COLMEIA Revista de comunicação e sustentabilidade da turma do 7º período de Jornalismo 2020.2
Bolsonaro na Assembleia Nacional da ONU
Presidente faz vergonha pelo segundo ano consecutivo
Pandemia derruba o consumo de carne no mundo
Queda alcança a marca de 9.5 milhões de toneladas, a maior desde o início do século XXI
Apicultura sustentável e equilíbrio ambiental Como a apicultura sustentável pode contribuir para o equilíbrio ambiental e para a saúde dos consumidoresde mel
AGRADECIMENTOS A equipe da Revista Colmeia gostaria de usar esse espaço para agradecer a todas as pessoas que contribuíram em nossas aulas, dividindo suas experiências nos mais diversos assuntos.
Tatiana Araújo Sustentati @sustentati tatifaria.araujo@gmail.com
Márcio Antônio Fernandes Todos Contra a Fome @marciofernandes_santos marciofernandes@relema.com.br
Ciça Melo ParaTodos @paratodos.net.br cica.melo@paratodos.net.br
Fabiano Guedes Projeto de Polinização Agrícola do Zoológico de Lisboa Apiário Fazenda Santa Lúcia lerivoli.menegatti@gmail.com
Lucas Chiabi Ciclo Orgânico @cicloorganico contato@cicloorganico.com.br
Fernando Pinheiro Carinho Ecogreen @carinhoecogreen fernando@copapa.com.br
EDITORIAL Um tema cada vez mais recorrente e importante. A sustentabilidade é essencial para a sociedade. A Revista Colméia traz formas diferentes de ser sustentável e fazer bem a o mundo. A edição traz desde como você trata seu lixo até a forma de como as abelhinhas produzem o mel e o apicultor faz a extração sustentável deste produto. As reportagens são todas baseadas nas ODS (Objetivos de desenvolvimento sustentável) e trazem diversas formas e atividades importantes para um mundo mais saudável e sustentável. Com entrevistas e textos bem elaborados, a Colméia traz maneiras já feitas e opções novas para o desenvolvimento sustentável. A matéria principal é a exclusiva forma sustentável de um apiário em resende, no interior do Rio de Janeiro. A forma de reutilizar a água de forma inovadora em uma escola do município de São Gonçalo traz uma ideia simples de método de reutilização e conscientização para as crianças. Um período difícil e conturbado foi a pandemia que vivemos em 2020. Traremos a forma encontrada de ajudar as pessoas a não passarem fome no rio de Janeiro, uma história bonita e louvável. Um matéria especial de uma escola que trabalha com crianças especiais com muito amor e carinho, trazendo a solidariedade e empatia. Em um turbilhão de momentos especiais, a Colmeia trabalhou buscando trazer momentos e alternativas interessantes para um mundo mais sustentável e empático, em um trabalho conjunto dos jornalistas para que assim como as abelhas fazem, o trabalho em conjunto fosse feito com muita competência para a produção de excelente mel (no nosso caso, revista).
EQUIPE COLMEIA Turmas JN7E e CV5E Expediente da revista Colmeia ESPM Rio/ReLab Rua do Rosário, 90 Centro - Rio de Janeiro, RJ Instagram: @ReLab_ESPM
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Ilustração Giovanna Cezar gi.cezar14@gmail.com
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Diagramação Barbara Cunha barbarascunha@outlook.com
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Editorial André Macedo amacedoa1995@gmail.com Arthur Leal arthurlealporto@gmail.com Bárbara Negrini barbaranegrini1@gmail.com Bruna Lima blimag98@gmail.com Guilherme Quadra guilhermepfq13@gmail.com Letícia Rivoli lerivoli.menegatti@gmail.com Luiz Guilherme Afonso luiz_guilherme44@hotmail.com Rogério Fontes contatorogeriofontes@gmail.com
Professor Fernando Borges
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Orientação Professor Fernando Borges de Castro
Barbara Cunha
Giovanna Cezar
Foto de Capa Letícia Rivoli Publicação A revista Colmeia é uma publicação da disciplina de Comunicação e Sustentabilidade da turma de 7º período do curso de Jornalismo www.issuu.com
MATÉRIAS Lixo INVISÍVEL ODS 6, 10, 11, 12, 13, 14, 15
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Reutilização sustentável da água ODS 6, 12, 14
Pandemia derruba o consumo de carne no mundo
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ODS 12, 13
A fome e a pobreza em meio a pandemia
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ODS 1, 2, 10
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Escola Flor Amarela: os desafios da educação especial no Brasil
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ODS 4, 12
ODS 4
ODS 3, 8, 12, 15
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Iniciativas sustentáveis nas Universidades brasileiras
Apicultura sustentável e equilíbrio ambiental
Será que em 2021 vem música no Fantástico? ODS 16
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Pequenos atos em grandes centros urbanos, o ponto inicial para um mundo mais sustentável ODS 2, 11, 12
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Ciclos Conscientes ODS 3, 12
Lixo INVISÍVEL BRUNA LIMA
O documentário Revolixonários - Mundo de Plástico, dirigido e produzido pelo paulista Thiago Eduardo, mostra a situação problemática quando o assunto é meio ambiente e produção de lixo humano. No longa de 45 minutos, especialistas das áreas de ciência social, ambiental e política falam sobre como a sociedade brasileira lida com questões ambientais, caminhos para melhorar essa relação e principalmente: dar visibilidade ao nosso lixo invisível. De maneira didática, o filme expõe a problemática, as causas, efeitos e soluções, incentivando, assim, que todos se informem sobre o quadro geral do consumo e descarte indevido do plástico. Aos 21 minutos e 51 segundos, o diretor executivo do Projeto EcoSurf, João Malavolta, fala “a crise ambiental é um produto do capitalismo” e essa frase, na minha percepção, está implícita no documentário inteiro e em sua proposta. Quanto maior o consumo, maior o descarte e, como ressaltado pelo filme, é um descarte indevido e descontrolado. As pessoas consomem comidas embaladas, produtos de limpeza, cosméticos, seja lá o que for, depois jogam fora nos lixos de suas casas e horas depois repetem a mesma ação. Esse lixo gerado é invisível. A maior parte da população não sabe o que acontece com aquela embalagem plástica do desinfetante depois que é descartada. A necessidade da eficiência, da rapidez e da posse, são os ideais bases do capitalismo e o plástico veio para suprir todas essas demandas. Como abordado no filme pelo Pedro Jacobi, docente da USP: “O plástico é o grande salvador das embalagens, por causa do lobby das indústrias é difícil encontrar um substituto para ele, então é preciso reutilizar”, diz ele. Dessa forma, aumentaria a consciência em torno do caminho do plástico após o descarte e, de certa maneira, diminuiria o consumo exagerado.
Por fim, é importante reforçar que o filme não é, nem de longe, idealista, ou seja, não prega que todo mundo deveria parar de consumir plástico. O documentário promove um debate sobre formas, tanto políticas, quanto sociais, de minimizar os efeitos fatais do plástico no meio ambiente e conscientizar o nosso consumo.
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Reutilização sustentável da água
Escola de São Gonçalo usa método de armazenamento para diminuir o desperdício de água Escola de São Gonçalo usa método de armazenamento para diminuir o desperdício de água ARTHUR LEAL De acordo com a EOS (Organização e Sistemas), de cada 100 litros de água tratada no Brasil, somente 63 litros são consumidos e os 37 restantes são perdidos. Além disso, de acordo com o Instituto Trata Brasil o consumo médio brasileiro é de 166,3 litros por habitante/dia. O que fica 51% acima do recomendado pela ONU que é de 110 litros por habitante/dia. Uma das maiores perdas é no uso urbano, que consiste no uso diário em casa e estabelecimentos nas cidades. O brasileiro dispõe de hábitos muito ruins como: torneira mal fechada, o banho demasiadamente demorado, mangueira ligada sem uso, a lavagem de calçadas, limpeza excessiva nos carros, escovar os dentes com a torneira aberta, causando enormes problemas para o país. Alguns estados já sofreram com o racionamento de água nos últimos anos, como São Paulo e Minas Gerais. O desperdício pode levar à Redução do abastecimento de água para a população, na menor disponibilidade de água nas reservas
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hídricas e na ocorrência de verdadeiras crises hídricas em tempos de seca. Novas idéias para reutilizar a água em casa vem surgindo, entre esses métodos, podemos citar: Reaproveitar a água do cozimento de alimentos para novas receitas no momento. Utilizar torneiras com aerador, uma torneira convencional dispensa de 6 a 12 litros de água por minuto, sendo um volume grande desperdiçado se você não fecha a torneira enquanto está ensaboando as louças, por exemplo. Para diminuir o consumo, mesmo se você já age de maneira consciente, utilize um aerado, uma peça que aumenta o volume da água se aumentar a quantidade despejada. Aderir à descarga com dois fluxos, esse mecanismo duplo oferece a opção de dar uma descarga parcial de três litros para eliminar os resíduos líquidos ou uma descarga completa de seis litros para eliminar resíduos sólidos. A professora de Biologia do Colégio Grafite, em São Gonçalo ao notar o desperdício de água proveniente dos ares
condicionados, pensou em um maneira de conseguir armazenar e reutilizar a água que jorrava dos aparelhos o dia todo, das salas de aula. Marília, entrou em contato com a coordenação da escola propondo uma nova ideia para um uso adequado, visando conter o desperdício da água. A Professora, com toda suas ideias convenceu os coordenadores e começou seu projeto com os alunos do 6, 7 e 8 ano, visando uma educação sustentável. A professora encomendou canos de PVC, mangueiras e torneiras para criação do projeto junto com as crianças. A ideia consiste em criar um armazenamento com os tubos de PVC ligado pela mangueira nos ares condicionados e liberados por uma torneira no fundo para a utilização no processo de limpeza de toda a escola, no uso para regar as plantas e outras atividades da escola. A ideia foi implantada em 2018 e segue funcionando perfeitamente, gerando uma contenção no desperdício. De acordo com a diretora Financeira da escola, Bianca Angelito, o uso do mecanismo, também diminui o gasto da escola com a conta de água. Após implantação nas salas, a escola optou por implantar também nos aparelhos da secretaria. A ideia é de extrema importância para a conscientização das crianças e também das pessoas que não entendem a importância de economizar água. As crianças usaram a água para
regar as plantas que eles próprios plantaram. Um projeto completo feita pela professora Marília Carneiro. Os professores têm extrema importância na formação dessa conscientização das crianças, para um mundo mais sustentável e equilibrado. O exemplo da professora Marília do Colégio Grafite de São Gonçalo, é um exemplo gigante para todas escolas que ainda não entenderam sua importância nessa construção.
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Pandemia derruba o consumo de carne no mundo
Mercado de carne na China. Foto: iStock.
Queda alcança a marca de 9,5 milhões de toneladas, a maior desde o início do século XXI BÁRBARA NEGRINI A crise causada pela pandemia do novo coronavírus não afetou apenas a rotina das pessoas. Na verdade, depois que muitos se preocuparam em estocar alimentos para abastecer as próprias casas, a indústria da carne foi negativamente impactada por uma drástica mudança de consumo. De acordo com o relatório semestral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o consumo global de carne e a demanda por produtos à base de proteína animal diminuíram consideravelmente depois da primeira onda da Covid-19. O impacto foi tanto que duas das maiores empresas do setor de carne bovina - a multinacional americana Tyson Foods e a companhia brasileira JBS -, tiveram que reduzir as suas operações em até 30%, movimento contrário ao que vinha acontecendo nos últimos anos. As razões que contribuíram para que essa mudança alcançasse o nível mais baixo do consumo de carne no mundo desde o início do século XXI, apresentando uma redução de 9,5 milhões de toneladas em apenas meses, são muitas. Uma das principais delas, é o impacto econômico causado pela doença, que gerou ondas de desempregos e diminui o poder aquisitivo da população. Além disso, o fechamento de restaurantes e escolas que passaram a seguir as medidas preventivas determi-
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nadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), bem como a desconfiança da qualidade da carne proveniente de mercados como os de Wuhan, berço da Covid-19, também possuem uma relação direta com a queda. Mas o que a redução no consumo e na demanda por proteínas de origem animal tem a ver com a sustentabilidade? Embora algumas pessoas não se preocupem com as consequências socioambientais da alimentação, o que nós escolhemos comer todos os dias tem um forte impacto na natureza e no meio em que vivemos. Mesmo que essa conscientização seja fruto de uma pandemia, entender a maneira como o consumo de carne pode impactar o meio ambiente, é uma forma de relacionar os nossos hábitos com a sustentabilidade do planeta.
Apicultura sustentável e equilíbrio ambiental
Abelhas realizando a polinização - Resende - RJ. Foto: Giovanna Menegatti
Como a apicultura sustentável pode contribuir para o equilíbrio ambiental e para a saúde dos consumidores de mel BÁRBARA NEGRINI E LETÍCIA RIVOLI Pensar em abelhas e não falar sobre sustentabilidade é praticamente inevitável. Além de serem importantes para a cadeia alimentar e para o equilíbrio do ecossistema, as abelhas funcionam como uma espécie de “bioindicador” que pode denunciar uma série de impactos ambientais no local onde habitam, sejam eles ocasionados por fatores químicos, físicos, biológicos ou humanos. Apesar dessas características, a ação mais conhecida e também desenvolvida pelas abelhas é a polinização. De acordo com Fabiano Guedes, biólogo especialista em apicultura sustentável e em apiterapia, “as abelhas são responsáveis por 93% da polinização dos alimentos que vão para a mesa do consumidor”. Pegando como base os principais cultivos agrícolas do mundo, isso significa que elas polinizam cerca de 10% do PIB mundial, o que corresponde a aproximadamente 200
bilhões de dólares em termos econômicos, segundo os dados de 2019 do Conselho de Informações sobre Biotecnologia. Outro ponto de destaque é a diversidade de produtos que são oferecidos pelas abelhas. Além do mel, elas ainda são capazes de produzir outras substâncias que podem ser consumidas sob a forma de alimentos ou remédios, como a geléia real, o própolis, a cera e o pólen. A atividade responsável pela criação das abelhas e pela extração dos produtos naturais que são produzidos por elaschamada de apicultura e existem diferentes modos de desenvolvê-la. Para Fabiano, isso vai depender da relação entre o homem e as abelhas. “Se o apicultor que estiver cuidando do apiário ou do meliponário não souber trabalhar de forma sustentável a apicultura dele pode se tornar uma prática ruim para o meio ambiente e para o ecossistema”, afirma.
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Essa relação, quando estabelecida de maneira responsável para com o meio ambiente, pode ser chamada de apicultura sustentável. Esse conceito está muito próximo à ideia de que o manejo das colmeias deve respeitar a natureza das abelhas, seus ciclos biológicos e sua capacidade de produzir alimentos naturais e saudáveis que contribuem para a saúde dos consumidores. Segundo o biólogo, “de todas as atividades agrícolas a apicultura é a mais sustentável e é a que traz o retorno de investimento mais rápido” quando praticada de forma consciente. A apicultura sustentável é muito importante para a saúde dos consumidores de mel, já que umas das premissas dessa prática é a produção do mel orgânico, ou seja, aquele mel puro que não sofreu adulteração. O cenário mundial sofre com essa falta de responsabilidade ambiental atrelada ao manejo das colmeias. A China, por exemplo, é o maior produtor e exportador de mel do mundo e em contrapartida também é o maior adulterador do produto. Estima-se que 60% do mel comercializado pelo país asiático seja adulterado. Isso interfere diretamente na saúdes dos consumidores. De acordo com a Coordenação de Vigilância Sanitária e Ambiental (Covisa) esse mel modificado pode inclusive ser capaz de ocasionar intoxicação alimentar e até mesmo levar à morte. No Brasil, a produção de mel está presente em todas as regiões. Segundo o último levantamento de 2017, feito pelo IBGE, a produção anual gira em torno de 40 mil toneladas e o Rio Grande do Sul é o principal produtor nacional. O Ceará já liderou o ranking e hoje busca recuperar sua posição através de um forte investimento na profissionalização da agricultura familiar. Nesse sentido, o papel do apicultor como guardião das abelhas precisa ser reforçado, já que através dessa dinâmica é garantida a saúde não só do homem, mas também da natureza. E é por isso que é imprescindível fomentar o consumo de mel regional, pois além de ser uma forma de saber a origem do produto, existe grande chance de ele ser fruto de uma apicultura sustentável proveniente da agricultura familiar. Um exemplo disso é o caso do apicultor Clair Menegatti, de 49 anos. O gaúcho que reside atualmente na cidade de Resende, no interior do estado do Rio de Janeiro, cria abelhas desde os treze anos de idade, enquanto ainda morava no Rio Grande do Sul. Hoje, Clair tem um apiário na Fazenda Santa Lúcia na cidade onde reside. Nele a criação e a exploração das abelhas é feita de forma sustentável, sempre colocando o ambiente e a saúde do animal em primeiro lugar. “É muito importante manter o apiário limpo e em boas condições para as abelhas. Eu costumo, inclusive, confeccionar cavaletes para suspender as colmeias impossibilitando o ataque das formigas nos enxames”, disse. Além de administrar o apiário ele também é responsável por resgatar enxames que possam estar em áreas inóspitas.
Esse trabalho é relevante porque é através dele que a saúde das abelhas pode ser garantida e esta, por sua vez, está diretamente associada a fatores como a qualidade de alimentação disponível no local onde o enxame se encontra e a quantidade de espaço que existe para que elas se organizem. Uma vez que esses enxames se encontram em lugares como um cupinzeiro ou até mesmo como um sofá abandonado, elas sofrem para conseguir trabalhar e, assim, manter o equilíbrio ambienParte do apiário Fazenda Santa Lúcia, é possível perceber o cavalete em que as caixas estão apoiadas. Resende - RJ. Foto: Letícia Rivoli
tal. Nesse sentido, a função que o apicultor ocupa no processo é uma espécie de ajuda importantíssima para que as abelhas consigam manter o ciclo equilibrado. Outro fator relevante para a compreensão desse processo é o fato de que as abelhas só voam dentro de um raio de cinco quilômetros. Sobre isso Clair disse que é essencial que exista uma área verde próxima ao local em que o apiário está localizado, já que isso contribui diretamente na capacidade de produção de mel das colmeias. “Tem que ter uma mata perto do apiário, e temos que nos preocupar com o tipo de flor que existe nessa mata, porque se essas flores forem nocivas para as abelhas isso prejudica todo o processo.” contou ele. Ao compreender essa necessidade de vegetação próxima, outros fatores se relacionam com esse processo. Alguns deles são prejudiciais e ameaçam a existência das abelhas, como é o caso das queimadas, do desmatamento e das monoculturas. Para Clair as queimadas na região em que vive “interferem muito na qualidade do ar e na produção de mel da colmeia, isso acaba desequilibrando todo o ciclo ambiental”, afirma.
Produção de mel de apicultura sustentável do apiário Fazenda Santa Lúcia. Resende - RJ. Foto: Giovanna Rivoli
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Apicultor Clair Menegatti resgatando um enxame em um cupinzeiro, em Resende - RJ. Foto: Giovanna Menegatti
Mesmo com todos esses empecilhos as abelhas não desperdiçam nada. O fluxo de trabalho estabelecido por elas é extremamente organizado e benéfico para o ecossistema como um todo e foi nesse sentido em que Fabiano disse que, para ele, “sustentabilidade é fazer o que as abelhas fazem, tirar da natureza e dar três vezes mais de volta sem deixar rastros” e essa noção de rastro é muito importante porque um resquício que seja já interfere no meio ambiente. Apicultor Clair Menegatti observando um favo de mel no apiário Fazenda Santa Lúcia, em Resende - RJ. Foto: Letícia Rivoli
“Se as abelhas desaparecerem da face da terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas, não há polinização, não há reprodução da flora. Sem flora, não há animais, sem animais, não haverá raça humana.” ALBERT EINSTEIN
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A fome e a pobreza em meio a pandemia LUIZ GUILHERME
Morador de rua comendo. Fonte: iStock
O impacto que a pandemia vem causando atinge várias esferas: a econômica, a sanitária e a social. Os salários foram diminuídos, temos milhares de mortes por dia e estamos vivendo o aumenta da fome no país e uma possível volta ao mapa da fome mundial. Além de todos esses problemas ainda temos uma política pública que não dá apoio aos mais vulneráveis, e isso acelera ainda mais todo o processo. Segundo a ONG Oxfam, o Brasil é o epicentro emergente da fome extrema e segundo a ONU o Brasil tem e previsão de dobrar a pobreza extrema durante a pandemia. A fome é algo banal para uma parte da população mundial, mas uma grande parte vive sempre com essa fome. O prêmio NOBEL de 2020 foi surpreendente, ele foi concedido para o Programa Mundial de Alimentação (PMA) da ONU (organização das nações unidas) pelo combate à fome no mundo. Enquanto boa parte do mundo progride, o Brasil só regride. Após receber o prêmio de campeão mundial no combate a fome pela PMA em 2010, o Brasil encontra-se abandonado pelo governo nessa luta e vê chegar a marca de cerca de 10 milhões de pessoas atingidas pela fome. Apesar da total falta de assistencialismo do governo na questão da fome, ainda existem pessoas que movem mon-
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tanhas para ajudar quem está passando fome. É o caso de Márcio Fernandes, carioca, corretor de seguros e fundador do “projeto todos contra a fome”. Márcio deu início a esse projeto no início da pandemia, viu que tinha diante dele uma oportunidade de ajudar quem não tem o que comer, principalmente os moradores de rua “Na pandemia todos ficavam em casa e só comiam, e minha filha sempre reclamava “não vou comer o macarrão de ontem” “não quero comer comida do dia anterior” e isso me fazia pensar. Logo em seguida comecei a reparar nos moradores de rua do centro onde eu trabalho, e via que a situação deles estava pior do que já era. Eles não tinham pra quem pedir, estava tudo fechado e pouquíssimas pessoas estavam indo trabalhar. Foi aí que junto com a minha esposa decidimos dar início a esse projeto”. O projeto nos seus primeiros 4 meses ajudaram os moradores de rua do centro, sempre dando uma quentinha e um Guaravita. Márcio conta que dava pra ver a alegria no rosto e os olhos cheios de lágrimas dos moradores. E fala sobre um que o tocou profundamente. “Estava no processo de querer parar de ir só no centro, estava em busca de uma novo local e minha esposa falou pra irmos pra Glória, que lá sempre tem moradores que ficam debaixo das marquises. Fui um pouco
Banner do projeto de Marcio Fernandes (divulgação)
relutante, mas fui. Cheguei lá com o furgão com as quentinhas e logo me apareceu um senhor falando “eu sabia que você viria, eu estava morrendo de fome, estou a 2 dias sem comer, eu pedi a Deus e você veio. É só pedir que ele te atende” e isso me fez perceber ainda mais a importância do que estava fazendo, e que eu consegui fazer esse senhor feliz”. O projeto após 4 meses tomou proporções maiores, algo que era feito para 50 pessoas passou para 100, 200 e até 300 pessoas. Através de doações, Márcio começou a conseguir ajudar mais pessoas e a fazer planos maiores. Recentemente, no dia das crianças o projeto todos contra a fome além da doação de comida, fez doação de brinquedos para as crianças carentes de xerém. E como sempre, isso ficou registrado em seu instagram o @MarcioFernandes_santos. É por meio dele que ele faz a divulgação do projeto e chama as pessoas para ajudarem. Márcio conta que terá que dar passos ainda maiores por conta da proporção que o projeto está tomando. Com cada vez mais doações, será necessária a criação de uma ONG para facilitar os transmites. E além disso, entrou no processo de começar a falar com empresas para ajudá-lo financeiramente para não ficar necessitado das doações que são de certa forma incertas. Outra iniciativa dada por ele foi a doação de 30% de seu salário para o projeto “Depois que eu dei início nesse projeto, não vejo mais motivo de não dar parte do que tenho a isso. Além de dar minha atenção, ajudarei de toda a forma possível essas pessoas para que elas possam ter uma vida digna. Ninguém merece passar fome, ser privado de beber
água...Isso tudo é muito triste, e eu só quero ajudar a trazer esperança a eles”. Apesar de termos pessoas como o Marcio, que ajudam no combate a fome, essa luta não pode ser vencida sem um governo ativo e com vontade de acabar com a fome no país. O presidente Jair Bolsonaro, em uma coletiva à imprensa estrangeira disse a seguinte frase ao ser questionado sobre a fome no país: “Falar que se passa fome no país é uma grande mentira, é um discurso populista.” Com um governo desses, vamos precisar de milhares de “Marcios” para combater a fome e a pobreza no país.
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Será que em 2021 vem música no Fantástico?
Fonte: Reprodução
O presidente Jair Bolsonaro conseguiu fazer vergonha pelo segundo ano consecutivo na Assembleia Geral da ONU, se o feito se repetir ano que vem, ele pode pedir música no Fantástico. BRUNA LIMA É tradição que o presidente do Brasil seja o primeiro a discursar na Assembleia Geral da ONU. Há dois anos os debates no principal órgão das Nações Unidas são abertos com falas contestáveis - para não dizer vergonhosas - do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido). Pelo segundo ano consecutivo, Bolsonaro usou o plenário diante do mundo para mentir sobre a Amazônia, fazer acerto de contas sobre acusações feitas contra sua pessoa e falar para a sua base de aliados internos. A 75º Assembleia Geral da ONU, ocorreu de maneira remota este ano por causa da pandemia do novo coronavírus. Os líderes dos países mandaram seus discursos gravados, que foi transmitido de maneira online. O embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Costa, apresentou o discurso de Bolsonaro no plenário.
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Muitos veículos de imprensa noticiaram que a fala do ultradireitista foi polêmico e marcado por imprecisões e erros. Não é aceitável que um presidente erre os dados do país que governa. Cada palavra dita por Jair Bolsonaro foi premeditada, e a estratégia não foi nada diferente do que ele e seus filhos fazem todos os dias na frente do Palácio da Alvorada e nas redes sociais. O discurso não foi “polêmico”, foi mentiroso - e com propósito. Uma das mentiras de Bolsonaro foi sobre o valor do auxílio emergencial. O presidente disse que havia sido pago, até a data do discurso, mais de mil dólares americanos de auxílio. O valor verdadeiro era de cinco parcelas de R$ 600, que somava três mil reais e valia, na cotação do dólar daquela semana, US$ 766. Além disso, Bolsonaro disse “no primeiro semestre de 2020, apesar da pandemia, verificamos um aumento do in-
gresso de investimentos”. Segundo o Banco Central, de janeiro a junho do ano passado entraram US$ 32 bilhões via Investimento Estrangeiro Direto, 27% acima dos US$ 25,3 bilhões do mesmo período deste ano. Será que o presidente não sabe fazer conta? Será que seu guru da economia, o ministro Paulo Guedes, não o ajudou a se informar sobre o valor do dólar? Ou será que eles quis mentir e alimentar [sic] “uma das mais brutais campanhas de desinformação que o país já sofreu”? Falando em campanha de desinformação brutal, Bolsonaro disse que Amazônia e Pantanal são vítimas dessa ação. Segundo a lógica do presidente, a Floresta Amazônica é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior e os incêndios acontecem no extremo leste da floresta, onde “os caboclos e índios queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência”. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), as áreas com mais fogos de incêndio e desmatamento não ocorrem nas propriedades onde índios e caboclos vivem, e sim onde há a maior quantidade de propriedades privadas. Sobre o Pantanal, Bolsonaro comparou o bioma à Califórnia (EUA) e disse que incêndios são normais devido às altas temperaturas e acúmulo de massa orgânica no solo. O site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, mostra que a temperatura média do período histórico foi a mesma do ano passado, mas o número de focos de incêndio quase dobrou. De julho a setembro de 2019, por exemplo, o Pantanal teve 2.007 focos de
incêndio, no mesmo período deste ano, o número foi de 3.923. As cinco perícias feitas na área informam que as queimadas foram causadas por ação humana, mas Bolsonaro diz que não. A fala do presidente não esclareceu para o mundo como o Brasil está lidando com os problemas sanitários e ambientais que assolaram o país nesse último ano. Bolsonaro parecia estar usando o plenário da ONU para falar diretamente com sua base de eleitores fiéis. As mentiras proferidas por ele apenas fortalecem a bolha de ignorância que seus apoiadores vivem. Para completar o pacote Bolsonarista, não podia faltar o ataque ao jornalismo. O presidente acusou a imprensa de politizar o vírus e criar um grande pânico na população o que “quase trouxe o caos social ao país”. O lema “fique em casa” não foi criado por parcela da imprensa brasileira, como ele assim acusou. A recomendação veio dos profissionais de saúde, inclusive dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich - que não duraram muito no governo Bolsonaro devido aos seus posicionamentos contrários ao do presidente diante da pandemia do novo coronavírus.
Fonte: IPAM
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Iniciativas sustentáveis nas Universidades brasileiras Entenda o impacto de ações sustentáveis promovidas por estudantes no cotidiano dos brasileiros. ROGÉRIO FONTES A sustentabilidade vem se estendendo às mais diversas camadas da sociedade e um ambiente promissor para desenvolver esse conceito e propagar ideais pela sociedade são as universidades brasileiras. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem colocado a sustentabilidade em pauta e busca frequentemente criar iniciativas que permitam a construção de comunidades sustentáveis. Em 1990 mais de 350 administradores universitários estabeleceram um acordo chamado Declaração de Talloires, onde essas pessoas se comprometeriam em estimular iniciativas sustentáveis às respectivas instituições administradas. Foi o primeiro acordo do gênero. Se tornou perceptível que o ambiente universitário é o local onde se desenvolvem pesquisas, ocorre troca de informações e estruturação política, o que permite a disseminação de uma cultura sustentável. O Grupo de Gestão Ambiental (GGA), da Universidade Federal do Piauí, por exemplo, foi notificado que o número de ISTs na cidade de Bom Jesus estava crescendo, assim como o número de gravidez indesejada entre jovens de 15 e 25 anos. Ao investigarem o caso descobriram que os postos de saúde jogavam fora preservativos e lubrificantes pois, como não eram recolhidos pela população, perdiam a validade. Em parceria com a secretaria de saúde da cidade o GGA confeccionou dispensers com placas de pvc reutilizadas dos laboratórios de análise de solos, enquanto a secretaria forneceu os preservativos internos, externos e lubrificantes que recebiam do governo federal. Foram espalhados quatro dispensers nos banheiros da universidade que eram repostos pelos membros do GGA. Além disso os membros do núcleo também mapearam uma dificuldade comum entre as mulheres do campo nos períodos menstruais. “Às vezes a menstruação descia e nem sempre uma pessoa está preparada. Estudamos em uma fazenda a quilômetros de distância da cidade e as rotas dos ônibus só saem de vinte em vinte minutos”, comentou Marina Amaral, integrante do GGA. Deste problema surgiu a ideia de uma parceria com o Rotaract, que são clubes que promovem ações sociais visando a preservação do meio-ambiente, visando a produção de outros
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Dispenser de preservativos e lubrificantes na UFPI. Fonte: Foto de arquivo do GGA.
dispensers. Dessa vez, eles foram feitos com caixas de leite e arames, para fazer o arranjo que os pendurava nas paredes dos banheiros. “A ideia era que quando a menstruação descesse e a mulher não tivesse um absorvente em mãos, ela poderia recorrer ao dispenser, pegar um absorvente e, no dia seguinte, repor com um próprio”, disse Marina. As iniciativas sustentáveis podem transformar o cotidiano da população. Muitas vezes, não é necessário planos e ideias extremamente elaboradas para poder causar impacto e fazer a
Dispenser de absorvente na UFPI. Fonte: Foto de arquivo do GGA.
diferença. É preciso pensar a sustentabilidade de forma acessível, observar e escutar as demandas da população e da natureza e conciliar ambos de forma em que todos possam ser beneficiados. Bianca Denielle, de 24 anos, é estudante de engenharia florestal também na faculdade UFPI e atua na área de extensão rural e agroecologia. Um dos projetos desenvolvido em 2017 pelo grupo NAGU (Núcleo de Agroecologia e Arte do Vale do Gurgueia) é o SAFA (Sistema Agroflorestal Agroecológico), onde os alunos praticam e desenvolvem conhecimento acerca de técnicas de agricultura agroecológica, de permacultura e outras tecnologias de agricultura sustentável, com o uso de biofertilizantes, compostagem e bioconstrução. Para propagar esse conhecimento os alunos ministram oficinas de técnicas para o manejo do SAFA, onde eles levam esse conhecimento para estudantes do campus e também para camponeses da região. “Já tivemos oficinas de práticas de manejo diversas, oficina de bioconstrução com construção de uma geodésica e oficina sobre PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais)”. Além do SAFA propiciar um ambiente recreativo onde ocorre a troca de aprendizado, parte dos alimentos produzidos nele são distribuídos entre as pessoas que trabalham no local e, outra, é doada para moradores locais.
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Pequenos atos em grandes centros urbanos, o ponto inicial para um mundo mais sustentável Carlos Gabriel é idealizador de um projeto dentro de seu condomínio, que busca reduzir os impactos das grandes cidades, adotando práticas mais sustentáveis GUILHERME QUADRA
Carlos Gabriel com seus vizinhos, que adotaram uma rotina mais sustentável. Reprodução: Instagram
Estima-se que uma fruta pode levar cerca de até quinze dias para amadurecer, quando falamos de seres humanos a maturidade pode demorar um pouco mais. No geral, o período de adolescência é quando as pessoas costumam amadurecer, com Carlos Gabriel não foi diferente. Perto de seu período de vestibular, o estudante começou a se interessar por práticas mais sustentáveis, hoje, ele passa o conhecimento para seus
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vizinhos, que o ajudaram a formar uma horta sustentável dentro de seu condomínio na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. A história do projeto de Carlos Gabriel, “Zinho” como é conhecido entre os amigos, passa diretamente pelo início de sua caminhada fora da vida escolar. Aos 17 anos, ele vivia um período de indecisão, sobre a escolha de faculdade, e começou a se interessar pelo discurso de pessoas que falavam sobre
Zinho, sua namorada, Suellen, e sua mãe, Lilian, enterrando seus resíduos. Reprodução: Instagram
práticas sustentáveis como é o caso do filósofo e ativista social, Eduardo Marinho. Durante seu processo acadêmico, Zinho ingressou no curso de Geografia na UFF de Angra dos Reis, naquele período ele conheceu Isabella, uma colega de classe, que vivia em Cachoeira de Macacucu e tinha um pai agricultor, que apresentou a prática de alimentos orgânicos para Carlos Gabriel. Nesse primeiro contato com essa forma de plantio, o estudante se encantou não só pela qualidade da comida, como também pela vida simples que sua colega levava mais afastada dos grandes centros. Apesar da conexão que teve com os colegas de faculdade, Carlos Gabriel não se adaptou ao curso e recebeu um convite de sua tia para morar durante um período em Londres. Na cidade inglesa, Zinho adquiriu um grande gosto por trabalhos artísticos, e ao voltar para Brasil, ficou decidido a fazer trabalhos ligados à arte. Ingressando na faculdade de artes plásticas da UFF, o estudante começou um projeto pessoal que chama de práticas de demanda, que segundo ele são: “Práticas de uma sociedade, que tem demandas não só delegadas ao Estado, e que eu como um artista poderia encarar”. Foram exemplos de práticas feitas por Carlos Gabriel, durante esse tempo: um mutirão de re-pintura de ciclovias, tampar bueiros descobertos com bambus, para não afetar os ciclistas. Ainda que Zinho estivesse feliz com seus projetos, ele lembrava do estilo de vida que Isabela o mostrou, quando ainda era um estudante de Geografia. Almejando um bem-estar como o do pai de sua amiga, ele propôs a sua namorada, Suellen uma viagem até o interior do Pará, onde continuaria projetos que já fazia como as práticas de demanda. A viagem não começou de maneira usual, pois o objetivo do casal era ir do Rio de Janeiro até seu destino de bicicleta. Ao longo do período, no qual pedalava até o Pará, Zinho e Suellen conheceram diversas pessoas, mas foi na cidade de Guriri, próxima da divisa entre Rio de Janeiro e Espiríto Santo que encontraram Francisco, um nordestino ex-morador da ci-
dade carioca, que havia se mudado por conta da violência dos grandes centros. Francisco disse que buscava um estilo de vida semelhante ao que Carlos Gabriel procurava, mas alertou ao casal que mesmo na cidade de Guriri era difícil não ser impactado pelos grandes centros, e aconselhou o casal a ir direto ao destino. Zinho resolveu seguir o conselho, e após uma viagem de avião desembarcou no estado do Pará. Após um mês no Pará, Carlos Gabriel lembrou do alerta de Francisco, e viu que Belém tinha um modo de viver semelhante aos grandes centros. Foi com a ajuda de um antigo professor e amigo, que foi até o interior do estado, onde pode desfrutar um pouco do estilo de vida que almejava, durante sua estadia, ele desempenhava diversas atividades como pesca e construção de casa, estava tudo saindo como o planejado até que teve início a pandemia do novo coronavírus. Com a Covid-19 chegando até o interior do Pará, na cidade que Zinho estava, ele pode observar que realmente o impacto dos grandes centros é enorme em todo o país, e acabou resultando em sua volta até sua cidade natal. “Voltei decidido a fazer oq poderia reduzir os impactos sociais e ambientais, que as grandes cidades causam nas cidades menores” afirma Carlos Gabriel, e ao chegar no Rio de Janeiro, começou a planta o que seria a primeira semente do seu projeto atual. O processo de mudança de hábito dos moradores de seu condomínio começou com algo pequeno. Zinho adquiriu o costume de enterrar seus resíduos em seu quintal, e pouco a pouco o barulho de sua inchada foi chamando a atenção de seus vizinhos. Lisiane foi uma das primeira condominas a aderir à iniciativa, e também passou a enterrar seus resíduos, algum tempo depois a adesão foi crescendo e se tornou uma verdadeira mobilização entre os moradores. Em paralelo a essa prática, alguns vizinhos também adotaram o hábito de plantar alguns legumes e verduras no quintal do condomínio por influência de Carlos. Anteriormente abandonados, os jardins do condomínio começaram a ser ocupados por cenouras, inhames, maracujá e muitas outras frutas, verduras e legumes. Pouco a pouco mais pessoas iam contribuindo para a criação de uma horta sustentável no meio do grande centro da Tijuca. Os impactos dessas práticas não foram somente positivos. Em um episódio que Zinho classifica como marcante, alguns dos vizinhos limparam uma das plantações feitas, naquele momento Carlos Gabriel ficou muito abalado, mas procurou entender a situação ligando para a sua síndica. Entre as explicações estavam reclamações de proliferação de mosquitos e a estética do local. Com as contestações de alguns vizinhos, Carlos começou a se questionar se de fato as pessoas do condomínio queriam adotar essas práticas. Decidido, elaborou uma série de comunicados que espalhou pelas casas vizinhas. A partir dessa mobilização criou um grupo no Whatsapp, principal meio de comunicação entre os interessados do projeto, e deu continuidade à iniciativa. Esse episódio não foi o único ato de resistência de alguns de seus vizinhos. Recentemente, muitas reclamações surgiram quanto ao odor da composteira do condomínio, onde cerca de 20 famílias enterram seus resíduos, o problema ainda não foi resolvido, mas Zinho busca, de forma pacífica, uma solução. Atualmente, o artista tem buscado trazer uma série de temas ligados a sustentabilidade em lives feitas com conhecidos na plataforma, para que mais pessoas possam conhecer não
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Carlos Gabriel e seus vizinhos na inauguração da primeira composteira do seu condomínio. Reprodução: Instagram
só seu trabalho, mas também os impactos positivos que esses hábitos trazem. Se você se interessou pela história de Carlos Gabriel, você pode acompanhá-lo em seu Instagram, @carlosgabriellopesbretas, onde ele posta sobre sua rotina, projetos e práticas. Ele mostra estar muito contente com o resultado do projeto, e por ter impactado na vida de tantas pessoas. Não importa sua idade, sempre temos tempo de mudar, adote práticas mais sustentáveis, reduza os impactos no ambiente. Se você se interessou pela história de Carlos Gabriel, você pode acompanhá-lo em seu Instagram, @carlosgabriellopesbretas, onde ele posta sobre sua rotina, projetos e práticas.
Card de divulgação de uma das lives de Carlos Gabriel em seu Instagram. Reprodução: Instagram
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Escola Flor Amarela: os desafios da educação especial no Brasil ANDRÉ MACEDO
A escola sofreu com problemas financeiros ao longo dos anos, mas conseguiu se manter. Hoje em dia, a Flor Amarela tem uma boa variedade de alunos. Flor Amarela. Atualmente, a escola “atende desde bebês na educação precoce, crianças e adolescentes na educação infantil e ensino fundamental e no Centro Dia, pessoas com deficiência acima de 18 anos, com algum grau de dependência, e suas famílias, através de atividades terapêuticas.”
O Brasil é um país com grandes recursos. Poderia ser uma potência no cenário mundial, mas não o faz. É uma nação com muitos problemas, que acabam por atrapalhar o desenvolvimento da economia brasileira. Entre esses problemas, se destacam a corrupção excessiva e a falta de investimentos maciços em educação. O problema da educação no Brasil é histórico. Darcy Ribeiro, famoso antropólogo, sociólogo e político brasileiro, fez uma declaração que sintetiza essa questão: “Fracassei em tudo o que tentei na vida. Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.” Depois do fim da escravidão, a maioria da população negra não teve oportunidade de ter um bom estudo. Os problemas se mantêm até hoje – apenas 55,6% da população negra cursa
o Ensino Superior, segundo o censo de 2018 feito pelo IBGE. O percentual é bem abaixo do número de pessoas brancas que cursam uma faculdade (78,8%). Esses dados escancaram a diferença de oportunidades na população. A diferença de oportunidades não é apenas para negros. Se a educação brasileira passa por (grandes) dificuldades, como podemos mensurar os problemas que a educação especial enfrenta no Brasil? Antes de tudo, é preciso definir o que é educação especial. De acordo com Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, entende-se por educação especial “a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de destacam a corrupção excessiva e a falta de investimentos maciços em educação. Renata Arantes Vilella é uma mulher que batalha pela educação especial no Brasil. Em 1990, com uma filha pequena e recém-separada, ela se mudou para a pequena cidade de São Vicente de Minas, cidade natal de seu pai. O motivo
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Logo da Flor Amarela
era construir uma escola para pessoas especiais. E assim nasceu a Escola Especial Flor Amarela no dia 01 de abril de 1991. Quase 30 anos se passaram e a Escola se mantém, ainda que aos trancos e barrancos. Durante a jornada, o Brasil mudou bastante. Renata destaca que a maior dificuldade foi o quesito financeiro: “Isso sempre foi o maior problema que tivemos. Tivemos dificuldades para firmar parcerias, depois que conseguíamos, os governos não pagavam em dia. Sempre foi muito difícil, mas eu sou muito teimosa. A minha teimosia manteve o projeto de pé. E hoje a gente está aí”. Em seu site, a Flor Amarela informa que “já capacitou cerca de 50 professores da cidade e de municípios vizinhos e mais de 80 alunos considerados “problemas” foram reinseridos nas escolas comuns. Graças às parcerias com o Governo do Estado, Governo Municipal, com o SUS e aos doadores, a Escola hoje proporciona aos alunos e à comunidade mais de 200 atendimentos gratuitos na área de saúde e reabilitação.” Atualmente, a escola “atende desde bebês na educação precoce, crianças e adolescentes na educação infantil e ensino fundamental e no Centro Dia, pessoas com deficiência acima de 18 anos, com algum grau de dependência, e suas famílias, através de atividades terapêuticas.” Em seu site, a Flor Amarela também informa que “já realizou diversos eventos, alguns deles com grande repercussão na mídia e com a presença de atores conhecidos do grande público, conquistando parcerias e colaborações importantes e duradouras.” No ano de 1999, a escola passava por uma grande crise. Uma reportagem do Fantástico, da Rede Globo, ajudou a instituição a superar esse momento difícil. Diversos brasileiros apoiaram a escola, que ganhou doações e registrou um crescimento no número de alunos. Por fim, Renata destaca a falta de recursos financeiros da grande parte dos alunos, mas ressalta a importância da escola no desenvolvimento pessoal destes: “Nossos alunos são, em sua grande maioria, carentes de recursos financeiros. A proposta do nosso trabalho é atender o aluno não apenas no pedagógico, mas prepará-lo para a vida, possibilitando sua autonomia e independência, exaltando seu potencial e não sua deficiência. Em parceria com a APAE de São Vicente de Minas, desenvolvemos projetos de profissionalização e atendemos também as áreas de Saúde e Assistência Social.”
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Educação de qualidade é o quarto item dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), proposto pela ONU com objetivos de um futuro melhor. No Brasil, há problemas com a educação. E outros ainda maiores para a educação especial. Entretanto, a Constituição Federal fala que “ A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. No dia 16/10/2020, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) promoveu um evento que debateu o tema “Educação Especial: Caminho para a Inclusão”. A palestrante Cristina Maria Carvalho Delou, psicóloga, professora e doutora em educação, ressaltou que: “Muitas vezes as condições para atendimento dessas crianças e jovens deficientes não são as necessárias, visto que, constantemente, o profissional não possui o treinamento adequado para atendê-las e a escola não possui a infraestrutura necessária.” Cristina também ressaltou a importância de se compreender que toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas e que, por conta disso, é impossível padronizar um atendimento especial. A professora ainda destacou que há a necessidade de serem designados sistemas e programas educacionais que levem em conta a diversidade de tais características e necessidades de cada um. Ainda no âmbito escolar, ressaltou que, “na prática, nem todas as escolas têm capacidade de receber um Fotos no site da instituição mostram a diversidade dos atendidos pela escola. Flor Amarela.
Uma das salas de aula da Flor Amarela. Flor Amarela. Escola distribuiu máscaras para ajudar no combate ao coronavírus. Renata Arantes Villela.
aluno com deficiência, o que não deveria ocorrer, já que é um direito de toda criança com necessidades especiais ter acesso a uma escola regular.” Para o futuro, a palestrante realçou a importância do Decreto nº 10.502, que institui a “Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizagem ao longo da vida”. Tal decreto implementará programas e ações com vistas à garantia dos direitos à educação e ao atendimento educacional especializado aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Ainda que demore para se ter resultados, uma educação forte e inclusiva se faz necessária para a sociedade brasileira. Afinal, é um direito garantido pela Constituição de 1988. Tal direito deveria ser garantido a todos, independente de qualquer aspecto.
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Ciclos Conscientes Menstruação não é lixo, e tratá-la assim faz mal para a natureza e para as mulheres. BRUNA LIMA E LETÍCIA RIVOLI
A Pantys inspira uma geração de mulheres que querem se livrar de absorventes de algodão, colados em suas calcinhas, que irritam a vulva e causam mau cheiro. No entanto, o conceito de calcinha absorvente vai muito além de suas funcionalidades materiais. A marca é o retrato de mulheres informadas, atualizadas e modernas. A inovação e a modernização vêm para melhorar a saúde das mulheres e do planeta. Estudos da marca apontam que, ao utilizar os produtos da Pantys por um ano, é possível usar 400 absorventes descartáveis a menos, que equivalem a 300 reais e quatro mil gramas de lixo. Segundo o site eCycle, o absorvente íntimo não é sustentável desde o seu processo de produção até o seu descarte. Para ser produzido, faz uso de árvores e petróleo, por isso o impacto já começa na extração das matérias primas. Após o seu descarte é estimado que demore cerca de 100 anos para se decompor na natureza.
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Para ir contra esse sistema, a Pantys se posiciona como um produto atemporal e ecofriendly, ou seja, não é necessário o descarte e toda a sua produção é limpa. Isso tudo só é possível, porque a alta tecnologia dessas calcinhas funciona da seguinte maneira: quatro camadas de tecidos, entre eles, o primeiro de fibra natural, o segundo antibacteriano, o terceiro super absorvente e o quarto a prova d’água, permitindo que a mulher se sinta seca e confortável durante o seu período menstrual. Cada calcinha absorvente pode ser usada em até 50 lavagens, o que dura aproximadamente dois anos. Após isso ela ainda pode ser utilizada como uma calcinha normal. Depois de exaltar todas as funcionalidades da Pantys, é preciso pontuar o por quê da calcinha não ser altamente aceita e utilizada por todas as mulheres. Para isso vamos contar com uma review das autoras deste material.
2. Qual é a sensação? Por contarem com tecidos respiráveis, a região pubiana não fica abafada, o que não causa a proliferação de bactérias e o mau odor. Ótimo, né? Além disso, a sensação é de estar com uma calcinha normal, já que a vulva não fica em contato com o sangue devido ao tecido impermeável. Uma coisa comum a todos os modelos é que eles não são inteiramente absorventes. O tamanho da área absorvente é semelhante com o espaço ocupado por um absorvente noturno, só que com menos volume e muito mais conforto. Além disso, ficamos livres de coceiras, alergias e assaduras.
Uma hot pant, modelo recomendado para fluxo intenso. Foto: Bruna Lima
E o que nós achamos das calcinhas absorventes da Pantys? 1. Ela realmente funciona? Tudo vai depender muito do seu tipo de fluxo e das suas necessidades. Essas calcinhas são divididas em categorias e elas vão variar de acordo com seu fluxo menstrual. As categorias são: fluxo leve ou proteção diária, na qual o modelo mais indicado pela própria marca é a tanga. Fluxo moderado, para essa o melhor modelo e a clássica e a biquíni. Fluxo intenso, na qual os modelos recomendados são a hot pant e a dreamer. Esses modelos também são indicados para o pós-parto. Nós, por exemplo, somos do fluxo intenso e moderado, então temos a hot pant, a dreamer, a clássica e, usamos ainda, a básica, que é um modelo indicado para o fluxo moderado. E uma curiosidade é que ela é fruto de uma parceria da Pantys com a marca de absorventes Sempre Livre e tem um valor mais acessível que as demais. Agora, se você está se perguntando sobre como fazemos para trocar de calcinha fora de casa, eu tenho que te avisar que a Pantys pensou em tudo e é por isso que ela vende também uma bolsinha de silicone, onde você pode guardar a sua Pantys para lavá-la assim que chegar em casa. Mas não é só isso, essas calcinhas possuem tecido de secagem rápida, impermeáveis, respiráveis e antibactérias, que não causam mau odor e absorvem líquidos como o suor, escapes leves da bexiga, corrimentos vaginais e a própria menstruação.
3. A relação com a menstruação Uma das maiores barreiras para o uso das calcinhas absorventes é a relação tóxica que as mulheres continuam nutrindo contra sua menstruação até os dias de hoje. Ao longo da história, várias culturas compraram a ideia de que o fluxo menstrual seria impuro - existe até uma passagem na bíblia sobre isso. Durante o período de Caça às bruxas, acreditava-se que o sangue feminino podia destruir colheitas, matar animais, tinha um odor repugnante e impedia que homens fizessem sexo com suas mulheres. Toda essa construção, fomenta a menofobia, que é a aversão à menstruação. E a indústria de absorventes descartáveis se alimenta disso. É muito comum que propagandas de absorventes ressaltem a importância de de mulheres se manterem “seguras, protegidas e livres de odor”, junto a isso, vem a recomendação do uso por em média quatro horas. O que as propagandas não explicam é que os absorventes descartáveis possuem camadas plásticas que não permitem a passagem de ar, criando um ambiente úmido e quente, perfeito para a proliferação de bactérias, o que causa o mau odor. Não é seu sangue que cheira mal. A Pantys se denomina como um movimento que vai contra esses ideais, ou como a marca mesmo diz “contra tradição”. O produto enaltece a beleza e a força da feminilidade, a relação com os fluxos e fluidos naturais da vida da mulher. “Menstruação não é lixo, e tratar nosso ciclo assim faz tão mal pra natureza de fora, quanto para natureza dentro da gente”, defende a marca. Ao tratar o sangue como lixo, muitas mulheres o veem como algo que deve ser eliminado e indesejado. Essa relação é uma barreira para o uso da calcinha absorvente, pois muitas mulheres tem nojo de seu sangue. Como vão lavar a calcinha e reutilizá-la depois do material ter entrado em contato com algo “nojento”? É necessário ressignificar os ciclos menstruais e a relação com nossa feminilidade, e a Pantys tem essa missão. Em seu blog, a marca dá dicas de como podemos fazer esse movimento “contra tradição”. Uma das opções é devolver o nosso sangue a terra, usar ele como adubo para as plantas, ajudando a natureza a renovar e ressignificar ciclos. Mas, se ainda achar essa opção muito radical, só o fato de lavar as calcinhas já devolve sangue a terra. Dessa forma poderemos criar ciclos mais conscientes, tanto pessoais quanto ambientais.
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Carta aos leitores Sustentabilidade é a forma de abordar sobre como se deve agir em relação à natureza. Em 2020, todos entraram em um processo de saber como agir em relação a si mesmo por conta da quarentena, e cuidar da natureza é cuidar de si e do próximo, é pensar no bem do planeta. O tema da revista foi proposto para mostrar projetos com histórias e práticas sustentáveis de quem em meio a pandemia percebeu importância delas e começou a praticá-las na quarentena. Pelo amor à natureza, pela compaixão, pelo ensinamento e pelo bem do planeta, cada matéria traz o que essas pessoas fazem pela sustentabilidade. Através da apicultura sustentável, da escola, da reutilização da água e ajudando a diminuir a fome. O que todas essas histórias têm em comum é o cuidado com o mundo que vivemos e a tentativa de conscientizar o máximo de pessoas para essa causa. Colocar alguma dessas práticas no seu dia a dia, ir em busca de mais alternativas e pensar fazer o bem pro planeta. Esses são os nossos objetivos na revista. “A sustentabilidade consiste em construir pensando no futuro” (Renzo Piano, Arquiteto Sustentável) Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são 17 objetivos estabelecidos pela Cúpula das Nações Unidas em 2015 como metas a serem cumpridas até o ano de 2030. Os 17 temas podem ser divididos em quatro principais dimensões: social, ambiental, econômica e institucional.
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