relação com a cidade, devese prever a transformação da zona em um centro empresarial, comercial e financeiro, distribuído ao longo de suas quadras. Para possibilitar tal mudança no cenário do local, é preciso prever o estímulo à verticalização das edificações construídas em lotes voltados para as avenidas. • Esta zona tem bastante visibilidade, do ponto de vista das ocorrências e das possibilidades de propaganda devido ao grande fluxo de veículos em suas avenidas. De tal forma, após a retirada da poluição visual e dos outrdoors, deve-se aplicar um mecanismo de restauração de fachadas de edifícios de maior escala. Este mecanismo aplicado em Barcelona foi responsável pela restauração de mais de 22 mil fachadas em 10 anos e agora será aplicado, também, em São Paulo. De acordo com este mecanismo, prédios degenerados de grande visibilidade, situados em corredores viários importantes poderão ser transformados em espaços temporários de publicidade e ofertados a anunciantes que queiram utilizá-lo gratuitamente, em troca de projeto de reabilitação ou limpeza da fachada do edifício. IDENTIDADE • Todo o mobiliário urbano desta zona (lixeiras, postes, bancos, paradas de ônibus, etc), deverão seguir a linguagem e o padrão adotados no restante da intervenção, permitindo que, ao chegar na zona de transição, a pessoa perceba que está entrando em uma área diferenciada da cidade, que passou por renovações.
diretrizes e recomendações específicas
CAMINHABILIDADE
142
• É necessária a aplicação de piso tátil em todas as calçadas, que deverão ser padronizadas e niveladas. • Nos cruzamentos em que houver maior fluxo de pedestres será obrigatória a instalação de semáforos com tempo para pedestre e aviso sonoro, além da passagem à nível.
SUSTENTABILIDADE • Preservar a vegetação existente ao longo das avenidas e arborizar valorizando espécies nativas. MOBILIDADE • Deverão ser previstas ciclovias, de acordo com plano cicloviário, que deem infraestrutura para este meio de transporte. • Instalação de Bicicletários ao longo de toda a zona • Estimular o uso do transporte público e outros modais alternativos • Criação de duas linhas de ônibus que permeiam a região central e passam pelos principais estacionamentos, aumento a mobilidade geral da região. INFRAESTRUTURA • Construir estacionamentos em diversos pontos de sua extensão, permitindo que quem se locomova no centro possa deixar seu automóvel particular em sua periferia e passe a caminhar, pedalar ou utilizar o transporte público especial. CULTURA
ATRATIVIDADE • As edificações nas avenidas funcionariam como atrativos para empresas e investidores. As novas edificações, que seguiriam as diretrizes já citadas, gerariam um novo contexto local, com potencialidade para atrair pessoas para o local.
diretrizes e recomendações específicas
• Devido ao fato da zona conter um fluxo maior e mais rápido de pessoas, deverão ser feitas muitas intervenções artísticas em mobiliários, muros, prédios, etc. Que permitam a fácil leitura e identificação de quem passar e aumentando a possibilidade de identificação de uma área contínua.
143
N
PLANEJAMENTO URBANO Av. Presidente Castelo Branco
12 Av. Pessoa Anta
08 08
04
05
06
11
08 03
05
11
02. Aplicação de mecanismo de restauração de fachadas de edifícios de maior escala.
06 10
05
IDENTIDADE 03. Padronização de todo o mobiliário urbano desta zona.
12
03
CAMINHABILIDADE
07
02
09
04. Aplicação de piso tátil em todas as calçadas, além da padronização e do nivelamento das mesmas.
10
11
10
04
05
05. Instalação de semáforos com tempo para pedestre e aviso sonoro, além da passagem à nível nos cruzamentos com maior fluxo de pedestres.
09
10 07
SUSTENTABILIDADE
01
08 10
06. Preservar a vegetação existente ao longo das avenidas e arborizar onde for necessário.
06
Av. Imperador
MOBILIDADE 07. Instalação de bicicletários em sua extensão.
10
03
08. Estimular o uso do transporte público e outros modais alternativos.
07 10
06 12
09. Criação de duas linhas circulares de ônibus que permeiam a região central e passam pelos principais estacionamentos.
01 04
05
INFRAESTRUTURA 07
10. Criar estacionamentos em diversos pontos da extensão da zona.
Av. Dom Manuel 03
11
02 08
01
06
10 10
Av. Duque de Caxias
Mapa 29. Diretrizes para a zona de transição Realizado pela autora
CULTURA 11. Estimular a realização de intervenções artísticas em mobiliários, muros, prédios, etc.
03 05
07
10 11
02
ATRATIVIDADE
12
12. Criação de um novo contexto local de possibilidades, com potencialidade para atrair diversas pessoas e interesses para a zona.
11 07 05
0
100
200
300
400 m
Zona de Transição
Estacionamentos
Pontos de ônibus
Linhas de ônibus
Mapa 29. Diretrizes para zona de transição
07
10
01. Transformação do local em um centro empresarial, comercial e financeiro, distribuído ao longo de suas vias.
Trecho 01
N
0
125
250
375
500 m
Mapa 30. Localização do trecho 01 de intervenção Elaborado pela autora
PLANEJAMENTO URBANO
• Para dar uso aos terrenos situados ao norte da Santa Casa e da Emcetur deverá ser organizado um concurso de projetos arquitetônicos e urbanos para o local, sendo obrigatória a permanência da visibilidade do mar para quem está na Santa Casa ou na Emcetur. Tal concurso deverá abordar temas com fins comerciais, culturais, gastronômicos, etc. e deverá, obrigatoriamente, respeitar o patrimônio já existente. • O zoneamento urbano deverá garantir o baixo gabarito do entorno, garantindo a ambiência do local. Além de estimular novos usos às edificações que estão abandonadas ou subutilizadas.
diretrizes e recomendações específicas
• A vista do Passeio Público deverá ser preservada e, de preferência, o zoneamento urbano deverá prever a transformação da parte industrial, na porção norte da praça, em um grande parque. Mantendo, dentro do mesmo, as edificações de relevância arquitetônica. Resgatando, então, os originais três níveis do Passeio Público.
147
IDENTIDADE • Este trecho, por conter o Passeio Público, será o ponto de partida dos padrões do mobiliário, da paisagem e da comunicação visual do restante do projeto. • Reafirmar e manter a característica principal do Passeio Público como uma área de calmaria e contemplação. Para isso, não poderá ser construído, no entorno, nada que possa desestabilizar essa situação, sendo preferível o uso cultural, habitacional e comercial de pequena escala.
CAMINHABILIDADE • Deverá ser feita uma passagem à nível que conecte o Passeio Público à rua Major Facundo, que passará a ser de pedestre (as mudanças do sistema viário serão abordadas no tópico “Sistema viário e Transportes”).
SUSTENTABILIDADE • Atualmente existe, entre o Passeio Público e a 10ª Região Militar, o fim da rua Floriano Peixoto, que é privatizado pelo exército e foi transformado em área de estacionamento do mesmo. Este trecho de rua deverá ser englobado à área da Praça, recebendo arborização e tratamento paisagístico, além da instalação de mobiliários.
diretrizes e recomendações específicas
• A Praça da Sé deverá passar por reformulação, com mais arborização e o trecho da rua General Bezerril, que atualmente delimita à praça à oeste, deverá ser englobado à área da Praça.
148
• Atualmente, o mundo inteiro reconhece a necessidade de programas que controlem a proliferação de algumas espécies que ameaçam a vida de outras. Entre elas, temos os gatos, que, no Passeio Público, estão se reproduzindo sem nenhum controle e de maneira rápida, sendo responsáveis por matar inúmeras espécies de aves, pequenos mamíferos e repteis, desequilibrando o ecossistema local. Torna-se de extrema importância a retirada planejada destes animais do local. Deverá ser feito uma espécie de corredor ecológico que ligue o Passeio Público ao Paço Municipal por meio de árvores de grande porte, que embelezariam o local e contribuiriam para o micro clima.
MOBILIDADE • Para incentivar a utilização de meios alternativos de transporte, deverão ser instalados bicicletários que possibilitem que todo ciclista tenha um local seguro e adequado para deixar sua bicicleta. • A rua Dr. João Moreira deverá passar por reformulação, onde os princípios do traffic calming sejam aplicados visando uma diminuição da velocidade dos veículos e uma convivência mais harmoniosa com os pedestres e ciclistas.
INFRAESTRUTURA • Como já é sabido que haverá uma estação de metrô próxima à Praça da Estação, esta praça deverá voltar a funcionar como praça, transferindo o terminal de ônibus para a estação de metrô Luís Felipe, que deverá funcionar como estação intermodal de transporte. • Deverão ser instalados banheiros públicos na Praça da Estação e no Passeio Público.
CULTURA • Como forma de tornar possível a existência de um Museu da Cidade em Fortaleza, previsto Plano Diretor Participativo de 2009 e, também, para dar um uso mais adequado à edificação, o Forte de Nossa Senhora da Assunção deverá passar a funcionar como tal. De tal forma, a 10ª Região Militar deverá ser retirada do local, que passará por adequações para o uso de museu.
• Além de um novo museu para a cidade, o estacionamento do Forte, atualmente utilizado pelos militares, deverá ser recalculado para as necessidades do museu e, após novo dimensionamento, deverá ser construído subterraneamente, livrando, assim, a superfície do solo e tornando possível a expansão da Praça da Sé, que ganharia todo esse novo espaço. Sugere-se, aqui, que, devido ao desnível existente no terreno, uma das iniciativas de projeto conte com a construção de uma escadaria no estilo arquibancada, bastante
diretrizes e recomendações específicas
ATRATIVIDADE
149
arborizada e que permita que as pessoas sentem para aproveitar o momento, observar o que acontece e etc. • Além de novas atividades para o local, é necessário reafirmar as atividades que já existem, como o Museu da Indústria, a feijoada do Passeio, o comércio de artesanato na Emcetur, o Raimundo dos Queijos e o Teatro Carlos Câmara
diretrizes e recomendações específicas
Figura 39. Rua Dr. João Moreira Atualmente. Foto: Acervo pessoal.
150
Figura 40. Rua Dr. João Moreira proposta. Elaborada por Yuka Ogawa.
N
PLANEJAMENTO URBANO 01. Visando a preservação e a manutenção da ambiência do Passeio Público, o Zoneamento Urbano deverá estimular e facilitar a transformação da porção situada à Norte em um grande parque, que chegue até o mar. 02. Garantir o baixo gabarito do entorno das praças e edificações de relevância. 03. Promover um concurso de projetos para o local, com enfoque cultural, comercial, gastronômico, ect.
01
IDENTIDADE 04. Manter a ambiência de calmaria presente no Passeio Público.
03
11
aio
o
mu
09. Aplicação dos princípios do Traffic Calming na rua Dr. João Moreira. 10. Instalação de bicicletários.
07
INFRAESTRUTURA
Peix o
to
ndo
16
12. Retirar terminal de ônibus da Praça da Estação e reformulá-la.
d’E u
13. Criação do Museu da Cidade, onde hoje funciona a 10ª Região Militar.
nde
ATRATIVIDADE 14. Estimular programações diferenciadas e acessíveis no Teatro Carlos Câmara.
Av. Co
or F acu Maj
11. Instalação de sanitários públicos no Passeio Público e na praça da Estação.
CULTURA
Bez erril
r
15. Nova praça para a cidade. 16. Reafirmar atratividades já existentes.
Rua Rua
GuDiretrizes Mapa 31. para trecho 01 ilhrealizado erm pela autora e Ro
cha
gatos, outras
MOBILIDADE
07
Rua
nca
ce
no
07
02
07. Criação de um corredor ecológico até o Paço Municipal. 08. Controlar a proliferação de responsáveis por matar inúmeras espécies animais.
Gen
Pau lo
r Ale
15
07
06
do R
São
ado
Rua Barã o
Rua S Rua
Sen
Mor eira 16
ranc
Silva
ena
Rua
Rua
13
io B
tro e
dor
Gen
Pom p
eral
eu
Sam
24 d
paio
oão
05
10
po
Dr. J
06
Ne
onça
eM
09
02
Cas
06. Aumentar a área das praças da Sé e do Passeio Público ao englobar trechos de ruas que atualmente delimitam a praça, que deverão ser arborizados.
04 16
10
Rua
08
rto
02
SUSTENTABILIDADE
0
50
100
150 m
Pontos de ônibus
Linhas de ônibus
Vias de pedestres propostas
Vias reformuladas
Vias de pedestres existentes
Eixos de conexão leste oeste
Mapa 31. Diretrizes para trecho 01
01
Rua
Rua
05. Passagem à nível conectando o Passeio Público à rua Major Facundo, que passará a ser rua exclusiva de pedestre.
co03
eral
14 11
tão G Av. T ris
Bran
iano
12
CAMINHABILIDADE
lbe
telo
01
Av .A
Cas
16 R ua S ena dor Jag uari be
10
lves
nte
Flor
side
Rua
Av. P re
Trecho 02
N
125
250
375
500 m
Mapa 32. Localização do trecho 02 de intervenção Elaborado pela autora
PLANEJAMENTO URBANO • O zoneamento urbano deverá garantir o baixo gabarito do entorno das praças e de edificações arquitetonicamente relevantes, garantindo a ambiência do local. Além de estimular novos usos às edificações que estão abandonadas ou subutilizadas. • Fora da área de entorno das praças e de edificações com relevância arquitetônica, deverá ser estimulada uma maior verticalização do que a atual e o possível remembramento de lotes para a construção de edifícios de médio porte com uso misto, contando com térreo comercial, salas de escritório e habitação.
IDENTIDADE • Este trecho apresenta como sua característica mais marcante a forte presença comercial, gerando muito movimento e um fluxo intenso de pessoas. Esta característica deverá ser preservada, mantendo o uso comercial de todas as edificações, existentes ou a serem construídas. • A Praça do Ferreira apresenta alguns elementos marcantes no seu entorno, a maioria deles já situada em edificações
diretrizes e recomendações específicas
0
153
imponentes e de relevância. Porém, a tradicional pastelaria Leão do Sul fica em um edifício sem destaque e que, nitidamente, precisa ser expandido, devido ao numero de clientes que lota o estabelecimento em diversos momentos do dia. Como forma de solucionar esse problema e dar maior destaque à um dos símbolos da Praça, deverá ser reservada uma área da praça, próxima à atual localidade da pastelaria, para a instalação da nova edificação, em forma de quiosque. Trazendo maior visibilidade e valorizando um dos elementos marcantes do local.
CAMINHABILIDADE • Os trechos das ruas Guilherme Rocha e Liberato Barroso situados entre as Praças José de Alencar e do Ferreira são vias exclusivas de pedestre com fluxo intenso. Devido à essa visibilidade, o local se torna atrativo para a instalação de barracas de camelôs, que vendem os mais variados produtos. Porém, atualmente, o ordenamento destas barracas está falho e caminhar pelo local se tornou um tanto quanto difícil. Situados no centro da via, os camelôs tomam todo o espaço deste corredor central, sendo uma tarefa bastante difícil, por exemplo, estar de um lado e querer passar para o outro. De tal maneira, as áreas permitidas para as barracas deverão ser reordenadas e melhor delimitadas, de forma a liberar mais espaço para os pedestres e permitir maior grau de caminhabilidade.
diretrizes e recomendações específicas
SUSTENTABILIDADE
154
• Tanto a Praça do Ferreira, como um todo, como a porção norte da Praça José de Alencar precisam de aumento da massa arbórea, propiciando maior conforto ambiental aos transeuntes, que passarão a desfrutar de um ambiente de maior qualidade e permanecerão por mais tempo no local.
MOBILIDADE • A rua Floriano Peixoto deverá passar por reformulação, buscando priorizar os pedestres e ciclistas em detrimento dos veículos motorizados. Deverá ser feita uma ciclovia, além da retirada de algumas das faixas de estacionamento para alargar as calçadas
e criar áreas de convivência. Em alguns pontos, poderá haver estacionamento ao longo da rua. • Para incentivar a utilização de meios de transporte alternativos, deverão ser instalados bicicletários na Praça José de Alencar e na Praça da Lagoinha. INFRAESTRUTURA • Deverão ser instalados sanitários públicos na Praça do Ferreira e na Praça da Lagoinha. • Após a abertura da estação de Metrô José de Alencar, a Praça da Lagoinha será uma importante conexão entre a mesma e a av. do Imperador, itinerário de diversas linhas de ônibus. De tal maneira, a Praça, que encontra-se hoje, bastante mal cuidada, deverá passar por uma reformulação que apoie esse fluxo de pessoas.
CULTURA • Uma das estratégias para trazer atividades, público e movimento para o Centro durante o período noturno é criação de uma programação cultural permanente e variada. Neste trecho, equipamentos já existentes, como o Cine Teatro São Luís (que já funciona mais ativamente) e o Teatro José de Alencar, poderão funcionar como âncoras de uma vida cultural ativa.
• A Praça José de Alencar, atualmente estado precário de conservação, deverá passar por reformulação, visando criar um local atrativo para os mais diversos públicos, funcionando como forma de reforçar e apoiar as atividades noturnas e em fins de semana que o Teatro José de Alencar deverá atrair. • Para dar suporte à vida noturna, deverão ser abertos na área de entorno da praça equipamentos variados, como restaurantes, quiosques, galerias, hostels, pousadas, área para feiras gastronômicas, entre outros. • O jardim do Teatro José de Alencar, que atualmente é fechado, deverá ser aberto ao público durante o horário de funcionamento da casa de espetáculos, permitindo maior interação da população com o edifício.
diretrizes e recomendações específicas
ATRATIVIDADE
155
diretrizes e recomendações específicas
Figura 41. Rua Perboyre e Silva Atualmente. Foto: Acervo pessoal.
156
Figura 42. Rua Perboyre e Silva proposta. Elaborada por Pedro Morgado.
Rua
Rua
N
Dr. J
Cas
oão
tro e
Mor eira
PLANEJAMENTO URBANO 01. Garantir o baixo gabarito próximo às edificações de relevância. 02. Estimular, no trecho e suas proximidades, a construção de edifícios mistos, com térreo comercial, salas de escritório e habitação, permitindo maior verticalização.
Silva
IDENTIDADE 03. Preservar o caráter comercial do trecho, estimulando o grande fluxo de pessoas.
ado
r Ale
nca
r
CAMINHABILIDADE
Maj or F acu nd
o
Isab e
10
01
Pau lo
Rua
Bran Rio
14
09 14
Rua G
axia
s
Rua F
13. Abrertura do jardim do Teatro José de Alencar ao público enquanto o Teatro estiver em uso. 14. Estimular a abertura de comércios que apoiem atividades noturnas no local.
I
Mapa 33. Diretrizes para trecho 02 Realizado pela autora
0
50
11. Aumentar e variar a programação do Teatro José de Alencar, colocando a cultura como forma de atrair e movimentar o espaço.
il
de C
Ped ro
ra
CULTURA
12. Reformulação da Praça José de Alencar.
Bezerr
que
Dom
Pere i
10. Reformulação da Praça da Lagoinha, como local de fluxo intenso devido à sua localização entre a Av. do Imperador e a estação do Metrofor.
ATRATIVIDADE
eneral
Av. D u
Rua
Ped ro
Rua Edgar Borges
Rua
INFRAESTRUTURA
to
Barr oso
08. Instalação de bicicletários.
09. Instalação de sanitários públicos.
o do
05
07. Reformulação da rua Floriano Peixoto, priorizando os pedestres em detrimento dos veículos motorizados.
06
04
loria
01
rato
14
no P eixo
Libe
MOBILIDADE
Rua do Rosário
Rua
Rua
14
Barã
Sen
05
14 07
r Po ado
Gen Rua
13
02
SUSTENTABILIDADE 06. Aumentar massa arbórea, propriciando maior conforto ambiental.
ha co
u
Sam eral
Rua 11
05
Guil herm e Ro 03 c
14
mpe
eM
paio
aio
12
24 d
Av. T ris
01
São
05
08
06
tão G
Av. I mp
onça
erad
lves
or
Rua
05. Ordenar e cadastrar os camelôs presentes nas vias, que acabam por obstruir a passagem dos pedestres.
Rua
09
Rua
08
esa Princ Rua
04. Destinar uma área da Praça do Ferreira à instalação do quioste da Leão do Sul, marca registrada do local.
100
150 m
Pontos de ônibus
Linhas de ônibus
Vias de pedestres propostas
Vias reformuladas
Vias de pedestres existentes
Eixos de conexão leste oeste
Mapa 33. Diretrizes para trecho 02
Sen
l
Rua
Trecho 03
N
0
125
250
375
500 m
Mapa 34. Localização do trecho 03 de intervenção Elaborado pela autora
• Para manter a ambiência da Praça do Sagrado Coração de Jesus, é necessária que as edificações do seu entorno mantenham baixo gabarito, não sendo permitido ultrapassar a altura de 4 pavimentos ou 12 metros. Esta medida vale, principalmente, para os lotes situados no lado leste da praça, tendo em vista que o lado oeste já encontra-se descaracterizado devido a existência de um prédio de aproximadamente 50m de altura. • Buscando garantir um novo fluxo para o trecho, torna-se necessário o estímulo à construção de edifícios mistos, que promovam maior diversidade de usuários e fluxos. Estas edificações deverão estar situadas à oeste tanto da Praça do Sagrado Coração de Jesus, como do Parque da Criança.
diretrizes e recomendações específicas
PLANEJAMENTO URBANO
159
IDENTIDADE • O Parque da Criança, que ficou conhecido por este nome em 1936, possuía um empreendimento educacional infantil que atendia crianças de 3 à 14 anos, tendo sido palco de diversas brincadeiras e ensinamentos. Atualmente, em Fortaleza, é notória a falta de espaços públicos voltados para o lazer infantil. De tal maneira, o parque deverá ser reformulado e dotado de infraestrutura para atender, prioritariamente, este público e, obviamente, suas famílias. Devendo oferecer opções de lazer, cultura, aprendizado e contato com a natureza. • À leste do Parque da Criança existe, atualmente, uma vila de casas bastante característica do local, além de representar uma tipologia habitacional que praticamente desapareceu na atual Fortaleza. Deve-se buscar preservar as características de vila dessa área, mantendo, sempre, o uso habitacional de baixo gabarito.
CAMINHABILIDADE • O portão noroeste de acesso ao parque é bem pequeno e não atende aos pedestres que chegam ao local pela rua do Rosário, devendo ser alargado, visando contemplar os fluxos de ambas as ruas.
diretrizes e recomendações específicas
SUSTENTABILIDADE
160
• A Praça do Coração de Jesus é delimitada, a leste, pelo trecho final da rua Jaime Benévolo. Este trecho deverá ser englobado à área da praça, sendo proibida a passagem de veículos motorizados e fazendo com que a praça passe a abraçar as edificações que possuem frente para tal rua. O trecho também deverá receber arborização e ser equipado com mobiliários adequados. • O Parque da Criança, apesar de bastante arborizado, apresenta algumas zonas carentes de vegetação. Sendo, portanto, necessária a arborização destas zonas, garantindo maior conforto para os usuários do Parque e promovendo a conscientização e a educação ambiental. • É absolutamente necessária a limpeza e a recuperação ambiental do Riacho Pajeú e a eliminação dos esgotos clandestinos que lançam detritos diretamente no riacho. ualmente, o mundo
inteiro reconhece a necessidade de programas que controlem a proliferação de algumas espécies que ameaçam a vida de outras. Entre elas, temos os gatos, que, neste trecho, principalmente no Parque Pajeú e no Parque da Criança, estão se reproduzindo sem nenhum controle e de maneira acelerada, sendo responsáveis por matar inúmeras espécies de aves, pequenos mamíferos e repteis, desequilibrando o ecossistema local. Torna-se de extrema importância a retirada planejada destes animais do local.
MOBILIDADE • As ruas Pinto Madeira e Sena Madureira, bem como trecho da av. Visconde do Rio Brando deverão passar por reformulação, buscando priorizar os pedestres e ciclistas em detrimento dos veículos motorizados. Deverão ser feitas ciclovias, além da retirada de algumas das faixas de estacionamento para alargar as calçadas e criar áreas de convivência. Em alguns pontos, poderá haver estacionamento ao longo da rua. • Para incentivar a utilização de meios de transporte, deverão ser instalados bicicletários na Praça do Sagrado Coração de Jesus e na Cidade da Criança.
INFRAESTRUTURA
• Para que o Parque da Criança possa atender adequadamente ao público infantil e familiar e tenha uma programação cultural ativa, será necessário dotar o Parque de estruturas como vestiários, guarda-volume, mini quadras, mesas de jogos, salas de minicursos, leituras, palestras, dentre outras que permitam uma maior variedade de atividades.
CULTURA • Como o elemento estruturante deste trecho é a Cidade da Criança, deverá ser iniciada uma programação cultural infantil, com o apoio da Prefeitura de Fortaleza, garantindo um forte atrativo para o local.
diretrizes e recomendações específicas
• Deverão ser instalados sanitários públicos no Parque Pajeú e na Cidade da Criança.
161
ATRATIVIDADE • Além das novas estruturas que acabam gerando atratividade ao local, deverá ser instalado, na Cidade da Criança, um restaurante que ocupará a maior edificação inserida no parque. Esta medida permitirá que as famílias permaneçam no local por um período prolongado de tempo.
diretrizes e recomendações específicas
Figura 43. Cidade da Criança atualmente. Foto: Acervo pessoal.
162
Figura 44. Cidade da Criança proposta. Elaborada por Clarisse Figueiredo.
04. Proteger e manter a vila de casas existente, preservando a ambiência do local, sendo necessária a aplicação de um zoneamento especial para o local.
05. Aumentar portão de acesso ao parque.
07
SUSTENTABILIDADE 09
06. Englobar trecho final da rua Jaime Benévolo à área da Praça do Coração de Jesus.
12
07
07. Controlar a proliferação de responsáveis por matar inúmeras espécies animais.
arço
08
11
01
el anu
MOBILIDADE
mM
onde
06
09. Realizar limpeza do Riacho Pajeú e regularizar a situação dos esgotos clandestinos lançados no mesmo.
10. Reformulação da rua Sena Madureira, priorizando os pedestres em detrimento dos veículos motorizados.
Av. D o
I
11. Instalação de bicicletários.
do Rio
axia
s
INFRAESTRUTURA
Branc
de C
12. Instalação de sanitários públicos. 13. Dotar o Paque da Criança de vestiários, guarda-volumes e outras estruturas que permitam que os frequentadores possam aproveitar o ambiente por mais tempo.
o
Rua
gatos, outras
08. Aumentar cobertura vegetal.
Rua
12
que
lin T ávor a
eM
Solo Rua
07
Av. D u
Fran k
10
15
Ped ro
03. Reformulação do Parque da Criança, dando para que o espaço seja opção de lazer, cultura e aprendizado para crianças, principalmentente, e suas famílias.
25 d
n Pi
Ass
nhe
14 03
Dom
Rua
CAMINHABILIDADE
ad into M Rua P 04
sc Av. Vi
Rua
IDENTIDADE
10
eira
13
iro
unç ão
02
01. Garantir o baixo gabarito do entorno da Igreja do Sagrado Coração de Jesus.
ont
10 11
PLANEJAMENTO URBANO
CULTURA Clar
indo
14. Iniciar e divulgar uma programação cultural infantil.
de Q
ueir oz
ATRATIVIDADE 15. Instalar, na maior edificação do Parque, um restaurante, gerando novo e maior fluxo ao local.
Rua
Met
on d
e Al
enca
r
Mapa 35. Diretrizes para trecho 03 Realizado pela autora
0
50
100
150 m
Pontos de ônibus
Linhas de ônibus
Vias de pedestres propostas
Vias reformuladas
Vias de pedestres existentes
Eixo de conexão leste oeste
Mapa 35. Diretrizes para trecho 03
05
Rua
Rua
Flor iano Peix oto Rua
ra
Dum
02. Estimular a construção de edifícios mistos, com térreo comercial, salas de escritório e habitação, permitindo maior verticalização.
mpaio
Pere i
ntos
rnador Sa Rua Gove
zerril
Ped ro
Madureira
eral Be
Rua Edgar Borges
Rua
N
Av. S a
Rua Sena
Barr oso
Maj or F acu ndo
rato
en Rua G
Libe
Rua do Rosário
Rua
Trecho 04
N
0
125
250
375
500 m
Mapa 36. Localização do trecho 04 de intervenção Elaborado pela autora
• Esta zona está, atualmente, caracterizada pela presença de casas, inúmeras lojas e pequenos galpões que vendem roupas com preços bastante acessíveis e com público diversificado. Este tipo de comércio deverá ser mantido e, para tanto, torna-se necessária a interferência do Poder Público, visando combater o processo de gentrificação e exclusão que pode ocorrer após uma intervenção de melhoria urbana. • Devido a presença da Catedral, deverá ser mantido um baixo gabarito no entorno, permitindo que as novas edificações cheguem a, no máximo, três pavimentos ou nove metros. • Atualmente, a menos de setenta metros do leito do Riacho
diretrizes e recomendações específicas
PLANEJAMENTO URBANO
165
Pajeú há um posto de gasolina. Considera-se esse uso bastante conflitante, tendo em vista o alto risco de contaminação do solo e, consequentemente, do Riacho. De tal maneira, o posto deverá ser desativado e retirado do local, dando espaço para a construção de edificação que contribua para a dinamização do local, podendo ser um edifício misto com unidades habitacionais voltadas para estudantes, com preços acessíveis e tamanhos reduzidos. Além disso, não serão permitidas construções que possam colocar em risco o equilíbrio ecológico do Riacho e da área do Paço.
IDENTIDADE • Essa região apresenta unidades habitacionais do tipo casa que deverão ser preservadas, mantendo a característica da área. • A Catedral, grande símbolo do local deverá ter seus acessos facilitados, com a retirada das grades que a cercam e retirada das vagas de estacionamento que a cercam, criando uma grande praça pública.
CAMINHABILIDADE • O Mercado Central também possui grades no seu entorno imediato. A retirada destas grades permitirá o alargamento da calçada, aumento a área adequada para o caminhar, além de facilitar o acesso à edificação.
diretrizes e recomendações específicas
SUSTENTABILIDADE
166
• O Paço Municipal, que já conta com densa área verde, deverá ser destinado à educação ecológica, bem como a edificação que hoje funciona como sede da Prefeitura Municipal de Fortaleza. O parque deverá ser aberto ao público e deverão ser realizadas visitas guiadas, oficinas, exposições, entre outras atividades que busquem a educação ambiental e a conscientização ecológica do público. • É absolutamente necessária a limpeza e a recuperação ambiental do Riacho Pajeú e a eliminação dos esgotos clandestinos que lançam detritos diretamente no riacho.
• Deverá ser feito uma espécie de corredor ecológico que ligue o Passeio Público ao Paço Municipal por meio de árvores de grande porte, que embelezariam o local e contribuiriam para o abrigo da fauna local e para o micro clima.
MOBILIDADE • Para incentivar a utilização de meios de transporte, deverão ser instalados bicicletários que possibilitem que todo ciclista tenha um local seguro e adequado para deixar sua bicicleta. • A av. Alberto Nepomuceno deverá passar por reformulação, onde os princípios do traffic calming sejam aplicados visando uma diminuição da velocidade dos veículos e uma convivência mais harmoniosa com os pedestres e ciclistas.
INFRAESTRUTURA • Deverão ser instalados sanitários públicos na Praça do Cristo Redentor. • Parte ou a totalidade da quadra que está ao sul da Praça do Cristo Redentor deverá receber uma edificação de estacionamento. Devido a sua conectividade com a av. Dom Manuel, esta edificação funcionará como um dos estacionamentos previstos para a zona de transição.
• As obras de restauro do Teatro São José deverão começar, tendo em vista que o projeto já existe. Após o restauro o Teatro deverá contar com a efetivação de uma programação ativa e variada, mais uma vez utilizando a cultura como forma de movimentar o espaço.
diretrizes e recomendações específicas
CULTURA
167
ATRATIVIDADE • Restaurar, se preciso for, a parte interna do monumento da Praça do Cristo Redentor, possibilitando a visitação e transformando o monumento em um mirante. • Além de novas atividades para o local, é necessário reafirmar as atividades que já existem no local, como a Catedral, o Mercado Central e os comércios populares.
diretrizes e recomendações específicas
Figura 45. Rua Rufino de Alencar atualmente. Foto: Acervo pessoal.
168
Figura 46. Rua Rufino de Alencar proposta. Elaborada por Yuka Owaga.
N PLANEJAMENTO URBANO
16
16
Rua Almirante Jacegu ai
08. Destinar o Paço Municipal, bem como a edificação hoje ocupada pela Prefeitura de Fortaleza, à educação ecológica, abrindo o parque ao público e promovendo oficinas, exposições, etc.
enév olo
eM
MOBILIDADE
25 d Rua
es
11. Instalação de bicicletários.
Rua
Pere i
INFRAESTRUTURA ra F
12. Instalação de sanitários públicos.
ilgu
eira
13. Construção de estacionamento.
s
CULTURA 14. Restauro da edificação e efetivação de uma programação constante no Teatro São José.
ATRATIVIDADE
rigu
ta B
arro
15. Tornar possível o acesso às escadas do monumento da Praça do Cristo Redentor, transformando-o em um mirante.
Rod
s
Rua
Cos
Ferr a
z
Rua
es J
unio
r
Av. D o
Rua Dep .J
mM
oão
02
10. Reformulação e aplicação dos princípios do Traffic Calming na av. Alberto Nepomuceno.
16. Reafirmar atratividades já existentes.
Cel.
bóia
te B
Rua
Av. Con de . Sa
03
paio
Rua Sena Madureira
Visc
07
ador Sam
Rua
Ten en
07. Realizar limpeza do Riacho Pajeú e regularizar a situação dos esgotos clandestinos lançados no mesmo.
09. Criação de um corredor ecológico entre o Paço Municipal e o Passeio Público.
Lop
d’E u
eral Gen
Rua
11
rn Rua Gove
Rua
car
de Alen
arço
01
SUSTENTABILIDADE
gelo
01
06. Retirar grades do Mercado Central, possibilitando um alargamento da calçada.
13
izeu
Bez erril
08
CAMINHABILIDADE
16
04
Rua
Silva
15
11
Mapa 37. Diretrizes para trecho 04 Realizado pela autora
0
50
100
150 m
Pontos de ônibus
Linhas de ônibus
Vias de pedestres propostas
Vias reformuladas
Vias de pedestres existentes
Eixos de conexão leste oeste
Mapa 37. Diretrizes para trecho 04
Rua Baturité
Peix o iano
tro e
05. Facilitar o acesso à catedral, com retirada das grades e do estacionamento ao seu redor, transformando a área em uma grande praça.
01
fino Rua Ru
05
Cas
04. Manter característica de habitações do tipo casa na região.
12
Rua Afonso V
Flor
09
IDENTIDADE
el
rto
09
03. Não permitir usos do solo que possam contaminar o leito do Riacho Pajeú, como postos de gasolina.
nco 14
06
02. Garantir o baixo gabarito do entorno.
lo Bra
anu
Mor eira
Caste
Rua Pedro Ân
Rua
idente
16
lb e oão
Av. Pr es
Av. A
Dr. J
to
Rua
Ne
po
Rua Bóris
mu c
en
o
Rua José Avelino
10
01. Prever medidas que evitem que as melhorias realizadas acabem gerando gentrificação ou elitização do comércio existente.
Trecho 05
N
125
250
375
500 m
Mapa 38. Localização do trecho 05 de intervenção Elaborado pela autora
PLANEJAMENTO URBANO • A rua José Avelino, apesar de não estar inserida no trecho 05 de intervenção, é caracterizada pela presença de galpões que vendem roupas com preços bastante acessíveis e com público
diretrizes e recomendações específicas
0
171
diversificado, além da realização das Feiras da José Avelino. Este tipo de comércio deverá ser mantido e, para tanto, torna-se necessária a interferência do Poder Público, visando combater o processo de gentrificação. • Buscando garantir um novo fluxo para o trecho, torna-se necessário o estímulo à construção de edifícios mistos, que promovam uma maior diversidade de usuários e fluxos.
IDENTIDADE • Esta área da cidade conta com a presença de equipamentos culturais de grande porte e já é conhecida pela intensa atividade cultural. Esta característica deverá ser mantida e, se possível, expandida, com mais opções de lazer e cultura.
CAMINHABILIDADE • A rua Almirante Jaceguai possui trecho com pouquíssimo fluxo de veículos, este trecho está situado à leste do Centro Cultural Dragão do Mar, entre a rua José Avelino e a av. Monsenhor Tabosa. Este trecho deverá ser transformado em passeio, sendo exclusivo do pedestre e dando continuidade à promenade que passará por este local.
diretrizes e recomendações específicas
SUSTENTABILIDADE
172
• Algumas porções deste trecho merecem um acréscimo da cobertura vegetal, contribuindo para melhor qualidade ambiental e paisagística do local. • Atualmente, a Praça Almirante Saldanha conta com um estacionamento que ocupa grande porção da mesma. Este estacionamento deverá ser removido e a praça ganhará mais área de convivência.
MOBILIDADE • A rua Almirante Jaceguai e as avenidas Pessoa Anta e Almirante Tamandaré deverão passar por reformulação, buscando priorizar os pedestres e ciclistas em detrimento dos veículos motorizados. Deverão ser feitas ciclovias, além da retirada de algumas das faixas de estacionamento para alargar as calçadas e criar áreas de convivência. Em alguns pontos, poderá haver estacionamento ao longo da rua. • Para incentivar a utilização de meios de transporte, deverão ser instalados bicicletários que possibilitem que todo ciclista tenha um local seguro e adequado para deixar sua bicicleta.
INFRAESTRUTURA • Deverão ser instalados sanitários públicos na av. Almirante Tamandaré, após sua reformulação. • Equipamentos de lazer deverão ser instalados na av. Almirante Tamandaré, após sua reformulação, visando atender a demanda da comunidade do Poço da Draga.
CULTURA • A área, que já possui intensa atividade cultural, deverá receber manutenção de suas programações, devendo sempre atrair públicos diferenciados.
• Com a criação desta promenade, será realizada uma conexão adequada do Centro com a Beira Mar, no ponto em que estão paralisadas as obras do polêmico Aquário do Ceará. Esta conexão busca convidar e facilitar a caminhada entre dois pontos que estão fisicamente próximos, mas que devido à inadequação da conexão não desperta o interesse na continuidade da caminhada. • Além de novas atividades para o local, é necessário reafirmar as atividades que já existem, como o polo cultural e o ar boêmio dos bares do local.
diretrizes e recomendações específicas
ATRATIVIDADE
173
diretrizes e recomendações específicas
Figura 47. Rua Almirante Tamandaré atualmente. Foto: acervo pessoal.
174
Figura 48. Rua Almirante Tamandaré proposta. Elaborada por Clarisse Figueiredo.
N
12
PLANEJAMENTO URBANO 01. Prever medidas que evitem que as melhorias realizadas acabem gerando gentrificação ou elitização do comércio existente. Mantendo suas características populares.
10 05
Rua do
02. Estimular, no trecho e nas proximidades, a construção de edifícios mistos, com térreo comercial, salas de escritório e habitação, permitindo maior verticalização.
s Taba
Rua Almirante Tamandaré
jaras
07
IDENTIDADE
CAMINHABILIDADE 04. Transformar a porção oeste de trecho da rua Almirante Jaceguai em calçadão exclusivo para pedestres.
07 13
SUSTENTABILIDADE 07
07 06 13
09
po mu
cen o
03 13
Ne rto lbe
Rua Bóris
Av. A
idente
13 11
Rua José Avelino
Av. Pr es
Justa
06. Retirar o estacionamento presente, liberando maior área de praça.
MOBILIDADE 05
01
nio Av. Antô
08 Rua Almirante Jaceguai
oa Anta Av. Pess
05. Aumentar cobertura vegetal.
05 08
07. Reformulação viária priorizando os pedestres em detrimento dos veículos motorizados. 08. Instalação de bicicletários.
INFRAESTRUTURA 09. Instalação de sanitários públicos.
Rua Dragão do Mar
10. Instalação de equipamentos de lazer.
CULTURA 02
11. Manutenção da programação cultural da área.
Rua José Avelino
ATRATIVIDADE
13
12. Conexão pietonal com a Beira Mar. 13. Reafirmar atratividades já existentes.
04
Caste
lo Bra
nco
Pontos de ônibus Vias reformuladas
Rua Baturité
Linhas de ônibus
Av. Monsenhor Tabosa ar
e Alenc
fino d Rua Ru
Mapa 39. Diretrizes para trecho 05 Realizado pela autora
0
50
100
150 m
Mapa 39. Diretrizes para trecho 05
03. Manter a intensa atividade cultural da área.
Trecho 06
N
0
125
250
375
500 m
Mapa 40. Localização do trecho 06 de intervenção Elaborado pela autora
• Atualmente este trecho possui uma zona dominada pelo comércio atacadista de diversos produtos. A rua Governador Sampaio é totalmente tomada por esse tipo de atividade, ficando repleta de caminhões estacionados nos dois lados da rua, com carrinhos e equipamentos para efetuar carga e descarga sobre as calçadas. Essa situação não atrai, de forma alguma, o pedestre ao local nem nenhum outro tipo de uso, como o residencial, institucional, entre outros. Todos esses comércios atacadistas, conforme previsto no Plano Diretor Participativo de Fortaleza, deverão ser transferidos
diretrizes e recomendações específicas
PLANEJAMENTO URBANO
177
dessa área, sendo colocados em outras áreas da cidade, mais afastadas, como por exemplo próximo ao anel viário ou à grandes avenidas que permitam um fluxo de caminhões menos conturbador para a região, além de precisar de uma infraestrutura de estacionamentos, carga e descarga, etc. Com a retirada deste uso, deverá se criar, no local, uma zona predominantemente comercial, em edificações mistas e que atendam a diversos perfis socioeconômicos. Deverão ser reformadas algumas edificações e outras deverão ser construídas, seguindo as diretrizes gerais já mencionadas.
IDENTIDADE • Este trecho apresenta muitas vantagens de localização, como proximidade com colégios, igrejas, opções de lazer e cultura, da futura estação de metrô da Sé e outras facilidades de transporte. De tal forma, a maior referencia desse trecho será, justamente, o caráter predominantemente residencial que deverá ser criado, criando um senso comunitário entre todos os moradores, criando vínculos de pertencimento com o local e a vizinhança.
CAMINHABILIDADE • A Praça do Largo do Mercado atualmente funciona como um estacionamento, tendo perdido toda e qualquer característica de praça e dificultando que o pedestre atravesse o local. A área deverá voltar a ser praça com a retirada do estacionamento e a reformulação de seu desenho, devendo receber equipamentos e mobiliários adequados.
diretrizes e recomendações específicas
SUSTENTABILIDADE
178
• Apesar da mudança de usos que deverá ocorrer, com a criação de uma zona residencial, é importante a preservação das massas vegetais que encontram-se consolidadas no centro de algumas quadras. • A Praça dos Voluntários deverá ter sua área acrescida ao englobar trecho da rua Hélcio Nascimento, que atualmente delimita a praça ao sul e que deverá ser arborizado.
MOBILIDADE • Para incentivar a utilização de meios de transporte, deverão ser instalados bicicletários que possibilitem que todo ciclista tenha um local seguro e adequado para deixar sua bicicleta. • A rua General Sampaio deverá passar por reformulação, onde os princípios do traffic calming sejam aplicados visando uma diminuição da velocidade dos veículos e uma convivência mais harmoniosa com os pedestres e ciclistas.
INFRAESTRUTURA • A Escola Jesus, Maria e José, que atualmente encontra-se em total estado de abandono e destruição, deverá ser restaurada sendo transformada em um centro de profissionalização de jovens com biblioteca e salas de estudo. • Para a criação de um eixo leste-oeste de conexão, citado nas diretrizes gerais de intervenção, deverá ser feito um túnel ligando o final da rua Costa Barros com a rua Senador Alencar, facilitando o fluxo leste-oeste e criando uma conexão direta, que evita desvios e congestionamentos em outras áreas do Centro, como no entorno da Catedral.
CULTURA • A Praça dos Leões deverá ter uma programação variada de eventos culturais temporários de médio porte que estimule a população a frequentar o local, além de atender a demanda gerada pela zona residencial.
diretrizes e recomendações específicas
• Dando continuidade ao processo de criação deste eixo, deverão ser desapropriadas algumas edificações situadas na porção centro oeste da quadra que é delimitada pelas seguintes vias: rua Visconde Sabóia ao norte, rua Coronel Ferraz à leste, rua do Pocinho ao sul e rua Governador Sampaio à oeste. Nesta quadra está presente a edificação da Escola Jesus, Maria e José que deverá ser preservada, como dito anteriormente. A desapropriação deverá ocorrer para que seja possível a abertura de via que conecte facilmente a rua São Paulo com a av. Santos Dumont, gerando o fluxo do sentido oeste-leste
179
ATRATIVIDADE • A criação de uma zona predominantemente residencial deverá funcionar como um estímulo para que as pessoas voltem a habitar o centro da cidade, iniciando um processo de rehabitação do Centro de Fortaleza. • Além de novas atividades para o local, é necessário reafirmar as atividades que já existem no local, como o Museu do Ceará e o Centro Cultural Banco do Nordeste.
diretrizes e recomendações específicas
Figura 50. Arborização proposta para a Rua Major Facundo. Elaborada por Tálisson Sinésio. Figura 49. Rua Major Facundo Atualmente. Foto: acervo pessoal.
180
Figura 51. Rua Major Facundo proposta. Elaborada por Tálisson Sinésio.
idente
Rua Bóris
Silva
ilgu
eira
s
ão L o
pes
ra F
04. Retirada de estacionamentos na área de praça e reformulação da mesma.
06. Preservação de massa vegetal consolidada em centro de quadra.
MOBILIDADE
arro
s
07. Aplicação dos princípios do Traffic Calming na rua Governador Sampaio
arço
08. Instalação de bicicletários.
25 d
eM
INFRAESTRUTURA
Rua
09. Restauro da Escola Jesus, Maria e José, transformando-a em um centro de profissionalização. 10. Abertura de via para gerar fluxo facilitado no sentido oeste-leste
08 A v. Sa ntos Dum ont
11. Construção de túnel para gerar fluxo facilitado no sentido leste-oeste
CULTURA
08
el
12. Estimular a existência de eventos temporários de pequeno e médio porte no local.
Rua
anu
02
Fran k
lin T ávor a
06
ATRATIVIDADE 13. A zona residencial deverá funcionar como um atrativo que estimule o início de uma rehabitação do centro. 14. Reafirmar atratividades já existentes
eira to Mad
in
Rua P Rua
Dom
Ped ro
I
Mapa 41. Diretrizes para trecho 06 Realizado pela autora
SUSTENTABILIDADE 05. Aumentar a área da Praça dos Voluntários ao englobar trechos das ruas que a delimitam e que deverão ser arborizados.
ta B
Rua 06
Pere i
. Jo
02
13
Madureira
05
Cos
02. Incentivar e estimular o uso residencial, destinado a diferentes camadas da sociedade, com térreo ativo.
CAMINHABILIDADE
09
01
Rua Sena
Rua do Rosário
il
ra
02
Bezerr
Pere i
08
eneral
Ped ro
Rua G
Barr oso
10
mpaio
rato
Rua Edgar Borges
Rua
02
Rua
01.Retirada do comércio atacadista.
03. Criação de uma zona residencial que atenda diferentes perfis econômicos e sociais.
Dep
Eu
Rua
Flor
03
06
Libe
Rua
rnador Sa
Rua
02
z
ezer ril eral B Rua
iano
cha
07
12
to
Rua
Rua e Ro
02
Rua Gove
herm
11
14
Peix o
Sen Rua Guil
14
Gen
o Maj or F acu nd
Pau lo
Barã o do
São
Rio
Pom peu
Bran co
08
PLANEJAMENTO URBANO
IDENTIDADE
Rua
r
izeu
Rua
04
nca
Ferr a
r Ale
Cel.
ado
Rua São José
Rua
ado r
Sen
Av. Con de d ’
Rua
Rua
Rua Afonso V
R
r
Alenca
gelo Rua Pedro Ân
no de ua Rufi
o
0
50
100
150 m
Pontos de ônibus
Linhas de ônibus
Vias de pedestres propostas
Vias reformuladas
Vias de pedestres existentes
Eixos de conexão leste oeste
Mapa 41. Diretrizes para trecho 06
Mor eira
Caste N lo Bra nc
mM
tro e
oão
Av. Pr es
Av. D o
Cas
Gen eral S
Rua
Dr. J
Rua Baturité
amp aio
Rua
4.6 Sistema viário e transportes
Para melhorar as condições de urbanidade da área de intervenção e garantir a possibilidade de um caminhar agradável, serão propostas algumas alterações de desenho urbano de certas vias da área do projeto. As mudanças poderão ser adotadas em outras áreas do bairro e até mesmo da cidade de Fortaleza, tendo em vista que seus objetivos gerais são de garantir prioridade, segurança, e conforto ao pedestre, dar infraestrutura necessária para a segurança do ciclista, reduzir as áreas destinadas aos veículos, sejam elas de estacionamento ou de circulação e arborizar com espécies nativas sempre que possível.
Além destas mudanças, está prevista a criação de um eixo de conexão leste-oeste, oeste-leste que atravesse a área de intervenção e facilite o fluxo de veículos, diminuindo o congestionamento atual. Para a criação deste eixo, será necessária, em primeiro momento, a abertura de uma nova via que faça a conexão direta entre a Rua São Paulo e a Av. Santos Dumont, fazendo a conexão no sentido oeste-leste. Em um segundo momento, deverá ser construído um túnel que conecte a rua Costa Barros com a rua Senador Alencar, que será responsável pela conexão no sentido contrário, leste-oeste. Este túnel possibilitaria que quem se aproxima do Centro pela Costa Barros e atualmente é obrigado a contornar a Catedral e continuar pela Rua Dr. João Moreira, possa prosseguir diretamente, diminuindo a incidência de veículos no entorno da catedral e na rua Dr. João Moreira, reforçando características de traffic calming (ver detalhes 01 e 02 no mapa 42). Vias de pedestre: É proposto o uso exclusivo dos pedestres nas seguintes vias ou trechos de vias: Trecho da rua Major Facundo situado entre a Praça do Ferreira e o Passeio Público; Travessa Pará, que delimita, atualmente, a Praça do Ferreira ao Norte; Via que delimita, atualmente, a Praça do
sistema viário e transportes
As vias que passarão por remodelação terão três perfis diferentes, sendo eles: as vias de exclusivas pedestres propostas, nas quais nem mesmo ciclofaixas estão previstas e pedalar ao longo destas deve ser proibido, sendo preferível usar vias paralelas para tal circulação; e vias reformuladas, que podem ser vias de pedestre com ciclofaixa ou vias mistas, com fluxo de veículos motorizados (ver mapa 42).
183
Ferreira ao sul; trecho da rua Sen. Almir Pinto, entre a Av. Conde d’Eu e a rua Governador Sampaio; rua Perboyre e Silva, em sua totalidade; Trechos das ruas General Bezerril e Rua do Rosário, situados entre as ruas Perboyre e Silva e Pedro Pereira. Reformulação Viária: Os trechos viários que passarão por reformulação do desenho urbano farão parte das seguintes vias (ver mapa 42): Av. Almirante Tamandaré, Av. Pessoa Anta, rua Almirante Jaceguai, rua Rufino de Alencar, rua Sobral, rua São José, rua Governador Sampaio, Av. Alberto Nepomuceno, Av. Conde d’Eu, rua Sena Madureira, rua Dr. João Moreira, rua General Bezerril, rua Floriano Peixoto, rua Pinto Madeira e Av. Visconde do Rio Branco. Valendo ressaltar que a rua Rufino de Alencar será a única a excluir o fluxo de veículos motorizados, sendo transformada em uma via de pedestres com ciclofaixa. Todas serão arborizadas quando possível (ver seção transversal das principais vias nas páginas 186 a 192). Transportes: Serão criadas duas linhas circulares de ônibus que facilitem a locomoção na área de intervenção e estimulem a utilização do transporte público devido sua qualidade e praticidade. O tempo de espera dos usuários não poderá ultrapassar dez minutos. circulares:
A seguir, um esquema dos pontos de parada destas linhas Seminário da Prainha
Justiniano de Serpa
Dom Manuel Parque Pajeú
Senador Alminio
Museu do Ceará Praça do Ferreira
Teatro São José Praça do Sagrado Coração de Jesus
Dragão do Mar
Praça do Sagrado Coração de Jesus
Dragão do Mar Faculdade de Direito
Mercado Central Seminário da Prainha
Museu do Ceará Passeio Público
Teatro São José
Faculdade de Direito
Metrô São Benedito
Figura 52. Pontos de parada das linhas propostas. Praça José Praça da Elaborada pela autora. de Alencar Estação
Praça do Praça da Ferreira Estação
Parque da Criança
Mercado Central Catedral
Praça José de Alencar
Praça do Sagrado Coração de Jesus
Dragão do Mar
Mercado Central
184
Justiniano de Serpa
Praça do Sagrado Coração de Jesus
Dragão do Mar
sistema viário e transportes
Metrô São Benedito
Dom Manuel Catedral Parque Praça da PajeúPraça José de Alencar Estação
Senador Alminio
Parque da Criança
Mercado Central
Passeio Público
Praça José de Alencar Praça da Estação
DETALHE 02: ESQUEMA DA CONEXÃO VIÁRIA LESTE-OESTE Rua São José
N
Rua Barão do Rio Branco
Rua Costa Barros
Conexão direta entra a Rua Costa Barros e a Rua Senador Alencar por meio da construção de um túnel.
DETALHE 01: ESQUEMA DE ABERTURA DE NOVA VIA - CONEXÃO OESTE-LESTE Rua Gov. Sampaio Rua Cel. Ferraz
Rua Visc. Sabóia
Av. Santos Dumont
Abertura de via pra conectar a Rua São Paulo e a Av. Santos Dumont através da Rua Visconde Sabóia. Criando eixo de conexão no sentido oeste-leste.
DETALHE 03: SENTIDO DO FLUXO GERAL DAS LINHAS DE ÔNIBUS
Mapa 42. Diretrizes para trecho 06 Realizado pela autora
Pontos de ônibus
Linhas de ônibus
Vias de pedestres propostas
Eixos de conexão leste oeste
Vias de pedestres existentes
Possíveis estacionamentos
Vias reformuladas
Serão criadas duas linhas circulares de ônibus com sentidos opostos de tráfego.
0
125
250
375
500 m
N
Mapa 42. Sistema viário e transporte
Rua Senador Alencar
N
Localização das seções transversais das vias: A
A
B
B C
C
H
G D
F H
F
G
E
I I
J
D
E J
L L K
K
N N
O
O
M
M
P
0
125
250
375
500 m
P
Mapa 43. Localização das seções viárias Elaborado pela autora
s a
SEÇÃO AA - Rua Almirante Tamandaré
30 Km/h
1.60
1.10
6.00
PASSEIO
1.10
FAIXA CARROÇÁVEL DE MÃO DUPLA
VEGETAÇÃO
2.40
11.50
CICLOVIA
ESC.: 1/200
CALÇADÃO ARBORIZADO
VEGETAÇÃO
Figura 53. Seção AA Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
SEÇÃO BB - Rua Almirante Tamandaré
30 Km/h
2.00
3.20
PASSEIO
FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO SUL-NORTE
5.70
3.20
VAGAS
FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO NORTE-SUL
1.10
2.40
6.00
CICLOVIA
ESC.: 1/200
CALÇADÃO
VEGETAÇÃO
Figura 54. Seção BB Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
40 Km/h
4.40 PASSEIO
1.20 1.10 CICLOVIA VEGETAÇÃO
3.00 FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO OESTE-LESTE
0.80 CANT. CENTRAL
6.00 FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO LESTE-OESTE
1.10 1.20
3.70
CICLOVIA
ESC.: 1/200
PASSEIO
VEGETAÇÃO
Figura 55. Seção CC Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
sistema viário e transportes
SEÇÃO CC - Av. Pessoa Anta
187
SEÇÃO DD - Rua Almirante Jaceguai
30 Km/h
10.80
1.10
CALÇADÃO ARBORIZADO
VEGETAÇÃO
6.00 FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO SUL-NORTE
1.10
1.20
1.20
VEGETAÇÃO
ESC.: 1/200
PASSEIO
CICLOVIA
Figura 56. Seção DD Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
SEÇÃO EE - Rua Rufino de Alencar
12.00
ESC.: 1/200
RUA PARA PEDESTRES COM CICLOFAIXA
Figura 57. Seção EE Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
sistema viário e transportes
SEÇÃO GG - Rua Dr. João Moreira (antes da Major Facundo)
188
5.46
3.00
CALÇADÃO
FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO LESTE-OESTE
1.50
ESC.: 1/200
1.20 CICLOVIA
VEGETAÇÃO
PASSSEIO
PRAÇA DO PASSEIO PÚBLICO
Figura 58. Seção GG Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
ESC.: 1/200
CALÇADÃO ARBORIZADO
CICLOVIA
1.20
SEÇÃO FF - Av. Alberto Nepomuceno
sistema viário e transportes
Figura 59. Seção FF Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
189
6.15 FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO NORTE-SUL
CANT. CENTRAL
0.80
Km/h
30
FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO SUL-NORTE
6.00
1.20 CICLOVIA
3.00 FAIXA PARA EMBARQUE, DESEMBARQUE E TAXI
9.50 CALÇADÃO ARBORIZADO
SEÇÃO HH - Rua Dr. João Moreira (depois da Major Facundo)
2.53 PASSEIO
1.10
6.00
VEGETAÇÃO
1.20
FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO LESTE-OESTE
ESC.: 1/200
4.80
CICLOVIA
PASSEIO
Figura 60. Seção HH Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
SEÇÃO II - Rua Major Facundo
12.00
ESC.: 1/200
VIA EXCLUSIVA DE PEDESTRE
Figura 61. Seção II Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
sistema viário e transportes
SEÇÃO JJ - Rua General Bezerril (próximo ao Raimundo do Queijo)
190
2.40
1.20
3.00
2.30
PASSEIO
CICLOVIA
FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO NORTE-SUL
PASSEIO
ESC.: 1/200
Figura 62. Seção JJ Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
SEÇÃO KK - Rua General Bezerril (próximo ao Museu do Ceará)
3.50
1.20
3.00
2.50
1.60
ESC.: 1/200
CICLOFAIXA
PASSEIO
VAGAS PARA FAIXA PASSEIO ESTACIONAMENTO CARROÇÁVEL SENTIDO NORTE-SUL
Figura 63. Seção KK Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
SEÇÃO LL - Av. Conde d’Eu (próximo ao BNB Cultural)
5.36 PASSEIO
1.10
1.20 CICLOFAIXA
VEGETAÇÃO
3.80
6.00
3.00
VAGAS PARA ESTACIONAMENTO
FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO NORTE-SUL
PASSEIO
ESC.: 1/200
Figura 64. Seção LL Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
5.00 PASSEIO
1.10
1.20 CICLOVIA
VEGETAÇÃO
3.00 FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO NORTE-SUL
2.50
ESC.: 1/200
PASSEIO
Figura 65. Seção MM Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
sistema viário e transportes
SEÇÃO MM - Rua Sena Madureira
191
SEÇÃO NN - Rua Floriano Peixoto (trechos antes/depois da Praça do Ferreira)
3.00
3.00
PASSEIO
1.20
FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO SUL-NORTE
1.10
ESC.: 1/200
4.50
CICLOVIA
PASSEIO
VEGETAÇÃO
Figura 66. Seção NN Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
SEÇÃO OO - Rua Floriano Peixoto (trecho da Praça do Ferreira)
4.20 PRAÇA DO FERREIRA
FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO SUL-NORTE
3.30
1.20
1.10
3.00
CICLOVIA VAGAS PARA VEGETAÇÃO ESTACIONAMENTO
ESC.: 1/200
PASSEIO
Figura 67. Seção OO Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
sistema viário e transportes
SEÇÃO PP - Rua Governador Sampaio
192
5.14
1.20
PASSEIO
CICLOVIA
1.10 VEGETAÇÃO
3.50
2.00
FAIXA CARROÇÁVEL SENTIDO NORTE-SUL
PASSEIO
ESC.: 1/200
Figura 68. Seção PP Elaborada por Jéssica Chaves Editado pela autora
4.7 Percursos temáticos
Cidade da Criança
Praça dos Voluntários da Pátria Igreja do Rosário
Praça dos Leões
Praça José de Alencar Rua Guilherme Rocha
Sobrado Dr. José Lourenço
Teatro José de Alencar
Igreja do Patrocínio
Mercado Central
Percurso comercial
Cine Teatro São Luís
Praça do Ferreira
Rua Liberato Barroso
Mercado São Sebastião
Feijoada do Passeio
Percurso de áreas verdes e praças Percurso gastronômico Percurso cultural e arquitetônico
Passeio Público
Como forma de atrair novas pessoas e fazer com que as pessoas que já conhecem o Centro possam, por ventura, vir a conhecer um ou outro ponto do local que ainda não haviam descoberto, serão delineados percursos temáticos dentro da área de intervenção, que poderão ser expandidos ao longo de toda a cidade. Estes percursos acompanham linhas pintadas no chão, que guiam o transeunte até a próxima atração, permitindo que ele possa caminhar sem mapa ou preocupações, estando atento para o que está acontecendo no seu entorno. Sendo muito importante para passeios escolares e turísticos, além de poder servir como referência. Este tipo de percurso já existe em algumas cidades do mundo, entre elas a cidade de Nantes, na França, onde a “ligne verte” segue por todos os pontos principais da cidade, como museus, principais faculdades,
percursos temáticos
Figura 69. Esquema de um dos pontos de convergência dos percursos Elaborada pela autora
195
Figura 70. A “Lingne Verte” de Nantes, na França Foto: acervo pessoal
Figura 71. exemplo de desenho possível Fonte: http://www.paperblog.fr Acessado em novembro de 2015
praças, galerias de arte, memoriais, monumentos, parques, exposições temporárias, entre outros (ver figura 57). Os percursos aqui propostos terão quatro temas diferentes: gastronomia; arquitetura e cultura; comércio; e praças e áreas verdes (ver figura 59). Nos pontos em que duas ou mais linhas destes percursos se encontram, deverá haver, também no chão, uma sinalização de convergência destes percursos, conforme aponta o esquema da figura 56.
percursos temáticos
Além disto, esta linha pode ser interrompida ou desviada por desenhos, no próprio chão ou em edificações, remetendo ao lúdico e possibilitando novas descobertas ao longo dos trajetos (ver figura 58).
196
Gastronomia Raimundo dos Queijos
Mercado Central
Estoril
Bexiga Feijoada do Passeio
Feira Gastronômica
Mercado São Sebastião
Leão do Sul
Comércio Monsenhor Mercado Feira da Tabosa Central José Avelino
Pequenas Confecções
Entorno Catedral
Entorno da Praça José de Alencar
EMCETUR
Sebos da Praça dos Rua Liberato Barroso Leões
Entorno da Praça do Ferreira
Rua Guilherme Rocha
Mercado São Sebastião
Rua General Sampaio
Praças e Áreas Verdes Extensão Praça Praça do Praça da Praça Praça da Praça da Praça dos Waldemar Praça dos Parque Coração de Almirante Paço Falcão Voluntários Pajeú Jesus Estação Lagoinha Leões Saldanha Municipal da Sé
Beira Mar Praça do Praça Cristo da Sé Redentor
Passeio Público
Praça Praça do Largo da Largo do Parque da Praça Praça do José de Ferreira Assembléia Mercado Liberdade Figueira de Carmo Alencar Melo
Arquitetura e Cultura Sobrado Caixa Biblioteca Mercado Museu da Santa EMCETUR Dr. José Cine Teatro Lourenço São Luís Cultural Municipal Catedral Central Indústria Casa
Estação Praça do Praça José Dragão Teatro Centro Museu da Passeio Teatro do Mar São José Cultural BNB Cidade Público Carlos João Felipe Ferreira de Alencar Câmara
Teatro José IPHAN de Alencar
Igreja do Palácio Museu do Pequeno Grande Ceará da Luz
Parque da Liberdade
Igreja do Carmo
Igreja do Igreja do Praça dos Igreja do Escola Colégio Patrocínio Rosário Leões Jesus Maria Justiniano Sagrado José de Serpa Coração de Jesus Figura 72. Esquema dos pontos dos percursos temáticos Elaborada pela autora
percursos temáticos
Estoril
197
Capítulo 05
Citação O caminhar condiciona a vista e a vista condiciona o caminhar a tal ponto que parece que apenas os pés podem ver Ribert Smithson 198
Projeto
5.1 Apresentação e Pranchas
Neste capítulo serão apresentadas as pranchas do projeto Centro Convida. São 13 pranchas que apresentam os seguintes conteúdos: Prancha 01 – Macrolocalização Prancha 02 – Contextualização Prancha 03 – MasterPlan Prancha 04 – Setorização Prancha 05 – Zona de transição Prancha 06 – Trecho 01 Prancha 07 – Trecho 02 Prancha 08 – Trecho 03 Prancha 09 – Trecho 04 Prancha 10 – Trecho 05 Prancha 11 – Trecho 06 Prancha 12 – Sistema viário e transportes Prancha 13 – Mobiliário Prancha 14 – Mobiliário
199
nte C
aste
lo Br
anco
Av. Duqu e
de Caxia
s
ar
ira M
e Av. B
Manue l
side
Av. Santo
s Dumon
t
O bairro Centro contém a origem da cidade de Fortaleza, fazendo parte do roteiro turístico e possuindo diversas edificações relevantes. ESQUEMA DE SETORIZAÇÃO
D Av.
Av. Dom
Av. P re
iog uin
CAUCAIA
ho
BR 222 RIO MARANGUAPINHO
CE 065
A rodoviária de Fortaleza, situada a 3km do centro da cidade, tem um fluxo de aproximadamente 8000 passageiros por dia.
FORTALEZA
O aeroporto internacional de Fortaleza, situado a 10km do centro da cidade, teve, em 2014, um fluxo de 6,5 milhões de passageiros.
RIO COCÓ
O Rio Cocó e o Rio Maranguapinho são os principais rios que atravessam a cidade.
CE 060
Principais rodovias do Ceará, com acesso estadual e nacional
01/14
Fortaleza é uma cidade de aproximadamente 2,5 milhões de habitantes, distribuídos em 314km² de território. A cidade faz fronteira com os seguintes municípios da Região Metropolitana: Caucaia, Maracanaú, Pacatuba, Itaitinga, Eusébio e Aquiraz.
Trabalho Final de Graduação Bárbara Lins e Nascimento
MAPA DE MACROLOCALIZAÇÃO
OCEANO ATLÂNTICO
PRANCHA 01 - Macrolocalização
N
CE 040
MARACANAÚ
EUSÉBIO
PACATUBA
0
2.5
5
7.5
10
Km
ITAITINGA
CE 025
AQUIRAZ
Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo
BR 116
01
22 21
20
23
02
16 19 17
18
14
03 15
04
14 50
13
25
49
24 26
45 44
43
05
47
12
06
46 48
11
27
09
42
10
07
28 29
08 30
31
40
32
37
35
34 33
36
38
39
41
01 Caixa Cultural 02 Porto Iracema das Artes 03 Dragão do Mar 04 Teatro São José 05 Seminário da Prainha 06 Mercado dos Pinhões 07 Colégio Militar 08 Praça da Bandeira 09 Colégio Justiniano de Serpa 10 Colégio Imaculada Conceição 11 Igreja do Pequeno Grande 12 Paço Municipal 13 Catedral 14 Praça da Sé 15 Mercado Central 16 Forte de Nossa Senhora da Assunção 17 Museu da Cidade 18 Museu da Indústria 19 Passeio Público 20 Santa Casa 21 ENCETUR 22 Estação João Felipe 23 Praça da Estação 24 Igreja do Patrocínio 25 Praça da Lagoinha 26 Praça José de Alencar 27 Teatro José de Alencar 28 Mercado São Sebastião 29 Praça Paula Pessoa 30 Paróquia de São Benedito 31 Praça Metrô São Benedito 32 Vila das Artes 33 Caixas d’água do Benfica 34 Faculdade de Direito UFC 35 Praça Clóvis Beviláqua 36 Instituto Dr. José Frota 37 Instituto do Ceará 38 Igreja do Carmo 39 Igreja do Sagrado Coração de Jesus 40 Parque da Criança 41 Parque Pajeú 42 Praça dos Voluntários da Pátria 43 Praça do Ferreira 44 Cine Teatro São Luís 45 Museu do Ceará 46 Praça dos Leões 47 Igreja do Rosário 48 Palácio da Luz 49 BNB cultural 50 Sobrado Dr. José Lourenço
O centro é um dos bairros que apresenta maior utilização de suas praças.
Área onde predomina o uso comerciail, com baixo índice de habitações.
0
250
500
750
1000 m
Área com maior presença de edificações do tipo habitação.
02/14 Trabalho Final de Graduação Bárbara Lins e Nascimento
Equipamentos importantes e atrativos, além de pontos de referência.
PRANCHA 02 - Contextualização
MAPA DE CONTEXTUALIZAÇÃO
Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo
N
RUA ALMIRANTE TAMANDARÉ
N i
30
40
Km/h
Km/h
0
2.5
5
7.5
10 m
0
2.5
5
7.5
10 m
0
2.5
5
7.5
03/14
AV. PESSOA ANTA
RUA DR. JOÃO MOREIRA
10 m
RUA MAJOR FACUNDO
M 2.5
5
7.5
E
E
10 m
SINAL PARA PEDESTRE COM PASSAGEM A NÍVEL i
S
i
TRAVESSIA EM “X” SINAL PARA PEDESTRE COM PASSAGEM A NÍVEL
i
i
M
E E
RUA RUFINO DE ALENCAR i S
M
PADRONIZAÇÃO DE MOBILIÁRIO
S
E
i 0
i
CAMELÔS ORDENADOS
E
E
5
7.5
10 m
PRESERVAR ÁREA RESIDENCIAL
E S
2.5
i
RUA GOVERNADOR SAMPAIO E
i
M
E
S
MASTERPLAN Paradas de ônibus
M Estações de metrô Estações do bicicletar E
S i
Estacionamentos Acrescimo à área de praça Nós de atividade Sanitários Informações
Zona de Transição Bicicletário Eixos Viários Praças e vias de pedestre Túnel Nova via
5
7.5
10 m
SINAL PARA PEDESTRE COM PASSAGEM A NÍVEL
E
Linhas de ônibus
2.5
i
M Rios Seção viária
0
CENTRO COMERCIAL, EMPRESARIAL E FINANCEIRO
E E
SINAL PARA PEDESTRE COM PASSAGEM A NÍVEL
PRESERVAÇÃO DE VILA 0
125
250
375
500 m
Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo
0
i
Trabalho Final de Graduação Bárbara Lins e Nascimento
i
PRANCHA 03 - MasterPlan
S
N
04/14
SETORIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO
05
01 04
03
05 01
Trecho 01 - Entorno e área de influência do Passeio Público e da Praça da Estação.
Trecho 02 - Entorno e área de influência da Praça do Ferreira e da Praça José de Alencar.
04 Trecho 03 - Entorno e área de influência do Parque da Criança e do Parque Pajeú.
02
06
Trecho 04 - Entorno e área de influência do Mercado Central, da Catedral, do Paço Municipal e da Praça do Cristo Redentor.
Trabalho Final de Graduação Bárbara Lins e Nascimento
06
PRANCHA 04 - Setorização
02
Trecho 06 - Área de conexão entre os demais trechos.
03 Zona de Transição - Área estratégica para amortização, distribuição e orientação dos fluxos de entrada e saída da área do projeto.
MAPA DE SETORIZAÇÃO
0
125
250
375
500 m
Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Trecho 05 - Entorno e área de influência do Dragão do Mar e da Caixa Cultural.
05/14 E
Estacionamentos situados longo da Zona de Transição.
ao
Mobiliário urbano padronizado nas vias que estão inseridas na Zona de Transição.
Reformulação, redução da velocidade das vias e aplicação de princípios do Traffic Calming. Rua mais calma e agradável para todos.
Aumento da cobertura vegetal, sempre que possível, ao longo das vias inseridas na Zona de Transição.
Estímulo a criação de um centro empresarial, comercial e financeiro, distribuído ao longo de suas vias.
Aplicação de mecanismo restauração de fachadas edifícios de maior escala.
de de
Trabalho Final de Graduação Bárbara Lins e Nascimento
PRINCIPAIS DIRETRIZES
PRANCHA 05 - Zona de Transição
N
Instalação de sanitários públicos, bicicletários e tótens de localização.
Incentivo à presença de intervenções artísticas nas áreas públicas presentes. PLANTA DA ZONA DE TRANSIÇÃO Pontos de ônibus Linhas de ônibus Possíveis estacionamentos 0
125
250
375
500 m
Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Passagem de pedestre a nível.
ESQUEMA 01: PERFIL DA AV. ALBERTO NEPOMUCENO
ESQUEMA 02: PLANTA DA AV. ALBERTO NEPOMUCENO
Criação do Museu da Cidade, com grande praça voltada para a Av. Alberto Nepomuceno. Km/h
Área reservada especiais.
para
N
Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção
30
ESQUEMA DE SETORIZAÇÃO
06/14
Criação de parque conectando o Centro com o litoral.
Diferentes Níveis
01
projetos 0
2.5
5
7.5
10 m
Ciclovia
Ne p
04 Av .A
lbe
rto
Mercado Central
0
05
10
Passagem a nível 20 m
RUA DR. JOÃO MOREIRA ATUALMENTE
02
03
Ciclofaixas instaladas para estimular e dar infraestrutura para o uso de modais alternativos de transporte.
01
Passagem de pedestre a nível. 50
100
150
200 m
ESQUEMA 03: PERFIL DA RUA DR. JOÃO MOREIRA
Praça da Estação funcionando como praça e proporcionando opção de lazer, comércio e atratividade.
ESQUEMA 04: PROPOSTA DE PARQUE N
Ocenao Atlântico
Instalação de sanitários públicos, bicicletários, tótens de localização e centro de informação turística. Respeito e valorização da importância histórica do local. Com novos usos às edificações subutilizadas sem alterar o gabarito geral do entorno.
0
2.5
5
7.5
RUA DR. JOÃO MOREIRA PROPOSTA
Novo parque para a cidade
10 m
ESQUEMA 05: PLANTA DA RUA DR. JOÃO MOREIRA Santa Casa
Arborização da rua Dr. João Moreira, da Praça da Sé e do entorno da Catedral, criando um corredor ecológico que se conecta com o Paço Municipal. Redução da velocidade da via e aplicação de princípios do Traffic Calming. Rua mais calma e agradável para todos.
Ciclovia Bicicletário
Passeio Público
N
Passeio Público
Passagem a nível Rua Dr. João Moreira Rua Major Facundo 0
10
20 m
Ambulantes
0
50
100 m
Museu da Indústria
Museu da Cidade
Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo
0
PRANCHA 06 - Trecho 01
om uc
en
o
PLANTA DO TRECHO 01
Trabalho Final de Graduação Bárbara Lins e Nascimento
Extensão da Praça da Sé
N
ESQUEMA 02: PLANTA DA PRAÇA DO FERREIRA
(na altura da Praça do Ferreira)
ESQUEMA DE SETORIZAÇÃO N
Ciclovia Rua
2.5
5
7.5
me
Bancas de jornal
Roc
ha
10 m
Praça do Ferreira
Arborização e reformulação da rua Floriano Peixoto e das Praças da Lagoinha, José de Alencar e do Ferreira.
Passagem de pedestre a nível
no P eixo
Vagas de estacionamento
Rua F
loria
Leão do Sul
to
Coluna da hora
02
RUA RUA PERBOYRE E SILVA ATUALMENTE
N
(próximo à Praça do Ferreira e da rua Liberato Barroso)
0
25
50 m
03
04
Ordenamento dos vendedores ambulantes e camelôs presentes no local. 02 Estimulo ao uso misto garantindo o baixo gabarito do entorno das praças e de edificações arquitetonicamente relevantes.
01
PLANTA DO TRECHO 02
Trabalho Final de Graduação Bárbara Lins e Nascimento
0
lher
PRANCHA 07 - Trecho 02
Redução da velocidade da via e aplicação de princípios do Traffic Calming. Rua mais calma e agradável para todos.
Gui
07/14
ESQUEMA 01: PERFIL DA RUA FLORIANO PEIXOTO
Ciclofaixas instaladas para estimular e dar infraestrutura para o uso de modais alternativos de transporte.
Instalação de sanitários públicos, bicicletários, tótens de localização e centro de informação turística.
Estimular o uso misto, com a presença de comércio, habitação e novas opções de lazer, divertimento e cultura.
0
50
100
150
200 m
N
Camelôs
ESQUEMA 03: PERFIL DA RUA FLORIANO PEIXOTO
Quiosque com área de estar
(antes/depois da Praça do Ferreira)
Rua Área de estar
Pastelaria Leão do Sul funcionando em quiosque dentro da Praça do Ferreira.
RUA RUA PERBOYRE E SILVA PROPOSTA
ESQUEMA 04: PLANTA DA RUA GUILHERME ROCHA
0
2.5
5
7.5
10 m
0
2.5
5
7.5
10 m
Guilh
erme
Roch
a
Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Acesso direto ao Jardim do Teatro José de Alencar durante o funcionamento do mesmo.
Zona de Transição, considerada importante, no projeto, para quem vem de outros bairros e se aproxima do Centro.
Ciclofaixas instaladas para estimular e dar infraestrutura para o uso de modais alternativos de transporte.
Controle da quantidade de gatos existentes nas praças e que, em grandes quantidades, ameaçam outras espécies e o equilíbrio do ecossistema
03 N
CIDADE DA CRIANÇA ATUALMENTE
08/14
ESQUEMA DE SETORIZAÇÃO
Trabalho Final de Graduação Bárbara Lins e Nascimento
Estimulo a criação de uma nova zona residencial no bairro.
PRANCHA 08 - Trecho 03
Redução da velocidade da via e aplicação de princípios do Traffic Calming. Rua mais calma e agradável para todos.
Instalação de sanitários públicos, bicicletários, tótens de localização e centro de informação. CIDADE DA CRIANÇA COM NOVOS USOS Criação e divulgação de uma programação voltada ao público infantil.
Estimulo ao uso misto garantindo o baixo gabarito do entorno das praças e de edificações arquitetonicamente relevantes. Aumento da área da Praça do Sagrado Coração de Jesus ao englobar trecho da rua Jaime Benévolo à sua área, recebendo maior arborização.
Reformulação da Cidade da Criança, destinando, novamente, o parque ao uso infantil e familiar. PLANTA DO TRECHO 03 0
50
100
150
200 m
Instalação de um restaurante no local, possibilitando uma maior permanência das famílias na praça.
Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Preservação da tipologia de vila de casas existente.
Instalação de sanitários públicos, bicicletários, tótens de localização e centro de informação.
E
01
Criação de um corredor ecológico conectando o Paço Municipal ao Passeio Público.
Redução da velocidade da via e aplicação de princípios do Traffic Calming. Rua mais calma e agradável para todos.
Retirada do estacionamento e das grades que cercam, atualmente, a Catedral de Fortaleza. Além disso, as ruas que delimitam a Catedral deverão ser reformuladas, criando um espaço compartilhado entre pedestre, ciclistas e veículos motorizados.
ESQUEMA 02: PLANTA DA RUA RUFINO DE ALENCAR N
ufino
Rua R
Aumento da área da Praça da Sé ao englobar trecho da rua General Bezerril à sua área, recebendo maior arborização.
ncar
de Ale
Rua
cen
o
ESQUEMA 01: PLANTA DO ENTORNO DA CATEDRAL
Ciclovia Dr.
Joã
Ciclovia
oM
Ne
200 m
ore
ira
N
Mercado Central
rto
150
lbe
100
RUA RUFINO DE ALENCAR ATUALMENTE
Av. A
50
Construção de estacionamento seguindo as diretrizes da Zona de Transição Recuperação do Riacho Pajeú e transformação do Paço Municipal em um Centro de Educação e Conscientização Ecológica.
Manter e estimular o uso predominantemente residencial da área .
Área compartilhada com mesma nivelação de piso
Ciclovia Praça da Sé
Rua C e Si astro lva
Ciclovia
10
20 m
Dragão do Mar
ESQUEMA 04: PERFIL DA RUA RUFINO DE ALENCAR
0
2.5
5
7.5
10 m
Ciclovia Ciclovia
Av. Monsenhor Tabosa 0
Av. D Man om uel
0
Faixa de pedestre em ‘X’
25
50 m
Seminário da Prainha
Paço Municipal
25
50
75
100 m
Rua São José
Praça do Cristo Redentor
Ciclovia
N
nador Rua Gover Sampaio
Av. Pres id Castelo ente Branco
Ciclovia
R Maua S du ena rei ra
0
Catedral
ESQUEMA 03: PLANTA DO CRUZAMENTO ENTRE AV. MONSENHOR TABOSA E RUA ALMIRANTE JACEGUAI
Ciclovia
Rua Alm ira Jacegua nte i
0
Trabalho Final de Graduação Bárbara Lins e Nascimento
02
04
RUA RUFINO DE ALENCAR PROPOSTA
PRANCHA 09 - Trecho 04
Restauro e adequação do monumento da Praça do Cristo Redentor, possibilitando o acesso dos visitantes ao mirante.
Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo
das já
03
04
09/14
N
ESQUEMA DE SETORIZAÇÃO
mu
Garantir a permanência atividades comerciais realizadas no local.
Restauro do Teatro São José e criação de uma programação para o mesmo, tornando o local em mais uma opção de lazer.
PLANTA DO TRECHO 04
po
Controle da quantidade de gatos existentes nas praças e que, em grandes quantidades, ameaçam outras espécies e o equilíbrio do ecossistema
Ciclofaixas instaladas para estimular e dar infraestrutura para o uso de modais alternativos de transporte.
ESQUEMA 01: PERFIL DA RUA ALMIRANTE TAMANDARÉ
10/14
(próximo à Rua dos Tabajaras)
PLANTA DO TRECHO 05
05
30 Km/h
0
2.5
5
7.5
10 m
Trabalho Final de Graduação Bárbara Lins e Nascimento
Instalação de equipamentos de lazer para atender, em partes, a demanda da Comunidade do Poço da Draga. 04
ESQUEMA 02: PLANTA DO ENTORNO DA PRAÇA ALMIRANTE BARROSO
Reformulação, redução da velocidade da via e aplicação de princípios do Traffic Calming. Rua mais calma e agradável para todos.
Rua Almirante Tamandaré
N
Ciclofaixas instaladas para estimular e dar infraestrutura para o uso de modais alternativos de transporte.
01
E
05
Retirada de estacionamento, aumentando a área útil da praça e permitindo maior arborização.
RUA ALMIRANTE TAMANDARÉ ATUALMENTE
Ciclovia Ponto de ônibus
Aumento da cobertura vegetal do trecho como um todo, principalmente na praça e nas vias existentes.
02
Passagem a nível
Caixa Cultural
Ciclovia
ta
oa An Av. Pess
Instalação de sanitários públicos, bicicletários, tótens de localização e centro de informação. Estimulo ao uso misto, com a presença de comércio, habitação e novas opções de lazer, divertimento e cultura.
Rua Almirante Jaceguai
Passagem a nível
Praça Almirante Barroso
Dragão do Mar
Ciclovia
RUA ALMIRANTE TAMANDARÉ PROPOSTA
03 Reformulação viária com a criação de um calçadão, dando continuidade a promenade. 0
50
100
150
(próximo ao Dragão do Mar)
30
5
ESQUEMA 04: PERFIL DA RUA ALMIRANTE TAMANDARÉ
(próximo à Caixa Cultural)
30
Km/h
2.5
25
50
75
100 m
200 m
ESQUEMA 03: PERFIL DA RUA ALMIRANTE JACEGUAI
0
0
7.5
10 m
ESQUEMA 05: PERFIL DA AV. PESSOA ANTA
40
Km/h
Km/h
0
2.5
5
7.5
10 m
0
2.5
5
PRANCHA 10 - Trecho 05
Conexão do Centro com a Beira Mar de Fortaleza, ligando duas promenades e criando uma área caminhável contínua. N
ESQUEMA DE SETORIZAÇÃO
7.5
10 m
Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Garantia da permanência dos atuais habitantes.
ESQUEMA DE SETORIZAÇÃO
N
Construção de um túnel conectando as ruas Costa Barros e Senador Alencar.
06
Preservação da vegetação existente no centro das quadras.
Área de estar
Abertura de via permitindo a conexão direta entre a rua São Paulo e a Av. Santos Dumont
0
Restauro da Escola Jesus Maria e José transformando-a em um centro profissionalizante.
5
10 m
ESQUEMA 02: PERFIL DA RUA MAJOR FACUNDO
RUA MAJOR FACUNDO ATUALMENTE
Reformulação, redução da velocidade da via e aplicação de princípios do Traffic Calming. Rua mais calma e agradável para todos. 0
Aumento da área da Praça dos Voluntários ao englobar trechos das ruas que a delimitam à sua área, podendo receber maior arborização.
PLANTA DO TRECHO 06 0
100
200
300
5
7.5
10 m
ESQUEMA 03: PLANTA DA RUA GOVERNADOR SAMPAIO N
400 m
Ciclovia
ESQUEMA 05: PERFIL DA RUA SENA MADUREIRA
ESQUEMA 06: PERFIL DA RUA GOV. SAMPAIO
Bicicletário
m rnador Sa Rua Gove
ESQUEMA 04: PLANTA DA PRAÇA DOS VOLUNTÁRIOS
2.5
N
Camelôs
e e Silva Rua Perboyr
RUA MAJOR FACUNDO PROPOSTA
paio
Praça dos Voluntários da Pátria
0
2.5
5
7.5
10 m
ESQUEMA 07: PERFIL DA RUA GEN. BEZERRIL
elcio Rua H 0
25
50 m
0
2.5
5
7.5
10 m
0
5
Canteiro
10 m
ESQUEMA 09: PERFIL DA AV. CONDE D’EU
ESQUEMA 08: PERFIL DA RUA GEN. BEZERRIL
ento
Nascim
0
2.5
5
7.5
10 m
0
2.5
5
7.5
10 m
PRANCHA 11 - Trecho 06
Retrirada do comércio atacadista do local e estímulo a criação de uma zona habitacional que busque atender a demanda de diversos perfis da sociedade.
Trabalho Final de Graduação Bárbara Lins e Nascimento
Camelôs
0
2.5
5
7.5
10 m
Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo
N
11/14
ESQUEMA 01: PLANTA DA RUA MAJOR FACUNDO
Instalação de sanitários públicos, bicicletários e de tótens de localização.
Transformação de trechos viários em vias exlusivas de pedestre.
Rua São José
12/14
ESQUEMA 01: CONEXÃO VIÁRIA LESTE-OESTE
Rua Costa Barros
Conexão direta entra a Rua Costa Barros e a Rua Senador Alencar por meio da construção de um túnel.
ESQUEMA 02: ABERTURA DE NOVA VIA - CONEXÃO OESTE-LESTE Rua Gov. Sampaio Rua Cel. Ferraz
Rua Visc. Sabóia
Av. Santos Dumont
Abertura de via pra conectar a Rua São Paulo e a Av. Santos Dumont através da Rua Visconde Sabóia. Criando eixo de conexão no sentido oeste-leste.
ESQUEMA 03: SENTIDO DO FLUXO GERAL E PARADAS DAS LINHAS DE ÔNIBUS
Serão criadas duas linhas circulares de ônibus com sentidos opostos de tráfego. PLANTA DE ALTERAÇÕES VIÁRIAS E DE TRANSPORTE Pontos de ônibus Vias de pedestres propostas Vias de pedestres existentes Vias reformuladas
Praça do Sagrado Coração de Jesus
Praça José de Alencar
Linhas de ônibus
Parque da Criança
Praça da Estação
Eixos de conexão leste oeste
Catedral
Possíveis estacionamentos 0
125
250
375
500 m
Praça da Estação
Mercado Central
Museu do Ceará
Praça do Ferreira
Dragão do Mar
N
Justiniano de Serpa
Seminário da Prainha
Senador Alminio
Teatro São José
Dragão do Mar
Parque Pajeú
Dom Manuel
Mercado Central
Passeio Público
Faculdade de Direito
Praça do Sagrado Coração de Jesus
Praça José de Alencar
Metrô São Benedito
PRANCHA 12 - Sistema viário e Transportes
Rua Senador Alencar
Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Rua Barão do Rio Branco
Trabalho Final de Graduação Bárbara Lins e Nascimento
N
13/14 Trabalho Final de Graduação Bárbara Lins e Nascimento
VISTA DE ÁREA DE ESTAR PROTEGIDA POR CARAMANCHÃO
VISTA DE BICICLETÁRIO VISTA DE BANCOS
VISTA DE ÁREA DE ESTAR DE CARÁTER TEMPORÁRIO
VISTA E PLANTA DE SANITÁRIOS ADAPTADOS EM MÓDULOS
PRANCHA 13 - Mobiliário
VISTA DE TABLADO PARA SENTAR
Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo
VISTA DE BANCOS CURVOS EM CONCRETO
14/14 Trabalho Final de Graduação Bárbara Lins e Nascimento
VISTA DE MÓDULO DE PONTO DE INFORMAÇÃO TURÍSTICA
PRANCHA 14 - Mobiliário
VISTA DE CARAMANCHÃO
VISTA DE BANCOS GIRATÓRIOS
VISTA DE TÓTEM INFORMATIVO
VISTA DE BANCOS PROTEGIDOS POR CARAMANCHÃO
VISTA DE BICILETÁRIO SIMPLES
VISTA DE MOBILIÁRIO DIVERSIFICADO PARA SENTAR
VISTA DE BANCO PARA ÁREAS DE POUCO TEMPO DE PERMANÊNCIA
Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo
VISTA DE LIXEIRA DE COLETA SELETIVA
Capítulo 06
A rua, que eu acreditava fosse capaz de imprimir à minha vida giros surpreendentes, a rua, com as suas inquietações e os seus olhares, era o meu verdadeiro elemento: nela eu recebia, como em nenhum outro lugar, o vento da eventualidade André Breton
228
Considerações finais e Referências Bibliográficas
6.1 Conclusão Fortaleza, atualmente, sofre com problemas urbanos e metropolitanos presentes em quase todas as grandes cidades brasileiras. Falta de segurança, poluição, abandono de regiões, ocupações irregulares, desastres ambientais e espraiamento urbano são apenas alguns destes
Figura 73. Rua Dr. João Moreira Elaborada por Yuka Ogawa
229
Figura 74. Rua Rufino de Alencar Elaborada por Yuka Ogawa
problemas que, em sua grande maioria, decorrem da má gestão pública, da corrupção, dos interesses corporativos, da falta de representatividade e organização da sociedade civil, da falta de planejamento, de educação e de civilidade. Estes problemas acabam gerando cidades cada vez menos humanas e menos convidativas para o convívio e a socialização.
conclusão
As cidades precisam se tornar, cada vez mais, territórios dinâmicos, com usos variados, com mobilidade adequada e diversificada e com infraestrutura, criando um espaço mais democrático para a população, que passa a ter a possibilidade de experimentar e vivenciar as cidades que habitam.
230
Buscando contribuir diretamente para uma mudança na relação das pessoas com o território, o projeto aqui proposto se dedicou a tratar dos espaços públicos urbanos que, em sua grande maioria, encontram-se negligenciados desocupados e esquecidos, as ruas. Objetivando a criação de um ambiente mais humano e sociável, que reforce noções de vida comunitária, convívio social, pertencimento e identidade e que seja capaz de aproveitar todas as potencialidades presentes.
Destaca-se, também, neste trabalho, o alcance positivo das diretrizes propostas. Esta intervenção, que não possui público alvo, tem caráter universal por ser destinada a população de maneira geral, em seus diversos perfis. Trata de uma tipologia aberta, livre e sem obstáculos que atende diversas necessidades humanas, tornando-se, também, um local de encontro, proporcionando civilidade, segurança, conveniências, qualidade de vida e melhorias ecológicas, afetando diretamente a saúde pública a educação e a mobilidade do bairro e da cidade. Além dos objetivos diretos, este trabalho, mais do que um projeto em si, deve servir de inspiração para a aplicação de princípios humanistas em outras áreas da cidade e que, estas mudanças possam transformar Fortaleza, como um todo, em uma cidade mais sustentável, ecológica, agradável, democrática e diversificada.
Figura 75. Av. Almirante Tamandaré Elaborada por Clarisse Figueiredo
6.2 Bibliografia
ALEXANDER, C.; ISHIKAWA, S.; SILVERSTEIN, M. A pattern language: Towns, buildings, construc tion. New York: Oxford University Press, 1977. ANDRADE, Beatriz Rodrigues. Urbanidade: o uso do código da forma como alternativa para o Centro de Fortaleza. 2013. 228 f. Trabalho Final de Graduação – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, 2013. ANTP, Associação Nacional de Transportes Públicos. Sistema de informação da mobilidade urbana: relatório geral 2013 - Sistema de Informações da Mobilidade Urbana da ANTP. Junho 2015. BARROSO, Gustavo. À margem da história do Ceará. Rio-São Paulo-Fortaleza: FUNCET. 2004. 420 p. BECK, Robert. La promenade urbaine au XIX siècle. Annales de Bretagne et des Pays de l’Ouest. França, junho, 2009. Volume 116, volume 2. p. 165-190. CAMPOS FILHO, Cândido Malta. Reinvente seu bairro: caminhos para você participar do planejamento de sua cidade. São Paulo. Editora 34, 2003. 224 p. CAPELO, José; Garcia, Lidia Samiento. Guia Arquitetônico: Fortaleza Centro. 1ª edição. Fortaleza, 2006. CARERI, Francesco (2003). Walkscapes: o caminhar como prática estética. 1.ed. São Paulo. G. Gili, 2013. 191 p. CARVALHO, Beatriz Falleiros Rodrigues. Caminhar na cidade, experiência e representação nos caminhares de Richard Long e Francis Alÿs; depoimentos de uma pesquisa poética. 2007. 247 f. Dissertação (mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2007. CRIVELLI VISCONTI, Jacopo. Caminhar para lembrar. Bel Falleiros e a retomada da prática das derivas. Drops, São Paulo, ano 14, n. 076.02, Vitruvius, jan. 2014. <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/ drops/14.076/5007>.
bibliografia
DIAS, Fabiano. O desafio do espaço público nas cidades do século XXI. Arquitextos, São Paulo, ano 06, n. 061.05, Vitruvius, jun. 2005 <http:// www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.061/453>.
232
DIÓGENES, B. H. N. A dinâmica do espaço intraurbano de Fortaleza e a formação de “novas centralidades”. Anais XI Encontro Nacional da ANPUR, Salvador, 2005. Disponível em: <http://www.anpur.org.br>
Acesso em 04 de setembro de 2015. FAURY, M. L. Michaelis: dicionário escolar francês: francêsportuguês, português- francês. 2ª ed. São Paulo. Editora Melhoramentos, 2009. FERNANDES, F. R. C. Transformações espaciais no Centro de Fortaleza: estudo crítico das perspectivas de renovação urbana. 2004. 102p. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente). PRODEMA- Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2004. FERREIRA, A. B. H. Miniaurelio: o dicionário da Língua Portuguesa. 6ª. ed. rev. Rio de Janeiro. Positivo, 2005. FORTALEZA, Prefeitura. Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza. Plano habitacional para reabilitação da área central de Fortaleza. Fortaleza, junho de 2009. FORTALEZA, Prefeitura. Secretaria Municipal de Cultura de Fortaleza. Proteção de conjunto urbano centro histórico Fortaleza Ceará dez 2013. Fortaleza, 2013. GEHL, Jan. Cidades para pessoas. Tradução Anita Di Marco. 2ª ed. São Paulo. Editora Perspectiva, 2013. 262 p. GUATELLI, Igor. Arquitetura dos entre-lugares sobre a importância do trabalho conceitual. São Paulo. Editora Senac, 2012. INSTITUTO PÓLIS. Moradia é Central: inclusão, acesso e direito à cidade – Fortaleza. São Paulo, 2009. 22 p. JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. 3ª ed. São Paulo. Editora WMF Martins Fontes, 2011. 510 p. JACQUES, Paola Berenstein. Elogio aos errantes. Breve histórico das errâncias urbanas. Arquitextos, São Paulo, ano 05, n. 053.04, Vitruvius, out. 2004 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/05.053/536>. JACQUES, Paola Berenstein. Errâncias Urbanas: a arte de andar pela cidade, Breve histórico das errâncias urbanas. Arqtexto, Porto Alegre, RS, 2005. Volume 7. p. 16-25 KELLER, A. J. Michaelis: dicionário escolar alemão: alemãoportuguês, português-alemão. 2ª ed. São Paulo. Editora Melhoramentos, 2009.
LOPES DIAS, Tiago. Quem me conheço não tem ruas por onde passe. A experiência da velocidade: do boulevard ao ciberespaço. Arquitextos, São Paulo, ano 11, n. 132.08, Vitruvius, jun. 2011 <http://www.
bibliografia
LEITE, Carlos; Awad J. C. M. Cidades sustentáveis, cidades inteligentes: Desenvolvimento sustentável num planeta urbano. Porto Alegre, Bookman, 2012. 264 p.
233
vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.132/3883>. MASSAGLI, Sérgio Roberto. O homem da multidão e o flâneur no conto “o homem da multidão” de Edgard Allan Poe. Terra roxa e outras terras, revista de estudos literários. Londrina, junho, 2008. Volume 12. p. 55-65. MOEHLECKE, Vilene. Corpos da cidade: territórios experimentações. Arqtexto. Porto Alegre, 2005. Volume 7. p. 60-73.
e
NETTO, Raymundo. Centro: o “coração mal-amado. Coleção pajeú. Fortaleza. Secultfor, 2014. 192 p. PASSOS, F.; GOUVÊA, M.; TOSTI, R.; POLITO, R. O novo Flâneur: Personagem da Era Moderna, o flâneur incita o pensamento urbano contemporâneo. Revista eclética. Rio de Janeiro, 2003. Volume 17. p. 6-10. PAVLICK, Mariana. Políticas para a recuperação de áreas em cidades latino-americanas. Estudo de caso: São Paulo, Santiago do Chile e Buenos Aires. 2010. 225 p. Tese (mestrado arquitetura e urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo. São Paulo. 2010. POLITO, A. G. Michaelis: dicionário escolar italiano: italianoportuguês, português-italiano. 2ª ed. São Paulo. Editora Melhoramentos, 2009. PUBLICATION, Loft. La ville aujourd’hui, nouvelles tendances en urbanisme. Paris. Éditions Place des Victoires, 2012. RIBEIRO, C. G. A cidade pelos olhos de Charles Baudelaire e Mário de Andrade. Anais do XV congresso nacional de linguística e filologia. Cadernos do CNLF, Vol. XV nº 5. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011. RIO, João. A alma encantadora das ruas. Rio de Janeiro. Organização Simões. 1952 ROGERS, Richard & GUMUCHDJIAN, Philip. Cidades para um pequeno planeta. Barcelona: Gustavo Gili, 2001. SÃO PAULO. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. Centro Aberto. Experiências na Escala Humana. São Paulo. Abril de 2015. 76p. SOUZA, Célia Ferraz de. O espaço e a sensibilidade dos Cidadãos. Arqtexto, Porto Alegre, RS, 2003. Volume 3-4. p. 72-83
bibliografia
SPACES, Project for public. Street as places: using streets to rebuild communities. New York. 2008.
234
6.3 Anexos
ANEXO I
Zona de ocupação preferencial 1 (ZOP 1)
Definição
Objetivos
Caracteriza-se pela disponibilidade de infraestrutura e serviços urbanos e pela presença de imóveis não utilizados e subutilizados; destinando-se à intensificação e dinamização do uso e ocupação do solo. I - Possibilitar a intensificação do uso e ocupação do solo e a ampliação dos níveis de adensamento construtivo, condicionadas à disponibilidade de infraestrutura e serviços e à sustentabilidade urbanística e ambiental; II - implementar instrumentos de indução do uso e ocupação do solo, para o cumprimento da função social da propriedade; III incentivar a valorização, a preservação, a recuperação e a conservação dos imóveis e dos elementos característicos da paisagem e do patrimônio histórico, cultural, artístico ou arqueológico, turístico e paisagístico; IV - prever a ampliação da disponibilidade e recuperação de equipamentos e espaços públicos; V - prever a elaboração e a implementação de planos específicos, visando à dinamização socioeconômica de áreas históricas e áreas que concentram atividades de comércio e serviços; VI - promover a integração e a regularização urbanística e fundiária dos núcleos habitacionais de interesse social existentes; VII - promover programas e projetos de habitação de interesse social e mercado popular.
anexos
índice de aproveitamento básico: 3,0; índice de aproveitamento máximo: 3,0; índice de aproveitamento mínimo: 0,25; taxa de permeabilidade: 30%; Parâmetros taxa de ocupação: 60%; urbanísticos taxa de ocupação de subsolo: 60%; altura máxima da edificação: 72m; área mínima de lote: 125m2; testada mínima de lote: 5m; profundidade mínima do lote: 25m.
236
Zona de ocupação preferencial 2 (ZOP 2) Definição
Objetivos
Parâmetros urbanísticos
Caracteriza-se pela disponibilidade parcial de infraestrutura e serviços urbanos e áreas com disponibilidade limitada de adensamento; destinando-se à intensificação condicionada da ocupação do solo. I - possibilitar a intensificação do uso e ocupação do solo e a ampliação dos níveis de adensamento construtivo, condicionadas à disponibilidade de infraestrutura e serviços urbanos e à sustentabilidade urbanística e ambiental; II - recuperar, para a coletividade, a valorização imobiliária decorrente de investimentos públicos; III – implementar instrumentos de indução ao uso e ocupação do solo; IV prever a ampliação da disponibilidade e recuperação de equipamentos e espaços públicos; V - promover a integração e a regularização urbanística e fundiária dos núcleos habitacionais de interesse social existentes. índice de aproveitamento básico: 2,0; índice de aproveitamento máximo: 3,0; índice de aproveitamento mínimo: 0,2; taxa de permeabilidade: 30%; taxa de ocupação: 60%; taxa de ocupação de subsolo: 60%; altura máxima da edificação: 72m; área mínima de lote: 125m2; testada mínima de lote: 5m; profundidade mínima do lote: 25m.
Zona da orla (ZO) Definição
Caracteriza-se por ser área contígua à faixa de praia, que por suas características de solo, aspectos paisagísticos, potencialidades turísticas, e sua função na estrutura urbana, exige parâmetros urbanísticos específicos.
Parâmetros urbanísticos
índice de aproveitamento básico: 2,0; índice de aproveitamento máximo: 2,0; índice de aproveitamento mínimo: 0,25; taxa de permeabilidade: 25%; taxa de ocupação: 60%; taxa de ocupação de subsolo: 60%; altura máxima da edificação: 48m.
anexos
A Zona da Orla está dividida em 7 (sete) trechos: I - Barra do Ceará/Pirambu; II - Jacarecanga/Moura Brasil; III - Praia de Iracema; IV - Meireles/Mucuripe; V – Iate Clube; VI - Cais do Porto; VII - Praia do Futuro.
237
Zonas especiais de preservação do patrimônio paisagístico, histórico, cultural e arqueológico (ZEPH)
Definição
Objetivos
São áreas formadas por sítios, ruínas, conjuntos ou edifícios isolados de relevante expressão arquitetônica, artística, histórica, cultural, arqueológica ou paisagística, considerados representativos e significativos da memória arquitetônica, paisagística e urbanística do Município. I - preservar, valorizar, monitorar e proteger o patrimônio histórico, cultural, arquitetônico, artístico, arqueológico ou paisagístico; II – incentivar o uso dessas áreas com atividades de turismo, lazer, cultura, educação, comércio e serviços; III - estimular o reconhecimento do valor cultural do patrimônio pelos cidadãos; IV - garantir que o patrimônio arquitetônico tenha usos compatíveis com as edificações e paisagismo do entorno; V - estimular o uso público da edificação e seu entorno; VI - estabelecer a gestão participativa do patrimônio.
Os parâmetros urbanísticos para as Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio Paisagístico, Histórico, Cultural e Arqueológico (ZEPH) não foram definidos pelo PDP-FOR (LEI 062 - 2009). Sendo necessária a implementação de uma Parâmetros lei complementar para tal definição. urbanísticos Deverão ser previstos, para as Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio Paisagístico, Histórico, Cultural e Arqueológico (ZEPH), planos específicos para conservação, restauração ou reabilitação.
anexos
Zonas especiais de dinamização urbanística e socioeconômica (ZEDUS)
238
Definição
São porções do território destinadas à implantação e/ou intensificação de atividades sociais e econômicas, com respeito à diversidade local, e visando ao atendimento do princípio da sustentabilidade.
Objetivos
I - promover a requalificação urbanística e a dinamização socioeconômica; II - promover a utilização de terrenos ou glebas considerados não utilizados ou subutilizados para a instalação de atividades econômicas em áreas com condições adequadas de infraestrutura urbana e de mobilidade; III - evitar os conflitos de usos e incômodos de vizinhança; IV - elaborar planos e projetos urbanísticos de desenvolvimento socioeconômico, propondo usos e ocupações do solo e intervenções urbanísticas com o objetivo de melhorar as condições de mobilidade e acessibilidade da zona.
Zonas especiais de interesse social
Definição
São porções do território, de propriedade pública ou privada, destinadas prioritariamente à promoção da regularização urbanística e fundiária dos assentamentos habitacionais de baixa renda existentes e consolidados e ao desenvolvimento de programas habitacionais de interesse social e de mercado popular nas áreas não edificadas, não utilizadas ou subutilizadas, estando sujeitas a critérios especiais de edificação, parcelamento, uso e ocupação do solo.
Tipos
As Zonas Especiais de Interesse Social se subdividem nas seguintes categorias: I - Zonas Especiais de Interesse Social 1 (ZEIS 1) - presente no Centro de Fortaleza; II – Zonas Especiais de Interesse Social 2 (ZEIS 2) - não presente no Centro de Fortaleza; III - Zonas Especiais de Interesse Social 3 (ZEIS 3) - não presente no Centro de Fortaleza.
Objetivos ZEIS 1
Critérios ZEIS 1
I - efetivar o cumprimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana; II - promover a regularização urbanística e fundiária dos assentamentos ocupados pela população de baixa renda; III - eliminar os riscos decorrentes de ocupações em áreas inadequadas; IV - ampliar a oferta de infraestrutura urbana e equipamentos comunitários, garantindo a qualidade ambiental aos seus habitantes; V promover o desenvolvimento humano dos seus ocupantes. São critérios para o reconhecimento de uma área como ZEIS 1: I - ser a ocupação predominantemente de população de baixa renda (serão consideradas como população de baixa renda as famílias com renda média não superior a três salários mínimos); II - estar a ocupação consolidada há, no mínimo, 5 (cinco) anos, contados até a publicação da lei 062 - 2009 (PDP FOR); III - ter uso
anexos
Composição ZEIS 1
Compostas por assentamentos irregulares com ocupação desordenada, em áreas públicas ou particulares, constituídos por população de baixa renda, precários do ponto de vista urbanístico e habitacional, destinados à regularização fundiária, urbanística e ambiental.
239
predominantemente residencial; IV - ser passível de regularização fundiária e urbanística. Fica vedado o remembramento de lotes, que resulte em área maior que 150m², para o uso residencial unifamiliar. Instrumentos passíveis de aplicação em cada zona ZOP I, ZOP II e Zona da Orla: I - parcelamento, edificação e utilização compulsórios; II - IPTU progressivo no tempo; III – desapropriação mediante pagamento por títulos da dívida pública; IV - direito de preempção; V - direito de superfície; VI transferência do direito de construir; VII - operação urbana consorciada; VIII – consórcio imobiliário; IX - estudo de impacto de vizinhança (EIV); X - estudo ambiental (EA); XI - Zona Especial de Interesse Social (ZEIS); XII instrumentos de regularização fundiária; XIII - outorga onerosa de alteração de uso. ZEPH: I - direito de preempção; II - direito de superfície; III - tombamento; IV - transferência do direito de construir; V - estudo de impacto de vizinhança (EIV); VI - estudo ambiental (EA). ZEDUS: I - parcelamento, edificação e utilização compulsórios; II - IPTU progressivo no tempo; III - desapropriação com títulos da dívida pública; IV - estudo de impacto de vizinhança (EIV); V - estudo ambiental (EA); VI - instrumentos de regularização fundiária; VII - direito de preempção; VIII - direito de superfície; IX - operação urbana consorciada; X – consórcio imobiliário; XI - outorga onerosa do direito de construir. ZEIS 1: I - concessão de uso especial para fins de moradia; II usucapião especial de imóvel urbano; III - concessão de direito real de uso; IV - autorização de uso; V - cessão de posse; VI - plano integrado de regularização fundiária; VII - assistência técnica e jurídica gratuita; VIII direito de superfície; IX - direito de preempção.
anexos
Principais estratégias previstas no PDP FOR para o centro de fortaleza
240
Art. 43 - São ações estratégicas da política de proteção do patrimônio cultural de interesse artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico: VIII - estimular a preservação e utilização de imóveis representativos da memória da cidade, mediante incentivos fiscais, instrumentos urbanísticos e apoio técnico especializado; XI - desenvolver
planos, programas e projetos de intervenções nas Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio Cultural de interesse artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (ZEPH), a fim de atender o objetivo destas zonas especiais; XII - garantir a participação da comunidade na política cultural do Município; XIII - elaborar o plano do centro da cidade de proteção do patrimônio cultural de interesse artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; XVIII - implantar o Museu da Cidade de Fortaleza; Art. 51 - São ações estratégicas da política de desenvolvimento econômico: IX - fortalecer economicamente o Centro de Fortaleza com apoio a atividades educacionais e culturais, tais como escolas de artes, universidades, centros culturais, e criação de núcleos de inovação em serviços de tecnologia de informação; X – definir área para transferência do mercado atacadista de Fortaleza, favorecendo seu fortalecimento e consolidação dentro dos limites do município; XI - desenvolver estudos técnicos para a delimitação das Zonas Especiais de Dinamização Urbanística e Socioeconômica (ZEDUS); Art. 54 - São ações estratégicas da política de turismo: VI - priorizar os investimentos de infraestrutura turística nas seguintes áreas do Município: a) Barra do Ceará; b) Centro; c) Praia de Iracema; d) Beira Mar; e) Morro de Santa Teresinha; f) Praia do Futuro; g) unidades de conservação; h) Messejana; i) Grande Parangaba; j) Benfica; l) l) Lagoa Redonda.
anexos
VII - desenvolver e implementar um plano turístico do Centro de Fortaleza articulado às políticas dos diversos órgãos da administração pública municipal;
241
anexos
ANEXO II
242
243
anexos
244
anexos
245
anexos
ANEXO III Instrumentos previstos pelo Estatuto da Cidade: Parcelamento, edificação ou utilização compulsórios Passível de aplicação nos imóveis não edificados, compostos apenas pela terra nua; não utilizados, que são os abandonados e não habitados; e subutilizados, que são os imóveis cujo aproveitamento seja inferior ao mínimo definido em lei. Uma vez instituído para determinado imóvel, o proprietário fica obrigado a dar uma utilização efetiva e adequada ao bem num determinado prazo. IPTU progressivo no tempo Permite que o Município aumente progressivamente, ao longo dos anos, a alíquota do IPTU para aqueles imóveis cujos proprietários não obedecerem aos prazos fixados para o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios. É uma maneira de penalizar a retenção do imóvel para fins de especulação da valorização imobiliária, fazendo com que essa espera, sem nenhum benefício para a cidade, se torne inviável economicamente. Desapropriação com pagamentos em títulos O Poder Público Municipal pune o proprietário que não deu a seu imóvel a função social estabelecida no Plano Diretor. Na desapropriação para fins de reforma urbana o pagamento é realizado por meio de títulos da dívida pública, resgatáveis num prazo de dez anos. Usucapião especial de imóvel urbano Garante ao possuidor de imóvel urbano de até 250 m², que não tem outro imóvel e que ainda não foi beneficiado pelo instrumento, a aquisição da propriedade. Para tanto, o possuidor deve ainda demonstrar que ocupa o imóvel há cinco anos, sem oposição, e que utiliza o imóvel para sua moradia.
anexos
Direito de superfície
246
Com o direito de superfície, cria-se uma separação entre a propriedade do terreno e o direito de usar a superfície deste terreno. Por meio do contrato que institui o direito de superfície, o Poder Público mantém a propriedade do terreno público, mas pode conceder ao morador o direito de construir sua residência, vendê-la sob certas condições ou transmiti-lo por herança, dando toda a garantia para que ele exerça seu direito de moradia. Mas como mantém a propriedade do terreno, pode
também impedir que este imóvel seja adquirido por alguém que lhe dê uma destinação diferente daquela para a qual o direito foi instituído (moradia de população de baixa renda, por exemplo), evitando a expulsão dos moradores por algum segmento social com maior poder econômico. Direito de preempção Garante ao Poder Público Municipal a preferência para adquirir imóveis que estejam sendo alienados. O proprietário que deseja vender seu imóvel deverá primeiramente comunicar ao poder público que, se desejar, poderá comprar o bem nas condições apresentadas pela oferta feita por terceiro. Outorga onerosa do direito de construir Remete ao pincípio de Solo Criado, introduzido no Brasil na década de 1970. Vê-se, pois, que o conceito de Solo Criado pressupõe que o direito de propriedade engloba o direito de construir, mas este último é limitado pelo coeficiente único ou básico de aproveitamento. Ou seja, o direito do proprietário de edificar está restrito ao coeficiente único ou básico definido no Plano Diretor. Qualquer edificação acima desse coeficiente somente será permitida em áreas predefinidas e mediante uma contrapartida paga ao Poder Público municipal. Operações urbanas consorciadas A ideia básica do instrumento está na transformação de uma determinada área da cidade, sob o comando do Poder Público municipal, para a concretização de objetivos e ações estabelecidos no Plano Diretor, por meio da parceria com o setor privado. Transferência do direito de construir Tem como finalidade assegurar o aproveitamento econômico de um bem ao proprietário de imóvel situado em área onde houve limitações ao direito de construir. Tais limitações podem ocorrer nos casos em que o Poder Público municipal, em prol do interesse público, limita a construção das edificações para a preservação de áreas ambientais e de especial interesse histórico, cultural, paisagístico ou social. Por meio deste instrumento, o proprietário pode exercer em outro local o direito de construir, seja em outro terreno de sua propriedade, seja transferindo ou alienando para um terceiro. Estudo de impacto de vizinhança
Fonte: Estatuto da Cidade 10 anos: avançar no planejamento e na gestão urbana
anexos
Esse instrumento dá, ao Poder Público, subsídios para decidir sobre a concessão da licença para realização de empreendimentos de grande impacto. Apresentado o EIV, o município pode conceder a licença para o empreendimento, negá-la ou ainda condicionar a licença à implementação de medidas de atenuação ou compensação do impacto.
247
6.4 Lista de Imagens
Figura 1. Menir da Meada
34
Figura 2. Cartaz de divulgação da primeira visita Dada
35
Figura 3. Visita a igreja Saint Julien le Pauvre
36
Figura 4. Guia psicogeográfico de Paris
37
Figura 5. Paris, jardim do Palais Royal em 1905
45
Figura 6. Centro de Fortaleza completamente vazio em dia não comercial
52
Figura 7. Place Kléber em Strasbourg, França
53
Figura 8. La Rambla em Barcelona
55
Figura 9. Olhos da rua
56
Figura 10. Utilização da Av. Beira Mar por volta das sete e meia da manhã
61
Figura 11. Fluxo de pedestres na rua General Sampaio, no centro de Fortaleza 62
listas
Figura 12. “Planta da Cidade da Fortaleza e Sobúrbios” elaborada por Adolfo Herbster em 1875. 66
248
Figura 13. Santa casa de Misericórdia e Passeio Público
67
Figura 14. Vista aérea do Centro de Fortaleza, sentido nordeste-sudoeste
85
Figura 15. Vista aérea do Centro de Fortaleza, sentido sudeste-noroeste
85
Figura 16. Estação Bicicletar
90
Figura 18. Obstrução de vendedores informais em via de pedestre
104
Figura 17. Exemplo de calçada mal conservada
104
Figura 19. Poluição visual causada pelos fios elétricos
105
Figura 20. Poluição visual causada pelas propagandas comerciais
105
Figura 21. Rua Governador Sampaio
105
Figura 22. Calçada da rua Governador Sampaio
106
Figura 23. Trechos de projeto
109
Figura 24. Área transitória
110
Figura 25. Área de permanência
110
Figura 26. Área de permanência
110
Figura 27. Projeto Centro Aberto
111
Figura 28. Projeto Recife Antigo de Coração
112
Figura 29. Projeto Recife Antigo de Coração
113
119
Figura 31. Esquema das diretrizes gerais de planejamento urbano.
123
Figura 32. Esquema das diretrizes gerais de identidade.
126
Figura 33. Esquema das diretrizes gerais de caminhabilidade.
127
Figura 34. Esquema das diretrizes gerais de sustentabilidade.
128
Figura 35. Esquema das diretrizes gerais de mobilidade.
130
Figura 36. Esquema das diretrizes gerais de infraestrutura.
131
Figura 37. Esquema das diretrizes gerais de cultura.
132
Figura 38. Esquema das diretrizes gerais de atratividade.
133
Figura 40. Rua Dr. João Moreira proposta.
150
Figura 39. Rua Dr. João Moreira Atualmente.
150
Figura 41. Rua Perboyre e Silva Atualmente.
156
Figura 42. Rua Perboyre e Silva proposta.
156
Figura 43. Cidade da Criança atualmente.
162
Figura 44. Cidade da Criança proposta.
162
Figura 46. Rua Rufino de Alencar proposta.
168
Figura 45. Rua Rufino de Alencar atualmente.
168
Figura 47. Rua Almirante Tamandaré atualmente.
174
Figura 48. Rua Almirante Tamandaré proposta.
174
Figura 49. Rua Major Facundo Atualmente.
180
Figura 51. Rua Major Facundo proposta.
180
Figura 50. Arborização proposta para a Rua Major Facundo.
180
Figura 52. Pontos de parada das linhas propostas.
184
Figura 53. Seção AA
187
Figura 54. Seção BB
187
Figura 55. Seção CC
187
Figura 57. Seção EE
188
Figura 58. Seção GG
188
Figura 56. Seção DD
188
Figura 59. Seção FF
189
Figura 62. Seção JJ
190
Figura 61. Seção II
190
Figura 60. Seção HH
190 listas
Figura 30. Logo conceitual do projeto
249
Figura 63. Seção KK
191
Figura 65. Seção MM
191
Figura 64. Seção LL
191
Figura 66. Seção NN
192
Figura 68. Seção PP
192
Figura 67. Seção OO
192
Figura 69. Esquema de um dos pontos de convergência dos percursos
195
Figura 70. A “Lingne Verte” de Nantes, na França
196
Figura 71. exemplo de desenho possível
196
Figura 72. Esquema dos pontos dos percursos temáticos
197
Figura 73. Rua Dr. João Moreira
229
Figura 74. Rua Rufino de Alencar
230
Figura 75. Av. Almirante Tamandaré
231
6.5 Lista de Mapas
Mapa 1. Localização de Fortaleza
61
Mapa 2. Localização do bairro Centro
63
Mapa 3. Bairros limítrofes ao Centro de Fortaleza
63
Mapa 4. Regionais de Fortaleza
71
Mapa 5. Zoneamento Urbano do Centro de Fortaleza e entorno imediato
72
listas
Mapa 6. Zoneamento Ambiental e Zonas Especiais do Centro de Fortaleza e entorno imediato 73
250
Mapa 7. Praças adotadas pela iniciativa privada
76
Mapa 8. Bacias Hidrogáficas de Fortaleza
79
Mapa 9. Mapa de uso do pavimento térreo no Centro de Fortaleza
83
Mapa 10. Mapa de equipamentos públicos de Fortaleza por bairro
84
Mapa 11. Mapa de localização de praças do Centro
86
Mapa 12. Domicílios com abastecimento de água via rede geral
91
Mapa 13. Domicílios com esgotamento sanitário via rede geral
92
93
Mapa 15. Domicílios com energia fornecida pela Coelce
94
Mapa 16. Principais equipamentos do Centro
95
Mapa 17. Mapa de infraestrutura de transporte do Centro de Fortaleza
95
Mapa 18. Densidade populacional de Fortaleza
98
Mapa 19. Renda nominal mensal domicilar de Fortaleza
99
Mapa 20. Vínculos ativos de emprego por bairro de Fortaleza
100
Mapa 21. IDH por bairro de Fortaleza
100
Mapa 22. Classificação Viária
103
Mapa 23. Mapa psicogeográfico do Centro de Fortaleza
115
Mapa 24. Nós de atratividade do Centro de Fortaleza.
116
Mapa 25. Esquema conceitual da intervenção.
117
Mapa 26. Esquema geral da proposta
121
Mapa 27. Mapa da divisão dos trechos de intervenção
137
Mapa 28. Zona de transição
141
Mapa 29. Diretrizes para a zona de transição
145
Mapa 30. Localização do trecho 01 de intervenção
146
Mapa 31. Diretrizes para trecho 01
151
Mapa 32. Localização do trecho 02 de intervenção
153
Mapa 33. Diretrizes para trecho 02
157
Mapa 34. Localização do trecho 03 de intervenção
159
Mapa 35. Diretrizes para trecho 03
163
Mapa 36. Localização do trecho 04 de intervenção
165
Mapa 37. Diretrizes para trecho 04
169
Mapa 38. Localização do trecho 05 de intervenção
171
Mapa 39. Diretrizes para trecho 05
175
Mapa 40. Localização do trecho 06 de intervenção
177
Mapa 41. Diretrizes para trecho 06
181
Mapa 42. Diretrizes para trecho 06
185
Mapa 43. Localização das seções viárias
186
listas
Mapa 14. Domicílios com lixo coletado
251
6.6 Lista de Gráficos Gráfico 1. Viagens por ano, por modo principal em 2013
60
Gráfico 2. Quilometragem percorrida pelas pessoas por modo (bilhões de quilômetros/ano em 2013 60 Gráfico 3. Perfil dos usuários do Centro
101
6.7 Lista de Tabelas
Tabela 1. Relação entre número de viagens e quilômetros percorridos paca cada modal em 2013 60
listas
6.8 Lista de Pranchas
252
Prancha 01. Macrolocalização
201
Prancha 02. Contextualização
203
Prancha 03. Masterplan
205
Prancha 04. Setorização
207
Prancha 05. Zona de transição
209
Prancha 06. Trecho 01
211
Prancha 07. Trecho 02
213
Prancha 08. Trecho 03
215
Prancha 09. Trecho 04
217
Prancha 10. Trecho 05
219
Prancha 11. Trecho 06
221
Prancha 12. Sistema viário e transportes
223
Prancha 13. Mobiliário
225
Prancha 14. Mobiliário
227