3 minute read
Fotografa e mercado
Fotografia e mercado
Coleccionar arte contemporáneo
Advertisement
Escrito pelo colecionador de arte indígena e contemporânea Adam Lindemann e publicado pela editora alemã Taschen, o livro contém diversas entrevistas bastante relevantes por oferecerem pontos de vista atuais de importantes profssionais do mercado de arte e do mundo dos museus. Neste particular, o último capítulo, “El professional del museo: diretores y comissários” (ibidem, p. 238), vale a pena ser lido porque congrega os depoimentos de cinco importantes personagens:
1. Lisa Dennison, diretora do Solomon R. Guggenheim Museum, na cidade de Nova York. 2. Tom Ecles, ex-diretor do Public Art Fund e atual diretor executivo do Center for Curatorial Studies do Bard College, em Annandale-on-Hudson, no estado de Nova York. 3. Alanna Heiss, fundadora e diretora do P.S. 1 Contemporary Art Center, flial do MoMA, na cidade de Nova York. 4. Glenn Lowry, diretor do MoMA, na cidade de Nova York. 5. Julia Peyton-Jones, diretora da Serpentine Gallery, de Londres.
São depoimentos capitais para o entendimento do pensamento de cinco dos principais nomes da administração cultural internacional, que infuenciam profssionais e artistas do mundo inteiro e ajudam a defnir os rumos da arte contemporânea. É interessante assinalar que o livro tem uma epígrafe de autoria do controvertido artista inglês Damien Hirst, que adverte com irrefutável lucidez: “A arte trata da vida, o mercado de arte, de dinheiro”.
How to Buy Photographs
Obra precursora, editada em 1987 com o objetivo de orientar os novos colecionadores atraídos pela presença crescente da fotografa nos grandes leilões de arte da Sotheby’s e da Christie’s, que editou o livro em sua coleção Christie’s Collectors Guides.
É interessante reproduzir aqui os quatro pontos básicos indicados por Stuart Bennett (1987, p. 7-8) para orientar os novos postulantes ao colecionismo de fotografas, pois eles indicam de que modo as imagens fotográfcas passaram a ser valorizadas também na esfera museal nas últimas três décadas, de tal forma que poderiam ser entendidas também como recomendações para curadores e conservadores institucionais:
1. Compre fotografas vintage sempre que possível. Vintage, nesse contexto, signifca imagens produzidas na mesma época da realização do negativo. 2. Busque sinais do envolvimento pessoal do fotógrafo na produção da fotografa. Isso nem sempre é possível no caso das fotografas produzidas na primeira metade do século XIX, por Fox Talbot ou outros pioneiros. Contudo, com o passar do tempo, muitos fotógrafos começaram a assinar ou carimbar suas fotografas, o que, sobretudo em se tratando de fotografas do século XX, representa a melhor garantia de autenticidade. 3. Evite comprar fotografas em condições precárias de conservação, a não ser que você tenha certeza de se tratarem de peças únicas, ou que difcilmente imagens similares serão postas à venda. Rasgos, dobras, manchas e amarelecimento das imagens são considerados anátemas pelos colecionadores puristas. Sinais evidentes de restauro podem ser ainda piores, pois levantam suspeitas indefnidas e incontornáveis entre os compradores potenciais. 4. Compre preferencialmente fotografas que o fascinarem ou o obsedarem, ainda que isso possa implicar estourar seu orçamento, em vez de outras cuja aquisição você poderia vir a lamentar mais tarde.
O sumário do livro é revelador da forma como o mercado se organizou para trabalhar com a fotografa, o que, obviamente, infuenciou a maneira como foram organizadas não só as grandes coleções particulares internacionais, como também as coleções institucionais públicas:
1. Raridade, gosto e técnica do colecionismo de fotografas. 2. Colecionadores e colecionismos. 3. Áreas de especialização. 3.1 Fotografas de arquitetura e de viagem. 3.2 Daguerreótipos e ambrótipos. 3.3 Livros de fotografa. 3.4 Retratos. 3.5 Estereoscopia.
4. Fotografa moderna. 5. Comprar e vender. 6. Ciladas fotográfcas: alguns relatos de advertência. 7. Caçando fotografas. 8. Glossário técnico.