correspondentes OS Os CORRESPONDENTES de guerra DE GUERRA
O
século que terminou ficará marcado pelos maiores conflitos da história da humanidade. Centenas de guerras, motivadas por questões imperialistas, étnico-religiosas, políticas ou econômicas, fizeram deste o mais sangrento de todos os séculos. O surgimento e aprimoramento das grandes redes mundiais de comunicação uniram, quase que instantaneamente, um continente ao outro, quebrando a barreira do tempo e do espaço, e aproximando o espectador do conflito, ainda que ilusoriamente. Os tristes momentos das grandes guerras do século 20, as recordações e principalmente as impressões dos conflitos foram amplamente retratados pelos livros, fotos e, sobretudo, a televisão. Mesmo com sua dimensão realista, a TV conseguiu reduzir essa realidade, muitas vezes impedindo que a guerra se transformasse em algo político, de densidade. Surge uma guerra pós-moderna, limpa, que parece não ter conflitos e mortos. Mas nem a televisão, os livros de história ou as fotografias conseguiram retratar as guerras com tanta riqueza de detalhes e veracidade como o cinema. E lá estavam os correspondentes, arriscando suas vidas e convivendo com situações perigosas para, em seguida, enviar ao jornal um relato pessoal, traduzido para a realidade de seu país de origem. De todos os filmes que abordam a temática jornalística, os que reproduzem momentos de guerra são os mais viscerais e realistas. Assumem quase o papel de um documentário, sobretudo com a presença de uma câmera inquieta na maioria das vezes, acompanhando o trabalho do repórter nos campos de batalha. O repórter correspondente tem uma liberdade que os repórteres baseados na cidade onde o jornal é editado dificilmente teriam. Na maioria dos casos, a decisão do que escrever, do que apurar é do próprio correspondente. Isso o obriga a ser muito disciplinado, porque precisa manter