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História em quarentena

Setembro, Outubro e Novembro, 2020 - Beira do Rio - 5

História em quarentena Blog reflete sobre doenças do passado e do presente

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Flávia Rocha

Este ano, o mundo inteiro está enfrentando a pandemia causada pelo coronavírus. Foram adotadas medidas como a quarentena, o uso obrigatório de máscaras e o distanciamento social. Quando essas normas são quebradas, as consequências são o aumento de número de casos da doença e, logo, a sobrecarga dos sistemas de saúde público e particular. Os feitos alcançam todos os setores, inclusive a economia. Também há a questão da compreensão social da doença. O que faz uma pessoa apoiar ou não o distanciamento social? Como inserir novas práticas sociais de prevenção ao contágio? Um texto divulgado recentemente, assinado pelo professor Otaviano Vieira, intitulado Sopa de Morcego, afirma que, em determinado momento da história, a causa do sarampo e da varíola foi associada ao sangue menstrual. “O objetivo foi mostrar como preconceitos sociais são utilizados para culpabilizar determinado grupo social como responsável pelas epidemias: ontem, judeus, Esses questionamentos podem ser respondidos por meio da análise de outras epidemias que ocorreram ao longo da história. Para ajudar nessa reflexão, o Grupo de pesquisa População, Família e Migração na Amazônia (Ruma) criou o blog História em Quarentena. “O passado é uma ferramenta poderosa para o presente se revisitar. Nesse sentido, criamos o blog e contas no Facebook e no YouTube para que o trabalho de diferentes historiadores possa ser acessado. Também publicamos trechos de documentos antigos que ajudam o leitor a problematizar sua realidade. São trabalhos inéditos e voltados para se pensar o momento pandêmiOtaviano Vieira, professor da Faculdade de História (IFCH/ UFPA) e coordenador do grupo. O blog foi criado em abril deste ano e já conta com quatorze postagens. Uma das primeiras é de autoria da professora Jane Beltrão, intitulada Medo… temor… & pânico… em pandemias sucessivas. A pesquisadora estabelece um paralelo entre as pandemias de cólera, ocorridas no século XIX e XX, e a da Covid-19. No texto, Jane Beltrão destaca alguns pontos em comum entre os três momentos: a negação inicial pelas autoridades sanitárias do país e o fato de que “as pandemias não são democráticas”, isto é, as doenças não atingem os indivíduos de forma igual. Os maiores números de óbitos se encontram nas parcelas mais negligenciadas da população. No blog, as postagens seguem em formatos semelhantes. Inicia-se com a apresentação de uma epidemia que ocorreu no passado e como ela se relaciona com a do presente. O conteúdo aponta para a importância das Ciências Sociais e Humanas para compreender a sociedade no contexto atual e, assim, buscar soluções. A proposta é que o passado seja usado como uma espécie de exemplo - tanto do que fazer quanto do que não fazer. Os colaboradores são professores/ as e alunos/as da UFPA e professoras das universidades de Michoàcan e de Guadalajara, no México.

Redes sociais articulam e divulgam ações do projeto

co atual”, afirma o professor mulheres, leprosos... hoje, chineses”, explica o coordenador. Segundo Otaviano Vieira, durante a pandemia, o grupo de pesquisa tem desenvolvido um trabalho integrado. Além dos textos para o blog, o Ruma também divulga lives feitas por professores de História e de Antropologia da UFPA. “Articulamos as redes sociais com o blog. A Sociedade

conta do Ruma no Facebook compartilha a live, que é publicada em nosso canal do YouTube. No Instagram, fazemos a divulgação da live e do texto do blog. Considero um avanço significativo na possibilidade de comunicação com o ‘além muro de papel’”, avalia o professor. A tecnologia possibilita que os conteúdos alcancem um número cada vez maior de pessoas.

Saiba mai

Ruma O Grupo de pesquisa População, Família e Migração na Amazônia já existe desde 2011 e busca agregar diferentes pesquisadores do Brasil, de Portugal e da Itália com foco nos estudos relacionados à população, à migração, ao gênero, à comunidade LGBTQI+, à infância e a doenças. “O RUMA investe na formação acadêmica, numa produção historiográfica qualificada, em intercâmbios acadêmicos com diferentes países e na divulgação acadêmica para o grande público”, afirma Otaviano Vieira.

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