c experimentos ab impressos
AUTO PUBLI CAÇÃO conteúdo resumido e reflexivo
ricardo rodrigues
publicação gratuita. não pode ser comercializada.
>> CONTEÚDO >> Apresentação >> Experimentos Impressos >> O mercado independente >> Enfim, a autopublicação >> Certo, e como eu me vejo? >> Organização >> Distribuição e divulgação >> Projetos Independentes Entrevista com Charlene Cabral, Wagner Mello e Marcos Coelho
>> Contatos úteis >> Indicações bibliográficas
>> APRESENTAÇÃO
Quem diria que eu, lá por volta dos meus 21 anos de idade, cursando a faculdade de comunicação e experimentando publicações impressas e digitais, já era um autopublicador? Pois é, eu não tinha a menor ideia. Embora os termos autopublicação e publicação independente sejam relativamente novos, a prática existe há muito tempo. Às vezes só nos falta dar “nome aos bois”. Mas dar nome aos bois nem sempre é fácil quando não conhecemos determinado segmento/atividade. Hoje, prestes a completar cinco anos de atividade frente ao projeto Experimentos Impressos, ainda me pego pensando muito no que significa (e o que implica) publicar de forma independente e experimental. As coisas que aprendi, as que ainda desconheço, os processos que
levaram quase esse mesmo tempo para entender, o significado de praticar uma atividade “de risco” em um momento tão delicado para o mercado editorial como um todo, entre outras coisas. Afinal, quem sou eu nesse meio e no que o meu trabalho impacta? Nessa publicação gratuita, eu reviso alguns conceitos presentes no livro AUTOPUBLICAÇÃO (2019) de forma resumida, e não apenas isso, convido você, que quer entrar nesse universo com os seus projetos, a refletir comigo uma série de significados e possibilidades. Afinal, num meio que se faz, teoricamente, sozinho, a coletividade também exerce um papel fundamental. Especialmente na troca de ideias e experiências, e na necessidade de tornar a publicação independente cada vez mais uma realidade.
>> EXPERIMENTOS IMPRESSOS
O projeto Experimentos Impressos nasceu sem muito planejamento, oficialmente, em março de 2016. A única referência que eu tinha eram as feiras gráficas, novidade na época, e pensei que poderiam ser uma forma interessante de materializar no papel os textos que eu já olhava com certo ranço na tela do computador, hospedados em blogs e redes sociais.
Mariposas Mortas Zine (2001)
Voltando uns (bons) anos, talvez eu tenha me autopublicado pela primeira vez aos 12 anos, quando comecei a escrever histórias em cadernos universitários, criando capas para eles e fazendo minhas irmãs e amigos lerem (risos). De verdade estou rindo aqui lembrando das histórias, e apesar
de ter guardado cada uma delas até pouquíssimo tempo, me desfiz de praticamente todas (me arrependo). Foi o início de uma prática que iria longe. Anos mais tarde, já na faculdade, eu fazia pequenas publicações impressas e ilustradas (hoje eu poderia chamá-las de zines, e as ilustrações de colagem digital, ambas classificações que eu desconhecia). Eu editava, também, uma revista online e mandava para uma lista de email (nunca ninguém pediu pra receber, mas também não pediu para parar de vê-la), e todo o projeto era meu: textos, capas, ilustrações, projeto gráfico... uma única vez um amigo colaborou com uma nota sobre música. E
Revista coito Cerebral Publicação digital (2007-2009)
teve outra que eu criei uma personagem para não parecer tão solitário nesse processo. Bobagem, meu destino era ser autopublicador mesmo (rindo de nervoso). Estou contando tudo isso porque esses caminhos todos me levariam até 2015, quando postei uma série de textos no meu perfil do Facebook. Alguns amigos reagiram tão bem que eu imprimi aquela pequenas histórias e dei
de presente para eles. Foi o embrião do que hoje é o meu trabalho, e ajudaria a oficializar a editora em março do ano seguinte. Eu não sabia muito bem o que ia fazer, onde ia chegar, nada disso. Só sabia que queria produzir livros em pequena escala com acabamento artesanal. E o projeto cresceu, a ponto de se tornar trabalho. Repensei tantas coisas, conheci tantas pessoas, e entendi o meu espaço.
Publicar de forma independente é saber que existem grupos específicos com interesses particulares, interessados em consumir um conteúdo que não tem lugar nas grandes vitrines. É entender que todo tipo de trabalho pode ter espaço, e essa pluralidade é um refresco servido em copo gigante num mercado tradicionalmente regido pelos números altos e pelo sucesso absoluto.
>> O MERCADO INDEPENDENTE
De uma forma ou outra todo mundo conhece o mercado editorial tradicional, pelo lado bom e ruim (vide a crise que estourou nos últimos dois anos). Sabe-se, também, que até um tempo atrás, coisa de 20 anos, a figura de um editor centralizava com rigor quem iria entrar ou não nesse tipo de Olimpo que era o ofício de ser um escritor. Passar meses ou anos escrevendo um manuscrito, enviá-lo pelo correio e esperar um retorno, positivo ou não, já foi a rotina de muita gente. Feliz de quem se fez notar nessa engrenagem tão dura, não é?
Se o tempo passou e as novas tecnologias permitiram novos suportes e até mesmo extinguiram alguns, com o livro impresso isso não aconteceu.
Mas um fato curioso transformou para sempre o mercado editorial. A internet se tornaria um vetor importante de publicação de ideias, e possibilitaria, em maior escala, que as pessoas se publicassem pela primeira vez na vida, sem esperar o intermédio de alguma figura importante de um grande grupo editorial.
>> enfim, a autopublicação
Estamos falando aqui dos livros digitais, os e-books. Se por um lado a Amazon, gigante do varejo online, contribuiu para minar com a existência das livrarias de bairro e modificar não apenas os hábitos de consumo, como também a experiência de compra, por outro ofereceu um serviço que levou milhares de pessoas a publicarem seus livros. O Kinde Direct Publishing é um serviço que hospeda obras de diferentes segmentos na loja virtual, de forma gratuita, apenas com uma porcentagem sobre a venda. Outros serviços nos mesmos moldes seriam criados mais tarde, e foi um passo significativo nas mudanças que viriam. Outro fenômeno interessante foi o Whattpad, uma plataforma canadense que mistura rede social e espaço para publicação. Os usuários distribuem seus textos geralmente por capítulos e acompanham a reação dos leitores. Muita gente fez enorme sucesso neste espaço, a ponto de chamar a atenção de grandes editoras tradicionais. São apenas dois exemplos de todo um movimento que mexeu com o
preenchendo uma grande lacuna de produtos que, dificilmente, teriam espaço nas gôndolas de uma livraria de shopping.
mercado nos anos 2000. Com o passar do tempo, o livro deixou de ser apenas um objeto de arte, com curadoria altamente selecionada por editores, e passou a ser, mais do que nunca, um negócio. Diversas editoras abriram espaço em seus catálogos para qualquer autor que quisesse publicar, desde que ele assumisse os custos. Também, alguns autores fizeram (e ainda fazem) suas obras ganharem vidas sem a chancela de uma editora, a partir de edições próprias. Se tornou cada vez mais “fácil” publicar um livro. Enquanto isso, as editoras maiores se voltam, mais e mais, para os projetos que têm chances alta de se converter em um bestseller. E isso não é errado, pois um negócio precisa continuar existindo. Se tiver demanda pra ele, tudo bem. No meio disso tudo surgiram (ou ressurgiram, ou, ainda, se evidenciaram, melhor dizendo) os publicadores independentes experimentais. Quadrinistas, escritores, editores, capistas e toda uma gama de artistas
Temos aqui um trabalho que é sinônimo, também, de representatividade. Autores pretos, indígenas LGBTQIA+, feministas, enfim encontraram lugar para colocar pautas em debate. Atualmente, isso é mais do que urgente: é fundamental e obrigatório. “Ah mas não quero
fazer publicação de cunho político, não vou militar”, ok alecrim dourado, só não esqueça que tudo envolve política, e mesmo que seu conteúdo seja um romance de banca (absolutamente nada contra eles, eu até lia os livros da coleção Júlia com minha mãe), o simples fato de publicar sozinho já te coloca numa força de resistência! Então temos o dever de, ao menos, prestigiar enquanto leitores.
>> certo, e como eu vou me autopublicar?
Primeiro pense em como você se vê: um artista que quer mostrar sua escrita/arte gráfica e apenas circular, ou alguém que quer capitalizar o que produz? As duas coisas podem andar juntas, óbvio, mas tem muita gente que trava quando precisa se organizar e até burocratizar o que produz, digamos assim, a partir do momento que ele passa a ser, também, um trabalho. Dessa forma, é necessário uma dose mínima de organização para que o trabalho possa fluir melhor.
Quando comecei, queria muito trabalhar com livro artesanal e fazer tudo sozinho. Mas isso não é uma característica obrigatória para ser considerado um autopublicador. É apenas a forma que eu escolhi trabalhar. Eu realmente faço todas as etapas, mas você pode escolher escrever, chamar um artista gráfico para fazer seu projeto, pode até imprimir em larga escala se quiser, como já falei antes. O que caracteriza, de fato, é o seu conteúdo, o seu esforço em
produzir tendo que responder somente para uma pessoa: você mesmo. Se você quer começar, comece produzindo um zine. É, pela classificação do artista Marcio Sno, zineiro desde 1993 e pesquisador do tema, “um veículo de divulgação alternativo e independente, geralmente produzido em pequenas tiragens e distribuído para um público segmentado. Surge da necessidade de expressão de grupos específicos e tornaram-se campos férteis para experimentações gráficas e textuais graças à sua total e irrestrita liberdade” (O universo paralelo dos zines, 2015, p. 19). Os mais clássicos eram feitos de forma manual, utilizando textos e colagens/ilustrações, e copiados via xerox.
no modo de unir as folhas, no recorte, no formato... não pense em “inventar a roda”, faça sempre um trabalho que faça sentido pra você, e depois busque alguém que também o compreenda. Eu, por tradição (acho chic), produzo aquilo que EU gosto, por dentro e por fora da publicação. Se eu colocar um possível consumidor em primeiro lugar, meu trabalho não será autêntico e eu não serei feliz o fazendo. Com o tempo você poderá pesquisar referências, testar formatos mais audaciosos, e até mesmo executar estruturas de livros mais complexos, quem sabe um livro de artista? (vou deixar algumas dicas de publicação sobre o assunto no final).
Hoje temos zines com os mais variados temas, tipos de impressão e formatos, mas é interessante começar do jeito mais tradicional para entender a dinâmica de uma publicação independente. Escolha um tema do seu interesse e pense em quem pode ser o seu público. Faça uma distribuição menor para sentir o “clima”, distribua para amigos (ou venda para eles haha), e veja o que pode ser ajustado. Não tenha medo de EXPERIMENTAR, pensa nas combinações de papel,
Ficção #2 e #1 (zine) (1965) Foto: Reprodução
Sob a denominação “boletim informativo”, o primeiro exemplar de FICÇÃO, editado em 1965 por Edson Rontani, em Piracicaba (SP), foi produzido com mimeógrafo de tinta, contendo textos e ilustrações em preto e branco. Com notícias datilografadas e desenhos do próprio autor, a publicação teve o total de 12 números, sempre com foco em curiosidades dos personagens de gibis, editoras da época e publicações afins. Rontani era colecionador de gibis desde a infância, o que lhe motivou a guardar dados históricos das publicações para compartilhar com outros fãs do gênero. Com tiragem de 600 cópias, os exemplares eram distribuídos pelo correio e tinham entre seus leitores nomes como Maurício de Souza, José Mojica Marins (Zé do Caixão), Gedeone Malgola, Adolfo Aizen (dono e editor da Ebal), Jô Soares e outros artistas ligados ao mundo dos quadrinhos.
The Comet (zine) (1930) Foto: Reprodução
Em 1971 o autor lançou uma nova versão de seu zine, sob o nome Fanzine Ficção. Três anos mais tarde lançou o Universo H.Q., e em 1982 publicou seu último título, chamado Rontani Fanzine. Rontani foi desenhista e professor no Instituto Orbis, em Piracicaba. Se aposentou como desenhista técnico da Secretaria Estadual de Agricultura e faleceu em 1997.
>> ORGANIZAÇÃO
Tá, um assunto chato: se organizar. Uma hora ou outra você vai precisar de um mínimo de organização, como falei. A primeira coisa que me perguntam é sobre registro de editora e ISBN. Sendo sincero, nem uma coisa e nem outra são obrigatórias, mas se você pensar em colocar seus lindos impressos em uma livraria, amigue, você vai ter que fazer. Isso porque essas lojas utilizam o registro específico de um livro para facilitar o trabalho de pesquisa/estoque, etc. Até final de 2019 esses serviços eram de responsabilidade da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), e eram extremamente burocráticos e caros. A partir de
março de 2020 a Câmara Brasileira do Livro (CBL) centralizou essas demandas, e o processo ficou muitíssimo mais acessível. SOBRE A CBL Para se cadastrar, você pode fazer registro de pessoa física (usando seu CPF), ou pessoa jurídica (CNPJ). Nesse último caso, vale o registro de microempreendedor individual (MEI). O custo de registro é zero. A diferença entre registro de pessoa física é que nesse você não pode usar o termo editora, apenas o seu nome, e no jurídico sim. A partir disso todos os serviços estarão disponíveis por preços bem acessíveis: ISBN, ficha catalográfica, registro de obra... vale dar uma olhada no site para entender como tudo funciona e todos os tipos de trabalho que podem ser registrados.
Outra coisa importante é organizar o fluxo de suas publicações. Eu tenho uma enorme tabela em que especifico o título de um livro, sua data de lançamento, se já teve reimpressão, quais os canais onde foram vendidos, as quantidades, se algum exemplar foi doado, etc, e no final de tudo isso eu consigo cruzar diversos
campos e obter estatísticas importantes do meu trabalho. O mercado editorial independente ainda é muito desconhecido e de difícil mensuração justamente pela sua característica de ser informal. Por isso, reúna sempre que possível estatísticas do seu trabalho, um dia elas poderão ser úteis para alguma pesquisa.
Um grupo formado por editores e pesquisadores iniciou, em 2015, um mapeamento que teve como objetivo fornecer uma luz sobre quem está movimentando o cenário, no Brasil e em alguns países da América Latina. O Projeto Publicadores, idealizado pela Tenda de Livros com participação de Edições Aurora, Zerocentos Publicações e uma grande quantidade de profissionais ligados às áreas afins, com apoio da Feira Tijuana e da Oficina Cultural Oswald de Andrade, teve o primeiro encontro realizado no dia 2 de setembro daquele ano, um dia antes da Feira Tijuana, em São Paulo. Anteriormente à esse ciclo de conversas, foi elaborado um questionário em português e espanhol para quem quisesse contribuir. Ao todo, durante os dois meses em que o documento ficou disponível na internet, foram 310 respostas, e os resultados foram debatidos e utilizados como ferramenta para, futuramente, traçar estratégias de circulação e, acima de tudo, compreender melhor um segmento que se fortaleceu na última década. Esse estudo (e a publicação resultante dele) podem ser conferido e baixado gratuitamente no endereço https://projetopublicadores.wordpress.com/.
Com as finanças não tem muito mistério (acho). Faça tabelas para contabilizar tudo o que você gastou e o que você está recebendo, inclusive para medir se a sua precificação está correta, se você não está cobrando muito abaixo do que deveria, por exemplo.
Aliás, essa é outra pergunta muito recorrente: como precificar o meu trabalho artístico? Primeiramente, contabilizae tudo o que foi gasto para realizar cada cópia de uma publicação, como impressão, papel, cola, linha, ferramentas específicas e demais insumos necessários. Vamos somar aqui os custos fixos e variáveis (que incluem energia elétrica, internet, água, aluguel de espaço, e demais custos que você possa ter). Ainda que você trabalhe sozinho, alguns especialistas indicam que
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você defina lucro e salário. Lucro é a margem que permitirá reinvestir no trabalho, e salário é o que você vai ganhar dentro desse cálculo, independente de você ser seu próprio “patrão”. Definir uma margem de lucro: percentual calculado sobre o valor de tudo o que custou para que determinado produto seja feito. Normalmente usam 20% ou 30%.
Na verdade esse cálculo não é tão simples no caso de um produto artesanal, quanto de um produto industrializado, porque, muitas vezes, a mão-de-obra e o tempo gasto na manufatura de cada peça pode ser mais representativo do que o valor investido nela.
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Então, o valor de sua hora de trabalho será de R$ 5,00. É um valor que pode ser considerado na hora de precificar, lembrando que nem todo mundo tem os mesmos processos e,
algumas vezes, você poderá achar que sua hora de trabalho vale mais do que um simples cálculo matemático.
AINDA SOBRE AS TABELAS: Faça diferentes arquivos para controlar o que você gasta e o que você ganha. Em uma, discrimine tudo o que você gastar com materiais e outros fornecedores. Na outra, insira o que você recebe, especialmente em valor bruto, para depois cruzar com a tabela de gastos, e ainda, descontar eventuais gastos com taxas de operadora de cobrança. Com isso você vai ter o seu lucro final (sou de humanas, se estiver errado me avise sem medo kkkrying).
Mas e os custos fixos e variáveis, como determiná-los na hora de fazer o preço?????? Temos abaixo duas tabelas que podem te ajudar, lembrando que os valores são exemplos e você colocará os seus custos nela. Ainda estamos usando o cálculo acima, então o número de horas mensais de trabalho é o valor 160.
Fonte: Blog Edu K.
Vamos usar um exemplo para o esquema do salário. Digamos que você defina um valor de 800 reais (pode ser pra mais ou pra menos, afinal, no ramo independente tudo pode acontecer). Divida o salário pelo número de horas que você vai trabalhar no mês (vamos supor que você defina 40h semanais, que serão 160h/mês.
É importante, por exemplo, discriminar quanto você gastou em um pacote de folhas e dividir esse valor por cada unidade, pois isso vai facilitar no processo de precificação que a gente já viu. Faça isso com todos os materiais que apresentarem mais de uma unidade dentro de um pacote.
>> DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
Saber se comunicar é importante para todo mundo, independente da área em que atua. No nosso caso, fazer com que as pessoas conheçam nossas ideias, nossos projetos e publicações é um trabalho em dobro, mas tivemos um enorme empurrão quando as feiras gráficas surgiram há cerca de 10 anos e aproximaram as duas pontas: o consumidor de cultura independente e o produtor desse tipo de trabalho.
paralelo, diversos espaços pelo Brasil com foco em produção independente e livros de artista. Nesses lugares tão democráticos quanto as feiras, foi possível atingir uma outra parcela de público consumidor e fortalecer importantes parcerias de trabalho. Temos então a Banca Tatuí e Sala Tatuí (SP), Lovely House (SP), Polvilho (BH), O Jardim (Goiânia), Banca Curva (SP), apenas para citar alguns exemplos.
Um não sabia do outro; o leitor não sabia onde estavam os criadores e o artista não sabia como chegar até as pessoas, nem ao menos se teriam demanda. Então esses eventos tornaram tudo mais democrático, acessível e criaram espaços de diálogo. Além disso, surgiram, em
Além das feiras e pontos de venda, vetores fundamentais para que o meio pudesse se fortalecer, temos canais digitais que podem (e devem) operar como meio de distribuição, ainda mais em época de pandemia com (quase) tudo o que é presencial em stand by por tempo indeterminado.
Temos, então, as redes sociais, que são canais fundamentais para conversar com o seu público (invista tempo em uma conta de Instagram, especialmente. É lá que existe o maior alcance orgânico). Pense em posts atrativos, boas fotografias, legendas e hashtags adequadas. Além disso, stories também funcionam muito bem como reforço de alcance. E pense também nas ferramentas mais recentes, como reels (vídeos curtos de até 30s), que realmente tem MUITO alcance, e também as guias de conteúdo. Facebook responde por um número pequeno de interação, mas faça, pois se você quiser marcar produtos em posts no Instagram vai precisar primeiro cadastrar eles em uma conta de negócios no Facebook (aliás,
esse assunto eu não vou explicar aqui porque é um perrengue tão grande que só de me lembrar passo raiva haha). Mas fica a dica e vale a pena ler uns tutoriais por aí para entender como funciona. Afinal, cada vez mais o Instagram caminha para ser uma plataforma de negócios. Além disso temos as lojas online, que hoje contam com uma infinidade de plataformas de hospedagem e planos de assinatura acessíveis. É interessante fazer para oferecer mais transparência, organização e confiança para quem vai comprar um produto seu, embora algumas instituições financeiras forneçam serviços de cobrança por meio de links, e esses por sua vez dispõem de opções como boleto, cartão de crédito, etc, para o seu cliente.
Há quem pense em se comunicar por meio de veículos de imprensa tradicionais, como rádios, TVs e jornais impressos. Não está errado, mas antes de investir nisso pense se o seu trabalho terá capacidade de atender uma futura demanda grande. Eu, que faço trabalho artesanal e tiragem reduzida, vivo no meu limite de produção, então uma divulgação mais massiva não é recomendado para mim. Mas se mesmo assim você quiser, organize uma pequena listinha com contatos de jornalistas da área de cultura da sua cidade (ou de onde você quer se tornar conhecido), o famigerado mailing. Incluindo também sites e portais, e faça uma apresentação bem redigida do seu trabalho/lançamento. É um texto conhecido como relise, que
contém o serviço completo, capaz de responder as perguntas: o que, quando, onde, como e por quê. Explique com detalhes o seu projeto, onde ele estará disponível, como foi concebido, quanto custa, etc. Você precisará cativar primeiro o jornalista, e só então ele vai decidir ou não divulgar sua sugestão de pauta. Peça auxílio para alguém, um amigo, caso você não queira e não possa contratar um jornalista para escrever esse texto: revise bem antes de mandar, e não esqueça de anexar no email uma fotografia em alta resolução de sua publicação (mencionando os créditos). E caso for fazer contato com algum por telefone, não esqueça de ser gentil :D Essas são dicas importantes para uma boa e eficaz comunicação com a imprensa.
>> PROJETOS INDEPENDENTES
Teve Cococopa (2016) Foto: Reprodução
11 Real (2017) Foto: Reprodução
Vendo Luzes/Meteoro Edições, por Charlene Cabral @meteoroedicoes Charlene Cabral, natural do Rio Grande do Sul e hoje residente em São Paulo, participou de diversas iniciativas independentes e produziu autopublicação na cidade de Porto Alegre. A primeira obra foi desenvolvida em 2015, mas antes disso concebeu outros suportes gráficos que serviriam como base para o seu trabalho. Criou o selo Vendo Luzes, o qual cedeu espaço para o atual Meteoro Edições, a partir de 2018.
“Eu já vinha fazendo cadernos há cerca de um ano, e eles se caracterizavam por serem diferentes uns dos outros, irrepetíveis, meio que um livro de artista com as páginas em branco que eu vendia, presenteava ou fazia por encomenda. Com isso, já vinha participando de feiras gráficas e sabia que em algum momento eu acabaria fazendo uma publicação, nem que fosse para juntar alguma série fotográfica que estivesse engavetada por alguma razão (naquela época eu ainda usava a fotografia como principal linguagem).”
O primeiro experimento, segundo Charlene, foi completamente manual. “Nessa época, fui convidada a participar de uma exposição coletiva que uns amigos do Instituto de Artes (da Universidade Federal do Rio Grande do Sul) estavam organizando e resolvi que era um bom momento de imprimir um livrinho para expor junto com uma série fotográfica. Era, na verdade, um compilado de imagens de muitos verões que tinham entre si apenas um elo de afeto em comum. Eram, em sua maioria, imagens de minhas viagens por alguns lugares da Espanha. Acabei fazendo o boneco da forma mais tosca e (hoje eu sei) difícil possível, primeiro colando com fita as fotografias impressas em diferentes tamanhos em folhas A4 dobradas para conseguir visualizar medidas reais e depois diagramar isso no Photoshop e, finalmente, fechar os arquivos em PDFs já levando em conta a imposição (manual) das páginas. Imprimia um lado da folha, depois o outro, em uma ordem que requeria atenção o tempo todo para não errar, depois finalizava os detalhes em casa, capa, costura e refile. Deu um trabalho imenso, mas ficou bem para uma primeira tentativa. Chamei esse foto-zine de LEVE.” Trabalhar de forma independente: “É maravilhoso! Eu tenho uma
certa dificuldade de fazer as coisas de um jeito que não seja estritamente o meu, de ter que dar satisfações sobre o que faço, porque ou como. Então, trabalhar de forma independente é estar livre de tudo isso, eu mesma pago, faço como quero e no tempo que preciso. Claro que às vezes sou uma má gerente de mim mesma e acabo atrasando coisas ou fazendo tudo mais corrido do que gostaria, mas vou aprendendo a me organizar melhor. A parte mais complicada de ser totalmente independente é o baixo orçamento para investimento nos trabalhos. Como isso vem do meu bolso ou, na melhor das hipóteses, dos artistas que publico, há publicações mais dispendiosas que chego a ter como projeto, mas que não consigo levar a cabo, pois fico mais restrita a fazer tudo meio caseiro, barato e com baixas tiragens. De todas formas, é ainda possível conseguir investimentos de outras fontes e seguir sendo independente, mesmo que talvez mais atrelada a formatos convencionais de publicações.” Sobre processos criativos: “Nasce do conteúdo, sempre. Primeiro há a ideia (uma coleção de imagens, a vontade de falar sobre determinado assunto, algum material textual, etc) e daí, a partir
Fuch the police (2018) Foto: Reprodução
disso, começo a pensar na forma que a publicação deve ter para que esse conteúdo se expresse da forma mais acertada possível. Então entra a paixão por alguns materiais, pois sempre tenho alguns 'na fila', só esperando pelo conteúdo ideal para serem experimentados. Faço provas, imprimo bonecos, testo a viabilidade das escolhas e, sobretudo, vejo formas para que caiba no orçamento e para que a montagem não seja pesada demais para mim, já que costumo incluir processos manuais na realização dos trabalhos. No fim de tudo, imprimo uma tiragem em consonância com o que o orçamento e minha disposição permitem e levo para as feiras. Lá percebo se o trabalho comunica ou não e, daí, dependendo, volto a editar a publicação para que ela se ajuste ao que eu pretendia comunicar. Às vezes esse ajuste pode vir até um ano depois do lançamento, pois minha
percepção do trabalho pode ser gradativa. Esse é o bom de fazer tiragem sob demanda, você pode se arrepender de certas coisas e é só imprimir de novo o material com as mudanças necessárias.” A percepção do mercado independente: “Acho que o mercado é tão bom quanto um mercado independente pode ser, ou seja, o mais provável é que ninguém fique muito rico ou famoso ou o que seja com isso, mas não importa, já que esses não são os objetivos. Pra mim, um mercado independente deve ser um espaço de ética de consumo, de trabalho com amor, de parceria e trocas entre as pessoas, e minha experiência dentro do mercado editorial independente tem sido geralmente essa, então eu me sinto feliz de fazer parte dele e de não esperar mais do que suas características permitem.”
Homem peixe (2018) Foto: Reprodução Livro de notas pretas (em parceria com Mitti Mendonça) (2019) Foto: Reprodução
Fasso Zine, por Wagner Mello @fasso_zine Wagner Melo reside em Porto Alegre, cidade que já presenciou uma série de produções impressas por meio da autopublicação, seja em projetos solo ou em colaboração com outros artistas. Este trabalho, segundo ele, começou em 2013. “A primeira publicação que fiz foi o catálogo de um projeto de ilustração infantil chamado 'diário de um guri canhoto'. De lá pra cá foram diversos, fui experimentando formatos e narrativas. Trabalho sozinho nos projetos particulares, assumindo a escrita, passando pela ilustração e projeto gráfico, e já trabalhei em parceria, ilustrando textos de amigos, e mais recentemente escrevi a partir de uma série de fotos para a Mitti Mendonça.” Mello destaca as particularidades de trabalhar de forma independente com publicação. “É
uma dor e uma delícia. Gosto de estar diante de todos os processos, da execução à venda, mas isso exige uma organização tremenda, criatividade e doses grandes de paciência e muito jogo de cintura.” O selo Fasso Zine, no entanto, surgiu em 2017. Como o nome diz, o foco de trabalho é a produção de zines. “Essa mídia permite ampla liberdade de uso e tem uma circulação mais rápida. Cada impressão é seriada e com tiragem baixa. Foram publicados textos literários (conto e poesia), e ainda narrativas e outras experimentações gráficas”. Nesse meio de experimentação, cada um possui diferentes formas de trabalhar, conforme explica. “Cada projeto exige um processo diferente, depende do que chega primeiro, se é o texto ou a ilustração, e há uma preocupação nos detalhes, do formato ao tipo de papel”.
Para chegar aos resultados finais, o autopublicador faz uso de diferentes recursos, desde as gráficas até impressoras caseiras, serigrafia e estêncil, ou, em alguns casos, desenhos feitos à mão, constituindo uma obra única. “De certa forma os processos são sempre artesanais, seja pela impressão ou encadernação”, ressalta. Os itens produzidos são comercializados, na maioria das vezes, em feiras gráficas ou por meio de redes sociais. Sobre o mercado independente, ele percebe que “o mercado está em expansão. O crescente das feiras gráficas facilitou os caminhos de distribuição, e a criação de espaços físicos para a comercialização, como as bancas Tatuí e Curva, entre outras. É a prova desse crescimento. A produção no país é plural e riquíssima”. Ele complementa, falando sobre se autopublicar: “Para mim a principal vantagem é a liberdade total de escolha em todas as partes do processo”.
The leather runs smooth on the passenger seat (2016) Foto: Reprodução
In the aeroplane over the sea (2016) Foto: Reprodução
Gana Press, por Marcos Coelho @_mrczz
Colagista e designer gráfico residente em Porto Alegre, Marcos Coelho já passou por diversos experimentos com publicação. Um deles foi a Gana Press, editora criada em parceria com o artista Bruno Moncada. “Eu trabalho com publicação há quatro anos, desde 2016. O primeiro título foi uma parceria com o Bruno. No processo de fazer esse zine de colagens e música juntos, cada um de nós produziu mais dois, e com esses cinco zines decidimos criar o selo Gana Press pra nos autopublicarmos, e também com a ideia de criar projetos gráficos para zines de outras pessoas e viabilizar esses trabalhos”, conta. Marcos observa, então, que o projeto sempre previu a viabilização do trabalho de outras pessoas, não apenas a
autopublicação. “Sempre apreciei a ideia de poder aconselhar e editar trabalhos de artistas que admiro, poder dar ideias e pensar em projetos gráficos pra enriquecer a apresentação desses materiais. Também sempre curti a ideia do coletivo, de juntar ideias e poder evoluir junto”. Segundo o artista, atuar de forma independente tem pontos positivos e negativos. “A parte boa é a liberdade de ideias, a escolha dos papéis, a diagramação, os temas, mas nem sempre a receptividade condiz com o esforço aplicado. Mas isso é do jogo, eu gosto muito da troca de ideia com o público, sentir o que funciona ou não conhecer outros artistas que também trabalham dessa maneira, etc”. A linha editorial empregada nas criações são sempre os trabalhos que privilegiam a colagem como técnica principal, seja manual ou digital. “Os temas e suportes são variados, bem como a encadernação, os papéis,
e os tipos de impressão, que variam conforme a obra. Todas tangenciam assuntos que eu gosto, música, existencialismo, coisas do cotidiano. Quase sempre são zines curtos, de 8 ou 12 páginas”.
Grampo, dobra, encadernação manual, encadernação japonesa, assim como os papéis dizem muito; papel poliester, pólen, couché, sulfite, sempre depende do projeto, mas acho legal misturar”.
Nesse contexto, o processo criativo das publicações segue um ritmo próprio. “Da concepção da ideia até a produção é um processo bem vivo, cada etapa influencia o resto, a escolha dos papéis e cores, o processo de desenvolver o texto, o conceito, e depois a implementação e os testes. As coisas vão indo e voltando até o resultado final”, revela. Para viabilizar suas ideias, ou seja, chegar até a concepção física de uma publicação, Marcos utiliza diferentes meios e suportes. “Depende do projeto em si, mas já fiz coisas com xerox, impressão digital e risografia. Acho que os tipos de encadernação também são uma forma de expressão dentro do conceito do trabalho.
Com relação à distribuição e comercialização, o publicador aponta as feiras gráficas como principal canal. “Principalmente as feiras. Acredito que este meio está sempre em expansão, ao mesmo tempo que rola uma procura menor e, se observarmos, um enfraquecimento das feiras/vendas ao longo de 2019, por exemplo. Principalmente pelo contexto atual do país, mas acho que mesmo que tenha diminuído, ainda está numa crescente, porque essa opressão também faz muita gente se inspirar em produzir materiais de resistência. Acho importante demais, pois esse espaço aberto e acolhedor propicia a produção. “
>> CONTATOS ÚTEIS
Papéis diversos, ferramentas e outros insumos
Papel pólen - Suzano (precisa ter CNPJ) vendas.sul@suzano.com.br 0800-9411222 Corrupiola - www.corrupiola.com.br Oficina FU - www.oficinafu.com.br Armarinho São José - www.armarinhosaojose.com.br Petra Papéis - www.petrapapeis.com Operação Papel - falecom@operacaopapel.com.br Amarellus (ferramentas produzidas com impressora 3D) www.amarellus.com.br/
>> INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
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