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MUSEU KOLUMBA PETER ZUMTHOR


UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

MUSEU KOLUMBA

ANÁLISE DO EDIFÍCO E SEU PROCESSO DE RESTAURO

DISCIPLINA

PATRIMÔNIO CULTURAL E AMBIENTAL ALUNO

BEKER SOUSA PROFESSOR

ROMEU DUARTE

FORTALEZA, NOVEMBRO DE 2013


ÍNDICE 01. APRESENTAÇÃO 02. O ARQUITETO 03. ARQUITETURA DE ZUMTHOR 04. O EDIFÍCIO 05. CONTEXTO 06. ORGANIZAÇÃO 07. EXPRESSÃO PLÁSTICA 08. SISTEMAS CONSTRUTIVO 09. O VELHO E O NOVO 10. CONCLUSÃO 11. REFERÊNCIAS


01. APRESENTAÇÃO [INTRODUÇÃO]

O projeto nasceu da necessidade de agregar e preservar as artes da Soceidade Cristã fundada em 1853, que inclui artes cristã que remota há 2000 anos. A soceidade foi assumida pela arquidiocese de Colônia, em 1989, e dentro de uma década realizou um concurso para um novo espaço para as coleções, que foi ganho por Peter Zunthor. O novo Museu Kolumba, foi construído sobre as ruínas arquitetonicamente estabilizadas de uma igreja gótica tardia - a igerja de São Kolumba destruída em boa parte durante os bombardeios da segunda guerra mundial. No local encontra-se intervenções recentes - uma pequena capela hexagonal construído em 1950 por Gottfried Böhm chamado de "Madonna in Ruins", por existir no seu interior a escultura de uma Madonna que sobreviveu milagrosamente os bombardeios. A escolha do Museu Kolumba como objeto de estudo neste trabalho se deu devido aos seguintes motivos:

1. Primeiramente da emergência do interesse pela tipologia durante a disciplina de Projeto Arquitetônico 5, no qual foi solicitado a criação de um Museu e Teatro da Ciade; 2. Segundo pela singularidade que o projeto apresenta, sendo este um projeto que foge aos padrões da arquiteura de museus produzidos pelos arquitetos stars do cenário actual; 3. E pelo interesse em conhecer um arquiteto que apesar de ter boas produções reconhecidas é uma anomalia no mondo da arquitetura. Por essas razões pretende-se com este trabalho não só analisar e demostrar a posição do arquiteto perante o problema de restauração, o qual segundo a carta de Burla Artigo 14, é uma atividade que serve para mostrar novos aspectos em relação a significação cultural de um bem, baseando no princípio do respeito ao conjunto de testemunhos disponíveis, sejam elas materiais, documentais ou outros, mas também estudar o arquiteto no sentido de entender a sua arquitetura, sua metodologia e a posição do mesmo perante o cenário da arquiteura atual.

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O Museu de Arte Kolumba foi erigido na cidade Colônia - Alemanha, em 2007 pelo arquiteto suiço Peter Zumthor.

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02. O ARQUITETO [PETER ZUMTHOR]

Nasceu em 1943 em Basíleia, tem formação de marceneiro, mestre-de-obras e arquiteto na Kunstgewerbeschule Basel e no Pratt Institute, Nova Iorque. Tem o seu próprio atelier de arquitetura desde 1979 em Haldenstein, Suiça. Professor na Accademia di architettura, Università della Swizzera Italiana em Mendrisio. Obras importantes: abrigo para o campo arqueológico romano (Chur, Suiça, 1986), capela de Sogn Benedegt (Sumvitg, Suiça, 1993), habitação para idosos (Chur-Masans, Suiça, 1993), termas (Vals, Suiça, 1968), Kunsthaus Bregenz (Bregonz, Áustria, 1997), Pavilhão da Suiça na Expo 2000 (Hanôver, Alemanha, 200), centro de documentação "Topografia do Terror", peças fabricadas (Berlim, Alemanha, 1997, projeto interrompido em 2004 pelas autoridades da região de Berlim), Kunstmuseum Kolumba (Colónia, Alemanha, 2007), Capela Bruder Klaus (herdade de Scheidtweiler, Mechernich, Alemanha, 2007).

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Publicou os livros: Atmosferas, 2006 e Pensar Arquitetura, 2010. Ganhador de vários prêmios dos quais descatam-se RIBA Royal Gold Medal, 2012 e Pritzker Architecture Prize, 2009.

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03. ARQUITETURA DE ZUMTHOR [ATMOSFERAS]

“Ao falar da sua arquitetura sobressai inevitável o conceito de atmosfera, um ambiente, uma disposição do espaço construído que comunica com os abservadores, habitantes, vistantes e, também, com a vizinhança, que os contagia. Peter Zumthor aprecia lugares e casas que cuidam do homem, que o deixem viver bem e o apoiam discretamente. A leitura do local, a descuberta de objetivo, sentido e finalidade do projeto, o projetar, palnear e formular da obra é por isso um processo linear, mas sim multiplamente entralaçado.” [1 ] “A atmosfera é em Zumthor uma categoria da estética. No livro Atmosfera, o arquiteto apresenta nove pontos que o move quando tenta criar esta atmosfera.”[1 ] “Zumthor tem uma grande habilidade para criar lugares que são muito mais do que um único prédio. Sua arquitetura expressa respeito pela primazia do local, o legado de uma cultura local e das inestimáveis lições de história da arquitetura . O Museu Kolumba em Colônia, por exemplo, não é apenas uma obra contemporânea surpreendente,

[01] Detmold, Outubro, 2005 [02] Pritzker Prize, Jury Members, 2006 [03] Zumthor, Atmosfera, 2006

mas também aquele que está completamente à vontade com as suas muitas camadas de história. Aqui, Zumthor tem produzido um edifício que emerge das ruínas de uma igreja bombardeada na mais inevitável e lírico de maneiras, entrelaçando lugar e memória em um palimpsesto inteiramente novo.” [2]

1. Corpo da arquitetura - A presença material dos objetos de uma arquitetura, da construção. […] para mim é como uma anatomia. Tal como nós temos o nosso corpo com uma anatomia e coisas que não se vêem e uma pele .. etc, assim funciona também a arquitetura e assim tento pensá-la. 2. A consonância dos materiais - Os materiais são infinitos - iamginem uma pedra que podem serrar, limar, furar, cortar e polir, ela será sempre diferente. E depois pensem nesta mesma pedra em quantidades enormes, será outra vez diferente. E a seguir exponham-na à luz, e ela será mais uma vez diferente. Apenas um material e já tem mil possibilidades. 3. O som do espaço - Cada espaço funciona como um instrumento grande, colecciona, amplia e transmite os sons. Isso tem a ver com a sua forma, com a superfíce dos materiais e com a maneira como estes estão fixos.

4. A temperatura do espaço - Neste âmbito é de mencionar também a temperatura. Acredito que cada edifício tem uma certa temperatura. 5. As coisas que me rodeiam - […] Ideia, de que entrarão necessariamente coisas num edifíco que eu como arquiteto não concebo, mas nas quais penso, dá-me de certa forma uma visão futura dos meus edifícios, que se desenrola sem mim. 6. Entre a serenidade e a sedução - A arquitetura é certamente uma arte esoecial, é o que se diz, mas a arquitetura também é uma arte temporal. Não a vivo apenas num segundo. […] Por exemplo, um corredor de hospital: condução. Mas também existe a sedução, o deixar andar, o vaguear, e isto nós arquitetos consuimos fazer.

8. Degruas da intimidade - Relaciona-se com proximidade e distância. […] O que abrange vários aspectos que se relacionam comigo, o tamanho, a dimensão, a escala e a massa da obra. Por vezes são elementos maiores, muito maiores do que eu e noutras são objetos mais pequenos. 9. A luz sobre as coisas - Uma das ideias preferidas é a seguinte: pensar o edifício primeiro como uma massa de sombras e a seguir, como num processo de escavação, colocar luzes e deixar a luminosidade infiltrar-se. Toda a gente faz isto porque é um processo lógico sem segredos. A segunda ideia preferida é colocar os materiais e superfícies, propositadamente, à luz e observar como reflectem. A arquitetura como espaço envolvente:

7. A tensão entre interior e exterior - Na arquitetura retiramos um pedaço do globo terrestre e colocamo-lo numa pequena caixa. E de repente existe um interior e um exterior. Estar dentro e estar fora. […] Desenrola-se então o jogo entre o indivíduo e o público, entre a privacidade e o público. É com isto que a arquitetura trabalha.

“Quando faço um edifício, um grande ou pequeno complexo, gosto muito de imaginar que este se torna parte integrante dos espaço envolvente. […]E é este o espaço envolvente que se torna parte da vida, da minha ou, na maioria dos casos, da vida de outras pessoas.” [03]

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Para falar da arquitetura de Zunthor decidiu-se por pontar a fala dos críticos e a sua própria fala contidas no livro Atmosferas, 2006. O livro basea-se numa palestra dada a 1 de Junho de 2003 na Kunstscheune no palácio de Wendlinghausen.

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CAPELA RURAL

MUSEU KOLUMBA

TERMAS DE VALS

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Kunsthaus Bregenz, Áustria, 1990-97

Bruder Klaus, Alemanha, 2007

Museu de Arte da Arquidiocese de Colónia, Alemanha, 2007

Graubünden, Suíça, 1990-96

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MUSEU DE ARTE

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04. O EDIFÍCIO [DADOS GERAIS]

Arquiteto: Peter Zumthor , CH - Haldenstein Cliente: Arquidiocese de Colônia Ano: 2008 Espaço de exposição: 1.750 m2 Custo: 43.400.000 € Líder do Projeto: Rainer Weitschies , Atelier Zumthor Supervisão do Projeto: Atelier Zumthor Stein Architekten , Köln

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Supervisão de Construção: Jürg Buchli , Haldenstein Ottmar Schwab / Reiner Lemke , Köln

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05. CONTEXTO [URBANO E HISTÓRICO]

Assim como os vizinhos, o prédio é estritamente alinhado com a rua. Voltado para o interior com as suas paredes maciças semelhante a uma fortaleza. No entando o edifício não deixa de ter uma relação contextualista com o entorno, as aberturas no pavimento das galerias são janelas a altura do chão estrategicamente posicionadas de modo a focar os visuais do visitante para os principais marcos do entorno, sejam elas edifícios ou não. [Imagem.04] "Eles permitem um olhar sobre os edifícios no bairro: as várias camadas da arquitetura do pós-guerra, com as agulhas da catedral ao fundo - a visão se transforma em uma imagem quadro, aumentando a consciência dos belos detalhes da década de 50, mas também revelando o lado feio de todo o conjunto." [04]

Localizada relativamente perto da magnífica Catedral de Colónia,[Imagem.03] a igreja dedicado a São Columba já foi a igreja paroquial mais importante, em Colónia. [Imagem.01]

A igreja de São Columba é de origem romana, foi ampliado na era do gótico tardio, no entanto, o edifício foi completamente devastado [Imagem.02] após o bombardeio aliado, que reduziu a cidade em ruínas durante a segunda Guerra Mundial, com exceção da estátua de Virgem Maria que tinha sido colocado entre as paredes da igreja. Este ícone, chamado de "a Madonna das Ruínas" [Imagem.05] foi considerado por muitos um símbolo de esperança durante os anos dolorosos e difíceis da reconstrução na pós-guerra. Por esse motivo, uma capela octogonal, projetado por Gottfried Böhm, em 1950, foi construído para honrar a imagem. As escavações feitas durante a década de 1970 trouxe a tona ricos vestígios do passado. As ruínas tornou-se, juntamente com a construção da capela de Böhm, um lugar impressionante. Escavações adicionais revelou restos de edifícios residencias romanos, bem como edifícios de eras posteriores. Por esta razão, a sociedade Kolumba de arte cristã, que mantém uma grande coleção de arte cristã encomendou em 1997 um conscurso a fim de preservar e restaurar as ruínas e também proporcionar um espaço para exibição de sua coleção em uma área de 1.600 m2.

[04] The Core of Beauty – The opposite of the Bilbao-Effect by Wolfgang Moderegger

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No contexto urbano o Museu Kolumba é definitivamente um projeto destaque. Apesar do seu esplendor arquitetônico, o edifício tem uma posição discreta no centro da cidade, simplesmente integrado à massa da construção de um bloco de perímetro genérico.

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CATEDRAL DE COLÓNIA

MUSEU KOLUMBA

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localização do museu Kolumba

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igreja de São Columba após o bombardeio

catedral de Colónia, segunda guerra mundial

alinhamento do edifício com a rua e as ruínas

estátua da virgem maria, “madona in the ruins”

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06. ORGANIZAÇÃO [ESPACIAL E FUNCIONAL]

A organização espacial nas obras de Zumthor é trabalhada com muitos sentidos de forma a evocar a memória e o tempo. Para tal, Zumthor faz o uso dos elementos naturais: a terra, a água, a luz do sol, a paisagem e a vegetação, cuja presença é auto-evidente para criar o que ele mesmo chama de atmosferas ou espaços envolventes. [ver pag. 05 e 06]

No Museu Kolumba os espaços se organizam em três grandes setores: as ruínas, os pátios e as galerias. [Imagens 06, 07 e 08]

John Ruskin, 1844

O átrio com vista para o pátio e a sala das ruínas podem ser acessado ao atravessar uma curtina de couro [Imagem 09] pesado que se deve empurrar para fora do seu caminho, ressaltando a ideia de transição da pessoa para um outro tempo e lugar. A cortina de couro tátil envolve o visitante e também separa a sala das ruínas incondicionado do espaço do museu condicionado.

Para chegar nas galeria o visitante caminha na direção ascendente através de escadas finas, [Imagem 12] que demostra de forma clara a disciplina e a simplicidade de Zumthor. "Eu quero perseguir e reduzir as coisas a tal ponto que, mais tarde, ninguém pode vir e dizer: Isso poderia ter sido deixado de fora também." Peter Zumthor, 2007

As ruínas se encontram no térreo onde se estende um grande campo de escavações com vestígios de construções anteriores à igreja, que remontam a meados do século I, e conta com a capela “Madonna in Ruins” (Madonna entre as ruínas), construída por Gottfried Böhm em 1949-50. A capela se encontra funcionando e pode ser acessado por uma porta separada da rua, já o lobby e as ruínas, são dispostos com vistas direcionados para o pátio, que se destina a transição da vida da rua e o edificio, garantindo um estado de calma e de aprendizagem.

[05] Richard Serra (02, 1939) é um escultor americano minimalista e produtor de vídeo artistico, conhecido por trabalhar com conjuntos de grande escala de chapa metálica corten.

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gótica. Ele é agora o lar de uma escultura de Richard Serra[05] feitos especificamente para o local.

O pátio que ladea o lobby [Imagem 06] e a sala das ruínas [Imagem 07] não se destina a uma extensão da área de exposição, mas um espaço a ser utilizado pelos visitantes do museu para o relaxamento e para eventos sociais. Um pátio com árvores [Imagem 06] que exibem suas comuna sutil com a arquitetura na materialização dos detalhes. Sobre os dois lados abertos, o pátio do museu é cercado por um muro de concreto.

As galerias são organizados de forma orgânica, sem nenhum caminho lógico ou linear, de forma que este possa ser explorado e serpenteado de acordo com a vontade do visitante. Neste sentido o visitante acaba por se preocupar mais com a vivência da arte do que com a progressão. O desejo de exploração dos espaços é ressaltada, uma vez que a altura do teto de cada galeria são variados, criando galerias torre e galerias íntimos.

Existe ainda um segundo pátio [Imagem 11] que pode ser acessado através da sala das ruínas onde era originalmente o interior da igreja

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“Atmosfera é meu estilo”

A visita às ruínas é feita através de uma ponte em madeira que as atravessam em zigzag. [Ima-

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SEGUNDO PAVIMENTO - GALERIAS

PRIMEIRO PAVIMENTO-GALERIAS

PISO TÉRREO-RUÍNAS E PÁTIO

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1-Galeria 2-Torre de Galeria 3-Sala de Leitura

1-Galeria 2-Almoxarifado

1-Entrada 2-Foyer 3-Pátio 4-Escavações| Ruínas 5-Sacristia| Pátio 2 6-Capela | Madona in teh ruins 6-Passarela

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“Os meus clientes queriam arte ao invés de mostrar o desastre da guerra. Queriam mostrar arte ao mesmo tempo mostrar a capela existente.”

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o pátio

as ruínas

as galerias

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Peter Zumthor, Lisboa, 2008

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cortina de couro, separa os ambientes

passarela em zig-zag, serpenteia as ruínas

pátio com a escultura do Richard Serra

escada que dá acesso as galerias

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07. SISTEMAS CONSTRUTIVOS [TECNOLOGIAS E MATERIAIS]

O tijolo "Kolumba ™", são feitos a mão, usando tecnologias milenar. A argila é processado e prensado em formas de madeira. Depois os tijolos são cuidadosamente secas para ganhar e criar uma variedade de texturas e cores, resultando em um tijolo táctil áspera com ênfase na horizontal. Suas dimensões são 528 x 108 x 37 mm (semelhante ao tijolo romano), dando uma sensação muito diferente em comparação com o padrão de 215 x112,5 x 65 mm. O uso do tijolo foi uma re-leitura feita por Zumthor daquilo que já foi o elemento essencial na arquitetura medieval ou gótica - a estrutura e parede de tijolo. Resultando em uma parede estrutural, com sessenta centímetros de espessura, feita pela concatenação de camadas de tijolos grande, extra longo, porém adequado para se envolver em muralhas mediavas e ideal para se adaptar a espessura de alvenaria complementar à pedra. [Imagem.14]

As paredes não contêm qualquer tipo de isolamento. Este sistema é baseado no desenho das antigas igrejas. Neste sentido o edifício é leve e “low-tech”. Já, as galerias possuem seus pisos todos de cerâmica polida em tom de terra e as paredes de gesso com leve afastamento na base, assim como na escada. A sala de leitura íntima é composta por armários de livro combinados com o mogno, oferecendo visitas e leituras sobre a história da Catedral de Colônia. Outros materiais como o concreto e a madeira faz parte do conjunto, sendo que o concreto foi usado como material que da forma aos esbeltos pilares que suportam as galerias localizados acima da sala das ruínas e como material que estrutura o muro que conforma o pátio, enquanto que a madeira tem seu uso em menor quantidade na passarela que serpenteia a sala passando pelos pilares. [Imagem.15 e 16] Vale ressaltar que a construção do Kolumba, demorou mais de dois anos para ser concluído devido ao uso do tijolo "Kolumba ™" feito a mão no local da obra, o que revela o que Zumthor chama de Consonância dos materiais.

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A materialidade do edifício é a base de Tijolo "Kolumba ™", [Imagem.13] desenvolvido por Peter Zumthor em colaboração com o fabricante dinamarquês "Petersen Tegl" na época da construção do Museu Kolumba, hoje usado nas construções de todo o mundo.

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integração entre o novo e o velho

esquema de montagem adaptação ao existente

muro de concreto cercando o pátio

pilares esbeltos em concreto e aço

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08. EXPRESÃO PLÁSTICA [QUALIDADE FORMAL E MATERIAL]

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O corpo externo do edificio não possui quaisquer revestimento, a materialidade do tijolo "Kolumba ™" é expressa na sua essência. A superfície desnivelada do tijolo, inerente ao

tijolo artesanal, cria um belo jogo de luz e textura em toda a fachada. A tonalidade da cor cinza calma do tijolo contrasta com a pedra das paredes das ruínas ressaltando o novo do antigo. Ainda no espaço externo, tem-se a expressividade do material aço presente nos gradis e portas de entrada, além da escada que surge do pátio em direção ao topo de edifício como um elemento escultórico de extrema leveza. [Imagem.00] No espaço interno pode-se constatar o mininalismo presente em Zunthor. A materialidade do tijolo adentra ao edifício tendo a sua presença nos corredores e nas galeria abertas. As galerias fechadas possuem as paredes de gesso na cor branca. Há um forte contraste entre as cores claras das paredes com as cores escuras que se faz presente, através do uso da madeira e do cauro. A madeira está presente na passarela que fica sobre as ruínas da escavação; nos móveis; no revestimento da sala de leitura e do foyer e no corrimão da escada que dá acesso as galeria. O corrimão surge apenas como uma linha em madeira de secção circular engastada diretamente na parede. E o couro aparece nos móveis e nas cortinas. [Imagem.00]

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A volumetria do museu segue o desenho dos diferentes volumes das galerias, com os seus vértices e arestas bem marcados. O museu se volta para o interior, contendo poucas aberturas para o exterior. No entanto pode-se verificar algumas aberturas singelas que foram pensadas de modo a garantir uma boa iluminação e ventilação no espaço interno, ou seja, criando uma boa “Atmosfera”. Das aberturas existentes pode-se perceber uma certa diferença entre as do piso térreo e as dos pavimentos que ficam logo acima. No piso térreo as paredes de tijolos adquirem uma expressão diferente, tendo perfurações aleatórias, algo a se comparar com a expressão de um véu ou como se fosse uma burka. [Imagem.00] Logo acima as paredes, assume uma textura mais continua, interrompida em algumas situações por grandes aberturas de vidro, que têm uma ligeira projecção dos caixilhos, semelhante ao que foi proposto pelo escritório Brasil Arquitetura no projeto Praça das Artes.[Ima-

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efeito da iluminação causado pelas pequenas aberturas

janelas abertas do chão até o teto

escada em aço leve

contraste entre, a tonalidade das cores

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09. O VELHO E O NOVO [POSICIONAMENTO DO ARQUITETO]

“Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado que pode não ter existido nunca em um dado momento” [06]

Fica mais evidente o encontro do posicionamento do arquito com o pensamento de Viollet-le-Duc, no momento em que se estuda o sistema construtivo do Museu Kolumba ou quando se sabe que o Peter Zunthor é um arquiteto que possui um senso construtivo muito bem aguçado, talvez por possuir formação em marcenaria. Viollet-le-Duc acreditava que dominando o sistema construtivo da edificação e conhecendo profundamente seu estilo arquitetônico, conseguiria atingir plenamente os objetivos de um processo de restauração. Neste sentido pode-se dizer também que a capacidade de escolha do tijolo "Kolumba ™" para construção demostra que o arquiteto possui conhecimento das formas do passado.

[06] Viollet-Le-Duc, Restauração. Série Artes & Ofícios, 2000

Duc dizia que se as formas do passado fossem compreendidas em suas instâncias formais e espaciais, serviriam de base para esclarecer os problemas da arquitetura do presente. O projeto Kolumba se relaciona com o pensamento de Ruskim, pois Ruskim acredita que a conservação, como expressão de arte e cultura, nos permite entender a relação existente entre os estilos arquitetônicos e as técnicas construtivas como a resultante do fruto do trabalho de determinada cultura, utilizando-se da história dessas construções como o veículo de comunicação dos processos de desenvolvimento cultural. Manter vivo o testemunho cultural do passado no cotidiano da cidade, possibilita com que os indivíduos identifiquem nos espaços urbanos, e, nos monumentos históricos, marcos referenciais de identidade e memória. Por outro lado diria que a postura do arquiteto vai na contramão, pois Ruskin defendia a idéia de que as edificações deveriam atravessar os séculos de maneira intocada envelhecendo segundo seu destino, lhe admitindo a morte se fosse o caso. Para Ruskin a restauração era a mais completa e bárbara destruição que poderia estar sujeito um edifício.

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Quanto a situação patrimonial, pode-se afirmar que a postura do arquiteto vai de encontro ao pensamento de Viollet-le-Duc, visto que que o resultado final proporcinou uma obra completamente diferente da original.

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10. CONCLUSÃO O Museu Kolumba revela o delicadeza e ousadia artística de Zumthor em construir, forte relação do que já foi grande e magistral arquiteura com as técnicas atuais. Eu acredito que é o mérito do seu grande senso de projetar, sua incrível habilidade de artesanato, um conhecimento aguçado sobre os materiais e suas possibilidades, isto é, o saber construir. O resultado é de uma arquitetura que se integra no passado revelando a história da arquitetura como algo a ser celebrado. O novo edifício desenvolve perfeitamente das antigas ruínas, respeitando-a em todos os detalhes.

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Em termos de planejamento urbano, ele restaura o núcleo perdido de uma das partes mais bonitas do centro da cidade de Colónia, criando um espaço de conhecimento - a sala das ruínas abrange a estrutura de dois mil anos da cidade como uma paisagem de memória a ser explorada e estudada; de tranquilidade - oferecida pelo pátio que toma o lugar de um cemitério medieval perdido.

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11. REFERÊNCIA LIVRO:

ZUMTHOR, Peter. Peter Zumthor atmosferas: entornos arquitetônicos - as coisas que me rodeiam. Editora Gustavo Gili, SL, Barcelona, 2006 ARTIGOS:

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/07.074/3087 http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/08.087/3045 http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/04.043/3154 http://architecturalmoleskine.blogspot.com.br/2012/04/peter-zumthor-kolumba-museum-cologne.html http://www.archdaily.com/72192/ http://www.arcspace.com/features/atelier-peter-zumthor/kolumba-museum/ Cilento, Karen. "Kolumba Museum / Peter Zumthor" 06 Aug 2010. ArchDaily. Accessed 05 Nov 2013. <http://www.archdaily.com/?p=72192> IMAGENS:

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http://www.pinterest.com/inferlo712/zumthor-kolumba-museum/ http://www.tumblr.com/tagged/kolumba http://www.0lll.com/archgallery2/zumthor_kolumba/

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