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Figura 6 - Mapa do Brasil, Sergipe, Aracaju e Bairro Farolândia

cidade. Pelo simples fato de que, entre nós, fazer casa e fazer cidade nunca foram coisas de mulher”. Visto que, ao vivenciar esta cidade, - que se trata de um local não preparado e pensado para as mulheres, sendo ele na maioria das vezes hostil , há algo intrínseco em ser mulher e se caminhar na cidade, onde perpassar por vários empecilhos ao caminhar se transforma em algo frequente. O primeiro empecilho a ser citado aqui é o assédio que comumente vivenciado durante estes percursos, por conta disso, a mulher está condicionada a pensar de forma natural em como se proteger, maneiras de proteção são tomadas antes mesmo de sair – locais que pode ir, horários para chegar e como devem se vestir, qual melhor trajeto a ser seguido, acompanhadas do medo de estar ali, pelo simples fato de ser mulher. Como bem sintetiza a ONG Think Olga (2013), em sua campanha intitulada de “Chega de Fiu Fiu”, que teve objetivo em denunciar o assédio – palavra essa que era não-dita ou não compreendida com a frequência e contexto de hoje-, apontou que 81% das mulheres brasileiras já deixaram de sair na rua por medo de assédio. A desigualdade entre os gêneros se expressa em todos os âmbitos e espaços, sejam eles comerciais, residenciais, institucionais, privados ou públicos. Os próximos dados nos mostram e exemplificam de forma clara como essa desigualdade é dada no meio urbano. Como salienta Taciana Gouveia, que pontua que:

Falar das desigualdades não é apenas tratar do problema do ponto de vista do acesso desigual aos espaços e processos das cidades é, acima de tudo, reconhecer que as desigualdades entre mulheres e homens não atravessam a produção e reprodução das cidades, mas são, por princípio, elementos constituintes das mesmas. Esta é uma distinção importante, na medida em que se atuamos apenas no plano das desigualdades de enquanto acesso estaremos trabalhando os impactos da estrutura na vida das mulheres - o que é importante, mas não o suficiente - que ao assumirmos as desigualdades de gênero como estruturadoras e dinamizadoras das cidades estaremos enfrentando a questão do poder e consequentemente dos privilégios que os homens têm com a conservação desta estrutura (GOUVEIA, 2005, p. 1).

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Figura 1 - Resultado da pesquisa para a campanha “Chega de Fiu Fiu”

Disponível em: https://paranaportal.uol.com.br/geral/996-das-mulheres-ja-foram-assediadas/, 2017.

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