Edição: Doutora Beatriz Barreto Brasileiro Lanza Diagramação da capa: Doutor Eduardo Schereen
Copyright 2019 by Dircema Helena Franceschetto Krug. Todos os direitos desta edição são reservados à autora da obra. A sua reprodução e divulgação total ou parcial está autorizada, desde que citada a fonte. _____________________________________________________________________ K94p Krug, Dircema Helena Franceschetto Pesquisa em Educação Física. [recurso eletrônico] Dircema Helena Franceschetto Krug. Edição Beatriz Barreto Brasileiro Lanza, Curitiba, PR. 1. recurso online [110 p.]. Livro eletrônico. ISBN 978-85-923903-3-4 1. Educação Física 2. Metodologia de Ensino. 3. Pesquisa. ________________________________________________________________ CDD 370
Agradecimentos
Agradeço a todos que despertaram meu interesse para pesquisar, em especial ao Doutor Arno Krug, crítico fiel! Aos que ousaram experimentar e compartilhar comigo estudos e jornadas de pesquisa, meu mais profundo respeito! À Doutora Beatriz Barreto Brasileiro Lanza por ter compartilhado construção de pesquisas e tornar possível esta publicação. À Marise Bonin Krug pela leitura e sugestões.
Dedicatória Aos filhos Arno Krug Júnior e Marise; Felipe e Silvana; Victória e Alfredo. Aos netos Bruno e Diego, Helena, Alice e Eduardo, que me deixam entusiasmada para entender as diferenças entre eles e seus interesses. Obrigada por existirem e serem maravilhosos!
Pouco importa as quedas, o essencial é levantar, continuar a caminhar consciente de suas possibilidades! (G. de La Mothe)
Nunca faríamos nada se ficássemos à espera de o fazermos com tanta perfeição que ninguém descobrisse um erro! (Cardeal John Henny Newmann)
Se você pensa ou sonha que pode, comece! Ousadia tem genialidade, poder e mágica. Ouse fazer e o poder lhe será dado! (Goethe)
PREFÁCIO
Tratar de Pesquisa, Sociedade, Ciência exige que nos aprofundemos em várias áreas que darão suporte às nossas inquietações e indagações. O conhecimento não é de hoje, ele transcende desde que a humanidade existe. A apropriação do conhecimento e a sua transformação deve-se àqueles que não aceitaram todas “verdades” existentes, mas que as questionaram e partiram em busca de novas “verdades”. A vida do pesquisador é constantemente abalada por “terremotos” e torrentes de ideias as quais ele precisa selecionar e realmente optar pela grande questão. Não é um exercício fácil, mas extremamente necessário se quisermos esclarecer realmente o conhecimento existente e buscarmos novas alternativas para o nosso trabalho como professor em prol da evolução de nossos alunos e de suas aquisições. A busca de novas técnicas, novas metodologias, novos instrumentos, com certeza levarão o professor curioso, “o pesquisador”, a enfrentar com coragem os novos caminhos saindo de sua idiossincrasia e avançando com muita coragem e ainda mais persistência aos resultados que deseja obter com seus alunos. Não tenham medo de enfrentar o desconhecido, mas preparem diferentes estratégias para enfrentar essa jornada! A construção dos alicerces será a obra mais difícil de toda jornada! Nenhuma construção magnífica se sobrepõe à construção do saber pelo menos enquanto houver alguém como você para construir os alicerces! (de Maria Hélida Silva e Ana Karina Simm para Professora Dircema, 1995).
Dircema
APRESENTAÇÃO
Na primeira parte apresentamos, suscintamente, Sociedade e Ciência, Ciência e Conhecimento Científico desdobrando-se nas tarefas da ciência, diversos tipos de conhecimento, características de pesquisa e alguns conceitos de pesquisa básica e aplicada, bem como, métodos, natureza da pesquisa e alguns requisitos para um pesquisador. Na segunda, parte apresentamos a pesquisa, o processo de produção, a construção de um projeto de pesquisa, metodologia e relatório. Abordamos também aqui a cultura da pesquisa. Na terceira parte analisamos um pouco a pesquisa na Universidade e na formação profissional. Resultados de pesquisa da Escola Ativa/Escola Sadia (Quebec Canadá, 1995) são apresentados, e a seguir Perfis Profissionais em Educação Física de pesquisa da UNIFMU e uma análise que mostra a grande deficiência de leitura dos estudantes da área. Efetua-se uma proposição de disciplina de estudos na formação profissional, com atenção à Leitura, Escrita, Fala, Construção de resumos e dicas para um bom texto. Na Pesquisa em Educação Física analisamos um pouco a importância dessa na Formação Profissional e da necessidade de haver estímulo e envolvimento dos professores universitários, assim como nas possibilidades de pesquisa e sua relação com os tipos, segundo Thomas e Nelson (2002). Quanto às pesquisas mais efetuadas na área do ensino citamos as Descritivas com características: de opinião, motivação, estudo de caso e as técnicas mais utilizadas, questionários, entrevistas e escalas. Em atividades de pesquisa na Formação Profissional em Educação Física abordamos o valor da pesquisa para o futuro professor como construção de carreira, Código de Ética, Metas Internacionais, exemplo do Paradigma – Presságio – Processo – Produto, exemplos de pesquisa com acadêmicos em formação, o uso de “muletas” em aulas de Natação (1982). Planejamento, Competência Percebida, Análise de Estrutura de aulas de Educação Física, de Gestão do Tempo de Aula, Análise de Comportamento de Ensino, Retroalimentação, Análise do Ensino em aulas de Natação Curso de Formação em Educação Física (KRUG, 1996) e instrumentos para pesquisar.
Por fim, uma curta análise sobre Universidade e Formação Profissional, Professores Formadores, atitudes positivas dos mesmos e uma faísca sobre Educação Física Escolar. Esperamos com essas reflexões contribuir para uma melhor Formação Profissional em Educação Física e que os cursos destinem espaço não só para uma disciplina de Pesquisa em Educação Física, mas que sejam efetuadas muitas práticas de pesquisa nas diferentes realidades, pesquisas aplicadas com possíveis futuras intervenções.
SUMÁRIO 1 SOCIEDADE E CIÊNCIA .............................................................................................. 12 2 CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO............................................................... 14 2.1
TIPOS DE CONHECIMENTO ................................................................................. 14
2.2
CARACTERISTÍCAS DE PESQUISA ..................................................................... 15
2.2.1 Pesquisa Básica ........................................................................................................ 15 2.2.2 Pesquisa Aplicada .................................................................................................... 15 2.3
CONHECIMENTO CIENTÍFICO, EMPÍRICO, FACTUAL .................................... 15
2.4
MÉTODOS DE PESQUISA ..................................................................................... 15
2.4.1 Indutivo.................................................................................................................... 16 2.4.2 Dedutivo .................................................................................................................. 16 2.4.3 Hipotético Dedutivo ................................................................................................. 16 2.4.4 Dialético .................................................................................................................. 16 3 PESQUISA ..................................................................................................................... 17 3.1
A NATUREZA DA PESQUISA ............................................................................... 18
3.1.1 Sistemática ............................................................................................................... 18 3.1.2 Lógica ...................................................................................................................... 18 3.1.3 Empírica .................................................................................................................. 18 3.1.4 Redutiva ................................................................................................................... 18 3.1.5 Replicável (Reaplicada) ........................................................................................... 19 3.2
O PROCESSO DE PESQUISA ................................................................................. 19
3.2.1 Introdução ................................................................................................................ 19 3.2.2 Principais tópicos do Processo de Pesquisa ............................................................... 20 3.2.3 Modelo de Krug ...................................................................................................... 24 3.2.3.1
Modelo de Gentile (1972)...................................................................................... 25
3.2.4 Instrumento Krug (1982) .......................................................................................... 28 4 PESQUISA NA UNIVERSIDADE E FORMAÇÃO PROFISSIONAL ........................... 37 4.1
Pesquisa como Disciplina de Estudos ........................................................................ 37
4.1.1 Leitura, Escrita, Resumo, Fala .................................................................................. 38 4.2
PERFIS PROFISSIONAIS EM EDUCAÇÃO FÍSICA.............................................. 39
4.3
PESQUISA EM EDUCAÇÃO FÍSICA ..................................................................... 40
4.3.1 Pesquisa Analítica/Documental ................................................................................ 41 4.3.1.1
Histórica................................................................................................................ 41
4.3.1.2
Filosófica .............................................................................................................. 41
4.3.1.3
Bibliográfica ......................................................................................................... 42
4.3.1.4
Sintética ................................................................................................................ 42
4.3.2 Pesquisa Descritiva .................................................................................................. 42 4.3.2.1
Questionário .......................................................................................................... 43
4.3.2.2
Entrevista .............................................................................................................. 44
4.3.2.3
Survey Normativo ................................................................................................. 44
4.3.2.4
Estudo de Caso ...................................................................................................... 44
4.3.2.5
Análise de Trabalho .............................................................................................. 45
4.3.2.6
Análise Documental .............................................................................................. 45
4.3.2.7
Estudo Desenvolvimentista ................................................................................... 46
4.3.2.8
Estudos Correlacionais .......................................................................................... 46
4.3.2.9
Causal Comparativa ou Ex Post Facto ................................................................... 47
4.3.2.10 Experimental Verdadeira ....................................................................................... 47 4.3.3 Quasi Experimental .................................................................................................. 47 4.3.3.1
Variáveis ............................................................................................................... 49
4.3.4 Pesquisa Qualitativa ................................................................................................. 49 5 ATIVIDADE DE PESQUISA NA FORMAÇÃO INICIAL ............................................ 52 5.1
FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA ..................................... 53
5.1.1 O Valor da Pesquisa para o Futuro Profissional ........................................................ 53 5.2
CARREIRA PROFISSIONAL .................................................................................. 55
5.2.1 Planeje sua Carreira.................................................................................................. 55 5.2.2 Fases de uma Carreira .............................................................................................. 56 5.3
CÓDIGO DE ÉTICA ................................................................................................ 58
5.3.1 Código de Ética a Educação Física ........................................................................... 58 5.4
CARTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ................................................... 58
5.4.1 Áreas de atuação da Educação Física........................................................................ 59 5.4.2 Metas Internacionais ................................................................................................ 59 5.4.3 Escola Ativa/Escola Sadia (Quebec, 1995) ............................................................... 60 5.4.4 Questionário e Escala para Levantamento de Competência Percebida....................... 60 6 O PARADIGMA PRESSÁGIO – PROCESSO – PRODUTO ........................................ 64 6.1
FASES DO PARADIGMA ....................................................................................... 64
6.1.1 Presságio .................................................................................................................. 64 6.1.2 Processo ................................................................................................................... 65 6.1.3 Produto .................................................................................................................... 66 6.2
ENSINO ................................................................................................................... 67
6.2.1 Pesquisa Quasi-Experimental ................................................................................... 68 6.2.2 Instrumentação Científica ......................................................................................... 73 6.2.2.1
Instrumentos para Pesquisar em Educação Física................................................... 73
6.2.3 Análise de Ensino - Treinamento de Observadores ................................................... 80
7 UNIVERSIDADE E FORMAÇÃO PROFISSIONAL ..................................................... 82 7.1
PROFESSORES FORMADORES DE PROFESSORES ........................................... 85
7.2
ATITUDES POSITIVAS DO EDUCADOR ............................................................. 86
8 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR................................................................................... 88 9 FECHAMENTO ............................................................................................................. 95 10 BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS .............................................................................. 96 11 BIOGRAFIA DA AUTORA ..........................................................................................102 12 APÊNDICES .................................................................................................................104 12.1 APÊNDICE I - UTILIZAÇÃO DO MODELO GENTILE APLICADO EM UMA HABILIDADE ABERTA NO VOLEIBOL ........................................................................104 12.2 APÊNDICE II - ESTRUTURA DE AULA NA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL ..............................................................................................................108 12.3
APÊNDICE III - SISTEMA DE OBSERVAÇÃO DE GESTÃO DO TEMPO DE AULA 109
1
SOCIEDADE E CIÊNCIA O homem não vive só, ele precisa de outros e nessa vivência compartilhada ele submete
suas ideias e analisa a de outros mesmo que antagônicas. Ele deve crescer como um ser social ser avaliado, criticado e com isso buscar soluções que resolvam problemas pelo menos no momento. O homem atua sobre a natureza em função de suas necessidades e o faz para sobreviver enquanto espécie. Não se limita ao imediatismo das situações com que se depara, ultrapassa seus limites já que produz universalmente para além de sua sobrevivência pessoal e de sua prole, não se restringindo as necessidades que se revelam no aqui e agora. Todas essas ações de pensar, tomar decisões, implementar ideias, analisar modificações se caracterizam de forma essencialmente metódicas, assim, o conhecimento científico só pode ser entendido a partir da produção, das condições concretas que a condicionaram sem excluir qualquer análise avaliativa até mesmo de forma relativamente simplista na relação entre ciência, sociedade e conhecimento. Uma sociedade, um país, são tanto mais desenvolvidos quanto maior for o percentual de cidadãos que consomem ciência, desenvolvem ciência! Portanto, desenvolvimento e consumo de ciências são variáveis altamente associadas no geral e no particular. Tanto o individuo como um país não avançam sem ciência. A economia pode florescer durante bom tempo se o seu consumo de ciência for bastante estável, mas não se manterá em crescimento se não a produzir. Então, toda ação humana é intelectual, planejada a partir de um processo de tomada de decisões que ocorre a cada dia, a cada momento. É preciso desenvolver ideias para modificar a sobrevivência e buscar mecanismos para a sua elaboração. A crise do nosso tempo se apresenta como uma crise de percepção da sensibilidade e do empreendimento. O ser humano é submetido a obrigações e deveres exposto a uma dimensão de tempo acelerado. O estresse, irritação, violência, insônia, apatia, depressão, desemprego, falta de dinheiro então, inimigos invisíveis passam a fazer parte de nossa vida. Como então o professor pode reagir a isso?
12
Como encontrar força criativa dentro de si para melhorar sua qualidade de vida e a de seus alunos? O Universo se organiza em função da vida e é um fabuloso sistema vivente (hipótese Gaia). Somos parte da inteligência cósmica que gera vida e somos responsáveis por reestabelecer a energia vital por meio do movimento. Uma Educação Biocêntrica parte da Conceituação de Ecologia Profunda (CAPRA, 1986) e da Hipótese Gaia (LOVELOCK, 2000) e do Princípio Biocêntrico (TORO, 2002). Então, o desafio de nossa época é criar comunidades sustentáveis. Para tanto, necessitamos cada vez mais ativar a nossa cognição (TORO) que é o acoplamento estrutural com o ambiente vivo do Universo, planeta vivo (Hipótese GAIA). Um sistema autorregulável que se manifesta e evolui. É preciso educar para sentir prazer em se movimentar, resgatar sua vitalidade, afetividade, sexualidade, transcendência e criatividade! Kahlil Gibran dizia que a criação existe dentro de você e tudo o que existe em você também existe na criação. Então, não há fronteiras entre você e um objeto que esteja bem perto assim como não há distanciamento entre você e os objetos que estão muito longe. Todas as coisas, as maiores e as menores, as superiores e inferiores, estão à disposição de você, dentro de você uma vez que são inatas, um espírito que contém todas as leis da vida. Numa única gota de água encontramos o segredo do Oceano sem fim, uma única manifestação sua contém todas as formas de manifestação da própria vida. Então, a humanização da modernidade depende da busca de equilíbrio entre dominar e produzir tecnologia para que isso sirva de apoio ao homem que a partir do passado passe a construir novos caminhos. Então, a busca, o embasamento comum para abordagens operacionais devem permitir confiabilidade e transparência nos resultados com benefícios para a sociedade. O ser humano se constrói constantemente a partir de suas experiências e as transmite de geração a geração por meio da cultura e da educação. Ele deve, portanto, humanizar a natureza, deixar sua marca transformando-a ao mesmo tempo em que reconstrói toda a sua existência
13
interagindo com a natureza. Essa interação homem – natureza , se constitui num processo de produção da existência humana. 2
CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO Ciência é uma acumulação de conhecimentos, caracterizando-se pelo conhecimento
racional, sistemático, exato, verificável e por conseguinte falível. Para Ferrari (1982) é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais dirigido ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido a verificação. É a busca de construção de hipóteses férteis. A tarefa da ciência primeiramente é o aumento e melhoria do conhecimento, a descoberta de novos fatores ou fenômenos, o aproveitamento espiritual e material do conhecimento e o estabelecimento de certo tipo de controle sobre a natureza. O conhecimento científico é real, verificável, contingente, sistemático, aproximadamente exato. A ciência compreende dois aspectos fundamentais: o compreensível e o metodológico. O alvo da ciência é traçar ordem na natureza. Para esse fim procura discernir as características comuns de tipos e objetos e as leis gerais ou condições de eventos (WOLF, 1986). 2.1
TIPOS DE CONHECIMENTO POPULAR (Senso Comum) Valorativo
RELIGIOSO (Teológico) Valorativo
FILOSÓFICO (Experiência) Valorativo
CIENTÍFICO
Reflexivo
Inspiracional
Racional
Contingente
Assistemático
Sistemático
Sistemático
Sistemático
Verificável
Não Verificável
Não Verificável
Verificável
Falível
Infalível
Infalível
Falível
Inexato
Exato
Exato
Aproximadamente
Real (Factual)
Exato Ilustração 1 - Thomas e Nelson (2002)
14
2.2
CARACTERISTÍCAS DE PESQUISA
2.2.1 PESQUISA BÁSICA
É um tipo de pesquisa que pode ter aplicação direta limitada, ao menos em curto prazo. Pois trata com problemas teóricos, utilizando normalmente laboratórios e animais como sujeitos. O pesquisador tem um controle cuidadoso com as condições e os resultados produzidos. Busca ampliar o conhecimento científico e teórico sem a preocupação de levar para a prática (DEMO, 1996).
2.2.2 PESQUISA APLICADA
É um tipo de pesquisa que traz um valor direto para o pesquisador, pois é realizada para resolver problemas imediatos, também usados no chamado mundo real. Serão pesquisados seres humanos e o pesquisador tem um controle limitado sobre os mesmos, bem como o local da pesquisa. Os resultados serão de valores direto aos praticantes. Essa pesquisa tem validade ecológica, é básica e envolve o mundo real. 2.3
CONHECIMENTO CIENTÍFICO, EMPÍRICO, FACTUAL O conhecimento científico, empírico é factual e aborda o fato – observado empiricamente
e verificado; analítico – procura compreender uma situação global ou um fenômeno; geral – tem características comuns da pesquisa cientifica e seleciona alguns aspectos; sistemático – porque possui um sistema de referências que são modelos fundamentais; acumulativo – porque seleciona os aspectos mais significativos, ou seja, acumulação seletiva; falível – porque não é definitivo; verificável – no caso das ciências empíricas, testa hipóteses, teorias, é demonstrável nas formas; explicativo – busca descrever, explicar os dados; preditivo – efetua prognósticos; útil – porque envolve uma questão de valores (riqueza tecnológica). 2.4
MÉTODOS DE PESQUISA Um método não se inventa, ele dependerá do objeto da pesquisa, havendo no entanto
algumas exemplificações, definições. 15
2.4.1 INDUTIVO
Envolve operações mentais a partir de fatos da realidade para chegar a uma proposição de uma Lei para uma situação particular e generalizar. Sem indução, a ciência não seria outra coisa senão um repertório de observações sem alcance!
2.4.2 DEDUTIVO
A argumentação torna explícita verdades particulares contidas em verdades universais – Teorias. Parte dos princípios para consequências.
2.4.3 HIPOTÉTICO DEDUTIVO
Parte das hipóteses de teorias – Marco Referencial Teórico (MRT).
2.4.4 DIALÉTICO
É discursivo, parte de processos gerados por oposições. É PRECISO SAIR DE UMA POSTURA REPRODUTIVA E SURRADA PARA CONSTRUIR “NOVAS” REALIDADES A PARTIR DE OUTRAS CONHECIDAS E DESGASTADAS.
16
3
PESQUISA Pesquisa é ciência, é aprender a aprender diariamente, questionando tudo, e isso exige
persistência e conhecimento. É a busca de informações, de esclarecimentos, de soluções para qualquer tipo de fenômeno, de fatos, de acontecimentos. Ela se realiza pela observação, leitura e análise de documentos. Enquanto produção do conhecimento, a pesquisa cientifica deve assumir a responsabilidade pelo zelo ao rigor científico na busca da verdade. Precisamos produzir um corpo de conhecimentos relacionado ao campo da Educação Física. Então a pesquisa aplicada na busca da ampliação de conhecimentos e intervenção na realidade levanta problemas, teoriza práticas, pratica teorias, produz alternativas comprometendo-se com soluções. Pesquisar professores em suas aulas, assim como também seus alunos, em suas aprendizagens e resultados se constituem como fundamentais para evolução científica da área. Infelizmente pouco se tem produzido no âmbito da Educação Física escolar, e portanto, estão ausentes indicadores da prática de teorias, de teorização de práticas e de produção de alternativas para solucionar os problemas das aulas. Como requisitos para um pesquisador, podemos citar: 1. Segurança e confiança no que vai fazer; 2. Observar diretamente os fatos; 3. Fazer autocorreções; 4. Busca da certeza; 5. Ter perseverança e paciência; A COMPETÊNCIA CIENTÍFICA SÓ PODE CONSTRUIR-SE PELA PESQUISA QUE REDUNDE EM CAPACIDADE DE ELABORAÇÃO PRÓPRIA!
17
3.1
A NATUREZA DA PESQUISA O objeto é determinado como as coisas são comparadas para o como deveriam ser. Isso
implica em pesquisa cuidadosa e sistemática para resolver problemas que envolvem características (THOMAS e NELSON, 2002). Portanto, a pesquisa deve ser:
3.1.1 SISTEMÁTICA
Busca solucionar problemas sendo acompanhada por meio da identificação e classificação de variáveis. O desenho da pesquisa testa o relacionamento entre essas variáveis. Os dados são então coletados, quando relacionados com as variáveis, permitindo avaliação dos problemas e das hipóteses.
3.1.2 LÓGICA
Busca verificar os procedimentos usados no processo da pesquisa e que permitirão ao pesquisador avaliar e tirar conclusões.
3.1.3 EMPÍRICA
O pesquisador coleta dados para tomar decisões.
3.1.4 REDUTIVA
O pesquisador analisa eventos individuais (dados) e os usa para estabelecer relacionamentos gerais.
18
3.1.5 REPLICÁVEL (REAPLICADA)
O processo de pesquisa é gravado, escrito capacitando outros para testarem os seus resultados pela repetição da pesquisa ou construção de futuras pesquisas com os resultados anteriores. 3.2
O PROCESSO DE PESQUISA
3.2.1 INTRODUÇÃO
Para que se possa compreender melhor a elaboração de uma pesquisa, o fato de cursar a disciplina de Métodos de Pesquisa é um fator importante para o sucesso. Nos estudos vai aprender a levantar um problema a ser pesquisado, vai analisar a exequibilidade (recursos, tempo, metodologia), massa crítica (magnitude, abrangência, variáveis...), valor teórico (há falha na literatura sobre o problema)? Seu conhecimento no assunto como é? Está entusiasmado para tentar encontrar solução? Que habilidades precisará aprender para estuda-lo? A sua pesquisa contribuirá para o avanço na área? Outros se interessarão por ela? Por fim, o valor prático do problema que significa estimular o interesse de outros profissionais pelos resultados e para você continuar investigando, e os pesquisadores apreciarão os resultados? A revisão da literatura quando difícil ou inexistente, buscará pesquisar em torno do tema para analisar se o seu tópico encontra explicações plausíveis (Raciocínio Indutivo e/ou Dedutivo). É preciso rescrever a revisão com clareza, constando Introdução, Corpo (tema/subtemas), Resumo e Conclusões. Verificar também as expressões que devem ser usadas e os jargões a evitar. O pesquisador deverá observar os 10 mandamentos de uma boa escrita. Construir uma boa Metodologia observando as características da pesquisa (Método), tipo de pesquisa (Descritiva ou .... ), menos aqui significa mais, simples é melhor para que quando descobrir algo possa entender e interpretar o que significa atentar para a definição dos sujeitos e ter a certeza que serão protegidos/respeitados no seu estudo (termo de consentimento), definindo 19
como e porque foram selecionados tais sujeitos, quais as características especiais (tipos), a população e o número da amostra (Seleção randômica. Ex.: Corredores mais frequentes).
3.2.2 PRINCIPAIS TÓPICOS DO PROCESSO DE PESQUISA
Segundo Gratton e Jones (2004), citamos abaixo os principais tópicos: 1. Seleção do tópico 2. Revisão da literatura 3. Desenvolvimento conceitual, teórico e framework 4. Esclarecimento das questões de pesquisa/hipóteses 5. Estrutura da Pesquisa 6. Coleta de dados 7. Análise de Dados 8. Descrição das conclusões 9. Conclusões 10. Relatório e Revisão 1) A definição clara da Questão de Pesquisa e redação dos Objetivos Geral e Específico é o ponto crucial para iniciar o processo de pesquisa. Delimitar o tema, o problema, ir em busca de MRT (Marco Referencial Teórico), que tenham sido utilizados para pesquisar a Educação Física Escolar, tais como Modelo Gentile (1972), Teoria dos Sistemas Ecológicos (Bronfrenbrenner em Krebs), Paradigma – Presságio – Processo – Produto... (PIERON, 1988). 2) Revisão da Literatura – efetuar leitura crítica do tema verificando o seu conhecimento na área se quiser tornar-se um expert no assunto analisando pesquisas também adjacentes à sua questão. 3) A busca do Marco Referencial Teórico que dará suporte às suas buscas e análise dos dados da questão de pesquisa. 4) Esclarecimentos da questão de pesquisa que muitas vezes torna-se um processo circular e levanta questões sobre a Questão Foco, Problemas, variáveis intervenientes, possibilidade de execução da pesquisa: complexidade, recursos, acessibilidade, condições. 20
5) Plano de Pesquisa – para estruturar o plano precisa considerar duas questões: a) que dados necessita para responder à questão e b) qual é a melhor maneira (metodologia) para coletar os dados. A metodologia precisa ser definida, ou seja, o tipo de pesquisa (Designs) Experimental, Quasi Experimental, Cross-Seccional, Séries (antes, depois), Longitudinal, Estudo de Caso, Teórico (processo indutivo), Etnográfica. População e amostra: Tipologia da amostra 1) probabilística: ao acaso; sorteio aleatório; uso de tabela científica de estatística; sexo; grupos; área; bairro; rua; número de casa; 2) não probabilística: acidental (dia da coleta); intencional, ou seja, o grupo que se quer investigar; por cotas, pesquisa de mercado, eleitorais, escolha livre. A estratificação (idade, sexo...) pode ser ao acaso, amostra sistemática, cluster/bias quando é difícil obter as respostas de interesse do todo (questionário postal) e torna difícil generalizar os achados, não probabilística (Bola de Neve). Instrumentos: Questionários, entrevistas, observações, observação participante, análise de conteúdo, etnográfica. Essa escolha é fundamentalmente importante para o sucesso do projeto. Instrumentos, analisar a Objetividade (Isto é, se permitirá responder aos objetivos da pesquisa), Fidedignidade e Validade (Por especialista ou ... , Questionários, Roteiro de entrevista, Protocolo de observação, ...). O acesso a instrumentos já existentes precisa ser analisado ou então partir para a construção de instrumentos prevendo também a validação em uma pequena amostra antes de ser utilizado (Estudo Piloto). Qualquer escolha precisa respeitar o definido, sob pena de não conseguir validar os seus dados. Plano de Análise dos Dados deve estar claro e se procedimentos serão adotados e tipo de análise (Discurso) e ou qual Estatística que será utilizada. 6) Plano de Coleta de Dados – Cronograma Distribuir adequadamente as diferentes fases da pesquisa com possibilidade sempre de ampliação do período de coleta de dados, de análise dos dados e redação dos resultados 21
respeitando a data final de entrega do Relatório, da Dissertação, Tese, Resumo para Congresso... A coleta de dados deve ser bem detalhada com procedimentos claros e possíveis de serem efetuados. Um cronograma deve ser estruturado e respeitado ao máximo deixando possibilidades para ajustes de tempo (Questionários, envio e recebimento), Entrevistas (Cronograma). É inaceitável colocar a culpa post hoc para resultados inadequados e inaceitáveis por falhas metodológicas. Plano de Análise dos Dados deve estar claro que procedimentos serão adotados e Iipo de Análise (Ex.: Discurso) e ou qual Estatística será utilizada. 7) Análise dos Dados – Organizar muito bem, porque dados por si só não permitirão respostas à sua Questão (Problema) pesquisada então é extremamente importante que opte por excelentes processos de análise que permitirão a interpretação segura frente ao Marco Referencial Teórico. Processo não- estatístico ou processo estatístico deverão ser adequados aos dados do seu estudo. Se houver software adequado utilizar! 8) Descrição dos Resultados, Interpretação, Discussão e Conclusões Os resultados serão apresentados para cada objetivo específico e a discussão efetuada com base no conhecimento já existente. Um erro comum é simplificar essa fase. Nessa fase a busca de suporte na literatura e outros estudos é fundamental. E como sua pesquisa vai acrescentar à literatura sobre a área/tema Questão Problema, se os resultados não forem os esperados, aceitar e analisar as limitações do modelo, falhas na escolha de instrumentos, coleta de dados. 9) Conclusões As conclusões claras de cada um dos objetivos geral e específicos, e resultados analisados é de extrema importância para poder efetuar recomendações com clareza. Limitações serão objeto dessa etapa bem como alterações, ajustes que foram efetuados no decorrer da pesquisa. 10) Relatório e Resumo
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A estrutura deste dependerá muito da natureza da pesquisa, mas sempre deverá apresentar: Abstract (resumo) contendo introdução breve da literatura, problema, objetivos, metodologia, resultados, discussão e conclusões. Considerações, recomendações, referências ou bibliografia e apêndices. É muito importante ler juntos o capítulo introdutório da pesquisa e suas conclusões porque a introdução levantou a questão, definiu a Questão Problema e a conclusão a responde. O Estilo da linguagem para redação deve ser elegante, apresentando uma leitura clara e interessante, com termos técnicos utilizados adequadamente para que possam ser entendidos por qualquer leitor, não só por acadêmicos da área. Deve mostrar o entusiasmo do pesquisador pelo processo desenvolvido e resultados encontrados. Ao final de todo o processo, fazer uma análise de si no decorrer de toda a pesquisa e seu comprometimento com a evolução científica da sua área.
23
3.2.3 MODELO DE KRUG
Da Dissertação de Mestrado – Krug, 1982 INDICE I. INTRODUÇÃO 1. Assunto 2. Objetivos 2.1 Objetivos Gerais 2.2 Objetivos Específicos 3. Justificativa 4. Situação Problemática 5. Hipóteses 6. Definição de Termos II. REVISÃO DA LITERATURA 1. O Modelo Gentile 2. O Nado Crawl 3. Método Total de Aprendizagem 4. Uso da Prancha III.MATERIAL E MÉTODO 1. Métodos de Pesquisa 2. Delimitação e Descrição da Área de Estudo 3. Amostragem 4. Instrumentos e suas Características 4.1 De Coleta de Dados 4.1.1 Questionário para Especialistas 4.1.2 Questionário para Levantamento da População e Amostra 4.1.3 Ficha de Observação do Nível de Entrada e Saída do Nivelamento 4.2 De Mensuração 4.2.1 Teste de Análise da Forma da Braçada 4.2.2 Validade do Instrumento 4.3 Testagem dos Instrumentos 4.3.1 Fidedignidade 4.3.2 Objetividade 4.4 Plano de Coleta de Dados 4.4.1 Desenvolvimento da Pesquisa 4.4.2 Desenhos Experimentais 4.4.3 Condições de Prática 4.5 Plano de Análise dos Dados IV. REPERCURSÃO FINANCEIRA 1. Recursos Humanos 2. Recursos Materiais 3. Serviços Diversos 4. Imprevistos V.
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DA PESQUISA
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS VII. APÊNDICES
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3.2.3.1 Modelo de Gentile (1972)
O “Modelo Funcional” para aquisição de destrezas com aplicações para o ensino, Gentile (1972), apresentado a seguir, enfatiza que: “deve-se moldar os movimentos no ambiente, o qual ele vive”, Luria (1966), apud Gentile (1972), “estruturando as condições ambientais sob as quais a atividade é executada”, o professor é responsável pela “aparelhagem do meio ambiente”, isto é, de estabelecer aquelas condições de estímulos para as quais os movimentos do aprendiz precisam submeter-se (adaptar-se).
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A META Nadar 25 m Crawl SUB-CONJUNTO DE ESTÍMULOS REGULADORES – Situação Real - Uso da Prancha ATENÇÃO SELETIVA - Uso de Filmes - Verbalização OBTENÇÃO DA IDEIA DO MOVIMENTO
ação do Professor; - Instrução Verbal e Mista. PLANO MOTOR
EXECUÇÃO DA RESPOSTA - Execução do Gesto em si
Formulado pelo Professor Formulado pelo Aluno com orientação do Professor
RETROALIMENTACAO CP – Sobre o gesto; CR – Distância, 25 m e n° de braçadas para atingir a meta. PROCESSO DE DECISÃO - Análise da situação anterior objetivando a próxima resposta. PRÓXIMA RESPOSTA - 2 Sim – Repetir a resposta, torná-la consistente. - Outra situação, análisereformulação do plano motor. Ilustração 2 - Esquema adaptado por Canfield (1980), num enfoque da autora para a aprendizagem do Nado Crawl
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Singer (1977) diz que: “Evidencias de hoje sustentam a noção de que uma habilidade deve ser aprendida da forma como ela será desenvolvida” e diz ainda que deveríamos ter em mente que se as tarefas são praticadas de uma maneira diferente do desempenho correto, os aprendizes ainda terão que adquirir habilidades finais apropriadas, reajustes serão necessários e o processo de aprendizagem poderá ser mais demorado. Além disso, os desportistas podem se tornar demasiadamente dependente das modificações situacionais, inseridas como degraus de apoio para a aprendizagem, mas que se tornam muletas. Uma muleta e efetiva para remediações a curto prazo, mas se usada por tempo excessivo pode ser difícil se livrar dela. Daniel (1977) diz que meios que permitem a flutuação do corpo devem ser evitados, por serem considerados “muletas psicológicas”. Counsilmann (1980) em o “Uso da prancha para a aprendizagem do nado Crawl” diz, “este tipo de movimento permite que a força propulsora aplicada a água pelas mãos oscile indevidamente. A impulsão gerada por um braço é fartamente desperdiçada pelo tempo que o segundo braço demora a dar aa a sua puxada. Esta oscilação da força da como resultado uma oscilação na velocidade do nadador mecanicamente antieconômica. Ensinava-se (e ainda se ensina) este movimento com o nadador agarrado com uma mão na tábua de batimento, enquanto a outra completa a puxada e a recuperação; por sua vez, esta começa a trabalhar quando a outra firma na tabua. Mecânicas defeituosas de movimento como esta, são recomendadas a muitos nadadores principiantes hoje em dia. Baseado em sua pesquisa sobre um estudo da Uniformidade da Força Propulsora em duas formas do estilo Crawl concluiu que: O movimento de deslizamento ou recolhimento é inferior ao movimento mais contínuo, pelo menos no referente a velocidade e que a base de princípios mecânicos é provavelmente preferível ensinar um estilo de movimentos de Crawl mais continuo aos nadadores principiantes e aos de todos os níveis.
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3.2.4 INSTRUMENTO KRUG (1982)
Instrumento de Coleta de Dados Questionário de levantamento de opiniões quanto ao uso e não uso da prancha, onde se solicitou aos especialistas se usam a prancha, por que utilizam ou não, em que número de aulas a utilizam, se numa mesma sessão a prancha é usada e após, o nado é desenvolvido de forma contínua, se após o uso da mesma foi possível verificar alterações na mecânica do movimento dos braços possibilitando o aparecimento de uma braçada dupla, se após constatada esta irregularidade foi difícil levar o aluno a uma alternância do movimento de braços, quantas aulas teriam sido utilizadas para este fim, que autores o embasaram para que usasse a prancha como um meio auxiliar nesta etapa de aprendizagem e finalmente se teria interesse em uma pesquisa sobre o assunto. Questionário de levantamento da População Alvo, contendo critérios como: Idade, disponibilidade, experiência em Natação ou seja, se domina as situações apresentadas, totalmente, em parte, ou não domina nenhuma situação. A Ficha de Observação do nível de entrada e saída do nivelamento, a qual foi preenchida por dois observadores treinado. A mesma foi estruturada partindo-se das situações propostas por diversos autores, e foi empregada no estudo com o objetivo de adotar o posicionamento de Navarro (1978) sobre quais os pré-requisitos que seriam necessários para a aprendizagem do nado Crawl: Bird (1971) propõe: Entrada na água; Ambientação ao meio (Imersão do rosto e corpo); Flutuação; Domínio do corpo na água (Giros); Deslizamento. 28
Lopes (1972); Entrada na água e deslizamentos; Imersões: Flutuação ventral e dorsal; Entrada simples; Estruturações. Machado (1974): Adaptação; Flutuação (Imersão completa, flutuação ventral e dorsal); Respiração (Frontal e lateral); Noção de propulsão; Mergulho elementar. Navarro (1978): Entrada na água; Imersão; Flutuação; Respiração (Frontal e lateral); Propulsão (Deslizamentos). Catteau, Navarro (1978): Flutuação; Respiração; Propulsão. Retornando a Navarro (1978) o qual esclarece, que antes de iniciar a aprendizagem do estilo Crawl, é necessário ter superado a familiarização ao meio aquático, dominar a respiração com expiração em imersão e adotar uma correta posição de flutuação ventral.
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Portanto, após a análise das situações proposta pelos autores citados, optou-se por critérios tais como: 1. Entrada na água a. Pela escada b. Mergulho elementar 2. Adaptação ao meio – Expressão facial a. Contraída b. Relaxada 3. Imersão a. Do rosto; 10-12 segundos. Menaud e Zins (1973) b. Do corpo 4. Respiração a. Frontal; 10 segundos. American Red Cross b. Lateral 5. Flutuação a. Ventral; 3 m. Bird (1971) b. Dorsal c. Giros 6. Deslizamento a. Ventral; 3 m – Esteva (1977), American Red Cross b. Dorsal. 3 m – American Red Cross
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Ilustração 3 - Hanimex
Teste de Análise da Mecânica da Braçada do nado Crawl. Descrição Um circulo foi traçado tendo como ponto central o ponto médio da linha dos ombros ou eixo articular da escápula umeral de um nadador da fase 1. Neste círculo foram traçados duas perpendiculares entre si, tomando-se como ponto de intersecção o ponto médio da linha dos ombros. O círculo foi novamente subdividido, formando então 12 partes, cada uma delas com um ângulo de 30º. Cada parte compreendendo um ângulo de 30º recebeu a numeração de 1 a 12 no sentido anti-horário, sendo o número 1 o primeiro ângulo abaixo do eixo horizontal e a esquerda do eixo vertical. Selecionou-se um nadador com um padrão de movimento considerado bom. Esta seleção foi feita tomando-se a opinião de três especialistas que determinaram da equipe de alto nível da UFSM. Qual seria o nadador considerado com um bom padrão de movimento. Foi este nadador então, filmado. Usando para isso uma filmadora Super 8 mm com 18 q/s e 24 q/s. 31
Considerou-se como primeira fase da análise o quadro que mostra “Quando um braço inicia a puxada o outro inicia a recuperação por flexão elevando o cotovelo para cima” (citado em Krug 1983 (Counsilmann 1977, figura 4, p. 145), estabelecendo-se o início da puxada com o braço esquerdo e como referência para análise os cotovelos do nadador. Considerou-se como amplitude do ciclo de braços o número de situações obtidas até que a 1ª fase se repetisse. Esta amplitude ficou estabelecida em doze situações, as quais definiu-se a partir dos cotovelos, sendo seis situações quando o braço esquerdo está em recuperação ou seja dos ângulos 180º a 360º e seis quando o braço está na fase aquática ou seja de 0º a 180º. A cada uma das doze situações sobrepor-se o instrumento proposto. Observou-se então, em que partes do círculo encontravam-se, cotovelo esquerdo e direito do nadador. Se no teste o gesto coincidisse na linha divisória de dois ângulos, estabeleceu-se como critério o ângulo posterior, considerando o sentido anti-horário do movimento. Para cada nadador analisado procedeu-se da mesma maneira, ou seja, filmando-o, tomando-se o mesmo numero de situações e comparando-as às situações do nadador padrão, sendo considerado correto se o cotovelo esquerdo e direito deste nadador estivessem nas mesmas partes do círculo evidenciadas pelo nadador padrão.
Validade Este teste foi construído pela autora para o presente estudo e contatando que Bird (1971) também considerava a braçada como seguindo uma trajetória circular ou seja, completando 360° de uma barra rígida, dividindo-a: Propulsão de 0º aos 180º sendo que a tração dos 0º a0s 90º e a empurrada dos 90º aos 180º. Recuperação dos 180º aos 360º. O ponto ótimo de propulsão se dá nos 90º, isto é, onde se produz a propulsão mais efetiva. 32
Bird, assinala ainda que este é um dos motivos da diferença de percurso da braçada de ensinamento e a de competição. Na braçada de competição, na tomada de apoio, o braço já flexiona e faz o percurso nesta zona central de 90º a 110º. Diz ainda, que em ambas as braçadas, esta é a zona em que maior ênfase se deve por no controle de movimento de braços. Pois esta é a parte mais efetiva da propulsão. Segundo Czik (1960) a pegada começa debaixo da superfície e termina próxima dos 45º desde a superfície dos 45º aos 135º e a parte mais efetiva. Validade subjetiva O instrumento foi enviado a 15 especialistas em Natação obtendo-se a opinião de cinco, as quais são: Excelente forma de se avaliar o experimento. O teste é perfeitamente válido. O instrumento é de enorme validade para o estudo e para futuros estudos em outros estilos. O instrumento é de grande valia, tanto pela originalidade, quanto pela influência que pode vir a ter no ensino-aprendizagem do nado Crawl. Os instrumentos usados me parecem poder analisar a fundo os diversos momentos do nado Crawl.
Testagem dos Instrumentos Para testar a fidedignidade dos instrumentos foram realizadas duas filmagens nos dias 20.08 e 16.09 do nadador do grupo de alto nível da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), considerado por três especialistas em Natação como detentor de um padrão de
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movimento para o nado Crawl. Estas filmagens, foram analisadas entre si utilizando os instrumentos propostos o que possibilitou verificar a consistência dos mesmos. A mesma situação foi utilizada para filmar os participantes do estudo piloto, constituído de seis alunas do sexo feminino com idade de 18 a 25 anos, do curso de graduação em Educação Física do CEFD da UFSM. Adotou-se 4 tentativas para cada um dos participantes, sendo filmadas apenas a 2ª e 4ª tentativas, embora os testados pensassem estar sendo filmadas todas as suas tentativas. Utilizou-se uma filmadora marca CANON modelo 814 XL. Com 18 q/s e 24 q/s e filme Super 8 mm, adotando-se a situação de filmagem, mostrada na ilustração a seguir.
Controle de
Controle de
tentativas
numeração
Ilustração 4 - Situação de Filmagem
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Fidedignidade Foram analisados por meio do instrumento proposto para este estudo, duas situações de teste do nadador padrão, aplicando-se a correlação de Spearmann aos dados e obteve-se para o braço esquerdo = 0,993 e para o braço direito = 0,994, que segundo autores como Mathews (1980) indica uma acordo excelente entre as variáveis pois, para a Educação Física, raramente encontram-se um coeficiente mais alto que 0,89.
Objetividade Para se avaliar a objetividade construiu-se uma matriz de observação em doze categorias, a mesma foi submetida a três avaliadores que responderam aos quesitos positiva ou negativamente, conforme cada uma das doze situações apresentadas. As situações foram obtidas pela filmagem do nadador padrão e dos aprendizes do plano piloto. O objetivo era verificar se havia concordância entre os três avaliadores a respeito de cada nadador e se o instrumento possibilitaria detectar diferenças na forma da braçada, quando se comparar nadador padrão e aprendizes. Verificou-se que entre os avaliadores A, B, C, houve concordância de 100% em relação aos nadadores 2 e 3, concordância também de 100% entre avaliador A e C para todas as situações dos nadadores 1, 2, 3, havendo concordância de B com A e C com relações aos nadadores 2 e 3 e B discordou no nadador 1 em duas situações das doze analisadas. Havendo portanto, entre os três avaliadores A, B e C, e nadadores 1, 2 e 3, uma concordância de 83,33%.
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Resumo da Situação _________________________________________________________ Nivelamento. Observação. Ideia Movimento. Experimento1. Observação. Experimento2 5 Sessões
1
1
6
1
Sessões
6 Sessões
________________________________________________________
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PESQUISA NA UNIVERSIDADE E FORMAÇÃO PROFISSIONAL Bons docentes influenciam até o nível de economia de um país (Finlândia, Coréia do Sul,
Polônia) pois só pode ser educador quem teve notas muito acima da média no Ensino Médio (Língua Materna, Matemática e Ciências) avaliadas pelo PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). O Brasil aparece nos últimos lugares com um média de 5.0 enquanto que a nota mínima é 7.0, portanto, o nível de exigência pode ser considerado muito baixo. Pesquisas na Universidade de Stanford mostraram que professores qualificados melhoram a qualidade profissional e cultural das próximas gerações. No Brasil, FIES e PROUNI são contraditórios no que diz respeito a reserva de vagas (cotas). Não há investimento nos melhores estudantes. O Programa de Formação de Professores da Universidade de Harvard (escola que funciona) baseia-se na meritocracia, pois busca atrair os jovens melhores recém formados das engenharias a ciências biológicas e os leva a ensinar crianças em escolas públicas. Com isso, buscam elevar o nível de qualidade desde as séries iniciais e a valorização do professor. Um bom ensino depende da competência dos futuros professores para a docência. O estudante, então, retorna da instituição e recebe além da bolsa, diploma de mestrado e prestígio por ter dedicado tempo a uma atividade de alto valor para a sociedade. 4.1
PESQUISA COMO DISCIPLINA DE ESTUDOS Organização do dia e horário de estudo em ambiente específico com mesa, materiais para
leitura e para escrita. Análise de Anais de Pesquisa de Congressos, novidades de pesquisa na área. Elaboração de resumos básicos dos materiais estudados. A tarde, buscas na biblioteca física e digital e outros afazeres e a noite na Universidade. É importante ter na mesa de cabeceira um Caderno de Ideias. Muito importante também é desde o início do seu ingresso na Universidade projetar futuras especializações, mestrado, doutorado em áreas que despertaram o seu interesse. O canudo não é tudo, planejar uma carreira precisa um bom currículo.
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4.1.1 LEITURA, ESCRITA, RESUMO, FALA
A realização de leituras é ponto fundamental para a construção de um saber, ela pode ser compreensiva, interpretativa, crítica. A compreensiva é mais superficial, visando identificar o autor, a época, o contexto, o vocabulário e o assunto base. A interpretativa busca extrair o significado do tema, a(s) ideia(s) do(s) autor(es), argumentos, exemplos, organização de síntese (resumo com introdução, desenvolvimento e conclusões). A leitura crítica verifica a intencionalidade, relação com a realidade, coerência entre argumentos, proposições, ideologia, comparação com os escritos de outros e tomada de posição, a favor ou contra as argumentações. A escrita é uma radiografia do candidato, foi um método de avaliação muito utilizado por muitas empresas para traçar um perfil intelectual do candidato por algum tempo. Ela analisa a ordem das linhas e palavras, alinhamento das linhas, velocidade do movimento da escrita, continuidade, inclinação, dimensão e forma das letras e pressão sobre o papel. Mais no momento utiliza-se análise de vídeos de vídeos com a entrevista do candidato. Ao se estruturar resumos eles podem ser: indicativo ou descritivo. Esse tipo de resumo é construído com frases curtas que correspondam a elementos importantes do texto, fazendo referencias as partes mais importantes (forma e propósito). Informativo ou analítico é bem mais amplo que o indicativo, pois procura colocar todas as informações principais apresentadas no texto. Este tipo de resumo tem a finalidade de informar o conteúdo e as principais ideias do autor, salientando, objetivos, métodos, técnicas, resultados e conclusões (selecionar as ideias, parafrasear, ou seja, escrever com suas palavras, efetuar citações, palavras do autor entre aspas). Crítico é o tipo de resumo em que se formula julgamentos sobre o texto, devendo ser voltados aos aspectos metodológicos, de conteúdo e desenvolvimento das ideias principais. Não se fará citações. Esquemático esse tipo de resumo visa delimitar as unidades de leitura do texto, encontrar a ideia principal, transcreve-la em uma frase e sublinhar após uma segunda leitura (reflexiva) salientando, assim, só o que é realmente importante do assunto do texto. Subdividir o texto,
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construir esquemas, chaves, manter fidelidade ao texto e ordenar a estrutura do esquema de forma lógica. Escrever um texto seu é maturidade intelectual. Dicas para o resumo - Elaborar um esquema: título, autor, introdução, desenvolvimento, conclusões, referências. Introdução: o objetivo do texto... . A parte principal estruturação da síntese com redação que observe uma linguagem impessoal ou terceira pessoa no plural. Utilizar frases curtas e objetivas. Conclusões a redação precisa retornar ao objetivo inicial/principal desenvolvendo e estabelecendo relações entre os dados, concluindo afirmativamente sobre o assunto. Finalizar registrando qual será a utilidade deste texto para a sua formação como profissional de Educação Física. Por fim, redigir as Referências em ordem alfabética pelo sobrenome do autor, prenome, título da obra, local, editora, ano. Consultar para isto as normas da ABNT em vigência e se houver uma específica na sua Instituição. 4.2
PERFIS PROFISSIONAIS EM EDUCAÇÃO FÍSICA O perfil dos hábitos de leitura de estudantes de Educação Física da UNIFMU pesquisados
com 233 acadêmicos (76 do primeiro ano, 47 do segundo ano, 47 do terceiro e 63 do quarto), utilizando um questionário. Os autores analisaram a frequência, percentagem e média das respostas que mostrou um volume de leitura de 3.16 dias por semana. Destes, 57.1% leem jornais, 46.8% o caderno de anotações; 46.4% revistas não técnicas. No decorrer do ano, livros não técnicos e revistas não técnicas são os mais lidos, evidenciando, assim, um volume insuficiente de leitura adequada. A dificuldade de se expressar oralmente desde o primeiro ano indica falta de leitura e a necessidade de transcrever aumenta muito a dificuldade quando exige o raciocínio dos acadêmicos. Leem mais em época de provas e as fontes eram anotações ou fotocópias de anotações de colegas. Molina (1992) salienta que o ato de leitura é chave para aquisição do saber sistematizado. A capacidade de memorização e compreensão do texto aumenta quando há um objetivo para ler. A leitura é então uma forma reflexiva e fundamental para a construção do conhecimento. Luchesi (1996) o leitor pode assumir duas posturas frente a leitura (crítica e acrítica). O iniciante/iniciado recorrerá bastante ao processo de análise e síntese das palavras. Ler é compreender a mensagem, compreender-se na mensagem e compreender-se pela mensagem. 39
Análises de 70% da população brasileira (MEC/INEP 1987) mostraram que mal conseguem ler, decifrar mensagens e isto denota empobrecimento da linguagem. A pesquisa mostrou também uma insatisfação generalizada dos professores universitários sobre o nível de leitura dos acadêmicos. Portanto, não basta a um acadêmico em formação assistir as aulas é preciso ler e ler muito. O ato de ler é fundamental para tirar a população do estado de barbárie e incultura (PERROTTI, 1990). Então, relacionar informações relevantes e atualmente efetuar buscas digitais (Internet e outros).
4.3
PESQUISA EM EDUCAÇÃO FÍSICA Pesquisa é a aplicação da inteligência humana de maneira sistemática à solução de um
problema cuja resposta não é imediatamente conhecida (HERT apud FERRARI, 1982 p. 76). A formação de um profissional reflexivo (SCHÖN, 2000) vem sendo alvo de muitas pesquisas no campo educacional, considerando-se que o princípio de excelência (PERRENOUD, 2000) deve reger a seleção de novos profissionais a serem inscritos no mercado de trabalho. O objeto de estudo da Educação Física não se esgota na compreensão do homem em movimento em todas as manifestações corporais e de suas possibilidades de agir intencionalmente (PICCOLO, 1995). Portanto, a atividade principal de um professor na Universidade é criar condições, estímulos, para que os acadêmicos encontrem motivos para se envolver em estudos de cunho científico. Para Bernardes (2000) o termo atividade principal na organização pedagógica significa ação principal do professor na organização do ensino. O professor universitário deveria, em sua disciplina, colocar atenção nas possibilidades de pesquisa seguindo algumas indicações de Thomas e Nelson relativas aos tipos de pesquisa: ANALÍTICA/DOCUMENTAL (Histórica, Filosófica, Revisões/Bibliográfica e Sintética), DESCRITIVA (Questionário, Entrevista, Survey Normativo, Estudo de Caso, Análise de Trabalho, Análise Documental, Estudo de Desenvolvimento, Estudos Correlacionais, Causal Comparativo ou Ex Post Facto, Experimental Verdadeira), QUASI EXPERIMENTAL e QUALITATIVA (Ação e Etnográfica). 40
4.3.1 PESQUISA ANALÍTICA/DOCUMENTAL
Como o nome diz, a pesquisa analítica implica em profundo estudo e avaliação das informações disponíveis na tentativa de explicar fenômenos complexos.
4.3.1.1 Histórica
Para reconstruir objetivamente e acuradamente o passado, muitas vezes em relação para a manutenção de uma hipótese; Obviamente, a pesquisa histórica envolve eventos já ocorridos. Ela foca em eventos, organizações, instituições e pessoas. Em determinados estudos o pesquisador está mais interessado em preservar a memória dos eventos e acontecimentos. Em outras investigações o escritor atem-se a descobrir fatos que proporcionaram maior entendimento dos fatos passados para que possa o presente ser melhor explicado. Alguns historiadores tentam utilizar as informações do passado para prever o futuro. Exemplo: Um estudo que reconstrói a prática da história das atividades físicas realizadas pelos clubes desportivos de origem de colonização alemã nos estados do sul do Brasil ou das academias de ginástica.
4.3.1.2 Filosófica
Questionamentos críticos caracterizam a pesquisa filosófica. O pesquisador estabelece hipóteses, examina e analisa fatos existentes e sintetiza as evidências em um modelo teórico. Diversas das mais importantes áreas utilizam o método filosófico. Problemas com objetivos, métodos, currículos, conteúdos, exigências e metodologias são apenas alguns dos que podem ser solucionados com o método filosófico. Entretanto, alguns autores enfatizam a diferença entre ciência e filosofia, sendo que o método filosófico segue essencialmente os mesmos métodos de qualquer outro método científico. A aproximação filosófica utiliza bases científicas para formular e testar hipóteses. 41
4.3.1.3 Bibliográfica
Uma revisão é uma avaliação crítica de uma pesquisa num tópico específico. O autor precisa estar muito ciente da leitura disponível bem como dos procedimentos de pesquisa. A revisão envolve análise, avaliação e integração da leitura publicada, normalmente levando a importantes conclusões pertinentes a descoberta da pesquisa. Levanta de forma extensiva o acervo existente, buscando argumentações pró e contra.
4.3.1.4 Sintética
Revisões de literatura são difíceis de escrever porque requerem um grande número de estudos a serem sintetizados para determinar pontos encontrados em comum, concordâncias ou discordâncias. Para alguns essa prática é tentar que as informações coletadas em um grande número de assuntos, tenha sentido em uma primeira análise. Glass (1976) e Glass, McGaw & Smith (1981) propuseram um método quantitativo para analisar as descobertas de inúmeros estudos, chamada de meta análise. Descobertas são comparadas por meio da mudança de resultados sem o estudo em uma medida métrica chamada tamanho do efeito. Através dos anos a meta análise foi reportada na literatura da atividade física.
4.3.2 PESQUISA DESCRITIVA
A pesquisa descritiva é concebida com status de pesquisa científica. Ela descreve as características das diferentes propriedades ou relações existentes em uma comunidade, grupo ou realidade. Observa, registra, analisa, interpreta os fenômenos. Dos diversos métodos de pesquisa descritiva o mais relevante é o questionário. Outras formas incluem entrevistas, estudos de opinião com ou sem escalas, estudos de caso, análise de trabalhos, análise de documentos, estudos de desenvolvimento e correlacionais. Serve para descrever sistematicamente uma situação ou área de interesse factualmente e acuradamente. Exemplo: Estudo de quantas pessoas praticam ginástica em academias ou diferentes esportes em clubes, pesquisa de opinião a respeito da atividade física, estudo sócio econômicos 42
das populações atendidas em diversos locais de atividade física (idosos, etc), estudos de análises de tarefa, estudos com aplicações de questionários e entrevistas, estudos observacionais, descrições de trabalhos, pesquisas bibliográficas, análise de documentários, anotações anedóticas, reportagens de incidentes críticos, análise de resultados de testes, e dados normativos. A pesquisa exploratório/descritiva busca descobrir hipóteses casuais podendo levar à formulação de Leis e Princípios. Estuda as características, propriedades ou relações existentes na comunidade, grupos ou realidade pesquisada. Descreve, analisa, interpreta os fenômenos. Pesquisa de opinião – analisa atitudes, pontos de vista, preferencias para tomar futuras decisões. Pesquisa de motivação – quais os motivos que levam a pessoa a... gostar, praticar, ... Estudo de caso – descreve o caso, uma família, um grupo, comunidade para indagar em profundidade. Não garante que a comunidade escolhida seja representativa do universo. Limitações para generalização! Exploratório descritivos – para Marconi e Lakatos (1999) esse tipo de estudo manipula a variável experimental (independente – exemplo: estratégias de ensino) que causam (dependente) e feito na cognição, autoestima, ansiedade, opinião, motivo. Estuda-se o fenômeno no seu ambiente natural. Esse tipo de estudo visa demonstrar a viabilidade de determinada técnica, programas práticos. Os procedimentos variam, técnicas de observação podem ser desenvolvidas durante a realização da pesquisa. Técnicas: sistemática – estruturada, controlada testa hipóteses e assistemática que descrevem o que vê. Estudos observacionais podem ser diretos ou indiretos.
4.3.2.1 Questionário
A principal justificativa para a utilização de um questionário é a necessidade de se obterem respostas de uma determinada área geográfica. O questionário normalmente leva a
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informações sobre as práticas atuais, condições e informações demográficas, opiniões ou conhecimento geral.
4.3.2.2 Entrevista
A entrevista e o questionário utilizam na sua essência a mesma técnica, bem como o seu planejamento e procedimento. Obviamente, a entrevista tem certas vantagens sobre o questionário. O pesquisador pode intensificar perguntas e adicionar outras para que as respostas sejam mais claras e os resultados mais seguros. Tornar-se um entrevistador requer treinamento e experiência. A entrevista por telefone muito utilizada, principalmente por seu baixo custo, maior área de abrangência, permitia mas desinibição, atualmente existem novas tecnologias de informação e comunicação.
4.3.2.3 Survey Normativo
Tem havido um número bastante considerável de survey normativos na área de atividade física e saúde. Este normalmente procura juntar performance ou conhecimento numa grande fatia da população e publicar seus resultados em forma de normas ou comparativos.
4.3.2.4 Estudo de Caso
O estudo de caso é utilizado para fornecer informações detalhadas de um indivíduo (ou instituição, comunidade). Objetiva determinar características únicas sobre o aspecto ou condição. Esta técnica de pesquisa descritiva é largamente utilizada em campos como a medicina, psicologia e sociologia. O estudo de caso é também utilizado em pesquisa qualitativa. Pode ser usado para estudar intensivamente o passado (Background), status corrente, e interações ambientais de uma dada unidade social: um indivíduo, grupo, instituição ou comunidade.
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Exemplo: O estudo da história de uma criança com problemas motores (abaixo dos padrões de referências normais); estudo intensivo de uso de drogas com adolescentes; características das crianças que participam em escolinhas de futebol.
4.3.2.5 Análise de Trabalho
O objetivo da análise de trabalho é o de descrever em detalhes os diversos procedimentos, responsabilidades, vantagens e desvantagens de um trabalho em particular. Utilizada principalmente em treinamento vocacional e aconselhamento. Esse tipo de análise requer tempo, atenção aos detalhes e diversas técnicas de conciliação de dados. Não tem sido usado em estudos de atividades física, embora alguns estudiosos exploraram tarefas de diretores de esportes e professores de Educação Física.
4.3.2.6 Análise Documental
Em determinados aspectos a análise documental pode ser classificada após a pesquisa analítica por ser utilizada em revisões de literatura, estudos históricos e outras áreas. Contudo, a forma de análise documental inclusa na pesquisa descritiva é dirigida a estabelecer o status de determinadas práticas, áreas de interesses, prevalências de determinados erros e contagem de tempo. A pesquisa documental histórica visa reunir, classificar e com ela se desenvolve a ciência da informática. É um caminho para a racionalização do trabalho intelectual. Jornais, revista, crônicas documentais, arquivos, filmes, fatos, microfichas, gravações. Considerar na classificação os documentos de primeira mão e segunda mão, exemplo: arquivo histórico de ... A pesquisa bibliográfica (heurística) explica o problema a partir de referencias. Não pode ser confundida com a documental, pois visa somente conhecer as contribuições científicas que existem sobre determinado assunto. As vezes serve para investigar hipóteses levantadas por outros estudiosos. Um bom roteiro para esse tipo de pesquisa é: TEMA: 1) circunscrever identificando claramente; 2) buscar textos, pesquisas sobre o tema; 3) selecionar frente ao seu objetivo; 4) consulta a outros experts; 5) uso de dicionário quando necessitar esclarecer bem o significado; 6) fichamento; 7) redação. 45
4.3.2.7 Estudo Desenvolvimentista
Nesse tipo de estudo, o investigador esta normalmente preocupado com a interação e a aprendizagem ou performance com a maturação. Pode ser tomada como base pelo chamado método longitudinal, onde o mesmo assunto é estudado ao longo do tempo. Problemas logísticos são associados com estudos longitudinais, sendo uma alternativa a seleção de amostras de assuntos de diferentes faixas etárias para avaliar os efeitos da maturação. Isso é chamado de aproximação com cruzamento setorial. E, também, para investigar padrões e sequências de crescimento e ou mudanças com uma função do tempo; Exemplo: Estudo longitudinal do crescimento seguido de uma amostra de 200 crianças desde 6 meses de idade até a puberdade; Estudo do crescimento transversal na mudança de PFM, colocando em 8 níveis de idade diferentes; Tendências de estudos de projeção do crescimento futuro e necessidades educacionais de uma comunidade desde tendências passadas e estimações novas.
4.3.2.8 Estudos Correlacionais
O propósito dos estudos correlacionais é o de examinar as variações entre certos tipos de performances. Algumas vezes essa correlação é empregada para prever a performance. Estudo correlacional é descritivo nas etapas em que não se pode prever uma relação entre causa e efeito. Tudo que pode ser estabelecido é que existe uma associação entre duas ou mais faixas de performance. Para investigar a extensão para qual variação em um fator corresponde com variação em um ou outros fatores baseados em coeficientes de correlações; Exemplo: investigar os relacionamentos entre escores da cortada no Voleibol em dois momentos. Estudos de fatos analíticos de testes de PFM ou habilidades esportivas; estudo para predizer sucesso no esporte baseado em padrões correlacionais entre os níveis de entrada e variáveis da escola.
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4.3.2.9 Causal Comparativa ou Ex Post Facto
Esse tipo de pesquisa serve para investigar possíveis relações de causa e efeito pela observação algumas consequências existentes e investigadas anteriormente por meio dos dados para fatores causais plausíveis; Para identificar fatores relatados após a saída de um determinado professor de uma escola; para investigar similaridades ou diferenças entre o desempenho de consumo de O2 de fumantes e não fumantes, pessoas ativas ou não, usando dados já arquivados.
4.3.2.10 Experimental Verdadeira
A pesquisa experimental “verdadeira” serve para investigar possíveis relações de causa e efeito por expor um ou mais grupos experimentais para uma ou mais condições de tratamento. Compara os resultados de um ou mais grupos controles que não recebem o tratamento (sorteio aleatório é essencial). Exemplo: investigar a efetividade de três métodos de ensino (Global, Misto e Analítico) no ensino de habilidades esportivas em crianças de 12 anos de idade, utilizando o sorteio aleatório das crianças para os grupos e métodos. Investigar uma medicação para meninos identificados como hiperativos no comportamento de aprendizagem, utilizando sorteios aleatórios para os grupos receberem três tipos diferentes de medicação e dois grupo controle com e um sem placebo, respectivamente.
4.3.3 QUASI EXPERIMENTAL
A pesquisa experimental é normalmente vista como a mais científica de todas, devido ao pesquisador poder manipular tratamentos que influenciam na obtenção de resultados. Isto contrasta com outros tipos de pesquisas em que os fenômenos e informações do passado já foram observados e analisados. Na pesquisa experimental, o pesquisador controla todas as variáveis exceto a experimental. Se as variáveis intervenientes ao processo podem ser 47
controladas então o pesquisador pode presumir que as mudanças em determinadas variáveis são determinadas por variáveis independentes. Na quasi experimental o pesquisador busca aproximar das condições de um experimento verdadeiro, assegurando-se de tudo que não permite controle e/ou manipulação de todas as variáveis relevantes. Ele precisa entender claramente que compromisso existe na validade interna e externa de seu desenho e proceder dentro dessas limitações. Muitas pesquisas são chamadas de experimentais de campo, pesquisa operacional e sempre com as mais sofisticadas formas de pesquisa de ação contentativa para impor fatores causais em situações reais da vida quando somente um grupo de controle parcial é possível, isto é, uma investigação da efetividade de qualquer método ou condição de tratamento em que o sorteio aleatório dos sujeitos (Ss) para os métodos ou condições não é possível. Exemplo: investigar a influência dos PFM (Padrões Fundamentais de Movimento) na aprendizagem de uma habilidade especifica com crianças de 10, 11 e 12 anos de idade (KRUG, 1993). Estudos de campo se interessam por levantar, indagar determinada população, comunidade, sociedade, grupo suficientemente explicitado. Permite uma imagem mais real dos fatos que tendem a caracterizar o problema de estudo. São utilizadas observações controladas, formulários, entrevistas, testes, escalas. Pesquisas Quase Experimentais encontram limitações nas Ciências Humanas, Antropologia, Sociologia, Psicologia Social, Serviço Social... . Esse tipo de estudo precisa justificar o investigador na área de estudo; analisar sua familiaridade e estabelecer rapport (acordo de relação harmoniosa), atitudes endopáticas, esquemas etnocêntricos e egocêntricos; barreiras de linguagem e instrumento apropriado. Não há soluções estandartizadas é preciso criar o referencial metodológico. Um método não se inventa ou adapta ele dependerá do objeto da pesquisa! A pesquisa Quase Experimental efetua controles de relações causa e efeito, manipula ou não variáveis (ex: comportamento do professor para suscitar determinadas respostas nos alunos (KRUG, 1996). Os levantamentos são explicativos, avaliativos e interpretativos respeitando as condições ecológicas da situação.
48
4.3.3.1 Variáveis
Independentes (causam... afetam...) Dependentes (efeitos nos indivíduos...) De controle (idade, sexo, nível educacional, motivacional, status socioeconômico) Intervenientes (nível de aprendizagem, inteligência, percepção, motivação, traços, sentimentos, peculiaridades...) Continuas (ansiedade, canais de desenvolvimento... KRUG, 1996) Descontinuas (sexo, origem social. Mede-se e não se manipula) Estudos de pesquisa de natureza Quasi Experimental ainda são poucos, porém, os resultados tem apontado para uma percepção mais apurada do que acontece em aula quando se experimenta diferentes metodologias para ensinar: a) atuação do professor suscita o tipo de comportamento de aprendizagem dos alunos; b) a imagem da aula, o clima da classe e envolvimento dos alunos se diferencia segundo a metodologia adotada pelo professor; c) os resultados dos alunos aparecem associados com as diferentes metodologias utilizadas pelos professores.
4.3.4 PESQUISA QUALITATIVA
No estudo da atividade física, a pesquisa qualitativa pode ser considerada como a maior novidade. A mesma já foi utilizada por muitos anos em outros campos como a antropologia e sociologia. Os pesquisadores da área de Educação se engajaram em métodos qualitativos por mais tempo do que os pesquisadores de outras áreas. Diversos nomes foram dados a este tipo de pesquisa (Etnográficas, Naturalística, Interpretativa, Fenomenológica, Argumentativa e Observacional, etc). Algumas são apenas mudanças de nomes enquanto outras analisam aspectos e pontos de vistas diferentes. A pesquisa qualitativa é diferente de outros métodos de pesquisas. É um método sistemático, e segue o método científico de solução de problemas até um certo nível, desviando49
se em determinadas direções. Raramente estabelece hipóteses no começo do estudo. Procede num processo indutivo de desenvolvimento de hipóteses e teorias como conhecimentos não anteriores. Então, o pesquisador é o primeiro instrumento de coleta de dados e análises. As ferramentas são a observação, entrevistas e instrumentos elaborados pelo pesquisador . A pesquisa qualitativa (pesquisa ação e etnográfica) provem da Antropologia e Sociologia e a Educação tem se engajado a mais tempo neste tipo de pesquisa do que o campo da Educação Física. As denominações são as mais diversas: Etnográfica, Naturalista, Interpretativa, Fundamentada, Fenomenológica, Subjetiva, De Observação Participativa em que diversas abordagens ou enfoques diferentes são seguidos. Raramente são estabelecidas hipóteses e aparecem também com denominações de observação - registro – interpretação. Pesquisa Ação esse tipo de pesquisa busca desenvolver novas habilidades ou novas aproximações, para resolver problemas com aplicação direta em classe ou em outras situações aplicadas. Um programa treino em serviço visa auxiliar professores da esenvolver novas habilidades de ensino (KRUG, 1996) com discussão em classes facilitadas (micro classes); para desenvolver técnicas para aumentar o número de repetições em aulas de Educação Física. A pesquisa etnográfica é o tipo de pesquisa tradicional, em que os sociólogos e antropólogos se preocupam com a descrição da cultura de grupos e sociedades primitivas ou complexas; Em Educação é vista se voltando para as experiências e vivências dos indivíduos e grupos que participam e constroem o cotidiano escolar. Ela pode ou não envolver algum tipo de ação ou intervenção por parte do pesquisador ou do grupo pesquisado. Mas, isso só irá ocorrer em função do esquema flexível que o processo etnográfico assume do que de uma proposta intencional de intervenção. Os dados da pesquisa etnográfica são em grande quantidade, normalmente descritivos em um esquema aberto e artesanal, o que permite um transitar constante entre observação e analise, entre teoria e o empirismo. A pesquisa pode partir de questões bem claras e definidas ou de um esquema teórico incipiente que vai se construindo e estruturando sempre com o objetivo de enriquecer o trabalho e não como pretexto para justificar a falta de um caminho teórico definido.
50
Bom observador padrão não é o homem que vê e relata o que todos os observadores normais veem e relatam, mas o homem que vê em objetos situações familiares o que ninguém viu antes!
51
5
ATIVIDADE DE PESQUISA NA FORMAÇÃO INICIAL A atividade de pesquisa na formação inicial é uma organização de aprendizagem e ensino
significativos (AUSUBEL, 1978) e podem desencadear ações que levem a um novo estágio de desenvolvimento. Para isso, a ação dos docentes deve ter como meta os estudos e a prática dos acadêmicos, sendo a prática o ponto principal da Teoria do Conhecimento. É preciso que o futuro profissional compreenda a importância da produção do conhecimento e as ações mobilizadas precisam despertar neles um motivo para que assumam uma postura ativa e reflexiva, assim se tornarão sujeitos da sua própria aprendizagem, se os motivos forem compreensíveis poderão se tornar eficazes! Como essa é a primeira geração desde o início da história na qual a humanidade ousa acreditar na possibilidade de fazer com que todos os benefícios da civilização possam estar ao alcance de todos os homens
isto é uma dimensão ética. Então, é preciso ampliar as
competências em educação que é para Perrenoud (2000) uma maneira de levar a sério um problema antigo, o de transmitir conhecimentos para produzir conhecimentos. Para uma autossocioconstrução de saberes em uma trajetória coletiva com respeito às diferenças individuais é preciso rever as “sequências didáticas” para melhor atender os diferentes tipos de alunos, priorizando os objetivos e metodologias adequados e eliminar de vez o “laissez-faire”, as idiossincrasias dos professores. Como envolver então os alunos em suas aprendizagens? Contornando e eliminando obstáculos, reduzindo barreiras, envolvendo-os na administração de sua aprendizagem, educando-os para um trabalho de construção em equipe. Outro aspecto fundamental é criar o espirito de “pertencimento”, ou seja, o de participar das decisões da instituição, contribuir para sua melhoria comprometendo também sua família e a comunidade que a cerca (ecologia do Desenvolvimento Humano de Bronfenbrenner in Krebs (2001). Todos terão responsabilidade nas melhorias de suas comunidades, cumprindo seus deveres com ética eliminando a “malandragem”, o fazer de conta que está tudo bem! Também a nova formação diz respeito a aprendizagem de novas tecnologias para utilização como suporte, não como muletas. 52
5.1
FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA A formação profissional em Educação Física precisa ser melhorada, currículos analisados
para atender as necessidades das pessoas deste novo século. Uma diferenciação dos Currículos nas diferente Instituições formadoras atenderia melhor os interesses e motivos dos diferentes estudantes. Chega de Currículos inoperantes! Professores, precisam preparar seus estudantes para que sejam professores de escola com especialização nos diferentes níveis, recreadores, treinadores, instrutores em academias, lutas..., que sejam eles virtuosos que equilibrem Competência Técnica com Didático-Pedagógica e Científica. Profissionais que sejam capazes de sustentar suas ideias, lutar por elas, fazer a diferença. Isso, exige um comprometimento moral que significa valorizar o certo ao invés do fácil e agradável no momento. A pessoa virtuosa vive para servir ao bem e à verdade e não a si mesma e ao desejo de outros.
5.1.1 O VALOR DA PESQUISA PARA O FUTURO PROFISSIONAL
O bom professor, líder deve ter objetivos bem claros definidos, conquistar credibilidade com determinação e poder de persuasão estimulando outros a se tornarem seus próprios objetivos a exemplo de seu “mentor”. Para Cook Lane (2000) em Ensino-Aprendizagem em Medicina, o bom professor é aquele que vai muito além do seu dever (LANE, 2000). O profissional precisa atentar para hábitos científicos: a) Formular questões dirigidas e específicas; b) Rever literatura pertinente; c) Planejar estudos observacionais; d) Utilizar bons instrumentos; e) Observar com muita acurácia; f) Ser honesto com seus resultados; g) Ser tenaz que é o que o vai separar do pesquisador aventureiro; h) Ser crítico em relação as suas pesquisas e a de outros; 53
i) Trabalhar com grupos de pesquisa desde o início da sua formação. O conhecimento de pesquisador não pode ser objetivo e desinteressado, imparcial e distante do fenômeno estudado. Na pesquisa em Educação Física assim como na Didática, a Análise do Ensino tem sido foco de interesse acentuado em Instituições formadoras sérias. Isso porque entenderam como fundamental analisar a participação do professor e dos alunos em ambientes de ensino adequados, materiais e uso de fato da Análise do Tempo de Aula (ATA). Portanto, as características de participação tem sido relacionadas à Eficácia do Ensino e o comportamento do professor apenas suscitaria os comportamentos de aprendizagem dos alunos. A quantidade e qualidade da participação do aluno poderá ser correlacionada aos estudos de Gestão do Tempo de Aula. Para Bloom (1985), o empenhamento do aluno explicaria 20% da variação do rendimento escolar e isso pode servir como um indicador positivo. De Knopp (1986) encontrou 22% e Ferreira Neto (2003) verificou que o nível de atividade de crianças escolares explicou os ganhos de aprendizagem. O número de repetições na habilidade critério (atividade principal da aula), na tarefa dada pelo professor em Atividade Motora Específica tem sido visto como preditor do progresso dos alunos (PIERON e PIRON, 1981; SILVERMAN e ENNIS, 1996). O número de repetições na tarefa para Pieron (1981) é mais poderoso do que o tempo em que o aluno está ativo na aula. O argumento é que as escolas precisam ser construídas por cidadãos e educadores trabalhando juntos. Isto porque a maior parte de nossa vida passamos na escola e apenas um treinamento para ser professor não assegura uma carreira profissional bem sucedida. É preciso construir uma carreira! “Os treinamentos para ser professor” sofrem com excesso de familiaridade, ou seja, excesso de repetição de velhos dogmas e falta de inovações! Parré (1993) ressalta: Better Teaching in Physical Education. Think about it? Ser profissional é estar no controle de suas competências, é construir uma carreira sólida credível! 54
MAUS PROFESSORES NÃO NASCEM ASSIM ...SÃO (DE)FORMADOS NAS UNIVERSIDADES E CENTROS DE (DES)ENSINO! Parré e Barrete (1993), ressaltam: Can reflexive teachers emerge from physical education teaching programs wich not operate in a reflective manner themselves? 5.2
CARREIRA PROFISSIONAL Enfrente seu caminho com coragem. Não deixe que a crítica de outros lhe imponha
medo e sobretudo não se deixe paralisar pela própria crítica!
5.2.1 PLANEJE SUA CARREIRA
1) Analise o mercado; 2) Analise a si mesmo e as competências necessárias a construir; 3) Defina missão profissional; 4) Defina estágios e experiências; 5) Defina um Plano de Ação com metas e objetivos a curto, médio e longo prazos. Educação Física como Carreira precisa: Vocação – Capacidades – Habilidades – Competências Técnicas - (conteúdos) didático-pedagógicos (planejamento, metodologias de ensino e avaliação) e científica (curiosidade e persistência para buscar novas maneiras para... Competências em Observação de Movimentos, treino de competências para ensinar treino para observação e análise de seus alunos buscando conhecê-los. Estar em formação significa investimentos de grande porte em projetos criativos próprios, buscando a reconstrução da Identidade Pessoal e a construção de uma identidade profissional que não se dissociem. Educação Física é movimento, é promover a saúde por meio do movimento em todas as suas expressões, é estimular a melhoria das capacidades físicas, cognitivas, emocionais, sociais e morais enquanto se movimenta!
55
Um profissional que constrói sua carreira precisa utilizar os conhecimentos existentes sobre a essência do serviço que irá prestar para construir um conjunto de saberes a partir da análise do perfil profissional, carreira, das Teorias existentes e das práticas construtivas. Além das suas competências e de sua prática utilizará informações de pesquisas, observações de outros, propondo melhorias e inovações. Esse profissional acredita ser necessário continuar estudando como formação contínua. Existem dois tipos de pessoas diante de um mesmo caso complicado, complexo: uns definem a situação como possível mas muito difícil, outros como difícil mas perfeitamente possível! Em qual desses você se coloca? As pessoas que obtém sucesso sabem o que é ter sucesso ou como ele acontece? Quem se preocupa demais com o sucesso tem tempo para construí-lo? Então pense que em vez de correr atrás das borboletas plante uma flor e elas virão até você!
5.2.2 FASES DE UMA CARREIRA
Estudiosos mostraram, infelizmente, várias fases nem sempre promissoras: 1) Entrada no mundo do trabalho – O novato tem poucas habilidades docentes, busca sobreviver na profissão, poucas vezes busca apoio de colegas, busca se tornar competente no mercado de trabalho e apoio (1º ao 3º ano); 2) Estabilidade/Consolidação – analisa a sua competência de fato para o mercado de trabalho, busca pertencer a um grupo, escola, academia... . Alguns fazem avanços pedagógicos e mostram maior preocupação com os alunos, buscam respeito na área e alguns pesquisam seu ensino (4º ao 6º ano); 3) Diversificação – Alguns assumem ou não outras áreas, funções administrativo-pedagógicas, coordenações, departamentos, administração da escola... e passam a compreender dificuldades para além da sua área específica, aulas, alunos... (7º ao 15º ano). Os mais profissionais continuam investindo em cursos, Mestrado, Doutorado, aperfeiçoamentos, pesquisas...; 4) Questionamento – Buscam analisar seus sucessos e insucessos, desencantam-se, mudam de área ou poucos continuam aperfeiçoando-se, vão a Congressos, pesquisam, continuam buscando cursos, livros... (16º ao 25º ano)
56
As fases a seguir são relativas aos americanos, europeus que ficam nas Instituições até 65 anos ou mais! 5) Serenidade e Distanciamento – Alguns buscam transmitir suas experiências, escrevem, publicam, analisam a sua jornada profissional com maturidade e encantam-se com o que construíram.
Muitos
já
estão
na
fase
seguinte
(26º
ao
45º
ano);
6)
Conservadorismo/Lamentações. Muitos continuam e o fazem do seu jeito, na sua ótica, no seu feudo e pensam que ser “durão” é sucesso! Queixam-se muito dos alunos e de sua não evolução! Também não respeitam colegas mais jovens! 7) Desinvestimento – Aos 60/65 anos, a aposentadoria para alguns significa saborear a sua profissionalidade, seus sucessos, sua credibilidade na área. Outros passam a não ter mais interesse na área, desiludem-se da profissão, não percebem avanços na formação de novos profissionais. Outra classificação das fases: 1) Novatos – estagiários e 1º ano de docência, poucas habilidades pedagógicas, ainda pouco conhecimento e domínio dos conteúdos. Sentem-se incapacitados, ou são cautelosos. 2) Iniciantes – 2º e 3º anos - falta aceitar todas as responsabilidades que as funções requerem, precisam ampliar competências técnicas e pedagógicas, às vezes se mostram mais introspectivos. 3) Competência – 5º e 6º anos – adquirem mais competências pedagógicas e as utilizam mais, são mais dinâmicos, experimentam, são mais racionais, premeditados. 4) Proficiência – utilizam mais competências técnicas com pedagógicas, científicas e políticas na busca de bons resultados, são mais arrojados, intuitivos. 5) Especialista – sabe como fazer bem, torna-se proeminente, respeitado na área, participa de eventos, Congressos, apresenta trabalhos, atua em pós-graduação, é bastante emocional. 6) EXPERT – publica, pesquisa, é convidado para ministrar cursos, seminários, palestras. O novato é cauteloso, o iniciante avançado é introspectivo, o competente é racional, o proficiente é intuitivo e o especialista muitas vezes é emotivo!
57
5.3
CÓDIGO DE ÉTICA O Código de Ética deve nortear todas as ações profissionais e aparece desde 1794
(Thomas Percival) com o Medical Jurisprudence para clínicos e cirurgiões. Em 1803 – Medical Ethics – inclui as expressões: Ética Profissional e Ética Médica – estabelecendo regras de conduta (restritas) em que o praticante deve ser o guardião da integridade profissional. Em 1847 o Código de Ética da American Medical Association é estruturado com base no primeiro. No século XX Códigos de Ética tornaram-se dominantes nos Estados Unidos constituindo-se marcas registradas do profissionalismo em vários outros países no século XXI. Código é o pano de fundo, Ética é o ponto de referência levando-nos a entender que o ato moral exige uma decisão livre e consciente, assumida por convicção anterior e não por uma atitude exterior impessoal.
5.3.1 CÓDIGO DE ÉTICA A EDUCAÇÃO FÍSICA
Uma Educação Física comprometida com o desenvolvimento intelectual, cultural e de saúde do ser humano em cada comunidade deve ser exercida sem discriminação e/ou preconceito de qualquer natureza. A Educação Física no Brasil deve constituir-se invariavelmente em uma Educação Física de qualidade e como Categoria Profissional identificada como força de trabalho qualificada e registrada no Sistema CONFEF/CREF! 5.4
CARTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA A categoria dos Profissionais da Educação Física deve ser identificada como a força de
trabalho qualificada e registrada no sistema CONFEF/CREF, utilizar e investigar respectivamente, com fins educativos e científicos, as possíveis formas de expressão de atividade física. Para isto, os Profissionais de Educação Física deve possuir uma formação acadêmica sólida e permanentemente envolver-se em programas de aprimoramento técnico-científico e cultural. 58
5.4.1 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Escolas, Recreação, Treino Desportivo, Avaliação Física, Preparação Física – Orientação de Atividades Físicas, Gestão em Educação Física e Desportos. Um comunicado da ICHPHERD, 2003 salienta que: 1. A escola precisa desenvolver Cultura Física, 2. O número mínimo de 3 horas semanais não é respeitado na maioria das escolas, 3. O número de horas aumentadas na Educação Física mostrou resultados positivos em outras disciplinas, 4. As escolas com seu Staff de professores não tem organizado bons currículos e programas em Educação física, 5. Planejamento de aulas precisa ser retomado, 6. Cada dólar gasto em Educação Física poupa 3.2 dólares em doenças.
5.4.2 METAS INTERNACIONAIS
Fortalecer a Educação Física e o Desporto Escolar e Universitário; Conceder aos professores estatuto compatível com professores de outras disciplinas; Efetuar programas esportivos que reduzam a delinquência juvenil; Estabelecer 5 horas semanais de atividades em Educação Física, esportes com crianças de 6 a 12 anos; O descaso para com o futuro da profissão revela que Instituições “ditas” Formadoras, despejam centenas de futuros profissionais incompetentes no mercado de trabalho todos os anos.
59
5.4.3 ESCOLA ATIVA/ESCOLA SADIA (QUEBEC, 1995)
Definir controles, controlar transações, patrocínios, apadrinhamentos, pressões, manipulações de jovens desportistas; Controlar doping, comerciais, excesso de biociência no Esporte; Estruturar programas de cooperação internacionais; Efetuar avaliação séria nos cursos de formação de novos profissionais; Que profissional pretende ser? Medíocre – aquele que “só” fala, expõe conteúdos... Bom – aquele que explica os conteúdos com propriedade e aplica com os alunos... Superior – aquele que demonstra conhecimento experimentado, pesquisado, construído com base em teorias... Grande – aquele que além de competência reconhecida inspira os alunos a virem a ser melhores que eles!
5.4.4 QUESTIONÁRIO E ESCALA PARA LEVANTAMENTO DE COMPETÊNCIA PERCEBIDA
O instrumento Competência Profissional em Atividades Físicas para o século XXI teve como objetivo levantar indicadores de competência para formação de profissionais de Educação Física.
60
QUESTIONÁRIO DE COMPETÊNCIA PERCEBIDA I. DADOS GERAIS DE IDENTIFICAÇÃO: 1.1 Ano em que esta (série do curso):____________ 1.2 Sexo: ( ) ( ) feminino 1.3 Procedência/escola: ( ) pública
( ) particular
1.4 Pratica alguma atividade física: ( )sim ( )não 1.5 Que atividade(s) pratica:____________________________________________________ 1.6 Quantas vezes pratica por semana:__________ 1.7 Quantas horas pratica por dia: ______ 1.8 Hábitos de sono (horas que dorme):_________ 1.9 Número de refeições por dia: _______ 1.10 Preferencia alimentar: ( )carnes
( )massas
1.11 Ingere bebidas alcoólicas: ( )sim
( )não
1.12 Fuma: ( )sim
( )não
1.13 Usa algum anabólico: ( frequência:___________
( )frutas
( )verduras
( )às vezes
*Se sim, quantos cigarros por dia:__________________ )sim
(
)não
*Se sim, qual o tipo:__________________
II. DADOS RELATIVOS À ESTUDOS ACERCA DE PROFISSÃO DOS DOCUMENTOS RELATIVOS À CONHECIMENTOS BÁSICOS A SEREM TRABALHADOS NO DECORRER DA SUA FORMAÇÃO ASSINALE QUAIS OS QUE TOMOU CONTANDO NO SEU CURSO. 2.1 Código de Ética: ( ) Sim
( ) Não
Se sim, qual a sua opinião: ______________________________________________ 2.2 Carta Brasileira de Educação Física: ( ) Sim
( ) Não
Se sim, qual a sua opinião: ______________________________________________ 2.3 Documento de Intervenção Profissional: ( ) Sim
( ) Não
Se sim, qual a sua opinião: _____________________________________________ 2.4 De documentos estudados na graduação que abordam a formação profissional e salientam requisitos básicos de perfil, cite alguns e autores. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ 2.5 Caro respondente: Solicitamos que analise cada uma das alternativas e atribua valores 1, 2, 3, 4 ou 5 (sendo 1 o valor mínimo e 5 o máximo).
61
III. AUTOAVALIAÇÃO DE CAPACIDADES 1 – COGNITIVAS Capacidade de observação/Interpretação ( ) Capacidade para resolver problemas ( ) Capacidade de crítica e autocrítica ( ) Capacidade de análise e síntese ( ) Outras _________________________________ ( ) 2 – FÍSICAS Boa apresentação pessoal ( ) Coordenação Motora ( ) Agilidade e Flexibilidade ( ) Resistência orgânica ( ) Força ( ) Outras _________________________________________ ( ) 3 – MOTORAS Experiências anteriores em ativ. físico-motoras ( ) Praticar regularmente atividade física ( ) Demonstrar bem ( ) Gostar de atividades motoras ( ) Outras _______________________ ( ) 4 – PEDAGÓGICAS Conhece da realidade onde vai atuar ( ) Bons conhecimentos das fases e características de desenvolvimento das pessoas ( ) Bons conhecimentos nos conteúdos que vai ensinar ( ) Boas habilidades em didática, metodologia (estratégias e técnicas de ensino e avaliação) ( ) Boa linguagem técnica ( ) Outras __________________ ( ) 5 – SÓCIO/EMOCIONAIS Vocação ( ) Liderança ( ) Bom relacionamento ( ) Entusiasmo ( ) Autocontrole ( ) Outras _________________________ ( ) 6 – POLÍTICAS Expoente na área ( ) Participa ativamente de entidade da classe ( ) Valoriza sempre que pode a área ( ) Profissionalismo – ético ( ) Outras ___________________ ( )
62
IV – ESCALA DE COMPETÊNCIA PERCEBIDA Competências Profissionais
Competências Percebidas
01 – Ser capaz de estruturar e sequenciar os conteúdos de ensino e implementar as tarefas de aprendizagem em diferentes contextos (escola, fora da escola)
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
02 – Dominar conhecimentos sobre as indicações e contra indicações fisiológicas dos exercícios a prescrever.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
03 – Ser capaz de identificar os erros de execução dos praticantes e fornece-lhes as informações (ou retro alimentações necessárias à sua correção).
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
04 – Dominar conhecimentos sobre técnicas e modelos de ensino que facilitem o desenvolvimento de atitudes, valores e comportamentos sociais aceitáveis.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
05 – Dominar conhecimentos sobre o desenvolvimento motor humano, sendo capaz de apresenta-los de forma lógica, concisa.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
06 – Ser capaz de estabelecer e operacionalizar diferentes níveis e tipos de objetivos em programas de atividades físicas.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
07 – Ser capaz de despertar o gosto ou interesse dos indivíduos para a prática de atividade física.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
08 – Dominar conhecimentos sobre os conteúdos a ensinar em Educação Física, atletismo, ginástica, esportes coletivos, natação, lutas...
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
09 – Ser capaz de reajustar a sua atuação profissional em função dos elementos decorrentes de uma permanente atitude investigativa e de atualização.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
10 – Dominar conhecimentos sobre a programação, planificação e estruturação da Educação Física nos diferentes níveis de escolarização.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
11 – Ser capaz de racionalizar e gerir os recursos (pessoas, espaços, tempo, materiais) de modo a assegurar uma estrutura de funcionamento econômica.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
12 – Dominar conhecimentos sobre os efeitos das atividades físicas e/ou exercícios físicos, distinguindo os benéficos dos não benéficos.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
13 – Dominar conhecimentos sobre as indicações e contra indicações biomecânicas dos exercícios a prescrever, analisando qualidade de prescrições.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
14 – Ser capaz de criar clima favorável de aprendizagem tornando o ambiente de trabalho, entusiástico, estimulativo.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
15 – Dominar conhecimentos metodológicos específicos dos desportos individuais e coletivos em que pretende atuar.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
16 – Ser capaz de operacionalizar a aprendizagem dos conteúdos selecionando os objetivos mais adequados.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
17 – Dominar conhecimentos sobre os mecanismos e processos de aquisição de habilidades motoras.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
18 – Dominar conhecimentos sobre as necessidades, expectativas e interesses dos sujeitos para perspectivar a intervenção.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
19 – Ser capaz de estimular e reforçar a motivação para a prática de exercícios físicos numa determinada população para uma prática contínua.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
20 – Ser capaz de manifestar um espírito de auto crítica conducente a uma permanente avaliação da respectiva atuação técnico/pedagógica.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
21 – Dominar conhecimentos sobre técnicas de avaliação do processo de ensino aprendizagem em Educação Física.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
22 – Ser capaz de estruturar grupos de aprendizagem na implementação de programas de atividades físicas prescrevendo exercícios.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
23 – Dominar conhecimentos sobre os principais problemas e dificuldades encontradas pelos indivíduos nos contextos escolar e extra escolar.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
24 – Ser capaz de avaliar os resultados das atividades e tarefas desenvolvidas identificando as causas de sucesso e insucesso.
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
63
6
O PARADIGMA PRESSÁGIO – PROCESSO – PRODUTO Esse paradigma permite investigar de maneira expandida o profissional de ensino em
Educação Física se constituindo em poderoso referencial de pesquisa.
Ilustração 5 - Modelo de Estudo do Ensino (PIÈRON, M. 1988)
6.1
FASES DO PARADIGMA
6.1.1 PRESSÁGIO
Variáveis identificadoras de Perfis de professores, alunos, treinadores, atletas... . História de vida do professor. Conhecimentos e competências (conteúdo, esportes individuais, coletivos, danças, ginástica, lutas...; didático, pedagógico, planejamento, metodologias de ensino, avaliação (cognitivo, motora, emocional, social, moral) desenvolvimento motor, aprendizagem 64
motora, psicologia da infância e adolescência. Recolha e análise de Currículos, Programas, Planejamentos, ... Métodos
de
Pesquisas\Descritivas
–
Instrumentos:
questionários,
entrevistas,
documentos. Idade, sexo, formação, qualificações, formação contínua, tempo de atuação, local... ATLETAS – biografias, processo de seleção (testes de entrada – físico/motores, motivação, ..., locais, materiais...
6.1.2 PROCESSO
Variáveis identificadoras do processo de Ensino Treino, Estrutura de Aulas de Educação Física, Academia, Organização de Espaços e Materiais. A ilustração abaixo identifica uma estrutura para analisar a Gestão do Tempo de aula e Treino, pode ser um dos primeiros parâmetros a serem pesquisados -> -> Tempo de Instrução. Onde: TT – Tempo Total da aula é definido pela Instituição, TDP – Tempo Disponível para Prática, TP – Tempo de Prática e TPA – Tempo Potencial de Aprendizagem. Em geral, estudos têm mostrado um aproveitamento de 45-50 minutos do tempo de aula. TT
T T
T
TDP T TP T
T
TPA
T
Ilustração 6 - Gestão do Tempo de Aula
65
Ao observar gráficos dos estudos verificou-se que o Tempo Potencial de Aprendizagem (TPA) não ultrapassou 9.8% do Tempo Total (TT) e isso significa poucas chances de aprendizagem. A gestão do tempo de aula/treino pode ser pesquisada por meio de sistemas de observação indutivos (registros anedóticos, de diálogos, de incidentes críticos e observação participativa). Outra técnica também utilizada é a varredura (olhar da esquerda para a direita e retornar a observação novamente da esquerda para a direita até o final dos registros). Outros sistemas de observação utilizados são os dedutivos. Esses permitem analisar estrutura das aulas, teorias que definem as estruturas utilizando-se grelhas, fichas para registro das observações em categorias e subcategorias. Por exemplo: OBSERVAÇÃO DA ESTRUTURA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA – com indicadores retirados da didática Pesquisa de Franco (2002). Ver apêndice II. Pondelli (2002) pesquisando comportamentos de ensino e retroalimentação, constatou que treinadores de ginástica de equipe jovens emitiam um maior número de retroalimentação às melhores do grupo. O processo de observação de movimentos de criança, jovens em atividades de Educação Física, jogos, esportes requer conhecimento do quê se vai observar e treino para aprender como observar, seja em DIRETO ou em DIFERIDO (análise de vídeos).
6.1.3 PRODUTO
Variáveis identificadas nos efeitos a curto, médio e longo prazos no problema investigados. Resultados dos estudos de Chen e outros (2006) mostraram que o TEMPO MÍNIMO para a Escola Primária e outras séries não é cumprido nos países asiáticos e não asiáticos e também que em Hong Kong o TEMPO DE AULA ficou abaixo da média. Em ATIVIDADES (PRÁTICA) em 10 Escolas Primárias também o tempo foi considerado muito baixo. As crianças não estão sendo ativas o suficiente para assegurar melhores condições de saúde. Os autores sugerem o Aumento do Tempo de Aula e de Atividades (Prática). Análise dos dados 66
de Presságio, Processo e de dados de testes Pré e Pós, participações, sucessos obtidos, resultados expressivos, questões éticas/morais (professores/alunos), treinadores/atletas e correlações entre variáveis de Presságio – Processo – Produto. 6.2
ENSINO O Ensino é uma arte desenvolvida e refinada através da ciência. Embora, a Análise do
Ensino, tenha sido lenta no seu desenvolvimento, a observação sistemática foi um dos fatores de entusiasmo inicial. No Brasil da década de 70 o FAMOC de Faria Jr constituiu-se num dos primeiros sistemas, experimentados por mim e colegas. O sistema exigia a gravação das aulas para registro das falas do professor, as quais levávamos de 8 a 9 horas para transcrever e mais 4 horas para com o FAMOC analisar as categorias. Sistemas mais modernos testaram períodos de 20 minutos dos 50 minutos de aula, utilizando períodos equidistantes de 4 minutos (ex: 0 – 4; 10 – 14; 20 – 24; 30 – 34; 40 – 44) Sistemas de Observação de Ensino são ferramentas para estudar de forma dinâmica a relação entre pessoas. Eles fornecem uma linguagem única para isolar o fenômeno comportamental. Investigações Pedagógicas em Educação Física tem utilizado diversos Paradigmas e Modelos de análise da Educação para análise, porém, o mais utilizado tem sido DESCRIÇÃO ou DESCRIÇÃO – CORRELAÇÃO, DESCRIÇÃO-CORRELAÇÃOEXPERIMENTAÇÃO, PRESSÁGIO - PROCESSO - PRODUTO. DESCRIÇÃO – descreve o que vê após observar atentamente e compara com dados da literatura. DESCRIÇÃO – CORRELAÇÃO – busca explicar os resultados dos alunos correlacionando-os com as estratégias adotadas pelos professores. DESCRIÇÃO – CORRELAÇÃO – EXPERIMENTAÇÃO (ROSENSHINE e FURST, 1973)
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PRESSÁGIO – PROCESSO – PRODUTO (MITZEL, 1960) – foi adaptado para análise do processo de ensino em Educação Física por Pieron (1981– 1988), por Carreiro da Costa (1988), Krug & Krug (1983) e Krug (1996).
6.2.1 PESQUISA QUASI-EXPERIMENTAL
Em Educação Física o Paradigma é chamado de Pesquisa Quasi-Experimental requer conhecimento, compreensão, domínio e treinamento prévio na Teoria que vai adotar como base de suporte para seu estudo. Ex: O uso da prancha na mecânica do nado crawl em estudantes de Educação Física (KRUG, 1982); Ex: Spectrum de Estilos de Ensino de Mosston (KRUG, 1996). Na Pesquisa em Educação Física assim como na Didática a Análise do Ensino e Análise da Gestão do Tempo de Aula por meio do ATA de Carreiro da Costa (1988) tem oportunizado retratos mais fiéis das aulas de Educação Física. A Análise do Ensino não deve se constituir como um conteúdo que ensina diferentes técnicas ou uma Teoria das Práticas (de algumas IES) e sim uma oportunidade de evolução na profissão pela observação e análise dos comportamentos e da aula pelo próprio professor. Isto sim possibilita uma autoavaliação real da aula! O problema ainda ocorrente é que professores das IES formadoras não aceitam ter suas aulas gravadas em vídeo. Então, como farão essa formação de Análise do Ensino se eles mesmos não querem se analisar? Então observar e analisar a prática de ensino que ocorre em classe vai permitir retroalimentação para o professor, a partir daí ele mesmo pode melhorar, participar de reuniões de Docência no Ensino Superior em sua IES. A partir da aceitação de análise do seu ensino com certeza terá se tornado um melhor professor e um treinamento honesto dos estudantes de ensino. Com isso, a análise dos acadêmicos em diversas aulas do curso permitirá também treinálos para observar outros com instrumentos que contenham a análise e descrição da técnica a ser buscada em cada tarefa motora. 68
Uma observação de 5 minutos em cada tarefa em pares, permitirá aceitar e entender melhor as diferenças entre os estudantes e um treinamento para observar seus futuros alunos. A aceitação da observação e retroalimentação do colega/par é um caminho para a compreensão e aceitação de suas dificuldades naquela tarefa, naquele momento. O aluno em qualquer nível e em qualquer área precisa tornar-se competente no conteúdo para então aventurar-se nas diferentes técnicas de ensino, organização das experiências de aprendizagem, bom uso de espaços e materiais. Estudos com classes completas tem sido cada vez mais adotados e isso pode começar na Formação por ocasião dos Estágios em Escolas quando realmente forem tipo “residência”. Isto é, responsáveis pelo menos por um semestre naquela turma! O tempo de engajamento dos alunos nas tarefas da aula precisa ser ampliado, mas observando o número de tentativas de sucesso (ou não) que o aluno efetua, isso será contabilizado como Tempo Potencial de Aprendizagem (TPA) e parece ser o fator determinante (PIERON, 1983). As preocupações não são de hoje (CARREIRO DA COSTA, 1996) e as discussões dos pesquisadores apontam para a necessidade urgente de oportunizar condições favoráveis de aprendizagem por meio de um ensino assertivo, intencional, adequado a cada circunstância. Franco (2002) mostrou que o gerenciamento do Tempo de Aula dos Estagiários foi superior aos dos professores, e os professores apresentaram melhor estrutura das aulas. O percentual individual do estagiário foi melhor. No seu estudo o clima das aulas em geral foi enfadonho, apático, indiferente. Apenas um estagiário mostrou entusiasmo pela aula! Nove acadêmicos do Curso de Educação Física (UTPPR) em 2006 analisaram o Tempo de Aula de professores e constataram que 7 tinham 45 minutos de aula (TT). O Tempo disponível para a prática (TDP) ficou em média 39 minutos (35 – 43) havendo 2 com 20 e 25 minutos. O Tempo de Prática (TP) realmente utilizado foi de 42,22% (15 – 20) e o Tempo Potencial de Aprendizagem 22% (8 – 13). Outro estudo com Estagiários novatos mostrou TT de 50 minutos com Tempo Útil (TU) de 45 e 47 minutos, TDP entre 39 – 45, TP 19 – 43 e TPA de 10 – 11 minutos. Neste caso, o 69
TP e TPA poderiam ter sido maiores se os professores tivessem organizado 3 situações de cortada na rede com saque e levantamentos... Um estudo de 1998 com estagiária em Voleibol com 45 minutos em escola do Estado (RS) evidenciou explicações de ensino inicialmente, a organização a ser seguida e nomes dos alunos para formarem grupos. Um aquecimento foi seguido de alongamento, atividades com bola (todos passando pelo professor). Ele poderia ter dividido em 2 grupos e usar melhor o espaço disponível. No jogo, a equipe perdedora saia... por que adotar as regras do Esporte na Escola e não dar mais tempo às vezes para quem perde? O tempo de instrução em Educação Física não está sendo cumprido nos países asiáticos e não asiáticos (CHEN e outros, 2006) e em Hong Kong o Tempo de Aula ficou abaixo da média. O Tempo em Atividade Prática também foi considerado muito baixo. As crianças não estão sendo ativas o suficiente para assegurar melhores condições de saúde. Em artes mostraram bons resultados com o aumento do tempo das aulas. E aqui no Brasil, como está? O que “se sabe” é que em muitas escolas não há 3 aulas ou 2 semanais de Educação Física. Em muitas há só um dia! E o tempo de 50 minutos passou para 45 minutos, dos quais mais de 10 são perdidos entre buscar os alunos na sala, levar para o local da aula e retornar com os alunos levando-os ao banheiro, a tomar água. Isso tudo no horário que deveria ser da Educação Física. Quantos professores de Português, Matemática e outras disciplinas “cedem” esse tempo de suas aulas? “Esse” da Educação Física se presta a isto! Silverman e Ennis (1996) sustentam que o número, o tipo de execução das tarefas motoras e a qualidade das tentativas de prática devem ser medidas de forma mais acurada do que simplesmente observar-se e avaliar o tempo em que o aluno pratica a tarefa, ou seja, tempo de engajamento (ALT-PE) 80%. Pieron (1981) indicou que a participação no jogo não aumentou o nível das performances (gesto) e que os alunos altamente habilidosos fazem mais tentativas que os de baixa habilidade.
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Buck e Pellet (1995) afirmavam que a meta de todo o ensino deveria ser a melhoria das habilidades dos estudantes a cada dia, indicando diferenças de performance ao final de uma unidade de ensino aprendizagem. Ao final reuniu o grupo, comentou correções necessárias, elogiou o empenho, colocou definições para a próxima aula. A análise de outra aula (1998), esta filmada, permitiu observar mais detalhadamente o TDP, - Alunos buscam bolas em duplas (1 minuto e meio) TP 3 minutos manchete aluno 1; 3 minutos para aluno 2; 4 minutos para passes; 2 minutos para manchete e passe; 3 minutos para saques (5 acertos) em vários pontos da linha de fundo da quadra. Cortada com levantamento 3 a 3 (na rede). Pode ser percebido também retroalimentação prescritiva frequente pelo professor. Muitos estudiosos aconselharam que o pesquisador principiante preste atenção às atividades e atitudes de Mestres cientistas e pesquisadores do passado e do presente, pois com suas experiências deixaram diretrizes que merecem ser seguidas ou, pelo menos, tomadas como pontos de referências. O estudioso salienta que o pesquisador precisa: 1) Confiar no que vai fazer; 2) Observar e registrar cuidadosamente os fatos; 3) Procurar certezas; 4) Perseverar e ter paciência; 5) Efetuar auto-correções constantes. É preciso formar equipes tomando o exemplo de como os gansos partilhando, aprendendo uns com os outros. Então o ganso que está no ápice da formação quando se cansa passa para trás e outro assume sua posição. Os que estão atrás grasnam, incentivando o novo líder. A falta de cientificidade em Educação Física persiste em muitas práticas da Educação Física porque “profissionais” despreparados repetem o que “não aprenderam” deixando aos alunos a bola, “largando-a”; e sequer utilizando parte do conhecimento obtido na sua formação. O conhecimento científico do nosso objeto de estudo – o movimento humano em todas as suas expressões se faz a partir do desenvolvimento de pesquisas desde as “mais simples” do dia a dia até outras afins. Thomas e Nelson (2002) declararam que embora muitos profissionais reconheçam a necessidade de pesquisar, a maioria deles não lê resultados de pesquisas e alegam que não são 71
capazes de compreender a linguagem muito técnica, termos confusos ou desconhecidos. Isto pode ser consequência dos programas de Formação na Universidade, Centros de Ensino que não estão direcionando para o aspecto científico da área. Conhecer o cotidiano escolar, a história de vida do professor, a escola, as dependências para as aulas, os materiais necessários, os disponíveis, a legislação das aulas de Educação Física, isso não demanda muitos esforços! Pesquisa-ação significa contato direto e prolongado do pesquisador com a situação, ela precisa ser considerado no grupo selecionado, porém com intensidade de envolvimento prevista desde o plano de pesquisa que inicia com uma grande quantidade de dados descritivos que podem ser coletados para efetuar análises constantes entre a Teoria e o empírico. A utilização de diversas técnicas, observações, entrevistas, registros documentais, fatos, produções do grupo, permite uma descrição densa da realidade (FAZENDA, 1989), colocavam que pesquisas no cotidiano escolar podem ser identificadas como etnográficas ao utilizar-se observação participante entrevistas não estruturadas. Não confundir Pesquisa Etnográfica com Pesquisa-Ação, embora Etnográfica possa incluir algum tipo de entrevista! Não se constrói o novo sem conhecer o velho, o acabado, o definitivo. O porto seguro epistemológico não tem mais lugar numa comunidade científica (WACHOWICZ, 2000). Aprender a aprender, aprende a ser, reaprender a fazer melhor e humanizar a aprendizagem para os diferentes tipos de alunos, com diferentes capacidades e habilidades para diferentes tipos de movimentos! A variedade de movimentos humanos é infinita e as possibilidades precisam ser exploradas descobrindo novas maneiras de executar diferentes tarefas para uma mesma situação. Todos precisam ser encorajados a ser criativos, inovadores a produzir respostas criativas, serem originais. Esse processo para muitos é doloroso, frustrante, podendo desencadear muitas emoções. Porém respostas criativas sempre tem âncoras em operações cognitivas, sejam de
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memória ou descoberta. Memória-Criativa, Descoberta-Criativa talvez seja uma noção nova para muitos, portanto, criatividade é possível.
6.2.2 INSTRUMENTAÇÃO CIENTÍFICA
Uma adequada instrumentação científica no embasamento profissional é uma prática de cidadania porque é indispensável ser um técnico competente como é indispensável ser um cidadão atuante e organizado que leve para o bojo da cidadania essa instrumentação. Uma cidadania competente é o que interessa não só em termos de organização política mas fundamentalmente em termos técnicos. Uma das expectativas mais significativas que a seriedade depositada na Universidade é a formação como profissional científico e como cidadão de vanguarda. Essa cidadania não pode ser obtida à revelia de uma competente aprendizagem técnica e acadêmica experienciada em atividades de extensão verdadeiras buscando junto às comunidades uma construção científica da profissão! O que a Universidade tem feito em suas comunidades? Bairro? Cidade? Estado? Não é um PROJETO RONDON que trará esse conhecimento e levantará vertentes de necessidades dessas comunidades. Então, o modelo de Ecologia do Desenvolvimento Humano de Urie Bronfenbrenner, estudado por Krebs se torna uma excelente ferramenta para atividades de extensão verdadeiras. Em todos os processos investigativos é preciso utilizar instrumentos adequados e válidos para os objetivos que se pretende investigar.
6.2.2.1 Instrumentos para Pesquisar em Educação Física
Para construir é preciso iniciar com uma MATRIZ ANALÍTICA (ver exemplo Perfil Profissional Ideal de Professores de Ginástica em Academias) e não simplesmente listando questões que “acha” que irão trazer clareza ao estudo. Isto seria a primeira fase de uma pesquisa séria.
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Ilustração 8 - Modelo de Matriz Analítica/Perfil Profissional e Ideal de Professor de Ginástica em Academias (LEITE, 2005)
1 – Questionário O estudo denominado “Perfil Profissional Real e Ideal de Professores de Ginástica em Academias” (LEITE, 2005) tem como objetivo investigar o perfil “ideal” de professores de ginástica em academias na visão dos proprietários. Para tanto, contamos com vossa atenção e respostas ao nosso Instrumento de Pesquisa: 1- Qual o número total de professores de ginástica de sua academia? 2- Quantos de cada sexo? Feminino ( )
Masculino ( ) 74
3- Qual a faixa etária desses professores? De 20 a 25 ( )
26 a 30 ( ) 31 a 35 ( )
+ 35 ( )
4- O professor mais antigo e o novato, estão há quantos meses ministrando aulas? Novato ( )
Antigo ( )
5- Qual o nível de instrução dos Professores? Todos são formados em Educação Física? 6- Quantos efetuaram cursos específicos para atuarem em ginástica de academia? Quais os cursos? 7- Existem ou já existiram reclamações, por parte de alunos, de algum professor que ainda está na academia? E quais são suas reclamações? 8- Que medidas foram tomadas pela administração? 9- Existem exigências específicas para a contratação dos profissionais. Há preferência em relação a sexo e/ou idade? PERFIS PROFISSIONAIS EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR I – DADOS BÁSICOS DE IDENTIFICAÇÃO 1.1 Instituição 1.2 Professor(a)/treinador(a) __________________ Idade_____ Sexo M ( ) F ( ) 1.3 Tempo de atuação como professor treinador ____________________________ II – HABILITAÇÕES ACADÊMICAS: registrar o curso, ano de conclusão e instituição Nível
Área
Ano
Licenciatura Especialização Outra: Qual Treinador (a)/nível
75
Instituição
III – CURSOS DE ATUALIZAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO mais importantes na área, efetuados nos últimos cinco anos Nome
Ministrante
Ano
Local/Instituição
IV – OUTROS CARGOS E FUNÇÕES EXERCIDAS na área de Educação Física, esportes, lutas, danças, além de ser professor(a)/treinador(a) _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ V – NA INSTITUIÇÃO EM QUE ATUA O PLANEJAMENTO É EFETUADO: 5.1 ( ) anual/temporada 5.2 ( ) semestral/calendário de participações 5.3 ( ) bimestral e regentes pré-competição e pós-competições 5.4 ( ) mensal VI – CARGA HORÁRIA DE ATUAÇÃO MENSAL NA INSTITUIÇÃO 6.1 Número de horas semanais em ação com alunos/atletas por turma/equipe ____ 6.2 Considerando as experiências anteriores dos alunos/atletas você considera este número: ( ) muito bom ( ) bom ( ) razoável ( ) insuficiente 76
VII – Enumere as principais ações exercidas em seu trabalho com aluno/atletas: a. ( ) receber alunos, recrutar atletas b. ( ) conhecer as características e habilidades dos alunos/atletas c. ( ) efetuar testes d. ( ) planejar ações (aulas, treinos) e. ( ) ----- as condições de trabalho (locais e materiais) f. (
) chegar _____ minutos antes do horário para verificar as condições locais e
materiais g. ( ) estar esperando os alunos, atletas sempre em um mesmo local h. ( ) começar o encontro com identificação no nível dos participantes i. ( ) verificar claramente, mais ou menos, os objetivos do dia, ações e expectativas j. ( ) observar com atenção todas as ações k. ( ) intervir corrigido sempre que necessário l. ( ) a forma de correção indicará sempre como o movimento deve ser feito e não se referindo ao erro m. ( ) erro deve ser considerado como base para construção (é no movimento, a ação e da pessoa) VIII – Você daria uma outra sequencia aos fatores citados acima, incluiria outros. Por favor dê-nos sua visão! IX – Condições de funcionamento do seu trabalho, que a instituição oferece. 9.1 Quanto ao espaço físico (
) Ótimo – instalações: próprias (
)
alugadas (
): quais
alugadas (
): quais
alugadas (
): quais
______________________ (
) Bom – instalações: próprias (
)
______________________ (
) Regular – instalações: próprias (
____________________
77
)
X – Registrar BIBLIOGRAFIA BÁSICA de onde o professor(a)/treinador(a) retira subsídios para o seu trabalho assinalando P se é particular e B biblioteca. Autor
Título
Ano
P/I
O questionário permitirá levantar dados relativos a: opiniões (uso da prancha... KRUG, 1982), crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas. Mas é limitado, exclui quem não sabe ler, dificulta se o vocabulário não é claro, impede esclarecimentos, não há possibilidade de acrescentar questões e muitas perguntas, se criam maior dificuldade, mas desinteressa-se para o preenchimento correto. A devolução em geral não irá satisfazer o número desejado pelo pesquisador, assim como a demora para devolução. Pode garantir anonimato deve ser enviado a um maior número de pessoas, não expõe o respondente que o faz quando quer. O perigo é não responder realmente o que é ou o que pensa, ou sabe! ENTREVISTAS – A estruturação da entrevista deve seguir também uma MATRIZ ANALÍTICA, porque além das questões básicas surgirão outras, comentários que não podem deixar de ser registrados para análise. Permite levantar o que as pessoas fazem, pensam, esperam, sentem no momento. Mas também que podem ser informais ou estruturadas também a partir de uma MATRIZ ANALÍTICA – é previsível uma maior inibição do pesquisado quando estiver frente a frente. Alguns estudos tem sido efetuados via processos eletrônicos que, ao meu ver, são muito semelhantes aos questionários e nem sempre ocorre redimensionamento das questões. Informalidade, possibilidade de classificação, quantificação, em Análise do Discurso, (BARDIN, 1977) pode haver falta de motivação para responder, respostas falsas, vocabulário nem sempre muito claro, insuficiente para o que gostaria de saber pode ser influenciado pelo 78
pesquisador e opiniões do mesmo. Os custos podem não ser altos, mas o acesso às pessoas de interesse vai depender muito da credibilidade que o pesquisador tem frente aos entrevistados. A MATRIZ ANALÍTICA permite descrever melhor as respostas e analisá-las! ESCALAS – são instrumentos considerados mais científicos para mensurar fenômenos sociais, intensidade de opiniões e atitudes da forma mais objetiva possível (LIKERT; THURSTHONE...). Cognição, afeto comportamentos (COMPETÊNCIA PERCEBIDA DE ACADÊMICOS PARA SER PROFESSOR (KRUG e FRANÇA, 2003; KRUG, 1996).
Ilustração 9 - Modelo de Thomas (1987). Adaptado às aulas de Natação na Formação Profissional – Tese KRUG 1996
TESTES – para diferentes situações estandartizados, adaptados à população a ser pesquisada ou construídos para o objetivo que se quer investigar efetuando obrigatoriamente VALIDAÇÃO de conteúdo: se atende ao interesse do objeto de estudo, brota do conteúdo. (pesquisa bibliográfica); de Especialistas - apreciação da relevância, adequação do objeto de estudo, opinião sobre (KRUG, 1982). Fidedignidade – isto é, efetuar teste, reteste (manhã e tarde ou ...); pares x impares; aplicar coeficiente de correlação rs (Spearman-Brown ou Pearson-Brawais (Produto-momento) devendo ter no mínimo 80% de correlação. Deve-se também buscar objetividade – que é o grau de concordância entre avaliadores, observadores de dados em direto, em diferido (vídeos e outros aparelhos – KRUG, 1996). 79
Em Educação Física raramente se consegue obter um coeficiente mais alto do que 0,89 (MATEWS, 1980).
6.2.3 ANÁLISE DE ENSINO - TREINAMENTO DE OBSERVADORES
1. Observar professores em aulas, fatos, comportamentos utilizando o Registro Anedótico que descreve o que vê segundo seu conhecimento. Ex: A aula começou às 8 horas, o professor colocou os alunos...falou...etc...etc...até o final da aula. 2. Observar a aula efetuando VARREDURA, isto é, olhar sempre da ESQUERDA para a DIREITA detectando comportamentos desviantes. Ex: agressividade, ... 3. Observação Participativa – Registrar os sentimentos experimentados e os do grupo com profundidade. 4. Análise dos fatos, diálogos com objetividade o que se torna nem sempre fiel (idiossincrasia de quem observa) aos fatos ocorridos e muitas vezes deixou escapar comportamentos significativos. Para eliminar em parte a Subjetividade dos Observadores nas observações já contamos com alguns instrumentos validados em aulas de Educação Física. 1. ESTRUTURA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL, utilizado por Franco (2002) em seu TCC 2. ANÁLISE DA GESTÃO DO TEMPO DE AULA (KRUG, 1991; 1993; CARREIRO DA COSTA, 1988) e resultados.
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Comparativo da Gestão do Tempo de Aula em vários estudos Estudos
Carreiro
Krug, D
Krug, A
Krug, D
3º G.
1993
Krug,
Krug,
Categorias
da Costa
5ª/8ª
4ª/5ª/6ª
Natação
Natação
Natação
Santos
Santos
1988
1991
1993
A
B
C
1997/1
1997/2
+82.73%
73.3%
93.7%
86.7%
98.1%
90.6%
95.24%
97.56%
3.9%
9.7%
11.7%
1.1%
9.9%
20.60%
18.26%
62.6%
61.2%
52.1%
79.2%
50.8%
52.35%
54.79%
11.5%
18.2%
3.8%
11.3%
7.8%
14.49%
14.77%
TU Profs + Profs Ensino
-76.97% +11.46% -8.83%
Prática
+53.5% -47.72%
Organiz. e
+14.84%
Classe
-15.81%
Organiza-se Espera
-
-
-
-
-
-
5.66%
6.31%
Diversos
2.93%
-
-
-
-
-
2.14%
3.43%
Ilustração 7 - Comparativo da Gestão do Tempo de Aula em vários estudos
Analisando os resultados acima contata-se diferenças significativas entre os estudos no TU porque, Krug (1991-1993) e Krug e Santos (1999) analisaram estagiários e Krug (1993) estudos com metodologias diferentes em três grupos de Natação (Comando-Tarefa e Recíproco). O Tempo de Ensino foi próximo ou inferior aos do Estudo de Carreiro de Costa (1988), inferior (1991) com 5ª e 8ª Séries (largar a bola); e do grupo Tarefa em Natação porque utilizaram as fichas em vez de tantas explicações do professor. O uso da ficha ampliou o tempo de prática porque a consulta da mesma era individual. No entanto, o Tempo de Prática (TP) em foi semelhante em cinco estudos, e superior em três, sendo o 79,2% no grupo Estilo Recíproco (Mosston). O melhor resultado do tempo de organização foi no Estilo Comando 3.8% em Natação. Pode-se explorar muito mais os dados. Carreiro da Costa analisou professores mais eficazes e menos eficazes.
81
7
UNIVERSIDADE E FORMAÇÃO PROFISSIONAL A Universidade precisa deixar de ser tão burocrática, apostar na formação profissional e
pessoal com vistas às necessidades dos estudantes e às possibilidades de trabalho no mundo real! A Universidade não pode perder-se em “filosofadas” que apenas encobrem a incompetência e a desatualização, e nem em orgias técnicas, como se instrumentos substituíssem os fins! Chega de “Teorias das Práticas” e apostar em experimentações de práticas reais em todos os campos de formação! A Universidade não pode ser “asilo de misericórdia”, salas de milagres! Ela precisa responsabilizar-se pelo aperfeiçoamento das capacidades humanas, construção de habilidades e competências, para uma autonomia construtiva! Humanizar a construção de profissionais significa dotar-lhes de COMPETÊNCIAS! Universidade, sala de aula, é lugar de “treino de aprendizagens” (Coaching!...) onde o erro só significará referência para reconstrução e superação de dificuldades. O processo de ensinagem, se define em relação às ações do aprender, do processo ensino (professor) e aprendizagem (estudante). Isso deve revelar INTENCIONALIDADE! A Universidade deve se educar pela Ciência e sua qualidade dependerá do envolvimento dos seus estudantes em pesquisas da realidade, com apoios de professores capacitados e curiosos, biblioteca, informatização, contato com as realidades em que está instalada. Deve oportunizar a socialização do conhecimento nela produzido, minando as vizinhanças mais próximas e distantes com sugestões de ações que visem a melhoria dos cidadãos, do mercado de trabalho e das oportunidades! Uma cultura de pesquisa é fundamental para a socialização do conhecimento. A Universidade deve privilegiar práticas inovadoras por parte do professor e do estudante, sobretudo na ampliação de capacidade de intervenção, tendo como base o conhecimento construído por ambos!
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A Universidade por meio de seus professores deve saber estimular a busca de conhecimentos e de competências para que o estudante possa decidir-se claramente por uma carreira que signifique sua verdadeira aspiração. Basta de estudantes que após finalizarem sua formação chegam a conclusão que não é isso que desejava e ou que não se sente competente para essa formação. Então, se houver cuidado com os estudantes durante sua formação, eles terão coragem para mudar de área, curso e não ficarão anos a fio tropeçando e não sendo jubilados, tirando vagas de outros que possivelmente desejariam estar lá e tem firme vocação para a área ou curso! Professores formadores na Universidade em qualquer área devem almejar o triunfo de seus estudantes, pois isso é maior que o seu sucesso, é um êxito brilhante, é sucesso compartilhado saber que fez parte! É preciso estimular o pensamento, e uma formação triunfal como um grande herói que retorna com a vitória! Enfrente seu caminho com coragem, não deixe que a crítica dos outros lhe imponha medo e, sobretudo, não se deixe paralisar pela própria crítica! (PAULO COELHO) A crítica deve servir para uma análise profunda e minuciosa das nossas ações como professores formadores de profissionais na Universidade! A função dos cursos de Formação de professores é preparar profissionais que a partir de seus conhecimentos, experiências construam novos conhecimentos. Portanto, aos cursos cabe a responsabilidade de selecionar, organizar os conhecimentos em função do Perfil Profissional que pretendem formar (TANI, 1988) sem deixar de considerar o interesse dos acadêmicos e o mercado de trabalho. Por isso, aprender é um processo amplo que depende de boas orientações (KRUG, 2003). A organização para aquisição dos conhecimentos desejados deve partir de bases teóricas sólidas e com vivências significativas (KRUG, 2006). A prática sem a Teoria é cega e a Teoria sem a prática é oca (WINTERSTEIN, 1995). Então, muitas experimentações e ousadia são necessárias para ultrapassar a compreensão do que já existe e atingir uma interpretação própria. 83
A Formação Profissional em Educação Física precisa ser rediscutida, analisando-se os currículos e as experiências contidas para inovações e para novas oportunidades profissionais. Não só isso, mas principalmente ações de formação continuada, ou seja, ampliação das competências pós Universidade. Isso, dependerá muito do exemplo de seus formadores, ou seja, de ousarem também ter seu ensino analisado e participarem de ações de Docência Orientada no Ensino Superior! É preciso para renovar-se analisar suas ações, teorizar as práticas e praticar teorias rompendo com as crenças que o professor na Universidade “é o sábio”, é o detentor do conhecimento necessário e que não precisa se analisar! Assim sendo, é possível romper com as crenças de que os estudantes devem apenas ouvir conteúdos e quase nunca lendo, refletindo, reescrevendo sob sua ótica e debatendo com seus professores.
84
7.1
PROFESSORES FORMADORES DE PROFESSORES Caro professor: Almeje o triunfo de seus alunos pois este é maior que o sucesso, é um êxito brilhante, é
sucesso compartilhado. Estimule o pensamento triunfal como um grande herói retornando com vitórias em suas mãos. Os professores, as suas atitudes, competências e conhecimentos são os esteios mais importantes para a desejada renovação em educação e toda a preocupação que se invista na sua formação não é excessiva (RODRIGUES e ESTEVES, 1993, Análise da Formação de Professores). Parece que a formação acadêmica não deve ser centrada apenas sobre este ou aquele grupo de disciplinas ao nível universitário, mas deve assegurar ao mesmo tempo aberturas sobre outros domínios científicos (MIALARET, 1981, Formação de Professores). A formação do professor é fator fundamental uma vez que corresponde a um dos eixos básicos da tarefa escolar formar cidadãos comprometidos, produtores de conhecimento. O importante para o professor: 1) é TOMAR CONSCIÊNCIA do que faz ou pensar à respeito de sua prática pedagógica; 2) ter uma visão crítica das atividades e procedimentos na sala de aula e dos valores culturais de sua função docente; 3) adotar uma postura de pesquisador e não apenas de MERO transmissor e 4) ter maior conhecimento dos conteúdos escolares, das características do desenvolvimento e da aprendizagem dos alunos. Para aprender é mister pesquisar, elaborar, argumentar, fundamentar, questionar, refazer com a mão própria. O professor precisa ocupar o seu lugar de orientador e avaliador da aprendizagem do aluno. Ele precisa garantir que a aprendizagem do aluno ocorra, responsabilizar-se por ela (SHIGUNOV e SHIGUNOV, 2001 2002) em Reflexões sobre a formação de professores). As relações entre pesquisa e ensino embora muito discutidas pouco tem sido desenvolvidas e por isto pouco tem sido a contribuição da pesquisa na melhoria dos cursos de graduação. Este tipo de atividade assume nos processos de ingresso e carreira docente uma
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situação fundamental, a de promover-se e ser promovido pelo prestígio conquistado no seu campo e entre seus pares, em Formação de professores: políticas, concepções perspectivas). O professor formador de professores em tese deveria estar à frente de seus colegas, dominando há muito tempo o que eles acabaram de descobrir! (PERRENOUD, 2002) em A Prática Reflexiva no Ofício do Professor). O conhecimento do professor profissional se forma sobre a experiência. Isso significa não só a prática mas uma articulação entre Teoria e Prática (Práxis). O conhecimento das experiências dos “Professores Novatos” é a primeira estratégia para organizar a aquisição de competências. O mestre (re)conhecido irá influenciar as condutas e competências dos novatos (PERRENOUD, 1999) Formando Professores Profissionais. Quais estratégias? Quais competências? Para organizar e dirigir situações de aprendizagem é indispensável que o professor domine os saberes, que esteja mais de uma lição à frente dos alunos e que seja capaz de encontrar o essencial sob múltiplas aparências em contextos variados. Que coloque a vida do aluno como centro dos seus atos de ensino, explorando-o e estimulando-o a ir sempre além do que pensa ser o seu limite! (PERRENOUD, 2000) 10 novas competências para ensinar. 7.2
ATITUDES POSITIVAS DO EDUCADOR Consciência da realidade: é preciso que o professor leia, estude, ouça e reflita sobre
todas as questões que envolvam a prática e a administração do mundo educacional; O professor deve tomar contato com a realidade que o rodeia; Educador realista é uma pessoa bem informada, vê tudo, percebe com o coração e inteligência. Possui a força de esperança, acredita no homem, na capacidade de mudar e de se adaptar a outros padrões existenciais. Consciência da mudança: o educador almeja que essa nova abordagem ideológica ganhe respeitabilidade e passe a ser a perspectiva dominante; Deve ser humilde, não pode dispensar novas oportunidades de aprender e apurar a sensibilidade pedagógica. Consciência criativa: a crítica consiste no ato de julgar. E para julgar um fato é necessário, antes conhecer e depois avaliar e discernir; Consciência crítica passa por várias etapas sucessivas, ela se informa, toma conhecimento de todos os elementos constitutivos do 86
fato, desconfia, analisa, separa, seleciona, aprecia e interpreta. No final desse processo, tem condição de enviar julgamento; A crítica utiliza numa escala de valores, afinal, cada um vê com os olhos que tem. Consciência de identidade: a educação não pode deixar de exigir que o professor assuma sua própria identidade e se manifeste com convicções bem definidas; Ao aceitar o papel de educador, o professor tem que estar motivado; O educador deve ter a intenção de educar, ser honesto de caráter, ter amor à justiça, à vontade, à virtude, para que passe a se dedicar ao crescimento do outro; Indispensavelmente deve ter personalidade, coerência e integridade moral. Consciência política: a educação é e sempre será política; A escola é um espaço privilegiado da comunicação pessoal e direta por meio dela, se difundem modelos de pensar e de agir. Por mais que o educador procure não influir, não pode negar que sua posição marca profundamente a personalidade do aluno. Embora a atuação do professor seja política e produza efeitos no conjunto social, ele como mediador na relação educando-sociedade não deve plantar ideologias, quando muito, apresentar tendências – diferenças, se for assunto de sua disciplina.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR O EU criança expressa alguma alegria, pureza, ingenuidade, sinceridade inocência. O EU
adulto evidencia tomada de decisões pensadas responsáveis. O EU velho evidência prudência, tolerância, paciência para orientar outros para mostrar valores a seguir. Krebs (1997) apresentou a Teoria dos Sistemas Ecológicos (Bronfenbrenner), que contempla o micro sistema, ou seja, a criança e sua família; o mesossistema a criança e a escola; o exossistema que é a relação da pessoa com o trabalho; o macrossistema analisa a pessoa e outros povos e o cronossistema que relaciona a pessoa ao longo da vida. Ao abordar as propriedades da pessoa avalia-se cognição, temperamento, personalidade e movimentos. O pesquisador orientou diversos estudos de Copetti, Machado, Rocha, os quais utilizaram o Pessoa-Contexto; Processo-Contexto; Processo-Pessoa-Contexto e Cronossistema. A humanidade por meio da educação tem uma tarefa urgente a desenvolver, ou seja, um potencial afetivo tanto individual como coletivo e a Educação Física pode contribuir por meio do movimento vivido, experimentado. Isso, se constitui em um instrumento de integração quântica de energia, poderoso meio de centrar o processo na vida (biocentrismo). O profissional de Educação Física para atuar como educador precisa rever seu papel, buscar novas competências estruturando seus ações na ética, resgatando e construindo valores, teorizando suas práticas, praticando teorias como as dos sistemas ecológicos. Essa teoria, permite utilizar um modelo de estudo integrado, dinâmico para o desenvolvimento humano. O homem em desenvolvimento, alguém ativo no seu meio ambiente inter-relacionando-se afetando e sendo afetado. O Desenvolvimento da criança em uma perspectiva Ecológica do jogo, analisa que, como jogador, a criança tem que fazer uso de todas as suas capacidades para se afirmar e não se tornar um mero joguete (FERREIRA NETO, 1998). A contínua exercitação do seu corpo e cérebro na busca exterior de acontecimentos e na avaliação da informação é uma capacidade de mobilização que dará ao corpo e estruturas mentais uma significativa flexibilidade na variedade de respostas e situações complexas para transcender a dependência. O jogo é um mecanismo que se torna numa das formas mais importantes do comportamento humano. O jogo do exercício físico, da exploração de objetos, formas de jogo 88
simbólico. São raros os estudos em que se relaciona a idade com a mudança de envolvimento devido a dificuldade de controle das variáveis. O indivíduo precisa ser visualizado como um sistema complexo e organizado que vive em relações de circunstâncias num contexto físico e sociocultural. No caso do contexto físico se verifica hoje alto grau de sedentarismo das populações e principalmente das crianças em sua vida diária devido a mobilidade social, envolvimento eletrônico, agendas cheias e organizadas pelos adultos, densidade de tráfego urbano, restrição de espaços para o movimento livre, falta de segurança, inclusive próximo da escola e na própria escola. Também , a incompetência ou covardia das professores de Educação Física que se sujeitam a inúmeras ordens administrativas e/ou familiares, por exemplo, as crianças não podem se sujar, arriscar-se, entrar em conflitos e com isso a privam do movimento livre, do jogo. Surgem as “escolinhas”, atividades nos clubes, como se fosse isso a realidade do mundo da criança que já não brinca, não se movimenta livremente, não joga, ignorando que os jogos são aprendizagem para a vida e a escola a deveria educar e não domesticar, portanto, as atividades lúdicas precisam ser resgatadas e para isso as atitudes parentais são essenciais na evolução das crianças. Os professores precisam dominar teorias que tratem do assunto e, principalmente, buscar uma retomada, uma atitude profissional, tornando-se responsável e assumindo para si a tarefa de educar a criança, envolver o jovem, em atividades de movimento variadas e significativas para que se tornem adultos mais comprometidos consigo, respeitando os outros e construindo um mundo com menos violência, mais tolerância e aceitação das diferenças, o jogo possibilita isso! O jogo deve assegurar a existência do princípio da totalidade, da harmonia, assegurando variedade de ações em diferentes espaços físicos com ou sem materiais a serem explorados. O jogo deve assegurar a autorregulação individual e em grupos. Krebs colocava o jogo como um grande potencial para nortear os programas de educação infantil desenvolvendo o jogo e analisando o seu papel na criança em desenvolvimento. A atividade espontânea e prazerosa possibilitada no jogo se constitui no microssistema da criança enquanto aprende a se movimentar e se movimenta para aprender, desenvolvendo 89
uma relação com seus pares de forma intensa, ela reestrutura diferentes papéis em relação ao grupo, se permitindo vivenciar o ser liderado e liderar. Aceitação dos pares, adultos e pais, é significativa e mediadora no desenvolvimento de percepção de competência infantil. Eis aqui uma importante área de pesquisa na escola, pois a partir desse conhecimento auxiliar cada criança na construção de suas competências no resgate de suas capacidades para uma aprendizagem significativa. Isso, precisa ser possibilitado pelo seu professor ao adotar metodologias de ensino que centrem na produção divergente, descoberta convergente. A escola como contexto de aprendizagem (mesossistema) deve valorizar mais o envolvimento e não somente resultados visíveis a curto prazo. Educar é conduzir a criança na sua construção como pessoa humana, é fazer acreditar que é capaz de tudo que ela decidir ser capaz com respeito a si mesma e aos outros sem violência e ganâncias absurdas. Portanto, COMPETÊNCIA PERCEBIDA torna-se fundamental também na construção do professor. A criança quando participa da descoberta do mundo e dos outros descobre-se a si mesma como alguém muito criativa que os adultos e as escolas acabam por sufocar. O impulso criativo, a inteligência intuitiva, a sensibilidade, sua identidade tudo é boicotado em função da construção de modelos. Na maioria das vezes na escola, o processo de ensino a que estão submetidos não tem nada a ver com seus anseios. A criança que brinca livremente é extremamente criativa e não está preocupada em estar certa ou errada, é o seu movimento que lhe interessa. Ela é a autora e não está desejando replicar padrões! As crianças precisam da presença dos adultos, mas como estimuladores para suas descobertas, embora os movimentos a serem efetuados já existam. Estudos das Nações Unidas recentes alertavam que uma a cada cinco crianças já sofria de algum distúrbio psicológico, estariam sendo medicadas ao invés de serem observadas enquanto brincam. E que, um milhão de crianças americanas tomavam antidepressivos antes de dormir.
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As agendas lotadas de tarefas no dia a dia e a entrada precoce em “escolinhas” não tem dado um tempo para a criança, pois vivem o tempo dos adultos. Uma profissionalização precoce, uma superproteção no mundo moderno não está trazendo benefícios. É preciso deixar a criança viver o presente, o aqui e agora, pois ela necessita ser vista, ouvida, valorizada por estar inventando brincadeiras, movimentos. Para ela, o tempo é o presente e ela o entende, e uma intelectualização precoce ameaça o seu tempo de ser criança. Na escola, em qualquer nível, existe horário fixo para a Educação Física, mas o tempo destinado deveria ser ocupado com tarefas estimuladoras, em que a criança se sentisse como o principal ator das brincadeiras, dos jogos. Poderia haver atividades com vários objetos que pudessem ser brincados por mais tempo e sendo estimulados por perguntas quando se observa que a criança está um certo tempo sem brincar. Infelizmente, as interações das crianças para com seus professores é quase inexistente, pois ainda hoje quem fala muito é o professor e a criança tem que ouvir e executar o que lhe é solicitado, e pior ainda, é sentir-se comparado aos demais colegas em relação aos seus movimentos. Assim, é preciso pesquisar o que as crianças gostam e estimulá-las a construírem seus próprios padrões de movimento, vencendo assim determinadas tarefas, obstáculos. Assim, surgira uma coordenação corporal própria e segura e não uma automatização de movimentos. As próprias apresentações escolares em datas festivas deveriam ser criadas pelas crianças, pelos grupos de crianças levantando o que lhes interessa, o que querem mostrar. Os ensaios mecânicos, as coreografias, não envolvem a criança e a sua inteligência criativa. A dança, deve ser livre primeiramente, criativa nas suas manifestações, para posteriormente “estruturarem” coreografias. Aulas assim são “livres” em que as crianças terão liberdade para construir seus movimentos a partir de estímulos, de desafios, levantados pelo professor com atenção a segurança. No futuro, “o curioso” gostará de ler, frequentar locais com livros, procurar livros, apreciar arte, cinema, gastronomia e participar de eventos sentindo-se mais feliz e livre para aprender sobre tudo. A medida que a ciência avança, novas descobertas vão surgindo, mas, acima de tudo, novas formas de pesquisa ou readequação são incorporadas para uma melhor compreensão dos 91
fatores que afetam o desenvolvimento humano. Conhecimento cada vez mais é fundamental na formação do profissional de Educação Física na medida em que se apresenta como uma proposta crítica sem ser dogmática, propositiva sem ser um modelo. Não é preciso reinventar o desporto, pois ele é um fenômeno cultural ímpar, uma experiência de autoconhecimento que não pode ser negada a ninguém. Então, como matéria de ensino na escola e como conteúdo da Educação Física prepara para a vida, para suportar fracassos com aceitação, para saborear sucessos com humildade. A competição na escola, seja em qualquer esporte, dança, ginástica é fundamental para um desenvolvimento pleno do ser em construção. Nossos recursos naturais são as mentes das crianças e tudo o que se ensina a ela a impede de inventar, descobrir. A verdadeira dificuldade não está em aceitar ideias novas, mas escapar das antigas, e o professor precisa se reeducar para isso, para o respeito com o uso do corpo em todas as suas expressões de movimento na escola. Um movimento pensado, descoberto, experimentado, parece ser mais facilmente retido pela memória. Uma grande variedade de movimentos retido e recuperados vai além de respostas convencionais. Os problemas de velocidade (rápido – moderado – lento); força (muita – pouca – relação com velocidade); potência; agilidade; precisão; habilidades motoras (amplas – finas); habilidades com diferentes materiais; coragem; individualismo e grupal tudo pode ser muito bem experimentado em aulas de Educação Física, não é por acaso que se chama Educação. O analfabetismo motor acompanha hoje o da leitura e da matemática na escola. A inatividade motora das crianças é cada vez maior e o sedentarismo avança e novas tecnologias tem acomodado o aparato humana de “se movimentar”! Uma alfabetização motora e aperfeiçoamento motor estão sendo cada vez mais requeridos, devendo o professor não manter as crianças apenas alegres, ocupadas e boazinhas. Krug & Naldony (2001) analisaram o comportamento motor de 925 estudantes de 1ª a 4ª Séries, de acordo com o nível de maturação, classificando nos Estágios Inicial, Elementar ou Maduro, nos movimentos de Equilíbrio Estático, Andar, Correr, Salto Vertical, Receber, Lançar, Volear e Chutar, em escolas da Grande Curitiba, Pr, e encontraram em percentual, que
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cerca de 34,1% estavam no Estagio Inicial, 54,8 % no Estágio Elementar e somente 11,1% no Estágio Maduro, mostrando assim que o analfabetismo motor esta presente nas nossas escolas. NÃO HÁ EDUCAÇÃO MOTORA, NÃO HÁ ALFABETIZAÇÃO MOTORA, NÃO HÁ EDUCAÇÃO DO MOVIMENTO, PORTANTO, NÃO HÁ EDUCAÇÃO!!! Pesquisas em Educação Física que analisem esses fatores e que efetuem movimentos de retomada séria para as aulas de Educação Física, do tempo das aulas, da qualidade das aulas, para uma orientação do homem em movimento pelo movimento e para o movimento ainda são desconhecidas ou inexistentes! Poderíamos começar conhecendo um pouco da criança observando os Fatores de Maturidade de acordo com a classificação de Argyris, em Maslow (1987). Uma análise das crianças quando ingressam no 1º ano do ensino Fundamental, a partir de observações nas aulas e questionamentos antes, durante ou após as mesmas poderiam esclarecer se de fato aquela criança está muito imatura e quais seriam as tarefas motoras que a ajudariam a reduzir a sua passividade, por exemplo, tornando-a mais ativa, independente, definindo áreas motoras de seu maior interesse,
mantendo-se mais tempo envolvida nas tarefas,
experimentando ser subordinado, comandar e assim tornar maior consciência de si e dos outros
Características
FATORES
IMATURIDADE
MATURIDADE
1º Passivo
1º Ativo
2º Dependente
2º Independente
3º Interesses vagos
3º Interesses profundos
4º Interesses por tempo curto
4º Interesses por longo tempo
5º Posição de subordinado
5º Posição de igualdade ou superior
6º Falta de consciência de si
6º consciência e controle de si
7º Despesas sem ideia de limites
7º Despesas com cautela
Ilustração 10 - Características da maturidade e imaturidade (KRUG, 2018)
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Também uma análise das Necessidades Humanas segundo o proposta por Maslow (1987) pode ser constatado até por meio de um simples questionário.
Ilustração 11 - Hierarquia das necessidades humanas, Maslow (1987)1
Esse modelo de Maslow e seus princípios nos permite saber por meio de conversas e questionários como estão sendo satisfeitas as necessidades da criança e qual a maior importância que ela dá às diferentes etapas observadas na pirâmide.
1
Crédito da imagem: http://www.mood.com.br/piramide-de-maslow/
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FECHAMENTO
Ao apresentar a nossa ideia sobre Pesquisa em Educação Física esperamos conquistar cada professor para uma introspecção e coragem para mudar o cenário atual desastroso na escola, efetuando pesquisas e buscando soluções que sejam práticas para melhoria da área. Doutora Dircema Helena Franceschetto. Krug
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11 BIOGRAFIA DA AUTORA Dircema Helena Franceschetto nasceu em Erechim-RS, filha de João Felice Franceschetto e Nayr Albina Vicari Franceschetto, em 12 de setembro de 1945. O exemplo de seus pais era sempre baseado em valores tradicionais, disciplina, estudar muito, respeitar professores, cumprir com suas responsabilidades em casa e na escola. Educação para desafios sem elogios. Em Erechim teve excelentes professores na ENJB – Primário e Magistério, e, Ginásio e Clássico no CEPM. Professores Especiais foram: Terezinha Manfro, Elza Balbão, Frederico Madalozzo, Carmen Staniswaski, Suzana Pegorini, Vitalino Bevilacqua, Pedro Paulo Mandelli Tobias Pereira Sobrinho. Cursou Escola Superior de Educação Física – 1965 – 1967 ESEF, Porto Alegre onde conviveu com Arno Krug como colega e a partir de 1967 parceiro para todas as jornadas. Em 1968 conclui pós-graduação em natação na mesma ESEF. De 1969 a 1971 atuou em Escolas CEAP, RUI BARBOSA, 25 DE JULHO e IMERAB em Ijuí. Atuou também como treinadora de Natação escolar, Atletismo, Voleibol feminino e masculino adulto. Em 1972 participou da Fundação da Faculdade de Educação Física de Cruz Alta e lecionou no EEGAM , RS. Atuou em Cruz Alta como Inspetora Desportiva na 9ª DE. Atuou como Professora de Atletismo, Voleibol e a partir de 1973 e Natação. Efetuou pós-graduação em Voleibol, 1976. De 1980 a 1982 cursou o Mestrado em Ciências do Movimento Humano na UFSM, com a dissertação O uso da prancha na mecânica da braçada do nado Crawl em aulas de Natação com acadêmicos de Educação Física. A partir disto fundou Núcleos de Extensão Pesquisa e Pós Graduação na FEFCA. Em 1990 inicia Doutorado em Ciência da Educação: Situações de Ensino na UTL FMH Lisboa, concluindo em 1996 e defendendo a Tese: Estudo da Congruência entre intenção e ação do Professor nas aquisições físicas, sociais, emocionais e cognitivas em estudantes de Educação Física, e Tese Complementar O Spectrum de Estilos de Ensino de Mosston 1966-1994, uma Nova...Visão. !996. 102
De 1992 a 1998 atuou na extensão pesquisa e pós graduação da Unicruz. De 1993 a 1995 foi diretora da FEFCA. De 1999 a 2007 lecionou no curso de Educação Física da Universidade Tuiuti do Paraná. De 2003 a 2009 lecionou na Faculdade de Educação Física do Bom Jesus IELUSC em Joinville - SC, atuando por um período também como coordenadora pedagógica. No Ensino Superior, atuou além do Atletismo, Voleibol, Natação, Metodologia do Ensino, Avaliação, Análise do Ensino e Docência. Criou um Programa de Docência orientada no Ensino Superior na UNICRUZ para professores de várias áreas. Orientou trabalhos de Graduação, Especialização e Mestrado. Efetuou palestras, participou de Congressos no Brasil e no Exterior, ressaltando sempre seus estudos e pesquisas no Spectrum de Estilos de Ensino de Mosston. Estudiosa do Ensino, Aprendizagem e Avaliação, apaixonada pela Formação de Professores, acredita que se o professor quiser sempre melhorar isto será possível! Continua orientando, esporadicamente, diversos profissionais e acadêmicos em seus TCC’s, Dissertações, Teses e outros projetos, sempre que solicitada.
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12 APÊNDICES 12.1 APÊNDICE I - UTILIZAÇÃO DO MODELO GENTILE APLICADO EM UMA HABILIDADE ABERTA NO VOLEIBOL Krug (1982), também utilizou o mesmo modelo de Gentile (1982) para Marco Referencial Teórico (MRT) para o seu trabalho de mestrado, para a aprendizagem da cortada no Voleibol, e adequou o mesmo de acordo com o a seguir. 1. A META Em primeiro lugar, criou-se um clima motivacional para um bom desenvolvimento do trabalho e, no primeiro contato com os alunos, foi esclarecido que todos seriam participantes do estudo e foi solicitado a colaboração dos mesmos para não faltarem as aulas, principalmente as dos testes e que o trabalho estava relacionado com o ensino do Voleibol, mais especificamente da cortada e a utilização e não da bola pré-fixada. O clima de ensino foi mantido por meio da motivação com o professor variando os exercícios e da manutenção de um ambiente de jogo, no qual todas as crianças participavam, devido a adoção de três minis quadras de Voleibol, pois em cada aula, os últimos dez minutos eram reservados para jogar. 2. SUB-CONJUNTO DE ESTÍMULOS REGULADORES O meio ambiente foi estruturado de acordo com a situação programada e a utilização ou não da bola pré-fixada na parte do episódio programado, sendo o mesmo tempo de utilização para os dois grupos e com a mesma quantidade de prática. 3. ATENÇÃO SELETIVA O professor utilizou diferentes estratégias para ajudar os alunos a identificarem e atenderem seletivamente aos subconjuntos de estímulos regulatórios, por meio da instrução verbal e principalmente a instrução mista, isto é, demonstrava o movimento enquanto o descrevia, pois era um excelente executante. Os Estilos de ensino mais utilizados, foram o comando e a Tarefa, de acordo com a sua opção, mas sempre adotado os mesmos para as duas turmas. 4. O PLANO MOTOR
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Adotou-se o formulado pelo aluno com a orientação geral do professor, que executava o movimento e chamava atenção aos pontos chaves e também solicitava que os alunos observassem os colegas mais hábeis. Abaixo o esquema adaptado por Krug (1982) de Gentile (1972).
A META CORTADA NO VOLEIBOL SUB-CONJUNTO DE ESTÍMULOS REGULADORES – O Uso ou não da bola pré-fixada ATENÇÃO SELETIVA - Demonstração do Professor; - Instrução Verbal e Mista. OBTENÇÃO DA IDEIA DO MOVIMENTO
PLANO MOTOR Formulado pelo Professor; Pelo Aluno, com orientação geral do Professor; EXECUÇÃO DA RESPOSTA Execução da Cortada. RETROALIMENTACAO CP – Sobre o movimento; CR – Distância, ponto de queda da bola. PROCESSO DE DECISÃO Análise da resposta. PRÓXIMA RESPOSTA Dois SIM – Repetir a resposta para torná-la consistente. Outra situação, analisar.
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5. EXECUÇÃO DA RESPOSTA Após a execução da resposta, que é a execução prática do plano motor, o aluno recebe o CR pela realização do movimento. No caso mais específico da Cortada, passar a rede, cair dentro ou fora da quadra, etc. 6. RETROALIMENTAÇÃO O Professor fornece a informação sobre CP pela observação da análise técnica do movimento por meio de informações sobre os acertos e erros, reforço e motivações. 7. PROCESSO DE DECISÃO O aluno era estimulado a decidir o que fazer na próxima repetição do movimento de acordo com o CR ou CP recebido. 8. PRÓXIMA RESPOSTA Cada vez que o movimento é. “Sim” e a meta, “Sim”, o aluno deve ser estimulado para executálo novamente, para torna-lo mais consistente, mesmo que nessa fase de Obtenção da ideia do movimento, é muito difícil executar de uma forma correta a tarefa. No seu modelo, Gentile (1972), propõe que, o aluno, após ter obtido a ideia do movimento, deverá ser avaliado para passar para o estágio seguinte, Fixação em função dos acertos e Diversificação em razão da dificuldade e complexidade da tarefa, conforme a classificação recebida, de acordo com a ilustração Resultados das comparações Meta – Resultado e Plano – Movimento (Gentile,
1972), a seguir. TIPO DE AVALIAÇÃO FOI A META ALCANÇADA? PRODUTO - QUANTITATIVO (CR – CONHECIMENTO DO RESULTADO)
FOI O MOVIMENTO EXECUTADO CONFORME PLANEJADO? PROCESSO – QUALITATIVO. CP – CONHECIMENTO DA PERFORMANCE RESULTADOS SIM NAO SIM Obteve a ideia do Surpresa! movimento. NÃO Alguma coisa está errada! Tudo está Errado!
Nessa ilustração, devemos nos concentrar que a avaliação do processo no aspecto qualitativo, que também podemos chamar de Eficiência, para se ter uma classificação “Sim”, o aluno deve apresentar um grande número de acertos dos indicadores da análise do movimento. Por exemplo, na habilidade aberta, cortada no Voleibol, dos 34 indicadores por nós preconizados, cerca de 80% deles, isso é, 27 indicadores foram classificados em “Sim” e somente 7 em “Não”, o que convenhamos, para o aprendiz
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é muito difícil. E para o aspecto quantitativo, também conhecido como Eficácia, das 10 cortadas utilizadas nos testes, 7 delas deverão cair dentro da quadra, para passar para a próxima fase (Fixação). Se fosse uma habilidade fechada, deveremos ser mais rigorosos na avaliação, aceitando pelo mínimo 90% de acertos nos indicadores de eficiência. Na fase de Fixação, devemos aumentar a quantidade de repetições para aumentar o traçado na memória de longa duração, porém devemos ter em conta que os erros existentes deverão serem corrigidos para cada vez mais se aproximar do movimento perfeito, senão os mesmos serão fixados. Essa é uma preocupação com o tecnicismo, sendo mais com o treino do que com o ensino, para que o aluno possa ter uma opção de ser um futuro atleta, pois ele estará também entrando, após uma melhoria na execução da habilidade, para a fase de Diversificação, isto é, passará a aprender a cortar a bola 3 (Saída de Rede), a bola 2 (centro de rede), bola 4, cortada na paralela, colocada, bola china, etc. Ou no caso do toque, passar para trás, lateral, com salto, etc.
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12.2 APÊNDICE II - ESTRUTURA DE AULA NA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL
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12.3 APÊNDICE III - SISTEMA DE OBSERVAÇÃO DE GESTÃO DO TEMPO DE AULA Um sistema de observação mais apurado contempla categorias, subcategorias. Exemplo: GESTÃO DO TEMPO DE AULA ORGANIZAÇÃO (O) - O professor define estruturas organizacionais para diferentes momentos da aula. ENSINO (EN) - Toda situação em que o professor explica, demonstra e o aluno está olhando-o, ouvindoo. PRÁTICA (P) - Toda e qualquer situação em que 50% dos alunos se movimentam. PRÁTICA MOTORA (PM) - Toda exercitação na habilidade específica critério (objetivo específico, básico da aula; exemplos: saque, arremesso, corrida (atletismo)...inclusive jogo (PMEJ) ATENÇÃO À RETROALIMENTAÇÃO (AR) - Sempre que o aluno está obtendo as correções do professor. INTERVENÇÕES (I) - Toda e qualquer situação em que o aluno se dirige ao professor solicitando explicações, etc... ESPERA (E) - Ocasiões em que o(s) aluno(s) espera(m) sua vez de executar a tarefa. DIVERSOS (D) - Toda e qualquer situação não contemplada nas outras categorias ou o(s) aluno(s) não estiverem no campo visual. Os registros são efetuados por intervalos de 10/10 segundos; 5/5 segundos ... em uma ficha específica. TÉCNICA BÁSICA Observação – direta ou em diferido de aulas, professores/alunos. Treinadores/atletas... O processo de observação de movimentos em Atividades Físicas, Educação Física, jogos, Esportes requer conhecimento do QUÊ se vai observar e TREINO para aprender como observar seja DIRETO ou em DIFERIDO (análise de vídeos...). A observação poderá ser MOLAR ou seja do movimento como um todo ou MOLECULAR centrado em partes (determinadas) do movimento.
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FICHA PARA REGISTRO DAS OBSERVAÇÕES 10/SEG, 5/5 SEG
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