2 minute read

Gustavo Takatori Portfolio

Gustavo é estudante de Arquitetura na Unicamp e apresenta para a OLD um portfolio em PB muito interessante, misturando fotografia de rua e de arquitetura.

arquitetos, e neste caso nem estou considerando o fotógrafo de arquitetura, que é um ramo mais óbvio após essa formação.

Advertisement

Você já é o segundo arquiteto que passa pela páginas da OLD. Você acha que há uma relação forte entre o estudo da arquitetura e a fotografia?

Sem dúvidas. É fácil verificar isso pela quantidade de bons fotógrafos que são

Cristiano Mascaro e Alex Flemming são dois bons exemplos de profissionais com passagem pela faculdade de arquitetura e com um trabalho autoral de destaque.

Mas voltando à questão, acredito que os arquitetos têm antes mesmo da graduação ou desenvolvem durante a formação um olhar bem apurado para os detalhes, perspectivas, texturas e jogos de luz e sombra. Esse fato aproxima bastante as as duas áreas e facilita a troca de experiências.

Você consegue desconstruir de uma forma muito interesse os espaços arquitetônicos que você fotografa. Essa é uma busca constante dentro da sua produção? É uma busca constante sim, embora não seja a única abordagem que faço. Minha intenção é alcançar o inusitado, numa tentativa de mostrar aquilo que não é óbvio, a foto do Copan que está neste ensaio é uma dessas. Faço muitas experimentações também com este objetivo, como no caso da múltipla exposição sobre Curitiba.

Se eu tivesse que escolher entre a presença humana solitária ou em multidão para caracterizar meu trabalho eu escolheria a primeira opção. Não é uma obsessão, mas não costumo gostar das fotos que faço em grandes aglomerações. Apesar disto considero fundamental essa característica em eventos de cunho religioso por exemplo.

Qual o papel do urbano dentro da sua fotografia?

Essa seleção tem um clima solitário, sombrio. Você percebe essas características como uma constante em seu trabalho?

Em uma palavra, essencial. Mais do que um estilo é um reflexo da minha infância na cidade, se eu tivesse sido criado no campo provavelmente meu olhar seria outro. Comumente em viagens de férias, quando costumo ir à praias lindíssimas, fico mais focado em registrar as peculiaridades das pequenas cidades, o ritmo de vida, a forma de ocupação dos espaços do que os cenários deslumbrantes que atraem a grande maioria.

Como você lida com a apresentação de espaços vazios? Você acha interessante ter algum elemento humano, mesmo que como um detalhe?

A escala humana é crucial para o total entendimento do espaço em uma fotografia de arquitetura, mas ela pode ser evidenciada sem a presença de uma pessoa. Objetos comuns ao conhecimento de todos podem suprir essa referência. No caso de espaços vazios depende da intenção do fotógrafo. Eu gosto muito da presença do elemento humano e de forma geral considero que ela enriquece muito uma imagem. No caso da fotografia da capela do manicômio minha ideia era mostrar o abandono do lugar de forma documental e para não criar um resultado mais artístico preferi registrá-lo completamente vazio.

This article is from: