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FOTO DA CAPA: A imagem intitulada "Maçã", de autoria do fotógrafo Gal Oppido, integra a mostra "Alegorias Bíblicas". Veja mais na matéria "Apocalipse, Now" (página 58)
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Olimpíadas de Sidney - 2000 r q
SIXPIX conteúdo L 5 ] Bob Wollheim Pisco Del Gaiso www.sixpix.com.br
Projeto gráfico direção de arte Estúdio Chico Design Chico Max, Cacau Lamounier e Alexandre Roque www.chicodesign.com.br Editor Pisco Del Gaiso Érica Rodrigues ericaQfotosite.com.br Repórter Flávia Lelis flavialelisQfotosite.com.br Assist Mário Ito Andréa Vidal Col André Arruda, Cia de Foto, Fernando Paiva, Geyson Magno, Guy Gonçalves, Marcio Scavone, Maria Joaquina, Rubens Fernandes Junior, Simonetta Persichetti Negócios Adriana Bortolotto adriana Esixpix.com.br e Tatiana Tavares tatiana Qsixpix. com.br Financeiro Anderson dos Santos andersonQsixpix.com.br Secretária Ariane Stipp Expedição Fernando Reis Ends Av. Mofarrej, 1.200, norte, C: IL ial Bic, Vila CEP 05311-000, São Paulo, SP, Brasil Tel/Fax: 55 11 3641-2656 Nas lojas Fnac (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília e Campinas) Assina! Somente pelo site www.fotosite.com.br, onde tudo começou... de imagem ClaroEscuro Impressão Eskenazi Indústria Gráfica Os artigo ssinad REVIS ublicaçãobime da FS Fotog tda. ISSN 1806-853 FOTOSITE,
fotojornalismo esportivo
Principais jornais e agências de notícia que atuam no país falam dos preparativos para a cobertura fotográfica dos Jogos Pan-americanos 2007, no Rio de Janeiro. Saiba o que define uma boa foto de esportes, na opinião de editores e fotógrafos, e quais são suas estratégias para ir além de produzir belas imagens
POR SIMONETTA PERSICHETTI
ais de 400 fotógrafos irão invadir o Rio de Janeiro
M a partir de julho. Todos dedicados a conseguir imagens inéditas, diferenciadas, esteticamente bem resolvidas dos cinco mil atletas que também estarão na cidade para a realização dos Jogos Pan-americanos.
Será a cobertura da tecnologia: câmeras digitais, laptops, transmissão on-line além de uma corrida desenfreada para ser o primeiro a ter sua fotografia estampada nas telas dos computadores ou nas páginas dos jornais. Há tempos os órgãos de imprensa e as agências de imagens estão se preparando para essa cobertura, embora a maioria deles já tenha uma experiência considerável em eventos do gênero. Mesmo assim, são verdadeiros planos estratégicos que precisam ser elaborados com grande antecedência. Coordenadores de equipes tentam equacionar a melhor maneira de obter o melhor resultado no menor tempo possível. Números que impressionam: agências como Reuters e France Press acreditam que irão disponibilizar diariamente mais de 400 imagens (durante as Olimpíadas de Atenas, em 2004, foram três mil); a Folha quer extrapolar limites, chegar perto das mil imagens diárias.
Mas talvez a pior corrida seja outra: conseguir imagens que saiam da banalização, do déjà-vu que o falso mito do tempo real nos impõe.
Se tenho que ser o primeiro, é mais fácil fazer o óbvio. Verdade? Segundo a maioria dos editores de fotografia dos jornais brasileiros e das agências fotográficas, nem sempre é assim: Qualquer pessoa pode fazer uma foto medíocre e enviá-la com rapidez via internet. Não adianta ser rápido se essa imagem não for boa. Daí a necessidade de o fotógrafo especializado se concentrar em fazer um trabalho cada vez mais aprimorado e arrojado , coloca com precisão Ivo Gonzalez, coordenador de fotografia de O Globo, que vai comandar uma equipe de 12 fotógrafos para cobrir o evento.
Faz sentido, até porque, além da quantidade de profissionais que estarão presentes, haverá a concorrência dos amadores, que acabarão fazendo suas imagens com câmeras digitais e até mesmo com o celular. Se fazer uma boa foto ainda é privilégio dos profissionais, não podemos negar que a tecnologia nos permite um acesso mais fácil para colocarmos nossas imagens em rede com o uso de blogs e outros recursos. Às declarações do Ivo faz eco Toni Pires, editor do jornal Folha de S.Paulo, que terá sob sua coordenação dez profissionais: Estamos nos organizando desde o ano passado, tanto em termos
Fotos com plasticidade vs fotos com informação jornalística. A foto de Robert Scheidt, pulando na água depois da vitória é uma imagem clássica da Vela. Fotógrafos devem conhecer a tradição
" de cada esporte
Seguindo o desafio de conseguir novos ângulos, fotógrafos se utilizam de câmeras com controle remoto, uma parafernália cada vez maior de tecnologia.
tecnológicos, buscando equipamentos diferenciados, quanto na preparação dos profissionais. Apostamos numa leva de jovens que estão sendo abastecidos de bibliografias e imagens feitas em outros eventos, para que saibam o que já foi feito e tentem sair da imagem 'viciada'. Queremos, dentro do possível e do necessário, ter imagens que saiam do senso comum .
Evandro Teixeira, do Jornal do Brasil, tem experiência de sobra para falar de coberturas esportivas, trabalho que realiza desde 1962 e que, neste evento, fará para o COB. A cada dia, temos uma surpresa. Competidores eliminados, viradas de placar nos últimos minutos, novos atletas que despontam. Devemos estar atentos a tudo. E acrescenta: Hoje, com a tecnologia, a competição é cruel . Ele lembra que nas Olimpíadas de Sidney, na Austrália, em 2000, os jornais tinham que esperar de cinco a seis horas para receber uma imagem. Quatro anos depois, na Grécia, eram apenas cinco minutos. Parece tarefa fácil, se nos esquecermos de que são várias modalidades diárias espalhadas por diversos estádios: as dificuldades nesse tipo de cobertura são sempre o deslocamento e o excesso de peso diversas lentes e o laptop na mochila , comenta Antonio Scorza, coordenador de fotografia da agência France Press no Brasil, que vai contar com uma equipe de dez profissionais: Cada profissional acaba cobrindo de dois a três esportes ao longo do dia, por isso é necessário não baixar a guarda nunca. O fim da competição não implica parar de fotografar. Uma comemoração ou reação sempre podem acontecer inesperadamente. Cores, movimentos, público sempre rendem uma boa foto , completa. Dinâmica parece ser a tônica destas competições: Além do que acontece nos estádios, não podemos nos esquecer das matérias off esporte. Então, temos que estar preparados e cercar o evento por todos os lados , explica Alaor Filho, do jornal O Estado de S. Paulo, que vai ter sob a sua coordenação oito fotógrafos e dois técnicos.
Outra preocupação para profissionais que vão estar envolvidos no corre-corre pela melhor imagem é a edição do material. Se nos tempos da imagem analógica o filme era enviado para uma central, onde era revelado e mandado para o jornal, hoje é o próprio fotógrafo que edita seu material, pelo menos a primeira grande edição: Cada fotógrafo vai editar seu material em duas fases, a primeira no calor da competição, quase imediatamente, a segunda com mais calma, procurando algo diferente ou que tenha escapado na primeira edição. Claro que os editores, tanto os de São Paulo como os do Rio, podem interpelar algum detalhe de uma foto já enviada , esclarece Alaor Filho.
Situação semelhante vai acontecer com as imagens produzidas pelos fotógrafos de O Globo e da Folha: Os fotógrafos vão editar suas imagens no local da competição e enviá-las para o jornal. Lá, o editor de fotografia, junto com o editor de esportes, decidirão as que serão publicadas , diz Ivo Gonzales. O fotógrafo vai editar seu material, mas vamos ter no jornal um editor exclusivo para receber esse material e fazer uma edição mais apurada , comenta Toni Pires.
Um pouco diferente vai ser o tratamento da agência Reuters, que além de fotógrafos brasileiros, vai contar com profissionais norte americanos e canadenses, conforme informou Rickey Rogers, chefe de fotografia para a América Latina: Testamos um novo software na Copa do Mundo da Alemanha [julho de 2006]. Foi um sucesso e vamos repetir agora nos Pan-americanos: o editor consegue acessar o laptop do fotógrafo e começa a editar as imagens desde o momento em que é descarregado seu cartão de memória . Uma edição remota e simultânea. Isso permite que um editor que está ausente edite as imagens com mais calma, visto que estará em um ambiente mais tranqúilo. Para Rickey, essa pode ser a solução para aliar rapidez de envio a boas imagens. Mas, além da parte operacional, o que caracteriza uma
boa fotografia num evento desses? O que significa sair do convencional? A foto de esporte tem que captar a ação no momento exato e ter o foco perfeito. Além desses elementos, também tem que conter informação jornalística , nos lembra Ivo Gonzalez. Afinal, as fotografias de esporte, por si só, são bastante interessantes, e os efeitos dos movimentos podem resultar em imagens belíssimas: O fotógrafo tem que trabalhar livremente, buscar criar seus próprios ensaios. O esporte pode render imagens bastante plásticas , afirma Evandro. Ao mesmo tempo, Alaor adverte: Esta é uma cobertura cheia de peculiaridades e emoção. Se o fotógrafo pensar só na parte esportiva vai perder feio . E completa: A foto de esporte tem que passar algo parao leitor, seja a expressão de um esforço, seja a plasticidade, o grafismo, até mesmo um ângulo ou corte inusitado . É, a disputa vai ser grande. Um bom momento para que a fotografia sobressaia. Como afirma Rickey Rogers: Para o fotojornalismo, é um momento muito bom. Hoje, as imagens são transmitidas rapidamente com muita qualidade técnica e chegam ao mesmo tempoa várias partes do mundo. Além disso, o momento, pelo menos para nós, permite que nossos fotógrafos façam reportagens mais longas e profundas . E
e Uma boa foto pode estar onde nada de óbvio acontece. Percepção adquirida com o tempo e a experiência do fotógrafo
O software citado por Rickey Rogers, da agência Reuters, é o Paneikon, nome que tem sua inspiração em palavras de origem grega que significam algo como imagem global . Desenvolvido por técnicos da própria agência, permite que em menos de 15 segundos um editor tenha acesso direto ao computador de um de seus fotógrafos em qualquer parte do mundo, bastando para isso que ambos estejam conectados ao mesmo servidor de rede. Primeiramente, o editor visualiza as fotos em baixa resolução, depois, escolhe que imagem deseja em alta resolução e faz o download. A velocidade de transmissão depende exclusivamente da largura de banda utilizada pelo fotógrafo. Disponível apenas para profissionais da Reuters, o Paneikon, que já está em sua segunda edição, tem motivado outras agências a criarem seus softwares em busca de competitividade.
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Quem nunca quis viver outra vida ou outro personagem? Este não é mais um privilégio de atores e atrizes. Qualquer pessoa pode inventar outra realidade para si através do Second Life www. secondlife.com], site simulador da vida real que virou febre nos últimos meses, ao redor do planeta. O portal permite que você, em sua nova identidade, interaja socialmente com membros de outras comunidades. Hoje, a novidade são as relações comerciais propiciadas pelo site. Bandas aspirantes realizam shows e se auto promovem, agências de publicidade abrem unidades virtuais, galeristas lançam novos espaços. E, se tem galeria, por que não exposições? A convite de Edineide, avatar ( pessoa do mundo Second Life) criado por Bruno Lisboa, dono da galeria virtual FLOW, o fotógrafo Jorge Bispo [Iwww.jorgebispo.com] lança no dia 8 de maio a mostra "Dois Lados", composta por 18 retratos de homens e mulheres, e imagens da série "Vestido de Noiva". Em entrevista à FS, Bispo contou detalhes da exposição e da venda das imagens no Second Life
Há alguma novidade programada para a abertura da sua exposição no Second Life?
Sim, claro! Vamos ter uma grande vernissage. A Edineide contratou uma das melhores produtoras de eventos do Second Life. Ela está organizando a festa. Vamos ter DJ, buffet, bebida à vontade, um banner bacana e canhões de luz no jardim da galeria. A galeria é linda. São duas salas em "U" em frente à praia. Contratamos uma fotógrafa para fazer a cobertura. Te mando as fotos depois!
O que você acha da comercialização de obras no Second Life?
Na verdade, ninguém ainda sabe muito bem no que isso vai dar. Já sabemos que grandes multinacionais e o MOMA, por exemplo, já abriram lojasefiliais
Jorge Bispo expõe e comercializa suas imagens no simulador da vida real que se tornou uma febre ao redor do planeta
lá dentro. No meu caso, as obras vão estar dollars (1 dólar equivale a aproximad câmbio de lá), e essa grana só poi terrenos, abrir um estúdio ou compra compram vão para suas paredes nas casas de A aquisição é rea via captura de um JPG, e cada vez que alguém clica e compra é feito um pagamento na conta da galerista. Mas posso trocar o dinheiro de lá por dólares e trazer para a vida real. No entanto, não é possível ganhar muito dinheiro dessa maneira. As obras, em arquivos de JPG, por exemplo, custarão dólar americano. Fora isso, existirão links para o caso de algum dono de avatar querer comprar a obra aqui fora, no First Life . Vai jogar o cara para o meu e-mail e ele pode negociar comigo diretamente. Resumindo: essa atividade no Second Life é uma ferramenta comercial embrionária que, se der frutos, será para quem sair na frente. E na pior das hipóteses é uma nova ferramenta para divulgar meu trabalho.
Assusta pensar que definitivamente as pessoas preferem simular situações e sensações da vida real na web?
Claro que sim, mas ao mesmo tempo me estimula. É uma nova forma de comunicação e de visualização da minha obra. Desde o convite que penso em produzir algo específico para esse suporte. Lá não existem tantas barreiras formais. É estimulante. É uma nova maneira de ver e sentir arte. E posso visualizar, literalmente, como um trabalho poderia funcionar aqui fora, a reação das pessoas à montagem no espaço. Na verdade, acho bem mais interessante para quem expõe e vou continuar frequentando as galerias aqui fora.
A tradução literal de Second Life seria Segunda Vida , ou seja, poderíamos ser o que desejarmos. Quem você seria neste universo da Segunda Vida ?
Ser o Arnold Newman do Second Life não seria nada mal... [Flávia Lelis]
À esquerda, imagens da galeria virtual Flow, que acolherá as obras de Jorge Bispo. As fotos poderão ser vistas nos dois grandes telões dispostos no jardim com vista para o mar. À direita, o ator Mateus
Naschtergale em uma das séries do fotógrafo, "Vestido de Noiva" Internet
Henri Cartier-Bresson
Entre maio e junho, Rio de Janeiro e São Paulo serão movimentadas por duas grandes exposições fotográficas internacionais
CCBB, no Rio de Janeiro, acolherá, da Felicidade , mostra integrante do ado pelo fotógrafo e antropólogo Milton Guran. A exposição, que tem curadoria do diretor da Maison Européenne de la Photographie, de Paris, Jean-Luc Monterosso, conta com 50 flagrantes de momentos de felicidade em divers situações e lugares, registrados por grandes mestres tografia mundial, como Sebastião Salgado, Henri Cartier-Bresson, Robert q
Doisneau, William Klein, Edouard Boubat, Pierre Verger, Raymond Depardon, Martin Parr, René Burri e Bernanrd Plossu. Além da mostra, a programação do CCBB para o FotoRio inclui a mesa-redonda Instantâneo: o tempo infinito da fotografia , sobre a representação de uma parcela tão ínfima do tempo tornada possível através da fotografia. Essa é a terceira edição do FotoRio, evento internacional que conta com exposições, intervenções urbanas, seminários e oficinas, ao longo de todo o mês de junho e do iníciode julho, >
Entre os destaques da mostra "Instantâneos da Felicidade", no CCBB-Rio, estão as obras Henri Cartier-Bresson e Bernard-Pierre Wolff, respectivamente acima e ao lado, e de Edouard Boubat, na página seguinte. As imagens reunidas na cidade carioca interpretam momentos espontâneos de felicidade, registrados na segunda metade do século 20
Dentro Cultural Correios, o à Federal. Até o o even não estava poderá ser conferida no site
15 de junho, usivamente temporãonta com a irbe de Thomas Struth, as ky e Wolfgang Tillmann, além nais raros de Jochen
R. Primeiro de
Quando: de 22
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, ço, 66, Rio de Janeiro-RJ maio a 8 de ulho
Visitação: de ter. a dom, das 10h às 21h
Quanto: entrada gratuita
Informações: (21) 3808-2020
Onde: Museu de Arte Moderna, Parque do Ibirapuera, portão 3 - s/n, São Paulo-SP
Quando: de 15 de julho a 30 de setembro
Visitação: de ter. a dom. e feriados, das 10h às 18h
Quanto: R$ 5,50; gratuita aos domingos para menores de 10 anos e maiores de 65 anos
Informações: (11) 5085-1300
São Paulo recebe "Mais do que os Olhos Captam", primeira exposição composta ps exclusivamente com as obras fotográficas do Deutsche Bank. À esquerda, díptico de Thomas Florschuetz; à direita, Cité Radieuses , de Gúnthet Fórg; abaixo, em destaque, "Oktoberfest", captado por Julian Rosenfeldt.
Gúnther Fórg
ERR
Ele é carioca e formou-se pela New England School of Photography, de Boston, nos Estados Unidos. Ao longo da carreira, Guy Gonçalves dirigiu a fotografia de diversos filmes, entre eles, Onde Anda Você e Quase Nada , de Sérgio Rezende, os documentários Coisa Mais Linda e O Poeta de Sete Faces , de Paulo Thiago, e Guerra dos Meninos , de Sandra Werneck. Também fez alguns trabalhos para a TV, entre eles, a série Bahia of All Saints , de Jana Bukova, exibido pela BBC de Londres. No 23º Festival de Gramado, ganhou o prêmio de Melhor Fotografia de Curta Nacional pelo filme de Flávia Alfinito, Chuvas e Trovoadas . Guy escolheu Days of Heaven ( Dias de Paraíso ), de Terrence Malick, para comentar:
Impossível esquecer as imagens deste filme, lançado no Brasil com o título equivocado de Cinzas no Paraíso . A correção da tradução seria realizada no lançamento da versão em DVD, Dias de Paraíso . Nestor Almendros fotografou e Terrence Malick dirigiu este filme, que faz com que possamos, desde as primeiras cenas, sentir a força de suas imagens. O uso da luz natural e seus elementos (Sol, Fogo, Lua) da forma mais expressiva, conjugado com a liberdade no uso da câmera, nos aproxima dos personagens, mesclando o uso do steadicam (um dos primeiros a usar), câmera na mão e composições é que congelam na memória. O conceito visual ê deste filme soa como música em perfeita sintonia com o roteiro. As grandes paisagens e as horas em que foram captadas as imagens deixam claras as referências aos pintores americanos Andrew Wyeth e Edward Hopper, e o uso da luz das janelas e os tons utilizados pela direção de arte e de figurino remetem à pintura de Vermeer. Quando menos é mais, Almendros e Malick atribuem à imagem um valor primordial à narrativa cinematográfica.
Novo laboratório profissional em São Paulo reúne tradição e imagem digital
ElSchisler (à esq.) ao lado de Silvio Pinhatti
São Paulo conta com um novo espaço de serviços de impressão para fotógrafos profissionais. O laboratório une a tradição de Silvio Pinhatti, um dos principais printers p&b do país, aos conhecimentos do especialista em imagem digital Millard Schisler, ex-professor do Rochester Institute of Technology, nos Estados Unidos.
Além dos serviços de impressão, o espaço também prestará consultoria na área de gerenciamento de bens digitais para fotógrafos e empresas. Isto passa pela criação de bancos de imagens, análise e elaboração de fluxos de trabalho digitais para um rendimento maior e o planejamento de backups. Aliada a essas propostas está a produção de negativos digitais, saída de cópias em platina e carbono, explica Schisler. Página virada em quase todo o território nacional, a fotografia química manterá seu espaço no laboratório, ficando a cargo da habilidade de Pinhatti. A durabilidade e permanência de uma cópia em prata, platina ou carbono são quase imbatíveis. Sempre consideramos que as novas tecnologias vieram agregar possibilidades ao nosso leque, não substituir o que já fazemos , finaliza Schisler, Segundo os novos sócios, a grande novidade do empreendimento é poder discutir opções de produção com o cliente, que poderá optar em fazer desde uma exposição com cópias em prata ou digital, um livro comercial em conjunto com o lançamento de uma edição de cópias limitada em platina, até uma tiragem pequena de um livro artesanal. Os serviços já estão disponíveis.
Há seis anos, Valdemir Cunha, 40, é editor executivo das revistas Terra e Próxima Viagem, da Editora Peixes, onde também é responsável pelo departamento de fotografia. É graduado em Jornalismo pela Cásper Líbero e já ganhou três edições do Prêmio Abril. Em 2006, lançou o livro Retratos do Brasil, e está finalizando seu novo título, Pantanal.
O que você busca em um portfólio?
Algo que diferencie o profissional do resto da multidão. Infelizmente, noto uma preocupação demasiada em me mostrarem trabalhos sobre viagem e natureza, só pela obrigação de terem no seu portfólio imagens da minha área. Prefiro que me tragam algo novo a ficar entediado vendo algo ve-
pessoal consistente.
Você prefere que tipo de formato de apresentação do trabalho?
Nunca me preocupei com a forma da apresentação, e sim com o conteúdo. Em função da dificuldade de abrir certos formatos de arquivo, possíveis problemas com calibradores de telas, entre outros, prefiro o portfólio tradicional, com ampliações bem-feitas ou, se o fotógrafo tiver um bom computador, uma apresentação simples, que valorize as fotos.
O que não deve ser colocado em um portfólio?
Quem está começando não tem a menor idéia do que mostrar, por isso mistura imagens que acredita serem boas e não se preocupa com a unidade do trabalho. Não acredito em regras rígidas para montagem
de edição. Só não vá mostrar um trabalho completamente incompatível com o veículo. No meu caso, não acho que seja obrigatório exibir imagens de turismo ou natureza, mas não dá para trazer só imagens de still, porque não publicamos esse tipo de foto. Fotógrafos que estão iniciando não está respeitando essas regras básicas. Para piorar, não conseguem elaborar uma pauta com as imagens que estão oferecendo e, hoje, é muito mais fácil vender matérias do que conseguir trabalho mostrando um portfólio.
Como os fotógrafos podem entrar em contato com você?
Recebo todas as pessoas que me ligam ou mandam e-mail. Faço isso porque uma das minhas funções na editora é encontrar matérias que valem a pena ser compradas (texto e fotos). Meu e-mail é valdemir. lho. Busco surpresas, um trabalho
de portfólio, e sim num bom critério cunhaQDedpeixes.com.br
O fotógrafo Ricardo Teles e a educadora Dirce Carrion ficaram sitiados durante conflito no Congo
No último mês de março, o que parecia ser apenas mais um dia de trabalho nos arredores de Klbansheke, em Kinshasa, República Democrática do Congo, tornou-se um verdadeiro pesadelo para a educadora e arquiteta Dirce Carrion e o fotógrafo Ricardo Teles. Quando estavam no bairro para desenvolver mais uma série de oficinas do projeto Olhares Cruzados, que tem apoio do Unicef e da Embaixada Brasileira, ambos foram surpreendidos por um confronto armado entre as milícias de JeanPierre Bemba, candidato que perdeu as últimas eleições presidenciais, e as tropas nacionais do presidente Joseph Kabila. Os brasileiros foram obrigados a se refugiar na Embaixada Brasileira. Foram quatro dias ouvindo tiros e bombas, dia e noite recorda Teles. Estávamos no bairro de Gombi, o mais afetado pelos tiroteios e morteiros, o que nos deixou sob fogo cruzado e nos forçou a permanecer confinados por algum tempo , completa Carrion, que, ao lado de Teles, ficou sob a proteção de um destacamento especial do exército brasileiro que está em Kinshasa desde outubro de 2006. O confronto foi contornado pelas tropas
da Guarda Nacional, que retomaram a estabilidade local, apesar do saldo de mais de 500 mortos. Mesmo cercados pela violência iminente (segundo Teles, se pegos com câmeras, fotógrafos tomam tiros aleatoriamente), os dois brasileiros voltaram a Klbansheke e finalizaram as oficinas. Infelizmente os conflitos na África matam muitas pessoas e quem mais sofre são as crianças, porque eles lhes roubam também a esperança. Esse foi um dos fatores que nos fizeram decidir que, apesar da situação, deveríamos continuar o trabalho com as crianças congolesas , finaliza Carrion.
O projeto Olhares Cruzados é uma iniciativa de Dirce Carrion que objetiva estabelecer intercâmbio entre crianças brasileiras e africanas, através da troca de fotografias e objetos produzidos em oficinas de criação. A idéia, que já passou por Haiti, Senegal, Mali e, mais recentemente, pelo Congo, com apoio das embaixadas brasileiras, convida fotógrafos de ambos os países envolvidos a realizar oficinas e ensaios nas comunidades. No final do ano, a produção de todos os fotógrafos e das crianças ganhará uma publicação. [FL]
Ferreira/TYBA
Alberto
Nos meses de fevereiro e março de 2007, a fotografia nacional disse adeus a dois de seus grandes representantes
ALBERTO FERREIRA
O goleiro do Botafogo, nascido na Paraíba, chegou ao Rio de Janeiro com o sonho de jogar no Flamengo. Mas logo viu seu desejo esvair-se numa terrível sequência de frangos tomados. O goleiro sem talento, quem diria, iria encontrar na câmera fotográfica o instrumento de trabalho com o qual entraria para a história do futebol. Era 2 de junho de 1965, durante uma partida entre Brasil e Bélgica, quando o já fotógrafo profissional Alberto Ferreira congelou uma gloriosa bicicleta de Pelé. Reconhecida como um dos ícones do jornalismo esportivo, a fotografia renderia uma longa amizade entre Alberto e o Rei, e seria apenas um dos primeiros passos na carreira de 25 anos que Alberto Ferreira traçou no carioca Jornal do Brasil. Ele tinha um olhar impressionante, de águia. E atitude suficiente para escolhera foto, levar até a mesa do editor e dizer: 'Esta é a capa , relembra o companheiro de JB, Evandro Teixeira. Descrito pelos amigos como exímio cozinheiro, dotado de bom humor e com queda para o balonismo, o paraibano sonhador dividia com outros 40 fotógrafos do jornal as sensações de um jornalismo que valorizava a imagem. Alberto soube como ninguém explorar esse novo espaço (dado à fotografia) e moldar uma equipe de fotógrafos ao seu estilo: simples, original e ousado , diz o fotógrafo Rogério Reis, que começou sua carreira sob a batuta de Ferreira, como estagiário do JB, no final da década de 70. Ele relembra com carinho uma passagem divertida ao lado do professor que se tornou seu amigo: Em 2005, fomos à exposição de Cartier-Bresson no FotoRio, e lá fomos recebidos pela Martine Franck, viúva do mestre francês. Apresentei-o a Martine como um grande maestro da fotografia do JB dos anos 70 e 80.
Ela disse que estava encantada em conhecê-lo. Nesse momento, Alberto olhou para mim e disparou: Traduz aí: eu nunca gostei das fotos do marido dela, é tudo armação; na minha equipe ele não trabalhava!
Ao longo de 43 anos de jornalismo, além do JB, Alberto passou também pelas redações de O Globo, Correio da Manhã, O Dia, além das rádios Nacional, Tupi e Globo. Em 1963, levou o Prêmio Esso pela foto "O Rei se curva ante a dor que o Brasil todo sentiu , realizada durante a Copa do Mundo, no Chile, em 1962, numa partida entre Brasil e Tchecoslováquia, quando Pelé saiu de campo contundido.
Além das célebres fotos de futebol, Alberto documentou a construção de Brasília, das primeiras pedras em frente ao planalto até as bases da Catedral, levando parte dessas imagens para território francês, em 2005, durante o Ano do Brasil na França, na mostra Brasília, uma Metáfora da Liberdade , juntamente com as imagens contemporâneas de Jair Lanes.
Alberto faleceu no último dia 11 de março, data em que completaria 75 anos, no Rio de Janeiro, vítima de um acidente vascular cerebral. Meu pai sempre buscou ser testemunha ocular dos principais e mais importantes momentos que aconteceram no seu tempo. Ele tinha noção da importância do seu trabalho, mas nunca pensou que tomaria a dimensão que tomou , comenta Carlos Ferreira, que tem a intenção de transformar as fotos do pai adotivo em livro, composto talvez pelo maior acervo de imagens da construção de Brasília, além de vários momentos de intimidade dos craques Pelé e Garrincha.
Fa No documentarismo, Cannalonga se aventurou por diversas temáticas, enco
FLÁVIO CANNALONGA
Aos 53 anos de idade, trinta de profissão, Flávio Cannalonga, o Canna! como era carinhosamente chamado pelos amigos, faleceu no último dia 26 de fevereiro, depois de lutar durante um ano contra o câncer. Cannalonga trabalhou paraos jornais Folha de S.Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo e também para as revistas Manchete, Placar e Veja. Depois, abraçou causas nas quais acreditava e passou a desenvolver trabalhos como documentarista independente. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão os documentários sobre o Movimento Sem Terra e sobre o universo das festas religiosas brasileiras.
Ele trabalhou para o Greenpeace, esteve em grandes conflitos, ajudou a salvar pessoas num desses paus entre madeireiros e movimentos ecológicos na Amazônia. O cara era militante, fotografava aquilo em que acreditava recorda o fotógrafo Egberto Nogueira sobre o amigo. Um grande fotojornalista, sem frescuras, que fotografava com alma e coração, sem procurar impressionar com ângulos loucos, pannings e outras técnicas mais do que manjadas , acrescenta Egberto.
Vencedor da Bolsa Icatu de Artes, em 2000, que o levou a viver por um
ano no Cité International des Arts, em Paris, Cannalonga era amante dos filmes em preto e branco e dos métodos tradicionais da fotografia; não se encontrava nas novidades da tecnologia. Ele não usava telefone celular, não respondia aos e-mails e era contra o avanço tecnológico, que, segundo ele, iguala todo mundo pela mediocridade. Canna tinha o apelido de 'afinador de piano' porque usava chapéu e um bigode estilo anos 30, e vivia repetindo uma tese que inventou: a de que qualquer pessoa pode fotografar com câmera digital ou afinar piano, desde que tenha os softwares , relembra o compadre e companheiro de muitas histórias, o fotojornalista Antônio Gaudério, que, dos bons momentos que passou ao lado do amigo, faz questão de frisar que, deve ao Cannao fato de ter se tornado um expert na arte de fazer churrasco: Quando eu vim do Rio Grande do Sul para São Paulo, não sabia fazer churrasco direito. Daí, numa viagem com nossas mulheres, assei uma carne que ficou uma desgraça. Dura e seca. Com paciência, ele passou o resto do dia roendo a costela e tecendo considerações a respeito das vantagens de se comer devagarinho... Depois disso, voltei para o Rio Grande do Sul e me vi obrigado a fazer um curso intensivo. Até os últimos dias da vida dele, nos reuníamos para fazer churrasco [FL]
Casos de violência urbana são tema para o trabalho que Rogério Reis mostrará em Paris
Por Flávia Lelis
Há dois anos, o fotojornalista carioca Rogério Reis [wwwrogerioreis.com.br] pesquisa linguagens para falar sobre violência urbana através da fotografia. Ele desenvolve um trabalho intitulado Microondas , referência a um método hediondo utilizado por traficantes para matar suas vítimas sem deixar rastros, como aconteceu com o jornalista Tim Lopes, que teve seu corpo esquartejado e queimado dentro de pneus. Jovens lideranças do tráfico de armas e de drogas da cidade do Rio de Janeiro torturam, julgam e condenam à morte seus inimigos. 'Microondas' é o resultado dessas vivências com o medo e a morte violentos, fruto de uma sociedade contemporânea muitas vezes desigual e injusta , expõe Rogério.
Aidéia do fotógrafo é traduzida em uma instalação com diferentes fotografias embutidas em pneus. Algumas imagens em preto e branco foram produzidas em reportagens sobre violência que fiz para jornais, nos anos 80, em parceria com Tim Lopes. As fotografias coloridas foram feitas em 2004, numa performance com pneus especialmente realizada para esse trabalho. Em novembro, a obra, que também se configura como uma homenagem a Tim Lopes e Marcelo Yuka este último baleado, na Barra da Tijuca, ao tentar impedir um assalto, evento que o deixou tetraplégico , será levada em novembro para a Maison Européenne de la Photographie [wwwmep-fr.org], em Paris, a convite do curador e diretor da instituição, Jean-Luc Monterosso. Além da instalação com fotos, penso em desenvolver um vídeo com atores interagindo com os pneus , finaliza o fotógrafo.
O caruaruense Geyson Magno, 35, começou a fotografar profissionalmente em 1993, quando entrou para o time do Jornal do Commercio, de Recife. Depois, entre um e outro frila para o Diário de Pernambuco, com o qual colaborou durante quatro anos, fundou, em 1995, a Agência Lumiar. Entre seus trabalhos pessoais, estão os livros Maracatus Urbanos de Pernambuco, que discute o sagrado e o profano dos maracatus do Recife, e Encourados, que resultou também numa exposição sobre o povo sertanejo, em especial o vaqueiro do Sertão nordestino. Magno escolheu o livro Let Truth Be the Prejudice, de W. Eugene Smith, para comentar: Indicar um livro é muito difícil. Vários livros são referenciais e devem fazer parte da estante de quem admira fotografia e arte. Por exemplo, todos de
Cartier -Bresson, as obras Ansel Adams In Color, Ansel Adams at 100, Trees e An Autobiography, de Ansel Adams, também são imprescindíveis No entanto, vou indicar o livro Let Truth Be the Prejudice, de W. Eugene Smith, que é maravilhoso, uma retrospectiva do trabalho de um grande fotógrafo, que considero um dos três melhores que o mundo já teve. Em todas as suas fotografias, percebe-se um olhar extremamente refinado e humano. A verdadeira fotografia humanística . Eugene Smith era uma figura admirada universalmente como artista. Teve sempre a satisfação de ser verdadeiro consigo, com a sua fotografia e com o mundo, e é, provavelmente, dentre todos os fotógrafos documentaristas, aquele que elevou a arte do ensaio fotográfico a alturas nunca antes alcançadas. Era considerado frequentemente incômodo por editores, por causa da constante recusa em permitir que suas imagens fossem publicadas junto a textos ou a qualquer outra coisa que moldasse o tema a interesses políticos em detrimento da sua visão pessoal, O livro contém fotos de todos os ensaios feitos pelo Gene, A Man Of Mercy, de 1954 (sobre o Dr. Schweitzer na África), Country Doctor, de 1948, Spanish Village, de 1951, entre outros. São paisagens e retratos maravilhosos. Temas difíceis, como o envenenamento por mercúrio na ilha de Okinawa no Japão, que, pelo olhar e estética dele, ganharam a dimensão do WTI humano, trágico e chocante, mas sobretudo caridoso, leal e verdadeiro.
Site analisa a performance de mercado de 74.152 artistas ao redor do planeta
O guia de artes visuais Artfact.Net catalogou dezenas de milhares de artistas, exposições e instituições ao redor do mundo e criou um ranking para o mercado de arte, que classifica artistas de acordo com sua trajetória expositiva e reconhecimento profissional, a partir de informações passadas por museus e galerias. Cada um dos 74.152 artistas tem uma página com biografia, currículo expositivo, imagens de alguns trabalhos e um gráfico que mostra sua performance no ranking a cada ano. Pablo Picasso encabeça a lista mais recente, seguido de Andy Warhol. Entre os fotógrafos que aparecem no Top 100" estão Cindy Sherman (11º) Andreas Gursky (209), Thomas Ruff (249), Nan Goldin (67º) e Richard Prince (729). Entre os brasileiros, Vik Muniz é
o mais bem classificado (172º). Miguel Rio Branco está em 676º, na frente de Richard Avedon (697º). Rosângela Rennó está em 1.486 e Mario Cravo Neto em 3.084. O site esclarece, porém, que não faz julgamento das obras e que não configurar na lista não significa ser um artista melhor ou pior, mas simplesmente que, em comparação aos que aparecem no ranking, não está suficientemente presente no panorama das exposições , O acesso ao ranking, biografias e e gráficos dos 100 primeiros colocados é gratuito. Porém, para consulta dos demais gráficos e análises mais detalhadas, o usuário tem que desembolsar 9 dólares por dia de pesquisa. Um mês de uso custa 15 dólares e, um ano, 120 dólares.
Sik Kim
Gyoo
Fotosi:
Gyoo Sik Kim fez do retrato elementar, com fundo branco e luz artificial, uma tentativa de eliminar o excesso de representações de um ritual religioso extremamente popular e retratado à exaustão em seu país
Cerca de 70 divindades, incluindo Jesus e Buda, aparecem diariamente para conversar, dar conselhos, conectar vivos e mortos, curar doenças e afastar a má sorte. Essa é a crença que leva mais de um milhão de pessoas aos templos do Mu-Dang, prática ancestral xamânica que resiste ao tempo e à maciça invasão ocidental, graças à sua capacidade de absorver diferenças culturais. Tão popular e frequentado por lá quanto os cultos que misturam catolicismo, espiritismo e religiões africanas por aqui, o Mu-Dang já foi amplamente fotografado, documentado, analisado, catalogado e rotulado. Assim como o Candomblé e a Umbanda. Lá, eles usam a expressão o deus desceu . Alguma semelhança com o nosso baixou o santo ? A distância no espaço e na aparência não esconde semelhanças no propósito.
Mas quem são essas pessoas que emprestam seus corpos para a revelação dos deuses? O que fazem vestidas dessa maneira? O que guardam em seus olhos? Ao formular essas questões, o fotógrafo Gyoo Sik Kim observou que o excesso de referências visuais sobre o tema atrapalhava o exame detalhado da figura do médium, intercessor entre deus e homem. E, ainda, o que considerava mais grave: forjava estereótipos sobre os adeptos.
Buscando uma maneira de reverter esse processo de dispersão e focar na figura humana, Kim recorreu à elementaridade do retrato em fundo brancoe luz artificial. Ele inicia uma conversa silenciosa com o Mu-Dang parado em sua frente, tentando expurgar as camadas de representação.
Quando a névoa do excesso se dissipa diante dos olhos, a aparência do retratado torna-se desobstruída e pode-se ver sua expressão original. Agora, calma e claramente, pode-se fitar seu rosto e observar as vestimentas, relacionadas com o status de cada um. O paramento denota as habilidades e a autoridade do médium dentro do templo. Esta é uma característica não só do Mu-Dang, como da sociedade coreana como um todo. A maneira de vestir reflete a posição social e a necessidade de aceitação em determinado grupo observa o fotógrafo.
Segundo Kim, o desenvolvimento da economia coreana a partir de modelos ocidentais fez pairar sobre o país uma atmosfera de deslumbre pelas culturas americana e européia. Mas, ao mesmo tempo, as tradições ainda são muito levadas a sério, o que nos leva a um misto de obsessão e equívocos , diz. Nossa identidade deveria se forjar naturalmente e não ser movida por relações de poder. Nossa aparência não é natural. Atrás das semelhanças Graduado em fotografia pela Hongik University, Kim, 34 anos, vive e trabalha em Seul. Entre seus projetos futuros, está a realização de uma série sobre os adeptos do Candomblé, na Bahia. Também pretende documentar cultos semelhantes ao Mu-Dang na África e outras manifestações do Xamanismo no norte da Ásia. A série Mediators: the Look of Shamans" ( Mediadores: O Olhar dos Xamãs , em tradução livre) foi mostrada em 2006 no Palagio di Parte Guelfa, em Florença, na Itália. [Érica Rodrigues]
Na cra da obsolescência programada, a precariedade do tempo presente e uma certa angústia gerada por um mundo excessivamente tecnicista são algumas das discussões provocadas pelo artista carioca Frederico Dalton. Articulando recursos low tech com elementos da fotografia de rua, ele realiza uma espécie de arqueologia da imagem, que define como protocinema .,
Com criatividade e bom humor, Frederico usa bases giratórias de projetores de slides, hélices e outros mecanismos que acrescentam movimento ou dão a impressão de movimento à foto, situando seu trabalho no limite entre linguagens: É algo que se encontra numa fronteira, com toda a tensão, dinamismo ediversidade típicos das fronteiras , afirma o artista. Aliás, a frase É na fronteira que me encontro foi usada para dar título a uma de suas séries, mas pode falar mais amplamente sobre suas recentes investigações, em cartaz no Oi Futuro, no Rio, entre 30 de abril e 177 de junho.
O interesse de Frederico por conferir movimento a imagens estáticas vem da sua formação. O artista é graduado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense e cursou pós-graduação na Academia de Arte de Dusseldorf, na Alemanha, onde estudou com Nam June Paik e Nan Hoover, estabelecendo contato direto com a produção em vídeoe a fotografia dos dois renomados artistas.
Além das instalações, a mostra no Oi Futuro conta com fotografias em grande formato, do ciclo Caligrafias Contritas Neste campo, me testo como fotógrafo no sentido mais conhecido do termo. Uso a expressão 'me testo' porque vejo meu trabalho como uma segiência de desafios, sendo o primeiro deles o de encontrar uma visualidade pessoal a partir de um repertório visual já estabelecido , pontua o artista, que irá lançar livro durante a exposição, com textos de Alberto Saraiva, Fernando Cocchiarale, Angélica de Moraes e Marisa Florido. [Érica Rodrigues]
Frederico Dalton estabelece diálogo entre a fotografia e o cinema a partir de mecanismos arcaicos de produção de imagens
Menina da Base Instável , 2007: a menina curvada sobre o chão, na foto de Vicente de Mello, parece estar sendo abalada pelo tremor da própria terra ou por um turbilhão interior, graças à interferência do ventilador sobre o projetor da imagem
O que: Exposição Frederico Dalton: Fotomecanismos
Onde: Oi Futuro, Rua Dois de Dezembro, 63, Rio de Janeiro-RJ
Quando: de 30 de abril a 177 de junho de 2007
Quanto: entrada franca
Informações: (21) 3131 3060
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Entrevistas premiados
REVISTA FS conversou com os brasileiros que conquistaram as mais recentes edições dos principais prêmios fotográficos aqui e no exterior. Acompanhe esse rápido raio-X, que mostra alguns detalhes das imagens premiadas e de seus autores
POR FLÁVIA LELIS
MARCELO CARNAVAL
Primeiro lugar da categoria Fotografia da 24? edição dos Prêmios
Internacionais de Jornalismo Rei da Espanha e Prêmio Esso 2006, com a imagem Mãe , que mostra uma mulher segurando o corpo do filho assassinado no centro do Rio de Janeiro
Idade: 43 anos
Formação: Jornalismo, pela Universidade Federal Fluminense
Na estante: Deeds of War, de James Nachtwey
Na telona: Hair, de Milos Forman
Na web: site sobre fotografia digital Dpreview: www.dpreview.com
Primeiro, o Prêmio Esso, depois o Rei da Espanha. Que valores, fatores ou elementos você apontaria como responsáveis por essas importantes premiações?
Não dá pra ficar se preocupando com prêmios, que são, às vezes, conseqúência de uma boa foto. Quantasjá fiz que não ganharam nada? O que vale é a boa foto, exposta na bancade jornal e elogiada pelo cara sentado ao seu lado no metrô.
O que você acha que está sendo premiado no fotojornalismo?
Não existe um padrão, a não ser no World Press, onde dá sempre o Oriente Médio, que concentra os grandes conflitos. O alicerce do fotojornalismo é o flagrante. Essas são as fotos que entram para a História
Sugundo Lugar na categoria Reportagem Esportiva, do POYi- Pictures Of The Year International, pelo registro da árbitra Lia Mara Lc jurenço, atingida no pé por um dardo, durante o Troféu Brasil de Atletismo, em 2006
Idade: 30 anos
Formação: Autodidata
Na estante: Inferno, de James Nachtwey
Na telona: War Photographer, de Christian Frei e Half Past Autumn The Life and Works of Gordon Parks, de Denzel Washington
Na web: site sobre fotografia esportiva www.sportsshooter.com e o Museu de Notícias Mundiais www. newseum.org/todaysfrontpages
Você acha que os curadores dos prêmios internacionais estão em busca de algum elemento especial no fotojornalismo? Você acredita que haja alguma tendência?
Acho que diante de tantos desastres que vêm ocorrendo pelo mundo, a indicação de imagens que nos sensibilizam com a dor chega a ser inevitável, mas ainda acredito no poder da criatividade e das boas idéias.
Você está entre os vencedores de um importante prêmio
internacional, ao mesmo tempo que o Brasil enfrenta uma crise no fotojornalismo, gerada por inúmeros fatores. Como você equaciona isso?
Sou um fotojornalista de alma. Luto para que eu nunca seja vencido pelo comodismo, pelo olhar viciado ou por qualquer crise se é que ela existe. Se existe, que sirva de combustível para nos manter vivos e dispostos a passar por cima dela. Acho que os fotojornalistas brasileiros sempre mostraram a que vieram em cada era. Participamos e mostramos dentro das nossas dificuldades o que tínhamos de melhor ao longo desses anos, tanto que hoje sou fruto de uma geração de ótimos fotógrafos que construíram e mudaram a linguagem do fotojornalismo
De forma geral, qual a sua avaliação em relação às premiações brasileiras dedicadas ao fotojornalismo?
Se espremer, saí sangue. Fruto da falta de segurança pública em que vivemos e que inevitavelmente registramos. Acho que os prêmios ajudam a mostrar que precisamos lutar por melhorias na nossa qualidade de vida e ao mesmo tempo marcam essa fase vergonhosa a que chegamos. Mérito dos fotógrafos que fazem a foto e indignação no rosto de todo brasileiro.
JOÃO KEHL
Primeiro lugar na categoria Ensaio de Esporte do World Press Photo 2006, com ensaio sobre uma academia de boxe que funciona debaixo de um viaduto paulistano
Idade: 24 anos
Formação: Fotografia, pelo Centro Universitário Senac
Na estante: Silent Book, do Miguel Rio Branco.
Na telona: Eu vocêe todos nós, de Miranda July
Na web: o site da Agência Magnum, www.magnumphotos.com, e, e do fotógrafo mexicano Pedro Meyer http://zonezero.com
Você percebeu alguma mudança após a conquista do prêmio?
Muita coisa aconteceu após o prêmio porque é uma premiação que o mundo inteiro acompanha, que sai nos principais veículos de informação do mundo, então todo mundo vê. Além das publicações brasileiras, já me ligaram da China da Inglaterra da Itália, querendo publicar o trabalho. Apesar do interesse da mídia brasileira, a grande repercussão aconteceu internacionalmente, uma vez que existem mais publicações estrangeiras interessadas em trabalhos desse gênero
Que tipo de fotografia você acredita que está sendo premiada nos concursos nacionais e internacionais?
João Kehl
Acredito que existam prêmios com os mais var iados perfis, cada um contemplando trabalhos em áreas específicas. O que acho que tem acontecido é que as premiações estão valorizando cada vez mais a forma como a linguagem fotográfica é utilizada. Se não podemos dizer que tudo já foi fotografado, podemos ao menos dizer que quase tudo já o foi. Com isso acho que o que precisa ser valorizado é justamente o como fotografar , como contar de maneira original uma história que já foi contada. O que te motiva a desenvolver ensaios, considerando o pouco espaço para a publicação?
O fotodocumentarista tem que cavar seus próprios espaços porque normalmente ele próprio se pauta. Nesse sentido, acho que os prêmios são importantes, porque, além de dinheiro, dão uma visibilidade legal. Tenho pensado muito sobre o que me motiva a desenvolver ensaios. Acho que o mais importante é a liberdade, tanto na abordagem, quanto no uso da linguagem. No entanto, cada vez, mais estamos tentando romper as barreiras entre o que se costuma chamar de "trabalho comercial" e os ensaios. Acredito que com o crescimento das mídias digitais, as possibilidades estão se ampliando. Acho careta pensar que publicar um trabalho seja pensar num livro, jornal ou revista. Já viu os podcasts da Magnum? Acho aquilo incrível. Têm fotos, música, comentários dos fotógrafos e você ainda leva para onde quiser. Acho que em primeiro lugar vem a satisfação pessoal. Depois é só usar a criatividade para mostrar isso ao mundo
primeiro lugar no Prêmio Conrado Wessel de Ensaio Fotográfico 2006 por Chão de Graciliano , sobre os locais onde o escritor Graciliano Ramos viveu e ambientou suas obras
Idade: 40 anos
Formação: Autodidata
Na estante: toda a obra de Josef Koudelka e Infância, de Graciliano Ramos
Na telona: Antes da Chuva, de Milcho Manchevski
Na web: portais de fotografia, www.fotosite.com.br e www.photoeye.com
Como foi vencer a primeira edição de Ensaio Fotográfico do FCW? O dinheiro do prêmio já tem algum destino especial?
Foi uma surpresa. Boa, é claro! Quando se fala de meio ambiente no Brasil, pensamos logo na Amazônia, no Pantanal. Esquecemos que o sertão, o semi-árido, também é meio ambiente. Meu trabalho é sobre a paisagem humana, voltado para a relação do homem com seu meio. Em relação ao dinheiro do prêmio, ainda não pensei muito nisso, mas com certeza vou usá-lo para continuar fazendo meus ensaios fotográficos pelo Brasil
Você acredita que o Brasil carece de mais premiações para a fotografia documental?
O que temos talvez de mais forte na fotografia brasileira são os ensaios autorais, que retratam nossa diversidade cultural. Grandes fotógrafos produzem hoje, mesmo que no anonimato, grandes trabalhos. Esses trabalhos precisam ser vistos, precisam ser viabilizados. Quem produz ensaios assim, sabe da dificuldade, da dedicação que é necessária, e do desafio que é produzir sem nenhum apoio, investindo muitas vezes uma vida inteira em um projeto além do investimento financeiro. Mas o que leva esses fotógrafos a continuar produzindo é a necessidade, quase visceral, de estarem mergulhados na fotografia autoral e de contarem suas histórias, suas interpretações sobre O mundo, sobre o país em que vivemos.
Em entrevista à REVISTA FS &15, você afirmou que procura uma linguagem própria, que fuja do óbvio". O que você acha da produção documental brasileira atual?
Acho a produção fotográfica brasileira riquíssima em todas as áreas da fotografia. O que, às vezes, me incomoda é a visão de alguns de que, para um trabalho ser contemporâneo, ele tenham que fugir quase completamente das características da fotografia como imagem técnica. Acho que essa fotografia chamada de documental pode, sim, ser expandida , mesmo que dentro dos limites formais do fotograma. Acredito nisso, numa fotografia que não precise necessariamente sair dos seus limites físicos mas incomodar, mexer, transformar. Mesmo dentro desses seus limites aparentes .
Segundo lugar no Prêmio Conrado Wessel de Ensaio Fotográfico
2006 por Numa Janela do Edifício Prestes Maia, 91 realizado na maior ocupação vertical da América Latina
Idade: 26 anos
Formação: Autodidata
Na estante: Os Cus de Judas, de António Lobo Antunes
Na telona: Ima, de João Jardim e Walter Car
Na web: o site da Agência Magnum, www.magnum ptos.com
Qual foi o seu objetivo ao escolher o Edifício Prestes Maia como cenário para suas imagens?
Tecnicamente, fotografar somente elas ajudou a definir uma estética de luz e tonalidade. A intenção foi retratar, falar das fronteiras
simbólicas e físicas que segmentam a sociedade, da ineficiência de um sistema que não integra, mas afasta as pessoas e, principalmente mostrar a dignidade que sobrevive em meio a tudo isso
De que maneira este trabalho se insere no tema O Meio
Ambiente Brasileiro ?
Embora o trabalho tenha sido desenvolvido num espaço extremamente urbano, a idéia surgiu das invasões de terra por movimentos organizados, das migrações e da decadência material do próprio concreto, que vai além da arquitetura
No último dia 15 de março você acor mais na sua conta. Como foi isso?
Claro que fiquei muito feliz com esse detalhe, mas isso, certamente, u com R$ 20 mil a vale pouco diante do significado do prêmio que é o reconhecimento de um trabalho e, principalmente, porque estive ao lado de fotógrafos que admiro muito
Primeiro lugar no Prêmio Conrado Wessel de Fotografia Publicitár ia 2006 por Tim Viver Sem Fronteiras , anúncio da operadora Tim desenvolvida pela Agência Lew, Lara
Idade: 36 anos
Formação: Jornalismo, pela Universidade Federal de Minas Gerais
Na estante: Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa Na telona: Limite, de Mario Peixoto
Na web: sites da galeria Fraer http://fraenkelgallery.com, e do fotógrafo Erwin O www.erwinolaf.com
Ano passado, você ficou em terceiro lugar, e nesta edição, em primeiro. Como é estar duas vezes entre os vencedores do FCW?
Fiquei surpreso e também bastante feliz e orgulhoso. Afinal, há poucos anos abri mão de um estúdio ede vários clientes em Belo Horizonte para recomeçar do zero em São Paulo, totalmente anônimo, dando um passo atrás e voltando a ser assistente. O prêmio só reforça a sensação de que a decisão valeu a pena.
Nessa fotografia publicitária, ainda há sobrevida para fotografia sem interferência de outras mídias?
Muitas coisas estão se redefinindo no mundo da imagem e de uso comercial. São adequações não só de linguagem, como também econômicas, mas acho que não passam de adaptações. Não acredito que o olho do fotógrafo vá ser totalmente desprezado um dia. Acho que o que vale mesmo é a história de cada um, as vivências acumuladas. Enfim, a capacidade de criar, surpreender Todo o resto é apenas um meio, uma ferramenta
Como você resolveu a relação com o manipulador das imagens para impedir transtornos futuros, como o ocorrido com o Ricardo Cunha (após vencer o FCW, o manipulador requereu co-autoria da imagem)?
Não resolvi. Simplesmente sou o fotógrafo autor das fotos que foram manipuladas para criar a imagem final idealizada pela dupla de criação da agência de publicidade. Esse assunto, mais do que os valores requeridos por qualquer co-autoria, leva a questões filosóficas que já vêm sendo discutidas há algum tempo pelos professores de Semiótica.
Segundo lugar no Prêmio Conrado Wessel de Fotografia Publicitária 2006 por Abraço , campanha da marca Pedigree desenvolvida pela agência TBWA
Idade: 56 anos
Formação: Autodidata
Na estante: Toda a obra de Fernando Pessoa
Na telona: Nenhum filme em especial mudou ou marcou minha vida, mas todos contribuíram para cada sorriso ou angústia. Se for para ser impreciso e eleger um, que seja um dos primeiros: Branca de Neve e os Sete Anões
Na web: site de busca www.dogpile.com, e o de arte e cultura, www.artandculture.com
Você acredita que a fotografia publicitária esteja seguindo uma tendência? Qual seria?
Desafios cada vez maiores, pouco tempo de produção, menos romantismo e mais objetividade.
Hoje, qual é o maior desafio para quem escolher a fotografia publicitária para trabalhar?
Fazer muito com pouco dinheiro. Lugar-comum, mas é verdade. Você é o segundo colocado do Prêmio Conrado Wessel. O que você acha que pode mudar com a vitória?
Fico feliz por ter ganhado, principalmente pela foto, que é simples na sua concepção, mas com grande envolvimento emocional entre o cachorro e seu veterinário, no caso, também o seu dono. Uma foto sem montagens mirabolantes, dragões, mulheres impossíveis, essas coisas de publicidade. Acho que ela resume o essencial, a amizade
O segredo do bom tratamento de imagem é segredo.
Mas, se você quiser tomar um café conosco, a gente conta um pouco sobre as histórias dos nossos trabalhos.
| fotos de Ê nathalie daoust
A canadense Nathalie Daoust passou os últimos dez anos Padariasérie "New York Hotel Story": convivendo com as mais diversas culturas do planeta. em 1997, Nathalie foi convidada a criar a Mas não espere encontrar nestas páginas a diferença: | decoração de uma das dependências do Carlton paisagens distantes, semblantes exóticos ou qualquer Gisa na York, conhecido por seus £ rtos de temáti outro aspecto externo. Nesse longo percurso, a fotógrafa artísticas. acabou morando no hotel por descobriu na intimidade a senha para alguns códigos uni- dois anos, movendo-se de quarto em quarto, versais: a necessidade da fantasia, o desejo e o erotismo explorando o universo idealizado pelos artistas
la não consegue ficar mais de três semanas seguidas E. sua cidade, Montreal, no Canadá. Já passou pelo México, Marrocos, Estados Unidos, Alemanha, Japão, Brasil e no momento está de malas prontas para a Suíça, onde deve passar seis meses em residência artística. De lá, segue para a China. Nathalie Daoust [www.daoustnathalie.com], claro, tem aquela curiosidade e atração irresistível pelo desconhecido, que parece estar no DNA de todo fotógrafo. Mas o que motiva a jovem não são exatamente as diferenças, e sim o que os humanos, independentemente de questões territoriais ou culturais, apresentam em comum: o desejo, a fantasia, o erotismo como evasão da realidade.
Tudo começou em 1997, quando, aos 20 anos, Nathalie deixou Montreal para descobrir Nova York, descoberta esta que se deu ao mesmo tempo que começava a trilhar seu caminho na fotografia. A convite do Carlton Arms Hotel conhecido por suas dependências com temáticas artísticas , fez a decoração de um dos quartos. Após completar a tarefa, acabou ficando no hotel durante mais dois anos, movendo-se de quarto em quarto, »
Nesta página e ao lado, "Tokyo Girls" ensaio composto de 35 imagens de jovens dançarinas de todo o mundo que migraram para o Japão visando ganhar algum dinheiro. Montadas com técnicas de fotografia 3D, as imagens restabelecem a ilusão de movimento das dançarinas
Trinta janelas para o universo íntimo de mulheres retratadas em suas casas, em Berlim. A fotógrafa separou camadas do filme ortocromático e as remontou. O espaço deixado entre os vários elementos da cena torna, eventualmente, a imagem tridimensional, trazendo à tona o aspecto imaginário de cada mulher retratada no instante da foto
mergulhando nos temas de cada um deles, explorando o universo de cada artista através da fotografia. O resultado está no ensaio New York Hotel Story , à época publicado em livro e exposto em vários países.
Logo depois, Nathalie seguiu para Tóquio, onde fotografou durante dois anos o underground da cultura japonesa. Com propósitos semelhantes aos de New York Hotel Story , ela percorreu os chamados hotéis do amor , cujos quartos de temáticas inusitadas que vão de cavernas a hospitais tornaram-se verdadeira febre entre os casais japoneses. Em outra série, Tokyo Girls , fotografou 35 jovens dançarinas eróticas de todo o mundo que migraram para a capital japonesa. Com processo lenticular de fotografia 3D, Nathalie estabeleceu uma ilusão de movimento das personagens. Na montagem final, as personagens aparecem apenas como garotas oferecendo-se, presas num movimento contínuo.
A manipulação de imagens em laboratório é uma constante no trabalho da fotógrafa. Em Between Four Walls , ela retratou 30 mulheres na intimidade de suas casas, em Berlim. Em meio a ambientes pré-Segunda Guerra Mun-
dial que permanecem intocados, imagens de mulheres contemporâneas provocam um deslocamento temporal, um sentimento melancólico de um mundo perdido. Para trabalhar essa temática, Nathalie separou camadas do filme ortocromático e as remontou. A sobreposição dos elementos deixa um espaço etéreo entre os vários elementos da cena, o que torna, eventualmente, a imagem tridimensional e a completa novamente, num jogo de revelar e esconder, trazendo à tona o aspecto imaginário de cada mulher retratada no instante da foto. Há sempre um sentimento especial no momento em que a fotografia acontece, e eu quero, de alguma maneira, preservar a sensação desse encontro. Eu manipulo as imagens para torná-las o mais fiel possível àquilo que senti."
No final de 2006, Nathalie esteve no Brasil, onde fotografou prostitutas no Hotel Nicácio, bordel do centro dilapidado do Rio de Janeiro. O local abriga a sede da Daspu marca de roupas criadas pelas próprias prostitutas e também tem atraído vários artistas em busca de aluguéis baratos. Essa mistura inusitada tem provocado alterações no espaço, não só no aspecto »
visual, mas também nas relações locais. Denominado Street Kiss , o ensaio é resultado do que a fotógrafa chama de metodologia do momento : as imagens fluem espontaneamente, segundo ela, sem a intenção de representar o belo ou o feio, nem despertar sentimentos de pena ou falso glamour, tão comumente associados à idéia preconcebida de prostituta . Isso poderia oprimir as imagens , diz.
O trabalho de Nathalie desperta o espectador para olhar além das barreiras culturais e mostra quanto o desejo e a necessidade de evasão podem ser códigos universais.
Curiosamente, nenhuma de suas fotografias, tão íntimas, foi realizada em sua própria cidade ou diz respeito ao seu universo de origem. Para a fotógrafa, as constantes viagens fizeram com que ela estabelecesse outra relação com seu próprio lugar. Nunca pensei que minha idéia de conhecer o mundo pudesse me levar tão longe. Durante todo o tempo, eu retornava a Montreal, mas a falta de inspiração me fazia sair de novo. Agora, a cidade tornouse diferente para mim, como um novo lado a explorar. Estou aprendendo a descobri-la novamente e tenho um projeto sobre as pequenas vilas daqui, para uma exposição em Hong Kong. Tão longe, tão perto... E
Em 2006, Nathalie fotografou prostitutas no Hotel Nicácio, bordel do centro do Rio de Janeiro que abriga a sede da Daspu, marca de roupas criadas pelas próprias prostitutas. Para esta série, denominada "Street Kiss", ela usou o que chama de metodologia do momento : Simplesmente registrei as coisas que aconteciam na minha frente: as mulheres, suas condições de vida, inseguranças, a maneira como mostravam seus corpos para mim . A fotógrafa faz questão de destacar o apoio que obteve do Centro Universitário Senac, em São Paulo, para a utilização do laboratório manual colorido, cada vez mais escasso no mundo todo
Emenda um cigarro atrás do outro. Fala, corta, silencia. No pequeno apartamento do 17º andar, no centro de São Paulo, Odires Miászho vive a emendar Mater TE ERES aridades literárias, revistas sexagenárias, retratos de almanaque saem das prateleiras e pairam como etérea matéria no ar, preenchem os vãos. Poderia até ter inspirado uma canção: ama os livros do mesmo amor tácito que vota aos maços de cigarro. Mas seus objetos transcendentes protestam com um gesto concreto: EIpUtepe [c jo o (Rc NS oferecem-se para o corte calculado e, agora, densas lâminas, aceitam-se e rejeitam-se, machucam-se e cicatrizam-se. Em certos casos, amalgamam-se na foto final.
lászho transita entre os sebos do centro da cidade à M procura de impressos antigos e atuais, abandonados por motivos diversos. Adota refugos da sociedade. E processa-lhes uma revolução: dá-lhes nova identidade, transmuta-os em novos seres, formas, conceitos. Apesar de não ser fotógrafo, a foto surge, em vários momentos, para resolver a questão da efemeridade do original.
Num trabalho solitário e constante, o artista criou suas próprias técnicas e construiu uma sintaxe particular, forjada a partir da ruptura e reorganização de códigos visuais impressos. Ele realiza delicadas cirurgias no papel, rompendo as camadas embalsamadas do conhecimento sistematizado, da catalogação didática, da informação envelhecida, intervindo na hierarquia do código e provocando sua resignificação.
Corta. Vez ou outra, o artista interrompe-se. Vai atrás de uma imagem. E mais outra. Produz compulsivamente. Latentes nos livros, nas tiras de papel em processo ou já emoldurados, os seres gerados pelo artista o ocupam integralmente. Diana está na parede, ideal e concreta; perscruta o ambiente. Ocasionalmente, sobre a mesa, aparece o anjo feito com retalhos de um livro alemão raro, do século 19, Empilhados na Esteira do Sol . As imagens pop David Beckham e Leonardo di Caprio , feitas de tiras de pôsteres, aparecem na tela do computador. Em diferentes planos e de ascendências tão díspares, são todos agora pertencentes a uma mesma estirpe. No encontro entre o cálculo e a imprevisibilidade, Serpentinas tiveram na fotografia seu fim. Criador e criaturas misturam-se no diminuto lar, sendo o próprio Mlászho uma invenção. Aos 35 anos, iniciou sua produção artística e criou seu segundo nome colando pedaços de um dos nomes centrais da vanguarda construtivista do século 20: László Moholy-Nagy. Era 1996. Numa noite, aguardou o fim de uma conferência para apresentar-se ao palestrante. Mostrou-lhe sua primeira série, Cavo um fóssil repleto de anzóis colagens de fotos de esculturas clássicas com olhos humanos. Sentiu do interlocutor interesse e incentivo. Autodidata, Mlászho começou atrilhar, por própria conta e risco, o circuito das exposições. Sete anos mais tarde, seu trabalho, juntamente com o de Cássio Vasconcellos, Kenji Ota e Eustáquio Neves, transformou-se em objeto de pesquisa para a tese A Fotografia Expandida , de Rubens Fernandes Junior. Era ele o palestrante a quem mostrara seu primeiro trabalho. Suas séries chegaram também às mãos do curador Eduardo Brandão, que, em 2002, >
Ao me deparar pela primeira vez com o trabalho do Odires Mlászho tive um choque. Primeiro, porque o trabalho se insinuava numa fronteira estética que poucas vezes tinha experimentado; segundo, porque o procedimento da apropriação de imagens e o (retrabalho era bastante diferenciado daqueles que até então conhecia; terceiro, porque Odires não era um "fotógrafo" convencional (aquele que "tira" fotografia), mas um artista que opera no "fazer" fotográfico - e isso me interessa muito mais. Posso dizer muitas coisas que me surpreenderam naquele primeiro encontro há quase dez anos, mas não posso deixar de dizer que a empatia ea sincronicidade foi tão grande que a primeira coisa que falei após ouvir seu nome, foi aproximá-lo do nome de outro artista - Lászió Moholy-Nagy. O sobrenome "criado" por Odires para afastar-se de sua origem polonesa vinha desse artista húngaro, que é um dos meus preferidos. Odires ficou impressionado com minha velocidade de decodificação e essa surpresa mútua nos aproximou imediatamente e nos empurrou para o mundo das idéias. Outra coisa encantadora, de inteligência e sutileza
ímpar, era como ele denominava cada série que produzia. A maneira como Odires trata a questão da imagem contemporânea também é intrigante. A cada série, novas imagens, novas possibilidades de encarar o desafio da criação (o que ele faz com naturalidade), novas intervenções, novos procedimentos. Nada é igual ao anterior. O mundo contemporâneo, povoado de imagens sem limites, é o espaço em que transita Odires, ou seja, é na quantidade que ele consegue criar alternativas críticas e singulares para expressar sua indignação criativa. Enfim, o contato com a obra de Odires acabou ampliando meu universo de compreensão do trabalho no suporte fotográfico e isso ajudou-me a compreender melhor o processo criativo. O conceito de fotografia expandida criado e desenvolvido teoricamente no meu doutorado busca enfatizar a importância dos processos de criação e os diferentes procedimentos utilizados pelo artista. A fotografia é hoje produto cultural complexo que contribui para a transmissão das mais variadas experiências perceptivas
abre a Galeria Vermelho. Entre os trabalhos da exposição inaugural, estariam Diana e Nu em Transe , duas obras emblemáticas de Mlászho.
A fotografia, apesar de utilizada, a priori, apenas como recurso técnico, acaba por desempenhar diferentes papéis. Em Um animal farejando o teu sono , ela é o golpe final que cristaliza retratos extraídos de um livro do século 19, depois de afogados em chás de ervas variadas e asfixiados com cera de vela. A foto também pode ser um purgatório perene, como em Antecâmara da Máscara : suspiro congelado de belas mulheres que tiveram seus olhos lixados e descolados e seus rostos cobertos por triviais guardanapos de papel molhados. Ou uma possibilidade de existência para seres gestados a partir de pedaços de corpos de revistas de nu, em Mestres Açougueiros e seus Aprendizes .
O reconhecimento do seu trabalho deu-se primeiramente no meio fotográfico, mas as pesquisas de Mlászho apontam também em outras direções. Ele utiliza diferentes suportes e realiza objetos diversos, como Flaps ,
feitos de milimétricas tiras verticais extraídas de cada página de um livro inteiro, preservando sua seqiiência exata, ou Teddy Bear , ursos feitos com casacos de pele pelo avesso. Ambas as séries fizeram parte de sua mais recente exposição, O.D.I.R.E.S. Objetos Derivados, Intrínsecos aos Restos Emulsionados ou Saqueados , na Galeria Vermelho, em junho de 2006. Suas pesquisas com o corte, agora radicalizadas, passaram a ser utilizadas não mais para recriar figuras, mas como matéria plástica na depuração de formas e cores, como é o caso do inédito Christofle Eggs Mare , elaborado com técnicas mais complexas, cortes interseccionados em diferentes planos, que o artista batizou de colagem progressiva , Cinco horas no microcosmo de Mlászho, em meio à fumaça intangível do cigarro. Depois, a concretude de um cafezinho na padaria na esquina, faltam quinze para as dez da noite, o artista despede-se. Voltaria para a transcendência dos livros. Para a sutileza e a brutalidade do corte. Para o amor tácito aos maços de cigarro. E
CAVO UM FÓSSIL
REPLETO DE ANZÓIS, 1995
Primeira série do artista, feita com colagens de fotos de esculturas clássicas romanas e olhos humanos, num processo batizado por ele de fotos devir . Exposto, naquele mesmo ano, no Centro Cultural São Paulo - CCSP. Prêmio Salão Victor Meirelles.
DA ÍRIS BRUTA, 1998
Interferências de imagens de cúpulas de igrejas e mesquitas em rostos humanos. Completa a trilogia inicial com as duas séries anteriores, todas feitas a partir de uma mesma matriz: livro com retratos de personalidades alemãs da década de 70. Prêmio Brasília de Artes Visuais. Segunda exposição do artista no CCSP. Imagem Rútilo integra Coleção Pirelli-Masp 2001.
COLHEITA DE BOAS-VINDAS, 1998
Colagens de figuras de livro de jardinagem e figuras humanas paramentadas com armaduras.
A figura de bronze, olhando paraa frente, ganha uma certa mobilidade, abrindo os braços, graças à descolagem , processo inventado pelo próprio artista, que literalmente descola os elementos das figuras originais. Imagem inaugural desta fase.
1996
As montagens são exatamente o contrário de Cavo um fóssil repleto de anzóis : rostos humanos com olhos de pedra.
1998
Seres híbridos feitos com colagens de retratos de bichos extraídos de um livro de zoologia. Colagens simples, com poucos elementos.
1998
Rostos de pedra são fechados em cabeças de cerâmica. Técnicas de colagem vão se tornando mais elaboradas. Trabalho inédito.
1999
Série emblemática da técnica de descolagem, que reordena, de maneira imprevisível, detalhes da figura-matriz. Nesta imagem, um quadro neoclássico. Uma de suas séries mais apresentadas e vendidas.
2001
Fotos de mulheres extraídas de uma revista de beleza têm seus olhos lixados e os rostos cobertos por guardanapos de papel molhados. Considerada pelo autor sua série mais fotográfica, porquea fotografia foi essencial para perpetuar uma ação efêmera. Apresentada no Espaço Paul Mitchell, em 2001, e na mostra Rumos Itaú Cultural Artes Visuais 2001-2003.
UM ANIMAL FAREJANDO O TEU SONO, 2002
Artista apropria-se de retratos do século 19 e derrama sobre eles restos de chás diversos e cera de vela de aniversário. Série compôs sua primeira exposição individual na Galeria Vermelho.
2002
Série mais conhecida do artista. Retratos apropriados de publicações diversas desde livros raros até pôsteres pop passam por delicados cortes serpentinados e remontados.
AÇOUGUEIROS
APRENDIZES, 2005
Seres gestados a partir de pedaços de corpos extraídos de revistas de nu masculino e feminino. Integrou a última mostra individual do artista, O.DIRE.S. Objetos Derivados, Intrínsecos aos Restos Emulsionados ou Saqueados.
CAMOUFLAGE, 2004
Fotos emblemáticas da arquitetura paulistana são desconstruídas e reconstruídas em cortes diferenciados. Exibida no Espaço Nossa Caixa.
| FLAPS, 2005
Pesquisas do autor com o corte vão sendo depuradas até chegar
à simplificação visual dos flaps, = objetos feitos de milimétricas = tiras verticais extraídas de cada página de um livro inteiro, = preservando sua sequência exata.
CHRISTOFLE - EGGS MARE, 2007
Série inédita, inaugura a técnica batizada pelo artista de colagem progressiva . Imagens retiradas
CÍRCULO, 2007 de verbetes de uma enciclopédia VA Experiência do corte e pesquisa relacionados a mares e oceanos Es . de formas são radicalizadas na tornam-se matéria de pesquisa técnica do cut paper , feita de formas e cores. Observa-se a com pedaços de jornal sem sobreposição de múltiplas camadas texto ou imagem. em cortes mais complexos.
POR FLÁVIA LELIS FOTOS GAL OPPIDO Na! e
ão de Gal Opp que marcaram o Velho Testamento jo exposi ISO aTo)S
ido exibe interpretações contemporâneas para personagens
omando a própria experiência religiosa e algumas Mes da fotografia, Gal Oppido [www.galoppido. com.br] surge com a proposta de interpretar em imagens as passagens e os personagens que compuseram os textos bíblicos do Velho Testamento, envolvendo do Gênesis ao Apocalipse. Nasce assim Alegorias Bíblicas , ensaio que transita entre o impacto e a polêmica, construindo, sobre diferentes suportes, imagens que tratam do corpo enquanto objeto de preservação, desejo, castigo e eternidade.
Vivemos num caldo judaico-cristão condimentado pela presença sólida da espiritualidade e crenças africanas, culturas que ligam corpo e espírito de maneiras e cerimoniais diversos, com celebrações mais contidas ou catárticas do corpo em transe, seja ele mais burocrático, seja mais cardíaco , descreve o próprio fotógrafo, no texto de apresentação da mostra. Da série de interpretações, temos, por exemplo, A Prostituta , mencionada no Apocalipse de São João e que fala sobre a destruição da cidade de Roma. Na exposição, a personagem desponta
numa escultura de gesso encontrada numa caçamba em São Paulo, envolta por cetim e transformada pela técnica light paint, gerando a impressão de fogo. Já um dos principais símbolos do cristianismo, A Cruz , apesar da imponência de sua estrutura com cerca de 1,80 m X 1,80 m, vem carregado de sutilezas. O manto faz as vezes do corpo de Jesus Cristo, enquanto uma fita dourada define sua alma. Questionado sobre o que o motivou a desenvolver o ensaio, Gal relembra a própria orientação religiosa, permeada por medos, culpa, negações e tabus. Quando fiz minha primeira comunhão, tive medo de morder a hóstia porque me disseram que sangraria. [Este ensaio] passa pela experiência individual do início dos mitos religiosos da baixa e alta adolescência, no seio de uma família de mãe católica extremada e pai anarcocomunista, cercado de amigos espíritas, tia umbandista, sexo à flor da pele, constrangido, que desaguou, na vida adulta, em duas filhas judias. Embora esteja apoiada em textos milenares, a exposição perpassa temas contempo-
râneos, esbarrando na reprodução humana, assunto da imagem Infinito , que sugere o poder de autoconcepção. Encontramo-nos, neste princípio do segundo milênio, em um dilúvio de dúvidas que vão desde a existência da vida extracorpo, da ética dos novos processos de reprodução e reparação humana até a utilização de preservativos , finaliza Gal. As 35 fotografias de Alegorias Bíblicas vêm delineadas por diferentes técnicas, como cianótipo e impressões em madeira, vidro e latão, e ficam em cartaz na Galeria Oeste [www.galeriaoeste.com.br], em São Paulo, de 26 de abril a 23 de junho.
Onde: Galeria Oeste, R. Mateus Grou, 618, Pinheiros, São Paulo-SP
Quando: abertura, 26 de abril, às 19h30 (para convidados); em cartaz até 23 de junho
Quanto: entrada gratuita
Visitação: seg. a sex. das 1 1h às 19h; sáb, das 10h às 15h
Prepare-se para gastar os melhores trinta reais de sua vida. É quanto custa o DVD Vietnã, uma Outra Guerra As Cenas que Ninguém Viu [National Geographic/Abril], lançado nas bancas pouco antes do Natal e agora à venda pela internet [www.ngbrasil.com.br].
Curioso: o documentário passou despercebido pela maioria dos fotógrafos com quem conversei. Mesmo entre aqueles com especial predileção por um tema que mexe com o imaginário coletivo da categoria: o fotojornalismo de guerra
Hoje uma figura mitológica entre os correspondentes de guerra, o inglês Tim Page tinha 20 anos de idade e três meses de experiência profissional quando desembarcou em Saigon, no Vietnã do Sul, em 1965. Era tão verde no ofício, conta William Prochnau no livro Once Upon a Distant War, que ao ser contratado pela UPI para sua primeira saída, tiveram de ensinálo a botar filme na máquina...
O motivo é simples. A exemplo de toda uma geração de malucos vinda do Ocidente naquela época, com as obrigatórias paradas lisérgicas por Katmandu e Bangcoc, Tim Page estava ali em busca de sexo, drogas e o que mais pintasse. Se isso significasse um pouco de aventura e adrenalina, por que não? Mas bastou tomar parte em sua primeira patrulha com um pelotão de soldados sulvietnamitas para perceber, com o perdão da expressão, que o buraco era mais embaixo.
Ão encontrar um suspeito de pertencer ao vietcongue (a guerrilha comunista do Sul), a tropa assessorada por dois observadores militares americanos não teve idéia melhor do que enfiar uma baioneta no umbigo do infeliz, para que confessasse. Como não abriu o bico, acabou
aberto de baixo para cima, como um porco. Page conta que quase vomitou, não conseguiu fazer um simples fotograma, mas aprendeu a lição. À partir dali iria cobrir a guerra pra valer. Cobriu tão bem que, em 1969, ao desembarcar de um helicóptero para ajudar a socorrer alguns soldados sob fogo inimigo, levou uma traulitada de morteiro que lhe custou 20% da massa encefálica. Foi mandado de volta para casa Em 2002, retornou à Indochina a convite da National Geographic, para conduzir esse documentário e conhecer de perto seus colegas do outro lado , os fotógrafos do exército do Vietnã do Norte e do vietcongue. À diferença de Page, Doan Cong Tinh, Van Bao, Mai Nam e Le Minh Truong não dispunham de helicópteros como meio de transporte. No máximo, bicicleta. Teleobjetiva, nem pensar. Trabalhavam com câmeras soviéticas de lente fixa de 50 mm, que os obrigavam a se aproximar ao máximo da batalha para conseguir algo decente. Seguiam à risca e na marra o teorema de Capa ("Se sua foto não ficou boa o suficiente é porque você não estava perto o suficiente ), o que
certamente garantiu a excepcional qualidade das imagens em preto e branco, tema central do DVD. Revelavam e fixavam os filmes à noite, em pires de porcelana à beira de riachos, usando a água corrente para lavá-los. No dia seguinte, tinham de caminhar pela selva até 90 quilômetros, atrás das linhas inimigas, para entregar o material. O detalhe é que Tim Page conduz o filme com absoluta serenidade, sem jamais descambar para o panfletário ou derrapar na pieguice. É inevitável, porém, que nessa reconstrução emocionante e emocionada da Guerra Americana , como é chamada pelos vietnamitas, ao relembrar a carnificina (que custou aos EUA 58 mil homens e 200 bilhões de dólares, e cerca de 2 milhões de vietnamitas mortos), chegue o momento em que, como costuma dizer Pedrão Martinelli, é aí que o homem chora Chora mesmo. Chora Tim Page, choram os fotógrafos do outro lado . E, aposto, você também
FERNANDO PAIVA, 50, jornalista e sócio da Custom Editora em São Paulo, é diretor de redação da R customizada da Mitsubishi Motors do Brasil. =
o velha companheira. Leio no blog do Ross Halfin, veterano fotógrafo inglês de rock, sobre seus problemas em fotografar o White Stripes, das bandinhas mais superestimadas dos ultimos tempos, em Nashville, para a revista Mojo. Ele conta que um assessor do grupo começou a querer orientá-lo sobre quais fundos poderiam ser usados ou não para a foto e blá-blá-blá. Ross ligou para o editor da revista e disse-lhe, em bom inglês: "Fodam-se, ninguém diz o que o fotógrafo pode fotografar ou não. São essas declarações que me lavam a alma. Outro que detonou foi Keith Richards, que declarou recentemente que não ouve nada desses grupos modernos, tipo Artic Monkeys e garotos de franjinha, com aquele olhar entendiado que as nossas revistas caboclas adoram imitar. Tudo lixo, eu ouço Motorhead e música marroquina. Hail, Keith. Antes que você perturbe o editor desta revista, Hail não é Heil
Ross nem imagina o que é ser fotógrafo no Brasil. Já troquei uns e-mails com ele. O cara recebe muitas mensagens por dia e é um sujeito mal-humorado, chato e ácido. Ou seja, um cara legal.
Tenho absoluta inveja terceiro-mundista desses fotógrafos estrangeiros, que têm muita produção a favor e ganham bem por isso. Raros os casos em que suas fotos não são bem aproveitadas e os diretores de arte das publicações são pessoas que fazem jus ao título, ou seja, não ouvem Artic Monkeys ou bandinhas de franjinha Sabem de que lado o Sol nasce e onde ele se põe. Tem uma turma que acha que cinema começou com Tarantino G que os silêncios de Lost in Translation é contemporâneo demaisss!
Martin Parr, outro fotógrafo inglês e da Magnum, esteve aqui no Rio fazendo uma série sobre praias. Coitado. Foi fotografar em Copacabana e quase foi preso porque enquadrou uma criança. Parece que o pai chamou a polícia. O cara deve ter suado para
se explicar e provavelmente dançou numa boa grana, leia-se desembolsou em Euros. Sem contar que praia de Copacabana, com uma câmera? Só com segurança! Aliás, praia no Rio de Janeiro com uma câmera? Só com segurança! Coitado do Martin Copacabana engana. Ele disse que a situação é o inverso no Chile, onde a bandidagem deve estar em outras esferas. Hoje é impossível fotografar para banco de imagem no Rio sem pelo menos um segurança armado ao lado; é quase certo que em algum momento o assalto vai acontecer. E com isso vamos perdendo nossa história. Os registros do homem urbano brasileiro está sumindo aos poucos, as fotos estão ficando cada vez mais do alto, mais de longe, de preferência sem gente identificável ou com transeuntes borrados, aquela velocidade segundo no tripé.
Enquanto escrevo, o Torrent baixa o episódio 17 da sexta temporada de 24 Horas, exatos 351 megabytes, avi. Jack Bauer atira nos ladrões de câmera, Jack Bauer atira nos diretores de arte de franjinha, Jack Bauer atira nos assessores moderninhos e na turma entediada, que prefere Kirsten Dunst a Scarlett Johanson.
Insônia zapeia e cai no pavoroso filme Copacabana. Me desculpe, de Copa eu entendo. Nada mais fake e insosso que esse filme, que não mostra em momento algum a Avenida Copacabana com seus prédios colados, livrarias de gente, consultórios de dentista e escritórios de serviços e berço dos primeiros prostíbulos da zona sul. Ih! Acabo de ver duas fotos minhas no filme! São do meu ensaio "Outra Copacabana", que a produção viu e pediu que fosse parte do portfólio do personagem Alberto, fotógrafo protagonista do filme, que, num delírio do roteirista, mora num belo apartamento na Avenida Atlântica. Fotógrafo que mora na Atlântica? Só conheço um, assim mesmo, herdou a moradia dos avós. Minhas fotos estão lá, eternizadas
(odeio essa palavra) no filme, a produção não me pagou nada. Ok, tudo pela arte, e quase não sou convidado para ver a estréia do filme. Toda vez que você, leitor, ouvir, ver ou ler o termo retrato afetivo , fuja ou chame um tubarão de gravata, a.k.a advogado e ameace com um processo! Ágora surge Rogéria, o mítico travesti, no filme. Pelo menos um acerto. Rogéria, nascido Astolfo Barroso Pinto, mora em Copacabana. O General Figueiredo odiava Copacabana. Paulo Coelho morou em Copa e agora mora num castelo na França. Niemeyer tem uma bela varanda que se abre em quase 180º em Copacabana, a Atlântica que começa nos canhões do Forte e escorre macia até o Pão de Açúcar. O Copacabana Palace só é Palace porque fica em Copacabana. Lembro agora de Keith Richards enquanto a terrível música-tema rap fajuto é cantada com incrível esforço por uma voz feminina. Saudades de Fausto Fawcett, que não usa franjinha e toma sempre umas no Cervantes, de Copa, é claro. Hail, Fausto E
ANDRE ARRUDA é ácido... um cara legal. Para achá-lo: www.andrearruda.com
crônicas fotográficas
eleja x marcio scavone
e esta breve crônica levasse um título, eu não
Reuniões inflamadas à noite onde homens de terno dishesitaria: "Brazilian Lorca" apareceria no alto desta cutiam coisas que eu não entendia, segurando grandes página. Um prenome nunca foi ao mesmo tempo | fotos em branco e preto que no caso de meu pai, surgiam dissimulador e em harmonia com a personalidade nas suas mãos pela porta do banheiro transformado em do dono. German revelou sua relação quase erótica quarto-escuro nas noites de sábado. com o equipamento ao segurar uma velha Leica 3 em Olhando a obra de German Lorca, o silêncio de suas meu estúdio enquanto que, olhar maroto, faziauma | imagens de rua, o toque melancólico de um Atget nos oferta para adquiri-la. É claro, a câmera tinha que ser cavalos de parque de diversão e as janelas do casarão German . A alma, Brazilian . Riso fácil, interessado exibindo manequins femininos seminus sob a luz emem tudo, sempre com uma história para contar prestada de Alvarez Bravo, lembrei-me de uma frase de Companheiro de meu pai no foto cineclube Bandei- | meu pai, Rubens Teixeira Scavone, a respeito da busca rantes e de Marcel Giró, de quem fui assistente em estética de sua geração em um texto de 1957: "É visão 1970, o Lorca amador logo se excedeu para tornar-se | particular através da sensibilidade escoimada quase um dos pioneiros da fotografia publicitária brasileira. e, principalmente, é criação em sentido amplo onde Todos eles eram modernos, mas talvez não soubessem a realidade não raro se torna mero pretexto, veículo disso; em história os rótulos não precedem os feitos. Do comunicativo, passaporte de tudo onde exista parfoto clube tenho algumas lembranças de infância cela enclausurada de beleza . =
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