CReTA Centro de Reabilitação e Treinamento para Animais
BEATRIZ NICOLUCI SCHETTINI
Universidade São Francisco Arquitetura e Urbanismo Trabalho Final de Graduação
CReTA Centro de Reabilitação e Treinamento para Animais Beatriz Nicoluci Schettini
Prof.(a) Orientador(a): Barbara Puccineli Perrone
Campinas 2021
Figura 1: Obra Cão. Fonte: Afremov. Autoria: Leonid Afremov
AGRADECIMENTOS Aborrupidebis es doluptur sum imi, tenda nonet lita doluptaquae delectum estorem velique nonet velent unt. Ur as dendelit dolupiti comnitasit unt quia qui im volorum veniene cturiorem. Nequi bearite del mod quis debis es aut ma poribus, volupta quam fugiant inulpa doluptas as endia sum fuga. Am, quis num et as et et modipsam con cus, tenis aut il ipsum nis pre nimintur, testessin pername et eum, as eum es mo occulliqui comnis sin eossit, solum volore nis utat eos doluptat quae et ommodi aut laccae invendaeris eum essum que eos sunt excearibus. Luptibearum arciis event adistiatem as sitem. Temperibusae invenec tiorum rest faccatem faccabo. Mi, ommolo quatem quam, et et, cuptate et latatis quas in cuptas con remporit aut alia nos quibear iamusdae dolupisto maio. Epel il inverferitas es aboreiciis unt. Ma dolupta vellam, a vene que ero ipsam restrum sim alicimagnis eate num ullab imus reptatem laborem faccabo rehentiae. Cabo. Et qui
“A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados”
Mahatma Gandhi
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1. Introdução
2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral 2.2 Objetivos específicos
3. TEMÁTICA 3.1 3.2 3.3 3.4
Justificativa ao tema Relação entre os homens e os animais Histórico da Terapia Assistida por Animais (TAA) O abandono dos animais 3.4.1 No Brasil 3.4.2 Na crise do COVID-19
Figura 2: Pata cão e gato. Fo
onte: iStock
4. TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS
8. O PROJETO
4.1 Evolução da cura em diversas patologias 4.2 Terapia com cães 4.3 Terapia com gatos
8.1 O Centro de Reabilitação e Treinamento para Animais 8.2 Conceito e Partido 8.3 Estudo bioclimático 8.4 Estudo da forma 8.5 Setorização
5. REFERÊNCIAS PROJETUAIS 5.1 Hospital Veterinário Santa Catarina 5.2 Dogchitecture
6. ESTUDO DE CASO 7. ÁREA DE INTERVENÇÃO 7.1 Município de Campinas 7.2 Região do Campo Belo 7.3 Terreno de implantação
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 9. Referências bibliográficas
Figura 3: Obra Gato. Fonte: Afremov. Autoria: Leonid Afremov
1.
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO O presente trabalho apresenta uma proposta de Centro de Acolhimento, Tratamento, Treinamento e Reintegração de Animais Abandonados, a ser implantado próximo à Rodovia Santos Dumont e ao Aeroporto de Viracopos, na Região do Campo Belo, periferia do Município de Campinas. A ligação do homem com o animal teve início durante o período Neolítico, última fase pré-histórica, cerca de 10.000 anos a.C, quando os animais passaram a ter uma contribuição direta na humanidade, pois eram utilizados como forma de proteção do território em que o homem vivia, além de auxiliar na caça e no transporte. Os animais de estimação estão tendo cada vez mais uma importância significativa na vida do ser humano e ganhando mais espaço na sociedade. O crescimento do número PÁGINA: 12
desses animais, principalmente cães e gatos, vem excedendo a quantidade de crianças nas famílias. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013, de cada 100 famílias brasileiras, 44 criavam cachorros, enquanto 36 tinham crianças. A pesquisa ainda apresentou que havia 52 milhões de cães e 11,5 milhões de gatos contra 45 milhões de crianças de até 14 anos. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET) em 2018, o Brasil é o terceiro país em população total de animais de estimação, totalizando 132 milhões de animais, ficando atrás da China (417 milhões) e dos Estados Unidos (232 milhões). Em referência a esse dado, a quantidade de animais maltratados e abandonados nas ruas é crescente, causando a reprodução e propagando doenças que acometem a saúde do ser humano, além
2º - ESTADOS UNIDOS 232 MILHÕES
3º - BRASIL
132 MILHÕES
1º - CHINA 417 MILHÕES
Figura 4:Mapa países com número de animais abandonados. Fonte: Elaborado pela autora, baseado em dados da ABINPET (2021).
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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
da procriação indiscriminada dos animais. A Terapia Assistida por Animais (TAA) é uma prática com critérios específicos onde o animal é a parte principal do tratamento, com o objetivo de promover a melhora social, física, emocional e cognitiva de pacientes humanos. A TAA parte do princípio de que o amor e a amizade, que podem surgir entre animais e seres humanos, geram inúmeros benefícios. Trata-se de uma prática complementar às terapias e tratamentos convencionais, uma nova linha de pesquisa em atenção à diversidade, a fim de melhorar a qualidade de vida das pessoas que necessitam e reintegrar à sociedade os animais abandonados. Dado a contextualização exposta, o presente trabalho exibirá o projeto arquitetônico de um modelo de abrigo para animais abandonados junto a um centro de tratamento e treinamento aos animais levando em consideração as condições de conforto, exigências clínicas veterinárias legais e todo o suporte necessário para eles.
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Figura 5: Cão e gato abandonados. Fonte: iStock
Figura 7: Cães em canil. Fonte: iStock
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Figura 6: Cão dormindo ao lado de bueiro. Fonte: iStock
Figura 8: Obra Cão. Fonte: Afremov. Autoria: Leonid Afremov
2.
OBJETIVOS
CAPÍTULO 2: OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL Garantir o cuidado dos animais abandonados e a sua reintegração na sociedade.
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Reabilitação de qualidade intermediando a adoção responsável.
2. Criação de um espaço adequado para as necessidades dos animais abandonados com áreas livres para o serviço d terapia animal.
3. Retirar os animais abandonados das ruas, garantir seus cuidados através de um abrigo e os reinserir na sociedade
Assistida PÁGINA: 18
por Animais.
de treinamento para Figura 9: Interação cão e pessoa. Fonte: iStock
e através da Terapia PÁGINA: 19
Figura 10: Obra Gato. Fonte: Afremov. Autoria: Leonid Afremov
3.
TEMÁTICA
CAPÍTULO 3: TEMÁTICA
3.1 JUSTIFICATIVA AO TEMA Tendo em vista o aumento considerável da quantidade de animais que sempre viveram em situação de rua, que foram abandonados por seus donos e os problemas relacionados a esses casos, em especial o risco que enfrentam nas ruas das cidades, faz-se necessário que sejam implantados locais que acolham e atendam essa demanda de animais que precisam de cuidados e de um lar.
Esse abandono de animais vem ganhando muita atenção nas mídias digitais. Abrigos superlotados sem infraestrutura adequada, aumento de residências com animais de estimação sem condições de saúde e higiene são dois dos assuntos mais divulgados e discutidos. Ainda um problema sem solução, a quantidade crescente de animais nas ruas, é decorrente da negligência de seus donos. PÁGINA: 22
Segundo dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil ocupa o 4° lugar do mundo, em relação à população de animais de estimação. Tais dados constatam que atualmente as pessoas buscam cada vez mais a companhia de animais em suas residências, principalmente cães e gatos. De acordo com os dados do Instituto Pet Brasil, com base no IBGE (2013) houve um aumento no crescimento de animais domésticos de diferentes espécies no Brasil, totalizando 139,3 milhões de animais de estimação, sendo 53 milhões de cães e 22 milhões de gatos. Junto ao crescimento da quantidade de animais domésticos no país, também aumentaram as situações de maus tratos, vulnerabilidade e o abandono. Ademais, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 20 milhões de cachorros e 10 milhões de gatos, no Brasil, estão em situação precária de rua.
Conforme estudo realizado pela Affinity PetCare no Brasil, em 2010, os principais motivos de abandono foram: morte do proprietário, mudança de casa, ninhadas inesperadas, fatores econômicos, perda de interesse pelo animal, comportamento do animal ou alergia de algum membro da família. Por outro lado, há um grande número de pessoas com deficiência ou doenças que buscam substituir terapias e tratamentos convencionais pela Terapia Assistida por Animais (TAA), que é uma prática terapêutica na qual o animal é a parte primordial do tratamento. O objetivo da terapia é promover a melhora social, emocional, física e cognitiva dos pacientes humanos. Ela parte do princípio de que o amor e a amizade que podem surgir entre seres humanos e animais geram inúmeros benefícios para a saúde. Também pode auxiliar no tratamento de diversas doenças como síndromes genéticas, hiperatividade, depressão, mal de Alzheimer, lesão cerebral, doenças cardíacas, entre outras. Esses animais são treinados e a terapia deve ser supervisionada por profissionais da saúde devidamente qualificados.
Figura 11: Interação cão e pessoas. Fonte: iStock
Figura 12: Cão na grade. Fonte: iStock
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CAPÍTULO 3: TEMÁTICA
Esses animais promovem grande contribuição na saúde, no bem estar e na qualidade de vida de pessoas com patologias físicas, psicológicas, sociais, entre outras, unindo assim a problemática dos animais abandonados ao auxílio das pessoas, colaborando para ambas as partes e mudando a consciência de todas as gerações sobre a importância do animal na vida do ser humano. A TAA encontra-se em expansão atualmente e é alvo de pesquisas em todo o mundo. Embora essa terapia ainda seja pouco estudada, é uma realidade ao longo da história das sociedades, dado que surgiu em 1792, na Inglaterra, quando William Tuke propôs o uso de animais domésticos no tratamento de pessoas com doenças mentais de um asilo psiquiátrico em Londres. O Brasil vem apresentando um aumento na inclusão de animais no tratamento de pessoas que necessitam deste tipo de terapia. Os resultados obtidos pelas instituições que têm inserido esta modalidade nos tratamentos terapêuticos são excelentes. Atualmente, com base em parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), es-
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tima-se que Campinas tenha cerca de 20.000 animais abandonados, entre cães e gatos. A proposta do trabalho em questão visa acolher esses animais e oferecer conforto, treinamento para que possam auxiliar as pessoas que necessitam da TAA, e tratamentos necessários através de cuidados veterinários para viabilizar o processo de adoção responsável. O projeto será implantado na região do Campo Belo, no bairro Jardim Marisa. A escolha da área se deu devido ao grande número de animais abandonados, concentrados, sobretudo, nas áreas periféricas.
Figura 13: Cão e gato deitados. Fonte: iStock
3.2 RELAÇÃO ENTRE OS HOMENS E OS ANIMAIS Desde a antiguidade o ser humano tinha uma forte relação com os animais, dependente principalmente da sua subsistência e sobrevivência. Estudos relatam que o contato homem-animal pode ter acontecido a partir de um lobo que expandiu traços mais dóceis ao se relacionar com o homem, e este o usufruiu para auxílio na caça e proteção. Figura 14: Mulher com cão e gato. Fonte: iStock
A relação entre humanos e animais tem sido reconhecida nos últimos anos, e a posse de animais de estimação está associada aos benefícios para a saúde emocional e física (Costa, 2006). Essa ligação teve início na pré-história, quando os animais eram usados para proteger as terras em que o ser humano habitava, contribuindo para o transporte de cargas e caças (Caetano, 2010). O homem sempre teve a necessidade de comunicação com outras espécies para poder sobreviver, porém,
Figura 15: Mulher com cão e gato. Fonte: iStock
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CAPÍTULO 3: TEMÁTICA
este convívio era de predação, tornando-se logo depois, a domesticação (HART, 1985).
que, ao cuidarem dos animais, as crianças acabam relaxando e ainda criam uma rotina diária.
A convivência com os animais domésticos garante aos donos um amor incondicional, carinho, companhia e outros benefícios à saúde, tanto para crianças quanto para adultos e idosos. Diversas pesquisas já apontam que o contato com animais de estimação desde criança favorece para o aumento de resistência imunológica, dificultando o desenvolvimento de problemas como alergias e asma, e ajuda no desenvolvimento intelectual.
Pesquisas realizadas mostram que esse convívio procedeu em uma melhora psicológica e emocional nas pessoas e após os animais terem sido inseridos nos lares, a qualidade de vida de seus donos foi melhorada, resultando na diminuição do estresse diário e desenvolvendo uma melhor relação entre os integrantes da família (BARKER, 1998 apud ALMEIDA M; ALMEIDA L; BRAGA, 2009).
A ligação que o homem tem com o animal deve ser participativa para ser saudável, e é necessário que não seja somente tutor, é preciso também brincar, passear e conviver. Os animais diminuem sentimentos de solidão, são companheiros, trazem estados de felicidade e oferecem amor, sem as obrigações dos seres humanos. Outro ponto positivo para essa relação é o aumento da interação social e concentração em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), uma vez
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3.3 TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS A Terapia Assistida por Animais (TAA) foi criada em consideração aos diversos benefícios e a maior expectativa de vida. Essa terapia, que é um método alternativo, propicia o tratamento e reabilitação de pessoas com problemas de saúde mental e físicos, mas não substitui os métodos convencionais. Embora não seja um método muito conhecido e utilizado, existem estudos científicos que comprovam sua eficácia. Os métodos da terapia são realizados por um profissional da área da saúde que promove a interação do animal com o paciente de acordo com suas necessidades de tratamento.
Figura 16: Criança e cão em hospital. Fonte: Silana Tinelli (2019).
A TAA surgiu quando William Tuke propôs o uso de animais domésticos no tratamento de doentes mentais de um asilo psiquiátrico em Londres, na Inglaterra, em 1792. A terapia originou-se após a morte de uma paciente deste asilo, quando o tratamento feito até então foi questionado. A partir daí, foram utilizados traPÁGINA: 27
CAPÍTULO 3: TEMÁTICA
tamentos alternativos e a Terapia Assistida por Animais espalhou-se pelo mundo. Segundo Dotti (2005), a TAA caracteriza-se por uma intervenção com objetivos claros, em que um animal que tem características específicas para esta função torna-se parte integrante do processo do tratamento. Esse tipo de terapia pode ser inserido em áreas relacionadas ao desenvolvimento sensorial e psicomotor, distúrbios emocionais, físicos e mentais, em tratamentos destinados a melhora da socialização, ou ainda na recuperação da autoestima (Machado et al., 2008). Os recursos desse tratamento podem ser direcionados a pessoas de diversas faixas etárias, instituições penais, casas de saúde, hospitais, clínicas de recuperação e escolas. A terapia trabalha com pacientes portadores de deficiências físicas, mentais, cognitivas, na área da educação para pessoas com dificuldade de aprendizado ou não; e na área social, tratando pessoas com distúrbios comportamentais ou que sofrem de estresse.
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Para que o animal possa partici-
par dessa terapia é necessário um cuidado com a seleção e saúde desse animal, sendo imprescindível a avaliação por um veterinário, um psicólogo com especialização em comportamento canino e um adestrador. É fundamental que o animal coterapeuta seja acompanhado em todas as sessões por alguém que se responsabilize exclusivamente por ele, não só por sua atuação nas atividades, mas também pela sua segurança e bem-estar durante todo o tempo. O condutor deve receber treinamento adequado em comportamento e conhecer a espécie e o indivíduo com quem está trabalhando. É importante também que o condutor saiba quais comportamentos podem ser considerados normais para aquele indivíduo e esteja atento para mudanças comportamentais e para exibição de comportamentos que indiquem desconforto (Chelini & Otta, 2016).
3.4 O ABANDONO DOS ANIMAIS 3.4.1 NO BRASIL Grave problema em crescimento no Brasil, o abandono de animais, além de ser crime, previsto no artigo 32 da lei 9.605/98, com pena que pode chegar a um ano de detenção e multa, causa prejuízos a diversos setores da sociedade. O descarte de animais, propensos a sofrer de fome, desnutrição, doenças, envenenamento e morte, impacta diretamente a economia, saúde pública e ecologia do país.
Apesar da estreita e histórica relação entre homens e animais, os maus-tratos cometidos podem ter origens e desfechos diversos: negligência, abandono, espancamento estão entre as principais. O problema do abandono de animais no Brasil é motivo de preocupação para ONGs (Organizações não governamen-
tais) e instituições sérias atuantes na área. Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), existem cerca de 30 milhões de animais abandonados nas ruas do Brasil. Os motivos do abandono de animais no Brasil, apesar de diversos, permeiam condições de cuidado que a presença de animais domésticos exige, como o tempo disponível e o dinheiro gasto para cuidar e alimentar, passeios, consultas com veterinário, entre outros. O comportamento dos animais também é motivo frequente de queixa, bem como o tamanho físico, quando crescem além do esperado. A responsabilidade quanto a este problema é motivo de discussão, formulação de políticas públicas e debate entre di-
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CAPÍTULO 3: TEMÁTICA
versas áreas. Embora não exista consenso sobre a quem se destinaria esta reponsabilidade, a lacuna pela limitação da atuação do sistema público existe e faz com que as ONGs assumam, em muitos lugares do país, a responsabilidade pelo problema. Inicialmente pode-se dividir a atuação destas organizações em três frentes essenciais de trabalho: o recolhimento dos animais abandonados; o auxílio a tutores cujos animais fugiram e a divulgação de campanhas de conscientização para adoção. No entanto, a falta de estímulos financeiros e de políticas públicas adequadas tornam escassas as estruturas para acolhimento destes animais, bem como alimentação e manutenção da saúde dos animais resgatados.
Figura 17: Cão em canil em situação precária. Fonte: iStock.
Figura 18: Cães abandonados. Fonte: iStock.
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3.4 O ABANDONO DOS ANIMAIS 3.4.2 NA CRISE DO COVID-19 A infecção por Covid-19, doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, responsável por quadro infeccioso amplo e possivelmente grave, rearranjou as formas de viver e se relacionar a partir do ano de 2020. Com a disseminação da doença pelo mundo, a pandemia se tornou o maior problema sanitário e de saúde dos últimos tempos, afetando esferas econômica, social e de saúde de todo o mundo. Ações consideradas como medidas de prevenção foram colocadas em prática, como o isolamento social, com incentivo às pessoas para que não saíssem de casa. Desde o início da pandemia, estima-se que o abandono de animais domésticos tenha aumentado entre 20% e 30%, segun-
Figura 19: Cães com dono em meio à pandemia. Fonte: iStock.
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CAPÍTULO 3: TEMÁTICA
do dados da Comissão de Bem-estar Animal, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CMV). As causas para esse expressivo aumento são diversas, e grande parte se deve à desinformação e dificuldades financeiras. Muitas pessoas, por acreditar que os animais sejam transmissores de Covid-19, acabam por abandoná-los, como forma de prevenir possíveis infecções. Em pronunciamento oficial da OMS, não há justificativa para temer esta forma de transmissão e tampouco tomar medidas contra animais domésticos por este motivo. Por outro lado, a pandemia tem efeito de fazer com que mais pessoas queiram adotar um animal de estimação, sobretudo cães e gatos, como forma de driblar a solidão e garantir companhia, para melhor lidar com o isolamento. É sabido que os animais ajudam pessoas a enfrentarem situações difíceis, e neste momento de crise, a ideia de adotar um animal de estimação pode ser um grande aliado no período de isolamento social. Diante do agravamento da situação, instituições como ONG’s, abrigos e grupos de voluntariado têm se mobilizado e intensi-
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ficado esforços para acolher os animais abandonados e proporcionar o máximo de conforto possível. Desta forma, mesmo com os diversos casos de abandono de animais, ainda é possível perceber a grande importância que o trabalho sério de pessoas dedicadas pode ter neste cenário, no sentido de dar acolhimento e encontrar novos lares.
Figura 20: Gato com dono em meio à pandemia. Fonte: iStock.
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Figura 21: Obra Cão. Fonte: Afremov. Autoria: Leonid Afremov
4.
TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS
CAPÍTULO 4: TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS
4.1 EVOLUÇÃO DA CURA EM DIVERSAS PATOLOGIAS A terapia assistida por animais é um processo terapêutico formal, mundialmente conhecido, que consiste na utilização de animais como facilitadores de abordagens e terapias em pacientes, que podem ser desde crianças com distúrbios cognitivos a idosos com questões emocionais. A terapia é padronizada e pode ser utilizada em diversas áreas do desenvolvimento, com recursos direcionados de acordo com a faixa etária, instituição onde a pessoa se encontra e o quadro clínico. O trabalho multiprofissional é extremamente importante nesta prática terapêutica.
A importância dos animais como instrumento de pesquisa e terapias tem aumentado. Segundo Medeiros e Carvalho (2008), cães e gatos, principalmente, são incorporados como forma de alívio da solidão, isolamento e estresse. A liberação de hormônios como endorfina, que causam senPÁGINA: 36
sação de bem-estar, relaxamento, controle de pressão arterial, entre outros, se mostra como uma das responsáveis pelo efeito terapêutico da terapia assistida por animais. Diversas condições patológicas definitivas ou temporárias já tiveram benefícios comprovados com o uso da TAA, como autismo, Síndrome de Down, deficiências visuais e auditivas, distúrbios de atenção e aprendizagem, câncer, desordens ortopédicas e muitas outras. As crianças, quando em contato com animais, têm estímulos cognitivos e motores, de imaginário, fantasia e curiosidade, que são essenciais para um desenvolvimento neurológico, psíquico e motor adequados. Para os idosos, a TAA diminui impactos de quadros demenciais e auxilia a lidar com sintomas depressivos, inclusive aumentando a adesão a outras terapias
instituídas. Em diversos tipos de tratamento convencionais, dos menos aos mais invasivos, a terapia com animais diminui o desconforto e reduz a ansiedade, auxiliando em bons resultados com os outros tratamentos instituídos.
Figura 22: Gato com criança. Fonte: iStock.
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CAPÍTULO 4: TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS
4.2 TERAPIA COM CÃES A terapia com cães é a modalidade de tratamento que utiliza cães como agentes facilitadores para as diversas atividades terapêuticas. Os aspectos trabalhados na terapia com cães vão desde os cognitivos e de aprendizado, auxiliando as crianças nas atividades escolares e redução da agressividade, até abordagem para aspectos psicológicos, com prevenção de ansiedade e depressão. Além disso, na reabilitação motora de idosos com distúrbios neuromusculares, os efeitos benéficos são conhecidos. Na prática, utiliza-se o estímulo tátil, produzindo efeitos no sistema nervoso central, diminuindo a sensação de solidão e a ansiedade, além de inibir a dor, mesmo que momentaneamente. Para crianças, os benefícios gerados pela expressão de afetividade com o animal são inúmeros, já que o contato promove respostas emocionais sig
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Figura 23: Casal de idosos com cachorro. Fonte: iStock.
Figura 24: Idoso em hospital com cachorro. Fonte: iStock.
Figura 25: Criança com cachorro. Fonte: iStock.
nificativas, que auxiliam no desenvolvimento afetivo e melhora na comunicação verbal e não verbal, do equilíbrio e imaginação. Vários pesquisadores descreveram os benefícios da disponibilização de cães terapeutas às pessoas que possam se beneficiar. Segundo Monteiro (2009), os cães terapeutas podem estimular que os pacientes desenvolvam melhor suas habilidades motoras, com aumento da atividade física e melhora da recuperação e enfermidades. Além disso, a interação com animais teria o benefício de reduzir os níveis de estresse, da pressão arterial, de ansiedade e depressão.
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CAPÍTULO 4: TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS
4.3 TERAPIA COM GATOS Devido ao raso conhecimento sobre a espécie, a evidência de estudos com uso de gato em sessões de terapia não é tão sólida quanto a terapia com cães, mas existem pesquisas que revelam inúmeros benefícios da incorporação de gatos como adjuvantes a diversas práticas.
De natureza mais independente que os cães, os gatos são capazes de respeitar as limitações impostas pelas pessoas ao redor. Por este motivo são aplicados com sucesso em pessoas autistas, com transtornos de personalidade como esquizofrenia e com outras limitações de comunicação. Além disso, são animais delicados e carinhosos, capazes de transmitirem sensação de segurança. Pesquisas indicam que os gatos podem, ainda, ter efeito de proteção do sistema cardiovascular, com redução da pressão arterial pelo efeito relaxante e bloqueio do estresse agudo. Foi identificado que donos de gatos tem menor PÁGINA: 40
Figura 26: Crianças brincando com gato. Fonte: iStock.
risco de morte por infarto do miocárdio, provavelmente pelo efeito de relaxamento dos vasos sanguíneos com redução da pressão arterial.
Figura 27: Idoso segurando gato. Fonte: iStock.
Fazer carinho em um gato, brincar ou mesmo observar o animal, tem efeito de liberação de ocitocina, um hormônio que, entre outras funções, reduz a agressividade, aumenta a empatia e melhora a aprendizagem. Outro benefício está no fato de se mover para brincar com o animal, que é uma ótima terapia para quem sofre de artroses ou outras doenças articulares e musculares, pois ajuda a melhorar a flexibilidade. Uma novidade no uso de animais como auxiliares no processo terapêutico, é a presença de animais com alguma deficiência no tratamento de pessoas com deficiências físicas ou paraplegias, o que contribui para que o paciente tenha melhor aceitação da condição e bem-estar.
Figura 28: Idoso segurando gato. Fonte: iStock.
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Figura 29: Obra Cão. Fonte: Afremov. Autoria: Leonid Afremov
5.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
CAPÍTULO 5: REFERÊNCIAS PROJETUAIS
5.1 HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA CATARINA FICHA TÉCNICA LOCAL: Blumenau, Santa Catarina ARQUITETOS: Alexandre Fantin e Eduardo Siqueira ANO DO PROJETO: 2011 ÁREA DO TERRENO: 2.500,00 m² ÁREA CONSTRUÍDA: 1.200,00 m²
O edifício Hospital Veterinário Santa Catarina oferece serviços de consultas, cirurgias e internação 24 horas, salas de cirurgia equipadas e estruturadas, UTI com isolamento para casos infecciosos, sala de preparação médica e animal, sala de esterilização, entre outros.
É composto por dois pavimentos e a disposição dos ambientes foi pensada no fluxo de pessoas, separando as áreas de circulação do público das áreas restritas aos médicos veterinários e funcionários. Os materiais predominantes do edifício são o aço, drywall, vidro, cerâmica e madeira. Foram utilizados materiais construtivos de estrutura moderna e ecologicamente correta.
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Na facha frontal, principal fachada, foram utilizadas placas de alucobond nas cores verde e branco, que possuem a função de estética e isolante térmico. A fachada lateral apresenta janelas grandes de vidro, que tem o intuito de conectar o ambiente externo com o interno e trazer iluminação natural para o ambiente. Nos espaços interiores foram utilizados materiais com cores claras e de fácil manutenção e limpeza. Desta maneira, os conceitos e disposição dos ambientes do Hospital Veterinário Santa Catarina foram tomados como referência para este projeto, os quais foram pensados para melhor organizar os fluxos, criando conforto para o público.
Figura 30: Fachada principal do Hospital Veterinário Santa Catarina. Fonte: Galeria da Arquitetura
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CAPÍTULO 5: REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Figura 32: Sala clínic
Figura 31: Recepção do Hospital Veterinário Santa Catarina. Fonte: Galeria da Arquitetura
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ca do Hospital Veterinário Santa Catarina. Fonte: Galeria da Arquitetura
Figura 33: Sala de fisioterapia do Hospital Veterinário Santa Catarina. Fonte: Galeria da Arquitetura
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CAPÍTULO 5: REFERÊNCIAS PROJETUAIS
5.2 DOGCHITECTURE FICHA TÉCNICA LOCAL: Moscou, Rússia ESCRITÓRIO: WE Architecture ANO DO PROJETO: 2008 ÁREA EXTERNA: 1.550,00 m² ÁREA INTERNA: 1.430,00 m² DESIGNAÇÃO: Concurso convidativo
O projeto Dog Shelter se estrutura através da proposta de um pavilhão de um pavimento, o qual conta com uma série de pátios divididos por pérgulas que desaparecem na paisagem, com aspectos marcantes e leves, permitindo a relação do mesmo com o entorno.
O projeto oferece uma clínica veterinária, pet shop, abrigo para os animais, venda de alimentos e medicações, setor administrativo e espaços de interação para os animais. Os principais materiais utilizados são o aço, madeira e concreto. Os pátios fornecem espaços externos fechados para os cães, evitando cercas semelhantes a cadeias. A volume desconstruído se dá através
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de uma forma quadricular, delineada por recortes de sua área total. Possui clareiras centrais destinadas à fonte de iluminação natural. A escolha deste como projeto referencial se deu por conta de seu programa, dotado de diversos usos, os quais serão abordados no Centro de Reabilitação e Treinamento à Animais. Outro fator relevante que será tido como referência é a valorização dos espaços para interação e lazer dos animais entre si para com os visitantes.
Figura 34: Recepção Dogchitecture. Fonte: Archdaily
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CAPÍTULO 5: REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Figura 35: Infográfico Dogchitecture. Fonte: Archdaily
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Figura 36: Infográfico Dogchitecture. Fonte: Archdaily
Figura 37: Planta baixa Dogchitecture. Fonte: Archdaily
Figura 38: Perspectiva Dogchitecture. Fonte: Archdaily
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Figura 39: Obra Cão. Fonte: Afremov. Autoria: Leonid Afremov
6.
ESTUDO DE CASO
CAPÍTULO 6: ESTUDO DE CASO
Nesse capítulo será abordado na próxima etapa o estudo de caso de um projeto localizado em Palm Springs, na Califórnia, que trata-se de um Centro de cuidados de animais.
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Figura 40: Obra Cão. Fonte: Afremov. Autoria: Leonid Afremov
7.
ÁREA DE INTERVENÇÃO
CAPÍTULO 7: ÁREA DE INTERVENÇÃO
7.1 MUNICÍPIO DE CAMPINAS
Região Metropolitana de Campinas Fonte: Elaborado pela autora.
Fonte: Elaborado pela autora.
Município de Campinas
Fonte: Elaborado pela autora.
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A cidade de Campinas localiza-se no Estado de São Paulo e está inserida na Região Metropolitana de Campinas (RMC), a segunda maior do Estado em população e que ocupa uma importante posição econômica nos níveis estadual e nacional. Possui uma região metropolitana com 19 municípios pertencentes: Americana, Artur Nogueira, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte Mor, Morungaba, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara d’Oeste, Santo Antônio de Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo. Campinas é o maior município de sua Região Metropolitana, tanto em extensão territorial quanto em número de habitantes. A RMC se caracteriza pelo processo de abandono da área central pelas camadas de renda mais elevada, gerando assim novas centralidades. Devido a isso, há o crescimento das ocupações e favelas na região, sobretudo na cidade de Campinas, que abriga cerca de 17% da população, ampliando a exclusão e a desigualdade social.
Estado de São Paulo
Mapa das regiões de Campinas
Territorialmente, Campinas ainda sofre com o processo de periferização, o qual é pautado em três fases, de 1940 à 1960, de 1970 à 1990 e de 1990 até os dias de hoje. A periferização desencadeou em uma divisão territorial de duas partes, hoje a região mais ao Norte e ao Sul da cidade. A região Norte concentra a população com mais poder aquisitivo, enquanto a região Sul, a qual está localizada a área de projeto, concentra boa parte dos assentamentos precários do município. Apesar de oferecer uma larga e vasta rede de serviços e trabalho para muitas pessoas das cidades e do entorno, com o seu desenvolvimento e reorganização do espaço, a cidade de Campinas se destacou como a terceira cidade com o maior número de pessoas residentes em favelas e ocupações no Ranking do estado de São Paulo, devido a grande expansão de pobreza, se caracterizando como uma cidade corporativa e ao mesmo tempo fragmentada.
Região Central RegiãoSudeste Centro Região Região Sudeste
Região Leste Região Leste
Região Sul
Regição Sul
Região Noroeste Região Noroeste
Região RegiãoNorte Norte Fonte: Mapa elaborado pela autora.
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CAPÍTULO 7: ÁREA DE INTERVENÇÃO
7.2 REGIÃO DO CAMPO BELO A Região do Campo Belo está localizada a aproximadamente 16 quilômetros da área central de Campinas. A região localiza-se às margens da Rodovia Santos Dumont, na ligação entre Campinas e Indaiatuba, e se encontra na Macrozona 7.
O início da formação da região acompanhou o primeiro processo de periferização da cidade de Campinas. Entre 1940 e 1970 foram aprovados quatorze loteamentos, sendo eles a maior parte que compõem a região. Atualmente o Bairro São Domingos foi o único densamente ocupado na época da aprovação de seu loteamento, destacando-o em relação aos demais loteamentos. Na década de 1950 foram aprovados os primeiros loteamentos da região, provenientes do interesse privado na área. Entretanto, na mesma década foi construída a primeira
2002
pista para jatos maiores na área do Aeroporto, acompanhando o processo de periferização. O crescimento da região se deu com o passar do tempo, principalmente, por conta da divulgação das vendas dos lotes já criados, e em 1977 houve uma maior expansão da área devido a um grande deslocamento de famílias em busca de um lugar para morar. O território foi ocupado de forma diferente do que a Prefeitura fazia na aprovação dos loteamentos: a população criou sua própria morfologia.
2012
Como resultado de uma ocupação, a área de estudo ainda sofre com o descaso público. Atualmente, a região do Campo Belo carece de infraestrutura básica. O abastecimento de água em algumas regiões é feito por caminhões pipas, com postos de distribuições em algumas áreas mais afastadas. Já o esgotamento atual, em sua maioria, são por Fonte: Imagens desenvolvidas em equipe na adaptado pelo autor (2021).
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2006
2020
disciplina de Projeto Integrado,
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CAPÍTULO 7: ÁREA DE INTERVENÇÃO MAPA DOS BAIRROS DA REGIÃO DO CAMPO BELO
1 - Jardim São João 2 - Jardim Campo Belo I 3 - Chácaras Descampado 4 - Vila Palmeiras 5 - Vila palmeiras 6 - Jardim Marisa 7 - Jardim Campo Belo III 8 - Jardim Campo Bello II 9 - Cidade Singer 10 - Jardim Columbia 11 - Jardim Jorge 12 - Jardim Puccamp 13 - Jardim Dom Gilberto 14 - Jardim Itaguaçu I 15 - Jardim Fernanda I 16 - Cidade Fernanda II 17 - Jardim Itaguaçu II
1
Rod. Santos Dumont
10
11
9
2
3 4
8
12
7 13
6
Jardim Sã
15
14
16 17
Rod. En
1 Rod. Lix da Cunha
Fonte: Mapa desenvolvido em equipe na disciplina de Projeto Integrado, adaptado pelo autor (2021)
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fossas sépticas feitas pelos moradores, algumas correm a céu aberto sob as valas laterais das ruas. No que se refere ao abastecimento elétrico legal, é parcialmente distribuído, de forma não igualitária, na qual as demais residências fazem o uso de ligações clandestinas. Entre 1940 e 1970 foram implantados e aprovados a maioria dos loteamentos da região, 14 dos 17 loteamentos. O bairro São Domingos foi densamente ocupado neste período e atualmente apresenta uma infraestrutura urbana diferente dos demais bairros, por esse motivo o bairro foi retirado do recorte de análise da matéria de Projeto Integrado.
5
ão Domingos
ng. Miguel Melhado Campos
0
2
4
8
Dos 17 bairros analisados na área de estudo, apenas 6 deles estão em conformidade com a Prefeitura, sendo eles: Cidade Fernanda II; Chácaras Descampado; Jardim Campo Belo I; Jardim Marisa; Vila Palmeiras I e Vila Palmeiras II.
A inauguração do Aeroporto de Viracopos em 1960, localizado ao lado da região, trouxe a área, em 1979, um novo olhar de interesse público, com a finalidade da ampliação do aeroporto. Em 2006 a INFRAERO e o Governo Federal realizaram um estudo para o projeto de ampliação da área, o qual foi voltado apenas para as áreas rurais, para evitar a desapropriação das milhares de famílias que moravam no local.
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CAPÍTULO 7: ÁREA DE INTERVENÇÃO
LINHA DO TEMPO
Inauguração do aeroporto de Viracopos. Poucos lotes estavam ocupados (sem infraestrutura adequada).
1950
1960
1979 A área se torna de interesse público - Decreto nº14.031 (intuito de ampliar o aeroporto).
LIX
DA
CUNHA
Loteamento e venda dos lotes, a partir de interesPRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION ses privados. CUNHA
(SP-073)
MAPA DE APROVAÇÃO DOS LOTEAMENTOS
(SP-073)
Legenda: 1948 - Vila Palmeiras (Lei 116/48), com 286 lotes de acordo com a planta aprovada. ]
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
1952 - Aprovação de loteamento - Jd. São João (Lei 724/52) e Jd. São Domingos (Lei 740/52), com, respectivamente 265 e 1.623 lotes de acordo com a planta aprovada. 1953 - Jardim Campo Belo I (Lei 907/53), com 446 lotes de acordo com a planta aprovada (PMC, 2009). 1955 - Jardim Campo Belo II (Dec. 664/55), Vila Palmeira II (Dec. 701/55) e Jardim Itaguaçu I (Dec. 711/55), com 986, 488 e 1.425 lotes de acordo com a planta aprovada, respectivamente (PMC, 2009). 1956 -Cidade Singer (Dec. 804/56), Jd. Santa Maria (Dec. 953/56), Jd. Cidade Universitária (Dec.795/56),Jd. Itaguaçu II (Dec.948/56), Jd. Marisa (Dec.970/56) e Jd. Columbia (Dec. 980/56) (PMC, 2009). 1957 - Jardim Campo Belo III (Dec. 1134/57), com 121 lotes de acordo com a planta aprovada. 1980 - Jardim Fernanda I (Dec. 6.350/80), com 606 lotes de acordo com a planta aprovada. 1991 - Jardim Fernanda II (Dec. 10.654/91), com 192 lotes de acordo com a planta aprovada. Sem informação Vazios 0
Fonte: Mapa desenvolvido em equipe na disciplina de Projeto Integrado, adaptado pelo autor (2021) PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
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2
4
8
Recorte de estudo
Processo de desapropriação de parte da área para ampliação do aeroporto. Ocupação organizada no Jd. Campo Bello II, coordenada pelo MST.
1996
Governo Federal+INFRAERO realizam um novo estudo de ampliação, evitando a remoção da população.
1997
2005
Ocupação em lotes anteriormente aprovados, porém sem infraestrutura adequada para comportar o número de residentes = Ocupação desorganizada e irregular. MAPA DE RESTRIÇÃO AEROPORTUÁRIA
A região de estudo localiza-se em uma área desvalorizada pelo mercado imobiliário, dentro do “cone de ruídos”, causada pela influência do Aeroporto de Viracopos, o qual foi construído na década de 30 em uma área que era utilizada como campo de atividades aéreas no período da Revolução de 1932.
Legenda: Aeroporto Viracopos
Internacional
de
Área Patrimonial Viracopos
TO
SD
UM ON
T
Área pertencente ao Aeroporto Internacional de Viracopos, não permi�ndo nenhum outro �po de ocupação que não seja de uso do aeroporto.
D. SA N
Área de Expansão 1
RO
DECRETO Nº 15.378 DE 06 DE FEVEREIRO DE 2006 Art. 1º - Declara a desapropiação da área caracterizada como passível de ampliação do aeroporto;
A
Área de Expansão 2 CU NH
DECRETO Nº 15.503 DE 08 DE JUNHO DE 2006 Art. 1º -Declara a desapropiação da área caracterizada como passível de ampliação do aeroporto;
RO D.
LIX
DA
Legenda:
Aeroporto Internacional de Viracopos
Área de Expansão 3 DECRETO Nº 16.302 DE 18 DE JULHO DE 2008 (área azul) Art. 1º -Declara a desapropiação da área caracterizada como passível de ampliação do aeroporto;
Área Patrimonial Viracopos Área de Expansão 1
Curvas de ruído existente
Ruído sonoro causado na região pela atividade aeroportuária.
Área de Expansão 2
Curvas de ruído Futura
Ruído sonoro futura, causada pela ampliação do aeroporto.
Área de Expansão 3
RO ME D. E LH NG AD . M IG O CA UE MP L OS
Acessos
Recorte de Estudo 0
2
Curvas de ruído existente 4
8
Curvas de ruído futura Acessos 0
Fonte: Mapa desenvolvido em equipe na disciplina de Projeto Integrado, adaptado pelo autor (2021)
2
4
8
Recorte de estudo
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CAPÍTULO 7: ÁREA DE INTERVENÇÃO
DADOS CENSITÁRIOS
MAPA DE VULNERABILIDADE
Com um histórico de ocupação desordenada e pautada em lutas pelo direito à moradia, os dados censitários da região do Campo Belo apontam que a formação populacional da região vem diminuindo ao longo das décadas. O maior aumento do número de residentes na área foi entre as décadas de 1970 e 1980. A menor das taxas é a prevista para 2020, com uma adição de 28% em relação à população de 2010.
A região possui 110.000 habitantes, 42,3% dos moradores da região Sul de Campinas. Dados do IBGE de 2010 mostram que o maior índice da população residente está entre a as faixas etárias de bebês de 0 a 4 anos e dos 10 aos 34 anos.
VULNARABILIDADE SOCIAL
Foram realizados cálculos do índice de vulnerabilidade social – IVS, o qual é realizado através de uma média entre os subíndices: IVS renda de trabalho, IVS infraestrutura urbana e IVS capital humano, e a base de dados para o cálculo foi do censo realizado pelo IBGE em 2010. Os resultados mostram que a região de estudo encontra-se em alto estado de vulnerabilidade social, além de apresentar altos índices de homicídios, roubos e latrocínio. PÁGINA: 66
Fonte: Mapa desenvolvido em equipe na disciplina de Projeto Integrado, adaptado pelo autor (2021)
POPULAÇÃO TOTAL CAMPINAS
REGIÃO SUL
1.213.792 hab.
260.000 hab.
CAMPO BELO
110.000 hab.
POPULAÇÃO POR RAÇA 0,10
0,52
7,59
INDÍGENA
AMARELA
PRETA
40,43
51,36
BRANCA
PARDA
RAZÃO POR IDADE E SEXO TOTAL Homem: 20.199 Mulher: 20.573
Legenda: Áreas de vulnerabilidade social alta
Dados IBGE 2010
Latrocínio Roubo de celulares Roubo de veículos Furto de veículos Furto de celulares Homicídio doloso
SITUAÇÃO POR DOMICÍLIO
Vazios urbanos Concentração de Violência considerado Media em relação ao municipio de Campinas Recorte de estudo
Domicílios alugados Domicílios próprios ou cedidos Média de moradores por domicílio: 3,5
CAPÍTULO 7: ÁREA DE INTERVENÇÃO
A maior parte da área está inserida na Macrozona Macrometropolitana, a qual abrange 90% da área e os outros 10% estão inseridos na Macrozona de Desenvolvimento Ordenado.
A Macrozona Macrometropolitana tem como objetivos promover qualidade urbanística e ambiental vinculada ao desenvolvimento econômico e integrar o Aeroporto de Viracopos no desenvolvimento do município; incentivar o desenvolvimento econômico das SANTOS
RODOVIA
RODOVIA
SANTOS
DUMONT
DUMONT
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MAPA DE MACROZONEAMENTO
rodovias, incentivar transformações dos parâmetros urbanísticos por meio do aumento da densidade habitacional e qualificar as áreas residenciais consolidadas, promover a regularização fundiária e habitações de interesse social. O objetivo da Macrozona de Desenvolvimento Ordenado é garantir o escoamento da produção agrícola e pecuária e identificar áreas para regularização fundiária de interesse social e específico, visando sempre a proteção ao meio ambiente atrelado ao desenvolvimento social e econômico. Área sujeita a estudo do Plano de Requalificação e Regularização do Aeroporto de Viracopos.
Legenda: Macrozona Macrometropolitana Macrozona de Desenvolvimento Ordenado
Área sujeita a estudo do Plano de Requalificação e Regularização do Aeroporto de Viracopos Recorte de Estudo 0
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2
4
8
Fonte: Mapa desenvolvido em equipe na disciplina de Projeto Integrado, adaptado pelo autor (2021)
2
8
5
200 m² 5
Em relação ao zoneamento, a área de estudo concentra 4 zonas, sendo elas: Zona Mista 1, Zona Mista 2, Zona de Atividade Econômica A e Zona de Atividade Econômica B.
640tipologia m² Parâmetros por (m):
ZAE B
6
6
3
16
40
200 m² 5
5 2.000 m²
2
10
10
6
16
8
125 25
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ZM1/ZM2
640 m² 6
6
3
16
DUMONT
DUMONT SANTOS
SANTOS
RODOVIA
RODOVIA
40
MAPA DE ZONEAMENTO
2
8
5
125
m² 200 m² 2.000 5
40
ZM1: Zona Mista 1
640 m² 6
6
3
Legenda:
25
16
6
ZAE A 10
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16
ZM2: Zona Mista 2 ZAE A: Zona de Atividade Ecocômica A ZAE B: Zona de Atividade Econômica B
125
4
8
10
Fonte: Mapa desenvolvido em equipe na disciplina de Projeto Integrado, adaptado pelo autor (2021)
2.000 m²
6
2
16
Recorte de Estudo 0
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CAPÍTULO 7: ÁREA DE INTERVENÇÃO MAPA DE TRANSPORTE PÚBLICO
Legenda:
DUMONT
SANTOS
SANTOS
RODOVIA
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
A Rodovia Santos Dumont é o único eixo de ligação do Campo Belo até o centro do município de Campinas, e a Rodovia Engenheiro Miguel Melhado Campos faz ligação no sentido do município de Vinhedo.
DUMONT
RODOVIA
A região conta com 13 linhas de transporte coletivo, sendo 5 intermunicipais. Após análises do transporte público e de suas linhas foi identificado que elas passam apenas em 5 bairros: Cidade Singer; Jardim Campo Belo; Jardim Fernanda; Jardim São Domingos e Vila Palmeiras. O motivo disso se dá devido a precariedade e descontinuidade do sistema viário dos bairros.
PRODUCED BY AN AUT
Linha de ônibus centro - 6 linhas Linha de ônibus Viracopos - 3 linhas Linha de ônibus intermunicipal - 1 linha Linhas de ônibus intermunicipal 02 - 1 linha Viracopos e 1 linha Centro Pontos de ônibus
NA 609.5
NA 604.3
NA 610.1
NA 587.5
NA 601.4
NA 601.6
Recorte de estudo Fonte: Mapa desenvolvido em equipe na disciplina de Projeto Integrado, adaptado pelo autor (2021)
K STUDENT VERSION
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TODESK STUDENT VERSION
Linha de ônibus
Ponto final
Espera média
Terminal mercado I
10 min
Terminal mercado I
10 min
Jardim Fernanda
Terminal central
20 min
192 - Vila Diva
Jardim Itaguaçu
VD. Cury
20 min
194 - Jardim Itaguaçu
Vila Palmeiras
Terminal central
25 min
195 - Jardim Palmeiras
Vila Palmeiras
Terminal central
30 min
Vila Palmeiras
Terminal Ouro Verde
1 h 15 min
687EX1 - Vinhedo
Vinhedo
Campo Belo
30 min
687EX2 - Vinhedo
Vinhedo
Campo Belo
30 min
687 - Vinhedo
Vinhedo
Campo Belo
30 min
197 - Jardim São Domingos 190 - Jardim São Domingos 191 - Jardim Fernanda PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
196 - Terminal Ouro Verde / Jardim Fernanda
Ponto inicial Jardim São Domingos Jardim São Domingos
738 - Indaiatuba (Rodoviária) Terminal Rodoviário Terminal Rodoviário
0
2
4
8
50 min
Via Aeroporto de Viracopos
de Indaiatuba
de Vinhedo
187 - Aeroporto de Viracopos
Terminal Central
Aeroporto Viracopos
1 h 5min
188.1 - Chácara Pouso Alegre
Chácaras Pouso
/ Viracopos
Alegre
Aeroporto Viracopos
5 horas
Fonte: Tabela desenvolvida em equipe na disciplina de Projeto Integrado, adaptada pelo autor (2021)
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PRODUCED BY AN AUTODE
CAPÍTULO 7: ÁREA DE INTERVENÇÃO
A partir do levantamento de uso e ocupação do solo foi possível compreender que a área de estudo tem o uso predominantemente residencial. A maior concentração de comércios localiza-se próximo as margens da Rodovia Engenheiro Miguel Melhado Campos, onde localiza-se também a Feira do Rolo, sendo um dos eixos viários de maior fluxo da região. Já as áreas verdes concentram-se sobretudo no perímetro da região, sendo a maior parte áreas rurais improdutivas.
MAPA DE USO E OCUPAÇÃO
VIAS ARTERIAIS
Caracterizada por interseções te controlada por semáforo, aos lotes lindeiros, vias secun adentram áreas estritamente locidade máxima permitida ne
VIAS COLETORAS
São destinadas a coletar e to que tenha necessidade de vias de trânsito rápido ou as áreas estritamente reside dade máxima permitida ness
VIAS EXPRESSAS
São, na maioria das vezes, a não proporcionam acesso dire los geradores de tráfego e a
VIAS LOCAIS
Fonte: Mapa desenvolvido em equipe na disciplina de Projeto Integrado, adaptado pelo autor (2021)
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Vias que tem como funçã ver acesso às propriedades cidade máxima permitida nes
em nível, geralmencom acessibilidade ndarias e locais. Não residenciais. A veessa via é 60 km/h.
distribuir o trânsie entrar ou sair das arteriais. Adentram enciais e a velocisa via é 40 km/h.
A área de estudo encontra-se a 16km do centro de Campinas e está próximo à importantes vias do município: Rodovia Lix da Cunha, Rodovia Engenheiro Miguel Melhado Campos e Rodovia Santos Dumont. O principal sistema viário da região é composto pela Rodovia Santos Dumont – SP 075, o qual atua como eixo de distribuição do tráfego urbano, e a Rodovia Eng. Miguel Melhado Campos, que possui grande volume de tráfego e alto índice de acidentes devido ao fluxo
de cargas pesadas em direção ao aeroporto. A Rodovia Lix da Cunha, antiga Estrada Velha de Indaiatuba, também articula o fluxo da região, a qual faz ligação entre Campinas e Indaiatuba. Nos horários de pico o escoamento do tráfego pela Rodovia Santos Dumont torna-se cheio, devido ao fluxo intenso de veículos provenientes da cidade de São Paulo. No entanto, em outros períodos do dia o trecho da rodovia próxima a região de estudo possui circulação tranquila.
MAPA DE HIERARQUIA VIÁRIA
as rodovias, as quais eito aos grandes poao centro da cidade.
ão principal promoadjacentes. A velossa via é 30 km/h.
Legenda: Via Coletora Via Arterial Via Expressa Mão de sentido único Mão de sentido duplo Recorte de estudo Fonte: Mapa desenvolvido em equipe na disciplina de Projeto Integrado, adaptado pelo autor (2021)
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CAPÍTULO 7: ÁREA DE INTERVENÇÃO
SANTOS RODOVIA
RODOVIA
SANTOS
DUMONT
DUMONT
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
7.3 TERRENO DE IMPLANTAÇÃO MAPA PONTOS DE INTERESSE
MAPA DE LOCA Legenda:
3
INSTITUIÇÕES DE SAÚDE 1 - Centro de Saúde Campo Belo 2 - Centro de Saúde Jardim Fernanda
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7
1
15
18
11
13
19
14
4
SERVIÇOS 7 - EEE São João 8 - Supermercado Generoso 4 9 - Oficina Mecânica Potencial 10 - Mercado Imperial
8
12
6
2 5 21
20
16 17
10
PRAÇAS 3 - Praça João Valério Pinheiro Neto 4 - Praça José Vicente de Paula 5 - Praça Jardim Fernanda 6 - Centro de Lazer Dom Gilberto
9 22
PONTOS NODAIS 11 - Bar da Loira 12 - Bar Flamenguista 13 - Feira do Rolo INSTITUIÇÕES DE ENSINO 14 - Fundação Eufraten EPV I 15 - E.E. Francisco de Assis 16 - Escola Estadual Jardim Marisa 17 - CEI Nave Mãe Prof. Anísio Spínola Teixeira 18 - E.E Celeste Palandi de Mello 19 - CEI Sossego da mamãe 20 - Escola Professor Dr. Paul Eugene Charbonneau 22 - CEI Francisco Xavier Sigrist Ecoponto CRAS - Centro de Referência de Assistência Social Recorte de Estudo
Mapa de pontos de interesse em escala macro Fonte: autor
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PÁGINA: 74
0
2
4
8
Mapa do terreno do Fonte: Goggle Earth
ALIZAÇÃO DO TERRENO
o projeto em escala micro h adaptado pelo autor
O terreno escolhido para a implantação do projeto encontra-se na Macrozona 7, na Área de Influência Aeroportuária - AIA e localiza-se no bairro Jardim Marisa. Atualmente, 36,55% da macrozona reside em sub-habitação e equivale a 7,6% da população favelada do Município Censo 2000. A zona é definida pela Prefeitura Municipal de Campinas como uma área em processo de ocupação irregular, formada por remanescentes de loteamentos não incluídos nos decretos de desapropriação do aeroporto. O local possui uma área de 6.393,00m² e encontra-se na Zona Mista 2 - ZM2, a qual é determinada conforme a Lei complementar n°208, de 20 de dezembro de 2018 como: “Art. 65 Ficam instituídas as zonas urbanas para ocupação e uso do solo abaixo relacionadas: III - Zona Mista 2 - ZM2: zona residencial de média densidade habitacional, com mescla de usos residencial, misto e não residencial de baixa e média
incomodidade compatíveis com o uso residencial e adequados à hierarquização viária, observado que: a) o CA min será equivalente a 0,50 (cinquenta centésimos); e b) o CA max será equivalente a 2,0 (dois);” Em relação às restrições aeroportuárias por ser uma região próxima ao aeroporto de Viracopos o terreno se localiza dentro de uma área considerada de proteção ao voo, o qual deve seguir algumas diretrizes específicas de restrições sendo elas: Altitude máxima do topo da edificação/objeto na coordenada selecionada: 706.50 m (superfície horizontal interna SBKP); Altura máxima do topo da edificação/ objeto na coordenada selecionada: 64.50 m; Altitude no solo: 642,07m. Outros dois fatores importantes para a escolha do terreno são o fácil acesso, uma vez que o mesmo localiza-se próximo à Rodovia Engenheiro Miguel Melhado PÁGINA: 75
CAPÍTULO 7: ÁREA DE INTERVENÇÃO MAPA CENTROS DE SAÚDE E PRAÇAS
Campos e à Rodovia Lix da Cunha e sua distância de 1,55 quilômetros até o Centro de Saúde Campo Belo e 2,58 quilômetros até o Centro de Saúde Jardim Fernanda. A partir desses dados foi possível perceber que é possível a implantação de um centro para ani mais na área escolhida.
O complexo de tratamento, educação e adestramento tem a finalidade de treinar os animais para utilizá-los na Terapia Assistida por Animais. Visto isso, o projeto será ramificado, onde terá um espaço para esses animais nas praças da Região do Campo Belo, para que os moradores da região possam levar seus animais para serem treinados.
Os espaços serão inseridos em três áreas: na Praça João Valério Pinheiro Neto, localizada no bairro Cidade Singer, no Centro de Lazer Dom Gilberto, localizado no bairro Jardim Dom Gilberto e na Praça José Vicente de Paula, localizada no bairro Vila Palmeira I.
Legenda: Centros de saúde Praças Recorte de Estudo Terreno Mapa centro de saúde e praças em relação ao terreno em escala macro Fonte: autor
MAPA CURVAS DO TERRENO
679
680
Com relação a topografia existente, a região escolhida caracteriza-se por ser predominantemente plana. O terreno apresenta um desnível a cada um metro. O espaçamento entre os níveis mostram um relevo pouco acidentado.
681
682 Mapa curvas do terreno Fonte: autor
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679
CORTE ESQUEMÁTICO A.A Sem escala
680
679
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680
681
CORTE ESQUEMÁTICO B.B Sem escala
Figura x: Paisagem urbana do terreno Fonte: Google Earth.
Figura x: Paisagem urbana do terreno Fonte: Google Earth.
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CAPÍTULO 7: ÁREA DE INTERVENÇÃO
Não foi possível obter dados referentes a quantidade de animais abandonados na região do Campo Belo, apenas dados do Brasil e da região metropolitana de Campinas. Portanto fez-se necessário navegar pelo Street View para coleta de dados.
Figura x: Animal abandonado na região do Campo Belo Fonte: Street View
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Figura x: Animal abandonado na região do Campo Belo Fonte: Street View
Figura x: Animal abandonado na região do Campo B Fonte: Street View
Figura x: Animal abandonado na região do Campo Belo Fonte: Street View
Figura x: Animal abandonado na região do Campo B Fonte: Street View
Belo
Figura x: Animal abandonado na região do Campo Belo Fonte: Street View
Figura x: Animal abandonado na região do Campo Belo Fonte: Street View
Belo
Figura x: Animal abandonado na região do Campo Belo Fonte: Street View
Figura x: Animal abandonado na região do Campo Belo Fonte: Street View
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Figura 41: Obra Gato. Fonte: Afremov. Autoria: Leonid Afremov
8.
O PROJETO
CAPÍTULO 8: O PROJETO
8.1 O CENTRO DE REABILITAÇÃO E TREINAMENTO PARA ANIMAIS Tendo como foco animais abandonados e em situação de vulnerabilidade, o Centro de Reabilitação e Treinamento à Animais oferecerá atendimento veterinário, abrigo, atividades e treinamentos que visem a reinserção dos cães e gatos na sociedade, promovendo assim tratamento e conforto em um lar temporário.
O foco do projeto está na relação entre os animais e os humanos, através do convívio em uma área livre onde eles poderão brincar enquanto esperam por uma adoção responsável. O Centro contará ainda com um espaço para o treinamento dos cães e gatos, a fim de triná-los para exercerem a Terapia Assistida por Animais e serem reinseridos na sociedade.
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8.2 CONCEITO E PARTIDO
Conceito:
ACOLHER, ABRIGAR E PERTENCER. Levando em consideração os elevados números dos animais de rua e as condições que se encontram os mesmos, este projeto tem como conceito acolher, abrigar e pertencer, acolhendo esses animais, cuidando de sua saúde, abrigando em um local seguro e confortável e trazendo a sensação de pertencimento, através da Terapia Assistida por Animais.
Partido:
O partido arquitetônico adotado tem uma relação com o programa de necessidades, o qual tem como objetivo garantir o bem estar dos animais através de uma arquitetura que promova conforto e segurança, além de proporcionar aos animais um lar temporário e espaços para serem treinados e reintegrados na sociedade.
PÁGINA: 83
CAPÍTULO 8: O PROJETO
8.3 ESTUDO BIOCLIMÁTICO TERRENO DO PROJETO
MAPA ESTUDO BIOCLIMÁTICO
OESTE
Mapa do terreno Fonte: autor
Mapa de estudo bioclimático Fonte: autor
ÁNALISE BIOCLIMÁTICA
As áreas determinadas no projeto foram dispostas de forma que a insolação vinda da região leste privilegiasse os canis PÁGINA: 84
LESTE
e gatis, proporcionando assim um melhor aproveitamento do sol na parte da manhã. A área administrativa e as salas de treinamento foram locadas na região sul do terreno. Já a clínica foi disposta na região oeste.
8.4 ESTUDO DA FORMA
Desenvolvimento do estudo da forma Fonte: autor
VOLUMETRIA
Volumetria do projeto Fonte: autor
Desenvolvimento do estudo da forma Fonte: autor
Desenvolvimento do estudo da forma Fonte: autor
PLANO DE MASSAS
Plano de massas Fonte: autor
A evolução da forma se deu através de 3 volumetrias e foram alteradas de acordo com as adaptações do programa de necessidades e considerações do estudo bioclimático. A volumetria final é composta por três blocos que juntos formam um “U”.
PÁGINA: 85
CAPÍTULO 8: O PROJETO
8.5 SETORIZAÇÃO BLOCO CLÍNICA VETERINÁRIA
PROGRAMA DE NECESSIDADES
Setorização da Clínica veterinária Fonte: autor
PÁGINA: 86
Tabela programa de necessidades Fonte: autor
FLUXOGRAMA
Tabela programa de necessidades Fonte: autor
Fluxograma Fonte: autor
PÁGINA: 87
CAPÍTULO 8: O PROJETO
BLOCO ADOÇÃO
PROGRAMA DE NECESSIDADES
Setorização da Adoção Fonte: autor
Tabela programa de necessidades Fonte: autor
PÁGINA: 88
FLUXOGRAMA
Fluxograma Fonte: autor
PÁGINA: 89
CAPÍTULO 8: O PROJETO
BLOCO CENTRO DE TREINAMENTO
PROGRAMA DE NECESSIDADES
Tabela programa de necessidades Fonte: autor Setorização do Centro de treinamento Fonte: autor
PÁGINA: 90
FLUXOGRAMA
Tabela programa de necessidades Fonte: autor Fluxograma Fonte: autor
PÁGINA: 91
679
680
Área livre dos animais
Estacionamento PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
Adoção 681
Clínica veterinária
Praça central
Centro de Treinamento
682 Implantação por setorização de blocos. Escala 1:500 Fonte: autor CLÍNICA VETERINÁRIA
ABRIGO
ESPAÇO ANIMAIS
680 679
Corte esquemático A.A - Escala 1:150 Fonte: autor
679
680
681
Piso intertravado
Platibanda
Piso drenante PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
682
Implantação geral. Escala 1:500 Fonte: autor
681 680 679
Corte esquemático B.B - Escala 1:150 Fonte: autor
ESTACIONAMENTO
CLÍNICA VETERINÁRIA
PRAÇA
ABRIGO
TREINAMENTO
Figura 42: Obra Cão. Fonte: Afremov. Autoria: Leonid Afremov
9.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPÍTULO 9: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DE DIREITOS ANIMAIS - ANDA. “Mais de 30 milhões de animais abandonados estão esperando uma chance”, diz especialista. Disponível em: https://www.anda.jor.br/2017/05/21/ mais-de-30-milhoes-de-animais-abandonados-estao-esperando-uma-chance-diz-especialista/. Acesso em: 7 mar. 2021. A VOZ DA SERRA. Brasil tem 3,9 milhões de animais em condição de vulnerabilidade. Disponível em: https://acervo.avozdaserra. com.br/noticias/brasil-tem-39-milhoes-de-animais-em-condicao-de-vulnerabilidade#:~:text=Brasil%20tem%203%2C9%20 milh%C3%B5es%20de%20animais%20 em%20condi%C3%A7%C3%A3o%20 de%20vulnerabilidade,-OMS%20estima%20mais&text=Segundo%20o%20 Instituto%20Pet%20Brasil,e%20r%C3%A9pteis%20e. Acesso em: 4 mai. 2021. ARCHDAILY. Dogchitecture: WE Architecture projeta um centro que desafia abrigos de animais tradicionais. Disponível em: https://www.archdaily.com/894254/ dogchitecture-we-architecture-designs-
PÁGINA: 96
-a-center-that-challenges-traditional-animal-shelters. Acesso em: 20 mai. 2021. ARCHITECTUREAU. Rspca. Disponível em: https://architectureau.com/articles/rspca/. Acesso em: 10 abr. 2020. BBC NEWS BRASIL. A 'epidemia de abandono' dos animais de estimação na crise do coronavírus. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-53594179. Acesso em: 26 fev. 2021. BOL - BRASIL ONLINE. 7 motivos questionáveis de quem abandona o animal de estimação... - Veja mais em https://www.bol.uol.com.br/ listas/7-motivos-questionaveis-de-quem-abandona-o-animal-de-estimacao.htm?cmpid=copiaecola. Disponível em: https:// www.bol.uol.com.br/listas/7-motivos-questionaveis-de-quem-abandona-o-animal-de-estimacao.htm. Acesso em: 7 mar. 2021. COM CIÊNCIA. PANDEMIA AUMENTA ABANDONO, MAS TAMBÉM ADOÇÃO DE PETS. Disponível em: https://www.comciencia.br/ pandemia-aumenta-abandono-mas-tambem-adocao-de-pets/#:~:text=A%20Or-
ganiza%C3%A7%C3%A3o%20Mundial%20da%20Sa%C3%BAde,dos%20 quais%2010%25%20est%C3%A3o%20 abandonados. Acesso em: 26 fev. 2021. EDITORA STILO. Censo Pet: 139,3 milhões de animais de estimação no Brasil. Disponível em: https://www.editorastilo.com.br/ censo-pet-1393-milhoes-de-animais-de-estimacao-no-brasil/. Acesso em: 7 mar. 2021. GALERIA DA ARQUITETURA. HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA CATARINA. Disponível em: https://www. galeriadaarquitetura.com.br/projeto/fantin-siqueira-arquitetura_/hospital-veterinario-santa-catarina/755. Acesso em: 10 mai. 2021. GLOBO - G1. A evolução dos cães até se tornarem animais de estimação. Disponível em: http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/mundo-pet/2014/noticia/2014/12/mundo-pet-evolucao-dos-caes-ate-se-tornarem-animais-de-estimacao.html. Acesso em: 7 mar. 2021. INSTITUTO PET BRASIL. Censo Pet: 139,3 milhões de animais de estimação no Brasil. Disponível em: http://institutopetbrasil.com/imprensa/
censo-pet-1393-milhoes-de-animais-de-estimacao-no-brasil/. Acesso em: 10 mar. 2021. INSTITUTO PET BRASIL. País tem 3,9 milhões de animais em condição de vulnerabilidade. Disponível em: http:// institutopetbrasil.com/imprensa/pais-tem-39-milhoes-de-animais-em-condicao-de-vulnerabilidade/. Acesso em: 8 mar. 2021. JUSBRASIL. Brasil tem 30 milhões de animais abandonados. Disponível em: h t t p s : // a n d a . j u s b r a s i l . c o m . b r / n o t i cias/100681698/brasil-tem-30-milhoes-de-animais-abandonados. Acesso em: 4 mai. 2021. JUSBRASIL. Maus tratos de cães e gatos em ambiente urbano, defesa e proteção aos animais. Disponível em: https://carollinasalle.jusbrasil.com.br/ artigos/163211587/maus-tratos-de-caes-e-gatos-em-ambiente-urbano-defesa-e-protecao-aos-animais. Acesso em: 7 mar. 2021. Larissa. CENTRO DE SAÚDE E BEM-ESTAR DE ANIMAIS DOMÉSTICOS ABANDONA-
PÁGINA: 97
CAPÍTULO 9: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DOS. Disponível em: https://issuu.com/ larissa5278/docs/centro_20de_20saude_20e_20bem_20est. Acesso em: 25 abr. 2021. LEIS MUNICIPAIS. LEI COMPLEMENTAR Nº 189 DE 08 DE JANEIRO DE 2018. Disponível em: https://leismunicipais.com.br/plano-diretor-campinas-sp. Acesso em: 13 abr. 2021. LEAL, Leticia. ABRIGO HOPE. Disponível em: https://issuu.com/leticia_leal/ docs/tfg . Acesso em: 19 abr. 2021. MINHA VIDA. Animais também podem ser terapeutas e ajudar no tratamento de doenças. Disponível em: https://www.minhavida.com. br/bem-estar/galerias/16239-animais-tambem-podem-ser-terapeutas-e-ajudar-no-tratamento-de-doencas. Acesso em: 7 mar. 2021. PLENO NEWS. As políticas públicas de proteção animal. Disponível em: https://pleno.news/opiniao/ vinicius-cordeiro/as-politicas-publicas-de-protecao-animal.html. Acesso em: 7 mar. 2021. PORTAL EDUCAÇÃO. As Consequências do
PÁGINA: 98
Abandono de Animais à Saúde Pública. Disponível em: https://www.portaleducacao. com.br/conteudo/artigos/biologia/as-consequencias-do-abandono-de-animais-a-saude-publica/19132. Acesso em: 7 mar. 2021. URCA. Declaração Universal dos Direitos dos Animais – Unesco – ONU. Disponível em: http://www.urca.br/ceua/arquivos/ Os%20direitos%20dos%20animais%20 UNESCO.pdf. Acesso em: 30 abr. 2021. VENEZA AUTOESCOLA. VOCÊ CONHECE TODAS AS VIAS DE TRÂNSITO?. Disponível em: http://autoescolaveneza.com.br/blog/voce-conhece-todas-as-vias-de-transito/. Acesso em: 12 mai. 2021.
PÁGINA: 99
BEATRIZ NICOLUCI SCHETTINI