Revista DMC

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PRIMEIRA EDIÇÃO MAIO 2017


Marcenaria Essence

(11) 0056-7891 Rua Humberto I, 100


Ana Carolina Gomes Beatriz Charotta Bianca Sobrinho Larissa Narita Lucas Nakamura

A FACHADA DE EDIFÍCIOS CORPORATIVOS

DO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO 1° edição

São Paulo 2017


DMC IDEALIZAÇÃO Aline Regino Nasralla FOTOGRAFIA Ana Carolina Gomes Beatriz Charotta Bianca Sobrinho Larissa Narita Lucas Nakamura EDIÇÃO DE IMAGEM Lucas Nakamura PROJETO GRÁFICO DIAGRAMAÇÃO Beatriz Charotta Larissa Narita TEXTOS Ana Carolina Gomes Beatriz Charotta Bianca Sobrinho Larissa Narita Lucas Nakamura CAPA CBI ESPLANADA por Lucas Nakamura


editorial A revista DMC foi criada por cinco estudantes de arquitetura e urbanismo, com o intuito de mostrar nossa visão viajando pelas obras modernas e contemporâneas. Nesta edição iremos mostrar, especificamente, as fachadas dos edifícios. Nossa revista tem o intuito de juntar a visão do arquiteto moderno e contemporâneo com a tecnologia, usando a internet para complementar o conteúdo apresentado. Através de mídias como o facebook e programas como QRCode, conseguimos mostrar com melhor qualidade o assunto abordado. Além disso apresentaremos alguns arquitetos que são conhecidos tanto dentro de seus países como mundialmente. Falaremos sobre as mudanças de estilo ao longo do tempo quando se trata do uso de materiais.

CBI ESPLANADA INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL CELANESE MEXICANA IDEA!ZARVOS W,305 CORUJAS TORRE OLMO EXTRATO 4

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ARQUITETO: LUKJAN KORNGOLD. ANO DO PROJETO: 1946. ÁREA CONSTRUÍDA: 50.000 M². TIPO DE USO: COMÉRCIO E SERVIÇOS. MATERIAIS PREDOMINANTES: VIDRO E CONCRETO. LOCALIZAÇÃO: CENTRO, SÃO PAULO - BRASIL. DO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO

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O SKYLINE PERFEITO

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O Brasil foi local de acolhida para inúmeros estrangeiros durante a Segunda Guerra Mundial, entre muitas pessoas podíamos encontrar artistas, literários e arquitetos, sendo um deles Lukjan Korngold. O polonês, que chegou no Brasil em 1940, foi formado pela Faculdade de Arquitetura de Varsóvia e ao chegar aqui já possuía reconhecimento como um dos arquitetos modernos poloneses. Durante seu tempo no Brasil desenvolveu muitos projetos, sendo um deles o CBI Esplanada.


N o c e n t r o d e S ã o Pa u l o, m a i s especicamente na Praça Ramos de Azevedo podemos encontrar o edifício CBI Esplanada. Produto de uma época onde o desenvolvimento imobiliário estava em alta, o edifício é símbolo do grande incentivo a verticalização na área central. Considerado a maior construção em concreto armado do mundo em sua época, o edifício também inovou em sua planta, diferente da grande maioria dos edifícios comerciais o CBI não possuí pequenas salas fechadas e corredores escuros, pelo contrário nele encontramos grandes salões abertos que foram possíveis graças ao uso de um dos cinco pilares modernista, a planta livre. Outro fator muito interessante é que a circulação e banheiros é concentrada no centro do pavimento, sendo assim é possível separar cada andar em até quatro escritórios.

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O edifício que é um bloco único, foi implantado em um terreno com aclive e que possui 1.300 m². O volume do prédio é dividido em duas partes, o CBI que possui entrada pela Praça Ramos de Azevedo e o Esplanada na Rua Formosa, sendo assim a origem do nome CBI Esplanada. O programa do edifício conta com um térreo comercial, 29 pavimentos tipo com grandes escritórios e 3 pavimentos com pequenos escritórios

Atualmente o edifício está todo ocupado por inúmeros tipos de empresa, sendo o 23º andar a Sede do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo). Além disso, o edifício reserva uma paisagem incrível vista de seu último andar. Podendo até ser chamado de SKYLINE PERFEITO, pois temos a vista de inúmeros edifícios e ao mesmo tempo das montanhas que dão limite a parte da cidade.

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A fachada do edifício possui três momentos, o primeiro é o térreo, onde encontramos uma materialidade mais requintada, com uso de pedra. Apresenta um recuo onde temos o edifício chegando de forma sutil no térreo por meio de colunatas que ao mesmo tempo criam uma área de transição entre o edifício e a rua, gerando uma área de convivência, um ponto de encontro sombreado.

O segundo são as amplas janelas de vidro, que ocupam quatro pavimentos, onde a estrutura é mais simples, menos demarcada deixando assim as janelas com maior visibilidade, tornado a fachada mais suave. E por último, grande parte da fachada, janelas de vidro com uma modulação menor, separadas por uma estrutura mais marcada, com um visual mais rígido.

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Além de tudo isso o prédio possui um coroamento feito por pórticos que alinha todas as fachadas. Sendo assim, a fachada como um todo apresenta linhas ortogonais muito rígidas, como conhecemos em obras modernas. O edifício é imponente e se destaca na paisagem, além dele seu entorno é cercado de marcos arquitetônicos como o Teatro Municipal, o Edifício Conde Prates e a Praça das Artes. Atualmente o edifício passa por reformas para se adaptar as novas exigências do mercado atual e também as novas normas de segurança. Com o passar do tempo o CBI Esplanada continua sendo um grande marco para a arquitetura moderna de São Paulo e mesmo passando por reformas suas características principais continuam preservadas fazendo com que ele sobreviva a muitos anos sem deixar de ser o encantador CBI Esplanada de 1946.

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LUNA

Fotografia

luna@gmail.com (11) 94141-2393 14

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ARQUITETOS: RINO LEVI, ROBERTO CERQUEIRA CESAR, MIGUEL FORTE, JACOB RUCHTI, GALIANO CIAMPAGLIA, ZENON LOTUFO, ABELARDO DE SOUZA E HÉLIO DUARTE ANO DO PROJETO: 1950. TIPO DE USO: COMÉRCIAL. MATERIAIS PREDOMINANTES: TIJOLO APARENTE E VIDRO LOCALIZAÇÃO: VILA BUARQUE, SÃO PAULO, BRASIL DO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO

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AL

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ESPIR

Rino Levi foi o arquiteto responsável por muitas das primeiras obras de arquitetura moderna da cidade. Nascido na cidade de São Paulo, em 1901, fez o curso de arquitetura pela Escola Superior de Arquitetura de Roma, em 1925. Levi possui inúmeras obras e grande parte dela são tombadas pelo Condephaat, além disso possui grande reconhecimento internacional pela importância delas na arquitetura.


Um dos muitos projetos do arquiteto é o edifício sede do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), tombado recentemente pelo IPHAN devido ao seu reconhecimento no valor cultural da cidade, já que foi considerado por Oscar Niemeyer "armação da arquitetura moderna brasileira". O edifício nasce da necessidade de um espaço próprio e signicativo para a sede, deste modo é realizado um concurso público nacional, em 1946, para a escolha do mesmo. O júri era composto por Oscar Niemeyer, Firmino Saldanha, Hélio Uchôa, Fernando S a tur n i n o d e B r i tto e Gr e g o r i Warchavchik.

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O projeto denitivo seria feito em conjunto das três equipes nalistas, formadas por Rino Levi, Roberto Cerqueira Cesar, Miguel Forte, Jacob Ruchti, Galiano Ciampaglia, Zenon Lotufo, Abelardo de Souza e Hélio Duarte, sendo construído então entre 1947 e 1950.

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O local foi um importante palco para exposições, eventos e exibições de lmes sobre urbanismo, além disso foi ponto de encontro de intelectuais paulistas, recebendo obras de arte, como o mural de Antônio Bandeira e o móbile chamado de Black Widow, de Alexendre Calder, que hoje se encontra em Londres.

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É um edifício de grande destaque na época e atualmente por ser um lote de esquina e proporcionar volumes e texturas. Uma parte do edifício chamada de sobreloja se estende por uma laje trazendo uma marquise ao térreo, proporcionando uma simetria e equilíbrio ao mesmo. Além disso há uma ousadia nos pilares que estão ao lado externo do prédio, assim como as paredes que deixam de ser estruturais e são dispostas aleatoriamente.

Sua fachada de vidro ao longo do prédio e no térreo, o uso de azulejos e esculturas ao lado de fora e i n t e r n a m e n t e, a l é m d a c u r v a apresentada na sobreloja, mostram algumas das características do movimento moderno que até hoje são referência em muitos projetos. O prédio possui dois acessos ao interior, um sendo pela atual livraria, que é especializada em livros arquitetônicos e outra menor, ao lado da mesma.

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É composto por um pavimento térreo com um hall e uma loja, subsolo multiuso, duas sobrelojas para a sede do IAB (um salão para eventos e um restaurante), seis pavimentos tipo para escritórios voltados para as ruas e um núcleo de circulação composto por dois elevadores, uma escada e banheiros que se encontram ao fundo do lote. O edifício foge do tradicional quando se trata de arquitetura de sedes institucionais, já que traz uma originalidade na volumetria composta pela estrutura independente e lajes que avançam sobre o alinhamento do lote. A estrutura independente visível do lado de fora do edifício conta com uma planta livre que busca maior exibilidade dos espaços internos, sendo um dos primeiros edifícios a ter este tipo de andar corbusiano, como era chamado. Devido ao código de obras da época, os dois últimos andares deveriam ser recuados proporcionando deste modo uma laje em balanço tendo apenas os caixilhos recuados.

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Tudo isso se caracteriza como parte do movimento moderno, que previa o uso de formas geométricas denidas, uso de pilotis, panos de vidro ao invés de janelas tradicionais e integração com a plástica através de painéis de azulejos, murais e esculturas. Todas estas características aparecem neste edifício trazendo a ele o signicado que possui hoje. Assim como muitos edifícios do centro de São Paulo que ao passar dos anos foram deixados de lado, este não foi diferente. O prédio foi deixado sem uma manutenção e acabou se transformando em algo muito diferente do que era previsto, no entanto visto a necessidade deste e após o seu tombamento, foi iniciada uma restauração da fachada, trazendo de volta a magnitude que existiu na época de construção.

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ARTE

NATA MAQUETES

DESIGN - DESENVOLVIMENTO - EXPOSIÇÃO (11) 0011-2233

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INOVAÇÃO

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fotógrafo não identicado

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ARQUITETO: RICARDO LEGORRETA. ANO DO PROJETO: 1968. ÁREA CONSTRUÍDA: 5.000 M². TIPO DE USO: COMERCIAL. MATERIAIS PREDOMINANTES: AÇO, VIDRO E CONCRETO. LOCALIZAÇÃO: CIDADE DO MÉXICO MÉXICO. DO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO

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O PONTO DE APOIO

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Ricardo Legorreta é um arquiteto mexicano renomado mundialmente que possui uma lista extensa de obras construídas dentro e fora do México e que leva como legado o uso de cores. Dentre eles encontra-se o hotel Sheraton de Bilbao e o hotel Camino Real desenvolvido juntamento com


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O sistema estrutural foi o ponto inicial para seu desenvolvimento. Dele foram feitas armaduras e cabos tensionados de aço suspensos até as extremidades do prédio, funcionando como eixo de equilíbrio, no qual recebe as circulações verticais no interior da coluna de concreto ao centro. Já a distribuição interna dos ambientes não foi feita de modo convencional, pois não recebe paredes intermediárias permitindo a planta livre e um melhor aproveitamento dos espaços internos.

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Tem como prioridade na obra seguir um sentido funcionalista de modo que haja grandes vãos e amplitude nos espaços. Pode-se perceber isto através da fachada, na qual grandes entradas de luz e um térreo livre marcam sua arquitetura. O uso de concreto, pano de vidro e formas geométricas bem denidas mostram características do movimento moderno desta época, além disso o uso da cor azul em alguns elementos estruturais foi a forma que Legorreta arrumou para deixar sua principal característica, o uso de cores.

O estilo deste edifício intensica a notoriedade que o arquiteto começa a ganhar por suas fachadas e vãos sobre um núcleo maciço. As escolhas de materiais usados dão a ele o nome de contemporâneo a sua época quando usa grades de aço. Tornou-se reconhecido até os dias de hoje por sua qualidade construtiva e plástica, além da solução estrutural com a qual ele trata os projetos que realiza, tornando-o uma importante referência.

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HISTÓRIA DA INCORPORADORA IDEA!ZARVOS Otávio Zarvos, dono da incorporadora Idea!Zarvos, era sócio do irmão em uma incorporadora em São Paulo, a Zarvos Engenharia. Por problemas pessoais, seu irmão resolve deixar a parceria fazendo com que a sociedade fosse desfeita. No entanto já possuía mais de 10 anos em experiências imobiliárias na cidade de São Paulo, resolvendo assim inaugurar em 2005 a Idea!Zarvos, localizada até os dias de hoje em um pequeno loft na Vila Madalena. Um ano após a abertura, através do projeto de uma casa em Ilha Bela feita por Luiz Felipe Carvalho, arquiteto e amigo de Otávio, vê a possibilidade de uma parceria longa. No entanto a sociedade que existe nos dias de hoje entre os dois só chegou dez anos após a incorporadora começar.

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Em 2006 cria " uma forma inovadora de pensar" chamada Movimento um, em colaboração com José Eduardo Casarin, Tonico e Rafael Canto Porto, visava uma arquitetura autoral em terrenos pequenos, no qual a proposta era sempre fazer edifícios baixos, plantas totalmente exíveis, muita luz natural e uma estética que se destaca-se de seu entorno. Sendo implantados na região oeste de São Paulo, principalmente no bairro da vila Madalena. A intenção de Otavio e Luiz Felipe é fazer uso de prédios que mesclam entre o comercial e o residencial, procurando sempre a inovação e tendo como principais características praças sempre abertas ao público, calçadas largas, bicicletários integrados as garagens e muitos outros.


Com o passar do tempo fecharam parcerias conhecidas mundialmente, como por exemplo os irmãos Ari e Isay Weinfeld que proporcionaram a vitória dupla do prêmio de Melhor Projeto no MIPIM AR Future Projects Awards, em 2009 com o 360º e em 2012, com o Oka, o escritório Andrade Morettin e outros tornando-os a referência que são hoje no mercado. Dez anos após a abertura totalizam 18 edifícios entregues e mais 10 em construção, além disso possuem inúmeros projetos para

CONCEITO

‘'Há quem diga que as cidades são feitas de concreto, de aço, de tijolo, de asfalto. Mas nós sabemos que não. Sabemos que as cidades são feitas de gente, por isso construímos prédios como se fossem gente. E gente tem muitas cores diferentes, muitas formas diferentes, gente surpreende, encanta. Gente tem beleza, mistério, humor, graça, gente gosta de gente, do encontro, do entorno, gente troca ideias, muda de ideia. Gente tem sempre um lado que ninguém desconava. É por isso que a gente se reconhece quando se encontra, como quem reconhece um grande amor a primeira vista. Como uma história que vai durar e que um dia a gente vai contar pra gente que ainda nem nasceu.''

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ARQUITETO: ISAY WEINFELD. ANO DO PROJETO: 2011. ÁREA CONSTRUÍDA: 5.839 M². TIPO DE USO: COMERCIAL. MATERIAIS PREDOMINANTES: METAL, VIDRO E CONCRETO. LOCALIZAÇÃO: VILA MADALENA, SÃO PAULO - BRASIL. DO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO

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Isay Weinfeld, nasceu em São Paulo em 1952. Formou-se pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, na qual posteriormente lecionou Teoria da Arquitetura. Isay possui uma vasta lista de premiações na qual uma das mais importantes sendo o prêmio Mipim Archtectural Review Future Project Award 2009. Entre seus projetos está o Edifício 360 °, o Fasano Las Piedras Hotel, a Livraria da Vila e o edifício que vai ser detalhado a seguir, o W305.

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RUA WISARD

A Vila Madalena ganhou notoriedade por ser um grande reduto boêmio de São Paulo, fazendo dela um bairro jovem e moderno. Nela está localizado o W,305, um edifício simples, mas que representa o charme natural do bairro, pois possui uma fachada contemporânea e o interessante formato em "L", ocupando um terreno de 1.120m². Se você não estiver atento, poderá acabar passando despercebido pela entrada, pois o W305 possui uma entrada discreta com um pequeno corredor que leva à recepção do edifício. O prédio apresenta alguns contrastes com o seu arredor pois apesar da pequena entrada ele é um edifício muito fácil de ser reconhecido, pois está ao lado de casas baixas e edifícios de pequeno porte.

1. PRINCIPAL ACESSO PEDESTRE 2. ACESSO PEDESTRE Á GARAGEM 3. ACESSO DE VEÍCULOS Á GARAGEM 4. JARDIM 5. RECEPÇÃO 6. CAFÉ 7. COZINHA

PLANTA TÉRREO

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O edifício assinado por Isay pode ser visto como dois volumes bem distintos, o primeiro volume é estreito, longo e perpendicular em relação à rua, é um conjunto de janelas, portas-balcão e algumas aberturas não lineares, conseguindo assim uma iluminação natural privilegiada, mas ainda assim resguardando o seu interior para uma possível excessiva insolação.

O ar industrializado do primeiro volume se deve pelo seu fechamento ser de painéis pré-moldados de concreto, mas ainda assim contrasta com os terraços que abrigam uma ár vore a cada dois andares, proporcionando assim uma sensação de calma e harmonia para quem utiliza o espaço.

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O segundo volume, que completa o formato em "L", é recuado em relação à rua, diferentemente do primeiro ele é envidraçado em todas as suas faces, com caixilhos que são feitos em uma mistura de alumínio e madeira. Apesar da sua face envidraçada à exposição ao sol é moderada, a transparência possibilita a vista do sistema estrutural para quem passa na rua, enxergando colunas de concreto que atravessa os andares e compõem os escritórios, sendo assim compondo junto com os tirantes metálicos dos mezaninos parte da fachada do prédio.

VISTA NORTE

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Podemos resumir a fachada em composições de painéis préfabricados em concreto, vidros transparentes e aramados (translúcidos e com pintura preta), e as portas-balcão feitas em chapas de aço galvanizados com uma camada de tinta preta, caixilhos de aço galvanizado com a pintura preta e madeira natural. To d o s e s s e s e l e m e n t o s j u n t o s oferecem uma agradável experiência visual entre o translúcido dos vidros e o opaco do concreto, tornando assim o W305 um edifício incomum, charmoso e referência na grande São Paulo.

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ARQUITETO: FGMF. ANO DO PROJETO: 2014. ÁREA CONSTRUÍDA: 6.880 M². TIPO DE USO: COMERCIAL. MATERIAIS PREDOMINANTES: AÇO,VIDRO, CONCRETO E MADEIRA. LOCALIZAÇÃO: VILA MADALENA, SÃO PAULO - BRASIL. DO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO

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FORA DO PA DRÃO

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O grande terreno localizado na Vila Madalena foi muito bem aproveitado pelo grupo de arquitetos do FGMF. A construção chama atenção por ser um edifício comercial, mas com características incomuns, muito diferente dos altos edifícios espelhados que vemos por São Paulo. O nome Corujas, se dá pela localização, próximo ao córrego das Corujas e a praça das Corujas. A proposta foi ocupar toda sua extensão e que cada conjunto comercial tivesse uma área descoberta por isso estão no edifício empresas que acreditam no potencial desse tipo de edifício, onde alguns dos conjuntos tem sua área descoberta maior do que a coberta.

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O FGMF é formado por um trio de arquitetos, Fernando Forte, Lourenço Gimenes e Rodrigo Marcondes Ferraz. Sinônimo da arquitetura contemporânea paulista o escritório que foi aberto em 2002 é conhecido pelos seus diversos projetos singulares e com muita personalidade. Além disso já foram premiados por inúmeros projetos, sendo mais de 250 projetos em todo o Brasil.


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ARQUITETOS: RINO LEVI, ROBERTO CERQUEIRA CESAR, MIGUEL FORTE, JACOB RUCHTI, GALIANO CIAMPAGLIA, ZENON LOTUFO, ABELARDO DE SOUZA E HÉLIO DUARTE ANO DO PROJETO: 1950. TIPO DE USO: COMÉRCIAL. MATERIAIS PREDOMINANTES: TIJOLO APARENTE E VIDRO LOCALIZAÇÃO: VILA BUARQUE, SÃO PAULO, BRASIL DO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO

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Ao primeiro olhar para o edifício é possível perceber que ele foi projetado para ser aberto, dinâmico e livre para as pessoas que utilizam do belo espaço, já que temos uma grande quantidade de áreas permeáveis. É possível ver seu interior através das aberturas, telas e vidros. Um de seus principais diferenciais são os corredores descobertos, assim, é possível que a pessoa enquanto trabalha também desfrute de uma bela paisagem que vem do próprio edifício, do verde dos outros terraços e das pessoas passando.

Outro aspecto que se destaca na fachada é a madeira que também está presente em seu interior, trazendo aconchego aos olhos dos usuários. A circulação vertical é feita por elevadores que levam do subsolo ao segundo pavimento, há também uma escada interna que liga o térreo ao segundo andar e outra escada interna que leva do térreo ao subsolo, mas as grandes aberturas do edifício, nos leva a querer usar apenas as áreas abertas como passarelas e escadas e deixar o elevador para depois.

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O prédio é recuado o máximo com o propósito de fornecer um jardim a população, deixando o caminhar muito mais agradável, e também ter espaço para possíveis eventos, como por exemplo, um food truck.

Corporativo Comercial Estacionamento Entrada + Circulação

Os blocos de concreto que se encontram próximos a guarita passam a ser usados como bancos, pois resolveram fechar o espaço que seria um espelho d'água por ser nanceiramente inviável.

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No projeto original haveria uma fachada A antiga fachada hoje é uma loja de mobiliário corporativo que esta virada para o edifício pois não há venda de varejo e a fachada principal é por onde entram todos os funcionários das empresas e visitantes.

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LOJA

O Corujas é um edifício que conversa com seu entorno, que reete a Vila Madalena. É c o n t e m p o r â n e o, a c o n c h e g a n t e e convidativo. Mesmo não possuindo um grande gabarito, ele se destaca e assim como os arquitetos que o projetaram, marca uma nova era para os edifícios contemporâneos.

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fotos por Jorge Taboada

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ARQUITETO: LEAP. ANO DO PROJETO: 2015. ÁREA CONSTRUÍDA: 7.112 M². TIPO DE USO: COMERCIAL. MATERIAIS PREDOMINANTES: METAL E CONCRETO. LOCALIZAÇÃO: PASTORESA, PACHO VIEJO - MÉXICO. DO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO

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CU O B

O LEAP – Laboratorio en Arquitectura Progresiva foi fundado em agosto de 2001 por Raul Juarez Perezlete e Heriberto Hernández Ochoa. Desde então passaram a participar de inúmeros concursos, publicações em revistas e além disso já receberam inúmeros prêmios. Recentemente foram nalistas ao prêmio do edifício do ano de 2016 com o projeto da Torre Olmo.

A Torre Olmo ca localizada na cidade do México, há 5 quilômetros do centro histórico de Xalapa. O edifício está implantado em um terreno com desnível de 7 metros, sendo assim o edifício possui dois acessos. O primeiro, na parte mais alta, onde encontramos o lobby, com o hall de entrada, auditório e sala de reuniões. E o segundo, na parte mais baixa, onde temos o estacionamento.

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O prédio possui 8 andares tipo, o lobby e mais 2 andares para baixo, por isso ao todo são 11 pavimentos. Nos andares superiores há escritórios com plantas exíveis, na cobertura há um espaço de convivência, que possui uma bela vista da cidade do México e nos andares inferiores há um centro de negócios. No centro do edifício há o núcleo de circulação que se dá por dois elevadores e uma escada. Além disso, na parte externa foi projetada uma rampa e uma escada que liga o térreo ao último nível.

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Sua fachada emblemática chama atenção já que é coberta por telas metálicas em formatos triangulares, que foram instaladas em diferentes posições e apresentam também diferentes tonalidades de cinza, trazendo assim um diferencial ao simples volume do edifício. Os elementos metálicos cumprem não só a função de brise, pois além de diminuírem a incidência do sol no edifício, possuem uma instalação diferenciada, que traz movimento a fachada, mesmo o volume sendo um grande cubo. Aproxime seu leitor de QR Code

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O volume do edifício possui duas camadas em sua fachada, além das placas metálicas perfuradas por todo seu perímetro, ele possui a vedação em vidro e entre essas duas camadas podemos encontrar um corredor com piso metálico que permite aos os usuários dos escritórios usufruírem da deslumbrante vista que a cidade proporciona. De acordo com a hora do dia ou a iluminação a noite, seus brise mudam de cor. Além disso, no período da manhã são os usuários da torre que desfrutam do visual da cidade, porém durante a noite, é a cidade que desfruta do visual do edifício.

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O desejo de inovar com qualidade B.S.Interiores 74

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Rua Dr. Ă lvaro Alvim 90 (11) 1234-5678


EX

TRAT O

Nessa edição abordamos dos clássicos modernistas aos mais contemporâneos edifícios corporativos e conhecemos as peculiaridades de cada projeto. Agora chegou o momento de pensar em todos eles, juntos. Dos modernos dessa edição podemos perceber a ortogonalidade rígida no CBI Esplanada e no Celanese Mexicana, diferente do que vemos na Sede do IAB que possui sua ortogonalidade quebrada com as lajes curvas. Vemos também a semelhança entre a implantação do CBI e do IAB, pois são dois terrenos de esquina criando assim, dois acessos diferentes. Já nos contemporâneos temos dois edifícios que possuem um gabarito mais alto, W305 e Torre Olmo e outro que possui como característica o baixo gabarito, o Corujas. A escolha deles para essa edição foi principalmente pelo fato de fugirem dos edifícios corporativos que vemos hoje, todos cobertos por grandes camadas de vidro espelhado, independentemente do entorno. As semelhanças entre projetos nacionais e internacionais é representada pela materialidade e acabamento das fachadas, como por exemplo o Corujas e a Torre Olmo que utilizam painéis metálicos perfurados ou também como o Celanese e a Sede do IAB que utilizaram a cor azul para dar destaque a partes estruturais diferenciadas, como os tirantes e as lajes curvas.

Pode ser até difícil de imaginar, mas edifícios de épocas tão distintas tem muitas coisas em comum, como por exemplo a fachada do IAB e a fachada de um dos blocos do W305. É como se o W305 fosse a recriação da fachada do IAB com uma materialidade mais contemporânea. Além disso o CBI e a Torre Olmo possuem plantas muitos parecidas, com a circulação centralizada presando a versatilidade do espaço. Sabemos que os edifícios contemporâneos estão em bom estado por serem construções recentes e que mesmo os antigos modernos também podem ser bem preservados, porém infelizmente isso não acontece com a Sede do IAB. Esse é um grande problema da sociedade moderna, as pessoas simplesmente esquecem o valor que o passado tem, esquecem que sem ele nada que temos hoje seria possível. O descaso com edifícios históricos vai muito além da falta de manutenção, chegando até a serem demolidos pela especulação imobiliária. A Sede do IAB atualmente passa por reparos, tanto para conservação do próprio edifício como também para se adaptar as novas normas de segurança, assim como o CBI Esplanada que passa por adaptações não só de segurança como também para se adaptar ao modo contemporâneo da vida corporativa. Ficou curioso para relembrar o antigo IAB? Entre na nossa página no Facebook e venha conferir antigas plantas e fotos. https://www.facebook.com/revistaDMC.

AGUARDAMOS VOCÊ NA PRÓXIMA EDIÇÃO !!!

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