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Ricardo Devecz,Doo MEN IEA
NOTA DA REDAÇÃO: CURE ES RC EC RA NAU CRIA POLEUE REENCERROU ER ER TER foram colocados no www.fotosite.com.br/revistaS, como es- sante um CER AA Ui US UA Li IP: não publicar o crédito do autor da foto. Para esta Ea [us [NL ERR ENTE E EA Clique, UR A foram incluídos, hem como seus linksestão dispo rd DIA O A UAU aa [71
ção áeeia e.Dc ag Re as
Albert, que fotografa avida nos presídios ligados , a
Direção editorial Pisco Del Gaiso
Direção de negócios Bob Wollheim
Redação
[ofico gos feto picos Érica Rodrigues uReiá Guilherme Maciel oSTicÃo o ta g
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Estagiário da redação peu
Revisão
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Colaboraram nesta edição
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Ding Musa, Eva Uviedo, Fernanda Negrini, João Wady Cury, Juan Esteves, João Wainer, UEC RIR TD Vl Er TB AA pI]
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A Leica Camera AG é uma empresa alemã, fabricante de câmeras, lentes e binóculos desde 1914. Criadora do consagrado formato 35 mm e referência em câmeras mecânicas, os produtos Leica são fabricados à mão, o que proporciona exclusividade e perfeição.
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PATRÍCIA KITAMURA e DING MUSA
fazem parte do grupo de finalistas depois da quinta rodada
Formada em moda e pós-graduanda em fotografia, Patrícia Kitamura, 24, e o Fotógrafo Ding Musa, 26, são, respectivamente, a nona e o décimo finalista da BOLSA FNAC/FOTOSITE DE FOTOGRAFIA, parte do PROGRAMA DE ESTÍMULO À FOTOGRAFIA FNAC/FOTOSITE
São mais dois fotógrafos selecionados pela comissão julgadora da BOLSA, que vai premiar o vencedor com R$ 12 mil em produtos FNAC, uma viagem para a França e o acompanhamento editorial do projeto a ser desenvolvido pela equipe do Fotosite. Patrícia e Ding se juntam aos outros oito finalistas [veja o perfil de cada um no www.fotosite.com. br/estimulo/bolsa. php].
A PRÓXIMA RODADA DE SELEÇÃO É A ÚLTIMA CHANCE DE CONCORRER AOS PRÊMIOS!!! AS DUAS ÚLTIMAS VAGAS SERÃO DECIDIDAS NA PRÓXIMA EDIÇÃO, MANDE SEU ENSAIO O QUANTO ANTES PARA CONCORRER!!! AS INSCRIÇÕES SE ENCERRAM NO DIA 28 DE JULHO
PATRÍCIA KITAMURA Unir suas duas paixões, fotografia e moda, foi o que motivou a pós-graduanda em fotografia pelo Senac Patrícia Kitamura a realizar seu projeto PRO(lou)CURA-SE, que ela mandou para concorrer na BOLSA. Minha vontade era sair pelas ruas atrás de pessoas que quisessem ser fotografadas pelas suas roupas , comenta. A idéia é usar as roupas como elementos da memória de seus retratados, de classes sociais bem diferentes. Isso para mostrar estilos de vida bem simples, remetendo ao passado, ao lado da vida moderna nas cidades, do futuro. Em uma das séries deste ensaio, Patrícia utilizou vestimentas dos seus avós. São minhas memórias sobre os antigos álbuns deles , diz. A BOLSA, caso Patrícia seja a escolhida, viabilizará a continuidade do projeto, e ampliará o conceito, usando os processos fotográficos que permitam o uso de tecidos.
Nesse caso, a memória das pessoas é contada pelas roupas.
DING MUSA
Questionar os elementos da fotografia. Basicamente, essa é a proposta do trabalho do fotógrafo Ding Musa. Neste ensaio, Reconstruções, ele levanta suas dúvidas na maneira como as cidades leia-se, as suas paisagens são representadas. Questiono o referente necessário para a construção de uma imagem fotográfica na representação da cidad explica. A pesquisa desse trabalho teve início em 2001 e já passou por diferentes pa Rio de Janeiro, São Paulo, Londres. A técnica é fotografia , comenta. O tamanho das ções é de 60 x 160 cm e a edição são de três cópias mais a PA. Ao longo do projeto, procure Bm levantar questões do processo de reconstrução da cidade , conclui. Com a BOLSA, Ding pleiteia continuar seu projeto, abranger a pesquisa com mais elementos e transformar o resultado em uma exposição. É a metalinguagem da fotografia a serviço do registro da cidade.
Esta premiação visa oferecer suporte financeiro e acompanhamento editorial para fotógrafos em início de carreira. Se você tem menos de 30 anos (nascido a partir de 1º/10/1975) e um projeto fotográfico em mente ou já iniciado, participe.
Realização Realização e Apoio Cultural Patrocínio www.fotosite. com br
MARCOS
MARINI
Todo poa
Sem Título [Reconstruções)
Sem Título [Reconstruções)
ALE
zu sehe s beste filmdanes gib
ho lado, as páginas duplas de Mermaids, que quer dizer Sereia em inglês. O livro estará disponível nos sites como o Amazon, por US$ 24,95
ENDLESS SUMMER
O espírito Endless Summer de Klaus Mitteldorf está de volta. O fotógrafo brasileiro, que ficou conhecido nos anos 70 por suas fotos inovadoras de surfe e depois foi para a publicidade, vai lançar seu quinto livro, Mermaids, entre setembro e outubro. Estou muito entusiasmado com esse livro! Vai mostrar um outro lado do meu trabalho, mais pessoal, mais descompromissado , resume Klaus. Feita em parceria com o designer alemão Sven Hoffman, a publicação traz muitas imagens com água, mar e mulheres. O projeto gráfico, assinado por Hoffman, lembra muito a linha do mestre americano do design David Carson de fundir imagens com mensagens curtas e de efeito.
O contato de Klaus com Sven foi por acaso. Ele fez uma foto para a capa do disco do músico Celso Fonseca e Sven, encantado com a imagem, foi atrás do brasileiro. Desde então, ambos se tornaram amigos e desenvolveram alguns projetos juntos. O embrião de Mermaids foi publicado pela primeira vez na revista eletrônica PDF Magazine de Hoffman, há mais de um ano. Depois, aumentaram o número de imagens e iam publicar o livro por uma pequena editora, até que a Gingko Press americana especializada em fotografia e design, assumiu a edição e a distribuição. Bom para os autores, que vão ter uma tiragem e distribuição maiores.
ELLE
MADE IN CHINA
Alguns fotógrafos brasileiros emplacaram seus trabalhos na revista chinesa de fotografia Vision uma espécie de Wallpaper do Oriente. Fotos de Roberto Wagner, Armando Prado, Cassio Vasconcellos, Ding Musa, Rui Mendes e uma entrevista com Eduardo Brandão podem ser vistas no site... em chinês!
CONVERGÊNCIA DE NEGÓCIOS
Em um fórum realizado no fim de abril em São Paulo, as empresas que vão participar da Photolmage Brazil 2005 Nokia, Samsung, Kodak, Adobe, Canon, etc., explicaram um pouco como funciona a Convergência Tecnológica, que vai
O QUE Photolmage Brazil 2005
QUANDO De 9a 12 de agosto ONDE centro de Convenções Imiser usado mais uma vez como mote da feira. Basicamente, são três pilares: entretenimento, produção de conteúdo visual no caso do Photo Image e transmissão de dados. Uma empresa como a Nokia, por exemplo, não fabrica lentes para o seu celular com câmera e tem que fazer parcerias com outras empresas, como a Carl Zeiss. Ou seja, grantes - Rodovia dos Imigrantes, km 1,5, São Paulo (SP) no fundo, são novas oportunidades de negócios para grandes empresas de tecnologia de ponta, o que deve incrementar os produtos, tanto no preço quanto na qualidade.
Pu las destsolo es mae gentil Savio am dórasil!
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DE CABO A RABO
A bordo de um 4X4, Orlando Azevedo cruzou o Brasil, com o jornalista Fabiano Camargo, para documentar a natureza e a cultura nacionais. O trabalho Coração do Brasil ganha sua primeira mostra em São Paulo, a partir de 21 de julho, no Instituto Tomie Ohtake. O percurso, que durou 425 dias, rendeu números volumosos: 70 mil quilômetros percorridos
1725 cidades e localidades visitadas
10 mil litros de óleo diesel consumidos
45 mil imagens produzidas pelo fotógrafo
400 entrevistas feitas pelo jornalista
70 hotéis e pousadas e 50 acampamentos serviram de abrigo aos expedicionários
1000 fotos e 70 textos eram publicados por dia no site da expedição durante a viagem
2 carros vendidos para pagar as dívidas da expedição
ONDE Instituto Tomie Ohtake Avenida Brigadeiro Faria Lima, 201
KERTZMANN "SEGUROS
CLANDESTINA
Uma revista digital de fotografia, uma de ilustração, outra de interpretação de sonhos e entrevistas. Esta é a proposta do Clandestina Artistas em com versão em espanhol e inglês. Cada ca-
Conflito
tegoria apresenta autores de diferentes países. O chinês Wang Qingsong conta a sua história nos dois idiomas, e também em português.
A Se
VEÍCULO: revista Vizoo
UTILIZAÇÃO: campanha publicitária da agência Giovanni FCB Rio
CÂMERAS: Pentax 6x7, as digitais Nikon D100 e Canon 20D, a imagem da fazenda foi feita com grande angular Nikon 28 mm
FILME: Fuji Velvia ISO 50
ILUMINAÇÃO: cena externa da fazenda foi feita com luz natural. No estúdio foi usado flash Atek 1200 W, com três cabeças: hazylight, panela direta no contraluz e panela difusa no keylight
LOCAÇÃO: Fazenda Cachoeira Santa Clara, em Mauá (SP)
EXPOSIÇÃO: foto da fazenda: abertura do diafragma 11, veloeidade do obturador 1/30, ISO 200
MANIPULAÇÃO DIGITAL: Adriano Von Markendorf demorou seis dias para fazer o tratamento e gerenciamento de cores, usou máscaras, técnicas de blending e iluminação para a fusão de oito imagens (fazenda, irado, mulher, galinha, gato, pato, bode e céu)
DIFICULDADE: o processo dessa foto levou três meses para ser concluído, desde a pesquisa da locação até a confecção do figurino, que foi tingido e puído para parecer envelhecido
DICA: a foto começou a ser desenvolvida um ano antes. Queríamos contar a história como se fosse um filme de cinema em um frame só. O primeiro estágio foi a pesquisa de moods, climas. Pesquisamos fotos, pinturas e filmes, como O Senhor dos Anéis, Harry Potter e Dog Ville, que têm essa construção de mood bem definida. A proposta foi criar uma atmosfera de imagem dinâmica muito forte, a palavra bold descreve bem o que queríamos demonstrar, pelos cenários, figurino, maquiagem, paleta de cores, textura da imagem e as ações dos personagens.
RICARDO CUNHA, 44 anos, é fotógrafo publicitário
LOS
KLAUS MITTELDORF, 51, nasceu em São Paulo e começou a fotografar aos 12 anos. As primeiras experiências foram no surfe, nos anos 70, depois passou para a moda e publicidade no Brasil e na Europa. Já realizou campanhas para a Olympus, Tim, Omo, Axé, Absolut, Lygia&Nanny, Háagen Dazs, Cia. Marítima e outras mais, pelas agências Almap BBDO, DPZ e DM9DDB, entre outras. Lançou quatro livros: Norami (1989), Photographs (1992), O Último Grito (1998) e Katharsis (2001). Em agosto, faz o lançamento mundial do quinto, Mermaids. Klaus comenta três livros que influenciaram seu trabalho pessoal e comercial.
Photo Graphics, de Sam Haskins
Sam Haskins é um dos grandes nomes da fotografia dos anos 70 e 80. Quem comprou a Photo francesa sabe disso. Extremamente criativo e experimentalista, foi durante muito tempo um grande inspirador. Sem dúvida, foi o fotógrafo que abusou da grande angular pela primeira vez e me fez fazer o mesmo. Neste livro, o forte são as fotomontagens, que na época eram todas feitas manualmente sem os artifícios do computador!
Rotovision, 1980, US$ 51
ExibitA Guy Bourdin, organizado por Samuel Bourdin
Outro mestre do experimentalismo. Criou um. estilo irreverente e inconfundível na moda dos anos 80. Abusou das cores e composições. Foi genial!!!
Bulfinch, 2001, US$ 44,95
Werk, Anton Corbijn
Grande retratista holandês que fez com o U2 o que quis! Muito criativo e original; experimentou novas técnicas, tanto com cores como no P&B. Sua especialidade sempre foi fotografar os músicos, e em alguns casos foi melhor que eles!
Schirmer Mosel 2000, preço não disponível
da Polas, ephjs
COMO ESCOLHO UM FOTÓGRAFO
O fotojornalista João Bittar, 54 anos, é editor das revistas Quem e Época mas começou como assistente de laboratório na Editora Abril, aos 15 anos. Já trabalhou nos principais veículos do país, como Veja, Manchete, Jornal da Tarde, Placar e Folha de S. Paulo. Bittar já publicou trabalhos no México e na Costa Rica, e fundou a Agência Angular, em 1983.
Qual seu ideal de fotógrafo?
Um bom jornalista, que tenha cultura de fotografia e fotojornalismo, humildade para fazer, ambição para querer, bom humor, seja tecnologicamente atualizado, tenha iniciativa e consiga pensar jornalismo por si próprio.
Quantos portfólios você vê por mês?
Vejo todos que me pedem para ver. São muitos, mas raramente, vejo algum interessante. Geralmente o portfólio é pior do que o fotógrafo, mas presto atenção no potencial de cada um, e por isso vale a pena.
Quais trabalhos os fotógrafos não devem colocar em um portfólio?
Trabalhos que ele não acredita, mas acha que o editor pode achar interessante. Ou aqueles que são muito impessoais e técnicos , como still, não devem ser mostrados. O negócio é mostrar o mais pessoal, todo trabalho tem que ser pessoal, publicado ou não. Mesmo que o tema não seja do próprio autor, é excelente que o trabalho tenha a sua marca . Que não seja material de artes plásticas, porque é muito conceitual e hermético, ou pouco factual. O ideal é a pessoa apostar em si mesma ao invés de tentar adivinhar o que o editor gostaria de ver.
O que mais te chama a atenção em um portfólio?
Se me traz uma reportagem inteira, que possa ser publicada, acho o portfólio e seu dono geniais. Em uma reportagem, por exemplo, posso ver, além das qualidades de jornalista e fotógrafo, a maneira como o autor se aproxima dos personagens, como indica a foto de abertura e constrói a história, assim é possível ter mais dimensões do trabalho. Um portfólio como uma reunião do melhor material, a menos que o cara seja antigo no mercado, sempre é decepcionante.
Uai
Carlos Ebert, 58, é diretor de fotografia desde 1968, quando ingressou no movimento do Cinema Marginal com o filme O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla. Atuou em 17 longas e 19 curtas como cinematógrafo, além de diversos filmes e propagandas para a televisão e dirigiu um único filme, República da Traição, em 1970.
DR e [O E A O A NT OA FOTOGRAFIA: NÉSTOR ALMENDROS
Uma câmera estática que vem a ser extática. Encontrar a luz justa para um lugar específico, disciplina de filmar em cenários naturais. Nos interiores, os candelabros sutilmente reforçados por refletores rebatidos e subvoltados criam um clima soturno, mas perpassado de erotismo. Como disse Godard: O cinema, como a pintura, mostra o invisível.
ANDREI RUBLEV, 1969. DIRETOR: ANDREI TARKOVSKY. GAI AAUI RAS
Filmar sentimentos, não ações. O mutismo do personagem passa quase despercebido no início do filme, tal a força das imagens. As cores só são mostradas na última seglência, em que a obra do pintor de ícones, Andrei Rublev, redime com seu esplendor às sombras do terror. Sua luz ofusca e deslumbra. Tarkovsky resume: só se pensa cinema, poeticamente.
BARRY LYNDON, 1975. DIRETOR: STANLEY KUBRICK. FOTOGRAFIA: JOHN ALCOTT
É um filme de mestres. A imagem alcança o cinemático/pictórico. A latitude e a sensibilidade do negativo são exploradas à exaustão. Usa uma 50 mm f 0.95 feita especialmente para filmar à luz de velas. A técnica expandida ao limite para libertar a linguagem: um conceito que todo cinematógrafo deve levar consigo para sempre. A duração do plano como indução à emoção exata (o beijo em Lady Lyndon no baile).
AUTO-RETRATO
SNAPSHOTS pi a e
O astronauta Mark Lee se prepara para documentar as atividades de manutenção do Hubble. Já que não é possível andar sobre o satélite, os astronautas 0 fotografam inteiro para que os engenheiros possam depois fazer a manutenção e reconstruir as partes danificadas. Por isso, os membros da tripulação levam uma Hasselblad e várias cameras 35 mm e de vídeo para documentar todas as atividades do Hubble
UM BAILE PARA O HUBBLE
Depois de 15 anos orbitando no espaço, o telescópio 750 mil imagens do espaço. Sua câmera tem um funHubble, parceria da Nasa com a Agência cionamento complexo: são quatro CCDs que registram as Espacial Européia está com os seus dias luzes do espaço, auxiliados por espelhos. A mira do contados. Ao longo de sua trajetória, o Hub foi o primeiro telescópio é capaz de focar uma moeda com precisão a telescópio que possibilitou a visão do universo além da mais de 300 quilômetros de distância. As melhores fotos do Hubble podem ser vistas no http://grin.hg.nasa.gov atmosfera que altera a luz das estrelas e registrou mais de
REVEZAMENTO DE CÂMERAS
A equipe Foco Foto, formada pelos fotógrafos Luciano Finotti, Luiz Fernando Loffti e Igor
Bernardes, vai correr uma prova de thriatlon cross-country em Ilhabela, no litoral norte paulista, com uma proposta diferente: registrar a emoção de dentro das provas com câmeras em FOTO SEM FIO
A Kodak prevê o lançamento da nova
punho. O objetivo é reunir material para publicar um livro e montar uma exposição na Galeria digital compacta, a Easysheare-one, para o segundo semestre de 2005, nos EstaImã, em São Paulo. Essa prova é uma eliminatória da Nissan Xterra World Championship, dos Unidos. A novidade da câmera é a memória interna de 256 mb, única com essa capacidade no mercado, além da transmissão wireless para o computador ou impressora modelo printer doc.
na Ilha de Maui, no Havaí espécie de Copa do Mundo do esporte. Quem tiver interesse em patrocinar a empreitada fotográfica da equipe, entre em contato pelo telefone (11) 9232-6263. Mesmo se ninguém ligar, eles ainda vão correr.
ENIO
Da esq para a dir: Evandro Teixeira, o mexicano Pedro Meyer, editor do site www.zonezero.com, e a francesa Martine Frank, viúva do mestre Bresson, observam a câmera digital Epson de Meyer, que todos pensavam ser uma Leica! O momento descontraído foi flagrado pelo fotojornalista Daniel Ramalho durante a abertura da exposição Henri Cartier-Bresson Fotógrafo, no Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro. A exposição, que integra a programação do FotoRio 2005, fica em cartaz até 30 de junho
VIVO MEGAPIXELS
Bob Wolfenson, Cássio Vasconcellos, Cristiano Mascaro, Daniel Klajmic e Fabrizio Fazano foram convidados pela Vivo e Motorola, em parceria com a REVISTA FOTOSITE, para clicar com um cellcam de 1.2 mp. As imagens, que fizeram parte de um publi-editorial da REVISTA, se transformaram em exposição
GRIMALDI e em um pocket-book (ao lado), no Espaço Cultural Vivo.
ENCICLOPÉDIA FOTOGRÁFICA
Uma demonstração evidente da vitalidade da fotografia brasileira. Assim Nadja Peregrino e Ângela Magalhães definem o livro Fotografia no Brasil - Um Olhar das Origens ao Contemporâneo, que acabam de lançar pela Funarte e com texto de apresentação de Pedro Karp Vasquez. A obra é fruto de uma parceria de 25 anos entre as pesquisadoras, que trabalham na área da fotografia há mais de 30 anos e já publicaram várias obras de referência sobre o tema. Gerado no período de 1999-2002, o novo livro da dupla traz mais de 300 fotografias, editadas sob a forma de categorias temáticas, porém libertas de uma cronologia estrita. Isso permite que pioneiros e contemporâneos não apenas dialoguem como também sejam colocados lado a lado em distintos períodos da história , comenta Nadja.
Um blog foi a maneira mais fácil e barata que o fotógrafo baiano Fernando Vivas, 39, encontrou para mostrar seu trabalho. Entre as pautas do jornal A Tarde, e suas andanças por Salvador e outras
cidades, surgem fotos curiosas que vão para o A maioria das imagens não tem legenda, apenas um título para atiçar a curiosidade de quem entra na página , explica.
O OLHO E A RUA
O QUE Inserção, de Rodrigo Albert
QUANDO de 2 a 30 de agosto de 2005
ONDE Galeria de Arte do Fórum Lafayette, Avenida Augusto de Lima 1549, Belo Horizonte (MG)
PRESO, MAS NEM TANTO
O fotógrafo mineiro Rodrigo Albert cumpria uma pauta jornalística quando ouviu da boca de um presidiário: Qualquer homem pode ser culpado . A conversa com o detento acabou sendo o start para o trabalho de documentação chamado Inserção, que Albert desenvolve há três anos, sobre o cotidiano nos presídios que adotaram o método carcerário desenvolvido pela Apac (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados). Nesse sistema que nasceu no interior de São Paulo, já foi implantado em mais de cem cidades brasileiras, vários países da América Latina e nos Estados Unidos =, os próprios presos cuidam da manutenção da penitenciária. Detalhe: sem policiamento militar nem civil. Inserção é uma tentativa de registro dessa proximidade. É permitir que as pessoas vejam o que é ser preso e reconheçam o homem. É apontar as contradições de uma realidade social, sugerindo um caminho a favor da aceitação da diferença , diz Albert, que expõe em agosto o resultado da primeira etapa do trabalho, na Galeria de Arte do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, e prepara um livro, que deve ser lançado em 2006.
BLOG DE PAPEL
Por
DO YOU MOBLOG?
Moblog blog fotográfico alimentado apenas por celular. Nem bem foram lançados no Brasil e já são um fracasso lá fora. Um estudo de Eytan Adar, da HP, mostrou que quanto mais tempo as pessoas têm um moblog, menos postam fotos. Mesmo com aparelhos ergonômicos e cada vez mais simples de operar, ainda é muito demorado e complicado clicar e enviar fotos via celular. Apesar da empolgação inicial, a maioria dos moblogs não dura mais que cinco semanas.
UM ESTÚDIO COM MENOS DE 100 DÓLARES
Você não precisa mais se preocupar se ainda não conseguiu montar aquele estúdio milionário: já é possível construir um estúdio versátil e durável por menos de 100 dólares. O site americano Worth1000, especializado em promover os mais variados tipos de concursos fotográficos, ensina, em um passo a passo didático e completo, como montar um pequeno estúdio com materiais baratos e encontrados facilmente em qualquer loja de materiais para casa.
CELULAR MÃO DE VACA
A revista Fortune publicou sua lista das 25 empresas mais inovadoras do ano, entre elas está a americana ScanBuy, que desenvolveu um software que, associado à câmera do celular, lê código de barras. Com o software, você entra em uma loja, lê o código de barra de qualquer produto e automaticamente recebe no celular uma comparação de preços em lojas concorrentes.
ENTER KEYWORD:
20 IMAGENS VALEM 1 PALAVRA
O americano Grant Robinson criou um projeto bem simples baseado na plataforma de busca de imagens do Google, o Guess-the-Google. Trata-se de um joguinho que mostra várias montagens com fotos e você tem que descobrir em 20 segundos a palavra-chave que originou cada uma delas. A brincadeira é simples e divertida.
1 PALAVRA VALE 20 IMAGENS
E o mesmo cara desenvolveu um segundo projeto que usa a mesma ferramenta, mas no formato inverso. Montage-aGoogle é um aplicativo que cria painéis bem bacanas usando 20 fotos diferentes resultantes da busca por uma palavrachave. No site de Grant, é possível ver os painéis de um casal que realizou várias buscas por Flor , imprimiu e fez uma montagem para decorar o quarto do filho. O resultado é bem simpático.
* BIA GRANJA, gerente de negócios da Tripix, é uma cyber curiosa de plantão
ESSA MULHER
SEM PAU
GIGI
Quem é essa mulher que por aí se revela? Por ela mesma, nessa lente se esparrama, se demora e se deleita com seus ângulos vadios. E assim se cobre de olhos, se traveste de elogios, e sussurros, e suspiros. E se despe para todos, vaga névoa de si mesma, num detalhe, um espartilho: é um gostar-se tanto, tanto, que se quer compartilhada com a platéia em desvario, longe, fria, tão distante. E é assim monitorada, vigiada, admirada, aquecida em seu vazio, que se espalha, em luzes, cores, transparências, caras, bocas e carências, por esse espelho partido.
YARIS
*EVA UVIEDO, autora do patchwork ao lado, acredita que os melhores flogs não são feitos por garotas boazinhas (veja os links no www.fotosite.com.br/revistab)
*Bia Granja
www.oeco,com.br
DIA TÁ Por *João pi AA
BANHO DE MEDIOCRIDADE
Marca tradicional de chuveiros elétricos, a Lorenzetti pisou feio na bola. Um megapainel instalado em um edifício que ladeia o Minhocão, viaduto que liga o centro à zona oeste de São Paulo, mostra uma modelo de cabelos armados pelo vento sob uma ducha. Além de não molhar o cabelo nem o corpo da mocinha, que está nua em pêlo e com aquela cara de quero mais, típica de filmes pornôs, o chuveiro está desproporcionalmente grande para a imagem como um todo. Mais uma vez fica a pergunta: não passou da hora de tratar o consumidor como idiota?
PÉROLA VERDE DO JORNALISMO
Se ainda não viu, não perca tempo. Um dos melhores trabalhos jornalísticos na web está em um site que trata de meio ambiente. Chama-se OECO, tem reportagens de qualidade e que frequentemente furam a grande imprensa, sem a lenga-lenga da cobertura sonolenta feita pela mídia tradicional. Não poderia ser diferente. Por trás de O ECO estão dois dos maiores jornalistas do país, Marcos Sá Corrêa e Manoel Francisco Brito, ambos com passado em redações como Jornal do Brasil, Veja e criadores do site Notícia e Opinião (NO.). De quebra, o site tem uma pérola. É o trabalho fotográfico de Sá Corrêa, que ficou conhecido no país por sua atuação na reportagem política, mas que em O ECO mostra o resultado de suas diversas viagens ao Parque Nacional de Itatiaia. Trabalho de primeira feito por uma equipe brilhante.
SEU SITE NOS RESULTADOS DE BUSCA
De nada adianta um fotógrafo ter um site com todo seu portfólio se a página ficar confinada ao sopé das inúmeras opções sugeridas por sites de busca, como Google, Yahoo e Cadê. Para dar visibilidade a seu endereço virtual, é necessário incluí-lo em um diretório de algum desses sites. Proceda assim: cadastre o site diretamente na busca. Cada provedor tem sua página de submissão. Ou cadastre em um diretório, pois os robôs de busca começam a indexar as páginas pelos diretórios. Esse método é melhor, pois quando alguém submete seu site à força , perde pontos . Esses pontos definem em qual posição estará nos resultados da busca. Mesmo que o site não seja muito relevante para aquilo que o usuário procurou, uma pontuação alta pode colocá-lo em primeiro.
No Google, essa pontuação é chamada de PageRank e define a importância do site. Ela funciona, basicamente, por meio de links. Quanto mais links um site tem, maior a pontuação. E se um site de grande pontuação linkar para um outro, maior ainda será a pontuação deste. O PageRank do Google pode ser visto ao instalar a barra do Google ou utilizar serviços web. Dessa forma é possível saber qual a importância de um site.
Ma. mai
A Doce Vida, de Federico Fellini
Janela Indiscreta, de Alfred Hitchcock
Blow Up, Michelangelo Antonioni
Antes da Chuva, Milcho Manchevski
O Ano em que Vivemos em Perigo, Peter Weir
O Jornal, de Ron Howard
A Primeira Página, de Billy Wilder
Sob Fogo Cerrado, de Roger Spottiswoode
Salvador O Martírio de um Povo, de Oliver Stone
Os Gritos do Silêncio, de Roland Joffé
10 FILMES
Alfred Hitchcock, Michelangelo Antonioni, Federico Fellini. Os grandes diretores do cinema sempre tiveram uma certa atração por retratar na tela grande seus colegas fotógrafos. E dessas histórias do cinema saíram não somente uma definição de fotógrafo e de fotografia, mas imagens refletidas de como o profissional e o ofício eram vistos pelos mestres do cinema. Certamente essa é uma lista subjetiva e foi fechada em dez filmes em homenagem ao Dez, de Abbas Kiarostami, cineasta iraniano que, além de contar uma história, brinca com a imagem e, por tabela, com a platéia.
BH PROMETE, MAS NÃO ENTREGA
A loja nova-iorquina BH Photo Video está vendo cair por terra a mágica que a tornou paraíso artificial dos profissionais da fotografia. Agora perdeu de vez o controle devido ao volume de pedidos que acabou por entupir, segundo o supervisor do departamento brasileiro, Sami Friedman, os depósitos das distribuidoras no país. Há quem espere três meses por um Powerbook, iPod ou máquina digital. É uma situação ridícula. Paguei há três meses por um Mac e até agora nada. A BH não é uma empresa séria , diz um designer, que pediu para não ser identificado. A promessa de Friedman, da loja nova-iorquina, é que as mercadorias levem de 30 a 40 dias para ser entregues. Temos um departamento voltado unicamente para o atendi-
mento no país, em português, e com ligação gratuita diretamente para Nova York. Estamos trabalhando para que novos atrasos não ocorram. Há quem diga, no entanto, que agora a ação da Receita Federal recaiu sobre as distribuidoras brasileiras. Mas o consumidor não estaria livre de uma ação porque os fiscais podem facilmente checar as compras feitas na BH pelo demonstrativo dos cartões de crédito. Seria mais fácil o governo brasileiro rever a legislação tributária dos equipamentos eletrônicos, derrubando a proteção aos medíocres fabricantes nacionais. A reserva de mercado na produção de equipamentos lembra muito o setor automobilístico antes da posse de Fernando Collor.
)n.com
Ralph Gibson, um dos maiores fotógrafos americanos, esteve viajando pelo Brasil em março para dar continuidade à produção do seu 27º livro. Sua mulher faz parte de um ONG brasileira e veio com ele. Ou ele com ela, talvez. Gibson esteve aqui para fotografar. Entre um clique e um vôo, parou por três horas para conversar conosco. Não queríamos saber do livro ou de suas fotografias. Queríamos falar com o homem de negócios, alguém que já vendeu mais de 6 mil imagens, publicou quase 30 livros e diz que ganhou dinheiro suficiente (ou mais do que suficiente, como acabou confessando) para uma vida confortável e agradável. Gibson se mostrou bem-humorado, sempre com respostas afiadíssimas e nos desafiando. Adora dizer, com um olhar maroto todo seu, que não responde a perguntas capciosas. Muitas vezes devolveu perguntas como respostas. Outras deixou no ar. Deu-nos momentos de um humor quase brasileiro quando indagado se tinha patrocinadores no Brasil: o Edemar (Cid Ferreira, do Banco Santos) iria editar meu livro, mas eu pedi tanto dinheiro que quebrei o banco dele! . E outros da mais pura provocação quando, por exemplo, ao ser indagado sobre o universo digital, nos perguntou qual o melhor fotógrafo digital do mundo. Leia a integra do papo e tire suas próprias conclusões.
REVISTA FOTOSITE A Fotografia é um negócio para você?
RALPH GIBSON Claro. Sou uma empresa. Durante dez anos tive uma editora com dois sócios. Fechei porque percebi que estava começando a passar mais tempo fazendo orçamentos e negociando do que fazendo o que gosto: fotografar. Além disso minha carreira fotográfica estava crescendo muito.
Você tem em sua vida um momento de grande virada, o que poderíamos chamar deturning point?
Sim, estávamos no ano de 1968 e eu resolvi ir para Nova York. Eu tinha começado a fotografar na Marinha dez anos antes e a Magnum era tudo gue eu queria e sonhava. Queria muito ser fotojornalista e tinha metido na minha cabeça que deveria trabalhar
Ralph Gibson esteve no Brasil várias vezes para fotografar para seu 27º livro: Brasil - As Origens Visuais da Cultura, a ser lançado pela editora italiana Damiani (www.damiani.it). À proeza do fotógrafo foi fazer a editora pagar o livro antes mesmo de ele começar a clicar
na Magnum. Fui apresentado à agência por um amigo junto com a Mary Ellen Mark e o Dany Ryan e eles me escolheram! Isso foi incrível, especialmente sabendo quem são Dany e Mary Ellen (risos). Três meses depois eu disse: Fuck this, this is not for me . A Magnum era tudo que eu queria, mas quando descobri o que era ser um fotojornalista pensei: não gosto disso, não é para mim! Eu queria fotografar para mim mesmo. Já devendo alguns meses de hotel, sem dinheiro, resolvi falar com os amigos, agitei algumas coisas e consegui um trabalho para fazer o relatório anual da MGM em troca de eles publicarem um livro meu (The Somnanbulist, Lustrum Press). Três meses depois da publicação eu já tinha a mesma reputação que tenho hoje em fotografia em todo o mundo! É incrível, mas foi assim, todo o mundo passou a me conhecer! Isso foi uma grande mudança. Fui do branco para o preto. Todo mundo sabe quando aconteceu a grande virada. Quem não é bem-sucedido, por outro lado, nunca terá a menor idéia de quando a coisa não virou! (risos).
E trabalhos comerciais?
Fiz algumas coisas, mas não gosto de ter um asshole dizendo o que e como tenho que clicar. Prefiro ser meu próprio asshole (risos). Penso que, mesmo sem trabalhos comerciais, se você for bem fiel ao seu trabalho, acaba dando certo. Comigo sempre foi assim, o telefone acabava tocando. Um convite para uma exposição, uma palestra, vender algumas imagens. O tempo foi passando epor volta dos 40 anos eu já tinha ganho um bom dinheiro. Podia viajar, ficar em bons hotéis, curtir a vida. Se eu tivesse trabalhado na fotografia comercial teria ganho muito mais. Fotógrafos comerciais trabalham por dinheiro. Fotógrafos artistas precisam de dinheiro para fotografar. Como dizia, aos 40 eu tinha belas mulheres e dinheiro suficiente, me divertia muito.
Mais do que suficiente...
É, mais do que suficiente... (risos).
Gibson viajou pelo Brasil e passou por várias partes do país: cidades históricas em Minas, Manaus, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, CulriLe ERA Teu Elo ooo
Luís Marinho, da Leica Brasil
Fotógrafos artistas precisam de dinheiro para fotografar
Tem preconceito em fazer negócios?
Não, não tenho nada contra. Obviamente um fotógrafo, quando entra na câmara escura e trata suas 36 imagens, lida muito mais com o fracasso e aprende, de fato, muito mais com ele do que com o sucesso. Não se pode dizer o mesmo de um banqueiro ou de um médico cirurgião... Por outro lado, a mesma porção do cérebro que é responsável pela criação de um negócio é também aquela que é utilizada na criação de uma poesia, de uma escultura ou de uma fotografia. Agora, ao final do processo, no universo dos negócios o único ganho será o lucro se ele acontecer , ao passo que no universo das artes, sempre ganharemos muito mais, mesmo com o fracasso. Portanto... prefiro fotografar.
Você vende fotografia?
Certamente sei vender a minha fotografia. Não gostaria de vender carros ou ração para cachorros, mas sei e gosto de vender fotografia.
O mercado de fine-art vive uma expansão?
Sim, penso que sim. Existem mais de 200 exposições individuais de fotografia em Nova York todos os dias, o ano todo.
Em São Paulo devem existir umas 50, não? O mercado está se expandindo e os preços estão subindo.
Como vê as novas tecnologias invadindo a fotografia?
Minha nova resposta para isso é: quem é o maior fotógrafo digital do mundo?
Ele existe?
Pois é, está respondido...
Sim, mas quais os impactos das mudanças que estamos vivendo?
Em 1944, eu tinha 4, 5 anos e voltava todo dia da escola querendo pegar a revista Life para ver as grandes imagens em preto e branco. Existia uma sociedade inteira que foi acostumada com as grandes reportagens das revistas e com muitas e fortes imagens em P&B. Aí vem a TV e desafia tudo isso. Levou uns dez anos para a coisa deslanchar, mas certamente o impacto foi enorme. Então, lá pelos anos 70, a fotografia começa a ganhar espaço como arte. Chegando a hoje, vejo que vivemos uma revolução e que eu não sei onde isso vai parar. Minha sogra de 78 anos usa e-mail. Eu comecei a usar computador quando eu tinha 50, mais ou menos ao mesmo tempo que comecei a aprender francês. Foi muito mais fácil com o francês! (risos). Estava tudo lá, no computador era um
imenso novo mundo que se abria. Mas hoje tudo ficou normal. Vivemos provavelmente uma das mais rápidas curvas de aprendizado. Os sistemas de imagens digitais não criaram fotógrafos. Ah, mas quando o melhor fotógrafo digital aparecer, eu serei o primeiro a dizer que eu sabia que isso iria acontecer! (risos) Mas até lá...
Há benefícios em tudo isso?
Sim, quanto mais as pessoas usarem o universo digital, maior a chance de elas eventualmente se interessarem por fotografia.
As coisas mudaram muito no fotojornalismo. Os grandes ensaios não existem mais... O que você pensa disso?
Pouco me importa, na verdade. Durante muito tempo esse era o único jeito de ver o mundo. Hoje não é mais assim, temos a internet, TV a cabo. Tudo está na sua casa em segundos, informação em excesso, muito mais do que precisamos e conseguimos consumir. Penso que no futuro as pessoas, as empresas e os governos encontrarão jeitos de lidar com isso.
Quando você está produzindo um novo trabalho, como esse livro sobre o Brasil, o que gosta mais?
Dizem que o processo, o chegar lá, é metade do prazer. Penso que não. É 100% do prazer. Para mim ao menos é assim. Criando, concebendo, fotografando, fazendo a direção de arte... é onde está o grande prazer.
Temos várias escolas de fotografia no país. Qual seu conselho para os jovens que estão entrando no mundo da fotografia?
Quando comecei, vi uma lista que mostrava as profissões mais bem pagas dos Estados Unidos. A fotografia era a penúltima na lista! (risos). Talvez hoje esteja até pior! Os jovens enfrentam um problema muito peculiar: eles querem se parecer profissionais, comerciais, antenados e acabam não sendo eles mesmos. Um conselho que sempre dou nos meus workshops é: não imite os fotógrafos que você mais gosta. Mas todos o fazem! (risos). Parece que é a maneira com que se ensina hoje em dia. Os jovens ouvem demais, criticam demais. Têm que fazer mais e saber que leva muito tempo para chegar lá. O jovem quer ficar milionário aos 25. Ele acredita que isso é possível, talvez porque veja gente que fez isso. Não funciona assim. Leva pelo menos 15 anos para se tornar um bom fotógrafo, assim como leva 15 anos para se tornar um bom médico ou mesmo um bom jardineiro. Então, se prepare para o caminho! ta
O fotógrafo húngaro-brasileiro é um nome comum em enciclopédias sobre a fotografia e o cinema nacional. O que pouca gente sabe é que, aos 80 anos, dos quais quase 70 dedicados à imagem, seu espírito empreendedor anda muito bem, obrigado. Ele está produzindo um livro e uma exposição com suas fotos coloridas e ainda crava, do alfo de sua experiência, que a Fotografia digital trará boas surpresas
Thomaz Farkas foi fotografado por Juan Esteves em sua casa, especialmente para esta edição. As fotos a seguir [exceto das páginas 40 e 41) fazem parte do livro que será lançado no segundo semestre
O pessoal vai gostar, tem cara de gente bonita e forte e belas paisagens! Dessa maneira, o octogenário Thomaz Farkas começa a descrever seu novo livro, que será muito diferente dos anteriores, que mostravam seus trabalhos mais conhecidos. Agora, Farkas trata da cor, das tonalidades, dos contrastes e nuances cromáticas, extraídos pelo vasto Brasil há mais de cinco décadas, e que estiveram adormecidos em seu seleto acervo pessoal. O tempo enorme entre a produção das fotos e a publicação de seus livros é um definidor do caráter do fotógrafo. Farkas é um estilista do mais fino trato. Não discorre levianamente imagens sobre as quais não se sente confortavelmente apegado. O apuro vem de uma concepção de vida, que se funde a um dos metiês que escolheu para extravasar sua arte. Por isso, a discrição. Por isso também a raríssima parcimônia bressoniana na edição de tudo que produz. Com a certeza da maturidade, Farkas foi homeopaticamente desenhando suas histórias. Décadas atrás, ao criar uma galeria, uma livraria e uma revista para o deleite fotográfico, provavelmente = em sua teimosa modéstia Farkas não tinha a completa noção de que estaria dando uma direção a diversas gerações, hoje representadas entre as melhores da fotografia mundial. Sua participação ao trazer para o Brasil imagens dos grandes mestres internacionais, como Weston, Strand, Bresson e Adams, foi pioneira. Não fosse esse sonho compartilhado, estaríamos no engatinhar de uma pobre era. Seu roteiro começou cedo, em 1935, quando aos
9 anos passou a trabalhar com seu pai na tradicional loja Fotóptica, encravada no centro paulistano. Os anos passaram e Farkas não somente subiu as escadas para o fotoclube que ficava na sobreloja para fazer sua própria história, como criou um elo de difusão sem precedentes.
Após o curso na Politécnica da USP, iniciado em 1941, seguiu em frente como um dos fundadores do Masp Museu de Arte de São Paulo, onde ajudou a construir o laboratório de fotografia. Nos anos 1960, foi para o Conselho da Bienal de São Paulo, depois rumando para o cinema, inclusive presidindo a Cinemateca Brasileira, onde está até hoje. Ao todo foram cerca de 40 filmes, entre a produção e a direção, sempre distante dos extremos, pautados pelo ufanismo de um Jean Manzon ou da estetização da miséria e da religiosidade, que consagraria diversos nomes da nossa fotografia.
Também não espere justificativas além do prazer pictórico e essencialmente humanista encontrado em sua obra, o que por si só valeria mil livros. Distante dos conceitos fabricados e cada vez mais complicados , Farkas é decididamente lacônico quando se busca um desagravo para seu deleite fotográfico. Em suas econômicas palavras, isso seria desnecessário.
Instigado pela professora Simonetta Persichetti, em seu primeiro volume do Imagens da Fotografia Brasileira, sabiamente revela: Se você perguntar sobre a filosofia da imagem, não vou saber responder. A fotografia é que fala, não eu. Ser fotógrafo é um
fato em si. Ele não precisa falar. Na hora de dar depoimento, falam bobagem sobre o poder da foto . Mas, é claro, existem raríssimas exceções, como Luiz Humberto e Sebastião Salgado .
A questão que difere Farkas dos demais é o conteúdo. Por isso ele não precisa falar. O esforço até soa meio doloroso para ele. Sua antologia fotográfica é que dá voz à sua expressão. Dos kodachromes da década de 1940 aos negativos de hoje, da simples cenas domésticas e íntimas à vastidão de uma cidade sendo construída, está lá em cada fotograma preservado uma palavra única: talento.
Também não podemos esperar de seus registros uma atitude política explícita. Apesar de húngaro, sua postura é mineiríssima. Em muitos momentos as entrelinhas descrevem mais. Sobretudo faz valer seu pensamento principalmente quando o futuro da fotografia é o tema. Em 2003, durante um jantar organizado pela então secretária de Cultura do Estado de São Paulo, Claudia Costin, para apresentação da nova direção do Museu da Imagem e do Som, Farkas não pensou duas vezes ao dizer a ela que acervo de museu não deve ficar parado, que sua função máxima é fazer o intercâmbio por todo o Brasil, mostrando os trabalhos dos fotógrafos para todos, criando assim uma sinergia nacional.
E, com esse caráter patriótico em sua mais pura concepção, Farkas, membro do conselho da coleção de fotografia Pirelli-Masp, vem brigando para que o acervo de mais de 800 imagens saia de vez em quando da avenida Paulista, ao invés de ficar escondido em
sua reserva técnica esperando por mais um lote novo, como quer Julio Neves, presidente do museu. Farkas pode alar com larga experiência. Da elegante Galeria Fotóptica partiu o melhor sincretismo fotográfico, que apresentou fotógrafos daqui e dos quatro cantos do mundo. O mesmo se pode dizer da infelizmente extinta revista Novidades Fotóptica, por muitos anos elo de contato entre os recônditos brasileiros, onde a fotografia talentosa germinava espontaneamente e era disseminada através de suas páginas.
Iconoclasta convicto, o fotógrafo também não se contempla sem ser cutucado. Nunca fui muito conhecido. Ultimamente é que andam lembrando de mim! Demasiada humildade para quem teve como pares Geraldo de Barros, José Medeiros, German Lorca, Eduardo Salvatore, que, como ele, estão dentre alguns dos ícones da Fotografia Moderna, período este até agora longe de ser superado.
Farkas na verdade pensa mais na obra dos outros do que na sua. Temos uma fotografia muito boa! Mas ela padece do isolamento. Não temos a divulgação que a fotografia européia tem. Daí seu esforço que já dura décadas para promover a qualidade dos brasileiros.
A mente aberta para tudo é também um exemplo a ser assimilado. Para quem passou por quase todas as mudanças tecnológicas que a fotografia viveu, é promissor ouvir que a fotografia digital ainda vai revelar muita coisa interessante. O meio dificulta. É uma enxurrada. Mas disso ainda sairá muita coisa boa! E, como o oráculo que acertou em quase tudo, prevê: Será uma boa surpresa! .
O LIVRO
Rosely Nakagawa passou cerca de dois anos visitando o acervo do fotógrafo. Os originais produzidos em kodachrome, como esta foto, estavam em perfeita ordem. Segundo ela, Farkas mantinha-os em uma reserva técnica com refrigeração e bem embalados. Com o tempo, as cores ficaram esmaecidas, fato que contribuiu para contar a história da imagem. Até o fechamento desta edição, o nome do livro, da editora Cosac Naify (www.cosacnaify.com.br), ainda não tinha sido decidido. Thomaz está participando ativamente de todo o processo. O projeto gráfico é de seu filho Kiko Farkas
7 17 de com a
homaz Jorge Farkas nasceu em Budapeste, Hungria, no dia outubro de 1924, sob o signo de Libra. Veio para o Brasil família de origem judaica aos 6 anos de idade, e naturalizou-se em 1949, aos 25.
O paparazzo Thomaz sempre carrega uma Leica M5 por onde anda. Ele está fotografando os familiares e amigos usando umaR ga um olleiflex antiga. Depois de fazer os retratos, revela e entrea cópia para o modelo.
Além de fotografias, Farkas se destaca na cozinha, especialmente os pratos húngaros. Outra especialidade sua é um dry marti ni, receita ensinada pelo cineasta espanhol Luís Bufuel. Um de seus pratos prediletos são os rabanetes com mel no café da manh à, junto com queijo de cabra.
Macaco Chico, como Farkas é conhecido, adora animais de estimação. Um de seus primeiros modelos foi o gatinho Hitler, que tinha uma mancha na cara igual ao bigode do ditador. Hoje, ele brinca com seu cão vira-latas Filé.
Uma de suas características mais marcantes são as cochiladas depois do almoço, que ele não abre mão, nem quando está em palestras ou em projeções de filmes.
anos
Macaco Chico também sofreu com a ditadura em meados dos 70. O documentarista holandês Joris Iven exibiu o filme Paralelo 17, sobre a Guerra do Vietnã, na casa de Thomaz, que foi denu! nciado por um dos presentes. Farkas ficou uma semana detido no DOl-Codi, em São Paulo, onde morreu o jornalista Vladimir Herz da F og, em 1975.
Farkas é o sócio número um do NAFOTO - Núcleo de Amigos otografia fundado em 1991 por Rosely Nakagawa, Nair Benedicto, Rubens Fernandes Junior, Fausto Chermont e latã Cann abrava, entre outros. O NAFOTO criou o Mês Internacional da Fotografia, em São Paulo.
Thomaz é uma pessoa extremamente organizada. Há anos carrega o mesmo modelo de um caderninho classudo, fininho, onde anota desde compromissos profissionais a datas importantes, passando por roteiros de viagem e nomes de vinhos.
DU ARCO DO VELHO assanmenco
Acima, Farkas acende um charuto na inauguração da exposição de Sebastião Salgado no MAM, em São Paulo, no início dos anos 90, ao lado de Victor Civita, da Editora Abril, e Pedro Martinelli. À esquerda, Thomaz segura uma cópia do catálogo da Fotoptica, que originou a revista Novidades Fotoptica. No centro e à direita, em Paraty (RJ), onde passa Férias e fins de semana com os filhos e netos, fotografando na rua e montando sua exposição na Casa de Cultura
www.fidmarseille.org
Da esq. para dir.: capa da revista Novidades Fotoptica e as comunidades que a galeria reunia nos anos 80: Maureen Bisilliat e Pierre Verger, de camisa azul; João Farkas, de jaqueta marrom; Sebastião Salgado, de casaco vermelho; e Rosely Nakagawa
O DONO ESTÁ DE OLHO
sensível, visionário e confiante. Essas palavras são usadas para definir o lado empresário de Thomaz Farkas, que assumiu a presidência da Fotoptica em 1359, depois do falecimento de seu pai e fundador da empresa, Desidério Farkas. Curiosamente, foi exatamente nessa década de 60 que ele mais se dedicou a seus documentários, curtas-metragens e filmes [veja abaixo].
Um dos grandes empreendimentos de Farkas à frente da Fotoptica foi a revista Novidades Fotoptica, que passou a se chamar Fotoptica. Iniciada nos anos 50 como um catálogo de venda, a publicação começou a crescer nos anos 70, quando publicava ensaios fotográficos no Formato 30x40 de jovens como Claudia Andujar, Pedro Martinelli, Claudio Edinger, Bob Wolfenson e Cássio Vasconcellos. 95% do espaço era reservado para fotos , diz Henrique de Macedo Netto, vice-presidente executivo da Fotoptica por 24 anos e editor da revista nos anos 70.
Na década de 80, a publicação passou ao Formato 20x28 e o conteúdo era recheado com entrevistas e matérias escritas, mas sempre priorizando as imagens. Foi a revista brasileira de fotografia mais importante do seu tempo , afirma o pesquisador Ricardo Mendes. O sonho acabou em 1987, quando a
revista parou de circular, curiosamente um ano depois da saída de Henrique da empresa.
Galeria
Outro importante projeto de Farkas foi a lendária Galeria Fotoptica, criada em 1979. À época, Thomaz era conhecido pela propaganda da Fotoptica, que exibia uma foto sua com a frase O Dono está de olho . Junto com a então arquiteta Rosely Nakagawa, Farkas iniciou um dos primeiros pólos de fomento da fotografia brasileira. O Thomaz colaborava na realização, mesmo quando a empresa Fotoptica achava que estava investindo em projetos com mais custos que benefícios , diz Rosely.
A galeria foi criando uma comunidade. Os preços dos livros não aumentavam quando mudava o mês. Era época de inflação alta e eu comprei um livro e uma foto do Edward Weston que estava com o mesmo preço há meses , diz Thales Trigo, professor do curso de bacharelado em fotografia do Senac. Fechada em 1998, depois que a Fotoptica foi vendida para um grupo de empresários, a galeria é hoje um mito para a fotografia brasileira. Depois que o tempo passa, vemos que toda ação deixa resíduos positivos , completa Rosely.
FARKAS NO CINEMA
Sérgio Muniz e Geraldo Sarno integraram a Caravana Farkas , grupo liderado por Thomaz que produziu filmes documentais sobre cultura popular brasileira entre os anos 1960 e 1970. Sérgio e o Geraldo são inventores do Brasil , afirma o professor de história do cinema brasileiro Jean-Claude Bernardet. À trupe da Caravana ainda era Formada por Vladmir Herzog, Fernando Birri (argentino fundador da escola de documentários de Santa Fé) e Affonso Beato, com participações de Gilberto Gil e Caetano Veloso. Em primeiro lugar, queríamos Filmar , diz Sérgio Muniz. Ao todo, a Caravana Farkas produziu cerca de 40 documentários com temas que variavam de casas de farinha a instrumentos musicais, passando por rezadeiras, rastejadores [ caçadores de cangaceiros) e Padre Chico. Thomaz já digitalizou as produções que, de dez anos para cá, começaram a ser mais procuradas. Viramundo, um de seus clássicos, vai ser exibido por Jean-Claude Bernardet no festival de documentários de Marselha, no ano Brasil-França. Abrimos perspectivas distintas de olhares, mas não tínhamos a visão de posar para a posteridade , completa Sérgio.
HERMETO PASCOAL
Músico e protagonista do filme Hermeto Campeão, realizado por Thomaz Farkas em 1981:
Diga a ele que estou dando este depoimento para ganhar uma câmera (risos). Thomaz é uma ferinha! Conheci ele intimamente quando ele veio filmar no Rio de Janeiro. É um grande camarada, não sei por que parou de fazer filmes. Aquele que fez comigo é muito comentado até hoje, tem a parte que eu canto com os sapos que Ficou muito famosa. O que ele fala de cinema e fotografia é parecido com o que eu falo e penso sobre
música. Ele não gosta de planejar, faz muito improviso. Ele não pára, que nem eu, e manja tudo ,
O QUE FALAM 5OBRE ELE
ISMAIL XAVIER
Crítico de cinema, professor e escritor:
Sinto um trajeto muito coerente na sua obra, um interesse muito grande de um olhar para a sociedade, com uma unidade. É um projeto de olhar em captações dos instantes, a vida na rua, os jogos no Pacaembu, a construção de Brasília. Tem um inventário antropológico do Brasil, o ir aos lugares e fazer. Isso é um pouco o que o Cartier-Bresson fazia. É um princípio básico de arte como conhecimento e como valor histórico .
GERMAN LORCA
Um dos modernistas da Fotografia brasileira e membro do Foto Cine Clube Bandeirante nos anos 40:
Quando entrei no Foto Cine Clube Bandeirante, em 1948, o Thomaz
Farkas já estava se afastando. Não tinha aquela presença, mas sempre mandava seus trabalhos para os salões e para os concursos. Ele foi um dos primeiros a fazer fotojornalismo no clube. E, a partir dessas imagens, os jornais passaram a usar máquinas de rolo, como a 6x6 e a 35 mm para fazer as coberturas, em vez das máquinas de chapa. Ele abriu caminho para muitas inovações que vieram depois, como grafismos loucos e negativos riscados, feitos pelo Geraldo de Barros .
Curadora do Museu de Arte Contemporânea (MAC-UISP) e autora do livro À Fotografia Moderna no Brasil:
Tratar da contribuição de Thomaz Farkas para a fotografia brasileira nos incita a percorrer uma longa trajetória, iniciada em meados da década de 40. Sua produção concebe a documentação não como simples registro, mas como interpretação do real. Diversas mostras e publicações recentes têm trazido à tona imagens inéditas realizadas por Farkas no decorrer dos últimos 60 anos, contribuindo para confirmar a importâncla de sua obra e a vitalidade de seu olhar sempre inquieto e revelador
CRISTIANO MASCARO*
Fotógrafo e amigo de Farkas: Thomaz Farkas, como fotógrafo, descobri tardiamente. Culpa minha. Sabia que fotografava, admirava o pouco que exibia aos amigos, mas até a edição do livro Thomaz Farkas, Fotógrafo, ignorava a sua imensa produção. E jamais me perdoei por não ter insistido, especulado a respeito de suas imagens que ele, modesto, preferia guardar. Nunca vi alguém se dedicar com tanto capricho à celebração da amizade. Aproximei-me do Thomaz no início da década de 80, quando casualmente lhe dei carona e imediatamente iniciamos uma conversa que, passados todos esses anos, jamais teve fim. Tornou-se um irmão sempre a me surpreender com sua generosidade, seu otimismo e suas demonstrações juvenis de afeto pelos amigos. Jamais o vi de mau humor (minto, mas naquela única vez, ele tinha toda a razão...). Em nossas conversas mais sérias, aprofundei meus conhecimentos e paixão pela Fotografia. No quesito elegância, sob sua influência, passei a usar belíssimas gravatas, aliás, todas as duas que tenho, presenteadas por ele. Uma nova e outra usada . ÉS *Cristiano cedeu esse texto, de sua autoria, aqui publicado parcialmente, que serviu de prefácio parao livro Thomaz Farkas, da Edusp
CEA GEuER io! ele ER Salvador, pelo amigo e Fotógrafo Marcio Lima
Hirosuke Kitamura transformou os bordéis de Salvador, conhecidos como bregas , em território livre para sua fotografia. Ao som de Raul Seixas e cerveja barata, Oske, como é conhecido na Bahia, ganhou a confiança das senhoras para transformá-las em personagens da uma fotografia que, segundo ele, não pretende mostrar nada além do que podemos imaginar
Ao conversar com o fotógrafo Hirosuke Kitamura, ninguém supõe que a figura concisa e tranquila, de palavras poucas e certeiras, é frequentador dos terreiros de candomblé e dos puteiros da Bahia. É justamente nesses últimos que ele desenvolve seus ensaios. Natural de Osaka, no Japão, Hirosuke tem 37 anos, 15 de Brasil. Desde 1999, fotografa os bregas, como são conhecidos os prostíbulos de Salvador. Mas se você acha que um fotógrafo num lugar desses só pode retratar a dura realidade do ofício mais antigo da humanidade, deixe suas convicções de lado antes de prosseguir nesta matéria. Antropológico para mim é sentir a cultura, a origem da figura retratada. Documental é sentir o drama social. Apesar de eu retratar o brega, não quero mostrar mais do que a gente imagina. Meu interesse é mostrar apenas o erotismo, o grotesco e o místico. Porque erotismo, grotesco e místico são belos para mim.
Paredes rachadas, vermelhas, azuis, com dizeres escritos a giz e santinhos pendurados, gambiarras por toda parte, mesas de sinuca, peles morenas, curvas sinuosas, lençóis e cortinas floridos, azulejos coloridos. A riqueza plástica desse universo underground foi o que atraiu o fotógrafo para desenvolver o ensaio batizado por ele de Casa de Encontro . Depois de seis anos fotografando os inferninhos, Hirosuke se tornou amigo das senhoras como ele chama as prostitutas e dos clientes, e vai sempre lá, mesmo quando não fotografa. Brega tem cerveja e cadeira para sentar. Posso ficar lá conversando, ouvindo música de Raul Seixas, dançando o arrocha (mistura de forró, lambada e música romântica, que atrai multidões no Nordeste). Agora minha esposa me chama de bregueiro.
Quanto às influências fotográficas, ele reserva um lugar especial a Miguel Rio Branco e Mario Cravo Neto. Depois que vi o livro Doce Suor Amargo, do Miguel, despertei para o que eu não sabia ser muito forte em mim. Também gosto da idéia de ele não se importar com o local onde se faz as fotos. Quando converso com Mario Cravo Neto, eu gosto muito da energia espiritual que ele passa , diz Hirosuke, que também é fã de Daido Moriyama, fotógrafo da cena urbana e underground do Japão, aprecia as xilogravuras de mulheres de Hansen Bahia e as pinturas de Murillo, um artista local, que retratou os bregas em Ilhéus.
De Kyoto a Salvador, sem escalas
Amante da cultura africana e apaixonado pela sonoridade latina desde a adolescência, Hirosuke cursou literatura portuguesa na faculdade de línguas estrangeiras de Kyoto. Quando se formou, em 1990, aos 22 anos, viu-se diante da possibilidade de fazer um intercâmbio cultural. Não teve dúvidas: optou por passar um ano em Salvador. Por que uma terra tão distante, em todos os sentidos? A resposta vem prosaica: Tinha vontade de morar num lugar com clima tropical e praias lindas . Mas o que inicialmente era uma mera atração pelo exótico foi
se transformando em relacionamentos mais profundos com o lugar e com as pessoas. Em 1993, ele retornou a Salvador com uma bolsa de três anos, concedida pelo governo japonês. Fez amigos, acostumouse e nunca mais voltou à terra natal. Quando cheguei, conseguia aceitar as coisas negativas, como a irresponsabilidade das pessoas, a insegurança e as filas de banco, porque, quando somos jovens, temos mais flexibilidade.
O interesse pela fotografia surgiu em 1995. Por pura necessidade de ganhar dinheiro, resolveu fazer um curso em que pudesse aprender alguma técnica e, entre as opções cabeleireiro e fotografia , optou pela segunda. Nunca soube responder direito porque decidi ficar na Bahia, nem por que escolhi a fotografia. No Japão há muitas informações sobre tudo. Mas informações demais atrapalham meu pensamento. Acredito que posso fazer boa fotografia aqui , afirma Hirosuke, que estudou processos contemporâneos, pintura e desenho de observação no Museu de Arte Moderna de Salvador. Com seu trabalho independente, de flagrantes e observação da vida cotidiana dos baianos, participou de exposições coletivas em Salvador, Belém, São Paulo eCuritiba e realizou individuais em Brasília, Tóquio e Salvador. Suas fotografias do ensaio Casa de Encontro integram a Coleção Pirelli de 2002.
Graças aos deuses
O Brasil já teve um funcionário público chamado Carlos Drummond de Andrade, um diplomata Vinícius de Moraes, um médico Guimarães Rosa e um lavador de carros que atendia pelo nome de Cartola. Hirosuke também é adepto da teoria de que não importa a forma utilizada pelo artista para ganhar dinheiro, mas como ele usa sua sensibilidade para aprofundar suas idéias. O drama existencial que costuma rondar a cabeça e as ilusões de uma parcela dos fotógrafos que não conseguem sobreviver do chamado trabalho pessoal não existe para Hirosuke. Ele fotografa para uma revista de música brasileira em circulação no Japão e vende fotos em algumas galerias, mas ganha dinheiro mesmo como guia turístico para japoneses e como professor de língua japonesa na Universidade Estadual da Bahia. Graças a Deus, eu posso viver de outras atividades. Assim, fotografo o que quiser e quando quiser. A frase revela que, além de bem resolvido, Oske, que não tem religião, mas vai aos terreiros de candomblé, pois a batida da percussão o deixa tranquilo, já automatizou as expressões idiomáticas religiosas e os hábitos do brasileiro. Se a Bahia lhe era exótica, hoje, a figura desse japonês que circula pelos puteiros e tem uma casa na Barra, onde mora com Sandra Kitamura, sua esposa negra, não passa despercebida entre os baianos. Claro que é irresistível querer saber mais e mais dessa história e Hirosuke já se acostumou a tantas perguntas. Talvez o que ele preserva de tipicamente japonês o espírito observador e o obstinado seja um caminho para decifrá-las.
Two lemanjas
Maresia
Sem Título
o Rock in Roll O rústico e o precário mostram a passagem do tempo, e esse EO is Ri Ti de Hirosuke Kitamura. Ele é representado pela Galeria do Olhar , de Salvador, e suas Cr ELES E AE] de R$ 1000
O comércio do sexo em terras baianas remonta ao período colonial. A disparidade entre o número de mulheres e homens e o grande fluxo depessoas, dado pelo caráter portuário da cidade, impulsionaram a prostituição. Só para se ter idéia, a população que deu início à colonização na Bahia trazia 400 soldados, 400 degredados, alguns padres e raríssimas mulheres, Os historiadores afirmam que a promiscuidade era tanta que os jesuítas Manoel da Nóbrega e Antonio Vieira escreveram à Coroa portuguesa pedindo que fossem enviadas moças órfás para se casar com os súditos que aqui viviam. Mal sabia o próprio
A ORIGEM DO BREGA
Manoel da Nóbrega que seu nome daria origem ao termo que virou sinônimo de bordel, e, depois, de cafona!
A teoria mais difundida sobre a origem do termo brega diz que a placa da rua Padre Manoel da Nóbrega, na zona de prostituição de Salvador, foi se desgastando e, com o tempo, só restaram as cinco últimas letras do sobrenome do sacerdote. Aí o pessoal dizia vamos à brega , quando queria ir à zona. À gíria local se alastrou pelo Brasil no início dos anos 90, quando, só então, deixou de ser substantivo para virar 0 adjetivo com a conotação de vulgar, chulo e grotesco. O]
Rojo - Água Viva
A história da Parma vem sendo escrita e impressa em cima de valores que a acompanham desde o início de suas atividades.
À ética nos negócios, a transparência nas transações e o respeito aos nossos clientes, colaboradores e à comunidade fazem da Parma uma empresa sólida e confiável.
ALEXANDRE ERMEL, 26, Fotógrafo de publicidade
No nVA ENE hs,
[A ENEM EN VETADA
Fotos Fernanda Negrini, Ding Musa e João Wainer
FERNANDA NEGRINI, 29, J, Fotógrafa de moda
DING MUSA, 26, Fotógrafo de arte
O cheiro do verniz dominava o ambiente daquele estúdio chique um predinho de três andares no bairro de Moema, em São Paulo que, durante um final de tarde de maio, serviu de cenário para o encontro de quatro jovens talentos da fotografia brasileira. Cada um representando um segmento profissional: Fernanda Negrini, 29, fotógrafa de moda e sócia do espaço onde foi realizada a reunião; João Wainer, 28, fotojornalista, que já passou pela Folha de S.Paulo e pelo Jornal da Tarde; Alexandre Ermel, 26, fotógrafo publicitário; e Ding Musa, 26, fotógrafo de arte. A idéia inicial era que esses quatro talentos, reunidos pela REVISTA FOTOSITE, conversassem sobre equipamento, mercado de trabalho e projetos pessoais enquanto se fotografassem, mas o papo fluiu para um pouco além da técnica e da fotografia por um simples detalhe: os quatro já se conheciam de outros cliques. João e Alexandre estudavam juntos no colégio e começaram na fotografia ao mesmo tempo, há mais de dez anos; Alexandre e Fernanda se conheceram durante um curso na Imagem & Ação, a escola do mestre Claudio Feijó; Fernanda conheceu João em uma viagem com Alexandre; Alexandre e Ding se conheceram por amigos em comum; Ding conheceu João quando foi tentar uma vaga no extinto Notícias Populares. Não fosse pela ausência do bar, o encontro poderia ter acontecido em uma mesa de boteco.
nuito compenetrado na hora sou um bom tempo ajustando a - O artista levou duas Rolleiflex, entre orâmica com a qual desenvolve seu trabalho mais conhecido: paisagens que questionam os elementos da fotografia, como a luz, o tempo e o espaço. O interesse pelas imagens surgiu naturalmente, em casa. Filho do fotógrafo João Musa, cedo tomou contato com os autores nacionais. Iniciou sua carreira como assistente de laboratório do pai e de Elisabeth Savioli. Fez ampliações de trabalhos de Cristiano Mascaro e Eduardo Simões, entre outros. Cursou faculdade de fotografia no Senac e, paralelamente, vários outros cursos com gente como Eduardo Brandão, Carlos Moreira e Tadeu Chiarelli. Há dez anos, entrou para o circuito dos salões, nos quais já foi premiado sete vezes. Tem obras no acervo do MAM de São Paulo, no MAC do Pará, no Museu de Arte de Ribeirão Preto (SP) e na Casa Guignard, em Ouro Preto (MG). Nesta última, ganhou o Prêmio Revelação, aos 16 anos. Já expôs em Londres e Cardiff, no País de Gales. Não decidi: 'vou fazer arte . O meu trabalho se desenvolveu de maneira espontânea, por necessidade de me expressar. É representado pela
O GAROTO SUPERPODEROSO
Alexandre Ermel é uma espécie de menino prodígio. O caçula e o cabeludo da turma, com 26 anos, falou com moral de quem já ganhou prêmios no Festival Internacional de Publicidade em Cannes e assinou campanhas mundiais, como à dos limõezinhos da Pepsi. Publicitário nato, Alê começou cedo na fotografia aos 13 anos já fazia assistência. Passou por estúdios de J. R. Duran, Miro, André Schiliró e outros tops da fotografia publicitária. Por um ano migrou para O fotojornalismo foi superstar do Notícias Populares. Mas voltou para sua praia de verdade: ficou nos últimos três anos na Almap BBDO e agora trabalha no estúdio
Galeria Vermelho e suas fotos custam, em média 2 mil reais. Mas não pensa muito no mercado de arte e faz fotos publicitárias para garantir o orçamento. Vou fazendo meu trabalho, sem me preocupar com isso. Em tempo: Ding é um dos finalistas da BOLSA FNAC/FOTOSITE desta edição (veja página 7). A decisão do júri saiu depois do fechamento desta matéria.
do diretor de filmes publicitários, Willy Biondani, no grupo Laika. Quero me dedicar mais ao cinema , comenta sobre a nova mudança. Cada vez mais Alê e seus colegas publicitários estão aderindo ao digital. Te arsenal composto de duas Sinar grande formato, com dois ch e 8x10, uma Canon 1DS Mark ||, uma Contax G2 35 mm 6x7. Em publicidade, qualquer fotógrafo profissional co condições técnicas chega ao mesmo resultado , diz. Em
nivelamento, Alê procura se diferenciar no meio da multidão. Fez a Escola Internacional de Cinema e Televisão em Cuba e cursa Filosofia na PUC de São Paulo. Não separo meu trabalho pessoal e profissional. Teria por quê? , questiona. Já se nota alguma distinção em seu discurso. Não precisamos reinventar a roda toda vez que muda o processo fotográfico. Essa geração que está preocupada com o fim do filme não passou pelos daguerreótipos e a fotografia continuou , comenta. Mas seu lado sempre profissional se relaxou durante a sessão de fotos. Alê fez piadas, jogou caixinhas de filme e balançou a cabeça quando lhe pediram para posar. E um garoto brincalhão, com superpoderes fotográficos.
CHEGOU E TIROU OS SAPATOS
Era o primeiro dia de João Wainer fora da Folha de S.Paulo, depois de dez anos no jornal, mas comentou apenas que a crise do mercado tem sacrificado muito a qualidade do jornalismo. Ao entrar no estúdio, foi logo tirando o tênis, prova da descontração ou da boa educação (afinal, há fotógrafos que têm o maior zelo com o chão branco do estúdio).
Usando-se da rapidez de um bom fotojornalista, foi o primeiro a sacar a câmera e bateu dois filmes antes que seus colegas montassem o equipamento. Jornalismo, aliás, está nos genes de João, nascido no clã dos Wainer (ele é neto do célebre jornalista Samuel Wainer e da colunista Danuza Leão). Também cresceu num ambiente cercado de arte (é filho da artista plástica Pink Wainer e sobrinho-neto da cantora Nara Leão). Fez seu primeiro curso de fotografia aos 13 e, aos 16, já estagiava no Jornal da Tarde. Mas sua vida mudou quando lhe apresentaram um vídeo dos Racionais MC's. Meu sonho era transformar aquele universo em fotografia. Hoje, ele documenta o universo cantado pelos rappers Mano Brown, MV Bill e o presidiário Dexter. Sua última descoberta foi uma bailarina alemã presa na Penitenciária do Tatuapé, em São Paulo, por tráfico internacional de drogas. Ele a fotografou para a capa da revista Trip (edição de maio). Quando sai para uma pauta dessas, leva sua Nikon FM2 numa sacolinha de supermercado. As pessoas se espantam: Você é o fotógrafo? . Gosta de fazer a coisa simples, usa luz ambiente, pouca maquiagem e mais raça. João assina a direção de fotografia do documentário sobre Chico Buarque, produzido pela DirecTV. Foi para a França um dia depois deste encontro, para finalizar as filmagens.
Acostumado com o trabalho nas autônomo, diz sentir-se um peixe f do batalhão de gente dentro do set trabalhar para a Folha, com matéri sando texto e fotos.
NA
IMENSIDÃO DO ESTÚDIO
Fernanda Negrini se interessou pela fotografia debaixo d'água. Mergulhou e ficou tão fascinada com a imensidão do fundo do mar que quis fotografá-lo a qualquer custo. Tinha 15 anos à época. Deu com os
pARS:
burros n'água, pois o tal curso de fotografia submarina não existia. Durante um curso na Imagem & Ação, conheceu Alê Ermel, que lhe apresentou João Wainer, que lhe indicou para assistente de Bob Wolfenson. Talvez seu reconhecimento no Brasil fosse maior se ela não tivesse ido para Nova York em 1997. Certamente seu desenvolvimento profissional não seria o mesmo: ela se graduou pelo Fashion Institute of Technology e fez assistência para Steven Klein, fotógrafo que optou por não ter equipamento e alugar as câmeras de acordo com o trabalho.
De volta ao Brasil em 2001, entrou de vez na moda e abriu seu próprio estúdio. Meu trabalho é em equipe. Não fico em crise se não clicar a foto , comenta. Miúda fisicamente, ela fica onipresente no seu espaço: dirige as cenas, monta equipamento, fala com as pessoas, coloca a música (durante as fotos, a trilha sonora foi a banda Smoke City, da brasileira Nina Miranda). Naquelas paredes brancas, faz ensaios publicados em revistas, que variam desde a Simples até a Veja. Leva um tempo até você ficar conhecida por uma: linguagem específica, que os clientes queiram associar ao produto , completa. Quinze anos depois de sua primeira revelação fotográfica submarina, Fernanda dá seu mergulho mais fundo, na imensidão de seu estúdio.
FERNANDA NEGRINI
EQUIPO encontro.
4.5 no se por Fernanda com u panorâmica X-PAN, u porque é uma câmera leva sua Con fotografar os amigos. João, não levou seu equipo, varia entre o grande formato e o 3
Tempos de sim e de não e do sim ao não
Por Érica Rodrigues
Vivemos um momento de processos híbridos. Com tanta coisa coexistindo, a noção do que era tecnicamente malfeito, superexposto, subexposto, granulado, velado, se esvai e tudo pode ser assumido como argumento legítimo. Sem contar que as transformações tecnológicas andam tão rápidas que o anacrônico não vai para o lixo toma ar cult: Polaroid e vinil são campeões do fetiche retrô. Não dá para pensar este encontro sem esses paralelos. A conversa com esses quatro elucida o caráter plural da nova fotografia, uma mudança de paradigmas e alguma mudança de postura do fotógrafo diante do próprio trabalho. Digo alguma porque o discurso não me pareceu tão distante de seus antecessores: alguns problemas ainda são os mesmos e as respostas ou a falta delas também. João Wainer contou uma experiência que me lembrou Roger Fenton o primeiro fotógrafo de guerra de que se tem notícia e seu vagão fotográfico, utilizado para cobrir a Guerra da Criméia, em 1854! Isso porque ele ainda pegou a fase dos laboratórios portáteis no fotojornalismo e, até 1997, andava com um arsenal que incluía até secador de cabelo para acelerar a secagem do negativo, o que é impensável para muitos que já começam na profissão fazendo e transmitindo a foto na hora. Ou seja, em menos de dez anos, houve mais mudanças no modus operandi da foto jornalística do que em mais de 100 anos! Alexandre Ermel, numa única frase a autoria do meu trabalho está no que faço na publicidade o menino prodígio que assina grandes campanhas e cursa Filosofia, matou o discurso maniqueísta que divide o trabalho do fotógrafo em pessoal e mercadológico , se é que se pode dizer assim. Tempos de sim e de não e do sim ao não. Assumindo aqui o pastiche, descontexiualizo o pensamento de Zuenir Ventura para tentar explicar o gue foi essa reunião. A frase refere-se à bem mais difícil e bem mais romântica década de 60, anos dourados e de chumbo, quando nenhum de nós reunidos naquele estúdio havíamos sequer nascido. Mas nada me parece mais acertado para definir a experiência dessa jovem tarde.
egar, ou sua Canon EOS or câmeras digitais e d
Gente como a gente
Por Guilherme Maciel
O encontro prometia. Afinal, a elite da nova safra dos fotógrafos brasileiros estaria lá, gente que eu só lia pelos créditos ou escutava pelos elogios de outros. Confesso que cheguei à entrevista com um frio na barriga típico de entrevistas tête-atête. Ainda mais agora que seriam quatro entrevistados, e ainda mais esses quatro, rising stars... Mas logo de cara já deu pra notar que esse encontro seria diferente. Não foi difícil quebrar o gelo. E eles ainda falavam de coisas que faziam parte de um universo do qual eu faço parte: São Paulo, faixa etária de 25 a 30 anos, profissionais de comunicação, adolescência próxima (até agora eu e o Ding não soubemos de onde nos conhecíamos). Senti que estava em casa. Lá estavam quatro pessoas, além de mim e da Érica, iguaizinhas a eu e a você. Nada de nariz empinado ou argumentos invencíveis. Pelo contrário, muita curiosidade, muito respeito e vontade de abraçar o mundo. Sem maiores precipitações. Cada um desses fotógrafos é um artista do caminho que trilhou. Ao longo da conversa, foram se revelando: Ding era o cabeça e aprontou seu equipamento milimetricamente; João falava pelos cotovelos e com certeza ganharia o duelo de fotógrafo mais rápido do oeste; Fernanda também falou bastante, sempre amparada por seu assistente; e Alê ficava circulando de um lado para o outro, sempre com uma piada ou um comentário pertinente. Esqueça as verdades incontestáveis dos chavões fotográficos que todos = eles, eu e você falam, não importa o suporte, vale a foto , O digital vai sobrepor o analógico , o que vale é medir o que cada um faz pela qualidade, sem certo, sem errado. Lembre-se das fotos, dos prêmios, dos projetos, do trabalho de cada um. Lembre-se que todos são jovens e têm um longo caminho pela frente. E, por fim, repare, são gente como a gente. ÉS
FOTOGRA
IA DIGITAL NA PUBLICIDADE. A MELHOR SAÍDA sm É À ENTRADA!
Empurrados pela nova indústria, Fotógrafos publicitários vivem o Fim da era da fotografia química como única opção e aguardam a hora certa de entrar em um barco que ainda está no estaleiro digital
Por Pisco Del Gaiso Ilustração Rubens LP
A discussão sobre o uso da fotografia digital na publicidade tomou corpo durante um debate promovido pela Abrafoto (Associação Brasileira dos Fotógrafos de Publicidade) no mês de maio, no Instituto Tomie Ohtake, zona oeste de São Paulo. A nata da fotografia publicitária paulistana, entre art buyers, fotógrafos, produtores e diretores de arte de todos os quilates, se reuniu para discutir esse fenômeno, que até agora gerou mais perguntas do que respostas. Sob o título Digital X Analógico, o encontro discutiu a briga entre essas duas ferramentas de trabalho. Entre outras coisas, tentou se encontrar respostas para perguntas do tipo:
a fotografia digital é melhor do que a analógica, ou seja, melhor do que o filme? Produzir uma imagem digital de alta qualidade é mais barato do que produzir uma foto com filme de grande formato? Ao migrar para o digital, um fotógrafo habituado ao uso do filme por longos anos consegue manter a mesma luz, refinamento e linguagem fotográfica que o colocaram nesse mercado difícil que é o publicitário? A contar pelo tom da frase que abriu o debate, proferida pelo fotógrafo Klaus Mitteldorf, percebe-se o quanto esses profissionais estão inseridos no olho do furacão: Eu acho que é difícil falar disso , disse Klaus ao receber o microfone diante de uma
platéia de cerca 100 pessoas, boa parte delas com uma pergunta esperando resposta. A vertente tida como a mais abastada da fotografia se debate para encontrar saídas em meio a uma espécie de frenesi conceitual e técnico, uma insegurança generalizada de um segmento que, na verdade, parece ser apenas uma vítima tardia, mas avisada, do capitalismo moderno, que já mudou os paradigmas do fotojornalismo e vem mudando rapidamente a fotografia amadora. Vamos usar uma colocação típica de fotógrafo para começar a entender esse fenômeno: colocar uma grande angular no tema e visualizar a questão sob a perspectiva ampla da história. Hoje me sinto como na época em que o advento dos computadores portáteis marcou o final de uma era , diz Andreas Heiniger, 56, um dos mais experimentados fotógrafos de publicidade no Brasil. Segundo ele, que já viveu esse tipo de mudança, o que se tem a fazer agora é aproveitar o melhor desses dois mundos. Portanto, o que deve ser discutido não é se o fotógrafo deve ou não se digitalizar. A resposta é, sim, ele deve!
O mais importante é saber qual é a melhor forma de entrar nesse mercado e não deixar a tecnologia passar ao largo dos acontecimentos. Cada um deve achar o seu tempo e ritmo de digitalização , acredita Alexandre Catan, presidente da Abrafoto, uma associação que reúne cerca de 300 fotógrafos de publicidade pelo Brasil. Mais do que a discussão estéril de que o vídeo acabou com o cinema, aqui não se trata de uma exclusão. O digital não vai acabar com o filme. Essa é outra resposta certeira. Toda essa confusão nada mais é do que o futuro batendo na porta dos fotógrafos e dizendo: cheguei, e é bom você arrumar um canto porque eu vou ficar por aqui. Acontece que esse canto não se ajeita simplesmente mudando as coisas de lugar. É como receber um hóspede eterno em sua casa e ter que comprar um quarto novo para acomodá-lo. Aí você descobre que os novos móveis custam muito mais do que aqueles que estão no quarto em que você dorme. O fotógrafo é um hospedeiro de uma espécie de entidade exigente e, a princípio indesejada: o digital, o novo. Não dá para fechar a porta e mandar o hóspede embora. Pelo menos não é aconselhável que se cometa essa indelicadeza. O melhor a fazer é comprar o quarto novo aos poucos sem vender o mobiliário antigo. Uso essas metáforas para aproximar os não fotógrafos do meu pensamento. Evitarei, portanto palavras muito técnicas, como pixels, backs, profiles, etc... comuns no vocabulário de um fotógrafo. Na verdade, minha segunda intenção é fazer com que você olhe para um souidoor na rua e pense: será que essa campanha foi feita com "digital ou uma câmera de filme? Na verdade, isso não muda"ém nada a sua vida, eu sei... por isso que essa é a
minha segunda intenção e não a primeira. Ambiciono mesmo atrair você para o meu mercado, ampliar o meu target e assim continuar a vender o meu peixe. Muito bem, chegamos onde eu queria, no peixe, no produto. A indústria fotográfica mudou de mãos nos últimos anos, ou melhor, novas mãos apareceram para dividir o bolo que, até o advento do digital, se concentrava basicamente em duas gigantes do setor: Kodak e Fuji. Exatamente agora, há toda uma nova indústria cheia de vontades: Adobe e seus softwares de manipulação de imagem; Apple e seus computadores; Epson e suas impressoras; Lexar e suas mídias de armazenamento; Sony e seus CDs e DVDs: Macromedia, entre tantas outras, todas elas criando necessidades em forma de novas tecnologias periféricas, obrigatórias para um fotógrafo que decide comprar uma câmera digital de alta resolução. Para se ter uma idéia, o custo básico para começar a fotografar com um equipamento digital de formato grande pode chegar a 60 mil dólares. Certamente uma cifra para poucos. Além disso, depois de comprar esse equipamento básico , o fotógrafo precisa adquirir também um computador potente, contratar um funcionário que manipule essa imagem, um CD para copiá-la ou um endereço de FTP para disponibilizá-la e assim fazer a sua parte na engrenagem desse novo velho modelo de capitalismo da imagem. Não há romantismo, não há escape e nem mesmo novidade nisso. Enquanto alguns fotógrafos reclamam que a indústria diminuiu a oferta de filmes no mercado brasileiro, a Kodak responde afirmando que a demanda por cromos vem caindo consistentemente. Temos até excesso de estoque por não conseguir planejar esse declínio com precisão , diz Flavio Gomes, diretor de Operações e Vendas da Divisão de Fotografia no Brasil. Nem a indústria nem os fotógrafos estão totalmente seguros. A mudança é grande demais para ser explicada pela lógica das planilhas e também pelo purismo exacerbado.
Melhor desfrutar das evoluções da: fotografia química, que anda muito bem, obrigado, em termos de qualidade de filmes, e começar o processo de migração para o digital sem atropelos e sem desespero, o mundo não vai acabar. Só que essa lógica varia dentro do próprio mercado, já que existem subdivisões na publicidade, entre elas o varejo, já fortemente digitalizado, e o fine-art, parte do negócio que engloba superproduções e orçamentos encorpados. Para quem circula nessa segunda esfera, o investimento ainda é amargo como um remédio bom que deve ser tomado aos poucos. És
Este texto foi publicado originalmente no jornal Meio & Mensagem, coluna PHOTO.POP, que PISCO DEL GAISO escreve mensalmente.
*Desde que sejam imprimíveis.
Tem sempre uma foto que é perfeita para imprimir no seu disco. EPSON R200
A impressora fotográfica que imprime em CDs e DVDs.
Juca Varella e Sérgio EVER eles
bons tempos da dupla feijão com arroz, repórter/fotógrafo, nas coberturas da age A ter tiS
DIR
ey dA NRO OR AO NOTA
Por *Xico Sá
Noves fora a nostalgia precoce, essa doença que nos pega com fregiência, feito vírus de gripe, uma coisa é certa: a reportagem no Brasil está sentindo falta da parelha, do casal de pombos da notícia, a velha dupla repórter/fotógrafo, os xifópagos que fazem miséria quando estão na liga.
Não estou aqui falando tão-somente de duplas de grife, nada disso, tipo David Nasser & Jean Manzon, da Cruzeiro dos velhos tempos. Trato da necessidade de fotógrafo e repórter andarem juntos, unha e carne, tocando de ouvido, entrosados, ta-belinha de idéias, cerveja no boteco e... pimba!, grandes histórias nas páginas.
Simples e fácil como empurrar bêbado em ladeira, pena que os jornalões tenham esquecido de prática tão necessária. Agora normalmente é assim: cada um faz a sua parte de maneira isolada. O jornalão manda o repórter, quando manda em viagem, e depois se vira para ilustrar a matéria como pode. Compra de frila, de agência, se vira.
Nada contra frilas e agências, mas é incomparável, em reportagens, o rendimento de uma dupla com o resultado desse casório maluco que junta um texto vomitado aqui com uma foto baixada ali conforme foi
possível comprá-la. Em alguns casos, você vê a mesma foto, mesmo num acontecimento banal, em todos os jornais. É o fim do princípio básico do jornalismo: o furo, o rombo, o extraordinário.
O fim do velho grito Extra! Extra! Extral , sempre hiperbolicamente rodrigueano e exclamativo no último!!!
Aliás, o que mais perturba hoje um editor é a tal da exclusividade. Você repórter vai lá e diz aquele sonoro SÓ NÓS TEMOS! O chefe olha, reflete, e diz, burramente: Então damos depois . O que se busca é o empate. O importante é não tomar furos, jamais dálos. Se só nós temos, o furo vai para as gavetas. Fica à espera para ser desovado num feriadão, um fim de ano, um Corpus Christi, o diabo a quatro...
A dupla, nesse caso, é um problema.
Um repórter e um fotógrafo trocando figuras, mergulhando no tema, unindo os repertórios de outras histórias é um perigo. Podem fazer misérias!
*XICO SÁ, um dos últimos jornalistas românticos, acredita no óbvio: histórias boas gastam muita sola de sapato e são confadas pelas duplas de repórter/fotógrafo
Ao O AR OS
[sto aa [ATA go
Há dois anos comecei a mandar um e-mail com uma foto e seu título para alguns amigos. A idéia era mostrar o meu trabalho fotográfico em progresso, em vez de esperar uma exposição ou uma publicação para tanto. Os destinatários, que no início eram somente amigos, passaram a ser amigos de amigos. Conhecidos. Pessoas que eu queria conhecer. Foto de segunda passou a ser de muita gente e a lista chegou a quase 500 pessoas. Pessoas que comentam, criticam, elogiam, apontam caminhos e semelhanças. Essa porosa rede viva me fez refletir sobre a importância das imagens na vida de cada um, bem como sobre o meu próprio ato de fotografar. Foto de segunda também gerou um compromisso: toda segunda-feira uma idéia nova... isso fez com que eu me colocasse como uma minimídia e, ao mesmo tempo, como um autor. Uma pessoa que fala e se mostra pra sua filha, bem como para outro fotógrafo ou para um diretor de uma multinacional. A idéia não foi a de criar um fotolog onde as pessoas entram e deixam recados públicos assinados. Aqui o retorno do e-mail/foto vem apenas para mim, abrindo uma cumplicidade e obtendo uma maior liberdade de crítica. Talvez a discussão gerada, de maior peso, foi sobre se eu deveria mesmo colocar títulos na fotos. O que eu defendi como vital: o meu trabalho é uma foto e seu título. (Eu nasci com o verbo, fazendo poesia visual pichada nos muros paulistanos. A palavra enquanto Torre ... O título é uma chave da foto, que pode ser
usado ou não (isso, porém, fez com que eu mudasse a diagramação do e-mail e colocasse um grande espaço entre o título e a foto... permitindo que as pessoas primeiro vissem a foto e só depois consultassem o título).
A foto de segunda gerou novos projetos e acabou por dar subsídios para as duas exposições que montei no ano passado: Chão e O Espetáculo da Solidão. O portal IG gostou da idéia e passou a publicar as fotos toda segunda para milhares de pessoas. Isso se parece com os grafites de poesia que eu e Walter Silveira fazíamos no final da década de 70. Após seis meses de pichação, a revista Veja e o Jornal da Tarde fizeram matérias sobre o assunto, o que nos levou da condição de jovens poetas fudidos e inéditos para a condição de jovens poetas fudidos, mas com a mais alta tiragem do país, uma vez que chegamos a ter os nossos poemas publicados em 500 mil exemplares. Hoje a foto de segunda virou uma exposiçãosobre-papel! Resolvi ampliar e reunir as imagens num só lugar. Ao invés de ver uma a uma, veremos várias ao mesmo tempo. Acho que o conjunto sou eu.
*TADEU JUNGLE faz de Fotografia a videopoesia www.tadeujungle.com.br/segunda
QUANDO E ONDE: até 19 de agosto na Academia de CulturaTVA sei o AE EEEOR RAVE DERA]
eguimos mos jurados
jominado Miss Flash. Foi nossa ira superexposi do programa de televisão de ego em mídia pode aior audiência daqueles dias. Trocamos olhares rápidos e elegepara um come que uistou o Ouro em Cannes pelas mãos da W/Brasil. a página deve funcionar como música. Uma me sobrepondo à outra,
texto e foto Marcio Scavone
sfera por onde o observador deverá caminhar e, se eu tiv rte, se perder na neblina. Este é quase um auto-retrato, dividimos muit nunca convivemos, nosso encontro se deu na fotógrafos. Como é bom fotografar gent Veio ao meu estúdio, fez a barba e vestiu uma camisa clara m flores. Visitou meu velho laboratório branco e preto, sorveu denso do hipossulfito com olhar grave. Olhei bem para ele e decidi: be Miro, acho que barba tem que c r para a foto . Continuei: Vamos versar um o hoje . O retrato já estava em pleno andamento, pois é assim que se fazem os retratos, lentamente. Quando ele a luz no
e Dois botões de disparo (conforto e estabilidade na horizontal ou vertical) e Resolução de 12,3 MP (6,17 MPS + 6,17 MPR) e Tecnologia Super CCD SR Il de 4º geração e Compatível com objetivas Nikkor e Dois slots para mídia (xD-Picture Card e CF IIMicrodrive) e Carregador com 4 baterias recarregáveis e Dois monitores LCD e Melhor empunhadura