FH 203

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INDÚSTRIA: MULTINACIONAIS CHEGAM AO BRASIL PARA DISPUTAR O MERCADO DE TI EM SAÚDE

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SUA EMPRESA ESTÁ A SALVO?

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TI

SETOR DEBATE A SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO NAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE

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ÍNDICE

Setembro de 2012 • FH 203

W W W . s a u d e W e b . C O M . b R

12 – Conexão saúde web

90 – livros

Confira conteúdos multimídia, destaques do Saúde Web e interação dos leitores

92 – vitrine

entrevista

artiGos

22 – interCâmbio de ideias O médico radioterapeuta Marcos Santos discute a incorporação da tecnologia no Brasil

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saúde business sChool 51 – ris/PaCs

esPeCial ti Veja a CObeRtuRa dO debate sObRe Segurança da inFormação

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saúde CorPorativa

30 – eConomia Tributos sobre medicamentos no Brasil

64 – rh Tecnologia da transformação

72 – Gestão A governança em serviços de saúde

66 – o Caminho Para reter talentos Unilever incentiva hábitos saudáveis para seus funcionários

106 – PaPo aberto

oPeradora

esPeCial ti

70 –bons temPos Os resultados e perspectivas da Tempo Assist

Colaboração em sua essência

40 – Fotos Veja quem esteve presente no debate

hosPital 74 – GiGante Pela PróPria natureza A trajetória marcante e os desafios do Hospital Santa Marcelina

mediCina diaGnóstiCa 80 – FidelizaÇão Por PrinCÍPios A história do Centro de Diagnóstico Schmillevitch

Fh esPeCial

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84 – CiênCia e neGóCio: sinerGia inevitável

48 – os PerCalÇos do Cio Pesquisa “Antes da TI, a Estratégia em Saúde” mostra as dificuldades de implantar estratégias

50 – ti de mãos dadas TI e Engenharia Clínica trabalham juntas na Rede D´Or

60 – setor atrai estranGeiras de ti Fornecedores de vários páises e missões comerciais começam a prospectar o mercado nacional

O futuro e a perenidade das empresas

indústria 86 – FabriCaÇão naCional Depois de GE e Philips, chegou a hora da Siemens inaugurar seu complexo industrial

errata

Na edição 202, na pág. 14, seção blogs, a foto publicada é a de Sandro Pereira, antigo colaborador do Saúde Web e não a de Sandro Scardua, autor do blog Gestão do Corpo Clínico

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ExpEdiEntE

pRESidEntE-ExECUtiVO

Adelson de sousA • adelson@itmidia.com.br

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EDITOR DE ARTE Francisco Yukio Porrino • fporrino@itmidia.com.br

PRODUTOR DE ARTE E víDEO Bruno Cavini • bcavini@itmidia.com.br

CONsELhO EDITORIAL Cláudio Giulliano A. da Costa • Presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde Gonzalo Vecina Neto • Superintendente corporativo do Hospital Sírio-Libanês João Carlos Bross • Superintendente da Bross Consultoria e Arquitetura Osvino Souza • Professor e Pesquisador da Fundação Dom Cabral Paulo Marcos Senra Souza • Diretor da Amil Sérgio Lopez Bento • Diretor técnico da Planisa

MARKETING GEREntE dE MaRkEtinG E COMUniCaçãO Gabriela vicari - gvicari@itmidia.com.br

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INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

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As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídiaou quaisquer outros envolvidos nessa publicação. As pessoas que não constarem no expediente não têm autorização para falar em nome da IT Mídia ou para retirar qualquer tipo de material se não possuírem em seu poder carta em papel timbrado assinada por qualquer pessoa que conste do expediente. Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da IT Mídia S.A.

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Editorial

Sua empreSa eStá

Foto: Ricardo Benichio

segura? c

maria carolina buriti Editora IT Mídia S.A

omo apenas um clique pode causar tanto transtorno? Quantas vezes pensamos nesse assunto? Quantas vezes nos deparamos com alguma informação nas redes sociais e temos a percepção de que aquele dado, sob o ponto de vista da empresa, não deveria estar ali? Mas, por outro lado, quem publicou tinha o direito de fazer. Será? Há casos em que o colaborador é visto como culpado: divulgou o dado sigiloso, falou mal da empresa onde trabalha ou trabalhou. Vídeos, fotos, dados ou apenas uma opinião não importa, a discussão sempre desemboca em segurança, privacidade e liberdade de opinião. Mas quem disse que não podia? O fato é que o vazamento de informações pode ocorrer por meio da tecnologia, mas o problema é muito mais amplo. E na saúde, esta questão é urgente. O prontuário é do paciente, a informação é dele, mas e se ele for uma celebridade e, de repente, virar alvo de vídeos e fotos ? E se o doente gostar de escrever no Facebook sobre o seu dia a dia no hospital, com comentário sobre o médico e o tratamento? Quem o impedirá? E o colaborador responsável por divulgar a empresa na rede social, será proibido de usar o próprio perfil? E se você blindar todos os acessos, quem impedirá a conversa dos médicos nos elevadores? Aliás, a tendência é que eles levem os próprios dispositivos para o ambiente de trabalho. Ou seja, os problemas vão muito além da TI e os players de saúde devem estar cientes de que compartilhar o risco entre os departamentos é muito essencial. Tanto é que em algumas instituições isso já faz parte da área de Compliance. Enfim, com a enxurrada de informações e o avanço da mobilidade, é tempo de discutir os melhores caminhos para lidar com esse desafio e evitar a “paranoia digital”. Esse foi o mote do encontro realizado na IT Mídia com CIOs e especialistas em tecnologia. Este é o principal conteúdo do Especial TI que você vê nas próximas páginas. Além disso, você terá uma repercussão do estudo realizado pela IT Mídia, “Antes da TI, a estratégia em Saúde”, e uma reportagem sobre as multinacionais que estão chegando ao Brasil, atraídas pelo aquecimento e o movimento do mercado brasileiro de TI em Saúde. Boa leitura e até a próxima!

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Orientar a direção e estar sempre atento aos pontos críticos para não colocar os objetivos em risco. Esse é o papel de um navegador. Esse também é o papel da Convergence, que busca alinhar as soluções de Tecnologia da Informação aos negócios de seus clientes através de soluções completas em Governança de TI. Afinal, uma boa navegação é fundamental para se comemorar a vitória.

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Conexão Saúde web

Qualidade

CeMa e Hospital Villa-lobos reCebeM CertifiCação oNa ii O Hospital CEMA, referência em otorrinolaringologia, o Instituto CEMA, braço social da instituição, e o Hospital Villa-Lobos, destinado sobretudo a cirurgias de alta complexidade, recebem aprovação da ONA (Organização Nacional de Acreditação) para certificação de qualidade nível 2. As três instituições são controladas pelo Grupo INAL e estão localizadas no bairro da Mooca, em São Paulo (SP).

resolução CfM

paCieNte terMiNal poderá registrar Quais proCediMeNtos Quer

teCNologia

Hospital de loNdriNa utiliza kiNeCt eM Cirurgias O Hospital Evangélico de Londrina (PR) passou a utilizar o sensor de movimentos Kinect como ferramenta para auxiliar procedimentos cirúrgicos complexos, como neurológicos e cardiológicos. O aparelho Leap troca o uso do mouse pelo movimento da mão. A partir do projeto chamado Intera, os médicos, agora, podem visualizar os resultados de exames durante as operações. De acordo com a instituição, o kinect já foi usado em mais de 20 procedimentos.

Paciente vai poder registrar no próprio prontuário quais procedimentos médicos quer ser submetido no fim da vida, como prevê resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM). O documento trata dos limites terapêuticos para doentes em fase terminal. As regras estabelecem critérios para o uso de tratamentos considerados invasivos ou dolorosos em casos nos quais não há possibilidade de recuperação. O testamento vital, de acordo com o CFM, é facultativo e poderá ser feito em qualquer momento da vida – inclusive por pessoas em perfeita condição de saúde.

iNVestiMeNto

beNefiCêNCia portuguesa alMeja ter Maior baNCo de saNgue priVado do país

iNédito

rede d´or iMplaNta Modelo sMart traCk Esperar por mais de duas horas para ser atendido nos prontos socorros brasileiros não é nenhuma novidade. Para solucionar esse tipo de entrave em seus 32 hospitais, a Rede D´Or desenvolveu um novo modelo. Com investimentos em torno de R$ 50 milhões, o projeto, batizado de Smart Track, prevê um clínico geral no lugar do enfermeiro para fazer a triagem. Até o primeiro semestre do ano que vem todos os hospitais do grupo já estarão funcionando neste modelo.

O Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo inaugura as instalações do seu Banco de Sangue, considerado um dos maiores privados do Brasil. Como parte do Plano Diretor, lançado em 2009, e com projeção de investimento total de R$ 160 milhões até 2015, o local terá capacidade para atender 250 triagens por dia e sete mil coletas mensais. A projeção inicial é triplicar as doações, hoje representadas por 2500 doadores por mês.

CoNsolidação

aMil iNVeste eM Hospitais No rio de jaNeiro A Amil investe no Rio de Janeiro na construção do novo Hospital das Américas, um centro integrado de saúde na Barra da Tijuca, e reforma os hospitais Samaritano, Pró-cardíaco e o Hospitalys, localizado no complexo da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), todos na Zona Sul da cidade.

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Foto: Divulgação

HuMaNização

Hospital saNta isabel iNVeste eM desospitalização O Hospital Santa Isabel (HSI), pertencente à Irmandade de Santa Casa de São Paulo, inaugurou o Núcleo de Atenção Domiciliar e Desospitalização (NADD), que será responsável pela coordenação dos trabalhos entre a equipe médica, os familiares e as empresas de homecare. A unidade vai auxiliar na saída do paciente do hospital, identificando as pessoas que precisarão de assistência domiciliar e, assim, diminuindo o prazo de espera dos trâmites entre a operadora e a família. O departamento também vai ajudar na escolha de empresas de homecare.

CoNCeNtração

Cade breCa CoMpra de Hospitais pela rede d’or A Procuradoria-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pediu a suspensão da compra de cinco hospitais e dois centros de radiologia no Distrito Federal (DF). Foi recomendada uma medida cautelar para paralisar a aquisição dos estabelecimentos pela Rede D’Or, do Rio de Janeiro, até que o caso seja definitivamente julgado pelo conselho. Por meio da medida cautelar, as empresas deverão manter a administração separada das unidades de saúde enquanto o processo for analisado pelo Cade. De acordo com o pedido da procuradoria, o negócio pode fazer a concentração da Rede D’Or no DF superar 90%. Por meio de sua assessoria de imprensa, o grupo D’Or informou que só vai se pronunciar quando for notificado da medida cautelar.

teCNologia

big data é teNdêNCia para proVedores de saúde Big data tem se tornado uma tendência altamente atrativa para provedores de saúde que buscam se preparar para uma atuação mais responsável. Mas os consultores David C. Kibbe e Vince Kuraits, em recente post no The HealthCare Blog, argumentam que, em vez de seduzirem pelas soluções analíticas para big data, os provedores deveriam focar em fazer um melhor uso dos “pequenos” dados. Em outras palavras, eles aconselham os provedores a se concentrarem em dados clínicos já disponíveis em formatos digitais e usar apenas ferramentas de TI em saúde já aplicadas diretamente à gestão dos cuidados clínicos. As implantações de big data estão baseadas em sofisticadas soluções analíticas e na análise de um amontoado de dados vindos de diversas fontes para descobrir padrões que poderiam ser úteis na solução de diversos problemas. Em saúde, por exemplo, pesquisadores aplicam essa abordagem para estudos genéticos e de fatores ambientais em esclerose múltipla e, assim, encontrarem um tratamento personalizado; também usam para lidar com grandes bancos de dados da área genética e chegarem a melhores caminhos para o tratamento do câncer; ou, ainda, para combinar informações geográficas com os bancos de dados clínicos e, assim, correlacionar problemas de saúde com os locais onde as pessoas vivem.

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CANAL DO LEITOR F: D

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CONEXÃO SAÚDE WEB

A Revista Fornecedores Hospitalares é uma publicação especializada com muita credibilidade no mundo corporativo da Saúde e que, por isso, tornou-se referência no setor. Recomendamos a leitura da revista a todos os nossos parceiros, fornecedores e amigos por informar todos os temas importantes de uma forma mais aprofundada, que nos proporciona uma ampla reflexão antes da tomada de decisões” Luiz Salomão e Paulo Zoppi, fundadores do SalomãoZoppi Diagnósticos.

E-MAIL FUSÃO

PIXEON ANUNCIA FUSÃO COM MEDICAL SYSTEMS Conhecidos de longa data por terem clientes em comum, os executivos Fernando Peixoto, à frente da Pixeon, e Ribeiro da Cruz, da Medical Systems (a esq. e a dir. na foto), anunciaram a fusão de ambas empresas brasileiras. A Pixeon Medical Systems (PMS) surge em um momento de forte consolidação do mercado de TI para a saúde, em que empresas nacionais unem-se a outras de tamanho semelhante e multinacionais integram-se com locais, como é o caso da união entre Agfa Healthcare e WPD, Philips e Wheb Sistemas, Alert e Benner. Agora, com uma carteira de 1.200 clientes espalhados por todos os estados do Brasil, além de Argentina e Chile, o negócio possibilita a oferta de um portfólio completo de soluções de TI para o segmento de medicina diagnóstica. A Pixeon, com sede em Florianópolis (SC), entra com expertise em PACS (sigla em inglês para sistemas de comunicação e arquivo de imagens) e a Medical Systems, baseada em São Bernardo do Campo (SP), com a maior base instalada no país de RIS (Sistema de informação radiológica) e LIS (Sistema de informação laboratorial). “Essa fusão é uma resposta ao movimento de consolidação do mercado. Com isso, passamos a ter o domínio completo de centros de diagnósticos, laboratório e clínicas”, afirma Cruz, CEO da nova empresa, que possui a pretensão de crescer 50% ao ano a partir de 2013. Para Peixoto, nomeado presidente do conselho e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), o grande diferencial da companhia está na tecnologia 100% nacional. “O domínio das tecnologias PACs, RIS e LIS gera um nível de intimidade que nossos concorrentes não têm, pois possuem soluções de fora do País. A maioria dos hospitais não tem tais tecnologias integradas de forma eficiente”, ressalta o antigo CEO da Pixeon, empresa que detém mais de 60% de sua carteira em hospitais. A Intel Capital, divisão de investimentos estratégicos da Intel, que detinha 24% do capital da catarinense, continua com participação na PMS. De acordo com os executivos, o percentual foi diluído, mas continua próximo ao anterior. A empresa americana aportou novos recursos para a consolidação, mas os valores não foram divulgados.

Parabéns pela matéria dos centros de Bioequivalências. Ficou excelente e com certeza foi a primeira sobre o assunto. • Moises Vanunci, Diretor Executivo da e-Assertiva, empresa de colaboração científica, distribuição, integração de conteúdos e tecnologias, referente à reportagem “O Lado obscuro dos genéricos”, da FH 202.

TWITTER Alessandro Ernani • @TTalessandroTT Inexorável ... “@Saude_Web: Planos poderão cobrir tratamento oral domiciliar contra câncer http://bit. ly/PFuwHg” Daniel Martins • @danielncmartins Excelente! “@Saude_Web: TI e Engenharia Clínica trabalham juntas para padronizar atendimento na Rede D’Or http://bit.ly/SUDhn6” @saude_web facebook/saudeweb editorialsaude@itmidia.com.br

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Sua realidade. Nosso modo de viver. Para Linde, tudo relacionado a saúde deve ser tratado de maneira especial. A Linde Healthcare oferece uma ampla gama de soluções para hospitais e em domicilio com um portfolio que inclui terapias, alternativas para infraestrutura hospitalar e programas clínicos diferenciados. Conheça mais sobre as soluções Linde Healthcare em: • Oxigenoterapia domiciliar e terapias para distúrbios do sono • Ventilação para pacientes domiciliares • Anestesia com óxido nitroso • Infraestrutura hospitalar com sistemas de ar medicinal, vácuo clínico e equipamentos secundários. Linde Healthcare faz parte do Grupo Linde, uma organização internacional líder em gases e engenharia com 50.500 colaboradores em mais de 100 países em todo o mundo. Sob a sua ex-marca AGA, Linde Healthcare já estabeleceu uma ampla presença na América do Sul. Nossos produtos e serviços seguem todas as legislações locais em linha com padrões internacionais para gases medicinais.

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Conexão Saúde web

números

77%

vai e vem

dos UsUários de planos de saúde têm qUeixas

Estudo da Associação Paulista de Medicina (APM) mostra que 77% dos usuários de planos de saúde no Estado de São Paulo já enfrentaram problemas com planos de saúde. Dos 804 usuários paulistas, o índice de beneficiários com problemas foi de 64% para consultas, a maior parte por causa da demora no agendamento; 40% em exames diagnósticos e 72% em pronto-socorro (PS). Entre os reclamantes no quesito PS, 67% apontaram superlotação nos hospitais e 51% da demora para serem atendidos.

santa casa de maceió economiza

r$ 7milhões

com compras eletrônicas

A Santa Casa de Maceió apresenta os resultados alcançados com o investimento aplicado no sistema de compras eletrônicas da Bionexo para adquirir insumos hospitalares. O projeto implantado em 2009 representa hoje uma economia de R$ 7 milhões para a instituição, mais de 26% de eficiência. Atualmente, as compras realizadas pelo hospital com a solução chegam a 92%. A estimativa é que solução consiga reduzir os preços de produtos em 14% na média nacional, em relação aos preços anteriores à sua implantação. Em alguns casos, o sistema proporciona uma economia de até 40%.

400 vagas

de enfermagem são abertas pela Unimed-rio A Unimed-Rio abriu processo seletivo para o quadro de funcionários de seu novo hospital, que está sendo construído na Barra da Tijuca (RJ) e tem previsão de abertura até o final do ano. Os interessados poderão se inscrever para as 400 vagas de técnico de enfermagem, técnico de enfermagem de bloco cirúrgico e no site da instituição.

AlexAndre lobAck Assume três hospitAis dA rede d’or

Pernambuco é o estado que apresenta a segunda maior taxa de crescimento de beneficiários de planos de saúde, com expansão de 5,6% no primeiro trimestre, segundo levantamento do IESS. De olho nesse mercado, a Rede D´Or planeja consolidar-se em Recife. Com 50% de participação no Hospital Esperança e 100% do Prontonlinda e São Marcos, o grupo unifica o comando dos três e nomeia o carioca Alexandre Loback como o diretor corporativo. “Isso gera um compartilhamento de serviços. A sinergia em termos de logística e equipamentos fica mais fácil”, afirma o executivo, que possui mais de dez anos de experiência em cargos gerenciais, tendo atuado em muitos hospitais do Grupo D´Or no Rio de Janeiro.

newton tAkAshimA é novo diretor técnico dA dAl ben

Depois de 14 anos como Diretor Técnico do Hospital e Maternidade Brasil, de Santo André, o médico Newton Takashima assume a diretoria técnica da Dal Ben, empresa de assistência domiciliar. De acordo com o executivo, dentro dos modernos conceitos de entregar mais valor por capital investido na saúde, o home care tem um papel fundamental no resultado final.

gastos com câncer podem chegar a

Us$ 8bilhões

em 2030

Especialistas estimam que até 2030 os gastos com o tratamento de doentes de câncer cheguem a US$ 8 bilhões. Apenas as doenças derivadas do consumo de tabaco podem custar US$ 133 bilhões. Nos Estados Unidos, a estimativa é que sem novas medidas, o número de tumores malignos deve aumentar 70% até 2030 nos países de rendimento médio e 82% nos países pobres.

Antonio mendes FreitAs Assume diretoriA do são cAmilo

O atual superintendente da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Antonio Mendes Freitas, assumiu as atribuições da Diretoria Geral, na sucessão de Valdesir Galvan, que deixou o cargo.

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mUltimídia

enqUete

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Webcast

Você concorda com a Resolução do CFM de que o paciente tenha o direito de poder registrar no próprio prontuário quais procedimentos médicos quer ser submetido no fim da vida?

vejA debAte sobre segurAnçA dA inFormAção em sAúde

Confidencialidade das informações do paciente, mobilidade, novos padrões digitais, interoperabilidade foram alguns dos temas discutidos por profissionais especializados em TI/Saúde

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confira o resultado da última enquete A suspensão de 268 planos de saúde vai forçar o cumprimento dos prazos por parte das 37 operadoras penalizadas?

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Veja quais são os passos para que o médico incorpore o prontuário eletrônico em seu dia a dia e retire a nova carteira digital 00:00 PLAY

galeria

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54,76 %

Veja na Saúde TV: hTTp://migre.me/awxh7

54,76 % - Não. As companhias certamente vão recorrer à decisão e devem burlar a medida, tendo em vista o histórico de descumprimento das regras.

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novA sede dA mv em reciFe Veja na galeria do Saúde web: hTTp://migre.me/abmbe

45,24 %

45,24 % - Sim, pois as companhias vão sentir no bolso e terão que se adequar forçosamente.

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Conexão Saúde web

blogs Medicina de Seguro Henrique oti SHinoMata Parto personalizado na Saúde Suplementar Como obstetra atuante e conhecedor da área, concordo com a personalização do parto, já que as operadoras não pagam honorários justos, médicos têm que cobrar o valor adequado, mas ao mesmo tempo, não acredito que cobrar das grávidas seja a melhor opção.

geStão eMpreSarial eM Saúde genéSio KorbeS A crise da gerência da crise* Consultor indaga: se uma parcela do que está previsto para ser gasto na promoção da Copa do Mundo de Futebol de 2014 fosse direcionada para este pagamento, o débito deixaria de existir. Quais as raízes desta situação catastrófica?

Faça parte da Nº 1!

logíStica HoSpitalar Mayuli lurbe FonSeca Logística tá na moda Executiva aponta a importância de parcerias entre empresas e governos na logística.

políticaS de Vigilância Sanitária roberto latini O complexo industrial da Saúde “Grandes ou pequenas, tradicionais ou iniciantes, com recursos próprios ou de investidores, o fato é que para inovar, há que se ter o ambiente adequado para que as respostas sejam rápidas, gerando mais inovações”, diz advogado.

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ideias IntercâmbIo de

Maria Carolina Buriti • mburiti@itmidia.com.br

Discutir a saúde universal com a economia em alta, criar critérios entre os players para a incorporação de novas tecnologias e dividir o risco. Essas são algumas ideias do radioterapeuta brasileiro Marcos Santos, que trabalha no Instituto Gustave Roussy, na França, presta consultoria a operadoras brasileiras e, assim, compartilha conhecimento entre as nações

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que aprender com as nações mais desenvolvidas? a resposta pode estar longe de ser única e, muito distante, do ideal. mas para alguns casos, como o da saúde, talvez uma das lições seja aprender a controlar custos em tempos de bonança econômica, para garantir recursos em tempos difíceis. “o brasil é uma economia pujante, mas alguma restrição tem de ter, pois a saúde universal é impagável”, sugere o médico radioterapeuta, marcos santos, que trabalha no segundo maior hospital referência em tratamento de câncer do mundo, o instituto gustave roussy, em paris, na frança. santos que também é mestre em altas tecnologias em radioterapia e economista da saúde, alerta para a urgência do debate sobre a incorporação de novas tecnologias de tratamentos, que enfrenta no brasil uma legislação restritiva, diferente do que ocorre na europa. santista de time, naturalidade e sobrenome, o especialista mora há três anos em paris, mas suas ideias vão além das fronteiras da cidade luz – pois atua como consultor de algumas operadoras brasileiras na área de radioterapia. em uma tarde de agosto, por telefone, santos conversou com a revista fh.

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Quem é: Marcos Santos O Que faz: • Médico Radioterapeuta pelo Instituto Gustave Roussy • Médico pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) •Mestre em Altas Tecnologias em Radioterapia pela Universidade de Múrcia, Espanha • Economista da Saúde pela Universidade de Paris V (ParisDéscartes), em Paris • Consultor em Radioterapia em diversas operadoras de Saúde no Brasil

Fotos: Arquivo pessoAl

FH: Comparando Brasil e Europa, como está a incorporação de novas tecnologias na área de radioterapia? Marcos Santos: Na Europa, cada vez que surge uma tecnologia nova, existem órgãos regulatórios, que aceitam essas inovações em razão da segurança do paciente e, em alguns lugares, se consideram também os custos. Já o Brasil está sujeito a uma legislação restritiva. Por exemplo, é possível fazer uma tomografia antes do tratamento para todo paciente na Europa. E o exame permite ver exatamente o que está se tratando se um osso ou órgão, que não seja visível no raio-x, algumas vezes é preciso até uma ressonância magnética. Enquanto no Brasil só se pode fazer essa tomografia antes do tratamento em alguns sítios tumorais. Existe uma legislação que eu classificaria como artificial, pois ela limita a atuação em alguns tipos tumorais, enquanto em outros tumores se é obrigado a tratar como se fazia há 20 anos na Europa. FH: Quem restringe é a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)? Santos: É a ANS com o rol de procedimentos. O primeiro rol limitava o exame apenas para próstata, pulmão e sistema nervoso central. Depois, uma renovação incorporou os tumores de cabeça e pescoço e pélvis. Na última, atuamos junto à Anvisa, mostrando estudos sobre o tumor de mama, que indicavam que quando não se faz a tomografia prévia com mulheres em tratamento, não se sabe onde está o coração e a dose que chega ao coração poderia aumentar a mortalidade dessas pacientes. Conseguimos incluir o câncer de mama na última atualização do rol, e assim fazer a tomografia antes do procedimento, ou seja, aplicar a radioterapia conformacional. Mas a ANS continua muito restritiva e para outros tipos de tumores não há a autorização e cobertura desse exame prévio. Por consequência, os pacientes do SUS não recebem esse tipo de tratamento. Ele

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é feito em alguns hospitais referência, a despeito da limitação da ans, porque se ignora ou não se considera os prejuízos econômicos que isso pode trazer. em minha opinião, isso é uma aberração, pois nenhum cirurgião, por exemplo, aceitaria fazer o procedimento antes de fazer uma tomografia, a não ser que seja algo de pele ou palpável. assim como o radioterapeuta aplica a radiação exatamente no local onde está o tumor, pois é necessário ver o que se está irradiando. na europa, a limitação por causa dos custos não considera a revolução que aconteceu há 20,30 anos com o surgimento da radioterapia conformacional. a restrição está bem mais acima disso, se faz tomografia para todos os pacientes. Claro que, em certos casos, dispensamos, mas não por uma restrição legal e, sim, por uma avaliação médica. essa limitação é uma jaboticaba, ou seja, uma característica brasileira.

as turbinas foram evoluindo, na radioterapia apareceram as imrt (radioterapia de intensidade modulada do feixe), igrt (radioterapia guiada por imagem) e outras tecnologias. a grosso modo, quando ocorre essa revolução, de sair da hélice para turbina e se chega na radioterapia conformacional, todos têm acesso a essa tecnologia. no brasil, elas só estão disponíveis para quem pagar isso de forma privada. a legislação não obriga a cobertura e o sus só disponibiliza em caso de interesse acadêmico. o instituto nacional do câncer (inca), por exemplo, disponibiliza uma técnica de radioterapia de intensidade modulada para o treinamento do residente, mas são poucos pacientes, pois as máquinas insuficientes. Eles têm acesso ao mínimo de radioterapia, uma coisa que ocorreu há cerca de 20 anos e resolve 80% dos problemas. toda radioterapia é localizada e baseada na anatomia, a conformacional aporta a individualização mais precisa, ou seja, quando se enxerga o órgão do paciente é possível saber que ele é diferente, assim se individualiza o tratamento. a partir da implementação real da radioterapia conformacional, outras evoluções vieram e existe um grande debate sobre como incorporar essas novidades. no instituto gustave roussy e na maioria dos hospitais franceses, o que ocorre é uma reunião com todos os médicos, em que se prioriza quais são os pacientes a partir das patologias e quais vão

“Falta uma atitude mais ativa, no sentido de mostrar como se deve incorporar tecnologia e por que se deve Fazer isso. quem deve ter essa atitude são os radioterapeutas e as entidades pagadoras no sentido de buscar um equilíbrio e entender que determinada tecnologia pode ser mais cara inicialmente, mas se bem utilizada tem um grande potencial de ter custo eFetivo” FH: Muitas vezes a incorporação de novas tecnologias ocorre com o investimento alto de instituições e essas tecnologias nem sempre são acessadas por grande parte da população, o que em um País como o Brasil impulsiona ainda mais a desigualdade. Como é a análise e adoção de novas tecnologias na França, que é conhecida por oferecer saúde pública de qualidade a seus cidadãos? Santos: eu gosto de fazer uma metáfora entre a radioterapia e a indústria aérea porque ambas trabalham muito buscando o erro zero. existia o avião à hélice e depois se inventou a turbina e essa foi a grande mudança da radioterapia convencional para a conformacional. da mesma forma que

se beneficiar mais de uma eventual melhoria tecnológica. se discute em grupos multidisciplinares, quais são os pacientes que receberão aqueles tratamentos mais complexos, pois não tem para todo mundo, e na verdade, nem todo mundo precisa. FH: Com o envelhecimento da população, a tendência é que as pessoas fiquem mais expostas a doenças crônicas, entre elas o câncer. A Europa já vive este período, situação que ocorrerá em algumas décadas com o Brasil. Quais são as lições que se pode aprender com isso? Santos: a europa tem uma população bastante envelhecida, mas tem uma imigração importante e isso está em discussão, pois na espanha, por exemplo, de 12 a 15% da população é composta por imigrantes sem papéis num sistema de saúde com a característica da cobertura universal. quando a europa vivia os anos dourados não estava em questionamento se podia aplicar isso para todo mundo, o que acabava gerando o turismo em saúde. a

inglaterra é famosa por começar os primeiros estudos famacoeconômicos, seguida pela alemanha e, fora da europa, austrália e canadá. foram países que começaram a dizer: esse tratamento é bom, mas não vamos fazer por que é caro, não vale a pena. mas dessa forma, o inglês viajava para a espanha e recebia o tratamento. com a chegada da crise está se vendo que alguma limitação é necessária. o brasil é uma economia pujante, mas a grande lição é: alguma restrição tem de ter porque a saúde universal é impagável. é impossível pagar tudo, sempre, qualquer tratamento à vontade do médico. temos uma quantidade de dinheiro restrita e temos de trabalhar para aproveitar o melhor possível desse valor. a grande lição é a necessidade da restrição e essa discussão precisa ser mais dinâmica e com a participação de todos os envolvidos: a sociedade, o governo e as entidades pagadores. é dessa forma que vejo a adaptação da europa na crise atual. FH: O Brasil também precisa ter isso em pauta? Que o sistema universal é impagável e talvez precise estabelecer prioridades ... Santos: na verdade, prioridades e limitações. é consenso mundial que a radioterapia tem de ser aplicada para todos doentes, mas também é consenso que as tecnologias advindas depois como imrt, igrt não tem de ser para todos. Portanto, temos de definir. No Brasil, a Comissão nacional de incorporação de tecnologias do sistema único de saúde (conitec), do ministério da saúde, está trabalhando para isso, mas esse debate tem de ser muito ativo, com a participação de todos os elos envolvidos. ou seja, temos que ter comum acordo, definir critérios para saber até onde progredir com a aplicação tecnológica, porque ela difere um pouco de quando se desenvolve uma droga nova, por exemplo. no caso da droga nova, e isso se faz muito em oncologia, o processo é caríssimo, leva tempo e haverá um tratamento completamente diferente do anterior. quando falamos de tecnologia nova não é possível fazer um tratamento comparando com o antigo. quando se desenvolve uma tecnologia nova de aplicação é diferente, pois na radioterapia existem ferramentas para saber se ela é melhor ou não, por meio de softwares, é possível prever onde a radiação vai chegar e saber o resultado a partir de modelos já estabelecidos previamente. as evoluções tecnológicas ocorrem numa velocidade muito grande. da mesma forma que um computador novo chega ao mercado, a cada poucos meses é lançado um software novo, uma técnica nova e os resultados da radioterapia levam anos para ter resultados efetivos, pois os efeitos da radiação em longo prazo levam anos para aparecer. o que se precisa discutir é como avaliar as novas tecnologias. já se deixou para trás os estudos inspirados nas drogas e os estudos randomizados usados hoje em dia na oncologia também não servem. qual é a alternativa? isso é discussão ativa nos dias de hoje na europa e acho que poderia acontecer também no brasil. FH: Ainda sobre o envelhecimento da população, qual é o impacto de novas tecnologias e do tratamento de crônicos no custo do sistema de saúde? Estas tecnologias

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nal. Ou seja, para a cobertura é melhor ter dois aparelhos baratos do que um caro. Com dois se tratam 140 pessoas por dia enquanto um trata apenas 30 pessoas por dia. Quanto mais cara e alta a tecnologia, mais tempo ela leva para tratar o paciente. Portanto, centros bem localizados, que pudessem receber os pacientes altamente selecionados, seguindo alguns critérios, melhoraria bastante a cobertura. Do ponto de vista estratégico, os tratamentos mais simples deveriam ser disseminados no Brasil como primeiro passo, pois não temos acesso.

têm, de alguma forma, ajudado a reduzir custos, com base em detecção e tratamento precoce (o que, em teoria, evitaria que os casos se tornassem mais graves) ou só vieram a se somar aos custos já existentes? Santos: De forma geral é uma regra: a tecnologia mais nova é sempre mais cara. Mas ao avaliar tecnologia em saúde, se faz uma conta: o aumento do preço sobre o aumento da efetividade, assim se chega ao custo efetividade da tecnologia. Então, é preciso saber se isso é válido ou não, se é possível pagar o preço a mais pelo valor que está se entregando. No caso da radioterapia, não trabalhamos com o diagnóstico, o paciente com o diagnóstico precoce já fez um exame mais evoluído antes. Com este diagnóstico se consegue fazer o tratamento com uma técnica mais barata, porque é menos complexo. Dessa forma, a evolução mais barata não é a radioterapia e, sim, o diagnóstico, que acaba diminuindo o custo no ponto final do tratamento. Por outro lado, hoje, a evolução tecnológica na radioterapia diminui consideravelmente em algumas situações. O fundamental da tecnologia em radioterapia é saber qual paciente se beneficiará dela, porque se usar

“O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO AUMENTA O CUSTO, DEMANDA A PRESENÇA DO MÉDICO E TRATA MENOS PACIENTES. PORTANTO, A TECNOLOGIA CAMINHA NO SENTIDO INVERSO DA COBERTURA”

tecnologia elevada para todo mundo, ela se banalizará. Quando bem aplicada, no paciente que precisa, se consegue tratamentos impossíveis tempos atrás, ou seja, melhora não só a qualidade de vida, mas a quantidade de vida. E no contexto de envelhecimento da população e aumento consequente no número de casos que vamos tratar, o potencial do benefício disso na qualidade de vida para a população geral, se bem utilizado, é enorme. FH: Até o final do ano, o Brasil vai acumular 85 mil pacientes com diagnóstico de câncer, mas sem acesso ao tratamento fundamental para mudar o rumo da doença. Há em curso alguma tecnologia ou inovação que permita um acesso mais universal dos doentes aos tratamentos oncológicos? Santos: Acredito que o desenvolvimento tecnológico, quando falamos de cobertura e público sem atendimento, é até deletério. Por exemplo, se abrir um centro de tratamento de câncer em Rio Branco (AC), lá não se pode colocar um aparelho com muita tecnologia, tem de ser “um fusca” para não dar problema, e ao mesmo tempo, bom para o tratamento das pessoas. Agora, para os tratamentos mais refinados, teríamos centros de excelência estrategicamente distribuídos no Brasil, por conta do problema da enormidade do território. Essa questão geográfica é complicada para a França também, pois há os pacientes vindos da Polinésia Francesa e de Bora Bora para se tratar aqui, já que têm radioterapia lá. Isso é um custo enorme para o governo francês que paga os custos da passagem e estadia até o fim do tratamento. No caso do Brasil, a tecnologia tem de ser aceita e incorporada em nível estratégico para que a cobertura seja feita de forma muito racio-

FH: Em termos de inovação, novas tecnologias são sempre caras, mas há algo sendo desenvolvido que possa barateá-las ou essa é uma conta que não dá para fazer? Santos: Não é de interesse das empresas desenvolvedoras de aparelhos, porque eles querem equipamentos cada vez mais caros, e um aparelho mais novo sempre trata menos pessoas que o anterior. Quando fiz residência há 10 anos, cada aparelho tratava 80, 90 pacientes por dia. Hoje, cada aparelho com que eu trabalho trata 40, 45 pacientes por dia. Quer dizer, o desenvolvimento tecnológico vai à contramão disso, pois cada vez é mais restritivo, cada vez menos abrangente e cada vez leva mais tempo. Na minha residência, atendia o paciente, fazia a programação da radioterapia e entregava-o para um técnico cuidar dele até o final do tratamento. Eu via o paciente uma vez por semana ou quando o técnico me chamava. Hoje em dia nos tratamentos mais evoluídos tecnologicamente, um dos pontos que aumenta muito o custo do tratamento é a necessidade da presença de um médico cada vez que o paciente é tratado. O desenvolvimento tecnológico aumenta o custo, demanda a presença do médico e trata menos pacientes. Portanto, a tecnologia caminha no sentido inverso da cobertura. FH: Você é consultor para operadoras. Como elas veem o tratamento radioterápico? Acreditam que vá trazer resultados mais eficazes e ajudar a reduzir os custos com o tratamento de câncer ou ainda são resistentes por achar que é mais uma tecnologia que

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vai se sobrepor às já existentes e aumentar os custos? Santos: Esse é um tema apaixonante e acho fantástico a possibilidade de discutir. Se você pegar uma estatística francesa, espanhola, sueca ou americana, a radioterapia representa um percentual de custo do tratamento do câncer muito mais alto do que no Brasil. Por aí, a radioterapia é muito barata, não representa um custo muito importante para a operadora quando comparada, por exemplo, com a quimioterapia. A radioterapia no Brasil, por causa da restrição legal já mencionada, é da década de 80, uma tecnologia barata. O que acontece é que os radioterapeutas tendem a se adaptar em razão do fee for service. Como a operadora vai pagar muito pouco para se atender um paciente, se colocará mais procedimentos para aumentar o pagamento. Em minha opinião existe uma limitação burra, porque sem critério e que não resolve o problema, porque os radioterapeutas se adaptaram a isso. E aí vai uma crítica de que o radioterapeuta teria de brigar para ter a atividade bem remunerada sem precisar de subterfúgios. Mas os radioterapeutas se adaptam e acabam exagerando na solicitação de procedimentos e

quesito da regulação, o papel dela deveria se inspirar um pouco mais nas sociedades europeias. FH: De que forma? Santos: É preciso trabalhar um pouco mais a regulação, ao invés de estimular o embate. Por exemplo, quando colocaram um texto de um escritório de advogados no site dizendo: ‘entrem na justiça, pois as operadoras são obrigadas a pagar’. Portanto, há confrontamento, os radioterapeutas estão muito infelizes, pois não podem fazer um tratamento básico e acabam usando subterfúgios, o que é super desconfortável para o profissional. Nas operadoras, o controle é feito, às vezes, por especialistas, mas em outras é feito por gente que não é da área e o resultado disso não é o melhor para o paciente. Como consultor, eu também quero o melhor para o paciente, a despeito de alguma limitação de legislação, e tento trabalhar com a operadora para que essa legislação não prejudique o paciente e para que o radioterapeuta não tenha de se adaptar ao tratamento que não é o mais adequado, o que aumenta os custos da operadora. FH: A radioterapia da década de 80 é geral? Mesmo nos centros de excelência? Santos: Nos grandes centros de excelência o tratamento é sempre privado ou por grandes planos de saúde, que cobrem a despeito da legislação da ANS. Cobrem porque têm esse produto para oferecer. Porém, a maioria dos planos de saúde no Brasil, que seguem as regras da ANS, acabam submetendo os pacientes a receber um tratamento que do ponto de vista técnico está defasado graças a essa legislação antiga e estática. Isso não ocorre por culpa do plano e, sim, porque não há uma atitude mais ativa por

“O FUNDAMENTAL DA TECNOLOGIA EM RADIOTERAPIA É SABER QUAL O PACIENTE SE BENEFICIARÁ DELA, PORQUE SE USAR TECNOLOGIA ELEVADA PARA TODO MUNDO, ELA SE BANALIZARÁ” isso é aceito porque existe uma coisa muito interessante no Brasil: muitas operadoras ou não tem uma consultoria ou auditoria em radioterapia ou deixam o oncologista fazer isso. Muitos oncologistas no Brasil controlam a oncologia e a radioterapia também. Como a radioterapia é barata, ele não controla e deixa passar. Está ocorrendo uma reação e a Sociedade Brasileira de Radioterapia faz um trabalho fantástico, com congressos e formação de profissionais, mas no

parte dos radioterapeutas, da sociedade e até das fontes pagadoras. Mas isso está mudando. FH: E por que a ANS não incorpora estas novas tecnologias no rol? Santos: Falta uma atitude mais ativa, no sentido de mostrar como se deve incorporar tecnologia e por que se deve fazer isso. Mas quem deve ter essa atitude são os radioterapeutas e as entidades pagadoras, no sentido de buscar um equilíbrio e entender que determinada tecnologia pode ser mais cara inicialmente, mas se bem utilizada, tem um grande potencial de ter custo efetivo. Portanto, tem de existir uma parceria entre as entidades pagadoras e os prestadores de

serviço para que os resultados sejam “conferidos” após um tempo. Hoje é difícil saber quais são os resultados de determinado hospital para determinadas patologias. As operadoras têm um banco de dados enorme, e talvez por falta de especialistas nesse assunto, enfrentam dificuldades de avaliar o resultado de determinado tratamento aplicado nos últimos anos. Portanto, quando a ANS simplesmente coloca que cobre ou não cobre certo procedimento, não se deixa uma área intermediária, onde se poderia progressivamente incorporar novas tecnologias e, depois, de um tempo definido e acordado com critérios estabelecidos entre as partes, saber se o tratamento funcionou ou não. Essa é uma forma de vencer o atraso no tratamento brasileiro em comparação ao resto do mundo, mas sem cair no mesmo erro que a Europa e os Estados Unidos em épocas que sobrava dinheiro. Enfim, é dividir o risco para que o paciente seja o beneficiado. FH: Mas as operadoras teriam interesse em incorporar isso? Porque quando a ANS amplia o rol há reclamações por parte delas. Santos: A radioterapia é barata no Brasil e nos Estados Unidos também de forma geral. Essa inovação tecnológica que se propõe a fazer vai continuar a ser barata e isso a operadora pode até não acreditar em mim, mesmo como atuando como consultor nessa área (risos). Para saber se é caro ou barato, é preciso fazer estudos sobre custo-efetividade. O importante é saber qual paciente vai se tratar, mas ter a contrapartida do prestador para saber que o paciente internado há três anos, por exemplo, está bem e não teve toxidade, não re-internou e não gerou mais gastos para operadora, pois foi usada a melhor tecnologia. FH: Como você foi parar na França? Santos: Meu pai me mandou estudar francês, quando tinha por volta de 12 anos e eu achava que sabia, até chegar aqui (risos). Quando estava na residência tive a sorte de conhecer o Cristiano Domange, chefe da oncologia do Instituto Gustave Roussy, que fundou junto com a esposa a Sociedade Franco-Brasileira de Oncologia. Quando terminei a residência, comentei com Domange do meu desejo de morar no exterior e ele disse da tradição do Instituto Gustave Roussy em receber estrangeiros. Fiz a prova e fui aprovado. Em um congresso da Sociedade Franco-Brasileira, conheci um médico colombiano que tinha uma história de anos no Gustave Roussy e estava organizando um mestrado em radioterapia e novas tecnologias. Ele me convidou para fazer um mestrado ligado à universidade de Múrcia, mas as aulas eram em Madri (Espanha). Como só assumiria meu posto no Instituto Gustave Roussy dali a um ano e meio, fiz o mestrado antes. Depois fui para França, onde estou há 3 anos.

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economia

TribuTos sobre medicamenTos

no Brasil

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Maria Cristina aMOriM economista, professora titular da puc-sp

EduardO PErillO médico, mestre em administração, doutor em história econômica

Brasil está no topo de lista dos países que a saúde e pela essencialidade do produto. mais arrecada tributos.” “A questão tribuReduzir alíquotas e o número de tributos incitária apenas será resolvida quando o país dentes sobre medicamentos de preços controlarediscutir o pacto federativo”. Essas são algumas dos reduziriam os preços finais, o que tenderia a das afirmações acacianas recorrentes quando é facilitar o consumo e o investimento. Diminuiria necessário avançar em um assunto espinhoso, também gastos públicos, pois parte das compras a tributação sobre medicamentos (Conselheiro governamentais é tributada, ou seja, recursos orAcácio é personagem da obra Primo Basílio, de çamentários dos medicamentos são drenados para Eça de Queirós, célebre por dizer obviedades como as fazendas (federal, estaduais e municipais). se fossem geniais). Quando alguém não sabe, não Quando comparada a outros países, a tributapode ou não quer resolver algo, saca uma pérola ção brasileira sobre medicamentos é elevada, um assim. Para avançar é preciso identificar o pro- entulho herdado das políticas de estabilização blema, suas causas e os interesses em jogo. monetária dos anos 90. Não é simples medir o O problema fundamental impacto da redução dos trié que parcelas relevantes de butos no consumo de medibrasileiros não têm acesso aos camentos, porém, há no Brasil ReduziR alíquotas e o númeRo medicamentos. A dificuldade indiscutível demanda repride tRibutos incidentes sobRe de acesso leva os governos mida; assim, a medida traria medicamentos de pReços (particularmente nos países benefícios para o consumidor. desenvolvidos) a organizar contRolados ReduziRiam os pReços As políticas assistencialistas finais, o que tendeRia a facilitaR o políticas assistenciais de subpara ampliar o acesso aos mesídios ao consumo, e políticas dicamentos (absolutamente consumo e o investimento econômicas (controle de preimprescindíveis) não resolços, redução de tributos, entre outras). O Estado verão sozinhas o problema; é preciso, ao mesmo brasileiro também faz tudo isso, porém, arrasta tempo, destravar o consumo e o investimento. simultaneamente um entrave aos bons resultados Organizamos, juntamente com Antonio Britto, a das medidas: tributa medicamentos de uma forma coletânea “Medicamentos e Tributos” justamente injusta e ineficaz. para contribuir com a discussão. Tributos como ICMS, mais as várias contribuiA União e os estados, no entanto, resistem à ções e taxas, são injustos: adicionam custos de redução dos tributos, apesar do aumento da arprodução que acabam repassados ao preço final recadação nos últimos cinco anos. Por que? Para dos produtos e todos os consumidores pagam o não abrir mão (no curto prazo) de dinheiro, o mesmo, independentemente da renda. Pior, quanto que é considerado “suicídio político”. Adiciomais pobre o consumidor, maior o peso relativo do nalmente, é mais fácil, do ponto de vista das tributo. São também inibidores do investimento: fazendas, tributar bens essenciais produzidos por no médio e longo prazos tendem a diminuir o um setor controlado e com baixa informalidade, surgimento de novos negócios e de inovações. como os medicamentos, e distribuir remédios Ao incidirem sobre medicamentos são particular- rende votos muito mais facilmente que trabamente prejudiciais, pelos efeitos evidentes sobre lhosas alterações fiscais.

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Thaia Duó • thaia.duo@itmidia.com.br

A MOBILIDADE E O DIGITAL SÃO UM CAMINHO SEM VOLTA E, NA SAÚDE, A DISCUSSÃO SE TORNA CRÍTICA POR LIDAR COM OS DADOS DOS PACIENTES. PARA ENTENDER COMO O SETOR ESTÁ CONDUZINDO A SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO, A IT MÍDIA REUNIU CIOS E ESPECIALISTAS DA ÁREA EM UM DEBATE. O RESULTADO VOCÊ CONFERE A SEGUIR

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ra início dos anos 1980 quando ataques a sistemas de computadores começaram a se tornar comuns, principalmente em grandes empresas como Los Alamos National Laboratory, o Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, a AT&T e, até mesmo, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Convém voltarmos ao tempo para entender o momento e o futuro da Segurança da Informação (SI), que tanto tem assombrado as companhias ao redor do mundo incluindo Saúde, que não é diferente. A confidencialidade dos dados e da informação é, sim, um tema antigo e extremamente crítico para hospitais, operadoras de saúde e centros de diagnóstico por uma simples questão: quanto mais digital as pessoas se tornam, mais facilmente as informações circulam. Está claro: à medida que o acesso à internet cresce, aumentam as fragilidades, as exposições e os ataques. “Isso deixa uma preocupação grande na gestão da Segurança da Informação dos hospitais, operadoras e seguradoras. Até no próprio SUS vimos uma real preocupação do Ministério da Saúde, principalmente por conta do fenômeno da consumerização, que leva à necessidade de um investimento maior em DLP [prevenção contra a perda de dados]”, avaliou a advogada especializada em direito digital Patricia Peck, durante o debate. No entanto, em face da velocidade com que a tecnologia avança e com que cresce o número de usuários e dispositivos conectados às redes é cada vez mais decisivo o treinamento e a conscientização de usuários - e há forte tendência que isto seja incluído na legislação – como já acontece em outros países.

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É consenso entre os participantes que o fator humano (o que os empregados fazem ou deixam de fazer) representa o maior risco aos sistemas de informação e aos ativos nas instituições. Soma-se a isso a era das redes sociais, em que praticamente não há fronteiras entre vida profissional e pessoal, e pode-se afirmar que beira o impossível evitar, apenas com tecnologia, o vazamento de informações e de que assuntos de trabalho se tornem públicos em redes sociais, o que leva as empresas à constante exposição. Neste contexto, somente o treinamento, a conscientização dos colaboradores e alguma legislação que suporte os casos de não conformidade podem evitar vazamentos e exposição indevida. “Não adianta implantar tecnologia se não conscientizar os usuários”, diz o gerente de Segurança da Informação e Compliance do Hospital Israelita Albert Einstein, Arlen Feitosa. O executivo conta, abertamente, que a instituição tem 11 mil funcionários e, consequentemente, 11 mil potenciais riscos. Sem falar do grande volume de pacientes, visitantes e prestadores de serviço. “O principal pilar da nossa Segurança da Informação é a conscientização”, reforça. “Temos cinco mil estações de trabalho, um enfermeiro tem uma estação única que precisa ser compartilhada, e aí? O único caminho é trabalhar o fator comportamental.” Tanto as competências técnicas quanto as de treinamento e conscientização são consideradas importantes, o que coloca ainda mais pressão sobre o Chief Security Officer (CSO). Se já é difícil avaliar quantitativamente os riscos de modo que as salvaguardas não superem os custos destes – há, agora, a necessidade de quantificar os esforços por conscientização e definir a estratégia correta para treinamento. Uma alternativa encontrada pelo gerente de TI do Hospital Samaritano de São Paulo, Klaiton Simão, é separar a segurança de dados da segurança da informação. A estratégia tem foco em políticas, não necessariamente corporativas, mas na maneira de pensar a Segurança da Informação. Na prática, na segurança de dados estão software e hardware, sob responsabilidade da TI do hospital, enquanto a SI responde diretamente para Compliance. “Hoje o mercado oferece muitas alternativas boas em termos de segurança de dados e tudo que é novo a gente tem, mas a questão da segurança da informação é infinitamente mais complexa e sai do âmbito da TI”, explica Simão. Uma conversa em elevador entre dois médicos é algo para compor essa política, por exemplo. São questões delicadas que não deveriam ser tratadas naquele momento, segundo Simão, que vê essa

realidade como desafiadora. “Temos hoje cabeças analógicas pensando em um mundo digital. A legislação, que antes não garantia quase nada, continua sem garantir, mas recebe um holofote maior por conta do potencial de estrago que existe hoje, muito maior do que tempos atrás.” Não tão distante, a equipe de Feitosa, do Albert Einstein, também traçou uma estratégia parecida. Além da conscientização dos colaboradores, o hospital acredita que ter uma estrutura segregada em função das particularidades do assunto é primordial – lá, a Segurança da Informação reporta para a diretoria financeira. E a grande batalha é construir uma relação de confiabilidade com os clientes e parceiros de negócio. Nesse contexto, as instituições passam a lidar com SI de uma forma mais ampla, onde estabelecem que sistemas integrados de controles internos, estruturas de administração de segurança da informação e auditorias preventivas são reportadas diretamente a áreas não ligadas a TI. CONEXÃO DESCONECTADA É importante compreender que a tecnologia avança muito todos os dias. Assim todos de auditoria, controladoria, compliance, controles internos e riscos devem buscar melhorias para organização e entender o que está acontecendo. Não faz muito tempo, a TI das empresas, no geral, bloqueavam os acessos a e-mail particular, sites ou páginas de internet que não tinham relação com o trabalho exercido pelos colaboradores. Mas com o advento dos smartphones, tablets, redes sem fio, mobilidade digital, vem à pergunta: como bloquear os acessos remotos? Esse é ainda um problema sem resposta. Às vezes, até pelo motivo de o próprio hospital incentivar o uso, ao trabalhar sua marca nas redes sociais. O Samaritano, por exemplo, tem o Facebook como ferramenta de trabalho e não vê outra saída a não ser liberar o acesso. “Como posso restringir o acesso do corpo de trabalhadores? Não tem como. Nós não bloqueamos”, conta Simão. “O grande desafio é a mudança na nossa maneira de ver e tratar essa questão da segurança da informação.” Hoje, menos de 10% das empresas monitoram o uso do Facebook, YouTube, LinkedIn e outros sites de redes sociais por seus funcionários, com o objetivo de identificar falhas de segurança. Muitas recorrem ao monitoramento para a gestão de marca e marketing, revela estudo recente do Gartner. O Hospital Albert Einstein, por exemplo, criou uma área dedicada exclusivamente ao monitoramento contínuo da marca e, assim como o Samaritano, permite o acesso de seus colaboradores às

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BYOD: o médico está preparado?

No mundo...

No Brasil...

150 milhões de pessoas usam os seus próprios telefones e tablets no trabalho. Isso significa que os usuários BYOD (bring your own device) vão mais que dobrar nos próximos anos.

E a projeção é que esse número ultrapasse 50% até o final de 2012.

350 milhões de empregados estarão usando seus próprios dispositivos para o trabalho até 2014.

* Relatório da Juniper Research (2012)

42% das empresas permitem a utilização de smartphones pessoais no ambiente de trabalho.

*De acordo com a consultoria IDC

redes sociais, mas garante que estuda uma maneira de gerenciar o uso de forma eficaz. “Tentamos fortalecer a cultura de SI e temos percebidos um grande diferencial na saúde, que é o comprometimento com as questões internas de ética. Existem casos de desvio, sim, mas na base isso é levado muito a sério”, revela Feitosa. O Metrus, Instituto de Seguridade Social, acredita que é possível discorrer por diversas soluções, mas o que falta no País é a conexão entre educação e saúde. “Essa desconexão que existe atualmente faz muita diferença quando se fala em compartilhar. O Brasil é ‘top’ em redes sociais, compartilhamos tudo, mas não definimos o que entendemos por privacidade”, diz o coordenador de TI do Metrus, Efrain Saavedra. JUSTA CAUSA De acordo com o Tribunal Superior do Trabalho colocar fotos nas redes sociais pode resultar em dispensa por justa causa. A decisão surgiu após uma enfermeira ter sido demitida pela empresa por justa causa, em razão da sua página de relacionamento ilustrar fotos sem autorização, que remetiam a brincadeiras e expunham pacientes e enfermeiros. A profissional entrou com pedido de descaracterização da justa causa, com indenização por danos morais, alegando que o hospital praticou ato de discriminação, uma vez que outros colegas de trabalho também publicaram fotos com o mesmo teor e não foram punidos. Apesar de, em primeira instância, a profissional ter tido sucesso, a decisão foi revista e os pedidos indeferidos. Esse cenário mostra a realidade de esforço conjunto da área de segurança da informação,

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Acessar, sim. Mas do dispositivo corporativo ou particular? Será que o médico e as instituições estão preparadas para adotar ao conceito “bring your own device (BYOD)” ? O Hospital Samaritano tem a perspectiva de aderir ao BYOD nos próximos meses. Até o momento, os dispositivos móveis liberados na instituição são corporativos. “Esperamos apenas a demanda BYOD ficar alta, aí sim vamos liberar. Estamos dando a oportunidade para as pessoas amadurecerem sobre esse cenário, não sei se isso vai acontecer em três ou seis meses, o fato é que vamos adotar”, diz Simão. O crescente número de médicos que solicitam o envio de resultado de exames para seus iPads é outro ponto favorável à decisão do Samaritano. “O médico quer receber o resultado no seu iPad e fica muito chateado quando dizemos não. Parece até que o risco é 100% da TI, como se a TI fosse quem decidisse se vai ou não liberar. Não é um jogo de empurra, a TI não pode assumir isso sozinha, é uma maneira de demonstrar que o mundo mudou. É uma decisão institucional e não técnica”, conclui. Recentemente, o hospital investiu em estratégia de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM), com foco em evitar possíveis danos em caso de perda. De acordo com Simão, o investimento inclui parte de disponibilidade de sistema, site remoto de contingência e servidores em cluster. “Na pior das hipóteses saímos com relatórios impressos nas mãos. E aí voltamos para o mundo analógico, mas pelo menos o paciente não corre riscos. Aconteça o que acontecer, seja qual for seu nível de investimento, o paciente não pode ser afetado nem desassistido.”

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Klaiton Simão, Hospital Samaritano: Temos cabeças analógicas pensando em um mundo digital F: R B

em hospitais, principalmente aqueles que normalmente cuidam de celebridades. Nesse caso, Patrícia Peck aconselha colocar placas informativas sobre a proibição de capturar imagens naquele local. “Assim é possível ter a prova que não houve conivência nem negligência. Delimitem. Tem de deixar claro: o risco não é seu, mas sim do seu negócio.” O excesso de disponibilidade de serviços de compartilhamento tem de ser visto com atenção. Em algumas situações pode ocorrer o contrário do caso da enfermeira mencionado pelo TST. “Nossa reputação depende de um coletivo de pessoas. É complicado, temos que pensar em como proteger a imagem da instituição muitas vezes de algo que não foi realizado por pessoas internas”, avalia Saavedra, do Metrus. O papel de desenvolver políticas vai muito além de placas espalhadas pelos corredores de hospitais. A utilização do e-mail corporativo para fins diversos e não, exclusivamente, para o desempenho de atividades inerentes a rotina de trabalho pode caracterizar também justa causa, além da quebra de integridade da informação.

O DONO DA INFORMAÇÃO A lei é clara: a informação é do paciente e é muito comum ver discussões acaloradas em torno disto. Depois que a informação é dada ao doente cabe a ele protegê-la. “Nossa lei é rigorosa nesse sentido, se houver suspeita de vazamento de informação do paciente, ela recai no fiel depositário. Então, quem deve fazer a prova de que não vazou dali é a instituição, por isso é necessário guarda histórica sem subscrição e, lógico, investimentos em políticas de segurança, de privacidade, do uso de sites seguros e conscientizar as equipes”, explica Patrícia. A advogada avalia ainda que o usuário da saúde não tem a cultura de criptografar a informação e a entidade acaba por assumir a responsabilidade da negligência. Para isso, a parte da legislação é bem estabelecida em termo de segurança da informação. Falta por outro lado, estabelecer políticas sobre quem pode e o quê acessar, em quais circunstâncias a privacidade da informação pode ser quebrada em prol do próprio paciente. “No Canadá existe uma norma

nacional sobre privacidade e nela há uma série de normativas para orientar os hospitais sobre o que pode ou não ser acessado”, conta o presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Cláudio Giulliano Alves da Costa. Um exemplo comum são as anotações feitas pelo médico em um papel à parte sobre a personalidade do paciente, que de alguma forma interfere no decorrer do tratamento, essa observação privada deve ser revelada ou não para o paciente? Tem que ser posta no prontuário? De acordo com Costa, essa é uma discussão em pauta há muito tempo e, ainda, precisa ser muito debatida. Patrícia arrisca: “Os médicos já deveriam ter aprendido sobre o que anotar no prontuário ou no papel. A informação tem de estar acessível para que seja garantido o uso dela, porque, se dificultar demais o acesso, o brasileiro dará um jeitinho.” Para Simão, do Samaritano, está cada vez mais relativa essa questão do que é ou não confidencial. “Talvez o caminho seja pensar em tirar da instituição de saúde o papel de guardião desse dado e delegar esse papel ao paciente, pois ele é o dono fiel desse registro e com isso faz o que bem entender. Ele decide divulgar ou não pra quem quiser e como quiser. O que está acontecendo hoje não vai mudar”, sugere. Atualmente, no Samaritano todo suporte de cuidado ao paciente é feito por meio de uma plataforma informatizada. Por ser um hospital geral, a instituição lida com a questão de alguns médicos defenderem que todos integrantes de sua equipe tenham acesso ao prontuário de determinado paciente, o que entra na questão da segurança de dados e da segurança da informação, citado no início desta reportagem. “Na

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Milton Alves, Hospital Infantil Sabará: Nem sempre há orçamento para Segurança da Informação F: R B

Arlen Feitosa, Hospital Israelita Albert Einstein: Não adianta implantar tecnologia se não conscientizar os usuários

prática isso se mostra inviável. O paciente circula pelo hospital, é operacionalmente impossível. Isso significa dizer que qualquer profissional da instituição pode acessar dados do prontuário em qualquer uma das estações. Estamos multiplicando o risco do acesso indevido e nos deparando com questões que nesse momento são impossíveis de solucionar”, diz Simão. Outro ponto é que o Samaritano disponibiliza tablets e carrinhos móveis com notebooks para funcionários operarem com Wi-fi. “Esses dispositivos trafegam por todo o hospital. Claro que há toda uma orientação com as políticas divulgadas e treinamento para os funcionários terem cuidado, mas não é impossível que o carrinho seja esquecido ali no corredor”, declara Simão. Mas e quando se trata de lidar diretamente com crianças, é diferente? O pronto- socorro do Hospital Infantil Sabará atende em média 550 pacientes por dia, fato que fez com que a instituição colocasse em prática o prontuário eletrônico e um fim no tráfego de papéis. De acordo com diretor de TI e Facilities do hospital, Milton Alves, pelo aspecto financeiro, era muito confuso lidar com tantos documentos físicos. “Com isso, resolvemos uma grande questão no aspecto econômico financeiro, porque, no que diz respeito à confiabilidade da informação, não vejo outra alternativa a não ser a questão de certificação digital, que ainda acho tímida”, afirma. “Estamos começando a tratar a SI, nem sempre temos orçamento para tal, mas é inevitável e temos de fazer”, pontua. No Einstein, o paperless é uma questão crítica. O tempo de duração de um prontuário físico de um paciente é quase que para sempre e levando, esse conceito de que o prontuário é do paciente e deve ser guardado permanentemente, a área de SI trabalha para tornar o plano muito agressivo, segundo Feitosa. “Não me leve a mal, mas a segurança da informação é muito mais importante na saúde do que em uma instituição financeira. Na saúde, o proprietário da informação é o paciente e dado ao volume de gente dentro de um hospital, se ocorrer vazamento de dado, esse paciente pode estar numa ilha deserta portando um smartphone e saberá que ele é aquela pessoa. Isso pode trazer grandes consequências para a instituição”, considera. PARANOIA REAL? Mas como pode um sistema eletrônico ser mais intrigante para a TI e a SI do que os milhares de papéis físicos empilhados nos corredores dos hospitais, por exemplo? Essa “paranoia digital”, na verdade, não é reconhecida como tal pelo setor. “Não acho que seja paranoia, é questão de entendimento dos riscos associados, dos deveres, do que pode ou não fazer. E essa questão de maiores riscos está internamente, é extremamente crítica”, considera Feitosa, do Hospital Albert Einstein.

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TISS: quando a necessidade fala mais alto que a regulamentação

Patricia Peck: Wi-fi é um exemplo de algo que não é do nosso negócio, é apenas para ser benefício para o cliente, então terceiriza. Não precisa estar no seu IP F: R B

É muito mais do que adotar novas tecnologias, envolve a conscientização tão falada pelos executivos no debate. O digital, segundo Patricia Peck, gera mais rastreabilidade e contribui para o crescimento da prova jurídica em determinados casos. “Tem riscos que eu não tenho como evitar, mas tenho como provar que não houve negligência. Wi-fi é um exemplo de algo que não é do nosso negócio, é apenas para ser benefício para o cliente, então terceiriza. Não precisa estar no seu IP”, aconselha. No papel ou no digital, a fraude no ambiente de trabalho merece atenção, pois é um câncer presente em praticamente todas as organizações. O percentual de companhias e a maneira como cada empresa é afetada variam de pesquisa para pesquisa. A Kroll Advisory, em recente trabalho, indica que 74% das companhias latino americanas são afetadas por fraudes corporativas. Um estudo internacional do Reino Unido mostra que quanto maior o uso do papel e interferência humana no processo, sempre será maior o risco de fraude. Mas Patrícia destaca: “Isso não quer dizer risco de vazamento”. Porém, de acordo com a especialista, o digital, quando vaza, gera um nível de potencialização bem maior. Para ser efetiva no combate à fraude é mandatório que a organização considere o processo de segurança da informação e que a tecnologia possa ser auditável.

“Precisamos que as políticas de SI sejam organismos vivos. O Metrus é um exemplo de instituição que antes de ser operadora é um fundo de pensão e, por isso, temos dois agentes reguladores e somos auditados, em média, sete meses ao ano”, diz Efrain Saavedra. “A tecnologia é falível, por isso processos de auditoria e de conformidade caminham juntos e possibilitam que a segurança da informação pertença às pessoas, para que elas possam ser nossos auditores no dia a dia. Isso garante muito mais que integridade.” De fato, os participantes do debate possuem opiniões diferentes quando o tema é a paranoia digital. “O que está havendo é a descoberta do potencial de dano e a busca por soluções. O momento é de amadurecimento e compreensão do cenário”, avalia Simão, do Samaritano. Para ele, o que acontecerá daqui para frente é uma adequação dos papéis em relação aos cidadãos, sociedade como um todo e ao governo, cada um entendendo melhor qual seu papel e suas responsabilidades. “Minha percepção como cidadão é que há uma leniência por parte do Judiciário em relação a crimes virtuais. Falta uma legislação firme, que represente efetivamente uma preocupação para o infrator. Hoje o violador está se sentindo tranquilo e seguro para praticar seja lá o que for, porque na pior das hipóteses, vai ter de arcar

O Hospital Infantil Sabará colocou em prática a assinatura digital da Guia TISS. A TI da instituição percebeu que o papel era cada vez mais inviável com o alto volume de internações diárias. “A guia TISS vai ser capturada no tablet e o responsável pelo paciente vai assinar ali. Se isso está regulamentado eu confesso que não preocupei, eu me preocupo com as operadoras de saúde que aceitaram aquela assinatura. Não vou mais assinar no papel”, conta Milton Alves, diretor de TI e facilities do hospital. A advogada especializada em Direito Digital, Patrícia Peck, diz que o processo adotado pela instituição é legal. No contexto de mobilidade, a especialista alerta para políticas específicas, principalmente no caso do Sabará, que lida com crianças e adolescentes, em sua maioria portadora de dispositivos móveis. “O paciente já vem para o hospital com um aparelho, por isso é essencial uma norma clara de mobilidade mesmo quando se está usando nuvem. Do ponto de vista jurídico, quanto mais específica ela for, mais proteção legal existe frente ao Judiciário”, diz.

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Entenda as regulamentações do CFM

Efrain Saavedra, do Metrus: A tecnologia é falível, por isso processos de auditoria e conformidade devem caminhar juntos F: R B

Cláudio Giulliano da Costa, SBIS: A paranoia é um fato real

No Brasil, o uso do PEP é regulamentado pela Resolução CFM n.º 1.821/2007. Principais Disposições: • Autoriza o uso de sistemas informatizados para a guarda e manuseio de prontuários de pacientes e para a troca de informações identificada em saúde, eliminando a obrigatoriedade do registro em papel, desde que esses sistemas atendam integralmente aos requisitos do Nível de garantia de segurança 2 (NGS2). • O Nível de garantia de segurança 2 (NGS2), exige o uso de certificados digitais ICP-Brasil. • Estabelece a guarda permanente para prontuários médicos arquivados eletronicamente, em meio óptico ou magnético e microfilmado. • Determina o prazo mínimo de 20 (vinte) anos para a preservação dos prontuários médicos em suporte de papel. • A ISO 27999 trata do acesso físico aos equipamentos que armazenam dados de saúde e informa que todas as informações sobre saúde precisam ser criptografadas O que é preciso para implementar Saúde Digital: • Termo de Uso do Ambiente e vacinas legais para as interfaces gráficas; • Termo de Confidencialidade; • Termo de Coleta Biométrica; • Referência para extração de análises dos dados de Prontuário Eletrônico para fins estatísticos (não identificáveis); • Capacitação por meio de palestras e treinamentos para construção de uma cultura Paperless na Saúde, orientando médicos e equipes sobre o uso ético, seguro e legal do Prontuário Eletrônico; • Atualização do Código de Conduta Médica sobre novos temas. com algumas cestas básicas”, conclui. A verdade é que há alguns anos quando se falava de prontuário eletrônico havia receio se aquele dado uma vez informado podia ser alterado. Sempre houve esse temor, de acordo com Costa, da SBIS. “Naquele momento, essa era uma paranoia com certo sentido, que poderia acontecer. Por outro lado, ainda há uma grandíssima quantidade de prontuário médico em vários lugares. Em consultórios, o cenário é ainda pior. Eles não usam banco de dados ou usam

um muito simples. Isso gerou certa paranoia justificada sobre esse assunto, com advento da internet e popularização da mídia social”, conta Costa. “A paranoia é sim um fato real. Existe o poder danoso de uma informação ser popularizada”, considera. Milton, do Hospital Infantil Sabará, conclui: “A responsabilidade nossa é muito maior, pois estamos herdando questões que os hospitais durante séculos deveriam ter resolvido para não chegarmos nesse momento paranoico.”

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sua opinião é muito importante // editorialsaude@itmidia.com.br twitter // @saude_web

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Descoberta da Penicilina

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Sua empresa está segura na era digital? Para debater o assunto, a IT Mídia reuniu representantes do setor 1. CIOs e especialistas de TI discutem

a

preocupação com a paranoia digital.

2. Confira a cobertura completa do encontro, 4

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com fotos e vídeo em www.saudeweb.com.br

3. Daniella Iglezia (IT Mídia) e Carlos Suslik (PWC).

4. Marcelo Fraile (T-Systems), 6 9

Luiz Ladeira (Cerner), Marcelo Malzoni (IT Mídia) e Nilton Higuchi (T- Systems).

5. Será que a segurança da informação é apenas responsabilidade da TI? Questionaram os debatedores.

6 e 7. No intervalo, pausa para relacionamento. 8 e 9. Representantes da indústria e CIOs estiveram presente no debate.

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Fotos: Ricardo Benichio

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10. Lucrécia Oliveira e Roberto Mota (Benner) com Rodrigo Morais (IT Mídia).

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os Percalços do Cylene Souza • csouza@itmidia.com.br

Pesquisa “Antes da TI, a Estratégia em Saúde” mostra que investimentos em TI são executados conforme planejado, mas ainda há dificuldades para implantar estratégias; profissionais também apontam gargalos como planos da área, resistência às mudanças e falta de mão de obra qualificada

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ealizado pela IT Mídia, o estudo “Antes da TI, a Estratégia em Saúde” apontou que 53% das instituições do setor estão executando os investimentos e iniciativas conforme o planejado, mas ainda há dificuldades para implantar as estratégias e, por isso, a TI acaba sendo percebida como um gargalo. “Isso se deve a fatores como grau de automação insuficiente, processos dependentes de pessoas, integração inadequada dos sistemas e muitas planilhas para dar conta das informações”, comenta o consultor Sergio Lozinsky, parceiro da IT Mídia na pesquisa. Os CIOs que participaram do debate sobre este assunto no Intercâmbio de Ideias do IT Forum+ , realizado na Praia Forte (BA), apontam, como fator de risco interno à implementação da estratégia, a resistência às mudanças. “Eventualmente, a TI não está contemplada nas macroestratégias das instituições de saúde. Esta resistência às mudanças soa como um lamento do CIO à estratégia organizacional, mais do que algum tipo de restrição dos usuários”, pondera o gerente de TI do Hospital Samaritano de São Paulo, Klaiton Simão. Entre os fatores externos de risco está a falta de mão de obra qualificada, apontada por 53,55% dos profissionais que responderam à pesquisa. Além disso, os executivos percebem o impacto da chegada das novas gerações ao mercado de trabalho e o impacto que a TI pode ter na captação e retenção de talentos. “A Geração Y demanda TI sob o aspecto do RH. Estas pessoas não querem se enquadrar nas regras da empresa e querem acesso às redes sociais, possibilidade de personalização do fundo de tela e do próprio local de trabalho, etc. Por isso, a TI e as políticas de uso destas ferramenas têm influência na decisão de permanecer ou não no cargo”, diz o gerente de TI do Hospital Santa Catarina, Aécio Rodrigues da Rocha.

CIO

Estratégico ou crítico? O estudo aponta que a TI parece fazer parte dos planos estratégicos das organizações de saúde: 52% dos profissionais que responderam à pesquisa se dizem ligados à presidência, 40,79% afirmam que a instituição vê TI como estratégico e, embora busque retorno sobre os investimentos realizados, cobra de TI uma postura de inovação e aplicação de novas tecnologias que tornem os negócios mais competitivos e inovadores, e 49,01% preparam o orçamento com base na estratégia de TI em vigor e o submetem à diretoria, para aprovação e eventuais ajustes. Na visão dos CIOs, porém, pode haver uma confusão entre o entendimento do que é estratégico e o que é crítico. “Um caso que justifica esta resposta, por exemplo, é o investimento no parque tecnológico da área de diagnóstico. O gestor não tem a intenção, mas precisa investir em TI para suportar estes equipamentos. Ele não acha que investir em TI é diferencial competitivo ou valor estratégico, mas entende como um recurso necessário para o dia a dia da operação”, exemplifica o diretor de TI do Hospital das Clínicas da Unicamp, Edson Kitaka. “Em saúde, o perfil de TI é de formação técnica e não estratégica. O profissional de TI é aquele que atua no desenvolvimento e atendimento da demanda dos usuários, suporte e resolução de problemas e a distância entre o CIO e a equipe ainda é muito grande”, complementa o presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Cláudio Giulliano Alves da Costa, também parceiro da IT Mídia no estudo.

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Grau de InfOrmatIzaçãO

59,57%

Aécio da Rocha, Hospital Santa Catarina: geração y demanda a TI sob aspecto do RH

68,79%

62% 59%

Fotos: Photogama

Cláudio Giulliano da Costa e Sergio Lozinsky: parceiros da IT Mídia no estudo

61%

38% 45%

Edson Kitaka, do Hospital das Clínicas da Unicamp: gestor ainda não vê a TI como estratégia

das organizações já implementou um ERP e possui algumas aplicações em BI, mas ainda dependem de planilhas e aplicações legadas limitadas para suportar os processos do negócio afirmam que vão comprar soluções estratégicas em 2012, destes, 44% veem o investimento em Segurança da Informação como prioritário

dos respondentes utilizam prescrição eletrônica

utilizam Prontuário Eletrônico do Paciente

usam sistema de apoio à decisão

dos CIOs consideram que estas ferramentas atendem totalmente às necessidades do negócio

acham que o fornecedor de TI é satisfatório para atender as demandas mais urgentes, mas pouco efetivo nas questões estratégicas

sua opinião é muito importante // editorialsaude@itmidia.com.br twitter // @saude_web

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De Cylene Souza • csouza@itmidia.com.br

dadas TI e Engenharia Clínica trabalham juntas para padronizar atendimento na Rede D’Or

Foto: Photogama

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Marlon Oliveira, da Rede D´Or: Até a locação orçamentária é feita em conjunto

assando por um forte processo de aquisição de hospitais por todo o Brasil, a Rede D’Or tem no trabalho conjunto entre as áreas de TI e Engenharia Clínica apoio para padronizar o atendimento, especialmente em diagnóstico por imagem, nas unidades adquiridas, já existentes e em fase de planejamento. Desde 2001, o grupo adotou a radiologia digital, com o objetivo de reduzir o consumo de insumos e facilitar a manipulação das imagens, distribuição dos resultados e busca de exames, modelo que hoje já é adotado por todas as unidades hospitalares. “A TI faz parte do comitê executivo e conhece a estratégia do negócio, por isso, sabe quando e quanto será demandada. Nas aquisições, TI e engenharia clínica participam da integração e fazem diagnósticos de todas as áreas do hospital. Depois, acompanhamos em reuniões semanais como tem sido esta interação. A locação orçamentária também é feita em conjunto. Quando surge a demanda por um novo equipamento, especialmente de imagem, a TI já é envolvida, porque se sabe que isso vai exigir um investimento da área”, explica o diretor de TI da Rede D’Or São Luiz, Marlon Oliveira. Cabe à TI e à Engenharia Clínica fazer o estudo de demandas das unidades adquiridas, com o perfil das máquinas e volumes de exames, para enquadrá-las no padrão digital da rede, que usa uma solução própria de RIS Radiology Information System e PACS (Pictu-

re Archiving Communication System), já com padrão DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine). “Temos equipamentos de várias marcas e eles já conseguem conversar por este padrão. Nosso sistema próprio também permite integração com o HIS (Hospital Information System) e as imagens têm tráfego segregado na rede, para não impactar as outras áreas”, conta. Para Oliveira, o sucesso da integração se deve também ao fato de a equipe de TI ter pessoas com visão de negócios e estar estruturada de forma a buscar a melhoria contínua de processos. “Quem encabeça a solução de RIS é um médico, que conhece a rede e tem visão de negócios. Também temos escritório de projetos e de processos dentro da equipe, com profissionais com certificação PMP/PMI (Project Management Professional / Project Management Institute), gerências médica, de sistemas, telecomunicações e tecnologia (banco de dados e infraestrutura) e de operações, composta por 200 pessoas, sendo 60 na área corporativa”, revela. Entre as melhorias em estudo estão a criação de uma central de laudos, interface web e aplicativo mobile para acesso e distribuição dos exames. Marlon Oliveira apresentou o case durante o Intercâmbio de Ideias: Engenharia Clínica- Como estas duas áreas podem trabalhar alinhadas para aprimorar o uso dos recursos e prover os melhores resultados assistenciais e de negócios”, no IT Forum+, realizado pela IT Mídia, na Praia do Forte (BA).

sua opinião é muito importante // editorialsaude@itmidia.com.br twitter // @saude_web

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Saúde BuSineSS School Os melhOres cOnceitOs e práticas de g e s t ã O , a p l i c a d O s a O s e u h O s p i ta l

módulO 09

RIS/PACS patrocínio:

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saúde business school

introdução depoiS do SuceSSo doS primeiroS Saúde BuSineSS School continuamoS com o projeto. eSte ano, falaremoS SoBre tecnoloGia da informação em Saúde na busca por auxiliar as instituições hospitalares em sua gestão, trouxemos no terceiro

na organização de seus departamentos de ti e na interação da

ano do projeto saúde Business school

área com os stakeholders.

o tema tecnologia da informação em

em cada edição da revista Fh, traremos um capítulo sobre o

saúde. ainda que exista literatura sobre

tema, escrito em parceria com médicos, professores, consultores

o tema, a nossa função aqui é construir

e instituições de ensino, no intuito de reunir o melhor conteúdo

um manual prático para a geração de um

para você.

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Os capítulos, também estarão disponíveis para serem baixados

seguro, que auxilie e oriente as equipes

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o projeto envolve oS SeGuinteS temaS: módulo 1 - infraestrutura de ti nos hospitais módulo 2 - O papel do ciO módulo 3 - governança de ti nos hospitais módulo 4 - erps módulo 5 - segurança dos dados módulo 6 - terceirização de ti em hospitais módulo7 - prontuário eletrônico módulo 8 - a integração entre engenharia clínica e ti módulo 9 - riS/pacS módulo 10 - gestão dos indicadores módulo 11 - mobilidade nos hospitais módulo 12 - cloud computing

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a implantação do SiStema pacS faBio roSSetto

O sistema pacs (picture archiving and communication system sistema de comunicação e arquivamento de imagens) refere-se a um sistema que lida com a digitalização, pós-processamento, distribuição e armazenamento de imagens médicas. as imagens são obtidas de equipamentos como os de ultrassonografia, ressonância magnética, tomografia computadorizada, endoscopia, mamografia, radiografia, entre outras modalidades de sistemas médicos. as principais funcionalidades do pacs são: facilidade e agilidade na busca de pacientes, worklist da estação de trabalho, integração entre sistemas, manipulação de imagens, acessibilidade, reconciliação de dados e segurança. O conceito de pacs começou a ser estruturado durante a década de 80 e foi apresentado como solução para o gerenciamento de imagens digitais em radiologia, possibilitando a troca de dados de maneira consistente e automática. de acordo com a definição da nema (american national association of electric machines), um pacs deve oferecer, dentre diversos aspectos, visualização de imagens em estações de diagnóstico remotas, armazenamento de dados em meios magnéticos ou ópticos para recuperação em curto ou longo prazo, comunicação em redes locais ou expandidas e informações departamentais que ofereçam uma solução integrada para o usuário final. com a revolução tecnológica ocorrida nas últimas décadas, observa-se no mercado um conjunto de sistemas que se propõe a realizar diversas tarefas específicas, desde o agendamento e cadastro do paciente até a execução dos exames e emissão de laudos. Os dados de um mesmo paciente ficam dispersos nas bases de diversos sistemas heterogêneos, sendo necessária uma integração que assegure sua paridade referencial. a integração do pacs com os sistemas de informação em radiologia (radiology information system, ris) e de informação hospitalar (hospital information system, his), forma a base para o adequado funcionamento de um serviço de radiologia.

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saúde business school

sãO muitOs Os BeneFíciOs desta integraçãO, dentre eles: • Registro único de paciente;

uma implantaçãO segura, tamBém deve FOcar alguns aspectOs impOrtantes, tais cOmO:

• Registro de acesso universal;

• Idealização da situação futura;

• Gerenciamento e distribuição de imagens;

• Nível de adequação da capacitação dos colaboradores de TI;

• Eliminação de filmes radiológicos; • Redução do impacto ambiental causado pela utilização do filme e reveladores químicos; • Redução de custos; • Redução do tempo de espera do paciente/corpo clínico para diagnóstico; • Eficiência operacional; • A substituição dos filmes radiográficos em favor da utilização das imagens digitais: a constante queda dos preços do armazenamento digital oferece uma crescente vantagem na relação custo/benefício do formato digital em comparação ao armazenamento em filme; • Utilização da Telemedicina. Outros resultados após integração com his são: a diminuição de erros de digitação, o aumento de produtividade, a redução do tempo de espera, a distribuição de cds (laudo e imagens) aos pacientes, além da agilidade nas consultas. para o sucesso desta integração, é necessário assegurar um ambiente de rede amplo e integrado, que permita não somente que os grandes volumes de dados gerados pelos sistemas digitais sejam completamente arquivados e disponibilizados eletronicamente, mas também a consulta eletrônica dos dados vinculados às imagens em cada base. para tanto, é fundamental - além da configuração adequada das tabelas - o adequado dimensionamento de banco de dados e de suas interfaces, uma arquitetura cliente/servidor bem estruturada com todos os serviços e a disponibilização de área de armazenamento (storage) adequada ao volume de informações. todos estes pontos são importantes para assegurar que a comunicação ocorra de maneira correta.

• Nível de adequação da arquitetura empresarial (sistemas, dados, integração, informação e infraestrutura); • Identificação e priorização das iniciativas dentro dos níveis adequados de orçamento de TI; • Levantamento e análise das soluções disponíveis no mercado, conforme necessidade do cliente. O gerenciamento do projeto é outro aspecto importante para o sucesso na implantação do pacs, que visa assegurar a clareza na transmissão de ideias e alinhar expectativas em relação ao resultado. ele deve contemplar as fases de concepção, levantamento do projeto, análise do workflow, desenho da solução, implementação, teste do workflow, treinamento e manutenção. O fato é que mesmo garantindo o olhar do gestor sobre todos os pontos de atenção supracitados, vale ressaltar que cerca de 65% dos problemas com a ferramenta pacs são decorrentes da falta de conhecimento do usuário no momento da utilização (fonte ge healthcare). atualmente nos eua, 93% dos hospitais

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de 500 leitos ou mais, já adotaram sistemas pacs, enquanto que 67% das instituições de 400 a 499 leitos também já adotaram tal tecnologia, ao passo que apenas 47% dos hospitais de 300 a 399 leitos possuem pacs. O retorno sobre o investimento costuma ocorrer num período de 3 a 4 anos, entretanto nem sempre a tomada de decisão para investir ou não no sistema pacs deve-se ao retorno financeiro, em função da possível diminuição ou eliminação de filmes, mas pelo impacto na qualidade assistencial, visto que um paciente que tenha passado pela emergência, por exemplo, e necessite ser encaminhado emergencialmente para o centro cirúrgico pode ter não só suas imagens disponibilizadas aos médicos cirurgiões, mas também seus dados clínicos, bem como histórico, por meio das ferramentas his (hospital information system) e ris (radiology information system). do mesmo modo enfatiza-se a importância do pacs na definição de protocolos clínicos institucionais como, por exemplo, o protocolo de Bcp, onde é necessária a realização e liberação de raio-X de tórax em torno de 10 minutos. portanto, esta é uma ferramenta que colabora para a disseminação da cultura, por parte da área clínica, para a definição de protocolos que resultem na maior uniformidade da qualidade do atendimento ao paciente.

devido à complexidade para a implementação das soluções, há de se utilizar ferramentas e metodologias de suporte aos gestores que permitam mapear o cenário atual da instituição e estabelecer os objetivos mensuráveis para as metas de resultados no que tange produtividade de máquina, tempo de atendimento do paciente nas diversas etapas e, naturalmente, a produtividade da área médica. no que tange a estratégia dos fabricantes de equipamentos e sistemas médicos há, indubitavelmente, uma convergência entre equipamentos capazes de fazer o diagnóstico, o tratamento e, ainda que essas indústrias passem a entrar em outras dimensões de tecnologia envolvendo o paciente, mais notadamente pela aquisição de empresas e plataformas de desenvolvimento dos sistemas his (hospital information system) e ris (radiology information system).

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saúde business school

esta estratégia agressiva por parte das indústrias, no Brasil, pode ser constatada com as recentes aquisições, por exemplo, pela agfa healthcare e pela philips healthcare, mas globalmente todas as principais concorrentes já se posicionaram como provedoras não só de sistemas e equipamentos médicos, mas também de softwares de gestão. por trás dessa estratégia há, entre outros motivos, dois grandes fatores. O primeiro, evidentemente, diz respeito a adquirir base de clientes que possuam os sistemas de gestão hospitalar das empresas adquiridas e, consequentemente, ampliam o seu market share. O segundo, diz respeito aos constantes problemas de sistemas multiplataforma e suas necessidades de integração acarretando grande desgaste de imagem junto aos clientes destas grandes indústrias multinacionais que preferiram correr o risco de assumirem sistemas legados que necessitam de grandes investimentos para atualização tecnológica à se desgastarem pela pouca usabilidade e produtividade dos seus sistemas quando integrados com sistemas de gestão em plataformas desatualizadas. entendemos que o sistema pacs tem uma função tão relevante quanto às aqui já citadas que é a interferência positiva na reflexão e redesenho do processo do fluxo de paciente e na arquitetura organizacional correspondente. por fim, sugerimos que para a correta implementação deste sistema há de se revisitar todos os processos que influenciam direta e indiretamente o fluxo do paciente, e reavaliar quais áreas tem ou não papel preponderante ou de responsabilidade sobre cada uma das atividades com a finalidade de aperfeiçoar a aderência entre processos, pessoas e tecnologia.

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caSo de SuceSSo da inteGração de dadoS À telemedicina a necessidade de um sistema de sOluções integradas e integradOras à telecOnFerência ligada aO PRoCEsso AssIsTENCIAL E dE GEsTão FAz MãE dE dEUs oPTAR PoR RIs/PACs thaia duó-thaia.duo@itmidia.com.br em 2009 nasceram as primeiras conversas sobre a integração da rede mãe de deus, de porto alegre (rs). O plano, lançado a partir do crescimento do grupo, era não apenas integrar, mas disponibilizar a informação do paciente de forma adequada dentro dos requisitos de segurança e qualidade em qualquer uma de suas unidades. o foco estava bem definido: buscar uma solução RIs/PACs para a criação de uma sistemática que atendesse “a arte” em termos de tecnologia e que no mesmo sistema permitisse fazer telemedicina. O caminho percorrido não foi tão árduo. O desafio era dos fornecedores, em entender a necessidade de um sistema de soluções integradas e integradoras à teleconferência ligada ao processo assistencial e de gestão do mãe de deus. Outro aspecto considerado é que a solução deveria ser nativa e integrada ao erp da rede, fornecida pela mv sistemas. “não poderíamos perder tempo com integrações complicadas, com processos de desenvolvimento de aplicações. isso tudo gera perda de tempo, de dinheiro e insatisfação por parte dos profissionais”, conta o superintendente médico assistencial do hospital e do sistema mãe de deus, Fabio leite gastal. dois anos depois, com o processo de concorrência encerrado, o mãe de deus escolheu o sistema da microdata. atualmente, a rede está em fase final de infraestrutura e servidores, com várias experiências já em funcionamento. com 20 unidades assistenciais, nove hospitais e unidades ambulatoriais e de pronto atendimento, o grupo tem uma central de laudos, processo de atendimento de rádio e segunda opinião à distância, além de telepsiquiatria e telecardiologia em fasede testes. “O processo está começando a ocorrer na assistência e isso mostra que realmente a solução desenhada está correta em termos de custo-benefício e eficácia”, diz gastal. na área hospitalar, o projeto já está em fase de conclusão de servidores, renovação dos parques e dos terminais de monitores especiais para permitir que o radiologista e o especialista façam trabalho adequado da imagem com o equipamento. O processo deve ser concluído em toda a rede até o final de 2012. de acordo com o executivo, a partir de agora o mãe de deus pretende se tornar um grande player na área de sistemas com o acúmulo de experiência em telemedicina. Qualidade compartilhada O caminho pavimentado pelo sistema porto-alegrense deve atrair os melhores talentos médicos a toda rede. para gastal, o hospital mãe de deus, com toda sua expertise, estará a serviço de todas as unidades do grupo. “Os nossos melhores radiologistas vão dar suporte aos profissionais que estão lá na ponta. eles discutirão casos com emergencistas e isso é o que esse sistema visa permitir, ousando colocar o que existe de melhor da medicina em pontos distantes da nossa rede, que antes do sistema não teríamos condições por demandarem recursos escassos.” O executivo garante ter bons profissionais, mas que muitas vezes não têm essa diferenciação do corpo clínico da central do mãe de deus. “essa qualidade compartilhada hoje só é possível com a integração e capacidade de permitir o trabalho de telemedicina por meio do RIs/PACs.”

SoBre o autor autoreS

fabio rossetto, diretor da área de life Science & healthcare deloitte – Formado em economia pela PUC Campinas, fez MBA em gestão empresarial - FGV/ management, pós graduado em gestão do desempenho organizacional na Fgv-eaesp. com colaboração de erika shizukusa, ingrid Francesco e sheila mittelstaedt, integrantes da equipe de life science & healthcare deloitte

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Saúde BuSineSS School

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Hospital do Subúrbio. Os baianos aprovam, o mundo reconhece. O Hospital do Subúrbio foi reconhecido entre os 10 melhores projetos de saúde do mundo e ainda ganhou o selo de primeiro hospital público acreditado do Norte/Nordeste. Este resultado confirma que o Governo do Estado está investindo e trabalhando para garantir a prestação de um serviço de saúde gratuito e de qualidade para a população baiana, com profissionais qualificados e equipamentos de última geração. Em dois anos de funcionamento, o hospital já realizou mais de 340 mil atendimentos e mais de 12 mil internações nas áreas de cirurgia, clínica geral, pediatria e UTI. É por isso que a Bahia ganhou destaque mundial pela KPMG, organização internacional que escolheu os 10 melhores projetos de investimento em saúde do mundo. É o Governo da Bahia levando a saúde mais perto de você e fazendo mais para quem mais precisa.

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especial ti / indústria

Setor

atrai estrangeiras

de ti Por Gilberto Pavoni Junior • editorialsaude@itmidia.com.br

Fornecedores de vários países e missões comerciais começam a prospectar o mercado nacional em busca de clientes. movimento deve beneFiciar a proFissionalização e a adequação a padrões internacionais

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O

mercado de saúde brasileiro tem atraído a atenção de empresas estrangeiras e novas marcas devem ajudar os CIOs do setor na busca pela profissionalização e adequação dos negócios a padrões internacionais. Os sinais estão sendo percebidos desde o ano passado e está longe de mostrar arrefecimento. “O Brasil é a bola da vez na economia mundial e isso se reflete no segmento”, aponta o presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Cláudio Giulliano da Costa. Nas últimas semanas, a entidade recebeu a visita de pelo menos três missões comerciais de países distintos, que mostraram grande interesse no Brasil. Os consulados da França e Dinamarca, além de representantes de empresas espanholas, vieram sondar a possibilidade de trazer companhias de TI em saúde e a aceitação delas entre as instituições brasileiras. “É um primeiro passo, mais adiante é provável que comecem a participar

de feiras do setor e haja um evento próprio desses países para se mostrarem ao mercado”, diz Costa. Segundo o presidente da associação, o Brasil está procurando produtos e serviços em TI que ajudem as empresas a enfrentarem pelo menos três grandes desafios para os próximos anos. O mais urgente é o aquecimento do setor, com a chegada de novos pacientes e a possibilidade de crescimento das empresas. A entrada de novos equipamentos hospitalares que geram um grande volume de dados e o crescente uso de dispositivos móveis são outras tendências que exigirão investimentos em controles e processos de TI. Por último, a profissionalização do setor, com a busca por adequação a normas e padrões internacionais. “O mercado ficará aquecido e o CIO vai querer conhecer essas novas empresas, o que deve contribuir para a qualificação da concorrência no setor e aumentar as oportunidades”, aponta. Para ele, há muito espaço para marcas brasileiras e estrangeiras crescerem, já que o Brasil está em um bom momento e com demanda suficiente para todos. É o que aponta um estudo da Frost&Sullivan, que detectou que os gastos com TI na área de saúde devem totalizar US$ 471,5 milhões no Brasil neste ano. As empresas planejam investir cerca de 4% do orçamento em produtos e soluções desse tipo e o movimento deve continuar crescente até 2015, quando os gastos chegarão a US$ 713,9 milhões, representando um aumento de 51,4%. De acordo

com o estudo, o Brasil representa mais de 40% do mercado de saúde na América Latina e deve crescer a taxas de 12,2% entre 2012 a 2015. É esse aquecimento que tem despertado o interesse de empresas estrangeiras. A americana Cerner é uma das recém chegadas. A companhia estudava a entrada no mercado brasileiro desde 2010. A operação começou em março de 2012, com a abertura do escritório local e a contratação dos primeiros funcionários. Para o ano que vem, a companhia espera um aumento das contratações e a efetivação dos primeiros contratos nacionais. “O mercado é muito promissor e as conversas que temos feito são muito entusiasmantes”, comenta o diretor regional, Luiz Ladeira. A empresa espera ganhar mercado principalmente com soluções para quem já tem alguma infraestrutura de TI e busca novidades e diferenciais competitivos. Dois produtos são considerados ponta-de-lança na estratégia de crescimento. O Smart Room, que conecta todos os equipamentos e fornece uma leitura completa do paciente e o Light House, que moni-

“O mercadO é muiTO prOmissOr e as cOnversas que TemOs feiTO sãO muiTO enTusiasmanTes”, Luiz Ladeira, da cerner

US$ 471,5

miLhões

devem ser gastos com ti na área de saúde em 2012

40%

é o que o Brasil representa do mercado de saúde na américa Latina hoje

US$ 713,9

de acordo com estudo da Frost&suLLivan

Ti em saúde

miLhões

é a projeção destes gastos para 2015

12,2%

deve ser a taxa de crescimenTO, entre 2012 e 2015

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especial ti / indústria

MoMento único As estrangeiras chegam num momento particularmente interessante do mercado brasileiro. Além do setor estar aquecido e buscando adequação internacional, a TI como um todo está mais palatável às áreas de negócio e deixou de ser um mistério preso dentro de salas frias de CPD. Além

fusões de Brasileiras Buscam musculaTura O momento econômico e a chegada de estrangeiras têm forçado as fornecedoras nacionais de TI a buscarem aumentar seu poder de fogo. De acordo com levantamento da KPMG, houve um aumento de 8,7% no número de fusões e aquisições no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 50 transações, representando o maior volume semestral desde que a pesquisa começou a ser realizada no Brasil, em 1994. Fusões como a da catarinense Pixeon com a paulista Medical Systems devem se tornar mais comuns (veja mais no Conexão Saúde). A nova empresa, chamada Pixeon Medical Systems, já nasce com uma carteira de mais de 1.200 clientes espalhados por todos os Estados do Brasil, além de Argentina e Chile. A transação envolveu aporte da Intel Capital, braço de investimentos estratégicos da Intel, que já era acionista minoritária da Pixeon. A joint venture entre Alert e Benner já tinha sido um sinal de que as empresas nacionais buscariam ampliar o poder da operação. Ocorrido em maio, o acordo permitiu a criação de uma empresa com faturamento de R$ 300 milhões nos próximos três anos e portfólio abrangente e complementar. A chegada de novos investidores é outra tendência tida como certa. Operações como a entrada do fundo norte-americano de private equity Insight Partners na Bionexo e na MV devem ocorrer com mais frequência.

Foto: Divulgação

tora e mapeia os processos clínicos, fornecendo índices internacionais comparativos para que sejam buscadas melhorias contínuas. “A medicina está diferente de há 10 anos, os hospitais estão mais informatizados e os médicos e pacientes têm acesso a mais informações, por isso os sistemas que irão equipar os hospitais precisam ser algo além da informática tradicional”, aponta Ladeira. A portuguesa Ideal Clinical Software (ICS) é outra que chegou recentemente ao mercado brasileiro. A empresa vem trabalhando localmente desde o segundo semestre de 2011 e já tem planos de expansão. “A ICS tem feito e irá continuar a fazer uma forte aposta no mercado brasileiro, devendo inaugurar, até ao final do ano, a representação da ICS e da Idealmed R&D no Brasil”, diz o diretor de Projeto Médico, Pedro Monteiro. A companhia ainda vem buscando parceiros nas áreas técnicas, logísticas e científicas e promete anunciar clientes em breve nos setores público e privado. As expectativas são otimistas. A ICS espera que até 2014 o Brasil se torne o seu maior mercado, estimando que venha a representar cerca de 70% do faturamento global.

pedro monteiro, ics: espera que em 2014, o Brasil seja o maior mercado da companhia portuguesa

disso, os preços para a infraestrutura básica vem caindo drasticamente, o que dá aos CIOS todas as condições de planejarem o crescimento baseado na inovação e no uso de soluções diferenciadas. Segundo o presidente da SBIS, irá se sobressair no mercado a empresa que conseguir usar a TI de modo a aproveitar todas essa boa oferta e movimento favorável. “Não importa se o fornecedor é nacional ou estrangeiro, há espaço para todos”, completa.

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combinação da melhoria das condições de vida mir cargos de bastante responsabilidade para o negócio. dos pacientes com a necessidade das empresas de O Brasil amarga a segunda posição no ranking mundial tornar o negócio mais eficiente e rentável trans- com maior dificuldade para encontrar profissionais, formou o mercado de saúde no Brasil e no mundo. atrás apenas do Japão. Aqui, 64% das empresas sofrem Hoje, empresas do segmento estão buscando cada vez com a escassez de talentos (os técnicos em TI estão mais soluções tecnológicas que os auxiliem na sua entre as top 10 das funções listadas). Infelizmente, de gestão e os permitam oferecer soluções/alternativas acordo com a Associação Brasileira de Empresas de inteligentes para os seus clientes. Neste cenário, a Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), figura dos profissionais de tecnologia passou a ser este cenário não mudará nos próximos anos, onde o mais valorizada pelas empresas, deixou de ser alguém Brasil vai demandar o dobro de profissionais de TI puramente técnico e passou a ocupar cadeiras muito do que as escolas vão conseguir formar. mais importantes nas diretorias executivas das empreAlém da escassez de profissionais, o mercado tamsas. Na verdade, as exigências quanto ao perfil técnico bém enfrenta enormes dificuldades em encontrar destes profissionais são as mesmas, ou até maiores, perfis técnicos com potencial de exercer um papel mas as suas habilidades gerenciais estão sendo cada de liderança para o negócio. O novo líder de TI tem vez mais testadas e exigidas pelas lideranças atuais. necessariamente que interagir com todas as áreas da Neste contexto, os antigos gerentes/diretores de TI empresa, conduzindo a transformação em larga espassaram a ocupar a cadeira de Chief of Information cala e garantindo que as informações geradas pelos Officer (CIO), e como principal executivo de TI da sistemas possam de fato auxiliar os líderes na tomada empresa, eles têm que atender às de decisão. Isto faz com que ele demandas crescentes e descobrir tenha de desenvolver habilidade novas maneiras de inovar em um interpessoal para que possa diariaPARA OS PROFISSIONAIS DO cenário com recursos bastante esmente liderar por influência os seus SEGMENTO DE TECNOLOGIA, OS cassos. Tudo isso, sempre alinhado subordinados, pares e superiores. DESAFIOS SÃO GRANDES, MAS OS às estratégias da empresa e garanNeste crítico cenário, que preoATRATIVOS TAMBÉM tindo que os altos investimentos no cupa a maior parte das empresas segmento sejam justificados pelo retorno/benefício. do segmento, é curioso observar o fenômeno de “exO CIO precisa mudar a imagem da área de TI, muitas portação” de talentos atual e previsto para o futuro. vezes vista como geradora de custos, para geradora Apesar da real escassez de talentos no País, existe um de valor, mostrando para todos os executivos que a crescente aquecimento da exportação de profissiotecnologia pode causar um impacto extremamente nais com este perfil para países desenvolvidos e em positivo para os resultados do negócio. desenvolvimento. Isto é reflexo do atual momento O grande desafio do mercado brasileiro é atrair e da economia brasileira, que está nos holofotes de recrutar este profissional. Isto acontece por diversos todo o mundo. motivos dentre os quais estão à dificuldade de preparar Para os profissionais do segmento de tecnologia, os tecnicamente o número de profissionais necessários para desafios são grandes, mas os atrativos também. Por isso atender às demandas atuais e futuras e à dificuldade de acredita-se que o pipeline de talentos que vão liderar tornar os técnicos qualificados em excelentes líderes. o avanço da humanidade em diversos aspectos dará É evidente e preocupante a atual batalha do mercado um salto significativo. Assim, o sistema de saúde do para recrutar talentos técnicos qualificados para assu- Brasil será diretamente beneficiado.

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Como fabricante de alimentos, entre outros produtos, a Unilever trabalha a conscientização e treinamento de funcionários para manutenção da saúde; algo que tem engajado 70% de seu time. Uma das trilhas percorridas é a criação de uma política de nutrição

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É

certo que a qualidade de vida somada a horários flexíveis podem atrair e reter funcionários, pelo menos é o que o mercado tem apresentado nos últimos anos. Mas como trabalhar a questão saúde corporativa em uma empresa do ramo alimentício, que faz a distribuição de produtos da própria marca para os seus colaboradores? Na Unilever Brasil, isso não é considerado problema. Sem uma política de distribuição, a companhia confessa que, eventualmente, há oferta de alimentos aos colaboradores, mas não há uma regra única. Tudo depende de cada marca definir pela distribuição de amostras. “Temos programas em várias frentes, como o de controle de saúde do colaborador, cumprindo a realização de todos os exames e acompanhamentos para que ele se mantenha saudável. Assim como incentivamos melhorias no ambiente de trabalho, no que diz respeito às questões de ergonomia e higiene ocupacional”, explica a diretora de medicina ocupacional de RH da Unilever, Elaine Molina. Conhecida mundialmente por fabricar diversos produtos alimentícios,

a companhia diz se posicionar diante do quadro de funcionários de forma clara: tudo está descrito na política de nutrição. Nela, a executiva garante uma abordagem ponderada em relação às questões de saúde e lista algumas dicas de como criar uma “cartilha” correta: • Estimule as pessoas a adotarem uma dieta balanceada com a quantidade correta de proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais; •Nunca promova o consumo em excesso; • Ajude as pessoas a entender os benefícios nutricionais dos produtos próprios; • Crie produtos que reflitam o fato de que as pessoas somente consomem alimentos que apreciam o gosto. Com o foco em prevenir doenças, a companhia também criou alguns programas de conscientização e treinamento permanentes, que buscam a manutenção da saúde por meio da educação e de campanhas preventivas que abordam variados aspectos de saúde, segundo a executiva. Todos os funcionários da empresa contam com atenção médica em todos os sites 24 horas por dia, com a presença de profissionais capacitados para dar auxílio aos funcionários em qualquer situação. “Mantemos, em parceria com nosso programa de qualidade de vida, o Feel Good, que engloba ações voltadas para os maiores riscos da nossa população oferecendo avaliação física, exames laboratoriais anuais, etc.” Ao analisar estes resultados, o time de Elaine é responsável por definir quais as prioridades serão trabalhadas naquele ano. Quando o assunto é obesidade e sedentarismo, considerados temas permanentes das campanhas Unilever, são pensadas ações para estimular os funcionários a se manterem saudáveis e ativos.

O Feel Good mencionado por Elaine, oferece atividades para que o colaborador escolha a que mais se encaixa ao seu perfil e consiga mudar ou melhorar seu estilo de vida. “Nós, da área de saúde, acompanhamos caso a caso oferecendo suporte diferenciado para ajudá-los. Temos parceria com entidades especializadas, o que tem nos garantido bons resultados na redução dos casos de obesidade e sedentarismo”, diz. Nos últimos três anos, o programa teve uma média de participação de funcionários de mais de 70%, com variação nos benefícios ofertados. Práticas de qualidade Implementado em 2004 na Unilever Brasil, o Feel Good tem como principal objetivo fazer com que os funcionários sintam-se bem no trabalho. O programa está estruturado em alguns pilares, como o cuidado com saúde, treinos de corrida, nutricionistas, shiatsu, atividades físicas dentro da companhia; práticas flexíveis de trabalho; estímulo a criatividade: ciclos de leitura, aulas de canto e expressão corporal; praticidade no dia a dia, com prestação de serviços por meio de parcerias com estabelecimentos comerciais e lojinha com produtos Unilever com preços diferenciados. Para as mães, é estimulada a proximidade com a família: adesão à licença maternidade de seis meses e berçário no prédio para crianças com até dois anos de idade. “Com o reconhecimento dos benefícios proporcionados pelo programa, estendemos a iniciativa às nossas fábricas e regionais de vendas pelo Brasil com algumas personalizações”, afirma a a gerente de RH e marketing regional da Unilever, Carolina Mazzieiro.

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TEmpos Parcerias e Planejamento estratégico garantem resultados e exPansão à temPo assist

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xpansão geográfica e faturamento impulsionado pela geração de empregos. Esses são os dois aspectos que estão contribuindo para o crescimento da Tempo Assist no ano de 2012. Assim, a empresa já apresenta os bons frutos na comparação entre o segundo trimestre do ano com o mesmo período de 2011: crescimento de 25,2% na receita líquida e de 30,8% no lucro líquido . A abertura de novas filiais no País, iniciada no final de 2011, também têm contribuído para os resultados da companhia composta pelas áreas de seguro saúde, planos odontológicos, assistências especializadas, home care e outras soluções em saúde. De lá para cá, a companhia já abriu unidades em Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF) e a última, no mês de julho, em Curitiba (PR). Essa expansão tem favorecido principalmente a Tempo Saúde Seguradora, com a conquista de novos clientes, que pode ser constatado

pelo seu crescimento desde 2009, atingindo 94 mil beneficiários até o segundo trimestre deste ano. Já o segundo fator, presente no cotidiano de muitas operadoras, uma vez que o aumento de empregos quase sempre impacta na entrada de pessoas nos planos de saúde, é reflexo do momento econômico aquecido com as grandes obras e os investimentos em infraestrutura, como os da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, em 2014 e 2016 e o PAC. “Esse momento se reflete na geração de empregos formais e, consequentemente, em benefícios mais competitivos, como forma de diferenciar as empresas na busca e retenção de talentos”, avalia o CEO da Tempo Assist, Marcos Couto. Este investimento na retenção de talentos, além das melhorias na gestão e nos processos, foi necessário para que empresa continuasse crescendo financeira e regionalmente. “Tivemos uma série de mudanças desde a minha chegada à companhia.

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Marcos Couto, da Tempo assist: Mais duas filiais até o final de 2012

Foto: Divulgação

Além de reposicionarmos nossos negócios de seguro saúde e de odontologia investimos no relacionamento com os corretores, por meio da presença regional, proporcionada pelo plano de expansão geográfica e pela campanha de incentivo à venda”, diz o executivo, que está na empresa desde maio de 2011. Além da chegada de Couto à companhia, profissional que possui mais de 20 anos no segmento de seguros, no mesmo ano a Tempo Assist realizou algumas reestruturações em seu organograma. “Tivemos as contratações de Vitor Alt, Julio Felipe, Ruy Vasconcellos e Alex Silva. Esses executivos promoveram maior dinâmica comercial”, avalia. Resultados e gestão A companhia atribui o lucro ao crescimento na área de assistências especializadas por meio de uma estratégia já antiga: a conquista de novos contratos. “Outro fator que vem impulsionando nossos negócios é a unidade de soluções em saúde, a qual provê soluções em tecnologia e administração para o mercado de saúde suplementar e, entre seus clientes, conta com a Caixa Seguros Saúde”, diz Couto. Os planos odontológicos também têm apresentado bons resultados, especialmente pelos negócios por afinidades, por meio de parcerias estratégias com empresas como varejistas, bancos, concessionárias de serviços públicos e emissoras de cartões. Essa percepção de mudar sua gestão fez a companhia ampliar seu portfólio de produtos de seguro saúde, com iniciativas segmentadas por região, para atender as suas demandas específicas. “Com a presença regional, a companhia espera aumentar sensivelmente sua percepção sobre as particularidades da região e do público local, oferecendo sempre soluções customizadas que englobam, além da classe social, também estudos variados, como os indicadores de sinistralidade e da região atendida”, afirma Couto.

Ainda segundo ele, a abertura de filiais tem contribuído para o relacionamento comercial e pós-venda da Tempo Saúde Seguradora e da Tempo Dental e também na captura de oportunidades para as demais áreas de atuação da companhia. “Pretendemos continuar o plano de expansão geográfica com a abertura de pelo menos mais duas filiais até o fim deste ano”. acesso à infoRmação Com plataformas de gestão centralizadas e novos sites, a companhia tem trabalhado para atender às demandas de seu público por acesso às informações. “Para nós, um dos desafios mais relevantes é a disponibilidade de acesso às informações aos usuários. Os avanços tecnológicos exigem a compreensão dos anseios desse público antes mesmo deles se tornarem uma necessidade”, diz o executivo.

raio-x SegmentoS do grupo: tempo dental, tempo Saúde Seguradora, tempo uSS (aSSiStênciaS eSpecializadaS 24h), med-lar (atendimento domiciliar), tempo crc (ServiçoS de Saúde) e tempo afinidadeS (vendaS maSSificadaS). filiaiS inauguradaS em 2011/2012: Salvador (Ba), Belo horizonte (mg), BraSília (df), porto alegre (rS) e curitiBa (pr). lucro líquido conSolidado em 2011: r$ 32,1 milhõeS, creScimento de 12,5 % em relação aoS númeroS de 2010.

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GESTÃO

A GOVERNANÇA EM

SERVIÇOS DE SAÚDE O

GENÉSIO KORBES Sócio-diretor da Korbes Consulting Diretor-associado da NP Consulting

quanto é empregada a Governança Corporativa Parece-me que podemos considerar duas causas. nos serviços de saúde no Brasil? Não tenho o dado Primeira: uma razão de ordem histórica e cultural. correto e definitivo, porém, reunindo algumas in- A maioria dos hospitais foi fundada como entidades formações, deduções e estimativas, não deve ultrapassar comunitárias e religiosas não-lucrativas. Diretores, o número de 100 instituições. Destas, entre cinco e dez presidentes e provedores, dessas instituições noradotaram o conceito por conta da abertura de capital, malmente eram oriundos de associações, bancários, por força de ações negociadas em bolsa de valores. Logo, membros de igrejas, médicos do corpo clínico e muito restam em torno de 90 companhias, que por iniciativa e raramente empresários com experiência em mercado, esforço próprio adotaram a modelagem organizacional negócios ou gestão. e empresarial de governança. A gestão dessas instituições era e em muitos caO Brasil tem hoje 245 mil instituições de saúde ca- sos continua sendo amadora. Sem planejamento, dastradas no Conselho Nacional de Estabelecimentos orçamentos, controles, indicadores e sem processos de Saúde (CNES), entre hospitais, clínicas, serviços de mapeados, documentados e cumpridos, tomandodiagnóstico e tratamento e outros. Ou seja, 0,04% dos -se decisões de acordo com o soprar do vento ou ao players do setor aplicam na prática a governança cor- sabor de quem estava e está no comando. Notem porativa. 0,04%! Façam o cálculo – eu conferi o meu que, grande parte dos casos de sucesso ocorrem em algumas vezes, tamanha a disparidade observada. organizações fundadas por membros de diferentes Ouso afirmar que uma mudança para melhorar a penúria etnias, a saber: alemães, portugueses, israelitas, sírios da maioria das instituições de saúde passa por medidas libaneses, espanhóis e estas compostas por empredrásticas na gestão, a começar por quem as “encabeça”. sários afeitos a dirigir grandes empresas. É na alta administração que isso precisa começar, logo Certamente, com a prática da certificação de hospiestamos falando da governança. tais, clínicas e serviços de saúde, Lembro-me do caso muito comenuma nova mentalidade começa tado na época da mudança na gestão a tomar corpo com prenúncios OUSO AFIRMAR QUE UMA MUDANÇA PARA da Santa Casa de Porto Alegre, por vantajosos e de rápida transforMELHORAR A PENÚRIA DA MAIORIA DAS volta de 1982, patrocinada pelo enmação dessas entidades. INSTITUIÇÕES DE SAÚDE PASSA POR tão Secretário Estadual da Saúde, A segunda razão é, sem dúvida, MEDIDAS DRÁSTICAS NA GESTÃO Jair Soares. Graças à atitude dele a falta de gestores preparados. e de sua equipe, ofereceu à Mesa A Administração em Serviços Administrativa do Hospital, apoio humano - pessoas de Saúde é uma formação só muito recentemente capacitadas e qualificadas, - e tecnologia de gestão para oferecida ao mercado. Os primeiros cursos de espesalvar a centenária instituição, então em momento pré- cialização em gestão de serviços de saúde e MBAs -falimentar. A entidade não só sobreviveu, sem dúvida apareceram somente há cerca de vinte anos. apoiada pelas radicais transformações no seu modelo No entanto, para tais posições de governo nas insde gestão, como conseguiu em 2002, o Prêmio Nacio- tituições não basta somente uma formação específica, nal da Qualidade (PNQ), até a ocasião o único hospital mas também é valiosa e necessária a experiência. O brasileiro detentor dessa honraria. Naquela época não ocupante desses cargos precisa obrigatoriamente ter existia a institucionalização da governança corporativa, um perfil de gestor, de líder e de algumas caractemas os conceitos aplicados tinham tudo a ver com a rísticas de empreendedor. estrutura e o modelo. Com toda a certeza levaremos ainda algum tempo Pergunto: por quais motivos não temos difundido para chegar à plenitude de uma gestão empresarial e implantado este modelo com mais tenacidade nas profissional nos serviços de saúde. Obstinação e perinstituições de saúde? sistência são dois excelentes remédios.

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d anz a dan danz

É sempre o próximo.

Karla Toribio Pimenta - Diretora Técnica - CRM ES 4868.

O se egundo mais importa ante da vid da não é o último.

Um m segundo que deve ser vivido como se fosse o primeiro. O qu ue ainda pod de ser feito? Quais lu ugare es conh hecer? Aond de chegar? Quanto melhor o tempo é ap pro oveitado, mais você se sente vivo. Porque o primeiro é o novo. É o inesquecível. É o momento em que se vive intensamente. E para viver cada primeiro segundo, conte sempre com quem maiss entende de vida. Hospital Metropolitano. Nossa especialidade é vida.

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hospital

GIGANTE PELA P Considerado o maior hospital da zona leste paulistana, o Santa Marcelina acumulou grandes números em sua trajetória. Filantrópico, direciona 87% da sua atuação para o atendimento do SUS e lida com percalços como a falta de recursos. No entanto, esse fator não é suficiente para abalar sua vontade de fazer mudanças no setor da saúde

n

este ano, o Hospital Santa Marcelina, localizado na zona leste de São Paulo, completa 51 anos. Porém, mais significativo do que o tempo de sua existência são os números que a entidade vem alcançando durante sua trajetória. A essência da instituição teve início em 1958, ano em que a Congregação Santa Marcelina adquiriu uma chácara em Itaquera para cuidar das irmãs idosas e doentes. No entanto, a vontade de zelar pelo próximo, ultrapassaria as barreiras do território e a chácara seria transformada em um grande hospital. E foi com essa inspiração que a madre superiora Sophia Marchetti, que no futuro se tornaria a primeira administradora da instituição, decidiu começar a atender à população. Em 1961, a obra foi finalizada. Naquela época, o hospital tinha o objetivo de atender aos 60 mil habitantes da região. A operação tinha 150 leitos, um laboratório pequeno de análises clínicas, uma sala de parto, duas salas de cirurgias e duas salas de emergência. O corpo de colaboradores era composto por sete médicos, 30 funcionários e 20 irmãs, que realizavam a maioria dos trabalhos. Ao longo do tempo, a região cresceu, e surgiu a necessidade

de expandir o hospital, não apenas para suprir a demanda de moradores locais, mas também para servir de referência em atendimento para moradores de outras regiões. “É o maior hospital da região leste paulistana”, afirma o administrador hospitalar da instituição, Fabrício Santana. E os números não mentem. O corpo clínico tem mais de 800 médicos entre contratados, residentes, internos e terceiros. São 4817 colaboradores, também incluindo os terceirizados, e o hospital possui 701 leitos sendo 77 direcionados à terapia intensiva. Com taxa de ocupação acima de 90%, o hospital realiza, anualmente, cerca de 30 mil internações e 17 mil procedimentos cirúrgicos. O Santa Marcelina é classificado como terciárioquaternário, por ser um centro universitário que atende demandas de alta complexidade. Durante esses anos, a instituição passou por muitas mudanças estruturais, mas sua essência vem prevalecendo ao longo dos anos. “Desde a sua fundação, as irmãs pregam que no Santa Marcelina não cuidamos da doença e sim de pessoas. Não queremos ter uma equipe de médicos robotizados que não se envolvem”. O cuidado dedicado às pessoas extrapolou as imediações do hospital e, hoje, além da sua estrutura convencional, o Santa Marcelina é composto por mais três OSS (Organização Social de Saúde): o Hospital Itaim Paulista, Hospital de Itaquaquecetuba e Hospital Cidade Tiradentes (veja mais informações na tabela). Na atenção primária, a instituição é responsável pelo Programa Saúde da Família (PSF), implantado em 1996 por meio de uma parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e, em 2001, com a Secretaria Municipal de Saúde.

Gigante pela própria natureza e, filantrópico, mantém 87% do seu atendimento dedicado ao SUS. O restante é direcionado à saúde suplementar, responsável por cobrir dos custos gerados pelo atendimento público. “Às vezes temos de fazer milagres. Como somos uma instituição filantrópica, fica difícil gerenciar os números. Há um déficit de R$ 36 milhões por ano. Parte desse valor é coberto com o atendimento das operadoras. Para fechar a conta, recorremos aos empréstimos bancários, caso contrário a matriz não permanece”, afirma Santana. GestÃo em Processos O executivo sabe que não só de esperança se faz uma boa gestão. E, diante dos custos da instituição, é necessário padronizar a rotina. Por isso, o hospital está implantando, nos últimos três anos, um sistema de gestão por processos. Este projeto engloba, principalmente, os setores que precisam ser melhorados como: centro cirúrgico, pronto-socorro e maternidade. “Quem trabalha com SUS precisa ter processos. Se isso não ocorre, não há como sabermos o que vai acontecer no mês seguinte”. Para isso, o Santa Marcelina está com uma nova cultura de comportamento, que visa fazer com que os gestores administrem melhor o que está a sua volta e não apenas apaguem incêndios. E, mesmo com as atividades estabelecidas recentemente, já apresentam alguns resultados. Uma das ações de destaque diz respeito à segurança do paciente. Com a adoção do Protocolo de Manchester, o hospital administra melhor no fluxo pronto-socorro. Caso o paciente apresente fator de maior risco, o corpo clínico toma as devidas providências, direcionando-os para outro setor, onde pode receber os cuidados necessários.

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Cínthya Dávila • editorialsaude@itmidia.com.br

A PRÓPRIA NATUREZA

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as oss´s Hospital itaim paulista, Hospital cidade tiradentes e Hospital itaquaquecetuba: meta é fazer a integração administrativa financeira das entidades e unidades básicas

A transmissão dos valores institucionais é trabalhada diariamente nas imediações do hospital. Mas não foi fácil colocá-la em prática. Isso porque dentro do Santa Marcelina predominava o pensamento de que cada gestor tinha responsabilidade apenas pelas questões relacionadas ao seu trabalho. “Devemos enxergar um hospital de forma sistêmica, os colaboradores precisam ter a consciência de que são parte de um todo”. Essa política de unicidade foi implantada no departamento de compras. Ciente da relevância deste departamento e de seu potencial para geração de custos, o administrador decidiu in-

tegrar entre todo o complexo, incluindo todos os hospitais, rede de saúde e rede básica. Além disso, definir políticas de recursos humanos, qualidade, avaliação de desempenho e segurança da informação são itens que estão no radar do Hospital Santa Marcelina para esse ano. inFormatiZaçÃo Para suprir as demandas tecnológicas de sua estrutura, o Santa Marcelina conta com todos os setores informatizados. Neste ano, a instituição passou a gerir os leitos com a ferramenta Kan Ban, que permite visualizar em um quadro, em tempo real, cada etapa do atendimento re-

alizado, localizando os gargalos que explicam a razão pela qual muitos pacientes ficam no hospital além do tempo esperado. No Kan Ban é utilizado um quadro que representa cada um dos pacientes. Eles são identificados com cores distintas, considerando o tempo de permanência e mostrando também o diagnóstico e procedimentos pendentes. A solução foi implantada no hospital como uma das iniciativas do projeto SOS Emergência, ação do governo federal para qualificar o atendimento de urgência e emergência. Santana conta que o Kan Ban contribui com a melhoria de processos, pois possibilita ter

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hospital

Parceiros assistenciais Parceiros desde 2001, o Hospital Santa Marcelina e a TUCCA – Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer, inauguraram, no fim do ano passado, o Centro de Atenção Integral à Criança com Retinoblastoma. Conhecido como o tipo de tumor ocular mais comum na infância, essa enfermidade pode levar o paciente à morte, conta Santana. Mas, se diagnosticado, precocemente, pode apresentar índices de cura de 90%. Para realizar o diagnóstico da doença foram adquiridos de dois equipamentos, o RetCam3 e o Ultrassom A/B Wavestar. A instituição também está construindo uma Casa de Apoio à Criança com Câncer, destinada à acomodação de famílias e crianças que vem de fora do Estado. “Esse espaço vai ter estrutura de atendimento multiprofissional, para proporcionar conforto e bem-estar a esses indivíduos”. Em consonância com seu propósito assistencial de ser referência em tratamento oncológico, o hospital ganhou um mamógrafo Alpha ST fabricado pela GE do Brasil, em

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uma visão ampla dos procedimentos realizados e, caso seja necessário interferir em determinado momento, é possível mobilizar o corpo clínico e agir. Além disso, a instituição conta também com o sistema MV, que trabalha para tornar o processo clínico-assistencial e administrativo mais ágil. O hospital tem a meta de fazer uma integração administrativa- financeira com os outros hospitais e na rede básica. O objetivo é que quando um paciente passar por um hospital, possa ser identificado em todo complexo. Para esse plano virar realidade, será necessária a participação do poder público e a criação de um prontuário eletrônico único. “Queremos minimizar custos e aperfeiçoar o atendimento. Não queremos nossos pacientes repetindo exames desnecessários”.

Hospital santa Marcelina, mais de 50 anos na zona leste de São Paulo

Hospital santa Marcelina eM

núMeros 32.408 internações/ano 17.397 procedimentos cirúrgicos/ano 95.157 pacientes/dia* 150 transplantes de medula e rim/ano 3.743 partos/ano 800 médicos, entre contratados, terceiros, residentes e internos 4.817 colaboradores próprios, Terceiros, Residentes, Internos e Estagiários 701 leitos, (590 deles do SUS) e 77 leitos de UTI *Cálculo é feito em cima de todo período de permanência do paciente na instituição (inclui internações) parceria com a Américas Amigas, Associação da Sociedade Civil de Interesse Público, dedicado a promover ações que combatam a mortalidade ligada ao câncer de mama. Segundo Santana, a instituição atendia cerca de 500 mulheres por mês com apenas um mamógrafo. “Temos um volume de atendimento absurdo, que ultrapassa 13 mil atendimentos/dia. Infelizmente há um desgaste natural dos equipamentos. Por mais que exista planejamento e se adquiram novas má-

quinas, muitas vezes nosso orçamento não permite que essa vontade seja concretizada”. orçamento Vontade de fazer a diferença há, mas apenas ela não é suficiente para tirar uma instituição com mais de 50 anos do vermelho e a saída é a captação de recursos como nota fiscal paulista, parceria com pequenas empresas e campanhas. Mas para Santana, uma solução para esse gargalo

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An_Rev_OAB Colaboradora 01 DayHORC 30 anos_02.pdf

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seria a ampliação de formas de obtenção de capital. “Acho que deveríamos ter leis de incentivo para a saúde, pois as atuais ainda são muito precárias. Uma saída para os problemas orçamentários seria a criação de uma Lei Rouanet para o setor”. O administrador não acredita que essa questão caiba apenas às entidades governamentais. Para ele, a saúde é um patrimônio social e deve ser visto desta forma. Sendo assim, o financiamento de parte desta conta poderia vir de grandes empresas também.

POR DENTRO DAS OSS´S

EDUCAÇÃO Entre muitas metas estabelecidas pelas irmãs Marcelinas, o sonho de possuir uma escola para ensinar aos futuros mé-

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ITAIM PAULISTA

ITAQUAQUECETUBA

CIDADE TIRADENTES

Categoria

SUS

SUS

SUS

Nº de Leitos

250

247

228

Nº Internações

15.434

12.358

13.299

*Paciente Dia

95.157

88.921

82.733

Média de Permanência

6,47

7,20

6,25

% Ocupação

92,07

92,28

99,42

Nº Cirurgias

4.748

4.091

4.427

Nº Partos

4.325

3.226

3.005

Atendimento Ambulatorial

60.240

33.084

13.488

Atendimento Pronto Socorro

200.870

133.008

199.359

Atendimento SADT e Procedimentos

803.768

511.195

501.719

Fundação

1998

2000

2007

*Cálculo é feito em cima de todo período de permanência do paciente na instituição (inclui internações) com que os profissionais tenham um diferencial qualitativo para atender à população”. O objetivo do curso, segundo o executivo, é transmitir um bom conhecimento técnico e humanização na assistência. Na opinião dele, é preciso melhorar a capacitação dos médicos no Brasil. Ele é favorável à decisão do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) de instituir o exame obrigatório para os recém-formados. “É preciso melhorar a habilitação destes estudantes e fiscalizar, de forma mais atenciosa, os cursos disponíveis no mercado”. Observando as dificuldades do sistema de saúde, o Hospital Santa Marcelina, em parceria com a faculdade, elaborou uma grade de ensino diferenciada em que os alunos serão inseridos no Programa Saúde da Família durante toda a sua formação.

“ACHO QUE DEVERÍAMOS TER LEIS DE INCENTIVO PARA A SAÚDE, POIS AS ATUAIS, AINDA SÃO MUITO PRECÁRIAS. UMA SAÍDA PARA OS PROBLEMAS ORÇAMENTÁRIOS SERIA A CRIAÇÃO DE UMA LEI ROUANET PARA O SETOR” dicos como atrelar profissionalismo e amor pelo paciente finalmente foi realizado. No último mês de julho, foi inaugurado o curso de medicina na Faculdade Santa Marcelina. “Pelo fato de o hospital ser universitário, acreditamos que podemos fazer

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Além disso, disciplinas que fazem parte da vida do médico, mas não são incluídas na formação clássica como gestão da saúde, introdução à pesquisa cientifica e medicina baseada em evidências farão parte da grade curricular. Aspectos como humanização também serão contemplados, com a participação dos Doutores da Alegria. “Pretendemos mostrar uma atuação mais holística do médico com o paciente, principalmente na faixa etária pediátrica”, conta o coodenador do curso, Pedro Vital. O curso conta com 50 vagas e alcançou nota máxima na avaliação do MEC. Os alunos poderão fazer estágio e residência dentro do próprio hospital. Em mais de 50 anos de trabalho, as irmãs marcelinas deixaram sua marca no sistema de saúde de São Paulo, e mais específicamente, na zona leste. E ainda mostram fôlego para estender essa trajetória por muitos e muitos anos.

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medicina diagnóstica

Fidelização

POR PRincíPiOs Cínthya Dávila • editorialsaude@itmidia.com.br

Diferente das tendências de mercado, o Centro Diagnóstico Schmillevitch, de São Paulo, não tem entre as suas principais pretensões o alto número de exames realizados. Sua preferência está em realizar atendimento personalizado e valorizar o público que freqüenta o laboratório há mais de 20 anos e já é considerado de casa o sentido prático e teórico, uma palavra que pode descrever a personalidade do presidente do Centro Diagnóstico Schmillevitch, Joel Schmillevitch, é fidelização. Na teoria, ele enfatiza que ncantar as pessoas e passar-lhes segurança é a melhor forma de mantê-las por perto. Na prática, esse sentimento foi o responsável pela motivação para abrir sua rede de laboratórios e, desde então, tornou-se uma das suas principais estratégias para manter-se competitivo no mercado de medicina diagnóstica. Graduado pela Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes e especialização em ultrassonografia, Joel trabalhava como chefe do serviço de ultrassonografia no Hospital A.C Camargo, em São Paulo, quando decidiu montar o laboratório. “Naquela época, além de trabalhar no hospital, eu possuía um consultório próprio e os médicos me procuravam para fazer os exames comigo. Percebi que essa era uma boa oportunidade para abrir o meu negócio”, lembra. O empreendimento foi inaugurado em1982, primeiramente na rua Itapeva, no bairro da Bela Vista. Com apenas três funcionários e um aparelho de ultrassom, o executivo conta que foi trabalhando ao longo dos anos para expandir

e fidelizar os médicos e pacientes que procuravam seus serviços, expandindo assim a atuação do laboratório. Os anos se passaram e o laboratório então migrou para avenida Angélica, local que tornou-se a matriz do negócio. De três funcionários cresceu para 300, atuantes em outras seis unidades do Centro Diagnóstico Schmillevitch, todas localizadas na capital paulista. Mesmo com a expansão dos endereços, Joel afirma que seu laboratório não tem pretensão de realizar um número elevado de exames e sim valorizar a qualidade das análises feitas. Para ele, esse é o segredo da fidelização. “Primamos pela qualidade e não volume de atendimento. Por isso, procuramos ter um relacionamento personalizado com o público. Temos pacientes que fazem exames conosco há mais de vinte anos. Alguns clientes, quando agendam seus exames, pedem para ser atendidos por médicos que já conhecem. É esse tipo “Primamos Pela qualidade e não de convivência que deve ser volume de atendimento. Por isso, valorizada na saúde”. Isso porque, na opinião de Procuramos ter um relacionamento Joel, atender grandes volumes pode fazer com que o laboraPersonalizado com o Público” tório peque no atendimento. “Muitas vezes, uma empresa muito grande não tem como direcionar seus exames”, explica sobre a dificuldade de gerir alto volume com atendimento de qualidade. “Em um momento de fragilidade na saúde, o que um paciente mais procura é alguém que lhe passe confiança”, completa. Ainda como principal administrador da instituição, Joel continua atendendo pacientes e acredita que, desta forma, mantém a equipe motivada e mostra dedicação aos pacientes. Tecnologia Adquirir equipamentos para melhorar a experiência dos pacientes também tem sido uma das ferramentas utilizadas. Para personalizar o atendimento, o laboratório foi o primeiro a trazer para o Brasil o equipamento de ultrassom doppler colorido e a máquina de ultrassom 3D, utilizada para a realização de exame de elastografia (alternativa à biópsia de fígado para pacientes com doenças hepáticas crônicas). A mamografia digital também é utilizada na instituição.”Esse aparelho possui sensibilidade mais elevada entre as mulheres com menos de 50 anos, pacientes com mamas densas e também pessoas que estão no período pré-menopausal ou peri-menopausal”.

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atuação: Análises clínicas, diagnóstico por imagem e métodos gráficos anos de mercado: 30 número de funcionários: 300 Projeção de crescimento Para 2012: 15% número de unidades: 7 Público: operadoras, cooperativas, seguradoras, particular e plano popular

O centro de diagnóstico adquiriu recentemente a tomografia multislice. O equipamento atua realiza até 8 cortes por segundo em reconstrução 3D.

Fotos: Roger Soares

joel schmillevitch, centro diagnóstico schmillevitch: previsão de 15% de crescimento em 2012

olhar aTenTo Com uma gestão familiar, o Schmillevitch não se rendeu às fusões e aquisições do mercado, embora não descarte essa possibilidade. “Está nos nossos planos discutir fusões e aquisições, mas acredito que esses trâmites causam desconforto nas operadoras. Os clientes e a classe médica também reclamam do atendimento realizado”. Com uma projeção de crescimento de 15% para 2012, Joel acredita que, por enquanto, a empresa tende a continuar com poucos sócios. A maior parte de atendimento do Schmillevitch provém da saúde suplementar, realizando atendimento às cooperativas, convênios e seguradoras. O laboratório também presta atendimento às clínicas particulares e possui um plano de pagamento particular com desconto para pacientes sem plano de saúde. No setor público, o laboratório realiza um serviço de apoio às prefeituras, recolhendo os exames e trazendo para São Paulo, para a realização de análises clínicas. Otimista com o futuro, Joel diz que pretende expandir a atuação em São Paulo e adquirir novos equipamentos e tecnologias.

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ESPECIAL

Walter Longo, New Energy: O digital está próximo do divino

Ray Kurzweil: genes funcionam como softwares

CIÊNCIA E NEGÓCIO:

Maria Carolina Buriti • mburiti@itmidia.com.br Verena Souza • vsouza@itmidia.com.br

SINERGIA INEVITÁVEL Empresas que se adaptarem à economia da informação juntamente com a molecular - composta pela biotecnologia, nanotecnologia e ciências de materiais -, largarão com vantagem na corrida pela perenidade

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iência e negócio nunca estiveram dissociados, mas atualmente as sinergias entre eles tornaram-se mais evidentes. Diante de um mundo cada vez mais complexo – em decorrência das próprias invenções científicas, da quantidade de conhecimento produzido e da preocupação com a sustentabilidade dos recursos do planeta, as empresas começaram a reconhecer o papel fundamental dos cientistas para o aprimoramento dos modelos de negócios. Entre cientistas, CEOs de empresas inovadoras, representantes do (Massachusetts Institute of Technology) MIT - que participaram do Fórum HSM Novas Fronteiras da Gestão 2012 - o discurso é unânime. Sobreviverão apenas as empresas adaptáveis. Dentro do conceito de adaptabilidade podemos falar em flexibilidade, volatili-

dade, inovação, inquietude, rebeldia, riscos, etc. Uma mescla de características como essas parece ser preponderante para o sucesso dos negócios no longo prazo. Mas adaptáveis ao quê? Tudo indica que a uma economia da informação juntamente com a molecular, composta pela biotecnologia, nanotecnologia e ciências de materiais. Para um dos fundadores da Monitor Talent e ex-CEO do Monitor Networks, Christopher Meyer, o desenvolvimento de ambas representará uma ruptura na forma humana de pensar. “Por que valorizamos processos estáveis? Eles são fatais. A Tecnologia da Informação muda a cada década e as companhias terão que se adaptar a isso”, completa. De acordo com Meyer, os negócios serão estruturados por meio de redes, com “fronteiras abertas”, o que deve alterar completamente a relação atual entre cliente e fornecedor. “O crescimento da TI é exponencial e nosso cérebro está pautado sob o raciocínio linear, sujeito, portanto, a erros. A biologia vem junto nisso, pois os genes funcionam como se fossem softwares, afirma o futurista Ray Kurzweil, evidenciando a proximidade da medicina com a TI.

Meyer cita pesquisa realizada nos EUA que apontou que empresas voláteis apresentam um crescimento de 30% na comparação com outras, consideradas estáveis, que obtiveram 13,1%. HOMEM NO CENTRO Apesar do protagonismo da tecnologia, Walter Longo - especialista em comunicação e inovação e presidente da New Energy -, ressalta que a imaginação do homem é a propulsora deste período de transformação. Sendo a tecnologia apenas a consequência da expansão dessa imaginação. Há quem retrate a atualidade como caótica, envolta em desastres ambientais, crises econômicas e disparidades sociais. Longo prefere enxergar a abundância de oportunidades. “O homem sempre quis ir além. Chegar perto de Deus. O mundo digital está, sim, nos aproximando do divino”, afirma o executivo durante palestra sobre gestão e inovação. A possibilidade de qualquer pessoa em qualquer lugar do planeta acessar pela internet praticamente todo o conhecimento humano é o que explica a afirmação um tanto quanto polêmica do executivo.

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Fábio Gandour, IBM: equilíbrio entre ciência e pesquisa

“Estamos no fim dos limites de expressão. Os talentos podem aparecer. Antes muitos ficavam escondidos”, ressalta. E, para aproveitar tal momento, as empresas precisam “esquecer tudo e reciclar as ideias”. O executivo fala em deixarmos de pensar de forma piramidal, preocupados com a detenção de controle. SAÚDE E TI NO FUTURO A rapidez e o barateamento com que um genoma é sequenciado hoje são fatos impensados há poucas décadas. Impressoras 3D, hoje, já imprimem objetos como uma colher, faca e até um pequeno coração. Estima-se que em dez anos tais equipamentos poderão imprimir órgãos humanos a partir de células troncos. “Será possível colocar dispositivos computadorizados no corpo humano para curar doenças ou, até mesmo, recriar um pâncreas, por exemplo”, afirma Kurzweil. Por trás de experimentos como esses estão vertentes da ciência como inteligência artificial, nanotecnologia, biotecnologia, entre outros. Já é possível, por exemplo, experimentar óculos Ray Ban de casa por meio do conceito de realidade aumentada.

Christopher Meyer, um dos fundadores da Talent e ex- CEO do Monitor Networks: as “froteiras abertas” devem alterar a relação cliente e forncedor

PECULIARIDADES DO NOVO MODELO -Financeiro: o planejamento financeiro deve ser feito minuciosamente. “Aquela história de cortar custos a qualquer custo não funciona”, diz o cientista-chefe da IBM Research Division, Fabio Gandour, que apresentou a palestra: “Ciência como negócio: como transformar a inovação em algo prático e efetivo para impactar a competitividade de sua empresa”. -Recursos Humanos: no modelo de ciência como negócio, o insumo é o pesquisador e o cientista. E eles não respeitam as fronteiras do pensar. “É um bicho indomável que deve ser alimentado com carinho”, diz Gandour. Outro desafio é qual o mecanismo para atrair novos talentos e os custos na formação de um PHD. -Regras materiais: as regras podem ser as mesmas, mas a aplicação é de outra forma. Os recursos para a ciência como negócio, segundo Gandour, “são os neurônios”. -Operação: onde abrir o laboratório? Para o executivo, é ideal que seja um lugar que permita a reclusão e, ao mesmo tempo, a proximidade com os familiares. -Cientista x Pesquisador: É preciso ter um equilíbrio entre as duas figuras. O primeiro tem fundamentos sólidos de várias áreas e possibilidade de melhorar com elas. O segundo consegue se dedicar com profundidade em um fenômeno específico. “O sucesso depende de um balanço equilibrado da visão macro e da visão micro”.

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Foto: Divulgação

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Fabricação NacioNal Verena Souza • vsouza@itmidia.com.br

Depois de GE Healthcare e Philips, chegou a hora da alemã Siemens inaugurar complexo industrial para a produção de equipamentos de imagens. Instalado em Joinville (SC), a fábrica produzirá 300 unidades por ano

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s investimentos das gigantes de equipamentos médicos convergem para o mesmo objetivo: tornar o Brasil polo de fabricação. Depois da GE Healthcare e Philips, a Siemens inaugurou seu primeiro complexo industrial e de logística para produção de equipamentos de imagens no Brasil e na América Latina no final de agosto. O empreendimento faz parte de um pacote de expansão de R$ 50 milhões de investimentos. Sediada em um condomínio industrial na cidade de Joinville (SC), a fábrica é a primeira voltada para o mercado de Saúde das 14 do grupo, que atua no País também em áreas como energia, indústria, infraestrutura e cidades há mais de 100 anos. Com seis mil m² de área construída, a unidade vai montar e produzir equipamentos de Ressonância Magnética, Tomografia Computadorizada, Raios-X Analógico e Digital. Cerca de 30% dos diagnósticos digitais por imagem no Brasil são feitos pela alemã, que produzirá aproximadamente 300 máquinas por ano. Até que fornecedores locais se desenvolvam, as peças serão importadas para serem montadas nacionalmente. “Esse é um processo gradual que visa iniciar uma atividade de localização e, depois, ao longo dos anos vamos evoluir para a verticalização local”, afirma Paulo Stark, o Presidente e CEO da Siemens no Brasil. O diretor de Healthcare da Siemens, Armando Lopes, enfatizou que a companhia vai seguir o Processo Produtivo Básico (PPB), que define a quantidade de componentes, partes e peças nacionais que os fabricantes

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“EssE é um procEsso gradual, quE visa iniciar uma atividadE dE localização E, dEpois, ao longo dos anos, vamos Evoluir para a vErticalização local” Paulo Stark, da SiemenS

magnEtom spectra: a Siemens Healthcare está introduzindo no mercado a e a ressonância magnética maGnetom Spectra. o início da produção será a partir de 2013. os sistemas rm de 3 tesla até o momento foram usados principalmente para pesquisa clínica. Com o maGnetom Spectra, a Siemens traz o rm de 3 tesla para hospitais e consultórios. de acordo com a Siemens, a tecnologia permite redução significativa do custo total de propriedade do sistema (tCo) – que inclui, entre outras coisas, requisitos de espaço e energia além de preço de compra.

conhEça os lançamEntos da siEmEns:

multiX select dr: disponível para todas as aplicações clínicas radiológicas, o raio-x digital é indicado para todos os tipos de hospitais desde pequeno a grande porte, bem como clínicas que pretendem entrar no universo digital. de acordo com a empresa alemã, o novo equipamento permite aos médicos ou operadores obterem imagens de alta qualidade rapidamente; em até 9 segundos a imagem está disponível na estação de trabalho.

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devem utilizar para terem direito a benefícios fiscais. Nos últimos dez anos foram investidos mais de US$ 700 milhões na criação de centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e expansão da capacidade produtiva no Brasil. Atualmente, a Siemens conta com sete centros de P&D para os diversos setores em que atua. De acordo com os executivos, a instalação de uma unidade como essa para a Saúde virá atrelada ao desenvolvimento dos fornecedores. Para continuar expandindo em todos os segmentos, o grupo possui um orçamento de US$ 1 bilhão até 2017. O Brasil é hoje o sexto principal mercado de produtos para a área de saúde do mundo e a perspectiva é se tornar o quinto de maior relevância para a companhia nos próximos cinco anos. Stark dá uma dica, mas não divulga os dados de crescimento da empresa. "A demanda do mercado vai fazer com que nosso negócio cresça acima de dois dígitos percentuais em Saúde. Porém, não estou falando que seja perto de 10%". De acordo com o CEO, a investida no País em tecnologias de diagnóstico está em linha com a necessidade de tratamento precoce e de qualidade, tendo em vista o envelhecimento da população e novos entrantes no sistema de Saúde. Competição Com estratégia semelhante, a GE Healthcare também investe na consolidação de sua fabricação local. Tal medida, segundo o vice-presidente

da GE Healthcare, Daurio Speranzini – em entrevista durante a Jornada Paulista de Radiologia de 2012 - é a melhor forma de o Brasil se destacar entre emergentes como a China, que é o “quintal de fabricação do mundo” e a Índia, referência em serviços devido à mão de obra barata. A fábrica da companhia, em Contagem (MG), inaugurada há dois anos, recentemente obteve o aval de órgãos reguladores para a fabricação de tomógrafos de 16 a 128 slices e aguarda a liberação de outros aparelhos de imagens. Atualmente, ela está em plena operação produzindo raios-x analógicos e digitais. Entre as fabricantes, a Philips é a que possui o maior portfólio nacional: cerca de 70% dos aparelhos vendidos são produzidos localmente. Entre eles estão: a linha completa de raios-x, ressonância magnética de 1,5 e 3 Tesla, tomógrafos de 16 e 64 cortes, linha de monitores Dixtal e de anestesia. Seguindo a tendência dos concorrentes globais, a Toshiba Medical também decidiu pela fabricação local. A fábrica de aparelhos de diagnóstico por imagem será inaugurada até o fim deste ano, em Campinas (SP). O objetivo da empresa é também desenvolver localmente softwares complementares aos equipamentos. “Há dez anos, 80% das multinacionais tinham sedes no exterior. Agora, quase 90% delas possuem uma sede na América Latina, onde o principal alvo é o Brasil”, enfatiza o presidente da Sociedade Paulista de Radiologia, Ricardo Baaklini.

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Considerado o livro mais abrangente sobre hipertensão arterial sistêmica, a segunda edição desta obra discute os desafios e as novas propostas da medicina para o tratamento de doenças cardiovasculares. Entre os temas abordados, Hipertensão reúne as informações mais recentes da doença, a evolução em crianças, idosos e mulheres, além de um caderno de ilustrações. Autor: Andréa A. Brandão, Celso Amodeo e Fernando Nobre Editora: Elsevier Número de páginas: 560 Preço sugerido: R$ 199

Este livro transmite os conhecimentos adquiridos para o tratamento da doença de Alzheimer por meio do Programa do Centro de Reabilitação do Hospital-Dia, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - IPq HCFMUSP. A questão central do livro é a intervenção familiar mediante treinamento para assistir e cuidar do doente em parceria com o cuidador. Como a doença de Alzheimer é marcada pelo declínio gradual e crescente das capacidades cognitiva e funcional, que leva seu portador à dependência total de outras pessoas, particularmente os parentes mais próximos. Autor: Orestes Forlenza, Deusivania Falcão, Meire Cachioni e Paula Villela Nunes Editora: Atheneu Número de páginas: 182 Preço sugerido: R$ 77

Manual de Prevenção e Controle de Infecções para Hospitais – 2012

Organizado em duas partes, a publicação possibilita a identificação e compreensão dos riscos de infecção nos hospitais e oferece orientações que auxiliarão a equipe de assistência à saúde na prevenção e no controle de infecções no dia a dia dos hospitais. Desenvolvida pela Joint Commission Resources, a publicação coloca o leitor em contato com as práticas de prevenção e controle de infecções que precisam ser implantadas em todo o hospital, como: vigilância; higiene das mãos; equipamentos de proteção individual; seleção, exames e imunização da equipe; além dos riscos e as estratégias para evitá-las em diferentes departamentos da unidade hospitalar, incluindo informações específicas sobre departamentos com elevado fluxo de pacientes e profissionais, entre outros.

Medicamentos de A a Z

A publicação tem o objetivo de facilitar o cotidiano do profissional e ajudá-lo na busca por informações. A edição inclui remédios lançados no mercado brasileiro nos últimos dois anos e informações sobre administração da dose, interações medicamentosas, influência de alimentos, conservação e preparo, gravidez e lactação. Autor: Elvino Barros Editora: Artmed Número de páginas: 560 Preço sugerido: R$ 74

Autor: Susan M.Slavish e Joint Commission Resources (JCR) Editora: Artmed Número de páginas: 252 Preço sugerido: R$ 79

Ecocardiografia Dinâmica

O material combina livros-texto, casos clínicos e recursos multimídia para expor os mais recentes avanços na ecocardiografia, especialidade que se desenvolve com rapidez. Autor: Roberto M. Lang, Steven A. Goldstein, Itzhak Kronzon e Bijoy K. Khandheria Editora: Elsevier Número de páginas: 504 Preço sugerido: R$ 389

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FOCO NA PRECISÃO

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APOIO À GESTÃO

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Papo Aberto

Colaboração em sua essência E

ste negócio do viral motivado pelas redes sociais é uma coisa incrível. O que antes estava ligado à doença, hoje tem uma nova conotação, de algo que se multiplica “como uma virose”. E fico assombrada com a velocidade com que isso acontece. Ainda sou daquelas que se surpreende com este tipo de coisa por mais que atue na cobertura jornalística da área de Tecnologia da Informação e interaja em meu dia a dia com uma equipe extremamente jovem, com idade variando de 25 a 30 e poucos anos, e com meus filhos, todos os três recém-entrados no mercado de trabalho. Um viés interessante de toda esta história é a colaboração, que corre na velocidade da internet. Antes restrita às paredes da empresa, e acontecendo tradicionalmente dentro do departamento para num segundo estágio extrapolar e incluir áreas afins, a colaboração, conceito e ato que muitas vezes não faz parte do dicionário corporativo, hoje não tem mais limites, literalmente. Exemplo prático foi o da Fiat, que lançou no Brasil o projeto Fiat Mio, que resultou em um carro concebido em cima do desejo dos consumidores, a partir de ideias enviadas pelos próprios para o site da companhia. O projeto contou com mais de 2 milhões de visitantes únicos e 17,8 mil cadastrados, que mandaram mais de 10 mil sugestões. A construtora Tecnisa lançou o portal colaborativo Tecnisa Idéias, que reúne sugestões para melhorar a vida das pessoas, unindo o nome da construtora ao conceito de inovação. As melhores ideias concorreram a um prêmio de US$ 5 mil.

Recentemente, tive contato com alguns sites que buscam colaboradores que queiram contribuir com projetos com os quais se identificam. Pode ser um projeto cultural, social ou em qualquer outra esfera. A página na web tem o papel de aglutinar essas pessoas e, ao invés de fundos de investimento, quem banca os projetos são estes apoiadores. Um exemplo é um projeto que contemple uma ação social que necessita de verba, apresentado no site, juntamente com as opções de valores para contribuição, e há um objetivo comum de alcançar uma meta dentro de determinado prazo para que ele se realize. Se o objetivo é conquistado, o valor é entregue ao organizador, para que então se viabilize, e este retribui como achar mais adequado, com um presente, brinde etc. Este tipo de atividade já patrocinou diversos projetos, como a realização de filmes e mesmo de iniciativas sociais. Caso o valor mínimo não seja atigido, cada contribuinte recebe seu dinheiro de volta. O trabalho colaborativo aproveita o que as pessoas têm de melhor, seu conhecimento e experiência. Nas empresas, leva à geração de ideias, criação de projetos e agilização de processos, por meio do potencial de cada um. E como hoje extrapola os limites físicos, pode ser colocado em prática, também, entre empresas. Voce já experimentou? Se sim, e se puder compartilhar como foi escreva para stela@itmidia.com.br. Stela Lachtermacher Diretora Editorial IT Mídia

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