Revista Curta – Edição nº22 – março/2018

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a próxima sessão ocorrerá

22 de abril às 19h00 Apoio:

revista curta | edição 23 - março/2018 Orientador: Albert Ferreira Edição geral: Amanda Veloso e Sara Brunelli Reportagem e redação: Maria Clara Gallucci, Estela Antunes e Andre Aguiar Revisão: Laíssa Oliveira Diagramação: Beatriz Valente Projeto gráfico: Andre Aguiar, Déborah Médice, Tayná Gonçalves Crédito imagens: Marina Gouveia (Pág. 2), Reprodução (Capa, pág. 2-8) Realização:


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Dicas de cinéfilo

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Márcio Reis estuda Matemática e tem uma preferência por filmes de terror, suspense e ficção científica. São esses os filmes mais marcantes e favoritos para ele: 1. Coherence (James Ward Byrkit, 2013) 2. Into the Wild (Sean Penn, 2007) 3. 28 days Later (Danny Boyle, 2002) 4. El Contratiempo (Oriol Paulo. 2016) 5. Mother! (Darren Aronofsky, 2017)

Editorial Oi gente! A revista curta chega em 2018 cheia de expectativas e com muito papo bom e importante pra falar com vocês. Queremos aproveitar esse início de ano e fazer algumas reflexões em conjunto: como é sua família? O que é definição de família pra você? Muito complexo, né? Nós trouxemos hoje pro CineCom o filme Uma família de dois. Vamos mostrar que existem diferentes tipos de famílias, com uma única definição válida: a do amor. Então vem com a gente ver esse exemplo de amor entre pai e filha. Boa leitura e bom filme!

> Quelqu’un M’a Dit - Carla Bruni > Je Sais Pas - Céline Dion > La Vie En Rose - Edith Piaf > Ne Me Quitte Pas - Jacques Brel > Je Veux - Zaz > Avenir - Louane

Nesta Edição 3 Sinopse 4 Família sob as lentes do século XXI 5 Fora das telas 6 Do que é feito um pai? 7 CineCom indica

por Amanda Veloso

Playlist: Mergulhando mais na França

TODOs são

Família

Annie < (Annie, 2015)

A procura da felicidade < (The pursuit of happiness, 2007)

Valentin < (Valentín, 2003)

Simplesmente acontece < (Love, Rosie. 2014)

O quarto de Jack < (Room, 2015)


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Do que

UMA FAMÍLIA DE DOIS

é feito um pai? Um pai pode ser feito de uma boa porção de mentiras boas, bastante companheirismo, atitudes consideradas irresponsáveis, coragem para pular de prédios em chamas e notas de vinte euros roubadas, como em “Uma Família de Dois” - o filme de hoje do CineCom. Ou pode ser feito de uma educação fora do comum, datas comemorativas inventadas, habilidade para sobreviver na selva, caçando, colhendo e cozinhando a própria comida, como em “Capitão Fantástico”. Pais também podem correr maratonas por um robô esgotado, como em “Herói de Brinquedo”; ser severos e impositores, como em “A árvore da Vida”; inventivos e cheios de boas histórias (mesmo que inventadas), como em “A vida é bela!”... Não há uma receita ou uma fórmula para a paternidade: o cinema sabe disso. Inclusive, podemos encontrar diversos homens na sétima arte que se reinventam em seus papéis sociais e aprendem em frente aos nossos olhos a se transformarem em figuras ora admiradas, ora

detestáveis. Em “A Procura da Felicidade”, Will Smith precisa fazer de tudo para criar um filho de cinco anos, passando por muitas dificuldades financeiras. Em “Uma Babá Quase Perfeita”, Robin Williams se disfarça de babá e realiza trabalhos domésticos para se aproximar dos três filhos distanciados pelo divórcio. Em “Um Lugar Qualquer”, Stephen Dorff precisa se abrir emocionalmente para a filha pré-adolescente, superando toda a desconfiança e a solidão que a rotina de ator e a fama o trouxeram. Dividir os trabalhos e dificuldades na criação de uma criança, aliviar o peso da maternidade e assumir responsabilidades além do final de semana podem ser tarefas para qualquer pai, solo ou não. Se a vida imita a arte, e o cinema vem há tempos questionando o que significa ser pai e apresentando novos caminhos possíveis, está mais do que na hora de passarmos a reavaliar isto do lado de fora das telonas também.

por Andre Aguiar

(Demain Tout Commence, 2016) Direção: Hugo Gélin Roteiro: Ean-André Yerlès, Mathieu Oullion e Hugo Gélin Elenco: Omar Sy, Gloria Colston, Clémence Poésy Nacionalidade: França, Reino Unido Sinopse A vida de um homem muda completamente quando um bebê, que seria sua filha, é deixado sob sua responsabilidade. Incapaz de criá-la sozinho, ele vai até Londres à procura da mãe da criança, mas não a encontra. Anos depois, a mulher retorna e quer recuperar a guarda da filha recuperar a menina.


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Fora

Família sob as lentes

das telas

do século XXI

É notável que nas últimas décadas o conceito de família vem mudando, ultrapassando o pressuposto tradicional da união entre pai e mãe com filhos, para se transformar em algo mais amplo e, por consequência, includente. Essa desconstrução do termo até então estabelecido nos leva ao seguinte questionamento: o que é família na atualidade? No drama francês ‘demain tout commence’, aborda-se a história de um pai e uma filha que juntos formam uma família de dois, essa relação nos mostra que um grupo familiar não precisa ser necessariamente composto por elementos pré-determinados, mas sim que o que importa é o sentimento e como essas diferentes pessoas, ligadas ou não por laços sanguíneos, conseguem suprir as necessidades umas das outras, sejam elas biológicas, educacionais ou afetivas. Essa discussão instigada pelo filme, nos induz a ir além somente da criação de filhos por pais separados, trazendo à tona os mais diversos tipos de laços familiares até

então subjugados a uma visão arcaica e não abrangente, priorizando o grau de parentesco em detrimento ao querer democrático de cada um. Podemos perceber então que a nova era trouxe consigo um novo olhar sobre essa questão, deixando de tratar a família como uma instituição, para começar a considera-la como uma ferramenta para o desenvolvimento pessoal do indivíduo, ou seja, a verdadeira família é aquela que nós escolhemos.

por Maria Clara Gallucci

Desdém. Preconceito. Descrença. Muitas vezes, esses são os sentimentos presentes nos olhares das pessoas ao ver pais e mães solteiros. Infelizmente, grande parte da sociedade ainda se prende a padrões que tendem a levá-la a esperar o pior de uma família “não tradicional”. Samuel e Glória, do filme Demain tout commence, nos prova durante o decorrer da história que essa generalização não se encaixa bem em todos os casos, afinal, o amor irrefutável do pai pela filha quebra qualquer expectativa e cria um mundo melhor para os dois. Aqui fora, conversamos com a Juliana Domingos, de 19 anos, que é exemplo de que histórias como essa ultrapassam as telas de cinema. Ela conta que sua mãe, Lígia Domingos, teve a surpresa da gravidez ainda na faculdade de enfermagem. No entanto, o que parecia um problema foi encarado como incentivo para se dedicar mais aos estudos e garantir o futuro da filha. Ao longo dos anos, sem apoio financeiro

e moral do pai, Lígia se fez em vários papeis sendo, acima de tudo, sua melhor amiga. Assim como Glória mudou a vida de Samuel, Juliana também transformou a de sua mãe, incentivando-a a ir cada vez mais alto, apoiando-a em sua segunda graduação e agora no seu mestrado. Todo carinho presente entre as duas, faz com que elas sejam incríveis juntas, e mesmo com suas diferenças, formam uma dupla invencível. A verdade implícita nas duas histórias é que não existe um modelo perfeito de família. Seja ela seus avós, tios, amigos ou seu cão de estimação, lá no fundo todos nós sabemos que o que importa mesmo é o amor.

por Estela Antunes


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