DO ESPAÇO À ESPACIALIDADE conexão e ocupação de vazios urbanos em Mogi Guaçu
DO ESPAÇO À ESPACIALIDADE
conexão e ocupação de vazios urbanos em Mogi Guaçu
BEATRIZ RIBEIRO
“A boa arquitetura só pode ser conseguida quando os conceitos de desenho estão baseados nos valores reais da vida humana” (LEGORRETA)
TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO II Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo (IAU.USP) COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO PERMANENTE Prof. Dr. David Moreno Sperling Prof. Dr. Joubert Jose Lancha Prof. Dra. Luciana Bongiovanni Martins Schenk Prof. Dra. Lucia Zanin Shimbo PROFESSOR COORDENADOR GT Prof. Dr. Tomás Antonio Moreira
São Carlos, novembro de 2016
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dra. Luciana Bongiovanni Martins Schenk IAU.USP
Prof. Dr. Tomรกs Antonio Moreira IAU.USP
Conceito final: Data:
AGRADECIMENTOS
À Luciana e ao Tomás, pelo aprendizado e pelas conversas À minha família, pelo amor e compreensão Aos amigos que São Carlos me presenteou, por todo apoio Ao Felipe, pelo afeto imprescindível
ÍNDICE RESUMO.........................................................................10 INTRODUÇÃO.................................................................12 1. URBANIDADE.............................................................14 1.1. Contexto...........................................................14 1.2. Conflito.............................................................15 2. MOGI GUAÇU.............................................................16 2.1. Leitura..............................................................16 2.2. Olhar.................................................................24 3. SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES.................................28 3.1. Fluxos...............................................................32 3.2. Fixos.................................................................34 4. INTERVENÇÃO URBANA...........................................40 4.1. Escala 1- diretrizes (conexão).........................40 4.2. Escala 2- zoneamento (ocupação)..................50 4.3. Escala 3- equipamento....................................58 BIBLIOGRAFIA................................................................70
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RESUMO O trabalho “DO ESPAÇO À ESPACIALIDADE: conexão e ocupação de vazios urbanos em Mogi Guaçu” de forma investigativa apresenta um projeto urbano para a cidade em distintas escalas. Após as análises é revelado um olhar em relação à Mogi Guaçu, que se atenta aos conflitos existentes e aponta as direções da intervenção. O enfoque é dado para os grandes vazios na cidade, espaços de antigas cerâmicas que estão atualmente desfuncionalizados e sem uso, localizados na região central. O objetivo é a integração destas áreas por meio de um sistema de espaços livres, refletindo sobre as identidades destes lugares, um confronto com a importância que tiveram no passado e o conflito que representam no panorama da cidade contemporânea. O sistema busca transparecer o existente e então qualificálo e torná-lo visível, aguçando, portanto, a percepção do transeunte. Primeiramente, por meio um planejamento de vias são dadas diretrizes que qualificam a passagem, conectam e integram áreas potenciais. Em segundo momento, com uma escala mais aproximada, é feito um zoneamento na região das antigas cerâmicas, propondo uma ocupação residencial e comercial, com a implantação também de equipamentos públicos. Há enfoque, posteriormente, para a área da antiga cerâmica Martini, caracterizado como ponto central no sistema. Propõese uma nova centralidade que seja capaz de retomar urbanidade perdida respeitando a configuração atual de Mogi Guaçu e fortalecendo a integração do sistema como um todo. Palavras-chave: vazio urbano; sistema; Mogi Guaçu
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INTRODUÇÃO Este trabalho é parte de um processo de reflexão do momento contemporâneo da cidade e da arquitetura, apresentando um caráter experimental que busca o auto-conhecimento e caminhos no plano de ação que é conferido ao arquiteto e urbanista. É dividido em quatro capítulos: URBANIDADE; MOGI GUAÇU; SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES E INTERVENÇÃO URBANA. No primeiro capítulo: URBANIDADE, em CONTEXTO são apresentadas as questões e conceitos em relação à cidade atual que são bases para o desenvolvimento da questão, melhor apresentada e definida em CONFLITO. O segundo capítulo, MOGI GUAÇU, é constituído de uma análise da cidade, cartográfica e historiográfica em LEITURA e de modo mais subjetivo em OLHAR. Em SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES, é organizado e sistematizado o que foi revelado por meio das análises. Em FLUXOS e FIXOS há uma análise subjetiva e mais aproximada que aponta as potencialidades de intervenção. No último capítulo: INTERVENÇÃO URBANA, é apresentado o projeto em suas distintas escalas. Primeiramente, numa escala macro são dadas as diretrizes de conexão, posteriormente na região do recorte são dadas as diretrizes de ocupação e, por fim, chega-se no equipamento, que se configura como ponto conector do sistema de espaços livres proposto.
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Praรงa de Lisboa, Porto
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1. URBANIDADE 1.1. Contexto A compreensão da cidade contemporânea deve ser feita para além da sua morfologia, a forma com que os espaços são organizados, utilizados e vivenciados mostram muito sobre o meio urbano. A problemática, portanto, transcende da cidade para o homem, pensar no desenho urbano vai além da compreensão das condicionantes físicas do território, depende da compreensão das práticas resultantes das relações sociais. A ideia de urbanidade, que surge em meio à crise do movimento moderno em um momento de discussão sobre as cidades, se apresenta como possibilidade de consolidar o papel da arquitetura como arte social. É a partir da presença e da vivência que a cidade gera espaços de urbanidade, onde encontra-se o caráter subjetivo e identifica-se a vida urbana. Segundo Jane Jacobs, o grau de urbanidade de uma cidade é intrinsecamente dependente do grau de vitalidade urbana presente nela. Reflete-se, neste trabalho, sobre os valores de habitar a cidade e o modo com que o arquiteto, por meio da conformação destes espaços, pode inferir na lógica vigente. Henri Lefebvre definia o urbano como uma realidade social composta de relações a serem concebidas, construídas ou reconstruídas pelo pensamento. Argumentava também que a existência humana se estruturava a partir das três dimensões: historicidade, sociabilidade e a espacialidade. Esta, por sua vez, apresentará um destaque no trabalho com um caráter instigante e experimental.
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URBANIDADE
Essa dimensão espacial da arquitetura é estudada desde o final do século XIX por diversos autores. O estudo da espacialidade, de acordo com Douglas Vieira Aguiar, é essencial no âmbito da arquitetura por propiciar uma avaliação da performance dos espaços a partir das demandas do corpo e das pessoas, tanto no individual como no coletivo. Qual a identidade/ as identidades dos espaços públicos na cidade contemporânea? De que forma eles se configuram, qual o papel que possuem e de que forma se transformam?
1.2. Conflito A reflexão sobre urbanidade e espacialidade (como qualidade dos espaços) se inicia a partir de um olhar que se atenta às modificações dos espaços vivenciados na cidade Mogi Guaçu. Os espaços públicos de convívio são conformados pela apropriação das áreas pelas pessoas e são cada vez mais escassos no modelo de cidade atual. Dentre as incoerências urbanas, observa-se o aumento de moradias na periferia da cidade, seja com habitações populares ou com os condomínios cercados. Os bairros, isolados uns dos outros, se desenvolvem sem diversidade de usos, comércio, padrão social, equipamentos acessíveis a todos e garantia de fluxo de pessoas. As ruas, dificilmente configuram um passar qualificado para o transeunte. O centro da cidade, neste panorama, com mais suporte estrutural se esvazia, e é alvo da desfuncionalização e da conformação de espaços sem uso e sem vitalidade que não se integram com o entorno. No caso de Mogi Guaçu, a cidade antes “capital da cerâmica” tem em sua paisagem resquícios do que foram estas fábricas e a respectiva urbanidade que geravam. Hoje, estes grandes espaços sem usos e sem funções, denominados de VAZIOS URBANOS, são focos da especulação do capital e se configuram como conflitos na cidade. Intenta-se, portanto, pensar a integração das áreas livres do centro por meio de um sistema. refletir sobre quais são as identidades destes lugares, considerando a importância que tiveram no passado, o conflito que atualmente representam e as condições atuais da cidade. Pretende-se, portanto, após leitura objetiva e subjetiva da cidade, revelar o sistema existente e qualificá-lo, no plano das ruas, praças e parques. A intenção é que o próprio lugar revele, por meio da análise, suas potencialidades e identidades. As intervenções, no plano do desenho urbano, objetivam tornar visível o existente e aguçar a percepção dos que vivem na cidade.
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2. MOGI GUAÇU 2.1. Leitura Mogi Guaçu situa-se no interior do Estado de São Paulo, próxima à região administrativa de Campinas. Segundo informações do censo do IBGE de 2014, o município possui 146 114 habitantes e área de 885 km².
Mapa de localização da cidade de Mogi Guaçu
área total do município (885 km²) área total urbana (43,78 km²)
Mapa da área urbana de Mogi Guaçu
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MOGI GUAÇU Conforme Plano Diretor- Revisão 2015, há uma proposta de aumento do perímetro urbano da cidade de Mogi Guaçu.
ATUAL
PROPOSTA (24,94% aumento)
zona urbana= 43,78 km² zona urbana= 54,70 km²
Nota-se, portanto, o aumento da área urbana do município. A fim de compreender o desenvolvimento da cidade (e suas reais necessidades) é necessário entender seu processo de formação, se atentando ao fato de que cada espaço possui determinantes naturais e físicos únicos e reage de maneira distinta às mudanças ocorridas ao longo do tempo. Vê-se a seguir, mapas de análise do território em relação à topografia, hidrografia, áreas verdes, sistema viário, padrão socio econômico, evolução histórica e uso do solo.
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18 A cidade é cortada longitudinalmente pelo Rio Mogi Guaçu, com a presença também dos rios Oriçanga e das Pedras e córregos Canta-Galo, do Centenário, dos Macacos, do Areião e dos Ipês. A média das cotas planialtimétricas do terreno do município é de 640 m.
O mapa é resultado de um levantamento das áreas verdes no município com base em imagens de satélite.
áreas verdes
De acordo com Neto et al. (2008), em relação à infraestrutura das áreas verdes da cidade, a pesquisa relatou que 26% possuíam iluminação pública e 10.8% possuíam calçada para pedestre.
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MOGI GUAÇU
ferrovia rodovia vias estruturais
O Grupo 2- rendimento médio dos domicílios de R$2.569. O Grupo 3- rendimento médio dos domicílios de R$1.924. O Grupo 4- rendimento médio dos domicílios de R$1.724. O Grupo 5- rendimento médio dos domicílios de R$1.401.
IBGE, Censo demográfico. Fundação SEADE
O sistema viário da cidade é marcado pelas rodovias Dr. Gov. Ademar Pereira de Barros; Dep. Mario Beni e Antônio Joaquim de Moura Andrade e vias estruturais sentido norte/ sul: Av. Brasil, Av. Bandeirantes, Av. Nove de Abril, Av. Mogi Mirim, Av. dos Trabalhadores e leste/ oeste: Av. Emília Marchi Martini, Rua Paula Bueno, Av. Pref. Nico Lazi e Av. Padre Jaime.
O Censo Demográfico do IBGE de 2010, em relação à análise das condições de vida dos habitantes mostra que no centro da cidade há maior concentração de pessoas com padrão de vida mais elevado e que o norte e o leste da cidade se caracteriza por um padrão mais baixo. A rodovia, em destaque no mapa, se configura claramente, portanto, como um elemento segregador na cidade.
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Fonte: Caderno Memória - Anos 40, Prefeitura Municipal de Mogi Guaçu, 1996
Observa-se que em 1938 a cidade se formava em um dos lados da margem do rio e estava marcada pela existência de três grandes cerâmicas, da usina, pedreira e da estrada de ferro da companhia mogiana (neste momento com um caminho tortuoso, acompanhando as curvas de nível da topografia do solo- ATUAL AVENIDA DOS TRABALHADORES).
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MOGI GUAÇU O mapa de evolução histórica se apresenta a partir do cruzamento de informações de mapas encontrados de épocas distintas de Mogi Guaçu.
1938 1960 1970
Até 1960, o crescimento da cidade concentra-se no eixo norte/ sul. Notase, posteriormente, o crescimento da cidade nas extremidades leste e oeste.
2008
industrial comércio e serviço residencial
A cidade é marcada pelo uso industrial na sua periferia e nas proximidades das rodovias. O comércio e serviço tem maior destaque na região central próxima à margem do rio e é também distribuído pelas principais vias que cortam a cidade no sentido leste/oeste e norte/ sul com maior destaque na Av. Bandeirantes, Av. Nove de Abril e Av. Mogi Mirim caracterizando o principal eixo de comércio da cidade.
22 DO ESPAÇO À ESPACIALIDADE Mogi Guaçu tem origem com o povoamento na margem direita do rio Mogi Guaçu como consequência do Caminho dos Goiases (São Paulo a Goiás), no século XVIII. Ao longo deste caminho surgiram dois tipos de povoamento: de registro, onde a carga era fiscalizada pelo governo e de pouso obrigatório, que caracteriza o povoamento da cidade de Mogi Guaçu, determinado pelo rio que cortava a cidade. “O rio Mogi Guaçu, por ser um dos maiores desta região, tornou-se um natural
obstáculo ao meio de transporte entre as suas margens. Porém com a construção de balsas, e posteriormente pontes de madeira, foi este obstáculo vencido, ensejando a criação de grande entreposto de mercadorias” (ARTIGIANI, R. 1994, p.63)
Com o pouco rendimento na mineração, os moradores passaram a se dedicar à agricultura, pesca e criação de animais. No século XIX chega o café fazendo com que novas perspectivas surgissem para a população do campo promovendo um visível desenvolvimento das cidades. “(...) o movimento
tornou-se intenso pelas estradas principais e vicinais. A vila se ampliava com o bairro da Capela, que já contava com a igreja de Nossa Senhora do Rosário, construída no ano de 1820.” (ARTIGIANI, R. 1994, p.63) Este
desenvolvimento tem como consequência a criação dos trilhos da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro (1875) e também a primeira ponte metálica no rio.
23 A década de 1950 foi a fase dos loteamentos de terra, proporcionando o surgimento de novos bairros. As correntes imigratórias também favorecem atividades econômicas paralelas à lavoura cafeeira, como o comércio e posteriormente a indústria, onde a cerâmica se destaca. Devido às excelentes jazidas de argila, desde 1895 a indústria de cerâmica começa a se desenvolver. Os administradores do município, na década de 60, com a finalidade de diversificar o parque industrial que estava restrito a indústria cerâmica, se dedicaram na procura de novas indústrias, conseguindo a implantação destas na região com destaque para a Ingredion, antiga Refinações Milho Brasil, e International Paper, antiga Champion. Tais indústrias são responsáveis por um crescimento rápido e significativo do número de habitantes da cidade. Segundo Artigiani, foi constatado que “(...) em 1966, o município de Mogi Guaçu contava com setenta e cinco indústrias, que mantinham cerca de oito mil funcionários”. A necessidade de construções para abrigar o novo contingente populacional acarretou para Mogi Guaçu um crescimento da urbanização, principalmente na zona periférica.
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2.2. Olhar A partir da leitura realizada sobre a cidade por meio de mapas e da historiografia conclui-se que até 1960 o crescimento e desenvolvimento da cidade era concentrado no eixo norte/sul (sentido do Caminho dos Goiases), com a chegada das indústrias na periferia da cidade há uma mudança no panorama do crescimento da cidade que agora se intensifica no eixo leste/ oeste.
Com as indústrias há um aumento significativo da população, fazendo surgir a necessidade, na década de 60, de um planejamento urbano. Em 1970 é elaborado o primeiro Plano Diretor para a cidade. Dentre as propostas há um destaque para: -Recuperação da extensa área de várzea situada na margem direita do rio Mogi Guaçu, próxima do centro onde se localizavam as indústrias cerâmicas com a implantação de parques, praças e equipamentos de cultura, recreação e esportes; -Implantação do Centro Cívico Cultural no Morro do Ouro, área central muito visível pela topografia elevada; -Criação de duas vias expressas, no sentido norte-sul, paralelas ao eixo de atividades centrais e vias expressas no sentido leste-oeste. As vias foram criadas e se caracterizam como estruturadoras, não só em relação ao fluxo, mas também fortalecendo o desenvolvimento da cidade em ambos os sentidos. Houve a implantação do Centro Cívico no Morro do Ouro, entretanto o caráter cultural foi deixado de lado e os edifícios funcionam apenas para o uso da partição pública. A implantação de parques, praças e equipamentos de cultura, recreação e esportes na região das antigas cerâmicas são diretrizes que buscam ser retomadas no desenho urbano deste trabalho.
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MOGI GUAÇU
Fonte: Revisão Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) Mogi Guaçu, 2015
As áreas centrais representam a dinâmica político/espacial de desenvolvimento das cidades em determinado período. Na maioria dos casos, com o crescimento econômico o centro tende a se deslocar para outras áreas. Os “novos centros” surgem em locais onde há possibilidade de implantação da estrutura necessária, condições que favoreçam a acessibilidade de veículos, proximidade com rodovias e com áreas de padrão social elevado em detrimento de aspectos físicos e sociais.
Mapa de ocupação do solo
A área em destaque, demarcada como ZAC (zona de atividades centrais- CA=7 e TO=90%), se constitui de grandes espaços livres, desfuncionalizados com a desativação das cerâmicas e arborizados (proximidade com rio e córregos).
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equipamento cultural e esportivo marco consolidado marco fragilizado área com campo de visão favorecido
Mapa de análise de Mogi Guaçu
O mapa acima apresenta uma compreensão da área que se conforma a partir da tentativa de identificação de marcos na cidade, representando pontos referenciais na localização ou na paisagem. Os marcos são também relacionados à memória como no caso da Estação Ferroviária, construção muito importante no passado e que mesmo tendo sido desfuncionalizada é referencial na cidade. As cerâmicas representadas como marcos fragilizados, são construções que também perderam suas funções, foram muito significativas no passado entretanto hoje estão em processo de degradação e são alvos de empreendimentos imobiliários. Há também a representação de equipamentos esportivos e culturais na cidade que buscam uma relação com os espaços livres e há a tentativa de identificação de regiões em que o campo de visão é privilegiado.
27 Este esquema representa um olhar em relação à cidade, é uma interpretação e sistematização das leituras realizadas.
e s p a ç o com caráter esportivo e de lazer
área íngreme de grande potencial visual
ETE
ciclovia canteiro marco consolidado marco fragilizado espaço livre potencial fluxo de pessoas (caráter comercial) estar (espaço com vivênvia e urbanidade) eixo de espaços livres estar (espaço com vivênvia e urbanidade) eixo de passagem estar memorial (estar + marco) ponto conector (encontro de eixos)
área de d e n s a arborização construções remanescentes das cerâmicas área com ocupação residencial e comercial
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3. SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES Como se define o sistema de espaços livres e qual sua contribuição na constituição da cidade contemporânea? Quais os distintos papeis e potencialidades do sistema de espaços livres? Quais as potencialidades ecológicas do sistema de espaços livres para regenerar e preservar os recursos naturais ainda existentes?
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29 O sistema é sintetizado em três principais eixos, que buscam nortear o projeto de desenho urbano: CONSOLIDAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO e RESSIGNIFICAÇÃO. CONSOLIDAÇÃO- via de grande importância funcional e histórica na cidade, marca o desenvolvimento de Mogi Guaçu (caminho dos Goiases- sentido norte/sul). Possui caráter comercial e estruturador na cidade. TRANSFORMAÇÃO- via inserida numa área de grande valor ecológico e paisagístico e, de acordo com as intenções do capital, é potencial de acessibilidade e comércio. RESSIGNIFICAÇÃO- conector dos eixos de CONSOLIDAÇÃO E TRANSFORMÇÃO. Constitui-se de espaços livres que possuem potencial simbólico, visual e paisagístico. De que forma a visualização e a percepção deste sistema colabora num redesenho urbano que valorize o existente aguçando a percepção das pessoas para a natureza, para a história e espaços de convívio? A seguir, diretrizes principais para os eixos:
RESSIGNIFICAÇÃO tornar visível áreas livres por meio de integração e qualificação da passagem e dos espaços de convívio; manutenção da arborização existente e reflorestamento de áreas de várzea e de preservação ambiental
TRANSFORMAÇÃO promover a valorização do ambiente por meio do reflorestamento e da diversidade (tentativa de mesclar comércio, natureza e espaços de convívio)
CONSOLIDAÇÃO criação e ampliação de caráter de unidade por meio do piso e da arborização das calçadas
Fotografia aérea de Mogi Guaçu com indicação dos principais eixos do sistema:
CONSOLIDAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E RESSIGNIFICAÇÃO
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3.1. Fluxos Sendo o sistema uma revelação do existente, com ênfase na qualidade dos espaços da cidade, reservados tanto ao estar quanto ao passar questiona-se qual a acessibilidade da área da intervenção, agora mais recortada. Como as pessoas acessam os lugares, por onde elas passam e qual a qualificação do espaço existente? As imagens representam de forma sintética uma análise em relação ao existente, na primeira imagem a partir da identificação da ciclovia e dos canteiros nas vias e na segunda, a partir da análise da qualificação das calçadas (considerando a largura da calçada, a pavimentação e a concentração do fluxo diurno e noturno. ciclovia canteiro
movimentação diurna movimentação noturna qualificação de calçadas menor
maior
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SISTEMA DE ESPAร OS LIVRES
Fotografia Praรงa Angelina M.
Fotografia Praรงa Angelina M.
Fotografia Avenida 9 de abril
Fotografia Avenida Pres. Tancredo A. Neves
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3.2. Fixos Os estares devem ser pensados juntamente com os percursos, as praças vivas localizamse no caminho das pessoas, possibilitam mais que o descanso da passagem o encontro e o convívio. A análise dos espaços na área de intervenção foi realizada a partir das espacialidades, ou seja, com um olhar atento à qualidade dos espaços e a forma com que as pessoas os usufruem. Na imagem a seguir, observa-se a identificação de espaços com urbanidade atualmente e áreas de recreação, de acordo com o PDDI (possibilidade de qualificação e integração ao sistema). espaço com urbanidade áreas de recreação (PDDI revisão 2015) “Zona de recreação e lazer: constituise de áreas naturais ou modificadas (jardins, praças, parques e afins), áreas destinadas, com reserva ao desenvolvimento do turismo, uso da atividade regional em especial de atrativo regional e local, com melhor aproveitamento dos recursos naturais disponíveis.” (PDDI revisão 2015)
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SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES
Fotografia Praça Angelina M.
Fotografia Praça da Abolição
Fotografia Praça da Abolição
Fotografia Praça da Abolição
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A imagem ao lado representa espaços com urbanidade temporal, ou seja, espaços que tiveram significativa importância de vivência e convívio no passado.
É possível retomar estas espacialidades? Como retomar? Qual a ligação com a identidade atual da área?
urbanidade temporal
“Que saudade daquele tempo... Subíamos nos silos da cerâmica para assistir o jogo do camacho.” (JOSÉ AUGUSTO, depoimento)
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SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES
“A entrada e saída dos turnos era até bonito de ver, de tantas bicicletas que passavam” (NATALINO, gazeta guaçuana) Ocupação do solo (cerâmicas), 1975
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Os espaços demarcados na imagem ao lado possuem grande dimensão, não se integram na malha urbana e não são frequentados. Vistos como conflitos na cidade, neste trabalho são potenciais. Intenta-se a integração destes espaços em um sistema de espaços livres. Buscase entender se há e quais são as relações com o entorno, quais são os determinantes físicos e sociais da área em que se inserem, o papel que tiveram no passado e como podem se conformar na cidade atual.
espaços livres
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SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES
Fotografia espaço livre íngreme
Fotografia espaço livre próximo à rodoviária
Fotografia Cerâmica Martini (abril de 2016)
Fotografia Cerâmica Martini (abril de 2016)
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4. INTERVENÇÃO URBANA 4.1. Escala 1- diretrizes (conexão) A intervenção realizada a partir da leitura de Mogi Guaçu possui uma escala urbana e consiste em um sistema de espaços livres, sendo integração e sobreposição das camadas de: PRESERVAÇÃO,
RUAS e
ESTARES.
O sistema de espaços livres se apresenta a partir da intenção projetual de valorizar o existente, tornando-o visível e aprazível. Em relação à PRESERVAÇÃO, há a diretriz de densa arborização em áreas próximas ao rio e aos córregos que não são edificadas e prevê-se também a manutenção de áreas arborizadas consolidadas na cidade. Entende-se a necessidade de preservação do meio ambiente, um espaço arborizado próximo ao centro da cidade possibilita a proximidade das pessoas com a natureza e se apresenta como forma de conscientização de valorização desta. As RUAS configuram o andar pelo sistema, a qualificação delas possibilita a integração e a conexão entre áreas. Prevê-se o tratamento do piso, iluminação e arborização das calçadas de acordo com suas especificidades como o fluxo, os usos da região, a topografia do terreno, dentre outros. Os ESTARES, neste momento, se configuram como espaços potenciais de convívio, de encontro e de atividades de lazer, esportivas e culturais.
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“A interação dos espaços livres forma um sistema, onde o mesmo apresenta, sobretudo, relações de conectividade, complementaridade e hierarquia. Entre seus múltiplos papéis, por vezes sobrepostos, estão a circulação, a drenagem, as atividades do ócio, o convívio público, os marcos referenciais, a memória, o conforto e a conservação ambiental, entre outros.” (QUEIROGA e BENFATI, 2007)
mirante (escadarias de passagem e contemplação
estares conformados nas calçadas se conectando com a centralidade (rodoviária) comércio + áreas arborizadas (gradação de espaços mais restritos e mais atrativos)
estar conector eixo comercial e eixo diversificado (contemplação + fruição)
lagoa
centralidade conectoraequipamento cultural e de lazer comércio ao longo da via
massa arbórea arborização rarefeita gramado ciclovia árvore copa densa árvore florida copa rarefeita árvore copa rarefeita estares (espaços potenciais)
e s p a ç o contemplativo, contato com natureza e rio
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No eixo de consolidação, marcado pelas vias: Av. Bandeirantes, Av. Nove de Abril e Av. Mogi Mirim há a diretriz de um tratamento diferenciado das calçadas (existente em parte dele atualmente). A unidade é presente também por meio da arborização a partir de árvores floridas com copas rarefeitas, possibilitando a permeabilidade do olhar. Estas pequenas modificações intentam consolidar o caráter estrutural e também simbólico que o eixo possui para a cidade.
Corte esquemático para as vias: Av. Bandeirantes, Av. Nove de Abril e Av. Mogi Mirim
INTERVENÇÃO URBANA
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Na Avenida Brasil, eixo de TRANSFORMAÇÃO, há a diretriz de implantação de canteiro (não existente atualmente) e qualificação das calçadas. Pretende-se promover a diversidade com o uso comercial e caráter contemplativo. Em pontos próximos aos córregos, as árvores possuem copa densa e a calçada é mais estreita enquanto que em áreas de comércio a calçada é mais larga e há presença de árvores floridas. Intenta-se a partir destes elementos promover sensações de aproximação com a natureza.
Corte esquemático Avenida Brasil
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Perspectiva 2: Vista da Praça da Abolição para a intervenção
Perspectiva 1: escadaria mirante
INTERVENÇÃO URBANA
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Corte esquemático Avenida Pres. Tancredo A. Neves
Escadaria Mirante, patamares que se alargam e conformam estares
Detalhe mobiliário
Pretende-se qualificar a passagem em uma região que não possui uso devido ao grande declive. Este espaço livre se configuraria em passar e estar por meio de uma escadaria mirante e se integraria com a Praça da Abolição, muito frequentada na atualidade. A escadaria possibilitaria a acessibilidade da região e fortaleceria a conexão entre a Praça Angelina M. e a Praça da Abolição. A Av. Pres. Tancredo A. Neves, por sua vez, recebe uma qualificação na calçada no sentido de promover a conexão com a centralidade da área, a rodoviária. A calçada é extensão da praça, se conformando em um espaço de passagem, mas também de encontro e convívio.
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46 A R. Prol da Rua Luís Martini possui um extenso canteiro central. A via recebe a implantação da ciclovia e tem caráter comercial, há a diretriz de recuo nas edificações próximas a rua para além da calçada com possibilidade de espaço coberto de passagem e estar. O comércio e os equipamentos inseridos na área possibilitariam o uso e a vivacidade do canteiro.
Corte esquemático R. Prol da Rua Luís Martini
INTERVENÇÃO URBANA
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Na Avenida Oscar Chiarelli há a diretriz de estreitamento (extinção de um dos sentidos de fluxo), além da implantação da ciclovia. A intensificação da arborização próxima à via traz um caráter contemplativo e de aproximação com a natureza.
Corte esquemático Avenida Oscar Chiarelli
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48 A qualificação da Rua Prol da Rua Luís Martini prioriza e qualifica o andar do pedestre na área. Além das calçadas largas é proposto um recuo maior para as edificações, favorecendo a passagem e o estar. A rua se configura como importante acesso à área principal de intervenção: a centralidade conectora do sistema proposto.
Esta área configura-se como uma nova centralidade para a cidade. É um ponto conector de eixos no sistema que pretende reforçar a integração das áreas livres e a consolidação da existência, visivibilidade e vivência destes espaços.
Perspectiva 3: Rua Prol da Rua Luís Martini
As diretrizes para o sistema propostas na escala macro visam a acessibilidade da área e a conexão de espaços potenciais. Nota-se a fragilidade da cidade em relação aos espaços públicos, principalmente na região central, área com vazios urbanos que se caracterizam em espaços desfuncionalizados e fragmentadores. Intenta-se, portanto, dar enfoque nesta região. É realizado um recorte e uma aproximação da área com as edificações das antigas cerâmicas, afim de refletir com mais atenção a identidade e a função desses vazios em Mogi Guaçu.
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4.2. Escala 2- zoneamento (ocupação) Neste momento reflete-se sobre as possibilidades de ocupação nos grandes espaços vazios da região central, valorizando a camada histórica existente e a atual configuração do espaço. A criação de vias visa a acessibilidade e permeabilidade da área visando a integração com a trama urbana existente. Há a diretriz de manutenção de partes das edificações das cerâmicas, propondo novos usos com caráter esportivo e cultural. As quadras conformadas a partir da criação das ruas terão uso misto (uso comercial e residencial), se configurando em quadras híbridas reforçando o uso e a atratividade dos equipamentos públicos propostos.
ciclovia vias existentes vias propostas
via arterial vias coletoras vias locais
edificação cerâmica Martini (demolida) edificação cerâmica Chiarelli (remanescente) edificação cerâmica São José (recebeu outro uso)
Os dois primeiros esquemas acima representam de forma sucinta o planejamento de circulação, vias e ciclovia, para os vazios urbanos. Na terceira imagem vê-se as edificações das antigas cerâmicas, todas desativadas. Nas edificações da cerâmica São José há hoje instalações comerciais. Na área da cerâmica Chiarelli as edificações são cercadas e sofrem com a degradação do tempo. Já a região da cerâmica Martini está em atual transformação, após a desativação das atividades industriais seus galpões eram usados anualmente para um grande evento da região e a área tinha um uso frequente por conta da existência de uma igreja, porém neste ano houve a demolição dos galpões e o local é alvo de projetos frutos da especulação imobiliária.
INTERVENÇÃO URBANA
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ciclovia USO DO SOLO- consolidado: comercial residencial institucional USO DO SOLO- proposto: misto (residencial e comercial) árvore copa densa árvore florida copa rarefeita árvore copa rarefeita
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1 igreja 2 exposições, reuniões e aulas 3 auditório 4 bancas (comércio informal) 5 apoio aos eventos 6 equipamento esportivo 7 mercado municipal
DO ESPAÇO À ESPACIALIDADE
Fotografia área da cerâmica Martini
Fotografia Rua Luís Chiarelli
Fotografia Av. Oscar Chiarelli- Vista para a cerâmica Chiarelli
Fotografia rio Mogi Guaçu
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INTERVENÇÃO URBANA
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3 2 1
Perspectiva 1: Proposta de uma nova passagem no rio Mogi Guaçu
Perspectiva 2: Proposta de um mercado municipal nas edificações da cerâmica Chiarelli
DO ESPAÇO À ESPACIALIDADE
3 2 1
Perspectiva 3: Acesso à área principal de intervenção
54 Os desenhos mostram espacialidades propostas em um percurso para o recorte. Propõe-se uma nova passagem no rio Mogi Guaçu, com maior qualificação para o pedestre e ciclistas. A criação de um mercado municipal e equipamento esportivo na área da cerâmica Chiarelli atende as demandas da cidade, reaproveita a estrutura existente e é uma forma de recuperar a urbanidade que o espaço já possuiu, além do caráter simbólico relacionado à memória. Nesta última imagem, vê-se a proposta de retirada de muros da cerâmica Martini. As árvores existentes marcariam um dos acessos para este ponto de grande atratividade, com a retomada de shows, eventos e sendo espaço também para aulas e reuniões.
A transição escalar se faz necessária no processo de realização do projeto. O desenho e as intenções se concentram em pontos de maior interesse, neste caso: mais conflituosos, onde é preciso se atentar mais. O novo recorte realizado tem foco no ponto conector do sistema, área da antiga cerâmica Martini, que se encontra em transformação. Intenta-se realçar a importância que a área obteve no passado por conta de sua função e que ainda possui em relação à sua localização e usos, a partir de sua nova configuração em um espaço de convívio, encontro, contemplação e fruição.
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DO ESPAÇO À ESPACIALIDADE
Fotografia da área da Cerâmica Matini (fevereiro 2016)
Fotografia da área da Cerâmica Matini durante evento (abril 2016)
Fotografia da área da Cerâmica Matini (fevereiro 2016)
Fotografia da área da Cerâmica Matini durante evento (abril 2016)
Fotografia da área da Cerâmica Matini (fevereiro 2016)
Fotografia da área da Cerâmica Matini durante evento (abril 2016)
Fotografia da área da Cerâmica Matini (fevereiro 2016)
Fotografia da área da Cerâmica Matini durante evento (abril 2016)
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INTERVENÇÃO URBANA
Fotografia da área da Cerâmica Matini (novembro 2016)
Fotografia da área da Cerâmica Matini (novembro 2016)
Fotografia da área da Cerâmica Matini (novembro 2016)
Fotografia da área da Cerâmica Matini (novembro 2016)
DO ESPAÇO À ESPACIALIDADE
4.2. Escala 3- equipamento
ciclovia bicicletário piso impermeável piso semipermeável piso permeável bancos vegetação arbustiva árvore copa densa árvore florida copa rarefeita árvore copa rarefeita
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59
60
DO ESPAÇO À ESPACIALIDADE
Após as diretrizes de ocupação, é dado enfoque para ponto de destaque que as leituras e a interpretação revelam. Pretende-se que a área do recorte se configure em um ponto de conexão de eixos de ressignificação e transformação sendo uma nova centralidade para a cidade, retomando a urbanidade da área com um caráter relacionado à memória, favorecendo a passagem e também se caracterizando com um grande espaço de encontro, convívio e aglomeração de pessoas. Cria-se vias e calçadas qualificadas que dão acesso à área e convergem para o ponto central da intervenção, um espaço de livre apropriação. Prevê-se a arborização ao longo das vias e no percurso do pedestre. Os equipamentos criados dão suporte aos eventos além de se conformarem em espaços cobertos e abertos para reuniões, aulas e outros usos. A ideia de praça também como palco se reforça com a criação de um edifício, que se implanta de forma a favorecer a visão dos eventos, a proposta é de que ele seja visto e também de que se veja dele.
ciclovia impermeável (cimento) semipermeável (placas de concreto com espaçamentos)
Corte AA’
vegetação arbustiva árvore copa densa árvore florida copa rarefeita árvore copa rarefeita
INTERVENÇÃO URBANA
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1
2 3 5
4
1 igreja 2 exposições, reuniões e aulas 3 auditório 4 bancas (comércio informal) 5 apoio aos eventos
Há a manutenção da pré-existência: igreja, torre e chaminé, com a qualificação do entorno destes por meio do piso e mobiliário, se configurando como pontos de estares na área com significativo aspecto simbólico. Estruturas metálicas modulares que podem ser ajustáveis são bancas destinadas ao comércio na área. As demais edificações se destinam ao lazer, ao aspecto cultural e também com possibilidade de uso flexível e livre apropriação. A circulação por meio de rampas torna a área inteiramente acessível e a passagem é também espaço de contemplação. Há a proposta de um mobiliário fixo dentro dos edifícios, estes bancos de concreto são também implantados na área externa (placas do piso elevadas). O uso de cobogós retoma a materiadade dos galpões que existiam na área, permitindo a entrada de luz e ventilação nas áreas de circulação e estar.
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DO ESPAÇO À ESPACIALIDADE
A seguir demonstra-se as plantas esquemáticas realizadas para dimensionamento dos edifícios e suas projeções volumétricas:
Planta térreo
Salas e espaços abertos e cobertos (edifício 2) são para o uso livre como exposições, oficinas, aulas de dança, música, artesanato, jogos, sendo espaços também para reuniões, estudo e leitura. Há a proposta de que uma das salas tenha uma exposição fixa sobre as antigas cerâmicas da cidade.
salas depósitos sanitários alimentação mobiliário fixo Planta superior
Corte BB’
INTERVENÇÃO URBANA
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O edíficio 3 tem função de auditório e plateia. Sua cobertura é acessível possibilitando a visão à área e aos eventos e a presença da rampa externa não tem papel somente de circulação, é acessso ao terraço e também se configura como mirante. A edificação próxima ao palco pretende dar suporte aos eventos, este por sua vez, tem possibilidade de receber infra-estrutura e ser redimensionado de acordo com as especificações dos espetáculos.
recepção projeção e som
Planta térreo
sanitários camarins
sanitários
depósito
casa de som
mobiliário fixo
mobiliário fixo
camarins
Planta térreo
DO ESPAÇO À ESPACIALIDADE
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Os desenhos mostram espacialidades propostas para a área. A perspectiva 1 é uma vista do terraço do edíficio do auditório de onde se observa o espetáculo e dois símbolos relacionados à memória do local: a torre da caixa d’água e a chaminé da antiga cerâmica Martini. Na perspectiva 2 vê-se a relação da circulação com o edifício e o mobiliário proposto enquanto que a 3 demonstra a espacialidade de um dos acessos à área. Nota-se a materialidade e relações do piso e mobiliário e a parede destinada à livre expressão que dá fundo ao palco representa e registra a temporalidade do local. Tais projeções transformam, portanto, o espaço em lugar, conectando as demais potencialidades do sistema, a partir de uma reflexão que contribui para a cidade em relação à importância de espaços qualificados e conectados no meio urbano.
Perspectiva 1: Vista do terraço do edifício
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1
DO ESPAÇO À ESPACIALIDADE
Perspectiva 2: Térreo de um dos edifícios
Perspectiva 3: Vista de um dos acessos à área
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INTERVENÇÃO URBANA
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2
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BIBLIOGRAFIA HOUGH, M. Cities and Natural Process, 1995 JACOBS, J. Morte e vida de grandes cidades, Ed. São Paulo, WMF Martins Fontes, 2011 GEHL, J. Cidade para pessoas, Ed. São Paulo: Perspectiva, 2015 ARTIGIANI, R. Mogi Guaçu - Três séculos de história, São Paulo, Editora Pannartz, 1994 LEGASPE, A. C. B. Moji Guaçu breve relato histórico. Mogi Guaçu, 1993 MARANGONI, M. A formação da cidade de Mogi Guaçu e as propostas do plano diretor de 1971, 2012 Plano de drenagem do município de Mogi Guaçu, Barueri, 2011 Plano diretor de Mogi Guaçu, revisão 2015 AGUIAR, D. V. Espaço, Corpo e Movimento: notas sobre a pesquisa da espacialidade na arquitetura. CARVALHO, U. M. Cidade Média e Centralidade: Mogi Guaçu e sua formação e desenvolvimento a partir do centro, 2010