2016
BEATRIZ MARRA PAES
CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA
ABRIGOS TEMPORÁRIOS DE CARÁTER EMERGENCIAL DE BAMBU
BEATRIZ MARRA PAES
Projeto de pesquisa apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências parciais para a obtenção de título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação da Prof. Luciana Pagnano Ribeiro.
ABRIGOS TEMPORÁRIOS DE CARÁTER EMERGENCIAL DE BAMBU
RIBEIRÃO PRETO / SP 2016
TERMO DE APROVAÇÃO
BEATRIZ MARRA PAES ABRIGOS TEMPORÁRIOS DE CARÁTER EMERGENCIAL DE BAMBU
CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanisno do Centro Universitário Moura Lacerda como requisito à obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo, pela seguinte banca examinadora:
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Profa. Luciana Pagnano Ribeiro Orientadora
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Profa. Maria Lídia Pantaleão Banca examinadora 1
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Prof. Banca examinadora 2
Principalmente ao meu pai por ainda estar presente em meus momentos especiais de sua maneira particular, me ensinando muito sobre a vida. De uma forma especial dedico a minha mãe Edvânia C. Marra Paes que sempre me incentivou a seguir o caminho que me fazia feliz, e me dar forças para desistir de um sonho que não era meu e buscar o que realmente me faria feliz, e sempre estar ao meu lado me apoiando e ajudando em cada maquete que virava noites fazendo, na correria de entregas de trabalhos. Dedico ainda ao meu avô José Carlos Marra e minha avó Maria Ap. D. Marra, que se fizeram ainda mais presentes em minha vida, tomando o posto de meus segundos pais, me auxiliando, incentivando e comemorando cada vitória. Ao meu irmão Matheus Marra Paes, padrinhos e tios, por tudo que fizeram por mim, por clarearem meus dias mais escuros, por me darem a mão, quando não tinha forças para seguir em frente, e sempre confiarem em mim.
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho aos meus pais Dorival Paes e Edvânia C. Marra Paes, por todo o esforço feito para me proporcionarem grandes oportunidades de estudos até esta conclusão do curso de graduação, sendo direta ou indiretamente.
AGRADECIMENTOS
Agradeço imensamente ao meu pai Dorival Paes, pelo incentivo e ajuda em todos esses anos de preparação para esse trabalho. Um agradecimento especial a minha mãe Edvânia C. Marra Paes que se tornou peça fundamental do meu trabalho de final de graduação, sem a sua ajuda, nem metade teria sido possível. Obrigada por ser meu maior exemplo e sempre estar ao meu lado. E ainda, mas não menos importante, ao meu avô José Carlos Marra, meu amigo Humberto Antonio, por me auxiliarem na montagem da maquete do TFC, qual ficou incrivelmente representativa, referente ao meu projeto. Aos meus amigos de toda a vida e de graduação, e meu namorado, por estarem presentes em minha vida aliviando os dias difíceis, comemorando os dias felizes, e me auxiliando quando necessário. Agradeço a minha orientadora Luciana Pagnano Ribeiro por gentilmente ter me ajudado e me guiado no decorrer deste trabalho, me dando todo o suporte necessário. Agradeço á Deus pela oportunidade que me foi dada, qual agarrei com muita força, e ele me abençou para que eu conseguisse concluir a mesma.
O que é, o que é? É abrigo é abandono Faz dormir mas tira o sono É tão manso e tão voraz Causa guerra e sela a paz É prisão é liberdade É romance é amizade É encontro é despedida A missão maior da vida O que é, o que é? Doce às vezes tão amargo Moderado, exagerado É estranho e tão normal Leve brisa ou vendaval É deserto é um oásis Um dom de fazer milagres Faz cair e levantar Faz sorrir e faz chorar. Na mesma medida pra homem ou mulher, Pra quem acredita e pra quem não tem fé Quem vai ser feliz em um dia provar A emoção que é amar. O amor é a resposta É entrega, é aposta Pode ser rico ou pobre Um plebeu ou um nobre É razão, é loucura É doença, é cura Seja lá onde for Na alegria ou na dor O que vale é o amor Autor Desconhecido
The project presented provides that the temporary shelters to use as the main material bamboo. Besides the shelter will come into modules that can be assembled by the users; and yet they are easily demountable and relocatable to sites that are in need, taking into account the short term it has to meet these homeless families. Iron structures will be produced that will close as bamboo, creating mountable modules that connect and are fixed by a screw in the other becoming a habitable structure and can be assembled easily by anyone, generating a spatial quality to the inhabitants; not requiring specific hand piece, thus allowing for rapid construction, in any type of land for immediate occupation. The emergency shelters after ready, can still get another quality using the building system known as hand rammed earth and can be done by anyone, with no need manpower specifically and not qualified, people who inhabit that shelter can improves it and makes it more resistant and durable.
ABSTRACT
RESUMO
O projeto apresentado prevê que os abrigos temporários utilizem como material principal o bambu. Além disto o abrigo virá em módulos que poderão ser montados pelos próprios usuários; e ainda que sejam facilmente desmontáveis e realocáveis, para os locais que estão necessitando, levando em conta o curto prazo que se tem para atender essas famílias desabrigadas. Serão produzidas estruturas de ferro que terão como fechamento o bambu, criando módulos montáveis, que se conectam e se fixam por parafusos umas nas outras tornando-se uma estrutura habitável, podendo ser montada facilmente por qualquer pessoa, gerando uma qualidade espacial aos habitantes; não sendo necessária mão de obra específica, permitindo assim uma construção rápida, em qualquer tipo de terreno para uma ocupação imediata. Os abrigos emergenciais depois de prontos, podem ainda receber uma outra qualidade utilizando-se do sistema construtivo conhecido como taipa de mão, podendo ser feito por qualquer pessoa, não sendo necessário mão de obra especifica e nem qualificada, as pessoas que habitam aquele abrigo podem melhora-lo e torna-lo mais resistente e duradouro.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
P. 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
P. 19
2.1
DESASTRES NATURAIS
P. 19
2.1.1
CLASSIFICAÇÃO DOS DESASTRES NATURAIS
P. 20
2.1.2
LEGISLAÇÃO PARA OS DESASTRES NATURAIS
P. 21
2.2
TIPOS DE TERRENOS
P. 22
2.3
ABRIGO TEMPORÁRIO DE BAMBU
P. 23
2.3.1
P. 23
2.3.2 MATERIALIDADE
P. 24
2.3.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS
P. 25
2.4
PRODUÇÃO DO BAMBU
P. 27
2.4.1
ESPÉCIES DE BAMBUS
P. 27
2.4.2
COLHEITA DOS BAMBUS
P. 27
DESEMPENHO TÉRMICO DO MATERIAL
4 PROJETO
2.4.3
CURA E SECAGEM DOS CULMOS
P. 28
2.4.4
TRATAMENTO DE CONSERVAÇÃO
P. 28
4.1 IMPLANTAÇÃO
P. 46
2.4.5
IMPERMEABILIZAÇÃO DO BAMBU
P.29
4.2
P. 47
2.5
PROPRIEDADES MECÂNICAS
P. 30
4.3 CORTES
P. 50
2.5.1
RESISTÊNCIA À TRAÇÃO
P. 30
4.4
VISTAS LATERAIS
P. 52
2.5.2
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
P. 30
4.5
DETALHAMENTO DO PÉ
P. 56
2.5.3
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO
P. 31
4.6
DETALHAMENTO DA ESTRUTURA METÁLICA
P. 58
2.5.4
PESO ESPECÍFICO
P. 31
4.7
DETALHAMENTO COM O FECHAMENTO DE BAMBU
P. 60
2.6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
P. 31
4.8
MEMORIAL DESCRITIVO
P. 61
3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS
PLANTAS
P. 45
P. 33
5 QUADRO DE IMAGENS
P. 62
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
P. 64
3.1
BIBLIOTECA MILTON SANTOS
P. 33
3.2
BLOOMING BAMBOO HOME
P. 36
3.3
LOW COST HOUSE
P. 39
3.4
FUNDACION VIVIENDA
P. 41
1.
INTRODUÇÃO
Desastres naturais ocorrem desde muito tempo, em todo o planeta terra, temos como exemplo terremotos, tsunamis, deslizamentos de terras, inundações, furacões, entre tantos outros; os quais afetam cada país de maneira diferente; Porém, causam grandes estragos, afetando assim milhares de pessoas que acabam com suas vidas desestruturadas por muito tempo depois, em função desses desastres; Muitas pessoas perdem tudo que construíram durantes anos de suas vidas em apenas alguns segundos, e em sua maioria precisam deixar tudo que construíram para trás, por questões de segurança. Os governos e algumas entidades humanitárias providenciam para que as famílias sejam relocadas para abrigos emergenciais improvisados, quais utilizam-se de espaços como escolas, quadras, igrejas, entre outros espaços livres que comporte o maior número de pessoas; porém esses espaços temporários, não atendem as necessidades básicas e de privacidade dessas famílias desabrigadas. Ainda que esses espaços se tornem abrigos definitivos para muitas dessas pessoas, pois nem todas conseguem recursos para reconstruir suas antigas vidas e suas casas, assim acabam ficando nos abrigos, ou indo para moradias irregulares. De acordo com a declaração do D. H. (pág. 10) é obrigação do governo dar soluções de abrigos emergenciais que atendam às necessidades básicas da mesma e que respeitem a individualidade de cada família, fornecendo uma privacidade maior para cada qual. Pensando na qualidade de vida dessas pessoas desabrigadas por inúmeros motivos de desastres naturais, será desenvolvido um projeto com a finalidade de proporcionar melhores condições de vida e privacidade à população atingida enquanto aguardam a reconstrução de suas habitações permanentes, ou encontrem outros locais adequados para se instalarem. A arquitetura deve proporcionar para a população soluções para que as mesmas vivam com excelência, e atendam cada dia mais a
qualidade de vida para todos, mesmo para quem não possa pagar por ela, e muitas vezes são os mais necessitados dessa qualidade. O projeto apresentado posteriormente prevê que os abrigos temporários utilizem como material principal o bambu. Além disto o abrigo virá em módulos que poderão ser montados pelos próprios usuários; e ainda que sejam facilmente desmontáveis e realocáveis, para os locais que estão necessitando, levando em conta o curto prazo que se tem para atender essas famílias desabrigadas, pois quanto mais se demora para encontrar abrigos para as mesmas, mais elas ficam em locais inadequados e sem a qualidade necessária. Serão produzidas estruturas de ferro que terão como fechamento o bambu, criando módulos montáveis, que se conectam e se fixam por parafusos umas nas outras tornando-se uma estrutura habitável, podendo ser montada facilmente por qualquer pessoa, gerando uma qualidade espacial aos habitantes; não sendo necessária mão de obra específica, permitindo assim uma construção rápida, em qualquer tipo de terreno para uma ocupação imediata. Os abrigos emergenciais depois de prontos, podem ainda receber uma outra qualidade utilizandose do sistema construtivo conhecido como taipa de mão, podendo ser feito por qualquer pessoa, não sendo necessário mão de obra especifica e nem qualificada, as pessoas que habitam aquele abrigo podem melhora-lo e torna-lo mais resistente e duradouro. O material escolhido para ser utilizado, pode ser encontrado na natureza brasileira em três principais tipos, conforme apresentado na pesquisa a seguir. Sendo um material limpo que não polua a natureza e com qualidade, o qual minimiza os impactos ambientais e ao mesmo tempo atendendo as necessidades da urgência dos desabrigados. A fundamentação da pesquisa se dá principalmente em apresentar as principais causas dos
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desastres e motivos de gerar novos desabrigados; nos tipos de terrenos que poderão se instalar os abrigos; nas características do material, vantagens e desvantagens, características construtivas, bem como as etapas de sua produção e as propriedades mecânicas da mesma quanto a sua qualidade em relação aos outros materiais utilizados na construção civil. Além da apresentação do projeto, qual atende a necessidade de cada família atingida, gerando uma própria unidade habitacional para cada, levando em conta o número de integrantes, preservando assim o convívio familiar com a privacidade necessária, permitindo que as famílias retornem as atividades rotineiras gradativamente, podendo ainda esses abrigos estarem instalados o mais próximo possível aos desastres ocorridos, levando em conta que esteja em locais seguros. O objetivo geral da pesquisa se dá em elaborar um projeto de um abrigo temporário de caráter emergencial utilizando o bambu como principal materialidade. Juntamente com os objetivos específicos da pesquisa que podemos apesentar como descrever as características do material a ser utilizado e seu comportamento na construção civil sustentável; levantar os métodos de projetar um abrigo temporário de caráter emergencial com principal material sendo o bambu; apresentar os métodos, vantagens e desvantagens do sistema construtivo; estudar o potencial e as limitações do uso do bambu na construção de abrigos temporários emergenciais; propor um sistema que possibilite sua adaptação em diferentes terrenos. Pode-se ainda constatar-se, por meio de revisão bibliográfica posteriormente apresentado que a pesquisa irá esclarecer a importância da utilização do material bambu para as novas construções de abrigos temporários de caráter emergencial, como um material em potencial. Levando em conta o que diz Corbella e Yannas (2003, p.18) “A habitação é um espaço para morar e exercer uma série de atividades humanas, diferentes do espaço externo.
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”, sendo assim foi projetado abrigos que tragam para os desabrigados o uma proximidade com suas residências, levando em conta a privacidade de cada família, sabendo estabelecer o espaço público e o privado. A habitação é um direito de todos, porém isso não é a realidade de muitos, ainda nos dias atuais, levando a população a criar construções em locais irregulares, quais são os que mais sofrem com os desastres naturais, e em sua maioria são famílias de baixa renda e que não tem aonde recorrer quando isso acontece, e acabam ficando refém dos abrigos que o governo e as entidades humanitárias proporcionam para eles. Porém mesmo as habitações regulares que estão construídas em locais apropriados, podem sofrer com os problemas de desastres naturais, com menor risco mais ainda sim vulneráveis. Ambas por sua vez podem não estar totalmente destruídas após os desastres, e ainda são consideradas locais de riscos onde é necessário que os moradores as deixem, como maneira de proteção aos sobreviventes. Assim o número de desabrigados é sempre grande, e em sua maioria não possuem outros lugares para onde possam se mudar, e ainda não querem deixas suas antigas casas, com medo de que outras pessoas peguem o que ainda podem lhes restar. Por isso a necessidade de implantar os abrigos o mais próximo dos desastres, levando em conta apenas a segurança, pois o abrigo possui uma maneira de se adequar a qualquer tipo de terreno. Após apresentação de pesquisa bibliográfica a seguir, deve-se compreender melhor a importância do material escolhido para o trabalho, que é o bambu, juntamente com a qualidade oferecida pelo mesmo, possuindo ainda um baixo custo de produção, que em sua maioria é artesanal, e após montados de forma modular, deverão ser utilizados por meio de encaixa de peças, se fixando com parafusos uns aos outros, e podendo ser facilmente transportado e reutilizado o número de vezes necessário por pessoas diferentes
em locais diferentes, pelo tempo necessário. O bambu é um material que pode ser encontrado em vários lugares no mundo, e em grande quantidade no Brasil, e pode ser utilizado sem causar danos ambientais para o local, ou melhor ainda, ele pode ser plantado em terrenos já degradados quais estão inutilizáveis, ajudando na produção de bambu a ser utilizados na produção dos módulos, e ainda quando plantado o bambu em terrenos degradados, ele ajuda a melhorar este terreno anteriormente degrado, podendo dar um uso futuro para o mesmo conforme apresentado na pesquisa a seguir. Paradigmas deverão ser quebrados, para entender a qualidade da produção de habitações de bambu, pois não é um material comum de se utilizar, mas apresenta grande potencial, pois com tanta riqueza em nosso solo, com a qualidade mecânica apresentada por ele, e com a necessidade de construções de abrigos de baixo custo, com qualidade e rapidez, ele se torna extremamente viável. Levando em conta ainda o número de pessoas que sofrem com desastres naturais e necessitam de uma nova habitação ou de um abrigo temporário emergencial, e não tem condições financeiras de obter uma nova habitação, poderá obter esses novos abrigos temporários, e ainda utilizar- se de técnicas adjacentes, como a taipa de mão para enrijecer os módulos de bambu.
Após apresentação da justificativa apresentase os procedimentos metodológicos presentes neste projeto, onde a pesquisa se dá principalmente sobre abrigos emergenciais, nem sempre produzidos com o material em questão, que é o bambu, sendo assim, será feita pesquisas especificas, sobre o material, para que juntas as pesquisas, sobre esses modelos de abrigos já existentes, tragam informações necessárias, para dar continuidade ao projeto a ser elaborado, o qual é sobre abrigo de caráter emergencial de bambu. A presente pesquisa se dará também por meio de estudo de caso, assim nesta pesquisa deverá ser apresentado todos as qualidades e defeitos, de um projeto de abrigo de caráter emergencial de bambu, nos mínimos detalhes, necessários para se projetar, levando em conta tudo que foi anteriormente pesquisado, para apresentar sempre uma possibilidade mais eficiente, qual atenda às necessidades dos desabrigados.
Assim as informações obtidas e apresentadas no trabalho a seguir, tendem a auxiliar e incentivar a construção dessas habitações, para atender cada vez mais as necessidades de abrigos temporários de caráter emergenciais e de baixo custo que enfrentamos no Brasil e em outros países, principalmente da falta de qualidade quando eles existem, auxiliando algumas famílias que sofreram com desastres naturais que não puderam ser contidos, levando tudo que elas construíram em anos, dando o mínimo de qualidade, privacidade e conforto para as famílias desabrigadas.
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2.1. Desastres naturais
2.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
WPodemos observar que nos últimos anos houve um aumento na produção de projetos pensados para atender aos desabrigados em situações emergenciais, que necessitam de abrigos, pois sofreram com desastres naturais, guerras ou são refugiados; tornando-se prioridade dos abrigos emergenciais, o tempo e a qualidade que devem ser produzidos, atendendo todos os tipos de públicos, apresentando qualidade às necessidades básicas de cada família desabrigada. O número de desastres que ocorrem no brasil e mundo afora é muito grande, e o número de desabrigados que eles geram é ainda maior, sendo necessário abrigar cada vez mais pessoas que perderam tudo, e algumas que necessitam deixar suas casas por segurança; sendo que se deve abrigar as famílias cada vez mais rápido, para diminuir o sofrimento das mesmas, pois essas pessoas, muitas vezes estão em um número muito grande, e totalmente desamparadas. Para Junqueira (2011) “ é tomada como definição de desastre, a acepção dada pela Defesa Civil, que o designa como resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais, ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais. ”, que devem ser sanados o mais rápido possível, pensando em todos os pontos necessários para o bem-estar e uma qualidade de vida. O Brasil é um pais que sofre com alguns tipos de desastres naturais, como alagamentos, deslizamentos, entre outros e segundo Junqueira (2011) “ ... sobretudo os de natureza hidrológica, em que tenha havido perda total ou interdição de suas habitações, em decorrência dos danos causados pelo desastre. ”, e são os que mais ouvimos falar, principalmente em períodos de chuva. Porém existem outros casos como por exemplo o que ocorreu em Mariana (MG), onde
o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco em novembro de 2015 destruiu o distrito mineiro de Bento Rodrigues, e se tornou o maior desastre do gênero da história mundial, deixando milhares de pessoas desabrigadas. Existem alguns meios que possibilitam prevenir esses desastres, e outros que ajudam a prevenir a vida das pessoas que estão próximo a eles, como por exemplo, utilizando-se de sinais sonoros de alerta, para que as pessoas deixem os locais de riscos e se abriguem em locais mais seguros, porém muitas vezes são ignorados por medo dessas pessoas, de deixaram seus pertences para trás. Para Junqueira (2011) “Hoje, a humanidade tem a tecnologia e o conhecimento necessários para se defender de tais ocorrências, mas nem todas as comunidades podem pagar por isso. ”, pois esses locais não recebem o investimento necessário, no brasil há em algumas comunidades esses aparelhos, mas nem todos estão em funcionamento, deve-se melhor muito esse meio de proteção para que ajuda a salvar vida, e diminua o número de feridos. Segundo Junqueira (2011 apud Dilley et al 2005) “O Brasil, se encontra entre os 20 maiores receptores mundiais de empréstimos para cobrir emergências relacionadas a desastres naturais. ”. Pois está entre os países que mais sofrem com desastres naturais. E mesmo recebendo esses empréstimos, não temos grandes tecnologias nesses locais, utilizando de alarmes sonoros quais ficam nas encostas dos morros, para avisar quando há risco eminente de deslizamento. Para Junqueira, 2011 “ Isso ocorre principalmente pela falta de recursos utilizados para evitar tais desastres, pela falta de infraestrutura gerada para minimizar suas consequências ou, simplesmente, pelos aspectos culturais.”. Porém tem ainda o problema da população mais pobre que não possuem moradia e acabam as construindo em locais irregulares, e mais suscetíveis aos desastres. Como afirma Junqueira (2011) “As pessoas mais suscetíveis aos danos causados pelos desastres são as que habitam em más condições, seja por falta
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de infraestrutura básica, por precariedade ou por construir em locais ilegais, geralmente, margens de rios e encostas de morros. ”. A vulnerabilidade aos desastres naturais que o Brasil sofre, é um reflexo direto do perfil do desenvolvimento do país, a qual se aplica em outros países subdesenvolvidos. Pois segundo Junqueira (2011) “O risco global de desastre é altamente concentrado nos países mais pobres com administração mais fraca, é a primeira descoberta-chave de um relatório de redução de risco da ONU.”. Porém no Brasil além de ser um problema administrativo do governo podemos observar segundo Junqueira, 2011 “... que esses desastres estão ligados normalmente as características geo-ambientais, mais do que sócio econômicas, mas essas duas características, coincidem, ficando em sua maior área de risco a população mais pobre”.
2.1.1 Classificação dos desastres naturais Existe uma classificação de desastres, que foi produzida pela CODAR, para poder diferenciar os tipos e intensidades dos desastres, segundo Junqueira, 2011 “Em 2003 foi elaborado o “Manual de Desastres – Volume I Desastres Naturais”, em uma iniciativa do Ministério da Integração Nacional”, o qual dispõe de uma classificação, produzida pela codificação geral de desastres, ameaças e riscos (CODAR), muito utilizado pela defesa civil.
Os desastres naturais podem ocorrer de quatro maneiras diferentes: (1) desastres naturais de causa eólica – vendavais, tempestades, ciclones, furacões, tufões e tornados; (2) desastres naturais relacionados com temperaturas extremas – ondas de frio intenso, nevadas, tempestades de neve, aludes ou avalanches de neve, granizos, geadas, ondas de calor, ventos quentes e secos; (3) desastres naturais relacionados com o incremento das precipitações hídricas e com as inundações – enchentes,
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inundações, enxurradas, alagamentos, inundações litorâneas provocadas pela brusca invasão do mar; e (4) desastres naturais relacionados com a intensa redução das precipitações hídricas – estiagens, seca, queda intensa da umidade relativa do ar, incêndios florestais. (Junqueira, 2011) O Brasil sofre principalmente com os desastres naturais relacionados com o incremento das precipitações hídricas e com a intensa redução das precipitações hídricas, segundo Junqueira (2011) “A maioria dos desastres no Brasil (mais de 80%) está associada às instabilidades atmosféricas severas, que são responsáveis pelo desencadeamento de inundações, vendavais, granizos e deslizamentos. ”, como notamos com frequência nos noticiários. Temos alguns exemplos de grandes catástrofes ocorridas no brasil, são elas: Angra dos Reis, RJ – jan. 2010, quando uma chuva forte que desabou na Ilha Grande na noite de 31 de dezembro de 2009, na Praia do Bananal. Segundo Salatiel, 2016 “Às 3h40m do dia 1º de janeiro de 2010, a encosta desabou. Toneladas de terra e pedras soterraram as instalações, matando 31 pessoas. Sete casas nas
vizinhanças também sumiram no deslizamento. ” No continente, a chuva fez mais estragos. Parte do Morro da Carioca, no centro de Angra dos Reis, veio abaixo. Outras 22 pessoas morreram. Segundo Salatiel, 2019 “ Nos dois últimos dias de 2009, 220 bilhões de litros de água caíram na região, um volume que daria para encher 116 mil piscinas olímpicas.”. Assim a chuva que caiu no réveillon encontrou um território que já estava encharcado e o resultado disso foi uma sequência de deslizamentos. Segundo Salatiel, 2016 “ No Morro da Carioca, mais de 250 famílias tiveram que abandonar suas casas, que corriam o risco de cair. Deste total, 198 foram demolidas. Nos dias que se seguiram, a prefeitura de Angra interditou 1.747 imóveis, todos localizados em áreas sujeitas a deslizamentos.”. Deixando assim inúmeras famílias desabrigadas, e em sua maioria relocadas para locais como quadras e igrejas, algumas delas foram para residência de parentes. Abaixo temos a imagem da encosta que sofreu deslizamento, sendo na esquerda o antes e a direita o depois do desastre, que deixou várias pessoas mortas e feridas. Imagem 1
Outro desastre de grande importância que ocorreu no brasil, na atualidade foi em Mariana, MG em novembro de 2015, onde duas barragens se romperam e causaram enxurrada de lama no distrito de Bento Rodrigues. Segundo Santos, 2016 “Bombeiros confirmam 17 mortes e 2 desaparecidos. Os desabrigados das áreas atingidas pela lama após o rompimento de duas barragens no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), estão sendo levados para o ginásio Arena Mariana, complexo esportivo do município localizado no Bairro Vila Aparecida.”. Para Santos, 2016 “Segundo a prefeitura, o distrito de Bento Rodrigues tem cerca de 600 moradores, em 200 imóveis. Mas como outras localidades podem ter sido atingidas pelo mar de lama, a estimativa é de 2 mil pessoas afetadas.”.
Após alguns dias do desastre foram apresentados números como cerca de 300 famílias desabrigadas pela lama em mariana e região. Segundo Santos, 2016 “Algumas famílias estão morando em casas alugadas pela Samarco, e 1.265 desabrigados foram alocados em hotéis e pousadas da região, e 270 foram levadas para um ginásio e uma igreja da região.”. Essas famílias que ficaram no ginásio e na igreja, seriam as quais o projeto de abrigo atenderia, pois como na imagem abaixo pode-se observar, elas ficam amontoadas em um mesmo espaço sem privacidade e conforto.
2.1.2 Legislação Atualmente, em nenhum país existe uma legislação que ordene como direito um abrigo a todos, porém esse direito está implícito em vários artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento adotado em 1948 pela Organização das Nações Unidas – ONU – como representante do ideal comum a ser seguido por todos os povos e todas as nações. Aplicando-se ao Brasil também. Segundo Junqueira, 2011 “A necessidade de uma legislação que obrigue a criação de habitações para todos, principalmente no que se refere à necessidade de abrigos emergenciais, em função da perda em desastres naturais, ou seja, tragédia sem a influência direta do atingido.”. Podemos observar que é muito evidente, pois como apresentado anteriormente em reportagens sobre desastres recentes, mostra que as famílias são realocadas em escolas, quadras, entre outros locais que caibam muitas pessoas, sem a mínima estrutura para atender a todos, sem pensar no tempo que eles necessitaram ficar naquele local, muitas vezes amontoadas umas sobre as outras, sem um mínimo de privacidade das famílias. Para Junqueira, 2011 “A necessidade de abrigar-se é fundamental, mas se torna ainda mais eminente em uma situação de emergência, mesmo que em caráter provisório. ”. Com o projeto apresentando posteriormente será demonstrado como isso pode ocorrer com um baixo custo, apenas com um maior preparo. Se houvesse de fato uma legislação, ela se tornaria um incentivo para os governantes pensarem cada vez mais nessa população que necessita desses serviços, e com o auxílio de trabalhos onde apresentamos soluções rápidas, sustentáveis e baratas, torna cada vez mais próximo a chance de se tornar realidade a criação de abrigos dignos para as pessoas que já estão tão necessitadas.
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2.2 Tipos de terrenos
Quanto a legislação urbanística, em situações emergenciais não há obrigatoriedade na obediência da mesma, e nem aos códigos de obras municipais, utilizando-se sempre de um bom senso na utilização dos espaços. Segundo Junqueira (2011) “Sendo assim, o caráter emergencial justifica a implantação de abrigos em áreas, em princípio, não edificáveis, assim como a ausência de preocupação com índices urbanísticos, uma vez que a situação é temporária e, portanto, caso sobrecarregue a rede urbana, não será por longo período de tempo. ”.
O projeto deve objetivar uma possibilidade de se adequar a tipos variados de terrenos, pois é desejável que os abrigos sejam locados em terrenos vazios que fiquem o mais perto possível dos desastres, pois algumas pessoas não se sentem confortáveis ao ficarem em abrigos, que necessitam estar vários núcleos familiares juntos em um mesmo local, sem privacidade nenhuma, dividindo um espaço algumas vezes por lençóis pendurados. Segundo Junqueira (2011 apud DAVIS, 1978), “As pessoas não gostam de ser transferidas para locais afastados das zonas de risco, preferem ficar próximas aos seus pertences e animais”, podendo assim manter um convívio unifamiliar, na paisagem a qual está mais acostumada, e não deixando para traz o que restou de seus pertences. Porém, essa solução tem seus prós e contras, pois pode-se observar que há famílias que voltam para suas residências para salvar seus pertences, mesmo que a área seja de risco e esteja isolada, porém se essas pessoas continuarem próximas, elas se sentirão mais confortáveis. Contudo, seria necessária uma legislação de emergência, que se referisse
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2.3 Abrigo temporário de bambu particularmente ao uso e ocupação de terras em caso emergencial, com leis mínimas de construção emergencial, qual ainda não existe, e atenderia especificamente esses casos. Assim poderá ser implantado os abrigos emergenciais em qualquer tipo de terreno, em qualquer região, pois como será temporário, ele não deverá causar problemas com a rede viária, e nem com a implantação de novas famílias; durante o período que as famílias estão nos abrigos, as mesmas deverão reconstruir sua vida da maneira que puderem, ou até conseguirem outro local para ficarem, e o abrigo será reutilizado, ou para outra família necessitada ou em outro desastre, sendo reutilizável o mesmo. A principal intenção do projeto é que ele seja emergencial e temporário, podendo ser utilizado por diversas famílias, porém fica em aberto a possibilidade de a família tornar a estrutura mais rígida, utilizando-se da taipa de mão; caso necessitem ficar nela por um tempo maior que o previsto, e não consigam reconstruir suas vidas, quase que a tornando permanente. Porém deverá ser estudado a viabilidade de implantação dos mesmos, junto a estudo viário, quando utilizado esse método.
2.3.1 Desempenho térmico do material Segundo Corbella e Yannas, 2003 “A arquitetura sustentável é a continuidade mais natural da bioclimática, considerando a integração do edifício à totalidade do meio ambiente, de forma torna-lo parte de um conjunto maior.”. Porém o que vemos em muitos casos é apenas uma arquitetura desligada do ambiente qual foi implantada. O projeto do abrigo emergencial de bambu deve atender, a necessidade de ser uma habitação sustentável e ser produzida com um material encontrado na natureza, integrando cada vez mais ao ambiente qual vai ser inserido, mesmo que temporariamente. O desempenho térmico que cada material influencia diretamente na habitação, sendo durante sua construção e até mesmo depois, durante seu uso, é de grande relevância pensar nessa questão, e o quanto será economizado caso o material e a forma que foi utilizado ajude nesse desempenho. Segundo Corbella e Yannas, 2003 “O bambu se mostra um material com um bom desempenho térmico influenciando diretamente no conforto térmico do ambiente construído.”. O bambu é um material com bom conforto térmico. Para Corbella e Yannas, 2003 “O bambu protege a habitação durante o dia do calor, e durante a noite guarda um pouco do calor, para não perder a temperatura, para o externo.”.
O conhecimento das propriedades térmicas dos materiais de construção e das leis básicas de transferência e calor permite prever qual será a resposta de um prédio às variações do clima externo e, em consequência, tomar decisões a respeito de quais matérias empregar, num determinado clima,
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para facilitar uma situação de conforto térmico aos seus habitantes. (Corbella e Yannas, 2003) Quanto a controlar os ruídos, utilizando-se dos materiais, existem tipos de materiais absorvedores e refletores, e o bambu é um tipo de material absorvedor. Segundo Corbella e Yannas, 2003 “ O bambu, é um material oco por dentro, qual acaba sendo um material absorvedor, o qual ainda deixa passar nas emendas o som, porém quando o som tenta passar por ele, ele acaba se dissipando no ar que fica em seu interior.”. Assim os ruídos produzidos no interior dos abrigos poderão sim passar com facilidade pelas emendas dos bambus, mas tratando-se de um abrigo emergencial esse não seria o principal foco, e caso necessite que ele seja mais rígido, poderá se utilizar do método de taipa de mão, como anteriormente já citado. Em relação ao clima, no projeto o bambu ficará o mais próximo possível um do outro, porém existirá uma fresta em um e outro, sendo assim o vento passará por ele, tendo como solução encontrada, a utilização de uma cortina na parte interna da construção, e ainda dando assim maior privacidade para quem está do lado de dentro, em relação a quem está de fora.
2.3.2 Materialidade
A habitação de baixo custo tem sido um tema muito discutido em vários países em desenvolvimento que sofrem com a falta de moradia, para pessoas de baixa renda. Para Junior, 2000 “A possibilidade de redução dos custos totais, poderá reforçar a utilização do bambu em programas habitacionais, representando uma alternativa a mais para a resolução dos problemas habitacionais. ”. Trazendo novos materiais como o bambu, para ser alternativas de qualidade e baixo custo, que resolveriam o grande problema habitacional e de desastres, que geram a
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falta de habitações. O uso do bambu pode solucionar vários problemas já existentes, sendo uma alternativa na construção civil sustentável, aproveitando os recursos locais, com soluções ecologicamente corretas. Além disto, o bambu possibilita, com o plantio em áreas degradadas, a recuperação do solo, a contenção da erosão e o aumento da umidade relativa do ar na região, dando suporte ao crescimento de espécies arbóreas nativas. (Junior, 2000) E ainda pode-se aproveitar do baixo custo de produção para se utilizar o bambu, em construções emergenciais e habitações de baixa renda, com o auxílio da população.
Em relação ao processo de produção, encontra-se também uma problemática, no sentido da necessidade de aprimoramento da técnica construtiva para a produção em série, devido ao alarmante déficit habitacional enfrentado atualmente no país. (Junior, 2000) A utilização do bambu pode ser uma alternativa para se aproveitar os recursos locais, utilizando-se de soluções ecologicamente corretas, permitindo ainda uma redução considerável dos custos de produção, pois o bambu tem alta resistência, se seus devidos cuidados forem tomados.
em especial nas emergenciais, porém deve-se tomar alguns cuidados em relação ao corte e armazenamento dos bambus.
Se o bambu não for cortado na época certa, na lua minguante e na época da seca, o teor de umidade pode ser muito alto provocando alguns defeitos na secagem, como: fissuras, rachaduras e deformações. As fissuras ocorrem só nos entrenós, e são menores que as rachaduras que podem inutilizar a peça toda. Já as deformações são as torceduras do bambu no sentido longitudinal da peça. (Junior, 2000, p. 19 Apud MARTINEZ & GONZÁLEZ, 1992) Recomendações para utilização do bambu na construção de habitação, quando analisadas as suas propriedades, e ainda comprovando sua alta resistência mecânica, com uma boa durabilidade, e se forem submetidos a tratamentos adequados e obedecidas as recomendações corretas de uso e manejo do material, ele pode durar por muito tempo. Segundo Junior, 2000 “Um dos problemas que impede a difusão da utilização do bambu na construção é o fato de serem altamente susceptíveis à deterioração por ataque de insetos e fungos.”.
Para se reduzir ao mínimo os ataques de insetos deve-se efetuar o corte dos bambus, com níveis mais baixos de concentração de amido, fase correspondente a primeira parte da temporada de inverno (época da seca). (Junior, 2000 apud NAÇÕES UNIDAS, 1972)
Porém, quando analisadas suas propriedades, é comprovada sua alta resistência mecânica, assim como satisfatória durabilidade, se submetidos a tratamentos adequados e obedecidas as recomendações corretas de manejo e uso do material. (Junior, 2000)
Deve-se ainda apresentar os estudos das ligações estruturais, qual se deve ter um cuidado, ainda mais sobre qual material fazer a ligação e qual a melhor maneira.
O principal objetivo se deu de maneira a explicar as possibilidades para aplicação de bambu como material de construção em habitações,
O bambu tem baixa resistência ao cisalhamento, fato que deve ser considerado no
desenho das juntas. A presença dos nós nas ligações aumenta em 50% a resistência ao cisalhamento ao longo das fibras, atingindo um valor médio de 1,67 MPa. (Junior, 2000 apud DUNKELBERR & HIDALGO, 1974) Porém quanto às pregações deve-se ter um maior cuidado, adequando a melhor maneira de prega-los.
O bambu não resiste às pregações, devido sua constituição ser basicamente composta por fibras paralelas muito longas, com densidade especifica muito alta, principalmente nas paredes externas, com grande tendência ao fendilhamento. As ligações mais indicadas, por proporcionar maior estabilidade, são as parafusadas, pois há um corte das fibras, sem o afastamento entre elas, evitando assim as fissuras. (Junior, 2000) O bambu não é um material que pode ser produzido em série, pois eles não são todos iguais, e devem receber um tratamento artesanal, porém ele garantirá um abrigo com baixo custo, sustentável que atenda às necessidades dos desabrigados no Brasil e em outros países. E apesar de o Brasil não ter uma tradição muito antiga de utilização do bambu na construção, a espécie mais utilizada para este meio, é nativa do Brasil, assim devemos utilizar-se desse material que encontramos em vasta quantidade. Para Oliveira, 2006 “A crescente necessidade de utilização de recursos naturais renováveis como matéria-prima fornece indícios de que o bambu é um material ecologicamente correto para a fabricação de diferentes produtos.”. Discute-se as características do bambu, e toda sua importância, principalmente agora como um material de novo potencial construtivo, ecologicamente correto, e com muito menos agressão ao meio ambiente, do que os antigos e convencionais
materiais construtivos. O mesmo é considerado um material construtivo relativamente novo apenas para nós brasileiros, pois segundo Oliveira, 2006 “O bambu é de uso milenar em algumas culturas, mas apenas recentemente difundido no Brasil, devido à variedade de espécies encontradas ao longo do território brasileiro. ”; e ainda conclui que para Oliveira, 2006 “O bambu parece ser vantajoso para ser utilizado no Brasil, pois é bem adaptado ao clima tropical úmido, e pode ser encontrado em grande quantidade no nosso território.”. E tem como principal objetivo examinar o grande potencial do material bambu, e seus aspectos práticos e funcionais, da nova arquitetura sustentável. Segundo Oliveira, 2006 “Neste sentido, o bambu parece ser uma possibilidade viável de construção menos agressiva ao ambiente natural. ”
2.3.3 Vantagens e desvantagens
Segundo Oliveira, 2006 “As principais vantagens desse material podem ser caracterizadas pela minimização do impacto ambiental, aliada ao baixo custo da produção e do material e à facilidade de obtenção da matéria prima.”. Podendo ser além de um material vasto de qualidade, uma alternativa para os indivíduos de menor poder aquisitivo, e os que sofreram com desastres naturais principalmente, em virtude de suas utilizações na construção de edificações temporárias quais contribuírem para a solução dos problemas habitacionais, gerando abrigos com mais rapidez e fornecendo mais privacidade a cada família, não sendo necessária que elas dividam o mesmo espaço em caso de desastres. Podendo ser aplicado a montagem no sistema de autoconstrução de moradias em regime de mutirão; pois os fechamentos vêm em módulos quais devem ser parafusados uns nos outros, com a facilidade de os próprios usuários as montarem. Como observado os dados sobre o bambu no texto de Oliveira, 2006 Apud Pereira “Tem uma vida útil de 1 a 3 anos quando não tratado e de 10 a 15 anos quando convenientemente tratado e utilizado.”. Possuindo assim uma vida útil bem duradoura, qual atende as necessidades construtivas, de uma habitação. Alguns dos resultados alcançados demostraram o grande potencial, que se pode ter utilizando o bambu como material construtivo, é muito rico, e ainda pode-se contar com inúmeras possibilidades construtivas derivadas das formas de encaixe e junções.
Os resultados alcançados demonstraram que o bambu apresenta um potencial construtivo bastante rico, a contar com as possibilidades construtivas
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derivadas das inúmeras formas de encaixe e junções, além de uma boa adequação a arquitetura brasileira. (Oliveira, 2006) Sem contar a boa adequação do bambu na arquitetura brasileira, pois encontra-se em vasta quantidade no território.
Arquiteto colombiano defende a ideia de que o uso do bambu para a construção de moradias, primeiro precisa ser reconhecida enquanto valorização estética e econômica, e depois, as pessoas precisam valorizar processos arquitetônico local, em detrimento de modelos padronizados importados baseados na indústria exploradora de energia e de matériasprimas, além de grande produtora de resíduos não desagradáveis. (Oliveira, 2006 apud Velez, 2002) Concluindo ainda que as perspectivas futuras são de maior aprofundamento nas características do bambu, para se obter cada vez mais segurança para sua utilização em construções civis. Para Oliveira, 2006 “Esta tendência, de explorar ao máximo as características do bambu, tem estimulado a pesquisa e os ensaios laboratoriais sobre a resistência do material.”. Levando em conta ainda as formas a ser utilizadas na arquitetura. Por mais fraco que pareça o material bambu, se utilizado de maneira correta, onde apoiar suas cargas, pode-se observar que ele é muito forte. O bambu pode ser utilizado de diversas formas na arquitetura, apresentando estilos e propósitos funcionais diferentes, por exemplo, em formas orgânicas, formando teias, até estruturas treliçadas de cobertas. (Oliveira, 2006)
A riqueza do bambu está na combinação das varas formando jogos de encaixes, nesta
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possibilidade de se construir grandes estruturas a partir da combinação de peças leves e resistentes, formando um conjunto onde todas elas participam do desempenho estrutural do conjunto. (Oliveira, 2006)
E além de tantas qualidades, ainda é considerado uma tecnologia construtiva limpa, que pode ser ligada a outros materiais, e render um grande desempenho, e se ligar casa vez mais com o ambiente qual está inserido. Sistemas construtivos vernáculas que usam materiais como a taipa, a palha, o barro, a terra, o tijolo batido e a madeira, parecem ter um bom desempenho bioclimático, além de serem consideradas tecnologias construtivas limpas. Oliveira (2006) Mostrando assim as inúmeras possibilidades de utilização do bambu e a qualidade das vantagens em utiliza-lo. Deixando claro que são mínimas as desvantagens em sua utilização.
2.4 Produção do bambu
Cada vez mais estudos comprovam a qualidade na utilização do bambu como componente da construção civil, porém devemos levar em conta alguns aspectos deste material, como por exemplo a espécie mais adequada para cada finalidade, até o método de conservação do bambu, referente à colheita, corte, cura, secagem e tratamento, antes da montagem dos módulos. Para que tenha um tempo de vida útil aumentado, garantindo perenidade à construção e sustentabilidade ao bambuzal utilizado para colheita do material.
2.4.1 Espécies de bambus
Segundo Santos, 2016 “No Brasil as espécies que podemos encontrar em maior número ou com maior facilidade são Dendrocalamus giganteus, Guadua angustifolia, Bambusa vulgaris e Phyllostachis áurea. ”. Sendo assim iremos abordar estudos sobre esses tipos de bambu, que além de serem os mais proveitosos no campo da engenharia e arquitetura, estão mais presentes no nosso território. Dentre a variedade de espécies, foram também consideradas as mais adequadas para a construção, sendo as espécies que aliem grande resistência mecânica e baixa susceptibilidade às pragas que enfraquecem o material. Pode-se ainda constatar-se, por meio de revisão bibliográfica, a existência de aproximadamente 1100 espécies espalhadas por todo mundo, desde os trópicos às regiões temperadas. O Dendrocalamus giganteus encontra-se em regiões tropicais e subtropicais, sendo considerado a maior espécie existente devido seu diâmetro (10-
30 cm) e altura (24-40 m); Segundo Ghavami, 1996 “ esse tipo de bambu pode ser empregado como elemento estrutural em substituição ao aço em lajes e vigas de concreto. ”, e ainda na fabricação de papel, tubos para condução de água e na confecção de laminados. Assim essa espécie será utilizada nos telhados dos abrigos, para proteger das intempéries climáticas.
No entanto, Vasconcellos (2016) salienta que “ não se deve extrair mais que 80% de bambus maduros de uma touceira, uma vez que são estes os responsáveis pelo fornecimento de nutrientes aos mais jovens.”.
Já o bambu que apresenta maior resistência a pragas é o Guadua angustifólia. Segundo Ghavami, 1996 “pois possui menor quantidade de amido em sua composição”; E ainda por apresentar uma certa linearidade em seu comprimento é muito utilizado como vigas, pilares, componentes da coberta e painéis divisórios em construções rurais e urbanas. Para Ghavami, 1996 “A espécie Bambusa vulgaris é a mais produtiva e facilmente propagável por métodos vegetativos, contudo possui pouca durabilidade e pequena resistência a ataques de insetos. ”. Deste modo, é empregada em construções temporárias. E por último podemos encontrar também o Phyllostachys aurea, qual é segundo Ghavami & Marinho, 2002 “ o mais aplicado principalmente em artesanato, no mobiliário, na composição de estruturas e por possuir pequeno diâmetro (3-5 cm) podendo ser aplicado na confecção de esquadrias dos abrigos. ”
2.4.2 Colheita dos bambus Para Pereira (2001) “A extração precisa ser realizada anualmente, colhendo não somente os colmos que serão aproveitados, mas também retirando os defeituosos e velhos. ”. Para que nasçam outras touceiras de bambu, é necessário esse procedimento, para evitar um congestionamento de colmos, gerando assim um bambuzal mais forte qual direciona sempre energia para os novos brotos que estão crescendo, gerando um novo bambuzal forte e de qualidade.
Imagem 4 Quando um bambu for ser utilizado para a construção civil deve-se tomar alguns cuidados e prevenções para que ele se torne mais resistente, sendo assim eles precisam estar amadurecidos, ou seja, “ variar de 3 a 5 anos de idade, pois assim eles adquirem maior resistência mecânica e ficarão menos vulneráveis a ataques de insetos” (Ghavami, 1996). Para saber qual o grau de sazonamento dos colmos do bambu é necessário observar algumas características dos mesmos, sendo elas: “ os colmos entre 1 e 2 anos ainda possuem folhas, ramos, brácteas e uma coloração esverdeada” (Ghavami, 1996); características que quando atingem a maturidade as perdem, como as folhas e brácteas, tornando-se de cor mais amarelada; sendo características facilmente observadas a olho nu. “Após os 6 anos de idade esses bambus já estão envelhecendo e acabam perdendo consideravelmente, suas resistências mecânicas e por isso, não devendo mais ser aproveitados para fins estruturais. ” (Ghavami, 1996). Essa identificação deve ser feita pelas várias manchas amarelas presentes nos colmos. Este modo de verificação da idade do
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bambu tem demonstrado ser satisfatório, mas exige experiência do observador, sendo satisfatório para as necessidades de compreensão da construção civil. Segundo Ghavami (1996) “ O corte deve ser realizado nos meses mais frios, pois nesta época as varas possuem seiva em menor número, diminuindo a probabilidade de ataques por carunchos.”. E ainda como possuem menor quantidade de água em seu interior, eles se tornem mais leves o que facilita seu transporte. Para poderem efetuar o corte dos bambus utilizam-se instrumentos manuais como facão, machado ou serras para a extração das varas. Segundo Ghavami, (1996) “ o melhor local para ser efetuado o corte é logo acima do primeiro nó, assim evita a acumulação de água na base, fato este que pode ocasionar o apodrecimento da touceira, fazendo com que ela não produza mais futuramente”. Ainda assim é importante lembrar que depois de efetivado o corte do material, deve-se limpar o resto de dejetos (folhas) e sujeiras no restante da touceira, para que o crescimento da nova touceira seja mais rápido e sadio e os brotos permaneçam sadios. Esses procedimentos, apesar de serem muito simples e poderem ser efetuados por qualquer um sem que seja necessário conhecimento especifico, é o mais fundamental para a renovação da touceira.
2.4.3 Cura e secagem dos colmos Segundpo Ghavami & Marinho (2002) “A cura das varas deve ser realizada logo após a extração dos bambus, reduzindo assim a porcentagem de seiva existente quando ele acaba de ser extraído, para que seja minimizado assim o risco de organismos danosos à planta atacarem.”. Esse processo deve ser iniciado assim que se deixa os colmos cortados apoiados na touceira, sem retirar seus galhos e folhas, e ainda devem ficar isolados do solo, através de pedras ou outros tipos de suportes. “Os colmos devem permanecer nesta posição por 4 a 8 semanas.
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” (Ghavami & Marinho, 2002). Após a concretização da cura, as varas devem ser submetidas a um processo de secagem, com o propósito de diminuir o teor de umidade de 10 a 15% (Pereira, 2001). Os bambus expandem-se ou contraem-se de acordo com a umidade, o que pode provocar fissuras e trincas, quando não tratados corretamente, por isso a cura é um passo de grande importância. Outros motivos que fazem da secagem um processo indispensável são que o bambu seco é mais leve, facilitando o transporte, e as propriedades mecânicas aumentam com a redução do teor de umidade. Para Vasconcellos (2016) “O processo de secagem mais empregado nos colmos consiste em colocá-los verticalmente em um local coberto e ventilado por 2 a 8 semanas, dependendo da espécie e condições climáticas do ambiente. ”. Outro método de cura da vara é o de queima com maçarico, onde as varas são postas em andaimes e queimadas em sequência até perderem a cor esverdeada, ou seja, um amadurecimento forçado das varas. Segundo Vasconcellos (2016) “Apesar de ser uma operação demorada e trabalhosa, proporciona ao bambu maior resistência e brilho, e acaba sendo mais rápida do que esperar os anos necessários para que o bambu tome as características necessárias para seu utilizado com a devida resistência. ”.
Podem ser empregados métodos mais rápidos, apesar de mais dispendiosos. Existe a secagem em estufa, que absorve o calor do sol mantendo seu interior quente, sem causar calor excessivo e evitando a incidência direta do sol nos bambus. Por necessitar de equipamentos de custos elevados, somente é empregado em grandes escalas. (Vasconcellos, 2016) Segundo Pereira (2001), “podem surgir fissuras nos bambus durante o processo de secagem. Para
evitar tais problemas, a recomendação é que a secagem seja lenta, de modo a não permitir a saída rápida da água pela extremidade do colmo. ”.
2.4.4 Tratamentos de conservação Conforme anteriormente apresentado os métodos de secagem e cura do bambu, podemos concluir que é de grande importância e elas são realizadas para reduzir o volume de seiva e água que se encontram nos colmos recém colhidos. Porém não só apenas esses cuidados resolvem na conservação dos bambus que serão utilizados na construção civil, e existem outros métodos que melhoram significativamente a durabilidade do material com diversos métodos de aplicação desses produtos. Atualmente um método muito utilizado é o da transpiração, qual consiste na colocação do colmo recém-cortado e logo após de efetivada a cura, dentro de um recipiente com o conservante, onde o mesmo será conduzido até o topo pela corrente transpiratória produzida pelas folhas das varas. “O tratamento dura em média 4 dias, dependendo das condições atmosféricas do local. ” (Salgado & Azzini, 1994).
Outro método bastante utilizado entre os pesquisadores é o de Boucherie, baseando-se na penetração da substância preservativa através da pressão atmosférica, ou seja, retira-se a seiva por pressão e no seu lugar introduz-se a substância. Precisa ser realizado em bambus recém-cortados, onde a seiva ainda está em movimento (Ghavami & Marinho, 2002). Conforme Cardoso Junior (2000), “o tratamento por imersão consiste em submergir as varas em um reservatório contendo o produto químico (pentaclorofenol, óleo queimado, entre outros), por cerca de 5 semanas ou mais.”. Trata-se de um dos processos de menor custo para o construtor.
Podem-se ainda aplicar preservativos químicos nos bambus gerando maior durabilidade. O trabalho de Salgado & Azzini (1994) “apresenta uma classificação para os produtos conservantes empregados, dividindo-os em óleos e sais. Segundo eles, a primeira classe é empregada nos bambus que vão permanecer em contato com a água e o solo. ”. Segundo Salgado & Azzini (1994) “Enquanto, o cromato de zinco e o de cobre são utilizados nos bambus que vão permanecer livres das intempéries. Além dos preservativos químicos, também se pode tomar partido de defensivos naturais, como o nim, o tanino, tabaco e outros. ”. Entretanto, pouco se sabe sobre a eficiência do uso de defensivos naturais no tratamento das varas de bambu para a construção civil. Por se tratar de um material “ecologicamente correto”, deve-se evitar o uso de tratamentos químicos como os citados acima, uma vez que os mesmos atingem um dos principais fatores que tornam viável a utilização dessa planta, ou seja, o uso de um recurso natural, renovável e não poluente à natureza. Além de que as substâncias químicas, normalmente, são prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente, posto que a toxicidade dos seus componentes afeta desde o trabalhador que aplicará o produto até o usuário da edificação, gerando resíduos tóxicos ao meio ambiente. É preciso ainda que muitas pesquisas sejam feitas sobre os produtos naturais que propiciem ao bambu a durabilidade necessária para incorporálo na construção de habitações, afim de que sejam reduzidos os tratamentos tóxicos. Esta postura aponta para um uso mais sustentável do bambu no campo da construção civil. Pois além de tantas qualidades já citadas, o material ainda é considerado uma tecnologia construtiva limpa, qual pode ser ligada a outros materiais, e render um grande desempenho, e se ligar casa vez mais com o ambiente qual está inserido.
2.4.5 Impermeabilização do bambu A impermeabilização do bambu é de grande importância para a finalização de todo o processo da construção, pois somente com a impermeabilização que podemos proteger o mesmo de pragas e das intempéries; principalmente levando-se em consideração o telhado ser feito de bambu, qual fica diretamente exposto ao tempo. O bambu ainda deve receber no mínimo uma camada de produto selador ou hidro-repelente. Pois o uso desses elementos também é importante para um adequado acabamento estético, potencializando a beleza do bambu e impedindo a aderência de sujeira, além de facilitar a limpeza. No mercado podemos encontrar inúmeros tipos de vernizes, porém ainda não se foi feita uma pesquisa cientifica, especificando qual o melhor verniz para se utilizar com o bambu. Segundo Marçal, 2008 “ Pela experiência de pessoas que trabalham com bambu a muito tempo o melhor verniz seria o STAN. Pois o mesmo possui propriedades características, que fazem com que o verniz consiga penetrar ou impregnar os veios do bambu. ”; tornando-se o mais utilizado em construções civis. Pois para Marçal, 2008 “Aderindo melhor a camada externa e aumentando a durabilidade do bambu, quanto a patologias causadas pelo sol e pela água da chuva. O uso de vernizes com proteção solar também é aconselhado, pois tem uma melhor proteção contra raios solares.”. Já segundo DELGADO, 2015 “ O tratamento é feito através de CCB (cromo, cobre e boro) que são mergulhados por quatro a cinco dias, este método evita qualquer tipo de praga ou doença que se possa ser encontra no bambu.”. Mas esse tratamento protege o bambu apenas de pragas e não das intempéries o bambu, concluindo assim, que além do tratamento contra pragas é sempre necessário utilizarmos uma impermeabilização utilizando verniz (tinta de alto nível de impermeabilizante), qual aumenta o tempo de durabilidade do bambu.
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2.5 Propriedades mecânicas
Quando optamos por usar um determinado material na construção civil devemos levar em consideração algumas questões, dentre elas a durabilidade e a capacidade de suportar as solicitações impostas durante a vida útil da obra. No caso do bambu, a durabilidade está diretamente ligada às etapas de produção e colheita descritas nos tópicos antecedentes. Sendo assim promoveremos uma discussão a respeito de características dos materiais e a última qualidade citada, as chamadas propriedades mecânicas. Tanto a durabilidade, quanto as propriedades mecânicas do bambu são influenciadas pela espécie, idade de corte, teores de água e umidade na composição, entre outros. As resistências variam em função do sentido das fibras, da localização dos nós e do posicionamento vertical, sendo este último comumente avaliado em três partes: basal, intermediário e topo.
2.5.1 Resistência à tração A maneira qual as fibras do bambu estão dispostas, deixa a mesmo orientada no sentido paralelo ao eixo do colmo, por isso, a resistência à tração longitudinal às fibras é bastante alta. De acordo com Ghavami & Marinho (2002), “esse valor está compreendido entre 40 MPa e 215 MPa, dependendo da espécie.”. Os maiores valores são encontrados na área interna dos nós do colmo, pois os nós apresentam descontinuidade das fibras, podendo diminuir nesses intervalos sua resistência. Segundo Ghavami & Marinho (2002) “Assim, quando a região nodal é submetida ao carregamento, criam-se zonas de concentração de tensões, podendo ocorrer a ruptura da peça.”. “Pode-se concluir que é possível substituir a madeira pelo bambu em peças submetidas à
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tração, bem como, em alguns casos, obter uma maior capacidade de carga.”. (Ghavami & Marinho 2002). E também de forma semelhante, “ tomando-se como base o aço MR250, que possui tensão de escoamento de 250 MPa, verifica-se que há uma boa margem de valores onde os elementos tracionados também podem deixar de serem confeccionados em aço, passando a utilizar o bambu como matéria-prima. ”. (Ghavami & Marinho 2002)
2.5.2 Resistência à compressão Segundo Ghavami & Marinho (2002), “ a resistência do bambu à compressão é 30% menor que a resistência à tração, encontrando-se entre 20 MPa e 120 MPa nos ensaios de compressão normal às fibras.”. Observações semelhantes podem ser realizadas a respeito do posicionamento do nó na peça a ser ensaiada, acarretando em menores resistências à compressão para corpos de prova com mais nós em sua extensão. Pessôa & Silva (2000), realizaram análises estatísticas e experimentais nas propriedades mecânicas do concreto utilizado no estado de Alagoas, com base nas informações técnicas do Núcleo de Pesquisas. Esses autores afirmam que os valores da resistência característica à compressão do concreto, comumente empregado nas obras, são 18MPa, 20 MPa e 25 MPa. Tomando os dados anteriormente apresentados como base, podemos observar que o bambu pode ser utilizado como elemento estrutural em substituição à madeira e ao concreto, chegando a fornecer melhores resultados em alguns casos. Porém é importante deixar claro que, se tratando de peças sujeitas à compressão, não basta realizar uma análise baseada apenas no limite de resistência do material, o qual é independente do tamanho e geometria da estrutura. “Nesse caso, é preciso levar em conta a esbeltes do elemento
estrutural, verificando a possibilidade de o mesmo falhar por flambagem.”. (Gonçalves, 1994).
2.5.3 Resistência ao cisalhamento Segundo Ghavami & Marinho, 2002 “ Realizaram-se estudos em relação à resistência ao cisalhamento longitudinal e transversal às fibras em corpos de prova de bambu, obtendo valores em torno de 8 MPa e 32 MPa, respectivamente.”. Para Ghavami & Marinho, 2002 “ Nas diversas espécies ensaiadas, também se analisou a resposta das madeiras quando submetidas a esforços de cisalhamento, chegando a resultados que variam de 5,6 MPa a 15,7 MPa.”. Podemos concluir após estudos apresentados anteriormente, que o bambu é capaz de substituir com vantagem elementos estruturais de madeira quando seus dimensionamentos estão condicionados à capacidade de o material resistir a esforços cisalhantes.
2.5.4 Peso específico “No que concerne o peso específico do bambu, este se encontra na média de 680 Kg/ m³ para a espécie Bambusa vulgaris, quando as varas estão secas.”. (Francis, 1993). Sendo essa uma grande característica do bambu, como vantagem ao ser comparado com outros materiais convencionais empregados na construção. Segundo Francis, 1993 “O baixo peso específico do bambu proporciona a redução do peso próprio dos componentes estruturais, produzindo-se assim, estruturas mais leves.”. Como consequência, pode-se obter uma obra com custo reduzido, dispensando-se, por exemplo, o uso de equipamentos de grande porte empregados na montagem da estrutura da edificação, como também através de um transporte barato.
2.6 Considerações finais
Após pesquisa apresentada anteriormente, podemos observar que o método construtivo utilizando, o bambu, é de fácil produção sem necessidade de mão de obra especifica. São necessários alguns cuidados com o material e o método de colheita, pois por se tratar de um material natural encontrado na natureza ele pode sofrer com alguns problemas como pragas, e mais que outros materiais com as intempéries, mas existem meios de torna-lo mais duradouro. O bambu pode ser comparado a material da construção como aço, e ser utilizados em locais como vigas, pilares entre outros na construção civil, ou mesmo como fechamento no projeto apresentado; ele possui propriedades mecânicas favoráveis para que se torne cada vez mais utilizado. Ainda é um material que sofre muito preconceito por parte das pessoas, que não o veem como um material bom para se utilizar, porém por meio deste trabalho, tento quebrar esses paradigmas e demonstrar o quanto é viável sua utilização, não apenas como abrigos emergenciais propostos, mas em todo tipo de construção, até mesmo nas de alto padrão, que já podemos encontrar em alguns lugares pelo mundo. Mas ainda devemos levar em consideração o baixo custo do material e mão de obra, para sanarmos um problema gravíssimo que convivemos que é a falta de habitação, seja ela, para as pessoas de menor poder aquisitivo ou as que sofreram com algum desastre natural. Sendo assim, daremos continuidade com algumas referências projetuais, que se aproximem do projeto, ou em relação ao material utilizado ou apenas em relação ao método construtivo.
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3.1 Biblioteca Milton Santos
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REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Imagem 5 A biblioteca Milton Santos, localiza-se no, distrito da cidade mineira de Sabará, e foi construída com bambu do gênero Dendrocalamus giganteus, ou bambu-gigante. O projeto foi trabalho de conclusão de curso do arquiteto Eric Ferreira Crevels, formado em dezembro de 2014 na UFMG, foi um dos grandes incentivadores desse projeto de abrigos emergenciais de bambu, ajudando com a disponibilização de materiais e se deixou a disposição em caso de dúvidas. O bambu tem algumas peculiaridades. É tanto componente quanto matéria-prima. De certo modo, é industrial por estar relativamente pronto para uso, mas requer manuseio artesanal por não poder, por exemplo, passar por desengrosso como a madeira. Seus nós, ao mesmo tempo que dão sustento à vara, também lhe conferem sinuosidade. A fundação da biblioteca foi feita em forma de palafitas em vez da contenção de concreto. A ideia era testar novas técnicas na construção elevada com bambu. Todas as fundações de maior diâmetro foram complementadas com pirulitos de concreto, nas quais os bambus são posteriormente encaixados.
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Sobre os pirulitos foram colocados os pilares de bambu, que se conectaram a outras varas por meio de um encaixe em formato de boca de peixe. As vedações das fachadas leste e oeste em relação à porta foram sustentadas por pilares angulados no eixo horizontal. As paredes da biblioteca, decididas durante o processo, foram compostas por bambus, vidros temperados acoplados em quadrículos também de bambu e retalhos de compensado naval, cuja geometria e cor couberam a quem os executava no momento.
Foi em uma serralheria familiar local que a equipe encontrou uma solução funcional e economicamente viável: a madeira de sucupira. Na cobertura foram empregadas meias-canas de bambu-gigante encaixadas intercaladamente em posições opostas, misturadas a telhas de PVC translúcidas para conferir luminosidade. Já os caibros foram compostos por feixes amarrados de quatro bambus phillostachys. Foram produzidas então quatro opções de projeto, submetidas ao julgo do artífice. A opção 4 foi escolhida e sofreu as alterações consideradas na decisão.
Imagem 8
1º Pvimento- Imagem 6
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2º pavimento - Imagem 7
A partir das escolhas anteriores, foi decidida a configuração dos sistemas e materiais construtivos associados ao espaço. A próxima etapa foi de definições técnicas de encaixe dos bambus da estrutura e a preparação de imagens para os anúncios do curso. O que é chamado de pirulito é a extensão da fundação, de menor diâmetro, na qual os pilares de bambu são encaixados. Nesse momento, o projeto contava com esse artifício apenas nos pilares da fachada norte, sem inclinação, como maneira de travar a estrutura. Os pilares com ângulos utilizaram os pirulitos em todas as fundações de maior diâmetro, o que acarretou em mudanças consequenciais nas etapas posteriores e uma nova solução de apoio do pilar lateral. O tamanho das fundações também mudou com a decisão de utilizar manilhas de concreto como fôrma. Somam um conjunto de seis manilhas de 40 cm e três de 30 cm de diâmetro (interno).
Imagem 10
Imagem 9
Imagem 11
35
3.2 Blooming Bamboo Home
Imagem 13 Batizado de Blooming Bamboo Home, o projeto propõe uma estrutura leve e modular que pode ser construída em apenas 25 dias. Além de garantir resistência à habitação, o bambu a torna mais econômica. Cada estrutura modular tem 3.30 m x 6.60 m e é montado por meio de parafusos, de ligação, de suspensão, ligando os diferentes elementos. A célula é forte o suficiente para suportar uma alta inundação de até 1,5 m, utilizando-se dos barris vazios. O interior da célula funciona como um espaço multifuncional, sendo casa, escola, centro médico e comunidade, sendo todas as opções possíveis para se utilizar o mesmo modelo.
36
O quadro da estrutura é feito de pequenos pedaços de bambu, fibra de coco e folhas, que podem ser acabados com revestimento que combina com seu clima local e materiais regionais, oferecendo uma peça adaptável da arquitetura vernácular. A construção flexível é capaz de ser produzido em massa e pode ser construído por seus usuários em apenas 25 dias, o projeto oferece uma solução acessível para a habitação. Pretende ser um abrigo quente para as pessoas nas mais severas condições, ele também se engaja comunidades locais com a sua cultura e arquitetura vernácular.
Imagem 14 Pode se dispor de maneiras diferentes, como apresentado na planta acima e como apresentado na planta da figura abaixo. SĂŁo utilizadas linhas de bambu para construir as paredes, chĂŁo e teto do Blooming Bamboo House, juntamente com papelĂŁo e folhas de coqueiro.
Imagem 15
37
Imagem 17
Imagem 16
38
As paredes se abrem para fora, para ventilar o edifício, mais as secções de telhado e varanda podem ser mantidas aberta ou completamente fechada, em função do tempo.
ventilação natural, e instalações de aproveitamento de águas pluviais. Partindo do pressuposto de que a casa de banho e cozinha são colocados fora e compartilhado com diversas famílias, a casa tem espaço mínimo para viver, comer e dormir. O plano foi concebido para ser ajustável em relação à direção longitudinal, permitindo a futura expansão dos membros da família e funções.
3.3 Low Cost House
Imagem 19
Imagem 18 Localizado na Província de Dong Nai, Vietnam; Criado pelo Arquiteto / Empresa: Vo Trong Nghia Arquitetos; Possui área bruta de piso 1: 22.5m2; piso 2: 18m2 Pretendendo abordar a crise da habitação no Vietnã através da introdução de casas modulares que utilizando materiais locais baratos e sejam fáceis de montar. Os arquitetos vieram com um conceito para uma casa com uma estrutura de aço leve, com paredes em camadas de policarbonato corrugado e bambu. No pressuposto de que banheiro e cozinha será localizado do lado de fora, os edifícios são concebidos como quartos individuais, onde viver, dormir e áreas de jantar são divisíveis por meio de mudanças no nível do chão ou por cortinas de desenho. Camas dobráveis para as paredes laterais deixam o mesmo espaço ser utilizado com utilidades diferentes, para permitir espaço extra para as famílias em crescimento. Além de reduzir o custo de vida, cada casa será equipada com sistemas de
Imagem 20
39
O seu interior é um espaço de um quarto simples, articulada por cortinas e diferenças no nível do chão. Outra característica distintiva é a instalação de camas dobráveis, que permitem que os moradores se sentem no chão durante o dia. Estas camadas também podem ser transformadas em sofás, se necessário.
A estrutura da casa é, por conseguinte, uma estrutura de aço leve, o que é fácil de montar sem a utilização de máquinas, nem técnicas especiais. Tendo em vista a reciclagem dos materiais. O telhado é apoiado por treliças vigas compostas por barras de aço, que minimizam material de aço e dar afinação ideal para impermeabilização. O envelope da casa é composto por um painel de bambu, e o telhado de policarbonato, as grades de bambu são definidas dentro do mesmo. Ambos os materiais estão disponíveis em todos os lugares no Vietnã e são baratos, leves e substituível. Imagem 21
O bambu é de crescimento rápido e, portanto, o material “eco-friendly”. O interior é preenchido com luz difusa e reduz a necessidade de iluminação artificial, reduzindo drasticamente o consumo de energia eléctrica. Existe também uma abertura entre o telhado e a parede, a qual tem a função de evacuar o ar quente. Como todo o espaço é ventilado naturalmente não há nenhuma necessidade de um aparelho de ar condicionado a ser instalado nesta casa. Um telhado reprimido foi projetado para coletar água da chuva para uso diário na estação seca.
W Imagem 22
40
3.4 Fundacion Vivienda, Equador
Imagem 23
Imagem 25 O Hogar de Cristo Foundation apresenta novos modelos de habitação para pessoas de baixa renda. As casas menores têm um quarto, banheiro, cozinha e área comum, mas porque eles são painéis móveis, pode ser expandido de acordo com as necessidades da família. A moradia básica Housing Foundation, corresponde a um tipo de solução habitacional que foi levantada de acordo com seus criadores, 19,3 m² de habitação, a habitação é a solução mais econômica e é parte de uma série de modelos habitacionais que têm aumentado as normas técnicas e de habitabilidade. O sistema de habitação básica, se destina a ser construída em 3 tamanhos (11,5 m²; 19,3 m²; 38,5 m²) e 2 versões de revestimento (9,5 milímetros OSB e 11,1 milímetros Smart Panel), dependendo das diferenças existem, tanto no número de membros de cada família, e a realidade geográfica na qual o sistema está instalado. Imagem 24
41
Um dos maiores avanços no invólucro de base, está relacionada com a utilização da “placa”, tal como um invólucro e a estrutura, que envolve a modulação de um painel mais manobrável, empilhável e transportável. Eles vão adicionando medidas de proteção, janelas cortagotera, soleira e no telhado. Graças ao seu sistema de construção com base em painéis modulares, permite melhorias no tempo de montagem, o que torna a instalação adiada 2 dias no máximo, se isso for feito por 6 a 8 pessoas. Housing Foundation desenvolveu esta solução como um suporte para as famílias beneficiárias pode torná-lo melhor ao longo do tempo, ou seja, é constituída como uma “base” em que você pode atualizar e equipar pintura -seja, acrescentando revestimentos no exterior e isolar dentro dela Algumas de suas principais características são: Sistema de construção eficiente e flexível feita com base em painéis pré-fabricados; fácil e rápido de montar (não requer mão de obra especializada); mais conforto e habitabilidade; ser expansível. Imagem 26
Imagem 27
42
fugas de ar. O painel repousa sobre as paredes do perímetro e uma estrutura de pinho vigas 1x4 “, 2x2 pine costeira” e uma amarração recuperador de pinho 1x2 “.
Imagem 29
Imagem 28 Os componentes que estruturam o trabalho de base com base num modelo de construção modular de pré-fabricado, manobrável, fácil para transportar são os painéis e a montagem dos componentes variam de acordo com cada elemento de construção, piso e parede. O painel de chão é feito de uma estrutura de pinho 2 x 3 “, um contraplacado estrutural placa de 15 mm, e o isolamento de poliestireno expandido 50 milímetros. O resto dos painéis de pavimento numa estrutura de pilhas de madeira. O telhado também corresponde a um painel composto por uma estrutura de pinho 1 x 4 “expandido isolamento de poliestireno 80 mm, asfalto feltro, e revestido internamente por uma placa de OSB 9,5 milímetros e uma placa exteriormente ondulado 0,35 milímetros zinco e Max Seal (espuma) para evitar
Imagem 30 As janelas são de deslizar, de alumínio e a porta é feita de placa rol de 90 cm. de largura, permitindo o acesso universal (de pessoas com deficiência ou dificuldade de viagem). Ambos são montados sobre o painel a partir da fábrica. Para complementar a instalação de campo, tem um kit de habitação incorporada de materiais adicionais necessários para o desenvolvimento da construção e acabamento (manual de montagem, tubo de silicone e stringline para o nível).
43
44
A seguir será apresentado o projeto do abrigo emergencial de bambu.
4.
PROJETO
O projeto prevê que os abrigos temporários utilizem como material principal o bambu, porém sua estrutura é ferro. O abrigo se apresentará em módulos separados, que serão montados pelos próprios usuários nos locais que serão implantados; e ainda que sejam facilmente desmontáveis e realocáveis, para os locais que estão necessitando, levando em conta o curto prazo que se tem para atender essas famílias desabrigadas. Serão produzidas estruturas de ferro que terão como fechamento o bambu, criando módulos montáveis, que se conectam e se fixam por parafusos umas nas outras tornando-se uma estrutura habitável, podendo ser montada facilmente por qualquer pessoa, gerando uma qualidade espacial aos habitantes; não sendo necessária mão de obra específica, permitindo assim uma construção rápida, em qualquer tipo de terreno para uma ocupação imediata.
45
.07 VISTA PAREDE 4
.07
VISTA PAREDE 5
B
1.65
A
4.50
N
VISTA PAREDE 6
1.65 1.65
A
VISTA PAREDE 5
N
Medida em centímetros
.07
Planta Forro Esc. 1:25
.07
1.65
O local escolhido para uma possivel implantação dos abrigos emergenciais, situa-se no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), onde os desabrigados das áreas atingidas pela lama após o rompimento de duas barragens perderam suas casas, e foram levados para escolas e igrejas.
A área escolhida possui uma topografia com alto declive, porém era a maior área sem uso proxima ao desastre que não foi atingida, ela também é de fácio acesso, sendo bem próxima a uma rodovia. Levando em consideração que os abrigos são temporários e devem ser locados em locais livres, escolhemos uma 3.36 área com a topografia mais elevada.
A
4.1 Implantação
Legenda: Módulos de 2 à 4 pessoas Módulos de 5 à 8 pessoas
1.65 .07
Módulos de banheiro
N
A
Módulos de Cozinha/ refeitório Módulo Administrativo e almoxarifado
VISTA PAREDE 5
46
4.2 Plantas
famílias de cinco a oito pessoas, quando juntar dois.
Abaixo será apresentado a planta de forro e a planta baixa, ambas propostas para o abrigo emergencial. Serão dois tipos de módulos, sendo o apresentado o modelo que atende de duas a quatro pessoas, e utilizando-se de dois desses módulos pode-se atender
O piso do abrigo será utilizado placas de OSB que se apoiará na base de aço em X e nas laterais dos encaixes entre a base e o pé, que será apresentado posteiormente..
B
VISTA PAREDE 7
.07
.07
A 1.65
A
B
Planta Forro Esc. 1:25
Medida em centímetros
VISTA PAREDE 6
47
VISTA PAREDE 5
4.50
3.36
VISTA PAREDE 4
1.65
.07
4.36
O abrigo possui 15,75 m², para famílias de 2 á 4 pessoa, dobrando essa área em módulos maiores.
O bambu será fixado na parte exterior dessa extrutura, ele será amarrado com corda, sendo fácil dar manutenção no mesmo.
Todos possuem uma porta e uma janela, em direções oppostas para ativar a circulação natural do abrigo.
B
VISTA PAREDE 7
4.35
.07
.07
A
.90
1.50
A
B
Planta Baixa Esc. 1:25 Medida em centímetros VISTA PAREDE 6
48
VISTA PAREDE 5
3
4 5.
3.36
VISTA PAREDE 4
A seguir será apresentado um zoom nessa peça, explicando melhor com funciona cada parte e o encaixe.
Abaixo temos a planta baixa do encaixe das paredes com a base.
parafuso em amarelo prende uma na outra, fixando ambos os lados.
Onde o quadrado preto é o macho da base e o quadrado verde que o envolve é a fêmea (as paredes), e no meio entre as paredes em azul podemos observas o ferro que liga as duas, onde de um lado é soldado e do outro o
O quadrado maior que envolve tudo é a base do pé do abrigo.
.15 .07
.15
PLACA DE FIXAÇÃO DAS PAREDES
.01
ENCAIXE MACHO FIXO NA BASE
.07
A
.07
.05
A
PARAFUSO DE FIXAÇÃO DAS PAREDES BASE DE SUSTENTAÇÃO DO PISO DE OSB
BASE DE SUSTENTAÇÃO DAS PAREDES
.07 ENCAIXE FÊMEA ESTRUTURA DA PAREDE
PROJEÇÃO DO PÉ
49
4.3 Cortes
VISTA PAREDE 7
.07
Abaixo apresento dois cortes do abrigo, conforme podemos observar na planta onde eles passam. FERRO DE ENCAIXE ENTRE A PAREDE E A ESTRUTURA DO FORRO
43
3.36
5.
A
.07 .07
.68
1.50
VISTA PAREDE 4
As medidades serão apresentadas nas vistas a seguir.
4.35
Planta Baixa Esc. 1:25 Medida em centímetros VISTA PAREDE 6
Corte AA Esc. 1:25
Medida em centímetros
50
LOCAL ONDE CORTA A ESTRUTURA DA BASE
FERRO DE ENCAIXE DA ESTRUTURA COM A BASE
.46
.07
.07
2.70
FERRO DE ENCAIXE ENTRE AS DUAS PAREDES
B
VISTA PAREDE 7
.07
4.35
43
5.
.07
.07
2.84
.07
FERRO DE ENCAIXE ENTRE A PAREDE E A ESTRUTURA DO FORRO
2.03
FERRO DE ENCAIXE ENTRE AS DUAS PAREDES
.08
Corte BB Esc. 1:25
.46
.46
.07
FERRO DE ENCAIXE DA ESTRUTURA COM A BASE .07
VISTA PAREDE 6
.60
B
.08
.22
.90
.71
A
VISTA PAREDE 5
LOCAL ONDE CORTA A ESTRUTURA DO TELHADO DE BAMBU
LOCAL ONDE CORTA A ESTRUTURA DA BASE
Medida em centÃmetros
51
4.4 Vistas Laterais A seguir serão apresentadas as vistas laterais do abrigo com as devidas medidas. As paredes laterais são maiores, e funcionam apenas como fechamento,
nenhuma das laterias maiores recepe abertura, na mesma irá conter uma faixa de ferro na transversal, qual terá como função o travamento dessa lateral, esse travamento deverá estar presente em todas as leterais para dar maior resistencia a estrutura, que será modular, então fixadas umas nas outras apenas por parafusos.
.07.07
.68
ESTRUTURA PARA RECEBER O TELHADO DE BAMBU
2.70
ESTRUTURA DE TRAVAMENTO
.08 .07
ESTRUTURA DA PAREDE
.46
PÉ REGULÁVEL
Vista Parede 6 Esc. 1:25
Medida em centímetros
52
A faixa estruturas na tranversal das paredes, é de espessura menor do que a estrutura da parede, sendo a mesmo de 0,05 cm por 0,05cm, enquanto as estruturas laterais (estrutura da parede) são de 0,07 cm por 0,07 cm, ambas são ocas, para que possa ser utilizado o método de junção macho e fêmea.
VÃO DE 71 CM PARA VENTILAÇÃO E AJUDA NO CONFORTO TÉRMICO DO ABRIGO .07
.60
.07
.08
.22
.71
CAIMENTO DO TELHADO
A parede que possui a estrutura da porta, possuindo como altura 2,03 cm e 0,90 cm de largura, e além da estrutura da janela ela também possui a faixa transversal de aço.
2.03
2.84
.07
ESTRUTURA DA PAREDE COM PORTA
ESTRUTURA DE TRAVAMENTO
.08 .46
.46
.07
.07
PORTA DE 90 CM
Vista Parede 5 Esc. 1:25
Medida em centímetros
53
Nesta lateral utilizaremos do mesmo sistema apresentado anteriormente, como podemos ver esse lado ficará com a parte mais alta do telhado, enquanto a anterior receberá a parte mais baixa.
Quando finalizarmos os acabamentos e fechamentos, o telhado de bambu, terá um beiral de 60 cm fora dessa estrutura metálica, qual deve proteger o abrigo das intempéries.
BEIRAL PARA LEVAR O TELHADO DE BAMBU
.68
ESTRUTURA PARA RECEBER O TELHADO DE BAMBU
2.70
.07 .07
PARTE MAIS ALTA, PARA DAR CAIMENTO
.46
PÉ REGULÁVEL
Vista Parede 7 Esc. 1:25
Medida em centímetros
54
.07
.07
ESTRUTURA DE TRAVAMENTO
Abaixo temos a parede que possui a janela basculante, que mede 0,93 cm de altura por 1,20 cm de largura, e além da estrutura da janela ela também possui a faixa transversal de aço.
Como a estrutura é de bambu, e esse material não dá o fechamento perfeito entre um e outro, os moradores poderão utilizar tecido (TNT) como uma cortina nas paredes laterais, para dar uma privacidade maior, e proteger também, de interpéries como vento e pequenos mosquitos.
.08
ESTRUTURA DE ENCAIXE DO TELHAO O BEIRAL AVANÇA 60 CM DESSE LADO E DO OPOSTO TAMBÉM
.07
.60
.07
.07 .07
.23
.71
CAIMENTO DO TELHAO
ESTRUTURA DA JANELA
.07
2.70
.93
ABERTURA DA JANELA
.07 .07
.07
.46
PÉ REGULÁVEL .46
.07
1.03
PEITORIL
Vista Parede 4 Esc. 1:25
Medida em centímetros
55
4.5 Detalhamento do pé
Nas imagens abaixo apresento algumas das maneiras que eles podem se apresentar, como totalmente aberto para alturas maiores a serem vencidas, e na direita quase totalmente fechado, para vencer alturas de desníveis menores.
.01
.15
.19
.07
O pé proposto para se utilizar no abrigo emergencial, é um modelo que deve se adequar em qualquer terreno, e deve deixar o abrigo no nível horizontal 0, assim o mesmo é composto por 5 partes, onde todas são interligadas, e abaixo serão apresentadas como a, b, c, d, e.
Abaixo podemos observar o encaixe macho e fêmea entre a base do pé e as paredes laterais, e ainda como funciona o pé, com sua mudança de altura.
.14 .01 .15 .13
A
A
B B
C
C D
D E E
56
Eles se fixarão uns nos outros nas alturas desejadas por meio de pinos que transpassam os mesmos de uma lateral a outra por furos na medida dos pinos, em várias alturas diferentes, sendo fácil adequar a altura exata necessária. Apresento abaixo as peças separadamente com suas devidas nominações, quais são A= base superior que se liga na base do abrigo; B= primeira base extensiva, fixa na base superior; C= base extensiva móvel; D= base extensiva móvel, fixa com a base inferior; E= base inferior fixa
na base extensiva, porém móvel conforme a necessidade do terreno. E ainda qual o sentido que cada uma se move para que haja a regulação da altura.
A
A
B B
C
C
D
D E E
57
4.6 Detalhamento da estrutura metálica Abaixo temos uma imagem da parte estrutural do abrigo, qual é toda metálica, com seus devidos ligamentos apresentados pelas marcas vermelhas, e todos os travamentos das paredes, os locais onde receberam a porta e a janela, e ainda a estrutura do telhado que é ligada ao restante do abrigo. Abaixo está como ele fica quando todos ligados apenas faltando receber
58
o fechamento de bambu nas paredes, forro e telhado, e apenas o piso será de OSB, para dar maior estabilidade aos usuários. Estas imagens são de vista lateral, vista traseira onde fica a janela, e vista frontal onde fica a porta. Ambas somente estruturais, e conforme apresentado ligados nos pontos vermelhos, onde de um lado o ferro é soldado e no outro fixa por meio de parafuso, as ligando e dando rigidez para a estrutura.
A seguir será apresentado os módulos metálicos separadamente com suas denominações para facilitar no entendimento da maneira que se juntam, em uma vista lateral e superior. Sendo 1= o módulo do piso, qual se liga o pé; 2= o pé regulável da estrutura que é fixado por meio de parafusos no módulo do piso; 3= o módulo do forro do abrigo, qual recebe o módulo do telhado em cima ainda; 4= módulo da parede que recebe a janela basculante; 5= módulo da parede que recebe a
porta, com medida de 90 cm; 6 e 7= são os módulos de paredes laterais, que se encaixam no restante; 8= estrutura que recebe os bambus de telha; 9= encaixe entre o modulo do forro e o telhado, com sistema macho e fêmea. As paredes serão encaixadas na base e no forro pelo sistema macho e fêmea, nas quatro laterais do abrigo, além de receber ligações em toda sua extensão por meio de parafusos.
8 9 5
6
3 7
2
1
4
59
4.7 Detalhamento com o fechamento de Bambu Após apresentação de todo detalhamento da estrutura, a seguir está o projeto finalizado, com seu fechamento de bambu, principal objeto de estudo. O 3D apresenta o que há de mais próximo do modelo que ficará o abrigo, lembrando que esse é o módulo para núcleos familiares menores até 4 pessoas. Pode-se observar o interior do abrigo, com a estrutura de aço e o
60
fechamento em bambu, e também com o piso em OSB, mostrando o lado da porta da entrada, e abaixo a parte interna com o lado oposto onde encontra-se a janela, tornando assim o ambiente refrigerado naturalmente por uma corrente de ar, que passa entre os dois. Abaixo temos as imagem externar e internas do abrigo, sendo da parte frontal e posterior, onde fica a porta e a janela do abrigo. O bambu se fixará na estrutura metálica por meio de amarração do mesmo na estrutura.
4.8 Memorial Descritivo
O presente memorial descritivo define como deverão ser executados os serviços de montagem dos abrigos, em caráter emergencial, que viram em módulos, das paredes e necessitarão ser fixados uns nos outros I.
Geral A presente especificação tem por finalidade apresentar os módulos que virão e deverão ser fixados. Sendo os seguintes: pés no piso térreo; paredes no piso térreo, forro nas paredes, e telhado no forro. Eles virão no formato da estrutura metálica já com o bambu amarrado de fechamento.
II.
Local Instalação
Conforme anteriormente discutido o abrigo é emergencial e deve se adequar a todo tipo de terreno, contendo o pé ajustável para suprir essa necessidade. III.
Mão de Obra
ficam nos pés para que se altere sua altura. V.
Projetos
A obra e os serviços serão executados em estrita e total observância às indicações constantes nos projetos, especificações técnicas e contratos. Em caso de divergências, prevalecerão: as especificações estabelecidas sobre os desenhos; as cotas assinaladas sobre as dimensões medidas em escala; os desenhos de maior escala sobre os de menor escala. VI.
Finalização
O abrigo não tem tempo máximo de uso, podendo ser utilizado pelo tempo necessário, e pelo número de pessoas necessário também; o abrigo deve receber os cuidados básicos de limpeza, e de impermeabilização conforme necessidade. Os acabamentos finais além dos que já veem ficam por conta de cada morador, bem como a utilização da taipa de mão.
Não é necessária a utilização de mão de obra especializada, para montagem dos abrigos, pois os módulos virão prontos e é de fácil entendimento e montagem, juntamente com os módulos virá um manual de montagem, junto com tudo que for necessário para montá-lo, como parafusos e chave de fendas. IV.
Materiais
Conforme anteriormente apresentado será utilizado aço para montar a estrutura do abrigo, e como fechamento será utilizado o bambu tratado, qual por meio de amarração ficará fico na estrutura; o piso será de placas de OSB, para tornar o piso mais estável e no nível. O que virá junto para fixação será apenas os parafusos para fixarem os módulos de paredes, e os pinos que
61
1.
5.
QUADRO DE IMAGENS
Desastre de Angra dos Reis - RJ
Fonte: site www.adalagoas.com.br/, visitado no dia 21/04/2016.
2. Distrito de Paracatu em Mariana MG, foi tomado por lama. Marca em Igreja mostra que ela quase foi totalmente coberta. Fonte: site www.g1.globo.com , visitado no dia 21/04/2016.
3.
Desabrigados em quadra de Mariana - MG
Fonte: site www.g1.globo.com , visitado no dia 21/04/2016
4.
Denominação do bambu.
Fonte: Uso do bambu como matéria-prima em projetos de design
5.
Imagens externa Biblioteca Milton santos.
Fonte: Monografia de Eric Crevels
6. Projeto Biblioteca Milton Santos - Pavimento Térreo. Fonte: Monografia de Eric Crevels
7. Projeto Biblioteca Milton Santos - Pavimento Superior (mezanino). Fonte: Monografia de Eric Crevels
8.
62
Vedações escolhidas para o projeto.
Fonte: Monografia de Eric Crevels
9.
Fonte: site www.desingboom.com/ bloomingbamboohome, visitado em 17/05/2016.
Telhado de bambu visto por cima.
24. Fachada.
Fonte: Monografia de Eric Crevels
17. Imagem demonstrativas da produção da célula.
10.
Fonte: site www.dezeem.com/bloomingbamboohome, visitado em 17/05/2016.
Estrutura de bambu.
18. Telhado de bambu visto por baixo.
Fonte: Monografia de Eric Crevels
12. Imagem interna mostrando estrutura e fechamento em bambu. Fonte: Monografia de Eric Crevels
13.
Imagem da célula pronta
Fonte: site www.desingboom.com/ bloomingbamboohome, visitado em 17/05/2016
Fonte: site www.dezeem.com/LowCostHouse, visitado em 20/05/2016.
25. Modelo abrigo para família maiores, utilizando dois módulos.
Fonte: Monografia de Eric Crevels
11.
em 20/05/2016.
Imagem externa abrigos.
Fonte: site www.dezeem.com/LowCostHouse, visitado em 20/05/2016.
19. Interior do abrigo com demonstrativo das camas abertas. Fonte: site www.dezeem.com/LowCostHouse, visitado em 20/05/2016.
Fonte: site www.fundacionvivienda.com/ abrigoemergencial, visitado em 06/08/2016.
26. Modelo abrigo utilizando um módulo.
Fonte: site www.dezeem.com/bloomingbamboohome, visitado em 17/05/2016.
Fonte: site www.dezeem.com/LowCostHouse, visitado em 20/05/2016.
Estrutura de treliça de aço no telhado.
22.
Planta da habitação.
Interior, esqueleto 3D.
Fonte: site www.fundacionvivienda.com/ abrigoemergencial, visitado em 06/08/2016.
Fonte: site www.dezeem.com/LowCostHouse, visitado em 20/05/2016. 30.
16. Planta, corte com demonstrativo de ventilação e perspectivas.
Interior, esqueleto real.
Fonte: site www.archidaily.com/fundacionvivienda, visitado em 11/08/2016.
29.
Fonte: site www.dezeem.com/bloomingbamboohome, visitado em 17/05/2016.
Planta baixa do abrigo com dois módulos.
Fonte: site www.fundacionvivienda.com/ abrigoemergencial, visitado em 06/08/2016.
28. 21.
Cortes demonstrativos.
menores,
Fonte: site www.dezeem.com/LowCostHouse, visitado em 20/05/2016.
14. Plantas e cortes demonstrativos de ventilações e armazenamento de água da chuva.
15.
família
Fonte: site www.fundacionvivienda.com/ abrigoemergencial, visitado em 06/08/2016.
27. 20. Local de dormir, com demonstrativo das divisórias.
para
23. Corte.
Modelo de telhado utilizado.
Fonte: site www.fundacionvivienda.com/ abrigoemergencial, visitado em 06/08/2016.
Fonte: site www.dezeem.com/LowCostHouse, visitado
63
6.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
64
1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Informação e documentação- Citações em documentos – Apresentação. Rio de Janeiro, 2011.
2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação- Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
3.
DELGADO, D.; BOARIA, H.; AOYAMA, H; SANTIAGO, S.; RAMOS, V.; SANTOS, W. Estudo Sobre A Substituição Do Aço Pelo Bambu Na Estrutura Do Concreto Armado Na Construção Civil. II Encontro de ciência e tecnologia do curso de Engenharia Florestal da Faculdade de Rondônia – FARO, Porto Velho, v. 2, n. 2, jul. / dez. 2015.
4. CORBELLA, O; YANNAS, S. Em Busca De Uma Arquitetura Sustentável Para Os Trópicos. 2. Ed. Rio de Janeiro: Revan, 2003.
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