Considerações sobre a avaliação através do portfólio na educação pré-escolar Isabel Moreno Gonçalves, Educadora de Infância
As Orientações Curriculares realçam a importância de uma pedagogia estruturada, exigindo que o educador de infância planeie o seu trabalho e avalie não só o processo, como também efeitos da gestão curricular no desenvolvimento e na aprendizagem das crianças. Para que haja condições favoráveis aos mesmos, é fundamental recorrer a estratégias que permitam a organização intencional e sistemática do processo pedagógico. Os portfólios, mais que instrumentos de avaliação, são hoje compreendidos enquanto estratégias de avaliação formativas alternativas e ecológicas, facilitadoras da documentação do percurso de aprendizagem das crianças ao longo de um determinado período de tempo. Operacionalizam intencionalmente, através da observação sistemática e da recolha de evidências, o registo das diferentes etapas que a gestão do currículo implica (observação, planeamento, acção, avaliação, comunicação e articulação). Assim sendo, os portfólios enquadram-se numa perspectiva de avaliação em que se privilegiam os processos de compreensão dos contextos em que a criança aprende e se desenvolve. Não obstante não haver Educação Pré-escolar, uma tradição de avaliação pautada pelo uso de instrumentos formais de avaliação sumativa (como por exemplo, a aplicação de testes), desde a publicação das Orientações Curriculares (referencial orientador curricular para a Educação Pré Escolar), a avaliação formativa ganhou relevância e configura-se como um dos processos fundamentais, a desenvolver pelos Educadores de Infância. Tomando em consideração, a natureza da Educação Pré-escolar, os portfólios são os instrumentos de observação e registo de carácter formativo e contextualizado, que melhor correspondem às características específicas da avaliação na Educação Pré-escolar, sendo fundamental investir na formação dos educadores de infância, no âmbito desta temática.
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