Uma perspectiva cronológica da fotografia nos séculos XIX e XX

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Uma perspectiva cronológica da fotografia nos séculos XIX e XX

PEDRO KARP VASQUEZ

E Pedro Karp Vasquez

scritor, fotógrafo e curador. Autor de 30 livros, entre os quais estão: “Dom Pedro II e a Fotografia no Brasil”, “Fotógrafos Alemães no Brasil do Século XIX”, “O Brasil na Fotografia Oitocentista”, “Dicionário Técnico da Fotografia Clássica”. Todas consideradas obras de referência. Formado em Cinema, pela Université de la Sorbonne, é mestre em Ciência da Arte, pela Universidade Federal Fluminense. Trabalha como editor de não ficção, na Editora Rocco. Como administrador cultural, foi responsável pela criação do Instituto Nacional da Fotografia, da Fundação Nacional de Artes (Funarte), assim como do Departamento de Fotografia, Vídeo & Novas Tecnologias, do Museu de Arte Moderna, do Rio de Janeiro. Foi, também, diretor do Solar do Jambeiro, em Niterói, no Rio de Janeiro. É membro titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói (RJ) e do Pen Clube do Brasil.

Foto: Daniel Karp

Projeto Máquinas

Para Filosofar

perspectiva

Pedro Karp Vasquez

Belém | Pará

Serviço Social do Comércio – Sesc Pará

2022

APRESENTAÇÃO

Para o fotógrafo e pesquisador brasileiro, Pedro Karp Vasquez, a técnica é fundamental na fotografia. Constitui a essência e a base do processo fotográfico, interferindo de modo absoluto no resultado final. E conhecer os seus processos pioneiros, é importante para a compreensão de seus procedimentos modernos.

Vasquez, então, entrega esta obra em que apresenta uma perspectiva cronológica da fotografia, nos séculos XIX e XX. Ele inicia em 1800, quando o inglês Thomas Wedgwood obtém imagem em

silhueta de objeto posto sobre pedaço de couro sensibilizado com nitrato de prata. E finaliza em 2003, quando a empresa japonesa Cânon lança a primeira câmara digital reflex para amador, com resolução de 6.3 megapixels.

A cronologia é importante pesquisa para se compreender a história da fotografia no mundo. Os fatos reais que atravessam a sua linha do tempo, no campo da evolução tecnológica e da linguagem com múltiplas aplicações e interpretações, refletem o comportamento sociocultural, a evolução da ciência e da tecnologia, e os aspectos políticos, econômicos, filosóficos e de tendências artísticas que permeiam o cotidiano humano nesses quase 200 anos, desde que a fotografia se tornou uma invenção pública.

Esta obra faz parte das ações culturais e educativas realizadas a partir do acervo “Máquinas para filosofar”, considerado por pesquisadores como um dos mais importantes, dessa natureza, existentes na América Latina. Construídas artesanalmente nos séculos XIX e XX, o acervo é com-

posto por 89 câmeras de ferro, fole e madeira de diversos modelos como lambe-lambe, réplicas de câmera para Daguerreótipo e da famosa “Mamute”, além de ampliadores fotográficos e projetores de cinema analógicos (35mm). Esse patrimônio, que recebe apoio do Departamento Nacional do Sesc, desde 2020, é referência em ações do Núcleo de Fotografia do Sesc Regional Pará, e encontra-se em exposição permanente, desde 2010, no 3° piso, do Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-O-Peso, em Belém (PA).

O projeto “Máquinas para filosofar” integra o Programa Cultura, em consonância com a missão institucional do Sesc de fomentar ações norteadas pela valorização do patrimônio e sua salvaguarda, atendendo também as orientações contidas na meta 11.4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU), aos quais o Sesc se alinha.

1800

O inglês Thomas Wedgwood consegue obter imagens em silhueta de objetos postos sobre pedaços de couro sensibilizados com nitrato de prata, mas não consegue fixá-las.

1824

Joseph Nicéphore Niépce realiza, em Le Gras (França), a primeira fotografia da história, Point de vue, uma vista tomada da janela de seu ateliê que necessitou de um tempo de exposição total de oito horas.

1829

14 de dezembro

Louis-Jacques-Mandé Daguerre, que havia sido apresentado a Niépce pelo óptico Charles Chevalier, fornecedor das objetivas para os protótipos de câmaras, associa-se finalmente com Niépce, após dois anos de tentativas constantes.

1833

Hercule Florence (Vila de São Carlos, atual cidade paulista de Campinas/BR) inventa um processo fotográfico sem ter conhecimento dos experimentos feitos, ao mesmo tempo, na Europa. Em janeiro do ano seguinte, Florence emprega pela primeira vez, em suas anotações científicas, o termo photographie e o verbo photographier, cinco anos antes que o inglês John Herschel viesse a propor o termo photography, para designar todos os diferentes processos fotográficos então em uso, por exemplo, na Europa, como a daguerreotipia e talbotipia.

1834

Agosto: O inglês William Henry Fox Talbot produz, em Lacock Abbey (Wiltshire/Inglaterra), uma série de photogenic drawings, que servirão de base para a invenção da calotipia. Usava papel sensibilizado com cloreto de prata e fixado com iodeto de potássio. No

ano seguinte, a 18 de outubro, ele conseguiu realizar sua primeira fotografia tirada com uma câmara, a célebre Lattice Window, cujo negativo media apenas 1x1 polegada.

1839

19 de agosto

François Arago, secretário perpétuo da Academia de Ciências da França, comunica oficialmente a invenção da daguerreotipia, em sessão conjunta das academias de Artes e de Ciências, realizada no Institut de France, legando então o daguerreótipo à humanidade. Assim ele justificou o belo gesto em sua fala: “A França nobremente doa ao mundo inteiro uma descoberta que pode contribuir grandemente para o progresso das artes e da ciência”.

1840

17 de janeiro

O abade francês Louis Comte, de passa-

gem pelo Brasil, a bordo da fragata francobelga L’Oriental-Hydrographe, introduz a daguerreotipia no Brasil, ao realizar uma série de vistas nas cercanias do Paço Imperial, na cidade do Rio de Janeiro.

Março

Dom Pedro II, que contava então com apenas 14 anos e meio de idade, adquire um equipamento completo de daguerreotipia, por 250 mil réis, de Felício Luzaghy, tornando-se assim o primeiro brasileiro a praticar a fotografia. Somente em novembro é que um estabelecimento carioca situado à Rua do Ouvidor, 90 A, viria a vender equipamentos e produtos de daguerreotipia no Brasil.

Setembro

Talbot completa a invenção da calotipia, desenvolvendo o conceito de imagem latente (para designar a imagem registrada no material fotossensível exposto, porém ainda não

revelado). Consegue reduzir rapidamente o tempo de tomada das fotos, passando de uma hora, no dia 20 de setembro, para três minutos em 11 de outubro, e um segundo em 14 de outubro. O matemático húngaro, professor da universidade de Viena, Joseph Petzval, lança sua objetiva denominada Portrait, 16 vezes mais luminosa do que aquelas fabricadas pelos óticos parisienses até então, o que vai possibilitar uma redução de quase 90% no tempo de exposição das lentas placas de daguerreotipia. Sua abertura corresponderia a um diafragma moderno de f/3.6. O fabricante foi Peter Friedrich von Voigtländer.

1842 5 de maio

O incêndio de Hamburgo (Alemanha) é fotografado pelos daguerreotipistas Ferdinand Stelzner e Hermann Biow, numa ação consi-

derada antecipatória do uso da fotografia na documentação de eventos de interesse jornalístico.

Dezembro

A esposa do fotógrafo francês, radicado no Brasil, Hippolyte Lavenue, torna-se a primeira mulher a expor fotografia no mundo, ao exibir alguns retratos em daguerreotipia, na Exposição Geral de Belas Artes da Academia Imperial, no Rio de Janeiro. Esta foi, muito provavelmente, a primeira na história em que a fotografia participou de uma exposição de belas artes em mesmo pé de igualdade que os meios de expressão artística tradicionais, como a pintura e a escultura.

1844 29 de junho

Início da publicação daquele que é considerado o primeiro livro de fotografia da história, The Pencil of Nature, de Fox Talbot,

contendo uma série de 24 calótipos originais. Esta obra será editada em seis partes, entre esta data e 23 de abril de 1846.

1846

Consolidação da atividade fotográfica. Somente neste ano são vendidas, apenas na cidade de Paris (FR), cerca de 2.000 câmaras.

1847

26 de outubro

O químico francês Michel Eugène Chevreul apresenta os trabalhos de Niépce de Saint-Victor, sobrinho de Joseph Nicéphore Niépce, na Academia de Ciências da França.

Sua principal contribuição é o vidro albuminé, dando início à produção de negativos de vidro, que substituem vantajosamente o antigo suporte, o papel.

1849

Febre do retrato em daguerreotipia:

Estima-se que somente nesse ano tenham sido realizados em Paris cerca de 100.000 retratos por esse processo.

O francês Maxime Du Camp viaja pelo Oriente Médio produzindo as imagens que seriam reproduzidas em setembro de 1851, no livro Égypte, Nubie, Palestine et Syrie, o primeiro realizado pela célebre gráfica Imprimerie de Lille, de Blanquart-Évrard.

1850

O francês Louis-Désiré Blanquart-Évrard concebe o uso do papel à base de albúmen para a realização de cópias positivas.

1851

8 de março: Os fotógrafos Buvelot & Prat, sediados no Rio de Janeiro, tornam-se os primeiros a receber o título de “Photographos da Casa Imperial”, outorgado pelo imperador Pedro II.

6 de outubro

A Biblioteca Nacional da França torna-se a primeira instituição oficial a conservar fotografias, quando o editor Blanquart-Évrard, inspirado pelo princípio do depósito legal, ali deposita as primeiras realizações de sua Imprimerie de Lille, que produzia livros de fotografia com cópias originais em papel albuminado.

O inglês Frederick Scott Archer publica em The Chemist uma descrição do processo de colódio úmido de sua invenção, bem mais sensível do que os daguerreótipos e os calótipos usados até então. A denominação colódio úmido decorria do fato de que o tempo total de produção de uma imagem - incluindo a aplicação da emulsão sobre a placa e a exposição - não podia ser superior a dez minutos (isto no ameno clima europeu). Apesar de exigir toda esta manipulação, o negativo de colódio úmido era em média 15 vezes

mais rápido do que a placa de daguerreotipia, apresentando maior gradação tonal e a vantagem suplementar de permitir a obtenção de um número considerável de cópias da mesma imagem, contrariamente ao daguerreótipo, que era uma imagem única.

Sir David Brewster, que já havia inventado o caleidoscópio, divulga comercialmente a fotografia estereoscópica (“imagem sólida”), na The Great Exhibition, de Londres. Em pouco tempo, esse processo de produção de imagens tridimensionais se transformaria numa verdadeira mania e, dez anos mais tarde, em 1862, somente a London Stereoscopic Company venderia mais de um milhão de vistas.

Criação da Mission Héliographique, pela Comission des Monuments Historiques, da França, no primeiro esforço oficial de documentação do patrimônio arquitetônico de uma nação.

1852

O inglês Frederick Scott Archer publica texto explicando como produzir imagens de aparência positiva, feita a partir de um negativo de colódio úmido apresentado sobre fundo negro. Dois anos mais tarde, James A. Cutting, cientista de Boston (EUA), aperfeiçoaria este sistema e o patentearia com o nome de ambrotipia (“imagem imperecível”).

1853

19 de fevereiro

O norte-americano Hamilton L. Smith cria a ferrotipia, baseando-se nas experiências de cópias amphipositives do francês Adolphe Martin. Esse processo sucederia a ambrotipia no gosto popular, em virtude do baixo preço e da versatilidade. Com efeito, as finas lâminas de ferro que constituíam a base da ferrotipia permitiram seu emprego em situações bastante diversas, como em broches, anéis ou medalhões, possibilitando ainda o surgimen-

to do botton durante a campanha presidencial norte-americana de 1860.

1854

27 de novembro

O francês André Adolphe-Eugène Disdéri registra em Paris (FR) o processo para a realização de retratos, denominado carte de visite, que conheceria enorme sucesso na década de 1860, quando foi produzido aos milhões em todo o mundo.

1855

O britânico Roger Fenton realiza o primeiro registro de um conflito armado ao documentar a Guerra da Criméia, que se desenrolou entre 1853 e 1856, opondo a Rússia à coalizão formada por França e Inglaterra. Produziu mais de 350 negativos de colódio úmido, parte destas imagens foram reproduzidas (por meio de xilogravuras), no Illustrated London News.

1858

O francês Nadar (pseudônimo de Gaspard-Félix Tournachon) realiza a primeira fotografia aérea da história, a bordo de um balão pairando 520 metros acima de Paris (FR).

1859

A fotografia é incluída no Salon de Paris (FR), por demanda de artistas como Eugène Delacroix, Francis Wey e Gustave Le Gray. Porém, é apresentada numa sala separada da pintura.

1860

Surge o aparelho ancestral do ampliador, a câmara solar do norte-americano David Acheson Woodward, que causou muito impacto por permitir a realização de ampliações numa época em que as fotografias eram obtidas apenas por contato, tendo, portanto, apenas o tamanho do negativo original.

1861

1o de julho

O francês Victor Frond lança o primeiro livro de fotografia, realizado na América Latina: Brazil Pittoresco, com texto de seu compatriota Charles Ribeyrolles. O livro de textos foi impresso na Typographia Nacional (RJ), ao passo que o álbum de imagens litográficas foi produzido pela Imprimerie Lemercier de Paris.

Os irmãos Bisson realizam as primeiras fotografias de alpinismo, escalando o monte Branco, nos Alpes franceses.

Nadar realiza as primeiras fotografias subterrâneas da história, tiradas nos ossuários das catacumbas de Paris (FR), com auxílio de iluminação elétrica.

O norte-americano Mathew Brady concebe o projeto de documentação

da Guerra de Secessão, ocorrida de 1861 a 1865, empregando diversos fotógrafos e 22 carroças transformadas em laboratórios fotográficos para viabilizar o registro simultâneo do conflito em várias frentes. Sua equipe produziu mais de 7.000 negativos de colódio úmido, hoje conservados na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América (EUA).

O inglês Alexander Parkes inventa o celulóide, que o batiza de parkesine. Mas é somente na década de 1800 que se consegue obter uma versão suficientemente translúcida para que possa ser usada em fotografia.

Em 1888, John Carbutt, da Filadélfia (EUA), lança as primeiras folhas de celulóide fotossensível. Um ano mais tarde, Henri M. Reichenbach (EUA), da Kodak, consegue produzir uma versão mais fina e flexível, que daria origem ao primeiro rollfilm empregado pela Kodak Number One.

23 de julho

O alemão Revert Henrique Klumb documenta, na cidade mineira de Juiz de Fora, a inauguração da primeira estrada de rodagem macadamizada do Brasil, a União e Indústria, construída pelo brasileiro Mariano Procópio Ferreira Lage.

1862

O francês Louis Ducos Du Hauron descreve pela primeira vez suas pesquisas sobre a fotografia colorida, pelo método de síntese aditiva, por intermédio da soma de três cores: vermelho, azul e amarelo.

Guillaume-Amant Duchenne de Boulogne publica, em Paris (FR), Mécanisme de la physionomie humaine, ou analyse électrophysiologique des passions, obra precursora do uso da fotografia no campo da medicina.

1864

Os ingleses B. J. Sayce e William Blanchard Bolton, membros da Liverpool Photographic Association, conseguem produzir as primeiras placas secas de colódio.

A empresa A. Brothers, de Manchester (Reino Unido), consegue realizar a primeira fotografia bem-sucedida com o uso do flash de magnésio, mostrando o interior de uma mina em Devonshire (Inglaterra). O precursor da utilização do flash de magnésio, no Brasil, foi o fotógrafo brasileiro de origem francesa Marc Ferrez que, no início da década de 1880, registrou os trabalhos de mineração nas galerias das minas da região de Morro Velho (MG).

1865

O alemão Albert Frisch atua na região amazônica registrando, pela primeira vez, os índios brasileiros e bolivianos, assim como aspectos da fauna e da flora locais. Estas imagens

foram posteriormente distribuídas pela Casa Leuzinger, do Rio de Janeiro, e participam da Exposição Universal de Paris (FR), em 1867.

1865/1870

Guerra da Tríplice Aliança, formada pelo Brasil, Argentina e Uruguai, contra o Paraguai, ocorrida entre 1o de maio de 1865 e 1o de março de 1870. Foi registrada, entre outros, pelos seguintes profissionais sediados na província do Rio Grande do Sul: Carlos César, Luiz Terragno e Augusto Amoretty.

1866

10 de fevereiro

Walter Bentley Woodbury requer, na Escócia, a patente do woodburyótipo, processo de produção de imagens fotográficas em relevo, de fino acabamento.

Surge na Inglaterra a carte cabinet, que se tornaria popular na década seguinte, des-

bancando aos poucos a hegemonia da carte de visite e permanecendo em voga até a década de 1890. De modo geral, este formato era reservado a “retratos artísticos” mais caprichados que os do formato carte de visite.

O fotógrafo escocês que imigrou para os EUA, Alexander Gardner, publica em dois volumes, com um total de 100 imagens, o Gardner’s Photographic Sketch Book of the War, o mais importante livro de fotografia sobre a Guerra de Secessão nos EUA.

1869

7 de maio

Os franceses Louis Ducos Du Hauron e Charles Cros inventam, separada e independentemente, processos fotográficos em cores por tricromia, praticamente idênticos.

A coincidência é de tal ordem que se reflete até mesmo os títulos dos trabalhos. Cros havia denominado o seu: Solution générale du

problème des couleurs; enquanto Du Hauron intitulara o seu: Les couleurs en photographie, solution du problème.

1871

18 de setembro

O médico inglês Richard Lead Maddox divulga a invenção das placas secas bromureto de prata no British Journal of Photography. O primeiro aperfeiçoamento importante foi conseguido pelo inglês Richard Kennett, fabricante das Kennett’s Patented Sensitive Pellicle and Dry Plates, a partir de 1874. Depois, ele lançaria as Bennett’s Instantaneous Gelatine Plates for Studio or for Landscape, consideradas as primeiras placas secas de qualidade. Mas somente na década de 1880 que as placas secas seriam dominantes como sistema de produção de negativos, graças a fabricantes como Lumière, na França; Wratten e Wainright, na Inglaterra; e George Eastman, nos Estados Unidos.

1872

Revert Henrique Klumb publica o livro

Doze horas em diligência. Guia do viajante de Petrópolis a Juiz de Fora, com imagens e texto de sua autoria, e impressão realizada pelo em Casa do Editor J. J. da Costa Pereira Braga. Foi um dos raros livros de fotografia e/ou profusamente ilustrados com fotografia produzidos no Brasil durante o século passado, e focaliza o trajeto entre as duas cidades por meio da estrada União Indústria, inaugurada em 1861.

1876

Os químicos Vero Charles Driffield, inglês, e Ferdinand Hunter, suíço, realizam uma série de experiências visando a criação de um método de medição da intensidade da luz, a fim de permitir o cálculo correto do tempo de exposição, criando assim as bases da sensitometria. A tabela se tornaria célebre como “H. and D.”, das iniciais de Hunter e Driffield, e

foi empregada até o final do século XIX para a determinação do tempo de exposição. Em 1888, eles colocaram à venda o Actinograph, que pode ser considerado o primeiro fotômetro, já que era o instrumento pioneiro para o cálculo preciso da exposição.

1877

10 de março

Le Monde Illustré, criado em Paris (FR), em 1857, publica a primeira reprodução fotomecânica em zincografia: Um retrato do explorador polar finlandês naturalizado sueco, Adolf Erik Nordenskjöld.

A revista O Besouro publica no Rio de Janeiro - sob a forma de litografias -, aquelas que podem ser consideradas como as primeiras fotografias jornalísticas produzidas no Brasil. Focalizando a seca no nordeste, estas imagens visavam comprovar para o público sulino a existência real do problema. É a

primeira utilização da fotografia como instrumento de transformação social no Brasil, realizada por Joaquim Antonio Correia.

Marc Ferrez apresenta, na Exposição de Obras Públicas do Ministério da Agricultura no Rio de Janeiro, parte das fotografias que realizara no interior do país, em 1875, na qualidade de fotógrafo da Comissão Geológica do Império, comandada pelo geólogo canadense-americano Charles Frederick Hartt.

Pouco depois, exibe a íntegra do trabalho, composto por mais de 200 imagens, na sede da comissão, à Rua dos Ciganos (atual Rua da Constituição), nesta mesma cidade.

O inglês radicado nos EUA, Eadweard

Muybridge, realiza na Califórnia (EUA), a antológica sequência do galope de um cavalo, com o auxílio de 12 câmaras dispostas ao lado da pista do haras de propriedade do milionário Leland Stanford, em Palo Alto, Califórnia

(EUA). Mais tarde, ele chegaria a empregar 24 câmaras para registrar uma única sequência de movimentos.

1880

4 de março

O jornal New York Daily Graphic publica, em Nova York (EUA), a primeira fotografia reproduzida pelo processo fotomecânico de meiotom, desenvolvido por Stephen Henry Horgan (Reino Unido): Scene in Shantytown, de autoria do norte-americano Henry J. Newton.

1881

George Eastman, que havia patenteado suas primeiras placas secas, em 1879, e as comercializado em 1880, pela E. R. & T. H. Anthony Company, fundou a própria empresa: Eastman Dry Plate Company. Em 1884, ele se associaria com o irlandês William H. Walker para o desenvolvimento de um rolo de papel fotossensível que permitia a obtenção de 24

poses, lançado no ano seguinte com o nome de American Film. Em 1886, ele patenteou em parceria com F. M. Cossit uma detetive câmara que seria apresentada nesse mesmo ano, na Photographic Convention, de Saint Louis.

1882

O professor francês de fisiologia, ÉtienneJules Marey, que já havia construído câmaras fotográficas capazes de realizar diversas exposições sobre uma mesma placa, cria o fuzil chronophotographique, graças ao qual ele conseguia registrar imagens sucessivas sobre um rolo de papel fotossensível.

1886

5 de setembro

Nadar e seu filho Paul Nadar publicam em Paris (FR) a primeira entrevista fotográfica da história, ilustrada com 12 imagens, por ocasião do centenário do eminente químico francês Chevreul, publicada no Journal Illustré.

1887

O brasileiro Militão Augusto de Azevedo, que havia fechado sua Photographia Americana dois anos antes, publica o Álbum de vistas comparativas da cidade de São Paulo, 1862-1887, congregando vistas dos mesmos logradouros da capital paulista tiradas com um intervalo de 25 anos, respectivamente, no início e ao final de sua carreira, durante a qual retratou mais de 12.500 clientes. Este trabalho absolutamente singular exerceu enorme influência sobre o paisagismo fotográfico urbano brasileiro, inaugurando um filão que é explorado até os dias de hoje.

1888

Junho George Eastman comercializa em Rochester, Nova York (EUA), as primeiras câmaras da sua Eastman Kodak Company. A Kodak Number One custava 25 dólares e era

equipada com um filme em rolo (de papel, e, logo depois, celulóide) capaz de produzir 100 negativos, com imagens inicialmente redondas (com diâmetro de 63 milímetros). A câmara devia ser devolvida em seguida à Kodak, que processava o filme, fazia as 100 cópias e devolvia a câmara com novo filme num período máximo de dez dias, pelo custo de apenas 10 dólares. Com o slogan “You press the button, we do the rest”, a Number One obteve sucesso estrondoso, com 90.000 unidades vendidas em apenas um ano.

1890

O dinamarquês naturalizado norte-americano, Jacob Riis, publica em Nova York (EUA) o livro How the Other Half Lives, denunciando as péssimas condições de vida dos imigrantes pobres na cidade, no primeiro exemplo de livro fotográfico voltado para a reivindicação de mudanças sociais.

Década de 1890

A fotografia amadora se difunde e se populariza em todo o mundo, provocando profundas mudanças no universo fotográfico, com a progressiva retração do mercado do retrato fotográfico profissional, e com a transformação do álbum fotográfico de vetusta coleção de ancestrais e tipos notáveis numa espécie de diário fotográfico informal e bem-humorado. A fábrica de Fumos Veado inicia a massificação da imagem fotográfica no Brasil, ao distribuir gratuitamente a seus clientes uma coleção de centenas de vistas estereoscópicas, assim como o aparelho próprio para sua apreciação. Seu proprietário, o luso-brasileiro Conde de Agrolongo, foi também um dos raros praticantes conhecidos do nu fotográfico no país, durante o século dezenove.

1892

10 de março

A coleção de fotografia de Dom Pedro II, que ele havia doado em junho do ano anterior, é incorporada ao acervo da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, onde, em virtude de solicitação do próprio imperador, recebe o nome de sua esposa, Coleção Thereza Christina Maria. Foi a primeira coleção de fotografia a integrar o acervo de uma instituição pública no Brasil. Reunindo cerca de 25 mil originais, a coleção atesta o interesse do imperador pela fotografia, que fez dele um dos pilares do desenvolvimento desta atividade no país, e hoje integra o programa Memória do Mundo, classificada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

1895

28 de dezembro

Os irmãos Lumière (que já haviam demonstrado o invento para cientistas em 22 de março), realizam a primeira sessão pública de cinema, no Salon Indien do Grand Café, em Paris (FR).

22 de dezembro

O físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen, o descobridor dos raios-x, utiliza este sistema para realizar a primeira radiografia, mostrando a mão direita de sua esposa, imagem hoje conservada no Deutsches Museum, de Munique (Alemanha).

1897

A Kodak lança suas primeiras câmaras de fole que seriam comercializadas com sucesso crescente, chegando ao ápice da popularidade no período entre as duas Grandes Guerras, em muito contribuindo para a difusão da fotografia amadora.

1900

A Kodak lança a câmara Brownie, que gerava negativos de 5,5 x 5,5 cm em filme de rolo de cem poses. Desenhada pelo canadense Frank A. Brownell, que se mudou para os EUA. Foi a primeira câmara que realmente pôs a fotografia ao alcance de milhões de usuários, pois custava apenas um dólar.

Febre do cartão postal ilustrado. Circulam neste ano, 33 publicações diferentes sobre colecionismo de postais.

Começam a surgir as primeiras revistas ilustradas, que irão fomentar a difusão mais sistemática da fotografia no Brasil, tais como a Revista da Semana (1900), a Ilustração Brasileira (1901) e Kosmos (1904).

1903

Criação em Porto Alegre do Sploro Photo Club, agremiação amadora que con-

gregava diversas personalidades locais que assinavam suas fotografias com pseudônimos curiosos como: Ziul, Voigt, Nemrod, Penf, Velás, Foco, Jacaré, Senior, Irajá, Regulus e Sépia. Edição, por Alfred Stieglitz (EUA), do primeiro número de Camera Work, que seria editada até 1917. É considerada a mais influente revista de fotografia da história.

1905

Alfred Stieglitz abre as Little Galeries of the Photo-Secession, na Quinta Avenida, em Nova York (EUA), que ficariam conhecidas como “291” (o número do local) e desempenhariam papel primordial na difusão da fotografia como meio de expressão, bem como na introdução da arte moderna nos EUA, exibindo pela primeira vez no país, artistas como Rodin, Cézanne, Matisse, Picasso e Braque.

1907

Comercialização das placas positivas coloridas (a base de grãos de fécula de batata), Autochrome dos irmãos Lumière, fabricadas em Lyon (FR). Edward Sheriff Curtis (EUA) publica o primeiro volume de sua obra monumental, The North American Indian, financiada pelo banqueiro J. P. Morgan (EUA) e cuja edição se desdobraria até 1930, abrangendo um total de 20 tomos.

1908

Lewis Hine (EUA) começa a colaborar

com o National Child Labor Committee, dos EUA, efetuando uma documentação de denúncia das perigosas condições do trabalho de crianças nas fábricas, que provocaria a criação de uma legislação específica reguladora do trabalho infantil no país.

1909

É lançada, na capital paulista, aquela que é considerada como a primeira publicação especializada em fotografia do Brasil, a Revista Photographica.

1923

Criação do Photo Club Brasileiro, uma das principais agremiações do gênero, responsável pelo incremento da fotografia como meio de expressão pessoal em nosso país.

1924

Lançamento pela Ernest Leitz, em Wetzlar (Alemanha), da câmara Leica, criada por Oskar Barnack e operando com filmes em rolo de 35 mm, utilizados até então apenas para cinema.

1925

Lançamento da Ermanox, pela Ernemann de Dresden (Alemanha), câmara de

objetiva extremamente luminosa (f/1.8), operando com placas de vidro de pequeno formato. Foi com ela que três anos mais tarde, em 19 de fevereiro, o doutor alemão Erich Salomon iniciou sua carreira de fotojornalista, ao publicar sua primeira fotografia no Berliner Illustrierte, da cidade de Berlim (Alemanha).

Lançamento da primeira câmara reflex de objetivas gêmeas, a Rolleiflex, pela Franke & Heidecke (hoje Rollei GmbH), em Braunschweig (Alemanha).

O húngaro László Moholy-Nagy publica Malerei Fotografie Film (pintura, fotografia, filme), oitavo volume das edições Bauhaus, efetuando a súmula de seu pensamento teórico nestes campos.

Publicação da SSSR na stroike (“A Rússia

em construção”), revista inovadora do ponto de vista gráfico, com grande uso da fotomontagem. Nela se projeta, sobretudo, o fotógrafo russo Alexander Rodchenko. 1935

Criação da Seção de Iconografia, do Departamento de Cultura, da Prefeitura de São Paulo, sob a chefia do paulistano Benedito Junqueira Duarte. Ele foi responsável pela realização de ampla documentação fotográfica e cinematográfica sobre a cidade, assim como pela sistematização do acervo fotográfico municipal, trabalho que se tornou uma referência no gênero. A Kodak, do filme diapositivo Kodachrome, desenhado pelos norte-americanos Leopold Godowsky e Leopold Mannes, foi responsável pela ampla difusão da fotografia colorida.

1937

Lançamento em Dresden (Alemanha) da primeira câmara reflex monobjetiva, a Exakta, fabricada pela Ihagee Kamerawerk.

Lançamento do filme negativo colorido Agfacolor-Neu, pela empresa belga Agfa Gevaert, com sede central em Mortsel (Bélgica).

O Museum of Modern Art (Nova York/ EUA) apresenta a exposição Photography, 1839-1937, organizada pelo norte-americano Beaumont Newhall e considerada a primeira visão retrospectiva da fotografia, como meio de expressão. O livro de mesmo título, publicado como catálogo da mostra, ainda permanece como importante obra de referência.

O norte-americano Edward Weston recebe uma bolsa da John Simon Guggenheim Memorial Foundation, a primeira atribuída a um fotógrafo.

Setembro Criação da Farm Security Administration, para documentação fotográfica dos efeitos da Grande Depressão nos EUA, projetando nomes como Dorothea Lange, Walker Evans, Arthur Rothstein, John Vachon, Russell Lee, Gordon Parks e Marion Post Wolcott.

1939

Harold Edgerton (EUA) desenvolve, no Massachusetts Institute of Technology, de Boston, Massachusetts (EUA), o primeiro flash eletrônico.

1941

A Kodak lança o filme negativo Kodacolor.

1942

6 de outubro

O norte-americano Chester Carlson requer patente da eletrografia, base das fotocopiadoras. No Brasil, o nome da empresa criada por ele nesta mesma década, a Xerox (do termo

grego “seco”), virou sinônimo de fotocópia.

1948

Lançamento do processo fotográfico instantâneo Polaroid, pelo doutor Edwin Land, em Cambridge, Massachusetts (EUA).

Criação da agência Magnum, em Paris (FR), por Henri Cartier-Bresson, Robert Capa, David “Chim” Seymour e George Rodger.

1949

É inaugurado o primeiro museu exclusivamente dedicado à fotografia na George Eastman House (antiga residência do criador da Kodak). Atualmente, é conhecido como International Museum of Photography and Film, em Rochester, Nova York (EUA).

Década de 1950

Graças à visão inovadora de seu diretor, Pietro Maria Bardi, um italiano que veio mo-

rar no Brasil, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), se firmará ao longo do período como o principal espaço de valorização e ensino sistemático da fotografia. Thomaz Farkas e Geraldo de Barros (ambos egressos do Foto Cine Clube Bandeirante), que realizaram individuais pioneiras no MASP, implantam o Laboratório Fotográfico do museu.

1953

Gilberto Ferrez, neto de Marc Ferrez, inaugura o estudo sobre a história da fotografia nacional, com a publicação do ensaio “A fotografia no Brasil, 1840-1900”, no número 10 da revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Posteriormente, editado em separata.

1959

Maio Lançamento da primeira câmara reflex monobjetiva japonesa de 35mm, a Nikon F,

pela Nippon Kogaku K.K. (Nikon Corporation, desde 1988), de Tóquio (Japão).

1963

Lançamento da primeira câmara Kodak Instamatic, operando com filmes em cartuchos no formato 126. Somente nos dez anos seguintes, mais de 60 milhões de câmaras deste tipo serão vendidas em todo o mundo. Em 1972, surgirá a Kodak Pocket Instamatic, de formato mais reduzido, operando com filmes em cartuchos 110.

Lançamento pela Polaroid do primeiro filme colorido instantâneo, o Polacolor.

1965

Helmut Gernsheim e Allison Gernsheim publicam The Concise History of Photography, pela Thames and Hudson, em Londres (Inglaterra).

1969

20 de julho

Realização da primeira fotografia na lua, pelo astronauta norte-americano Neil Armstrong, comandante da Missão Apollo 11.

1970

Julho

Na França, o fotógrafo Lucien Clergue, o escritor Michel Tournier e o historiador Jean-Maurice Rouquet criam as Rencontres Internationales de la Photographie d’Arles (hoje denominadas apenas como Rencontres d’Arles), o primeiro dos grandes festivais internacionais de fotografia.

Década de 1970

Agências de fotografia surgem em diversos pontos do Brasil. São implantadas por coletivos de fotógrafos que almejam independência criativa e maior controle sobre a difusão de suas fotografias. As principais são:

Câmara Três (Rio de Janeiro); Ágil (Brasília); F4 (São Paulo) e Focontexto (Porto Alegre).

A fotografia de autor começa a tomar corpo no Brasil. As exposições se multiplicam aos poucos e surge uma série de livros de fotografia, tais como Viagem pelo fantástico, de Boris Kossoy; Vi-vendo, de Pedro de Moraes; Carnaval e Fotografias, de Bina Fonyat; Fotografias, de Otto Stupakoff; Fotografias: Carlos A. Moreira, de Carlos Moreira; O encontro da UNE, de Milton Guran; e Brasília: sonho do Império, capital da República, de Luís Humberto.

1973

Fotógrafos cariocas e paulistas se unem para constituir o grupo Photogaleria, com o objetivo de inserir de forma definitiva a fotografia no circuito de arte no país. A presidência era ocupada por George Racz (Rio de Janeiro) e a vice-presidência por Boris Kossoy (São Paulo). Aqui no Rio, participavam tam-

bém Armando Rozário, Luiz Carlos Barreto, Zeka Araújo e Walter Firmo. A primeira exposição carioca foi realizada na loja de decoração Tora, no Jardim de Alah, com enorme sucesso. Segundo depoimento de Armando Rozário, a mostra inaugural gerou 30 páginas de matérias na imprensa e, nos primeiros dois anos, o grupo chegou a contar com cerca de mil fotógrafos inscritos.

A Polaroid lança o inovador sistema de produção de imagens instantâneas coloridas SX-70.

1975

Steve Sasson, pesquisador da Kodak, cria em Rochester (EUA) o protótipo da primeira câmara digital, com resolução de .01 megapixels.

1976

Boris Kossoy publica Hercules Florence.

1833: a descoberta isolada da Fotografia no Brasil, pela Livraria Duas Cidades (SP).

1979

Agosto

Criação do Núcleo de Fotografia da Fundação Nacional de Artes (Funarte), idealizado e coordenado pelo fotógrafo Zeka Araújo. Sua galeria, situada à Rua Araújo Porto Alegre, 80 (Rio de Janeiro), é a primeira galeria no Brasil, exclusivamente dedicada à exposição de fotografias.

Outubro

Por iniciativa de seu proprietário e diretor, Thomas Farkas, a rede de lojas de material fotográfico Fotoptica abre a primeira galeria de fotografia privada no Brasil, a Galeria Fotoptica. Dirige então a galeria, Rosely Nakagawa.

1980

Boris Kossoy publica Origens e expansão da fotografia no Brasil. Século XIX, pela Funarte.

1981

A empresa japonesa Sony Corporation comercializa a primeira câmara digital, a Mavica (Magnetic Video Camera), com resolução de O.3 megapixels, dando assim início à era da imagem digital.

1983

16 de junho

Inauguração do National Museum of Photography, Films and Television, em Bradford (Inglaterra), hoje denominado National Media Museum.

1984

Pedro Vasquez cria o Instituto Nacional da Fotografia, incrementando e diversificando as atividades da Fundação Nacional de Artes em prol da fotografia, com a criação do programa de bolsas (depois denominado Prêmio) Marc Ferrez, do Projeto de Preservação e Pesquisa da Fotografia, da Semana Nacional da Fotografia, entre outras realizações.

Weston Naef cria o Departamento de Fotografia do Getty Museum, em Los Angeles (EUA), hoje detentor de uma das mais importantes coleções de fotografia do mundo.

1988

Outubro

A empresa norte-americana Adobe Systems Incorporated lança o Photoshop, programa de tratamento de imagens criado pelos pesquisadores independentes Thomas e John Knoll, que se mantém até hoje na liderança do setor.

1990

É criado em São Paulo o grupo NAFoto (Núcleo dos Amigos da Fotografia), responsável pela realização do evento bienal Mês Internacional da Fotografia de São Paulo, o maior do gênero no Brasil. Entre seus fundadores se encontravam: Rubens Fernandes Júnior, Stefania Bril, Marcos Santilli, Nair

Benedicto, Eduardo Castanho e Rosely Nakagawa.

1991

A Kodak lança a primeira câmara digital profissional, a DCS (Digital Camera System), que consistia numa câmara Nikon F3, com um sensor de 1.3 megapixels.

1992

A Kodak lança o Photo-CD, o primeiro sistema de armazenamento de imagens digitais disponível para o grande público.

Um jovem casal de Viena (Áustria), Sally Bibawy e Mathias Fiegl-Bibawy, cria a Lomography Society International, dedicada à preservação e ao incentivo da fotografia de suporte de película. A primeira câmara lançada por eles foi uma nova versão da LOMO LC-A, produzida pela empresa russa LOMO (Leningradskoye Optiko Mechanischeskoye

Obyedinenie - “União Mecânica Óptica de Leningrado”). Desde então, já lançaram diversas versões de câmaras emblemáticas, empregando filmes de 35 mm, 120mm ou 110mm, além de criações próprias como a célebre La Sardina, ou a panorâmica Sprocket Rocket. 1998

O Instituto Moreira Salles (BR) adquire a coleção pessoal de fotografia do historiador Gilberto Ferrez (o maior e mais diversificado acervo de fotografia oitocentista constituído por um particular desde a coleção reunida por Dom Pedro II, no século XIX). Hoje, o IMS detém a maior coleção brasileira de fotografia, comparável apenas à da Biblioteca Nacional (BR). O astronauta John Glenn, da missão STS-95, do ônibus espacial Discovery, usa uma Kodak Professional DCS 460 para fazer

imagens digitais de alta resolução no espaço e enviá-las em tempo real para a Terra.

1999

A Nikon lança as primeiras câmaras digitais amadoras de 2 megapixels, a Coolpix 950 e a Coolpix 700.

A Kodak atinge a marca dos 6 megapixels em sua linha profissional, desenvolvida em parceria com a Nikon, na série DCS-400.

2000

A fotografia consolida-se cada vez mais como um meio de expressão artística e documental, com a abertura do Museu de Fotografia da Finlândia (Helsinque, em fevereiro) e o Museu Nacional de Fotografia da Dinamarca (Copenhague, em maio).

Larz F. Kremer posta a primeira mensagem no Yahoo PhotoHistory Group, inaugu-

rando a discussão mundial em torno da fotografia na internet.

2003

8 de maio

A câmara instalada na nave espacial Mars Global Surveyor (MGS), da NASA, tirou a primeira fotografia da Terra vista de outro planeta, no caso: Júpiter.

Agosto

A empresa japonesa Cânon lançou a primeira câmara digital reflex para amadores, a Digital Rebel, da linha EOS, com resolução de 6.3 megapixels.

Sesc | Serviço Social do Comércio

Conselho Nacional (Presidência)

José Roberto Tadros

Departamento Nacional (Direção Geral)

José Carlos Cirilo

Sesc - Departamento Regional do Pará

Conselho Regional (Presidente)

Sebastião de Oliveira Campos

Diretor Regional

Marcos Cezar Silva Pinho

Diretor Administrativo

João Manoel Pereira

Diretora de Programas Sociais

Jacqueline Melo de Souza M. Guedes Pereira

Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-O-Peso

Gerente

Edicarlos Pacheco de Matos

Apoio Administrativo

Kátia Souza e Márcio Augusto Almeida da Silva

Áudio, Vídeo e Iluminação

João Evangelista e Marcos Favacho

Manutenção e Serviços Especiais

Carlos Souza, Edson Viana, Erichy Silva, José Antônio

Tavares Lima, Luiz Low, Maria de Nazaré Monteiro

Brandão e Rosaleta Dias

Produção Artística

Veruska Brizart

Programa Cultura

Artes Cênicas e Literatura

Cleo Oliveira

Artes Visuais e Núcleo de Fotografia

Paula Sampaio

Cinema e Música

Fábio Valério

Museologia

Christiane Santos

Uma perspectiva cronológica da fotografia nos séculos XIX e XX

Autor: Pedro Karp Vasquez

Coordenação editorial, fotografias do acervo e desenhos

estilizados: Paula Sampaio

Designer: Márcio Alvarenga

Revisão: Suely Nascimento

Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-O-Peso

Av. Boulevard Castilho França, 522/523

Campina, Belém – PA

Informações: 91 3084 0472 www.sesc-pa.com.br

Facebook sescpara

Instagran @sesc_pa

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) V335p Vasquez, Pedro Karp.

Uma perspectiva cronológica da fotografia nos séculos XIX e XX/ Pedro Karp Vasquez. - Belém: Sesc (Pa), 2022. 62p.: il. p&b.

Inclui bibliografia

ISBN: 978-85-64457-08-9

1. Fotografia – História. 2. Fotografia – Século XIX. 3. FotografiaSéculo XX. I. Título

CDD: 770.9

Elaborado por Maria do Socorro Baia dos Santos - CRB-2/553

OServiço Social do Comércio (Sesc) foi criado em 1946 e é mantido pelos empresários do comércio de bens, serviços e turismo. É uma entidade privada que objetiva proporcionar qualidade de vida ao comerciário, sua família e à sociedade. Presente em todos os estados brasileiros, o Sesc incentiva a educação de qualidade no desenvolvimento do cidadão, valoriza a diversidade cultural e promove atividades em prol da melhoria de condições de vida, no dia a dia dos trabalhadores do comércio, por meio de projetos e serviços nas áreas de Educação, Saúde, Cultura, Assistência e Lazer. No Pará, foi instalado em 1947 e possui estrutura para realizar ações em todas as áreas de atuação do Sesc, em suas Unidades presentes nos municípios de Altamira, Ananindeua, Belém, Benevides, Capanema, Castanhal, Inhangapi, Itaituba, Marabá, Paragominas, Redenção, Rondon do Pará, Salinópolis, Santarém, São Francisco do Pará e Tailândia.

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